Revista Bastter Com Junho 2015

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Revista Bastter

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  • Junho 2015

    BlueA melhor amiga do Investidor

    Entenda a diferena entre EBIT e EBITDA Pgina 3

    De onde vem a renda mnima dos FIIs? Pgina 06

    O valor do tempo Um dos ativos mais importantes da sua vida

    Setores, a nova ferramenta da Bastter Pgina 08

  • EXPEDIENTE

    REVISTA BASTTER BLUE - Edio de junho de 2015

    Revista virtual mensal com artigos sobre o mercado financeiro

    Diretor geral:

    Bastter

    [email protected]

    Administrativo:

    Mary Hissa [email protected]

    Projeto grfico e edio:

    Nria Saldanha

    [email protected]

    NESTA EDIAO

    03 - EBIT e EBITDA, por Bastter

    04 - At logo, mestre!, com Predador

    0 6 - R e n d a m n i m a dinheiro aliengena , por Andr L F S Bacci

    07 - Entendendo o Dlar, por Elaine Mello

    08 - Setores das Empresas, a n o v a f e r r a m e n t a d a Bastter, por Thiago Battistella

    09 - Como estudar o setor de consumo), por Henrique Mota

    10 - O valor do tempo, por Daniel Borges

    11 - A reportagem sobre o melhor investimento do ms, por Paulo Ramirez

    *por Equipe Bastter

    EDITORIALJ dizia o poeta e dramaturgo William Shakespeare h mais de 400 anos: "o tempo algo que no volta atrs.

    E na edio de nmero 65 da B a s t t e r B l u e , o n o s s o colaborador Daniel Borges traz o assunto tona. Ele diz que o tempo nico e que no devemos desperdi-lo com coisas que no acrescentam valor nossa existncia.

    Pensando aqui em todos os aspectos re lacionados ao tempo, podemos dizer que ele um dos ativos mais precisos no portflio da vida e que p r e c i s a s e r m u i t o b e m administrado.

    Quem tem pressa e est sempre querendo acelerar as coisas, por exemplo, acaba se atrapalhando no caminho. Isso vale para aqueles que acham que vo conseguir tudo o que sonharam em uma semana, ou que vo ficar ricos do dia para a noite com um investimento milagroso qualquer.

    Por outro lado, h aquelas pessoas que pensam que o tempo um recurso infinito e que preferem deixar para amanh ou, quem sabe, para o ano que vem o que podem - e deveriam - comear agora. Esse conceito se encaixa bem

    no perfil de quem no poupa, de quem no planeja o futuro pensando que tem a vida toda para isso.

    Podemos tambm falar de tempo como um momento adequado para tomar esta ou aquela deciso. Ou ainda para encarar esse ou aquele desafio. Depois de quase 15 anos dedicados ao aux l io dos pequenos investidores, o nosso querido Predador recebeu uma in teressante proposta do mercado e resolveu aceitar o desafio. Agora o Predador no ter mais tempo suficiente para se dedicar s dvidas dos pequenos investidores, mas prometeu que vai se fazer presente sempre que puder.

    O tempo nico e no volta atrs. Tambm no existe tempo venda, n Elaine M e l l o ? P o r i s s o , t e n t e administr-lo da melhor forma possvel e com o que importa de verdade: a famlia, a sade, os estudos e a preparao financeira para o futuro. No d e i x e p a r a a m a n h o investimento que pode ser feito hoje, nem ache que vai ficar rico arriscando todo o seu capital em ope raes de r i s co . Respeite o tempo! [email protected].

    Edio 65 Junho 2015

  • EBIT e EBITDA Estamos colocando EBIT e EBITDA nos quadros de aes da Bastter.com. J inclumos o i n d i c a d o r e m q u a s e 5 0 empresas e devemos colocar nas 100 principais. Vou tentar p a s s a r a q u i u m a v i s o simplificada do EBIT e EBITDA e no que pode nos ajudar.

