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REUNIÕES DE TÉCNICAS DE COMUNICAÇÃO T E M Á R I O 1º SEMESTRE RODSE - RTC Fase 2 Módulo 1.2 (Separado Apostila de Atividades Práticas) Obra Revisada pela Equipe Central RTC-Jan/2012“Formatação da Apostila Atualizada em julho/2012” NEDE NÚCLEO DE ESTUDOS E DIVULGAÇÃO ESPÍRITA Direitos autorais reservados. É proibida a reprodução total ou parcial, de qualquer forma ou por qualquer meio, salvo com autorização da equipe RTC. (Lei nº 9610, de 19 de fevereiro de 1998)

Reuniões de Técnicas de Comunicação - Temário - Primeiro

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REUNIÕES DE TÉCNICAS

DE COMUNICAÇÃO

T E M Á R I O – 1º SEMESTRE

RODSE - RTC

Fase 2 Módulo 1.2

(Separado Apostila de Atividades Práticas)

“Obra Revisada pela Equipe Central RTC-Jan/2012”

“Formatação da Apostila Atualizada em julho/2012”

NEDE – NÚCLEO DE ESTUDOS E DIVULGAÇÃO

ESPÍRITA

Direitos autorais reservados.

É proibida a reprodução total ou parcial, de qualquer forma

ou por qualquer meio, salvo com autorização da equipe RTC.

(Lei nº 9610, de 19 de fevereiro de 1998)

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RODSE / RTC - Reunião de Técnicas de Comunicação TEMÁRIO 1º SEMESTRE (F2-M1)

PROGRAMAÇÃO S U M Á R I O

Reuniões Títulos Página

1ª Reunião

Objetivo das Atividades / Programa das Reuniões - Introdução - Apresentação do Trabalho - Estrutura do Trabalho ROCE - Estrutura do Trabalho RTC

04 04 06 06 07

2ª Reunião

O Expositor / Comunicador Espírita - formação moral - função e importância - campo de trabalho

13 13 14 14

3ª Reunião

Técnicas de Exposição - Postura - Conduta - Respiração - Dicção - Pontuação - Concordância

16 16 18 19 20 21 22

4ª Reunião

1º Tema Considerações sobre o público 2º tema Postura e Conduta diante do público

23 27

5ª Reunião

1º Tema Como Controlar o Medo de Falar em Público Fatores a serem considerados 2º Tema A Timidez e Sua Superação

31 38 43

6ª Reunião

1º Tema Como se Aprende Apêndice 2º Tema Como Estudar e Pesquisar para Expor – Enfoque 1 – Enfoque 2 – Enfoque 3

50 53 54 61 65

7ª Reunião

A Eloquência

76

8ª Reunião

1º Tema O Expositor e a Dinamização do Ensino 2º Tema Métodos e Técnicas de Ensino Enfoque 1 Métodos e Técnicas de Ensino Enfoque 2

84 89 93

9ª Reunião

As fases de uma aula, tema ou discurso

98

10ª Reunião

Preparo de uma aula para adultos - estrutura geral

102

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PROGRAMAÇÃO S U M Á R I O

Reuniões Títulos Página

11ª Reunião Recursos Audiovisuais 110

12ª Reunião

1º Tema O Planejamento das Atividades de Comunicação - Enfoque 1 1º Tema O Planejamento das Atividades de Comunicação - Enfoque 2 2º Tema O planejamento de uma série de aulas ou temas - Enfoque 1 2º Tema O Planejamento de uma Série de Aulas - Enfoque 2 Técnicas de Fazer Perguntas

116

123

132

136 136

13ª Reunião

A seleção de livros e sua organização - - Enfoque 1 Os Livros e a Doutrina Espírita - - Enfoque 2 A Feira do Livro Espírita - Apêndice I – “Editoras” - Apêndice II – “Controle de Vendas por Título” - Apêndice III – “Relatório de Resultados”

140 152 158 168 172 173

14ª Reunião

As obras básicas e sua importância

174

15ª Reunião A sintonia entre o expositor e o público 181

16ª Reunião

1º Tema : Empregado ou Voluntário - A Lei do Voluntário - Termo de Adesão de Voluntário - O Voluntário - Histórico do trabalho voluntário no Brasil 2º Tema : Pureza Doutrinária

189 191 192 193 194 195

17ª Reunião Novos Compromissos 204

Calendário

Calendário de Efemérides Espíritas

207

Formulários

Exemplos de planilhas - Índice

212

- Tabela de Atividades da Casa Espírita 213

- Tabela de Distribuição de Atividades 214

- Plano Mensal de Atividades – Ensaio de Direção 215

- Ficha de Acompanhamento Diário 216

- Planilha para Controle de Frequência 217

- Formulário da 8ª Reunião - 1º Tema 218

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1ª Reunião

OBJETIVO DAS ATIVIDADES – PROGRAMA DAS REUNIÕES INTRODUÇÃO

A apresentação deste trabalho em forma de temas compondo manuais é uma maneira de contribuir para a libertação do potencial de quantos venham a tomar contato e se interessar por esta atividade.

É gratificante podermos apresentar este trabalho às Reuniões de Técnicas de Comunicação iniciadas em 1992, como um complemento ou 2ª fase da RODSE - Reuniões de Orientação a Dirigentes de Sociedades Espíritas, iniciado em 1975, em seu perfil e objetivos.

Todo esclarecimento se faz necessário para que a Doutrina Espírita possa estar presente no processo evolutivo da humanidade, auxiliando-a em sua libertação através do trabalho e da participação anônima de todos os espíritas.

Neste momento em que a humanidade se debate com as incertezas próprias de sua postura, a Doutrina Espírita apresenta o caminho libertador que deve ser trilhado e exemplificado, para que outros possam lhe seguir a trilha de luz.

A divulgação e aplicação da Doutrina em sua pureza, com trabalhadores e expositores esclarecidos e treinados, se faz necessária para evitar as deturpações oriundas da ignorância.

Após mais de 150 anos de codificada, a Doutrina já é vista com maturidade, mas existe ainda muito preconceito devido à ignorância e ao desconhecimento e muito a fazer em vista do que e de como ela continua a se apresentar no restante do nosso planeta, evidenciando a ignorância da multiplicidade das nossas existências.

Por outro lado, temos visto muitos colaboradores exercendo suas tarefas sem o necessário conhecimento e sem saberem dos objetivos maiores a atingir.

Outros há que, conhecendo a Doutrina, não se arriscam ao trabalho, alegando não terem capacidade para tal, por desconhecerem a forma de aplicar o que sabem.

A associação dos conhecimentos evangélico-doutrinários, técnicos e de relações humanas, somada ao despertamento da potencialidade de cada um, respondem positivamente pelo progresso de cada grupo constituído. Com o passar do tempo esses grupos podem tranquilamente se desmembrar, na medida em que crescem, dando origem a novos grupos. Os grupos com esse potencial têm a possibilidade de participar ativamente da dinamização de outros núcleos em formação que ainda não tenham rompido suas limitações.

Dado o relacionamento mais espontâneo que se consegue com tal procedimento no meio espírita, a integração entre os participantes torna-se muito mais acentuada, aproximando e unindo-os cada vez mais. Essa aproximação é fruto do conhecimento e trabalho associados à renúncia e dedicação que se alcança, sem personalismo, o que nos leva a afirmar: quando todos souberem e fizerem mais, maiores serão os resultados e menos importantes seremos individualmente e em conjunto, devido à abundância de novos trabalhadores capacitados e às maiores oportunidades em que viveremos.

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Diante de solicitações insistentes, este programa foi aceito, organizado e posto em prática, contando com colaboradores das Casas Espíritas de Cotia, de São Bernardo do Campo e principalmente do Plano Espiritual, ocasião em que foram desenvolvidas quatro atividades simultâneas, com resultados animadores.

Posteriormente foram desenvolvidas e ampliadas mais atividades em São Bernardo, com o surgimento de grupos de estudos e o desenvolvimento de novos cursos.

Outro grupo surgiu no Vale do Ribeira com o desenvolvimento da RODSE e RTC e, a partir daí, dinamizaram-se as atividades na região.

Foram desenvolvidas RTCs na zona leste da Capital, com a dinamização das atividades e a formação de grupos que promovem estudos regulares, além das RTCs.

Na Unidade Central, Rua do Lavapés, 811, Cambuci, SP, vemos as melhores perspectivas em função da disponibilidade de alunos que terminam o curso regular da Doutrina Espírita em diversas casas espíritas e devem ser integrados ao trabalho voluntário. Com o desenvolvimento das RTCs. tornou-se mais fácil formar e organizar novas equipes a partir do comparecimento de grupo de ex-alunos interessados, vindos de uma mesma região, com liderança própria, porque esses alunos, normalmente, ainda não estão comprometidos com tarefas nas casas de origem, podendo assim reproduzir esta atividade em outras Casas Espíritas fora da Unidade Central.

A experiência realizada produziu ótimos resultados porque as RODSEs. E as RTCs. têm caráter esclarecedor e dinamizador e pertencem a todos, porque a todos auxilia em sua necessidade e busca de constante evolução.

Complementando a introdução do manual da RODSE, fase 1, módulo 1, repetimos: é gratificante o trabalho que realizamos por meio deste roteiro, onde todos os participantes de Casas Espíritas que nos acompanharem, tanto na leitura desta obra como na vivência das atividades, sentirão sua importância e a razão porque convidamos todos para que participem da RODSE, trazendo sua colaboração, pois representa a união de todos os companheiros em busca da melhor forma e eficaz realização do bem e do amor comum ao próximo.

Terão os leitores a oportunidade de conhecer a forma como são realizados os trabalhos, os temas postos em debate nas reuniões e os métodos de exposição, mormente a participação efetiva de todos os que a elas se fazem presente. Ao final, temos plena certeza, concluirão que a RODSE fase 2 (RTC) é um verdadeiro laboratório onde se aplica o mesmo método experimental de que se valeu Kardec na codificação da Doutrina Espírita.

Os agradecimentos e reconhecimentos eventuais que se fazem necessários, os quais sejam direcionados à conquista dos pioneiros e colaboradores, sem citar nomes, porque são passageiros, enquanto a tarefa deve permanecer, evoluindo e se adaptando às características de cada participante, de cada grupo e de cada região.

Foi de grande valia a liberdade permitida pela direção do Centro Espírita José de Castro, somada à contribuição das inúmeras Casas Espíritas e seus colaboradores, bem como das críticas recebidas para que esta atividade se desenvolvesse e desse os frutos benfazejos na seara da Doutrina.

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APRESENTAÇÃO DO TRABALHO

Este trabalho é mais uma contribuição para fazer frente às necessidades que se apresentam em cada região metropolitana e de nosso País, onde notamos o esforço para dinamizar as atividades do Movimento Espírita no que se refere ao preparo de freqüentadores, alunos e colaboradores.

O simples querer não é suficiente para se obter os resultados necessários para essa dinamização, sendo primordial saber como fazer e como direcionar as atividades de preparo e adaptação do trabalho. Cada atividade tem o seu devido valor e por melhor que pareça ser, nunca é a palavra final, devido à característica evolutiva da Doutrina Espírita e da própria humanidade, razão porque, a equipe que desenvolve esta tarefa se põe desde já à disposição para receber as avaliações e colaborações que possam levá-la a um contínuo aprimoramento.

A RODSE-Reuniões de Orientação a Dirigentes de Sociedades Espíritas e a RTC - Reuniões de Técnicas de Comunicação utilizam os manuais próprios de cada módulo e as obras citadas na bibliografia, como apoio e referências para facilitar o desenvolvimento do trabalho, dispondo-se a aceitar outras não citadas, com o objetivo de com elas trabalhar e divulgá-las.

RODSE – Reuniões de Orientações a Dirigentes de Sociedades Espíritas

Esta é uma atividade desenvolvida junto às Casas Espíritas a partir da Unidade Central, tendo em vista a necessidade da nossa integração com as mesmas, a fim de que se consiga dinamizar o Movimento Espírita.

A RODSE foi organizada em conjunto com as Casas Espíritas em 1975, levando em conta suas características, necessidades, a orientação deixada por Allan Kardec nas obras da Codificação e o conteúdo do Curso de Dirigentes realizado por Emílio Manso Vieira e ministrado nas décadas de 40 e 50, além de outras fontes referenciais.

Obs. Nada impede que outras entidades que se propõem a conduzir e direcionar o Movimento Espírita venham a desenvolver estas atividades libertadoras, caso em que, nos colocamos à disposição para dar todos os esclarecimentos e apoio.

Atualmente a RODSE é composta por 2 (duas) fases e seus módulos. ESTRUTURA DO TRABALHO ROCE

FASE 1 – Atividades Funcionais-Doutrinárias

Módulo 1 – 16 (dezesseis) reuniões semanais, com programa pré-

estabelecido, acompanhado de manual Módulo 2 – número de reuniões sem pré-definição Objetivos: Analisar e resolver problemas em função do interesse e necessidade

do grupo. Desenvolver reuniões de estudos com aprofundamento nos temas necessários aos grupos ou à região (estes estudos podem se transformar em novos módulos, se necessário como, por exemplo, a assistência social).

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Módulo 3 – Reuniões

Aprimoramento nas atividades de recepção.

Módulo 4 – Reuniões Administração (contábil-jurídica) – em preparação.

FASE 2 – Área de Comunicação

RTC – Reuniões de Técnicas de Comunicação

Módulo 1 – 17 (dezessete) reuniões semanais com programa pré-

definido e manuais.

Módulo 2 – Reuniões semanais com programa pré-definidos e manuais.

Módulo 3 – Sem número definido de reuniões, por ser uma fase de apoio à atividade expositiva aos alunos, dos expositores ou de dinamização das atividades expositivas. Na Unidade Central as reuniões são desenvolvidas na 1ª quarta feira do mês, tendo por objetivo dar apoio aos expositores que trabalham junto às Casas Espíritas, além de facilitar o aprendizado dos alunos do curso de expositores desenvolvido pela nossa área de ensino, bem como integrar os participantes das RTCs.

Observações:

O “Guia ao Expositor Espírita”, de Carlos Eduardo da Silva, é uma coletânea de temas desenvolvidos e analisados nessas reuniões, destinado a facilitar a elaboração de temas doutrinários. Módulo Complementar: Sem número de temas definido, da mesma forma como no módulo 2 da 1ª fase, pode ser desenvolvido intercalando temas que se façam necessários aos outros módulos, desde que convenientes, por serem informações de apoio. Observações:

Em função da evolução diferenciada dos participantes, porquanto alguns demoram mais e outros menos tempo para vencer as etapas de atividades práticas, outros iniciam as atividades do módulo seguinte ou da Fase 2.

Entre o desenvolvimento das Fases 1 e 2, pode ser dado um espaço de tempo para que haja sedimentação do que foi aprendido, evitando assim, o esvaziamento ou a desvalidação do que foi apresentado na Fase 1.

Para iniciar a Fase 2 é necessário que seja manifestado o interesse da Casa Espírita ou de um grupo de Centros.

OBJETIVOS A SEREM ATINGIDOS PELAS RODSEs. - Fase 1 Módulo 1

Desenvolver a potencialidade dos colaboradores, dirigentes e colaboradores em potencial, para que desempenhem plena e conscientemente suas funções, dentro da visão evolucionista que a Doutrina dos Espíritos nos dá.

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Dinamizar a estrutura das sessões e das Casas Espíritas, através de permanente atualização de conhecimentos gerais e doutrinários. Ampliar as oportunidades de trabalho dos participantes da Seara Espírita, integrando os colaboradores em torno do objetivo maior.

Módulo 2

Aprofundamento dos estudos e organização das atividades nas Casas Espíritas. Direcionar os participantes para o trabalho voluntariado.

Módulo 3

Aprimorar as atividades na recepção da Casa. Módulo 4

Atualizar procedimentos e corrigir erros, de modo a atender as exigências legais.

FASE 2 – RTCs. Módulo 1

Integrar os participantes para melhoria da comunicação nas Casas Espíritas. Dinamizar a comunicação nas Casas Espíritas.

Módulo 2

Integrar os participantes nas atividades das Casas Espíritas como um todo. Integrar os expositores, comunicadores e outros colaboradores nas atividades das Casas Espíritas que participam das RTCs.

Módulo 3

Dinamização das atividades expositivas na região. Módulo Complementar

Esclarecer os participantes sobre os temas atuais e necessários ao público.

Observações:

São respeitadas as limitações de cada participante, razão porque, nos propomos acima de tudo, integrá-los ao trabalho, dando assim a condição necessária à sua evolução e equilíbrio.

CARACTERÍSTICAS DA FASE 2 ‘RTC’

Apresentamos a seguir o que caracteriza a FASE 2 do RODSE,

denominada Reuniões de Técnicas de Comunicação – RTC e as diferenças que existem em relação ao Curso de Expositores.

É um trabalho que tem a flexibilidade necessária para dar condições de participação aos trabalhadores de vários níveis: social, intelectual, doutrinário, proporcionando a cada um condições de superar seus limites iniciais.

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Para facilitar o entendimento nesta atividade de preparação de comunicadores, expositores e ou colaboradores, apresentamos as características encontradas em relação a cada Casa ou região.

As reuniões podem ser classificadas em tipos de participantes.

1º) Grupo que participou de cursos regulares como os da Unidade Central, apresentando certa uniformidade na sua composição humana, em função da seleção natural que ocorre nesses cursos: desistências no seu decorrer e pela triagem dos candidatos ou convidados aos cursos.

Esse grupo de alunos tem a visão do Espiritismo codificado por Allan Kardec, de acordo com a realidade dos cursos regulares da Unidade Central, quando não participaram do movimento espírita fora da mesma. Para ampliar sua visão, sugerimos e aconselhamos sua participação em estágios, junto à Unidade Central. Observações:

Esses expositores se preparam para funções mais ou menos definidas, como reuniões de assistência espiritual, escolas e palestras.

Além da seleção natural mencionada é feita outra pela Área de Ensino, com o objetivo de verificar as reais condições do candidato.

A participação da Unidade Central se restringe aos estágios e aprimoramento, nas reuniões da 1ª quarta-feira de cada mês, na sede da Rua do Lavapés, 811, Cambuci, SP, para facilitar sua adaptação às necessidades das Casas Espíritas.

Na Unidade Central a RTC tem por objetivo dar condições a qualquer aluno que tenha terminado os cursos regulares, de se adaptar ao trabalho, comunicando-se melhor em qualquer núcleo espírita.

O importante é capacitar cada um dentro de suas características e potencialidade, uma vez que o movimento espírita precisa de colaboradores em todas as áreas e níveis de atividades. Esta observação é válida também para outros grupos aqui citados.

As RTCs. podem ser utilizadas pelos alunos como primeiro passo, para se aprimorarem posteriormente no curso regular de expositores da Unidade Central. 2º) Grupo que participou de cursos em casas menores, que também apresenta certa uniformidade, porém tendo maior participação nas atividades da Casa Espírita. Observações:

Este grupo também é selecionado pelos responsáveis da área doutrinária da própria Casa.

Os expositores são preparados de acordo com as necessidades, ressalvados os postulados espíritas.

Estes cursos são desenvolvidos quando os dirigentes sentem a necessidade de novos tarefeiros.

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Quando solicitado, este trabalho e o curso de expositores têm sido desenvolvidos pela Área de Ensino, em conjunto com as sociedades interessadas.

3º) Grupo formado por participantes de outras Casas Espíritas, com características próprias, com variação cultural, formação evangélico-doutrinária e procedimentos organizacionais diferenciados. Observações:

Neste grupo encontramos pessoas com ou sem conhecimento na área de comunicação.

Não se pode exigir maior seleção neste caso, porque são os recursos disponíveis de cada Casa.

São prevalecentes essas condições no meio espírita.

O objetivo é preparar comunicadores, expositores e/ou colaboradores em diferentes níveis, em função do potencial de cada um.

Esses comunicadores, expositores e ou colaboradores vão desenvolver atividades próprias às necessidades da região, com acompanhamento dos dirigentes locais, ou de órgãos que congreguem as Casas Espíritas da região e que cuidem da implantação de cursos. 4º) Grupo formado por participantes de uma ou mais Casas Espíritas que já desenvolvem trabalhos expositivos.

Esse trabalho expositivo pode ser efetuado na própria Casa que frequentam e, por vezes, desenvolvem-se em outras Casas.

Também encontramos diversidade de condições no grupo, pois muitos iniciaram a tarefa por necessidade da Casa sem receber o devido preparo.

Outro aspecto que também pode caracterizar esse grupo são os vícios e defeitos que por vezes se tornam difíceis de serem corrigidos.

As RTCs. funcionam como suporte para se obter o aprimoramento necessário.

Observações:

A Área de Ensino atua externamente, devido à dificuldade de os trabalhadores das Casas Espíritas se deslocarem até a Unidade Central.

As reuniões desenvolvidas nos grupos 3 e 4, são em conjunto com os Conselhos ou grupos de Dirigentes, que passam a assumir o controle do Grupo de Estudos, assim que o mesmo se sinta capaz para tal (módulo 3 – Grupo de Expositores).

Essa tarefa não se caracteriza como curso, pois ela tem o objetivo de aprimorar o expositor da Casa Espírita, de acordo com as necessidades que venham a surgir em cada Casa ou região. Esse aprimoramento inclui o trabalho corretivo através do aprendizado, da avaliação e da superação de limitações dos participantes.

O curso tem um período determinado, enquanto o período das RTCs varia de acordo com a capacidade da absorção, necessidade e capacidade dos participantes.

Em função das necessidades existentes nas Casas que os participantes frequentam ou da falta de perspectivas e interesse dos grupos que participam das RTCs, por vezes, não chega ao 3º módulo.

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Os trabalhos são iniciados a partir da solicitação dos dirigentes das Casas Espíritas ou após avaliação das necessidades locais, as quais são sugeridas pela Área de Ensino.

Nas atividades junto às Casas Espíritas, observou-se necessidades e potencialidades, bem como a conveniência de um trabalho conjunto para a sua dinamização, tanto organizacional como de transmissão dos ensinos aos frequentadores.

As atividades da Área de Ensino, dentre elas as RTCs, visam atingir essa dinamização e

sua razão de ser está apoiada nas observações a seguir:

O número de expositores formados pela Unidade Central é insuficiente para atender todas as necessidades do Movimento Espírita, pois, costumeiramente, se engajam nas atividades dela, antes mesmo do término dos cursos.

É uma atividade fundamental na descentralização das atividades do Centro Espírita José de Castro, pois prepara toda uma equipe capaz de proceder à implantação de escolas e de mantê-las.

Os alunos que terminam os cursos na Unidade Central precisam integrar-se aos trabalhos na seara espírita dentro de sua potencialidade, sendo a RODSE e a RTC um meio eficiente para adaptá-los.

É importante que as Casas Espíritas não fiquem na dependência de expositores externos, que por vezes se vêem impossibilitados de comparecer, devido a problemas de distância, de trânsito e outros, além da valorização e aproveitamento do potencial de cada Casa.

Por ser mais cômodo participar de atividades na Unidade Central ou próximo a sua residência, muitos expositores não se propõem a deslocar para grupos mais distantes.

O resultado das atividades da Área de Ensino junto às Casas Espíritas tem se mostrado muito produtivo, pois trabalha o conjunto no local de origem, fortalecendo-o, o que não é possível em cursos isolados ou com a vinda de representantes dessas Casas à Unidade Central, pois costumam vir poucos representantes de cada uma, o que dificulta a implantação e o aprimoramento nos seus núcleos de origem.

Nessa atividade não é feita seleção na admissão de candidatos para as reuniões, nem no término de cada módulo, pois uma de suas propostas é integrar todos os participantes, líderes e liderados, objetiva abranger a todos, dar condição de libertação espiritual, rompimento de bloqueios íntimos e participação consciente em qualquer atividade da Casa Espírita, por parte do colaborador, em função de sua capacidade e limites.

O desenvolvimento das RTCs segue, em linhas gerais, o programa que apresentamos a seguir: Nas experiências já vividas, foi constatada a necessidade de adaptação do Programa às carências e características do grupo, ora sendo possível cumpri-lo na íntegra, ora havendo necessidade de demorar mais nas etapas de descontração junto à parte do grupo, nos exercícios de condução das reuniões, bem como nas etapas de exercícios de exposição, sempre com o objetivo maior de manter a unidade do grupo para que o mesmo possa adquirir estabilidade e desenvolver tarefas futuras. Nessa variação de atividades é possível que um participante que já faz exposições venha a desenvolver temas do programa como expositor, como forma de aprimoramento.

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Observamos nesse ponto que, para a obtenção destes resultados, há necessidade de frequência, a fim de que não se perca o vínculo com as atividades em desenvolvimento, exceção feita aos que querem permanecer como ouvintes do curso. Salientamos ainda que, mesmo quando uma pessoa participa do trabalho expositivo, porém sem ter os conhecimentos transmitidos nos módulos um e dois, não é possível admiti-la ao módulo três, por haver possibilidade de perturbar o andamento das reuniões, tendo em vista o desconhecimento dessas técnicas. Para que isso seja possível, fazemos um trabalho de reciclagem e eliminamos assuntos e temas desnecessários aos que pretendem participar, adaptando-os e familiarizando-os com a idéia de avaliação, o que tem sido difícil quando iniciam num grupo que já participou dos módulos um, dois e três. ANOTAÇÕES:

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2ª Reunião

O EXPOSITOR / COMUNICADOR ESPÍRITA

- FORMAÇÃO MORAL - FUNÇÃO E IMPORTÂNCIA - CAMPO DE TRABALHO

“Reconhece-se o verdadeiro espírita pela sua transformação moral, pelo esforço que faz para vencer suas más tendências e más inclinações”.

Formação Moral O comunicador espírita é uma pessoa comum, com todas as dificuldades e características do habitante de um mundo de provas e expiações. Imaginar-se superior, pelo simples fato de conhecer um pouco mais um assunto ou tema, é um erro em que não devemos incorrer. Consideramos fundamental o autoconhecimento por parte do expositor, dos seus limites morais, da necessidade de melhorar-se constantemente e de transformar-se moralmente a cada dia. Não se espera do expositor a perfeição moral, que ele seja um símbolo de conduta ilibada, um exemplo de pessoa; que não erre e que não manifeste nenhuma atitude incoerente; espera-se, sim, que ele seja uma pessoa comum, limitada, carente de entendimento e de luz, mas que aceitou o convite de Jesus para renovar-se e, mais ainda, para transformar-se, na luta permanente por se superar. É indispensável que todos os que convivam com o comunicador espírita, percebam claramente o esforço que ele faz para exercitar a caridade e expandir os seus limites. Amor e bondade, ternura e indulgência, paciência e calma, compreensão e perdão, compaixão e tolerância, etc., são referenciais para o progresso a ser alcançado; são os exercícios diários com os quais o expositor deve estar comprometido. Outro aspecto importante na formação moral do expositor é ele ver-se como o seu primeiro e principal ouvinte, considerando-se o mais necessitado dos ensinamentos que esteja veiculando. Em outras palavras, é necessário considerar que o ouvido mais próximo da sua boca é o seu próprio. Um compromisso também fundamental é cuidar da higiene moral e espiritual da boca e da mente, evitar palavrões, maledicência, reclamações infundadas, palavras agressivas e contundentes comprometendo seu verbo, definitivamente, com os princípios da caridade. Finalmente, chamamos a atenção para:

a responsabilidade do estudo;

a necessidade de atualização permanente;

o cuidado com o corpo;

o contato direto com quem sofre, visitando doentes e asilos, conversando com os abandonados da sorte;

a participação ativa na Casa Espírita, contribuindo pessoalmente com a assistência espiritual aos necessitados.

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Esse esforço é para que suas palavras não se apresentem vazias e destituídas do exemplo que contagia.

Lembremo-nos: “Mesmo que eu fale a língua dos anjos e dos homens, se não tiver caridade, de nada valerá”.

Função e Importância

Entendemos que a Casa Espírita é, sobretudo, um sistema de divulgação dos princípios libertadores trazidos pelo Consolador Prometido por Jesus e, por ser um sistema, não existe nenhuma função ou pessoa mais importante do que outras.

Olhando com olhos do Espírito, verificamos imensa participação dos amigos espirituais que, aliás, são os sustentáculos do nosso trabalho. Ampliando ainda mais a visão sistêmica de profundidade, pensar que a função de expositor, por ser algumas vezes o centro das atenções, é a mais importante e subestimar a tarefa da palavra é não atentar para a interdependência que existe entre todos os seres e coisas da natureza.

Pensando bem, a função do expositor é a de clarificar, para seus ouvintes, essa interação permanente com o Plano Espiritual. O que se espera dele é mais abrangente do que ser uma fonte de informações ou de possuir domínio sobre um campo do conhecimento técnico ou teórico; cabe ao expositor conduzir a exposição no sentido de motivar para o desenvolvimento das potencialidades e amadurecimento espiritual e social dos seus ouvintes.

Sob o ponto de vista atual, o expositor espírita é visto como um facilitador da aprendizagem da cultura Espírita. O comunicador espírita não ensina, ajuda a aprender Pesquisas recentes indicam que a aprendizagem é mais eficiente quando a própria pessoa assume a responsabilidade da sua aprendizagem. Nessa nova orientação o expositor continua muito influente, porque tem a oportunidade de estimular:

a aprendizagem da Doutrina Espírita;

o amor pelas coisas espirituais;

o amor pelo estudo, além do amor a Deus, ao próximo e a si mesmo. Enfim, estimular para a transformação moral e a reforma íntima que é, em

última análise, o que justifica nossa passagem por este orbe abençoado.

Campo de Trabalho Num primeiro impulso poderíamos pensar que o campo de trabalho do expositor espírita seja o Centro Espírita e, notadamente, a tribuna, porém, mais uma vez, é preciso ampliar a percepção, pois o seu campo de trabalho é o próprio Universo. Para o expositor espírita, o mundo não está dividido e delimitado ao dualismo do:

o bem x o mal

a luz x as trevas

o sagrado x o profano

os espíritas x os não espíritas

os eleitos x os não eleitos

os filhos de Deus x os filhos das Trevas.

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Hoje, graças a Deus, já foi superado esse posicionamento inadequado e compreende-se que:

o mal não existe;

as trevas são a ausência de Luz;

a paz é um estado de espírito;

tudo é criação de Deus;

somos Espíritos imortais e caminhamos inexoravelmente para a perfeição relativa e a felicidade;

o Deus revelado por Jesus é o “Pai Nosso” e, portanto, somos todos irmãos que formam uma grande família universal.

O campo de trabalho do expositor espírita é a seara referida por Jesus e

começa no seu próprio coração, nos seus sentimentos e pensamentos. Esse trabalho se inicia na perspectiva de reforma íntima dele próprio, expositor, e continua na sua dedicação à tarefa e ao amor ao próximo e concluí-se na devolução dos seus talentos multiplicados, ao Senhor da Vida.

EXPOSITOR – COMUNICADOR

Confunde-se com o Semeador: semeia para quantos se lhe apresentem.

Colhe sempre em abundância; disponibiliza abundância também para os que lhe ouvem, na proporção de como se assemelham ao terreno da parábola: ao largo da estrada, pedregoso, espinheiral ou terreno fértil.

Deve se preparar bem, compulsando as obras que lhe construam o tema; deve ser atento, identificando o nível da condição social e das necessidades do seu público; deve conhecer de antemão a representatividade dos ouvintes – estudantes, assistidos, frequentadores, colaboradores, etc. Desses cuidados surgem à pertinência e a abrangência do tema além da sintonia com o Plano Espiritual.

Simplicidade na apresentação pessoal, humildade e correção na postura, objetividade e clareza na fala, eloquência e criatividade na linguagem, substância com versatilidade no conteúdo da mensagem. Assim deve ser e se conduzir o expositor–comunicador Espírita para atingir seus objetivos, sem desvios do esclarecimento evangélico-doutrinário. Esse conjunto de procedimentos deve ser entendido como Caridade do Verbo!

Por tudo isso ele é a visão antecipada do que será a sua palestra e de como se portará o público que o espera. O quanto esse público conseguirá absorver da sua exposição e o quanto se sentirá motivado a retornar em busca desse aprendizado e lenitivo está diretamente ligado à impressão desse primeiro momento. É muito importante! Devemos entender como: Ide e pregai! ANOTAÇÕES:

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3ª Reunião

TÉCNICAS DE EXPOSIÇÃO: POSTURA, CONDUTA,

RESPIRAÇÃO,

DICÇÃO E DE CONCORDÂNCIA VERBAL

AS TÉCNICAS DE EXPOSIÇÃO

Sabemos o que falar? Não é suficiente falar porque todos falamos, em várias línguas e dialetos, acrescidos ainda de viciações regionais, porém, nem todos conseguimos nos comunicar de forma inteligível. Todos achamos que sabemos falar e nos comunicar, sem nos darmos conta dos resultados, muitas vezes bastante sofríveis. É importante observar como falamos e o que podemos fazer para melhorar nossa comunicação oral. Quem julga desnecessária essa busca, se isola do grupo em que vive, desatento, desmotivado, desinteressado, não se familiariza com novos termos que surgem e se fixam na linguagem local e em todas as áreas do conhecimento. Não se pode acompanhar toda a evolução em todos os campos das atividades humanas, mas é necessário saber o que e como falamos, para não empregarmos palavras erradas ou imprecisas, sem conhecer seu sentido. A aquisição de conhecimentos quanto às técnicas de comunicação: respiração, dicção e concordância verbal, além de outros aspectos do falar, facilitará muito a comunicação correta e eficaz com nossos semelhantes, principalmente quando participamos de atividades expositivas e de direção de trabalhos, nas quais se faz necessária a comunicação correta e dinâmica. Devemos falar bem e corretamente para evitar erros de interpretação.

POSTURA: Considerações Preliminares

A primeira impressão que passamos ao nos apresentar diante de um público é dada pela nossa postura, que pode facilitar ou dificultar a aceitação do que nos propomos comunicar, na medida em que conseguimos estabelecer sintonia com os participantes, sendo aceitos ou não por eles. Não só a primeira impressão é a que fica, mas a postura que adotarmos durante toda a apresentação, serão tanto melhores os resultados, quanto mais desenvoltos estivermos. A postura física envolve a vestimenta e o posicionamento, bem como os gestos, o olhar, a expressão fisionômica e como nos comportamos diante das reações do público. O realce do assunto a ser apresentado será tanto maior, quanto maior for a sintonia com o mesmo e melhor for estudada a questão a ser exposta, tendo-se, porém, o cuidado de perceber o que realmente deve ser transmitido, tanto no conteúdo quanto na profundidade, para que o público entenda, participe ativamente e o absorva. O expositor deve apresentar o assunto com clareza e concisão, cativar o ouvinte e facilitar a condução do assunto junto ao público para ser concluído com êxito.

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Aversão, simpatia e preconceitos, tanto quanto desconhecimento e radicalismo sobre os temas de palestras podem predispor o público ao desinteresse pela mensagem e à animosidade ao expositor, gerando repulsa ou antipatia pelo tema ou pelo palestrante, podendo ainda, fanatizar os envolvidos mais impulsivos. Normalmente quem se deixa envolver por essa condição está em busca de algo que preencha anseios e frustrações. Aqueles que se deixam aprisionar nessa armadilha de orgulho e de vaidade são carentes de humildade e de esclarecimentos, cabendo ao expositor o cuidado de como se expressar para auxiliá-los e não prejudicá-los, exigindo de si, ponderação e equilíbrio no trato e condução do assunto. Essa superação e mudança de postura diante do público fazem parte do seu aprimoramento e, como visão e reação apaziguadora, são também objetivos das RTCs. As dificuldades do dia-a-dia devem ser motivo de meditação e esforço, enfrentadas com determinação e boa vontade a fim de serem superadas, cabendo a quem fala tirar o aprendizado de cada uma e se posicionar diante do público de modo a induzi-lo a superá-las, uma vez que as dificuldades são comuns a todos nós. O que nos diferencia é que uns conseguem perceber as soluções, enquanto outros se perturbam e ficam na dependência de uma palavra esclarecedora e consoladora; uns enfrentam e outros não, caindo em desânimo e dependência. A preleção não deve ser de revolta diante dessas questões, mas a de quem é capaz de sugerir e induzir os ouvintes a perceber soluções para esses problemas, sem apresentar teorias que não estejam calcadas na vivência. Não basta falar bem, é preciso saber orientar e motivar, comprometer os ouvintes com as soluções e o esforço pessoal para atingir o equilíbrio e o aprendizado, apoiando e incentivando-os a superar suas limitações e necessidades. Toda palavra proferida no meio espírita deve ser esclarecedora e motivar todos a serem ativos na transformação íntima em direção ao crescimento moral, intelectual e espiritual. A mensagem deve ter dosagem adequada para que os ouvintes não se sintam incapazes de entendê-la e de por em prática seu conteúdo. Que se sintam orientados e capacitados ante as lições recebidas, sem desânimo e sem sentimento de inferioridade ou marginalização, evitando dessa maneira a busca de outros ambientes onde se sintam melhor. Todo aquele que faz uso da palavra deve aprender a agir com humildade para que possa estabelecer sintonia com o Plano Espiritual e perceber o amparo decorrente que lhe é oferecido, de modo a trabalhar em perfeita harmonia e atender dessa forma as necessidades e as carências dos ouvintes. Deve ter em mente que a importância de quem transmite a mensagem é relativa, pois, importante mesmo, são os resultados que ela pode alcançar. A continuidade de uma tarefa requer do seu responsável comportamento de doação e de renúncia em relação ao cargo, devendo este perceber, acolher e amparar os novos valores que surgem, apoiando, orientando, incentivando e motivando-os a seguirem o exemplo dado. Esse procedimento permite que tenhamos sempre colaboradores suficientes, aptos para cada tarefa, a ensejar maior aprendizagem para cada um e nos liberar para novas atividades que surgem, pois pode ocorrer que aqueles apresentem melhor condição que nós.

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CONDUTA A conduta do expositor deve ser equilibrada, tranquila, buscando o aprimoramento na medida em que perceber as próprias falhas. Este aprimoramento é possível quando ele se faz assíduo, dedicado e complementa com a aceitação do apoio dos companheiros de trabalho o estudo e a vivência. Comunicadores, expositores e médiuns, dentre outros que se destacam pelo seu potencial, estão sujeitos ao assédio de pessoas que os perturbam com elogios e criam uma falsa imagem de sabedoria, o que pode levá-los a desequilíbrios, se invigilantes, É necessário aprender a lidar com essas questões com humildade e com apoio nos ensinamentos evangélicos, rejeitar esse assédio, lembrar e afirmar sempre, que somos instrumentos do Plano Espiritual. Outra forma de conduta é comprometer quem elogia, esclarecendo-o e enfatizando que se a mensagem ou o ensinamento lhe foi útil, deve ser posto em prática no seu dia-a-dia ou em sua necessidade específica. Devemos estar atentos para não nos deslumbrarmos com os resultados obtidos em nossas atividades, atitude muito comum em quem está começando e conquista novas oportunidades de trabalho, ou percebe o resultado da sua atuação no grupo a que pertence. Note-se que essa fascinação também ocorre com colaboradores veteranos, bastando dar ouvidos a quem não deve. Independentemente do grau cultural, profissional ou social do colaborador, é comum quando consegue superar suas limitações de medo, timidez, falta de oportunidade, de perspectiva ou de algum tipo de opressão, perceber que pode usar essa conquista como ferramenta de poder. Essa reação é normal e natural, devido ao aparente equilíbrio e como novo ponto de partida que ganhamos ao nos libertarmos das amarras inibitórias. Ante essa ocorrência, devemos nos solidarizar mutuamente, expor e desfazer em particular o desvio que for observado, evitar ou minimizar atritos pessoais ou futuras disputas pelo poder.

O poder é o teste mais difícil de ser vencido, cabendo-nos orar e vigiar em busca da obtenção de equilíbrio verdadeiro. Principalmente nos momentos de crise, ocasião em que assumimos nossa verdadeira personalidade, pois é o momento de assumir decisão diante de situações que ameaçam fugir do nosso controle e aí aflora a conduta pretérita a que estávamos condicionados, qual seja a de resolver as questões pela força. No desenvolvimento das atividades expositivas, existem situações com as quais precisamos saber lidar, como:

apresentação diante do público;

vestimenta adequada à situação ou evento;

tranquilidade, amabilidade e acessibilidade em relação ao público, antes da atividade, a fim de percebê-lo e captar seus anseios, necessidades e perspectivas.

Também precisamos atentar para atos e fatos costumeiros que se nos deparam no decorrer dos ensinamentos e dos aprendizados, tais como: 1- o principiante deve fazer-se acompanhar de um colega que o tranquilize.

Trazer uma companhia que lhe dê forças é atitude de quem sabe que poderá enfrentar situação inesperada.

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2- Munir-se de anotações resumidas, relê-las e meditar, pedindo amparo ao Plano Espiritual, para que possa ser fiel intérprete de acordo com o que é necessário aos participantes.

3- Sentar-se e respirar lenta e profundamente enquanto aguarda o início das atividades, para serenar-se. Ao iniciar as atividades, atrair a atenção do público para si, pedindo a cada um que medite sobre o que espera da reunião, e ao Plano Espiritual, que nos ampare para que possamos receber os esclarecimentos que necessitamos para levar ao dia-a-dia da nossa vida, com vistas à nossa evolução.

4- Cuidar para que o procedimento acima não caia em lugar comum e se vulgarize, desenvolvendo-o sempre da mesma forma, principalmente se o público já for nosso conhecido, procurando variar a forma de fazê-lo, observando o resultado no decorrer de cada reunião.

5- Ao término da atividade, despedir-se dos participantes procurando comprometê-los a vivenciar as mensagens recebidas, convidando-os a participarem de futuras reuniões a fim de juntos, continuarem o aprendizado, mesmo que não tenham conseguido superar suas limitações.

6- Após a apresentação, cuidemos para não nos embalar em elogios fáceis, nos envaidecendo, mostrando que as palavras foram colocadas de acordo com a necessidade dos ouvintes e também em função dos seus interesses e da ação do plano espiritual, sendo nós apenas intermediários.

RESPIRAÇÃO

A emissão da voz está intimamente ligada à respiração, levando cada um a conhecer a sua capacidade, proporcionar modulação, extensão das frases, potência e sonorização. Não obstante, normal e naturalmente, não temos condições de avaliar esses parâmetros porque pertencem à nossa natureza e ao nosso ritmo. É natural não sermos críticos da nossa voz e da forma da sua emissão. Para conhecer e avaliar nossa voz, se ela é agradável e interessante, precisamos compará-la com a vocalização daqueles que se destacam e nos agradam para, em seguida, gravar a nossa fala. A partir dessa providência, devemos ouvir o que gravamos e corrigir as falhas e discrepâncias, mediante exercícios apropriados, de preferência assistidos por conhecedor do assunto ou por quem seja confiável na avaliação. A educação da voz é de fundamental importância para aperfeiçoar nossa comunicação, melhorar a sua compreensão, saber como respirar e como obtermos condições de melhorá-la. Grande parte das pessoas pensa que a forma correta de respirar seja estufar o peito e encher plenamente os pulmões. No entanto, a maneira correta de respirar é através do diafragma, enchendo o tórax, da forma natural como fazem os bebês. Quando não se respira corretamente falta ar suficiente, ocorre desarmonia no ritmo da respiração e insuficiência na quantidade de ar inalado, o que acaba prejudicando a fala. Outra ocorrência comum é a constatação de que pessoas não se fazem ouvir a certa distância. Esse fato se deve à respiração enganosa pelos pulmões e de não abrirem a boca o suficiente ao falar, fato esse conjugado com o fator inibição. A correção dessas falhas e defeitos é conseguida com os exercícios do programa de aplicação, composto de:

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desinibição, inicialmente;

exercício de pronúncia de palavras com todas as sílabas;

abrir bem a boca ao falar;

leitura de frases longas, de uma só vez, formadas com palavras de pronúncia difícil;

respiração correta e adequada;

prática de relaxamento e observação da ocorrência de hipertonia vocal (falar alto de mais) ou de hipotonia (falar muito baixo);

participação ativa nos exercícios, pois quanto mais contato, determinação e perseverança tivermos na prática e na busca consciente da solução desses problemas, melhores resultados serão obtidos;

prática laboriosa dos exercícios de “quebra língua”.

DICÇÃO

Na dicção, existem alguns itens a considerar:

pronúncia bem articulada;

as palavras devem ser pronunciadas integral e corretamente (todas as vogais e consoantes);

a respiração deve ser correta a fim de que não falte ar para pronunciar as frases de forma integral, até a última sílaba;

havendo dificuldade de pronúncia de palavras e frases de forma correta, o aluno deverá participar de exercícios próprios.

Devem ser respeitadas as palavras e entonações próprias de cada região, porém, devem ser evitados os erros exemplificados a seguir:

Erro (tipo)

Palavras (exemplos)

Errado Certo

Omissão de “L” papé papel

Omissão de “r” trazê trazer

Omissão de “s” fizemo fizemos

Omissão de “i” Intercalado

tercero janero

terceiro janeiro

Troca de letras “a” pelo “e” e omissão de “s”

nós voltemo nós voltamos

Omissão de parte da palavra trocentas vezes quatrocentas vezes

L pelo U Brasiu Brasil

Omissão de sílabas pcisa precisa

Hipértese (transposição de som de uma sílaba na palavra)

vrido drento tauba

vidro dentro tábua

Metátese (transposição de som dentro da mesma sílaba)

troce proque

torce porque

Rotacismo (troca do l pelo r) Craudio Cláudio

Lambdacismo (troca do r pelo l) talde folte

tarde forte

Os exercícios de leitura em voz alta com um lápis atravessado na boca (ou outro obstáculo), para melhorar a dicção serão feitos posteriormente, em sequência da parte prática.

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PONTUAÇÃO

Principalmente na leitura em público, deve ser observada a pontuação, que está intimamente ligada à respiração. Devem ser observados os pontos, ponto e vírgula, associados com a respiração. Velocidade / emoção / clareza O falar deve exprimir as sensações que queremos transmitir, como: Tranquilidade - O ambiente está calmo como um lago sereno. Musicalidade - É como o som dos pássaros na natureza. Velocidade - Rápido como um piscar de olhos. - Lento e alegre como o amanhecer. - Lento e sombrio como o entardecer. Firmeza - Ficam firmes como uma rocha, em sua posição. Clareza - Fui claro como a luz do dia. Carinho - É meiga como um afago de mãe.

Estas formas de nos expressarmos entre outras, tem maior ou menor velocidade, variação na entonação e volume de voz e quem expõe deve saber dosá-las com os gestos e a própria postura. A entonação de voz pode ser classificada em:

Voz de ouro

Carregada de emoção, elevada e confiante.

Voz de prata É a comum, utilizada na conversa diária, na explanação e aulas.

Voz de bronze

É a voz irritada, severa, gritada e vibrante.

Voz de veludo É terna, macia.

Voz impessoal

Usada pelos leitores.

Voz cavernosa

É a ressonante.

Há formas que devem ser evitadas, porém há problemas que são de ordem fisiológica, os quais devemos relevar e nos esforçar para priorizar o conteúdo da mensagem a ser transmitida. O expositor que tenha alguma limitação na voz deve buscar auxílio no uso de recursos de som, como alto-falante, microfone e audiovisuais, como compensação e assim minimizá-la.

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CONCORDÂNCIA VERBAL

A concordância verbal é também um item muito importante para se obter bom resultado na atividade expositiva, cabendo a cada participante estudar com afinco a língua portuguesa e se dedicar a muita leitura de boa qualidade. A equipe ou o grupo que dela participa, deve prestar todo o apoio a quem tenha essas limitações para que não ocorram desistências. Poderemos vir a ter trabalhadores valorosos, caso consigamos superar esses limites. Todos devemos estar irmanados para que possamos vivenciar a doutrina em seu aspecto evolutivo, porque, cada colaborador acaba por encontrar o seu ambiente próprio, sentir-se útil, confiante e gerar harmonia na equipe de trabalho.

ANOTAÇÕES:

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4ª Reunião – 1º Tema

CONSIDERAÇÕES SOBRE O PÚBLICO

Observações preliminares

O público frequentador de uma Casa Espírita compõe um grupo de

assistidos, conforme as suas condições social, cultural e psicológica e, ainda, quanto aos que buscam atender suas necessidades reais ou imaginárias.

Em função da compreensão que têm da vida e das situações que nela enfrentam, esses frequentadores variam desde a busca de soluções de problemas de ordem material e de saúde, até de problemas íntimos, de ordem espiritual e de muitos outros.

Para orientar a cada um e ajudá-lo na superação de suas limitações, os trabalhadores da seara espírita precisam compreender essas necessidades e saber como se posicionar e atuar perante eles, preparando-se adequadamente.

Estes frequentadores, geralmente, devem ser vistos como colaboradores potenciais. A partir dessa visão, traçam-se metas a atingir, que se resumem em fazer com que cada qual saia da condição de ouvinte ou assistido e atinja a de membro ativo, com participação no trabalho de auxílio à sociedade e perceber a vida de uma dimensão mais elevada. Essa mudança varia de um para outro frequentador, dependendo do seu despertamento, sua predisposição para sair do nível em que se encontram, da capacidade de superar-se, de vencer as situações em que vive e dos próprios horizontes e limites.

Os problemas de ordem espiritual são mais difíceis de ser avaliados e observados, por não serem tangíveis como os de ordem material.

Os de ordem material são mais perceptíveis devido ao próprio estágio evolutivo da maioria dos encarnados, que vêem, na posse dos bens materiais, uma condição de equilíbrio, segurança e poder, indo às últimas consequências para conquistá-los, sem se darem conta da desordem espiritual que podem gerar. A valorização dos bens temporários faz com que o ser humano se sinta infeliz, quando desprovido deles e acarreta, via de regra, extensa e dolorosa reencarnação.

Outro exemplo é o da fome, que, fisicamente, é logo sentida, enquanto o desnível espiritual é ignorado até o momento em que o espírito se cansa de procurar equilíbrio e buscar satisfação intima nos bens materiais, sem consegui-lo.

A maioria vive seus dramas sem percebê-los, achando que eles fazem parte do viver e não sente necessidade de imprimir um novo rumo à sua vida. Ao adentrar uma Casa Espírita, trazido pelos problemas não resolvidos ou mal resolvidos, passa a percebê-los e, então, imagina que suas dificuldades aumentam na medida em que toma contato com os ensinos maiores. É o início da conscientização do conhecimento de si próprio.

Em função da forma como encaram esses ensinos há os que buscam no apoio espiritual, as soluções dos problemas materiais, sem se comprometerem com a sua própria transformação, não aceitando essa nova realidade, passam a bater de porta em porta, em busca de solução e imaginam que dessa forma encontrarão as respostas desejadas. Esse tipo de público está mais propenso a ser iludido por falsas promessas de solução, obtidas mediante o pagamento de serviços a serem executados pelos encarnados junto ao plano espiritual. É interessante observar que esse tipo de necessitado passa a encarnação inteira

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nessa situação, sendo iludido quanto à origem de seus males, que sempre são afirmados como sendo de responsabilidade de terceiros quando, na verdade, é da própria invigilância.

Há também os que reconhecem a sua situação e que, no entanto, não persistem na luta pela superação de suas limitações, indo e vindo à casa espírita sempre que os problemas aumentam e afastando-se quando se sentem aliviados.

Outro tipo de público é aquele que, adentra a casa espírita, frequenta suas reuniões e chega até a condição de colaborador em diversos níveis, inclusive de direção, cria depois sua própria diretriz de trabalho e vida, divorciado da Doutrina Espírita, alega várias razões para esse comportamento, tais como: - A Doutrina já está ultrapassada - apoiam-se em conceitos de autores que apresentam outras concepções, às vezes envoltas em mistérios e rituais sedutores, aos que ainda não conseguem enfrentar seus problemas e aceitar a realidade que lhes é apresentada pela Doutrina Espírita. Devemos estar atentos para não ser aqueles que, por falta de aprimoramento, passam uma falsa imagem da Doutrina em palestras, aulas ou mesmo em diálogos e levam seus ouvintes a tirar conclusões erradas. Quem orienta também tem responsabilidade com o resultado. - Não concordar com a postura dos espíritas - que para tudo apontam um passado culposo. - Devemos estar atentos para não passar apenas essa imagem, mas a de uma Doutrina capaz de apresentar um futuro melhor, estimulando-os a aprender com sua situação e a buscar sua superação. - O esforço para se atualizar deve ser uma constante, para poder apresentar uma Doutrina sempre atual.

Há um público que frequenta a casa espírita, concorda com seus princípios, porém não se compromete com estudos mais profundos e com trabalho, ainda mais, voluntário.

Aquele que já frequenta e colabora, por vezes permite-se à rotina e se incomoda com os que chegam com energias e ideias novas. Quem estiver na posição de direção deve separar os que vão se modificando e se adaptando a novas técnicas e evoluindo do ponto de vista tecnológico e de pesquisa, dos que, diferentemente, deturpam a Doutrina com modismos e deve neste ponto permanecer vigilante, manter constante o seu estado de alerta e participar da dinamização dos métodos de comunicação para poder conservar-se sintonizado e permanecer com o grupo.

Um frequentador muito especial é o que podemos denominar de filho pródigo: aquele que retorna à casa do Pai e se caracteriza pela vontade férrea de participar e fazer, embora por vezes apresente dificuldade para acertar, o que leva muitos dirigentes a colocá-lo de lado. Na verdade são espíritos que após procederem como os acima, ou errarem muito e padecerem até desertarem, são capazes de voltar a acatar a decisão de um Pai. Dentro do principio da RODSE, estes precisam de atenção especial, para que possam se libertar de mazelas ainda existentes, para que venham a integrar novas equipes de trabalho. Aqueles que muito erraram, conhecem mais de perto o sofrimento e por isso devem ser encorajados a se preparar para poder melhor assistir aos que ainda permanecem na condição em que estiveram. No Evangelho consta

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que há mais alegria com a recuperação de um pecador do que com a salvação de cem justos. “Os sãos não precisam de médico”.

Outro frequentador que adentra a Casa Espírita é o que, ao chegar, parece ter encontrado alguma coisa que havia perdido, pois se engaja e observa com curiosidade os ensinos que são transmitidos, permanece firme na tarefa, mesmo diante de dificuldades e dissabores, próprias do relacionamento humano. Também este se enquadra nos ensinos de Jesus, que, segundo Roque Jacinto, é aquele que numa ocasião representou o que enterrou seu talento e agora desperta para a Realidade Maior.

O significado desta passagem, segundo Roque Jacinto é que, quem ajunta é Jesus e que nós devemos semear e espalhar, sem a preocupação de ajuntar, desenvolvendo da melhor maneira possível nossa tarefa de esclarecimento.

Diante das citações acima, cada colaborador deve se conscientizar de sua função e responsabilidade, se esforçando para não se deixar seduzir pela vaidade e outras mazelas que lhe impedirão manter-se em equilíbrio e ser um verdadeiro servidor de Jesus. Os frequentadores de uma Casa Espírita podem ser divididos em: 1- Público em geral 2- Assistidos: Assistência espiritual - Assistência social 3- De escola ou de estudos 4- Colaboradores

Características do Público

1- Público em geral

É formado de pessoas que não têm compromisso com a Doutrina, como: - dos que gostam de ouvir palestras, mas não se comprometem além disso; - curiosos, que vão para esclarecer suas dúvidas, foram convidados ou, ainda, entraram ocasionalmente; - pessoas que estão de passagem pela cidade; - aqueles que estão em busca de consolo ou solução para seus problemas, mas ainda não recebem assistência espiritual ou social. Suas necessidades e como se dirigir a eles: - necessitam de orientação geral, conhecer o que é a Doutrina, como surgiu, qual sua função; demonstrar que a Doutrina tem íntima ligação com o Cristianismo, que é isenta de rituais e dogmas, porém, sem criticar qualquer entidade religiosa, política ou postura de raças. Devem também ser desenvolvidos temas evangélicos e doutrinários, de forma que eles possam aceitar as argumentações. Convidar os participantes a admitir a possibilidade de existir a reencarnação para depois explicar a passagem onde esta cabe; não utilizar temas desconhecidos, sem antes dar a definição. 2- Assistência Espiritual/Social

Ambos se diferenciam do público em geral, por já terem algum vínculo com a Doutrina na participação de reuniões regulares e por terem passado pelo plantão de orientação e encaminhamento. Deve se observar que quem se socorre de programas de assistência social nem sempre é uma pessoa ou uma família sem formação profissional, uma vez que, com as modificações na sociedade, encontramos pessoas, inclusive com curso

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universitário ou profissão definida, que podem estar passando por situação de dependência. O expositor deve estar atento e sintonizado com o Plano Espiritual, para falar de acordo com a necessidade deles. No grupo de assistidos podemos encontrar alunos e colaboradores. Para este grupo a forma de abordagem se assemelha à do público em geral, porém procurando comprometê-lo com sua melhora. 3- Escola São pessoas que ainda não se libertaram de seus problemas, porém já devem ser conscientizadas quanto à importância da Doutrina e a exemplificação dos seus ensinamentos pela vivência. 4- Colaboradores

São os que convivem com os mesmos problemas que os assistidos e alunos, só que com a função de ampará-los e guiá-los na superação.

Cada um desses grupos tem suas necessidades específicas e o dirigente, expositor, recepcionista, orientador, além de outros, como bibliotecários, precisam estar atentos para atendê-los da melhor forma possível. A percepção desse variado conjunto de necessitados, a forma de abordá-los e o devido preparo para saber como agir fará a diferença para que esse público permaneça ou não na Casa Espírita.

ANOTAÇÕES:

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4ª Reunião – 2º tema

POSTURA DIANTE DO PÚBLICO

Postura

A nossa postura deve ser de respeito para com o público que nos assiste, prepararmo-nos adequadamente, falar com propriedade do que sabemos e cumprir com os compromissos assumidos. O palestrante ou aquele que interage com o público, deve considerar os interesses, o nível cultural, social e as necessidades reais desses ouvintes e dispensar-lhes um tempo disponível e ouvir-lhes os objetivos a que se propõem. O bom senso deve prevalecer na apresentação, no vestuário e no comportamento pessoal. COMO O NOSSO CORPO FALA

Mesmo não estando desenvolvendo nenhuma atividade oral, o nosso

corpo transmite mensagens diversas nos modos de repousar, andar, aguardar, agir, olhar ou de ouvir.

Essas mensagens podem ser observadas através de um tique nervoso, quando estamos tensos, pela expressão facial quando calados ou falando, ou ainda, pela posição das pernas, dos braços, dos ombros e do movimento das mãos.

O movimento do tronco e dos braços, maior ou menor brilho nos olhos e a gesticulação transmitem impressões quando estamos mais ou menos cansados.

A reação ante uma surpresa, alegria ou tristeza revela quem somos, o que e como estamos sentindo.

Há pessoas que são treinadas para não manifestar emoções, como no caso de negociadores e jogadores e, quando passam pela triagem de orientação e encaminhamento de uma casa espírita, exigem dos entrevistadores um cuidado maior para perceber o que vai no íntimo deles.

Existe também o caso de pessoas quererem esconder ou terem vergonha de expor determinados problemas, mas que se traem pelos sinais de nervosismo e tentativas de fugir do assunto, exigindo também paciência e aprimoramento na forma de abordagem para desarmar e conquistar o espírito do entrevistado.

Os indivíduos componentes de um público também falam com seus corpos, cabendo ao expositor saber captar esses sinais e interpretá-los para poder conquistar a platéia.

Na aprendizagem de uma arte ou de uma atividade física, podemos observar maior ou menor entusiasmo e facilidade dos aprendizes em utilizarem um instrumento ou ferramentas e quais são os seus preferidos.

O OLHAR

Marcar um ponto acima dos olhos dos participantes, com o objetivo de facilitar a atividade expositiva, não corresponde com a realidade, porque no futuro surgirão dificuldades de adaptação à postura correta, que é a de encarar o público com o “olho no olho”.

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Pedro Bloch afirma que cada participante precisa ter a impressão de que o expositor/comunicador fala com ele e que não tenha ficado “órfão” ou ignorado durante a aula, palestra ou apresentação.

Devemos considerar também, que é mais difícil reaprender alguma coisa, atividade ou língua, do que aprendê-la corretamente da primeira vez, porque ainda não teremos adquirido vícios e hábitos que dificultarão nossas atividades futuras.

O nosso olhar reflete o nosso interior, imprimindo-lhe mais força quando associado a expressão de alegria, tranquilidade, felicidade, bem-estar, serenidade, dentre outras impressões ou o inverso destas, sendo necessário que cada um aprenda a se posicionar diante do público, passando-lhe uma mensagem equilibrada, que o leve a agir sempre da melhor maneira. Estas observações são pertinentes porque todo aquele que atua junto de uma ou mais pessoas é, em parte, responsável pelo que o participante venha a fazer ou sentir.

Da mesma forma que quem está à frente de um público é observado, ele também pode e deve observar as expressões do público e buscar compreender se são de confiança, se há simpatia, interesse, oposição, desinteresse, manifestação de cansaço ou disposição de participar.

De posse desses sinais, pode-se avaliar e decidir o que fazer: continuar da mesma forma ou aplicar uma dinâmica que traga o grupo de volta, prenda e mantenha sua atenção ou então, partir para o encerramento da atividade. De acordo com a reação e a expressão dos participantes ao término da atividade, planejaremos a seguinte para manter o interesse em reavivá-la.

O aprimoramento da capacidade de avaliar o público, somado à disposição de atendê-lo em suas necessidades de atingir os objetivos propostos para a atividade e o amor que se dedique à tarefa aumentam a capacidade de dinamizar trabalhos, sejam teóricos ou práticos. OS GESTOS

Os gestos complementam a transmissão verbal e devem ser coerentes com aquilo que é falado.

De início, devido à inibição, há grande dificuldade para se comunicar por meio de gestos, tendo-se a sensação de possuirmos braços compridos demais, além de não sabermos onde colocar as mãos ou de como nos portar, associando a postura com a palavra.

Os gestos podem indicar segurança ou insegurança, certeza ou incerteza, firmeza ou fragilidade diante de uma situação.

