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Ano IX – nº 10 – novembro/12 Entrevista Cristine Cunha Lima Rosado Patrimônio Cultural Saudades da Velha Ribeira Interação social: o compartilhar de espaços e diferenças

Revista CEI 2012

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Ano IX – nº 10 – novembro/12

EntrevistaCristine Cunha Lima Rosado

Patrimônio CulturalSaudades da Velha Ribeira

Interação socia l:o c o m p a r t i l h a r d e e s p a ç o s e d i f e r e n ç a s

Page 2: Revista CEI 2012

Revista Ceia CulturalISSN 1808-7302

DiretorasMaria Lúcia Andrade de AzevedoAna Flávia Andrade de A. Oliveira

Conselho EditorialProfª. Ana Cristina Dias

Profª. Celina BezerraRebecca Guimarães Queiroz

RedaçãoRebecca Guimarães Queiroz

DRT/RN 1.364

RevisãoAna Cristina Dias

Tiragem2.000 exemplares

Produzido por

Projeto Gráfi coInfi nitaimagem

Fone: (84) 3231-3795 / 8805-1004infi nitaimagem@infi nitaimagem.com.br

EdiçãoVerbo Comunicação & Eventos

Telefax: (84) [email protected]

Jornalista ResponsávelSylvia Serejo – DRT/RN 916

InformaçõesCEI – Centro de Educação Integrada

Fone: (84) 4006-0550www.ceinet.com.br

[email protected]@ceinet.com.br

Os artigos assinados por colaboradores não necessariamente refl etem a opinião

do Conselho de Direção do CEI.

Capa: Ilustração vencedora do concurso Capa Ceia Cultural, de

autoria do aluno Rafael Dantas Veggi, 9º ano do Ensino Fundamental II

EditorialHá 40 anos, o Colégio CEI educa e forma cidadãos capazes de interagir e intervir de forma ética e consciente na sociedade. Neste ano, o CEI dirigiu suas estratégias didáticas e pedagógicas para a refl exão sobre o tema integrador Interação social: o compartilhar de espaços e diferenças e, no decorrer das aulas, alunos e professores trabalharam a importância das interações sociais saudá-veis em seus projetos escolares. Em seu 40º aniversário, o CEI comemora também a pu-blicação da 10ª edição da revista Ceia Cul-tural, que traz, em suas páginas, saborosas crônicas, poesias, resenhas e artigos.

Com destaque para o tema integrador, a Ceia apresenta também uma entrevista com a doutoranda em educação, Cristine Cunha Lima Rosado, que fala acerca das mudanças que o processo educacional vem sofrendo nas últimas décadas e a importância da inclusão como porta de acesso para novos saberes. O artigo da aluna Renata Gondim Alecrim, Uma im-punidade, dezenas de conseqüências, dis-corre sobre a criação de estereótipos pe-jorativos e preconceito. Ainda nessa ver-

tente, Ana Flávia Andrade de A. Oliveira, diretora pedagógica do colégio, explica no texto Interação social: o compartilhar de espaços e diferenças, o porquê da esco-lha deste tema integrador e como ele foi trabalhado durante o ano letivo de 2012.

Várias outras questões atuais são abor-dadas em artigos redigidos por alunos e professores. Além disso, textos como o do professor Walclei de Araújo Azevedo, Saudades da Velha Ribeira e do profes-sor Fábio Dias, Fernando Pessoa – muito além dos heterônimos, possibilitam aos leitores uma rica degustação cultural.

Deleite-se com esta Ceia!

ERRAMOS!O desenho que ilustrou a edição passada da Ceia Cultura é, na ver-dade, da aluna Ingrid Aby Faraj Santos.

03 – Literatura Além “daquela ponte” há poesia?!

04 – Patrimônio CulturalSaudades da velha Ribeira

06 – EducaçãoCrianças aprendendo com as formigas a compartilhar espaços e diferenças

07 – HomenagemProfessor Jonas Bezerra

08 – Crônica

09 – ResenhaO Teatro Vicentino

10 – ArtigoO maior cenário

11 – Tema IntegradorInteração Social: o compartilhar de espaços e diferenças

12 – Entrevista Cristine Cunha Lima Rosado

14 – ArtigoBrincando de música?

15 – ArtigoA culpa é somente do forró?

16 – Caderno de Poesias

18 – Artigo de LiteraturaFernando Pessoa, muito além dos heterônimos

19 – Artigo Uma impunidade - dezenas de consequências

20 – MatériaTeatro CEI - Educando através do lúdico

22 – Palavra de PaisAluno do CEI visita estúdios Maurício de Souza

Índice

NESTA EDIÇÃO LITERATURA

Além “ daquela ponte” há poesia?!

Encontramos poesia e inspiração imagética onde existir o nome NEWTON NAVARRO. Cronista, pintor, poeta e orador, seu trabalho expõe o que existe de melhor do povo nordes-tino: força, brilho, persistência...

Ele virou ponte entre o rio e o mar, entre o povo e a poesia, entre o real e a fantasia. Sua história fi cou imortalizada na memória do nosso povo. Por isso, na exposição literária de 2012, os alunos foram convidados a conhecer um pouco da vida e da obra desse grande ícone da literatura potiguar.

Através da releitura dos quadros e textos do poeta, as turmas do 6º ao 9º Ano expressaram um pouco daquilo que sentiram ao lerem e interpretarem o homem que, segundo seus ami-gos, foi um pioneiro cultural e incentivador de novos talentos.

Há o cheiro de Newton em cada obra exposta.

Equipe de Língua Portuguesa

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Walclei de Araújo AzevedoProfessor de História

Deitado numa rede no terraço de minha casa, em um momento de descanso, envolvido pela saudade

do meu chão sertanejo – companhia constante em todos esses anos que ha-bito no litoral – adormeço e sou le-vado por uma Quimera de asas longas, voando alto para além do infi nito, da imaginação...

Um cenário começa a se delinear em meio à espessa névoa que se dissipa e vai, gradativamente, deixando visíveis cenas cotidianas que mais parecem uma aquarela muito antiga, desgastada pela ação do tempo. O que vejo não é o meu sertão encantado. É outro espaço, outro tempo, cenas que conheci nos li-vros de História, nos poemas sobre Na-tal, cidade praiana de tantos amores e cantares, no universo cascudiano.

É a Ribeira! Agora tenho certeza, posso vê-la na sua intensidade. Mas por que Ribeira? O mestre Cascudo nos diz que o espaço recebeu esse nome pelo fato de ser uma campina alagada, onde hoje é

PATRIMÔNIO CULTURAL

a Praça Augusto Severo, às margens do Potengi, que lavava os pés dos muros. No local do Teatro Alberto Maranhão, tomava-se banho salgado em fi ns do século XIX. O português julgou ver uma ribeira e, assim, virou consciente coletivo. Não é a Ribeira atual. É aquela mais viva, elegante, com aura de virada do século XIX para o século XX, com expressões e impressões da belle époque...

