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6º CONAHPA – João Pessoa – PB – 04 a 06 de setembro de 2013 Revisão Sistemática Qualitativa: Representação bidimensional de formas espaciais dos cegos Qualitative Systematic Review: Two-dimensional representation of spatial forms of the blind Fernanda Cristine Poletto da SILVA 1 Vânia Ribas ULBRICHT 2 Universidade Federal De Santa Catarina/UFSC Resumo O referente artigo é uma pesquisa teórica discursiva, cujo objetivo é identificar as ferramentas do design que influenciam no processo de representação e cognição das pessoas cegas em relação ao plano bidimensional. Os objetivos dessa pesquisa foram o estudo de objetos de aprendizagem que possibilitam a apreensão de conceito forma, textura e espaço. O método adotado foi à revisão sistemática da literatura, a fim de delimitar a pesquisa e identificar referências atuais sobre o assunto. Dentre as formas de procura, foram identificadas 13 publicações que atenderam aos requisitos e estratégias estipulados na revisão sistemática. Raros, são os estudos na área do Design Inclusivo e Instrucional, os quais recebem apoio de teorias cognitivas da psicologia e no campo da educação. Ao final da análise percebeu-se que a aplicação interativa de percepções sensoriais nos objetos da geometria, permite que o design atue no uso de mecanismos de imagem, na áudio-descrição, e na exploração sensitiva (superfície) de outros suportes que possam influenciam na representação espacial dos cegos através da elaboração de manuais didáticos do design que facilitem a representação espacial das pessoas cegas em um plano bidimensional. Palavras-chave: Cegos. Representação espacial. Acessibilidade. Abstract The related article is a discursive theoretical research, whose goal is to identify the tools that influence the design process of representation and cognition of blind people in relation to the two-dimensional plane. The objectives of this research were to study learning objects that allow the seizure of concept form, texture and space. The method used was the systematic 1 [email protected] 2 [email protected]

Revisão Sistemática Qualitativa: Representação ...wright.ava.ufsc.br/~alice/conahpa/anais/2013/assets/revisao... · Raros, são os estudos na área do Design Inclusivo e Instrucional,

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6º CONAHPA – João Pessoa – PB – 04 a 06 de setembro de 2013

Revisão Sistemática Qualitativa: Representação bidimensional de formas espaciais dos cegos

Qualitative Systematic Review: Two-dimensional representation of spatial forms of the blind

Fernanda Cristine Poletto da SILVA 1 Vânia Ribas ULBRICHT 2

Universidade Federal De Santa Catarina/UFSC Resumo O referente artigo é uma pesquisa teórica discursiva, cujo objetivo é identificar as ferramentas do design que influenciam no processo de representação e cognição das pessoas cegas em relação ao plano bidimensional. Os objetivos dessa pesquisa foram o estudo de objetos de aprendizagem que possibilitam a apreensão de conceito forma, textura e espaço. O método adotado foi à revisão sistemática da literatura, a fim de delimitar a pesquisa e identificar referências atuais sobre o assunto. Dentre as formas de procura, foram identificadas 13 publicações que atenderam aos requisitos e estratégias estipulados na revisão sistemática. Raros, são os estudos na área do Design Inclusivo e Instrucional, os quais recebem apoio de teorias cognitivas da psicologia e no campo da educação. Ao final da análise percebeu-se que a aplicação interativa de percepções sensoriais nos objetos da geometria, permite que o design atue no uso de mecanismos de imagem, na áudio-descrição, e na exploração sensitiva (superfície) de outros suportes que possam influenciam na representação espacial dos cegos através da elaboração de manuais didáticos do design que facilitem a representação espacial das pessoas cegas em um plano bidimensional.

Palavras-chave: Cegos. Representação espacial. Acessibilidade. Abstract The related article is a discursive theoretical research, whose goal is to identify the tools that influence the design process of representation and cognition of blind people in relation to the two-dimensional plane. The objectives of this research were to study learning objects that allow the seizure of concept form, texture and space. The method used was the systematic

1 [email protected] 2 [email protected]

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literature review, in order to delimit the research and identify current references on the subject. Among the forms of demand, were identified 13 publications that met the requirements and strategies stipulated in the systematic review. Rare are the studies in the area of Inclusive Design and Instructional, which receive support from cognitive psychology and theories in the field of education. After the analysis it was found that the application of interactive sensory perception in the objects of geometry, allows the design of mechanisms act in the use of image to the audio description, and sensory exploration (surface) of other media that may influence the spatial representation of the blind through the preparation of textbooks that facilitate the design of spatial representation of blind people in a two-dimensional plane. Keywords: Blind. Spatial representation. Accessibility.

