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JANEIRO A MARÇO 2007 • CREA-SC • 1 PRESIDENTE ENGº AGRÔNOMO RAUL ZUCATTO DIRETORIA ENG. CIVIL CARLOS ALBERTO XAVIER 1º VICE-PRESIDENTE ARQUITETO RAFAEL FORNARI CARNEIRO 2º VICE-PRESIDENTE ENG. CIVIL MARCELO MORALES 1º SECRETÁRIO ENG. ELETRICISTA JAMES ALBERTO GIACOMAZZI 2º SECRETÁRIO ENG. MECÂNICO SÉRGIO LUIZ BRAGAGNOLO 3º SECRETÁRIO ENG. AGRÔNOMO EDUARDO MEDEIROS PIAZERA 1º TESOUREIRO ENG. QUÍMICO ENÉAS JEREMIAS DE QUEIRÓZ 2º TESOUREIRO CONSELHO EDITORIAL ENG. AGR. RAUL ZUCATTO ENG. ELET. CLAUDE PASTEUR FARIA ENG ELET. JOSÉ LATRÔNICO FILHO ENG. CIVIL MARCELO MORALES ARQ. RAFAEL FORNARI CARNEIRO EQUIPE DE PRODUÇÃO JORNALISTA RESPONSÁVEL AMILCAR OLIVEIRA (SC 00462 JP) PRODUÇÃO SALLES ESTÚDIO DE PRODUÇÃO & DESIGN GRÁFICO WWW.SALLESONLINE.COM.BR REDAÇÃO AMILCAR OLIVEIRA, JURACI PERBONI, SIMONE KAFRUNI, PATRÍCIA FRANCALLACI, CLAUDIA DE OLIVEIRA SUPERVISÃO PATRÍCIA FRANCALACCI (MTB/SC 01016) CLAUDIA DE OLIVEIRA (MTB/SC 00536) PROJETO GRÁFICO, DTP ALEXANDRE SALLES COLABORAÇÃO NOS TEXTOS CLAUDE PASTEUR FARIA, TIAGO AGOSTINI, ANDRESSA TAFFAREL E DIRCEU GETÚLIO FOTOGRAFIA ALEXANDRE SALLES, TEMPO EDITORIAL E ARQUIVO DO CREA-SC REVISÃO AMILCAR OLIVEIRA E CLÁUDIA DE OLIVEIRA IMPRESSÃO GRÁFICA TOTAL (41) 2102 1600 TIRAGEM 12.000 EXEMPLARES COMERCIAL MS EVENTOS E PUBLICIDADE (48) 3243 2772 / (47) 9961 8919 [email protected] CONTATOS COM A REDAÇÃO (48) 3348 7015 - [email protected] NOSSA CAPA Arte sobre foto de Alexandre Salles EDITORIAL 02 LIVROS 02 ENTREVISTA O CREA-SC MAIS PERTO DE VOCÊ 04 Entrevista com o presidente Raul Zucatto CAPA A CORRIDA PELO PLANO DIRETOR 10 SANEAMENTO CONTROLE SOCIAL É SAÍDA PARA O SETOR Entrevista com o Engenheiro Sanitarista Ambiental e conselheiro do Conama, Bertoldo Silva Costa 16 ESPECIAL OS DESAFIOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL EM SANTA CATARINA 20 9º CEP E 6º CNP PACTO PELA QUALIDADE MOVIMENTA PROFISSIONAIS EM TODO O PAÍS 26 ARTIGOS TÉCNICOS Os artigos ASSINADOS são de responsabilidade dos autores e não expressam NECESSARIAMENTE a opinião do conselho. LEGISLAÇÃO REGULAÇÃO E INDEPENDÊNCIA 27 ENGENHARIA QUÍMICA A DIVERSIDADE DAS ENGENHARIAS DA MODALIDADE DA ENGENHARIA QUÍMICA 28 AGRONOMIA EMPREGO DO DRIS NAS LAVOURAS NO BRASIL 29 QUALIDADE APLICANDO 5S NA CONSTRUÇÃO CIVIL 30 AGRIMENSURA REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA SUSTENTAVEL 31 TALENTO ARQUITETO JOEL PACHECO 32 Fotografia como ferramenta da memória EXPRESSAS 36 NOVAS TECNOLOGIAS 38 SISTEMA VIÁRIO O GARGALO DO TRÂNSITO NA ILHA 40 OPORTUNIDADES 42 CURSOS & EVENTOS 43

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PRESIDENTEENGº AGRÔNOMO RAUL ZUCATTO

DIRETORIAENG. CIVIL CARLOS ALBERTO XAVIER

1º VICE-PRESIDENTE

ARQUITETO RAFAEL FORNARI CARNEIRO2º VICE-PRESIDENTE

ENG. CIVIL MARCELO MORALES1º SECRETÁRIO

ENG. ELETRICISTA JAMES ALBERTO GIACOMAZZI2º SECRETÁRIO

ENG. MECÂNICO SÉRGIO LUIZ BRAGAGNOLO3º SECRETÁRIO

ENG. AGRÔNOMO EDUARDO MEDEIROS PIAZERA1º TESOUREIRO

ENG. QUÍMICO ENÉAS JEREMIAS DE QUEIRÓZ2º TESOUREIRO

CONSELHO EDITORIALENG. AGR. RAUL ZUCATTO

ENG. ELET. CLAUDE PASTEUR FARIAENG ELET. JOSÉ LATRÔNICO FILHOENG. CIVIL MARCELO MORALES

ARQ. RAFAEL FORNARI CARNEIRO

EQUIPE DE PRODUÇÃO

JORNALISTA RESPONSÁVELAMILCAR OLIVEIRA (SC 00462 JP)

PRODUÇÃOSALLES ESTÚDIO DE PRODUÇÃO & DESIGN GRÁFICO

WWW.SALLESONLINE.COM.BR

REDAÇÃOAMILCAR OLIVEIRA, JURACI PERBONI, SIMONE KAFRUNI,

PATRÍCIA FRANCALLACI, CLAUDIA DE OLIVEIRA

SUPERVISÃOPATRÍCIA FRANCALACCI (MTB/SC 01016)CLAUDIA DE OLIVEIRA (MTB/SC 00536)

PROJETO GRÁFICO, DTPALEXANDRE SALLES

COLABORAÇÃO NOS TEXTOSCLAUDE PASTEUR FARIA, TIAGO AGOSTINI,

ANDRESSA TAFFAREL E DIRCEU GETÚLIO

FOTOGRAFIAALEXANDRE SALLES,

TEMPO EDITORIAL E ARQUIVO DO CREA-SC

REVISÃOAMILCAR OLIVEIRA E CLÁUDIA DE OLIVEIRA

IMPRESSÃOGRÁFICA TOTAL (41) 2102 1600

TIRAGEM12.000 EXEMPLARES

COMERCIALMS EVENTOS E PUBLICIDADE

(48) 3243 2772 / (47) 9961 [email protected]

CONTATOS COM A REDAÇÃO(48) 3348 7015 - [email protected]

NOSSA CAPAArte sobre foto deAlexandre Salles

EDITORIAL 02LIVROS 02ENTREVISTAO CREA-SC MAIS PERTO DE VOCÊ 04Entrevista com o presidente Raul Zucatto

CAPAA CORRIDA PELO PLANO DIRETOR 10SANEAMENTOCONTROLE SOCIAL É SAÍDA PARA O SETOREntrevista com o Engenheiro Sanitarista Ambientale conselheiro do Conama, Bertoldo Silva Costa 16ESPECIALOS DESAFIOS DA CONSTRUÇÃOCIVIL EM SANTA CATARINA 209º CEP E 6º CNPPACTO PELA QUALIDADE MOVIMENTAPROFISSIONAIS EM TODO O PAÍS 26ARTIGOS TÉCNICOSOs artigos ASSINADOS são de responsabilidade dos autorese não expressam NECESSARIAMENTE a opinião do conselho.

LEGISLAÇÃO

REGULAÇÃO E INDEPENDÊNCIA 27ENGENHARIA QUÍMICA

A DIVERSIDADE DAS ENGENHARIAS DAMODALIDADE DA ENGENHARIA QUÍMICA 28AGRONOMIA

EMPREGO DO DRIS NAS LAVOURAS NO BRASIL 29QUALIDADE

APLICANDO 5S NA CONSTRUÇÃO CIVIL 30AGRIMENSURA

REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA SUSTENTAVEL 31TALENTOARQUITETO JOEL PACHECO 32Fotografia como ferramenta da memória

EXPRESSAS 36NOVAS TECNOLOGIAS 38SISTEMA VIÁRIOO GARGALO DO TRÂNSITO NA ILHA 40OPORTUNIDADES 42CURSOS & EVENTOS 43

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Aplicando 5S naConstruçãoCivil

O livro esclareceo leitor sobre essaferramenta, o 5S.Tem o propósito deser um guia de im-plantação do Progra-

ma 5S nas empresas de constru-ção civil, mas sua metodologiapoderá ser utilizada em qualqueroutra atividade. Foi idealizado para suprir a grande ca-rência que existe nessa área e para ser uma referênciana implantação do Programa em canteiros de obras.Com uma linguagem simples e prática, o livro mostra,passo a passo, a implantação da metodologia e comorealizar a sua manutenção, ponto este de maior impor-tância para o sucesso do programa. Retrata também asvantagens para as empresas ao implantarem o Progra-ma. Outra questão discutida no livro é o 5S como fer-ramenta de suporte para Sistemas de Gestão da Quali-dade como ISO 9000 ou, mais especificamente, o Pro-grama Brasileiro da Qualidade e Produtividade doHabitat – PBQP-H.

Editora: [email protected].: (48) 3331-9408 / 3331-9605www.editora.ufsc.br

A Escola Brasileirado Concreto Armado

Esse livro trata da trajetória daarquitetura contemporânea brasi-leira, mostrando principalmente oseu reconhecimento como umadas mais peculiares do mundo. Odestaque é que desde que nasceu,há 60 anos, a arquitetura não sóse destaca por sua ousadia e pro-dução, mas por suas formas, cur-vas, pela criatividade que causa impacto e emoção.Isso tudo pode ser atribuído ao fato de saber inventar,experimentar e criar, além de saber dosar a técnica ar-tesanal e tecnologia construtiva. O livro, com apre-sentação de Ruy Ohtake, oferece a fusão da pesquisa eatuação profissional dos professores Augusto Carlosde Vasconcelos e Renato Carrieri Junior ao impacto dafotografia de Lamberto Scipioni, e que, nas palavrasdos próprios autores, não tem a pretensão de ser umguia, mas mostrar algumas obras de importantes ar-quitetos e engenheiros brasileiros.

Editora Axis MundiContato: (11) 3289 0811

T enho a grande satisfação de apresentar-lhes osegundo número da Revista do CREA-SC, quetraz matérias de enorme interesse técnico, so-

cial, além de funcional, do sistema CONFEA/CREAs.Entre elas, posso destacar a que trata da corrida dosmunicípios em busca da elaboração de seus PlanosDiretores, atendendo a uma exigência legal e aos enor-mes anseios sociais, que pressionam cada vez mais aclasse política por uma melhor qualidade de vida,

aliado ao sistema viário, energia, saneamento, entre outros. Indu-bitavelmente, os profissionais do sistema, que detém o conheci-mento técnico necessário à consecução desses objetivos, não po-dem se furtar em dar sua contribuição nesse momento crucial davida do país.

Neste ano, os profissionais do sistema CONFEA/CREAs terãouma grande oportunidade de discutir muitos dos sérios proble-mas que afligem nossas profissões. Em agosto, no Rio de Janeiro,será realizado o 6º CNP – Congresso Nacional dos Profissionais,ao qual o CREA-SC enviará uma delegação eleita no 9º CEP –Congresso Estadual de Profissionais que realizaremos no mês demaio, em Florianópolis.

Entre os sete eixos temáticos definidos para discussão nacio-nal, destaco aqueles que parecem ser de maior relevância, e quetêm sido preocupação constante dos dirigentes e dos profissio-nais do sistema.

O primeiro deles é a instituição de um Exame de Proficiência,nos moldes do que é realizado há muitos anos pela Ordem dosAdvogados do Brasil. A proliferação de cursos tecnológicos pelopaís sem o menor controle está levando a uma fragilização daformação técnica, degradação do mercado de trabalho e avilta-mento de salários e honorários profissionais.

O segundo é a manutenção da ART – Anotação de Responsabili-dade Técnica, como elemento essencial para garantir a qualidadedos produtos e serviços decorrentes das nossas atividades profissio-nais, principalmente em defesa da sociedade. Interesses muito fortesvêm tentando acabar com essa garantia legal que é prerrogativa dosprofissionais habilitados e registrados nos CREAs.

Por fim, mas não menos importante, espera-se uma grande dis-cussão em torno da natureza jurídica das autarquias especiaiscorporativas, que incluem os CREAs, e sua vinculação às normasdo Direito Administrativo.

Espero que todos os profissionais do sistema participem dasdiscussões que serão travadas nos oito encontros regionais pre-paratórios, nas cidades de Florianópolis, Chapecó, Videira, La-ges, Blumenau, Joinville, Mafra e Criciúma, para o 9º CEP queaprovará propostas e moções a serem defendidas pelos delega-dos catarinenses no 6º CNP, pois esta é a melhor forma de influir-mos nos rumos das nossas profissões.

Um grande abraço,

Eng. Agr. RAUL ZUCATTOPresidente do CREA-SC

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Automação Industrial:Controle do Movimento eProcessos Contínuos

A praticidade e a objetividade são as carac-terísticas essenciais do livro Automação Indus-trial: Controle do Movimento e Processos Con-tínuos, escrito por Ale-xandre Capelli. Ele en-sina estudantes de en-genharia, tecnologia, in-tegradores, profissio-nais de aplicação e de-senvolvimento a inte-grar, dimensionar e atéprojetar pequenas plan-tas fabris. Para facilitarseus ensinamentos e suas propostas, o autormostra exercícios práticos e experiências re-ais em campo, com destaque para os concei-tos de manufatura e processos contínuos, a es-trutura e funções lógicas do CLP, programa-ção, acionamento de motores elétricos, sen-sores industriais, robôs e máquinas com co-mando numérico computadorizado.

Editora ÉricaContato: (11) 2295-3066

Avaliação de ProjetosHabitacionais

O professor e escri-tor Luiz Rifrano mos-tra nesta obra o univer-so da problemática dahabitação de interessesocial. O livro apre-senta a evolução dahabitação e seu refle-xo nas necessidadeshabitacionais tanto noaspecto da quantidade quanto no da quali-dade das moradias no Brasil. O autor tam-bém mostra como uma casa implica em saú-de e bem-estar para seus usuários e a socie-dade. Contra o mito de que casa popular nãofunciona, mostra que pode e deve funcionare indica o momento mais lógico e econômi-co de evitar problemas futuros. É importantefonte de leitura e de pesquisa para os profis-sionais que atuam no setor, representantes deórgãos do governo, agentes financeiros e deentidades sociais para definir políticas habi-tacionais. O autor pergunta: “Para que serveuma casa?”

Editoria Ensino ProfissionalContato (11) 6203-6248

Análise dapesquisa naconstrução civil

O Habitare (Pro-grama de Tecnologiada Habitação) lançouuma coletânea comartigos de pesquisa-dores de várias áreasno país. Já são setevolumes que permi-tem a apresentaçãodas propostas e re-sultados dos estudosde forma condensada. No primeiro, a obraestá direcionado para a difusão de pesquisasenvolvendo estudos de Inserção Urbana e deAvaliação Pós-Ocupação. São análises decomo essas ferramentas que geram conheci-mento sobre o que de fato acontece nos em-preendimentos já executados e ocupados po-dem auxiliar na análise da satisfação do mo-rador, assim como avaliar suas necessidades.O livro dois trata da melhoria das constru-ções com a transferência de tecnologias e dis-seminação do conhecimento e gestão de qua-lidade e produtividade. O terceiro volume tra-ta do esforço para efetivar a linha de Norma-lização e Certificação na Construção Habita-cional e o estimulo à comunidade técnicanacional para contribuir com o processo denormalização aplicado à produção da habi-tação de interesse social. O desenvolvimen-to de quatro produtos importantes a partir deresíduos da construção civil é o que traz olivro quatro, que destaca ainda a importân-cia de reduzir o desperdício de materiais. Oquinto livro trata de Procedimentos de Ges-tão Habitacional para População de BaixaRenda e o sexto destaca a Inovação Tecnoló-gica na Construção Habitacional. A Cons-trução e o Meio Ambiente são os assuntosdo sétimo volume.

Editora: Habitarewww.habitare.org.brContato (21) 2555 0589

Medindo ImóveisRurais com GPS

A medição de propriedades rurais a um cus-to-benefício bastante atrativo, fornecendo da-dos de maior precisão para os proprietários epara os registros públicos e órgãos do gover-no é o que propõe a publicação MedindoImóveis Rurais com GPS. O livro, que é diri-

gido, em especial,aos profissionais daárea de agrimensura,cartografia e agrono-mia que querem fa-zer uso da tecnolo-gia do GPS nas me-dições topográficasde imóveis rurais, éo primeiro trabalhodesta natureza edita-do no Brasil. O texto, desenvolvido por pro-fissionais das áreas de cartografia e agrimen-sura, com grande experiência tanto na técni-ca quanto na aplicação, conduzirá o leitor portodas as etapas da medição de um imóvel ru-ral, passo a passo, com farta ilustração, des-de a configuração do aparelho até a exporta-ção dos dados processados.

Editoria MundoGeoContato: (41) 3338-7789

Projeto ArquitetônicoO livro trata dos

aspectos a seremobservados quandose realiza o ato deprojetar, ou seja,quando se elaboraum projeto arquite-tônico, que apre-senta uma série deproblemas a seremsolucionados emconjunto, de forma integrada, o que determi-na a complexidade do exercício arquitetôni-co. Entretanto, não tem o objetivo de inovarmétodos e/ou técnicas, mas sim, facilitar aosprojetistas o acesso ao material necessáriopara a iniciação ao projeto arquitetônico, en-contrado de forma dispersa em publicaçõestécnicas, referenciadas na bibliografia. Tam-bém não tem a pretensão de esgotar o assun-to, induzindo o aluno à constante necessida-de de fazer novas pesquisas na busca de maisinformações para a ampliação e atualizaçãode seus conhecimentos. A apresentação dasilustrações deste trabalho não foi feita no sis-tema CAD. Os desenhos foram elaborados,intencionalmente, de forma manual, para de-monstrar que mesmo na era da informática otraço do arquiteto e seus croquis continuamimportantes e possuem uma personalidadeímpar, que enriquece o trabalho, diz a auto-ra, Silvia Odebrecht.

Editoria FurbContato: (47) 3321-0329

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O CRE Presidente Raul ZucattoPrecisamos avançarainda mais em 2007

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Qual a avaliação que o senhor faz desteprimeiro ano de sua gestão?

Raul Zucatto – Ser presidente doCREA-SC é uma honra muito grande eum desafio. Avalio positivamente o pri-meiro ano de nossa gestão, porque avan-çamos bastante com relação à propostaque defendo de um CREA mais presentejunto às Entidades de Classe, aos profis-sionais, às Instituições de Ensino e à soci-edade. Estamos dialogando com os pro-fissionais e instituições públicas e priva-das em todas as regiões do estado, acom-panhando o trabalho das inspetorias eescritórios, que aproximam as ativida-des e o debate com os profissionais e asociedade de forma descentralizada, ofe-recendo assim as condições para um tra-balho a cada dia mais eficiente.

Mudamos o horário de trabalho doConselho, unificando-o tanto na sedequanto nas inspetorias e escritórios re-gionais, facilitando a vida dos usuáriosem geral dos nossos serviços.

