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comciência 1 Ano 1 - Nº 1 VAL EOM - A Codificação em Berço Africano

Revista Comciencia 01

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Revista de distribuição gratuita sobre espiritualidade

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comciência 1Ano 1 - Nº 1

VAL EOM - A Codificação em Berço Africano

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Chico Xavier

asceste no lar que precisavas, vestiste o corpo físico que merecias.

Moras onde melhor Deus te proporcionou, de acordo com teu adiantamento.

Possuis os recursos fi nanceiros coerentes com as tuas necessidades,

nem mais, nem menos, mas o justo para as tuas lutas terrenas.

Teu ambiente de trabalho é o que elegeste espontaneamente para a tua realização.

Teus parentes, amigos são as almas que atraíste, com tua própria afi nidade.

Portanto, teu destino está constantemente sob teu controle.

Tu escolhes, recolhes, eleges, atrais, buscas, expulsas,

modifi cas tudo aquilo que te rodeia a existência.

Teus pensamentos e vontades são a chave de teus atos e atitudes...

São as fontes de atração e repulsão na tua jornada.

Não reclames nem te faças de vítima. Antes de tudo, analisa e observa.

A mudança está em tuas mãos.

Reprograma tua meta, busca o bem e viverás melhor.

Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo,

qualquer um pode começar agora e fazer um novo fi m.

N“Só existe uma casta, a casta da humanidade.Só existe uma religião, a religião do Amor.Só existe uma linguagem, a linguagem do coração.Só existe um Deus e este é Onipresente”.

SATHYA SAI BABA

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Capa - Brasil, terra de quê? 06 Opinião A ética perdida 11

Terceiro Setor Riqueza espiritual 13Ação Social Bom exemplo 14

Depoimento Meu céu além do infi nito 18Consciência espírita Espiritos e ETs, qual o problema? 21

Trip Capadócia 24Terra, urgente ! 2005, o fi nal de uma era 26

Perspectiva para o grande dia da renovação 28Comportamento A violencia do outro 32

Além do horizonte A volta de Jesus 36Educar é Novos rumos para a educação 42

Ponto de vista Antes de crer, compreender 44Entrevista com Val Eom 46

Entrevista com Rogério de Almeida Freitas 52Impressões sobre livros 55

Humor 57Cidadania planetária Projeto Orbum 58comciência

Seguramente, jamais existiu uma época na história da humani-dade como a que estamos vivendo, em que tantos esclarecimentos e informações foram disponibilizados para as pessoas. Paradoxal-mente, parece que, apesar disso, muito ainda está para ser dito, mormente o que já está sinalizado como sendo os assuntos im-portantes de um novo tempo, de uma nova era que já se iniciou, mas que não foi devidamente percebida como tal. Talvez porque os ataques terroristas, os de Estado e os do desespero, todos des-prezíveis, parecem ter atraído a atenção das cabeças pensantes do planeta a ponto de alguns afirmarem que o século 20 ainda não terminou. Isso, dizem, com certa dose de compreensão e resignação intelectual da opinião pública, porque os problemas do século 20 continuam presentes e, portanto, continuam a ser fatores determi-nantes no início do século 21. Que sejam! Contudo, existem outros fatores que, por sobre a fumaça dos escombros dos atentados, já se fazem presentes no cotidiano terrestre e, os percebamos ou não, independente mesmo de serem compreendidos, apontam para uma mudança significativa e de todo surpreendente para os dias breves que nos esperam.

A revista ComCiência surge com a pretensão de assumir a res-ponsabilidade na abordagem desses temas, dos assuntos e dos painéis que formam o novo cenário que envolve a vida no nosso planeta: o contexto espiritual-extraterreno.

Ao longo das próximas décadas, as matérias implícitas nessas duas componentes (a espiritual e a extraterrestre) que respondem pelo aparecimento da vida no planeta como também — e mais especificamente — pela origem do ser humano neste mundo, serão a tônica dos estudos acadêmicos. Na atualidade, porém, parecem ser ainda temática apócrifa para os que editam e ditam os assuntos “realmente” importantes para a opinião pública.

A nossa ligação direta é com o leitor que, provavelmente, tem buscado o esclarecimento quanto ao que espera esta humanidade, mas nada encontra, a não ser o que já está posto como sendo as “verdades religiosas” impostas através da “fé”. O problema pla-netário é que o tempo urge e essas verdades têm servido apenas como fatores de crença, de manipulação de opinião, de domínio emocional e psicológico, e nada mais.

ComCiência convida você a dar um passo mais largo na dire-ção da busca intelectual que promove a necessária compreensão e que serve como base para o verdadeiro progresso moral e espiritual dos cidadãos livres deste planeta, único modo que temos de pensar e trabalhar pelo amanhã, sonhando com dias melhores para todos os que vivem na Terra.

Jan Val Ellam

Com Ciência

O senso de prudência nos inclina a refutar verdades pessoais expostas por palavras, pois vivemos numa realidade ilusória em que a “verdade verdadeira” sempre se coloca além do nosso es-treito círculo de percepção.

Assim é que grandes nomes do passado refl etiram prudente-mente sobre os aspectos isolados, nem sempre fundamentais, e deles se despojaram, em seguida, para então assumirem a busca amorosa pela verdade única.

Percebemos, contudo, que ao tempo de buscar novas verda-des e vivências elucidativas, homens e mulheres que se dedicam à pesquisa do conhecimento interior freqüentemente se perdem em devaneios, dando muita importância a fatos e teorias que, se olhados sob o ponto de vista da totalidade cósmica, não passam de meras e limitadas porções de visão pessoal.

É comum a todos os habitantes da Terra perder-se em deva-neios vãos, mesmo que com boa intenção. Como diria Kardec, aqui se dá mais importância aos assuntos acessórios do que à parte pessoal da fi losofi a que orquestra a vida.

O tempo urge. É hora de reconhecer a própria ignorância, li-vrar-se das crenças que limitam à condição mental inferior que marca esta humanidade. Porque somos partícipes do mesmo contexto cósmico que esteve até então às escuras e que agora nos chega ainda aos fragmentos, dada a resistência orgulhosa e vaidosa dos egos que sustentamos.

Despoje-se o homem de toda arrogância e vaidade intelectual e ainda assim não se porá à frente da verdade que rege e guia a vida terrena por trás dos bastidores da luz que do cosmos emana, pois a verdade absoluta é do Criador, jamais da criatura.

Porém, em face aos ensinamentos dos mestres e avatares, consegue-se chegar, com simplicidade e abertura mental, medi-tação e esforço continuado no melhoramento íntimo, a um pata-mar diferenciado da massa crítica que dorme embalada por suas ilusões.

Mesmo os que se destacam e hoje atuam como repórteres do mais alto necessitam rever suas posturas e buscar o melho-ramento pessoal, evitando repetições de erros e corrigindo-os sinceramente.

Tal é o tamanho da responsabilidade sobre o que se diz e faz, o mesmo tamanho da coerência que é exigida pela consciência cósmica que ressoa na mente espiritual que se busca despertar.

Assim, evite-se aqui a postura crédula ou seguidora, mas ele-vem-se as almas buscadoras com o exercício sincero da refl exão sobre os assuntos aqui tratados.

Lúcia Roberta Mello

A Revista

comciência

Comciência é um projeto editorial de Lúcia Roberta Mello em parceria com Rogério de Almeida Freitas (Jan Val Ellam), cujo títu-lo foi registrado pela Zian Editora.

Devido a inúmeras solicitações de mudanças na distribuição da revista e outros pormenores, a revista deixou temporariamente de ser impressa para ser reestruturada e poder voltar a circular obedecendo a um novo modelo.

Assim, passaremos a veicular suas matérias principais pela internet, em forma especial, e voltará às bancas através da nova parceria com a empresa ANAVISA.

Contataremos individualmente cada assinante que fi rmou contrato com a revista no período de outubro 2005 a maio de 2006, oferecendo opções de acordo que possam sanar os prejuí-zos causados pela suspensão temporária do título.

Espero, dessa forma, ampliar os horizontes da revista, esten-dendo para o mundo nossa capacidade de alcance e encontrando meios sempre maiores de permitir que Comciência chegue a mais e mais pessoas.

Lúcia Roberta Mello

Aviso ao leitor: Conteúdo

Expediente Editora: Lúcia Roberta Mello

Conselho Editorial: Rogério de Almeida Freitas, Jether Jacomini Filho, Carlos Cruz, Tadashi Murakoshi, Margit Wunderlich e Rodrigo Freitas.

Criação e diagramação:

Adaptação para internet: Glauco De Bellis.

Apoio: www.orbum.org / Krysamon Cavalcante e Fernando Moskovicswww.consciencia.org.br / Eros Salermo

Contatos: Lúcia Roberta [email protected].: (11) 7426-0159Estúdio Z3Tel.: (11) 6979-1465

Associe-se:www.anavisa.com.br

Contatos:[email protected]

Tel: (11) 32313735 / 32370315

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comciência 6 comciência 7CAPA

terra de quê? OR OCASIÃO DO ADVENTO DO ESPIRITISMO, havia sobre os céus da França um conglome-rado de espíritos escolhidos para desempe-nharem, em mútuo apoio, papéis estratégicos. As medidas que deveriam tomar não só aju-dariam Kardec, em seu próprio tempo, como também preparariam, antes de seu nascimen-

to, o terreno para que quando ele iniciasse sua obra o Espiritismo se espalhasse numa Europa unificada e partir dali, para o mundo.

Das pessoas envolvidas com a preparação para o ad-vento do Espiritismo — entre elas Issac Newton, Imma-nuel Kant e Freud —, foi justamente o imperador Napo-leão Bonaparte quem assumiu para si a responsabilidade de unifi car, diplomaticamente, a Europa. No lugar disso, contudo, Napoleão usou da força para promover tal uni-fi cação, o que resultou em completo descrédito da França por parte dos demais países europeus.

Se antes de Napoleão tudo o que vinha da França era admirado e respeitado, após sua investida pela conquis-ta, tudo o que surgia ou partia da França era prontamen-te rejeitado e antipatizado por todos.

Foi no mesmo dia em que Kardec nasceu que, sabe-se lá por que tipo de coincidência, Napoleão Bonaparte se proclamava imperador, dando, assim, sinais de que não haveria de cumprir com sua parte o compromisso conjunto assumido na espiritualidade.

Nesse mesmo dia a Espiritualidade Maior, organiza-dora da estratégia crística de lançar no mundo a mensa-gem consoladora, percebeu que o Espiritismo não have-ria de alcançar seus objetivos.

Vendo, pois, a França corrompida e não só Napo-leão, mas também todos os demais escolhidos desvia-dos de suas missões particulares para aquele mister, a Espiritualidade lançou seus olhos sobre o grande Brasil, e vislumbrando a terra nova, ainda virginal, imaginou a possibilidade de se criar nela o berço no qual cresceria

Naus portuguesas cingindo atlânticas águas rumo às Índias.Perdem-se nos ventos e ó, Santa Maria, Pinta e Nina! Caravelas à fr ente, avistam índios e índias.Terra nova, gigantesca ilha, nova e lusa América. Terra fr esca, varonil.— Ó, meu bom Dom João, descobrimos o Brasil!Este Brasil, terra de quê?Caminha, junto à pátria amada, pra não sei onde, ninguém viu, Nem eu mesma... E nem você.

prosperamente a doutrina semeadora das leis maiores — não apenas para alguns, mas para todos, já que o Espiritismo jamais pretendeu ser uma religião, mas sim o anunciador das leis cósmicas, bem como suporte da moral a ser praticada por todas as religiões.

Dessas notícias pouco se sabia até pouco tempo. Po-rém, o Espiritismo mesmo, através do livro Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho, de Humberto de Campos através da mediunidade magnífi ca de Francisco Cândido Xavier, pela própria abordagem do tema, nos remete à re-fl exão acerca da renovação estratégica da Espiritualidade que tentava, então, transformar o Brasil no novo palco para as ações em prol da propagação do Espiritismo.

Ao contrário do que se possa pensar, os grupos de espíritos que se inscrevem para trabalhos na senda crísti-ca são sempre os mesmos, com pouquíssimas variações.

O insucesso dos espíritos que se comprometem deve-se ao fato de eles se submeterem, depois de re-encarnados, ao esquecimento compulsório do passado espiritual e ao envolvimento do psiquismo tendencioso que interfere em suas decisões, tomadas no passo a passo do caminho. Esta é uma característica da transi-toriedade terrena.

Não obstante a oferta sempre renovada de uma terra também nova ou de um novo panorama, a cada missão terrena vêem-se os grupos de trabalho fracas-sarem individualmente frente à promessa de renovação espiritual para o cumprimento do Evangelho em nosso mundo. Isso se tornou tão comum que chamamos a atenção para o fato de precisarmos nos tornar, mais e mais, vigilantes e comprometidos com causas nobres.

E foi assim que, a partir da codificação espírita, os mesmos cidadãos que haviam se comprometido com a tarefa na França, depois do Espiritismo começaram a reencarnar no Brasil, uma terra ainda não corrompida por idealismos, despotismos e outros vícios humanos de comportamento.

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vislumbres de um moral que teima em querer surgir e sofrerão até o último instante as agruras do efeito de sua corrupção, pois ai daquele através do qual o escân-dalo ocorra.

Mas onde a inocência do povo? Acaso não é a medida do povo, seu exercício de voto e sua própria sintonia com o despotismo do governo que elege seus representantes e, por conseguinte, seu destino?

Passou a hora de refl etir e já tarda, atrasado mesmo, e muito, o momento de agir em prol do melhoramento íntimo, do melhoramento social, do melhoramento polí-tico, em prol de maior qualidade de vida para todos.

Embora tanto, é sempre tempo de renovar o espíri-to, comprometer-se com uma causa elevada e agir hu-manitariamente, aprendendo a amar o próximo como a si mesmo.

Muitas foram as tentativas da Espiritualidade lumi-nosa para se criar na terra um foco de luz e amor, so-bretudo, no intuito de receber o Salvador, nosso pastor cósmico, o Cristo redentor. No entanto, Jesus nasceu e padeceu sob o mal do mundo sem nada poder fazer além de dar o seu exemplo e demonstrar sua grandeza ímpar através de seu incomensurável sacrifício. E hoje, em nossos dias, 2 mil anos depois, mais uma vez Jesus chega a Terra sem ter um lugar seguro para aportar com seu amor. Nossas almas ainda não são o porto de repas-to para o deleite do nosso senhor. Se não nossas almas, que dirá deste país?

A humanidade terrena não fez sua lição de casa e o Mestre Maior, ainda assim, abençoará a todos com nova oportunidade de redenção. Aponta seu dedo para a África indicando-nos uma terra reformada, revirgina-da, cujo primitivismo é como terra fecunda para nova semeadura. Mas qual o nosso papel?

Se todos os palcos que nos foram ofertados até ago-ra não nos serviram para a mudança, é sinal de que a mu-dança deve ocorrer mesmo dentro de cada um de nós.

O Brasil não se fez e nem se fará, ao tempo das nossas vidas, o coração do mundo e tampouco a pátria do evangelho, já que não o fi zemos assim. Contudo, é lícito que nos dirijamos para outras terras sem antes reconhecermos fi rmemente o nosso propósito maior, e reavaliarmos nossas posturas íntimas?

Que tipo de trabalho se poderá praticar em outras terras se até então não se tratou de promover a própria seara íntima?

Que refl itamos, pois, diante do iminente retorno de Jesus, e comecemos nossa reforma íntima agora mes-mo, praticando o bem e corrigindo nossos vícios.

Que os governantes elejam esta reforma acima de qualquer outra, em si mesmos, e que o eleitorado também assim o faça, para benefício da nação e de toda a humanidade.

Que saiamos dos palcos políticos inférteis que ge-ramos em torno de nós com os egos em frangalhos, mas que isso sirva de moto-próprio para um novo jeito de pensar e agir, um que comungue com a política cós-mica que Jesus tão grandiosamente nos demonstrou em atitudes e palavras.

Nossa postura política não tem sido mais do que uma atitude religiosa no sentido de adoração aos va-lores equivocados que criamos para sustentar os egos adoentados que carregamos. Esta não é a verdadeira política de transformação.

Nossas almas devem assumir para si mesmas uma política de amor, política de “amai-vos uns aos outros”, política de “agir localmente pensando globalmente”.

E neste mister nos aprofundaremos sempre, com pesquisas e refl exões que nos permitam perceber o ver-dadeiro senso político que se deseja instalar no seio da

Assim, os mesmos espíritos, daqueles mesmos que na França de Kardec estiveram — e antes de lá em outros campos da Europa, no Egito, na Alexandria e no Extremo Oriente e em tantos lugares quanto se tenha programado uma ação efetiva em prol do despertar da humanidade — que iniciaram uma nova ação em solo brasileiro.

Na qualidade de espíritos velhos e calejados de tantas tentativas e erros, os mesmos líderes políticos, religiosos, os livres-pensadores de outrora, os revolu-cionários bem-intencionados, enfi m, esses trabalhado-res cansados assumiram novamente para si a tarefa de executar no mundo o evangelho vivo, criando num Bra-sil de contrastes, diversifi cação racial e cultural, rico por natureza, mas difi cultado por questões cármicas desses grupos de enriquecer internamente, um foco de luz que abastecesse o mundo de energia renovadora.

Dos muitos que assumiram o governo brasileiro e outras posições de destaque social, nem mesmo os mais despertos e avançados no trabalho da senda conseguiram, nesses dois últimos séculos, levar a cabo sua programação.

Ao contrário disso, em cumprimento às suas pró-prias tendências orgulhosas, tornaram a falir o projeto de transformar o Brasil em coração do mundo e pátria do evangelho.

Com os mandos e desmandos daqueles mesmos im-peradores, papas, cardeais e toda sorte de patentes que se elegeram no recente passado europeu para realizarem grande obra, o cenário brasileiro tornou-se palco no qual desfi lam, orgulhosos e déspotas, seus egos ainda doentes.

No lugar de uma terra próspera e fecunda, onde todos usufruem suas bênçãos, e exercitam amor fraterno, um país de desigualdade social, onde a riqueza de poucos humilha a condição de vida e rouba a dignidade de muitos.

Nenhuma ação desesperada vai, de uma hora para outra, consertar o que dois séculos de história e erro construíram no Brasil. Não ocorreu na França, não ocor-reu na Grécia, não ocorreu no Egito, não ocorreu em lugar algum de que os grupos de trabalho se serviram para o mesmo propósito, até agora.

Um triste espetáculo desenrola-se nos palcos políti-cos do Brasil desde o seu descobrimento.

Se no início o País foi devastado pela incúria ga-nanciosa de seus colonizadores, furtado muito em suas riquezas naturais, após a independência continuou a ser devassado pelos próprios agentes da libertação.

Uma terra prostituída que pouco zelou por seus fi -lhos e não aprendeu a lidar com sua diversidade, que exemplo pode dar ao mundo?

É quando me pergunto: Brasil, terra de quê? Seus con-trastes ferem os olhos e as almas de quem os observa.

Delirantes líderes de todas as hostes disputam seus poderes por causa alguma que não o próprio enrique-cimento e prestígio. Sucumbem dramaticamente sob os

humanidade terrena em prol de uma terra mais branda e fecunda, moral e espiritualmente falando.

Tentaremos mudar o Brasil não através de revolu-ções que visam ao poder próprio, mas sim, através do exercício da responsabilidade político-amorosa que tem, por si só, o condão de transformar o mundo.

Grandes almas tentaram cumprir suas partes com a nobreza que lhes cabe. Chico Xavier é o exemplo mais expressivo que o Brasil gerou em seu seio. Dedicou sua vida ao exercício do bem, despojando-se de todos os valores mundanos em prol dos valores espirituais. Foi, mais uma vez, o condutor do amor crístico na terra. No entanto, ele próprio não levou a cabo sua missão, desviado pelos inúmeros casos em que tomou para si a res-ponsabilidade de assistir, zelar, tentar melhorar a condição de nossa gente.

CAPA

“Muitas foram as tentativas da Espiritualidade luminosa para se criar na terra um foco de luz e amor, sobretudo, no intuito de receber o Salvador, nosso pastor cósmico, o Cristo redentor”.

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comciência 10 comciência 11CAPA Opinião

ARECE QUE A HUMANIDA-DE TERRENA AINDA NÃO SE CONECTOU COM A VERDADEIRA ESSÊNCIA DA ÉTICA, NO VALOR DIVINO QUE ELA TRAZ EM SI MES-MA. A cegueira moral que

nos abala e impede nossos espíritos de avançarem rumo ao mais alto não reconhece a iniciativa dos deu-ses em nos dar exemplos deste teor e tomam por meras “bobagens” ou “fraqueza d´alma” as inúmeras in-vestidas no campo da postura amo-rosa e da honestidade de princípios desses seres excelsos.

Assim afi rmo porque, observando as páginas da nossa história, somente

eles — os deuses — costumam aparecer no palco terrestre defendendo a prédica e a prática de valores e costumes tão essenciais para a cidadania cósmica.

Quantos não pagaram com a própria vida a ousadia de se permitirem nascer “em meio aos seres doentes que vivem num belo hospício planetário” situado na borda da galáxia? Jesus, um caso re-conhecido disso.

Chega mesmo a ser impressionante a insistência amorosa desses seres que se substituem na tentativa de ajudar aos humanos terrestres a conquistarem a re-denção das suas consciências transviadas diante das leis cósmicas, ou se a isso qui-sermos dar outro nome, das leis divinas.

Ora, não se pode desejar falar de éti-

ca sem falar das leis divinas ou das leis morais, já que essas estão implícitas no conceito de ética.

