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Revista abpma online

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Todo ano fazemos um material novo para a ABPMA. Um material que possa ser apresentado a todos que queiram conhecer o mogno africano, saber sobre nossos associados, como e porque surgiu esta vontade de se organizarem.Este ano tivemos a ideia de fazer algo diferente, que atingisse um público muito maior, que além de apresentar a ABPMA fosse entreteni-mento e fonte de informação para quem lesse seus artigos.Concluímos então que o melhor seria uma revista com a possibilidade de distribuição para todos e por todos os lugares. Cuidamos para que tivesse aspecto moderno, interessante e um rico conteúdo.E que fosse a cara do trabalho que a ABPMA tem feito!Esta é nossa primeira edição. Um trabalho amador, feito todo interna-mente e com a humildade de saber-mos que teremos mais erros do que acertos.

Patricia A. FonsecaDiretora Executiva da ABPMA

EDITORIAL

A intenção foi das melhores, fazê-la o mais interessante e com a maior abrangência possível do nosso traba-lho de 2015.Não queremos parar por aqui e para que fique cada vez melhor, convido a todos que queiram participar. Tere-mos um canal para receber fotos, artigos contando de suas vivências, coisas interessantes que possam ser divididas, sugestões de matérias, perguntas que podemos dirigir ao nossos colaboradores, enfim tudo que possa enriquecer e fazer desta revista um veículo de comunicação benéfico a todos os plantadores e que não se restrinja apenas aos interesses da ABPMA.Agradeço a gentileza de todos que contribuíram com seu tempo, experi-ência e generosidade para esta edição. Para todos que não conhecem "por dentro" a ABPMA, espero que tenham uma surpresa agradável com o que temos feito para divulgar o mogno africano.E quem sabe se animam e se juntam a nós nesta tarefa gratificante e gera-dora de dividendos que é difundir esta cultura maravilhosa!

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As primeiras sementes de mogno africano chegaram ao Brasil através de um cônsul da Costa do Marfim que presenteou aos pesquisadores da Embrapa, órgão de pesquisas florestais, no Pará, predizendo que seria o Ouro Verde do País. As primeiras árvores plantadas, deram origem a um vasto plantio, estimado hoje em mais de 15.000 hectares e com tendên-cia a um crescimento vertiginoso. Por suas características de crescimento rela-tivamente rápido em comparação com outras madeiras de lei, seu incremento de massa produtiva, e suas excelentes caracte-rísticas físicomecânicas, o mogno africano Khaya Ivorensis tem se tornado a melhor opção para os plantadores de florestas do Brasil e para investidores nacionais e estran-geiros. Além de todos os fatores econômicos a madeira tem se mostrado de fácil manu-seio e encantado à indústria moveleira, à indústria de pisos e de laminados. Vários testes estão sendo feitos com o mogno africano em toda a cadeia de aproveita-mento já trilhado pelas mais nobres madei-ras do mundo. Cada vez mais a excelência do mogno africano khaya Ivorensis, sua beleza incomparável quanto à cor e ao desenho natural vem evidenciando a prefe-rência por esta espécie, mas acima de tudo é uma madeira limpa. Por ser uma madeira de espécie exótica no Brasil, sua procedên-cia é sempre de florestas plantadas e que buscam ser certificadas.

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Todos os testes de qualidade da madeira, a produção de alguns móveis e industrialização de lamina-dos e pisos tem sido feitos com o mogno africano procedente de uma floresta no estado do Pará.

Esta floresta com árvores de 18 anos de idade, teve corte autoriza-do pelo Governo Federal do Brasil e pelos órgãos ambientais. É uma das mais antigas florestas plantada no país e seu proprietário, um imigrante japonês que acreditou que o solo e o clima brasileiro produziriam belas árvores, investiu no plantio das sementes. Hoje sua história pessoal faz parte da história do mogno africano no Brasil.

Até que possamos dar início ao corte em grande escala dos jovens mognos africanos dos nossos asso-ciados, temos buscado antecipar ao mercado brasileiro a extensa utilização desta nobre madeira.

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Qualidade

Nos últimos 05 anos foi possível perce-ber avanços significativos na condução dos projetos de reflorestamento para madeira nobre no Brasil. Os investidores continuam atraídos pela rentabilidade dos projetos, porém agora, mostram-se bem mais preocupados com a qualidade das madeiras que serão produzidas. Os critérios de qualidade da madeira são as principais ferramentas de análise do desempenho de um proje-to de reflorestamento, pois estão direta-mente relacionados ao rendimento da madeira no momento da colheita e na hora de manufaturar. Além disso, são os critérios de qualidade que proporcionam a classificação e a precificação do produto madeireiro final. O mogno africano no Brasil ainda não tem uma cadeia produtiva estabele-cida, já que os grandes projetos de reflo-restamento com essa madeira tiveram início na última década. Serão necessá-rios mais alguns anos para que se iniciem os primeiros desbastes e colheitas rasas. Mesmo assim, os critérios de qualidade da madeira para o mogno africano não serão diferentes dos critérios universais já estabelecidos para a madeira.Segue abaixo um quadro, com os crité-rios de qualidade que são analisados em uma tora de madeira roliça, com finalida-de comercial padrão:

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Podemos afirmar que para o sucesso pleno, duas vertentes precisam chegar juntas e equilibradas: Qualidade e Quantidade.

Altas produtividades não serão suficientes para entregar o melhor resultado possível. Precisamos estar atentos, como agentes reflorestadores de mogno africano, o quanto a busca pela produti-vidade máxima e a redução de custos (fixos e variáveis), afeta a qualidade em todos os critérios apontados.

Além disso, o longo prazo e o alto investimento em um projeto de reflorestamento com mogno africano, não permite a hipótese de se cortar madeira desclassificada e defeituosa.

A soma dos benefícios: planejar bem, aproveitar os potencias da região e desempenho operacional ajustado, sem dúvida trarão redu-ções significativas dos custos de produção da madeira por metro cúbico.

O resultado com qualidade é a contemplação da operação perfeita. Ou seja, Gastar o capi-tal necessário para se produzir o maior volume de madeira com a melhor qualidade possível, expressando assim, o ponto ótimo de rentabilidade.

Levantamento de todas as opera-ções que serão realizadas no projeto. Orçá-las e colocá-las em cronograma aceitável, levando em consideração o aporte de capital disponível e a sazonalida-de do clima da região.

Identificação das potencialidades do local (sitio) onde o projeto será implanta-do, como o clima, relevo, balanço hídrico, solo, comunidade, logística e outros. Explorar tais potencialidades de forma coordenada, além de dar um caráter personalizado ao projeto, evitará frustra-ções de produtividade e qualidade.

Ter controle sobre o projeto, terceirizando o minimo possível, com objetivo de ganhar desem-penho operacional e agilidade nas tomadas de decisões.

PLANEJAR CUSTOMIZAR AUTONOMIA REDUÇÃODE CUSTOS

RESULTADOCOM QUALIDADE

Conhecer, identificar e estudar cada critério de qualidade, é insumo básico para traçar o Plane-jamento Estratégico Florestal ( PEF ).

O PEF é hoje uma das principais ferramentas de gestão de projeto de reflorestamento de madeira nobre, que visa:

João Emilio DuarteEngenheiro Agronomo

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Desde sua fundação no ano de 2011, nossos olhares já miravam um horizonte para além de nosso território. Mantivemos sempre conosco um dos nossos ideais que era associar o maior número possível de plantadores para fortalecer e materializar nossos objetivos.Fizemos um trabalho de formiguinha levan-do nossa Missão e mostrando nossas ações por todos os lugares que passamos. Certos estávamos de que a melhor forma de convencimento seria nosso trabalho.Grata surpresa aconteceu em uma conver-sa informal com o André .., pequeno plan-tador mas entusiasta da cultura. Foi me contando sobre um, outro, e mais outro, plantador de sua região. Falou sobre como discutiam sua soma de quase 1200 hecta-res de plantios, trocavam experiências e como se sentiam orgulhosos de fazerem parte da "Comunidade Mognista de Corinto". Esse plantadores tinham em menor escala tudo aquilo pelo que lutamos para a Associação!

Como trazê-los para a ABPMA sem desfazer o que tinham de mais precioso que era este sentimento de comunidade?Veio daí a ideia de criarmos a 1a Regional da ABPMA- Regional Corinto Através do André fizemos esta ligação entre alguns produtores e a ABPMA, e em um encontro formalizamos a intenção mútua de adquirirmos mais corpo e força para tantas questões que individualmente será impossível serem esclarecidas.No dia 19 de março deste ano, o presi-dente da ABPMA Ricardo Tavares, e a diretora executiva Patricia Fonseca, recebe-ram com satisfação alguns dos plantadores da Comunidade e foi selado o compromis-so.Será nomeado um Diretor Regional que atuará como elo de ligação, trazendo os anseios e experiências da Comunidade e levando as pretensões e respostas da ABPMA a nível nacional.Sejam muito bem vinda a Comunidade Mognista de Corinto!

Patricia FonsecaDiretora Executiva da ABPMA

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Corinto, cidadezinha de aproximadamen-te 23.000 habitantes, formada de solo rico e vermelho do cerrado. Situada no centro geográfico das Minas Gerais, famosa por ser entroncamento de ramais férreos que cruzavam o estado, cidade prometida como próspera no início do século passado. Promessa essa, registra-da nas primeiras páginas de uma das maiores obras literárias:“Curralinho (antigo nome de Corinto), lugar de prosperidade...” , do Grande Sertão: Veredas, de Guimarães Rosa.