Bondes puxados por tração animal, o movimento intenso de pessoas, o ca-sario, lojas exibindo em vitrines um pouco da moda europeia. Estou na mo-vimentada Rua do Comércio – hoje, Rua Chile –, feirantes, comerciantes ambulantes, armazéns de secos e mo-lhados. O enorme burburinho que vem do cais da Tavares de Lira enche o am-biente de sentimentos... É o espaço da vida se fazendo. Um monumento me chama atenção, o sobrado da Rua do Comércio, edifício imponente que, no fi nal do séc. XIX (1868), passou a ser a sede da administração provincial, per-dendo esse status em 1902, no governo de Alberto Maranhão. O velho casarão assistiu à campanha da abolição, hospe-deira do conde d’Eu, príncipe consorte do Império; à proclamação da Repú-

blica; à deposição do então presidente da província do Rio Grande do Norte, Miguel Castro; à posse de Pedro Velho, eleito pelo Congresso, e à posse do de-sembargador Joaquim Ferreira Chaves, eleito pelo povo.

Sobrevoando o espaço, percebo grandes hotéis, armarinhos, alfaiatarias, far-mácias, clubes de danças e, o melhor de tudo, posso ver o cine Politeama do senhor Petronilo de Paiva, inaugurado no dia 08 de maio de 1911, pronto para uma sessão. Várias pessoas esperavam pelo espetáculo da sétima arte, coisa da belle époque...

Continuo o passeio e chego ao primeiro ponto da Ribeira a ser iluminado com luz de gás acetileno em 1905, trecho que vai da Rua Frei Miguelinho , es-tendendo-se ao quartel do Batalhão de Segurança, na esquina da Silva Jardim até a Praça Augusto Severo.

Os sonhos são desconexos... De repente, vejo-me na Praça Augusto Severo, em enorme ajuntamento de pessoas na frente do imponente teatro Carlos Go-mes – hoje Teatro Alberto Maranhão. Era sua inauguração, em 24 de março

de 1904. Uma diversidade de sons e co-res. Damas e cavalheiros elegantemente vestidos dão ao ambiente aquele ar re-quintado do início do século XX.

Entre os convidados que adentram a casa de espetáculos, visualizo fi guras importantes como: Alberto Maranhão, o mecenas potiguar; Pedro Velho, líder político e médico; Palmira Wander-ley, poetisa e mulher à frente do seu tempo; desembargador Francisco de Salles Meira e Sá, relevante fi gura do poder judiciário no Estado; o professor Manoel Dantas, brilhante intelectual; o poeta Manoel Segundo Wanderley; Amaro Barreto de A. Maranhão, pro-fessor de canto e pianista, entre outros nomes relevantes do meio artístico, po-lítico e intelectual da Cidade.

A inauguração do teatro se deu com um festival de caridade. A renda seria revertida para os sertanejos que chega-vam a Natal fugindo da seca - martírio da terra que destrói a vida e a dignidade humana. O tom da festa foi dado por muitas apresentações. Um grupo de crianças representando “A promessa”, ato em versos, de Henrique Castri-ciano. Deolindo Lima recitou um mo-

S a u d a d e s d a V e l h a R i b e i r anólogo de Artur Azevedo. A orquestra do teatro, conduzida por Luigi Maria Smido, executou breve programa, que acompanhou o barítono Comoletti, o qual cantou a canção do aventureiro do “Guarani”, de Carlos Gomes, e a ária de Fígaro, no “Barbeiro de Sevilha”. Um turbilhão de sentimentos se apodera de mim. Vejo, ouço, sinto, mas não posso tocar, interagir... Naquele contexto, sou apenas uma miragem, um produto do imaginário...

Sigo adiante, paro em frente ao Grupo Escolar Augusto Severo e alcanço a Av. Junqueira Aires, hoje Luís da Câmara Cascudo. Identifi co a antiga Vila Bar-reto, atualmente Colégio Salesiano São José; a Capitania dos Portos, agora das Artes; o belo Solar Bela Vista, majes-toso e requintado, remanescente da arte neoclássica.

Um impulso do inconsciente me leva para o interior da residência de Luís da Câmara Cascudo, ouço o barulho da sua máquina de escrever, é o mestre em sua produção intelectual... Mais uma vez não consigo interagir... Gostaria de lhe perguntar tantas coisas, enten-der melhor seu universo... No entanto,

eu e a imagem estamos separados pela barreira instransponível do tempo. Al-canço uma das janelas da casa e me de-paro com um maravilhoso espetáculo da natureza, o pôr do sol no Rio Po-tengi. A cena provoca o meu despertar.

Procuro a velha Ribeira, não encontro. Sinto saudade, quanta saudade...

O retorno ao mundo real me fez refl e-tir sobre a Ribeira moderna: o trânsito desenfreado, a correria cotidiana, os es-paços transformados defi nitivamente. O que vi em sonho praticamente de-sapareceu em nome da modernização que insensibiliza. Restam apenas al-guns monumentos; uns relativamente bem cuidados; outros muito carentes da atenção do poder político e das ins-tituições voltadas para a preservação do patrimônio histórico-cultural. Estes, quando paramos para admirá-los, pare-cem nos dizer “estou aqui, faça alguma coisa por mim, sou parte da sua história, luto dia-a-dia contra a ação do tempo e do desrespeito social. Preciso continuar encantando os que me enxergam.”...

Eles irão continuar existindo?

Isso só o tempo dirá...

Rua Doutor Barata - Ribeira Rua do Comércio - Ribeira, atual Rua Chile Avenida Tavares de Lyra Teatro Alberto Maranhão - antigo Teatro Carlos Gomes

*fotos do arquivo pessoal de Rejane Cardoso

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EDUCAÇÃO HOMENAGEM

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Marley Dantas de Araújo e Cláudia Leite

Professoras da Educação Infantil

Refl etindo sobre a sociedade de hoje em dia, em que nos falta tempo e nos sobram tarefas, a vida nem

sempre se mostra fácil e equilibrada, geralmente se mostra confl ituosa, ape-sar de termos espaços e regras específi -cas que nos ajudam a organizar melhor nossas vivências.

Nessa perspectiva, o colégio CEI nos apresenta o tema integrador INTERA-ÇÃO SOCIAL: o compartilhar de espa-ços e diferenças, que abrange várias fa-cetas dessa sociedade em que estamos inseridos, fazendo-nos refl etir e buscar uma educação voltada para a ética e o respeito com o mundo e as pessoas ao nosso redor.

Tomando como base esse conceito, tra-balhamos o projeto Compartilhando espaços e diferenças (Formigas), com o

Victória Diniz9º ano do Ensino Fundamental II

JONAS,

Todos nós, alunos e ex-alunos, aprendemos com você mais que a língua portuguesa. Aprende-mos as lições de solidariedade e, acima de tudo, respeito ao próximo. Mesmo com diferenças e opiniões adversas, o respeito a sua pessoa era imenso. Mais que um professor e um educador, um amigo!

Obrigada por tudo. Uma parte do que sou cons-truí com sua ajuda e serei eternamente grata. Você será sempre lembrado e adorado por nós, não o esqueceremos, jamais.

Não pense que sua perda será fácil! Vir ao CEI e não lhe encontrar nos corredores, com um sor-risão no rosto, já será horrível e a saudade será inevitável ... Ao ouvir músicas de Chico Buar-que, as lágrimas vão descer. Todos os momentos fi carão guardados conosco, sendo eles ruins ou bons. Ao lembrar você, o coração baterá mais forte.

