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Revista Comuna 33

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Confira as notícias, matérias e estudos da nova edição da Revista Comuna.

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Produção: Comunidade da Graça Sede

Pastor Presidente: Carlos Alberto de Quadros Bezerra

Pastor Responsável: Wagner Fernandes

Jornalista Responsável: Fabiana Lima - MTB 58739

Coordenação e Revisão: Paulo Alexandre Sartori

Redação: Elisabete Mazi

Projeto Gráfico e Editoração: André Rinaldi

Direção de arte: Diego Boaventura

Assistente de arte: Flávia Lima e Thaís Fernandes

Contato Publicitário: Gabriela Rosaneli

Tiragem: 15.000 exemplares

Os anúncios contidos nessa edição são de única e exclusiva responsabilidade dos anunciantes, não tendo a Igreja Comunidade da Graça nenhuma responsabilidade sobre o conteúdo e veracidade dos mesmos.

Interessados em anúnciar na próxima edição: [email protected] 11 3588 0575

33comuna

Olá!Estamos inaugurando uma nova sessão na Re-vista Comuna: ComUnidade

Vamos contar parte da história de nossas Co-munidades no Brasil e no exterior. A história de gente cujo compromisso com a visão da Comunidade da Graça nos faz lembrar dos he-róis da fé, que abrindo mão de seus próprios interesses, entregaram-se na maior de todas as causas: o Reino de Deus.

“Não preciso ir à igreja para ser cristão”.Você já ouviu essa frase? Ela é muito conhecida.Mas é um erro grave pensar que a igreja seja dispensável na vida de uma pessoa. Negar a importância da igreja, na pior das hipóteses, seria como negar o sacrifício de Cristo e os resultados decorrentes de tamanha abnegação e entrega.A igreja é o resultado mais visível da morte e ressurreição de Cristo.

Tanta confusão ou negação em torno da igreja pode não ser resultado direto da maldade, mas por ignorância mesmo.

O desconhecimento das Escrituras Sagradas – a Bíblia – joga as pessoas na vala da opinião humana do “eu acho”.

A vontade e os pensamentos de Deus estão expressos na Bí-blia. Quem lê “o livro”, invariavelmente, recebe uma nova visão. E a igreja está lá, rodeada de fundamentos que justi-ficam sua existência e permanência.

Boa leitura!

Wagner Fernandes

Editorial

Carlos Alberto de Quadros BezerraFundador e Presidente da Comunidade da Graça

Amo esta revista! Entrego várias na faculdade e o pessoal fica esperando a próxima.

Renata Guedes – via Facebook

Acho essa revista ótima, muito bem feita e com temas muito bons. Parabéns à liderança da Comunidade.

Rosecleia de Oliveira Vieira – Igreja Unida em São João

Clímaco/SP

Gostou dos temas e assuntos da revista? Deseja fazer algum comentário? Tem sugestões? Escreva para nós. Queremos

saber sua opiniã[email protected]

COMUNA E VOCÊ

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Índice24 Capa

Visão - Membros do corpo ou do clube?

Especial

Saúde

Ponto de vista

Texto e contexto Aconteceu

Sonhospossíveis Liderança Comunidade

Eles andaram com Jesus FinançasFundação Comunidade da Graça

A ofensa impede o milagre

Parto e pré-natal

Cidade de Deus (II)

Para onde vão os mortos

Mulher sábia, cidade edificada Ferramentas de liderança São Bernardo do Campo/SP

Agostinho de Hipona Um pai rico e seus filhos obedientesFundação presente em um futuro legal

Deus Agindo - Vitória na transparência

Preciso da igreja para ser cristão?

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Igreja FamíliaUm lugar de refúgio

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resposta para essas perguntas tem sido a síntese do meu tra-balho nesses quase cinquenta anos de ministério pastoral.

Na Igreja Primitiva, registrada no livro de Atos dos Apóstolos, quan-do uma pessoa nascia de novo pelo poder regenerador da Palavra, ela era agregada ao corpo de Cristo, a comu-nidade dos santos:

“Pois todos nós fomos batizados em um só Espírito, formando um só cor-po.” 1 Coríntios 12.13.

A partir dessa transformação, o novo crente era orientado a perseverar nos en-sinamentos da Bíblia, na comunhão com irmãos mais maduros, no partir do pão diário e nas orações (Atos 2.42). O resul-tado é que cada cristão tinha, diante de si, a tarefa de continuar o ministério de Jesus, que envolvia a prática da justiça, o amor incondicional a Deus, o amor ao ao próximo, uma paixão por pregar as boas notícias do evangelho e fazer novos segui-dores de Jesus – discípulos fiéis. A priori-

dade dos primeiros cristãos era o reino de Deus e Sua justiça; um estilo de vida que permeia todo o Novo Testamento.

Mas hoje, infelizmente, a chamada igreja mais se parece com um clube do que com o corpo de Cristo. Os ape-los das igrejas através da mídia visam atrair seguidores a partir de seus inte-resses e conveniências pessoais. De um lado, pastores com propostas mirabo-lantes, e do outro, um público cada vez mais interessado em novidade ou solu-ção rápida de problemas e conflitos.

Não encontramos esse perfil de membros da igreja na Bíblia. As Es-crituras falam em DISCÍPULOS DE JESUS, e não membros da Igreja. O discípulo aprende a viver a vida do mestre, e ensina os outros a viverem conforme sua vida. Jesus fez discí-pulos formando-os e preparando-os para o ministério – Atos 18.27; 19.1-9; 13.52; 21.4 e 16.

A meta da igreja “moderna” é agra-dar o seu público. Contrariá-los? Nem

pensar. Corrigi-los e ajustá-los a um novo estilo de vida? Impossível. Se o pastor fizer isso, vai perder o membro ofendido para outra igreja que tenha um programa mais interessante. Não é assim em um clube? Se algo não agrada, basta mudar de clube. Por ou-tro lado, o membro ligado ao corpo de Cristo não se ofende: “Vós sois meus amigos se fizerdes o que eu vos man-do.” João 15.14, pelo contrário, ele quer OBEDECER, CRESCER, SE-GUIR e GANHAR OUTROS DISCÍ-PULOS. O discípulo (seguidor) está ligado ao corpo de Cristo, está ligado a outras pessoas que professam a mes-ma fé e têm a mesma visão e missão.

Os membros do corpo são interdependentes

Nunca vimos uma mão andando sozi-nha pela rua. A Igreja de Cristo é um corpo - Jesus é a cabeça, nós somos os

A

CARLOS ALBERTO BEZERRA, PR.

QUE TIPO DE IGREJA NÓS QUEREMOS VER NA TERRA? QUE IGREJA SONHAMOS PARA NOSSOS FILHOS E NETOS?

Membros do corpo ou do clube?

CARACTERÍSTICAS DOS MEMBROS DO CORPO – OS DISCÍPULOS

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não é independente; se é independente, não é membro do corpo.

O membro do corpo une outras partes do corpo (Filipenses 2.1-4; 1.9-11)

O antebraço une a mão ao braço. Na Igreja um une o outro. Quando alguém é regenerado, é enxertado no corpo, fa-zendo parte do corpo. Nós nos tornamos membros unidos um ao outro no corpo. A união de um membro inferior à cabe-ça se dá através de outros membros.

“Antes, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é o cabeça, Cristo, do qual todo o corpo bem ajustado, e ligado pelo auxílio de todas as juntas, segundo a justa ope-ração de cada parte, faz o seu próprio aumento para a edificação de si mes-mo em amor.” Efésios 4.15-16.

Um membro do corpo sustenta o outro (Gálatas 6.1-2; Colossenses 3.12-14)

Não se pode tirar o pé do corpo, por-que outro membro sustenta o pé. Um clube pode perder seus membros, mas um corpo não; pois em um corpo os membros se sustentam uns aos outros. É como um cacho de uvas interliga-das. Estamos unidos suportando e sus-tentando-nos uns aos outros.

Um membro do corpo nutre o outro (Colossenses 3.16; Mateus 25.34-46)

A mão está bem unida ao corpo. Se tirarmos a mão do corpo ela apodre-ce, pois deixa de receber vida. Muitos estão assim na congregação: cheiran-do mal, apodrecendo. O exemplo na Igreja Primitiva é patente: eles viviam unidos, um defendendo e cuidando do outro, nutrindo o restante do corpo.

Um membro do corpo dá ordem e orienta outra parte do corpo

A cabeça diz à mão: abra-se, feche--se, faça isto ou aquilo. O cérebro dá as ordens para o restante do corpo. A voz de comando passa através do cor-po chegando aos diversos membros. Deus deu uma ordem para a igreja vi-sando um objetivo comum:

“E ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, ou-tros para evangelistas e outros para pastores e mestres, com vistas ao aperfeiçoamento dos santos para o desempenho do seu serviço, para a edificação do corpo de Cristo.” Efé-sios 4.11-12.

Não existe anarquia no reino de Deus, muito menos um membro brigando com o outro. A missão básica de todos os crentes, dos discípulos de Jesus, dos integrantes dessa grande família, é viver na dependência uns dos ou-tros, unindo, sustentando, nutrindo e orientando de acordo com a influ-ência direta da cabeça do corpo que é Cristo. Essa é a Igreja que está nos projetos do coração do Pai. Essa é a Igreja que Jesus veio estabelecer na Terra. Essa é a Igreja que queremos.

Carlos Alberto de Quadros Bezerra é fundador e presidente da Comunidade da Graça. É membro da Academia Paulista Evangélica de Letras e preletor internacional. Casado com a pra. Suely Bezerra.

membros ligados à cabeça e uns aos ou-tros. Ninguém é independente no reino de Deus. Ninguém faz o que quer. No reino de Deus, Ele governa e os mem-bros do corpo obedecem à sua voz.

“Pois o amor de Cristo nos cons-trange, julgando nós isto: um mor-reu por todos, logo todos morreram. E ele morreu por todos, para os que vivem não vivam mais para si, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou.” 2 Coríntios 5.14-15.

No reino das trevas é tudo ao contrá-rio: cada um faz o que quer e ninguém governa (Efésios 2.1-3). Na visão do profeta Ezequiel, registrada no capítulo 37, ele viu um vale de ossos secos. Mas depois da profecia (da proclamação da Palavra), cada osso encontrou o seu lugar no corpo e se ajustou a um novo exército de seres vivos. A igreja clube está seca e desconjuntada como aquele vale de ossos secos. A igreja corpo está ressurgindo como um grande exército de pessoas vitoriosas na vida em comu-nidade. Se você é membro do corpo,

NÃO EXISTE ANARQUIA NO REINO DE DEUS, MUITO MENOS UM MEMBRO BRIGANDO COM O OUTRO. A MISSÃO BÁSICA DE TODOS OS CRENTES, DOS DISCÍPULOS DE JESUS, DOS INTEGRANTES DESSA GRANDE FAMÍLIA, É VIVER NA DEPENDÊNCIA UNS DOS OUTROS,

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aamã, comandante do exérci-to do rei da Síria, era muito respeitado e honrado pelo seu senhor, pois, por meio dele, o Senhor dera vitória à Síria. Mas esse grande guerreiro fi-

cou leproso (2 Reis 5:1). Ele era um homem estimado na sociedade em que vivia. Estava no auge do poder, havia conquistado uma importante vitória, mas tinha lepra. Tratava-se de uma doença contagiosa e maldita.

Pessoas leprosas eram vítimas da ver-gonha e da rejeição. Ninguém via a lepra de Naamã. Ele usava uma farda que escondia a doença. Só gente mais próxima sabia de sua real situação.

Essa história bíblica mostra o perigo de se manter uma aparência. Um mal tão comum que vem desde os tem-pos mais antigos. A tendência huma-na sempre é de mostrar que tudo está bem, escondendo quem realmente so-mos ou como estamos vivendo.

A Bíblia diz que o homem vê a aparên-cia, mas Deus vê o coração.

“Porém o SENHOR disse a Sa-muel: Não atentes para a sua apa-rência, nem para a sua altura, por-que o rejeitei; porque o SENHOR não vê como vê o homem. O homem vê o exterior, porém o SENHOR, o coração.” 1 Samuel 16:7.

