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A História das Drogas (History Channel) Andresa dos Santos Carvalho* O objetivo dessa resenha é mostrar como o documentário A História das Drogas aborda a busca humana pelas drogas e como as diferentes religiões abordam o uso delas. O documentário é dividido em partes, cuja abordagem vai desde a pré-história até os dias atuais. Em “Os primórdios do homem: os primeiros usuários” relata o uso das drogas, mais precisamente cogumelos alucinógenos, pelos homens pré-históricos. Nessa parte é mostrado como esses homens tiveram seu primeiro contato com essas drogas, que pode ter sido um caso de tentativa e erro, na procura dessas drogas, com base na observação. Ou até mesmo uma descoberta acidental, e somente então é que esses homens começaram a fazer o uso desses cogumelos com a intenção alucinógena, ou até mesmo de um contato com seres superiores. Para relatar a experiência do Egito Antigo, o documentário mostra em “A era dos remédios mágicos” o conhecimento dessa civilização sobre diversas substâncias, como o ópio, por exemplo. É citado o papiro de Ebers, onde está escrito esse conhecimento egípcio sobre diferentes produtos, incluindo drogas. E também do uso de remédios “mágicos” e uso de olíbano e mirra em rituais religiosos, além dos festivais dedicados aos deuses, onde eles bebiam bastante cerveja vermelha. Em “A era dos nativos psicodélicos: América Antiga” é relatada a experiência dos maias com uma variedade de substâncias * Acadêmica do curso de Bacharelado em Medicina da Universidade Estadual do Piauí

RESENHA a Historia Das Drogas

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A Histria das Drogas (History Channel)

Andresa dos Santos Carvalho*

O objetivo dessa resenha mostrar como o documentrio A Histria das Drogas aborda a busca humana pelas drogas e como as diferentes religies abordam o uso delas. O documentrio dividido em partes, cuja abordagem vai desde a pr-histria at os dias atuais. Em Os primrdios do homem: os primeiros usurios relata o uso das drogas, mais precisamente cogumelos alucingenos, pelos homens pr-histricos. Nessa parte mostrado como esses homens tiveram seu primeiro contato com essas drogas, que pode ter sido um caso de tentativa e erro, na procura dessas drogas, com base na observao. Ou at mesmo uma descoberta acidental, e somente ento que esses homens comearam a fazer o uso desses cogumelos com a inteno alucingena, ou at mesmo de um contato com seres superiores.Para relatar a experincia do Egito Antigo, o documentrio mostra em A era dos remdios mgicos o conhecimento dessa civilizao sobre diversas substncias, como o pio, por exemplo. citado o papiro de Ebers, onde est escrito esse conhecimento egpcio sobre diferentes produtos, incluindo drogas. E tambm do uso de remdios mgicos e uso de olbano e mirra em rituais religiosos, alm dos festivais dedicados aos deuses, onde eles bebiam bastante cerveja vermelha.Em A era dos nativos psicodlicos: Amrica Antiga relatada a experincia dos maias com uma variedade de substncias psicotrpicas, que tambm eram usados em rituais religiosos. Os maias faziam uso principalmente de tabaco e enemas. Tambm relata a ayahuasca, uma bebida feita com diversas ervas, usada em ritual religioso, e que tem um efeito de realidade aumentada. J na Grcia Antiga, o documentrio relata a ocorrncia de cultos secretos, e o uso de cogumelos alucingenos e cravagem. Filsofos como Scrates, Plato e Aristteles participavam desses rituais conhecidos como mistrio de Elusis. No documentrio tambm mostrado o uso de drogas pelo congresso durante suas reunies, para se alcanar um estado juvenil e assim discutir poltica. discutido tambm a medicina da poca e o uso de substncias com fins teraputicos, e mostrado que o veneno de cobra era uma das drogas mais comumente utilizadas por Hipcrates e seus discpulos. Em A era do julgamento moral: primrdios da religio mostrada a influncia do cristianismo na relao do uso de drogas e as religies. Os primeiros cristos condenavam os prazeres do corpo, inclusive o uso de drogas. Para eles a f em Cristo o nico caminho da salvao. Isso vai de encontro com as religies pags, pois para estas o uso das drogas era um meio de conexo com as divindades. Para o judasmo os prazeres podem ser vivenciados desde que com moderao. J os mrmons acreditam que o corpo sagrado e no admitem o uso de lcool, tabaco, drogas e cafena. A cientologia prega que as drogas frustram a capacidade da mente de se curar e causam angustia. J para os rastafris a maconha uma erva sagrada, que auxilia a comunho com Deus, mas condenam o lcool. A partir de A era do imprio: em altos mares, a relao da humanidade com as drogas muda de vis, deixa de ser uma relao religiosa e passa a ter uma importncia comercial. Como as drogas eram produtos locais, principalmente do Oriente (ndia e China), a Europa cria a Companhia das ndias Orientais, para a comercializao, em especial, do pio. Com isso os europeus, tambm aprenderam outra forma de usar drogas, que seria fumando.Depois dessa parte o documentrio comea a retratar a preocupao com as mudanas na sociedade devido ao uso indiscriminado de drogas. Essa preocupao se iniciou no sculo XIX, quando os impactos negativos do uso de drogas comearam a prejudicar a sade da populao. Em A era do alivio da dor, mostrada a descoberta da morfina, e o advento da farmacologia e a competio dos fabricantes para poder vender os seus elixires milagrosos, e o uso nada convencional da cocana como remdio, por exemplo, para a febre do feno, e da herona para tosse.Tentando proteger a sociedade dos perigos, que o uso indiscriminado das drogas estava trazendo, no sculo XIX, comeou-se a regulamentao de substncias prejudiciais, primeiro com a normatizao dos rtulos, e mais a frente com a criminalizao dos narcticos, sendo apenas liberados para quem tivesse autorizao mdica. Com isso iniciaram as redes de contrabando dessas drogas. Em 1906, nos EUA, foi criada a FDA. Mais tarde o governo estadunidense, na dcada de 60, comeou um combate forte as drogas, com leis antidrogas e a criao do DEA. No final, o documentrio, lana a discusso do impacto nos cofres pblicos desse combate s drogas, do trfico de drogas na sociedade, alm da questo da legalizao das mesmas.* Acadmica do curso de Bacharelado em Medicina da Universidade Estadual do Piau