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Vai tarde! Revista Brasileira do Aço Ano 20 - Edição 137 - Dezembro 2011 2011 dá seus suspiros finais... E apesar de ter sido um ano difícil para o setor siderúrgico, o clima no 41º Jantar de Fim de Ano do Inda – Instituto Nacional dos Distribuidores do Aço – era de muita descontração. O fato é que empresários, diretores executivos e repre- sentantes setoriais não perderam este evento, realizado no dia 07 de dezembro, no Terraço Daslu, em São Paulo, SP. Mais de 650 pessoas foram recepcionadas em um agradável co- quetel ao som da banda Sunshine. Neste momento, os con- vidados trocavam ideias e opiniões sobre o mercado. Para abrir o jantar, discursaram o presidente da CSN, Benjamim Steinbruk, o diretor executivo de vendas da Usiminas, Ascanio Merrigui Silva e o Presidente do Inda / Sindisider, Dr. Carlos Loureiro. Dentre os assuntos abordados, Loureiro destacou o grave problema da desindustrialização no Brasil, tema bas- tante debatido durante o ano inteiro. “Quando eu falo de desindustrialização, não me refiro apenas ao nosso setor; e sim à indústria brasileira como um todo. Um país não produz riquezas vivendo somente da prestação de servi- ços”, afirmou Loureiro. As condições para a competitivi- dade no mercado internacional são extremamente desi- guais, tanto na exportação como na importação. “É preciso organizar um movimento orquestrado de defesa da nossa indústria. É uma ação que envolve usina, distribuição, re- venda, máquinas, autopeças, embalagens, naval e muito mais. Trata-se de um momento de preservação da cadeia produtiva do aço”, completou. O presidente do Inda ainda ressaltou sobre o poten- cial brasileiro para a economia, reafirmando a frase que “o Brasil é a bola da vez”, afinal o mundo está com os olhos voltados para cá. Com experiência de mais de 40 anos no setor, Loureiro foi categórico ao dizer que neste momento é preciso evidenciar que existe concorrência, mas que ninguém é inimigo. Não olhar para o próximo elo da cadeia produtiva é “dar um tiro no próprio pé”. 2011 é um ano que não deixará boas recordações para a maioria dos empresários do aço que aguardam ansiosamente pelos projetos que movimentarão todo o País em 2012. No 41º Jantar de Fim de Ano do Inda, os ares de preocupação deram lugar ao otimismo! Fotos: Isis Moretti Fotos: Jo Capusso

Revista Brasileira do Aço Ano 20 - Edição 137 - Dezembro ... · quetel ao som da banda Sunshine. Neste momento, ... (renúncias fis-cais, Finame, ... é necessário considerar

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Vai tarde!

Revista Brasileira do Aço Ano 20 - Edição 137 - Dezembro 2011

2011 dá seus suspiros finais... E apesar de ter sido um ano difícil para o setor siderúrgico, o clima no 41º Jantar de Fim de Ano do Inda – Instituto Nacional dos Distribuidores do Aço – era de muita descontração. O fato é que empresários, diretores executivos e repre-sentantes setoriais não perderam este evento, realizado no dia 07 de dezembro, no Terraço Daslu, em São Paulo, SP. Mais de 650 pessoas foram recepcionadas em um agradável co-quetel ao som da banda Sunshine. Neste momento, os con-vidados trocavam ideias e opiniões sobre o mercado. Para abrir o jantar, discursaram o presidente da CSN, Benjamim Steinbruk, o diretor executivo de vendas da Usiminas, Ascanio Merrigui Silva e o Presidente do Inda / Sindisider, Dr. Carlos Loureiro. Dentre os assuntos abordados, Loureiro destacou o grave problema da desindustrialização no Brasil, tema bas-tante debatido durante o ano inteiro. “Quando eu falo de desindustrialização, não me refiro apenas ao nosso setor;

e sim à indústria brasileira como um todo. Um país não produz riquezas vivendo somente da prestação de servi-ços”, afirmou Loureiro. As condições para a competitivi-dade no mercado internacional são extremamente desi-guais, tanto na exportação como na importação. “É preciso organizar um movimento orquestrado de defesa da nossa indústria. É uma ação que envolve usina, distribuição, re-venda, máquinas, autopeças, embalagens, naval e muito mais. Trata-se de um momento de preservação da cadeia produtiva do aço”, completou. O presidente do Inda ainda ressaltou sobre o poten-cial brasileiro para a economia, reafirmando a frase que “o Brasil é a bola da vez”, afinal o mundo está com os olhos voltados para cá. Com experiência de mais de 40 anos no setor, Loureiro foi categórico ao dizer que neste momento é preciso evidenciar que existe concorrência, mas que ninguém é inimigo. Não olhar para o próximo elo da cadeia produtiva é “dar um tiro no próprio pé”.

