resíduos de agrotóxicos em alimentos - implicações para a saude publica e meio ambiente

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PONTIFCIA UNIVERSIDADE CATLICA DE GOIS PROGRAMA DE PS-GRADUAO EM BIOCINCIAS FORENSES Resduos de agrotxicos em alimentos: implicaes para sade pblica e meio ambienteFernanda Leivas Ferro Costa Daniela Buosi Rohlfs Biloga. Aluna da Ps-Graduao em Biocincias Forenses, pela Universidade Catlica de Gois/IFAR. Orientadora: Engenheira Florestal. Universidade de Braslia, UnB, Brasil; Mestre em Cincias Florestais Universidade de Braslia, UnB, Brasil; atuando como Coordenadora Geral de Vigilncia em Sade Ambiental do Ministrio da Sade; [email protected]

Resumo Este trabalho uma reviso sobre estudos relativos ao crescente avano do uso de agrotxicos no Brasil, suas implicaes na sade humana e no meio ambiente. Apresenta, ainda, os programas de controle dos nveis de resduos destes compostos qumicos em alimentos por meio do Programa de Anlise de Resduos de Agrotxicos em Alimentos (PARA), feito pela Agncia de Vigilncia Sanitria (ANVISA), e o nmero de casos de intoxicao registrados no Sistema Nacional de Informaes Txico-Farmacolgicas (SINITOX) vinculado a Fundao Oswaldo Cruz (FIOCRUZ). Verificou-se que existe relao direta do uso indiscriminado de agrotxicos com a resistncia de pragas em geral, doenas crnicas, mortes e degradao ambiental. Palavras-chave: Agrotxicos. Alimentos. Resduos. Contaminao. Sade pblica.

Pesticides residuals in food: implications to public health and to the environment

Abstract The objective of this paper is to present a review of studies related to the increasing use of pesticides in Brazil, its implications to human health and to the environment, as well as residual level control programs of chemical compounds in food through PARA-Programa de Anlise de Resduos de Agrotxicos em Alimentos, performed by ANVISA-Agncia de Vigilncia Sanitria- and the number of intoxication cases through SINITOX-Sistema Nacional de Informaes Txico-Farmacolgicas- vinculated to FIOCRUZ-Fundao Oswaldo Cruz. It was verifild that there is a direct relation of the indiscriminated pesticide use with pragues resistence in general, chronical diseases, living beings deaths and environmental degradation. Key-words: Pesticides. Food. Residuals. Contamination. Public health.

1 Introduo

O Brasil, segundo matria do jornal Estado com base em estudo da consultoria alem Kleffmann Group, em 2009, foi o maior mercado de agrotxicos do mundo. O levantamento foi encomendado pela Associao Nacional de Defesa de Vegetal (Andef), que representa os fabricantes, e mostra que essa indstria movimentou no ano passado US$ 7,1 bilhes, ante US$ 6,6 bilhes do segundo colocado, os Estados Unidos. Segundo a Lei 7802/89, no seu artigo 2, inciso I, so considerados agrotxicos e afins todos os produtos e agentes de processos fsicos, qumicos ou biolgicos usados na rea agrcola, na proteo florestal, em outros ecossistemas e em reas urbanas com o objetivo de combater pragas ou doenas causadas pela ao danosa de seres vivos considerados nocivos. Segundo Conway (2003), quanto classificao os agrotxicos podem ser diferenciados de acordo com a sua ao especfica em: pesticidas (combatem pragas em geral), Fungicidas (agem sobre fungos), Herbicidas (impedem o crescimento de ervas daninhas), Rodenticidas (combatem ratos e roedores em geral), Acaricidas (para o extermnio de caros), molusquicidas (agem sobre moluscos, principalmente utilizado no combate contra o caramujo da esquistossomose), Algicidas (eliminao de algas) entre outros; J a classificao de acordo com o grupo qumico inclui como os principais os organoclorados, cloro-fosforados, piretrides, organofosforados e os carbamatos que sero explicados mais adiante no tpico sobre pesticidas e seus reflexos para a sade humana. Quanto ao grau de toxicidade referente aos resultados de testes ou estudos realizados em laboratrios, estabelecidos pela portaria n3/MS/SNVS, de 16 de janeiro de 1992, da Agncia de Vigilncia Sanitria (ANVISA), os agrotxicos podem ser tambm classificados como: I-Extremamente txico; II-Altamente txico; III-Medianamente txico; IV-Pouco txico. E ainda por determinao legal, os pesticidas devem apresentar no rtulo uma faixa colorida indicando a sua classe toxicolgica a seguir: Classe I-Extremamente txicos (faixa vermelha); Classe II-Altamente txicos (faixa amarela); Classe III-Medianamente txicos (faixa azul); Classe IV-Pouco txicos (faixa verde) Este trabalho busca demonstrar o crescente avano do uso de agrotxicos no Brasil, suas implicaes na sade humana e no meio ambiente e os programas de controle dos nveis de resduos destes compostos qumicos em alimentos e nmeros de casos de intoxicao.

