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www.mkquimica.com.br A MK atua junto à indústria curtidora desenvolvendo produtos e processos que reduzem o impacto ambiental dos curtumes. A preservação do meio ambiente faz parte do dia-a-dia da MK, pois sabemos que O SEU SUCESSO É O NOSSO SUCESSO! Revista da Associação Brasileira dos Químicos e Técnicos da Indústria do Couro ISSN 0103-5827 | Ano XXXV | Edição 215 | Março e Abril de 2011 REVISTA DO COUR O

REVISTA DO COURO - abqtic.com.br · era da área do couro, mas sem-pre era da área do meio ambien-te, o que sempre fez com que eu atuasse com couro ligado à área do meio ambiente

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A MK atua junto à indústria curtidora desenvolvendo produtos e processos que reduzem o impacto ambiental dos curtumes. A preservação do meio ambiente faz parte do dia-a-dia da MK, pois sabemos que

O SEU SUCESSO É O NOSSO SUCESSO!

Revista da Associação Brasileira dos Químicos e Técnicos da Indústria do CouroISSN 0103-5827 | Ano XXXV | Edição 215 | Março e Abril de 2011

REVISTA DO COURO

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Revista do Couro | ABQTIC Revista do Couro | ABQTIC

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Revista do Couro | ABQTIC Revista do Couro | ABQTIC

Jornalista Responsável: Michel Pozzebon

Reg. profissional: MTB 14315 [email protected]

Assessoria de Marketing e Vendas: Evelise de Oliveira

Reg. profissional: 5712/12/[email protected]

Tel: (51) 96441600Diagramação e Arte-final:

Camila da Costa [email protected]

sumáRIo

EnTRElinhAsEDiTORiAlPáginAs DOuRADAsnOTíCiAsMERCADO MODAABqTiCEMPREsAsTECnOlOgiAgEsTãOMEiO-AMBiEnTEPARA lER

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22

2430

3841

7174

Para ficar por dentro dos aniversariantes, acesse

nosso site!www.abqtic.com.br

EnTRElInhAs

Tecnologia é evolução.

Éo desenvolvimento ou aperfeiçoamento das tecnologias que nos permite viver melhor e trabalhar melhor. E não existe tecnologia sem pes-

quisa e sem informação. Todos nós podemos contribuir de al-guma maneira para o desenvolvi-mento de novas tecnologias ou o aperfeiçoamento das já existentes em nosso setor. Para isto, muitas vezes, basta simplesmente colocar no papel aquilo que praticamos no nosso dia-a-dia. A formação conti-nuada é importante e as universi-dades e os centros de tecnologia estão à nossa disposição para isto. Não há mais espaço para quem acredita que já sabe tudo, que não tem nada a aprender.Tendo em vista esta realidade, a

ABQTIC está organizando para o mês de outubro, o XIX Encontro Nacional, que ocorrerá em Fran-ca. Aproveite esta oportunidade e participe, envie suas pesquisas e suas experiências para serem apresentadas durante o evento. Se não tiver algo a apresentar, parti-cipe como espectador, pois cer-tamente terá muito a contribuir também neste papel.A Revista do Couro, como ferra-menta que busca contribuir para o desenvolvimento do setor, trás nesta edição, onde o enfoque é a tecnologia do processamento de couros, uma entrevista com a Profª Marina Moreira, que discor-re sobre os mais diversos desafios que o setor tem passado para atender a um consumidor cada vez mais consciente e exigente quanto ao uso do couro (entre

estas exigências está a forte pre-ocupação ambiental).Além disso, contamos com artigos e matérias bastante interessantes, que tem um forte apelo para o de-senvolvimento de tecnologias que garantam um produto de qualida-de e que, acima de tudo, busquem a sustentabilidade da indústria, não só ambiental, mas também econômica e social.

