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RESUMO
As idéias básicas contidas nos Parâmetros Curriculares Nacionais em
Ciências refletem muito mais do que uma mera mudança de conteúdos, uma
mudança de filosofia de ensino e de aprendizagem, como não poderia deixar
de ser. Apontam para a necessidade de mudanças urgentes não só no que
ensinar, mas, principalmente, no como ensinar e avaliar e no como organizar
as situações de ensino e de aprendizagem.
De certo modo, o PCN já está conseguindo alcançar, em parte, seus
objetivos, isto é, está desacomodando o (a) professor (a), fazendo-o (a) parar
para refletir sobre sua prática pedagógica, que é o primeiro passo para uma
eventual mudança na mesma.
A importância das atividades investigativas e das interações
discursivas em sala de aula no ensino de Ciências no nível fundamental podem
ser entendidas como situações em que o aluno aprende ao envolver-se
progressivamente com as manifestações dos fenômenos naturais, fazendo
conjeturas, experimentando, errando, interagindo com colegas, com os
professores, expondo seus pontos de vista, suas suposições, e confrontando-
os com outros e com os resultados experimentais para testar sua pertinência e
validade. Esses processos de ensino aprendizagem têm no início da
escolarização uma importância ainda maior, pois auxiliam os alunos a atingir
níveis mais elevados de cognição, o que facilita a aprendizagem de conceitos
científicos.
Tendo em vista as dificuldades encontradas pelos alunos para
aprenderem os conceitos científicos no ensino de Ciências o PCN tem
discutido e apontado em seus estudos alternativas metodológicas para a
melhoria da qualidade deste ensino. A maior parte do tempo dedicado às aulas
laboratoriais é utilizada para manipulação de aparatos e realização de
medições, aspectos que contribuem muito pouco para inter-relacionamento da
teoria com a experiência. Essa orientação, na qual o comportamento mecânico
do aluno é requerido nas primeiras etapas do processo e o envolvimento
cognitivo só advém na parte final da atividade, retrata a ênfase dada pelos
professores aos objetivos relacionados apenas à aquisição de conhecimento
mecânico em detrimento de objetivos que levem à compreensão da natureza
da Ciência ou ao desenvolvimento de atitudes.
Nos anos 80 as intraconexões favoreceram uma visão mais
integrada, menos compartimentalizada da Ciência. Algumas orientações de
cunho didático foram colocadas ao (à) professor (a), através de exemplos
práticos, mostrando que é possível interligar Ciências Naturais e Ciências
Humanas e Sociais numa mesma atividade. Para isso, torna-se necessário o
aprendizado pela interação professor/estudantes/conhecimento, ao se
estabelecer um diálogo entre as idéias prévias dos estudantes e a visão
científica atual, com a mediação do professor, entendendo que o estudante
reelabora sua percepção anterior de mundo ao entrar em contato com a visão
trazida pelo conhecimento científico.
O ensino de Ciências Naturais é relativamente recente na escola
fundamental, e tem sido praticado como a mera transmissão de informações,
usando apenas o livro didático e a lousa.
Antes de 1961 o ensino de Ciências era não obrigatório e extra-oficial e
era feito nas duas últimas séries do antigo ginásio por um professor que
apenas era um transmissor de informações produzidas pela Ciência, de uma
maneira neutra. A partir de 1961, com a promulgação da LDB, passam a
ensinar Ciência em todas as séries do ginásio. Mas apenas em 1971 isso
passa a ter caráter oficial.
A preocupação em desenvolver atividades práticas começa a aparecer
de maneira marcante. O aluno começa, então a vivenciar o Método Científico.
Mas, aparece, então, a confusão de alguns professores que identificam
metodologia científica com metodologia do ensino de Ciências Naturais.
Após 30 anos isso ainda acontece em algumas escolas sem que se
perceba que uma experimentação sem investigação, não produz aprendizado.
Nos anos 80 aparecem as discussões sobre a relação educação / sociedade,
em paralelo à "Ciência, Tecnologia e Sociedade” (CST), que são importantes
até hoje.
Inicia-se uma aproximação do ensino de Ciências Naturais ao ensino de
Ciências Humanas e Sociais, reforçando a percepção da Ciência como
construção humana e não como "verdade natural ". A História e Filosofia da
Ciência torna-se importante no processo educacional pois, a partir dos
conhecimentos das teorias do passado , pode ajudar o estudante a
compreender as concepções do presente .
O aprendizado da Ciência deve ser baseado na interação professor /
natureza para uma compreensão do mundo, interpretando os fenômenos da
natureza, a partir de uma postura investigativa e reflexiva. Grande parte do
conhecimento científico é produzida sem uma finalidade prática. Os diferentes
ramos das Ciências Naturais (Astronomia, Biologia, Física, Química e
Geociências) estudam os fenômenos naturais , buscando a compreensão do
Universo . Já, o objetivo da Tecnologia é a finalidad3e prática, mas hoje
Ciência e Tecnologia se associam amplamente ; modificando cada vez mais o
mundo e o próprio ser humano . Por isso a divisão que se faz entre tecnologia
e conhecimento científico são na maioria das vezes imprecisa. A Ciência
Moderna amplia a relação entre Ciência e Tecnologia, mostrando o sucesso
dessa parceria através dos resultados de produções coletivas, cujo objetivo é
sempre buscar melhor qualidade de vida para o cidadão.
Apesar da importância, o ensino de Ciências Naturais tem sido
conduzido de maneira desinteressante. Primeiro deve haver uma seleção
criteriosa de conteúdos (não dá para ensinar todo o conjunto de
conhecimentos científico acumulados de forma livre, sem interação com
fenômenos naturais e tecnológicos). Isso deixa uma lacuna na formação do
aluno. Devem-se utilizar métodos ativos: observações, experimentação, jogos,
textos para que os alunos se interessem pelo conteúdo e superem abordagem
fragmentada, buscando a interdisciplinaridade possível.
Sobre o currículo deve-se levar em conta não só o conhecimento
científico, mas também o desenvolvimento cognitivo relacionando as
experiências, a faixa etária, a identidade cultural e social do aluno . Deve-se
escolher temas flexíveis que comportem curiosidades e dúvidas do aluno,
organizar atividades interessantes. O professor deve: informar, apontar
relações, questionar a classe, trazer exemplos, organizar trabalhos com vários
materiais. Procedimentos: observação, experimentação elaboração de
hipóteses e suposições, debates orais sobre suposições, estabelecimentos de
relações entre fatos ou fenômenos, leitura e elaboração de textos informativos,
confecção de desenhos, tabelas, observação, experimentação elaboração de
hipóteses e suposições, debates orais sobre suposições, estabelecimentos de
relações entre fatos ou fenômenos, leitura e elaboração de textos informativos,
confecção de desenhos e tabelas.
DANIELLA FERREIRA BEZERRA