2 Metodologia

Para a construo deste trabalho de reviso bibliogrfica, foram selecionados livros, artigos e leis tendo como descritor de busca: agrotxicos. A reviso foi realizada com artigos publicados a partir do ano 2000 ao ano de 2010, pesquisados na base de dados da Bireme, por meio dos servios da Medline, Scielo e Lilacs. Tambm foram acessadas as bibliotecas virtuais das Universidades Federias de Braslia, So Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul, alm da Universidade de Campinas.

3 Discusso3.1 Breve histrico sobre os agrotxicos no Brasil

Os agrotxicos comearam a ser utilizados no Brasil na dcada de 40, inicialmente para controlar doenas endmicas, tal como a doena de Chagas, Malria e Febre Amarela. O uso de compostos organoclorados, entre eles o DDT, comea a ocorrer tambm neste mesmo perodo visando o combate a doenas e pragas nas atividades agrcolas e pecurias (ALVES FILHO, 2002). Primeiramente, a introduo destes pesticidas se preocupava somente com o aumento da produtividade para acompanhar a demanda populacional e o controle de pragas e vetores, sem observar as conseqncias para o meio ambiente e para a sade humana (CONWAY, 2003). A partir da dcada de 70 ocorre poltica de estmulo do crdito agrcola no Brasil, financiando agricultores e condicionando o emprstimo ao uso de insumos, entre eles os agrotxicos muitas vezes desnecessrios a plantao. Comeam a aparecer os primeiros casos de contaminao ambiental e problemas de sade associados ao uso excessivo e desordenado dos agrotxicos, principalmente intoxicaes de trabalhadores rurais, contaminaes de solos e guas, alm da constatao de resduos qumicos em alimentos cultivados com estes compostos (LIMA, 2008). No final dos anos 1980, devido a essas informaes, vrios estudos com relao ao uso dos pesticidas em geral so feitos no Brasil, visando s adequaes necessrias para enfrentar corretamente o problema das pragas.(ALVES FILHO, 2002)

De acordo com Alves Filho (2002), alguns estudos comprovaram que o aumento do uso de agrotxicos em determinadas culturas, aumentou consideravelmente o nmero de pragas, surgindo inclusive outras espcies igualmente danosas respectiva cultura. Ainda na dcada de 1980, o Brasil procura implementar um novo mtodo de controle de pragas j em uso em outros pases, o Manejo Integrado de Pragas, combinao de mtodos levando-se em considerao princpios ecolgicos, econmicos e sociais para a localidade afetada. So feitas discusses polticas e construdos novos instrumentos legais, entre eles a nova Constituio Brasileira e a Lei 7802/1989 que dispe sobre a regularizao, o descarte e o uso em geral de agrotxicos, com esta Lei os agrotxicos para serem comercializados precisam da obteno de um registro onde so avaliados quanto aos aspectos de impactos ao meio ambiente, sade humana e eficcia agronmica (ALVES FILHO, 2002). Responsveis pela execuo e fiscalizao para utilizao desses compostos qumicos no Brasil so criados ou passam a ter competncias sobre o tema agrotxico, entre eles o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renovveis (IBAMA), Ministrio do Meio Ambiente, Ministrio da Sade, Ministrio da Agricultura e Pecuria e Agncia de Vigilncia Sanitria (ANVISA, 2010). Alguns compostos qumicos comeam a ser proibidos no Brasil ou a ter o seu uso restrito, como o caso dos pesticidas organoclorados que a partir de 1985 por meio da portaria Federal n 329/85, do Ministrio da Agricultura, sendo permitido apenas para as campanhas de controle epidemiolgico e o uso de Endossulfan para lavouras de caf, cacau, algodo e soja. Segundo dados da Anvisa (2010) h crescimento da importao desses agrotxicos medida que eles so proibidos em seus pases. Temos como exemplos de agrotxicos que aumentaram seu consumo no Brasil aps serem banidos em outros pases o Paration (banido da China em 2006), o Carbofuran (banido na Unio Europia em 2005) e o Paraquate (banido pela Unio Europia em 2006). Com relao ao quadro de vendas de agrotxicos no Brasil, as indstrias de agrotxicos em 2009 negociaram 1,06 milho de toneladas de pesticidas sendo que em 2008 foram comercializadas 986,5 mil toneladas, comprovando que a utilizao de defensivos agrcolas no Brasil bateu recorde no ano de 2009. O aumento de produtos utilizados foi de 7,6% (SINDAG, 2010) Atualmente, de acordo com dados da Anvisa, o Brasil o maior consumidor de agrotxicos do mundo e tem o maior mercado destes produtos em mbito mundial com 107 empresas autorizadas para registro de seus compostos qumicos, respondendo por 16% do

mercado mundial. A importao de agrotxicos em nosso Pas cresceu 236% entre 2000 e 2007 (ANVISA, 2010). O faturamento anual com a venda de agrotxicos no Brasil chega a US$ 5 bilhes e representa 84% do mercado da Amrica Latina (ANVISA, 2010).

