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ATUALIDADES 1. POLÍTICA .................................................................................................................................. 02 2. ECONOMIA ............................................................................................................................... 23 3. MEIO AMBIENTE ...................................................................................................................... 35 4. BRASIL - Sociedade, Educação, Segurança e Cultura ........................................................ 47 5. DESCOBERTAS E INOVAÇÕES CIENTÍFICAS ...................................................................... 68 6. INTERNACIONAL ..................................................................................................................... 75 7. RETROSPECTIVA 2001 A 2009 .............................................................................................. 81 8. RETROSPECTIVA 2010 ........................................................................................................... 91 9. RETROSPECTIVA 2011 ........................................................................................................... 94 10. EXERCÍCIOS ........................................................................................................................... 114 SUMÁRIO

03. ATUALIDADES - CAIXA.pdf

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ATUALIDADES

1. POLÍTICA .................................................................................................................................. 02

2. ECONOMIA ............................................................................................................................... 23

3. MEIO AMBIENTE ...................................................................................................................... 35

4. BRASIL - Sociedade, Educação, Segurança e Cultura ........................................................ 47

5. DESCOBERTAS E INOVAÇÕES CIENTÍFICAS ...................................................................... 68

6. INTERNACIONAL ..................................................................................................................... 75

7. RETROSPECTIVA 2001 A 2009 .............................................................................................. 81

8. RETROSPECTIVA 2010 ........................................................................................................... 91

9. RETROSPECTIVA 2011 ........................................................................................................... 94

10. EXERCÍCIOS ........................................................................................................................... 114

SUMÁRIO

Atualidades

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FUNÇÕES ESSENCIAIS DOS PODERES

REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASILA Constituição brasileira de 1988 estabelece que o Brasil é uma República Federativa de caráter presidencialista. A fede-ração brasileira é composta de 26 estados e do Distrito Fede-ral. Juntos, eles formam a União. O sistema político baseia-se na atuação dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário nas esferas estadual, municipal e federal. Os três poderes pos-suem atribuições específicas e são independentes entre si, mas devem funcionar em harmonia no território nacional.

SEPARAÇÃO IGREJA-ESTADONo Ocidente, o Iluminismo e a Revolução Francesa, no século XVIII, consolidaram a ideia de Estado laico, em que o poder político é independente do religioso. Até então, os governos europeus se sujeitavam à ingerência da Igreja Católica na gestão da coisa pública.

O Estado brasileiro é laico desde 1891, quando a primeira Constituição da República estabeleceu a independência da administração pública com relação à religião. Atualmente, a Carta de 1988 veda explicitamente (artigo 19) que União, es-tados e municípios estabeleçam cultos religiosos ou igrejas, criem subvenções ou mantenham relações de dependência ou aliança com líderes religiosos.

ESTADO LAICO - É aquele que mantém neutralidade em matéria confessional, não adotando nenhuma religião como oficial e mantendo equidistância entre os cultos. É conheci-do também como Estado secular. Alguns estimulam a prática religiosa e a tolerância entre os credos, enquanto outros che-gam a criar normas que dificultem a manifestação religiosa em público.

ESTADO RELIGIOSO - É aquele em que a religião interfere de alguma maneira na gestão pública, também chamado de Estado confessional. Hoje, está presente principalmente no mundo islâmico, mas pode ser identificado também na África e na Ásia. A participação religiosa pode se dar como interfe-rência subjetiva, em que a cúpula da religião dominante tem voz nas decisões de Estado. Pode haver também interferência orgânica, ou seja, a igreja participa formalmente do governo, como se fosse um quarto poder, com autoridade para aprovar ou rejeitar leis que desrespeitem o credo. Um exemplo foi o governo taliban do Afeganistão, onde havia leis civis que regulamentavam hábitos e costumes da população de acordo com princípios religiosos, cuja desobediência era punida pelo Estado. Em outros países do Islã, há leis que obrigam as mu-lheres a usar determinado tipo de roupa ou proíbem a trans-missão de programas de TV que sejam considerados nocivos ao islamismo. Existem ainda nações formalmente laicas, mas onde a igreja exerce forte influência e acaba interferindo indi-retamente em ações do governo, como em países da América

POLÍTICA1Latina, em Portugal e na Espanha, onde a posição da Igreja Católica ainda é levada em conta.

VOTOInstrumento pelo qual o membro de um grupo manifesta sua vontade ou opinião numa eleição ou numa assembleia. Nas democracias, o voto é universal, ou seja, é extensivo a todos os indivíduos de idade apropriada, e tem o mesmo valor para todos. Em determinados grupamentos, como as convenções partidárias, alguns membros têm direito a mais votos do que outros, se exercerem cargos eletivos ou tiverem funções na direção do partido, por exemplo.

PODER EXECUTIVO NO BRASILPor ser, como o próprio nome diz, a parte do Estado que exe-cuta leis e programas e define a forma de distribuição dos gastos públicos, transformou-se em sinônimo de governo. É o poder que mais tem instrumentos para interferir na vida de pessoas e empresas, tanto por meio da definição das diretri-zes de tributação e do programa público de educação como pelo fato de controlar o aparato policial, por exemplo. O Poder Executivo é dividido entre os três níveis ou esferas de gover-no - federal, estadual e municipal -, cada qual com respon-sabilidades executivas distintas, mas que frequentemente se sobrepõem.

Além da superposição de atribuições, as esferas se misturam ainda por causa dos recursos públicos. Parte da verba dos municípios vem da União e dos governos estaduais. Uma das principais fontes de recursos das prefeituras mais pobres é o Fundo de Participação dos Municípios (FPM), que distribui ver-bas às cidades com maior dificuldade de arrecadação. O go-verno federal também é responsável pela arrecadação e pelo repasse de parcela significativa do dinheiro do qual os gover-nadores podem dispôr para gastar em seu estado. Prefeitos e governadores têm autonomia relativa, dentro dos princípios da Lei de Responsabilidade Fiscal, para tomar empréstimos para obras e investimentos, mas essa autonomia está limitada atualmente por acordos de refinanciamento de dívidas feitos com o governo federal.

EXECUTIVO ESTADUAL

Cada um dos estados e o Distrito Federal, também chama-dos de unidades federativas (UF), têm a própria estrutura de Poder Executivo, que espelha a estrutura do Poder Executivo federal, embora em menor escala.

Governador

Nos 26 estados e no Distrito Federal, o Poder Executivo é exercido pelo governador, auxiliado pelos secretários estadu-ais, e regido pelas Constituições estaduais. O mandato dos governadores tem duração de quatro anos e é permitida uma reeleição.

Secretaria Estadual

As responsabilidades administrativas do governo estadual são

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Atualidades

divididas em pastas, como segurança pública, educação e obras, sob a responsabilidade dos secretários estaduais, que contam com equipes de administradores públicos e técnicos para executá-las. Para gerir cada uma delas, um secretário estadual é nomeado pelo governador, que pode substituí-lo a qualquer momento.

EXECUTIVO FEDERAL

O maior cargo público da nação é o do presidente da Repúbli-ca, chefe de governo da União e do Estado brasileiro. A equi-pe do presidente é composta dos ministros nomeados por ele e dos administradores e técnicos, nomeados ou concursados que compõem os ministérios.

Presidente

Cabe ao presidente conduzir a política econômica, aplicar as leis, vetar total ou parcialmente os projetos de lei aprovados pelo Poder Legislativo e editar medidas provisórias com força de lei em caráter de urgência. Anualmente, o presidente deve submeter o plano plurianual e o projeto de lei orçamentária

LEI DE RESPONSABILIDADE FISCALPara aperfeiçoar a aplicação do dinheiro público e regulamentar os limites e as regras de endividamento, é promulgada, em 2000, a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), ou Lei Complementar nº. 101. A aprovação da LRF é considerada a maior inovação em termos de finanças públicas no Brasil nos últimos anos. Ela é um manual de regras de como ad-ministrar as contas públicas, inspirado no Código de Boas Práticas para a Transparência Fiscal, do Fundo Monetário Internacional (FMI). Suas principais inovações são: fixar limites para as despesas com pessoal, estabelecer regras que obrigam os poderes a indicar de onde virão as receitas para fazer frente às despesas que suas iniciativas implicam e definir regras para a criação e a administração de dívidas públicas. Além disso, estabelece normas e prazos para a di-vulgação das contas públicas aos cidadãos para facilitar a fiscalização dos poderes pelo povo.Quem desobedecer à LRF se arrisca a perder o mandato, os direitos políticos, a pagar pesadas multas e até a ser preso. Ela facilita a fiscalização pela oposição e pela sociedade, que passaram a ter acesso aos números e às contas públicas. A lei autoriza ainda qualquer cidadão a entrar com uma ação judicial pedindo seu cumprimento. Outro objetivo da lei é que ela se torne um obstáculo à corrupção por meio do controle público do orçamento. Mas os municípios alegam dificuldade para se adaptar à legislação, em especial pela alta soma que tem de ser comprometida como pagamento de dívidas passadas. Os prefeitos queixam-se de que suas despesas aumentaram muito desde que assumiram os gastos com o ensino fundamental e o atendimento básico de saúde, como determina a Constituição de 1988.

Ministério

Os ministérios funcionam como departamentos ligados à Pre-sidência da República e têm a função de gerir as atividades li-gadas a sua área e pôr em prática as ações definidas pelo pre-sidente. Os ministros de Estado são indicados pelo presidente e podem ser substituídos a qualquer momento sem precisar de justificativa. O presidente pode extinguir, criar, fundir ou dividir ministérios de acordo com as necessidades que identificar.

EXECUTIVO MUNICIPAL

Cada município, geralmente composto de uma cidade, que é sua sede, e o território em torno de menor densidade po-pulacional, tem uma estrutura de poder público local para atender às suas necessidades específicas. O Poder Executivo municipal espelha o estadual, embora em escala menor. A Lei Orgânica dos Municípios, conjunto de normas básicas sobre a gestão municipal, orienta sua administração.

Prefeito

No plano municipal, o Poder Executivo é exercido por pre-feitos com o auxílio dos secretários municipais. O mandato dos prefeitos tem duração de quatro anos e é permitida uma reeleição. No exercício do poder, o prefeito deve respeitar a

ao Congresso, nos quais explica seus projetos para o país e como pretende arrecadar e gastar recursos no próximo ano. Além disso, o presidente comanda a política externa do país, celebrando tratados e, como chefe supremo das Forças Ar-madas, pode declarar guerra (se autorizado pelo Congresso Nacional), estado de sítio ou de defesa.

Para auxiliá-lo em tarefas tão complexas, tem o poder de criar e extinguir ministérios e de nomear e afastar do cargo os ministros de Estado aos quais delega a operacionalização de suas decisões políticas. Também cabe ao presidente indicar os substitutos dos ministros do Supremo Tribunal Federal e dos tribunais superiores em caso de morte ou aposentadoria, o procurador-geral da República, o presidente e os diretores do Banco Central e o advogado-geral da União. Quando viaja para o exterior ou fica impedido de governar, é substituído pelo vice-presidente. Caso este esteja impedido, assumem o cargo o presidente da Câmara, o do Senado ou o do Supremo Tribunal Federal, nessa ordem. O mandato do presidente é de quatro anos e é permitida uma reeleição.

Lei Orgânica votada pelos vereadores com as adaptações que cada cidade entender conveniente.

Secretaria Municipal

As responsabilidades administrativas do governo municipal podem ser divididas em pastas de acordo com os recursos dos quais os municípios dispõem. Nesse caso, o prefeito nomeia um secretário municipal para gerir cada área e pode substituí-lo a qualquer momento.

PODER LEGISLATIVO NO BRASILNa divisão dos três poderes, cabe ao Legislativo elaborar as leis em cada uma das três esferas e fiscalizar e controlar os atos do Poder Executivo. A Constituição de 1988, no entanto, concedeu poderes legislativos ao presidente da República, e seu principal instrumento legislador é a medida provisória (MP).

CONGRESSO NACIONAL

O sistema legislativo federal brasileiro é bicameral - composto de duas instâncias: a Câmara dos Deputados e o Senado Fe-deral, que formam o Congresso Nacional. As duas Casas têm poderes independentes. Os trabalhos das duas Casas são coor-denados pelas mesas diretoras, cujos presidentes têm mandato

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Atualidades

de dois anos. Tradicionalmente, eles fazem parte do partido com a maior bancada em cada Casa. Cabe ao Congresso definir a legislação de abrangência nacional, aprovar o orçamento do governo e fiscalizar as contas e as ações do Executivo.

Câmara dos Deputados

(www.camara.gov.br) A Câmara tem 513 membros, com mandato de quatro anos, e é a representação dos cidadãos no Congresso. Cada estado elege um número de representantes proporcional ao número de eleitores que possui. Assim, São Paulo tem 70 representantes, enquanto Acre, Amapá, Ama-zonas, Distrito Federal, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Norte, Rondônia, Roraima, Sergipe e Tocantins têm apenas oito, o número mínimo. Não há número para reeleição de deputados federais.

Senado Federal

(www.senado.gov.br) O Senado, composto de 81 membros com mandato de oito anos, representa os estados. Cada uni-dade da federação elege igualmente três senadores. Não há limite para reeleição de senadores.

LEGISLATIVO ESTADUAL E MUNICIPAL

As estruturas legislativas estaduais e municipais e suas nor-mas de funcionamento não diferem fundamentalmente da federal. A principal diferença é que o modelo é unicameral. As câmaras municipais e as assembleias legislativas são re-novadas com a eleição de prefeitos e governadores, de forma que as legislaturas coincidem com os mandatos do Executivo.

Assembleia Legislativa

Nos estados, o Poder Legislativo é exercido pelas assem-bleias legislativas, formadas pelos deputados estaduais, elei-tos para mandato de quatro anos. Os deputados elaboram e votam leis de interesse do estado, inclusive a Constituição es-tadual. Não há limite para reeleição de deputados estaduais. O número de deputados estaduais é definido pela população do estado e varia de 24 a 94.

Câmara de Vereadores

O Poder Legislativo nos municípios são as câmaras munici-pais, compostas de vereadores. Eles são responsáveis pelas matérias de alcance do município. Os vereadores discutem as questões locais e devem fiscalizar os atos do Executivo municipal. São eleitos por um período de quatro anos e po-dem ser reeleitos indefinidamente. O número de vereadores de cada município é definido segundo sua população e pode variar de nove a 55.

PROCESSO LEGISLATIVO

O funcionamento do Legislativo federal compreende a ela-boração de emendas à Constituição, leis complementares, leis ordinárias, leis delegadas, medidas provisórias, decre-tos legislativos e resoluções. O tempo que um projeto de lei leva para ser debatido e votado na Câmara dos Deputados e no Senado depende de sua complexidade, da demora para sua discussão e da sobrecarga de propostas em tramitação nas duas Casas. Os temas em discussão no Congresso são primeiramente analisados em comissões que elaboram pa-receres sobre os projetos. A fase seguinte de tramitação é a votação em plenário, na qual podem estar presentes todos os deputados federais. Um projeto votado na Câmara vai ao Se-nado. Se aprovado sem emendas, segue para sanção presi-

dencial. Se for emendado, retoma à Câmara, que decidirá se acolhe ou não as emendas. Em caso de veto presidencial, o projeto volta ao Legislativo, que decide se aceita ou não a de-cisão do presidente. Nos estados e municípios, a tramitação é semelhante, com a diferença que o modelo é unicameral.

Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI)

- A CPIs exercem controle sobre os poderes Executivo e Ju-diciário, embora não possam prender acusados nem decretar a quebra do sigilo fiscal e telefônico, prerrogativas exclusivas de juízes. Por isso, muitas vezes a atuação das CPIs parece inócua, pois depende da posição posterior do Ministério Públi-co, da Polícia e da Justiça para que suas conclusões tenham efeito prático. Apesar de serem, genericamente, chamadas de CPIs, na esfera municipal seu nome correto é Comissão Especial de Inquérito (CEI). São um exemplo de comissão temporária do Legislativo.

Comissão Parlamentar Permanente

A Câmara dos Deputados e o Senado Federal são compos-tos de comissões que têm a responsabilidade de examinar temas que lhes são submetidos e decidir sobre eles. Cada comissão deve ter, sempre que possível, uma representação proporcional dos partidos que integram cada casa. Há ainda as comissões temporárias, que tratam de temas específicos com prazo limitado para concluir o trabalho.

Emenda à Constituição

São modificações feitas na Constituição, conhecidas por Pro-posta de Emenda Constitucional (PEC). Incluem matérias am-plas, de abrangência nacional. Sua tramitação é complexa. A proposta pode partir do presidente da República, de pelo menos um terço dos senadores ou deputados federais ou de mais da metade das assembleias legislativas estaduais. A pro-posta deve ser debatida em dois turnos de votação. A apro-vação só é possível se, em cada turno, três quintos dos votos forem favoráveis.

Lei Complementar

É o dispositivo legal que complementa ou regulamenta assun-to tratado pela Constituição. Pode ser proposta pelo presiden-te, por parlamentares, pelas comissões do Legislativo, pelo Supremo Tribunal Federal (STF); pelos tribunais superiores, pelo procurador-geral da República ou por 1% do eleitorado nacional, distribuído por cinco estados, com no mínimo 0,3% dos eleitores de cada um desses estados. Para ser aprovada, deve obter a maioria absoluta dos membros da Câmara e do Senado ou das assembleias legislativas (mais da metade dos parlamentares que compõem a Casa).

Lei Delegada

É uma norma jurídica elaborada diretamente pelo presidente da República por delegação do Congresso Nacional. E vedada a delegação ao presidente de leis sobre matérias vinculadas a nacionalidade, cidadania, direitos individuais, políticos e elei-torais.

Lei Ordinária

Tecnicamente é chamada apenas de lei. É a norma jurídica cujo poder de ação está abaixo da Constituição e das leis complementares e acima dos decretos. Para ser aprovada, exige maioria simples (metade mais um dos parlamentares presentes à votação).

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Atualidades

Medida Provisória

(MP) Ato do Executivo que tem força de lei e entra em vigor no momento em que é publicada no Diário Oficial da União. A MP visa a dar agilidade a decisões urgentes e muito impor-tantes do Executivo que não podem esperar o tempo normal de tramitação de uma lei no Congresso. Entre 1988, data de sua criação pela Constituição, e 2002, foram editadas mais de 6mil MPs, mais de uma por dia. Naquele ano, sua regulamen-tação foi alterada de forma a reduzir o poder do presidente da República para legislar. Desde então, a MP tem de ser votada até 60 dias após chegar ao Congresso. Se não for apreciada em até 45 dias de sua publicação, entra em regime de vota-ção em caráter de urgência. Então, todas as outras pautas de ambas as Casas ficam trancadas até que sejam deliberados o veto ou a aprovação da MP.

SISTEMA ELEITORAL DO BRASILTodos os brasileiros maiores de 18 anos são obrigados a votar. Analfabetos, maiores de 70 anos e jovens com idade entre 16 e 17 têm direito ao voto, mas ele é facultativo. As pessoas que deixam de votar devem justificar-se perante a Justiça Eleitoral. Elas estão sujeitas à multas e dificuldades burocráticas, como na expedição de certos documentos.

ELEIÇÕES - O Brasil adota dois sistemas eleitorais o ma-joritário e o proporcional. Nos últimos anos ganha corpo no Congresso a discussão de um terceiro modelo, o distrital, que está na agenda dos parlamentares e deve fazer parte dos debates em torno da reforma política que espera o momento de ser discutida.

CLÁUSULA DE BARREIRA - Dispositivo legal que restrin-giria os direitos e a atuação de partidos que não obtivessem um determinado número de votos nas eleições para a Câ-mara dos Deputados a partir de 2006. Cada legenda seria obrigada a ter pelo menos 5% dos votos válidos do país e no mínimo 2% em nove estados. Dos 21 partidos que consegui-ram eleger deputados federais, apenas sete cumpriram essas exigências. Porém, a norma, que havia sido promulgada em

TRIBUNAL DE CONTASOs tribunais de contas são organismos que fiscalizam e julgam os gastos feitos pelo poder público. O Tribunal de Contas da União (TCU) acompanha a aplicação de recursos pela esfera federal. Cada estado possui seu tribunal, que avalia a gestão das finanças do governo e das prefeituras. As cidades de São Paulo e do Rio de Janeiro têm seu Tribunal de Contas Municipal (TCM). Os tribunais atuam em sintonia com o Ministério Público, já que as atividades de ambos os organismos se completam.O TCU é composto de nove ministros, dos quais seis são indicados pelo Congresso Nacional; um, pelo presidente da República; e dois escolhidos entre auditores e membros do Ministério Público. Suas investigações podem ser realizadas por iniciativa própria ou por solicitação do Congresso Nacional.Os tribunais de contas estaduais são compostos de sete conselheiros. Quatro são escolhidos pela Assembleia Legislativa e três pelo governador, sendo um indicado entre auditores, um do Ministério Público e o terceiro à sua livre escolha. Os tribunais municipais foram criados em 1968, em São Paulo, e 1980, no Rio de Janeiro.

FUNDO ESPECIAL DE ASSISTÊNCIA FINANCEIRA AOS PARTIDOS POLÍTICOS (FUNDO PARTIDÁRIO) - Fundo pelo qual um montante em direção pública é destinado a fi-nanciar as campanhas políticas dos partidos de acordo com sua representatividade. Nas eleições de 2006, foram distribu-ídos quase 120 milhões de reais.

QUOCIENTE ELEITORAL - Ao dividir o total de votos de um partido numa eleição proporcional pelo número de cadeiras

1995, foi declarada inconstitucional pelo STE em dezembro de 2006. Caso contrário, os 118 políticos eleitos pelas ou-tras 14 legendas não poderiam participar das comissões da Câmara nem das CPIs. Além disso, essas legendas também perderiam tempo em seus programas de televisão e teriam direito a uma parcela menor no Fundo Partidário.

ELEIÇÃO MAJORITÁRIA - Os ocupantes de cargos execu-tivos são escolhidos pelo voto majoritário, no qual são eleitos aqueles que obtêm o maior número de votos. No caso do presidente da República, dos governadores de estado e dos prefeitos de capitais de estados e de cidades com mais de 200 mil eleitores, é preciso que o candidato consiga 50% + 1 (maioria absoluta) dos votos válidos (excluídos os votos brancos e nulos) para ser eleito no primeiro turno. Se isso não ocorre, os dois candidatos mais votados disputam o se-gundo turno. Nas eleições municipais de 2006, em 16 esta-dos e no Distrito Federal o governador foi eleito no primeiro turno. Nos outros dez, foi necessária a realização da segunda votação.

O sistema majoritário é usado também para a escolha dos se-nadores. Eles têm mandato de oito anos, e cada estado tem três cadeiras. As eleições ocorrem a cada quatro anos, e são necessárias duas eleições para que todos os senadores sejam substituídos ou reeleitos. Em uma delas renova-se um terço dos senadores, como nas eleições de 2006, e na seguinte renovam-se dois terços, como ocorrerá em 2010.

ELEIÇÃO PROPORCIONAL - O sistema proporcional é ado-tado nas eleições dos vereadores e dos deputados estaduais e federais. Por esse sistema, o total de votos válidos é dividi-do pelo número de vagas em disputa. O resultado é o quo-ciente eleitoral (ver na sequência). O sistema proporcional privilegia o partido e não o candidato. Por isso, é comum que candidatos eleitos tenham recebido menos votos que candi-datos derrotados. O exemplo mais significativo dos últimos anos ocorreu em 2002, quando - Enéas Ferreira Carneiro, do Prona, ao receber mais de 1,5 milhão de votos, permitiu que seu partido elegesse outros cinco candidatos a deputado federal por São Paulo, alguns com menos de mil votos.

oferecidas, chega-se ao quociente eleitoral, que é o mon-tante de votos necessários para eleger um membro daquele Parlamento. Quando se divide os votos na legenda pelo quo-ciente eleitoral, chega-se ao quociente partidário, que é o número de vagas que o partido conquistou. Se o quociente partidário der 6,5, por exemplo, significa que aquele partido elegeu seis de seus candidatos – os mais votados. Uma nova conta é feita das frações de cada partido, até que todas as cadeiras sejam distribuídas.

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Atualidades

REFORMA POLÍTICA

O fisiologismo de muitos políticos brasileiros, a falta de dis-tinções ideológicas e programáticas claras entre os partidos e questões quanto à real representatividade do Poder Legislati-vo no Brasil são alguns dos fatores que estimulam a pressão pela reforma política.

FIDELIDADE PARTIDÁRIA - Ponto em discussão no Con-gresso dentro da proposta de reforma do sistema político na-cional. Significa que o eleito está ligado indissoluvelmente ao partido, tendo de seguir suas diretrizes e não podendo aban-doná-lo. Fortaleceria a identidade programática dos partidos e acabaria com o troca-troca de parlamentares no Congresso, segundo conveniências de ocasião. Quem trocasse de partido perderia o mandato, pois o mandato seria do partido. Os de-fensores da fidelidade partidária afirmam que ela já deveria ser obrigatória, afinal, as eleições proporcionais no Brasil pri-

DISTORÇÃO NA REPRESENTAÇÃO PARLAMENTAR

Os deputados federais representam a população de cada estado no Congresso. Isso quer dizer que, de forma ideal, a cada número de eleitores em qualquer ponto do país deveria corresponder um representante. Isso garantiria que o voto de cada brasileiro tivesse o mesmo valor. Especialmente considerando que a distribuição de cadeiras do Senado já garante uma instância na qual todos os estados têm representação igual independentemente de sua população.

A Constituição porém, limita o número de deputados por unidade da federação em no mínimo oito e no máximo 70. Dessa forma, não há uma verdadeira proporcionalidade. Por causa dessa limitação, nas eleições de 2006, o estado de São Paulo precisou de mais de 314 mil votos para eleger um deputado federal, enquanto em Roraima, unidade da federação que tem o menor número de eleitores, foram necessários pouco mais de 23 mil – uma diferença de 13 vezes. Isso porque todos os votos válidos de Roraima somaram 188 mil e foram suficientes para ocupar oito cadeiras na Câmara pelo critério do número mínimo de parlamentares por estado. Um dos principais motivos da desproporção na eleição de deputados federais foi o Pacote de Abril, conjunto de regras eleitorais promulgado em 1977 pelo então presidente Ernesto Geisel. As mudanças visavam a impedir uma vitória da oposição ao regime militar nas eleições de 1978. O pacote decidiu que a quantidade de cadeiras passaria a ser definida pelo número de habitantes, e não mais pelo de eleitores. Com isso, cresceu a representação nos estados mais pobres, onde havia muitos analfabetos - que não votavam então. Nesses estados, o regime militar tinha mais apoio popular.

No entanto, a distorção na representação existe desde a proclamação da República. Como o critério que define um mínimo e um máximo existiu a maior parte do tempo, os estados mais populosos sempre tiveram menos deputados federais do que deveriam.

PODER JUDICIÁRIO NO BRASIL

Dentro do princípio da separação dos poderes, a função principal do Judiciário é aplicar a lei para assegurar a sobe-rania da Justiça e a realização dos direitos individuais. Sua estrutura é baseada na hierarquia. Os membros do Judiciário ingressam na carreira por concurso e são promovidos por critérios de antiguidade e exercício de funções. As exceções são o Supremo Tribunal Federal e o Superior Tribunal de Justiça, cujos membros são escolhidos pelo presidente da República entre profissionais do direito com notório saber jurídico.

A Justiça Federal compreende a Justiça Federal Comum e a Justiça Federal Especializada. Comum é formada pelos tribunais e pelos juízes federais e é responsável pelo julga-mento de ações em que o governo federal (incluindo autar-quias e empresas públicas federais) for parte interessada. Já a especializada é composta da Justiça Eleitoral, da Militar e da do Trabalho.

A Justiça Estadual é responsável pelo julgamento das ações não compreendidas na competência da Justiça Federal. É o foro para julgamento de ações de inconstitucionalidade das leis ou de atos normativos estaduais e municipais e para ações criminais, civis e comerciais. É formada pelos tribunais e pelos juízes de direito. Os tribunais dividem-se em comar-cas, e essas, em varas – onde atua um único juiz. Os recur-sos a suas decisões são impetrados nos Tribunais de Justiça - órgão máximo da Justiça estadual dentro do estado.

A primeira instância do Judiciário é a que recebe diretamen-te as demandas jurídicas da população. As demais instâncias apreciam a decisão tomada pela instância inferior e podem confirmá-la ou reformá-la. Assim, toda decisão poderá ser sub-metida a graus superiores de julgamento, para que qualquer matéria tenha oportunidade de reavaliação. Por exemplo, na Justiça Federal, a segunda instância são os Tribunais Regionais Federais; na estadual, os Tribunais de Justiça; e na trabalhista, os Tribunais Regionais do Trabalho. De acordo com o assunto, as instâncias superiores também podem apreciar determina-

vilegiam o partido, sendo possível ao eleitor, inclusive, votar apenas na legenda sem a necessidade de apontar um candi-dato específico. Ou seja, a troca de partido seria uma traição ao voto do eleitor.

VOTO DISTRITAL - A adoção no Brasil do voto distrital é um dos pontos do projeto de reforma política que tramita no Congresso. Nesse modelo, a eleição para deputados estaduais e federais seria feita por distrito, diferentemente de como é realizada hoje, no Estado inteiro. Os estados seriam divididos em distritos de acordo com o número de vagas para deputa-dos em disputa, garantindo um volume semelhante de eleito-res em cada um. Com isso, seria eleito apenas um candidato, aquele que tivesse mais votos (seria uma eleição majoritária, portanto). Os defensores dessa fórmula argumentam que a proposta aproxima o candidato de seu eleitorado. Quem é contra afirma que ela tende a eliminar as minorias e ampliar as maiorias relativas e os caciques regionais.

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Atualidades

das ações que lhes sejam submetidas diretamente sem que tenham passado por outra avaliação. (ver o organograma do Poder Judiciário nas págs. adiante).

AGENTES DO PODER JUDICIÁRIO

Desembargadores

São os magistrados que atuam nos tribunais de segunda ins-tância. Suas decisões são relativas aos recursos interpostos contra as decisões proferidas pelos juízes de primeira instân-cia. Porém, possuem também algumas ações de competên-cia originária, isto é, propostas diretamente aos tribunais de segunda instância. O termo desembargador, antes adotado apenas para os magistrados do Tribunal de Justiça, foi esten-dido pela Justiça Federal para os I juízes do Tribunal Regional Federal. As decisões dos tribunais são proferidas de forma colegiada, isto é, por mais de um julgador. Assim, a uma sen-tença proferida ou liminar concedida por um juiz chamado de singular (ou monocrático, pois decide sozinho) caberá recurso nos tribunais. Esse recurso será julgado por três desembar-gadores.

Juiz

É o nome dado ao magistrado de primeira instância ou pri-meiro grau de jurisdição. Na Justiça Federal, ele se chama juiz federal; na estadual, juiz de direito; na trabalhista, juiz do trabalho. Os juizes são bacharéis em direito que entram na carreira por concurso público. Têm cargo vitalício e não podem ser destituídos por decisão administrativa nem ter o salário reduzido. São proibidos de exercer outro cargo ou fun-ção, exceto o magistério, e não podem dedicar-se a atividades político-partidárias. Cabe a eles interpretar e aplicar as leis, bem como decidir qual, entre as partes envolvidas numa dis-puta judicial, está com o direito. Das decisões desses juizes pode caber recurso para a instância superior.

Ministro

É o nome que se dá ao juiz dos tribunais superiores, como o Supremo Tribunal Federal, Superior Tribunal de Justiça e Tribunal Superior do Trabalho.

CORTESJUSTIÇA ELEITORAL - Responsável pelo encaminhamen-to, coordenação e fiscalização das eleições, pelo processo de inscrição dos eleitores e pelo registro dos partidos. É formada pelas Juntas Eleitorais, pelos Tribunais Regionais, compostos de sete juízes, e pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE, www.tse.gov.br). O TSE é formado por sete ministros. O STJ nomeia dois de seus membros e dois são escolhidos pelo presidente da República, de uma lista sêxtupla elaborada pelo STJ que tem, por sua vez, direito a indicar outros três membros. Seus mandatos duram dois anos com possibilidade de recondução.

JUSTIÇA MILITAR - É composta de juízes auditores, dos Conselhos de Justiça (especiais ou permanentes) e do Supe-rior Tribunal Militar (STM, www.stm.gov.br) constituído por 15 ministros com mandatos vitalícios nomeados pelo presidente da República, com aprovação do Senado. Julga os processos envolvendo militares que tenham praticado atos irregulares no exercício de suas funções.

JUSTIÇA DO TRABALHO - Julga as controvérsias ligadas às relações de trabalho. É composta das Juntas de Conciliação e Julgamento, dos Tribunais Regionais – formados por juízes nomeados pelo presidente da República - e do Tribunal Supe-

rior do Trabalho (TST, www.tst.gov.br), composto de 17 juízes com mandatos vitalícios nomeados pelo presidente e aprova-dos pelo Senado - 11 são trabalhistas de carreira; três, ad-vogados; e três, membros do Ministério Público do Trabalho.

SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL (STF, www.stf.gov.br)

É o órgão máximo do Poder Judiciário. Sua responsabilidade é a guarda dos princípios contidos na Constituição. O STF é formado por 11 ministros nomeados pelo presidente da Repú-blica com mandatos vitalícios. É o único foro para julgamento de ações diretas de inconstitucionalidade de leis e atos nor-mativos do Executivo federal. É o STF que julga, no âmbito penal, o presidente da República, os ministros de Estado e membros do Congresso.

SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (STJ, www.stj.gov.br)

Ao STJ cabe a harmonização das decisões tomadas pelos tribu-nais regionais federais e pelos Tribunais estaduais de segunda instância. E formado por, no mínimo, 33 ministros - nomeados pelo presidente da República e aprovados pelo Senado com mandatos vitalícios.

TRIBUNAL DE JUSTIÇA Os TJs, como são conhecidos, são a cúpula da Justiça estadual, formados pelos desembarga-dores com mais tempo de carreira. Cabe a eles julgar os ca-sos que tenham passado pelas instâncias inferiores e aqueles que exijam foro privilegiado dentro da esfera estadual - como processos envolvendo prefeitos, deputados estaduais e o go-vernador.

FUNÇÕES ESSENCIAIS DA JUSTIÇA

A Constituição define o Ministério Público Federal, a Advo-cacia-Geral da União, a Defensoria Pública e a advocacia em geral como órgãos indispensáveis ao funcionamento da Justi-ça. O MPF, a AGU e a DP são vinuladas ao Executivo federal. Nos estados existem a Procuradoria-Geral de Justiça, que é o Ministério Público estadual, a Procuradoria-Geral do Estado e a Defensoria Pública Estadual, que têm funções correspon-dentes a seus congêneres federais e são institucionalmente ligados ao Poder Executivo estadual.

ADVOCACIA GERAL DA UNIÃO (www.agll.gov.br)

Representa e defende judicialmente a União, dá assessoria e consultoria jurídica ao Poder Executivo e atua em questões de interesse do Estado, como as que dizem respeito a finanças ou patrimônio. É chefiada pelo advogado-geral da União, cuja indicação dispensa aprovação do Senado Federal.

DEFENSORIA PÚBLICA Sua principal função é manter o princípio de igualdade dos cidadãos perante a lei ao defen-der e orientar pessoas sem recursos para pagar advogados. Embora a Constituição Federal preveja sua implantação pelos governos estaduais, a Defensoria Pública ainda não existe em todos os estados.

MINISTÉRIO PÚBLICO Depois da Constituição de 1988, o Ministério Público (MP) passou a ser considerado defensor dos interesses da sociedade. Ao MP é assegurada autonomia fun-cional e administrativa. Ele abrange os Ministérios Públicos da União e dos Estados. O Ministério Público Federal (www.pgr.mpf.gov.br) atua nos casos do âmbito da Justiça Federal. É formado pelos ministérios públicos federal, do Trabalho, Militar e do Dis-trito Federal.

O Ministério Público Estadual atua nos casos do âmbito da Justiça Estadual. É dividido em Promotorias de Justiça, que

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Atualidades

respondem pelas diversas áreas de atuação do MP, segundo as necessidades de cada estado. Exemplos de promotoria são as da infância, a criminal, do direito do consumidor ou do meio ambiente.O Ministério Público é formado pelos promotores, que são os fiscais da lei. O promotor público é responsável por receber inquéritos policiais e decidir pelo oferecimento de denúncia ao Judiciário ou por seu arquivamento, quando julgar a acusação improcedente. Deve ele próprio iniciar investigações quando receber informação sobre supostos crimes ou irregularidades. Nos tribunais, é responsável pela acusação dos réus. Os pro-motores são selecionados por concurso entre bacharéis de direito. O cargo é vitalício.

Por promoção, o promotor público se torna procurador de Justiça, com o poder de denunciar autoridades. Procuradores do Estado

BLOCOS ECONÔMICOS MUNDIAIS

NOME DO BLOCO ANO DECRIAÇÃO

OBJETIVO DO BLOCO PAÍSES/TERRITÓRIOS MEMBROS MAIS

INFORMAÇÕES

UE (União Europeia) ou EU (European

Union)1957 União Econômica

e Monetária

Alemanha, Áustria, Bélgica, Bulgária, Chipre, Dinamarca, Eslováquia, Eslovênia, Espanha, Estônia, Finlândia, França, Grécia, Holanda, Hungria, Irlanda, Itália, Letônia, Lituânia,

Luxemburgo, Malta, Polônia, Portugal, Reino, Unido, República Tcheca, Romênia e Suécia

www.europa.eu

MCCA (Mercado Comum Centro-Ame-

ricano)1960 União Econômica

e MonetáriaCosta Rica, El Saldor, Guatemala, Hondu-

ras, Nicarágua www.sieca.org.gt

ASEAN (Associação de Nações do Sudeste Asiático ou Association

of Southeast Asian Nations)

1967 Mercado ComumBrunei, Camboja, Indonésia, Laos, Malá-sia, Mianmar, Filipinas, Cingapura, Tailân-

dia e Vietnã

www.aseansec.org

CAN (Comunidade An-dina) ou Pacto Andino

ou Grupo Andino1969 Mercado Comum Bolívia, Colômbia, Equador e Peru www.comunida-

dandina.org

CARICOM(Mercador Comum e Comunidade

do Caribe)1973

Mercado comum e União

Econômica

Antígua e Barbuda, Bahamas, Barbados, Belize, Dominica, Granada, Guiana, Haiti,

Jamaica, Montserrat, Santa Lúcia, São Cristovão e Névis, São Vicente e Granadi-

nas, Suriname e Trindad e Tobago.

www.caricom.org

ALADI (Associação Latino-Americana de

integração)1980 Mercado Comum

Argentina, Bolívia, BRASIL, Chile, Colômbia, Cuba, Equador, México, Paraguai, Peru,

Uruguai e Venezuelawww.aladi.org

NAFTA (Acordo de Livre Comércio da

América do Norte ou, em Inglês, “North

American Free Trade Agreement”)

1994 Área deLivre-comércio Canadá, Estados Unidos e México www.nafta-sec-

alena.org

MERCOSUL (Mercado Comum do Sul) 1991 Mercado Comum Argentina, BRASIL, Uruguai e Paraguai

(Venezuela em processo de adesão)www.mercosul.

int

SADC (Comunidade da África Meridional para o Desenvolvimento ou South African Develop-

ment Community)

1992 Mercado Comum

África do sul , Angola, Botsuana, Lesoto, Madagascar, Malauí, Maurício, Moçambique, Namíbia, República Democrática do Congo, Suazilândia, Tanzânia, Zâmbia e Zimbábue.

www.sadc.int

são advogados da administração pública. Nos estados em que não há defensoria eles também atuam na defesa de quem não possui recursos próprios e dão orientação jurídica e assistência judiciária gratuitas.

Os cargos mais altos do Ministério Público são o de procu-rador-geral da República, o chefe do Ministério Público da União, e de procurador-geral de justiça, o chefe do Ministério Público nos estados. O primeiro é indicado pelo presidente da República, precisa ter mais de 35 anos, deve ter o nome aprovado pela maioria absoluta dos membros do Senado. Tem mandato de dois anos e pode ser reeleito.

O segundo é indicado pelo governador e precisa ser aprova-do pela Assembleia Legislativa. Seu mandato é de dois anos, permitida uma recondução.

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Atualidades

APEC (Cooperação Econômica da Ásia

e do Pacífico ou Asia Pacific Economic Coo- Economic Coo-Economic Coo-

peration)

1989 Área de Livre-comércio

Austrália, Brunei, Canadá, Chile, China, Cingapura, Coreia do Sul, Filipinas, Hong

Kong, Indonésia, Japão, Malásia, México, Nova Zelândia, Papua Nova Guiné, Peru,

Rússia, Tailândia, Taiwan, Estados Unidos e Vietnã.

www.apecsec.org.sg

ALCA (Área de Livre Comércio das Améri- Améri-cas) ou FTAA (Free Trade Agreement of

the Americas)

1994 Área de Livre-comércio

Área em negociação, com a proposta de integrar todos os países do continente ameri-

cano, exceto Cuba.

www.ftaa-alca.org

Comunidade Britânica (Commonwealth) 1949

Integração e Colaboração Econômica

África do Sul, Antigua e Barbuda, Austrália, Bahamas, Bangladesh, Barbados, Belize, Botsuana, Brunei, Camarões, Canadá,

Chipre, Cingapura, Dominica, Fiji, Gâm-bia, Gana, Granada, Guiana, Ilhas Salomão,

Índia, Jamaica, Kiribati, Lesoto, Malá-sia, Malauí, Maldivas, Malta, Maurício, Moçambique, Namíbia, Nauru, Nigéria,

Nova Zelândia, Papua Nova Guiné, Paquis-tão, Quênia, Reino Unido, Samoa, Santa

Lúcia, São Cristovão e Névis, São Vicente e Granadinas, Seicheles, Serra Leoa, Sri Lanka , Suazilândia, Tanzânia, Tonga, Trinidad e

Tobago, Tuvalu, Uganda, Vanuatu e Zâmbia.

www.thecom-monwealth.org

ORGANISMOS MUNDIAISONU – Organização das Nações Unidas – tem como objetivos manter a paz, defender os direitos humanos e as liberdades fundamentais e promover o desenvolvimento dos países.

CONSELHO DE SEGURANÇA – responsável pelas decisões sobre a paz e a segurança mundial (membros permanentes: China, França, Federação Russa, Reino Unido e EUA, existindo ainda membros temporários.)

BANCO MUNDIAL – organismo da ONU que atua na área financeira, tendo como principal instituição o BIRD (Banco Internacional de Reconstrução e Desenvolvimento). Capta dinheiro no mercado financeiro e empresta a países em de-senvolvimento.

BID – Banco Internacional de Desenvolvimento.

FMI – Fundo Monetário Internacional. Busca assegurar a es-tabilidade financeira mundial. Os recursos do fundo vem das contribuições dos países acionistas. Atua liberando recursos financeiros pra países em dificuldades mas impondo condi-ções para a liberação, tais como privatizações, reformas cons-titucionais e outros. (O maior acionista é os EUA com 17%).

FAO – Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação.

UNESCO – Organização das Nações Unidas para Educação, a Ciência e a Cultura.

OMC – Organização Mundial do Comércio. Visa promover e regular o comércio entre as nações. Qualquer disputa comer-cial entre países deve ser levada a OMC para que ela decida.

G-8 - Formado pelos sete países mais industrializados do mundo (EUA, Japão, Alemanha, França, Reino Unido, Itália e Canadá) e pela Federação Russa.

GLOBALIZAÇÃOÉ um processo de interligação entre os países do mundo. Foi favorecido, principalmente pelos avanços das telecomunica-ções, transportes, transnacionais e do neoliberalismo.

NEOLIBERALISMO – é uma forma de governo que propõe um estado (poder estatal, governo) mínimo. Ou seja, o go-verno deve interferir pouco na economia e deixar o mercado se organizar livremente. (Processo de privatizações).

Com a globalização, ocorre um aumento do comércio mun-dial e também a massificação de hábitos e costumes. Ouvir as mesmas músicas, usar roupas parecidas, comidas mun-diais (ex. músicas em inglês, Nike, McDonalds).

REGIONALIZAÇÃOÉ a formação de blocos econômicos onde as fronteiras nacio-nais são, em certa medida, eliminadas, permitindo o trânsito de capitais e produtos com impostos reduzidos ou mesmo eliminados.

MERCOSUL – Mercado Comum do Sul. Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai. (Bolívia e Chile são membros associa-dos).

UNASUL - União sul americana de nações. Em 28 de julho de 2011, ocorreu a primeira de cúpula desde a entrada em vigor do tratado constitutivo do bloco em março.

A Unasul é formado por 12 países e tem como objetivo pro-mover a integração regional, política, econômica e social do continente. Até agora, dez países já aprovaram a adesão ao bloco em seus parlamentos nacionais. A constituição formal da entidade aconteceu automaticamente quando ocorreu a aprovação pelo nono país, em março. O Brasil foi o décimo a fazê-lo, em julho, juntando-se, a Argentina, Bolívia, Chile,

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Atualidades

Equador, Guiana, Peru, Suriname, Uruguai e Venezuela. Co-lômbia e Paraguai ainda não aprovaram.

NAFTA – Acordo de Livre Comércio da América do Norte. EUA, Canadá e México.

ALCA – Área de Livre Comércio das Américas. Os 34 países das Américas, exceto Cuba.

APEC – Cooperação Econômica da Ásia e do Pacífico. NAFTA + 18 países (entre eles: Rússia, Japão, China, Chile e Aus-trália).

UNIÃO EUROPEIA – é o bloco mais antigo e mais avan-çado. Propõem: facilidades de trânsito de pessoas, leis co-muns, política agrícola comum, parlamento único e moeda única (a ideia do euro começa em 1991 com o tratado de Maastricht).

Países membros – Bélgica, Dinamarca, Alemanha, Grécia, Espanha, França, Irlanda, Itália, Luxemburgo, Países Baixos, Áustria, Portugal, Finlândia, Suécia, Reino Unido, República Checa, Estônia, Chipre, Letônia, Lituânia, Hungria, Malta, Polônia, Eslovênia, Eslováquia (2004), Romênia e Bulgária (estes dois últimos, em processo de admissão mais recente 2007). Turquia aguarda sua vez.

POLÍTICA EXTERNA NACIONAL RODADA DOHA

Rodada Doha nada mais é do que uma série de negociações em prol da liberalização do comércio mundial. A mesma foi criada em 2001, durante a 4ª Conferência Ministerial da OMC, em Doha (Qatar), cidade que lhe rendeu o nome. De fato, tais negociações, feitas entre as maiores potências comerciais do mundo, envolvem inúmeras questões e interesses de cada um, se apresentando como algo bastante complexo.

O principal problema da Rodada Doha é, justamente, a preocupação excessiva de cada país em favor de seus próprios interesses, uma vez que, teoricamente, o maior propósito das negociações seria o desenvolvimento dos países pobres e o combate à fome. Todas essas questões já foram discutidas nas rodadas em Cancun, Genebra, Paris, Hong Kong e Potsdam.

De forma bastante simplificada, podemos dizer que os países emergentes, como a Índia, por exemplo, querem que a União Europeia e os Estados Unidos diminuam os impostos aos produtos agrícolas estrangeiros. Já os países desenvolvidos querem, em troca, uma maior abertura para seus produtos industrializados. Em outras palavras, podemos dizer que to-dos querem mercados mais abertos para seus produtos, mas não desejam abrir seus próprios mercados, pois temem que tal abertura prejudique suas economias.

RODADA DOHA É ÚNICA FORMA DE IMPEDIR

O PROTECIONISMO

O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, disse nesta terça-feira [19/08/1009] em que só a conclusão da Rodada Doha de liberalização do comércio mundial pode pôr fim aos focos de protecionismo comercial que surgiram com a crise financeira internacional.

Amorim reiterou sua opinião de que no ano passado, quando as negociações para um acordo global no marco da OMC (Or-ganização Mundial do Comércio) foram suspensas, não houve a proposição de nenhuma alternativa a esse fracasso.

“O ‘plano B’ óbvio de todos é se dedicar aos acordos bilate-rais”, disse o ministro durante um discurso na Fundação Dom Cabral, em Nova Lima (MG).

Embora Amorim tenha admitido que o Brasil também está disposto a buscar saídas pela via dos acordos bilaterais ou dos blocos comerciais, como o que pode ser retomado entre o Mercosul e a UE (União Europeia), afirmou que isso “não resolverá o problema do protecionismo”.

Apesar da reunião técnica prevista para acontecer em Nova Déli (Índia) antes do final do ano para tentar a reativação da Rodada Doha, Amorim se mostrou cauteloso, pois considerou que tudo dependerá de que os Estados Unidos aceitem algu-mas condições diante das quais continua receoso.

“Nos últimos seis meses, a posição dos EUA mudou muito pouco”, explicou Amorim, ao assinalar que a posição do pre-sidente americano, Barack Obama, é “muito similar” à de seu antecessor no cargo, George W. Bush.

Segundo Amorim, o maior impedimento nas negociações ain-da reside nos subsídios ao setor agrícola, algo que os países mais desenvolvidos, especialmente os EUA, se negam a redu-zir aos níveis almejados pelas nações mais pobres.

O ministro considerou que, para continuar com a Rodada Doha, “seria preciso encontrar fórmulas mais criativas” que permitam uma reativação, mas esclareceu que nada será viá-vel se as exigências de uma ou outra parte “encontrem dese-quilíbrios nas negociações”.

Rodada Doha

Iniciadas em 2001 na capital do Qatar, as negociações da Ro-dada Doha têm como objetivo eliminar as tarifas alfandegá-rias e reduzir os subsídios à agricultura dos países ricos. Mas há anos as negociações vêm se chocando contra as recusas de alguns países de reduzir as tarifas aduaneiras sobre produ-tos estratégicos para os produtores locais.

Em julho de 2008, as negociações da Rodada Doha fracas-saram no último momento por uma disputa entre os Estados Unidos e a Índia sobre os critérios que autorizariam a um país pobre elevar suas tarifas para defender seus produtores agrícolas.

Em junho deste ano, o diretor-geral da OMC, Pascal Lamy, afirmou que as negociações da Rodada Doha estão em um caminho mais positivo e que a conclusão em 2010 é possível.

A resistência de algumas partes envolvidas, no entanto, ainda é considerável. A França e a Comissão Europeia já declararam que a UE (União Europeia) não faria mais concessões para chegar a um acordo na rodada.

Folha Online - 18/08/2009 - 16h00 - http://www1.folha.uol.com.br/folha/dinheiro/ult91u611420.shtml

CENÁRIO INTERNACIONALEmbaixador brasileiro em Washington durante o governo Fer-nando Henrique Cardoso, Rubens Barbosa disse em entrevis-ta à BBC Brasil que falta “coerência” à política do Brasil para a América do Sul e que ela sofre com a “ideologização das decisões”.

Ele diz que o Brasil passou a aceitar, em nome da integração, demandas que são bilaterais e não regionais, como é o caso

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Atualidades

do pleito do Paraguai por um aumento do preço da energia vendida ao Brasil.

“Cada país está defendendo o seu interesse e o Brasil está procurando resolver o problema dos outros, e, em vários ca-sos, não olhando para o seu interesse nacional”, afirmou Bar-bosa.

O ex-embaixador, que é presidente da consultoria Rubens Barbosa & Associados e diretor da Fiesp, diz acreditar que a integração regional interessa ao Brasil, mas que o país tende a ganhar importância no cenário internacional mais amplo e se descolar da região.

BBC Brasil - Num artigo na época da campanha elei-toral, o senhor disse que Geraldo Alckmin retomaria uma política externa consensual e suprapartidária, tendo em vista o interesse nacional. O senhor acha que a atual política externa não atende ao interesse nacional?

Rubens Barbosa - Houve um trade off, uma negociação política em que o PT, para aceitar a política econômica neo-liberal, continuação do governo anterior, ficou com a política externa, que na minha visão padece de dois pecados: a ideo-logização das decisões e a politização das negociações comer-ciais. E com a ideologização se tem uma visão de mundo que é a visão de um partido, não é a tradicional brasileira.

BBC Brasil - E qual a principal diferença?

Barbosa - Na atual política externa não há grandes ino-vações, há continuidade em muitos aspectos. Quando eles dizem que a prioridade é o Mercosul, a América do Sul, o Conselho de Segurança, a Rodada de Doha, isso foi priori-dade em todos os governos. O que mudou foi a ênfase e a maneira como o atual governo enfoca essas prioridades. Por exemplo, na relação com os países desenvolvidos. Por uma questão ideológica, o Itamaraty dá hoje prioridade aos países em desenvolvimento, à relação sul-sul, e isso reflete uma vi-são de centro-periferia, de pobre-rico. Por coincidência, como a economia está em grande expansão no mundo, aumentou a relação comercial com os países em desenvolvimento. Mas isso não é por causa da política brasileira, é pela circunstância histó-rica que atravessamos. O que ocorreu com esta falta de ênfase na relação com os países desenvolvidos, é que as exportações para os Estados Unidos estão caindo. Hoje representa cerca de 15%, quando já foi mais de 20%.

BBC Brasil - Mas isso significa que o Brasil está diversi-ficando as exportações. Não tem um lado bom?

Barbosa - O problema é que estamos vendendo mais produ-tos agrícolas para outros mercados, sobretudos os mercados asiáticos. Mas não estamos vendendo máquina e equipamento. O PT vê as disparidades regionais como um problema político. Então o Brasil, como é o maior país da região, tem que ajudar, tem que ter uma política generosa em relação à Bolívia, à Ve-nezuela, ao Equador, ao Paraguai. Por uma distorção ideológica e política o Brasil está aceitando as políticas e ações que eles estão pondo em prática. Morales questionou o acordo do gás, expropriou duas refinarias da Petrobras na Bolívia. No Paraguai estão querendo rever o Tratado de Itaipu, que é uma questão de segurança nacional brasileira. Ao pensar ideologicamente, você lê erradamente o que está acontecendo aqui na região. Cada país está defendendo o seu interesse e o Brasil está pro-curando resolver o problema dos outros, e, em vários casos, não olhando para o seu interesse nacional.

BBC Brasil - O Brasil está atuando como líder?

Barbosa - A liderança não se proclama, se exerce. O Brasil proclamou a liderança, mas não a exerce. Os Estados Unidos não se proclamam líder, eles exercem, eles mudam a agenda, eles decidem invadir o Iraque, eles criaram a doutrina de segu-rança nacional, eles tomam as decisões e os outros, em geral, ou se calam ou se afastam, porque não tem saída. O Brasil não sabe exercer a liderança, porque nós estamos a reboque dos acontecimentos na região.

BBC Brasil - Não faz parte do papel de líder este tipo de atitude generosa?

Barbosa - Não, não faz parte do líder não. Quando desapro-priaram a Ocidental Petroleum, os Estados Unidos protestaram. Agora, depois de a Venezuela ter expropriado a empresa ame-ricana, a Corte americana embargou recursos da Venezuela. O Brasil tinha que ter uma reação mais forte, pelo menos pro-testando. No Paraguai o Brasil investiu bilhões de dólares para fazer Itaipu. O governo Lula aceitou duas ou três modificações que beneficiaram muito o Paraguai. Agora querem mudar até o tratado. Uma coisa é a defesa do interesse nacional. Outra coisa é a generosidade partidária.

BBC Brasil - Exercer a liderança não implica também num custo? O Brasil estaria disposto, o brasileiro quer a integração?

Barbosa - (O presidente) Lula, nos últimos meses, competin-do com o (presidente Hugo) Chávez passou a distribuir recur-sos financeiros, perdoar dívidas e outras benesses. Prometeu US$ 1 bilhão para a Bolívia e oficializou o perdão da dívida. Está dando financiamento para o Paraguai. Isso, eu acho correto. É necessário fazer isso se você quer ter influência.

BBC Brasil - Num artigo recente o senhor diz que os me-canismos de integração estão esgotados. O que o Brasil deveria fazer para promover a integração?

Barbosa - Eu acho que no momento o Brasil deveria aprofun-dar os acordos comerciais regionais. Alguns acordos estão per-furados por acordos de livre comércio com outros países, como os Estados Unidos. Por exemplo, o Chile, o Peru, a Colômbia, já assinaram acordo com os americanos. Eles deram concessões aos americanos muito maiores do que deram ao Brasil. Então vamos negociar com esses países. Aí sim você pode ser gene-roso. Eles abrem o mercado lá e a gente abre aqui. Mas abrir aqui, com poucas concessões do outro lado, não sei onde está o nosso interesse. Outra coisa é o Brasil efetivamente liderar um processo de ampliação da integração física.

BBC Brasil - Interessa ao Brasil a integração ou o país deveria pensar num outro modelo, menos ambicioso?

Barbosa - Eu acho que interessa, porque nós somos 300 e tantos milhões na região. Acho que o Brasil está ficando maior do que o Mercosul e maior do que a região. É claro que é preciso fazer um esforço para ampliar as relações com os países em desenvolvimento. Mas hoje a projeção externa do Brasil é muito grande e a tendência é o Brasil se descolar da América do Sul. Acho que o Brasil em 10, 15 anos, vai estar numa posição muito distante de todos os países da região. A América do Sul, em comparação com outras regiões, vai per-der a importância, e o Brasil vai emergir como uma potência econômica global. Isso vai ter profundas consequências aqui para a região. Aí vai aumentar a responsabilidade do Brasil e a necessidade de o Brasil ter uma política coerente para a região. Em outras palavras, na minha visão, o Brasil está sem política coerente para a região.

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Atualidades

CRISE FORTALECEU PAPEL DO BRASIL NO CENÁRIO INTERNACIONAL

Por Redação, com BBC - de Londres

O Brasil está saindo da atual crise econômica mundial forta-lecido em relação aos países desenvolvidos, na avaliação de especialistas.

Neste último ano, o Brasil não foi poupado da crise como es-peravam os defensores da teoria do “descolamento”, mas se prepara para sair da recessão com indicadores relativamente saudáveis quando comparados aos das principais economias do mundo.

Instituições como o Fundo Monetário Internacional (FMI) pre-veem que o país, ao lado de outros emergentes, se recupere da crise mais rapidamente e também amplie a margem de vantagem em relação ao crescimento dos países ricos.

No entanto, mesmo com o crescimento econômico relativa-mente acelerado, o Brasil e outros emergentes ainda lutam para ter mais voz política em organismos e grupos internacio-nais como o FMI e o G8.

O FMI prevê que as economias emergentes crescerão 1,5% neste ano, enquanto os países desenvolvidos terão retração de 3,8%. Em 2010, quando as economias avançadas devem crescer 0,6%, segundo o FMI, os países emergentes estarão crescendo quase oito vezes mais rápido: a 4,7%.

Antes da crise, os países emergentes já vinham crescendo mais rapidamente do que o mundo desenvolvido, mas em uma esca-la menor. Em 2007, os países emergentes registraram aumento de 8,3% - três vezes mais acelerado do que o crescimento de 2,3% das economias avançadas.

O Brasil se encaixa nessas previsões. Segundo o FMI, a eco-nomia do país deve cair 1,3% em 2009 - menos da metade do ritmo das economias avançadas. No próximo ano, a economia nacional cresceria 2,5% - mais de quatro vezes o ritmo dos países ricos.

As projeções do FMI são bem menos otimistas do que as do governo brasileiro que prevê crescimento de cerca de 1% para 2009 e de 4,5% para 2010.

Para o analista de América Latina do Deutsche Bank, Gustavo Cañonero, a região foi fortemente afetada pela crise econômica mundial, mas o Brasil e alguns países latino-americanos apre-sentam duas características que os tornam menos vulneráveis do que as economias ricas.

- Em primeiro lugar, a região tem menos dívidas no setor públi-co e privado -, afirma Cañonero. Os países ricos aumentaram muito o seu endividamento público com pacotes fiscais e de es-tímulo à economia, mas na América Latina e em outros países emergentes o endividamento é baixo.

- Hoje o Brasil tem um histórico muito bom em comparação com as economias desenvolvidas -, diz Cañonero.

Segundo um relatório recente da OCDE sobre o Brasil, “a re-lação dívida pública/PIB deve manter-se próxima de 40% do PIB em 2009 - e depois deve cair gradualmente para 35% no médio prazo”.

Enquanto no Brasil a perspectiva é de queda, nos Estados Uni-dos, que desembolsaram bilhões de dólares para ajudar o setor financeiro a sair da crise, a tendência é de aumento. Os ame-ricanos viram sua dívida pública aumentar de 65% do PIB no

final de 2006 para 70% em 2008. A previsão da Casa Branca é que a dívida pública atinja 90% este ano e passe de 100% em 2011.

Na Grã-Bretanha, outro país que gastou muito com pacotes para o setor financeiro, a dívida pública aumentou de 43% do PIB, no final de 2008, para 56% em julho passado. Um instituto independente prevê que o índice chegue a 83% até 2012.

O segundo fator, segundo Cañonero, é que os países emer-gentes são grandes produtores de commodities, vistas como investimentos seguros no longo prazo. No começo da crise, o preço de muitas commodities caiu drasticamente, afetando também grandes exportadores como o Brasil.

No entanto, alguns preços já voltaram a subir. De dezembro até junho, o preço da soja subiu 60%. Segundo a Economist In-telligence Unit (EIU), o preço geral das commodities comercia-lizadas pelo Brasil está crescendo no segundo semestre deste ano, graças à China, que está aumentando suas importações.

- Países emergentes são vistos como produtores de commo-dities e com baixo nível de endividamento, em um mundo em que os países ricos estão aumentando suas dívidas exponen-cialmente. Também são associados a contas externas saudá-veis, com altos níveis de investimentos diretos estrangeiros -, diz o analista do Deutsche Bank.

Além das commodities e do baixo endividamento, a Economist Intelligence Unit, que, recentemente revisou de 2,7% para 3,3% o crescimento do Brasil em 2010, aponta um terceiro fator: o sólido sistema financeiro brasileiro.

- O sistema financeiro [brasileiro] é muito mais dominado por capital brasileiro do que por capital estrangeiro, e isso se pro-vou uma vantagem já que sistemas dominados por bancos es-trangeiros estão diminuindo severamente -, diz Justine Thody, diretora regional de América Latina da consultoria.

Para o professor de Relações Internacionais Andrew Hurrell, especialista em Brasil da universidade britânica de Oxford, a crise econômica criou desafios e oportunidades para que o país aumente sua participação nos centros de decisão do poder.

- Recentes análises do papel do Brasil no mundo são cada vez mais otimistas - e com bom motivo. O Brasil de fato estabe-leceu-se como um ‘player’ importante e influente na política mundial -, escreveu o professor em um recente artigo sobre o papel do país no mundo.

No entanto, ele alerta que uma recuperação muito acelerada da economia mundial diante da crise poderia prejudicar as ambições brasileiras, já que os países ricos poderiam voltar à normalidade, sem promover reformas que ampliem a voz de países emergentes nos centros internacionais de decisão.

- O Brasil seria prejudicado no caso de a economia mundial não conseguir se recuperar. Mas suas opções também seriam restringidas em um cenário no qual as principais economias se recuperassem sem uma reforma séria. Em um cenário assim, as ortodoxias liberais de mercado se manteriam dominantes -, escreve o professor.

- Depois de uma corrente inicial de pedidos por regulamenta-ções mais profundas e firmes, já há sinais de uma atitude de ‘volta à normalidade’ tanto nos Estados Unidos como na Grã-Bretanha.

Justine Thody, da EIU, também alerta para o fato de que mes-mo tendo se fortalecido diante da crise em relação aos demais países, o Brasil ainda não é um “grande tigre”.

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Atualidades

- O Brasil ainda tem problemas enormes em várias áreas, como terrível infraestrutura, um enrolado sistema tributário que não é atraente para investidores, baixos níveis de educação dos trabalhadores em geral - apesar de alguns bolsões de excelên-cia - e serviços públicos muito pobres.

Correio do Brasil - 7/9/2009 09:03:20 http://www.correiodobrasil.com.br/noticia.asp?c=157122

EMBAIXADORA VÊ BRASIL MAIS PERTO DE VAGA PER-MANENTE EM CONSELHO DA ONU

da BBC Brasil

A embaixadora do Brasil na ONU (Organização das Nações Unidas), Maria Luiza Viotti, disse acreditar que a conquista de um assento rotativo pelo Brasil no Conselho de Segurança das Nações Unidas deixa o país mais perto da tão aspirada vaga permanente no Conselho.

“Nossa atuação pode contribuir para a percepção de que a pre-sença do Brasil no Conselho contribuiria para que ele seja visto como mais eficaz, mais legítimo e representativo’’, disse.

O Brasil foi eleito nesta quinta-feira por 182 votos para uma vaga não permanente no Conselho de Segurança da ONU.

Um total de 183 entre os 192 países que integram a ONU par-ticiparam da votação. Os representantes das diferentes nações podiam votar em seus próprios países.

A Venezuela obteve um único voto, o que a impediu de con-quistar um assento rotativo no Conselho.

Esta é a décima vez que o Brasil conquista uma vaga não per-manente no Conselho e a segunda no mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

A embaixadora Maria Luisa Viotti será a primeira mulher a re-presentar o Brasil no Conselho de Segurança.

Mediação

No entender de Viotti, o país também reforça o seu pleito por uma vaga permanente graças ao seu papel como mediador em diferentes regiões e conflitos internacionais.

“A nossa credencial é de um país que pode desempenhar um papel de diálogo, de mediação. O Brasil exerce uma interlo-cução muito ampla. Não só na nossa região, mas também no Oriente Médio’’, afirmou a embaixadora.

Oriente Médio

O Brasil está adotando uma posição conciliadora em uma polê-mica ligada ao relatório sobre supostos abusos cometidos pelas forças de Israel durante a ação militar contra a faixa de Gaza, no início deste ano.

Nesta segunda-feira, o Brasil defendeu, em uma sessão espe-cial do Conselho de Direitos Humanos da ONU, em Genebra, a adoção parcial das recomendações contidas no documento produzido a partir das investigações sobre o a incursão militar israelense.

O documento, endossado pelo Brasil, acusa Israel e grupos ar-mados palestinos de crimes de guerra.

Mas a posição brasileira é a de que o documento não deve-ria ser enviado para o Conselho de Segurança e nem para o Tribunal Penal Internacional, porque isso poderia ameaçar as negociações de paz na região.

Os representantes da Autoridade Palestina defendem a apro-vação integral do relatório. Em discurso realizado na ONU, a embaixadora Maria Luiza Viotti sintetizou a posição brasileira, ao dizer que a prioridade deve ser tentar dar sustentabilidade às negociações entre israelenses e palestinos.

‘Lula quer, Lula consegue’

Para Peter Hakim, presidente do instituto de pesquisas políti-cas Inter American Dialogue, com a presença no Conselho de Segurança, ainda que de forma rotativa, o país dá o “primeiro passo’’ rumo ao objetivo de se tornar um membro permanente.

“O que Lula quer, Lula consegue. O Brasil é um dos países mais queridos internacionalmente’’, afirmou ele à BBC Brasil.

Mas Hakim acredita que há entraves à aspiração brasileira vinda de diferentes países.

México e Argentina defendem uma posição rotativa no Con-selho de Segurança para diferentes países latino-america-nos.

A China, outro membro permanente do Conselho, teria sim-patia pela pretensão brasileira, mas não quer uma ampliação do órgão que contemple o Japão.

Os dois europeus que são membros permanentes do conse-lho, França e Reino Unido, veem com receios a ampliação por-que não gostariam que a Alemanha pudesse ser contemplada com uma vaga permanente.

Folha Online - 15/10/2009 - 22h29 - http://www1.folha.uol.com.br/folha/bbc/ult272u638746.shtml

CONFLITOS NO ORIENTE MÉDIONão se passa um dia sequer sem que o Oriente Médio ocupe espaço nos noticiários. Atentados de grupos terroristas, as-sassinatos de líderes políticos e religiosos, bombas, acordos de paz fracassados. Temas como estes, sempre nas manche-tes, levam à fácil conclusão de que a região é um verdadeiro barril de pólvora. Mas qual a razão desse dia a dia conflituoso? Por que alguns povos da região se odeiam tanto? Quem são essas pessoas? Afinal, onde fica e o que é o Oriente Médio?

Antes de tudo, é importante destacar que não há consenso entre historiadores e geógrafos acerca de quais países inte-gram o Oriente Médio, essencialmente a parte de terra en-tre o chamado Oriente Próximo - nome dado por ingleses e franceses à parte da Ásia menos distante de Londres e Paris - e o Extremo Oriente (Leste Asiático). Porém, a maioria dos

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Atualidades

estudiosos considera como parte da região todos os Estados asiáticos mais próximos da Europa, além de Turquia e seis nações do nordeste da África.

Pode-se dizer, assim, que 20 países integram o Oriente Médio: Arábia Saudita, Bahrein, Catar, Emirados Árabes Unidos, Irã, Iêmen, Iraque, Israel, Jordânia, Kuwait, Líbano, Omã, Síria e Turquia, além dos africanos Egito, Sudão, Líbia, Argélia, Tunísia e Marrocos.

VOCÊ SABIA QUE...

O Oriente Médio é do mesmo tamanho do Canadá (9,702 milhões de quilômetros quadrados), com um território prati-camente todo desértico. A temperatura, durante o ano, pode variar entre 46º C no pico de calor e 18º C abaixo de zero nos dias mais frios. Os cerca de 350 milhões de habitantes da região vivem, basicamente, nos vales dos rios, das mon-tanhas e nas costas marítimas, banhadas pelo mar Negro, mar Mediterrâneo, mar Vermelho, golfo de Aden, mar de Omã, golfo Pérsico e mar Cáspio.

Apesar dos árabes serem maioria, o grande número de etnias que o Oriente Médio reúne resulta também numa mistura de idiomas (árabe, hebraico, persa, curdo, grego, etc.), cren-ças, religiões e valores. Isso ajuda a aumentar os conflitos.

No que diz respeito ao aspecto religioso, o Oriente Médio é importante por ser o berço das três religiões monoteístas do planeta: o judaísmo, o cristianismo e o islamismo. Jerusalém é a cidade sagrada para os judeus, islâmicos e católicos.

A motivação religiosa existe, mas é muito simplista achar que ela é a única. Os conflitos, hoje, têm a ver com as con-sequências da descolonização (França e Grã-Bretanha) e as influências ocidentais. Os países do Oriente Médio são, em sua maioria, países em desenvolvimento, com grandes de-safios a superar, injustiças sociais e discordâncias internas.

O principal conflito no Oriente Médio se dá entre palestinos e israelenses, mistura disputas territorial e religiosa. Em um dos lados estão os palestinos muçulmanos (há palestinos de outras religiões), que querem todas as terras sagradas ocupadas por Israel para o Islã. Do outro, os israelenses judeus (também existem israelenses cristãos), que não que-rem abrir mão das terras reivindicadas pela Palestina.

Ajudam a esclarecer o nível de tensão do Oriente Médio da-dos do Banco Mundial. De acordo com a instituição financei-ra, das 14 nações do mundo que gastam mais de 5% do PIB (Produto Interno Bruto, as somas das riquezas de um país) - valor considerado altíssimo - com militarismo, sete estão no Oriente Médio. Outros números revelam que os 20 países encravados no Oriente Médio compraram 40% de toda a produção de armas dos Estados Unidos em 2001. O que isso significa? Evidencia o clima de tensão; afinal, o Oriente Mé-dio é a região mais militarizada do mundo. Com exceção de Israel e Turquia, todos os seus países não são democráticos, têm ditaduras ou governos autoritários. Poucos comerciali-zam entre si e poucos têm uma identidade coletiva que una seus cidadãos.

A INFLUÊNCIA DOS ESTADOS UNIDOSPodemos dizer que é simplesmente “impossível dissociar”, hoje em dia, a realidade política do Oriente Médio dos inte-resses dos Estados Unidos.

“O local se tornou influência norte-americana principalmente por conta da estratégia que visa a transformação de petró-leo. O produto que transforma guerras locais em conflitos de interesse mundial”.

Atualmente, o Oriente Médio reúne 70% das reservas mun-diais do óleo. Os poços da região abastecem mais da metade das bombas de gasolina nos EUA.

RICA MISÉRIAFora os conflitos étnicos e religiosos, a falta de dinheiro qua-se unânime agrava as diferenças sociais e estimula a revolta popular. Israel, com sua mesada anual dos EUA de US$ 3 bilhões, é o país mais rico, cuja renda per capita (por pessoa) ultrapassa os US$ 18 mil. Na outra ponta estão nações como o Iêmen, com renda inferior a US$ 350. Ainda segundo o Banco Mundial, metade dos países do Oriente Médio está entre os 30 mais pobres do mundo. Em quase todos esses países se tentou o desenvolvimento econômico através dos Estados e houve fracasso. A pobreza, cada vez maior, faz com que milhões migrem todos os anos do campo para as cidades a procura de trabalho e oportunidades. Porém, não acham empregos. Em países mais ricos, a exemplo da Arábia Saudita, os mais abonados viajam para fora para estudar, mas ao retornarem à terra natal não encontram oportunidades.

Surpreendentemente, o Oriente Médio é literalmente um ter-reno rico. Estão na região 70% das jazidas de petróleo do mundo, produto que, hoje, é fundamental para o bom funcio-namento de qualquer economia. Mas os petrodólares geral-mente ficam concentrados nas mãos dos monarcas e outros dirigentes dos países.

FATAH E HAMAS SE REÚNEM EM GAZA PELA PRIMEIRA VEZ EM 2 ANOS

Facções palestinas romperam em 2007; Netanyahu diz que negociações serão retomadas em algumas semanas

Shaath (esq. ) cumprimenta Haniyeh (dir.)

GAZA - O chefe de Relações Internacionais do Fatah, Nabil Shaath, se reuniu hoje com o chefe do governo do Hamas na Faixa de Gaza, Ismail Haniyeh, depois de ter sido ontem o primeiro dirigente de seu movimento a entrar no território desde junho de 2007.

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Atualidades

Haniyeh recebeu Shaath em sua casa no campo de refugiados de Shati, em Gaza, junto a membros dos dois movimentos residentes na Faixa.

O dirigente do Fatah, movimento nacionalista que liderado pelo presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mah-moud Abbas, visitou antes na mesma cidade a Universidade Al-Azhar, onde se reuniu com professores e alunos, e a casa do histórico líder palestino Yasser Arafat, morto em 2004.

Saath foi ontem o primeiro dirigente do Fatah a entrar na Fai-xa de Gaza desde que o Hamas, vencedor das eleições locais de 2006, assumiu o controle do território em junho de 2007 após expulsar as forças leais a Abbas.

“Me sinto feliz, satisfeito e com muita saudade desta terra. Mas sou muito otimista e espero deixar Gaza ainda com mais otimismo”, declarou Shaath à Agência Efe.

Hamas e Fatah negociam, sem sucesso e com mediação egíp-cia, sua reconciliação há quase dois anos.

Estadão .com. 4/2/2010. http://www.estadao.com.br/noticias/internacional,fatah-e-hamas-se-reunem-em-gaza-pela-primeira-vez-em-2-

anos,506484,0.htm

FATAH E HAMAS

O Fatah e o Hamas são hoje as duas grandes forças políti-cas nos territórios palestinos. Apesar de ambos terem surgido como movimentos guerrilheiros e agora estarem organizados como partidos políticos dentro da Autoridade Nacional Pales-tina (ANP), são muito diferentes entre si. O Fatah foi fundado no fim da década de 1950 por palestinos que se refugiaram em países do Golfo Pérsico, depois da independência de Isra-el, em 1948. O movimento, que durante a maior parte de sua história foi chefiado por Yasser Arafat, é nacionalista e laico, e abandonou os ataques terroristas contra Israel na década de 1990. Já o Hamas foi criado apenas durante a primeira intifada, em 1987, como a seção palestina da Irmandade Mu-çulmana. Mais do que nacionalista, o grupo segue preceitos extremistas religiosos. O grupo não aceita a existência de Is-rael. Grupos armados de Fatah e Hamas já entraram em cho-que numa tentativa de assumir o controle da Faixa de Gaza.

FATAH E HAMAS ASSINAM ACORDO DE RECONCILIA-ÇÃO

Cairo - O presidente palestino e chefe do Fatah, Mahmoud Abbas, e o líder do Hamas, Khaled Meshaal, assinaram em 4 de maio de 2011, no Egito, um pacto de reconciliação para pôr fim aos quatros anos de rivalidade entre as facções pales-tinas. Abbas disse que o acordo encerra “quatro anos negros” que feriram os interesses palestinos.

Meshaal disse que o grupo islâmico quer a criação de um Estado palestino independente e soberano nos territórios da Cisjordânia e da Faixa de Gaza, tendo Jerusalém como sua capital.

“Nosso objetivo é criar um Estado palestino livre e comple-tamente soberano na Cisjordânia e na Faixa de Gaza, cuja capital será Jerusalém, sem colonizadores e sem entregar nenhuma polegada da terra e sem renunciar ao direito de retorno (de refugiados palestinos)”, afirmou.

O acordo, mediado pelo Egito e criticado por Israel, deter-mina a formação de um governo interino para administrados territórios ocupados da Cisjordânia e na Faixa de Gaza, e a preparação para uma eleição dentro de um ano. Ainda não está claro se esse governo de transição irá reestruturar as for-ças de segurança, que respondiam a comandos diferentes – o Hamas vinha controlando as forças de segurança na Faixa de Gaza, e o Fatah as da Cisjordânia.

Os palestinos acreditam que essa reconciliação seja crucial para sua tentativa de criar um Estado independente nos terri-tórios capturados por Israel na guerra de 1967.

As eleições deverão ser realizadas dentro de um ano, no dia 4 de maio de 2012. Elas elegerão o Parlamento e o presidente da Autoridade Palestina. O presidente da Autoridade Palesti-na, Mahmoud Abbas, declarou que não pretende se recandi-datar ao cargo.

Mais 13 facções palestinas menores expressaram seu apoio ao acordo, assinando os termos no dia anterior.

O premiê israelense, Benjamin Netanyahu, criticou o acordo e suspendeu a transferência da arrecadação fiscal palestina à Autoridade Palestina, dizendo que o Fatah deve escolher entre Israel e o grupo islâmico Hamas que, segundo ele, é um inimigo da paz.

Os Estados Unidos reagiram com tranquilidade ao acordo de reconciliação. Um porta-voz do Departamento de Estado disse que a secretária de Estado norte americana, Hillary Cinton, conversou no dia 2 de maio com Netanyahu e o primeiro-ministro palestino, Salam Fayyad, sobre o acordo.

A COBIÇADA JERUSALÉM

A cidade de Jerusalém é a única do mundo que tem enorme valor simbólico para as três grandes religiões monoteístas - judaísmo, islamismo e cristianismo. Para os judeus, é a cidade do rei Davi e onde o templo foi construído para guardar a Arca da Aliança. Para os muçulmanos, é o lugar do qual o profeta Maomé ascendeu aos céus. Para os cristãos, foi o palco da paixão de Cristo e de seu sepultamento.

