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Resenha Crítica do Filme “Um Estranho no Ninho”
Aluna: Vivian de Lemos Estrowispy – VI Fase Psicologia – Orientação Profissional
O filme trata de um sujeito que finge ser doente mental para cumprir sua pena
em um manicômio, em vez de ir para a penitenciária. Neste sanatório o protagonista
depara-se com uma rotina mórbida, onde seus dirigentes e profissionais não
preocupam-se com a saúde mental do internos, porém com a ordem institucional,
mantendo, a qualquer preço, os pacientes estáticos e controlados.
RandleMcMurphy quebra essa monotomia. Organiza motins e tenta saciar as
expectativas dos seus colegas, enquanto tenta fugir daquele lugar. Como seu
esforço é frustrado, o que ele consegue é arrumar confusão com os dirigentes que
logo tratam de lobotomizá-lo, tirando de cena aquele que se desarmonizava com o
ambiente.
Esse filme trás várias reflexões. Pode-se olhar pelo paradigma do
entendimento de liberdade do artista principal. O que ele esperava encontrar num
hospício? Provavelmente algo muito melhor que uma prisão, mas esta não foi a
realidade encontrada, tanto que este fingimento irresponsável acabou lhe custando a
vida. De repente esta é a visão de muitos acerca da loucura – daqueles que não tem
contato com um doente mental, não possuem nenhum caso na família ou são
ignorantes acerca deste tema. Talvez pensem que ser louco é ser livre, afinal, o
louco pode fazer tudo o que quer, não possui super-ego. Não é controlado por
regras sociais, não tem limites no seu aparelho cognitivo. Mas no filme viu-se uma
tônica diversa. Percebeu-se as barreiras enfrentadas por estes pacientes, a
degradação da condição humana, o preconceito, o tratamento recebido, que muitas
vezes parecia ser apropriado a animais.
Outro ângulo de análise pode chamar a atenção para o tratamento oferecido
pela clínica, através dos profissionais, principalmente pela enfermeira Ratched. O
que faz médicos e enfermeiros tratarem pacientes com tamanho desamor? Pode-se
explicar pelo ano de lançamento do filme – 1975, que retrata um livro escrito em
1962, e argumentar que “hoje em dia não funciona mais assim”. Porém sabe-se que,
na prática, o tratamento para com deficientes mentais, principalmente em estado
severo, tanto por familiares quanto por profissionais não pode ser julgado como um
reflexo de compaixão, cuidado e expectativa por uma evolução positiva. Por mais
que a teoria tenha avançado, seja no diagnóstico, seja no tratamento –
principalmente medicamentoso – a práxis dá subsídio para espanto. Não pode-se
concluir, contudo, que seja fácil essa empreitada. Porém, a escolha por profissão
ligada a esse cuidado deve ser seguida de muita reflexão e estágio.
Outro prisma que pode ser estudado é o mantimento da ordem e da
harmonia. Por que é tão difícil mudar, arriscar, ser diferente? Platonicamente poder-
se-ia alterar o curso do filme, onde Randle estaria ensinando aqueles profissionais a
tratar seus colegas, talvez não clinicamente, mas humanamente. Talvez ele
estivesse mostrando que aquelas pessoas tivessem alma, desejos, passado e
futuro, e que seus cuidadores deveriam e poderiam lutar pelo progresso de seus
estados.
Em última forma, o filme desperta nos acadêmicos de Psicologia ebulições
nos sentimentos. Atuando como profissionais ou meramente como indivíduos
receptores e cooperadores na construção da sociedade e de tantas personalidades
ao seu redor, bem como na construção de si mesmo, é de relevância que se analise
as expetativas internas e externas para uma atuação profissional bem sucedida,
bem como para relações interpessoais dinâmicas e saudáveis.