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http://historiaonline.com.br REVISÃO DE ATUALIDADES PRIMEIRAS FASES Oriente Médio e Norte da África Principais crises: Síria (início: Primavera Árabe) Líbia (início: Primavera Árabe) Estado Islâmico Curdos Primavera Árabe 2011: Onda de revoltas no norte da África e Oriente Médio. Desestabilizou diversos governos. Abriu espaço para diversas visões políticas e para o radicalismo religioso. Início: Tunísia, único país em que uma ditadura caiu e as mudanças levaram a uma nova Constituição, mais democrática. Egito: teve uma ditadura derrubada, uma fase de transição (junta militar), um governo centrado em grupos religiosos (Mohamed Mursi) e voltou a ser uma ditadura após um golpe militar (Al Sisi). Líbia Crise começou como parte da Primavera Árabe. Rebeldes com apoio ocidental (OTAN) derrubaram a ditadura Kadafi (ou Gadafi). Diversos grupos rebeldes passaram a disputar o poder. O país se encontra dividido e sem governo, facilitando tanto a ação de radicais quanto a passagem de imigrantes ilegais que rumam para a Europa (a Líbia é um dos maiores portos de embarque). Provável presença do Estado Islâmico ou grupos associados. Síria Ditador: Bashar Al Assad. Crise começou como parte da Primavera Árabe. País apresenta diversidade étnica e religiosa. Etnias principais: árabes e curdos (minoria perseguida) Religiões: islamismo sunita, islamismo alauíta (ligado aos xiitas), cristãos, drusos e yazidis (zoroastristas). Repressão do governo sobre os manifestantes levou à guerra. Presença de diversos grupos rebeldes, dos laicos e democráticos aos radicais religiosos (destaque para a Al Qaeda e o Estado Islâmico) EUA e UE apoiam grupos rebeldes democráticos e querem a queda de Assad. Rússia: apoia o governo com armas e veto na ONU. Mantém uma base militar no país. Recentemente passou a atacar todos os grupos rebeldes de oposição. Ocidente protestou. Turquia: vê em Assad um regime inimigo e apoia grupos contrários ao governo sírio, incluindo grupos radicais. Também vê os curdos como inimigos (ver questão curda, adiante). Estado Islâmico (ISIS, Daesh) Grupo radical sunita surgido de uma dissidência da Al Qaeda do Iraque. Contexto: guerra civil que ocorreu no Iraque após a invasão dos EUA em 2003. Alegam querer fundar um “califado”. “Califa” é o nome que se dá aos primeiros sucessores do profeta Maomé que, segundo a crença, governaram de acordo com as leis religiosas. Adotam uma interpretação radical da religião e combatem todos (inclusive muçulmanos) os que forem contrários. Expandiram seu poder para a Síria aproveitando-se da guerra civil. No Iraque combatem o governo de maioria xiita, na Síria combatem Assad, que também é próximo

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REVISÃO DE ATUALIDADES PRIMEIRAS FASES

Oriente Médio e Norte da África Principais crises:

Síria (início: Primavera Árabe)

Líbia (início: Primavera Árabe)

Estado Islâmico

Curdos

Primavera Árabe

2011: Onda de revoltas no norte da África e

Oriente Médio.

Desestabilizou diversos governos.

Abriu espaço para diversas visões políticas e para o

radicalismo religioso.

Início: Tunísia, único país em que uma ditadura

caiu e as mudanças levaram a uma nova

Constituição, mais democrática.

Egito: teve uma ditadura derrubada, uma fase de

transição (junta militar), um governo centrado em

grupos religiosos (Mohamed Mursi) e voltou a ser

uma ditadura após um golpe militar (Al Sisi).

Líbia

Crise começou como parte da Primavera Árabe.

Rebeldes com apoio ocidental (OTAN) derrubaram

a ditadura Kadafi (ou Gadafi).

Diversos grupos rebeldes passaram a disputar o

poder.

O país se encontra dividido e sem governo,

facilitando tanto a ação de radicais quanto a

passagem de imigrantes ilegais que rumam para a

Europa (a Líbia é um dos maiores portos de

embarque).