Bem, a promessa durou pouco, mas deixou um legado para todos que um dia foram forasteiros e lá decidiram viver: o compromisso de hospitalidade ao rece-ber outros que chegassem. Este legado é um dos pilares que sustenta o sucesso que a Comunidade Mognista de Corinto hoje alcança: idéias novas, gente nova, cultura nova... Tudo isso é motivo de desafios prazerosos para quem é de Corinto.

Sendo eu de Corinto, penso que nossa familiaridade com a madeira vem desde a época dos "caminhos de ferros" do Brasil e suas locomotivas com caldeiras que necessitavam de lenha, ou do pólo do gusa em Sete Lagoas, município próxi-mo, que também necessitava de madeira para os fornos de suas siderúrgicas

Além desta afinidade nata, interessei-me pela cultura de madeiras nobres, em especial o mogno. Era 2009, ano que serviu de divisor para a região descobrir sua vocação e decidir entre plantar eucalipto ou madei-ra nobre.Um dos fatores decisivos foi um estudo feito por um grande pesquisador apaixo-nado pelo mogno africano, sobre a viabilidade de se plantar a espécie Khaya ivorensis na região. A conclusão deste estudo foi a que a região tinha as características propícias às exigências desta variedade de espécieOutro fator foi a vinda de paulistas, cariocas, catarinenses, paranaenses e descendentes de europeus para nossa região com o mesmo objetivo: explorar a silvicultura.Vários outros fatores pessoais influencia-ram este começo. Um deles foi a disponi-bilidade de 1,5 hestares que eu tinha para plantar. Outro, o bom relaciona-mentos com clientes e muitos amigos, advindo do trabalho por 10 anos em uma empresa do ramo agropecuário. Neste meio pude propagar a cultura do mogno africano e nesse período firmei uma parceria informal com um bom vivei-ro de Goiás-GO que também contribuiu com a introdução da cultura na região.A região passou a ser um "polo do mogno" quando um diretor de uma grande e renomada indústria moveleira resolveu plantar

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Andre L. MartinsAgente Comercial e Produtor Rural

Resumo o sucesso dessa sintonia entre os produtores da região numa menção honrosa que recebi durante a visita do professor Moacir Medrado, pesquisa-dor e chefe da Embrapa Rondônia, quando em 2015 esteve em meu sítio em Corinto e disse: “Esta visita à Comunida-de Corintiana foi a que mais me tocou.” Foi o primeiro reconhecimento em âmbito nacional e muito emocionante!Hoje sou responsável pelo setor de Propagação da cultura e Comércio de mudas no maior viveiro produtor de mogno africano: A Atlântica Agro.

Ao olhar para o passado e ver quantas árvores de mogno estão plantadas na redondeza, sinto uma grande satisfação de ter sido um precursor do plantio na região, de ser um corintiano nato, filho de pais forasteiros que aqui chegaram. E é com o mesmo espírito e com o mesmo comprometimento que dou boas vindas, me envolvo com quem chega a Corinto hoje pra plantar mogno, e com as boas ideias que trazem!

um pouco de mogno africano (aprox. 20 ha.) na região, e assim vários outros também o fizeram. Atualmente a Comunidade Mognista de Corinto e região num raio de aproxima-damente 80 quilômetros, envolve as vizinhas Curvelo, Lassance e Augusto de Lima com suas grandes áreas que hoje somam aproximadamente 1.200 ha.

1º Mogno africano (K. ivorensis) plantado em Corinto (por Andre Martins) em novembro 2010.

Comunidade Mognista de Corinto reunida com a equipe Atlântica Agro na fazenda da Garça (Produtor: Eurico Miranda). Agosto 2014.

Corinto (2016) com suas imponentes áreas.

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2015 . SAO PAULO

Como descrever a Mostra Black?Não poderia simplesmen-te chamá-la de "mostra de decoração" nos padrões das que aconte-cem no Brasil, onde os espaços de exposição tem que ser adquiridos pelos arquitetos e decoradores.Desde sua criação a Mostra Black teve como premissa mostrar a tendência da decoração e do design de alto luxo.

MOSTRA BLACK

Para credibilidade e transparência manteve sempre a postura de convidar, sem custos, os decoradores e arquitetos mais destacados do momento, formado-res de opinião, sempre à frente de seu tempo. e lançadores de tendências.

Achamos que o mogno africano se encaixaria perfei-tamente nesta filosofia, por sua importância como tendência do uso consciente da madeira para o futuro próximo. As florestas plantadas de madeiras nobres já são consideradas um bem da humanidade contra o desmatamento desenfreado.

Polt Mog por Zanini de Zanine Aparador Laminado por Juliana Vasconcellos

Museu da OCA . São Paulo

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Por Patricia Fonseca

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de artes. No intuito de mostrar e comerciali-zar obras de arte de todo o mundo, a ARTRio acontece em um dos lugares mais bonitos do Rio de Janeiro, o Píer Mauá.Todo revitalizado a exemplo de antigos portos de grandes cidades, o Pier Mauá teve seu entorno mudado tendo como seus vizinhos o MAM, Museu de Arte Moderna e o Museu do Amanhã, recentemente inau-gurado.Não poderia ser escolhido melhor lugar para esta sofisticada Mostra de Arte!Há dois anos surge então a ideia de insta-lar no mesmo local a IDA, Mostra de Design. Porque não mostrar a este público internacional e já frequentador da ArtRio, o melhor do design brasileiro?Designers reconhecidos foram chamados a exporem seus trabalhos numerados em edições limitadas, através de móveis, insta-lações, objetos funcionais e decoração.

Pensamos então que este seria o melhor lugar para apresentarmos nossa madeira! Confiantes da qualidade e beleza do mogno africano, formamos um grupo excepcional de artistas premiados por seus trabalhos e a cada um foi fornecida a Madeira para que executassem o que bem entendessem! Queríamos que a Ma-deira inspirasse cada um, que cada um colocas-se ali sua assinatura no jeito de fazer o que sabem! E sabem muito bem!

contece anualmente a ARTRio/IDA, duas mostras de arte que não poderia considerar apenas Feiras

O resultado foi surpreendente pelo visual elegante do nosso espaço, pelo Dream Team de designers que participaram e pelo volume de mídia espontânea gerada pelo assunto ainda fresco para os brasileiros, que é o Mogno Africa-no.Em 2016 estaremos novamente nesta vitrine inter-nacional, com nosso Dream Team encorpado de mais designers, com boas surpresas para quem gosta do belo!

Corações de Mogno por Paulo Alves

Banco Longo por Zanini de Zanine

Patricia Fonseca, Zanini de Zanine, Ricardo e Isabella Tavares, Paulo Alves, Juliana Vasconcellos e Matheus Barreto

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Bolacha de Mogno | Espaço ABPMA | Banco por Hermes EbanesteriaAbaixo Poltrona África por Hugo França

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aulo Alves, a infância no interior e o legado de Lina Bo Bardi, os fundamentos da marcenaria artesanal e a inspiração na arte

Salão Design é a vitrine do design, responsável por promover ações por meio de premiação de design e projetos paralelos. O objetivo do prêmio Salão Design é integrar a criatividade e a inova-ção tecnológica por meio do design e destacar a capacidade e o talento de profissionais, estudantes e indústria. Escolhem 15 premiados pelos melhores designs

concretista se misturam na obra de Paulo Alves, que completou recentemente 20 anos de carreira. A inventividade e maestria no trabalho com madeira são marcas do traba-lho de Paulo Alves, que teve seu aparador Mogno reconhecido com o Prêmio Madeiras Alternativas no Salão Design 2016.

de produtos da América Latina e ainda tem os troféus Madeiras Alternativas, Professor Orienta-dor e oito menções honrosas. É realizado há 28 anos pelo Sindmóveis e em 2016 chegou a 20ª edição. Acontece junto aos dois grandes eventos da entidade: a Movelsul Brasil e a Casa Brasil.

Foto: Jeferson Soldi

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As florestas naturais estão diminuindo em todo o mundo, e a consequente perda de biodiver-sidade e as mudanças climáticas deverão trazer ainda novas e drásticas alterações. Nesse contex-to, está se tornando cada vez mais importante a produção de madeira e outros produtos advindos de plantações, como uma alternativa à demanda crescente de produtos florestais para os mais diver-sos fins. Por ser uma atividade de longo prazo, a produção florestal exige tanto investimentos quanto motivação, adequados para que se possa alcan-çar seus objetivos. Além disso, deve ser sempre acompanhada de medidas que possam reduzir os riscos inerentes ao negócio. Entre esses riscos estão vários aspectos que incluímos no tema “Sustentabili-dade”. O manejo florestal “sustentável” ou o “bom manejo” pode ser definido como o manejo florestal ambientalmente adequado, socialmente benéfico e economicamente viável. Uma produção florestal que não atende às leis ambientais, ou que gera conflitos com as comunidades do entorno, ou que não respeita os direitos de seus trabalhadores, está sujeita a maiores riscos do que empreendimentos que são geridos de forma responsável. Uma das ferramentas que confere credibili-dade aos investidores e consumidores e que ofere-ce uma estrutura geral para conduzir um negócio florestal sustentável é a certificação pelos padrões do FSC - Forest Stewardship Council. O FSC foi fundado em 1993, sendo uma organização internacional independente, formada por representantes do movimento ambiental, pesquisadores, produtores de madeira, comercian-tes de produtos florestais e populações tradicionais. Por meio de um processo participativo, o FSC esta-beleceu Princípios e Critérios para a certificação voluntária do “Bom Manejo Florestal”. A certificação é o processo independente de verificar se o manejo florestal alcança os requisi-tos de determinado padrão ou norma. Avalia a conformidade de uma unidade de manejo florestal com o padrão. Quando é combinada com uma avaliação da cadeia de custódia, da floresta ao

