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Revista Comuna 66

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Guerra e paz - Opinião e ódio se misturam na tentativa de promover o bem. Palavras do Presidente - Embaixadores da paz Rejeite a apatia - o país da diversidade? Entrevista exclusiva - Marcos Botelho " A melhor forma de fazer a diferença hoje na internet, não é atacar. É mostrar um Jesus que amou demais.

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COMUNIDADE DA GRAÇA SEDE

RUA EPONINA, 390 - V. CARRÃO

( 1 1 ) 2090-1800

UMA IGREJA FAMÍL IA

V IVENDO O AMOR DE CR ISTO

ALCANÇANDO O PRÓXIMO

E FORMANDO D ISC ÍPULOS

ACESSE O PORTAL COMUNA

WWW.COMUNA.COM.BR

E A Í , GOSTOU?

A GRAÇA CHE IA DE PAZA liberdade de expressão é reflexo de uma sociedade democrática. Quem não gosta de opinar e ser ouvido? O objetivo de apresentar opiniões é aprofundar uma discussão sobre um determinado assunto e usar o diálo-go como uma ferramenta de construção da sociedade. Mas o problema é que, hoje, as diferenças de pensamentos têm sido usadas como desculpa para atacarmos uns aos outros.

Dietrich Bonhoeffer, teólogo alemão e membro da resistência antinazista, certa vez disse: “Quando julgamos os outros, deixamos de olhar para o mal que há em nós e para a graça da qual eles também são alvo.” As ex-pressões manifestas em redes sociais, espaços de opinião, ou, até mesmo, em conversas informais julgam mais do que promovem o diálogo. Geram divisão, mais do que constroem relacionamentos. E, infelizmente, entre os cristãos essa tem sido uma prática muito constante.

A Bíblia nos ensina que somos embaixadores de Cristo. E Ele é apresen-tado como o Príncipe da Paz. Nesta edição da Revista Comuna, queremos falar desse Jesus e do padrão que Ele deixou. Seja com ou sem palavras, on-line ou off-line, é a Ele que devemos imitar. Queremos falar sobre as palavras de ódio que muitas vezes usamos sem perceber, e sobre o que é ser pacificador numa cultura cheia de violência. É reconstruir as casas daqueles que não podem fazê-lo, é mostrar aos jovens que eles podem ser representantes do Reino de Deus, é oferecer reconciliação, compaixão e misericórdia. A real Graça de Jesus vem também por meio da Paz.

Aproveite essa revista para conversar com os seus amigos sobre o assun-to. E escreva para nós – por e-mail ([email protected]), ou através das Redes Sociais – para compartilhar as suas experiências. Boa leitura!

GUSTAVO ROSANEL I E M IGUEL ANTUNESPELA EQUIPE ED ITORIAL

O QUE VOCÊ ACHOU DOS TEMAS E ASSUNTOS DA REVISTA? DESEJA FAZER ALGUM COMENTÁRIO? TEM SUGESTÕES?

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A #revistacomuna é muito boa. As matérias são inspiradoras e deixam para nós grandes desafios. É de fácil leitura, o que a converte numa eficaz ferramenta de evangelização - José Rodrigues Rocha Filho

As matérias são de primeiro nível. Até pessoas de outras denominações gostam de ler a #revistacomuna”- Paulo Cesar Beraldo Valadão

DIREÇÃO GERAL : CARLOS ALBERTO DE QUADROS BEZERRA

CONSELHO GESTOR: CARLOS BEZERRA JR , SÉRGIO PAVARIN I , OSMAR D IAS , AGUINALDO FERNANDES , VALMIR VENTURA, LA IR DE MATOS , RENATO FOGAÇA, CÉZAR ROSANEL I , FERNANDO D IN IZ , GUSTAVO ROSANEL I , RONALDO BEZERRA

COORDENAÇÃO ED ITORIAL : M IGUEL ANTUNES

COORDENAÇÃO DO PROJETO:GUSTAVO ROSANEL I

JORNAL ISTA RESPONSÁVEL : CÉSAR STAGNO - MTB 58740

REVISÃO:MAYRA BONDANÇA

COLABORADORES : PAULO ALEXANDRE SARTORI , MAYRA BONDANÇA, DAVI MART INS , JA IRO

DIREÇÃO DE ARTE E PROJETO GRÁF ICO :SALSA COMUNICAÇÃO

CIRCULAÇÃO:NO ESTADO DE SÃO PAULO: SÃO PAULO CAPITAL; ARUJÁ; ATIBAIA; BALSA; BRAGANÇA; CAMPINAS; CARAGUATATUBA; GUARULHOS; MAUÁ; MOGI DAS CRUZES; REGISTRO; SANTOS; SÃO BERNARDO DO CAMPO; SOCORRO; SOROCABA; TATUÍ ; TAUBATÉ; UBATUBA. RIO DE JANEIRO: MACAÉ.MINAS GERAIS: GOVERNADOR VALADARES; SÃO SEBASTIÃO DE VARGEM ALEGRE; VISCONDE DO RÍO BRANCO. PARANÁ: CURIT IBA; FOZ DO IGUAÇU; LONDRINA; MARINGÁ; PARANAGUÁ; ROLÂNDIA. PERNAMBUCO: BARREIROS; CARUARU; CATENDE; ITAPISSUMA; JOÃO PESSOA; RECIFE; STA. MARIA DA BOA VISTA. BAHIA: SALVADOR; VITÓRIA DA CONQUISTA

IMPRESSÃO:HAWAI I GRÁF ICA

DISTR IBUIÇÃO:12 .000 EXEMPLARES

#66 | AGOSTO | 2015

CAPA | 18

GUERRA E PAZOPINIÃO E ÓDIO SE MISTURAM NA TENTAT IVA DE PROMOVER O BEM

RECOMENDO

EM JESUS PODEMOS

TENHA CORAGEM!

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MULHERES V IRTUOSAS

O PAÍS DA DIVERSIDADE?

BEM-AVENTURADOS OS PACIFICADORES

ACONTECEU

C INCO MARCAS DE L ÍDERES INOVADORES

QUAL É A NOSSA MISSÃOCOMO CR ISTÃOS?

UMA IGREJA V IVA

EMBAIXADORES DA PAZ

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EXPERIMENTANDOO IMPOSS ÍVEL

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o longo da história, o ser humano tem tentado de inúmeras maneiras descobrir o segredo da felicidade. Desde tempos primórdios, as pessoas imaginam que o que determina a felicidade é aquilo que têm ou conquistam. De fato, foi quando o mundo era governado pelo Império Romano - que pretendia conquistar cada canto do planeta por meio da guerra – que Jesus o revolucionou com Seu ensino.

PALAVRA DO PRES IDENTE CARLOS ALBERTO DE QUADROS BEZERRA

RECONCILIAÇÃO, COMPAIXÃO E MISERICÓRDIA É O QUE OFERECEMOS

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Diante da filosofia do “divide et impera” – do latim, divide e reinarás -, o Filho do Homem incentivou a importância dos relacionamentos e destacou que os verdadeiramente fe-lizes são os pacificadores – Mateus 5.9.

Mas o que é ser um pacificador? O que ele faz? Quais as suas características?

Os pacificadores são os que promovem a paz com Deus e a estabelecem uns com os outros. Os que trabalham em prol da reconciliação.

Imagine quão revolucionário foi o fato de Jesus falar de reconciliação, paz, amor ao próximo e misericórdia num mundo imerso em guerras. Por isso, Paulo fala em 1 Corín-tios 1.18 que a mensagem da cruz é loucura para o mundo! No sacrifício na Cruz do Calvário, Jesus, o Príncipe da Paz, reconciliou o homem com Deus e restaurou a nossa comu-nhão com o Pai.

O pacificador não evita conflitos nem foge dos problemas. Ao contrário, ele confronta. Como? Muito simples, diante, por exemplo, de uma palavra má a respeito de outra pessoa, torna-se um lago, onde o fogo não se propaga, e não um campo seco, que deixa o fogo se alastrar. Ou seja, confronta mostrando o princípio em que crê, solucionando conflitos, reconciliando, restaurando relacionamentos – tanto dele com outros, ou de terceiros entre si.

Confrontar é mostrar a resposta que o mundo não espera. A uma atitude violenta, um olhar misericordioso. A um erro escandaloso, uma palavra de consolo. A pensamentos dis-cordantes, uma ponte de reconciliação.

Esses são os princípios para uma vida feliz. O mundo em que vivemos está doente porque tem abandonado esses pi-lares. É nossa obrigação ensinar as pessoas a como estabe-lecer a paz em suas vidas, seu lar, com seus empregados, seus chefes. A felicidade que o homem incansavelmente procura depende de praticar esses princípios ou não. É um padrão de felicidade diametralmente diferente do oferecido pelo mundo. Não está determinado pelo que tenho, mas por quem eu sou: um pacificador.

Para conseguir com que as diferentes cidades conquis-tadas pelo Império Romano seguissem as normas que o Imperador determinava, eram enviados a cada lugar re-presentantes – embaixadores - que deviam ensinar o que tinha de ser feito administrativamente, financeiramente, militarmente e em outras questões sociopolíticas. Valen-do-se dessa referência diplomática, no texto de 2 Corín-tios 5.20, Paulo nos chama embaixadores de Cristo. Ou seja, representantes da paz.