Provável presença do Estado Islâmico ou grupos

associados.

Síria

Ditador: Bashar Al Assad.

Crise começou como parte da Primavera Árabe.

País apresenta diversidade étnica e religiosa.

Etnias principais: árabes e curdos (minoria

perseguida)

Religiões: islamismo sunita, islamismo alauíta

(ligado aos xiitas), cristãos, drusos e yazidis

(zoroastristas).

Repressão do governo sobre os manifestantes

levou à guerra.

Presença de diversos grupos rebeldes, dos laicos e

democráticos aos radicais religiosos (destaque

para a Al Qaeda e o Estado Islâmico)

EUA e UE apoiam grupos rebeldes democráticos e

querem a queda de Assad.

Rússia: apoia o governo com armas e veto na ONU.

Mantém uma base militar no país. Recentemente

passou a atacar todos os grupos rebeldes de

oposição. Ocidente protestou.

Turquia: vê em Assad um regime inimigo e apoia

grupos contrários ao governo sírio, incluindo

grupos radicais. Também vê os curdos como

inimigos (ver questão curda, adiante).

Estado Islâmico (ISIS, Daesh)

Grupo radical sunita surgido de uma dissidência da

Al Qaeda do Iraque.

Contexto: guerra civil que ocorreu no Iraque após

a invasão dos EUA em 2003.

Alegam querer fundar um “califado”. “Califa” é o

nome que se dá aos primeiros sucessores do

profeta Maomé que, segundo a crença,

governaram de acordo com as leis religiosas.

Adotam uma interpretação radical da religião e

combatem todos (inclusive muçulmanos) os que

forem contrários.

Expandiram seu poder para a Síria aproveitando-se

da guerra civil.

No Iraque combatem o governo de maioria xiita,

na Síria combatem Assad, que também é próximo

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dos xiitas. São inimigos do Irã pela mesma razão.

Em todos os lugares, combatem as minorias e os

pensamentos divergentes.

Questão curda

Curdos: maior etnia sem Estado próprio no

mundo, entre 30 e 40 milhões.

Presentes na Turquia (maioria), Iraque, Síria e Irã.

O povo curdo busca há muito tempo um Estado

próprio, portanto são separatistas nos quatro

países em que estão presentes.

Na Turquia, diversos grupos são considerados

terroristas e fortemente reprimidos.

No Iraque pós-2003, vivem em uma região

autônoma.

Hoje, são a linha de frente no combate ao Estado

Islâmico.

Iêmen

Queda da ditadura Ali Abdullah Saleh como

resultado da Primavera Árabe.

Novo governo não conseguiu estabilizar o país.

Quadro atual: guerra civil de características étnicas

e religiosas. A minoria houthi (houthi: etnia/ xiita:

religião) conseguiu tomar a capital e as principais

cidades do país.

Conflito envolve: árabes sunitas contra houthis

xiitas, separatistas e grupos terroristas ligados à Al

Qaeda.

As crises relacionadas

Hoje, apesar das origens diversas, a crise Síria, a

instabilidade do Iraque, o Estado Islâmico, a

questão curda e as recentes ações armadas russas

são todas parte de uma mesma crise, que gera

tanto as guerras locais quanto o espaço para o

radicalismo e as ondas de imigração para a Europa.

A crise da Líbia, em parte, também se encaixa

nesse quadro: começou como Primavera Árabe,

gerou instabilidade e um cenário de Estado em

colapso e hoje abre espaço para a passagem de

imigrantes africanos para a Europa e para a ação

de grupos radicais.

Europa Principais crises e questões:

Impactos da crise econômica: nacionalismo,

xenofobia, separatismo, crise grega, novos

partidos.

Terrorismo.

Imigração.

Crise econômica na Europa

Soma de fatores.

Desigualdades econômicas europeias: resultado da história do continente e das diferenças entre as várias economias. Economias mais fracas registram déficits em suas balanças comerciais (balança comercial desfavorável) em relação às economias mais fortes. Acúmulo de déficit esgotou as reservas dos países mais fracos.