Na medida em que nos familiarizamos com as atividades frente a um público, a tendência é a de que os gestos demonstrem essa condição, havendo, porém, a necessidade de apoio e orientações complementares, para que a mensagem seja transmitida mais completa e mais coerente.

Quando há perfeita sintonia entre mensagem, palavras, gestos e expressões fisionômicas associadas ao olhar, a comunicação com o público tende a atingir a condição ideal.

A técnica, em todos os sentidos, não substitui a naturalidade na comunicação, pois, se esta ocorrer de forma artificial, isso é notado e em consequência se perde muito em força de expressão, capacidade de penetração e de convencimento.

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Treinamento é fundamental para que se possa desenvolver melhor a atividade de comunicação, fazendo parte dele, a avaliação dos resultados obtidos, tanto por quem instrui, como pelos participantes do grupo, pois eles vão nos relatar a impressão que tiveram do nosso desempenho, embora este, em muitos casos, possa ser bem diferente da imagem que supomos ter passado para o público.

O acompanhamento se faz necessário, não apenas durante os exercícios do grupo, mas também depois quando do desenvolvimento de atividade com platéia estranha. Esse acompanhamento passa a ser feito por colegas que também estão na fase de aprendizado, para que se quebre a tendência de ficarmos na dependência daqueles que nos instruíram inicialmente.

Para que a expressão corporal seja coerente, é necessário que tenhamos domínio do assunto a ser transmitido e também que tenhamos a flexibilidade necessária para nos adaptarmos às necessidades e condições do auditório, o que em muitos casos é feito na hora, sendo por essa razão importante sentir o público em sua vibração, suas necessidades e anseios, bem como o nível cultural, entre outros quesitos. Alguns detalhes sobre os gestos

Das mãos e braços:

evitar falar com as mãos nos bolsos;

evitar falar com as mãos apoiadas constantemente sobre a tribuna, mesa ou cadeira;

não usar como recurso os braços atrás das costas;

evitar também os braços cruzados, pois denota postura de defesa ou desafio.

Não há regra fixa para o uso das mãos, porém ser observado que não

devemos fazer os mesmos gestos de forma repetida, que podem irritar o público, como também gestos não devem ser ensaiados (patéticos). Não devem ser exagerados, mas devem expressar o que realmente sentimos ou queremos transmitir. Da cabeça e do corpo

Evitar o corpo curvado para frente, dando a impressão de excesso de humildade;

cabeça muito elevada, olhando por cima do auditório, indica arrogância e prepotência;

a posição normal e ereta da cabeça transmite equilíbrio. Das pernas

Movimentação desordenada reflete insegurança e falta de experiência;

recuar até encostar-se a algo onde se apoiar, denota timidez, pressão contrária do auditório e a falta de palavras denota aumento do nervosismo;

apoiar-se constantemente sobre uma perna ou sobre a outra, mostra estar procurando ponto de apoio e indica insegurança.

Há posturas não indicadas em condições normais, mas que podem ser

usadas quando necessárias, como os braços cruzados, para se impor e enfrentar um desafiante.

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Outros detalhes sobre postura física diante do público podem ser obtidos na bibliografia indicada.

Para concluir, observamos ser de suma importância a postura pessoal, em perfeita sintonia com os espíritos protetores que nos auxiliam na tarefa, porque na maioria dos casos as diretrizes de um trabalho na Casa Espírita são dadas por eles, inspirando-nos desde as primeiras ideias até a execução final das mesmas.

ANOTAÇÕES:

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5ª Reunião – 1º Tema

Como Controlar o Medo de Falar em Público

Por sua própria natureza, o homem vive aprendendo e a cada vez que para aprender enfrenta algo desconhecido é tomado por um poderoso sentimento de apreensão. A apreensão continuada gera ansiedade que, por sua vez, revela e expande o medo que todos temos latente na alma. Dessa forma, receio, insegurança e medo, portanto, são consequências do desconhecimento a respeito de algo, de alguma coisa ou de um enfrentamento eminente.

Esses sentimentos são contraditórios, o que se evidencia quando notamos que eles não têm uma causa concreta e visível contra a qual podemos lutar. Eles tiveram origem no curso do desenvolvimento da humanidade, na forma de lendas, mitos e na sucumbência a métodos usuais, conquanto inconvenientes, de educar e disciplinar crianças, cultura que hoje se reflete na geração de “revoltados sem causa” que foi reprimida pelo proibido.

Usualmente foram criados quadros fortes para reprimir anseios naturais e válidos nos povos, pela falta de esclarecimento. Entre muitos, o quadro que nos fala do pós morte, nos enche de preocupações e de medo, pois nos remete a um limbo, purgatório ou inferno sem clemência; o “bicho-papão” e a “mula-sem-cabeça” nos faziam, em criança, obediente-temerosos; os “fantasmas”, personagens assustadores e malignos, espreitavam e surgiam do escuro; talismãs possessivos nos escravizavam e poções mágicas nos enfeitiçavam.

Tão constrangedora, senão desastrosa, foi a subjugação intelectual que se criou, na contrapartida do orgulho, com o complexo de inferioridade. Esse nos pega sempre no dia-a-dia, pois está presente em todos os momentos de nosso relacionamento pessoal, seja nos ambientes, nos fatos ou com pessoas: luxuosos, inusitados ou importantes.

Assim, em rápidas pinceladas, exibimos o receio, a insegurança e o medo como sensações antigas, milenares mesmo, que nos acompanham a vida evolutiva, agindo de dentro para fora de nós e como criação íntima está profundamente instalada em nossa mente, o que quer dizer que ela existe graças a um processo mental e, somente por processo semelhante, podemos combatê-la e vencê-la.

O medo, quando não superado, retarda o desenvolvimento de muitas atividades em nossa vida, porque recuamos e nos negamos a participar das atividades, sempre que nos defrontamos com alguma situação que nos faz inseguros.

O que é o medo? O medo é uma ferramenta para nossa proteção, que avalia os riscos do que vamos enfrentar, estabelecendo a aceitação ou deserção do confronto.

Sempre que o risco pareça conter ameaça para nossa integridade física ou moral, nos recusamos a enfrentá-lo. Se não tivéssemos essa previsão condicionada no nosso íntimo, resolveríamos sem avaliação e correríamos riscos sérios em cada momento da nossa vida.

O medo é o nosso maior inimigo quando alimentado, mas também, agente de libertação, quando decidimos enfrentá-lo numa situação ruim, por medo de que a situação ruim se torne pior.

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Quando o Medo Passa dos Limites?

O medo passa dos limites quando se faz incontrolável e gera necessidade de auxílio externo e de tratamentos especializados para sua superação. Estão enquadrados nesse caso, fobias e síndromes com origem em situações ocorridas nesta ou em outras existências, tais como:

Na vida presente - Traumas de guerra, em que as pessoas reagem tentando se esconder sob camas, mesas ou dentro de armários, sempre que ouvem estampidos, sirenes, ou têm reações descontroladas sempre que se apresente situação que relembra a causa do seu trauma. - Situações que a pessoa não gostaria de reviver, como doenças graves, incuráveis e problemas de relacionamento pessoal violento. - Sequestros seguidos ou não de morte ou com ameaças que terrorizam a vítima, fazendo com que não consiga mais exercer funções normais como sair de casa, caminhar pelas ruas, dirigir automóvel, entre outras fobias. Observemos que o limite não é o mesmo para todas as pessoas, porque a experiência e o grau evolutivo de cada um não são iguais, como podemos deduzir de relatos apresentados diariamente pela imprensa, em estudos científicos e na literatura espírita, onde constatamos, inclusive, situações do passado intervindo no presente. As situações e fobias não resolvidas passam para a próxima encarnação como medos injustificáveis e precisam de assistência espiritual especializada, com tratamentos que identifiquem e removam as razões do medo e não entorpeçam o paciente com medicamentos que, além de não resolverem a situação, mantêm dopados os assistidos. Da mesma forma que traumas desta existência podem ser levados para outras encarnações, temos heranças do passado interferindo na existência atual, na forma de medos que se manifestam desde a infância. Também estes necessitam da intervenção espiritual especializada, que esclareça e fortaleça o indivíduo a ponto de reverter a situação, além de um firme propósito de superá-la.

Como diminuir a possibilidade de situações que nos traumatizam? - Nos estruturando e interagindo por uma sociedade mais equilibrada e menos infeliz; enfrentando os desafios que se nos apresentem, nos capacitando para manter a calma e o equilíbrio necessários ante as circunstâncias inesperadas.

Como Agir: Em situação de; em circunstâncias de; em evidências de:

Incêndios:

Aprender as formas de combate a incêndio;

Participar de treinamentos específicos;

Participar de brigadas contra incêndio no seu emprego. Medo de dirigir após acidente automobilístico

Submeter-se a instrutores especializados que apóiem a superação das dificuldades;

Enfrentar o volante o quanto antes;

Dirigir, no reinício, acompanhado de pessoas que nos encoraje.

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Medo de ser assaltado (à frente de maltrapilhos)

Participar de trabalhos voluntários, com crianças, jovens e adultos carentes, com o fim de reconduzi-los reequilibrados e confiantes, ao seio da sociedade;

Essas atividades nos livram das nossas prisões domésticas, das nossas fobias e das blindagens em que vivemos e com que nos trancamos em nossas casas e em nossos carros.

Por Que Tememos Nos Posicionar em Público, se Não Carregamos tais Traumas?

Todos nós temos o medo como herança do nosso passado longínquo, pela maneira de como os povos nos conduziram. Daí termos o medo permeando nossa vida, criado por imposições como: 1. Medo do inferno; 2. Medo da ira dos deuses ou de Deus; 3. Medo das pestes ceifadoras de vidas; 4. Medo dos povos inimigos; 5. Medo das autoridades constituídas; 6. Medo dos nossos pais; 7. Medo das adversidades da vida.

Hoje, muitos ainda alimentam esses medos que precisam ser erradicados. A Doutrina Espírita contém as diretrizes que permitem obter os melhores resultados, bastando para tanto, gerar incentivos para conhecê-la, aprendê-la e praticá-la, evitar as fobias, buscar esclarecimentos, mudar a postura antiga e aplicar-se no intento.

A seguir, detalhamos atitudes e comportamentos que ajudam a entender o que evitar e apresentamos sugestões para o sucesso, como segue: Herança da Antiguidade

1- Medo do Inferno - Evitar sempre a possibilidade de novas provas e expiações ocorrerem devido às nossas falhas; - Ressaltar sempre a possibilidade de futuro bom por conta dos nossos atos e conduta atuais; - Evitar sempre de alimentar o risco que sofremos de pensar em irmos pra o umbral após o desencarne e buscar incessantemente o esclarecimento no Evangelho de Jesus. Como superar Aprender a superar falhas, erros e vícios, utilizando as experiências antigas; - Colaborar fraternalmente com os recalcitrantes e mais suscetíveis; - Aprender e utilizar o processo de compensação de atos negativos por bênçãos, ao nos dedicarmos ao próximo; quando nos modificamos, exercitando a humildade e a renúncia.

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2- Medo da ira dos deuses ou de Deus - Evitar sucumbir a dogmas e mitos da Antiguidade. Como se esclarecer e superar - Esclarecer-se sobre o mecanismo do relacionamento entre os planos divino e terreno, conhecendo e estudando O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec; - Inteirar-se de que, de como e por que Deus não absolve nem condena o homem, compulsando o livro Céu e Inferno, de Allan Kardec. 3- Medo de pestes ceifadoras de vida - Evitar alimentação e bebidas inadequadas à saúde física; - Modificar a vida sedentária, exercitando-se fisicamente; - Fugir dos vícios, paixões e das drogas, manter sintonia espiritual, orar e vigiar; - Evitar contaminação por desrespeito às leis naturais e a promiscuidade. Como superar - Usar sempre, permanentemente, alimentos e bebidas naturais; - Não trocar o dia pela noite; não viciar o corpo no comodismo da modernidade; - Não dar o primeiro passo para vícios e drogas, isto é, não experimentar, jamais; - Conhecer e se pautar pelas leis naturais (Cap. III d’O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec), evitar a promiscuidade física e moral; - Esclarecer-se e agir responsável e conscientemente ante qualquer surto epidêmico. 4- Medo dos povos inimigos - Evitar a sucumbência política, cultural e econômica pelo saber (conhecimento e educação); - Evitar a aprovação de atos hostis de nações a qualquer outra nação, mesmo às amigas. Como superar - Valorizar-se e se esclarecer pelo estudo, pela educação e pelo progresso pessoal; - Colocar-se a par das verdades e dos valores respeitáveis de cada povo. Aquisições do Presente

5- Medo das autoridades constituídas - Evitar os descaminhos públicos ou privados; - Evitar mal-entendidos, atritos e choque de personalismo; - Evitar desafios impertinentes, superáveis pela razão. Como superar - Aplicar todo o empenho e esforço pessoal, adequando-se ao seu rendimento financeiro; - Jamais compactuar com a corrupção ativa ou passiva; - Respeitar os bem alheios, pessoais ou materiais, públicos ou privados; - Evitar confusões mantendo sempre o respeito e a serenidade; - Não enfrentar o ser investido de autoridade, senão através da própria lei.

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6- Medo dos pais - Evitar desencontros de pais e filhos, sempre, da infância à velhice. Como superar - De parte dos filhos - Evitar o abandono e o desamparo à pessoa física dos pais; - Evitar o desrespeito e a indiferença aos pais e aos mais velhos. - De parte dos pais - Manter os filhos ao seu lado, em todas e quaisquer situações; - Não intimidar os filhos pensando discipliná-los; - Exercer autoridade com suavidade e respeito; - Observar se portam medos, desde o berço, providenciar atendimento competente, mormente, não esquecer e não dispensar o atendimento espiritual especializado. 7- Medo das situações adversas da vida - Evitar de imaginar situações negativas; - Evitar preocupar-se com dúvidas e incertezas; - Evitar ansiedade quanto ao acerto na realização de tarefas futuras; - Evitar o comodismo que renega a obrigação e a responsabilidade imediata dos deveres. Como superar - Ocupar-se com os afazeres imediatos; preencher utilmente seu tempo, sem ociosidade; - Não agasalhar pensamentos negativos; fazer boas leituras; conviver com amigos; - Preparar-se bem para os seus desafios e aguardar o momento certo de agir; - Não deixar para amanhã as tarefas, obrigações e deveres de hoje. Prevenir-se; 8- Medos diversos - Do escuro, do bicho-papão, da mula-sem-cabeça, do maltrapilho. Como superar - Ater-se com a realidade da vida, sem se apequenar, sem recorrer à fantasiosa proteção de “fazer-se” criança novamente; - Reconhecer e aceitar as diferenças sociais da vida; combatê-las e não compactuar com elas. - Do cobrador à porta, da possível perda de emprego, de doenças graves. Como superar - Não se comprometer financeiramente além da sua renda; - Empenhar antecipadamente o pagamento de cada dívida assumida; - Informar a tempo o seu credor da impossibilidade de satisfazer-lhe o débito; - Procurar reservar para si, o dízimo da sua renda na prevenção de eventualidades; - Manter-se atualizado na sua área profissional; - Fazer curso profissionalizante alternativo enquanto houver condições favoráveis; - Assistir palestras de auto-ajuda e frequentar feiras de novidades em geral;

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- Manter uma apólice de seguro-doença ou um plano de saúde; - Manter em dia sua contribuição previdenciária e em ordem a sua documentação; - Organizar-se com os cartões de assistência social e de saúde pública. Essas considerações têm por objetivo, chamar a atenção para posturas adotadas como corretas, mas que destoam da realidade e merecem ser reavaliadas para se obter resultados melhores e mais seguros nesse campo. Levando em conta que o relacionamento humano é o fator mais difícil a se resolver também no meio espírita, há a necessidade destas considerações, objetivando alcançar solução mais satisfatória. Ao abraçarmos a Doutrina Espírita, evolucionista por excelência, devemos entender que os desafios fazem parte do nosso crescimento e que fuga, retraimento e omissão não resolvem as incertezas do nosso entendimento. Seguindo esse raciocínio, concluímos que todos temos a necessidade de superar nossas limitações para nos situarmos de forma mais equilibrada na sociedade, independente da atividade que exercemos, como meio de evoluir e alavancar a evolução dos nossos semelhantes. Para esclarecer as questões evangélicas e doutrinárias, temos uma vasta literatura Espírita que complementa a obra básica compilada e codificada por Allan Kardec. Isso posto, vamos elencar informações, esclarecimentos e procedimentos que podem equilibrar as nossas sensações, fortalecer os nossos sentimentos e tornar conhecido o que desconhecemos com relação a essas fobias. Vejamos, a seguir:

1)- O medo é ausência de informação - Devemos procurar a causa do medo e da ansiedade que nos domina, para, esclarecidos, podermos dominá-la, lembrando que a causa pode ser objetiva ou subjetiva, abstrata ou concreta, real ou imaginária: “desequilíbrio na saúde do corpo ou problemas sentimentais, risco de perder o emprego, perda por roubo do veículo familiar, falta de qualificação pertinente, assombro pelo imprevisto de encargos”.

2)- O medo não vem de fora, mas de dentro de você. - Identificar as situações que você considera difíceis e que o deixam em desvantagem; - Decidir se as enfrenta sozinho ou se busca ajuda. Ajudado é sempre mais fácil; - De qualquer forma, enfrentando-as, o medo tende a desaparecer; - Aceitar e vencer os desafios nos impulsiona e nos capacita a amparar os que pelejam.

3)-Os medos que criamos podemos vencer - Relaxar e serenar nossa mente, controlar a ansiedade e ordenar ao nosso subconsciente que afaste o esse sentimento de medo; - O trabalho noturno da nossa mente, processado pelo subconsciente, na verdade, é elaborado pelo nosso Espírito e pode vencer quaisquer obstáculos psíquicos; - Buscando sempre a colaboração médica, convencional ou alternativa, sitiamos nossa fobia e fortalecemos o seu combate.

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4)- O medo não tem origem no nosso íntimo

- Minimizar o vulto do nosso medo já é um passo vitorioso. Em razão desse medo, psicólogos ou psicanalistas só são recomendados em casos extremos; - Na sua análise, não encontrando na vida presente a causa do seu medo, lembre-se que ele pode residir em vidas passadas, no entanto, essa não poderá ser a causa de todos os seus temores. Cuidado! - Medos podem ser provas a serem vencidas, projetadas quando da nossa programação reencarnatória. Nesse ponto, lembremo-nos de que ninguém recebe a cruz mais pesada do que pode carregar. Isso determina que temos condição sim, de superá-los. 5)- O medo realimentado e suas consequências

- Realimentado o medo, criamos uma atmosfera negativa ao nosso redor, baixamos o padrão vibratório e isto nos expõe à ação de espíritos menos elevados; - Nessa condição, nosso medo pode afetar os que nos rodeiam e os perturbam se não tiverem boa sintonia; - Podemos emitir vibrações negativas desapercebidos, tanto quanto emitimos vibrações positivas naturalmente; - Informados e conscientizados dessa realidade, devemos buscar o domínio da situação e bloquear pensamentos e sentimentos que aumentem nossos temores. É prudente e muito conveniente elevar uma prece ou fazer a leitura de um trecho do Evangelho, pedindo amparo e proteção ao Alto, convictos de que seremos atendidos. Como Alcançar e Manter Confiança Diante do Público Devemos confiar em nossa capacidade de assimilar a presença do público e de concluir com êxito a nossa comunicação. Para tanto, firmemo-nos no conteúdo da parte que já estudamos e não declinemos das oportunidades que nos são dadas de participação nos trabalhos de equipe ou de cunho pessoal. Atentemos para o fato de que o nosso comportamento pessoal nos projeta como dois possíveis tipos de oradores, a saber: Orador Real

É como os outros nos vêem: a nossa verdadeira imagem, com defeitos e qualidades visíveis e potencialidade a ser desenvolvida, capazes de passar mensagens, ainda que de forma deficiente. Orador Imaginado

É a imagem que pensamos estar projetando para o nosso interlocutor ou para o nosso público, possivelmente distorcida, devido à pretensão assumida ou despercebida que domina nossas ações e nos faz sentir melhores do que realmente somos. É preciso buscar o equilíbrio do nosso ser e das nossas ações, superar os excessos e suprir a falta de confiança, ambos, fatores desagregadores da nossa personalidade. Para tanto, devemos persistir no estudo e na prática das

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técnicas que forem apresentadas nas RTCs., reformar, harmonizar e fixar positivamente o nosso comportamento e a nossa imagem. Agindo com firmeza, porém, de forma ponderada, devemos aceitar as avaliações que nos são dirigidas, quando sinceras e construtivas e rejeitar aquelas que nos pareçam impertinentes. Esse comportamento nos fortalece dentro de um procedimento de humildade, limita auto-avaliações falsas e nos encoraja para novas oportunidades. Condição ideal, no caso, é uma quimera, pois, quanto mais atentamos para as técnicas e nos predispomos à prática, aceitarmos todas as oportunidades que nos são dadas, mais e melhor vamos nos capacitar e fortalecer. Desapercebidamente, colaboramos com a equipe e nos apresentamos como “expositores”, tal como se fôramos um veterano. Outra consideração importante: quanto mais nos dedicarmos, maior é o apoio espiritual que receberemos, pois é de interesse deles que a tarefa seja feita, sendo, cada um de nós, instrumento mais ou menos importante, não para nossa individualidade, mas, para um objetivo maior, que são os desígnios do Alto.

Fatores a serem considerados para Controlar o Medo

de Falar em Público

1)- Confrontar o medo buscando calma Com o tempo, a repetição desse intento suplanta o nervosismo e implanta a calma e coragem. 2)- No momento da execução da atividade Insista em manter o nervosismo sob controle em qualquer ocasião que ele surja. Reuniões em família, com amigos, em salas de aula, palestras ou solenidades públicas, são os ambientes que requerem nossa atenção a essa prática, tanto quanto se pôr à vontade, “soltando” o pescoço, braços e pernas e respirando profunda e lentamente. É importante não fazer uso de fumo ou álcool antes dessas ocasiões. 3)- Como se comportar De forma inconsciente e através de gestos e maneiras, o nosso corpo expede mensagens do estado interior que vivenciamos em cada momento. Essas mensagens são detectadas pelas pessoas e pelo público e comandam a reação e apreciação a nosso respeito. 4)- Saiba o que falar

A preparação do expositor deve sempre levar em conta o tipo de público com que vai interagir, no entanto, durante a atividade costumam surgir imprevistos. Contra esse evento, observe as seguintes providências: 1. Estude bem o tema e faça anotações esquemáticas; 2. Meditando sobre o tema, imagine saídas adequadas para situações

pertinentes;

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3. Estude e exercite bastante a apresentação do seu tema e não deixe de confiar na providência do Plano Espiritual que sempre nos dá sustentação apropriada.

5)- Não imagine a situação pior do que é

Esteja bem preparado pelo estudo e meditação; procure esquecer-se da preocupação e peça auxílio ao Plano Espiritual;

Busque sintonia com o Plano Superior, perceba o manancial de intuição que virá e no final, com certeza, você vai perceber que foi menos difícil do que parecia ser. 6)- Cuidado com os vícios (cacoetes, linguagem e postura)

Respire profunda e lentamente ao se posicionar para a atividade; procure

se relaxar e evitar os tiques nervosos. Não chame a atenção do público com gestos inadequados e objetos que

tenha à mão; aproveite as aulas participando de todas as oportunidades. O treinamento suprime vícios e tiques e suavizam nossa postura.

7)- O papel da respiração

O expositor deve respirar pausadamente, enchendo bem os pulmões,

numa respiração de diafragma, do tipo da respiração dos bebês. Entre as frases, evite usar palavras que representam vícios de linguagem

e “muletas” psicológicas, tais como: “né”, “tá”, “entendeu?”, “deu pra entender?”, “tá claro?”, etc. 8)- O resultado da prática

A prática nos dará automaticamente o fluxo regular da reflexão e da

inflexão necessárias para o bom desempenho expositivo. Toda e qualquer atividade humana, para atingir um bom desempenho,

necessita de exercícios constantes e de tempo suficiente. Como Superar o Medo de Falar em Público – 2ª Parte

Todo aquele que pretende se posicionar diante de um público, deve estar consciente do conhecimento exposto na primeira parte deste módulo e orientar-se bem quanto à segunda parte que ora iniciamos, para que sua mensagem se transmita de forma equilibrada e construtiva. Vejamos a sequência que se nos apresenta: A superação é mais fácil quando: 1. Temos alguém ou um grupo que nos seja solidário; 2. Não pesa cobrança sobre nossa capacidade; 3. Formos encorajados e estimulados; 4. Acreditando em nós, nos avaliem sem severidade, nos apoiando e

orientando com confiança; 5. Quem nos orienta leve em conta nossas limitações;

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6. Não alimentamos temor de perdas concretas ou subjetivas; 7. Confiamos em quem nos orienta e apóia; 8. Participamos com entusiasmo. A ação na luta contra o medo Há algumas coisas que devemos fazer para superar o medo de nos posicionar e falar diante do público. Vejamos quais: 1. Ter sincero desejo de superação e libertação; 2. Estar determinado em deixar de lado as preocupações; 3. Querer viver uma nova dimensão de vida; 4. Aceitar os desafios que se nos apresentem. Como agir? 1- Ter sincero desejo de superação e libertação. a) querer superar as limitações do medo; b) querer aprender como agir; c) querer vencer e nos libertar das dificuldades que nos cercam. 2- Estar determinado em deixar de lado as preocupações.

a) Viver plenamente o dia de hoje, lembrando a oração de Jesus: “O pão nosso de cada dia dai-nos hoje”. Nem o de ontem nem o de amanhã. Significa que devemos nos preocupar apenas com as atribuições de cada dia; não nos prendermos ao passado e não alimentarmos temores pelo futuro, para vivermos seguramente o dia presente, dando cabal desempenho das nossas tarefas de hoje; b) Quem tiver uma tarefa-desafio não deve se preocupar com o momento de executá-la, mas sim, se preparar com antecedência, sem relegar os outros compromissos diários. Assim, terá melhores condições de êxito do que se atormentando desnecessariamente.

3- Querer viver uma nova dimensão da vida.

a) Significa que deveremos estar predispostos a viver uma nova experiência, sempre que a oportunidade surgir; b) Quem se fixa aos medos não percebe as oportunidades que surgem, pois permanece ligado aos traumas, ao comodismo e às outras fixações que impedem sua libertação.

4- Aceitar os desafios que se lhe apresentam. a) Quem se fixa e alimenta o medo, recua ante o desafio; b) Devemos identificar as causas do medo e procurar soluções;

c) Atentemos que, para superar o medo, precisamos identificar sua origem e enfrentar sua causa resolutamente.

Dicas Para Superar o Medo de Falar em Público 1. Saiba exatamente o que vai dizer no início, quase palavra por palavra, pois

esse é o momento de maior risco. Uma vez pronunciada a primeira frase, as demais fluirão com naturalidade;

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2. Leve sempre um resumo escrito, com os principais tópicos da apresentação, mesmo que não precise dele. É para dar mais segurança. E dá.

3. Se for ler uma mensagem ou fazer um discurso, imprima o texto em cartão ou cole as folhas de papel em cartolina. Assim, se suas mãos tremerem, não passará vibração para as folhas, o público não se dará conta e você permanecerá mais tranquilo;

4. Ao se posicionar diante do público, não tenha pressa para começar. Respire profunda e lentamente, acerte devagar a altura do microfone (sem demonstrar o verdadeiro propósito). Olhe para todos os lados da plateia e comece a falar calmamente com volume de voz natural. Dessa forma, não demonstrará timidez ao público;

5. Convide o público a participar, questionando o porquê de estarem ali reunidos. Oriente o seu público a pedir o amparo do Plano Espiritual com o objetivo de receberem a resposta que procuram.

6. Antes de iniciar a reunião, quando o desconforto de enfrentar o público é maior, antes mesmo de formar a mesa diretora, para criar mais intimidade com os seus membros, cumprimente cada um dos presentes, com calma. Dessa forma ganhará tempo para superar os momentos iniciais, que são os mais difíceis. Tendo um conhecido entre os componentes da mesa, aproveite para fazer algum comentário pessoal;

7. Antes de falar, já no ambiente da palestra, preste atenção no que as pessoas ao seu redor estão fazendo e tente se distrair um pouco;

8. Antes da apresentação, busque a companhia de amigos e pessoas simpáticas a você, evitando os que possam aborrecê-lo;

9. Antes da sua apresentação, reúna quem de direito e treine várias vezes sua fala. Imagine e exercite respostas para possíveis perguntas ou objeções quanto ao tema, para não ser surpreendido pelo público;

10. Se der “branco”, não se desespere. Repita a última frase para reatar a sequência. Se o recurso falhar, diga aos ouvintes que mais à frente voltará ao assunto. Se ainda assim não se lembrar, provavelmente também o público não irá lembrar e ninguém o cobrará por isso. Lembre-se que a sintonia com o Plano Espiritual e uma postura de humildade, além do domínio sobre o assunto, via de regra, evita o “branco”;

11.Todas essas recomendações ajudam no decorrer do aprendizado, mas nada substitui um consistente preparo para falar. Use sempre todo o tempo de que dispuser.

Recomendações Finais a)- Procure manter a serenidade quando surgir o medo, erga uma prece ao Plano Espiritual, peça seu amparo e confie no seu pronto auxílio; b)- Não se deixe envolver pelo nervosismo. Respire fundo, mantenha o corpo em posição descontraída, solte os braços e visualize o público antes de iniciar a fala; c)- Mantenha-se atento à sua apresentação para disciplinar seus gestos e palavras, educando-se cada vez mais para bem se posicionar diante do público; d)- Concentre-se sempre ao falar, para que suas palavras transmitam a mensagem certa e necessária; e)- Olhe suas tarefas como realizáveis e não alimente pensamentos negativos que promovam insegurança. Estude com afinco; prepare bem o seu tema de trabalho;

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f)- Peça ajuda de quem possa auxiliá-lo, para que observe o seu desempenho e o ajude a se libertar de falhas e viciações; g)- Aprenda e pratique exaustivamente a respiração correta; h)- Pratique sempre, participando não apenas de palestras isoladas ou de aulas, mas também de reuniões de estudo e de aprimoramento na arte de falar em público. Esse exercício exige o esforço comum a todo desafio, quando o iniciante deve agir com fé e determinação, mantendo a visão da meta a atingir. Na medida em que as etapas vão sendo vencidas, outras oportunidades vão surgindo e o participante deve aproveitá-las para continuar seu crescimento. E o crescimento faz com que o novo expositor se afirme cada vez mais, impõe sua personalidade, conquista o respeito do público e o reconhecimento dos colegas. Esse aprimoramento, fruto de vários anos de trabalho e dedicação, termina por transformar o “expositor imaginado” em “expositor real”. O nervosismo que comumente nos atinge pouco antes ou no início de uma apresentação deve ser transformado em eloquência, virtude que se conquista redirecionando o rumo dessa energia, que, como tal, pode e deve ser domada. A energia da convicção somada à força do coração enlevado transmitirá a mensagem convincentemente.

AS TÉCNICAS DE EXPOSIÇÃO Sabemos o que falar? Não é suficiente falar porque todos falamos, em várias línguas e dialetos, acrescidos ainda de viciações regionais, porém, nem todos conseguimos nos comunicar de forma inteligível. Todos achamos que sabemos falar e nos comunicar, sem nos darmos conta dos resultados, muitas vezes bastante sofríveis. É importante observar como falamos e o que podemos fazer para melhorar nossa comunicação oral. Quem julga desnecessária essa busca, se isola do grupo em que vive, desatento, desmotivado, desinteressado, não se familiariza com novos termos que surgem e se fixam na linguagem local e em todas as áreas do conhecimento. Não se pode acompanhar toda a evolução em todos os campos das atividades humanas, mas é necessário saber o que e como falamos, para não empregarmos palavras erradas ou imprecisas, sem conhecer seu sentido. A aquisição de conhecimentos quanto às técnicas de comunicação: respiração, dicção e concordância verbal, além de outros aspectos do falar, facilitará muito a comunicação correta e eficaz com nossos semelhantes, principalmente quando participamos de atividades expositivas e de direção de trabalhos, nas quais se faz necessária a comunicação correta e dinâmica. Devemos falar bem e corretamente para evitar erros de interpretação.

ANOTAÇÕES

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5ª Reunião – 2º Tema

A Timidez e Sua Superação

O tímido é aquele que diante do impulso de fazer alguma coisa, ou ante o desejo de comunicar verbalmente algum fato, se sente incapaz de realizar esse desejo devido a um pânico repentino ou a um terror irracional que o invade. A timidez, em si, não deve ser considerada um mal, pois de início reflete a nossa tomada de posição diante de situações a enfrentar, tais como: - uma situação inusitada, ocasião em que procuramos o apoio de alguém que

já esteja habituado com ela; - adentrar ambiente estranho e diferente do nosso, que pode ser uma casa ou

hotel de luxo ou ainda um clube com cuja modalidade esportiva não estejamos familiarizados;

- enfrentar emprego novo, onde naturalmente tudo nos é estranho, desconhecemos os procedimentos usados e no qual ignoramos com quem iremos conviver.

- visita a uma cidade desconhecida, com cultura diversa da nossa. Quando a pessoa suportou educação rígida e castradora, ao se defrontar com situações para as quais sempre foi julgada incapaz, ou de que sua presença e atitudes eram consideradas incômodas, ocorre com frequência a timidez e a inibição, como resultado de danos psicológicos sofridos, a dificultar sua naturalidade. Além disso, há os preconceitos de qualquer natureza que dificultam o posicionamento equilibrado e desinibido, enquanto não superados. Essas questões podem gerar problemas paralelos à timidez, tais como: medo de palco, medo de se ver particularmente em evidência e alguma dificuldade ao falar, como a gagueira, quando devidos à inibição. A postura consequente pode ser a de “querer voltar ao ninho” ou ao ambiente familiar, num anseio de segurança, desejando que tudo termine o quanto antes. Essas formas de timidez retratam falta de confiança e de segurança causada pelos fatores citados e por outros como: desarmonia no lar em que viveu, pressão de pessoas dominadoras que não lhe davam oportunidades, medo de fazer papel ridículo, dentre outras possíveis causas.

Considerando-se a existência da reencarnação, podemos observar que há crianças que trazem do berço, traços que precisam ser trabalhados por grupos especializados (médiuns passistas) em assistência espiritual e evangelização, estimulando-as para superarem suas dificuldades íntimas e a ter melhor entrosamento no seu ambiente de vida. Sempre que a pessoa não consegue superar a timidez, seja qual for a razão, ela alimenta pensamentos de incapacidade, de dificuldade de se posicionar e de realizar coisas, assumindo postura derrotista, porque se julga inferior aos outros. Todo aquele que vivencia essas situações frustra-se sempre mais e somente ele sente a extensão desse drama, cabendo, também, somente a ele buscar resposta aos estímulos recebidos quando participar de atividade em grupo.

Todos os que conduzem grupos são responsáveis pelos resultados obtidos por seus tutelados, seja no campo profissional, no religioso, de lazer ou familiar, pois deve ter sempre em mente, que é mais fácil e comum segregar os

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que não se enquadram, do que integrá-los e fazer com que superem suas limitações.

No meio Espírita, esse fator se faz ainda mais importante porque, sendo uma Doutrina evolucionista, deve ser constante o esforço em auxiliar e estimular todos os participantes, para que cada um, dentro de seus limites, possa compreender a importância de se superar, de se sentir realizado e a seguir, participar de trabalhos em prol dos que permanecem em dificuldades.

Todo aquele que já passou por situações difíceis, não importa em que grau foram, deve se conscientizar de que elas são ferramentas a favor e não empecilhos contra, para auxiliar seus semelhantes, uma vez que, por tê-las vivido, tem mais facilidades para compreender a dor e a carência do próximo, auxiliando, amparando e orientando-o.

Como Trabalhar com a Superação da Timidez

1ª Situação

Se parece haver algo errado na sua aparência, na sua apresentação ou no seu posicionamento diante de outras pessoas, mas você não se sente como errado, afirme-se tal como você é, não tenha vergonha de si mesmo e assuma sua individualidade.

Não se sinta diminuído por não ter a posição de destaque que outros têm, porque todos são igualmente importantes e necessários na sociedade. Exemplo: De nada adianta a presença de um médico especializado na sala de cirurgia, se a higienização do ambiente não for feita a contento pelos trabalhadores responsáveis ou se não houver um instrumentista a postos. Se você notar algo errado que possa ser melhorado, faça você mesmo a correção, com presteza e naturalidade.

Como agir?

- Faça uma lista dos seus pontos positivos e afirme a si próprio que você os possui, que é capaz e que não precisa recear a companhia de pessoas de posição mais alta, seja a que titulo for, social, cultural, hierárquica ou econômica. 2ª Situação

Sentir-se inibido na companhia de quem parece ter posição social ou profissional de melhor destaque.

Analise o que você faz e se o faz bem, procurando aprimorar-se, adquirir novos conhecimentos a respeito ou algo complementar que melhore e enriqueça seu desempenho. Como agir? - Só fale daquilo que você conhece e tem convicção de que esteja certo, contudo, sem querer ser dono da verdade. É importante termos a tranquilidade de quem se sente parte do grupo.

Esse conhecimento é importante quando somos chamados a dar um parecer que pode ser decisivo ou a dar o nosso voto pessoal.

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Exemplo:

- Um idoso não deve se prender ao passado, porque passa a se sentir sozinho e abandonado, sem condições de se enturmar e interagir com os demais participantes do grupo. - Uma das condições mais frustrantes que existe é a pessoa sentir-se inútil e sem importância, o que deve ser evitado pela busca constante de contato com outras pessoas e pela participação ativa em eventos e reuniões que a mantenham interagindo com o grupo. 3ª Situação

Timidez de natureza emocional

Advém da excitação íntima e do medo de agir e de falar errado diante de pessoas do seu relacionamento, havendo também a possibilidade de fazer-se tímido embora sem percebê-lo e sem meios de reagir. Como agir?

-Aprimorar sua comunicação, participando ativamente de grupos como as RTCs, nos quais, desde início, são ensinados e desenvolvidos na prática, exercícios de descontração e desinibição. - Participar ativamente de grupos de teatro é outra opção para se desinibir. - Lutar contra a tendência de isolacionismo e se expor sem preocupação do que irá acontecer; “dar-a-cara-a-tapa”, como se diz na linguagem popular. - Lembrar-se sempre de que a comunicação é a chave do entendimento nas relações humanas. - Agir sempre com os melhores sentimentos, deixando-se guiar pela intuição. A consciência tranquila se reflete na leveza do corpo e dos gestos. Observações:

Na medida em que você se supera, adquirirá cada vez mais segurança e a tendência à rejeição diminuirá. Você também aprenderá a compreender a razão da rejeição e conseguirá erradicá-la, desde que não se entregue ao desânimo e se dedique com persistência na busca da superação. 4ª Situação

O pânico verbal

Mesmo quem está acostumado a lidar com grande público, como um conferencista, orador ou artista, perde por vezes a confiança habitual. É nesse instante que o habitual é esquecido e o conhecido vira desconhecido e ficamos momentaneamente incapazes de coordenar os pensamentos (é o famoso “branco”, tão temido pelos iniciantes).

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Como agir?

- A melhor arma é ridicularizar a situação, diminuindo a importância do fiasco, satirizando ou zombando do próprio apuro. - Lembrar que você já fez e que é capaz de fazer novamente, deve ser o pensamento seguinte, afugentando a ansiedade. - Olhar a plateia como um todo, respirando profundamente, para então agir. Esse lapso silencioso atrai o público, que fica desejoso de saber o que temos para apresentar e presta maior atenção ao que vamos transmitir. - Fazer breve oração mental, estabelecer e fortalecer sua sintonia com o Plano Maior. - Por vezes, pode vir à mente um outro enfoque para o assunto que será até interpretado como um improviso ou uma variação. Deixar fluir é a melhor atitude. Costumeiramente, é reflexo do que deseja a platéia ou indução do seu Mentor Espiritual. - Seguir em frente sem alimentar o desejo de se desculpar, porque, aí sim, ficará caracterizado que houve um problema. - No início ou término de uma reunião, o “branco” poderá ocorrer no momento da realização da prece inicial ou final, cabendo ao dirigente a sutileza de, passado algum instante, concluí-la com: “e assim, após a prece mental do nosso companheiro, damos por (iniciada ou encerrada) a reunião”. Observações:

- Essa atitude livra a pessoa da situação constrangedora. - Depois, em particular, a pessoa deve ser encorajada e esclarecida de que só pelo fato de ter-se prestado a fazer e concluir uma atividade à frente do grupo, já é um passo firme rumo à desinibição, convidá-la e estimulá-la para que continue até superar suas dificuldades e ressaltar que essas situações fazem parte do desembaraço e do desenvolvimento. - Observar a importância da sintonia com o Plano Espiritual e acreditar confiante no seu amparo. 5ª Situação Sentir-se ridículo - Quando a gagueira não é deficiência da fala, ela pode ser de fundo emocional e/ou psicológico, o que consiste na reação contrária ao desejo de se exprimir claramente e inibe o mecanismo da fala. É o medo de fazer papel ridículo ou de se mostrar incapaz, ou de ser rejeitado, ou ainda, qualquer outra razão preocupante. Como agir? - Aceitar as palavras de encorajamento e não assimilar as que tendem à depreciação e que soem falsas. - Buscar soerguer-se e não alimentar pensamentos derrotistas. - Ler obras que ressaltem exemplos de pessoas que se superaram e se impuseram.

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- Há também um exercício de aceitação do “como somos”, que deve ser executado no início dos trabalhos de descontração e desinibição e que consiste em aceitar nossa condição de ridículo em todas as nossas ações. Exemplo: - Se você vai à frente de um grupo e dá um “branco”. - Se você assume a tribuna e não consegue se posicionar com tranquilidade. - Se você vai à frente, se posiciona e gagueja. - Se você começa a falar mas encerra rapidamente a sua participação, vão achar que você é ridículo por não ser capaz de fazer sua tarefa a contento, - Se você se porta sem alegria e sem naturalidade, vão achá-lo, de alguma forma, ridículo, por não ter sido simpático o suficiente para conquistar o público, sem levar em conta sua tensão emocional e o seu estado psíquico. - Se ficar tenso é por não ser capaz de se tranquilizar diante de tal situação. - Se fizer tudo certo e falar corretamente, é porque “está crente que está abafando”.

Deve-se então satirizar a posição de quem julga e critica, convidando todos a aceitarem sua condição de ridículo, de forma a tornar a situação cômica.

O próximo passo é utilizar a palavra “ridículo”, como elogio para todos que se apresentarem, como: - Foi ridículo também; - Fulano foi ridículo o suficiente para agradá-los. - Estamos todos sendo ridículos o suficiente para aceitar novos desafios? 6ª Situação A nudez

Por muito que possa parecer esse tipo de embaraço, que a nudez não faça parte deste trabalho, ela deve ser analisada também, porque para nos comunicarmos bem devemos estar livres de tabus e de ideias preconcebidas tal como a nudez.

A nudez na vida de um casal é fato natural, pois nascemos nus. A vestimenta foi desenvolvida pelo homem como forma de proteção às intempéries.

Em muitas situações de timidez, podemos perceber os reflexos da educação que propõe a ideia de vergonha do corpo, principalmente em relação ao sexo oposto, mas trata-se de preconceito adquirido ou assumido e também pode ser quanto à cor da pele, da raça ou até mesmo de alguma deficiência física.

Devemos considerar que todos os que se sentem discriminados por pertencerem a algum grupo minoritário, devem redobrar seus esforços para não se deixar inibir pelas pessoas que julgam estar em condições aparentemente privilegiadas, porque os que discriminam apenas manifestam sua ignorância como conceituado pela Doutrina Espírita.

Todos devemos aprender a abordar qualquer questão que se nos apresente, de forma tranquila, equilibrada e desinibida, bastando para tanto, o aprendizado da técnica e a melhor abordagem do tema, para obtermos os melhores resultados.

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Copiado de artigo do “O Estado de São Paulo” com descaracterização para possível aproveitamento no RODSE/RTC

Fase 2 – Módulo 1 – 5ª Reunião

1.Medo – definição 2.Identificação de origem 3.Definição das causas 4.Formas habituais de enfrentamento e superação

Medo: definição Sentimento generalizado de insegurança, baseado no pressentimento de perigo iminente. Ocorre por causas concretas ou abstratas, reais ou imaginárias, mediatas ou futuras, mas sensivelmente perturbadoras e costumeiramente paralisantes. Identificação de origem O medo tem origens no tempo e na forma:

- na existência presente ou (comumente), em existências passadas; - na forma de herança ou na forma de aquisição.

Definição das causas Nesta ou em outras existências (encarnações), as causas da insegurança que geram medos foram herdadas por comportamento cultural e/ou adquiridas por idiossincrasias próprias. No grupo das herdadas por motivos culturais temos: Religiosas - dogma do limbo, purgatório, inferno e excomunhão; - mito da ira, da belicosidade, do despotismo e da parcialidade divina. Vivenciais - calamidades e pestes temporais; - beligerância permanente dos povos. No grupo das adquiridas por idiossincrasias próprias temos: Aquisições do passado - autoridades despóticas, vingativas e cruéis; - desamor à vida humana; - desconsideração à igualdade entre sexos; - escravidão de povos vencidos e gentios de origem simples; Aquisições contemporâneas Sócio-cultural - consequências de desigualdade social; - ausência de escolaridade e conhecimento; - preconceito e discriminação de minorias; - miserabilidade financeiro-econômica. Crendices educacionais

- Impor disciplina às crianças mediante crendices (bicho-papão, fantasmas, etc.).

Ausência de humanismo e de religiosidade - abandono de filhos pelos pais; - abandono de pais pelos filhos;

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- desamparo social e institucional à criança e à velhice; Fobias psicológicas - de enclausuramento em casas, cômodos fechados, elevadores; - vertigens de velocidade e ou de altura; - de animais domésticos e ou selvagens, peçonhentos ou não; - de possíveis doenças graves e/ou incuráveis; - de desemprego ou quebra financeira. Formas habituais de enfrentamento e superação

Técnica psicológica

contrapor ao foco específico da programação reencarnatória (é do que se trata, na maioria dos casos), enfrentamento proposital, banalizando o convívio com a insegurança e o medo;

avaliar serenamente a ausência de consequências e a inconsistência do temor;

ocupar-se propositadamente em auxiliar quem tenha síndrome semelhante;

na ocorrência de causas múltiplas, expor-se propositalmente na que parece mais simples e de mais fácil convívio, enfrentando as outras na medida da superação progressiva.

Técnica Comportamental - ante o fato manifesto, respirar profunda, mas lentamente e procurar manter-

se em tranquila atitude de defesa; - fixar mentalmente a certeza de que você está consciente e é capaz de

superar a insegurança momentânea; - não recuar; permanecer no lugar; manter-se nas condições da ocorrência.

Na sequência da decisão, o próximo passo vem por si só: é a coragem e o destemor.

ANOTAÇÕES

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6ª Reunião - 1º Tema

COMO SE APRENDE

Para melhor transmitir saber e conhecimento, se faz necessário conhecer noções de como se processa a aprendizagem e saber que aprender significa adquirir comportamentos novos ou modificar antigos. Em “Desenvolvimento de Recursos Humanos na Empresa”, segundo A. Vieira de Carvalho, “aprender é adquirir uma nova forma de conduta ou modificar a conduta praticada”, o que, na Doutrina Espírita, equivale à nossa Reforma Íntima. Por isso, é importante valorizar o processo de aprendizagem individual e melhorar o nosso conhecimento quanto às técnicas de ensino. Algumas pessoas pensam que o aprendizado se dá apenas com uma leitura rápida ou através de preleções específicas. Isso é parte de uma aprendizagem, pois ela verdadeiramente acontece quando ocorre “modificação de conduta e substituição de atos negativos por atos cada vez mais positivos” (Roque Jacinto). O simples fato de você saber o que deve ensinar e conhecer o conteúdo didático de um Centro Espírita e de ser um seu dirigente ou colaborador, não lhe garante certeza de êxito na tarefa de transmitir seus conhecimentos a outras pessoas. Para ensinar é preciso que você esteja familiarizado com métodos e saiba utilizar técnicas, com ideias e processos conhecidos como formas de ensino e que saiba administrá-los. Você está se preparando para uma nova atividade, deve receber instruções, estudar e praticar para ser capaz de ensinar ou de transmitir conhecimentos aos seus alunos.

Aquele que deseja obter bom resultado na tarefa de ensinar deve estar atento, colocando-se na condição do aprendiz para:

Perceber as dificuldades do aprendiz;

Perceber os interesses do aluno para, a partir daí, montar seu plano de trabalho e despertá-lo para a riqueza da matéria a ser ministrada;

Sentir prazer em ensinar e alegrar-se com os bons resultados obtidos pelos seus alunos.

Para obter os resultados desejados, devemos atentar para três princípios

da aprendizagem: 1. É preciso que o aluno sinta necessidade de adquirir conhecimento, pois

instrução não desejada é educacionalmente negativa (aprendemos melhor quando estamos motivados para aprender).

2. O aluno deve aprender a fazer, fazendo também, pois nossas experiências constituem a base dos nossos pensamentos. Quanto mais usarmos o que for aprendido, melhor poderemos executar ou entender o que foi ensinado.

3. O aluno deve partir do conhecido para o desconhecido. Cada novo ensinamento deve ser apoiado no anterior ou em experiência já adquirida anteriormente.

A Doutrina Espírita, atual e dinâmica, para ser aprendida e

compreendida, exige esforço, dedicação e persistência ao máximo de cada um, a fim de que nos capacitemos também a divulgá-la e exemplificá-la. Aprendemos para ensinar e exemplificar e para isso, é necessário atentar e

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entender os tópicos seguintes, a fim de melhor compreender a função e responsabilidades de quem ensina:

identificar e especificar o alvo a ser atingido;

demonstrar os meios para alcançar os objetivos;

incentivar os alunos no sentido de se libertarem das dificuldades, através da aquisição de conhecimentos, exercícios constantes e de participação das técnicas ministradas;

procurar motivar o aprendiz de forma que seu interesse seja ativo;

atentar para que, num curso, devemos atender sempre às conveniências dos cursistas e nunca às do orientador;

em geral, as lições não sistematizadas ocorrem sempre num momento de grande necessidade para quem as está recebendo; quando o estudioso se faz desatento, perde motivação e cai seu rendimento;

a frequência às aulas ou reuniões está intimamente ligada à formação de novos hábitos. A eliminação de um hábito só se dá pela sua substituição.

Se esperamos que as pessoas com quem interagimos se modifiquem ou

melhorem, é necessário darmos o exemplo: assim agilizaremos também nosso aprendizado, nossa transformação interior e a nossa evolução íntima. Deduzimos então que experienciar é básico para todo processo de aprendizagem e ensino. Tudo o que vemos, ouvimos, degustamos, cheiramos ou sentimos, só se torna útil em face das experiências anteriores que dão sentido às novas sensações vivenciadas. A aprendizagem resultará da habilidade em perceber novas relações e novos sentidos nas experiências a fim de guiarmos nossas ações futuras, à luz dessa nova compreensão. Aprender exige realização e o bom professor deve se esforçar para que o aluno pratique o que está aprendendo. O aluno entenderá o que lhe dissermos até o ponto em que o seu cabedal de experiências dê sentido às palavras que usarmos. O aluno deve ser estimulado para que se disponha a adquirir novos conhecimentos, além dos que estiver sendo transmitido. Para sermos compreendidos pelo aluno, devemos usar a mesma linguagem dele empregando palavras que ele compreenda. Qualquer outra linguagem será tão ineficiente como se estivéssemos falando língua estrangeira. O professor precisa falar das coisas que o aluno já conhece bem, se familiarizar com os hábitos dele, suas aspirações, sua vida, devendo se capacitar a orientá-lo na melhor aplicação do que ele tiver aprendido. Exemplo:

Numa breve reunião, antes de iniciar matéria nova, o instrutor deve avaliar o conhecimento dos alunos sobre o assunto, a fim de bem dimensionar o conteúdo da aula seguinte;

Procurar perceber se os alunos estão conseguindo acompanhar o assunto e dosar o linguajar e a forma para melhor atendê-los.

Comparações e exemplos não terão qualquer valor se não tiverem pontos

de contato com a experiência de quem está aprendendo. Quanto mais simples e comum for a referência, tanto mais facilmente será transmitida a idéia do que queremos.

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Exemplo:

“É tão delicado quanto um relógio”;

“Misture e espalhe do mesmo jeito como espalhamos manteiga no pão”. Observações:

É comum vermos expositores usar termos e exemplos retirados de livros, sem considerar se os alunos conseguem assimilar. Usam, dessa maneira, exemplos do que acontece no plano espiritual e não os que acontecem no dia-a-dia da vida material.

Observemos que o meio mais comum de se transmitir informações é

mostrando e explicando, não esquecendo de que, falar é apenas uma das partes do informar. A aprendizagem nasce da participação efetiva do aluno e, as coisas que são visualizadas deixam impressão mais forte do que as que são simplesmente ouvidas. Por isso se sugere cartazes, mapas, modelos, diagramas, retro-projetores, etc.

O bom professor fala, mostra, explica e demonstra o que está ensinando. Exemplo: analogias, comparações e contrastes são meios de condicionar experiências e torná-las compreensíveis.

A aprendizagem é resultado contínuo e alternado entre aprender e aplicar. Essa forma acelera a aprendizagem, porque o aluno, percebendo melhor os resultados alcançados, se motiva para buscar novos conhecimentos.

Curiosamente, a atenção plena, aquela que faculta absorver com facilidade o ensinamento, se constitui da aplicação conjunta dos sentidos, assim, ver, cheirar, provar, aplicar e sentir são tão importantes quanto ouvir.

O uso de gravuras, diagramas, mapas, modelos, filmes, materiais demonstrativos e visitas a exposições e mostras como meios de ensino, combinados com as dissertações, facilitam e dinamizam o aprendizado.

De certa maneira, o conhecimento tem momento certo para ser ministrado. Esse momento ocorre quando o amadurecimento do aluno desperta, reclama e busca novo conhecimento, mais saber.

A complementação do aprendizado se dará pelo seu efetivo exercício e, quando o aprendiz tentar ensinar a outro o que aprendeu, perceberá o quanto sabe realmente. A duração de uma aula ou reunião está sujeita:

Ao nível mental e à maturidade dos alunos. Todos devem tirar o proveito possível de cada ensinamento, sem que ocorra cansaço ou desinteresse do aluno.

À complexidade do assunto, pois, quando na lição prepondera maior volume de noções teóricas e poucas oportunidades de demonstrações práticas, a preleção se torna mais extensa.

À capacidade do aluno em se manter atento e interessado. Numa reunião de assistência espiritual, a duração da preleção é de aproximadamente 15 minutos, enquanto nas aulas é de 40 a 50 minutos.

O professor deve ser específico em tudo o que diz. Para ser bem compreendido, deve evitar divagações e falta de clareza nas suas explicações. Deve aproveitar as dúvidas e erros dos alunos para ajudá-los no aprendizado. A dúvida de um, em geral, é também a dúvida da maioria.

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APÊNDICE – COMO SE APRENDE

“Você e eu somos o que fazemos repetidamente” Aristóteles 384-322AC

Você não precisa fazer algo espetacular hoje, mas repetir algumas pequenas coisas certas todos os dias. Homens e mulheres que acreditam na “solução” instantânea para os problemas se iludem e criam desapontamentos para suas vidas, famílias e empresas. Não existe magia rápida, por mais que comerciais de TVs tentem nos convencer do contrário. A boa notícia é a de que existe uma “magia vagarosa”.

Magia vagarosa surge quando você descobre que, repetindo certa ação, mesmo simples, todos os dias e a cada dia haverá um resultado impossível de ser bloqueado, em algum momento no futuro. Note a parte da frase que diz “impossível de ser bloqueado”. É algo similar ao que ocorre com o bambu chinês, que ao ser plantado, fica aproximadamente cinco anos sob a terra. Durante esses longos anos, ele vai se desabrochando lentamente, de um diminuto broto, a partir do bulbo, com todo crescimento e desenvolvimento escondido sob a terra, invisível aos observadores. Entretanto, sua maciça e fibrosa estrutura de raiz, está sendo construída. No final do quinto ano, o bambu chinês cresce, até atingir a altura de 25 metros de uma só vez. Parece um evento único, mas é o resultado inexorável de centenas de pequenos eventos que incluíram plantar, regar e cuidar diariamente, todos os dias. Fazer algo, uma só vez, raramente mudará sua vida. Pular uma refeição hoje, e comer dobrado amanhã, não normalizará seu peso. Você pode até enganar as pessoas e a si mesmo, mas não enganará as leis da biologia, da física e da química. Tais leis naturais não se dobram a eventos únicos, somente a eventos repetidos. Esse princípio é tão importante para sua carreira, para o seu romance, para a criação de seus filhos ou para o desenvolvimento de um produto, que fazemos questão de repetir, a fim que isso fique gravado em sua mente: as leis naturais não se dobram a eventos únicos, somente a eventos repetidos. Levar flores para sua amada hoje e deixar o romance de lado depois, não ajudará nada, porque romance é um bambu chinês. Tratar bem seu cliente hoje, mas considerá-lo um estorvo amanha, fará com que você tenha sempre que procurar novos clientes. Clientes são como o bambu chinês. Marcar presença na faculdade hoje, mas ficar no barzinho da esquina durante o resto da semana, não ajudará na hora de conseguir um lugar no competitivo mercado de trabalho. Competência é como um bambu chinês. Você não é o que faz uma vez ou outra, mas o que faz repetidamente, como afirmou Aristóteles,

trezentos anos antes de Cristo. Eventos únicos não provocam mudanças consistentes em

empresas, famílias, carreiras, vida pessoal e raramente alteram o futuro. Somente eventos repetidos centenas de vezes podem garantir a alteração de seu destino, mesmo que sejam eventos muito, muito pequenos. (Quais os eventos pequenos que você fará hoje, para mudar seu romance, carreira, família ou destino?).

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6ª Reunião – 2º Tema – Enfoque 1

COMO ESTUDAR E PESQUISAR PARA EXPOR Método Para Estudar Bem

O estudar bem e o desenvolvimento do estudar eficiente devem tornar-se um hábito que venha abranger todas as áreas do conhecimento que buscamos atingir. Alcance

Deve servir como instrumento para todos os que procuram aprender cada vez melhor, em qualquer fase da escolaridade O método será melhor entendido e aperfeiçoado na medida que cada um progrida, através de seus esforços. Dividimos em Três Etapas

1. As Fases 2. A Atitude 3. As Técnicas

MÉTODO DO ESTUDO EFICIENTE

A FASE GLOBAL

Atitude e Comportamento

Curiosidade: perguntar-se antes do “estudo – leitura” mostrando interesse: qual

é o assunto? Ao iniciar os apontamentos escritos, aconselha-se escrever no cabeçalho, em destaque, o assunto a ser desenvolvido. Propósito definido: o que sei sobre isso? Do que se trata aqui? Fazer pausa

para responder mentalmente essas perguntas. No caso de resumo de livro ou de texto, quando se trata de primeiro contato com a obra, levantar seu plano de execução. Procurar informações sobre o seu autor e identificar o seu método de trabalho expositivo. Ler na orelha do livro as informações sobre o autor e suas obras. Olho clínico: fazer uma leitura rápida sobre o capitulo ou lição atento apenas ao que se busca. Atenção: esboçar o plano do capítulo, texto, lição ou obra.

Não passividade: estabelecer relação com temas anteriores, sem anotações

apressadas. A primeira leitura é feita até o fim do texto contemplado, mesmo sem entender bem e sem a preocupação de análise.

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A FASE PARCIAL

Concentração: nova leitura, desta vez mais atenta e refletida.

Análise: marcar os tópicos mais importantes.

Crítica: captar a ideia principal, os detalhes importantes e assinalar a lápis no

livro. Relacionar as partes e criticar, se for o caso. Confrontar os pontos-de-vista do autor com os próprios e os da Doutrina; levantar dúvidas. Se o livro discorda da Doutrina, não citá-lo como referência. Observar se você não o entendeu ou se está fazendo juízo apressado. Procurar respostas. Síntese: fazer anotações, de preferência em fichas, com breves transcrições.

Montar esquema das anotações. Sistematização: fazer resumos próprios das conclusões tiradas, das análises e das críticas formuladas, se for o caso. Ordenação lógica: documentar-se, não apenas para o imediato ou presente; as

anotações devem servir para o futuro. Daí a necessidade de serem concisas, não obscuras. Relacionar o assunto entre o anterior e o seguinte; consultar outras fontes; não se limitar ao livro que está sendo estudado. O estudo deve ser comparativo, deixando de lado os livros que apresentem conceitos que possam criar dúvidas, desvirtuamento ou discordância das orientações das Obras Básicas. FASE GLOBAL

Concentração: revisão e assimilação; rever todas as anotações feitas;

confrontá-las com o texto. Persistência: repetir para si próprio o que foi aprendido, imaginando estar comunicando-o para alguém. Adaptação ampla: às situações reais, fora do contexto. Meditar sobre o tema,

associando-o às situações cotidianas, questionar: se eu estivesse necessitado, o que gostaria de ouvir? - tendo que expor meus problemas, como eu falaria? como me sentiria no lugar do necessitado, sem apoio? Treinar para que tal comunicação tenha clareza e sequência lógica. Testar a memória para se assegurar de que não esqueceu algo importante. Sobretudo, não decorar, mas assimilar. Depois de assimilado o conteúdo e os seus conceitos, pode-se

confiar na memória. COMPARAÇÕES ENTRE O MAU E O BOM LEITOR Considerando que as pessoas lêem com diferentes disposições, vamos analisar as diferenças. Infelizmente pagamos caro tributo pelos maus hábitos que adquirimos nas escolas primárias, ao dispendermos esforços no sentido de ler bem.

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Assim, levaremos em conta que temos o bom leitor e o mau leitor, cujas

diferenças assinalaremos a seguir:

O bom leitor lê com objetivo determinado; tem habilidades e hábito de

leitura; lê rapidamente e entende o que lê. Busca aprender certo o assunto, repassar detalhes e responder questões, tendo em mente onde e como aplicar o que lê. Possui bom vocabulário; conhece o significado de muitas palavras; é capaz de perceber o sentido de palavras novas pelo contexto; sabe utilizar dicionário e o faz com frequência, para esclarecer dúvidas e o sentido exato de certos termos, a cada momento.