Um embaixador é um construtor de pontes de recon-ciliação – do homem com Deus e de uns com outros;

Um embaixador é um representante daquele que o en-viou, e também deve ser um reflexo do mesmo - por isso, precisa conhecê-lo profundamente;

Um embaixador está investido de elevada honra, a que deve respeitar, em toda sua conduta, e maneira de falar;

Um embaixador não pode envolver-se nos atos erra-dos daqueles para quem é enviado;

Um embaixador deve ser habilidoso para conciliar, pos-suidor de um espírito diplomático. Não pode ser uma pes-soa grossa ou violenta - isso afasta mais do que concilia;

Um embaixador tem uma mensagem a anunciar. E deve estar pessoalmente convicto de sua veracidade e vitalidade.

Um embaixador da paz é reconhecido pelo seu amor, sua humildade, sua benignidade, sua paciência, por ser seme-lhante àquele que o enviou. É por isso que Jesus nos ensi-nou que os pacificadores serão chamados filhos de Deus.

Assistindo TV, lendo um jornal ou acessando Redes Sociais, percebemos que o mundo está num estado quase permanente de violência. Uma opinião parece não ter valor se não pode ser transformada num ataque pessoal, numa pedra.

O verdadeiro cristão prega a paz que experimenta em Cris-to, porque foi transformado pelo amor de Deus, que se ex-pressa visivelmente no amor ao próximo. O mundo precisa de paz. O mundo precisa do Príncipe da Paz e isso é o que nós, seus embaixadores, temos para oferecer: reconcilia-ção, compaixão e misericórdia. Vamos juntos!

MAS, QUAL É A TAREFA DE UM EMBAIXADOR

CARLOS ALBERTO BEZERRA É FUNDADOR DA COMUNIDADE DA GRAÇA. UM HOMEM APAIXONADO POR PESSOAS. PASTOR HÁ 50 ANOS. CASADO COM SUELY HÁ 49. PAI DE 6 FILHOS E AVÔ DE 16 NETOS. O AMOR, O SERVIÇO E A VALORIZAÇÃO DA FAMÍLIA SÃO SUAS ÊNFASES MINISTERIAIS. PREGADOR APAIXONADO, ESCRITOR INSPIRADOR. MILHARES DE PESSOAS, NO BRASIL E NO EXTERIOR, TÊM SIDO INSPIRADAS E ALCAN-ÇADAS PELA GRAÇA TRANSFORMADORA DE JESUS ATRAVÉS DE SUA VIDA E MINISTÉRIO AO LONGO DOS ANOS.

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terrível assistir a um filme sem final. Ficamos cerca de duas horas sentadas ali, nos envolvemos com os enredos e com as personagens. Esperamos ansiosa-mente por um desfecho, mas ele nunca chega. A sen-

sação de frustração é indescritível e pode até acabar com toda uma boa história. Mas Deus não é como os diretores de filmes. Se lermos a Bíblia, descobriremos que, desde o começo, o Senhor já tinha algo preparado para nós. Os finais são importantes.

Jeremias 29.11 nos lembra disso: “‘Porque sou eu que conheço os planos que tenho para vocês’, diz o Senhor, ‘planos de fazê-los prosperar e não de lhes causar dano, planos de dar-lhes esperança e um futuro.’” Deus tem um desfecho cheio de esperança para nós. E isso deve nos encher de alegria.

Mas, entre o que vivemos agora e esse futuro glorioso, passamos por pequenos desafios diários que podem nos desanimar e nos desacelerar. Ouvimos palavras ríspidas, recebemos respostas grosseiras, precisamos aconselhar um amigo, ajudar um familiar em uma situação difícil, enfren-tar o cansaço, fazer coisas que não queremos fazer, cuidar bem das nossas casas e dos nossos filhos. Precisamos de ânimo para todos os pequenos detalhes da vida diária.

A coragem é muito mais do que um sentimento, é uma con-vicção e uma decisão. É o que nos ajuda a seguir em frente, enfrentar os nossos desafios e ainda ser agentes de paz nos ambientes em que vivemos. Até perdoar exige coragem.

Quando sabemos quem somos, que o céu é o nosso lar e que Deus faz com que tudo colabore para o nosso bem – Romanos 8.28 –, conseguimos ser mulheres corajosas.

Essas verdades devem estar plantadas em nossos corações e mentes para que possamos caminhar com firmeza e ou-sadia, e para que possamos estabelecer paz e harmonia por onde quer que andemos. Conseguimos alcançá-las através do Espírito Santo. Ele habita em nós, nos ajuda e intercede por nossas vidas. Quando estamos cheias da Sua presença e da Palavra de Deus, temos força para prosseguir.

Entre os capítulos 37 e 50 de Gênesis, a Bíblia conta a his-tória de José. Filho caçula de Jacó, ele foi vendido por seus irmãos como escravo. Apesar da triste situação, quando as coisas pareciam estar melhorando, foi acusado injustamen-te, preso e esquecido. Tudo o que aconteceu poderia tê-lo feito desistir ou desanimar. Mas José foi um homem cheio de coragem em cada detalhe da sua vida.

E o seu final nós já conhecemos. José foi colocado numa alta posição, como governador de todo o Egito. Ele era como parte da realeza e ajudou a construir uma sociedade que vivia em harmonia e era capaz de enfrentar as dificul-dades que surgiam. Depois de muito tempo, pôde se recon-ciliar com seus irmãos e se reencontrar com sua família. A coragem de José fez toda a diferença para que ele alcan-çasse o sonho que Deus tinha para ele. Mesmo demorando muitos anos para chegar a um “final feliz”, ele acreditou que todas as coisas cooperavam para o seu bem. Então pro-vou e viu o quanto o Senhor é bom e o quanto aqueles que confiam nele são felizes – Salmos 34.8.

Os desafios e dificuldades nos transformam, nos levam para mais perto do Senhor e nos fazem frutificar – 2 Coríntios 3.18. É assim que Deus nos faz à imagem e semelhança de Jesus. E as pessoas, sedentas por um encontro com Ele, O encontram quando olham para nós. Sentem-se desafiadas e acabam sendo

TRANSFORMAÇÃO SUELY BEZERRA

TENHA CORAGEM!COMO SUPERAR OS DESAFIOS DO DIA A DIA E TRANSFORMAR

TODOS OS LUGARES POR ONDE PASSAMOS?

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FUNDADORA E LÍDER DO MINISTÉRIO MULHERES INTERCESSORAS, SUELY BEZERRA TEM UMA VIDA MARCADA PELA ORAÇÃO E INTERCESSÃO. TEM MENTOREADO LÍDERES E PASTORAS AO REDOR DO PAÍS DURANTE TODA SUA VIDA. É ESPOSA DO PR. CARLOS ALBERTO BEZERRA. ELES ESTÃO JUNTOS HÁ 49 ANOS, TÊM SEIS FILHOS E DEZESSEIS NETOS.

transformadas também. Quando nossa autoestima está enraizada no relacionamento com Deus, ou-tros são abençoados por causa disso. É como Elisabeth Elliot, missionária e autora de diversos livros, costumava dizer: “o fato de eu ser mulher não me faz uma cristã diferente. Mas o fato de eu ser cristã, faz de mim uma mulher diferente.”

Precisamos ser mulheres de coragem. Mulheres que não se entregam com facilidade ao cansa-ço, às dificuldades e aos desafios do dia a dia. Mulheres comprometidas com Deus, que sabem que são Suas filhas amadas e que têm um im-portante papel representando o Reino dos Céus e levando paz às suas casas, famílias, ambientes de trabalho. Creia que Deus tem um final vi-torioso preparado para você. Seja uma mulher diferente. Tenha coragem!

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INSP IRAÇÃO CARLOS BEZERRA JR .

BEM-AVENTURADOS OS PACIFICADORES

CRIADOS PARA SER EMBAIXADORES DA PAZ

“ESTÁ NO LIVRO, ESTÁ NO TEMPLOMAS NÃO ESTÁ NO CORAÇÃO

ESTÁ NO HEBRAICO, ESTÁ NO GREGOMAS NÃO SE FEZ ENCARNAÇÃO

 ESTÁ NA FORMA, ESTÁ NAS FORMAS

MAS, DEUS DO CÉU, COMO SERÃOOS DIAS QUE ESTÃO POR VIR

DEBAIXO DE TANTA OPRESSÃO?”

ó um poeta é capaz de traduzir a angústia da alma. Só um profeta tem a capacidade de nos fazer arder o coração. Lembrei-me dessa canção de Jorge Ca-

margo ao refletir sobre o raciocínio torto vigente que tenta combinar a fé em Jesus com ódio e vingança.

Vivemos um tempo em que debates foram substituídos por embates e combates. Nesse contexto, não há ganha-dores. Todos perdem. Ao reler os Evangelhos, não é possível identificar uma pessoa sequer que tenha se aproximado do Mestre – ex-ceto fariseus e religiosos – e saído dessa experiência mais propensa à violência que à misericórdia, mais inclinada à defesa da morte que a da vida.