Por que, na maioria das vezes, não com-partilhamos as nossas lutas reais com al-guém? Por que não expomos os nossos problemas? Por que não somos trans-parentes? Por que o medo de revelar nossas fraquezas, medos e debilidades? Mais tarde, as pessoas não perceberão que aquela aparência que mantínhamos fugia totalmente da realidade?

Naamã era comandante do exército da Síria, uma nação poderosa na época. Ele era um homem com muito prestí-gio. Era general do exército, com alta reputação e homem de confiança do rei da Síria. Tinha muitas pessoas sob seu comando. Tudo isso acontecera pela permissão de Deus. Mas era um homem enfermo. Se as pessoas co-nhecessem a sua realidade, ele seria expulso do seu povo. Teria que viver isolado e discriminado.

Quando a pessoa vive com um peca-do escondido, é como se ela estivesse com lepra. O pecado isola e separa a pessoa de Deus. Há muita gente na

Foto: D

ivulgação

sonhospossíveisvisão eles andaram com Jesus finançasDeus agindo especialfundação CG

Vitória na transparênciaSUELY BEZERRA, PRA.

N

ponto de vista

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reconheço que em toda a terra não há Deus, senão em Israel; agora, pois, te peço aceites um presente do teu servo.” 2 Reis 5:15.

Naamã entendera que Deus o havia curado.

Se você também quer ser curado, o caminho é o mesmo: da transparên-cia. Isso exige obediência, abrir a roupa que esconde a doença e banhar--se no rio do Senhor. Se você tem um pecado encoberto que não conse-gue vencer, se você tem um hábito, uma maneira de ser que não agrada a Deus e te faz sofrer, abra a situa-ção diante do Senhor e mergulhe no Seu rio. Você será totalmente curado da “lepra”. Só assim você saberá que há Deus verdadeiro no céu. Ele quer fazer de você uma bênção na vida de muita gente que sofre.

igreja contaminada com a lepra do pe-cado. Tudo começa com as pequenas concessões. É difícil perceber a lepra no início. O pecado também! É muito fácil cair. Você acha que não está sen-do afetado por um tipo de conversa ou programação de TV, mas já está com-pletamente contaminado.

Naamã vivia um drama que ninguém sabia. Um herói para os de fora, mas leproso para os de sua casa. Sua espo-sa sabia. Uma judia, que era escrava em sua casa, também sabia. Ela se pre-ocupou com ele e o aconselhou a bus-car o profeta de Deus que o curaria. Naamã resistiu o quanto pôde. Mas um dia, ele precisou se expor e con-fessar o seu problema. Mandou carta para o rei de Israel. Desesperado, o rei rasgou as próprias vestes por não sa-ber o que fazer. Mas havia um homem de Deus naquela nação. Um profeta que poderia ajudá-lo.

Quando Naamã foi até o profeta, este não o recebeu. Mandou recado por

um menino, com ordens para o co-mandante mergulhar sete vezes no rio Jordão e ficar limpo da lepra. Naamã ofendeu-se com o profeta. Com tan-tos rios mais famosos na Síria? Mas Deus estava querendo humildade de coração e obediência. O general teria que descer do alto de sua arrogância e reconhecer a grandeza e simplicidade do Senhor. Naamã só tinha uma esco-lha a fazer.

Às vezes, sabemos da doença que está nos contaminando. Sabemos onde está a cura, mas relutamos. A Bíblia diz que:

“se confessarmos os nossos peca-dos, ele é fiel e justo para nos per-doar os pecados e nos purificar de toda injustiça.” 1 João 1:9.

“Imagina! Confessar o meu pecado?”

Os oficiais de Naamã fizeram com que ele pensasse melhor e aceitasse a orientação do profeta. Mergulhar no Jordão exigia que Naamã se despisse e se banhasse num rio que ficava na ter-ra dos inimigos. Um processo de liber-tação exige o mesmo de nós. Temos que abrir o coração e pedir oração para um irmão. Isso requer quebrantamen-to e humildade de coração para que a mudança aconteça. Naamã fez isso. Quando tomou consciência de que não importava o rio ou a região, mas a pa-lavra do profeta, a cura chegou.

“Voltou ao homem de Deus, ele e toda a sua comitiva; veio, pôs-se diante dele e disse: Eis que, agora,

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Suely Bezerra, é líder Nacional do Ministério Mulheres Intercessoras. É casada com o Pr. Carlos Alberto Bezerra e autora de livros relacionados com a oração e a prática devocional

igreja família

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Cidade de Deus (II)CARLOS BEZERRA JR., PR.

DA BABILÔNIA À JERUSALÉM: A CIDADE DOS HOMENS E O PLANO DO PAI PARA TRANSFORMÁ-LA.

m meu texto anterior, aqui na Revista Comuna, procurei fa-lar um pouco sobre a relação que nós, cristãos, devemos ter com o lugar em que vivemos. Busquei um diálogo sobre três

das atitudes que Deus espera de nós para mudarmos a cidade em que mo-ramos: a oração, o estilo de vida e o nosso comprometimento com os pro-blemas locais. Mas há algo sobre isso que quero refletir melhor com você. O que pode haver de tão problemáti-co na cidade a ponto de levar tantos profetas a orientar o povo de Deus a deixá-las?

Bem, primeiro, acho que vale expli-car: Deus, em seu projeto original, não planejou que os homens vives-sem em cidades. O lugar preparado por Ele foi um jardim. Não era um lugar de ruído ou de desordem, mas de quietude, de beleza, de convivên-cia harmoniosa, de partilha. Era o

lugar em que o Pai conversava com seus filhos.

Quando Caim funda a primeira cida-de bíblica, após ter assassinado seu irmão, Abel (Gênesis 4.18), seu espí-rito marca aquela edificação: Caim é um homem que está fugindo da pre-sença de Deus, buscando refúgio atrás de muralhas e rejeitando a possibili-dade da proteção divina. Esse espírito de rebelião é o símbolo da primeira cidade – em contraposição ao jardim original. E o relato de outras cidades bíblicas não foge disso. Elas também têm a marca do espírito de Caim. São violentas, corruptas, egoístas, e não tem compromisso com os pobres e vulneráveis.

Se você fizer uma leitura atenta, vai ver que o profeta Ezequiel mostra que a causa da destruição de Sodoma e Gomorra, por exemplo, vem justa-mente dessa soberba e dessa indife-

Esse texto é o segundo da série “Cidade de Deus”, sobre o cristão, a igreja, e a relação de ambos com a cidade. Boa leitura e excelente meditação!

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Carlos Bezerra jr., é pastor, médico, deputado estadual e líder do PSDB na Assembleia Legislativa-SP. Acredita que é possível, por meio da ação política profética, plantar jardins em meio à ‘selva de pedra’

rença (Ezequiel 16.39). E em muitos outros textos da Bíblia, edificar uma cidade é pecado de desconfiança em Deus e de autoconfiança humana (Deuteronômio 28.52; Jó 6.20; Pro-vérbios 21.22; Isaías 23; Ezequiel 26). Elas são descritas como lugares de afirmação de orgulho humano, de confiança em si mesmo, de segurança e até de arrogância. São exemplos de concentração de muitos recursos nas mãos de poucos, do estabelecimen-to de limites muito claros, falam de egoísmo e são símbolo do governo do homem em oposição ao de Deus.

Mas, então, você está sugerindo que deixemos nossa casa, nossos amigos, nosso trabalho e tudo aquilo que faz parte da nossa vida? Antes que algum leitor pergunte, respondo: não, nada disso. Mais da metade da população mundial vive em áreas urbanas e, sinceramente, não acredito que Deus esteja dando de ombros a toda essa

gente. Porém, se não se trata disso, o que houve entre o início da narrativa bíblica e o seu final para que o Pai mu-dasse o Seu plano? Afinal, vimos que a Palavra começa com um jardim...

A resposta a essas questões está na Nova Jerusalém. A cidade celestial é a prova de que Ele não renega o que brotou de sua criação. Deus sabe que a evolução social que culmina na ur-banização está na linha do futuro da humanidade, mas, ao mesmo tem-po, sabe também que a cidade deve passar por uma salvação radical para transformar-se em verdadeira comu-nidade. E é por isso que ele nos apon-ta um novo modelo.

A Nova Jerusalém é a cidade propos-ta por Deus. E o jardim planejado no princípio novamente está lá, bem no centro. A Nova Jerusalém tem a mar-ca da presença de Deus. Tem a marca da comunhão entre os irmãos. Repre-

senta o fim do orgulho, do egoísmo, da indiferença e da violência. É o lugar onde o leão e a ovelha vivem juntos. A Nova Jerusalém, nesse sen-tido, representa o ideal de cidade que devemos perseguir hoje.

É por isso que é necessário que eu e você tenhamos compromisso com os que sofrem, que sejamos limites da maldade e que sinalizemos o Reino de Deus até o último ato da história divina: a manifestação da cidade de Deus. A tarefa dos cristãos e o efeito da redenção de Cristo nesse âmbito é salvar a cidade de seu mal e transfor-má-la em autêntica comunhão huma-na. Há um papel a ser desempenhado pelos cristãos na cidade, na edifica-ção de uma igreja urbana, inserida na realidade da cidade, atenta a ela e capaz de influenciá-la positivamente. E é sobre isso, sobre nosso papel, que falaremos no próximo e último texto dessa série. Até lá!

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Agostinho de HiponaPAULO ALEXANDRE SARTORI

urélio Agostinho nasceu numa província romana no norte da África, atual Argélia, em 13 de novembro de 354. Resistindo aos ensinos de sua mãe cristã, ele abraçou as práticas e crenças pagãs de seu pai. Com dezessete anos, Agostinho foi enviado a Cartago para estudar e acabou envolvendo-se com uma jovem, com

a qual teve um filho.

Em Cartago ele passou a ocupar o cargo de professor de re-tórica. Em 383, mudou-se a fim de estabelecer uma escola em Roma. No ano seguinte, seguiu para Milão com o mesmo propósito. Sua mãe insistia para que Agostinho se convertesse ao cristianismo. Ela conseguiu que ele abandonasse a mulher com quem vivia ilegalmente. Mas, pouco tempo depois, ele já estava com outra, vivendo de forma dissoluta e promíscua.

Porém, sob a influência de Ambrósio, bispo de Milão, Agos-tinho entrou numa profunda crise pessoal. Um dia ele ouviu uma criança cantando e repetindo a frase “Toma e lê”. Ele abriu então sua Bíblia ao acaso em Romanos 13.13-14 e leu: “Andemos honestamente, como de dia; não em glutonarias, nem em bebedeiras, nem em desonestidades, nem em dissolu-ções, nem em contendas e inveja. Mas revesti-vos do Senhor Jesus Cristo, e não tenhais cuidado da carne em suas concupis-cências”. Agostinho não resistiu mais e entregou-se a Cristo.

Sua jornada espiritual foi narrada em seu famoso livro Confis-sões, que se tornou um clássico tanto da teologia cristã quanto da literatura mundial. Agostinho foi batizado, juntamente com seu filho, em 387, e decidiu retornar à África. No caminho, sua mãe morreu, e logo após também seu filho, deixando-o sozinho, sem família.

Já na África, vendeu seu patrimônio e deu o dinheiro aos po-bres. Em 391, ele foi ordenado sacerdote em Hipona, vindo a tornar-se bispo nessa mesma cidade. Seus biógrafos o descre-veram como um homem de poderoso intelecto e um enérgi-co orador na defesa do cristianismo. Agostinho desenvolveu

“FIZESTE-NOS, SENHOR, PARA TI, E O NOSSO CORAÇÃO ANDA INQUIETO ENQUANTO NÃO DESCANSAR EM TI.”

AGOSTINHO

UM DOS MAIORES TEÓLOGOS DO CRISTIANISMO

o conceito de Igreja como a cidade espiritual de Deus (num livro de mesmo nome), distinta da cidade mate-rial do homem.

Para todo cristão, Agostinho é referencial na história eclesiástica, pois foi um valoroso líder da Igreja primi-tiva e deixou suas marcas como verdadeiro discípulo de Cristo. Agostinho adoeceu pouco depois de Hipona ser cercada por tribos bárbaras. Relata-se que ele gas-tou seus últimos dias em oração. Agostinho morreu em 28 de agosto de 430.