Crise dos EUA (2008) + desigualdades internas da Europa. Economia globalizada faz com que a crise em uma grande economia (EUA, 2008) tenha efeitos globais.

2010: Portugal, Itália, Irlanda, Grécia e Espanha entram em crise profunda, afetando todo o bloco. Crise foi descrita como uma crise de “explosão da dívida pública.

Dívida pública: porcentagem do PIB de cada país necessária para pagar as contas fixas (aposentadorias, pensões, serviços públicos (saúde, educação, transportes). Quando a dívida supera 100% do PIB, o país começa a comprometer suas reservas. A partir de certo ponto, o país não tem mais reservas e é obrigado a se endividar ou cortar gastos. Ou seja, a dívida pública é uma proporção dos ganhos totais de um país e pode crescer mesmo que o país não gaste mais. Basta que o PIB caia e os gastos não, assim os gastos passam a representar uma porcentagem maior do PIB.

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Medidas de austeridade: cortes nos gastos públicos, sistema social (aposentadoria, saúdes, educação, transportes). Aumento de impostos para aumentar a arrecadação. Objetivo: reduzir gastos do governo e, portanto, reduzir o déficit.

Medidas de austeridades são impopulares. Em democracias, a população rejeita os acordos e, nas eleições, pode escolher governos que se recusem a cortar gastos. Sem cortar gastos ou gerar empregos (aumento da arrecadação de impostos) os países não conseguem sair da crise.

Resultados da crise econômica

Xenofobia/Nacionalismo: nacionalismo aumenta em tempos de crise. Estrangeiro é visto como concorrente. Se o estrangeiro for de um outro país da UE, o preconceito é apenas econômico. Nesse sentido, os nacionalistas radicais defendem o fim da UE ou a saída de seus países do bloco. Quando o estrangeiro é de fora da UE, é comum o nacionalismo se somar à xenofobia/racismo. Partidos nacionalistas argumentam que a UE hoje não atende aos seus interesses e é uma estrutura que limita as liberdades através de suas regras comuns.

Separatismos: com base em diferenças históricas,

geralmente culturais, regiões como a Escócia, a Catalunha e Flandres buscam se separar do Reino Unido, Espanha e Bélgica. Estas são regiões mais prósperas, o que leva a um discurso segundo o qual tais regiões sustentam ou colaboram muito com países aos quais não pertencem culturalmente. O separatismo soma essas questões culturais e econômicas.

Crise grega

Crise de dívida pública.

Grécia deve muito dinheiro a diversos países e

instituições. Se realmente não pagar, o prejuízo

será enorme. Por isso a crise preocupa tanto.

Ataque ao Charlie Hebdo, França, 2015

Responsáveis pelo ataque (radicais religiosos islâmicos) justificaram o ataque como uma resposta à xenofobia europeia e ao desrespeito da Charlie Hebdo no tratamento de muçulmanos, com destaque para as representações do profeta Maomé.

Atenção: o Charlie Hebdo é uma publicação satírica que também ironiza cristãos, judeus e diversos outros grupos ou situações sociais, políticas e econômicas.

Polarização política e novos partidos Em toda a Europa, a crise e seus reflexos tem levado a mudanças no cenário político. A polarização em geral se dá entre dois grupos políticos: nacionalistas/conservadores e partidos de esquerda. Os nacionalistas argumentam que é hora de parar a expansão do bloco e de rever leis de imigração. Criticam também o excesso de poder da UE sobre os países membros e atacam todas as leis que vão nesse sentido. A esquerda critica também a UE, mas com foco maior nas medidas de austeridade e nos seus impactos sobre a população. Defendem também mais participação política direta da população, diminuindo o poder dos setores econômicos nas decisões políticas. Em geral, veem a questão da imigração com outra abordagem: acreditam que a integração é o caminho pra reduzir tensões. “Eurocéticos”

termo genérico aplicado a todos os que são

descrentes (céticos) em relação à UE.

Podem ser de qualquer linha política.

