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Resumos do manual prático da Lidel “Gestão de Recursos Humanos Métodos e Práticas
2ª Parte
Capitulo 1
Análise e descrição de funções
A análise de funções consiste num processo de recolha, analise e sistematização de informação
acerca de uma função, com o objetivo de identificar as tarefas ou atribuições, bem como as
competências necessárias para o seu desempenho.
A descrição de funções constitui um sumário das tarefas, objetivos e responsabilidades de uma
determinada função. Se for relevante, também inclui informação sobre condições de trabalho
e a relação com outras funções.
A análise e descrição de funções adequada permite:
A descrição das principais atividades – o quê,
porquê e como é que o trabalho é realizado
Identifica as principais tarefas de uma função;
Descreve as competências necessárias para
desempenhar as atividades;
Fornece a importância relativa dos
componentes da função;
Quando há uma ausência ou uma deficiente analise e descrição, pode haver uma ambiguidade
de papéis, problemas comunicacionais e indefinição nos objetivos dos colaboradores.
Objetivos da análise e descrição de funções
Permite:
Fornecer informação para o recrutamento; Determinar o perfil do candidato e apoiar a
elaboração dos testes de seleção; fornecer informação aos programas de formação; fornecer
informação para a qualificação de funções, onde se determina a posição (valor) relativa a cada
função;
Orientar a chefia na relação com os colaboradores, e servir-lhes de guia;
Fornecer dados á Higiene e Segurança no Trabalho;
Gerar informação fundamental para a avaliação de desempenho.
Para além destes objetivos, a análise e descrição de funções permite que a gestão comunique
a direção da organização e que os colaboradores percebam onde se enquadram na
organização.
O processo de análise e descrição de funções
1. Determinação dos
objetivos
2. Identificação das
funções a analisar
3. Aceder a trabalho
anterior
4. Escolha do método a
aplicar
5. Preparação do
trabalho
6. Recolha dos dados 7. Análise e redação
das funções
8. Revisão periódica
Resumos do manual prático da Lidel “Gestão de Recursos Humanos Métodos e Práticas
O processo de análise e descrição de funções têm 8 etapas na sua elaboração.
1. Determinação dos objetivos
Uma das primeiras questões a colocar é o porquê de fazermos uma análise e descrição de
funções. Há vários motivos, no entanto quaisquer que sejam os motivos, os objetivos da
análise de funções devem estar associados ao plano estratégico da organização. Dois
exemplos:
A tecnologia e as necessidades de um ambiente competitivo conduzem a mudanças na
natureza do trabalho, pelo que se requer uma reavaliação das funções existentes;
O surgimento de novas funções requer novas descrições funcionais;
2. Identificação das funções a analisar
Após definirmos os objetivos, devemos identificar as funções que devem ser analisadas. A
escolha destas funções é, normalmente, sujeita a constrangimentos/limitações de ordem
temporal e de recursos.
Por exemplo: se uma empresa tiver uma elevada rotação de pessoal, mediante a
impossibilidade de intervir em todas as funções, seria mais relevante determinar em que
departamento existe maior rotação para proceder aí á análise e descrição das funções.
3. Aceder a trabalho anterior
O acesso a informações já existentes a descrições funcionais realizadas anteriormente e o
acesso ao organograma da empresa podem permitir dados de posicionamento para a
organização do projeto de análise de funções. De igual forma, a análise do workflow permite
compreender melhor as responsabilidades da função e como se enquadra no processo global
de trabalho.
4. Escolha do método a aplicar
Para a realização de uma análise e descrição de funções podem ser utilizados vários métodos,
cada um deles com as suas caraterísticas e âmbito de aplicação.