produto final, um “selo verde” pode ser usado para identificar os produtos provenientes de florestas bem manejadas. Em vinte anos, a certificação florestal conso-lidou-se como uma forte ferramenta de mercado no Brasil e no mundo. Atualmente, existem mais de 186 milhões de hectares de florestas certificadas em 80 países, sendo que no Brasil a área certificada ultra-passa 6 milhões de hectares (florestas nativas e plantações florestais). Em alguns mercados, como o de madeiras tropicais, a certificação é condição para a realiza-ção de negócios. Entretanto, é importante ter sempre em mente que os mercados que deman-dam produtos sustentáveis certificados também exigem produtos de alta qualidade, garantia de fornecimento e preços competitivos. Em muitos casos, os produtos certificados entram em merca-dos onde a qualidade é particularmente importan-te, como na indústria moveleira e outros produtos de madeira sólida. Os consumidores dispostos a pagar um preço “premium” por produtos que tenham um selo verde não irão se satisfazer com produtos de baixa qualidade, mesmo que sejam produzidos de maneira ambientalmente correta. Um grande aprendizado nas duas décadas de certificação florestal no Brasil diz respeito à sua utilização como estrutura geral para uma boa gestão do empreendimento florestal. Os Princípios e Critérios do FSC fornecem uma referência para o manejo responsável, indicando boas práticas nos âmbitos social e ambiental, bem como no econômi-co e operacional. A certificação pode contribuir efetivamente para a redução dos impactos ambien-tais negativos, para um melhor relacionamento com comunidades e trabalhadores, para monitorar e avaliar o desempenho do negócio e comunicar seus resultados às partes interessadas, incluindo aos seus investidores. Conforme mencionado anteriormente, a certificação pode ser útil para reduzir o risco de empreendimentos florestais aos investidores, segu-radoras e doadores. Por exemplo, alguns bancos internacionais que investem em floresta e agricultu-ra estabeleceram compromissos para usar

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que possuem grandes extensões de florestas. É também um a alternativa para pequenos empreendimentos e associações de produtores florestais. A certificação em grupo pode auxiliar na superação de algumas barreiras enfrentadas pelos pequenos produtores para alcançar o certificado, como os custos de implementação dos padrões e das auditorias. A certificação em grupo permite que vários pequenos produtores florestais trabalhem juntos como uma única organização, conduzida por um gestor do grupo. Uma associação de produtores poderá desempenhar o papel de gestor e solicitar a certificação em nome de seus associados. A certificação em grupo tem dois componentes: - Os requisitos aplicáveis ao gestor do grupo ou à Associação, que deve demonstrar que está preparada para administrar e monitorar as atividades dos produtores associados, asseguran-do que os padrões de sustentabilidade estão sendo seguidos em cada fazenda. - Os requisitos aplicáveis em nível do produ-tor e de sua área, que deve demonstrar que está conduzindo a sua floresta ou plantação de acordo com os padrões. Pensando em uma estratégia para produ-ção e comercialização da madeira de mogno africano produzida no Brasil, tanto a qualidade quanto a sustentabilidade devem ser consideradas desde o início dos projetos. Existem diversas perguntas ainda não totalmente respondidas quanto às práticas silviculturas mais adequadas para cada região, ao manejo das plantações e aos impactos que tais práticas podem ter sobre a produtividade da floresta e a qualidade da madei-ra. Por outro lado, os Princípios e Critérios para o manejo responsável ou sustentável já se encontram definidos e podem ser implementados pelos produ-tores de mogno africano, para que possam, desde já, se preparar para as futuras exigências do mer-cado.

certificações de sustentabilidade como critério em seus procedimentos de análise de risco, visando garantir que seus investimentos não possuem impactos sociais e ambientais negativos. As segura-doras podem também usar a certificação como um meio de gerenciar seus riscos, considerando-se que uma floresta certificada estaria menos sujeita a danos por conflitos sociais ou impactos ambientais. É importante salientar que a certificação não se limita a grandes empresas ou produtores individuais

Aurea M. B. Nardelli, é engenheira Florestal, Mestre e Doutora em Ciência Florestal pela UFV. Tem 20 anos de experiência na área de sustentabilidade, sendo consulto-ra de diversas empresas florestais no Brasil. Desde 2013, é também Diretora Regional da RSB – Roundtable on Sustainable Biomaterials para a América do Sul.

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Presidente do Grupo Montesanto Tavares, conjunto de empresas que abrangem toda a cadeia do ramo cafeeiro, desde o plantio até a exporta-ção para todo o mundo. Seguindo sempre seus instintos empresariais, tornou realidade vários projetos ousados e inovadores. Um deles é o mogno africano, espécie outrora desconhecida no país. Atual Presidente da ABPMA.

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São Paulo Fashion Week . 2015 | Espaço do Design Paulo Alves

Mesa redonda com designers parceiros da ABPMA

Mesa redonda com designers parceiros da ABPMA Workshop Internacional de Mogno Africano - IBF

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outros tipos de alimentos, bem como óleos essen-ciais para produção de biofármacos e cosméticos .

Podemos dizer, sem sombra de dúvidas que em muitos casos, os produtos chamados de não--madeireiros são até mais nobres e às vezes até mais valiosos que a própria madeira. As plantas e produtos de origem animal e mineral têm sido utilizados desde os tempos remo-tos em rituais de cura, magia e religião, bem como na culinária e na cosmética. Plantas aromáticas e seus óleos essenciais têm sido utilizados não só em medicamentos, como antibióticos e outros, mas também como aditivos de fragrâncias e sabor em alimentos, ou ainda como agentes inseticidas para repelir insetos e proteger produtos armazenados. A seguir uma relação de produtos não-madeireiros que podem ser produzidos pelos mognos-africa-nos.

PRODUTOS NÃO-MADEIREIROS QUE PODEMOS OBTER DOS

MOGNOS AFRICANOS

os dias atuais, a floresta tem sido tratada não apenas como uma fonte de produção de madeiras, mas também devido aos seus usos múlti-plos como fonte de resinas, gomas, produção de mel e

Medicamentos

Todas as espécies do gênero Khaya tem grande potencial para produção de medica-mentos. Sabe-se que a casca de Khaya ivorensis é amarga e largamente empregada na medicina tradicional e popular. A decocção da casca é tomada para tratar tosses, febres e anemias e é aplicada externamente em feridas, lesões, arra-nhões, úlceras e tumores. Como analgésico, pode ser utilizada para tratar dores reumáticas e lumba-go.Das raízes, a polpa macerada é aplicada como

enema, para tratar problemas de disenteria. Brotos novos esmagados e folhas são aplicados externamente, como analgésico. Existe um grande potencial para se usar esta espé-cie como medicinal, no entanto, há uma necessida-de de pesquisas científicas que possam comprovar as atuações dos bioativos desta espécie e seus efeitos medicinais para uso comercial de grande escala.Em relação à Khaya senegalensis, uma outra espé-cie plantada por muitos produtores tem-se as seguintes informações sobre o uso da casca como medicamentos: é amarga e altamente valorizada na medicina tradicional, pois seu cozimento ou sua maceração é muito eficaz contra a febre causada pela malária, além de ser útil contra problemas de estômago, diarreia, disenteria e anemia, e como analgésico em casos de reumatismo e dores de cabeça. Também é utilizada como tônico e anti-hel-míntico, além de purgante, antídoto e abortivo. É eficiente, também, no controle de doenças como sífilis, lepra, catarata e angina. Pode ser aplicada externamente como desinfetante em casos de infla-mações, e doenças de pele como erupções, sarnas, ferimentos, úlceras, bolhas e hemorroidas. Também é usada na medicina veterinária.

Produção de Cerveja

É sabido que no Camarões (África) a Khaya senegalensis é muito utiliza-da na produção de cervejas artesa-nais. Como a casca de Khaya ivorensis é igualmente amarga, tudo indica que também se presta para esta finalidade.

Saboaria

As sementes atualmente tem um custo bastante elevado, devido a dificuldade de sua obtenção em grandes quantida-des. No entanto, em muitos países africanos, onde se tem grandes quanti-dades de sementes, estas têm sido

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utilizadas maceradas para obtenção de óleos para fabricação de sabões de excelente qualidade.

Cosméticos variados

Hoje em dia, tem-se verificado um cresci-mento enorme das fábricas de cosméticos no Brasil e no mundo inteiro. Empresas têm sido abertas em vários pontos do país sob o lema de usos de produtos naturais em seus produtos. Temos visto várias indústrias de “Cosméticos Natu-rais” sendo abertas em muitas cidades do Brasil.O volume de fatura mundial da indústria cosmética é considerável. Os consumidores gastam por ano US$ 250 bi para seus produtos de higiene pessoal! Nos mercados em países industrializados as faturas são estáveis em alto nível, mas nos países em desenvolvimento e no "3o mundo" estão em cresci-mento de quase 10% por ano.

Mais forte ainda a indústria brasileira de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos: nas últimas déca-das os números referentes ao setor dos cosméticos no Brasil não param de crescer. Segundo o Panora-ma do Setor de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cos-méticos, divulgado pela Abihpec (Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfuma-ria e Cosméticos) em abril de 2010, a indústria brasileira de higiene pessoal, perfumaria e cosmé-ticos teve um crescimento médio, já descontando a inflação, de 10,5% entre 1996 e 2009; o fatura-mento saltou de R$ 4,9 bilhões em 1996 para R$ 24,9 bilhões em 2009. Junto se desenvolveu a participação das mulheres no mercado de traba-lho; a utilização de tecnologia de ponta e um aumento da produtividade. Em 2014 o setor cresceu por 11,8% sobre 2013, atingindo um faturamento de 42,6 bilhões de reais (Abihpec).