Podemos! – Espanha

Novo partido de esquerda, resultado das

manifestações na Puerta del Sol (movimento dos

Indignados).

Líder: Pablo Iglesias.

Propõe a aplicação em grande escala da

democracia direta e questionam a austeridade

imposta pelo FMI e pela UE. Foco no estímulo à

economia local e pequenos produtores.

Tornaram-se destaque ao conquistar 5 assentos no

Parlamento Europeu, de um total de 54 reservados

à Espanha.

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Syriza – Grécia

Novo grupo no poder.

Líder: Alexis Tsipras.

Coalizão de esquerda: pretendem rever a política

de austeridade e fazer com que a Grécia tenha

mais voz na UE ou tenha mais autonomia, inclusive

em questões polêmicas como permanecer ou não

na UE e na Zona do Euro.

2012: Syriza tornou-se o segundo maior partido do

país.

Eleito em 2015, o Syriza ainda é uma incógnita

quanto ao que será realmente feito. Após a

eleiçãoo do começo do ano o governo de Tsipras

foi pressionado e ele abdicou. Em uma nova

eleição, os gregos voltaram a eleger o Syriza,

confirmando seu apoio ao novo partido.

Imigração para a Europa Principais crises geradoras de imigrantes

Guerra civil da Síria.

Estado Islâmico (atua também no Iraque). Crises derivadas da Primavera Árabe: Líbia, Egito,

Tunísia.

Crises na África Subsaariana: diversas.

Crises no Afeganistão e Paquistão. Motivações dos imigrantes (isoladas ou somadas)

Questões econômicas: busca por uma vida melhor, salários mais altos.

Questões ambientais: secas, enchentes e outros desastres naturais.

Questões religiosas: crises como a do Afeganistão, Estado Islâmico ou do Boko Haram geram perseguição a diversos grupos religiosos vistos como infiéis ou não “suficientemente” muçulmanos (os moderados).

Questões étnicas ou tribais: afetam em especial os imigrantes da África Subsaariana. Os conflitos são muitos, alguns permanentes.

Estados falidos: diversos países (em especial da África Subsaariana) simplesmente não oferecem nenhuma condição de vida digna para suas populações. Os problemas são de todos os tipos, incluem violência, falta de estrutura, saúde, educação.

Questões políticas: muitos refugiados são perseguidos em seus países de origem, que muitas vezes são ditaduras ou estão em guerras civis.. Outros fogem de questões como o serviço militar obrigatório que os leva a participar de guerras/perseguições dentro de seus países ou em crises com os vizinhos.

Para a maioria dos refugiados não há a opção de voltar ao país de origem, seja por falta de recurso, seja (principalmente) pelo risco.

Principais pontos de origem

Por ordem decrescente: Síria, Eritreia, Afeganistão, Mali, Gambia, Nigéria, Somália, Palestina e Senegal. Se for considerada a categoria “outros”, esta categoria ocuparia a terceira posição na lista acima, composta de imigrantes da África Subsaariana.

Principais destinos

Por ordem decrescente, considerando que o imigrante chegue onde gostaria: Alemanha, Suécia, Itália, França, Hungria, Reino Unido, Áustria, Holanda, Dinamarca e Bélgica.

Transporte e pontos de entrada na Europa

Em geral esses imigrantes viajam através de embarcações superlotadas que partem do Norte da África e chegam à Itália e França (maioria) ou Espanha (minoria).

Alguns buscam a travessia por balsas através do eixo Marrocos – Espanha.

Rotas terrestres vindas do Oriente Médio incluem a Turquia para atingir a Grécia e entrar na UE.

Principais perigos e obstáculos

A atual onda de refugiados revelou a existência de uma verdadeira máfia de contrabando de pessoas. O imigrante fica exposto à ação dos mafiosos, podendo ser abandonado ou vítima de violência. O custo é elevado.

As embarcações superlotadas naufragam com frequência.

Os imigrantes que conseguem chegar sem ser detectados passam a compor a cada vez maior

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comunidade de ilegais na Europa e são vítimas de xenofobia e condições precárias de vida.