3.2 Agrotxicos proibidos no Brasil

De acordo com a Agncia Nacional de Vigilncia Sanitria (ANVISA, 2010), at o ano de 2008 no Brasil haviam sido registrados 1.174 agrotxicos. O programa de reavaliao desses compostos qumicos em operao desde 2001, realizado em parceria com a Fundao Oswaldo Cruz - Fiocruz, proibiu cinco ingredientes ativos que entram na fabricao direta de 80 agrotxicos e restringiram o uso de outros 27 ingredientes ativos usados em cerca de 210 agrotxicos. Entre 2002 e 2006 os cinco ingredientes ativos proibidos pela Anvisa foram: Benomil, Heptacloro, Monocrotofs, Lindano e Pentaclorofenol. Atualmente, existem cerca de 90 ingredientes ativos proibidos (para agrotxicos, domissanitrios e preservantes de madeira), alguns deles so: Aldrin, BHC, Bromofs-etlico, Butacloro, Butilato, Carbofenotiona, Clorobenzilato, 2,4 DB, DDT, Dicrotofs, Endrin, EPTC, Fosfamidona, IBP, Karbutilate, Manebe, Metoxicloro, Paration, Pebulato, Pentaclorofenol, Tiocarbazil e Zineb (Anvisa, 2010). J outros tiveram restrio de uso: Captana, Folpete, Carbendazim, Clorpirifs e Metamidofs (ANVISA, 2010). Em fevereiro de 2010, a Anvisa recomendou o banimento dos agrotxicos metamidofs e triclorfom e a restrio de uso para o fosmete, propondo a alterao de sua ingesto diria aceitvel (IDA) de 0,01 mg/Kg p.c. para 0,005 mg/Kg p.c. e sua classificao toxicolgica passando para extremamente txico, com sua aplicao somente por meio de trator. O metamidofs j teve seu uso proibido na China, Paquisto, Costa do Marfim, Japo, Indonsia, Samoa, Estados Unidos, Unio europia, entre outros, quanto ao triclorfom seu uso foi proibido na Comunidade Europia (ANVISA, 2010). Segundo a Anvisa (2010), existem 431 ingredientes ativos autorizados para serem utilizados como agrotxicos no Brasil de acordo com a cultura especfica, sendo que 14 desses ingredientes esto em reavaliao toxicolgica devido ao alerta de perigo desses compostos para a sade humana. A molcula cihexatina, usada por citricultores, deve ser retirada do mercado brasileiro at 2011.

A Anvisa recomendou tambm o banimento das substncias acefato (usado nas culturas de algodo, amendoim, feijo, couve, rosa, melo entre outros), metamidofs, (usado para as culturas de soja, trigo, feijo, algodo, batata, entre outros), endossulfan ( utilizado em culturas de algodo, cacau, caf, cana-de-aucar e soja) e triclorfom (abacaxi, abbora, ameixa, caf, caju, cenoura, ervilha, milho,pepino, pimento, tomate, uva entre outros). O fosmete (usado para culturas de citrus, ma e pssego) tem indicao de permanncia mas com severas restries de uso. O uso e a comercializao de produtos base do ingrediente ativo aldicarbe somente esto autorizados para os Estados da Bahia, Minas Gerais e So Paulo para agricultores certificados e propriedades cadastradas pelas empresas fabricantes (ANVISA, 2010). O emprego de agrotxicos nos Estados do Esprito Santo, Gois, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, So Paulo, Paran, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, e Tocantins corresponde a 70% do total utilizado no Pas (SOUZA, 2006) 3.3. Programa de Anlise de Resduos de Agrotxicos em Alimentos -PARA O Programa de Anlise de Resduos de Agrotxicos em Alimentos (PARA) teve seu incio em 2001, com o objetivo de avaliar os nveis de resduos de agrotxicos nos alimentos in natura que chegam aos consumidores. As anlises do PARA tem como parmetro o limite mximo de resduo (LMR) que a quantidade de resduo legalmente aceita no alimento, conforme aplicao correta do produto no campo (ANVISA, 2010). Segundo o PARA de 2009, foram investigados at 234 ingredientes ativos de agrotxicos dependendo da cultura analisada. Foram monitorados 20 (vinte) alimentos: Abacaxi, Alface, Arroz, Banana, Batata, Cebola, Cenoura, Feijo, Laranja, Ma, Mamo, Manga, Morango, Pimento, Repolho, Tomate, Uva, Couve, Beterraba e Pepino. Na tabela 1 sero mostrados alguns ingredientes ativos em reavaliao pelo PARA que foram encontrados nas anlises de alimentos.