    Sou um grande adepto do lucro lquido. o dado que mais me agrada numa empresa, mas reconheo que as vezes ele est distorcido, por isso o EBIT e EBITDA podem ter seu valor, inclusive na aval iao de dividas.

    EBIT significa Earnings Before Interests and Taxes, ou seja, lucros antes dos juros e impostos, No Brasil, muitas vezes chamado de LAJIR. Com o EBIT voc tem uma viso da empresa sem o resultado financeiro, ou do lucro operac iona l da empresa . A l g u m a s e m p r e s a s t m resultados financeiros positivos, e assim o EBIT menor do que o Lucro Lquido (LL), outras tm r e s u l t a d o s fi n a n c e i r o s negativos, fazendo com que o EBIT seja maior do que o Lucro Lquido.

    Uma das coisas que o EBIT me mostra se os juros esto pesando, o que fica fcil de ver na proporo do EBIT para o

    Lucro Lquido. Se uma empresa tem, por exemplo, 300M de LL e um EBIT de 600M, significa que os juros da dvida esto pesando. Raramente tudo isso vai ser imposto, a no ser que seja uma situao especial, no recorrente. Claro que podemos abrir o balano e olhar, mas basta ver se a proporo se repete a cada trimestre ou prxima, ou ainda se h uma distoro isolada para saber se no recorrente.

    Um EBIT muito menor que o LL pode significar que a empresa a p re s e n t a u m r e s u l t a d o financeiro positivo muito alto, as vezes maior do que o resultado operac iona l , o que pode preocupar alguns, apesar de no ser necessariamente algo ruim, preciso ficar de olho.

    Em suma, o EBIT vai nos dizer o que a empresa ganhou operando propriamente dito.

    Depois temos o EBITDA : Earning Before Interest, Taxes, Depreciation and Amortization, ou seja, agora somamos ao EBIT o que a empresa gastou c o m a m o r t i z a o e depreciao. No Bras i l chamado tambm de LAJIDA, lucro antes dos juros, impostos, depreciao e amortizao. Teoricamente o EBITDA uma medida da gerao de caixa da

    empresa, pois pegamos o que ela realmente gera das suas a t i v i d a d e s q u a n d o descontamos o resu l tado financeiro e a depreciao e a amortizao.

    H l imitaes, claro, e n e n h u m d a d o d e v e s e r analisado isoladamente. Alguns v a l o r e s p o d e m n o s e r recebidos, algumas despesas podem no ser pagas, este no um valor totalmente preciso como por exemplo o Fluxo de Caixa Livre. De qualquer forma, serve como uma bela estimativa da gerao de ca ixa da empresa, do que ela realmente faz de d inhei ro com sua atividade fim.

    Outra utilidade do EBITDA a anlise das dvidas, pois a maioria das empresas utiliza DVIDA LQUIDA/EBITDA como uma avaliao de suas dvidas, sendo o nmero 3 um padro muito utilizado como um limite do equilbrio.

    Outra vantagem que muitas vezes os no recorrentes que atingem o LL no chegam ao EBITDA. Isso nem sempre verdade, mas em mui tas empresas o EBITDA um nmero mais constante com menos varincia do que o LL e portanto mais fcil de analisar pelos quadros. Bastter.com.

    *por Bastter

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    Enfim, agora temos trs marcadores do lucro das empresas disposio nos quadros da Bastter.com:

    Quem quiser estudar mais a fundo o assunto, temos os consultores Mille e Senesino que se aprofundam bem mais no assunto.

    *Bastter mdico formado em 1992 pela UFRJ. Professor de Educao Fsica, formado em 1990, pela UERJ. Agente autnomo de investimentos e palestrante.

    At logo, Predador!

    Grande referncia na comunidade desde o surgimento do site, em junho de 2001, Ricardo Hissa deixa suas funes na Bastter.com para encarar novos desafios profissionais e ns estamos torcendo por ele!

