14
Trabalho de Teorias da Personalidade. O Mal estar na civilização. Freud, S. Capituos IV a VIII Thais Cabral Cap IV Diante da necessidade de sobrevivência, o homem primitivo viu que seria mais vantajoso a união de seu trabalho com o de outros homens. Já a formação das famílias ocorre quando o homem para intensificar sua satisfação genital, conserva s fêmea ao seu lado, ou seja, seu objeto sexual. Já a fêmea, além do instinto de permanecer com os filhos, se vê obrigada por sua fragilidade, a unir-se ao macho mais forte. Patriarca, nessa família o vontade paterna era irrestrita. Já seus filhos chegam à conclusão de que uma combinação pode ser mais forte que um indivíduo isolado. Portanto, houve um fundamento duplo na vida comunitária dos seres humanos: a compulsão para o trabalho, criada pelo meio externo, e o poder do amor, fazendo com que o homem lute para não privar-se de seu objeto sexual, a mulher. Já na mulher, desperta uma repulsa a privação de uma parte da mesma, seu filho. Viver para, através do amor sexual, obter

Resenha mal estar na civilização

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Resenha do capítulo IV, V, VI, VII E VIII do livro "Mal estar na civilização" de Freud

Citation preview

Trabalho de Teorias da Personalidade.O Mal estar na civilizao. Freud, S. Capituos IV a VIIIThais CabralCap IV Diante da necessidade de sobrevivncia, o homem primitivo viu que seria mais vantajoso a unio de seu trabalho com o de outros homens. J a formao das famlias ocorre quando o homem para intensificar sua satisfao genital, conserva s fmea ao seu lado, ou seja, seu objeto sexual. J a fmea, alm do instinto de permanecer com os filhos, se v obrigada por sua fragilidade, a unir-se ao macho mais forte. Patriarca, nessa famlia o vontade paterna era irrestrita. J seus filhos chegam concluso de que uma combinao pode ser mais forte que um indivduo isolado. Portanto, houve um fundamento duplo na vida comunitria dos seres humanos: a compulso para o trabalho, criada pelo meio externo, e o poder do amor, fazendo com que o homem lute para no privar-se de seu objeto sexual, a mulher. J na mulher, desperta uma repulsa a privao de uma parte da mesma, seu filho. Viver para, atravs do amor sexual, obter felicidade, pode ser perigoso, portanto, as pessoas que optam por viver desta forma, acabam necessitando de alteraes mentais de grande alcance na funo do amor. O perigo est no fato de que, agindo dessa forma, o individuo se torna dependente de uma parte do mundo externo. A perda de seus objetos de desejo, expe o individuo a um profundo sofrimento. Portanto tais pessoas deslocam o que mais valoriza no ser amado para o fato de amar, voltam seu amor no para objetos isolados, mas para todos os homens. Esse amor que esteve presente nos primrdios da famlia continua a operar na civilizao, de variadas formas. Exercendo sua funo de reunir considerveis quantidades de pessoas, de forma mais intensa do que a que seria possvel sendo alcanado atravs do interesse pelo trabalho em comum. o amor genital que conduz a formao de novas famlias e o amor inibido em sua finalidade cria as amizades. O amor se coloca em oposio aos interesses da sociedade e a sociedade ameaa o amor com restries substanciais. A ligao entre os indivduos de uma mesma famlia inversamente proporcional facilidade destes mesmos, unirem-se aos outros fora da famlia. H uma oposio feminina ideia de civilizao, pois estas representam os interesses da famlia e da vida sexual e o trabalho de civilizao tem se mostrado cada vez mais masculino. O trabalho masculino mina as energias da libido e a mulher se sente relegada segundo plano pelas exigncias da sociedade. que nos nega a satisfao completa e nos faz percorrer outros caminhos para busca-la.Captulo V As pessoas conhecidas como neurticas, so aquelas que no podem tolerar frustraes da vida sexual. O neurtico cria satisfaes substitutivas para si, estas