Sob a perspectiva de quem nos vê “lá de fora”, parece que os que vivem na Terra são cidadãos cósmicos adoen-tados em suas formas íntimas, na medi-da em que perderam a “simplicidade” diante da vida e se tornaram seres ina-bilitados na arte de expressar ternura uns pelos outros, e se transformaram nas “companhias indesejáveis” desta parte da galáxia, por mão mais expres-sarem o que de mais primário existe na convivência entre seres evoluídos: o amor, elo maior da coexistência univer-sal. Esqueceram, portanto, completa-mente as suas origens.

Foi por fazer as vezes do governo que Chico des-viou-se de sua missão na terra de propagar a mensa-gem espiritual, embora tenha escrito mais de 400 obras elucidativas de caríssima importância. Mais uma vez, já que assim o fez quando personifi cou João, o Evangelista, teve difi culdade em falar da volta de Jesus. E mais uma vez, já que também assim o fez quando encarnou como Francisco de Assis, preferiu buscar o testemunho do amor cristão do que semear o esclarecimento e a razão. Problema nenhum, já que testifi cou o amor.

E ainda assim, dos bastidores invisíveis da luz, o espírito de Chico Xavier contribuiu para a elevação es-piritual do mundo, sendo um dos que mais trabalharam no sentido de impedir a terceira guerra mundial, os de-sastres políticos que poderiam dizimar grande parte da população terrena.

Após a sua morte, Chico posicionou-se sobre os céus da África e de lá já iniciou seus planos para um futuro naquele berço, onde se possa semear uma geração que exemplifi que a cidadania planetária, o amor fraterno e a política do cosmos.

Não é à toa que Divaldo Pereira Franco, em suas pa-lestras, pede para que voltemos nossos olhos para a África.

No entanto, com sua bondade magnânima e sua simplicidade infi nita, Jesus, ao falar aos nossos cora-ções, pede em silêncio para que não esperemos os tem-pos vindouros em solo africano para operarmos em nós as mudanças necessárias para o sucesso do propósito maior. Para ele não há outro solo, outra pátria, a não ser o próprio coração de cada um.

A Ética Perdida

Lúcia Roberta Mello

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terra de quê?

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comciência 12 comciência 13

Riqueza EspiritualRiqueza EspiritualAMOR É A ESSÊNCIA DE TODO O BEM E A AÇÃO VOLUNTARIOSA, organizada e diri-gida, é o que dá propulsão à engrenagem do melhoramento da qualidade de vida das comunidades. O problema é que as pessoas acreditam que precisam esperar o amor bro-tar de seus corações naturalmente, no lugar

de procurarem um meio de irem ao seu encontro. Estacionam numa espera infundada, e assim, difi -cilmente conseguem ativar a centelha de amor que dorme em si mesmas, antes de vivenciarem uma ex-periência signifi cativa no âmbito do bem.

Muitas pessoas vinculam fazer o bem ao di-nheiro que possuem ou almejam possuir, sem compreender o verdadeiro sentido da caridade ou do próprio fazer.

Caridade implica aceitação e respeito ao pró-ximo antes de tudo e, aliada ao fazer, signifi ca dar de si mesmo, dos seus talentos naturais e recursos próprios a quem necessita, importando menos a qualidade do que ofertam do que a intensidade de si mesmos que depositam no ato de dar ou, mais ainda, o efeito que sua colaboração irá cau-sar no outro, no ambiente, no mundo.

Para o ser humano terrestre, o mais difícil no exercício do dar é fazer o bem. Isso parece uma contradição, já que as duas operações deveriam estar intimamente vinculadas, uma não podendo existir sem a outra. Mas, em nosso mundo, isso não ocorre, e as pessoas se permitem fazer pelo outro sem bondade alguma, sem se preocuparem com a necessidade real do outro ou mesmo com o sentido ecológico de sua ação. Não é raro ver pessoas anunciarem seus óbolos e ofertarem es-molas publicamente, apenas para engrandecerem a si mesmos, e não para fazerem o bem.

A humanidade terrena está acostumada a dar submetendo seus benefi ciários ao seu jugo, rouban-do-lhes a liberdade de escolha. “Eu lhe dou uma casa desde que você more no conjunto habitacional que eu construir, no local onde eu escolher, mesmo que seja longe do seu trabalho ou da sua família; e mes-mo assim você será grato a mim pelo resto de sua vida.” “Eu faço isso por você se você falar para todo mundo que fui eu que lhe proporcionei esse bem.” “Você terá o que deseja, mas será meu devedor pelo resto da vida e eu saberei pedir sempre que eu preci-

sar de algo, mesmo que o que eu peça não esteja de acordo com seus princípios.” E assim por diante.

O tipo de escravidão gerado por essa espécie de ajuda está longe de ser caridade ou um bem. É despotismo disfarçado de benefício, e tende a causar mais estragos do que melhoramentos.

Conforme a humanidade vai sendo liberta do mal que carrega desde os primórdios das civiliza-ções, mais o bem ganha espaço e se torna prática diária na vida de milhares e milhares de pessoas que se engajam num propósito implícito e silencio-so de construírem a sua própria felicidade dentro de um mundo melhorado.

Essa é a base que alicerça o terceiro setor: o desejo incontrolável do espírito de construir, pelo bem, um mundo melhor e a própria felicidade.

Depois que uma pessoa conhece os prazeres an-tes insondáveis do exercício do bem, jamais regres-sa deste caminho, quer fazer sempre mais e obter mais e mais a sensação de liberdade interior que esse fazer lhe proporciona. Torna-se fácil reconhe-cer a alegria que provém da prática da verdadeira caridade porque ela é contagiante.

O bem em si é contagiante porque promove fe-licidade e liberdade interior, ofertando uma experi-ência ímpar e infi nitamente maior e mais generosa ao agente do bem do que aos seus favorecidos. A sensação de ganho de quem dá é infi nita, enquanto a de quem recebe está limitada à extensão do bene-fício recebido. Uma é espiritual e perene, a outra é material e transitória. Mas só quem já esteve numa ou noutra posição é que pode compreender isso.

Há, também, a ser analisado neste contexto, o fator carência. A carência que qualquer ser hu-mano possa ter é surpreendentemente preenchida por uma sensação de plenitude naquele que dá sinceramente, ou seja, naquele que pratica o bem, enquanto naquele que o recebe ela não suprime, pois somente aquele que dá alimenta com sacie-dade o seu espírito e esta sensação é infi nitamente mais grandiosa e segura do que qualquer acúmulo de bens transitórios. Assim é que a riqueza do es-pírito vale mais do que a riqueza material.

Estamos vivenciando uma mudança signifi cativa no mundo, que está deixando de ser um “mundo de expiação” para se tornar um mundo de rege-neração. Que outro caminho para a regeneração a não ser o vínculo sincero com o bem?

Terceiro setor

L.R.M.

Krishna, Quetzalcoatl, Zoroastro, Lao-tsé, Confúcio, Jesus, Ibn Arbi, Gandhi, todos eles nos deixaram exemplos ad-miráveis do cumprimento ético das leis cósmicas, no entanto, para a maioria dos homens e mulheres da nossa co-munidade planetária, eles mais pare-cem fi guras de fi cção que em nada se parecem conosco. Há uma espécie de nuvem a encobrir a razão e a capaci-dade de perceber o divino desta hu-manidade que, tendo perdido a com-preensão mais profunda do sentido da vida, premia a ignorância, a violência, a esperteza e outros aspectos, também infelizes, como sendo aspectos inevitá-veis à existência terrena, o que não é verdade, apesar de comuns.

Século após século, um estranho e progressivo processo de “cretinização” tem ocorrido com os habitantes da Terra e somente os tais deuses, que insistem nas eternas investidas, por amor a todos nós, e alguns poucos que os homena-geiam com suas atitudes anônimas ao longo dos séculos, parecem praticar a boa luta e o bom combate contra esse lamentável modo existencial.

Sei quão dispensável e secundário é, para os valores atuais do mundo, falar-se de “bobagens” como amor e ética. E ressalto que não me refi ro aqui ao amor “devotado” cantado em prosa e em ver-so pelas elites religiosas nos seus múltiplos templos e catedrais, mas sim, do amor co-rajoso, maduro e ousado da atitude políti-ca de Jesus em amar um bando de loucos que sequer conseguiram compreender, 2 mil anos depois de sua passagem pela terra, o seu sacrifício. Endeusaram-no, mas jamais o levaram a sério.

Também aqui não me refi ro à ética que os nossos irmãos e irmãs, nas funções de líderes das nações, costumam recitar nos seus discursos, mas cuja prática somen-te demonstra a natureza do que lhes vai ao íntimo, envergonhando ao que resta do bom senso dos que, como membros da espécie Homo sapiens sapiens, ain-da teimam em pensar. Convenhamos, a paleoantropologia é muito generosa em manter o epíteto sapiens sapiens para o gênero humano.

Nem muito menos está referencia-da aqui a “ética” com que, algumas das expressões religiosas do mundo costumam caracterizar suas atitudes, a exemplo do que se conhece por “segredo pontifício”, escudo imoral e amoral utilizado pelo Vaticano para ilu-dir e vitimar mais ainda as pessoas que sofreram abusos sexuais da parte dos membros da Cúria Romana, protegen-do estes últimos. Que ética pode existir em atitudes como esta?

Ora, convenhamos! Doutrinas há que, em nome da pureza doutrinária, alguns membros ofendem a honra de outros e ainda se pretendem possuido-res da ética dos espiritualizados. Parafra-seando Jan Huss: “Sancta Simplicitas!”

Outros existem que matam em nome de uma ética divina, de um deus que parece ter mais ainda defeitos que esta pobre raça humana já que, ao menos,

alguns, entre nós, não mais se permitem matar alguém em nome do que quer que seja — preferem perder a própria vida a escravizá-la à cretinice reinante!

Exijamos, pois, de nós mesmos, a prática da ética que dignifi ca a vida e nos faz acender a luz da alma mesmo vivendo entre os “auto-aclamados” reis e rainhas da honestidade, da virtu-de e da ética quando mal conseguem dar testemunho dos deveres simples da cidadania esclarecida.

Seguramente, a preocupação com esses valores éticos não faz mais parte dos compêndios e das atitudes dos que vivem em nosso planeta, mas não esque-çamos, continuam a fazer parte do pa-drão da Ética que permanece como sen-do a base da Justiça Divina, em relação a qual cada ser vivente costuma prestar contas. Ainda bem que esta não pode ser manchada pelos que vivem na Terra.

Rogério de Almeida Freitas

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ma nação se constrói com ações efetivas dos cida-dãos que a formam. É da responsabilidade de cada um defi nir como, quando e por que agir desta ou daquela maneira.

A população brasileira é composta por uma diversidade social que faz com que uns depen-dam da ação de outros, o que desperta em muitos

o senso de solidariedade.Com o objetivo cada vez mais fi rme de melhorar a qua-

lidade de vida de muitos e defender interesses comuns é que se desenvolve mais e mais o trabalho terceiro setor, que congrega ONGs e serviço voluntarioso.

Bom Exemplo

Incentivar esse tipo de atividade é o foco desta seção, que sempre vê com bons olhos as ações que geram bom exemplo e que, de intensidade incalculável, acabam por interferir positiva-mente do desenvolvimento do País, sobretudo, numa época em que a própria realidade nos convoca para este tipo de atitude.

As vítimas da fome na África; da guerra, na Palestina; dos furacões Katrina e Rita, mais recentemente, nos Esta-dos Unidos, são o retrato de milhares dos rostos que nos comovem e movem para o exercício consciente do bem.

É expressando este movimento benigno que se so-bressai o trabalho da ONG Amigos do Bem, criada e se-diada em São Paulo.

Maiores informações sobre a ONG, visite: www.amigosdobem.org

Os Amigos do Bem estão realizando uma obra real-mente importante e desinteressada no Nordeste, certamen-te a região mais carente de todo o Brasil, dando-nos um exemplo sinérgico do que pode ser feito localmente para importância do todo.

Desde o início dos trabalhos, a ONG volta-se para o auxí-lio a famílias carentes, e hoje conta, na região nordestina do Brasil, com 4 mil famílias cadastradas, parte de tantas outras que são assistidas através de projetos de desenvolvimento social e/ou auto-sustentáveis. Todo trabalho provém de vo-luntários que, com seu empenho, dão um sentido de solida-riedade à palavra amizade.

Com a ajuda de empresas e vários supermercados que abrem espaço periodicamente para que os Amigos do Bem realizem o trabalho de arrecadação de alimentos, as famílias recebem constantemente cestas básicas, roupas, empregos e melhoria social. A construção da Vila Agrícola do Bem é o maior exemplo de dedicação voluntária dos milhares de integrantes dessa ONG.

Com uma iniciativa dessas, podemos tirar o real exem-plo de solidariedade que embasará a nova sociedade.

Ação social

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“Conquanto há registros científi cos de sinais inteligentes e fr eqüências estranhas às fr eqüências produzidas por qualquer coisa conhecida por nossa humanidade naquela mesma região”.

UANDO KARDEC DISSE QUE HAVERIA SOMENTE GANHOS COM A UNIÃO ENTRE CIÊNCIA E RELIGIÃO, MUITOS QUESTIONARAM, outros criticaram severa-mente e outros, ainda, simplesmente desacreditaram nessa possibilidade. Alguns poucos, porém, de menta-lidade mais fl exível e aberta, puseram-se a experimen-tar o “como” disso ocorrer.

A disputa que se acirrou entre as duas correntes — a cien-tífi ca e a religiosa, de qualquer facção existente — tem levado a humanidade a um retardamento expressivo da solução de de-terminados mistérios como o caso do Triângulo das Bermudas.

Enquanto muitos homens e mulheres ainda duvidam até da existência da vida após a morte e da conseqüente existência de espíritos, as inteligências da vanguarda mo-vem-se no sentido de conquistarem vantagens ímpares do campo do conhecimento, aproveitando-se da visão mais alargada que os espíritos possuem e, mais recentemente,

do conhecimento profundamente mais preciso e abran-gente que irmãos cósmicos — seres de outros orbes, de condição corpórea e intelectual superiores às da Terra, que incidem em nosso orbe com cada vez mais intensidade e freqüência — ofertam a quem se preze ouvi-los.

Através desta conduta mental é que tais pessoas, discreta e progressivamente, vão desvendando estranhos fenômenos e deixando uma trilha dedutiva para que se cheguem, mesmo os cientistas mais incrédulos, às defi nições acerca dos mistérios mi-lenares e dos fatos ocultos ou esquecidos nas malhas do tempo.

Dessas notícias que de pouco em pouco vão surgindo de fontes interessadas e comprometidas com a evolução da humanidade, surgem as primeiras especulações acerca do Triângulo das Bermudas.

Contudo, havemos de ter prudência ao adentrarmos o assunto, cautelosos por estarmos apenas a sondar univer-sos ainda inatingíveis.

Mistérios insondáveis

É certo e mais do que óbvio que ainda não temos o devido avanço tecnológico para pesquisar e nem estatura moral ou espiritual para compreendermos certos eventos.

Áreas como o Triângulo das Bermudas trazem pergun-tas que não podem, cientifi camente, ser respondidas de forma plausível. É de se esperar alguma luz nos campos do geomagnetismo, da tectônica de placas e de outros as-pectos científi cos, mas provavelmente só o porvir poderá explicar o que ocorre de fato em algumas dessas áreas de estranhos fenômenos.

Outros aspectos que envolvem a vida terrena, a espiritu-alidade, por exemplo, tentam nos dar alguma notícia, mesmo que avaliadas ainda como simples indicativos para refl exão.

A espiritualidade informa, portanto, que em Natal (RN), por exemplo, nas praias de lá, que há cerca de 20mil anos eram de proporção diferente e se distanciava muito da margem, portanto longe da civilização, e hoje estão muito próximas da área construída e habitada, existem bases submarinas do antigo Império Atlante.

Ora, nenhum acontecimento estranho ocorre em Na-tal, pelo menos aparentemente, que justifi que dizer que a parte da Atlântida lá submersa interfere no andamen-to da região ou dos aviões, navios ou pessoas que por lá passam. Conquanto há registros científi cos de sinais inteligentes e freqüências estranhas às produzidas por qualquer coisa conhecida por nossa humanidade naque-la mesma região. Tais freqüências chegaram a modifi car os planos para a instalação de uma base de pesquisa espacial na cidade de Natal — mas isso não é noticiá-vel, posto que não chega a ser estranho demais para o requintado interesse público pelo bizarro.

Em Natal, as máquinas atlantes ainda em funciona-mento não causam qualquer estranheza ou preocupação, mas outras áreas como esta no mundo sofrem, sim, inter-ferência na navegação aérea e marítima por este motivo.

Aí se encerram as notícias da espiritualidade quan-to a este assunto. Jamais a espiritualidade apontou as áreas específicas onde isso ocorre; no entanto, é certo que isso ocorre.

O que podemos deduzir da área do Triângulo das Ber-mudas é que esta possa ser, de fato, uma região que sofre interferência das máquinas da antiga Atlântida, já que a região pertenceu ao Império Atlante. Segundo os informes do livro Akhenaton, aquela região abrigava Poseidon, a capital do Império Atlante, onde uma gigantesca pirâmide de cristal (uma máquina? Um mecanismo? Um centro ge-rador de força?) se erguia centralmente.

Se assim for, de fato, fi ca ainda mais fácil associar uma coisa à outra, mas, mesmo assim, não podemos di-zer que lá existem máquinas a dar interferência ou qual-quer coisa assim.

Ficam, apenas, bases para refl exão.

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comciência 18 comciência 19Refl exão

O meu Céu além do infinito...

UANDO TINHA CERCA DE 6 ANOS, LEMBRO-ME BEM, AO OLHAR PARA O CÉU E OBSERVAR O MOVIMENTO DAS NUVENS, vez ou outra come-çava a chorar, pois pensava que o ”mundo esta-va acabando”. Em minha mente infantil aquele estado dinâmico de movimentos relativos das nuvens brancas tendo ao fundo o azul celeste, contrastando com os telhados das casas, dava a

sensação de que o céu desabava. Apesar da pouca idade, vinham à tona os ensinamentos da igreja a qual minha mãe nos levava — eu e dois irmãos mais velhos — de-

sencadeando um certo desespero em achar que era o fim do mundo. Era ensinada naquela instituição religiosa e aceita pelos fiéis freqüentadores a concepção de que os bons iriam para o paraíso e os maus para o inferno eterno e, por ocasião dessa separação do joio do tri-go, os mortos seriam renascidos a partir do pó que os formava quando então seriam todos julgados por um Deus implacável que os separariam eternamente em salvos ou condenados. Assim, eu considerava que o céu seria a morada dos escolhidos por boas qualidades e dos arrependidos de seus atos falhos. A crença em uma

eternidade, tanto do céu quanto do inferno, plantada em meu cérebro tenro, imaturo e ainda longe de estar plenamente desenvolvido, muito me incomodou durante muitos anos, pois do modo como era ensinada, não fazia jus aos também ensinados atributos de perfeição e mi-sericórdia do Criador. Como criança, submisso aos condi-cionamentos e orientações dos valores institucionais, era induzido por um fundamentalismo religioso desprovido de todo e qualquer raciocínio crítico mais elaborado a aceitar tais ensinamentos. Minha mãe, seguidora de tal agrupamento que daquele modo orientava seus devotos, logo me consolava ao dizer que ainda não era hora de tal ocorrer. “O Juízo Final — dizia ela — ainda não tinha chegado”, e isso temporariamente me aquietava.

Anos mais tarde, a partir de estudos, experiências de vida e de um conseqüente maior desenvolvimento, novas perspectivas e horizontes vieram se incorporar aos meus circuitos neurais, capacitando minha estrutura mental com aprendizados e, por força de uma realidade competitiva e, por que não dizer, cruel, acabei por me tornar, de certo modo, crítico e inquiridor — assim o di-ziam alguns dos meus colegas, familiares e professores do estudo fundamental. Durante a adolescência e nos primeiros anos de idade adulta, minha mente infl uencia-da por diversos fatores fervilhava em confl itos profundos. Na segunda metade da década dos anos 50 e nos idos das décadas de 60 e 70, vivenciei percepções de outros contextos existenciais que envolviam a realidade física, participei ativa e conscientemente de uma militância po-lítica estudantil envolvida pela situação na qual vivia o País e, simultaneamente, buscava respostas puramente materialistas para ocorrências da vida e para fatos estra-nhos que me haviam acontecido, os chamados fenôme-nos espíritas, paranormais e ufológicos. Como fator de complicações àqueles momentos de confl itos da alma, havia a necessidade de me integrar numa sociedade es-tabelecida na luta competitiva do mercado de trabalho, entre outros fatores de naturezas várias que aprofunda-vam ainda mais certas angústias íntimas.

Há muito, a concepção de céu havia deixado de re-presentar para mim o paraíso sonhado pelos seguidores religiosos e sim ser objeto de estudo vinculado às ciên-cias, onde tinha como meta desvendar o funcionamento da máquina newtoniana tal qual engrenagens cósmicas que obedecem a leis estabelecidas rigidamente. Procurava entender corpos espaciais, planetas, satélites, estrelas, ga-láxias e tantas outras estruturas que em parte cintilavam nas noites sem nuvens.

O céu, de um local abstrato, para onde se dirigiam os escolhidos por seus atos, passava a ser um laboratório cósmico-espacial infi nito, morada de todos os astros do Firmamento que obedeciam a leis imutáveis que gover-navam seus movimentos.

Com o aprofundamento do conhecimento de certos modelos provindos dos meios espiritualistas e de setores da Física Moderna — Relativística e Quântica —, come-cei então a elaborar um “corpo de doutrina” que pudes-se me nutrir de explicações compatíveis com a realidade naturalmente percebida com os cinco sentidos, naturais ou com a ajuda de instrumentos, mas também das re-alidades dos contextos espiritual e cósmico que a tudo envolvem. Nessa busca, havia a indagação do signifi cado do que eram os chamados planos de manifestação — fí-sico, etérico, astral, mental, causal, espiritual —, idéias trazidas de milenares ensinamentos do Oriente e agora inseridos em conhecimentos espiritualistas nos quais me preocupara em começar a estudar.