O mau leitor, desinteressado, possui vocabulário limitado, conhece o

sentido de poucas palavras; nunca relê uma frase para clarear o sentido de uma palavra difícil ou nova. Raramente consulta dicionário e, quando o faz, atrapalha-se, tem dificuldade em entender a definição das palavras e de captar o sentido correto.

O bom leitor tem habilidade para reconhecer o valor do livro; sabe que a

primeira medida a tomar, quando se busca um livro, é indagar de que trata o seu assunto, através do título e subtítulos encontrados na página de rosto e não apenas na capa. Em seguida, lê os títulos das obras do autor; edição do livro; seu índice; a orelha do livro; o prefácio e a bibliografia citada. Só depois disso tudo é que se vê em condições de decidir pela conveniência ou não da sua leitura. Sabe selecionar o que lê; sabe quando consultar e quando ler por completo.

O mau leitor, desconhecedor, não possui nenhum critério técnico para

reconhecer o valor do livro. Raramente, ou nunca, lê as páginas de rosto do livro, o índice, o prefácio, a bibliografia, etc. antes de adquirir o volume ou de iniciar sua leitura; começa a ler a partir do primeiro capítulo. É comum ignorar o nome do autor, mesmo depois de terminar a leitura; jamais é capaz de decidir entre leitura e simples consulta; não consegue selecionar o que vai ler; deixa-se sugestionar pelo aspecto material do livro ou por indicações alheias ou ao que deveria ser o seu interesse.

O mau leitor, inseguro, lê vagarosamente e entende mal o que lê; tem o hábito de ler sem finalidade.

O bom leitor lê unidades de pensamento; abarca num relance o sentido de

um grupo de palavras. Relata rapidamente as idéias encontradas numa frase ou num parágrafo.

O mau leitor, destreinado, lê palavra por palavra; pega o sentido da palavra

isoladamente; despende esforço por juntar os termos e entender a frase e freqüentemente necessita reler as palavras.

O bom leitor tem vários padrões de velocidade de leitura. Ajusta a

velocidade de acordo com o assunto que lê. Se lê uma novela é rápido; se lê um livro científico, para guardar mais detalhes, lê mais devagar, para entender bem.

O mau leitor só tem um ritmo de leitura, seja qual for o assunto. Lê sempre

vagarosamente, com entendimento sofrível.

O bom leitor avalia o que lê. Pergunta-se sempre: que sentido tem isso para

mim? Esse autor é qualificado sobre tal assunto? Ele está apresentando apenas um ponto-de-vista do problema? Qual a ideia principal deste trecho? Quais seus fundamentos?

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Obs. Allan Kardec conseguiu dar visão ampla e impessoalidade à sua Obra,

enquanto em outros autores podemos perceber o seu modo de vida e os reflexos na obra que apresentam.

O mau leitor, desavisado, acredita em tudo o que lê. Para ele tudo o que é

impresso é verdadeiro; raramente confronta o que lê com suas próprias ideias e experiências ou com outras fontes sobre o mesmo assunto. Nunca julga criticamente o escritor ou o seu ponto-de-vista. Obs. Atualmente muitos autores apresentam suas ideias como sendo as da

Doutrina e outros, ainda, como se fossem interpretações mais avançadas que as da Doutrina, podendo se observar suas limitações quando analisados com critério.

O bom leitor sabe quando deve ler um livro até o fim; quando interromper a

leitura periódica ou definitivamente. Sabe quando e como retomar a leitura sem perda de tempo mantendo a continuidade do assunto.

O mau leitor não sabe decidir se é conveniente ou não interromper uma

leitura: lê o livro todo ou interrompe sua leitura sem objetividade, apenas por questões de somenos.

O bom leitor, frequentemente, discute com seus colegas o que lê. Sabe

distinguir entre o valor objetivo e impressões subjetivas durante as discussões. A participação de reuniões onde ocorram debates facilita o aprendizado.

O mau leitor raramente discute com os colegas o que lê e quando o faz,

deixa-se levar por impressões subjetivas e emocionais para defender um ponto de vista qualquer. Seus argumentos geralmente derivam da autoridade do autor, da moda em voga, dos lugares comuns e das tiradas eloqüentes dos preconceituosos. Comumente geram discussões estéreis em torno de assuntos de menor importância, não percebendo os mais profundos.

O bom leitor adquire livros com frequência e forma sua biblioteca particular.

Quando é estudante, procura os livros de textos indispensáveis e se esforça em possuir os clássicos e fundamentais. Tem interesse em tomar assinaturas de periódicos científicos e, formado, continua alimentando sua biblioteca, restringindo a aquisição dos chamados “compêndios”. Tem o hábito de ir direto às fontes e vai além dos livros de texto. Arquiva metodicamente recortes de jornais e revistas para consulta posterior (o que é publicado em revistas e jornais, normalmente será transformado em livro após cinco anos).

O mau leitor não possui e não se interessa por formar biblioteca própria. Às

vezes é capaz de adquirir “metros” de livros para decorar a casa; é frequentemente levado a adquirir livros secundários em vez dos fundamentais. Se estudante, só lê e adquire compêndios de aula e quando formado não sabe o que representa o hábito das boas aquisições de livro.

O bom leitor lê assuntos variados em livros, revistas e jornais, investigando

áreas diversas, tais como: ficção, ciências, história, política, etc., enfatizando a área do seu interesse ou especialização.

O mau leitor está condicionado a ler sempre a mesma espécie de assunto.

Por isso, é importante criar nas crianças o hábito de ler, fazendo o acompanhamento do seu progresso e mantendo seu interesse pela apresentação de obras convenientes e interessantes.

O bom leitor gosta de ler e lê muito. Sente que ler proporciona prazer e

alegria, enriquece o conhecimento e multiplica informações, por isso, lê sempre que pode, “criando” tempo para se dedicar à leitura.

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O mau leitor não gosta de ler e lê pouco. Acha que ler é perda de tempo,

além de trabalho e sofrimento.

O bom leitor não é bom só por ser bom leitor, mas porque desenvolve uma atitude de vida. É constantemente bom leitor; não só lê, mas sabe ler bem, com proveito, incorporando e aplicando no seu viver o que lê.

O mau leitor não se revela apenas no ato da leitura, seja leitura mental ou

oral. É permanentemente mau leitor porque carrega consigo uma constante rejeição à leitura e exerce contumaz resistência ao hábito de ler. Obs. No caso de se montar o “Jogo da Avaliação”, sugerimos que se deva mudar, invertendo as palavras conceituais: “o bom leitor” e “o mau leitor”. Poderá ficar assim: no caso do bom leitor, por exemplo – você lê o que gosta; no caso do mau leitor – você lê pouco e não gosta de ler. Em alguns casos não dar alternativas, como neste, perguntando: falta-lhe tempo para leitura? Seus óculos estão ruins? Você está enxergando mal?

CONDIÇÕES PESSOAIS E AMBIENTAIS

(condições físicas e técnicas da leitura oral; emprego dos olhos, tipos de leitura, vocabulário)

Condições Físicas

Antes de iniciar uma leitura ou um estudo, é muito importante observar o seguinte:

Se possível, dispor de um ambiente sossegado, sem nenhuma interferência.

Fonte de iluminação que provenha do lado esquerdo do estudante, sem excesso de luminosidade.

Usar sempre o mesmo horário e o mesmo local de estudo. Esse comportamento condiciona favoravelmente o corpo e a mente do estudante.

Observar se sua visão está bem; no caso de usar óculos, atentar para o seu estado geral, sua condição e ajuste. Observar se você próprio está bem quanto à audição, respiração e tranquilidade. Para tanto, responda as seguintes perguntas:

Ouve e entende bem o que é falado em classe? É frequente pedir para que repitam palavras ou sentenças? Sente dificuldade em efetuar a leitura? As letras embaralham nesse ato? Dói-lhe a cabeça após alguns minutos de leitura? (em caso afirmativo, procure um oftalmologista).

A posição correta do livro para leitura é a que forma um ângulo de 90 graus com o tórax, mantendo uma distância aproximada de 30 centímetros dos olhos. A visão deve abranger um ângulo suficiente para abarcar toda a extensão da linha sem movimento ocular.

Deve-se buscar a posição mais confortável para o corpo, conquanto não provoque dores, fadiga, sono ou outros incômodos. A postura ideal é aquela em que, sentado, as pernas formem ângulo reto em relação às pernas da cadeira e as costas com o seu espaldar.

Desfazer-se de pensamentos e preocupações que desviem ou obstruam sua atenção da leitura. Fixar-se numa só ideia; afastar lembranças de problemas estranhos ao estudo, para momentos direcionados à solução só deles.

Ler ou estudar com decisão e propósitos bem definidos.

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Técnica da Leitura Oral Aquele que tiver possibilidade de estudar lendo em voz alta deve fazê-lo sempre, pois resulta em duplo fator de fixação da leitura. Observe:

A leitura oral é sempre indicada quando, após ler e reler um parágrafo ou trecho, ainda não se consegue captar-lhe o sentido. Já foi observado que o bom leitor é capaz de ler alto, com clareza e expressividade, se não tiver impedimento físico de qualquer natureza.

Procurar fazer a leitura compassadamente, com calma e sem tropeços. Assim você gostará da leitura e será entendido por quantos estiverem ouvindo com atenção.

Obedecer atentamente às pontuações, emprestando a modulação conveniente à sinalização gráfica do autor.

Se como teste for pedido que repita um trecho sem ler, você deve ser capaz de dizer no mínimo quatro palavras pertinentes, em sequência natural. Trata-se de um teste de memória e de atenção.

O bom leitor revela-se pela leitura oral, porque não lê somente, mas interpreta através da leitura oral.

Emprego dos Olhos

É muito importante esse ponto, pois, através dos olhos é que ocorre a transformação do material escrito, captado em imagem mental perceptiva. Qual é a capacidade da sua visão na leitura? Seus olhos conseguem absorver um grupo de palavras ao mesmo tempo? Se consegue, é porque sua leitura é rápida e muito boa. Percorra com os olhos, sem fazer pausa, estas linhas: “Ela abandonou inteiramente a escola, quando ainda era muito pequena sua irmã Julia, adotada numa família de maiores recursos que a sua”. Se moveu os olhos sem parar, certamente não captou o sentido do que leu. Agora, leia as linhas seguintes com sua velocidade habitual: “Ela abandonou inteiramente a escola, quando ainda era muito pequena sua irmã Júlia, adotada numa família de maiores recursos que a sua”.Durante este tempo seus olhos tiveram movimento... parada... movimento... parada... movimento... parada... Durante cada parada, os olhos se detêm num grupo de palavras ou numa só palavra. Somente durante a parada se pode captar o sentido da palavra ou do grupo de palavras. Enquanto os olhos se movem, não se atenta para o sentido das palavras. Talvez tenha lido assim: “Ela abandonou inteiramente a escola/ (parada) quando era muito pequena sua irmã Júlia/ (parada) adotada numa família de maiores recursos que a sua/ (parada)”.

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Campo de Visão

Campo de visão é o número de palavras que os olhos absorvem numa simples fixação (uma só olhada). Quanto mais curta a pausa, melhor a qualidade da leitura. Quando mais raros os retrocessos, maior a velocidade de leitura e melhor a fixação do assunto. A leitura natural e normal tem movimento sequente, num só sentido.

Maus Hábitos de Leitura

Movimentos labiais durante a leitura silenciosa, tanto quanto movimentar a cabeça de um lado para outro, são maus hábitos de leitura. Refletem hábito de ler sinais e letras e não as ideias ou o sentido do assunto.

Vocabulário

O estudante, particularmente aquele que se interessa em tirar maior proveito da leitura que faz em função de algum trabalho, deve possuir domínio da língua e principalmente do seu vocabulário. O vocabulário de um bom leitor enriquece-se dia a dia, justamente pelo habito de ler.

Palavras Desconhecidas Deparando-se com um termo novo, não se deve paralisar a leitura, mas buscar o seu sentido pelo próprio texto. Reler a frase, atento para o fato de ter apreendido o significado e se resolveu a dúvida surgida. Se não conseguiu uma ou outra coisa, consultar o dicionário. Quando se tratar de assunto científico ou técnico, dar preferência sempre a consultar o glossário que o autor deve ter inserido no final do livro, ou consultar um dicionário especializado. Nunca se acomodar ante um termo desconhecido por preguiça de consultar. Deixar o esclarecimento de uma palavra para depois, num momento oportuno, é sempre prejudicial para entender o seu significado próprio e o sentido particular no texto. Momento oportuno é o já, agora. Além das obras de referência geralmente contidas no final de cada livro, devemos recorrer aos dicionários e enciclopédias que ajudarão a “desvendar o sentido” das palavras, facilitando o melhor proveito da leitura. Será de muita valia formar um fichário contendo: 1. Nome do livro que foi consultado. 2. Edição, data, autor (anotar se encarnado ou desencarnado) e páginas

consultadas. 3. Para palestras; 4. Complementação de estudo ou confrontação de idéias. 5. Para aprendizado 6. No caso de livro da Codificação, anotar: livro, página, capítulo, item, etc.

Depois da palestra, guardar o tema desenvolvido e finalizado, em arquivo, na devida ordem. No caso de repetir a palestra, revisar ou acrescentar o que encontrar de novo nos livros recém editados.

Sempre que sublinhar nos livros, fazê-lo a lápis e nos trabalhos registrar sempre o local e a data completa (dia, mês, ano) da palestra.

Para encerrar, reportamo-nos a um texto do O Reformador, de março de 1978: “Tanto os espíritas quanto os espíritos parecem concordar que é inútil adquirir conhecimento, a não ser que se saiba o que fazer com ele”. Guy Lyon Playfair.

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6ª Reunião – 2º Tema – Enfoque 2

COMO ESTUDAR E PESQUISAR PARA EXPOR

Prece: inspiração

Tema: sobre o que vou falar?

Público Alvo:

a. Assistidos – assistência espiritual b. Alunos – escola, cursos c. Colaborador d. Público em Geral

Livros

Todos os que possam tratar do assunto escolhido

L.E., E.S.E., L.M., C.I., AG., / Chico Xavier, Divaldo P. Franco, Durval Ciamponi, J.H. Pires, etc.

Leitura introdutória (triagem)

1. O Processo da Leitura Identificação das palavras = interpretação do pensamento do autor = compreensão do texto = fixação das idéias = reprodução das idéias 2. O Bom Leitor

Concentra-se nas ideias; não move os lábios; só move os olhos; lê com intervalos para descanso; lê assuntos diversificados; lê com calma, lê bons livros; procura o significado das palavras desconhecidas “gazofiláceo” – (palavra antiga, do tempo de Cristo, com o significado de cofre ou lugar onde se guardava, óbolos, o dízimo, esmolas ou oferendas) 3. A Memória: lembranças, reminiscências. Na triagem: textos que não atingem o público alvo; textos que atingem o público alvo. Leitura Real com Anotações:

ler todo o livro e depois recomeçar a leitura com o intuito de fazer anotações;

tomar nota à medida que vai lendo;

ler e fazer no próprio livro indicações dos parágrafos que devem ser anotados, refazendo depois as anotações finais.

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A PESQUISA EM FUNÇÃO DA ASSISTÊNCIA

AULAS E PALESTRAS

A pesquisa segue alguns passos que podem facilitar a obtenção das respostas, considerando que o pesquisador já tenha em mente os objetivos a atingir, tais como: 1. Considerar o que já existe em torno de cada assunto consultando obras como:

Guia ao Expositor Espírita, edição FEESP, onde se encontram temas evangélicos, doutrinários e filosóficos, com os objetivos desejados, orientações para as etapas de aula ou palestras, com introdução, desenvolvimento e conclusão, além de fontes de consultas.

Vade-mecum Espírita, de Luiz Guimarães, onde estão relacionadas fontes de consultas com nome de autores, páginas, capítulos e editoras. Obs. Essa obra complementa o Guia citado aumentando e diversificando os temas encontrados no guia.

Fonte Viva e Palavras de Vida Eterna, ambos de Emmanuel, psicografia de Francisco Cândido Xavier, edição FEB, que citam e fazem referência a passagens do Novo Testamento. Enriquecem também como fonte valiosa para temas, consultas e exemplos, os livros Pão Nosso, Vinha de Luz, Caminho, Verdade e Vida, todos da mesma origem.

2. O expositor pode fazer um levantamento relacionando os evangelistas,

capítulos e versículos encontrados nos livros que analisam o Novo Testamento. Proceder da mesma forma com obras baseadas em livros laicos.

Obs. Esse procedimento facilita e reduz sensivelmente o tempo de pesquisa, após o término do levantamento que, preliminarmente, pode ser feito na própria folha de índice ou se necessário numa folha à parte, para várias citações sobre o mesmo tema.

Ex. Criar colunas para cada evangelista, para cada apóstolo, para partes do Velho Testamento e também para o Novo Testamento. Faz-se então, o levantamento de cada tema e se anota as fontes nas colunas correspondentes.

USO DA PALAVRA A palavra é emissão do pensamento que se verbaliza, portadora do conteúdo mental, que busca alcançar um fim. Mesmo quando procurando dissimular os sentimentos íntimos, é veículo de alta carga vibratória que a desvela. O seu uso correto faz com que se torne instrumento de grande poder, favorecendo quem a explicita. Quando carregada de sinceridade e fé, age como onda vibratória que estiola as forças negativas que envolvem o indivíduo, promovendo as aspirações de que se reveste. Se portadora de pessimismo, dúvidas e acusações, atrai por sintonia mental enfermidades, sombras e malquerenças, que terminam por vencer aquele que a exterioriza. A educação da vontade contribui de maneira especial para o exercício feliz da palavra.

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Falar, sem pensar, é ato comum, automático. Pensar antes de falar resulta da conquista dos valores morais e espirituais que dignificam o homem. A palavra é semente que se deposita no solo das vidas. Conforme a sua qualidade, ressurge em colheita de frutos que serão portadores de paz ou desgraça. A sementeira, portanto, deve ser realizada de forma consciente com os olhos postos no futuro. Quando se silencia uma palavra infeliz, ela permanece subjugada; porém, se expressa, faz-se verdugo implacável. Falar é uma ciência e uma arte. Ciência, porque deve ser sempre mensageira de sabedoria, repassada de amor, portadora de fé. E arte, porque se deve revestir da correspondente modulação ao que informa. Estabeleceu-se como correto, na arte da palavra, que: “nem sempre é o que se diz, mas como se diz”, que provoca a reação do ouvinte. Assim coloca a dose de emoção correta no teu verbo, de modo a torná-lo objetivo, claro e saudável. Fala, emitindo ondas positivas, afirmações sinceras, com correspondente carga de amizade. Diante de uma situação negativa, não faça coro geral com palavras rudes, pejorativas, portadoras de azedume e ira. Além de não resolverem a ocorrência, tornam-na pior, gerando perturbação e desequilíbrio. A palavra apaixonada pelo mal tem sido responsável por guerras lamentáveis, assim como, aquela que se faz mensageira de compreensão e lucidez, tem podido intermediar e conseguir a paz. A palavra remete ao trabalho, à ação do bem, ou, à revolta, à indolência, à injustiça. A palavra é uma flecha que, disparada, não mais pode ser detida, alcançando o alvo. Tem cuidado com ela.

Falando, Jesus alterou completamente a filosofia existencial então vigente na sua pátria e abriu as fronteiras da esperança e da felicidade para as criaturas de todos os tempos futuros.

Joana de Angelis’ Página psicografada pelo médium Divaldo P. Franco, em 19.10.1988, em Sta. Mônica, CA., USA.)

ALGUMAS ATITUDES QUE O ORADOR ESPÍRITA DEVE EVITAR

Falar sem antes buscar a inspiração dos Bons Espíritos pelos recursos da

prece; Desprezar as necessidades dos circunstantes; Empregar conceitos pejorativos, denotando desrespeito ante a condição

dos ouvintes; Introduzir azedume e reclamações pessoais nas exposições doutrinárias; Atacar as crenças alheias, conquanto se veja na obrigação de cultivar a

fé raciocinada, sem endosso a ritos e preconceitos; Esquecer as carências e as condições da comunidade a que se dirige;

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Censurar levianamente as faltas do povo e desconhecer o impositivo de a elas se referir, quando necessário, a fim de corrigi-las com bondade e entendimento;

Situar-se em plano superior como quem se dirige do alto para baixo; Adotar teatralidade ou sensacionalismo; Veicular consolo em bases de mentira ou injúria, em nome da verdade; Ignorar que os incrédulos ou os adventícios do auditório são irmãos

igualmente necessitados de compreensão quais nós mesmos; Fugir da simplicidade; Colocar frases brilhantes e inúteis acima da sinceridade e da lógica; Nunca encontrar tempo para estudar de modo a renovar-se com o

objetivo de melhor ajudar aos que ouvem; Ensinar querendo aplausos e vantagens para si, esquecendo-se do

esclarecimento e da caridade que deve aos companheiros; “Ide e pregai o Reino de Deus”, conclamou-nos o Cristo. E o Espiritismo,

que revive o Evangelho do Senhor, nos ensina como pregar a fim de que a palavra não se faça vazia e a fé não seja vã.

ANOTAÇÕES

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6ª Reunião – 2º Tema – Enfoque 3

COMO ESTUDAR, PESQUISAR E EXPOR

O Estudo Três fatores fundamentam este tema, a saber: o aluno, o expositor e o Plano Espiritual; o aluno para evoluir, o expositor e os livros para persuadir, o Plano Espiritual para inspirar e iluminar, levando o candidato a se aprimorar pelo aprendizado.

O ser humano só adquire o saber pelo estudo e sua posterior aplicação, como afirma Mira y Lopes “estudar significa concentrar todos os recursos pessoais na captação e assimilação de dados, relações e técnicas condizentes ao domínio de um problema”. Quem estuda deve ter como objetivo a aquisição de conhecimento, informações e sistemas de pensamento, além do domínio de técnicas e habilidades para a mudança de comportamento e princípios de vida. O treinamento na arte de estudar com eficiência leva o aluno a aprender eficazmente. Todo aprendizado deve ser ativo e dinâmico, exigindo esforço e perseverança de parte do aluno e do expositor, para obter assistência e ajuda do Plano Espiritual. A observação acurada do problema, a pesquisa sistemática no estudo e a participação efetiva nas suas soluções resultam e proporcionam aquisição de conhecimentos adicionais. Os êxitos e fracassos, a análise e a busca de soluções adequadas, ajudarão a melhorar o desempenho na participação seguinte. A participação ativa nas aulas/reuniões, o estudo com método e disciplina, a participação nas discussões e questionamentos, além da análise dos resultados obtidos, levam ao bom aprendizado. O estudo consciente e persistente deve ser orientado e dirigido para resultar em algo que se some e que dará valor à nossa vida. São fatores de um estudo eficiente: 1. ter finalidade para atingir um objetivo; 2. assimilar fatos, informações, idéias e conhecimentos; 3. saber diferenciar as partes mais importantes do assunto a estudar; 4. desenvolvimento de exatidão nos julgamentos e integração no raciocínio; 5. memorização; 6. dar-se oportunidade de aplicar o conhecimento adquirido; O que caracteriza o aluno eficiente: a) não se distrair com frequência durante as aulas, mantendo-se motivado; b) organizar o tempo e planejar o estudo, com criatividade, não esperando por

estímulo e determinação dos outros; c) aplicar logo o que aprendeu, dialogando com colegas e professores para

aumentar a compreensão e expandir o conhecimento; d) ler com facilidade e manter o hábito da leitura; e) manter-se sempre disposto a preparar e formular perguntas; f) procurar e determinar as metas a atingir e manter a vontade de melhorar,

planejando seu estudo;

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g) buscar e conseguir bons resultados em trabalho em grupo ou sozinho; h) ser cumpridor das instruções dos mestres; i) ter perfeita noção da tarefa a realizar; j) efetuar revisões do que foi estudado para assegurar sua retenção e ver o

estudo com amplidão de espírito. Quando e quanto estudar O estudante deve estar atento e escolher o melhor horário para estudar, devendo, de preferência, ser aquele em que se sinta com mais energia e disposição. Há casos em que é preciso aproveitar o tempo que surge nos espaços entre outras atividades, como no percurso de trem, metrô, espera de ônibus, transformando esses tempos em hábito de estudo e leitura. Esse tempo e o desejo de estudar dependem: 1. do interesse e da força de vontade que nos guiam; 2. dos métodos de estudos empregados; 3. dos cuidados para evitar a fadiga; 4. da capacidade de superar desatenção gerada por outros interesses; 5. da capacidade de concentração. Como estudar.

O aluno deve se esforçar para desenvolver bons hábitos de estudo e evitar o surgimento de aversão por essa atividade.

Através da leitura, de ouvir, escrever e falar, adquirimos conhecimento e manifestamos os resultados conseguidos. Existem métodos para o aprimoramento de cada uma dessas atividades, que serão desenvolvidos no decurso das reuniões.

O aluno que lê melhor e mais depressa tem mais facilidade de retenção do que lê mais devagar.

O que não é absorvido durante uma aula ou um curso pode ser aprendido em estudos posteriores, na medida em que se busque resolver os problemas que surgem naturalmente, não devendo ser tentado apenas do horizonte do aluno, mas da orientação efetiva do seu professor. Outros fatores que auxiliam para melhor estudar.

O intervalo e o repasse de conteúdo de aulas são necessários para o refazimento físico e mental dos alunos, devendo ser evitado o acúmulo de tarefas de última hora, que leva ao esgotamento e tensão excessivos, gerando a desatenção e perda da capacidade de solução dos problemas em momentos de provas ou avaliações.

A leitura de trechos evangélicos e a prece auxiliam muito na manutenção de bons fluidos no ambiente e do equilíbrio de todos, pois nos preparam para as várias etapas do dia-a-dia, sendo importante fazer bom uso delas como nos ensina a Doutrina.

A alimentação também é um fator importante para a manutenção do equilíbrio físico, devendo ser evitado o excesso que supera as necessidades do organismo.

Exercícios de relaxamento e respiração também são bons auxiliares na manutenção do equilíbrio físico, mental e espiritual dos participantes. Como formar bons hábitos de estudo

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A vontade de aprender é uma razão forte para formar bons hábitos de estudo.

Os hábitos são caracterizados pela ação e por serem processos dinâmicos, devem ser bem formados.

Como agir na formação do hábito

as repetições regulares do que foi apresentado em aula devem ser motivo de prazer e satisfação;

as repetições devem ser feitas com atenção e concentração, durante todo o tempo. Essas duas ações geram interesse pelo o assunto;

fixar-se no novo hábito, com nova postura e realidade e, por isso, devem ser incutidos e mantidos; abandonando os antigos.

treinamento acompanhado de estudo na formação do hábito, traz presteza e exatidão na ação;

estabelecer metas e fins a serem atingidos com prazos definidos;

trabalhar na correção dos erros e omissões acatando a avaliação do professor e de colegas;

documentar-se sobre o que está fazendo, espelhando-se em quem já conseguiu bons resultados;

manter lugar e horário determinados para estudar dá suporte psicológico para um estudo mais eficiente.

Como ouvir melhor Há três aspectos importantes a considerar quanto a essa questão: 1- Querer ouvir

devemos ter interesse pelo que será ou está sendo transmitido;

o interesse não pode ser só de obter resultados imediatos, devendo estar associado e sintonizado com o desenvolver regular da vida;

deve haver perfeita sintonia entre quem expõe e quem ouve, cabendo ao primeiro tornar o assunto interessante e palpável, para que o ouvinte se sinta motivado a participar, estabelecendo, por conseqüência, laços de simpatia com a matéria transmitida.

2- Poder ouvir e ver bem

quem tem dificuldade para ver e ouvir deve situar-se de forma a facilitar sua percepção, além de buscar conselho médico. Na sala o melhor lugar é do meio para frente;

o ambiente deve ser apropriado, com iluminação adequada, atenuação do efeito do calor e de ruídos – boa acústica - e eliminação do que possa distrair os ouvintes;

o expositor deve se esforçar para eliminar problemas que dificultem a concentração dos assistentes, pelo aprimoramento da forma de falar e educação da voz; fazer-se simpático, eliminando tiques e hábitos que possam distrair os ouvintes;

por fim, para ver e ouvir bem devemos estar fisicamente dispostos e descansados.

3- Saber ouvir Para saber ouvir é necessário:

Procurar inteirar-se do assunto que será abordado;

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Procurar conhecer o expositor – o que podemos esperar dele. A atenção cresce quando conhecemos o tema, o assunto nos diz respeito

e compreendendo, acompanhamos a exposição, devendo para isso o expositor se apresentar e anunciar o assunto a ser abordado.

Para que nos ouçam é necessário que nos tornemos simpáticos e interessantes, gerando empatia com o público ouvinte. Curso de esquecimento

O esquecimento ocorre com maior frequência e intensidade quase que

imediatamente ao se deixar de estudar uma matéria, diminuindo o interesse pelo curso e a sintonia com o assunto.

Não se esquece por completo o assunto, no entanto, ele pode ser deturpado se não for repetido e revisado.

Quando revisar

é conveniente revisar o assunto até 24 horas depois de tê-lo estudado em classe, por 30 minutos;

uma semana após, por 15 minutos;

mais uma semana depois, por 10 minutos;

mais outra semana após, por 5 minutos;

e seguintes, por 5 minutos, sempre que estudar um assunto que tenha relação com o anterior ou por simples rotina, como norma de fixação.

O resultado é a facilidade que se consegue quando se faz necessário no dia-a-dia, em provas ou em exames.

As revisões devem ser facilitadas com a preparação de resumo das questões e esquema das matérias em estudo.

A participação

A busca de informações sobre o assunto a ser tratado na reunião seguinte, facilitará a participação e a atenção na busca complementar do que ficou em dúvida, quando do primeiro contacto com o que é abordado, na aula anterior.

A maior participação, sem perturbar a reunião ou aula, despertará o interesse do expositor pelo aluno, fornecendo-lhe, naturalmente, informações adicionais após a reunião, desde que ocorra sintonia entre ambos.

Onde estudar

De preferência o local de estudo deve ser bem ventilado, ter boa iluminação e não despertar interesse por outras atividades que por ali ocorram.

A postura de quem estuda não deve ser a de constante relaxamento muscular, mas, deve ser confortável, facilitando assim a sua concentração. A Leitura A leitura é a prática mais importante do estudar. Há etapas em que a leitura preenche quase todo o tempo do estudo, como é o caso dos temas abordados nas sessões espíritas.

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Espécies de leitura Vejamos, a seguir, espécies de leitura, seus tipos e suas finalidades:

Tipos Finalidades

1-Cuidadosa, lenta, repetida Dominar a informação e o conteúdo

2-Folhear atentamente o livro Método de exploração

3-Rápida, de livros já conhecidos Revisão e consolidação de conhecimentos

4-Acelerada Busca de informação/resposta a perguntas

5-Crítica Para ajuizar o conteúdo

6-Lazer Novelas, contos, histórias, viagens, etc

7-Revisão: cuidadosa quanto à ortografia, pontuações, estrutura das orações, etc

Revisão para composição final ou editoração

Uma das finalidades de uma leitura deve ser a de captar a idéia mãe do que se lê. Na leitura deve-se buscar captar a idéia de conjunto e não o significado de cada palavra isoladamente. O treino para acelerar a forma de ler deve ser uma constante no comportamento do leitor, para atingir plenamente esse objetivo.

Na leitura não se deve soletrar palavra por palavra, mental ou oralmente, porque, esse procedimento freia, ao invés de acelerar a leitura.

Na leitura rápida ou dinâmica, procura-se, como que, fotografar os grupos de palavras e extrair delas um sentido.

A movimentação dos olhos retrata o que acontece durante a leitura, ora mais rápido, ora mais lento, com paradas, por vezes, de forma irregular. Deve-se fazer um esforço para ter a movimentação regular, buscando a aceleração paulatinamente, para obter ganho de tempo.

Há formas de treinamento de aceleração que não serão avaliadas neste trabalho, por existir obras específicas para esse fim. Uma maneira é usar uma folha de papel cobrindo as linhas do livro, na medida em que avançamos na leitura. Com esse procedimento nos sentiremos obrigados a memorizar melhor o que foi lido, estimulando assim, a aceleração da leitura.

O dinamismo e o aprimoramento da leitura são obtidos com o enriquecimento do vocabulário e a movimentação mais rápida dos olhos. Exercícios de leitura 1. ler cinco parágrafos longos, com mais de três sentenças; 2. pedir para que alguém formule nove perguntas sobre o texto lido; com o

acerto de menos de seis, significa que a leitura não foi bem feita; 3. repita o teste com outro texto, até conseguir um resultado satisfatório.

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O PREPARO INDIVIDUAL PARA EXPOR

Todas as atividades na Casa Espírita devem ter um objetivo a atingir em função das necessidades específicas de quem dela participa como assistido. Características do trabalhador Os trabalhadores que militam na tarefa assistencial devem estar conscientes desas necessidades, sabendo como agir ou preparar-se para que saibam como se posicionar e superar as dificuldades que venham a surgir durante o seu desempenho. Características do frequentador Para falar a assistidos devemos estar ao par das suas características, do que os trazem à Casa Espírita, suas aspirações e que caminhos podemos tomar para auxiliá-los sem, contudo, entrar em pormenores que particularizem cada um deles, durante as palestras. Estes aspectos estão mais detalhados no tema “O Trabalhador e o Assistido”. Atividades paralelas Se tivermos dificuldade para falar em público sem citar ou dar a entender que estamos falando diretamente do caso de determinado assistido, convém não falarmos para as mesmas pessoas a quem atendemos na tarefa de orientação e encaminhamento, desenvolvendo cada tarefa em horários diferentes. Todo expositor deve ter o aprendizado que as atividades de orientação, encaminhamento e de assistência espiritual propiciam, pelo menos durante certo período de tempo, para que entenda melhor as características e necessidades dos frequentadores.

Outro fator primordial para que o expositor possa obter os resultados necessários, tanto para o trabalho expositivo quanto para a orientação e encaminhamento, é a vivência do dia-a-dia. Pontos a Considerar O expositor não deve se isolar do público, dos seus assistidos e dos seus problemas, na ilusão de que apenas fazendo estudos mais profundos, obterá melhores resultados. As visitas a orfanatos, asilos e hospitais, bem como a atividade junto à assistência social, também é de grande valia na obtenção de recursos e de como abordar essas questões nas palestras, aproximando-o de realidades que, nas classes mais cultas ou abastadas, costumam ser camufladas. A superação das dificuldades Constantemente ouvimos afirmações que impedem e inibem os iniciantes de falar, como esta: “para falar em público é necessário ter um conhecimento mais profundo, que ainda não tenho”, ou, “é muita responsabilidade diante dos meus conhecimentos”. Todo aspirante a expositor deve ter em mente que, além dos contatos com as situações da vida como um todo, é necessário extrair aprendizado desses contatos, pela adoção de uma postura favorável, passando a “pensar como expositor”.

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Postura do expositor Para adotarmos essa postura, devemos nos colocar diante dos problemas que percebemos, buscando uma solução para eles, como, por exemplo: diante de alguém ou de um grupo de pessoas que apresentam uma situação difícil, qualquer que seja ela, existem os seguintes passos possíveis: 1. ouvir; 2. analisar o que é falado, de ambos os lados; 3. imaginar o resultado das palavras colocadas e como elas foram ditas: - imaginar a forma como foram colocadas –expressão; - imaginar a forma como foram ditas –maneira; - imaginar como elas foram recebidas; - imaginar a postura de quem falou; - imaginar a postura de quem recebeu; 4. tentar se colocar no lugar de ambas as partes e analisar: - o que falaria se tivesse que orientar; - como falaria;

- o que gostaria de ouvir se fosse uma das partes; - relembrar qual foi a nossa reação ante fato semelhante (vivência própria), se foi e como foi superado o problema e qual seria a sua reação atualmente; 5. o quanto foi falado - se o suficiente; - se em excesso;

Observar expressões fisionômicas e gestos, se de tranqüilidade, enfado, interesse, aceitação ou, ainda, de rejeição, ou se seria suficiente ouvi-los e envolvê-los em equilíbrio espiritual;

6. fazer exercícios mentais, imaginando-se em ambos os lados, para entender o alcance e o limite dos participantes do diálogo, quanto à capacidade de:

- influenciar e ser influenciado; - conceitos transmitidos; - capacidade de aceitar e absorver orientações; - forma mais adequada de orientar; 7. imaginar como orientar alguém a sair da situação, usando a própria vivência,

sem citar que foi seu próprio caso; 8. tentar escrever o que imaginou; reler, se possível e pedir a alguém

(expositor) que leia e faça comentários, de preferência, oralmente ou por escrito;

9. buscar esclarecimentos em livros que abordem o assunto, podendo ser desde as obras clássicas às complementares da Doutrina, além das que se propõem a esclarecer os problemas referentes ao relacionamento humano;

10. fazer novo exercício mental e escrito, comparando-o com as conclusões anteriores.

Quanto ao estudo O estudo deve ser feito para solucionar a dúvida do expositor, devendo

ele ter em mente que a vivência pessoal e a capacidade de observação têm importância maior na fase inicial da tarefa, pois são elas que indicarão o que deve ser estudado.

Devemos fazer um estudo objetivo visando às necessidades mais próximas (aquelas que temos mais facilidades de abordar), fazendo o aprofundamento na medida em que as necessidades forem se apresentando.

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Observações : Pensar como expositor representa a superação de nossos limites

pessoais, passando a ver o mundo por outra dimensão. A partir do momento em que buscamos soluções, passamos a superar

nossos limites, a sair da nossa condição de dependentes. Todo aquele que age como expositor deve estar atento para não absorver

os problemas alheios. O expositor usa da palavra para trabalhar a libertação de seus

semelhantes. A leitura e a posterior meditação descobrem o tema a ser desenvolvido,

facilitam mais a percepção/inspiração do que estudar na última hora. Em todas as atividades expositivas devemos confiar no amparo superior

como forma de nos sintonizar com mais facilidade, tanto com o público como com o Plano Espiritual. Em todas as atividades expositivas devemos ter em mente que: - o público deve estar interessado; - o assunto deve ser desenvolvido a partir do que é conhecido para o que é

desconhecido do público; - o público deve ser estimulado a praticar o ensinamento que é exposto.

O EXPOSITOR E SEU PREPARO EM RELAÇÃO À CASA ESPÍRITA

Para quem vamos falar O expositor deve estar atento ao público a quem vai falar e verificar de diferentes maneiras se esse grupo está dentro dos limites de sua capacidade, pois um mesmo tema ou assunto pode e deve ser abordado de acordo com o nível e capacidade dos participantes. É preciso ter e saber o quê e como falar, para poder falar. Primeiro contato É interessante conhecer o público para quem se vai falar ou expor um assunto, assistindo a uma aula ou exposição com ele, a ser desenvolvida antes da nossa, para perceber o ambiente do grupo, como este se comporta, tipo de perguntas que são formuladas, se é calado ou participativo, nível cultural e conhecimento evangélico-doutrinário, se há discordâncias com a Doutrina Espírita, além das próprias condições da sala, em termos de iluminação, acústica e recursos disponíveis. Observação: essa verificação preliminar deve servir para que o expositor se oriente e se prepare adequadamente, como, por exemplo, se notar discordâncias em relação à Doutrina, deve buscar se esclarecer sobre o assunto, não para falar sobre ele, mas, para poder citar em quais livros se pode buscar informações, caso haja alguma pergunta por parte dos participantes. O expositor não deve se desviar do assunto que lhe foi proposto, pois isso pode criar uma aversão a ele, ao invés de auxiliar na solução de algum problema existente. Caso seja solicitado pelos responsáveis da Casa, essa abordagem deve ser rápida, sem críticas, indicando obras que abordem o assunto e, se for o

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caso, propor uma outra reunião para tratar do assunto. Ainda conversar com os responsáveis à parte, depois de finda a reunião, porque pode estar havendo uma disputa interna entre eles e, dependendo do que falarmos, poderemos piorar a situação existente. Se não estivermos em condições de opinar, é preferível informar que, se houver interesse, poderemos solicitar a presença de um expositor com maior experiência para dar as devidas respostas. Sempre que possível, devemos nos escudar em obras e autores consagrados, evitando afirmar alguma coisa que possa gerar polêmica. O expositor tem compromisso com a Doutrina e não com os homens, devendo, portanto, não tomar partido nas desavenças deles. Quanto tempo temos para expor o assunto O preparo do expositor para o desenvolvimento do tema deve ser feito de tal forma que caiba no tempo estipulado, havendo cuidado na forma de resumir os tópicos a serem apresentados, bem como, quanto ao tempo a ser despendido na apresentação de cada um. Como será apresentado Deve-se ter o cuidado de analisar quais os recursos adicionais disponíveis, a condição geral da sala, número possível e provável de participantes, para então definir a forma de apresentação. O estudo e a pesquisa A busca de novas fontes e a ampliação de conhecimentos pode ser alcançada da maneira como segue:

escolhendo-se um tema dentro da nossa realidade ou necessidade. Fazer a comparação entre o que os autores falam, devendo haver concordância com a Codificação, embora cada autor apresente o assunto segundo as suas experiências e visão próprias.

Obs.: os livros cujos autores não se enquadram com os princípios das Obras Básicas devem ser postos de lado para que não venhamos a passar idéias distorcidas.

No futuro poderemos voltar a analisá-los, porém, tendo cuidado para não deturpar a Doutrina. Devem ser lidos para que formemos uma idéia do que os autores pensam sobre o assunto.

Por exemplo, os livros de Rochester são de origem mediúnica, porém, não podem ser classificados como espíritas, pois observamos que neles são apresentados problemas e não soluções, ao contrário dos livros básicos da Doutrina, bem como os de Emmanuel, André Luiz e tantos outros, que são conclusivos.

Selecionam-se os livros que abordam o tema, destacando o assunto com uma tira de papel introduzida entre as páginas que contenham o assunto; anota-se o assunto na extremidade que fica fora do livro, para evitar enganos e dificuldades. Relacionar os livros em formulário como o indicado a seguir, onde constem, para cada tema:

1. nome do livro; 2. nome do autor; 3. sub-título que aborda o tema; 4. página em que se encontra;

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5. edição e editora do livro. O estudo, então, deve ser começado pela leitura dos livros que abordam o assunto, de forma sintética, apresentando com menos palavras a idéia da introdução, do desenvolvimento e conclusão. Há muitos livros sendo editados na atualidade, se apresentando como inovadores e reveladores que, porém, apenas apresentam parte do que temos nas obras básicas e, mesmo assim, às vezes, de maneira deformada e deturpada. Outra forma de pesquisa está em utilizar livros como “O Guia ao Expositor Espírita”, onde o estudante encontra roteiros para desenvolver temas, tendo sempre:

os objetivos a atingir;

o que falar na introdução;

como desenvolver o tema;

como concluir o tema;

fontes de consultas. Nessa obra foi tomado cuidado para que os temas fossem divididos em sub-temas, de modos a permitir um estudo e trabalho expositivo que não viesse a se tornar repetitivo. Exemplo : Tema: Reencarnação Sub-temas: - qual o objetivo da encarnação? - há justiça na reencarnação; - encarnação dos Espíritos; - o Espírito de volta à vida física e seus problemas; - de volta à vida espiritual; - depois da morte; - o porvir e o nada; - código penal da vida futura. Aprofundamento do estudo Como já afirmamos, o aprofundamento do estudo deve atender às necessidades do estudante, sendo interessante criar esse hábito permanentemente, associado à observação constante. Os livros utilizados devem atender ao nível cultural e de conhecimento do estudante, sendo produtivo buscar informações naqueles que tenham linguagem e exemplos que condizem com a sua realidade, como, por exemplo, as Obras Básicas da Codificação que atendem ao estudante em seus vários níveis, observando-se que a reencarnação é apresentada de tal forma que o estudante consegue complementar o seu conhecimento na medida em que as estuda.

Como trabalhar com a biblioteca O estudante deve estar sempre atento aos livros que possam formar sua biblioteca, adquirindo-os novos e ou usados.

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Na biblioteca não deve faltar dicionário e outros livros que complementam o estudo. A consulta às bibliotecas pode ser feita a partir de uma relação de livros/bibliografia ou de buscas em função do assunto a pesquisar. Hoje existe um meio moderno, bastante utilizado, que é a Internet. Em todas as pesquisas, deve-se ter muita atenção na seleção de informações, com especial cuidado à autenticidade das obras ali apresentadas.

Uso do dicionário O dicionário é um livro que deve ser usado com técnica adequada. O estudante deve desenvolver as habilidades de:

localizar as palavras em ordem alfabética;

descobrir a pronúncia correta das palavras;

encontrar o significado de cada palavra. ANOTAÇÕES

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7ª Reunião

A ELOQUÊNCIA Definições

A eloquência é a arte de convencer ( Eliseu Rigonatti – O Orador Espírita )

Consiste a eloquência em se conceber a ideia clara, expressá-la com a palavra e adequá-la ao auditório, dependendo esta última condição dos tempos, das pessoas dos lugares e das coisas. (Luiz Signates – Caridade do Verbo)

Capacidade natural, através da qual, por meio da palavra, desenvolve-se um assunto ou pensamento com o objetivo de produzir a convicção ou persuadir os interlocutores em relação a um determinado tema.

Capacidade de falar e de se exprimir com facilidade. – Arte e talento de persuadir, convencer, deleitar ou comover pela palavra. - Arte de falar bem.

Diferença da retórica Enquanto a eloquência se caracteriza como um talento natural, a retórica è um conjunto de preceitos ordenados que corrige, dirige e aperfeiçoa o uso da palavra. Gêneros de eloquência 1. – Saudação ou inaugural – utilizado nos cumprimentos festivos ou em

conversações de menor profundidade, como nos encontros sociais. 2. – Instrução – Quando o orador busca agradar e instruir pelo convencimento

(eloquência de foro íntimo, literária, etc.). 3. – Tribuna – O orador além de buscar convencer seus interlocutores, amplia

sua palavra para a persuasão da platéia, como em assembléias e reuniões decisórias.

Componentes de um discurso oratório regular O discurso oratório regular, de qualquer gênero, consta de quatro partes distintas: 1. Exórdio – início ou introdução – fase da abertura e introdução de um

tema, a qual tem como finalidade preparar os ouvintes, de forma que os mesmos, a partir de um dado perfil, fiquem atentos ao desenvolver do discurso.

2. Narração – leva os ouvintes a se inteirarem quanto à matéria sobre a qual se desenvolve o discurso.

3. Confirmação e refutação – têm como finalidade comprovar a matéria em pauta ou refutar posições contrárias ou, ainda, esclarecer pontos fundamentais do discurso.

4. Peroração ou conclusão – encerramento do discurso, momento em que o

orador enfatizará o objetivo do discurso com maior ênfase, tendo o convencimento da platéia em relação ao exposto na confirmação.

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Elocução oratória Elocução - ação de falar, modo de exprimir – é a escolha de vocábulos e sua colocação na oração, de forma a dar força e beleza ao pensamento a expor. Demanda por parte do orador, amplo conhecimento do idioma empregado, perfeito acompanhamento do perfil social, psicológico e instrucional dos interlocutores. Consiste a elocução no desenvolvimento do discurso adotando uma linguagem natural, simples e expressiva; é tido como virtude uma elocução clara, com objetivos e propósitos bem definidos. Ornato - floreio

Consiste em o orador procurar dar ênfase a seu discurso, utilizando-se das figurações de linguagem próprias ao tema e de forma comedida, sem desfigurar a harmonia temática ou obscurecer os objetivos. Tipos de ornatos Enargia - descrição vivaz dos objetos.

Descreve os objetos ou situações com profunda vivacidade, de forma enfática, de tal modo, que o orador passa ao interlocutor uma nítida imagem mental do elemento enfocado. Ênfase Tem por finalidade dar destaque a um determinado enfoque do tema, frisando esta ou aquela postura. Pode ter duas formas de expressão: - Velada, quando permite ao interlocutor a conclusão da idéia exposta. - Direta, quando o orador expõe claramente e com destaque a conclusão de um pensamento. Parábola

Utilização, por meio de comparações ou semelhanças com elementos conhecidos da plateia; o orador ilustra esta ou aquela passagem de seu discurso para melhor entendimento por parte dos ouvintes. Considerando-se os ornatos, destacamos a parábola, que na qualidade de elemento alegórico – “exposição de um pensamento sob forma figurada”, (Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa) – deve levar o orador a buscar a alegoria que representa a ideia espiritual; e, para isso, não pode ficar restrito ao sentido literal das palavras, porém, não desnaturando o sentido do princípio doutrinário. Não deve, ainda, acrescentar suposições, hipóteses ou juízos não contidos na estrutura da parábola. Exemplo:

Exposição sobre a parábola: “O Joio e o Trigo” - Mt. 13: 24-30 e 13: 36-43. 1 – Conhecimento do texto e seu contexto bíblico; 2 – Tema central: coexistência do mal e do bem e a hora propícia para a

separação; 3 – Os bons obreiros – aqueles que se esforçam para atingir o equilíbrio a partir dos ensinamentos de Jesus.

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Bibliografia

Este tema está sendo desenvolvido a partir dos livros: 1 - O Orador Espírita, de Eliseu Rigonatti, ed. LAKE 2 - Caridade do Verbo, de Luiz Signates, ed. FEEGO 3 - Como Falar Corretamente e Sem Inibições, de Reinaldo Polito, ed. Saraiva. VIRTUDES OU CARECTERISTICAS DE QUEM É ELOQUENTE, segundo os autores: 1 – Eliseu Rigonatti 2 – Luiz Signate 3 – Reinaldo Polito - Naturalidade - - Naturalidade - Amor - - - Entusiasmo - - Entusiasmo - Coragem - - Determinação - Conhecimento - Riqueza de conteúdo - Conhecimento/vocabulário - Sinceridade - Clareza - - - Objetividade - Síntese - - Criatividade - Criatividade / inspiração - - - Observação - - Versatilidade - Habilidade - - - Memória - - - Ritmo - - - Teatralização - - - Expressão Corporal. - - - Voz Observações:

Foram apresentadas as opiniões de cada autor, na forma de colunas, para facilitar o entendimento da questão e detalhamento das mesmas.

A definição de Eliseu é mais resumida e de fácil compreensão por parte do público em geral. (Não foram levantados os nomes dos autores das outras definições contidas no início do tema)

Deve-se ter em mente que as opiniões dos autores apenas completam um ao outro.

Na terceira coluna, Reinaldo Polito as apresenta, não como os dois primeiros, mas, como qualidades do orador, para ajudá-lo a falar melhor. (Não foram relacionadas todas, porque serão estudadas à parte).

Vemos esta diferença como questão de nomenclatura e da obra ser mais completa.

Na medida do possível a análise dos tópicos será feita de forma a dar uma visão harmônica a cada assunto.

Cabe a cada expositor analisar seus pontos fortes e fracos e aprimorar-se.

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ANÁLISE DOS TÓPICOS DA ELOQUÊNCIA

Naturalidade

O expositor deve trabalhar o seu aprimoramento aceitando-se, não querendo imitar outro que julgue ser um modelo a seguir, mas analisar as reações do público diante das suas apresentações, aprendendo ou evitando agir da mesma forma quando desagradar. Na medida em que dominamos um assunto, uma situação, ou nos sentimos familiarizados com um ambiente, agimos com naturalidade. Numa conversa descontraída comportamo-nos naturalmente. Quando falamos com naturalidade, falamos de forma simples, sem a preocupação de impressionar, utilizando palavras de efeito que nem sempre cabem no momento. Jesus falou de forma simples, atingindo a todos os ouvintes, o que significa que também podemos fazê-lo, bastando para isso adquirirmos o conhecimento mais profundo de como agem nossos ouvintes, suas necessidades e como orientá-los para que percebam novos horizontes. A naturalidade também deve estar presente nos nossos atos e gestos, tanto no dia-a-dia, como quando nos dirigimos a uma pessoa, ou a uma plateia maior, pois os gestos e técnicas estudadas não devem se tornar mecânicos, porque acabam gerando efeito contrário ao desejado, fazendo com que o auditório se desinteresse. Entre comprometer a mensagem devido ao uso ostensivo de técnicas e falar com naturalidade, é preferível permanecer com esta, porque o público se afeiçoa a quem demonstra naturalidade no falar, absorvendo sua mensagem por mais simples que ela seja.

Amor

No meio espírita fala-se muito em amor ao próximo, porém, nem sempre os nossos atos se enquadram no que é falado, gerando dificuldades no relacionamento, como podemos observar em todos os agrupamentos humanos.

Quem se propuser a falar e orientar seu semelhante deve estar atento a esta questão, vigiando seus atos, pensamentos e, finalmente, as palavras para que possa apresentar sempre uma visão nova e mais otimista, o que não significa falsear as situações, iludindo os incautos e aqueles que depositam confiança em nós.

Quando falamos com amor, transformamos as mais simples lições em luz que clareia o caminho de quem nos ouve, podendo gerar novas normas de vida com uma simples frase, desde que seja o que ele necessite. Quem age com amor, desejando sempre o melhor para seu semelhante, ao falar, vive as palavras de Jesus, quando, no sermão do cenáculo, afirmou que seríamos conhecidos como seus discípulos por muito nos amarmos.

Entusiasmo

Quem gosta do que faz fala disso com entusiasmo, dá vida às palavras e envolve os ouvintes num clima favorável à absorção das ideias transmitidas. Aquele que desenvolve o trabalho expositivo como uma obrigação, não consegue envolver os ouvintes no clima favorável como o entusiasta e cai, muitas vezes, na situação do professor que dá aulas apenas para ter seu sustento, sem se importar com os problemas dos alunos, não conseguindo, em

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muitos casos, nem perceber que tipo de dificuldades eles têm. Certa vez, ouvimos a triste colocação: “Há professores que fingem que ensinam e alunos que fingem que aprendem”. O expositor espírita tem uma responsabilidade muito grande, se dificulta a libertação do ouvinte, pois sabe das consequências para si, caindo na situação daqueles responsáveis pela condução do povo judeu, que tiveram a conduta condenada por Jesus, quando afirmou que não permitiam que os outros entrassem no reino dos céus, ficando também eles de fora.

O orador espírita cai nessa situação, quando não se prepara adequadamente para desenvolver suas tarefas, não se inteirando do tema a desenvolver e a que público vai se dirigir, ou não se importa com os resultados e imagina que é suficiente apresentar o assunto, sem estar comprometido com ele.

Quem age assim não consegue passar entusiasmo e interesse necessários para que a aprendizagem ocorra. A dinamização da Doutrina Espírita depende, em parte, do entusiasmo e conhecimento por parte de quem se propõe a divulgá-la. Quem defende suas ideias de forma vibrante, com entusiasmo e determinação, contagia o público, mesmo não sendo um orador, ou expositor brilhante.

Ninguém deve se inibir por não ter uma vasta cultura, pois se usar palavras, concordância lógica, gramatical e exemplos coerentes com o entusiasmo de quem se sente feliz com o bem estar do próximo e fala de acordo com o entendimento do público, poderá atingir com muito mais facilidade os resultados desejados, do que aquele com mais cultura, que não consegue entusiasmar a plateia. Quem fala com entusiasmo e vibra com cada afirmação, envolve o auditório num ambiente de emoção e credibilidade, gerando posturas espirituais positivas.

Fé, Coragem e Determinação Tiago declara em sua epístola que pode demonstrar sua fé pelas obras, o que também pode ser feito pelos expositores, se estes tiverem a convicção daquilo que estão apresentando e vivenciando além de falarem. Quem tem fé, acredita naquilo que transmite, aborda o assunto de uma forma amorosa e luminosa, com naturalidade e entusiasmo. Quem fala sem acreditar no que expõe pode ser classificado como hipócrita e sem autoridade para defender uma proposta. Só é corajoso quem acredita no que faz e tem convicção de estar no caminho certo, pois além de perceber um horizonte sabe que um dia irá atingi-lo. Um expositor corajoso consegue perceber esse horizonte, confia no amparo do plano espiritual elevado, não se deixa intimidar por ameaças e dificuldades, caminha de forma resoluta, mesmo que sem o apoio daqueles que se propuseram a acompanhá-lo. Os primeiros cristãos, bem como os primeiros espíritas, foram corajosos ao levarem a nova mensagem, movidos pela convicção de estarem certos.

O expositor corajoso não é preconceituoso, por ser capaz de assumir uma posição equilibrada. Todo aquele que alimenta preconceitos demonstra não ter equilíbrio para analisar as questões de maneira imparcial, alem de desconhecer a questão como um todo. Todo aquele que busca aprimorar-se encontra a oposição dos que se sentem incomodados com as mudanças que ocorrem a sua volta, tentando por

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essa razão impedi-las, espalhando o desânimo, a dúvida e outros tipos de provocações, com o objetivo de abater os que almejam progredir.

É necessário ter determinação, para não desanimar e se deixar levar de roldão pelo derrotismo, o que gera um sem-número de justificativas que os fracassados apresentam. Quem se propuser a falar em público deve estar consciente das dificuldades que enfrentará, como o medo, a insegurança diante de situações novas, o desafio de estar só diante de uma platéia, o desconhecimento de como agir diante de situações difíceis, devendo, no entanto, ter a vontade firme de superá-las e aprender com cada desafio que se apresentar. Este aprendizado é gradual e compensador, pois só quem vence as etapas do aprendizado consegue entender a importância da determinação para se atingir o objetivo, no caso, ser um expositor eloquente, capaz de levantar os desanimados, os caídos e os sedentos de um novo saber.

Conhecimento

O expositor só consegue falar com segurança quando tem conhecimento do assunto. Todo aquele que fala do que não conhece, não passa segurança para os ouvintes, o que acarreta incredulidade, desinteresse e desistência.

Quando se trata de um curso ou uma série de reuniões, além de depor contra a Doutrina, são feitas afirmações que não condizem com os seus princípios. Para que alguém se sinta motivado a voltar na reunião seguinte é necessário que perceba a importância do que será tratado, além do prazer de ouvir um expositor eloquente e conhecedor do assunto que será desenvolvido. Para que o palestrante adquira maior conteúdo é necessário o estudo constante, não se contentar com informações vagas e sem profundidade, catalogar fontes de consulta, comparar informações dadas por mais de um escritor e, finalmente, comparar com as Obras Básicas.

O estudo também deve estar respaldado pela observação da vida, pois quem tem visão de vida consegue fazer colocações que atendem os necessitados de consolo e direcionamento, não importando se é na área profissional ou pessoal.

O conhecimento da arte, história, geografia, bem como ter uma visão parcial do que acontece em outras profissões e religiões, faz com que o expositor esteja entrosado no mundo.

Sinceridade e Clareza

O expositor eloqüente é sincero, pois fala de acordo com o que vive, porque, se não o for, não pode ser eloqüente, traindo-se quando tiver que dar um parecer que envolva responsabilidade e vivência. Quem é sincero, fala com tranqüilidade e segurança, não podendo ser classificado como hipócrita, por ter autoridade moral para falar. Quando se é sincero, fala-se com clareza e objetividade, porque não se tem nada a ser escondido ou camuflado.

Objetividade e Síntese

O expositor deve estar atento a um item de extrema importância, que é o tempo disponível para expor um tema ou uma ideia, pois uma das coisas mais desagradáveis é ser interrompido por ter-se esgotado o tempo sem que se tenha feito a conclusão. Quando o expositor não respeita o pedido para encerrar sua fala, fica no ar um suspense e mal-estar, pela incerteza do que ocorrerá a

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partir daí, gerando tensão e desinteresse, além de o expositor perder autoridade junto ao público devido à sua indisciplina. O orador precisa saber com antecedência qual o tempo disponível, para falar e para dialogar, se for o caso, para que possa sintetizar ou expandir o tema. O expositor deve se conscientizar de que, por mais que queira transmitir ao público, não é possível esgotar o assunto, cabendo-lhe falar o que é necessário, mostrar o quanto os participantes podem aprender pelo estudo posterior, com citação de bibliografia, locais onde é possível obter novas informações e até cursos de aprimoramento, caso não haja nova oportunidade para continuar a explanar o que foi iniciado. Não havendo tempo e para ser objetivo, essas informações devem ser passadas em forma de prospecto ou relação, contendo os dados necessários para o bom direcionamento. É normal o expositor se inflamar e querer expandir o assunto, ao perceber o interesse do público, devendo, no entanto, exercitar a disciplina e trabalhar o tema com objetividade, sintetizar o que é menos importante para quem ouve, para ter mais tempo dedicado ao que é mais importante ou mais difícil de ser absorvido.

Esta capacidade de dosar os tópicos faz com que o assunto se torne interessante, cativando os participantes, tornando o expositor eloquente. O expositor que tem dificuldade de controlar o tempo é bom ter um acompanhante que permaneça no fundo da sala e lhe faça sinais ou mostre o tempo que falta para terminar, por meio de um cartaz que indique quantos minutos ainda faltam. Havendo ainda uma complementação a ser feita, é mais elegante e simpático ver se o público e o dirigente permitem que a exposição se prolongue o suficiente para fazer a conclusão. No caso de o assunto empolgar o público e não ser possível concluí-lo devido ás questões levantadas é interessante ver a possibilidade de se continuar em uma nova data.

Deve-se estar atento, para que, quando tivermos que abordar o mesmo tema, já prever a possibilidade de uma segunda reunião, para evitar transtornos caso o público seja mais exigente, não se contentando com a mensagem sintética.