Aline DreschDiretoria de Publicação e Divulgação - ABQTIC

Representante Exclusivo no Brasil:

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Conselho ConsultivoClecio EggersAthos schuck

Dieter lehmannluiz Mario leuck

Francisco Alziro gomesEtevaldo Zilli

Adroaldo MigliavaccaJosé Fernando BelloAntonio Adolfo Klein

lauro KrugPaulo Rezende

Valmor TrevisanAlexandre Finkler

Carlos guilherme KieferJose Waldir Dilkin

Vilmar Trevisan

Regina Cánovas TeixeiraVice-Presidente

Roberto KamelmanPresidente

Katia streit2º secretário

Michele Erhardt1º secretário

Valmor Trevisan1º Tesoureiro

Alexandre Finkler2º Tesoureiro

Conselho Técnico Científicogustavo Fink - diretor

Mauri Barbierisamuel Cansi MachadoRoberto luis hartmann

luis Carlos FerrariDaniel Cesar Bierende

luciano AgostiniTatiana linkKarl luersen

Marina MoreiraEdinéa T. R. gonçalves

Janete schneiderMariliz guterrezDieter lehmann

Ademir D. de VargasMarcos lelling

Publicação e DivulgaçãoRegina Cánovas Teixeira

Aline Dresch

Relação internacional e nacionalZulfe Biehl

Ricardo Beckerluiz Augusto Krug Zugno

Relações Associadosgildomar Jorge da silva

Pedrinho giacomoliCristiano Velho

Ricardo sommerFrancisco Masutti

Jorge Andrade

Diretor socialJorge schroer

Marcelo luis schenkel

CoremaMarcelo Zilles

Carlos ZimmermannAntonio Mattielo

lisiane MetzPedro stumpisabel Claas

Conselho FiscalVilmar Trevisan

Jose Valdir DilkinAdolfo KleinDiretoria de Moda

Vitor Fasologerusa giacomolli

Dir. Projetos e Rel. com Entidadeshugo springer

Diretoria de gestão e Planejamento

Fernando geib

sócios honoráriosAlberto sofiaClécio Eggers

Dieter lehmanngeorg valet

Diretoria de MarketingCarlos Kolling

Vice-PresidenciasPlanalto médio e Oeste Catarinense: luis

sérgio nunes CostaAlto Taquari: Felipe Magedanz

Paraná: Jose Alex garciaFranca: henrique Alexandre Brando e

larisa leal Ramosnorte/nordeste: Elcid lemos

Minas gerais: José Vilmar V. Castrogoias: lourival Ponchio

Ms: Fabrício CastelliCuiaba MT: humberto Fuentes

Associação Brasileira dos químicos e Técnicos da indústria do CouroRua gregorio de Mattos, 182,

Estância Velha - Rs - 93600-000Fones: (51) 3561-2761 | (51) 3561-2250

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Further information and visuals: Erica Caron [email protected] +33 (0)1 43 59 89 44

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ASSOCIATION OF THE UNTRAINED

Immersed in archaism and primitive brutality, alerted by the revolt of elements, we are obsessed by raw art and Palaeolithic. Doggedly searching for sources, obsessed by the animal that slumbers inside us, lulled by phantasmagoria, we build huts in the city, giant nests on the walls of buildings.

NATURE AND PRECIOSITY 21’st century Amazons and the heirs of baroque tradition seize on nature to gives rhythm to their eccentricities.Established as a demonstration of contemporary art, it is the pretext for installations and the site of their artistic performances. They outstrip each other in their exuberance and organise a new expressive and provocative dandy posture.

A SIMPLE LIFE Sunny and consensual, yellow is the bearer of optimism. It is a simple, modest and fun chap, guileless and easygoing. An accommodating person, he likes to be outside and indoors, lazing on Mediterranean beaches and brightening Nordic deco. Lively and bright, he enjoys clichés and adopts a low profi le to render ordinary objects offbeat.