Leia “Agostinho de A a Z” de Franklin Ferreira, Editora Vida

Paulo Alexandre Sartori é membro na Comunidade da Graça Sede, arquiteto, atua no Ministério com Jovens local, e é responsável pela revisão e elaboração de textos para livros, apostilas e boletins.

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sonhospossíveis

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necessidade de mais cidadãos completos, com o desejo de serem úteis ao próximo, e empenhados na construção e reconstrução de um mundo melhor, levou a Fundação Co-munidade da Graça (FCG) a iniciar, em 2008 e em parceria com a Unicastelo, o Programa

Futuro Legal – um projeto para atender alunos de baixa renda. O programa ofereceu 1.000 bolsas de estudo nos três campi: São Paulo, Descalvado e Fer-nandópolis. Dentre esses beneficiados, 400 foram indicados e contemplados pela FCG com bolsas de

50% e 100% (a maioria era de 100% em qualquer curso dos 25 abrigados pela Universidade).

O Programa foi destinado a alunos que comprova-ram carência financeira segundo o Índice de Vulne-rabilidade Social (IVS). Os cursos mais procurados pelos indicados da FCG foram: Odontologia, Psico-logia, Serviço Social, Pedagogia e Administração.

No último dia 28 de setembro, a FCG ofereceu um coquetel de confraternização com o objetivo de reu-

Fundação presente em um futuro legalREDAÇÃO FCG

O PAPEL DA ENTIDADE NA PROMOÇÃO DE PESSOAS

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1. Formandos do curso de odonto da Unicastelo

2. Lilian e seu esposo dr. Ricardo, dentista e voluntário da Fundação CG

3. Coquetel de confraternização dos alunos beneficiados pela FCG

4. Krízia e Lilian, alunas que se destacaram no curso de odonto

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nir os formandos para prestigiá-los, visto que valorizaram a oportunidade com seriedade e chegaram ao final do curso. A última turma beneficiada pelo projeto será graduada no primeiro se-mestre de 2013. Compareceram 70 alunos nesse encontro.

Uma das alunas encaminhadas pela FCG, Krízia Tiosso Pinto, agora mem-bro da Comunidade da Graça em Vila Carrão, se destacou por desempenho e, além da bolsa de estudo de 100%, ganhou uma ajuda financeira para ser aluna pesquisadora da Universidade. Com a sua formação, foi convidada a participar do corpo docente. Em sua colação de grau, em agosto de 2012, teve uma grande surpresa: foi contem-plada com um certificado do CRO-SP (Conselho Regional de Odontologia de São Paulo) de melhor aluna do cur-so de Odontologia.

“Jamais imaginei ter uma alegria tão grande na minha vida, além do meu sonho de tornar-me uma Cirurgiã--Dentista ter sido realizado, Deus ainda preparou o melhor para mim, jamais deixou que faltasse uma agulha sequer durante meu curso. Foi tudo perfeito, os professores, a sala de aula, os amigos, tudo foi preparado por Ele. Hoje, eu só tenho que agradecer por Sua infinita graça em minha vida e na minha família. Eu sou eternamente grata por esta oportunidade, sem ela eu não seria o que sou. Hoje eu pos-so abençoar outras vidas com a minha profissão que tanto amo”, comentou Krízia com emoção.

Lilian Carvalho de Souza Risso, ou-tra aluna encaminhada através da FCG, sempre teve o sonho de estu-dar Odontologia, mas seu orçamento financeiro não era suficiente para in-vestir em um curso tão custoso como esse. Quando tomou conhecimento a

respeito da possibilidade de conse-guir uma bolsa de estudo, através de um anúncio na igreja Comunidade da Graça, agarrou com todas as forças essa oportunidade e conseguiu con-quistar o tão esperado diploma.

“O começo foi complicado, só con-seguia estudar para as provas após as 23h00, hora em que meu filho de seis meses ia dormir, pois precisava dar atenção a ele”, relatou Lilian.

Todo esse esforço valeu a pena. Lilian também foi convidada a fazer parte do Corpo Docente da Universidade por ter seu desempenho destacado. “Agradeço a Deus por ter colocado professores capacitados em minha vida. Hoje sei que Deus me capacitou ainda mais, vejo isso através do amor que tenho em atender um paciente, me sinto feliz em poder ajudar o meu pró-ximo”, finalizou ela.

Atualmente, Lilian está cursando a pós-graduação em Ortodontia na mesma Universidade, com desconto de 20% por ser ex-aluna e mais 10% dado pelo coordenador responsável do curso de extensão.

Como forma de gratidão por terem chegado aonde nem todos chegam, Krízia e Lilian se propuseram em dar continuidade a esse movimento de amor e ajuda ao próximo, entran-do para o corpo voluntário no projeto Policlínica da FCG. Uma atitude de esperança baseada no maior exemplo já deixado na história por alguém que amou esse mundo, a ponto de sacrifi-car seu filho Jesus por outros.

Um fez por todos, e hoje é possível fa-zer pelo próximo. Deus amou o mun-do, Deus ama o mundo, Deus ama você. E quem você ama? A satisfação só é completa se for compartilhada.

Para saber mais sobre a atua-ção da entidade na Educação e Capacitação Profissional e também na Assistência e Promoção Social é só acessar o site: www.fcg.org.br

Para mais informações a respeito do Projeto Policlínica e sobre o corpo Voluntário da FCG, entre em contato através do email: [email protected]

Transforme seu amor em ação. Não retenha aquilo que você tem recebido de Deus. Multiplique. E não somente doe coisas, mas doe VOCÊ!

NOTA

DADO

A FCG realizou essa parceria pontual com a Unicastelo no ano de 2008 e isso se encerra agora em 2013 com a graduação da última turma iniciada com o Projeto Futuro Legal. A partir de então, a política de conces-são de bolsas de estudo é feita diretamente pela Universidade.

As informações necessárias para o cálculo do IVS são ex-traídas do questionário socioe-conômico do candidato, preen-chido no momento da inscrição e confirmados mediante análise de documentação comproba-tória, que deve ser apresenta-da em sua forma original e em cópia não autenticada no dia da entrevista (presencial).

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“O Senhor não se afei-çoou a vocês nem os es-colheu por serem mais numerosos do que os outros povos, pois vocês eram o menor de todos

os povos. Mas foi porque o Senhor os amou...” Deuteronômio 7:7-8

“Lembre-se de como o Senhor, o seu Deus, os conduziu por todo o caminho no deserto, durante estes quarenta anos, para humilhá-los e pô-los à prova, a fim de conhecer suas intenções, se iriam obedecer aos seus mandamentos ou não. As-sim, ele os humilhou e os deixou passar fome. Mas depois os susten-tou com maná, que nem vocês nem os seus antepassados conheciam, para mostrar-lhe que nem só de pão viverá o homem, mas de toda pala-vra que procede da boca do Senhor. As roupas de vocês não se gastaram e os seus pés não incharam durante esses quarenta anos. Saibam, pois, em seu coração que, assim como um homem disciplina o seu filho, da mesma forma o Senhor, o seu Deus, os disciplina. Obedeçam aos man-damentos do Senhor, o seu Deus, andando em seus caminhos e dele tendo temor. Pois o Senhor, o seu Deus, os está levando a uma boa terra, cheia de riachos e tanques

Um pai rico e seus filhos obedientesAGUINALDO FERNANDES, PR.

de água, de fontes que jorram nos vales e nas colinas; terra de trigo e cevada, videiras e figueiras e romã-zeiras, azeite de oliva e mel; terra onde não faltará pão e onde não terão falta de nada; terra onde as rochas têm ferro e onde você poderá escavar cobre nas colinas. Depois que tiverem comido até ficarem sa-tisfeitos, louvem ao Senhor, o seu Deus, pela boa terra que lhe deu.” Deuteronômio 8.2-10

A leitura completa do capítulo 8 de Deuteronômio nos dá a noção correta da abundância prometida pelo Senhor ao Seu povo. Não há possibilidade al-guma de Deus deixar faltar alguma coi-sa para os Seus filhos. O Deus de Israel, o nosso Deus, é Provedor.

A Bíblia diz que Deus tirou Israel do Egito com força e forte mão (Êxodo 32.11). Podemos observar que força é poder, e poder é o Espírito Santo em ação. Assim, podemos observar três ações de Deus neste livramento que merecem ser analisadas:

Primeiro, o Senhor abriu o Mar Verme-lho com força e poder, e tirou o povo da

escravidão no Egito. Ele salvou o Seu povo. Segundo, Ele trouxe cura física e emocional a todos, acompanhando-os todo o tempo no caminho. Ele curou o Seu povo. Terceiro, Ele trouxe prosperi-dade a todos. A Bíblia mostra que duran-te toda a viagem, as roupas e sandálias do povo não se desgastaram. Seus reba-nhos se multiplicaram mesmo estando no deserto. Ele prosperou o Seu povo.

Deus salva, cura e prospera o Seu povo. E a bênção maior é sabermos que essa ação poderosa de Deus não ficou restri-ta àquele tempo. A bênção, na mesma proporção, chegou até nós. Analisan-do cuidadosamente as Escrituras no livro de Atos, vemos o Espírito Santo descendo e salvando muitas pessoas. Vemos muita gente sendo curada e abençoada. Não havia necessidade no meio do povo. Eles viviam na plena abundância do Espírito Santo. E Deus continua, até hoje, salvando, curando e prosperando o Seu povo. Ele não muda e é Fiel em todos os seus planos, distri-buindo Suas riquezas espirituais e ma-teriais aos Seus filhos.

Quem de nós nunca desejou ter um pai rico? Mas poucas vezes nos lembramos

“O

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Aguinaldo Fernandes é pastor na Comunidade da Graça em Ermelino Matarazzo, membro do Conselho de Supervisores, é representante comercial e casado com a pra. Lisabete.

de que isso já é uma realidade glorio-sa para os que creem em Jesus.

“Contudo, aos que o receberam, aos que creram em seu nome, deu--lhes o direito de se tornarem filhos de Deus, os quais não nasceram por descendência natural, nem pela vontade da carne nem pela vontade de algum homem, mas nasceram de Deus.” João 1.12-13.

A Bíblia mostra que nos tornamos filhos de Deus, nascidos da vontade dEle. O nosso Pai é rico. Porém mui-tos ainda não tomaram posse daquilo que Ele já destinou a cada um. Em sua infinita sabedoria, o Deus rico, na pessoa de Jesus, se fez pobre com uma única finalidade: enriquecer o Seu povo.

“Pois vocês conhecem a graça de nosso Senhor Jesus Cristo que, sendo rico, se fez pobre por amor de vocês, para que por meio de sua pobreza vocês se tornassem ricos.” 2 Coríntios 8.9.

E aqui não se trata apenas de rique-za financeira. Como Pai, Deus nos abençoa plenamente em todas as áreas de nossa vida.

Quantos filhos de Deus têm uma per-cepção clara do Pai que tem? A dura

realidade é que temos visto muitos crentes pobres na sua vida espiritual e material. São cristãos que saíram do Egito, salvos pela mão forte e poderosa de Deus, mas que ainda precisam de cura e prosperidade no corpo, na alma e no espírito.

No livro de Efésios 6.1-3 lemos:

“Filhos, obedeçam a seus pais no Senhor, pois isso é justo. Honra teu pai e tua mãe, este é o pri-meiro mandamento com promes-sa: para que tudo te corra bem e tenhas longa vida sobre a terra.”

Temos uma tendência de pensar que esse texto está restrito à família natu-ral. Mas não está. O texto de Efésios refere-se também à nossa filiação espiritual. Deus é o nosso pai. Nós somos os filhos que devem honra e obediência a Ele.

Que pai não tem prazer em atender os desejos de filhos obedientes? Quando nossos filhos obedecem a um princípio que ensinamos, temos um prazer natural de dar aquilo que eles desejam. Deus age assim conos-co também.

No que se refere às finanças, que é o tema do nosso artigo, Deus nos pede as Primícias (o primeiro e o melhor).

Ele estabeleceu o dízimo e as ofertas. Em Deuteronômio 26, a Bíblia diz que quando os homens de Israel chegavam diante dos sacerdotes, com as primícias de tudo que possuíam, eles as entrega-vam reconhecendo que estavam debai-xo do governo de Deus.