OBSERVAÇÃO, PERCEPÇÃO E CRIATIVIDADE: INSPIRAÇÃO

Os três tópicos acima estão intimamente ligados, considerando a ação do plano espiritual em nossas vidas. O processo tem as etapas a seguir: Observação: quando prestamos atenção no que acontece à nossa volta, por curiosidade ou porque algo nos chamou a atenção; Percepção: quando notamos, distinguimos, selecionamos e valorizamos o que ocorre à nossa volta. Criatividade: ocorre quando tentamos fazer algo, ou responder aos estímulos, desenvolvendo algo. Considerando a atuação do plano espiritual, podemos ter sido levados a observar alguma coisa em função do seu interesse, que nos utiliza como instrumento, sem que percebamos. É muito comum com isso acontecer a inspiração: quando menos esperamos, vêm automaticamente as ideias e

soluções que não imaginávamos. A criatividade não depende exclusivamente da ação do plano espiritual, como veremos no exemplo a seguir: Numa ocasião, no Estado do Rio de Janeiro, foi observado que um rapaz desenvolvia e patenteava pequenas

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invenções e ao ser inquirido se era fácil ou difícil “inventar”, respondeu: “É fácil, porque eu presto atenção naquilo que incomoda as pessoas e que é motivo de reclamações, para, a partir daí, buscar uma solução, razão porque tenho obtido esses resultados”. Da mesma forma como esse rapaz fazia, também o expositor deve fazer em relação ao que incomoda espiritual ou materialmente as pessoas que o rodeiam, observar para poder perceber e, a partir daí, criar formas de abordar as questões e levar os ouvintes a encontrar respostas para suas dificuldades. Devemos observar que, quando agimos dessa forma, passamos a sintonizar com espíritos que têm a incumbência de desenvolver determinada tarefa. Essa tarefa talvez também seja a nossa, o que gera, inclusive, uma proteção por vezes imperceptível. Quando o expositor consegue essa sintonia, as suas palestras ou aulas passam a ser desenvolvidas de forma eloquente, pois como está atento às questões e suas soluções, consegue sem o perceber responder às necessidades dos ouvintes.

Esses ouvintes, ao perceberem que o expositor fala compreendendo suas necessidades passam a emitir pensamentos sobre o que os atormenta, sedentos de respostas e são captados pelo plano espiritual que, em muitos casos, os induziram a buscar naquela Casa Espírita ou naquela igreja, o que precisam para o seu equilíbrio. Esses espíritos emitem as ideias ou questões que são captadas pelo expositor, na forma de um caso ocorrido ou de uma lembrança, traduzindo-as para os ouvintes. O expositor deve estar vigilante para não se envaidecer, levando-o a perder então a sintonia com o plano maior. Se permanecer humilde, superando o assédio dos elogios, esclarecendo os ouvintes quanto à sua condição de instrumento e não de ator principal, terá grande chance de desenvolver bem a sua tarefa, progredindo sempre em sua capacidade de atender às necessidades do próximo.

Versatilidade Neste tópico incluímos algumas observações sobre a habilidade, a memória, ritmo, teatralização, expressão corporal e voz. É importante que o expositor esteja atendo aos itens acima, embora não façam parte direta da eloquência, porque sendo versátil terá maior facilidade de superar situações adversas que possam surgir. O estudo constante, a aceitação de correções com humildade e a participação de atividades que o auxiliem a corrigir suas deficiências lhe darão uma condição cada vez maior de enfrentar situações novas.

ANOTAÇÕES

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8ª Reunião – 1º Tema

O EXPOSITOR E A DINAMIZAÇÃO DO ENSINO

A dinamização do ensino não se realiza a partir apenas da implantação de cursos e atividades na Casa Espírita, mas também de outros aspectos nem sempre avaliados adequadamente. O bom resultado da dinamização depende do empenho de quem a conduz, em saber dar tempo para que os outros participantes assimilem as ideias e posteriormente participem atuando com segurança no desenvolvimento do que foi planejado. Os aspectos que envolvem a dinamização do ensino são: A verificação das necessidades 1. Dos frequentadores, colaboradores e alunos, se já tiver sido implantado

algum curso, atividade ou reunião de estudo; 2. Das condições evangélico-doutrinárias praticadas na Casa Espírita; 3. Das C. E. situadas na região e a disposição de participarem do processo de

dinamização; 4. Da região e seu potencial, incluindo aí a condição de outras C. E., que

possam participar do encaminhamento de alunos, expositores ou, pela cessão de espaço físico;

5. De cursos profissionalizantes. Condições

Do potencial da região em termos de C. E. dispostas a participarem de um trabalho em conjunto;

De condição evangélico-doutrinária dos que participam da C. E. e das casas mais próximas;

Do potencial da equipe de trabalho, incluindo e envolvendo expositores e outros colaboradores;

De espaço físico apropriado disponível;

Da existência de cursos profissionalizantes na região. Da disposição 1. Da direção da C. E. em aprimorar as condições de ensino; 2. Dos expositores em se adaptarem às reais necessidades; 3. Das C. E. das cercanias se unirem em torno de um trabalho conjunto; 4. Dos freqüentadores aderirem e participarem do projeto.

Como Iniciar a Dinamização

Observados os detalhes acima, devemos analisar se as atividades desenvolvidas atendem às necessidades dos participantes e freqüentadores. Assistência Social e Assistência Espiritual Fazer a avaliação do conteúdo evangélico desenvolvido e a maneira como a atividade é transmitida.

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Questionamentos

Qual a linguagem usada e se está de acordo com os assistidos;

São apresentadas fórmulas que levem os ouvintes a buscar a superação de suas dificuldades?

Obs.: é necessário “comprometer” os frequentadores, ou seja, criar uma predisposição e fazer com que eles sintam e percebam nas mensagens transmitidas o caminho para crescer, bem como os assistidos não devem ser vistos como coitados mas como colaboradores em potencial;

É preciso observar que a Doutrina basta-se por si só, como afirma Allan Kardec, portanto, não deve absorver modismos, hábitos e rituais para desenvolver suas atividades e obter os resultados desejados.

Como nos Posicionamos?

Para entender e apresentar soluções é necessário observar a realidade que em muitos casos não é percebida. A realidade de muitos Na realidade de muitos, há situações que são comuns nas C. E. e que precisam ser revertidas para que se obter melhores resultados durante o desenvolvimento dos cursos e após seu término ou mesmo, antes de iniciá-los, como: 1. A redução acentuada do número de alunos no decorrer dos cursos

desenvolvidos no meio espírita; 2. A conformação diante desse quadro, pelas justificativas apresentadas pelos

participantes ou porque acham essa redução normal, transferindo e imputando a responsabilidade ao desinteresse dos frequentadores;

3. Falta de objetividade e ou percepção quanto à:

Necessidade deste ou daquele curso ou atividade;

Necessidades dos alunos da C. E. e da região;

O que fazer com o aluno após o curso (incentivá-lo para o trabalho na casa).

Forma de conduzir o curso: manter o interesse, a participação e a visão de horizontes novos;

Forma de encaminhar os alunos ao trabalho: se não há espaço físico e horário para novos trabalhos, há casas com falta de colaboradores que poderiam absorvê-los, desde que saibam motivá-los e mantê-los.

O ponto de partida das atividades, devido aos problemas acima;

Diferenças individuais;

Planejamento de atividades;

Trabalho com as rotinas e hábitos adquiridos.

O Desafio das Mudanças

As mudanças não dependem apenas de poucos, mas da participação de muitos, cada um dentro de suas condições e atribuições. O aperfeiçoamento obtido individualmente, combinado com os de terceiros determinam o progresso. As contribuições são dadas quando aquele que está insatisfeito com alguma questão busca e apresenta outra solução melhor. Todos nós estamos

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em contínuo processo de aprimoramento havendo necessidade de aceitar o desafio dos que concorrem conosco por um lugar melhor na sociedade. No nosso dia-a-dia estamos como que empenhados numa batalha pela sobrevivência, o que nos obriga a um incessante aperfeiçoamento para não ficarmos à margem do caminho. Nas atividades espirituais não existe ou não deve existir concorrência com o companheiro do lado, mas sim a colaboração com a necessidade de superar as próprias falhas, o que nos leva a um contínuo processo de superação e libertação pessoal e para vencer esse desafio é necessário aceitá-lo enfrentando o problema. Todos os que admitem o desafio aceitam o lema: não é importante a vitória imediata, porém, ter a coragem para buscar o acerto. Não se deixar abater diante da possibilidade de errar e nessa busca ter a certeza de que estamos sendo assessorados pelo Plano Espiritual Superior.

A Divisão dos Problemas

Pelo seu caráter evolucionista, a Doutrina Espírita nos coloca naturalmente, diante de uma realidade nova, ou seja, a de sentir a necessidade do auto-aprimoramento. Somente quando procuramos seguir juntos, realizar e contribuir é que nos percebemos num mar de incertezas e encontramos respostas nos afirmando e nos equilibrando. Não havendo nova diretriz e o trabalho de auto-aprimoramento sendo mal conduzido e compreendido, poderá o desafiante alimentar superstições e temores que retardam o seu progresso e o processo de mudanças pessoais. Quando percebemos as questões colocadas no item “A realidade de Muitos” e não temos o domínio delas, seja pela falta de conhecimento ou de autoridade para fazer as mudanças, sentimo-nos impotentes. Há uma forma de enfrentarmos esse desafio pela divisão desses problemas que nos deixam perplexos, que é a de fragmentá-los em pequenos segmentos ou atividades que podem então, ser pesquisados e compreendidos, separadamente. Após a compreensão das partes, fica mais fácil compreender o todo. Usando essa técnica aprenderemos a melhorar nossa eficiência na busca de soluções para os problemas que exigem criatividade. Cada uma delas se ajustará ao que já conhecemos ou nos abrirá novos horizontes. O objetivo maior é ordenar esses elementos em uma sequência lógica. Com a nova compreensão e conclusões conquistadas fica mais fácil aplicá-los. Uma vez subdivididos e analisados os problemas, surge outra dúvida: por onde começar?

1ª Etapa - Direção a Seguir

Precisamos saber a direção a seguir e, portanto, é necessário definir algumas palavras e situações sobre: Criação: o que é criar? 1. Desenvolver alguma atividade nova? 2. Abrir espaço para que outras pessoas tenham oportunidades? 3. Mostrar horizontes novos aos que nos cercam? 4. Construir alguma coisa?

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5. Dar oportunidades aos que nos cercam para se tornarem auto-suficientes? Manutenção 1. Lutar pela sobrevivência de uma instituição? 2. Impedir o progresso alegando estar preservando o que foi estabelecido como

ideal? 3. Saber esperar para mudar na hora certa? 4. Manter a pureza doutrinária? O que é a pureza doutrinária? Qual sua

importância para o Movimento Espírita? Dinamização 1. Aprimorar as atividades existentes? 2. Buscar novos métodos de trabalho e ensino? 3. Incentivar o grupo a enfrentar novos desafios? 4. Despertar o potencial existente em cada um? 5. Acreditar nas pessoas? 6. Saber trabalhar com as dificuldades e facilidades que se apresentarem? 7. Saber ouvir e trabalhar com as colocações, ansiedades e dúvidas do grupo? 8. Saber o momento certo de deixar o grupo andar sozinho? Cada uma dessas situações tem seu valor, o momento certo de surgir e de serem enfrentadas, cabendo ao trabalhador e expositor estar atento e sintonizado, a fim de perceber e encontrar a solução ideal para saber aplicá-la no momento certo, de modo a conseguir a adesão do grupo.

Critério de Utilidade

Toda criação ou aprimoramento de uma atividade precisa ser útil e revertida em benefício coletivo ou da sociedade, só tendo valor se for divulgada. As ideias e atividades devem ser postas em prática no momento certo, sob risco de, ao se adiantar, não serem aceitas e, se atrasar, já estar superado o momento adequado.

Aquele que quiser dinamizar uma atividade precisa saber expor as idéias e conquistar a simpatia para a execução do trabalho. A perspicácia e a persistência também são de suma importância para amadurecer as ideias e mantê-las vivas, pois, com o passar do tempo, as pessoas acabam percebendo seu valor; se tiver mesmo utilidade e, se for o caso, será reapresentada quando outra oportunidade surgir. Saber trabalhar em equipe simplifica a tarefa e dinamiza a atividade. A humildade deve ser uma característica de quem deseja dinamizar. A sintonia com o Plano Espiritual completa qualquer atividade necessária. Deve-se observar que em algumas Casas Espíritas há o reflexo da atividade profissional dos colaboradores na dinamização das suas atividades que prioriza as ações administrativas, de assistência social, de construções e outras, às vezes, em detrimento das atividades evangélico-doutrinárias, o que é contraproducente. Após termos projetado na direção a seguir e o caminho melhor escolhido, passamos para a etapa seguinte, a do planejamento:

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2ª Etapa - Estabelecendo Medidas

Nessa etapa estabelecemos: 1. Quais os cursos ou reuniões que serão desenvolvidos? 2. Quem assume as responsabilidades? 3. Quais os horários de atividades? 4. Quais os locais a serem ocupados? 5. Quais os períodos de atividades? (horários) 6. Se ainda não existe, preparar o programa a ser adotado para cada trabalho;

(analisar os programas existentes e adotar o que melhor se adapte ao público a ser atendido). Este aplicativo deve ser feito respeitando os temas Métodos de Ensino, Como se Aprende e outras orientações dadas, trocando ideias sobre o que fazer nos momentos de dúvidas e observar a reação dos que participam como alunos.

7. Como será executada a divulgação? Analisar e estabelecer formas de resolver os tópicos apresentados no item “como nos posicionar”;

8. Pedir apoio para implantar cursos às entidades que já os desenvolveram.

3ª Etapa - Aplicação

A próxima etapa é aplicar o que ficou definido e não pretender iniciar todas ao mesmo tempo, pois, podem surgir imprevistos que venham comprometer outras atividades.

4ª Etapa - Avaliação

A última etapa é a de avaliação do que está e como está sendo executada cada tarefa. Obs. Essa avaliação deve ser feita: 1. Diariamente, para avaliar a reunião em si, orientar os colaboradores para

melhorar o desempenho e apoiar os que agem com acerto. Cria-se assim o hábito de avaliar, facilitando as soluções por eliminar o personalismo e o orgulho ferido, bem como, evitar a repetição de erros.

2. Mensalmente, para avaliar o rendimento do trabalho e se necessário, buscar as correções que não dependam apenas da equipe.

3. Bimestral ou semestralmente, para estabelecer as alterações necessárias de maior vulto.

Em formulário no final desta apostila, está um modelo para verificação dos anseios e da tendência dos que pretendem participar, para que saibamos quais suas necessidades, disponibilidades e o que pretendem. Esse mesmo formulário pode ser utilizado para determinar o potencial dos colaboradores e seus anseios.

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8ª Reunião – 2º Tema – Enfoque 1

MÉTODOS E TÉCNICAS DE ENSINO

Preleção

A palavra falada é o meio primordial de comunicação entre as pessoas. Por este processo informamos, indagamos, instruímos e expressamos nossas idéias e nossos sentimentos. A esse processo de comunicação chamamos palestra, discurso ou exposição e ao método, de expositivo ou preleção.

Quase todo o conhecimento que adquirimos no ensino primário, através do professor, foi realizado por esse processo, em que só uma pessoa faz uso da palavra durante todo o tempo, como se fora um monólogo. Emprego da Preleção

A preleção ou palestra expositiva é usada, principalmente, para transmitir ideias, pensamentos, conceitos. Nas RTCs. usamos essa técnica, porém, centrados no fato de que é preciso executar o que se aprende, ou seja, temos que unir teoria explicada e fatos exercitados. No aspecto dos fatos exercitados, encontramos um fator individual de forma generalizada que dificulta, desmotiva e quase impede o aproveitamento e a progressão do interessado, independentemente de qual seja o seu potencial e, considere-se, que o potencial humano é generosamente elevado. Esse fator eleva-se acima de qualquer conceituação quanto ao conhecimento e à educação da pessoa; ele é formado pela timidez e inibição. A timidez e a inibição nos colocam em situação difícil, porque engessam a nossa postura e o nosso comportamento, nos expõem de forma ridícula diante de um público, dificultam o raciocínio, impedem-nos a fala e geram o pânico. Esses dois aspectos negativos, tão comuns em todos nós, são facilmente combatidos pelas RTCs., bastando para isso, que o aluno persevere e participe. É fantástico perceber, de repente, o aluno se manifestar com desembaraço e desenvoltura, tornando-se expositor quase sem perceber. Assim, embora a exposição não predomine, sua aplicação é única para divulgar e esclarecer o público em geral e para atingir os assistidos na forma de consolo. A constante execução da parte prática abre caminho e nos coloca aptos a esse fim. A palestra expositiva pode ser fartamente ilustrada por meio de cartazes, gráficos, visores, etc, mas o seu ponto forte é a natural ausência de formalidade na sua execução, pois é a extensão do modo de ser de cada um, após vencida a timidez e a inibição.

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A Palestra nas RTCs.

A execução de uma palestra deve ser pautada por alguns princípios básicos que devemos aprender a observar: 1. Estar bem preparada, isto é, o tema deve ter sido bem estudado e

desenvolvido pelo expositor; 2. Chamar a atenção dos ouvintes apresentando o assunto em rápidas

palavras; 3. Identificar sua relação com o interesse dos presentes, expondo um resumo

breve e específico sobre as questões; 4. Apresentar as questões de forma disciplinada, numa sequência de ordem,

com início, meio e fim facilmente pressentidos pelos presentes; 5. Não ser demasiado longa nem demasiado expositiva; 6. Permitir e incentivar a participação dos assistentes, por meio de perguntas

dirigidas e solicitadas a cada um; 7. Falar com naturalidade e com palavras simples, sem sair do assunto; 8. Focalizar sempre os presentes em passeios sucessivos do olhar por todo o

ambiente, demorando-se, por vezes, em algum deles. 9. O comportamento corporal do orador ou expositor é de primordial

importância, pois pode desligar a atenção do público quanto ao assunto apresentado e fixá-la em detalhes incorretos do seu vestir, da sua linguagem ou da sua movimentação, por isso, atente-se para:

Não mudar excessivamente de posição, como se estivesse incomodado por alguma coisa;

Não balançar o corpo como se estivesse desorientado, aparentando não saber o que fazer ou para onde ir;

Não exagerar na gesticulação, na movimentação das mãos, dos pés ou na evidente preocupação com algum detalhe da própria roupa.

A fala, principalmente a voz e as palavras, a clareza e o tom, os maneirismos e as gírias devem merecer todo o cuidado, evitando:

- Voz monótona, variação freqüente de volume, intermitência, falando ora rápido e ora lento demais, volume insuficiente para alcançar todos os presentes; - Maneirismos e gírias, pronúncia incorreta e erros gramaticais, frases muito buriladas ou imprecisas. A Demonstração nas RTCs.

Enfatizamos que, nas RTCs., o método de ensino deve ser necessariamente misto, isto é, composto de teoria e prática, qual sejam, de teoria explicada e fatos exercitados, vamos esmiuçar o método de ensino demonstrativo aplicado no conteúdo dos ensinamentos dos Centros Espíritas.

A demonstração deve ser precedida de clara explicação verbal seguida da demonstração propriamente dita, efetuada com lentidão e presteza, outra vez acompanhada das explicações, com correção e clareza. A demonstração deve ser vista por todos os participantes e as explicações devem ser bem ouvidas também por todos eles. Sempre que for necessário, a demonstração poderá ser feita individualmente (em caso de dificuldade particular de um aluno), não obstante ser objetivamente indicada para grupos médios ou para grande grupo, nesse caso, dividido em subgrupos.

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A ação se aplica como segue:

Demonstrar a ação inicial do Dirigente do trabalho, enfatizando a energia e a intensidade que se busca na interação com o Plano Espiritual;

Explicar como preparar o meio material ambiente, visto que o meio fluídico, com certeza, já estará devidamente preparado pelos Mentores;

Mostrar que essa preparação é efetivada mediante leitura e comentário de uma lição de livro adequado, geralmente de André Luiz ou de Emmanuel;

Exemplificar a execução de uma prece de abertura ou de encerramento;

Exibir a teoria explicada da execução de uma prece, seguida do fato exercitado, em recolhimento pessoal;

Exibir, metodicamente, os diversos passes administrados, mostrar como são feitos, quais os pontos visados, explicar o resultado pretendido e como se encerra a ação do passe;

Na teoria, ensinar como atender a um assistido, principalmente como lhe oferecer, por exemplo, uma roupa, um objeto ou um prato de alimento e, em seguida, com que suavidade se deve executar a entrega;

Como Fazer Perguntas A pergunta é uma antiga ferramenta usada como meio de ensino, que busca estimular o pensamento, a capacidade de expressão e a aprendizagem dos alunos. Durante a execução das RTCs., os facilitadores indagam com objetividade e clareza, como que dirigindo e facilitando a resposta e se predispõem, por sua vez, a responder as perguntas dos seus alunos, o que deve ser feito com acerto e serenidade. Duas perguntas se sobressaem nesse trabalho: 1. A que apela para a memória buscando rememorar, repetir e dar ênfase a

detalhes do que já foi aprendido e, 2. A que apela para o raciocínio, provocando no aluno a necessidade de usar

seus conhecimentos para elaborar a resposta. Tem-se como certo que, apelando pela memória, o aluno só encontrará a resposta certa se souber, se tiver aprendido a lição. Por isso, a pergunta deve ser simples, ensejando apenas uma resposta também simples ou composta de poucas palavras. Por outro lado, apelando pelo raciocínio, o aluno se sente desafiado a pensar, concentrando atenção e esforço na busca da resposta a fim de exibir seus conhecimentos teóricos sobre a Doutrina e seus postulados. As perguntas, todas, devem ser feitas com simplicidade e objetividade, na linguagem comum usada pela maioria dos estudantes. O facilitador deve preparar com antecedência suas perguntas, não deixando para a última hora. Planejamento cuidadoso alcança objetivos corretos, pois não amedronta, não desestimula os alunos e, ao contrário, encoraja e motiva.

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A técnica da arguição em aula determina que se deve: a) Dirigir a pergunta a todos os alunos antes de pedir que alguém responda.

Dessa forma, prende-se a atenção da classe toda; dá a todos os alunos a oportunidade de buscar a resposta e prende a atenção e o interesse deles;

b) Fazer perguntas a todos os alunos da classe, de modos a não permitir a acomodação dos mais tímidos e dar-lhes tempo suficiente para a resposta;

c) Fazer pergunta inesperada ao aluno desatento, forçando-o a participar da aula;

d) Estimular os alunos a fazer perguntas e responder a todas que eles fizerem, mesmo aquelas que, de momento, pareçam impertinentes. O que não precisa ou não deve ser perguntado, também se aprende observando quando isso ocorre;

e) É de boa técnica que o expositor repita sempre a pergunta feita pelo aluno; f) Quando perguntado, o expositor deve responder sem dar oportunidade de

que outros alunos o façam. ANOTAÇÕES

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8ª Reunião –2º Tema – Enfoque 2

Métodos e Técnicas de Ensino Ensinar não é uma atividade misteriosa ou de difícil execução, porque é a aplicação do bom senso na tarefa de auxiliar o próximo a ajudar a si mesmo. No nosso dia-a-dia, praticamos muito essa atividade, de maneira não sistematizada, adaptando-nos às necessidades do nosso interlocutor. Além do ensino assistemático do dia-a-dia, exercido socialmente, temos o sistematizado aplicado a grupos específicos. Nas atividades das RTCs., foi conseguida a harmonização entre essas condições de ensino, com as aulas teóricas ministradas a todo o grupo e as atividades práticas aplicadas em sub grupos, divididas de acordo com o potencial deles. Observação :

a) A divisão é apenas dos tipos de exercício, para que não haja discriminação, como no caso da divisão dos participantes em grupos. b) Com a manutenção dos componentes do grupo, de forma heterogênea, é mais fácil de eles se entrosarem porque, depois de algum tempo, os mais adiantados serão estimulados a colaborar no progresso dos outros, o que lhes facilita o entendimento das diferenças quando estiverem desenvolvendo suas tarefas. c) É importante que exista a heterogeneidade, pois essa é a situação que ocorre nas RTCs., devendo cada expositor se capacitar para reduzir ao mínimo as divisões (formação de grupos pessoais). Para melhor entender essa sistemática, deve ser consultado o plano de trabalho. Características das aulas em grupo e a questão da sintonia espiritual: 1- A aula deve ser cuidadosamente organizada em função do que os alunos

estão fazendo e de quando e quanto eles sentem necessidade do novo (devem ser estimulados para isso).

2- O expositor precisa ter sensibilidade para perceber as diferenças individuais e ter a versatilidade necessária para manter a dinâmica da aula.

3- A aula deve ser bem planejada e organizada para ser apresentada de forma hábil a superar as dificuldades (a ação e a perfeita sintonia com o Plano Espiritual são fundamentais para o bom resultado).

4- O ambiente deve ser favorável, com espaço suficiente, boa iluminação e visibilidade adequada para todos.

5- Ao expositor convém ter qualidades pessoais marcantes, espírito de liderança, rapidez mental e capacidade para enfrentar situações inesperadas.

6- A perfeita sintonia entre o expositor e o Plano Espiritual, harmonizada com o público, possibilita a obtenção dos melhores resultados no processo de aprendizagem.

7- O entendimento da sua posição de instrumento da espiritualidade deve se aprimorar sem a preocupação de destaque pessoal, mas a de servir e ser útil aos seus semelhantes e à Doutrina, lhe darão o equilíbrio, a abertura dos horizontes e a capacidade de se adaptar às necessidades dos ouvintes.

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Numa Casa Espírita, devemos estar atentos para que a dinamização dos trabalhos conduza sempre ao aprimoramento dos colaboradores da casa, independentemente de sua posição hierárquica. Nessa luta constante para o aprimoramento próprio e dos trabalhos, frequentemente estaremos na posição de um expositor que deve ser capacitado à liderança e ao esclarecimento, para que o grupo evolua. Para desenvolvermos essas atividades nas condições expostas, devemos conhecer as melhores formas de transmitir os conceitos, observando ainda que, em muitos aspectos, as reuniões espíritas se assemelham a aulas, razão porque, nesse temário, o dirigente é situado como professor e as reuniões, como se fossem aulas. Os métodos de ensino a serem estudados são:

- Preleção; - Preparação; - Condução; - Demonstração prática; - Dinâmica de grupo; - Monitor; - Debate orientado; - Desvantagens; - Perguntas; - Cuidados Importantes; - Vantagens;

Preleção É o método clássico que possibilita a transmissão de grande soma de conhecimentos, oralmente. O expositor precisa cultivar personalidade, entusiasmo e, principalmente, habilidade em prender a atenção do público. Aulas poderão ser feitas sem acessórios de ensino, porém, quando visualizadas em projeções, quadros, murais, transparências ou ilustrações com exemplos práticos, tornam-se mais atraentes e motivadoras. Preparação

Deve-se ter sempre em vista o propósito a alcançar; fazer uma seleção inteligente dos tópicos a serem apresentados, organizando-os em uma sequência lógica, sempre do simples para o complexo. Condução Na condução de uma preleção, devemos observar o seguinte: a) Inicialmente mostrar o propósito a que se propõe; b) Desenvolver racionalmente o assunto, seguindo os tópicos previamente

selecionados; c) Frisar os pontos importantes através de gestos oportunos, variações na voz,

quadro negro e dicção correta; d) Adaptar a preleção e sua duração ao nível médio dos participantes; e) Motivar seus alunos constantemente e associá-los sempre que possível; f) Manter o interesse e aquilatar o conhecimento dos alunos através de

perguntas orais.

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Qualquer falha nesses pontos será mais notada na preleção, pois, o expositor é sempre o centro de todas as atenções.

Demonstração Prática Tem como propósito fazer com que se aprenda, ver como se executa determinada tarefa e a forma de ação ou procedimentos de conduta. Sua aplicação depende muito de cuidadosa proporção, que garantirá o sucesso da aula. Não há limites para o seu emprego, devendo ser usada sempre que possível, pois, representa grande fator de motivação. Os alunos gostam de “ver para crer”. Na preparação de uma demonstração, devemos manter sempre o propósito e seguir os itens abaixo: 1) Estudar antecipadamente o conteúdo das lições propostas; 2) Preparar cuidadosamente o material a ser utilizado; 3) Verificar e corrigir se necessário, as condições da sala de reuniões

certificando-se de que todos possam ver. Dinâmica de Grupo Cultos, igrejas, religiões, como qualquer outra associação ou empresa de caráter esportivo, agrícola, comercial, etc., necessitam ser dirigidos em seus múltiplos detalhes, de conservação, manutenção, orçamento, etc. e para tanto, precisam de um conjunto de servidores especializados ou não, que se denomina equipe.

Esse conceito deve ser entendido como a união dos grupos de igual função e a reunião de todos, em harmonia e cooperação mútuas. É nesse quadro social que o método de “dinâmica de grupo” se destaca, porque possibilita aos seus integrantes a conjunção e a troca de informações e de experiências entre as diversas áreas. Na questão pertinente às RTCs., estuda-se as diversas técnicas de comunicação, tanto teóricas e práticas, como orais e escritas, dando-se ênfase às orais e práticas, porque trazem desinibição, superam a timidez e transformam o aluno em colaborador, ao mesmo tempo em que exercitam seus conhecimentos evangélico-doutrinários. Inicia-se a dinâmica buscando resposta às perguntas: “o que fazer?”, “como fazer?”, “como proceder?”. Essas são questões básicas formuladas para o encaminhamento correto da aula, devendo os alunos apenas interagir nos momentos teóricos e participar nos momentos práticos. A atenção às aulas possibilita aos participantes reconhecerem nas falhas e carências dos colegas, as suas próprias falhas e carências que deverão ser corrigidas e superadas, sempre com a participação do instrutor. Monitor

O propósito da presença e atuação do monitor é diminuir o trabalho em turmas grandes e possibilitar ao aprendiz participar vendo e ouvindo, aprendendo e ensinando, sentindo-se em contato direto com o instrutor, o que aumenta o seu interesse e a sua segurança.

Esse método configura-se como mais uma “ferramenta”, pois, na verdade, utiliza e aplica todos os outros métodos e técnicas, inspirando e dando base aos alunos a se tornarem, por sua vez, expositores também, ao mesmo tempo em que alivia a carga de trabalho do dirigente.

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Vejamos a maneira da sua condução: 1. Para permitir a participação de um monitor, dividem-se os participantes em grupos menores, podendo o monitor ser destacado do próprio grupo; 2. O instrutor explica e demonstra ao seu grupo a maneira de agir, buscando incentivar a interação entre eles, tirando-lhes as dúvidas quando ocorram; 3. Cada aluno exercita explicando a ação e a conduta necessária para seu bom desempenho, sempre sob a orientação do monitor; 4. Os participantes devem se revezar a fim de que todos participem como instrutores e aprendizes.

Ao dirigente cabe supervisionar seus monitores com o intuito de sanar alguma falha ou vício de comportamento, medida que esclarece também os aprendizes.

Para o êxito desse procedimento, deve-se ministrar uma etapa cada vez e só passar para nova etapa quando todos tiverem aprendido bem a matéria ensinada; Debate Orientado

O propósito dessa técnica é permitir o debate entre os alunos, através de perguntas sobre a matéria já ensinada, sempre sob a condução e orientação do instrutor.

O debate, por não ser fim, mas meio de fixar o ensinamento aprendido, deve ser bem planejado pelo dirigente e de preferência pouco extenso. Para a condução do debate orientado devemos:

Fazer um sumário do assunto a ser apresentado;

Apresentar o assunto, já conhecido e praticado pelos alunos e iniciar o debate, mantendo-o sob controle e equilíbrio;

Buscar prender a atenção dos alunos no tema em trabalho;

Esse procedimento aumenta o interesse e prende a atenção do aluno sobre o trabalho em execução, dando oportunidade a todos de apresentarem suas idéias;

Revela o nível de aproveitamento dos alunos, expondo seus pontos fracos e fortes, permitindo pronta intervenção do instrutor para corrigir o lapso e confirmar o acerto;

Desvantagens

Podemos destacar também, algumas desvantagens do procedimento que são:

Desorganização da classe, se não for habilmente conduzido;

Não se adapta a grande número de participantes, pois normalmente tumultua;

Necessita de habilidade do instrutor em fazer e colocar perguntas. Perguntas

As perguntas nesse método têm o propósito de aferir o conhecimento do aluno e obrigá-lo a algum esforço mental, mantendo-o constantemente alerta.

O procedimento, por ocasião de adotado o método de perguntas, tem o seguinte caminho:

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Dirigir a pergunta a todos os alunos presentes;

Após pausa de 5 a 10 segundos, a fim de que todos pensem na resposta, chamar um aprendiz pelo nome, para respondê-la;

Fazer com que o aprendiz se levante e fale de modos a ser ouvido por todos;

Avaliar e comentar a resposta, se necessário, destacando a resposta certa. Cuidados Importantes

Para não criar destaques pessoais, ao contrário, buscando levantar o ânimo dos tímidos e desatentos, tanto quanto estimular os menos avançados, deve-se atentar para as seguintes observações:

Não repetir a pergunta aos desatentos;

Não se valer sempre dos melhores aprendizes;

Não fazer muitas perguntas sucessivas, nem que envolvam duas idéias distintas;

Evitar interromper o aprendiz, manifestando apreciação positiva quando certo ou de correção branda, porém firme, quando falha ou errada.

Vantagens

O debate orientado é a realização de uma sintonia mental a nível criativo, unindo a mente do instrutor com a mente do aluno num envolvimento mais profundo e numa interação positiva, mais cristalina. É uma forma eficaz de despertar e manter o nível de interesse e a motivação do aluno por sentir-se parte integrante do grupo.

ANOTAÇÕES

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9ª Reunião

AS FASES DE UMA AULA, TEMA OU DISCURSO Disse Jesus:

“Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a todas as criaturas, ensinando-as a observar todas as coisas que vos tenho mandado; e estai certos de que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos”. O expositor se forma pelo estudo, pelo trabalho, pela meditação e pela prática. O estudo fornece ao expositor o conhecimento indispensável do que e como ensinar seus ouvintes. O Trabalho é ação. Um expositor não pode ficar inativo. Os expositores, conquanto não sejam oradores profissionais, encontram larga oportunidade de trabalho e de aprimoramento dos seus conhecimentos. A meditação é o dever que tem o expositor de ponderar muito bem sobre

suas palavras, para que elas não firam os princípios cristãos de amor a Deus e ao próximo, cuidando para não falar muito e ensinar pouco. De nada valem as teorias se não forem seguidas de perto pela prática. Quanto mais o expositor fizer exposições, mais segurança terá na sua oratória. O hábito de falar em público desperta no expositor qualidades que não suspeitava possuir. O que menos deve preocupar um expositor é a quantidade de pessoas no auditório; seja ele composto de cinco, de mil ou mais pessoas, o trabalho é sempre o mesmo. Procurar sempre usar de seus dotes naturais, que podem ser divididos em dois grupos: 1. Dotes interiores: talento, memória, imaginação, inspiração, sensibilidade e emoção; 2. Dotes externos: aparência, simpatia e voz adequada. Os expositores devem estudar três matérias: o idioma, no nosso caso o Português, o Evangelho e a Doutrina. São quesitos indispensáveis à boa exposição sobre a Codificação Espírita.

Sugestões Para Elaboração de Temas

1. Escolher o assunto. No caso de programações, esse assunto já vem determinado, bastando ser estudado e desenvolvido; 2. Preparar por escrito: esquematizar, desenvolver e encaixar ilustrações; 3. Quanto a esquematizações, não devemos confiar somente na memória. Se houver alguma perturbação, poderemos esquecer o que memorizamos, o famoso branco. São os chamados roteiros. O esquema deve conter somente as partes essenciais. Deve-se evitar muitas divisões e subdivisões, porque o excesso atrapalha em vez de ajudar. 4. Fazer consultas sobre o assunto para dominá-lo; 5. Ler em voz normal, repetidas vezes e com naturalidade, o trabalho já concluído, sem preocupação excessiva em decorá-lo.

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Estrutura e Desenvolvimento do Tema

Toda aula ou exposição tem uma sequência lógica, para que se obtenha bom resultado. Esse resultado depende também de como o condutor da atividade se apresenta ao público, cabendo, em primeiro lugar, apresentar-se e esforçar-se por conseguir a atenção dos participantes. Essa apresentação, primeiro contato, não é propriamente uma fase da atividade, mas funciona como um catalisador – reação química em que o catalisador tem apenas a função de acelerar a reação entre os componentes - um realizador e conquistador de empatia com o público. Havendo um bom contato inicial, será mais fácil desenvolver as etapas seguintes da atividade. Qualquer trabalho literário, quer para a linguagem escrita quer para a linguagem oral, se compõe das seguintes partes: INTRODUÇÃO, DESENVOLVIMENTO (assunto central) e CONCLUSÃO. 1)- INTRODUÇÃO A introdução é a primeira parte do discurso e o ponto de partida. É a preparação do ânimo do ouvinte para se tornar receptivo à exposição. Quando assistimos a um filme no cinema ou pela televisão, imaginamos, logo nos primeiros minutos de exibição, se ele agradará ou não. Da mesma forma, quando lemos um livro, as primeiras páginas são de grande importância para motivar a leitura. Com a exposição a ser feita ocorre o mesmo. No início, logo nas primeiras palavras é que devemos envolver os ouvintes, aguçando o seu interesse e a sua curiosidade. Se não conquistarmos os ouvintes no início da fala, dificilmente conseguiremos fazê-lo depois. É como se nós convidássemos os ouvintes para fazer um passeio e, se não houver o interesse dos ouvintes, passearemos sozinhos.

Uma maneira de percebermos se os ouvintes estão passeando conosco, é verificar se conquistamos a benevolência, docilidade e atenção do ouvinte. Tornar o ouvinte benevolente é transformá-lo em um amigo favorável às ideias e ao comportamento do expositor. Pode-se usar na introdução: 1. Definições, divisões ou variações do termo ou termos aplicados; 2. Retrospecto histórico da palavra ou do assunto; 3. A trajetória histórica ou a história do item no seu contexto; 4. Um fato anterior pertinente; 5. Um conto ou historieta que tenha conexão com o assunto; 6. Pode-se usar mais de um dos itens juntos. 7. A introdução deve terminar de tal forma, que a transição para o desenvolvimento não se faça sentir. Não se deve cortá-la bruscamente, nem avisar que se vai passar para o desenvolvimento. A introdução deve abranger 1/4 (um quarto) do trabalho total; 8. Resumo ou referência quanto ao tema anterior, se for o caso de uma seqüência de exposições. Livros indicados: Vade Mecum, O Espiritismo A / Z, Manual de Orientação ao Expositor.

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2)- DESENVOLVIMENTO - Assunto Central

É a parte mais importante da exposição. Diríamos que as outras partes, dependendo das circunstâncias, poderão até mesmo ser dispensadas, mas não o desenvolvimento porque é a própria razão da existência da exposição. O expositor deverá atingir ou alcançar verbalmente os ouvintes, definitivamente, para vencer suas resistências já minadas pela introdução. É nessa parte da exposição que o expositor deve utilizar todos os esforços e toda sua capacidade para convencer e persuadir os ouvintes. Fazer as definições, se houver; divisão do tema e explicação de cada parte; exemplos vivos, comprovados ou hipotéticos, para fixar o assunto. O conteúdo deve ser o mais doutrinário possível e, se for evangélico, deve conter exortações à pratica, comparações com vultos eminentes da humanidade ou com os do Espiritismo. Se for científico ou filosófico, apelar para o raciocínio e a lógica, com fatos concretos. Depois dos elementos lógicos, virão aqueles que forem destinados a convencer o entendimento através de razões e de raciocínios, quando, então, deverão ser apresentados os elementos e exemplos morais, aqueles destinados a persuadir a vontade pela emoção.

As palavras serão alinhadas para rumar aos corações dos ouvintes, despertando seus sentimentos. Mexerem com a emoção dos ouvintes, as paixões e sofrimentos do ser humano, como o amor, o ódio, a bondade, o orgulho, o patriotismo, a luxúria, o altruísmo, a inveja, a alegria, a tristeza, o desejo, a aversão, a coragem, o medo, etc. 3)- CONCLUSÃO

Deve-se passar à conclusão de uma forma sutil. A conclusão é a última manifestação verbal que o expositor deverá proferir aos ouvintes, para conquistá-los definitivamente. A conclusão pode ser o enfoque da importância do assunto; a influência nos indivíduos e nos povos, nas raças e nos países; como aprofundar o estudo sobre o assunto e enfatizar mensagens relativas a ele, etc. Falará com mais vibração, imprimirá um ritmo mais acentuado na pronúncia de suas palavras e aumentará a intensidade da voz, sem exagero, acima da altura utilizada nas partes ou nos momentos anteriores. Expositor e ouvintes, envolvidos numa atmosfera de empatia, caminharão juntos, orientados pela mesma emoção, pelo mesmo impulso e, nesse passeio, chorarão as mesmas tristezas e sorrirão as mesmas alegrias. Obs.: Numa exposição deve-se ainda considerar em sua estrutura três

elementos essenciais: 1. Interdependência: cada uma das partes deverá ter participação efetiva na

composição do conjunto. A peça deverá ser vista como um bloco uno. 2. Proporcionalidade: não existe uma medida fixa que determine o tamanho ou o

tempo que se consumirá com cada uma das partes que compõe a exposição. Numa exposição de 10 minutos, por exemplo, 2 minutos para a introdução, 7 minutos para o desenvolvimento e 0l minuto para a conclusão.

3. Elucidação: os ouvintes formam um conjunto heterogêneo, com atenção e

interesse que não resistem a qualquer dificuldade de entendimento. Por isso

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mesmo, ao elaborar a exposição, a elucidação deve marcar cada idéia, cada etapa, sem forçar a concentração e o raciocínio dos ouvintes.

Leituras complementares: – “Como Falar Corretamente e Sem Inibições” – Reinaldo Polito, Editora Saraiva – “Gestos e Postura Para Falar Melhor” – Reinaldo Polito, Editora Saraiva

Questionário – para o aluno 1. Como se pode elaborar um tema? 2. Quantas e quais são as partes que compõe um tema, uma aula ou um discurso? 3. Qual a parte mais importante de um tema? Por quê? 4. O que significa interdependência? 5. O que significa a elucidação de um tema? Tarefa de casa: preparar o tema seguinte, obedecendo ao roteiro, de acordo com as fases de um tema para uma exposição de 10 minutos de duração.

Esclarecimentos A)- O que é prece? B)- Quando e como devemos orar?

Objetivos A)- Qual a função da prece? B)- Qual o objetivo da prece?

Introdução Definir o que é a prece. Esclarecer sucintamente sobre os vários tipos de prece. Ver: O Evangelho Segundo o Espiritismo, capítulo XXVII, item 9

Desenvolvimento: Desenvolver o tema conforme os três itens acima, salientando: 1. esclarecer que a prece deve ser espontânea; 2. observar que as preces contidas no ESE foram colocadas para servir como modelo e orientação; 3. orientar que a forma de nada vale; o pensamento é tudo. ESE capítulo XXXVII, item 1. Conclusão

Mostrar que a Doutrina Espírita nos esclarece quanto aos mecanismos da prece; ver o LE, questão 663;

Deixar uma mensagem otimista da eficácia da prece, explicando que ela é sempre atendida. ESE capítulo XXVII, itens 5 a 8.

Fontes de consulta

ESE. Capítulos XXVII – Pedi e Obtereis e, capítulo XXVIII – Coletânea de Preces.

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10ª Reunião

PREPARO DE UMA AULA PARA ADULTOS

ESTRUTURA GERAL

A)- Do Planejamento de Uma Aula 1)- O que é planejar uma aula? Refletir, fazer plano, prever caminhos, atos ou o efeito de planejar o serviço de preparação de um trabalho, de uma tarefa, com estabelecimento de métodos convenientes. 2)- Qual a importância do planejamento?

Criar capacidade de reajustes para se adaptar ao recinto, se limitar ao tempo; atender aos recursos disponíveis no local, às necessidades dos ouvintes (alunos ou assistidos) e à heterogeneidade do público (diferentes classes sociais, diferenças de conhecimentos intelectuais e recursos morais).

Evitar a necessidade de repetições, de improvisações e a ocorrência de insegurança.

Prever dificuldades e meios de superá-las se ocorrerem.

Distribuir o trabalho na medida e no tempo certo.

Atingir os objetivos propostos. 3)- Características de um bom planejamento

Continuidade: as etapas completas do trabalho são previstas do começo ao

fim.

Flexibilidade: deixar margens de reajustes, sem que haja prejuízo da

unidade e da continuidade das etapas.

Objetividade: basear nas condições reais de local, tempo e recursos; as necessidades dos alunos ou assistidos, considerando seus diferentes níveis de conhecimentos.

Precisão: observações e indicações exatas; sugestões e orientações

concretas de trabalho.

Clareza: ser entendido facilmente pelo seu público e por outros

colaboradores que possam substituir, de improviso, o expositor, professor ou apresentador da aula.

O que planejar: são objetos do planejamento, palestras, aulas, seminários, roteiros turísticos, etc.

B)- Da Aula Como Unidade de Ensino

Da aula

A aula é uma unidade de ensino, uma atividade na qual professor e aluno interagem, marcando um passo à frente na realização do “objetivo”.

Orientar bem o aluno no decorrer da aula é privilégio e responsabilidade do professor.

O aluno, por sua vez, tem que tomar parte ativa na aula e executar as suas várias fases, servindo-se da direção e da ajuda do professor.

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Dos Tipos de Aulas Dois são os tipos principais de aulas, a saber: teóricas e práticas. No decorrer das suas etapas surgem as aulas mistas.

Aula teórica: na aula teórica são dados os conhecimentos relativos aos

procedimentos práticos. Nela se inclui tudo o que deve ser conhecido sobre o assunto.

Aula prática: numa aula prática ensina-se a fazer alguma coisa, ou seja, a

executar certos atos, fatos ou operações aprendidas durante as aulas teóricas.

Obs.: É preciso conhecer a teoria para executar a prática de qualquer conhecimento. Da Duração da Aula

A duração de uma aula depende de diversos fatores, tais como: 1- A natureza do assunto é o primeiro fator a se considerar. 2- A extensão de cada etapa a ser ensinada é o segundo fator. 3- O horário e a localização do recinto que se vai utilizar. 4- A extensão da lição não deve ser confundida com o tempo gasto na aula

propriamente dita. 5- O tempo necessário para uma aula pode variar de 10 a 45 minutos e o de

uma lição depende do volume do seu conteúdo e do aproveitamento dos alunos. Nem sempre o assunto se esgota numa aula.

Das Características da Aula A aula deve ser completa, pois ela representa uma unidade de ensino. O título da aula ou a exposição do seu “objetivo” ou “propósito” deve mostrar que ela trata de um assunto só e de modo completo. É importante que aluno perceba a clareza do “título” e do “objetivo” da aula. C)- Da Organização do Plano de Aula

A aula, quanto à sua organização, deve ter os seguintes elementos: 1. Objetivo ou propósito da aula: o aluno deve saber o que a aula vai lhe

proporcionar. Uma explanação do objetivo deve fazer parte do seu início, para que a atenção e o esforço do aluno focalizem o ponto central da aula. 2. Conteúdo da aula: é o assunto a ser aprendido pelo aluno, como por exemplo, as noções teóricas e os problemas práticos correspondentes, que devem ser organizados e informados como tal. O aluno precisa ver e sentir seus esforços compensados e valorizado o seu trabalho antes que se desinteresse devido à fadiga ou porque surjam outros interesses. 3. Conteúdo novo: deve existir uma relação ou associação entre a nova aula e

a aula anterior. Partindo daí, o assunto novo deve avançar pouco a pouco, até chegar à conclusão definida. Uma atividade que não contenha novas experiências e não exija novos desafios oferece pouca oportunidade para aprendizagem. 4. As aulas de revisão têm a função, não apenas de reapresentar o conteúdo, mas, de reforçar o que já foi aprendido. 5. Desenvolvimento da aula: a aula deve se desenvolver com passos

sistemáticos, respeitado o aproveitamento da classe.

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6. Outras Considerações: a experiência anterior do aluno precisa ser

considerada e nela, ou em parte dela, deve se apoiar o aprendizado novo. Cada aula deve ser preparada levando em conta a habilidade, eficiência e interesses dos alunos. D)- Os passos de Uma Aula No planejamento de uma aula o professor/expositor deve organizar de forma seqüencial os passos que a compõe, a saber:

1. Introdução 2. Apresentação 3. Verificação

4. Aplicação 5. Resumo 6. Aplicação

Da Introdução 1. A introdução se divide em duas etapas, a saber: 2. Preparação: o professor prepara com antecedência o material, de acordo com o tema, ou seja, todos os recursos necessários para a compreensão do aluno e facilitação do seu próprio trabalho. 3. Motivação: o professor prepara uma atividade relacionada ao assunto, para

chamar a atenção do aluno em relação à nova aula e ligar o novo conteúdo às experiências anteriores. 4. Apresentação: depois de ter fixado o objetivo a ser alcançado, o professor trata de apresentar o novo assunto, ponto por ponto, usando para cada um deles, o procedimento mais apropriado. A apresentação de uma aula pode ser efetuada através dos seguintes processos de ensino: demonstração, discussão, palestra, narração, etc. 5. Verificação: verificar durante a apresentação da aula a compreensão e o

interesse dos alunos, o que pode ser feito por meio de perguntas na classe, na medida em que se vai processando a apresentação da aula, para avaliar o progresso obtido. 6. Aplicação: na aplicação se pretende que o aluno coloque em prática os

pontos principais da aula, de acordo com a apresentação do professor. Essa atividade pode acontecer por escrito ou oralmente com debates tirando dúvidas, sempre, em qualquer situação, com a presença do professor. 7. Resumo: o resumo está ligado diretamente ao objetivo ou propósito da aula.

Ao terminar a apresentação da aula, os alunos, sob a direção do professor, devem fazer de forma oral, um resumo rápido, indicando o que aprenderam na aula do dia. Esse resumo também pode ser feito pelo professor, acompanhado, anotado ou copiado pelos alunos. 8. Tarefas - Objetivos das tarefas - Conclusão: as tarefas são determinadas pelo professor ao término da aula e de acordo com o projetado, se houver tempo, serão feitas em classe ou em casa, sendo seus objetivos: a. Fazer com que o interesse de uma aula motive e transite para a que vier em

seguida. b. Desenvolver por parte dos alunos a capacidade de observação, de raciocínio

e de fixação das lembranças da aula. c. Proporcionar treinamento adicional, para o qual a escola não tenha

concedido tempo ou mesmo, não tenha dado oportunidade. d. Como conclusão, apresentar breve resumo da aula seguinte.

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e. A aplicação (item 4 do Desenvolvimento da Aula) pode ser feita como tarefa de casa e apresentada na aula seguinte. Exemplos: exposição do tema, preparação do manual, preenchimento de fichas, etc.

f. O cuidado a se tomar ao se planejar a aplicação do assunto ensinado. f-1 verificar a quantidade e a qualidade dos exercícios a serem executados pelos alunos dentro de um tempo determinado. Exemplos: - a aplicação de um determinado tipo de passe, evitando trabalhar mais que um tipo de assistência por vez; - Treinamento na Orientação e Encaminhamento, selecionando os problemas que o treinando possa enfrentar. f-2 Verificar o material a ser utilizado pelos alunos imediatamente após a

demonstração do professor/expositor. Exemplo: o uso de retroprojetor na aula em que foi ensinado sobre o auxílio e audiovisuais.

f-3 Separar o material especial e as ferramentas necessárias aos alunos. Exemplos:

- exercícios de preparo de materiais e equipamentos audiovisuais como: cartazes, transparências, retroprojetor, etc. - exercícios de preparo de materiais para uso nas aulas com as crianças.

- exercícios de preparo de materiais para aplicação em aulas de artesanato. Obs. Esta parte da aula é de grande importância para quem participa como aluno. Nesta fase ele aprende a fazer e adquirir as técnicas necessárias que serão utilizadas.

g. Organizar sumário em função dos objetivos da lição. g-1 formular e organizar perguntas que ajudem os alunos a meditar sobre os

pontos apresentados na aula. Exemplo: - perguntas que os forcem a pensar como ajudará ao próximo com o trabalho expositivo.

g-2 proporcionar aos alunos situações em que eles devem aplicar de uma maneira nova, aquilo que aprendeu. Exemplo: - aos que já começaram a falar, solicitar que falem utilizando-se do quadro negro; que falem com cartaz, sobre uma estampa ou fotografia.

h. Proporcionar tarefas específicas. h-1 a preparação de matéria para a aula seguinte. Nas RTCs trata-se da

exposição de temas até 10 minutos. h-2 aplicação no decorrer da aula. Nas RTCs são os convites para que falem

sobre um assunto escolhido na hora, por algum dos ouvintes. As tarefas podem ser de dois tipos: 6.1 As tarefas passadas para que os alunos as executem ao término da aula;

Exemplo: sobre a aula de postura diante do público, tarefa: exercícios de postura e gesticulação, com avaliação e orientação.

6.2 Tarefas a serem executadas após a aula, a saber: a) – Para despertar o interesse e motivar o aluno para a próxima aula.

Exemplo: Assistir a uma palestra, filme ou peça teatral ou, ainda, ler um artigo ou livro que tenha relação com a aula seguinte.

b) – Desenvolver a capacidade de observação.

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Exemplo: Promover visita a uma exposição de pintura mediúnica ou a um local que chame a atenção para assuntos que serão apresentados, como: aula que abordará pintura mediúnica.

c) - Que proporcione treinamento adicional, como: um aluno das RTCs do 2º Módulo dar uma aula para um grupo que esteja na fase inicial de aprendizado, no início do 1º Módulo.

E)- Do Plano Diário de Aula Um bom professor, antes de dar uma aula, deve organizar um plano abrangendo o conteúdo e as técnicas a serem usadas no seu decorrer. O plano deve enumerar os objetivos da aula como: assunto a ser tratado, material didático a ser utilizado, atividades a serem realizadas na ordem em que forem surgindo, para que sirva de guia ao professor. Considerações sobre planos de aula e exemplos: Na preparação do plano de aula também há um progresso, razão porque, estão sendo apresentados alguns modelos que podem se usados até que o professor/expositor adquira mais prática na sua elaboração e no desenvolvimento de toda a aula. Quando a preparação do plano de aula se torna rotineira, sua elaboração fica mais simples e o expositor consegue elaborar planos de acordo com suas necessidades. Quem está iniciando deve organizar muitos planos e submetê-los a quem é capaz de orientá-lo e apoiá-lo na busca do seu progresso. Alguns exemplos de planos de aula: 1º Exemplo Matéria .................. Data ...................... Hora.................... 1. Título da aula. 2. Objetivo. 3. Condições do ensino:

a- Características especiais do assunto. b- Problemas dos alunos. c- Tempo disponível. d- Equipamento e materiais necessários. e- Condições especiais e obstáculos.

4. Introdução: (dar uma introdução suficiente para preparar os alunos e despertar seu interesse)

5. Apresentação: (fazer um esboço mostrando a maneira como o assunto será tratado. Relacionar os tópicos a serem abordados para não haver desvios – ex. título: Reencarnação, focando: Processo Reencarnatório – ver Guia ao Expositor, tema 007.2.). Ressaltamos que outros aspectos são tratados em outros temas que podem ser citados para despertar o interesse dos alunos.

6. Aplicação: (formular tarefas para a aplicação dos novos conhecimentos dos alunos. Considerar, também, as diferenças individuais).

7. Verificação: (indicar o método de avaliação do trabalho dos alunos). 8. Sumário: (fazer uma revisão dos pontos principais). 9. Tarefa: (dar as tarefas para a aula seguinte). 2º Exemplo Título da aula ................. Objetivo................... Turma ............................ Data ........................

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Introdução: Preparação do material necessário à aula. Motivação: revisão da matéria, narração de fatos, auxílios visuais, despertando a curiosidade dos alunos. Apresentação: Demonstração. Pontos da lição. Teoria dos pontos. Auxílios visuais. Perguntas. Discussão. Aplicação:

Os alunos executam; o professor os orienta e proporciona ensino individual, quando necessário.

Verificação: Verificar a aplicação dos princípios da aula.

Sumário: Afirmar os objetivos da aula.

Tarefa: Prática na aplicação dos princípios da aula ou preparação para a aula seguinte. 3º Exemplo

Matéria................................ Turma.......................... Assunto ............................... Data ............................

Título da aula ....................... Objetivos ..................... 1. Preparação

a) Professor: material, auxílio audiovisual, etc. b) Motivação: revisão, palestra, etc.

2. Apresentação: a. Métodos: demonstração, palestra, discussão, etc. b. Pontos de ensino. c. Doutrina e Evangelho. d. Perguntas. e. Tabelas, cartazes, transparências, etc.

3. Verificação: perguntas ou pontos de verificação. 4. Aplicação: prática pela turma, dos princípios da aula, sob a direção do

professor. 5. Sumário: revisão dos pontos básicos da aula. 6. Tarefa: preparação para uma nova aula. 4º Exemplo: um plano de aula para artesanato. Matéria: pintura e seus pertences. Objetivo: ensinar o uso de instrumentos de artesanato, ressaltando o manuseio de pincéis, espátula, corantes, tintas, etc. Introdução: Motivação: Quais os materiais usados para pintar? Que espécies de peças o artesão precisa e prepara? Como se obtém diferentes resultados com pincéis e espátula?

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Há necessidade de variar pincéis? E de espessura de tinta? qual o instrumento usado para isso e como isso é feito? “Passemos a Experimentar”. Conhecimentos novos: Mandar os alunos aplicar tinta com pincéis comuns. Demonstrar a diferença entre os pincéis comuns e especiais. Mostrar como se usa e fazer com que vários alunos exercitem. Explicar os erros cometidos pelos principiantes e como corrigi-los. Mostrar a diferença na aplicação e no resultado do uso de pincel e espátula. Verificação: Como se deve segurar o pincel? Como se deve preparar e usar a tinta? Porque se deve limpar e lavar pincel e espátula depois de usados? O que acontece quando o pincel porta excesso de tinta? Adotar a sequência necessária e conveniente a cada trabalho. Aplicação: Cobrir com tinta um desenho a lápis. Sumário: Como usar o pincel e a espátula; como preparar as tintas; como pintar com determinadas técnicas. Tarefa: Estudar o uso de alguns instrumentos e materiais para a próxima aula. 5º Exemplo: 1. Tema: ex. Justiça das Aflições. 2. Delimitação do assunto: ESE capítulo V, itens 1-3. 3. Duração da exposição: 10 minutos. 4. Público alvo: alunos das RTCs ou assistidos. 5. Objetivos gerais e específicos: Objetivos gerais: consolação e esperança; Objetivos específicos: definir, mostrar e criar condições necessárias para que

os alunos ou assistidos possam entender porque sofrem. 6. Levantamento bibliográfico: O Evangelho Segundo o Espiritismo. Caminho, Verdade e Vida. 7. Procedimento didático: Aula expositiva / palestra. 8. Recurso didático: retro-projetor / lousa, giz, apagador. 9. Seleção de conteúdo:

9.1. Como as aflições são conseqüências das nossas ações 9.2. A importância da fé, esperança, resignação, paciência, entendimento. 9.3. Como mudar o quadro de sofrimentos, etc.

10. Introdução / Desenvolvimento / Conclusão. Verbos p/objetivos específicos Verbos p/objetivos gerais Conscientizar Definir Compreender Ler Saber Identificar Aperfeiçoar Expressar Conhecer Relacionar Desenvolver Comparar Perceber Justificar Consolar Associar Elevar Apresentar Motivar Conceituar

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F)- Da Vantagem de Planejar uma Aula

Enumeramos em seguida, as vantagens de se planejar antecipadamente uma aula. 1. O professor pensa na aula e nas diversas atividades que a compõe, antes da

sua realização e também antecipa situações que poderão surgir durante sua realização.

2. Evita o esquecimento de certos detalhes se houver interrupção inesperada da aula e terá imediata referência para sua continuação.

3. Dispõe das atividades em sequência correta. 4. Aumenta sua segurança e confiança na condução da aula ajudando o desempenho quando da próxima vez.

Obs. A forma de confecção dos planos de aula varia muito. Não existe padrão

fixado, tendo em vista que cada escola, instituição, agremiação ou Casa Espírita adota um plano de acordo com o trabalho que está sendo realizado.

G)- Do Roteiro de um Bom Planejamento de Aula

Na organização de um plano de aula, dois fatores principais devem ser considerados: o assunto a ser ensinado e o modo de fazê-lo. A aula deve ser apresentada na ordem que melhor facilite a aprendizagem dos alunos. Cada aula deve ter: a)- Um título próprio, para facilitar o controle em aulas futuras. b)- Objetivos claros e específicos, embora, às vezes, esteja claro no próprio

título. c)- Esclarecimentos necessários. 1- Preparar ferramentas com antecedência de acordo com o tema escolhido:

utensílios, gravuras, auxílio áudio-visual (giz, apagador, retro-projetor, som, etc.).

2- Motivação: despertar o interesse do aluno com breve explanação do tema que ligue a aula anterior com a atual.

3- Fazer lista dos pontos-chave. d) Determinar a técnica a ser usada: Listar os pontos e ensinar na ordem em que devem ser aplicados. Determinar o método de ensino a ser usado: demonstração, dissertação,

discussão. Formular as perguntas chaves ou especiais. Fazer uma lista de assuntos suplementares ou de informações importantes

do tópico a ser ensinado. e)- Indicar o processo de verificação dos resultados da aula. A verificação deve

ser sobre os itens ensinados, antes que os alunos ponham em prática os princípios aprendidos.

Obs.- Os exercícios práticos aplicados nas RTCs podem ser uma forma como a de falar do desconhecido, do olhar, entre outras questões, que forem aplicadas no mesmo dia da aula. A verificação também pode ser feita em questionários, por processo oral ou escrito. O professor ou quem vai realizar uma tarefa de transmissão de conhecimentos precisa se prevenir contra muitas situações inesperadas, por isso deve saber que é muito importante o planejamento.

ANOTAÇÕES

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11ª Reunião

RECURSOS AUDIOVISUAIS

PARA QUE SERVEM

Os recursos audiovisuais facilitam a compreensão dos ouvintes e os ajuda a reter as informações por tempo mais prolongado. O seu uso ordena, esquematiza melhor a sequência da palestra e auxilia o expositor.

QUANDO USAR UM RECURSO AUDIOVISUAL Para o expositor espírita o uso do recurso visual é uma necessidade, visto que é raro o dom da oratória. Não serve apenas para tornar a exposição mais atraente ou substituir o conhecimento do expositor e o estudo do assunto. Pode, contudo, prejudicar uma apresentação se não for bem escolhido e utilizado com habilidade. Deve servir como um reforço da mensagem, esclarecendo e ressaltando as partes significativas da apresentação.