Tabela 1 - Principais substncias em reavaliao encontradas em anlises do PARA 2009 Ingrediente ativo Endossulfan Problemas relacionadosSuspeita de desregulao endcrina e toxicidade reprodutiva Neurotoxicidade, suspeita de carcinogenicidade e de toxicidade reprodutiva Neurotoxicidade

Indicao da reavaliaoBanimento do uso no Brasil

Exemplos de pases em que proibido45 pases, destacando-se, Unio europia e Estados Unidos Unio Europia entre outros

Principais culturas onde so encontradospepino, pimento e beterraba

Acefato

Banimento do uso no Brasil

cebola e cenoura

Metamidofs

Banimento do uso no Brasil

37 pases destacando-se Unio Europia e Estados Unidos

pimento, tomate, cebola e alface

Fonte: Anvisa, 2010

No grfico a seguir temos alguns resultados insatisfatrios em amostras de alimentos com ingredientes ativos em reavaliao.

Fonte: Anvisa, 2010

Na tabela 2 so apresentados os resultados obtidos pelo PARA 2009 em alimentos testados, comprovando o uso de ingredientes ativos (IAs) banidos e/ou com registros excludos pela Anvisa.

Tabela 2 - Resultados com IAs banidos e/ou com registros excludos ProdutoAbacaxi Arroz Feijo Ma Mamo Morango Uva Total Fonte: Anvisa, 2010

Amostras analisadas145 162 164 170 170 128 165 1130

Ingrediente ativoHeptenofs Clortiofs PBO (piperonyl butoxide) Dieldrina Azinfs-metlico Mirex Parationa-etlica Monocrotofs

Resultados insatisfatrios1 1 10 1 3 11 4 1 32

Tabela 3 - Amostras insatisfatrias por Unidades FederativasUF Coleta AC AM AP BA CE DF ES GO MA MG MS MT PA PB PE PI PR RJ RN RO RR RS SC SE TO Geral Analisadas 126 116 105 127 125 134 137 132 135 134 126 95 126 119 127 119 140 133 139 132 74 137 136 125 131 3130 Insatisfatrio 40 30 29 41 40 33 40 39 35 39 33 25 40 35 38 40 48 40 33 37 22 37 45 39 29 907 % Insatisfatrios 32% 26% 28% 32% 33% 25% 29% 30% 26% 29% 26% 26% 32% 29% 30% 34% 34% 30% 24% 28% 30% 27% 33% 31% 22% 29%

Fonte: Anvisa, 2010

As principais irregularidades encontradas nas amostras analisadas foram: a presena de ingredientes ativos acima dos limites mximos de resduos permitidos (LMR), o que ocorreu em 88 amostras, a utilizao de agrotxicos no autorizados para a cultura em 744 amostras e em 75 amostras a presena simultnea das duas irregularidades citadas anteriormente. Do total, 29% das amostras foram consideradas insatisfatrias (ANVISA, 2010). Os piores resultados em relao s culturas analisadas foram: pimento com 80% das amostras insatisfatrias; uva com 56,4% das amostras insatisfatrias; pepino com 54,8% e o

morango com 50,8% das amostras insatisfatrias. A cultura da batata apresentou o melhor resultado com apenas 1,2 % de irregularidades nas amostras analisadas. Trs substncias em reavaliao no Brasil foram encontradas em grande quantidade nas culturas analisadas, caso do Endossulfan presente nas amostras de pepino e pimento; o acefato na cebola e cenoura e o metamidofs presente no pimento, tomate, alface e cebola (ANVISA, 2010). 3.4. Agrotxicos e seus reflexos para a sade humana De acordo com Moreira e colaboradores (2002), existem trs vias principais responsveis pela contaminao direta em humanos por agrotxicos: 1. Via ocupacional que caracterizada pela intoxicao do grupo de trabalhadores que lidam diretamente com os praguicidas. Este tipo de contaminao responsvel por mais de 80% dos casos de intoxicao por agrotxicos. 2. Via ambiental que caracterizada pela distribuio ou disperso dos agrotxicos contaminando todos os segmentos ambientais, tais como: lenis freticos, rios, crregos, lagos, solos, contaminao atmosfrica por meio da pulverizao e contaminao da fauna e da flora. 3. Via alimentar que tem como caracterstica a contaminao por agrotxicos devido ingesto de produtos com resduos destes compostos qumicos, esta via atinge, portanto, uma parcela maior da populao urbana, que so os consumidores (SOUZA, 2006). Alguns dos principais grupos qumicos em que esto divididos os agrotxicos e aonde eles agem no corpo humano esto descritos a seguir: Organofosforados Formado apenas por steres de cido fosfrico e outros cidos base de fsforo. Foram desenvolvidos na dcada de 40 e os primeiros a substiturem os organoclorados. So mais txicos que os Carbamatos e que os agrotxicos clorados em relao toxidade aguda, porm se degradam rapidamente e no se acumulam nos tecidos gordurosos. Tambm atuam inibindo a enzima colinesterase na transmisso dos impulsos nervosos, em especial na Acetilcolisneterase (AChE), provocando a potencializao e persistncia dos estmulos nervosos por meio do acumulo da Acetilcolina (ACh) nas junes neuromusculares (FUNASA, 2010).