2011 é um ano que não deixará boas recordações para a maioria dos empresários do açoque aguardam ansiosamente pelos projetos que movimentarão todo o País em 2012.

No 41º Jantar de Fim de Ano do Inda, os ares de preocupação deram lugar ao otimismo!

Fotos: Isis Moretti

Fotos: Jo Capusso

Jantar INDA 2011 | 02

“Nosso mercado não é mais comprador. A boa e saudosa época em que nós tirávamos pedidos, já passou. Agora, temos que vender o nosso aço e concorrer mundialmen-te. Ter cautela com a indústria nacional é zelar pelas nos-sas empresas”, alertou.

“Negócios na mão” Segundo o Benjamim Steinbruk, da CSN, para ganhar di-nheiro na siderurgia em 2012, será preciso talento e dedicação em um período que promete muitos desafios. “É desnecessá-rio e arriscado importar, pois desorganiza o segmento como um todo. A CSN fará o que for necessário para manter-se forte no mercado brasileiro, que é um dos melhores do mundo”. Sabe-se que a margem de lucro das empresas foi extre-mamente pequena em 2011, e no próximo ano, é provável que seja necessário continuar trabalhando desta forma (mas a tendência é melhorar, visto o recuo das importações). Para Ascanio Merrigui Silva, diretor executivo de vendas da Usiminas, 2012 será igualmente difícil a este ano, porém, com algumas lições aprendidas. “Começaremos com esto-ques mais ajustados e com maior consciência da necessida-de de investir esforços em reconstruir margens. Os patama-res que as usinas e distribuidores trabalham hoje, não dão sustentabilidade aos negócios. Toda a criatividade a respeito das novas formas de incentivar o consumo via descontos deverá ser direcionada à construção e oferta de valor aos clientes”, falou Silva. É fato! Em 2012 haverá o amadurecimento de diversas iniciativas de defesa comercial e será momento em que posi-cionamentos de política industrial na cadeia de transforma-ção do aço se intensificarão pelas entidades e associações setoriais junto ao governo. “Avanços já ocorridos deverão ser mais consolidados, principalmente a discussão sobre conteúdo nacional real (desde a matéria prima) dos produ-tos com incentivos governamentais explícitos (renúncias fis-cais, Finame, financiamento via BNDES etc)”, explicou Silva. O Inda é responsável pela organização do Jantar, considerado o evento mais importante da siderurgia. O Instituto agrade-ce o fundamental apoio da CSN, Usiminas, Arcelor Mittal, Gerdau, Klöckner&Co e Votorantim, para a concretização de mais este tradicional encontro do setor.

Dr. Carlos Loureiro, presidente do Inda / Sindisider

Benjamim Steinbruk, presidente da CSN

Ascanio Merrigui Silva, diretor executivo de vendas da Usiminas

Estatísticas | 03

Por Oberdan Neves Oliveira Em outubro, as importações tiveram queda de 46% em relação ao mês anterior, com volume total de 117,7 mil to-neladas. No acumulado de 2011, registrou-se retração de 74,5% em comparação a igual período do ano passado. As vendas também caíram: 4,6% em relação ao mês an-terior, totalizando 389,4 mil toneladas. No ano, acumula-se alta de 11,2% em relação a igual período de 2010. Em outubro, foram compradas 341,6 mil toneladas, mon-

tante 3,3% superior ao apontado em setembro. Resultado no ano: queda de 8,8%, frente ao mesmo período do ano anterior. Com isso, os estoques da distribuição em outubro marcaram uma baixa de 2,8% diante ao mês de setembro, totalizando 1.017,9 mil toneladas, mantendo o giro dos estoques em 2,7 meses. Para novembro, a expectativa da rede associada é que as compras e as vendas registrem queda em torno de 4%.

Unid:1000 ton.

Unid:1000 ton.

