Upload
others
View
7
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
REUNIÃO DO MOPAIDS
Hepatite C
06 de dezembro de 2017
Juliana Yamashiro
Programa Estadual de Hepatites Virais- CVE- SES-SP
• Estimativa global: cerca de 110 milhões de pessoas vivem
com hepatite C crônica (cerca 1,5 milhões no Brasil e 155
mil casos notificados??)
• Cerca de 75 - 85% das pessoas com hepatite C podem
cronificar, podendo evoluir com câncer no fígado e cirrose
(fibrose e formação de nódulos que bloqueiam a circulação
sanguínea)
EPIDEMIOLOGIA DA HEPATITE C
• O período de transmissão é de uma semana antes do
início dos sintomas, se mantendo enquanto o paciente
apresentar carga viral para hepatite C detectável
• O portador crônico, a maioria é assintomático, pode
transmitir o vírus durante vários anos
TRANSMISSÃO DA HEPATITE C
O vírus pode ser transmitido:
• ao compartilhar material para uso de drogas (seringas,
agulhas ou cachimbos) e higiene pessoal (lâminas de
barbear e depilar, escovas de dente, alicates de unha ou
outros objetos que furam ou cortam)
TRANSMISSÃO DA HEPATITE C
• por procedimentos médico-odontológicos (cirurgias,
raspagem e alisamento radicular, hemodiálise, por
exemplo), sem as devidas medidas de biossegurança
• na confecção de tatuagem, colocação de piercing ou
acupuntura, sem as devidas medidas de biossegurança
TRANSMISSÃO DA HEPATITE C
• por transfusão de hemocomponentes (concentrado de
hemácias, concentrado de plaquetas, plasma,
crioprecipitado e concentrado de granulócitose) e
hemoderivados (albumina, globulinas e concentrado de
fatores de coagulação), principalmente as pessoas que
receberam transfusão antes de 1993, época em que foram
instituídos os testes de triagem obrigatórios para o vírus
da hepatite C nos bancos de sangue
TRANSMISSÃO DA HEPATITE C
• por exposição ocupacional (a incidência de
soroconversão após ferimentos com instrumentos
perfurocortantes é de 1,8%, variando de 0 a 7%, de
acordo com o tipo de exposição e a carga viral do
paciente-fonte)
TRANSMISSÃO DA HEPATITE C
• a transmissão da mãe infectada para o filho durante a gravidez
é mais rara (ocorre principalmente no momento do parto,
particularmente na gestante que apresenta elevada carga viral
ou coinfecção com o HIV) e há risco de transmissão pela
amamentação se houver fissura nos mamilos com presença de
sangue
• não é considerada uma infecção sexualmente transmissível,
porém, entre homens que fazem sexo com homens e na
presença da infecção pelo HIV, a via sexual deve ser
considerada para a transmissão da hepatite C
TRANSMISSÃO DA HEPATITE C
POPULAÇÕES MAIS VULNERÁVEIS À HEPATITE C
• Pessoas que foram submetidas à transfusão sanguínea
antes de 1993
• Pessoas que foram submetidas a procedimentos
dentários, cirurgias, injeções etc... nas décadas de 1970 e
1980
• Pessoas com mais de 40 anos
•
POPULAÇÕES MAIS VULNERÁVEIS À HEPATITE C
• Uso de drogas
• Comunicantes sexuais e domiciliares de portadores de
hepatite C
• Pessoas privadas de liberdade
• Pessoas com tatuagens e piercings
• Infecção pelo HIV
• Pessoas em diálise
•
* Dados provisórios até junho/2016, sujeitos a correção.