1.Introdução

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) a deficiência

visual é a mais predominante no Brasil. Entre as pessoas que declararam ter deficiência

visual, mais de 506 mil são pessoas totalmente cegas, que já nasceram deficientes ou que ao

longo da vida a obtiveram.

Conforme os dados do Ministério da Educação - MEC, a cegueira é uma alteração

grave ou total de uma ou mais funções elementares da visão que afeta de modo irremediável a

capacidade de perceber cor, tamanho, distância, forma, posição ou movimento em um campo

mais ou menos abrangente. Pode ocorrer desde o nascimento (cegueira congênita), ou

posteriormente (cegueira adventícia).

A Norma BR 9050 da Legislação estabelece que é necessário implicar mudanças

estruturais e culturais em Instituições e Associações, estas têm o compromisso de fornecer

ambientes e recursos didáticos que atendam as pessoas cegas.

Contudo, mesmo com diferentes mecanismos de acessibilidade, as diretrizes do MEC

apontam a carência de objetos de aprendizagem e materiais didáticos adaptados que facilitem

o processo de alfabetização dos cegos. Os usuários cegos na fase adulta são capazes de criar

pequenas estratégias para a resolução de uma determinada tarefa, contudo, eles só precisam

de recursos que facilitem a execução da mesma.Este artigo identifica, quais ferramentas do

design e materiais didáticos são mais adequados para auxiliar os usuários cegos no processo

de aprendizagem.

Desse modo, o método utilizado foi o da Revisão Sistemática, uma pesquisa qualitativa

com referências pontuais do que é procurado. É um método científico que busca e analisa

informações já existentes como artigos, teses, atas e publicações de revistas, ao qual a maioria

desses conteúdos são de base eletrônica e não impressa. Além disso, são utilizadas no

referente estudo, através do banco de dados nas áreas de psicologia, engenharia, ciências

sociais aplicadas e humanas.

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Em seguida, é feita uma seleção e exclusão das 13 amostras coletadas, a fim de

verificar quais estudos estão correlacionados com a pesquisa do artigo e respondem a seguinte

questão: quais ferramentas do design e objetos didáticos são mais adequados para auxiliar os

usuários cegos no processo de representação espacial no plano bidimensional (2D)? Por fim, a

discussão e o desempenho dos resultados encontrados indicam recomendações para novos

suportes do design que influenciam no processo de cognição e educação inclusiva.

2. Método de Pesquisa - Revisão Sistemática Qualitativa

Para realizar a coleta de dados é necessário criar uma base de informações para

determinada pesquisa, necessitando estabelecer uma visão geral de todo o processo.Yin

(2010) determina que a busca de dados, delimitam o escopo do artigo, e distingue os dados

sobre o método utilizado, de acordo com o fenômeno proposto e os meios utilizados em um

contexto da literatura e acessibilidade. Inicialmente foi realizada uma revisão sistemática da

literatura, a fim de comparar dados e identificar as distintas abordagens na elaboração de

ferramentas inclusivas para cegos.

A busca foi realizada com a inserção e combinação de palavras-chaves em português e

em inglês, no campo “assunto” e com a associação de palavras secundárias. Desse modo,

pode-se verificar quais combinações são mais eficazes de acordo com a problemática do

artigo. Além disso, os itens foram refinados de acordo com periódicos e artigos. De forma

geral, todo processo de Revisão Sistemática da Literatura ocorre conforme mostra a figura 1,

segundo o embasamento teórico de Silva (2009):

Figura 1: Representação da Revisão Sistemática

Fonte:Autor(2013)

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A pesquisa ocorreu durante dois meses, entre março e abril de 2013.