PRODUÇÃO MUNDIAL PRODUÇÃO AMÉRICA LATINA PRODUÇÃO BRASIL

SETEMBRO SETEMBRO OUTUBRO

2011 2010 Var.%

123.619 112.636 9,8%

ESTOQUE¹

OUTUBRO

2011 2010 Var.%

1.017,9 1.295,0 -21,4%

COMPRAS²

OUTUBRO

2011 2010 Var.%

341,6 394,1 -13,3%

VENDAS¹

OUTUBRO

2011 2010 Var.%

371,3 319,7 16,1%

2011 2010 Var.%

5.712 5.198 9,9%

2011 2010 Var.%

2.891 2.972 -2,7%

Panorâmica do Aço

Desempenho dos Associados

1 Incluem importações informadas pelos associados - 2 Incluem os embarques das usinas para outros setores via distribuição - 3 Produtos: LCG, BQ, BF, CZ, CPP, CAZ e EGV.

Importações caem 46% em outubro

Atualidade | 04

Tecnologia verdeEmpresas investem em métodos que evitam impactos negativos ao meio ambiente e conseguem reaproveitar as escórias produzidas pela siderurgia

O mundo não pode mais esperar e o homem, de fato, está preocupado em preservar o meio ambiente. Na side-rurgia, diversas empresas têm aplicado a Tecnologia Verde, onde processos e produtos são desenvolvidos para causar o mínimo impacto a natureza, como por exemplo: redução do consumo de energia, utilização de carvão vegetal, reutiliza-ção de resíduos agrícolas, entre outros. O Brasil está em primeiro lugar na produção de carvão vegetal, sendo a indústria responsável por 85% deste con-sumo (destaque para a indústria de ferro gusa, ferro ligas e aço). Mas este carvão tem que ser produzido de forma eco-logicamente correta, como caso da ArcelorMittal, que retira o insumo de florestas renováveis de eucalipto, para ser utili-zado como redutor energético em altos fornos. A madeira de eucalipto para a produção do carvão provém de plantações obtidas de materiais genéticos, selecionados e adaptados ao clima e solo das regiões produtoras. Na ArcelorMittal Bio-Energia, as modernas práticas de sil-vicultura e melhoramento genético utilizados, auxiliam na produção de carvão de boa qualidade, e ao mesmo tempo, na preservação dos recursos naturais. Outro exemplo é a V&M do Brasil, que produz tubos em aço sustentável. Na empresa, a pro-dução de ferro gusa e liga de fer-ro é obtida em altos fornos pela reação do minério de ferro com carvão e calcário, utiliza matriz energética renovável, vinda do carvão vegetal oriundos das florestas da própria companhia. “É um processo de produção autossutentável”, afirmou o en-genheiro, Afonso Henrique. A utilização do carvão vegetal resulta em uma atividade side-rúrgica com baixa emissão de dióxido de carbono (CO2), princi-pal causa do efeito estufa. O CO2

liberado nesse processo é par-cialmente absorvido por meio do crescimento das florestas de eucalipto. “Além disso, o aumen-to da biomassa pela plantação de florestas sustentáveis resulta em liberação de oxigênio para a atmosfera”, completou Afonso.

Escória da siderurgia no solo Pouco difundido no Brasil, a escória da siderurgia pode ser aproveitada na agricultura. A quantidade desses resíduos atinge cerca de 3 milhões de toneladas ao ano, e pode ser utilizada como fertilizante e corretivo para a acidez do solo, com a mesma avaliação química adotada pelo calcário (en-tretanto, é necessário considerar a concentração de metais pesados e outros elementos tóxicos nesses materiais, que podem limitar seu uso). O cultivo de cana de açúcar e soja, por exemplo, ocupa grande parte do território nacional. Tal produtividade está relacionada a fatores ambientais, genéticos, fisiológicos e de manejo da cultura. Os compostos da escória (zinco, fer-ro, manganês, boro e cobre) são essenciais à cana de açú-car, pois a deficiência de um deles afeta o desenvolvimento e produção do plantio.

Segundo estudos, quando se opta pelo uso do cal-cário para a neutralização da acidez do solo,

os teores já baixos dos micronutrientes (devido à pobreza original do terre-

no), podem diminuir ainda mais a elevação do pH. Contudo, quando

se utiliza a escória como correti-vo, este aspecto da redução da disponibilidade dos micronu-trientes é minimizado, devido a presença desses elementos na constituição química. A reatividade da escória da siderurgia depende da classe do solo, ou seja, a eficiência será baseada no poder de neutrali-zação do terreno, bem como da composição e granulometria da planta em questão. O reaproveitamento é de extrema importância, pois contribui para atividade agrí-cola, eliminando, em partes, o acúmulo de resquícios nos pá-tios das siderurgias. Associado a isso, estimula a redução da mineração do calcário para este fim, e consequentemente, diminui a degradação ambien-tal causada pelas minerado-ras (no Brasil, são consumidos aproximadamente 20 milhões de toneladas de calcário por ano na agricultura).