Cristãos são embaixadores da paz, não da guerra. São mais de 400 referências à paz nas Escrituras, mas não parecem ser suficientes. Nos recortes que tentam forne-cer base bíblica para embates variados, a paz é escondida sob camadas de rancor profundo. Se os recipientes estão contaminados, o sabor sofrerá alteração, ainda que alguns ingredientes usados na receita estejam corretos.

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“ESTÁ NA LETRA, ESTÁ NA LUPAE LÁ SE FOI A COMPAIXÃO

ESTÁ NOS LÁBIOS, ESTÁ NA LÁBIADE QUEM HÁ MUITO JÁ NÃO TEM NOÇÃO

 DO DESVARIO, DOS VÃOS DESVIOS

DA ESTUPIDEZ DA OSTENTAÇÃOEM OLHOS QUE NÃO QUEREM VER

A SUA PRÓPRIA CONDIÇÃO… 

E A LÁBIA É FALSA,E OS LÁBIOS TREMEM,E A LUPA AUMENTA,

E A LETRA MATA,E A LÍNGUA É POBRE,

E O LIVRO FECHA,E O TEMPLO É PEDRA”

Entusiasta da Internet e das Redes Sociais, acompanhei desde o início o interesse dos cristãos pelas novas possibi-lidades descortinadas no mundo virtual. Cumprir o “ide” com apenas um clique era algo inimaginável em toda a História. No entanto, preceitos apresentados na Palavra permanecem eternos. Mateus registrou que “a boca fala do que está cheio o coração”. Hoje teclamos nas redes e conversamos via aplicativos, mas a fonte do conteúdo ainda é o coração. Qualquer mudança que tentarmos pro-mover passa obrigatoriamente por ele.

O triste é que em vez de viralizar a mensagem do Evange-lho e alcançar milhares de pessoas com as boas notícias, passamos a espalhar conteúdo pouco nobre para quem afirma ter recebido um “novo coração”. Um eletrocardio-grama espiritual revelaria várias arritmias decorrentes da nossa falta de sintonia com a vontade do Pai. Olhos que não veem as necessidades do próximo, ouvidos surdos

O problema fica ainda mais grave quando quem destila ódio assegura fazê-lo em nome do rebanho. “Ovelhas pre-dadoras” são uma aberração genética e, sobretudo, bíbli-ca. Da mesma forma, o bom Pastor jamais será substituído por lobos travestidos de guardiães de uma doutrina que se pretende sã, mas que traz em seu DNA os cromossomos da repulsa e da hostilidade.

aos pedidos de socorro de quem sofre e lábios cheios de fel, em vez das palavras que geram vida e transformação. Onde foi que erramos?

Dia desses ao me posicionar contra a redução da maiori-dade, alguém postou na minha página: “Tomara que um ‘dimenor’ mate toda a sua família”. Outra pessoa comen-tou: “Quero ver o que você diria se sua filha fosse estupra-da”. Minha filha leu e me perguntou: “Posso responder a ele, pai?” E completou: “Quero responder que, mesmo se isso acontecer, continuarei seguindo a Jesus em busca de paz e reconciliação.”

Enquanto o pulso ainda pulsa, é preciso resgatar a nossa missão e propósito originais. Orar pela paz diariamente é abraçar um estilo de vida que a promove em cada uma de nossas ações diárias, desde a maneira respeitosa com que falamos com a esposa e os filhos, a acolhida aos que precisam de nós, a humildade em pedir perdão, até a re-cusa em promover diálogos agressivos, ofensivos ou com brincadeiras preconceituosas nas redes sociais.

Como dizia o Rev. Martin Luther King: “a escuridão não pode expulsar a escuridão, apenas a luz pode fazer isso. O ódio não pode expulsar o ódio, só o amor pode fazer isso”. Quanto mais a gente se aproxima de Jesus, menos vontade de jogar pedras a gente tem.

Sim, o maior mal que o violento pode nos fazer é nos tornar tão violentos quanto ele. É nos fazer pensar, reagir e agir como ele.

Perdoem-me o desabafo, mas a contribuição social histó-rica evangélica está em jogo – e tenho um compromisso de vida com isso. A Igreja de que faço parte não vai cruzar os braços diante dessa ameaça.

PASTOR, MÉDICO, DEPUTADO ESTADUAL , PRES IDENTE

DA COMISSÃO DE D IRE ITOS HUMANOS DA ASSEMBLE IA

LEG ISLAT IVA DE SÃO PAULO. CASADO COM PATRÍC IA

BEZERRA, E PA I DE G IOVANNA E G IUL IANNA

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VIDA

Q U A L É A N O S S A M I S S Ã O C O M O C R I S T Ã O S ?ENTENDENDO O PROPÓSITO REAL DE DEUS PARA AS NOSSAS VIDAS

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ivemos em um mundo acelerado. Tudo acontece muito rápido e as pessoas têm cada vez menos tempo. Nessa correria, os relacionamentos são deixados de lado e o individualismo toma conta. Cada um vive a sua vida, tem suas opiniões, suas

ideias, seu modo de pensar. Isso acontece até mesmo dentro da igreja e acaba nos fazendo fugir do que real-mente importa: a nossa missão como cristãos.

Deus não nos colocou aqui, no tempo e lugar em que es-tamos, por acaso. Ele tem algo para fazer através de nós. Quer nos usar exatamente do jeito que somos. Nosso propósito define a razão pela qual existimos.

No texto de Marcos 16.15 Jesus expressa essa missão que deve nortear a nossa vida: “Vão pelo mundo todo e preguem o Evangelho a todas as pessoas.” Fomos cria-dos para abençoar as pessoas, cuidar delas e fazê-las mais parecidas com Cristo.

Essa tarefa é prática e exige de nós um posicionamento e uma vida dedicada. Ela traz consigo dois desafios:

Pregar significa proclamar as boas novas do Evangelho, levar a Palavra de Deus.

Antes de subir aos céus, Jesus deixou clara a missão da igreja: ir e pregar. Dois verbos, expressam ações. Isso significa que não podemos ficar pas-sivos, esperando as coisas acontece-rem. Precisamos agir.

Qual foi a última vez que você foi a um hospital visitar alguém? Ou fez um bolo e levou a um vizinho? Aju-dou um amigo? Pregar nem sempre quer dizer falar, mas também signi-fica mostrar o Evangelho através das nossas vidas e das nossas atitudes.

No tempo em que vivemos, é um desa-fio parar e prestar atenção nas pessoas. Precisamos nos esforçar para isso. Faz parte da nossa missão ter o compromis-so de levar Jesus a todos em todos os lugares, com ou sem palavras.

A palavra ‘discípulo’ significa aprendiz. Um discípulo anda tão perto do seu mestre que aprende tudo sobre ele.

Esse desafio demanda um relacionamento profundo en-tre duas pessoas. Exige tempo, dedicação, amor e muita transparência. Discípulo é alguém que caminha conosco e testemunha o nosso estilo de vida, que deve ser a vida de Deus. A influência vem por esse exemplo e pelas ati-tudes de amor. Mesmo a mais simples delas, fala mais alto do que palavras.

O grande segredo para podermos influenciar e inspirar aqueles que andam mais perto de nós, é, em primeiro lugar, sermos discípulos fiéis de Jesus. Em sua primeira carta aos Coríntios, o apóstolo Paulo disse: “Sigam o meu exemplo como eu sigo o exemplo de Cristo.” (11.1). Quando mantemos um relacionamento cada vez mais profundo com Deus, isso reflete na vida das pessoas.

Nossa missão como cristãos fala sobre ação e relaciona-mentos. A Igreja de Cristo expressa a sua natureza atra-vés de um estilo de vida baseado no amor e no serviço. Se queremos impactar as pessoas no mundo e cumprir o propósito preparado para nós, precisamos viver assim.

Quando estudamos sobre a igreja de Atos, percebemos que aqueles cristãos entenderam que a sua missão não os dava poder apenas para testemunhar, mas para viver uma vida de relacionamentos significativos na família de Deus. Isso chamava a atenção de quem estava do lado de fora.

Precisamos viver uma vida coerente para impactar este mundo. Afinal, não fomos salvos para sermos consumi-dores, mas para abençoar as pessoas. O grande desafio é permanecer na visão de edificar uns aos outros, compar-tilhar a nossa vida e não nos sentir donos de nada. Fomos criados para servir.

Você está pronto para agir?

MARCOS MARCIANO É PASTOR NA COMUNIDADE DA

GRAÇA EM SÃO BERNARDO DO CAMPO. É CASADO COM

KÁT IA E TEM DOIS F I LHOS , ALEXANDRE E AMANDA

IR E PREGAR

FAZER DISCÍPULOS

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SERVIÇO AO PRÓXIMO

endendo suas propriedades e bens, distribuíam a cada um conforme a sua necessidade.” (Atos 2.45) Esse versículo expressa uma das carac-terísticas mais marcantes da primeira igreja da

história. Sempre que nos deparamos com ele, temos o desejo de vivê-lo e de nos entregar por nossos irmãos. No meio do ano passado, a Comunidade da Graça em Guarulhos passou por uma situação em que isso se fez verdade. Ao ver a necessidade de uma pessoa, a igreja se mobilizou em seu favor, dando o seu melhor e mudando uma situação que parecia não ter saída.