Hoje, Jerusalém possui cerca de 600 mil habitantes (70% de ju-deus, 28% de árabes e 2% de cristãos). Os palestinos querem a cidade como capital de seu futuro Estado. Mas judeus de direita e ortodoxos não querem abrir mão dela.

No século XIX, essa luta se intensificou e foi politizada com o fortalecimento do movimento sionista, que defendia a recria-ção do Estado judaico na Palestina. Nesse sentido, a contínua entrada de colonos judeus na região, então ocupada por 90% de palestinos e 10% de judeus, começou a gerar vários cho-ques com a comunidade árabe - com a colonização desorde-nada, os israelenses judeus passaram a controlar parte das melhores áreas cultiváveis da região.

CONFLITO NA GEÓRGIA

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Atualidades

OS SÉTIA DO SULGeórgia e Rússia vivem sob forte tensão desde o início do mês, quando Tbilisi, que é aliada dos EUA, enviou tropas para retomar o controle sobre a Ossétia do Sul, região separatista que declarou independência no começo dos anos 90. Moscou reagiu à ofensiva porque apoia o pequeno território e mantêm forças de paz na região. O conflito se estendeu, então, para a Abkházia.

Rússia e Geórgia assinaram um cessar-fogo, intermediado pela França, mas desde o início dos conflitos vivem sob ten-são. Líderes de vários países já fizeram apelos pela paz e pelo compromisso russo com a integridade territorial da Geórgia.

A Abkházia também declarou a independência unilateral no início dos anos 90 e já demonstrou vontade de se juntar ao território russo. Os autoproclamados presidentes das duas re-giões se reuniram com Medvedev em meio aos conflitos. A Rússia reconheceu a independência dos dois territórios, o que provocou críticas de líderes de vários países.

O presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, anunciou em 03 de setembro de 2008 que seu governo reconhece a inde-pendência das regiões georgianas da Ossétia do Sul e da Abkházia. O país americano é o segundo a legitimar as duas regiões georgianas, depois da Rússia.

Leia abaixo uma cronologia com os principais acontecimen-tos envolvendo a Ossétia do Sul:

Novembro de 1989 -- A Ossétia do Sul declara sua auto-nomia em relação à República Socialista Soviética Georgia-na, detonando um conflito de três meses.

Dezembro de 1990 -- A Geórgia e a Ossétia do Sul dão início a um novo conflito armado que dura até 1992.

Junho de 1992 -- Líderes da Rússia, da Geórgia e da Os-sétia do Sul reúnem-se em Sochi, assinam um armistício e acertam a criação de uma força de paz.

Novembro de 1993 -- A Ossétia do Sul elabora sua própria Constituição.

Novembro de 1996 -- A Ossétia do Sul elege seu primeiro presidente.

Dezembro de 2000 -- A Rússia e a Geórgia assinam um acordo para recuperar a economia da zona de conflito.

Dezembro de 2001 -- A Ossétia do Sul elege Eduard Kokoi-ty como presidente. Em 2002, ele pede ao governo russo que reconheça a independência da região e que a absorva.

Janeiro de 2005 -- A Rússia dá um apoio reservado ao plano da Geórgia de conceder autonomia ampla à Ossétia do Sul em troca de a região deixar de lado seus planos de independência.

Novembro de 2006 -- Em um referendo, a Ossétia do Sul aprova com larga margem de votos sua separação da Ge-órgia. O primeiro-ministro georgiano diz que a manobra é parte de uma campanha russa para provocar uma guerra.

Abril de 2007 -- O Parlamento da Geórgia aprova uma lei para criar uma administração temporária na Ossétia do Sul, gerando tensão com a Rússia.

Junho de 2007 -- Os separatistas da Ossétia do Sul dizem que a Geórgia atacou Tskhinvali (capital da região) com mor-teiros e disparos realizados por francoatiradores. O governo georgiano nega.

Outubro de 2007 -- Interrompem-se as negociações pa-trocinadas pela Organização para a Segurança e a Coope-ração na Europa (OSCE) e realizadas pela Geórgia e pela Ossétia do Sul.

Março de 2008 -- Depois de o Ocidente ter dado apoio à secessão de Kosovo da Sérvia, a Ossétia do Sul pede que o mundo reconheça sua independência da Geórgia.

Março de 2008 -- A tentativa da Geórgia de ingressar na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), apesar de mal sucedida, leva o Parlamento da Rússia a conclamar o governo russo a reconhecer a independência da Ossétia do Sul e da Abkházia, outra região separatista.

Abril de 2008 -- A Ossétia do Sul rejeita um acordo de compartilhamento de poder sugerido pela Geórgia e insiste na opção da independência total.

Agosto de 2008 -- Forças georgianas e da Ossétia do Sul começam a se enfrentar. A Geórgia diz que suas forças ‘liber-taram’ a maior parte da capital da Ossétia do Sul.

As embaixadas da Rússia em Tbilisi e da Geórgia em Moscou fecharam suas portas após a decisão georgiana de romper relações diplomáticas bilaterais, informaram fontes oficiais e agências de notícias.

HISTÓRIA POLÍTICA DA NOVA REPÚBLICA NO BRASIL - 1985

ATÉ LULA

O GOVERNO SARNEY (1985 - 1989)O saldo da ditadura era penoso: inflação de mais de 200% ao ano, uma dívida externa de 100 bilhões de dólares, concen-tração de renda, pobreza. Além disso, o terror exercido pelo Estado durante anos havia deixado profundas marcas na so-ciedade brasileira: pessoas desaparecidas, famílias enlutadas e uma grande quantidade de leis e dispositivos autoritários.

Procurando sepultar essa herança, em março de 1985 o Con-gresso Nacional adotou uma série de medidas democráticas. Entres tais medidas estavam os restabelecimentos de eleições diretas para presidente da República, a extensão do direito de votos aos analfabetos e a legalização de organizações de esquerda que atuavam na clandestinidade, como o Partido Comunista Brasileiro (PCB).

No embalo dessas mudanças, Sarney criou o Ministério da Reforma Agrária, com o objetivo de diminuir as tensões no campo, provocadas pela extrema concentração da proprie-dade da terra nas mãos dos latifundiários. Em contrapartida, conservou alguns dispositivos do regime militar, como a Lei de Segurança Nacional e o Serviço Nacional de Informações (SNI).

A CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988,“CONSTITUIÇÃO CIDADÔ

Instalada em 1º de fevereiro de 1987, a Assembleia Nacional Constituinte compunha-se dos membros da câmara dos Deputados e do Senado Federal. Não foi uma Assembleia Constituinte exclusiva. Funcionou juntamente com o Congresso Nacional e, por isso, era também chamada de Congresso Cons-tituinte.

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Atualidades

Depois de 20 meses de trabalho, debates e discussões com a sociedade, a Assembleia Nacional Constituinte promulgou a nova Carta Magna do país.

Principais disposições:

Crimes Inafiançáveis e Imprescritíveis

A Constituição determina que o racismo e a ação de grupos armados contra o estado democrático são crimes inafiançá-veis (não admitem o pagamento de fiança) e imprescritíveis (não estão sujeitos à prescrição).

Direitos Políticos

A Constituição estabelece que o alistamento eleitoral e o voto são:

• Obrigatórios para os brasileiros maiores de 18 anos.• Facultativos para os analfabetos, para os maiores de 70 anos, para os maiores de 16 anos e menores de 18.• Os analfabetos e os jovens com 16 ou 17 anos, embora pos-sam votar, não podem ser eleitos para nenhum cargo político.

Direitos Do Trabalhador

A constituição trouxe, como novas conquistas para o trabalha-dor, direitos como:

• Jornada de trabalho de 44 horas semanais e pagamento de horas-extras no valor de 50% a mais que a hora normal.• Férias remuneradas correspondentes a 1/3 a mais do que o salário normal.• Se o trabalhador for vítima de dispensa arbitrária (ou sem justa causa), deverá receber indenização compensatória, além de outros direitos. • Direito de greve estendido a, praticamente, todas as ativi-dades e serviços. • Licença-gestante com duração de 120 dias, para a mulher. Ao pai, foi conferida a licença-paternidade de cinco dias.

ECONOMIA, OS PLANOS ECONÔMICOS

No plano econômico, as coisas não iam muito bem. Em 1984, ainda sob o governo Figueiredo, a inflação havia chegado a 224% ao ano. Em 1985, ela foi para 235%. Para combatê-la, em fevereiro de 1986 Sarney decretou um conjunto de me-didas conhecido como Plano Cruzado, liderado pelo ministro Dilson Funaro. O plano congelou preços e aluguéis e substi-tuiu a antiga moeda – o cruzeiro – por uma nova, o cruzado.

Principais pontos:

• Congelamento dos preços das mercadorias e dos aluguéis;• Criação de uma nova moeda, o cruzado, substituindo o cru-zeiro;• Fim da correção monetária;• Congelamento dos salários, que seriam reajustados automa-ticamente sempre que a inflação atingisse o índice de 20%, (foi criado então o gatilho salarial).

O Plano Cruzado foi muito criticado por vários setores da so-ciedade e da política, entre eles os partidários do PT e do PDT, setores do empresariado e organizações sindicais. Falavam, por exemplo, que os trabalhadores tinham sido prejudicados, pois os preços das mercadorias foram congelados no alto, enquanto os salários foram congelados pela média baixa. Mui-tos empresários alegavam que o congelamento era contra as leis do liberalismo e que a grande causa da inflação brasileira eram os gastos do governo federal.

Porém, grande parte da população apoiou o plano e foi às compras com as tabelas oficiais de preços para fiscalizar e protestar contra as remarcações. Foi criado o movimento das

donas de casa fiscalizando os supermercados e lojas; eram os fiscais do Sarney.

Mas a euforia durou pouco. O congelamento de preços foi, aos poucos, derrubado por produtores e comerciantes. Diver-sos produtos desapareceram do mercado e só reapareceram mediante o pagamento de ágio. Longas filas formavam-se para a compra das mercadorias essenciais, e o Plano Cruzado fracassou.

Posteriormente, o governo implantou novos planos para o combate à inflação – Cruzado II, Plano Bresser, Plano Verão –, todos foram tentativas de combater a inflação no nosso país, porém fracassaram.

O GOVERNO COLLOR (1989 – 1992)Em 1989, realizou-se a primeira eleição direta para presidente em 29 anos. A eleição se deu em dois turnos. O primeiro turno foi disputado por 22 candidatos. Nenhum deles defendia o go-verno de José Sarney. No segundo turno, restaram Fernando Collor de Melo – ex-governador de Alagoas – e Luís Inácio Lula da Silva, que havia incorporado ao nome o velho apelido.

Lula era ex-operário; Collor, homem das elites. Lula defendia grandes transfor-mações sociais, a começar por uma am-pla reforma agrária e uma melhor distri-buição de renda. Collor propunha a modernização do país por meio da pri-vatização das empresas estatais e da abertura da economia para o mercado externo.

Lula representava uma aliança de es-querda, liderada por seu partido, o PT. Collor apoiava-se numa agremiação

recém-criada, o Partido da Reconstrução Nacional (PRN), e prometia combater os chamados Marajás – funcionários pú-blicos que recebiam altíssimos salários.

Nas urnas, Collor se elegeu com 35 milhões de votos, contra 31 milhões dados a Lula, no segundo turno das eleições.

Empossado em março de 1990, Collor anunciou um plano para extinguir a inflação com “um só tiro”, como gostava de dizer. Entre as medidas adotadas estava o congelamento de preços e salários, o retorno do cruzeiro em lugar do cruzado e o bloqueio por 18 meses das contas bancárias e das caderne-tas de poupança acima de determinado valor.

O plano Collor, como ficou conhecido, provocou recessão, di-minuição nas atividades industriais e desemprego. A inflação foi detida por algum tempo, mas em menos de um ano ela estava de volta. Em fins de 1991, ela chegou a 460% ao ano.

Principais objetivos do Plano Collor:

•Privatização de empresas;•Fechamento de órgãos do governo e venda de carros, casas e apartamentos de propriedade do governo;•Abertura da economia ao capital externo e às importações de produtos estrangeiros;•Demissão de funcionários públicos.

Em meados de 1991, começaram a circular rumores sobre o envolvimento do governo Collor com esquema de corrupção

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Atualidades

e tráfico de influência. Esses rumores foram confirmados pelo irmão do presidente, Pedro Collor, em entrevista publicada pela revista Veja, em abril de 1992. Segundo ele, o elo entre o presidente e esses esquemas de corrupção era o empresário Paulo César Farias, o PC, tesoureiro da campanha presidencial de Fernando Collor. A essas denúncias se somaram outras, diariamente publicadas pela imprensa.

A resposta da população foi sair às ruas em grandes mani-festações para exigir o afastamento – impeachment ou im-pedimento – de Collor na presidência. Por alguns meses, ao longo do ano de 1992, renasceu o espírito das Diretas-Já, com gigantescos comícios e passeatas nas grandes cidades brasileiras. Um dos pontos altos dessa campanha foi a pre-sença dos caras-pintadas, moças e rapazes mobilizados pela União Nacional dos Estudantes (UNE) e que adotaram a prá-tica de pintar o rosto com cores alegres. Milhares de pessoas, especialmente estudantes, foram às ruas em grandes mani-festações, exigindo o impeachment, isto é, o afastamento do presidente. “Fora Collor!”, era o grito dos manifestantes.

No dia 29 de setembro de 1992, com base no relatório da CPI, a Câmara dos Deputados, por grande maioria de votos, auto-rizou o Senado a processar e julgar o presidente. De acordo com a Constituição, Collor, foi afastado por 180 dias; Itamar Franco, vice-presidente, assumiu interinamente a Presidência.

Três meses depois, no dia 29 de dezembro, ao ter início o jul-gamento do Senado, percebendo que seria derrotado, Collor renunciou ao seu mandato de presidente da República. No mesmo dia, Itamar Franco foi empossado como presidente efetivo do Brasil.

Apesar da renúncia, o Senado continuou o julgamento de Collor e suspendeu seus direitos políticos por oito anos.

Estudantes e sindicatos na luta pelo impeachment do presidente Fernando Collor, 14 de agosto de 1992.

O GOVERNO DE ITAMAR FRANCO (1992 – 1994) E A ELEIÇÃO DE FERNANDO HENRIQUE CARDOSO

Com o afastamento de Collor, assu-miu a presidência o vice Itamar Fran-co, político do PMDB de Minas Gerais. Sua gestão ficou conhecida pela apli-cação de um novo pacote anti-infla-cionário: o Plano Real, posto em prá-tica pelo ministro da Fazenda, Fer-nando Henrique Cardoso.

Ao contrário dos anteriores, o Plano Real não pretendia aca-bar com a inflação do dia para a noite. Sua principal medida foi a criação da Unidade Real de Valor (URV), uma espécie de moeda paralela, a ser aplicada a todos os preços juntamente com o cruzeiro. Havia uma diferença entre as duas moedas: o valor de uma URV era igual ao dólar e não variava, enquan-to o cruzeiro sofria desvalorizações todos os dias, devido à inflação. Dessa forma, os preços se alteravam em relação ao cruzeiro, mas permaneciam estáveis em relação à URV.

Em julho de 1994, a URV foi transformada em moeda de ver-dade com nome de Real. Os preços pararam de aumentar. O Cruzeiro deixou de existir e a inflação foi controlada.

O controle da inflação e a estabilidade da moeda projetaram o nome de Fernando Henrique Cardoso, tornando-o conhecido no país todo. Aproveitando o momento favorável, o Partido da Social-Democracia Brasileira (PSDB), grupo político ao qual estava ligado Fernando Henrique Cardoso, lançou seu nome à sucessão presidencial.

Em apoio à sua candidatura, formou-se uma aliança de vários partidos, entre os quais o Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB) e o Partido da Frente Liberal (PFL). Seu principal oponente era Luís Inácio Lula da Silva, candidato do PT.

Fernando Henrique Cardoso venceu as eleições ainda no pri-meiro turno, com 54% dos votos. Lula ficou em segundo lu-gar, com 27%.

O PRIMEIRO GOVERNO FERNANDO HENRIQUE CARDOSO (1995 – 1998)

Empossado na presidência no dia 1º de janeiro de 1995, Fernando Henrique Cardoso (FHC) retomou certos aspec-tos da política econômica de Fernando Collor, como o programa de privatiza-ções das empresas estatais, a redução dos gastos públicos e a abertura da economia para o mercado externo.

Dessa forma, FHC congelou os salários do funcionalismo público, reduziu pro-

gramas sociais, com o objetivo de cortar as despesas do go-verno, e promoveu a venda de mais de 50 empresas estatais, como a companhia Siderúrgica Nacional (Volta Redonda), a companhia Vale do Rio Doce e o Sistema Brasileiro de Telefo-nia (Telebrás).

Procurando estimular o comércio externo do país, reduziu os impostos sobre as importações. Esses impostos representa-vam uma proteção para empresas nacionais que não podiam competir com os preços dos produtos importados. Com sua redução ou eliminação, muitas indústrias quebraram ou foram vendidas a grupos estrangeiros.

Além disso, o governo fixou altas taxas de juros com objetivo de estimular a entrada de dinheiro em dólares. Entretanto, essa política promoveu a vinda tanto de capitais na forma de investimento diretos quanto de capitais especulativos no mercado financeiro.

Um dos efeitos mais graves dessa política foi a diminuição do ritmo de crescimento da economia. De fato, durante o primei-

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Atualidades

ro mandato de FHC, o PIB apresentou taxas de crescimento cada vez mais baixas: 5,9% em 1994; 4,2% em 1995; 2,8% em 1996; 3,7$ em 1997; e 0,7% em 1998.

Outra consequência foi a demissão de trabalhadores pelas empresas em dificuldades. Como resultado, o número de de-semprego passou de 1,6 milhões de pessoas, em 1989, para 6 milhões, em 1998 (8% da população economicamente ativa no Brasil), último ano do primeiro governo de FHC.

Esses problemas agravaram as dificuldades da maioria da po-pulação trabalhadora. Enquanto nas cidades crescia o desem-prego e o número de pessoas sem teto, no campo explodiam conflitos entre o Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra.

Em dois episódios, esses conflitos que envolvem a posse da terra tomaram a forma de massacre de trabalhadores. Em 1995, 10 camponeses sem terra foram mortos por policiais em Corumbiara (Rondônia). No ano seguinte, novos massa-cres aconteceram, dessa vez em Eldorado de Carajás (Pará), onde a Polícia Militar assassinou 19 trabalhadores.

Em 1997, o Congresso Nacional aprovou emenda à Consti-tuição que permitia a reeleição do presidente da República, governadores e prefeitos para um mandato consecutivo. Essa foi a vitória particular de FHC, que trabalhou pela emenda durante quase todo o seu primeiro governo.

Com a aprovação da emenda, FHC pode ser reeleito presiden-te da República nas eleições de 1998, derrotando mais uma vez o candidato Luís Inácio Lula da Silva.

O SEGUNDO GOVERNO FHC (1999 – 2002) Embora tranquila, a vitória de FHC foi acompanhada por der-rotas do governo federal em alguns estados importantes nas eleições para governador, realizadas juntamente com as pre-sidenciais. Assim, no Rio Grande do Sul venceu o candidato do PT, Olívio Dutra, e no Rio de Janeiro uma coligação PDT-PT elegeu Anthony Garotinho. Em Minas Gerais, saiu vencedor o ex-presidente Itamar Franco, do PMDB.

Era um sinal de que a população de algumas das regiões mais importantes do país não estava satisfeita com a política do governo. Essa atitude crítica se tornou ainda mais clara nas eleições municipais de outubro de 2000 (prefeitos e vereado-res), nos quais o PT, principal partido de oposição, conseguiu eleger os prefeitos de seis capitais – Recife, Porto Alegre, São Paulo, Aracajú, Belém e Goiânia – e de outras importantes cidades brasileiras. Em todo o país, as oposições passaram de 26% dos votos nas eleições municipais anteriores (1996) para 33% no ano 2000.

Outro acontecimento significativo ocorreu em setembro de 2000, quando a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) realizou um plebiscito sobre a dívida externa brasilei-ra. Naquele ano, o país devia aos credores externos (bancos e governos) 244 bilhões de dólares, quase metade de todo (PIB), que chegava a 503 bilhões de dólares.

Cerca de 6 milhões de pessoas depositaram seu voto em ur-nas instaladas em paróquias, associações comunitárias, esco-las e sindicatos. Mais de 95% delas responderam que o país não deveria continuar pagando a dívida externa.

A campanha popular que levou à queda de Fernando Collor em dezembro de 1992 deixou outro saldo positivo, além do

afastamento de um presidente envolvido com corrupção. A partir dela, a população brasileira passou a exercer um con-trole cada vez maior sobre os atos dos governantes e dos membros dos poderes legislativos e judiciários.

Para isso tem contribuído de maneira significativa o Ministério Público, por meio de atuação de procuradores que investigam casos de corrupção e outros crimes envolvendo bens públicos.

Como resultado em 2000, o ex-juiz Nicolau dos Santos Neto foi preso sob a acusação de participação no desvio de 169 milhões de reais na obra do Fórum Trabalhista de São Paulo; acusado de envolvimento no mesmo crime, o Senador Luiz Estevão de Oliveira teve seu mandato cassado pelo senado.

Entretanto, as punições mais espetaculares ocorreram em 2001. Nesse ano, três poderosos senadores, Antonio Carlos Magalhães, do PFL da Bahia, Jader Barbalho, do PMDB do Pará, e José Roberto Arruda, do PSDB do Distrito Federal, sofreram processo de cassação no Senado. Antonio Carlos e José Roberto Arruda por falta de decoro parlamentar; Jader Barbalho, por corrupção. Barbalho era presidente do Senado quando surgiram as primeiras denúncias contra ele. Os três renunciaram ao Senado para evitar a cassação de seus man-datos, que viria acompanhada da perda de direitos políticos.

Do ponto de vista econômico, o primeiro governo de FHC foi caracterizado pela estabilidade da moeda e dos preços (isto é, quase não houve inflação), mas também pela estagnação da economia, que cresceu em ritmo muito lento, e pelo aumento do desemprego.

Era de esperar que seu segundo governo fosse marcado pela expansão da economia. Mas não foi o que aconteceu. Apesar de ter vencido a inflação, o país não conseguiu crescer nos quatros anos no segundo mandato de FHC.

Em fins de maio de 2002, dados do Instituto Brasileiro de Ge-ografia e Estatísticas (IBGE) revelaram que o desemprego nas seis maiores regiões metropolitanas do país havia chegado a 7,6%. Outros estudos mostravam também que o percentual de brasileiros que viviam de “bicos” (serviços esporádicos) tinha crescido de 13%, em 1996, para 16%, em 2001.

O PRIMEIRO GOVERNO DE LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA (2003-2006)Essas condições representavam um dos muitos desafios que teria pela frente o futuro do Brasil, a ser decidido nas eleições de outubro de 2002.

Os principais candidatos eram: Luiz Inácio Lula da Silva (PT), José Serra (PSDB), Ciro Gomes (PPS) e Anthony Garotinho (PSB).

• Ao trabalhador doméstico (cozinheiros, babás, arrumadei-ras, caseiros, etc.) foram assegurados vários direitos, como: salário mínimo, 13º salário, repouso semanal remunerado, fé-rias, licença gestante e remunerada de 120 dias, aviso prévio e aposentadoria.

• Aposentadoria igual à média dos 36 últimos salários de con-tribuição, corrigidos monetariamente para preservar seu valor real;

Em 2002, no final do 2º mandato de Fernando Henrique Cardoso, plano adotado, AVANÇA BRASIL, levou o país a um desequilibro econômico. Segundo dados do IBGE, a inflação

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Atualidades

chegou a níveis muito mais altos do que a crise de 1999. Com a proximidade do processo eleitoral a disputa se acirrou no segundo semestre. Todo esse quadro sócio econômico de final de mandato e crise generalizada determinou a mudança de mentalidade política. Essa eleição tornou-se ímpar, levando ao poder como presidente da República o candidato do parti-do dos trabalhadores: LULA, consolidando a democracia. É a primeira vez em 500 anos que um representante dos trabalha-dores chega a um cargo muito elevado na política brasileira.

A partir de 2003, o Brasil é conduzido politicamente pelo Partido dos Traba-lhadores (PT), que chegou a presidên-cia com a coligação PT/PL. O presiden-te representante da classe operária adotou vários pontos de ação em seu governo que ainda estão em andamen-to. Partindo de sua posse em 1º de ja-neiro de 2003 até os dias atuais não conseguiu implantar totalmente seus projetos. “ESPETÁCULO DO CRESCI-MENTO”

O Governo Lula (iniciado em 2003) corresponde ao período da história política brasileira que se inicia com a posse como pre-sidente de Luiz Inácio Lula da Silva, em 1 de Janeiro de 2003, na sua quinta tentativa para chegar ao cargo presidencial, após derrotar o candidato do PSDB e ex-ministro da Saúde José Serra, e permanece até os dias de hoje. Sua estada na presidência termina em 1 de Janeiro de 2011.

Em outubro de 2006 Lula se reelegeu para a presidência, der-rotando o candidato do PSDB Geraldo Alckmin, sendo eleito em segundo turno com mais de 60% dos votos válidos.

ECONOMIA

Na gestão de Lula, Henrique Meirelles, deputado federal eleito pelo PSDB de Goiás em 2002, foi escolhido para a direção do Banco Central do Brasil e o médico sanitarista e ex-prefeito de Ribeirão Preto, Antônio Palocci, foi nomeado Ministro da Fazenda. Após seguidas denúncias contra Pallocci, este pediu demissão, sendo substituido pelo economista e professor uni-versitário, Guido Mantega (27/03/2006).

O Governo Lula caracterizou-se pela baixa inflação, taxa de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) em quatro anos (2003/2006) de 3,2%, em média, redução do desemprego e constantes recordes da balança comercial.

A atual gestão promoveu o incentivo às exportações, à di-versificação dos investimentos feitos pelo BNDES, estimulou o micro-crédito e ampliou os investimentos na agricultura fa-miliar através do PRONAF (Programa Nacional da Agricultura Familiar).

São exemplos da recuperação econômica do país sob a gestão do presidente Lula o recorde na produção da indústria auto-mobilística, em 2005; e o maior crescimento real do salário mínimo, resultando na recuperação do poder de compra do brasileiro. O salário mínimo passou, em cinco anos, de 200 para 380 reais, aumento maior que tanto o do primeiro quan-to o do segundo governos de Fernando Henrique Cardoso, que variou de 80 para 200 reais em 8 anos.

Enquanto a renda média do trabalhador brasileiro, ao longo de todo o primeiro mandato de Lula e no início do segundo, não havia recuperado o valor de dezembro de 2002, o nível de

desemprego registra a maior queda em 13 anos, chegando ao índice de 9,9% em fevereiro de 2007.

Durante esta gestão a liquidação do pagamento das dívidas com o FMI foram antecipadas, fato criticado por economistas por se tratar de dívida com juros baixos, mas que resultaram em melhor prestígio internacional e maior atenção do merca-do financeiro para investir no Brasil.

Críticos apontam também, que a condução da política de ju-ros - os maiores do mundo - pelo governo é desastrosa. O di-nheiro que deveria ser investido em obras públicas de grande impacto econômico e de infraestrutura é totalmente drenado ao setor financeiro. Analista financeiros apontam como causa da alta taxa de juros os gastos excessivos do Governo Federal com a geração de empregos no setor público e no funciona-lismo.

Argumentam ainda que os números positivos, apesar de mo-destos, são consequência da bonança financeira internacio-nal, que pode mudar a qualquer momento, e que o país não dispõe de um plano de desenvolvimento claro.

Outra diferença entre a política econômica do governo Lula e a do governo anterior teria sido o fim do ciclo de privatizações que levou o Estado a, por exemplo, vender a companhia Vale do Rio Doce, que se tornou uma das mais competitivas do mundo. Houve a recriação de alguns órgãos extintos no go-verno anterior, como a SUDENE, e a criação de novas empre-sas estatais de menor porte. Porém, após 5 anos de mandato, o governo Lula passa também a apoiar uma política de priva-tizações, com os leilões de concessão de 7 lotes de rodovias federais, vencidos na maioria por empresas estrangeiras.

REFORMAS

Uma das plataformas de campanha de Lula foi a necessidade de reformas. Aprovou-se parcialmente no Congresso Nacional em 2003 a reforma da previdência social, levando vários seto-res da sociedade a protestarem contra uma possível perda de benefícios e direitos adquiridos.

Apesar de prometidas, as reformas trabalhista, tributária, fis-cal e política ainda não saíram do papel.

O FOME ZERO

O Programa Fome Zero foi a principal plataforma eleitoral de Luiz Inácio Lula da Silva em 2002. Nessa campanha eleitoral, ele pregava a eliminação da fome no Brasil.

O programa Fome Zero começou como uma tentativa do Pre-sidente da República de mobilizar as massas em favor dos pobres em estado de extrema miséria ainda muito presente no Brasil. O programa fez com que os olhos dos governos internacionais se voltassem para o Brasil, sendo Luiz Inácio muito elogiado em seus primeiros discursos internacionais.

PROGRAMAS SOCIAIS

Um relatório do IBGE, do fim de novembro de 2005, afirma que o governo do presidente Lula estaria fazendo do Brasil um país menos desigual. Com base no PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), a FGV divulgou estudo mostrando que a taxa de miséria de 2004 teria caído em 8% se compa-rada a 2003, ano em que Lula tomou posse. Ainda segundo a PNAD, oito milhões de pessoas teriam saído da pobreza (classes D e E) ao longo do governo Lula.

Um programa social bastante conhecido do governo Lula é o Bolsa Família. Ele foi criado através do Decreto Nº 5.209 de 17

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Atualidades

de Setembro de 2004. A finalidade do Programa era a trans-ferência direta de renda, do governo, para famílias pobres (renda mensal por pessoa entre R$60,01 e R$120,00) e em extrema miséria (renda mensal por pessoa de até R$60,00). O Programa, no entanto, foi uma reformulação e ampliação do programa Bolsa-Escola, do governo FHC e recebe muitas críticas de diversos setores da sociedade. A principal delas é a de que o Bolsa Familia, apesar de distribuir dinheiro entre a população mais carente, não melhora o nível de vida dos beneficiados pelo programa.

No campo da educação, o governo Lula avançou, apresentan-do fortes níveis de escolarização em todas as faixas etárias. A parcela da população que não frequentava a escola foi redu-zida de 29% para 18% em apenas 36 meses, considerando o grupo de 5 a 17 anos de idade. No nível básico, o percentual de crianças fora da escola chegou, em 2005, a apenas 2,8%.

Com a criação do FUNDEB (Fundo de Manutenção e Desenvol-vimento da Educação Básica), o governo Lula objetiva aten-der 47 milhões de estudantes brasileiros, com investimentos anuais de até R$ 4,3 bilhões.

Na área do ensino superior, o PROUNI (Programa Universida-de Para Todos), destaca-se como o maior programa de bolsas de estudo da história da educação brasileira, possibilitando o acesso de milhares de jovens à educação e estimulando o processo de inclusão social. Em 2005, o PROUNI ofereceu 112 mil bolsas de estudo em 1.412 instituições em todo o país. O governo também investiu na criação de 9 novas universidades públicas federais, interiorizando o acesso à educação pública gratuita. Atualmente, as universidades federais oferecem 122 mil vagas gratuitas. Contudo, o programa é criticado por pro-fessores e estudiosos de instituições de ensino federais, das quais algumas se encontram em processo de sucateamento por falta de repasse de recursos federais. Alegam também ser uma distribuição de recursos públicos à instituições de ensino privado de baixa qualidade.

Com relação à mortalidade infantil, o Brasil também avançou sob o governo Lula. A taxa de mortalidade infantil caiu para 26 mortes para grupo de mil habitantes, contra 29,6 do go-verno anterior.

O combate à escravidão e ao trabalho degradante foi outro ponto que teve destaque no governo do presidente Lula. O atual governo brasileiro libertou mais trabalhadores em três anos que o governo anterior em seus oito anos. Nas ações dos ficais do trabalho, cerca de 12.400 trabalhadores em re-gime de escravidão ou trabalho degradante foram libertados desde 2003.

POLÍTICA EXTERNA

No plano internacional, Lula e seu governo têm se destacado pela liderança que exercem no grupo de países emergentes frente aos mais ricos. Uma das reivindicações desse grupo de países é a queda das barreiras alfandegárias e dos subsídios agrícolas, que vem sendo discutida na Organização Mundial de Comércio.

Uma das prioridades do governo Lula é a integração da Amé-rica do Sul através da expansão do Mercosul, criação da União Sul-Americana de Nações, e a abertura de novas rotas comer-ciais com países os quais o Brasil pouco se relacionava, em especial os países árabes e africanos. Igualmente, a política externa do atual Governo busca estimular a reforma da Orga-nização das Nações Unidas (ONU), pleiteando, nesse contex-to, um assento permanente no Conselho de Segurança.

A atual política externa procura igualmente dar ênfase a te-mas sociais, em particular à luta contra a fome e a pobreza no âmbito global. Além disso, tem buscado intensificar as discus-sões acerca do financiamento ao desenvolvimento, estimulan-do o surgimento de mecanismos financeiros inovadores. Nes-se contexto, tem ganhado importância a discussão acerca dos crescentes fluxos de remessas de recursos dos migrantes que vivem em países desenvolvidos para seus países de origem. Essa fonte de divisas joga papel fundamental no desempenho econômico de muitos países em desenvolvimento.

Porém, o governo Lula tomou decisões controversas em ma-téria de politica externa. Uma delas foi o reconhecimento da China como economia de mercado, o que derrubou diversas barreiras comercias impostas aos produtos chineses, facili-tando sua entrada no Brasil e, para alguns, prejudicando a economia nacional. A China, em contrapartida, apoiaria a can-didatura do Brasil a um assento permanente no Conselho de Segurança da ONU.

O Governo Lula também acumula algumas derrotas em suas tentativas de criação de um bloco econômico compreendido por países subdesenvolvidos e emergentes.

O Governo Lula patrocinou uma missão de paz no Haiti, alme-jando crédito com a ONU. Cerca de 1200 militares brasileiros desembarcaram no Haiti em uma missão pacífica, visando a reestruturação do estado haitiano.

CRISES

A partir de 2004, o governo Lula enfrentou crises políticas, que atingiram seu apogeu em julho de 2005, quando denun-ciaram um suposto esquema de compra de votos de deputa-dos no congresso e suposto financiamento de campanhas por “Caixa 2”. Várias outras denúncias de escândalos foram sendo descobertas, como o caso da quebra de sigilo de um caseiro, que levou a demissão do ministro Antonio Palocci, além da tentativa de compra de um dossiê por parte de agentes da campanha do PT de São Paulo.

O SEGUNDO GOVERNO DE LULA

Reeleito em 2006 para seu segundo mandato, Lula contou com apoio de uma coalizão de doze partidos (PT, PMDB, PRB, PCdoB, PSB, PP, PR, PTB, PV, PDT, PAN e PSC), cujos presi-dentes ou líderes têm assento no Conselho Político, que se reúne periodicamente (normalmente a cada semana) com Lula. Além disso, PTdoB, PMN e PHS também fazem parte da base de apoio do governo no Congresso, totalizando quinze partidos governistas. Lula havia lançado, no dia da reeleição, a meta de crescimento do PIB a 5% ao ano para seu segundo mandato, da qual, aparentemente, recuou, pelo menos para o ano de 2007 (ainda assim foi atingida). Não obstante, no dia 22 de janeiro, foi lançado o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), um conjunto de medidas que visa a aceleração do ritmo de crescimento da economia brasileira, com previ-são de investimentos de mais de 500 bilhões de reais para os quatro anos do segundo mandato do presidente, além de uma série de mudanças administrativas e legislativas. O PAC prevê um crescimento do PIB de 4,5% em 2007 e de 5% ao ano até 2010.

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Atualidades

O Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE), que estabe-lece o objetivo de nivelar a educação brasileira com a dos pa-íses desenvolvidos até 2021, prevê medidas até 2010 (entre elas a criação de um índice para medir a qualidade do ensino e de um piso salarial para os professores de escolas públicas), foi lançado oficialmente no dia 24 de abril.

POLÍTICA EXTERNA

Dentre suas diretrizes de trabalho está a atuação defensiva na área de Relações Exteriores, com atuação estrategicamente focada na OMC e formação de grupos de trabalho formados por países em desenvolvimento, bem como interações especí-ficas com a União Europeia, melhorando a exposição do país internacionalmente. Essa forte atuação gerou resultados na ampliação do comércio brasileiro com diversos países e na consequente diminuição da dependência dos Estados Unidos e da União Europeia nas exportações brasileiras.

Ainda na política externa, o governo Lula atua para integrar o continente sul americano, expandir e fortalecer o Mercosul, obtendo alguns avanços, como o aumento de mais de 100% nas exportações para a América do Sul, fortalecendo o co-mércio regional.

O GOVERNO DE DILMA

Dilma Rousseff fez história primeiro dia de 2011 ao se tornar a primeira mulher presidente do brasil.

Com o ministério mais feminino que o país já teve, (nove ministras), Dilma logo tentou se distinguir de seu antecessor, Luís Inácio Lula da Silva.

Na política internacional, deu sinais de uma reaproximação com os Estados Unidos e condenou regimes que não respei-tam os direitos humanos.

Na economia, adotou medidas de austeridade fiscal. O com-bate à alta de preços sofreu um baque no meio de 2011. O Banco Central reduziu os juros na contramão das expectativas do mercado, que previa uma inflação acima da meta anual.

Dar seguimento a um projeto nacional de desenvolvimento que assegure renda e sustentável transformação produtiva do Brasil é uma das diretrizes do governo dilmista que propõe.* estimular o empreendorismo;* conciliar a política industrial entre as grandes, médias, pe-quenas e microempresas;* dar ênfase à produção de energia renovável e à pesquisa de novas fontes limpas;* ter como eixo central a produção industrial, agrícola, ener-gética e da infraestrutura para a transformação produtiva do país.

Em 2011, com o real forte, a balança comercial brasileira manteve-se com o saldo positivo. O PAC, programa de acele-ração do crescimento continuou a melhorar a infraestrutura. O aumento do valor do bolsa família fomentou a distribuição de renda e o comércio interno brasileiro.

Dilma também teve de se equilibrar diante das demandas políticas de sua base de apoio, e denúncias que envolveram vários de seus ministros.

No campo político, 2011 será lembrado pela queda sequen-cial de ministros. Foram sete no intervalo de seis meses. O primeiro foi Antônio Palloci, da Casa Civil, seguido por Alfredo nascimento dos Transportes, Nelson Jobim, da Defesa, Wag-ner Rossi da Agricultura, Pedro Novais, do Turismo, Orlando Silva, dos esportes e Carlos Lupi, do Trabalho.

ANOTAÇÕES

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Atualidades

O PETRÓLEO NO BRASIL ENTENDA O QUE É A CAMADA PRÉ-SAL

A chamada camada pré-sal é uma faixa que se estende ao longo de 800 quilômetros entre os Estados do Espírito Santo e Santa Catarina, abaixo do leito do mar, e engloba três bacias sedimentares (Espírito Santo, Campos e Santos). O petróleo

encontrado nesta área está a profundidades que superam os 7 mil metros, abaixo de uma extensa camada de sal que, segundo geólogos, conservam a qualidade do petróleo (veja figura abaixo).

Vários campos e poços de petróleo já foram descobertos no pré-sal, entre eles o de Tupi, o principal. Há também os nome-ados Guará, Bem-Te-Vi, Carioca, Júpiter e Iara, entre outros.

ECONOMIA 2

Um comunicado, em novembro do ano passado, de que Tupi tem reservas gigantes, fez com que os olhos do mundo se voltassem para o Brasil e ampliassem o debate acerca da ca-mada pré-sal. À época do anúncio, a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) chegou a dizer que o Brasil tem condições de se tornar exportador de petróleo com esse óleo.

Tupi tem uma reserva estimada pela Petrobras entre 5 bilhões e 8 bilhões de barris de petróleo, sendo considerado uma das maiores descobertas do mundo dos últimos sete anos.

Neste ano, as ações da estatal tiveram forte oscilação depois que a empresa britânica BG Group (parceira do Brasil em Tupi, com 25%) divulgou nota estimando uma capacidade entre 12 bilhões e 30 bilhões de barris de petróleo equivalente em Tupi. A portuguesa Galp (10% do projeto) confirmou o número.

Para termos de comparação, as reservas provadas de petró-leo e gás natural da Petrobras no Brasil ficaram em 13,920 bilhões (barris de óleo equivalente) em 2007, segundo o cri-

tério adotado pela ANP (Agência Nacional do Petróleo). Ou seja, se a nova estimativa estiver correta, Tupi tem potencial para até dobrar o volume de óleo e gás que poderá ser extra-ído do subsolo brasileiro.

Estimativas apontam que a camada, no total, pode abrigar algo próximo de 100 bilhões de boe (barris de óleo equivalen-te) em reservas, o que colocaria o Brasil entre os dez maiores produtores do mundo.

Mais dúvidas

A Petrobras, uma das empresas pioneiras nesse tipo de per-furação profunda, porém, não sabe exatamente o quanto de óleo e gás pode ser extraído de cada campo e quando isso começaria a trazer lucros ao país.

Ainda no rol de perguntas sem respostas, a Petrobras não descarta que toda a camada pré-sal seja interligada, e suas reservas sejam unitizadas, formando uma reserva gigantesca.

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Atualidades

Justamente por conta do desconhecimento sobre o potencial da camada pré-sal o governo decidiu que retomará os leilões de concessões de exploração de petróleo no Brasil apenas nas áreas localizadas em terra e em águas rasas. Afinal, se a ca-mada for única, o Brasil ainda não tem regras de como leiloaria sua exploração.

Assim, toda a região em volta do pré-sal não será leiloada até que sejam definidas as novas regras de exploração de petróleo no país (Lei do Petróleo), que voltaram a ser discutidas pelo Planalto - foi criada uma comissão interministerial para debater modelos em vigor em outros países e o destino dos recursos do óleo extraído.

Além disso, o governo considera criar uma nova estatal para administrar os megacampos, que contrataria outras petrolífe-ras para a exploração - isso porque os custos de exploração e extração são altíssimos. Os motivos alegados no governo para não entregar a região à exploração da Petrobras são a parti-cipação de capital privado na empresa e o risco de a empresa tornar-se poderosa demais.

Opiniões

O diretor de exploração e produção da Petrobras, Guilherme Estrella, disse que a discussão em torno das mudanças no marco regulatório do petróleo não levará em conta o interesse privado.

“Existem vários interesses públicos e privados envolvidos nessa questão. A Petrobras é uma empresa que tem controle gover-namental, mas tem acionistas privados, que têm que ser res-peitados. Ao mesmo tempo, o aproveitamento dessas riquezas é questão de Estado brasileiro”, reconheceu.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem feito vários discur-sos em que mencionou que as reservas pertencem ao “povo brasileiro” e devem ser usadas em benefício do país, como para aplicações na educação. Lula chegou a mencionar que as reser-vas eram uma chance divina e deveria ser usada para reparar uma dívida com os mais pobres.

Folha Online - 31/08/2009 - 08h09

http://www1.folha.uol.com.br/folha/dinheiro/ult91u440468.shtml

BIOCOMBUSTÍVELA Petrobras Biocombustível foi criada em 29 de julho de 2008 pela Petrobras. É a subsidiária responsável pelo desenvolvi-mento de projetos de produção e gestão de etanol e biodiesel. No segmento de etanol, a companhia criou um modelo de ne-gócio que tem como política a busca de parcerias com empre-sas internacionais que disponham de mercado para exporta-ção e produtores brasileiros de etanol que já atuem no setor. A Petrobras Biocombustível possui duas usinas produzindo biodiesel: uma em Candeias, no estado da Bahia, e outra em Quixadá, no estado do Ceará. Uma terceira unidade entrará em operação ainda este ano no município de Montes Claros, em Minas Gerais. As três usinas, juntas, terão capacidade total de produção de 170 milhões de litros de biodiesel por ano. As usinas de Candeias e Quixadá já receberam o Selo Combustível Social. A matéria-prima para essas usinas virá prioritariamente da agri-cultura familiar, gerando emprego e renda no campo, buscando sempre a sustentabilidade econômica, social e ambiental.

Petrobras - http://www.petrobrasbiocombustiveis.com.br/empresa.html Acesso em: 15/10/2009.

LULA LANÇA PLANO QUE PROÍBE CULTIVO DA CANA NA AMAZÔNIA E PANTANALO presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou nesta quinta-feira (17) um plano que proíbe o cultivo de cana-de-açúcar em áreas que ainda preservam sua vegetação nativa, como Amazônia e Pantanal, assim como em reservas ambientais e indígenas e em todas as áreas de importância ecológica.

A iniciativa, transformada em projeto de lei enviado hoje mesmo ao Congresso, proíbe o cultivo da cana e a instalação de fábricas de etanol em 81,5% de todo o território nacional, já que garante a proteção de três grandes ecossistemas: Amazônia, Pantanal e a Bacia do Alto Paraguai.

A área afetada pela proibição se eleva a 92,5% de todo país caso se levem em conta as regiões em que o cultivo não é viável, segundo um comunicado da Presidência.

O plano é uma resposta às críticas de algumas organizações ambientalistas e alguns governos no sentido de que os pla-nos brasileiros para expandir os cultivos de cana-de-açúcar e aumentar a produção de etanol ameaçam o meio ambiente e a conservação da maior floresta tropical do mundo.

BIOCOMBUSTÍVEL

O Brasil, maior produtor e exportador mundial de açúcar e de etanol feito à base de cana, lidera um projeto para in-centivar a produção e o consumo mundial do biocombustível por ser menos poluente que a gasolina e por poder gerar empregos nas áreas pobres.

O plano anunciado hoje limita a extensão dos cultivos de cana a apenas 64 milhões de hectares, em sua maioria em regiões devastadas e que já são importantes produtores agrícolas.

O Brasil conta atualmente com 8,9 milhões de hectares culti-vados com cana-de-açúcar, o que equivale a 1% do território nacional.

COLHEITA RECORDE

A área já é suficiente para garantir uma colheita recorde este ano de cerca de 634 milhões de toneladas de cana, com um crescimento de 11% frente à de 2008 (572,6 milhões de toneladas).

Segundo previsões do governo, o Brasil também conseguirá este ano recordes em sua produção de açúcar refinado e de etanol (37,9 milhões de toneladas e 28,6 bilhões de litros, respectivamente).

De acordo com o ministro da Agricultura, Pecuária e Abaste-cimento, Reinhold Stephanes, o mapa com as áreas em que será possível cultivar cana foi elaborado com base em dois princípios determinados por Lula: que a expansão das áreas plantadas não ameace o ambiente e que nessas regiões a colheita possa ser feita de forma mecânica.

“Com a restrição do cultivo nas áreas em que a colheita não pode ser mecanizada, o governo impede que os agricultores tenham que recorrer à queima dos canaviais para preparar a terra para novos cultivos”, explicou Stephanes.

Outra das críticas à expansão da cana-de-açúcar no Brasil é que a queima dos canaviais provoca fortes emissões de gases poluentes e ameaça a saúde da população nas regiões vizinhas.

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Atualidades

As organizações ambientalistas também reivindicam que, por não contar com fazendas mecanizadas em todo o país, os fazen-deiros exploram o trabalho dos camponeses.

Segundo o comunicado da Presidência, o plano é um dos compromissos que o Brasil apresentará na próxima reunião da ONU (Organização das Nações Unidas) sobre mudança climática, em dezembro.

Folha Online - 17/09/2009 - 18h02 - http://www1.folha.uol.com.br/folha/ambiente/ult10007u625438.shtml

Folha Online - 21/09/2009 - 10h16 - http://www1.folha.uol.com.br/folha/dinheiro/ult91u626843.shtml

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Atualidades

POLÍTICA ECONÔMICA NACIONALTRANSPORTE ou, serviços de transporte, em ciências eco-nômicas, é o conjunto de atividades ligadas à movimentação física de pessoas (transporte de passageiros) ou de materiais (transporte de carga). Inclui a logística, que é a administração das cadeias de distribuição de mercadorias. Há quatro prin-cipaís modalidades de transporte em economias modernas: transporte aéreo, pelo ar em aviões, helicópteros ou balões; transporte aquaviário, pela água em navios, barcas ou balsas, que inclui transporte marítimo (intercontinental por mares ou oceanos), cabotagem (transporte costeiro por mares ou ocea-nos), transporte fluvial (por rios) e transporte lacustre (por la-gos); transporte dutoviário, por tubos ou dutos que podem ser gasodutos (para substâncias gasosas), oleodutos (para subs-tâncias líquidas) ou minerodutos (para substâncias sólidas); e transporte terrestre, em caminhões, automóveis ou trens, que se divide em transporte ferroviário (por trilhos de ferro) e trans-porte rodoviário (por estradas de rodagem).

SETOR EXTERNOConjunto de atividades econômicas por meio das quais os valo-res entram e saem do país.

BALANÇA COMERCIAL - Diferença em valor durante deter-minado período de tempo entre exportações, as mercadorias vendidas para outros países, e importações, as mercadorias compradas de outros países. Se um país exporta mais do que importa, o resultado é um superávit da balança comercial.

BALANÇO DE PAGAMENTOS - Registro de todos os valo-res que são objeto de transações entre um país e o resto do mundo durante determinado período. O cálculo do balanço de pagamentos é a soma de três valores: a conta de transações correntes, a conta de capitais e a mudança no nível de reservas internacionais.

CONTA DE CAPITAIS - Mudança, entre um período e outro, na propriedade de ativos de um país por estrangeiros. Quando estrangeiros investem em negócios locais, compram ou ven-dem títulos e ações nacionais, ou fazem outros investimentos, como a compra de moeda nacional, estão colocando valores no país em questão. Quando os cidadãos daquele país fazem o mesmo, estão tirando valores do país. A conta de capitais é a diferença entre o que sai e o que entra. Ou seja, se estran-geiros investem mais no país do que cidadãos daquele país investem no exterior, a conta fica positiva.

CONTA DE TRANSAÇÕES CORRENTES - Soma de todas as transações entre um país e o resto do mundo que não en-volvem capital, ou seja, que não representam investimentos. O resultado da balança comercial é uma das transações cor-rentes. Também entram nessa conta o balanço de serviços, a diferença entre os valores de serviços prestados a pessoas ou entidades do país por estrangeiros e os prestados por cidadãos ou instituições nacionais aos estrangeiros. Outro elemento é a transferência de rendas, que inclui, por exemplo, remessas de lucros de subsidiárias de empresas estrangeiras no país e paga-mento de dividendos a acionistas estrangeiros. Por fim, entram as transferências unilaterais que não estão ligadas a transações envolvendo produtos, serviços ou investimentos, como dinheiro enviado ao país por emigrantes ou enviado ao exterior pelo governo para a manutenção de embaixadas ou consulados.

GLOBALIZAÇÃO - Fenômeno observado na atualidade que consiste na maior integração entre os mercados produtores e consumidores de diversos países e resulta, em maior interde-

pendência entre as economias dos diversos países do mundo. O termo também se refere à maior integração social e cultural entre nações.

INVESTIMENTO ESTRANGEIRO DIRETO - Valor investido por indivíduos ou entidades de país diretamente na economia real de outro, ou seja, o capital estrangeiro empregado para fa-zer negócios no país. É significativo como medida da avaliação que agentes econômicos de outros países fazem do potencial de longo prazo da economia nacional em comparação com o potencial das economias de outros países.

TURISMO - Viagens de prazer ou recreio e esporte que indiví-duos fazem por lazer, bem como viagens com objetivos econô-micos, que são denominadas turismo de negócios. Há diversas atividades econômicas locais ligadas ao turismo. Quando es-trangeiros visitam o país e gastam seu dinheiro nessas ativi-dades, estão transferindo valores de seu país de origem para aquele que estão visitando. Esses gastos também entram na conta de transações correntes.

ECONOMIA FINANCEIRACom o objetivo de facilitar as transações econômicas, criaram-se, no decorrer do tempo, diversos instrumentos que represen-tam valor, mas não têm valor intrínseco. É comum referir-se a esse conjunto de instrumentos como papéis ou títulos, uma vez que nada mais são do que promessas registradas em pa-pel. Dinheiro, ou papel-moeda, por exemplo, é uma promessa do governo que o emitiu de honrar o valor estampado em sua face. Em economias modernas, os próprios títulos, ou ativos financeiros, tornaram-se objetos de negociação pelo valor que representam no presente e, sobretudo, pelo potencial que têm de se valorizar no futuro próximo ou longínquo. O conjunto das transações envolvendo exclusivamente esses papéis compõe a economia financeira.

AÇÕES Ativos financeiros que representam uma parte do capital de uma sociedade anônima e cujo valor está ligado ao desempe-nho ou potencial econômico da empresa.

ORDINÁRIAS, ou ações ordinárias nominativas (ON), são ações normais, ou seja, que dão direito a voto e a participação nos lucros da empresa.

PREFERENCIAIS, ou ações preferenciais nominativas (PN), são ações emitidas com garantia de prioridade na recepção de lucros distribuídos e no reembolso do capital, caso a empresa seja dissolvida ou entre em processo de falência.

DIVIDENDOS - Lucros líquidos distribuídos aos acionistas ou sócios de uma companhia na proporção do valor de suas ações ou cotas de capital.

BOLSA - Instituição, autorizada pelo governo, onde se reúnem negociantes e corretores de uma praça para tratar da compra e venda de papéis. Ou seja, é um mercado para transações que envolve ativos financeiros. Há diversos tipos de bolsa, como a bolsa de câmbio, a bolsa de fundos públicos, a bolsa de mer-cadorias e a bolsa de valores. As principaís bolsas do Brasil são a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa, www.bovespa.com.br), a maior da América Latina, que representa cerca de 70% dos negócios envolvendo ações e titulos na região, e a Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F, www.bmf.com.br). A maior bolsa do mundo em termos de valor dos papéis negociados é a New York Stock Exchange (NYSE, www.nyse.com) - a Bolsa de Valores de Nova York, também chamada de Wall Street, rua na qual fica localizada.

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Atualidades

CÂMBIO - Câmbio, ou taxa de câmbio, é a diferença de preço na troca da moeda de uma nação pela de outra. Numa econo-mia globalizada, o elevado número de transações entre países gera enorme demanda por operações cambiais que permite que os vendedores e os compradores possam pagar e receber em sua moeda local. A variação da procura e oferta de cada moeda provoca mudanças no valor relativo de cada uma.

COMMODITY - Mercadoria produzida em grande quantida-de, por um número significativo de produtores e com quali-dade uniforme, ou seja, sem significativas distinções em suas características. Esses produtos genéricos são negociados por volume em bolsas de mercadorias. As commodities tradicio-nais são produtos agrícolas como trigo, soja, suco de laranja congelado e boi gordo e produtos minerais como petróleo, aço e ouro. Atualmente estão surgindo mercados para com-modities modernos como créditos de carbono e largura de banda.

DERIVATIVOInstrumento financeiro, ou contrato, cujo valor é vinculado ao preço de outro ativo financeiro como uma commodity, uma taxa de câmbio ou uma ação. Derivativos existem para permi-tir a negociação dos riscos embutidos em cada título sem que seja preciso negociar, concomitantemente, o valor dos bens que representam. Os principaís instrumentos derivativos são:

FUTURO, ou futures contract, é um contrato pelo qual uma parte garante à outra que comprará ou venderá um ativo fi-nanceiro a um determinado preço em uma data definida no futuro.

OPÇÃO - Contrato pelo qual uma parte garante à outra o direito de comprar ou de vender um ativo financeiro a um de-terminado preço em uma data futura. Quem tem uma opção tem o direito, mas não a obrigação, de realizar a compra ou a venda na data definida em contrato.

SWAP - Contrato que prevê a troca - swap em inglês significa troca - de um ativo financeiro por outro no futuro se algumas condições, determinadas em contrato, se realizarem.

ESPECULAÇÃO - Atividade que ocorre em mercados de ati-vos financeiros caracterizada pela compra e venda desses ati-vos a fim de obter lucro elevado, no curto prazo, em razão das oscilações nas cotações. Em teoria, a especulação difere da aposta, do simples jogo de azar, na medida em que o especu-lador seria capaz de perceber, por meio de analise econômica, uma relação entre risco e retorno que não está refletida nos preços dos ativos financeiros e explorá-la.

FUNDO - Qualquer concentração de recursos financeiros, ou ca-pital, com um objetivo específico. Um fundo de investimento, por exemplo, tem como finalidade conseguir rendimentos por meio da aplicação dos recursos em determinado conjunto de ativos financeiros. Há vários tipos de fundo de investimento, denomina-dos de acordo com o tipo de ativo financeiro no qual se propõem a investir. Um fundo de pensão tem a finalidade de acumular capital e fazê-lo render de forma a conceder pensões, aposenta-dorias e outros benefícios aos seus membros no futuro.

ÍNDICE - Em economia financeira, é a soma dos valores de um conjunto ou uma cesta de títulos, tidos como representa-tivos de determinado mercado ou bolsa. A variação do índice no decorrer de determinado período é um indicador do desem-penho médio de investimentos feitos nos tipos de títulos dos quais o índice é composto.

LIQUIDEZ - Grau de negociabilidade de um título ou ativo financeiro, ou seja, a facilidade com a qual se pode transformá-los em dinheiro a qualquer momento.

TÍTULO DE CRÉDITO - Categoria de ativos financeiros que inclui todos os documentos ou contratos que dão ao portador o direito de receber um ou mais pagamentos em dinheiro da entidade que emitiu o título em uma ou mais datas no futuro. É uma forma de dívida. Há diversos tipos de títulos de crédi-to negociados no mercado financeiro cujos nomes variam de acordo com o tipo de entidade que o emite, os prazos e for-mas de pagamento e outras condições e direitos incluídos. Os mais comuns são as debêntures, nome dado a títulos de cré-dito emitidos por sociedades anônimas com ações negociadas em bolsas, e os títulos públicos federais, emitidos pelo Tesouro Nacional.

POLÍTICA ECONÔMICA - Governos têm grande influência sobre a economia de seus países. O conjunto de normas es-tabelecidas e medidas tomadas por um governo para atingir objetivos econômicos é chamado de política econômica. Os ob-jetivos universais de qualquer política econômica são estimular o crescimento da economia maximizar a estabilidade das con-dições de negócios. Os quatro pilares da política econômica de um país são as política cambial, comercial, fiscal e monetária, mas a atuação de um governo pode ir além delas.

POLÍTICA CAMBIAL - Conjunto de normas estabelecida e medidas tomadas por um governo para influenciar as taxas de câmbio entre a moeda nacional e as moedas de outros países. A intervenção do governo é necessária porque o equilíbrio en-tre a procura por moedas estrangeiras e sua oferta se altera constantemente e pode, por vezes, provocar instabilidade nas taxas de câmbio. Essa situação é desfavorável para o cresci-mento, pois inibe as atividades econômicas que têm um com-ponente internacional. A procura por moeda estrangeira vem de importadores, empresas multinacionais que remetem lucros para o exterior, entidades com dívidas externas e cidadãos que viajam para o exterior. A oferta de moeda estrangeira vem de exportadores, empresas ou indivíduos que remetem dinheiro ao país e investidores e turistas estrangeiros que querem trazer dinheiro ao país. O sistema por meio do qual o governo procura controlar a taxa de câmbio é chamado de regime cambial. Há três principaís tipos:

Banda Cambial - Regime no qual o governo permite a va-riação das taxas de câmbio dentro de um intervalo chamado banda. Esse intervalo é alterado com o tempo, de acordo com a percepção do governo das tendências de procura e oferta de moeda estrangeira. Quando as taxas saem dos limites da banda, o banco central do país compra ou vende moedas es-trangeiras de suas reservas internacionais de forma a ajustar a cotação.

Câmbio Fixo - Existe quando o governo estabelece que a mo-eda nacional terá um valor fixo em relação a alguma moeda estrangeira, chamada moeda-lastro. Para tanto, deve garantir a livre convertibilidade entre as duas moedas, ou seja, quem quiser trocar uma moeda pela outra, pela taxa de câmbio defi-nida, poderá fazê-lo. Isso implica manter grandes reservas da moeda-lastro. Se a convertibilidade não for garantida, é prová-vel que um câmbio negro ou cambio paralelo surja para aten-der à oferta e à procura excedente.

Câmbio Flutuante - Regime no qual se permite que as taxas de câmbio tenham avaliação ditada pelo mercado, ou seja, pelo equilíbrio entre a procura e a oferta de moeda es-trangeira no país. Na prática, porém, em quase todos os pa-íses que permitem a flutuação livre das taxas de câmbio, os

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Atualidades

bancos centrais intervêm, comprando ou vendendo moeda, de forma a evitar a valorização ou a desvalorização exces-siva de suas moedas, pois um de seus principaís objetivos é a estabilidade. Essa situação é chamada flutuação suja. O Brasil adotou o regime de câmbio flutuante a partir de 1999.

RESERVA INTERNACIONAL - Quantidade de moeda es-trangeira que o governo de um país mantém em seu Tesouro para arcar com suas obrigações financeiras internacionais, como a dívida externa, e poder abastecer e absorver exce-dentes do sistema financeiro nacional. Assim, o volume de reservas internacionais de um governo é uma medida de sua capacidade de intervir no mercado de câmbio de forma a promover a estabilidade do valor de sua moeda em relação a outras moedas do mundo e defendê-la de eventuais ataques especulativos.

POLITÍCA COMERCIAL - Conjunto de normas e medidas que um governo põe em prática para influenciar o comércio de mercadorias e serviços entre seu país e o resto do mun-do. Há medidas e normas que visam ao protecionismo, ou seja, impedir ou restringir o fluxo de mercadorias e serviços estrangeiros de forma a proteger a indústria local, seja con-tra práticas desleais, como o dumping, seja para incentivar o desenvolvimento da indústria local, seja para garantir sua sobrevivência. Há também políticas retaliatórias, desenha-das para agir contra interesses de países cujas políticas co-merciais prejudicam os da economia local. Boa parte dos países do mundo hoje tende à abertura econômica gradual, ou seja, a evoluir para o livre-comércio com outras nações, reduzindo as barreiras.

BARREIRA NÃO-TARIFÁRIA - Tipo de barreira comer-cial não financeira à entrada de mercadorias num país. Há três principaís tipos de barreira não tarifária: as barreiras sanitárias ou fitossanitárias, que restringem a entrada de produtos por seu potencial de prejudicar a saúde pública no país; as barreiras técnicas, que atestam a não adequação da mercadoria às normas estabelecidas no país para garantir a segurança ou a satisfação do consumidor; e as barreiras am-bientais, que limitam o acesso ao mercado em virtude da po-tencial ameaça que o produto representa ao ambiente local ou que seu fabricante representa ao meio ambiente global.

COTA ou quota, é a quantidade de determinada mercadoria que, por lei, pode entrar em um país proveniente de outro. Cotas são aplicadas a países e mercadorias específicas.

DUMPING - Comercialização desleal de mercadorias, princi-palmente em mercados estrangeiros, por empresas ou gru-pos de empresas, a preços abaixo do custo de produção, com o objetivo de enfraquecer a concorrência ou levá-la à falência para, em seguida, dominar o mercado. Quando acreditam ser alvos da prática, países costumam adotar me-didas antidumping para impedir a entrada das mercadorias suspeitas.

SALVAGUARDA - Medida que suspende temporariamente a importação de um produto, de forma a permitir que a indústria local se adapte a mudanças repentinas no grau de concorrên-cia externa, ainda que essa seja legítima. Sua adoção prevê compensação para os exportadores de países prejudicados.

SUBSÍDIO - Auxílio financeiro, direto ou indireto, concedi-do pelo governo a produtores de qualquer ramo econômico, tornando sua atividade mais competitiva no mercado.

TARIFA - Imposto cobrado sobre o valor de uma merca-doria importada quando entra no país. Pode ser usada para diminuir a competitividade de produtos estrangeiros no mer-

cado nacional. A tarifa ad valorem é cobrada como porcen-tagem do valor da mercadoria importada, enquanto a tarifa específica é cobrada por volume ou peso.

POLÍTICA FISCALConjunto de normas e medidas que um governo adota para determinar as despesas e os custos de suas ações e a ma-neira pela qual irá financiá-los. Há basicamente dois tipos de política fiscal: expansionista e contracionista (o conceito de política fiscal neutra também existe, mas não é praticado por nenhum governo atualmente). A política fiscal expansionista visa ao crescimento. Para estimulá-lo, o governo aumenta os recursos disponíveis na economia, diminuindo impostos, au-mentando seus próprios gastos ou por uma combinação de ambas as medidas. Com o aumento de recursos, a procura por mercadorias e serviços cresce e estimula investimentos e contratações, que, por sua vez, impulsionam ainda mais a economia. A política fiscal restritiva ou contracionista tem a estabilidade como meta principal. Para debelar a inflação ou para sanear suas próprias finanças, o governo aumenta im-postos e reduz gastos. Ao retirar recursos da economia, pro-voca queda na procura e o desaquecimento dos negócios.

ARRECADAÇÃO TRIBUTÁRIA - Conjunto de recursos que um governo recolhe da economia por meio da cobrança de tributos, também conhecido como receita tributária. Há três tipos de tributo: taxas, contribuições e impostos. Uma taxa é cobrada especificamente para custear a prestação de um serviço público, como iluminação pública ou coleta de lixo.Ou seja, está vinculada a uma contraprestação de serviço e é cobrada daqueles que se beneficiam dele. A contribui-ção, que pode ser provisória ou permanente, também tem seus recursos direcionados a uma atividade estatal especí-fica, mas não necessariamente resulta em benefício direto para o contribuinte, tampouco sua cobrança é diretamente associada a qualquer benefício direto. Contribuições podem ser instituídas para financiar obras, serviços ou instituições específicas. O imposto não tem contrapartida direta na for-ma de serviço ou benfeitoria. Sua cobrança é ligada a uma situação ou atividade do contribuinte, como ter propriedade, consumir ou receber renda. Impostos podem ser diretos ou indiretos. Um imposto direto é cobrado do contribuinte fi-nal, que sabe exatamente quanto está pagando. O imposto indireto é cobrado de intermediários e acaba embutido nos preços de mercadorias e serviços. Assim, acaba sendo pago pelo consumidor final, mas sem seu conhecimento explícito. No Brasil, estima-se que mais de 60% da arrecadação tri-butária seja por meio de impostos indiretos. Entre tributos federais, estaduais e municipaís, o sistema tributário brasi-leiro consiste em mais de 60 taxas, contribuições e impos-tos, sem contar as taxas de cartórios e de outros serviços públicos específicos. Para que uma empresa opere em todo o território nacional, deve conhecer cerca de 3 mil normas com 55 mil artigos.

CARGA TRIBUTÁRIA - Parcela da riqueza gerada pela so-ciedade em um ano que o governo recolhe para sustentar sua estrutura, gastar nas atividades que lhe cabem e investir onde julga importante para a sociedade. A carga tributária brasileira é uma das mais elevadas do mundo. Segundo esti-mativa do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário, foi de 37,8%do PIB em 2005. Em comparação, a dos EUA é de 26,4% e a do México, de 18,1%.

DÍVIDA PÚBLICA - Soma dos valores que um governo deve aos indivíduos e entidades que lhe emprestaram di-

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nheiro. Governos pegam dinheiro emprestado quando seus gastos excedem a arrecadação. Para tanto, emitem títulos públicos, nos quais está registrada a promessa de realizar um ou mais pagamentos, no futuro, cuja soma é o valor do empréstimo acrescido de juros. A dívida interna é a soma das obrigações contidas nos títulos emitidos no próprio país, e a dívida externa, nos emitidos no exterior. Serviço da dívida é o conjunto de pagamentos periódicos de juros e quitações que o governo faz de acordo com as promessas registradas nos vários títulos emitidos. Rolagem da dívida é quando o governo emite novos títulos para obter os recursos necessá-rios para honrar a obrigação de quitar títulos cujos prazos se esgotaram. No fim de 2005, a dívida líquida do setor público do Brasil, que engloba todas as esferas de governo - federal, estadual e municipal, alcançou a marca de trilhão de reais. Cerca de 80% dessa dívida é interna.

EMPRESA PÚBLICA ou, estatal, é uma entidade engajada em atividades econômicas que visam lucro, mas que é de propriedade pública, pois foi criada com capital provido pelo governo, ou seja, com recursos provenientes da arrecadação tributária ou do endividamento público. Quando dão lucro, eles são incorporados à receita pública, e quando dão pre-juízos, devem ser cobertos por meio de gastos públicos. Pri-vatização é a venda da totalidade ou de parte majoritária do capital de uma empresa pública para indivíduos ou entidades do setor privado. Além dos bancos públicos, as principaís estatais brasileiras são a Petrobras e a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos. Várias estatais, como a Petrobrás e o Banco do Brasil, têm parte minoritária de seu capital privati-zado, ou seja, têm ações negociadas em bolsas de valores, mas ainda permanecem sob o controle do governo.

GASTOS PÚBLICOS - Soma das despesas nas quais o go-verno incorre para prestar serviços à população. Em boa par-te dos Estados modernos, os principaís gastos são similares. Um deles é com o funcionalismo público, com os salários dos trabalhadores empregados pelo governo. Também é comum gastar parcelas consideráveis da arrecadação com as redes públicas de educação e saúde, que incluem infraestrutura, materiais e salários dos profissionais. Outro grande item é a segurança. As polícias e outros órgãos públicos de vigilân-cia, proteção e investigação constituem a segurança pública, enquanto as Forças Armadas e serviços de inteligência cons-tituem a segurança nacional. Mas um dos maiores itens de gasto público, e um dos que mais crescem em boa parte dos países do mundo, é a previdência social, que garante renda na forma de pagamento de pensão a cidadãos impossibilita-dos de trabalhar, temporária ou permanentemente, por do-ença, invalidez ou idade avançada, bem como a dependentes de trabalhadores que morreram. A maioria dos países segue o modelo de previdência de repartição, no qual as contri-buições dos atuais trabalhadores à previdência financiam as pensões e os salários pagos aos atuais beneficiários. Quando as contribuições não são suficientes para cobrir os gastos, há um déficit da previdência, e o governo deve cobrir o rom-bo com outros recursos arrecadados ou se endividando. Por isso, muitos países estudam ou já começaram a implementar a transição para a previdência de capitalização, uma espécie de poupança compulsória, pela qual as contribuições de cada cidadão são acumuladas e investidas para, no futuro, serem usadas no pagamento dos benefícios a que têm direito.

INVESTIMENTO PÚBLICO - Utilização de recursos públicos em grandes obras ou para criar empresas públicas com o objeti-vo de gerar retorno, seja na forma de crescimento econômico e consequente aumento da arrecadação, seja na forma de lucros diretos. Devido às limitações orçamentárias enfrentadas pela

maioria dos governos atualmente, que diminuem sua capacidade de investir, surgiu a parceria-público-privada ou PPP, que se ca-racteriza pelo investimento conjunto do governo e de entidades privadas, orientado ou não ao lucro, em obras ou empreitadas consideradas de interesse público, ou pela gestão privada de ati-vidades públicas mediante remuneração.

PATRIMÔNIO PÚBLICO - Conjunto de bens que pertencem ao Estado e, portanto, a todos os cidadãos, incluindo empresas estatais e estruturas como prédios, aeroportos e todos os valores administrados pelo governo.

RECEITA PÚBLICA - Soma do valor das receitas tributá-rias com as outras receitas do governo, tais como a receita patrimonial, que inclui dividendos das estatais, aluguéis de imóveis públicos e outras, e a receita financeira, resultante de operações financeiras realizadas no contexto das políticas monetária e cambial.

RESULTADO FISCAL - Diferença entre arrecadação tribu-tária e gastos públicos durante determinado período. Para melhor entender as finanças públicas, os resultados são anali-sados de três modos. O resultado primário é a diferença entre a receita tributária e os gastos públicos sem levar em conta as despesas com o serviço da dívida. Quando os gastos ficam abaixo das receitas, gera-se um superávit primário. O resul-tado operacional ou resultado real é a diferença entre a re-ceita tributária e todos os gastos, incluindo as despesas com a dívida, ajustada de forma a excluir o efeito da inflação nas contas do período. Por fim, analisa-se o resultado nominal, que é a diferença entre receita tributária e despesas, incluindo o serviço da dívida, sem nenhum ajuste. Quando as despesas totais superam a receita, o resultado é um déficit nominal. O Brasil tem apresentado superávit primário há alguns anos, mas nosso déficit nominal já dura décadas.

POLÍTICA MONETÁRIAImplementação de normas e medidas pelo governo para in-fluenciar a base monetária, que é a quantidade de meios de pagamento disponíveis no mercado para a realização de tran-sações, seja de consumo, seja de investimento. Diferentes tipos de meio têm disponibilidade distinta, e, portanto, há instrumentos específicos da política monetária para influen-ciar cada um. O meio de pagamento mais disponível para transações é a moeda física, em papel ou metal, ou meio circulante. Outro tipo de meio são as reservas bancárias, que incluem os depósitos em conta-corrente e os empréstimos concedidos na forma de crédito, chamados de depósitos à vis-ta. A base monetária ampliada leva em consideração, além de meio circulante e de reservas bancárias, recursos cujo acesso implica maior tempo ou custo, como aplicações em fundos de investimento e outros ativos financeiros e valores depositados no Banco Central. Uma política monetária restritiva procura diminuir os meios disponíveis ou aumentar o custo para torná-los disponíveis, de forma a desacelerar a economia, com o objetivo de manter a estabilidade e principalmente conter a inflação. A política monetária expansionista visa a estimular o crescimento econômico, tomando mais disponíveis os recur-sos para realizar transações de consumo e investimento. Há cinco principaís instrumentos de política monetária:

CASA DA MOEDA - Empresa estatal que, sob orientação do Ministério da Fazenda, imprime moeda-papel e produz moe-da-metal para o país, bem como, sob encomenda, para ou-tros países. Um dos instrumentos disponíveis para influenciar a disponibilidade de meios de pagamento na economia, e o mais direto de todos, é alterar a quantidade de meio circu-

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lante. O governo pode aumentar a quantidade de moeda re-comprando títulos que emitiu ou diminuí-la vendendo títulos.

DEPÓSITO COMPULSÓRIO - Parcela ou porcentagem dos recursos depositados por correntistas em bancos que, por nor-ma, deve ser recolhida, ao Banco Central. Quanto maior é essa parcela, menos recursos os bancos têm para ceder a seus clien-tes na forma de crédito, o que diminui a quantidade de meios disponíveis na economia.

INCENTIVO AO CRÉDITO - Qualquer norma ou medida que torne mais fácil ou barato emprestar dinheiro. Diminuin-do impostos cobrados sobre lucros com juros de determinado tipo de empréstimo ou criando mecanismos, como o desconto em folha, que diminuem o risco de não pagamento dos em-préstimos, o governo cria incentivos e aumenta a quantidade de meios de pagamento disponíveis na economia. Também pode agir de maneira contrária e provocar uma restrição ao crédito. Trata-se de instrumentos de política monetária de longo prazo, já que tais medidas não são fáceis de aprovar ou de implementar.

TAXA DE REDESCONTO - Taxa exigida pelo Banco Cen-tral para cobrir eventuais rombos temporários nos caixas de bancos comerciais. Quanto menor for a taxa e maior o prazo dos empréstimos, mais os bancos comerciais terão flexibili-dade para conceder empréstimos e arriscar ficar temporaria-mente com o caixa negativo.

TAXA SELIC - Taxa básica de juros da economia brasileira. Representa o juro anual cobrado pelo Banco Central para emprestar recursos a outros bancos durante 24 horas por meio do Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic). Por se tratar de empréstimo quase isento de risco, serve como referência para todas as outras taxas de juros prati-cadas no país. Também é a base de remuneração de Cer-tificado de Depósito Interbancário (CDI) um título público disponível no mercado que representa valores emprestados entre bancos. Assim, aumentos nessa taxa criam incentivos para indivíduos e entidades manterem seus recursos aplica-dos, ou seja, aumentam o custo para torná-los disponíveis para outros fins - como investimentos na produção ou no consumo. As reduções na taxa têm o efeito contrário.

O QUE CAUSOU A CRISE ECONÔMICA MUNDIAL?

INADIMPLÊNCIA DOS ESTADOS UNIDOS FOI RESPONSÁVEL PELA RECESSÃO

A causa da crise que vivemos foi o desequilíbrio na maior economia do mundo, os Esta-dos Unidos, e os ataques de 11 de setembro. “Depois da ofen-siva terrorista, o governo ame-ricano se envolveu em duas grandes guerras, no Iraque e Afeganistão, e começou a gas-tar mais do que deveria”, diz Simão Davi Silber, professor do departamento de economia da

Universidade de São Paulo (USP). Para piorar a situação, ao mesmo tempo em que o país investia dinheiro na guerra, a economia interna já não ia muito bem – uma das razões é que os Estados Unidos estavam importando mais do que ex-

portando. Em vez de conter os gastos, os americanos recebe-ram ajuda de países como China e Inglaterra. Com o dinheiro injetado pelo exterior, os bancos passaram a oferecer mais crédito, inclusive a clientes considerados de risco. Aprovei-tando-se da grande oferta a baixas taxas de juros, os consu-midores compraram muito, principalmente imóveis, que co-meçaram a valorizar. “A expansão do crédito financiou a bolha imobiliária, já que a grande procura elevou o preço dos imóveis”, diz Silber. Porém, depois disso, chegou uma hora em que a taxa de juros começou a subir, diminuindo a procu-ra pelos imóveis e derrubando os preços. Com isso, começou a inadimplência – afinal, as pessoas já não viam sentido em continuar pagando hipotecas exorbitantes quando as pro-priedades estavam valendo cada vez menos.

Nesse momento, faltou dinheiro aos bancos, que em um pri-meiro momento foram ajudados pelo governo americano. Só que, ao mesmo tempo, surgiram críticas a essa política de socorro aos banqueiros. Frente à pressão política, a Casa Branca decidiu que não ia mais interferir, deixando o ban-co Lehman Brothers quebrar. O fechamento do quarto maior banco de crédito dos Estados Unidos causou pânico e travou o crédito. Chegou a crise, que prejudica também o nosso país. “Sem crédito internacional, também diminui o crédito no Brasil, caem as exportações e o preço das nossas merca-dorias aumenta o risco e a taxa de juros”, explica Silber. O economista também afirma que as recessões são recorren-tes, mas essa é maior do que de costume. “Uma crise dessa intensidade não é comum, a mais parecida com ela foi a de 1929”, afirma Silber.