    O grande conhecimento sobre o mercado, a simplicidade e o discurso franco, com boas pitadas de bom humor, so as marcas deste mestre da Bolsa. Predador foi um dos criadores da Bastter.com e ajudou a sedimentar a Filosofia Bastter de investimentos, ajudando milhares de pequenos investidores ao longo de quase 15 anos de dedicao.

    Com as novas atividades do nosso parceiro de longa data, o grupo dele ser incorporado pelo consultor Thiago Battistella e passa a se chamar Operaes com Opes. A boa notcia que o Predador continua ligado Bastter.com e prometeu aparecer sempre que for possvel.

    Voc tambm pode continuar seguindo os ensinamentos dele pelo livro Lies de um Mestre da Bolsa. Confira o que alguns dos integrantes da nossa equipe tm a dizer sobre o predador.

    O Predador uma figura excepcional, com experincia e conhecimento no mercado financeiro que poucas pessoas tm no pas. Com seu jeito pitoresco e divertido, transmite as mensagens de maneira clara e objetiva, facilitando muito o aprendizado do pequeno investidor.

    Thiago Battistella.

    "O Predador um guru da Bastter.com. Com sua sabedoria ajudou a desenvolver a Filosofia Bastter, aproximando as finanas da vida das pessoas. Todos ns aprendemos muito com ele e sem sua generosidade e conhecimento no estaramos hoje juntos aqui, aprendendo e ampliando este trabalho todos os dias."

    Henrique Mota

    "O Predador uma lenda, um cone, um oconcour." Paulo Ramirez

    Que a fora esteja com vocs!

  • Edio 65

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    Em bate-papo com a Bastter Blue, Predador fa la sobre experincias no mercado, com os pequenos investidores e sobre os desafios que ter pela frente. Confira! Alguma vez o mercado te surpreendeu? Nenhum mercado trouxe m a i o r s u r p r e s a e ensinamento do que o Tupi. Devido rapidez do movimento das opes. Confirmou que o risco algo fsico, contbil e no imaginado ou terico. Mas anos depois surpreendeu mais ainda ao mostrar que um potencial gigante pode virar mico. A Bastter foi responsvel por mudanas na sua vida? Basicamente a chance de viajar pelo pas e fazer tantos amigos.

    Com quase todos perdi contato, mas a memria vai ficar. Voc por todo esse tempo se

    dedicou a ajudar pequenos investidores. O que aprendeu com eles? Por incrvel que parea o que mais aprendi com os pequenos investidores foi operaes com PUT. Antes de eu aprender eles j sabiam, isso foi muito legal.

    Pode falar para onde vai? Qual o desafio? Vou trabalhar com custos na

    rea de sade. o mesmo ramo no qual trabalhei na dcada de 1990. O maior desafio m e a d a p t a r a trabalhar fora de casa outra vez. O que mais gosta na rotina de consultor da Bastter.com? O chat sempre foi a m i n h a f e r r a m e n t a preferida.

    Voc pode dar alguma dica p a r a o s p e q u e n o s investidores? No acreditar em nada e sempre mensurar o risco mximo da operao.

    As lies de um mestre da Bolsa

    Epistemologia

    Que tipo de saber se deve ter para operar Bolsa:

    A viso do amador: ganha na Bolsa quem capaz de prever o futuro (tenta o impossvel: controlar o mercado, mas o mercado sempre ter um componente de impondervel).

    A viso do profissional: ganha na bolsa quem souber limitar riscos e se defender do erro.

  • Na revista passada falamos de montar sries, em especial, calcular srie de renda real em fundos com renda mn ima garantida (RMG). Da matria surgiu uma questo bsica, mas que poucas vezes foi feita: afinal, de onde vem o dinheiro da renda mnima? Para responder essa questo preciso antes entender os dois tipos bsicos de RMG praticados no mercado: RMG por complemento externo e RMG por saldo interno.