Em relação ao mercado mundial o Brasil ocupa a terceira posição em venda de cosméticos. É o primeiro mercado em desodorantes; segundo em produtos infantis, produtos masculinos, higiene oral, proteção solar, perfumaria e banho; terceiro em produtos para cabelos e cosmético cores; sexto em pele e oitavo em depilatórios. Existem no Brasil quase 1.700 empresas atuando no mercado de produtos de higiene pessoal, perfumaria e cosméti-cos, sendo 14 empresas de grande porte.

Em 2006 já existiam 15 empresas brasileiras de cosméticos que produziam nanocosméticos, princi-palmente para produtos antirrugas, anticelulite, cremes, loções para o corpo, gel anti-estrias, produtos para a área dos lábios e dos olhos e más-cara facial e maquiagem com fotoprotetor, entre outros.A figura a seguir discrimina as despesas dos consu-midores, conforme a finalidade do produto cosméti-co.

Dadoseconômicos do setor de cosméticos (valores de 2010, Abihpec)

Sem dúvidas os mognos-africanos do gênero Khaya têm grande potencial para crescer ainda mais esta indústria de cosméticos.Através de informações de dados de pesquisas, foi nos relatado que as folhas e brotos de mogno africano da espécie Khaya ivorensis tem um alto teor de proteínas. Chega mesmo a ser maior que muitas leguminosas conhecidas como o feijão. Deste modo, surgiu a ideia de utilizar extratos foliares para confecção de “shampoos e condicionadores”. Já que existe no mercado, muitos produtos deste tipo elaborados com proteínas do leite de cabra, proteínas da seda, porque não “proteínas do mog-no-africano”?Coletamos então folhas novas de Khaya ivorensis e fizemos uma coleta de dois tipos de extrato foliar: um alcoólico para usar na confecção de “sham-poos” e outro glicólico para usar na produção de “Condicionadores” e também como emoliente e hidratante de peles ressecadas.Os “shampoos” tiveram uma grande aceitação por parte de quem usou, melhorando muito os cabelos e saúde do couro cabeludo. O mesmo aconteceu com os “condicionadores”.Os cremes hidratantes serão confeccionados dentro de alguns meses, pois, muitos testes ainda

Mercado de produtos cosméticos

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estão sendo feitos para verificação da integridade dérmica da pele. Até o momento, os resultados são muito promissores.Os cremes podem ser usados apenas com o extra-to de mogno-africano ou associados a outros extra-tos e óleos já conhecidos e usados em indústrias de cosméticos como por exemplo o óleo de sementes de damasco, de pêssego, de sementes de uva e extratos de arnica etc. Muitas pesquisas ainda serão feitas para outras opções. A seguir os principais produtos naturais e seus efeitos em usos cosméticos.

Produtos naturais e extratos, usados em cosméticos.

03PlacentaGel líquido feito de placenta bovina, promove a regeneração celular, usado em cosméticos anti-envelhecimento. Concentração: 1 a 5%.

06Manteiga de KaritéEmoliente para pele e cabelo, extraído de uma árvore africana.

02ElastinaProteína termo-estável (= resiste à fervura). Aumenta a elasticidade da pele, portanto é usada no tratamento de celulite e rugas. Ajuda em reter a umidade natural da pele, na restauração e no condicionamento de tecidos. É hidratante para cabelo. É usado de 1 a 10%.

04ProteínaExtrato de tecido animal ou vegetal, tem a finalidade de fornecer nutrientes à pele e ao cabelo. Possui efeito restaurador, protetor, confere uma textura agradável à pele e maciez, volume e brilho ao cabelo. Retém a umidade da pele e protege o cabelo de substâncias agressivas do ambiente.

05LanolinaSubstância gordurosa extraída da lã do carneiro; é usado como emoliente. Concentração: 1%.

01Colágeno naturalFluído viscoso, termo-sensível, contendo 3% de colágeno puro extraído de tecido bovino. É indicado para tratamento de pele seca, desidratada e envelhecida. Corrige danos causados pela radiação solar, combate rugas. É usado na formulação em 2 a 10%.

07QueratinaProtetor da pele, extraído de uma árvore africana.

Nesta tabela, podemos observar a importância das proteínas, especialmente para os cabelos e consequentemente para produção de “shampoos e condicionadores”.

Antônio Lelis PinheiroDepartamento de Engenharia Florestal

Universidade Federal de Viçosa-MG

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“Foi de fato uma grande surpresa pois toda minha equipe de forma espontânea elogiou a espécie pela sua maciez. Uma

madeira fácil de trabalhar e de um tom que contribuiu muito para valorização da estética final do

móvel nesse caso.”

“É uma madeira fácil de se trabalhar. Medianamente leve e macia. Não apresenta torções

importantes. Tanto o processamento, como o

acabamento foi muito facilitado pelas características da

madeira.”

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“Permite a combinação com diferentes materiais e dá ao

designer bastante flexibilidade no desenho dos móveis. O

mogno africano é um material nobre e atemporal que traz solidez e elegância em sua

aplicação.”

“O governo deveria incentivar este projeto , pois considero que esta seria uma excelente opção

para preservarmos o que sobrou de nossas florestas tropicais, e

mudar-mos esta cultura de depredação.”

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Os “tapetes” de madeira paginados por Thiago Barros foram os primeiros assoalhos em mogno africano Khaya Ivorensis produzidos pela Indusparquet para serem apresentados na IDA . ARTRIO 2015. A Indusparquet, indústria de pisos de madeira de alta qualidade está presente em mercados de praticamente todo o mundo. Em parceria com a ABPMA está testando o mogno africano.

“Faixas são destacadas com acabamento diferenciado,

mostrando a capacidade de se alterar sua tonalidade e mesmo assim preservar sua belíssima

característica natural.”

“Aceitei pra conhecer melhor o Mogno, explorar seu potencial

no futuro e pelo desafio!”

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“A Hermes Ebanesteria em um trabalho minucioso produziu o Cobogó de Juliana e Matheus desenhado exclusivamente para ser apresentado na IDA 2015. E confeccionou as letras caixa da

ABPMA em mogno maciço.”

“O desafio e a inovação é que movem uma pessoa.

Descobrindo coisas novas é que nos aperfeiçoamos, aprendemos.

Com isso, decidimos trabalhar com uma madeira nova, que não

estávamos habituados à trabalhar.”

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Conforme aprendíamos mais sobre a cultura e o mercado de madeira nobre, nosso interesse pelo investimento aumentava. Passamos a comprar mais áreas no norte de Minas e a aumentar nosso plan-tio. Amigos e conhecidos também se interessaram pelo projeto, e pouco a pouco novos sócios foram entrando no negócio. Hoje somos um grupo de 3 empresas e 20 sócios, possuímos 800 ha planta-dos e até 2018 teremos 1.450 ha de mogno africano.Até 2014 eu participava do projeto como sócio, realizando aportes mensais na empresa para custear todo o investimento e custo de manutenção da floresta. Na medida em que nosso projeto cres-cia, minha preocupação com algumas questões também aumentava. Eu estava colocando uma parcela cada vez maior do meu patrimônio em um negócio que eu praticamente não conhecia. Minhas principais dúvidas eram: existe mercado para o mogno africano? Se existe, ele é suficiente para absorver o volume de madeira que vamos produzir? Qual o preço médio de venda? Qual o melhor produto a ser vendido? Qual a melhor forma de agregar valor à produção? É importante buscar certificações ambientais (FSC)? Nosso cres-cimento médio anual está dentro do esperado? O que fazer para melhorar a produtividade e quali-dade da nossa madeira? Por mais que eu quisesse pesquisar e conhecer as respostas para estas perguntas, não conseguia me dedicar ao assunto de forma satisfatória. Eu trabalhava em outra empresa e não tinha muito tempo disponível para aprender mais sobre o negócio de madeira nobre.Para minha sorte, em agosto de 2014 meus sócios me convidaram para ser o CEO de nosso Grupo, que estava crescendo rapidamente ano após ano. .

omecei a investir no mogno africano (Khaya Ivorensis) em 2008. No início éramos dez sócios e plantamos cerca de 100 ha no municí-pio de Nova Porteirinha, no norte de Minas Gerais.

Desde então, passei a me dedicar inteiramente ao nosso projeto, procurando conhecer cada vez mais sobre os processos de implantação e manutenção florestal, os diversos produtos que podem ser obti-dos a partir do mogno africano, os processos indus-triais para cada tipo de produto, volumes e preços de mercado, etc. Minhas principais fontes de conhecimento foram os encontros e palestras organizados pela ABPMA (Associação Brasileira de Produtores de Mogno Africano), websites e boletins de instituições que divulgam informações sobre o mercado e a indústria da madeira (ITTO – International Tropical Timber Organization, Painel Florestal, SNIF – Sistema Nacio-nal de Informações Florestais, Imazon, AIMEX – Associação das Indústrias Exportadoras de Madeira do Pará, Remade – Revista da Madeira,

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ABIMCI – Associação Brasileira da Indústria da Madeira Processada Mecanicamente, dentre outros). Além disso, realizei várias visitas a outros plantios de mogno, marcenarias, indústrias de madeira e revendedores, conver-sando bastante com diversos profissionais que atuam neste mercado há anos.Após a análise de todas as informações que consegui obter ao longo de quase 2 anos de trabalho, comecei a ficar bastante tranquilo com relação ao nosso projeto. O volume de mogno africano que será produzido no Brasil é muito inferior à demanda global por madei-ra nobre. Segundo a ABPMA, estima-se que há cerca de 15.000 ha de mogno africano plantado no Brasil. Em uma estimativa conser-vadora, esta área poderia produzir cerca de 6 a 8 milhões de m3 de toras, ou de 3 a 4 milhões de m3 de madeira serrada. Isto se todos os plantadores colhessem e processas-sem toda a madeira no mesmo ano, o que não ocorrerá. De acordo com o ITTO – Internatio-nal Tropical Timber Organization, a produção mundial de toras de madeira tropical é de 170 milhões de m3 / ano.