Concluímos e entregamos à comuni-dade profissional das regiões de Tuba-rão e de São Miguel d’Oeste as novassedes destas duas Inspetorias e estamosem processo de construção neste 2007das novas sedes para as inspetorias deCriciúma e de Caçador, com a meta dechegarmos a seis até o final da gestãoem dezembro 2008, já desenvolvendoestudos para as outras quatro previstas,em Joinville, Chapecó, Xanxerê e Joaça-ba.

Implantamos um novo sistema paraa realização de eventos, buscando o for-

talecimento das Entidades de Classe (As-sociações e Sindicatos); realizamos umencontro estadual dessas entidades e oSeminário Regional Sul Pensar o Brasil,que resultaram em inúmeras idéias, pos-teriormente sistematizadas no documen-to “Pensando Santa Catarina: Propostasda Área Tecnológica para um Futuro me-lhor”, cuja projeção em nível estadual enacional foi fantástica.

Uma importante conquista deste pri-meiro ano foi o êxito do PEC (Programade Educação Continuada), que superousignificativamente as marcas anteriores.Foram investidos no Programa cerca deR$ 650 mil, para mais de 200 cursos,treinamentos, seminários, encontros eoutros eventos similares, sempre em par-ceria com as entidades.

Não podemos deixar de citar o aumen-to de 10% das ARTs ( Anotações de Res-ponsabilidade Técnica) e a diminuiçãodos autos de infração em 15,60%, mos-trando que nossa política de uma fisca-lização orientativa e educativa é o me-lhor caminho, pois não visamos punir, esim atender a legislação.

O resgate da aproximação com oCONFEA (Conselho Federal) foi essen-cial para um melhor relacionamento ins-titucional e uma considerável ajuda fi-nanceira deste a importantes eventospromovidos por nossas Entidades. Inten-sificamos ações para a agilização na tra-mitação de processos, em todas as ins-tâncias do Conselho, com o apoio dasCâmaras Especializadas e do Plenário doConselho. Destaco ainda o fortalecimen-

to de nossa inserção na sociedade pormeio de uma política de participaçãoefetiva em discussões de relevância paraa engenharia, arquitetura, agronomia,geologia, geografia e meteorologia e parao desenvolvimento do Estado.Quais os maiores desafios do CREA-SCpara 2007?

Raul Zucatto - Em 2007 precisamosavançar ainda mais. Teremos o desafiode implantar o Planejamento Estratégicono Conselho, envolvendo todos os en-tes internos e externos, realizar o 9º Con-gresso Estadual de Profissionais (CEP) eseus oito encontros regionais preparató-rios para o 6º Congresso Nacional dosProfissionais (CNP), que acontece duran-te a 64ª SOEAA, no Rio de Janeiro. Rea-lizar ainda o 1º Encontro Estadual do Co-légio de Inspetores Regionais, das nos-sas 20 Inspetorias do estado e o 6º En-contro Estadual de Entidades de Classe,além dos tradicionais seminários de atu-alização dos fiscais e atendentes.

Vamos trabalhar também pela moder-nização da fiscalização, para que fiquemais avançada e descentralizada; evo-luir no sistema de informatização doConselho e dos seus serviços; melhoraro desempenho da Assessoria de Comu-nicação e Eventos; aperfeiçoar os con-troles e registro das Instituições de Ensi-no e dos cursos da área tecnológica quedevem ter registro no Conselho; melho-rar a política operacional e de controlesna área de recursos humanos; aprimo-rar e desengessar ainda mais os sistemasde atendimento, além de avaliar e, se

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necessário, propôr, emparceria com o Sindica-to dos funcionários, me-lhorias no plano de Car-gos e Salários.

Vamos continuar fa-zendo uma gestão pro-fissional, ética, aberta,participativa e comtransparência, priman-do pelo zelo dos recur-sos técnicos, patrimoni-ais e humanos do Con-selho, tendo o seu pre-sidente dedicação inte-gral ao CREA.

Uma das metas maisimportantes de sua ges-tão é aplicar até 10%

da receita líquida anual do CREA-SC emum Programa Permanente de Atualiza-ção e Aperfeiçoamento Profissional.Quais os principais avanços em relaçãoa essa proposta?

Quando propus que o CREA investis-se até 10% da sua receita líquida anualna realização de cursos, seminários, en-contros, simpósios, palestras, congres-sos e outros eventos que promovessema valorização profissional, a atualizaçãodos colegas e o fortalecimento das nos-sas entidades, muitos disseram que eraum sonho.

Mas é um sonho que estou conseguin-do realizar e com ótima repercussão.Diria que já avançamos muito nessa li-nha e criamos uma nova mentalidade.Em 2006, tivemos 245 solicitações e, sefôssemos atender todas nos valores plei-teados, custaria mais de R$ 1,2 milhão.O nosso orçamento previa R$ 200 milpara esse fim, mas preferimos ousar so-licitando ao plenário uma reformulaçãoe investir R$ 650 mil nesse primeiro ano.Realizamos mais de 200 eventos comexcelente aceitação, numa forte parce-ria com as Entidades de Classe.

Contratamos um profissional que as-sumiu a gerência do Programa de Capa-citação Profissional e ArticulaçãoInstitucional,passando a fazer um acom-panhamento e controle técnico maisintensificado e estabelecemos novas re-gras para os eventos, entre elas a da car-ga horária, que deverá ser adequada ànatureza do evento e ao número de par-

ticipantes. Estes deverão ser obrigatoria-mente profissionais registrados no Con-selho, bem como os instrutores/profes-sores, quando das áreas tecnológicas.Outra diretriz é que as entidades parcei-ras devem primar pela qualidade e nãopela quantidade de cursos e similares. Aprevisão para 2007 é de 324 cursos eoutros eventos, com um orçamento pre-visto de R$ 990 mil. A expectativa éiniciar a realização dos eventos já a par-tir do mês de março.

Precisamos oportunizar aos nossosprofissionais as inovações e os avançostecnológicos.

Como pretende avançar na Fiscalizaçãoem 2007?

Dentro da filosofia de uma fiscaliza-ção orientativa, as Câmaras Especializa-das estabeleceram parâmetros para áre-as que devem ser fiscalizadas. A gerên-cia estadual de fiscalização e os colégi-os regionais de inspetores apontaramaquelas que devem ser tratadas com maisintensidade em cada região, e procedi-mentos a serem seguidos pelos 46 fis-cais do Conselho.

Nós estamos aprimorando esse pro-cesso, com treinamento dos fiscais, efe-tiva presença em todos os recantos doestado, e uma interação maior das ge-rências estaduais, assessorias técnicas einspetores chefes. Entre as principaismetas estão a implantação da fiscaliza-ção inteligente (avançada) através da uti-lização de GPS e PDA, passando grada-tivamente a associar o cumprimento dalegislação e a qualidade; a fiscalizaçãodos cargos técnicos no Serviço PúblicoFederal, Estadual e Municipal; a fiscali-zação dos planos diretores, do sanea-mento e meio ambiente, da BR-101 eoutras obras de grande porte no estado,bem como serviços nos campos da en-genharia, arquitetura e agronomia. Pre-tendemos obter um crescimento de 15%nos resultados da fiscalização, elevandopara 200 mil o número de ARTs anota-das.

O CREA está mais presente no dia-a-diada comunidade?

O CREA fortaleceu sua atuação nestalinha, tomando sempre posição nos te-mas que nos envolveram na sociedade.E assim continuaremos, opinando, aler-

tando, dando nosso apoio técnico, criti-cando, fiscalizando e, se necessário, au-tuando, quando o assunto estiver relaci-onado à nossa área. Estaremos semprevigilantes e presentes, nos empreendi-mentos públicos ou privados, os quaisapoiamos desde que sejam de interesseda comunidade e para o desenvolvimen-to do estado e aquecimento da econo-mia catarinense, respeitando a legisla-ção, as questões ambientais e técnicas.

Em 2006, nos envolvemos em diver-sos assuntos, para os quais obrigatoria-mente empenharemos nosso trabalhoneste ano de 2007, como a questão daelaboração dos Planos Diretores, dasobras em nossas estradas, como a du-plicação no trecho Sul da BR-101, a lutapela duplicação da BR-470, a BR-280 ea conclusão da BR-282. É necessário umefetivo projeto do setor público, de ma-nutenção e conservação de todas as nos-sas rodovias, a conclusão e melhoriasdos aeroportos, a implantação de umforte programa de saneamento básico, ede habitação popular. Podemos colabo-rar com estas e outras ações, através deconvênios com órgãos e entidades par-ceiras.

Como o CREA atua na criação de novoscursos?

Existem duas linhas de trabalho: umaé o envolvimento e a integração maiorcom as Instituições de Ensino, que têmseus representantes no Conselho. A ou-tra são os procedimentos adotados parao registro dos cursos no CREA-SC.

Discute-se que o CREA está longe dasEscolas, das Universidades e nós dize-mos que elas é que estão distantes. Pre-tendemos começar a mudar esta situa-ção realizando no segundo semestre des-te ano o 1º Fórum Estadual de Educa-ção, envolvendo todas as Instituições deEnsino e os conselheiros indicados pe-las escolas com assento no Conselho, afim de avaliar e analisar as questõescomo grade curricular, proliferação decursos, critérios para conceder o regis-tro de uma escola e de um curso dentrodo CREA-SC, a necessidade de que dis-ciplinas técnicas sejam prerrogativas ede fato ministradas por profissionais daárea.

A Lei de Diretrizes da Educação deuautonomia às universidades e escolas

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para criarem cursos, desde que registra-dos no MEC. Os conselhos profissionaissão obrigados a registrá-los e dar atri-buições com base nas cargas horáriasobtidas, mas podemos redefinir os crité-rios para fazer o registro do curso noConselho, exigir que todos os professo-res do setor sejam registrados, tenhamsua ART de cargo e função, que com-provem a carga horária, disciplinas e aestrutura mínima para funcionamento,entre outros cuidados, de modo quecumpram a legislação vigente e colo-quem no mercado profissionais prepa-rados. Temos que mostrar para a socie-dade que não se pode criar cursos sem adevida necessidade e estrutura.

Critico a proliferação desenfreada decursos desde que era presidente do Sin-dicato dos Engenheiros Agrônomos econfesso que fiquei um pouco frustra-do, porque é difícil mudar este quadro,onde muitas vezes prevalece a vontadee a vaidade política ou comercial em re-lação à necessidade e à qualidade. Nósvamos apoiar cursos estruturados, comprofissionais habilitados como docentes,mas seremos contra cursos mercantilis-tas e que não tenham interesses muitoclaros.

Uma das metas de seu mandato é inte-riorizar a Mútua/Caixa de Assistênciados Profissionais. Como está este pro-cesso?

O nosso sistema Confea/CREAs criou,em 1977, pela lei 6.496, a Mútua deAssistência dos Profissionais da Enge-nharia, Arquitetura e Agronomia, com aidéia de ser um braço social do sistemapara os profissionais, facilitando atendi-mentos de saúde, linhas de auxílio finan-ceiro subsidiado para montar e equiparo escritório, linhas de auxílio financeiropessoal, implantação de fundo de com-plementação de aposentadoria, entreoutros benefícios sociais. É mantida com20% do valor da ART (Anotação de Res-ponsabilidade Técnica) recolhida quan-do da prestação de serviços profissionais.Até 2001, ficou centralizada em Brasí-lia. Depois de muita luta dos CREAs eEntidades de Classe, por deliberação deum Congresso Nacional dos Profissio-nais e decisão aprovada pelo plenáriodo CONFEA, ficou definido que 70%dos 20% da ARTs recolhidos ficariam

para o Estado gerador.Em 2001, foi feita a descentralização

com a Criação das Caixas/Mútua nosestados. Assim, foi fundada aqui em Flo-rianópolis a Caixa-SC – Caixa de Assis-tência dos Profissionais do CREA-SC –que a partir de então começou a se es-truturar, inicialmente na sede, em Flori-anópolis, e em 2005 estendeu os servi-ços a todo o estado. No entanto, as de-cisões continuam centralizadas na capi-tal e dependendo muito da Mútua Fede-ral (Brasília). Nossa meta é sua efetivainteriorização, com os serviços coloca-dos junto às nossas inspetorias regionais,ficando mais próxima dos profissionais.Vamos defender uma maior autonomiapara as caixas nos estados em relação àMutua/Brasília, pois, ao contrário, enten-do que esta não atende os reais objeti-vos para os quais foi criada: ser o braçosocial do sistema. Esta é minha meta eespero que se concretize ao longo da ges-tão. Destaco que mesmo com a sede edecisões centradas na capital, a Caixa-SC já vem prestando bons serviços paramuitos colegas e entendo que precisa-mos socializá-los para todos os profis-sionais. Desde sua implantação (2001)já liberou, por exemplo,mais de mil au-xílios financeiros, totalizando cerca deR$ 8 milhões. O plano de auxílio à saú-de atende aproximadamente 10 mil pro-fissionais e dependentes.

Para esta descentralização iremos con-tar com a colaboração dos inspetores –chefes e treinando os nossos funcionári-os nas inspetorias para iniciar o atendi-mento até que a Caixa instale sua estru-tura. Iniciamos em algumas regiões,como em Blumenau, Joinvile, Chapecóe Lages para progressivamente chegar emtodas as regionais. A direção da Caixa-SC, coordenada pelo Eng. Agron. SilvioThadeu de Menezes, está escolhendoum profissional como representante emcada região. A meta neste ano de 2007 éter um representante da Caixa em cadauma das 20 inspetorias para, num pri-meiro momento, divulgar mais os bene-fícios e ampliar os convênios.

Por que a iniciativa de implantar um Pla-nejamento Estratégico para o CREA?

É um dos compromissos assumidospara esta gestão. O CREA é o maior con-selho profissional do estado, envolve

hoje 36 mil profissionais,cerca de 9,5 mil empre-sas da área tecnológica,55 Entidades de Classe,mais de 50 Instituições deEnsino que oferecem 170cursos do setor. Temos 86conselheiros, oito Câma-ras Especializadas, diver-sas Comissões Perma-nentes e Especiais e gru-pos de trabalho, 28 ins-petores-chefes regionais eum colégio de inspetoresregionais. Temos uma es-trutura de 200 funcioná-rios que atuam na sede enas 28 inspetorias e es-critórios no Estado. É umaAutarquia Pública Federal grande e di-versificada, que requer muita atenção noseu gerenciamento. Entendo que há ne-cessidade de planejar e pensar o Conse-lho para o futuro, para no mínimo ospróximos cinco anos, racionalizandouma série de ações. O Planejamento Es-tratégico nos auxiliará neste caminho. Játemos uma empresa contratada e estaráiniciando o trabalho a partir de março,nos apresentando uma nova forma dedesenvolver nossa missão, objetivos,metas e estrutura organizacional.

Precisamos de um Conselho mais pró-ximo do profissional, das Entidades deClasse, das Instituições de Ensino e dacomunidade. Devemos nos programarmelhor, planejar nossas ações e estabe-lecer metas a serem atingidas, avaliar senossas estruturas são ideais, bem comose estão respondendo ao que os profis-sionais desejam. É um novo sistema deplanejar as nossas ações, descentralizan-do a atuação.

Os profissionais, empresas e a socie-dade certamente irão notar a diferença.

Como está o projeto para a reforma dasede do CREA-SC ?

Nossa grande prioridade em melho-rar o espaço físico-administrativo e deatendimento é junto às inspetorias, ondetemos o compromisso de construir seisnovas sedes, além das duas concluídasde São Miguel do Oeste e Tubarão. Anossa sede tem mais de 30 anos e foiconstruída dentro da realidade da suaépoca, quando havia no Conselho me-

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nos de 30 conselhei-ros, representandosuas Entidades e Insti-tuições. Hoje são 86.Eram quatro câmaras;hoje são oito. Tínha-mos cerca de 50 fun-cionários; hoje somosem 200. A estrutura fi-cou muito pequena.Precisamos de ummelhor espaço, ampli-ando nossa sede,construindo um anexopara atender aos dife-rentes departamentos,câmaras, comissões,ampliar o auditóriopara as nossas Plená-rias e uso das entida-des, e até mesmo para

a área administrativa. Estamos estudan-do um projeto para aumentar a capaci-dade física da sede e também atender asnecessidades da Caixa de Assistência dosProfissionais. No entanto, sua viabiliza-ção a médio prazo vai depender de umaparceria CREA – CONFEA – MÚTUA/CAIXA de Assistência, pois sozinho oCREA, no momento, não teria disponi-bilidade financeira para bancar sua cons-trução. A não ser que suspendêssemoso projeto da construção das seis inspe-torias até dezembro de 2008, o que nãopretendo fazer por ser um compromissoassumido como meta da gestão, nas re-gionais de Criciúma, Caçador, Joinville,Chapecó, Xanxerê e Joaçaba.

Em relação à representação das Entida-des de Classe, como avalia a participa-ção dos profissionais catarinenses e osinteresses por suas Entidades? O que oCREA está fazendo para apoiar as Enti-dades de Classe?

Estamos promovendo uma integraçãomuito forte. As Entidades precisam tam-bém evoluir e definir o que é mais impor-tante para se tornarem ainda mais efici-entes junto aos profissionais. Tambémfazer o seu planejamento estratégico, au-mentar a participação dos jovens nas di-retorias e buscar o envolvimento dos es-tudantes. O CREA pode contribuir paraviabilizar atividades com essa finalidade.Pretendemos criar o CREA Junior e esti-mular o aumento da presença das mu-

lheres profissionais no Conselho. As en-tidades poderiam seguir este exemplo.

Realizamos neste 2007 pela primeira vezum Seminário Estadual de Conselheiros,onde os conselheiros tiveram uma noçãoperfeita de como funciona o CREA, a res-ponsabilidade social desta função, nãosomente como um cargo de representa-ção política de suas categorias, mas tam-bém da valorização delas perante a socie-dade. Vamos realizar neste ano o 6º En-contro Estadual de Entidades de Classe,debatendo formas de integração e de par-cerias. O Programa de Atualização Profis-sional (PEC), executado em conjunto, éoutra atividade concreta de envolvimentoe apoio. Minha vida profissional sempreesteve intimamente ligada às entidades, fuifundador de várias delas e presidente dediversas. Entendo que são fundamentaispara a valorização profissional e para umaatuação mais vigilante e transparente dopróprio Conselho.

Na sua gestão o senhor quer fazer cum-prir o pagamento do salário mínimoprofissional e a valorização profissional.Será uma campanha?

A Federação Nacional de Engenheiros(FNE), a Federação Interestadual de En-genheiros (FISENGE) e a Federação Na-cional de Arquitetos (FNA), em conjun-to com o CONFEA, definiram uma cam-panha nacional. O CREA-SC se engajoucom as entidades sindicais e lançou, nodia 11 de dezembro de 2006, dia do En-genheiro e do Arquiteto, a campanha devalorização profissional e cumprimentodo salário mínimo profissional no esta-do. A lei 4.950-A estabelece o mínimoprofissional, que é de seis salários paraseis horas e oito e meio salários míni-mos para oito horas diárias de trabalho.

Infelizmente, essa lei é descumpridaem muitos casos e tem um defeito, poisvale para os celetistas. Para os estatutá-rios, prevalece o estatuto do servidor pú-blico. Estamos acompanhando os casos,fazendo notificações a quem descumprea lei e, depois, encaminharemos tambémao Ministério Público do Trabalho. OCREA-SC não tem o poder de ingressarcom ações trabalhistas, esta é uma prer-rogativa dos sindicatos. Acredito que oConselho e Sindicatos precisam avançarmais, buscando um debate maior e atéestimular mais as negociações.