POR QUE USÁ-LOS 1. Organiza o tema, dando-lhe início, meio e fim. 2. Facilita sua memorização e proporciona o controle maior das informações. 3. Destaca informações essenciais que através da comunicação visual podem

ser reforçadas. 4. Expõe dados estatísticos, economiza o tempo da apresentação e torna os

informes mais perceptíveis. 5. Amplia a retenção de informações em até 70% na capacidade de assimilação

dos ouvintes. 6. Esclarece e simplifica conceitos ou ideias que apresentem um maior grau de

complexidade. 7. Visualiza objetos e traz para a apresentação elementos de grande porte. 8. Orienta o raciocínio do público para atingir as conclusões a que o orador quer

chegar. 9. Estabelece comparações mais facilmente compreendidas quando

visualizadas do que quando explicadas. Exp. Comparações numéricas.

RECURSOS AUDIOVISUAIS MAIS IMPORTANTES

QUADRO-DE-GIZ e QUADRO BRANCO

CARTAZ

FLIP CHART

FOLHETO

RETROPROJETOR

PROJETOR DE SLIDES

DATA SHOW

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QUADRO-DE-GIZ E QUADRO BRANCO Orientações para uso

Não fale enquanto estiver escrevendo; escreva primeiro e fale depois ou fale antes e anote depois. Evite falar de costas para o público, além de deselegante, a pronúncia não é audível.

Não escreva por tempo prolongado; coloque a matéria no quadro antes da apresentação para economizar tempo, pois a espera da plateia torna-se cansativa e sobra pouco tempo para explicações.

Procure não ficar na frente do quadro, desloque um pouco o corpo para não encobrir o que está escrevendo.

Escreva frases curtas e importantes; seja objetivo: o espaço do quadro é limitado.

Faça traços fortes, use letras de boa visualização e verifique com antecedência o seu alcance na platéia.

Se desenhar, use traços simples, arejados (espaços livres entre as informações).

Use letras de imprensa ou manuscrita, com traços retos, firmes e com características legíveis.

Defina antes o que vai colocar no quadro, de preferência conhecendo o local, para distribuir o texto de forma equilibrada na área disponível.

Vantagens

Espontaneidade: uso espontâneo de informações que permitem a inclusão de esquemas e dados não previstos pelo orador, sugeridos pela plateia durante a apresentação.

Flexibilidade: os dados podem ser alterados a qualquer momento com correções ampliações ou supressões, dependendo da dinâmica da apresentação.

Praticidade: normalmente, todos os locais possuem um quadro, não havendo a necessidade de transportá-lo.

Autoridade: fortalece a autoridade do orador que demonstra domínio da matéria ao criar os visuais para expor o assunto.

Economia: é o mais econômico dos recursos visuais. O preço do giz é irrisório. O quadro branco é mais caro, mas, comparado a outros recursos, a sua utilização é bastante viável.

Desvantagens

Consumo de tempo: que pode ser superado, com a matéria sendo escrita antes da apresentação.

Ambiente de sala de aula: no Centro Espírita, a necessidade de uma apresentação profissional fica limitada à simplicidade do local. É mais importante a fidelidade da informação e a boa postura do expositor.

Visual efêmero: os dados colocados no quadro são apagados e às vezes, são extremamente trabalhosos para serem desenhados novamente. A cada apresentação terão de ser refeitos.

Limitação a pequenos locais: por maiores que sejam as informações, elas ficam restritas a um local pequeno, com 50 ou 60 pessoas.

Sujeira: o giz é o campeão de sujeira. Suja a roupa, a mão e tudo aquilo que tocarmos. O uso de uma flanela, como sugestão, reduzirá o problema.

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Brilho: quase sempre acontece pelo reflexo da luz artificial ou de janelas, incidindo na pintura, atualmente fosca. Antigamente era brilhante.

Imperfeições: são aceitas, subjetivamente, pelos assistentes que estão habituados, desde pequenos, a conviver com o giz e as irregularidades do quadro-de-giz.

CARTAZ Orientação para uso

Produza visuais simples, de fácil compreensão.

Frases curtas e letras bem legíveis.

Use cores contrastantes, no máximo três.

Determine com antecedência onde apoiá-los.

Ao apresentar o cartaz, espere para falar.

Oculte-o após utilizá-lo, se for muito chamativo.

Ao transportá-los, não enrole nem os dobre.

Use no máximo 6 linhas na horizontal e 9 na vertical. Vantagens Desvantagens Durabilidade Limitação a pequenos auditórios Economia Dificuldade no transporte (uma pasta no formato,

pode solucionar o problema) Como deverá ser um bom visual:

Apropriado para a circunstância.

Visível para todos os participantes.

Esclarecedor sobre o assunto.

Claro, limpo e arejado.

Preciso e eficiente. FLIP CHART Constituído de um bloco de folhas preso na parte superior e apoiado sobre um cavalete. Seu uso segue as regras do quadro-de-giz e do quadro branco. É econômico, podendo ser reaproveitado em outras apresentações do mesmo tema. Sua utilização fica restrita a pequenos auditórios, devido às suas reduzidas dimensões, prejudicando sua legibilidade. FOLHETO Os folhetos são papéis impressos com as informações da apresentação. Produzir sempre em número suficiente aos presentes e distribuí-los no final. Se a platéia for muito numerosa, deixar com os responsáveis pela apresentação, uma apostila e estes se encarregarão de copiá-la e distribuí-la.

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RETROPROJETOR Orientações para uso

Faça um treinamento para aprender a usar com segurança e desenvoltura o seu mecanismo, extraindo dele todos os recursos.

Posicione-o num lugar que permita a projeção sem atrapalhar a visibilidade do público. De preferência, na diagonal do auditório.

Para produzir as transparências use uma tipologia de fácil leitura, de corpo 24 para os títulos, de corpo 22 para os subtítulos e 20 para o texto.

Saiba exatamente como colocar a transparência na posição correta a ser projetada e como acertar o foco e a imagem na tela. O expositor fica de frente para a plateia, com o aparelho à sua direita; a luz da projeção nas suas costas e a transparência colocada de forma legível para o expositor e de cabeça para baixo para o público. A luz projetada de dentro do aparelho atinge o texto ou a ilustração pelo verso e reflete-a invertida em um espelho que converte novamente a imagem, projetando-a de forma legível na tela.

Use a técnica da revelação e da sobreposição para sintonizar melhor aquilo que está sendo explicado, concentrando a atenção da plateia para provocar maior impacto com os visuais.

Utilize lâminas virgens para escrever e produzir visuais diante do público, desde que tenha adquirido certa prática ao escrever e bom domínio do equipamento.

Organize e numere a sequência das lâminas para não se atrapalhar diante do público e para que, caso as derrube, possa reorganizá-las rapidamente.

Vantagens

Possibilidade de uso com a sala iluminada.

Adaptação a qualquer ambiente.

Projeções coloridas.

Facilidade de comunicação visual.

Facilidade de transporte.

Possibilidade de uso sem tela.

Possibilidade de substituição da lâmpada.

Rapidez para ligar e desligar, sem distrair a atenção.

Desvantagens

Custo elevado

Dificuldade de substituição. PROJETOR DE SLIDES

Numere e revise várias vezes a ordem dos slides.

Se usar a mesma imagem mais de uma vez, reproduza-as para não voltar no tema.

Cuide pessoalmente da projeção dos slides.

Verifique com antecedência a necessidade de fios de extensão.

Aguarde o pessoal observar o slide e fale depois.

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Vantagens

Adaptação a qualquer ambiente.

Capacidade de ampliação.

Facilidade de transporte.

Apresentação de qualquer imagem.

Uso prolongado.

Sonorização. Desvantagem

Custo elevado.

Necessidade de ambiente escuro para projeção.

Manuseio delicado. RETROPROJETOR Como usar

Verifique se a voltagem do local é de 110V ou 220V.

Verifique a necessidade de fios de extensão.

Verifique se existe tela ou parede clara para a projeção.

Ligue o aparelho ajustando o foco e a posição da projeção.

Para a apresentação, o expositor pode posicionar-se junto ao aparelho, utilizar o visor do mesmo e efetuar ele próprio a troca das transparências.

Pode também solicitar a ajuda de um companheiro que efetuará a troca das imagens, enquanto o expositor com maior liberdade, à distância e com uma caneta laser, fará o acompanhamento do tema na própria tela.

Durante a apresentação, ao falar, posicionar-se sempre de frente para o público.

Distribuir o olhar para a plateia sem fixar-se na mesma pessoa, conseguindo, dessa forma, a atenção de um maior número de ouvintes.

Evite ligar e desligar o aparelho para não distrair a atenção do público e não causar assim, possíveis danos ao interruptor do aparelho.

Ao concluir a apresentação, recolher cuidadosamente o material utilizado, em suas respectivas embalagens e verificar sempre se não ficou faltando nenhum componente.

DATA-SHOW, herói e vilão O data-show é um equipamento fantástico. Ele dá qualidade à aula ou palestra quando projeta no telão a síntese dos pontos do conteúdo a ser ministrado; projeta filmes; exibe a Internet; usa figuras, sons, imagens, etc. É, sem dúvida, um grande instrumento a serviço das práticas pedagógicas. O data-show associado à criatividade no desenvolvimento de bons materiais para apresentação via computador pode transformar uma palestra ou uma aula em um bom espetáculo e motivar os ouvintes à concentração no conteúdo apresentado. Existem hoje vários softwares que podem produzir esses trabalhos. Os mais conhecidos são: Office, Power Point, MX Flash, dentre outros, que possuem recursos e ferramentas de animação de imagens, sons, cores conforme a necessidade de cada profissional.

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Com o data-show, o palestrante pode desenvolver inúmeros slides para apresentação de aula ou palestra, mantendo sempre os mesmos padrões de cores, fontes e outras formatações. A desvantagem está na utilização indisciplinada do equipamento, pois ao mesmo tempo em que representa modernidade, pode causar um grande transtorno na relação aluno x professor, palestrante x ouvinte. Enumeramos, a seguir, o que nunca deve ser feito no uso desse equipamento: 1. O data-show não substitui o palestrante; 2. Ele deve ser utilizado como um instrumento auxiliar de interação entre o

palestrante e os ouvintes; 3. As palestras somente com data-show cansam o público, diminuindo o

rendimento do conteúdo ministrado; 4. O data-show não deve ser utilizado como um projetor de textos extensos.

Para isso temos os retroprojetores tradicionais; 5. É um crime acadêmico utilizar o data-show para exibir textos pesados, e o

pior, são os casos em que o palestrante ainda fica sentado ao lado da máquina lendo o que está escrito;

6. Evite deixar a máquina ligada por mais de duas horas seguidas; ou ficar ligando e desligando o equipamento. Esse material é sensível e sua lâmpada tem um custo muito alto.

7. O data show não é um simples programa auxiliar para o computador; ele é todo um sistema sofisticado e muito sensível de exibição de sons e imagens nele inseridos ou conectados.

8. Para extrair do data-show toda a sua enorme capacidade é necessário conhecê-lo bem e estar familiarizado com o seu funcionamento prático. Só assim extrairemos o máximo dessa importante ferramenta tecnológica.

9. Caso contrário, a apresentação pretendida não ocorrerá a contento. Dispersaremos a plateia, perderemos a ocasião, decepcionaremos nosso público e poderemos danificar o aparelho.

10. Portanto, NÃO MANIPULE O DATA-SHOW antes de frequentar um bom curso sobre ele e o seu uso correto.

As situações acima são um pequeno alerta do que deve ser evitado no transcurso de uma palestra. Há palestrantes que usam o equipamento de forma viciosa e se não tiverem o data-show ao seu lado, não conseguirão mais ministrar uma palestra ou aula. O mau uso desse equipamento em palestras e em sala de aulas tem causado enorme prejuízo didático aos ouvintes.

ANOTAÇÕES

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12ª Reunião - 1º Tema – Enfoque 1

O PLANEJAMENTO DAS ATIVIDADES DE COMUNICAÇÃO O Planejamento das Atividades de Comunicação 1. Considerações Preliminares 2. Etapas do Planejamento 3. Pesquisas das Necessidades e Condições dos Frequentadores da C. E. 1)- Considerações Preliminares O planejamento do trabalho expositivo é de vital importância para o bom andamento das atividades de uma Casa Espírita: desde o estabelecimento de cursos, da execução de aulas, de uma série de palestras, de eventos ou de outras atividades que envolvam comunicação com o público. A determinação das tarefas, o mapeamento de datas, horários, seus responsáveis e as atribuições de cada um, evita o improviso, facilita o desenvolvimento e o acompanhamento das atividades, bem como a análise dos resultados e as devidas correções. Para evitar atropelos, o expositor/comunicador precisa se organizar e prever o tempo necessário para a preparação e realização do estudo, do material pertinente, bem como de si mesmo, para bem desenvolver a tarefa proposta. O entrosamento dos membros da equipe, também é ponto fundamental para a obtenção de bons resultados, pois facilita a detecção de falhas, lacunas e fugas dos objetivos a atingir e permite a correção e a manutenção da dinâmica desejada. O planejamento feito em equipe considera os aspectos e pareceres dos seus membros e as necessidades dos participantes, facilita a distribuição das tarefas e seu desenvolvimento, numa sequência lógica e evita as correções de última hora. Ao planejarmos as atividades na área de comunicação na Casa Espírita, devemos levar em conta os seguintes itens:

Toda atividade expositiva na Casa Espírita, em implantação ou que já se encontre em atividade, seja na forma de curso, sequência de palestras ou reuniões isoladas, deve ser útil aos que a frequentam e não apenas de nosso interesse.

As outras atividades que envolvem comunicação com o público, tais como: direção, preces, preparação de ambiente, vibrações, avisos e reuniões em geral, também precisam ter seus planos para que se obtenha o melhor resultado em cada uma.

Antes de montarmos um trabalho precisamos levantar e analisar as necessidades, características e condições do grupo a quem se destina e estabelecer prioridades.

O passo seguinte é estabelecer o que fazer, com quem, e com que recursos contarmos para a realização da tarefa.

A objetividade, eficiência e dedicação no preparo de um plano de trabalho são necessárias para não nos perdermos em devaneios, gastando tempo

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infrutiferamente, retardando o início das atividades ou dificultando a obtenção de bons resultados.

Ao invés de esperarmos que as soluções afluam, devemos buscar apoio em livros, pessoas e trabalhos já desenvolvidos, confrontando as informações com as nossas ideias, acrescentando ou eliminando o que for preciso para adaptá-las às realidades e necessidades dos participantes. Ideias novas e inspirações precisas, vão surgindo com a persistência, estudo e atenção, na medida em que nos sintonizarmos com os objetivos a atingir, para percebermos a atuação do Plano Espiritual.

Na maioria das vezes, o aprimoramento é o resultado de pequenos e contínuos melhoramentos, com absorção e adaptação de soluções disponíveis e não de ideias que revolucionam toda a estrutura existente.

Quem planeja não pode se prender a um item que mais o agrada, mas olhar o planejamento como um todo.

É necessário entender as várias atividades de cada trabalho e da Casa Espírita, dando a devida atenção a cada uma, para não haver conflitos e consequente perda de qualidade e comprometimento dos resultados. O planejamento deve levar em conta e relacionar as datas de:

Festividades e reuniões, bem como o seu programa de atividades, que pode ser diário, semanal, mensal, semestral ou anual. – Ver temário “Planejando a Reunião”, contido na Fase 1, Módulo 1, (RODSE).

Início e término das atividades.

Feriados ou outras interrupções que possam existir no período. É comum ocorrer a necessidade de se replanejar as atividades depois de iniciadas, por falta de previsão ou devido a fatos imprevisíveis.

Nas atividades rotineiras, os colaboradores responsáveis devem saber como proceder para obter os resultados desejados, tendo em mente os objetivos, ação e metas a serem atingidos. O ideal é que, ao término de cada reunião se faça uma avaliação objetivando corrigir os problemas, sem forma de “caça às bruxas”, apresentando sempre uma sugestão de como resolver as dificuldades, além de ressaltar o que ocorreu de positivo, para que os participantes tenham as referências necessárias sugeridas, facilitando assim o fortalecimento da equipe. Toda dificuldade deve ser considerada como uma oportunidade para se buscar solução e não motivo para gerar desavenças. Ver temário complementar do RODSE, Fase 1, Módulo 1.

Obs. Além da parte expositiva, o planejamento envolve a parte da comunicação

nas diversas etapas para que a reunião seja dinâmica como um todo.

Direção Objetivo: conduzir a reunião, aprimorar o trabalho e atingir os resultados almejados quando do planejamento e estabelecimento de metas. Ação: atuar de forma dinâmica, manter o equilíbrio e entrosar os participantes de modos a atingir o resultado proposto. Obs. Recepcionar os participantes no início da reunião, induzindo-os a elevar seu padrão vibratório e, ao se despedir deles, no final, procurar comprometê-los com a mensagem passada.

Preparação de Ambiente Objetivo: Criar as condições necessárias para que os participantes estejam

unidos em torno de um objetivo comum e dispostos a participar das atividades.

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Ação: desenvolver o trabalho expositivo de forma clara, concisa e motivadora, a fim de que os participantes atentem para o valor de sua presença e atuação, aderindo ao grupo na busca dos resultados almejados. Obs. Devem ser tomados os mesmos cuidados que tomamos com as exposições e aulas no preparo dos temas, acrescidos da necessidade de se ter o poder de síntese.

Preces Objetivo: Estabelecer ligação firme com o Plano Espiritual. Ação: Conduzir o grupo a se elevar, pedir amparo do plano superior, colocar-

se à disposição no início e agradecer ao término das reuniões.

Motivo da Reunião Objetivo: A reunião deve ser desenvolvida de acordo com o plano de trabalho

estabelecido. Ação: Na Fase 2, Módulo 1, das RTCs, constam orientações de como

proceder durante as palestras e aulas, para os diversos grupos.

Avisos Objetivo: Informar e esclarecer a respeito das atividades e eventos que

ocorreram ou venham a ocorrer, dentre outras informações. Ação: Ter como referência o temário sobre avisos constante do RODSE,

Fase 1, Módulo 1, referente a material complementar. Obs. Quem divulga os avisos precisa fazer as colocações interessantes para

convencer os ouvintes, de modo que estes se motivem a participar dos eventos anunciados (promover a ideia).

Vibrações Objetivo: Fazer doações fluídicas pela emissão do pensamento e não pedi-las. Ação: Elas devem ser direcionadas de acordo com o tipo de trabalho, para

que não haja dispersão, observando o que é importante para o grupo participante: assistência específica, público em geral, alunos, colaboradores, trabalhos específicos.

Plano Espiritual Objetivo: Complementar as orientações dadas durante as reuniões, quando

se fizer necessário. Ação: De acordo com o estabelecido: livre comunicação ou médium pré-

determinado. Obs.Consultar literatura específica da Doutrina Espírita. Por vezes, não há

necessidade da comunicação porque atuaram durante a reunião. Nota-se que nessas situações a comunicação pouco ou nada acrescenta.

Encerramento Objetivo: Concluir o trabalho ou reunião com mensagem de estímulo, para que os participantes voltem aos seus lares ou afazeres com a predisposição de retornarem na próxima reunião. Ação: Anunciar o tema da próxima reunião, salientar sua importância, convidar a todos e estimulá-los a praticar a mensagem recebida. Obs. É importante que os participantes se sintam queridos e vejam que há uma continuidade nas atividades, além de aprenderem que existe um futuro promissor para suas vidas.

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Avaliação Objetivo: Aprimoramento da equipe de trabalho e do trabalho como um todo. Ver temário complementar sobre avaliação, RODSE, Fase 1, Módulo 1. Ação: Observar os pontos a melhorar dentro das possibilidades de cada um, de modo a não inibir os que apresentem dificuldades, mas que sirva de motivo para aprimoramento da equipe. Obs.De maneira alguma as avaliações podem ser usadas como forma de agressão. Havendo possibilidade, todos devem participar das avaliações, dentro do que conhecem, para que não sejam feitas colocações que gerem conflitos. Nunca a avaliação deve ser considerada como palavra final.

2)- Etapas do Planejamento

O planejamento será apresentado no sistema de 4 etapas, a saber:

1ª- Direção a Seguir 2ª- Estabelecimento de Medidas 3ª- Ação – criar métodos 4ª- Avaliação – melhorar os participantes e a estrutura

Direção a Seguir Não é suficiente definir os problemas, mas, é necessário identificar os rumos a seguir, como podemos ver: Quanto ao Público

O que o público frequentador apresenta como necessidades principais.

Quais as condições de vida desse público no que tange à escolaridade, condição social, condição de vida local, suas perspectivas de saúde, ocupação, tanto profissional quanto de lazer, dentre outras circunstâncias.

Conhecimento evangélico-doutrinário.

Quais são suas aspirações.

Quantidade de frequentadores e interessados em cada atividade e horários possíveis de comparecimento.

Quanto ao Local

Quais os espaços disponíveis – dias e horários.

Quais os espaços ocupados – dias e horários

Quais os espaços que poderão ser ocupados: dias e horários

Quais as condições físicas desses espaços e os recursos disponíveis.

Quem são os responsáveis por esses espaços e quais são seus planos para futuro.

Quais as atividades desenvolvidas nesses espaços atualmente e quais as perspectivas futuras.

Como se posicionam os que ocupam esses espaços em relação às mudanças que possam ocorrer.

Quais melhorias são necessárias para adequar esses espaços para novas atividades.

Que facilidades existem em termos de condução, para definirmos as atividades, em função das possibilidades dos frequentadores e colaboradores.

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Quanto aos Colaboradores

Quantos colaboradores existem e quais suas disponibilidades.

Quais as atividades que cada um pode ou se propõe a desenvolver.

O que cada um se propõe a aprender e aplicar.

Quais são as aspirações de cada colaborador ou colaborador em potencial.

Nos cursos existentes, quem se propõe a colaborar sem ser convidado e após convite.

Quanto às Atividades a Desenvolver

Atividades de outras Casas da região que podem auxiliar enquanto não se tem uma equipe própria, se for justificado criar uma para o devido fim.

Quais atividades são prioritárias.

Quais atividades podem ser aprimoradas e quantos colaboradores estão disponíveis. Em resumo, esta fase concentra-se naquilo que é desejado e na

investigação para chegarmos à solução de problemas emergentes. Estabelecendo Medidas É necessário estabelecer medidas para enfrentar e superar dificuldades recorrentes e futuras, para evitar mal-entendidos. No estabelecimento das medidas, verificamos que, em muitos casos onde as soluções apresentadas não são analisadas com o devido cuidado, elas nem sempre prevalecem. Nessa fase, determinamos as atividades a serem desenvolvidas e seus responsáveis, em função das prioridades e disponibilidades dos colaboradores, mas principalmente, dos frequentadores que são a razão da existência da Casa. Medidas acertadas ressaltam as realizações e estimulam o interesse. Se a meta almejada for bem exposta e entendida as incertezas e dúvidas serão eliminadas e resultam num comportamento dinâmico e positivo que levarão os indecisos a aderir, acompanhar e colaborar com a equipe. Ação – criar métodos Avaliação – melhorar a estrutura Nesta fase comprovamos que é possível solucionar os problemas de elaboração para uma estrutura melhor, a fim de convencermos outras pessoas quanto ao seu valor. Devemos nos imaginar como sendo as pessoas que eventualmente irão usar os nossos resultados. É a fase do detalhamento e revisão. O planejamento nem sempre tem merecido o devido cuidado da Casa Espírita. Nas Casas Espíritas, as metas devem ser atingidas, porém os fatores de motivação são diferentes dos da indústria e comércio, onde são mais concretos: ordenado, promoção, carreira e sempre imediatos. Outro fator que diferencia as duas atividades é que nas segundas procura-se preencher a vaga a partir de uma seleção onde se estabelece o perfil necessário, enquanto na Casa Espírita, trabalha-se o colaborador a partir de sua chegada como assistido, passando pelas escolas para adquirir a condição de colaborador. Nota-se que nesse período de tempo o aluno começa a desenvolver tarefas, devido à falta de mão-de-obra disponível nas condições ideais. Diante desse quadro, nem todos têm equilíbrio para suportar as dificuldades próprias das tarefas, gerando os

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famosos problemas de relacionamento. Cabe aos responsáveis batalhar pela preparação de novos colaboradores, não esquecendo a área de comunicação, devido à sua importância na liberação do potencial desses novos cursistas. Nessa otimização da estrutura, devem ser analisadas todas as fases do planejamento, buscar, tanto na literatura Espírita como nas obras técnicas, as soluções para as dificuldades que surgirem. A implantação de reuniões sistemáticas de estudo para aprofundamento de técnicas de comunicação e de conhecimento evangélico-doutrinário, evita muitos transtornos. O uso de livros como o “Guia ao Expositor Espírita” auxilia muito a tarefa do preparo e desenvolvimento de exposições, palestras, aulas e reuniões de estudo. 3)- Pesquisa das Necessidades e Condições dos Frequentadores da Casa Espírita As necessidades, tanto dos frequentadores como dos colaboradores, se assemelham, por serem próprias dos espíritos nesse grau comum de evolução, que se resumem nas seguintes dificuldades:

Financeira, em função de desemprego, salário insuficiente para a sobrevivência, má aplicação da renda familiar, dentre outros motivos.

Saúde em desequilíbrio.

Problemas mediúnicos, variando, desde sua afloração até perturbações mais graves.

Problemas íntimos, como a não aceitação de si mesmo, de ordem sexual, revolta por incompreensão do porquê das situações da vida, dentre outras causas.

Isolamento por abandono na infância, na vigência do casamento, nas doenças crônicas ou incuráveis ou na velhice.

As diferenças se caracterizam pela forma de serem encaradas, como veremos a seguir, em função de cada condição. Normalmente as pessoas se defrontam com as seguintes situações:

O assistido quer simplesmente se livrar do problema, sem assumir qualquer responsabilidade.

O assistido percebe sua situação e se esforça por superar o problema.

O aluno ou o assistido tem recaídas mas possui recursos próprios para enfrentar a situação.

O colaborador que convive com os mesmos problemas, porque tem um familiar problemático, não se libertou de todo, ou porque desenvolve tarefa de assistência.

O dirigente ou expositor que embora tendo suas dificuldades é visto como exemplo a seguir é obrigado a superar tudo sem ter a quem recorrer.

ANOTAÇÕES

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QUADRO DEMONSTRATIVO DAS SITUAÇÕES

E ALGUMAS FORMAS DE RESOLVÊ-LAS

NECESSIDADES OBJETIVOS SESSÃO ESPECIALIZADA

Assistência Espiritual Evangelho e Assistência Espiritual

Assistência Espiritual

Vivência Social Pão, trabalho e integração social

Assistência Social

Vivência Fraternal Instrução Doutrinária Estudos e Palestras

Equilíbrio Mediúnico Doutrina e Desenvolvimento

Educação Mediúnica

Vivência Cristã Evangelho como norma de conduta

Aprendizes do Evangelho

Aperfeiçoamento de Dirigente

Estudo Moral Cursos e Simpósios

Assistência à Infância Evangelho e Assistência Espiritual

Evangelização infantil

Novos Colaboradores Cursos apropriados Trabalhos de diversas áreas (RODSE)

Dificuldades de Relacionamento

Melhorar a dinâmica da Casa Espírita

Reuniões de Técnicas de Comunicação

ANOTAÇÕES

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12ª Reunião – 1º Tema – Enfoque 2

O PLANEJAMENTO DAS ATIVIDADES DE COMUNICAÇÃO Devido à abrangência das atividades de comunicação da Casa Espírita, por meio de exposições e palestras, não podemos nos limitar apenas a alguns aspectos quando abordamos o seu planejamento. Ocorre muito improviso nessa área, quando o expositor julga suficiente falar para estar se comunicando com público e sr entendido. Nesse caso, não que haja negligência ou descaso, mas falta de conhecimento de como acontece a comunicação, sua importância e como deve ser preparada adequadamente para atingir os melhores resultados. Esse trabalho exige um planejamento que abrange todas as atividades de uma Casa Espírita. Como a atividade espírita é desenvolvida de forma voluntária, ocorre uma significativa diferença em relação à remunerada, com compromisso formal assumido e que não é rompida facilmente. A falta desse compromisso no trabalho voluntário diferencia a forma de planejar qualquer atividade, dificultando a obtenção de resultados positivos. Quais são as dificuldades para se fazer um planejamento, no meio espírita ou não, que conte somente com o trabalho voluntário?

Dificuldades financeiras

Envolvimento escolar para formação profissional, abandono da tarefa, por vezes, sem comunicação prévia.

Falta de preparo por parte de colaboradores.

Insegurança de quem, mesmo com conhecimento, não aceita o desafio por falta de experiência no campo da comunicação.

Diante dessas dificuldades, quem planeja deve ter em mente que:

Não pode trabalhar no limite da capacidade da mão-de-obra existente, prevendo as desistências possíveis.

Precisa estar sempre atento aos frequentadores que manifestem desejo de assumir alguma tarefa, encaminhando-os e os orientando.

Precaver-se de que, nem sempre os que aparentam condições de assumir uma tarefa, realmente a têm e corresponderão à expectativa gerada.

Prever em seu plano de trabalho o desenvolvimento de cursos como RODSE e RTC, dentre outros e de preparação de colaboradores, cursos básicos que revelem o potencial dos participantes.

Considerar que nem todos os que fazem um desses cursos vão trabalhar de imediato.

Essas ocorrências são normais em função da imaturidade do ser humano, indisponibilidade de si e indisposição para colaboração participativa.

Qual a postura de quem planeja? Aquele que se propõe a planejar ou já executa um planejamento deve observar o seguinte:

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Analisar sempre, com amplitude e serenidade, a situação que se apresenta, pois em muitos casos as soluções dos problemas já existem e estão sendo aplicadas em outros grupos, não apenas no meio espírita e também em outros meios da sociedade; não se isolar, mas manter contato com outros meios que desenvolvem esse tipo de tarefa como os Conselhos Regionais.

Procurar analisar e selecionar o que possa ser aplicado em cada caso, de acordo com o grupo, tendo sempre em mente os objetivos a atingir, as condições existentes e a predisposição para mudanças.

Exemplo: antes de alterar as atividades de um trabalho, é preciso preparar colaboradores para assumir as responsabilidades decorrentes da alteração.

Estar disposto a perceber e entender as “verdades” dos outros, partindo delas para apresentar sugestões sobre mudanças.

Estar atento para não se desviar dos princípios da Doutrina Espírita. O que deve diferenciar os trabalhos entre si, são os métodos mais modernos da área de ensino, administração e assistência, cabendo a cada um pesquisar, experimentar e apresentá-lo para avaliação, sem ideias preconcebidas. Essa postura auxilia no trabalho de aprimoramento das atividades e de quem se propõe a conduzir o movimento espírita.

Neste tema, o planejamento da atividade expositiva foi dividido para melhor

entendimento, estudo e aplicação como segue: O planejamento da Casa Espírita envolvendo as atividades da região e o

ambiente que a cerca, não considerado anteriormente, subdivide-se em: 1- O planejamento nas Casas em início de atividade, nas que se transferiram e

nas que pretendem se transferir para novo local; 2- O planejamento nas Casas já estabelecidas. O levantamento externo (direção a seguir) é muito útil para o planejamento de todas as atividades de uma Casa Espírita e o seu perfeito entrosamento com o bairro onde se situa é um fator positivo que facilita o trabalho do planejamento. O planejamento das atividades expositivas na Casa Espírita é uma continuidade do tema: Planejamento das Atividades na Casa Espírita – tema central n. 8, do manual da RODSE, fase 1, módulo 1, ROCE, Reuniões de Orientação a Colaboradores Espíritas - onde nos é apresentado em quatro fases, a saber: 1. Direção a seguir: pesquisa sobre condições gerais dos habitantes locais. 2. Estabelecimento de medidas: tipo de assistência sócio-espiritual. 3. Aplicação: criação de métodos práticos apropriados. 4. Avaliação e reformulação: identificação de falhas e reestruturação da prática. 1- Direção a Seguir Na primeira etapa do planejamento “direção a seguir” procedemos o

levantamento das condições e das necessidades existentes entre os habitantes da região e dos frequentadores da Casa Espírita local. Devemos levar em conta, ainda, quais as atividades e entidades culturais e assistenciais ali existentes, campo de atuação e tipo de público que atendem, com o intuito de se evitar duplicidade e que a casa Espírita possa se dedicar mais à sua atividade principal.

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No campo físico, para facilitar o encaminhamento dos assistidos, pode-se inventariar as escolas e seus cursos, os hospitais e os recursos existentes neles, entre outras instituições do gênero; relacioná-las e afixar no quadro de recepção da Casa Espírita. Nesse levantamento também devem ser catalogados outros cursos e recursos profissionalizantes da região. Esse levantamento das necessidades dos frequentadores da Casa possibilitará o direcionamento das atividades de consolo e esclarecimento, contribuindo para a evolução espiritual e material do público. Deve ser levantada a condição sócio-econômica da população e a de seus anseios. Essa pesquisa dará uma visão mais realista da situação porque pode-se encontrar bairros com construções simples, porém não miseráveis, habitadas por pessoas com boa formação cultural, profissional e moral, que migraram para essa periferia devido às dificuldades financeiras. Esse grupo pode até necessitar de assistência social, porém a assistência espiritual e educacional serão as atividades principais. O levantamento deve abranger, desde a fase das gestantes, infância, juventude e adultos, até a de idosos, para podermos planejar as atividades, considerando o que a Casa pode fazer quanto à sua capacidade e as necessidades mais prementes encontradas. Levantamento Interno – (dimensão restrita) Os grupos em atividade têm condições de avaliar as necessidades dos frequentadores pelos problemas apresentados no plantão de orientação e encaminhamento, onde, normalmente, são relatados problemas como dificuldades de:

Relacionamento no lar;

Financeiras por: desemprego;

subemprego; gastos excessivos;

Ordem mediúnica;

Saúde física ou mental;

Íntimas como: depressão;

falta de perspectiva; compulsividade; viciações diversas.

Outros problemas são apresentados nessa ocasião, devendo os trabalhos de assistência espiritual apresentar palestras de acordo com essas necessidades, sem identificação da origem, auxiliando na busca de solução. As reuniões de assistência espiritual também devem atender aos alunos e colaboradores, devendo os dirigentes atentar para mudanças de conduta dos alunos e colaboradores que, em muitos casos, não buscam assistência por si só, por orgulho ou por falta de oportunidade de falar delas. 2- Estabelecimento de Medidas Associação com a Dinamização do Ensino na C. Espírita Vejamos quais as facilidades que se contrapõe ao exposto acima: - A ajuda do Plano Espiritual que supre as nossas falhas e deficiências; - Encontramos aqueles que já despertaram e são capazes de levar uma

tarefa adiante, independentemente de ter ou não apoio;

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- Muitos dos que vêm à Casa Espírita anseiam por libertação, o que facilita a transmissão dos ensinamentos;

- A qualidade e riqueza da literatura espírita; - Os programas de trabalhos e cursos já existentes, cabendo a iniciativa

própria de buscá-los, na certeza de que os encontram. Nesta etapa se estabelecem os tipos de assistência espiritual que serão ministrados, em função da condição dos assistidos e da capacidade do grupo de assistência disponível na Casa. Em anexo apresentamos uma tabela que nos dá condições de analisar as disponibilidades de cada colaborador, suas condições para o trabalho e disposição para desenvolvimento de tarefas (ver no tema Dinamização do Ensino). A partir desse ponto fazemos o levantamento dos frequentadores, suas disponibilidades e necessidades. Com base nos dados colhidos na região e nas necessidades dos frequentadores (conteúdo sigiloso), estabelecemos as atividades internas da Casa e encaminhamos para outras instituições existentes, com atendimento específico, como a AA entre elas, para a assistência complementar. Na medida do possível a Casa deve estender e ampliar suas atividades assistenciais. 3- Aplicação e criação de métodos Neste momento passamos às atividades (da Casa Espírita) de forma simples, dentro do limite da equipe, ampliando-as na medida em que formos capacitando os colaboradores. Os casos que superam nossa capacidade de assistência, por falta de preparo, devem ser encaminhados para a Casa Espírita mais próxima que tenha condições de atendê-los, a quem devemos também pedir auxílio na preparação da equipe de trabalho, pois na medida em que o grupo atuante evolui e se capacita vão surgindo os casos mais difíceis. Nesta etapa do planejamento, o expositor atuará junto ao público alvo e aplicará todo o conhecimento já adquirido. É fundamental que o expositor acredite ser capaz de desenvolver o trabalho a contento e que se sinta útil aos ouvintes. Acreditando em si e na ajuda do Plano Espiritual, a sintonia entre ambos se estabelece e advirá daí os bons resultados. 4- Avaliação e Reformulação – melhoria da estrutura O expositor deve superar a tendência de se melindrar, para poder aceitar que o seu desempenho seja avaliado pela equipe de trabalho. Esta observação procede porque, ao falarmos para um público que não tem liberdade de apontar nossos defeitos e deficiências, dificilmente ele fará crítica que não seja elogiosa. Isso se observa com frequência em outros ambientes, onde todos os expositores são aplaudidos (por educação), mesmo que não tenham atingido os objetivos e nem tenham de fato agradado. O expositor deve também proceder à auto análise observando a reação do público, além da ausência de convite para uma segunda palestra (indiretamente fizeram a avaliação e reprovaram os expositores). Obs.: Às vezes o tema não agrada porque fere pontos sensíveis do público presente, tornando necessária uma condução mais condizente e apropriada (ver tema sobre avaliação, do 2º módulo e Como Falar Para um Público em Geral e, de Assistência Espiritual).

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É a fase em que fazemos avaliação dos resultados. Não se deve esperar o término de um mês ou de uma gestão e pode ser aplicada até diariamente, para buscarmos as soluções adequadas a qualquer desvio. Se trabalharmos no ritmo acima da capacidade dos colaboradores, observaremos desistências além do nível esperado, que podem comprometer os resultados pretendidos. Ocorre com frequência o afastamento de colaboradores, razão pela qual não devemos trabalhar no limite de tempo e capacidade da equipe, pois dificulta as adaptações que se fazem necessárias. A partir desta avaliação, entramos novamente na 1ª fase, redirecionando os rumos a seguir.

O Planejamento do Expositor Preparo Pessoal 1ª Fase O expositor precisa se definir quanto ao grupo onde prefere atuar com maior assiduidade e frequentar com regularidade outras áreas de trabalho para manter-se sempre atualizado.

Exemplo para tarefas cotidianas: O expositor que atua na assistência espiritual precisa trabalhar também na assistência social, não como expositor, mas, em contato direto com os necessitados, porque aí é que está a oportunidade de perceber, com maior clareza os problemas deles, que passam, assim, a ser alvo das pesquisas para as palestras na outra área. Quem trabalha com crianças e jovens, precisa ter contato com creches e orfanatos, para aperceber-se da realidade dos nossos irmãos que lá se abrigam e saber se posicionar diante da realidade dos jovens que frequentam a Casa Espírita. Fica mais objetivo falar e agir com conhecimento de causa para passar mensagens aos que devem ser orientados. O expositor que coopera em asilos e leva seus assistidos, principalmente os jovens, à visitação, a fim de conhecê-los, tem mais facilidade em criar clima de respeito, cumplicidade e cooperação entre as diversas faixas etárias. E o expositor que fala para adultos, não deve se isolar, perdendo contato com a sociedade como um todo, se quiser ter mensagem a transmitir-lhes, devido à dinâmica, à grande mudança de usos e costumes porque passa a humanidade. Quem para no tempo perde a condição de manter diálogo com os filhos e de apoiá-los em suas lutas e, quem trabalha na área de ensino e apóia os colaboradores, precisa ter bom ânimo, otimismo e noções de vida prática, para incentivá-los, bem como aos alunos, a se motivarem no sentido de absorver novas mensagens e ensinos. Essas situações apresentadas são apenas exemplos que devem ser analisados e complementados. O expositor que busca se aperfeiçoar e obter melhores resultados em seu trabalho precisa desse convívio para sentir as reações das pessoas em relação à sua maneira de se posicionar e agir. Nesse convívio surgem novos horizontes, desde que pratique a humildade, com dedicação e lute contra a vaidade, não alimentando a falsa ideia de que seu trabalho seja mais importante do que outro, motivo de queda de muitos colaboradores. Complementando a direção a seguir, o estudo será um grande suporte para o expositor encontrar seu caminho e manter-se nele, deve, pois, permanecer sempre disposto a aprender e sentir prazer com o progresso do seu semelhante.

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Observações Quanto às Tarefas Esporádicas Na busca de direcionamento a ser dado em palestras esporádicas, como convite para falar em Casa Espírita que não conhece ou evento em ambiente estranho, o expositor deve:

Visitar a Casa Espírita ou a instituição que o convidou, para se familiarizar com o seu público;

Informar-se previamente das necessidades desse público e da sua região;

Cuidar para a possibilidade da existência de atrito entre os membros da diretoria local, em relação ao direcionamento evangélico-doutrinário da Casa, sem preparo que seja embasado na orientação do Evangelho de Jesus e da Doutrina Espírita;

Quando o expositor ainda é inexperiente nesse tipo de tarefa, é interessante que faça esse trabalho de direcionamento e busca de informações, acompanhado de alguém que possa orientá-lo e ajudá-lo;

Após essas verificações, buscar a opinião de expositores que já desenvolvem esse tipo de tarefa, para melhorar seu desempenho;

Buscar no estudo a complementação necessária para bem desenvolver a tarefa.

Observações Quanto às Tarefas Rotineiras

Entendemos como atividades rotineiras, aquelas que se repetem todo ano ou periodicamente. Nesse campo de trabalho observa-se uma tendência para a rotina e acomodação, julgando não ser necessário estudar sempre. As mesmas observações feitas para expositores de outras áreas são válidas para estes, com um cuidado especial para a tendência de caírem na rotina e de se acharem senhores da situação e não perceberem as mudanças que ocorrerem à sua volta. Nesta fase do planejamento o expositor precisa:

Atualizar-se em relação aos anseios do público que frequenta as reuniões ou aulas;

Atualizar-se em relação aos métodos de ensino;

Participar de reuniões de estudos, cursos de atualização, simpósios e outras atividades que possam aperfeiçoar sua atuação.

Quanto ao Público Nesta fase do planejamento, os expositores de todas as áreas, que pretendam desenvolver a atividade expositiva precisam:

Perceber as necessidades do público, qualquer que seja, assistidos, alunos, colaboradores ou público em geral;

Perceber o que esperam os assistidos e como eles imaginam a solução dos seus problemas;

Analisar as soluções que já são empregadas, como: 1. Atividades em desenvolvimento; 2. Equipes preparadas para atender às necessidades do público, tipo

RODSE, RTC; equipes que ministrem cursos que exigem especialização como: assistência espiritual e assistência social.

Obs. Nem toda casa consegue preparar uma equipe para cada curso e, para não correr o risco de inventar o que já foi inventado, como trabalhos que já foram desenvolvidos e analisar os resultados obtidos e buscar material que possa auxiliá-lo nas soluções desejadas. Esse material pode ser:

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1. Programas existentes; 2. Livros; 3. Formulários e materiais de apoio (retro-projetores, cavaletes, aparelhos

sonoros, etc.) disponíveis. 4. Exemplo de dinâmicas utilizadas, onde e como foram aplicadas. 2ª Fase – Ações de Iniciativa-Própria (Estabelecimento de Medidas)

Para qualquer das atividades relacionadas acima, o expositor deve, se necessário, quando entrosado com a Casa Espírita como um todo, trabalhar em equipe que compreenda: 1. Expandir seus limites e propor a distribuição de tarefas e responsabilidades; 2. Fugir do personalismo somando esforços para obter o resultado desejado; 3. Conhecer os limites dos que se propuseram a colaborar; 4. Trabalhar no sentido de vencer etapas, analisando e anotando os resultados e

planificando a próxima atividade. 5. Estabelecer ou limitar as tarefas na proporção das equipes existentes e sua

disponibilidade; 6. Manter os programas de trabalho; 7. Estabelecer períodos para cada tarefa, com datas e horários fixos; 8. Dividir responsabilidades com as Casas Espíritas que trabalhem em projeto

comum; 9. Estabelecer os meios de divulgação e preparo do material para sua execução; 10. Divulgar os trabalhos da Casa Espírita, nas Casas que a cercam; 11. Distribuir a responsabilidade das palestras entre os expositores da região,

em caso de simpósios, ciclo de palestras, etc.; 12. Planificar o uso do espaço físico e seus horários; 13. Cuidar do material de apoio necessário, além de definir a equipe que deve

preparar esse material; 14. Escolher e indicar os colaboradores que possam dar suporte aos expositores

em suas tarefas: estudos, pesquisas e preparo de material a ser apresentado; No Trabalho Individual

O estabelecimento de medidas no campo individual está intimamente ligado ao contato com o público e suas necessidades, já citadas no início deste tema. Cabe ao expositor, nesse caso, analisar essas necessidades e buscar os meios e argumentos para atendê-las. Obs. Uma forma é pensar como expositor, ou seja, quem expõe fica atento ao que acontece à sua volta; imaginar e se posicionar como a seguir:

Se eu estivesse nessa situação, o que gostaria de ouvir?

O que eu falaria para alguém que estivesse nessa posição?

Como me posicionaria diante dessa situação?

Após análise de cada situação, confrontar com o que falam as Obras Básicas e complementares da Codificação;

Estabelecer a forma de atuar durante a exposição. Nessa tomada de medidas o expositor também precisa se encontrar formas

de atrair os alunos e motivá-los do início até o término das aulas e dos cursos. Esse procedimento consta dos temas “Como Falar Para um Público de

Assistidos Espíritas e A Dinamização do Ensino na Casa Espírita”.

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TAREFAS DOS EXPOSITORES

São tarefas dos Expositores dos Trabalhos de Assistência Espiritual: 1. Preparar o tema a ser desenvolvido, no sentido de realmente levar uma

mensagem que prepare o Assistido para assimilar a Assistência que lhe será prestada. Requer, portanto, o máximo de cuidado no que falar e como falar. Evitar temas polêmicos porque o tempo de exposição é curto.

2. Manter-se sempre ligado ao Plano Espiritual. O melhor médium é aquele que se coloca em condições de bem filtrar os ensinamentos mais úteis e a palavra mais adequada.

3. Evitar conversas na tribuna. Vibrar por aquele que está falando é a melhor postura.

4. Apresentar-se em trajes discretos, evitar excessos como decotes, roupas curtas, etc.

5. Não mencionar, sob nenhum aspecto, política e assuntos esportivos. O momento é de Evangelho, de prece e, sobretudo, de despertamento, de vibrações amorosas e de fé.

6. Não se referir a outras religiões ou credos. 7. Determinados assuntos não devem ser abordados, nem de leve, nas

exposições: crimes, terrorismo, guerras etc; fatos negativos de noticiários em geral (jornais, TVs., rádios, etc.); fatos negativos do dia-a-dia ou pessoais; fatos políticos ou ligados à política; afirmar que tal religião é melhor do que a outra; defender patrões ou empregados; fazer campanhas monetárias ou em espécie.

8. Não emitir opinião puramente pessoal sem prévia verificação dos postulados espíritas.

9. Durante a palestra, evitar aconselhar os assistidos a frequentarem as Escolas. Essa é uma tarefa de competência do Departamento de Orientação e Encaminhamento (DEPOE), que os encaminhará assim que eles estiverem preparados.

10. Ao terminar sua palestra, não descer da Tribuna para atender o público. Se procurado, apontar o Dirigente do Trabalho, que é o responsável para prestar esclarecimentos.

11. Fazer vibrações curtas e objetivas. Com elas, estamos procurando incentivar os assistidos e vibrar por aqueles em piores condições do que eles próprios e, em assim fazendo, nós os tornaremos mais receptivos.

12. Fazer a prece final de forma espontânea, de agradecimento pela oportunidade e pedir forças ao Alto para superar os atuais obstáculos.

13. Dar o exemplo de DISCIPLINA E PONTUALIDADE, já que o Expositor é alguém que se reputa com mais esclarecimentos que a maioria dos trabalhadores do setor.

14. Manter-se na condição de estudioso da Doutrina, pesquisador e mais esforçado na batalha da reforma íntima. O exemplo educa mais do que as palavras.

15. Sensibilizar os corações e colocá-los em condições de melhor assimilar o passe. A assistência não tem o objetivo de aula.

Advertências

O Expositor precisa sentir o desejo de cooperar através da palavra. Ele não está numa tribuna, enfrentando uma assembleia ou defendendo um tema

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acadêmico onde se imprima toda a ênfase e entusiasmo de um pensamento ou de uma idéia. Está diante de pessoas abaladas, irritadas, doentes, nervosas, cada uma traz o seu problema e necessita receber PAZ, AMOR e COMPREENSÃO. Por isso, é necessário que o Expositor fale com calma e mansuetude, transmitindo-lhes segurança, a fim de se colocarem na condição ideal para melhor receberem o tratamento que lhes vai ser ministrado em seguida. O expositor deverá seguir as orientações acima, auxiliar na execução desta Obra, que não é nossa, mas de Jesus e entender que a disciplina é indispensável no cumprimento de nossas tarefas. O grande objetivo da exposição Evangélica na Assistência Espiritual: Preparar corações para receber e assimilar a Assistência Espiritual e material que o assistido procura.

ANOTAÇÕES

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12ª Reunião - 2º Tema – Enfoque 1

O PLANEJAMENTO DE UMA SÉRIE DE AULAS OU TEMAS Considerações preliminares

Cada necessidade exige um estudo ou plano de trabalho para que sejam superadas as dificuldades que elas geram.

Com essa visão, todo o planejamento apresentado na RODSE e RTC se baseia nas quatro fases seguintes:

1ª. Direção a seguir. 2ª. Estabelecimento de medidas. 3ª. Criação de métodos (ação) 4ª. Avaliação e redirecionamento. A libertação pela educação é o maior objetivo da Doutrina Espírita, pois quem estiver consciente da sua situação e de seu “porquê”, além de saber como superar a sua limitação tem todas as possibilidades de se libertar. O esclarecimento obtido pela leitura isolada e a participação em reuniões de estudo, se dinamizam quando o estudo é planejado e conduzido de forma sistemática. Quem se propõe a planejar uma série de aulas ou temas, precisa estar disposto a buscar os melhores meios para conseguir os resultados almejados.

Todo trabalho de estudo deve partir do ponto em que se encontram as necessidades, com projeção da condição a atingir no término das aulas ou reuniões.

Quem planeja, precisa ter persistência para romper a inércia existente naqueles que o cercam e não se deixar abater diante das dificuldades.

Conhecer o caminho a percorrer é fundamental para se obter bons resultados: conhecimento dos assuntos a estudar.

Esse planejamento tem por objetivo as condições de organizar atividades voltadas para o público em geral, assistidos, alunos de escolas e colaboradores.

No término deste trabalho serão apresentados exemplos. Etapas do Planejamento

1. Direção a seguir

Antes de estabelecer qualquer programa de estudo precisamos saber: - Quais as necessidades de quem frequenta uma Casa Espírita?

- Crises financeiras, materiais e espirituais. - Desentendimento na família ou em seu inter-relacionamento. - Necessidade quanto à saúde física, harmonia psicológica, equilíbrio psíquico e esclarecimento para sua superação.

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- Carência de profissionalização para se afastar da pobreza. - Necessidade de aprender a Doutrina Espírita e conhecer o Evangelho de Jesus para sua libertação.

- Quais os recursos existentes?

- Local e suas acomodações físicas, aparelhos de comunicação interna e externa, mesas, cadeiras, equipamentos de escritório, etc.

- Materiais como: livros, quadro-de-giz, retroprojetores, etc. - Quanto à equipe de colaboradores: quantidade e capacitação. Programas de cursos e de reuniões de estudo sistematizado podem ser fornecidos pelas Entidades Federativas que conduzem o movimento Espírita a nível estadual ou federal, como FEESP, USE, Aliança, FEB e demais na região onde se encontra a C. E. Outra opção é contatar e buscar uma C. E. que utiliza esse tipo de material e adaptá-lo às suas necessidades, o que facilitará o trabalho.

O uso de fichas destinadas a fazer o levantamento de: o que sabe fazer, seus anseios (o que pretende aprender) e o que não lhe interessa, é um ótimo auxiliar no levantamento inicial, tanto entre assistidos e alunos como colaboradores. 2. Estabelecimento de medidas Após o levantamento das necessidades, recursos e anseios, podemos estabelecer o que será feito. O estabelecimento e execução de um plano de trabalho dependerão de:

Se faltam colaboradores, deveremos promover atividades voltadas para o seu recrutamento e preparo;

Se a necessidade é de assistencial, social ou espiritual, cursos e palestras devem ser organizados para consolar e esclarecer (considerando que eles não são “coitadinhos”, mas potenciais colaboradores).

Se a necessidade é de conhecimento, deverão se organizar reuniões de estudo ou de cursos de educação mediúnica, doutrinária, estudo do Evangelho, etc., desde que haja quem dê suporte para conduzi-los e mantê-los.

Cursos já desenvolvidos com bons resultados devem ser adotados por facilitarem o trabalho de implementação e condução (estrutura existente).

Livro como o Guia do Expositor deve ser utilizado por ser rico em temas apropriados para uma série de reuniões. Nesse livro, cada tema tem suas fontes de consulta (não se repetem nos temas da mesma série), além dos objetivos próprios, orientações para introdução, desenvolvimento e conclusão.

De posse da ficha preenchida, podemos estabelecer: - Qual a maior incidência de anseios. - Quais as atividades, assuntos ou áreas de maior interesse. - O quanto cada um tem para dar ou precisa receber, em:

* Conhecimento * Tempo disponível (dias / horários). * Tempo ocupado (dias / horários / atividades). * Predisposição para novas atividades. * Responsabilidade nas atividades quer serão iniciadas ou aprimoradas.

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- Quantos colaboradores e participantes disponíveis para o desenvolvimento de cada atividade, curso ou série de reuniões.

Para os cursos devemos ter os expositores, dirigente, secretário e um auxiliar que prepara a sala de aula, auxilia na recepção e secretaria.

Nas reuniões de estudo precisamos do dirigente, facilitadores que auxiliem na dinamização das discussões e secretária.

OBS.: Nesta etapa e nas seguintes, é de fundamental importância contar com

elementos conhecedores dos trabalhos a serem implantado, que aceitem dialogar sobre seu aprimoramento, para conduzir as atividades. Exemplo: Infância e Juventude – precisa de preparo específico para trabalhar com esse público. 3. Criação de Métodos (ação)

Esta etapa é a aplicação de tudo o que foi levantado e estabelecido nas duas primeiras. De posse dos resultados dessas etapas, torna-se mais fácil a sua aplicação. Exemplos de atividades a desenvolver: Série de reuniões: Tema central: Reencarnação Obra de Apoio: Guia do Expositor Temas - Assunto Nº. .007. 1 - Qual o Objetivo da Encarnação? Nº. .007. 2 - A Reencarnação Nº. .007. 3 - Há Justiça na Reencarnação? Nº. .007. 4 - O Espírito de Volta à Vida Física e Seus Problemas. Nº. .007. 5 - De Volta à Vida Espiritual. Nº. .008. - Depois da Morte Tema central: Deus

Obra de Apoio: Guia do Expositor Tema - Assunto 0.001.1 - A existência de Deus 0.001.2 - Atributos de Deus 0.016. - Justiça Divina 0.013.3 - A Visão de Deus 0.015.8 - Onde e Como Adorar a Deus OUTROS EXEMPLOS: Sequência de Parábolas Ensinos de Jesus Obras Básicas.

Um exemplo de sequência de aulas nós temos na programação das RTC, onde os temas estão estabelecidos de acordo com as necessidades de aprendizado dos alunos, intercalando as atividades teóricas e práticas.

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Obs.: Além do planejamento e execução, deve haver uma postura

otimista e dinâmica que mantenha o interesse dos participantes, pois, caso contrário, o melhor plano de trabalho pode falhar. 4. Avaliação Esta etapa é de suma importância porque, dependendo dos resultados, pode ser necessário reestruturar todo o trabalho ou apenas aprimorá-lo. A avaliação também serve para que se perceba no decorrer das reuniões as tendências e se faça as correções antes de surgirem problemas maiores. Na avaliação também se detecta a disposição dos colaboradores e se é possível ou não, assumir novos compromissos (mais tarefas), ou a necessidade de buscar novos colaboradores para a tarefa em andamento devido à desistência de algum membro importante.

ANOTAÇÕES

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12ª Reunião – 2º Tema – Enfoque 2

O PLANEJAMENTO DE UMA SÉRIE DE AULAS

Como elaborar questionários de aulas

De modo geral, os professores ou instrutores devem formular perguntas que estimulem a aprendizagem e orientem o pensamento dos seus alunos no sentido da resposta pertinente e correta. A pergunta deve ser formulada com inteligência, colocada com naturalidade e simplicidade, isto é, sem múltiplas interpretações que possam confundi-los. Na educação moderna a função da pergunta é a de encorajar a manifestação oral dos alunos e estimular o aprendizado de se expressar em público.

Espécies de Perguntas

Podemos destacar dois objetivos como principais na formulação das perguntas: a - Uso da memória; b - Uso do raciocínio. O uso da memória leva o aluno a rememorar, repetir e dar ênfase a atos e fatos já conhecidos e aprendidos. O professor/instrutor usa desse recurso para verificar o progresso da aula em curso, o aprendizado do que está sendo ensinado ou para avaliar o trabalho realizado pelos alunos ao término de um período de ensino. O uso do raciocínio destina-se a estimular a capacidade do aluno em

usar seus conhecimentos na solução de problemas que exigem reflexão, estimula o aluno a pensar e desencoraja adivinhações. Para usar o raciocínio o aluno precisa manter-se atento, aceitar desafios e ser dedicado ao aprendizado.

Como Formular Boas Perguntas O professor/instrutor deve se expressar em linguagem ao alcance do aluno, com inteligência e simplicidade, buscar extrair dele o que ele sabe e não como ele sabe. Exemplos : Não se deve dizer: “você sabe enumerar as diferença entre “tal” e “tal” coisa?”. O correto é formular assim: “De que modo “tal” e “tal” coisa diferem entre si? Qual seria a diferença? Na primeira formulação perguntamos como o aluno sabe e não, objetivamente, o quê o aluno sabe. No segundo caso,

perguntamos ao aluno o que ele sabe, dando-lhe chance de expressar-se com o seu conhecimento, seu potencial e de sua maneira. É muito mais fácil para ele!

A Técnica de Fazer Perguntas Não é possível estabelecer regras definitivas que indiquem como o professor/instrutor deve fazer perguntas numa aula, mas se o professor/instrutor quiser melhorar a sua técnica de perguntar deve planejá-las cuidadosamente, como segue :

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Preparar com antecedência perguntas de valor que pertençam ao contexto da aula;

Preparar perguntas-chave, na sequência em que o assunto foi apresentado em aula;

Colocar perguntas de fácil resposta que induzam o aluno a buscar na memória a resposta para as mais importantes, de modo a ajudar o desenvolvimento da matéria em discussão.

A Técnica de Arguição em Aula

Dirigir as perguntas à classe inteira e não indicar um aluno em especial para responder. Esse processo tem a vantagem de:

Prender a atenção de todos os alunos;

Dar a todos eles a mesma oportunidade de responder;

Direcionar a atenção de toda a classe para a resposta em andamento;

Induzir os alunos a se interessarem pela discussão da matéria;

Proceder às perguntas chamando os alunos aleatoriamente. O processo evita a desatenção de alguns alunos.

Dar tempo suficiente para que o aluno apresente sua resposta com suas palavras, sem que se desvie do assunto em questão;

Formular perguntas, inesperadamente, a um aluno desatento, a fim de despertar os demais para que participem da aula em andamento;

Respondendo com naturalidade a todas as perguntas, mesmo as que apresentem pouca importância, o professor incita os alunos a manifestar e manter seu interesse pela aula. Esse procedimento complementa a técnica de ensino do professor;

O professor deve fazer perguntas com frases em linguagem simples, completas e corretas do ponto de vista gramatical, oferecendo sutilmente um bom exemplo de comunicação;

O professor, isso é muito importante, deve evitar perguntas que possam desviar o foco da aula ministrada, evitando assim, discussões inúteis;

Tecnicamente correto, o professor deve fazer as perguntas em tom de voz natural, sem explosões, gritos ou demonstração de irritação evidente;

As perguntas devem obedecer a uma sequência natural para que haja unidade e continuidade da aula.

Sutilezas Providenciais ao Perguntar

Ao interrogar os alunos, o professor deve evitar situações como as seguintes: 1. Perguntas que possam ser respondidas com simples “sim” ou “não”; 2. Questões duplas, ou seja, duas perguntas numa só; 3. Perguntas com duplo sentido, estimulando adivinhação de acerto duvidoso; 4. Interrogações compridas e embaraçosas; 5. Perguntas que no próprio questionamento sugira a resposta certa; 6. Dizer o nome do aluno antes de fazer a pergunta, como, por exemplo:

“Paulo, qual a mensagem do texto em questão?” 7. Chamar os alunos em ordem alfabética; 8. Interrogar somente os alunos de melhor entendimento; 9. Permitir respostas em coro.

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Para que o ensino seja proveitoso, o professor deve estar em condições

de formular boas perguntas e fazê-las com habilidade. Essa habilidade pode ser conseguida através de um plano previamente preparado, o qual deverá também dar grande atenção às respostas dos alunos. O valor da pergunta pode ser aferido pelo efeito que ela tiver sobre os alunos. Se as perguntas do professor não provocarem perguntas por parte dos alunos, elas deixaram de preencher seus objetivos. “Perguntar bem é ensinar bem”.

Debate Orientado O debate tem por objetivo, permitir que o assunto já ensinado seja

esclarecido através de perguntas específicas e debatidas pelos alunos sob a condução do professor/instrutor. A função do professor/instrutor é a de um guia dirigindo o debate por meio de perguntas e encaminhar habilmente às respostas. O sucesso depende de um cuidadoso planejamento. A priori, devemos fixar até que ponto o debate deve prosseguir.