Primeiramente, a busca foi limitada à bases eletrônica, através do meio digital

(internet) e não conteve materiais físicos de bibliotecas. Em seguida, foram

selecionadas plataformas eletrônicas que apresentam informações já existentes como

artigos, teses, atas e publicações de revistas. Esses bancos de dados, estão sujeitos

tanto a área do design como nas áreas de psicologia, engenharia, ciências sociais

aplicadas e humanas. Consequentemente, os mecanismos de busca foram:

• Periódicos CAPES < http://www.periodicos.capes.gov.br • Mecanismo GOOGLE SCHOLAR <http://scholar.google.com.br/ • Sistema de busca IEEE > www.ieee.org

2.1 Periodico CAPES

Primeiramente, iniciou-se uma busca no banco de dados do mecanismo Capes

www.periodicos.capes.gov.br. Consequentemente, ao efetuar uma estratégia de coleta de

dados, realizando uma inserção e combinação de palavras-chaves em português, no campo

“assunto” com a associação de palavras secundárias para verificar quais combinações são

mais eficazes de acordo com a pergunta elaborada.

Desse modo, com as informações gerais dos artigos pesquisados, a composição da

amostra variou de acordo com o tipo de periódico e artigos de congresso encontrados,

conforme mostra o banco de dados da CAPES (figura 2):

Figura 2: Banco de dados CAPES

Fonte: www.periodicos.capes.gov.br Acesso 30 de Março de 2013

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Dessa forma, foi realizada uma busca com duas e três combinações de palavras-chave,

combinados com a palavra cego nos campos referentes ao título e assunto, com a associação

de palavras secundárias e identificar quais palavras são mais eficazes de acordo com a

pergunta elaborada. A tabela, apresenta a revisão sistemática do periódico da CAPES.

Refinamento: Palavras secundárias + cegos

Idioma: Português

Data: últimos 5 anos (2008 a 2013)

Filtro secundário: artigo, livros e atas de congressos (foram excluídos resenhas, recursos

textuais, jornais e revistas)

Filtro terciário: idioma português (palavras relacionadas: deficiente visual, cegueira,

acuidade visual e invisual).

Palavras selecionadas:

Cego + Deficiente visual + Representação ou percepção espacial

Tabela 1 – Primeira busca de base de dados da CAPES. Realizada em 19 de março até 04 de maio de 2013 em Português.

CAPES PALAVRAS-CHAVE/PT PERIÓDICOS

E ARTIGOS CONGRESSOS LIVROS TOTAL

1. Cegos + Desenho 14 0 07 21

2. Aprendizagem + espaço +

Cego

13 0 02 15

3. Percepção especial do Cego 06 03 20 33

4. Representação especial +

Cego

08 02 03 13

5. Aprendizagem+especial +

Cego

01 01 01 03

6. Cego + representação +

tridimensional

03 02 0 05

*Artigos, periódicos, livros e atas de congressos. TOTAL: 87

2.2 Mecanismo Google Scholar

Também se iniciou, uma busca no banco de dados do mecanismo Google Scholar -

http://scholar.google.com.br, realizando uma inserção e combinação de palavras-chaves em

inglês, no campo “assunto” com a associação de palavras secundárias se encaixam para o

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artigo. Conforme mostra o mecanismo do Google Scholar (figura 3):

Figura 3: Banco de dados SCHOLAR

Fonte: http://scholar.google.com.br Acesso em 30 de Maio de 2013

A estratégia de busca é basicamente a inserção e a combinação das palavras iniciais as

quais estão restritas a pesquisa de base eletrônica (meio digital) e a procura de conteúdos que

envolvam somente artigos e periódicos em inglês. A tabela 2 apresenta os resultados desta

busca:

Refinamento: Palavras secundárias + Blind Idioma: Inglês Data: últimos 5 anos (2008 a 2013) Filtro secundário: Artigos e periódicos Filtro terciário: Idioma inglês (palavras relacionadas: blindness e 3D objects)

Select Words: Blind + Spatial representation + Spatial figure + 3D objects

Tabela 2 – Busca no mecanismo Google scholar, realizado entre 19 de março

até 04 de maio de 2013 em Inglês.