Fonte: Sinan - NIVE/CVE/CCD/SES-SSP
N=39.583 (50% sem informação)
DISTRIBUIÇÃO PORCENTUAL DAS PROVÁVEIS
FONTES/MECANISMOS DE TRANSMISSÃO DEFINIDOS DA
HEPATITE C – ESTADO DE SÃO PAULO – 2000 a 2016*
NÚMEROS DA HEPATITE C NO ESTADO DE
SÃO PAULO
Estimativas:
• Prevalência de 1,27% de anti-HCV para a população de 10 a
69 anos na Região Sudeste (inquérito Ministério da Saúde,
2005 a 2009): 488.000 pessoas
• Prevalência atual de 0,7% de anti-HCV para a população de
15 a 69 anos (Ministério da Saúde, 2017): 268.976 pessoas
Notificados no ESP (2000 a 2017):
• Casos notificados com anti-HCV reagente: 144.973 (54%
dos esperados)
• Casos confirmados com carga viral para HCV: 83.688 (58%
dos anti-HCV reagente)
NÚMEROS DA HEPATITE C NO ESTADO DE
SÃO PAULO
Dos 65.151 casos de hepatite C*:
6.890 (11,8 %) → HIV/HCV
*Dados provisórios até junho de 2017
Sujeitos à revisão
Fonte: SINAN – PEHV/CVE – CCD/SES-SP
COINFECÇÃO HEPATITE C e HIV NO
ESTADO DE SÃO PAULO, 2007 a 2016
• frequência e progressão acelerada da fibrose hepática
para cirrose com suas complicações quando comparada à
infecção pelo vírus da hepatite C sem a infecção pelo HIV
• prevalência: 10-30% HIV/HCV
↑ usuários de drogas
DISTRIBUIÇÃO DOS CASOS CONFIRMADOS DE HEPATITE C
COM E SEM HIV, EM RESIDENTES NO ESTADO DE SÃO
PAULO, SEGUNDO ANO DE NOTIFICAÇÃO, 2007 A 2016
1039 882 734 716 786 637 428 354 537 777
5605 6000 6248 5428 5920 6127 5534 4692 5853 6854
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016
Sem HIV
Com HIV
2007=15% 2016=10%
N= 6890
1572; 23%
5138; 77%
Feminino
Masculino
DISTRIBUIÇÃO DOS CASOS NOTIFICADOS DA
COINFECÇÃO HIV/HCV, SEGUNDO SEXO , ESTADO DE
SÃO PAULO, 2007 A 2016
DISTRIBUIÇÃO DOS CASOS NOTIFICADOS DA COINFECÇÃO
HIV/HCV, SEGUNDO PROVÁVEIS FONTES DE
TRANSMISSÃO, ESTADO DE SÃO PAULO, 2007 A 2016
N= 4.270 (61,2% com Informação)
2415; 57%
1569; 37%
131; 3%
60; 1%
52; 1%
21; 1%
16; 0%
4; 0%
2; 0%
uso de drogas
sexual
transfusional
tratamento dentário
tratamento cirúrgico
vertical
domiciliar
hemodiálise
acidente do trabalho
→ O perfil sexo masculino, idade maior que 40 anos e o uso
de drogas são as principais características da coinfecção
HIV/HCV
→ O diagnóstico precoce seguido do tratamento da
hepatite C são ações prioritárias às pessoas vivendo com
HIV
COINFECÇÃO HIV/HCV/HBV
2007 a 2016 – ESTADO DE SÃO PAULO
• Dos 65.151 casos de hepatite C
336 (0,51%) HIV/HCV/HBV
Sexo masculino → 85%
>= 40 anos → 59,3 %
Uso de drogas → 50,7% ( n= 114/225*)
Transmissão Sexual → 39,3% ( n= 86/225*)
* provável fonte de transmissão com informação
• Dados provisórios até 31/05/2017
• Sujeitos à revisão
• Fonte: SINAN – PEHV/CVE – CCD/SES-SP
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE - OMS
Estratégia Global do Setor da Saúde em Hepatites Virais
2016–2021
Meta: Eliminação das Hepatites Virais
INTERVENÇÕES
• Promoção e Prevenção: evitar que as pessoas tenham
contato com o vírus da hepatite C
INTERVENÇÕES
• Notificação
• Aumentar diagnóstico:
→ Oferecer teste de hepatite C pelo menos 1 x na vida à
população de > 40 anos
→ Pessoas Vivendo com HIV: rastrear anualmente
(Diretrizes para Implementação da Rede de Cuidados em
IST/HIV/AIDS - Manual de Assistência, CRT – DST/AIDS -
CCD, Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, 2017)
INTERVENÇÕES
• Melhoria do acesso ao tratamento da hepatite C:
Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) para
Hepatite C e Coinfecções 2015 e 2017
Estado de São Paulo: dez/2015 a nov/2017
24.591 pessoas tratadas para hepatite C com DAA
3.511 pessoas HCV/HIV- 13%
Número de Serviços Especializados cadastrados no PEHV por Municípios de São Paulo/RRAS – 2000 a 2017
Fonte: FormSus PEHV – abri/2017.