Precisamos deixar Deus fazer tudo que Ele planejou para nós. O Senhor quer nos salvar, curar nosso corpo e alma, e nos prosperar em todos os sentidos. Mas devemos buscar o interesse desse grande Pai em obediência total. Deus nos livre de agirmos como filhos inte-resseiros, que só O procuram quando precisam de algo. Deus nos livre de viver independentes dEle e desatentos aos Seus princípios eternos. Só assim provaremos Sua salvação, Sua cura e Sua prosperidade.

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A ofensa impede o milagreOSMAR MISAEL DIAS, PR.

uitas pessoas estão com a vida amarrada, enfermas e não experimentam milagres porque estão com o coração preso a ofensas. O livro de Marcos, capítulo 6, descre-

ve Jesus indo ao templo e lendo uma passagem de Isaías nas Escrituras. As pessoas se admiraram com o que Ele dizia, e muitos comentaram, critican-do, enquanto outros se escandaliza-ram nele.

A ofensa é a primeira pedra que é co-locada no canal que nos leva ao mi-lagre. Jesus certamente nutria no seu coração uma expectativa de abençoar muita gente no local onde Ele havia nascido e crescido. Mas a Bíblia diz que Ele não pôde fazer muitos mila-gres ali. Só fez umas pequenas curas, e mesmo assim, impondo as mãos nas pessoas. Em outros lugares, Ele só fa-lou, ou só deu a ordem à distância, e o milagre se concretizou. Mas era outro povo, outra situação. Jesus era o mes-mo, mas o público e a expectativa de fé das pessoas eram diferentes.

A ofensa impede o milagre. A sina-goga era um local onde os judeus se reuniam para exercitar a sua fé, para adorar, para ouvir uma palavra e levar suas ofertas ao Senhor. Os discípulos se admiravam de Jesus e do seu ensi-no, e os religiosos, que questionavam as origens dele, se escandalizavam. O religioso é legalista, e sendo assim, impõe aos outros um peso, uma lei que ele mesmo não é capaz de prati-car. Este público está hoje dentro das igrejas. Todas as igrejas têm um líder. Os discípulos escutam, amam e se-guem seu líder. Porém os religiosos sempre têm um “pé atrás”, vêm à igre-ja para cumprir com sua obrigação, participam sim, mas esperando ver se as coisas ficam de acordo com a sua forma de pensar. Esses vão colocando fermento no meio das conversas entre os irmãos. Por que eles fazem isso? Porque se escandalizam.

No contexto deste versículo, a palavra “escandalizar” (skandalizo) significa colocar pedra de tropeço ou obstáculo no caminho, sobre o qual o outro pode

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tropeçar e cair. Escandalizar é ofender-se. Por terem se ofendi-do com Jesus, seus compatriotas não puderam provar do poder de Deus.

Quando nos sentimos ofendidos, começamos a desconfiar, e não acreditamos mais no ofensor. Você amava aquela pessoa, mas por haver sido ofendido por ela, você passa a ter restrições e des-confiança. Então começa a aban-donar esta pessoa. Um abandono que, antes de ser físico, começa a ser emocional. É como uma es-posa que é traída, que tinha uma ligação muito forte com seu mari-do. Ela até pode continuar casada e vivendo na mesma casa, mas perde aquela ligação emocional e a admiração. A confiança vai

acabando, diminuindo. E ela começa a abandonar emocionalmente a pessoa que deveria amar, obedecer e honrar. A ofensa faz isso.

Quando você está ofendido, vê no outro somente o que você mesmo de-saprova. A lente muda. E suas críticas começam a contaminar outras pesso-as que estão próximas a você, mesmo que elas não tenham nenhum proble-ma com aquele que te ofendeu. Com o passar do tempo, as pessoas começam a enxergar o ofensor do mesmo modo que o ofendido o vê.

Só nos ofendemos quando achamos que temos razão e os outros estão erra-dos. A ofensa em si, não traz amargura. Mas as nossas reações erradas, quando somos afetados por elas, é que fazem isso. Nos ofendemos não por causa da ofensa, mas por causa da iniquidade que brotou dentro do nosso coração, e por não confiarmos na justiça e sobe-rania de Deus para tratar aquele caso. Esta iniquidade pode ser o desejo de

sempre ter razão em tudo. Uma exage-rada preocupação com a nossa reputa-ção ou orgulho. Jesus nunca se ofen-deu com os religiosos que sempre o atacavam e o desafiavam, porque Ele não tinha iniquidade no Seu coração!

A ofensa, quando não é perdoada, nos torna críticos, julgadores implacáveis, perturbados e perturbadores. Nos co-loca debaixo do poder de espíritos atormentadores. Perdemos a nossa paz. Não pensamos em outra coisa. Nos tornamos incrédulos, e isso não nos permite receber as bênçãos de Deus. Para impedir que cheguemos a esta agonia espiritual, temos que provar do poder libertador do perdão. Perdoar é tornar sem efeito a lembran-ça da ofensa sofrida. É não levar mais em conta o que foi feito. Não conside-rar mais a falha do outro. É queimar a promissória da dívida do seu devedor.

O perdão não é um sentimento, é uma decisão que só você pode tomar. Isso não quer dizer que você vai apagar da sua memória o que aconteceu. É como uma cicatriz de um ferimento. Ela está lá, mas não dói mais se for tocada. Quem perdoa, não deixa a lembrança atuar negativamente no relacionamen-to. Você consegue olhar para a pes-soa que te ofendeu no fundo dos seus olhos, e dizer que a ama.

O perdão não é uma opção, é um mandamento de Deus para todos nós. Quando não perdoamos, carregamos o peso da mágoa, do ressentimento, do ciúme, da autocompaixão e do espí-rito crítico. Nada está bem para nós. E esse sentimento mal pode gerar do-enças como a depressão, as úlceras, o pânico, problema nos ossos e até câncer. Quando decidimos perdoar al-guém, essa decisão deve ser do fundo do coração, não só de boca, “colocan-do uma pedra sobre o assunto”. Se fi-

zermos isso e houver outro problema com a mesma pessoa, a situação piora ainda mais. Isso não é perdão de fato. Como perdoar então? Devemos re-conhecer que fomos totalmente per-doados por Deus (Colossenses 2.12 -14). Isso quer dizer que, assim como fomos perdoados totalmente, também podemos perdoar. Para perdoar verda-deiramente precisamos de um coração novo. Porque quem não tem uma nova natureza, é egoísta, orgulhoso, prepo-tente e julgador. Somente com a natu-reza de Cristo podemos perdoar real-mente. É preciso nascer de novo, estar morto para o pecado, viver para Deus, e ser capacitado pelo Espírito Santo, que vem habitar dentro de você. Ele derrama o amor de Deus no seu co-ração e então você pode perdoar uma pessoa realmente, incondicionalmen-te, sem renovar as questões antigas. Perdoou? Então não toque mais no assunto! Rasgue a promissória, pois é assim que Deus faz conosco. Assim você vai ser feliz e abençoado!

PERDOAR É TORNAR SEM EFEITO A LEMBRANÇA DA OFENSA SOFRIDA

Osmar Misael Dias é pastor na Comunidade da Graça Sede, e Secretário Executivo da Associação Comunidade da Graça. Casado com a pastora Cleonice Dias, tem 2 filhos.

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s resultados do último senso do IBGE não deixam dúvidas: o papel da mulher no Brasil mu-dou. O total da população fe-minina responsável por domi-cílio saltou de 22% para mais

de 37%. O número dobrou, passou de 9 milhões para 18 milhões, uma alte-ração importante, que reflete melhora na participação das mulheres no mer-cado de trabalho, nos níveis de escola-ridade e, claro, na renda.

Quando esses novos dados foram di-vulgados, me peguei refletindo um

pouco sobre o quanto a mulher, apesar dos avanços, ainda é estereotipada. Já reparou que há assuntos que parecem exclusivamente masculinos? Futebol tudo bem, vai... Até gosto de torcer, mas, perto da maioria dos homens, re-conheço que não entendo nada da coi-sa. O problema é quando esse estigma chega a outros níveis...

Você sabe, eu fui candidata nas elei-ções desse ano. Mas você nem imagi-na o tanto de gente que ainda achava que política não era coisa para mulher. Enquanto me lembrava de Débora, que

contrariou os costumes de sua época e venceu a batalha junto com o general Baraque, e de Ester, que usou de sua posição para defender o seu povo, tive a impressão de que alguns por aí ainda continuam a tratar as mulheres como na época do Velho Testamento. Histó-ria é substantivo feminino, é verdade. Porém, nela, a maioria das mulheres segue sendo tratada como coadjuvante de heróis masculinos.

Já melhorou muito, é verdade. Mas, em tempos de virgindade leiloada como produto, fica nítido o quanto

Foto: D

ivulgação

Mulher sábia, cidade edificadaPATRÍCIA BEZERRA

OHÁ UMA CONTRIBUIÇÃO FEMININA IMPORTANTE A SER DADA PARA A EDIFICAÇÃO DA FAMÍLIA, SIM, MAS TAMBÉM PARA A CONSTRUÇÃO DE UMA SOCIEDADE MELHOR.

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Patrícia Bezerra, única nova mulher eleita para o cargo de vereadora em São Paulo. Psicóloga, gestora de projetos desenvolvimento social, casada com Carlos Bezerra Jr. há 17 anos e mãe de duas filhas. Tem o coração grato a Deus pela vitória nessas eleições e grato a todos da Comunidade da Graça, pelo amor demonstrado ao longo dos últimos meses – e comprovado em mais 34.511 votos de confiança.

ainda precisa ser mudado. O mesmo preconceito que limita as mulheres a determinada área, seja profissional ou social, é também o motor da violência doméstica, do assédio sexual de pai para filha, da tortura do corpo em aca-demias de ginástica, da anorexia, do bisturi que amolda o corpo segundo as exigências de mercado.

Não sou adepta de qualquer movi-mento feminista. Ainda prefiro que os homens troquem os pneus dos car-ros, afinal de contas, unhas quebram (rs...)! Na verdade, defendo o caminho apontado por Jesus. Em sua passagem pela Terra, o Mestre fez questão de anunciar o Evangelho que inclui a mulher, que restabelece seu papel, que a enxerga em suas necessidades, em suas particularidades e em suas poten-cialidades. Todo o relato dos discípu-los é cheio de citações em que Jesus inaugurou um novo olhar para o femi-nino: a mulher adúltera, a samaritana etc. Aliás, ele fez questão de anunciar sua ressurreição primeiramente a uma mulher, Maria Madalena.

Com Jesus, entendemos que há ver-dadeiramente uma contribuição a ser dada por nós, mulheres, à Igreja e à cidade. Há o compromisso de expres-sar um cristianismo que inclua as mi-norias, que enxergue os mais frágeis, que estenda a mão e que aceite. Há o compromisso de trabalhar por uma cidade mais humana, mais sensível, mais próxima das pessoas e menos indiferente. E há a missão de interce-der – como fazem há anos as Mulheres Intercessoras, que se colocam na bre-cha por seus filhos, seus maridos, suas famílias e sua nação.

Pouca gente sabe, mas saí dessas elei-ções como a única nova mulher eleita para a Câmara Municipal de São Pau-lo. Agradeci muito a Deus por essa vi-

Fiz um vídeo para agradecer a você pelas orações, pelas palavras de incentivo e por me dar a chance de repre-sentá-lo(a) na Câmara Municipal. Assista em patriciabezerra.com.br/obrigado

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HÁ O COMPROMISSO DE EXPRESSAR UM CRISTIANISMO

QUE INCLUA AS MINORIAS, QUE ENXERGUE OS MAIS FRÁGEIS,

QUE ESTENDA A MÃO E QUE ACEITE.

tória. Mas também percebi de cara que a responsabilidade desse novo posto é ainda maior. Sem dúvida, fui esco-lhida por mulheres que querem fazer ouvir a sua voz naquela casa de leis, para falar contra o preconceito, con-tra a injustiça, contra a exploração da qual muitas são vítimas todos os dias, e para olhar para São Paulo e entendê--la como só uma mulher e uma mãe podem fazer.

