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Resumos do manual prático da Lidel “Gestão de Recursos Humanos Métodos e Práticas
A Importância e a Evolução da Gestão de Recursos Humanos
Capítulo 1
A gestão de recursos humanos baseia-se atualmente, no fato do desempenho das
organizações depender da contribuição das pessoas que as compõe, da forma como estão
organizadas e do investimento que é realizado ao nível do seu desenvolvimento.
As pessoas hoje estão a deixar de ser vistas como simples recursos com determinadas
competências para executar tarefas e alcançar objetivos. Passam a ser consideradas pessoas
na verdadeira aceção da palavra: com valores, crenças, atitudes, aspirações e objetivos
individuais.
Gerir pessoas deve ser mais que controlar e seguir procedimentos e rotinas, implica o
envolvimento de todos os membros da organização, uma aposta na aprendizagem
organizacional, em mecanismos de motivação e um investimento na criatividade e inovação,
como fatores de diferenciação.
A gestão de recursos humanos assume cada vez maior importância no desenvolvimento de
uma cultura organizacional direcionada para a inovação e aprendizagem continua, e
desempenha um papel fundamental ao nível das mudanças que ocorrem a nível interno e
externo da organização e que provocam alterações nas estruturas organizacionais, nas
relações de poder e nas práticas de organização do trabalho.
“Não há nada pior para uma empresa, do que os empregados não se reverem no produto
final”.
As práticas de gestão de recursos humanos podem ajudar as organizações a
Melhorar a sua capacidade para
atraírem e manterem pessoas
com as competências (técnicas e
comportamentais) que mais se
adequam as objetivos da
organização.
Isto através de processos de
recrutamento e seleção mais
adequados, bem como de um
sistema de recompensas e de
desenvolvimento de
competências aliciantes;
Estimular comportamentos
alinhados com os objetivos
estratégicos de longo prazo da
organização, através do
desenvolvimento de
competências e de planos de
carreira que permitam que as
pessoas tenham uma perspetiva
de evolução profissional futura.
Adotar sistemas de
remuneração associados ao
desenvolvimento de
competências individuais, ao
desempenho das equipas e da
organização com um todo.
Resumos do manual prático da Lidel “Gestão de Recursos Humanos Métodos e Práticas
Evolução da Gestão de Recursos Humanos
A gestão de recursos humanos tem evoluído ao longo do século XX, a partir dos anos 80 surge
a designação de gestão de recursos humanos em detrimento da noção de gestão de pessoal,
assumindo um papel mais estratégico na organização e distanciando-se de um carater mais
administrativo e operativo.
A gestão de recursos humanos pode considerar-se como um conjunto de ações conduzidas
pela função de recursos humanos com o propósito de alcançar determinados objetivos;
Esta gestão tem vindo a evoluir, não só na forma de designação mas também ao nível da
importância e intervenção na gestão das empresas.
Os Serviços de Pessoal como uma atividade operacional
Uma das perspetivas dominantes, até muito recentemente, dá pela designação de gestão de
pessoal. Nesta conceção a função de recursos humanos era vista como uma atividade
operacional, não assumindo assim uma vertente de gestão.
Era em muitos casos designada “Serviço de Pessoal” e tinha como objetivos o processamento
dos salários, os aspetos legais relacionados com a contratação e o despedimento de pessoas.
Nesta perspetiva, o enfoque era especialmente administrativo, legal e de relações individuais e
coletivas de trabalho.
A função de recursos humanos tinha uma forte componente operacional, a que correspondia
uma definição operatória dos processos, especializações e competências necessárias de uma
forma externa e independente às pessoas.
Objetivos dos serviços de pessoal:
Assegurar os aspetos legais relacionados com a contratação e a cessação dos vínculos laborais
diretos ou subcontratados.
Assegurar que as pessoas recebam o salário, com todo o contexto administrativo a montante e
a jusante deste objetivo.
A gestão de recursos humanos como uma função de suporte á estratégia económica da
organização
As pessoas são consideradas como um recurso que deve ser otimizado e usado de forma
eficiente.