Utilizados principalmente em residncias, sendo entre os inseticidas o de maior causa de bitos. Deixam sequelas neurolgicas e a tendncia ao suicdio conhecida entre os manipuladores diretos e usurios deste composto. Fazem parte deste grupo os Metamidofs, Malation, Fosmete, Paration etlico, Paration metlico, Monocrotophs, Rodival, Acefato, Forato, Metil demetom, entre outros (ANVISA, 2010). Os sinais de intoxicao aguda devido exposio aos organofosforados incluem transtornos de viso, vmitos, ansiedade, confuso mental, hipertenso arterial, efeitos neurolgicos diversos e at mesmo a morte. A exposio crnica tem sido relacionada ao cncer, efeitos teratognicos, esterilidade, aborto espontneo e deficincia cognitiva (SOUZA, 2006). Cloro-fosforados Possuem um stere de cido fosfrico e outros cidos base de cloro sendo que um dos radicais da molcula possui tambm um ou mais tomos de cloro. Podem provocar a morte imediata em humanos, pois possuem toxidez aguda atuando na enzima colinesterase (fundamental ao sistema nervoso central) e nas transmisses de impulsos nervosos. Exemplos de alguns agentes deste grupo so os Bromofs, e Triclorfon (ANVISA, 2010; FUNASA 2010). Organoclorados So compostos que possuem em sua molcula um ou mais tomos de cloro, causam efeitos patolgicos ao longo prazo interferindo nas transmisses dos impulsos nervosos. Desenvolvidos principalmente na segunda guerra mundial para proteo contra a malria, tifo e outras molstias provocadas por insetos e para o controle de pragas nas lavouras. No Brasil alguns de seus ingredientes ativos foram proibidos desde a dcada de 80 e outros tiveram seu uso restringido (ANVISA, 2010; FUNASA 2010). Podemos citar como pertencentes a esse grupo o DDT (Diclorodifeniltricloroetano), DDE (Diclorodifenildicloroetileno), DDD ( Dicloro difenilcloroetano), Endossulfan, Aldrin, Dieldrin, HCH (Hexaclorociclohexano), Mirex, -clordano, Lindane, Heptacloro, Pentaclorofenol e Clordane (ANVISA, 2010; FUNASA 2010). Neste grupo alguns so considerados como poluentes orgnicos persistentes (POPs). Os POPs so compostos altamente estveis e persistentes no ambiente por longo tempo, podem migrar por grandes distncias causando srios efeitos na sade humana e animal. Podem ser gerados acidentalmente como produtos secundrios em processos industriais e de

combusto e representam uma classe especial de problema para a sade e para o meio ambiente. Em humanos os POPs esto relacionados com mal formaes congnitas, cnceres, problemas de fertilidade, psicomotores, diminuio da inteligncia e mais suscetibilidade para doenas em geral (ANVISA, 2010). As crianas e os fetos ficam especialmente vulnerveis via placenta e leite materno, pois em lactantes, o leite materno pode se tornar a principal via excretora de compostos qumicos persistentes, sendo a maioria desses compostos lipoflicos (possuem grande solubilidade nas gorduras), armazenando-se no organismo principalmente em tecido adiposo (MESQUITA, 2001). Os 12 POPs reconhecidos internacionalmente como os mais perigosos so os praguicidas Aldrin, Clordane, DDT, Dieldrin, Endrin, Heptaclor, Mirex e Toxafeno, como qumicos industriais temos o Hexaclorobenzeno (HCB) e os PCBs (Bifenilas policloradas) e como produtos secundrios temos as Dioxinas e Furanos (FUNASA, 2010). Piretrides So derivados das flores de piretro usados desde a antiguidade, tem grande potencial de atuao e baixa taxa residual. Com a descoberta da aletrina na dcada de 30, a molcula natural presente na flor foi sendo substituda pelos piretrides sintticos um pouco mais estveis e com excelente ao inseticida (FUNASA, 2010). Surgiram em mbito comercial a partir de 1976 sendo bastante empregados na agricultura e na rea de sade devido sua alta eficincia usando-se pequena quantidade do produto com menor contaminao do ambiente. A maioria dos piretrides agem nos insetos por contato e ingesto provocando imediata inibio de seu sistema nervoso (ANVISA, 2010; FUNASA, 2010) Os piretrides no atuam sobre as colinesterases, seu campo de ao sobre as membranas das clulas nervosas. Apresentam baixa e mdia toxicidade em humanos e em animais domsticos, so pouco txicos via inalao, podendo ter algum risco se ingerido. So rapidamente metabolizados e excretados pela urina, podem causar alergias em contato com a pele. Tm alta mortalidade entre os agentes polinizadores, como as abelhas. Os principais compostos deste grupo so a Cipotrina, Fenvalerato e a Permetrina (ANVISA, 2010; FUNASA, 2010).