A desvalorização profissional da En-genharia, da Arquitetura e da Agrono-mia, decorre, entre outros fatores, daproliferação de cursos, da disputa pelomercado e do não cumprimento das ta-belas de honorários profissionais. A boaformação, um profissional atualizado epreparado para o uso de tecnologia, parafazer ótimos serviços, bons projetos,bons empreendimentos e atender bem aseus clientes é o começo da valorizaçãodo profissional e de seus honorários.

É essencial, também, que as entida-des defendam a importância dos profis-sionais da área tecnológica. Não háavanço tecnológico e desenvolvimentosustentável sem a presença de nossosprofissionais na sociedade e temos quemostrar isso com resultados e presença.Deve haver uma integração maior.

Um crescimento mais expressivo daeconomia e investimentos em tecnolo-gia podem aumentar ainda mais as opor-tunidades para os profissionais. Precisa-mos lutar para que funções que exijamum engenheiro, arquiteto ou agrônomosejam exercidas por um profissional des-sas áreas. Eu, particularmente, não con-sigo conceber que um Plano Diretor,uma Secretaria de Transportes e Obras ede Planejamento não sejam coordena-das por profissionais da nossa área,como acontece na saúde e na justiça, porexemplo, em que se respeita a formaçãoprofissional. Nos falta maior represen-tatividade política.

Vamos agir através de nossa fiscaliza-ção, apoio técnico e ações políticas, mastemos muito o que caminhar nessa li-nha. Estamos propondo o diálogo, a par-ceria e o trabalho junto a prefeituras paradar a nossa contribuição nos projetosmunicipais. Mas precisamos que o Bra-sil volte a crescer para que haja mais in-vestimentos em construção civil, agricul-tura e indústria.

Precisamos ter uma maior participa-ção e representação política. É funda-mental que os profissionais e as Entida-des de Classe apóiem aqueles que têmvontade de disputar um cargo político.Tenho convicção de que vamos avançarmuito nestas questões, quando obtiver-mos maior presença nas Câmaras deVereadores, Prefeituras, Assembléias eCongresso Nacional.

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o Plano Diretor

Dos 293 municípios catarinenses, 113 deverão fazer ou adequar o Plano Diretor ao Estatuto das Cida-

des. Estão enquadradas cidades com mais de 20 mil habitantes, que fazem parte de regiões metropolita-

nas ou que tenham algum grande impacto ambiental. Passado o período de adequação, 10 de outubro

de 2006, muitos não cumpriram o prazo. A arquiteta e ex-vice-presidente do CREA/SC, Stela Maris

Ruppenthal, diz que o último balanço aponta que 82 cidades estão com o Plano em andamento, o que

equivale a 73% dos municípios, e 19 nem iniciaram o processo, ou seja, 17% do total. O quadro se

assemelha ao que acontece no resto do país, pois, dos 1.683 municípios brasileiros que devem elaborar

o Plano Diretor, 74% estão com o processo em andamento e 12% não iniciaram o processo.

Devido a este atraso, o Ministério dasCidades quer saber como está a elabo-ração do Plano Diretor, quais são as di-ficuldades e quer verificar se houve as-sistência técnica e participação popu-lar no processo. Para isso, em setembrode 2006, assinou convênio com o Con-fea (Conselho Federal de Engenharia,Arquitetura e Agronomia) e com osCREAs. Em Santa Catarina, o convêniofoi assinado em conjunto com osCREAs do Rio Grande do Sul e Paraná.Mais de 300 questionários sobre a ela-boração do Plano Diretor foram aplica-dos pelos fiscais do Conselho, em 113municípios, ao coordenador-técnico, aocoordenador-político do Plano e a ummembro da comunidade local.

O modelo de questionário é o mesmopara os três entrevistados. Para o respon-sável técnico e o responsável político,ele é semelhante, com 18 perguntas so-bre o Plano, incluindo como foi sua dis-cussão e divulgação, valores gastos naelaboração, principais pontos contidosno projeto, como foi o trâmite na Câma-ra de Vereadores e os detalhes que faci-litaram ou dificultaram a elaboração. Orepresentante da sociedade civil respon-derá o mesmo formulário, sem as ques-tões técnicas e administrativas, num to-tal de 11 perguntas. Os dados já foramenviados ao Ministério das Cidades emdezembro de 2006. A partir dessa pes-quisa, será feita a radiografia de comoestão os planos diretores, ressalta a Ar-quiteta Stela Maris.

PPPPPapel do CREA éapel do CREA éapel do CREA éapel do CREA éapel do CREA éfundamental para afundamental para afundamental para afundamental para afundamental para aproposta do Estatutoproposta do Estatutoproposta do Estatutoproposta do Estatutoproposta do Estatutodas Cidadesdas Cidadesdas Cidadesdas Cidadesdas Cidades

O CREA de Santa Catarina tem atua-do fortemente nessa empreitada da ade-quação ou elaboração do Plano Diretor.A ex-vice-presidente Stela Maris desta-ca o trabalho constante com os inspeto-res-chefes para destacar a importânciada participação do Conselho tanto nasAudiências Públicas como nos NúcleosGestores dos Municípios. Ela tambémressalta que a entidade foi pioneira noBrasil, ao criar uma Comissão do Esta-tuto das Cidades, formada por profissio-nais integrantes do IAB e conselheirosdo CREA, para orientar e esclarecer asociedade e aos conselheiros sobre asquestões que dizem respeito ao Estatutodas Cidades, além de orientar o depar-tamento de fiscalização, juntamente coma Câmara Especializada de Arquitetura,quanto aos procedimentos a serem rea-lizados.

Exigência deExigência deExigência deExigência deExigência denovo Planonovo Planonovo Planonovo Planonovo Planocomeçou em 2001começou em 2001começou em 2001começou em 2001começou em 2001

Os municípios deveriam ter iniciadoos trabalhos em 2001. O atraso, alegamos técnicos e prefeitos, deve-se a diver-sos motivos, como falta de recursos, de-

pendência de fatores externos, falta deinteresse dos prefeitos em montar a es-trutura, contratar arquitetos para coorde-nar os trabalhos e realizar esse debatepúblico, já que o Plano é participativo.O prefeito que não fizer o dever de casaem cerca de cinco anos poderá sofrer umprocesso por improbidade administrati-va. E mais importante é que o municípioque não estiver regularizado poderá es-tar impedido de receber verbas federais.As Câmaras de Vereadores também po-derão ser responsabilizadas, diz o Mi-nistério Público, se for comprovada aresponsabilidade pelo atraso. Em algu-mas cidades, o Plano Diretor está pron-to e aguarda votação pelo LegislativoMunicipal.

De acordo com o Estatuto, “a políticaurbana tem por objetivo ordenar o ple-no desenvolvimento das funções sociaisda cidade e da propriedade urbana”. Paraisso estabeleceu 16 diretrizes, como di-reito a cidades sustentáveis, direito à terraurbana, à moradia, ao saneamento am-biental, à infra-estrutura urbana, aotransporte e aos serviços públicos, aotrabalho e ao lazer, para as presentes efuturas gerações; proteção, preservaçãoe recuperação do meio ambiente natu-ral e construído, do patrimônio cultural,histórico, artístico, paisagístico e arque-ológico; participação da população e dosrepresentantes dos segmentos da socie-dade nas decisões sobre formulação,execução e acompanhamento de planos,programas e projetos de desenvolvimen-

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to urbano e nas implantações de empre-endimentos.

O Estatuto define ainda que deve ha-ver ordenação e controle do uso do solopara evitar a utilização inadequada dosimóveis urbanos; a proximidade de usosincompatíveis ou inconvenientes; o par-celamento do solo, a edificação ou o usoexcessivo ou inadequado em relação àinfra-estrutura urbana; a instalação deempreendimentos ou atividades que pos-sam funcionar como pólos geradores detráfego, sem a previsão da infra-estrutu-ra correspondente; a retenção especula-tiva de imóvel urbano, que resulte na suasub-utilização ou não utilização; a dete-rioração das áreas urbanizadas e a po-luição e a degradação ambiental.

Conselho trabalhaConselho trabalhaConselho trabalhaConselho trabalhaConselho trabalhapara que a laboraçãopara que a laboraçãopara que a laboraçãopara que a laboraçãopara que a laboraçãodo Plano Diretor sejado Plano Diretor sejado Plano Diretor sejado Plano Diretor sejado Plano Diretor sejacoordenada porcoordenada porcoordenada porcoordenada porcoordenada porarquitetosarquitetosarquitetosarquitetosarquitetos

A elaboração do Plano Diretor é as-sunto da Câmara de Arquitetura doCREA/SC, diz o ex-coordenador, Arqui-teto Ricardo Bragaglia. O trabalho doConselho é, através do Departamento deFiscalização, verificar se os municípioscontrataram um arquiteto registradocomo responsável técnico pela elabora-ção do documento. “A intenção disso é,além de qualificar o processo de criaçãodo Plano Diretor, fazer a defesa do pro-fissional de arquitetura com a ampliaçãodo mercado de trabalho”, afirma Braga-glia. Essa tarefa da Câmara também está

servindo de exemplo para os outros CRE-As do país. O trabalho desenvolvido aquifoi apresentado pelo coordenador duran-te reunião nacional das Câmaras de Ar-quitetura do Conselho.

Bragaglia defende ainda que o traba-lho de coordenação do profissional dearquitetura deve encontrar soluções ouapresentar alternativas para problemas jácriados, como, por exemplo, a ocupa-ção das margens dos rios. “Então, temde se favorecer certos aspectos que pos-sam reduzir impactos sobre as cidades”,destaca. Uma possibilidade é o bairrovoltar a ser também o local de trabalho,de lazer e de compras para seus mora-dores. O resultado final, afirma Braga-glia, deve promover o crescimento or-denado das cidades, com preservaçãoambiental e inclusão social.

Grupo preparou osGrupo preparou osGrupo preparou osGrupo preparou osGrupo preparou osdiversos segmentosdiversos segmentosdiversos segmentosdiversos segmentosdiversos segmentos

O CREA/SC formou em 2003 umaComissão Especial do Plano Diretor eEstatuto das Cidades, com participaçãodos conselheiros, do Ministério Público,Tribunal de Contas, IAB e outras entida-des. Segundo a Comissão, a finalidadedo trabalho é orientar os prefeitos sobrea elaboração do Plano Diretor. Em 2005,aconteceram seminários, cursos e pales-tras com os prefeitos e as equipes técni-cas das prefeituras, destacando a impor-tância e a exigência da lei e da qualifica-ção técnica para elaborar o Plano Dire-tor. Essa comissão orienta que a coorde-nação dos trabalhos seja de um arquite-to ou arquiteto urbanista, conforme pre-

vê o Estatuto e tenha a participação ain-da de engenheiros, agrônomos, agrimen-sores, geógrafos e os técnicos dessas áre-as.

Por que é importante a presença doprofissional de arquitetura? O ex-coor-denador da comissão, Arquiteto JorgeRaineski, explica que a arquitetura temcomo foco o ser humano para o espaço.E o Plano Diretor é um conjunto de leis,mapas e tabelas que impõem limites eestímulos para a ocupação das cidades,além de garantir às comunidades melhorqualidade de vida, segurança e bem-es-tar.

Raineski, que coordenou a criação doPlano Diretor de Bela Vista do Toldo – 4mil habitantes, e Monte Castelo, 12 milhabitantes, afirmou que o fato de estarlá, promover oficinas com os morado-res sobre ocupação de solo, sistema viá-rio e meio ambiente, permitiu encontrarsoluções importantes, aliando as propos-tas e necessidades dos habitantes comsoluções técnicas. Por exemplo, os mo-radores queriam órgãos públicos e pré-dios residenciais num único ponto dacidade. Mas a intervenção do arquitetomostrou que isso geraria um desenvol-vimento desigual. E mais: a concentra-ção exigiria investimentos maiores numúnico local.

Cidades catarinensesCidades catarinensesCidades catarinensesCidades catarinensesCidades catarinensesdeverão ter um novodeverão ter um novodeverão ter um novodeverão ter um novodeverão ter um novoPlano Diretor comPlano Diretor comPlano Diretor comPlano Diretor comPlano Diretor commais de um ano demais de um ano demais de um ano demais de um ano demais de um ano deatrasoatrasoatrasoatrasoatraso

Passados cinco anos da aprovação dalei que exige a adequação ou a elabora-ção do Plano Diretor, muitos municípioscatarinenses ainda nem começaram ostrabalhos. A elaboração desse instrumen-to define o desenvolvimento sustentáveldas cidades, com ocupação ordenada dosespaços, planejamento coerente e meca-nismos que coibirão os abusos.

Um dos principais motivos para o atra-so é a falta de recursos para desencadearo processo e montar a equipe. Em alguns,há descaso de gestores municipais emencaminhar os trabalhos e debater a ques-tão. Além dos interesses diversos, há asdificuldades de adequar cidades com sé-rios problemas de ocupação urbana.

Equilíbrio ambiental é uma das preocupações centrais dos planos

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los Bogoni, explicou que o atraso acon-teceu por problemas diversos, como asmudanças de DNER para DNIT, e depoisalterações no governo estadual. Aindahouve atraso no repasse de verbas – oconvênio é de cerca de R$ 6 milhões. Atéagora está sem o imageamento, que vaioferecer as imagens desses municípios.Mas está parado por falta de pagamentodas parcelas à empresa executora. Bogo-ni disse que está apenas aguardando a li-beração de recursos para quitar o débitoe poder lançar o edital para selecionarcinco empresas para a elaboração do Pla-no Diretor. Ele acredita depois da esco-lha, o Plano deve estar pronto em trêsmeses. Os municípios, segundo ele, comsuas equipes técnicas já preparam mate-rial e documentos necessários. Outrosmunicípios, também com a 101 em seuterritório, contrataram empresas particu-lares ou suas equipes técnicas fizeram otrabalho e já o concluíram.

Ministério Público vaiMinistério Público vaiMinistério Público vaiMinistério Público vaiMinistério Público vaicobrar dos prefeitos ocobrar dos prefeitos ocobrar dos prefeitos ocobrar dos prefeitos ocobrar dos prefeitos onãonãonãonãonão-cumprimento do-cumprimento do-cumprimento do-cumprimento do-cumprimento doprazoprazoprazoprazoprazo

O Centro de Apoio Operacional doMeio Ambiente do Ministério Públicoemitiu uma nota técnica com orientaçãoaos Promotores de Justiça com atribui-ções na área de Defesa do Meio Ambi-ente sobre procedimentos que devemadotar quanto ao não-cumprimento doprazo por parte das prefeituras e prefei-tos na elaboração do Plano Diretor.

De acordo com o coordenador-ge-ral deste Centro, procurador JacsonCorrea, haverá análise caso a caso.Aquele gestor que não promoveu aadaptação à lei por omissão ou pordescaso poderá responder ação civilpública por improbidade. Os prefeitoscom a atividade em andamento pode-rão estar livres do procedimento judi-cial, desde que acertem uma data deconclusão e emissão de relatórios men-sais. O mesmo tratamento deverá serdado aos municípios que dependem deterceiros, caso dos atingidos pela du-plicação da BR-101 Sul. Como exigên-cia de fazer um Plano Diretor ou ade-quar o já existente é de 2001, o procu-rador Corrêa não descarta a possibili-

O diretor-executivo da Fecam (Fede-ração Catarinense dos Municípios), Cel-so Vedana, disse que os gestores muni-cipais estão com falta de recursos finan-ceiros e estrutura técnica para elaboraro Plano Diretor participativo. “Diantedas dificuldades, as Associações deMunicípios estão estruturando dentro doseu quadro técnico profissionais quepossam orientar ou executar nos muni-cípios a elaboração do plano”, disse. Háum atraso no repasse de verbas dos con-vênios com órgãos da União e Estado,que interfere diretamente no cronogra-ma de execução das etapas de elabora-ção do plano diretor.

Florianópolis só deverá ter seu Planovotado no final de 2007. Somente nametade de 2006 , quando o presidentedo IPUF (Instituto de Planejamento deFlorianópolis), Ildo Rosa, assumiu o car-go, foi iniciado o processo. Houve, nes-se período, a preparação para começaras ações efetivas.

Outros municípios, e neste caso es-tão todos os cortados pela BR-101 Sulem duplicação, ficaram à espera de so-luções vindas de fora. Pelos menos 35prefeitos desse grupo deixaram na mão

de terceiros a elaboração e nem fiscali-zaram a elaboração, apesar de respon-derem por improbidade administrativa,caso não cumpram a lei.

Por causa desse atraso, a Fecam e As-sociações de Municípios estiveram reu-nidas com o coordenador-geral do Cen-tro de Apoio Operacional do Meio Am-biente do Ministério Público, o procura-dor de justiça Jacson Corrêa, e apresen-taram um relatório com o andamento dostrabalhos nas cidades.

Convênio atrasa osConvênio atrasa osConvênio atrasa osConvênio atrasa osConvênio atrasa ostrabalhostrabalhostrabalhostrabalhostrabalhos

No caso dos municípios cortados oucom alguma interferência da duplicaçãoda BR-101 Sul, o antigo DNER – atualDNIT – fez um convênio com a Codesc(Companhia de Desenvolvimento de San-ta Catarina) para que fosse elaborado oPlano Diretor de 35 municípios. O prin-cipal objetivo era estabelecer regras deocupação das faixas de domínio, especi-almente com os acessos à estrada, diz osupervisor de Projetos Ambientais doDNIT, engenheiro César Flores. O coor-denador do convênio pela Codesc, Car-

Necessidades da população devem ser conciliadas com soluções técnicas

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dade de co-responsabilidade com o ex-prefeito nos municípios em que forconstatado que ele contribuiu para osatrasos. Mas a Fecam esperar reverteressa fiscalização, com a aprovação deuma lei pelo Congresso Nacional, queestabelece uma nova data, final de2007 para que a Lei passe a valer.

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Blumenau é um dos municípios queconclui os trabalhos de elaboração doPlano Diretor já no primeiro semes-

tre de 2006. Ainda aguarda a aprova-ção pela Câmara de Vereadores paraser sancionada e virar lei, que depoisterá validade por 10 anos. Uma dasprincipais mudanças que a Lei devetrazer é o desenvolvimento igual detodas as regiões, a fim de promover oequilíbrio entre o crescimento demo-gráfico/econômico e a garantia dobem-estar da população urbana e ru-ral, diz uma das coordenadoras doprocesso, a arquiteta da SecretariaMunicipal de Planejamento, SilvanaMoretti. Para isso, consta no Planoque a prefeitura deverá colocar em

prática um plano de ações que visagarantir a implementação das políti-cas públicas.

De acordo com o Plano, a políticaspúblicas devem pautar a gestão mu-nicipal, porque nelas estão previstosos programas e projetos que devemser oferecidos aos cidadãos para ocrescimento harmonioso do espaçourbano e rural. Entre elas está a ges-tão democrática, desenvolvimentourbano, social, econômico, meio am-biente e gestão administrativa. E es-ses capítulos se subdividem em mui-tos outros, que definem as linhas ge-rais para o desenvolvimento susten-tável de Blumenau.

Florianópolis aindaFlorianópolis aindaFlorianópolis aindaFlorianópolis aindaFlorianópolis aindadiscute Planodiscute Planodiscute Planodiscute Planodiscute Plano

O Plano Diretor de Florianópolis,aprovado em 1997, recebeu até ago-ra 400 modificações. E muitas dessasmudanças são para atender interessesde particulares e empreendimentosimobiliários. Mas o novo Plano Dire-tor Participativo não poderá ir por essecaminho, pois terá agora a participa-ção da população na sua elaboraçãoe na sua fiscalização. Até o final doprimeiro semestre de 2007 serão fei-tas as leituras comunitárias, ou seja,é o momento em que a população par-ticipará das audiências públicas, atu-ando para a criação desse instrumen-to. Nas comunidades onde o PlanoDiretor já está em discussão, como éo caso do Campeche, a idéia é deba-ter sobre a proposta já existente.