Gradativamente, por aquele tempo, considerei que todas as estruturas do plano físico fossem formadas de átomos e, numa primeira abordagem, conceituei esse plano como sendo o conjunto de toda obra da criação formada por átomos — e suas sub-partículas — e por outras manifestações que se tornam perceptíveis e regis-tráveis por instrumentação específi ca nesse conjunto ma-terial. Assim, os sólidos, os líquidos, os gases, o plasma, os íons, os elétrons, os quarks, as estrelas de nêutrons, os buracos negros, as ondas eletromagnéticas, os fótons, as sub-partículas atômicas e até mesmo os neutrinos fariam parte do plano material.

Mas à medida que novos conhecimentos iam se agre-gando, muitas dúvidas surgiam, algumas delas cruciais. Até que tamanho uma partícula poderia ser considerada como pertencente ao plano material? E a partir daí, se considerarmos tamanhos de comprimentos cada vez me-nores será que iremos registrar tecidos, corpos, sistemas e estruturas também cada vez menores? Se assim proceder-mos, quais seriam os limites — se houver — para partí-culas com dimensões extremamente pequenas ainda exis-tirem? Mesmo não sendo partícula, será que não haveria sistemas oscilantes tendentes a zero que se constituiriam de estruturas básicas formadoras de estruturas maiores e assim sucessivamente até atingirmos os níveis do nosso plano físico? E qual seria a faixa dimensional na qual seria irrelevante a diferenciação entre partícula e energia?

Caminhando nessa direção, a intuição, juntamente com as informações dos meios espiritualistas, me fez con-cluir que, se é real a existência do espírito, este deveria ser constituído de “alguma coisa” e essa “alguma coisa” deveria ser feita de algum “tecido” costurado com uma “matéria” que apresentasse dimensões extremamente re-duzidas. E entre o corpo físico — denso como ele é — e os espíritos — formados por agregações estruturais de matéria extremamente sutil —, existiriam estruturas e sis-temas que também seriam construídos com “partículas” de tamanhos variáveis compreendidos entre a menor das partículas físicas e as partículas formadoras dos espíritos.

“No entanto, o Céu, como o entendo, é ainda maior do que essa majestade toda! E o Pai Absoluto, maior ainda! Nesse contexto, a qualidade de ser a morada da obra do Pai em todas as dimensões é desvelada”.

Depoimento

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No caminhar das pesquisas e das conceituações da atual Física Quântica e da Teoria das Supercordas já se tem aproximações dessas concepções“materiais”, onde a sutileza das “estruturas materiais/energéticas” é que faria a diferença entre essas manifestações dos planos etérico, astral, mental, causal, espiritual e do plano físico denso.

Nessas considerações multidimensionais comecei a enxergar com os olhos da alma, um Céu espiritual que poderia ser imaginado como sendo constituído por esses vários planos de manifestação e, portanto, não haveria apenas um único Céu, mas diversos “Céus” com propriedades diferentes relativas às dimensões das partículas que constituem os níveis de manifestação da-quelas realidades e às ressonâncias entre os sistemas oscilantes das individualidades espirituais e as carac-terísticas oscilatórias dos planos mencionados. Haveria, portanto, compatibilidade vibratória entre o nível evo-lucional dos seres que habitam cada plano existencial e as estruturas desse próprio plano.

Se pensarmos em diminuir ainda mais as dimensões das partículas, supondo que essa “matéria” sutilíssima seja eventualmente quantizável em algum limite, talvez com dimensões tendentes a zero, poderíamos atingir níveis de matéria-energia primordial tão infi nitamente pequenos que a tudo penetraria e a tudo formaria, pois quaisquer dimensões de manifestação que quiséssemos considerar teriam suas estruturas formadas a partir das “aglutinações”, “enovelamentos” ou “concentrações” diferentes dessa matéria-semente primeva. E essa maté-ria primordial, portanto, seria a matéria-prima com a qual o Criador moldaria a própria Criação. Nessa concepção, tudo, absolutamente tudo, seria parte do Criador-Mani-festado e Ele estaria em tudo.

E o que isso tudo tem a haver com o céu? Nessa con-cepção, o céu passaria a ser cada um dos planos de mani-festação nos quais individualidades espirituais vivenciam experiências de “vida” compatíveis e sintonizadas com seu nível de crescimento evolucional. E esse nível espiritual se-ria uma medida das aquisições meritórias experienciadas durante as inúmeras vidas e registradas nos circuitos osci-lantes espirituais na forma de freqüências preferenciais.

A outra vertente da minha conceituação de Céu pode ser encontrada se caminharmos em sentido contrário ao escolhido anteriormente. Agora, em vez de diminuir os ta-manhos para atingir dimensões infi nitesimais, aumente-mo-los até além dos limites da nossa imaginação. Nessa direção, tomemos partículas microscópicas e multiplique-mos suas dimensões lineares por potências de dez, para rapidamente chegar aos tamanhos de homens, planetas, estrelas, galáxias e do próprio Universo. Atingiremos os limites atualmente observados do nosso Universo quan-do o expoente do fator dez for da ordem de vinte e sete, na escala metro.

E depois disso o que há? Na mesma escala usada, no céu que concebo, a distâncias da potência dez elevada a expoentes crescentes — trinta, quarenta, cem... E assim indefi nidamente — existiriam infi nitos outros Universos com tempos de existência diferentes do nosso. E assim in-fi nitamente! No entanto, o Céu, como o entendo, é ainda maior do que essa majestade toda! E o Pai Absoluto maior ainda! Nesse contexto, a qualidade de ser a morada da obra do Pai em todas as dimensões é desvelada. E esse céu infi nitamente grandioso pertence ao Criador Absoluto pois está nele imerso.

E após toda essa jornada de um incrível dinamismo de uma individualidade espiritual transitoriamente vi-vendo a experiência encarnatória posso nesse instante declarar que o meu Céu, enriquecido com as nuances aprendidas durante o esmerilhar da alma pelos estímu-los da vida, é repleto de luz, de esperança e de amor. E nele se encontra o repouso do guerreiro que durante vida após vida combateu o bom combate e se incorporou a unicidade do Pai.

Em uma noite sem nuvens, em um local de observação adequado, ao olharmos para a abóbada celeste nos extasia-mos com as estrelas que cintilam em um espetáculo maravi-lhoso, comovente e inebriante. O céu aveludado parece tão próximo que imaginamos poder pegar as estrelas com as mãos. Esse céu que acalenta os sonhos dos poetas, também nos empresta seu cenário como templo sagrado para reve-renciarmos o Criador com o coração cheio de gratidão, ao orar, tal qual nos foi ensinado pelo Mestre Jesus.

“Pai-nosso que estáis nos Céus, santifi -cado seja o Vosso Nome; Venha a nós o Vos-so reino, seja feita a Vossa vontade, Assim na Terra como no Céu; O pão nosso de cada dia nos dai hoje; E perdoai as nossas dívidas assim como nós perdoamos os nossos deve-dores; E não nos deixeis cair em tentação; mas livrai-nos do mal; Pois Vosso é o reino e o poder e a glória, para todo o sempre.”

Amém.

Nelson Vilhena Granado

ESPÍRITOS e E.Ts. QUAL o PROBLEMA?

QUE ACONTECERIA COM A HUMA-NIDADE TERRENA SE, REPENTINA-MENTE, ela descobrisse que de fato existem espíritos desencarnados que vivem em níveis espirituais li-gados à Terra e seres extraterrestres que, habitantes de outros mundos,

nos visitam e, quando próximos ao nosso planeta, se projetam com seus corpos espe-ciais nos ambientes que nos envolvem?

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E se esses E.Ts. forem muitos desenvolvidos e passarem a tra-balhar conjuntamente com os espíritos desencarnados na as-sistência e orientação fraternas aos que estão encarnados?

Pois bem, isso tudo acontece e estamos muito perto dessas verdades se tornarem cientifi camente conhecidas.

É claro que existem equipes de E.Ts. que trabalham de forma independente, como também há equipes espiri-tuais que atuam sem a componente extraterrestre.

Ao longo do tempo em que foram surgindo as reli-giões e, em especial quando da Codifi cação Espírita, não era possível se referir a esses seres pois só a questão dos espíritos – na época da codifi cação – já provocou problemas de toda ordem, imaginemos o que não teria ocorrido se outra hoste se seres tivesse sido também apresentada naquela época!

Achamos que a Espiritualidade Maior jamais pretendeu inserir o “todo do Pai” em simples movimentos religiosos terrenos feitos por seres tão imperfeitos como somos todos nós. Entretanto, por não constar na Codifi cação Espírita re-ferências explícitas aos E.Ts., alguns dos que a abraçam obs-taculam de todas as formas, com dogmas até mais fortes do que aqueles que um dia o Espiritismo pretendeu combater, a possibilidades desses irmãos se comunicarem com os ter-ráqueos através de “algum tipo de processo mediúnico”.

Mas, quem são os espiritualistas hoje se não aqueles mesmos que ontem estavam a queimar focos de novida-des esclarecedoras nas fogueiras inquisitórias?

O Espiritismo não necessita de reformas pois cumpriu, cumpre e cumprirá a função que o desvelado Amor do Pai lhe destinou. Mas, os espíritas, sim, como todos os demais seres humanos.

Ou simplesmente esquecemos do que Jesus nos avisou quando afi rmava que ninguém entraria nos “reinos dos céus” sem se reformar intimamente?

Será que, em sã consciência, alguém acredita que o Pai ou Seus Prepostos “gostam mais” de uma religião terrena em detrimento de outra? Quando é que vamos ter a humildade de espírito para perceber que todos os caminhos nos levam ao Pai, inclusive aqueles que nem sequer passam por religiões?

Se a mensagem é fraterna e, se de fato é pelo fruto que se conhece a árvore, por que criar limites tão pobres e tresloucadamente fi xados pelo orgulho e ignorância humanas diante do imponderável, se nem sequer sobre o ponderável temos completo conhecimento e controle?

E se ainda existirem outras hostes de seres envolvendo a Terra além de espíritos desencarnados e extraterrestres?

Durante muitos séculos, o pensamento dominante en-tronizou a Terra no centro do universo. Ela nunca esteve e nem foi centro de coisa alguma, a não ser da ignorância e do orgulho nessa parte do cosmos. Será que não estamos fazendo com a questão dos “espíritos” processo seme-lhante, que nos impede de ver mais além?

A ciência e os fatos sempre atropelam as crenças desca-bidas que persistem no estéril orgulho dogmático do que se pensa saber através da fé. Assim foi com muitos dos preceitos católicos. Será que o Espiritismo terá também de passar por isso? Antes, a culpa era da centralização teológica dos bispos, cardeais e papas. Agora a responsabilidade vai ser de quem?

Como fi cará o Espiritismo diante do mundo – e per-cebamos que o processo de espiritualização planetária está longe de terminar – se seus seguidores continuarem a negar com tanta veemência o “contato mediúnico ex-traterrestre” se de repente eles aparecerem, objetiva e projecionalmente, diante da percepção de todos?

Será que é impossível existirem espíritos e extrater-restres? O que são os E.Ts. se não espíritos encarnados ou potencializados em outras realidades vibratórias diversas da terrena? Afi nal, qual o problema?

Jan Val Ellam - Natal (RN) - Brasil

“Quando é que vamos ter a humildade de espírito para perceber que todos os caminhos nos levam ao Pai, inclusive aqueles que nem sequer passam por religiões?”

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Há muitas moradas na casa doPai...

CAPADÓCIA - TURQUIA

Observar a diversidade terrena e aprender a aceitar suas muitas diferenças sócio-culturais é o primeiro passo para o reconhecimento da vastidão cósmica que o Pai criou para abrigar as centenas de milhares de humanidades que, diferentes da nossa, aguardam ansiosamente pela reintegração cósmica da Terra.Pense nisso!

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2005 chegou como todo ano, com fogos de artifício despertando os espíritos guerreiros de cada cidadão do mundo. A paz escoava dos corações afl itos de homens e mulheres que, em sua afl ição choravam, suando as suas dores. Um minuto de silêncio foi concedido em respeito à morte de 300 mil vítimas do maremoto no Oriente. E depois desse minuto, ninguém mais chorou senão pela própria sorte.

O ano decorreu em meio a muitos outros dramáticos eventos naturais, despertando a atenção fraterna e solidária de muitos. Katrina fez o mundo chorar novamente, Rita fez uma cidade fugir e a Ásia lamenta a perda de muitos fi lhos em mais um terremoto.

Abalada com a reação em cadeia da natureza em fúria, ninguém pára para perceber, nas entrelinhas do Apocalipse de João, o marco que este ano representa para a humanidade, pois João anunciou duas testemunhas que, ao tempo do Juízo Final, profetizariam antes da volta de Jesus por três anos e meio cada um.

Entendemos disso que, se contados a partir de 1998, quando o papa João Paulo II falou pela primeira vez no assunto e também Jan Val Ellam discorria sobre o tema em sua primeira palestra em São Paulo; João Saraiva fazia o mesmo em Portugal e mais outros poucos — a se contar nos dedos de uma mão — tentavam encontrar um meio de anunciar a tresloucada idéia da volta de Jesus, teremos 7 anos, a partir daquele ano até hoje.

Talvez a conta de 7 anos se dê pela necessidade implí-cita de João em usar, mais uma vez, a simbologia mística da cabala judaica em torno do número 7 (já que o fi zera com os 7 selos e as 7 trombetas) querendo dar a idéia de um ciclo completo que não se feche, necessariamente, dentro desse tempo. Mas, se sua aproximação estiver mesmo correta, este ciclo se fecha agora, no ano corrente.

2005 é, portanto, o último tempo anunciado. É, pois, o ano marco do fi nal dos acontecimentos vaticinados para o anúncio do anjo da sexta trombeta ou, se preferirem, o fi nal de uma era, como bem anunciou o jornal Rome News Tri-bune com relação à morte de João Paulo II. No entanto, um fi nal de era que prenuncia o retorno do Mestre.

O curioso é que nem sempre percebemos com exatidão o sentido das palavras dos profetas. Pode ser assim como pode não ser, estejamos atentos aos acontecimentos.

Mas fato é que foi mostrado a João que antes da che-gada iminente de Jesus, haveria, sim, de aparecer na terra duas testemunhas, dois candelabros, duas oliveiras, que per-maneceriam com luz própria acesa diante do Senhor e que iriam, durante mil duzentos e sessenta dias, ou quarenta e dois meses, enquanto os gentios calcavam a cidade santa, anunciar a chegada iminente do Mestre. Mas essas duas testemunhas, após terem cumprido integralmente os seus testemunhos, seriam destruídas por uma fera que subiria do abismo. E durante três dias seus corpos fi cariam expostos numa cidade que também crucifi cou Jesus, espiritualmente

Capítulo 11 do Apocalipse de João:1 E foi-me dada uma cana semelhante a um bordão; e o anjo tinha-se postado, dizendo: “Levanta-te, e mede o templo de Deus, e o altar, e aqueles que estão adorando nele. 2 E deixa de fora o átrio que está fora do templo, e não o meças; porque foi dado às nações, e pisarão a cidade santa por quarenta e dois meses. 3 E darei autoridade aos meus dois testifi cadores, e profetizarão por mil duzentos e sessenta dias, tendo sido vestidos de saco de cilício {*}”. {* “Cilício” é pano grosseiríssimo feito de crina de animais} 4 Estes são as duas oliveiras e os dois castiçais, aqueles tendo sido postados diante do Deus da terra. 5 E, caso alguém queira fazer mal a eles, fogo sai de dentro da boca deles, e devora os seus inimigos; e, caso alguém queira lhes fazer mal, é necessário desta mesma maneira ser ele morto. 6 Estes têm autoridade para fechar o céu, para que não caia chuva durante os dias da profecia deles; e têm autoridade sobre as águas para convertê-las em sangue, e para ferir a terra com todo tipo de fl agelo, tantas vezes quanto eles quiserem. 7 E, quando acabarem o testemunho deles, então a besta, aquela que estará subindo para fora do poço sem fundo, fará guerra contra eles, e os vencerá, e os matará. 8 E os seus cadáveres jazerão na rua larga da grande cidade que espiritualmente {*} é chamada Sodoma e Egito, onde também nosso Senhor foi crucifi cado. {* “Espiritual”: origem, poder, controle, fi m são só e plenamente assoprados pelo Espírito Santo} 9 E homens provenientes de dentro dos vários povos, e tribos, e línguas, e nações verão os cadáveres deles durante três dias e meio, e não permitirão os seus cadáveres serem postos para dentro de sepulcros. 10 E aqueles que estão habitando sobre a terra se regozijarão sobre eles, e se alegrarão, e enviarão presentes uns aos outros; porquanto estes, os dois profetas, atormentaram aqueles que estão habitando sobre a terra. 11 E, depois daqueles três dias e meio, o espírito de vida, proveniente de dentro de Deus, entrou sobre eles; e puseram-se sobre os seus pés, e grande temor caiu sobre aqueles que os estão observando. 12 E eles ouviram uma grande voz de dentro do céu, dizendo-lhes: ‘Subi para aqui’. E, dentro da nuvem, eles subiram para dentro do céu; e os seus inimigos os contemplaram. 13 E naquela mesma hora houve um grande terremoto, e a décima parte da cidade caiu, e sete mil nomes de homens foram mortos no terremoto; e os demais fi caram aterrorizados, e deram glória ao Deus do céu. 14 O ai, o segundo, passou; eis que o terceiro ai subitamente vem.” 15 E o sétimo anjo soou- sua- trombeta, e houve no céu grandes vozes, dizendo: “Os reinos do mundo vieram a ser os reinos do nosso Senhor e do Seu Cristo; e Ele reinará pelos séculos dos séculos.” 16 E os vinte e quatro anciãos, aqueles que estão assentando sobre os seus tronos diante de Deus, prostraram-se sobre os seus rostos e adoraram a Deus, 17 Dizendo: “Expressamos toda a gratidão a Ti, ó Senhor Deus, o Todo-Poderoso (Que está sendo, e Que era, e Que está vindo), porque tens tomado o Teu grande poder, e reinaste. 18 E as nações iraram-se e veio a Tua ira, e o tempo dos mortos serem julgados e dares o galardão aos Teus servos os profetas, e aos santos, e àqueles que estão temendo o Teu nome, aos pequenos e aos grandes, e destruíres aqueles que estão destruindo a terra. 19 E o templo de Deus foi aberto no céu, e a arca da Sua aliança foi vista no Seu templo; e houve relâmpagos, e vozes, e trovões, e um terremoto e grande saraiva”.

chamada de Sodoma e Egito e que, após esses três dias, essas duas testemunhas se colocariam de pé e seriam levadas aos céus e grande temor se apoderaria daqueles que não gosta-vam dessas duas testemunhas. E ali se encerrava o Apocalipse, pois que a próxima “desgraça” viria, depressa: o sétimo anjo tocaria sua trombeta e Jesus chegaria.

De acordo com a revelação de amigos cósmicos a Jan Val Ellam, no dia 10 de abril deste ano, quando ainda se mos-trava na televisão mundial o sepulto de João Paulo II, esses amigos cósmicos apontaram o então Papa da Igreja Católica como sendo uma das testemunhas anunciadas a João. A outra, disseram, seria aquele pequeno grupo que, também a partir de 1998 iniciou a transmissão de mensagens acerca do tema volta de Jesus. Ellam, entre eles.

Dessa forma, as duas testemunhas seriam justamente dois candelabros, ou sejam, dois focos de luz, de cunho fi losófi co-religioso, um representando a Igreja Católica, outro, a vertente espiritualista embasada nos preceitos da doutrina codifi cada por Kardec, que nada mais foi e é do que o espírito de conso-lação prometido por Jesus.

Assim, embevecidos com os acontecimentos do ano, desde as promessas mais frívolas ou esperançosas feitas diante da bruma de Yemanjá até este turbilhão de ocorrências que hoje vivemos em nosso planeta, o ano se despede com uma única certeza: os tempos são chegados. O Apocalipse é fi ndo e o anjo aguarda para tocar, rapidamente, sua sétima trombeta, anunciando a iminente chegada de Jesus.o fi nal de uma era

Pesquisa: geocities.yahoo.com.br/ biblialiteral/Apocalipse01-11.htm

Terra urgente!

L.R.M.

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Á UM ESTRANHO PROCESSO EM ANDAMENTO, DESDE APROXIMADAMENTE O ANO 3110 A.C, QUANDO AQUELES GRUPAMENTOS DE POVOS QUE PASSARAM À HISTÓRIA COMO SENDO O POVO MAIA DEIXOU ESCRITO NO QUE HOJE SE CHAMA TZOLKIN (que seria o calendário maia). Segundo esse calendário, esse ciclo foi aberto

em 3110 a.C. (há variação de data), e se completaria por volta do dia 10 de dezembro de 2012 d.C. Para eles, corresponde a um dos ciclos em que certas energias se condensam e influenciam a vida do planeta: Quando es-sas eras, de aproximadamente 5200 anos, são positivas, ocorrem coisas bastante positivas; quando não, ocorrem coisas complicadas; e quando uma delas corresponde a um fechamento de uma era maior é chamada de “O Lus-tro das Cinco Grandes Eras”. Os hindus chamam essa úl-tima era de Kali Yuga. É a mais complicada que qualquer família planetária, de mundos não muito desenvolvidos, tem a enfrentar.

E assim, sob essa perspectiva, essa última época antes do chamado “tempo de renovação”, ou do “grande dia da renovação”, tudo indica que seria exatamente o momento em que esse período, iniciado há cerca de 3000 a.C., ou seja, de 5 mil anos atrás, está se complementando daqui a breves sete anos, no ano 2012.