Atualidade | 05

Governança corporativa:exercida e reconhecida

Destacando-se no mercado em que atuam, as empresas familiares que adotaram a gestão de governança corporativa apresentam ótimo desempenho frente as que não seguem este modelo de gestão

É equivocado pensar que a governança corporativa se aplica apenas em empresas maiores ou àquelas de capital aberto, com ações cotadas em Bolsas de Valores. Trata-se de uma gestão fundamental para as empresas familiares, pois traz resultados que impactam diretamente na sua so-brevivência e, mais perceptíveis ainda, nos momentos de transição do poder. A preocupação dos diretores de empresas familiares faz-se presente quando o assunto é modificar o modelo centralizado de gestão – no qual é preciso dividir as res-ponsabilidades aos profissionais (mesmo quando eles não se enquadram como acionistas) e, quando o assunto é suces-são (momento mais perigoso para uma empresa familiar). Para evitar problemas futuros e até mesmo o extremo em declarar falência, o modelo de governança corporati-va tem sido implantado em diversas companhias – é mais simples e necessário do que se possa imaginar. “Funciona de maneira sistêmica para dirigir e monitorar, sendo uma boa ferramenta para aumentar o valor de nosso empreen-dimento na sociedade, facilitar o acesso para captação de recursos e ainda contribuir para a perenidade”, detalhou o diretor comercial da Bernifer Perfilados de Aço, Hélio Bernicchi Neto, que ressaltou: “Atualmente, visualizamos muitas companhias aplicando tal método, e creio que os empresários do segmento siderúrgico já entenderam que, para se perpetuar, é necessário iniciar este padrão de governança”. Este modo de administrar assegura aos sócios proprietários o governo estra-tégico da empresa e a efetiva monitora-ção da diretoria executiva. A proprieda-de familiar e o comprometimento com o negócio podem ser entendidos com a adição de valor, desde que a empresa e a família que controla os negócios possam responder às preocupações da comuni-dade de investidores.

Sucessão: um momento delicado Formar um sucessor adequado e qualificado é o maior desafio dos dirigentes de empresas familiares. E esta con-tinuidade tem que ser planejada e gradual, respeitando as individualidades de cada negócio e família. O especialista e autor do livro “A empresa familiar como paradoxo”, o americano John L. Ward, após realizar uma pes-quisa no Brasil, mostrou que este tipo de organização tem 26% do retorno do capital investido em comparação à taxa de 21% das demais, e apenas 20% sobrevivem mais do que 50 anos. Segundo Ward, este tipo de administração é difícil por

causa dos conflitos usuais que afligem todas as demais, com o acréscimo dos problemas familiares. E ele ainda apontou os principais motivos para essas companhias se dissolverem:

O maior problema apontado por negócios ainda coman-dados pela primeira geração é passar o legado adiante (40%), afinal, o fundador acredita que está desistindo de sua identi-dade e, também sente que está perdendo o controle das fi-nanças e da própria família, respectivamente. A Perfilados Rio Doce S/A é comandada pelo seu diretor superintendente (e proprietário), Ronaldo Roque Campo, que conduz a administração por meio de gerencias profissionais contratadas. A grande preocupação é manter de maneira di-ligente o gerenciamento que veio se propagando desde sua

fundação. “O processo de sucessão é tra-tado há mais de dez anos, com auxílio de coaching renomado e com os potenciais sucessores já assumindo funções impor-tantes nas organizações do grupo”, disse o assessor da diretoria, Sergio Pipolo. É importante informar, que a ve-locidade das mudanças na composição familiar não é a mesma na estrutura do empreendimento. Por isso, é bom levar em consideração que a fase do proprie-tário controlador é distinta das etapas

da sociedade entre irmãos, que é muito diferente entre os primos e assim por diante. O tempo de vida de uma empresa familiar depende da consolidação de um ambiente corporativo capaz de detectar, antecipar e eliminar riscos, dentre eles: a discor-dância entre sócios, não entendimento de princípios, as discórdias e as lutas internas pelo poder. Construir uma ambiência saudável de governança pas-sa pelo entendimento familiar, de que quanto mais cedo à família se preparar e definir as regras que pautarão a relação entre as gerações e a empresa, menos possibilidade de con-flitos radicais e inegociáveis haverá.