Para esse trabalho são três gruposem ação. Um deles é o Núcleo Ges-tor, formado por 26 pessoas, sendo60% da comunidade e 40% do poderpúblico. São arquitetos, urbanistas,engenheiros, advogados, ambientalis-tas que representam a iniciativa pri-vada, universidades, associações demoradores, entidades de classe e deserviços. No outro ponto está a equi-pe técnica do IPUF, comandada peladiretora de Planejamento, a arquitetaJanine Mara Tavares. E por fim, a po-pulação, que vai dizer o que quer paraa sua rua, o seu bairro e para a cida-de.

Plano prevê crescimento harmonioso dos espaços urbano e rural

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Plano diretor e saneamento ambiental

OpiniãoCom a aprovação do Estatuto da Cidade, em 2001 – Lei federal de Desenvolvimento Urbano – abre-se um período ímpar no Brasil

para governos e planejadores reverem, na prática, os seus planejamentos urbanos, que orientaram, até recentemente, as políticas einvestimentos públicos e a elaboração de Planos Diretores que contribuem para a produção das não-cidades dos dias atuais.

o saneamento ambiental objetiva asse-gurar condições de salubridade ao ho-mem e reduzir os impactos ambientaisdas atividades humanas.

Nesse contexto, questões relevantessobre a interação entre o planejamentourbano e as ações de saneamento devemser consideradas. Dentre essas questões:

• Em que medida os serviços e a in-fra-estrutura existentes de saneamentoatuam como limitadores do desenvolvi-mento urbano?

• Em que medida e por quais meios osetor de saneamento pode fornecer sub-sídios e indicadores que orientem deci-sões de planejamento urbano com mai-or influência sobre a viabilidade, a qua-

“Um dos aspectos mais importantes daelaboração do Plano Diretor, previsto noEstatuto das Cidades, é a participaçãopopular. E o resultado desse trabalho deverefletir os interesses das comunidades eo que elas querem para as suas cidades.Antes, os planos eram feitos em gabine-tes e nem sempre atendiam às expectati-vas dos moradores daqueles espaços. Jus-tamente por isso é que se nota nos muni-cípios a resistência de alguns gestores ede alguns coordenadores à participação

“O saneamento ambiental é o conjun-to de ações com o objetivo de alcançarníveis crescentes de salubridade ambien-tal, compreendendo, além dos serviçospúblicos de saneamento básico, o abas-tecimento de água, o esgotamento sani-tário, o manejo de resíduos sólidos urba-nos e o manejo de águas pluviais urba-nas; também o controle ambiental de ve-tores e reservatórios de doenças e a dis-ciplina da ocupação e uso do solo, nascondições que maximizem a promoçãoe a melhoria das condições de vida tantono meio urbano quanto no meio rural.

Desempenhando duplo papel paraque se estabeleçam condições de desen-volvimento sustentável em meio urbano,

popular. Não sabem como fazer e estãomais preocupados em cumprir prazos doque em saber as opiniões e sugestões daspessoas. Outro aspecto interessante é que,a partir de agora, o Plano Diretor abran-ge tanto as áreas urbanas como as ruraisdos municípios. Para nós, a grande re-percussão que os Planos Diretores devemtrazer é a regulamentação fundiária e aprovisão de áreas para as moradias de po-pulação com menor poder aquisitivo.Regulamentar é reconhecer a existência

das Zeis (Zonas Especiais de InteresseSocial). Em Florianópolis, já foi criada aZeis do Maciço do Morro da Cruz. E apartir disso, o poder público deve pro-mover a qualificação desses espaços, cominfra-estrutura, acerto jurídico – posse doimóvel – promoção social e ambiental.”

Arquiteta urbanistaCarla Meireles CaldasCentro de Assessoria àAutogestão Popular - Caap

lidade, os custos e a efetividade de açõesde saneamento?

Entre as ações que envolvem a elabo-ração do Plano Diretor municipal inclu-em-se necessariamente diagnosticar osserviços de saneamento; cadastrar a in-fra-estrutura existente para tal; e avaliar aefetividade das ações de saneamento noque diz respeito a reduzir riscos à saúde,proteger o meio ambiente e melhorar aqualidade de vida para os diferentes es-tratos socioeconômicos da população.”

Eng. Sanitarista Paulo José AragãoPresidente da ABES (Associação Brasilei-ra de Engenharia Sanitária) Regional San-ta Catarina – MPB Saneamento Ltda.

construídas em locais fora do eixo cen-tral para não estrangular ainda mais otrânsito e facilitar o acesso, ainda maisquando percebemos um aumento damovimentação de veículos. Mas as dis-cussões sobre o Plano Diretor não de-vem cercear a liberdade dos estabeleci-mentos de se instalarem em locais estra-tégicos e viáveis economicamente.”

Antônio PachecoPresidente da Fecomércio

“Quando se fala de sugestões a res-peito do novo Plano Diretor de uma ci-dade em crescimento acelerado comoFlorianópolis, é importante ressaltar al-guns aspectos. O primeiro deles, obvia-mente, é a necessidade de uma preocu-pação e um respeito em relação aos es-

paços de lazer e de preservação ambi-ental. Isso é fundamental para que oslocais de arborização sejam garantidose que o ecossistema seja ao menos man-tido. Especificamente em relação ao co-mércio, a Federação do Comércio deSanta Catarina (Fecomércio) espera queo Plano Diretor da capital defina locaisadequados para instalação de empreen-dimentos de grande porte, como redesde lojas, supermercados ou shoppings.O ideal é que essas edificações sejam

Participação Popular

Plano em Florianópolis

SAIBA MAIS:Ministério das Cidades - http://www.cidades.gov.brFórum Nacional da Reforma Urbana - FNRUhttp://www.forumreformaurbana.org.br

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Revista do CREA-SC - O principal pro-blema do saneamento básico no Brasilé a falta de uma Política Nacional deSaneamento?

Bertoldo Silva Costa - Não. O princi-pal problema é a falta de comprometi-mento político das autoridades brasilei-ras em dar uma solução para a proble-mática. Isso é histórico, e fica demons-trado na velha afirmativa de que “obraenterrada não dá voto”.

Fazendo uma rápida retrospectiva dosetor vemos que em 1953 o Brasil im-plantou uma Política Nacional de Sane-amento e Financiamento para o setor,voltada na época para atender a popula-ção inferior a 50.000 habitantes. O pla-no mostrou-se incapaz de fazer cumprirseus objetivos e metas de forma integral,sendo que entre os problemas destaca-se a falta de planejamento e de sustenta-bilidade financeira dos serviços de sa-neamento, o que colaborou na derroca-da do primeiro plano nacional de Sane-

amento que já se consolidava como umproblema estrutural do setor no País.

Em 1965 foi criado o PLANASA (Pla-no Nacional de Saneamento), que sur-giu com o objetivo de garantir uma ex-pansão sem precedentes na ampliaçãoda oferta de serviços de água e esgotono país, que vigorou até 1986, com aextinção do BNH – Banco Nacional deHabitação. Os objetivos principais doplano constituíam-se exatamente dosprincipais aspectos criticados no perío-do anterior ao plano. O grande déficitacumulado pelo setor precisava ser equa-cionado e, posteriormente, dispor de me-canismos que garantissem a manutençãodo equilíbrio obtido. As estratégias esta-belecidas estavam apoiadas na institui-ção de tarifas que considerassem as di-ferentes possibilidades financeiras dosconsumidores e o equilíbrio entre recei-tas e despesas. Complementarmente,ainda figuravam entre as principais indi-cações a redução dos custos operacio-

nais e o desenvolvimento de pesquisas,treinamento e assistência técnica. Maisuma vez o plano não atingiu seus objeti-vos e metas propostas, apesar de se re-conhecer os avanços alcançados.

Agora, depois de vinte anos, o setorcomemora uma nova política nacionalde Saneamento, cujos objetivos prin-cipais novamente constituíam-se exa-tamente dos principais aspectos criti-cados no período do PLANASA. Po-rém, se não houver mudanças na polí-tica de planificação das ações em sa-neamento, este poderá ser outro pro-blema para o bom desempenho dasmetas pretendidas de universalizaçãodo saneamento.

RC - Agora o Governo aprovou a Leique pretende estabelecer uma PolíticaNacional de Saneamento. O que vaimudar a partir disso?

BSC - Haverá necessidade, num pri-meiro momento, de uma reorganização

social é saída para o setor

O Brasil tem desde o dia 5 de janeiro deste ano uma nova lei, aO Brasil tem desde o dia 5 de janeiro deste ano uma nova lei, aO Brasil tem desde o dia 5 de janeiro deste ano uma nova lei, aO Brasil tem desde o dia 5 de janeiro deste ano uma nova lei, aO Brasil tem desde o dia 5 de janeiro deste ano uma nova lei, a

11.445, que estabelece a P11.445, que estabelece a P11.445, que estabelece a P11.445, que estabelece a P11.445, que estabelece a Política Nacional de Saneamento Básicoolítica Nacional de Saneamento Básicoolítica Nacional de Saneamento Básicoolítica Nacional de Saneamento Básicoolítica Nacional de Saneamento Básico.....

Será que isso vai mudar a situação precária de atendimento emSerá que isso vai mudar a situação precária de atendimento emSerá que isso vai mudar a situação precária de atendimento emSerá que isso vai mudar a situação precária de atendimento emSerá que isso vai mudar a situação precária de atendimento em

abastecimento de água, esgotamento sanitárioabastecimento de água, esgotamento sanitárioabastecimento de água, esgotamento sanitárioabastecimento de água, esgotamento sanitárioabastecimento de água, esgotamento sanitário, limpeza urbana e, limpeza urbana e, limpeza urbana e, limpeza urbana e, limpeza urbana e

manejo dos resíduos sólidos que temos no país? O Engenheiromanejo dos resíduos sólidos que temos no país? O Engenheiromanejo dos resíduos sólidos que temos no país? O Engenheiromanejo dos resíduos sólidos que temos no país? O Engenheiromanejo dos resíduos sólidos que temos no país? O Engenheiro

Sanitarista Ambiental e conselheiro do Conama, Bertoldo SilvaSanitarista Ambiental e conselheiro do Conama, Bertoldo SilvaSanitarista Ambiental e conselheiro do Conama, Bertoldo SilvaSanitarista Ambiental e conselheiro do Conama, Bertoldo SilvaSanitarista Ambiental e conselheiro do Conama, Bertoldo Silva

Costa, um dos principais articuladores na elaboração da propostaCosta, um dos principais articuladores na elaboração da propostaCosta, um dos principais articuladores na elaboração da propostaCosta, um dos principais articuladores na elaboração da propostaCosta, um dos principais articuladores na elaboração da proposta

da nova lei, diz que só haverá mudanças se continuar o diálogoda nova lei, diz que só haverá mudanças se continuar o diálogoda nova lei, diz que só haverá mudanças se continuar o diálogoda nova lei, diz que só haverá mudanças se continuar o diálogoda nova lei, diz que só haverá mudanças se continuar o diálogo

entre os diferentes segmentos da sociedade, que se envolveramentre os diferentes segmentos da sociedade, que se envolveramentre os diferentes segmentos da sociedade, que se envolveramentre os diferentes segmentos da sociedade, que se envolveramentre os diferentes segmentos da sociedade, que se envolveram

ativamente no processo de discussão da criação da lei. Masativamente no processo de discussão da criação da lei. Masativamente no processo de discussão da criação da lei. Masativamente no processo de discussão da criação da lei. Masativamente no processo de discussão da criação da lei. Mas

principalmente, ele aponta como fundamental para aplicar asprincipalmente, ele aponta como fundamental para aplicar asprincipalmente, ele aponta como fundamental para aplicar asprincipalmente, ele aponta como fundamental para aplicar asprincipalmente, ele aponta como fundamental para aplicar as

novas diretrizes no setor o comprometimento das autoridades e a reorganização do setornovas diretrizes no setor o comprometimento das autoridades e a reorganização do setornovas diretrizes no setor o comprometimento das autoridades e a reorganização do setornovas diretrizes no setor o comprometimento das autoridades e a reorganização do setornovas diretrizes no setor o comprometimento das autoridades e a reorganização do setor. Bertoldo. Bertoldo. Bertoldo. Bertoldo. Bertoldo, que atua há 23, que atua há 23, que atua há 23, que atua há 23, que atua há 23

anos na área de Engenharia Sanitária e Ambiental e é consultor do PMSS (Panos na área de Engenharia Sanitária e Ambiental e é consultor do PMSS (Panos na área de Engenharia Sanitária e Ambiental e é consultor do PMSS (Panos na área de Engenharia Sanitária e Ambiental e é consultor do PMSS (Panos na área de Engenharia Sanitária e Ambiental e é consultor do PMSS (Programa de Modernização do Setor derograma de Modernização do Setor derograma de Modernização do Setor derograma de Modernização do Setor derograma de Modernização do Setor de

SaneamentoSaneamentoSaneamentoSaneamentoSaneamento, do Ministério das Cidades), falou sobre a nova lei, os motivos que impedem a universalização do, do Ministério das Cidades), falou sobre a nova lei, os motivos que impedem a universalização do, do Ministério das Cidades), falou sobre a nova lei, os motivos que impedem a universalização do, do Ministério das Cidades), falou sobre a nova lei, os motivos que impedem a universalização do, do Ministério das Cidades), falou sobre a nova lei, os motivos que impedem a universalização do

saneamento e por que Santa Catarina tem a segunda pior cobertura de esgotamento sanitário do Psaneamento e por que Santa Catarina tem a segunda pior cobertura de esgotamento sanitário do Psaneamento e por que Santa Catarina tem a segunda pior cobertura de esgotamento sanitário do Psaneamento e por que Santa Catarina tem a segunda pior cobertura de esgotamento sanitário do Psaneamento e por que Santa Catarina tem a segunda pior cobertura de esgotamento sanitário do País.aís.aís.aís.aís.FO

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do setor, buscando se ajustar às novaspropostas da política.

Há necessidade dos diversos segmen-tos da sociedade continuarem dialogan-do, dentre eles os trabalhadores, opera-dores municipais e estaduais de sanea-mento, setor privado, movimentos soci-ais e governos dos três níveis, que se en-volveram ativamente no processo de dis-cussão da Lei, no sentido de garantir aimplementação da nova política.

RC - Poderemos esperar mudanças nosetor? Quais de imediato e que façam adiferença?

BSC - Não quero ser pessimista, masde imediato, deverão ser poucas as mu-danças, principalmente porque muitosassuntos polêmicos precisam ser discuti-dos e solucionados. O texto final, comonão poderia deixar de ser, busca atender,dentro dos limites do consenso possível,os vários interesses envolvidos, dado aspolêmicas que giram em torno do sanea-mento e a heterogeneidade dos atores.Um dos principais pontos que pautaramde forma mais acirrada as discussões é oque trata da questão da titularidade daprestação dos serviços em Regiões Me-tropolitanas. A Lei aprovada, no entanto,não trata do tema, já que o Supremo Tri-bunal Federal – STF está julgando duasações diretas de inconstitucionalidadesobre a questão.

Em seu artigo 10, a Lei aprovada afir-ma que “a prestação dos serviços pú-blicos de saneamento básico por enti-dade que não integre a administraçãodo titular depende de celebração decontrato, sendo vedada a sua discipli-na mediante convênios, termos de par-ceria ou outros instrumentos de natu-reza precária”. É o caso da Casan. Issoé importante porque obriga as empre-sas estaduais de saneamento país a ope-rarem somente mediante contrato. Valelembrar que várias cidades brasileirasnão têm nenhum instrumento contratualque discipline a relação entre as partes,fragilizando a gestão e criando instabi-lidade aos trabalhadores, usuários,município e a própria operadora. A exis-tência de plano de saneamento básico,planos de investimentos e projetos com-patíveis com o respectivo plano de sa-neamento são condições para a valida-de dos contratos.

RC - Por que SantaCatarina - que tem cer-ca de 11% da populaçãoatendida com rede deesgoto - e o Brasil nãoconseguem elevar o per-centual de habitantesatendidos por esse ser-viço?

BSC - O Brasil nãoapenas está longe dauniversalização dosserviços de saneamen-to como nunca houve,sequer, a perspectivade alcançá-la. As con-seqüências desse qua-dro são terríveis parauma grande parte dapopulação, nas suasexigências mais ele-mentares de vida, epara o meio ambiente, muito particu-larmente para os recursos hídricos, jáque eles, onde quer que tangenciema urbanização, apresentam-se em per-sistente degradação ou até mesmo emprocesso de morte.

Estima-se que 11% da população ca-tarinense é atendida com rede de esgo-to, porém menos da metade desses es-gotos (cerca de 5%) são tratados, o quenão significa, necessariamente, que o tra-tamento é sanitária e ambientalmentecorreto. Então o problema é maior do quese pensa, pois antes de ser ambiental éum problema de saúde pública. Nossosindicadores continuarão ruins e não adi-anta investir em saneamento em SantaCatarina, com uma visão simplista, car-tesiana e politiqueira. O estado tem a se-gunda pior cobertura de esgotamento sa-nitário do país, distante de outros indi-cadores e resultado das decisões e dire-trizes políticas que foram e continuamsendo adotadas.

RC - Os governos continuam a con-centrar investimentos para o saneamen-to nas áreas onde a renda da populaçãobrasileira é maior?

BSC - Sim, infelizmente as áreas compopulação de maior renda são as maisbeneficiadas.

Não podemos esquecer que, diferen-te de outros sistemas de infra-estrutura,os serviços de saneamento exigem sua

universalização, do ponto de vista dasaúde pública e da preservação do meioambiente, sendo nociva a concentraçãode serviços apenas em áreas privilegia-das da cidade. Ou seja, devem atingirigualmente toda a população, uma vezque os efeitos da ausência dos sistemasnão se circunscrevem a determinado gru-po ou bairro, afetando toda a comuni-dade.

RC - A informação é que há recursospara obras de saneamento, mas faltamprojetos?

BSC - Não, isso não é verdade. OPaís dispõe de projetos e também deprofissionais e empresas de engenha-ria da mais alta qualificação. Faltam re-cursos financeiros, que é o principalentrave para a conclusão de obras pri-oritárias. Segundo o próprio Ministé-rio das Cidades, para atingir a univer-salização dos serviços, o Brasil preci-sará investir em média R$ 10 bilhõespor ano até 2024, sendo que o nívelde investimento anual está muitoaquém desse patamar.

Em um país como o Brasil, ondequase metade das 40,7 milhões demoradias não têm acesso ao serviçode captação e tratamento de esgoto emais de 10% (quatro milhões) nãocontam com água encanada, os inves-timentos em saneamento tornam-sequestão de saúde pública.

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RC - Como conselheiro do Conama,o que o senhor aponta como avanço naárea de saneamento?

BSC - A luta pela política nos últimosanos levou o setor a se organizar, discu-tir mais com a sociedade os problemase soluções, interagindo com os outrossetores como o ambiental. Parece pou-co, mas nesse período, em meio a crise,o setor teve que dialogar com socieda-de, coisa que não ocorria em outros pe-ríodos. Considero esse o grande avançodo setor de saneamento, que resultou nanova Política de Saneamento, construí-da de forma participativa. A continuida-de do controle social efetivo, deverá, ameu ver, constituir o novo paradigmapara o setor.