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A produção de madeira tropical serrada é de cerca de 40 milhões de m3 / ano. No Brasil este números são de 100 milhões de m3 de toras e de 16 milhões de m3 de madeira serrada. Nestes números está incluído o euca-lipto, que é uma madeira tropical mas não é uma madeira nobre. Outra comparação pode ser feita a partir dos dados do Imazon, que apontam que na região amazônica são cortados cerca de 14 milhões de m3 de toras / ano e produzidos cerca de 5 milhões de m3 de madeira serrada / ano. Claro que os números acima representam o consumo de várias espécies distintas, mas o histórico do mogno africano (conhecido mundialmente como khaya) é bastante positivo, possuindo grande aceitação no mer-cado. O mercado de mogno brasileiro no Brasil e no mundo deixou de existir devido à quase extinção desta espécie e da consequente proibição do seu corte, e não por que o “mogno saiu de moda”, como alguns dizem. A madeira nobre da moda é a que está disponí-vel nas florestas nativas, por isso varia conforme a disponibilidade de cada espécie: no início foi a era do pau-brasil, em outro momento foi o mogno, angelim, cedro, sucupira, ipê, jacarandá, e assim por diante.

O mogno brasileiro já se mostrou uma madeira extre-mamente valorizada e aceita pelo mercado nacional e mundial. O mogno africano (Khaya Ivorensis), já é comercializado em todo o mundo a partir da África e tem grande aceitação, além de ser bastante semelhan-te ao mogno brasileiro.Além disso, o mogno africano plantado no Brasil possui um grande apelo ambiental, já que é uma cultura sustentável que contribui para a diminuição do desma-tamento no mundo. Importante observar que os órgãos de fiscalização ambiental estão reprimindo cada vez mais a extração ilegal de madeira, reduzindo bastante a oferta de madeira nobre no mercado. Da mesma forma, os grandes compradores estão mais atentos para a origem da madeira que compram, inclusive valorizando mais os produtos provenientes de reflores-tamento e manejo sustentável, principalmente com certi-ficações ambientais. Pessoas que comercializam madei-ra no mundo já mencionaram que alguns mercados já exigem selos ambientais obrigatórios (como o FSC, o mais reconhecido mundialmente), e que alguns clientes chegam a pagar até 20% a mais por produtos com este selo. Sendo assim, não resta dúvidas de que o mercado para o mogno africano plantado existe e tem um grande potencial de crescimento. É um nicho de merca-do quase inexistente nos dias atuais: madeira nobre reflorestada.

Com relação ao preço de venda do mogno africano, o site do ITTO emite relatórios quinzenais com os preços de várias madeiras nobres comercializadas no mundo. Os preços do mogno africano (Khaya Ivorensis) tem girado em torno de 230 Euros para toras e de 460 até 1000 Euros para madeira serrada, dependendo do tipo de secagem (natural ou estufa) e local de origem. Outro ponto que tenho estudado é qual a melhor forma de agregar valor ao nosso projeto. É certo que quanto mais se avança na industrialização da madeira, maior a agregação de valor. Madeira serrada, produ-tos de marcenaria, móveis, portas, janelas, laminados, compensados, pisos, decks, assoalhos, dentre outros produtos, são algumas das várias possibilidades de agregação de valor na madeira. Contudo, algumas indústrias requerem altos investimentos, outras possuem muitos concorrentes, outras possuem produtos substitu-tos da madeira, outras possuem processos industriais complexos, e por aí vai. É necessário bastante tempo de análise, conhecimento de mercado e experiência nos diversos processos industriais para decidir qual o melhor caminho a seguir.Por fim, procurei compreender melhor os processos de implantação e manutenção das florestas para conse-guirmos maior produtividade no volume de madeira final. Passamos a realizar inventários anuais, levantando as diversas taxas de cresicmento de cada área e identi-ficando os fatores que causavam resultados melhores ou piores. O que temos observado em nossos plantios é que o mogno africano (khaya ivorensis) responde muito bem à água, seja através de chuvas ou de irrigação. Em locais muito secos, como o Norte de Minas, não dá para ficar sem irrigar. Outro ponto importante é manter o solo com bastantes nutrientes disponíveis, por isso a importância de se realizar análises de solo e foliares constantemente e verificar a necessidade de aduba-ção. Também percebi que devemos ficar bastante aten-tos a pragas, como formigas, cupins, lagartas, fungos, etc. Estes agentes podem prejudicar o crecimento da árvore e diminuir o volume final de madeira projetado. Ações de prevenção e combate à incêndios também devem ser tomadas, visto que este é um dos principais riscos para uma floresta plantada. Em uma das pales-tras mais interessantes que presenciei na ABPMA, do Marcelo Ambroggi, responsável pela área de desen-volvimento florestal Weyerhaeuser Solutions do Brasil até 2014, uma das maiores empresas de reflorestamen-to do mundo, disse uma coisa bastante importante: Na silvicultura, qualquer decisão deve ser analisada a partir de um modelo de avaliação econômica por Fluxo de Caixa Descontado.

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Por exemplo, se você decide adubar ou irrigar o mogno hoje, você deve levar em conta qual o gasto adicional com este investimento, e ao mesmo tempo estimar qual será o incremento no seu volume de madeira final. Com isso, você terá uma receita adicional no seu fluxo de caixa futuro, que trazido a valores atuais pela taxa de desconto do seu projeto, deverá lhe dar um ganho adicional no VPL do seu negócio (Valor Presente Líqui-do). Assim, toda decisão que temos tomado é com base na avaliação do nosso Fluxo de Caixa Descontado, onde avaliamos o gasto presente e a receita futura. O objetivo é sempre maximizar nosso VPL.Por fim, após quase 2 anos como CEO do Grupo Meta Florestas, tenho bastante segurança em afirmar que o mogno africano é uma ótima oportunidade de investimento. Eu realmente vislumbro um futuro de sucesso para todos aqueles que tem se comprometido em investir e propa-gar esta cultura. Apesar do longo prazo de retorno do investimento, o tempo só contribui para tornar o projeto cada vez mais valioso. Praticamente toda a madeira nobre vendida no mundo é proveniente de florestas nativas, muitas vezes oriunda da extração ilegal e clan-

destina. A população mundial está cada vez mais cons-ciente das questões de sustentabilidade ambiental, e o cerco dos órgãos de fiscalização está se fechando cada vez mais. Ao mesmo tempo, ainda não é muito comum o plantio de florestas de madeira nobre, o que diminuirá a oferta futura de madeira nobre sustentável. Desta forma, tudo indica que teremos ótimos resultados em nosso projeto.

Raphael Valle CruzCEO Grupo Meta Florestas

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DMAIS DESIGN 2015. MINAS GERAIS

EXPOSIÇÃO 50 anos MARIA BETHANIA .PAÇO IMPERIAL . RIO DE JANEIRO 2015

Patricia Fonseca, Matheus Barreto e Juliana Vasconcellos Sergio Zobaran, Mônica

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O engenheiro agrônomo Milton Frank tem sido um grande colaborador da ABPMA, contribuindo com seus artigos explicativos e compartilhando sua vivência sobre diversos aspectos do plantio de mogno africano. Em homenagem à sua colaboração montamos esta coletânea onde ele expõe suas crenças e experiências.

Conhecimentos necessários para se plantar Mogno Africano Ivorensis.

Solos

A primeira coisa a se observar antes de plantar mogno africano Ivorensis é o tipo de solo disponível.

Geralmente os tipos de solos são:

Solo Argiloso

Este tipo de solo possui uma consistência fina e é geral-mente impermeável a água. A terra roxa, encontrada principalmente nos estados de São Paulo, Paraná e Santa Catarina é um dos principais solos deste tipo que é bom para a prática da agricultura, principalmente para a cultura de café, e excelente para o plantio de mogno africano. Na região litorânea do Nordeste encontramos o massapé, solo de cor escura e também muito fértil.

Solo Arenoso

Este tipo de solo possui consistência granulosa e é consti-tuído por areia. Muito presente na região nordeste do Brasil, sendo permeável à água. Para se plantar mogno africano Ivorensis num solo arenoso é fundamental se fazer a análise do solo e constatar que este tenha pelo menos 16% de argila.

Mas e se o solo arenoso tiver menos de 16% de argila podemos plantar mogno africano Ivorensis? Podemos sim, mas teremos que arcar com custos para corrigir este solo. Teremos de ter uma adubação diferenciada, tere-mos de incorporar bastante matéria orgânica a este solo, teremos de modificar suas características físicas, e neste caso também teremos de fazer a conta do custo versus o benefício desta atividade de modificar a carac-terística deste solo.

Polt Mog por Zanini de Zanine Aparador Laminado por Juliana Vasconcellos

A experiência de plantios de mogno africano Senega-lensis em solos arenosos com 8% de argila é positiva e apresenta bons resultados de crescimento e desenvolvi-mento, porém o mogno africano Ivorensis necessitou de mais cuidados como uma adubação mais substancial e até mesmo a incorporação de material orgânico como turfa, cama de frango, resto ou rejeito de silagem de gado, estrume etc...

Solo Humoso

Presente em territórios com grande concentração de material orgânico em decomposição (húmus). É muito utilizado para a prática da agricultura, pois é extrema-mente fértil (rico em nutrientes para as plantas), portanto este tipo de solo pode ser utilizado no plantio do mogno africano Ivorensis.