    A r e n d a m n i m a p o r complemento externo ocorre q u a n d o u m a e n t i d a d e s e compromete a complementar a distribuio de um FII em um certo patamar, por um certo tempo. Bem literalmente um contrato que algum faz com o FII, com uma regra bem simples: todo ms o FII calcula a renda real dele e, caso essa renda real seja menor que o patamar do contrato, a entidade vai l e entrega a diferena.

    Note que esse dinheiro a mais no tem a ver com o fundo. um dinheiro de fora, "do alm", um contrato financeiro. No faz parte do resultado operacional do fundo, pelo contrrio, a renda mnima s ocorre quando o fundo falha em produzir um resultado especfico e que da gera a complementao da distribuio.

    Aqui surge a justificativa da matria anterior. Deve-se retirar a r e n d a m n i m a d a c o n t a

    justamente porque ela no faz parte do FII. um artificialismo, uma coisa temporr ia que atrapalha a anlise. Fora o risco de crdito, j que a RMG complementada externamente depende da tal entidade todo ms. uma promessa que o complemento vai ser depositado, m a s p o d e a c o n t e c e r d o garantidor dar o calote. J aconteceu isso, alis.

    Para evitar o problema do calote existem as rendas mnimas com saldo interno. Nesse caso, a entidade deposita o dinheiro todo de uma vez s numa conta compartilhada. Continua tendo o contrato, que agora diz que, se um FII no alcanar o patamar do contrato, da o dinheiro sacado da conta para cobrir a diferena.

    E m b o r a e s s e c a s o t e n h a eliminado o risco de crdito da entidade, no mudou o problema de an l i se . Pa ra pagar o rendimento maior, irreal, o fundo imobilirio morde na prpria carne. Pega parte do patrimnio e entrega esse dinheiro como se fosse renda. Na verdade, o FII vai diminuindo de tamanho toda vez q u e o c o r r e u m a complementao de renda.

    Uma observao importante: o dinheiro est no fundo, mas no do fundo. A regra geral de renda mnima por saldo diz que, se sobrar dinheiro na conta, esse dinheiro devolvido para quem depositou, que no o FII. Essa uma situao pior que a

    a n t e r i o r . N a R M G p o r complemento externo, o dinheiro vem de fora, mas no mexe no patrimnio do fundo. Na RMG por saldo, o dinheiro aliengena aparece na contabilidade do fundo s para desaparecer de qualquer jeito. Ou pelos saques mensais, ou pelo saque final, se sobrar alguma coisa. Dificulta anlise de renda e de variao patrimonial. E da a justificativa, ainda mais forte, para retirar a renda mnima da anlise. No fim, a renda mnima uma espcie de no recorrente.

    verdade que um no recorrente as vezes longo, que pode durar anos a fio. E mesmo assim deve ser tratado como no recorrente comum: deve ser retirado das contas afim de melhorar as anlises. Porque no final s sobra a renda real.

    No dia que o contrato de renda mnima se encerra (ou o saldo interno acaba), a renda mnima para. Sbita e completamente. Vira s uma lembrana, talvez amarga, que ainda continua distorcendo anlises a frente por contaminar os dados histricos. Sobra s o investimento real, com o seu resultado real. Nada a mais, nunca mais.

    *Andr L F S Bacci tecnlogo por formao e investidor por profisso. Ingressou na Bolsa em 2007 e no parou mais. Especializou-se em FIIs, inclusive com livro, cursos presenciais e chat semanal sobre o assunto. Andr colaborador da Bastter.com.

    *por Andr L F S Bacci

    Renda mnima dinheiro aliengena

    Edio 65 Junho 2015

  • 07

    O mercado de cmbio est agitado com muitas notcias, devido alta do dlar. Para quem precisa comprar a moeda, uma das dvidas mais comuns entender por que o Cmbio Turismo mais caro do que o Cmbio Comercial.