Tudo começou numa manhã de sábado. Dona Maria das Dores, membro da CG Guarulhos, morava num mesmo terreno com seus filhos e netos. A família, formada por 18 pessoas, se dividia em quatro casas. Enquanto um de seus netos dormia, uma vela deixada acesa em cima de um mó-vel caiu e provocou um incêndio. O fogo tomou conta do lugar e a situação ficou desesperadora. Ninguém se feriu, mas a casa foi completamente destruída, afetando inclusi-ve as construções vizinhas. A família perdeu tudo.

Passando perto dali, algumas pessoas viram o fogo e acabaram identificando a casa de Dona Maria. Tenta-ram ajudar no que era possível e levaram a situação ao Pastor Samuel Mendonça, que no mesmo dia fez ques-tão de ir até lá para entender o que estava acontecendo e como todos estavam.

CGS GUARULHOS E VILA MARIANA SE UNEM PARA RECONSTRUIR UMA CASA E ATENDER A TODA UMA FAMÍLIA

UMA NOVA ESPERANÇA: A FAMÍLIA VOLTOU A MORAR

EM SUA CASA, AINDA EM FASE DE RECONSTRUÇÃO

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Quando chegou, mesmo em meio a toda destruição causada pelo fogo, encontrou algo surpreendente: uma mulher firme e sorridente, crendo que sua família ha-via sido guardada. “A Irmã Maria não desanimou. Ela sorria o tempo todo e glorificava a Deus porque todos estavam bem”, conta.

Já ciente das necessidades da família, o pastor se apres-sou em levá-las ao conhecimento da igreja no dia se-guinte. Lançou então o desafio de um posicionamento de compaixão e doação, para cuidar de uma parte do corpo que passava por um momento difícil. Muitos se disponi-bilizaram a ajudar doando dinheiro, móveis, materiais, etc. As coisas já pareciam começar a tomar forma.

Ao ministrar na Comunidade da Graça em Vila Ma-riana, no final daquele mesmo dia, o pastor se sentiu compelido a compartilhar a história de Dona Maria. Foi quando o Pr. Osmar Misael Dias – na época, responsá-vel por aquela Comunidade – decidiu fazer um ofertório específico para a situação. Naquela noite foi arrecadado dinheiro o suficiente para reconstruir toda a casa do fi-lho de Dona Maria e também para pintar a sua casa, que havia sido atingida pelas chamas.

Mesmo no meio dos escombros e do início da constru-ção, a CG Guarulhos realizou ali um evento que mar-ca o recomeço e é chamado de ‘A Virada’. Com ele, iniciou-se também um Encontro de Paz, onde muitos entregaram suas vidas a Jesus.

Algumas pessoas ainda passavam pelo local e faziam doações de roupas, alimentos, mais móveis. A família foi suprida em cada uma das suas necessidades por um longo período de tempo.

Movida pela ação da igreja em favor da sua família, uma das filhas de Dona Maria conheceu o amor de Deus e entregou sua vida a Ele. Hoje, as duas conti-nuam firmes na CG Guarulhos e participam de uma célula, crendo que o resto da família estará com elas muito em breve.

A igreja é viva e relevante quando se levanta para atender aos anseios e dificuldades de cada um de seus membros. Quando uma parte do corpo sofre, todos sofrem juntos. Com a história de Dona Maria, as Co-munidades da Graça em Guarulhos e Vila Mariana puderam experimentar disso, distribuindo a cada um conforme as suas necessidades.

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CAPA

UMA DAS IMAGENS MAIS MARCANTES NA HISTÓRIA DA HUMANIDADE: A VIOLÊNCIA CONTRA OUTRAS PESSOAS. IMAGEM AÉREA DO MOMENTO DA EXPLOSÃO DA BOMBA ATÔMICA EM HIROSHIMA, 6 DE AGOSTO DE 1945. HÁ AL-GUMA IMAGEM MAIS RECENTE QUE VEM À SUA CABEÇA AO PENSAR NA PALAVRA GUERRA?

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ual é a última guerra de que você se lembra? Qual é a ima-gem que vem à sua cabeça quando pensa em uma?

Para muitos, o cogumelo formado depois das explosões atômicas de Hiroshima e Nagasaki ou a garotinha corren-

do sem roupas pelas ruas de uma vila no Vietnã são imagens bem significativas. Mas, qualquer que seja, todas tem uma característica particular. São de antes do ano 2000. Curiosamente, muitos historia-dores, como o americano Francis Fukuyama, acreditam que as novas gerações não conseguem ter uma imagem de clara referência a um conflito bélico específico, principalmente, porque a ideia expressada pela palavra “guerra” tem mudado ao longo do tempo.

O dicionário a define como “uma luta armada entre nações, ou entre bandos de uma mesma nacionalidade ou de etnias diferentes, com o fim de impor supremacia ou salvaguardar interesses materiais ou ideológicos.” De fato, até 1860, as guerras tinham como principal ca-racterística o emprego do “Princípio da Massa”, ou seja, havia uma concentração num local e hora decisivos, com batalhas formais, uso de uniformes e uma distinção bem clara entre o ‘militar’ e o ‘civil’.

Mas, o ato de guerrear mudou muito, principalmente durante o século XX e, inclusive, agora no século XXI. Após a II Guerra Mundial a maioria dos conflitos armados geraram uma série de enfrentamentos ‘irregulares’, como terrorismo, guerrilha e movimentos de resistên-cia. Um tipo de guerra que não deixa claras as definições de campo de batalha, uniformes ou divisões territoriais, assim como, a diferença entre civis e soldados.

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Após os atentados terroristas sofridos pelos Estados Unidos em 11 de Setembro de 2001, surge um novo tipo de guerra: a assi-métrica, caracterizada pela participação de organizações arma-das - como Al-Qaeda, Hamas, Hezbollah, Isis, ou FARC -, num campo de batalha descentralizado ou globalizado – ou seja, no mundo todo –, com a tecnologia e a Internet desempenhando o papel de protagonistas, e cujo inimigo não é apenas um grupo ou um Estado, mas uma civilização inteira.

Em 1996, o cientista político norte-americano Samuel P. Hungtinton, escreveu uma polêmica teoria titulada “Choque de civilizações”. Segundo ele, as identidades culturais e re-ligiosas dos povos seriam a principal fonte de conflito no mundo pós-Guerra Fria.

Já parou para pensar na origem das civilizações? A Bíblia registra que depois de assassinar seu irmão Abel e mentir para Deus – e para si mesmo - sobre o que tinha feito, Caim foi ao leste e fundou a primeira cidade. Assim, a primeira civilização humana nascia da violência ao próximo.

Essas diferenças culturais a que Hungtinton faz referência precisam de um campo de batalha. A tecnologia – e, especi-ficamente, as Redes Sociais - tem aproximado o mundo de tal forma que parece que o mesmo está encolhendo. Por um lado, esse é o cenário ideal para uma guerra assimétrica - por exemplo, o Isis e outros grupos terroristas a tem usado para recrutar jovens e mostrar seus diversos e violentos ataques. Por outro, as Redes Sociais parecem ser o palco perfeito para o choque de opiniões, onde quase qualquer assunto desperta discursos diversos que se expressam, na sua grande maioria, com palavras cheias de raiva.

Um artigo publicado pela Sociedade Americana de Marke-ting, titulado “What makes online content viral?” – “O que faz um conteúdo on-line ser viral?”, em tradução livre -, afirma que o material mais compartilhado em Redes Sociais é aquele que desperta raiva. Isso motiva mais compartilha-mentos, comentários – a favor, ou contra – e réplicas, do que qualquer outro assunto. A Internet se torna um palanque.

A do constante discurso de ódio expressado numa área bem específica: a dos comentários. É nestes espaços que as pes-soas têm se encarregado quase constantemente de fazer com que as palavras “opinião” e “ódio” pareçam sinônimos.

“Conhecemos Jesus, o Salvador, mas conhecemos Jesus, o Príncipe da Paz?” Tentando responder a essa pergunta, o Pas-tor e fundador da Word of Life Church, de Missouri, EUA, Brian Zahnd escreve no livro “Farewell to Mars” – “Adeus

OPINIÃO, DISCURSO DE ÓDIO E AS REDES SOCIAIS

QUAL É A GUERRA QUE VIVEMOS HOJE?

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a Marte”, em tradução livre: “O maior pecado e o crime mais hediondo da humanidade ocorre quando seguimos os passos de Caim, fundador das civilizações, e nos recusamos a reco-nhecer homens e mulheres como nossos irmãos e falhamos no cumprimento de nossa obrigação como protetores de suas vidas. Quando a competi-ção por reconhecimento social se torna mais importante do que o fato de sermos humanos e irmãos, deixamos que o diabo atue livre-mente em nosso meio. Quando denegrimos aqueles de diferente nacionalidade, etnia, re-ligião, opinião política ou classe social com um desumanizador “eles”, abrimos a porta para uma profunda hostilidade, capaz até de justificar inimagináveis atrocidades con-tra estes. Se acreditarmos na mentira de que ‘não são como nós’, seremos capazes de nos converter em assassinos.”