Método de
observação
direta
Método da
entrevista de
análise funcional
Método do
questionário
Diários Método Misto
A fonte direta
dos dados é o
ambiente
natural e o
instrumento
principal o
analista. O
A recolha de
dados é efetuada
pelo analista que
entrevista o
colaborador,
questionando-o
sobre a sua
É mais adequado
quando existe um
número de
colaboradores
que
desempenham a
mesma função ou
Consiste num registo
periódico de
informação sobre a
função pelo próprio
colaborador. Para
este registo o analista
fornece ao
Consiste na
combinação de
dois ou mais
métodos para
eliminar as
desvantagens e
potenciar as
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analista
observa o
colaborador no
próprio local de
trabalho e a
desempenhar
as suas funções,
tirando notas
sobre o que
está a ocorrer.
função. que se encontram
dispersos
geograficamente.
colaborador uma
série de itens que
devem ser
preenchidos. A partir
daqui, o colaborador
analisa o seu próprio
trabalho, registando a
informação num
diário onde, para
além das tarefas
realizadas conste o
tempo despendido
com cada uma delas.
vantagens de cada
um.
Realização de
entrevistas para
desenvolver um
conhecimento
básico da função,
seguido de um
questionário
utilizado para
obter informação
de mais
colaboradores;
Vantagens
Observação
visual do
executante e de
não se requerer
a paragem do
executante.
Desvantagens
Apropriado
para trabalhos
cujas tarefas
são rotineiras.
A observação
não capta
trabalho que
não é
observável.
Constitui um
método caro
pelo tempo
exigido e pelos
recursos
humanos
envolvidos.
Vantagens
Aplicação deste
método a
qualquer situação
e a maior
qualidade e
fiabilidade da
informação
porque permite
esclarecer
dúvidas que
surjam ao
analista.
Desvantagens
Custo elevado
(implica se
aplicável a
paragem da
produção)
Potencial
confusão entre
fatos e opiniões.
Vantagens
Baixo custo;
fornece uma
visão ampla do
conteúdo da
função
(preenchido pelos
colabores e chefia
direta);
Rapidez na
recolha de dados;
Desvantagens
Rigoroso
planeamento do
questionário.
Exigente
preparação do
instrumento de
recolha de dados.
Vantagens
Retrato mais fiel da
natureza do trabalho-
Informação recolhida
como suporte para
outros métodos.
Tempo de recolha de
informação pelo
analista é menor.
Desvantagens
Como em relação a
outros métodos, os
diários podem ser
sujeitos a
subjetividade, tanto
mais que o registo de
informação é feito
pelo próprio
colaborador.
Subjetividade.
Mais aplicável a
tarefas do que a
outros eixos
importantes da
análise de funções.
Realização de
observação direta
com o executante,
seguido de uma
entrevista com a
chefia;
Realização de um
questionário ao
colaborador,
seguido de
entrevista com a
chefia.
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Qualquer que seja o método escolhido, deve ter-se em atenção quais os objetivos que se
pretendem atingir, o tempo disponível e quem irá fazer a análise e descrição de funções
(pessoal interno ou externo, dedicado só a essa tarefa ou não)
5. Preparação do trabalho
Tendo em conta que as fases anteriores se enquadram no planeamento, existe um conjunto de
elementos que não devem ser descurados na preparação da análise e descrição de funções.
Alguns destes elementos são;
A formação dos analistas que compõem a equipa de trabalho ou até a sua seleção, caso
existam elementos externos alocados a este projeto;
A preparação do material de trabalho, por exemplo, formulários, impressos ou outros
materiais;
A preparação do ambiente, onde se incluem os momentos de informação, comunicação e
esclarecimento á direção, chefias e a todos os envolvidos na análise;
A recolha de dados prévios á análise propriamente dita, como seja a seleção e recolha de
nomes dos colaboradores a entrevistas, as unidades funcionais e a sua localização.
6. Recolha dos dados
Percorridas as fases anteriores, procede-se á recolha de informação sobre as funções através
do método escolhido. A informação a recolher deve incidir sobre:
As atividades realizadas – quais são as tarefas. Os dados devem incluir o como, porquê e
quando a atividade é executada;
As atividades do colaborador- estes dados incluem os comportamentos, como sejam o
processo de decisão, a comunicação, as ações de performance física;
As máquinas, equipamentos e ferramentas – inclui-se informação sobre o tipo de
equipamento usado;
O contexto de trabalho – exemplo tipo de colaboradores supervisionados.