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Tendências da moda em cou-ro para o verão

2012/13

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Revista do Couro | ABQTICRevista do Couro | ABQTIC Revista do Couro | ABQTIC

págInAs douRAdAs

Processamento de couros voltado para uma produção mais sustentável e competitiva

Por Michel Pozzebon (texto e fotos)

Aproveitem as oportunidades!

EdIToRIAl

F

A gestão de processos com foco em uma produção que alie sustentabilidade e competitivi-dade no setor coureiro. É neste foco que a supervisora de Edu-cação e Tecnologia do Centro Tecnológico do Couro - Senai (Estância Velha/RS), Marina Ver-gílio Moreira (fotos), destaca o seu trabalho na área de proces-samento de couros. Em entre-vista para a Revista do Couro,

a especialista natural de Pelotas, na região sul do Rio Grande do Sul, destacou a importância da informação nos procedimentos empregados nos setores pro-dutivos. O curtimento de cou-ro ao cromo, um dos temas em evidência no segmento, também foi destacado por Marina, assim como as substâncias restritivas e as pesquisas e perspectivas para a área.

Revista do Couro - Como foi o teu trabalho como uma das autoras do Manual Bá-sico de Processamento do Couro?

Marina Vergílio Moreira - Esta publicação tem duas coisas que acredito que tenha que ser res-saltadas. Foi um trabalho cole-tivo e que partiu do desafio do professor Hugo Springer, que

eiras tecnológicas e de negócios são um marco para qualquer segmento de negó-cio. Além de retratar a capacidade de um

setor organizar-se ao redor de uma meta comum (neste caso, en-tenda-se por setor todos os be-neficiados da atividade: indústrias, governos, profissionais e popula-ção em geral) e ser uma grande oportunidade de conviver alguns dias com um público altamente selecionado e focado no negócio, também dá a oportunidade de medir a receptividade de novos produtos, tecnologias e serviços, criar novos relacionamentos, for-talecer os já existentes, promover sua marca e principalmente, gerar negócios.

Mesmo sabendo que cada seg-mento tem suas particularidades e que é extremamente difícil men-surar os resultados diretos e in-diretos de uma feira, especialistas

arriscam alguns números gerais sobre estes eventos de negócios: eles podem aceleram até 66% o fechamento de negócios, 80% dos visitantes possuem algum poder de decisão na compra, 55% dos vi-sitantes traçam planos a partir do que vêem nas feiras ..... enfim, in-dependentemente deste números, o fato é que a Feira tem impacto positivo no nosso negócio e segue sendo o evento anual principal do nosso setor.

Para os Técnicos em Curtimen-to, a Feira é momento obrigatório: ver com tempo e minúcias o que os diferentes segmentos propõe como evolução e melhoria de nossa atividade, buscar inspira-ção para novos desenvolvimentos, identificar oportunidades, ganhos de qualidade e produtividade, criação de relacionamentos, são obrigações de todo profissional da área. Aproveitem-a como fer-ramenta de negócios e de cres-cimento. Aliás, outro evento obri-

gatório para nós técnicos será o Congresso Nacional da ABQTIC em Franca SP, organizado para ou-tubro deste ano. A ABQTIC está trabalhando muito para oferecer aos associados e demais partici-pantes oportunidades de ver e discutir assuntos relevantes ao setor, desde tecnologias, meio--ambiente e mercado&negócios. A nossa capacidade de organizar--se em pró de instituições, feiras e congressos foi o que nos fez gran-de e referência mundial no setor.

E falando em proporcionar co-nhecimento, nós pretendemos rechear este evento com nossa tradicional edição da FIMEC cujo tema principal são tecnologias focadas no Meio-Ambiente. Faço ressalva especial para a entrevista da Professora do CT Couro SE-NAI de Estância Velha, Marina Mo-reira, conhecida de todos nós que aporta com muita propriedade suas opiniões sobre temas polêmi-cos e reincidentes nas discussões ambientais do setor, assim como sua experiência na implementação e desenvolvimento de melhorias , um raro momento de equilíbrio entre conhecimento acadêmico e prático.