Ao longo da nossa história os estudiosos colocaram essa perspectiva em relação aos estudos dessas eras.

Todos os astrólogos da Antiguidade, como por exem-plo, os dos povos caldeus, os acadianos (que terminaram sucedendo os sumérios), os maias, os toltecas, os hindus... Todo o conjunto de culturas que marcaram os últimos 5 mil anos da história terrena, inclusive muitas aqui no Brasil, nas terras da Amazônia, como também no Nordeste do Brasil (nós sempre achamos que as cidades da Suméria são as mais antigas e delas foi plotado no ano 3 mil cento e pouco a.C., como sendo as mais antigas).

Em janeiro deste ano, arqueólogos peruanos e americanos acharam ao norte do Peru uma cidade que, com a datação do carbono 14 e com outro método de datação de idade, viram que nas ruínas ali existentes seu material data de 3 mil cento e alguma coisa a.C., constatando que a civilização que ali esteve era muito evoluída. Essa civilização já precisaria estar existindo há milênios, para poder ter atingido aquele estágio, ou seja, a América do Sul também é repositório de culturas ances-trais – ainda não descobertas – tão ou mais antigas do que a do Egito, da Suméria, da Mesopotânia e da Índia.

Nós devemos, pelo menos, analisar com zelo o fato de que todas as culturas do mundo antigo apontavam, naquele tempo, para um tempo que surgiria aproximada-mente 5 mil anos depois deles. Esse tempo é 2012, que estamos prestes a viver.

PERSPECTIVA PARA O GRANDE DIA DA RENOVAÇÃO

>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>Terra urgente!

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“É a eterna lição que Gandhi nos deixou: cada ser humano no âmbito da sua vida pode melhorar o mundo tornando-se um instrumento da mudança que ele quer ver no mundo.”

Discurso de Jan Val Ellam na reunião do Grupo Atlan.Natal 14.02.2005. Transcrição – Luiz Carlos.OBS: Sobre um dos fatos ocorrido na Áfr ica, foi lançado um fi lme, Hotel Ruanda, que mostra a guerra civil nesse país, onde foram chacinadas com tiros e golpes de facão mais de 1 milhão de pessoas e a ONU (leia-se, os países ricos) não interferiu porque não era rentável nem fi nanceiramente, nem politicamente.

Terra urgente! >>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>Sob essa perspectiva de análise, o número cabalístico sete é

sempre cheio de surpresas e de coisas, às vezes, desagradáveis. Os estudiosos dizem que, em 2012, encerra-se um período de sete anos. Normalmente nos primeiros anos do ciclo deve-se aguardar aconte-cimentos estranhos e dolorosos, mas, para os últimos anos, aconteci-mentos surpreendentes e positivos.

A espiritualidade acha muito difícil que se feche esse período de 5200 anos, em 2012, sem que todos os mistérios dos céus anunciados na terra se cumpram.

Nesse sentido, devemos também perceber que, há um livro cha-mado O Código da Bíblia, – não confundir com O Código da Vinci, que também é um outro grande livro – escrito pelo jornalista Michael Drosnin, um trabalho precioso sobre a descoberta de um matemático nos primeiros livros da Bíblia.

Para entender essa questão precisamos primeiro saber e enten-der o que é a Bíblia: A Bíblia, como nós a conhecemos, foi obra de um religioso católico chamado Jerônimo, que viveu no século 4º, d.C. Ele reuniu centenas de livros que estavam espalhados pelas muitas igrejas cristãs e, junto com uma comissão de prelados do catolicismo escolheu quais livros iriam compor o cânone ofi cial da Igreja Católi-ca. A versão latina da Bíblia, chamada Vulgata, foi arquitetada entre os anos 370 e 380 d.C. Foram escolhidos 73 livros para compô-la. Os que se referiam ao período antes do nascimento do Cristo foram chamados de Antigo Testamento e Novo Testamento, este para livros localizados depois do nascimento do Cristo.

A quem interessar possa, o Novo Testamento é composto por 21 Epístolas, 4 Evangelhos, os Atos dos Apóstolos e o Apocalipse, que somam 27 livros. O Antigo Testamento, formado por 46 livros: 18 livros proverbiais, 16 históricos, 7 sapienciais e 5 livros chamados pelos judeus de Torá. Ou seja, o Pentateuco, que, em tese, Moisés teria escrito. Pelo menos é assim que alguns estudiosos desconfi am que foi: Moisés teria escrito os cinco primeiros livros do Antigo Testa-mento da Bíblia e eles foram enfeixados em um só livro, a Torá, (tido pelos judeus como sua escritura sagrada).

Os estudiosos da fi lologia evangélica bíblica conseguem ter pista dos atores terrenos de todos livros do Antigo Testamento e do Novo Testamento, com exceção desses cinco primeiros, que não se sabe quem os escreveu.

Esses cinco primeiros livros ainda existem. Os estudiosos situam-nos por volta do século 8º ou 9º a.C., e é aqui que o enigma aparece.

Um matemático, respeitadíssimo, estudando esses elementos origi-nais, que não se sabe ao certo se foi o elemento original escrito por Moisés – se é que foi Moisés quem realmente escreveu os cinco primeiros livros. Esse matemático começou a perceber que nesse original muito antigo existia, de forma codifi cada, um cem números de informações proféticas no chamado Torá, ou seja, nos livros: Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio, e ele começou a perceber que todos os principais eventos da história humana, não a partir de Jesus, mas desde quando esse livro foi condensado, estava descrito de forma criptografada, isto é, codifi cada nas páginas desse livro – se é que nós podemos chamar de páginas.

Ele começou a buscar através de métodos de programas de com-putação mais e mais informações. E como na matemática não existe casualidade ou coincidência, esse cientista chegou à incrível conclusão de que uma mente humana não poderia ter escrito aqueles cinco li-vros, pois neles está escrita a história da humanidade que aconteceria no futuro. Como exemplo podemos citar o assassinato do presidente John Kennedy, que aparece lá, na mesma relação de linhas e letras no hebraico antigo. Aparece não só a possibilidade da morte desse perso-nagem, como também outras possibilidades que poderiam ter ocorrido com ele, caso ele não tivesse morrido assassinado. Ou seja, o livro, além de citar o que de fato aconteceu, cita também outras possibilida-des históricas em torno daquele fato profetizado naquela página.

O matemático assustou-se e começou a verificar fatos ainda não ocorridos e começou a tentar prognosticar, mas ele não conse-guiu perceber o futuro, isso é importante que se diga. Mas sempre que os fatos mais importantes ocorriam, aplicando o mesmo méto-do de verificação ele percebia que uma inteligência, que não pode ser humana, pois segundo ele, hoje em dia, no século 21, não há um só ser humano na face da terra, por gênio que seja, capaz de formular um código desse naipe. E o que dizer de alguém que viveu há 3 mil e poucos anos?

Então o cientista chegou a uma conclusão teoricamente absurda: a de que uma inteligência não terrena teria se comunicado com Moi-sés – tem na história que Moises recebeu as tais tábuas do tal Deus. O cientista, então, com base nisso chegou à conclusão absurda para a lógica humana, que alguém não terreno escreveu isso, ou produziu e entregou a alguém na Terra. Esse alguém na Terra se desconfi a que foi Moisés e esse alguém não terreno seria aquele deus da Bíblia chamado Jeová, Javé ou Ya Yevh (nome cósmico daquele que fi cou conhecido como Jeová).

Um jornalista chamado Michael Drosnin publicou o livro O Có-digo da Bíblia I. Quando eclodiu o problema de 11 de setembro de 2001(a queda das torres do World Trade Center) ele foi verifi car se aquilo estava escrito, e estava. Além dessa possibilidade existiam ou-tras. Ele começou a verifi car outros fatos em cima disso e escreveu O Código da Bíblia II.

Mas por que isso tem a ver com o assunto que nós estamos falando? Porque nas tais profecias, ou nas tais mensagens proféti-cas vindas desse dois livros, elas corroboram perfeitamente nesse tipo de análise não objetiva, porque nesse último período de sete anos, das grandes idades milenares das eras, os primeiros anos são complexos. Esse livro diz que os anos 2005 e 2006 serão complica-dos, pois que pelo que está escrito, até pode ocorrer uma explosão atômica, porém de pequeno porte.

Esses 5 livros corroboram com lendas e mitologias que foram semeadas na Terra há 5000 mil anos e também com o roteiro lógico da forma como nós interpretamos o Apocalipse.

Concluindo, nós estamos entrando no período que são os últi-mos 7 anos desse grande ciclo de aproximadamente 5200 anos. É interessante perceber que seja para onde nossos olhos se voltarem, no sentido de buscarem informações e análise sobre esta questão, nós encontramos indicativos proféticos ou vaticínios de que nos anos 2005 e 2006 podem ocorrer uns pequenos problemas localizados, tipo explosão atômica na região da Palestina. Infelizmente, morrerão muitos irmãos e irmãs nossas, mas isso já está acontecendo.

Nós ficamos sabendo que cerca de 300 mil pessoas morreram nessa onda chamada Tsunami, mas só nos últimos cinco anos, do século passado, mais de três milhões de pessoas morreram a ma-chadas em certas partes da África, mas ninguém sabe disso, porque a imprensa não noticia. A imprensa só dá aquilo que consumimos

e parece que nós, população humana, não gostamos muito da ma-téria da África. Parece que quando vemos alguma matéria sobre a África mudamos de canal. Os editores sabem disso e não se preo-cupam em dar notícias sobre a África.

Nós estamos pensando que só está morrendo gente agora? Não, já vem ocorrendo ao longo dos anos 80 e 90 um verdadeiro morticínio, que passa de mais de uma dezena de milhões de pessoas. Só no Sudão são mais de 100 mil pessoas por mês. Isso é muito mais signifi cativo do que um Tsunami. Mas a imprensa não dá, então nem sabemos o que está acontecendo, mas por ignorarmos não deixa de estar acontecendo.

A Terra está entrando neste último período. Se isso estiver correto, o que vivenciaremos em 2005 e 2006 será apenas a continuação do extravasamento do ódio que o ser humano ainda teima em juntar na sua própria intimidade espiritual. Se o corpo está literalmente cheio d’água, se mais água ali cair, em algum momento ele vai transbordar. O espírito humano está cheio de ódio e se o ser humano não se educar, em algum momento ele se explode. E ele está se explodindo há milênios.

Mas isso não implica questões mais sérias do que as que nós já conhecemos; ao contrário, alguém genial chamado Jesus há 2 mil anos disse que é inevitável que certas coisas desagradáveis e doloro-sas aconteçam. Infelizmente deverão ter de ocorrer. Por quê? Porque isso é decidido pelo livre-arbítrio do homem.

Em resumo, estamos entrando talvez na última época de uma era, que nós não sabemos direito como ela começou, mas que ela vai terminar sobre os nossos ombros.

As notícias são boas, porque, fi nalmente, com o fi nal dessa era, a Terra deixará de estar isolada do cósmico. Nós voltaremos a conviver com os outros irmãos dos outros orbes. Num processo lento e suave de conscientização o susto será pequeno. Sustos grandes já tivemos e estamos tendo, mas com o que nós próprios seres humanos produ-zimos, não porque alguém de fora fez.

Pelo menos, suponho eu, se isso for minimamente verdade, e eu garanto que de minha parte e da parte dos dois amigos espirituais que estão me ajudando ninguém está inventando coisa alguma e além do mais está tudo escrito, é só pesquisar. Pelo menos nós deve-ríamos refl etir a respeito disso.

E o que é que nós temos a ver com tudo isso? É algo muito simples. É a eterna lição que Gandhi nos deixou:

cada ser humano no âmbito da sua vida pode melhorar o mundo tornando-se um instrumento da mudança que ele quer ver no mun-do. Se você quer um local agradável e simpático, seja esse alguém mais agradável e simpático que possa ser. Com isso a pessoa estará se transformando num instrumento da mudança que ela quer ver no mundo. Se eu quero que o mundo seja um local amoroso, eu tenho que ser o homem mais amoroso que eu puder ser. Mesmo com muita imperfeição, eu não vou exigir que ninguém seja diferente, eu vou exigir somente de mim mesmo que eu o seja. Cada ser humano pode fazer só isso e, ao mesmo tempo, tudo isso.

É melhorar-se enquanto ser humano, porque na hora em que um ser humano melhora a si mesmo, o mundo se melhora, por mais que a gente não perceba.

Que possamos então refl etir sobre isso.

J.V.E.

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NATUREZA DOS SENTIMENTOS HUMANOS PARE-CE PERTENCER A UM REINO NO QUAL A NOSSA COMPREENSÃO AINDA NÃO OUSOU CHEGAR, e nisso reside muito da nossa impotência em não conseguir entender algumas atitudes comuns à nossa raça.

Os cientistas costumam afirmar que existem três grandes enigmas a serem decifrados: a gênese uni-versal, o surgimento da vida e a mente humana. Creio, porém, que o maior desafio é ainda o de tentar entender a nós mesmos.

Talvez por isso observemos tanto os outros sem que, contudo, tenhamos desenvolvido a habilidade de nos auto-observar – a não ser quando buscamos no espelho as nossas melhores proporções corporais ou na costumeira análise da vestimenta. Se assim é, residirá, portanto, no orgulho produzi-do pelo ego, a única motivação para ver a nós mesmos, nem que seja somente a nossa imagem refl etida nos espelhos que escondem o mistério da nossa vaidade como também o das nossas frustrações.

Somos os melhores especialistas na observação visual “daquilo que podemos parecer” para os outros, já que nos acostumamos a viver de superfi cialidades. Mas, provavelmen-te, não temos conseguido criar a habilidade para ver além das fronteiras das imagens refl exas, pois a espécie humana parece jamais ter conseguido olhar para dentro de si mesma. Afi nal, quem de nós consegue avaliar a si próprio, com um mínimo de procedência nos campos da lógica e da justiça? Contudo, medimos o próximo com a medida da nossa igno-rância, pois que, desconhecendo a nós mesmos, intentamos conhecer os nossos semelhantes – como se nisso residisse a lógica da nossa demência.

Acontecem hecatombes que nos chocam a sensibilidade como também casos isolados que conseguem chamar a nossa atenção, enquanto permanecemos completamente alienados quanto à destruição da vida que cotidianamente ocorre ao nosso redor. Que morram milhares, mas se tais mortes ocorre-rem pelos fatores de destruição já admitidos como “normais” ou “inevitáveis” pelo nosso psiquismo, que seja, “o mundo é assim mesmo”, costumamos pensar, quando não temos a pretensa ousadia intelectual de dizer isso em alto e bom tom. Porém, quando algo foge à rotina da nossa miséria espiritual e moral, “absurdo dos absurdos”, clamam acertadamente os incautos observadores do caminhar desta humanidade, es-quecidos, porém, de acrescentar aos absurdos da vida o que eles próprios julgam como sendo normal e comum.

É deprimente perceber que não mais nos indignamos quan-do as forças do nosso complicado cotidiano atentam contra a vida de muitos. Isso não nos choca mais porque os nossos já in-sensíveis valores vêem com estranha normalidade o assassinato diário de milhares de pessoas perpetrados por esta estranha má-quina de moer sensibilidades, que é a forma como a vida social se organizou neste mundo. Mas quando uma fi lha participa da trama do assassinato dos pais1, o que é realmente lamentável sob todos os aspectos, nos apressamos a moralmente crucifi car o já insepulto cadáver que, ainda vivo, observa a imprensa e as pessoas a patrulharem uma lágrima de arrependimento que seja no seu rosto petrifi cado pela insensatez.

Enquanto isso, na nossa face, a paradoxal insensatez — ou o que resta ainda da nossa capacidade de se indignar com algo ou alguma coisa — de nos acostumarmos com centenas de mortes estúpidas, as quais diariamente os nos-sos olhos vêem sem enxergar, ao mesmo tempo em que nos deixamos chocar pelas cores de fatos isolados nos quais a miséria humana atenta contra ela própria, no seu triste impé-rio estruturado nos valores do nosso anestesiado psiquismo.

O pior é que, mais que para julgar, dirigem-se às sensi-bilidades das pessoas no sentido de “demonizar” os mise-ráveis que, acima da média, assumem-se como sendo, entre os loucos, os mais doidos, pois que matam até os próprios pais. E serão sempre estes últimos a serem apedrejados pelos primeiros que, normalmente, esquecem que não existem pe-dras sufi cientes na crosta terrestre para satisfazer a sanha de encontrar sempre pessoas ainda mais loucas que nós.

A Violência do OutroA Violência do OutroComportamento

A

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N.E. - 1. Com referencia ao caso Richthofen

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É deplorável como não conseguimos ver no próximo, por execrável que seja a sua atitude, um membro da nossa desgastada família humana, quando é esta mesma família humana que o ajuda a ser o que aparentemente é.

Ao que parece, perdemos a noção de espécie, e mal percebemos quão danoso é, para a raça humana, ter en-tre os seus pares, desesperados que atentam contra a ló-gica da espécie já que, pelo menos, pai, mãe, fi lho e fi lha não deveriam jamais atentar uns contra os outros.

O “pelo menos” aparece aqui como fator de aceitação desesperada da percepção de que muitos membros da espé-cie já aceitam que se mate por este ou aquele motivo. Mas matar o pai e/ou a mãe, o fi lho e/ou a fi lha, isto não!

Somo tão imaturos que esquecemos de observar que o germe, por trás do ato de matar ou de destruir, é o mesmo, independente das cores que venham a “sensacionalizar” o estúpido ato de atentar contra a sensibilidade de alguém, seja este alguém quem for.

Precisamos urgentemente nos desacostumar em aceitar a morte não natural que cotidianamente marca muitas famílias deste mundo. É imperioso perceber, por trás de cada uma des-sas mortes promovidas pela violência urbana, pela disputa entre grupos de trafi cantes de drogas, pelos confl itos étnicos, enfi m, pelas guerras entre nações, os sentimentos do ódio represado e o da falta de compromisso com a vida como fatores desen-cadeantes da infelicidade planetária. E a grande questão que temos para repensar é: quem determina ou determinou que a vida na Terra tem de ser desse jeito? Os nossos hábitos institu-cionalizados como normais e aceitáveis — é a triste resposta. E se mais fôssemos aprofundar a questão teríamos de perguntar ainda: como chegamos a esse ponto? Processos educacionais equivocados, ignorância das gerações que na posição de fi lhos não compreenderam seus pais e quando na posição de pais não souberam educar seus fi lhos. E assim caminhou e ainda caminha a humanidade: cegos guiando cegos, porém, todos muito orgulhosos das suas capacidades intelectivas para perce-ber a realidade que os envolve.

A nossa percepção é tão frágil que sempre que algum membro da nossa raça se apresenta como sendo a antítese do que deveríamos ser, identifi camos, com absoluta precisão, tudo o que nos diferencia da ovelha negra do momento, pro-duzida pela mídia. No entanto, por covardia moral ou por falta de lucidez, deixamos de perceber o que nos pode asse-melhar a esses a quem apontamos como sendo os violentos, os traidores da vida. E na verdade, somos todos violentos e poucas são as exceções na nossa espécie.

Perdemos a noção do que somos, se é que ainda somos alguma coisa enquanto seres humanos, já que o valor que costumamos dar à vida alheia somente sal-ta aos nossos olhos quando a órbita da nossa percep-ção gira em torno do que tachamos como inaceitável.

O problema é que o aceitável para nós é, na verdade, tão ina-ceitável quanto o que costumeiramente percebemos como tal. A única diferença é que o aparentemente aceitável se veste de aspectos horrorosos e, somente então, despertamos para o que nos causa indignação.

Ora, não deveríamos, em nenhuma hipótese, nos acos-tumar com a morte não natural de qualquer ser humano. Em tese, não seria cabível que nos permitíssemos distorcer de tal maneira a nossa sensibilidade, para chegarmos no ponto de achar normal “matar na guerra”, posto que os que assim fazem costumam ser homenageados, e ai daqueles que não “cumprirem o seu dever”.

O leitor deverá estar se perguntando se este missivista está defendendo o fato de alguém ser obrigado a ir para uma guerra e não guerrear com o aparente inimigo. Não, não é isso. É muito pior. Porque o germe, por trás desta questão é a estranha doença que nos marca de formular argumentos lógicos para as nossas loucuras enquanto nos inabilitamos a perceber que nada justifi ca “matar alguém”.

As nossas guerras são estúpidas e poucas delas encon-tram estrutura lógica diante dos valores que nobilitam a vida na Terra. E as poucas que encontram carecem de terem sido provocadas pela insensatez das nações quando criam vácuos na esperança das pessoas e estas se deixam levar por idiotices ideológicas como, por exemplo, as do nazismo e do fascismo.

O que deixamos de perceber é que não devem ser somente os “loucos institucionalizados nos poderes deste mundo” que descobrem a lógica e a razão para matar alguém ou muitos, com as suas doutrinas de guerra, mas também os “loucos”, assim avaliados pelos “institucionalizados”, formulam as suas lógicas pessoais e as suas razões para cometer crimes com as chamadas cores fortes da frieza e da insensibilidade humanas. Mas é o mesmo vírus a provocar — tanto nos aparentemente grandes timoneiros da epopéia humana que criaram e criam as guerras como nos solitários assassinos — a febre da loucura e da sanha em matar o próximo. Contudo, repetimos, os pri-meiros “demonizam” os últimos como se existissem grandes diferenças entre pertencer a uma ou a outra situação. E muitos de nós, a chamada opinião pública, que pretendemos não ser nem uma coisa nem outra, nos deixamos levar pela onda ati-vada pela mídia que, sempre apressada, expressa o brilho dos seus aparentes apelos de indignação no varejo, deixando de observar o atacado da multidão de corpos sem vida. Mas, para que adianta contar os cadáveres se o que nos chama a atenção é somente a aparente cor ou o gênero do desastre?