    Voc est preparando sua viagem para o exterior e quando faz a cotao, leva um susto: Mas como assim R$ 3,18? Eu acabei de ver num site de notcias o dlar a R$ 2,98. Ento, vamos entender o porqu da diferena. A moeda em espcie demanda vrios custos para ser comercializada, pois tratam-se de notas de dinheiro em mos:

    custo com importao das notas dos pases de origem;

    custo com seguro contra sinistros;

    custo com transporte de segurana;

    custo com estoque do papel moeda;

    custo com manuteno de estrutura das lojas de cmbio.

    J o d lar comerc ia l a referncia do mercado (base da taxa PTAX medida pelo Banco Central), utilizado em operaes de importao e exportao e negociado mediante contratos em formato eletrnico, por isso, livre desses custos.

    Abaixo esto as diferentes nomenclaturas do Dlar:

    Dlar PTAX: medida pelo Banco Central, a taxa mdia das negociaes no mercado do d l a r c o m e rc i a l e n t re a s instituies financeiras.

    Dlar Comercial: cotao base do mercado e utilizado em n e g o c i a e s c o m e r c i a i s internacionais.

    Dlar Turismo: sua cotao der iva do dlar comercial , adicionando os custos citados.

    uti l izado para viagens, nas operaes com moeda espcie, cartes e remessas bancrias internacionais de pessoa fsica.

    Dlar Paralelo: mercado no regulamentado do dlar, onde as n e g o c i a e s s o f e i t a s ilegalmente, sem registro no Banco Central.

    Dlar Vista: taxa de referncia para negociaes de contratos d e c m b i o n o m e r c a d o financeiro.

    Dlar Futuro: ativo negociado no mercado financeiro (compra ou venda) , com preo de liquidao e data futura pr-determinados.

    *Elaine Mello s c i a d a PYXIS A c a d e m i a d e I n v e s t i m e n t o s , idealizadora do projeto Bolsa & Batom, voltado evoluo do comportamento financeiro da mulher, que promove Educao Financeira e desmistifica a Bolsa de Valores. www.pyxis-ai.com.br.

    Entendendo o Dlar*por Elaine Mello

    Edio 65 Junho 2015

    Prolas do FrumThiago.Peo

    New, foi voc?

    Fantstico - Japoneses projetam elevador para ir da Terra ao espao a 200 km/h New_Ibov

    No, mas e uma boa ideia. O ideal seria um elevador movido a ims e sem cabos para subir e descer. Essa ideia tambm poderia

    ser usada para levar placas solares ao espao e criar uma fazenda solar fora da

    Terra, mas com a energia sem fio iria

  • 08

    Temos mais uma novidade na Bastter.com, a nova seo de Setores das empresas listadas na Bolsa. Nessa rea vamos poder verificar a quantidade de empresas que cada setor possui, valor total de mercado, percentual representativo na Bovespa, valor patrimonial e lucro. Voc tambm possui essas ferramentas disponveis para a montagem de sua carteira no Trading System do Bem.

    Mun idos de todas essas informaes, alm de uma anlise entre todos os setores existentes, bem simples fazer diversos exerccios com as empresas de nossa carteira, tais como: verificar como elas se encontram frente s suas principais concorrentes, como anda o desempenho do setor dentro do cenrio econmico nacional e ver a diversificao setorial da carteira como um todo. Um exemplo bem simples, ver se o setor teve lucro ou

    p r e j u z o e f a z e r u m a comparao com a empresa contida nele. Caso o setor esteja passando por uma fase ruim e determinada companhia a ele pertencente andando pelo caminho inverso, uma concluso possvel que podemos chegar q u e e l a t e m u m a b o a governana corporativa em relao a seus pares. Que, no caso, seria um dado positivo. O oposto tambm pode ser observado. Se temos um setor lucrativo, com bons nmeros e uma empresa includa nele est mal das pernas, ela merece uma avaliao mais detalhada. Pergunte ao RI desta companhia qual o motivo disso, mostre-se informado da realidade do setor e das concorrentes para que t e n h a r e s p o s t a s m a i s convincentes e coerentes. Analise se o retorno da empresa faz sentido ou esto tentando te enrolar. muito natural que no longo prazo os setores passem por fases boas e ruins, nada cresce pra sempre o tempo todo, isso faz parte de um ciclo econmico saudvel. O que vai fazer a diferena so as empresas preparadas para enfrentar esses perodos com naturalidade e at se aproveitar disso para crescer. Mas muita ateno, no tente utilizar essa ferramenta para as lamentveis previses de futuro que existem por a, voc no vai