Requisitos humanos – qualificações, tais como habilitações, formação, experiência de trabalho,
atributos pessoais, como atitudes ou características físicas e competências comportamentais.
7. Análise e redação das funções
Recolhidos os dados, estes têm de ser analisados e redigidos na forma de descrição e
especificação de funções. Após a finalização da redação, estes documentos devem ser revistos
por uma amostra representativa, quer de colaboradores quer de chefias- Apenas
posteriormente, se procede á redação definitiva da análise de funções.
A descrição das funções consiste em documentos escritos onde estas funções e as condições
de trabalho aparecem redigidas. Inicialmente a descrição de funções era percecionada como
uma lista de tarefas inflexível e definitiva. Atualmente, face á polivalência requerida e á
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constante mudança, a descrição de funções surge, acima de tudo como um documento
orientador.
Existem vários formatos para a descrição de funções, estes devem adequar-se á dimensão e
complexidade organizacional. (ver exemplo de um formulário de descrição funcional p.42).
8. Revisão Periódica
Constitui uma boa prática proceder a uma revisão periódica da análise e descrição de funções.
Algumas organizações utilizam um processo contínuo e permanente de ajustamento com a
revisão anual de uma parte das funções, para que a organização no seu todo seja revista
ciclicamente – normalmente, entre três a cinco anos.
A análise e descrição de funções face á gestão de recursos humanos
Esta é considerada uma prática fundadora da gestão de recursos humanos, visto que constitui
a base de muitas outras práticas.
A análise e descrição de funções podem contribuir para:
Recrutamento e Seleção – fornece informação sobre a natureza da função e permite orientar as atividades de recrutamento e seleção.
Formação – fornece informação sobre as tarefas a desempenhar e as competências requeridas para orientar o desenvolvimento dos programas de formação.
Avaliação de Desempenho – a análise de funções constitui um requisito desta pratica, pois, teoricamente, não é possível encetar uma avaliação sem ter em consideração o conteúdo das funções a realizar pelo avaliado e, principalmente porque é desta informação que devem surgir os critérios individuais (qualitativas e quantitativos de desempenho).
Remunerações – dá informação relevante para avaliar o valor intrínseco da função na organização e para comparar com funções semelhantes no mercado de trabalho para a determinação do sistema de compensações.
Recrutamento e Seleção
Formação
Avaliação de Desempenho
Remunerações
Análise e Descrição de Funções
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A qualificação de funções
A definição de qualificação de funções
A qualificação/classificação das funções refere-se ao valor relativo que cada função tem na estrutura de funções da organização. Para determinar este valor, a análise e descrição de funções constitui um primeiro passo indispensável.
As vantagens para a organizaçãoPode ser aplicada a diferentes situações, sendo ajustada á própria organização;Ajuda a criar estruturas salariais que permitem a comparação com o mercado;
De igual forma, permite introduzir racionalidade nas recompensas;Implica o controle de custos que pode ser determinante no sucesso empresarial.
Métodos de classificação/qualificação de funções
Quando pretendemos operacionalizar a qualificação de funções, essencialmente falamos de metodologias. Estas metodologias dividem-se tendo em conta duas dimensões: Métodos quantitativos vs métodos analíticos vs não analíticos.
a) Método do escalonamento (job raking)
Este é um método qualitativo e não-analitico que consiste em dispor as funções numa lista hierarquizada em conformidade com um conjunto de critérios que devem ser escolhidos a partir da análise de funções.
b) Método da comparação de fatores
Este método é uma técnica analítica em que as funções comparadas detalhadamente através de fatores de avaliação. São por exemplo os requisitos mentais, as habilidades requeridas, os requisitos físicos e as condições de trabalho.
c) Método da avaliação por pontos
Este método constitui uma técnica analítica e quantitativa com um conjunto de etapas. é um dos métodos mais divulgados e mais usados na qualificação de funções.