Existem profecias de toda ordem feitas num tempo em que se referiam a um longínquo futuro e eis que estamos vivendo exatamente os tempos preditos pelo Apocalipse, dentre outras fontes proféticas. Ao mesmo tempo em que vemos as torres da esperança de muitos desabarem diante dos olhos atônitos da humanidade, esquecemos de aprofundar a análise do por-quê essas coisas terem de ocorrer. Acostumamos a assistir às desgraças ao nosso redor, sem que, contudo, tenhamos nos

habilitado a entendê-las. E mesmo sem atinar para a causa das profecias e dos vaticínios referirem-se quase sempre a eventos onde a violência é entronizada pela estupidez humana como a força motriz do nosso desespero, seguimos na nossa dialética infantil conjugada ao mais insensato maniqueísmo classifi can-do o que é o bem e o que é o mal, como se o bem se fi zesse representar por quem semeia a exclusão social e a miséria mo-ral em muitas regiões do planeta em nome dos seus pretensos nobres ideais de liberdade. Que tipo de liberdade, se a opressão econômica e política é a tônica das suas ações imperiais?

E o triste é supor que “o lado do bem”, tido por parte da mídia mundial, foi exatamente quem mais promoveu “guerras frias e quentes”, desde a segunda metade do século 20 até os dias atuais. E é imperioso perceber que uma atitude doentia de um lado sempre provocará insanidades no lado oposto. Pena que não se perceba o óbvio, ou seja, estamos todos adoentados por-que perdemos a capacidade de amar o nosso semelhante; por-que conseguimos destruir todos os valores que dão sustentação lógica à vida na Terra, a saber, a honestidade de propósitos e de atitudes, a ternura, a tolerância, a solidariedade, enfi m, o respeito à ética e à virtude, tão decantadas pelos fi lósofos da antiguidade, mas completamente esquecidas pelos da atualidade.

O problema não está nessa entidade supra-humana chamada humanidade, o problema está em cada um de nós. O problema não está no outro, mas sim em mim mesmo. O problema não está nesta ou naquela nação, mas no exercício tacanho de uma cidadania de cunho nacionalista desprovida de qualquer noção mais ampla da espécie que formamos, en-quanto família planetária. E o que, neste mundo, é feito em função do ser humano, visando o seu melhoramento?

Será que perdemos a substância do que somos e a refe-rência do que deveríamos ser? Será que perdemos o sabor ou será que ainda temos jeito de observar e viver a vida e, mais ainda, termos a nós próprios como os responsáveis pelo desti-no do nosso berço planetário e de todos os que nele vivem?

Sou dos que pensam que há algo em nosso íntimo que jamais permite que nos transformemos naquilo que não somos ou, em outras palavras, por piores que possam ser as nossas atitudes, somos seres humanos com uma infi nita capacidade de amar e nisso reside a nossa grande herança divina. Os que as-sim não logram expressar na generalidade das suas relações é porque estão adoentados em algum grau. Sob essa perspectiva, a quase totalidade dos que vivem neste mundo está adoenta-da. E a tal ponto que aceita como trivial o assassinato diário de milhares de pessoas que possam estar situadas longe das suas sensibilidades pessoais. Porém, se uma só morre no âmbito da sua percepção emocional, cruz-credo, é coisa do demônio.

Por falar nele, coitado! Creio que o ultrapassamos no que sempre se pensou ser ele o mais aquinhoado.

Sinceramente, precisamos criar mais um desempregado neste mundo, já que o mítico demônio deve estar completa-mente surpreso com tanta maldade e ignorância, pois nem mesmo ele seria capaz de tanta insensatez.

Rogério de Almeida Freitas

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S PROTESTANTES DE MODO GERAL — CONFORME AS ESPECIFICIDA-DES DE CRENÇA DE SUAS MUI-TAS AGREMIAÇÕES RELIGIOSAS

Afi nal, Jesus voltará? Quando? De que modo se dará a sua volta? Este assunto não será uma mera questão da simbologia bíblica na qual os protestantes acreditam, os católicos admitem e grande parte dos espíritas não aceita?

— enxergam no retorno de Jesus um momento de renovação, de ar-rebatamento literal dos eleitos que

cumpriram fi elmente os preceitos dos cultos a que estão vinculados. Que seja. É realmente bela e edifi cante a fé destes estimados irmãos e irmãs que vivem as suas vidas vinculando-as aos nobres ideais das suas crenças.

Já os católicos tinham, até há pouco tempo, na corajosa postura do papa João Paulo II, o foco das suas atenções para o tema em questão. Isso o dizemos porque, no dia 29 de novembro de 1998, na sua bula denominada Incarnationis Mysterium, ele declarou: “...é preciso permane-cer à escuta dEle para reconhecer os sinais dos novos tempos e fazer com que a expectativa do regresso do Senhor glorioso se torne cada vez mais ardente no coração dos fi éis”.

O que devemos todos questionar é que motivo levou João Paulo II a referir-se ao as-sunto, pois nada havia no horizonte da percep-ção humana que obrigasse uma estrutura tão pesada como a do Vaticano a se expor diante de um assunto tão complexo, onde a exegese bíblica não ousa pontuar grandes conclusões. Ou será que já existem sinais perceptíveis no nosso horizonte quanto ao cumprimento da promessa do Cristo de aqui retornar quando os tempos fossem chegados?

Mais estranho ainda é o fato do monse-nhor Corrado Balducci, teólogo do Vaticano e íntimo do referido papa, ter afi rmado em rede

volta de Jesus

nacional de televisão, em pelo menos cinco oportunidades entre o fi m de 1999 e início do ano 2000, que os contatos com seres ex-traterrestres compõem um fenômeno real e têm acontecido regularmente. Anunciou que o Vaticano está recebendo continuamente muitas informações sobre alienígenas e seus contatos com humanos, vindas de seus nún-cios apostólicos em vários países, notada-mente o México, Chile e Venezuela.

Supondo que nada disso tivesse o míni-mo fundamento, como um prelado apostólico romano, autorizado pelo papa, iria referir-se a assunto desse porte se não fosse obedecendo a alguma estratégia?

Quanto aos espíritas, a opinião comum de alguns dos seus principais vultos, diretores e dirigentes de centros, observa que, em nenhu-ma hipótese, Jesus retornaria Terra pela simples questão de que o surgimento do Espiritismo, no século 19, já seria o cumprimento de sua pro-messa de aqui retornar. Outros segmentos do movimento espírita preferem aguardar os fatos observando uma atitude de prudência.

Esquecem-se os primeiros que existem duas promessas distintas feitas por Jesus: a de que enviaria o Consolador e a de que depois retornaria. O porquê da cômoda disposição doutrinária em juntar dois eventos tão distin-tos em um só é um mistério que somente o futuro talvez venha a esclarecer.

Preocupante é escutar os que pensam dessa forma afi rmarem que assim dizem por-que Allan Kardec, o codifi cador da doutrina espírita, é quem teria feito tal afi rmação, o que não encontra respaldo na verdade.

Erro de interpretação? Orgulho intelectual exacerbado por conta de opiniões já mantidas nesse sentido? Desconhecimento do que Kar-dec realmente deixou registrado?

Dizem alguns que essa questão fere a pu-reza doutrinária do Espiritismo porque envolve o fator extraterrestre, o que também, segundo os mesmos, jamais foi abordado por Allan Kar-dec. Novamente o equívoco cuja base intelec-tual de apoio não encontra respaldo na obra e nem muito menos na vida do codifi cador.

Realmente chega a ser doloroso o que o ser humano termina fazendo consigo mesmo em nome do que julga conhecer, dando por sabido aquilo que ainda precisa ser descober-to ou percebido.

Para os que acham que a questão extra-terrestre fere a chamada pureza doutriná-ria, ou coisa do gênero, afirmando que, em centro espírita kardecista comunicação de supostos E.Ts. não entra, seria aconselhá-vel recordar o que certo personagem disse em seu discurso de despedida, ao lado do túmulo do amigo recém-desencarnado, com quem costumava conversar:

“Que importa que joguem sobre este gênero de estudos o sarcasmo ou o anátema aqueles, cuja vista é turvada pelo orgulho ou por preconceitos, que os impedem de compre-ender os ansiosos desejos do nosso pensa-mento ávido de conhecer; mais alto elevare-mos as nossas contemplações!”

“Tu foste o primeiro, mestre e amigo! Foste o primeiro que, desde os meus primeiros passos na carreira astronômica, testemunhas-te a mais viva simpatia por minhas deduções

Além do horizonte

AO

“...é preciso permanecer à escuta dEle para reconhecer os sinais dos novos tempos e fa-zer com que a expectativa do regresso do Senhor glorioso se torne cada vez mais ardente no coração dos fi éis”.

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relativas à existência das humanidades celes-tes; pois que, do meu livro Pluralidade dos Mundos Habitados, fi zeste a pedra angular do edifício doutrinário, que tinhas arquitetado em tua mente. Muitas vezes conversamos so-bre essa vida celeste tão misteriosa e agora, ó Alma, já sabes, por uma visão direta, em que consiste ela – a vida espiritual, para a qual voltaremos, embora dela nos esqueçamos en-quanto aqui estamos.”

Esta é uma pequena parte do discurso pronunciado por Camille Flammarion no tú-mulo do seu amigo e mestre Allan Kardec.

O primeiro diz claramente que muitas vezes conversou com Kardec sobre a “vida celeste” — leia-se extraterrestre: na época este termo não era utilizado — idéia central do tema da Pluralidade dos Mundos Habi-tados, onde o notável astrônomo Camille Flammarion ressalta ter Kardec utilizado este assunto como sendo a “pedra angular do edifício doutrinário” por ele formulado. O que quis Flammarion dizer com isto? Obser-vem que este fez uma distinção entre vida celeste e vida espiritual.

Como podem alguns segmentos do mo-vimento espírita afi rmarem que a questão extraterrestre fere a pureza doutrinária se o próprio Allan Kardec costumava conversar

sobre este assunto com seus amigos? E se, conforme o testemunho histórico de um des-ses amigos, o codifi cador teria utilizado este tema como pedra angular do edifício doutri-nário por ele arquitetado?

Como explicar que uma das preocupa-ções centrais do codifi cador se transformou, cerca de um século depois, em uma questão considerada herética pelos padrões da dou-trina que ele criou?

E quanto aos que afi rmam que a obra de Kardec nada tem a ver com a questão extra-terrena, observemos as seguintes passagens do Livro dos Espíritos, de Allan Kardec:

No seu capítulo IV, Pluralidade das Exis-tências, na pergunta 172 é questionado aos espíritos se “Nossas diferentes existências corporais se passam todas sobre a Terra?”, ao que eles responderam: “Não, não todas, mas nos diferentes mundos; a que passamos neste globo não é a primeira, nem a última e é uma das mais materiais e das mais distan-ciadas da perfeição”.

Ou seja, fi cava claro que a existência cor-poral que estávamos tendo na Terra não era nem a primeira nem a última, donde se depre-ende que, ou todos ou alguns dos que vivem na Terra, já “viveram” ou, em outras palavras, tiveram existências corporais em outros mun-

dos e que ainda iriam viver em outros planetas em um tempo futuro, depois que morressem para o mundo terrestre.

Se dúvida houvesse, a resposta dada na pergunta 173 “...já vivestes em outros mun-dos e sobre a Terra”, ajudaria a dissipá-las.

De forma inequívoca, servindo para en-cerrar de vez qualquer questionamento sobre o fato dos espíritos estarem afi rmando, clara-mente, que existia vida corpórea, encarnada, em mundos que não o terrestre, e por conse-guinte, extraterrestres, na pergunta 181, Kar-dec quis saber se “Os seres que habitam os di-ferentes mundos têm corpos semelhantes aos nossos?”, ao que os espíritos responderam que “É fora de dúvida que têm corpos, porque o Espírito precisa estar revestido de matéria para atuar sobre a matéria. Esse envoltório, porém, é mais ou menos material, conforme o grau de pureza a que chegaram os Espíritos. É isso que assinala a diferença entre os mundos que temos que percorrer, porquanto muitas moradas há na casa de nosso Pai…”

Ainda procurando saber algo, nem que le-vemente exposto sobre a questão do possível relacionamento entre as diferentes humani-dades, o codifi cador esboçou a pergunta 182: “Podemos conhecer com exatidão o estado fí-sico e moral dos diferentes mundos?”, tendo os espíritos aclarado que “Nós, os Espíritos, só podemos responder de acordo com o grau de adiantamento em que vos achais; quer dizer que não devemos revelar estas coisas a todos, porque nem todos estariam em condições de compreendê-las, e isso os perturbaria”. Ficava assim claro que, de acordo com os conheci-mentos terrenos da época, não poderia ser dito muito mais naquela época.

Como podem alguns segmentos do espi-ritismo afi rmarem que o codifi cador não tra-tou da questão extraterrestre?

Outra matéria confusa ao entendimento do movimento espírita refere-se à promessa feita por Jesus quanto ao seu retorno. Mais uma vez, o seu legado não testifi ca a opinião corrente de que o Mestre não retornaria por-que o surgimento do Espiritismo já seria o cumprimento da sua promessa em retornar.

Especifi camente sobre o Segundo Adven-to do Cristo, Kardec jamais apresentou a tese de que o surgimento do espiritismo já seria a tão esperada volta de Jesus. Ao contrário. Na sua preocupação de realçar o que era

opinião dos espíritos e o que era a sua própria, diante dos aspectos das verdades evangélicas, procurou ele dizer claramente, na página 389 do capítulo XVII, denominado “Predições do Evangelho”, do livro A Gênese, que “Jesus anuncia o seu segundo advento, mas não diz que voltará à Terra em um corpo carnal, nem que personifi cará o Consolador. Apresenta-se como tendo de vir em Espírito, na glória de seu Pai, a julgar o mérito e o demérito e dar a cada um segundo as suas obras, quando os tempos forem chegados”.

Fez mais. Ao desencarnar, em contato agora com a realidade maior da vida, o espírito de Kar-dec percebeu a desagregação que já começava a existir no seio do movimento como também as preocupantes deformações no teor do seu lega-do. Resolveu, então, continuar, mesmo desencar-nado, com o seu trabalho esclarecedor.

Em 1888 e 1889, através do médium Fre-derico Junior, da Sociedade Espírita Fraterni-dade, no Rio de Janeiro, começou a transmitir uma série de mensagens para os espíritas, chamando desesperadamente a atenção de todos para o porvir. Essas mensagens foram, então, enfeixadas pela Federação Espírita Bra-sileira num opúsculo com o nome de “Ditados de Allan Kardec”, para distribuição gratuita.

Dizia, portanto, essa mensagem — que hoje, através da FEB, está presente, dentre outras, na quadragésima edição do Livro “A Prece Segundo o Espiritismo”, de Allan Kardec — o seguinte: “Se o Evangelho não se tornar realmente em vossos espíri-tos um broquel, quem vos poderá socorrer, uma vez que a Revelação tende a absor-ver todas as consciências, emancipando o vosso século? Se o Evangelho nas vossas mãos apenas tem a serventia dos livros profanos, que deleitam a alma e encantam o pensamento, quem vos poderá socorrer no momento dessa revolução planetária que já se faz sentir, que dará o domínio da Terra aos bons, preparados para o seu de-senvolvimento, que ocasionará a transmi-gração dos obcecados e endurecidos para o mundo que lhes for próprio?”

“Que será de vós?... Quem vos poderá socorrer — se à lâmpada de vosso Espírito faltar o elemento de luz com que possais ver a chegada inesperada do Cristo (grifo do autor), testemunhando o valor dos bons e a fraqueza moral dos maus e dos ingratos?”.

“Esses pontos do Evangelho de Jesus Cristo, apesar de Revelação, ainda não provo-caram a vossa meditação?”

“Este eco que reboa por toda a atmos-fera do vosso planeta, dizendo — os tempos são chegados! — será um gracejo dos en-viados de Deus, com o fi m de apavorar os vossos espíritos?”

Se o codifi cador, já desencarnado, referiu-se à chegada inesperado do Cristo ainda por acontecer, como podem os espíritas afi rmar que Cristo não retornará porque o surgimento do espiritismo já seria o retorno prometido?

Mas qual a relação de importância entre a questão extraterrestre e a volta de Jesus?

É imperioso perceber que muitos acham que, em nenhuma hipótese, existe a possibi-lidade de Jesus voltar à Terra, apesar de co-nhecerem o compromisso por ele assumido quando aqui esteve. Essa certeza, produto da equivocada ótica terrena que tem como base apenas o orgulho intelectual do que se pensa saber, pode levar os que assim pensam a se surpreenderem com os dias de um futuro que está cada vez mais próximo.

Se bem analisarmos, a “única promessa dos céus” para os que vivem na Terra — que esteja registrada no conhecimento do mun-do e que nos aponte um futuro de dignida-de existencial — é justamente a da volta do

Cristo. Não há outra. Esta é a única esperança da quebra da mesmice terrestre, que nos ilude a ponto de pensarmos que somos a única ex-pressão de vida no cosmo.

Existem, na Sagrada Escritura, con-forme aferição dos protestantes, cerca de 2.500 citações referentes à volta do Senhor. Somente no Novo Testamento, encontra-se expressa em 318 vezes a promessa de seu retorno. É de se perguntar quem tem estatura moral para afirmar que tudo isso é mera questão de simbologia. Infelizmente, muitos assim afirmam.

Esquecem-se que, quando em vida terrena, Jesus prometeu ressuscitar e ressuscitou, apesar de nem mesmo os apóstolos acreditarem que tal fato fosse possível. Realmente, sob a ótica terre-na, seria mesmo impossível. Mas aconteceu.

Muito mais do que o fato de ressuscitar, ele prometeu voltar, até porque essa promessa já se encontrava registrada através dos profe-tas do Antigo Testamento. Convenhamos que, sob a ótica terrena, esse fato também é apa-rentemente — para alguns — impossível de acontecer, até porque os olhos dos que vivem na Terra somente conhecem o que é terreno.

Quanto tempo ainda demoraremos para perceber que a personalidade de Jesus trascende à pobre e distorcida pretensão do orgulho inte-lectual terreno?

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Mundo, a Nova Era, a Reintegração Cósmica e a Volta de Jesus nada mais representam do que conceitos distintos que convergem para o atual momento pelo qual passa a Terra.

Esses temas a muitos confundem, por-quanto produtos das mais variadas crenças e doutrinas religiosas. Mas, na verdade, todos os conceitos anteriormente apresentados nada mais signifi cam do que dois fatos bási-cos, muito simples de serem entendidos:

• a reintegração da Terra à vida cósmica, ou seja, a volta da convivência com os irmãos de outros orbes que há muito estavam impe-didos de se comunicarem abertamente conos-co devido a nossa vibração perturbadora; e

• a reciclagem vibratória pela qual o pla-neta já está passando, com o objetivo de retirar dos ambientes terrenos aquelas individualida-des espirituais que, após todas as oportunida-des reencarnatórias permitidas no ciclo exis-tencial que ora se encerra, ainda são tendentes à perturbação e ao crime.

Para presidir esse momento histórico aqui virá — como ele mesmo prometeu no passado — o Mestre Jesus, como predito por muitos.

“Quem vos poderá socorrer no momento dessa revolução planetária que já se faz sentir, que dará o domínio da Terra aos bons, preparados para o seu desenvolvimento, que ocasionará a transmigração dos obcecados e endurecidos para o mundo que lhes for próprio?”

J.V.E.

Nada de fi m de mundo com a sua che-gada. Ao contrário. Estaremos apenas en-cerrando um período da vida cósmica e ini-ciando outro, nesta escola planetária onde estamos congregados. Não esperemos que ele venha fazer por nós o que nos cabe re-alizar: o progresso do mundo que nos serve como berço planetário.

Não serão Deus, Jesus, os extraterrestres, os santos ou os Espíritos que farão por esta humanidade o que corre por conta da res-ponsabilidade existencial que nos marca: o esforço moral de evoluir sempre. E este que-sito é intransferível. Todos eles nos ajudarão a seguir adiante, mas teremos que caminhar com os próprios passos.

Já está na hora de entendermos esse pro-cesso, pois ele é inexorável.

Quanto à chegada do Mestre, é só uma questão de tempo. Muito em breve o tere-mos entre nós.

É aguardar para ver. Enquanto isso, tra-temos de nos melhorar pessoalmente, aman-do-nos uns aos outros, como ele sempre recomendou.

Com que estatura moral, obrigamo-nos a repetir, pode alguém na Terra intentar pontifi -car com tanta certeza sobre o que transcende às possibilidades de percepção que caracteri-za o atual nível de nossa existência?

Afi nal, o que é que os Espíritos — e não os espíritas — dizem sobre o assunto? Quem pode fornecer essa resposta em nome dos Espíritos?

Da mesma forma que os espíritas recla-mavam — e ainda reclamam — dos que não conseguiram perceber o contexto espi-ritual que envolve a vida terrena, será que não estarão eles deixando de perceber o contexto cósmico que a tudo envolve, e no qual se insere a personalidade do Mestre e tudo mais que o cerca, em especial, as suas hostes extraterrenas, nos tempos bíblicos tratadas como hostes angelicais?

Não se modifi ca um “til” da verdade pelo fato da ótica terrena não conseguir perceber isto ou aquilo. Também não deixará de aconte-cer a única promessa feita por uma autoridade celeste que esteve pessoalmente na Terra, pelo

simples fato de não acreditarmos ser possível — e é bom recordar que ele ressuscitou, con-forme prometera, e isso também era e é im-possível para os padrões terrestres. No entanto, aconteceu; ou será que o que está descrito no Novo Testamento quanto aos fatos ocorridos é, também, simples questão de simbologia? Se for, convenhamos, estamos todos nós, cristãos, vivendo uma grande ilusão, já que nada do que está escrito é, de fato, verdade.