Carbamatos So compostos por steres de cido metilcarbnico ou dimetilcarbnico. Se degradam rapidamente e no se acumulam nos tecidos gordurosos (ANVISA, 2010; FUNASA, 2010). Comparativamente aos pesticidas organoclorados e organofosforados, os carbamatos possuem toxicidade aguda mdia, atuam tambm na inibio da enzima colinesterase (ANVISA, 2010). Em relao aos humanos seus efeitos so altamente cancergenos, motivo pelo qual muitos desses produtos qumicos foram proibidos em diversos pases. Exemplos de carbamatos: Carbofuran, Carbosulfan, Mexocarbato e Aldicarbe (FUNASA, 2010). Os nveis aceitveis de alguns destes compostos qumicos no corpo humano esto dispostos na tabela 4 a seguir segundo os ingredientes ativos (IAs) destinados ao uso agrcola, domissanitrio (saneantes destinados ao uso domiciliar), no agrcola, ambientes aquticos e preservantes de madeira e a sua respectiva ingesto diria aceitvel (IDA) que a quantidade mxima que ingerida diariamente durante toda a vida do indivduo, parece no oferecer risco aprecivel sade, de acordo com os conhecimentos atuais. (ANVISA, 2010). Tabela 4 Ingesto Diria Aceitvel (IDA) de alguns ingredientes ativos (Ias)Ingrediente Ativo (IA) IDA (mg/Kg p.c) Grupo Qumico Classe Classificao Toxicolgica

Acefato Aldicarbe

0,03 ---

Organofosforado Metilcarbamato de oxina Triazolinona Triazina Metilcarbamato de benzodioxol Organofosforado Organofosforado Dicarboximida Metilcarbamato de naftila Metilcarbamato de benzofuranila Metilcarbamato de benzofuranila Piretride Organofosforado

Amicarbazona Atrazina Bendiocarbe Bromofs Cadusafs Captana Carbaril Carbofuran

0,02 ------0,0003 0,1 0,003 0,002

Inseticida acaricida Inseticida Acaricida Nematicida Herbicida Herbicida Emprego domissanit rio Inseticida Inseticida Nematicida Fungicida Inseticida Inseticida Cupinicida Acaricida Nematicida Inseticida Acaricida Nematicida Inseticida Inseticida Formicida Acaricida

Classe III Classe I Classe III Classe III Classe I Classe II Classe I Classe IV Classe II Classe I

Carbosulfan Beta-cipermetrina Clorpirifs

0,01 0,01 0,01

Classe II Classe III Classe II

2,4-D Dicloreto de paraquate Diclorvs Endossulfan Esfenvalerato Fenvalerato Forato Fosmete Glifosato Hexaconazol Iprodiona Malationa Mesossulfurommetlico Metamidofs Metiocarbe Parationa metlica Permetrina

0,01 0,004 --0,006 0,02 0,02 0,0005 0, 01 0,042 0,005 0,06 0,3 1,0 0,004 0,02 0,003 0,05

cido ariloxialcanico Bipiridlio Organofosforado Clorociclodieno Piretride Piretride Organofosforado Organofosforado Glicina substituda Triazol Dicarboximida Organofosforado Sulfoniluria Organofosforado Metilcarbamato de fenila Organofosforado Piretride

Herbicida Herbicida Inseticida Acaricida Inseticida Nematicida Inseticida biolgico Inseticida Acaricida Acaricida Nematicida Inseticida Inseticida Acaricida Herbicida Fungicida Fungicida Inseticida Acaricida Herbicida Inseticida Acaricida Inseticida Inseticida Acaricida Inseticida Formicida Fungicida Inseticida Inseticida

Classe I Classe I Classe II Classe I Classe II Classe II Classe I Classe II Classe IV Classe III Classe IV Classe III Classe II Classe I Classe II Classe I Classe III

Quintozeno 0,01 Cloroaromtico Classe III Tebupirinfs 0,0002 Organofosforado Classe I Tiacloprido 0,01 Neonicotinide Classe II Fonte Anvisa, 2010 (---) Dado numrico no disponvel IDA (Ingesto Diria Aceitvel)- expressa em mg do agrotxico por Kg de peso corpreo (mg/Kg p.c.)