RC - E como a engenharia tem con-tribuído para avançar nesse setor?

BSC - A engenharia tem dado sua par-cela de contribuição de forma signifi-cativa, principalmente por meio de suasentidades. Entretanto, me preocupamuito a visão simplista de muitos cole-gas engenheiros, que olham o sanea-mento apenas como obra física, ummonte de concreto. São poucas as ca-tegorias de engenheiros que têm atri-buições em saneamento e efetivamentetêm formação - qualificação para en-frentar o novo desafio. Nosso SistemaCONFEA-CREA precisa olhar o proble-ma de forma corajosa, pois considero

que os engenheiros têmsua parcela de responsa-bilidade pelo grandepassivo ambiental causa-do devido à falta de sa-neamento no país. Pois,por muito e muito tem-po, o que ainda não seencontra superado, ve-mos construções com osdevidos registros de res-ponsabilidade técnica,sem a mínima estruturasanitária ou pior, elabo-radas e executadas comprojetos ineficientes desaneamento.

RC - O Brasil luta paranão deixar entrar pneususados, especialmente depaíses da Europa, no en-

tanto não consegue dar o destino aospneus, pilhas e baterias descartadasaqui. Por que não se cumpre a lei e asResoluções do Conama?

BSC - Este é um assunto muito com-plexo. O Conama tem procurado ela-borar resoluções no sentido de dar di-retrizes ambientalmente corretas amuitos problemas ambientais conjun-turais do país. No caso específico depneus e pilhas, o Conama, de formacorajosa, colocou a questão na pautaambiental brasileira, mesmo sendoquestionado por não ter atribuição pararegular tal matéria, ou seja, pós–con-sumo. Desde que essas resoluções fo-ram publicadas, em 1999, o Brasilavançou muito no assunto, e hoje, te-mos as mais diversas soluções para odestino dos pneus inservíveis, comoco-disposição, utilização em asfalto,artesanato, dentre outros, soluções quesó começaram a ser praticadas após aresolução de pneus. A redução dos ní-veis de metais pesados nas baterias co-muns foi outro ganho ambiental. Hojeestamos revendo, sob minha coorde-nação, essas duas resoluções. Acredi-to que ainda este ano tenhamos umadelas atualizada, o que permitirá no-vos avanços.

RC - Os chamados créditos de carbo-no do Tratado de Kyoto, poderiam seruma forma de investimento em melho-

rias no saneamento?BSC - O crédito de carbono pode ser

uma forma de financiar investimentos,principalmente para aterros sanitários,mas não pode ser encarado como umapanacéia.

RC - O serviço de água e esgoto ca-minham para a privatização, já que al-gumas empresas públicas não conse-guem avançar pela má gestão e desper-dício de água tratada?

BSC - Veja, a gestão do saneamen-to é sempre pública, entretanto, umdos instrumentos da política é a con-cessão dos serviços para a iniciativaprivada, por um período determina-do. Da mesma forma é feita a conces-são às empresas de economia mista.Ao meu ver, a privatização pura e sim-ples não é a solução. Com a nova Po-lítica de Saneamento, que permite re-gulamentar o setor, poderemos ter umcontrole social efetivo visando servi-ços de qualidade, seja ele público ouprivado.

RC - E garantia de melhor qualidadee preço com os serviços privatizados?

BSC - A garantia de melhor qualida-de e tarifas justas só será possível comum controle social efetivo de forma par-ticipativa.

RC - E o sistema de outorga podemudar essa lentidão em oferecer co-bertura total tanto em água como emrede coletora e estações de tratamen-to de esgoto ou vai apenas elevar oscustos ao consumidor?

BSC - Não, a outorga de água é uminstrumento importante, que os comi-tês de bacias hidrográficas dispõem,para efetivar a gestão dos recursos hí-dricos. Os recursos oriundos dessa ar-recadação são sempre aplicados na pró-pria bacia hidrográfica e podem, inclu-sive, ser revertidos, a critério do Comi-tê de Bacia, para investimentos em sa-neamento.

Saiba maisSaiba maisSaiba maisSaiba maisSaiba maisConamahttp://www.mma.gov.br/conama/

Ministério das Cidadeswww.cidades.gov.br/

Principal problema é falta de comprometimento político

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Os desafios civil em San

No Brasil há um déficit habita-cional de 6,6 milhões de mo-radias. Só em Santa Catarina,

de acordo com pesquisa da Cohab, se-ria necessário construir 158 mil residên-cias para atender a necessidade das fa-mílias. A maioria da população que es-pera por um imóvel próprio vive em áre-as de risco, favelas ou com parentes, dizo presidente do Sinduscon (Sindicato daIndústria da Construção Civil da Gran-de Florianópolis), Hélio Bairros. Semcontar a falta de infra-estrutura, como porexemplo saneamento básico. Os desafi-os para mudar esses números são mui-tos, na opinião dos especialistas e em-presários do setor. Um é estabeleceruma política habitacional séria e defini-tiva para o país, que passa por uma série

de mudanças estruturais, econômicas, delegislação e tributárias. Não se pode es-perar que pacotes resolvam a situação,diz o presidente do Sinduscon de Blu-menau, o engenheiro civil Jorge LuizStrehl.

A indústria da construção civil e a so-ciedade devem lutar por mudanças nosfinanciamentos e linhas de crédito, de-fende o presidente do Senge (Sindicatodos Engenheiros de Santa Catarina), oengenheiro civil José Carlos Rauen.Comprar um imóvel financiado deve sertão fácil quanto comprar um veículo aprazo, diz. Para ele, a atual política eco-nômica no país tem provocado a sobrade carros nas ruas e o aumento da fave-lização nas áreas urbanas. Num paíscomo o Brasil, em que tanta gente preci-

sa comprar um imóvel para morar, nãoé aceitável a burocracia e a falta de li-nhas de financiamento para a constru-ção de moradias.

É praticamente inviável para boa par-cela da população financiar um imóvelde R$ 90 mil, pois não teria como arcarcom a prestação. Enquanto que, para umveículo no mesmo valor, bastaria ter umaconta bancária, destaca Rauen. Investirna construção geraria mais empregos emais gente com condições de compraro seu imóvel.

Bairros lembra que o baixo poderaquisitivo e a paralisação da economiaimpedem as pessoas de assumir financi-amentos com juros altos, provocando aestagnação da construção civil. Muitosficam receosos de não ter o emprego para

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pagar o compromisso, diz ele.O engenheiro civil Jorge Luiz Strehl destaca que o

que verificamos é um crescimento moderado da cons-trução habitacional, com financiamento direto ao cons-trutor, e uma oferta de crédito também direta ao con-sumidor. Ele diz que Florianópolis pode ser uma exce-ção, pois há muita gente de fora investindo na Capital.Mas, nas demais cidades, a oferta é de apartamentoscompactos e pequenos, de acordo com o pequeno au-mento da renda per capita que ocorre atualmente, paraatender um mercado que pode investir entre R$ 100mil e R$ 150 mil num imóvel. Bairros afirma que aindústria da construção da Capital está buscando com-pradores e investidores de outras regiões e Estado.

Legislação mais eficienteLegislação mais eficienteLegislação mais eficienteLegislação mais eficienteLegislação mais eficienteA burocracia e a lei trabalhista contribuem para

dificultar a expansão da construção civil e empurram

muita gente para a informalidade (ilegalidade), diz Strehl. Ele defende aurgente desoneração e a desburocratização do setor. “O Brasil é o paísque mais dificulta abrir uma empresa e aprovar empreendimentos. Sim-plificar é crescer.” Cita que houve explosão na construção civil da Es-panha por causa da flexibilização da lei trabalhista, que criou 2 mi-lhões de postos de trabalho entre 1995 e 2005, o que repercute atéhoje. No Chile, o juro de financiamento habitacional é de 1% ao anopara habitações populares subsidiadas pelo Governo, enquanto que aCaixa Econômica Federal cobra 8,26% ao ano para uma Casa Fácil 1.0(básica), com uma carga tributária de 43,61%. Para ele, a sociedadecivil e o construtor precisam participar das tomadas de decisões, poissó o setor político e o governo não gerenciam um país.

Vencer as barreiras impostas por leis, legisladores e interpretaçõesvariadas é urgente para o setor. Bairros, indignado, destaca que é preci-so vencer a instabilidade jurídica. Cita como exemplo Florianópolis,em que o empreendedor fica sujeito ao humor dos órgãos públicos.Não há clareza e nem segurança jurídica, pois há um órgão que autori-za e outro, do mesmo poder, vai lá e embarga ou muda as regras. Elecita o caso da mudança do índice da construção civil, lei aprovada pelaCâmara de Vereadores de Florianópolis, que provocará um aumentono valor do imóvel em 30%. Por enquanto, uma liminar da justiça con-cedida aos construtores impede que a lei seja aplicada. Mas isso não dánenhuma garantia, afirma o presidente do Sinduscon.

O presidente do Sinduscon de Joinville, Luiz Otávio Lobo, reforça oprotesto de Bairros. Para ele, a tramitação é morosa, em alguns casos,até oito meses, mais do que o tempo necessário para construir umaobra. Nessa demora, a empresa não pode dar andamento aos projetos,pois depende de aprovação. Ele disse que já houve tentativas de mu-danças desses procedimentos, que acabam esbarrando em alguns inte-resses, como a voracidade por recolhimento de taxas e impostos. Bair-ros espera que o novo Plano Diretor, exigido por conta do Estatuto dasCidades, estabeleça regras mais claras e definitivas.

E Rauen defende o cumprimento à risca do Plano Diretor das cida-des, sem estar sujeito a interesses. Muitas prefeituras, diz ele, acabamaprovando projetos de empreendimentos sem verificar antes com o seudepartamento de planejamento urbano e com as concessionárias dosserviços públicos se há condições de infra-estrutura como sistema viá-rio, água, esgoto, entre outros. O consumidor também deve estar aten-to e mais cuidadoso na hora de comprar um imóvel.

da construçãon ta Catarina

Baixo poder aquisitivo eBaixo poder aquisitivo eBaixo poder aquisitivo eBaixo poder aquisitivo eBaixo poder aquisitivo e

paralisação da economiaparalisação da economiaparalisação da economiaparalisação da economiaparalisação da economia

travam aquecimento do setortravam aquecimento do setortravam aquecimento do setortravam aquecimento do setortravam aquecimento do setor

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Investimentos emInvestimentos emInvestimentos emInvestimentos emInvestimentos emtecnologiastecnologiastecnologiastecnologiastecnologias

Outras formas de morar devem serpensadas, especialmente aquelas em queas pessoas não precisam se deslocar paratão longe de casa para trabalhar, estudarou se divertir. E necessário pensar o lo-cal. Empresários e pesquisadores, fren-te às necessidades de reduzir o consu-mo de produtos naturais e às exigênciasambientais, questionam a separação en-tre residencial, comercial e industrial.Não adianta construir um condomíniofechado distante do comércio, do traba-lho e dos serviços básicos, pois isso exi-

ge gasto de energia e ter infra-estruturapara o deslocamento e absorver essemovimento. E, justamente para encon-trar o equilíbrio deste novo modelo, osetor da construção investe em novastecnologias, controle de qualidadee qualificação de mão-de-obra.

A construção sustentável é o desafioda construção civil e deve ser o foco dequem atua na área e se preocupa com obem-estar e a qualidade de vida das pes-soas, além da conservação do planeta,defende o engenheiro e diretor da Bau-tec Construções e Incorporações Ltda,Olavo Kucker Arantes. Para isso, é ne-cessária uma visão do presente aliada ao

uso da pesquisa e das tecnologias. Aconstrução civil utiliza 75% de recursosnaturais. “Temos que pensar globalmentee agir localmente”, diz ele. O empresá-rio, que integra o Greenpeace, diz que asua empresa tem como princípio a cons-trução sustentável. Isto não diminui acompetitividade do negócio. E aumentamuito pouco o custo da obra, em tornode 1,7%. Para a arquiteta e pesquisado-ra Márcia Agostini Ribeiro, há resistên-cia de todos os lados, do empreendedor,do consumidor e da sociedade. Ela fezpesquisa para a Cemig (Companhia deEnergia Elétrica de Minas Gerais) sobreuso de energia solar para chuveiros emmoradias para pessoas de baixa renda. Erelata que, no início, nem os beneficia-dos acreditavam. Havia até a desconfi-ança de que tomar banho com a águaaquecida pelo sol poderia trazer doen-ças. Mas a eficiência do serviço e a re-dução de consumo de 30% no consu-mo de energia – e mais do que esse per-centual na conta de luz – fez a CaixaEconômica Federal incluir o equipamen-to na lista de produtos que podem serfinanciados para a casa própria.

O uso das inovações tecnológicas écada vez mais comum na gestão de seusprojetos. Por que isso? Porque o meioambiente exige que se façam construçõescom o menor nível de agressão possí-vel, pois os efeitos são cada vez maisvisíveis e pode tornar ainda mais pro-blemática a vida nos centros urbanos. Apesquisa é constante nos projetos, dizArantes, tenta-se saber o que a popula-ção quer, o que os fabricantes estão usan-do, o que lá fora descobrem como im-portante para diminuir o impacto sobrea natureza. Cada projeto traz inovações

Santa Catarina tem características bemdefinidas. Das 293 cidades, há 70 com maisde 20 mil habitantes. A BR-116 é um divi-sor, quando o assunto é concentração depessoas e da economia. Três quartos dapopulação vivem entre a 116 e o litoral. Orestante fica entre a 116 e a fronteira com aArgentina. Esse aglomerado de gente, diz oengenheiro civil José Carlos Rauen, tem

uma tendência social e industrial bem de-finida. Isso, por se tratar de faixa litorâ-nea, onde estão os portos, as estradas, ainfra-estrutura, uma característica da ocu-pação de terras no Brasil. Na região Oes-te, com destaque para Chapecó, a implan-tação da agroindústria fortaleceu o uso daterra e emprega, mas muito pouco, e naSerra, em Lages, o reflorestamento é que

Um perfil do Estado

Eng. Civil Olavo Kucher Arantes (Bautec):pensar globalmente, agir localmente

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DéficitHabitacionalde SCNECESSIDADE POR REGIÃO16% NA GRANDE FLORIANÓPOLIS

14% NA SERRA

13% NA REGIÃO NORTE

11% NA REGIÃO SUL

29% NA REGIÃO MEIO-OESTE E EXTREMO-OESTE

17% NA REGIÃO DO VALE E ALTO VALE DO ITAJAÍ

Fonte: Cohab/SC

e incorpora o que já foi realizado emobras anteriores. Por exemplo, um pro-jeto em andamento da Bautec prevê umjardim no lugar do telhado, arvores fru-tíferas e pré-tratamento de esgoto de for-ma natural; outro, já finalizado, captaágua da chuva para uso dos escritórios,um terceiro tem inovação no cabeamentoe redução do uso de energia. O empre-sário Luiz Otávio Lobo destaca que naregião Norte do Estado há uma consci-entização muito forte em relação ao meioambiente. Por isso, os projetos têm maisárea verde, tratamento de esgoto, capta-ção da água da chuva.

A vice-presidente da ABES/SC (Asso-ciação Brasileira de Engenharia Sanitá-ria), engenheira sanitarista e pró-reitorade Extensão da Univille, Terezinha No-vais de Oliveira, defende o uso das tec-nologias para a universalização do tra-tamento de esgoto doméstico. Não sepode achar que uma construção é dequalidade ou uma cidade é turísticaquando não há cuidados com o esgoto,como ocorre em Santa Catarina, diz ela.Além disso, fazer a aplicação da lei doConama (Conselho Nacional de MeioAmbiente) para o destino dos entulhosda construção. São ações que promo-vem redução da utilização de produtosda natureza.

Novos materiaisNovos materiaisNovos materiaisNovos materiaisNovos materiaisO mercado já oferece tintas e madeira

tratada menos tóxicas ou que agridemmenos o meio ambiente, por terem com-posição natural. Existe piso para calça-das permeável, em que a água da chuvaé absorvida pelo solo. Ou piso que pode

ser desmontado e montado em outro lu-gar. A arquiteta e pesquisadora MárciaAgostini Ribeiro usa materiais em suasobras, paredes, forros e janelas termo-acústicas, fabricadas por uma empresade São Paulo com tecnologia alemã, quereduzem os ruídos e equilibram a tem-peratura do ambiente.

O engenheiro Arantes acredita que amudança de comportamento de muitosconstrutores vai ocorrer quando o con-sumidor mudar também e optar por algoque não agrida tanto a natureza. Já exis-te alguma consciência para os proble-mas do planeta, aponta o construtor. Evai aumentar quando o poder públicofizer cumprir a legislação em vigor. Alémdisso, é necessário que toda a cadeiaprodutiva esteja envolvida, desde aque-le que faz a matéria-prima até quem dádestino aos entulhos. Quase nada se pla-neja atualmente, mas a tecnologia e apesquisa podem responder a essas ne-cessidades.

Construções verdesConstruções verdesConstruções verdesConstruções verdesConstruções verdescaminham para acaminham para acaminham para acaminham para acaminham para acertificaçãocertificaçãocertificaçãocertificaçãocertificação

O Brasil deverá ter em pouco tempoum instituto de certificação verde para aconstrução. Arantes e o professor, enge-nheiro civil e pesquisador da UFSC Ro-berto Lamberts participam do grupo for-mado por pesquisadores, engenheiros,arquitetos, entre outros que preparamesse órgão. Nos Estados Unidos, já existea Certificação Ledd para as construções.A exemplo do ISO, precisa seguir umasérie de normas para receber esse certi-

definiu o tipo de economia. Rauen consi-dera que, fora a Zona Litorânea, duas ci-dades tiveram um crescimento expressi-vo, que se reflete na construção civil. Cha-pecó, com a expansão imobiliária, tinha25 mil habitantes em 1980, passou para150 mil habitantes em 2005. Era horizon-tal e ficou vertical. E Lages é também umacidade que cresceu com a chegada de no-

vas indústrias. Mas o crescimento urba-no também faz a chamada valorizaçãotransversal, observa Rauen, ou seja, o cres-cimento dos centros urbanos, muitas ve-zes transformando o trânsito no caos, comperda de qualidade de vida, provoca omovimento do centro para fora. A pessoatrabalha nos grandes centros, mas procu-ra morar afastado para ter tranqüilidade.

ficado. Tem ainda o USGBC (ConselhoVerde dos Edifícios dos Estados Unidos).Lá, dizem Arantes e Lamberts, foi o po-der público o primeiro a investir na cons-trução verde. Em alguns estados, qual-quer prédio público seguiu rigoroso con-trole ambiental e aplicação de materiaismenos agressivos e mais naturais. O quenão acontece aqui no Brasil. Quando sefaz uma licitação, esse tipo de normanem entra na concorrência. O professorLamberts afirma que as prefeituras de-vem aplicar a Lei do Conama, que prevêuma série de ações para uma constru-ção sustentável.

Mas quando o assunto é uso de mate-rial sustentável e prédios sustentáveis, ospesquisadores vêem com preocupaçãoa situação. Lamberts destacou que numencontro nacional sobre o uso de tecno-logias de ambientes construídos, no fi-nal de agosto de 2006, em Florianópo-lis, ficou clara a urgência de se pensarem soluções para os problemas ambi-entais. Além da ocupação desordenadado solo, e suas conseqüências, há o des-perdício de materiais de construção, afalta de destino e de reaproveitamentodos resíduos da construção e o poucouso e incentivo de uso das tecnologiaslimpas, além de alguns excessos.