Minha oração é que, em cada um dos dias do mandato que iniciarei, o Senhor me faça capaz de olhar para todas as mulheres como Ele as vê. E que Ele mostre, a todas nós, que conta conosco para transformar nos-sas casas e nossa cidade em lugares muito melhores. Podemos ser frágeis. Mas também sabemos ser muito for-tes e não fugimos à luta.

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Ferramentas de liderançaConstruindo o alicerceMARCO FABOSSI

esta e nas próximas edições da Revista Comuna quero falar sobre Ferramentas de Lide-rança que podem ser utiliza-das nos contextos em que você exerce ou deseja exercer influ-

ência positiva na vida das pessoas. Em outras palavras, nos lugares onde você assume o papel de líder.

Antes de começarmos a falar especifi-camente sobre Ferramentas de Lide-rança, precisamos compreender que elas somente trarão os resultados espe-rados quando utilizadas sobre uma base sólida cujo nome é Credibilidade, que é o alicerce da liderança. Isso pode parecer algo óbvio, mas em minha con-vivência diária com líderes de diversos níveis e segmentos, percebo que um dos erros mais comuns é o fato de ten-tarem aplicar técnicas e ferramentas de liderança, sem antes construir relacio-namentos alicerçados em credibilidade, confiança e transparência.

As atitudes de um líder são tão ver-dadeiras quanto suas intenções, por isso, em liderança, técnicas e ferra-mentas não substituem a credibili-dade, que é construída por meio de relacionamentos de confiança e trans-

parência. Portanto, se o líder não de-monstrar um profundo interesse pela vida das pessoas através de atitudes que construam um alicerce de amor, verdade, honestidade, sinceridade e confiança, qualquer ferramenta, técni-ca ou estilo de liderança se torna vazio e sem sentido. Líderes que não cons-troem essa base terão apenas subordi-nados em suas equipes, e não seguido-res. Como diz o sábio John Maxwell: “Quer saber se alguém é líder? Basta saber se ele tem seguidores”.

Bem, mas qual é então o caminho para construir uma liderança baseada em credibilidade e confiança? O jeito mais fácil de aprender é observando o mestre, portanto, vejamos apenas três atitudes de Jesus que resultaram na construção desse alicerce:

1. Jesus dedicou tempo e atenção aos seus discípulos. Ao contrário de muitos líderes, Jesus não se isolava de “sua equipe”. Jesus contava com seus discípulos, assim como eles sabiam que podiam contar com Jesus, a qual-quer hora, em qualquer situação.

Mais que conviver com seus liderados e procurar conhecê-los melhor, Jesus

fazia questão que eles também o co-nhecessem. Jesus liderou através do relacionamento, que se torna mais for-te à medida que investimos tempo no convívio com as pessoas.

Em João 15:15 Jesus chama seus dis-cípulos de amigos, e se Ele, sendo amigo de sua “equipe”, conquistou re-sultados tão impressionantes, por que não podemos fazer o mesmo, sendo amigos dos nossos liderados?

2. Jesus inspirou pelo exemplo. A não ser em seus sermões públicos e nos momentos de ensino, Jesus não era um líder de muitas palavras, mas de exemplos, que comunicavam e inspiravam mais que qualquer grande discurso.

Não existe maneira melhor de inspi-rar as pessoas, senão pelo exemplo, com comportamentos e atitudes que validem e confirmem aquilo que você acredita. Um líder que age na base do “faça o que eu digo, mas não faça o

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Marco Fabossi é membro na Comunidade da Graça Sede, conferencista, coach, escritor e consultor com foco em Liderança e Coaching. Veja mais em www.marcofabossi.com.br

que eu faço”, está bem longe de ser um líder inspirador e de cons-truir uma relação de confiança com as pessoas.

Jesus demonstrava caráter, sin-ceridade e integridade. Caráter é o compromisso de fazer o que é certo, mesmo quando não dese-jamos fazê-lo. Sinceridade, que é sinônimo de honestidade, sig-nifica “sem cera” ou “sem más-caras”, e leva o líder a agir com transparência e claridade em tudo o que faz. Já a integridade, permi-te que as pessoas saibam exata-mente quem é o seu líder, porque seus princípios, valores e atitudes são coerentes com seu discurso.

Portanto, assim como Jesus, é preciso que as atitudes e os exem-

plos falem mais alto que as palavras, a ponto de causar nas pessoas o seguinte pensamento: “As atitudes do meu lí-der falam tão alto, que eu não preciso ouvir sua voz”.

3. Jesus usava o erro como oportu-nidade de aprendizado. Quando Pe-dro negou Jesus, mesmo depois haver convivido com Ele por três anos, Jesus não o ignorou ou pensou em “demiti--lo”, mas desceu de Jerusalém para a Galileia para encontrá-lo, conversar com ele, restaurá-lo e reintegrá-lo à “equipe” (João 21).

Jesus nunca foi grosso ou mal educado com seus discípulos. Quando neces-sário, os exortava e corrigia para que se tornassem ainda melhores, usando cada situação como oportunidade de aprendizado.

Um líder que valoriza o crescimento e desenvolvimento das pessoas deve cultivar um ambiente de aprendiza-do, onde haja muitos acertos, mas que também haja liberdade para criativida-de, inovação, novas tentativas e, certa-mente, alguns erros. Portanto, ajude as pessoas a acertar, mas, se elas errarem, aprendam juntos.

Poderíamos falar sobre muitos outros exemplos, mas se apenas aplicarmos esses três simples ensinamentos de Jesus estaremos muito perto de cons-truir uma liderança alicerçada em cre-dibilidade, confiança e transparência, para que então possamos lançar mão de técnicas e ferramentas de liderança que certamente nos ajudarão a acele-rar o processo de desenvolvimento de pessoas e, consequentemente, obter melhores resultados. Sobre elas fala-remos nas próximas edições.

Para finalizar, deixo aqui algumas per-guntas:

Quanto do seu tempo e da sua presença você tem dedicado às pessoas da sua Célula?

Suas atitudes são coerentes com suas palavras? O que fala mais alto, seu discurso ou seus exemplos?

Quanto você aceita, perdoa e usa os erros (seus e das outras pessoas) como oportunidade de aprendizado?

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néas Tognini nasceu em 20 de abril de 1914, em Avaré, interior de São Paulo. Morou muitos anos em Mato Grosso do Sul e formou-se em Teologia no Rio de Janeiro. Já casado, pastoreou a Igreja Batista do Barro Preto, em Belo Horizonte, e a Igreja Batista de Perdizes, em São Paulo. Dirigiu o Colégio Batista

Brasileiro e fundou a Faculdade Teológica Batista de São Paulo e também o Seminário Teológico Batista Nacional de São Paulo.

O pastor Tognini influenciou e formou líderes de diversas denominações da igreja evangélica brasileira. Filho de imi-grantes italianos, teve na experiência pentecostal o marco decisivo de sua longa trajetória como cristão. Viajou por 18 anos pelo Brasil, pregando a contemporaneidade dos dons espirituais às igrejas tradicionais e históricas. O ministério itinerante foi interrompido em 1981, quando fundou a Igreja Batista do Povo, em São Paulo.

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A IMPORTÂNCIA DA IGREJA

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Revista Comuna – Como o senhor define a palavra igreja?

Enéas Tognini – Igreja, que vem da palavra grega ecclesia, significa, entre outras coisas, chamar os de fora para dentro. É uma reunião, uma assem-bleia por convocação. Assim, igreja é o conjunto dos cristãos que se reúnem regularmente em um lugar. Também é o total de cristãos em todo o mundo e em todas as eras.

A que se deve a cultura atual do “não preciso ir à igreja para ser cristão”?

Essa cultura é decorrente da falta de discipulado. Além da conversão, precisamos do caminho certo da santificação. Hoje em dia, há muita ênfase

na conversão, mas pouca ênfase na santificação. As igrejas estão correndo atrás de muitas coisas que não são importantes como títulos e prédios, e se esquecendo de levar cada cristão à maturi-dade através do discipulado. Por causa disso, a igreja vai ficando desacreditada para muitas pessoas, que acabam abandonando os cultos e a convivência com os outros irmãos.

O senhor vê possibilidade de mudanças nessa cultura?

Sim. Creio que muitos, hoje em dia, estão buscando as pri-meiras fontes do cristianismo e da igreja primitiva. Desde os apóstolos, o conhecimento bíblico e a experiência com o Espírito Santo são fundamen-tais para o crescimento daque-les que vão se convertendo a Cristo, entendendo que cada um é membro do corpo de Cristo – a Igreja. Por um lado, muitas igrejas têm voltado à prática do discipulado para o crescimento e amadurecimento de cada cristão. Por outro lado, as Células, ou reuniões em

Atualmente é Pastor Emérito da Igre-ja Batista do Povo e Presidente de Honra da Sociedade Bíblica do Bra-sil. Tognini é também autor de 48 li-vros, entre eles: Batismo no Espírito Santo, Tirai a Pedra e Vidas Podero-sas. Ainda hoje, com quase 100 anos de idade e 71 de consagração pasto-ral, é um dos líderes evangélicos mais importantes do país. Viúvo, casou-se pela segunda vez com Élia Tognini. Tem três filhas do primeiro casamen-to: Dinéa, Edna e Noemi, três netos e cinco bisnetos.

Uma equipe da revista Comuna foi muito bem recebida na casa do pastor Enéas Tognini para uma conversa me-morável. O resultado você lê nas pró-ximas linhas.

ENTREVISTA

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De modo algum. A televisão e a Internet têm o seu lugar, seu alcance é mundial, e sempre que se prega o Evangelho há uma resposta. Mas a Inter-net é algo frio, seco; você só ouve, não participa. Isso não substitui a igreja. Ela é insubs-tituível. Mas hoje em dia tem muitos cristãos de braços cru-zados, que não querem mais se envolver nos ministérios da igreja. Há tanto a ser feito na área infantil, na música ou no ensino, mas poucos dispostos a servir. E assim, vão enter-rando seus dons. Isso é muito preocupante.

Qual o seu conselho para alguém que se desviou de uma igreja?

Voltar! É verdade que alguns saem desanimados ou machu-

Quais os benefícios?

Os benefícios também são totais. Principalmente o cres-cimento espiritual da pessoa na graça e no conhecimento de Cristo, e a proteção da família, com os filhos sendo já encaminhados desde cedo na fé. Durante o culto há música, há oração, há serviço e há pregação da Palavra. Nós precisamos de tudo isso.

Os cultos através da televisão ou Internet substituem o culto no templo?

pequenos grupos, têm forta-lecido os relacionamentos e a comunhão entre os irmãos.

Quais os prejuízos para quem não tem o hábito de frequentar uma igreja?

Os prejuízos são totais. Abandonar a igreja é como abandonar a própria casa. Quem abandona a igreja fica cego espiritualmente e sem estímulo nenhum para pros-seguir. Sua vida de santidade e seu crescimento ficam comprometidos.

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De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a quantidade de brasileiros que se identificaram como evangélicos saltou de 26,2 milhões em 2000 para 42,3 milhões em 2010, ou seja, de 15,4% para 22,2% da população do país. Nos dados do censo de 1991, o percentual de evangélicos na população brasileira era de 9%.

“ABANDONAR A IGREJA É COMO ABANDONAR A PRÓPRIA CASA. QUEM ABANDONA A IGREJA FICA CEGO ESPIRITUALMENTE E SEM ESTÍMULO NENHUM PARA PROSSEGUIR.” ENÉAS TOGNINI

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cados. Porém é preciso voltar, pois a cura para isso não está fora da igreja; a cura está na própria vida da igreja. E os pastores precisam de mais sa-bedoria para pregar a Palavra de Deus e consolar o povo.

O que o senhor gostaria de ver a Igreja brasileira fazendo?

A igreja brasileira está pre-cisando dobrar os joelhos. Creio que precisamos de muita oração. A oração corrige os desvios, quebra o pecado, aplaca o orgulho e realiza o seu trabalho. Eu termino lem-brando essa sentença: Muita oração, muito poder; pouca oração, pouco poder; nenhuma oração, nenhum poder.RC

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Em menos de dez anos, a quantidade de cristãos que dizem professar sua fé sem vinculação com igrejas, os chamados evangélicos nominais, cresceu de 4 para 14 milhões, segundo a última Pesquisa de Orçamentos Familiares do IBGE.