Participem, mantenham-se ati-vos em todas atividades que nos proporcionam conhecimento e aproveitem todas oportunidades!

Boa Feira e boa leitura a todos!

GustAvo finkDiretor do Conselho

Técnico ABQTIC

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págInAs douRAdAspágInAs douRAdAs

sempre me trouxe desafios. Eu estava praticamente começando a carreira após ter vindo de Pe-lotas, onde eu trabalhava e não era da área do couro, mas sem-pre era da área do meio ambien-te, o que sempre fez com que eu atuasse com couro ligado à área do meio ambiente. Mas, eu tive aqui no Centro Tecnológico do Couro, um grande mestre, que é uma referência, professor Eugenio Hoinacki, que sempre me dizia: Marina, quanto mais tu souberes, mas tu vai saber que não sabe. Ele escreveu junto co-migo este manual e assim como o Springer foi um grande incen-tivador. Sem contar nos alunos, que me apoiaram bastante.

Para escrever este manual ne-cessitamos de muitas horas de estudo. Para se ter uma ideia, de pesquisa e trabalho foram 1 ano e meio. Mas eu também tive um preparo no exterior e em curtu-mes do Brasil. E isso tudo contou com o incentivo dos professores Springer e Hoinacki, que já tinha escrito um livro chamado Peles e Couros.

Em 2002, também participei de um trabalho para o CNTL tra-tando sobre o processamento de couros voltado para uma produ-ção mais limpa, que é a área que mais tenho trabalhado, estudado e aplicado em curtumes. A gente tem um curtume que se tornou nosso parceiro e que acreditou

no Senai para que todos esses desenvolvimentos de teorias pu-dessem ser aplicados lá. Então hoje, estamos trabalhando nesta indústria o reuso de água e não apenas reciclagem, fazendo segre-gação de banhos e reaproveitan-do no processo em uma quanti-dade bem significativa.

RC - Em se tratando de sustentabilidade, como é este trabalho de reuso de água em curtumes?

Marina - Inclusive, o reuso de água já tem sido uma exigência de alguns clientes. Pelo Protoco-lo da LGW, que é um protocolo específico para curtume, em que a empresa é avaliada em uma série de requisitos, muito pró-ximos da ISO 14001. Para par-ticipar deste protocolo, o BLC (Leather Technology Centre), que é um centro de tecnologia de Northampton, na Inglaterra, avalia estes curtumes e a partir daí, a indústria começa a pensar desde a rastreabilidade da maté-ria-prima (de onde veio esta ma-téria-prima), que não pode ser de zona de floresta, de desmata-mento, até o produto acabado. E uma das inovações neste tema é a logística reversa.

Os curtumes têm uma licença de operação e eles têm um volu-me de água captada. E como es-tas indústrias precisam aumentar a sua produção, por uma questão de sobrevivência no mercado. E daí entra aquele dilema de que se tem que produzir mais, mas eu não tenho uma maior capaci-dade de captação de água. E tam-bém não tem sentido hoje em dia a gente começar a captar água e devolver uma água de qualidade pior do que foi captada. Então é

necessário se trabalhar no senti-do de minimizar dentro do pro-cesso o que eu preciso usar, se tratar essa água e voltar para o processo.

Este trabalho foi dividido em três partes: ribeira, que é uma parte que as pessoas costumam se referir a ela como suja, então foi uma grande oportunidade e novamente um desafio em que a água após sair do primário, o curtume tinha necessidade de que ela voltasse como um pro-cesso. Então, utilizamos concei-tos de engenharia de extração sólido/líquido em uma parte mais técnica, em que se utilizava uma determinada água não dava para voltar todo o processo. Fi-zemos um estudo para qual eta-pa ela poderia voltar.