Os imigrantes apreendidos no mar são levados a campos de imigrantes/refugiados, onde esperam por permissão/asilo. Tais campos tem condições variadas de segurança e saúde.

Postura dos governos da Europa

Países de entrada dos imigrantes argumentam que não conseguem lidar sozinhos com o fluxo de pessoas.

Propostas vão desde ação conjunta contra os traficantes nos países de origem até o estabelecimento de cotas por país da UE para receber/distribuir os imigrantes.

Polêmicas incluem propostas como a construção

de cercas nas fronteiras para barrar os refugiados.

África Subsaariana Caracterização geral

Região apresenta uma soma de problemas:

Estados artificias e recentes (resultado da

colonização estrangeira), multiplicidade étnica,

tribal e religiosa, riquezas (como petróleo) que

geram disputas pois os povos que habitam tais

territórios muitas vezes não aceitam dividir os

recursos), fome, desertificação (região do Sahel),

elites corruptas e forte presença de interesses

externo. Com a soma desses fatores e a crise

econômica, as tensões se tornam cada vez mais

agudas e as crises, mais frequentes.

Boko haram Nigéria

População: 50% muçulmanos, 48% cristãos de várias denominações.

Independência da Inglaterra: 1960.

Economia: petróleo.

Separatismo freqüente: grande diversidade étnica aliada a questões econômicas.

Choques religiosos: agravados a partir de 1990, freqüentes até hoje. A parte muçulmana do país abriga alguns grupos que visam instalar a sua visão da sharia (“lei islâmica”) no país. Os grupos não são majoritários e são criticados por membros moderados da mesma religião.

2014: Sequestro de meninas pelo grupo Boko Haram, notícia mundial.

2015: Ataques do Boko Haram ao país vizinho, Camarões. Anúncio da aliança entre o Boko Haram e o Estado Islâmico. Presença de forças militares dos EUA em Camarões para combater o grupo.

Boko Haram – “Educação ocidental é pecado”

Grupo fundamentalista islâmico que tem suas

bases principais no norte da Nigéria. O Boko

Haram baseia-se numa interpretação radical

minoritária do islamismo e pretende instalar um

Estado teocrático. Uma de suas pautas principais é

a negação dos valores ocidentais transmitidos

através da educação. Atacam quem quer que fuja

dos seus padrões, sejam nigerianos, outros

africanos ou ocidentais.

América Haiti - Brasil Destaques

2004: crise política derrubou o governo Aristide. A ONU enviou ao país uma missão sob comando do Brasil – Minustah.

2006: René Preval vence as eleições. 2008: primeiros sinais de revolta entre a

população por conta da presença prolongada da ONU.

2010: Terremoto agrava a crise do país. Aumenta o fluxo migratório para o Brasil. Eleição de Michel Martely. Epidemia de cólera iniciada em um acampamento de tropas do Nepal (ONU) leva a revoltas contra a Minustah.

2010 – 2014: Êxodo de haitianos devido à soma da crise do país e dos impactos do terremoto.

2014: Dez anos da Minustah, críticas por parte da população que considera o país sob ocupação.

MINUSTAH – Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti.

30 de abril de 2004 – Criação da MINUSTAH para pacificar o Haiti após a renúncia de Jean Bertrand Aristide. Aproximadamente 7 mil soldados. Resolução 1542 do CS.

Brasil: maior contingente militar e comando da missão.

Quadro atual

Total de desabrigados pelo terremoto: 1,5 milhões.

Ainda refugiados: 347 mil

Custo para o Brasil: R$1,9 – R$2,3 bilhões

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REVISÃO DE ATUALIDADES PRIMEIRAS FASES

Estima-se que haja 50 mil imigrantes haitianos no Brasil (até o fim de 2014).

Rota

Haiti – Equador/Peru – Brasil (via Acre).

Estados Unidos Desafios em política externa:

China: competição econômica e espionagem cibernética. O crescimento da China foi apontado por Barack Obama como o principal desafio do seu segundo mandato.