GOOGLE SCHOLAR

PALAVRAS-CHAVE/EN PERIÓDICOS E ARTIGOS

TOTAL

1. Spatial perception of the blind 10 02

2. Blindness+mathematics 30 30

3. Geometry+perception+blind 22 12

4. Space+planning+blind 21 21

5. Blind + Spatial representation +

3D objects;

13 08

6. Spatial figure+blind+design 17 17

7. blind+representation 10 09

8. Learning of the blind 20 03

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9. blind + Spatial representation 03 06

10. Blind people + 3D modeling; 05 0

*Artigos e Periódicos TOTAL: 89

2.3 Sistema de Busca - IEEE

Quanto ao banco de dados do IEEE - www.ieee.org a pesquisa foi refinada na

combinação das palavras-chaves selecionadas em inglês, no campo título do documento,

restrita em artigos, jornais, publicações e periódicos educacionais. Quanto às áreas de

pesquisa, foi delimitada por ciências sociais, matemática, computação e aeroespacial nos

períodos de 2008 até 2013. A tabela 3 apresenta os resultados desta busca:

Refinamento: Palavras-chaves + Blind

Idioma: Inglês

Data: últimos 5 anos (2008 a 2013)

Filtro secundário: Artigos,periódicos, publicações, jornais e revista.

Filtro terciário: Idioma inglês (palavras relacionadas: blindness e 3D objects)

Select Words:

Blind + Spatial representation + 3D objects

Tabela 3 – Busca no IEEE, realizado entre Março até 04 de maio de 2013 em Inglês

IEEE PALAVRAS-CHAVE/EN PERIÓDICOS E ARTIGOS

JORNAIS E REVISTAS

TOTAL

1. Spatial perception of the blind 26 10 36

2. blind + spatial representation 08 03 11

3. Learning+spatial figure+blind 12 11 23

*Artigos, periódicos, publicações e jornais/revista TOTAL: 74

3. Critérios de Inclusão e Exclusão de Artigos

Ao final, da seleção de busca e dos três tipos de filtragem, a revisão sistemática foi

realizada e de acordo com essas referências, foram destacadas as principais palavras com

resultado positivo para a pesquisa:

1. Blind + Spatial representation + 3D objects

2. Blindpeople + Spatial representation + 3D objects

3. Blind + Spatial figure

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4. Blindness + Spatial figure + Spatial Geometry

5. Blind + Spatial figure + Geometry

Desse modo, pode-se obter a combinação das palavras-chaves: Blindness + Spatial

figure + Spatial Geometry. Ressalta-se que a pesquisa foi baseada na busca booleana

cruzando os grupos de palavras-chave e desse modo foi possível estabelecer critérios de

exclusão e inclusão para filtrar documentos que não tem relevância para a pesquisa e incluir

os essenciais para o artigo.Contudo, antes dos resultados é necessário estabelecer um

glossário para a classificação de documentos e métodos, conforme Yin (2010), a fim de

destacar os tipos de materiais selecionados:

1) Documentos – referência genérica a qualquer tipo de comunicação: artigo,

capítulo de livro, tese ou dissertação;

2) Registros – qualquer ocorrência de dado recuperado na busca eletrônica;

3) Identificados - registros encontrados pela busca eletrônica booleana;

4) Eliminados – documentos identificados, mas inadequados à estratégia de

busca eletrônica booleana;

5) Selecionados - documentos identificados e adequados a estratégia da busca

eletrônica booleana;

6) Excluídos – documentos avaliados pela leitura e avaliação do título ou

7) resumo ou texto completo que claramente não preenchem todos os critérios

de inclusão ou devido à duplicidade de título;

8) Incluídos - documentos selecionados pela leitura e avaliação do texto

completo que preenchem todos os critérios de inclusão.

A partir da quantidade de palavras-chaves procuradas, foi possível selecionar o grupo

de palavras mais adequadas e obter novos resultados de registros que reduziram o número do

conteúdo de cada banco de dados para 13 conteúdos, de acordo com a tabela 4:

Tabela 4 – Resultados de busca

BANCO DE DADOS AMOSTRA QUANTIDADE INCIAL QUANTIDADE FINAL

CAPES 45 06

GOOGLE SCHOLAR 25 02

TOTAL 92 13 conteúdos

De acordo com os resultados, foi possível selecionar 13 materiais, da base eletrônica

em inglês e português obtidos anteriormente de 92 resultados. Muitos materiais englobam

sobre a representação espacial e aprendizagem cognitiva dos cegos. No entanto, outros tinham

foco na questão da geometria e o tridimensionalismo das formas geométricas, bem como sua

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representação no plano. A maioria dos documentos de busca tem extensão PDF, muito

utilizado no formato de artigos, teses e dissertações de Congressos. Em relação às palavras-

chaves foram eliminados os domínios e palavras secundárias como: Plannig Objects +