Por exemplo, a água em que era lavada a purga, que é uma etapa final da ribeira, que antecede o píquel, aquela água avaliamos que poderia ser utilizada para extrair cálcio no início da desencalagem, e assim passamos a fazer circui-tos fechados. Se estudava a água, se fazia um controle de proces-so, que a chave é a gestão desse processo, que é o que faz dar certo ou não. A partir de então, a gente atuava no sentido de re-circular o máximo possível dos banhos, fechando o circuito. O reciclo de caleiro a empresa já tinha, com isso se trabalhou no reuso de água na parte desde a desencalagem no próprio curti-mento e no recurtimento, então foram três fases.

Hoje, o curtume está estudan-do e implementando o reuso da água na graxaria. A gente sabe que hoje a graxa no curtume é um ponto bastante importante, porque o Brasil é um dos maio-res produtores de biodiesel e o

sebo bovino que sai das peles verdes, pode ser usado para fa-zer biocombustível. Então, essa graxa com a água de reuso, eu tenho que utilizar e garantir a qualidade do produto. Quando te lançam um desafio como este, é necessário que se faça um tra-balho minimizando a utilização de água. E isto é um pré-requisi-to e que não deve interferir no produto, que tem que sair com a mesma conformidade de antes ou até melhor.

Fechar o circuito fez com que a otimização do processo ficasse mais evidente para o curtume. É necessário otimizar o processo e controlá-lo melhor.

RC - De certa forma esse processo alia o meio am-biente à competitividade?

Marina - Com certeza, eu acre-dito que estas coisas hoje em dia não estão dissociadas. O trabalho no curtume começa por organi-zação na casa, e essa ordem que chama-se housekeeping, é o pri-meiro passo. Depois, o segundo passo é conhecer métodos utili-zados pelo curtume, conhecer o pessoal e capacitá-los. No Senai, quando fazemos a assessoria em uma empresa, a gente nunca dei-xa de fazer capacitação, porque diferente de se fazer um trabalho de consultoria, nós somos for-madores. E assim como a gente forma os nossos alunos, a gente tem isso no DNA de preparar as pessoas na empresa para que elas façam o trabalho.

E esse trabalho de competitivi-dade, quando começamos a tra-balhar e fazer o reuso, passamos a ver que é preciso reduzir os produtos no processo, mas para isso, as pessoas precisavam en-

tender o que estavam fazendo. A partir desta constatação, chama-mos estas pessoas, os operado-res, as pessoas que trabalhavam diretamente na produção e fize-mos treinamentos, aos sábados, inclusive. Isso foi muito impor-tante, porque acabou se tornan-do um aprendizado para a gente também. Em um determinado momento eles me colocaram que aquela água estava cheirando e por isso eles não gostavam de reusar. Bom, mas ela não precisa cheirar. Nós fomos atrás de tec-nologia para redução de cheiro. E muito de redução é controle de processo e é colocar o pro-duto na quantidade certa e isso é competitividade.

RC - Como é este trabalho inovador em se tratando de logística reversa?

Marina - O que você quer hoje em dia quando se compra uma

“As peles e os couros têm

acompanhado o homem em

toda a sua evo-lução, seja pela

sua disponibi-lidade, ou por sua versatili-

dade, ou ainda por ambas”.

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caneta? A gente se sente muito inconfortável quando termina o ciclo de vida e a gente tem que jogar fora. Acontece isso com carro, com celular. Estamos crian-do, espero que mais, aquela cons-ciência de que "puxa, vamos ter que descartar isso e eu creio que isso vai levar um certo tempo para degradar". Eu não sei, mas isso começou a incomodar. En-tão, a logística reversa trata jus-tamente disso. Terminado o ciclo de vida do produto, eu conseguir trazer esse produto o mais próxi-mo dele de matéria-prima, trans-formar de novo esse item em matéria-prima. O que em termos de couro é uma desafio, porque o curtimento ao cromo, ele tem excelentes vantagens, ele pode ser bem conduzido, inclusive isso no protocolo do LGW destaca que eles não são contrários ao processo, mas que isso tem que ser feito com controle, com efi-ciência. Inclusive, o LGW pontua de acordo com a eficiência. Então, terminado o ciclo de vida, aquele couro continua, seja na forma de um calçado, de um artefato ou de uma cortina, ou do que for, por-que o couro hoje em dia tem sido usado para uma gama cada vez maior de produtos. Justamente, porque ele é um item com uma boa absorção, tem uma boa troca térmica, uma boa troca higiênica.