Fontes não oficiais estimam que há hoje, no Brasil, entre 30 e 40 milhões de pessoas que um dia frequentaram alguma igreja evangélica e se desviaram. Desses, apenas 10% retornam.

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PRECISO DA IGREJA PARA SER CRISTÃO?

á um fenômeno recente acon-tecendo na comunidade cristã em grande parte do mundo e especificamente no Brasil. A proliferação indiscriminada de denominações evangé-

licas, a secularização da igreja, os escândalos religiosos, o hedonismo moderno e o individualismo acirra-do têm levado muitos a experimen-tarem certa decepção e frustração com a igreja institucional.

A consequência mais crítica disso é o abandono total da fé por parte de alguns. Há outros que tentam per-manecer cristãos, mas abandonam a igreja organizada. E ainda há um grupo que até reconhece a importân-cia da igreja como um todo, mas não está disposto a se envolver e assumir um compromisso com a igreja local. Essas pessoas vão aos cultos quando possível e se não houver nada mais interessante a fazer, satisfazem-se em acompanhar ministérios e pre-gadores via Internet ou publicações e, quando descontentes, mudam de igreja com a maior facilidade.

Nesses tempos de democracia e direi-tos pessoais invioláveis da sociedade

moderna, a participação efetiva na vida da igreja passou a ser uma op-ção a muitos que se dizem cristãos. A ideia humanista de que somos livres para pensar e agir da maneira que quisermos tem conduzido alguns ao caminho da irreverência, insubordi-nação e independência intelectual em relação às doutrinas bíblicas. É nesse contexto que surge a questão: Preciso da igreja para ser cristão?

Aqui, então, se faz necessária uma cuidadosa reflexão teológica a res-peito da existência da igreja e sua relevância na vida do cristão. Afinal, a igreja é criação de Deus e não um projeto humano. Portanto, não cabe ao homem defini-la ou adaptá-la às suas pretensões. O teólogo Harry Blamires afirma em seu livro A Men-te Cristã que, “como cristão, suas crenças não são suas no sentido de que você tem direitos sobre elas para mexer com o conteúdo nem para jo-gá-las fora”.

A fé bíblica é indiscutivelmente comunitária. O plano redentor de Deus sempre teve em vista “os po-vos da Terra” e não indivíduos iso-lados (Gênesis 12.1-3). No Novo

Testamento, Jesus vem para salvar um povo (Mateus 1.21) e congregá--lo na igreja que surgiria ao final do seu ministério (Mateus 16.18). Essa igreja já aparece entre os gentios em Antioquia (Atos 11.26) onde os seus membros recebem o nome de “cris-tãos”. Em seguida, essa comunida-de dos santos se espalha por todo o mundo conhecido na época.

A Bíblia, pois, desconhece uma re-ligião solitária. “Ninguém pode reconciliar-se com Deus sem estar reconciliado com o povo de Deus” escreveu o professor de Teologia Bruce Milne. Portanto, respondendo a pergunta do título, o cristão precisa da igreja, pois a doutrina da salvação está assim indissoluvelmente ligada à doutrina da igreja. Em seu livro Fundamentos da Teologia da Igreja, Carlos Caldas diz que “um cristão desvinculado de uma comunidade de fé não é cristão, ou seja, não existe cristianismo sem igreja”.

NÃO EXISTE CARREIRA SOLO NO CRISTIANISMO.

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O cristão precisa da igreja, pois ela é valiosa para Deus uma vez que

“... Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela” (Efésios 5.25).

A igreja, diz a Bíblia, era um mistério que esteve oculto dos séculos e das ge-rações e que foi manifestada somen-te pela vinda de Cristo (Colossenses 1.24-27). E o apóstolo Paulo diz que apenas aos cristãos em comunidade foi dado o privilégio de conhecer a ri-queza da glória desse mistério.

O cristão precisa da igreja, pois ela é o instrumento de ensino, discipli-na, correção e edificação mútua que Deus instituiu (Colossenses 3.16).

Mateus 18.15-20 normatiza como se devem tratar os problemas de relacio-namento dentro da igreja. Aliás, quan-do o versículo 20 conclui dizendo que Jesus está presente onde dois ou três se reúnem em Seu nome, é no contex-to da igreja que isso acontece e não fora dela, como alguns gostariam.

O cristão precisa da igreja, pois ela é o ambiente para a prática do amor que se expressa no serviço de uns para com os outros. Deus é amor (1 João 4.8) e importa que seus filhos amem-se até o ponto de dar a própria vida pelo seu irmão (1 João 3.16). No Novo Testamento encontramos 25 mandamentos de caráter recíprocos que, como ensina o pastor Carlos Al-

berto Bezerra, “somente serão viáveis nos relacionamentos interpessoais”.

O cristão precisa da igreja, pois ela é o espaço onde os dons devem se manifestar

“com vistas ao aperfeiçoamento dos santos para o desempenho do seu serviço, par a edificação do corpo de Cristo.” (Efésios 4.12).

A distribuição de dons e a capaci-tação para o ministério que Deus confere a cada cristão, só faz sentido no contexto da igreja. É a ideia da unidade orgânica da igreja que Paulo deixou claro em sua primeira carta aos Coríntios, capítulo 12.

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O cristão precisa da igreja, pois ela é o lugar estabelecido por Jesus para que seus discípulos se reúnam regu-larmente para comer o pão e beber o vinho em Sua memória (Lucas 22.19-20). E Paulo acrescenta outras instru-ções a fim de que a celebração da ceia do Senhor pelos cristãos reunidos na igreja seja “para melhor e não para pior” (1 Coríntios 11.17-34). A igreja é identificada como corpo e noiva de Cristo. Assim, pertence a Ele aquele que pertence à igreja.

É verdade que a igreja institucional cometeu erros ao longo da sua histó-ria e ainda hoje os comete. Ela não é perfeita e, como diz o pastor Augustus Nicodemus, “continuará dessa forma

enquanto formos membros dela”. Ain-da assim, o cristão precisa da igreja, da pregação do Evangelho que se faz ali, da disciplina, da comunhão, dos sacramentos, dos cultos regulares, da comunidade dos santos. Não existe carreira solo no cristianismo.

É preciso fazer parte da igreja orga-nizada com os demais irmãos, e não abandoná-la como nos alertou o es-critor de Hebreus:

“Não deixemos de congregar-nos, como é costume de alguns...” (He-breus 10.25).

A igreja é tão fundamental para o cristão que Paulo a chamou de

“coluna e baluarte da verdade” (1 Ti-móteo 3.15).

E, para finalizar, lembrando uma verdade do Antigo Testamento, é na reunião fraternal dos irmãos que Deus ordena a sua bênção e a vida para sempre (Salmo 133).

AFINAL, A IGREJA É CRIAÇÃO DE DEUS

E NÃO UM PROJETO HUMANO. PORTANTO, NÃO CABE AO HOMEM

DEFINI-LA OU ADAPTÁ-LA ÀS SUAS PRETENSÕES.

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á 14 anos, a cidade de São Ber-nardo do Campo, em São Pau-lo, foi presenteada com uma igreja família gerada a partir de uma Célula que se reunia ali, fruto da promessa de Deus em

Jeremias 23:3 e 4 que diz:

“E eu mesmo recolherei o restante das minhas ovelhas, de todas as ter-ras para onde as tiver afugentado, e as farei voltar aos seus apriscos; e frutificarão, e se multiplicarão. E levantarei sobre elas pastores que as apascentem, e nunca mais teme-rão, nem se assombrarão, e nem uma delas faltará.”

A Comunidade da Graça em São Bernar-do do Campo cresce a cada dia em ale-gria, milagres e ação do Espírito Santo.

Comunidade da Graça em São Bernardo do Campo/SP

A IGREJA DO AMORTendo o pastor Carlos Alberto como o principal incentivador de sua implan-tação e exemplo de vida, nossa Comu-nidade é conhecida por muitos como a “Igreja do Amor”, por estar sempre focada nos relacionamentos e no cui-dado com as pessoas.

Ordenado em outubro de 1999, o pastor Marcos Marciano é quem está à frente desse ministério atualmente. Um homem dedicado integralmente à obra de Deus junto com sua es-posa Kátia e seus filhos Alexandre e Amanda. Foram anos de oração, renúncia, obediência, lágrimas e semeadura, acompanhado de perto pelo pastor Sergio Bozato, amigo e parceiro de ministério. Hoje eles co-lhem os resultados do milagrecom felicidade

A Comunidade em SBC possui 1.600 membros que, juntamente com seus líderes, estão em unidade na visão da igreja, cuidando diariamente dos rela-cionamentos em amor, comprometi-dos com as pessoas, e, especialmente, com o ensino da Bíblia.

E são essas pessoas que se multipli-cam e transformam vidas em outras cidades da região. Existem hoje mais 5 congregações geradas por São Ber-nardo, e que fazem parte dessa histó-ria: Santos (liderada pelo diácono Ser-gio Alves), Diadema (hoje pastoreada por Sergio Bozato), Mauá (pastoreada por Carmo Farias) e as mais recentes, Balsa e Tiradentes.

A COMUNIDADE DA GRAÇA EM SÃO BERNARDO DO CAMPO CRESCE A CADA DIA EM ALEGRIA, MILAGRES E AÇÃO DO ESPÍRITO SANTO

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sonhospossíveisvisão eles andaram com Jesus finançasDeus agindo especialfundação CGponto de vista

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AVIVAMENTOOs pastores Jorge e Edna Mantoan foram desafiados pelo pastor Carlos Alberto para somar forças. Também fazem parte desse time, o pastor Luis Claudio Botelho e sua esposa Adriana (Líderes do Ministério com Jovens e Adolescentes). Toda essa equipe de pastores está em aliança com a visão e desenvolve um trabalho sério. São homens e mulheres irrepreensíveis, honestos, aptos para ensinar, moderados, que governam bem suas famílias e possuem um bom tes-temunho.

Pr. Marco Marciano com sua esposa Katia, e seus dois filhos Alexandre e amanda

Reunião de liderança da Comunidade da Graça em São Bernardo do Campo

Em visita realizada em 2010 a um grupo de pessoas do bairro Balsa que frequentavam a CG São Ber-nardo, o pastor Marcos conheceu a realidade dessa região e as di-ficuldades de locomoção existen-tes. Com o coração desafiado, o pastor Maurício Lachaitis come-çou uma célula nesse bairro, de-dicando cuidado às vidas daquela região. No dia 30 de setembro de 2012, a Comunidade da Graça da Balsa iniciou suas atividades, liderada pelo pastor Maurício e sua esposa Michele, e já conta com 80 membros.

São Bernardo do Campo possui bairros muito distantes da sua sede no Rudge Ramos. Com mui-tas células reunindo-se na região do Irajá, e pela dificuldade de locomoção, carência de recursos e por amor a essas pessoas, teve início uma nova congregação para semear o amor de Cristo na vida dessa população. Já na reu-nião inaugural da Comunidade da Graça Tiradentes, realizada dia 14 de outubro de 2012, sob a respon-sabilidade do diácono Alexandre Feitosa e sua esposa Adriana, 115 pessoas estiveram presentes.

BALSA TIRADENTES

Culto de celebração aos domingos na Comunidade da Graça em São Bernardo do Campo.

Pastores Mauricio, Luiz Botelho, Marco Marciano, Jorge Mantoan e Sérgio Bozato

sonhospossíveis liderança capa aconteceutexto e contextocomunidade saúde igreja família

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Hoje a igreja vive um momento espe-cial de avivamento e de crescimento, com um número expressivo de jo-vens e adolescentes. Através de ações como o Projeto On The Cross, Pro-jeto Prá Valer (teatro e dança), o Es-porte Comuna (realizado no verão), o MAG Inverno, o CTL direcionado e o Encontro de Líderes, agregando mais jovens na família, reforçando a equi-pe de suporte aos demais ministérios.

Motivados em amar e servir pesso-as, São Bernardo do Campo caminha com metas e projetos bem definidos:

A igreja mantém hoje cerca de 70 Cé-lulas com reuniões regulares sema-nais. Para alcançar mais pessoas, sur-giu o desafio “Uma Vida por Célula”. “Se cada célula trouxer uma única vida para o grupo, no próximo batis-mo teremos no mínimo 70 novas pes-soas” disse o pastor Marcos ao final de um culto. No mês de abril desse ano, o resultado foi impressionante: 93 pessoas foram batizadas!