Vivemos um tempo em que debates foram substituídos por embates e combates.

A grosseria e a divergência se fundem num abraço. A in-sensatez, outrora facilmente rejeitada, ganha apoios incon-dicionais sem o mínimo espaço para a reflexão, desde que,

claro, isso traga popularidade ou aumente o número de “curtidas” no Facebook.

Há mais de 2000 anos, o Príncipe da Paz chegou para in-verter os valores deste mundo. Sua cultura é bem diferente, é a do amor ao próximo. Ele nos ensina que não devemos pagar mal com mal. Nos ensina a dar a outra face. E isso está longe de ser covardia. Ao contrário, é uma afirmação concreta de que fomos feitos à imagem e semelhança de um Deus que é, por natureza, amor.

A Bíblia nos ensina em Mateus 24.12, que chegaria o tempo em que, por se multiplicar a iniquidade, o amor de muitos esfriaria. E, tristemente, mui-

tos dos ataques mais fervorosos vêm dos próprios cristãos. Muitos até reagem friamente quando expostos a imagens de um policial executando delinquentes na televisão ou quan-do um grupo terrorista decapita alguma das suas vítimas.

“Quando aceitamos a vingança como uma parte da vida cristã? Como a violência e o desejo de poder se infiltra-ram no nosso entendimento sobre fé e graça?”, questiona Zahnd. Se somos seguidores de Jesus, o Príncipe da Paz, então somos embaixadores da paz.

Se entendemos que a tecnologia tem influenciado nossas vidas a tal ponto de que o “on-line” influencia o “off--line”, e vice-versa, então não podemos perder a incrível oportunidade de mostrar na prática - através de posturas públicas e postagens nas Redes Sociais -, que uma outra forma de convivência, pacífica, respeitosa e equilibrada, é possível. Como o apóstolo Tiago disse, “a misericórdia triunfa sobre o juízo.”

Jesus nos ensina que podemos resistir ao mal e a todas as formas de opressão, sem nos igualarmos na ação e no pensamento. Utilizar a violência como resposta denuncia preguiça e falta de fé na possibilidade de construirmos um mundo diferente desse, que desde a criação da primeira ci-vilização, está imerso na cultura da violência. E sabemos que o amor é mais forte.

A parábola do Sermão do Monte mudou todos os parâme-tros do mundo, trazendo um novo padrão. Segundo o Prín-cipe da Paz, os justiceiros e os vingadores são infelizes. Segundo o Príncipe da Paz, são os pacificadores os bem--aventurados. Foi Jesus quem nos ensinou que o amor é a única esperança para a sobrevivência da civilização. É dele que devemos nos aproximar. É a Ele que devemos imitar. Somos sim, embaixadores da paz!

O PRÍNCIPE DA PAZ

JESUS NOS ENSINA QUE PODEMOS RESISTIR

AO MAL E A TODAS AS FORMAS DE OPRESSÃO,

SEM NOS IGUALARMOS NA AÇÃO E NO PENSAMENTO.

No dia 11 de setembro de 2001, terroristas da organi-zação fundamentalista islâmica al-Qaeda colidiram in-tencionalmente dois aviões contra as Torres Gêmeas, na cidade de Nova Iorque – EUA. Ambos os prédios desmoronaram duas horas após os impactos, destruin-do edifícios vizinhos e causando vários outros danos. Quase três mil pessoas morreram durante os ataques.

Foi declarada a “guerra ao terror”. A partir desse mo-mento, a violência tornou-se global, abrindo a porta para uma série de mudanças legislativas e socioculturais que, com a explosão das Redes Sociais, viralizaram.

Inúmeras pessoas já foram atacadas fisicamente por boatos espalhados pelas Redes Sociais. Algumas até foram mortas. Outras têm sofrido violência psicológi-ca com as palavras usadas nos comentários dos posts.

A ministra da Secretaria de Direitos Humanos, Ideli Sal-vatti, avaliou como assustador o crescimento dos crimes de ódio no Brasil. Segundo ela, dados da SaferNet indi-cam um aumento entre 300% e 600% no registro desse tipo de violação no país entre 2013 e 2014. “O crime vir-tual desemboca, infelizmente, no crime real”, disse ela.

A GUERRA MUDOU E A VIOLÊNCIA VIRALIZOU

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ENTREVISTA

aumento do número de jovens brasileiros que estão assistindo a cultos e pregações pela Internet lembra uma volta ao gnosticismo, movimento do primei-ro século da Igreja que prezava o saber acima de

todas as coisas, mas desdenhava do toque, do contato físico.

Essa é a visão do líder de jovens, escritor e blogueiro Mar-cos Botelho. Para Marcos, muita gente está perdendo gran-des oportunidades de amadurecimento pessoal ao evitar frequentar uma igreja. “A experiência da Ceia não pode ser feita pela Internet.”

Autor de “Ontem esponja, amanhã peneira” (Editora Ulti-mato), Marcos tem usado o Instagram (@marcosbotelho) para compartilhar diariamente reflexões que combinam te-ologia e humor. Nesta entrevista, ele fala sobre questões como a falta de sabedoria dos jovens evangélicos, cujos posts nas Redes Sociais muitas vezes têm o impacto de um “grito” que eles não dariam se estivessem nos encontros da igreja ou mesmo no trabalho.

REVISTA COMUNA: COM O NÚMERO CRESCENTE DE “SEM-IGREJA”, MUITOS OPTARAM POR USAR A

INTERNET PARA ASSISTIR A CULTOS E LER MEN-SAGENS. QUAIS OS BENEFÍCIOS E OS RISCOS DES-SA ESTRATÉGIA?

Marcos Botelho: O fenômeno dos “sem-igreja” não para de crescer, mas não tem muito a ver com a Internet. Tem mais a ver com essa grande decepção que os evangélicos viraram no Brasil. Acredito que estamos voltando ao pri-meiro século, o do gnosticismo. O gnosticismo era uma religião do oculto, da ciência, do saber, e negava o cor-po, negava o toque. A Internet é um pouco disso. Essa nova geração que está se reunindo online busca o saber, os grandes pregadores que têm bom conteúdo, mas perde muito no toque físico, corporal, na comunhão, no partir do pão... a Ceia não tem como ser feita na Internet. A Ceia é feita na comunidade, a diaconia é feita na comunidade. Não se sabe ainda onde vai dar isso, mas não vejo com bons olhos essa tendência. Gosto de ouvir pregações, de-bates na Internet, mas nada substitui estar na igreja, con-versar com os meus amigos, ter comunhão, poder ter e compartilhar o Evangelho e ser igreja. Estar presente no bairro onde existe a miséria e que eu posso atingir, que eu posso evangelizar. O Evangelho não acontece no campo

SÉRGIO PAVARIN I

“A MELHOR FORMA DE FAZER A DIFERENÇA HOJE NA INTERNET NÃO É ATACAR. É MOSTRAR UM JESUS QUE AMOU DEMAIS”

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cibernético. Ele acontece é no dia a dia. É no toque, na conversa pessoal, na comunhão.

RC: NUMA ÉPOCA DE CRISE ECONÔMICA E POLÍTI-CA, O POSICIONAMENTO DOS EVANGÉLICOS NAS REDES SOCIAIS COSTUMA SER CRITICADO POR NÃO-CRENTES, QUE OS CONSIDERAM RADICAIS, INGÊNUOS OU MESMO IGNORANTES.  OS JOVENS EVANGÉLICOS ESTÃO USANDO AS REDES SOCIAIS SABIAMENTE?

MB: Acredito que nem os jovens evangélicos, nem os não--evangélicos estão usando de forma sábia. Para essa juven-tude, a crise econômica e política é relativamente nova. A última vez que a gente viveu isso foi em 1994 e muitos eram muito jovens ou nem tinham nascido. Então, é a pri-meira vez que os jovens estão sendo confrontados em suas ideias. A Internet tem exposto pensamentos. Coisas que fi-cavam no ambiente privado, fotos que circulavam apenas entre amigos, agora estão ganhando uma dimensão que não tinham. Com isso, a crítica, o ódio e a intolerância ganha-ram mais espaço. Acho que a gente está perdendo nessa batalha da juventude com a Internet. Ela tem prejudicado bastante uma discussão que deveria ser saudável, política, ideológica. Por incrível que pareça, na pós-modernidade a gente parece voltar à era da intolerância.

RC:  O EXCESSO DE INFORMAÇÃO TORNA CADA VEZ MAIS DIFÍCIL FILTRAR O QUE É VERDADE, O QUE É ÚTIL OU RELEVANTE. MUITAS INFORMA-ÇÕES FALSAS SÃO DISSEMINADAS POR EVANGÉ-LICOS NAS  REDES. COMO MELHORAR O NÍVEL DE CONSCIENTIZAÇÃO DA GALERA, IMPEDINDO QUE PROPAGUEM INFORMAÇÕES EQUIVOCADAS?

MB: Sempre foi comum esse jeito de divulgar notícias falsas para prejudicar algumas coisas ou para fazer a pes-soa não consumir outras. Quem é da minha geração, dos 30 e poucos anos, cresceu ouvindo dezenas de boatos sobre alguma marca de sabão em pó, chocolate, ou CD, sobre filmes ou até a Disney, que era vista como coisa do diabo. Dessa forma, as pessoas conseguiam manipular as pessoas, manipular o consumo. A solução é mesmo pes-quisar as fontes.