Mas, o curtimento ao cromo é muito difícil de se desestabilizar, pelo fato de ser muito estável. Então, o que a gente estuda são formas de desestabilização deste produto para que ele se trans-forme depois em matéria-prima.

O que mais me fascina em tra-balhar com couro é o fato de que 60% da matéria-prima ver-de é água, então 40% são outros materiais, destes 35% é proteína,

então, é uma fonte muito rica de proteína, inclusive alimentí-cia. Então, o que a gente estuda, cada vez mais, é para curtir aquilo que vai se tornar produto e não aquilo que se tornará resíduo. Mi-nimizar o resíduo e maximizar a valorização daquele rejeito que não se consegue trabalhar como couro e você utilizar em ativi-dades nobres. A gente sempre fala em gelatina, mas a proteína da pele é um excelente veículo que pode ser utilizada em quei-jos, iogurtes, é um espessante de consistência e com um conteúdo proteíco muito importante para a alimentação em um País, onde a gente tem falta de alimentação, eu acho fantástico. Até porque se você pensar, à medida que a gente abate um animal, que tem em mé-dia um ciclo de vida de 3 a 3 anos e meio no campo, se eu abatesse somente para usar a carne e não fizesse nada com a pele, ela seria um resíduo. Então, ela se torna um produto e o disassembling, que é a logística reversa.

No caso, eu vou descurtir aque-le material e vou utilizar como fonte de nitrogênio na própria terra e existem muitos trabalhos sobre este assunto. Acredito que estamos em um período muito fértil de conhecimento e de bus-ca pelo conhecimento e a ideia é aproveitar ao máximo.

RC - Em se tratando des-se período fértil da busca pelo conhecimento, quais as perspectivas para a área do processamento de couros?

Marina - Estive na Alemanha em setembro de 2010, visitan-do a empresa Kärcher, para co-nhecer a questão das energias renováveis, afinal, uma das par-

tes que os curtumes ainda não tem desenvolvido é a utilização da energia, então a gente tra-balha em otimização de água e necessitávamos buscar conheci-mento em uma área que ainda não tínhamos, que era a eficiên-cia energética. E nessa missão à Alemanha, o que me chamou a atenção foi que nessa visita à Kärcher, perguntei ao dono so-bre terminado o ciclo de vida de uma lavadora produzida por eles, o que poderia fazer com aquele equipamento. E ele disse: “trazer de volta para a empresa em que você comprou que ela retornará para a gente, onde vamos des-montar o produto e ver o que pode retornar para o processo e dar sequência”.

Perguntei a ele se no Brasil seria assim e ele não soube me responder. Isso teoricamente lá é mais fácil. Mas aos poucos a gente está adquirindo esta cultu-ra, mas muitas pessoas ainda não usam. Nos supermercados já ob-servamos aqueles coletores de pilhas, lâmpadas e porque não na sapataria eu não posso colocar o meu calçado e nas montado-ras de automóveis o meu carro, não deixar de usar, mas fazer o uso consciente. Eu acho que temos que evoluir para isso, o consciente e racional das coisas, sejam elas água, energia ou ma-téria-prima. E independente da nossa empresa ser um curtume, acredito que é preciso investir muito em comunicação, na ges-tão da informação, isso para mim tem sido um dos grandes desa-fios, não é a falta de tecnologia, mas é como essa tecnologia vai chegar e em que linguagem ela se disseminará aos diferentes ní-veis que ela necessita atingir.