lhe causam sofrimento por si prprias, ou por consequncia, das dificuldades criadas eu seus relacionamentos com o meio ambiente e com a sociedade. Na relao entre dois indivduos, na qual o amor libidinal basta, onde um terceiro seria desnecessrio ou perturbador, no resta lugar para qualquer interesse pelo ambiente. Teoricamente o amor libidinal entre pares e o vnculo com o mundo externo pela fora do trabalho seriam suficientes, mas a civilizao visa unir os membros da sociedade de maneira libidinal tambm, e usa todos os artifcios para que dois indivduos sintam vontade de se unir.Uma pista para a origem da problemtica a antiga exigncia Amars teu prximo como a ti mesmo. Porm o amor s possvel quando h uma identificao com o ser amado, havendo a possibilidade deste amor, ser recproco. Seria injusto colocar desconhecidos no mesmo patamar, das pessoas que realmente so amadas, sendo que as mesmas valorizam este lugar. Porm, esse desconhecido pode gerar mais sentimento de dio do que de amor, apenas pelo fato de ser estranho. Partindo do pressuposto que o mesmo no se importa comigo, podendo fazer qualquer coisa para satisfazer seus impulsos, logo, deve-se agir de maneira recproca. Portanto, se s o fato de existir j impe que o individuo ame a todos, lhe restar apenas uma pequena parcela de amor. Dizendo praticamente a mesma coisa que o primeiro mandamento citado, o ama teu inimigo tambm incita o amor a algum, sem mritos que o faa merece-lo. A tica, desprezando o comportamento dos seres humanos classifica-as como boas ou ms. Portanto, enquanto essas diferenas no forem superadas, a obedincia s elevadas exigncias ticas, acarreta prejuzos aos reais objetivos da civilizao, por incentivar o mal. Todos esto dispostos a repudiar que Os homens so criaturas gentis que desejam ser amadas e que, no mximo, podem defender-se quando atacadas, levando a crer que os instintos do homem possuem uma quota de agressividade. Portanto prximo no s apenas um objeto sexual, mas tambm algum que os tenta a satisfazer sobre ele sua agressividade, a explorar sua capacidade de trabalho sem compensao. A tendncia para a agresso, presente em todos os humanos, o fator que mais perturba nossos relacionamentos com o prximo, acarretando em um elevado desgaste de energia. Com isso a sociedade civilizada se v constantemente ameaada pela desintegrao, tendo que se esforar veemente para estabelecer limites aos instintos agressivos, mantendo suas manifestaes controladas por formaes psquicas reativas. A restrio vida sexual e os mandamentos de amar ao prximo e ame teu inimigo, so mtodos usados para incitar nas pessoas identificaes e relacionamentos amorosos inibidos em sua finalidade. Para os comunistas, o homem naturalmente bom com seu prximo, porem a propriedade privada que o corrompe. Pois a mesma ao conceder poder ao indivduo, desperta nele o desejo de maltratar o prximo. Caso a propriedade privada fosse abolida, tudo seria de todos, tornando dispensvel a interpretao do outro como inimigo. Porm, a agressividade natural do homem, estando presente desde os primrdios dos homens, muito antes do conceito de propriedade ser criado. No fcil ao homem abandonar a satisfao dessa inclinao agresso gera. A coeso de um grupo se d a partir do momento em que h membros externos em quem possam descontar a agressividade, ai est o narcisismo das pequenas diferenas. Os grandes sacrifcios impostos pela sociedade, tal como pela sexualidade como pela agressividade, que tornam to difcil a vida em nossa civilizao. J para o homem primitivo, a situao mais favorvel, pelo fato de no haver restries aos seus instintos, porm os momentos de felicidade eram muito tnues. O homem civilizado abriu mo de parte de sua felicidade em detrimento de sua segurana.Captulo VI Como se expressou o poeta-filsofo Schiller So a fome e o amor que movem o mundo. No caso, a fome pode ser interpretada como os instintos de sobrevivncia, a