Revista Nova Escola - Maio de 2009 - http://revistaescola.abril.com.br/geo-grafia/fundamentos/causou-crise-economica-mundial-470382.shtml

CRISE FORTALECEU PAPEL DO BRASIL NO MUNDO, DIZEM ANALISTASBrasil sentiu menos o colapso do sistema financeiro e deve se recuperar mais rapidamente do que economias avançadas, afirmam especialistas.

O Brasil está saindo da atual crise econômica mundial forta-lecido em relação aos países desenvolvidos, na avaliação de especialistas ouvidos pela BBC Brasil.

Segundo os especialistas, neste último ano, o Brasil não foi poupado da crise, como esperavam os defensores da teoria do “descolamento”, mas se prepara para sair da recessão com indicadores relativamente saudáveis quando comparados aos das principais economias do mundo.

Instituições como o Fundo Monetário Internacional (FMI) pre-veem que o país, ao lado de outros emergentes, se recupere da crise mais rapidamente e também amplie a margem de vantagem em relação ao crescimento dos países ricos.

No entanto, mesmo com o crescimento econômico relativa-mente acelerado, o Brasil e outros emergentes ainda lutam para ter mais voz política em organismos e grupos internacio-nais como o FMI e o G8.

VANTAGEM

O FMI prevê que as economias emergentes crescerão 1,5% neste ano, enquanto os países desenvolvidos terão retração de 3,8%. Em 2010, quando as economias avançadas devem crescer 0,6%, segundo o FMI, os países emergentes estarão crescendo quase oito vezes mais rápido: a 4,7%.

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Atualidades

Antes da crise, os países emergentes já vinham crescendo mais rapidamente do que o mundo desenvolvido, mas em uma escala menor. Em 2007, os países emergentes registra-ram aumento de 8,3% - três vezes mais acelerado do que o crescimento de 2,3% das economias avançadas.

O Brasil se encaixa nessas previsões. Segundo o FMI, a eco-nomia do país deve cair 1,3% em 2009 - menos da metade do ritmo das economias avançadas. No próximo ano, a economia nacional cresceria 2,5% - mais de quatro vezes o ritmo dos países ricos.

As projeções do FMI são bem menos otimistas do que as do governo brasileiro que prevê crescimento de cerca de 1% para 2009 e de 4,5% para 2010.

ENDIVIDAMENTO

Para o analista de América Latina do Deutsche Bank, Gustavo Cañonero, a região foi fortemente afetada pela crise econô-mica mundial, mas o Brasil e alguns países latino-americanos apresentam duas características que os tornam menos vulne-ráveis do que as economias ricas.

“Em primeiro lugar, a região tem menos dívidas no setor públi-co e privado”, afirma Cañonero. Os países ricos aumentaram muito o seu endividamento público com pacotes fiscais e de estímulo à economia, mas na América Latina e em outros paí-ses emergentes o endividamento é baixo.

“Hoje o Brasil tem um histórico muito bom em comparação com as economias desenvolvidas”, diz Cañonero.

Segundo um relatório recente da OCDE sobre o Brasil, “a re-lação dívida pública/PIB deve manter-se próxima de 40% do PIB em 2009 - e depois deve cair gradualmente para 35% no médio prazo”.

Enquanto no Brasil a perspectiva é de queda, nos Estados Uni-dos, que desembolsaram bilhões de dólares para ajudar o setor financeiro a sair da crise, a tendência é de aumento. Os ame-ricanos viram sua dívida pública aumentar de 65% do PIB no final de 2006 para 70% em 2008. A previsão da Casa Branca é que a dívida pública atinja 90% este ano e passe de 100% em 2011.

Na Grã-Bretanha, outro país que gastou muito com pacotes para o setor financeiro, a dívida pública aumentou de 43% do PIB, no final de 2008, para 56% em julho passado. Um instituto independente prevê que o índice chegue a 83% até 2012.

COMMODITIES

O segundo fator, segundo Cañonero, é que os países emergen-tes são grandes produtores de commodities, vistas como inves-timentos seguros no longo prazo. No começo da crise, o preço de muitas commodities caiu drasticamente, afetando também grandes exportadores como o Brasil.

No entanto, alguns preços já voltaram a subir. De dezembro até junho, o preço da soja subiu 60%. Segundo a Economist In-telligence Unit (EIU), o preço geral das commodities comercia-lizadas pelo Brasil está crescendo no segundo semestre deste ano, graças à China, que está aumentando suas importações.

“Países emergentes são vistos como produtores de commodi-ties e com baixo nível de endividamento, em um mundo em que os países ricos estão aumentando suas dívidas exponen-cialmente. Também são associados a contas externas saudá-veis, com altos níveis de investimentos diretos estrangeiros”, diz o analista do Deutsche Bank.

Além das commodities e do baixo endividamento, a Economist Intelligence Unit, que, recentemente revisou de 2,7% para 3,3% o crescimento do Brasil em 2010, aponta um terceiro fator: o sólido sistema financeiro brasileiro.

“O sistema financeiro [brasileiro] é muito mais dominado por capital brasileiro do que por capital estrangeiro, e isso se provou uma vantagem, já que sistemas dominados por ban-cos estrangeiros estão diminuindo severamente”, diz Justine Thody, diretora regional de América Latina da consultoria.

PERIGOS PARA O BRASIL

Para o professor de Relações Internacionais Andrew Hurrell, especialista em Brasil da universidade britânica de Oxford, a crise econômica criou desafios e oportunidades para que o país aumente sua participação nos centros de decisão do poder.

“Recentes análises do papel do Brasil no mundo são cada vez mais otimistas - e com bom motivo. O Brasil de fato estabeleceu-se como um ‘player’ importante e influente na política mundial”, escreveu o professor em um recente artigo sobre o papel do país no mundo.

No entanto, ele alerta que uma recuperação muito acelerada da economia mundial diante da crise poderia prejudicar as ambições brasileiras, já que os países ricos poderiam voltar à normalidade, sem promover reformas que ampliem a voz de países emergentes nos centros internacionais de decisão.

“O Brasil seria prejudicado no caso de a economia mundial não conseguir se recuperar. Mas suas opções também se-riam restringidas em um cenário no qual as principais eco-nomias se recuperassem sem uma reforma séria. Em um ce-nário assim, as ortodoxias liberais de mercado se manteriam dominantes”, escreve o professor.

“Depois de uma corrente inicial de pedidos por regulamen-tações mais profundas e firmes, já há sinais de uma atitude de ‘volta à normalidade’ tanto nos Estados Unidos como na Grã-Bretanha.”

Justine Thody, da EIU, também alerta para o fato de que mesmo tendo se fortalecido diante da crise em relação aos demais países, o Brasil ainda não é um “grande tigre”.

“O Brasil ainda tem problemas enormes em várias áreas, como a terrível infraestrutura, um enrolado sistema tribu-tário que não é atraente para investidores, baixos níveis de educação dos trabalhadores em geral - apesar de alguns bolsões de excelência - e serviços públicos muito pobres.”

G1 - 07/09/09 - 06h31 - Atualizado em 07/09/09 - http://g1.globo.com/Noticias/Economia_Negocios/0,,MUL1294842-9356,00.html

SENADO APROVA ENTRADA DA VENEZUELA NO MERCOSUL

O Brasil aprovou ontem a entrada da Venezuela no Mercosul. Depois de meses de discussão, a maioria do Senado votou a favor do protocolo de adesão do país ao bloco. Foram 35 votos a favor e 27 contra. A oposição rejeitou a proposta e ar-gumentou que o presidente venezuelano, Hugo Chávez, não apresentou garantias políticas e econômicas de que cumprirá as regras do bloco.

A entrada da Venezuela no Mercosul depende, ainda, da apro-vação do Paraguai. A discussão sobre a proposta levou horas na noite de ontem, no plenário do Senado. A exemplo da semana passada, dezenas de senadores da base governista

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Atualidades

se inscreveram para declarar apoio e os da oposição, para criticar o presidente Hugo Chávez.

O PMDB anunciou voto a favor, apesar de o presidente do Se-nado, José Sarney (PMDB-AP), ter restrições quanto à adesão da Venezuela.

“Estamos alargando o processo de integração e de transpa-rência do Mercosul. Queremos aprovação até como garantia dos direitos individuais e democracia da Venezuela. Isolar não adianta. temos que integrar”, comentou o líder do governo, Romero Jucá (PMDB-RR).

Os senadores votaram ontem o relatório de Jucá, favorável à entrada da Venezuela no bloco. A oposição, além de citar a suposta violação do presidente Hugo Chávez aos princípios democráticos, colocou em xeque os ganhos econômicos do Brasil e do Mercosul.

“Por um mercado momentâneo, vamos entregar toda a nos-sa luta pela democracia”, criticou a senadora Marisa Serrano (PSDB-MS).

Contrário à entrada da Venezuela ao Mercosul, o presidente da Comissão de Relações Exteriores, senador Eduardo Azere-do (PSDB-MG), disse que a Venezuela não preencheu todos os requisitos técnicos necessários. Em seu relatório, derrota-do na Comissão de Relações Exteriores, o senador Tasso Je-reissati (PSDB-CE) destacou que a Venezuela ainda não apre-sentou a lista de produtos que ficariam de fora do processo de liberalização (a lista de exceção), não foram concluídos os cronogramas relativos à liberalização com o Brasil e com a Argentina e nem entregou a lista dos produtos a serem com-preendidos por cada item da nomenclatura.

“A aprovação do protocolo, antes da conclusão das negocia-ções, significará que a Venezuela se tornará um membro ple-no do Mercosul sem que estejam definidas as condições em que serão cumpridos os compromissos”, assinalou Tasso no relatório. Em 2008, o Brasil exportou US$ 21,74 bilhões para o conjunto do Mercosul e, apenas para a Venezuela, US$ 5,15 bilhões.

O comércio Brasil-Venezuela cresceu 885% nos últimos dez anos. O Produto Interno Bruto (PIB) da Venezuela é de US$ 300 bilhões de dólares e seu potencial econômico atrai um conjunto expressivo de empresas brasileiras, especialmente na área de construção pesada. Com a adesão da Venezuela o Mercosul passará a constituir um bloco com mais de 250 milhões de habitantes e PIB superior a um trilhão de dólares (aproximadamente 76% do PIB da América do Sul).

Cristiane Agostine. Valor. http://economia.uol.com.br/ultimas-noticias/va-lor/2009/12/16/senado-aprova-entrada-da-venezuela-no-mercosul.jhtm.

TERMOS DO ACORDO

Com 12 artigos, o texto do protocolo em análise estabelece, entre outras medidas, que os bens produzidos na Argentina e no Brasil, sócios mais desenvolvidos do Mercosul, deverão en-trar sem restrições e tarifas no mercado da Venezuela até 1º de janeiro de 2012, excetuando produtos considerados sen-síveis - que desfrutam de maior proteção dos governos nas negociações comerciais -, para os quais o prazo se estende até 1º de janeiro de 2014.

Já os bens produzidos pela Venezuela deverão entrar sem res-trição nos mercados do Brasil e da Argentina até 1º de janeiro de 2010, com exceção dos produtos sensíveis, que também têm prazo fixado em 1º de janeiro de 2014. Os bens produzidos

no Uruguai e no Paraguai também deverão ingressar sem res-trições e tarifas na Venezuela até 1º de janeiro de 2012, mas o protocolo determina que os principais produtos da pauta expor-tadora desses dois países devem entrar no mercado venezue-lano com tarifa zero logo após a entrada em vigor do protocolo.

COMÉRCIO SUPERAVITÁRIO

Em seu parecer, Romero Jucá disse que o Brasil tem comércio bilateral superavitário com a Venezuela, avaliado em US$ 4,6 bilhões em 2008, conforme dados oficiais, “de modo que as condições e os prazos distintos estipulados pelo protocolo não afetarão negativamente a economia brasileira”.

Do ponto de vista da indústria e da agricultura brasileiras, a entrada da Venezuela no Mercosul deverá propiciar, segundo Jucá, boas oportunidades ao Brasil, cujos produtos têm gran-de demanda naquele país.

Cerca de 72% das exportações brasileiras para a Venezuela são de produtos industrializados, com elevado valor agregado e alto potencial de geração de empregos. Atualmente, com-plementou Jucá, o Brasil tem com a Venezuela seu maior saldo comercial, no valor de US$ 4,6 bilhões, que é 2,5 vezes maior ao saldo obtido com os Estados Unidos, de US$ 1,8 bilhão.

Senado Federal. 09/12/2009. http://www.senado.gov.br/agencia/vernoticia.aspx?codNoticia=98278&codAplicativo=2

ENTENDA O QUE MUDA COM A VENEZUELA NO MERCOSULArgentina e Uruguai já ratificaram o ingresso da Venezuela no Mercosul. O Paraguai espera a decisão do Brasil para votar o protocolo.

Abaixo, a BBC Brasil responde a algumas perguntas sobre os impactos da entrada da Venezuela no Mercosul.

Que impacto a entrada da Venezuela no Mercosul de-verá ter no bloco e nas relações com outros países?

Setores contrários à entrada da Venezuela no Mercosul afir-mam que o governo do presidente Hugo Chávez deixa a dese-jar em relação ao respeito aos princípios democráticos e que a adesão de seu país pode ser prejudicial ao bloco.

De acordo com analistas consultados pela BBC Brasil, o estilo “personalista” de Chávez pode ser motivo de temor em alguns países da região.

“É um tipo de governo que, de alguma forma, traz outro com-portamento para dentro do Mercosul”, diz Sônia de Carma-go, professora da PUC-Rio. Segundo ela, enquanto Lula tem uma atuação “agregadora” em política externa, o presidente venezuelano é mais intempestivo e cultiva um “nacionalismo exacerbado”.

José Alexandre Hage, professor de Relações Internacionais da Trevisan Escola de Negócios, questiona ainda como o bloco irá agir diante de problemas que a Venezuela tradicionalmente tem, como os conflitos com a Colômbia.

“Se a Venezuela entra no Mercosul, de certa forma estamos corroborando os problemas dela. E a rivalidade que a Vene-zuela tem com a Colômbia, por exemplo? Como fica o bloco?”, questiona.

O discurso antiamericano do presidente da Venezuela tam-bém é visto por alguns como um problema, e há o temor de que possa prejudicar as relações do bloco com os Estados Unidos. “Uma alta dose de Chávez no Mercosul pode aumen-

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Atualidades

tar uma ideologização antiamericana”, diz Hage.

Há ainda o temor de que a presença da Venezuela prejudique as negociações para um acordo de livre comércio entre o Mer-cosul e a União Europeia.

No entanto, o argumento dos defensores do ingresso da Ve-nezuela no Mercosul é o de que não se pode impedir a entra-da do povo venezuelano no bloco devido à atual circunstância política e que deixar o governo Chávez isolado seria pior.

“O problema não é a Venezuela, todo mundo quer que a Ve-nezuela faça parte do Mercosul. O problema é o governo Chá-vez”, diz Georges Landau, conselheiro do Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri).

A Venezuela deve se beneficiar da integração comercial com o Mercosul. De acordo com alguns analistas, também o bloco teria benefícios com o ingresso do país.

“Do ponto de vista de se criar um bloco político mais coeso, a entrada da Venezuela pode ajudar. De certa forma, os países que compõem o Mercosul são muito parecidos na essência, com governos de centro-esquerda, com traços de um certo nacionalismo. O Chávez é um pouco mais denso nesse nacio-nalismo, isso pode dar ao bloco um pouco mais de consistên-cia”, afirma Hage.

O ingresso da Venezuela no Mercosul pode aumentar o poder de influência de Hugo Chávez na região?

Alguns analistas afirmam que o ingresso da Venezuela no Mercosul dará a Chávez mais poder de influência na região. O país, que já integra a Alba (Aliança Bolivariana para as Améri-cas) e a Unasul (União de Nações Sul-Americanas), ganharia um palco importante.

“Aumenta o grau de projeção de Chávez, tem muito mais espaço de articulação”, diz Hage. “Ganharia um palco muito melhor que Unasul e Alba, que são expectativas, enquanto o Mercosul, apesar da crise, realmente existe.”

Como os venezuelanos veem a adesão do país ao bloco?

Nesta semana, um dos principais opositores de Chávez, o pre-feito de Caracas, Antonio Ledezma, veio ao Brasil e defendeu a aprovação da entrada da Venezuela no Mercosul. O líder opositor afirma que o povo venezuelano não pode ser punido com o isolamento por causa do governo Chávez.

Além disso, há a expectativa de que, com a entrada da Vene-zuela, aumente o poder de pressão do Mercosul sobre o gover-no Chávez, para que cumpra pré-requisitos democráticos. Em uma audiência no Senado, Ledezma disse que a adesão da Ve-nezuela ao Mercosul seria uma chance de “enquadrar” Chávez.

O Protocolo de Ushuaia, parte do Tratado de Assunção, que criou o Mercosul, afirma que “a plena vigência das instituições democráticas é condição essencial para o desenvolvimento dos processos de integração” do bloco. Em caso de não cum-primento das cláusulas democráticas, um país pode sofrer suspensão.

“A Venezuela é uma democracia em termos formais, mas tem uma forma de governo muito autoritária”, diz Sonia de Camargo.

No entanto, alguns analistas afirmam que os resultados práti-cos desse tipo de pressão por parte do Mercosul podem ficar aquém do esperado. “Não há mecanismos para isso, porque o Mercosul é muito pouco institucionalizado”, diz Hage.

Apesar das limitações, alguns defensores do ingresso da Ve-nezuela no Mercosul afirmam que é melhor ter o país no blo-

co, atendendo a algumas regras, do que independente e sem controle.

Qual o impacto econômico da adesão da Venezuela ao Mercosul?

No ano passado, a balança comercial do Brasil com a Vene-zuela alcançou US$ 5,7 bilhões, com superávit de US$ 4,6 bilhões para o Brasil.

Desde 2007, o Brasil passou a ser o segundo sócio comercial do país, ficando atrás somente dos Estados Unidos, principal consumidor do petróleo venezuelano.

A Venezuela importa 70% do que consome, a maior parte da Colômbia e dos Estados Unidos. Defensores afirmam que o ingresso do país no Mercosul traria vantagens econômicas e fortaleceria o PIB do bloco. Também estenderia o bloco para o norte da América do Sul, com influência na região caribenha e benefícios para os Estados da região norte do Brasil.

Para fazer parte do Mercosul, a Venezuela tem de cumprir critérios, entre eles a adoção da Tarifa Externa Comum (TEC), vigente no comércio do bloco. Críticos afirmam que a Vene-zuela ainda não cumpriu esses critérios e não aceitou o trata-do de tarifas comuns com terceiros países.

Uol Economia. 29/10/2009 - 14h50. http://economia.uol.com.br/ultimas-noti-cias/bbc/2009/10/29/entenda-o-que-muda-com-a-venezuela-no-mercosul.jhtm

DAVOS VÊ PROBLEMAS E POUCAS RESPOSTAS PARA O PÓS-CRISE

O Fórum Econômico Mundial chega ao fim com a constata-ção de que a crise internacional causou estragos profundos, agravou problemas e deixou uma série de questões compli-cadas e ainda sem respostas para os próximos anos. Se o risco de uma depressão e colapso sistêmico ficou para trás, não se pode dizer que existe otimismo sobre o futuro da economia global. Depois do profundo pessimismo que domi-nou o evento no ano passado, o encontro de 2010 em Davos (Suíça) foi marcado pela apatia e pela percepção de que as soluções não estão prontas nem claras.

A escalada do desemprego, a recuperação frágil, os rombos nas contas públicas, os desequilíbrios cambiais, a reforma do sistema financeiro, o cerco aos bancos e o desafio de des-montar os estímulos emergenciais formam uma combinação explosiva e nada fácil de equacionar. Esses temas, que pre-valeceram nos debates entre os principais nomes da econo-mia mundial em Davos, apontam que o caminho para uma rota de crescimento mundial sustentável ainda está distante.

O risco soberano se impõe como um dos maiores entraves para a recuperação global, em razão dos déficits elevados nos países desenvolvidos, como resultado do combate à cri-se. O ex-ministro do Japão e atual diretor do Instituto de Pesquisas em Segurança Global, Heizo Takenaka, acredita que o aumento da dívida pública levará a um novo mergulho econômico, na forma de “W”. “Nunca vimos uma expansão fiscal nesta escala na história”, afirmou durante o evento. Para o diretor-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Dominique Strauss-Kahn, a sustentabilidade fiscal será o grande problema dos próximos anos.

A equação fica complicada porque a recuperação ainda é frá-gil, já que a demanda patina e o desemprego aumenta nos Estados Unidos e na Europa. Ou seja, retirar os estímulos rapidamente poderia melhorar a situação fiscal dos países, mas traria o risco de nova recessão. Escolher o momento e

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Atualidades

a velocidade certos para reverter as medidas é o grande de-safio dos governos, mas não existem respostas prontas para essa questão. O FMI e a ministra de Economia da França, Christine Lagarde, por exemplo, acreditam que é cedo de-mais para desmontar o esquema emergencial.

“Os EUA estão em recuperação estatística e recessão huma-na”, definiu o principal conselheiro econômico da Casa Bran-ca, Lawrence Summers, em uma das frases mais comenta-das no evento. Ele ressaltou que um entre cinco homens com idade entre 25 e 54 anos estão sem emprego no país e que o crescimento seguirá modesto por vários trimestres.

“Mesmo com alguma recuperação ocorrendo na produção in-dustrial, acho que a principal questão que os países enfren-tam é o aumento do desemprego”, afirmou hoje o presidente do grupo Wipro Limited e copresidente do Fórum neste ano, Azim Premji, no debate de encerramento do evento.

CHINA

Também difícil é lidar com a relação desequilibrada entre os deficitários e gastadores Estados Unidos e a superavitária e poupadora China. A questão cambial e a necessidade de valorização do yuan são discussões que não saem de cena. O vice-presidente do Banco da China, Zhu Min, diz que o país está ciente de que o crescimento baseado somente nas exportações não é sustentável e busca estimular o consumo interno. No entanto, admite que essa é uma mudança estru-tural, portanto leva tempo.

O ceticismo sobre a sustentabilidade da retomada nos paí-ses desenvolvidos entra em contraste com o otimismo sobre os emergentes. Essa recuperação assimétrica foi ilustrada com o acrônimo usado para definir o formato da recupera-ção mundial: “LUV”, a forma simplificada de “love”. L para a Europa, U para os Estados Unidos e V para os emergentes. Enquanto as nações mais ricas lidam com o desemprego crescente, a China, maior emergente do mundo, se preocu-pa com a alta da inflação, o perigo de bolhas e o excesso de capacidade de produção.

BRASIL

A participação do Brasil no Fórum Econômico Mundial ficou apagada pela ausência do presidente Luiz Inácio Lula da Sil-va, em razão de problema de saúde. Lula teve uma crise hi-pertensiva na véspera da viagem a Davos, na última quarta-feira, e foi aconselhado pelos médicos a descansar em casa. A percepção do Brasil no exterior segue favorável, embora os especialistas já comecem a debater o futuro econômico no País após a eleição presidencial. De Davos, o economista Nouriel Roubini fez um alerta sobre a necessidade de refor-mas estruturais, como a tributária e trabalhista, algo que ficará para o próximo governo.

Após o sumiço do ano passado, os principais executivos do setor bancário voltaram a circular no Fórum Econômico Mun-dial e buscaram criticar a reforma proposta pelo presidente dos Estados Unidos, Barack Obama. Mas, o forte embate com os governos acabou deixando os figurões de Wall Street e da City londrina na defensiva, em situação desconfortável.

O discurso do presidente da França, Nicolas Sarkozy, se transformou no momento mais quente do evento, já que o presidente Lula, cotado para ser a principal atração, teve de cancelar a ida ao Fórum. Sarkozy não poupou críticas aos bancos, apoiou o plano de Obama e defendeu uma econo-mia baseada na produção, e não na especulação. “O papel dos bancos não é especular, é analisar os riscos e dar cré-dito”, afirmou. “Se o capitalismo financeiro deu tão errado é porque os bancos não estavam fazendo o seu trabalho.”

Do lado de fora, uma provocação mostrava o desconten-tamento popular com a turbulência financeira. A simulação de um túmulo, coberto de flores, trazia uma lápide com a seguinte inscrição: “Davos Man, 1971 - 2010”, sugerindo a morte, aos 40 anos, do Fórum símbolo do capitalismo finan-ceiro.

Daniela Milanese. Estadão.com. 31/1/2010. http://www.estadao.com.br/noticias/economia,davos-ve-problemas-e-poucas-respostas-para-o-pos-cri-

se,504401,0.htm

ANOTAÇÕES

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AGRESSÕES AO MEIO AMBIENTE

AMBIENTES AMEAÇADOSA principal causa do desaparecimento das espécies é a de-gradação dos ambientes naturais, provocada por desmata-mento, expansão agrícola, urbanização e poluição. Nos últi-mos 30 anos, 1,2 milhão de quilômetros quadrados de terras do planeta foram transformados em plantações.

ÁREAS SECAS - As regiões áridas, semiáridas e subúmidas correspondem a cerca de 40% das terras do planeta, habita-das por mais de 2 bilhões de pessoas. Mesmo sem apresen-tar a exuberância de espécies das florestas tropicais, esses ambientes com baixa umidade abrigam plantas e animais endêmicos e de grande importância ambiental.

ÁREAS ÚMIDAS CONTINENTAIS - A devastação causada pelas atividades econômicas e pela expansão populacional afeta profundamente as áreas úmidas continentais, como brejos e várzeas. De acordo com o WorldWatch Institute (www.worldwatch.org), o avanço da agricultura provocou o desaparecimento de 60% desses ecossistemas na Europa. Na Ásia, 85% das terras úmidas estão ameaçadas. A maior área continua de terras úmidas do planeta, o Pantanal Mato-Grossense, sofre o impacto de práticas destrutivas.

AMBIENTES MARINHOS E COSTEIROS - Os oceanos so-frem o impacto da poluição, da superexploração da pesca e das alterações climáticas. O crescimento populacional tam-bém representa perigo para os ambientes marinhos. Segun-do a ONU, cerca de 70% das substâncias que contaminam os oceanos vêm de atividades humanas costeiras e o restan-te, de acidentes ou descargas em alto-mar. Quase metade da humanidade vive a menos de 60 quilômetros do litoral. Com isso, mangues, estuários e praias veem suas espécies marinhas - para as quais esses ecossistemas são locais de procriação - seriamente ameaçadas.

FLORESTAS - A demanda por madeira e carvão e a ins-talação de cultivos agrícolas eliminaram quase metade da cobertura vegetal do planeta. De um total de 62,2 milhões de quilômetros quadrados, restam 38,7 milhões. Na Euro-pa (excluindo o território russo) e na Ásia, quase 70% das florestas originais foram derrubadas durante o século XIX e o início do XX. Entre 1960 e 1990, um quinto das florestas tropicais do globo foi destruído, principalmente na Ásia e na América Latina.

HOTSPOTS - Os hotspots, conceito criado em 1988 pelo ecólogo inglês Norman Myers, são as zonas do planeta mais ricas em biodiversidade e mais ameaçadas de destruição. No total são 34, incluindo a mata Atlântica e o cerrado brasilei-ros. Eles representam apenas 2,3% da superfície da Terra, mas mais da metade das espécies de plantas e 42% das de vertebrados terrestres são endêmicas dessas regiões. Os hotspots já perderam 70% da vegetação original.

AQUECIMENTO GLOBALUma das consequências da ação humana sobre o meio am-biente é a elevação da temperatura média global, provocada pela intensificação do efeito estufa. O aquecimento global está ligado a fenômenos como o degelo nas regiões polares e o agravamento da desertificação. Um aumento de 1°C na temperatura média da Terra é suficiente para alterar o clima de várias regiões, afetando profundamente a biodiversida-de. Diversas pesquisas confirmam o aquecimento global. De acordo com os cientistas do Painel Intergovernamental em Mudança do Clima (IPCC), da ONU, o século XX foi o mais quente dos últimos 500 anos, com aumento da temperatura média entre 0,3 °C e 0,6 °C.

Pesquisas científicas realizadas nos últimos anos evidencia-ram que o efeito estufa está sendo reforçado pelo excesso de gás carbônico e outros gases liberados no ar pelas ati-vidades humanas, principalmente a queima de combustíveis fósseis - corno o carvão, o petróleo e o gás natural. Esses três combustíveis ainda correspondem a bem mais da metade das fontes de energia do mundo, base para a atividade industrial e de transportes. O metano e o óxido nitroso são gerados, so-bretudo pela decomposição do lixo, pela pecuária e pelo uso de fertilizantes. As queimadas de floresta também contribuem para reforçar o efeito estufa.

No Brasil, desmatamento e queimadas são as principaís fon-tes de emissão de gases do efeito estufa no país - foram responsável por 77% do 1,03 bilhão de toneladas de dióxido de carbono (CO2) lançados na atmosfera pelo país em 1994, segundo os resultados do Inventário de Emissões de Gases, divulgado pelo governo federal em 2004, após dez anos de pesquisa. Os números mostram que o Brasil é responsável por 3% dos gases efeito estufa produzidos pela humanidade e fazem do país o quinto maior emissor de CO2 do planeta. A agropecuária produz 77% dos 13,2 milhões de toneladas de gás metano do Brasil, principalmente pela flatulência bovina, e por 92% das emissões de óxido nitroso. A destruição das matas é responsável por 50% do monóxido de carbono (CO), enquanto a queima de combustíveis contribui com 39% dos 31,3 milhões de toneladas de CO lançados no ar em 1994.

BURACO NA CAMADA DE OZÔNIOO aparecimento de buracos na camada de ozônio é um pro-cesso natural, já que, em certas épocas do ano, reações quí-micas na atmosfera abrem buracos na camada, que depois se fecham. A atividade humana, porém, vem acentuando esse processo. As emissões de substâncias químicas halogenadas artificiais - sobretudo os clorofluorcarbonos (CFCs), desenvol-vidos na década de 1930 para serem usados principalmente como fluidos refrigerantes em geladeiras e sistemas de ar-condicionado - e o aquecimento global intensificam as ações químicas que destroem o ozônio. Sem a camada de ozônio absorvendo parte da radiação ultravioleta B (UVB) emitida pelo Sol, as plantas teriam uma redução em sua capacidade

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de fazer a fotossíntese e haveria maior desenvolvimento de doenças nos seres humanos, como câncer de pele e catara-ta. Em 2005, a Organização Meteorológica Mundial (OMM) constatou que o buraco na camada de ozônio sobre a Antár-tica após uma redução em 2004, já estava quase tão grande quanto o recorde de 28 milhões de km2 (3,5 vezes o tamanho do território brasileiro) registrado em 2000 e 2003.

CHUVA ÁCIDAUm dos grandes problemas ambientais do mundo contempo-râneo é a chuva, neve ou neblina com alta concentração de ácidos em sua composição. Com denominação genérica de chuva ácida, sua origem são os óxidos de nitrogênio (NOX) e o dióxido de enxofre (SO2) liberados na atmosfera pela quei-ma de combustíveis fósseis (principalmente o carvão mine-ral). Esses compostos reagem com o vapor de água presente na atmosfera, formando o ácido nítrico (HNO) e o ácido sul-fúrico (H2SO4), que depois se precipitam e alteram as carac-terísticas do solo e da água, prejudicando lavouras, florestas e a vida aquática. Também danificam edifícios e monumentos históricos.

Até os anos 1990, os Estados Unidos eram os principaís res-ponsáveis pelo fenômeno, mas foram então superados pelos países asiáticos. Altamente dependentes de carvão, essas na-ções lançam na atmosfera cerca de 34 milhões de toneladas de SO2 ao ano. Esse número pode triplicar até 2010, especial-mente por causa da acelerada industrialização da China, da Índia, da Coreia do Sul e da Tailândia. A principal medida para a redução da chuva ácida é o uso de combustíveis alternativos ou, ao menos, carvão com menor teor de enxofre.

DESERTIFICAÇÃOConsidera-se desertificação a redução da vegetação e da ca-pacidade produtiva do solo, principalmente em regiões áridas, semiáridas e subúmidas, causada pela ação humana e, em menor grau, por mudanças naturais. Segundo o Worldwatch Institute, cerca de 15% da superfície terrestre sofre algum tipo de desertificação. As áreas mais afetadas são o oeste da América do Sul, o nordeste do Brasil, o norte e o sul da África, o Oriente Médio, a Ásia Central, o noroeste da China, a Aus-trália e o sudoeste dos Estados Unidos. A desertificação pode atingir também áreas úmidas. Desde a primeira Conferência Mundial sobre Desertificação, no Quênia, em 1977, os cien-tistas vêm mostrando que o principal fator para a expansão das regiões áridas no globo é a ação do homem, por meio do desmatamento de extensas áreas de floresta, da agropecu-ária predatória e de certos tipos de mineração. Essas ativi-dades levam à redução da cobertura vegetal, ao surgimento de terrenos arenosos, à perda de água do subsolo, à erosão e ao assoreamento de rios e lagos. O problema é agravado pelo aquecimento global, pela chuva ácida e pelo buraco na camada de ozônio.

Quando o solo se desertifica, a população busca outras terras, nas quais, com frequência, provoca os mesmos danos. Cria-se, então, um círculo vicioso. A longo prazo, a desertificação pode causar uma redução drástica das terras férteis. Atual-mente, ela ameaça mais de 110 países e afeta diretamente a vida de mais de 250 milhões de pessoas. Um bilhão vivem em regiões de risco e podem ser afetadas nos próximos anos. Para deter a expansão da desertificação, adota-se o reflores-tamento, rotação de culturas e técnicas de controle do movi-mento das dunas de areia. Em 1994, foi criada a Comissão da ONU contra a Desertificação.

No Brasil, as regiões semiáridas cobrem 13% do território. Se-gundo estudo da Agência Nacional de Águas (ANA), a desertifi-cação ameaça 1 milhão de quilômetros quadrados no Nordeste, onde vivem cerca de 15 milhões de pessoas. A área compre-ende o polígono das Secas, delimitado em 1951, que inclui a região do semiárido nordestino e o norte de Minas Gerais. Cer-ca de 10% do polígono sofre de desertificação muito grave, de acordo com estudos do Ministério do Meio Ambiente. Exemplos de área com sinais extremos de desertificação são Gilbués (PI), Irauçuba (CE), Seridó (PB) e Cabrobó (PE).

DESMATAMENTOA principal causa de desmatamento no mundo é a queimada para liberar o terreno para atividades agrícolas e de pecuária. A expansão dos centros urbanos, a construção de estradas e de barragens de hidrelétricas, além da mineração, também destroem áreas de florestas. Soma-se a isso o comércio mun-dial de madeira, frequentemente praticado de maneira ilegal. Séculos atrás, os países desenvolvidos devastaram grande parte de suas florestas temperadas. Atualmente, o grosso do desmatamento ocorre em nações em desenvolvimento, como Brasil, Indonésia e Filipinas. Além de extinguir espécies vege-tais e animais, o desmatamento amplia o aquecimento global, gera desertificação e diminui os mananciais de água.

A queimada, técnica antiga e barata de limpeza e preparo da terra para o plantio, é extremamente nociva, consumindo nu-trientes do solo e empobrecendo-o. A fumaça liberada causa danos à saúde e contribui para o efeito estufa. Alterações cli-máticas graves são provocadas pela derrubada das florestas. Os efeitos imediatos são a elevação da temperatura e a im-possibilidade de a superfície devastada reter a energia do sol e gerar fluxos ascendentes de ar. Em consequência, as nuvens não se formam e não há chuva, o que prejudica a cultura e ameaça a vegetação restante.

BRASIL Com seus 5,5 milhões de quilômetros quadrados de mata, o Brasil é hoje o segundo país com a maior cobertura florestal remanescente no mundo, atrás apenas da Federação Russa. Mas o país perde anualmente mais de 20 mil quilôme-tros quadrados de vegetação nativa por causa da derrubada de árvores e de queimadas. O Ministério do Meio Ambiente calcula que 300 mil queimadas ocorram por ano em todo o território nacional, a maior parte na Amazônia.

Cálculos do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), baseados em levantamentos por satélite, indicam que a Ama-zônia perdeu, até 2005, 67 milhões de hectares de floresta, o equivalente a 17% da região. A marcha da derrubada da mata demarca uma região conhecida como ”Arco do Desmatamen-to”, uma faixa contínua de 3 mil quilômetros de extensão, com até 600 quilômetros de largura, que se inicia no Maranhão e no Tocantins, estende-se do nordeste do Pará ao leste do Acre e atravessa Mato Grosso e Rondônia. Nos dois últimos esta-dos, a principal causa é o crescimento da fronteira agrícola, sobretudo do plantio de soja. No Pará, a floresta vem sendo derrubada em razão da exploração de madeira.

EROSÃOA erosão natural da superfície terrestre ocorre com o desloca-mento de partículas do solo pelas chuvas e pelos ventos, além da própria erosão geológica, nivelando a superfície terrestre. Mas, além desse fenômeno natural, a ação do homem (des-matamento, queimadas, urbanização) faz com que o processo tome atualmente proporções devastadoras, causando assore-amento de rios, lagos e represas, inundações e desertificação em todos os continentes.

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No Brasil, as regiões mais atingidas pela erosão estão no cer-rado, com a ocorrência de voçorocas - desmoronamentos pro-vocados por erosão subterrânea pelas águas de chuva -, mas o problema cresce em todo o país. No estado de São Paulo, a Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (Cati) estima que haja mais de 2 mil voçorocas. Em média, uma voçoroca carrega 10 toneladas de terra por ano. Com o solo, as torrentes arrastam nutrientes, matéria orgânica, sementes e defensivos agrícolas, que, além de enormes prejuízos econômicos, poluem os cursos de água. Segundo o Ministério do Meio Ambiente, cerca de 15% das margens do rio São Francisco estão erodi-das. Também preocupam a região do Alto Araguaia e do rio Taquari, que atravessa o cerrado e o Pantanal.

EXTINÇÃO DE ESPÉCIESEstudo publicado pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), em 2005, afirma que a Terra está passando por um novo período de extinção em massa. Estima-se que cerca de 27 mil espécies de seres vivos desaparecem do planeta a cada ano, muitos nem sequer descritos pela ciência. Ainda que a extinção seja natural em um sistema em continua evolução, o atual ritmo é alarmante, acelerado pelas ações hu-manas - como a exploração abusiva dos recursos naturais, a urbanização, a poluição e a introdução de espécies exóticas nos ambientes. A União Internacional para a Conservação da Na-tureza (UICN, www.iucn.org) enumera, em sua Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas 2006, 16.118 espécies que correm o risco de desaparecer. Cerca de metade é de espécies vegetais. O relatório adverte, particularmente, para a ameaça aos ani-mais aquáticos, que se pensava mais protegidos. Isso confirma estudo publicado pela revista britânica Nature, em 2003, que estima em 90% a redução da população dos grandes peixes oceânicos, como o atum, o peixe-espada, o tubarão e o baca-lhau, desde o início da pesca industrial, em 1950. Nos últimos 40 anos, o consumo de peixe aumentou 240%, de acordo com a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Ali-mentação (FAO), e os oceanos não conseguem repor seus es-toques, no mesmo ritmo. O desaparecimento das espécies afe-ta a cadeia alimentar, podendo, extinguir ecossistemas inteiros.

No Brasil, o Ministério do Meio Ambiente divulgou em 2004, pela primeira vez, uma lista de espécies aquáticas ameaçadas pela exploração excessiva. Nela estão 135 peixes de água doce, como o pirarucu e o lambari, 24 de água salgada, como a tainha e o badejo, e 79 invertebrados, a exemplo do guaiamum e de es-trelas-do-mar. Conforme a Lista Brasileira da Fauna Ameaçada, 634 espécies terrestres e aquáticas correm o risco de extinção, como a ararinha azul, que desapareceu da caatinga baiana em virtude da destruição de seu habitat, e da qual só restam cerca de 60 exemplares em cativeiro, espalhados pelo mundo. Apesar de esforços de preservação bem-sucedidos, como o Projeto Ta-mar-Ibama para a reprodução de tartarugas marinhas, o Projeto Peixe-Boi e as campanhas de proteção ao mico-leão-dourado, o número de espécies ameaçadas não para de crescer.

POLUIÇÃOEmissão de resíduos sólidos, líquidos e gasosos em quantidade superior à capacidade de absorção do ambiente. Também é causada pelo lançamento de substâncias estranhas à natureza, como os inseticidas.

LIXO - Com o crescimento da população e o maior consumo de matérias-primas, a quantidade de resíduos sólidos e líqui-dos aumenta cada vez mais, configurando outro tipo de ame-aça para o meio ambiente e para a sociedade. Os principais

problemas causados pelo acúmulo de lixo são a poluição do solo, a proliferação de insetos transmissores de doenças e o acúmulo de materiais não degradáveis ou tóxicos. O aumen-to de lixo virou um problema global. Os Estados Unidos, por exemplo, produzem 200 milhões de toneladas por ano, uma média de 725 quilos por habitante.O desperdício de materiais e o uso de produtos descartáveis são os principaís responsá-veis por essa cifra.

A decomposição da parte orgânica biodegradável do lixo (res-tos de alimentos), feita por microrganismos, libera gases e um líquido chamado chorume, ambos muito poluentes. Num li-xão, esse processo polui o solo, as águas superficiais e subter-râneas e o ar. Além disso, alguns materiais não se degradam facilmente, permanecendo no ambiente por muito tempo. Um destino mais adequado para o lixo urbano é sua colocação em aterros sanitários ou sua incineração, que deve contar com um sistema de tratamento para os gases liberados. O ideal, porém, é reciclar a maior parte dos materiais e assim reduzir a quantidade de lixo. Além disso, é importante incentivar o uso de materiais não descartáveis ou biodegradáveis.

No Brasil, são produzidos cerca de 230 mil toneladas de lixo por dia. De acordo com a Pesquisa Nacional de Saneamento Básico, de 2000, feita pelo IBGE, 73% do lixo tem como des-tino final aterros sanitários (técnica de deposição do lixo que garante maior controle da poluição ambiental) ou aterros con-trolados (quando o lixo é coberto com uma camada de terra). O restante é jogado em lixões e na beira de rios.

Doenças como diarreia, amebíase e parasitose estão associa-das no Brasil a lixo sem tratamento. O lixo jogado no meio ambiente também provoca enchentes por obstruir os cursos d’água. Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domi-cílios (Pnad), do IBGE, de 2003, o serviço de coleta de lixo municipal atinge 85,6% das residências brasileiras.

POLUIÇÃO DAS ÁGUAS - A poluição das águas é causada pelo lançamento de efluentes industriais e agrícolas, esgotos domésticos e resíduos sólidos. Isso compromete a qualidade das águas superficiais e subterrâneas em vários pontos do planeta. Os rios e lagos são considerados os ambientes mais ameaçados do planeta por causada poluição. A construção de represas (para abastecimento e geração de energia) e a canalização também ameaçam a manutenção da vida nesses habitats.

Os esgotos domésticos são ricos em matéria orgânica, que sofre a ação de microrganismos, resultando na produção de nutrientes. Quando o esgoto é lançado na água, o excesso de nutrientes pode provocar o crescimento extraordinário de algas. É o fenômeno conhecido como eutrofização. Forma-se uma camada de algas na superfície da água que impede a passagem da luz e a transferência do oxigênio atmosférico ao meio aquático. Algumas espécies de algas liberam subs-tâncias tóxicas.

Os nitratos presentes nos fertilizantes e os dejetos humanos também contaminam as águas subterrâneas. Isso ocorre prin-cipalmente nas áreas de intensa atividade agrícola e nas que não possuem saneamento básico. A perfuração sem controle de poços artesianos em regiões sem mananciais pode acele-rar a contaminação.

No Brasil, parte considerável do esgoto é despejada sem tratamento em rios, mares, lagos e mananciais. Segundo a Pesquisa Nacional de Saneamento Básico do IBGE, realizada em 2000, só 52,2% dos municípios brasileiros contavam com

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coleta de esgoto. No restante, os dejetos iam para fossas sép-ticas, fossas secas e valas abertas ou então eram lançados di-retamente em rios e lagos - a alternativa mais danosa ao meio ambiente. O esgoto não tratado é sério fator de contaminação dos recursos hídricos: A poluição das águas provoca doenças como diarreia, hepatite, febre tifoide, micose, otite, conjun-tivite, alergias e parasitoses intestinais. O problema torna-se mais sério à medida que 7,2% dos domicílios brasileiros não dispõem de abastecimento de água tratada.

POLUIÇÃO DO AR - A poluição do ar nos grandes centros urbanos e industriais é causada principalmente pela queima de combustíveis fósseis nos transportes, na geração de ener-gia elétrica e na produção fabril. Dióxido de carbono (C02), monóxido de carbono (CO), hidrocarbonetos (HC), aldeídos (R-CHO), óxidos de nitrogênio (NOX), óxidos de enxofre (SOX) e material particulado (MP) são os poluentes mais emitidos. O CO, liberado pelo escapamento dos veículos, pode ser muito nocivo para pessoas com problemas cardiovasculares. O C02 é o mais importante causador do efeito estufa. Quanto ao HC e ao NOx, ocasionam a formação do ozônio troposférico (O3), perigoso agente cancerígeno. No mundo inteiro, segundo o relatório Desafio Global, da ONU (2002), mais de 3 milhões de pessoas morrem ao ano em razão de poluição por essas substâncias.

No Brasil, a queima de combustíveis por veículos é a segun-da maior fonte de C02 com 21% do total (depois do des-matamento e das queimadas). Estimativas da Companhia de Tecnologia e Saneamento Ambiental de São Paulo (Cetesb) relativas a 2000 indicam que, na região metropolitana de São Paulo, a emissão de CO é de 1,66 milhão de toneladas ao ano. Os veículos são responsáveis por mais de 90% desse total - o setor industrial é a fonte de apenas 2,3% das emissões.

PROTEÇÃO AO MEIO AMBIENTEOs últimos anos assistiram a uma evolução no foco das ati-vidades ambientalistas. Se no início elas se concentravam na defesa de algumas espécies ameaçadas, agora consideram que a conservação dos ecossistemas, aliada ao desenvolvi-mento sustentável, é vital para a manutenção e a evolução da biodiversidade, ou seja, para o próprio futuro da humanidade.

DÚZIA SUJA - A Convenção de Estocolmo, de 2001, proibiu a produção e o uso de 11 compostos químicos classificados como poluentes orgânicos persistentes (POPs). O acordo, as-sinado por representantes de 90 países, incluindo o Brasil, entrou em vigor em junho de 2004. Os compostos da “dúzia suja”, como ficaram conhecidos, são aldrin, clorano, mirex, dieldrin, dioxinas, furanos, PCB (bifenilas policloradas), en-drin, heptacloro, HCB (hexaclorobenzeno) e toxafeno. Eles causam câncer e má-formação em seres humanos e animais, além de outros males. O inseticida DDT, inicialmente incluído entre os proibidos (é o “12°”), acabou ficando fora da lis-ta, por causa de sua importância na erradicação do mosquito transmissor da malária.

PROTOCOLO DE MONTREAL - A urgência de proteger a camada de ozônio fez 24 países desenvolvidos assinar um compromisso, em 1987, chamado Protocolo de Montreal. Até dezembro de 2004, 188 nações haviam ratificado o acordo, cujo objetivo é a erradicação gradual das substâncias noci-vas à camada de ozônio, entre elas os CFCs, os hidrocloro-fluorcarbonos (HCFCs) e o brometo de metila, usado como solvente. O protocolo estabeleceu um cronograma detalhado, começando pelos CFCs - suprimidos em 1995 nas nações in-

dustrializadas e com prazo de até 2010 para serem eliminados nos países em desenvolvimento. O acordo surte efeito: entre 1988 e 1995, o consumo de CFCs caiu 76% no mundo. Mas a aplicação completa do protocolo enfrenta problemas. Em 2003, os EUA anunciam que querem aumentar o uso de bro-meto de metila, muito mais prejudicial que o CFC, alegando razões econômicas.

SUSTENTABILIDADEO conceito de uso sustentável da natureza está na base das principais ações que se desenvolvem pelo mundo que visam à preservação do meio ambiente. O objetivo é tornar compa-tível o desenvolvimento econômico e o bem-estar da humani-dade com a preservação da natureza. Em outras palavras, é uma busca para que as atividades econômicas desenvolvidas pela humanidade utilizem os recursos naturais de formar; que a natureza consiga recuperá-los sem que haja degradação dos ecossistemas e da biodiversidade. No mundo de hoje, essa busca assume múltiplas formas.

ALIMENTOS ORGÂNICOS - Como reação ao uso abusivo de agrotóxicos na produção agropecuária, criou-se o conceito de alimento orgânico, produzido de acordo com princípios técni-cos, ambientais e sociais. No cultivo são proibidos agrotóxicos, adubos químicos e sementes transgênicas (modificadas gene-ticamente). Quanto aos animais, são criados sem hormônios, anabolizantes nem antibióticos. O produtor tem de empregar os recursos naturais sem prejudicar o meio ambiente. A produção de alimentos orgânicos é controlada por órgãos que emitem o certificado de qualidade, após inspecionar os locais de produção e processamento.

ECOVILAS - Há pouco mais de dez anos, um movimento internacional presente em todos os continentes defende a im-plantação de ecovilas. Trata-se de uma comunidade na qual as atividades humanas estão integradas à natureza de uma forma que a preservem e que deem base para o prossegui-mento futuro de um desenvolvimento humano saudável. Em outros termos, são comunidades ambientalmente sustentá-veis. Existem no Brasil algumas ecovilas em São Paulo, Minas e Bahia. A proposta de implantação de ecovilas foi adotada pela ONU no Programa de Desenvolvimento de Comunidades Sustentáveis.

ENERGIAS LIMPAS - O mundo ainda depende fundamen-talmente dos combustíveis fósseis, poluidores e cujos esto-ques vão se esgotar no futuro. Já há largo investimento em energias alternativas, mas muitas delas têm custo ambiental alto: as usinas hidrelétricas, por exemplo, devastam o meio ambiente com a formação de lagos, bem como afetam a vida dos peixes; a energia nuclear pode causar sérios danos ao meio ambiente. O futuro aponta para o desenvolvimento das energias limpas, como a solar, a eólica (baseada na força dos ventos) e a geotérmica (que aproveita o calor interno da Ter-ra), que não geram poluição. O problema delas ainda é o preço. Como são, em geral, iniciativas de pequeno porte, seu custo unitário permanece alto.

MADEIRA CERTIFICADA - Para os especialistas, é funda-mental o uso controlado dos recursos florestais, combinando benefícios econômicos e sociais com a preservação ambiental. Um dos mecanismos indicados é a certificação florestal, pro-movida pelo Conselho de Manejo Florestal (FSC, sigla para Fo-rest Stewardship Council), entidade ambientalista internacio-nal. O certificado garante aos consumidores que os produtos foram obtidos de forma sustentável, preservando o ambiente. Cerca de 8 mil itens – de portas de madeira a papel higiênico – exibem esse “selo verde” em todo o mundo. Desde 1995,

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quando começou a funcionar, o FSC certificou 46,5 milhões de hectares em 667 áreas florestais de 61 países. Desde 2000, as áreas de florestas certificadas aumentaram três vezes no mundo.

O LIXO COMO GERADOR DE ENERGIA

O Brasil possui grande potencial para gerar energia elétrica a partir de resíduos sólidos e a alternativa poderia aumentar a atual oferta do país em 50 milhões de Megawatt-hora por ano, ou mais de 15% do total atualmente disponível (cerca de ¼ do que gera a usina hidrelétrica de Itaipu).

Porém, ainda há muitos desafios a vencer. O maior deles é a desinformação – poucos acreditam ser possível que o lixo pode se tornar fonte de energia – o que resulta no subapro-veitamento do potencial brasileiro. Além de algumas inicia-tivas quanto ao aproveitamento de biogás de aterros, não existem projetos com outras tecnologias em curso no país para explorar todo este potencial.

No entanto, existem alguns centros de pesquisa que têm se dedicado ao estudo da conversão do lixo em energia e suas inúmeras aplicações, como o Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia (COPPE), da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), que vem se destacando nas pesquisas sobre este tipo de energia.

A energia elétrica via lixo pode ser obtida de duas formas: pela incineração da parte seca e pela compostagem da fra-ção orgânica. No processo de incineração, a energia é gerada através da queima completa dos resíduos secos. Esse proces-so produz monóxido de carbono (CO), que apresenta poder calorífico, isto é, pode ser queimado para gerar energia.

Já no processo de compostagem é feita a fermentação ana-eróbica (decomposição da matéria orgânica) do lixo por mi-croorganismos, gerando um conjunto de gases denominado biogás. A fermentação é geralmente feita em biodigestores, ou em aterros sanitários munidos de sistema de dutos de co-leta do biogás.

O biogás possui entre 50% e 70% de metano (CH4), que tem poder calorífico. As duas grandes vantagens deste sistema é que sua agressão ao meio ambiente é praticamente nula, e que o biogás pode ser armazenado para a geração de energia elétrica no horário de pico, por exemplo.

O lixo doméstico é composto de 60% de matéria orgânica, 30% de matéria seca e 10% de matéria não aproveitável. Numa cidade que gera 350 toneladas/dia de lixo, as 210 to-neladas de orgânicos forneceriam cerca de 2,5 MWatts. A fração seca, apesar de menor, produziria 3,5 MW devido ao maior poder calórico de seus componentes: borracha, madei-ra, plástico, papel. Esses 6MW totais seriam suficientes para abastecer 60 mil residências.

RECICLAGEM DE LIXO - Nas últimas décadas, ampliam-se as iniciativas para transformar materiais usados em novos produtos e diminuir a quantidade de lixo. Didaticamente, fala-se nos “três erres”: redução, reutilização e reciclagem. O primeiro “erre” é realizado por meio do consumo consciente (produtos com em-balagens retornáveis, por exemplo). O segundo, pelo reaprovei-tamento de materiais que possam ter novo uso. O terceiro, pelo reenvio do lixo não orgânico ao processo produtivo, para a fabri-cação de outros produtos.

Papel, alumínio, vidro e plástico são os materiais que mais se prestam à reciclagem. Ela se torna mais eficiente se houver coleta de lixo seletiva, com a separação dos diversos resíduos. Segundo o IBGE, nem 2% do lixo é coletado de forma seletiva

no Brasil. Ainda assim, o país recicla hoje entre 80% e 90% do alumínio e é líder mundial nesse tipo de reaproveitamento. Entre os materiais recicláveis, o alumínio é o mais valioso, pois sua produção, como a bauxita exige um gasto de ener-gia elétrica altíssimo, e a reciclagem permite uma economia energética de 95%. A poluição da água também cai em 97% com a reciclagem.

O CLIMA GLOBAL FICOU LOUCO?Furacões e tempestades devastadores nos trópicos. Terríveis secas em áreas semiáridas do planeta. Lagos glaciais sumindo pela primeira vez em milênios. Na comunidade científica já há uma compreensão majoritária de que algo está alterando o clima terrestre. Parece não haver mais dúvidas, também, de que no centro das mudanças está um significativo aqueci-mento global.

Não seria, porém, um fenômeno natural, cíclico, de variação dos climas terrestres? Para uma parte dos cientistas, sim. A elevação da temperatura poderia fazer parte de mudanças geradas por fatores físicos, químicos e geológicos, como já ocorreu antes e depois do surgimento do ser humano.

Torna-se inegável, entretanto, que o aumento da emissão de gases por causa de atividades humanas - industrialização, queima de combustível de veículos, destruição de florestas -, se não for a principal causa, no mínimo reforça o aquecimento global. Isso é mais do que motivo para instituir políticas que impeçam, a curto e longo prazos, o aumento na emissão des-ses gases poluentes.

A principal medida aceita mundialmente é a adoção do Pro-tocolo de Kyoto, que entrou em vigor em fevereiro de 2005, com o objetivo de, no período entre 2008 e 2012, reduzir em 5,2% a emissão mundial dos gases do efeito estufa, tomando como base os volumes de emissão de 1990. No fim de no-vembro de 2006, o protocolo contava com a adesão de 168 países, representando 61,6% do total mundial de emissões.

Os efeitos práticos do protocolo, porém, são limitados pelo fato de os Estados Unidos, responsáveis por cerca de 25% das emissões globais, não terem formalizado sua adesão, considerando que o custo para atingir a meta é alto e recai basicamente sobre os países desenvolvidos. Nessa situação, os norte-americanos formaram a Aliança Ásia-Pacífico para o Desenvolvimento Limpo e o Clima, que reúne Austrália, Chi-na, Coreia do Sul, Índia e Japão (os quatro últimos aderentes a Kyoto), em defesa de objetivos voluntários de redução na emissão de gases. A União Europeia criticou o grupo, acusan-do-o de querer derrubar o Protocolo de Kyoto.

Enquanto a disputa diplomática prossegue, os problemas se agravam. Nas últimas três décadas, a Terra esquentou 0,6 °C, uma elevação acelerada, alertou a Nasa. O maior relatório já feito sobre o impacto econômico do efeito estufa (o relatório Stern, di-vulgado em outubro), encomendado pelo governo britânico, ad-verte que as alterações do clima causadas pelo aquecimento global podem custar 20% do PIB global até 2050.

O sinal amarelo está aceso. Os dois principaís problemas imediatos são a substituição dos combustíveis fósseis e a redução drástica do desmatamento no planeta. Em ambos os casos, as soluções exigem grandes investimentos finan-ceiros. O mais importante, porém, é vontade e determinação políticas para tomar as medidas necessárias.

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Atualidades

DESMATAMENTO DA AMAZÔNIA ESTÁ ‘SOB CONTROLE’, DIZ MINCO ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, disse no dia 2 de fevereiro que, pela primeira vez, o desmatamento na Ama-zônia “está sob controle”.

O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) divulgou que 247,6 km² foram desmatados em outubro e novembro de 2009 - 72 % a menos que no mesmo período de 2008. Ainda assim, o dado do ano passado equivale a mais de 150 vezes a área do Parque do Ibirapuera, em São Paulo.

Minc atribui a queda no desmatamento às operações de fis-calização realizadas pelo Ibama, Polícia Federal, Polícia Ro-doviária Federal e Força Nacional de Segurança e às ativida-des da Operação Arco Verde, que visa oferecer alternativas econômicas à exploração ilegal da floresta.

“Esses são os primeiros números pós-Arco Verde, que cobriu os 43 municípios mais desmatadores”, disse Minc. O ministro afirmou que o Brasil pode superar a meta assumida interna-cionalmente de diminuir o desmatamento em 80% até 2020 na comparação com o período entre 1996 e 2005, como par-te dos esforços do país no combate ao aquecimento global.

“A nossa expectativa é que a gente possa chegar em 2020 quebrando 95% do desmatamento”, disse o ministro em en-trevista coletiva em Brasília. “Podemos dizer que, pela pri-meira vez, o desmatamento da Amazônia está sob controle.”

Minc afirmou que está programado um concurso este ano para a contratação de mais mil funcionários para os quadros do Ibama e do Instituto Chico Mendes (ICMBio), com o ob-jetivo de “manter a pressão sobre os infratores” ambientais.

O ministro disse também que uma das principais preocu-pações de sua pasta (que ele deve deixar em março, para concorrer a deputado estadual no Rio de Janeiro) neste ano será a intensificação de buscas de alternativas ao desmata-mento. “Com isso, a gente quer mostrar que é possível viver na Amazônia sem destruir o bioma”, disse Minc.

G1, com informações de Reuters e Agência Brasil. 2/2/2010. http://g1.globo.com/Amazonia/0,,MUL1473845-16052,00-DESMATAMENTO+

DA+AMAZONIA+ESTA+SOB+CONTROLE+DIZ+MINC.html

FUNDO AMAZÔNIAO Fundo Amazônia consiste em um mecanismo propos-to pelo governo brasileiro durante a COP-12, em Nairóbi (2006), visando a contribuição voluntária de países em de-senvolvimento para a redução de emissões de gases de efei-to estufa resultantes do desmatamento e da degradação das florestas (REDD).

O Fundo Amazônia, criado em 1° de agosto de 2008 pelo

Decreto n° 6.527, tem como seu principal objetivo a cap-tação de recursos para projetos em ações de prevenção, monitoramento e combate ao desmatamento e de promo-ção da conservação e uso sustentável no bioma amazônico. Além disso, poderão ser utilizados até 20% dos recursos do Fundo no desenvolvimento de sistemas de monitoramento e controle do desmatamento em outros biomas brasileiros, bem como, em outros países tropicais.

Os projetos submetidos ao Fundo Amazônia terão caráter não reembolsável, ou seja, sem devolução dos recursos e sem fins lucrativos, devendo observar as seguintes áreas te-máticas:I. gestão de florestas públicas e áreas protegidas;II. controle, monitoramento e fiscalização ambiental;III. manejo florestal sustentável;IV. atividades econômicas desenvolvidas a partir do uso sus-tentável da floresta;V. zoneamento ecológico e econômico, ordenamento territo-rial e regularização fundiária;VI. conservação e uso sustentável da biodiversidade; eVII. recuperação de áreas desmatadas.

O Fundo contribuirá para o alcance das metas do Plano Na-cional sobre Mudança do Clima, em especial o objetivo n° 4: redução de 40% da taxa de desmatamento no período 2006 – 2010, em comparação com a taxa média de desmatamento no período 1996 – 2005 (19.508 km / 1,95 milhões de ha) e redução de 30% nos dois quadriênios seguintes (até 2017), relativamente aos quadriênios anteriores.

A captação dos recursos doados ao Fundo Amazônia será re-alizada pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que também atuará como seu gestor. Tal gestão envolve basicamente a integração de procedimentos e decisões de seus três órgãos principais: o Comitê Orien-tador (responsável pela definição das diretrizes estratégicas e critérios para a aplicação dos recursos, e composto por representantes do governo e da sociedade civil); o Comitê Técnico (estabelecido pelo Ministério do Meio Ambiente para certificar os dados e métodos de cálculo das emissões evita-das) e o Gestor do Fundo (BNDES).

Para fixar os limites anuais de captação, foi desenvolvido um parâmetro denominado Taxa de Desmatamento Médio (TDM), que será determinada pelas reduções de emissões oriundas do desmatamento na Amazônia brasileira a cada ano. A redução de cada ano de verificação será confron-tada com a TDM de períodos de 10 anos. Essa média de 10 anos será atualizada a cada cinco anos. Assim sendo, a TDM 1996-2005 será confrontada com as Taxas de Des-matamento anuais (TD) de 2006 a 2010. Já nos períodos subsequentes, como por exemplo, de 2011 a 2015, as taxas de desmatamento anuais serão confrontadas com TDM de 2001 a 2010 (veja a figura abaixo). Assim, qualquer taxa de desmatamento inferior à TDM geraria a emissão de diplomas (certificados) e qualquer taxa de desmatamento superior à TDM não geraria a emissão de diplomas, além do que, os valores que ultrapassarem a referida média deverão ser de-duzidos de possíveis captações nos anos seguintes.

Por questões metodológicas o Fundo Amazônia estabele-ceu a equivalência de 100 toneladas de carbono por cada hectare de biomassa (tC/ha), o que seria equivalente a 367 toneladas de CO2 equivalente por hectare (ou 367tCO2e/ ha), tendo como base o fator de conversão de C para CO2 (~=3,67). As captações de contribuições para as emissões evitadas no ano-calendário de 2006 se iniciaram em agos-to de 2008 e se estenderão até julho de 2009. Para esse primeiro período de captações está sendo utilizado o valor

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Atualidades

padrão de US$ 5,00/tCO2. Os valores futuros irão variar de acordo com a dinâmica do fundo, principalmente, levando em consideração a demanda de projetos.

Como exemplo prático, para esse primeiro período de cap-tações, utilizando a Taxa de Desmatamento (TD) de 2006 que foi de 1.403.900ha, e considerando a TDM média do período de 1996 a 2005 de 1.950.785ha, o Fundo poderia captar recursos relativos a redução do desmatamento cor-respondente a 546.885ha (diferença entre os dois valores: TDM 1996-2005 e da TD 2006). Isso significa em termos das emissões evitadas para o ano de 2007, aproximadamente 54,5 milhões de toneladas de carbono, ou 200 milhões tone-ladas de CO2 equivalente. Assim, com base na redução da taxa de desmatamento na Amazônia em 2006, esse valor de emissões evitadas permitiria ao fundo o arrecadamento de até US$ 1 bilhão nesse primeiro período de captação.

As doações ao Fundo Amazônia são feitas em bases volun-tárias e poderão ser feitas por qualquer empresa, instituição multilateral, organização não-governamental e governos. Ao receber uma doação o BNDES emitirá diplomas nominais e intransferíveis, reconhecendo a contribuição dos doadores. Por se tratar de uma estratégia voluntária os diplomas emiti-dos não gerarão direito de crédito de carbono para compen-sações. Em 25 de março de 2009, o Fundo Amazônia rece-beu a sua primeira doação de US$ 110 milhões do Governo da Noruega (ao todo, o País doará US$ 1 bilhão até 2015).

Nota: CO2 equivalente (CO2e) – CO2e. ou CO2eq. signi-fica “equivalente de dióxido de carbono”, uma medida inter-nacionalmente padronizada de quantidade de gases de efeito estufa (GEE), como o dióxido de carbono (CO2) e o metano. A equivalência leva em conta o potencial de aquecimento global dos gases envolvidos e calcula quanto de CO2 seria emitido se todos os GEEs fossem emitidos como esse gás. As emis-sões são medidas em toneladas métricas de CO2e por ano, ou através de múltiplos como milhões de toneladas (MtCO2e) ou bilhões de toneladas (GtCO2e). O dióxido de carbono equiva-lente é o resultado da multiplicação das toneladas emitidas do GEE pelo seu potencial de aquecimento global. Por exemplo, o potencial de aquecimento global do gás metano é 21 vezes maior do que o potencial do CO2. Então, dizemos que o CO2 equivalente do metano é igual a 21.

CRÉDITOS DE CARBONO VÃO RENDER BILHÕES

Hoje, o mercado mundial de créditos de carbono já movi-menta 30 bilhões de dólares por ano. É um dinheiro que, pe-los mecanismos previstos pelo protocolo de Kyoto, flui para as nações em desenvolvimento, sobretudo Índia, China, Brasil e México. Nos próximos anos, esse bolo pode crescer bastante, voltado para os Mecanismos de Desenvolvimento Limpos (MDLs) - projetos de redução da emissão de carbo-no, como a pesquisa de energias alternativas e de novas

formas de tratamento de lixo, e ações de reflorestamento.

Para entender: nesse mercado, cada tonelada de CO2 não emitida para a atmosfera por um país em desenvolvimento pode ser comprada por nações industrializadas, obrigadas a reduzir sua emissão de gases do efeito estufa em 5,2%em média, entre 2008 e 2012. Isso porque o Protocolo de Kyoto prevê que, em vez de cortar suas próprias emissões, os pa-íses ricos podem “comprar” reduções obtidas pelas nações menos desenvolvidas, ainda não obrigadas a realizá-las pelo acordo. O secretário-geral da ONU em fim de mandato, Kofi Annan, estima que esse mercado pode ser ampliado rapida-mente para 100 bilhões de dólares por ano.

Esse ramo de negócio nasceu de uma proposta brasileira, fei-ta há quase dez anos, e o Brasil liderou inicialmente esse mer-cado. China e Índia, porém, por terem matrizes energéticas muito mais poluentes, são os países com o maior potencial para atrair esses projetos, que, na atual fase do protocolo, não incluem a preservação de florestas. Evidenciando essa tendência, a China foi o país que mais ocupou terreno nos pri-meiros nove meses do ano passado, com 60% dos projetos, seguida por Índia (15%) e Brasil (4%).

Na conferência da ONU sobre alterações climáticas em Nairóbi, no Quênia, em novembro de 2006, o Brasil lançou a discussão para incluir a preservação de florestas como modalidade para o futuro. Seus argumentos contaram com o reforço do Banco Mundial, que propõe a criação do primeiro fundo mundial para a venda de créditos de carbono de “desmatamento evitado” em florestas tropicais, que pode funcionar em meses. Se a ideia der certo, em breve poderá ser mais lucrativo manter as florestas em pé do que derrubá-las para vender madeira, criar gado ou fazer lavouras. A biodiversidade agradece.

A TRANSPOSIÇÃO SAIRÁDO PAPEL

Uma das grandes obras planejadas pelo presidente Luiz Iná-cio Lula da Silva para marcar sua passagem pela Presidência - talvez a principal, para ele -, o Projeto de Transposição das Águas do Rio São Francisco chegou a dezembro de 2006 dor-mindo numa gaveta da Justiça. Tudo estava parado desde ou-tubro do ano anterior, quando o Ministério Público Federal ob-teve uma liminar para impedir o prosseguimento do projeto, e o julgamento foi enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF).

O governo federal estava otimista, esperando uma decisão favorável do STF para tocar a obra. Com ela, prevê beneficiar 391 municípios que sofrem com a falta de água no semiári-do nordestino, melhorando a vida de 12 milhões de pessoas até 2025. Ambientalistas e políticos de estados banhados pelo São Francisco opõem-se à obra, argumentando que pode pre-judicar o rio, que já sofre com problemas de desmatamento em suas margens, poluição e assoreamento do leito. Os de-fensores da obra respondem que o volume de água retirado do rio será irrisório - algo como 1,4% do volume jogado no oceano.

Ao custo previsto de 4,5 bilhões de reais, o projeto prevê a retirada de água em dois pontos do São Francisco, em Ca-brobó e em Petrolândia, ambos em Pernambuco. O primeiro ponto é o início do eixo norte, pelo qual canais levarão água a rios e açudes de Ceará, Rio Grande do Norte e oeste da Paraíba. No segundo correspondente ao eixo leste, as águas serão captadas para abastecer mananciais em Pernambuco e no leste paraibano. O nome do projeto vem do fato de as águas serem bombeadas para “transpor” os limites da bacia

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Atualidades

do rio São Francisco, alimentando outras bacias hidrográficas.

Uma avaliação do Tribunal de Contas da União (TCU), divulga-da em novembro de 2006, alimentou as críticas: afirma que os custos da obra estão subestimado e os benefícios estão super-estimados. Isso porque, para que a água chegue em todos os lo-cais previstos, será preciso realizar centenas de pequenas obras complementares. Além disso, mesmo com a transposição, estu-do da Agência Nacional de Águas estima que, em 2025, 70% das cidades nordestinas com mais de 5 mil habitantes sofrerão com escassez de água para consumo. O governo federal, porém já buscava alternativas para dar os passos iniciais do projeto e sua determinação segue inabalável: se o STF der sinal verde o sertão verá em breve a chegada de tratores, betoneiras e operários en-carregados de abrir o caminho para a chegada de frescas águas do São Francisco.

OS PROTOCOLOS DECONSERVAÇÃO AMBIENTAL

1- CLUBE DE ROMA: A TESE DOS LIMITES DO CRES-CIMENTO

No ano de 1972 Dennis L. Meadows e um grupo de pesquisa-dores publicaram o estudo “Limites do crescimento,” concluin-do as seguintes teses:

1 - Permanecendo as tendências atuais de crescimento em 100 anos haverá um declínio súbito e incontrolável tanto da população quanto da capacidade industrial.

2 - É possível modificar essas tendências, estabilizando a eco-nomia e a ecologia; prega também a satisfação das necessi-dades básicas humanas igualitariamente.

3 - Quanto mais cedo se começar esse equilíbrio, mais êxito teremos.

2- CONFERÊNCIA DE ESTOCOLMO (1972)

A conferência de Estocolmo teve como objetivo conscientizar os países sobre a importância de se promover a limpeza do ar nos grandes centros urbanos, a limpeza dos rios nas bacias hidrográficas mais povoadas e o combate à poluição marinha. Logo em seguida foi criado o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) com sede em Nairóbi, Quênia.

3 - UMA NOVA PROPOSTA:

ECODESENVOLVIMENTO (1973)

Foi o canadense Maurice Strong que usou em 1973 pela pri-meira vez o conceito de ecodesenvolvimento para caracterizar uma concepção alternativa de política do desenvolvimento.

4 - A DECLARAÇÃO DE COCOYOK (1974)

Resultado de uma reunião da Confederação das Nações Uni-das Sobre o Comércio-Desenvolvimento e Programa de Meio Ambiente das Nações Unidas ocorrida em 1974, discutindo: a explosão demográfica, pobreza; a destruição ambiental na África, Ásia e América Latina, resultado da pobreza, os países industrializados contribuem para os problemas de subdesen-volvimento por causa do seu nível exagerado de consumo.

5 - RELATÓRIO DAG-HAMMARSKJÖLD (1975)

Aprofundamentos das posições de Cocoyok, reuniu pesquisa-dores e políticos de 48 países.

6 - O RELATÓRIO BRUMDTLAND

O relatório de Brundtland em 1987 onde o tema “Desenvolvi-

mento sustentável” recebeu maior divulgação, cuja abordagem tenta conciliar as questões sociais, econômicas e ambientais. “Desenvolvimento sustentável é desenvolvimento que satisfaz as necessidades do presente sem comprometer à capacidade de as futuras gerações satisfazerem as suas próprias necessi-dades”. O relatório apresenta “a sustentabilidade como estra-tégia de desenvolvimento”, além de uma lista de medidas a serem tomadas no nível do Estado nacional, entre elas: limites do crescimento populacional; preservação da biodiversidade e dos ecossistemas; diminuição do consumo de energia e desen-volvimento de tecnologias para utilização de fontes energéticas renováveis; aumento da produção industrial nos países não industrializados à base de tecnologias ecologicamente adapta-das; controle da urbanização selvagem.

O relatório também define metas a serem realizadas a ní-vel internacional como: as organizações do desenvolvimento devem adotar a estratégia do desenvolvimento sustentável; proteção dos ecossistemas supranacionais como a Antártica, os oceanos, o espaço; banir guerras; a ONU deve implantar um programa de desenvolvimento sustentável.

7- RIO EM 1992

ECO 92 – Carta da Terra

Em 1992 ocorreu a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento (CNUMAD/UNCED) realizada na cidade do Rio de Janeiro (Brasil), de 3 a 14 de junho de 1992. Essa Conferência foi também chamada de “Cúpula da Terra”, pois representou o maior encontro inter-nacional de cúpula de todos os tempos, com a participação de 175 países e 102 chefes de estado e de governo. Ela ficou conhecida como ECO-92 ou, simplesmente, RIO-92.

Entre os muitos temas tratados na RIO-92, destacam-se: arsenal nuclear, desarmamento, guerra, desertificação, des-matamento, crianças, poluição, chuva ácida, crescimento populacional, povos indígenas, mulheres, fome, drogas, re-fugiados, concentração da produção e da tecnologia, tortura, desaparecidos, discriminação e racismo.

Além da Conferência oficial patrocinada pela ONU, ocorreu, paralelamente, o Fórum Global 92, promovido pelas entida-des da Sociedade Civil. Participaram do Fórum mais de 10 mil representantes de Organizações Não Governamentais (ONGs) das mais variadas áreas de atuação de todo o mundo. Ele se constituiu num conjunto de eventos, englobando, entre outros, os encontros de mulheres, crianças, jovens e índios. Neste Fórum foi elaborada a primeira minuta da “Carta da Terra”, conclamando a todos os participantes para que ado-tassem o seu espírito e os seus princípios, em nível individual e social através das ações concretas das ONGs signatárias.

A Carta da Terra, concebida como um código de ética global por um desenvolvimento sustentável e apontando para uma mudança em nossas atitudes, valores e estilos de vida, envol-ve três princípios interdependentes: os valores que re-gem a vida dos indivíduos; a comunidade de interesses entre Estados; e a definição dos princípios de um desenvolvimento sustentável. Um ética global para uma sociedade global: esse é o objetivo final da Carta da Terra. Embora possamos distin-guir sociedade global de comunidade global, nos documentos produzidos para a minuta da Carta da Terra, eles são usados indistintamente. Todavia, costuma-se falar mais em “comu-nidade” quando se quer realçar o mutualismo, os laços de reciprocidade, como em comunidade religiosa, local, étnica. E mais em “sociedade”, quando se quer realçar a equivalência e

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Atualidades

a organização, como em sociedade civil planetária. A comuni-dade mundial seria uma espécie de princípio, de fundamento da sociedade planetária. A Terra pode ser vista como uma única comunidade organizada em uma sociedade global, com “espírito comunitário”. Uma sociedade global supõe uma mu-dança de atitudes e de valores de cada indivíduo.

A Carta da Terra constituiu-se numa declaração de princípios globais para orientar a questão do meio ambiente e do desen-volvimento. Ela inclui os princípios básicos que deverão reger o comportamento da economia e do meio ambiente, por par-te dos povos e nações, para assegurar “nosso futuro comum”. Ela pretende ter a mesma importância que teve a “Declara-ção dos Direitos Humanos”, assinada pelas Nações Unidas em 1948. Contém 27 princípios com o objetivo de estabelecer uma nova e justa parceria global através da criação de novos níveis de cooperação entre os Estados, setores importantes da sociedade e o povo. Para conseguir o desenvolvimento sustentável e melhor qualidade de vida para todos os povos, a Carta da Terra propõe que os Estados reduzam e eliminem padrões insustentáveis de produção e consumo e promovam políticas demográficas adequadas.

A Carta da Terra deve ser entendida sobretudo como um mo-vimento ético global para se chegar a um código de ética planetário, sustentando um núcleo de princípios e valores que fazem frente à injustiça social e à falta de equidade reinante no planeta. Cinco pilares sustentam esse núcleo: a) direitos humanos; b) democracia e participação; c) equidade; d) pro-teção da minoria; e) resolução pacífica dos conflitos. Esses pilares são cimentados por uma visão de mundo solidária e respeitosa da diferença (consciência planetária).

8 - PROTOCOLO DE KYOTO (KIOTO)

Introdução

O Protocolo de Kyoto é um tratado resultante de uma con-ferência sobre mudanças climáticas que ocorreu na cidade de Kyoto no Japão em 1997. O documento tem por objetivo estabelecer metas para a redução das emissões de gás car-bônico por países industrializados, mais precisamente, reduzir os níveis de emissão de gases do efeito estufa em 5.2% em 2012 comparando-se com os níveis de 1990.

O maior problema enfrentado para a implementação do Pro-tocolo de Kyoto foi que, pelo documento, para se tornar um regulamento internacional, o acordo precisava da adesão de um grupo de países que, juntos, seriam responsáveis por pelo menos 55% das emissões de gases tóxicos. Os Estados Uni-dos, responsáveis por mais de 35% das emissões de gases, se negavam a participar do acordo sem que fossem feitas alterações nas medidas exigidas pelo protocolo e em 2001 se retiraram definitivamente das negociações. Apesar de existir o Protocolo de Kyoto, ele só foi implementado de fato em 2004 com a adesão da Rússia, segundo maior emissor de gases nocivos ao efeito estufa, atingindo assim a porcenta-gem de 55% países poluentes. O acordo começou a valer em Fevereiro de 2005.