O mundo está perdendo um ser humano e nós, um professor amigo, mais que amigo! Fique com Deus, Jonas!

Refl exãoTudo...Indefi nido...Indecifrável...Inconcebível...Às vezes uma pessoa, um passeiouma viagem de férias!

Também pode ser o nadaAquilo que faltaAquilo que sumiuAquilo inexistentePreenchido por lembrançasBoas, más, irrelevantes...Mas “ in”consequentes no viver.

Tenho vontadeNela serei euTudo ou NadaNesta concebo o ruimNaquele realizo desejosViajo, tenho saudade, voltoAo meu porto, minha Pátria!

(Jonas Bezerra)Natal, 03/03/2012

Crianças aprendendo com as formigas a compartilhar espaços e diferenças

Estágio III, fazendo um levantamento de dados sobre o que as crianças sabiam e o que gostariam de saber acerca do assunto.

A partir de atividades de ensino-apren-dizagem envolvendo o referido tema, tais como conversas em roda, pesqui-sas de campo, revistas, jornais e livros, participação da comunidade, registros de experiências vivenciadas em sala e produção coletiva de um texto no qual as crianças apresentaram o que apren-deram por meio desse projeto, trabalha-mos todas as áreas de conhecimento.

Entre diversas atividades, levamos a turma a visitar os jardins da escola, com o objetivo de observar as formi-gas, despertando o interesse pela inves-tigação científi ca e pela preservação da natureza.

Ao contarmos a história “A Cigarra e a Formiga”, conversamos sobre a di-visão dos trabalhos apresentados no conto e estimulamos a turma a com-parar com as informações pesquisa-das: a rainha é a responsável pela re-

produção, os soldados pela defesa da colônia e as operárias pela limpeza e busca de alimentos. Procurou-se, assim, fazer com que os alunos per-cebessem como as formigas compar-tilham o mesmo espaço, cooperando umas com as outras para o bem de todas, respeitando as diferenças exis-tentes entre elas.

No decorrer do desenvolvimento do projeto, visitamos o insetário no Parque das Dunas. Lá, as crianças ouviram os biólogos, que não apenas nos ajudaram a fazer novas descobertas, como tam-bém esclareceram as dúvidas que iam surgindo quando confrontávamos os conhecimentos prévios e teóricos que coletamos no início do projeto com os novos que adquirimos na pesquisa.

Com este projeto, as crianças percebe-ram a importância do espaço escolar para uma boa convivência e aprendi-zagem, compreendendo a relevância da participação de cada um na relação com o meio natural e social.

Clara Germano França9º ano do Ensino Fundamental II

HOMENAGEM A JONAS

Um homem sorridenteUm professor cativanteÉ assim que lembraremos de você

Da primeira nota baixaAo 10 com muito esforço, você estava presenteDeu-nos gosto pela matériaDeixou respeito e admiração

Não teve uma vida fácilSobreviveu aos preconceitosDe forma admirável

Acordou do sonho da vidaE os que você tocouSempre lembrarão de vocêUm professor exigenteUm ser humano encantador

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O Teatro VicentinoMariana Bezerra Montenegro 1º ano do Ensino Médio

Falar das obras de Gil Vicente – o grande nome do Teatro Humanístico de Portugal – é algo prazeroso, pois ele usa e abusa da simplicidade material em seus fi gurinos e enriquece os textos de suas peças com termos literários de

bastante valor.

As peças de teatro, em sua época, costumavam ser apresentadas no pátio das igre-jas e dos mosteiros, tendo um caráter altamente religioso. No entanto, seus textos tinham também conteúdo moralizante para o público e procuravam tematizar os comportamentos condenáveis, assim como enaltecer as virtudes das pessoas.

As cenas elaboradas por Gil Vicente tinham como foco os erros de ricos e pobres, nobres e plebeus, ridicularizando os pecadores, porém, sempre buscando divertir a plateia, estimulando um comportamento virtuoso, o que fez com que suas obras fossem chamadas de “alegóricas”.

Temos, como exemplo do Teatro Vicentino, o Auto da Barca do Inferno, peça crítica determinante do futuro de homens que compõem a sociedade, represen-tada pelos nobres, plebeus, trabalhadores ou mesmo os agiotas. Na obra, duas barcas têm como chefes das navegações um anjo e um diabo, os quais julgam as atitudes dos homens, levando-os para o caminho “merecido”.

A obra foi reeditada, recentemente, num livro de 151 páginas, pela Editora Ática. Juntamente a ela, estão outras duas grandes obras de Gil Vicente – Farsa de Inês Pereira e Auto da Índia. Vale a pena conhecê-las, tanto por serem grandiosas quanto atuais.

Maria Beatriz Emerenciano 1º ano do Ensino Médio

Você já pensou no amanhã? Deve perder tempo pensando no que aconteceu ontem, aposto! Já me falaram que saudade é sinônimo de velhice, que quanto mais saudade se vai tendo das coisas e das pessoas, mais velho você vai fi -

cando. Já me disseram também que não se pode julgar o passado com os olhos do hoje, porque o que ocorreu lá é fruto daquela época, não se deve querer tirar experiência, de onde não tem. Quando estou longe de quem gosto, o hoje me atormenta, não me abandona. É como diz Brás Cubas: “Era como se os minutos fossem horas e as horas fossem dias, como se meu relógio tivesse quebrado.” O ontem aliado do passado me atormenta, tento fugir para os mais altos lustres do castelo, mas as escadas estão sedadas, como os ponteiros do meu relógio. Tento descer, mas não consigo também. É como uma prisão, em que você é obrigado a estar ali, querendo fugir, retardar ou avançar. A vida já é curta e nós a encurtamos ainda mais, desperdiçando o tempo, pensando no fútil, no passado. Perdemos o nosso tempo presente, planejando o futuro, que é tão incerto quanto nossa ideia de morte. Enquanto estamos aqui sentados, planejando coisas futuras, o destino está lá, rindo de nossos planos.

CRÔNICA RESENHA

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TEMA INTEGRADORARTIGO

Bruno de Lira1º ano do Ensino Médio

A obra A Divina Comédia, de Dante Alighiere, escrita no século XIV, apresenta a viagem do autor pelo

inferno, pelo purgatório e pelo céu. Naturalmente, trata-se de um texto embasado em valores vindos do cristia-nismo, visto que Alighiere era cristão e encontrava-se em um contexto no qual a religião católica era, notavelmente, in-fl uente em todo o continente europeu. A infl uência católica não só abrange o destino das almas humanas no pós vida, como também no que diz respeito aos valores morais e aos modelos de conduta que os seres humanas devem ter ainda em vida, para poderem alcan-çar o paraíso.