Afeganistão e Iraque: derrotas militares que se transformaram em crises prolongadas. Os dois países ainda são fonte de tensão regional.

Oriente Médio: instabilidade regional prejudica o acesso ao petróleo e mantém os EUA presos a diversas questões, com destaque em 2015 para o Estado Islâmico e as tensões entre Israel e Palestina.

Polêmicas recentes

Uso de drones, aviões não-tripulados. - Violam diversas leis internacionais no que diz

respeito a fronteiras e direitos humanos. - Erros e mortes de inocentes são comuns.

Escutas e espionagem - Justificativa: segurança nacional.

- Polêmica: a violação do sigilo telefônico ou

eletrônico é ilegal e expõe dados sensíveis da vida

das pessoas. Não se sabe que uso será feito de tais

informações.

Wikileaks, Julian Assange, Bradley Manning, Edward Snowden

- Responsáveis por abrir ao mundo os segredos de

diversos governos através de suas comunicações

digitais.

- Acusação: vazamento de informações secretas

sobre ações e práticas do governo dos EUA.

Traição.

- Defesa: é direito das pessoas saber o que seus

governos fazem, inclusive as ações polêmicas que

geram represálias por parte de grupos radicais.

2015: “Casamento gay” aprovado pela Suprema

Corte para todo o território dos EUA.

- Alguns estados ainda eram contrários à medida.

A questão “racial” nos EUA, 150 anos após a abolição Escravidão: abolida no contexto da Guerra Civil

(ou de Secessão), 1861-65. Atenção: abolir a escravidão não foi a razão da guerra, a questão real era a disputa entre dois modelos de país antagônicos em sua essência econômica. A abolição se deu parcialmente em 1863 e totalmente em 1865. Os escravos do sul adotavam a escravidão em larga escala e foram os maiores prejudicados. Divergências sérias permanecem até hoje.

Estados “livres”x estados com escravidão, 1860

Até as décadas de 1950 e 60, diversos estados ainda adotavam legislações locais excludentes e racistas.

Casos históricos

NAACP: National Association for the Advancement of Colored People

- Métodos pacíficos. Persuasão e educação como métodos.

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REVISÃO DE ATUALIDADES PRIMEIRAS FASES

- Metas: igualdade econômica, política, civil e social para os negros.

Segregação racial em 1953

Mapa da eleição 2012

Caso Rosa Parks (Montgomery, Alabama). - Presa após se recusar a se levantar para um

branco se sentar em seu lugar no ônibus. Na época havia uma prática segundo a qual negros deveriam sentar-se no fundo dos veículos e brancos na frente. Cabia ao motorista impor a regra.

- A prisão de Parks levou a um boicote contra o sistema local de ônibus, já que a maioria dos usuários era composta de negros. O boicote estendeu-se de 1º/12/1955 a 20/12/1956 e quase causou a falência das empresas de ônibus cidade.

- Resultado: a Suprema Corte declarou inconstitucional a segregação nos transportes públicos.

- Martin Luther King participou do boicote.

Martin Luther King (1929-1968) - Adepto da desobediência civil (Gandhi), liderou

várias “marchas” nos EUA por direitos iguais para os negros, como por exemplo: direito ao voto, igualdade salarial e fim da segregação espacial.

- Fez também forte oposição à Guerra do Vietnã

- 1963: Marcha pela liberdade e pelo trabalho (Washington).

- 1964: Lei dos Direitos Civis, fim oficial de toda segregação. King recebe o Prêmio Nobel da Paz.

- 1965: Lei dos Direitos de Voto - 1968: Campanha pelos pobres: teoria da justiça

econômica. - 1968: foi assassinado em Memphis, Tennessee.

Malcolm X: autodefesa dos negros. - Partido dos Panteras Negras para Autodefesa. - Resposta violenta sempre que houvesse violência

contra negros. - Assassinado em 1965.

Casos atuais

Eric Garner (Nova Iorque, 2014), Mike Brown (Ferguson, Missouri, 2014), Freddie Gray (Baltimore, Maryland, 2015): vítimas de violência policial injustificada. Apenas no caso de Grey os policiais envolvidos foram punidos. Grandes protestos surgiram nos três casos. Comparação no Brasil: caso Amarildo, RJ.