Deve ser ressaltado que a tolerncia a estes compostos varia de pessoa para pessoa, portanto, o que pode ser tolervel para um indivduo em outro pode ocasionar uma srie de problemas de sade (FUNASA,2010). A intoxicao por esses agentes qumicos pode ser aguda (curto prazo) quando a exposio com pouca durao e a absoro do agente txico rpida; subaguda (mdio prazo) quando as exposies aos compostos qumicos so frequentes ou repetitivas por um perodo de vrios dias ou semanas antes que os sintomas apaream e a intoxicao crnica (longo prazo) quando ocorrem exposies repetidas por um longo perodo de tempo (FUNASA, 2010).

Em mbito internacional as avaliaes de risco toxicolgico de compostos qumicos para a sade humana, podem ser encontradas na Agency for Toxic Substances and Disease Registry ATSDR (ATSDR, 2010). De acordo com a Anvisa (2010), estudos cientficos feitos com metamidofs relacionam o seu uso a problemas no sistema endcrino, reprodutor e desenvolvimento embrio fetal. Quanto ao triclorfom est relacionado a hipoplasia cerebelar e efeitos adversos sobre a reproduo e sistema hormonal humano. J o fosmete considerado neurotxico e capaz de provocar a sndrome intermediria, caracterizada por fraqueza e insuficincia respiratria. No Brasil os dados sobre intoxicao humana pelos agrotxicos so disponibilizados pelo Sistema Nacional de Informaes Txico-Farmacolgicas (Sinitox), criado em 1980 e vinculado Fiocruz, que coordena a coleta, a anlise e a divulgao de dados sobre envenenamentos ocorridos no Brasil anualmente. A seguir sero mostradas algumas tabelas referentes a esses dados no ano de 2007 e 2008 (SINITOX, 2010). Tabela 5 - Casos Registrados de Intoxicao Humana por Agente Txico e Circunstncia Brasil, 2008Circunstncia Acidente Individual Acidente Coletivo Acidente Ambiental Ocupacional 980 102 17 406 Ingesto de Alimentos 4 8 --22 Tentativa de Suicdio 1915 674 1814 767

Agente Agrotxicos916 49 12 uso agrcola Agrotxicos1811 32 12 uso domstico Raticidas 955 29 3 Domissanitrios 8636 64 38 Fonte: MS/FIOCRUZ/SINITOX, 2009 (---) Dado numrico igual zero no resultante de arredondamento

Tabela 6 - Casos de Intoxicao por Agrotxicos de Uso Agrcola por Regio, segundo Circunstncia Registrado em 2007Vtima Acidente Individual Acidente Coletivo Acidente Ambiental Ocupacional Ingesto de Alimentos 2 3 ----4 9 0,14 Tentativa de Suicdio 72 955 993 626 253 2899 46,31

Regio Norte 65 5 --11 Nordeste 239 8 --75 Sudeste 554 48 12 754 Sul 397 18 2 625 Centro 114 8 2 99 Oeste Total n 1369 87 16 1564 Total % 21,87 1,39 0,26 24,98 Fonte: MS/FIOCRUZ/SINITOX, 2009 (---) Dado numrico igual zero no resultante de arredondamento.

Vale ressaltar que os dados apresentados no SINITOX no representam a totalidades de casos ocorridos no Brasil, por no ser compulsria a notificao de intoxicaes por agrotxicos. Alguns fatores podem aumentar a toxicidade de um composto como na Biomagnificao onde ocorre o aumento da concentrao dos toxicantes nos tecidos dos organismos medida que se encontram em nvel trfico superior (presa e predador), como exemplo podemos citar peixes contaminados com mercrio e o homem se alimentando desses peixes, o acmulo deste toxicante progressivamente ser maior no homem por estar em um nvel trfico superior, pois maior ser a quantidade de agentes qumicos acumulados (RODRIGUES, 2006). 3.5 Agrotxicos e seus reflexos para o meio ambiente A contaminao do meio ambiente pelos agrotxicos pode ocorrer de diversas formas, poluindo o ar (atravs de pulverizaes), o solo (usados diretamente e de forma incorreta nas lavouras) e a gua (esses compostos qumicos em poca de chuva penetram o solo alcanam lenis freticos e leitos de rios), consequentemente e de forma indireta afetam tambm a vida animal (MOREIRA, 2002). Muitos desses compostos qumicos so altamente persistentes no meio ambiente e interferem em toda a cadeia ecolgica do ecossistema dependendo das caractersticas fsicoqumicas dos agentes envolvidos, principalmente os organoclorados e os organofosforados (ANVISA, 2010). Tem como impacto ambiental a alterao e a perda do perfil do solo, da fauna e da flora locais alm da modificao dos recursos naturais. Essas alteraes dependendo dos compostos qumicos utilizados podem se estender por regies mais distantes do local inicial, devido a volatizao do produto sendo dispersado pelo ar (BRASIL, 2010). A combinao entre compostos que primeiramente no so txicos ou pouco txicos, mas, que devido ao efeito sinrgico (efeito txico final entre dois agentes txicos maior que a soma dos efeitos individuais dos mesmos) e da potenciao (o efeito de um agente txico aumentado ao interagir com outro que inicialmente no tinha toxicidade), tambm elevam o poder de degradao ambiental e de deteriorao da sade humana (FUNASA,2010). A bioacumulao um fator importante na potencializao da ao txica do agente qumico no ambiente pois atravs deste processo os seres vivos absorvem e retm substncias