Uma característica marcante da Co-munidade da Graça é a recepção aos visitantes e há um dia especial dedi-cado a receber os amigos: o “Dia do Amigo”. No último domingo do mês é aberto um espaço para os membros valorizarem a presença de seus amigos e convidados, destacando uma quali-dade dessa pessoa para toda a igreja.

Cada pessoa recebeu um cartão para colocar no mínimo 10 nomes de amigos ou parentes que ainda não conhecessem a Jesus. Depois de 21 dias semeando em jejum e oração nessas vidas, foi marcado um encon-tro especial para receber os convida-dos. Nessa primeira reunião, a igreja somou 118 visitantes e desses, 30 se entregaram a Cristo E esse cuidado com vidas se estende com ligações e

Testemunhofamília Comunidade da Graça, Graça e paz.

Meu nome é Vagner Girotto. Sou casado e pai de três filhos abençoados. Comecei a traba-

lhar com 12 anos de idade e, com 18, conheci a Carina, hoje minha esposa. Quando nos casamos eu tinha 19 e ela 16. Sempre tive grandes ambições.

Com os anos, os sonhos foram se re-alizando. Não foi fácil chegar aonde chegamos. Porém, o trabalho tornou--se prioridade em minha vida. Meus filhos foram ficando em segundo pla-no e meu casamento já não tinha mais importância. Minha certeza era que, para eles serem felizes, só precisavam de dinheiro. Cheguei a falar que, se ti-vesse que escolher, preferia ficar com as empresas, pois, sem recursos, mi-nha família não sobreviveria.

Em todos esses anos de conquistas pessoais e sofrimento para minha es-posa, ela sempre aguentou calada. Chorava e sofria sozinha. Eu nunca estive ao seu lado. Nunca me preo-cupei com seus sentimentos, ou até mesmo com o que pensava. Não tinha tempo para ela e nem para meus filhos.

cartas de agradecimento a cada visi-tante. “Sem meta não há esforço. Sem esforço não há resultados.”, enfatiza o pastor Marcos em fé.

A Comunidade em São Bernardo tem visto a cura, a libertação e a transformação de muitas vidas nos “Encontros Vida Vitoriosa”, reali-zados no Vale da Graça, em Porto Feliz, e que acontecem sempre antes dos Batismos e Recepção de Novos Membros. Os encontros promovem ministrações específicas sobre per-dão, laços de alma, rejeição, finan-ças, batismo nas águas e batismo no Espírito Santo.

E para cuidar das novas ovelhas, an-tes de cada encontro, a Comunidade promove o “Café com o Pastor”: uma oportunidade de estreitar o relaciona-mento e o cuidado com essas pessoas.

UMA VIDA POR CÉLULA

ENCONTRO VIDA VITORIOSA

VALORIZANDO VIDAS EM AMORA Comunidade da Graça em São Bernardo do Campo está num momento de expansão. Saben-do que o desafio maior da igreja é abençoar as famílias da terra, o grande desafio é gerar novos líderes e ganhar um grande nú-mero de pessoas para Cristo, cuidando bem delas e transfor-mando-as em discípulos de Je-sus. “Todo esse trabalho não é feito apenas por um homem e sim por uma equipe. Queremos agradecer a todos os líderes e colaboradores que nesses últi-mos anos acreditaram no desafio de sermos uma igreja família, vivendo o amor de Cristo, al-cançando o próximo e formando discípulos”, agradece o pastor titular Marcos Marciano.

ABENÇOAR AS FAMÍLIAS DA TERRA

À

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Só queria juntar mais e mais. Nada se-gurava minha ambição.

Até que o inesperado aconteceu: mi-nha esposa pediu separação. Eu acre-ditava que isso jamais aconteceria. Primeiro fiquei apenas abatido, pois havia perdido minha casa. Mas depois fui percebendo que o que me manti-nha em pé não eram minhas empresas e sim minha esposa e minha família. Eles não queriam só conforto financei-ro, mas o amor de esposo e pai.

Comecei a regredir financeira e profis-sionalmente. Acostumado a trabalhar muito e acordar cedo, desanimei. Al-guns dias eu acordava tarde e outros nem ia trabalhar. Parei de comer e já não me importava mais com as empre-sas. Meu dinheiro perdeu o valor. Só queria de volta o que a vida inteira eu deixei em segundo plano. Mas, pensei, era tarde demais.

Foi então que Deus usou um ami-go em comum para nos convidar a participar de um encontro chamado Dia do Amigo, na Comunidade da Graça em São Bernardo do Campo. Passamos o culto juntos, louvamos ao Senhor e fomos embora cada um

para seu canto, mas naquele dia, algo começou a acontecer. Percebendo a dificuldade que estávamos passando, esse mesmo amigo marcou um acon-selhamento para nós com o pastor Marcos e a irmã Adriana Botelho. Ali percebi que minha vida iria mudar.

Durante a conversa, minha esposa fa-lou coisas que eu nem imaginava que um ser humano poderia sentir ou sofrer. O pastor Marcos, com todo seu amor, sabedoria e graça, nos aconselhou e orou por nós. Ao nos despedirmos, ele me abraçou e disse: conte com a minha vida. Nunca havia escutado aquilo an-tes. Então chorei lágrimas que estavam guardadas há muito tempo.

Comecei a frequentar os cultos e vi-gílias de oração. Dia após dia vi mi-nha vida sendo transformada e, apesar de já ser batizado nas águas, percebi que nunca havia tido um verdadeiro encontro com Deus. Num daqueles cultos, o Espírito Santo me tocou e me fez experimentar o que é viver em comunhão. Ali fui realmente salvo e minha vida começou a mudar.

Percebi que a maneira de enxergar o mundo já não era mais a mesma. Tudo

parecia ser mais bonito. Os dias se passaram. Voltei a trabalhar e reto-mei a minha vida. Não por completo, pois ainda estava afastado de minha família. Porém, em meio a essas mu-danças, minha esposa, que trabalhava comigo, começou a notar algo dife-rente. Era Deus agindo. Meu coração já não era mais de pedra e sim de carne. E pelo Espírito Santo de Deus, sem que eu esperasse, o impossível aconteceu. Em apenas um único dia retomamos nosso casamento e voltei para a minha família.

Hoje vivo em paz! Coloquei Deus em primeiro lugar na minha vida. Prio-rizei minha família e acredito que o bom desempenho no trabalho é con-sequência de um homem amado por Deus e por sua família. Aprendi que, se buscarmos primeiro a Deus e o co-locarmos verdadeiramente dentro de nossas famílias, as demais coisas nos serão acrescentadas.

Que Deus abençoe a todos.

Vagner Girotto & Carina Girotto, Kevin Girotto, Erick Girotto e Arthur Girotto

Vagner Girotto & Carina Girotto, com os filhos Kevin Girotto, Erick Girotto e Arthur Girotto

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concepção está entre as muitas dádivas concedidas à humani-dade. É por meio dela que a espécie humana se perpetua, em sincronia com o proje-to eterno de Deus de ter uma

grande família com muitos filhos se-melhantes a Jesus.

A gravidez foi projetada para ser algo sem intercorrências, porém, não é a re-alidade hoje. A única explicação é teo-lógica e registrada no livro dos inícios – o Gênesis, em seu terceiro capítulo. Foi lá que ficou anotado que o parto seria com dores e as quarenta semanas de gestação, imprevisíveis.

Quanto ao parto, nós demos um jeito e aliviamos o transtorno que Adão e Eva geraram pela desobediência – Bendito parto sem dor! Nada melhor que um bom anestesista e um bom ginecolo-gista ao lado da gestante no momento certo, ou seja, desde o início da pri-meira contração uterina.

Entretanto, o importante não é apenas o parto, mas também o acompanha-

mento das 40 semanas de gestação. A isso chamamos pré-natal – o controle de todos os dados vitais e importantes para que mãe e bebê cheguem saudá-veis ao dia do parto.

Considere a gestação como a viagem de um navio que sai de um porto e tem um destino certo após nove me-ses de viagem. Tudo está programa-do: a trajetória, o porto onde encer-rará a viagem, atividades que serão necessárias durante esse período e até as comemorações da chegada. O comandante, porém, está preocupado com uma coisa: a integridade do na-vio, da tripulação e os possíveis des-vios de rota; sem falar em icebergs!

O navio é a mulher, a tripulação, o bebê, o comandante, o médico, e os desvios de rota constituem uma infi-nidade de intercorrências e doenças que entristecerão a todos. Pensando bem, acabei de criar a parábola da boa gestação!

Um bom pré-natal começa com medi-das preventivas mesmo antes da con-

Jorge Luiz Mantoan é pastor na Comunidade da Graça em São Bernardo do Campo e médico ginecologista. Larissa Mantoan, sua filha, é médica residente de ginecologia pelo Hospital das Clínicas da Universidade de SP

cepção. E qualquer atraso menstrual que fuja à rotina da mulher, até que se prove o contrário, é gravidez.

Constatada a gravidez, uma gama enor-me de avaliações sanguíneas, urinárias e ultrassonográficas se tornam necessá-rias em concomitância com o acompa-nhamento mensal no consultório mé-dico. Com esses cuidados, temos um perfil completo do crescimento e vita-lidade do bebê e também de alterações de risco para a saúde da mãe.

Gostaram? Na próxima matéria, trata-remos de algumas situações de risco na gravidez que todo casal deve saber.

AJORGE E LARISSA MANTOAN, MÉDICOS

Parto e pré-natal

sonhospossíveis liderança capa aconteceutexto e contextocomunidade saúde igreja família

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isse também o Senhor a Moisés: Diga aos is-raelitas: Quando vocês atravessarem o Jordão e entrarem em Canaã, escolham algumas ci-

dades para serem suas cidades de refúgio, para onde poderá fugir quem tiver matado alguém sem intenção. Elas serão locais de refúgio contra o vingador da vítima, a fim de que alguém acusado de assassinato não morra antes de apresentar-se para julgamento perante a comunidade.” Números 35.9-12

Nesta passagem do livro de Números, Deus dá uma orientação a Moisés so-bre a constituição de cidades refúgio em Canaã. O plano era acolher e pre-servar a vida do homicida que tivesse matado alguém involuntariamente. O culpado de sangue que se abrigasse nessas cidades, fosse dos filhos de Is-rael ou estrangeiro, tinha a oportuni-dade de viver livremente dentro dela, protegido da vingança que os paren-tes do morto poderiam querer exercer contra ele. Se ele fosse declarado ino-cente em seu julgamento, permanece-ria nesta cidade até um tempo deter-minado (a morte do sumo sacerdote). Depois disso, ele poderia voltar à li-berdade e às suas antigas ocupações e propriedades (Números 35.24-28).

Tal como naqueles dias, hoje a Igreja é o único lugar para onde todo pecador

DIOVANI DAMIÃO SILVA, PR.

Um lugar de refúgio

pode correr e se abrigar do seu inimi-go, pois, sem Cristo, todo homem está sujeito à ação destruidora de Satanás.

“Pois o salário do pecado é a mor-te...” (Romanos 6.23).

Na sua infinita misericórdia, Deus ins-tituiu a Igreja como um lugar de refú-gio nestes dias maus em que vivemos.

Quando nos arrependemos de nossos pecados e reconhecemos nossa miséria e culpa diante de Deus, somos então jus-tificados, isto é, declarados justos pelo sacrifício de Cristo na cruz por nós.

“Sendo justificados gratuitamente por sua graça, por meio da redenção que há em Cristo Jesus.” (Romanos 3.24).

Depois deste milagre, vem a firme decisão de nos tornarmos cidadãos da cidade de refúgio – a Igreja.

“Se alguém, com ódio, empurrar uma pessoa premeditadamente ou atirar alguma coisa contra ela de modo que ela morra, ou se com hostilidade der-

-lhe um soco provocando a sua morte, ele terá que ser executado; é assas-sino. O vingador da vítima matará o assassino quando encontrá-lo.” Nú-meros 35.20-21

O apóstolo João diz, em sua primeira epístola, no capítulo 5, verso 16, que há pessoas pelas quais não adianta in-terceder pelo favor de Deus, pois há pecado que leva à morte. Mas antes que muitos fiquem assustados ou re-ceosos sobre isso, o autor de Hebreus nos ajuda a entender que tipo de pes-soa é essa.