Representation of Blind + Percepção Espacial do Cego, a fim de evitar duplicidade e

cruzamento das palavras. Abaixo, os artigos registrados, conforme a tabela 5:

Tabela 5: Lista de artigos resultantes da busca no portal CAPES

Título Autor Ano Base de dados

1. Using Haptic Cues to Aid

Nonvisual Structure Recognition

Caroline Jay, Robert Stevens,

Roger Hubbold, Mashhuda

Glencross

2012 Congresso

2. Structural properties of spatial

representations inblind people:

Scanning images constructed

from haptic

Amandine Afonso, alan

blum, brian f. g. katz,and

philippe,tarroux,grégoire

Borst, Michel denis

2010 Congresso

3. Skin stimulation, objects of

perception, and the blind

Barry Hughes 2007 Tese

4. Implicit and Explicit Memory for

Visual and Haptic Objects: Cross-

Modal Priming Depends on

Structural Descriptions

José Manuel Reales, Soledad

Ballesteros

1999 Artigo/Periódico

5. Diretrizes para criação de objetos

de aprendizagem acessíveis

Claudia Mara Scudelari de

Macedo/ Vânia Ribas

Ulbricht

2010 Tese

6. Localização especial de estímulos

sonoros em indivíduos cegos

congênitos: estudo comparativo

da posição tridimensional da

cabeça em adultos cegos

congênitos e indivíduos videntes

Gerente, Juliana Gonçalves

da Silva ; Pascoal, Augusto

Gil ; Pereira, Maria Leonor

Moniz

2009 Congresso

7. The role of visual experience for

the neural basis

of spatial cognition

Pasqualotto, Achille ; Proulx,

Michael J.

2012 Tese

8. Functional Equivalence

of Spatial Images From Touch

and Vision

Giudice, Nicholas A ; Betty,

Maryann R ; Loomis, Jack M

2011 Tese

9. O ensino de matemática para

alunos cegos: o olhar de uma

professora ensino da

matemática; alunos cegos;

desenvolvimento profissional;

professores de matemática;

formação de professores.

Pasqualotto, Achille ; Spiller,

Mary Jane ; Juliana Rocha

Silva Regina Maria Simões

Puccinelli Tancredi)

Elcie Aparecida Fortes

Salzano Masini Evandro

Antonio Bertoluci

2011 Congresso

10. Spatial integration in human

geometry learning.

Prados, Jose ; Alvarez,

Beatriz ; Reynolds, Glyn

Behavioural Brain Research

2013 Artigo/Periódico

11. Visualizing numbers in the mind's

eye: The role of visuo-

spatial processes in numerical

abilities

Hevia, Maria Dolores ; Vallar,

Giuseppe ; Girelli, Luisa

2009 Artigo/Periódico

12. Spatial Biases in Peripersonal

Space in Sighted

and Blind Individuals Revealed by

a Haptic Line Bisection Paradigm

Siobhan Victoria Healy 2010 Artigo/Periódico

13. Das experiências sensoriais aos Ernesto leite pinto 2012 Artigo/Periódico

6º CONAHPA – João Pessoa – PB – 04 a 06 de setembro de 2013

conhecimentos matemáticos:

uma análise das práticas

associadas ao ensino e

aprendizagem de alunos cegos e

com visão subnormal numa

escola inclusiva

Marco Antonio Grivet

Mattoso maia

4. Fundamentação Teórica

Após selecionar os 13 artigos,foi desenvolvida a etapa de leitura e apreensão de cada

conteúdo, sendo cada informação armazenada e destacada para o referente artigo. A maioria

dos artigos aborda os objetos de aprendizagem de forma dinâmica e espacial. Segundo

Macedo (2010), os objetos de aprendizagem são responsáveis pela recuperação, reutilização e

intercambialidade dos componentes instrucionais. Estas são relativas e não estão ligadas ao

meio externo, o que significa permanecem individuais e compartilhadas por diferentes

sistemas. Para Macedo apud (Devedzi’c, 2006), as abordagens educacionais de diferentes

proporcionam uma base de conhecimento comum aos indivíduos, ampliando sua liberdade e

mobilidade entre instituições.