    conseguir adivinhar qual setor ficar bom ou ruim e nem t a m p o u c o u t i l i z a r e s s a ferramenta para trocar de empresa. Utilize isso como uma a j u d a e x t r a p a r a o b t e r informaes teis na escolha e manuteno de uma empresa em seu portflio. A diversificao de setores em uma carteira de Aes de extrema importncia, pois afasta o risco no sistmico, isto , se ocorrer alguma crise ou medida que afete d i retamente os resultados de um setor em especfico, sua carteira no vai sentir tanto essa influncia negativa. o mesmo raciocnio da quantidade de empresas na c a r t e i r a , q u a n t o m a i s diversificada em valor, melhor. Porm, vale lembrar que nem por isso obrigatrio ser scio de todos os setores existentes, uma escolha muito pessoal e cabe a cada investidor definir quais so seus critrios nessa seleo. O principal sempre procurar ter boas empresas, se forem de segmentos diferentes, vai ser ainda melhor.

    *Thiago Battistella economista com Especializao em Gesto Financeira e Consultor da Bastter.com. Participa ativamente do portal, onde ministra chats semanais, publica anlises, coordena cursos e grupos de estudos na rea de aes e opes.

    Setores das Empresas, a nova ferramenta da Bastter

    *por Thiago Battistella

    Edio 65 Junho 2015

  • *por Henrique Mota

    Como estudar o setor de consumo

    E n t e n d e r o s s e t o r e s fundamental para melhorar a diversificao da sua carteira, mas claro que o conhecimento e a preferncia de cada um o que vai definir o portflio. A melhor dica aqui mesmo diluir os riscos com participaes em empresas de diferentes setores e a sugesto que a anlise parta da empresa para o setor e no o contrrio. melhor comear de um ponto menor e depois ampliar a viso, especialmente para ns investidores pessoa fsica no profissionais.

    As empresas de consumo geralmente atuam em mercados de ampla concorrncia, por isso precisam encontrar estratgias de negcios diferenciadas para terem vantagens competitivas, custos menores e desenvolver marcas fortes. A receita incremental e a verticalizao costumam ser muito usadas para gerar uma in tegrao ent re todos os produtos ou servios ofertados, ligando cadeia de suprimentos aos diferentes consumidores i n t e ressados . O resu l t ado financeiro dessa intensa atividade e a misso corporativa so a razo de sua existncia.

    Se o ciclo de vida dos produtos ou servios da empresa estiverem em fase de maturidade, isso poder exigir um esforo grande

    de reposicionamento. A mudana de paradigma de um setor pode d e s p e r t a r i n t e r e s s e d o s consumidores e tambm dos concorrentes. Se nada for feito e esses produtos e servios forem muito importantes para a gerao de receita da empresa, a prxima fase ser o declnio do ciclo de vida dos produtos, o que pode afetar os resultados.

    Um constante processo de pesquisa e desenvolvimento fundamental para as empresas de varejo e consumo. No estamos falando somente em inovao de produtos, servios e marcas, mas t a m b m e m r e l a o a o s processos internos e atendimento aos clientes. Processos mais geis reduzem custos e geram ganhos de eficincia, agregando maior valor, gerao de caixa satisfao dos clientes.

    Pa t r imn io meno r, g r ande investimento em capital de giro e aumento do capital circulante cclico ou ativo circulante cclico so caractersticas tpicas do setor, devido ao dinmico giro dirio das lojas. Observe como a empresa conduz a gesto de marcas, o ciclo de vida dos produtos/servios e como isso feito pela concorrncia. Tente entender de que forma a empresa pode se reinventar para entregar o que se prope e superar os

    o b s t c u l o s d o c e n r i o m a c r o e c o n m i c o , d a concorrncia e das preferncias do consumidor.