▪ Escolha de um parente em detrimento de alguém mais preparado;▪ A dificuldade do fundador da empresa em passar seu legado para os sucessores; ▪ A rivalidade entre os irmãos; ▪ Familiares dispersos e alheios, principalmente a partir da terceira geração; ▪ O patrimônio encarado como mera possibilidade de liberdade financeira para os sucessores; ▪ Novas condições e dificuldades para continuar o negócio.

Oportunidades de mercado | 06

Sempre em expansãoA frota de veículos e equipamentos agrícolas cresce a cada ano no Brasil. Este segmento utiliza inúmeros componentes originados do aço e as expectativas são positivas para os próximos meses. Em média, o aço corresponde a 50% do peso total do veículo convencional

Segundo a Fenabrave – Federação Nacional da Distri-buição de Veículos Automotores – a perspectiva de empla-camentos de veículos em 2011, é de um crescimento de 8,38%, totalizando 5,7 milhões de unidades. Para o setor de automóveis e comerciais leves, espera-se aumento de 5,9%, somando 3,5 milhões de unidades. Já os caminhões deve-rão contabilizar 185 mil unidades, com evolução de 17,70%, enquanto a divisão de ônibus deverá crescer 11,40% (31 mil unidades), e motor 12,10% (2 milhões de unidades). Presumi-se que a arquitetura do automóvel mudará nos próximos anos e a indústria do aço está determinada a manter-se como principal opção nesta construção. Embora o uso por fibras de carbono, resinas e alumínio tenha aumen-tado (para reduzir o consumo de combustível), os fabrican-tes de aço estão confiantes na competitividade do produto, tornando-o mais resistentes e leves.

Só para exemplificar, um veículo necessita das seguintes peças em aço (entre outras):

Destrinche os seguintes sistemas de um veículo: motor, es-capamento, câmbio, eixo dianteiro e traseiro, direção, freios, chassis, carroceria, sistema elétrico e demais acessórios. O que você pode oferecer para este mercado, tão ávido por so-luções e em constante desenvolvimento?

▪ Forjaria: componentes, coroas e pinhões, eletrônicos, rotores.▪ Freios: hastes, suportes, pistões, placas.▪ Suspensão: engrenagens, buchas, bujões, eixos, pinos.▪ Transmissão: anéis, cruzetas, gaiolas, saté-lites/planetárias, tripeças.

Exemplos Gol (1.0 – 4 portas) Astra (Elegance 2.0 MPFI 8v)

Peso total do veículo (fabricante) 903 kg 1.180 kg

Peso dos componentes feitos em aço 503 kg 594 kg

Participação do aço no peso totaldo veículo 55,7% 50,3%

Quantidade de aço necessária paraa fabricação dos componentes: 749 kg 1.014 kg

Participação do aço no valor devenda do veículo 7,93% 7,54%

Produção Janeiro a Outubro de 2011Automóveis: 2.141 milhõesComerciais Leves: 511 milCaminhões: 178,6 milChassis de ônibus: 38,8 milTotal: 2.869.679(mesmo período em 2010 = 2.815.093) – alta de 1,9%

CKDAutomóveis: 0Comerciais Leves: 13,1 milCaminhões: 1,2 mil

Chassi de ônibus: 4,7 milTotal: 19,1 mil

Máquinas AgrícolasTratores de rodas: 54,8 milTratores de esteiras: 2,7 milCultivadores motorizados: 1,1 milColheitadeiras: 5,6 milRetroescavadeiras: 5,2 milTotal: 69,5 mil (mesmo período em 2010 = 67,3 mil) – queda de 10%, devido ao mercado interno e exportações.