RC: EM SUA EXPERIÊNCIA COMO LÍDER DE JO-VENS, QUAL TIPO DE ERRO MAIS COMUM COSTU-MA IDENTIFICAR NA FORMA COMO ELES SE CO-MUNICAM NESSAS NOVAS MÍDIAS?

MB: O erro mais comum dos jovens é o de pensar alto. Eles falam nas Redes Sociais coisas que não diriam na fren-

te de seus pais, chefes ou pastores. Eles teriam vergonha. O problema é que as Redes Sociais não param de crescer e têm backup de tudo. E quando essas pessoas começam a entrar nas redes, surgem os problemas. A nova geração ain-da não percebeu que as mídias sociais têm o mesmo efeito de dar um grito na sala de aula, na igreja, na empresa. Este é o erro mais comum. Falar coisas que você não falaria para todo mundo e de uma forma que você não falaria. Isso tem acontecido muito.

RC: QUAL A ESTRATÉGIA MAIS INTELIGENTE PARA DIVULGAR A MENSAGEM DO EVANGELHO NAS MÍ-DIAS DIGITAIS?

MB: A estratégia mais inteligente para divulgar o Evan-gelho de Jesus é a que tem amor. É a que aproveita opor-tunidades, como por exemplo, a morte de um cantor por overdose, para demonstrar misericórdia – em vez de dizer que o cara vai para o inferno. É mostrar que Deus é um Deus de compaixão. É defender os direitos civis de todas as minorias, lutar por justiça... é o que é o Evangelho. O pro-blema é que na Internet o que faz sucesso nos algoritmos é a polêmica, são os haters. Infelizmente, a religião tem muito disso: os haters, pessoas que só querem a justiça e se esquecem do amor de Deus. A melhor forma de fazer a diferença hoje na Internet não é atacar. É mostrar um Jesus que amou demais.

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NOSSA COMUNIDADE

ele podemos. Nele pode-mos experimentar a graça de

Deus, andar de acordo com uma visão. Podemos sonhar,

enxergar através da fé, carregar a mensagem do Evangelho. Podemos ser cheios de força e ousadia, carregar macas e consertar telhados, ser movi-dos pela compaixão. Nele podemos todas as coisas. Esse é um pequeno resumo do Encontrão Nacional 2015. Por mais que seja difícil colocar em palavras o que foi o final de semana de 3, 4 e 5 de Julho, quem esteve lá

concorda com um pensamento: foram dias incríveis!

Em poucas horas, um cenário vazio e silencioso foi completamente transfor-mado. Milhares de pessoas se aglome-ravam em frente às portas do auditó-rio da Estância Árvore da Vida – em Sumaré, SP – e aguardavam ansiosa-mente. Quando as portas finalmente se abriram, começava o que todo mundo esperava tanto: o E15. Depois disso, momentos cheios de música, palavras, transformação, libertação, compro-misso, novas experiências, dança e co-munhão com os amigos não faltaram.

Rick Reggiani, pastor de jovens da CG Ermelino Matarazzo descreveu bem o que aquilo tudo representava: “Esses são dias para sermos reabastecidos pela graça de Deus.” Ele deu início às diversas mensagens compartilha-

das por convidados muito especiais: os pastores Carlos Alberto Bezerra, Fernando Diniz, Carlos Bezerra Jr, Samuel Mendonça, Pedro do Borel e Davi Lago, e pelo líder de adolescen-tes da CG Sede, Elton Cardoso.

“Como pai, eu olho vocês com a ex-pectativa de que façamos a diferença nesta geração com a mensagem e a experiência que temos, e com a estru-tura que Deus tem nos dado.” Assim o Pr. Carlos Alberto Bezerra abriu uma mensagem inspiradora, em que relem-brou a visão da Comunidade da Graça de ser uma igreja família, vivendo o amor de Cristo, alcançando o próximo e formando discípulos.

Pedro do Borel e Davi Lago foram os convidados em destaque. O respon-sável por um projeto social e evan-gelístico no morro do Borel, no Rio

EmJesus podemosENCONTRÃO NACIONAL REÚNE JOVENS DA COMUNIDADE

DA GRAÇA EM DIAS TRANSFORMADORES E REAFIRMA O DESAFIO DE MARCAR ESTA GERAÇÃO

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de Janeiro, deixou um desafio: “Quem quer pagar o pre-ço de carregar uma maca? Fazer isso não dá ibope, mas traz transformação.” Já o pastor de jovens da Igreja Batista Getsêmani, em Belo Horizonte, refletiu: “‘Nele podemos’ deveria ser o lema da nossa vida.”

As expressões artísticas também tiveram o seu espaço. O palco foi tomado por apresentações de dança clássica, hip hop e rap. E muitos puderam compartilhar testemunhos do que Deus tem feito em suas vidas.

Depois de um final de semana intenso, de comunhão e no-vos desafios, o mais importante ficou marcado em cada co-ração: somente em Jesus podemos marcar a nossa geração. E no ano que vem tem mais! Quem é que vai?

FÓRUM ESPECIAL PROPORCIONOU COMUNHÃO E ENCORAJAMENTO ENTRE OS L ÍDERES DE JOVENS

Conhecer a realidade, os gostos e preferências de cada geração. Essa é a receita essencial para o traba-lho com jovens. É preciso saber como eles pensam e estar disposto a se renovar para comunicar com estes que representam o futuro da igreja.

Com essa iniciativa, o Pastor Fernando Diniz reuniu a liderança nacional de jovens e adolescentes da Co-munidade da Graça num fórum especial realizado em Guarulhos, alguns meses antes do Encontrão Nacio-nal 2015.

Com grande disposição, amor e sabedoria, o Pastor Carlos Alberto Bezerra compartilhou uma palavra en-corajadora com os jovens líderes.

Depois, uma explicação sobre as diferentes gerações e seus costumes, levou a um momento de reflexão geral e aprendizado, que se estendeu a um exercício prático de organização da vida e do ministério.

O evento serviu também para apresentar a nova iden-tidade visual do MAG, especialmente desenvolvida para conversar com os novos grupos de jovens e ado-lescentes que têm formado nossas Comunidades.

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o começo do mês de Julho, a nova “garota do tempo” do Jornal Nacional, Maria Júlia Coutinho teve que enfrentar uma situação, no mínimo, desconfortável, quando uma foto sua publicada na página oficial do

programa no Facebook, gerou uma infinidade de comentários negativos. O motivo: a cor da sua pele. Como a primeira negra a assumir o papel de jornalista meteorológica da apresentação, Maju respondeu com gentileza, mas disse que enfrenta esse tipo de preconceito desde que “se entende por gente”.

Casos como esse não são novidade no Brasil. Podem não aparecer sempre na mídia, mas acontecem todos os dias. No ano passado, Maria das Dores, jovem mineira de 20 anos, também foi alvo de preconceito nas redes sociais. Ao postar uma imagem com o namorado, que é branco, encarou di-versos comentários racistas, como um que dizia que ela teria “comprado um branco para tirar a foto”.

No Mapa da Violência 2015 – publicado pela Unesco em par-ceria com o governo brasileiro – a disparidade racial também acabou evidente. Segundo o estudo, as vítimas de armas de fogo em 2012, foram 2,5 vezes mais negros do que brancos. Quando ana-lisou-se um grupo de 100 mil habitantes, a diferença entre as mortes foi de 142%. Em estados como Alagoas e Paraíba, essa diferença superou os 1.000%.

É difícil acreditar que isso acontece no “país da diversidade” em pleno século XXI. Por que causa tanta estranheza Maju Coutinho ter uma posição de destaque em rede nacional? Por que Maria das Dores não pode ter um namorado branco? O preconceito racial existe sim e está mais perto do que podemos imaginar.

E para combatê-lo, precisamos nos informar e nos posicionar. Como cristãos, cabe a nós uma atitude firme, de amor e compaixão.

REJE ITE A APAT IA

MESMO COM A MULTICULTURALIDADE E COM A MAIORIA DA POPULAÇÃO COMPOSTA POR NEGROS, BRASIL AINDA SOFRE COM O RACISMO

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NÃO SEJA NEUTRO

O QUE JESUS FARIA

GUERRA RACIALO preconceito racial está longe de ser uma realidade apenas no Brasil. Na ver-dade, em alguns países a situação é ainda mais extrema e pode levar a crimes de ódio, como o massacre de Charleston, no estado da Carolina do Sul, EUA.

Na noite de 17 de Junho, Dylann Roof, jovem branco de 21 anos, juntou-se a um grupo de estudos bíblicos na Igreja Metodista Episcopal Africana Ema-nuel (Emanuel African Methodist Episcopal Church). Uma hora depois de chegar ali, levantou-se e começou a atirar, matando nove pessoas.

Segundo o próprio Roof, sua intenção era começar uma guerra racial.