Por que os Estados Unidos se negaram a aderir ao Pro-tocolo de Kyoto?

Não foram só os americanos que se negavam a assinar o acordo. Países como Austrália e Canadá também não aderi-ram e a Rússia somente assinou o acordo após descobrir que com a adesão, eles poderiam usá-la como moeda de troca para conseguir ingresso na Organização Mundial do Comércio (OMC).

Os motivos principais questionados por países que não ade-riram ao protocolo é que, pelo documento, apenas os países mais ricos e industrializados seriam obrigados a reduzir as emissões, enquanto que países em desenvolvimento não te-riam nenhuma obrigação. Pelo acordo, países como o Brasil, Índia e China, que também emitem grandes quantidades de gases poluentes, não seriam obrigados a cumprir nenhuma meta de redução de gases. Assim, é compreensível que países ricos sejam contrários às medidas impostas pelo protocolo.

Paralelamente ao Protocolo de Kyoto, os americanos criaram um programa não obrigatório para sua própria indústria, de-nominada Iniciativa Céu Limpo, pelo qual incentivos fiscais seriam oferecidos às empresas que reduzissem 3 tipos de ga-ses, não incluso o gás carbônico. O fato do plano americano não incluir o gás carbônico é que, segundo eles, o efeito do gás carbônico ainda não foi comprovado cientificamente como responsável pelo efeito estufa.

Quais os países obrigados a reduzir a emissão de ga-ses do efeito estufa pelo Protocolo de Kyoto?

Pelo protocolo, os seguintes países estão obrigados a reduzir a emissão de gás carbônico: Alemanha, Austrália, Áustria, Be-larus, Bélgica, Bulgária, Canadá, Comunidade Europeia, Dina-marca, Espanha, Estados Unidos, Estônia, Federação Russa, Finlândia, França, Grécia, Hungria, Irlanda, Islândia, Itália, Ja-pão, Letônia, Lituânia, Luxemburgo, Noruega, Nova Zelândia, Países Baixos, Polônia, Portugal, Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte, República Tcheca, Romênia, Suécia, Suíça, Turquia e Ucrânia.

SONHO DINAMARQUÊS DE VIRAR ‘CAPITAL AMBIENTAL’ DO MUNDO

TORNA-SE PESADELO‘Acordo’ de Copenhague é uma carta de intenções sem apoio unânime. Entenda o que se esperava e o que saiu da confe-rência sobre clima.

O maior encontro diplomático dos últimos tempos, realizado nas duas últimas semanas em Copenhague, capital da Di-namarca, tinha o objetivo de envolver o mundo em ações concretas para evitar o aquecimento global , uma alta des-controlada da temperatura resultante da ação humana. Mas “omissão” é a palavra que define melhor o “resultado” da 15ª Conferência das Partes (COP), a reunião anual que congrega as nações signatárias da Convenção-Quadro sobre Mudança do Clima das Nações Unidas (United Nations Framework Con-vention on Climate Change – UNFCCC).

Este ano a COP foi em Copenhague, capital da Dinamarca, país que sonhava em entrar para a história como o anfitrião de um acordo abrangente que substituísse o Protocolo de Kyoto, acordado em 1997 na COP 3 , sediada na cidade japo-nesa. Mas, para azar do mundo, o que vai constar nos anais da história será a desconcertante incapacidade de aglutinação da liderança dinamarquesa e a truculenta repressão de mani-festações de ONGs ambientalistas.

Esperava-se que os países se comprometessem a cortar ga-ses-estufa segundo as recomendações científicas do IPCC, o Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática, explica-das em detalhes ao mundo em 2007 – portanto, nenhuma novidade. Para evitar uma alta da temperatura superior a 2°C neste século, seria preciso que as nações industrializadas cor-

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Atualidades

tassem suas emissões de gases-estufa em 25% a 40% até 2020, e em 80% a 95% até 2050. As não industrializadas deveriam adotar ações consistentes para frear suas emissões.

CÚPULA DO CLIMA DE BANN: conferência prepara bases para a COP -17

Faltando seis meses para a COP-17, conferência do Clima de Durban, na África do Sul, e um ano para a Cúpula Rio+20, que será realizada no Brasil, começou em Bonn, na Alema-

nha, mais uma rodada da Conferência sobre Clima da Orga-nização das Nações Unidas. Até 17 de junho, cerca de 3 mil negociadores de 183 países tentarão chegar às bases de um novo acordo climático.

Segundo a Secretária Executiva da ONU para mudanças cli-máticas, os governos têm uma inevitável responsabilidade de fazer progressos para o clima em 2011. O protocolo de Kyoto expira em 2012, e o seu substituto ainda não foi acordado pela comunidade internacional.

O que saiu da Dinamarca foi uma declaração de intenções. Não tem efeito vinculante, mas mesmo que tivesse, não vin-cularia ninguém a nada muito decisivo. Os países admitem que de fato é bom evitar uma alta da temperatura em 2°C neste século. Daqui a cinco anos volta-se ao debate para ver se não é ainda melhor deixar escrito que é sensato tentar impedir uma alta de 1,5°C.

O “detalhe” da redução das emissões a médio prazo (2020) fica para mês que vem. Os países deverão providenciar “infor-mações nacionais” (o “nacionais” é para ressaltar a soberania das partes) contando para a ONU como estão combatendo o aquecimento global. Objetivos de longo prazo (2050) não foram sequer mencionados.

O PAPEL ACEITA TUDO

No papel não há metas, mas há menção a dinheiro. Não sig-nifica que ele vai de fato pingar, porque o texto, que não tem força legal, não explica quais mecanismos institucionais seriam responsáveis pela gestão dos recursos.

Está escrito que as nações ricas se comprometem a direcionar US$ 30 bilhões nos próximos três anos para ajudar nações pobres a lidar com as alterações climáticas. Os EUA entram com US$ 3,6 bilhões; o Japão, com US$ 11 bilhões; a União Europeia, com US$ 10,6 bilhões. Os US$ 4,8 bilhões que fal-tam hão de ser financiados por alguém. Entre 2013 e 2020, o aporte seria elevado para US$ 100 bilhões por ano.

TROCA DE PALAVRAS

A rusga entre EUA e China teria sido magicamente superada com a troca de uma dupla de palavras por outra. A China

rechaçava a exigência americana de inspeções para verificar seus programas de corte de CO2 e gases similares. A dupla de termos empregados para definir essa demanda forte é “exa-me e avaliação”. Foram substituídos por “consultas e análi-ses”, algo mais light, palatável, “não invasivo”.

Mas o financiamento de Redd (redução de emissões por des-matamento e degradação florestal) entrou na carta de inten-ções. Isso significa que deixar as florestas em pé poderá ren-der dinheiro de fora.

Ricardo MunizDo G1, em São Paulo. 20/12/09. http://g1.globo.com/Sites/Es-peciais/Noticias/0,,MUL1421298-17816,00-SONHO+DINAMARQUES+DE+VIRA

R+CAPITAL+AMBIENTAL+DO+MUNDO+VIRA+PESADELO.html

RIO+20

Um assunto que deverá frequentar as provas de concursos públicos é a Conferência denominada Rio+20. A conferên-cia da ONU sobre o Desenvolvimento Sustentável , que será celebrada no Rio de Janeiro de 28 de maio a 6 de junho de 2012, “será a mais importante alta prioridade para as “Nações Unidas”, disse Ban Ki-moon durante visita ao Brasil. O secre-tário-geral da ONU informou em Brasília, em junho de 2011, que a conferência sobre desenvolvimento sustentável Rio+20, que o Brasil sediará no ano que vem, será a prioridade mais importante das Nações Unidas.

A conferência receberá líderes de todo o mundo economia verde. Duas décadas depois da Eco-92, também realizada no Rio de Janeiro, a Rio+20 reunirá governantes, cientistas, técnicos, ONGs, movimentos sociais e parlamentares para discutir a economia verde no contexto do desenvolvimento sustentável e também a sua vinculação com a erradicação da pobreza.

Página 776 do 4º relatório do IPCC, tabela 13.7: era isso que a ciência recomendava, mas as delegações em Copenhague não quiseram acatar (Foto: Reprodução de página do 4º relatório do IPCC, 2007).

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Atualidades

AQUÍFERO GUARANI

O Aquífero Guarani é uma reserva subterrânea de água doce (considerada até o momento a maior do mundo), localizada na região sul da América do Sul (partes do território do Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai).

AQUÍFERO GUARANI

• O NOME:Homenagem à população indígena que dominava a Bacia Platina na época do descobrimento da América.

• O VOLUME DE ÁGUA ARMAZENADA:Calcula-se que a reserva contenha 50 quatrilhões de litros de água. É mais do que a água que corre em todos os rios do planeta em um ano, ou seja, 43 quatrilhões de litros. Poderia abastecer a atual população brasileira por 2 mil anos. (Alguns cientistas afirmam que poderá chegar a 3 mil anos).

• A VAZÃO:Chega a 800 metros cúbicos por hora (ou 800 mil litros) em profundidades de mil a 1,2 mil metros. Nas bordas é de cerca 3 litros/hora.

• A PROFUNDIDADE:A água do manancial está situada a uma profundidade que oscila de 50 metros a 1,5 mil metros. 10% da área total está rente a superfície.

• A TEMPERATURA DA ÁGUA:A cada cem metros de profundidade, a temperatura da água aumenta 3ºC. Nos pontos mais profundos, pode chegar a 60ºC. A água tem uma temperatura média de 25ºC a 30ºC .

• A ESPONJA:A água está embebida em um manto de arenito poroso. Trata-se de água da chuva que escorreu lentamente para o subsolo durante 100 milhões de anos, depurando-se.

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Atualidades

Informações Importantes:

- O Aquífero Guarani ocupa uma extensão de terra de, aproxi-madamente, 1,2 milhão de quilômetros quadrados.

- Para se ter uma ideia do tamanho da reserva, ela tem ca-pacidade para abastecer, de forma sustentável, cerca de 400 milhões de habitantes, com 43 trilhões de metros cúbicos de água doce por ano.

- A profundidade da reserva é de, aproximadamente, 1500 metros.

- No Brasil, está presente no subsolo dos seguintes estados: São Paulo, Goiás, Mato Grosso, Mato-Grosso do Sul, Paraná, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

- Ocupa também partes do território subterrâneo de outros três países da América do Sul: Argentina, Uruguai e Paraguai.

- Segundo especialistas em hidrologia, a quantidade de água doce seria capaz de abastecer a população mundial por mais de cem anos. Numa possível falta de água doce no futuro, este recurso será de extrema importância para a humanidade.

- A reserva de água está protegida de contaminações e infil-trações por uma camada de rocha basáltica.

AUMENTA CONSUMO DE ENERGIA NO BRASIL

O consumo de energia elétrica no Brasil avançou 7,5 por cen-to em novembro contra igual período de 2008, para 56.274 megawatts-médios, impulsionado por maiores temperaturas, retomada da atividade industrial e a interligação do sistema isolado Acre/Rondônia, que somou mais 400 megawatts ao Sistema Interligado Nacional.

No acumulado do ano, no entanto, a taxa de consumo de energia ainda é negativa em 0,5 por cento, informou o Ope-rador Nacional do Sistema (ONS) nesta quinta-feira. Contra outubro deste ano, a energia consumida em novembro teve incremento de 4,6 por cento.

“A taxa de crescimento da carga do mês de novembro em relação ao mesmo mês do ano anterior, quando foram ob-servados os primeiros reflexos da crise na carga de energia, consolida a retomada do crescimento da produção industrial”, avaliou o ONS em nota.

O sistema Sudeste foi o que mais se recuperou em relação a novembro de 2008, com alta de 9,7 por cento nessa base comparação, mas acumula ainda queda de 1,1 por cento no ano.

“A carga verificada no mês de novembro apresentou uma acentuada elevação em relação aos meses anteriores, de-monstrando uma melhora acentuada do desempenho da ati-vidade econômica da região, onde se concentra a maior parte das indústrias do país”, explicou o ONS.

Em segundo lugar ficou a região Sul, com alta de 7,3 por cento contra igual período do ano passado, também puxada pelas temperaturas mais elevadas e pela retomada da produ-ção industrial voltada para o mercado interno.

No ano, o Sul já registra alta de consumo de 0,8 por cento contra os dez primeiros meses de 2008.

A região Nordeste teve alta de 2,9 por cento no consumo de energia me novembro contra novembro 2008 e a região Norte foi a única a continuar apresentando queda na comparação anual, de 0,7 por cento, com a volta mais lenta da atividade dos consumidores eletrointensivos da região e que são vol-tados para o mercado externo, ainda convalescendo da crise financeira.

Denise Luna, Reuters. 3/12/2009. http://portalexame.abril.com.br/meio-am-biente-e-energia/noticias/consumo-energia-aumenta-brasil-516954.html

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Atualidades

PRINCIPAIS PROGRAMAS SO-CIAIS DO ATUAL GOVERNO BRA-

SILEIRO FOME ZERO

O FOME ZERO é uma estratégia impulsionada pelo governo federal para assegurar o direito humano à alimentação ade-quada às pessoas com dificuldades de acesso aos alimentos. Tal estratégia se insere na promoção da segurança alimentar e nutricional buscando a inclusão social e a conquista da cidadania da população mais vulnerável à fome.

Articulação e integração da ação pública

A atuação integrada dos ministérios que implementam po-líticas fortemente vinculadas às diretrizes do FOME ZERO possibilita uma ação planejada e articulada com melhores possibilidades de assegurar o acesso à alimentação, a ex-pansão da produção e o consumo de alimentos saudáveis, a geração de ocupação e renda, a melhoria na escolarização, nas condições de saúde, no acesso ao abastecimento de água, tudo sob a ótica dos direitos de cidadania.

O primeiro ponto positivo do FOME ZERO foi priorizar o tema da fome na agenda política do Brasil, com repercussões no cenário mundial, além de reforçar a participação e a mobili-zação da sociedade.

O segundo ponto positivo do FOME ZERO foi possibilitar a vinculação entre a Política de Segurança Alimentar e Nutri-cional e a necessidade de repensar a ação do Estado. Quan-to mais garantida a integração das áreas envolvidas nesse tema, mais estimuladas as parcerias e melhor promovidos os canais de participação popular e controle social, maior é a possibilidade de consolidação efetiva dessa política. A re-alização da II Conferência Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, em 2004, consolidou o reconhecimento pelo Estado da necessidade de implementação de uma política pública de segurança alimentar e nutricional fortemente apoiada na participação da sociedade brasileira.

Dessa forma, os princípios do FOME ZERO têm por base a transversalidade e intersetorialidade das ações estatais nas três esferas de governo; no desenvolvimento de ações con-juntas entre o Estado e a sociedade; na superação das desi-gualdades econômicas, sociais, de gênero e raça; na articu-lação entre orçamento e gestão e de medidas emergenciais com ações estruturantes e emancipatórias.

BOLSA-FAMÍLIAO Programa Bolsa Família (PBF) é um programa de transfe-rência direta de renda com condicionalidades, que beneficia famílias em situação de pobreza (com renda mensal por pes-soa de R$ 70 a R$ 140) e extrema pobreza (com renda men-sal por pessoa de até R$ 70), de acordo com a Lei 10.836,

de 09 de janeiro de 2004 e o Decreto nº 5.209, de 17 de setembro de 2004.

O PBF integra a estratégia FOME ZERO, que tem o objetivo de assegurar o direito humano à alimentação adequada, pro-movendo a segurança alimentar e nutricional e contribuindo para a erradicação da extrema pobreza e para a conquista da cidadania pela parcela da população mais vulnerável à fome.

O Programa pauta-se na articulação de três dimensões es-senciais à superação da fome e da pobreza:

• promoção do alívio imediato da pobreza, por meio da transferência direta de renda à família;

• reforço ao exercício de direitos sociais básicos nas áreas de Saúde e Educação, por meio do cumprimentos das condi-cionalidades, o que contribui para que as famílias consigam romper o ciclo da pobreza entre gerações;

• coordenação de programas complementares, que têm por objetivo o desenvolvimento das famílias, de modo que os beneficiários do Bolsa Família consigam superar a situação de vulnerabilidade e pobreza. São exemplos de programas complementares: programas de geração de trabalho e ren-da, de alfabetização de adultos, de fornecimento de registro civil e demais documentos.

É considerado um dos principais programas de combate à pobreza do mundo, tendo sido nomeado como “um es-quema antipobreza inventado na América Latina (que) está ganhando adeptos mundo afora” pela britânica The Econo-mist. Ainda de acordo com a publicação, os governos de todo o mundo estão de olho no programa.

O Programa Bolsa Família seleciona as famílias com base nas informações inseridas pelo município no Cadastro Único para Programas Sociais para Governo Federal (CadÚnico). O CadÚnico é um instrumento de coleta de dados que tem como objetivo identificar todas as famílias em situação de pobreza existentes no país.

A situação socioeconomica das famílias é determinada, para efeito da gestão do Programa, a partir do critério de renda, com limites definidos com base em estudos desenvolvidos pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), com o apoio do Instituto de Pesquisa Econô-mica Aplicada (Ipea) e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O cadastramento não implica a entrada imediata dessas fa-mílias no Programa e o recebimento do benefício.

Com base nas informações inseridas no CadÚnico, o Mi-nistério seleciona, de forma automatizada, as famílias que serão incluídas no Programa a cada mês. O critério principal é a renda per capita da família.

BRASILSOCIEDADE, EDUCAÇÃO, SEGURANÇA E CULTURA

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Atualidades

Governo cancela 709,9 mil benefícios do Bolsa FamíliaO Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) divulgou que cancelou em fevereiro 709.904 benefícios do Bolsa Família. Esse é o nú-mero de beneficiários que não atualizaram os dados cadastrais no programa até o dia 31 de outubro do ano passado.

O cancelamento veio depois do bloqueio, em novembro, de 975.601 bolsas: o valor ainda era depositado nas contas, mas só poderia ser retirado após a atualização dos cadastros. Com o impedimento, mais 265 mil beneficiários atualizaram os dados e tiveram o dinheiro desbloqueado. Os 709,9 mil res-tantes tiveram o benefício cancelado.

São Paulo é o estado onde houve mais cancelamentos (133.992), seguido por Bahia (67.986) e Minas Gerais (67.630). Em janeiro, por conta de baixa frequência escolar, 23,5 mil benefícios foram cancelados.

O Bolsa Família, segundo o ministério, varia entre R$ 22 e R$ 200, de acordo com a renda mensal da família e com o número de crianças e adolescen-tes. Para receber o benefício, as famílias precisam cumprir obrigações, como manter os filhos na escola e atualizar os dados a cada dois anos.

G1. 8/2/2010. http://g1.globo.com/Noticias/Politica/0,,MUL1481509-5601,00-GOVERNO+CANCELA+MIL+BENEFICIOS+DO+BOLSA+FAMILIA.

html.

PROGRAMA DE ERRADICAÇÃO DO TRABALHO INFANTIL (PETI)

É um programa que tem por objetivo retirar crianças e ado-lescentes entre 7 e 15 anos de idade do trabalho infantil considerado perigoso - aquele que coloca em risco sua saú-de e segurança. O Peti concede bolsas mensais - que che-gam a R$ 40 - para que a criança ou adolescente frequente a escola. E promove atividades culturais e esportivas, artís-ticas e de lazer em período complementar.

Beneficiados - 875 mil crianças e adolescentes

LUZ PARA TODOS

Foi criado em novembro de 2003 para levar energia elétrica a 10 milhões de brasileiros residentes no meio rural até o ano de 2008, e dessa forma universalizar o acesso a energia a todas as pessoas.

Beneficiados - 7,2 milhões

BRASIL ALFABETIZADO E EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS

O programa é voltado para pessoas com 15 anos ou mais e faz parcerias com Estados, municípios, universidades, empre-sas privadas, organizações não governamentais, organismos internacionais e instituições civis para combater o analfabetis-mo. É articulado à Educação de Jovens e Adultos (EJA) e tem

por objetivo ainda fortalecer políticas que estimulem a conti-nuidade nos estudos e a reinserção nos sistemas de ensino.

Beneficiados - 8,9 milhões de pessoas

PROUNICriado em 2004, o Programa Universidade para Todos tem por objetivo permitir o acesso de jovens de baixa renda à educa-ção superior, por meio da concessão de bolsas de estudo, in-tegrais ou parciais. Os beneficiados são estudantes de cursos de graduação em instituições privadas de educação superior. As instituições precisam aderir ao programa e recebem, em contrapartida, isenção de alguns tributos. Os critérios de se-leção são os resultados dos estudantes no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e o perfil socioeconômico.

PRINCIPAIS PROBLEMAS DASGRANDES CIDADES BRASILEIRASA intensa urbanização que vem ocorrendo no Brasil, espe-cialmente a partir de 1950, tem sido acompanhada por um processo de metropolização, isto é, concentração demográ-fica nas principais áreas metropolitanas do país. Isso signi-fica que as grandes cidades, as metrópoles, crescem a um ritmo superior ao das pequenas e médias cidades. Assim, quando somamos a população das nove principais cidades do país - São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador, Fortaleza, Recife, Porto Alegre, Curitiba e Belém juntamente com as cidades que pertencem às suas respectivas áreas

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Atualidades

metropolitanas, verificamos que, em 1950, elas reuniam por volta de 18% da população nacional em 1970. Esse número subiu para 25% e, em 1995, para cerca de 31% da popula-ção total do Brasil.

Com o crescimento acelerado dessas grandes cidades e com os processo de conurbação que nelas frequentemente ocorrem, certos problemas urbanos - como os transportes, água, esgotos, uso do solo, etc. - não devem ser tratados isoladamente em cada cidade vizinha, mas em conjunto. Daí surgiu a definição de áreas ou regiões metropolitanas: “um conjunto de municípios contíguos e integrados socioecono-micamente a uma cidade central, com serviços públicos e infraestrutura comuns.” Elas foram estudadas pelo IBGE e definidas por duas leis, em 1974 e em 1975, e existem no Brasil em número de nove.

Assim, cada uma dessas nove áreas metropolitanas possui um planejamento integrado de seu desenvolvimento urba-no, que é elaborado por um conselho deliberativo, nomeado pelo governo de cada Estado e auxiliado por um conselho consultivo, formado por representantes de cada município integrante da região metropolitana. Procura-se, desse modo, tratar de forma global certos problemas que afetam o con-junto da área metropolitana e que anteriormente ficavam a cargo apenas das prefeituras de cada município.

O LIXOO lixo além de ser um problema ambiental no Brasil tam-bém pode ser considerado um problema econômico (gastos para remoção de 240 toneladas diárias). Um simples ato de jogar um papel na rua acarreta a contratação de milhares de garis, produção de milhões de quilos de lixo e riscos a saúde humana.

Algumas cidades estão adotando fornos de incineração de lixo, permitindo reduzir o volume desse material; porém há a poluição do ar que essa queima do material gera. Outra forma de tratar o lixo é criar aterros sanitários, que diminuem o contato urbano com o lixo. Nos aterros o lixo é lançado no solo e compactado através de tratores (pode gerar problemas de contaminação do solo e lençóis freáticos).

O lixo urbano parece ser um problema sem solução. Todas as formas de tratamento atuais geram algum outro problema. Os aterros, apesar das vantagens apresentadas, são caros. A melhor forma de auxiliar com o lixo é a diminuição do mesmo.

Apesar das inúmeras tecnologias diferentes desenvolvidas para processar o lixo, a melhor saída (mais econômica) pa-rece estar ligada a mudança de comportamento das pessoas.

Alternativas para auxiliar o problema do lixo:

- Menor produção de lixo por pessoa;

- Reciclar, doar e ter outras finalidades para embalagens, rou-pas, etc..

- Boas ideias (sacola reciclável, que já está sendo adotada em várias cidades do Brasil como meio de reduzir a utilização de sacos plásticos);

- Aterros sanitários, que seguem procedimentos de seguran-ça, possuindo sistemas de drenagem e tratamento de resí-duos.

Aterro sanitário é uma espécie de depósito onde são des-cartados resíduos sólidos (lixo) provenientes de residências, indústrias, hospitais e construções. Grande parte deste lixo é formada por não recicláveis. Porém, como a coleta seletiva ainda não ocorre plenamente, é comum encontrarmos nos aterros sanitários plásticos, vidros, metais e papéis.

Os aterros sanitários são construídos, na maioria das vezes, em locais distantes das cidades. Isto ocorre em função do mal cheiro e da possibilidade de contaminação do solo e de águas subterrâneas. Porém, existem, atualmente, normas rígidas que regulam a implantação de aterros sanitários. Es-tes devem possuir um controle da quantidade e tipo de lixo, sistemas de proteção ao meio ambiente e monitoramento ambiental.

Os aterros sanitários são importantes, pois solucionam parte dos problemas causados pelo excesso de lixo gerado nas grandes cidades.

FAVELIZAÇÃO“Vi ontem um bicho

Na imundície do pátio

Catando comida entre os detritos.

Quando achava alguma coisa,

Não examinava nem cheirava:

Engolia com voracidade.

O bicho não era um cão,

Não era um gato,

Não era um rato.

O bicho, meu Deus, era um homem.”

Manuel Bandeira

QUAL FOI A PRIMEIRA FAVELA DO BRASIL?

Oficialmente, a pioneira foi a do morro da Providência, surgida em 1897 no centro do Rio de Janeiro. Mas, recentemente, novos estudos sugerem que já havia gente morando em bar-racos na cidade antes disso. Vamos aos fatos: a ocupação no morro da Providência começou quando cerca de 10 mil solda-dos que haviam participado da Guerra de Canudos, no sertão da Bahia, desembarcaram na antiga capital do país.

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Atualidades

Na bagagem, uma reivindicação: eles queriam que o governo desse casas para os veteranos do conflito. Sem grana para criar os tais alojamentos, o governo teria permitido a constru-ção de vários barracos de madeira no morro da Providência, que ficava atrás de um quartel. Essa é a versão mais conheci-da. Mas algumas pesquisas indicam que a primeira favela foi outro aglomerado de casas precárias, surgido ainda no ano de 1897, só que alguns meses antes da Providência.

O local da favela pioneira seria o morro de Santo Antônio, também no centro. Estudos com documentação da época re-velam que, no começo de 1897, já existiriam 41 barracos no local. Fica difícil comprovar essa história porque o morro de Santo Antônio foi destruído para a construção do aterro do Flamengo, nas décadas de 1950 e 1960. A favela da Providên-cia, por outro lado, existe até hoje.

Se o pioneirismo é discutível, restam poucas dúvidas sobre a origem do nome “favela”. Tudo indica que os primeiros mora-dores da Providência chamavam o lugar de “morro da Favela” - era uma referência a um morro de mesmo nome que exis-tia em Canudos, recoberto por um arbusto rasteiro também chamado “favela”. Com o passar dos anos, a palavra virou sinônimo de uma triste realidade habitacional. Pelas contas do IBGE, mais de 10 milhões de pessoas vivem em favelas, espalhadas em um terço dos municípios brasileiros.

O TRÂNSITO URBANODe acordo com a Secretaria Especial de Desenvolvimento Ur-bano da Presidência da República - SEDU, no período 1995 a 1999, o número de passageiros transportados por ônibus nas áreas urbanas brasileiras (cidades acima de 100 mil habitan-tes), caiu cerca de 13%, passando de 16,12 para 13,96 bilhões de passageiros/ano. Nos sistemas metroferroviários a queda foi ainda maior no mesmo período, de cerca de 28%, de 889 para 643 milhões de passageiros/ano.

Num quadro de profundas alterações - econômicas, demográ-ficas, sociais, tecnológicas - por que vêm passando os centros urbanos brasileiros, a dinâmica das cidades se alterou signifi-cativamente nas últimas décadas. Os hábitos de deslocamento das populações se transformaram, a demanda se segmentou, e os usuários ficaram mais exigentes quanto à qualidade dos serviços. O crescimento urbano e a periferização da população (com a ocupação em áreas informais) provocaram o aumento das distâncias, dos tempos de viagem e dos custos dos deslo-camentos.

O planejamento dos serviços de transporte público não se adaptou a essa nova dinâmica e as redes de serviços não se adequaram às novas necessidades. Apesar do au-mento da oferta (a produção quilométrica mensal nas capi-tais brasileiras passou de 195 milhões de km em abril 1995 para 223 milhões no mesmo mês de 1999 - fonte: Associa-ção Nacional das Empresas de Transporte Urbano - NTU, 2001), os serviços se mantiveram deficientes, especialmente no que diz respeito à regularidade, flexibilidade e qualidade. Os deslocamentos por meios “alternativos” passaram, então, a ser mais atrativos que os serviços de transporte regular, consi-derados inflexíveis, caros e de qualidade insatisfatória. Novos serviços por microônibus, vans, kombis e mototáxis, formais ou não, passaram a disputar passageiros nas ruas com os tradicio-nais serviços por ônibus.

Com o aumento do nível das tarifas, os deslocamentos a pé ou por bicicleta aumentaram significativamente na parcela mais

pobre da população. Por outro lado, o uso do automóvel, antes restrito às classes de renda mais alta, expandiu-se, atingindo parcelas da população que antes dependiam do transporte co-letivo.

O problema da acessibilidade física, provocado pela inadequa-ção das redes de serviço à nova ordem de ocupação urbana, e as altas tarifas dos serviços (o valor da tarifa média ponderada cresceu cerca de 72% acima da inflação, para o período 1994 a 1999 - fonte NTU, 2001), obrigaram parcela da população (os mais pobres) a restringirem o número e o motivo de suas viagens, privando-os do acesso aos serviços essenciais (saúde, educação, trabalho, lazer, etc.). Isso agravou o problema da pobreza urbana e da exclusão social.

A intensificação do uso do automóvel, por sua vez, trouxe a sobrecarga dos sistemas viários das cidades (com os congestio-namentos severos), o aumento da poluição ambiental, e cres-cimento do número de acidentes. Apesar dos efeitos positivos do novo Código de Trânsito Brasileiro, o Brasil ainda apresenta altos índices de acidentes de trânsito. O número de mortes para cada 100 mil habitante em acidentes no Brasil, em 1999, foi de 13,6 (Denatran, 2001). Para se ter uma ideia, em 1984 a Alemanha apresentava um índice de 4 mortos/100 mil hab, os EUA 3, e o Japão 2, para o mesmo indicador.

As situações crônicas de congestionamentos são responsáveis pela elevação dos tempos de viagem, com impactos na eficiên-cia urbana. De acordo com pesquisa do IPEA e da Associação Nacional de Transportes Públicos - ANTP, se considerarmos as duas maiores cidades brasileiras os congestionamentos severos estão causando perdas anuais de 316 milhões de horas em São Paulo e 113 milhões de horas no Rio de Janeiro.

VIOLÊNCIA URBANAViolência urbana é a expressão que designa o fenômeno social de comportamento deliberadamente transgressor e agressivo, apresentado pelo conjunto dos cidadãos ou por parte deles, nos limites do espaço urbano. Tem qualidades que a diferenciam de outros tipos de ação violenta praticados por pessoas ou grupos de pessoas e se desencadeia em consequência das condições de vida e convívio no espaço urbano. Sua manifestação mais evi-dente são os altos índices de criminalidade grave; a mais cons-tante é a infração dos códigos elementares de conduta civilizada.

Fenômeno disseminado em todas as grandes cidades, a vio-lência urbana é determinada localmente por valores sociais, culturais, econômicos, políticos e morais de uma sociedade. Com a uniformização dos comportamentos típica do final do século XX, no entanto, ela incorpora modelos copiados dos pa-íses de maior influência na esfera internacional. As populações de países subdesenvolvidos, por exemplo, aprendem e repro-duzem, muitas vezes com pequenas modificações, padrões culturais de procedimento violento originários dos Estados Unidos, como a formação de gangues de rua, a pichação de paredes e a expressão artística que tem a violência como tema.

As manifestações mais extremadas da violência urbana ocor-rem em sociedades nas quais há uma tradição cultural de vio-lência e profundas divisões raciais, sociais e econômicas, como nos Estados Unidos. Marcaram a década de 1990, por exemplo, as cenas dos motins que sacudiram Los Angeles depois que um júri, formado de brancos, absolveu quatro policiais brancos acusados de espancar um negro. Iniciada em Los Angeles, a revolta se estendeu por diversas grandes cidades americanas e

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Atualidades

atingiu especialmente os bairros centrais, em que se concentra a população negra pobre. Nos dias de tumulto, dezenas de pessoas foram mortas em espancamentos, incêndios de carros e saques de estabelecimentos comerciais.

A violência urbana é grande também em países em que funcio-nam mal os mecanismos de controle social, político e jurídico pelo estado, que detém o monopólio do exercício legítimo da coerção. Em países como o Brasil, de instituições frágeis, pro-fundas desigualdades econômicas e de classe, e uma tradição cultural de violência, a realidade do cotidiano dos habitantes das grandes cidades é violenta. São frequentes os comporta-mentos criminosos graves, como assassinatos, linchamentos, assaltos, tráfico de drogas, tiroteios entre quadrilhas rivais e corrupção, além do desrespeito sistemático às normas de con-duta social estabelecidas pelos códigos legais ou pelo costume.

Uma das causas do crescimento da violência urbana no Brasil é a aceitação social da ruptura constante das normas jurídicas e o desrespeito à noção de cidadania. A sociedade admite pas-sivamente tanto a violência dos agentes do estado contra as pessoas mais pobres quanto o descompromisso do indivíduo com as regras de convívio. Ficam impunes o uso da tortura pela polícia como método de investigação; a ocupação de espaços públicos por camelôs e donos de carros; as infrações de trân-sito; a incompetência administrativa; a imperícia profissional; a negligência causadora de acidentes e o desrespeito ao consu-midor. Entre os cidadãos habituados a esses comportamentos, encontram eco as formas violentas de fazer justiça, como a pena de morte, e mesmo o fuzilamento sumário, linchamentos e castigos físicos. É frequente a aprovação popular da punição violenta sem julgamento, especialmente se entre as vítimas se encontram presidiários ou ativistas políticos.

BRASIL RECENTEUnião reafirma decisão do STF sobre Lei da Anistia 31

Agência Estado – Pela primeira vez no mandato da presidente Dilma Rousseff, o governo afirmou que a Lei da Anistia não permite a punição de envolvidos em crimes de tortura e vio-lação de direitos humanos. Em parecer, a Advocacia-Geral da União reforçou o entendimento já manifestado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) de que a anistia vale para todos os crimes cometidos durante a ditadura.

FICHA LIMPAPor maioria de votos, o Plenário do Supremo Tribunal Fede-ral (STF) decidiu que a Lei Complementar (LC) nº 135/2010, a chamada Lei da Ficha Limpa, não deveria ser aplicada às eleições realizadas em 2010, por desrespeito ao artigo 16 da Constituição Federal, dispositivo que trata da anterioridade da lei eleitoral (princípio constitucional que estabelece a an-terioridade de um ano para lei que altere o processo eleitoral passe a ser aplicada. Trata-se de uma cláusula pétrea, que não pode ser mudada)

CASAIS DO MESMO SEXO Segundo informações do site Último Segundo, o Brasil já contabiliza mais de 60 mil pessoas vivendo com parceiros do mesmo sexo, segundo dados do Censo 2010, divulgados em abril de 2011, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatís-tica (IBGE).

A tendência é que esse número cresça significativamente, uma vez que, em decisão inédita ocorrida em maio de 2011,

o Supremo Tribunal Federal (STF) reconheceu a validade da união civil entre pessoas do mesmo sexo. Os ministros do Supremo concordaram de forma unânime em equiparar as re-lações homoafetivas às uniões estáveis. Com a decisão, o re-gime jurídico de união estável, previsto no Código Civil como união entre homem e mulher, passa a valer também para as homoafetivas, assegurando os mesmos direitos e deveres a companheiros de mesmo sexo.

Sinopse do censo 2010

* População do Brasil: 190.755.799.

* Censo visitou 67,5 milhões de domicílios em 5.565 municí-pios.

* População brasileira cresce quase 20 vezes desde 1872.

* Regiões Norte e Centro-Oeste apresentam maior crescimen-to populacional.

* Na década de 2000, foram criados 58 novos municípios.

* Maranhão, Piauí e Pará apresentam os menores graus de urbanização.

* O país tem 96 homens para cada 100 mulheres.

* Diminui a proporção de jovens e aumenta a de idosos.

* A média de moradores por domicílio caiu para 3,3 pessoas.

AS GRANDES OPERAÇÕES DA POLÍCIA FEDERAL NO BRASIL

OPERAÇÃO CARROSSEL

A Operação Carrossel foi desencadeada pela Polícia Federal no dia 20 de dezembro de 2007. Agentes da PF cumpriram 102 mandados de busca e apreensão em 14 Estados e no Distrito Federal. Na ação, foram recolhidos computadores, CDs, fotos, vídeos e outras mídias em endereços residenciais, escritórios e empresas de suspeitos de crimes sexuais contra crianças.

Foram detectados pela PF cerca de 3.800 acessos a material pornográfico infantil disponibilizado na internet. Três pessoas foram presas em flagrante, duas em São Paulo e uma em Fortaleza (CE).

Segundo afirmou o delegado Adailton Martins, chefe da Divi-são de Combate a Crimes Cibernéticos da PF e encarregado da operação, a comunidade flagrada acessava cenas de todo tipo de ato libidinoso. Foram apreendidas fotos e vídeos com crianças de até 2 anos de idade. “Alguns pareciam bebês, é realmente um crime nefasto.”

Para chegar à rede de pedófilos, a PF considerou um total mí-nimo de 5 acessos a endereços de pornografia infantil, feitos pelos suspeitos. A comunidade desbaratada incluía usuários

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Atualidades

suspeitos de pedofilia de 78 países, cujos governos foram no-tificados pela Polícia Federal, por intermédio da Interpol.

OPERAÇÃO DOWNTOWN

A Polícia Federal realizou em 26/08/08 a Operação “Downto-wn”, que visa desarticular 14 quadrilhas de doleiros que, em sua maioria, atuam na Região Central de São Paulo. Em Belo Horizonte, serão cumpridos quatro mandados de prisão e oito de busca e apreensão.

A Operação ocorre poucos meses após o Banco Central editar a Resolução número 3568, de 29 de maio de 2008, a qual flexibilizou as regras para a atuação de agências de turismo no mercado de câmbio. Apesar das novas regras permissi-vas, os resultados obtidos com a operação mostram que os “doleiros” continuam preferindo operar com dólar e euro no mercado paralelo, sem submeter seus resultados à tributação e ao controle do Bacen.

As quadrilhas atuavam no mercado paralelo de câmbio bem como realizando operações conhecidas como dólar-cabo. Os principais crimes cometidos são evasão de divisas, opera-ção de instituição financeira sem a competente autorização, formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e sonegação fis-cal, os quais somados podem chegar a 28 anos de prisão.

Diversos clientes foram também identificados e podem res-ponder por crimes que chegam a 10 anos de prisão. Serão instaurados inquéritos policiais para apurar suas condutas.

OPERAÇÃO PASÁRGADA

Doze prefeitos mineiros e um magistrado da Justiça Federal em Belo Horizonte foram presos em uma megaoperação da Polícia Federal. Eles são suspeitos de participar de fraudes na liberação do Fundo de Participação dos Municípios (FPM). Os prejuízos aos cofres públicos chegam a R$ 200 milhões. 48 pessoas haviam sido presas na Operação Pasárgada, que cumpriu 100 mandados de busca e apreensão e outros 53 de prisão em Minas Gerais, Bahia e Distrito Federal.

O esquema

Segundo a Polícia Federal, 6% dos recursos do FPM são reti-dos para pagamento de dívidas de municípios em débito com o INSS, mas o dinheiro era liberado ilegalmente. Os lobistas procuravam as prefeituras para propor a liberação do dinheiro retido e depois acionavam escritórios de advocacia que mediavam a negociação com o juiz.

O magistrado expedia a liminar que garante os re-passes. Em troca, o magistrado recebia parte dos hon-orários dos advogados e outros “benefícios”, como con-trato de shows de uma dupla sertaneja agenciada por ele. O coordenador da operação, Mário Alexandre Veloso Aguiar, afirma que o INSS é apenas “vítima” da quadrilha. “O es-quema ilegal era realizado há pelo menos três anos”, afirma.

Crimes

Os investigados responderão pelos crimes de formação de quadrilha, corrupção ativa e passiva, tráfico de influência, advocacia administrativa, exploração de prestígio, fraude a licitação, quebra de sigilo de dados e lavagem de dinheiro. As penas podem chegar a vinte anos de prisão.

OPERAÇÃO NAVALHA

A Operação Navalha deflagrada pela Polícia Federal do Bra-sil no dia 17 de maio de 2007 visou desbaratar esquemas de

corrupção relacionados à contratação de obras públicas feitas pelo governo federal. As supostas acusações levaram à que-da do ministro das Minas e Enegia Silas Rondeau na semana seguinte.

Gautama é uma empreiteira brasileira comandada pelo em-presário Zuleido Veras. Seu nome seria uma alusão a Sidarta Gautama, o Buda.

A Gautama foi fundada em 1995, tendo como sócios princi-pais dois antigos executivos da empreiteira OAS, Zuleido Ve-ras no braço político e Latif Abud na parte operacional, mas a sociedade não durou e Veras acabou assumindo o controle da empresa. Apesar da Construtora Gautama ter uma longa história na execução de contratos milionários em todo país ela ganhou notoriedade nacional apenas no ano de 2007 ao ser denunciada pela Operação Navalha da Polícia Federal em um dos maiores escândalos de corrupção do país. Esta operação investigou a atuação da empresa na fraude de li-citações de obras públicas em nove estados brasileiros e no Distrito Federal.

No entanto as suspeitas de irregularidades da empresa vão além das licitações apontadas na operação da Polícia Federal. No ano anterior (2006) já haviam várias denúncias do TCU consideradas graves contra a empresa, como nos casos do Aeroporto Internacional de Macapá e da BR-319. Mas a histó-ria de acusações de fraude cometidas pela empresa vai ainda mais longe, como demonstram registros de casos ocorridos em 1997, 2001 e 2003.

Em 2007 os contratos sob suspeita da empresa somavam R$ 499,96 milhões. O valor total dos contratos realizados pela construtora está estimado em R$ 1,5 bilhão.

Cronologia

• Em 17 de maio, a PF realiza a Operação Navalha.

• O ministro de Minas e Energia, Silas Rondeau manda afastar assessor preso em operação, Ivo Almeida Costa, assessor es-pecial do gabinete do ministro.

• O governador do Maranhão, Jackson Lago, ordena a apura-ção sobre a empresa Gautama.

• A PF transfere 23 dos 46 presos para Brasília.

• O presidente Lula diz em Araguaína (TO) que não vai comen-tar sobre nova operação e “doa a quem doer” aos acusados.

• Em 18 de maio, a PF divulga áudios em que os acusados falam e citam nomes de políticos.

• “Carros de Luxo” apreendidos começam ser enviados para Brasília.

• A PF adia depoimentos para dia 21.

• A PF afirma que grampos revelam os parlamentares, entre eles Delcídio Amaral (PT-MS). Ele nega.

• Em 20 de maio, vários presos da operação conseguem habe-as-corpus, entre eles o ex-governador José Tavares.

• Chegam em Brasília, os “Carros de Luxo”

• O programa Fantástico, da Rede Globo divulga novas gra-vações de vídeos em que aparecem o dono da Gautama, a funcionária, perto do Congresso Nacional.

• Em 21 de maio, Delcídio Amaral se defende das acusações no plenário do Senado.

• A PF afirma que o ministro Silas Rondeau recebeu proprina da Gautama. Rondeau nega.

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Atualidades

• Vários presos da operação conseguem habeas-corpus.

• Novos depoimentos da PF dos acusados.

• Políticos querem a saída de Rondeau do ministério. O primei-ro a pedir foi José Sarney, responsável pela escolha no minis-tério desde 2005.

• Em 25 de maio, a revista Veja, datada no dia 30 de maio, co-meça a circular na tarde em que revela que o presidente do Se-nado, Renan Calheiros teve contas pessoais pagas entre 2004 a 2006 por um lobista, da esposa e da filha de 3 anos. Segundo a revista, que teve acesso aos documentos, encontrou com o lobista e o Calheiros, para falar esse assunto.

• Calheiros nega que as contas forem ilegais; já o lobista e a esposa não quiseram falar.

• Em 26 de maio, é libertado mais um envolvido, ficando ape-nas 9 na prisão.

OPERAÇÃO SATIAGRAHA

• A Operação Satiagraha é uma operação da Polícia Federal Brasileira contra o desvio de verbas públicas, a corrupção e a lavagem de dinheiro (em Portugal branqueamento de capitais) desencadeada em princípios de 2004 e que resultou na prisão, determinada pela 6ª Vara da Justiça Federal em São Paulo, de vários banqueiros, diretores de banco e investidores, em 8 de julho de 2008. As chamadas operações policiais são conjuntos de diligências realizadas pela polícia durante uma investigação, geralmente relativas a um inquérito policial. Todo inquérito, por sua vez, ao ser concluído, é enviado ao Ministério Público, res-ponsável por decidir se é caso ou não de iniciar um processo criminal contra os investigados.

• Satyagraha é o termo usado pelo pacifista indiano Mahatma Gandhi durante sua campanha pela independência da Índia. Em sânscrito, Satya significa ‘verdade’. Já agraha quer dizer ‘fir-meza’. Assim, Satyagraha é a ‘firmeza na verdade’, ou ‘firmeza da verdade’. Satyagraha significa o princípio da não agressão, ou uma forma não violenta de protesto, como um meio de revolução. Satyagraha também é traduzido como “o caminho da verdade” ou “a busca da verdade”.

• Segundo Igor Gielow, secretário de Redação da Sucursal de Brasília da Folha de S. Paulo: A Operação Satiagraha abriu uma verdadeira “caixa de Pandora”. Negócios ligados ao nome do banqueiro Daniel Dantas, desde o governo Fernando Hen-rique até a gestão Lula, foram colocados no centro do debate político de uma hora pra outra. O Judiciário está em polvorosa por conta do embate entre a Justiça Federal de primeira ins-tância e o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal). É discutida a necessidade de manter ou não o banqueiro preso.

TOQUE DE MIDAS

Na manhã do dia 11 de julho, foi deflagrada pela Polícia Fe-deral no Amapá, a Operação Toque de Midas. Tal operação resultou de investigação que tem por objetivo averiguar uma possível fraude ao processo licitatório de concessão da es-trada de ferro do Amapá, que liga os municípios de Serra do Navio e Santana e é responsável pelo transporte de minério do interior do estado para o Porto de Santana às margens do Rio Amazonas.

CAOS AÉREOO choque entre o jato Legacy e um Boeing da Gol, em se-tembro de 2006, que provocou a morte de 154 pessoas, e as imensas filas e atrasos de voos que se seguiram nos ae-

roportos brasileiros foram a face mais visível de uma nova crise nacional: a do setor aéreo. Desde então, o passageiro tem convivido com períodos de normalidade, interrompidos por sobressaltos provocados por problemas nos aeroportos e denúncias de riscos de novos acidentes. A crise, está claro, persiste, porque persistem as suas causas. Entenda melhor essa questão.

1. Quando começou a crise no setor aéreo do país? O choque entre um jato Legacy americano e um Boeing da Gol em setembro de 2006, que derrubou o último na selva de Mato Grosso e matou as 154 pessoas a bordo, foi o epi-sódio que chamou definitivamente a atenção da população brasileira para a precariedade do setor de transporte aéreo do país. No entanto, o acidente, junto da greve branca dos con-troladores de voo que gerou o apagão aéreo original, foram só dois dos estopins de um colapso que já estava anunciado. Enquanto o movimento de passageiros no país cresceu em ritmo acelerado nos últimos três anos - 19% só em 2005 - , o investimento oficial em infraestrutura de controle aéreo, equi-pamentos e formação de equipes seguiu o caminho inverso - foi reduzido quase à metade.

2. Quais são as causas do caos aéreo em que o país mergulhou?O caos e a incerteza que dominam o setor aéreo são resultado de uma série de problemas interligados. Os recursos da área são mal administrados; os aeroportos não têm estrutura para atender a atual demanda; faltam controladores de tráfego aé-reo, e os que estão aí não têm boas condições de trabalho; os radares têm zonas cegas; as comunicações por rádio falham. Basta que um desses elos da corrente não funcione para que todos os outros sejam comprometidos. Como estão todos na iminência de falhar, a vulnerabilidade do sistema - que há muito ultrapassou o seu limite - é enorme.

3. Quem administra o transporte aéreo no país?A aviação está sob responsabilidade direta do Ministério da Defesa, e é comandada pela Força Aérea Brasileira (FAB). A Aeronáutica, no entanto, não gerencia o setor sozinha. Junto dela estão a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeropor-tuária (Infraero), estatal responsável pela administração dos 67 aeroportos do país; e a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), que tem a finalidade de regular e fiscalizar as ativida-des de aviação civil e de infraestrutura aeronáutica e aeropor-tuária. A Anac, como o próprio nome explica, é o único dos três órgãos comandado por uma autoridade civil.

4. Como funciona o sistema de controle de tráfego aé-reo no Brasil? O controle de tráfego aéreo é comandado por um conjunto de quatro unidades de monitoramento que se integram para cobrir todo o território nacional. Cada unidade regional do sis-tema leva o nome de Cindacta - Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle do Espaço Aéreo. São órgãos subordinados ao Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea), que por sua vez responde diretamente ao comando da Aeronáu-tica. No Brasil, optou-se nos anos 1970 por criar um sistema único para controlar tanto a aviação civil quanto a militar, ao contrário do que acontece em outros países. Em Brasília, fica o Cindacta 1; em Curitiba, o Cindacta 2; em Recife, o Cindacta 3; e em Manaus, o Cindacta 4, baseado na estrutura do Siste-ma de Vigilância da Amazônia (Sivam). A rede de controle aé-reo brasileira é frágil. Está sujeita a problemas que começam na falta de manutenção dos equipamentos e vão até as recen-tes greves dos operadores – cujo contingente é insuficiente.

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Atualidades

5. Os equipamentos utilizados no controle do tráfego aéreo no Brasil são confiáveis?Não. Os problemas começam nas comunicações por rádio. O Brasil tem mais de cinquenta frequências de rádio para a comunicação entre os centros de controle em terra e os avi-ões. No Cindacta 1, por exemplo, nenhuma das frequências funciona com 100% de clareza o tempo inteiro. O trecho en-tre Brasília e Manaus possui “áreas de silêncio”, em que as comunicações de voz ficam inoperantes por até quinze minu-tos. Além disso os radares têm zonas cegas. Mesmo na área do Cindacta 4, que utiliza a rede do Sistema de Vigilância da Amazônia, o Sivam, de custo estimado em 1,4 bilhão de dólares, há zonas na região amazônica em que os radares não conseguem detectar os aviões no céu. Como se não bas-tasse, os aeroportos são deficientes. Segundo especialistas, a avaliação de um aeroporto é feita com base em três itens: pista, pátio de estacionamento de aeronaves e terminal de passageiros. Nove dos vinte maiores aeroportos brasileiros, que concentram 90% dos voos no país, têm problemas graves em um ou mais desses quesitos.

6. Qual é o papel dos controladores de voo no atual caos da aviação civil? Acuados pela suspeita de que o acidente da Gol foi motivado por negligência do controle aéreo, os trabalhadores do setor iniciaram no fim de 2006 um movimento por melhores salários e passaram a denunciar suas precárias condições de trabalho. Há 2.700 operadores de tráfego aéreo no Brasil, na maioria militares - seriam necessários mais 800 para que o monitora-mento dos aviões fosse feito de forma segura. A consequência disso é que esses profissionais ficam sobrecarregados e con-trolam mais aviões do que o regulamento prevê. No final de 2006, os controladores não precisaram fazer greve de fato. Bastou-lhes apenas seguir os regulamentos de segurança, diminuindo o número de aeronaves sob responsabilidade de cada um, para que o caos se estabelecesse nos aeroportos.

7. A desmilitarização do controle de tráfego aéreo se-ria a solução para os problemas dos operadores? Uma das reivindicações dos controladores de tráfego aéreo é justamente a desmilitarização de sua função, colocada em debate pelo ministro da Defesa Waldir Pires após o início da crise. Fora das mãos da Aeronáutica, o controle deixaria de ser a caixa de segredos que é hoje. Alegando questões de segurança nacional, os militares relutam em prestar contas sobre um serviço que influi na vida de milhões de brasileiros. Sob comando da Aeronáutica, também não existe transpa-rência sobre o destino das taxas cobradas das companhias aéreas pelo serviço de controle de tráfego. Taxas que, em úl-tima análise, influem nos preços das passagens. Para os ope-radores, a desmilitarização traria benefícios imediatos. Como militares, eles estão sujeitos às leis e à rotina do quartel. Não podem questionar ou contrariar ordens superiores, sob risco de punição. No entanto, tirar o controle aéreo das mãos da Aeronáutica não é bem visto entre comandantes militares e especialistas. Para eles, a troca de chefia pode ser perigosa, pois facilitaria a ocorrência de greves de fato, direito assistido pela Constituição.

8. Faltam recursos para administrar o setor de trans-porte aéreo? Não, eles são mal gerenciados. O dinheiro para equipar me-lhor o tráfego aéreo não depende de recursos orçamentários. As taxas de embarque pagas pelos passageiros nos aeropor-tos somam uma dinheirama que, em 2006, chegou a cerca de 950 milhões de reais. O Brasil tem a terceira tarifa ae-

roportuária mais cara do mundo. Só que, por determinação dos ministérios da Fazenda e do Planejamento, a maior parte desse dinheiro fica retida nos fundos Aeronáutico e Aeroviá-rio, a fim de aumentar o superávit primário nas contas oficiais. Do Fundo Aeronáutico, que acumulava até o fim de 2006 1,9 bilhão de reais, somente 17% foram efetivamente usados. Os erros de gestão financeira são agravados por outras decisões administrativas, como um acordo entre a Infraero e as com-panhias aéreas feito no começo do apagão aéreo, que passou a considerar atraso somente os voos que demoravam mais de uma hora para decolar.

9. As companhias aéreas também têm culpa pela crise aérea? Sim. Em primeiro lugar, porque junto dos órgãos que adminis-tram o tráfego aéreo, elas falham ao não garantir nem mesmo o mais elementar dos direitos dos passageiros: ser informado sobre os problemas e ter alguma previsão sobre os atrasos. Em segundo, porque desrespeitam novamente seus consumi-dores ao insistirem em vender mais passagens do que seus aviões podem comportar.

10. A crise aérea afeta somente o setor turístico e os passageiros em férias? Não, o turismo é um dos setores menos prejudicados. Cerca de 70% dos passageiros da aviação comercial brasileira via-jam a trabalho. Além disso, num país das dimensões do brasil e com estradas lastimáveis, o transporte de mercadorias por avião é vital para o bom funcionamento da economia. Por últi-mo, mas não menos importante, deve-se registrar que o caos nos aeroportos afeta diretamente a classe média brasileira, da qual provém a maior parte dos passageiros.

11. Por que sempre que se fala em atrasos nos voos, o aeroporto paulistano de Congonhas recebe atenção especial? Congonhas é o maior aeroporto do país em número de pas-sageiros - 18,4 milhões em 2006 - e de voos - 600 por dia. Quando não é o causador das ondas nacionais de atrasos de voos, o aeroporto localizado no meio do caos urbano de São Paulo é o mais afetado por elas, e acaba refletindo isso nos outros terminais do país. Ele trabalha há anos acima de sua capacidade - poderia receber, no máximo, 12 milhões de passageiros por ano. Para piorar, desde 24 de janeiro de 2007, toda vez que a chuva forma uma lâmina d’água sobre as duas pistas do aeroporto de 3 ou mais milímetros de profundidade (a espessura de uma moeda de 50 centavos), os pousos e as decolagens são suspensos por questões de segurança. Cum-bica, em Guarulhos, e Viracopos, em Campinas, têm capaci-dade imediata de absorver, respectivamente, 20% e 2% das operações de Congonhas, mas em breve também precisariam ser ampliados.

12. Como solucionar o caos aéreo?Não há soluções prontas, mas existem medidas que poderiam ter sido adotadas antes da crise estourar. Um bom começo seria a criação de um plano aeroviário nacional que estabe-lecesse uma política clara de reformulação e reorganização da infraestrutura aeroportuária. Para isso, o governo precisa gastar menos em obras vistosas como reformas milionárias de aeroportos - que são sim necessárias, desde que conduzidas de forma transparente - e mais no setor do tráfego aéreo que o público não enxerga - como os centros de controle de voo.

No caso dos rádios problemáticos, uma saída para fugir das interferências é substituir a comunicação via rádio pela via satélite, solução que tem funcionado até em países como a

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Atualidades

Costa Rica. Sobre os controladores, desmilitarizados ou não, é preciso formar e manter mais profissionais do que exige a demanda no dia a dia dos aeroportos. Para além das soluções pontuais que já foram apontadas por diversos especialistas, o que falta mesmo é agilidade do governo em reconhecer o de-sastroso desempenho administrativo que ocasionou a leva de problemas aeroportuários, e corrigi-los de forma a encerrar este tormento rapidamente.

Veja. Março de 2007. http://veja.abril.com.br/idade/exclusivo/perguntas_res-postas/caos_aereo/index.shtml

AVIÃO COM 228 A BORDO DESAPARECE NO TRAJETO RIO-PARISAirbus A330 da Air France perdeu o contato por volta das 22 horas (de Brasília) sobre o Oceano Atlântico

Um Airbus A330 da companhia Air France, que seguia do Rio de Janeiro para Paris, desapareceu do controle dos radares em frente ao litoral do Brasil, segundo afirmam autoridades brasileiras e francesas. A aeronave, que levava 228 pesso-as, saiu do Aeroporto do Galeão às 19 horas de domingo e deveria chegar a Paris nesta segunda-feira às 6h10, hora de Brasília.

As primeiras informações são de que, durante a madrugada, a aeronave não foi detectada pelos radares da Ilha do Sal, que fica entre Brasil e Europa. Segundo o ministro dos Transpor-tes da França, Jean-Louis Borloo, o avião está desaparecido há mais de 5 horas e as inquietações são as mais graves. “In-felizmente tememos o pior, a situação é alarmante”. Por volta das 7h35 (hora de Brasília), um porta-voz da Air France afir-mou que “não há nenhuma esperança de localizar o avião”. A área de busca pela aeronave é bem grande, e compreende a região entre o arquipélago de Fernando de Noronha, a costa do Marrocos e a Espanha.

Segundo a empresa, aeronave levava 216 passageiros e 12 tripulantes, entre eles os três pilotos. A Air France afirmou que entre os 216 passageiros estão um bebê, sete crianças, 82 mulheres e 126 homens. O voo AF447 da companhia fran-cesa aparece como “atrasado” nas telas de informação do aeroporto Charles de Gaulle. Um centro de monitoramento de crise já foi aberto pela companhia aérea no aeroporto em Paris e as famílias de passageiros são atendidas no local, sem contato com a imprensa.

“A Força Aérea já foi mobilizada, durante a madrugada, para que assim que nascesse o sol iniciasse as buscas do avião”, afirmou o porta-voz da Aeronáutica, coronel Henry Munhoz, em entrevista ao programa Bom Dia Brasil, da TV Globo. “O nosso departamento de controle do espaço aéreo tem uma área de cobertura que corresponde a três vezes a dimensão do Brasil. Boa parte do Oceano Atlântico está sob a respon-sabilidade do Brasil, de acordo com tratados internacionais. Por esse motivo, então, o Brasil iniciou as buscas”, explicou. Segundo a FAB, o avião estava “bem avançado no Atlântico’ quando fez o último contato”.

Em nota, o Palácio do Eliseu afirmou que lamenta a notícia e pediu para que o ministro dos Transportes acompanhe a si-tuação diretamente no aeroporto. O governo francês afirmou ainda que fará o possível para localizar o aparelho e prestar o auxílio necessário às famílias dos passageiros.

Rosana de Cássia e Andrei Netto, de O Estado de S. Paulo. 1/06/2009.http://www.estadao.com.br/noticias/cidades,aviao-da-air-france-desaparece-

do-radar-no-litoral-brasileiro,380224,0.htm

RELEMBRE OS PIORES ACIDENTES AÉREOS DO BRASILAté o desaparecimento do voo 447 da Air France, acidente da TAM era considerado o pior do País

O voo 447 da Air France que fazia o trajeto Rio-Paris desapa-receu na madrugada de 1 de junho com 228 pessoas a bordo e pode ser considerado o maior acidente aéreo desde 2004. O Brasil já registrou desde 1980 cerca de 13 acidentes graves com aviões.

O último aconteceu no dia 23 de maio, quando um avião par-ticular King Air B350 caiu no Estado da Bahia e as quatorze pessoas a bordo morreram. Em 2007, o acidente com um Air-bus A320 da TAM matou os 187 ocupantes e mais 12 pessoas que estavam em terra, quando a aeronave saiu da pista do aeroporto de Congonhas e se chocou com um prédio. Quase dez meses antes, a queda de um Boeing da Gol na Floresta Amazônica deixou 154 mortos.

Conheça os principais acidentes registrados no Brasil desde 1980:

13 de abril de 1980: um Boeing 727 da companhia Trans-brasil bate em um morro em Florianópolis, em Santa Catarina, e mata 54 pessoas.

12 de junho de 1982: um avião da companhia Taba cai em Tabatinga, no Amazonas, e deixa 44 mortos.

8 de junho de 1982: um Boeing 727 da Vasp bate em uma colina, pouco antes da aterrissagem em Fortaleza, no Ceará, e deixa 137 mortos. Na época, foi o maior desastre aéreo da aviação nacional.

22 de março de 1989: um cargueiro da companhia aérea Transbrasil cai sobre a favela Jardim Ipanema, na cidade de Guarulhos. Três tripulantes e 22 pessoas em terra morrem.

2 de março de 1996: nove pessoas, entre as quais os cinco integrantes do grupo Mamonas Assassinas, morrem na coli-são de um jato Learjet contra a Serra da Cantareira, em São Paulo.

31 de outubro de 1996: Fokker 100 da TAM cai em uma área residencial perto do Aeroporto de Congonhas e deixa 99 mortos.

16 de dezembro de 2000: sete da mesma família morrem na queda de um bimotor em SP.

21 de junho de 2000: a queda de um bimotor Sêneca no Pantanal mata 6 pessoas no MS.

30 de agosto de 2002: avião Brasília da Ricco Linhas Aére-as cai no Acre e 23 pessoas morrem.

29 de setembro de 2006: o maior acidente aéreo do País até então mata as 154 pessoas que estavam a bordo do voo 1907 da Gol, depois de uma colisão com um jato executivo Legacy.

31 de março de 2006: avião LET-410 operado pela compa-nhia Team Transportes Aéreos bateu em uma montanha no norte do Estado do Rio de Janeiro, matando os 19 ocupantes.

17 de julho de 2007: um Airbus A320 operado da TAM sai da pista, se choca contra um edifício e pega fogo em São Pau-lo. Os 187 ocupantes morreram e 12 pessoas que estavam em terra. É considerado o pior acidente aéreo do País.

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Atualidades

8 de fevereiro de 2009: um avião EMB-110 Bandeirante operado por uma companhia regional caiu no rio Manacapuru, na selva amazônica brasileira, deixando 24 mortos. Quatro pessoas sobreviveram.

Estadão. 1/06/2009. http://www.estadao.com.br/noticias/cidades,relembre-os-piores-acidentes-aereos-do-brasil,380443,0.htm

ENSINO NO BRASIL EDUCAÇÃO BÁSICA

A educação básica é aquela que, em teoria, deve ser propor-cionada a todas as crianças, para que sejam municiadas de uma bagagem comum de conhecimentos e habilidades es-senciais até atingir a idade adulta. Seu objetivo é garantir a todos uma formação que permita o exercício da cidadania, o progresso no trabalho e a possibilidade de perseguir estudos mais avançados em sua área de interesse. É dividida em seis principais segmentos:

EDUCAÇÃO ESPECIAL

É destinada a crianças, jovens e adultos com algum tipo de deficiência física ou mental, aos superdotados e àqueles que apresentam problemas de conduta. A educação especial deve ser oferecida desde a educação infantil até o ensino superior, preferencialmente na rede regular. Nesse caso, é chamada de educação inclusiva. O direito à educação especial é assegura-do pela Constituição de 1988 e reafirmado pela LDB em seu artigo 58. As normas da Secretaria de Educação Especial do Ministério da Educação (Seesp), em vigor desde 2002, tratam também da formação de professores e da organização do es-paço físico da escola para atender o aluno com necessidades especiais.

Matrículas na educação especial: O censo Escolar de 2005 registra a matrícula de 640.317 alunos com necessida-des educativas especiais. Menos da metade dos alunos têm acesso a apoio pedagógico especializado.

Inclusão: Do total de matriculados, 59% estão em escolas ou classes especiais e 41% são atendidos em classes inclu-sivas. A inclusão ainda é dificultada por fatores como a falta de preparo dos professores, a infraestrutura inadequada dos prédios - que impede o acesso de muitos alunos - e a insufici-ência de equipamentos e material didático.

EDUCAÇÃO INFANTIL

É a primeira etapa da educação básica e não é obrigatória. Antes da LDB, de 1996, era considerada um serviço de assis-tência social. Ainda hoje, não são todas as crianças que têm acesso à educação infantil. Apenas 37,7% das crianças de 0 a 6 anos frequentam a escola. A creche, que atende crianças de 0 a 3 anos, é frequentada por apenas 11,7% das crianças dessa faixa etária. A situação melhora na faixa de 4 a 6 anos: 68,4% estão matriculadas em pré-escola. Em 2006, aprovado o ensino fundamental obrigatório de nove anos, a educação infantil passou a destinar-se às crianças com até 5 anos. No entanto, até 2010 vigoram regras de transição que permitem que esse nível atenda crianças até os 6 anos.

Matrículas em educação infantil: A educação infantil é o nível de escolarização que apresenta o maior crescimento, mas o acesso a ela ainda é restrito. Para cumprir as metas do

Plano Nacional de Educação até 2011, segundo levantamen-to do Inep, o Brasil deve elevar para 4,3 milhões o total de crianças matriculadas em creches públicas e para 7,2 milhões o total em pré-escolas. O município é o principal responsável pela educação infantil.

EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS

A EJA é destinada àqueles que não terminaram o ensino fun-damental ou o médio em cursos regulares na idade apropria-da. Já foi chamado de supletivo. A LDB determina que os jovens e adultos nessa situação devem ter acesso gratuito a cursos e exames que permitam a continuação dos estudos. Os maiores de 15 anos podem fazer exame de conclusão do ensino fundamental e os maiores de 18 o de conclusão do ensino médio.

Matrículas na EJA: Há cerca de 4,9 milhões de alunos ma-triculados em cursos presenciais, nos quais há controle de presença, 3,4 milhões desses fazem o ensino fundamental. Há ainda quase 1 milhão de alunos, em cursos semipresenciais, nos quais a presença é flexível. Com relação ao ensino médio, tem havido aumento nas matrículas. Muitos migraram do en-sino regular para o ensino de jovens e adultos, fato explicado pela necessidade de concluir mais rápido os estudos, de for-ma a conseguir colocação no mercado de trabalho.

ENSINO FUNDAMENTAL

Etapa intermediária da educação básica, teve sua duração mí-nima ampliada de oito para nove anos pela Lei 11.274, de 6 de fevereiro de 2006. Com essa alteração, ele deve ser ofere-cido às crianças entre 6 e 14 anos. As regras de transição, no entanto, dão prazo até 2010 para as escolas se adaptarem à nova lei. Esse nível de ensino já foi chamado de 1° grau, bem como de primário e ginásio. A Constituição de 1988 estabe-lece que é obrigação do Estado oferecer esse nível de ensino gratuitamente.

Matrículas no ensino fundamental: Atualmente, de cada dez alunos do ensino fundamental, nove estão em escolas públicas. Dos brasileiros de 7 a 14 anos, 97% têm acesso ao ensino fundamental, índice considerado excelente por órgãos internacionais, como a Unesco. Municípios e estados são os principais responsáveis pelo ensino fundamental.

ENSINO MÉDIO

É a etapa final da educação básica. Já foi chamado de 2° grau e de colegial. Destina-se aos adolescentes de 15 aos 17 anos. O ensino médio ainda tem alta taxa de evasão escolar: pouco mais de 70% dos matriculados conseguem concluí-lo. Outro problema é a distorção série-idade. Quase metade dos alunos desse nível de ensino têm mais de 18 anos.

Matrículas no ensino médio: Houve um grande crescimen-to nesse nível de ensino entre 1999 e 2005, quando o número de matrículas aumentou de 7,7 milhões para 9,03 milhões, ocorrendo, em 2007, uma queda para 8,3 milhões. A partici-pação da rede pública no ensino médio tem crescido. Se duas décadas atrás absorvia cerca de 60% das matrículas, hoje re-presenta 88%. As escolas estaduais detêm a grande maioria das matrículas (85%).

EDUCAÇÃO PROFISSIONAL

O objetivo da educação profissional é ajudar os jovens na inserção no mercado de trabalho ou permitir uma melhor qua-

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lificação aos que já são profissionais. Além disso, os cursos profissionais devem preparar o aluno para o exercício da cida-dania. Esse tipo de educação teve início em 1909, quando o presidente Nilo Peçanha criou as Escolas de Aprendizes Artífi-ces, com o objetivo de formar mão de obra especializada para o nascente setor industrial.

A LDB mudou a natureza desse ensino. Agora ele comple-menta - e não mais substitui - a educação básica. A formação inicial e continuada de trabalhadores, nome oficial do curso de nível básico, é destinada a qualquer pessoa, independente-mente do grau de escolaridade. A educação profissional técni-ca de nível médio é direcionada àquelas pessoas que estejam cursando o ensino médio ou já o tenham concluído. O aluno que faz o curso técnico de nível médio junto com o ensino médio regular pode fazer os dois cursos no mesmo estabeleci-mento de ensino ou em estabelecimentos diferentes. A carga horária da parte profissional varia de 800 a 1,2 mil horas.

Cadastro Nacional de Cursos de Educação Profissional Técnica de nível médio (CNCT): Registro que divulga em todo o país planos de cursos aprovados pelos Conselhos Esta-duais de Educação ou órgãos regionais da Secretaria Estadual de Educação. Os diplomas dos cursos cadastrados têm valida-de em todo o país.

Centro Federal de Educação Tecnológica (CEFET): Cen-tro de excelência na educação profissional com 34 unidades espalhadas por várias cidades do Brasil, também oferece um concorrido ensino médio.

Matrículas na educação profissional: Em 2005, havia 707 mil estudantes matriculados em cursos profissionalizantes, 58% deles em escolas privadas. Em 2007, esse número caiu para 688 mil.

Sistema “S”: Conjunto de instituições financiadas por con-tribuições vinculadas aos salários pagos por empresas aos seus funcionários. Inclui o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), o Serviço Social da Indústria (SESI) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (SENAC), entre outros que atuam principalmente na educação profissional básica.

ENSINO SUPERIORÉ destinado aos alunos que completaram o ensino médio e desejam ampliar seu domínio de uma área específica de co-nhecimento de forma a se tornarem habilitados, praticarem aquela profissão e desenvolverem o próprio conhecimento. Em geral, pela limitação maior de vagas nas instituições de ensino superior, que por sua vez é consequência da limitação de vagas no mercado de trabalho, os alunos devem passar por uma modalidade de processo seletivo para ter acesso a esse nível de ensino. As instituições que oferecem os cursos podem ser públicas ou privadas. O ensino superior vem se ex-pandindo. Nos últimos cinco anos, o número de instituições e cursos dobrou. Em 2001, 943 escolas de ensino superior ofe-reciam 11.811 cursos. Em 2006, já eram 21.779, ministrados em 1.854 instituições.

CURSO DE GRADUAÇÃO

Os cursos de graduação são os mais tradicionais e preparam para a carreira acadêmica ou profissional, além de dar aces-so a níveis ainda superiores de ensino. Há diversos tipos de diploma e certificação que podem ser obtidos nessa fase de

ensino, que é concluída, dependendo da área, entre quatro e seis anos:

Bacharelado: Os diplomas com grau de bacharel ou título específico, como médico, permitem o exercício profissional.

Habilitação: É um programa instrucional com requisitos es-pecíficos, como disciplinas de estágio, trabalho de conclusão, entre outros. É vinculada obrigatoriamente a um curso de graduação, visando habilitar o aluno a exercer uma ativida-de específica dentro da área de conhecimento do seu curso. As diversas habilitações de um mesmo curso de graduação devem, necessariamente, compartilhar um núcleo comum de disciplinas e atividades.

CURSO DE LICENCIATURA

Os diplomas com grau de licenciado permitem o exercício do magistério no ensino fundamental e no médio. A licenciatura pode ser conquistada entre três e quatro anos.

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO

Os cursos de pós-graduação podem ser feitos por quem já tem diploma de graduação. Dois a três anos de estudo adi-cional são necessários para conquistar um mestrado e outros tantos para um doutorado. A legislação prevê duas modalida-des de pós-graduação:

Lato Sensu: Não dão diploma nem título de mestre e não facultam o acesso ao doutorado. São cursos de especializa-ção de aperfeiçoamento e os conhecidos como MBA (máster of business administration, em inglês). Costumam ter caráter mais técnico e profissional. A residência médica, que confere ao médico o título de especialista, é um curso de especializa-ção lato sensu.

Stricto Sensu: Dão direito a diploma de mestrado ou dou-torado e seu objetivo é formar pesquisadores, professores e profissionais de alto nível. O mestrado pode ser feito logo após a conclusão da graduação e exige a apresentação de uma dissertação no fim do curso. Embora possa haver exce-ções, exige-se o grau de mestre para que se possa fazer um doutorado. No fim, o doutorando deve fazer uma defesa de tese para conseguir o doutorado, título de doutor.

CURSO SEQUENCIAL

O curso sequencial é uma alternativa de curso superior que proporciona uma formação mais rápida e mais específica que a da graduação. Ele não permite aos formados o acesso à pós-graduação, mas podem aproveitar as disciplinas estuda-das caso ingressem num curso regular de graduação. O pro-cesso seletivo dispensa o vestibular. Os cursos sequenciais que habilitam o formado ao exercício de uma profissão não são aceitos por todas as associações nem por entidades e conselhos profissionais. Existem dois tipos de curso sequen-cial que podem ser concluídos de seis meses a dois anos:

Complementação de estudos: Pode ser feito durante ou após a graduação, equivale ao curso de extensão universi-tária. Sem carga horária definida, atende à necessidade de continuação da educação dos já inseridos no mercado de tra-balho e confere apenas certificados aos alunos.

Formação específica: Ministrado em até dois anos para quem concluiu o ensino médio, tem duração mínima de 1,6 mil horas, ou 400 dias letivos, e confere diploma que habilita o formado ao exercício de uma profissão.

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CURSO TECNOLÓGICO

O diploma de tecnólogo indica uma formação mais técnica, menos teórica que a do bacharel e habilita ao exercício da profissão específica. O diploma tecnológico também habilita o estudante a perseguir um mestrado. Em geral, dura entre dois e três anos.

INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR (IES)

Existem diversos tipos de instituição de ensino superior que são classificados, basicamente, pelo número de áreas de co-nhecimento nas quais atuam, pelos níveis de formação que oferecem aos alunos e pelo envolvimento em atividades de pesquisa. Porém, as classificações têm pouca diferença real e algumas são sinônimas.

Centro de Educação Tecnológica: Instituição especializa-da de educação profissional pública ou privada, com a finali-dade de qualificar profissionais em cursos superiores de edu-cação tecnológica para os diversos setores da economia. Em muitos casos, há estreita articulação entre a escola e o setor produtivo da economia (empresas e associações).

Centro Universitário: Instituição de educação superior que oferece diversos cursos, em poucos níveis, em diversas áreas de conhecimento, e, geralmente, não estão envolvidos em pesquisa científica.

Centro universitário especializado: Instituição de edu-cação superior que oferece diversos cursos, em um ou dois níveis, em uma principal área de conhecimento e, geralmente, não estão envolvidos em pesquisa científica.

Faculdades integradas: São instituições de educação su-perior públicas ou privadas, com propostas curriculares em mais de uma área do conhecimento, organizadas sob o mes-mo comando e regimento comum, com a finalidade de formar profissionais de nível superior podendo ministrar cursos nos vários níveis (sequenciais, graduação, pós-graduação e exten-são) e nas diversas áreas de conhecimento.

Instituto superior ou escola superior: São instituições de educação superior, públicas ou privadas, com finalidade de ministrar cursos nos vários níveis (sequenciais, graduação, pós-graduação e extensão) em uma área de conhecimento.

Universidade: Oferece diversos cursos, em vários níveis e diferentes áreas de conhecimento, e fomenta atividades de pesquisa científica.

Universidade especializada: Oferece diversos cursos, em vários níveis e em uma área de conhecimento específica, e está envolvida em pesquisa científica.

Matrículas no ensino superior: Em 2004, apenas 10,4% dos brasileiros entre 18 e 24 anos estavam matriculados em um curso superior. O Censo da Educação Superior 2004 mos-tra que o Brasil tem 4,16 milhões de estudantes em cursos de graduação, 7,1% a mais que em 2003. É o menor crescimento de matrículas desde 1998, quando teve início uma grande ex-pansão das instituições particulares. Em 2004, havia 68,2 mil mestrandos e 39,1 mil doutorandos no Brasil. A modalidade que mais cresce é a dos cursos tecnológicos. Em 2004, eram oferecidos 758 cursos - um crescimento de 53,1% no ano. Em 1999, só eram ministrados 74. O número de matrículas atingiu 76.432 em 2004.

Embora a Região Sudeste tenha a maioria das vagas, é no Norte e no Nordeste que se verifica a maior ampliação de matrículas. As cidades do interior dos estados já superam as capitais em oferta de vagas. A rede privada concentra 88,9% das instituições de ensino superior e 71,7% dos universitários.

PROCESSO SELETIVO

A competitividade pelas relativamente poucas vagas dispo-níveis no ensino superior, especialmente nas melhores ins-tituições, torna necessário um processo para selecionar os estudantes que poderão frequentá-las. O processo seletivo mais tradicional no Brasil é o vestibular, mas à medida que mais cursos se tornam disponíveis e a relação candidato ̸ vaga deles varia, outros processos começam a ser adotados.

Avaliação seriada: O aluno realiza provas no fim de cada um dos três anos do ensino médio. É necessário se inscrever durante o primeiro ano do ensino médio.

Enem: Em vez de elaborar uma prova própria, a instituição seleciona os candidatos com base nos resultados deles na prova ministrada pelo MEC.