Lamberts critica o uso exagerado dealguns materiais, que podem até ser umasolução mais barata, mas que significamgasto maior de recursos naturais. Umadelas é o abuso no uso de vidros nosedifícios, que gera um grande consumode energia, pois no verão se torna ex-cessivamente quente e no inverno mui-to frio. O professor sugere ainda que osprofissionais da engenharia e da arqui-

158.878MORADIAS

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tetura, quando elaboram um projeto,deveriam se preocupar também com ainfra-estrutura do lugar e o impacto queum prédio vai causar, como a produçãode lixo, o sistema viário, o esgoto, o for-necimento de água, o uso do solo. E opoder público deveria exigir soluçõespara a infra-estrutura, quando se cons-trói um prédio de alto impacto.

As universidades são importantes ali-adas na oferta de pesquisa e tecnologia.Os laboratórios da UFSC, por exemplo,permitem fazer simulação do gasto deenergia, da qualidade do material, alémde apontar outras soluções. A ArquitetaMárcia, que chegou em janeiro a Floria-nópolis para fazer mestrado em Socio-logia Política na UFSC, vai dirigir suapesquisa sobre as Políticas Públicas quepodem incentivar o uso de tecnologiasem moradias de baixa renda.

PPPPPensar gestão deensar gestão deensar gestão deensar gestão deensar gestão deprojeto é atuar comprojeto é atuar comprojeto é atuar comprojeto é atuar comprojeto é atuar comresponsabilidaderesponsabilidaderesponsabilidaderesponsabilidaderesponsabilidadesocialsocialsocialsocialsocial

Arantes também diz que a construçãodeve incentivar a economia local, sem-pre que projeta um novo imóvel. Ele es-

tabelece um critério segundo o qual 80%do material e mão-de-obra usados de-vem estar no raio da edificação a serconstruída. Isso significa estar movimen-tando a economia local. É um tripé: aeconomia, o social e o ambiental. “Nãovou comprar produto da China se quemvai comprar o meu serviço é o pessoallocal. Ele deve ter recursos para isso”,defende o engenheiro.

O professor Lamberts destaca aindaalgo que no Brasil não acontece, mas queé muito comum em países como os Es-tados Unidos: exigir do profissional res-ponsável pelo projeto e pela construçãocréditos para obter a licença e poderconstruir. Créditos nada mais são do quea constante atualização profissional.Aqui, muitos profissionais fazem a gra-duação e nunca mais se atualizam.

Canteiros seCanteiros seCanteiros seCanteiros seCanteiros setransformamtransformamtransformamtransformamtransformamem sala de aulaem sala de aulaem sala de aulaem sala de aulaem sala de aula

Nos últimos anos, o setor da constru-ção tem intensificado a formação e oaprimoramento da mão-de-obra. É umdos setores que enfrentam a maior difi-culdade na hora de contratar pessoal, es-

pecialmente nas funções básicas comoa de servente de pedreiro. Muitas vezes,são trabalhadores com pouca instruçãoe sem formação para a função. São for-mados nas obras, com a ajuda dos mes-tres-de-obras. Porém, a falta de habilita-ção ajuda a elevar custos, provoca des-perdício de materiais, que pode chegara até 20%, e pode comprometer a quali-dade final do produto.

Os empresários do setor reclamam quenão há cursos que ofereçam qualificaçãopara o setor, como o sistema S da indús-tria, comércio, agricultura e transporte.Então, as entidades e empresas formaramparcerias e oferecem aulas para as sériesdo ensino fundamental e de qualificação.O Seconci (Serviço Social da ConstruçãoCivil) do Sinduscon de Florianópolis estámontando uma escola para formar pedrei-ros, serventes de pedreiros, mestres-de-obras, especialista em colocar azulejos ecerâmicas, entre outras funções.

Os sindicatos e as empresas tomarama iniciativa de realizar cursos e elevar onível de instrução nos canteiros de obras,em parceria com outras entidades ou nospróprias sedes. O Sinduscon de Blume-nau, por exemplo, decidiu disponibili-zar aos seus associados cursos, treina-mentos e assessoramento para aumentar

Especialistas defendem a necessidade depensar outras formas de moradia

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o desempenho da indústria da constru-ção civil.

A empresa Beco Castelo há dois anosmantém cursos no canteiro de obras. Deacordo com o administrador, RobsonDeschamps, a empresa elaborou um tes-te para saber o nível de instrução e amaioria, apesar de garantir que haviaestudado até a 4ª série, tinha deixado asala de aula há mais de 20 anos. Muitosapresentavam dificuldades para ler. De-pois do exame, 120 dos 140 funcionári-os voltaram para a sala de aula. Des-champs garante que a empresa ganhouem qualidade.

Catarinenses seCatarinenses seCatarinenses seCatarinenses seCatarinenses secertificam pelocertificam pelocertificam pelocertificam pelocertificam peloPPPPPrograma Brasileirorograma Brasileirorograma Brasileirorograma Brasileirorograma Brasileirode Qualidade ede Qualidade ede Qualidade ede Qualidade ede Qualidade ePPPPProdutividade darodutividade darodutividade darodutividade darodutividade daHabitaçãoHabitaçãoHabitaçãoHabitaçãoHabitação

As 380 empresas catarinenses de cerâ-mica vermelha – fabricam tijolos e telhas- que aderiram ao PBQP-H (ProgramaBrasileiro de Qualidade e Produtividade– Habitat) do Ministério das Cidades, jánotam a diferença na sua produção. Aoseguirem as normas brasileiras de fabri-cação, reduziram o refugo de produtopronto de 20% para 1,5%. Ao se enqua-drar na produção normatizada, deixaramde pagar a insalubridade aos seus funcio-nários, porque deixaram a condição in-salubre. E o tijolo, por exemplo, passoude 3,2 quilos para 2,4 quilos.

O PBQP-H foi instituído em 1998,mas Santa Catarina o implantou em2001. No Brasil, foi implantado em2002. O seu objetivo é criar igualdadede competitividade, maior qualidade emenor custo tanto das empresas da cons-trução civil quanto com as fabricantesdos insumos. A regra básica desse pro-jeto é que as empresas atuem sob asnormas vigentes no país para o setor. Aadesão é voluntária, mas já há setores,como o de financiamento do imóvel, queexigem a certificação do PBQP-H.

O CREA/SC é um dos parceiros noPrograma. Cede o espaço para as reuni-ões do Coger (Conselho de Coordena-ção Geral) e atua colaborando nas vis-torias do PBQP-H. As inspetorias regio-

nais, que são 46, verificam, durante a fis-calização de rotina nas obras, o uso cor-reto dos insumos, como o material cerâ-mico e se estão dentro das normas daABNT. Outro trabalho forte do Conse-lho é difundir o Programa junto aos seusprofissionais para que eles estejam ci-entes da proposta e possam contribuirpara que as regras sejam seguidas portodos.

E no futuro será o consumidor a soli-citar essa qualificação, diz o coordena-dor do Programa em Santa Catarina, Pau-lo Sérgio Árias. Além da redução de cus-tos que esse sistema provoca, ele faz umadiferença na obra. De acordo com Ari-as, hoje é muito fácil notar quem está noPBQP-H e quem não está. No primeirocaso, há organização, o material está emordem, além da qualidade. No segun-do, a desorganização é generalizada.

São 500 empresas, entre as constru-toras certificadas, em processo de certi-ficação ou que se certificaram e não re-novaram, diz Arias. Agora, a coordena-ção do programa, e o Ministério PúblicoEstadual, estão atuando junto ao setor deartefatos de concreto. Já foi acertado umajuste de conduta em que essas empre-sas se comprometem a fazer o produtodentro das normas brasileiras. A indús-tria de cerâmica branca, de cimento, açoe fios já está enquadrada nos padrõeslegais, uma exigência do mercado exter-no. A certificação ocorre depois que asempresas credenciadas analisam o pro-cesso tanto da fabricação do insumocomo da construção. A Caixa Econômi-ca Federal é uma instituição que exige acertificação do PBQP-H, para que o con-sumidor possa financiar o imóvel emconstrução ou na planta, diz a supervi-sora da Caixa Eulita Maeier.

InvestimentosInvestimentosInvestimentosInvestimentosInvestimentosreduzem acidentesreduzem acidentesreduzem acidentesreduzem acidentesreduzem acidentesnos canteirosnos canteirosnos canteirosnos canteirosnos canteiros

A conscientização dos empresários eempregados sobre a segurança, a edu-cação dos trabalhadores e a importân-cia dos equipamentos de segurança - usode botas, capacetes, luvas, além dos cui-dados necessários para evitar acidentesde trabalho – se refletem nos númerosregistrados pelo INSS em Santa Catari-

na. A construção civil em Santa Catari-na apresentou queda de 18% no núme-ro de acidentes de trabalho na constru-ção entre os anos de 2002 e 2004. Umnúmero muito favorável, e bem diferen-te do índice nacional, que no mesmoperíodo teve um pequeno aumento de0,2%. No Estado, em 2002 aconteceram1.533 acidentes no Estado. Em 2004, estetotal foi de 1.261 casos. Em todo o Bra-sil, os casos aumentaram de 28.484 para28.540, nesse período. Outra contribui-ção foi a instituição da NR (Norma Re-guladora) 18 pelo Ministério do Traba-lho, responsável pela implantação demedidas de segurança na construção ci-vil. A partir dela, foram criados os CPRs(Comitês Permanentes Regionais) paraavaliar o cumprimento da NR 18.

O Comitê em Santa Catarina, do qualo CREA-SC faz parte, atua no sentidode melhorar as condições nos canteiros,diz o assessor do Sinduscon de Floria-nópolis, Alcides Andrade, que até agos-to de 2006 presidiu o CRP. Agora o car-go é exercido pelos trabalhadores, já queesse Comitê é tripartite, e tem ainda aparticipação do poder público. Andradedisse que as construtoras receberamatendimento com técnicos e engenhei-ros de segurança, que orientaram sobreas normas corretas e corrigiram distor-ções. As construtoras elaboraram os seusplanos de medicina e segurança no tra-balho. Também foi realizado um cursode segurança do trabalho com os mes-tres-de-obras, que se tornaram multipli-cadores das normas nos canteiros.

Para Bairros, o que também contri-bui para reduzir os números das ocor-rências foram os constantes investimen-tos e as medidas preventivas, como oaumento na conscientização dos traba-lhadores, com maior uso de equipamen-tos de segurança. “Os números positi-vos representam o caminho que o Sin-duscon tem traçado para banir os aci-dentes com vítimas dos canteiros deobras”, diz Bairros. O administrador daBeco e Castelo, Robson Deschamps,concorda com Bairros e diz que hoje oempregado sabe da importância de tra-balhar protegido e das medidas simplespara evitar qualquer ocorrência. Elesacreditam ainda que, se não houvessetanta informalidade, os números pode-riam ser ainda melhores.

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A partir de março, os profissionaiscatarinenses registrados no CREA-SC têmum compromisso: participar ativamentedos encontros regionais preparatóriospara primeira etapa do 9o Congresso Es-tadual dos Profissionais – CEP, que acon-tece em 25 e 26 de maio, no Hotel Ma-ria do Mar em Florianópolis. O Congres-so Estadual antecipa a primeira etapa do6o Congresso Nacional dos Profissionaisdo Sistema CONFEA/CREA – 6o CNP, noRio de Janeiro, entre os dias 15 e 18 deagosto. O tema central deste ano é “PactoProfissional e Social”, um acordo entreos engenheiros, arquitetos, engenheirosagrônomos, geólogos, geógrafos, mete-orologistas, tecnólogos e técnicos, dire-cionado à melhoria constante da quali-dade de seus produtos e serviços, à efi-cácia de suas organizações profissionais,à defesa dos interesses sociais e huma-nos e à promoção do desenvolvimentosustentável.

Como o tema dos congressos envolve

os interesses de toda a comunidade pro-fissional e a sociedade, e como os pro-fissionais do sistema têm ampla pene-tração nos mais variados segmentos dasociedade, a convocação para participa-ção intensiva nos encontros preparató-rios e no congresso é uma prioridade doConselho. É importante a participaçãodos profissionais, no momento em queas condições de trabalho, estrutura or-ganizacional do sistema e o exercício daprofissão serão discutidos em todo o ter-ritório nacional.

Várias etapas serão cumpridas. Desdeos oito encontros preparatórios (ver qua-dro com locais e datas da programaçãoabaixo), passando pelos congressos Esta-dual e Nacional, até a segunda etapa doCongresso Estadual, que acontecerá em4 de outubro, também em Florianópolis,e a segunda etapa do Congresso Nacio-nal, em Brasília, de 25 a 27 de outubro.Essas duas etapas servirão para avaliação,sistematização e aprovação das propos-

Pacto pela qualidade movimentaprofissionais em todo o país

Encontros Regionais Preparatórios06/03 – Florianópolis

23/03 – Chapecó

30/03 – Blumenau

17/04 – Videira

20/04 – Lages

26/04 – Mafra

27/04 – Joinville

04/05 – Criciúma

9o Congresso Estadual dosProfissionais do CREA/SC

25 e 26/05 (Primeira Etapa) – Florianópolis

04/10 (Segunda Etapa) – Florianópolis

6o Congresso Nacional dosProfissionais do Sistema CONFEA/CREA

15 e 18/08 (Primeira Etapa) – Rio de Janeiro

25 a 27/10 (Segunda Etapa) – Brasília

tas discutidas em 1ª instância, pois a 2ªetapa buscará centrar as conclusões comcunho deliberativo final.

Participar das atividades, convidar co-legas e profissionais da área, tem de seruma preocupação de cada profissionaldo CREA-SC. Os encontros são a opor-tunidade de cada profissional debateras idéias, de onde se originarão as mo-ções e propostas encaminhadas aoscongressos Estadual e Nacional. “Enten-do ser muito importante todos os pro-fissionais e entidades de classe se mo-bilizarem nas oito macro-regiões doestado e realizarem grandes eventos,com boas propostas e moções a seremapresentadas pelos delegados no 9º CEP,em 25 e 26 de maio”, ressalta o presi-dente do Conselho, Eng. AgrônomoRaul Zucatto.

Mais informações poderão ser obtidasna página eletrônica do CREA-SC(www.crea-sc.org.br), ou pelo e-mail([email protected]).

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No último grande evento promo-vido pelo CONFEA, foram de-batidas as razões que têm con-

tribuído para o pífio crescimento da eco-nomia brasileira. Um dado, em particu-lar, despertou maior atenção e fazia re-ferência ao baixo nível de investimentopúblico. Foi mostrado que dos recursosque compõem o bolo tributário, descon-tados os compromissos constitucionaisdo Governo Federal, tem restado muitopouco, e, o que é pior, este pouco vemminguando a cada ano. Em 2002 o in-vestimento público em energia, transpor-tes, saneamento, saúde, segurança, en-tre outros, foi de apenas 13,2%. Em 2006ficou em torno de 7%.

O contribuinte não aceita sob qual-quer hipótese pagar mais impostos paracair na vala comum de atender despesasnão prioritárias da máquina pública. Es-tão aí dois bons motivos: a CPMF (im-posto dos cheques) que era para salvaro sistema de saúde e a CIDE (Contribui-ção de Intervenção no Domínio Econô-mico), imposto sobre os combustíveiscujos recursos eram para ser aplicadosem infraestrutura e estão vergonhosa-mente sendo desviados, boa parte parao pagamento da dívida externa.

O montante dos recursos da CIDE émuito relevante. Destacamos que desdeque foi instituída, Santa Catarina contribuiucom R$ 6 bilhões e retornaram para in-vestimento no Estado apenas R$ 127 mi-lhões.

Se o governo não tem recursos e a cadaano que passa aumenta a demanda porinvestimentos em áreas estratégicas, qualé a saída? Um dos caminhos é a iniciativaprivada. No lançamento do Programa deAceleração do Crescimento (PAC), umconjunto de boas intenções, o Governo jáprevê alguns bilhões de reais por conta depossíveis parceiros privados. Mas isto não

vai acontecer como num conto de fadas.Qualquer investidor quer as mínimas ga-rantias jurídicas para não ter contratos ras-gados e ver seu patrimônio desvalorizado.

O mercado tem sido muito crítico emrelação à retórica de boas intenções doGoverno Federal. O último mau exemplofoi na questão das concessões de rodoviasfederais, onde depois de exaustivos estu-dos e aprovação pelo TCU, o Governo dáuma guinada e anuncia que não vai darcontinuidade ao processo. São solavancosque afugentam ou freiam o ímpeto dosempreendedores.

Uma das novidades do Executivo foi acriação das Agências Reguladoras e dosMarcos Regulatórios para a fiscalização,controle e monitoração de concessões deserviços públicos. Entretanto, o cenárioatual é de inexistência deles em algumasáreas, e incompletos em outras. São Agên-cias funcionando com a mínima capaci-dade, sob clima de desconfiança e pres-são, com seus recursos de até 50% conti-genciados, além de diretorias incompletas

Regulação e Independência

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Eng. Eletricista José Antônio Latrônico Filho CREA/SC 008505-8 [email protected]

e algumas até politizadas que acabam pa-recendo entidades de governo e não deEstado, como acontece em todo o mundo.

Este conjunto de fatores gera uma ins-tabilidade jurídica para o setor privadoapostar nas parcerias com o governo. Lulasabe que não pode repetir quatro anos deestagnação onde o crescimento do PIB nãoconseguiu sequer atender ao contingenteque, pela primeira vez, buscou emprego.Seu projeto é crescer a taxa de 5% ao anosem saber como fazer isso.

Uma das alternativas são as AgênciasReguladoras com capacidade técnica eindependência decisória, com seus Mar-cos Regulatórios para todos os serviçospúblicos que demandem a presença dosetor privado. Essas Agências, com regrasclaras e estáveis, preservam um ambienteconfiável para os agentes públicos e pri-vados e irão atrair investimentos em diver-sos segmentos, especialmente em novasobras de infraestrutura que requer pesa-dos recursos e mais rapidamente estimu-lam o crescimento.

ARTIGO OPINIÃO

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ARTIGO TÉCNICO

C om o objetivo de garantir à so-ciedade a prestação de servi-ços técnicos por profissionais

habilitados, que ofereçam tecnologiamoderna e adequada, visando alcançaro desenvolvimento técnico, econômico,social e ambiental, a Câmara Especializa-da de Engenharia Química (CEEQ) emconjunto com o CREA-SC, disponibilizaestrutura para orientar e fiscalizar as ati-vidades e atribuições dos profissionaise empresas pertinentes a essa modalida-de, com o intuito de inibir o exercícioilegal da profissão. Integram a mesma,os engenheiros químicos, de alimentos,de materiais, de petróleo, têxteis, de plás-ticos, industriais, de produção, de ope-ração, bem como os tecnólogos e os téc-nicos de nível médio.

A Engenharia Química vem passandopor transformações devido à ascensão deprodutos com alto valor agregado e pro-dução em pequena escala, requerendoo desenvolvimento de novas metodolo-gias de separação. Além disso, com oadvento da informática, o projeto e ope-ração de processos tende a ser mais in-formatizado, requerendo do profissionalsólida formação na área. A Modelageme Simulação de Processos passou a sermuito importante, pois com o auxílio demodelos matemáticos pode-se represen-tar os diversos processos e fenômenosfísico-químicos envolvidos. O desenvol-vimento desses modelos permite simu-lar o comportamento de uma indústriaou parte dela. Os benefícios de tal técni-ca são enormes, sendo o principal mé-todo de compreensão e otimização dosmecanismos envolvidos. A simulaçãotambém minimiza gastos com matéria-prima nos testes de novas tecnologias,modos de operação, treinamento de pes-soal, etc.

