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Ressignificação da juventude Seminário de Integração Favela-Cidade Regina Novaes. maio de 2012

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Ressignificação da juventude

Seminário de Integração Favela-Cidade

Regina Novaes.

maio de 2012

MESA 5: Ressignificação da juventude

A proliferação de atividades ilegais e o constante isolamento das favelas levaram a juventude das comunidades a se distanciar, também, das oportunidades oferecidas para o seu desenvolvimento em relação ao restante da cidade. Décadas de acesso limitado resultaram em descrença na educação e no trabalho formal como vetores reais de ascensão pessoal.

Esta mesa busca, nesse sentido, discutir como as formas de integração podem tornar mais visíveis as oportunidades de escolha por percursos promissores.

Para tanto, é necessário estabelecer um sistema de serviços e atendimentos cujo objetivo inicial seja ressignificar e valorizar a escola e o trabalho aos adolescentes e jovens das favelas. Para aqueles já envolvidos em atividades ilegais ou usuários de drogas, é necessário disponibilizar programas mais especializados e complexos com o objetivo de alcançar a sua reintegração.

Temas a debater

1- Juventudes: desigualdades, diversidades e marcas geracionais comuns

2- Características do Divórcio entre Educação e Trabalho

3-Multiplos padrões de transição para a vida adulta>>>>>múltiplas trajetórias

juvenis>>>>>> multiplas entradas e saídas na escola e no mundo do trabalho.

4- Ressignificar a juventude: ressignificar o tempo presente

situação dos jovens e condição juvenil.

“A situação dos jovens revela o modo como tal condição é vivida a partir dos diversos recortes referidos às diferenças sociais – classe, gênero, etnia etc.

“A condição juvenil refere-se ao modo como uma sociedade constitui e atribui significado a esse momento do ciclo de vida, refere-se a uma dimensão histórica e geracional,”

No plural: Juventude/s na cidade e na favela.

“Juventudes”, no plural: renda, cor/raça, gênero/orientação sexual,

deficiências...

“Juventudes”: trajetórias escolares, pertencimentos

(religioso,associativo,político,ao tráfico, etc...)

Na cidade e nas favelas, os jovens vivem diferentes

Situações de vulnerabilidade social.

Brasil (PNAD 2009): 49,9 milhões de jovens de 15 a 29 anos

(26,2% da população)

84,8% dos jovens vivem em zonas urbanas.

2 milhões moram em favelas.

72,2% dos jovens urbanos vivem em moradias inadequadas

fisicamente.

No singular: “condição juvenil”

Toda experiência geracional é inédita.

O conceito de geração remete ao tempo histórico em se vive a juventude.,

contexto social, marcas, símbolos compartilhados no tempo em que se vive

como jovem.

Os jovens das favelas fazem parte da atual “geração juvenil”.

Jovens no século XXI: marcas geracionais

- Rápidas mudanças tecnológicas

- Mundo do trabalho restritivo e mutante;

- Multiplicação de violencias (físicas e simbólicas);

- Evidência de riscos ecológicos;

Novos mecanismos de Segregação socio-espacial (discriminação por endereço/ “os jovens da favela”...

- TICs (tecno- sociabilidade. Novas maneiras de estar no

mundo.)

Educação e trabalho: qual é “experiência geracional”?

“Décadas de acesso limitado resultaram em descrença na educação e no trabalho formal como vetores reais de ascensão pessoal”

Características desta geração:

- trajetórias juvenis se fazem em seqüências múltiplas e não lineares de eventos demarcadores de passagens para a vida adulta.

Múltiplas entradas e saídas na escola e no mundo do trabalho.

-

Estudo não garante o emprego

Emprego não corresponde ao nível de escolaridade.

Tem mais estudo que seus pais e mais dificuldades de inserção produtiva.