Histórico escolar: A seleção é feita com base numa avalia-ção do boletim escolar do aluno, geralmente complementada por uma redação e, por vezes, uma entrevista. É o processo seletivo mais comum nos Estados Unidos.

Vestibular: Exame aplicado em uma ou duas fases que mes-cla questões de múltipla escolha e discursivas, além de reda-ções. Em muitos casos, as escolas adotam provas de discipli-nas específicas que limitam o conhecimento examinado com base na relevância para o curso pretendido.

AVALIAÇÕES DO ENSINOO objetivo das avaliações de ensino é obter informações sobre a qualidade do ensino para elaborar políticas educacionais. Al-gumas buscam avaliar as instituições e as condições que elas oferecem aos alunos, enquanto outras estão mais centradas em mensurar o aproveitamento dos estudantes.

COORDENACÃO DE APERFEIÇOAMENTO DE PESSOAL DE NÍVEL SUPERIOR (CAPES)

Autarquia vinculada ao MEC e responsável pela avaliação da pós-graduação stricto sensu. Os programas passam por uma avaliação trienal é só aqueles que conseguem nota igual ou superior a 3 têm o reconhecimento renovado e ficam habi-litados a emitir um diploma válido em todo o país. A Capes (www.capes.gov.br) avalia também as propostas de novos cursos de mestrado e doutorado para que possam obter o reconhecimento do MEC. As comissões de especialistas visi-tam as instituições e avaliam a qualidade do corpo docente e discente, a proposta do programa, as atividades de pesquisa e o percentual de sua produção presente em publicações na-cionais e internacionais.

EXAME NACIONAL DO ENSINO MÉDIO (ENEM)

De caráter não obrigatório, o exame é anual e destinado àqueles que estão concluindo ou já concluíram esse nível de ensino. Ele verifica a capacidade do aluno de utilizar seu po-tencial de raciocínio crítico, de resolver problemas e de avaliar seu papel na sociedade e é composto de uma parte objetiva e de uma Redação.

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Atualidades

Enem 2009

Nos dias 4 e 5 de dezembro, mais de 4,5 milhões de jovens re-alizaram o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e tenta-ram garantir com ele uma vaga como estudante universitário. Isso porque a prova recém-criada pelo Ministério da Educação (MEC) tem o objetivo de substituir o vestibular em diversas universidades públicas do país e em mais de 500 faculdades particulares.

O novo Enem indica um avanço no processo seletivo das uni-versidades, pois, assim como nos Estados Unidos, procura implementar um sistema unificado de prova, no qual o aluno terá em mãos uma nota que servirá de passaporte de entrada em centenas de universidades. A expectativa do MEC é que, até 2012, todas as federais abandonem seu concurso e ado-tem o Enem como processo seletivo.

Em termos de conteúdo, o exame também registrou evolu-ção. Enquanto o velho vestibular exige a memorização de uma grande quantidade de informações, a nova prova pro-cura aferir, basicamente, a capacidade de raciocínio em ques-tões que combinam as várias áreas do conhecimento.

O Enem foi dividido em dois dias. No sábado, das 13h às 17h30, os candidatos fizeram uma prova de 90 testes - 45 questões de ciências da natureza e 45 de ciências humanas. No domingo, das 13h às 18h30, foi a vez de resolver 45 testes de matemática, 45 de linguagens, além de uma redação. O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) foi o órgão responsável pela prova.

Fraude e adiamento - Inicialmente, o Enem estava marca-do para o início do mês de outubro. Porém, após ter sido aler-tado pela reportagem do jornal O Estado de S. Paulo sobre a quebra do sigilo do exame, o ministro da Educação optou pelo cancelamento da prova, remarcada para dezembro.

No dia 1º de outubro, o jornal foi procurado por um homem que disse, ao telefone, ter as duas provas que seriam aplica-das no sábado e no domingo. Propôs entregá-las à reporta-gem em troca de 500.000 reais. O Estado consultou o mate-rial, para checar sua veracidade, sem se comprometer com a compra. Haddad, que diz nunca ter tido acesso ao conteúdo da prova, confirmou o vazamento ao consultar os técnicos do Inep, órgão do ministério responsável pelo Enem.

Veja com Mariana Dias. http://veja.abril.com.br

PROGRAMA INTERNACIONAL DE AVALIAÇÃO DE ALUNOS (PISA)

O principal objetivo do Pisa é verificar se os sistemas edu-cacionais dos países participantes atingem os resultados es-perados. A avaliação é coordenada pela Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE, www.oecd.org), fórum que reúne 30 países.

Em 2006, além dos membros da OCDE, houve 31 convidados. A avaliação é aplicada para alunos entre 15 e 16 anos no fim do ensino obrigatório e busca descobrir se eles estão aptos para uma atuação ativa na sociedade. Para tanto, o Pisa mede não apenas o desempenho escolar como também se os jo-vens adquiriram habilidade tais como capacidade de analisar, raciocinar e comunicar suas ideias e saber em que contexto aplicá-las. Os exames ocorrem a cada três anos e se concen-tram em três áreas: leitura, matemática e ciências.

O desempenho do Brasil tem sido fraquíssimo. Dentre os 32 participantes de 2000, o Brasil ficou em último lugar. E, em 2003, dentre 41 participantes, ficou em penúltimo.

SISTEMA NACIONAL DE AVALIAÇÃO DA EDUCAÇÃO BÁSICA (SAEB)

A partir de 2005, o Saeb passou a ser composto de duas avaliações. Uma é a Avaliação Nacional da Educação Básica (ANAEB), realizada em cada unidade da federação que avalia os sistemas educacionais. A outra é a Avaliação Nacional do Rendimento Escolar (Anresc), com foco nas unidades escola-res e fica mais popularmente conhecida com o nome Prova Brasil.

Realizado a cada dois anos, o Saeb tem provas que são aplicadas, desde 1990, aos alunos da 4ª e da 8ª série do ensino fundamental e do 3° ano do ensino médio. O obje-tivo principal não é avaliar os estudantes, mas, com base no desempenho individual, identificar as falhas no siste-ma educacional, a fim de definir políticas públicas de ensi-no e áreas prioritárias para investimento. A prova consiste em 39 testes de múltipla escolha de português, com foco na leitura, e de matemática, em que se avalia a capacida-de do aluno em resolver problemas. Os estudantes respon-dem a um questionário sobre sua situação social, econô-mica e cultural e trajetória escolar. Professores e diretores respondem a questões sobre formação profissional, práticas pedagógicas e condições do estabelecimento de ensino.

Resultados do SAEB: Os resultados dessa avaliação apre-sentam poucas alterações relevantes em relação ao Saeb 2001. Nota-se pequena melhora no desempenho geral, ala-vancada principalmente pelas notas dos alunos do Centro-Oeste (aumento de 8,1 pontos) e do Nordeste (aumento de 5,3 pontos), região que ainda assim apresenta o pior desem-penho. Apesar da ligeira elevação da média geral, o quadro ainda é grave. Os resultados mostram também que 55,4% desses estudantes não conseguem entender textos completos e 51,6% são incapazes de resolver questões de matemática adequadas para sua idade. O estágio de aprendizado desses alunos é classificado pelo MEC como crítico ou muito crítico.

SISTEMA NACIONAL DE AVALIAÇÃO DA EDUCAÇÃO SUPERIOR (SINAES)

Para avaliar não apenas o desempenho dos alunos, mas tam-bém o dos cursos e o das instituições de ensino superior, em 2004, foi regulamentada a medida provisória que criou o sis-tema. Nele, os métodos de avaliação são divididos em três eixos: a avaliação das instituições, a avaliação dos cursos de graduação e a avaliação da evolução dos alunos. As avalia-ções têm um ciclo trienal, e, a cada ano, um grupo das 48 áreas de conhecimento contempladas é avaliado. Assim, a avaliação completa deve ser concluída em 2009.

Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (ENAD): Apenas os alunos do primeiro ano e os do último ano dos cursos de graduação prestam o Enade. A aplicação é feita por amostragem e os que forem sorteados são obrigados a prestar o exame; caso contrário, não poderão obter o diplo-ma. Assim como o antigo Provão, o Enade atribui conceitos em uma escala de cinco níveis.

Provão: Realizado anualmente entre 1996 e 2003, o Exame Nacional de Cursos serviu para que o MEC pudesse acompa-nhar o desempenho dos alunos que concluíam o curso supe-rior e analisar as condições de 26 áreas de conhecimento. A

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Atualidades

despeito do boicote de alguns alunos e de possíveis distorções na avaliação, o Provão conseguiu criar um ranking de facul-dades e levou as instituições de ensino superior a investir na qualidade.

FINANCIAMENTO DA EDUCAÇÃOA Constituição de 1988 estabelece que ao menos 18% da re-ceita de impostos da União e 25% da dos estados, do Distrito Federal e dos municípios devem ser investidos na educação. Diversas constituições estaduais e municipais, porém, amplia-ram seus percentuais para 30% ou 35%. São consideradas despesas educacionais a remuneração do pessoal docente e técnico e a aquisição, a construção, a conservação e a manu-tenção de instalações e equipamentos necessários ao ensino.

FINANCIAMENTO DA PÓS-GRADUAÇÃO

Três instituições são responsáveis por praticamente todo o financiamento da pós-graduação no país: a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), o Con-selho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).

FINANCIAMENTO PRIVADO DO ENSINO

Ao contrário do que ocorre em boa parte dos países desenvol-vidos, há pouco financiamento privado disponível para ajudar estudantes e suas famílias a arcar com o alto custo do ensino privado.

Fundação APLUB: Associação de crédito composta de 18 universidades privadas (www.fundaplub.com.br).

Crédito Pravaler Universitário: Financeira que oferece crédito a alunos de escolas associadas (www.creditopravaler.com.br).

PROGRAMA DE FINANCIAMENTO ESTUDANTIL (FIES)

É um programa de crédito do MEC destinado a financiar a gra-duação no ensino superior de estudantes que não têm condi-ções de arcar integralmente com os custos de sua formação em instituições particulares. Desde setembro de 2005, o Fies financia 50% do valor da mensalidade; os outros 50% são pa-gos pelo aluno que também paga 50 reais a cada três meses para abater o saldo devedor. Após a formatura, o financia-mento começa a ser amortizado. Nos 12 primeiros meses, o estudante paga um valor igual a 50% da última mensalidade. Depois, o saldo devedor é dividido em prestações iguais por um prazo de até uma vez e meio período de utilização.

FUNDO DE MANUTEÇÃO E DESENVOLVIMENTO DO ENSINO FUNDAMENTAL E DE VALORIZAÇÃO DO MAGISTÉRIO (FUNDEF)

É o mecanismo de distribuição de cursos aos estados e mu-nicípios para a educação fundamental. O objetivo do fundo é permitir o acesso de todos a educação fundamental, melhorar a qualidade do ensino e valorizar o magistério. Os recursos para isso vêm de 15% de alguns impostos arrecadados em estados e municípios. Em 2006, estimava-se que o total de recursos era de 35,2 bilhões de reais.

FUNDO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO (FNDE)

Ligado ao MEC, o FNDE é responsável entre outras atribui-ções, pela arrecadação e gestão do salário-educação, contri-

buição recolhida pelas empresas como taxa sobre o salário de seus funcionários. Esses recursos são destinados aos es-tados, ao Distrito Federal, aos municípios e a organizações não-governamentais para atendimento às escolas públicas de educação básica. O FNDE libera verbas para diversos projetos educacionais como o Brasil Alfabetizado - para a educação de jovens e adulto -, a educação especial, o ensino em áreas re-manescentes de quilombos e áreas indígenas. Entre as ações do FNDE está o Programa Nacional do Livro Didático (PNLD), pelo qual o governo federal distribui livros didáticos aos alu-nos da 1ª a 8ª séries do ensino fundamental. Em 2004, foi criado o Programa Nacional do Livro Didático para o Ensino Médio, que prevê a distribuição de livros didáticos para o en-sino médio público.

PROGRAMA UNIVERSIDADE PARA TODOS (PROUNI)

O governo federal criou o programa em 2004 para conceder bolsas de estudos integrais e parciais a estudantes de baixa renda, em cursos de graduação e sequenciais, em institui-ções privadas de educação superior. As instituições superiores que participam do ProUni ficam isentas dos seguintes tribu-tos: Contribuição para o Financiamento de Seguridade Social (Cofins), contribuição para o PIS/PASEP, Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) e Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ).

TODOS NA ESCOLA ATÉ 2O15“Todo ser humano tem direito à instrução. A instrução será gratuita, pelo menos nos graus elementares e fundamentais. A instrução elementar será obrigatória. A instrução técnico-profissional será acessível a todos, bem como a instrução superior, esta baseada no mérito”. Assim determina a Decla-ração Universal dos Direitos Humanos da ONU, em seu artigo XXVI. Esse direito, no entanto, está longe de ser garantido para todos. Em 2000, os delegados reunidos no Fórum Mun-dial de Educação, em Dacar, no Senegal, reforçaram a ideia. Estabeleceram seis metas para que seja possível atingir a educação para todos até 2015. São elas:

• Ampliar e melhorar a estrutura de educação para a primeira infância.

• Garantir que até 2015 todas as crianças, especialmente me-ninas, crianças em situações difíceis e aquelas que pertencem a minorias étnicas tenham acesso a uma Educação primária de boa qualidade, obrigatória e gratuita.

• Garantir que as necessidades de aprendizagem dos jovens e adultos sejam atendidas por meio do acesso a programas de habilitação.

• Atingir melhoria de 50% nos níveis de alfabetização de adul-tos até 2015, especialmente para mulheres, além de acesso à educação básica e continuada para adultos.

• Eliminar as disparidades de gênero até 2005 na educação primária e secundária e garantir a igualdade de gênero na educação.

• Melhorar a qualidade da educação.

Em novembro de 2006, a Unesco lançou o Education for All Global Monitoring Report, com um balanço sobre como anda o progresso em direção as seis metas em 121 nações. Segundo o relatório, 44 países já atingiram as metas ou estão próximos disso. Outros 49 estão em uma posição intermediária, entre eles as nações da América Latina que têm dificuldades com a qualidade da educação e países árabes que enfrentam altas

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Atualidades

taxas de analfabetismo de adultos. Dos 28 que dificilmente atingirão a meta, 16 estão na África. O relatório mostra ainda que a educação para a primeira infância não tem progredido como o esperado. Na maioria dos países, menos, de 50% das crianças têm acesso à educação infantil. A meta de garan-tir o acesso à educação primária teve avanços maiores: foi atingida por 47 países e outros 22 devem conseguir cumprir - até 2015. O analfabetismo decresceu em nove das 12 nações mais populosas que concentram três quartos dos analfabetos do mundo. Embora tenha havido avanços na paridade de gê-neros, 94 países não conseguiram atingi-la em 2005.

NOVE ANOS FUNDAMENTAISA duração do ensino obrigatório no Brasil aumentou em 2006, passando de oito para nove anos. Com isso, as crianças de 6 anos de idade devem se matricular no primeiro ano do en-sino fundamental. A mudança não será de uma hora para a outra. As escolas, tanto públicas quanto privadas, têm até 2010 para se adaptar às novas regras. Muita coisa muda, a começar pela nomenclatura: o ensino fundamental agora se divide em anos iniciais, para as crianças dos 6 aos 10 anos, e em anos finais, para as crianças de 11 a 14 anos. A criança entrará no fundamental na 1ª série e sairá após cursar a 9ª série. O primeiro ano do fundamental não deverá ter currículo igual ao último ano da antiga educação infantil, tampouco ao da antiga 1ª série do fundamental. O Conselho Federal de Educação ainda deverá estabelecer as Diretrizes Curriculares Nacionais para o ensino fundamental de nove anos, as secre-tarias de Educação precisam rever as propostas pedagógicas e as escolas deverão atualizar seus projetos pedagógicos. O ensino fundamental de nove anos já era permitido. Segundo o Censo Escolar 2005, de todos os estados brasileiros, apenas o Amapá não tinha nenhum programa de ensino fundamental de nove anos.

Mais de 8 milhões, ou 24,2%, dos alunos do ensino funda-mental já frequentavam escolas alinhadas com a nova pro-posta. O principal motivo disso é que existe uma vantagem econômica para os estados. Como o Fundef financia o ensino fundamental levando em conta o número de alunos matri-culados, o sistema de nove anos aumenta os recursos que recebem. Para o aluno, a principal vantagem é aumentar o período de obrigatoriedade na escola e, portanto, a oportuni-dade de aprendizado. Alguns educadores temem, no entanto, que, se a transição não abordar a qualidade do ensino, os alunos vão apenas engrossar as estatísticas de repetência, sem nenhum ganho real.

REFORÇO NAS HUMANIDADESSociologia e filosofia voltam a ser obrigatórias no ensino mé-dio por decisão do Conselho Nacional de Educação (CNE) san-cionada pelo MEC em agosto de 2006. O MEC deverá distribuir as orientações curriculares para o ensino médio já com os componentes curriculares das duas disciplinas. Os estados terão um ano para se adequar à nova regra, embora 19 das 27 unidades da federação já tivessem caminhado nessa dire-ção antes mesmo de a mudança ser feita pelo MEC. A nova medida vai exigir que as escolas passem por uma fase de adaptação para determinar o programa das matérias e es-colher material didático adequado. Parte dos graduados em sociologia e filosofia precisará ampliar sua formação, até en-tão mais voltada para a pesquisa, se pretende dar aulas no ensino médio. O parecer do CNE está alinhado com a LDB que estabelece o conhecimento das duas disciplinas como

condição para o exercício da cidadania. Sociologia, por es-tudar os processos que interligam os indivíduos em grupos, favorece maior compreensão do aluno sobre seu papel na sociedade e suas possibilidades de buscar soluções para os problemas sociais que lhe impactam. Já filosofia é a busca por conhecimento natural e puro, ou seja, os primeiros princípios e as razões fundamentais das coisas. Nesse sentido, ajudaria os estudantes a se tornarem mais questionadores e menos crédulos. Além disso, a inclusão dessas disciplinas no currí-culo era uma reivindicação antiga de parte dos profissionais da educação e das ciências sociais. Para eles, essas matérias ajudam o aluno a refletir sobre a vida e sobre a sociedade em que está inserido e, assim, despertar nele o desejo de melhorá-las. Essa posição não é unânime entre os educado-res. Parte deles considera que a mudança engessa a proposta pedagógica de cada escola e que esse conteúdo poderia, por exemplo, ser trabalhado em história ou literatura.

O DESAFIO DA QUALIDADEMelhorar a qualidade dos sistemas educacionais tornou-se a maior preocupação dos envolvidos no meio acadêmico. Assim como para milhões de pais que mantêm os filhos na escola, muitas vezes com extrema dificuldade. Apesar de os números indicarem um avanço na parcela das crianças que frequentam a escola, nem sempre elas aprendem o que precisam e os ín-dices de evasão e de repetência ainda permanecem altos em muitos países em desenvolvimento. Na realidade, ainda não há um consenso global sobre como conceituar e mensurar a qualidade na educação. Uma rara iniciativa nesse sentido é um relatório da Unesco de 1996, ̏ Educação, um tesouro a descobrir˝ que definiu pontos considerados importantes para uma educação de qualidade. Para a Unesco, alunos devem aprender para conhecer, ou seja, serem capazes de construir seu conhecimento; aprender a fazer, para colocar em prática seu conhecimento; aprender a viver junto ou conviver de for-ma tolerante e democrática com todos; e aprender a ser, ou seja, desenvolver todo seu potencial.

COMEÇANDO CEDOO acesso à educação infantil é um dos fatores que contribuem para a qualidade da educação. Ela estimula o desenvolvimen-to do potencial da criança desde cedo. Estudos mostram que crianças com acesso à educação infantil tendem a ter melhor resultado nos níveis de ensino subsequentes. Para isso, as creches e as pré-escolas não podem ser apenas um lugar onde os pais que trabalham fora deixam os filhos, mas sim um espaço que contribua para o desenvolvimento da criança no decorrer de toda sua vida. Embora 80% dos países em de-senvolvimento tenham algum tipo de atendimento às crianças em idade pré-escolar, quase a metade não dispensa nenhum cuidado formal às crianças com menos de 3 anos, segundo a Unesco.

NÃO EXISTE MAU ALUNONo relatório da Comissão Internacional sobre a Educação da Unesco está registrado que “é preciso, antes de mais nada, melhorar o recrutamento, a formação, o estatuto social e as condições de trabalho dos professores, pois esses só poderão responder ao que deles se espera se possuírem os conheci-mentos e as competências, as qualidades pessoais, as possi-bilidades profissionais e a motivação requeridas”.

Há 2,6 milhões de professores dando aulas no ensino básico. Desses, pouco mais de 2 milhões, ou 77,7%, têm ensino su-

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Atualidades

perior completo (e esse número não leva em consideração a qualidade dos cursos que frequentaram). A maior taxa é a do ensino médio, no qual 95,6% dos docentes contam com licen-ciatura, e a menor das creches, com 29% de licenciados. No ensino fundamental, que concentra o maior número de pro-fessores (64,5% do total), dois terços têm diploma superior. Sem uma boa formação, os professores têm menos condições de exercer a profissão com excelência. A baixa remuneração é outro problema. O salário médio do professor do ensino básico em 2001 era de 811 reais por mês. O investimento na formação dos professores e o reconhecimento social da importância de seu trabalho são essenciais para a melhora da qualidade do ensino brasileiro.

MAIS DINHEIRO PARA A EDUCAÇÃOPara o governo federal, a extinção do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério (Fundef) e sua substituição pelo Fundo de Manu-tenção e Desenvolvimento da Educação Básica e Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) aumentará o investi-mento em educação. A principal diferença é que o novo fundo passaria a financiar também a educação infantil, a média e a de jovens e adultos, ampliando sua receita de 15% para 20% do total dos impostos estaduais e municipais arrecadados. Com isso, o governo espera ter mais recursos para investir na educação básica, e não apenas no ensino fundamental. Assim como no Fundef, os recursos do novo fundo serão distribuídos mensalmente em proporção ao número de alunos da rede pública. Estados e municípios que não alcançam um patamar mínimo de investimento por aluno recebem complementação do governo federal. Em 2007, os recursos do FUNDEB soma-ram 2 bilhões de reais.

PARA HADDAD, PROJETO DE REFORMA UNIVERSITÁRIA É ACANHADO

O ministro da Educação, Fernando Haddad, disse ontem, dia 1º, que a proposta de reforma universitária que tramita na Câmara dos Deputados está “acanhada”. De acordo com Ha-ddad, o texto do projeto de Lei 4.212/04 ficou obsoleto em face às iniciativas tomadas nos últimos quatro anos - desde a criação do projeto - que, segundo ele, mudaram o quadro da educação superior brasileira.

A consideração foi feita durante audiência pública na Câmara para discutir a reforma universitária. “Se o Congresso achar por bem retomar o texto, cuja tramitação estava parada, é necessário revisá-lo, já que o cenário do Brasil é outro”, afir-mou o ministro. Ele ainda reforçou que o projeto é avançado em relação à Lei de Diretrizes e Bases da Educação, de 1996, mas é ultrapassado diante das mudanças ocorridas na educa-ção superior desde 2005.

Entre as iniciativas citadas pelo ministro, estão a adoção do novo Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) como forma de ingresso às universidades, a responsabilização da União pela formação de professores da educação básica, a criação do Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expan-são das Universidades Federais (Reuni) e a interiorização das instituições públicas de ensino superior.

Na visão da presidente da comissão de Educação, deputada Maria do Rosário (PT/RS) a mudança no texto é um “bom problema”, já que a nova proposta será construída a partir de avanços. “O atual texto-base não é mais base para a reforma universitária”, ressaltou.

Após ouvir deputados presentes à audiência, Haddad sugeriu que o ministério e o Congresso elaborem um substitutivo à

atual proposta, depois de ouvir representantes das institui-ções de educação superior. “Com isso, a reforma terá vida longa e não precisará de reparos daqui a cinco ou seis anos”, justificou.

Fonte: Assessoria de Comunicação do MEC Disponível em: http://www.capes.gov.br/servicos/sala-de-imprensa/36-noticias/3095-para-haddad-projeto-de-

-reforma-universitaria-e-acanhado-e-anacronico- 02/09/2009.

CENSO ESCOLAR 2009Há, no Brasil, 52.580.452 estudantes na Educação Básica, que compreende a Educação Infantil (creche e pré-escola), o Ensino Fundamental (1º a 9º ano ou 1ª a 8ª série), o Ensino Médio, a Educação Profissional, a Educação Especial e a Edu-cação de Jovens e Adultos (nas etapas Ensino Fundamental e Ensino Médio). Os dados foram apurados pelo Censo Escolar da Educação Básica que, anualmente, coleta dados de todas as escolas brasileiras e traça, com isso, um retrato fiel da rea-lidade educacional brasileira. Há um total de 197.468 escolas.

O Censo Escolar da Educação Básica começou a passar por transformações em 2007, quando foi implantado o Educacen-so, sistema eletrônico de coleta de dados. Com o novo siste-ma, a informação foi individualizada – já que as escolas têm que preencher um cadastro para cada aluno, professor, turma e um geral para a escola. O grau de detalhamento permite a elaboração de políticas eficientes de médio e longo prazo com o objetivo de se otimizar o sistema educacional. Os dados divulgados agora pelo Inep – Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira –, autarquia responsá-vel pelas estatísticas educacionais, se referem a número de matrículas e infraestrutura. Os dados estão detalhados por unidade da federação, categoria administrativa, localização geográfica e etapa de ensino.

Em termos de matrícula global, o que se percebe, com relação ao ano passado, é uma ligeira queda, de 1,2% com relação ao censo anterior, confirmando a estabilidade já apresentada há alguns anos. Na Educação Infantil houve ligeiro aumento, de 0,6% - puxado pelo grande aumento no número de matrícu-las educacionais em creches, que foi de 8,3%. Já a pré-escola apresentou queda de dois pontos percentuais, resultado do aumento das escolas que aderiram à Educação Fundamental de nove anos. Esta etapa, por sua vez, apresentou os mesmos índices percentuais de redução de matrículas com relação a 2008: 1,2%, índice que cai para 0,3% no que se refere ao Ensino Médio.

A grande alta apresentada se refere à Educação Profissional, que foi de 8,3% em um ano.

DEPENDÊNCIA ADMINISTRATIVA

Do total de matriculados, 45.270.710 estão em escolas pú-blicas (86,1%) e 7.309.742 estudam em escolas da rede privada (13,9%). As redes municipais são responsáveis por 24.315.309 matrículas (46,2% do total).

Há um crescimento acentuado das matrículas na rede federal em quase todas as etapas e modalidades (exceto no ensino fundamental e da educação especial).

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Atualidades

Amplia-se o atendimento da rede privada na oferta de Creches (5,8%) e de Educação Profissional (10,7%);

10/12/2009. http://www.contee.org.br/noticias/educacao/nedu1437.asp

O TERROR DAS CHUVAS RELATÓRIO MOSTRA DIMENSÃO

DOS ESTRAGOS DA CHUVA EM ANGRADos 118 bairros do município, 87 foram atingidos. Prefeitura quer R$ 247 milhões para reconstrução da cidade.

Equipes trabalham no local onde ocorreu um deslizamento no Morro da Carioca, no Centro de Angra dos Reis (Foto: Marcos Arcoverde/Agência Estado)

Um relatório da Defesa Civil de Angra dos Reis, no Litoral Sul Fluminense, mostra a dimensão dos estragos causados pelo

temporal no réveillon na cidade e na Ilha Grande. Dos 118 bairros de Angra, 87 foram atingidos. É nesse documento que a prefeitura pede R$ 247 milhões pra reconstrução da cidade.

No desastre, ao todo 52 pessoas morreram e duas estão de-saparecidas. As buscas continuam. Uma das vítimas é a me-nina Alessandra Carvalho, de 11 anos, procurada no Morro da Carioca. Familiares aguardam o resultado de um exame de DNA feito num corpo que está no Instituto Médico Legal (IML) em Angra há dias e ainda não foi identificado.

Fotos aéreas foram anexadas ao formulário de Avaliação de Danos (Avadan). Em um mapa, os técnicos da Defesa Civil do município mostram todos os pontos que sofreram com desli-zamentos de terra e alagamentos.

Foram 1.211 casas destruídas e 307 danificadas. Nas estra-das, os danos alcançaram 9 km, e 11 km foram completamen-te destruídos.

“As intervenções que o município irá fazer aguardam o reco-nhecimento e a homologação dos governos estadual e federal para que, com a transferência de recurso, no menor espaço de tempo, nós possamos fazer essas obras necessárias em todo o município”, disse o secretário da Defesa Civil de Angra, Carlos Alexandre Soares.

O governo federal ofereceu R$ 80 milhões para obras no mu-nicípio.

G1. 12/01/2010.http://g1.globo.com/Noticias/Rio/0,,MUL1443439-5606,00-RELATORIO+MOST

RA+DIMENSAO+DOS+ESTRAGOS+DA+CHUVA+EM+ANGRA.html.

CHEGA A 70 O NÚMERO DE MORTOS PELA CHUVA EM SPBalanço da Defesa Civil computa vítimas desde 1º de dezem-bro.

Foto: Paulo Toledo Piza/G1 Bombeiros usam retorescavadeira para tentar encontrar vítimas no Grajaú (Foto: Arquivo/Paulo Toledo Piza/G1)

O número de mortes causadas pela chuva no estado de São Paulo já chega a 70 desde o dia 1º de dezembro, segundo ba-lanço divulgado pela Coordenadoria Estadual de Defesa Civil no dia 2/2/2010. A última vítima incluída no levantamento é um homem que foi arrastado pela enxurrada em São Roque, a 66 km da capital paulista.

De acordo com a Defesa Civil, 51 pessoas ficaram feridas em consequência dos temporais e uma pessoa arrastada pela en-xurrada em Alumínio, a 79 km de São Paulo, segue desapa-recida.

Também por causa das chuvas, 34 municípios decretaram situação de emergência: Álvares Machado, Atibaia, Bofete, Bom Jesus dos Perdões, Caieiras, Caiuá, Carapicuíba, Capiva-

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ri, Chavantes, Cotia, Ferraz de Vanconcelos, Francisco Morato, Franco da Rocha, Getulina, Guararema, Inúbia Paulista, Ita-pevi, Lucélia, Lourdes, Manduri, Mineiros do Tietê, Mirassol, Osasco, Oscar Bressane, Pardinho, Pracinha, Presidente Ven-ceslau, Ribeirão Pires, São José do Rio Preto, São Lourenço da Serra, Santa Bárbara D’Oeste, Santo André, Santo Antônio do Pinhal e Sumaré.

Outros dois municípios continuam em situação de calamidade pública: Cunha, a 231 km de São Paulo, e São Luiz do Parai-tinga, a 182 km. No total, 153 cidades já sofreram estragos por causa da chuva.

Até 2 de fevereiro, 21.085 pessoas ficaram desalojadas por causa dos temporais. Outras 5.707 pessoas permanecem de-sabrigadas – elas tiveram suas casas destruídas.

G1. 2/2/2010. http://g1.globo.com/Noticias/SaoPaulo/0,,MUL1473090-5605,00-CHEGA+A+O+NUMERO+DE+MORTOS+PELA+CHUVA+EM+SP.html

DUAS REPRESAS DE SP ATINGEM O LIMITE E TRANSBORDAM, DIZ SABESPCapacidade de reservatórios foi atingida na terça-feira (26). Não é mais possível controlar vazão das represas Atibainha e Jaguari.

Os reservatórios de duas das cinco represas do Sistema Can-tareira atingiram seus limites no dia 26 de janeiro, fazendo com que elas transbordassem, segundo informou a Compa-nhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) na manhã do dia 27.

Com isso, não é possível mais controlar a vazão das represas Atibainha e Jaguari, e toda a água que chega aos reservató-rios sai diretamente para os rios da região.

De acordo com a Sabesp, o transbordamento das represas não ocorria desde 1999. Com o limite atingido, é como se as represas não existissem – a Sabesp não consegue mais controlar a saída da água. Por isso, moradores de áreas de várzeas, próximos aos rios, podem ser afetados.

No total, o transbordamento pode atingir 12 municípios das regiões das represas. O Sistema Cantareira é formado por cinco delas – Atibainha, Jaguari, Jacareí, Cachoeira e Paiva Castro. De acordo com a Sabesp, as outras três represas tam-bém estão próximas de seus limites.

AVISO

No dia 25, o nível dos reservatórios das represas do Sistema Cantareira próximo de seus limites levou à Sabesp a disparar um alerta para as prefeituras dos municípios banhados pelos rios deste sistema. Em Atibaia, a 64 quilômetros de São Paulo, a prefeitura faz um mutirão para avisar as famílias que moram em 15 bairros que já foram inundados pelas chuvas desde o início deste ano.

De acordo com a prefeitura da cidade, subiu de 800 para 900 as famílias atingidas pelas enchentes provocadas pelas chu-vas. Desse total, 150 foram para casas de parentes e 66 estão em abrigos municipais. Os demais, segundo o poder público, não quiseram sair de casa. A cidade continua em situação de emergência.

Juliana Cardilli. Do G1, em Atibaia. 27/01/2010. http://g1.globo.com/Noticias/SaoPaulo/0,,MUL1464850-5605,00-DUAS+REPRESAS+DE+SP+ATINGEM+O+LIMITE+E+TRANSBORDAM+DIZ+SABESP.html.

PORQUE BH SOFRE TANTO COM AS CHUVASA montanhosa Belo Horizonte, onde centenas de pessoas já morreram em deslizamentos de terra e encostas em vilas e favelas nos períodos chuvosos, agora se vê diante de proble-mas antes silenciosos e esporádicos, que invadiram de vez a cidade. Catástrofes antes esperadas para uma vez a cada década, as inundações tornaram-se dramas recorrentes em vários pontos da capital e se avolumaram até tornarem-se o maior desafio a ser enfrentado na época dos temporais. Na sexta-feira, a cidade viveu mais um dia de caos por causa de uma tempestade que alagou casas, lojas e prédios, arrastou carros e deixou um saldo de três mortos. Segundo especialis-tas, o fenômeno associa-se à mudança do regime de chuvas em BH, nas últimas três décadas, e foi agravado pelo avanço da urbanização e a impermeabilização do solo.

Com o asfalto e o concreto alastrando-se pelo chão da capital, as mesmas águas que, em vez de penetrar no solo, correm rapidamente para os cursos d’água, devolvem sua força ao entrar nas moradias e no comércio localizados nas várzeas e fundos de vale. Por vezes, elas também jorram para fora dos 200 quilômetros de galerias subterrâneas espalhados pela cidade. A mudança no perfil dos desafios que chegam com a chuva se traduz claramente em números. De acordo com o balanço do Grupo Executivo em Área de Risco (Gear) da Prefeitura de BH, no período chuvoso de 2008/2009, a Co-ordenação Municipal de Defesa Civil (Comdec) atendeu 210 ocorrências de deslizamento de encostas, enquanto os casos de inundação foram mais que o triplo: 692. Bem diferente do último balanço detalhado do Gear, referente ao período de 2005/2006, que registrava 133 atendimentos de deslizamento de encostas e apenas 87 de inundação.

As últimas mortes por soterramento em BH ocorreram há sete anos, quando nove crianças perderam a vida no Morro das Pedras, aglomerado na Região Oeste da capital, um dos 211 de BH. O perigo foi reduzido com a retirada, pela prefeitura, de milhares de famílias das áreas de risco. Em 1994, diag-nóstico da Companhia Urbanizadora de BH (Urbel) acendeu o sinal de alerta para mais de 15 mil edificações, a maioria em encostas. Em 2009, enquanto a cidade crescia de forma geral, esse número caiu para 3.775, sendo 274 em locais sujeitos a alagamentos. “O acidente de encosta é caracterizado por três ou quatro dias de chuvas finas diretas e tradicionalmente causa mais mortes. Já a chuva curta e forte causa inundação, sendo agravada pela existência de um sistema de drenagem subdimensionado”, diagnostica o diretor-presidente da Urbel, Claudius Leite Pereira.

IMPERMEABILIZAÇÃO

E foi exatamente ao longo das margens dos cursos d’água que recebem o resultado desse sistema subdimensionado e de uma cidade impermeabilizada que as mortes dos períodos chuvosos passaram a ocorrer a partir de 2003. Desde então, a fúria das águas matou 16 pessoas, oito delas nas chuvas do ano passado. Difícil esquecer o réveillon 2008/2009, quando o Ribeirão Arrudas desconheceu os limites que lhe impuseram os engenheiros e avançou sobre ruas e avenidas, causando três mortes e tingindo de barro os sonhos e esperanças do ano-novo. Durante a madrugada, foram 109 milímetros de água acumulada, em um temporal que jamais sairá da me-mória da atendente Elizabeth Nunes de Jesus, de 33 anos. A casa dela fica às margens do Córrego Bonsucesso, afluente do Arrudas, no bairro de mesmo nome, na Região Oeste de BH. Na virada de 2008 para 2009, ela perdeu praticamente tudo. O drama quase se repetiu na última semana de 2009,

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quando as águas ameaçaram invadir a casa novamente. “A gente não sabe quando vai inundar. Ficamos até fora de casa uns dias. Temos medo, mas agora falaram que vão arrumar o córrego”, diz.

De acordo com o coordenador do Centro de Climatologia Mi-nas Tempo, Ruibran dos Reis, antes da década de 1980 hou-ve somente dois casos na capital de chuvas de mais de 100 milímetros no intervalo de 24 horas. Depois desse período, a ocorrência de temporais tornou-se muito mais recorrente. Apenas em 2009, foram oito chuvas de forte intensidade em um curto período de tempo, mais favoráveis às inundações. “BH tinha um clima úmido e frio. Atualmente, ele é quente e seco. Devido a essa grande quantidade de calor, há uma evaporação muito rápida da água, causando grandes tem-pestades. O período de retorno dessas chuvas está cada vez mais curto. E, com a urbanização, a tendência é que esses temporais fiquem mais frequentes”, avisa.

O meteorologista ainda enumera outras mudanças: “O pe-ríodo chuvoso também está começando mais cedo, em se-tembro. Em 2008, tivemos uma chuva de granizo que nunca havia sido observada. Registramos em 2009 ventos e rajadas de 100km/h, o que não acontecia antes. A maior ocorrência dessas chuvas tem uma relação direta com o aumento da temperatura do planeta”. Mas a destruição provocada por elas não encontra justificativa apenas nas mudanças climáticas. “A cidade mudou, cresceu muito e, à medida que cresce, fica mais impermeável. BH ainda tem uma situação peculiar, por-que tem declividade muito elevada. As cheias são rápidas e, associadas à urbanização, levam à insuficiência dos canais”, explica o professor do Departamento de Engenharia Hidráuli-ca e Recursos Hídricos da Universidade Federal de Minas Ge-rais (UFMG) Márcio Baptista.

UAE. 05/02/2010. http://www.uae.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=1725%3Aporque-bh-sofre-tanto-com-as-

chuvas&catid=1%3Acentro-oeste-mg&Itemid=338&lang=pt

AFETADOS POR CHUVA EM BH PODEM TER ISENÇÃO DE IPTUA prefeitura de Belo Horizonte poderá isentar do Imposto Pre-dial e Territorial Urbano (IPTU) os proprietários de imóveis danificados por enchentes e alagamentos na cidade nas últi-mas semanas. A coordenadoria municipal de defesa civil da capital mineira já começou a cadastrar residências e estabele-cimentos comerciais prejudicados pelas chuvas da sexta-feira passada, que deixaram vários bairros debaixo d’água.

O trabalho de vistoria dos imóveis começou pelas ruas Ituiu-taba, Matosinhos e Jaceguai, no Bairro Prado, na Região Oeste de Belo Horizonte, uma das áreas mais atingidas pela tempestade. O trecho já foi inundado pela terceira vez em 18

dias desde o início de janeiro. Além da avaliação das casas, técnicos contratados pela prefeitura iniciaram um trabalho de avaliação das galerias e canais da região.

De acordo com informações divulgadas pela prefeitura, se fi-car comprovado que houve de fato prejuízo material em de-corrência dos alagamentos, os proprietários terão direito à isenção do imposto. A administração municipal garantiu que atenderá todas as solicitações de vistoria.

A isenção do IPTU para casos de prejuízos causados pelas chuvas - ou outro fator da natureza - é garantida pela lei 9.041, que foi aprovada em 2005, mas só foi regulamentada por decreto no ano passado. Para ter direito ao benefício, o contribuinte precisa fazer o requerimento num prazo de até 30 dias após a ocorrência, mediante apresentação do laudo da Defesa Civil que comprova os danos materiais.

Se o proprietário já tiver pago o imposto de 2010, ele terá direito ao reembolso. De modo geral, o benefício vale para o imposto do ano corrente. Mas, em casos de grande extensão dos danos, a lei permite isenção de até dois anos. De acordo com o prefeito Márcio Lacerda (PSB), deverá ser o caso de comerciantes da Rua Ituiutaba, umas das mais prejudicadas na tempestade do dia 15/01/2010.

Último Segundo Brasil. 19/01/2010. http://ultimosegundo.ig.com.br/bra-sil/2010/01/19/afetados+por+chuva+em+bh+podem+ter+isencao+de+ip

tu+9369418.html

CULTURA MOVIDO A PATROCÍNIO, MERCADO

CULTURAL BRASILEIRO NÃO SE SUSTENTA SOZINHOSe, numa canetada, acabassem os incentivos fiscais des-tinados à cultura, os palcos brasileiros esvaziariam. Mesmo aqueles ocupados por artistas que, nas discussões sobre a nova Lei Rouanet, têm sido definidos como “consagrados”. As bilheterias sozinhas, salvo exceções, não pagam peças, shows e filmes feitos no país. O mercado da cultura brasileiro não é autossustentável.

“O artista famoso precisa de lei”, crava Sergio Ajzemberg, que trabalha com marketing cultural. “Existe um circuito fechado de artistas que vivem de Lei Rouanet”, diz Juca Muller, produ-tor de shows nacionais (Detonautas) e internacionais (Earth Wind & Fire). “As empresas querem associar suas marcas aos grandes nomes, não a desconhecidos.” As leis, além de tor-narem mais visível quem já tem nome, inflaram os custos e agigantaram o mercado cultural. Mas teria o público acompa-nhado esse ritmo? Os números indicam que não.

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O dinheiro de imposto que as empresas destinam à cultu-ra beneficiou certos artistas, mas não chegou à população. É esse descompasso entre produção e acesso que tem fei-to com que sejam contestados projetos bancados com lei e, ainda assim, caros. “Os automóveis têm redutor de IPI e as pessoas entendem o porquê. No caso da cultura, isso não é totalmente aceito”, diz o advogado Fábio de Sá Cesnik. “Todo mundo diz que o teatro é caro. É? Alguém sabe quanto eu gasto para produzir uma peça?”, pergunta Antonio Fagundes.

E quanto custa a turnê de um músico? A bilheteria é capaz de bancar todos os custos?

Depende. Leninha Brandão (que trabalha com Vanessa da Mata e Lenine) diz que precisou captar R$ 660 mil de uma empresa de cosméticos para que Lenine fizesse um disco e shows em diversas capitais do país com ingresso a R$ 40.

Já Marcelo Lobato (de Marcelo D2 e Pitty) afirma que a bi-lheteria paga as despesas. “Faço a agenda de meus artistas e vendo os shows para contratantes locais. Ou esses contra-tantes pagam os cachês usando bilheteria ou se viram para arrumar patrocínio.”

A discussão torna-se ainda mais complexa quando a cultura confunde-se com o entretenimento – em tese, comercialmen-te viável. “Quem trabalha com entretenimento tende a entre-gar às pessoas o que elas querem, ou seja, pensa no freguês. Às vezes isso tem ligação com a cultura, às vezes não”, deli-mita Pena Schmidt, superintendente do Auditório Ibirapuera. “Mas essa linha é tênue”, diz, lembrando que, do rei que en-comendava obras a um artista, passando pelo Estado e pelas gravadoras, a música sempre foi subsidiada.

Schmidt se pergunta se poderia ser diferente. E responde: “Com a estrutura de teatros que temos, não. Fala-se muito nos cinemas, mas os teatros também foram vendidos para igrejas. Por não haver incentivo para a construção de teatros, proliferou a indústria do montar e desmontar palcos. Nas ca-sas pequenas, o que banca um show é a venda de bebidas.”

No Auditório Ibirapuera, a bilheteria responde por 10% do orçamento da casa. Parte é bancado pela TIM, sem leis, e parte vem do aluguel para eventos fechados. No Teatro Alfa, a conta é semelhante. A bilheteria responde por 20% do or-çamento. Metade da arrecadação vem dos patrocínios e 30% do aluguel para eventos.

Segundo Elizabeth Machado, superintendente do Alfa, um es-petáculo orçado em R$ 600 mil rende, na bilheteria, cerca de R$ 100 mil. Por que a conta não fecha? “Porque eu teria de cobrar R$ 400 reais. E aí a conta não fecharia porque o teatro não lotaria.” O produtor Emílio Kalil, que trará o grupo de Pina Baush para o Brasil, ainda não conseguiu patrocínio e, ape-sar dos ingressos esgotados, antevê o prejuízo. “A temporada custa R$ 1 milhão. São 58 pessoas, dois contêineres, dez dias de hotel, locomoção, estrutura técnica. É uma estrutura carís-sima, que o público não vê, diz.

E antes das leis, como isso era pago? Em primeiro lugar, é preciso dizer que, pós-leis, cerca de 100 mil empresas pres-tadoras de serviço – de alimentação a luz – se oficializaram para entrar na engrenagem de notas fiscais e prestação de contas. “Se você quer filmar numa esquina, o dono da padaria te cobra. Há 30 anos não era assim”, exemplifica o cineasta Hector Babenco. Mas há outras respostas.

“Muitos produtores iam chorar no colo dos governos”, diz Ka-lil. “O governo brasileiro, historicamente, trabalhou com in-centivos. Nos anos 1970, as gravadoras tinham desconto nos

impostos se investissem em artistas nacionais”, diz Cesnik. Há quem vá mais longe. “Tínhamos uma população acostumada a ir ao teatro, ao cinema”, diz Ajzemberg. É essa uma das diferenças entre o Brasil e os países europeus. “A média da população brasileira não consome cultura.”

ANA PAULA SOUSA e THIAGO NEY. Folha de S.Paulo. 19/09/2009. http://www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada/ult90u626019.shtml

BRASIL FOI MAIS AO CINEMA EM 2009O melhor desempenho do cinema brasileiro dos últimos cinco anos: este é o resultado do balanço do mercado cinematográ-fico em 2009, consolidado e divulgado pela Agência Nacional de Cinema (Ancine). Os números demonstram um crescimen-to significativo no público e na renda das salas de exibição, o que se deve em parte ao bom desempenho das produções nacionais.

Segundo Manoel Rangel, diretor-presidente da Ancine, esses resultados positivos indicam que o cinema brasileiro está vi-vendo uma nova fase: “A produção nacional está ocupando o mercado de forma continuada e consistente, no que parece ser um ciclo sustentável de crescimento.

A safra de filmes programados para 2010 nos permite acre-ditar na manutenção dos índices de ocupação alcançados em 2009 e apostar no crescimento desta participação”, avalia Rangel. “Isso é fruto do compromisso dos produtores brasilei-ros, distribuidores e exibidores, de uma política cultural atenta a todos os elos da cadeia econômica do setor, da parceria

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entre o Estado e as empresas privadas, enfim, é resultado de planejamento.”

Em relação a 2008, o público de filmes brasileiros em 2009 cresceu 76%. A participação da produção nacional no público total das salas (”market share”) fechou o ano em 14,28%: foram 16.092.482 espectadores, com uma renda total de R$ 131.936.273,88. Este foi o melhor desempenho dos últimos cinco anos. Em 2009 foram lançados comercialmente 84 fil-mes nacionais, sendo 45 de ficção, 38 documentários e uma animação, enquanto os lançamentos estrangeiros foram 235: 144 americanos e 91 de outras nacionalidades.

Diversos fatores têm levado a uma reaproximação entre o cinema brasileiro e seu público: a melhor qualidade técnica dos filmes, a maior organização dos agentes do setor e um calendário de lançamentos mais estratégico - mas, sobretudo, a realização de filmes que caem no gosto dos espectadores, em diferentes gêneros e faixas do mercado.

A seguir, outros dados divulgados pela ANCINE além de gráfi-cos e tabelas que incluem o comparativo de 2008 e 2009, com a evolução dos números de público, filmes, renda e participa-ção do mercado do filme nacional:

• 2009 registrou um público total de 112.683.383 especta-dores e renda de R$ 969.783.735,77 nas salas de cinema. Trata-se do maior público dos últimos cinco anos, com um crescimento de 25,26% no público e de 32,93% na renda, em relação a 2008.

• O filme SE EU FOSSE VOCÊ 2 vendeu 6.112.851 ingressos (5.786.844 em 2009, e o restante nas pré-estreias realizadas em dezembro de 2008,) e arrecadou R$ 50.543.885,00, su-perando o recorde anterior da retomada, que era de DOIS FILHOS DE FRANCISCO, lançado em 2005, com 5.319.677 espectadores.

• O filme mais visto do ano foi A ERA DO GELO 3, que alcan-çou 9.279.602 ingressos e arrecadou R$ 81.118.935,00. É o segundo maior público dos últimos 20 anos, atrás apenas de TITANIC, lançado em 1998, com 16.377.228 espectadores.

Em 2009, 53 distribuidoras atuaram no mercado (incluindo produtoras que distribuíram as próprias obras). As 25 princi-pais foram responsáveis por 99,94% do público.

AdNews. 13/01/10.

http://www.adnews.com.br/cultura.php?id=98533.

LISTA DOS LIVROS MAIS VENDIDOS DE 2009A Lista dos livros mais vendidos 2009 traz títulos consagrados da literatura moderna, que aos poucos se tornam viciantes no mundo todo. O Brasil não é um país de leitores, durante a infância os pais não têm o costume de ensinar os filhos a adquirir prazer pela literatura, por isso, quando adultos, não conseguem compreender as obras que adotam uma lingua-gem complexa.

Livros mais vendidos 2009: Ficção.

O mercado livreiro presencia o sucesso de Amanhecer, o quar-to livro da série Crepúsculo escrito por Stephenie Meyer. A obra de ficção conta a história de Edward, um jovem vam-piro que se apaixona por uma humana e precisa enfrentar inúmeros desafios para viver esse romance, em especial os seus instintos. Amanhecer assume a primeira posição entre os livros mais vendidos do mês de julho.

Ainda se tratando de ficção, temos o sucesso A Cabana, de William P. Young. O livro fala sobre um misterioso sequestro de uma menina que envolve interferências malignas. Confira a lista dos livros de ficção mais vendidos em 2009:

1. Amanhecer, de Stephenie Meyer2. A Cabana, de William P. Young3. Lua Nova, de Stephenie Meyer4. Eclipse, de Stephenie Meyer5. Crepúsculo, de Stephenie Meyer6. Leite derramado, de Chico Buarque7. O Caçador de Pipas, de Khaled Hosseini

Livros mais vendidos 2009: Não-Ficção.

As obras que não abordam histórias ficcionais também conse-guem alcançar bons índices de venda no mercado, principal-mente os livros de auto-ajuda. Entre os Best-seller se destaca um título cujo autor é brasileiro, Cartas entre Amigos, escrito pelo padre Fábio de Melo. Confira a lista dos livros não-ficção mais vendidos em 2009:

1. Cartas entre amigos, do Padre Fábio de Melo2. Comer, Rezar, Amar, de Elizabeth Gilbert3. O Código da Inteligência, de Augusto Cury4. Mentes perigosas – O psicopata mora ao lado, de Ana Be-atriz Barbosa Silva5. Quem me roubou de mim, do Padre Fábio de Melo6. Marley e eu, de John Grogan7. Vencendo o passado, de Zibia Gasparetto

Revista Veja. 05/02/2010. http://veja.abril.com.br/livros_mais_vendidos/livros-mais-vendidos-2009.shtml

http://bibliotecaitanhaem.blogspot.com/2009/06/livros-mais-vendidos-revista-veja-julho.html

Atualidades

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DESCOBERTAS E INOVAÇÕES CIENTÍFICAS5

CÉLULAS–TRONCO O BRASIL NAS PESQUISAS DE PONTA

Imagine que um paciente de doença coronariana possa sim-plesmente remendar o coração. Ou que uma vítima do

mal de Alzheimer possa substituir os neurônios danificados por outros, novinhos em folha. A medicina vislumbra con-seguir isso no futuro, graças às pesquisas com células-tronco. Trata-se de um tipo de célula que surge logo após a fertili-

zação do óvulo e ainda não se especializou em nenhuma fun-ção específica - ou seja, não tem as características de uma célula de nenhum órgão ou tecido do organismo. Com o tem-po, as células maturas vão se dividindo em diferentes catego-rias - 210 ao todo, nos humanos – e “aprendendo” a funcionar como parte do nariz, dos olhos, dos pulmões ou da pele, por exemplo. A imaturidade confere às células-tronco imensa ca-pacidade de aprendizado e faz delas uma das maiores pro-messas da medicina. Elas podem servir de matriz para o de-senvolvimento de qualquer outro tipo de célula e, portanto, substituir células danificadas por doenças crônicas e degene-rativas, como mal de Parkinson, mal de Alzheimer, problemas cardíacos ou lesões na coluna vertebral. As pesquisas estão apenas começando, mas prometem muito e geram grande controvérsia.

Existem dois tipos de células-tronco, as adultas e as embrio-nárias. As adultas permanecem no organismo já desenvolvi-do, alojadas em algumas regiões do corpo humano – como a medula óssea, a polpa dos dentes de leite e a gordura cor-poral. Elas têm uma capacidade limitada de “aprendizado” – ou seja, não podem assumir nenhuma função orgânica. As embrionárias são as mais imaturas e eficientes. Mas seu uso é controverso. Para obter uma célula embrionária, é preciso destruir um embrião humano, o que gera polêmica: é ético destruir um embrião para produzir células para salvar outra vida? Enquanto a questão não se resolve, os biólogos tentam contornar o obstáculo com outras técnicas para a obtenção de células-tronco embrionárias. Um avanço foi obtido no início de 2006 com o trabalho de um laboratório particular - o Advan-ced Cell Technology, de Massachusetts, nos Estados Unidos - que mostrou ser possível desenvolver células-tronco a partir de uma única célula do embrião. Com isso, o embrião não sofreria nenhum dano e poderia ser implantado no útero da mãe para gerar uma nova vida.

No Brasil, a Lei de Biossegurança, aprovada pela Câmara dos Deputados em 2005, estabelece entre outras medidas que as pesquisas com células-tronco embrionárias só podem ser feitas a partir de embriões congelados há pelo menos três anos em clinicas de fertilização. Os cientistas brasileiros

estudam ambos os tipos de célula-tronco, em centros como a Universidade de São Paulo (www.usp.br), a Universida-de Federal do Rio de Janeiro (www.ufrj.br) e a Fundação Oswaldo Cruz (www.fiocruz.br). As pesquisas mais avança-das enfocam o uso de células-tronco adultas em terapias para tratamento cardíaco, que está sendo testado em 1,2 mil voluntários. O trabalho reúne 40 instituições e faz parte do Estudo Multicêntrico Randomizado de Terapia Celular em Cardiopatia, um projeto de três anos do Ministério da Saúde (www.saude.gov.br), que começou em 2005. É o maior estu-do com células-tronco adultas para tratamento de doenças do coração já realizado no mundo.

CÓDIGO GENÉTICOMEDICINA SOB MEDIDA

A genética vem desvendando duas realidades opostas. De um lado, sabe-se hoje que todo ser humano - seja ele um esqui-mó ou um sueco, um nigeriano ou um indígena dos Andes - carrega um código genético praticamente idêntico. Com isso, foi-se por terra a ideia de que os humanos diferem pela raça. Por outro lado, quanto mais se estuda o genoma humano, mais se descobre que variações minúsculas na sequência dos genes podem fazer toda a diferença. Assim, ao mesmo tempo que somos todos iguais, cada um de nós é um ser único - tão único que cada um reage de maneira particular a um mesmo tratamento médico.

Os cientistas descobriram pequenas variações no código ge-nético, conhecidas como polimorfismos, que definem a proba-bilidade de cada um desenvolver determinada doença. O po-limorfismo também dá pistas da razão pela qual uma terapia funciona bem em alguns pacientes e é ineficiente para outros. É uma pequeníssima parcela do genoma - cerca de 10 milhões de pontos na sequência de genes, que envolve 3 bilhões de pares de bases - capaz de mudar radicalmente a reação do indivíduo a determinados medicamentos.

Um exemplo de como funciona o polimorfismo é o que ocorre com a substância warfarin, de efeito anticoagulante, recei-tada para casos de problemas cardiovasculares. É difícil defi-nir a dosagem adequada para cada paciente: se for alta de-mais, provoca hemorragia; excessivamente baixa, leva à formação de coágulos no san-gue. As diferenças começam a aparecer em diferentes popula-ções. Enquanto nos Estados Uni-dos são necessárias de 10 a 15 miligramas por dia, os japone-ses precisam apenas de 1 a 10 miligramas para obter o mesmo resultado.

A medicina personalizada avança mais ainda. Em meados de 2005, foi aprovado nos Estados Unidos o primeiro teste de laboratório que usa informações genéticas para ajudar

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Atualidades

os médicos a decidir quais drogas e em quais dosagens são mais apropriadas para cada paciente. O teste se chama Am-pliChip e analisa dois genes que dão ordem para a produção de enzimas envolvidas no metabolismo de 25% de todas as drogas conhecidas. Cerca de 30 variações comuns na sequ-ência desses genes podem levar um indivíduo a metabolizar as drogas mais lenta ou mais rapidamente. O AmpliChip é uma espécie de chip do tamanho de um polegar que faz a análise usando apenas uma gota de sangue da pessoa. Isso é só o começo. De acordo com cálculos da indústria médi-ca norte-americana, até 2020 chegarão ao mercado drogas feitas segundo as características genéticas individuais para quem sofre de diabetes, problemas cardíacos, mal de Alzhei-mer e esquizofrenia.

Seguindo a tendência de tratar cada paciente como um ser único está a terapia gênica. Seu princípio consiste em corri-gir doenças de fundo genético por meio da substituição de genes defeituosos. Sabe-se que, para se reproduzir, os vírus têm de invadir as células do organismo. É uma questão de virar o feitiço contra o feiticeiro. Na terapia gênica, o que se faz é extrair o material genético do vírus, inserir no seu lugar o gene humano que deve substituir o defeituoso e introduzir o vírus na corrente sanguínea, para que ele transmita às cé-lulas humanas o gene corrigido.

As pesquisas com terapia gênica começaram há mais de 15 anos e, na maioria dos países, ainda são experimentais. Toda a cautela é pouca, é que a técnica pode provocar graves efeitos colaterais, como reações tóxicas ao vírus. No Brasil, a técnica é estudada por 14 laboratórios integrantes do Ins-tituto do Milênio Rede de Terapia Gênica (www.cnpq.br) , criado em 2005. Por enquanto, os testes foram feitos apenas em animais. Os estudos com humanos devem começar em cinco anos.

TECNOLOGIA ESPACIAL A NOVA ROTA DO PROGRAMA

BRASILEIRO

Dia 22 de agosto de 2003 é uma data trágica para o pro-grama espacial brasileiro. O Veículo Lançador de Satélite-1 (VLS-1) explodiu semanas antes do seu lançamento de teste, matando as 21 pessoas que estavam na plataforma na base de Alcântara, no Maranhão. Foi o terceiro fracasso na tentati-va de testar um foguete capaz de pôr satélites em órbita. Uma investigação da Câmara dos Deputados revelou três causas do acidente: baixos investimentos, falta de pessoal capacitado e falhas institucionais no programa espacial. A base de Alcân-tara voltou a funcionar 2004.

O acidente de Alcântara foi um dos maiores de toda a histó-ria da era espacial e paralisou o programa espacial brasilei-ro, em 2005 por 51% de todo bioetanol produzido forçando

a uma revisão completa de seus objetivos e tecnologias. A consequência mais importante dessa revisão é que o país abandonou a tecnologia de foguetes de combustíveis sólidos, desenvolvida pelas Forças Armadas e empregada em mísseis militares. Era mais barata e, aparentemente, mais segura. A tecnologia agora empregada será a de combustíveis líquidos, a ser transferida pela Ucrânia, por meio da empresa Binacio-nal Brasil Ucrânia Alcântara Cyclone Space. A Ucrânia tem um veículo lançador, o Cyclone IV; confiável, testado e homolo-gado. Nessa parceria, o Brasil entra com a base de Alcântara, que tem uma localização geográfica privilegiada. Situada a apenas dois graus abaixo da linha do equador, permite que veículos espaciais sejam lançados com menos combustível e com um volume de carga maior, aproveitando a velocidade de rotação da Terra, que é maior nas proximidades da linha do equador.

O Brasil tem ainda um acordo com a China, para mais três lançamentos de satélites entre 2007 e 2012. O principal obje-tivo é consolidar as tecnologias e obter dados sobre o desma-tamento da Amazônia. Além de monitorar o desmatamento, o programa espacial brasileiro quer afinar as previsões do tempo em escala nacional. Outra frente de colaboração inter-nacional é o consórcio para a construção da Estação Espacial Internacional (ISS), na qual o Brasil deveria ter investido 120 milhões de dólares até 2002. O país deveria ter construído o Sistema de Pallete Expresso, uma plataforma que se conecta externamente à ISS para anexar pequenos experimentos.

Como recompensa, o país ganharia o direito de ter um astro-nauta levado ao espaço pelo ônibus espacial norte-americano. Mas o Brasil não cumpriu sua parte, e a subida do astronauta, antes das eleições presidenciais em 2006, teve de ser ne-gociada com a Rússia, ao custo de 10 milhões de dólares. A Missão Centenário, em homenagem a Santos Dumont, durou dez dias e teve a participação do astronauta brasileiro Marcos César Pontes.

O Brasil é o único país do Hemisfério Sul a ter um programa espacial. São aproximadamente 300 cientistas, 800 pesquisa-dores e engenheiros e 2 mil técnicos com especializações di-versas, dedicados às atividades espaciais, principalmente em Alcântara, no Centro de Lançamento da Barreira do Inferno e no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), no inte-rior de São Paulo.

FÉRIAS NAS ALTURASPrepare as malas. Em poucos anos será possível passar as férias no espaço. Por ora, o passeio não sai nada barato: 20 milhões de dólares por uma temporada de dez dias na Estação Espacial Internacional (ISS). Mas cada vez mais, em-presas investem no turismo espacial - o que aumenta a com-petitividade no ramo e, por consequência, reduz os preços. A experiência, que por enquanto é para poucos, logo será mais um mero pacote oferecido nos folhetos turísticos.

Entre 2001 e 2005, quatro aventureiros – todos bilionários, é claro - visitaram a ISS, em viagens da empresa norte-ameri-cana Space Adventures e a bordo da nave russa Soyuz. O pa-cote inclui um ano de preparação para 01 embarque - testes e treinamento intensivo na Cidade das Estrelas, onde fica o centro de lançamento da agência espacial russa.

Quem não possui tanto dinheiro para mandar para o espaço tem outra opção mais em conta: os voos suborbitais. Nessa modali-dade, por cerca de 150 mil dólares, é possível viajar numa nave que atinge 100 quilômetros de altitude e mergulha de volta.

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Atualidades

O mercado de turismo sideral é tão promissor que o mega-empresário inglês Richard Branson, dono da companhia aérea Virgin, está de olho nele. Branson comprou a tecnologia da SpaceShipOne, a primeira nave particular a deixar a atmosfe-ra e retomar a Terra, em 2004, e está construindo uma versão maior dela. A SpaceShipTwo comportaria seis em vez de dois passageiros - o que já deve baratear a passagem.

QUÍMICA O PAÍS DO ÁLCOOL

O Brasil é o líder mundial na pro-dução de biocombustíveis. O país foi responsável em 2005 por 51% de todo bioetanol produzido no planeta. O álcool obtido da cana-de-açúcar é suficiente para abas-tecer 40% da frota nacional, afora os que são movidos a diesel, do total de carros no Brasil, 15% são movidos a álcool. Agora o governo

quer estender os bons resultados do Pró-Álcool para outra fatia do mercado – o do biodiesel.

Os biocombustíveis se dividem em duas categorias: o biodie-sel e o bioetanol. O primeiro é obtido de gorduras animais ou vegetais, como soja e canela, e de sementes, como as de girassol. O bioetanol é extraído de vegetais ricos em amido e açúcar, como milho, trigo e cana-de-açúcar. O Brasil produz etanol desde 1975, quando foi implantado o programa Pró-Álcool. Hoje, mesmo os veículos movidos a gasolina enchem o tanque com uma mistura que leva 20% de álcool. A adesão ao álcool foi tão bem-sucedida que é brasileira a tecnologia dos motores flex fuel, que podem utilizar tanto gasolina quanto álcool. Desenvolvida pela Bosch do Brasil, a tecnologia flex fuel chegou ao mercado em 2003, no Gol, da Volkswagen. O motor do carro tem sensores que identificam o teor de álcool e de gasolina no tanque. Dependendo da proporção de cada combustível na mistura, os sensores fazem o motor funcio-nar na versão de um dos dois combustíveis. Impulsionados pelo alto preço do petróleo, os modelos flex conquistaram o mercado. Seis montadoras já oferecem carros desse tipo e já existem veículos que aceitam todos os tipos de combustível - além de gasolina e álcool, também diesel e gás natural.

A experiência brasileira chamou a atenção de países que pre-cisam tomar-se menos dependentes dos derivados de petró-leo, responsáveis pela emissão da maior parte dos gases que agravam o efeito estufa. É que os biocombustíveis lançam na atmosfera entre 13% e 15% menos poluentes. Os norte-ame-ricanos, que sozinhos respondem por um quarto dos gases tóxicos lançados no ar, já têm 4 milhões de veículos circulando com uma mistura de gasolina e álcool de milho.

Mas há quem pense que isso é pouco para justificar a utili-zação da terra arável para a produção de biocombustível, em vez de alimentos. O Instituto Worldwatch (www.worldwatch.org), avalia que, para abastecer 10% da frota mundial com biocombustível, seria necessário utilizar 9% das terras culti-váveis do planeta. Regionalmente, a parcela pode ser maior: nos Estados Unidos, 30%, no Canadá, 36%, e nas nações da União Europeia, 72%, em média. No Brasil, a porcentagem é bem mais baixa: apenas 3%.

INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL A ERA DOS ROBÔS PENSANTES

O termo “inteligência artificial” apareceu pela primeira vez em 1956, usado pelos pesquisadores Dietrich Prinz e John McCar-thy, num seminário sobre promoção de computadores. Trata-se de computadores ou robôs com capacidade de realizar opera-ções complexas, típicas da mente humana - particularmente capazes de aprender com a própria experiência. O mais es-pantoso feito da inteligência artificial ocorreu em 1997, quando pela primeira vez um computador, o Deep Blue, da IBM, derro-tou o campeão mundial de xadrez Garry Kasparov, numa série de seis jogos que entrou para a história.

Desde sua criação, a inteligência artificial abriu vários caminhos divergentes de desenvolvimento. Uma ala especialmente, a de redes neuronais, pretende recriar o modo como o cérebro hu-mano funciona, montando regras e aprendendo com os erros e acertos da prática. Outras vertentes desenvolvem normas e procedimentos puros, independentes da experiência humana. A ideia é superar os erros criados pelo mais brilhante dos pri-matas - nós, humanos, que costumamos agir menos pela lógi-ca e mais pelo impulso e pela emoção. Uma inteligência artifi-cial puramente lógica e corrigida por algoritmos de verificação poderia superar as falhas humanas.

A inteligência artificial já é uma realidade. Os programas de diagnóstico médico orientados por sistemas de inteligência ar-tificial já acumulam mais experiência do que seria possível a um médico humano juntar no decorrer da vida, além de acertar muito mais num tempo extremamente mais rápido. As opera-doras de cartões de crédito utilizam programas que detectam despesas incomuns dos clientes, alertando-os para possíveis fraudes. Os robôs também já batem os humanos quando simu-lam aplicações financeiras em mercados futuros.

A população mundial de robôs com variados graus de inteli-gência ultrapassa os 700 mil, a maioria no Japão, executando tarefas de precisão impossíveis aos operários humanos. Fo-ram robôs, não humanos, que pisaram em outro planeta pela primeira vez: as sondas espaciais que chegaram a Marte em 2005 não podem depender das ordens terrestres para todas as operações por causa da demora nas comunicações. Assim, elas tomam algumas decisões de movimento por conta própria, como contornar uma rocha no terreno ou evitar uma escarpa. Já é possível ter um cachorro-robô, como o Aibo, da Sony, que exibe simulacros de emoções e fidelidade ao dono sem sujar a casa, ou pequenos humanoides dançantes como os fabricados pela Honda. As indústrias do setor tentam agora desenvolver robôs domésticos para cuidar de idosos ou doentes incapaci-tados. O mercado da diversão também está mudando graças à inteligência artificial. Os jogos eletrônicos de largo consumo ficaram muito mais desafiadores e emocionantes com persona-gens virtuais, que, diante de determinada situação, exibem um vasto repertório de ações, como um ser humano real.

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Atualidades

Além desse fabuloso mercado, que envolve bilhões de dólares, não faltam estímulos oficiais para desenvolver essa tecnolo-gia. A Agência de Projetos Avançados de Pesquisa para Defe-sa (Darpa, www.darpa.mil), ligada ao Pentágono - a mesma em que foi criada a internet -, promove anualmente nos de-sertos norte-americanos uma corrida de carros dirigidos intei-ramente por inteligência artificial. A agência paga 2 milhões de dólares a quem apresentar um protótipo de veículo que ande 150 milhas orientado por GPS sem trombar em nada nem cair em buracos.

TELECOMUNICAÇÕES SEM FIO E SEM LIMITES

Há mais de um século, inventores como o padre brasileiro Roberto Landell de Moura (em 1893), o russo Aleksandr S. Popov (em 1895) e o italiano Guglielmo Marconi (em 1896) - de todos, o mais festejado - ensaiaram as primeiras experi-ências de transmissões de ra-dio dispensando o uso de fio ou cabo. Em cerca de meio sé-culo, isso nos levou à televisão e aos satélites artificiais. Mas todo o potencial do sistema de comunicação sem fio (wire-less) só explodiu na última década com a viabilização da téc-nica da comunicação bidirecional miniaturizada e barata. O que separa as duas eras é a interatividade. Nas transmissões comerciais de TV e rádio, a comunicação ocorre num único sentido: das centrais de transmissão para as antenas das ca-sas de milhões de consumidores passivos. Já na era digital, a comunicação tem mão dupla e o usuário também vira um emissor ativo na rede.

Desde que a primeira transmissão de telefone celular foi fei-ta pelo norte-americano Martin Cooper, em 1973 - com um trambolho maior que um tijolo -, a tecnologia e os serviços digitais dispararam. Graças aos celulares, as cidades desen-volveram redes de rádio digital, supervias para as quais es-tão convergindo todas as comunicações e serviços wireless, começando a mandar para o museu as linhas de cobre ou de fibra óptica. Assim, o uso de notebooks e computadores de mão está se expandindo para todas as áreas urbanas. As estações celulares de rádio na faixa de microondas com-pletam a capilarização da rede mundial, que agora liga os mais modestos lares às principaís metrópoles e aos centros de serviços mais avançados do planeta. Um setor novo, ini-maginável há poucas décadas, surgiu em torno das tecnolo-gias wireless, abrindo um mercado de aparelhos e serviços avaliado em centenas de bilhões de dólares. Os serviços de posicionamento por satélites (GPS), por exemplo, poderão ser acessados em qualquer automóvel dando ao motorista a localização do veículo e indicando a melhor rota instanta-neamente.

Mais que isso, a capilarização dos serviços provocou mu-danças sociais e comportamentais radicais. Ninguém – de adolescentes tagarelas a diretores de empresa multinacionais - consegue mais imaginar um mundo sem essa facilidade. A previsão é que em 2009 a metade da população mundial te-nha um celular com vários serviços, como TV; jogos em rede,

localização por satélite e pagamentos on-line. Novos usos, hoje impossíveis de imaginar, deverão surgir, assim como ninguém previa todo o potencial da internet no seu começo.

INTERNET À VELOCIDADE DA LUZ

Ainda é cedo para avaliar o impacto efetivo que a internet terá na história humana. Mas, considerando quanto a vida dos terráqueos mudou nos úl-timos 20 anos, pode-se imagi-nar que a rede que conecta computadores pelo mundo in-teiro esteja para o cidadão do

século XXI como a invenção da escrita estava para o homem pré-histórico, há 5 mil anos - um divisor de águas na evolu-ção da sociedade.

Antes da internet, o cidadão comum perdia horas em filas de banco, exauria-se nas compras de Natal, precisava se deslo-car até uma biblioteca, pelo menos para fazer uma pesquisa escolar, e tinha seu circulo de conhecimentos definido por sua, digamos, geografia pessoal ambiente de trabalho, famí-lia e amigos. A rede mudou tudo isso. Pela internet pode-se obter um extrato bancário em segundos, consultar instanta-neamente enciclopédias e documentos científicos publicados em qualquer parte do planeta, receber e ler jornais e revis-tas, comparar preços e comprar uma infinidade de produtos, arranjar um namorado e criar uma teia de amizades virtuais, com gente que vive do outro lado do mundo - tudo sem sair da frente do computador. Como a escrita, a internet abriu um novo universo de possibilidades, criou símbolos de comunicação e alterou códigos de comportamento que defi-niram novos rumos para a humanidade.

A internet nasceu no início da década de 1970 de um proje-to do Departamento de Defesa norte-americano, como um sistema de rede para transferir grande volume de informa-ções entre os computadores das agências governamentais às principais universidades, o Arpanet. Desde então, apoiada sobre os avanços da eletrônica, a rede nunca mais parou de crescer. No início dos anos 80, o desenvolvimento da tecno-logia de circuito integrado levou à criação do computador pessoal (PC) e ao barateamento dos equipamentos de in-formática. As empresas do setor privado montavam as pró-prias redes internas de comunicação, conectando o PC de cada funcionário. Aos poucos, empresas de telecomunicação começavam a usar a rede governamental para serviços co-merciais de e-mail (correio eletrônico). Em 1988, a internet já dobrava de tamanho a cada ano. No início da década de 1990, surge o Mosaic, um novo tipo de programa que fun-cionava em praticamente todos os tipos de computador, com uma interface simplificada para o acesso, a recuperação e a exibição de arquivos da internet. Logo em seguida, a Micro-soft desenvolve vários programas para navegação. No fim da década de 1990, a Microsoft já era uma gigante de um novo setor econômico, que reunia também cerca de 10 mil prove-dores de acesso à Internet e de lojas virtuais. De dezembro de 1999 a setembro de 2006, o número de usuários da rede sobe de 248 milhões para 1 bilhão. E a onda de crescimento

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Atualidades

não deve parar por aí. Estima-se que até 2010 metade da humanidade esteja plugada.

ASTRONOMIA CADÊ OS ETS?

Depois de 30 anos de viagens de sondas e robôs a outros mun-dos, até o fim de 2006, o homem ainda não tinha encontrado vida fora da Terra. Mas esse aparente fracasso não é motivo para as agências espaciais desistirem das longas e dispen-diosas empreitadas rumo a outros planetas do sistema solar.

Marte - o mundo cujo ambiente mais se assemelha ao da Terra – sem-pre foi endereço da esperança humana

de descobrir que o homem não está sozinho no universo. No sécu-lo XIX, quando os telescópios per-mitiram visualizar a superfície da-

quele planeta com algum detalhe, criou-se a ideia de que as linhas que

cortam a superfície marciana seriam ca-nais construídos por alguma civilização. Há muito se sabe que nada disso existe - nem civilização nem canais artificiais. A superfície arenosa e rochosa de Marte é recortada por cânions e marcadas por crateras de impacto e de vulcões.

Nem por isso Marte deixou de merecer a atenção dos caça-dores de extraterrestres. Em 1976, as sondas Viking 1 e 2 pousaram no planeta e fizeram as primeiras análises do seu solo. Inicialmente, os cientistas acreditaram que tinham iden-tificado reações químicas próprias de seres vivos. No entanto, mais tarde, a hipótese foi descartada e a busca das Vikings considerada inconclusiva. Se não existem homenzinhos ver-des, os astrobiólogos contentam-se com marcianos de menor estatura - bactérias. Em 1996, um meteorito que havia sido encontrado na Artártica doze anos antes se transformou no novo alvo da caçada. A pedra, cuja idade foi avaliada em 4,5 bilhões de anos, teria sido arrancada do solo de Marte pelo choque de um asteróide ou cometa e caído na Terra num passado não tão remoto - há meros 13 mil anos. As imagens de minúsculas estruturas tubulares reveladas por microscópio eletrônico levaram alguns cientistas a acreditar que teriam, enfim, encontrado vida fora da Terra na forma de bactérias fossilizadas. Mas análises mais detalhadas dos pequenos grãos mostraram que o as microminhocas podem muito bem ter sido produzidas por uma reação química natural. E do solo, e a polêmica sobre o conteúdo do meteorito marciano ainda não chegou ao fim. Em 2003 e 2004, nova suspeita sobre Marte: telescópios terrestres e a sonda europeia Mars Express detectaram na tênue atmosfera do planeta traços de metano - um gás comumente produzido por seres vivos. Ainda em 2004, a sonda Opportunity descobriu evidências de que Marte já conteve água um dia - sinal aberto para que a vida tenha existido no planeta, ainda que no passado.

É natural pensar em bactérias quando se fala em ETs. Com grande capacidade de adaptação, esses seres unicelulares ha-bitam praticamente todos os ambientes - solo, água salgada ou doce, meios ácidos, sob calor ou frio extremos. Por isso, os astrobiólogos acham que podem encontrar vida em mundos até mais inóspitos que Marte - talvez em Europa, uma das luas de Júpiter. Europa é recoberta por uma crosta de gelo re-cortada por fendas, que os cientistas suspeitam sejam criadas pelo movimento de um mar no subterrâneo do satélite. Como água liquida é uma das primeiras condições para a existência

de vida, colônias de bactérias poderiam habitar as bordas das fendas, de onde conseguiriam captar um pouco de luz do Sol.

Titã, a maior lua de Saturno, também atiça a curiosidade dos astrobiólogos, por ter um ambiente que os cientistas acre-ditam ser muito semelhante ao da Terra há 3,5 bilhões de anos, nos primórdios da vida. A atmosfera contém os com-postos orgânicos adequados para dar origem à evolução quí-mica que resultou no surgimento dos primeiros seres unicelu-lares. A sonda Huyens, que pousou em Titã em dezembro de 2004, não estava equipada para detectar sinal de organismos vivos. Ou seja, por enquanto, a existência de vizinhos dos terráqueos continua no campo das suposições.