A Condução do Debate

A condução do debate por parte do professor/instrutor deve observar os seguintes cuidados: 1. Apresentar o assunto e dar início ao debate (o assunto deve ser baseado na

experiência e conhecimento dos alunos/aprendizes); 2. Manter um debate equilibrado quanto ao tempo, grau de dificuldade e o nível

de interesse suscitado e mantido; 3. Manter a classe orientada sobre o tema proposto; 4. Fazer antes, um sumário do assunto abrangido pelo debate. Vantagens

1. Aumenta o interesse do aluno pelo assunto; 2. Estimula o pensamento e raciocínio dos alunos; 3. Amplia a capacidade de observação e de novas ideias por conta dos alunos; 4. Dá oportunidade para a manifestação das ideias; 5. Apresentar novos conhecimentos a partir da experiência adquirida pelos

alunos. Observações

1. Há risco de desorganização se não for bem observado o planejamento e o assunto conduzido com habilidade;

2. Não é conveniente para grande número de alunos participantes; 3. Obriga ao desenvolvimento da arte de perguntar. 4. Estamos nos referindo a perguntas orais que permitem aferir o conhecimento

do aluno/aprendiz e obrigá-lo a um esforço mental que estimule o seu pensamento e o mantenha em atividade constante.

Procedimentos Para Perguntar e Debater

O comportamento pessoal e funcional do professor/instrutor deve ser sereno e inteligente, apaziguante e confortante, encorajador e disciplinante. Pode-se resumi-lo assim: 1. Fazer perguntas para toda a turma;

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2. Pausar alguns segundos após cada pergunta, permitindo que todos os alunos pensem e desenvolvam a resposta;

3. Identificar um aprendiz pelo nome, para este dar sua resposta, sem, contudo, criar constrangimento;

4. Avaliar a resposta e comentá-la, se necessário; 5. Destacar a resposta correta. 6. Orientar e incentivar o aprendiz a levantar-se para formular sua resposta; 7. Incentivar a manifestação oral do aluno de forma clara e sonora, de modo a

ser ouvido por toda a turma.

Importante 1. Não facilitar a repetição da pergunta aos alunos desatentos; 2. Não distinguir sempre os mesmos alunos; 3. Não fazer muitas perguntas, nem perguntas sucessivas; 4. Não fazer perguntas que envolvam ideias distintas, para evitar o anseio de

adivinhação e estimular o esforço da memória e do pensamento; 5. Usar sempre o tom normal de exposição de aulas; 6. Evitar interrupção da explanação do aluno.

Vantagens 1. Cria motivação para o esforço de memória; 2. Alimenta e orienta o esforço criativo; 3. Incentiva e organiza o conhecimento; 4. Leva os alunos a uma apreciação mais profunda e compreensão mais clara.

Observação

Considerar que, quando a atenção geral dos alunos se dispersa, uma pergunta inteligente e bem formulada chama-os de volta ao assunto.

Conclusão

Perguntar é a maneira mais comum para se conhecer, ensinar e aprender. Estimular o aluno a perguntar, procurar suas próprias respostas, buscar outras e discuti-las é parte importante do processo de ensinar e aprender. É importante o aluno perceber que suas questões, comuns ou não às de seus colegas, podem ser respondidas, ainda que sem muita convicção e que questões levantadas por eles ou por outras pessoas têm o poder de enriquecer seu aprendizado ao mesmo tempo em que acumulam seus conhecimentos e que suas indagações sobre certos assuntos mudam, mas nunca terminam. Ainda que muitas dúvidas possam ficar sem resposta, é importante que o professor/instrutor encaminhe-as de alguma forma como: “vamos planejar um estudo sobre isso”; “vamos procurar em outros livros”; “vamos procurar alguém que possa esclarecer nossa dúvida”; “vejamos se até a semana que vem um de nós encontra uma boa resposta para a questão”; “na semana passada chegamos a uma conclusão incorreta, hoje tenho uma resposta melhor” ou ainda, “por enquanto ficaremos sem saber, pois não encontramos resposta a contento apesar de nossos esforços”. A postura investigativa inclui, mesmo após um processo responsável, a possibilidade de erro ou a frustração do não esclarecimento. Admitir tranquilamente a ocorrência também é uma postura educativa, pois é a dúvida que move as pesquisas em qualquer campo das ciências.

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13ª Reunião - Enfoque 1

A SELEÇÃO DE LIVROS E SUA ORGANIZAÇÃO

PARA O TRABALHO EXPOSITIVO

LITERATURA ESPÍRITA

INTRODUÇÃO

A Riqueza da Literatura Espírita, levando-se em conta os três aspectos da Doutrina codificada por Kardec, nos oferece campo sem limite para pesquisas, considerando o avanço da sua penetração que norteia e impulsiona a espiritualização da humanidade. Observa-se que, de acordo com os problemas íntimos, as necessidades do dia-a-dia e as confusas perspectivas de vida de cada um, as pessoas buscam soluções das mais diferentes maneiras. Quando não conseguem solução simples para os problemas mais comuns, lançam mãos de meios escusos e fantasiosos, desiludindo-se sempre, ao fim de tais práticas, até que, chegando a ter contato com a Doutrina Espírita e sua literatura, obtêm luz, conforto e um novo rumo para sua jornada. Nem sempre as pessoas entram em contato com a verdadeira Literatura Espírita, mas com a pseudoliteratura espírita, recebem informações que não correspondem com a mensagem da Codificação. Essas obras escritas por encarnados ou psicografadas representam a opinião desses autores em situações fantasiadas ou não, na forma de histórias ou romances. Na mesma situação, outras obras podem ser apresentadas como orientação doutrinária sem o ser. Não há problema nos autores que exprimem sua opinião, mas no conflito com os princípios da Doutrina, os quais são responsáveis pelo progresso do Espiritismo, como os apresentados por Herculano Pires, Vinicius, Cairbar Schuttel, Deolindo Amorim, Paulo Alves Godoy, dentre outros. Todo espírita deve manter-se em contínuo aprimoramento, analisar cada livro que lhe venha às mãos, sendo até interessante que se criem equipes nas Casas Espíritas e nas entidades que dirigem o Movimento Espírita, para estudo e análise das obras e sua aprovação, passar o resultado a uma instituição como a FEESP, FEB, USE, Aliança Evangélica Espírita, e outras que o divulguem com base no interesse da Doutrina. Nota: é importante observar que dentro dessas entidades pode existir infiltração, em virtude de invigilâncias e por tradições religiosas anteriores, das quais os participantes ainda não se libertaram. Exemplo clássico é o Roustanguismo, que vem desde os primórdios da Doutrina e está sendo difícil de extirpar.

Um livro que podemos indicar como referência na relação de obras básicas e complementares, bem como de autores encarnados e desencarnados, além das obras adendas, intitula-se “Espiritismo Básico”, de Pedro Franco Barbosa editado pela FEB. Este tema está sendo apresentado, observando-se vários aspectos da seleção dos livros, com o objetivo de facilitar o aprofundamento do estudo.

1ª parte) A seleção e organização de livros de interesse espírita:

O que é o livro?

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Para que serve o livro?

Como decidir aproveitar um livro?

Como ampliar as possibilidades de uma das obras selecionadas? 2ª parte) Seleção e organização de material bibliográfico espírita:

Nota.- Este trabalho foi elaborado quando do desenvolvimento das RTCs. na Sociedade Espírita de Cotia

3ª parte) A importância da leitura: material produzido a partir de uma publicação

não identificada. 4ª parte) Em torno do livro espírita. DESENVOLVIMENTO 1ª parte) Seleção e Organização de Livros de Interesse Espírita

O que é o livro? Segundo o Dicionário Aurélio Século XXI: “Publicação não-periódica, impressa com no mínimo 49 páginas, excluídas as capas”.

Segundo a ABNT NBR 6029, maio de 1993: “Publicação não-periódica com no mínimo cinco páginas, excluídas as folhas de guarda...”, sobre a apresentação física de livros. É um registro material da intenção comunicativa do autor, que através de mecanismos de produção e distribuição, chega aos leitores. A partir do século XV, vem tomando a forma pela qual o conhecemos atualmente. Ao lermos uma obra, as palavras do texto se transformam em discurso do autor, que ecoa em nosso mundo interior. O autor espera levar seu pensamento aos leitores, mas, na impossibilidade de conhecê-los previamente, um a um, bem como as suas possíveis reações frente ao texto a ser escrito, procura atingir um conjunto de leitores. Inversamente, temos expectativas acerca do autor, antes mesmo de chegarmos ao seu texto, ou durante a leitura do mesmo, deduzimos intenções e características da obra do autor, à medida que seguirmos no seu estudo. Leitor e autor são, num certo sentido, imagens virtuais, porque interagem através de um texto ou de um livro, mesmo sem se conhecerem previamente na realidade. Não se pode deixar de lado a questão da afinidade, que leva o leitor ao livro, bem como, leva o autor a produzir certa obra, tendo em vista uma comunidade de leitores em potencial. - Para que serve o livro? Se nos propomos a refletir sobre a seleção e organização de livros, pressupomos a utilidade do livro enquanto objeto e veículo de comunicação. Estudiosos na área de tecnologia defendem que o livro, mesmo se fosse inventado nos dias de hoje, ao lado do computador, seria um dispositivo muito eficiente. O uso da informática em muito se beneficia de uma perícia anterior no uso da escrita, adquirida através da sensibilização e da construção de competências.

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Refletindo por um momento sob o prisma da arte, temos que o livro, mesmo enquanto objeto, pode ser encarado de múltiplas formas como demonstraram exposições recentes dos artistas Anahi Roitman e Waltercio Caldas, na cidade de São Paulo. Recordando o trabalho de Kardec, que muitas vezes é referido como “o Codificador”, chegamos à constatação de que as denominadas obras básicas buscam fixar um conhecimento basilar sobre o que hoje conhecemos como Doutrina Espírita. Nas ciências, literatura ou filosofia, os livros procuram transmitir um pensamento mais denso e abrangente acerca de uma temática e exigem, ao mesmo tempo, uma leitura em maior profundidade do que o solicitado por outros veículos de comunicação. A habilidade da leitura não se confunde com a simples decodificação do texto, pois, requer a busca de significados, de respostas. É assim que O Livro dos Espíritos, por exemplo, tem sua leitura constante e repetida, recomendada a todos os que se dediquem ao Espiritismo.

Além das respostas diretas a perguntas ali formuladas, existem os desafios de toda natureza através dos quais o leitor se encontrará motivado à consulta e ao exame desta e das demais obras básicas do Espiritismo. Mais ainda, Kardec afirmou que não fosse a iniciativa de buscar com método respostas junto aos espíritos para questões fundamentais “(...) O Livro dos Espíritos e O Livro dos Médiuns estariam ainda por fazer, ou, pelo menos, seriam bem menos completos e uma multidão de problemas de grande importância estaria ainda por resolver”. LM. cap.XXVI, item 287. Justamente neste contexto de busca e esclarecimento é que Jesus apresenta seus ensinamentos: “Buscai e achareis”, Mt. 7:7; “Quem tiver ouvidos para ouvir, ouça” Lc. 8:8, ao final da Parábola do Semeador. Humberto de Campos, Irmãos X, nos relata num de seus contos que a Espiritualidade Maior não erigiu nenhum monumento terrestre para marcar a passagem de Cristo na Terra, a exemplo das pirâmides do Egito, mas, deixou monumento ainda mais permanente para a civilização humana, ao colaborar para a escrita e divulgação dos Evangelhos por todos os povos em forma de livro. Em O Livro dos Médiuns, ao questionar providências em caso de perda ou suspensão da mediunidade, encontramos uma resposta bastante significativa dos Espíritos, registrada por Kardec: “16ª - Como pode um homem aperfeiçoar-se mediante o ensino dos Espíritos, quando não tem nem por si mesmo, nem com o auxílio de outros médiuns, os meios de receber de modo direto esse ensinamento?”. “Não tem ele os livros, como tem o cristão o Evangelho? Para praticar a moral de Jesus, não é preciso que o cristão tenha ouvido as palavras ao lhe saírem da boca”. LM. Parte II, cap. XVII, item 202, subitem 16.

Como decidir aproveitar um livro? Um livro nunca é uma produção isolada do autor; este convive com o meio social onde está situada a comunidade de leitores, seja de uma cidade ou de todos os contemporâneos viventes no globo. Assim como o período do Renascimento, séculos XIV a XVI, foi marcado por uma redescoberta das obras greco-romanas, tradição e modernidade se alternam nos ciclos evolutivos do pensamento humano. Uma determinada corrente de idéias aparentemente esquecida volta à tona, uma nova descoberta científica pode levar ao abandono de um modelo de explicação que até o

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momento vigorava, por exemplo: há quem ainda duvide da chegada do homem à Lua. Ao lado disso, há trabalhos criativos, romances, contos, músicas, etc, que buscam trazer uma nova oportunidade de reflexão sobre a nossa própria realidade ou sobre o passado, assim como a pesquisa genômica recente tem possibilitado a realização de projetos antes inimagináveis ou tecnicamente inviáveis. Em meio à diversidade de técnicas e crenças cultivadas pela civilização humana, a habilidade do pensamento crítico sofre estímulos e influências de todas as naturezas, de modo que o exercício da liberdade de pensamento e do próprio livre arbítrio se sujeitam aos constrangimentos típicos de um contexto de provas ainda remanescente no Planeta.

No tocante à reflexão sobre os princípios da espiritualidade, convém lembrar a frase de Jesus: “Bem-aventurados os que não viram e creram”, Jô. 20:29. Ao mesmo tempo, o ser humano necessita aprimorar suas qualidades intelectuais e morais para o pleno e necessário progresso seu e de sua coletividade (conforme O Livro dos Espíritos – questões 117, 132, 192). Os livros servem como instrumental auxiliar, portanto, nesta tarefa que depende em última instância da própria vontade individual em se dedicar ao seu melhor aproveitamento, no dizer de Paulo de Tarso, aproveitando sempre o que houver de melhor (Filipenses 4:8). Diante da preocupação com a coerência do desenvolvimento das ideias e atividades que se seguiriam à Codificação, Kardec chama-nos a atenção para o controle universal dos ensinamentos dos espíritos (conforme ESE -

Introdução), pelo qual um meio social, tão vasto como nosso Planeta, pode receber ensinamentos do mesmo teor, ainda que por coletividades distintas de encarnados e desencarnados. Em certo momento, Kardec afirma: “Ora, queimem-se todos os livros e a fonte da Doutrina não será menos inesgotável porque não se encontra na Terra, surge de toda parte e cada um pode captá-la. Se faltarem homens para propagar, haverá sempre os espíritos, que atingem a todos e aos quais ninguém pode atingir”. Allan Kardec ESE. Introdução, item II. Uma obra pode ser selecionada tendo-se em vista sua representatividade no conjunto da produção disponível e, ao mesmo tempo, diante dos interesses em potencial do indivíduo ou grupo que deseje conservá-la para sua futura utilização. A razão e o bom senso são critérios fundamentais, ao mesmo tempo em que se recomenda a abstinência em caso de dúvidas: “Na dúvida, abstém-te”, diz um dos vossos velhos provérbios. Não admitais, portanto, senão o que seja, aos vossos olhos, de manifesta evidência. Desde que uma opinião nova venha a ser expendida, por pouco que vos pareça duvidosa, fazei-a passar pelo crivo da razão e da lógica e rejeitai desassombradamente o que a razão e o bom-senso reprovarem. Melhor é repelir dez verdades do que admitir uma única falsidade, uma só teoria errônea. Efetivamente, sobre essa teoria poderíeis edificar um sistema completo que desmoronaria ao primeiro sopro da verdade, como um monumento edificado sobre areia movediça, ao passo que, se rejeitardes hoje algumas verdades, porque não vos são demonstradas clara e logicamente, mais tarde, um fato brutal ou uma demonstração irrefutável virá afirmar-vos a sua autenticidade. Erasto (espírito) LM. Cap. XX, item 230.

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No tocante ao conteúdo, a questão 100 e seguintes em O Livro dos Espíritos, que tratam da escala espírita, trazem um ponto de partida para as análises de obras de interesse espírita, as quais sofrem, não só influência do meio social e refletem a formação do autor encarnado, como também refletem a inspiração e escrita mediúnicas (ESE. questão 577). Mesmo que um conjunto de obras de interesse seja excelente do ponto de vista da coerência doutrinária, existem ainda fatores ligados à produção do livro que podem ser determinantes na seleção do mesmo para estudo ou lazer, como, por exemplo, o formato da obra, a presença de índices, a organização dos assuntos para fins didáticos ou estudo individual, ilustrações, edições revisadas, traduções reconhecidas, idioma de publicação, disponibilidade em formato eletrônico. Além das grandes categorias de ficção e não-ficção, também presentes na literatura espírita, há as obras de referência, como, por exemplo, o glossário O Espiritismo de A a Z, editado pela FEB, embora tenha influência do

Roustanguismo, sujeitos a critérios mais adequados a este tipo de material, como, por exemplo, abrangência, atualidade, autoridade, forma dos verbetes, fundamentação (se foi criado somente com base em obras espíritas), O Guia do Expositor Espírita, Vade Mecum Espírita, etc. Para suporte dos assuntos estritamente doutrinários é bastante salutar o aproveitamento de outras obras de interesse científico, cotidiano, artístico ou literário. Neste sentido, Kardec foi enfático, no tocante às necessidades de estudo da Doutrina Espírita, ao afirmar: “(...) o estudo do Espiritismo é imenso; liga-se a todas as questões metafísicas e de ordem social; é todo um mundo que se abre diante de nós. Será de se espantar que exija tempo, e muito tempo, para sua realização?”. ESSE. Introdução, item XIII. Quanto mais situemos os critérios de seleção de obras, num plano mais geral ou distante das obras produzidas por autores mais reconhecidos, ou com referências menos precisas à Codificação, mais precisamos considerar a possibilidade de aproveitamento parcial ou de constatação das limitações de conteúdo que possam prejudicar a seleção de uma obra para as atividades de cunho espírita. Se, no caso de textos literários, a avaliação de coerência doutrinária esbarra na pretensa liberdade de elaboração ficcional, para textos de não-ficção, frequentemente, a falta de citações a obras fundamentais ou à reivindicação de uma originalidade de ideias que não exista de fato, somente para citar dois exemplos, são fatores que se tornam tanto mais evidentes quanto mais o interessado se habitue à leitura e discussão de obras recomendadas e reconhecidas do ponto de vista doutrinário. De outra forma, a consulta a colegas mais experientes num dado assunto, seria a alternativa mais razoável no caso de aspectos do Espiritismo sobre os quais ainda exista pouca literatura ou seja objeto de controvérsia, como por exemplo, nas temáticas da xenoglossia ou da reencarnação versus ressurreição. Pode-se recorrer ainda a resenhas e comentários presentes em revistas de cunho espírita ou destinadas a um público mais amplo, tais como boletins produzidos por livrarias e editoras, jornais diários, Internet, etc. A impossibilidade de aproveitamento mesmo parcial de uma obra, levaria à sua rejeição para uso posterior. Ainda neste caso, a Doutrina Espírita recomenda a caridade no trato de materiais que reflitam crenças que não sejam coerentes com a orientação doutrinária vigente ou com preferências pessoais:

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“838 - Será respeitável toda e qualquer crença, ainda quando notoriamente falsa?”. “Resp. Toda crença é respeitável quando sincera e conducente à prática do bem. Condenáveis são as crenças que conduzam ao mal”. “839 - Será repreensível aquele que escandalize com a sua crença um outro que não pensa como ele?”. “Resp. Isso é faltar com a caridade e atentar contra a liberdade de pensamento”. LE. Na medida em que aprimoramos a prática de seleção de obras, notamos que nenhum livro é em si inútil, justamente pelo fato de representar um fragmento esclarecedor do meio social no tempo e no espaço. Ainda que a tecnologia possibilite a muitos a produção e difusão de livros de toda natureza, e mesmo com a segurança do controle universal dos ensinamentos dos Espíritos, é na sólida educação que encontraremos os meios para melhor discernir sobre aquilo que possa auxiliar uma coletividade em sua jornada de aprimoramento contínuo, onde, pelo livre arbítrio, evitemos a repetição de experiências malsucedidas. Todos os livros devem ser comparados e analisados para que se conheça o seu conteúdo a fim de poder indicá-lo ou não. Esse cuidado deve ser tomado porque iniciantes nem sempre são capazes de selecionar o que é útil. Toda vigilância é necessária para manter a pureza doutrinária.

Como ampliar as possibilidades de uso das obras selecionadas? Todo livro de caráter cientifico-doutrinário visa delimitar, construir ou esclarecer um objeto de conhecimento. Este objeto seria, em nosso caso, a própria Doutrina Espírita, que como toda edificação científica é dinâmica em si mesma. Assim, uma organização temática reflete o estado de uma área de conhecimento num dado tempo e espaço. Podemos notar o esforço empreendido por Kardec na elucidação de conceitos capitais para a Codificação. Ao mesmo tempo, mais de uma vez o Plano Espiritual adverte Kardec de que os detalhes envolvendo o emprego de palavras e definições são próprios da limitação das línguas humanas e não interessam aos Espíritos mais elevados, que são superiores em conhecimentos e se comunicam diretamente pelo pensamento. “138 - Que se deve pensar da opinião dos que consideram a alma o princípio da vida material?”. “Resp. É uma questão de palavras, com que nada temos. Começai por vos entenderdes mutuamente”. LE. “14ª - Desde que não é racional atribuir-se inteligência a esses objetos, poder-se-á considerá-los como uma categoria de médiuns, dando-se-lhes o nome de médiuns inertes?”. “Resp. É uma questão de palavras, que pouco nos importa, contanto que vos entendais. Sois livres de dar a um boneco o nome de homem”. LM. Cap. XIX Isto, no entanto, não invalida o esforço de se representar o conhecimento espírita por meio de conceitos e das relações entre os mesmos. O propósito disto é justamente aproveitar, dentre todo o conhecimento existente no campo espírita, um recorte do mesmo, adequado às necessidades de determinado estudo ou pesquisa. É assim, portanto, que não se estuda simplesmente o Espiritismo, mas, por exemplo, Fenômenos Mediúnicos, Espiritismo e

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Sociedade, O Evangelho à Luz do Espiritismo, etc., que são os ditos “recortes” dessa temática geral. Para viabilizar estes “recortes”, é preciso ter em mente que, desde a Antiguidade, a Filosofia buscou uma forma de organizar o conhecimento e, modernamente, com o auxílio da Linguística, tem sido possível estruturar esquemas conceituais nas mais diversas áreas de conhecimento. Aliás, existem sistemas adotados internacionalmente, como a Classificação Decimal de Dewey ou a Classificação Decimal Universal, que procuram fornecer uma base para o tratamento temático de obras versando sobre quaisquer assuntos. Notamos, porém que nenhum dos esquemas de classificação amplamente adotados, abarca o Espiritismo, tal como ele foi codificado por Kardec. Pelo contrário, as informações de catalogação na fonte, exibidas em algumas obras espíritas, apresentam indicações temáticas que, na realidade, se referem a “Problemas do Oculto” (como na classe 133 da Classificação Decimal Universal) e nem de longe possibilitam a especificidade tão necessária à representação de conteúdo de obras espíritas. Diante desta situação, no Brasil, encontramos o trabalho de Geraldo Campetti Sobrinho, que apresentou em seu livro Biblioteca Espírita (FEB. 1995), um esquema genérico para a classificação de obras espíritas, denominado Classificação Decimal Espírita. Seu livro, como um todo, é trabalho merecedor de atenção por parte do pesquisador particular que pretenda desenvolver uma sistemática mais criteriosa de estudo. As obras espíritas oferecem grande espaço para a sistematização e classificação, entendida aqui não como julgamento, mas como reunião de obras afins e a diferenciação de obras com temáticas distintas. Note-se o exemplo de Kardec ao elaborar a escala espírita como se lê na questão 100 de O Livro dos Espíritos. Em analogia com as obras espíritas, são os próprios livros que apresentam seu conteúdo ao leitor e não o leitor que projeta nos livros suas ideologias ou visões de mundo a ponto de impedir que um esquema de classificação seja útil, como o deve ser a uma comunidade de atuais ou futuros colegas e pesquisadores. Deste modo, apresentamos as seguintes recomendações:

Deve-se definir previamente um “recorte”, enfoque de assunto dentro do qual serão efetuadas as entradas temáticas de interesse (exp. Mediunidade, Centros Espíritas, Educação Espírita, etc).

As subdivisões de um tema devem ser consistentes, ou seja, devem se basear em características que de fato criem grupos temáticos homogêneos que tanto quanto possível não ofereçam margem a dúvidas.

Os assuntos devem se referir a partes significativas de um texto, sendo geralmente indicados por substantivos.

Deve-se adotar um número total de subdivisões de assuntos, compatível com o “recorte” inicial especificado a fim de se evitar o emprego de termos muito específicos ou, ainda, o emprego de termos gerais que na prática não resultem em qualquer diferenciação para fins classificatórios.

(Serão ilustradas as recomendações acima, através de breves exemplos no término do subtema Seleção e Organização de Materiais Bibliográficos Espíritas).

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2ª parte) Seleção e Organização de Materiais Bibliográficos Espíritas

Características específicas dos livros espíritas Afora o fato de a temática espírita, muitas vezes, não ser tratada com naturalidade em meio aos diversos campos de estudos existentes nota-se que, em grande parte, essa literatura pode continuar dispersa, muito embora a existência de editoras dedicadas exclusivamente à produção de obras espírita, reforce a identidade desse tipo de produção intelectual. Kardec já chamava a atenção para a diferença entre espiritualismo e espiritismo e, por vezes, certas obras se apresentam ambíguas nesse sentido. Assim, a orientação doutrinária coerente é fator determinante no aproveitamento de obras destinadas aos estudos espíritas. Outro aspecto a ser observado nos livros espíritas é o da autoria. Muitas vezes, por motivos vários, as editoras indicam o médium como o autor principal de uma obra psicografada, não raro, com destaque tipográfico, sendo que o verdadeiro autor é uma entidade do Plano Espiritual. Outras vezes, um livro elaborado sem o recurso da psicografia acaba sendo objeto de curiosidade, sem que o leitor possa se dar conta de que o médium, naquela obra, escreve por si mesmo. Nas referências a obras espíritas sugere-se a indicação tanto dos autores espirituais como dos médiuns, a fim de esclarecer a autoria de trabalhos. Exemplos: XAVIER, Francisco Cândido, VIEIRA, Waldo (médiuns). Estude e Viva, pelos

espíritos de Emmanuel e André Luiz. 8ª edição – Rio de Janeiro: FEB, 1965. LANCELLIN (espírito), MAIA, João Nunes (médium). Cirurgia Moral, 11ª edição – Belo Horizonte: Editora Espírita Cristã Fonte Viva, 1997.

Nenhum livro é inútil Mesmo que uma obra contradiga ou deturpe idéias é preciso levar em conta que qualquer obra reflete um tempo, um espaço e o pensamento de um grupo de pessoas. Uma obra aparentemente individual, nunca é isolada, pois, reflete toda a ordem institucional que ofereceu campo à sua produção, seja de um manuscrito ou de um volume de ampla divulgação. Por mais absurdas que sejam as idéias de um livro, simplesmente descartá-lo não chega a constituir uma solução radical. É preciso preparar as futuras gerações para, nos dizeres de Paulo de Tarso, tirar proveito de tudo que é bom. Ideologias como o neonazismo, continuam a ganhar adeptos, e a compreensão da Doutrina Espírita ressalta a importância da divulgação de livros edificantes, para a aceleração do processo de transformação da Terra em um mundo de regeneração. A seguir ilustramos as recomendações acima, através de breves exemplos: CARIDADE

Caridade Material Caridade Moral

MEDIUNIDADE Origem e Natureza da Mediunidade Desenvolvimento Mediúnico Percepção Fluídica Aproximação Correntes Magnéticas

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Envolvimento Manifestações Mediúnicas DOUTRINA ESPÍRITA Estudo e Ensino Controle Universal dos Ensinamentos dos Espíritos FENÔMENOS ESPÍRITAS - (Provocados sem intervenção direta do médium) Aparições Escrita Direta FENÔMENOS MEDIÚNICOS Audiência (audição) Psicometria Psicofonia Psicografia Vidência LITERATURA ESPÍRITA Conto Poesia Sonetos Romance JESUS CRISTO Ensinamentos – (Parábolas) Genealogia Infância Vida Pública 3ª parte) A importância da Leitura

Quando os homens não lêem sobre coisas sérias, não exploram em profundidade temas relacionados com suas atividades gerenciais ou mesmo fora de seu campo de atuação, tornam-se, inevitavelmente, obsoletos e não podem cumprir sua tarefa de educar e treinar aqueles que deveriam ser por eles preparados para o futuro. Diante dessa realidade, precisamos pensar no futuro das organizações e do país. Os exemplos dados pelos mais velhos e por aqueles que hoje exercem posições de liderança, deixam muito a desejar. Parece que a mediocridade, o superficialismo e o despreparo gerencial começam a fechar a mente dos indivíduos tornando-os refratários ao novo. Esses exemplos são negativos, danosos e prejudicam as organizações de forma sutil e imperceptível. Primeiro, destruindo o senso crítico das pessoas e depois, tornando-as ignorantes de si próprias; a pior das ignorâncias. O homem que não lê é igual ou pior do que aquele que não sabe ler. Vejamos a “Oração aos Moços” de Rui Barbosa, que é:

“Os que madrugam no ler, convém madrugarem no pensar. Vulgar é o ler, raro o refletir. O saber não está na ciência alheia, que se absorve, mas, principalmente, nas ideias próprias que se geram dos conhecimentos absorvidos, mediante a transmutação por que passam, no espírito que os assimila. Um sabedor não é armário de

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sabedoria armazenada, mas transformador reflexivo de aquisições digeridas. O saber da aparência crê e ostenta saber tudo. O saber da realidade, quanto mais real, mais desconfia assim do que vai aprendendo, como do que elabora”.

A leitura não despersonaliza os homens; não rouba ideias próprias de quem as tem; não lhes fecha as mentes à cultura; não empobrece a comunicação; não atrofia a capacidade de pensar e, nem muito menos, os torna senhores da verdade. Ao contrário, a leitura fortalece a personalidade dos homens, dando-lhes uma nova dimensão mental e psicológica. Enriquece suas ideias mediante o conhecimento que adquirem das experiências de outras pessoas; abre-lhes as janelas da mente, a fim de que considerem, ponderem e avaliem as ideias e os pensamentos dos outros e de si próprios; amplia o poder de comunicação, oral e escrita; ajuda-os a aprender com os erros alheios, desta maneira evitando que desperdicem o tempo no aprendizado com os próprios erros; e, por fim, amplia a sua visão do Universo e da própria vida. Quantos homens marcaram uma nova era em suas vidas a partir da leitura de um livro! É nossa convicção que a história dos homens pode ser modificada significativamente a partir da simples leitura de um livro. Martinho Lutero saiu de um convento para liderar a grande e transformadora reforma do século XVI, a partir da leitura de um livro: a Bíblia. Og Mandino, autor de best-selers tais como: O Maior Vendedor do Mundo, A Universidade do Sucesso, A Melhor Maneira de Viver, teve sua vida de mendigo de ruas transformada após leitura do livro “Success Through a Positive Mental Attitude”. De W. Clement Stone e Napoleon Hill. Harry Truman, ex-presidente dos Estados Unidos, considerado um dos maiores estadistas do século passado, atribuiu o seu sucesso como homem governante, à leitura de livros. Aos quatorze anos de idade ele havia lido todos os livros da biblioteca municipal da cidade de Independence, no Missouri. Foi a leitura que lhe proporcionou a oportunidade para adquirir uma visão global do mundo. É extremamente triste e cansativo dialogar com homens que não lêem sobre coisas sérias. Em geral, eles são orientados por uma única e mesma cartilha: a da força dos músculos e não a da mente. As consequências desse monólogo muscular são conhecidas: 1. Ele destrói a razão e constrói barricadas; 2. Critica o inteligente e culto e premia os patrulheiros ideológicos; 3. Esquarteja o estudo e a pesquisa nas universidades e implanta o sistema

terrorista de uma única e soberana verdade: a deles próprios; 4. Alimenta a ignorância que escraviza os homens. Precisamos de uma renascença, em níveis empresarial e nacional. Sem livros é impossível obtê-la. Não existe liberdade onde os livros permanecem fechados. As nossas empresas jamais necessitaram tanto de homens preparados e cultos. Que melhores exemplos sejam dados às novas gerações nos lares, nas escolas, nas empresas e no seio daqueles que nos dirigem em nível nacional. Abram-se os livros e a força da inteligência brotará rasgando e destruindo a ignorância e iluminando os cegos do saber. O Bom Livro - Estudo e meditação são alicerces da nossa formação espiritual.

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- O bom livro é o amigo que consola os nossos corações e ilumina as nossas inteligências.

- Dize-me o que lês e eu te direi quem és! - Melhore seu destino lendo bons livros. Todas as pessoas são “construtoras” de seus respectivos destinos. Tornar-nos bem sucedidos, ricos, etc, depende de nós mesmos e não da sorte, porque a sorte é algo que criamos. O homem não é apenas o “engenheiro” responsável pela “construção” de seu próprio destino. Ele é também o “operário” que vai colocando um a um os “tijolos” para essa construção. Já que você é o construtor do seu próprio destino, precisa valorizar seu tempo. Como você tem aproveitado seu tempo? Caso você seja estudante, com certeza passa cerca de seis horas na escola, estudando. Gastando seis horas das vinte e quatro horas, restam-lhe dezoito horas do dia. Dessas dezoito horas, naturalmente você destina mais ou menos oito horas para o sono. Que faz com as dez horas restantes? Mesmo que você gaste cerca de três horas em refeições e descansos, ainda lhe restam sete horas. Dessas sete horas, procure reservar cinco horas para estudar algo mais. Pode estudar literatura, música ou qualquer outro campo de atividade. Se diariamente você dedicar cinco horas ao estudo desse campo, em dois ou três anos você alcançará grandes progressos e, ao cabo de uns cinco anos, será especialista nesse campo. Aqueles que vivem à toa ou desperdiçam seu tempo em passatempos inúteis, que não lhes acrescentam conhecimento algum, acabarão ficando à margem da vida. Leia livros que possam dar bom ânimo a você. Não leia livros que tratam de assuntos tristes. Lendo livros desse tipo, sua mente fica repleta de tristezas e passa a atrair situações que causam tristeza. E, como conseqüência, sua saúde acaba sendo abalada. Leia livros que possam lhe dar ânimo, coragem e força e que despertem em você a alegria de fazer bem aos outros. Assim, você conseguirá tornar-se uma pessoa corajosa, animada, saudável e bondosa. Faça da leitura um bom hábito. Acostume-se a ter sempre um bom livro à mão e verificará que é seu melhor amigo, que conversará com você somente quando você desejar. Escolha livros instrutivos, interessantes, sadios. Tanto quanto o corpo, o espírito também necessita de alimentar-se, e bem! Faça da leitura um hábito tão indispensável quanto a respiração.

“Que coisa terrível é a ignorância em ação”. Goethe 4ª parte) Em torno do livro Espírita O progresso de um provo surge no progresso da escola. Cresce a Civilização e racionaliza-se o imperativo da instrução. Há, entretanto, práticas e diretrizes endereçadas à vida do corpo e da alma, tanto quanto existem recursos específicos de orientação destinados ao aproveitamento do carro e ao senso do motorista; daí a necessidade da difusão e da sustentação do livro espírita na obra construtiva que lhe compete: O livro de arquitetura inspira o plano da residência; O livro espírita ilumina a pessoa, para que a pessoa integre a equipe familiar sem fracassos desnecessários.

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O livro de educação sexual informa, com segurança, sobre os fenômenos inerentes aos órgãos genésicos; O livro espírita imuniza contra a calamidade afetiva.

O livro de psicanálise examina os conflitos psicológicos; O livro espírita, estudando a mediunidade, oferece providências adequadas, quando se trata de obsessão.

O livro de puericultura traça roteiro à proteção da criança; O livro espírita, clareando os temas da reencarnação, guia, com êxito, a formação infantil.

O livro técnico assegura a competência profissional; O livro espírita promove a respeitabilidade do trabalho. O livro de boas maneiras disciplina os gestos exteriores; O livro espírita cria a sinceridade.

O livro de princípios gramaticais aperfeiçoa a linguagem; O livro espírita dá crédito à palavra. O livro de indicações úteis previne dificuldades; O livro espírita garante a calma nas mais ásperas circunstâncias.

Todo livro digno de apreço é agente precioso que auxilia a viver e acertar.

O livro espírita, no entanto, não apenas auxilia a viver e acertar, mas, igualmente, a viver para o bem de todos, o que significa acertar sempre mais na conquista do próprio bem.

Do livro Luz no Caminho – do espírito Emmanuel - psicografia de

Francisco Cândido Xavier. A mensagem intrínseca deste tema é a enorme bibliografia Espírita que, partindo das Obras Básicas da Codificação, passa pelas Obras Complementares, psicografadas ou de próprio punho. Muitos livros seculares, técnicos e filosóficos, enriquecem o ganho de conhecimento, ferramenta imprescindível para o bom desempenho dos que tomam a si a insigne tarefa de propagação da Doutrina, no entanto, atemo-nos aqui, somente ao Livro Espírita e, no livro Guia do Expositor Espírita, encontramos a cada tema proposto, um indicativo de fonte de consultas, que consolidado de preferência em ordem temática dará excelente glossário.

ANOTAÇÕES

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13ª Reunião – Enfoque 2

OS LIVROS E A DOUTRINA ESPÍRITA

Sequência do tema: “A SELEÇÃO DE LIVROS E SUA ORGANIZAÇÃO PARA O TRABALHO EXPOSITIVO”

Os Livros e a Doutrina Espírita Desde o seu surgimento após a febre das mesas girantes, Allan Kardec cita, no livro “Viagem Espírita em 1862”, que, das manifestações iniciais até aquela data, havia ocorrido uma mudança bastante significativa, salientando que já havia uma predominância das manifestações inteligentes, em relação às de efeitos físicos, cita também que, o número dos que aderiram à Doutrina pelo estudo, era muito maior do que os que se convertiam após assistirem às sessões de efeitos físicos. Outro dado importante é quanto ao nível cultural dos participantes, tendo sido observado que os mais cultos aderiram antes, induzindo depois os menos cultos. No Brasil também, não foi diferente, notando-se, porém, nos dias atuais, uma tendência à acomodação na medida em que diminui a oposição às ideias espíritas e aumentam as igrejas pentecostais. Outros fatores também influem como as dificuldades financeiras, os apelos para atender a outros aspetos do viver material, a busca de soluções mais fáceis para os problemas da vida, atendendo às promessas da conquista do céu sem muito esforço. Sendo o esclarecimento a única forma de se obter a libertação em qualquer área, científica, filosófica ou religiosa, cabe ao Espiritismo a missão de transmitir a melhor mensagem ao Espírito no seu caminho evolutivo e libertador. O livro Espírita é um dos maiores repositórios de ensinamentos éticos, morais, filosóficos e científicos, além dos eminentemente religiosos, não podendo, por esta razão, ficar esquecido ou abandonado em uma estante empoeirada. Todo aquele que foi esclarecido pelos livros espíritas torna-se responsável pela sua divulgação, para que outros também possam se libertar, invertendo, desta forma, essa busca irrefletida pelo bem e prazer material, pelo conforto íntimo e consumismo desenfreado, por vias onde a palavra mestra é “compre”. Um exemplo dessa afirmativa é o que se vê na época do Natal, onde Jesus é a pessoa menos considerada nas propagandas, nos festejos e nos lares. Há outros sinais que devem servir de alerta, como a valorização da assistência social, com ênfase maior na doação de alimentos e agasalhos, alegando que não se pode falar de Doutrina para os assistidos que não são espíritas. Atente-se que a mensagem de amor e esclarecimento cabe sempre, devendo haver bom-senso na sua aplicação, para gerar bons frutos e esclarecimento, pois é possível conquistar os corações sem agredi-los em suas convicções como também dando-lhes uma nova visão de vida. Os grupos espíritas devem se formar principalmente apoiados no estudo, deixar para segundo plano os grandes eventos, siglas e formas outras de identificação e lembrar que a melhor, mais simples e pura mensagem foi dada por Jesus quando sentenciou: “por muito se amarem serão reconhecidos como meus discípulos”.

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Allan Kardec também nos esclareceu que a função do Espiritismo, dentre outras, é a de dar condições para que o ser humano se esclareça libertando-se da ignorância e do sofrimento. A divulgação do livro e a formação do hábito da leitura devem ser trabalhadas desde a infância, cabendo aos adultos transformar esse hábito em prazer, influenciando assim de forma positiva os mais jovens. Este tema é dividido em tópicos objetivando facilitar o uso do livro em todas as faixas etárias, bem como nas atividades do movimento Espírita. Os tópicos são os seguintes: a. O levantamento da situação e ação de reavivamento; b. A importância da dinamização na divulgação; c. A divulgação do hábito da leitura entre os adultos e idosos; d. O livro nas escolas; e. A feira de livros; f. O livro na infância. O Levantamento da Situação

Ação de Reavivamento Quando bem assimilado o seu conteúdo, o livro Espírita traz bons resultados na dinamização do estudo da Doutrina e da própria atividade de uma C.E. como um todo. Nota-se em alguns grupos a tendência de por em segundo plano as Obras Básicas, valorizando obras de menor importância que estão sendo editadas no momento e que chegam a ter boa vendagem devido à propaganda e divulgação feitas por muitos, por vezes, incautos. Outras obras que têm sido deixadas de lado são as clássicas, que retratam toda a fase inicial do Espiritismo com ensinamentos que não podem ser abandonados, sob pena da perda de identidade e desconhecimento da Doutrina, relegando-a a um lugar comum e confundida com cultos que se utilizam da atividade mediúnica, mas que não condizem com os princípios e a metodologia que fundamentam o Espiritismo, tanto na parte filosófica como na científica e na religiosa. Outro fator preocupante é o esquecimento a que estão submetidas muitas obras antigas que documentam o século passado e atestam, muitas vezes, a vida pioneira e as lutas dos seus autores. O que fazer e como agir para reverter essa situação? Dividamos o problema em partes, para facilitar o estabelecimento de planos de ação a partir de:

Levantamento das obras, seus autores e seus editores;

Quando foram editadas pela primeira e pela última vez;

Se estão esgotadas ou não, junto às editoras.

Que valor tem essas obras e qual o público a que se destinam;

O que é feito em termos de divulgação delas e como é feito;

Projeção de planos futuros;

Apoio e dinamização das ações existentes. A partir desse ponto desenvolvam-se reuniões de estudos para que se obtenha o reavivamento dessas obras. O passo seguinte é fazer a divulgação dos resultados em forma de reportagens e planos para expositores, como as que formam o “O Guia ao Expositor Espírita”, edição FEESP. A divulgação

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desse trabalho deve ser feita para incentivar a formação de outros grupos de estudos que enriquecerão as atividades. A Importância da Dinamização na Divulgação

Para que uma atividade atinja o seu objetivo é necessário que se acredite em seu resultado, além de conhecermos o seu valor. Se a libertação e evolução vêm do saber aliado às experiências do viver, devemos dar o devido valor aos instrumentos de divulgação desse saber, enquadrar o livro como um dos meios mais eficientes, não importando como ele é apresentado, impresso ou eletronicamente. Todos os que trabalham em livraria ou biblioteca no meio espírita, devem ser bons e ávidos leitores, devem gostar de passar o conhecimento indicando a melhor leitura, de acordo com o interesse e a necessidade apresentados pelo leitor, de forma imparcial. Devem saber distinguir a leitura que não se enquadra nos moldes da Codificação, para não indicar obras que possam dar visão distorcida da mesma. Outra característica que esse colaborador deve ter é a de perceber as necessidades do leitor e cliente em função das dúvidas e opiniões que apresenta, não cabendo a ele fazer o trabalho de orientação e encaminhamento, mas encaminhá-lo para o setor ou departamento de orientação, somente indicando a leitura mais apropriada. Por vezes, são indicados livros inadequados, como os que relatam as condições de suicidas, para pessoas que alimentam esses pensamentos ou que estão em depressão. Para quem está nessa condição, os livros devem levantar sua moral e seu ânimo para que ele possa entrever outros horizontes e se predispor a mudar de postura. As Obras Básicas devem ter preferência nessa indicação, cabendo ao colaborador salientar os capítulos que mais atendam às necessidades do leitor, a fim de que ele assimile e entenda como manusear e colher bons frutos da leitura. O colaborador deve estar a par dos novos lançamentos, analisá-los e pedir a opinião de outros leitores, para não gerar complicações futuras com as suas indicações, porque, em muitos casos, o leitor iniciante avalia a Doutrina pelos primeiros livros que desfruta, ficando por vezes difícil, alterar sua opinião. Os livros clássicos precisam ser estudados e bem compreendidos para que possam ser indicados aos que já saíram da condição de iniciantes, evitando-se dessa forma que o horizonte dos espíritas fique limitado à rotina das atividades diárias, sem terem conhecimento dos trabalhos de pesquisa realizados por esses autores. O conhecimento do que ocorre nas reuniões de estudos, escolas e trabalhos assistenciais, além dos eventos que serão ou estão sendo desenvolvidos, é de fundamental importância para o bom entendimento e esclarecimento, para que não se passe má impressão, própria das situações de desconhecimento. A colaboração entre as bibliotecas e livrarias de Casas Espíritas facilita muito o trabalho de divulgação, tanto na parte do conhecimento, como das técnicas a serem utilizadas na divulgação, além de facilitar a análise dos resultados obtidos, possibilitando dessa forma fazer as modificações necessárias.

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Os expositores também têm papel importante na divulgação dos livros, na medida em que fazem a citação de autores e de livros que auxiliam na complementação do conhecimento e informações transmitidos, observando os cuidados acima citados. Esses detalhes são de grande valia porque precisamos sempre ter uma referência maior para podermos nos direcionar, ter horizontes novos e nos enquadrar na Doutrina Espírita que é evolucionista. Ninguém deve ficar estacionado no meio espírita, nem mesmo os frequentadores de assistência espiritual e social e os idosos que, muitas vezes, ficam relegados a um segundo plano. Todos podem e devem ser vistos como colaboradores em potencial, cada um no seu nível e grau evolutivo. A Divulgação do Hábito de Leitura entre os Adultos e Idosos As observações feitas neste tópico também podem ser avaliadas por outros representantes e seguimentos das atividades doutrinárias. A menção de quaisquer atividades e campanhas já desenvolvidas, bem como de seus resultados serão bem aceitas como colaboração, com possível aproveitamento e incorporação a este temário. Todos os Grupos Espíritas precisam fazer um levantamento e verificar as campanhas já efetuadas e seus resultados. Obs:

Esta é uma atividade na qual não pode haver pessimismo e afirmações como: já foi feito e não deu resultado;

Verificar como foi feita a campanha, avaliar a postura de quem a fez, e o seu jeito de fazê-la, se foi apático ou sem objetividade;

Os frequentadores não gostam de ler ou não estamos sabendo incentivá-los;

As observações feitas na parte referente à dinamização da divulgação devem ser úteis nesta atividade;

Independentemente deste temário é importante que seja formada uma rede de contatos entre os grupos para se obter um contínuo aperfeiçoamento do trabalho. Sugestões para o desenvolvimento desta atividade:

Campanha de coleta de livros espíritas (ver “Os Livros no Centro Espírita”).

Campanha para a compra de livros a preço de custo.

Campanha de movimentação de livros na base de trocas. Essas campanhas podem ser desenvolvidas por dois ou três meses.

No quarto mês pode-se iniciar a campanha para a troca de livros recebidos, por outros que ainda não se tenha lido (campanha de doação).

Obs.

É interessante fazer circular o máximo de livros da Codificação (Obras Básicas), esclarecendo sobre a importância de como ler, como estudar e como consultá-los;

As consultas devem ser sobre assuntos da necessidade de cada interessado;

Na troca de livros, consultá-los e avaliar o entendimento alcançado no segundo ou terceiro livro sobre o mesmo assunto;

Depois orientá-los para que estudem outros assuntos que venham a ser de seu interesse;

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Esclarecer que se o livro for de interesse permanente o leitor não deve se desfazer dele, passando a fazer parte de sua biblioteca de estudo;

Incentivá-los no sentido de formarem sua biblioteca para estudos;

Orientá-los a se aterem às obras da Codificação para não criar conflitos com outras filosofias, gerando dúvidas e interpretações que retardem o seu desenvolvimento na Doutrina;

Esse trabalho pode ser feito em conjunto com outras Casas Espíritas para que haja intercâmbio de livros e informações.

Campanha promocional para a venda de livros pelo menor preço possível, como estímulo - Procedimento:

Promover um livro por vez;

Deve-se promover a divulgação da campanha em todas as atividades da casa;

O livro deve ser de preferência das Obras Básicas, como o Evangelho, possível de ser lido e entendido por todos;

Neste caso do Evangelho, quem não puder pagar, como critério, a Casa Espírita assume o custo pela conveniência de que todos o tenham (compra de livros a preço de custo);

Uma sugestão para quem já tenha o livro: comprar e doar para quem não pode comprar ou para a C. E., a fim de distribuí-lo no trabalho de orientação e encaminhamento para os que não podem adquiri-lo.

Obs.:- as Casas Espíritas podem promover uma banca de livros para comprar em maior quantidade, conseguindo melhor preço de custo;

- É interessante que um determinado livro seja promovido primeiro em uma casa para promovê-lo depois em uma outra e assim por diante, a fim de diminuir ou eliminar o estoque;

- Havendo intercâmbio, a atividade tende a se dinamizar; - A esta atividade pode ser acrescida a venda do Jornal Espírita, O

Semeador, etc.

O Livro nas Escolas O uso do livro espírita nas escolas das Casas Espíritas Nas Casas Espíritas nota-se a dificuldade de alguns alunos adquirirem os livros necessários aos estudos, consultas e pesquisas futuras. Diante dessa situação os dirigentes devem prever para prover, o que se

resume em adquirir uma série de livros para atender às necessidades dos alunos carentes. Estando a C.E. em uma região carente, essa questão se torna mais acentuada a exigir dos dirigentes esforços para formar coletâneas e recorrer a núcleos onde existe maior facilidade. Nessas regiões mais carentes os cursos podem ser desenvolvidos utilizando-se livros de edições anteriores ou que não sejam mais adotados (que tenham sido substituídos por conterem erros tipográficos ou de montagem). 1ª situação

O aluno adquire e usa o livro;

No final do ano esse livro pode ser guardado pelo aluno caso tenha uso constante para ele;

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Se não tiver uso constante, mas apenas esporádico, ele pode ser doado para a biblioteca da C. E. para consultas por parte de outros interessados;

2ª situação

Alunos carentes adquirem o livro de segunda mão e o utilizam;

No término do ano, eles podem ser doados para o mesmo uso citado na primeira situação;

3ª situação

Os alunos carentes adquirem os livros usados por empréstimo, utilizam e os devolvem ao final do ano;

Obs. - Deve-se ter o cuidado de colecionar livros de uma mesma edição; - Os programas dos cursos devem ser de acordo com esses livros; - As obras devem estar de acordo com as orientações da Doutrina. Os livros no Centro Espírita Além de manter a organização da biblioteca dentro dos padrões sugeridos no “Manual do RODSE”, há outros aspectos que muitas vezes passam despercebidos como exemplificado no seguinte: 1. Como conseguir doações de livros - A troca de um pacote de doce caseiro por um livro espírita; (a C.E. dá o doce

e recebe o livro.) Nota: mesmo que a doação não seja de um livro espírita, às vezes até impróprio, ele deve ser aceito e se for o caso eliminado, dessa forma saindo de circulação;

- A troca de um livro qualquer por um livro espírita. O objetivo passa a ser o de divulgar o livro espírita, podendo também ocorrer que se receba livros que não sejam úteis, que também poderão ser eliminados. Com essa troca teremos a circulação e a substituição conveniente do tipo de leitura na casa do doador.

2. Como divulgar a leitura entre os que não podem adquirir livros Ao notarmos no trabalho de orientação que o assistido não pode adquirir um livro: - Pode-se ter o Evangelho de edições mais baratas para fazer a distribuição; - Pode-se consegui-lo por:

- Doação; - Desenvolvimento de eventos com o objetivo de amealhar livros, podendo

a entrada ser a doação de um Evangelho; - Promoção de um almoço ou atividade semelhante com renda revertida

para a compra de livros. 3. Pelo intercâmbio Após ter sido distribuída certa quantidade de livros pelas trocas citadas no início, incentivar a troca entre os gêneros recebidos, mas agora de livros espíritas. Pode ser estabelecida uma ponte de troca como a colocação de uma caixa na biblioteca ou na livraria. Essas providências não impedem que se continue com a atividade de trocas pelo recebimento de livros utilizados nos cursos e doados, caso não

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sejam mais necessários, para a distribuição aos novos alunos sem recursos para adquiri-los. 4 - Quanto à divulgação - Dispor os livros em vitrines na C.E. em locais estratégicos, de forma a despertar o interesse neles;

- Divulgar as obras em função das datas de lançamento, em particular, as Obras Básicas. Para divulgar um livro é necessário ter conhecimento de seu conteúdo e divulgá-lo de forma a despertar o interesse pela sua leitura;

- Ao divulgar um livro colocá-lo de frente para o público, citando: título, autor e suas atividades na doutrina espírita, seu conteúdo, sua importância e utilidade dentro do movimento espírita, sua editora e onde pode ser adquirido;

- Permitir que o público tenha contato com o livro divulgado, após a reunião; - Incentivar os alunos a buscar em outras obras as respostas para as questões analisadas nas aulas, mostrando como cada capítulo do livro completa o outro;

- Intensificar a busca de novas fontes de esclarecimento pelo uso de um Vade Mecum (expressão latina que pode ser traduzida por: “vem comigo”).

- Toda biblioteca e livraria devem ter tais obras para auxiliar as consultas dos leitores e compradores. Também é de suma importância que os colaboradores da biblioteca e livraria tenham conhecimento do manuseio do Vade Mecum, para melhor atendimento aos leitores e compradores.

Os livros mais importantes da Doutrina devem estar em local de destaque nas livrarias e nas bibliotecas, devem estar encapados com plástico transparente, em bom estado, para se tornarem mais atrativos ao público.

A FEIRA DO LIVRO ESPÍRITA (1) O Bom Livro

O livro é sementeira da Luz Divina, aclarando o passado, Orientando o presente e preparando o futuro... Instrutor do Espírito – esclarece sem exigências, Médico da alma – cura sem ruído, Sacerdote do coração – consola sem ritos exteriores, Amigo vigilante – ampara em silêncio, Companheiro devotado – jamais abandona, Cooperador eficiente – não pede compensações, Semeador do infinito – fecunda os sentimentos, Benfeitor infatigável – permanece fiel, Arquiteto do bem – constrói no espírito imorredouro, Altar da simplicidade – revela a sabedoria, Fonte inesgotável – jorra bênçãos de paz, Campo benfazejo – prepara a vida eterna, Lâmpada fulgurante – brilha sem ofuscar, Árvore compassiva – frutifica sem condições, Celeiro farto – supre sem perder. O bom livro, vaso sagrado que recolhe as experiências da civilização, é coluna fundamental na escola da vida humana. Divulgá-lo, pois, é ajustar os tijolos do Reino de Deus na Terra, com a supervisão do Divino Mestre. Do espírito de André Luiz – psicografia de Francisco Cândido Xavier. Apresentação

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Ao elaborarmos este trabalho tivemos o propósito básico de oferecer a valiosa experiência de muitas cidades na difusão do livro Espírita em praças públicas através da Feira do Livro Espírita. Não se trata de um roteiro acabado porque todo trabalho se ajusta nas características próprias de cada cidade e região. A Feira do Livro Espírita surge numa hora em que a semeadura da mensagem espírita entra em regime de urgência no coração humano. Nosso desejo, portanto, é contribuir de algum modo com outras cidades, onde companheiros desejosos de colaborar com o movimento espírita, certamente, multiplicarão este trabalho de divulgação do Livro Espírita, aperfeiçoando-o cada vez mais, sob a indispensável inspiração de Jesus.

oOo “O Espiritismo brasileiro congrega em si, extensa caravana de servidores da renovação cultural e sentimental do mundo e complexas responsabilidades lhes revestem a ação com o Cristo”. Do espírito Emmanuel – psicografia de Francisco Cândido Xavier Plante esta Semente

É hora da semeadura! É hora de semear! Na verdade, sempre é tempo de começar a plantar. O livro Espírita é uma semente que deve ser plantada porque garante

colheita farta e fecunda. A Doutrina Espírita pode, então, ser comparada a uma grande árvore: Sua raiz – O Evangelho de Jesus, Seu tronco – A obra de Allan Kardec, Sua copa – A literatura espírita, Seus frutos – O alimento eterno para o Espírito, A seiva que sustenta essa árvore é o imenso amor de Nosso Senhor

Jesus Cristo. O solo fértil para o plantio dessa semente são os corações das criaturas

humanas. A seara é grande, os trabalhadores são poucos. Uma das inúmeras ferramentas para essa grande semeadura: A FEIRA DO LIVRO ESPÍRITA! Plante essa semente!

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A Feira do Livro Espírita

Índice

1. Introdução 1.1 Objetivos 1.2 Princípios Básicos 2. A Feira do Livro Espírita 3. O Livro a Preço de Custo 4. Importantes Aspectos da F.L.E. 5. Formação da Comissão Organizadora

5.1 Coordenação Geral 5.2 Livraria 5.3 Tesouraria 5.4 Secretaria 5.5 Relações Humanas 5.6 Divulgação 5.7 Montagem

6. Quando Realizar a F.L.E. 7. Abertura e Funcionamento da F.L.E. 8. Roteiro 9. Cada Cidade Desenvolverá os seus Recursos 10. Trabalho, Solidariedade e Tolerância.

Apêndices 1. Endereços de Editoras Espíritas 2. Modelo de Controle de Vendas por Título 3. Relatório de Resultados. Introdução

Objetivos 1º) Divulgação da Doutrina

a) através da exposição e venda de livros espíritas, com ênfase em Kardec e nas obras fundamentais;

b) através da distribuição de mensagens doutrinárias. 2º ) Divulgação do Movimento Espírita

a) através da divulgação da própria F.L.E, em órgãos de comunicação espíritas e não espíritas locais, regionais e estaduais;

b) através da distribuição de roteiros com endereços dos Centros Espíritas locais e com horários das atividades.

3º) Orientação Espiritual a) através do atendimento a pessoas necessitadas, por elementos

doutrinariamente experientes, no recinto da F.L.E.

Princípios Básicos 1º) Localizada em praça pública central da cidade, através de uma barraca; 2º) Livro a preço de custo; 3º) Promovida de preferência por um órgão unificador do movimento espírita local.

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4. A Feira do Livro Espírita

Denominamos Feira do Livro Espírita a modalidade de divulgação do livro espírita que consiste na instalação anual de uma barraca em praça pública para exposição e venda de livros espíritas.

Simples em sua organização e de resultados altamente positivos, a F.L.E. é uma excelente forma de se colocar o livro espírita a preço mais acessível nas mãos do público, principalmente o não espírita.

Sim, porque, na expressão de Emmanuel, através da psicografia de Francisco Cândido Xavier: “O apostolado de Allan Kardec é a restauração do Cristianismo simples e claro em que Jesus procura o povo e o provo encontra Jesus” e deve ser este o lema da FLE – um trabalho de alegria cristã no coração de todos.

Sem dúvida alguma, o local ideal para a realização da FLE é a praça pública, pois, uma das finalidades da FLE é levar a mensagem espírita a toda coletividade, sem fazer proselitismo. A experiência de muitas cidades mostra que, em recinto fechado, como um salão, por exemplo, os resultados e objetivos alcançados são muito inferiores em relação à FLE realizada em praça pública através de uma barraca.

De preferência, a F.L.E. deve funcionar vinculada a um órgão unificacionista (UME, UNIME, UDE, AME, etc) e, para que esse trabalho se concretize, será preciso apenas a abnegação e disposição de alguns elementos de ideal, organizando, se possível, um setor ou Departamento do Livro, que criará e coordenará a realização anual da FLE.

5. Livro a Preço de Custo

A FLE não deverá ter nenhuma finalidade lucrativa, nem mesmo filantrópica, pois o Livro Espírita já é Caridade Em si Mesmo. Assim, não se deve planejar qualquer lucro para outra atividade, nem mesmo para a de Assistência Social.

É importante que o preço de venda seja o mais baixo possível, a fim de facilitar a aquisição e a leitura àqueles companheiros de menor poder aquisitivo, mas que, certamente, estão também muito necessitados de compreender os intrigados problemas do Ser, do Destino e da Dor. É o livro pelo livro. Portanto, a FLE não pode, de modo nenhum, ser usada como fonte de recursos para outras atividades.

O ideal é que todas as despesas sejam cobertas por promoções prévias, de modo a repassar integralmente os descontos concedidos pelas editoras e distribuidoras ao público comprador.

Se, por ventura, houver algum superávit financeiro, este deverá ser revertido imediatamente na aquisição de livros para a FLE do ano seguinte.

6. Importantes Aspectos da FLE

Dentre outros aspectos importantes da FLE, podemos destacar os seguintes: - auxilia a divulgação do Espiritismo na cidade e região; - incentiva o hábito da leitura e do estudo doutrinário; - cria valiosa oportunidade para união da família espírita local, num trabalho

comum; - proporciona a entrada de novos companheiros para o trabalho; - favorece a aquisição de livros espíritas por pessoas de baixa renda;

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- possibilita a aquisição de grande quantidade de livros pelos Centros Espíritas para a formação de bibliotecas e distribuição interna;

- torna-se um acontecimento esperado a cada ano, tanto para o público como para os organizadores;

- motiva a criação de Clubes de Livros Espíritas; - incentiva a instalação de Livrarias e Bancas. Ao contrário do que pensam alguns, a realização da FLE a preço de custo aumenta sensivelmente o movimento de outras modalidades de divulgação do livro espírita, como livrarias, bancas e clubes. Inclusive, cidades que só realizam a FLE são praticamente pressionadas a abrirem uma banca, um clube ou uma livraria, pois, as várias modalidades se completam e uma exige a outra. A FLE tem ainda o mérito de, em plena praça pública, proporcionar o esclarecimento sobre o que é o Espiritismo, eliminando ideias preconcebidas e derrubando preconceitos acerca da Doutrina Espírita.