Um exemplo: PROJOVEM (avaliação equipe UNIRIO)

a maioria dos alunos (53%) iniciou a vida escolar aos 6 anos ou menos, indicando que um significativo número possivelmente freqüentou classes de alfabetização e/ou pré-escola.

25% concluíram a 7ª série ( 21,9% a 6ª; 24,4% a 5ª e 18,7% a 4a série),

50% dos alunos do ProJovem deixaram a escola antes do termino do ano letivo entre 1 e 2 vezes, sendo que expressivos 38% de 3 a mais vezes; cerca também de 31% foram reprovados de 3 a mais vezes.

Cerca de 70% dos jovens já tiveram uma ocupação remunerada;

Entre os que têm alguma atividade geradora de renda, geralmente exercida no mercado informal (77%),

90% obtiveram ganhos de até 1 salário, com predominância na metade do salário.

Compreensão de juventude: determina as políticas:

1- jovem>>>estudante>>>Educação.

2: jovem em “situação de risco”: Programas e Ações de controle e prevenção.

3- “jovens como sujeito de direitos:

Demandas de distribuição, reconhecimento e participação.

Políticas universais e específicas.

Para/com/de juventude....

Educação, para além das “vagas”: a qualidade, a continuidade e a flexibilização dos espaços e

tempos escolares.

Trabalho, para além do emprego, condições decentes.

Segurança com valorização da diversidade e sob ótica dos Direitos Humanos.

Para construir uma “metodologia de atenção à juventude”

O período juvenil não deve ser pensado como uma mera “transição” ( pois tem a mesma

importância que as demais etapas do ciclo vital, que nunca foram chamadas de transitórias).

As políticas voltadas para os jovens não podem enfocar apenas o “vir-a-ser”, além da dimensão

formativo-educacional voltada para o futuro, também devem se ocupar que outras dimensões da vivencia

juvenil, enfocando “seu tempo presente”

Reconhecer a diversidade juvenil é também – para além das estatísticas - reconhecer diferentes

trajetórias dos jovens (percursos entre escola e trabalho, religiões, gostos, estilos, biografias...).

Incorporar a perspectiva dos “direitos” nos projetos sociais.

Promover o diálogo intra-geracional entre diferentes segmentos juvenis.

Trabalhar na perspectiva da comunicação intergeracional.

Preparo de profissionais para trabalhar com jovens.

Para os Programas e Ações para os jovens moradores das favelas do Rio de

Janeiro.

Favelas como território da cidade, do estado, do país...

Assumir a importância da “dimensão territorial do desenvolvimento”, o que significa: considerar a história e a cultura de cada território, em suas vulnerabilidades e potencialidades.

levar em conta os grupos que o habitam, considerando suas relações com as distintas esferas do

poder publico.

modificar relações e enriquecer o tecido social da localidade por meio da integração territorial de

Programas e Ações governamentais dispersos e fragmentados.

Para os jovens: é preciso combinar a dimensão territorial, redes sociais e direito à cidade.

Apoio ao acesso à moradia como requisito para sua emancipação.

Suportes para a inclusão digital e comunicação virtual.

Apoio às formas de apropriação de Espaços Públicos

Apoio para ampliar as possibilidades de “ir e vir” ( transporte subsidiado e combate aos

preconceitos).

Para as juventudes das favelas: um Programa de apoio à

construção da autonomia.

Para promover “percursos promissores”...

Levar os jovens a se apropriarem de sua história (PASSADO), se re-posicionarem frente às oportunidades (PRESENTE) e a partir estabeleçam seus propósitos, planejando passos para remover obstáculos e alcançar objetivos (FUTURO).

Promover múltiplas oportunidades de articulações entre educação e trabalho para que os

jovens possam construir seus percursos de inserção social.

Contrato de Autonomia de acordo com as trajetórias dos jovens. (apoio adiferentes níveis de ensino, diferentes combinações estudo e trabalho; atendimento à saúde, atendimento com políticas de redução de danos, etc...)