N= 204 serviços
Serviços Nível 2
HC DA FMUSP RIBEIRÃO PRETO
UNICAMP
- HC FMUSP - I.I.E.R. - UNIFESP - CRT AIDS
UNESP BOTUCATU
HOSP. DE BASE S. J. RIO PRETO
Serviços Nível 3 ASSISTÊNCIA
Região de
Taubaté
Região de Santos
Região de
Registro
Região de
Sorocaba
Região de
Campinas
Região de
São João
da
Boa Vista
Região de
Araraquara
Região de
Piracicaba
Região de
Rib Preto
Região de
Franca Região
de
Barretos
Região de São José do
Rio Preto
Região de
Araçatuba
Região de
Presidente Prudente
Região de
Marília
Região de Botucatu
Região de Assis
Região de
Bauru
Região Metropolitana
São Paulo
Região de Metropolitana
de
São Paulo
Região de
São José
dos
Campos
REDE DE
DIAGNÓSTICO
MOLECULAR DA
HEPATITE C
UNICAMP- Laboratório de Aids e Virologia Humana
UNESP Botucatu
HC-USP Ribeirão Preto
IAL São José Rio Preto
Hosp Guilherme Álvaro
UNESP Araraquara
IAL Presidente Prudente
IAL Sorocaba
Inst Infectologia Emilio Ribas
IAL Central
Lab Central HC-FMUSP
Lab Sudeste PMSP
Capital Região
de
Osasco
Região de Mogi das Cruzes
Região ABC
Região de Franco da Rocha
Região de Guarulhos
Diadema
• Pessoas em risco não sabem do seu risco ou como se prevenir da
infecção pelo HCV
• Pessoas em risco podem não ter acesso a ações de prevenção
• Pessoas com infecção crônica não tem conhecimento do seu status
sorológico
• Serviços de Saúde : OFERECEM TESTAGEM?
• Pessoas com infecção: ACESSO ADEQUADO A TESTAGEM E
MANEJO CLÍNICO?
• Sistemas de vigilância epidemiológica inadequados: subnotificação de
infecções agudas e crônicas
Rede de Cuidados em Hepatites Virais
Cenário
Modelo QualiRede do Contínuo do Cuidado em
DST, HIV/aids, Hepatites Virais
Bem estar na
vivência da
sexualidade e
da
reprodução
Evitar contato
com os agentes
infecciosos e se
houver, impedir
que resulte em
infecção
Diagnosticar
de modo
precoce e
oportuno
Vincular ao
seguimento
de saúde
integral
Oferecer
tratamento
efetivo para
todos os
infectados
Manter os
pacientes
em
seguimento
de saúde
Incentivar,
Monitorar e
apoiar a
adesão ao
tratamento
Obter bom
desfecho
clínico e
diminuição da
transmissão na
comunidade
Supressão
viral/cura Diagnóstico Vinculação Tratamento Prevenção Retenção Adesão Promoção
da Saúde
Sexual e
Reprodutiva
DIMINUIÇÃO da vulnerabilidade ao
adoecimento e AUMENTO do diagnóstico
oportuno
AUMENTO do vínculo ao cuidado de
saúde integral
AUMENTO da
efetividade do
tratamento
https://www.qualirede.org
PROJETO QUALIREDE/2016 e 2017: qualificação da rede de
atenção em IST/HIV/Aids e Hepatites Virais B e C
• 4 Regiões: Grande ABC, Alto Tietê, Vale do Ribeira e Baixada
Santista
• Grupos Técnicos Regionais instituídos e planos regionais
apresentados em CIR:
oficinas preparatórias
oficina 1: levantamento de prioridades em cada etapa do contínuo do cuidado
oficina 2: elaboração de planos regionais
Rede de Cuidados em Hepatites Virais