O ativista de direitos humanos e Nobel da Paz de 1984, Desmond Tutu, disse certa vez: “Se você é neutro em situações de injustiça, es-colheu o lado do opressor.” Silenciar é como endossar. Quando nos-sos ouvidos descobrem a injustiça, precisamos falar sobre ela, mesmo que não tenhamos uma solução e nem saibamos todas as respostas.

Deus ama o oprimido. Não podemos compartilhar desse amor apenas lendo os jornais e balançando nossa cabeça em desaprova-ção às atrocidades que acontecem todos os dias. Ter consciência do mal e não interceder em favor dos que o padecem é o mesmo que ser aqueles que veem o sofrimento e atravessam a rua, ao invés de cuidar das feridas da vítima (Lucas 10.25-37).

Disfarçar, diminuir e justificar o abuso contra outras pessoas é viver em oposição à mensagem de Jesus.

Quando se encontrou com uma samaritana – João 4.1-42 –, Ele nos ensinou uma lição de como unir pessoas de diferentes reali-dades. Judeus e samaritanos não tinham relacionamento naquela época, eles não podiam se aproximar. Mas Ele viu a necessidade daquela mulher e ultrapassou o abismo social que havia entre eles.

Em Atos 15.7-9, Pedro também aponta o fim das divisões quando declara que Deus não fazia distinção entre judeus e gentios, algo cho-

cante naquela época. A cura para as divisões e preconceitos acontece quando o Corpo de Cristo constrói pontes de compreensão entre dife-

rentes raças e descendências. Somos parte do Reino de Deus, e nele não existe diferença de cor ou de cultura. Quando vivemos assim, a nossa vida

impacta a todos à nossa volta.

O mundo vai nos conhecer de duas formas: pelo nosso amor, ou pela falta dele. Por isso, precisamos deixar o legado mais cheio de amor que pudermos. Criar

pontes e lutar contra o preconceito é fazer isso.

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MARCAS DE LÍDERES

INOVADORES

APRENDENDO COM A GERAÇÃO MAIS CONECTADA QUE JÁ EXISTIU

LIDERANÇA

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izem que os nascidos entre as décadas de 80 e 90, os millenials, formam a geração mais co-nectada que o mundo já viu. Provavelmente, também a mais esperançosa. Eles cresceram as-

sistindo de camarote as incontáveis necessidades do mundo sendo atualizadas em tempo real, e acreditando que pode-riam fazer a diferença. E muitos já fazem.

A maioria dos jovens adultos espera deixar o mundo dife-rente de como o encontrou, quer que sua vida tenha sentido. A boa notícia é que aqueles que estão correndo atrás de seus sonhos, liderando e inovando pra valer, têm hábitos que nós também podemos aprender.

Líderes têm a tendência de conduzir, e isso não é ruim. O apóstolo Paulo disse que quem aspira ser um líder, deseja uma tarefa nobre (1 Timóteo 3.1). Mas, ele também nos deu um grande retrato do que é liderança: “Sigam o meu exem-plo como eu sigo o exemplo de Cristo” (1 Coríntios 11.1).

Em outras palavras, os que querem ser líderes, primeiro precisam ser discípulos. A ideia de liderar é tentadora e pode mexer com o nosso ego. Mas, ser discípulo demanda humildade.

Por isso, devemos, em primeiro lugar, aprender a seguir. E não só a Jesus, mas também àqueles que Ele colocou acima de nós. Enquanto não formos capazes de fazer isso com alegria, não estamos prontos para liderar. Aprender a seguir forma um líder que vale a pena ser seguido.

Grandes líderes nunca param de aprender. Eles têm plena consciência de que há muito que ainda não sabem. Você pode se surpreender ao descobrir que muitos deles continuam a ter discipuladores e mentores, mesmo quando estão nos mais altos níveis de comando de suas empresas ou organizações.

A verdade é que nunca é muito tarde ou muito cedo para ter um mentor. Então, encontre um (ou até três) e comece a fazer perguntas. Escute bem o que eles têm a dizer. Dê-lhes permis-são para falar verdades difíceis sobre sua vida. E anote tudo.

Faça tudo o que puder para terminar o que começou. Seguir essa recomendação pode mudar a sua vida.

Muitos jovens pulam de uma ideia para outra e nun-ca concluem nenhuma. Essa é uma questão de caráter. Quando não terminamos as coisas, demonstramos ima-turidade e egoísmo. Isso quebra a confiança das pessoas em nós. Desenvolver o nosso caráter demanda trabalho duro e perseverança (Romanos 5.3-4). Então, termine o que você começou.

Pode parecer óbvio, mas é importante saber que você não vai levantar da cama um dia e todos os seus sonhos serão realidade. Você não vai tropeçar no emprego dos seus sonhos. Não vai ser um sucesso da noite para o dia. Não vai se tornar acidentalmente mais sábio, talentoso, conectado, fiel, espiritual, maduro, disciplinado, desen-volvido, bem-sucedido.

Quem você é – e, consequentemente, a sua vida – será um reflexo das suas escolhas ao longo do tempo. Decida quem você quer ser, e comece a agir para chegar lá. Lem-bre-se sempre das cinco prioridades e paute suas escolhas através delas.

Muitas pessoas planejam realizar algo significante um dia, mas estão fazendo muito pouco para chegar lá. A questão é: você pode começar hoje a fazer algo que pode mudar o futuro. Não aguarde todo o universo conspirar a seu favor. Faça o seu melhor com o que você tem hoje!

Jesus escolheu nos usar para transformar o mundo, Ele disse “Ide e pregai o Evangelho a todos”. Agora é a nos-sa vez de nos posicionarmos e agirmos! Já temos per-missão, é hora de colocarmos em prática tudo o que já temos Nele.

APRENDA A SEGUIR

TERMINE O QUE VOCÊ COMEÇOU

DEFINA QUEM VOCÊ QUER SER

ENCONTRE UM MENTORFAÇA ALGO COM O QUE VOCÊ TEM EM SUAS MÃOS

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eu nome é Helton e eu sou membro da Comunida-de da Graça de Bonsucesso, em Guarulhos. No ano passado, vivi uma situação difícil, mas pude ver a mão de Deus agindo em minha vida e me transfor-

mando num verdadeiro milagre.

Era véspera de Natal e eu estava conversando com um ami-go na frente da minha casa. Chegaram dois rapazes per-guntando o nome daquela rua. Assim que respondemos, eles já anunciaram um assalto, dizendo que se reagíssemos, morreríamos.

Pegaram o celular e a carteira do meu bolso, e um deles apontou uma arma para mim, perguntando de quem era a moto estacionada onde estávamos. Num momento de de-sespero acabei tentando segurar a arma, mas ele atirou no meu rosto. Meu amigo tentou me ajudar, mas caímos os três no chão e acabei levando mais dois tiros, um no abdô-men e o outro nas costas.

Quando passou a confusão, senti uma dormência no meu rosto. Saia muito sangue pela minha boca e minha vista estava escurecendo. Achei que ia morrer e pedi perdão a Deus por ter reagido ao assalto.

O padrasto do meu amigo me socorreu e me levou para um hospital perto dali. A médica cirurgiã já tinha terminado o seu turno, mas por alguma razão ainda estava lá e pôde me atender. Deus a usou para me salvar. Durante a cirurgia, tive duas paradas cardíacas, mas Jesus tinha um plano para a minha vida.

Enquanto estava sendo operado, meus familiares, amigos, líderes, supervisores e pastores estavam reunidos na recep-

ção do hospital intercedendo pela minha vida e pela minha recuperação.

A cirurgia foi um sucesso e fui transferido para o hospital seis dias depois. Eu e a minha mãe passamos o Ano Novo lá, enquanto orávamos pela minha restauração completa.

No dia 2 de Janeiro, tive que ser submetido a outra cirurgia no intestino, porque os pontos internos haviam estourado. Minha recuperação foi péssima e fui para a UTI. Tive mais uma complicação e veio outra cirurgia. Parecia que nada mais dava certo, mas meus pastores, meus amigos, familia-res e toda a igreja não me abandonavam.

Quando ainda estava me recuperando, o médico me exa-minou e viu que meus rins estavam com o canal desligado. Fiz mais duas cirurgias. Fiquei cerca de 40 dias na UTI e perdi 25kg.

Pela graça de Deus, passei para o quarto e tive alta no dia 19 de Março.

Com tudo isso, aprendi muitas coisas: a ter mais fé, orar mais, dar valor à vida. Percebi também como a igreja sem-pre esteve comigo e não me abandonou em momento ne-nhum. Toda semana meus pastores me davam uma palavra de conforto e força, e até levavam a santa ceia para eu não deixar de participar.

Sou grato a Deus pelo milagre que vivi. Creio que Ele tem um propósito pra mim e pra todos nós. O texto de Roma-nos 12.12, foi uma realidade muito presente na minha vida durante todo esse tempo: “Aleguem-se na esperança, sejam pacientes da tribulação, perseverem na oração.”

“SOU GRATO A DEUS PELO MILAGRE QUE VIVI”

EXPERIMENTANDO O IMPOSSÍVEL

TESTEMUNHO

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m movimento de mulheres com-prometidas com a oração. Isso é o Mulheres Intercessoras. Nasci-do há 20 anos no coração da Pas-

tora Suely Bezerra, o ministério hoje atinge todas as Comunidades da Graça no Brasil e no exterior, além de igrejas de outras denominações. Mas, ele co-meçou em um grupo pequeno, depois de um momento de necessidade e um tremendo agir de Deus.