Macedo (2010) afirma que em ambientes escaláveis e adaptativos, o conteúdo de um

objeto de aprendizagem é modular e independente de plataforma, não sequencial, capaz de

satisfazer um único objetivo de aprendizagem, acessível a todo tipo de audiência, coerente e

único em seus metadados e livre de formatos para que possam ser reposicionados sem perder

o seu significado. Os objetos de aprendizagem conforme especificados pelo IMS, no aspecto

pedagógico, em geral possuem três partes: o objetivo explícito da aprendizagem, o conteúdo

propriamente dito, necessário para atingir os objetivos, e a prática ou avaliação de

conhecimentos.Os objetos de aprendizagem podem também ser acessíveis, quando usados por

qualquer usuário em potencial, independente da sua limitação, ambiente ou tecnologia, eles

viabilizam a construção de aprendizado personalizado ao usuário.

Segundo Caroline, Stevens, Hubbold ,G Mashhuda (2012) modelos 3D também podem

ser considerados objetos de aprendizagem. Isto é, eles são utilizados na tecnologia moderna e

apresentam técnicas como tecnologia da informação, mensuração de forma, e fabricação

digital. Os Modelos exatos de 3D são úteis como materiais didáticos táteis, pois permitem que

as pessoas cegas experimentem o mundo através das sensações táteis. Além disso, são

instrutivos também para os videntes e ajudam a discutir o mecanismo de reconhecimento de

formas e Objetos geométricos em 3D.O reconhecimento do 3D com base em informação tátil

difere do modelo com base em informação visual. De acordo com Caroline, Stevens, Hubbold

,G Mashhuda (2012) não há um método sistemático para a observação tátil de modelos 3D

táteis e os cegos apresentam uma grande dificuldade em reconhecer as formas dos objetos 3D,

a partir de figuras planas táteis planificadas em 2D.

6º CONAHPA – João Pessoa – PB – 04 a 06 de setembro de 2013

Outro artigo que também aborda sobre objetos de aprendizagem táteis é Skin

stimulation, objects of perception, and the blind. Este utilize de diagramas táteis para guia e

localização especial. Conforme Hughes (2007) os diagramas táteis são os meios tradicionais

de fornecimento de acesso a dados não visuais, como gráficos, imagens e mapas. Embora as

telas táteis eletrônicos sejam mais sofisticadas, elas tendem a ser pequenas ou ter uma baixa

resolução. Diagramas táteis consistem de linhas com relevo e são produzidos usando uma

impressora especial.

Eles são amplamente utilizados em ambientes educacionais, mas Hughes (2007) ainda

afirma que eles são muitas vezes inadequados para mostrar gráficos complexos: já que as

pessoas devem aprender a usá-los de forma eficiente, causando uma sobrecarga de

informações. Diagramas táteis estáticos devem ser completamente reproduzidos a incorporar

uma alteração, mas também são inadequados para a visualização de certos tipos de dados, tais

como os modelos 3D multimodais que sob a forma de feedback amplia a educação pelo

áudio. Caroline, Stevens, Hubbold ,G Mashhuda (2012) explicam que os objetos de

aprendizagem também podem ser de cunho virtual, sendo situados em um repositório ou

plataforma. No artigo eles explicam sobre as pistas táteis e o modo de orientação da mão do

usuário em torno do ambiente com o reconhecimento de feedbacks, tanto a micro (nós

individuais) e nível macro (estrutura geral). Também é possível verificar nos periódicos que

os objetos espaciais individuais (tanto cubos ou esferas) são dispostos em um padrão

específico dentro do ambiente. Uma mola háptica dirige a caneta para o nó de mais à

esquerda e uma restrição mantém a caneta ligado à superfície do objeto, enquanto que o

utilizador se sente a sua forma. O usuário pode se mover através dos gânglios em sequência,

pressionando a barra de espaço: a mola move a caneta do primeiro nó para o segundo, do

segundo para o terceiro, o terceiro para o quarto, e do quarto de volta para a primeira

novamente.

Por fim, nota-se em todos os artigos que a forma é a linguagem mais eficaz para o cego

e que os objetos de aprendizagem devem ter diferenciação de face, textura, tamanho,

sequência e diferenciação. Caso seja utilizado meios de audioescrição é necessário que esta

seja clara,objetiva e detalhada com opções e numeração. Além de dinâmica e colaborativa.