RUMO À GRANDE EXPLOSÃOEm um dos mais audaciosos projetos da ciência, pesquisado-res de 80 países simularão o Big Bang - fenômeno cósmico que teria originado o universo

ALTA TECNOLOGIA

Túnel por onde passarão partículas à velocidade da luz

Na quarta-feira, dia 10, a humanidade será contemplada com um dos maiores acontecimentos da ciência nos últimos tempos: a simulação do Big Bang, a grande explosão cós-mica que teria dado origem ao universo. É a primeira vez que o homem ousa imitar, reunindo e combinando teorias e elementos de todos os campos da tecnologia, o mais incrível fenômeno astronômico. Ele se desenrolará a 100 metros de profundidade na fronteira da Suíça com a França e envolve a mais gigantesca e fantástica máquina já construída: o Gran-de Colisor de Hádrons, ou simplesmente LHC (Large Hadron Collider). É ele, o LHC, que vai acelerar prótons a uma veloci-dade próxima à da luz (300 mil quilômetros por hora) e fazer com eles se choquem entre si em quatro pontos de colisão. O objetivo é promover a desintegração de partículas, para que outras se criem e, a partir daí, tentar responder a perguntas fundamentais para qualquer área do conhecimento humano: como o universo começou? De que ele foi feito? Existem outras dimensões?

Cientistas de mais de 80 países acertaram ao longo da se-mana passada os detalhes finais dessa missão no Centro Eu-ropeu de Física de Partículas (CERN), na região fronteiriça da Suíça com a França. Tudo tem de se dar com extrema precisão. O ligar da máquina, por exemplo, não acontece a um simples apertar de botão - ou seja, ela já vem sendo ligada paulatinamente e o auge desse processo é que ocor-rerá na quarta-feira 10. Os diferentes setores do acelera-dor também estão sendo acionados há muito tempo, em um

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Atualidades

procedimento que exigiu o seu resfriamento a temperaturas próximas daquilo que a ciência chama de “zero absoluto”: 271 graus Celsius negativos, a mais baixa temperatura a que a física consegue chegar. Esse resfriamento, iniciado em ju-lho, é fundamental para acelerar os prótons no anel principal de uma quilométrica circunferência. Os testes mais recentes, envolvendo a injeção de feixes de prótons por cerca de três quilômetros do circuito, deixaram entusiasmado o responsá-vel pelo Projeto LHC, o cientista Lyn Evans. “Graças a uma equipe fantástica, todas as experimentações ocorreram sem necessidade de reparos”, diz ele. “Esperamos por um sucesso retumbante quando fizermos a primeira tentativa de mandar um feixe por toda a extensão do LHC.” Para se ter uma ideia das dimensões desse megaprojeto, um dos quatro receptores da máquina é maior do que a Catedral de Notre Dame, na França. Outro receptor consumiu, em seu sistema de ímãs, mais ferro do que a Torre Eiffel - dez mil toneladas. Toda essa parafernália está montada em um túnel circular de 27 quilômetros.

Esse grande experimento começou a ser montado há 14 anos e tem entre seus objetivos explicar a origem da massa das partículas elementares, inclusive o chamado bóson de Higgs. Trata-se de uma partícula que, segundo seu descobridor, Pe-ter Higgs, seria a responsável por dar massa a outras partícu-las. Em suma: seria ela a “mãe” do universo, por isso o seu polêmico apelido de “partícula de Deus”. Toda a teoria propos-ta por Higgs já foi provada, exceto a própria existência dessa partícula. Os cientistas acreditam que ela tenha existido logo após o Big Bang, em instantes, e agora esperam encontrá-la após as fortíssimas colisões que acontecerão dentro dos tú-neis do LHC. Assim, a primordial expectativa é de que a má-quina revele à humanidade a sua própria origem e novos tipos de partículas até agora inimagináveis - há quem fale, até, em uma possível quarta dimensão. Ciência da mais pura? Apenas espetáculo? Há pesquisadores que criticam o projeto, alertan-do para o risco de se colocar o LHC em funcionamento geral porque ele poderia colocar em risco todo o planeta. Explica-se: a colisão de partículas formaria pequenos buracos negros que, segundo eles, seriam capazes de aspirar o planeta. Em palavras mais claras, bem mais claras: o mundo poderia aca-bar na quarta-feira 10. Um grupo liderado pelo alemão Otto Rössler, bioquímico e teórico do caos, acredita que o risco é suficientemente alto para que o projeto seja interrompido. Ele chegou a encaminhar uma denúncia ao Tribunal Europeu de Direitos Humanos para que se proíba a experiência. O fato é que a geração de buracos negros não é descartada nem pelo próprio Centro Europeu de Física de Partículas, mas há a res-salva de que os buracos negros formados com a experiência serão minúsculos (infinitamente menores do que um átomo) e se evaporarão quase instantaneamente - ou seja, nada será aspirado e a humanidade acordará normalmente na quinta-feira 11.

Isto É. http://www.terra.com.br/istoe/edicoes/2027/artigo101221-1.htm.

ACELERADOR DO ‘BIG BANG’ BATE NOVO RECORDE

GENEBRA - O experimento do “Big Bang” na Organização Eu-ropeia para a Pesquisa Nuclear (Cern) bateu novos recordes de colisão de partículas esta semana e agora ficará fechado por dois meses a fim de se preparar para uma atividade com energia ainda maior, informou o centro de pesquisa na sexta-feira.

As atividades do Grande Colisor de Hádrons (LHC) são parte de uma experiência para recriar as condições existentes ime-diatamente após o Big Bang, que deu origem ao universo, para compreender a natureza da matéria.

“Este primeiro período de atividade serviu a seu propósito: testando todos os sistemas do LHC, proporcionando dados de calibragem para os experimentos e mostrando o que precisa ser feito para preparar a máquina para um período sustentado de atividade sob uma energia maior”, disse o diretor-geral do Cern, Rolf Heuer.

“Não podíamos ter pedido um jeito melhor de encerrar 2009”, acrescentou num comunicado.

Os cientistas do Cern provocaram a colisão de feixes a 2,36 trilhões de elétrons-volt (TeV), um novo recorde, coroando as operações do acelerador de partículas mais potente do mun-do, desde que foi reativado em novembro.

Um TeV é aproximadamente a energia usada por uma mosca num voo, mas quando ela está concentrada numa única par-tícula subatômica, ela é muito mais potente.

O Cern havia estabelecido o recorde anterior em 30 de no-vembro, após circular os primeiros feixes em 23 de novembro ao redor do seu túnel de 27 quilômetros sob a fronteira entre a França e a Suíça, perto de Genebra.

Isso derrubou o recorde de 1,96 TeV para uma colisão, esta-belecido por um colisor do Fermi National Accelerator Labora-tory, nos Estados Unidos.

18/12/2009. http://www.estadao.com.br/noticias/vidae,acelerador-do-big-bang-bate-novo-recorde,484364,0.htm

COMPUTAÇÃO ALÉM DO CÓDIGO BINÁRIO

Em 1965, Gordon Moore, um dos fundadores da fa-bricante de microprocessa-dores Intel, observou que a cada 18 meses dobrava o poder de computação dos chips mantendo-se o mes-mo custo. O enunciado fi-cou conhecido como a Lei

de Moore. A profecia de Moore se sustentou pelas quatro décadas seguintes: os chips passaram dos 2,3 mil transisto-res no primeiro microprocessador, o Intel 4004, de 1971, para os 290 milhões do Core Duo, lançado em 2006. Mas não deve valer para sempre. Em menos de dez anos, a miniatu-rização deverá atingir seus limites e os chips com base de silício estagnarão - simplesmente porque não será possível reduzir ainda mais o tamanho dos transistores nem o da fia-ção interna.

Os cientistas já imaginam como superar essa barreira: crian-do computadores bilhões de vezes mais potentes - os com-putadores quânticos. Em vez dos transistores que executam no máximo dezenas de instruções, passo a passo, usando a linguagem de bits (pela combinação de zeros e uns), os com-putadores quânticos vão utilizar as propriedades da mecânica quântica, na qual as partículas e as ondas podem estar em dois estados (ou lugares) ao mesmo tempo. Um processador quântico promoverá uma explosão exponencial no poder de computação. Tarefas que exigiriam séculos de operação pode-rão ser executadas em frações de segundos. Espera-se que os primeiros computadores quânticos estejam operando - ainda que precariamente - daqui a dez ou 20 anos.

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Atualidades

NANOTECNOLOGIA O FUTURO NUMA PONTA

DE ALFINETEO norte-americano Richard Feynman lançou, em 1959, quatro anos depois de ga-nhar o Prêmio Nobel de Físi-ca, um desafio à imaginação dos cientistas: como escre-ver toda a Enciclopédia Britâ-nica numa cabeça de alfine-te. Ninguém ainda conseguiu

isso, o desafio foi o ponto de partida de toda uma nova em-preitada científica e tecnológica: a nanotecnologia.

A nanotecnologia engloba tudo o que e projetado na escala de milionésimos de milímetro, ou nanômetros - para compa-ração, um fio de cabelo tem 30 mil nanômetros. Os chips de computadores, por exemplo já são construídos em detalhes de dezenas de nanômetros. A tecnologia se desenvolveu com incrível rapidez desde o desafio de Feynman e agrega atual-mente não só, circuitos eletrônicos nos chips, mas também dispositivos capazes de se locomover. São os primeiros pro-tótipos de robôs que no futuro vão perambular dentro dos organismos vivos para curar doenças.

Porém, como todo novo conhecimento, gera também novos temores. Alguns já imaginam o fim da vida no planeta sendo deflagrado por um exército de bilhões de nano-robôs auto-replicantes, que vão consumir todos os recursos energéticos e materiais para ocupar o espaço que encontrarem pela frente. Mas esse perigo está ainda mais para ficção científica. De real mesmo, os produtos da nanotecnologia - de chips a fibras ultra-resistentes - já faturaram 30 bilhões de dólares em 2005. E devem movimentar 2,6 trilhões de dólares dentro de dez anos - quase 15% de toda manufatura no mundo.

PRODUÇÃO CIENTÍFICA DO BRASIL ULTRAPASSA A DA

RÚSSIA, INDICA LEVANTAMENTOA produção científica brasileira ultrapassou a da Rússia, antiga potência na área, e caminha para superar também a da Índia e se consolidar como a 2ª maior entre os BRICs (Brasil, Rús-sia, Índia e China), segundo levantamento feito pela Thomson Reuters.

O levantamento acompanhou a produção científica nos qua-tro países com base na análise das 10.500 principais revistas científicas do mundo.

Segundo a pesquisa, a produção brasileira avançou de 3.665 para 30.021 artigos científicos publicados entre 1990 e 2008. No mesmo período, a produção russa manteve-se estável - o número de 1990, de 27.603 artigos, é praticamente o mesmo que o de 2008 - 27.605 artigos.

A produção científica da Índia, que em 1990 contabilizava 13.984 artigos publicados, chegou a 38.366 artigos em 2008.

Se o índice de aumento da produção científica dos países se mantiver, o Brasil deverá ultrapassar a Índia nos próximos anos.

O levantamento indica ainda que a produção científica chi-

nesa, que em 1990 ainda estava atrás da russa e da indiana, com 8.581 artigos, chegou a 2008 com 112.318 artigos, numa expansão que, se mantida, verá a China ultrapassar os Esta-dos Unidos e se tornar líder mundial em produção científica até 2020.

Segundo Jonathan Adams, diretor de avaliação de pesquisas da Thomson Reuters, os dados dos levantamentos foram revi-sados após 2007, para evitar que a base de revistas científicas analisadas refletisse um viés pró-países desenvolvidos.

“A revisão dos dados levou a uma considerável elevação do número de artigos científicos de China, Brasil e Índia. Porém essas elevações refletiram tendências já evidentes nos dados, em vez de mudar a trajetória geral”, explicou Adams à BBC Brasil.

Segundo ele, os dados dos últimos anos já indicavam que a produção brasileira superaria a russa, o que ficou expresso nos números de 2008, mas ele observa que, se a base de análise já tivesse sido revista antes, isso já teria acontecido há vários anos.

De acordo com os últimos dados compilados, de 2008, a pro-dução científica brasileira naquele ano representou 2,6% do total de 1.136.676 artigos publicados em todas as 10.500 re-vistas analisadas. Em 1990, o Brasil tinha apenas 0,6% da produção mundial.

A produção científica americana - 332.916 artigos em 2008 - ainda representa 29% de todos os artigos publicados no mundo, enquanto a chinesa é de 9,9%. Em 1990, porém, os Estados Unidos tinham 38% de toda a produção científica mundial, enquanto a China respondia por apenas 1,4% do total.

No mesmo período, a produção russa, que já foi considerada uma das mais avançadas do mundo, passou de 4,7% do total em 1990 para apenas 2,4% em 2008.

A produção indiana, por sua vez, teve sua participação no to-tal mundial elevada de 2,3% para 3,4% no período, numa ele-vação proporcionalmente menor que as da China e do Brasil.

Em sua análise da produção científica do Brasil, a Thomson Reuters observa que os gastos com pesquisa e desenvolvi-mento no Brasil chegaram em 2007 a quase 1% do PIB, pro-porção inferior aos cerca de 2% gastos nos Estados Unidos e na média dos países de desenvolvidos, mas ainda bem acima de outros países latino-americanos.

Segundo o levantamento, o Brasil tem 0,92 pesquisador para cada mil trabalhadores - bem abaixo da média de 6 a 8 pes-quisadores por mil trabalhadores dos países do G7, o grupo das nações mais industrializadas do planeta.

Apesar disso, o documento afirma que a proporção brasileira é semelhante à de outros países em desenvolvimento, como a própria China, e que a base de pesquisadores vem crescendo.

Segundo a Thomson Reuters, o Brasil formou cerca de 10 mil novos pesquisadores doutores no último ano analisado, num crescimento de dez vezes em 20 anos.

O levantamento indica ainda que a produção científica do país é mais forte em áreas como pesquisas agrícolas e ciências naturais.

UOL Notícias. BBC Brasil. 27/01/2010.

http://noticias.uol.com.br/bbc/2010/01/27/producao-cientifica-do-brasil-ultra-passa-a-da-russia-indica-levantamento.jhtm.

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Atualidades

INTERNACIONAL 6CRISE POLÍTICA EM HONDURAS

HISTÓRICO

A deposição de Zelaya foi a culminação de tensões políticas e sociais que cres-

ceram nos últimos anos, quando o presidente rompeu o equilíbrio conservador em

um dos países mais po-bres da América Latina e afastou Honduras dos EUA, o principal parceiro comercial e fonte de re-messas de emigrantes.

Rico fazendeiro eleito por um partido tradicional, Zelaya se voltou de forma inesperada durante seu mandato para o ve-nezuelano Hugo Chávez e adotou políticas vistas como de esquerda, como o aumento de salários sem acordos com os empresários, e filiou Honduras à Alba (Aliança Bolivariana para as Américas), o bloco liderado pelo venezuelano.

Ele também seguiu Chávez no confronto aberto com setores da elite e com a imprensa, o que aumentou a suspeita de que uma consulta popular que defendeu era uma forma de imitar a sucessão ilimitada de mandatos alcançada por meio de plebiscitos na Venezuela.

Ele foi deposto e expulso de Honduras nas primeiras horas do dia 28 de junho, dia em que pretendia realizar a consulta popular sobre mudanças constitucionais que havia sido con-siderada ilegal pela Justiça. Ele foi detido por militares, com apoio da Suprema Corte e do Congresso, sob a alegação de que visava a infringir a Constituição ao tentar passar por cima da cláusula pétrea que impede reeleições no país.

O presidente deposto nega que pretendesse continuar no poder e se apoiou na rejeição internacional ao que foi ampla-mente considerado um golpe de Estado - e no auxílio finan-ceiro, político e logístico do presidente venezuelano - para desafiar a autoridade do presidente interino e retomar o po-der.

Isolado internacionalmente, o presidente interino Roberto Mi-cheletti resistiu à pressão externa para que Zelaya fosse resti-tuído e governou um país aparentemente dividido em relação à destituição, mas com uma elite política e militar - além da cúpula da Igreja Católica - unida em torno da interpretação de que houve uma sucessão legítima de poder e de que a Presidência seria passada de Micheletti apenas ao presidente eleito em novembro. As eleições estavam marcadas antes da deposição, e nem o presidente interino nem o deposto foram candidatos.

Embora a destituição de Zelaya tivesse amparo constitucional sob a hipótese de que ele estivesse tentando reeleger-se, a expulsão não é prevista no texto e tanto Micheletti quanto

o chefe das Forças Armadas eximiram-se posteriormente de responsabilidade por essa iniciativa, sem indicar um possível autor da medida.

Mas o retorno clandestino de Zelaya aumentou a pressão in-ternacional sobre o governo interino, alimentou uma onda de protestos e fez da crise hondurenha um dos temas da As-sembleia Geral da ONU, reunida em Nova York em setembro, além de levar o Brasil a adotar uma postura de apoio firme ao presidente deposto abrigado em sua sede diplomática.

O governo interino adiou ao máximo uma solução para o im-passe, resistindo às propostas feitas pelo presidente da Costa Rica, Oscar Arias, pela OEA e por delegações dos EUA para o retorno condicional de Zelaya à Presidência.

A posterior flexibilização da posição americana, que continuou rejeitando o governo Micheletti, mas viu nas eleições uma saída para a crise, representou uma vitória para o presidente interino, que rejeitou os apelos do próprio Lobo para que re-nunciasse e pretende governar até o último dia do mandato para o qual Zelaya foi eleito.

POSSE DE PRESIDENTE E ANISTIA A GOLPISTAS ABREM CAMINHO PARA EXÍLIO DE ZELAYAPorfirio Lobo assume nesta quarta-feira (27) como presidente de Honduras e, entre suas primeiras medidas, deve conceder salvo-conduto que permitirá ao presidente deposto Manuel Zelaya deixar o país. Na noite de terça-feira (26), o Congresso Nacional de Honduras aprovou uma anistia geral, por delitos políticos e comuns, para os envolvidos na crise derivada do golpe de Estado que derrubou Zelaya. As medidas são passos decisivos para encerrar a crise deflagrada em junho de 2009.

Lobo, 62, irá fazer o juramento como presidente para um período de quatro anos em um ato no Estádio Nacional, e disse que acompanhará Zelaya na sua saída da Embaixada do Brasil, refúgio do presidente deposto há mais de quatro me-ses, até o aeroporto, de onde irá partir ao exílio na República Dominicana.

“Vamos à Embaixada do Brasil, quando estiver aberto o aces-so, para acompanhar o presidente Zelaya para acompanhá-lo até o aeroporto”, disse Lobo.

ANISTIA AOS GOLPISTAS

A anistia foi aprovada pela maioria composta pelo Partido Na-cional, de situação, que tem 71 deputados, mais um da De-mocracia Cristã e um do Partido Liberal, na primeira sessão de trabalho do Congresso, de 128 cadeiras, que foi constituído na segunda-feira, para um período de quatro anos.

Segundo o decreto, a anistia abrange os delitos de “traição à pátria, delitos contra a forma de governo, terrorismo, per-turbação (todos do Código Penal), qualificados como delitos políticos”.

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Atualidades

Além deles, foi concedida anistia para vários “delitos comuns conexos”, como usurpação de funções, delitos cometidos con-tra o exercício dos direitos garantidos pela Constituição, de-sobediência, abuso de autoridade e violação dos deveres dos funcionários.

A resolução parlamentar, que não informa os nomes das pes-soas que serão beneficiárias pela anistia, somente os delitos que abrange, entrará em vigor 20 dias após sua publicação no diário oficial “A Gazeta”.

A aprovação da anistia acontece um dia antes da posse de Porfirio Lobo como presidente de Honduras e do abandono da Embaixada do Brasil pelo líder deposto Manuel Zelaya, que está no local há quatro meses, após retornar ao país de ma-neira clandestina.

UOL Notícias. Com informações da EFE e da AFP. 27/01/2010.http://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/internacional/2010/01/27/27posse-de-presidente-e-anistia-a-golpistas-abrem-caminho-para-exilio-de-zelaya.jhtm.

BRASIL NÃO RECONHECE ELEIÇÃO DE “PEPE” LOBO, MAS PODE MUDAR DE OPINIÃOO governo brasileiro resiste à ideia de reconhecer e legitimar as eleições que consagraram Porfirio “Pepe” Lobo Sosa como presidente de Honduras. No próximo mês, no entanto, du-rante reunião do Grupo do Rio no México, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pode mudar de opinião e aceitar o novo governo do país vizinho. Antes, porém, deverá reiterar sua indignação com o golpe de Estado que depôs o então presi-dente Manuel Zelaya em junho do ano passado.

Para o governo brasileiro, é inadmissível aceitar eleições que foram realizadas em clima de golpe de Estado. “Pepe” Lobo foi eleito em 29 de novembro de 2009 – cinco meses após o golpe e na gestão do presidente golpista Roberto Micheletti.

Lula, o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, e o assessor especial para Assuntos Internacionais da Presidência da República, Marco Aurélio Garcia, se manifestaram contra o golpe e a favor da restituição de Zelaya ao poder. No entanto, “Pepe” Lobo assume com Zelaya ainda hospedado na Embai-xada do Brasil em Tegucigalpa (capital de Honduras).

Garcia sinalizou que na reunião da Cúpula do Rio – que será realizada de 20 a 23 de fevereiro em Cancún (México) – o governo brasileiro poderá rever sua posição em relação à elei-ção de “Pepe” Lobo e ao futuro governo de Honduras. No entanto, manterá o discurso de crítica a ações golpistas e antidemocráticas.

UOl Notícias. Da Agência Brasil. Em Brasília. 27/01/2010. http://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/internacional/2010/01/27/27brasil-

nao-reconhece-eleicao-de-pepe-lobo-mas-pode-mudar-de-opiniao.jhtm.

BERLIM LEMBRA 20 ANOS DA QUEDA DO MURO

Líderes mundiais do passado e da atualidade participam nes-ta segunda-feira na capital alemã de eventos para comemo-rar os 20 anos da queda do Muro de Berlim, um marco que representou a desintegração do bloco comunista na Europa Oriental.

A chanceler alemã, Angela Merkel, se juntou ao ex-líder so-viético Mikhail Gorbachev e ao ex-presidente polonês Lech

Walesa em uma caminhada pelo antigo posto de controle na ponte de Bornholmer, o primeiro a ser aberto em 9 de novem-bro de 1989.

Merkel disse que este é “não apenas um dia de celebrações para a Alemanha, mas para toda a Europa”.

“(A queda do muro) foi o resultado de uma longa história de opressão e do esforço contra a opressão”, disse.

Antes, a chanceler alemã disse que a unificação das duas Ale-manhas ainda está incompleta, já que o leste ainda não está tão desenvolvido economicamente quanto o oeste.

HISTÓRICO

Em 1989, a queda do muro levou ao colapso do poder co-munista no Leste Europeu, à reunificação alemã e ao fim da Guerra Fria.

A Alemanha Oriental comunista ergueu o muro de concreto com 155 quilômetros de extensão em torno de Berlim Oci-dental em 1961 para evitar que moradores do lado comunista fugissem para o reduto capitalista.

Acredita-se que mais de cem pessoas tenham morrido tentan-do escapar pelo muro.

O presidente francês, Nicolas Sarkozy, o primeiro-ministro bri-tânico, Gordon Brown, e a secretária de Estado americana, Hillary Clinton, também participam das comemorações, junto e o ex-premiê húngaro Miklos Nemeth – que, com a decisão de abrir as fronteiras do país, foi o primeiro a permitir que alemães orientais fugissem para o Ocidente.

Centenas de dominós gigantes feitos de espuma, pintados por jovens com mensagens de liberdade, foram alinhados na linha onde ficava o muro e serão derrubados às 20h (hora local, 17h em Brasília), representando como os governos comunis-tas da Europa do Leste foram caindo, um após o outro.

As festividades serão encerradas com um show de fogos de artifício e um show com músicos de vários países.

Recentemente, o ex-funcionário do governo comunista da Alemanha Oriental Guenter Schabowski, cujo comentário ca-sual de acabar com as restrições de viagem para a Alemanha Ocidental teria detonado a queda do muro, admitiu que hou-ve uma falha de comunicação com o chefe do partido, Egon Krenz.

Schabowski anunciou o plano durante uma entrevista coletiva transmitida ao vivo pela TV, acrescentando que a medida en-traria em vigor “imediatamente”. Ele explicou à BBC que não sabia exatamente quando o muro seria aberto, mas que não fazia sentido anunciar a abertura e não abri-lo.

Schabowski disse que não se arrepende do comentário, por-que ele levou à reunificação pacífica da Alemanha.

BBC Brasil. 09/11/2009. http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2009/11/091109_

murocomemoracoes_ba.shtml.

GRIPE SUÍNA ASSUSTA E PROVOCA MORTES PELO MUNDO

Uma mutação do vírus da gripe, definida pela OMS (Organi-zação Mundial da Sáude) como influenza A (H1N1), abalou o mundo em 2009. A pandemia, conhecida popularmente como

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Atualidades

gripe suína, teve início em meados de março, quando o Méxi-co registrou os primeiros casos em humanos.

O surto espalhou-se pelos Estados Unidos, atingindo pouco tempo depois a Europa e a Oceania. Em 25 de abril, a OMS emitiu nota dizendo que a epidemia era um caso de “emergên-cia na saúde pública internacional”. No dia 11 de junho, a or-ganização elevou o nível de alerta, subiu ao máximo (nível 6).

http://www.reporterdiario.com.br/index.php?id=167354&secao=15

SAIBA ONDE OCORRERAM AS MORTES PELA NOVA GRIPE NO BRASIL

NOVA GRIPE CAUSA PREOCUPAÇÃO NO RIO GRANDE DO NORTEDoze pessoas morreram no estado nos últimos cinco meses.Governo quer incluir estado na lista de prioridades de vaci-nação.

Mesmo com o tempo quente, a nova gripe está provocando muita preocupação no Rio Grande do Norte. Doze pessoas já morreram nos últimos cinco meses - e o número de casos suspeitos da doença não para de crescer.

A Secretaria de Saúde do estado dispensou as funcionárias grávidas do trabalho.

No setor de Biomedicina da Universidade Federal do Rio Gran-de do Norte, as férias foram antecipadas.

Na festas populares, os cartazes informam sobre a prevenção.

O maior plano de saúde do estado orientou os hospitais con-veniados a suspender as cirurgias que não fossem de urgên-cia. A medida tem o objetivo de liberar as UTIs para os casos mais graves da doença.

No hospital público que é referência no tratamento de doen-ças infecto-contagiosas os dados são preocupantes: em outu-bro foram atendidas 17 pessoas com sintomas da nova gripe. Em novembro, foram 104 notificações. Nos primeiros 15 dias de dezembro, foram registrados 350 casos suspeitos.

Das 30 mortes registradas no Nordeste, 12 ocorreram no Rio Grande do Norte.

O médicos infectologistas não sabem porque a situação no estado é mais grave que em outros da região.

A Secretaria de Saúde quer incluir o estado na lista de priori-dades de vacinação do Ministério da Saúde. A preocupação é com o aumento no número de pessoas circulando na cidade neste período de férias.

“Como o estado do Rio Grande do Norte está vivendo esse pico em um momento diferenciado, que a gente tenha a con-dição de ter antecipadamente a vacina”, diz Juliana Araújo, da subcoordenadoria de Vigilância Epidemiológica.

MORTES POR NOVA GRIPE NO MUNDO SUPERAM OS 10 MIL, DIZ OMSOrganização Mundial da Saúde fez alerta nesta sexta-feira (18). Doença surgiu em abril deste ano, no México.

Mortes por nova gripe ultrapassaram a marca de 10 mil no mundo. A China é um dos países onde foram identificadas com a mutação do vírus A(H1N1). De acordo com a OMS, evolução da pandemia ainda é imprevisível. (Foto: CHINA OUT AFP PHOTO )

As mortes provocadas pela nova gripe superaram a marca de 10.000 no mundo desde seu aparecimento em abril, no Méxi-co, segundo o último balanço publicado em 18 de dezembro pela Organização Mundial de Saúde (OMS).Da France Presse. G1. http://g1.globo.com/Sites/Especiais/0,,16726,00.html.

DIRETORA DA OMS DIZ QUE PANDEMIA DE GRIPE SUÍNA CONTINUA

Muitas pessoas podem pegar gripe suína neste inverno (no hemisfério norte) apesar de a doença ter atingido seu pon-to máximo na América do Norte e em alguns países euro-peus, disse a diretora-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Margaret Chan.O pior do surto da gripe suína já pas-sou nos Estados Unidos, Canadá, Grã-Bretanha e em outros países do hemisfério norte, afirmou ela.

Mas a doença ainda apresenta intensa atividade no Egito, Ín-dia e em outros países, “É muito prematuro e muito cedo para nós dizermos que chegamos ao fim da pandemia global da gripe”, disse Chan aos repórteres. Especialistas em saúde de-vem monitorar a pandemia por mais seis a 12 meses, afirmou ela, acrescentando que o vírus ainda pode sofrer mutações e tornar-se mais perigoso.

Mais de 11.500 pessoas reconhecidamente morreram por causa da doença desde que a epidemia teve início em abril, segundo a OMS. Entre 250 mil e 500 mil pessoas morrem todo ano vítimas da gripe comum. Quando a agência da Organiza-ção das Nações Unidas declarou a gripe suína uma pandemia, em junho, a doença foi descrita como “moderada”.

Embora a maioria das pessoas se recupere da doença sem a necessidade de tratamento médico, funcionários da saúde continuam a registrar casos graves em pessoas abaixo dos 65

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Atualidades

anos, pessoas que geralmente não estão no grupo de risco da gripe comum. Mas como os vírus da gripe se desenvolvem constantemente, os especialistas temem que a gripe suína possa sofrer mutações e se tornar mais perigosa. “Uma coisa que precisamos evitar é a sensação de tranquilidade”, disse Chan, lembrando que os vírus da gripe são altamente imprevi-síveis. “Vamos observar os vírus com olhos de águia”, disse ela.

No mês passado, a OMS advertiu que com os novos casos de gripe aviária registrados em aves no Egito, Indonésia, Tai-lândia e Vietnã, o risco de que o vírus da gripe aviária e do A H1N1 se misturarem foi elevado. Os cientistas temem que a gripe aviária, cujo contágio humano ainda é raro, mas que mata 60% dos infectados, possa se combinar com os atuais vírus de gripe suína, que se espalham facilmente entre as pessoas, mas matam apenas uma pequena porcentagem dos infectados.

Chang disse que embora os países estejam melhor prepara-dos para lidar com o surto do que há alguns anos, a epidemia mostrou que ainda há numerosas lacunas nos sistemas de saúde de muitos países. Ela disse que espera que o mundo consiga evitar que uma pandemia de gripe aviária que, se-gundo Chan, é mais perigosa e mortal do que a gripe suína. “O mundo não está preparado para uma pandemia causada pelo A H5N1”, disse ela, usando o nome científico da gripe aviária.

Agência Estado. Tribuna do Brasil. 29/12/2009. http://www.tribunadobrasil.com.br/site/?p=noticias_ver&id=8335.

BUSCAS SEGUEM NO HAITI APÓS TERREMOTO QUE DEVASTOU A CAPITAL

As buscas por mortos e desaparecidos continuavam no Haiti nesta quarta-feira, após o tremor de 7 graus na escala Richter que atingiu a capital do país, Porto Príncipe, no dia 12 de ja-neiro, causando grande destruição.

Ainda não há uma contagem oficial de mortos, mas teme-se que centenas ou até milhares de pessoas podem ter morrido.

Segundo a Cruz Vermelha Internacional, até 3 milhões de pessoas foram afetadas pelo tremor, o maior no Haiti em dois séculos.

Vários edifícios desmoronaram na capital haitiana, entre eles o palácio presidencial e a sede da missão da Organização das Nações Unidas no país.

O governo brasileiro confirmou a morte de quatro militares brasileiros das forças de paz da ONU no país (Minustah). O Brasil comanda a operação militar da Minustah e conta com 1.200 dos 7.000 soldados da força no país.

Também há a confirmação da morte de soldados jordanianos e chineses das forças da Minustah.

‘CATÁSTROFE’

A ONU confirmou que há um “grande número” de seus funcio-nários desaparecidos. O chefe da Minustah, o tunisiano Hedi Annabi, teria morrido, segundo o ministro das Relações Exte-

riores da França, Bernard Kouchner.

Um enviado do governo americano2,5 eu o terremoto no Haiti como “uma catástrofe” e disse que o prejuízo com os danos provocados pelo tremor podem chegar a bilhões de dólares.

Vários países e organizações internacionais anunciaram o en-vio de ajuda ao Haiti. Em uma entrevista na manhã desta quarta-feira, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon, anun-ciou a mobilização de mais US$ 10 milhões em ajuda ao Haiti.

O Brasil anunciou uma ajuda de US$ 10 milhões e disse que estuda o envio de mais soldados ao país.

O Banco Interamericano de Desenvolvimento havia aprovado ainda na terça-feira o envio de US$ 200 milhões em ajuda emergencial.

TREMORES SECUNDÁRIOS

Segundo o US Geological Survey, a agência geológica ameri-cana, o terremoto ocorreu por volta das 16h53 (horário local, 19h53 de Brasília).

O epicentro do tremor foi localizado a cerca de 15 quilômetros de Porto Príncipe, a apenas 10 quilômetros de profundidade.

Pelo menos dois tremores secundários - de 5,9 e 5,5 graus, respectivamente, foram registrados logo após o primeiro ter-remoto.

Muitos haitianos passaram a noite nas ruas da capital, desa-brigados pelo terremoto ou temerosos sobre possíveis novos tremores.

Há relatos da ocorrência de saques durante a madrugada.

Após o amanhecer, muitos buscavam informações sobre os estragos ocorridos na véspera.

HOTEL

Um funcionário do governo francês disse à agência de notí-cias France Presse que cerca de 200 pessoas estariam sob os escombros no Hotel Montana, um dos locais mais populares entre os turistas na capital haitiana.

O embaixador do Haiti nos Estados Unidos, Raymond Joseph, disse que as sedes do palácio presidencial, da sede da Receita Federal, do Ministério do Comércio e do Ministério das Rela-ções Exteriores sofreram danos provocados pelo tremor, mas que o aeroporto da capital estava intacto.

Segundo ele, o presidente René Preval escapou ileso do ter-remoto.

O secretário da ONU para Operações de Paz, Alain Le Roy, afirmou que a sede da Organização no país foi gravemente afetada e diversos funcionários estariam desaparecidos.

A sede do Banco Mundial também foi destruída, e alguns fun-cionários da instituição ainda estão desaparecidos. A orga-nização anunciou o envio de uma equipe para o Haiti para avaliar os danos e ajudar a montar um plano de recuperação.

O Globo – Mundo - 13/01/2010. http://oglobo.globo.com/mundo/mat/2010/01/13/buscas-seguem-no-haiti-

apos-terremoto-que-devastou-capital-915516979.asp.

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Atualidades

http://g1.globo.com/Noticias/Mundo/0,,MUL1444427-5602,00-FORTE+TERREMOTO+ATINGE+O+HAITI.html

CHEGA A 21 NÚMERO DE BRASILEIROS MORTOS EM TERREMOTO NO HAITISÃO PAULO - Subiu para 21 o número de brasileiros mortos durante o terremoto de 7 graus na escala Richter do último dia 12 no Haiti, informaram Ministério das Relações Exteriores e o Exército. Entre os militares, são 18 mortos, depois do cor-po do major Márcio Guimarães Martins ter sido encontrado durante a madrugada.

De acordo com dados do Comando do Exército, os corpos de 17 militares que atuavam na Missão de Paz para Estabilização do Haiti (Minustah) voltaram no dia 20 de janeiro ao País. Até o momento, cerca de 20 brasileiros que escaparam do terre-moto já voltaram ao País, segundo o Itamaraty.

Os outros dois civis mortos são a Dra. Zilda Arns Neumann, coordenadora internacional da Pastoral da Criança, e Luiz Car-los da Costa, chefe adjunto civil da missão de paz da Organi-zação das Nações Unidas (ONU) no Haiti.Solange Spigliatti – Estadão.

http://www.estadao.com.br/noticias/internacional,chega-a-21-numero-de-brasileiros-mortos-em-terremoto-no-haiti,498571,0.htm.

UMA SEMANA APÓS TREMOR, RÉPLICA DE 6,1 GRAUS ATINGE O HAITIEpicentro de terremoto fica a 60 km da capital, Porto Príncipe; tremor do dia 12 havia atingido 7 graus

Arte/estadao.com.brEpicentro fica a 60 km da capital

SÃO PAULO - Um terremoto de 6,1 graus na escala Richter atingiu o Haiti no dia 20 de janeiro, informou o Centro de Pesquisas Geológicas dos EUA (USGS). O tremor foi registra-do às 6h03 (9h03 no horário de Brasília) e o epicentro está localizado a 60 km a sudoeste de Porto Príncipe. O abalo do dia 12 atingiu 7 graus e o epicentro estava a apenas 16 km da capital do país.

Moradores de Porto Príncipe saíram correndo pelas ruas após o tremor. Muitas pessoas têm dormido ao relento com medo de réplicas. Segundo a agência Efe, alguns edifícios afetados pelo primeiro terremoto desabaram.

O terremoto da semana passada matou ao menos 72 mil pes-soas, mas estima-se que o número de vítimas pode chegar a até 200 mil. Outras 250 mil ficaram feridas e 1,5 milhão estão desabrigadas.

Estadão. Com informações da Efe e da Associated Press. http://www.estadao.com.br/noticias/internacional,replica-de-6-1-graus-na-

escala-richter-atinge-o-haiti,498597,0.htm.

CELEBRIDADES SE REÚNEM EM SHOW BENEFICENTE PARA O HAITIEvento organizado por George Clooney contou com nomes como Madonna, Beyoncé e Leonardo Di Caprio.

Dezenas de grandes nomes da música e do cinema interna-cionais participaram na noite de 23 de janeiro de um show beneficente para ajudar as vítimas do terremoto da semana passada no Haiti.

O evento de duas horas “Hope for Haiti Now” (Esperança para o Haiti Agora) foi organizado pelo ator George Clooney e pelo rapper Wyclef Jean, nascido no país caribenho.

Entre os músicos que se apresentaram estavam Madonna, Jay-Z, Bono, Beyoncé, Sting, Shakira, Bruce Sprinsgteen e Stevie Wonder. O evento contou também com a presença de atores como Leonardo Di Caprio, Denzel Washington e Nicole Kidman.

As apresentações, realizadas em Nova York, Los Angeles e Londres, foram transmitidas ao vivo pelas principais redes de TV americanas. O evento contou também com retransmissão para o mundo todo pela internet.

DOAÇÕES

Além das doações recebidas dos telespectadores durante o programa e pelo site www.hopeforhaitinow.org, as músicas apresentadas durante o show serão vendidas pelo iTunes.

Todos os lucros obtidos com a produção serão revertidos para fundos de ajuda para o Haiti.

Estima-se que até 200 mil pessoas tenham morrido em con-sequência do terremoto do dia 12 de janeiro.

Organizações internacionais afirmam que até 3 milhões dos 9 milhões de habitantes do Haiti tenham sido afetadas de alguma maneira pelo tremor.

‘RESPONSABILIDADE’

“Há um grande mundo lá fora, e todos nós temos muita res-ponsabilidade de cuidar das pessoas que não podem cuidar delas mesmas. Então o que podemos fazer é primeiramente e principalmente arrecadar doações”, afirmou George Clooney.

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Atualidades

“Se eu achasse que nós pudéssemos todos pegar em pás e ir para lá para ajudar sem atrapalhar, acho que muitas pessoas fariam isso”, disse Clooney, que doou US$ 1 milhão durante o programa.

Leonardo Di Caprio também enviou um cheque de US$ 1 mi-lhão para o Clinton Bush Haiti Fund, criado em conjunto pelos ex-presidentes americanos Bill Clinton e George W. Bush. BBC Brasil – 23/01/2010.

http://www.estadao.com.br/noticias/internacional,celebridades-se-reunem-em-show-beneficente-para-o-haiti,500358,0.htm.

PERU QUER RESGATAR 800 TURISTAS DE MACHU PICCHU;

BRASILEIROS SEGUEM ILHADOSAo menos quatro brasileiros foram retirados de helicóptero. Cidade inca histórica segue isolada após chuvas que mataram 10.

A região peruana de Machu Picchu, principal localidade turís-tica do Peru, segue isolada pelas chuvas.

Pelo menos 10 pessoas morreram vítimas de deslizamentos e inundações na região.

Quatro brasileiros foram resgatados de helicóptero na terça-feira, mas mais de 100 seguem na cidade de Aguas Calientes, porta de entrada da cidade inca, esperando resgate de heli-cóptero.

As autoridades peruanas afirmaram já ter retirado 475 dos quase 2.000 turistas que estão no local. Nesta quarta, se o tempo ajudar, mais 800 devem ser resgatados, segundo o mi-nistro de Comércio Exterior e Turismo do Peru, Martín Pérez.

Onze helicópteros devem participar das operações hoje. O ministro agradeceu aos governos de Brasil, Colômbia e Chile, que ofereceram helicópteros, mas informou que a geografia local impede que três ou quatro aeronaves voem simultanea-mente até Machu Picchu.

Turistas esperam resgate nesta terça-feira (26) na cidade peruana de Aguas Calientes. (Foto: AP)Do G1, com agências internacionais. 27/01/2010.

http://g1.globo.com/Noticias/Mundo/0,,MUL1464726-5602,00-PERU+QUER+RESGATAR+TURISTAS+DE+MACHU+PICCHU+

BRASILEIROS+SEGUEM+ILHADOS.html

CRISE ECONÔMICA MUNDIAL

As principais bolsas de valores do mundo fecharam em que-da, com receio de uma recessão global pela crise da dívida pública nos EUA e na Europa no primeiro semestre de 2011. A crise 2009 nos Estados Unidos, ocorreu no setor privado da economia, mas agora a crise está instalada no setor público. Quando os governos socorreram o setor privado, evitando, entre outras consequências, uma quebradeira geral, acabam gastando mais do que devem, e não fazendo os ajustes ne-cessários para sustentar suas economias.

EUROPA PASSA POR CRISE

A formação de uma crise financeira na zona do euro deu-se, fundamentalmente, por problemas fiscais. Alguns países, como a Grécia, gastaram mais dinheiro do que conseguiram arrecadar por meio de impostos. Para se financiar, passaram a acumular dívidas. Assim, a relação do endividamento sobre PIB de muitas nações do continente ultrapassou significativa-mente o limite de 60% estabelecido no Tratado de Maastricht, de 1992, que criou a zona do euro. No caso da economia gre-ga, exemplo mais grave de descontrole das contas públicas, a razão dívida/ PIB é mais que o dobro desse limite. A descon-fiança de que os governos da região teriam dificuldade para honrar suas dívidas fez com que os investidores passassem a temer possuir ações, bem como títulos públicos e privados europeus.

DEMOCRATIZAÇÃO DO ORIENTE MÉDIO E ÁFRICA DO NORTE

A 47ª Conferência de Segurança de Munique, Alemanha, maior fórum internacional de segurança, que reúne mais de 70 delegações, incluindo 12 chefes de Estado e de gover-no e cerca de 40 ministros de Relações Exteriores e Defesa, realizada em fevereiro de 2011, foi marcada pelas revoltas sociais em vários países árabes. O secretário-geral da ONU, Ban Kinmoon, declarou que “a vontade do povo deve ser res-peitada”, em referência às revoltas civis árabes na Tunísia, Egito e Iêmen.

As revoluções que derrubaram os governos autoritários da Tunísia e do Egito parecem ter estimulado os protestos po-pulares que se espalham pelos países islâmicos do norte da África e do Oriente Médio, segundo informações do site de notícias R799. Os regimes autoritários, governados por líderes que ficam por décadas no poder, se veem ameaçados pelos protestos que tomam as ruas das principais cidades da região.Além de maior liberdade política e reformas no sistema, os manifestantes pedem melhores condições de vida, mais em-pregos e menos corrupção. Para muitos analistas, os protes-tos na Tunísia e no Egito acabaram com a barreira psicológica do medo, abrindo caminho para os cidadãos desses países expressarem suas opiniões.

As revoltas nos países árabes, inauguradas com a Revolução de Jasmim na Tunísia, em janeiro de 2011, provavelmente são um dos mais importantes fatos da política internacional. A chegada de uma onde de democratização ao Oriente Médio e norte da África é assunto que poderá ser frequente nas provas de concursos públicos elaboradas por diferentes or-ganizadores.

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Atualidades

200120 de Janeiro - George W. Bush toma posse como presiden-te dos Estados Unidos da América.15 de Fevereiro - Tropas russas começam a retirada da Tchetchénia.15 de Março - Três explosões destroem a Plataforma P-36, pertencente à Petrobras, na Bacia de Campos.19 de Agosto - O Sistema Brasileiro de Televisão(SBT) come-mora 20 anos de existência.11 de Setembro - Atentados terroristas ao World Trade Cen-ter em Nova Iorque e no Pentágono em Washington, EUA.26 de Novembro - No Brasil, 106 presos fogem da prisão de Carandiru, São Paulo, a maior fuga de sua história.

20021 de Janeiro - Entram em circulação as notas e moedas de euro.10 de Janeiro - Publicação do atual Código Civil brasileiro, a partir de projeto elaborado sob coordenação do jurista Miguel Reale, o qual entrou em vigor um ano após sua publicação.27 de fevereiro - Carnaval - A Estação Primeira de Manguei-ra Vence o carnaval carioca e conquista o 18º título da historia da escola, com um enredo que falava do Nordeste20 de Maio - Timor-Leste torna-se um estado independente.27 de Junho - Lançamento da cédula do Brasil: 20 reais.25 de Outubro - O Exército israelita ocupa novamente a cidade de Jenin, na Cisjordânia.27 de Outubro - Luiz Inácio Lula da Silva, do PT é eleito presidente do Brasil com mais de 53 milhões de votos.15 de Novembro - É lançado Harry Potter e a Câmara Secre-ta o segundo filme da série Harry Potter

20031 de Janeiro - Luís Inácio Lula da Silva assume a presidência da República Federativa do Brasil.2 de Janeiro - Chávez visita Lula em Brasília e propõe a inte-gração energética entre países latino-americanos10 de Janeiro - Entra em vigor o novo Código Civil brasileiro aprovado pelo Congresso em setembro de 2001.30 de Janeiro - França apreende Boeing da Varig por falta de pagamento do contrato de leasing pela Varig.28 de Fevereiro - Inaugurado o COMPOMUS, Laboratório de Composição Musical da Universidade Federal da Paraíba, Brasil.Carnaval - A Beija-Flor de Nilópolis vence o carnaval carioca; é o sétimo título da escola6 de Março - A Assembleia Nacional de Cuba reelege o líder Fidel Castro para mais um mandato de cinco anos à frente da presidência.19 de Março - EUA iniciam Guerra contra Saddam Hussein.3 de Setembro - Gilberto Gil recebe o Grammy Latino, prê-mio de Personalidade do Ano, Miami.

2004Carnaval - A Beija-Flor de Nilópolis conquista o bicampeonato do carnaval carioca8 de Fevereiro - O robô Opportunity da NASA recolhe ima-

7RETROSPECTIVA2001 a 2009

gens de um sistema rochoso, em Marte, que indica a existên-cia de água no planeta.29 de Fevereiro - O presidente do Haiti, Jean-Bertrand Aris-tide, é deposto.13 a 29 de Agosto - Olímpiadas de Atenas1º de Setembro - Separatistas chechenos invadem escola de Beslan, na república russa da Ossétia do Norte.3 de outubro - Eleições para prefeitos e vereadores de todo o Brasil.O Brasil ficou com 10 medalhas: 4 medalhas de ouro, 3 de medalhas de prata e 3 medalhas de bronze.

2005

9 de Janeiro - Mahmoud Abbas é eleito Presidente da Auto-ridade Nacional Palestina, sucedendo a Yasser Arafat.20 de Janeiro - Posse do segundo mandato do presidente dos Estados Unidos da América George W. Bush.26 de Janeiro - Início do Fórum Social Mundial realizado até 31 de Janeiro em Porto Alegre, Brasil.Carnaval - A Beija-Flor de Nilópolis conquista o tri-campeona-to no carnaval carioca8 de Fevereiro - Israel e a Autoridade Palestiniana acordam um cessar-fogo.2 de Abril - Morte do Papa João Paulo II.19 de Abril - O cardeal Joseph Ratzinger se torna o papa Bento XVI.26 de Abril - Sobre pressão internacional, a Síria retira os últimos 14.000 militares do Líbano, terminando assim 29 anos de ocupação militar desse país.1º de junho - O projeto de constituição da União Europeia é rejeitado em referendo na Holanda.6 de Junho - Em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, o então deputado Roberto Jefferson denuncia o Mensalão. Ins-taura-se então a maior crise política do governo de Luiz Inácio Lula da Silva.16 de Junho- Ministro Chefe da Casa Civil no Brasil, José Dirceu, pede demissão do cargo.7 de Julho: Atentados terroristas atingem Londres apenas um dia após sua escolha como cidade-sede das Olimpíadas de 2012.22 de Julho - O brasileiro Jean Charles de Menezes é confun-dido com terrorista e morto por policiais no metrô na cidade de Londres.29 de Agosto - O Furacão Katrina destrói os diques de prote-ção e afunda a cidade de Nova Orleans, nos Estados Unidos, causando mortes e destruição também nos estados da Flóri-da, Mississippi e Louisiana.21 de Setembro - Após sofrer denúncias de recebimento de propina, Severino Cavalcanti renuncia ao mandato e à presi-dência da Câmara dos Deputados.24 de Setembro - A Polícia Federal prende o árbitro Edílson Pereira de Carvalho, acusado de participar de um esquema para armar os resultados de jogos do Campeonato Brasileiro.26 de Setembro - Grandes lideranças petistas abandonam o partido, dentre eles Plínio de Arruda Sampaio, Hélio Bicudo e Chico Alencar.23 de Outubro - Realizado no Brasil o Referendo sobre a

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Atualidades

proibição da comercialização de armas de fogo e munições, no qual o NÃO vence com 63,94% e o SIM obtém 36,06% dos votos válidos.

20064 de Janeiro - Ehud Olmert é empossado primeiro-ministro de Israel após Ariel Sharon ter sofrido um AVC.15 de Janeiro - Michelle Bachelet vence as eleições presi-denciais do Chile, sendo a primeira mulher eleita para esse cargo na América do Sul.22 de Janeiro - Evo Morales assume a presidência da Bolívia.Aníbal Cavaco Silva é eleito Presidente da República Portu-guesa.29 de Março - Marcos Pontes, astronauta brasileiro, torna-se o primeiro nativo da Língua Portuguesa a ir para o espaço.26 de Abril - O Dalai Lama faz visita ao Brasil.21 de Maio - Referendo aprova a dissolução da Sérvia e Montenegro, passando agora a ser dois países independentes.18 de Julho - Israel mantém ataques constantes ao Líbano, principalmente sobre a capital Beirute. Mais de 200 mortos até o dia 17.31 de Julho - Pela primeira vez na história, Fidel Castro de-lega funções a seu irmão Raúl Castro, em Cuba, antes de se submeter a uma cirurgia.29 de Setembro - Desastre aéreo do vôo Gol 1907.29 de OutubroLuiz Inácio Lula da Silva é reeleito presidente do Brasil.Centenário do 14-Bis, de Santos Dumont.31 de Outubro - O cardeal brasileiro Cláudio Hummes é nome-ado pelo papa Bento XVI prefeito da Congregação para o Clero.1 de novembro - Colapso no sistema aéreo brasileiro provo-ca atrasos nos aeroportos do país inteiro.5 de Novembro - Saddam Hussein é sentenciado à morte por enforcamento, juntamente com seu meio-irmão Barzan Ibrahim e o ex-chefe da corte revolucionária Awad Hamed al-Bandar.4 de Dezembro - Hugo Chávez é reeleito presidente da Ve-nezuela com 61,35% dos votos.14 de Dezembro - Ban Ki-Moon sucede Kofi Annan como secretário-geral das Nações Unidas.30 de Dezembro - Saddam Hussein é executado na forca.

20071 de janeiro - A Bulgária e a Roménia aderem oficialmente à União Europeia. Começa a circular o euro na Eslovênia. 1 de março - Crise na Bolsa de Valores de Xangai, China, abala as bolsas em todo o mundo.30 de Março - Paralização do Controle de Tráfego Aéreo bra-sileiro.6 de Julho - A ONU autoriza o governo do Brasil a ampliar mais de 200 milhas marítimas no norte e um corredor que dá o acesso às ilhas Trindade e Martim Vaz no leste.7 de julho - Reveladas em Lisboa as novas “sete maravilhas do mundo moderno” e as sete “maravilhas de Portugal”.13 a 29 de Julho - Jogos Panamericanos do Rio de JaneiroObs.: Brasil ficou em 5º com 927 medalhas.17 de Julho - Acidente de um Airbus A320 da TAM em São Paulo, o voo TAM 3054 matou 199 pessoas.8 de Novembro - Petrobrás anuncia descoberta de bacia gigante de petróleo e gás no litoral de Santos, estimada em seis bilhões de barris, transformando o Brasil numa nação exportadora de petróleo.11 de Dezembro - Cristina Fernández de Kirchner toma pos-se como a 56ª Presidente da República Argentina.20 de Dezembro - Roubadas do acervo do MASP as pinturas Retrato de Suzanne Bloch, de Pablo Picasso, e O Lavrador de Café, de Cândido Portinari.

27 de dezembro - Benazir Bhutto, ex-primeira-ministra do Paquistão, é assassinada em atentado suicida.

200814 de fevereiro - A Petrobrás anuncia desaparecimento de arquivos secretos sobre a descoberta da Bacia Tupi.18 de Fevereiro - Os EUA reconhecem formalmente indepen-dência do Kosovo.19 de Fevereiro - Fidel Castro renuncia à presidência e o co-mando das forças armadas em Cuba.1 de Março - Exército de Israel lança a maior ofensiva contra o nordeste de Gaza, deixando 50 mortos e mais de 100 feridos.2 de Março - Início da crise diplomática-militar entre Equador e Venezuela contra a Colômbia, em consequência da mor-te, no dia anterior, do segundo dirigente da narco-guerrilha FARC,Raúl Reyes.12 de Março - Têm início manifestações violentas no Tibete contra a repressão chinesa.19 de Julho - A consagrada atriz brasileira Dercy Gonçalves morre aos 101 anos no Hospital São Lucas Rio de Janeiro.8 de Agosto - Rússia invade território da Ossétia do Sul na Geórgia.2 de Outubro - Irrompe a pior crise financeira mundial desde 1929.

20093 DE JANEIROCientistas alcançam o interior do planeta TerraUma equipe de perfuração atravessa camadas de rochas pro-fundas por sob o Havaí e acidentalmente se torna o primeiro grupo conhecido a ter perfurado a crosta terrestre em profun-didade suficiente para chegar ao magma.

13 DE JANEIRODescobertas as estrelas menos brilhantes do universoUm par de estrelas anãs marrons - cada uma com cerca de um milionésimo do brilho do sol - é descoberto pelo Telescó-pio Espacial Spitzer da Nasa. Anteriormente, os astrônomos haviam pensado que os corpos de baixa luminosidade fossem apenas uma anã marrom sem importância - uma bola com-pacta de gás flutuando no espaço que não é nem um planeta nem uma estrela.

18 DE JANEIROTeto da Renascer desaba em SP; 7 morrem e 76 ficam feridosDesaba o teto da sede mundial da Igreja Apostólica Renascer em Cristo, na avenida Lins de Vasconcelos, no bairro Cam-buci, em São Paulo. Segundo o secretário de Segurança do Estado, Ronaldo Marzagão, pelo menos 76 pessoas ficaram feridas e sete morreram.

20 DE JANEIROObama é oficialmente empossado presidente dos EUABarack Obama faz seu juramento com a mão sobre a bíblia de Lincoln e é o novo presidente dos Estados Unidos. Obama repete um breve texto de 35 palavras previsto na Constitui-ção. “Eu, Barack Hussein Obama, juro solenemente cumprir fielmente as funções de presidente dos Estados Unidos e, na medida de minhas possibilidades, salvaguardar, proteger e defender a Constituição dos Estados Unidos”.

29 DE JANEIROGovernador de Illinois sofre impeachmentOs legisladores estaduais de Illinois condenam o governador Rod Blagojevich por abuso de poder, removendo-o do cargo pela acusação de que ele tentou vender a cadeira no Senado dos EUA que pertencia ao presidente Barack Obama.

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Atualidades

30 DE JANEIROMinistro confirma aumento de 12% no salário mínimoO ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi, confirma que o salário mínimo será de R$ 465 a partir de 1º de fevereiro, reajuste de 12% em relação ao da época, de R$ 415.

1º DE FEVEREIRODavos 2009 é marcado por cobranças e resposta ame-ricanaAo fim da edição 2009 do Fórum Mundial Econômico, na cida-de de Davos, na Suíça, líderes de países em desenvolvimento cobram o envolvimento dos Estados Unidos em ações para recuperar o sistema financeiro mundial. A resposta americana é de que o novo governo está pronto para não só cooperar, como liderar este processo.

3 DE FEVEREIRODetectado menor planeta fora do Sistema SolarCientistas europeus anunciam a descoberta do menor planeta já encontrado fora do nosso Sistema Solar. O CoRoT-Exo-7b, identificado pelo satélite francês Corot, é duas vezes menor do que a Terra e também orbita uma estrela como o Sol.

4 DE FEVEREIRO

Deputado que declarou R$ 17 mil vende castelo de R$ 57 milhõesO deputado Edmar Moreira (DEM-MG), corregedor da Câma-ra, coloca à venda um castelo inspirado nas construções Euro-peias com valor de US$ 25 milhões (cerca de R$ 57,8 milhões) no interior de Minas Gerais.

11 DE FEVEREIRODescoberta múmia mais bem conservada do mundoArqueólogos egípcios descobrem a múmia mais bem conser-vada do mundo em um sarcófago da necrópole da cidade his-tórica de Saqqara, no sul do Cairo. O sarcófago é encontrado em uma câmara mortuária que contém 30 múmias com cerca de 2,6 mil anos.

19 DE FEVEREIRO

Chávez promulga emenda constitucional para reelei-çãoO presidente venezuelano, Hugo Chávez, promulga a emenda constitucional para a reeleição ilimitada que lhe permitirá con-correr novamente ao cargo em 2012, em um surpreendente

Conselho de Ministros realizado em uma praça do oeste de Caracas.

23 DE FEVEREIRO‘Quem Quer Ser um Milionário?’ vence Oscar de me-lhor filmeO filme Quem Quer Ser Um Milionário? ganha o Oscar de me-lhor filme na 81ª edição da premiação. A produção, aclamada pela crítica, leva oito estatuetas, desbancando O Curioso Caso de Benjamin Button, que tinha 13 indicações contra dez de Milionário.

3 DE MARÇOTSE cassa mandato do governador do Maranhão; Ro-seana assumeO Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decide cassar o mandato do governador do Maranhão, Jackson Lago (PDT), e o de seu vice, Luís Carlos Porto (PPS), por práticas de abuso de poder econômico e compra de votos nas eleições de 2006. A sena-dora Roseana Sarney (PMDB), segunda colocada nas eleições, assume.

4 DE MARÇOCientistas descobrem nova lua em um dos anéis de SaturnoCientistas encontram uma nova lua escondida em um dos anéis de Saturno. O satélite mede aproximadamente um ter-ço de uma milha. Os pesquisadores confirmaram a existência dela ao analisarem imagens da nave espacial Cassini.

6 DE MARÇOBrasil entra em forte desaceleração econômica, alerta OCDEUm estudo da Organização para a Cooperação e o Desenvol-vimento Econômico (OCDE) alerta que o Brasil entrou em um processo de “forte desaceleração” econômica. Em janeiro, na comparação com dezembro, o País teve a segunda pior queda na atividade econômica entre os 35 países pesquisados, atrás somente da Rússia.

9 DE MARÇOFaturamento da indústria tem maior queda desde 2003, diz CNIO faturamento da indústria cai 13,4% em janeiro, na compa-ração ao mesmo mês de 2008, sendo a maior baixa da série histórica, iniciada em 2003, segundo dados da Confederação Nacional da Indústria (CNI).

11 DE MARÇO

Morales mastiga folha de coca na ONU ao defender plantaCom uma folha de coca na mão, que depois mastigou, o pre-sidente da Bolívia, Evo Morales, pede à ONU, em Viena, que retire a planta da lista de entorpecentes proibidos pelas con-venções internacionais.

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Atualidades

13 DE MARÇOWWW completa 20 anosA World Wide Web comemora 20 anos de sua criação. Em uma comemoração marcada também por críticas e preocupa-ções, os criadores da rede mundial se reuniram em Genebra.

17 DE MARÇO

Clodovil morre após nova parada cardíacaO deputado federal e estilista Clodovil Hernandes (PR-SP) morre após sofrer uma parada cardíaca, ocorrida no momen-to em que a equipe se preparava para iniciar o processo de retirada de seus órgãos para transplante. Ele havia sofrido um acidente vascular cerebral.

19 DE MARÇOSTF conclui julgamento e manda retirar não-índios da RaposaSupremo Tribunal Federal (STF) decide pela legalidade da de-marcação contínua da terra indígena Raposa Serra do Sol, em Roraima. Por dez votos a um, os ministros determinam o cumprimento imediato da decisão para a retirada de não-índios da reserva.

20 DE MARÇOAprovação de Lula cai pela 1ª vez no segundo man-datoPesquisa divulgada pelo Datafolha mostra que a aprovação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva caiu pela primeira vez desde o início do segundo mandato. A taxa diminuiu de 70% para 65%, índice semelhante ao registrado no início da crise econômica mundial.

24 DE MARÇOParlamento derruba governo da República ChecaO governo de coalizão da República Checa é derrubado por apenas um voto em uma moção de censura da oposição, for-mada por social-democratas e comunistas. A derrota do pre-miê Mirek Topolanek aconteceu graças aos votos de vários deputados da própria coalizão insatisfeitos com o governo.

25 DE MARÇOPF prende diretores de construtora por crimes finan-ceirosA Polícia Federal prende quatro diretores e duas secretárias da construtora Camargo Corrêa, suspeitos de crimes financeiros e lavagem de dinheiro. A Operação Castelo de Areia resultou ainda na apreensão de mais de R$ 1 milhão em escritórios localizados no Rio.

26 DE MARÇONave Soyuz parte rumo à ISS com turista a bordoO foguete espacial Soyuz é lançado do cosmódromo russo de Baikonur (centro do Cazaquistão). O foguete parte levando a bordo o americano Charles Simonyi, o primeiro turista a rea-lizar um segundo voo espacial, seu compatriota, o astronauta Michael Baratt, e o cosmonauta russo Guennadi Padalka.

1 DE ABRILPSDB cria troféu Pinóquio para Lula; governistas cri-ticam atoComo uma forma de criticar o governo em pleno dia 1º de abril, conhecido mundialmente como o Dia da Mentira, o PSDB lança um mecanismo intitulado “mentirômetro” e cria um troféu “Mentira do Século”, com o rosto do personagem infantil Pinóquio, que deverá ser entregue ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

10 DE ABRILMil pessoas se juntam a Morales em greve de fomeEntre 900 e mil pessoas se juntaram em toda a Bolívia à greve de fome iniciada pelo presidente Evo Morales para exigir ao Congresso a aprovação da lei eleitoral que permita a realiza-ção de um pleito geral em dezembro.

14 DE ABRILNasce em Dubai primeiro camelo clonado do mundoNasce em Dubai, capital dos Emirados Árabes, o primeiro ca-melo clonado do mundo, uma fêmea chamada Injaz. O animal nasce no Centro de Reprodução de Camelos (CRC), a partir de células extraídas do ovário de uma fêmea adulta, que cresce-ram em um cultivo antes de serem congeladas em nitrogênio líquido.

18 DE ABRILJackson Lago deixa o palácio do governo do MaranhãoO governador cassado do Maranhão, Jackson Lago (PDT), deixa o Palácio dos Leões, sede do governo do Estado. Ele faz uma avaliação de seu governo e agradece aos movimentos populares pelo apoio. Depois de anunciada a saída, simpa-tizantes de Lago queimam um boneco que representava a família Sarney, em frente à sede do governo.

20 DE ABRILNa ONU, Ahmadinejad é vaiado e denuncia “racismo” de IsraelO presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, denuncia o “racismo” de Israel e a cumplicidade dos Estados Unidos e de alguns governos ocidentais na política israelense contra os palestinos, em discurso na conferência da ONU sobre racismo, no qual é vaiado por alguns presentes.

22 DE ABRILÁfrica do Sul: Mandela vota na 4ª eleição após o apar-theidO primeiro presidente negro da África do Sul, Nelson Mande-la, 90 anos, vota na quarta eleição geral organizada no país desde o fim do apartheid em 1994. Mandela chega ao local de votação auxiliado por um político local e é recebido com gritos e aplausos pela multidão.

26 DE ABRILMéxico adota medidas drásticas para controlar gripe suínaO governo do México anuncia algumas medidas drásticas para tentar controlar o surto de gripe suína. A Organização Mundial de Saúde anuncia que a nova variedade do vírus identificada

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Atualidades

no México é grave e tem o potencial de virar pandemia. Além disso, a OMS classificou o surto da doença como uma emer-gência de saúde pública internacional.

29 DE ABRILOMS eleva para 5 nível de alerta por gripe suínaA Organização Mundial da Saúde (OMS) eleva para cinco (pan-demia iminente) o nível de alerta pela gripe suína. O anúncio é feito pela diretora-geral da organização, Margaret Chan.

1 DE MAIOQuinze anos sem o tricampeão Ayrton SennaMorte do tricampeão mundial de F1 Ayrton Senna completa 15 anos. No dia 1º de maio de 1994, os fãs de automobilismo acompanharam uma das maiores tragédias da história do es-porte, no GP de Ímola.

5 DE MAIOMulher mostra o rosto após 1º transplante facial dos EUA

A identidade da mulher que, em dezembro do ano passado, recebeu o primeiro transplante de rosto dos Estados Unidos finalmente é revelada. Connie Culp, 46 anos, teve o rosto des-figurado depois de um tiro dado pelo próprio marido.

8 DE MAIOIncêndio na Califórnia destrói 75 casas e desaloja 30 milIncêndio florestal perto da cidade costeira de Santa Bárbara destrói residências e força mais de 30 mil pessoas a deixar suas casas. O fogo persistiu por quase uma semana.

9 DE MAIOOMS confirma 3,44 mil casos da gripe suína em 29 pa-ísesO número de pessoas infectadas com a gripe suína sobe para 3,44 mil em 29 países, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). Ainda com poucas ocorrências, o Brasil tinha seis pessoas infectadas pela doença.

13 DE MAIOPapa condena muro de separação construído por Is-raelEm Belém, o Papa Bento XVI condena o muro de separação construído por Israel na Cisjordânia e disse que, em um mun-do em que as fronteiras são cada vez mais abertas, “é trágico” ver ainda barreiras sendo erguidas.

21 DE MAIOObama defende fechamento de Guantánamo em dis-cursoO presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, defende em discurso em Washington o fechamento da prisão de Guantá-namo. A adoção da medida enfrenta dura oposição, principal-mente em função do destino dos 240 detidos que permane-cem no local.

25 DE MAIOCoreia do Norte informa que realizou 2º teste nuclearCoreia do Norte confirma que realizou seu segundo teste nu-clear, depois do feito em outubro de 2006, o que lhe acarretou sanções internacionais. Segundo o governo, o teste é parte das medidas para fortalecer o poder de defesa do país.

31 DE MAIOFifa divulga as cidades-sede da Copa do Mundo de 2014Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Porto Alegre, Curi-tiba, Brasília, Fortaleza, Salvador, Recife, Natal, Cuiabá e Ma-naus são escolhidas para receber os jogos da Copa do Mundo de 2014.

4 DE JUNHOVinte anos após massacre, polícia ocupa Praça da Paz CelestialO massacre na Praça da Paz Celestial completa 20 anos em meio a fortes medidas de segurança no local da tragédia, onde a mobilização de policiais à paisana impede os jorna-listas de gravar vídeos ou tirar fotos, enquanto ONGs denun-ciam esforços de apagar a lembrança do incidente.

11 DE JUNHO

OMS eleva gripe suína a pandemia, 1ª do século XXIA Organização Mundial de Saúde (OMS) anuncia a primeira pandemia de gripe do século XXI, exortando os países a re-forçar suas defesas contra um vírus “cujo avanço não pode ser freado”, mas que vem mostrando ser de força moderada.

13 DE JUNHOMahmoud Ahmadinejad vence as eleições no IrãO presidente do Irã, o ultraconservador Mahmoud Ahmadine-jad, conquista a vitória nas eleições, com 64,78% dos votos. Com a confirmação dos números do Ministério do Interior, Ahmadinejad está reeleito sem a realização de um segundo turno no país.

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Atualidades

16 DE JUNHOSarney nega atos secretos: “crise não é minha, é do Senado”O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), faz um pro-nunciamento no qual comenta os escândalos envolvendo a Casa durante a sua gestão. Sarney nega envolvimento em qualquer irregularidade, como o uso de atos secretos. “A crise do Senado não é minha, a crise é do Senado. É essa insti-tuição que devemos preservar, ninguém tem mais interesse nisso do que eu”, afirma.

24 DE JUNHOMédico suspeito de estuprar pacientes é indiciado em SPO médico Roger Abdelmassih, 65 anos, considerado um dos maiores especialistas de fertilização in vitro do Brasil, é indi-ciado pela Polícia Civil de São Paulo, suspeito de estupro e atentado violento ao pudor. Ele é acusado por pelo menos 60 mulheres que dizem ter sido suas pacientes e alegam ter sido vítimas de crimes sexuais durante as consultas.

25 DE JUNHOAos 50 anos, morre em Los Angeles o astro pop Micha-el JacksonPrimeiras notícias sobre a morte de Michael Jackson são di-vulgadas pelo site de celebridades TMZ, momentos depois da chegada do cantor ao hospital UCLA Medical Center. O astro pop foi socorrido após ser encontrado em sua casa, em Be-verly Hills, sem respirar.

29 DE JUNHOMadoff é condenado a 150 anos de prisãoAcusado de uma das maiores fraudes de todos os tempos, o gestor de fundos americano Bernard Madoff é condenado a 150 anos de prisão por um tribunal de Nova York.

30 DE JUNHOIraquianos comemoram retirada de tropas americanasOs iraquianos comemoram a retirada das tropas americanas de todas as cidades do país, em cumprimento do acordo de segurança assinado em dezembro entre Washington e Bag-dá. “Enfrentamos uma nova prova e estou bastante seguro de que sairemos vitoriosos dela”, afirma o primeiro-ministro, Nouri al-Maliki, em discurso transmitido pela televisão.

4 DE JULHOCoreia do Norte lança 7 mísseis em apenas 1 diaEm apenas um dia, o governo norte-coreano lança sete mís-seis balísticos em direção ao Mar do Japão. A Coreia do Norte afirma que os testes fazem parte das manobras militares do país.

6 DE JULHOMPF denuncia Daniel Dantas por lavagem de dinheiroO Ministério Público Federal denuncia o banqueiro Daniel Dantas, controlador do grupo Opportunity, pelos crimes de

lavagem de dinheiro, gestão fraudulenta de instituição finan-ceira, evasão de divisas e crime de quadrilha e organização criminosa.

9 DE JULHOG5 exige que G8 assuma responsabilidade pela crise que criouAo fim do encontro da cúpula do G8, realizado na Itália, as po-tências emergentes (G5) e as industrializadas (G8) prometem evitar medidas protecionistas. Os emergentes reclamam mais poder de decisão no FMI, que ajuda os países mais atingidos pela crise.

14 DE JULHORenúncia de Sarney é pedida pela 1ª vez em PlenárioO senador Pedro Simon (PMDB-RS) inaugura os discursos que pedem a renúncia do presidente do Senado, José Sar-ney (PMDB-AP). Simon disse que a situação de Sarney ficou insustentável a ponto de não ser mais suficiente apenas o afastamento.

16 DE JULHOEconomia da China cresce 7,9% no segundo trimestreGoverno da China anuncia crescimento de 7,9% na economia no segundo trimestre do ano, mostrando sinais de que o país se recupera em meio à crise mundial. No mesmo período do ano passado, o PIB havia crescido 7,1%.

20 DE JULHO

Há 40 anos, o homem pisou na Lua e a desmistificouNo dia 20 de julho de 1969, há 40 anos, o astronauta ameri-cano Neil Armstrong passa a ser o primeiro homem a pisar na Lua. O feito mudou a percepção de nosso lugar no Universo e nosso olhar sobre a Lua.

24 DE JULHOTelescópio mais potente do mundo é inaugurado na EspanhaO Grande Telescópio Canárias, o maior e com tecnologia mais avançada do mundo, é inaugurado na Espanha. Ele permitirá aos pesquisadores conhecerem a formação do universo atra-vés de seu espelho, com potência equivalente à visão de 4 milhões de pupilas.

25 DE JULHO

Hospitalizado após acidente, Massa passa bem mas não corre GPFelipe Massa, da Ferrari, sofre grave acidente durante o trei-no classificatório para o GP da Hungria de Fórmula 1. Pilo-

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Atualidades

to guiava quando uma peça atingiu o capacete e o deixou desacordado a mais de 200 km/h. Ele passou o restante da temporada sem correr.

27 DE JULHOJuiz rejeita pedido para anular denúncia contra Pro-tógenesJustiça rejeita pedido da Procuradoria da República que pre-tendia a anulação da denúncia criminal contra o delegado Protógenes Queiroz, responsável pela Operação Satiagraha. Protógenes é investigado por violação de sigilo funcional e fraude processual.

30 DE JULHOCom recorde mundial, Cielo leva ouro nos 100 mDepois da vitória nos 100 m livre, César Cielo conquista mais um ouro no Mundial de Esportes Aquáticos de Roma. Des-ta vez, ele superou os rivais nos 50 m livre e bateu recorde mundial.

6 DE AGOSTOSenado dos EUA confirma Sotomayor para Suprema CorteA juíza Sonia Sotomayor, indicada por Barack Obama para a Suprema Corte dos EUA, é confirmada no cargo pelo Senado. Ela é a primeira hispânica a entrar na maior instância judici-ária do país.

7 DE AGOSTOLei antifumo começa a vigorar no Estado de São PauloComeça a vigorar em todo o Estado de São Paulo a lei que proíbe o uso de cigarros em ambientes fechados de uso cole-tivo. A lei antifumo determina o fim dos fumódromos e prevê multa e até suspensão das atividades, no caso de reincidên-cia, para o proprietário do estabelecimento onde não for res-peitada.

13 DE AGOSTOSenado tem mais 468 atos secretosMais 468 atos secretos são descobertos nos arquivos do Sena-do. Eles foram emitidos em boletins suplementares há cerca de 10 anos para nomeações, gratificações e bonificações.

16 DE AGOSTOBolt supera Gay, leva ouro e faz história em BerlimNa final da prova dos 100 m do Mundial de Berlim, jamaicano Usain Bolt conquista ouro e bate recorde mundial - que já era dele. Corredor cravou os inéditos 9s58, superando a marca de 9s69 obtida em Pequim.

18 DE AGOSTO

Ex-chefe da Receita reafirma no Senado encontro com DilmaA ex-secretária da Receita Federal Lina Vieira reafirmou, em depoimento à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), que se encontrou com Dilma Rousseff. A ministra da Casa Civil teria pedido para que ela acelerasse a investigação sobre Fer-nando Sarney, filho de José Sarney

19 DE AGOSTOConselho de Ética veta 11 pedidos de investigação contra SarneyDepois de arquivar todas as seis denúncias que corriam con-tra o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), sena-dores do Conselho de Ética engavetam também as cinco representações que ainda tramitavam no colegiado contra o parlamentar.

21 DE AGOSTONavio com lixo devolvido pelo Brasil chega à Ingla-terraNavio desembarca na Inglaterra carregado com 71 contê-ineres com lixo exportado indevidamente ao Brasil. O País recebeu 89 contêineres com lixo do Reino Unido, que foram importados com o plástico para reciclagem, na verdade, se tratavam de lixo tóxico e doméstico.

23 DE AGOSTO

Barrichello quebra jejum de 5 anos e Brasil vence a 100ª na F1Rubens Barrichello entra para a história como o dono da 100ª vitória brasileira na Fórmula 1. Piloto da Brawn GP aproveita-se de uma falha no pit stop de Lewis Hamilton e vence o GP da Europa, em Valência, na Espanha.

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Atualidades

26 DE AGOSTOBrasil é o país com maior nº de mortes por gripe suínaMinistério da Saúde divulga novos dados sobre a gripe suína e informa que o Brasil é o país com o maior número de casos fatais da doença no mundo, ultrapassando os Estados Unidos.

30 DE AGOSTO

PV festeja filiação de Marina Silva em São PauloSenadora Marina Silva (AC) assina termo de filiação ao PV em cerimônia em São Paulo. Ela saiu do PT para se candidatar à Presidência em 2010.

7 DE SETEMBRO

Sarkozy promete apoio integral ao Brasil no Conselho de SegurançaEm visita ao Brasil para assinar acordos militares, o presiden-te da França, Nicolas Sarkozy, diz, durante entrevista coleti-va, apoiar integralmente o pleito brasileiro por um assento permanente no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas(ONU).

8 DE SETEMBROTSE confirma cassação do governador e TO terá nova eleiçãoO plenário do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decide, por unanimidade, rejeitar os recursos que pretendiam reverter a cassação do governador de Tocantins, Marcelo Miranda (PMDB), e de seu vice Paulo Sidnei (PPS), por abuso de poder político. Com a decisão, os ministros também confirmam que a eleição de 2006 está prejudicada e, portanto, deve haver novo pleito no Estado.

16 DE SETEMBROSaldo de empregos no Brasil em agosto é o maior des-de 1992O emprego com carteira assinada no Brasil tem o melhor agosto em 17 anos, segundo dados do governo, com a cria-ção de 242.126 postos de trabalho formal.

20 DE SETEMBROGisele Bundchen recebe título de embaixadora da ONUGisele Bundchen é confirmada como embaixadora da Boa Vontade pelo Programa da Organização das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), em Nova York.

21 DE SETEMBRORenault recebe pena condicional de 2 anos; Briatore é banidoRenault recebe uma pena condicional de dois anos na F1 após ter admitido manipulação no GP de Cingapura em 2008, de-pois de audiência do Conselho Mundial da FIA. Ex-chefe de equipe da escuderia, Flavio Briatore, é banido da categoria, enquanto Nelsinho Piquet tem imunidade confirmada e não é punido.