O ano era 1985, a Pra. Suely e seus filhos passavam a temporada de férias na cidade de Itanhaém. Ronaldo Be-zerra, na época com 12 anos, andava de bicicleta na praia, quando foi atin-gido por um carro que quase o matou. No hospital, as expectativas dos mé-dicos não eram boas: se sua febre não abaixasse, suas pernas teriam que ser amputadas por causa dos ferimentos.

Lembrando-se dos valores plantados por sua mãe quando ainda era crian-ça, a Pra. Suely se colocou em oração, crendo que o que parecia impossível para os homens, era possível para Deus. “Orei durante uma noite inteira no corredor daquele hospital e o Se-nhor me disse que o choro podia du-rar uma noite, mas a alegria viria pela manhã” (Salmo 30.5), conta. Indo completamente contra tudo o que os médicos diziam, Ronaldo não preci-sou amputar as pernas e foi completa-

mente restaurado. “O que me marcou nessa situação foi que eu vi que todas as coisas são resolvidas em Deus. E então, o Mulheres Intercessoras nas-ceu no meu coração.”

Sob o texto de 2 Crônicas 7.14 e uma visão que recebeu de mulheres deses-peradas e sem saída, reuniu um peque-no grupo de amigas. Elas começaram a interceder por suas necessidades, suas casas, a igreja e a nação. Não demorou muito para que as coisas caminhas-sem para um outro nível. Cinco anos mais tarde, surgiu a Casa de Oração, em resposta à necessidade daquelas mulheres em ter um lugar específico onde pudessem estar juntas e dedicar um tempo precioso ao clamor e à inti-midade com Deus.

“A Casa de Oração começou a des-pertar nas pessoas o desejo de esta-rem ali para ter um tempo com o Se-nhor. Começamos a montar turnos, e todos os dias algumas mulheres se reuniam ali para interceder pela nossa nação, pela igreja, pelos pastores, pe-las famílias e por seus próprios pro-blemas”, relembra a pastora.

E cada vez mais, esse grupo via as res-postas às suas orações. As pessoas es-tavam sendo abençoadas e alcançadas, libertas de vícios, tendo suas famílias completamente restauradas.

Logo, alguns braços desse movimen-to foram surgindo, como os projetos MAE e Florescer. O primeiro veio com a missão de apoiar as esposas de pas-tores, que auxiliam seus maridos no ministério e também precisam de um tempo de comunhão e encorajamento. O segundo é destinado a toda a igreja e visa incentivar cada mulher a estar plantada na casa de Deus e dar frutos de alegria, paz, prosperidade, saúde.

Hoje, este ministério continua movi-mentando as mulheres no Brasil e no mundo. Todo ano, elas se reúnem num congresso especial, que foi, inclusive, inserido no calendário oficial de eventos da cidade de São Paulo. No ano passa-do, o encontro aconteceu junto do ani-versário de 35 anos da Comunidade da Graça e reuniu mais de 11 mil pessoas.

Ao lembrar de toda a história, a Pra. Suely se emociona e se alegra. “Quando me perguntam se eu faria tudo de novo, eu acho que tentaria fazer melhor. Eu creio que ainda fal-ta muita oração e que eu poderia ter orado muito mais”, comenta. “Mas eu quero cultivar na minha vida o es-pírito de intercessão. Quando nossa mente está ligada ao Senhor, não tem lugar que seja contaminado pelo dia-bo. Precisamos ter um compromisso de estar em comunhão com Deus, fa-lando sempre com Ele.”

COM 20 ANOS DE EXISTÊNCIA, MULHERES INTERCESSORAS LEVA MILHARES

DE PESSOAS A UMA VIDA DE ORAÇÃO E RELACIONAMENTO COM DEUS

HISTÓRIA

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RECOMENDO

L IVRO

MUNDO CR ISTÃO

ULT IMATO

MULT IPL IQUE – FRANCIS CHAN

ONTEM ESPONJA, AMANHÃ PENEIRAMARCOS BOTELHO E VICTOR FONTANA

“Jesus disse, ‘Façam discípulos de to-das as nações.’ Muitos até decoraram essa passagem, mas a estão cumprin-do de verdade? Isso está acontecendo? Todos temos medos e inseguranças. Será que podemos trabalhar juntos e orar para que Deus nos dê poder sobre eles, e verdadeiramente fazer o que Ele nos mandou fazer?” É partindo desses questionamentos que Francis Chan lança seu novo livro.

Em ‘Multiplique’, ele procura ofere-cer uma ferramenta moderna e eficaz,

com estratégias para cumprir o man-damento de Jesus e auxiliar no cres-cimento do corpo de Cristo. Links in-terativos no decorrer de cada capítulo trazem explicações do próprio autor e ajudam a revelar o segredo de discípu-los fazerem discípulos.

Vivemos a era da informação. Temos acesso a tudo em tempo real e não nos cansamos de ‘curtir’ e ‘compartilhar’. Mas, na verdade, como reagimos a tudo isso? É essa pergunta que Marcos Bote-lho e Victor Fontana procuram responder em seu novo livro. Numa linguagem bem humorada, eles desafiam conceitos e bus-cam um diálogo com a nova geração.

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CD APL ICAT IVO

SONY MUSIC V IDA NOVA

GRAÇAPC BARUK

APP ALMEIDA SÉCULO 2 1JOÃO FERRE IRA DE ALMEIDA

Com 18 canções e uma combinação de vários estilos musicais, o 12º CD de Paulo César Baruk traz a graça de Deus como tema central. A intenção é que, ao ouvir as músicas – que falam sobre amor, redenção, comunhão, amizade e fé – as pessoas possam conhecê-la e ex-perimentá-la. Conta com as participa-ções especiais de Gerson Borges, Lito Atalaia, Daniela Araújo e Marcela Taís.

A atualização de uma das mais famosas versões da Bíblia em português agora está disponível também para smartpho-nes e tablets. O app Almeida Século 21 traz a tradução fiel de João Ferreira de Almeida em um aplicativo simples, fácil de usar e com possibilidade de acesso off-line. Disponível para iOS, Android e Windows Phone.

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EMPREENDEDORISMO Visando auxiliar e aconselhar os empresários, profis-sionais liberais e gestores, a Comunidade da Graça Sede realizou o Encontro de Empreendedores, nos dias 22 de Junho e 6 de Julho. O evento contou com a presença de André Matos, Anderson Caldas, Tadeu Ferreira e Maurício Andreatti, e abordou temas como: análise de projetos, negociação de dívidas, gestão de pessoas e liderança. Mais de 170 pessoas estiveram presentes nas duas datas.

ACONTECEU

FAÇA A DIFERENÇA – NOVA SÉRIE DO MAG TRAZ CONVIDADOS ESPECIAISAlém de um chamado desafiador, a nova série do MAG Sede também tem trazido diversos convidados especiais. No dia 21 de Junho, o Pastor Marcos Botelho falou com os jovens e apresentou seu novo livro “Ontem esponja, amanhã peneira”. Logo depois do Encontrão Nacional, para ninguém desanimar, o Pr. Carlos Bezerra Jr. mi-nistrou uma palavra especial no culto do MAG e teve a companhia de Paulo César Baruk, cantando várias de suas músicas. No dia 12, foi a vez dos Pastores Fernando e Samuel Diniz estarem com a galera.

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Os dias 10 e 11 de Julho foram marcados por muita ale-gria na Comunidade da Graça Ubatuba. Foi realizada a Festa Caipira, que já acontece há cerca de oito anos. 1.200 pessoas participaram dos dois dias, aproveitando as brincadeiras tradicionais, lanche na chapa à lenha, co-midas típicas e muita música! Como em todas as edições, os membros se uniram e cuidaram de tudo, desde a mon-tagem das barracas até o preparo das comidas.

CG UBATUBA COMEMORA MAIS UMA FESTA CAIPIRA

ACONTECEU

20 ANOS DE MUITA VIDANo dia 28 de Junho, a Comunidade da Graça em Gua-rulhos completou 20 anos. Cerca de 1.700 pessoas es-tiveram presentes nos três cultos de comemoração, que contaram com as presenças dos pastores Carlos Bezerra Jr. – que entregou uma placa em homenagem à igreja por parte da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo –, Marcos Sérgio, da CG Bragança Paulista e Marcos Miranda, da igreja O Brasil para Cristo.

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Os meses de Junho e Julho foram marcados por muita festa e louvor a Deus. Isso porque centenas foram às águas nas Comunidades da Graça em Atibaia, Ermelino Matarazzo e Suzano. No total, mais de 390 pessoas foram batizadas.

A CG Atibaia realizou o primeiro culto de batismo em seu novo prédio com muita música e diversos testemunhos. Na Comunidade da Graça de Suzano, o segundo batismo do ano teve direito a amigos e familiares presentes e até a uma queima de fogos. Em Ermelino Matarazzo, um culto especial reuniu mais de 4 mil pessoas em comemoração às vidas que declaravam seu renascimento em Jesus.

TEMPO DE NOVO NASCIMENTO

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