A ONG Gherush 92 quer banir a obra das escolas italianas, alegando que esta apresenta ofensas aos homossexuais, judeus e mulçumanos. Essa Organiza-ção, que defende os direitos humanos, aponta que a obra possui acusações falsas comprometedoras dos avanços da luta contra o racismo e a discrimi-nação. Mas aí é que entra um ponto muito sutil: a Declaração Universal dos Direitos Humanos adotada pela ONU, em 1948, defende liberdade de crença,

liberdade de expressão, igualdade de todos os seres humanos, independente-mente de qualquer fator cultural. Esses valores são essencialmente distintos da-queles que estavam em vigor na época de Dante, período em que a Igreja Ca-tólica também exercia poder político e boa parte dos direitos das pessoas, se-não a totalidade, passava pela mão desta instituição. É a partir dessa análise que se torna aplicável o conceito antropoló-gico de relativismo cultural, segundo o qual a análise de sistemas culturais só é válida quando não partimos dos valores ocidentais modernos, como os concei-tos atuais de moral e ética. Como disse Franz Boas, em 1887: “Civilização não é algo absoluto, mas é relativa e nos-sas ideias e concepções são verdadeiras apenas na medida de nossa civilização.” Trocando em miúdos, julgar a obra de Dante requer que utilizemos os valores morais e éticos de sua época.

Dito isso, outro ponto importante aparece. A Gherush diz que, banindo o livro das escolas italianas, estaria sendo evitada a passagem sem fi ltro de um conteúdo racista e discriminatório para as novas gerações, julgando que tal conteúdo teria um efeito negativo e que levaria aos estudantes comporta-mentos preconceituosos. Isso pode até ser verdade, mas não em uma escola

decente, que realmente preze pelo co-nhecimento científi co. Em condições ideais, seria apresentado um direcio-namento metodológico para que o livro pudesse ser utilizado adequada-mente, possibilitando uma experiên-cia didática proveitosa.

O que não podemos esquecer é que A Divina Comédia é uma obra literária, um clássico, lido e passado através de gerações. Sua infl uência na literatura é extraordinária, importantíssima. Sua estrutura, contendo cantos compostos de tercetos, desenvolve-se a partir do simbolismo do número 3, que repre-senta: a Santíssima Trindade, o equilí-brio e estabilidade em algumas culturas. Curiosamente, a obra possui 3 perso-nagens principais, é composta por 3 livros, por estrofes de 3 versos e, mais surpreendentemente, os 3 livros rimam no fi nal, pois terminam com a mesma palavra: stelle, que signifi ca estrelas. Seu conteúdo apresenta rico material sobre a relação entre o homem, a fé e a razão, entre outros muitos aspectos que revolu-cionaram a produção literária mundial.

Devemos saber ponderar certos aspec-tos para poder tomar certas decisões. Dada a importância da obra, seria um estupidez e até uma heresia literária, por assim dizer, bani-la. É preciso analisar o cenário mais abrangente.

O maior cenário

Ana Flávia Andrade de A. OliveiraDiretora Pedagógica do CEI

Interação social:o compartilhar de espaços e diferenças

Em 2012 concentramos nosso pensar e agir na elaboração de estratégias didático-peda-gógicas que auxiliaram o corpo discente e

docente a refl etir sobre interações sociais saudá-veis e a maneira de como podemos usufruir delas para melhorar nossa qualidade de vida. O tema foi ressaltado em produções textuais dos alunos, representações de teatro, exposições, campanhas educativas, demonstração de atitudes.

Interação, o próprio nome se defi ne, é o processo em que a ação produz uma resposta, na maioria das vezes, na mesma direção e na mesma pro-porção da que foi, incialmente, produzida. É um processo para o qual o senso comum costuma atribuir chavões, como “violência gera violência”, “gentileza gera gentileza” e outros tantos que cos-tumamos ouvir, sem fazer a devida refl exão.

O Tema Integrador de 2012 nos convidou a essa refl exão, que na verdade não é de um ano, de

um mês, mas do cotidiano da educa-ção. Quando convivemos em um grupo social, os nossos pensamentos, falas e ações afetam os que conosco convivem, de forma positiva ou negativa, devendo cada indivíduo estar ciente de sua in-tervenção dentro de uma comunidade. Não podemos arriscar opiniões sobre alguém, ou acusar alguém de algo, sem pensar nas consequências que advêm para a pessoa e para a realidade social que compartilha.

Espaços e diferenças exigem sempre a interação respeitosa, tolerante, na qual os inevitáveis confl itos sejam tratados com a serenidade de um diálogo que construa o bem-estar coletivo. Essa será sempre nossa expectativa da convivên-cia escolar, familiar e social.

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ENTREVISTA

Durante as últimas décadas, o mundo vem passando por uma sucessão de acontecimentos importantes devido à globalização, o que ocasionou mudanças em vários

segmentos da sociedade, inclusive na educação. Pertence-mos hoje à Sociedade do Conhecimento, em que crianças e adolescentes são seres críticos, com acesso a inúmeros meios tecnológicos que proporcionam a obtenção infi ndável de in-formações. Nesse movimento tecnológico, a escola deve se renovar e transformar a relação entre o ensinar e o aprender no século XXI.

Em entrevista à Ceia Cultural, Cristine Cunha Lima Ro-sado, pedagoga, mestre e doutoranda em educação pela UFRN, fala sobre essas transformações na educação do mundo contemporâneo, destacando o novo papel da escola e dos professores no atual processo de ensino e aprendizagem.

O que, historicamente, tem mudado em relação ao ensi-nar e aprender?

Durante muito tempo, essa relação foi dicotômica: o profes-sor ensinava (emissor) e o aluno aprendia (receptor), o que fi cou tão conhecido como “Educação Bancária”. Assim, o professor não tinha a preocupação com a forma que o aluno iria aprender, apenas em ensinar o que lhe competia. Hoje, graças aos esforços de estudos de diversos teóricos, em es-pecial após a década de 80, com a consolidação das teorias cognitivista e sócio-interacionista, começou-se a pensar em uma aprendizagem signifi cativa, que valoriza a interação do sujeito com o conhecimento. Um pouco mais à frente, na década de 90, lançou-se um olhar mais refl exivo para a do-cência, para o processo de ensinar. Assim, a perspectiva de que o professor aprende enquanto ensina e ensina enquanto aprende elevou o aluno a um novo patamar, o de sujeito ativo no processo de aprendizagem.

Diante das orientações mais críticas da Pedagogia, como deve se desenvolver o processo de ensino e aprendizagem?

O acesso ao conhecimento hoje não está mais limitado à escola, pela quantidade de formas existentes para adquiri--lo, no entanto, é na escola que se viabiliza a organização científi ca do conhecimento. Por isso, a preocupação atual não está apenas na apropriação dos saberes socialmente re-levantes, mas na forma com a qual cada sujeito trata dessa informação, em sua capacidade de refl etir sobre os fatos, ar-gumentar, analisar criticamente, possuindo a visão plural e

histórica desse conhecimento. Assim, professores e alunos, ambos envolvidos e implicados no processo de ensino-apren-dizagem, desenvolvem suas potencialidades. Nesse contexto, o processo de ensino-aprendizagem tem que favorecer situ-ações que mobilizem o pensamento complexo e a interação efetiva entre sujeito e conhecimento.

Como a Sra. vê o desgaste da autoridade do professor na educação brasileira? Como o papel de MEDIADOR da aprendizagem pode fortalecer ou fragilizar essa autoridade?