1º DE OUTUBROMortes em terremoto na Indonésia chegam a 1,1 milO número de mortes na Ilha de Sumatra, no oeste da Indo-nésia, por conta do terremoto de magnitude 7,6 na escala Richter que atingiu a região, chega a 1,1 mil, segundo a ONU.

2 DE OUTUBRORio vence e será 1ª sede sul-americana dos Jogos OlímpicosRio de Janeiro vence batalha contra Chicago, Madri e Tóquio e é anunciada pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) como sede dos Jogos Olímpicos de 2016. Com a vitória da cidade brasileira, a América do Sul receberá pela primeira vez uma Olimpíada em um dos seus países, graças a 66 votos, contra 32 a favor dos espanhóis.

6 DE OUTUBROMST destrói mais de mil pés de laranja em fazenda paulistaMilitantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-terra (MST) destroem mais de mil pés de laranja em uma fazenda considerada produtiva em Borebi, a 300 km de São Paulo. O objetivo dos agricultores sem-terra seria plantar feijão na área.

9 DE OUTUBRO

Barack Obama vence o Prêmio Nobel da Paz de 2009O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, ganha o Prêmio Nobel da Paz. A homenagem reconhece seus “esfor-ços extraordinários por reforçar a diplomacia internacional e a cooperação entre os povos”.

11 DE OUTUBROONU admite “fraude generalizada” em eleições afegãsONU afirma que houve uma “fraude generalizada” nas elei-ções presidenciais de 20 de agosto no Afeganistão. A organi-zação admite que o processo eleitoral foi “difícil, com muitos problemas”.

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Atualidades

12 DE OUTUBROAmericana é a 1ª mulher a ganhar prêmio Nobel de EconomiaA americana Elinor Ostrom e o americano Oliver E. Williamson são os ganhadores do Prêmio Nobel de Economia de 2009, por causa de suas análises sobre gestão econômica e os limi-tes das empresas.

17 DE OUTUBROTraficantes derrubam helicóptero da PM no Rio; dois morremTraficantes obrigam um helicóptero da Polícia Militar carioca a realizar pouso forçado no Morro dos Macacos, na zona norte do Rio de Janeiro. A aeronave foi alvejada por vários tiros e pegou fogo no ar.

20 DE OUTUBROPT e PMDB fecham acordo por chapa de Dilma Rous-seff em 2010O PT e o PMDB fecham acordo para comporem a chapa em que a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, concorrerá à sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O acordo foi selado em jantar entre Lula, Dilma, as cúpulas dos dois partidos e 11 ministros.

24 DE OUTUBROObama declara gripe suína emergência nacional nos EUAO presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, declara es-tado de emergência nacional por causa da ameaça da gripe suína. O decreto aumenta a capacidade dos hospitais para atender à demanda por tratamento.

28 DE OUTUBROAtentado com carro-bomba mata 90 em mercado no PaquistãoExplosão de carro-bomba mata 90 pessoas e fere cerca de 200 em um mercado lotado na cidade paquistanesa de Pesha-war.

29 DE OUTUBROAvião da FAB desaparece entre o Acre e o AmazonasAvião da Força Aérea Brasileira desaparece com nove 11 pes-soas a bordo enquanto fazia um voo entre o Acre e o Ama-zonas.

31 DE OUTUBRO

Tufão deixa pelos menos 7 mortos em passagem pelas FilipinasSete pessoas morrem após a passagem do tufão Miranae pelo sul da ilha filipina de Luzon, região na qual causou um forte chuva acompanhada de rajadas de vento.

2 DE NOVEMBROComissão declara Karzai presidente do AfeganistãoA Comissão Eleitoral Independente do Afeganistão decide que o segundo turno da eleição presidencial não será realizado e declara que o atual presidente, Hamid Karzai, vai assumir

um novo mandato. A decisão ocorre depois da desistência do candidato de oposição, Abdullah Abdullah.

3 DE NOVEMBROMorre aos 100 anos o antropólogo francês Claude Lé-vi-StraussO franco-belga Claude Lévi-Strauss, um dos intelectuais mais importantes do século XX, famoso antropólogo e pai do enfo-que estruturalista das ciências sociais, morre aos 100 anos. A notícia só se torna pública três dias depois da morte.

9 DE NOVEMBROMerkel, Gorbachev e Walesa cruzam “checkpoint” em BerlimCerca de 100 pessoas revivem com a chanceler alemã, An-gela Merkel, e os ex-presidentes soviético e polonês Mikhail Gorbachov e Lech Walesa, o caminho que percorreram 20 anos atrás para cruzar a primeira brecha aberta entre as duas Berlim no dia da queda do muro.

10 DE NOVEMBROProblema em Itaipu causa apagão em 18 Estados do PaísUm apagão atinge pelo menos 18 Estados do País. Segundo o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, o problema ocor-reu na geração da energia gerada pela hidrelétrica de Itaipu, devido a uma falha das linhas abastecidas por Furnas.

19 DE NOVEMBROPremiê belga é escolhido 1º presidente da União Eu-ropeiaO primeiro-ministro belga, Herman Van Rompuy, é escolhido para ser o primeiro presidente da União Europeia. A chefia da diplomacia é entregue à britânica Catherine Ashton.

23 DE NOVEMBRO

Sob protestos, Ahmadinejad é recebido por Lula em BrasíliaSob protestos de brasileiros e israelenses, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebe o presidente do Irã, Mahmoud Ah-madinejad. Em frente ao Palácio do Itamaraty, um grupo de manifestantes reclama da visita do iraniano ao Brasil, e prin-cipalmente do diálogo mantido com o presidente Lula após as polêmicas declarações de Ahmadinejad sobre o holocausto, homossexualismo e armas nucleares

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Atualidades

26 DE NOVEMBROChina anuncia, pela 1ª vez, metas de corte de emissão de CO2A China, o maior emissor de gases que causam o efeito estu-fa, anuncia pela primeira vez uma meta de redução de emis-são de gases causadores do efeito estufa, a duas semanas da reunião global sobre clima em Copenhague.

27 DE NOVEMBROSecretário grava governador do DF e PF investiga es-quema de propinaA Polícia Federal (PF) apura um suposto esquema de propina à base aliada do Distrito Federal. Nas gravações, que resul-taram na Operação Caixa de Pandora da PF, o governador do DF, José Roberto Arruda (DEM) apareceria negociando com seu secretário Durval Barbosa o destino de R$ 400 mil.

30 DE NOVEMBROConservador, Porfírio Lobo vence eleições em Hondu-rasPorfírio “Pepe” Lobo, candidato conservador e opositor do presidente deposto Manuel Zelaya, vence as eleições presi-denciais de domingo em Honduras. O resultado da apuração de quase dois terços das urnas indica que Lobo foi eleito com quase 56% dos votos.

TERRA. 21/12/2009. http://www.terra.com.br/noticias/retrospectiva/2009/linhadotempo/20090317.html

24 DE DEZEMBROBrasileiros atacados no Suriname

O ataque a brasileiros e outros estrangeiros que vivem no Su-riname deixou 25 feridos depois que um brasileiro foi acusado de matar um surinamês. Segundo informações de testemu-nhas, os maroons atacaram cerca de 200 brasileiros e chine-ses que viviam na região de Albina, a 150 km de Paramaribo, muitos deles ligados ao garimpo ilegal. O ataque deixou 25 feridos, e 19 brasileiras dizem ter sido estupradas.

29 DE DEZEMBROFinancial Times inclui Lula entre 50 maiores da décadaO jornal britânico Financial Times publicou hoje uma lista das 50 personalidades mundiais que moldaram a década na polí-tica, negócios, economia e cultura. Dentre os escolhidos está o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O presidente brasileiro é lembrado como o mais popular da história do País graças a seu “charme e imensa capacidade política”, mas afirma que o que faz com que os brasileiros amem seu presidente é a inflação baixa.

O jornal lembra que ele foi habilidoso o suficiente para man-ter as políticas macroeconômicas herdadas de seu antecessor, além de implementar programas de transferência de renda.

Segundo o Financial Times, sob o governo Lula o Brasil final-mente começou a demonstrar seu enorme potencial a ponto de o Fundo Monetário Internacional (FMI) esperar que a eco-nomia brasileira seja uma das cinco maiores do mundo antes de 2020.

Priscila Arone - Agencia Estado. http://www.estadao.com.br/noticias/nacional,financial-times-inclui-lula-entre-50-maiores-da-decada,488184,0.htm.

ANOTAÇÕES

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8RETROSPECTIVA 2010

VAZAMENTOS DO WIKILEAKS

Depois de divulgar documentos secretos das guerras do Ira-que e do Afeganistão durante o ano, o site WikiLeaks abalou a diplomacia mundial ao começar a publicação de mais de 250 mil telegramas americanos, levando à tona segredos e bastidores da política externa de Washington.

Julian Assange, fundador do site, ganhou as páginas de todos os jornais do mundo por conta de sua prisão. Ele é acusado de crimes sexuais na Suécia, mas seus apoiadores dizem que o australiano é perseguido por motivações políticas ligadas aos vazamentos.

NOVA TENSÃO ENTRE AS COREIAS

Após o afundamento do Cheonan, quando a Península Co-reana voltou a viver em relativa calma, uma nova troca de tiros entre Coreia do Sul e Coreia do Norte disparou os alertas na região. Disparos norte coreanos atingiram uma ilha sul-coreana e mataram dois militares e dois civis, mais uma vez levando os dois países ao pé de guerra.

ELEIÇÕES LEGISLATIVAS NOS EUA

As primeiras eleições parlamentares americanas destes ano foram marcadas como uma terrível derrota para o presidente Barack Obama e para o partido democrata. A oposição repu-blicana conseguiu a maioria na Câmara dos Representantes e

reduziu a vantagem dos democratas no Senado. O desempe-nho ruim dos democratas nas urnas foi considerado como um grito de insatisfação dos americanos com a gestão de Obama.

MORTE DE NÉSTOR KIRCHNER

Vítima de uma parada cardíaca, o ex-presidente argentino Néstor Kirchner morreu no dia 27 de outubro. Néstor, con-siderado a principal força política por trás de sua esposa, a presidente Cristina Kirchner, era tido como um dos principais postulantes à Casa Rosada. Kirchner era líder do partido pero-nista, deputado federal e presidente da Unasul.

O RESGATE DOS 33 MINEIROS

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Atualidades

Após dois dramáticos meses, os 33 mineiros que ficaram pre-sos em uma mina no norte do Chile são resgatados. Uma explosão soterrou os operários, que foram descobertos vivos semanas depois graças a um bilhete preso a uma sonda en-viada da superfície. “Estamos bem, no refúgio, os 33″, dizia o bilhete. O episódio, que comoveu todo o mundo, foi acompa-nhado de perto pelo presidente Sebastián Piñera.

ELEIÇÕES LEGISLATIVAS NA VENEZUELA

Os venezuelanos foram às urnas no dia 26 de setembro e, se não impuseram uma derrota ao presidente Hugo Chávez, ao menos conseguiram dar mais força à oposição.

O PSUV – partido de Chávez – ficou muito aquém de sua meta de alcançar a bancada de 110 deputados, que lhe daria a maioria de dois terços. O partido obteve apenas 98 dos 165 assentos.

A oposição, unificada sob a legenda da MUD, por sua vez, fi-cou com 65 cadeiras, impedindo a plena maioria chavista. Nas eleições anteriores, de 2005, os opositores haviam boicotado o pleito, o que permitiu o controle dos partidários de Chávez por todo o período legislativo.

A vantagem PSUV só foi obtida em razão do redesenho do mapa das circunscrições do país, aprovado no ano passado, que causou uma enorme distorção entre a votação nacional e a representação das forças políticas no Legislativo. De acor-do com a apuração paralela da oposição, os partidos que se opõem a Chávez obtiveram 52% dos votos.

RETOMADA DAS NEGOCIAÇÕES DE PAZ NO ORIENTE MÉDIO

Após mais de um ano de paralisação, as conversas diretas de paz entre israelenses e palestinos é retomada graças à me-diação dos EUA. As esperanças de que as partes chegassem a uma solução ao histórico conflito, porém, logo perdeu força com o fim da moratória que Israel havia decretado sobre a construção de assentamentos na Cisjordânia. O diálogo se-gue, mas à marcha lenta.

CASO SAKINEH ASHTIANI

O caso da iraniana Sakineh Ashtiani elevou as discussões so-bre a situação dos direitos humanos no Irã e sobre as puni-ções previstas pela Sharia, a lei islâmica. Ela foi condenada em 2006 por manter relações com dois homens após ficar viúva, o que, segundo a Sharia, também é considerado adul-tério. Ela foi condenada a 99 chibatadas. Depois, esta pena foi convertida em morte por apedrejamento.

Em junho deste ano, seu advogado Mohammad Mostafaei tor-nou público o caso em um blog na internet, o que chamou a atenção da comunidade internacional e desatou uma onda de protestos em apoio à iraniana. As autoridades de Teerã foram criticadas por conduzir investigações tendenciosas sobre o caso. A televisão estatal do Irã chegou a exibir supostas con-fissões de Sakineh, e no fim do ano transmitiu um documen-tário sobre o caso, no qual era feita a reconstituição do crime.

A sentença de apedrejamento foi suspensa, mas ainda pode ser retomada pela Justiça. Um tribunal de apelações acres-centou ao caso a acusação de conspiração para o assassina-to do marido, da qual ela continua condenada a morte por enforcamento. O presidente Lula chegou a oferecer asilo a Sakineh, mas a oferta foi rejeitada pelo governo iraniano, que disse não querer outros governos interferindo em seus assun-tos internos.

SANÇÕES AO IRÃ

Apenas um dia após Turquia e Brasil anunciarem um acordo de troca de urânio com o Irã, o Conselho de Segurança da ONU aprovou um quarto pacote de sanções contra a Repú-blica Islâmica por não cooperar com as investigações sobre seu programa atômico. Apesar da resolução, o Irã anunciou diversos avanços em suas instalações de enriquecimento de urânio durante o ano.

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Atualidades

ELEIÇÕES NO REINO UNIDO

Os britânicos viveram uma eleição histórica em 2010. Pela pri-meira vez, uma novo partido fez frente aos tradicionais con-servadores e trabalhistas. Os liberais-democratas, liderados por Nick Clegg, apareceram como a terceira força política do país e se converteram no fiel da balança.

O conservador David Cameron saiu vencedor, mas apenas graças à aliança feita com Clegg, e encerrou o mandato tra-balhista de Gordon Brown. Foram as primeiras eleições em que houve debates televisivos no país.

TERREMOTO NO HAITI

Em 2010, a América passou uma das maiores tragédias já vistas. No Haiti, um dos países mais pobres do mundo, hou-ve um terremoto onde mais de 300 mil pessoas morreram; inclusive a catarinense Zilda Arns, fundadora da pastoral da criança. Destacamos ainda que o terremoto no Haiti não foi o único desastre natural do ano de 2010; tivemos terremotos, erupções, cinzas e fumaça vulcânicas, enchentes, seca e des-lizamentos modificaram o cenário natural no planeta.

ESPORTES

O esporte se destacou no ano de 2010. Tivemos a copa do mundo em 2010, vencida pela Espanha. Destacamos tam-bém a vitória do Internacional (RS) na Taça Libertadores da América; Fluminense (RJ), Campeão brasileiro, Santos (SP), Campeão da Copa do Brasil e o 100 anos do Corinthians que, a exemplo da grande maioria dos clubes centenários, não ganhou nada em 2010. Tivemos ainda o tri-campeonato de vôilei masculino do Brasil, e Sebastian Vetel, campeão de F1.

VIOLÊNCIA NO RIO DE JANEIRO

O dia 28 de novembro já entrou para a história do combate ao crime no Rio de Janeiro. As forças de segurança - formadas pelas polícias Militar, Civil, Federal e Forças Armadas - toma-ram o Complexo do Alemão praticamente sem resistência dos traficantes. O local era dominado pela facção criminosa Co-mando Vermelho. Durante a ocupação, policiais encontraram mais de 40 toneladas de drogas, centenas de veículos rouba-dos e armas de grosso calibre. Os números dão uma ideia do tamanho do golpe sofrido pelo tráfico.

CASO BRUNO

Ídolo do Flamengo, o goleiro Bruno é acusado de tramar o sequestro e o assassinato brutal da ex-amante Eliza Samudio, de 25 anos, desaparecida no início do junho. Eliza pedia na Justiça que o jogador reconhecesse a paternidade de Bruni-nho. O goleiro nega todas as acusações, mas não convence: é preso, indiciado pela polícia e denunciado pelo Ministério Público, assim como sua mulher e amigos.

DERRAMAMENTO DE ÓLEO NO GOLFO DO MÉXICO

No dia 21 de abril, uma explosão na plataforma petrolífera DeepWater Horizon, no Golfo do México, próxima à costa sul dos Estados Unidos, deixou 11 pessoas desaparecidas. Era só o começo do maior desastre natural da história americana. Controlado o incêndio, foi verificado que havia um vazamento. Foram milhares de barris de petróleo despejados no mar sem parar durante cerca de três meses. O impacto no ecossistema local foi devastador. Com a chamada maré negra se deslocan-do constantemente, a fauna e a flora da região foram afeta-das de uma forma ainda difícil de dimensionar. Em meados de julho, o vazamento foi controlado. Começou então a busca aos responsáveis pelo acidente.

PAUL MACCARTNEY NO BRASIL o ex-Beatle Paul McCartney realizou três shows no Brasil em 2010. Com clássicos como Yesterday, Hey Jude e Magical Mystery Tour, Paul levou ao delírio fãs de Porto Alegre, São Paulo e Rio de Janeiro.

FONTES• www.terra.com.br/retrospectiva• www.g1.com.br• www.globo.com

Atualidades

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RETROSPECTIVA 20117IMAGENS DA DÉCADA

Fatos e imagens que marcaram a primeira década do Século XXI. Guerras, conflitos, desastres, momentos de felicidade e tristeza. Os heróis, os tiranos, persona-gens que fizeram história. Dez anos em imagens que marcaram o período.

Fonte: AP, Reuters e Agência Estado.

11 de Setembro: Bandeira norte americana em meio aos escombros do que sobrou do World Trade Center após atentado que chocou o mundo. Nova Iorque, EUA, 11/09/2001. Foto: Peter Morgan/Reuters

Encontro: Presidente americano Bill Clinton recebe líder palestino Yasser Arafat e o primeiro-ministro de Israel, Ehud Barak em Camp David. EUA, 11/06/2000. Foto: Win McNamee/Reuters

Cara a cara: Policial israelense discute com palestino na Faixa de Gaza. Israel, 13/10/2000. Foto: Reuters

Jovem palestino é abordado por policiais israelenses. Jerusalém, 06/04/2001. Foto: Evelyn Hockstein/Reuters

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Atualidades

Protesto e morte: Manifestante é morto durante protestos contra a cúpula do G8. Gênova, Itália, 20/07/2001. Foto: Dylan Martinez/AE

11 de setembro: População busca proteção após atentado contra o World Trade Center. Nova Iorque, EUA, 11/09/2001. Foto: Suzanne Plunkett/AP

11 de setembro: World Trade Center em chamas após atentado. Nova Iorque, EUA, 11/09/2001. Foto: Marty Lederhandler/AP

11 de setembro: Bombeiros hasteiam a bandeira norte-americana após o maior ataque terrorista registrado contra os EUA. Nova Iorque, EUA, 11/09/2001. Foto: Thomas E. Franklin/AP

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Atualidades

Gaivota voa no céu de Manhatan coberto pela fumaça das ruínas das torres gêmeas, em Nova Iorque. Estados Unidos, 12/09/2001. Foto: Ray Stubblebine/Reuters

Presidente americano George W. Bush é surpreendido por peru du-rante evento anual de ação de graças na Casa Branca. Estados Uni-dos, 19/11/2001. Foto: Kevin Lamarque/Reuters

Palestinos são rendidos pela força de defesa israelense no centro de Ramallah. Cisjordânia, 30/03/2002. Foto: Jerome Delay/AP

Michael Jackson aparece na janela de hotel em Berlim com um de seus filhos. Alemanha, 19/11/2002. Foto: Tobias Schwarz/ Reuters

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Atualidades

Guerra do Iraque: Prédio do governo iraquiano após ser bombarde-ado pelas forças americanas. 21/03/2003. Foto: Jerome Delay/AP

Militar americano segura criança iraquiana. Iraque, 29/03/2003. Foto: Damir Sagolj/Reuters

Prisioneiro iraquiano preso junto ao filho de quatro anos. Soldados americanos não quiseram separá-los. 31/03/2003. Foto: Jean-Marc Bouju/AP

Crianças vão ao balé usando máscaras para se protegerem da SARS. Hong Kong, 27/04/2003. Foto: Vincent Yu/AP

Lula e FHC: Cerimônia de posse do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva. Brasília, 01/01/2003. Foto: Joedson Alves/AE

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Atualidades

Adeus Saddan: Estátua do ditador iraquiano Saddam Hussein é derrubada pelos soldados americanos no centro de Bagdá. Iraque, 09/04/2003. Foto: Goran Tomasevic/Reuters

Saddam Hussein aparece em frente às câmeras depois de ser cap-turado pelas tropas americanas. Iraque, 14/12/2003. Foto: Reuters

Menina chora enquanto barracos da favela Buraco Quente pegam fogo. São Paulo, Brasil, 30/08/2004. Foto: J.F. Diório/AE

Soldado haitiano imobiliza suspeito de tentativa de assassinato. Haiti, 03/03/2004. Foto: Daniel Aguilar/Reuters

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Crianças do Senegal correm entre os gafanhotos que invadiram Dakar. 01/09/2004. Foto: Pierre Holtz/Reuters

Explosões simultâneas no metrô de Madrid mataram pelo menos 173 pessoas. Os ataques foram atribuídos ao grupo ETA. Espanha, 11/03/2004. Foto: Andrea Comas/Reuters

À espera do resultado das eleições nas ruas da Ucrânia, mulher colo-ca cravos nos escudos de policiais. Kiev, Ucrânia, 24/11/2004. Foto: Vasily Fedosenko/Reuters

Meninas afegãs observam equipe da ONU descarregando material usado nas eleições em Cabul. Afeganistão, 04/10/2004. Foto: Emilio Morenatti/AP

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Atualidades

Corpos de vítimas do tsunami na Indonésia. 02/01/2005. Foto: Peter Dejong/ AP

Pomba branca é solta ao final de missa na Praça São Pedro, no Vati-cano. Roma, Itália, 30/01/2005. Foto: Plinio Lepri/AP

Carro-bomba explode e mata o primeiro ministro libanês Rafik al--Hariri. Beirute, Líbano, 14/02/2005. Foto: Mohamed Azakir/Reuters

Corpo do Papa João Paulo II passa pelo público antes de chegar à Basílica de São Pedro. Roma, Itália, 04/04/2005. Foto: Luca Bruno/AP

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Atualidades

Vento forte levanta batina dos cardeais durante missa do funeral do Papa João Paulo II, no Vaticano. Roma, Itália, 08/04/2005. Foto: Max Rossi/Reuters

O Papa Bento XVI saúda a população de dentro de Basílica de São Pedro, no Vaticano, 19/04/2005. Foto: Domenico Stinellis/AP

Judeu ortodoxo tenta empurrar um trator em protesto a profanação de túmulos durante a construção de uma nova estrada de Israel. Is-rael, 14/04/2005. Foto: Gil Cohen Magen/Reuters

Homem suspeito de carregar explosivos em seu carro é preso por soldados americanos. Iraque, 15/10/2005. Foto: Jorge Silva/Reuters

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Mão de bebê que sofre de desnutrição segura lábios da mãe nigeria-na. Nigéria, 01/08/2005. Foto: Finbarr O’Reilly/Reuters

Mulher chora por parente vitimado pelo tsunami. Índia, 28/12/2004. Foto: Arko Datta/Reuters

Bolivarianos: Encontro entre Evo Morales e Hugo Chavez em Caracas. Venezuela, 03/01/2006. Foto: Jorge Silva/Reuters

Silhueta de Fidel Castro. Havana, Cuba, 03/02/2006. Foto: Javier Ga-leano/AP

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Atualidades

Judia tenta conter policiais israelenses durante retirada de colonos ilegais em Ramallah. Cisjordânia, 01/02/2006. Foto: Oded Bality/AP

Francês Zidedine Zidane golpeia o italiano Marco Materazzi durante a final da Copa do Mundo da Alemanha. Berlim, 09/07/2006. Foto: Peter Schols/Reuters

Funeral do ditador chileno Augusto Pinochet. Santiago, Chile, 11/12/2006. Foto: Marco Urgate/AP

Explosão de gasoduto na cidade de Lagos, capital da Nigéria. 26/12/2006. Foto: Akintunde Akinleye/Reuters

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Um homem armado abriu fogo em um dormitório e sala de aula no campus da Virgínia Tech, matando pelo menos 30 pessoas. Virgínia, EUA, 16/04/2007. Alan Kim/AP

Forte névoa encobre marina de Dubai. 21/11/2007. Foto: Steve Crisp/Reuters

Mudança climática no mundo causa degelo de um iceberg na Baia de Kulusuk na Groelândia, 17/07/2007. Foto: John McConnico/AP

Avião da TAM sai da pista, invade avenida e mata 154 pessoas em São Paulo. 17/07/2007. Foto: Eugênio Goulart/AE

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Fotógrafo japonês Kenji Nagai é morto durante onda de protestos em Miamar. 27/09/2007. Foto: Adrees Latif/Reuters

Homem dentro de caminhão em chamas no Quênia, 29/01/2008. Foto: Ben Curtis/AP

Fogo e inundação na ilha de Galveston no Texas, durante a passagem do furacão Ike. 12/09/2008. Foto: David J. Phillip/AP

Partidários de Barack Obama tocam a mão do candidato em comício em Dallas, Texas. Estados Unidos, 20/02/2008. Foto: Jessica Rinaldi/Reuters

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Obama discursa para o povo alemão. Berlim, Alemanha, 24/07/2008. Foto: Jae C. Hong/AP

Vista aérea das cidades Navegantes no Vale do Itajaí, atingidas pela chuva. Santa Catarina, 24/11/2008. Foto: Filipe Araújo/AE

Manifestantes queimam bandeira chinesa durante um protesto em Lhasa. Tibet, 14/03/2008. Foto: Stringer/Reuters

O jamaicano Usain Bolt bate recorde nos jogos Olímpicos de Pequim, na modalidade 200 metros razos de atletismo. China, 20/08/2009. Foto: Dylan Martinez/Reuters

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Michael Phelps e Garrett Weber-Gale celebram vitória de revezamen-to 4×100 durante jogos Olímpicos de Pequim. China, 11/08/2008. Foto: David Gray/ Reuters

Bandeira chinesa é hasteada durante a cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Pequim. China, 08/08/2008. Foto: Jerry Lampen/Reuters

O presidente iraniano Mahmoud Ahmadnejad usa óculos 3-D em vi-sita ao centro de controle espacial em Teerã. Irã, 04/02/2008. Foto: Fars News/Reuters

Mulçumanos rezam no primeiro dia de Ramadã. Indonésia, 31/08/2008. Foto: Sigit Pamungkas/Reuters

Matéria

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Atualidades

Mulher se desespera em meio aos escombros do terremoto que atin-giu a província de Sichuan. China, 17/05/2008. Foto: Jason Lee/Reu-ters

Barack Obama discursa após ser eleito presidente dos Estados Uni-dos, 04/11/2008. Foto: Gary Hershorn/Reuters

Quadro com foto do presidente George W. Bush é retirado da Casa Branca. Estados Unidos, 13/01/2009. Foto: Jason Reed/Reuters

Juramento de posse do presidente Barack Obama, acompanha-do da esposa Michelle e das filhas Malia e Sasha. Estados Unidos, 20/01/2009. Foto: Chuck Kennedy/Reuters

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Atualidades

Iraniana cobre o rosto com a foto do ex-primeiro ministro Mirhossein Mousavi. Irã, 09/06/2009. Foto: Damir Sagolj/Reuters

Presidente Barack Obama recebe corpos de soldados mortos no Afe-ganistão. Estados Unidos, 29/10/2009. Foto: Susan Walsh/AP

PRIMAVERA ÁRABE

Manifestantes contra o governo comemoram na Praça Tahrir, após o anúncio da renúncia do presidente egípcio Hosni Mubarak, no Cairo,

em 11 de fevereiro de 2011.

Mubarak foi o mais destacado autocrata árabe der-rubado do poder depois que ondas de protesto e re-voltas varreram Tunísia, Líbia, Egito, Bahrein, Síria e Iêmen. A chamada Primavera Árabe alimentou-se da raiva generalizada e da frustração perante as elites gover-nantes corruptas e os regimes repressores antidemo-cráticos que pareciam monopolizar o poder e a rique-za às custas de pessoas comuns. A estas faltavam perspectivas econômicas e eleições justas. Também e que sofriam com as sérias desigualdades ali reinan-tes. (Foto: Reuters)

TERREMOTO, TSUNAMI E COLAPSO NUCLEAR NO JAPÃO

Mulher chora sentada em uma rua em meio à cidade destruída de Natori, distrito de Miyagi, no norte do Japão.

Em 11 de março, o terremoto mais forte na história do país – com magnitude de 9,0 na escala Richter – atin-giu a costa nordeste e desencadeou ondas de mais de 30 m de altura. Estas invadiram até 10 quilômetros terra adentro, matando mais de 15 mil pessoas e ar-rasando, completamente, cidades inteiras.

O terremoto seguido de tsunami também prejudicou a usina nuclear de Fukushima Daiichi. O pior acidente nuclear desde Chernobyl espalhou radiação por toda a região, forçando milhares de pessoas a evacuar a área e impondo extensos cortes de energia, além de obri-gar a se repensar as políticas energéticas no Japão e no mundo. (Foto: Reuters)

ALEMANHA SUCATEIA ENERGIA NUCLEAR

Manifestantes marcham em protesto diante da usina nuclear de Biblis

em 19 de junho de 2011.

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Atualidades

Após o “colapso” na usina de Fukushima, os políticos alemães, sob cerrada pressão da opinião pública, re-verteram a política anterior e concordaram em desati-var a energia nuclear no país até 2022.

O dilema da Alemanha, como o de qualquer país que se pergunta como reduzir a dependência da energia nuclear, é o seguinte: substituí-las por que outros me-canismos? As fontes renováveis seriam ideais a longo prazo, mas neste momento carvão, gás e energia nu-clear importada são substitutos possíveis. Poré, estes resultam em mais emissões de CO2 e maior pressão sobre os compromissos climáticos. (Foto: Reuters)

ALTA RECORDE NOS GASES DE EFEITO ESTUFA

As emissões globais de CO2 alcançaram seu nível mais elevado em 2011, reportaram o Department of Ener-gy (equivalente ao Ministério da Energia) dos Estados Unidos e a Organização Meteorológica Mundial (OMM), com descobertas alarmantes que contradizem o lento crescimento econômico de muitos países industriali-zados neste último ano.

China, Estados Unidos e Índia impulsionaram o cres-cimento global em 6%, atingindo 33,51 bilhões de toneladas de CO2 – o maior aumento anual já regis-trado. Não há sinais de que as emissões venham a baixar. A Agência Internacional de Energia (em inglês, International Energy Agency – IEA) avisou que só te-mos mais cinco anos para reverter esse curso e evitar uma mudança de clima catastrófica. (Foto: Reuters)

TEMPORADA DEVASTADORA DE FURACÕES NAS ESTADOS UNIDOS

Duas cadeiras de cozinha – foi tudo o que restou de uma casa destruída em Joplin, no Missouri, pelo tor-nado de 22 de maio. Este foi apenas um, em uma sé-rie de tornados dos mais letais em toda a história dos Estados Unidos, matando quase 300 pessoas.

A frequência e a gravidade sem precedentes dos tor-nados evidenciaram a ameaça crescente das ocorrên-cias climáticas extremas – as inundações de propor-ções inéditas na Tailândia foram outro exemplo – em um mundo cada vez mais aquecido.

Pela primeira vez, os estudiosos do clima associaram explicitamente a mudança climática à meteorologia radical, superando um tabu de décadas, e o Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima (IPCC) publicou um relatório especial sobre os possíveis im-pactos e como a humanidade deve se adaptar à mu-dança de clima inevitável. (Foto: Reuters)

FOME NO CHIFRE DA ÁFRICA

Pessoas arrastando e rolando barris de água em Wajir, no nordeste do Quênia.

Uma larga faixa da África Oriental, incluindo Quênia, Etiópia e Somália, tem sido atingida por anos de seca rigorosa, más políticas de gestão de terras, preços dos alimentos em ascensão meteórica e conflitos arma-dos.

Em partes da Somália essas condições levaram a um dos piores casos de escassez de alimentos em 20 anos, com mais de três milhões de pessoas podendo morrer de fome. Massas de refugiados se despejaram pela fronteira do Quênia, pois as milícias fundamen-talistas islâmicas negaram o acesso das agências de ajuda humanitária à população que passa fome.

MAIOR DERRETIMENTO JÁ OCORRIDO NO ÁRTICO

Na tentativa de descobrir por que o Oceano Ártico está derretendo tão rápido, um cientista de Cambridge caminha sobre uma massa de gelo à deriva, a 800 km do polo norte – 3 de setembro.

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Atualidades

Este ano o volume de gelo no mar foi o mais baixo já registrado, e sua extensão, a segunda menor. A vida selvagem, incluindo ursos polares e leões marinhos, depende do gelo para sobreviver.

Embora o aquecimento global seja a causa subjacen-te, o gelo marinho está derretendo ainda mais rápido do que o previsto nos modelos de mudança climática, e poderá não mais existir no verão entre 2020 e 2050. Os culpados, além do CO2, poderiam ser os níveis ele-vados de fuligem ou de ozônio.

AS FLORESTAS VÃO À LUTA

O Ano das Florestas, instituído pela ONU, precisava de boas notícias Parece que elas vieram com um re-latório da Universidade de Helsinque e da Rockefeller University, em Nova York, sugerindo que a densidade florestal na verdade está aumentando em 72% nas florestas do mundo. Os cientistas chamaram isso de a “Grande Reversão”.

Isso poderia significar que as árvores no mundo todo estão absorvendo e armazenando mais dióxido de carbono da atmosfera à medida que crescem do que se pensava – um raro lampejo de luz na luta contra a mudança climática.

Por outro lado, os ambientalistas temem que boa par-te desse aumento na densidade seja de lavouras em sistema de monocultura, o qual prejudica a biodiver-sidade.

EPIDEMIA DE E. COLI NA EUROPA

Descobriu-se que brotos de feijão eram a causa da epidemia de E. coli que matou 22 pessoas na Alema-nha e deixou mais de 2.200 pessoas doentes em toda a Europa.

As sementes de feno-grego importadas do Egito fo-ram identificadas como a origem da bactéria, mas isso só veio à tona depois que os agricultores de toda a Eu-ropa foram forçados a destruir enormes quantidades de outras verduras e legumes.

O pavor da bactéria E. coli evidenciou a vulnerabilida-de do sistema alimentar globalizado à contaminação e as dificuldades em gerenciar e regulamentar uma cadeia alimentar incrivelmente complexa, na qual nin-

guém sabe quem é, em última análise, o responsável pela segurança alimentar.

PRIMEIRO TRANSPLANTE DO MUNDO DE ÓRGÃO CLONADO

O professor Paolo Macchiarini realiza uma cirurgia para dar a um pa-ciente uma nova traqueia feita a partir de células-tronco tiradas da sua medula óssea. Esse foi o primeiro transplante bem-sucedido de órgão sintético no mundo e aconteceu no Karolinska University Hos-pital, em Estocolmo (Suécia), em 9 de junho.

A traqueia sintética foi criada retirando-se um scaffold da traqueia do paciente e deixando-o de molho nas células-tronco, as quais se desenvolveram e forma-ram tecido vivo e um novo órgão indiferenciável do órgão original. Hoje a nanotecnologia e a medicina com células-tronco permitem que o professor Mac-chiarini crie traqueias feitas sob medida, sem necessi-dade de um doador, no espaço de uma semana.

BICOMBUSTÍVEIS MOVIMENTAM VOOS COMERCIAIS

Em uma série de inovações, e como incentivo aos bio-combustíveis com base em cultivos não alimentares, os aviões comerciais na Europa, nos Estados Unidos e na China subiram aos céus com biocombustíveis ali-mentando seus motores.

Em junho, a KLM inaugurou os primeiros voos co-merciais diários do mundo usando ou uma mistura de 50% de querosene aeronáutico com 50% de biocom-bustível derivado de óleo de cozinha.

Outros seguiram o exemplo e houve até uma viagem inaugural de transatlântico usando biocombustível de aviação proveniente da planta Camelina. A Lufthansa relatou que, após os três meses previstos de serviço experimental com uso de biocombustível entre Frank-furt e Hamburgo, a empresa alcançou uma redução de 1% na queima de combustível.

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Atualidades

MUNDO DE 7 BILHÕES

A população mundial oficialmente alcançou os 7 bi-lhões de habitantes em 31 de outubro de 2011, se-gundo a Organização das Nações Unidas (ONU). A referida entidade disse que o crescimento continuado da população apresentava oportunidades e desafios para o planeta.

Se por um lado as pessoas estão vivendo mais, e com mais saúde, e as populações jovens apresentam maior grau de escolaridade, benificando países em desen-volvimento, por outro lado das lacunas entre ricos e pobres vão se ampliando. Mais gente do que nunca está vulnerável à insegurança alimentar e à escassez de água.

CRISE DA DÍVIDA DO EURO

O então primeiro-ministro da Grécia, George Papandreou, fala à im-prensa após conversas sobre a crise que precedeu uma cúpula do

G20 em Cannes, no dia 2 de novembro.

Enquanto os bancos recusavam-se a fazer emprésti-mos para governos endividados, como Grécia e Itália, a taxas sustentáveis, os membros da zona do euro discutiam como apoiar os países mais fracos. O tu-multo resultante deixou o projeto do euro à beira de um colapso e poderá forçar uma integração europeia mais próxima.

Os programas governamentais de cortes nos custos aumentaram o desemprego e os impostos, elevaram a idade para a aposentadoria e reduziram as salvaguar-

das da previdência social. Os cidadãos protestaram em massa. Enquanto isso, os governos da Grécia e da Itália foram substituídos por tecnocratas não eleitos. Assim, o que era uma crise da dívida se tornou uma crise da democracia.

O MOVIMENTO DE OCUPAÇÃO

Policial da University of California Davis (UCD) borrifa gás-pimenta em estudantes durante uma demonstração com o slogan “Ocupar a UCD”, em 18 de novembro de 2011.

O movimento de ocupação começou quando manifes-tantes armaram suas tendas em Wall Street em pro-testo contra a ganância e os excessos das empresas, a influência das doações corporativas na política e a enorme concentração de riqueza nas mãos de 1% da população. O slogan adotado pelos manifestantes foi a frase “Nós somos os 99%”.

Protestos similares de ocupação pipocaram pelos Es-tados Unidos e em outros países, desafiando os sis-temas econômicos e financeiros nas economias avan-çadas, que criaram as grandes desigualdades nas últimas décadas. Os manifestantes pedem que os ri-cos deem uma maior contribuição à sociedade.

AVANÇO NA VACINA CONTRA A MALÁRIA

Criança recebe uma injeção em uma clínica no Quênia, como parte de uma possível vacina contra a malária – 23 de novembro.

Matéria

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Atualidades

A malária ameaça metade das pessoas do planeta e mata em torno de 800 mil pessoas por ano.

Porém, este ano os cientistas anunciaram um avanço significativo rumo a uma vacina eficaz quando os tes-

tes africanos da vacina RTS,S cortaram pela metade o risco de crianças contraírem a doença. Os pesquisado-res acham que eles podem ter encontrado uma forma de impedir que o parasita da malária entre nas célu-las vermelhas do sangue – isso poderá colocá-los no rumo certo para uma vacina verdadeiramente eficaz.

ANOTAÇÕES

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As questões 1 e 2 se referem ao texto abaixo:

NA MIRA DOS FUZIS PALESTINOS,

OS PRÓPRIOS PALESTINOS

Politicamente, os palestinos nunca estiveram tão divi-didos. Pela primeira vez, estão apontando para seus conterrâneos boa parte dos fuzis que antes miravam as colônias e postos de controle israelenses (...)

“As milícias palestinas estão esquecendo a luta contra a ocupação israelense para brigar entre si”, disse ao “Estado” a palestina Ahmed Aiche, do Centro Palesti-no de Pesquisas Políticas, na Cisjordânia. “A sociedade está cada vez mais polarizada entre aqueles que apoiam o Hamas e os que simpatizam com o Fatah”, acrescenta. (...)

Hamas e Fatah divergem sobre como lidar com Israel e resistir à ocupação. Basicamente, enquanto o Fatah, do presidente Mahmud Abbas, quer negociar uma paz definitiva em troca de um Estado Palestino na Cisjor-dânia, Faixa de Gaza e Jerusalém Oriental, o Hamas, do primeiro-ministro Ismail Haniye, nem sequer re-conhece a existência do Estado Israelense, se recusa a renunciar à violência, e só aceita um cessar-fogo provisório (...)

No fundo, explica Adnam Musallam, da Universidade Bethlehem, na Cisjordânia, a raiz do embate entre o Hamas e o Fatah é uma das grandes questões que hoje dividem os países no Oriente Médio: unir-se ao Ocidente e abraçar seus valores ou embasar a cons-trução da identidade e Estado palestino nos funda-mentos do Islã?

O Estado de S. Paulo, 29/1/2007

01. Com referência às estruturas e às ideias do texto, bem como os aspectos associados aos temas ele tra-tados, todas as afirmativas estão corretas, EXCETO:a) os dois principais partidos políticos palestinos, Ha-mas e Fatah, têm visões diferentes. O Fatah é radical, prega o fim do Estado de Israel. O Hamas é modera-do, quer a criação de um Estado Palestino que conviva com Israel.b) Israel e a OLP assinaram um acordo de paz em Wa-shington (setembro de 1995). Porém, Ytzhak Rabin é assassinado em Telaviv por um judeu radical, dois meses após.c) Israel está construindo um muro de 700 quilôme-tros para isolar a população árabe.d) após a morte de Arafat, no fim de 2004, os pales-tinos elegeram Abbas, presidente para um mandato de cinco anos.e) a vitória eleitoral do Hamas mostrou o crescimento do radicalismo na região.

02. De acordo com o texto, assinale a opção INCOR-RETA:

a) Em 2005, o Primeiro Ministro israelense Ehud Ol-ment, retirou 8,5 mil judeus da Faixa de Gaza.b) O palestino Abbas é um político moderado e favo-rável ao diálogo com Israel.c) O Líbano, país vizinho, sofreu pesados bombardeios israelenses, em julho e agosto de 2006.d) Na prática, a Cisjordânia é uma espécie de queijo suíço, sobre o qual os israelenses continuam tendo o controle militar.e) É improvável a ideia de solução para o conflito entre os judeus e os palestinos. Há a reivindicação palestina de retorno para dentro de Israel, de onde foram expulsos a partir de 1948.

COREANO ASSUME ONU HOJE COM ÊNFASE NA BUROCRACIA

Felipe Seligman – Colaboração para a Folha

O sul-coreano Ban Ki-Moon assume hoje o cargo de secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU). Após dez anos como secretário-geral e mais de 40 de organização, Kofi Annan sai consagrado por suas po-sições políticas – não suficientes, entretanto, para livrar a instituição de uma crise de identidade e credibilidade. (...)

Politicamente, a ONU é vista como uma organização desacreditada. George W. Bush desconsiderou o Con-selho de Segurança quando invadiu o Iraque e, em troca, teve de escutar as críticas de Annan.

Ban Ki-Moon, 62, deve fazer como Annan e compor-tar-se como político que define prioridades globais ou preferirá agir como administrador, primando por re-formas administrativas e do Secretariado? (...)

Algumas especulações indicam que Ban Ki-Moon de-verá concentra-se na parte interna da ONU. Tal posi-ção sugere submissão aos cinco membros permanen-tes do Conselho de Segurança: não se pronunciar é, indiretamente, ratificar as posições das cinco potên-cias com poder de veto.

Em juramento no dia 14 de dezembro, o sul coreano concentrou-se em pontos da reforma administrativa, desde a renovação de funcionários até padrões éticos a serem adotados (...)

Folha de S. Paulo, 1º/1/2007

03. De acordo com o texto e seus conhecimentos, assinale a alternativa CORRETA.a) A ONU foi fundada após a Primeira Guerra Mundial para substituir a Liga das Nações.b) O Conselho de Segurança da ONU delibera sobre a segurança nacional e discute intervenções militares.c) São membros permanentes do Conselho de Segu-rança da ONU: EUA, França, Reino Unido, Alemanha e Itália. d) Entre as propostas de reformas da ONU em debate, está a ampliação do Conselho de Segurança.

EXERCÍCIOS8

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Atualidades

e) Com o objetivo de credenciar o Brasil a entrar como membro permanente do Conselho, Lula decidiu parti-cipar da Missão de Paz no Timor Leste.

LULA NÃO QUER MAIS SÓ DISCUTIR MISÉRIA

Cristiane Jungblut

Ao discursar no almoço de confraternização com ofi-ciais-generais das três Forças Armadas, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva cobrou do próprio governo mais criatividade nas medidas para promover o cres-cimento. Ele disse que não se deve fazer apenas o possível. Segundo o presidente, se o governo não for arrojado, não conseguirá o crescimento almejado. (...)

“Não estou disposto a passar mais quatro anos discu-tindo a miséria. Não quero discutir o orçamento como uma casa que não tem pão, todo mundo briga e nin-guém tem razão. O cobertor é curto. O único jeito é a economia crescer”, disse.

Diante de uma plateia de militares, o presidente fez elogios e críticas ao regime militar das décadas de 60 e 70. Lula disse que nunca houve crescimento igual ao período do presidente Médici, mas em seguida ponde-rou que esses momentos de crescimento não foram acompanhados de aumento salarial e distribuição de renda. (...)

Lula disse ainda que, depois de quatro anos de man-dato, descobriu o caminho das pedras, mas admitiu que a partir de agora será alvo de mais críticas, inclu-sive de seu próprio governo. “Agora a vidraça sou eu. Jogarei as pedras, portanto, com mais cautela.” (...)

O Globo, 15/12/2006

04. Com referência às estruturas e às ideias do texto, bem como os aspectos associados aos temas nele tra-tados, assinale a alternativa INCORRETA.a) O Plano “Fome Zero” foi inspirado na campanha do sociólogo Herbert de Souza, “o betinho”.b) O Programa Bolsa Escola criado por Lula distribuiu dinheiro a mais de 11 milhões de famílias de baixa renda.c) O primeiro mandato de Lula frustrou seus aliados, apesar dos avanços sociais.d) No primeiro mandato de Lula, ocorreu o pagamen-to antecipado dos juros sobre a dívida externa.e) Em seu discurso para os militares, Lula não foi ra-dical.

CRESCE NÚMERO DE NEGROS NAS UNIVERSIDADES

A desigualdade no acesso à educação entre negros e brancos no Brasil já foi comparada ao eletrocardio-grama de um morto. Parecia imutável, dada a dis-tância quase intransponível que separava esses dois grupos ao longo de quase um século. A mais recente Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) do IBGE revela, no entanto, um dado alentador: na última década, o percentual de brasileiros que se de-claram negros ou pardos no ensino superior subiu de 18% para 30%.

Dados dessa pesquisa tabulados pela Folha mostram que esse crescimento aconteceu principalmente a partir de 2001, quando o percentual era de 22%. De

lá até 2005, a participação de negros e pardos cresceu a um ritmo médio de dois pontos percentuais ao ano. Se continuar assim, o Brasil chegará a 2015 com uma participação desses grupos na universidade compa-tível com a presença deles na população, que hoje é de 49%. (...) O crescimento aconteceu tanto na rede pública quanto na particular. (...)

Três hipóteses podem ser apontadas para explicar o aumento. A primeira é que, nos últimos dez anos, o sistema de ensino superior cresceu 174%. A segunda é que foi a partir de 2001, ano da Conferência das Na-ções Unidas contra o Racismo, que universidades pú-blicas, por iniciativa própria ou de governos estaduais, passaram a adotar políticas de ações afirmativas. Por último, desde 2005, o governo oferece bolsas em par-ticulares, preferencialmente para negros via ProUni.

Folha de S. Paulo, 20/11/2006

05. De acordo com o texto e com base em seus co-nhecimentos, marque a opção INCORRETA.a) No Governo de Lula foi criada a Secretaria Especial de políticas de promoção de igualdade racial que está sob o comando do Ministro Gilberto Gil.b) De acordo com o IPEA, o analfabetismo atinge 7,2% dos brancos, contra 16,2% de negros.c) A média de estudos entre brancos no Brasil é de 7,7 anos, contra 5,8 anos dos negros.d) No Governo Lulista foi criado o sistema de cotas para negros e índios nas universidades públicas.e) Nas grandes cidades, a taxa de mortalidade dos negros por homicídios é também muito mais alta do que dos brancos.

A TERRA ESTÁ SOB FORTE ESTRESSE, DIZ ES-TUDO

Com os resultados apresentados na sexta-feira em Paris pelo IPCC (Painel Intergovernamental de Mu-dança do Clima), o mundo já sabe que a culpa pelas aceleradas alterações climáticas das últimas décadas é do próprio homem.

Mas, conforme mostram as últimas análises do IGBP (Programa Internacional Geosfera-Biosfera, na sigla em inglês), várias outras alterações em curso na Terra também devem ser debitadas na conta do humanos. (...) As mudanças climáticas são apenas uma das cau-sas que estão estressando o planeta. Existem várias outras que precisam ser estudadas e levadas também em consideração.

“O estudo da Terra como um sistema (...), onde se olha não apenas para o clima, mas para as mudanças nos oceanos e no uso do solo, e para o papel que os humanos desempenham em tudo isso, é fundamental para que possamos construir um planeta sustentável”, disse na sexta-feira Kevin Noone, diretor do IGBP (...)

Existem problemas em todos os lugares (...) Por exemplo, 50% da superfície do planeta está hoje do-mesticada de forma direta pelo homem. Esse uso in-devido do solo gera erosões nas grandes cidades e até a diminuição nas dimensões das praias nas zonas litorâ-neas. No mar, a pesca predatória já ocorre sobre 7% das espécies de valor comercial (...) A extinção das espécies vegetais e animais também atingiu padrões irreais neste século (...).

Folha de S. Paulo, 5/2/2007

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Atualidades

06. De acordo com o texto e com base em seus co-nhecimentos, marque a opção INCORRETA.a) O Protocolo de Kyoto é assinado por 154 países no ano de 2007, inclusive pelos Estados Unidos da América.b) As mudanças climáticas são apenas uma das cau-sas que estão estressando o nosso planeta.c) O Efeito Estufa é um fenômeno natural. Os gases que compõem a atmosfera retêm no planeta parte do calor do Sol. Esse efeito é potencializado e se torna prejudicial quando há um aumento de gases como o dióxido de carbono.d) Cerca de 1 bilhão de pessoas não têm acesso a água limpa.e) As geleiras dos polos já começam a derreter e o ártico poderá ficar sem gelo.

SALSICHAS, ESTATÍSTICAS E IDH

Vinicius Torres Freire

(...) Na tabela do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de 2004, calculada pela ONU e divulgada ontem, o Brasil caiu do 68º lugar para o 69º (...). De 2000 para 2004, entre 137 países para os quais há informação, a proporção da melhora do IDH brasileiro esteve bem abaixo da média mundial. No ranking da “velocidade” da melhora, o Brasil estaria em 105º lugar nesse pe-ríodo. Ruim. Entre 1995 e 2000, o Brasil melhorou a um ritmo maior que o da média mundial: em termos de velocidade de desenvolvimento humano, foi o 32º em 137 países.

Motivo? Educação e o crescimento mais razoável nes-ses anos. Na última década, ficamos na média glo-bal. No espaço de uma geração, entre 1985 e 2005, o avanço brasileiro ficou um pouco acima da média mundial, em 43º lugar entre 120 países.

Decerto é argumentável que os países mais pobres tenderiam a melhorar mais rapidamente. Considere-mos então apenas os países de renda média, grupo do Brasil. Entre 1995 e 2004, o Brasil avançou na média de seu grupo, ficando em 34º lugar entre 63 países. Para subir mais no ranking, falta crescimento econômico ao Brasil. (...)

Folha de S. Paulo, 10/11/2006

07. De acordo com o texto e com base em seus co-nhecimentos, marque a opção CORRETA.a) O Índice de Desenvolvimento Humano do Brasil é de 0,792, o que deixa o país na 69ª posição no ranking, com um nível de desenvolvimento médio.b) O IDH é um índice que mede a qualidade de vida dos países ou regiões. O cálculo do IDH leva em con-ta três fatores: a renda, a educação e a cultura.c) O IDH é medido pela OMC.d) A melhoria no IDH brasileiro foi puxada principal-mente pelo avanço nos indicadores sociais, como a expectativa de vida.e) A desigualdade social reduziu no Brasil, o país é o oitavo mais desigual do mundo.

08. O dia 11 de setembro de 2001, provocou, dentro dos EUA, um clima de histeria contra os árabes e qualquer ameaça de terrorismo. Este clima de into-lerância já existiu na década de 50, incentivado pelo senador MacCarthy, e foi chamado de macartismo ou

“caça às bruxas”. A “grande ameaça” da época eram:a) os mulçumanos.b) os orientais.c) os traficantes.d) os comunistas.e) os imigrantes.

O PRIMEIRO DESAFIO DO TRÁFICO

Uma operação de policiais civis no Morro da Manguei-ra deixou ontem três bandidos mortos em confronto que durou toda a manhã e gerou um violento protes-to. Três veículos foram incendiados – dois ônibus e um carro de passeio – nas proximidades da favela, mas não houve feridos. (...)

A resposta violenta dos bandidos à ação da polícia é o primeiro grande desafio do tráfico ao novo go-verno. Criminosos da Mangueira estiveram recente-mente envolvidos com a série de atentados ocorridos no Rio no fim de dezembro. Na favela foram feitas reuniões de uma facção criminosa que planejou os ataques, responsáveis pela morte de 19 pessoas e pela destruição de pelo menos 16 ônibus. (...) Os 500 policiais da Força Nacional de Segurança (FNS) já estão praticamente prontos para seguirem até as divisas do estado. Ontem de manhã, a tropa foi apre-sentada ao governador Sérgio Cabral (...)

- Essa não é uma tropa federal, é uma tropa federati-va, que trabalha em cooperação. Não é uma nova po-lícia, é um instrumento para fortalecer as polícias dos estados. O controle operacional é do secretário esta-dual de segurança – garantiu [Luiz Fernando] Correia, [secretário nacional de Segurança Pública].

O Globo, 17/1/2007

09. De acordo com o texto e com base em seus co-nhecimentos, marque a opção CORRETA.a) De acordo com a constituição, é dever do Estado cuidar da segurança pública.b) Polícia Militar é uma polícia judiciária.c) A Força Nacional, criada em agosto de 2004, tem 7,7 mil integrantes selecionados e se reúne apenas quando o Estado passa por crise aguda e com a auto-rização dos prefeitos.d) O Exército está presente em todo o território nacio-nal. Atua nas fronteiras e na investigação dos crimes federais.e) Guardas Municipaís atuam depois que o crime é cometido.

CHÁVEZ “FUNCIONA MUITO BEM PARA BRASIL”, AFIRMA AMORIM

Eliane Catanhêde

Em sua primeira manifestação pública depois do anún-cio de que a Venezuela pretende reestatizar e nacio-nalizar empresas, o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, disse ontem que “não se arrepende de jeito nenhum” pela inclusão da Venezuela no MERCO-SUL, pois o regime do presidente Hugo Chávez “fun-ciona muito bem para o Brasil”. (...) Amorim citou o significativo aumento das exportações brasileiras para a Venezuela nos últimos quatro anos: eram, segundo ele, de cerca de US$ 500 milhões a US$ 600 milhões e pularam para praticamente US$ 4 bilhões em 2006.

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Atualidades

Pelos últimos números oficiais, o volume foi US$ 3,3 bilhões de janeiro a novembro sem contabilizar de-zembro. No mesmo período, as importações foram de apenas US$ 548 milhões, com um superávit na ba-lança a favor do Brasil de US$ 2,7 bilhões. “É nisso que os empresários brasileiros devem estar interes-sados”, disse Amorim, fazendo ressalva indireta em relação a Chávez: ”Desde que não queiram exportar modelos para nós”. Ele descartou a possibilidade de a Venezuela “contaminar” os países vizinhos, como a Bolívia de Evo Morales e o Equador de Rafael Correa. Segundo ele, vivem perguntando sobre a influência da Venezuela, mas o Brasil é o maior país da região e tem mais lógica ter mais influência sobre os outros e não o contrário. “Uma influência positiva”, frisou. (...)

Folha de S. Paulo, 17/1/2007

10. De acordo com o texto e com base em seus co-nhecimentos, marque a opção CORRETA.a) Chávez foi reeleito presidente em 2007.b) Chávez é um grande aliado do Presidente George W. Bush.c) A base da economia venezuelana é a agropecuária, que responde por cerca de um terço do PIB.d) A Venezuela foi incluída no MERCOSUL, pois o Con-gresso Nacional Brasileiro aprovou sua entrada.e) Celso Amorim descartou a possibilidade de a Vene-zuela contaminar os países vizinhos.

11. A região da Caxemira, território fértil e rico em recursos hídricos, está sempre em destaque nas man-chetes sobre focos de tensão. Esse território é dispu-tado por:a) paquistaneses e chineses.c) indianos e afegãos.e) indianos e Siameses.b) iraquianos e iranianos.d) paquistaneses e indianos.

CERCA DE 2,3 MILHÕES DE CRIANÇAS NO MUNDO TÊM HIV, DIZ UNICEF

Cerca de 2,3 milhões de crianças e jovens de até 15 anos são portadores de HIV, e apenas um em cada dez que precisam de tratamento consegue atendi-mento, segundo aponta relatório divulgado nesta ter-ça-feira pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef). Esse quadro faz com que os 90% das crian-ças que deixam de receber tratamento enfrentem um “futuro duro e efêmero”. A metade delas não chega a completar 2 anos de vida.

Além disso, calcula-se que existam no mundo 15,2 milhões de jovens com menos de 18 anos que perde-ram um de seus pais em decorrência da Aids. Além de privar crianças e adolescentes dos cuidados paternos ou maternos, isso condiciona muitos outros aspectos de sua vida, como as chances de ser adotado.

Apesar dos esforços, esse número deve subir para 20 milhões em 2010, segundo o Unicef, que calcula em US$ 30 bilhões a injeção de dinheiro necessária nos próximos quatro anos para melhorar drasticamente a situação da infância em relação à Aids.

Com esse montante, seria possível cumprir as metas estabelecidas na iniciativa “Unidos com a juventude,

unidos para vencer a Aids”, lançada em outubro de 2005 por diferentes agências internacionais.

“Mas, apesar de os resultados continuarem sendo tra-gicamente insuficientes, em alguns aspectos impor-tantes há mudanças”, diz o relatório. (...)

Agência EFE, reproduzida pela Folha de S. Paulo, 16/1/2007

12. De acordo com o texto e com base em seus co-nhecimentos, marque a opção CORRETA.a) A Síndrome da Imunodeficiência Adquirida é uma doença incurável causada pelo H5N1.b) O Brasil tem cerca de 620 mil infectados aproxima-damente.c) O continente africano tem o menor número de pes-soas portadoras do vírus da Aids.d) Não há vacina que evite a transmissão da Aids, hoje os soropositivos não têm longa vida devido a fal-ta de coquetéis antiaids.e) No mundo, 1,3 milhões de crianças e jovens de até 15 anos são portadores do HIV.

REAL FORTE DEVE FREAR EXPORTAÇÕES EM 2007

Depois de contrariar todas as previsões pessimistas e bater recordes sucessivos no governo Lula, as expor-tações deverão ter forte desaceleração neste ano, na avaliação de consultores ouvidos pela Folha.

O movimento já se iniciou em 2006, que fechou com uma expansão de 16%, abaixo dos 22,63% regis-trados em 2005. O ano passado foi o primeiro desde 1997 em que o ritmo de crescimento das exporta-ções foi inferior ao das importações, que aumentaram 24%.

Para este ano, as previsões vão de leve retração a ex-pansão de 10% nas vendas externas. As importações também desaceleram, mas continuam a crescer mais que as exportações – as estimativas de aumento va-riam de 10% a 20%.

As principaís razões apontadas pelos analistas para a diminuição da velocidade das vendas externas são a valorização do real, o menor crescimento da eco-nomia mundial e o esgotamento da capacidade das empresas de aumentarem os preços dos produtos que vendem. (...)

O número de exportadores brasileiros vem encolhen-do desde 2004, quando atingiu o recorde de 18,6 mil empresas. (...) Dados do Ministério do Desenvolvi-mento mostram que mil empresas deixaram de ex-portar entre outubro de 2005 e outubro de 2006, pe-ríodo em que o total caiu de 16,9 mil para 15,9 mil. Se a comparação for com o recorde de 2004, a baixa é de 2.700 exportadores (...).

Folha de S. Paulo, 3/1/2007

13. De acordo com o texto e com base em seus co-nhecimentos, marque a opção INCORRETA.a) Desde 2001, o Brasil apresenta superávit em sua balança comercial.b) O real desvalorizado não diminui o preço dos pro-dutos brasileiros em dólar.c) O superávit comercial ocorre quando o valor das exportações é superior ao das importações.

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Atualidades

d) A recente valorização do real tornou o valor dos itens exportados mais alto.e) O Plano Real foi criado no Governo de Itamar Fran-co em 1994.

14. Dentre os movimentos, abaixo, todos são consi-derados separatistas, EXCETO:a) Guerra da Chechênia.b) Questão do país Basco.c) Questão do IRA no Reino Unido.d) Guerra Civil de Angola.e) Questão Curdistão.

NO AUGE DA CRISE AÉREA, PELO MENOS 50% DOS VOOS DA GOL E DA TAM TIVERAM

ATRASOS

Maeli Prado

Em dezembro, o pior mês no caos registrado nos ae-roportos, 57% dos voos domésticos da TAM saíram com atraso de no mínimo quatro horas. No caso da Gol, o porcentual de voos atrasados foi menor, mas ainda extremamente alto, de 53%.

Os dados recém-divulgados da Anac (Agência Nacio-nal de Aviação Civil) mostram que a pontualidade dos voos piorou desde novembro, auge da operação-pa-drão dos controladores: 46% dos voos da TAM nesse mês saíram atrasados, e 40% dos realizados pela Gol. A agência considera como atrasados apenas os voos que saem mais de quatro horas depois do horário pro-gramado.

Historicamente, o percentual de voos atrasados des-sas duas companhias, que juntas possuem mais de 85% do mercado, varia entre 2% e 4%. (...)

A Anac apontou, a partir de uma primeira auditoria re-alizada por uma equipe técnica nas companhias, que a retirada não programada desses seis aviões teria precipitado a crise em dezembro. Mas essa explica-ção não convenceu a agência, que determinou nova auditoria (...)

Folha de S. Paulo, 21/1/2007

15. De acordo com o texto e com base em seus co-nhecimentos, marque a opção INCORRETA.a) A crise do setor aéreo foi deflagrada pela queda o Boeing da Gol na Floresta Amazônica, em setembro de 2006.b) A crise energética do setor hidrelétrico estourou no Brasil, em 2001, por falta de investimento.c) Em geral, o percentual de voos atrasados no Brasil é muito alto.d) A Anac controla a aviação civil no Brasil.e) Conhecida como apagão aéreo, a atual crise da Aviação Brasileira surgiu inesperadamente e por mo-tivos aparentemente desconhecidos.

16. Os conflitos entre árabes e judeus, após o término da Segunda Guerra Mundial, acirraram-se com:a) o início do movimento sionista dos judeus.b) ocupação árabe dos territórios israelenses de Je-rusalém.c) a derrota dos árabes na Guerra dos Sete Dias.d) a criação do Estado de Israel em 1948.e) A ocupação da Faixa de Gaza, colinas de Gola e Cisjordânia.

17. Dentre os movimentos abaixo, assinale o único que NÃO faz parte da Guerra Fria.a) Guerra da Coreia.b) Guerra do Vietnã.c) Guerra do Irã contra o Iraque.d) Guerra da Caxemira.e) Pacto de Varsóvia.

18. No ano de 1967, em uma ação conjunta, a Síria, o Egito e a Jordânia “partiram pra cima” do Estado judeu. Os árabes perderam a guerra e Israel ocupou a Faixa de Gaza, a Cisjordânia, as Colinas de Golã e a Península do Sinai, com uma tática rápida e eficaz.

Essa informação diz respeito:a) à Guerra de Megido.b) à Guerra dos Seis Dias.c) à Batalha do Armagedon.d) à Guerra do Yon Kippur.e) à Guerra de Suez.

19. O MPLA (Movimento Popular para a Libertação de ___________) se opõe à UNITA (União Nacional para a Libertação Total de _____________), desde que _____________ tornou-se independente de Portugal, em 1975.

A palavra que completa, corretamente, as lacunas acima é:a) Argélia.b) Angola.c) Moçambique.d) Abissínia.e) África do Sul.

20. A África foi seriamente prejudicada pelo imperia-lismo europeu, durante o século XIX e na primeira metade do século XX. Após a Segunda Guerra Mun-dial até os anos 70, o processo de emancipação das nações africanas tem provocado várias guerras civis na região. Esses movimentos estão ligados, principal-mente, às questões:a) étnicas.b) religiosas.c) imperialistas.d) econômicas.e) sociais.

21. Em 1976 o Timor Leste, antiga colônia portugue-sa, foi anexado pelo país que possui a maior popula-ção islâmica do mundo.

O país, em questão na frase acima, é:a) a Etiópia.b) a Nova Zelândia.c) a Nova Guiné.d) a Indonésia.e) a Arábia Saudita.

22. Em 1989 o Muro de Berlim foi derrubado. A partir daí, uma série de acontecimentos mudaram a história e o mapa político da Europa:- reunificação da Alemanha;- desmembramento da Iugoslávia em Macedônia, Es-lovênia, Croácia, Bósnia-Herzegovina...;- desintegração da União Soviética;- desmembramento da Tchecoslováquia em República Theca e República da Eslováquia.

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Atualidades

Os acontecimentos, acima, estão relacionados com:a) a divisão do mundo em hemisfério norte (rico) e hemisfério sul (pobre).b) o fim da Guerra Fria – fim da bipolaridade.c) o fim do governo soviético de Boris Yeltsin e a to-mada do poder por Mikhail Gorbatchev.d) fim do Plano Truman, na Europa.e) a criação da CEI (Comunidade dos Estados Inde-pendentes)

23. Em 1997, Hong Kong, após 150 anos de domínio estrangeiro, voltou a pertencer aos chineses. O país europeu que apossou-se desse território, no século XIX, após derrotar a China, na Guerra do Ópio, foi:a) a Alemanha.b) a Inglaterra.c) a França.d) a Espanha.e) a Itália.

24. O líder da rede terrorista Al-Qaeda e suposto res-ponsável pelos ataques às torres gêmeas do World Trade Center, em New York, no ano de 2001, é:a) Saddam Husseim.b) Osama Bin Laden.c) Yasser Arafat.d) Moshe Dayan.e) Muammar Kadaf.

25. A figura abaixo é parte de uma campanha publi-citária.

Com Ciência Ambiental

Essa campanha publicitária relaciona-se diretamente com a seguinte afirmativa:a) o comércio ilícito da fauna silvestre, atividade de gran-de impacto, é uma ameaça para a biodiversidade nacio-nal.b) a manutenção do mico-leão-dourado em jaula é a medida que garante a preservação dessa espécie animal.c) o Brasil, primeiro país a eliminar o tráfico do mico--leão-dourado, garantiu a preservação dessa espécie.d) o aumento da biodiversidade em outros países de-pende do comércio ilegal da fauna silvestre brasileira.e) o tráfico de animais silvestres é benéfico para a preservação das espécies, pois garante-lhes a sobre-vivência.

26. ÁLCOOL, CRESCIMENTO E POBREZA

O lavrador de Ribeirão Preto recebe em média R$ 2,50 por tonelada de cana cortada. Nos anos 80, esse tra-balhador cortava cinco toneladas de cana por dia.

A mecanização da colheita o obrigou a ser mais pro-dutivo.

O corta-cana derruba agora oito toneladas por dia.

O trabalhador deve cortar a cana rente ao chão, encur-vado. Usa roupas mal-ajambradas, quentes, que lhe co-brem o corpo, para que não seja lanhado pelas folhas da planta. O excesso de trabalho causa a birola: tontura, desmaio, cãibra, convulsão. A fim de aguentar dores e cansaço, esse trabalhador toma drogas e soluções de glicose, quando não farinha mesmo. Tem aumentado o número de mortes por exaustão nos canaviais.

O setor da cana produz hoje uns 3,5% do PIB.

Exporta US$ 8 bilhões. Gera toda a energia elétrica que consome e ainda vende excedentes. A indústria de São Paulo contrata cientistas e engenheiros para desenvolver máquinas e equipamentos mais eficien-tes para as usinas de álcool. As pesquisas, privada e pública, na área agrícola (cana, laranja, eucalipto etc.) desenvolvem a bioquímica e a genética no país.

Folha de S. Paulo, 11/3/2007 (com adaptações).

ÁLCOOL: O MUNDO DE OLHO EM NOSSA TECNOLOGIA

— Ah, fico meio encabulado em ter de comer com a mão diante de tanta gente!

ANGELI. Folha de S. Paulo, 25/3/2007.

Confrontando-se as informações do texto com as da charge acima, conclui-se que:a) a charge contradiz o texto ao mostrar que o Brasil possui tecnologia avançada no setor agrícola.b) a charge e o texto abordam, a respeito da cana--de-açúcar brasileira, duas realidades distintas e sem relação entre si.c) o texto e a charge consideram a agricultura brasi-leira avançada, do ponto de vista tecnológico.d) a charge mostra o cotidiano do trabalhador, e o texto defende o fim da mecanização da produção da cana-de-açúcar no setor sucroalcooleiro.e) o texto mostra disparidades na agricultura brasi-leira, na qual convivem alta tecnologia e condições precárias de trabalho, que a charge ironiza.

27. O AEDES AEGYPTI É VETOR TRANSMISSOR DA DENGUE

Uma pesquisa feita em São Luís – MA, de 2000 a 2002, mapeou os tipos de reservatório onde esse mosquito era encontrado. A tabela abaixo mostra parte dos da-dos coletados nessa pesquisa.

População de A. aegypti

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Atualidades

Caderno Saúde Pública, vol. 20, n.º 5, Rio de Janeiro, out./2004 (com adaptações).

De acordo com essa pesquisa, o alvo inicial para a redução mais rápida dos focos do mosquito vetor da dengue nesse município deveria ser constituído por: a) pneus e caixas d’água.b) tambores, tanques e depósitos de barro.c) vasos de plantas, poços e cisternas.d) materiais de construção e peças de carro.e) garrafas, latas e plásticos.

28. LUCRO NA ADVERSIDADE

Os fazendeiros da região sudoeste de Bangladesh, um dos países mais pobres da Ásia, estão tentando adaptar-se às mudanças acarretadas pelo aqueci-mento global. Antes acostumados a produzir arroz e vegetais, responsáveis por boa parte da produção nacional, eles estão migrando para o cultivo do ca-marão.

Com a subida do nível do mar, a água salgada pene-trou nos rios e mangues da região, o que inviabilizou a agricultura, mas, de outro lado, possibilitou a cria-ção de crustáceos, uma atividade até mais lucrativa.

O lado positivo da situação termina por aí. A maior parte da população local foi prejudicada, já que os fa-zendeiros não precisam contratar mais mão de obra, o que aumentou o desemprego. A flora e a fauna do mangue vêm sendo afetadas pela nova composição da água. Os lençóis freáticos da região foram atingi-dos pela água salgada.

Globo Rural, jun./2007, p.18 (com adaptações).

A situação descrita acima retrata:a) o fortalecimento de atividades produtivas tradicio-nais em Bangladesh em decorrência dos efeitos do aquecimento global.b) a introdução de uma nova atividade produtiva que amplia a oferta de emprego.c) a reestruturação de atividades produtivas como forma de enfrentar mudanças nas condições ambien-tais da região.d) o dano ambiental provocado pela exploração mais intensa dos recursos naturais da região a partir do cultivo do camarão.e) a busca de investimentos mais rentáveis para Bangladesh crescer economicamente e competir no mercado internacional de grãos.

29. Nos últimos 50 anos, as temperaturas de inverno na Península Antártica subiram quase 6º C. Ao con-trário do esperado, o aquecimento tem aumentado a precipitação de neve. Isso ocorre porque o gelo mari-nho, que forma um manto impermeável sobre o oce-ano, está derretendo devido à elevação de tempera-tura, o que permite que mais umidade escape para a atmosfera. Essa umidade cai na forma de neve.

Logo depois de chegar a essa região, certa espécie de pinguins precisa de solos nus para construir seus ninhos de pedregulhos. Se a neve não derrete a tem-po, eles põem seus ovos sobre ela. Quando a neve finalmente derrete, os ovos se encharcam de água e goram.

Scientific American Brasil, ano 2, n.º 21, 2004, p.80 (com adap-tações).

A partir do texto acima, analise as seguintes afirma-tivas.I - O aumento da temperatura global interfere no ciclo da água na Península Antártica.II - O aquecimento global pode interferir no ciclo de vida de espécies típicas de região de clima polar.III - A existência de água em estado sólido constitui fator crucial para a manutenção da vida em alguns biomas.

É CORRETO o que se afirma:a) apenas em I.b) apenas em II.c) apenas em I e II.d) apenas em II e III.e) em I, II e III.

30. Devido ao aquecimento global e à consequente diminuição da cobertura de gelo no Ártico, aumenta a distância que os ursos polares precisam nadar para encontrar alimentos. Apesar de exímios nadadores, eles acabam morrendo afogados devido ao cansaço.

A situação descrita acima:a) enfoca o problema da interrupção da cadeia ali-mentar, o qual decorre das variações climáticas.b) alerta para prejuízos que o aquecimento global pode acarretar à biodiversidade no ártico.c) ressalta que o aumento da temperatura decorrente de mudanças climáticas permite o surgimento de no-vas espécies.d) mostra a importância das características das zonas frias para a manutenção de outros biomas na terra.e) evidencia a autonomia dos seres vivos em relação ao habitat, visto que eles se adaptam rapidamente às mudanças nas condições climáticas.

31. De acordo com a legislação brasileira, são tipos de água engarrafada que podem ser vendidos no comér-cio para o consumo humano:• água mineral: água que, proveniente de fontes na-turais ou captada artificialmente, possui composição química ou propriedades físicas ou físico-químicas espe-cíficas, com características que lhe conferem ação me-dicamentosa;• água potável de mesa: água que, proveniente de fontes naturais ou captada artificialmente, possui ca-racterísticas que a tornam adequada ao consumo hu-mano;• água purificada adicionada de sais: água produzida artificialmente por meio da adição à água potável de sais de uso permitido, podendo ser gaseificada.Com base nessas informações, conclui-se que:a) os três tipos de água descritos na legislação são potáveis.b) toda água engarrafada vendida no comércio é água mineral.

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Atualidades

c) água purificada adicionada de sais é um produto natural encontrado em algumas fontes específicas.d) a água potável de mesa é adequada para o con-sumo humano porque apresenta extensa flora bacte-riana.e) a legislação brasileira reconhece que todos os tipos de água têm ação medicamentosa.

32. O artigo 1.º da Lei Federal n.º 9.433/1997 (Lei das Águas) estabelece, entre outros, os seguintes funda-mentos:I. a água é um bem de domínio público;II. a água é um recurso natural limitado, dotado de valor econômico;III. em situações de escassez, os usos prioritários dos recursos hídricos são o consumo humano e a desse-dentação de animais;IV. a gestão dos recursos hídricos deve sempre pro-porcionar o uso múltiplo das águas.Considere que um rio nasça em uma fazenda cuja única atividade produtiva seja a lavoura irrigada de milho e que a companhia de águas do município em que se encontra a fazenda colete água desse rio para abastecer a cidade. Considere, ainda, que, durante uma estiagem, o volume de água do rio tenha che-gado ao nível crítico, tornando-se insuficiente para garantir o consumo humano e a atividade agrícola mencionada.Nessa situação, qual das medidas abaixo estaria de acordo com o artigo 1.º da Lei das Águas?a) Manter a irrigação da lavoura, pois a água do rio pertence ao dono da fazenda.b) Interromper a irrigação da lavoura, para se garan-tir o abastecimento de água para consumo humano.c) Manter o fornecimento de água apenas para aque-les que pagam mais, já que a água é bem dotado de valor econômico.d) Manter o fornecimento de água tanto para a la-voura quanto para o consumo humano, até o esgo-tamento do rio.e) Interromper o fornecimento de água para a lavou-ra e para o consumo humano, a fim de que a água seja transferida para outros rios.

33. Qual das seguintes fontes de produção de ener-gia é a mais recomendável para a diminuição dos gases causadores do aquecimento global?a) Óleo diesel.b) Gasolina.c) Carvão mineral.d) Gás natural.e) Vento.

34. Quanto mais desenvolvida é uma nação, mais lixo cada um de seus habitantes produz. Além de o progresso elevar o volume de lixo, ele também mo-difica a qualidade do material despejado. Quando a sociedade progride, ela troca a televisão, o computa-dor, compra mais brinquedos e aparelhos eletrônicos. Calcula-se que 700 milhões de aparelhos celulares já foram jogados fora em todo o mundo. O novo lixo contém mais mercúrio, chumbo, alumínio e bário. Abandonado nos lixões, esse material se deteriora e vaza. As substâncias liberadas infiltram-se no solo e podem chegar aos lençóis freáticos ou a rios próxi-mos, espalhando-se pela água.

Anuário Gestão Ambiental 2007, p. 47-8 (com adaptações).

A respeito da produção de lixo e de sua relação com o ambiente, é CORRETO afirmar que:a) as substâncias químicas encontradas no lixo le-vam, frequentemente, ao aumento da diversidade de espécies e, portanto, ao aumento da produtividade agrícola do solo.b) o tipo e a quantidade de lixo produzido pela socie-dade independem de políticas de educação que pro-ponham mudanças no padrão de consumo.c) a produção de lixo é inversamente proporcional ao nível de desenvolvimento econômico das sociedades.d) o desenvolvimento sustentável requer controle e monitoramento dos efeitos do lixo sobre espécies existentes em cursos d’água, solo e vegetação.e) o desenvolvimento tecnológico tem elevado a cria-ção de produtos descartáveis, o que evita a geração de lixo e resíduos químicos.