Assim, nada há nos registros históricos terre-nos, referente ao futuro, que nos leve a pensar em um possível encontro com algum tipo de hierar-quia cósmica, a não ser a promessa de Jesus em retornar em toda a sua glória, acompanhado pe-los seus anjos ou extraterrestres. E é exatamente no cumprimento da sua promessa que o contexto extraterreno e o seu retorno se encontram.

Se bem recordarmos, no Antigo Testamen-to havia a promessa de sua vinda, e ele veio. Quando aqui esteve, resolveu prometer que retornaria. Por que não o faria? Disse mais: que “passarão o céu e a terra, mas minhas

palavras não passarão” (Lc, 21:33), ou seja, tudo poderia deixar de ocorrer, menos o cum-primento de sua promessa.

São poucos, muito poucos, os que acredi-tam no fi el cumprimento dessa promessa. Se ela não se cumprir, a história terrena não tem o menor sentido. Nela se insere o conceito que temos de Deus, da vida, de Justiça Divina, da vida após a morte, dos “céus e infernos” que nos cercam, de anjos e de outros seres da cria-ção etc., enfi m, todo o pano de fundo fi losófi co da nossa existência, já que concernentes às in-dagações essenciais da humanidade, como por exemplo: quem somos? De onde viemos? Qual o signifi cado da vida? Para onde vamos?

Estamos tão profundamente perdidos na horizontalidade ilusória dos valores terrenos que nos desconectamos da realidade cósmica que nos envolve. Pelo fato de não a percebermos não quer dizer que não exista. E a personalida-de do Mestre Jesus faz parte exatamente dessa realidade maior, da qual não damos conta atra-vés da nossa pobre e distorcida ótica terrena.

Ele mesmo afi rmou que não “pertencia a este mundo”, “que tinha ovelhas de outros apriscos”, “que o seu reino não era deste mundo”, ou seja, a sua função de autoridade cósmica não era exer-cida ou reconhecida na Terra — por ser um mun-do rebelado e, portanto, impedido de conviver com as demais famílias planetárias do cosmo.

Muitos são os mentores espirituais e de outros orbes que afirmam que finalmente “os tempos são chegados” — os tempos em que as Promessas do Cristo se cumpri-riam na sua totalidade.

Desde a segunda metade do século 20, diversos são os avistamentos de obje-tos voadores não identificados, como se a nos preparar para um evento que está por acontecer a qualquer momento. Segundo os mentores, voltaremos a conviver com os irmãos e irmãs de outros orbes que viriam acompanhando o Cristo quando do cumpri-mento de sua promessa. Com eles, a certe-za de que não estamos sós no universo, de que a vida tem um sentido evolutivo através das reencarnações em corpos transitórios, de que existe uma hierarquia celeste, enfim, de que somos cidadãos cósmicos.

Exercer essa cidadania da forma mais dig-na possível foi o maior ensinamento que Jesus nos legou. Pena que até os dias atuais pouco ou nada entendemos do que, de fato, o Mestre dos Mestres desejou nos ensinar. Entretanto, enten-dendo ou não, seremos testemunhas e atores de um evento que está por vir e que não tarda.

Finalizando, para que melhor possamos compreender os breves dias que já se anun-ciam, é mister que observemos que as Profe-cias Apocalípticas, Exílio ou Expurgo Planetá-rio, o Final dos Tempos, o Juízo Final, Fim do

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comciência 42 comciência 43Educar écoerência, transferem o poder da busca pelo conhecimen-to para os próprios alunos, ofertando-lhes enciclopédias computadorizadas como fonte admirável do saber, quan-do o saber nada tem a ver com o conhecimento vão, e sim com a prática da vida e o mergulho ensimesmado para a descoberta íntima do divino em todos nós.

Hoje em dia, é comum e crescente a evasão de alunos e professores, que fogem dos núcleos estudantis simplesmente pelo fato de não poderem mais suportar a terrível violência física e moral que sofrem e cometem, cada vez mais.

Os meios de comunicação, que a princípio nada têm a ver com educação, mas poderiam ser o elemento de reforço da boa conduta, no lugar de apresentarem programas ins-trutivos, alimentos para a mente e para o espírito, ofertam em sua programação um compêndio medíocre que corrobora com a “cretinização” massifi cada que se vê em todos os can-tos do mundo.

Assim, distorcendo valores e corrompendo os elos com o moral e com a ética, nenhuma autoridade do mun-do se encontra, atualmente, em posição de falar ou com-preender educação.

Chegamos, contudo, ao tempo terrestre em que as crian-ças que nascem possuem maior retidão e clareza do que seus pais, além de inclinação à bondade mais acentuada, tam-bém, o que pode ou pretende inverter a ordem dos fatores da equação educacional.

Com isso, vislumbram-se mudanças ainda mais estranhas e prioritárias do que simplesmente esperar que pais, líderes religiosos, educadores, governantes e produtores da mídia produzam, em si mesmos, as mudanças necessárias para o alinhamento positivo com as potencialidades mais nobres do espírito — embora isso seja também necessário.

Conquanto persista o estado de demência provocado pela má educação, surge no Oriente, lenta e fi rmemente, uma luz divinal que ilumina os palcos do mundo e deita no berço da cidadania planetária um novo sistema de educação.

Sathya Sai Baba, com sua Educação em Valores Humanos, nos oferta o que ele próprio chama de “EDUCARE”, princípio baseado em cinco grandes valores: Amor, Paz, Verdade, Ação Correta e Não-Violência, não necessariamente nesta ordem.

Mais do que o respeito e a observação a esses valo-res básicos, o sistema de Sai Baba reúne os três pontos principais da nova estrutura educacional. A exemplo do trabalho de Sathya Sai Baba nos dois institutos que comanda pessoalmente (um para meninos e outro para meninas), na Índia, obriga um entrosamento entre o que considera os três pilares do foco educacional (pais, educadores e alunos) e os valores apresentados, de modo que a mudança não recaia apenas sobre o educando, mas também sobre aqueles que naturalmente são responsáveis pelo encaminhamento do jo-vem, os pais e os educadores.

O mesmo é esperado em qualquer outro Instituto Sathya Sai que deseje exercer a Educação em Valores Humanos de

crianças e jovens em regime de internato, como é na Índia, ou outro sistema qualquer.

Qualquer um que tenha a intenção de trabalhar com E.V.A. (Educação em Valores Humanos) deve, antes, cursar a disciplina num dos inúmeros institutos Sathya Sai espalha-dos pelo mundo, a fi m de aplicarem, antes em si mesmos, os recursos ofertados pelo método, tornando-se pessoas que testemunhem em si mesmas, em sua vida, em seu cotidiano, a verdade, o amor, a paz, a ação correta e a não-violência.

Esses valores, isolados, já provocam no indivíduo mu-

danças gigantescas. Juntos, estabelecem por si mesmos um novo paradigma comportamental que pode mudar qualquer ser humano, para melhor. E é inevitável que isso venha a se refl etir em seu meio, em sua cidade, em seu país, no mundo.

Quando o povo não sabe o que quer e aceita as determi-nações do governo e também das casualidades — entenden-do-se por casualidade as ocorrências cotidianas de violência, urbanidade e outras —, aqueles que fazem as leis não conse-guem saber o que é melhor e mais progressivo para o povo.

Mas, de outro lado, alguém que aplique os valores em si mesmo, que se torne o exemplo vivo de tudo aquilo que pre-ga, este alguém se torna incorruptível e alinha-se de tal forma com o senso ético que há no cosmos que se torna impossível para ele não acender a luz da própria alma, tornando-se, ele próprio, um foco de luz sobre a humanidade.

É necessário que prestemos atenção nas palavras, ensina-mentos e exemplos de Sai Baba para que possamos compre-ender melhor o verdadeiro sentido da palavra educação.

Novos rumos Novos rumos para a educaçãopara a educaçãoM DOS MAIORES DESAFIOS DA HUMANIDADE ATUAL É A EDUCAÇÃO. A transição mundial que se faz perceber mais e mais a cada dia — seja ela no aspecto físico planetário, ou seja no aspecto com-portamental das pessoas — e os atuais confl itos de gerações nos fazem perceber o quão caras e ne-cessárias são as mudanças que todos nós, cidadãos

planetários, devemos operar no âmbito da educação. Infelizmente, não há no mundo uma visão unifi cada

acerca da educação; e, principalmente, no Ocidente é comum confundir educação com informação, ao que terminamos por criar métodos de ensino voltados apenas para a acumulação de informações, em geral sem aprofundamento nenhum quanto às suas utilidades no cotidiano de cada cidadão, e desprezamos por completo as questões éticas que embasam a boa formação moral, tão necessária ao processo de civiliza-ção do ser humano que somos ou representamos ser.

A essência perdida da educação nos remete, inevitavel-mente, ao núcleo familiar — que é ou deveria ser o epicentro da moral, a catalisadora dos valores humanitários defendidos pelos grandes mestres e avatares que em todos os tempos vieram semear as leis cósmicas em nosso seio a fi m de ajuda-rem no progresso dessa nossa humanidade.

É, implicitamente, da responsabilidade dos pais buscarem o alinhamento com as leis divinas a fi m de promoverem uma nova ordem no seio familiar, ordem esta que conduza nos-sas crianças e jovens para o centro divino em si mesmos e,

com isso, calcem suas vidas num moral mais elevado, do qual surjam metas e prioridades mais dignas, por serem realmente capazes de transformar o mundo, melhorando-o.

É, implicitamente, também, da responsabilidade dos educadores e governantes de cada núcleo comunitário olha-rem para si mesmos e perceberem que estão, e assim agem, desviados dos valores divinos, e que por isso não conseguem estabelecer com as novas gerações um diálogo ou mesmo um elo de ligação que permita a renovação dos conceitos e mé-todos em educação que promovam algum melhoramento do indivíduo enquanto ser que é.

Inebriados de verdades próprias, equivocadas, e ainda mais distantes da ética que visa ao cumprimento das leis mo-rais ou divinas, representantes de todas as religiões do mundo tomaram para si, ao longo do tempo, a função de educarem o espírito de cada criança ou jovem, mas seus clérigos mais e mais evadem, reconhecendo em seus “tutores morais” a incongruência e a corrupção que, quanto mais avançam as religiões, mais se fazem notórias neste seio.

Os educadores, por sua vez, esquecidos da importante missão que assumem na escolha de sua profi ssão, tratam-na como questão obsoleta diante da necessidade de lutarem por direitos que, diga-se de passagem, há muito perderam, já que também não cumprem dignamente com seu papel.

As escolas transformaram-se em palcos de uma violên-cia crescente cujos docentes, no lugar de refl etirem sobre a questão básica e fundamental da moral aplicada com

“Conquanto persista o estado de demência provocado pela má educação, surge no Oriente, lenta e fi rmemente, uma luz divinal que ilumina os palcos do mundo e deita no berço da cidadania planetária um novo sistema de educação”.

L.R.M.

U

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comciência 44

urante muito tempo existiu o pensamento dominante que afi rmava ser impossível ao cé-rebro adulto de um ser humano criar novos neurônios, sendo, portanto, o processo de en-velhecimento celular que caracteriza a “idade madura” sinônimo de perda de inteligência ou, por outras palavras, a diminuição da capa-

cidade de discernir, pensar etc. A idade adulta traria, inevitavelmente, conforme a

opinião reinante, a incapacidade cerebral de produzir bem, já que não se podia substituir os neurônios que iam “morrendo com o avançar da idade”.

Por volta de 1970, esse tabu começou a “cair por terra”, quando a ciência descobriu que em ratos adul-tos era possível a criação de novas células cerebrais. Assim, a neurogênese foi descoberta e, a partir dos seus postulados e de novas pesquisas, em 1988, ve-rificou-se o mesmo em macacos adultos. Por fim, em 1998, percebeu-se que também nos seres humanos a neurogenese era possível.

No início de 1999, cientistas da Universidade de Princeton, de Nova Jersey, nos Estados Unidos, começa-ram a fornecer os primeiros indícios que comprovam a capacidade do cérebro humano de um adulto em criar novos neurônios através do esforço cerebral e também por meio de exercícios físicos.

Assim, o esforço cerebral só se dá quando ques-tionamos, estudamos, pesquisamos, analisamos cri-teriosamente temas do nosso interesse, porque ape-nas estes nos permitem a devida postura no campo da concentração.

Antes de crer, compreender

Quando não nos esforçamos, através de uma refl exão produtia e persistente, não há atividade cerebral sufi cien-te para que ocorra o processo de neurogenese.

Algumas religiões persistem em exigir dos seus se-guidores a aceitação absoluta quanto às “verdades” que lhes caracterizam o conjunto das suas crenças e impedem qualquer tipo de questionabilidade. Na verdade, muitos hereges perderam a vida por terem questionados certos dogmas. Só é aceitável a crença, a dúvida jamais.

A crença, em si mesma, é uma postura íntima que pode levar a um certo comodismo que, por sua vez, pro-duz a inércia mental, já que o cérebro se esforça pouco na pesquisa de uma nova aprendizagem. Dessa maneira, não há exercício cerebral e, não havendo o esforço da mente, sabe-se hoje que a neurogênese não ocorre.

Pode-se, então, conlcuir que a crença, da forma como é praticada na Terra, não faz bem à inteligência, já que não direciona o cérebro para a criação de novas sinapses – ligações nervosas entre os neurônios – que habilitam cada vez mais a inteligência humana na rota evolutiva.

Se não encararmos a nossa fé de forma racional, corremos o risco de transformar o nosso cérebro num instrumento decadente de percepção do mundo em que vivemos. Não foi por menos que a ccodifi cação espírita chamava a atenção de todos, já no século 19, para o fato de que “antes de crer, era necessário compreender”.

O que pensar a respeito das posturas religiosas que, numa espécie de anacronismo perpétuo, defendem a crença fanática nos dogmas religiosos, impedindo todo e qualquer raciocínio? Será que, à luz do que hoje se conhece, é benéfi co para a nossa inteligência subme-termo-nos a qualquer tipo de credo que nos impõe a estagnação cerebral?

Com a resposta, a inteligência de cada um.Rogério de Almeida Freitas

Ponto de vista

Carlos A. Cruz

D

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comciência 46 comciência 47

“Ou despertamos para os fatos ou seremos por eles despertados. Os primeiros, normalmente tornam-se senhores de seus destinos,enquanto que os outros transformam-se apenas em personagens,muitas vezes atropelados pelos próprios fatos.Os livros têm o condão de nos despertar, antes que o tempo – professor dos entorpecidos – nos ensine, através de lições amargas, o que podíamos ter aprendido.Assim é a escola da vida.”

Jan Val Ellama respeito do livro“Os muitos caminhos da Vida”

Lúcia Roberta:Quem é João Saraiva e o que ele faz?Val Eom: Sou angolano, 45 anos de idade, vivo em Lu-anda, licenciado em engenharia eletrotécnica, casado, pai de 4 fi lhos.

Lúcia Roberta:Como surgiu o nome Val Eom?Val Eom: O nome Val Eom surgiu numa altura em que, sen-do uma fi gura pública, pretendia desenvolver algum trabalho de esclarecimento, e, — pelo menos assim o supus —, para não criar difi culdades desnecessárias ao objetivo que me pro-pusera, ponderei a possibilidade de escrever sob um pseudô-nimo. A eleição caiu sobre o nome cósmico Val Eom. A designação Val é relativa à “família” a que pertenço des-de os tempos remotos de Capela, e Eom é algo próximo do que designamos como nome próprio. Assim, Val Eom é a grafi a possível do nome cósmico de acordo com os sons existentes na língua portuguesa.

Lúcia Roberta: Quando e como você despertou seu interesse pelos assun-tos espirituais? Val Eom: De forma mais séria e sistemática, particular-mente no campo do estudo e da pesquisa, foi desde 1993, embora tenha tido meu primeiro contato com a realidade espiritual em 1976, através de um diálogo mantido com uma entidade incorporada numa médium. Na verdade, já alguns anos antes disso, em 1972, ainda adolescente, tinha tido algum relacionamento com um grupo espiritualista, mas tudo isso era, digamos, de forma esparsa. Desde então fui lendo alguns livros, sem que, contudo, houvesse conti-nuidade ou vinculação a qualquer instituição. Com maior empenho e consciência foi, como já dito, a partir de 1993.

Lúcia Roberta:Fale-nos um pouco de sua trajetória de vida e dos seus in-teresses pessoais.Val Eom: Na juventude a trajetória foi a comum a grande número de angolanos da minha geração. Ainda jovem, e depois do dia 25 de Abril de 1974, data em que o fascismo português foi derrotado, engajei-me no movimento político e na luta que conduziria à independência de Angola em 11 de Novembro de 1975. Estive nas Forças Armadas durante vários anos, como ofi cial, e fui depois concluir o curso de engenharia eletrotéc-nica na Universidade Tecnológica de Dresden, na Alemanha. Fui posteriormente membro do governo durante cerca de sete anos, e continuo hoje tendo relações com o Estado.Para além da atividade profi ssional, o meu tempo é dividido entre a família, as atividades espirituais, a leitura e a pesquisa.

Lúcia Roberta:Com relação às suas atividades espirituais, você pertence a algum grupo de trabalho, ou age individualmente?

Val Eom: Integro a UECA — União Espiritual Cristã de An-gola e mantenho relação muito íntima com o Grupo Atlan do Brasil, além de contatos com vários outros grupos, em diferentes continentes.

Lúcia Roberta: Como surgiu a idéia de escrever o livro e como se deram a escolha das personagens e a forma encontrada para trans-mitir os conceitos espirituais (da codifi cação espírita)?Val Eom: A intenção inicial não era escrever um livro como tal, com edição, capa etc. Mesmo porque considerava que empreitada de tal envergadura estaria muito além das mi-nhas capacidades. Pretendia apenas fazer algo do gênero de uma brochura, para imprimir no computador e fazer cópias para distribuir a algumas pessoas. A linguagem devia ser a mais simples, sem erudição, e tanto quanto possível apresentar os assuntos de forma a que elas pudessem entender sem rejeição, isto é, havendo uma carga preconceituosa muito grande quando se fala em “espíritos”, seja porque isso possa contender ou abalar as convicções teológicas dos integrantes desta ou daquela religião ou igreja, seja porque haja associações indevidas entre realidade espiritual e rituais esdrúxulos que, de uma ou outra forma desembocam em práticas fetichis-tas. Então, um dos objetivos seria esclarecer o máximo, sem deixar despertar a tal rejeição, quase que automática, que afasta as pessoas e acaba difi cultando a aquisição de novos que neste caso até são antigos pontos de vista. Um dos caminhos a seguir seria tentar mostrar que é exatamente na Bíblia, onde se encontram os registros mais antigos dessa realidade espiritual e dos contatos mediúnicos, apresenta-dos sob diferentes designações. Acontece, porém, que ao escrever, fui me apercebendo que o que havia para esclarecer era muito mais do que aquilo que estava feito e, pouco a pouco, a brochura foi crescen-do até chegar a um ponto em que não seria mais possível continuar a ser apenas aquela intenção inicial. Era algo de maior responsabilidade e profundidade. E assim surgiu o li-vro “Os Muitos Caminhos da Vida”. Entretanto, manteve-se a forma de apresentação em diálogo com personagens que de certa forma, se aproximassem da nossa realidade e que, num crescente gradual de aprofundamento, abordassem al-guns aspectos esclarecedores importantes. Por isso, Juliana, é a representação de uma jovem senhora com uma grande carga de preconceitos religiosos e culturais que encontra esclarecimento para as suas dúvidas junto a uma senhora mais experiente e estudiosa.Embora não sendo médium psicógrafo, tenho a certeza de que a autoria intelectual do livro não me pertence, não pretendendo com isso ilibar-me das responsabilidades por eventuais erros ou aproximações menos fi nas que tenha feito. Muitas vezes senti a proximidade de entidades espi-rituais que certamente vinham em meu auxílio. A título de exemplo, é interessante referir que, a essa altura, não conhe-

OÃO SARAIVA, MAIS CONHECIDO ENTRE NÓS POR SEU PSEUDÔNIMO VAL EOM (NOME QUE INDICA SUA PRO-CEDÊNCIA CÓSMICA), é autor do livro Os Muitos Ca-minhos da Vida, recém-impresso no Brasil pela Zian Editora. O livro, escrito de maneira deliciosa e de fácil intelecção, utiliza duas personagens centrais, Juliana — “uma jovem senhora profundamente re-

ligiosa e intimamente relacionada com as tradições culturais, que vive momentos de ansiedade e frustração pela incompreensão das desigualdades da vida, por um lado, e pela impossibilidade de en-contrar uma explicação à luz da religião, por outro” — e N´gana Zefa, uma preta velha que é apresentada à outra, e que vai, ao longo da trama, esclarecendo para a jovem Juliana todos os meca-nismos espirituais pelos quais se sente interessada e para os quais a religião não havia ainda lhe dado esclarecimentos convincentes.

Através da personagem N´gana Zefa, Val Eom deita conhecimentos retirados especialmente da obra de Allan Kardec, mas também de fi lo-sofi as e conhecimentos diversos, citando fontes de pesquisa e trilhando, assim, um caminho bastante ecumênico, favorável à saciedade dos bus-cadores de seu país e de todos aqueles que hoje falam a língua portu-guesa, onde seu livro foi distribuído, incluindo o Brasil. Por este motivo, Val Eom tem sido apontado no meio como “o codifi cador africano”.

Na apresentação, escrita pelo também autor (e amigo pessoal de Val Eom), Jan Val Ellam fala do Espírito como único elo possível entre a eter-nidade e a transitoriedade, um elo que Kardec desvendou através da co-difi cação do Espiritismo e que agora Eom reproduz, de maneira magnífi ca — pela didática literária que adota — para outras dimensões culturais.