A função de recursos humanos passa a ser articulada com a estratégia económica da empresa,
porém, apenas através da sua intervenção na fase de implementação da estratégia
empresarial. Neste sentido, o gestor de recursos humanos tem pouca influência sobre as
opções estratégicas da empresa.
Nesta conceção, verifica-se que as empresas optam, predominantemente, por dois tipos de
estratégia: estratégia de baixo custo e estratégia de diferenciação. A função de recursos
Resumos do manual prático da Lidel “Gestão de Recursos Humanos Métodos e Práticas
humanos deverá suportá-las prevendo as implicações ao nível das competências necessárias e
das práticas a implementar.
Numa estratégia de baixo custo Uma estratégia de diferenciação
O principal suporte são os baixos salários e
um reduzido investimento ao nível das
condições de trabalho e de desenvolvimento
das pessoas. A função de recursos humanos
apenas deve ver as pessoas como um
recurso, havendo incidência na prática
salarial e aspetos legais.
Baseia-se em elevados níveis de inovação
(produto ou processo), requer competências
relacionadas com a criatividade, aceitação ao
risco, trabalho em equipa, entre outras. Esta
estratégia implicaria: conceber testes de
seleção que permitissem medir a existência
deste tipo de competências, conceber
formação desenhada para as desenvolver, e
sistemas de recompensas adequados.
O objetivo da função de recursos humanos consistiria em alinhar um conjunto de politicas de
recursos humanos que garantissem a consistência interna da estratégia económica da
empresa.
Objetivos da gestão de recursos humanos:
Assegurar que as pessoas de uma organização são utilizadas para que a empresa obtenha o
maior lucro possível em função do seu desempenho.
Assegurar que as pessoas obtêm recompensas materiais e imateriais em retribuição do seu
desempenho.
A gestão de recursos humanos como uma atividade estratégica
O modelo contingencial surge na década de 90, demonstrando que a estratégia económica não
é independente da gestão de recursos humanos e que esta pode ser, inclusivamente,
facilmente moldada á estratégia.
Com esta conceção, é possível que sejam necessárias mudanças prévias das estruturas, cultura
ou das práticas de gestão de recursos humanos, para que a estratégia económica seja viável.
A gestão de recursos humanos passa a ter como objetivo gerir o fator humano como um
recurso estratégico, integrando a estratégia de recursos humanos na estratégia global da
organização.
Para além do desempenho das tarefas administrativas próprias da gestão de pessoal,
resolução de problemas organizacionais, esta gestão encarrega-se também da gestão da
cultura organizacional, do desenho da estrutura, gestão de competências e contribuição dos
recursos humanos para a vantagem competitiva das organizações.
A direção de recursos humanos tem também vindo a mudar a sua posição tradicional de
reatividade para uma posição de parceiro, de pleno direito, na gestão das organizações.
Resumos do manual prático da Lidel “Gestão de Recursos Humanos Métodos e Práticas
Papéis e Responsabilidade na Gestão de Recursos Humanos
Nas empresas em que existe uma unidade de recursos humanos, a sua importância pode ser
medida de acordo com:
a) A sua posição hierárquica
Esta posição pode condicionar á partida a participação nas decisões estratégicas da empresa. A
função tem sido encarada tradicionalmente como uma função de staff, cujo principal objetivo
é o aconselhamento, não participando diretamente das decisões estratégicas.
Quando existe a perceção da importância das pessoas na produção de valor acrescentado, a
direção de recursos humanos assume uma função de linha, participando ativamente na
formulação da estratégia das empresas.
b) A efetiva participação na implementação da estratégia global da empresa
c) A maior ou menor formalização dos processos e práticas de Recursos Humanos ao
nível da/o:
. Recrutamento e Seleção;
. Integração dos indivíduos;
. Desenvolvimento de competências;
. Gestão do desempenho;
. Sistema de recompensas;
. Gestão de Carreiras;
. Qualidade do trabalho e da vida no trabalho;
. Facilitação da mudança de cultura, valores ou da própria estrutura;
. Difusão das estratégias aos vários níveis hierárquicos;
. Alinhamento das expetativas dos indivíduos com as realidades e necessidades da
empresa.