auto preservao, j o amor est na busca por objetos, tendo como sua principal funo a preservao da espcie. Assim, ocasionando em um confronto mutuo entre os instintos objetais e os instintos do ego. Foi para referir-se energia dos ltimos, que o termo libido foi introduzido. O sadismo se diferencia dos outros instintos objetais, pelo fato de seu objeto estar distante de ser o amar. O sdico, obviamente permanece ligado aos instintos do ego, no podendo esconder sua afinidade com os instintos de domnio, que no possuem propsito libidinal. A neurose foi caracterizada ento como o resultado de uma luta entre o interesse da autopreservao e as exigncias da libido, luta da qual o ego saiu vitorioso, ainda que ao preo de graves sofrimentos e renncias. Conceito de narcisismo: o prprio ego se acha catexizado pela libido, o ego, na verdade, constitui o reduto original dela e continua a ser, at certo ponto, seu quartel-general. Essa libido narcsica direcionada para objetos, transformando-se em libido objetal, podendo retornar ao estado anterior. Ao lado do instinto, para preservar a substncia viva e para reuni-la em unidades cada vez maiores, deveria haver outro instinto, contrrio quele, buscando dissolver essas unidades e conduzi-las de volta a seu estado primevo e inorgnico. Esse instinto, seria o de morte, de destruio. O instinto de morte, por ser o mais oprimido, o mais difcil de observar. Parte deste sentido desviada ao mundo externo e vem luz como um sentido de agressividade, de destruio. Assim, o instinto pode levar o individuo a destruir algo ou algum organismo, ao invs de se autodestruir. instinto pode ser compelido a destruir algo ou algum organismo, ao invs de destruir a si mesmo. Sendo assim, toda tentativa de barrar essa agressividade estaria fadada a se tonar autodestruio. O desfrute narcsico acompanha a satisfao do instinto, devido ao fato de presentear o ego com a realizao de antigos desejos de onipotncia deste ltimo. Portanto o instinto de destruio, moderado e controlado, inibido em sua finalidade, deve se dirigir a objetos para proporcionar ao ego a satisfao de suas necessidades vitais de controle sobre a natureza. Portanto, a agresso uma disposio instintiva original e auto-subsistente, sendo a maior barreira civilizao. Logo a civilizao constitui um processo a servio de Eros, cujo propsito combinar indivduos humanos isolados, depois famlias e, depois ainda, raas, povos e naes numa nica grande unidade, a unidade da humanidade. Estas reunies devem estar libidinalmente ligadas umas s outras, a necessidade, as vantagens do trabalho no mantero a unidade. No entanto o instinto de agressividade inato do homem contra esse programa da civilizao. Este instinto de agressividade alm de derivado do instinto de morte seu principal representante. Civilizao tem seu significado originrio na luta entre Eros e a Morte, entre o instinto de vida e instinto de destruio. Portanto, todo individuo civilizado est fadado a viver com este eterno conflito dentro de si.Capitulo VIIFreud inicia o cap VII fazendo uma analogia entre os homens e animas para os diferenciar. Segundo o autor, ns jamais nos adaptaramos a sociedades tais como as das formigas, onde os indivduos tem um projeto de vida mecnico, operacional, cujo desenvolvimento cessou. Os sentimentos propriamente humanos o que nos difere. Abrindo assim caminho para discorrer sobre a o lugar do instinto destrutivo, que hipoteticamente deriva de um acrscimo de libido no homem primitivo, influenciando a institucionalizao das sociedades e posteriormente da civilizao, e tambm observa o papel coercitivo da civilizao que busca frear e inibir tal instinto.O modo com que a civilizao opera, leva o individuo a internalizar suas pulses destrutivas em prol da possibilidade de convvio com os demais, e levando a recair para si mesmo essa necessidade de destruio. O superego assume esse papel, tencionando a sua relao com