A Engenharia de Alimentos é uma áreade conhecimento específico que englo-ba todos os elementos relacionados àindustrialização de alimentos. O profis-sional potencializa o desenvolvimentoem todos os níveis, seja no subsídio àelaboração de políticas, nos projetos depesquisa, na atuação dentro das empre-sas do setor, bem como na colaboraçãoà preservação da saúde pública.

Atualmente, a profissão está muitodifundida, principalmente nos paísesmais industrializados, que oferecemoportunidades de intercâmbio com oBrasil, possibilitando o contato com tec-nologias de ponta, para posterior adap-tação e aplicação à nossa realidade.

Já a Engenharia de Materiais está pre-sente em praticamente todos os produ-tos fabricados pelo homem – de um ru-dimentar botão de camisa ao mais so-fisticado computador. É esse profissio-nal que pesquisa, testa e desenvolve asmatérias-primas e produtos que serãousados na construção de pontes e prédi-os, na fabricação de automóveis, eletro-domésticos, roupas e calçados. É umprofissional inteiramente voltado para ocomportamento dos materiais e a ma-neira como são obtidos, processados emodificados, atendendo à aplicaçõesespecíficas.

A Engenharia Têxtil abrange desde odesenvolvimento de técnicas para a pro-dução e beneficiamento de fibras, fios etecidos até a confecção e colocação nomercado. O profissional atua principal-mente desenvolvendo estudos sobre no-vos produtos, processos de produção,equipamentos e máquinas para a indús-tria, bem como a viabilidade técnico-econômica para a implantação de indús-trias.

Quanto a Engenharia de Petróleo, a

mesma envolve o desenvolvimento dasacumulações de óleo e gás descober-tas durante a fase de exploração de umcampo petrolífero. Os profissionaispossuem conhecimentos e habilidadespara atuar nas etapas da cadeia produ-tiva de petróleo e gás natural em con-dições vantajosas, atuando em amplafrente de tarefas e situações, levandoem conta aspectos econômicos, soci-ais e ambientais.

Criada mais recentemente (1993), aEngenharia de Plástico aplica conhe-cimentos de ponta na pesquisa e no de-senvolvimento de materiais com tec-nologia. O profissional atua principal-mente no planejamento e produçãopara fabricação de produtos. Em paí-ses desenvolvidos, como os EstadosUnidos, ele faz a ponte entre a pes-quisa científica e sua aplicação tecno-lógica. Tem como função também pla-nejar e orientar a utilização do plásti-co, diagnosticando e prevenindo im-pactos negativos.

Face a diversidade mercadológica re-lacionada à CEEQ, os profissionais daengenharia das referidas áreas de atua-ção possuem uma estrutura técnica dis-ponível para consultas e orientações emcada CREA regional. A Câmara Especi-alizada de Engenharia Química do CREAde Santa Catarina, além de atuar na ela-boração de pareceres técnicos para a fis-calização das atividades e atribuiçõespertinentes às empresas, instituições deensino e profissionais dessa modalida-de, possui caráter orientativo visandocontribuir com o desenvolvimento tec-nológico e com a qualidade de vida dasociedade catarinense.

A diversidade dasengenharias da modalidadeda engenharia química

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ENG. QUÍMICO RODRIGO MENEZES MOURE CREA/SC 022115-0 [email protected] da Câmara Especializada de Engenharia Química do CREA-SC

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JANEIRO A MARÇO 2007 • CREA-SC • 29

Na biologia todos os seres vivossão iguais e cumprem o mes-mo ciclo – nascer, crescer, re-

produzir e morrer. Até mesmo quandofalamos em nutrição, podemos estabe-lecer comparações entre todas as espé-cies. A baixa imunidade favorece a ins-talação de doenças inclusive nas plan-tas. E, enquanto nós somos diagnosti-cados por um exame de sangue, a ava-liação do estado nutricional das plan-tas é realizada em uma análise foliar.

Através dessa diagnose, os nutrien-tes contidos nas amostras coletadas emtalhões de lavouras são comparadoscom valores padrões estabelecidos paracada cultura. A interpretação da análi-se foliar permite a complementação dasinformações fornecidas por meio daanálise de solo, de modo a asseguraruma recomendação adequada de adu-bação para a próxima safra. No entan-to, no Brasil, a utilização desta práticaé comum em campos onde ocorrem si-tuações de síndrome desconhecidas.Quando as plantas doentes são compa-radas com as sadias. A falta de um mé-

Emprego do DRIS nas lavouras no Brasiltodo capaz de oferecer um resultado efi-ciente é um dos entraves na realizaçãoda análise foliar.

O sistema integrado de diagnose erecomendação – DRIS, desenvolvidoem 1973 pelo inglês Beaufils, é o me-lhor método conhecido atualmentepara determinar os resultados da aná-lise foliar. O sistema utiliza as relaçõesnutricionais, considera o balanço nu-tricional e classifica os elementos emsituação de risco ou excesso. A gran-de complexidade dos cálculos mate-máticos era a maior dificuldade na uti-lização do DRIS, mas com o desenvol-vimento da informática, esse proble-ma foi resolvido.

A partir disso, o método passou aser aplicado em várias regiões domundo em culturas anuais (soja, mi-lho, trigo, sorgo), bianuais (cana-de-açúcar, mamão, abacaxi, banana, pas-tagens) e perenes (maçã, eucalipto,uva, macadâmia, citrus, café). No Bra-sil, temos notícias promissoras de seuuso em culturas como limão, eucalip-to, algodão, mamão, soja, milho, café,

uva, entre outras.No entanto, é importante destacar

que apenas os produtores que realizamum bom planejamento do solo irão per-ceber as vantagens no emprego doDRIS. Isso porque, a diagnose foliar émais eficiente na interpretação do teorde suficiência dos micronutrientes dasplantas. O DRIS identifica o elementolimitante (aquele que está em desequi-líbrio) nos diferentes estágios de cres-cimento das plantas, ao passo que aanálise de solo é capaz de balancear osmacronutrientes, que estão presentesem quantidades maiores.

Nas culturas anuais podem ser reali-zadas três análises até o período de flo-rescimento. A primeira deve acontecer35 dias após a emergência das folhas eas demais devem ser efetuadas em in-tervalos de 15 dias para que haja tem-po de corrigir todos os desequilíbrios.Nas culturas perenes a primeira diag-nose deve ocorrer antes do primeiro tra-to cultural após o inverno estendendo-se o procedimento até o verão, mensal-mente.

ENG AGRON. ROBERTO ANTUNES FIORETTO 78547-D CREA-PR [email protected] de Planejamento da Laborsolo e professor doutor do Centro de Ciências Agrárias da Universidade Estadual de Londrina - UEL

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ARTIGO TÉCNICO

O Programa 5S é uma ferramen-ta que cada vez mais tem sidoutilizada nos ambientes de

trabalho. Atualmente com o despertar doSistema de Gestão da Qualidade naconstrução civil (PBQP-H – ProgramaBrasileiro da Qualidade e Produtividadedo Habitat), essa ferramenta tem se de-monstrado ser de grande valia para ala-vancar o processo de certificação dasempresas.

O 5S se refere a cinco dicas simplespara melhoria do ambiente de trabalho:Senso de Utilidade, Senso de Organi-zação, Senso de Limpeza, Senso de Saú-de e Segurança no Trabalho e, por últi-mo, Senso de Autodisciplina. É impor-tante salientar que, apesar de serem di-cas simples, existem muitos canteirosde obras que não as adotam, por razõesdiversas.

A aplicação de um Programa 5S pos-sui princípios muito parecidos aos de umSistema de Gestão da Qualidade, no quediz respeito ã mobilização e à motiva-ção das pessoas envolvidas. Por esse mo-tivo, um sistema ajuda o outro em suaimplantação e manutenção.

As falhas mais comuns que podemproporcionar o fracasso do 5S podem serrelatadas a seguir:

• As pessoas imaginam que, ao im-plantar uma vez o 5S, ele se auto man-tém, mas isso não é verdadeiro, pois énecessário realizar treinamentos, cursos,cobranças... enfim, tudo que for neces-sário para reforçar a idéia de que a em-presa está participando de um processode melhoria contínua da organização,limpeza e segurança.

• Implantar 5S em uma empresa nãoé somente aplicar os cincos sensos, tor-na-se imprescindível sua manutençãopor meio de subsídios que venham a

contribuir com a auto-estima e partici-pação dos funcionários, como, porexemplo, concursos de frases de segu-rança no trabalho, pesquisa de satisfa-ção do cliente interno, campanha con-tra o tabagismo, entre outros.

• As empresas, quando começam aimplantar o 5S, levam muito à risca seusmandamentos, e se esquecem que o pro-grama é um modelo japonês, que neces-sita de certas adaptações para a realidadebrasileira, talvez maiores quando direci-onadas para a indústria da construção ci-vil, fazendo com que se distancie aindamais de um modelo teórico. Portanto, aorientação que se recomenda é que a em-presa dê exemplo, mostrando aos seusfuncionários como deve ser a qualidadealmejada pela construtora; assim, a orga-nização vai predominando no canteiro deobras, e o sucesso do programa vai sen-do atingido, evitando o retrocesso e rom-pendo os pequenos focos de resistênciaentre os funcionários.

• Nas palestras e treinamentos, pro-

Aplicando 5S naConstrução Civil

ENG. CIVIL E SEGURANÇA DO TRABALHO EDINALDO FAVARETO GONZALEZ CREA/SC 060539-8www.edinaldogonzalez.com.br

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curar enfocar sempre aos funcionários oquanto a empresa se preocupa com elee quer seu apoio na melhoria da quali-dade de vida das pessoas que estão na-quele ambiente de trabalho; neste caso,o canteiro de obras.

É comum que o funcionário confundaPBQP-h com 5S, pois ele vê na prática aorganização do canteiro, que na reali-dade é a implantação do 5S, um requisi-to normativo muito discreto que trazgrandes vantagens na agilidade, mobili-dade e motivação dos funcionários paratrabalhar em prol do Sistema de Gestãoda Qualidade.

Enfim, o Sistema de Gestão da Qua-lidade é um mecanismo extremamenteimportante para proporcionar às empre-sas crescimento, organização, geraçãode registros, indicadores, entre outros;contudo, associado a um Programa 5S,a empresa possibilita uma maior versa-tilidade da organização de seus cantei-ros de obras, facilitando a integração deambos.

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Regularizaçãofundiáriasustentável

O modelo econômico, social, polí-tico e legal existente no Brasil, pro-duziu cidades onde parte é assis-

tida com todo o conforto e convivência soci-al e parte, onde não existe nenhuma infra-estrutura, vivendo em situação precária e atéem condições subumanas, como ocorre emgrande parte destas aglomerações denomi-nadas de favelas.

Nestas regiões, os brasileiros não têm aces-so ao solo urbano para a construção de mo-radias por vias legais, encontrando somenteos mecanismos informais, auto construindoum abrigo precário, inseguro, desprovido dequalquer técnica.

O afavelamento da população ocorre emtodas as cidades brasileiras, acentuando-senas cidades com mais de 500 mil habitan-tes, onde concentram-se 97% das favelas doBrasil (IBGE 2000).

Como tudo no Brasil, o tema só é discuti-do quando os barracos desabam diante daschuvas intensas1 , em cenas de violência ur-bana ou quando surgem os problemas am-bientais, como no caso de saturamento dosmananciais em função da ocupação desor-denada. Fato este comprovado com as notí-cias destas semanas nos estados de São Pau-lo, Minas Gerais, Espírito Santo e Rio de Ja-neiro, onde barracos foram soterrados e pes-soas morreram.

Mas a população brasileira parece já ter seacostumado com este modelo, onde a cidadetem que ter os dois ambientes, um com toda ainfra-estrutura para as classes mais abastadase outra sem nenhuma infra-estrutura para asmenos favorecidas. Neste contexto, os ambi-entes ocupados pelas classes abastadas pos-suem seus títulos de propriedades devidamen-te registrados, privilégio que não contemplaos menos favorecidos ou excluídos.

O Estado precisa urgente de mecanismoscapazes de atuar na informalidade, visandoà redução destes aglomerados dados as gra-ves conseqüências sócio-econômicas, urba-

nísticas, ambientais e políticas que este fe-nômeno traz, não só aos moradores destesassentamentos, como também para as cida-des e à população urbana como um todo.

No mesmo sentido, deve orientar os pro-gramas específicos de regularização dos as-sentamentos já consolidados, flexibilizandoa ordem jurídica vigente.

Deve o Governo Federal reconhecer opapel central dos municípios no enfrenta-mento dos problemas decorrentes dos pro-cessos de desenvolvimento informal e na for-mulação e implementação dos programas deregularização fundiária dos assentamentosinformais em áreas urbanas. Cabe ao gover-no criar ações no sentido de apoiar, comple-mentar e/ou suplementar as ações dos go-vernos municipais, intervindo de forma maisdireta, mas sempre em parceria com os mu-nicípios.

No caso destes assentamentos a serem re-gularizados estarem em terras da União, in-crementar as ações previstas na Medida Pro-visória 2.220/20012 .

O Ministério das Cidades, criado para or-ganizar as cidades brasileiras, deve abrir dis-cussão quanto à “Regularização FundiáriaSustentável”, no sentido de reconhecimentodo direito à moradia e à segurança da possecomo direito humano fundamental, de acor-do com a nossa Carta Magna, e ainda criarmecanismos de conciliação entre a regulari-zação urbanista, ambiental e jurídica.

Deve ainda promover o reconhecimentode maneira integrada, dos direitos sociais econstitucionais de moradia e preservaçãoambiental, qualidade de vida humana e pre-servação dos recursos naturais.

Na área jurídica deve buscar a revisão dalegislação federal, bem como orientação narevisão das legislações Estaduais e Munici-pais, difundindo no Brasil a necessidade deuma cultura jurídica baseada no principio dafunção social da propriedade, mas semprerespeitando o meio ambiente.

Já no apoio urbanístico, o Estado atravésdo Ministério das Cidades, deve buscar so-bretudo aproximação, diálogo, informação esensibilização com o CONFEA, CREAs, IABs,FNA, FISENGE, Faculdades de Arquitetura eUrbanismo, de Engenharias, de Geografia,bem como outras ligadas ao bem estar soci-al, buscando idéias e projetos novos, usan-do e dando oportunidade a estes jovens, demostrar sua criatividade que em conjuntocom a experiência dos técnicos, poderiamresultar em soluções criativas em prol nãosó destas comunidades, pois quando urba-nizamos, todo o conjunto é beneficiado.

Deve ainda o Ministério, urgentementepromover integração interministerial parafacilitar a regularização das terras da União,com fundamento na MP 2220/2001, cadas-trando todos os imóveis da União.

No âmbito municipal, se faz necessário oapoio do Ministério no sentido do forneci-mento de mapas, cadastramento de irregula-ridades urbanas, apoio financeiro, assesso-ramento jurídico e metereológico com pre-visão das grandes enxurradas.

Por derradeiro, o Estado, através dosseus entes (União, Estados e Municípios),coordenados pelo Ministério das Cidades,deve construir uma mobilização inter-go-vernamental e social, aliado a uma políti-ca Nacional sólida, objetivando a criaçãoou melhoramento de mecanismos nacio-nal, estadual e municipal, na regulariza-ção fundiária sustentável das favelas e pe-riferias, dando condições a esta parte dapopulação desassistida, acesso a titulaçãode sua propriedade, resolvendo em gran-de parte o número destes aglomerados ouocupações irregulares existentes no Bra-sil, melhorando a qualidade de vida destepovo que compõe esta nação que chama-mos de Brasil.1 Fernandes, Edesio, matéria publicada na internet,

website IRIB em 10/01/2007.2 República Federativa do Brasil, website

www.senado.gov.br em 10/01/2007.

ENG. AGRIMENSOR JOACIR JOSE MILANEZ CREA-SC 011394-9 [email protected] em Ciências Jurídicas e Especialista em Gestão Ambiental.

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Apaixonado pelo patrimônio arquitetônico, pelas belezas naturais epelo resgate da cultura popular de Florianópolis, o arquiteto Joel Pa-checo, 47 anos, não esconde o desejo de mostrar, cada vez mais, o queé a sua paixão pela ilha de Santa Catarina, sua terra natal. Na reuniãomensal da FIESC (Federação das Indústrias de Santa Catarina), em 24de novembro de 2006, ele pôde apresentar um pouco do trabalho querealiza como fotógrafo com a exposição “Florianópolis e Açores - OEncontro das Águas”, no Centro de Eventos do Sistema Fiesc. A exposi-ção, tema de um livro com o mesmo nome que teve o apoio do CREA-SC , mostra um paralelo histórico-geográfico entre os Açores e Floria-nópolis, as semelhanças entre as ilhas açorianas e a da capital catari-nense, suas construções, costumes e a própria cultura.

O livro “Florianópolis, a 10a Ilha dos Açores - o Encontro das Águas”tem cerca de 500 fotos de autoria de Joel Pacheco e foi elaborado porele em dois anos de trabalho, a partir de um convite do governo açori-ano. Está distribuído em escolas e bibliotecas do estado, atingindo maisde 100 mil alunos. Ano passado, foi lançado nos Açores a convite dogoverno local. Para o arquiteto, a fotografia é uma ferramenta de me-mória que ajuda a construir a história das cidades.

Fotografiacomo ferramentada memória

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Atualmente, Joel Pacheco usa máquina fotográficadigital, mas quer retornar ao uso da câmera analógica etrabalhar com fotos em preto e branco. “Isso virá com o

tempo. Tem que despertar na hora de um clic.”

Vulcão na Ilha deSão Miguel,

Açores (Portugal)

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Guarita do Castelode Santa Cruz, Ilha do

Faial, Açores (Portugal)

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Destino: ArtesDestino: ArtesDestino: ArtesDestino: ArtesDestino: ArtesAlém da Arquitetura e da paixão por

fotografar, Joel Pacheco é designer gráfi-co. A Arquitetura veio primeiro. Forma-do em 1982, na segunda turma da UFSC,ele começou em Educação Artística, naUdesc, pois não havia curso de Arquite-tura. “O destino era ir para a área dasArtes” e, no final do curso, surgiu uma“faísca” pela fotografia.

Cartões postais e telefônicos com fo-tos suas, a elaboração de capas de livros,projetos gráficos e logomarcas (CEFET,Museu de Arte de Santa Catarina, porexemplo) têm o talento artístico de JoelPacheco. Entre os livros do seu portfó-lio estão o “Atlas de Florianópolis” e“Florianópolis Memória Urbana”.

Uma ligação de amorUma ligação de amorUma ligação de amorUma ligação de amorUma ligação de amorApesar de todo o trabalho que desen-

volve com fotografia e do acervo quepossui - são cerca de 30 mil imagens sóde Florianópolis -, Joel Pacheco não seconsidera um fotógrafo profissional.Mesmo assim, tem outros projetos pron-tos nesta área, como o que retrata a “Pon-te Hercílio Luz - Uma ligação de amor”. São 40 imagens coloridas mostrandodetalhes da atual recuperação da ponte,local onde o arquiteto morou próximona infância. A nova exposição tem apoiodo CREA e do consórcio que trabalha narecuperação da obra e vai estar no Sho-pping Floripa, no começo de 2007, po-dendo se tornar itinerante. Mais adian-te, ele quer transformar a exposição emoutro livro.

Na Arquitetura, Joel Pacheco tem as-sinado projetos importantes para Floria-nópolis, como a revitalização do Morroda Cruz, o Mirante da Lagoa da Concei-ção e o Memorial Miramar. Sobre esteúltimo projeto, o arquiteto diz que “a fi-nalidade da obra tem grande importân-cia, porque resgata o aspecto históricoda cidade e o referencial florianopolita-no desaparecido em 1974.”