“Se continuarmos a pecar delibera-damente depois que recebemos o co-nhecimento da verdade, já não resta sacrifício pelos pecados, mas tão somente uma terrível expectativa de juízo e de fogo intenso que consumirá os inimigos de Deus. Quem rejeitava a lei de Moisés morria sem misericór-dia pelo depoimento de duas ou três testemunhas. Quão mais severo casti-go, julgam vocês, merece aquele que pisou aos pés o Filho de Deus, que profanou o sangue da aliança pelo qual ele foi santificado, e insultou o Espírito da graça? (...) Terrível coisa

“D

UM ALERTA

sonhospossíveisvisão eles andaram com Jesus finançasDeus agindo especialfundação CGponto de vista

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graça de Jesus, a consolação do Espí-rito Santo e a companhia mais do que necessária dos irmãos – daqueles que têm a mesma fé e compromisso. Mais do que o espaço físico que os membros da Igreja ocupam, o que define nossa posição espiritual é ser corpo de Cristo e membros uns dos outros.

Nosso melhor modelo é sempre o estilo de vida dos cristãos da Igreja Primitiva:

“Eles se dedicavam ao ensino dos apóstolos e à comunhão, ao partir do pão e às orações. Todos estavam cheios de temor, e muitas maravilhas e sinais eram feitos pelos apóstolos. Todos os que criam mantinham-se unidos e tinham tudo em comum. Vendendo suas propriedades e bens, distribuíam a cada um conforme a sua necessidade. Todos os dias, con-tinuavam a reunir-se no pátio do tem-plo. Partiam o pão em suas casas, e juntos participavam das refeições, com alegria e sinceridade de coração, louvando a Deus e tendo a simpatia de todo o povo. E o Senhor lhes acres-centava todos os dias os que iam sen-do salvos.” Atos 2.42-47

é cair nas mãos do Deus vivo!” He-breus 10.26-31.

Para estes que rejeitam o plano de sal-vação, que custou tão caro para Deus com a morte de Seu Filho, já não resta mais refúgio e perdão, conforme Jesus mesmo disse em Mateus 12.32.

Vale lembrar também que a cidade de refúgio tinha limites físicos que não poderiam ser transpostos pelo refu-giado. Ele corria risco de morte se o fizesse (Números 35.26-27). Hoje, esses limites são espirituais, visto que a Igreja não está em um lugar, mas na vida de todos os salvos que compõem o corpo místico de Cristo na terra. Se alguém decide, deliberadamente, viver fora dos limites estabelecidos por Deus para Sua Igreja, ainda que seus argumentos sejam os mais legí-timos, corre o risco de ser enganado e atacado pelo diabo. Infelizmente, em nossos dias, muitos crentes estão cor-rendo esse sério risco, pois insistem em viver descompromissados com a Igreja e pensam que é normal viver assim. Mal sabem o perigo que cor-rem e todo tipo de engano que Sata-nás propõe.

Diovani Damião é pastor na Comunidade da Graça em Itaím Paulista. É casado com a pastora Nice e tem 2 filhos

Diferentemente daquele sacerdócio imperfeito do Antigo Testamento, que oferecia ao homicida involun-tário o caminho de volta à sua velha vida, agora, em Cristo Jesus, o Sumo Sacerdote perfeito, que não morre, somos regenerados para uma nova vida em nada parecida com a antiga. Assim, temos a certeza que a vontade do nosso Pai é de que jamais deixemos a congregação dos santos. Antes, que nossas raízes sejam bem firmadas no lugar em que Deus nos plantou.

Deus não quer que seus filhos fiquem transitando de “cidade em cidade” – de igreja em igreja. É necessário en-tender que ao sair da “cidade”, isto é, ao viver e agir de forma isolada da Igreja, sem os parâmetros da Palavra de Deus e da doutrina dos Apóstolos, a pessoa estará descoberta e sujeita à ação do vingador, aquele que só quer matar, roubar e destruir.

E não se engane. É possível alguém frequentar as reuniões da igreja e não ser da Igreja, vivendo fora da “cidade de refúgio”, sem o amor de Deus, a

UM SACERDÓCIO ETERNO

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Para onde vão os mortos?CARLOS ALBERTO ANTUNES, PR.

á muita confusão na mente das pessoas, mesmo daqueles que se dizem crentes em Cristo, com relação ao destino da-queles que morrem. Em duas ocasiões, Jesus foi muito claro

com relação a esse assunto, definin-do de maneira muito incisiva que só existem dois destinos possíveis para os mortos: o paraíso ou o inferno. Não há outros estágios intermediários, nem lugar na Palavra de Deus para o ensinamento de que os mortos salvos ficam dormindo esperando a volta do Senhor. Vejamos o que Jesus nos diz sobre o destino dos mortos, os salvos e os ímpios:

“E disse-lhe Jesus: Em verdade te digo que hoje estarás comigo no Paraíso.” Lucas 23.43

“E aconteceu que o mendigo mor-reu, e foi levado pelos anjos para o seio de Abraão; e morreu também o rico, e foi sepultado. E no inferno, ergueu os olhos, estando em tormen-tos, e viu ao longe Abraão, e Lázaro no seu seio.” Lucas 16.22-23

Os que morrem já vão para o paraíso (os salvos) ou para o inferno (os ím-pios), não havendo nenhuma base bí-blica para o conceito de purgatório ou de reencarnação.

“E, como aos homens está ordena-do morrerem uma vez, vindo depois disso o juízo.” Hebreus 9.27

Na Palavra de Deus, existe somente a certeza que todos ressuscitarão quan-do Cristo voltar: uns para a vida eter-na, outros para a vergonha eterna.

“E muitos dos que dormem no pó da terra ressuscitarão, uns para vida eterna, e outros para vergonha e desprezo eterno.” Daniel 12.2

Por tudo isso, Deus, em sua Palavra, proíbe terminantemente a consulta aos mortos, pois eles não têm mais nenhuma influência ou ingerência no mundo dos vivos. Quando as pessoas tentam se comunicar com seus mortos, são os demônios enganadores que se manifestam, passando-se pelos seus entes queridos, trazendo toda espécie de confusão e maldição para os que praticam essas coisas.

“Quando entrares na terra que o SENHOR teu Deus te der, não aprenderás a fazer conforme as abominações daquelas nações. En-tre ti não se achará quem faça pas-

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sonhospossíveis liderançaeles andaram com Jesus finanças capaespecial comunidadefundação CGponto de vista

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Carlos Alberto Antunes é pastor na Comunidade da Graça Sede, Diretor do Centro de Treinamento de Líderes, É casado com a pastora Vanda, e é pai de 5 filhos.

sar pelo fogo a seu filho ou a sua filha, nem adivinhador, nem prog-nosticador, nem agoureiro, nem fei-ticeiro; nem encantador, nem quem consulte a um espírito adivinhador, nem mágico, nem quem consulte os mortos; pois todo aquele que faz tal coisa é abominação ao SENHOR; e por estas abominações o SENHOR teu Deus os lança fora de diante de ti.” Deuteronômio 18.9-12

Assim sendo, ir atrás dos mortos e procurar consultá-los através de mé-diuns ou de quaisquer outras formas, é pecado gravíssimo que, se não houver arrependimento, leva para o inferno, sendo uma terrível abominação ao Se-nhor, pois Ele é a única fonte de vida e de bênçãos para todos os seres-huma-nos, através de Jesus Cristo.

“Quando, pois, vos disserem: Con-sultai os que têm espíritos familia-res e os adivinhos, que chilreiam e murmuram: Porventura não con-sultará o povo a seu Deus? A favor

dos vivos consultar-se-á aos mor-tos? À lei e ao testemunho! Se eles não falarem segundo esta palavra, é porque não há luz neles.” Isaías 8.19-20

Temos um Deus todo poderoso, vivo e amoroso, que nos estimula a buscá-lo e que já tem disponibilizado para nós, através do sacrifício de Cristo, uma salvação poderosa e uma vida abun-dante. Por isso, abandone toda a prá-tica de consultar aos mortos. Invoque ao Senhor de todo o seu coração, pois Ele mesmo nos estimula a buscá-lo para derramar toda a sorte de bênçãos sobre as nossas vidas.

“Porque assim diz o SENHOR à casa de Israel: Buscai-me, e vivei.” Amós 5.4

“E buscar-me-eis, e me achareis, quando me buscardes com todo o vosso coração.” Jeremias 29.13-14

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Eu recomendo

O remanescenteLARRY STOCKSTILL, EDITORA LAN

essa obra indispensável a todos os pastores, líderes e cris-tãos que desejam viver em equilíbrio, o pastor Stockstill nos apresenta princípios poderosos para restaurar a integridade do ministério pastoral em nossos dias. Em seu conteúdo di-dático, bíblico e rico em experiências, o autor classifica o tema em duas sessões.

Socorro para uma igreja disfuncional - ele trata sobre:• Mentoreamento.• Padrões para uma igreja que não recebe correção.• Multiplicação para uma igreja infrutífera.• Cura para uma igreja que não foi curada.• As Escrituras para uma igreja que não é ensinada.

Os dez mandamentos do ministério – o autor propõe os se-guintes mandamentos:

NPARTE 1

PARTE 2

• Oração.• Estudo bíblico.• Integridade.• Pureza.• Exemplo.

• Relacionamentos.• Filosofia.• Fé.• Guerra espiritual.• Sabedoria.

Portanto, recomendo a leitura e o estudo cuidadoso deste livro. Ele é um guia importante para os cristãos e, ao mesmo tempo, um sinal de alerta para que voltemos a viver de acordo com os princípios imutá-veis e transformadores da Palavra de Deus. Em síntese, o autor faz ecoar o mesmo clamor dos profetas do Velho e Novo Testamento.

Larry Stockstill é pastor titular do Betany World Prayer Center em Baton Rouge, Louisiana, EUA. A Betany é uma das principais igre-jas em células atualmente na América, com grande ênfase em rela-cionamentos através de pequenos grupos, oração e missões.

Carlos Alberto de Quadros Bezerra, pr.Fundador e Presidente da Comunidade da Graça

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aconteceu

Acampamento de junioresEntre os dias 11 e 14 de outubro, no Vale da Graça em Porto Feliz/SP, 180 juniores participaram de um acampa-mento cujo tema foi “SOMOS UM”. As ministrações e palestras foram fei-tas pelo pastor José Tadeu e pelo casal Felipe e Danyelle Viana, líderes do Ministério com Juniores em nossa Co-munidade da Graça Sede. Houve tem-po para aprender sobre a importância de cada um no reino de Deus, pois so-mos todos membros úteis do corpo de Cristo, e houve tempo para relaciona-mentos, serenata, gincanas, esporte e lazer. Os juniores voltaram para casa desejando um nível mais profundo de comunhão e vida com Deus, além de uma nova expectativa e motivação para alcançar outros familiares e ami-gos para Cristo. Foi bom demais!

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aconteceu

Apesar de não ser casado, é bom estar num ambiente onde posso aprender grandes verdades

@lucasregonha

Somos um!

@jessica_ms

Acampamento de Casais #mar-ried #faith #God

@carmen_regina

FOTOS E COMENTÁRIOS DE QUEM ESTEVE LÁ

Acampamento de casais

Comunidade da Graça está sempre trabalhando pelo for-talecimento das famílias. E uma maneira muito especial de fazer isso é através dos Acampamentos de Casais,

onde é possível ter um tempo espe-cífico de aprendizado dos princípios contidos na Palavra de Deus e uma oportunidade única de fazer novos amigos. Nos dias 19 a 21 de outubro, em um aconchegante hotel na linda Serra Negra em São Paulo, 75 casais se reuniram com este propósito. Com o tema “Seu casamento debaixo da proteção de Deus”, os casais partici-pantes foram abençoados com as mi-nistrações dos pastores Valmir e Ná-dia Ventura, e do pastor José Tadeu. Houve reconciliação entre casais e, ao final, todos saíram com o desafio de praticar a Palavra de Deus, a fim de colocar suas famílias debaixo da proteção de nosso Pai.

A

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