Antes de se discutir sobre o desgaste da autoridade, devemos retomar um erro conceitual cometido por muitos educado-res: a diferença entre autoridade e autoritarismo. O professor autoritário tenta estabelecer a ordem através da imposição. Já o professor que tem autoridade consegue a organização desejada através da refl exão e da metodologia adotada, per-cebendo a disciplina como expressão do desenvolvimento e maturidade dos alunos. O professor autoritário não conse-gue mediar situações de aprendizagem, apenas repassa con-teúdos historicamente elaborados. Já o professor que tem autoridade pode fortalecer sua função de mediador através da sua própria segurança no papel que está desempenhando, o de profi ssional qualifi cado, que repercute na admiração e respeito dos alunos.

Há uma assertiva que nos diz: “Se a pessoa não pode aprender da maneira como é ensinada, deve ser ensinada

da maneira como pode aprender.” Qual sua posição so-bre a inclusão na escola?

Precisamos reconhecer que existem diversas possibilidades de aprendizado, para todos, não só para os alunos com ne-cessidades educacionais especiais. Pensar em inclusão é per-mitir ao aluno, independente de qualquer limitação que ve-nha a ter, o acesso a novos saberes, e principalmente a apren-der com a diferença do outro. Para tanto, é preciso oferecer inúmeras estratégias e criar situações de aprendizagem que permitam o trabalho intelectual de todos.

O ensinar, reconhecida função social da escola, já não dá conta das demandas postas pela sociedade. Qual sua orientação frente a uma outra díade: Ensinar-Educar?

Ensinar pressupõe a instrução sobre determinados conheci-mentos. De fato, a escola é o local propício para o ensino e durante muito tempo se limitou a essa função. Na sociedade contemporânea, porém, tal aspecto não pode ser mais consi-derado sufi ciente, sendo necessário ampliar o papel atribuído à escola. Agora, ela pode ser considerada o local no qual o sujeito não apenas aprende o conteúdo, mas pensa sobre ele e lhe dá sentido. Esse ato intelectual e refl exivo diz respeito à função de educar, que inclui a formação de valores e atitudes. Assim, frente às demandas atuais, o ensinar-educar é impres-cindível quando almejamos a formação de sujeitos críticos e refl exivos, que não apenas compreenda m a realidade, mas a ressignifi quem.

Cristine Rosado

Pensar em inclusão é permitir ao aluno, independente de qualquer limitação que venha a ter, o acesso a novos saberes, e principalmente a aprender com a diferença do outro.

O acesso ao conhecimento hoje não está mais limitado à escola, pela quantidade de formas existentes para adquiri-lo, no entanto, é na escola que se viabiliza a organização científi ca do conhecimento.

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ARTIGOARTIGO

Everson Ferreira FernandesProfessor de Música

A música é uma linguagem, um meio de expressão. Através dela nos co-municamos, utilizando o som

como matéria prima para sua produção. Porém, na cultura brasileira, poucas são as pessoas que se apropriam realmente dessa linguagem e fazem dela um meio de expressão e comunicação. Em nossa sociedade, criou-se um mito de que, para se praticar música (tocar, cantar, compor, reger, fazer arranjos), é necessá-rio ter “dom”. Não podemos negar que algumas pessoas têm mais aptidão mu-sical que outras, mas na verdade todas as pessoas são musicais. O homem nasce com a capacidade de fazer música, mas, da mesma forma que precisa aprender a falar, a ler e a escrever ele precisa ser estimulado.

A criança, desde a mais tenra idade, relaciona-se com a música de forma muito natural e espontânea, em con-tato com sons do cotidiano, canções de roda, cantigas de ninar, parlendas, den-tre outras formas com as quais vão des-cobrindo o mundo dos sons e criando um repertório que mais tarde permitirá que se expressem através desses sons. Desde aí, inicia-se um processo de mu-sicalização intuitivo dessas crianças. Nessa fase, a relação da criança com a música se dá através do brincar, asso-ciando música e dança.

Vivenciar a música! Cantar, realizar jogos e brincadeiras musicais, conhe-cer diversos sons e suas propriedades,

conhecer os instrumentos musicais e seus respectivos timbres, produzir sons utilizando a voz, o corpo e diversos ma-teriais, ouvir música, tocar fl auta doce, conhecer e cantar as notas musicais, to-car instrumentos de percussão em grupo e criar histórias para serem sonorizadas.Arranjos simples, letras e canções, são algumas das atividades realizadas nas aulas de musicalização das turmas do Estágio III da Educação Infantil ao primeiro ano do Ensino Fundamental, com o objetivo de proporcionar aos alu-nos um maior contato com a música e estimular a prática musical. O objetivo fi nal das aulas de musicalização infantil não é o de formar músicos profi ssionais, mas possibilitar a todos os alunos um contato com a prática e a linguagem musical e favorecer o desenvolvimento dos alunos de uma forma global.

Para Hentschke e Del Ben (2003,p.181), o principal propósito da educação musi-cal nas escolas é desenvolver a capacidade dos nossos alunos para vivenciar música, ampliando e aprofundando suas relações com ela. Penna (2008, p.41) concebe a musicalização como um processo edu-cacional orientado, que se destina a to-dos que, na situação escolar, necessitam desenvolver ou aprimorar seus esque-mas de apreensão da linguagem musi-cal, sejam adolescentes ou adultos. Para a autora: “musicalizar é desenvolver os instrumentos de percepção necessários para que o indivíduo possa ser sensível à música, apreendê-la, recebendo o mate-rial sonoro-musical como signifi cativo”. A autora destaca também que a educa-ção musical escolar não visa à formação do músico profi ssional, nem é, tão so-mente, uma preparação para um estudo

de música mais amplo de caráter técnico ou profi ssionalizante. Percebemos que a concepção dos objetivos da educação mu-sical escolar na atualidade difere muito daquele conceito herdado dos conserva-tórios musicais, que relacionava o ensino musical ao ensino do instrumento.

Segundo o educador musical suíço da década de 60, Edgar Willems, a prática musical está estreitamente associada a aspectos humanos. Ele relaciona os elementos básicos da música com as-pectos humanos:

Ritmo: Vida fi siológica – AçãoMelodia: Vida afetiva – SensibilidadeHarmonia: Vida mental – Conhecimento

A música na escola é, portanto, uma dis-ciplina com conteúdos, conhecimentos, práticas e objetivos específi cos, mas a sua prática, por estar intimamente ligada com aspectos da vida humana, pode fa-vorecer o desenvolvimento dos mesmos.

Em alguns países da Europa onde a música está presente no currículo esco-lar há várias décadas, está comprovado, através de pesquisas, que a prática mu-sical contribui de forma signifi cativa para o desenvolvimento de habilidades e competências do ser humano como: coordenação motora, concentração, percepção, socialização, dentre outras.

REFERÊNCIAS

HENTSCHKE, Liane e DEL BEN, Luciana. Aula de mú-sica: do planejamento e avaliação à prática educativa. In:

HENTSCHKE, Liane e DEL BEN, Luciana (Organizadoras),

Ensino de música: propostas para pensar e agir em

sala de aula. São Paulo: Moderna, 2003.