* Dados fornecidos pela Anfavea: Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores

Divulgação

Certidão Negativade Débitos Trabalhista

A partir de janeiro de 2012, entrará em vigor a Certidão Negativa de Débitos Trabalhistas – CNDT, que apresenta-rá um histórico da empresa na área trabalhista. A certidão tem por finalidade demonstrar que, ainda que determina-da empresa possua débitos trabalhistas materializados em demandas judiciais, ela não se furta a pagá-los quando ci-tada na fase de execução, com decisão já julgada (tendo esgotado todas as fases recursais para a liquidação do valor a pagar). “Assim, apenas deixarão de obter a CNDT, os em-pregadores que, citados para efetuar o pagamento da con-denação, não pagarem ou não garantirem o juízo no prazo legal de 48 horas. Formalizada a penhora, poderá ser emi-tida a Certidão Positiva de Débitos Trabalhistas com efeito de Negativa”, explicou Dra. Patrícia Capra Pergher, advoga-da do Sindisider POA. Isso obrigará as firmas a terem um maior planejamento financeiro e a monitorar suas ações, para evitarem ser sur-preendidas em execuções que as privem de participar de processos licitatórios – procedimento administrativo para a contratação de serviços ou aquisição de produtos atra-vés da Administração Pública direta ou indireta. Na prática, as empresas que estiverem positivadas, não estarão aptas a participar de processos licitatórios no País, para acesso a financiamentos públicos e empréstimos junto a bancos ofi-ciais ou mesmo para obtenção de qualquer outro benefício governamental. A CDNT terá como prazo de validade 180 dias contados de emissão. A Certidão Negativa de Débitos Trabalhistas foi criada a partir da publicação da Lei da nº 12.440/2011, a qual in-sere na CLT o artigo 642–A. São considerados como débitos inadimplidos perante a Justiça do Trabalho, todo e qualquer valor decorrente de condenação transitada em julgamento ou de acordos firmados em juízo, bem como o descumpri-

mento de obrigações de-correntes de execuções de acordos firmados perante o Ministério Público do Tra-balho ou Comissão de Con-ciliação Prévia. “Entretanto, não po-demos perder de vista os princípios norteados da Justiça do Trabalho, do protecionismo ao traba-lhador e da conciliação. Neste aspecto, a CNDT tem o condão de ser mais um mecanismo a disposição do Judiciário Trabalhista para forçar a conciliação nas recla-mações trabalhistas ajuizadas, bem como para garantir-lhes o adimplemento”, alertou Dra. Patrícia. A inclusão do CNPJ e nomeado empregador na CNDT, a relação de todos os seus estabelecimentos, agências e filiais no cadastro do Tribunal Superior do Trabalho, se dará por ordem do Juiz do Trabalho da Vara onde trami-ta o processo, ao verificar que após citado, o emprega-dor não efetuou o pagamento do débito trabalhista. Não apresentou bens à penhora. “A exclusão desses dados do cadastro se dará com a quitação do débito trabalhista”, acrescentou a advogada. A CNDT será expedida de forma gratuita e eletrônica pe-los sites do Tribunal Superior de Justiça (TST - www.tst.jus.br), do Conselho Superior de Justiça do Trabalho (www.csjt.jus.br), ou de qualquer dos Tribunais Regionais do Trabalho (TRT’s) existentes no País. E se juntará às já exigidas certidões negati-vas de débitos previdenciários e fiscais.

A criação da Certidão Negativa de Débitos Trabalhista impõe mais uma exigência às empresas que tem como premissa manter a idoneidade, e deverá alterar a rotina das companhias brasileiras

Dra. Patrícia Capra Pergheradvogada do Sindisider POA

São PauloEmpregados no Comércio, data base setembro e outubro, capital e interior:▪ Reajuste salarial: 9,8%▪ Pisos reajuste: 11,0%

Empregados no Comércio do ABC, data base outubro:▪ Reajuste salarial: 10,0%▪ Pisos: 11,0%

Empregados Metalúrgicos, data base novembro,

capital e grande parte do Interior (Força Sindical):▪ Reajuste salarial: 10,0% a partir de 01/01/2012▪ Abono salarial de duas parcelas de 13% em dezembro▪ Pisos reajuste: 11,0%

Minas GeraisEmpregados em geral representados pelo SEEDSIDER, data base novembro:▪ Reajuste salarial: 9,0%▪ Pisos reajuste: 10,0%