o ego e provocando assim o que o autor chama de sentimento de culpa, ou seja, a culpa vem a tona a partir de um ao cujo individuo que a praticou sabe que foi algo errado. Muitas vezes esse sentimento surge mesmo que a ao nunca tenha sido posta em prtica.Esse julgamento de entre boas e ms aes, certo ou errado, desencadeado a partir de agentes externos expressado pelo medo da perda de um amor, e consequentemente a exposio ao perigo, contudo, pode-se perfeitamente seguir as pulses do ego, contanto que isso no seja descoberto por nenhuma autoridade evitando assim a perda do amor e exposio ao perigo, essa autoridade reconhecida pela criana atravs dos pais e no adulto pela sociedade como um todo. Porm, num segundo estagio, o superego se torna o senhor do ego e o expe a situaes que o leva a sofrer punies sociais. O superego est internalizado na conscincia e nada pode ser escondido dele, o que faz se extinguir a distino entre o certo e errado e tambm o medo de ser descoberto. Da a satisfao de suas pulses ocorre. A partir disso, o que vem a ser o infortnio, representado como a evidncia de frustraes externas, leva o sujeito a procurar sua essncia subjetiva, se reconhece enquanto ser pecaminoso se conscientiza e procura abstinncia e punio. Isso no ocorre frequentemente quando o sujeito se encontra numa posio favorvel em relao ao meio que vive. Mediante a isso, o destino toma o lugar do agente parental, e se o sujeito se depara com a m sorte, pelo fato dele no ser mais amado por esse poder supremo, algo que pode ser comparado a uma divindade. Usando de exemplos de religiosos, o autor lembra que grupos inteiros de pessoas, mesmo passando por grandes catstrofes no deixam de adorar seu deus, chegando ao ponto de ama-lo com maior intensidade, castigando-se e punindo-se para evitar mais infortnios.So essas as duas origens do sentimento de culpa, a primeira nascendo do medo da perda de um amor cujo sujeito dependente e a outra o medo do prprio superego, que exige no s a renuncia de suas pulses destrutivas mas tambm demanda punio. A infelicidade externa, juntamente com o desenvolvimento do superego, levou a uma internalizao da mesma, por meio do sentimento de culpa. Portanto, a severidade do superego est na nossa prpria punio contra o ego.Essa agressividade do superego deriva de outras duas fontes: o instinto agressivo do homem juntamente com coero externa que a civilizao nos impe, ou seja a dinmica entre os aspectos individuais do sujeito e a sua interao com o com os variados ditames culturais e sociais que lhe internalizado, alimenta a formao da conscincia e do superego.O sentimento de culpa devidamente acompanhado de outro sentimento reconhecido como remorso. Ele vem a partir da conscientizao de que os atos cometidos pelo sujeito e tambm aqueles que nem se quer so postos em pratica so errados, e aparece depois que o dio expressado atravs instinto de agresso saciado o remorso aparece como a reinstaurao do amor ao primeiro plano. Esses mltiplos sentimentos so responsveis pela instaurao da civilizao posto que o amor responsvel pela convivncia em grupo, influenciando diretamente o sentimento de culpa que o meio para que isso ocorra.Capitulo VIIIEncerrando com o cap VIII, o autor eleva a importncia do sentimento de culpa no problema da civilizao, ou seja, para que possamos viver em sociedade, essencial pagar um preo caro, a infelicidade causada pelo aumento das represses das pulses atravs por meio da culpa. Esse sentimento pode ficar inconsciente ou aparecer como um certo mal-estar. O papel desempenhado pelo superego uma espcie de auto viglia s pulses do ego e tambm um juiz das aes praticadas e pretendidas pelo sujeito. Portanto o instinto destrutivo do homem se ope a vida em sociedade e ao mesmo tempo a sociedade o reprime causando culpa por no poder se satisfazer plenamente causando uma grande inquietao nos indivduos que traduzida como um mal estar.