7. Formação da Comissão Organizadora

5.1. Coordenação Geral Será exercida por um Coordenador, elemento de ligação com o órgão de unificação ao qual o trabalho estará vinculado, coordenará e acompanhará as atividades junto aos responsáveis de cada setor. Conhecedor dos princípios espíritas zelará pela pureza doutrinária, verificará atentamente junto a toda comissão para que sejam expostos somente livros de editoras e autores eminentemente espíritas; evitará durante a realização da FLE toda e qualquer espécie de promoção paralela, ficando atento aos reais objetivos para que o trabalho seja instrumento seguro de divulgação do Livro Espírita. Deverá encaminhar com boa antecedência um ofício ao poder público solicitando licença para a instalação da barraca na praça pública, fornecimento de energia elétrica e autorização para publicidade através da colocação de faixas em outros pontos da cidade. Promoverá reuniões prévias onde serão analisados os recursos humanos disponíveis, estudados a obtenção de recursos financeiros, a data, o local, a segurança dos livros, a montagem da barraca, o movimento financeiro, a divulgação, etc. Será o responsável único por divulgar conclusões da Comissão pelas informações que serão prestadas à imprensa, antes, durante e depois da FLE, evitando sempre o individualismo e ideias comprometedoras, expondo claramente as reais finalidades do trabalho. Embora seja responsabilidade de todos os elementos da Comissão Organizadora, caberá ainda ao coordenador geral, observar fraternalmente o clima espiritual do trabalho, visto que, sendo a FLE um trabalho de iluminação de consciência, não estará livre da tentativa de infiltração de influências infelizes que procuram disseminar discórdias, extravagância e dificuldades de toda ordem, gerando desânimo, divisão e até o afastamento de companheiros da equipe. Não obstante o grande amparo do Mundo Espiritual é preciso muito amor, vigilância e discernimento. Os trabalhadores de Desobsessão e de Vibrações poderão ser mobilizados como retaguarda à Comissão Organizadora na eventualidade de surgirem problemas de ordem espiritual. Após a realização da FLE, deverá ser

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convocada uma reunião de avaliação onde serão apresentadas as críticas e sugestões para o ano seguinte, bem como os relatórios e balancetes. 5.2 Livraria Encarregar-se-á de todos os assuntos referentes aos livros, antes, durante e depois da FLE. Com a máxima antecedência deverá entrar em contato com as Editoras e distribuidoras de livros espíritas solicitando listas de preços e informações sobre as condições de fornecimento, tais como, prazos, descontos, etc. Havendo possibilidade o primeiro contato deverá ser pessoal. A obtenção dos livros poderá ser feita basicamente de dois modos: a) em distribuidoras que forneçam em consignação as principais obras

espíritas, onde o desconto, geralmente, é menor, mas compensa pela possibilidade de devolução dos livros não vendidos;

b) diretamente junto às editoras que geralmente dão descontos melhores, mas não concedem a consignação. Uma relação de endereços de editoras espíritas está apresentada no Apêndice I.

De posse dos catálogos, convocará uma reunião da Comissão Organizadora para decidir a forma de obtenção dos livros, bem como elaborar o pedido com a quantidade de exemplares por título, não se esquecendo de excluir os títulos que não sejam eminentemente espíritas. A quantidade ideal é aquela que não se esgote durante a Feira e nem sobre exageradamente. Na primeira FLE, realmente é tarefa difícil fazer a previsão de vendas por título para a elaboração do pedido, sendo boa opção o recurso da consignação, aumentando aos poucos as compras diretas. Se possível, orientar-se em relatório de vendas por título, de cidades de porte e características semelhantes que já realizaram FLE. É muito importante expor o maior número possível de bons títulos. São mais de oitocentos (800) os títulos já publicados em língua portuguesa. De acordo com o pedido feito deverá ser confeccionada uma listagem em ordem alfa-numérica (numeração em ordem alfabética) dos títulos expostos na FLE, discriminando a quantidade de exemplares por título. Essa listagem terá uma importante função no controle do estoque e no relatório de vendas por título. Em lugar de marcar o preço diretamente no livro, providenciará a confecção de papeletas, através de carimbo ou impressão em tipografia, com dimensões da ordem de 6 x 12 cm, com os seguintes dizeres: FEIRA DO LIVRO ESPÍRITA Título: No. De R$ Por R$ Distribuirá entre os companheiros a tarefa de preenchimento dessas papeletas (importante a colocação dos dois preços), que, colocadas livremente em cada livro exposto, além de evitar rasuras, terão grande importância na conferência do caixa e no controle de vendas. Durante a FLE são retiradas dos livros no caixa e depositadas em uma urna. No fechamento diário do caixa são contadas, colocadas em ordem alfa-numérica, anotadas as vendas por título, na relação previamente preparada; trabalho este que poderá ser feito pelos vigilantes noturnos, os membros da equipe que cuidarão da guarda da barraca, quando for o caso. Essa vigilância noturna é preferível, pois a remoção diária

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dos livros pode trazer problemas de deterioração e de recolocação nas prateleiras. O controle de vendas por título facilitará, em muito, o pedido da próxima FLE. Vale a pena assinalar os títulos que se esgotaram. (ver Apêndice II). É muito importante a disposição adequada dos livros no recinto da FLE. Uma forma prática e eficiente é a distribuição por assunto: obras básicas, romances, mensagens, evangélicos, doutrinários, científicos, filosóficos, infantis, lançamentos, etc, e por autor: André Luiz, Emmanuel, etc. dar destaque a Kardec com a colocação na entrada da barraca e com o preço mais baixo possível. Durante a FLE observará atentamente a preservação dos livros. Poderá aproveitar a oportunidade para divulgar o Clube do Livro Espírita, promovendo uma campanha de novos sócios. Após a FLE, fará um relatório dos resultados, incluindo a relação dos títulos mais vendidos (ver o Apêndice III), a ser apresentado em reunião de avaliação e divulgação à comunidade. Os livros obtidos em consignação deverão ser devolvidos com a máxima urgência. 5.3 Tesouraria É o setor responsável pelo controle de todo o movimento financeiro, desde a previsão de despesas até a quitação de todas as dívidas, incluindo o trabalho de caixa durante a FLE, a providência de troco, os depósitos bancários, o fechamento diário do caixa, etc. Sendo setor de vital segurança da FLE e até das futuras FLEs, deve ficar sob a responsabilidade de companheiros de sólida reputação e que tenham facilidade no controle financeiro e confecção de balancetes. Deverá ser aberta uma conta conjunta de titulares não solidários, em banco próximo ao local da Feira, para facilitar os depósitos. Deverá haver no mínimo dois corresponsáveis, assinando sempre dois, pois não somos perfeitos e, portanto, somos passíveis de engano ou erro – qualquer falha nesse setor poderá comprometer o trabalho todo!

Deverá possuir um livro-caixa para registro e pastas para arquivo de comprovantes de entradas e saídas. Todas as entradas deverão ser efetuadas através de recibo e depósito bancários, assim como todas as saídas por meio de cheques. No trabalho de caixa, durante a FLE, deverão ser utilizados elementos experientes na atividade e em menor número possível. A função de caixa inclui retirar a papeleta e colocá-la na urna, bem como carimbar cada livro vendido com identificação do trabalho e do recebimento. Este carimbo conterá o número da FLE, data e cidade. Um auxiliar de caixa providenciará a embalagem dos livros através de embrulho ou de sacola, incluindo mensagens e roteiros das atividades espíritas locais. No fechamento diário do caixa, o resultado em dinheiro, cheques e depósitos, deverá ser conferido com a soma dos valores das papeletas e troco inicial. Com o número de livros vendidos poderá ser calculado o preço médio de venda diário. Saldará todos os compromissos com pontualidade para que a FLE desfrute de crédito e confiança junto aos fornecedores, lembrando que a FLE não será realizada apenas uma vez e que as editoras e distribuidoras também têm compromissos assumidos.

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Elaborará um balancete demonstrativo de todo o movimento financeiro que, juntamente com o relatório do setor de Livrarias, deverá ser apresentado em reunião de avaliação e divulgado nas instituições espíritas e imprensa local, como forma de prestação de contas à comunidade. Nesse balancete poderá ser apontado o preço médio de venda por livro na FLE. Na organização da FLE seguinte, esse preço médio corrigido pela inflação e mais a previsão do número total de livros a vender, possibilitarão uma estimativa razoável de arrecadação, dando uma boa base para o montante que poderá ficar comprometido nas compras diretas (sem consignação). 5.4 Secretaria Será o setor encarregado de expedir toda a correspondência: ofícios, cartas, requerimentos, comunicados a Centros e Mocidades Espíritas, etc. Expedirá a convocação para as reuniões prévias, bem como fará a ata das mesmas. Providenciará um arquivo de correspondência recebida e cópia das emitidas. Após a FLE, encaminhará ofícios de agradecimento aos órgãos de imprensa, autoridades e instituições espíritas, bem como resumo do movimento global. Enviará relatório completo dos resultados e outros dados complementares ao Boletim da FLE para cadastramento e divulgação a nível nacional, no órgão das Feiras do Livro Espírita. 5.5 Relações Humanas Este setor será responsável por despertar o interesse dos companheiros das instituições espíritas da cidade para a participação nos trabalhos, tanto os mais experientes como os mais jovens, para que haja uma verdadeira integração da família espírita local. Solicitará os horários disponíveis de todos para confecção da escala de vendedores e de vigilantes noturnos, zelando pelo cumprimento da mesma. Os doutrinariamente mais experientes poderão colaborar muito na orientação ao público e os mais jovens deverão ter atuação destacada na organização, montagem, funcionamento e na própria venda. Deverá ser unida a experiência dos mais velhos com a energia e alegria dos mais jovens. Os moços têm sido o sustentáculo das Feiras, graças à facilidade de adaptação ao trabalho e ao gosto pelo sentido de equipe. Em reuniões prévias, o setor de relações humanas ressaltará a todos os que irão trabalhar na FLE, as responsabilidades individuais, conduta, atitudes, noções de literatura espírita, com ênfase em Kardec e nas obras fundamentais e também sobre a importância do trabalho de divulgação junto ao público. Deverão ser preparados crachás para os vendedores, bem como uma boa ornamentação para a barraca, através de cartazes sugestivos e até a forração das mesas. Ressalta-se ainda que o êxito da FLE depende de todos e que o público sempre espera o melhor num trabalho como esse. Este setor garantirá as futuras feiras, pois de simples colaboradores de hoje muitos serão, amanhã, os continuadores do próprio trabalho – todos somos substituíveis! A pessoa responsável pelo setor de relações humanas deverá ter relativo conhecimento espírita local, ser bastante entusiasta, bem relacionada, dinâmica e ter espírito de equipe.

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5.6 Divulgação Este setor divulgará a FLE de todas as formas possíveis, nos Centros Espíritas, na imprensa, no comércio, etc, com antecedência, pois a divulgação bem feita garantirá o êxito da visitação pública. Nos Centros Espíritas deverão ser feitas as diversas reuniões, divulgando a FLE aos frequentadores, conjuntamente com a solicitação dos horários disponíveis dos trabalhadores daquelas casas. Enviará material informativo à imprensa espírita, aos jornais e rádios da cidade e ao Boletim da FLE. Providenciará a confecção de cartazes promocionais (há distribuidora que os fornece gratuitamente) e a sua colocação nas casas comerciais da cidade. Também deverão ser elaboradas faixas publicitárias para a exposição em diversos pontos da cidade. Caso haja patrocinadores, evitar propagandas que contrariem os princípios doutrinários. Selecionará, em conjunto com a Comissão Organizadora, mensagens (volantes) a serem impressas, as quais deverão ser distribuídas fartamente a todos que visitarem a FLE e até fora do recinto da FLE. As mensagens, quando extraídas de livros, constituem elemento de divulgação do próprio livro. Recomenda-se também a distribuição do livretinho “Iniciação ao Conhecimento da Doutrina Espírita”, elaborado pelo Centro Espírita Caminho de Damasco, de Garça, SP. Poderá imprimir convites para a abertura, destinados às autoridades, imprensa, etc, o que também será uma forma de divulgação. Poderá, se possível, obter patrocínio para a confecção de sacolas, com a inscrição FEIRA DO LIVRO ESPÍRITA, as quais constituem um bom veículo de divulgação e também reduzem a fila do caixa em momentos de grande movimento com a simplificação da embalagem. Outro elemento de divulgação poderá ser a utilização de camisetas com a impressão em “silk-screen”, do símbolo da FLE e da inscrição FEIRA DO LIVRO ESPÍRITA. As próprias promoções prévias, com finalidade de obtenção de recursos financeiros, poderão ser úteis na divulgação e motivação do trabalho. 5.7 Montagem Será o setor encarregado da construção, ampliação, manutenção ou empréstimo da barraca e da sua instalação na praça no dia anterior ao da inauguração da FLE. É importante que cada cidade tenha a sua própria barraca. Será o setor responsável em oferecer toda a segurança para o trabalho. Poderão ser utilizados cavaletes, tábuas, mesas e até caixotes, para a exposição dos livros. Providenciará uma urna para a colocação das papeletas, plásticos para a cobertura dos livros no período da noite ou durante possíveis chuvas, lâmpadas, cortinas, etc. Poderá também preparar um sistema de som para oferecer músicas agradáveis ao ambiente. Tomará todos os cuidados na desmontagem da barraca e da sua preservação para o ano seguinte. 6. Quando Realizar a FLE

A FLE poderá ser realizada em qualquer época do ano, evitando-se clima adverso: época de chuvas, frio ou ventos intensos. À Comissão Organizadora caberá escolher a melhor época do ano, o mês e os dias de funcionamento. A experiência de muitas cidades médias e grandes mostra que a duração ideal é de uma semana, inaugurando-se no sábado, após o dia dez. Em cidades menores, contudo, três ou quatro dias poderão ser

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suficientes. Geralmente as FLEs ficam abertas das 08 às 22 horas. Importante mesmo é que se procure realizar a FLE sempre numa mesma época do ano, pois o público irá se habituando a ela, passando a esperá-la todos os anos. A maioria das cidades tem constatado que a FLE produz melhores resultados quando realizada anualmente, evitando-se o desgaste e dando oportunidade às outras modalidades de campanhas. Ao invés de realizar mais de uma FLE por ano é mais interessante que se complete o trabalho de divulgação do livro espírita com as demais modalidades, criando um Clube mensalmente e a FLE anualmente. Para se melhorar a FLE, a cada ano deverão ser anotadas as sugestões do público, as falhas, as críticas, as faltas de livros, etc. 7. Abertura e Funcionamento da FLE

Buscando sempre a simplicidade, deverá ser programada uma pequena solenidade de inauguração no recinto da FLE, constando de uma prece inicial e uma saudação fraterna, por um orador convidado, abordando os benefícios da divulgação do livro espírita. Inclusive, poderão ser enviados convites com antecedência. A Comissão Organizadora não deverá promover palestras durante a realização da FLE, concentrando toda a atenção no trabalho em torno do livro. Diariamente, no início e término das atividades, deverá ser feita uma prece de agradecimento. A FLE é um todo harmônico, onde as dificuldades cedem ao bem-estar geral, formando um ambiente de elevação espiritual. É indiscutível que os resultados serão sempre positivos, pois, a Feira do Livro Espírita vem se tornando um meio prático e seguro de se colocar o livro nas mãos do povo, notando-se ainda, o aspecto de um verdadeiro “Pronto Socorro Espiritual”, pelos inúmeros benefícios que presta às criaturas que ali comparecem em busca de um livro espírita, de uma palavra amiga, de conforto espiritual. “Livro lido, idéia renovada”, afirma André Luiz. Pelo seu grande significado espiritual, por onde passa, o livro espírita vai deixando um rastro de luz, de consolo e de esclarecimento. Alguns dias após o término da FLE, deverá ser feito reunião de avaliação para prestação de contas, com um balancete de todos os setores. E também é imprescindível uma confraternização entre todos os participantes. E aí, já estará começando a próxima FLE. 8. Roteiro

A título de sugestão, lembramos algumas das providências a serem tomadas antes da realização da FLE:

Convocação de reuniões;

Formação da Comissão Organizadora;

Escolha da época, período e data de inauguração;

Ofício à Prefeitura;

Pedido de livros;

Promoções para arrecadação de recursos;

Obtenção da barraca, mesas, cavaletes e tábuas. o Elaboração da listagem dos livros em ordem alfa-numérica; o Confecção e preenchimento das papeletas; o Abertura de conta bancária; o Confecção de carimbo; o Confecção de sacolas ou obtenção de material de embalagem;

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o Impressão de mensagens e roteiros de atividades espíritas; o Escala dos vendedores e vigilantes;

= Preparação dos vendedores; = Confecção dos crachás; = Confecção e colocação de faixas e cartazes; = Impressão de convites para a abertura; = Fabricação da urna; = Obtenção de plásticos para cobrir os livros; = Máquinas de somar; = Troco inicial; = Montagem da barraca. 9. Cada Cidade Desenvolverá seus Recursos

Cada cidade descobrirá seus próprios recursos para realizar a Feira do Livro Espírita. As sugestões aqui apresentadas são frutos da experiência desenvolvida em várias cidades que, portanto, podem ser tomadas como regra geral, mas, não rígidas. Cada grupo que se dispuser a realizar a FLE terá condições de desenvolvê-la com sucesso. Cidades pequenas, médias e grandes poderão realizar esse trabalho, como já vem acontecendo em todo o Brasil e em cidades de outros países.

10. Trabalho, Solidariedade e Tolerância Com Jesus orientando-nos o ideal e com o exemplo de Allan Kardec, iremos aprendendo que o trabalho, a solidariedade e a tolerância nos ajudarão a vencer todas as dificuldades.

APÊNDICE I

NOME DAS EDITORAS

ENDEREÇO E-MAIL SITE TELEFONES

Editora FEESP

Rua Maria Paula, 140, Bela Vista, São Paulol/SP – CEP 01319-000

[email protected]

www.feesp.org.br

(011) 3115-5544 3107-2023 3107-1276

Editora E Distribuidora Boa Nova

Av. Porto Ferreira, 1031 Pq. Iracema Cep: 15800-020 – Catanduva - SP

[email protected] [email protected]

www.boanova.com.br

(017) 3531-4441

Intervidas Editora Candeia

Rua Minas Gerais, 1520 / 1516 Cep: 15801-280 – Catanduva - SP

[email protected]

www.candeia.com

(017) 3524-9800

EBM Editora E Distribuid

R. Silveira, 123 - Vila Guiomar Cep: 09071-100

[email protected] comercial@ebmeditor

(011) 3186-9766 Contato:

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APÊNDICE I

NOME DAS EDITORAS

ENDEREÇO E-MAIL SITE TELEFONES

ora

– Santo André - SP

a.com.br

Cristina

Mundo Maior Editora

R. Vicente Melro, 808 Jd Vila Galvão – Guarulhos - SP Cep: 07056-110

[email protected]

www.mundomaior.com.br

(011) 2979-2157

Feb Editora Federação

Espírita Brasileira

R. Souza Valente, 17 Cep: 20941-040 Rio de Janeiro - RJ

[email protected]

(021) 2187-8282

(061) 2101-6183

Aliança Distribuido

ra e Editora

R. Major Diogo, 511 Cep: 01324-001 – São Paulo - SP

[email protected]

www.editoraalia

nca.org.br

(011) 2105-2600

Casa Dos Espíritos

R. Floriano Peixoto, 438 Cep: 32140-580 – Contagem MG

[email protected] [email protected]

www.casadosespiritos.com.br

(031) 3304-8300

(031) 3304-8320

Casa Editora O Clarim

R. Rui Barbosa, 1070 – Centro Cep: 15990-903 - Matão - SP

[email protected] [email protected]

www.oclarim.com.br

(016) 3382-1066

Associação

Lar Da Criança Difusão

(017) 3524-9800

DPL Editora E Distribuidora

R. Cinco de Julho, 59 Cep: 04281-000 - São Paulo - SP

[email protected] [email protected]

(011) 5061-8955

(011) 5061-6495

Editora Clareon

R. Moacir Salles Davila, 804 Sala 5 – Jd Danila – Cep: 06288-20 - Osasco - SP

[email protected]

www.edicoesclareon.com

(011) 3601-2296

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APÊNDICE I

NOME DAS EDITORAS

ENDEREÇO E-MAIL SITE TELEFONES

Edições Gil

R. Cica, 1740 Bl 1 Apto 401 Cep: 13206-475 - Jundiaí - SP

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www.edicoesgil.com.br

(011) 4587-1344

Ide Editora Instituto De Difusão Espírita

Av. Otto Barreto, 1067 Distrito Industrial – SP Cep: 13602-970

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www.ideeditora.com.br

(019) 3541-0077

(019) 3541-0966

Editora Allan Kardec

Av. Theodureto de Almeida Camargo, 750 - Vila Nova - CEP: 13.075-630 - Campinas - SP

[email protected]

www.allankardec.org.br

(19) 3242-5990

Editora Espírita Fonte Viva

Rua Dona Eusébia, 100 - CEP:31814-180 - Providência BH MG

www.fonteviva.com.br

(31) 3433-0400

Editora Inede

Rua: Suassuí, 266 - Bairro: Carlos Prates - Belo Horizonte Minas Gerais

[email protected]

www.inede.com.br/editora.htm

(031) 3278-0072

(031) 3278-2621

Editora Petit

Rua Atuaí, 383 Cep 03646-000 São Paulo - SP - Brasil

[email protected] [email protected]

www.petit.com.br/site

(11) 2684-6000

Lachâtre Editora

Caixa Postal 60021 - CEP 05033-970 - São Paulo - SP

[email protected]

(11) 3736-0700

(11) 3736-0707

Lake - Livraria Allan Kardec Editora

Rua do Lucas nº 84/86 - CEP: 03005-000 - São Paulo-SP

(011) 3229-1227

(011) 3227-5714

Livraria Espírita Joana De Ângelis

Rua do Catete, 347 Loja 07 Largo do Machado - RJ

www.livrariaespiritaja.com.br

(21) 2265-

2065

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APÊNDICE I

NOME DAS EDITORAS

ENDEREÇO E-MAIL SITE TELEFONES

Livraria FAE

Rua Fernandes Potalegre, 42 - Jardim Maringá - 03523-000 São Paulo - São Paulo [email protected]

(11) 2651-6498

Livraria Mundo Espirita

Rua Abílio Ramos nº248 - Bairro Macedo - 07113-090 Guarulhos - São Paulo

[email protected]

www.sinalverde

livros.com.br (11) 6409-

1540

Paidéia

[email protected]

www.editorapaideia.com.br

Observação : Há dezenas de distribuidoras de livros espíritas. Solicite das editoras os endereços das distribuidoras mais próximas de sua cidade e ao Boletim da FLE, as que fornecem os livros em consignação para as FLEs.

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APÊNDICE II

Controle de Vendas Por Título Relação dos Livros Vendidos em Feiras do Livro Espírita de .....

Títulos 2011 2012

Ação e Reação 7 8

Acenos do Infinito - 4

Adeus Solidão - 5

Afinal, Quem Somos? 6 3.o 2

Agenda Cristã 10 8.o 16

Além do Inconsciente 0 -

Além e a Sobrevivência do Ser 4 3

- Os títulos são colocados em ordem alfabética, para facilitar a verificação e consulta nos próximos anos;

- O símbolo “0” (zero) significa que o livro estava exposto na Feira e não vendeu nenhum exemplar. Ex. O livro Além do Inconsciente foi exposto em 2001 e não vendeu nenhum exemplar.

- O símbolo (-) (hífen) significa que o livro não foi exposto na Feira. Ex. O livro Adeus Solidão não foi exposto em 2001.

Os símbolos “3.o e 8.o” significam que os respectivos livros foram apresentados e esgotaram-se no terceiro e oitavo dia da Feira, respectivamente. Podem ser substituídos por um asterisco significando apenas que os livros esgotaram-se durante a Feira daquele ano. Ex. O livro Agenda Cristã, no ano de 2002 esgotou-se no 8º dia da Feira e foram vendidos dezesseis exemplares no mesmo ano.

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APÊNDICE III

Relatório de Resultados Cidade: Estado: População: habitantes

Promoção: (CONFEESP,UNIME,UME,CENTRO ESPÍRITA,MOCIDADES,ETC)

Período de realização: ( anual, etc)

Duração da FLE: (semana, etc)

Horário: (das 8,00 às 22,00 horas, etc)

Época de realização da FLE: (mês de após o dia 10, etc)

Local: (praça pública: identificar com o nome)

Modalidade: (barraca própria, etc)

Endereços: (Centro Espírita, coordenador, etc)

Nº de FLEs realizadas:

II Feira do Livro Espírita: (especificar)

Data:

Nº de exemplares expostos:

Nº de títulos expostos:

Nº de livros vendidos:

Descontos concedidos:

Desconto nas obras de Kardec:

Relação dos 10 livros mais vendidos:

1º E. S. E. nº livros:

2º CI. nº livros:

etc. :

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14ª Reunião

AS OBRAS BÁSICAS E SUA IMPORTÂNCIA Nossos Horizontes

Os nossos limites são estabelecidos pela importância que damos ao que nos cerca, ao que possuímos, ao que sabemos e aos novos horizontes que estabelecemos para nosso futuro. Como exemplo, podemos citar:

Quem não acredita em vida futura, apenas valoriza o dia de hoje instituindo a eutanásia e o aborto, como vemos em alguns países (ignorância da lei de Causa e Efeito quanto ao aspecto espiritual);

Quem crê apenas em uma vida e depois na vida eterna, valoriza os restos mortais que considera possível de reorganizar-se num corpo físico no dia da ressurreição, pensando conquistar o céu apenas pela observância de alguns preceitos religiosos (ignorância por falta de estudo e de condição evolutiva para aceitar um horizonte mais amplo, associado muitas vezes ao comodismo ou fanatismo);

Quem crê na reencarnação vê na vida atual apenas um degrau da escala evolutiva e sente-se na obrigação de superar seus limites quando desperta para essa realidade (ver em “Nas Pegadas do Mestre”, o artigo “O Destino da Criação”, de Vinícius, página 82, edição FEB);

O Expositor

A adoção das ideias reencarnacionistas surge a partir da dificuldade em aceitar as hipóteses anteriores: dúvidas e dificuldades não resolvidas, e da apresentação clara e objetiva dos princípios da Doutrina Espírita. Essa condição para a aceitação exige de quem a apresenta, um conhecimento adequado da Doutrina, de modo a esclarecer o seu ouvinte e convencê-lo dessa realidade, para que possa assimilar o seu conteúdo. A primeira impressão é condição fundamental para estabelecer a convicção, além da perseverança na aprendizagem e da sua vivência. Observam-se muitos casos onde o próprio expositor não possui essa condição, buscando apoio para sua tarefa em fontes de consulta que não apresentam perfeita sintonia com os princípios da Doutrina, representando apenas a opinião do autor. É necessário comparar essas opiniões com as das Obras Básicas e as de outros autores, para melhor avaliar o que deverá ser apresentado ao público. O expositor não pode se deixar encantar apenas por um autor e suas idéias, mas, manter o senso crítico que nos deixou Allan Kardec, quando afirmou “é melhor rejeitar nove verdades a aceitar uma mentira”. Existem expositores que não têm profundo conhecimento da Doutrina, mas possuem bom senso, bom conhecimento da vida e do Evangelho, o que lhes dá condições razoáveis de desenvolver sua tarefa. Esta observação é feita porque em muitas Casas Espíritas faltam expositores devidamente preparados e isto leva seus dirigentes a lançar mãos daqueles que em melhores condições se dispõem a trabalhar. Existem também expositores que têm bom conhecimento evangélico e doutrinário, mas não conseguem transmiti-lo ao público de forma adequada, razão porque, às vezes, se ouve de alguns dirigentes a afirmação de que as pessoas não gostam de estudar, mas pode ser também que não conseguimos motivar os alunos em relação ao estudo e sua importância.

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Fazemos esta observação porque, se estivermos com dificuldade, cabe-nos buscar o aprendizado na área de comunicação para melhorar nosso desempenho e superar nossos problemas.

Outra situação que dificulta a exposição da Doutrina é a do expositor que não se prepara adequadamente para cada tarefa, o que o leva a cair em rotina e isolamento, gera falta de sintonia com o Plano Espiritual e com o seu público que, a cada dia, apresenta novas necessidades. Casas Espíritas – Sua Importância e Suas Ações As Casas Espíritas têm como superar essas situações através de algumas atitudes, como segue:

Pelo preparo de expositores;

Pela persistência dos dirigentes em manter a dinâmica na Casa (progresso pelo aprimoramento);

Pelas reuniões periódicas de estudo e análise de temas, além das melhorias nas formas de desenvolvê-las;

Pelo intercâmbio de expositores (evitar a rotina e o isolamento deles);

Pelo apoio em bases sólidas (“construir a casa sobre rochas”, que são as Obras Básicas);

Na Unidade Central são desenvolvidas reuniões com o objetivo, não de formar expositores, mas, de dar condições para que estes dinamizem suas atividades através da discussão e análise de temas que se fazem necessários à sociedade. O roteiro dessas reuniões está no tema de apresentação da RODSE/ RTC, como terceiro módulo. A Solidez das Obras Básicas A solidez das Obras Básicas pode ser percebida pelas observações a seguir:

Antes do surgimento do Livro dos Espíritos não existiam noções claras e objetivas sobre o Universo, a Vida e seus porquês como ali observados;

Trata-se da Terceira Revelação pois, como se vê em A Gênese de Allan Kardec, primeiro capítulo: “Caracteres da Revelação”, são trazidos esclarecimentos e ensinos novos que, longe de serem superados, apenas se consolidam com o passar do tempo, como ocorre com os princípios das demais ciências;

Se compararmos as afirmações contidas nas Obras Básicas, os outros autores apenas as confirmam e dilatam seus conceitos;

Os autores com teorias que pretendem considerar superiores às das Obras Básicas, apenas apresentam suas opiniões pessoais, focadas em experiências e observações que abrangem parte do que consta das Obras Básicas, acrescidas muitas vezes de rituais ou contradições, além do misticismo que encanta a muitos incautos;

As teorias, filosofias e ciências criadas a partir dos homens que não levam em conta a existência do Espírito e a Lei da Reencarnação não conseguem esclarecer as questões respondidas pela Doutrina Espírita de forma simples, objetiva e racional, perdendo-se em explicações e tentativas, sem o embasamento necessário para apresentar consistência ou credibilidade e transferem ao inconsciente tudo o que não podem responder.

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A Doutrina e Outras Interpretações

Todas as ideias, interpretações e filosofias que não tenham embasamento sólido como as que nos foram trazidas pelos espíritos elevados, capitaneados pelo Espírito da Verdade e que deram origem à Codificação, tendem a desaparecer como afirmou Allan Kardec. Frequentemente surgem modismos como pirâmides e tentativas de introduzir práticas comuns a outros credos. A nossa ignorância na condução da doutrina e sua consequente deformação pode retardar, mas não impedir que a verdade prevaleça, porque ela sempre ressurge e se impõe por si própria. Allan Kardec afirma que o Espiritismo é uma Doutrina que se basta a si mesma, sem empréstimos nem acréscimos artificiais. A Doutrina Espírita não veio ao mundo para competir com as outras religiões, mas para dar-lhes suporte e fazer frente ao avanço do materialismo, observando-se que:

A característica religiosa do Espiritismo consta da Revista Espírita de dezembro de 1868, última afirmação de Allan Kardec enquanto encarnado a respeito do assunto, revogando o que havia sido falado até então, porque os homens a enquadrariam como mais uma religião, nos moldes de como a conheciam antes;

Pela divulgação dos princípios e ensinamentos espíritas, a ideia da reencarnação está se tornando cada vez mais aceita pelo homem;

A atividade mediúnica, embora não dentro dos padrões espíritas, está se difundindo, o que não acontecia antes devido à opressão e por seu conhecimento estar circunscrito somente aos iniciados, o que revela influência do que é superior em reação ao inferior.

Cabe aos expositores adquirir os conhecimentos necessários para divulgar a Doutrina, de modo a desfazer dúvidas, más interpretações, deturpações próprias da ignorância e da má fé dos que não aceitam a Terceira Revelação. A mensagem é nova porque muitos a ignoram e, ao tomarem contato com ela, passará a ser um divisor de águas para eles.

A Lógica do Surgimento da Doutrina Espírita O expositor deve ter em mente que houve uma programação lógica para o surgimento da Doutrina Espírita, ao contrário de outras doutrinas que sugiram em consequência da mediunidade e da discordância em relação à religião que prevalecia em cada época. Numa dimensão maior do item acima e não por dissidência ou mediunismo, temos a Primeira e a Segunda Revelação que foram individuais e localizadas como se fazia necessário. A Terceira Revelação foi coletiva, espiritual e divina (proveniente dos Espíritos Superiores a serviço de Deus) e científica, resultante da experimentação, da observação e do trabalho dos homens e se baseou em fatos, cujas pesquisas adotaram os mesmos métodos e procedimentos da ciência oficial. A Terceira Revelação é universal porque adotou os ensinamentos de Cristo que são endereçados a todos os povos; é expressão da verdade, porque confirma o que antes eram apenas hipóteses (vide A Gênese, de Allan Kardec), referente às três revelações.

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As Fases do Surgimento do Espiritismo

De 1818 a 1857 – revelação divina como fato resultante da iniciativa dos Espíritos, independente da vontade humana;

De 1857 a 1864 - Foi a fase filosófica, com a dedução e compilação pelo homem das instruções procedentes dos Espíritos;

Após 1864 – Foi a fase da aplicação pelo homem da Doutrina Espírita, desde 1857, como fundamentos da Religião Natural.

Divisão apresentada por Canuto de Abreu no Livro dos Espíritos quando do seu centenário em 1957.

O Que é a Doutrina

A Doutrina Espírita é um verdadeiro manancial de ensinamentos transcendentais, fruto de um plano estabelecido pela Espiritualidade, com a ação conjugada pelos dois planos, o espiritual e o material, tendo como seu representante maior no plano físico, a figura ímpar de Allan Kardec. Desse trabalho harmonioso e conjugado resultou o movimento doutrinário-filosófico e científico-moral, que, caso contrário, resultaria num conjunto de crenças místicas e espiritualmente inexpressivas, ou ainda num sistema de fanatismo e negação. Os seus continuadores diretos fizeram também sua parte, consolidando a Doutrina, cabendo à posteridade estudá-la, respeitá-la, propagá-la e vivenciá-la. Como o Evangelho de Jesus, que passa sua mensagem com palavras e exemplos simples, mas que se mantêm sempre atuais, o ser humano consegue perceber novos horizontes e novas interpretações na medida em que evolui. Fato semelhante se observa em relação à Doutrina Espírita, que nos transmite os ensinamentos básicos, que perduram por estar em sintonia com os ensinamentos de Jesus e com as Leis Naturais ou Divinas. Por ser uma doutrina evolucionista, acompanha permanentemente a evolução com ensinos e pesquisas complementares. A codificação das Obras Básicas no plano físico coube a Allan Kardec que, com sua cultura, moral e capacidade organizacional, deu forma lógica e didática aos ensinamentos recebidos de todas as partes do mundo de então, resultando numa obra acessível a todos, escrita de forma simples e com estilo, com qualidades tradicionais de correção e concisão, clareza e harmonia, sem faltar originalidade e vigor. Deolindo Amorim nos apresenta nos Anais do Instituto da Cultura Espírita do Brasil, volume III, página 141, que, quanto à substância da obra e as conclusões: a) Os fenômenos em que a Doutrina se apóia não foram desmentidos pela

experiência, no tempo e no espaço, antes pelo contrário têm sido confirmados em abundância;

b) As teses que a Doutrina sustenta não foram substituídas por outras mais exatas e convincentes, antes permanecem como que evidentes por si mesmas;

c) Os problemas expostos pela Doutrina continuam aguardando solução, que a cegueira espiritual dos homens não encontra porque se esquiva do cumprimento dos postulados do Espiritismo;

d) As soluções da Doutrina, porque alicerçadas nos Evangelhos de Jesus, continuam válidas para todos os problemas que afligem a Humanidade.

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Os Princípios Básicos da Doutrina Espírita

Esses princípios podem ser estudados nas Obras Básicas, sendo apenas citados abaixo: a) Deus e sua existência; b) A evolução e o progresso contínuo dos seres e dos mundos constituem-se

numa lei Divina a que está sujeita toda a Criação; c) A Reencarnação como fator de progresso e a lei de Causa e Efeito como

alavancas da evolução; d) A sobrevivência do Espírito, comprovada pela experimentação; e) A mediunidade, faculdade que permite o intercâmbio entre os dois mundos: o

físico e o espiritual. As Obras Básicas, entre outros ensinamentos, trazem esclarecimentos sobre o ser humano e sua evolução, abrangendo o indivíduo e sua constituição:

Espírito (inteligência);

Perispírito (corpo fluídico, matéria menos densa);

Corpo físico, carnal (matéria densa);

Suas funções;

A evolução biológica e espiritual. A Literatura Espírita Além das Obras Básicas compreendidas por: 1) O Livro dos Espíritos; 2) O Livro dos Médiuns; 3) O Céu e o Inferno; 4) O Evangelho Segundo o Espiritismo; 5) A Gênese; A literatura espírita tem as obras complementares de Allan Kardec: 1) Obras Póstumas; 2) Viagem Espírita em 1862; 3) O que é o Espiritismo; 4) O Espiritismo em sua Expressão Mais Simples; 5) Instruções Práticas Sobre as Manifestações Espíritas (as três últimas obras

estão agrupadas e formam o livro Iniciação Espírita); 6) Revista Espírita (seleta fiel das lutas e trabalhos incessantes de Kardec, além

do gigantesco esforço na condensação de grande parte do material de que se compõem as Obras Básicas).

Além das obras de Allan Kardec temos as obras complementares ou suplementares de autores clássicos e atuais. Essas obras detalham e relatam suas experiências, notando-se nitidamente as condições e princípios de vida, bem como suas lutas e perspectivas. Nota-se a elevação maior de Allan Kardec, quando diante dos ataques e oposições que sofreu, soube manter o equilíbrio e não repassou as dificuldades que eram da época e não cabiam nas Obras Básicas, porque estas tinham um objetivo maior, além de conveniências pessoais do momento, ainda que sérias e relevantes.

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Interação e Integração das Obras Básicas Núcleo: O Livro dos Espíritos Sob este conceito, O Livro dos Espíritos faz-se básico de toda a Codificação e se relaciona da seguinte forma com os demais livros: Parte I – Deus, Elementos Gerais do Universo, Criação, Princípio Vital. Parte II, capítulo V – Dos Espíritos, Encarnação, Retorno à Vida Espiritual, Pluralidade das Existências e Considerações sobre a Pluralidade das Existências. 1) O Livro dos Médiuns, parte II, capítulo VI em diante: Vida Espírita, Retorno à

Vida Corporal, Emancipação da Alma, Intervenção dos Espíritos no Mundo Corporal, Ocupações e Missões dos Espíritos, Os Três Reinos.

2) O Evangelho Segundo o Espiritismo, parte III: Leis Morais; A Lei Natural ou Divina, a de Adoração, a do Trabalho, a de Reprodução, a de Conservação, a de Destruição, a de Sociedade, a do Progresso, a de Igualdade, a de Liberdade, a de Justiça, Amor e Caridade, a de Perfeição Moral.

3) O Céu e o Inferno, parte IV: Esperanças e Consolações, Penas e Gozos Terrenos e Futuros.

4) A Gênese, Parte I, Capítulos II, III e IV: Elementos Gerais do Universo, Criação, Princípio Vital;

Parte II, Capítulos IX, X e XI: Intervenção dos Espíritos no Mundo Corporal, Ocupações e Missões dos Espíritos, Os Três Reinos;

Parte III, Capítulo IV: Lei de Reprodução (problemas genéticos), Evolução Física da Terra.

5) O Que é o Espiritismo: Introdução e prolegômenos. O Trabalho Expositivo Espírita O trabalho expositivo no meio espírita pode ser muito facilitado quando apoiado em obras que relacionam as fontes de consulta, como o Vade Mecum Espírita, de Luiz Guimarães, no qual são apresentadas, com riqueza de detalhes, as fontes de consultas pouco estudadas. Essa obra não se preocupa com a orientação no campo expositivo, porém facilita o trabalho de pesquisa e cabe ao expositor, estudante ou dirigente a responsabilidade de observar e retransmitir os ensinos das obras relacionadas. A Área Federativa da FEESP organizou em forma de livro, a partir de reuniões de estudos com os expositores, o Guia Orientativo ao Expositor Espírita. Esse trabalho é voltado para todos os que necessitam desenvolver temas relacionados com a Doutrina Espírita, o Evangelho de Jesus e outras questões que se relacionam com o meio espírita. Objetivando a dinamização do trabalho expositivo, foi formado um grupo de estudos e de levantamento de fontes de consultas e, a partir daí, gradativamente, foram preparados os temas. A importância dessa obra aumenta, na medida em que as necessidades do ser humano se avolumam devido às tribulações da vida moderna, com a diminuição do tempo e a obrigação de racionalizar o seu estudo.

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Essa obra resgata outras de valor, que ficaram em segundo plano, devido a lançamentos, muitas vezes, de qualidade duvidosa. Com o uso dessa obra podemos planejar o trabalho expositivo na Casa Espírita e o de uma série de exposições, como as Semanas e Meses Espíritas e cursos diversos nas suas dependências, obter-se a racionalização na organização, na sequência de temas e na distribuição de responsabilidades, tornar as atividades mais atraentes, produtivas, objetivas e alcançar melhores resultados. Com a formatação dos temas, tendo sempre que possível, as Obras Básicas como referência, acrescidas das obras complementares idôneas, evita-se os tão frequentes devaneios e a falta de objetividade no desenvolvimento de palestras e aulas. A organização dos temas dá maior segurança ao expositor, que pode focar com mais profundidade o seu desenvolvimento, citando que os outros aspectos serão abordados em reuniões ou palestras já programadas, uma vez que se tome o cuidado de, ao pesquisar, objetivar os assuntos de acordo com o que é abordado nas Obras Básicas (um tema não interfere no outro). A estruturação dos temas, como pode ser verificado no Guia ao Expositor Espírita, apresenta:

Os objetivos a serem atingidos;

As fontes de consultas que podem estar no início ou no final do tema;

Sugestões do que falar na introdução;

Como desenvolver cada tema;

Como concluir cada tema.

O detalhamento no uso do Guia tem como objetivo mostrar e facilitar o uso das Obras Básicas no trabalho expositivo. Observar como, em muitos temas, existe a citação de mais de uma fonte de consulta, além das Obras Básicas, sendo que em cada obra a questão abordada se complementa;

Fonte de consulta complementar para o desenvolvimento desses temas: O Espiritismo Básico, de Pedro Franco Barbosa, edição FEB.

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15ª Reunião

A SINTONIA ENTRE O EXPOSITOR E O PÚBLICO

A sintonia entre expositor e público não deve ser vista apenas como é apresentada pelos autores que não consideram a realidade espiritual. Nesse caso, a sintonia é tida como a capacidade de o expositor estimular o ouvinte, para que estimulado se interesse pelo que está sendo apresentado. A capacidade do expositor, neste caso, é devida ao seu preparo, tanto na forma de expor como de tornar o assunto interessante. Se olharmos por esse ângulo consideraremos que, para alguém se interessar por um assunto, este deve despertar e prender sua atenção, além de lhe acrescentar algum conteúdo. No meio espírita a sintonia entre o expositor e o público tem um fator a mais que é a atuação do Plano Espiritual. Ela existe mesmo que não considerada pelos autores não espíritas porque não depende da nossa opinião ou da nossa aceitação. Por que o Plano Espiritual atua?

São desconhecidos seus objetivos ao atuar no decorrer de uma palestra, aula, diálogo ou outras situações, mas podem ser por razões várias, como:

Participar cabalmente do processo de aprimoramento de um equipamento; de um processo produtivo ou inventivo. Muitas invenções são apresentadas como oriundas do acaso ou de uma experiência além do que estava sendo planejado. Não seria o caso de uma intuição espiritual?

Em outras situações de dificuldades, se estivermos imbuídos de vontade firme para resolver determinado problema, encontraremos solução após uma noite bem dormida. Não está aí a sintonia entre desencarnados e encarnados que trabalham com um objetivo comum?

Isto também ocorre com os expositores e escritores que apresentam diferentes horizontes de um problema. Nesse caso, as ideias podem fluir da forma como foi apresentada acima, ou ainda podem surgir ideias ou se apresentarem quadros que facilitem novas interpretações, até mesmo durante as exposições.

É comum ouvirmos algumas pessoas afirmarem que, para escrever ou estudar, conseguem resultados melhores de madrugada, o que mostra que nesse período elas conseguem melhor sintonia. Devemos observar que para que isso ocorra é necessário o encarnado ter firme propósito ou objetivo a atingir.

Pode parecer estranho associar o trabalho inventivo ou criativo no campo material com o trabalho expositivo, porém, existe perfeita correlação entre ambos se considerarmos a resposta dada por um inventor quando indagado sobre como conseguia desenvolver seus inventos: “eu observo o quê ou do

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quê as pessoas reclamam e procuro a solução”, isto é, a sintonia no caso

do expositor, com seu público e com a Espiritualidade. O que leva alguém a escrever um livro ou desenvolver o trabalho expositivo?

O interesse em apresentar soluções para os problemas levantados pelo público. Todo aquele que desenvolve sua tarefa tendo esse objetivo maior consegue a sintonia necessária com o Plano Espiritual e alcança resultados melhores do que aquele que não trabalha objetivando aprimorar a sensibilidade e como consequência não obtém a sintonia. Os reflexos da falta de sintonia são perceptíveis, pois resultam em exposições ou aulas monótonas e desinteressantes, levando muitos expositores de bom potencial a desistir da tarefa. O mais grave é que os alunos e ou assistidos que dependiam da sua atuação para se esclarecerem e se libertarem, não o conseguiram e continuarão a tropeçar pela vida afora por falta de horizontes novos. Deduz-se que, a importância da sintonia não está apenas na forma de apresentar um assunto, mas em todo o resultado do trabalho desenvolvido e cabe ao expositor boa parte da responsabilidade por ser um elo da corrente. (Em mecânica considera-se a resistência de uma corrente à do elo mais fraco, não importando qual a resistência dos outros elos, porque é no mais fraco que ela se romperá). Essa quebra pode significar o comprometimento de uma atividade ou o seu enfraquecimento, obrigando aos que continuam um esforço redobrado. Os discípulos de Jesus e os atuais: Outro aspecto a ser considerado quando se analisa a sintonia é o ocorrido com Pedro, ainda discípulo, que junto com os outros discípulos foi questionado sobre quem ele achava que era Jesus. Pedro respondeu acertadamente, via mediunidade, sendo observado que, “sobre esta pedra, mediunidade, será erguida...” sendo logo depois censurado, porque queria demover Jesus de enfrentar as dificuldades que o aguardavam (um “elo” momentaneamente fraco na “corrente” dos discípulos). O expositor pode cair em situação semelhante, como a seguir:

O expositor desenvolve a sua tarefa e atinge os objetivos, sendo por vezes elogiado ou lhe é falado da beleza e luminosidade do Espírito que o assessorava. Caso esse expositor aceite os elogios, por vezes, até na forma de aplausos, há quebra de sintonia com os que o assistiam.

Nem sempre o expositor conhece e atenta para o episódio em que o apóstolo Paulo afirma sobre o espinho que o atormentava, para que não se envaidecesse (deve-se transcrever a fala de Paulo).

O expositor pode ser assediado por Espíritos que se sentem incomodados com as colocações e afirmações que faz em suas atividades e, aproveitando-se de um momento de sua invigilância, ataca-o em seu ponto fraco, seja ele qual for, causando-lhe graves transtornos.

Há ainda a situação em que este fica fascinado, imaginando ser dele todo o mérito do bom resultado de seu trabalho, passa a sintonizar com aqueles que alimentam sua vaidade e o levam à queda.

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Como evitar e superar estas situações.

O expositor deve cultivar a humildade. A palavra “cultivar” define perfeitamente a postura, pois é como se faz com a planta delicada que exige constante atenção para que cresça viçosa e produza.

Sempre que for desenvolver uma tarefa, colocar-se à disposição do Plano Maior através do estudo e meditação sobre o objetivo de seu trabalho e, com prece fervorosa, pedir o amparo para que venha a ser instrumento fiel dos seus desígnios.

Procurar viver em equilíbrio dentro da sociedade, tendo a consciência de que, se no nosso mundo íntimo somos a pessoa mais importante na face da Terra, no conjunto, temos apenas valor relativo, próprio do estágio evolutivo que conquistamos.

Não alimentar ilusões de ser o melhor ou o mais importante expositor, mas trabalhar para ser um instrumento cada vez mais apropriado para as necessidades ao seu redor.

Não valorizar os comentários que são feitos, posicionar-se e ponderar: - Somos instrumentos do Plano Espiritual, portanto fizemos apenas nossa

parte. - Se a mensagem foi útil e tocante para quem elogia, estimulá-lo para que a ponha em prática.

Quando pressentir o assédio de espíritos que queiram perturbá-lo ou quando perceber que não consegue superar a vaidade, deve proceder a uma leitura evangélica e com prece fervorosa pedir o auxílio do Plano Maior; naturalmente as coisas se normalizarão.

Se houver persistência no assédio, buscar auxílio na assistência espiritual na casa em que trabalha.

Trabalhar e estudar sempre e não permitir que a rotina gere acomodação, estacionamento e paralisia.

Valorizar todas as tarefas e não se preocupar com sua dimensão ou aspecto.

O trabalho desenvolvido junto a um grupo pequeno tem tanto valor, ou até mais, do que junto a um grupo grande, porque são aqueles que vão dar condições para que o grupo cresça e no grande há muita desistência, evasão ou sobra.

- Se falarmos a um grupo de cem ouvintes e apenas dez aplicarem os ensinos informados tivemos um rendimento de 10% (sintonia relativa).

- Se falarmos para três ou quatro e todos se engajarem na tarefa, tivemos um rendimento de 100% (sintonia plena). Jesus esclareceu essa condição na Parábola do Óbolo da Viúva.

O medo e as dificuldades íntimas Assim como os discípulos que tinham o apoio pessoal do Mestre fraquejavam e recuavam diante de certos desafios, acontece ainda hoje com colaboradores e candidatos ao trabalho que recuam e, por vezes, abandonam a tarefa vislumbrada. Essas dificuldades podem ser resultantes de situações vividas pelos aspirantes e que o traumatizaram, não cabendo, pois, qualquer condenação mas, sim, apoio para auxiliá-los na superação.

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Sempre que o medo e as lembranças são mais fortes, não se consegue a necessária sintonia com o Plano Maior. (O colaborador pode buscar orientação no tema: “Como superar o medo de falar em público”). Existem situações particulares como a compulsão, que nem sempre o colaborador consegue superar sozinho, devendo, então buscar auxílio na assistência espiritual em Entidades que apóiam os que a procuram. Deve ser lembrado que a superação exige vigilância e afastamento de situações que gerem recaídas de forma permanente. Trabalho e Superação Assim como Jesus confiou nos discípulos titubeantes, sabendo que sairiam daquela condição para a de apóstolos, o Plano Espiritual confia, ampara e direciona os postulantes atuais, sabendo também que se tornarão discípulos operosos. Todo aquele que enfrenta as situações citadas e que já despertou para uma realidade nova e maior está nas condições observadas por Paulo Alves de Godoy no livro “O Evangelho Pede Licença”, edições FEESP, no título “A Tentação”, baseado no Evangelho segundo Matheus 26:41, devendo confiar no apoio do Plano Maior e aprender a usar o que considera como fator de limitação (seu passado) para apoiar os que precisam de ajuda, de uma palavra de estímulo, orientação ou apoio. Só quem conhece de perto as dificuldades, por vivência própria ou por assistir aos necessitados, tem autoridade para falar com pertinência e obter a sintonia necessária para atingir os resultados almejados. O expositor e a sintonia com os auxílios audiovisuais. O expositor deve trabalhar com o material com que melhor se adapte, para que não perca sua fluidez ao falar; não deve se envolver pela ilusão de que, utilizando um ou outro aparelho de auxílio, poderá falar melhor; se tem condições e facilidade para falar apoiando-se no uso do quadro de giz, deve utilizá-lo, o mesmo ocorrendo com relação a outros recursos. Cada recurso se presta melhor para um tipo de apresentação e cabe ao expositor aprender utilizar o que melhor lhe convém, tomar cuidado de não ficar engessado apenas em um, porque pode perder a naturalidade e se transformar em rotina, isto é, o público conhecer de antemão como será a exposição e não causar o impacto desejado. Outro fator que pode quebrar a sintonia do expositor com o público é usar material preparado por outro expositor, sem que tenha participado da sua montagem e preparação, pois provavelmente ele não saberá a sequência preparada, que pode não ser igual à que ele usaria. O material de uso comum é útil quando se trata de temas técnicos, em que a sequência deve ser a que foi dada quando do preparo, cabendo ao expositor estudar e se colocar em condições de sintonia com este e automaticamente com o público.

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A Sintonia no trabalho expositivo

O Preparo

O expositor ao preparar um tema pela leitura, estudo e meditação sobre situações vividas por ele próprio ou por outros, percebe um horizonte novo e além de suas limitações. Essa percepção pode ser observada ao reler um texto escrito anteriormente, notando que muitas das colocações lhe parecem novidades, o que mostra que, ao escrevê-las, houve sintonia com quem as inspirou ou intuiu. A continuidade desse apoio virá com o trabalho junto ao público ouvinte que está em busca de soluções necessárias para as suas necessidades. Quem está comprometido e buscou preparar-se, estará naturalmente sintonizado com o Plano Espiritual, confiará plenamente no apoio que virá dele. Obs.: Sempre que escrevemos um texto ou preparamos uma aula, devemos

submetê-lo, se possível, à análise de alguém capacitado para as devidas correções e possíveis aprimoramentos. Costumeiramente surgem dificuldades as mais diversas nos dias de trabalho, razão pela qual, sempre que possível, o preparo convém ser feito com antecedência. Essas situações podem ser consideradas como um teste de persistência e avaliação de desempenho, como ocorreu quando Jesus acalmou a tempestade ou quando andou sobre as águas. Mesmo que no dia aprazado o Expositor não tenha tempo de reler e reestudar o tema, tendo ele mantido serenidade diante desses testes, acreditando sempre que é possível, pedirá mentalmente o amparo no meio da tormenta que o cerca e fará preparo eficiente para o bom desempenho da tarefa. Ao se apresentar para a tarefa deverá se colocar à disposição do Plano Espiritual com humildade, como instrumento à disposição, sem medo e sem culpa. Essa postura de esforço e dedicação consciente funciona como procedimento de ligação e sintonia e passará, a partir daí, a receber do Alto as inspirações necessárias. Nessa hora desaparecem dificuldades como o cansaço, a rouquidão, a tosse persistente, problemas com o trânsito, dentre outros, que deverão ser enfrentados com paciência. Tais dificuldades ressurgirão naturalmente depois do término do trabalho, porém, em condições mais brandas. Até mesmo as anotações e preparo de material que ficaram esquecidos, devido ao dia tenso e difícil, deixam de ter valor porque a atuação do Plano Espiritual supre todas as necessidades. É preciso confiar e não duvidar em momento algum. Sintonia na Tarefa Enquanto o expositor aguarda o início da reunião, mesmo que seja por alguns limitados instantes, devido às dificuldades para chegar, (o ideal é que ele tenha de 10 a 15 minutos de antecedência para perceber o ambiente e suas necessidades), deve pedir o amparo do Alto e se colocar à sua disposição. Esse procedimento se prolonga durante a preparação de ambiente, acompanhando a prece com fervor. Não usar em hipótese alguma os chavões já desgastados que não ajudam em nada, como:

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Vamos esquecer nossas dificuldades... (As pessoas foram em busca de soluções e as esperam, não lhes sendo possível desligarem-se automaticamente como se fossem instrumentos).

Vamos iniciar nossa reuniãozinha, sabendo de nossa pequenez e incapacidade...

Qualquer reunião, por mais simples e diminuta, com qualquer número de freqüentadores é sempre importante porque, nesse momento, estamos fazendo o que julgamos ser mais acertado, pois, ao contrário, estaríamos desenvolvendo outra atividade.

Toda reunião deve ser valorizada como forma de conseguir um resultado positivo, tanto na parte assistencial como na de esclarecimento ao público presente.

Como iniciar então? Pelo dirigente:

Agradecendo pela oportunidade bendita de estarmos novamente reunidos para continuarmos o aprendizado e a superação de nossas limitações.

Agradecer a Jesus e aos Mentores Espirituais da Casa pela oportunidade de participarmos dessa reunião fraterna, que tem o objetivo de nos esclarecer e libertar em busca de maior equilíbrio.

Que, nesse momento, ao iniciarmos a reunião (de estudo ou assistência), mentalizemos a figura meiga de Jesus e seus auxiliares nos assistindo e amparando.

Reunião com colaboradores

Agradecemos a Jesus a oportunidade de estarmos juntos novamente, na busca de harmonização e progresso da equipe de trabalho, objetivando o desenvolvimento e a dinamização das atividades desta Casa. Obs.: Há outras formas de fazê-lo, devendo o dirigente estar sintonizado, para que as palavras fluam e surtam os resultados necessários.

Pelo Expositor

Ao assumir a tribuna, fazê-lo de forma tranquila, mesmo sentindo o peso da responsabilidade do momento; olhar diretamente para o público com um sorriso e cumprimentá-lo amistosamente.

Posicionar papéis e livros sobre a tribuna e iniciar a palestra ou aula.

Os auxílios audiovisuais não devem ser preocupação do expositor, por terem sido ajustados previamente.

As formas de iniciar uma Reunião Espírita podem se assemelhar às abaixo, para enlaçar o expositor, o público e o Plano Espiritual: Para reunião pública em geral e Assistência Espiritual

Após o cumprimento convidar o público para juntos, mentalmente, agradecerem ao Alto a oportunidade de estarem reunidos mais uma vez, pedindo que meditem sobre as situações que antecederam a reunião: situações boas e problemas que surgiram e não foram resolvidos a contento. Pede-se então que pensem nas razões que os trouxeram à reunião e o que imaginam conseguir. Após este momento de meditação leva-se o público a

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pedir conosco, ao Plano Espiritual, que tenhamos a mente aberta para perceber o que nos é importante e que, tanto o expositor como os outros colaboradores, possam ser fiéis intérpretes a fim de que cada um receba a resposta que necessita.

Obs.: Dessa forma trazemos o público para o ambiente da reunião, tirando-o da

condição mental de sofrimento e pensamento em choque, para depois induzi-lo a se ligar com o Plano Maior e a seguir, situá-lo na condição de participante ativo, que é o ideal, para absorver novos conceitos e orientações.

Note-se que o necessitado vê nessa situação a oportunidade de se livrar de seus problemas, agarrando-se ao seu protetor.

Quem já está um pouco mais liberto vê nessa chamada a oportunidade de encontrar respostas para suas dúvidas e fica atento ao que é falado.

Nesse meio, encontramos também os que estão desanimados e descrentes, devido às rudes provas que enfrentam, sem perceberem as respostas apropriadas; os incrédulos que foram encaminhados por algum conhecido ou que foram induzidos a entrar como que por acaso. Estes reagem em geral, com pensamentos como: “ Taí, quero ver se vou receber a resposta que preciso”.

Esses últimos foram convidados com o argumento: “Vai lá, não desista, quem sabe você não recebe uma palavra que o auxilie”.

Como reação de cada um é emitido o pensamento que o angustia, que captado pelo Plano Espiritual é retransmitido para o expositor na forma de ideias ou imagens captadas, muitas vezes sem o perceber, passando a abordar as questões dentro das necessidades dos ouvintes. É importante observar ainda, que, se houver comprometimento do expositor, esse triângulo se acentua, pois na medida em que o ouvinte recebe uma resposta para as suas necessidades se entusiasma, emitirá novos pensamentos e dinamizará a reunião como um todo. A forma de iniciarmos com os alunos e colaboradores

Orienta-se que cada qual peça ao Plano Espiritual para que receba amparo e tenha a mente aberta, dedicando-se com afinco à aula e à tarefa para que possa estar receptivo ao auxílio necessário, aclarando sua mente e dando-lhe também coragem para enfrentar as dificuldades lá fora.

No decorrer da reunião

O expositor precisa estar preparado para perceber as reações do público e até alterar a sequência do que tem a expor, de modo a manter o interesse e a atenção do ouvinte. Obs.: Um assunto pode se tornar interessante ou cansativo, dependendo de

como ele é abordado e do tempo utilizado, em função da capacidade dos ouvintes de se manterem atentos e interessados na exposição.

O expositor não deve prolongar o tema simplesmente porque precisa ocupar o tempo que lhe foi dado, sendo preferível encerrar quando perceber que os ouvintes começam a manifestar cansaço.

Todo ensinamento transmitido quando o público está desinteressado é nulo.

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O expositor precisa ter habilidade para saber adaptar o assunto de acordo com o que captar do público, variar a forma de apresentação e utilizar exemplos que melhor reflitam as circunstâncias detectadas:

Exemplo: A nossa evolução pode ser comparada à construção de uma parede, onde assentamos diariamente um tijolo, simbolizando o aprendizado e firmando essa parede com a argamassa da experiência diária. Exemplos simples como o acima falam muito mais do que um de difícil entendimento, porque todos os entendem e os associam facilmente às suas próprias experiências. No encerramento Ao encerrar, não o fazer de forma brusca ou imprecisa como às vezes acontece. Exemplos:

Era o que eu tinha a dizer.

Espero que o tema tenha atendido às expectativas.

Desculpem-me por alguma falha, vindo a seguir, um rosário de desculpas que derrubam tudo o que foi apresentado. O expositor deve saber que, às vezes, ele não falou o queria, mas o que o público precisava ouvir.