PENNA, Maura, Música(s) e seu ensino. Porto Ale-

gre: Sulina, 2008

Brincando de música?

Fernanda Guedes Queiroz de Lira1º ano do Ensino Médio

Não é algo apenas empregado nas músicas do forró estilizado da geração atual. Os palavrões estão

presentes, por exemplo, na década de 80, quando Chico Buarque, nas músi-cas Geni e Zepelim, usou, na primeira, uma palavra de baixo calão censurada pela ditadura militar. Retratando a ideia do músico, cantor e compositor Carlos Rennó, segundo a qual o pala-vrão na música brasileira surgiu a partir da música americana, Bob Dylan usou um “son of the bitch” na música Hurri-cane, talvez a letra mais longa de suas composições. Dylan foi grande poeta e possivelmente Chico conhecia seu tra-balho, tendo sido, provavelmente, in-fl uenciado por ele.

Hoje, palavras de baixo calão não são empregadas apenas em músicas, mas também em desenhos, novelas e outros programas televisivos. E se pensam que esses termos estão dentro de nossa lin-guagem só por obra das músicas, estão enganados, pois além da infl uência de outros países, o palavrão vem sendo co-locado no nosso vocabulário cotidiano,

A culpa é somente

do forró?

e não só em músicas como as interpreta-das por Charlie Brown Jr. e até mesmo a veterana Rita Lee, que há muito usam palavras deste tipo.

Durante o Tropicalismo, muitos termos que eram censurados fazem parte agora de nosso cotidiano. Na época dos nos-sos avós, chamar um palavrão era um desrespeito total. Hoje faz parte até da comunicação de pais e fi lhos. Muitos são pais de uma geração que ouviu Ultraje a Rigor, Cazuza, Renato Russo, os quais usaram palavrões dentro das músicas, embora com o intuito de uma crítica à sociedade e à política. Vários jovens de hoje não se interessam pela crítica con-tida nas músicas, mas gostam delas, pela utilização de termos vulgares.

A música brasileira chegou a esse es-tado de vulgaridade não só pelo que fazemos hoje, mas pelo que fi zemos no passado, um passado que, aos poucos, foi infl uenciando o nosso presente, já que não podemos apagar uma história de infl uências como a do Tropicalismo e da música in ternacional.

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POESIAS

Maçã

Uma maçã tão bonitaVermelha como o sangue de uma cabritaEncanta-me essa bela corPena que o gosto é de isopor

Igor Maia(3º ano do Ensino Médio)

Rotina

Quem sempre desaparece pela alvoradaCom o cândido amor que em mente raciocinaAniquila qualquer pensar e ilude a sina – O castigo de persistir na paixão errada.

Ébrios errantes alheios à realidade,Palavras codifi cam o embate de olhares.É eterno o aguardar dos amantes peculiaresQue ainda não podem se amar com a liberdade.

Punição divina, amam-se o Inverno e o Outono...Continua-se a ânsia da vida por poesiaMas mantém-se o belo semblante de outrora...

Ao anoitecer das lágrimas áureas e sonoÉ anunciado o esperado ao longo do dia:Regressa quem só esvaecerá pela aurora.

Renato Gurgel(1º ano do Ensino Médio)

Não deveria se chamar amorO amor que eu te tenho é um afeto tão novoQue não deveria se chamar amorDe tão irreconhecível, tão desconhecidoQue não deveria se chamar amor

Poderia se chamar nuvemPorque muda de formato a cada instantePoderia se chamar tempoPorque parece um fi lme a que nunca assisti antesPoderia se chamar labirintoPorque sei que não poderei escapulirPoderia se chamar auroraPois vejo um novo dia que está por vir

Poderia se chamar abismoPois é certo que ele não tem fi mPoderia se chamar horizonteQue parece linha reta, mas sei que não é assim

O amor que te tenho é um afeto tão novoQue não deveria se chamar amorDe tão irreconhecível, tão desconhecidoQue não deveria se chamar amor

Poderia se chamar primeiro beijoPorque não lembro mais do meu passado Poderia se chamar último adeusPorque meu antigo futuro foi abandonadoPoderia se chamar universoPorque sei que não o conhecerei por inteiro

Poderia se chamar palavra loucaQue na verdade quer dizer aventureiroE poderia se chamar silêncioPorque minha dor é calada e meu desejo é mudo

E poderia simplesmente não se chamarPara não signifi car nada e dar sentido a tudo

Paulo Fernando Correia Botelho(2º ano do Ensino Médio)

Saudações a Diógenes da Cunha Lima

Diógenes, hoje vamos o prestigiarGostamos muito da sua atitudeEm relação ao baobáE com muita alegria queremos o parabenizar

A xanana é uma bela fl orAdoramos e a admiramosE com sua beleza comemoramosQuando um dos símbolos de Natal virouCom sua radiante cor.

Esses grandes amigosTodos do CEI a te saudarCom toda a alegria do mundoVamos contigo a amizade celebrar

Agora iremos fi nalizarEspero que goste do nosso poemaEm homenagem a esse grande homemE com amor a paixão celebrar.

Jacqueline DantasMaria Eduarda Mesquita

(5º ano do Ensino Fundamental II)

Um grande artista

Newton Navarro em 1928 nasceuE na cidade de Natal viveuArtista de enorme sensibilidadePara as artes tinha facilidade

Dos pais o talento herdouE dramaturgo, poeta e pintor ele se tornouCrônicas, poemas e livros ele escreveuE muitas coisas aprendeu

Foi para Recife fazer vestibularE para as artes ele decidiu cursarArtista amado e aclamadoPor muitos era admirado

Newton Navarro em Natal morreuA muitos entristeceuPorém ninguém o esqueceu

Renata CorreiaDaniela de Lucena

(7º ano do Ensino Fundamental II)

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Fábio DiasProfessor de Língua Portuguesa

Fernando Pessoa sempre foi um dos mais misteriosos poetas da literatura mun-dial. Em Portugal, onde nasceu, espe-cifi camente em Lisboa no ano de 1888, desde criança, já era sozinho e com brincadeiras diferentes das dos outros meninos de sua idade. Aos seis anos ele tinha “amigos” fi ctícios, que lhe escre-viam cartas, consolando-o da morte do pai e do irmão. O interessante é que tais cartas eram escritas por um estrangeiro, Chevalier de Pas, com ideias que uma criança normal não teria maturidade para desenvolvê-las. Esse estranhamento de Fernando Pessoa não fi cou apenas nas brincadeiras de sua infância. Ele tornou suas brincadeiras em literatura. Criou o que hoje se chama de heterônimos, que seriam autores fi ctícios criados por um poeta, por exemplo, porém com estilo, fi losofi as, biografi as distintas da do autor criador, daí a diferença com o pseudô-nimo, que seria um nome falso do autor, mas com todas as características dele.

Os heterônimos mais famosos de Fer-nando Pessoa são Álvaro de Campos,

ARTIGO DE LITERATURAARTIGO DE

OPNIÃO

Uma impunidadedezenas de consequências

Renata Gondim Alecrim1º ano do Ensino Médio

O Ministério Público entrou com uma ação contra a Editora Ob-jetivo, por causa do verbete da palavra “cigano”, publicado no Dicionário Houaiss. A Editora deve ser penalizada pela não

neutralidade na edição do dicionário, pois isso pode consolidar ideias errôneas sobre os ciganos e a impunidade, neste caso, pode incentivar o preconceito com eles.