6. Considerações Finais

O objetivo desse artigo, foi discutir inúmeros recursos educativos que são explorados

através dos conceitos da metacognição em distintos suportes dentre eles: o desenho, a

realidade aumentada,ambientes de média (narração e animação) , meio digital (eletrônico) e o

impresso(textura e forma). A aplicação interativa de percepções sensoriais nos objetos de

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aprendizagem proporciona que o design atue como o agente de mudanças, para o uso de

mecanismos como: o som, a áudio-descrição, a exploração sensitiva (superfície) e o reajuste

sonoro. A percepção visual-tátil surge na variação de relevos, texturas e laminação fosca o

que estimula a exploração sensitiva. Além disso, a identificação dos materiais que se

enquadram no cotidiano dos usuários deve facilitar na identificação de formas

tridimensionais. A representação do real e a abstração simbólica apresentam significados e

experiências cognitivos na composição da superfície do material, conciliando os valores

sócio-culturais dos cegos por meio da linguagem do Braille. Desse modo consta-se que a

forma é a linguagem mais eficaz para o cego e que os objetos de aprendizagem devem ter

diferenciação de face, textura, tamanho, sequência e diferenciação. Futuramente, a pesquisa

visa utilizar a audioescrição e esta deve ser clara,objetiva e detalhada com opções e

numeração, além de dinâmica e colaborativa. Esses estudos teóricos facilitam no processo de

cognição e memorização das pessoas cegas através da compreensão dos canais

comunicativos.

6. Referências

AMANDINE AFONSO, ALAN BLUM, BRIAN F. G. KATZ,AND PHILIPPE,TARROUX,GRÉGOIRE BORST, MICHEL DENIS. Structural properties of spatial representations inblind people: Scanning images constructed from haptic exploration or from locomotion. 2010 BARRY HUGHES. Skin stimulation, objects of perception, and the blind. 2007 BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. MEC. Secretaria de educação fundamental. Secretaria de educação especial (SEESP). Política nacional de educação especial na perspectiva da educação inclusiva. MEC/SEESP, 2007. Disponível em http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/politica.pdf. Acessado em 23 mar. 2013 CAROLINE JAY, ROBERT STEVENS, ROGER HUBBOLD, MASHHUDA GLENCROSS. Using Haptic Cues to Aid Nonvisual Structure Recognition. 2012 Curso de revisão sistemática com metanálise. Centro Cochrane do Brasil,.Disponível em: http://www.centrocochranedobrasil.org/. Acesso em: 5 Mar.2013. HUGGINS, J.; GREEN, S. Cochrane Handbook for Systematic Reviews of Interventions Version 5.1.0 [updated March 2011]. The Cochrane Collaboration,.Disponível em:http://www.cochrane.org/training/cochrane-handbook. Acesso em: 10 Apr.2013. JOSÉ MANUEL REALES, SOLEDAD ;BALLESTEROS. Implicit and Explicit Memory for Visual and Haptic Objects: Cross-Modal Priming Depends on Structural Descriptions.Journal. 1999

6º CONAHPA – João Pessoa – PB – 04 a 06 de setembro de 2013

MACEDO, CLAUDIA. Diretrizes para a criação de objetos de aprendizagem acessíveis.Science Direct. 2010 PASSOS, J. E., 2010. Metodologia para o design de interface de ambiente virtual centrado no usuário.Dissertação (Mestrado), Universidade Federal do Rio Grande do Sul. PADOVANI, S.; SMYTHE, K. Proposta de método de análise da tarefa para ensino em curso de graduação em Design Gráfico. Artigo submetido à Revista Educação Gráfica(aprovado no SMD 2011). PREECE, J. ROGERS, Y. SHARP, H., 2005. Design de Interação: além da interação homemcomputador.Porto Alegre: Bookman. STELA, G. Guia de preparação de artigos. Grupo Stela: Células de Comunicação Científica e de Documentação, UFSC/EGC – Programa de Pós-Graduação em Engenharia e Gestão do Conhecimento, 2004. WOOD G, LO BIONDO H.J- Pesquisa em Enfermagem: métodos. avaliação crítica 4. ed. Rio de Janeiro: Guanabara-Koogan; 2001 YIN, Robert K.Estudo de caso: planejamento e métodos. 4. ed. Porto Alegre: Bookman, 2010.