qumicas no seu organismo em quantidade superior s encontradas no meio ambiente (MESQUITA, 2001). Os pesticidas de acordo com a Portaria Normativa n 84 de 15 de outubro de 1996 do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Dos Recursos Naturais Renovveis (IBAMA) em seu artigo3, so tambm classificados de acordo com a sua periculosidade ambiental em: IAltamente perigoso; II- Muito perigoso; III- Perigoso e IV- Pouco perigoso, levando-se em considerao para esse julgamento as variveis de bioacumulao, persistncia, transporte, toxicidade a diversos organismos, potencial mutagnico, teratognico (mal formao fetal) e carcinognico. 3.6 Possveis zonas de entrada de agrotxicos ilegais no Brasil Segundo dados do IBAMA, da Receita Federal e da Polcia Federal (SINDAG, 2010) os pesticidas ilegais tm como principal zona de entrada no Brasil a regio da trplice fronteira, eles entram sem registro e acondicionados na maioria das vezes em embalagens de sacos plsticos metalizados ou caixas de papel carto pesando aproximadamente de 10 gramas a 200 gramas. Grande parte desses compostos qumicos vem da China e atravessam a fronteira do Brasil principalmente atravs do Paraguai. Entram no Brasil com o suporte de atravessadores e so transportados em caminhes, nibus de excurso, caminhonetes, barcos e em algumas vezes por via area para regies agrcolas dos principais Estados produtores como: Paran, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Tocantins, Gois, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e oeste da Bahia (SINDAG, 2010). A importao, comercializao, transporte e produo de agrotxicos so regulados por lei e o seu uso somente poder ser feito atravs de registro, de testes prvios e de receiturio agronmico feito por tcnico competente (SINDAG, 2010). De acordo com o enquadramento legal, o indivduo que estiver transportando e/ou utilizando agrotxicos ilegais poder responder por crime ambiental, contrabando, sonegao fiscal, crime previsto na Lei 7802/89, entre outros (SINDAG, 2010).

4. ConclusoPelo exposto com este trabalho de reviso bibliogrfica foi constatada a grande expanso no Brasil em relao ao mercado de consumo de agrotxicos ocupando o primeiro lugar mundial. O uso de agentes qumicos banidos em outros pases tambm se mostrou elevado em territrio brasileiro medida que eles so proibidos na sua localidade de origem devido presses do setor agrcola e da populao. O programa de controle PARA e os registros de casos de intoxicaes exgenas no SINITOX mostraram a seriedade dos problemas de sade publica em relao utilizao inadequada dos agrotxicos. Dados do PARA em relao as 3130 amostras analisadas, indicaram que 744 possuam ingredientes ativos no autorizados, representando 23,8% do total e 88 amostras tinham nveis de agrotxicos acima do limite mximo de resduos (LMR) correspondendo a 2,8% do total. O fato do PARA encontrar substncias proibidas no Brasil nos alimentos analisados e consumidos pela populao, demonstra que os mecanismos de controle do estado so deficitrios para garantir que os agrotxicos j banidos no sejam mais utilizados em territrio nacional. Apesar da criao de leis, portarias e resolues na tentativa de controle e diminuio do uso de pesticidas, o que vm ocorrendo no Brasil o aumento significativo do uso desses compostos, principalmente dos agrotxicos proibidos em outros pases, onde os empresrios do setor de defensivos agrcolas enxergam no Brasil a nica oportunidade de continuidade de seu empreendimento, comercializando agrotxicos condenados em seus pases de origem que so altamente e comprovadamente patognicos, mas que ainda no foram proibidos no Brasil. Em relao ao SINITOX, os casos de intoxicao por agrotxicos em humanos revela um alarmante crescimento nos casos de tentativas de suicdios, principalmente nas regies Nordeste, Sul e Sudeste, e contaminaes do trabalhador rural pelo uso inadequado de agrotxicos agrcolas, causando seqelas irreversveis, danos ao sistema nervoso central, efeitos mutagnicos, carcinognicos e teratognicos alm de uma srie de outras doenas e complicaes de sade. Frente ao quadro apresentado nesse trabalho, deve-se buscar polticas pblicas eficientes para garantir a reduo da utilizao de agrotxicos no pas, bem como coibir a utilizao de substncias j proibidas com base em informaes de danos sade humana.

Alm disso, medidas legais devem ser adotadas, punindo criminalmente os indivduos que fazem uso de agrotxicos em desacordo com as normas adotadas em nosso Pas.

5. Referncias

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