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Resenha BECK, Ulrich. Sociedade de risco: rumo a uma outra modernidade. São Paulo: Ed. 34, 2010. Ulrich Beck, sociólogo alemão centra seus estudos nas temáticas de globalização, individualização, modernização, problemas ambientais, sociedade do risco, entre outros. Sendo sua obra Sociedade de risco: rumo a uma outra modernidade de relevância para a contemporaneidade. Sua obra é uma imersão a sociologia política. Aqui analisaremos a Parte I de seu livro intitulada: No vulcão civilizatório: os contornos da sociedade de risco. Nesta o autor assegura que a produção social de riqueza na modernidade está ligada a produção de riscos. Esta ligação está associada a duas condições historicamente dadas: a primeira surge por intermédio das forças produtivas sejam elas humanas e tecnológicas. Na segunda o autor pontua que tal mudança ocorre em razão de que em função da crescente força produtiva consequência do processo de modernização, possuem como resultado auto riscos. É interessante como o autor estabelece a ligação entre a definição de sociedade industrial ou de classes com a divisão de riquezas, que é feita de forma desigual, porém dentro dos parâmetros legais. A modernização em Beck não é apenas seu tema, mas é por ele problematizado. No bojo da modernização emerge os riscos e estes são gerais atingindo todas as classes. Estes ameaçam à natureza, à saúde, à alimentação. Portanto, nota-se que as sociedades de risco não são sociedades de classes, muito menos seus conflitos. Os riscos da modernização são convergentes da globalização. A produção industrial acompanha um universo de ameaças, não importando os locais de onde estão, pois, estão interligadas derrubando fronteiras. Com a generalização dos riscos da modernização, não podemos falar em termos de classe na concepção marxista. Vale a pena continuar acabando natureza em nome do progresso? Esta é a questão que Beck nos faz refletir. Lembrando que isto ultrapassa a classe social, mesmo que ainda haja algum tipo de privilégio, mais cedo ou mais tarde ele findará.

resenha parte I e II BECK Ulrich Sociedade de Risco Rumo a Uma Outra Modernidade

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resenha parte I e II do livro de BECK, Ulrich. Sociedade de risco: rumo a uma outra modernidade

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Page 1: resenha parte I e II BECK Ulrich Sociedade de Risco Rumo a Uma Outra Modernidade

Resenha

BECK, Ulrich. Sociedade de risco: rumo a uma outra modernidade. São Paulo: Ed. 34, 2010.

Ulrich Beck, sociólogo alemão centra seus estudos nas temáticas de globalização, individualização, modernização, problemas ambientais, sociedade do risco, entre outros. Sendo sua obra Sociedade de risco: rumo a uma outra modernidade de relevância para a contemporaneidade. Sua obra é uma imersão a sociologia política.

Aqui analisaremos a Parte I de seu livro intitulada: No vulcão civilizatório: os contornos da sociedade de risco. Nesta o autor assegura que a produção social de riqueza na modernidade está ligada a produção de riscos. Esta ligação está associada a duas condições historicamente dadas: a primeira surge por intermédio das forças produtivas sejam elas humanas e tecnológicas. Na segunda o autor pontua que tal mudança ocorre em razão de que em função da crescente força produtiva consequência do processo de modernização, possuem como resultado auto riscos. É interessante como o autor estabelece a ligação entre a definição de sociedade industrial ou de classes com a divisão de riquezas, que é feita de forma desigual, porém dentro dos parâmetros legais.

A modernização em Beck não é apenas seu tema, mas é por ele problematizado. No bojo da modernização emerge os riscos e estes são gerais atingindo todas as classes. Estes ameaçam à natureza, à saúde, à alimentação. Portanto, nota-se que as sociedades de risco não são sociedades de classes, muito menos seus conflitos. Os riscos da modernização são convergentes da globalização. A produção industrial acompanha um universo de ameaças, não importando os locais de onde estão, pois, estão interligadas derrubando fronteiras. Com a generalização dos riscos da modernização, não podemos falar em termos de classe na concepção marxista. Vale a pena continuar acabando natureza em nome do progresso? Esta é a questão que Beck nos faz refletir. Lembrando que isto ultrapassa a classe social, mesmo que ainda haja algum tipo de privilégio, mais cedo ou mais tarde ele findará.

A II Parte do livro de título: Individualização da desigualdade social: sobre a destradicionalização das formas de vida da sociedade industrial, amplia as dimensões da sociedade de risco. Beck avalia as transformações estrutura social no que concerne a classes sociais, questões de gênero, paternidade, entre outros. Nota-se que para o autor a virada para o século XXI desencadeou mudanças incomensuráveis na vida social, inclusive privada, sendo estas, transformações advindas da modernidade. Ao abordar o conceito de individualização a analisada a partir do contexto da modernidade e coloca o sujeito como componente essencial das ações no mundo. Os indivíduos teriam em sua interpretação controle e responsabilidade sobre as ameaças, sendo também seus produtores diretos. Os avanços tecnológicos e a globalização são uma das principais características desta modernidade. Destarte, Beck reflete e nos leva a pensar a sobre o papel da ciência na produção do conhecimento acerca dos riscos.

Numa era de incertezas Beck é atual e provocador colocando seu leitor em contato com a realidade concreta e problematizado sua existência através de seus atos.