35. Em 1947, a Organização das Nações Unidas (ONU) aprovou um plano de partilha da Palestina que previa a criação de dois Estados: um judeu e outro palestino. A recusa árabe em aceitar a decisão conduziu ao primeiro conflito entre Israel e países árabes.A segunda guerra (Suez, 1956) decorreu da decisão egípcia de nacionalizar o canal, ato que atingia interes-ses anglofranceses e israelenses. Vitorioso, Israel pas-sou a controlar a Península do Sinai. O terceiro conflito árabe-israelense (1967) ficou conhecido como Guerra dos Seis Dias, tal a rapidez da vitória de Israel.

Em 6 de outubro de 1973, quando os judeus comemo-ravam o Yom Kippur (Dia do Perdão), forças egípcias e sírias atacaram de surpresa Israel, que revidou de forma arrasadora. A intervenção americano-soviética impôs o cessar-fogo, concluído em 22 de outubro.

A partir do texto acima, assinale a opção CORRETA.a) A primeira guerra árabe-israelense foi determinada pela ação bélica de tradicionais potências europeias no Oriente Médio.b) Na segunda metade dos anos 1960, quando explo-diu a terceira guerra árabe-israelense, Israel obteve rápida vitória. c) A guerra do Yom Kippur ocorreu no momento em que, a partir de decisão da ONU, foi oficialmente insta-lado o Estado de Israel.d) A ação dos governos de Washington e de Moscou foi decisiva para o cessar-fogo que pôs fim ao primeiro conflito árabe-israelense.e) Apesar das sucessivas vitórias militares, Israel man-tém suas dimensões territoriais tal como estabelecido pela resolução de 1947 aprovada pela ONU.

36. AQUÍFERO GUARANI

• O mapa hidrogeológico da maior reserva subterrânea de água da América do Sul e uma das maiores do mun-do, o Aquífero Guarani, está pronto. O trabalho con-sumiu sete anos de pesquisa do professor da Unisinos Heraldo Campos, 46 anos, doutor em Hidrogeologia pela Universidade da Catalunha (Espanha). Financiado pelo Conselho Nacional de Pesquisa (CNPq), o mapa digitalizado foi lançado no final do ano passado pela revista Acta Geologica Leopoldensia, editada pela Uni-sinos. O trabalho será utilizado pelo Unesco como fer-ramenta de gestão do recurso no projeto internacional para proteção ambiental do aquífero.

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Atualidades

• O NOME: homenagem à população indígena que do-minava a Bacia Platina na época do descobrimento da América.

• O VOLUME DE ÁGUA ARMAZENADA: calcula-se que a reserva contenha 50 quatrilhões de litros de água. É mais do que a água que corre em todos os rios do planeta em um ano, ou seja, 43 quatrilhões de litros. Poderia abastecer a atual população brasileira por 2 mil anos.

• A VAZÃO: chega a 800 metros cúbicos por hora (ou 800 mil litros) em profundidades de mil a 1,2 mil me-tros. Nas bordas é de cerca 3 litros/hora.

• A PROFUNDIDADE: a água do manancial está situ-ada a uma profundidade que oscila de 50 metros a 1,5 mil metros. 10% da área total está rente à superfície.

• A TEMPERATURA DA ÁGUA: A cada cem metros de profundidade, a temperatura da água aumenta 3ºC. Nos pontos mais profundos, pode chegar a 60ºC. A água tem uma temperatura média de 25ºC a 30ºC .

• A ESPONJA: a água está embebida em um manto de arenito poroso. Trata-se de água da chuva que escor-reu lentamente para o subsolo durante 100 milhões de anos, depurando-se.

• O eixo do Rio Paraná é uma referência geográfica. Próximo ao rio, o aquífero está em grandes profundi-dades, a mais de mil metros.

• A água do Guarani é suficiente para abstecer a popu-lação do mundo inteiro por uma década.

• Nas margens do aquífero Guarani, a erosão expõe afloramentos.

• Além do Guarani, um reservatório bem menor, o Bau-ru, se formou sob o solo da região de São Paulo.

De acordo com o texto, assinale a alternativa COR-RETA.a) O mapa hidrogeológico do Aquífero Guarani, finan-ciado pela Alemanha, França e Inglaterra, foi coorde-nado pelo doutor em Hidrogeologia da universidade da Catalunha, professor Unisinos Heraldo Campos.b) A água do Guarani é filtrada por um manto de are-nito esponjoso, que durante 100 milhões de anos es-correu do Rio Paraná para o subsolo.c) A reserva do Guarani corresponde a mais do que a água que corre em todos os rios do planeta em um ano, cerca de 43 quatrilhões de litros.d) O nome Guarani é uma homenagem aos índios que viviam na Bacia Andina.e) Sob o rio Paraná, o Aquífero Guarani está a uma profundidade de 50 metros.

CONCENTRAÇÃO DE RENDA

No Brasil, a renda de 1% da fatia mais rica da popu-lação é igual ao total de rendimentos dos 50% mais pobres. Essa proporção coloca o país entre os mais desiguais do planeta no quesito distribuição de renda.

Os contrastes são mais visíveis em áreas ricas, como é o caso da cidade de São Paulo. As regiões centrais, mais abastadas, representam porção minoritária do território que se alastra para uma ampla periferia, onde as condições de vida são inferiores e a tensão social se torna mais evidente. Não é à toa que nessas áreas os índices de violência são maiores.

O último relatório mundial sobre o assunto, com os números de 2004, indica melhoria. O Brasil deixou a incômoda posição de segundo país na América Lati-na com a maior concentração de renda para ocupar a décima colocação. A melhora verificada por aqui é atribuída a ações realizadas nos últimos anos, e bem sucedidas iniciativas socias, como os programas de transferência de renda, e à mobilização da sociedade civil por meio do trabalho de ONGs com seus proje-tos educacionais, profissionalizantes e culturais que contribuem para ampliar as perspectivas de vida de comunidade carentes.

No entanto, para que o Brasil chegue a um nível de distribuição de renda mais igualitário e com menos taxas de violência serão necessárias pelo menos mais duas décadas de implantação de projetos sociais se-melhantes.

37. De acordo com o texto e seus conhecimentos, assinale a alternativa INCORRETA.a) No Brasil, a renda de 1% da fatia mais rica é igual ao total de rendimento dos 50% mais pobres.b) Os contrastes são mais visíveis em áreas ricas, como é o caso da cidade de São Paulo.c) O Brasil é um país muito desigual no quesito distri-buição de renda.d) A Região Nordestina é a mais rica do Brasil e o nível de distribuição de renda é mais igualitário. e) O último relatório mundial sobre o assunto com os números de 2004, indica melhoria do Brasil sobre a distribuição de renda.

MORTE DO ESTADO IMPULSIONA VIOLÊNCIA SEM FIM NO IRAQUE

Tody Dodge

A publicação do relatório do Grupo de Estudo sobre o Ira-que, em dezembro, e o discurso do presidente George W. Bush (...) marcam um mudança decisiva na postura em relação ao Iraque. Essa aceitação, pelos círculos políticos, de um avaliação realista e necessariamente pessimista deve ser recebida com quatro anos para prevalecer. (...)

Para explicar a evolução da violenta instabilidade no Iraque depois da queda de Saddam, o colapso do Es-tado iraquiano tem importância muito maior do que a crescente antipatia entre as comunidades do país, ou mesmo do que a inépcia da nova elite dirigente. A entrada das tropas americanas em Bagdá, em 2003, resultou na morte do Estado Iraquiano (...)

Depois da destruição da infraestrutura do governo, veio o processo de remoção do partido Baath, que resultou em expurgo das camadas mais elevadas de servidores públicos, privando (...) entre 20 mil e 120 mil pessoas de seus empregos.

A capacidade administrativa do Estado já havia sido solapada por mais de uma década de sanções, três guerras em 20 anos e três semanas de saques. O pro-cesso de remoção do partido Baath eliminou a pouca capacidade que restava, apagando a memória insti-tucional e tirando de cena boa parte dos funcionários capacitados.

O Iraque vive hoje em situação de falência do Estado. Diante desse pano de fundo, a instabilidade é prope-

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Atualidades

lida por dois problemas interligados, que causaram a profunda insegurança e violência que agora dominam o país. O completo colapso da capacidade do Estado e a dissolução do Exército iraquiano pelos Estados Uni-dos geraram um agudo vácuo de segurança, que foi aproveitado por grupos dispostos a usar a violência em beneficio próprio. Grupos difusos que se envol-veram com a insurgência em nome do nacionalismo iraquiano, cada vez mais insuflado de islamismo mili-tante, causaram as maiores perdas de vidas entre os soldados da coalizão e das forças de segurança ira-quianas. (...)

Folha de S. Paulo, 8/4/2007.

38. De acordo com o texto e seus conhecimentos, assinale a alternativa CORRETA.a) A entrada das tropas americanas em Bagdá, em 2003, resultou na morte do Estado Iraquiano.b) Um conflito em qualquer país do Oriente Médio irá influenciar a queda dos preços do petróleo.c) O Oriente Médio continua sendo um foco de Tensão, apesar da morte de Arafat, que conseguiu controlar o terrorismo palestino.d) O completo colapso da capacidade do Estado e a dissolução do Exército Iraniano pelos Estados Unidos geraram um agudo vácuo de segurança.e) Quando os Estados Unidos invadiram o Iraque, os Sunitas aceitaram e aliaram-se ao invasor.

39. De acordo com os seus conhecimentos, marque a opção INCORRETA.a) O Pós-Segunda Guerra é caracterizado pela bipola-ridade, na qual competiam EUA e URSS pelo controle político-ideológico, bélico e econômico do mundo.b) O Brasil nunca teve uma política pública social efe-tiva, inclusive nos últimos anos, onde os investimen-tos em educação, saúde, habitação foram aumenta-dos por sucessivos governos.c) Os blocos econômicos foram criados com o obje-tivo de aumentar o intercâmbio e fortalecer os seus membros.d) No Brasil, na região Sudeste há muitas indústrias pesadas e de bens duráveis.e) Com a urbanização, houve uma diminuição da taxa de fecundidade no Brasil.

Administrador Hospitalar - TO - Cesgranrio - 2009

40. A questão palestina continua na ordem do dia da política internacional. Atualmente, os palestinos mostram-se cindidos, com duas facções pondo-se in-clusive em confrontos armados. Um desses grupos, fundado por Yasser Arafat, tem hoje uma postura re-lativamente conciliatória em relação a Israel. O ou-tro, porém, permanece intransigente em suas reivin-dicações. Estamos nos referindo, respectivamente:a) ao Hezbollah e à Al Qaeda.b) ao Taleban e ao Setembro Negro.c) à Organização para a Libertação da Palestina e ao Exército Mehdi de Libertação.d) à Fatah e ao Hamas.e) Al Jihad e Hezbollah.

41. Sobre o processo de consolidação e ampliação da União Europeia (UE), é CORRETO afirmar que:

a) o objetivo da UE é a constituição de bloco militar cuja atuação permita a implementação de uma polí-tica externa e de segurança comum entre os mem-bros, como já demonstrou a questão da Guerra no Iraque.b) a União Europeia é uma das zonas mais ricas do mundo. Entretanto, existem disparidades internas significativas entre as suas regiões, em termo de rendimentos e de oportunidades, que foram agrava-das com a recente ampliação de seus membros.c) na União Europeia, os Estados componentes abrem mão de sua soberania em temas militares e, por isso, passam a cumprir decisões coletivas. Foi como uma entidade única, que a UE votou, por exemplo, a favor da invasão do Iraque na ONU.d) a UE vem, recentemente, estimulando as nações da Europa do leste (Hungria, Eslováquia, República Tcheca, Albânia e Romênia, por exemplo) a ingres-sarem na entidade, por temer que elas caiam sob o controle da Federação Russa.e) a UE é um bloco instável, atualmente com econo-mia fragilizada devido à queda drástica do Euro.

42. Neoliberalismo quer dizer Novo-liberalismo. Para aumentar a eficácia das empresas capitalistas e su-perar as crises aumentando os lucros, os empresários identificaram dois grandes entraves: a forte presença do Estado sobre a economia e as leis sociais “exces-sivas”. Assim, a partir de 1980 os países desenvol-vidos começaram a adotar medidas para reduzir a presença do Estado sobre a economia. A ideia básica do neoliberalismo é a que, com a total liberdade para investir e lucrar, o capitalismo poderá desenvolver-se e beneficiar toda a sociedade.

Sobre as características do neoliberalismo assinale a alternativa CORRETA.a) Privatização da economia; liberação do mercado.b) Antinacionalismo; estatização da economia.c) Privatização da economia e nacionalismo.d) Cortes nos gastos públicos e estatização da eco-nomia.e) Controle estatal e flexibilização do mercado cam-bial.

43. O capitalismo, ao contrário do comunismo e do socialismo, não é, de forma alguma, um “ismo”. Não é um sistema sonhado por filósofos, políticos ou eco-nomistas e, depois, posto em prática por decisão de governos. Trate-se de um evento natural, uma peça orgânica no progresso humano. A História mostra que o capitalismo ocorre nas sociedades humanas quando elas atingem certo nível de progresso tec-nológico e as pessoas com dinheiro percebem que podem lucrar ao se organizarem para investir.Acontecendo naturalmente, o capitalismo não tem ne-cessidade de ajuda dos governos. Pode-se dizer que ele é inevitável, a não ser que o governo tome de-terminadas medidas para impedi-lo. Ocorreu em larga escala, pela primeira vez, na Inglaterra, na segunda metade do século XVIII, e foi possível porque a socie-dade britânica era relativamente livre, com poucas leis que impedissem as mudanças econômicas e técnicas. O governo não teve praticamente nada a ver com ele. O fenômeno foi chamado de Revolução Industrial, mas esse nome supõe mudança dramática e violência. Não

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houve nada disso. Nem houve grandes planos, regras ou decisões grandiosas.Assim, o capitalismo nasceu de decisões não coorde-nadas e meramente coincidentes de muitos milhares de pequenos fabricantes, comerciantes, artesãos, poupadores, investidores e instituições financeiras. Os grandes bancos não desempenharam papel al-gum, pois simplesmente não existiam.

Em relação ao texto e a aspectos atuais da economia mundial, marque a alternativa CORRETA.a) Infere-se do texto que o capitalismo confunde--se e identifica-se com a economia de mercado, dela sendo sinônimo, existindo em qualquer ambiente econômico de trocas, independentemente de seu es-tágio de desenvolvimento.b) Segundo o texto, o pioneirismo britânico no pro-cesso de industrialização moderna deveu-se à inexis-tência de um Estado formal naquele país, condição essencial para que o capitalismo tivesse liberdade para impor-se e expandir-se.c) As recentes transformações econômicas verifica-das na República Popular da China, estimuladas a partir do Governo de Deng Xiao Ping, contestam a tese presente no texto: foi graças à ação do Estado que a China tomou-se capitalista, realidade hoje visí-vel em todos os setores de sua economia e nas suas diversas regiões.d) Os grandes bancos, tal como se apresentam na atualidade, são frutos do processo de expansão da economia capitalista.e) O neoliberalismo atual é um retorno ao nasce-douro do capitalismo: hoje, como antes, as decisões econômicas são espontâneas e naturais, livres das amarras que tão bem caracterizam as ações gover-namentais.

44. Apesar de se considerarem defensores da de-mocracia e do direito à autodeterminação dos po-vos, os Estados Unidos da América, desde o século XIX, executam uma ação imperialista agressiva, com intervenção política e/ou militar em diversos países e regiões. Na tabela, procura-se relacionar algumas áreas e formas de intervenção imperialista estadu-nidense com possíveis ações empreendidas por esse país.

Conflito Ação

I NicaráguaApoio aos guerrilheiros antisandi-nistas para derrubar o governo de orientação socialista.

II Guerra do Golfo Defesa do Kuwait contra a invasão de tropas sauditas iranianas.

III Guerra Irã-IraqueApoio militar e político e ao gover-no iraniano contra o governo tota-litário de Saddam Hussein.

IV Afeganistão Derrubada do governo Talibã e as-censão de um governo pró-EUA.

Estão CORRETAS, apenas:a) I e II.b) I e IV.c) I, III e IV.d) II, III e IV.e) Todas estão corretas.

45. O recrudescimento da violência sectária no Ira-que entre xiitas e sunitas é acompanhado com apre-ensão nos países vizinhos. O temor é que a mesma rivalidade que agora está obrigando milhões de ira-quianos a fugir do país acabe contaminando todo o Oriente Médio. A guerra no Iraque deixou 2 milhões de refugiados e cerca de 1,9 milhões de pessoas que tiveram que abandonar suas regiões dentro do pró-prio país para que pudessem sobreviver, informou a ACNUR (…). O Iraque reflete bem a tensão sectá-ria presente em todo o mundo muçulmano, onde o balanço de poder entre xiitas e sunitas sempre foi frágil. Se antes a ditadura sunita de Saddam Hussein não permitia que a maioria xiita comemorasse suas datas religiosas, xiitas de vários países peregrinam hoje sem maiores problemas até as cidades sagradas do Iraque. Essa movimentação criou um intercâm-bio entre as comunidades xiitas de toda a região. Na prática, o conflito iraquiano acabou fortalecendo a identificação étnica, social e religiosa na região.

(O Estado de São Paulo, 18/03/2007)

Os xiitas predominam nos países:a) Afeganistão, Arábia Saudita e Iraque.b) Arábia Saudita, Turquia e Síria.c) Iraque, Jordânia e Kuwait.d) Iraque, Nigéria e Argélia.e) Irã, Indonésia e Baren.

46. “Segundo resultados parciais do Ministério do In-terior, tendo como referência 85,79% dos eleitores, o ‘Não’ ao referendo sobre a Constituição europeia obteve 55,96% de votos, contra 44,04% para o sim. A abstenção chega a um pouco mais de 30%. Rea-gindo com uma rara celeridade, o presidente Jacques Chirac assegurou que a França continuará a “manter seu peso e posto” na Europa […]”

(Le Monde. “A França rejeita livremente o tratado constitucional”. 29/05/2005)

Em vista desse resultado, pode-se dizer que:a) a França deixará a União Europeia, recuperando sua soberania nacional que ali estava diluída, obten-do novas forças nas relações com o restante da Eu-ropa.b) os franceses estão seguindo o mesmo caminho dos britânico, que não assumiram o euro como mo-eda e se retiraram da União, como meio de manter sua soberania.c) os franceses estão saindo da União Europeia por-que a nova Constituição propõe restrições importan-tes na ação dos países membros no campo militar.d) esse fato revela a delicada relação na União Eu-ropeia entre a necessária relativização da soberania nacional tradicional e os novos compromissos com a União.e) a Grécia é o país mais evoluído da União Europeia diferentemente da França.

47. Sobre as negociações para a admissão da Tur-quia na União Europeia, pode ser dito que:a) a Turquia não tem grandes interesses econômica e políticos para ingressar na União Europeia, mas está sendo pressionada pela entidade europeia em razão de uma estratégia geopolítica do Ocidente que visa, via Turquia, a ampliar sua influência no Oriente Mé-dio.b) há uma rejeição popular na Europa e de alguns países da EU à Turquia por temerem o ingresso de

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um país que sozinho representaria quase a metade da população da entidade europeia, o que daria a ele força exclusiva no Parlamento europeu.c) algumas das dificuldades para admitir a Turquia na União Europeia se relacionam ao temor de que o fato de a população turca ser 99,8% muçulmana sig-nificaria uma influência muito perigosa numa Europa que não tem a experiência de convívio com muçul-manos.d) com exceção de uma pequena parte de sua área, o restante do território turco não pertence à Europa, e, com a admissão desse país na EU, formalmente a Eu-ropa passaria a ter fronteiras com países considera-dos problemáticos (Iraque, Síria e Irã, por exemplo.)e) a Turquia já faz parte da União Europeia desde 1995.

48. “Lula abraça José de Alencar; Ciro Gomes beija a mão de ACM; José Serra... sai quase sozinho.”Como mostram as frases, o quadro das alianças político-eleitorais em 2002 apresentou cenas quase inimagináveis: enquanto “contrários” convergiam, a situação “bailava” solitária. Pode-se afirmar sobre esse horizonte:a) os candidatos instalam em uma propaganda per-sonalista, na qual a aliança programática pouco in-teressa.b) as retóricas oposicionistas buscavam diferenciar--se do modelo vigente, promovendo alianças entre históricos oponentes do projeto neoliberal.c) um discurso muito radical do Partido dos Trabalha-dores ao assumir o poder no Brasil.d) a “aliança entre os contrários” não é novidade na História da política brasileira, sendo, inclusive, incen-tivada pelo alto grau de alienação da sociedade.e) resultado de uma crise no País, as alianças pre-tendiam, ao menos no discurso, criar alternativas ao modelo FHC.

49. Sobre a estrutura dos poderes no Brasil, marque a opção ERRADA.a) O Legislativo Federal é representado pelo Con-gresso Nacional.b) O Legislativo Federal é unicameral.c) Os deputados federais são os representantes do povo no Congresso.d) Os senadores são os representantes dos Estados.e) Os vereadores são representantes do povo nas Câmaras Municipais.

50. A discussão sobre a revisão da Lei da Anistia veio à tona depois de Tarso Genro e o ministro Paulo Venucchi (Direitos Humanos) defenderam punições a torturadores sob a interpretação que estes teriam praticado crimes comuns no período da ditadura militar - como estupros, homicídios e outros tipos de violência física e psicológica, incluindo a própria tortura. A polêmica maior, contudo, surgiu quando o presidente do Clube Militar, general da reserva Gil-berto Figueiredo, classificou de “desserviço” ao país a discussão sobre a revisão da Lei. (folha de S.Paulo, 15.08.2008)

Sobre a Lei da Anistia, ainda objeto de discussão po-lítica, como se observa na notícia, é CORRETO afir-mar que:a) foi sancionada no governo do presidente João Fi-gueiredo, o último da ditadura militar, e perdoava mi-

litantes condenados pelo regime autoritário, ao mes-mo tempo em que anistiava os agentes dos órgãos de repressão.b) fez parte de um amplo acordo, do qual participa-ram vários setores da oposição ao governo militar, resultando em uma lei que garantiu indenização ime-diata aos indivíduos perseguidos pelos instrumentos autoritários do regime de exceção.c) diante de uma movimentação popular intensa, a partir da direção do Comitê Brasileiro pela Anistia, conquistou-se a chamada Anistia Ampla, Geral e Ir-restrita, aprovada pelo Congresso Nacional e sancio-nada pelo presidente Figueiredo em maio de 1969.d) foi aprovada pelo Congresso Nacional, juntamente com a extinção do Ato Institucional nº5, em janeiro de 1979, apesar da forte oposição dos militares mo-derados e da linha dura e até de alguns membros da oposição consentida, o MDB.e) foi aprovada pelo Senado Federal, com muitas res-trições aos militantes das organizações guerrilheiras, e como moeda de troca com as forças oposicionistas, pois as eleições municipais de 1980 foram cancela-das e transferidas para 1982.

51. No decorrer do século XX, várias Constituições foram elaboradas no Brasil. No período 1930 – 1990 merecem destaques as de 1934, 1937, 1946 e 1988. Ao analisá-las individualmente é CORRETO estabe-lecer que a:a) Constituição de 1934 seguia os princípios da de-mocracia totalitária impondo o voto não obrigatório, indireto e secreto; excluindo ainda as mulheres da participação política.b) Constituição de 1937 foi redigida pelo jurista Fran-cisco Campos, inspirada nas leis do regime fascista polonês, sendo apelidada de “Constituição Polaca”. Deu plenos poderes ditatoriais ao poder legislativo brasileiro.c) Constituição de 1946 possuía características tota-litárias estabelecendo entre outros: a separação dos três poderes; voto direto e aberto; certa autonomia para estados e municípios; manutenção de direitos trabalhistas.d) Constituição de 1988 é considerada a mais demo-crática da história brasileira, restabeleceu o equilíbrio entre os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário; restaurou o voto direto e secreto para presidente, governadores e prefeitos; impôs a igualdade de di-reitos entre homens e mulheres; estabeleceu o fim da censura; entre outros posicionamentos.e) Constituição de 1967 reabriu o processo democrá-tico no Brasil.

52. O Fome Zero apresenta-se como o carro-chefe do programa de governo de Luís Inácio Lula da Silva.Sobre esse programa governamental, é CORRETO afirmar:a) caracteriza-se pela tentativa de solucionar os pro-blemas urbanos em detrimento do campo.b) apresentou-se como uma solução eficaz para a erradicação da desigualdade social brasileira.c) minimizou a fome para as famílias contempladas pelo Bolsa Família, mas não apresentou uma solução definitiva.

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d) visa parceria com empresas particulares, para que sejam abertas novas frentes de trabalho, sob pena de sofrerem repressão governamental.e) foi criado pelo governo FHC.

53. Sobre o Plano Real, a afirmativa CORRETA é:a) o Plano Real lançado no governo de FHC tinha como base a paridade do real com o Euro, o que fa-cilitaria as exportações de produtos manufaturados.b) outras medidas do Plano Real foram a contenção de gastos públicos, as estatizações de empresas e diminuição dos juros para atrair investidores com a possível diminuição do valor do dólar.c) a estabilidade da economia é apontada como uma das maiores virtudes do Real, mas havia problemas, como o déficit comercial com o exterior, juros inter-nos altos, desemprego em alta e deterioração dos serviços públicos.d) os indicadores internacionais, graças ao Plano Real, colocam o Brasil entre os 40 principais países do mundo em matéria de desenvolvimento humano, sem contar que somos recordistas em ajuste social.e) o Plano Real foi lançado no Governo de Eurico Gaspar Dutra.

54. A educação vem a ser um dos eixos fundamen-tais da construção da cidadania e da afirmação posi-tiva de uma nação perante as demais. No Brasil, os padrões educacionais da população, ainda bastantes limitados, vêm sofrendo alterações positivas e ne-gativas nos últimos anos. A respeito dessa matéria, marque a opção INCORRETA.a) A herança histórica da escravidão, o crescente en-dividamento social interno e o desleixo das elites em relação à incorporação positiva daqueles posiciona-dos na base da pirâmide social geraram a perversão de se dotar o país com um sofisticado sistema de pós-graduação ao lado de uma Educação Básica ca-rente.b) A educação superior de bom nível está localizada, predominantemente, nas instituições públicas, mas a relação se inverte quando se trata da Educação Básica.c) Apesar dos esforços da sociedade e do Estado, nas últimas décadas, os índices de analfabetismo formal permaneceram estagnados.d) O sistema de avaliação implantado pelo Exame Nacional de Cursos (Provão), apesar das críticas que vêm sendo feitas à sua concepção e à sua metodo-logia, vem permitindo a construção de uma certa radiografia dos resultados dos investimentos feitos pela sociedade e pelo Estado.e) O PDE foi lançado pelo governo de Luís Inácio Lula da Silva.

55. O presidente dos Estados Unidos anunciou, re-centemente, a morte de Osama Bin Laden, um dos homens mais procurados do mundo. Analise as afirmativas abaixo a respeito do tema. I. Osama Bin Laden é considerado responsável pelo maior ataque terrorista em solo norte americano.II. Osama Bin Laden é considerado um terrorista pe-los Estados Unidos, não obstante tenha no passado impedido a invasão do território norte americano pe-los Talibãs.

III. Os Estados Unidos acusam o Paquistão e Israel de terem escondido o terrorista que havia se fixado em uma cidade próxima a Islamabad.IV. Além dos ataques de 11 de setembro de 2001, Bin Laden era acusado de comandar os atentados contra as embaixadas norte americanas na Tanzânia e no Quênia, ocorridos em 1998.

Assinale a alternativa que indica todas as afirmativas CORRETAS.a) São corretas apenas as afirmativas I e II.b) São corretas apenas as afirmativas I e IV.c) São corretas apenas as afirmativas II, III e IV.d) São corretas apenas as afirmativas I, II, III e IV.

56. Ministros das finanças e economistas do mundo inteiro debatem e buscam solução para a chamada “guerra cambial”, que causa grandes problemas para a economia dos países pobres e emergentes.

Assinale a alternativa que identifica o significado dessa expressão.a) Trata-se de um conjunto de medidas tomadas por alguns países que tem como consequência a desva-lorização de sua moeda nacional.b) Compreende uma série de medidas governamen-tais, na área cambial, permitindo a valorização das moedas nacionais com o objetivo de dificultar as ex-portações.c) Refere-se à disputa entre os Estados Unidos e a União Soviética, manifestação tardia da “Guerra Fria”, em que ambos tentam fortalecer as suas moe-das, desvalorizando a moeda europeia e as das eco-nomias emergentes.d) Corresponde ao conflito econômico entre os países do norte (pós industrializados) e os do sul (subde-senvolvidos), em que os primeiros tentam dominar a economia dos segundos por meio de uma política deliberada de desindustrialização.e) Trata-se da crescente valorização da moeda norte americana em relação às moedas dos países emer-gentes, causando a baixa dos preços das commo-dities e o crescimento das exportações dos países emergentes, principais causadores da inflação inter-na e do endividamento no Terceiro Mundo.

57. A “Revolução do Jasmin”, iniciada na Tunísia, ins-pirou uma imensa onde de protestos no Oriente Mé-dio. Naquele país, o presitende Zine Al-Abdine Ben Ali renunciou após um mês de violentos protestos contra o governo. As revoltas na Tunísia inspiraram movimentos similares em outras nações. O segundo país da região que teve o seu governante deposto em decorrência de manifestações populares foi:a) Líbia.b) Egito.c) Iraque.d) Paquistão.e) Israel.

58. O Conselho de Administração do Fundo Monetá-rio Internacional (FMI) aprovou recentemente a par-ticipação da instituição financeira no resgate interna-cional a Portugal.

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Assinale a alternativa CORRETA a respeito do tema.a) Portugal e Brasil têm em comum uma imensa dí-vida externa correspondente a cerca de 97 % do PIB do primeiro e 85% do segundo país.b) Nos últimos dois anos, o Brasil também precisou de ajuda do FMI para poder fechar as suas contas externas, abaladas pela crise econômica mundial.c) Ao contrário de Portugal, desde o Segundo Impé-rio (1840-1889), o Brasil não recorreu a banqueiros ou a fundos internacionais. As numerosas crises en-frentadas, nas últimas décadas do século passado, foram resolvidas com o aumento da dívida interna.d) O Brasil passou da condição de devedor a credor e não tem, nos últimos anos, necessitando de aportes financeiros do FMI como ocorria com certa frequên-cia no passado.e) Enquanto os países como a Irlanda e a Grécia li-vram-se das suas dívidas e experimentam uma fase de desenvolvimento, Portugal se vê forçado a recor-rer a organismos internacionais, o que torna prová-vel a sua exclusão da Zona do Euro.

59. Com bandeiras, faixas e apitos, gays, lésbi-cas e travestis participaram na tarde deste sábado [19.02.2011] da marcha na Avenida Paulista, na re-gião central de São Paulo. Para mãe de um jovem gay, manifestações como a deste sábado chamam a atenção da sociedade para a questão. “ A única forma que eles têm hoje é se juntar para conseguir diminuir o preconceito. Meu filho nunca sofreu violência, mais é vítima de preconceito desde a adolescência”.

A marcha teve como finalidade protestar contra:a) a alta do custo de vida.b) o mensalão.c) o tráfico de influências.d) a pluralidade cultural.e) a homofobia.

60. Os líderes do Grupo dos Vinte (G20) compro-meteram-se, em Seul, a trabalhar para reduzir os desequilíbrios mundiais e evitar as desvalorizações competitivas, mas adiaram a tarefa de identificar as distorções de cada país para 2011.

O G20 reúne países:a) emergentes e mais ricos do mundo.b) subdesenvolvidos e mais pobres do mundo.c) da economia socialista.d) desenvolvidos do Hemisfério Norte, apenas.e) do continente asiático, apenas.

61. A comissão Europeia - braço executivo da União Europeia - informou que vai suspender um proce-dimento contra a França sobre abusos aos direitos humanos. A decisão foi tomada depois que Paris pro-meteu alterar algumas de suas leis para se adequar às regulações europeias. As medidas do governo francês provocam polêmica e chegaram a ser clas-sificadas como xenófobas. Críticos dizem que as au-toridades francesas estão atingindo de forma deso-nesta, favorecendo uma minoria étnica e agrupando comunidades inteiras em vez de tratar as situações caso a caso.

A medida adotada pelo governo francês que provo-cou polêmica foi:a) o impedimento da saída de turistas oriundos de países do Oriente Médio.b) a prisão de estudantes estrangeiros que protesta-vam contra o aumento das mensalidades.c) o apoio oficial e militar prestado aos EUA, em ge-nocídio ocorrido no Afeganistão.d) a aprovação de leis discriminatórias contra mino-rias sexuais.e) a expulsão de milhares de ciganos búlgaros e ro-menos que viviam na França.

62. O Bullying é um velho conhecido dos pais e pro-fessores. Ultimamente, tem repercutido na mídia e se tornou alvo de inúmeros debates e ações que vi-sam da fim a essa prática.

Assinale a alternativa que define corretamente o fe-nômeno.a) É um conjunto de ações, entre as quais gozar, ameaçar, intimidar, isolar, agredir e rotular com ape-lidos determinados alunos.b) Consiste na prática de dividir as salas de aula em grupos de alunos bons e maus, concedendo aos pri-meiros uma série de privilégios em detrimento dos que são rotulados como maus.c) É uma prática pedagógica que erradamente dis-tingue aqueles alunos que conseguem desempenho escolar acima da média.d) São grupos de alunos que, atacando os mais fra-cos, depredando as instalações e agredindo os pro-fessores, pretendem denunciar as desigualdades so-ciais e a violência diária do meio em que vivem.e) A palavra Bullying é sinônima de gangue ou qua-drilha. Designa os grupos formados nas escolas que, em constante conflito, provocam pânico e a depreda-ção das instalações escolares.

63. Em 2010, foram agraciados, respectivamente, com o prêmio Nobel da paz e o de Literatura:a) o chinês Liu Xiaovo e o peruano Mario Vargas Llo-sa.b) o norte americano Jimmy Carter e o turco Orhan Pamuk.c) a queniana Wangari Maathai e o colombiano Ga-briel Garcia Marques.d) o norte-americano Al Gore e a alemã Herta Muller.e) o inglês Peter Burke e o português José Saramago.

64. O rio Xingu é um rio brasileiro que nasce no es-tado de Mato Grosso, segue pelo estado do Pará e deságua próximo à foz do rio Amazonas; e nele está sendo construída a Usina Hidrelétrica de Belo Monte. Quanto à localização, é CORRETO afirmar que a usi-na citada está sendo construída no estado:a) do Mato Grosso.b) do Pará.c) do Amazonas.d) de Roraima .e) do Ceará.

65. Neste período pós-crise financeira mundial que surge na segunda década do século XXI, o papel dos países emergentes tem se modificado. Dessa forma, é CORRETO afirmar:

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a) as nações formadoras do BRIC o modelo político e econômico a ser desenvolvido na economia global.b) os países participantes do BRIC situação social se-melhante às nações mais desenvolvidas do mundo.c) os Estados Unidos adotar parceiro comercial ex-clusivo, pois o grande mercado interno russo supre as necessidades de exportação norte americana.d) o crescimento do consumo em países emergentes como os formadores do BRIC PIB nessas nações e a econômica mundial.

66. Uma bactéria deixou doentes milhares de pes-soas na Europa e tornou-se, segundo autoridades, uma ameaça à saúde pública. As autoridades sani-tárias européias aconselharam redobrados cuidados com a higiene pessoal como forma de prevenção do seu contágio.

O texto refere-se às preocupações com o(a):a) Vírus da gripe.b) Bactéria intestinal, E.coli.c) Novo surto de AIDS (SIDA).d) Epidemia causada pela larva migrans.e) pandemia provocada pelo vírus H1N1.

67. Uma nova variante da cocaína, mais barata, mais destrutiva e mais viciante do que o crack está che-gando às grandes cidades brasileiras, devendo agra-var ainda mais os problemas de saúde pública. Trata--se do(a):

a) Kat.b) Oxi.c) Haxixe.d) Ecstasy.e) Mescalina.

68. O Japão viveu, recentemente, um dos maiores acidentes radioativos de que se tem notícia. O risco a que os japoneses foram submetidos certamente re-viveu o passado não muito distante, quando cidades nipônicas foram destruídas por explosões nucleares.

Assinales a alternativa que identifica as explosões a que se refere a informação e o contexto em que ocorreram.a) Acidente nuclear de Chernobyl.b) Bombardeio da base aeronaval de Pearl Harbour.c) Bombardeamentos de Hiroshima e Nagasaki, em 1945, durante a Segunda Guerra Mundial.d) Destruição de Hiroshima, durante a Guerra da Co-reia.e) Destruição de cidades japonesas causadas pelo teste das primeiras bombas atômicas, com as quais o Japão pretendia atacar os Estados Unidos.

69. A organização Mundial de Saúde (OMS) e a Agên-cia Internacional para Pesquisa em Câncer (IARC) afirmaram recentemente que um aparelho que utili-zamos em nosso dia a dia é potencialmente cancerí-geno. Trata-se do(a):a) máquina de lavar roupas.b) lavadora de louças.c) automóvel.d) telefone fixo.e) telefone celular.

70. Em 11 de fevereiro foi anunciada a renúncia do presidente Hosni Mubarak que estava há 30 anos no poder, após 18 dias de violentos protestos que deixa-ram centenas de mortos e milhares de feridos.

Assinale a alternativa que indica o país onde tais fa-tos ocorreram.a) Israel.b) Egito.c) Argélia. d) Arábia Saudita. e) República Islâmica do Irã.

71. A longo prazo, a Terra deve irradiar energia para o espaço, na mesma proporção em que absorve do Sol.(...) Os cientistas ressaltam que estamos alternando o “motor” energético que mantém o sistema climático.

(Fonte: “Entendendo a Mudança do Clima”. Cetesb.)

Assinale a alternativa que identifica o fenômeno e apresenta corretamente uma de suas consequên-cias.a) Chuva ácida: ocorre somente nas regiões polares, devido à concentração de gases clorofluorcarbonados que aumentam a quantidade de ácidos nos vapores de água em suspensão.b) Efeito estufa: responsável pela elevação da tem-peratura média do planeta, o que provocará mudan-ças no regime de chuvas e derretimento de geleiras, ocasionando uma elevação do nível do mar na Terra.c) Buraco da camada de ozônio: além de ocasionar ilhas de calor nos grandes centros urbanos e indus-triais, gera problemas de saúde e desequilíbrio nos ecossistemas equatoriais.d) Diminuição do nível médio dos oceanos: a longo prazo, causará o afastamento para o interior dos cen-tros industriais e econômicos localizados ao longo das linhas de costa.e) Aquecimento das águas: está causando a diminui-ção das superfícies aquosas disponíveis para o abas-tecimento e o saneamento da população mundial.

72. Os graves processos de degradação do meio am-biente observados no Brasil são fruto de um cresci-mento econômico frequentemente irracional e de-sordenado. Assinale a alternativa que NÃO descreve corretamente um desses processos.a) A contaminação dos rios em áreas onde o garimpo de ouro é feito com o uso de mercúrio.b) A erosão dos solos ligados a um modelo agrícola extensivo que pratica monoculturas em ecossistemas frágeis.c) A formação de células de calor em áreas urbanas ligadas às construções urbanas que impedem a absor-ção da irradiação solar.d) O consumo de vastas superfícies de vegetação como consequência da expansão das cidades e da in-fraestrutura de transportes.e) O comprometimento dos escoamentos hidrográ-ficos devido ao lançamento de dejetos industriais e esgotamentos sanitários.

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73. Considere a tabela para responder à questão.

EXISTÊNCIA DE PROBLEMAS AMBIENTAIS

(Pedro Jacobi. “Cidade e Meio Ambiente”. São Paulo, 1999, p. 139)

A análise da tabela permite afirmar que na capital do Estado de São Paulo:a) a natureza desigual da urbanização é reforçada pela existência de problemas ambientais específicos, para cada região da cidade, em que aqueles relacionados ao saneamento básico são mais evidentes na periferia.b) a heterogeneidade territorial dos problemas am-bientais está intrinsecamente vinculada à qualidade dos serviços públicos, que interferem indiretamente no meio ambiente.c) a preocupação com aspectos do seu cotidiano ime-diato evidencia a percepção dos moradores da região central sobre os problemas ambientais que os atin-gem, em detrimento das regiões intermediária e pe-riférica.d) a questão ambiental, configurando-se como pro-blema, aparece homogeneamente distribuída em to-das as regiões da cidade.e) os déficits estruturais no atendimento à população caracterizam-se como o grande problema ambiental que surgiu na década de 1990.

74. A paisagem artificial é a paisagem transformada pelo homem. Se no passado havia a paisagem natu-ral, hoje essa modalidade de paisagem praticamente não existe mais (...). Quanto mais complexa for a vida social, tanto mais nos afastamos de um mundo natu-ral e nos endereçamos a um mundo artificial (...), este parece ser o caminho da evolução.

(SANTOS, M. “Metamorfoses do espaço habitado”. São Paulo: HUCI-TEC,1988, p.64-65.)

Considere as afirmativas abaixo, relativas às conse-quências dessas transformações, sob o enfoque am-biental:

I - O fenômeno das “ilhas de calor” tem como causa a alta capacidade de absorção de calor de muitas su-perfícies urbanas, como paredes de cimento e ruas asfaltadas.II - Os resíduos sólidos do lixo urbano, encaminhados para lixões ou aterros, se reincorporam rapidamente à terra, porque são biodegradáveis.

III - A impermeabilização do solo aumenta o volume e a velocidade de escoamento das águas superficiais, ocasionando maior caudal dos rios por ocasião das precipitações, podendo levar a inundações.IV - Nos ambientes urbanos, a inversão térmica, que ocorre geralmente no verão, ocasiona a retenção de poluentes nas camadas mais altas da atmosfera.V - Os lixões causam problemas de contaminação das águas subterrâneas, pois liberam substâncias poluen-tes, geradas pela decomposição do lixo.

São CORRETAS as seguintes afirmativas:a) III, IV e V.b) I, III e IV.c) II, IV e VI.d) I, IV e V.e) I, III e V.

75. Refletindo sobre a dinâmica que marcou as eta-pas da industrialização brasileira, leia as afirmativas abaixo, assinalando V para verdadeiro e F para falso:( ) Ainda sob o governo de Getúlio Vargas, o estado brasileiro assumiu um importante papel na industria-lização brasileira, ao criar as companhias estatais de infra-estrutura e as indústrias pesadas necessárias ao nosso desenvolvimento.( ) Juscelino Kubistcheck redirecionou o modelo in-dustrial brasileiro durante seu governo ao abrir o país para a entrada das indústrias leves multinacionais, como por exemplo no setor automobilístico.( ) Durante o regime militar, o projeto de desen-volvimento econômico brasileiro voltou a apoiar-se majoritariamente na iniciativa privada e nacional. A prioridade dos militares era evitar o endividamento externo e direcionar investimentos à educação e à saúde.( ) A partir dos anos 90, o Brasil passou a seguir fielmente os fundamentos do neoliberalismo, e assim promoveu a diminuição da participação do Estado nas atividades econômicas e industriais brasileiras, atra-vés de um amplo programa de privatizações no setor infraestrutural e de indústrias de base.( ) Atualmente, as multinacionais controlam a maio-ria do mercado no setor das indústrias leves; já no setor dos bens de produção ainda é vetada qualquer participação da iniciativa privada.

A sequência CORRETA é:a) F - F - V - F - Vb) F - F - V - V - Vc) V - V - F - F - Vd) F - V - V - V - Fe) V - V - F - V - F

76. O desempenho atual da indústria brasileira sofre interferência negativa de fatores de ordem interna ou externa.

Considerando-se essa informação, é INCORRETO afirmar que, no Brasil, a indústria é afetada:a) internamente, pelo custo das tarifas públicas e pela carga tributária, que penalizam o setor produtivo bra-sileiro.b) externamente, pelas oscilações no valor da moeda do País, que interferem na competitividade do produto nacional.

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Atualidades

c) externamente, pelos acordos bilaterais que, assi-nados pelo País, restringem o número de parceiros e itens comercializados.d) internamente, pelo baixo poder aquisitivo de gran-de parte do mercado consumidor, consequência da má distribuição de renda no País.

77. Apesar de promissora, a aproximação do Brasil com o mercado chinês tem sido criticada por alguns analistas econômicos. Para estes, nada assegura que as características atuais das trocas comerciais do Brasil com a China irão se alterar, a saber, respectivamente:a) importação de tecnologia, nos setores de informáti-ca e eletrônica, e exportação de bens de capital, como máquinas industriais.b) exportação de bens primários, como soja e miné-rio de ferro, e importação de produtos manufaturados variados.c) exportação de royalties e remessa de lucros, como resultado dos investimentos de empresas chinesas no país e importação de trigo.d) importação de petróleo e carvão e exportação de produtos alimentícios, como carne, café e suco de la-ranja.e) exportação de produtos de alto valor unitário, como aviões, e importação de produtos baratos, como má-quinas e equipamentos.

78. A análise do gráfico da balança comercial brasilei-ra nos permite concluir que:

BALANÇA COMERCIAL

Fonte: Banco Central.

I. os déficits da balança comercial brasileira revelam um problema conjuntural e não estrutural.II. a estrutura produtiva brasileira está muito mais voltada para atender ao mercado interno do que ao externo, por isso saldos tão baixos.III. diante da Divisão Internacional do Trabalho, con-tinuamos a exportar produtos primários e manufatu-rados com alto valor agregado.IV. a nossa estruturação industrial foi organizada para substituir importações e não para gerar excedentes de produtos industriais exportáveis, que apresentam maior valor de troca.

São CORRETAS:a) apenas I e II.b) apenas II e III.

c) apenas I e III.d) apenas II e IVe) I, II, III e IV.

79. Desde as últimas décadas do século XX, o Brasil, diante das novas exigências do comércio global, vem mantendo ou criando estratégias econômicas com o objetivo de aumentar sua participação na economia mundial. Sobre o comércio exterior brasileiro, hoje, NÃO É CORRETO afirmar que:a) as exportações de produtos industrializados supe-ram, em valor, as de produtos agrícolas.b) a valorização do real frente ao dólar aumenta a competitividade das exportações brasileiras.c) os principais importadores dos produtos industriali-zados brasileiros são os Estados Unidos e a Argentina;d) os superávits crescem graças ao aumento das ex-portações de produtos industrializados e de “commo-dities”.e) as ações políticas mais agressivas aumentaram as relações comerciais com a Índia, a África do Sul, os países do Oriente Médio e a China.

80.

FONTE: MARTINELLI, M. “Atlas geográfico: natureza e espaço da so-ciedade”. São Paulo: Editora do Brasil, 2003, p.31.

O mapa apresenta o fluxo de exportação de produtos brasileiros. Baseado em seus conhecimentos sobre comércio exterior (importação/exportação) e na figu-ra apresentada, julgue as proposições a seguir:

I. O alto índice de exportação de produtos, como cas-tanha, borracha, madeira e minerais, ocorre na região Sudeste do país, devido à grande quantidade de por-tos para escoamento de mercadoria.

II. A China é tida atualmente como a maior parceira do Brasil, por investir nas indústrias nacionais e pro-mover o aumento da produção do segmento têxtil no país, além de facilitar a entrada de produtos eletrôni-cos na Ásia.

III. A região do Nordeste brasileiro tem o Estado de Pernambuco como o maior importador de açúcar e ex-portador de produtos minerais e vegetais. Já o Estado do Ceará aparece como produtor de manufaturados.

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Atualidades

IV. O Estado de São Paulo apresenta a maior quanti-dade de produtos exportados, sendo também consi-derado corredor de exportação, por concentrar vias de escoamento de produtos, como portos e aeroportos.V. No mês de maio de 2005, foi assinado, em Brasí-lia, o acordo de parceria comercial entre o Mercosul e o Conselho de Cooperação do Golfo, tendo como principal objetivo as trocas econômicas entre os dois blocos.

Marque a alternativa CORRETA:a) Apenas as proposições I, II e III são verdadeiras.b) Apenas as proposições II, III e IV são verdadeiras.c) Apenas as proposições IV e V são verdadeiras.d) Apenas as proposições I e II são verdadeiras.e) Apenas as proposições I, II e V são verdadeiras.

81. As relações comerciais exteriores constituem um dos laços econômicos mais significativos que interli-gam um país ao mercado mundial. A inserção do Bra-sil na economia mundial pode ser identificada:a) pela estratégia da diplomacia brasileira em criar uma imagem externa de estabilidade econômica do país.b) pela política de substituição de importações como alternativa aos períodos de recessão econômica.c) pelos acordos político - econômicos com o FMI, re-sultantes da geopolítica latino-americana.d) pela rede portuária e sua localização na América do Sul, o que favorece a circulação de mercadorias.e) pelos planos econômicos de contenção da inflação como solução das desigualdades sociais.

82. Observe as tabelas.

(Ministerio do Desenvolvimento, Industria e Comércio Exterior,

2005)

Analisando-se os dados, pode-se afirmar:a) mais da metade das exportações brasileiras desti-na-se à União Européia e aos Estados Unidos, enquan-to a América Latina, o Oriente Médio e a África são as regiões com piores resultados no saldo comercial.

b) quase a metade das exportações brasileiras des-tina-se à União Européia e aos Estados Unidos, en-quanto a África, a Ásia e o Oriente Médio são as áreas com piores resultados no saldo comercial.c) União Européia e Mercosul são os destinos da me-tade das exportações brasileiras, enquanto a América Latina, a Ásia e a África são as regiões com piores resultados no saldo comercial.d) mais de 80% das exportações brasileiras destinam--se a apenas três regiões do globo, enquanto os pio-res resultados do saldo comercial concentram-se em apenas duas regiões.e) União Européia e Mercosul absorvem quase a me-tade das exportações brasileiras, enquanto África e a Ásia são os continentes com piores resultados no saldo comercial.

83. Um problema ainda não resolvido da geração nu-clear de eletricidade é a destinação dos rejeitos ra-diativos, o chamado “lixo atômico”. Os rejeitos mais ativos ficam por um período em piscinas de aço ino-xidável nas próprias usinas antes de serem, como os demais rejeitos, acondicionados em tambores, que são dispostos em áreas cercadas ou encerrados em depósitos subterrâneos secos, como antigas minas de sal. A complexidade do problema do lixo atômico, comparativamente a outros lixos com substâncias tó-xicas, se deve ao fato de:a) emitir radiações nocivas, por milhares de anos, em um processo que não tem como ser interrompido ar-tificialmente.b) acumular-se em quantidades bem maiores do que o lixo industrial convencional, faltando assim locais para reunir tanto material.c) ser constituído de materiais orgânicos que podem contaminar muitas espécies vivas, incluindo os pró-prios seres humanos.d) exalar continuamente gases venenosos, que torna-riam o ar irrespirável por milhares de anos.e) emitir radiações e gases que podem destruir a ca-mada de ozônio e agravar o efeito estufa.

84. Mais de 90% do sistema elétrico brasileiro está integrado por linhas de transmissão a longa distância.Logo, tornou-se possível contornar as “secas regio-nais”, na medida em que o sistema pode ser manobra-do para diminuir a utilização das usinas do vale do rio São Francisco e compensar com as usinas das bacias dos rios Paraná e Uruguai, por exemplo.

Considerando a infra-estrutura brasileira para energia elétrica, é CORRETO afirmar que:a) o sistema elétrico brasileiro tem como geração do-minante a hidreletricidade, mas trata-se de uma for-ma que vem sofrendo concorrência dos fortes inves-timentos, principalmente em usinas térmicas de base nuclear.b) a despeito da evolução na geração e na circulação da energia elétrica, cerca da metade do território bra-sileiro não se beneficia do sistema elétrico integrado e só pode contar com a produção local de energia.c) a integração do sistema elétrico no país articula bem apenas as regiões produtoras de energia, pois a integração e distribuição para as áreas consumidoras são bem precárias, o que está na origem do recente “apagão”.

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Atualidades

d) as usinas do vale do São Francisco não bastam nem para a metade do abastecimento do Nordeste, em razão de sua baixa capacidade de geração, já que as usinas ali instaladas são usinas de médio porte.e) para que o sistema elétrico brasileiro venha a se tornar mais eficiente, a dependência em relação à hi-dreletricidade deve diminuir, visto que há apenas um reduzido potencial hidráulico a ser explorado no ter-ritório.

85. É INCORRETO afirmar que a atual política ex-terna brasileira e o papel geopolítico do País, hoje, no mundo, representam:a) uma aproximação do NAFTA, em razão da neces-sidade de se concretizarem os tratados comerciais entre esse bloco e o Mercosul, tendo-se em vista a implementação da ALCA.b) um reforço em sua posição econômica e, possivel-mente, um novo papel geopolítico no mundo, graças à qualidade de potência regional do Brasil na América do Sul.c) um repúdio à ocupação do Iraque e, por outro lado, um apoio à criação do Estado da Palestina, posições formalmente defendidas nos foros internacionais de que o Brasil participa.d) uma defesa da ideia do perdão, tanto pelo Bra-sil, quanto pelos países centrais, da dívida dos países mais pobres do mundo - especialmente os africanos.

86. Analise a figura abaixo, em que está representado um dos processos responsáveis pelo desmatamento da Amazônia:

Com base nas informações dessa figura, é INCORRE-TO afirmar que:a) o desmatamento da Amazônia vem ocorrendo em bases racionais, o que implica o corte seletivo de es-pécies de maior valor econômico.b) a introdução do cultivo de grãos constitui a etapa final do processo de desmatamento na fronteira agrí-cola sul.c) a sucessão temporal e espacial das atividades eco-nômicas integra essa região ao mercado mundial.d) as atividades econômicas que avançam sobre a flo-resta acarretam prejuízo ao patrimônio natural, em-bora atendam aos interesses do agronegócio.

87. Observe a tabela e assinale a alternativa que in-dica a relação entre PIB total e PIB per capita, no período considerado.

a) Os aumentos do PIB total e do PIB per capita não foram proporcionais, indicando acelerado crescimento econômico.b) Os aumentos do PIB total e do PIB per capita foram proporcionais, indicando elevado crescimento econô-mico.c) O PIB total não aumentou ano após ano, ao contrá-rio do PIB per capita, indicando moderado crescimen-to econômico.d) O PIB total aumentou pouco e o PIB per capita praticamente duplicou, indicando elevado crescimento econômico.e) tanto o PIB total como o PIB per capita aumenta-ram pouco, indicando lento crescimento econômico.

88. A malária é uma doença típica de regiões tropicais. De acordo com dados do Ministério da Saúde, no final do século XX, foram registrados mais de 600 mil casos de malária no Brasil, 99% dos quais na região amazô-nica. Os altos índices de malária nessa região podem ser explicados por várias razões, entre as quais:a) as características genéticas das populações locais, que facilitam a transmissão e dificultam o tratamento da doença.b) a falta de saneamento básico, que propicia o de-senvolvimento do mosquito transmissor da malária nos esgotos não tratados.c) a inexistência de predadores capazes de eliminar o causador e o transmissor em seus focos, oque impede o controle da doença.d) a temperatura elevada e os altos índices de chuva na floresta equatorial, que favorecem a proliferação do mosquito transmissor.e) o Brasil é o único país do mundo que não imple-mentou medidas concretas para interromper sua transmissão em núcleos urbanos.

89. Observe a figura.

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Atualidades

Considerando a localização das ilhas de calor na cida-de de São Paulo, indique a opção que poderia atenuar o problema cartografado.a) Canalizar rios e córregos que cruzam a capital para evitar a evaporação excessiva.b) Impedir a construção de novos edifícios nas áreas mais afetadas pelo problema.c) Estimular construções nos terrenos ainda vazios nas áreas de maior densidade emográfica.d) Expandir a mancha urbana em direção ao sul e su-deste do município.e) Replanejar o uso do solo urbano, com a implanta-ção de áreas verdes.

90. Os chamados “novos negócios ambientais” geram oportunidades ao Brasil, tais como a venda de:a) créditos de carbono à Holanda, estimulada pelo Protocolo de Kyoto.b) material reciclável aos EUA, devido à falta de inves-timento em reciclagem no Brasil.c) energia renovável à Venezuela, para ajudá-la a sair da crise econômica.d) água do aquífero Guarani ao Paraguai, seguindo diretrizes do Mercosul.e) soja transgênica ao Oriente Médio, apesar das res-trições dos EUA.

91. “Depois de cinco anos sem realizar pregões, a Bolsa de Valores do Rio de Janeiro [...] vai voltar a respirar o ar dos negócios. No próximo dia 15, a ins-tituição dará início ao seu mercado de créditos de carbono, tornando-se a primeira do planeta a comer-cializar este tipo de título [...] A instituição vai listar projetos que já foram validados por órgãos de certifi-cação [...] que são uma promessa de boa geração de créditos por meio de Mecanismos de Desenvolvimento Limpo (MDLs) [...]”

(Daniele Carvalho. “Rio inicia pregão de carbono”. In: Jornal do Brasil. 24 ago. 2005, p. A20)

Esses créditos vão contribuir para o “resgate de car-bono” da atmosfera. Assinale a alternativa que se refere ao tratado internacional que deu origem aos MDLs e aponta os fundamentos que os justificam.a) Protocolo de Montreal, no qual os países membros se comprometeram com a redução gradual do uso do gás clorofluorcarbono.b) Painel Intergovernamental sobre Mudança Climáti-ca, em que foi emitido relatório afirmando que a ação do homem poderia estar causando o efeito estufa.c) ECO 92, no Rio de Janeiro, na qual os países se comprometeram a reduzir voluntariamente a emissão de gases causadores do efeito estufa.d) Protocolo de Kyoto, no qual foram criadas alterna-tivas e estabelecidas metas globais para que os países pudessem alcançar as metas de redução da emissão de gases causadores do efeito estufa.e) Convenção da Basiléia, na qual foram discutidos a comercialização e o depósito de substâncias tóxicas que podem poluir a atmosfera.

92. Atualmente, as chuvas ácidas estão entre os gra-ves problemas ambientais decorrentes dos processos de industrialização e urbanização, que são próprios da

modernização das sociedades contemporâneas. Sobre as chuvas ácidas, considere as afirmativas a seguir.I. A partir da ECO 92, os EUA, ao ratificar o protocolo de Kyoto, reduziram, em prol da qualidade ambiental mundial, a emissão de gases poluentes na atmosfera, diminuindo a incidência das chuvas ácidas na região da megalópole Boston-Washington.II. O dióxido de enxofre, gás invisível e incolor, está concentrado na atmosfera, em áreas altamente indus-trializadas e urbanizadas, constituindo-se em um dos principais componentes da chuva ácida.III. Apesar de sua origem essencialmente urbana, a chuva ácida atinge também as águas, os solos e as áreas agrícolas e de proteção ambiental, pois as nu-vens poluídas são transportadas pela circulação at-mosférica por muitos quilômetros de distância.IV. O Brasil está isento da ocorrência de chuvas áci-das, em razão da regularidade de suas precipitações, que propiciam a limpeza da atmosfera. Além disso, as constantes inversões térmicas evitam a concentração dos gases causadores deste problema.

Estão CORRETAS apenas as afirmativas:a) I e II.b) II e III.c) III e IV.d) I, II e IV.e) I, III e IV.

93. Analise a figura a seguir.

Com base na tira e nos conhecimentos sobre poluição nas grandes cidades, é CORRETO afirmar:a) Nas grandes cidades, a poluição circunscreve-se às vias de trânsito rápido, daí a existência de placas, como a apresentada na tira, advertindo sobre o perigo de doenças respiratórias.b) O foco central da tira é o descumprimento da proi-bição do Ministério da Saúde relativa à diminuição do tráfego urbano individual nas grandes cidades.c) O tema central da tira é o estresse provocado pelo trânsito das grandes cidades, principalmente nas pes-soas que utilizam transporte particular individual.d) A tira critica a ineficácia da campanha publicitária do Ministério da Saúde sobre a relação entre a vida nas grandes cidades e o aumento de doenças respi-ratórias.e) A tira adverte que a poluição atmosférica prove-niente da emissão de monóxido de carbono é um problema de saúde pública característico das grandes cidades.

94. O processo de urbanização no Brasil, extrema-mente rápido e desigual, trouxe grandes comprome-

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timentos, por vezes até calamitosos, à qualidade am-biental das cidades brasileiras. Sobre a problemática ambiental urbana, é CORRETO afirmar que:a) a escassez qualitativa da água, decorrente do au-mento da população de baixa renda, é o principal pro-blema relacionado ao processo de abastecimento das cidades.b) a precária gestão dos resíduos sólidos implica na acumulação de lixo nas ruas, praças e jardins dos bairros habitados pelas populações de alta renda das grandes cidades.c) a construção de obras de infraestrutura, que vem sendo implantadas nas cidades brasileiras, como o aterro da Praia de Iracema, em Fortaleza, objetiva a melhoria da qualidade ambiental.d) a falta de tratamento dos esgotos sanitários, nas cidades, em parte lançados “in natura” no solo, vem causando danos irreparáveis às reservas de água po-tável, comprometendo usos múltiplos da água.e) as emissões provenientes dos meios de transportes são as principais causadoras da poluição do ar, por-tanto é nas cidades médias brasileiras que este tipo de poluição é mais acentuado.

95. Observe a figura.

Fonte: BRAGA, Benedito et al. “Introdução à Engenharia Ambiental”. São Paulo: Prentice Hall, 2002.

Qual a importância da preservação da floresta amazô-nica com relação ao carbono?a) Ao absorver carbono, a floresta amazônica retira CO da atmosfera.b) Ao transformar o carbono em amido a floresta amazônica preserva a biodiversidade.c) A floresta amazônica processa o carbono transfor-mando-o em petróleo.d) O carbono, capturado durante o dia, auxilia no pro-cesso de fotossíntese à noite.e) A floresta amazônica é importante porque o CO só é absorvido por vegetais.

96. Devido à localização geográfica tropical do Bra-sil, a grande incidência de raios ultravioleta (também chamados UVA e UVB) representa de alto a extremo risco à saúde humana (dados da Organização Mundial da Saúde - OMS ). Os raios UVB representam apenas 7% da radiação emitida pelo Sol sobre a Terra, porém

são os mais agressivos. Assinale a alternativa COR-RETA sobre os raios ultravioleta.a) Com o passar dos anos, a autorrecomposição da camada de Ozônio ameniza a excessiva exposição aos raios UVA, que podem causar catarata.b) Os raios UVB, mais agressivos, podem causar cân-cer de pele, inclusive o melanoma.c) Quanto mais branca a pele, devido ao seu maior albedo, mais os raios ultravioletas são refletidos, po-dendo esses indivíduos ficar mais tempo expostos ao sol, sem risco para a sua saúde.d) Devido ao grande poder de refletância dos raios solares pela areia branca da praia, essa é a área onde menos se queima, em comparação com a piscina, a montanha e o campo.e) Constata-se a diminuição da intensidade dos raios ultravioletas com a diminuição da latitude.

97. O lixo resultante de serviços de saúde deve ter como destino:a) os postos de entrega voluntária, onde recebe trata-mento químico para posterior reciclagem.b) a reciclagem, para economizar material e diminuir o consumo energético.c) os postos de coleta especial, para depois serem depositados em lixões.d) o aterro sanitário, onde ele é tratado antes de ser enterrado.e) a incineração, para eliminar vetores de doenças.

98. A respeito da bacia do rio São Francisco, cujo ob-jeto de estudo tem sido motivo de amplos debates no cenário político e econômico nacional, é correto afirmar que:I. Sua área está inteiramente compreendida na região Nordeste do país.II. O rio São Francisco, cujas nascentes se situam no interior do Parque Nacional da Serra da Canastra, em Minas Gerais, e cuja foz está localizada no litoral nor-destino, entre os estados de Sergipe e Alagoas, é o mais extenso rio totalmente brasileiro.III. O projeto de transposição das águas do rio São Francisco, no intuito de diminuir o problema da seca na região da Caatinga, não é a única forma de apro-veitamento desse rio para o desenvolvimento da re-gião, uma vez que tanto a navegação como a hidrele-tricidade também tem dado a sua contribuição.IV. Nos tempos coloniais, o curso do rio São Francisco significou o eixo de ligação entre as principais áreas produtoras de açúcar, no nordeste, e a região aurífera de Minas Gerais, além de permitir que em suas mar-gens se estabelecesse uma importante área criatória de gado.V. A afirmativa “descer o rio São Francisco, seguindo de sua nascente à sua foz, é subir o mapa do Brasil” se refere à direção seguida pelo rio, na maior parte de seu percurso: de sul para norte.

As afirmativas CORRETAS são:a) I, II, III e V.b) apenas I e IV.c) apenas II, III e V.d) apenas I, II e IV.e) II, III, IV e V.

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Atualidades

99. Observe:

Podem-se esperar as seguintes consequências do des-matamento nas nascentes dos rios que compõem a bacia do Xingu:I - Os rios, inclusive o Xingu, serão assoreados devido ao aumento dos sedimentos que serão carreados para seus leitos.II - Na área do entorno do Parque Indígena, os rios sofrerão redução no nível d’agua e na área interna do Parque a água será recuperada.III - Várias das nascentes dos rios situadas fora do Parque poderão secar, inviabilizando as novas ativi-dades agropecuárias que estão sendo ali praticadas.IV - As atividades desenvolvidas pelos indígenas, como a pesca, não serão prejudicadas, pois ocorrem no interior do Parque, que é área protegida.

Assinale a alternativa que contém as afirmações COR-RETAS:a) I, III e IVb) II, III e IVc) II e IVd) I, II e IIIe) I e III

100. Observe a imagem e o texto a seguir:

“É inacreditável o que a cidade do Rio de Janeiro faz com a Baía da Guanabara. Poucas cidades no mundo tem uma lâmina d’água tão deslumbrante quanto o Rio e nós não tiramos partido nenhum disso.

Fonte: “Revista de Economia Fluminense”, Ano I, nŽ 2 - outubro de 2004. p.7.

A partir da imagem e do texto assinale a afirmativa FALSA:a) A Baía da Guanabara é bastante valorizada como cartão postal do país, tanto interna quanto externa-mente.b) O potencial turístico da Baía da Guanabara não é aproveitado para ampliar o turismo na cidade.c) A poluição ambiental e visual gerada pela metropo-lização inibe os fluxos turísticos para a cidade.d) O turismo carioca pode ser ampliado a partir da Baía da Guanabara graças ao potencial turístico do seu espelho d’água.e) A paisagem associando a mata atlântica com as águas da Baía criou um sítio urbano de grande poten-cial turístico.

101. Uma análise recente do comportamento da po-pulação mundial tem demonstrado duas evidências: a primeira é a diminuição da taxa de fecundidade global (o número de filhos que uma mulher tem ao longo de sua vida); a segunda evidência é a elevação da expec-tativa de vida da população, o que significa na prática que as pessoas estão efetivamente vivendo mais no planeta, e isso vale para as pessoas dos países mais pobres (50 para 67 anos), dos países mais ricos (76 para 86 anos) e dos países menos desenvolvidos (63 para 73 anos).

Em termos populacionais, a relação entre as evidên-cias “elevação da expectativa de vida” e “redução dos níveis de fertilidade” gera:a) o aumento do número de idosos.b) a diminuição das taxas de natalidade.c) o aumento das taxas de mortalidade infantil.d) o aumento das médias de densidade demográfica.e) o aumento da base da pirâmide etária.

102. Não existe um acordo para denominar os países em que elevado percentual da população vive abaixo da linha de pobreza internacional, situação vivenciada por cerca de 4/5 da população do planeta.

Observe os dados da tabela a seguir.

Com base nos textos anteriores e em seus conheci-mentos, é INCORRETO afirmar que:a) uma classificação que tome como base o IDH (Índi-ce de Desenvolvimento Humano), que é um indicador complexo, envolvendo esperança de vida, alfabetiza-

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Atualidades

ção e PIB, retrata melhor a desigualdade entre os pa-íses do que a classificação macroeconômica.b) países da África ocidental, como Namíbia, Serra Leoa, Moçambique e Nigéria, são adequadamente chamados de países de Terceiro Mundo, pois não são desenvolvidos, nem estão em desenvolvimento.c) a classificação de países subdesenvolvidos em opo-sição a países desenvolvidos não considera as pecu-liaridades socioeconômicas e culturais de cada país, transmitindo a ideia de que o subdesenvolvimento é um estágio para o desenvolvimento.d) o capitalismo, além de gerar desigualdades em cada país, definindo classes sociais, provoca desigual-dades entre nações, definindo, em escala mundial, uma divisão do trabalho.e) países como Brasil, China e México, em muitos as-pectos como produto nacional bruto e produção in-dustrial, ocupam uma posição intermediária entre os mais ricos e os mais pobres.

103. Este conceito foi criado na década de 1960 para explicar a formação de uma grande área urbanizada, que se estende por mais de uma metrópole. Trata-se da:a) urbanização acelerada, verificada em países de passado colonial e agrícola.b) favelização, que afetou países com elevada concen-tração de renda, como a Índia.c) periferização, na qual as classes abastadas moram em condomínios fechados.d) megalopolização, como ocorreu em países como Estados Unidos e Japão.e) desindustrialização, situação encontrada no nor-deste da França.

104. A OMC (Organização Mundial do Comércio) foi criada em 1994, em substituição ao antigo GATT (Acordo Geral de Tarifas e Comércio), com o propósito de universalizar as normas reguladoras do comércio, a partir das novas condições geradas pelo processo de globalização da economia mundial. Segundo declara-ções de representantes do governo brasileiro, a OMC tem se desviado de seus objetivos, porque, na maior parte dos casos:a) as corporações dos países desenvolvidos reclamam que os novos acordos favorecem a comercialização de bens e produtos apenas dos países em desenvolvi-mento.b) os produtos agrícolas tem sido os mais favoreci-dos, recebendo tratamento diferenciado em relação aos bens industriais e aos serviços.c) as regras tem favorecido principalmente os países menos desenvolvidos, sob a alegação de que preci-sam aproveitar os benefícios da expansão do comér-cio internacional.d) as medidas protecionistas existentes, praticadas pelos Estados Unidos e pela União Européia, pratica-mente não foram alteradas em relação à agricultura.e) o Acordo sobre Subsídios e Medidas Compensa-tórias revelou-se prejudicial tanto aos interesses do NAFTA como da União Européia.

105. Podemos afirmar que os fluxos financeiros glo-bais:a) dinamizam atividades de serviço em Nova Iorque, Paris e Roma, onde se localizam as principais bolsas

mundiais, o mesmo não ocorrendo nas principais bol-sas do hemisfério sul: São Paulo e Joanesburgo.b) necessitam que as principais bolsas do mercado internacional abram e fechem, ao mesmo tempo, evi-tando que haja interrupção nos fluxos e nas informa-ções financeiras.c) são hoje tão significativos, na escala mundial, como nunca foram antes, tendo originado desigualdade so-cial, por serem mais intensos nas bolsas do hemisfério norte do que nas bolsas do hemisfério sul.d) necessitam fluir continuamente, fazendo com que cada uma das principais bolsas operem 24 horas, sem interrupção, garantindo, assim, possibilidades de ne-gócios aos investidores.e) fazem das bolsas de valores, operando sempre em sintonia para assegurar a continuidade dos negócios, locais onde são realizadas compras e vendas de ações pelos investidores.

106. Em lugar de ser um obstáculo à globalização, a regionalização pode ser vista como um processo por meio do qual a globalização recria a nação, de modo a conformá-la à dinâmica da economia transnacional.

(Octavio Ianni, “A era do globalismo”, 1999)

Da leitura do texto, pode-se afirmar que a regionali-zação:a) mesmo priorizada, é encarada com restrições quando se trata dos Estados pouco desenvolvidos, pois, também, acirra os nacionalismos e os conflitos entre nações.b) impulsiona os processos de transição de economias subdesenvolvidas para economias em desenvolvimen-to, por meio da competitividade que se desenvolve entre os Estados integrados.c) é estimulada porque, ao se integrarem as econo-mias nacionais, redefine fronteiras e políticas econô-micas, além de rearticular as forças produtivas.d) representa, sob certos aspectos, a possibilidade de as economias mais frágeis tornarem-se autossusten-tadas e, portanto, soberanas e independentes.e) é o novo parâmetro para a articulação e o desen-volvimento do capitalismo e extingue tradicionais questões geopolíticas que ocorriam no século XX.

107. I - A maior parte dos países africanos, latino--americanos e do Oriente Médio tem mais da metade de suas exportações restrita a um pequeno grupo de produtos agrícolas, minerais ou energéticos e, portan-to, enfrentam variações bruscas e incontroláveis dos preços destas mercadorias no mercado mundial, que resultam em grandes e inesperados saldos negativos na balança comercial, gerando endividamento externo e ampliação da pobreza.II - Nas últimas duas décadas esses países têm en-frentado também uma dramática deterioração dos termos de troca, ou seja, comparados aos preços dos manufaturados que são importados, os preços de suas matérias primas sofreram drástica redução. Isto aconteceu até mesmo com o petróleo.

Assinale:a) se ambas forem corretas e relacionarem-se.b) se ambas forem corretas, mas tratarem de aspec-tos diferentes da economia desses países.

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c) se apenas I for correta.d) se apenas II for correta.e) se ambas estiverem incorretas.

108. Em relação às negociações de implementação da Área de Livre Comércio das Américas (ALCA), são feitas as seguintes afirmações:I - O Brasil é contrário à criação da ALCA, entre outras razões, porque ela prevê a proibição do estabeleci-mento de acordos bilaterais e sub-regionais entre as nações signatárias, o que acarretaria a abolição e a revogação do MERCOSUL e de outros acordos.II - O Chile é o país sulamericano mais reticente em relação aos possíveis benefícios da ALCA, já que en-frentaria sérias dificuldades em competir com os pro-dutos agrícolas norte-americanos, altamente subsi-diados.III - O governo brasileiro alega que a entrada de seus produtos no mercado norte-americano é prejudicada pelas barreiras não-tarifárias, como o ‘antidumping’ e os direitos compensatórios, que favorecem os interes-ses comerciais dos Estados Unidos.

Quais estão CORRETAS?a) Apenas I.b) Apenas II.c) Apenas III.d) Apenas I e II.e) Apenas II e III.

109. “Em quase vinte anos, o império gigantesco multiplicou em quatro vezes seu desempenho econô-mico, com uma mistura de liberalização interna e con-trole estatal de investimentos. Tudo isso aconteceu sob um estrito isolamento em relação aos mercados financeiros globais e com pesados impostos para in-vestidores estrangeiros. Apesar disso, os chineses do exterior e as empresas dos Estados Unidos, do Japão e da Europa investiram mais de 360 bilhões de dólares em centros produtivos da China”.

GREFE, G. GREFFRATH, M. SCHUMANN, H. “In Attac: o que querem os críticos da globalização”.

Há hoje um enorme receio com relação ao papel da China no mercado internacional de produção e traba-lho. Países e regiões inteiras se sentem ameaçados. Sobre os receios existentes em relação à China, ana-lise as afirmativas a seguir:I - O desenvolvimento e o design dos produtos se re-alizam na Europa, mas a produção e os empregos mi-gram para a China.II - As nações industrializadas perderão mais vagas de trabalho na produção do que ganharão com os pe-didos da China.III - Os países em desenvolvimento, que constroem seu futuro com base em força de trabalho barata, não

tem mercado e infraestrutura para competir com a China.

Assinale a alternativa CORRETA.a) Somente a afirmativa II está correta.b) Somente as afirmativas I e II estão corretas.c) Somente as afirmativas II e III estão corretas.d) Somente as afirmativas I e III estão corretas.e) As afirmativas I, II e III estão corretas.

110. Leia o texto a seguir:

[...] Vistos durante a Revolução Cultural (1966-76) como o símbolo do colonialismo britânico e desperdí-cio da escassa terra agricultável da China, os campos de golfe se espalharam rapidamente após 1984, data da abertura do primeiro clube depois da revolução de 1949.A China tem hoje 176 campos de golfe [...]. A rápida proliferação dos campos levou o governo a suspen-der a construção de novos clubes, com o objetivo de preservar terra para a agricultura e poupar água. Os clubes atuais ocupam 37.000 hectares e há dezenas de outros em construção. [...]Até pouco tempo, os chineses eram minoria nos cam-pos locais, mas a relação hoje se inverteu. A Associa-ção de Jogadores de Golf da China estima em 24 mil o número de chineses entre os praticantes, 58% do total de jogadores no país.

(TREVISAN, Cláudia. China teme “latinização” da sociedade. “Folha de S. Paulo”, 9 maio 2004. Mundo, p. 21.)

O texto acima se refere às contradições do proces-so de modernização em curso na China. Entretanto, esse processo vem sendo elogiado por especialistas em mercado como exemplo de modernização bem su-cedida, devido às elevadas taxas de crescimento eco-nômico sustentado por um longo período.

Das alternativas abaixo, assinale aquela que NÃO apresenta contradições sociais, resultantes do proces-so de modernização acelerada da China:a) Apresenta um crescimento econômico de cerca de 7% ao ano, porém 800 milhões de chineses vivem com menos de dois dólares por dia.b) O crescimento dos últimos anos está relacionado à abertura econômica e sua posterior aceitação na Or-ganização Mundial de Comércio.c) É hoje um dos principais mercados de produtos de luxo do mundo, embora grande parte de sua popula-ção resida no campo.d) O PIB per capita ultrapassou os 1.000 dólares, em-bora o salário médio seja de 134 dólares.e) A sua economia atingiu 1,41 trilhão de dólares, no entanto ocupa o 104º lugar na classificação do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) da ONU.

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GABARITO

01. a 02. a 03. d 04. b 05. a 06. a 07. d 08. d 09. a 10. e

11. d 12. b 13. d 14. d 15. e 16. d 17. d 18. b 19. b 20. a

21. d 22. b 23. b 24. b 25. a 26. e 27. b 28. c 29. e 30. b

31. a 32. b 33. e 34. d 35. b 36. c 37. d 38. a 39. b 40. d

41. b 42. a 43. d 44. b 45. e 46. d 47. c 48. e 49. b 50. a

51. d 52. c 53. c 54. c 55. b 56. a 57. b 58. d 59. e 60. a

61. e 62. a 63. a 64. b 65. d 66. b 67. b 68. c 69. e 70. b

71. b 72. c 73. a 74. e 75. e 76. c 77. b 78. d 79. b 80. c

81. d 82. b 83. a 84. b 85. a 86. a 87. e 88. d 89. e 90. a

91. d 92. b 93. e 94. d 95. a 96. b 97. e 98. e 99. e 100. c

101. a 102. b 103. d 104. d 105. e 106. c 107. a 108. c 109. e 110. b

ANOTAÇÕES

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