Realizado por Hitler, o Holocausto, além de perseguir judeus e ne-gros, também matou os ciganos. Isso mostra como os ciganos sofrem discriminação desde a década de 40 e o quanto é preciso educar a sociedade para que essas discriminações não ocorram mais, já que nos direitos humanos somos todos iguais perante a lei e ninguém deveria ser motivo de calúnias raciais.

Por isso não podemos classifi car uma raça por qualquer tipo de estereótipo pejorativo. E a falta de punição, neste caso, virá a espalhar mentiras sobre os ciganos, já que não são todos eles que trapaceiam e roubam. Isso é apenas uma generalização caluniosa que jamais deveria ter sido publicada em um dicionário. Esse ver-bete pode passar a ideia errada do que é ser “cigano” para leigos, os quais poderão ter preconceito.

Em suma, a Editora tem que ser penalizada retirando do mercado todas as edições do dicionário e o Governo e as Escolas precisam investir em campanhas contra o preconceito racial. Só assim po-deremos conviver em uma sociedade menos ignorante e mais justa.

Fernando Pessoamuito além dos heterônimos

com seu estilo direto e com jatos de emoções; Alberto Caeiro, com seu es-tilo bucólico e simples; e Ricardo Reis, o poeta clássico, regrado e que ensina a pensar e a sentir. Apesar de esses se-rem os mais famosos, há cerca de 180 heterônimos registrados na obra que já se publicou de Fernando Pessoa. Nesse número, estão incluídos os nomes de sua mãe, Dona Maria Magdalena, seu Tio Cunha, o poeta inglês Henry More, um frei chamado Maurice, al-gumas mulheres e vários outros que se “comunicavam” com Fernando Pessoa.

A crítica literária afi rma que Pessoa criara os heterônimos para expressar aquilo que estava em seu interior e que não tinha coragem de expor como Fer-nando Pessoa. Estudos recentes feitos por pesquisadores da Universidade Fe-deral do Rio Grande do Norte, porém, afi rmam que Pessoa dá outra explicação para o fenômeno da heteronímia: a me-diunidade. Isso mesmo, ele se conside-rava médium. É o que revela uma carta escrita a sua Tia Anica em que descreve, minuciosamente, os fenômenos mediú-nicos que o estariam acometendo, além de vários textos escritos com caligrafi as diferentes, em idiomas diferentes e sem

propósitos literários. Esses documentos foram encontrados na famosa arca que guarda, ainda hoje, grande parte da obra mística do poeta, com temáticas que vão de sociedades secretas à mediunidade.

Nessa perspectiva, é possível sempre ter uma dupla interpretação da obra de Fer-nando Pessoa: uma visão tradicional (a do excepcional poeta que fala daquilo que todos sentimos, mas não soubemos dizer o que e como era) e a visão do poeta que fala sobre seus traumas, sua insatisfação com a suposta mediunidade. Talvez tenha sido esta genialidade desse poeta de Lis-boa: “Dizer tudo de todas as maneiras”.

Não fi ca só na literatura esse estranha-mento de Fernando Pessoa. Há fatos igualmente misteriosos que, até hoje, continuam obscuros, como é o fato que envolveu o mago inglês Aleister Crowley. Pessoa, lendo uma revista em que Crow-ley fazia mapas astrais de celebridades de Londres, percebeu um erro nos mapas e escreveu ao mago, corrigindo-o. Este, impressionado com tamanho conhe-cimento místico de um desconhecido, decidiu vir a Lisboa conhecer Fernando Pessoa. O navio que trazia o mago atra-sou por duas horas e ele, assim que viu Pessoa, disse: “Que ideia foi essa de man-dar aquele nevoeiro?”. O misterioso é que o mago foi visto pela última vez en-trando na casa de Pessoa e desapareceu sem nenhuma explicação, implicando a Pessoa vários interrogatórios policiais. Dois anos depois, Aleister reaparece na Alemanha dizendo que pegara uma pas-sagem secreta ou coisa do tipo. O fato é que o episódio nunca foi esclarecido.

Ao lado dessa vida secreta extrema-mente interessante, Fernando Pessoa teve uma vida social bem pacata, en-volvendo-se apenas com uma mulher, Ophélia Queiroz; teve poucos amigos íntimos, o mais próximo foi Cortes Ro-drigues e Mario de Sá Carneiro, que se suicidou ainda muito jovem.

Em 1935, no auge da maturidade lite-rária, Fernando Pessoa morreu de cir-rose hepática, em decorrência do uso abusivo de bons vinhos, deixando a se-guinte frase”I know not what tomorrow will bring”.

1918

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MATÉRIA

Na trajetória de seus 40 anos de tradição, o Colégio CEI sempre apoiou e investiu em atividades

que auxiliam na formação escolar de seus alunos e no desenvolvimento de suas personalidades. Foi por isso que, em 1999, a direção do colégio incen-tivou a formação de um grupo de teatro na escola, quando, no mesmo ano, promoveu a primeira edição do FETAC – Festival de Teatro Amador do CEI, que chega à sua XIV edição.

O grupo de teatro do CEI nasceu es-pontaneamente durante as aulas de artes visuais do então professor da es-cola, Nilton Xavier. No decorrer de suas aulas para os alunos dos Ensinos Fundamental II e Médio, o profes-sor começou a trabalhar a essência e

reencontro com a poesia, a literatura, a história, a linguística, a música, enfi m, com expressões artísticas tão subvalo-rizadas pelas atuais gerações. “As peças são montadas por mim e pelos alunos. Eu crio os diálogos, mas durante as au-las, o texto e a construção dos persona-gens vão sendo criados também por eles. Isso desenvolve a imaginação, a constru-ção e a conversação, tão preteridas nos dias atuais pelas mensagens rápidas que a internet proporciona”, diz Ruth.

Atualmente, as nove turmas de teatro da escola são coordenadas pela professora Ruth, com o auxílio do professor Paulo Welbson Silva do Nascimento, formado em Artes Cênicas. Ao todo, são quatro turmas da Educação Infantil, sendo duas delas do tempo integral, uma turma do 5º ano, duas turmas do Ensino Funda-

a prática do teatro como extensão de sua disciplina. Esse trabalho gerou resultados e comentários positivos, e a ideia do exercício do teatro no colé-gio foi ganhando dimensões maiores até que, em 1999, foi formada ofi cial-mente a primeira ofi cina de teatro do CEI. A ofi cina foi oferecida para os estudantes dos 1ºs aos 5ºs anos e sua primeira turma, composta de 40 crian-ças. Nos anos seguintes, a procura pelo ingresso no grupo de teatro do colégio foi crescendo, o número de turmas foi aumentando e, hoje, o CEI possui 08 turmas de teatro, divididas por faixa etária. A professora de teatro e artes do colégio, Ruth Freire, acompanhou o nascimento desta ofi cina e, desde en-tão, segue à frente dos grupos de teatro da escola.

mental I, uma do Ensino Fundamental II e uma turma do Ensino Médio. Ao todo, são cerca de 200 alunos participando dos grupos de teatro da escola, mas, segundo Ruth, a procura pelas aulas é bem maior. “A procura é maior a cada ano, mas acha-mos melhor limitar cada turma em 20 alunos; algumas acabam ultrapassando esse número. No momento das inscrições, damos preferência aos alunos antigos e as vagas são preenchidas logo no primeiro dia”, completa.