Charleston (Carolina do Sul, 2015) - Dylann Roof, supremacista branco, matou 9 negros

que rezavam na Emanuel African Methodist Episcopal Church, umas das igrejas negras mais antigas do país.

- Simbolismo: a Carolina do Sul foi o estado onde se iniciou a secessão que levou à Guerra Civil Americana. Em 2015 celebram-se os 150 anos da abolição.

- Após o ataque de Roof, passou a ser questionado o uso da chamada “bandeira rebelde” em edifícios públicos e nas bandeiras de alguns estados. Esta bandeira é frequentemente associada ao racismo, mas parte da população do sul argumenta que ela é carregada de outros simbolismo, importantes para a história local.

- Outra polêmica surgiu em torno da questão: o uso

da palavra “atirador” ao invés de “terrorista”. Segundo o FBI, o supremacismo branco e os ataques de extrema-direita matam cinco vezes mais nos EUA do que o fundamentalismo islâmico.

CUBA Cronologia básica

Independência: 1898, Guerra hispano-americana.

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REVISÃO DE ATUALIDADES PRIMEIRAS FASES

1959: Revolução Cubana sob Fidel Castro contra a ditadura de Fulgêncio Baptista. Revolução nacionalista.

1961: Desembarque na Baia dos Porcos, dissidentes apoiados pelos EUA. Aproximação com a URSS.

1962: Crise dos mísseis, Cuba expulsa da OEA (Org. Dos Estados Americanos). Início do embargo econômico.

Década de 1990: Colapso da URSS, crise em Cuba.

2008: Raul Castro assume a presidência.

2009: OEA aceita novamente Cuba.

2008-2015: Abertura econômica.

2014-2015: início da reaproximação com os EUA.

Reaproximação com os EUA, destaques

Libertação de prisioneiros.

Apoio dos EUA a médicos cubanos na África.

Participação de Cuba na Cúpula das Américas.

Retomada do transporte marítimo. Cuba retirada da lista de países que apoiam o

terrorismo.

Intercâmbios culturais.

Remessas financeiras entre cubanos nos EUA e em Cuba.

Reabertura das embaixadas. Principais objetivos do governo cubano

Efetuar a abertura econômica de forma gradual e seguir o modelo chinês (Estado forte de inspiração socialista controlando uma economia capitalista).

Manter as conquistas nas áreas da saúde e da educação públicas.

Conseguir o fim do embargo (ainda em vigor). Principais objetivos do governo dos EUA

Reconstruir as relações regionais. Agradar a parte do público interno, que é

favorável ao fim do embargo.

Impedir que Cuba vire mais um espaço para a presença chinesa.

Conflitos de fronteira

Recentemente, a Venezuela envolveu-se em

conflitos com dois países vizinhos, a Colômbia e a

Guiana.

No caso da Guiana, a Venezuela argumenta que,

na época em que a Guiana era colônia inglesa, a

Inglaterra teria anexado ilegalmente partes do

território Venezuelano (região de Essequibo). A

tensão entre os dois países passou por períodos

dormentes e períodos de pico.

Com a Colômbia são dois problemas. Em junho de

2015, o governo Maduro buscou redefinir os

limites marítimos entre os dois países. Tais

redefinições afetam diversos setores como a pesca

e a exploração de petróleo. Em agosto surgiu uma

questão nas fronteiras terrestres. O governo

venezuelano decretou o fechamento das fronteiras

depois que três militares venezuelanos ficaram

feridos em um incidente em San Antonio del

Táchira, atribuído pelo Governo de Caracas a

paramilitares colombianos e contrabandistas. Em

seguida, a Venezuela decretou estado de exceção

e iniciou a deportação de colombianos que vivem

em seu território, muitos casados com

venezuelanos.

Canal da Nicarágua

Em 2013 o governo da Nicarágua assinou com uma

empresa chinesa a construção de um canal através

do país para a passagem de navios, um

concorrente para o Canal do Panamá. A concessão

será por 50 anos, prazo que pode ser renovado.