Negociações coletivas encerradas

“A atual conjuntura mos-tra uma relação mais ajustada entre Distribuição e Mercado (com exceção para as margens de comercialização). As variá-veis, preços internacionais e a relação Real – Dólar, não têm motivado grandes volumes de

importações, contribuindo bastante para esse ajuste. O saldo positivo do nosso segmento dependerá do au mento do mercado interno, e medidas governamentais de incentivo ao consumo se fazem necessárias (que, aliás, já tiveram início e esperamos que tenha continuidade). O pior obstáculo será pilotar a relação: aumento do consu-mo interno por meio da flexibilidade do crédito X controle da inflação. O desempenho do setor de distribuição de aço nos últi-mos três meses confirma a tendência de 2011: crescimento, em toneladas vendidas, em torno de 10% – quando compa-rado a 2010 –, resultante da “desova” de um grande estoque, com resultados sofríveis ou negativos para a maioria das em-presas da rede distribuidora. Um dos aspectos que precisa ser melhorado no nosso setor é a questão da manutenção dos estoques em níveis compatíveis com as vendas. Além disso, é preciso haver uma

dedicação maior de todos os empresários que já tenham alguma relação com o Sindisider / Inda, com o objetivo de acelerar as ações já existentes e trazer mais afiliados para as duas instituições. O aumento de filiações democratiza, ain-da mais, as excelentes informações de mercado veiculadas, possibilitando uma maior consciência setorial, assim como um aumento de representatividade junto às autoridades go-vernamentais e a comunidade siderúrgica. Para o ano de 2012, as expectativas são muito boas. Pois as usinas brasileiras estão atentas aos movimentos dos preços internacionais e à cotação do dólar, para evitar a avalanche de importações que experimentamos em passado recente. Com relação a importações de bens, como aço contido, já existe um sinal vermelho sobre esse assunto, e algumas ações estão em andamento, buscando saídas para redução desse impacto negativo no mercado. Pelo bem ou pelo mal, as obras de infraestrutura relacio-nadas à Copa do Mundo de 2014 e Jogos Olímpicos de 2016 precisam acelerar e outras, começarem, o que provocará re-ações positivas para toda a cadeia do aço O futuro do Brasil é brilhante, a despeito dos custos que temos. Somos parte de um pequeno grupo de países, que tem um mercado interno ávido para consumir, extensão territorial com boas condições produtivas, grandes reservas minerais e muita oportunidade”.

Ponto de vista

Marcos Siqueira – sócio gerente da Masi Metal Comércio e Indústria Ltda

Diretoria ExecutivaPresidente Carlos Jorge LoureiroVice-presidente José Eustáquio de LimaDiretor administrativo e financeiro Miguel Jorge LocatelliDiretor para assuntos extraordinários Heuler de AlmeidaConselho Diretor Alberto Piñera Graña, Carlos Henrique Stella Rotella, Philippe Jean Marie Ormancey, Ronei Kilzer Gomes, Newton Roberto LongoSuperintendente Gilson Santos Bertozzo

Conselheiro Editorial Oberdan Neves OliveiraRevista Brasileira do Aço 11 2272-2121 [email protected] Isis Moretti (Mtb 36.471) [email protected] gráfico, diagramação e editoração www.criatura.com.brImpressão NeobandDistribuição exclusiva para Associados ao Inda. Os artigos e opiniões publicados não refletem necessariamente a opinião da revista Brasileira do Aço e são de inteira responsabilidade de seus autores.

Expediente

Ponto de vista | 08 D

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Argentinos em território brasileiro A Ternium – fabricação e processamento de uma ampla gama de aços planos e longos – subsidiária do grupo argen-tino Techint, comprou 27,7% das ações da siderúrgica Usi-minas. Segundo um dos diretores da empresa, Pedro Pablo Kuczynski, a produtividade da Usiminas se estagnou nos úl-timos anos e o objetivo é aumentar a produção para melho-rar a rentabilidade. Para o executivo, 2012 não será um ano fácil, mas considera que a Usiminas tem boas perspectivas, em especial para a indústria automobilística, que continuará em crescimento, aumentando a exportação. A companhia argentina adquiriu 139,7 milhões de ações

ordinárias da Camargo Corrêa, da Votorantim e da Caixa dos Empregados Usiminas (CEU), totalizando o valor de R$ 5,03 bilhões. A compra foi dividida entre três empresas do grupo, sendo a Ternium (87,4 milhões de ações ordinárias), a Siderar (30 milhões de ações) e a Confab (25 milhões de ações). Com o negócio fechado, a Ternium assume a parte do controle acionário correspondente a Camargo Côrrea e Vo-torantim. O grupo de controle, que detém a maioria do direi-to de voto ficará composto pelo Grupo Nippon com 46,1%, Caixa dos Empregados da Usiminas (CEU) com 10,6% e a Ternium com 43,3% de participação.