A responsabilidade da gestão de recursos humanos assume duas vertentes:
A da organização A das pessoas
Ajudar a organização a alcançar os seus
objetivos e a realizar a sua missão;
Proporcionar á organização colaboradores
competentes e motivados;
Definir e manter políticas éticas e
socialmente responsáveis;
Proporcionar competitividade á
organização;
Fomentar o autodesenvolvimento;
Desenvolver e manter a satisfação e a
qualidade de vida no trabalho;
Por outro lado, os gestores de recursos humanos têm como responsabilidades concretas:
Resumos do manual prático da Lidel “Gestão de Recursos Humanos Métodos e Práticas
A definição de políticas que ajudem a gerir o capital humano da organização – as pessoas.
Coordenar as atividades administrativas inerentes á gestão administrativa de recursos
humanos;
Garantir a consistência e coerência das políticas e práticas de gestão de recursos humanos.
Tipologia da Gestão de Recursos Humanos
Breve caracterização de cada tipologia
Linhas de orientação da gestão administrativa de recursos humanos
Esta dimensão carateriza-se pela quase exclusiva realização de atividades correntes,
relacionadas com os recursos humanos:
As atividades desenvolvidas são basicamente administrativas.
As atividades realizadas têm um impacto a curto prazo e referem-se basicamente a:
processamento de salários, gestão do absentismo, duração do tempo de trabalho e realização
e cessação de contrato. A gestão das pessoas é competência da hierarquia.
Não existe um departamento de recursos humanos e não existe ninguém dedicado
exclusivamente às atividades relacionadas com a função recursos humanos. A função é
atribuída a colaboradores da área administrativa.
Linhas de orientação da gestão funcional de recursos humanos
Gestão Administrativa de Recursos Humanos
Gestão Funcional de Recursos Humanos
Gestão de Pessoas por Processos
Gestão de Pessoas
+ Estratégico
- Estratégico
Resumos do manual prático da Lidel “Gestão de Recursos Humanos Métodos e Práticas
Esta dimensão carateriza-se pelo enfoque dado às práticas de recursos humanos.
Existe um departamento responsável pela função que centraliza as praticas de recursos
humanos, transformando-se num órgão especialista. Não existe uma preocupação de
articulação com a estratégia global da empresa.
Linhas de orientação da gestão de pessoas na abordagem por processos
Nesta dimensão é assegurada uma integração da gestão de recursos humanos com a
estratégia global da empresa numa lógica de processos.
O departamento de recursos humanos estabelece parcerias internas para poder criar valor
para os clientes externos, é assegurada uma interação da grh com a estratégia global da
empresa numa lógica de processos:
Recrutamento e seleção; Formação; Avaliação de Desempenho; Sistemas de Recompensas;
Desenvolvimento de competências.
Linhas de orientação da gestão de pessoas
Nesta dimensão o foco da gestão de pessoas está colocado nas competências e na promoção.
As atividades mais relevantes estão relacionadas com:
A atração e a retenção das pessoas com elevadas competências.
O recrutamento e seleção das pessoas baseia-se na definição de perfis de competências;
A adequação dos sistemas de avaliação, reconhecimento e recompensas, tendo como base o
critério das competências técnicas e sociais.
O departamento responsável de recursos humanos promove o desenvolvimento das
pessoas, pois este é fundamental para a estratégia da organização.
Gestão de Pessoas por Processos
Recrutamento e Seleção: ênfase colocada nas competências sociais e relacionais dado que a organização por processos implica o trabalho em equipa
Sistema de Recompensas: recompensar o desempenho individual e de equipa
Formação: deve ser realizada segundo o conceito just-in-time to performAvaliação de Desempenho: avaliar
o desempenho individual e o desempenho da(s) equipa(s) em que se inserem
Desenvolvimento de Competências: desenvolver competências em função das especificidades dos processos definidos na empresa