Solo Calcário

É um tipo de solo formado por partículas de rochas. É um solo seco e esquenta muito ao receber os raios solares. Inadequado para a agricultura e para o plantio de mogno africano Ivorensis.

Preparo de Solos

Neste caso podem ser usados vários métodos de prepa-ro de solos como:

1- Uso da grade leve2- Uso da Grade Pesada3- Uso do subsolador4- Uso sulcador5- Covas manuais

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O que foi observado na prática é que quanto mais fundo se mexe na terra mais fácil é o enraizamento da muda e consequentemente o crescimento é maior.

Alertamos que é necessária a consulta a um engenheiro de solos a fim de que ele determine que tipo de preparo deva ser feito, pois cada região e solo tem uma indica-ção diferente.

Calagem

Uma pergunta que todos os silvicultores se fazem antes de plantar uma floresta é a seguinte:

“Devo fazer calagem?”

A resposta a esta pergunta é muito simples, ou seja, quem vai determinar se a calagem deve ser feita e a quantida-de de calcário a ser jogada num solo é a análise do solo. Os elementos cálcio e magnésio devem estar presentes no solo de uma floresta que será plantada, portanto, ao apresentar a análise da sua área a um engenheiro de solos, solicite que ele faça uma recomendação de cala-gem caso necessário.

Solos com alto teor de alumínio devem ser corrigidos

Altos teores de alumínio presente em solos de florestas a serem plantadas não são recomendados, portanto, durante a consulta que deve ser feita a um engenheiro de solos antes do plantio, cabe ao plantador solicitar esta análise e seguir a recomendação de correção do profissional.

Faça o combate à formiga antes do plantio

O maior inimigo da silvicultura em geral é a formiga, então é necessário controlar os formigueiros da área a ser plantada. O método mais utilizado é o combate à formiga com iscas de sulfluramida. Existem várias iscas disponíveis no mercado.

Antes de plantar planeje os aceiros de sua floresta

O pior acontecimento para um silvicultor é um incêndio florestal. Os aceiros são feitos antes do plantio e devem ser planejados por um engenheiro florestal a fim de facili-tar o combate do fogo.

Faça as estradas ao redor de sua floresta antes de plantar.

As estradas são fundamentais durante toda etapa de implantação de uma floresta. Por elas serão escoados as mudas, o pessoal, os insumos, e na fase de colheita flores-tal elas irão escoar a sua produção, portanto é funda-mental fazê-las antes do plantio. O profissional adequa-do para planejar suas estradas é um engenheiro flores-tal.

As estradas devem ser muito bem planejadas, porque elas serão de uma relevante importância caso um dia ocorra um incêndio florestal em sua propriedade.

Escolhendo as mudas para plantio

Devido à dificuldade de compra de sementes de mogno africano Ivorensis no Brasil, a maioria dos produtores compram mudas para o seu plantio de viveiros que estão estabelecidos em todo território nacional.Se houvesse fartura de sementes no Brasil, eu recomen-daria a cada produtor fazer sua própria muda pelos seguintes motivos:

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1- O viveiro de mudas é o início do seu plantio, portanto ele é estratégico.2- É muito bom saber com convicção plena como sua muda foi preparada.3- Uma muda de sementes feita perto do local do plantio já nascerá praticamente aclimatada.

Como saber se uma muda está pronta para o plantio?

A muda pronta é aquela que está lignificada e já tem certa rusticidade. A muda lignificada é uma muda madura. Veja a foto ao lado.

A muda de mogno africano Ivorensis da foto está lignifi-cada e tem rusticidade. Observe que o caule da muda na parte inferior já tem uma tonalidade marrom e sua parte superior é verde. Esta muda também já passou pelo processo de “rustificação”. Ela apresenta o caule firme e as folhas bem desenvolvidas. Esta muda está pronta para o plantio.

Observação: São raríssimos os viveiros que produzem mudas de mogno africano Ivorensis que tem conheci-mento técnico para entregar uma muda desta qualidade ao comprador.

Vamos plantar o mogno!

Chegou a hora de plantar, e nesta hora tenho de confes-sar a todos que prefiro o método da Silvicultura à moda antiga para o plantio do Mogno Africano Ivorensis. Digo isso, porque é o método de maior qualidade, porque o produto fim da floresta será madeira serrada ou beneficiada para ser colocada a disposição do mer-cado nacional e mundial e ainda porque o primeiro corte desta floresta poderá ocorrer depois do décimo quinto ano de seu plantio.

O que é silvicultura a moda antiga?

Silvicultura a moda antiga é o método operacional utilizado pelo engenheiro Edmundo Navarro de Andra-de quando em 1919 ele introduziu a espécie de eucalipto urophylla em Rio Claro – SP. Este método foi consolidado em 1937 quando a Companhia Siderúrgica Belgo-Mi-neira adotou o cultivo do eucalipto como fornecedor de lenha para a metalurgia, em sua unidade na cidade mi-

neira de João Monlevade. Nesta época não havia mecanização na Silvicultura e tudo era feito manualmen-te, exceto as estradas. O roteiro de plantio do método da Silvicultura a moda antiga é composto pelas seguintes atividades:

1. Combater Formiga2. Fazer a infraestrutura (estradas e aceiros)3. Elaborar o alinhamento do plantio e fazer a marcação das covas manualmente4. Fazer as covas com a enxada com pelo menos 30 cm de diâmetro e 50 cm de profundi-dade5. Remover o saquinho plástico das mudas com as mãos6. Plantar as mudas nas covas com as mãos7. Fazer adubação de cobertura com as mãos protegi-das por luvas8. Começar a combater a mato competição através de capinas manuais com enxada.

Plantio

Iniciando o plantio a primeira pergunta a fazer seria: “qual o espaçamento desta floresta?”.Até hoje não se tem definido o melhor espaçamento para esta cultura. Os espaçamentos das florestas de mogno africano que visitei em todo Brasil variam muito. Tem gente que planta 3X3 prevendo dois desbastes tem gente que planta 4X4, 5X5, 6X5, 6X6, 7X7, 8X8 e já vi até 10X10

O espaçamento que é mais predominante no Brasil é o 6X6, e mesmo assim porque a compilação deste número é baseado na quantidade de área plantada em hecta-res.

A minha sugestão seria a adoção do planejamento 6X6 e deixar para descobrir tecnicamente o espaçamento ideal no futuro.A segunda pergunta que temos de nos fazer antes de iniciar o plantio seria: “Desejo uma flores-ta perfeitamente alinhada?” Caso sua resposta seja sim, então faça o alinhamento e a marcação de suas covas. Caso você não faça covas e use o sulcador, então use o GPS para fazer a sulcagem do solo.

No caso de atividade manual, você pode fazer a marca-ção com uma vara graduada, corda ou a trena. No caso de você possuir um sulcador que faça a marcação meca-nicamente isso ocorrerá sem necessidade de se marcar manualmente.

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Este é um adubador e coveador florestal

Este é um sulcador

Este é um subsolador

O alinhamento pode ser feito através do GPS, baliza-mento, e já vi no passado (década de 80) alinhamento feito com instrumentos de precisão. O alinhamento poderá ser feito através de cordas, conforme o espaça-mento desejado marque a corda na distância entre uma cova e outra. Nos terrenos planos, você pode utilizar trator com sulcador, que cruzando as linhas deixará o espaçamento desejado. As covas devem ser espaçadas de 6 metros na linha e 6 metros na fileira.

Recomendo que as covas tenham pelo menos 50 cm de profundidade e no mínimo 30 cm de diâmetro. A terra removida da cova deve ficar ao lado da mesma.

Quando transportar as mudas do viveiro de produção para o local do armazenamento, você deve ter cuidados especiais:

O caminhão ou meio de transporte das mudas deve ser coberto com lona, mesmo que a distância não seja muito longa, pois o vento causado pela velocidade do veículo queima as folhas das mudas; As caixas deverão ser colocadas no chão ou no local do armazenamento, devagar, para n ã o abalar as raízes e causar perdas; Essa operação deverá ser observada e repetida no transporte do local do armazena mento para o campo; Ao distribuir as mudas, nas proximidades das covas, nunca as jogue de cima e sim utilize meios que possibilitem colocá-las suavemente na cova ou na sua proximidade.

A hora do plantio

Se a embalagem da muda que vai ser plantada for de saco plástico, retire-o totalmente e cubra a cova com terra, 1 a 2 cm acima da parte superior do colo da muda. A terra deverá ser comprimida com as mãos ou pés, deixando a muda na posição vertical. Particularmen-te não aprovo o uso dos pés para comprimir as mudas, sou a favor do uso só das mãos.As mudas embaladas em tubetes devem ser conduzidas para o local de plantio, para serem retiradas dos mesmos. Pegue a muda pelo tubete, nunca pelas folhas. Aperte o tubete plástico com os dedos dando um leve toque na parte superior para a muda soltar por dentro. Você deve ter o cuidado de não levar terra compactada para a cova, porque isso pode entortar a muda e preju-dicar o seu desenvolvimento inicial.

Replantio

Deixe uns 20% de mudas para o replantio.Ele deve ser feito entre 30 e 60 dias depois do plantio.Não é necessário abrir de novo a cova, mas afofar o local onde você vai plantar a nova muda.

Silvicultura Mecanizada

Hoje existem vários implementos que facilitam a vida do silvicultor. Vou mostrar aqui alguns:

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Este é um tanque utilizado para irrigar florestas

Hora de adubar

A recomendação da adubação vai sair da análise de solos. Quem deve fazer esta recomendação é um agrô-nomo, engenheiro florestal ou até mesmo um engenheiro de solos.O adubo mal colocado pode queimar uma muda. O adubo deve ser sempre colocado enterrado e a uma distância de pelo menos 45 cm do caule da planta.