Em 2015 foram iniciadas as obras.

China Questões recentes

A China hoje é a maior ou uma das maiores

parceiras econômicas de qualquer país do mundo.

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REVISÃO DE ATUALIDADES PRIMEIRAS FASES

Aos poucos, toma espaços que antes pertenciam a

países ocidentais. No continente africano, é quem

mais investe. Na América Latina, está presente na

forma de diversos acordos e na construção tanto

do Canal da Nicarágua quanto da Ferrovia

Transoceânica (Brasil-Peru, Atlântico-Pacífico).

Em 2015 a China anunciou uma redução do seu ritmo de crescimento. Tal redução, programada pelo governo, pode ter sérios impactos sobre a economia global caso seja mantida por muito tempo ou ampliada, já que a economia chinesa (tópico anterior) é fundamental para diversos países.

Internet O mundo digital foi cobrado recentemente em várias provas. As abordagens são muitas possíveis, não há um fato isolado a destacar, mas é importante pensar certos temas.

Privacidade e segurança: esse tema vai desde a

questão da espionagem promovida pelos EUA e

denunciada por Snowden (entre outros) até as

questões de foro pessoal como o bullying digital, o

“revenge porn”, o compartilhamento de imagens

íntimas.

Relacionamentos ou redes sociais: a internet

possibilitou o surgimento de diversas novas formas

de se relacionar. Neste tema, as redes sociais em si

já são um assunto a se pensar: a possibilidade de

estabelecer contatos com pessoas distantes, de

filtrar esses contatos de acordo com os seus

interesses e de criar uma vida paralela. Narcisismo

e ostentação também são temas relevantes na era

dos “selfies”, já há estudos sobre pessoas

dependentes de “likes” ou de aceitação nas mídias

sociais.

Redes sociais como mercado: hoje, os chamados

“instagramers” e “youtubers” são empresários.

Além das tradicionais lojas virtuais (mais antigas,

como livrarias online, por exemplo), hoje é

possível viver tendo “programas” na internet,

como se fazia antes na TV.

Mobilização social: da Primavera Árabe aos

Indignados da Espanha, do Occupy Wall Street às

manifestações no Brasil (2013-15), a internet

tornou-se veículo de mobilização e campo de

batalha. Informação e desinformação são comuns.

Uso militar: através da internet, informações

podem ser conseguidas e ataques podem ser

feitos. A ciberguerra já é uma realidade.

Brasil: direitos humanos, direitos de minorias e intolerância Outro tema tão amplo que é difícil pensar em um caso-modelo. A questão do respeito aos direitos humanos pode ser debatida sob vários aspectos.

Direitos dos homossexuais: no Brasil, diversas

polêmicas surgiram este ano. Os casos vão desde

agressões físicas até a tentativa de definir

juridicamente o que é uma família (Estatuto da

Família). A discussão passa necessariamente por

questões religiosas ainda muito fortes no Brasil.

Vale notar que a união civil entre pessoas do

mesmo sexo é possível no Brasil desde 2013.

Mulheres: como mostrou a prova do ENEM, o

tema é fundamental. Mais uma vez, a discussão

política é fundamental, já que há tensões em

pontos como a legalidade do aborto e as formas

de tratar vítimas de estupro. A presença religiosa

mais uma vez se faz notar. A discussão passa

também pelo machismo.

Racismo: o Brasil continua sendo paco de ações

racistas, muitas vezes por parte da polícia. Os

casos de violência são inúmeros, os negros são as

maiores vítimas.

Xenofobia: há registros de casos de xenofobia

contra haitianos e sírios. No caso de um país

formado por imigrantes, tal comportamento gera

opiniões bastante polêmicas.

Preconceito religioso: em 2014, quase 150

terreiros foram alvo de ataques no Brasil. Na

maioria dos ataques, os atacantes se identificara

como membros de igrejas cristãs combatendo o

demônio. Casos semelhantes foram registrados ao

longo de 2015.