1
Cidade Território A arte contemporânea opera por deslocamentos, no caso de paisagens sonoras são transposições de um lugar para o outro, que nos remetem as relações sociais e a presença de uma memória coletiva que tende a ser esquecida em prol de um imaginário construído pela sociedade mediática e globalizada. A cidade é o espaço contemplado e que abriga através das memórias coletivas essas relações de alteridades vividas. As pequenas ocorrências, as histórias de cada rua, os habitantes da cidade e suas rotinas, os locais de encontro, esses dados que passam despercebidos e não são documentados, juntos formam um território sonoro, criado para abrigar e confortar nossa experiência, um território que emana fisicamente pela ressonância das ondas sonoras. A existência desse território se mostra com a ocupação do som no espaço, a presença desse território está relacionada com sua percepção. A escuta nos leva a perceber criticamente o espaço e ativa a nossa memória. Pensar como nosso esse espaço enquanto caminhamos por ele. Pensar na possibilidade da criação de um território com o som dos corpos, som das vozes, transformando-o em um espaço de atenção. Através dos documentos, das gravações introduzimos uma justaposição de lugares, não se pressente o local gravado, cria-se outro lugar, uma paisagem híbrida. A fisicalidade do som e suas ondas rítmicas acertam nossos corpos produzindo em nós a memória de um território. A imagem sonora do deslocamento. A cidade-território presente através da sua amplificação. A memória dos locais e a sua permanência.

Resumo Romano (1)

Embed Size (px)

DESCRIPTION

coloquio arte mobilidade, 2015

Citation preview

Page 1: Resumo Romano (1)

Cidade Território

A arte contemporânea opera por deslocamentos, no caso de paisagens sonoras são transposições de um lugar para o outro, que nos remetem as relações sociais e a presença de uma memória coletiva que tende a ser esquecida em prol de um imaginário construído pela sociedade mediática e globalizada. A cidade é o espaço contemplado e que abriga através das memórias coletivas essas relações de alteridades vividas. As pequenas ocorrências, as histórias de cada rua, os habitantes da cidade e suas rotinas, os locais de encontro, esses dados que passam despercebidos e não são documentados, juntos formam um território sonoro, criado para abrigar e confortar nossa experiência, um território que emana fisicamente pela ressonância das ondas sonoras. A existência desse território se mostra com a ocupação do som no espaço, a presença desse território está relacionada com sua percepção. A escuta nos leva a perceber criticamente o espaço e ativa a nossa memória. Pensar como nosso esse espaço enquanto caminhamos por ele. Pensar na possibilidade da criação de um território com o som dos corpos, som das vozes,  transformando-o em um espaço de atenção. Através dos documentos, das gravações introduzimos uma justaposição de lugares, não se pressente o local gravado, cria-se outro lugar, uma paisagem híbrida. A fisicalidade do som e suas ondas rítmicas acertam nossos corpos produzindo em nós a memória de um território. A imagem sonora do deslocamento. A cidade-território presente através da sua amplificação. A memória dos locais e a sua permanência.