    Alm da atividade fim, avalie os v a l o r e s e s e a s p r t i c a s sustentveis e sociais esto integradas aos processos de negcio. Essa tambm uma forma de fortalecimento de marca.

    O ROE pode aparecer distorcido, p o i s , p o r p r e c i s a r e m d e patr imnio menor, a lgumas empresas utilizam o ganho de escala e a distribuio de um sistema de franquias para reduzir custos e compartilhar despesas e experincias com franqueados. Essa estratgia pode ir das lojas at consultoras Natura, por exemplo. Nessas situaes a relao dvida lquida/ebitda deve ser monitorada e verificada em lojas, no Youtube, verificando as campanhas. Se voc for cliente, melhor ainda. A outra poder reduzir a atividade e os custos n o s m o m e n t o s d e c r i s e , descontinuando linhas, fechando algumas lojas no rentveis, enquanto se prepara para as mudanas no segmento de varejo.

    09

    *Henrique Mota msico, entusiasta do mercado financeiro e colaborador da bastter.com.

    Edio 65 Junho 2015

  • Como psiclogo tenho profundo i n te resse pe los aspec tos comportamentais do mundo de finanas, especialmente nas diferentes relaes que o ser humano tem com seu dinheiro. Porm, independente de nossa preferncia entre gastar e acumular, h um ativo que comum a todos e no pode ser n e g o c i a d o e m n e n h u m mercado: o tempo. Vivemos num sistema que age de forma irnica: comeamos sem dinheiro e, para obt-lo, empregamos nosso tempo. Quando fina lmente temos dinheiro o suficiente, o que mais queremos ter tempo para usufruir da vida tranquila que o dinheiro bem administrado pode trazer. Imagine se voc tivesse mais recursos financeiros do que o suficiente para uma vida livre, onde seu tempo no fosse mais necessrio para obteno de mais dinheiro. Qual seria sua preocupao? Tempo, lgico! Afinal de contas, voc quer viver o mximo possvel e aproveitar a vida em sua plenitude. Estou certo de que essa a m a i o r p r e o c u p a o d e magnatas como Gates, Buffett e Sl im. Por mais que ainda estejam envolvidos em seus negcios e doando seu tempo a e l es , i n te r namente esses bilionrios possuem plena noo de que no h como reverter o processo do tempo e devem dar

    muito valor aos momentos que trazem um nvel elevado de satisfao (trabalhando ou no, vai de cada um). Acredito que voc j sabe pelo menos um pouquinho de tudo isso que escrevi. O que talvez voc no saiba como a tecnologia, que muitas vezes tem a proposta de agilizar a vida e nos fazer ganhar tempo, se mal empregada, tem o poder de nos distrair e fazer o tempo simplesmente evaporar. Alguns fatos impressionantes: Nos EUA, adolescentes entre 13 a 17 anos enviam 4 mil mensagens de textos por ms. Uma mdia de uma mensagem a cada 6 minutos enquanto esto acordados. Imagine se voc tivesse que viver uma vida onde a cada 6 minutos voc precisa parar tudo o que est fazendo para real izar uma mesma tarefa? Pois , esse mundo real. Ainda nos EUA, 28% dos acidentes de trnsito envolvem a utilizao de telefones celulares (falando ou digitando). J foi comprovado que manusear o celular enquanto se dir ige oferece o mesmo risco de dirigir bbado. Quando recebemos uma notificao em redes sociais (ex: fulano te tagueou em uma foto), a chance de voc no somente ver a foto mas tambm de parar o que est fazendo e passar os prximos 20 minutos lendo