No alto, guarita do Forte Santana, PonteHercílio Luz e, ao lado, igreja em Santo

Antonio de Lisboa, Florianópolis/SC

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Os inspetores-chefes do CREA-SC seencontraram nos dias 25 e 26 de janeiropara a primeira reunião do Colégio deInspetores em 2007. No período damanhã, os inspetores participaram do ISeminário Estadual de Conselheiros, nasede do CREA-SC e a tarde reuniram-seno auditório da Associação Catarinensede Engenheiros para discutir assuntosreferentes a fiscalização de áreas comoEngenharia Química e Agronomia. Ou-tro assunto abordado na reunião foi adefinição de metas para o ano de 2007,com base nas prioridades da gestão do

Inspetores chefes doCREA-SC se reúnem pelaprimeira vez em 2007

CREA-SC unificahorário deatendimento deinspetorias eescritórios

O atendimento externo nas ins-petorias e escritórios do CREA-SCfunciona das 9h às 12h e das13h30 às 17h, com exceção dasede e inspetorias de Itajaí, Joinvil-le, Florianópolis e Blumenau queatendem das 9h às 17h.

Desde o dia 1º de dezembro/2006, os escritórios estão atenden-do ao público no mesmo horárioque as inspetorias, das 9h às 12h edas 13h30 às 17h. A única exceçãoé o escritório de Campos Novosque atende das 13h15 às 17h15.

Os horários de funcionamentopodem ser conferidos em nossosite www.crea-sc.org.br.

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Já estão disponíveis em nossoWeb Site www.crea-sc.org.br osvalores referentes as taxas desteano. Os profissionais têm à dispo-

Taxas para 2007 podem serconferidas no website do CREA

sição o valor da anuidade integrale da proporcional, de cobrançasreferentes a serviços e de multas,além da taxa de valores de ARTs.

presidente, Eng. Agrônomo Raul Zucat-to.

Na oportunidade, o 1º vice-presiden-te do CREA-SC, Eng. Civil Carlos Alber-to Xavier falou sobre a organização do9º Congresso Estadual de Profissionais,que será realizado nos dias 25 e 26 demaio e dos oito encontros regionais pre-paratórios ao Congresso que acontece-rão nos meses de março e abril.

Encerrando as atividades, os inspeto-res participaram das reuniões das Câma-ras Especializadas e da sessão plenáriado Conselho.

Fiscalização e definição de metas para 2007 dominaram debates

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Confira abaixo os membros da diretoria:Eng. Agrônomo Raul Zucatto Presidente

Eng. Civil Carlos Alberto Xavier 1º Vice-PresidenteArquiteto Rafael Fornari Carneiro 2º Vice-Presidente

Eng. Civil Marcelo Morales 1º SecretárioEng. Eletricista James Alberto Giacomazzi 2º Secretário

Eng. Mecânico Sérgio Luiz Bragagnolo 3º secretárioEng. Agrônomo Eduardo Medeiros Piazera 1º Tesoureiro

Eng. Químico Enéas Queiróz 2º Tesoureiro

Recadastramento:Profissionais cominicial I, K e L podemfazer até 16 de fevereiro

Os profissionais registrados no SistemaConfea/Crea com inicial I, K e L podem atua-lizar seus dados a partir do dia 16 de feverei-ro para fazer o recadastramento. O processoteve início em agosto de 2006 e continua atédezembro deste ano, com o objetivo de lan-çar uma nova carteira de identidade profissi-onal, válida e reconhecida em todo o territó-rio nacional. Após a data limite para o reca-dastramento, o número e a carteira de regis-tro antigos não terão mais validade.

Os profissionais do CREA-SC receberamsolicitação de recadastramento via correio,sendo convocados em grupos específicospara comparecer na sede do Conselho, ins-petorias ou escritórios, de acordo com a le-tra inicial do nome. O calendário está dispo-nível no www.crea-sc.org.br.

Conselheirosparticipam deseminário deorientação

Pela primeira vez, o CREA-SC realizou oSeminário Estadual de Conselheiros com aintenção de informar os conselheiros que ini-ciam mandato este ano sobre as funções queserão desempenhadas e a importância socialdo cargo.

“Quem está iniciando o mandato no Con-selho pôde ter uma noção perfeita de comofunciona o CREA e a responsabilidade de seupapel social, não somente como um cargopolítico, de representação de suas categori-as, mas também da valorização delas peran-te a sociedade, podendo fazer com que oCREA trabalhe cada vez mais para a qualida-de de vida do cidadão”, ressalta o presiden-te, Eng. Agrônomo Raul Zucatto.

O evento, realizado no dia 25 de janeiro,foi aberto aos demais conselheiros e contoucom palestras que explicaram também a es-trutura organizacional e as disposições inter-nas do Conselho. Na oportunidade, foi reali-zada a posse dos novos conselheiros. Confi-ra a composição das Câmaras Especializadasno site do CREA/SC.

Nova diretoria foi eleita naprimeira Plenária de 2007

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Foi eleita na Plenária do dia 26 dejaneiro, a nova diretoria do CREA-SCpara o exercício de 2007. Sob a ad-ministração do Eng. Agrônomo RaulZucatto, presidente com mandato atédezembro de 2008, o Conselho temoito Câmaras Especializadas, para asquais os coordenadores também fo-ram eleitos na mesma data. Ainda nasessão plenária, os 67 conselheirospresentes nomearam os componentesdas Comissões Permanentes e Tempo-rárias.

Entre as metas da atual gestão está aimplantação do Planejamento Estraté-

gico no Conselho, a realização de even-tos como o 9º Congresso Estadual deProfissionais (CEP) e seus oito encon-tros regionais preparatórios.

“Pretendemos construir, no mínimo,mais duas sedes de inspetorias e avan-çar fortemente no Programa de Atuali-zação Profissional (PEC), em parceriacom as entidades, além de aprimorar oatendimento nas inspetorias e na sede.Discutir também a modernização da fis-calização, para que fique mais avança-da e descentralizada e evoluir no siste-ma de informatização do Conselho”, fi-naliza o presidente.

Planejamento Estratégico e9o CEP são metas da gestão

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O protetivo anti-risco é uma nova técnica paraevitar estragos nas cerâmicas. Ao contrário de ou-tros dois métodos, a colocação de papel entre aspeças ou aplicação de resinas/termoplásticos, pro-cessos mais complexos e onerosos, o protetivo éaplicado sobre o revestimento cerâmico, após o pro-cesso de queima, saída do forno ou ainda na saídado secador, ainda quente, antes de chegar a emba-ladora. É aplicado frio em filetes e com isso, quan-do seco, faz com que na embalagem uma peça nãotoque na outra. Depois de ser realizado o assenta-mento do revestimento cerâmico, o protetivo anti-risco é facilmente retirado, assim como é fácil fazera limpeza do equipamento de aplicação, devido àformulação que o torna solúvel em água. O produ-to, patenteado com o nome de Intact-FQ, é umainvenção do Eng. Mec. Anibal Bristot e fabricadopor sua empresa, a Fênix Química, de Criciúma.Bristot também criou o Aplicador do Anti-risco, umequipamento, já com carta-patente, produzido poroutra indústria dele, a Fênix Metal Mecânica.

Protetor evita riscos nas cerâmicas

Unidade de produção de software emalemão abre as portas em Blumenau

A T-Systems inaugurou, em Blumenau,o primeiro centro de produção de sof-tware em alemão a operar fora da Ale-manha, sede da empresa e que atenderáexclusivamente organizações daquelepaís em todas as partes do mundo. E doisde seus clientes são Daimler/Chrysler ea Volkswagen. A T-Systems é uma sub-sidiária do Grupo Deutsche Telekom eimportante produtora de tecnologia da

informação e comunicações da Europa.A empresa, ao se instalar numa cidadede origem germânica, independente daglobalização, levou em conta as compe-tências locais. Além disso, a comunica-ção na língua do cliente, nesse caso, oalemão, nessa área de tecnologia, é fun-damental para a perfeita sintonia com ocliente. E destaca ainda o investimentodo poder público local tanto na forma-

ção de mão-de-obra como de novos pro-jetos da área.

A T-Systems tem cerca de 52 mil cola-boradores em mais de 20 países. Está noBrasil há cinco anos e atua com solu-ções de gerenciamento de processos denegócios, desenvolvimento e integraçãode sistemas, infra-estrutura, além de ser-viços exclusivos de Engenharia.

Três estudantes da Engenharia daUFSC (Universidade Federal de SantaCatarina) venceram no 2º Prêmio Petro-bras de Tecnologia. O aluno do Progra-ma de Pós-Graduação em EngenhariaMecânica Jonas Cordazzo, orientadopelo professor Clovis Maliska, venceu naárea “Tecnologia da Exploração”, cate-goria doutorado. Seu trabalho, um sof-tware, que usa modelo matemático, si-mula bacias geológicas e pode ajudar aPetrobrás a descobrir novos campos de

petróleo. Na categoria mestrado, área deTecnologia de Segurança e DesempenhoOperacional, o aluno Allan Charles Hen-ri Hofmann, do Programa de Pós-Gra-duação em Metrologia Científica e Indus-trial, com orientação do professor Ar-mando Albertazzi Gonçalves Junior, ven-ceu com um sistema de inspeção queavalia a qualidade da solda realizadadurante a fabricação de dutos utilizadosna exploração de petróleo.

O estudante de graduação em Enge-

nharia Mecânica da UFSC, Carlos Ale-xandre Patusco, foi o vencedor na cate-goria Graduação, na área Tecnologia daEnergia. Desenvolveu, com orientaçãoda professora Márcia Mantelli, uma me-todologia para projetar equipamentosque contenham a tecnologia de tubos decalor – utilizada para troca de tempera-tura no interior desses equipamentos –,com a finalidade de tornar os processosda indústria do petróleo mais eficientese menos custosos.

Estudantes da UFSC premiadospor apresentar novas tecnologias

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Os pesquisadores catarinenses Gilci-mar Vogt e Haroldo Tavares Elias, daEpagri/Cepaf/Chapecó, participam doProbio (Projeto de Conservação e Utili-zação Sustentável da Diversidade Bio-lógica Brasileira). É um programa quepretende identificar a variabilidade exis-tente em bancos de germoplasma demilho no Brasil. Além de fazer a conser-vação “on farm”, em comunidades ru-rais. Os trabalhos terão a coordenaçãoda pesquisadora da Embrapa Milho e

Sorgo, Flavia França Teixeira, e tem, alémda Epagri, a participação do IAC, Esalq,Cenargen, Ipa e outros.

O trabalho mapeará as diversas espé-cies, regiões em que ocorrem, tipo dedesenvolvimento, suas características ge-néticas e sua produtividade. Com a situ-ação genética de milho conhecida, de-vem ser traçadas estratégias para a con-servação e formas de utilização do ger-moplasma de milho, já que seu uso emprogramas de melhoramento é baixo.

Pesquisadores catarinensesintegram projeto do milho

A agricultura de precisão de SantaCatarina ganhou importante ferramen-ta, totalmente brasileira/catarinense,para se tornar uma técnica cada vezmais comum no meio rural. A Arvus,empresa catarinense de tecnologia, de-senvolveu um sistema totalmente na-cional, voltado especificamente para o

Ferramenta para facilitar o usoda agricultura de precisão

produtor brasileiro. Até agora, o setoragrícola dependia quase que exclusi-vamente de tecnologias importadas, oque dificultava o acesso e exigia seguirprocedimentos complexos em línguasestrangeiras.

A agricultura de precisão é um con-junto de técnicas que indicam as con-

dições adequadas para preparo dosolo, necessidades de aplicação decorretivos e fertilizantes, além doacompanhamento da lavoura e da co-lheita com avaliação dos resultados.E com ela, inúmeros são os benefíci-os, tanto econômicos quanto ambien-tais.

Uma proposta já em desenvolvimen-to é a atuação em redes de cooperaçãoem nível regional. O Probio utiliza ométodo etnobotânico das cultivares tra-dicionais, os quais estão sendo pratica-das em vários estados. Germoplasma éo elemento dos recursos genéticos quemaneja a variabilidade genética entre edentro da espécie, com fins de utiliza-ção para a pesquisa em geral, especial-mente para o melhoramento genético,inclusive a biotecnologia.

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No Norte, Sul e Leste da Ilha deSanta Catarina, ou em direçãoao Continente, quem já não

se estressou por ficar horas parado emfilas intermináveis de carros, ônibuse caminhões? A imagem não condizcom as peças publicitárias de apresen-tação da cidade que se pretende aCapital Turística do Mercosul, mas re-pete-se a cada temporada, quando onúmero de veículos aumenta conside-ravelmente em Florianópolis e região.O pior é que o gargalo do trânsito nãoacontece apenas na temporada. Du-rante todo o ano, os moradores da ci-dade e do entorno têm de convivercom as já infelizmente famosas filas.Os piores trechos são os próximos àspontes que fazem a ligação com oContinente, nas cabeceiras insular econtinental, no trecho da Via Expres-sa – prolongamento da BR-282, queliga as pontes à BR-101 – no Sul daIlha, na SC-405, no Norte, na SC-401,e no Leste, na SC-404, até a estradada Barra da Lagoa. Nesses lugares, épreciso muita paciência para encararo trânsito no final de tarde.

Maior frota percapita do País

Os números dão uma idéia do tama-nho do problema que qualquer soluçãotécnica terá de contemplar. Florianópo-lis tem a maior frota per capita do País:um veículo para cada dois habitantes. AsPontes Colombo Salles e Pedro Ivo Cam-pos têm o maior volume de travessia pormar do País: são 150 mil veículos, supe-rior ao volume da Ponte Rio-Niterói, noRio de Janeiro, que tem uma populaçãoseis vezes maior do que a da Grande Flo-rianópolis. A Colombo Salles e a PedroIvo Campos apresentam movimento qua-tro vezes superior ao da ponte que ligaVitória a Vila Velha, no Espírito Santo,embora a Grande Florianópolis tenhapraticamente a mesma população daGrande Vitória, aproximadamente ummilhão de habitantes. Os 150 mil veícu-los que passam todos os dias nas duaspontes, já superam a estimativa previstapara 2010 e representam mais de 60%da previsão para 2020 – 240 mil veícu-los por dia. Por fim, a população da ci-

dade faz uma clara opção pelo transpor-te individual, o que demonstra tambéma incapacidade de o sistema de transpor-te coletivo dar conta das necessidadesdos habitantes da região. Conforme oDetran, aproximadamente mil e qui-nhentos carros novos são emplacadospor mês na Capital.

Pela projeção matemática, o volumede tráfego deve dobrar em Florianópolisnos próximos 14 anos. O que significa ocomprometimento total da atual estru-tura viária, se não houver medidas ime-diatas. Foi com essa intenção que oCREA/SC, o Sindicato dos Engenheirosde Santa Catarina (Senge/SC), a Associa-ção Catarinense de Engenheiros (ACE) ea Associação Comercial e Industrial deFlorianópolis (ACIF) apresentaram ao 16o

Distrito do DNIT, no dia 30 de janeiro,um projeto inédito, definido como “umasolução alternativa sistêmica” para o sis-tema viário da Via Expressa, sob a alça-da do Departamento. Se não é a soluçãopara todos os problemas de tráfego daIlha, pode resolver o gargalo no ladocontinental da ponte, na Via Expressa.

De saída, o projeto prevê a duplica-

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O gargalo do trânsito na Ilha

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ção da Via Expressa continental e a cons-trução de mais uma ponte ligando a Ilhaao Continente. Mas os técnicos têmconsciência de que apenas garantir maisvias de acesso não é a solução. Além danecessidade de estudos urgentes, de ca-ráter técnico e suprapartidário, para me-lhorar o sistema viário, é preciso, con-forme o estudo, avaliar a possibilidadede cobrança de pedágio, como já é feitona Ponte Rio-Niterói, e examinar a esta-dualização da Via Expressa, hoje inte-grante do sistema rodoviário federal,como forma de garantir soluções maisrápidas para os problemas viários. Asinstituições já começaram as discussõescom os órgãos públicos, com represen-tantes dos governos municipal, estaduale federal. A união dessas três esferas comas entidades técnicas da área é uma con-dição essencial para discutir o assunto eachar uma solução de longo prazo parao problema de trânsito da região.

O engenheiro Raul Zucatto, presidentedo CREA, mostra a urgência de se ado-tar uma solução para o trânsito, antes quea região entre em colapso. Ele lembra queno final da década de 1970 passavam

pela Hercílio Luz, única ligação na épo-ca entre Ilha e Continente, atualmentedesativada, pouco menos de nove milveículos por dia. Com a ponte ColomboSalles, na década de 1980, o volume di-ário deu um salto para 80 mil veículosao dia. Hoje, com a ponte Pedro IvoCampos, o volume é de quase o dobrode veículos. Com as previsões feitas pe-los órgãos técnicos, é fácil antecipar ocaos em que viverão os habitantes daregião. O que demonstra também a au-sência de soluções de longo prazo. Porisso, a preocupação das entidades téc-nicas de que a solução envolva todas asesferas do poder público e as própriasentidades, que juntas devem discutiroutras propostas, como transporte marí-timo e metrô de superfície, para verifi-car a viabilidade técnica, ambiental eeconômico-financeira dessas alternati-vas.

AlternativasAlgumas propostas surgiram nas pri-

meiras reuniões com os órgãos públicos.

As Pontes Colombo Salles e Pedro Ivo Campos têm o maior volumede travessia por mar do País: são 150 mil veículos, superior ao volu-me da Ponte Rio-Niterói, no Rio de Janeiro, que tem uma populaçãoseis vezes maior do que a da Grande Florianópolis.

A Colombo Salles e a Pedro Ivo Campos apresentam movimento quatrovezes superior ao da ponte que liga Vitória a Vila Velha, no EspíritoSanto, que tem uma população 25% maior do que a da Grande Floria-nópolis, embora com praticamente a mesma população.

Os 150 mil veículos que passam todos os dias na Colombo Salles e naPedro Ivo Campos já superam a estimativa prevista para 2010 e repre-sentam mais de 60% da previsão para 2020 – 240 mil veículos por dia.

Conforme o Detran, aproximadamente mil e quinhentos carros novossão emplacados por mês só na Capital.

O Instituto de Planejamento Urbano deFlorianópolis (IPUF) tem projeto paraconstruir um viaduto ao lado do Termi-nal Rodoviário Rita Maria, o que favore-ceria o acesso direto à avenida Beira-MarNorte, para quem vem do Continente.O DNIT já anunciou que pretende lan-çar edital de licitação para a elaboraçãode projeto de engenharia de duplicaçãoda Via Expressa, com a construção deduas pistas, uma em cada lado da via.Há estudos desde o ano passado nestesentido. Não está descartado também olançamento, pelo governo do Estado, doedital para a licitação do projeto de en-genharia para o transporte marítimo naCapital. Uma concepção inicial prevê aconstrução de pier na Ilha e no Conti-nente, ligados por catamarãs, uma espé-cie de embarcação. A proposta das enti-dades tem o mérito de partir de entida-des técnicas que, apesar de sempre seenvolverem no planejamento da cidade,nunca até então tinham sido impulsio-nadoras da solução de um problema queatinge a todos, moradores e freqüenta-dores eventuais de uma das cidades maisbadaladas do País.

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nais para reabilitar o patrimônio arqui-tetônico e urbanístico, a partir da me-lhoria da qualidade dos espaços públi-cos e privados, e as suas característicasde habitabilidade. Prepara os profissio-nais para tratar tópicos específicos daquestão ambiental que possam contri-buir para as tarefas do projeto, gestão,controle, preservação e recuperaçãoambiental.

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Tel: (41) 3022-0383

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16 a 19 de abril de 2007 – Florianópolis/SC

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CURSOS E EVENTOS

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