VAL EOMA Codifi cação em Berço Afr icano

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VAL EOM

Jan Val Ellam e Val Eom

ONDE ESTAMOS PÁGINA 07

cia nenhuma obra de Ramatis e só por insistência de um amigo brasileiro, depois da edição do livro, me decidi a ler alguns. Fiquei impressionado, verdadeiramente impressio-nado, com a semelhança de algumas passagens, também em perguntas e respostas, alguns exemplos dados e até, em algumas partes, a mesma linguagem usada no livro. Nou-tros autores que também não tinha lido antes, encontrei também muitas semelhanças. Foi para mim um sério moti-vo de refl exão e, de certa forma, a reconfi rmação de que a autoria intelectual do livro me ultrapassava.

Lúcia Roberta: Você pretende continuar seu trabalho literário nesta linha? Quantos livros você já publicou ao todo?Val Eom: Se me for permitido continuar a fazê-lo, fá-lo-ei no sentido de esclarecer, mas a forma literária certamente não permanecerá obrigatoriamente a mesma, dependendo do universo alvo que pretenda alcançar-se. Até este mo-mento apenas um livro está publicado e creio que, com o auxílio do Alto, outro será publicado brevemente, e este sim, na mesma forma e estrutura, cujo título está pensado como “Entre o Cá e o Lá da Vida”.

Lúcia Roberta: Muitas pessoas, hoje em dia, se auto-intitulam “cidadãos do mundo” e enxergam o nosso planeta como uma gran-de pátria, onde todos somos irmãos. Acreditamos que esta idéia faz parte de uma nova consciência, necessária para a evolução do homem e de sua respectiva reintegração cósmica. Você acredita que o mundo de fato está rumando para esta perspectiva, ou esta consciência está restrita a poucos?Val Eom: Dia virá em que essa será a visão geral da humanidade, pois é o caminho previsto e que estamos trilhando, com tropeços, é certo, mas também com êxitos. Muito falta ainda fazer nesse sentido mas, se entendermos que o processo reencarnatório se dá nos mais diferentes locais geográfi cos, nas mais diversas famílias e condições econômicas, sociais, culturais, surgirá, sem qualquer dúvi-da a visão de que ser hoje brasileiro, europeu, asiático, an-golano ou sul-africano ou o que seja, é transitório e vem de acordo com as nossas necessidades de aprendizado. Na verdade, todos nós já fomos cidadãos dos mais dís-pares recônditos e fomos, certamente, também cidadãos de continentes e países que hoje já não existem; teremos falado idiomas dos quais hoje não há sequer registro, e pertencido a etnias e culturas as quais são desconheci-das completamente na atualidade e, portanto, todos os sentimentos de nacionalismo estreito, xenófobos, racistas, ou qualquer que seja a forma de manifestação da di-visão, discriminação e ódio, não têm qualquer senti-do. Além disso, e muito importante, é o fato de que a nossa vivência interfere com a vivência dos demais,

qualquer seja o local onde se encontrem. Respiramos o mesmo ar, porque este não está subordinado às divisões fronteiriças. Bebemos a água que conhece um mesmo ciclo hidrológico, ou seja, as moléculas de água que hoje me servem, podem amanhã estar servindo alguém no Oriente. Os oceanos estão ligados, e recebem as águas dos rios afl uentes, de tal forma que aquela água que o rio Amazonas drenou no oceano, depois de transfor-mada em nuvem por ação do sol, e transportada pelo vento, pode um dia, mais tarde, chover em Angola e fl uir para o rio Kwanza, ou, por que não, depois de diferen-tes estágios, ser algum dia drenada para o oceano, não mais pelo Amazonas ou pelo Kwanza, mas pelo Tejo, pelo Tamisa, pelo Mississipi ou pelo Yan-Tsé. Poderíamos analisar muitíssimos outros aspectos, que chegaríamos também à conclusão de que o ato de viver já traz, em si mesmo, o pressuposto da vivência comum, num mesmo orbe comum. E conseqüentemente, a responsabilidade e o respeito por esse orbe deve também ser comum.Cada vez que poluo aqui em Angola, devo ter consciência que estou poluindo para as gerações futuras que nasçam aqui, mas estou também interferindo com todo o planeta, pois, pelas razões que vimos antes, tudo se interliga, tudo é interdependente. Razão tinha o poeta pensador quan-do dizia que não é possível colher uma fl or sem interferir com uma estrela. Mas, muito para além da interferência que nossos passos e decisões têm sobre o ambiente, so-bre a parte física e material da nossa tridimensionalidade, devemos ter presente que esses passos interferem com as pessoas. Além dos atos cuja repercussão é mais ou menos imediata e visível, há ainda os pensamentos, os desejos, os sentimentos e emoções que se propagam como ondas, irradiando e interagindo com as pessoas, com os demais seres, com a natureza, enfi m, com tudo. Se o fazemos pelo bem, pelo amor, seguramente será uma interação boa. Mas se, ao contrário, forem de ódio, de intolerância, de violência e vingança, de egoísmo, de orgulho etc., as conseqüências não poderão ser boas.Então, quando nos propomos como sendo já “cidadãos do mundo”, estamos a assumir uma grande responsabilidade perante o próximo, perante nós próprios e perante a Obra da Criação do Pai. É muito bom que assim seja, que todos possamos assumir essa postura. Essa consciência será um dia mais generalizada, o que facilitará o processo de Rein-tegração Cósmica, mas se não existir, a Reintegração se dará na mesma, isto é, a volta do Cristo vai ocorrer, como Ele próprio nos prometeu e, se verifi carão “os dias felizes depois da afl ição” segundo Suas palavras, ou, como nos dizem os Espíritos através de Kardec, a Terra passará a ser um mundo de Regeneração e não mais de expiação e pro-vas. É muito importante que essa conscientização se dê, pois isso simplifi cará e, de certa forma, apressará o pro-cesso e, com toda a certeza, é o nosso caminho evolutivo,

que todos nós trilharemos, aqui na Terra ou alhures, em mundos mais adequados às nossas vibrações, se tivermos que conhecer o exílio. Depois dessa visão de “cidadão do mundo”, chegará a certeza de que não somos apenas “cidadãos do mundo”, deste nosso lindo planeta azul, mas sim de todo o Univer-so pois, aceitando que somos eternos, algum dia, dentro de alguns bilhões de anos, o nosso sol já terá deixado de existir como tal, o nosso sistema solar já terá dado lugar a outras estruturas siderais, mas nós, Espíritos Eternos, continuaremos a existir e estaremos, então numa outra morada cósmica adequada à nossa condição existencial evolutiva, ou seja, num outro orbe, como de resto, muitos de nós vieram, exilados, de outros planetas para a Terra, como bem nos diz Allan Kardec, Emmanuel, Jan Val Ellam e tantos mais.

Lúcia Roberta:Partindo-se do pressuposto de que o Brasil seria o berço da “nova civilização”, ou, como dizem, “coração do mundo e pátria do evangelho”, muitos agentes dos trabalhadores da Espiritualidade Maior encontram-se, hoje, encarnados no Brasil. No entanto, parece-nos evidente que o Brasil não de-senvolveu condições sócio-político-econômicas para sediar a população e o trabalho do terceiro milênio. A África, por sua vez, desponta no céu e cresce em luz a cada dia. Qual o fator decisivo que impele um país para a evolução espiritual conjunta e como está o panorama mundial, do ponto de vista espiritual, nesses nossos tempos?Val Eom: Nas duas vertentes que abordou, Brasil e África, quer parecer que uma não exclui a outra. Os planetas, os continentes, os países, as sociedades etc., desenvolvem-se com o suporte dado pelas pessoas, pelos respectivos cida-dãos e humanidades, e estas são Espíritos, somos nós, dos quais uns poucos estão encarnados com missão, mas a grande maioria, na qual me incluo, com uma grande carga cármica negativa para positivar. Suponho que seja do “inves-timento” feito ao longo de muito tempo pela Espiritualida-de Maior, do empenho dos encarnados no seu crescimento moral e espiritual a par do trabalho feito na melhoria das condições sociais, econômicas, culturais etc., que um país caminha para a evolução.O esforço feito pela Espiritualidade Maior no Brasil é notório, mas notório é também o investimento aí feito pelas Trevas. Podemos encontrar no Brasil Espíritos de grande luminosi-dade que estão encarnados, como podemos também ver o outro extremo. Assim, o Brasil é um país de contrastes, onde despontam aspectos de grande espiritualização, seja na moral, nas artes, na cultura, mesmo na ciência, a par da exploração quase escrava nas minas, no crescimento signi-fi cativo de favelas, na exploração de crianças etc. Podemos mencionar, como exemplo, entre muitos outros, Bezerra de Menezes, Chico Xavier, Divaldo Franco, Jan Val Ellam, como

expoente moral, e mencionar também que o Brasil é o país do mundo onde o culto ao nu, à sensualidade, são maiores e se confundem numa desinibição irreverente com a música, com a dança, com o carnaval. É no Brasil onde podemos encontrar gestos de solidariedade humana que são exem-plo para todo o planeta, como é o caso da ação de cidada-nia iniciada pelo sociólogo Betinho, ou como a Mansão do Caminho de Divaldo em Salvador, como podemos também encontrar o narcotráfi co organizado que se estabelece e, em alguns casos, se impõe como um poder paralelo ao estado, ou a prostituição infantil, ou o turismo sexual etc.É certo que vários Espíritos cujo arcabouço espiritual incluía experiências de liderança, encarnaram no Brasil para “aju-dar” o País a um maior crescimento e, por diferentes moti-vos, não conseguiram tal intento. Mas, de uma forma ou de outra, o Brasil está entre as 10 economias do mundo. Apesar de todo o investimento das Trevas, que se manifesta nesses contrastes gritantes, é também do Brasil que nos chegam milhares de obras escritas por Espíritos, foi e continua a ser no Brasil onde o Es-piritismo se reforçou e permitiu que fosse, pouco a pouco, vencendo as difi culdades de percurso e chegasse, ainda que por vezes de forma tímida, mas chegasse, a muitos países do mundo. Por esse motivo, penso que muito tem sido dado pelo Bra-sil, e muito ainda vai ser dado.A Ásia teve já um papel muito importante na história planetária, a que se seguiu a Europa, depois a América do Norte e ago-ra e nas próximas décadas, será o Brasil e, no fi nal deste e no próximo século, creio que chegará a vez da África desempenhar esse papel importante, também. Tudo isso obedece à planifi cação do Alto mas, enquanto os habitantes do plane-ta estiverem embuídos de sentimentos menores, agirão de forma a contrariar o progresso global e a evolução moral, servindo de instrumentos às intenções negativas das Trevas, através de obsessões, de induções ao mal, ao ódio, à violên-cia, à guerra etc. Com freqüência, o que é planifi cado pela Espiritualidade Superior não chega a ser executado ou o é de forma de-formada ou incipiente. E isso porque quem executa somos nós, seres ainda imperfeitos. Poderíamos recordar o esforço do Alto e de milhares de Espíritos na antiga Grécia, ou em Roma, ou na França no século 19 e ver que várias vezes os objetivos principais não foram alcançados. Concluindo, diria que o Brasil teve e terá ainda muito tempo o papel que foi possível, em razão de uma multiplicidade de fatores de difí-cil contorno, da mesma forma que a África jogará também um papel maior ou menor, em função da qualidade e do

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VAL EOM

Jan Val EllamRogério de Almeida Freitas nasceu na cidade de Natal, Rio Grande do Norte, em 22 de abril de 1959. Executivo de sucesso, é formado em Administração de Empresas e professor de Inglês. Por volta dos seus 19 anos fatos incomuns começaram a ocorrer ao seu redor chamando a sua atenção para os aspectos espirituais da vida. Nessa época, era comum o contato de pessoas desconhecidas lhe abordarem trazendo mensagens da Espiritualidade, lembrando-lhe sempre de um “compromisso espiritual assumido antes de nascer”.Em 1986 despertou para a percepção de realidades mais sutis. Temeroso, relutou por iniciar a convivência mediúnica com os espíritos e com os seres que se apresentavam ao lado dos mentores espirituais como sendo de outros orbes.Após alguns anos de hesitação, convenceu-se da seriedade dos trabalhos ao perceber as atuações desses seres e espíritos junto aos necessitados desvalidos.Colocou-se por fi m à disposição dos amigos espirituais e cósmicos através da escrita, iniciando a redação de 37 livros simultaneamente, adotando então o pseudônimo de Jan Val Ellam.Começou assim sua tarefa esclarecedora, dispondo hoje de um grande volume de obras prontas e em andamento, algumas já editadas, outras apenas aguardando autorização dos mentores para serem apresentadas ao público.

empenho das pessoas e das circunstâncias e, na medida em que consiga eliminar o subdesenvolvimento, a pobreza, as divisões etc. Para os que agora são africanos e para os que o serão no futuro, não se apresenta como sendo uma tare-fa fácil. Por isso, deixe-me manifestar o meu agradecimento ao Brasil e a todos os irmãos espirituais que, encarnados ou livres da vestimenta carnal, deram e dão o seu melhor para realizarem o que foi e é possível realizar. Bem hajam.

Lúcia Roberta:Que obras devem ser realizadas por nós, a fi m de estreitar-mos nossos laços cósmico-fraternos?Val Eom: Os laços de fraternidade são resultado da ação amorosa e solidária, que se estabeleça entre as criaturas, os indivíduos, o que parece sugerir que as obras que possam realizar-se que tenham que ver com o próximo, são refl exo do que somos no íntimo, e aí, no nosso íntimo, podemos encontrar muito o que fazer. Ao ego exacerbado, cuja exte-riorização é o orgulho, a vaidade, a presunção, a intolerância, a arrogância, devemos contrapor o esforço de caminharmos em direção à humildade, simplicidade e trato suave e bene-volente com o próximo. Ao ódio, rancor, vingança, devemos opor o propósito do amor, da compreensão e do perdão. O egoísmo deve ser sucedido pelo altruísmo, da mesma forma que a indiferença pelo sofrimento ou pelas necessidades do próximo deve dar lugar à caridade, à solidariedade e ao au-xílio fraterno etc. A isto poderíamos genericamente designar Renovação Interior, o que parece ser a primeira grande obra a operarmos dentro de nós e, que por sua vez, se refl etirá em múltiplas obras que intercedem com os demais cidadãos planetários. Na decorrência dessa mudança de postura, as guerras cessarão, as leis econômicas serão reescritas sobre a base do amor ao próximo, a exploração desenfreada de pes-soas e de recursos naturais será substituída por formas de relacionamento adequadas e respeitadoras, a cultura, a arte, a educação, o desporto, se aproximarão das necessidades espirituais dos cidadãos, enfi m, as sociedades encontrarão o caminho para a felicidade e o bem-estar. Para que essa primeira obra seja possível, é necessário o surgimento da consciência nova, o surgimento do homem novo, e aí a importância a dar à preparação das novas gerações.A segunda obra seria o desenvolvimento da Consciência Planetária (ou consciência da cidadania planetária) de que já falamos um pouco, e depois a Consciência Cósmica (ou consciência da cidadania sideral, cósmica e universal).Com o esforço na consecução desses três aspectos, cer-tamente se estreitarão os laços entre todos os cidadãos de uma cidade, de um país, de um planeta, de todos os planetas, do cosmo.

Lúcia Roberta:É provável que a educação infantil e das populações como um todo seja o principal caminho a ser observado pelos

trabalhadores sintonizados com o propósito da reintegração cósmica. Em sendo assim, que bases educacionais deveriam ser adotadas pelos governos do mundo?Val Eom: A educação das novas gerações é matéria impor-tantíssima, posto que, independentemente do naipe vibratório a que pertença qualquer Espírito que encarne, faz-se necessário o seu despertamento ou mesmo o seu crescimento e, isso é, em grande medida, fortemente relacionado com o ambiente que encontre e em que desenvolva a sua personalidade. Dizendo de outra forma, as condições existentes à altura do nascimento de alguém, o envolvente, mais ou menos amoroso, em que seja criado e educado, não resolvem por si só, como num passe de mágica, a questão da evolução e melhoria espi-ritual, visto que essa evolução é individual e intransferível, a ser conseguida pelo esforço de cada um. Nós somos hoje o resultado do nosso pretérito, que pode ter sido melhor ou pior, mas nenhum Espírito é criado tipicamen-te “mau” e os nossos desvarios e erros são conseqüência da nossa ignorância dos valores morais. Quem ainda é tendente ao mal, não o é porque sua essência seja intrinsecamente mal-dosa, mas antes porque é desconhecedor das verdades eternas do “amai-vos uns aos outros”. É uma questão de ignorância. Mas se isso é verdadeiro, tam-bém é verdade que nós respondemos a estímulos e, se esses estímulos forem no sentido do bem, do respeito, da autocon-fi ança, da fraternidade, se tornará mais fácil essa melhoria, esse conhecimento da rota do amor que nos conduzirá a Deus. Daí ser tão importante, mesmo determinante, a educação em no-vos moldes, que nos aproximem do amor pelas criaturas, por nós próprios, pela natureza, enfi m, pela Obra da Criação.

Lúcia Roberta:Sathya Sai Baba, provavelmente a entidade encarnada de maior grandeza espiritual de nossos dias, defende a edu-cação como um caminho imprescindível. Você acompanha este trabalho? Nós, mundialmente falando, poderíamos absorver este tra-balho com sucesso em nossos moldes governamentais?Val Eom: Sathya Sai Baba, segundo penso saber, é dos Espíritos de maior luminosidade e beleza espiritual encar-nados entre nós. É um trabalho maravilhoso o que Sai Baba está fazendo e certamente a preocupação com a educação em moldes novos deva fi car a dever-se ao seu esforço na formação da consciên-cia nova, do homem novo. Creio que, em alguns países, as escolas, colégios e faculdades criadas sob a égide de Sai Baba, têm seus programas reconhe-cidos pelos respectivos estados, o que parece ser demonstração de que seria possível a adoção em moldes semelhantes em países do Ocidente. A questão fundamental é se os governos estão informados dos êxitos conseguidos e se realmente fi cariam interessados em aplicar tais conceitos novos. Questão de vontade e bom senso.

Caso essa vontade e determinação prevaleçam, o resultado só poderá ser bom, para todos. O que conduz à formação adequada da personalidade a par da aquisição dos conhecimentos acadêmicos e científi cos tem que dar bons resultados, porque aumenta consideravelmente a probabilidade de que a humanidade melhore, já que as in-dividualidades que compõe essa mesma humanidade encon-tram, desde a mais tenra idade, estímulos apropriados ao seu crescimento moral.

Lúcia Roberta:Há algum plano da Espiritualidade Maior para reformar as conjunturas políticas no mundo? Como devemos nos posicio-nar politicamente?Val Eom: Não sou a pessoa indicada para dizer quais os pla-nos da Espiritualidade Maior, pois a minha pequenez moral não me dá acesso a tal ventura. Mas, se sabemos, através do que tem sido escrito por deze-nas de autores espirituais, que a espiritualidade maior sem-pre dedica seus esforços à melhoria da humanidade, então podemos deduzir que agora, que Os Tempos São Chegados, o esforço da Espiritualidade tenha redobrado no sentido de uma maior e célere preparação para a chegada do Mestre, que iniciará a Reintegração Cósmica ou, se quisermos, dará início ao Mundo de Regeneração. Entretanto, não creio que seja de esperar uma reforma brusca, pois tudo o que dimana do Mestre Jesus é suave e amoroso. Como pessoas do mundo temos obrigações do mundo, mas não devemos perder de vista as necessidades morais a que o Mestre Jesus se referia dizendo “a César o que é de César e a Deus o que é de Deus”. Se tivermos presente isso e a percepção dos passos a que nos referimos já, reforma íntima, consciência planetária, consciên-cia cósmica, teremos indicadores que nos aconselharão qual o melhor posicionamento político em cada caso, pois o que seja agora adequado em Angola pode não o ser no Brasil, ou na Grã-Bretanha, ou onde for.

Lúcia Roberta:Qual é sua posição frente ao trabalho de conscientização no mundo?Val Eom: Contribuir com a minha parte que, sendo modesta, pretendo seja de coração, no que o Alto houver por bem con-ceder-me, na divulgação através de livros e palestras, além do esforço permanente na renovação íntima.

Lúcia Roberta: Como você conheceu Jan Val Ellam e qual a relação existente entre vocês dois, já que ambos adotam o nome Val?Val Eom: Como escritor, conheci-o através do primeiro livro que escreveu, o Reintegração Cósmica e, pouco depois, conhe-ci-o pessoalmente em Natal, no Rio Grande do Norte e hoje tenho a honra e o prazer de ser distinguido com a sua amizade

fraterna. Como o nome Val deixa entender, pertencemos ao mesmo grupo familiar de Espíritos exilados.

Lúcia Roberta: Você realiza algum tipo de parceria com o Brasil ou outros países? Val Eom: Parceria no sentido de compromisso escrito ou de protocolo assinado, não existe com nenhuma instituição em qualquer país, mas existe sim o esforço na divulgação e preparação dos eventos que brevemente sucederão, por-que os Tempos São Chegados. Nesse sentido, temos uma cooperação grande com a Sociedade Benefi cente Atlan, com outros grupos em Portugal e, mais recentemente, com a Zian Editora que publica os livros de Jan Val Ellam e tam-bém os de minha autoria, no Brasil.

Lúcia Roberta:Qual é sua palavra para o mundo?Val Eom: Quem sou eu para dar palavra para o mundo, a não ser recordar o que o Mestre nos disse há 2 mil anos, “Amai-vos uns aos outros” e, mais recentemente, como Espírito de Verdade no século 19, “amai-vos e instruí-vos”.