Micronutrientes

A adubação com micronutrientes como Boro, Zinco, Manganês, Cobre, Enxofre, Ferro, Molibdênio tem mos-trado bons resultados nos cultivos de Mogno Africano Ivorensis. Digo baseado numa experiência que eu mesmo fiz. Após a seca, um plantio que tinha 1 ano de idade apresentava um aspecto terrível. As mudas esta-vam vivas, mas as folhas estavam caídas, amarelas ou secando e só a ponta do caule verde. Logo depois das primeiras chuvas nós usamos um produto que permite a pulverização de micronutrientes na lavoura de soja nesta floresta. O resultado foi que em 15 dias a floresta respon-deu e ficou com um vigor, coloração e aspecto espetacu-lar.

A partir do momento que você encerra o plantio e a primeira adubação a floresta entra no período de primeiro ano de manutenção. As manutenções podem ser feitas de diversas formas diferentes e o correto é a contratação de um engenheiro florestal para recomen-dar estas atividades para o produtor.

Atividades realizadas no primeiro ano de manutenção

1. Capina Manual Total2. Coroamento3. Roçada Mecânica4. Aplicação de defensivos para controlar a mato competição5. Adubação de cobertura6. Adubação folear7. Combate à formiga8. Manutenção de infraestrutura (Estradas, aceiros, etc...).9. Poda10. Irrigação (caso seja necessário)

O nome deste implemento é CONCEIÇÃO em home-nagem a engenheira o idealizou. Trata-se de um pulve-rizador que aplica herbicida nas linhas das florestas a fim de controlar a competição das erva daninhas com as mudas plantadas. A Conceição trabalhou na Indús-tria Papel Simão na década de 80 e é graças a ela que este projeto foi para frente.

Hoje em dia existe uma série de implementos florestais a fim de ajudar a diminuir a mão de obra e agilizar as atividades da Silvicultura. Realmente eles diminuem os custos e facilitam muito o trabalho para quem deseja plantar grandes volumes.

A única ressalva que faço é que nenhum dos métodos mecânicos atual tem a qualidade da Silvicultura a Moda Antiga, mas eles funcionam e dão muito resulta-do, principalmente no bolso de quem planta. Existem vários fabricantes de implementos florestais ou de apoio à silvicultura no mercado brasileiro, procurem conhece-los.

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Irrigação

Esta é outra pergunta que vários produtores questionam. Devo irrigar minha floresta de Mogno?

Depende do local onde sua floresta foi implantada é a resposta para esta questão. Na região do Mato Grosso temos 6 meses de chuvas e 6 meses de seca. A experi-ência no Mato Grosso é que as mudas aguentam bem a seca e depois na chuva se recuperam. A média de chuvas no Mato Grosso é de 1.600 a 2.000 mm ano. Nesta região não há necessidade de um sistema de irrigação.

Cabe ao futuro produtor tomar esta decisão, pois a implantação de um sistema de irrigação de uma floresta é algo muito caro e o excesso de irrigação também pode prejudicar a qualidade da madeira. É prudente o novo produtor conversar a respeito de irrigação de sua flores-ta com um agrônomo ou engenheiro florestal.

Incêndios Florestais

Nenhum silvicultor está livre da ocorrência de um incên-dio florestal. As principais ferramentas para se combater incêndios florestais são:

Enxada – usada para limpar, até o solo mineral, peque-nas faixas ou aceiros, a fim de evitar a passagem do fogo.

Machado – usado para derrubar árvores e arbustos que estejam queimando e lançando fagulhas que podem originar novos focos de incêndio ou para abrir picadas com a finalidade de fazer aceiros.

Foice – usada para abrir picadas e construir pequenos aceiros; entre as ferramentas manuais é uma das mais versáteis no combate a incêndios de baixa intensidade em áreas de vegetação de pequeno porte.

Pá – usada para jogar terra e enterrar material que esteja queimando; muito útil em operação de rescaldo, principalmente onde o solo é arenoso.

Ancinho – usado para fazer rapidamente pequenos aceiros, principalmente onde existe acúmulo de folhas e acículas na superfície do solo.

McLeod – consiste de uma enxada e um ancinho justa-postos, substituindo, portanto duas ferramentas.

Abafador – Usado para bater sobre o fogo, apagando--o por abafamento, quando há possibilidade de combate direto. Consiste de um retângulo de borracha flexível com lonas (correias transportadoras usadas), de aproximada-mente 40 cm de comprimento, 30 cm de largura e 0,6 cm de espessura, preso a uma armação de ferro em forma de “T” e fixado a um cabo de madeira de no mínimo 1,60 m de comprimento.

Extintor costal – constituído de um reservatório com capa-cidade de 20 l de água e de uma bomba tipo trombone, de operação manual, pode lançar água até cerca de 10 m de distância. É muito útil no combate de incêndios superficiais de baixa intensidade e no rescaldo de gran-des incêndios. Operada por pessoa treinada é o mais eficiente, flexível e econômico (por litro de água bombea-da) entre todos os equipamentos de bombeamento de água. O extintor costal é considerado o mais importante invento individual entre os equipamentos de combate de incêndios.Lança-chamas – o tipo mais eficiente é o “pinga-fogo.” Muito útil e prático para se fazer um contrafogo, espe-cialmente quando este precisa ser feito rapidamente. Indispensável para se fazer queimas controladas.

Caminhão Pipa – Quando se tem estradas bem planeja-das pode lançar água na floresta incendiada e ajudar a controlar o incêndio.

Prevenção a Incêndios Florestais.

A maioria das empresas de reflorestamento utilizam torres de observação de incêndio a fim de identificá-los logo no início possibilitando o controle. Para plantios de grande porte existem empresas que utilizam guardas florestais com motocicletas que ficam constantemente fazendo rondas nas florestas.

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seu próprio fertilizante orgânico?O nitrogênio (N) é o nutriente responsável para o crescimento das plantas, para a produção de novas células e tecidos, e ele também promove a formação de clorofila, que é um pigmento verde encontrado nas folhas e que captura a energia do sol. As plantas deficientes em nitrogênio (N) apre-sentam as folhas com uma coloração verde--pálida ou amarelada devida à falta de clorofila. Na proteína, o principal elemento é o nitrogênio, e quando há um suprimento adequado deste nutriente, as plantas cres-cem rapidamente, ao contrário de quandohá deficiência, onde crescimento se torna lento.

Usar um fertilizante orgânico é seguro para a maioria das árvores, inclusive o mogno africano, e temos uma abun-dância deste elemento ao nosso alcan-ce no dia a dia. Podemos usar a grama como fonte de nitrogênio, mas se nós jogarmos grama ao redor da base da árvore não resultará em nada, porque é preciso transformá-la em adubo. Fertilizantes caseiros podem ser uma das melhores nutrições para uma pequena floresta, e para preparar este fertilizante siga os seguintes passos:

Como aplicar este adubo?Para mudas recém-plantadas use de 300 a 500g de adubo orgânico a 20 cm de distância do caule da muda. Para árvores mais velhas coloque até 2 Kg de adubo por árvore. Você também deve espalhar o adubo orgânico em volta da muda ou árvore mantendo a distância recomendada, o resto do trabalho será feito pelas águas da chuva.

1. Forre o fundo de um recipiente de compostagem com 8 cm de grama,

2. Adicione uma camada de 8 cm de folhas secas, cascas e pedaços de vegetais em decomposição,

3. Adicione também se você quiser cascas de ovo, borras velhas de café ou saquinhos de chá se

estes tiverem presentes no seu lixo,

4. Misture as camadas e logo depois, reinicie o processo novamente pela grama,

5. Repita este processo quantas vezes forem necessárias até encher a caixa de compostagem,

6. Coloque o fertilizante para fermentar dois meses antes das chuvas iniciarem na sua região,

7. A hora de usar este fertilizante será logo após a primeira chuva, após o inverno.

8. Sempre misture e mexa o seu fertilizante caseiro a cada uma ou duas semanas para garantir

homogeneidade.

9. Adicione cama de frango nesta fórmula para aumentar o valor nutritivo.

10. Você pode usar qualquer outro tipo de esterco animal nesta fórmula também.

11. Certifique-se que o esterco animal esteja decomposto ou apodrecido antes de misturá-lo.

12. Geralmente é necessário se colocar de 300 a 500g deste adubo para cada árvore mantendo uma

distância de 20 cm do caule.

ARTIGOMILTON FRANK

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1º e 2º SEMINÁRIO DE MOGNO AFRICANO . PIRAPORA - MG . 2012/2014

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Usos do Mogno Africano

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O café sombreado, ou arborizado, não é novida-de. Em países da América Central, como Costa Rica e Honduras, o uso dessa opção na cafeicultura já é consolidado. Os produtores desta região já compreenderam os benefícios para a produção, qualidade e sustentabilidade da opção.

No Brasil já houve, nas décadas de 80 e 90, algu-mas tentativas de sombreamento das áreas de produção. Porém, não houve seguimento, devido a frustrações na produtividade e falta de conheci-mento da melhor forma de se consorciar.

Mas, para João Emílio, Eng. Agrônomo responsável pela parte de plantios de mogno das fazendas do grupo Montesanto tavares, nos próximos anos haverá um aumento significativo na temperatura das principais regiões produtoras de café. “Portan-to, enquanto se pesquisam plantas de café aptas para essa nova realidade, a melhor opção é som-brear a lavoura, sendo que o mogno africano (Khaya ivorensis) tem aparecido como uma das melhores opções”, sugere.

A explicação

Marcos José Perdoná, engenheiro agrônomo, doutor e pesquisador do Polo Centro-Oeste/APTA, lembra que temperaturas elevadas prejudicam o desempenho vegetativo e reprodutivo do cafeeiro, e que regiões com faixas de temperaturas médias variando entre 18 a 22ºC são consideradas as mais adequadas ao seu cultivo.