Nas aulas semanais, os alunos fazem exercícios de interpretação, montam os espetáculos, desenvolvem os cená-rios, pensam nos fi gurinos e, até, nas formas de divulgação dos eventos. Os alunos são muito dedicados e, no geral, se apaixonam pela arte do teatro. Duas alunas do colégio, que participaram do

Segundo Ruth, as atividades teatrais trazem inúmeros be-nefícios aos alunos que as praticam, como a melhora no aprendizado escolar, o despertar da refl e-

xão crítica e expressão de sentimentos, desenvolvimento da espontaneidade, da imaginação e da descontração através de exercícios de criação. “A maioria dos alunos ou pais que nos procuram têm como objetivo principal obter melho-rias no desempenho das crianças e dos adolescentes, como, por exemplo, me-lhorar a comunicação, a leitura, a cons-trução de textos, e desenvolver a socia-bilidade”, afi rma a professora.

Através do lúdico, o exercício do teatro proporciona às crianças e aos jovens o

teatro no CEI, seguiram com as aulas após concluírem o Ensino Médio e hoje são atrizes profi ssionais.

Durante o ano letivo, os alunos têm no calendário dois momentos ofi ciais volta-dos para o teatro na escola. O primeiro é o Recital de Poesia que acontece durante a Semana de Arte Literária do CEI, no primeiro semestre e, o segundo, no FE-TAC, que acontece em novembro. Po-rém, durante o ano surgem vários con-vites para outras apresentações dentro e fora da escola. Os grupos de teatro do CEI já se apresentaram no Teatro Al-berto Maranhão, no Teatro de Cultura Popular da Fundação José Augusto, na Casa da Ribeira, na UnP etc. Além disso, ganharam vários prêmios no Fes-tival de Teatro da Petrobrás.

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PALAVRA DE PAIS

Romana Alves Xavier

Lapa, doze de julho de 2012. Era uma tarde de quinta-feira, mais um típico dia de chuva na ci-dade de São Paulo. Podia até parecer, mas aquele

não era um dia comum, especialmente para Fernando Alves Xavier, aluno do CEI, aniversariante, que aguardava ansiosamente na recepção o início da visita aos Estúdios Maurício de Sousa, autor estudado no 1º ano do Fundamental, do qual é aluno. Para Fernando, não poderia haver melhor presente de aniversário, ele simplesmente adora os gibis da turma da Mônica! Es-tudar o autor e sua obra fez com que ele mergulhasse no mundo dos quadrinhos e aumentasse o interesse pela leitura, de uma forma impressionante. Ver de perto como se fabrica todos esses sonhos e conhecer o próprio Maurício foi realmente mágico, até para mim, que tendo passado a infância entre gibis da Turma da Mônica, encontrava-me naquela visita aos Estúdios, em companhia dos meus dois fi lhos e marido.

E assim, adentrando no universo lúdico dos quadri-nhos, Fernando conheceu todo o processo de fabri-cação dos roteiros, acompanhando passo a passo a produção das famosas revistinhas que habitam o ima-ginário infantil de muitas gerações. “Bem, gente, tudo começa por aqui. Nós criamos o roteiro. O roteirista não precisa ser desenhista, fazemos apenas traços na realidade. Todos os roteiros vão para apreciação do próprio Maurício. Somos cerca de 20 roteiristas e pro-duzimos em média, 1200 histórias por mês. Depois do visto do Maurício, que faz questão de acompanhar tudo de pertinho, os roteiros são passados aos dese-nhistas que vão efetivamente desenhar e aí tudo passa também pelo letrista que põe as letras nos balões, pelo colorista que coloca as cores e seus diversos tons e por último, chega ao arte-fi nalista que dá todo o acaba-mento, para que o desenho não saia do padrão do

personagem. Trabalhamos assim, até chegarmos ao produto fi nal, e fazemos os gibis com uma média de 3 meses de antecedência”, explicava Robson Barreto, ro-teirista que trabalha nos Estúdios há mais de 20 anos.

Nas mãos do desenhista, o roteiro ganha vida e as his-tórias saltam do papel. Mas, dos primeiros traços até a fi nalização, há um longo caminho a ser percorrido. “Aqui, começamos a ilustração. É importante saber desenhar as formas básicas: triângulo, círculo, retân-gulo, quadrado, porque a partir delas, fazemos todos os elementos: boca, nariz, cabeça e o que mais preci-sar”, nos dizia o profi ssional.

Após passear pelo estúdio e conhecer todo o processo, Fernando conheceu o setor responsável por produzir a Turma da Mônica jovem, um segmento que já é pro-duzido integralmente com recursos digitais. Conhe-cemos também o setor de marketing e de publicidade da empresa, que mesmo quando trabalha em parce-ria com outras empresas voltadas ao público infantil, desenvolve seus próprios produtos como embalagem, folders, banners e o planejamento do evento.

Após conhecermos as instalações e nos encantarmos com a rotina lúdica da equipe de profi ssionais talen-tosos, fomos visitar a sala mais cobiçada de todas: o local de trabalho do autor Maurício de Sousa. Lá, pudemos conhecê-lo e também sua fi lha, Mônica de Sousa, fonte de inspiração para a famosa personagem. Fernando mal podia acreditar. Conhecer o Maurício e a Mônica, e além de tudo perceber o quanto são adoráveis e simpáticos, foi indescritível para todos nós. Fernando queria muito que Maurício soubesse do seu aniversário, mas estava com vergonha de dizer. Então, nós contamos ao autor, que o parabenizou e desenhou para ele o Bidu. “Fernando adora o Bidu, principalmente depois que aprendeu na escola que foi o primeiro personagem criado pelo autor”, ressalta Ri-cardo Xavier, pai de Fernando.

Aluno do CEI visita Estúdios Mau r íc io de Sou s a

INGLÊS PARA CRIANÇAS

Prezados Pais,Seu fi lho agora dá os primeiros passos para ser uma criança bilíngue. E vocês, como responsáveis, não podem fi car de fora desse novo mundo. Por isso, o Learning Fun disponibiliza a vocês, no site www.learningfun.com.br, todas as informações sobre o ensino bilíngue, sugestões de jogos educa vos para seu fi lho, sites interessantes para crianças e pais e músicas u lizadas no processo de aprendizagem para reforçar a memorização e a pronúncia da criança.

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Page 13: Revista CEI 2012

André Cunha, Eduardo Filho, Ian Gusmão, Marcela Sá, Tais Rodrigues e Virginia Mota

9º ano do Ensino Fundamental II

Matheus Lyra9º ano do Ensino Fundamental II

Carolina Barbosa Rosa9º ano do Ensino Fundamental II

José Victor Hazin9º ano do Ensino Fundamental II