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STAVA NO AEROPORTO DO RIO DE JANEIRO, A AGUARDAR UM VÔO. Na época ainda fumava e um senhor a meu lado disse: ‘Meu fi lho, me desculpe, mas não faça isso’. Pensei que estava a fumar num local proibido e apaguei o cigarro. Ele respondeu: ‘Não é isso. Você acredita em es-píritos?’ O dito senhor continuou: ‘Os espíritos

dizem que você está atrasado em sua missão, que está a ser orgulhoso, porque não quer envolver-se’.

Noutra ocasião, no enterro de um tio, encontrou-se com uma amiga da prima, que tinha vindo para as-sistir às cerimônias fúnebres. Já em casa, essa amiga perguntou-lhe se lhe podia transmitir uma mensagem dos espíritos. Rogério consentiu. “Ela sentou-se, pe-gou um caderno e escreveu 13 páginas.” O conteúdo da mensagem ia, mais uma vez, ao encontro da men-sagem anterior: “Eu estava atrasado com a missão que teria no mundo”.

Esses sinais foram antecedidos por uma estréia, quando tinha 18 anos. O palco foi a cidade de Niterói. Depois de combinar com um amigo montar uma pet shop, Rogério hospedou-se em casa dos tios, que por coincidência tinham nas imediações uma loja de peixes de aquário. Em busca de informações técnicas, dirigiu-se até lá. Quando o dono da loja o viu, encarou-o um “bom tempo”. Perguntou-lhe o nome e, perante a resposta, fi cou branco como cal, pegou um papel e começou a escrever. Colocou o seu nome e fez uma série de contas.

Rogério de Almeida Freitasconta seu percurso como escritor espiritualista

Formado em Administração de Empresas, Rogério de Almeida Freitas confrontou-se com uma série de acontecimentos aparentemente estranhos: pessoas desconhecidas que o abordavam e o questionavam sobre se acreditava em espíritos ou em “seres de fora”. Nascido em Natal, este homem dos números deu uma reviravolta em sua vida aos 27 anos, quando, depois de muito ceticismo, deixou que os espíritos entrassem em seu mundo.

Texto extraido da revista portuguesa O Quê? & Classicos e Modernos, edição n° 65 de julho/agosto de 2003, escrito pela jornalista Maria Sousa Veloso e fotos de Micaela Neto.

Acabou por dizer que ele “era aquele de quem estavam à espera”. A pessoa em questão pertencia a um grupo de espiritualistas que tinham recebido a notícia de que al-guém viria iniciar a terceira onda de formação planetária.

Desde esse período até por volta dos 27 anos, Ro-gério confessa que ocorreram muitas outras situações desse tipo, cada uma mais doida que a outra. “Via aquilo e fi cava no meu canto, não contava a ninguém. Nessa altura, parece que se ligou uma tecla no meu cérebro, pensei que ia enlouquecer.”

Gerente da maior Caixa Econômica do Rio Grande do Norte, Rogério recorda que qualquer assinatura sua “eram milhões para cá e milhões para lá e por isso pre-cisava ter cabeça. Ia atendendo os clientes e via os es-píritos ao lado deles, ou seres que se diziam diferentes dos espíritos, os E.Ts. (extraterrestres) que estacionam as suas naves por esse projeto, como se os espíritos, como se de espíritos se tratasse”.

Com a continuidade dos fatos e juntamente com os livros que veio a publicar, acabou por dar início ao cami-nho entre o espiritualizado e a ovnilogia, confessando que “no princípio apanhava dos dois lados”.

Numa lição de espiritualidade, explica que os espíri-tos são semelhantes a nós, almas de quem morreu, en-quanto os E.Ts. podem adquirir a forma humana, sendo ambos entidades do bem. De 1986 até o princípio da década de 90, fi cou quatro anos convivendo e observan-do esses espíritos.

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Nessa época, decidiu assistir a uma sessão espírita, e quando o espírito incorporou no médium, disse que queria falar apenas com um dos presentes. Mais uma vez Rogério foi confrontado com um médium, que lhe disse que “iam liberar os centros memoriais da sua alma” e, a partir daí, começaria a ter percepções de outras vidas.

“A primeira vida que abriu foi da época em que fui soldado romano e crucifi quei Jesus.” Segundo o espiritu-alista, o pelotão de que fazia parte teve o azar de ter que cumprir o seu dever naquele dia. “Era ofi cial do dia quan-do recebi Jesus já com os espinhos, depois de açoitado. Cabia-me levar os prisioneiros para os crucifi car. A mãe pediu para vê-lo. Antes de a mãe o ver, entrei lá, ele le-vantou o rosto. Nunca vi tanta ternura num olhar. Aquilo desconcentrou-me totalmente. Deixei de ser observador e passei a ser observado.”

Quando eles abriram os centos de memória, a sen-sação de desespero começou a dominá-lo: “aí eles disse-ram: Quem está a pedir para você fazer esse trabalho é esse Cristo que você crucifi cou”.

Num tempo em que o Brasil vivia uma infl ação grande, “havia uma senhora chata, que chegava à Caixa Econômi-ca e, depois de ver o saldo, vinha ter comigo e dizia que estava errado”. Um dia, quando ela veio com a cantilena do costume que o gerente ouvia mais por dever de ofício, algo de extraordinário aconteceu. “Vi dois entes espiritu-ais ao seu lado e um deles disse-me: ‘Sopre!’ E enquanto falava com a mulher ia soprando. Umas mãos pegaram no ar, transformando-o numa massa branca, e vi as mes-mas mãos baterem nas costas dela.” Na hora em que a mão espiritual bateu nas suas costas, ela, muito excitada, reclamava do governador, da Caixa e de tudo. Parou e dis-se: “Dr. Rogério, alguém bateu em mim?” O espiritualista respondeu que não. No dia seguinte, quando chegou ao banco à hora do costume, antes de ver o seu saldo, essa senhora olhou-o nos olhos e disse: “Hoje não vou reclamar do saldo. Sofro de uma doença há anos, tomo uma data de remédios, fui operada à coluna e também não resultou, e alguém me bateu aqui, ontem, e fi quei boa. Pela primeira vez, dormi sem dor”. A rir, Rogério brinca que os espíritos usaram a cliente mais chata do banco para lhe demonstra-rem que eram do bem.

Segundo o protagonista desta história pouco co-mum, durante esses quatro anos, os espíritos suporta-ram carinhosamente as criancices. “Tive muita difi culda-de em aceitar, não queria conversa, mas sim cuidar da minha vida. Inutilmente, pensava que se me envolvesse com eles, acabaria estragando o meu projeto de vida.”

Ceticismo que, curiosamente, conserva até hoje, depois de já ter escrito 37 livros como psicógrafo.

Em 1990, estava em Brasília e foi escolhido para fazer um discurso diante de outros membros da Caixa. “No momento em que ia falar, eles dominaram-me, e vi-me sair do corpo, depois ouvi os aplausos e quando voltei a mim, completamente desesperado, sem controle da situação. Eles disseram-me que tinham feito aquilo para que aprendesse a confi ar neles.”

À noite, no hotel, foi a vez de Rogério convocar a reunião, em que lhes perguntou: “Que diabo é que eu tenho de fazer?” Um deles disse que deveria escrever. Rogério lembra que deu umas boas gargalhadas, por-que nunca havia escrito coisa alguma, exceto a reda-ção do vestibular.

De volta a Natal, uma das fi lhas pediu-lhe para comprar cadernos. Quando chegou à loja, viu o letrei-ro que dizia: “Compre cadernos muito baratos e ajude uma creche”. Rogério comprou-os, mas depois esque-ceu-se deles numa estante. Dois ou três meses depois, chegou à casa e a sua sala estava cheia de espíritos, perguntou, por curiosidade intelectual: “O que é que vocês querem?” Eles disseram: “Pegue os cadernos!” Quando o viram com um caderno na mão, disseram: “Pegue todos os cadernos!” Rogério levou todos os ca-dernos e os espíritos pediram-lhe para numerar não só os cadernos, como todas as páginas de cada um. Passou quatro madrugadas a fazê-lo, e, a essa altura, os espí-ritos disseram-lhe: “Vá para o caderno 17 e escreva a partir da página 180”. No princípio, teve difi culdades enormes em perceber a razão pela qual escrevia a meio de um caderno cujas páginas anteriores estavam todas em branco. Depois de um ano já tinha mais de 100 ca-dernos escritos. Em 1995, começou a ter consciência da dimensão daquilo que estava a fazer.

Com 11 livros publicados no Brasil, sob o pseudô-nimo de Jan Val Ellam e 1 com seu próprio nome, em parceria com o renomado astrônomo José Renan de Medeiros, Rogério Freitas lançou o livro Reintegração Cósmica, em Portugal, e também sua versão em inglês, Cosmic Reintegration, na Inglaterra.

Apesar do sucesso como psicógrafo, o espiritualista termina a nossa conversa garantindo:

”Lido com fatos. Não acredito em espíritos, vejo-os. Não tenho religião e, apesar da formação católica, não sou vinculado a nenhuma. Convivo com todos esses se-res, não sei escrever nada e estou a escrever mais de 400 livros”.

”Lido com fatos. Não acredito em espíritos, vejo-os.”

O UNIVERSO DE VERDADE que pouco a pouco se desvenda através dos esforços constantes de J.V. Ellam faz reluzir as pérolas de conhecimento ofertadas pela Espiritua-lidade e pelos companheiros cósmicos que amorosamente se dispuseram a trabalhar, sob os auspícios do Mestre Jesus, pela evo-lução da humanidade terrena.

Estamos no alvorecer de um novo tem-po, no qual de maneira surpreendentemen-te inédita, um ser encarnado se une a um Espírito e a um Ser Cósmico — ou anjo, se preferirem — para trazer revelações muito pertinentes ao nosso momento terrestre, quando o apocalipse se cumpre nos fatos do mundo e aguardamos ansiosamente pela volta do Mestre Jesus.

Os esclarecimentos aqui constantes são como que cartilha pela qual devemos base-ar nossas reflexões e nossos estudos acerca da origem do homem, das condições atuais da humanidade terrena e do que se pode ser feito para um porvir mais equilibrado, dentro do que de certo virá, a partir do re-torno luminoso do Mestre.

Algumas das revelações trazidas pelo “anjo” Ava Fa Yel ou Rafael — como é co-nhecido entre nós — poderão abalar nos-sas almas rebeladas, e provavelmente têm o propósito de assim o fazerem para que comecemos agora mesmo a compreender o verdadeiro sentido da reforma íntima, proposta ofertada pelo Mais Alto há quase dois séculos, desde a codificação espírita.

Religiosos de todos os tempos marcaram no Ocidente o estigma do sofrimento e da pu-nição nos lugares da felicidade do servir e da remissão para a regeneração de grave doença que nos acometeu e que nos conduziu pouco a pouco para o estágio deplorável em que nos encontramos hoje. No entanto, através das pa-lavras desses três servidores (Aya Fa Yel, Ga-maliel e Jan Val Ellam) escolhidos pelo nosso Mestre para realizar esta obra de revelação,

podemos acalmar nossos espíritos diante da verdade incontestável a que estivemos fugindo durante toda nossa existência terrena.

Os tempos são chegados, está posto. Havemos, pois, de compreender, finalmente, o porquê de estarmos nas condições em que estamos e qual o pano de fundo de tudo o que vivemos neste orbe já muito deteriora-do pela iniqüidade humana.

A Sétima Trombeta do Apocalipse, quando descrita por João, esconde sua ver-dadeira face atrás das figuras metafóricas utilizadas pela sua capacidade de comuni-cação da época e transparece os cuidados que João Evangelista tomou para não ousar mais do que sua consciência lhe impunha.

Outrossim, a Sétima Trombeta do Apo-calipse, como nos apresenta o irmão Ellam, é o retrato nu dos acontecimentos descri-tos e estão expostos dentro de uma lógica irrefutável, muito embora saibamos desde já quão polêmicas e bombásticas as notí-cias ali contidas serão, especialmente para aqueles que ainda carregam a marca da re-beldia em seus corações.

Já se sabia que no fi nal dos tempos tudo o que estivera oculto viria a ser revelado. É nisso que trabalha Jan Val Ellam e a equipe cósmico-espiritual que o assessora: revelações. Assim, apenas deitar nossos olhos sobre sua obra não nos bastará para o despertar necessário de nos-sas consciências. É preciso que tomemos suas palavras, particularmente as que se seguirão neste livro, como base para um estudo apro-fundado de nós mesmos e o conseqüente me-lhoramento de nossos espíritos. Afi nal, no rol das coisas ocultas que se revelam em nossos tempos estão, também, as marcas das feridas abertas em nossos espíritos pelos milênios ter-restres de erros continuados.

O que mais nos cabe observar neste ins-tante e após a leitura desta importante obra é que nós somos os trabalhadores da últi-ma hora apontados na parábola de Jesus e

nossa grande obra é o trabalho pela cidada-nia planetária, uma obra que se inicia e se ergue dentro de nós mesmos, semeando a ternura e o amor em nossos corações e dei-xando-os revelar em nossas obras pessoais.

Portanto, deixemos de lado o apego à terrível doença que nos extirpou a simpli-cidade de alma e nos fez dependentes do auxílio externo. Abracemos as boas novas e despertemos nossos espíritos para, enfim, podermos usufruir a ajuda que nos chega de outros orbes para voltarmos ao trilho da existência cósmica.

Nesses tempos chegados, o mundo se prepara para a reintegração cósmica. Equipes e mais equipes de naves extraterrestres se posicionam nos céus da Terra para assistirem ao grande espetáculo, o momento em que o Cristo e seu séqüito de anjos virão anunciar a reintegração cósmica do planeta. A convi-vência com nossos amorosos irmãos cósmicos será cada vez mais real, a partir de então. Diante de tal circunstância, que postura de-vemos tomar?

É da consciência de cada um como vai pensar, sentir e agir de agora em diante, frente às revelações deste livro.

IMPRESSÕES SOBRE O LIVROA SÉTIMA TROMBETA DO APOCALIPSE:A VOLTA DE JESUS

Livro: A Sétima Trombeta do Apocalipse: a volta de JesusAutor: Jan Val EllamISBN: 85-88584-15-8FORMATO: 14 X 21cm, 272 páginasLANÇAMENTO: agosto/05 Preço: R$32,00Sinopse: Aya Fa Yel (o anjo Rafael, assessor cósmico de Jesus), Gamaliel (um dos membros do Sinédrio de Jerusalém ao tempo de João, o Evangelista) e Jan Val Ellam traçam, sob a ótica atual, um panorama inédito acerca do Apocalipse de João.

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L.R.M.

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EXISTEM LIVROS QUE JÁ NASCEM COM UMA ESTRELA-GUIA, MOSTRANDO UM CA-MINHO DE LUZ QUE BRILHARÁ NO PORVIR DE SUA MATURIDADE. Os Muitos Caminhos da Vida é um destes livros, cujo futuro está marcado pelo brilho de Juliana, uma jovem se-nhora que, do âmago de sua simplicidade, sai à busca dos muitos porquês que povoam a alma e a mente de todos nós.

Através de um compêndio sabiamente ex-plorado de diversas raízes fi losófi cas e doutri-nárias, o autor coloca à disposição de Juliana — e, por conseguinte, do leitor da obra — os conceitos de vida e existência mais profundos, ofertados pelas mais diversas vertentes reli-giosas que o mundo pode conhecer.

O jeito simples e natural com que o autor trata o encontro de Juliana com as pérolas de sabedoria cósmico-espiritual ofertadas na Bí-blia, no Alcorão, na Doutrina Espírita de Kardec e nos textos de grandes sábios que passaram pelo mundo acendendo luzes permite um aprendizado fecundo e aprofundado, de cará-ter universalista, que o tempo saberá revelar, ressaltando a imensa importância desta obra.

Por assumir a grandeza de um trata-do, Os Muitos Caminhos da Vida poderá se tornar, com o tempo, um valioso e ini-gualável volume de estudos e pesquisas, a merecer lugar cativo na cabeceira de cada um que busque melhoramento íntimo e conhecimento das Leis da Vida.

Há uma nova forma se delineando nos céus da África, algo que nos remete à consciência da gratidão que devemos ter pela terra-mãe da nossa humanidade e da responsabilidade que compartilhamos com cada cidadão do mundo para com a evolução da espécie.

Quando João Saraiva, sob o pseudôni-mo de Val Eom, seu nome cósmico, decide dedicar seu tempo para a confecção de um livro como este, colabora enormemente

com o evoluir do planeta, pois a luz que da sua obra emana refl ete o próprio compro-misso de sua alma com o bem geral.

Tornar-se um foco de luz no seio de uma sociedade ainda primitiva sob o ponto de vista da prática religiosa é feito meritório que requer toda nossa atenção e apoio. Val Eom exerce em seu meio a verdadeira al-quimia, já que transforma a rudeza daquela cultura religiosa em ponte luminosa para o esclarecimento espiritual. E faz isso de for-ma suave, sutil e harmônica, que ao mesmo tempo instrui e toca com delicadeza as al-mas mais sensíveis e despreparadas.

Juliana toma forma e vontade próprias à medida que viramos as páginas e vamos nos envolvendo com sua trama. É quase impossível não vê-la em nosso imaginário, cheia de trejeitos e sutilezas, galgando os patamares da descoberta que percorre.

Assim são os personagens deste livros, cheios de vontade e vida próprias, com personalidades que escapam do autor e assumem o jeito de cada um, como somos, como buscamos, como nos colocamos pe-rante a vida.

Sua busca é nossa busca, e a verdade está implícita na simplicidade do conhecer pelo perguntar, muitas vezes ressabiado e cheio de dúvidas.

E é assim, sem vergonha, culpa ou hesi-tação, que as questões há muito formuladas por nossas mentes vão naturalmente brotan-do do coração de Juliana e se enveredando por entre as tramas do seu cotidiano para traçar formas e cores, na urdidura do conhe-cimento, muito mais fi rmes e expressivas do que qualquer outro estudo que já se tenha ofertado ao mundo, dentro do ambiente das religiões comparadas.

Ao tratar de assuntos como a natureza do espírito, formas e expressões da mediu-nidade, chakras, dèjá vu, clonagem, Lúci-

IMPRESSÕES SOBRE O LIVRO OS MUITOS CAMINHOS DA VIDA

Os muitos Caminhos da Vida ISBN: 85-88584-14-X Tamanho: 14 X 21cm 528 pgs. R$44,00

L.R.M.

fer, seres extraterrestres, xinguilamento e muitos outros, o autor vai, pouco a pouco, descortinando o véu da ignorância curiosa de Juliana — e também a nossa própria — para nos ofertar, em seguida, um pa-norama lúcido e universalista das diversas vertentes filosóficas e culturais que têm ou assumiram caráter religioso. E é isso que derruba os preconceitos que costumamos ter para com quem pensa, crê ou se filia a religiões, diferentemente do que pen-samos e cremos ou da nossa religião do coração.

A proposta implícita do livro Os Muitos Caminhos da Vida é a de um verdadeiro con-vite à busca pelo esclarecimento através de uma postura aberta, moderna e fl exível, que deveríamos e devemos mos ter a fi m de faci-litarmos o processo de assimilação da alma rumo à evolução do espírito.

No meu entender, Val Eom preparou um canteiro para os nossos corações e nele há de desabrochar a flor do conhe-cimento que ele propaga... Uma flor com perfume de Juliana.

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Propague esta idéia, em especial para as novas gerações. Sonhe e trabalhe por um mundo melhor.

E saiba que muitos estão fazendo exatamente o mesmo. Esta é uma mensagem de fé e de esperança na vida e na nossa capacidade de

dignifi cá-la cada vez mais.

FILIESE ESPIRITUALMENTE A ESTA IDÉIA!

PROJETO ORBUM

Se você concorda com os princípios e objetivos da cidadania planetária, junte-se a nós em

pensamento, intenção e atitudes. Assuma consigo mesmo o compromisso maior de construir na

Terra esta utopia, que foi e é o objetivo de muitos que aqui vieram ensinar as noções do exercício pleno da cidadania cósmica,

testemunhando o amor como postura básica e essencial na convivência entre os seres.

Cidadania planetária

Jan Val Ellam

“DECLARAÇÃO DOS PRINCÍPIOS DA CIDADANIA PLANETÁRIA”

Princípios:

Exerça plenamente a sua nacionalidade, mas não se esqueça: somos todos cidadãos planetários. Por conseguinte, formamos uma só família ante o cosmos. É bom recordar que, para quem nos vê de fora, nada mais somos do que uma família vivendo em um berço planetário.

Se somos uma família, torna-se inconcebível a fal-ta de indignação diante do estado de miséria – tanto material quanto espiritual – em que vive a grande parcela dos irmãos e irmãs planetários.

Existe uma força política na sociedade que, quando estrategicamente direcionada, exerce em toda sua ple-nitude o direito e o dever de cobrar das forças estabe-lecidas o honroso cumprimento dos direitos humanos. Essa “força íntima” é pacífi ca porém ativa; suave na tolerância, jamais violenta, mas perene na exigência contínua de se construir a paz, a concórdia e a inadiá-vel consciência quanto à necessidade de se melhorar as condições do nível de vida na Terra. Exercer essa força no cotidiano das nossas vidas, agindo localmente com a atenção voltada para o aspecto maior planetá-rio, é dever de cada um e de todos.

Respeitar as forças políticas estabelecidas, os go-vernos regionais e nacionais; valorizar as organiza-ções representativas de caráter mundial – imprescin-díveis para a evolução terrestre – mas, acima de tudo, pregar a necessária consciência da unidade planetá-ria perante o cosmo.

Na verdade, somos todos cidadãos cósmicos no exercício eventual de uma cidadania planetária, como de resto o são todos os irmãos e irmãs espalha-dos pelas muitas moradas do Universo.

Porém, devido ao atual estágio de percepção que caracteriza a quem vive na Terra, buscar a consciên-cia do exercício pleno da cidadania, seja em que nível for, é a grande meta a ser atingida.