O expositor deve fazer um breve resumo do que foi apresentado e comprometer o público, fazendo votos de que este retorne ao lar com brevidade e segurança e para que, durante a semana, possa exercitar o que foi apresentado.

Os ouvintes devem retornar ao seu dia-a-dia dispostos a por em prática o que absorveram e desejar voltar na próxima reunião para receber novas orientações.

O expositor pode ainda desejar uma boa semana, coragem e bom ânimo para superarem os obstáculos que possam surgir, não importando se não conseguirem superar todos, pois estaremos juntos na próxima reunião e continuar nosso aprimoramento.

Esta forma de falar mantém a sintonia do expositor com o público e deste com o Plano Espiritual no período entre as reuniões, dinamizando assim, as tarefas no Movimento Espírita, no lar, no trabalho profissional, bem como no relacionamento geral entre os semelhantes. ANOTAÇÕES

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16ª Reunião – 1º Tema

EMPREGADO OU VOLUNTÁRIO

Sabemos que toda sociedade espírita tem seu trabalho voltado para a assistência ao próximo, seja no âmbito social ou no campo espiritual, visando o auxílio desinteressado aos irmãos necessitados, sob a bandeira da caridade e do amor ao semelhante, como ensinado e exemplificado pelo mestre Jesus e seus seguidores, entre eles Paulo, Allan Kardec, Bezerra de Menezes, Francisco Cândido Xavier e tantos outros. A maioria de nós, ao chegar a uma casa espírita, normalmente trazida pela dor, se surpreende com o carinho e dedicação que nos prestam pessoas estranhas, que, quase sempre, nunca vimos antes – desconhecidos que nos tratam amorosamente! À medida que somos assistidos, tratados e equilibrados, acabamos por reconhecer a conveniência e necessidade de retribuir a ajuda recebida, prestarmos serviços ao nosso alcance à Casa que nos acolheu com tanto amor, em momento difícil de nossa vida, sem nos questionar ou discriminar. Ao mesmo tempo, percebemos que a casa Espírita que nos acolheu, como tantas outras, necessita de ajuda e de colaboradores para o desempenho de suas atividades. Entretanto, para que a assistência ao próximo, de âmbito social ou de natureza espiritual, se concretize é necessário o concurso de trabalhadores dedicados e com esse amor ao seu semelhante na prática da caridade. Para entendermos melhor o trabalho voluntário precisamos saber que além da legislação brasileira a organização americana (USA), dentre vários títulos sobre a questão, destaca que ser voluntário é: “Todo jovem ou adulto que, devido ao seu interesse pessoal, dedica parte do seu tempo, sem remuneração alguma a diferentes entidades, organizadas ou não, para o bem estar social ou outros campos de atividades”.

Antigamente, as ações sociais vinculadas à assistência social eram exercidas, geralmente, por entidades e atividades de cunho religioso. Atualmente presta-se trabalho voluntário em hospitais, creches, asilos e outros segmentos de assistência social. Alguns desses trabalhos se voltam para campos diversos da atuação humana como na educação, esporte, cultura, lazer, assistência social e outros, mediante projetos sociais de origem pública, privada e de organizações não governamentais. Para simplificar o entendimento sobre o trabalho voluntário, necessitamos retornar um pouco ao passado, examinando a classificação econômica adotada por governos filiados às Organizações das Nações Unidas, ONU, inicialmente em três setores principais, a saber: 1. Setor Primário

- Atividades voltadas para a agricultura. 2. Setor Secundário

- Atividades industriais – produção de bens-de-capital. 3. Setor Terciário

- Atividades de serviços.

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Com maior compreensão e entendimento sobre a classificação econômica adotada, principalmente após o ano de 1950, o Setor Terciário vem despertando o interesse das pessoas com atividades econômicas focadas nele, ou seja, prestação de serviços. Para complementar essa classificação foi adotada uma norma distintiva, toda ela endereçada ao Setor Terciário, assim distribuída:

Primeiro Setor

-Trata de atividades voltadas ao poder público, como instituições governamentais de origem municipal, estadual, federal e ou mistas.

Segundo Setor

-São atividades voltadas ao empreendimento privado, controladas por empresas privadas, como:

o –industriais, na produção de bens-de-capital; o –comerciais, na movimentação desses bens, transferindo ou repassando-os

a terceiros, como agentes de compra-e-venda. Movimenta inclusive outros bens, de produção e consumo, como: alimentos, vestuário, papelaria, automóveis, etc;

o –serviços, de uma forma geral, prestados à comunidade como um todo; Neste Segundo Setor, observamos que todas as empresas têm um denominador comum, são empresas COM FINS LUCRATIVOS.

Terceiro Setor

-Enquadram-se as Entidades, Fundações, Associações, etc. A característica principal desse terceiro setor é tratar e controlar atividades de empresas no seguimento que atuam SEM FINS LUCRATIVOS.

Damos a seguir exemplo de algumas empresas, entidades ou fundações registradas como “sem fins lucrativos”:

▪ Fundação Airton Senna; ▪ Fundação Zerbini; ▪ Instituto Central de Combate ao Câncer; ▪ AACD, Associação de Assistência à Criança Defeituosa; ▪ FEESP, Federação Espírita do Estado de São Paulo; ▪ Casas Espíritas; ▪ e muitas outras entidades, associações, fundações e ONGs.

Todas elas trabalham sob a égide da Caridade e Amor ao Próximo. Muitos ainda confundem Setor Terciário com Terceiro Setor, não obstante sejam designações distintas como já vimos com as informações anteriores, cuja principal diferença é que, empresas, entidades, fundações, ONGs, não têm fins lucrativos e, de maneira geral, sua maior força de trabalho é de voluntariado, tendo como bandeira a igualdade, a fraternidade, o amor, enfim a CARIDADE em função da cidadania. É bom lembrar que essas entidades, ainda que contidas no grupo de atividades sem fins lucrativos, não têm, necessariamente, que viver sem receita. Ao examinarmos qualquer dessas instituições, veremos que todas suportam despesas públicas como: luz, água, gás, telefone; outras de natureza pessoal, como: faxineiros, ascensoristas, grupo de segurança ou, ainda, secretaria, tesoureiro, bibliotecários, muitas vezes, trabalhadores contratados segundo as normas da CLT, Consolidação das Leis Trabalhistas, sendo, portanto, imprescindível uma receita própria.

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Como vimos, essas entidades suportam custas com trabalhadores contratados pela CLT. Os voluntários também têm regras próprias de prestação de serviços, como veremos adiante. Resumindo, lembramos que nem todas as entidades voltadas para atividade sem fins lucrativos são impedidas de trabalhar gerando renda e, por conseguinte, lucros para garantir sua sobrevivência. No entanto, é necessário que tenham gerenciamento próprio, com controle externo e que exibam transparência na sua obrigatória prestação de contas, procedimento de fundamental importância para sua continuidade legal. Como curiosidade, dentro do conceito do capitalismo, empresas focadas no Terceiro Setor vêm crescendo e se constituindo cada vez mais, a exemplo dos Estados Unidos em que elas chegam a uma participação de 10% do PIB, enquanto, no Brasil, sua participação no PIB fica em torno dos 1,5%, conforme dados de 2006. O trabalho voluntário em uma Casa Espírita alcança todos os cargos e funções, desde evangélico-doutrinários, administrativos, serviços gerais, até estruturais. Há funções especiais que devem se subordinar à legislação específica, outras que só podem ser exercidas por voluntários e outras ainda que podem ser preenchidas por voluntários e outras por contratados pela CLT. Para melhores esclarecimentos informamos que, para garantir tanto o trabalhador voluntário quanto a Casa Espírita ou demais entidades desse seguimento que os admitem em suas fileiras, foi promulgada a Lei do Voluntário, que transcrevemos a seguir.

LEI DO VOLUNTÁRIO

Lei Nº. 9.608, de 18 de fevereiro de 1.998 (DOU de 19.02.98)

Dispõe sobre o serviço voluntário e dá outras providências. O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte lei: Art. 1º - Considere-se serviço voluntário, para fins desta lei, a atividade não remunerada, prestada por pessoa física à entidade pública de qualquer natureza, ou á instituição privada para fins não lucrativos, que tenha objetivos cívicos, culturais, educacionais, recreativos ou de assistência social, inclusive mutualidade. Parágrafo único – O serviço voluntário não gera vínculo empregatício nem obrigação de natureza trabalhista, previdenciária ou afim. Art. 2º - O serviço voluntário será exercido mediante a celebração de termo de adesão entre a entidade pública ou privada e o prestador de serviço voluntário, dele devendo constar o objetivo e as condições de seu exercício. Art.3º- O prestador de serviço voluntário poderá ser ressarcido pelas despesas que comprovadamente realizar no desempenho das atividades voluntárias. Parágrafo único – As despesas a serem ressarcidas deverão estar expressamente autorizadas pelas entidades a que for prestado o serviço voluntário. Art.4º - Esta lei entra em vigor na data da sua publicação. Art.5º - Revogam-se as disposições em contrário. Brasília, 18 de fevereiro de 1998; 177º da Independência e 110º da República. Fernando Henrique Cardoso

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Atentando para o artigo 2º, tornando obrigatório o termo de adesão para com o trabalhador voluntário, transcrevemos a seguir um modelo de Termo de Adesão que poderá ser adotado pelas Casas Espíritas que ainda não têm tal procedimento.

TERMO DE ADESÃO DE VOLUNTÁRIO Dados da Entidade Razão Social: Endereço: CEP. Cidade: Estado: Tel. e-mail : Dados do Voluntário

Nome: Endereço: CEP. Cidade: Estado: Tel. e-mail : Eu, ____________________________________, portador da cédula de identidade RG._______________________, me disponho a prestar serviço voluntário nos moldes da Lei 9.608 de 19.02.98, por este Termo de Adesão de Voluntário e na Melhor Forma de Direito e por minha disposição de vontade, a servir como voluntário nas tarefas beneficentes da Casa Espírita referenciada, doando minhas horas disponíveis em favor dela e/ou de seus assistidos, como e quando me for possível, segundo o melhor critério adotado pela Entidade. Confirmo saber que a prestação de serviço voluntário não será remunerada e conforme o teor do que dispõe o parágrafo único do artigo 1º da Lei 9.608/98, a prestação de serviço voluntário em questão não gera vínculo empregatício nem obrigação de natureza trabalhista, previdenciária ou afim, de vez que possuo rendimento próprio, sendo, portanto, economicamente auto-suficiente. Confirmo também estar ciente de que como voluntário me disponho a realizar as atividades relacionadas abaixo, comprometendo-me a observar o regulamento interno dessa Instituição. Essa prestação de serviço voluntário poderá ser encerrada a qualquer tempo, por qualquer das partes, desde que comunicado com antecedência de trinta (30) dias, sem prejuízo para a entidade e ou assistidos. Desta forma, lido e achado conforme, as partes envolvidas assinam o presente Termo de Adesão de Serviço Voluntário na presença de duas (2) testemunhas que também subscrevem o presente documento. Local e data : _____________, ___ de ________________ de ____ ____________________________ ___________________________ Instituição Voluntário Testemunhas : ___________________________ __________________________ RG : RG :

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Para identificar, diferenciar, disciplinar e controlar as instituições cujas

atividades atendam ao “interesse público”, “sem fins lucrativos”, as que mais

buscam e necessitam do voluntário como mão-de-obra, foi promulgada também pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso, a Lei No 9.790 em 1999 sob a denominação de: Lei das OSCIP – Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público. Essa Lei dispõe sobre a qualificação de pessoas jurídicas de

direito privado, sem fins lucrativos, tais como: instituições de assistência social, sociedades beneficentes, organizações religiosas, ONGs, etc, instituindo e disciplinando o Termo de Parceria, documento que lhes dá aspecto formal.

O VOLUNTÁRIO Vamos agora esclarecer alguns aspectos da interação do mundo espírita com os Voluntários, começando por afirmar: o voluntário da Casa Espírita surge no instante em que se lhe desperta no coração a ânsia de socorrer o seu semelhante, independentemente da sua condição sócio-econômica, da sua raça, da sua filiação política e religiosa; e o faz desinteressadamente, sem a busca de agradecimentos ou de ganhos pecuniários, vibrando pela expressão aliviada dos assistidos, agradecidos alguns, aparentemente indiferentes outros. É quase indizível o que se passa no íntimo do voluntário quando se compenetra do dever cumprido e bem cumprido – vivenciar humildemente os ensinamentos do nosso Mestre Jesus! Muitos obstáculos se interpõem à realização do voluntariado, pois, justamente nesse momento, propositalmente, a força inconsequente e indisciplinada dos desencarnados age em sentido contrário, às vezes, até pelo prazer de perpetuar o sofrimento alheio na pessoa dos assistidos. Só o firme propósito de servir, lastreado pela fé e pela certeza do concurso do Plano Espiritual em favor nosso e dos assistidos, nos pode fazer vitoriosos. A fé cria a perseverança e o sentido da caridade completa a tarefa. Contudo, com tanta beleza e grandiosidade no lema SERVIR, não nos

esqueçamos das Leis da Natureza, Lei de Deus, quando nos impõem limites: não podemos, ou melhor, não devemos extrapolar a nossa capacidade físico-mental e econômica, e que a disponibilidade não perturbe o equilíbrio do nosso dever sócio-familiar. Vemos, pois, que o Trabalhador Voluntário é uma pessoa motivada pelo amor ao próximo que doa seu tempo, seu trabalho e o talento que Deus lhe

deu para ser distribuído entre os necessitados de toda ordem. O voluntariado bem entendido e praticado é aquele que se exercita a partir do conhecimento vivencial e profissional, reconfortando-se com dedicação e alguns sacrifícios pessoais pelo prazer e satisfação de realizá-lo. Eis Jesus, eis seu Evangelho! ANOTAÇÕES

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HISTÓRICO DO TRABALHO VOLUNTÁRIO NO BRASIL O trabalho voluntário no Brasil iniciou-se com o auxílio religioso-doutrinário, praticado por padres e freiras, desde recém-descoberta a nossa Pátria. Vejamos sua cronologia: 1543 Implantação da Santa Casa de Misericórdia; fortemente ativa ainda

hoje; 1910 Chega ao Brasil o movimento dos Escoteiros com seu lema: ‘sempre

alerta”; 1930 Os políticos e o governo liderados pela determinação do então

presidente Getúlio Vargas investem firmemente no sentido sócio-político-educacional;

1935 Getúlio Vargas sanciona a Lei de “Declaração de Utilidade Pública”, que regulamenta a colaboração do Estado com as Instituições Filantrópicas;

1942 Getúlio Vargas cria a LBA – Legião Brasileira de Assistência, sempre presidida pelas primeiras damas do país;

1950/60 Com o agravamento das condições sociais no país surgem grupos de voluntários da iniciativa privada, capitaneados por figuras de destaque da nossa sociedade;

A sociedade brasileira, representada em sua maioria por senhoras, busca, através de eventos como chás beneficentes e outras ações, a coleta de recursos para o sustento e manutenção dos trabalhos do voluntariado e de seus assistidos;

1970 Surgem as ONGs europeias promovendo projetos de desenvolvimento no Terceiro Mundo, incrementando a criação de ONGs no hemisfério Sul e, por consequência, no Brasil, coincidindo esse fato com a ditadura brasileira;

1990 O corpo de voluntariado adquire formas mais modernas em suas ações, principalmente no período pós Collor de Mello;

1996 Com o programa de estímulo ao trabalhador voluntário no Brasil foi criada a Fundação ABRINQ;

1998 O presidente Fernando Henrique Cardoso promulga a Lei 9.608 de 18.02.98 que condiciona o trabalho voluntário nas entidades sociais, reconhecendo e minimizando a possibilidade da ocorrência de ações trabalhistas contra os tomadores da mão-de-obra voluntária;

2001 Declaração da ONU como “Ano Internacional do Voluntário”, que ganha assim, o reconhecimento internacional.

BIBLIOGRAFIA “Voluntariado” – Gestão do trabalho voluntário em organizações sem fins

lucrativos. Ana Maria Domeneghetti – Editora Esfera “O Trabalhador Voluntário na Casa Espírita” - Alkindar de Oliveira – Petit Editora

– www.petit.com.br SITES SUGERIDOS www.voluntarios.org.br www.portaldovoluntario.org.br

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RODSE / RTC - Reunião de Técnicas de Comunicação TEMÁRIO 1º SEMESTRE (F2-M1)

16ª Reunião – 2º Tema

PUREZA DOUTRINÁRIA

A manutenção da pureza doutrinária é um constante desafio para quem atua no meio Espírita, não importando suas condições, se na direção do movimento, como colaborador ou como frequentador, devido ao volume de informações que se recebe diariamente. Periodicamente se observa o surgimento de propostas que são apresentadas como soluções para os problemas do ser humano, mas que podem ser classificadas como modismos por não se sustentarem por si só. São modismos, pois, da mesma forma como surgem, desaparecem, porque não atendem às necessidades e não eliminam a angústia, deixando, contudo, resquícios em alguns grupos. Uma vez adotado um hábito, fica difícil eliminá-lo. A eliminação desses hábitos só é possível quando se busca pelo estudo sistemático da Doutrina e constante vigilância impedir a absorção de outras deturpações. O grupo que permanece isolado está mais sujeito a influências, devido ao recolhimento de seus membros, vindo a ser substituídos por outros, que nem sempre têm o conhecimento adequado da Doutrina e estarem, portanto, mais sujeitos às influências exteriores citadas acima. (Temos o hábito de nos fixarmos no modelo recebido e que, por nós interpretado, se não compreendido, ser deturpado). As reuniões periódicas entre os grupos, com o objetivo de se atualizarem, se ajudarem e manter a pureza doutrinária são fundamentais para o progresso do Espiritismo. Essas reuniões devem ser incentivadas pelas entidades que se propõe a conduzir os destinos do Espiritismo, devendo, inclusive, haver o entrelaçamento das mesmas, cujas diferenças estão, principalmente, nos métodos de trabalho e não nos princípios doutrinários. Roque Jacinto nos chama a atenção para esse problema quando em uma palestra observou: “Quando temos problemas de saúde e não obtemos resultados com a medicina, apelamos para Bezerra de Menezes e não para o Plano Espiritual de uma forma geral e particular, para Jesus”. “Quando temos problemas de ordem mediúnica recorremos a livros de André Luiz, que não abordam as situações com tanta profundidade como as Obras Básicas (O Livro dos Médiuns)”. “Diante dos problemas da vida recorríamos a Francisco Xavier, quando há milhares de Centros Espíritas em condições de nos auxiliar em São Paulo (referência às caravanas que se deslocavam de São Paulo para Uberaba)”. “Após o desencarne de Francisco Xavier vimos muitos procurando substituto para ele, ao invés de buscarem consolo e orientação nos livros da Doutrina e assim obter estrutura para se manterem em equilíbrio nos embates da vida, crescendo e se tornando independentes das fugas que alimentam”. A conclusão apresentada foi que, agindo dessa forma, estaremos criando nossos deuses (alusão à criação dos santos em relação a Jesus) e que pode vir a ser necessária a vinda da Quarta Revelação para restaurar o que foi deturpado (alusão a busca de respostas sempre fora das Obras Básicas, quando estas devem estar em primeiro lugar).

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Acrescentamos o que foi falado por Abraão ao rico (da parábola) que pedia para que fossem enviados mensageiros aos seus familiares: “eles têm a lei e os profetas” o que equivale à situação dos espíritas, que têm “riquíssima literatura”, bastando entender e selecionar o que nos cabe, como afirma Paulo, que devemos saber separar o que nos convém. Algumas definições e comparações são necessárias para melhor compreensão: Segundo Emmanuel, mediunidade é o termo usado para as relações entre os dois planos, a partir das orientações da Codificação Espírita e mediunismo, é todo o intercâmbio desenvolvido sem essa metodologia. Segundo Deolindo Amorim, existe o fenômeno espírita dentro das normas do Espiritismo e os fatos espíritas são os fenômenos que sempre ocorreram no mundo dos homens. Espiritismo não é sinônimo de mediunidade, mas uma doutrina filosófica, uma religião constituída, sem idolatria, sem rituais e sem hierarquia sacerdotal. (Allan Kardec nos esclarece o caráter religioso do Espiritismo na Revista Espírita, do mês de dezembro de 1868). Não devemos adotar termos outros, como espiritualismo, espiritualista, mas usar os termos corretos citados em O Livro dos Espíritos, 1º parágrafo da “Introdução ao Estudo da Doutrina Espírita”, Espiritismo e espiritistas. Todos os que aceitam a existência do Espírito são espiritualistas, mas apenas os que aceitam os princípios da Doutrina são espíritas. Eis uma tabela dos quadros sinóticos que facilitam o entendimento da Doutrina apresentados no livro “Espiritismo Básico” de Pedro Franco Barbosa:

PÁGINAS

CONSTANDO DOS

QUADROS

OBSERVAÇÕES

216

Religiões

O que as caracterizam

217

As ideias religiosas e o Espiritismo

-As revelações -Antecedentes mediúnicos -A Codificação de Allan Kardec

218

A integração e a interligação Das Obras Básicas

-Surgimento das quatro obras básicas a partir da integração e interligação

219

O Espiritismo

-Suas características -Suas consequências

220/221

A Doutrina Espírita

-Codificada -Tríplice aspecto -Princípios básicos -As diferenças de outros credos -Literatura

222

A Literatura Espírita

-Sua divisão

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Como existe a imigração de crentes de um grupo religioso para outro pelas necessidades íntimas de cada um, o dirigente e a equipe que conduzem a Casa Espírita devem estar preparados para acolhê-los, entender suas necessidades e orientá-los a fim de que percebam o que a Doutrina Espírita tem para oferecer, e não tentar acomodá-los à Doutrina e aos caprichos e conceitos dos quais são portadores. Esses conceitos migram com o próprio ser humano através dos usos, costumes e modismos e só pela compreensão dos princípios que sustentam a Doutrina Espírita e suas consequências é que se torna possível desfazer essas heranças. José Herculano Pires cita em seu livro “O Espírito e o Tempo”, como exemplo, o uso da hóstia que foi herdado pelo povo hebreu, de outros povos que os antecederam. Outro exemplo é o do batismo pela água, explicado por Vinícius em seu livro “Em Torno do Mestre”. Todos os exemplos têm por objetivo mostrar como os hábitos foram formados e estão arraigados na tradição e cultura dos povos e a necessidade do conhecimento para esclarecer os frequentadores da Casa Espírita com o objetivo de libertá-los dessas crendices. Quem recepciona e orienta precisa estar atento com o que os novos frequentadores buscam (normalmente, livrarem-se de seus problemas, imaginando que existem fórmulas mágicas) e o que realmente precisam ouvir e aprender (mudanças de condutas e conceitos) para que se libertem de suas mazelas. Deolindo Amorim, no livro “O Espiritismo e as Doutrinas Espiritualistas”, capítulo IV, “O que é o Espiritismo”, esclarece: “O adepto do Espiritismo, o espírita enfim, é aquele que conscientemente adere à Doutrina e, portanto, concorda com seus princípios e aceita as consequências das teses espíritas com suas ideias formadoras, sua vida moral, social, etc.”. O Espiritismo não pode ser tido apenas de um ponto de vista, como, por exemplo: Quem sente prazer em trabalhar na parte assistencial não deve limitar-se a doar bens materiais e gêneros alimentícios, mas levar junto o conhecimento da Doutrina, que gera a libertação pelo esclarecimento. É um erro não divulgar o Evangelho segundo as interpretações do Espiritismo, no trabalho de assistência social, porque ali se encontram pessoas necessitadas mais do que de pão, que não são espíritas – necessitam mesmo de esclarecimento. Quem tem afinidade com uma das partes, evangélica ou religiosa, filosófica ou mediúnica, doutrinária ou científica, não pode ignorar as outras, porque cai na situação de não conseguir alcance para entender e orientar a quem vem de fora, de forma clara, concisa e equilibrada. É necessário ampliar sempre os conhecimentos que a Doutrina Espírita oferece com a associação do que a ciência apresenta, sem, contudo, perder a referência com os seus princípios básicos. Pensamento Mágico

É preciso que se entenda o processo evolutivo do ser humano como nos coloca José Herculano Pires em “O Espírita e o Tempo”, onde é dividida a evolução por horizontes mediúnicos, em função do grande entendimento e relacionamento com a divindade, ou, por incompreensão, abandonando a

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essência e ficando com a forma, como nos coloca também Ary Lex, no 3º capítulo de seu livro “Pureza Doutrinária”, ressaltando o “pensamento mágico e pensamento lógico”, onde cita várias situações e autores que abordam a questão. Há grupos religiosos que ressuscitam esse pensamento mágico em seus cultos na forma de rituais, de águas bentas, entre outras, que na realidade não resolvem nem libertam o Espírito. Aspectos que Caracterizam o Pensamento Mágico

Os fenômenos da natureza são tidos como interpretação sobrenatural (raios, chuvas e catástrofes são devidos às intervenções dos deuses).

As doenças são castigos divinos.

Usam oferendas e promessas homenageando aos deuses e às manifestações físicas da natureza.

Ocasiona o surgimento de pitonisas, magos e adivinhos.

O fetichismo também é uma forma de pensamento mágico, considerando a influência dos objetos como: figas, talismãs, ossos, chifres, pedras, etc.

Da Assíria, vem os ritos defensivos contra os maus gênios, transportados para as águas do Tigre na forma de lavagem do corpo nelas, por sete vezes.

- Esses relatos podem ser estudados no livro de Alberto Lyra “O Inconsciente, a Magia e o Diabo no Século XX”.

- Na Idade Média temos a magia sob o nome de feitiçaria, que se caracteriza pela crença no diabo, nos pactos selados com sangue, entre outras superstições.

Influência do cristianismo Católico: bentinhos, colares, miçangas, água benta, objetos que teriam pertencido aos santos ou pedaços de sandálias de Jesus. Vide o livro “A Relíquia”, de Eça de Queiroz.

As práticas fetichistas tomaram maior vulto nos cultos afro-brasileiros.

A astrologia também se enquadra como tal porque transfere a responsabilidade dos nossos atos às “influências” dos astros, iludindo os incautos, pois não exercem ação alguma sobre os Espíritos. Vemos diariamente certos ditos espiritualistas e até espirituais em jornais, aconselhando semelhantes absurdos.

Pensamento Lógico ou Científico

Só foi possível o seu surgimento após o desenvolvimento das ciências. O que todo estudo científico nos ensina é que só devemos recorrer ao dito sobrenatural após excluir qualquer causa material. O Espiritismo rejeita, dessa forma, as facetas da Astrologia, por admitir a soberania do Espírito e do seu livre arbítrio sobre os atos da sua vida. Pensamento Dedutivo e Indutivo No pensamento dedutivo caminha-se do geral para o particular, sem a preocupação de formar ideias iniciais, tirando outras conclusões a partir daí. Exemplo :

Acreditar que os desencarnados têm muita força e não precisam ser avaliados, pois podem resolver nossos problemas.

Aceitação de tudo do plano espiritual sem contestação.

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No pensamento dedutivo começa-se do particular e se caminha para o geral: Exemplo :

Kardec observou que havia alguma coisa a mais além da diversão nas mesas girantes.

Através da análise dos fenômenos e das comunicações, confirmando cada uma, chega a conclusões finais.

Ver “O Livro dos Médiuns”, capítulo III, Método, item 34 e capítulo II, item 14. Outra forma de método indutivo é a experimental, no qual se chega às conclusões provocando os resultados. Esse método foi utilizado e difundido por muitos pesquisadores. O método experimental surgiu em 1561, através de Francis Bacon, o que facilitou o trabalho de Allan Kardec. A fé condicionada é um processo indutivo. Nas religiões dogmáticas temos o processo dedutivo quando trabalham com os mistérios e a ignorância dos seus seguidores. Isso também é observado no meio espírita, quando o dirigente tenta intimidar os colaboradores e frequentadores, apresentando suas ideias como sendo do plano espiritual. Observamos nesse caso, negligência em relação aos estudos, dando um aspecto místico às reuniões, para, dessa forma, impressionar e dominar o público. Cientistas, como Camille Flammarion, só aceitaram os princípios da Doutrina após trabalho de pesquisa, de forma cética, devido ao descrédito das religiões dominantes na época. Leon Denis reforça essa postura em seu livro “Depois da Morte”, parte 3ª, capítulo XX e capítulo XXVI. Ver também a Revista Espírita, de maio de 1869. Síntese Científica dos Fenômenos Existem sessões de materialização, efeitos físicos, fotografia de espíritos, transporte de objetos, transfiguração, que precisam ser submetidas a controle rigoroso, pois buscam apenas provar a sobrevivência do Espírito. Ver “Obras Póstumas” 1ª parte, Manifestação de Espíritos, item 7. A Evolução Científica (introdução), de Gabriel Delanne, FEB: todo espírita deve estar disposto a buscar como a Doutrina Espírita se entrosa com a ciência, para que seu progresso seja contínuo. Ver “O Livro dos Espíritos”, capítulo II, itens 30 e 31, no qual Allan Kardec se antecipa às descobertas da ciência; ver Gabriel Delanne no livro “O Espiritismo Perante a Ciência”, 2ª parte, capítulo II, “Ação do Espírito Sobre a Matéria”. O Porquê dos Desvios e Formas de Contornar Sempre que surge uma nova revelação, ela é trazida por um Espírito mais elevado (individual) que os outros que o rodeiam, como foi o caso da primeira e da segunda revelação, nas pessoas de Moisés e Jesus, ou coletiva, como foi a terceira revelação, nas pessoas do Espírito da Verdade (falange de desencarnados) e Allan Kardec, encarnado, que codificou a Doutrina Espírita. Na primeira e na segunda, as revelações foram locais e não havia como registrar com precisão as novas mensagens e orientações, ao passo que, na

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terceira, temos toda uma literatura que facilita o estabelecimento da mensagem, catalogando fenômenos, interpretações e tudo que possa solidificar a revelação. O desvio se dá porque quem recebe e retransmite a mensagem dá a sua interpretação segundo sua visão e compreensão dos fatos, sendo, a cada nova retransmissão, adaptada a quem ouve (criando novos deuses, como afirma Roque Jacinto). Há quem afirme que a mensagem original (de Allan Kardec) está ultrapassada, pois ao receber aceita as palavras de quem traz uma mensagem ou livro, dito como a última palavra ou, revelação da revelação, porque desconhece a primeira, como vamos exemplificar. Ao analisarmos o trabalho daqueles que se destacaram no movimento espírita, podemos observar que nenhum deles desenvolveu uma atividade com a abrangência de Allan Kardec. (refletem as lutas individuais e o seu grau de compreensão, em seus livros). Cairbar Schutel enfrentou com bravura a oposição que era feita à divulgação do Espiritismo, mas, se compararmos suas atitudes com as de Allan Kardec, vemos a diferença de elevação espiritual entre eles. (Allan Kardec nos mostra a sua elevação nos diálogos). André Luiz apresenta muitos esclarecimentos, aproximando-nos das situações do dia-a-dia do plano espiritual, facilitando dessa forma a nossa compreensão, porém, não tem a abrangência dada pelas obras da codificação, além de nos revelar a sua condição de aprendiz, enquanto o Codificador já era o Mestre. Ao fazermos o estudo das atividades de outros divulgadores da Doutrina, verificaremos que cada um trabalha segundo sua condição e de acordo com as situações que o cercam, trazendo uma parte que é acrescentada a tudo e que não substitui as obras da codificação. Diante dessas colocações cabe a cada espírita estudar e aplicar os ensinamentos doutrinários, não perder de forma alguma o contato com a mensagem maior, como nos afirma Emmanuel, que se, em alguma mensagem houver conflitos com a de Allan Kardec, devemos ficar com a deste último. Espiritismo e Religião

O pensamento humano evoluiu, passando pelas várias concepções religiosas que conhecemos, chegando à condição de aceitar a religião como Allan Kardec nos coloca na Revista Espírita do mês de dezembro de 1868. Ary Lex nos mostra essa evolução no capítulo IV de seu livro “Pureza Doutrinária”, o mesmo ocorrendo em “A Gênese”, de Allan Kardec, capítulo I, n. 41 e no livro “O Espiritismo e as Doutrinas Espiritualistas”, capítulo II. Camille Flammarion voltou ao espiritismo científico na pagina 33 do seu livro “A Morte e Seu Mistério”, volume I, com a seguinte colocação: “as religiões desaparecem, mas, a Religião fica: pesquisa as condições da imortalidade”. O Espiritismo e as Deturpações Podemos comparar o Espiritismo com o Cristianismo, pois ambos, em seus primórdios, tiveram que enfrentar grandes desafios, que exigiram desprendimento e coragem. Da mesma forma, na medida em que foram se afirmando perante a sociedade, surgiram os que viram neles uma oportunidade de lucrar e introduzir mensagens que não condiziam com a mensagem original. Essas deturpações podem ocorrer porque o Espiritismo é uma doutrina anárquica (sem um dirigente que centraliza todas as diretrizes da doutrina), que

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acolhe a todos e onde cada um evolui na medida em que vai percebendo novos horizontes, porém, também acaba trazendo conceitos adotados de outros credos. Todos aqueles que se consideram espíritas precisam estar vigilantes para impedir que as deturpações se instalem como: Na literatura

O livro “Espiritismo Básico”, de Pedro Franco Barbosa, FEB, nos dá uma diretriz para que possamos entender a literatura espírita e sua divisão, cabendo, a partir daí, a cada um, a responsabilidade de selecionar o que se enquadra ou não, através da comparação do que os autores apresentam, com o que está codificado por Allan Kardec e os autores que estão concordes com a mensagem e princípios da doutrina.

A partir do momento em que as colocações feitas por um autor não correspondam com a lógica da doutrina e o que nos é apresentado pelos autores que com ela concordam, suas obras não devem ser divulgadas, para não criar uma falsa imagem e conceitos errôneos. Nesse caso podemos situar, entre outras, as obras de Zíbia Gaspareto, que, a partir do momento em que passou a auferir lucros e não se considerar espírita, podemos observar que seus livros se tornaram repetitivos e discordes da Doutrina (consultar a revista Veja). Outro autor bastante conhecido e que pomos em dúvida é Rochester, uma vez que não conseguiu se libertar do ódio em relação ao povo judeu, além do fato de, em suas obras, serem apresentados os problemas de forma agressiva, com falta de soluções, como vemos em obras como as dos espíritos Emmanuel e André Luiz, que apresentam os problemas e as devidas soluções, além de não se colocarem como superiores. Ary Lex nos apresenta no livro “Pureza Doutrinária”, as obras de Ramatis como sendo discordantes da Doutrina Espírita, no capítulo V. Outras obras que são discordantes são as de J. B. Roustaing. Há ainda vários livros que nos são apresentados como obras mediúnicas ou não, que, no entanto, não acrescentam nada à Doutrina e representam apenas o pensamento e o interesse financeiro dos autores e editoras. Todos os espíritas devem estar empenhados no trabalho de analisar as obras que lhe são apresentadas e informar às entidades que se propõe a conduzir o Movimento Espírita, que, por sua vez, devem se entrosar para obter um cadastro dos livros incentivados e dos rejeitados, após uma avaliação mais criteriosa. Deolindo Amorim em seu livro “O Espiritismo e as Doutrinas Espiritualistas”, ressalta outros problemas, razão porque indicamos sua leitura e análise. O livro de Ary Lex, “Pureza Doutrinária”, capítulo V, ainda faz outras considerações, incluindo o problema dos falsos parapsicólogos. No capítulo VI, Ary Lex expõe outros problemas como:

As fantasias do Espiritismo, no qual ressalta a postura de Allan Kardec diante dos fatos.

Rejeita a existência de um médium principal.

Entende que o Espiritismo não é uma doutrina definitiva e intocável, cristalizada no tempo e no espaço.

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O Espiritismo recebe com critério e respeito as contribuições científicas ou filosóficas suficientemente comparadas e amadurecidas pela análise, dentro do mais rigoroso espírito crítico.

Apesar dessa grande abertura, as linhas básicas da Doutrina se estruturam tão solidamente que se têm mantido e se manterão intactas por muito tempo.

O fato de estarmos abertos ao progresso não significa que qualquer indivíduo, tenha ele cultura ou seja apenas um curioso do sobrenatural, possa vir a se exibir como um novo revelador.

Ver “O Livro dos Médiuns”, item 303. Mistificações Periodicamente, surgem os falsos reveladores e falsos messias que apresentam ideias novas como se fizessem parte do corpo do Espiritismo. Já vimos mais de um se dizer a reencarnação de Allan Kardec. Vemos muitos questionarem se Francisco Cândido Xavier foi ou não a reencarnação de Kardec, ao invés de absorverem a mensagem trazida pela Doutrina como um todo. A vivência dos ensinos trazidos por Jesus e interpretados segundo a Doutrina Espírita evita a formação de grupos fanáticos ou de grupos que não se desprendem de conceitos ultrapassados. Astrologia e sua pretensa influência sobre o ser humano, negando o livre arbítrio e a responsabilidade diante dos fatos da vida; piramidologia com a teoria de que são capazes de captar e concentrar energias, quando, na realidade, essa capacidade está na condição espiritual de cada um. Deturpação da Prática Mediúnica

Além de “O Livro dos Médiuns”, citaremos outros autores e suas obras, no final, para facilitar o estudo. Rituais

No capítulo XXV, Alan Kardec condena os amuletos e rituais como:

Uso de túnica branca;

Abstinência de carne nos dias de sessões;

Proibição do estudo por considerar o guia suficientemente esclarecido para orientar e conduzir o grupo;

Preces impressas para evitar desarranjos na vida e proteção especial;

Casamentos, batizados e crismas;

Promessas a Espíritos para conseguir favores;

Médiuns de mãos dadas ou espalmadas sobre a mesa;

Comunicação de dois ou mais Espíritos ao mesmo tempo;

Proibição de cruzarem as pernas;

Passes extravagantes, velas e defumações;

Assistência obrigada a se manter de olhos fechados;

Obrigação de receber passes à entrada do recinto;

Perguntar aos Espíritos para satisfazer curiosidades. Umbanda

As diferenças entre Espiritismo e Umbanda podem ser estudadas nos livros:

Kardecismo e Umbanda.

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Africanismo e Espiritismo de Deolindo Amorim.

Pureza Doutrinária, de Ary Lex, capítulo VII. Ary Lex ainda faz várias observações sobre os problemas que podem surgir, no capítulo VII, no qual aborda “Problemas de Orientação nas Sessões”, citando as questões e as soluções apresentadas por Allan Kardec e outros autores confiáveis.

BIBLIOGRAFIA

AUTORES TÍTULOS EDITORAS/EDIÇÃO

Ary Lex Pureza Doutrinária FESP

Deolindo Amorim

Africanismo e Espiritismo O Espiritismo e as doutrinas espiritualistas

-

Pedro Franco Barbosa Espiritismo Básico FEB

Divaldo Pereira Franco J. Raul Teixeira

Diretrizes de Segurança

FRÁTER

Divaldo Pereira Franco Mais Luz -

Allan Kardec

Viagem Espírita em 1862 Obras Póstumas, Revista Espírita – maio de 1869

Alberto Lira

Livro dos Médiuns? O Inconsciente, a Magia e o Diabo no Século XX

Eça de Queiroz A Relíquia

Wiel Durante História de Filosofia

Leon Denis Depois da Morte FEB

Gabriel Delanne

A Evolução Anímica – introdução. O Espiritismo Perante a Ciência – 2ª parte, cap. II

FEB

ANOTAÇÕES

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17ª Reunião

NOVOS COMPROMISSOS Estar juntos até esta reunião é para nós motivo de grande alegria, compartilhar desse aprendizado e crescimento na área da comunicação oral, notadamente, da cristalização do conhecimento espírita, na forma de expressá-lo com desenvoltura e manifestá-lo com certeza, preservando pureza doutrinária, mas, sobretudo, exemplificar a cada instante o fraternal sentido de equipe aqui desenvolvido. Ressaltamos também, que a cada reunião absorvemos novos compromissos em função do que fomos aprendendo na teoria e incorporando na prática, porque descobrirmos o devido uso dos talentos que Deus nos deu, isto é, a necessidade de compartilhar com os nossos semelhantes, as duas asas de que nos fala a Doutrina, antes de enterrá-los como fez o mau servo, praticando a vida de interação a que somos destinados pelo Pai Eterno. Dentre os novos compromissos o maior não é com a equipe ou com a Casa Espírita que possibilitou e conduziu até aqui as atividades de ensino e aprendizado que tanto nos beneficiaram a todos mas, sobretudo, conosco mesmos, diante de Jesus e seu Evangelho, perante a gritante carência de conhecimento e de amor, isto é, do despreparo espiritual dos nossos semelhantes incautos. Ao término deste módulo, pois isto é o que juntos alcançamos ao fim deste semestre, com empenho e perseverança, mais uma vez, com visão estendida e senso de responsabilidade, devemos exercitar nossa motivação interior para aceitar e enfrentar um segundo desafio: um ciclo de reuniões durante as quais, teremos oportunidade de aprimorar o conhecimento adquirido e visualizar nova expansão dos nossos horizontes pessoais. Ao término desta reunião, façamos uma avaliação para descortinar o que e o quanto aprendemos e qual a amplitude do novo patamar que conquistamos. É sempre surpreendente, ao olharmos para trás, descobrir que todo esse potencial já existia e que o bloqueio era simplesmente o jejum habitual que nos impomos, ao invés de interagir com fraternidade e humildade com o nosso semelhante, como nos ensinou o nosso Mestre Jesus e como disse Francisco de Assis: “é dando que se recebe”. Pode parecer estranho, porém, como vimos, não é procedida nenhuma prova ou exame para aprovar ou reprovar os participantes, porque, aquele que não for absorvido durante as reuniões, poderá sê-lo na sequência das futuras reuniões, aceitando e enfrentando os desafios pertinentes ao seu nível de desenvolvimento, bastando para tanto, que retorne a compulsar o material fornecido na forma de livros ou apostilas e que revise as experiências experimentadas, relembrando e as aprimorando. Esse conhecimento todo, também já existe em potencial na sua mente e no seu coração, e o repasse do que foi estudado se transforma em ferramenta que o desbloqueia do seu subconsciente e o transporta para o seu consciente, como num passe de mágica. Outra vez nos surpreendemos pela abstinência inconsciente em querer e perseverar de verdade. É uma questão de acreditarmos em nós próprios. Esse, o verdadeiro e maior empecilho pra a nossa evolução.

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Não obstante, se o participante nessas condições sentir-se fragilizado por alguma falha, ante algum item de que se desapercebeu ou pela lacuna de entendimento em uma ou mais atividades, esteja certo de que estamos abertos para o diálogo e se preciso for, repassaremos juntos os procedimentos, determinados a aprimorar a conduta e a acatar sugestões procedentes que facilitem ensinamento e aprendizado, de ambas as partes. Na impossibilidade de se realizar as reuniões sugeridas para esse diálogo, encarecemos agradecidos o favor de enviarem por escrito ou por e-mail, suas dúvidas, observações e sugestões, de modo que poderemos aprimorar as atividades e os procedimentos em benefício mútuo. Estas observações se prendem ao fato de serem, as Reuniões de Técnicas de Comunicação, um trabalho aberto e dinâmico, que evolui na medida em que são absorvidas novas técnicas, visto que, o nosso alvo é a evolução individual e o progresso coletivo, sempre em direção ao bem comum e à divulgação da Doutrina Espírita.

NÓS ACREDITAMOS EM VOCÊS,

COMO JESUS ACREDITA EM NÓS

E NOS AGUARDA.

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CALENDÁRIO DE EFEMÉRIDES ESPÍRITAS

MÊS DIA/ANO ACONTECIMENTOS

J A N E I R O

01.1858 01.1875 01.1846 02.1884 02.1984 03.1412 05.1861 06.1868 08.1958 09.1862 09.1977 10.1969 10.1868 11.1971 12.1827 13.1968 13.1910 14.1942 15.1861 15.1862 16.1916 17.1901 18.1969 20.1919 21.1883 21.1883 22.1909 23.1906 27.1995

Lançamento do primeiro número da Revista Espírita fundada por A. Kardec.

É publicada a primeira Folha Espírita no Rio de Janeiro. Nasce Lèon Denis – filósofo do Espiritismo É eleita e empossada a primeira diretoria da FEB, tendo como presidente o major Francisco Raimundo Ewerton Quadros. É instalada em Brasília, DF, a sede central da FEB. Nasce na França Joana D’Arc. É publicado o primeiro número d’O Livro dos Médiuns, com o subtítulo “Guia dos Médiuns e Doutrinadores”. É publicada a 1ª edição de A Gênese, de Allan Kardec.

É fundado no Rio de Janeiro, o Lar Fabiano de Cristo, por Jayme Rolemberg e Carlos Pastorino. Nasce em Gênova, Itália, o Dr. Ernesto Bozzano. É criada a Caravana da Fraternidade, de Jesus Gonçalves, em favor dos hansenianos em São Paulo (Asilo Colônia de Pirapitinguí). Desencarna a médium Zilda Gama, com 91 anos de idade. Nasce em Paris, França, Hubert Forestier – foi diretor da Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas, fundada por Allan Kardec.

Desencarna o médium José Pedro de Freitas, o Zé Arigó, em acidente automobilístico. Foi médium do Espírito Dr. Fritz. Nasce em Zurique, Suíça, João Henrique Pestalozzi, educador de Allan Kardec. Realizada a 1ª reunião de médicos espíritas para fundar a Associação de Médicos Espíritas de São Paulo Desencarna Andrew Jackson Davis, o Allan Kardec americano. Desencarna Antônio José Trindade, um dos fundadores da FEESP. É lançada a 1ª edição de O Livro dos Médiuns, de Allan Kardec. É lançado o livro O Espiritismo na sua Expressão mais Simples É fundada a FEP - Federação Espírita Paraibana Nasce no Maranhão Luiz Olímpio Guillon Ribeiro – foi engenheiro civil, senador da República e presidente da FEB. Desencarna no Rio de Janeiro, Ismael Gomes Braga, jornalista ativo no Movimento Espírita e esperantista. Desencarna em São Paulo Anália Emília Franco. É fundada a revista O Reformador, órgão de divulgação da FEB. Desencarna Amelie Boudet, aos 87 anos de idade, Sra. Kardec. Desencarna Antônio Gonçalves da Silva, o Batuíra, notável médium de cura. Nasce em Baixada Grande, Bahia, Deolindo Amorim. Divaldo Pereira Franco é incluído no quadro de vultos artísticos e históricos da Bahia, pelo plenário da Assembléia Legislativa do Estado.

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MÊS DIA/ANO ACONTECIMENTOS

J A N E I R O

28.1995 30.1938 31.1907

Desencarna na Espanha Miguel Vives y Vives, fundador da Federacion Espírita Del Valles e da Revista Union. Desencarna em Matão, São Paulo, Cairbar de Souza Schutel. É fundado o Colégio Allan Kardec, por Eurípedes Barsanulfo, em Sacramento, Minas Gerais.

F E V E R E I R O

01.1905 01.1834 01.1856 06.1832 06.1915 07.1901 12.1809 15.1925 15.1926 16.1947 17.1958 17.1827 18.1891 20.1822 26.1842 26.1802

Nasce em Pacatuba, Ceará, Francisco Peixoto Lins, o Peixotinho, notável médium de efeitos físicos. Nasce em Laranjeiras, na então província de Sergipe, Francisco Leite Bittencourt Sampaio. Nasce em Resende, Rio de Janeiro, Anália Emília Franco, professora humanitarista, criadora de inúmeras obras educativas e assistenciais. Casamento de Allan Kardec com Amélie Gbrielle Boudet. Desencarna no Rio de Janeiro Joaquim Carlos Travassos, tradutor do Pentateuco Kardequiano. Desencarna em Natal, Rio Grande do Norte, a poetisa Auta de Souza. Abraham Lincoln, presidente dos Estados Unidos, realiza reuniões mediúnicas. Lançamento da Revista Internacional de Espiritismo – RIE, por Cairbar Schutel, em Matão, São Paulo. Desencarna Gabriel Delanne. Desencarna em Pirapitinguí, São Paulo, no Hospital Colônia, Jésus Gonçalves. Contraiu hanseníase aos 27 anos de idade. Foi poeta e teatrólogo, convertido ao Espiritismo fundou a Sociedade Santo Agostinho, instituição espírita. Desencarna em São Paulo Cornélio Pires. Desencarna na Suíça João Henrique Pestalozzi. Bezerra de Menezes funda o Grupo Espírita Regeneração, no Rio de Janeiro. Desencarna em Salvador, Bahia, Madre Joana Angélica de Jesus, Joanna de Angelis. Nasce Camille Flammarion. Nasce em Paris, França, o escritor e humanista Victor Hugo.

M A R Ç O

01.1944 04.1954 06.1932 09.1979 09.1984 19.1839 20.1833

É lançado o jornal O Semeador em São Paulo, órgão da FEESP. É constituída Fraternidade Discípulos de Jesus. É fundada a Associação das Senhoras Cristãs em Araçatuba, pela emérita espírita Benedita Fernandes. Desencarna José Herculano Pires. Desencarna Yvone do Amaral Pereira. Nasce em Portugal Antônio Gonçalves da Silva, o Batuíra, médium curador. Nasce na Inglaterra Daniel Dunglas Home, considerado o maior médium de efeitos físicos.

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CALENDÁRIO DE EFEMÉRIDES ESPÍRITAS

MÊS DIA/ANO ACONTECIMENTOS

20.1952 Desencarna Lins de Vasconcelos.

M A R Ç O

22.1882 23.1857 24.1856 31.1848 31.1869 31.1870

O livro A Gênese, de Allan Kardec, é editado pela 1ª vez em língua portuguesa. Nasce Gabriel Delane. O Espírito de Verdade revela-se para Allan Kardec. Através de pancadas inteligentes convencionadas com os Espíritos, os fenômenos em Hydesville (EUA), envolvendo a família Fox, atingem o auge, iniciando inúmeras investigações sobre a mediunidade. Desencarna Allan Kardec, vítima da ruptura de um aneurisma. Em Paris, França, é inaugurado o monumento a Allan Kardec em seu túmulo.

A B R I L

01.1858 02.1869 02.1910 04.1919 11.1900 12.1927 18.1857 18.1973 18.1957 20.1909 21.1889 22.1904 24.1984 29.1864 30.1856

É fundada a Associação Parisiense de Estudos Espíritas, por Allan Kardec. Allan Kardec é sepultado em Paris, no Cemitério Père Lachaise.

Nasce em Pedro Leopoldo, Minas Gerais, Francisco Cândido Xavier. Desencarna William Crookes, estudioso inglês dos fenômenos espíritas, prêmio Nobel em Física. Desencarna no Rio de Janeiro, Bezerra de Menezes. Desencarna Lèon Denis. É lançado O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec, em edição definitiva. É lançado o jornal Folha Espírita. É lançado no Brasil o 1º Selo Postal Espírita do mundo, em comemoração aos 100 anos de O Livro dos Espíritos. Desencarna na Espanha Amália Domingo Soler. Foi fundado no Rio de Janeiro o Centro Espírita Brasil; seu primeiro presidente foi Adolfo Bezerra de Menezes que, junto de Augusto Elias da Silva, instalou a 1ª Escola de Médiuns. Desencarna Florence Cook, a médium de materialização do Espírito Katie King. Desencarna no Rio de Janeiro o jornalista Deolindo Amorim. É lançado O Evangelho Segundo o Espiritismo, de Allan Kardec. É transmitida a Allan Kardec, a primeira revelação mediúnica a respeito da sua missão.

M A I O

01.1880 01.1864 02.1980 04.1928

Nasce em Sacramento, Minas Gerais, Eurípedes de Barsanulfo. O Clero, através da Sagrada Congregação colocava todas as obras espíritas no INDEX de livros proibidos, condenando em bloco, todas as obras, revistas, folhetos e jornais espíritas. Desencarna em São Paulo Silvio Canuto de Abreu. Desencarna William Crookes.

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MÊS DIA/ANO ACONTECIMENTOS

05.1927 06.1950 07.1878

Nasce em Feira de Santana, Bahia. Divaldo Pereira Franco. Inicia-se a 1ª turma da Escola de Aprendizes do Evangelho. Nasce em Piracicaba, São Paulo, Pedro de Camargo, Vinícius.

M A I O

07.1934 08.1858 22.1932 22.1885 27.1832 30.1431

A FEB é considerada de utilidade pública pelo Decreto Lei 4.765. É lançado nos EUA o primeiro jornal espírita do mundo (The Spiritual Telegraph) Jovens espíritas reuniram-se em São Paulo, no Centro Espírita Maria de Nazareth e constituíram o Primeiro núcleo de Mocidade Espírita do Brasil. Desencarna Victor Hugo. Nasce em São Petersburgo, Rússia, Alexander N. Aksakof, cientista, espírita e diretor de dois jornais de estudos psíquicos. Joana D’Arc é sacrificada pelo Clero em fogueira da Santa Inquisição.

J U N H O

1869 03.1908 03.1925 05.1947 12.1902 14.1894 14.1932 16.1966 17.1832 20.1900 24.1943 24.1908 26.1890 28.1972 30.2002

É publicado em Paris, o último número da Revista Espírita. É fundada a Federação Espírita do Estado de Alagoas. Desencarna na França, Camille Flammarion. É fundada a USE-União das Sociedades Espíritas do Estado de São Paulo, Nasce em Borebí, São Paulo, Jésus Gonçalves, O Gigante Deitado. Nasce em Guaratinguetá, São Paulo, Edgard Pereira Armond. Desencarna em Turim, Itália, a médium Linda Gazera. Desencarna Francisco Peixoto Lins, o Peixotinho. Nasce em Londres, Inglaterra, o cientista William Crookes, Nobel de Física, famoso pela pesquisa sobre a materialização de espíritos. Lançamento da obra poética HORTO, única de Auta de Souza. Desencarna Ernesto Bozzano. Fundação da União Espírita Mineira. Nasce em Roma, Itália, a médium Linda Gazera. Francisco Cândido Xavier responde a perguntas de alunos do Colégio Militar do Rio de Janeiro. Desencarna em Uberaba, Minas Gerais, Francisco Cândido Xavier.

J U L H O

04.1948 04.1942 12.1936 12.1902 30.1932

Desencarna Monteiro Lobato. Desencarna em Salvador, Bahia, Manuel Philomeno de Miranda. Fundação da Federação Espírita do Estado de São Paulo Nasce em Borebí, São Paulo, Jésus Gonçalves. É fundada em Juiz de Fora, Minas Gerais, a revista O Médium.

A G

01.1865 03.1895

Lançamento do livro O Céu e o Inferno, de Allan Kardec.

Bezerra de Menezes assume a presidência da FEB.

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MÊS DIA/ANO ACONTECIMENTOS

O S T O

04.1969 15.1952 16.1886 22.1864 22.1940

Desencarna em Niterói, Rio de Janeiro, Carlos Imbassahy. Inaugurada em Salvador, Bahia, A Mansão do Caminho. Em reunião pública no salão da Guarda Velha do Rio de Janeiro Bezerra de Menezes proclama sua adesão ao Espiritismo. É fundada a Cruz Vermelha Internacional. Desencarna na Inglaterra Sir Oliver Lodge.

A G O S T O

28.1912 29.1831 31.1926 31.1874

Nasce em Esplanada, Bahia, o médium de cura e materialização, Urbano de Assis Xavier. Nasce na Freguesia do Riacho Grande, Ceará, Bezerra de Menezes. É fundada a Federação Espírita Portuguesa. Nasce em Xiririca, atual Eldorado, S. Paulo, Francisca Júlia da Silva.

S E T E M B R O

04.1991 05.1892 06.1925 09.1932 12.1876 16.1937 22.1868 28.1895

Desencarna João Nunes Maia. Desencarna o médium de efeitos físicos William Stainton Moses. Na abertura do III Congresso Espírita Internacional, em Paris, defende o aspecto religioso do Espiritismo, como o fundamental da Doutrina?? É fundada a Federação Espírita do Estado de Sergipe. Nasce Auta de Souza. É publicada a 1ª edição do livro Emmanuel, psicografado por Francisco Cândido Xavier, iniciando a série de livros doutrinários desse Espírito. Nasce no Rio de Janeiro Cairbar de Souza Schutel. Desencarna Louis Pasteur.

O U T U B R O

03.1804 1862 03.1943 09.1861 10.1895 11.1966 15.1861 18.1943 19.1909 22.1922

Nasce em Lion, França, Hippolyte Leon Denizard Rivail, mais tarde conhecido como Allan Kardec, Codificador da Doutrina Espírita. Allan Kardec publica O Espiritismo em sua Expressão mais Simples e Viagem Espírita. É publicada a 1ª edição do livro Nosso Lar, psicografado por Francisco Cândido Xavier, abrindo a importante obra do Espírito André Luiz. Em Barcelona, Espanha, são queimados 300 volumes de obras espíritas pela Santa Inquisição, órgão repressor da Igreja Católica, num Auto de Fé. Desencarna no Rio de Janeiro Francisco Leite Bittencourt Sampaio, notável médium receitista. Desencarna Pedro de Camargo, Vinícius. É lançado em edição definitiva O Livro dos Médiuns; Desencarna no Rio de Janeiro Luiz Olímpio Guillon Ribeiro. Desencarna em Turim, Itália, César Lombroso. Nasce em Mateus Leme, Minas Gerais, Irma de Castro Rocha, mais conhecida por Meimei.

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MÊS DIA/ANO ACONTECIMENTOS

N O V E M B R O

01.1918 06.1835 10.1923 10.1835 14.1849 14.1876 15.1939 15.1942 20.1919 23.1795 23.1948 29.1982

Desencarna em Sacramento, Minas Gerais, Eurípedes Barsanulfo. Nasce em Verona, Itália, César Lombroso. Nasce em Glaucilândia, MG, o médium João Nunes Maia. Nasce em Sevilha, Espanha, Amália Domingos Soler. As irmãs Fox realizam as primeiras demonstrações públicas de suas faculdades mediúnicas. Nasce na Bahia, Manoel Philomeno de Miranda. Tem início o 1º Congresso Brasileiro de Jornalistas Espíritas. É fundado em Franca, São Paulo, o jornal espírita Nova Era. Desencarna Francisco Raimundo Ewerton Quadros, primeiro presidente da FEB. Nasce Amélie Gabriele Boudet, futura esposa de Allan Kardec.

É descoberto em Hydesville, EUA, nos escombros de uma adega, o esqueleto do mascate assassinado, comprovando a mediunidade das irmãs Fox. Desencarna em São Paulo Edgard Armond.

D E Z E M B R O

01.1962 02.1866 04.1973 04.1935 05.1934 10.1944 10.1933 10.1874 11.1874 11.1762 15.1859 16.1945 17.1875 24.1872 24.1900 25. 31.1828

É fundada a Federação Espírita do Distrito Federal. Nasce na Bahia José Florentino de Sena, o José Petitinga. É fundada em São Paulo, a Aliança Espírita Evangélica, para a divulgação do Espiritismo em seu aspecto religioso. Desencarna Carlos Richet. Desencarna Humberto de Campos, o Irmão X. É fundada a Cruzada dos Militares Espíritas. É inaugurada a sede própria da FEB no Rio de Janeiro, por Leopoldo Cirne. Nasce em Icó, Ceará, Manoel Viana de Carvalho. Em Hydesville, USA, a Família Fox aluga a casa onde se deram as manifestações ativas e inteligentes que precederam ao surgimento da Doutrina Espírita. Nasce em Salvador, Bahia, Joana Angélica de Jesus, Joanna de Angelis. Nasce Lázaro Luiz Zamenhof, criador do Esperanto. É fundada por Jésus Gonçalves, a Sociedade de Santo Agostinho, no Hospital Colônia para Hansenianos de Pirapitinguí. Nasce Luiz Olímpio Guillon Ribeiro. Nasce Francisco Waldomiro Lorenz, escrito e pesquisador sobre Esperanto e Espiritismo. Nasce em Rio das Flores, Rio de Janeiro, Yvone do Amaral Pereira. Natal. Comemora-se o nascimento de Jesus Cristo.

O Professor Hippolyte Lèon Denizard Rivail lança sua obra educacional: Plano Proposto para Melhoramento da Instrução Pública.

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MÊS DIA/ANO ACONTECIMENTOS

Fonte de Consultas 1 – Espiritismo Básico. 2 – Manual e Dicionário Básico de Espiritismo. 3 – Grandes Vultos da Humanidade e do Espiritismo. 4 – Grandes Espíritas do Brasil. 5 – Personagens do Espiritismo.

FORMULÁRIOS

Exemplos de Planilhas

Formulário 01 Tabela de Atividades da Casa Espírita Pag. 219

Formulário 02 Tabela de Distribuição de Atividades Pag. 220

Formulário 03 Plano Mensal de Atividades – Ensaio de Direção Pag. 221

Formulário 04 Ficha de Acompanhamento Diário Pag. 222

Formulário 05 Planilha de Controle de Freqüência Pag. 223

Formulário 06 8ª Reunião – 1º Tema - O EXPOSITOR E A DINAMIZAÇÃO - DO ENSINO NA CASA ESPÍRITA (Como Usar o Formulário)

- Cada participante usa três linhas, como indicado a seguir no modelo do formulário

Pag. 224

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Tabela De Atividades Da Casa Espírita

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Tabela De Distribuição De Atividades

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Plano Mensal de Atividades – Ensaio de Direção

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FICHA DE ACOMPANHAMENTO DIÁRIO RODSE: Reuniões de Orientação a Dirigentes de Sociedades Espíritas ROTEIRO DA REUNIÃO DE: __________/_________________/_________.

TAREFA

PARTICIPANTE

TEMPOS (MIN)

Dirigentes

Preparação do Ambiente

Prece Inicial

Desenvolvimento

Aviso / Escalas

Vibrações

Prece de Agradecimento

Encerramento

CASA ESPÍRITA:______________________________________________

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Planilha para Controle de Frequência

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Formulário 06 - Como Usar o Formulário

Ref.: - 8ª Reunião – 1º Tema - O EXPOSITOR E A DINAMIZAÇÃO - DO ENSINO NA CASA ESPÍRITA