“Temperaturas acima de 30ºC podem provocar amarelecimento e “escaldadura” na folhagem, além de má formação dos botões florais ou “estreli-nhas”, diminuindo a produtividade. Na atualidade, países como Etiópia, Indonésia, Nova Guiné, México, Nicarágua, Costa Rica, El Salvador, Peru, Panamá e Guatemala utilizam árvores para som-brear os cafezais”, relata.

Já no Brasil, o cultivo a pleno sol ou café solteiro é a principal modalidade de cultivo. No ano de 2006, a pesquisadora Aureny lunz montou ensaios na ESALQ para determinar o grau de sombreamen-to em que se possa produzir o máximo de café.

O nome do seu trabalho é: “Crescimento e produti-vidade do cafeeiro sombreado e a pleno sol”. Ela concluiu que 30% a menos de irradiação direta do sol seria a quantidade ideal para haver equilíbrio entre a produtividade máxima e a qualidade do café. A pesquisadora Danielle Baliza fez um traba-lho similar em Lavras, no ano de 2011, e chegou a resultados parecidos com os da Dra. Aureny, mos-trando uma tendência.

Opções em consorciação

As opções para provocar o sombreamento na cultura são inúmeras e devem ser escolhidas de acordo com o solo, clima, relevo e objetivo final do

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produtor, que pode ser geração de renda a curto ou longo prazo, e adubação verde. Dentre as prin-cipais culturas, Felipe Lacerda Hayashi, graduando em Agronomia na Universidade Federal de Lavras (UFLA), membro do Núcleo de Estudos em Cafeicul-tura – NECAF, destaca o mogno africano (Khaya Ivorensis), o cedro australiano (Toona ciliata M. Roem), banana (Musa sp. var. Prata Comum), pau

pereira (Platycyamus regnellii), seringueira (Hevea brasiliensis), feijão (Phaseolus vulgaris), crota-lária (Crotalaria juncea), feijão guandu (Cajanus cajan), mamão (Carica papaya), abacate (Persea americana), macadâmia (Macadamia intergrifólia) como opções que não prejudicam o desenvolvi-mento do cafeeiro, com o sombreamento não ultra-passando 25% (condição favorável ao desenvolvi-mento do café).“O mogno africano é uma espécie arbórea de alto valor econômico, gerando renda ao produtor; som-breamento ao cafeeiro, e

com ele todas as suas vantagens. Um aspecto pecu-liar é que o mogno tem raízes mais profundas e com isso absorve água e nutrientes (maior aprovei-tamento de adubos e fertilizantes) em profundida-des não aproveitadas pelo café, além de auxiliar na infiltração e absorção de água. Também aumen-ta o teor de matéria orgânica no solo, devido às folhas e restos culturais do mogno que são decom-postos no solo (ciclagem de nutrientes); melhora a conservação do solo e reduz o risco de erosão; de ocorrência de pragas, doenças e plantas invaso-ras”, detalha Felipe Lacerda.

Manejo

O plantio do mogno africano e do café deve ser feito em função do produto principal, que, caso seja o café, deve respeitar o espaçamento desta cultura e adequar o espaçamento do mogno africano.

Felipe Lacerda explica que o manejo nutricional é feito apenas levando-se em conta o café, devido à cultura ser mais exigente que o mogno. Assim sendo, a adubação do mogno é suprida pela do café. Se o plantio de mogno for na linha de café, o manejo de mato também é feito normalmente, como se fosse apenas para a cultura do café.

O tempo de corte para o mogno está estimado em cerca de 18 anos, e o café produzirá a partir do segundo ano. Assim, ele recomenda que a colheita do café seja feita de forma natural no ano de colheita do mogno, até os 18 anos, sendo que para o corte do mogno será necessário o arranquio de algumas ruas para retirada da madeira.

Vantagens sem fim

Vânia Aparecida Silva, doutora e pesquisadora da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais/Unidade Regional EPAMIG Sul de Minas, enfatiza que há vantagens imensuráveis na consor-ciação de café com florestas, e enumera algumas, a seguir:

• Redução da temperatura média e amplitude térmica: as arbóreas formam dossel que cobre parcial ou totalmente a área do cafezal, intercep-tando parte da radiação que chega à superfície durante o dia, reduzindo a energia líquida disponí-vel que aquece o ar e o solo e, portanto, a tempe-ratura média diurna.

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A amplitude térmica é minimizada, porque o som-breamento pode, além de reduzir as temperaturas máximas, aumentar as temperaturas mínimas. À noite, as copas das árvores interceptam a radiação emitida pela superfície e a emitem de volta, impe-dindo o resfriamento da superfície do solo e dos cafeeiros.

Assim, em noites com geadas as temperaturas das folhas das plantas protegidas podem permanecer entre 1 e 4ºC mais elevadas.

• Extensão do tempo de maturação: a maturação é conduzida por vias metabólicas catalisadas por enzimas, as quais têm a sua ação afetada por fato-res ambientais, como a temperatura e a radiação. Com isso, a redução da temperatura e o excesso de radiação pelo sombreamento podem desacele-rar os processos metabólicos, o que pode culminar em taxas de crescimento e acúmulo de matéria seca mais lentas.

Isso propicia ao fruto condições para desenvolver as propriedades organalépticas que conferem qualidade à bebida. Assim, os grãos podem apre-sentar peneiras maiores, boa formação e melhor qualidade de bebida.

• Demanda hídrica: a demanda hídrica de uma lavora de café sombreada vai depender da densi-dade de plantio, condições edafoclimáticas da região e das características da espécie arbórea, como sistema radicular, hábito de crescimento e necessidade hídrica.

Em regiões com altas temperaturas e baixa precipi-tação, espécies que possuem sistema radicular localizado na mesma faixa de absorção do cafeei-ro e grande necessidade hídrica podem causar competição severa por água.

Por outro lado, espécies com sistema radicular pivo-tante e profundo, com boa eficiência de uso de água e em densidades adequadas podem contri-buir para atenuar o microclima na lavoura, reduzin-do a demanda hídrica do cafeeiro.• Redução da incidência de ventos: em lavouras expostas à ação dos ventos, a implantação de árvores distribuídas ou em renques pode contribuir para reduzir os ventos, devido à barreira física criada pelas arbóreas, que funcionam como “que-bra-ventos”.

O cafeeiro é sensível à ação dos ventos, que possuem efeito dessecante, pois aumentam a trans-piração e agravam problemas de deficiência hídri-ca em épocas ou regiões mais secas. Nesse sentido, prevê-se também redução de danos mecânicos às folhas do cafeeiro, que são portas de entrada para fungos e bactérias.

A identificação da direção predominante dos ventos é importante para garantir os efeitos benéfi-cos dos renques, sendo que devem ser instalados, se possível, em direção perpendicular aos ventos que prejudicam a lavoura.

Fonte: www.revistacampoenegocios.com.br/consorciacao-com-ca-fe-sombrae-agua-fresca-garantidas/

Sempre em busca de café com melhor qualidade, surge a ideia de consorciar nossos cafés com o nosso mogno africano. Nasce então o primeiro café consorciado, com mogno, do Brasil: O Maho-gany Coffee.

Um café arábica especial, onde as sombras do mogno africano, atenua as variações de tempera-tura sofridas pelo café em seu processo de matura-ção, resultando em um café mais adocicado e homogêneo em sua qualidade. Nós dizemos que este café certificado pelo Fair Trade e premiado com maior pontuação da região produtora Chapa-da de Minas no prêmio Cup of Excellence, é espe-cial não só por seu magnífico sabor, mas também pelo cuidado com todas as pessoas que participam deste plantio.

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Palestra com Walter BenadofAtualmente é Diretor de Desenvolvimen-to do Brasil Negócios e América do Sul Negócios, da Weyerhaeuser Solutions.

Anteriormente gerenciou as vendas rentáveis do produto Lyptus em joint venture da Weyerhaeuser com uma

serraria no Brasil.Palestra com

Marcelo Ambrogi

Palestra sobre Certifica-ções FSC com IMAFLORA

Palestra sobre Serraria com Gilson Favarato

Palestra com Marcelo Ambrogi Em 2011 ele foi convidado para partici-par do início das Soluções Weyerhaeu-ser do Brasil, onde se tornou o diretor de Operação Floresta. Em Weyerhaeuser ele era responsável para desenvolver oportunidade de negócio, as atividades de consultoria e gestão florestal para os

clientes.

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Casa Vogue Brasil

Mídia espontanêa . Causada durante a feira IDA / ARTRIO 2015

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Mídia espontanêa . Causada durante a feira IDA / ARTRIO 2015

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Acima Fazenda Golden Hill

Fazenda Primavera

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A esquerda Fazenda Bom Jesus, acima Fazenda São Joaquim

Reunião de associados no 2º Seminário de Mogno Africano em Pirapora

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Fazenda Matilde

Fazenda Matilde

Fazenda Golden Hill

Plantio do associado Marcio Dal Piva

Fazenda Grama

Fazenda Grama

Fazenda Pioneira 2

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A ABPMA convida a todos os interessados no mercado madeireiro, distribuidores, indus-triais, comerciantes, aos investidores em florestas, aos pesquisadores silviculturais, a conhe-cerem os plantios de nossos associados. Todos estão de portas abertas e terão imenso prazer de mostrarem ao mundo seu pedaço da grandeza do Brasil em plantio de mogno africano.

Patricia [email protected]

Profº Antonio [email protected]

João Emilio [email protected]

André L. [email protected]

Dayane [email protected]

Aurea [email protected]

Milton [email protected]

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