    atualizaes dessa rede social ocorre em 80% das vezes? Recompensas intermitentes so as formas mais viciantes e mais difceis de controlar. Sabe quem as usa? Ns, o dia todo, descendo com o dedinho no celular pelas redes sociais para ler centenas de atualizaes inteis de amigos na esperana de achar algo legal entre elas. Sabe quem tambm utiliza o m o d e l o d e r e c o m p e n s a intermitente para viciar seus c l i en tes e usur ios? S lo t machines dos cassinos. A rea do crebro que te faz ficar checando por atualizaes de email ou mensagens em redes sociais a mesma que te faz apertar de forma interminvel os botes das slot machines. Pense nisso quando estiver por vrios minutos com os olhos grudados e os dedos agitados em seu smartphone. Esse artigo um alerta para todos ns que diariamente buscamos nossa independncia financeira. Repensemos nossa relao com a tecnologia e as pessoas e saibamos definir nossas reais prioridades. Utilize seus preciosos minutos com sites e redes sociais que possam trazer contedo e informaes para melhorar a sua vida. Cuide de seu tempo. Voc s tem um.

    *Daniel Borges psiclogo, investe na Bolsa de Valores desde 2003.

    O valor do tempo*por Daniel Borges

    10

    Edio 65 Junho 2015

  • Muita gente fica ansiosa esperando pelo final do ms apenas para ler a famosa reportagem, que na verdade um relatrio sobre os melhores investimentos do ms.

    Se voc da turma que se b a s e i a n e s t e t i p o d e informao, com certeza ir se decepcionar. Trata-se apenas um relato do que j aconteceu, isto , o passado, e no garantia de que ir se repetir.

    Geralmente quando dizem assim: o Bolsa de Valores foi o pior investimento do ms, o que realmente querem dizer que o ndice IBOV teve um desempenho aba ixo das o u t r a s m o d a l i d a d e s d e investimento. Isso no diz nada ao investidor. S tem sentido se ele tem uma carteira que reflete a composio deste ndice ou se ele aplica em um fundo indexado ao IBOV.

    O investidor pode ter uma carteira com composio que t raga l uc ro no ms , ao contrrio do ndice. Ao mesmo tempo, um especulador pode estar vendido no ndice e ter au fe r ido bons lucros . O relatrio de resultados mensais d a s d i v e r s o s t i p o s d e

    i n v e s t i m e n t o a p e n a s informao velha.

    Quando a imprensa noticia, por exemplo, o ouro foi o melhor i n v e s t i m e n t o d o m s , provavelmente o ouro est no topo e a partir da vai iniciar um movimento de queda. Naquele ms especfico ele subiu muito, mas pode estar testando uma resistncia. C o m p r a r o u r o n e s t a s condies muito complicado.

    Eu falei sobre o ouro, mas poderia ser qualquer outro ativo, entre eles aes, ttulos d a d v i d a p b l i c a o u commodities em geral. Optar por invest i r apenas pela reportagem do final do ms no a sada mais inteligente e pode se tornar um grande pesadelo.

    Seria muito simplista investir desta maneira apenas pela

    leitura pura e simples de um relatr io. Muitas vezes o investidor sequer l o relatrio e s a i c o m p r a n d o o investimento da vez.

    Sempre falo que mais que investir em informao, o m e l h o r i n v e s t i r e m formao. importante desenvolver a capacidade c r t i c a e s e t o r n a r u m investidor ativo. Quanto ao investidor passivo, nem preciso explicar o que ele vai encontrar pela frente, no mesmo?

    Portanto, leia a reportagem do melhor investimento do ms com ressalvas, mantenha seu plano de investimento, e confira se suas metas esto sendo atingidas. Se no puder fazer isso, melhor ignorar a reportagem e fugir da manada.

    *Paulo Ramirez formado em engenharia eltrica pela Escola de Engenharia Mau. Educador financeiro, com cursos ministrados presenciais e via web. tambm analista dos sites Investing.com e ADVFN, alm de responsvel pelas anlises dirias do IBOV e aes no site da Bastter.com. Blog www.pctedesco.com.br .

    A reportagem sobre o melhor investimento do ms

    *por Paulo Ramirez

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    Edio 65 Junho 2015