RC - Comunicação e ges-tão são aliadas nos proces-sos dos curtumes?

Marina - Vivenciei e vivencio nas empresas que trabalho e as pesquisas mostram que a comu-nicação é o principal problema. E o que a gente tem visto é que quando se desenvolve tecnica-mente alguém e se deixa a co-municação de lado, não adianta o conhecimento sem você con-seguir comunicar. E daí vem o desafio: conseguir comunicar o teu conhecimento da maneira que as pessoas possam entender. E no curtume onde trabalhamos, o que mais me chamou a aten-ção foi que depois de 6 meses de trabalho, nós vimos tudo que não estava dando certo, então, resol-

págInAs douRAdAs

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vemos fazer este meeting, este curso com eles. As mudanças que precisamos no processo, foram todas sugeridas pelas pessoas da empresa. Eles sabiam, mas por a gente não ter se comunicado adequadamente, eles não nos disseram. Afinal, aqueles trabalha-dores estavam lá vivenciando o dia-a-dia da empresa e nós íamos, uma ou duas vezes por semana na empresa. E no momento em que chegamos até eles, nos apon-taram as sugestões de melhorias.

Nós temos um perfil como técnicos, e eu vou fazer uma crí-tica a mim mesma, de que somos muito fechados, nós não comu-nicamos aquilo que pensamos ou não de forma efetiva, mas a gente pensa que comunica. En-tão, por trabalharmos o raciocí-nio muito rapidamente, às vezes esquecemos ou não verbaliza-mos isso corretamente e isso tem sido um grande entrave.

Esses entraves são por comuni-cação, não são por dominar a tec-nologia, claro, que quando você trabalha em uma empresa, você trabalha com que o local dispõe e a gente tem tido muito cres-cimento em automação e essa área para a competitividade é fantástica. Alguns curtumes ade-riram a isso e outros estão em uma caminhada. No Brasil nós te-mos curtumes com caminhadas e pensamentos muito diferentes, mas eu não tenho dúvida de que todo o desenvolvimento vai para ciclos fechados de processo, oti-mização de processo com racio-nalização de energia, de água e de matéria-prima, treinamento e capacitação.

RC - Como estão as pes-quisas na área de processa-mento de couros?

Marina - Temos visto o uso da nanotecnologia em vários seg-mentos e no couro para mim não é diferente. Sem sombra de dúvida, como a gente tem uma lista de substâncias restritas cada vez maior e em função disto a pesquisa por novos materiais têm sido bastante significativa. E nesse foco, avalia-se também em qual etapa que determinado pro-duto será colocado, em que ele será mais eficiente cada vez mais tem sido estudado. Por isso que é importante que órgãos neu-tros de pesquisa trabalhem. Por um longo tempo, a indústria quí-mica era detentora de pesquisa e isso foi fantástico, agora nós também temos que ter órgãos independentes trabalhando. Para crescermos como país, como nação tem que ser reconhecido como país de ponta. E tecnolo-gia a gente faz com estudo, com pesquisa, então é papel do go-verno fomentar a pesquisa, mas a pesquisa tem que ocorrer nas indústrias sim e também de ma-neira independente em órgãos independentes e isso eu acho um verdadeiro crescimento. Não podemos delegar só para um ou só para outro, porque como as indústrias químicas ou de mate-riais ela é muito rápida, ela pro-move desenvolvimento, cabe a estes órgãos verificar como esta tecnologia pode ser utilizada, às vezes até, em que quantidade ela pode ser empregada.

RC - Qual a ênfase do teu trabalho no setor?

Marina - No Senai atuamos em quatro áreas: educação tecnológi-ca, informação tecnológica, pesqui-sa aplicada e assessoria tecnológi-ca. Estas quatro áreas trabalham

de forma integrada, de modo que a gente traga a pesquisa para den-tro do ensino, da educação e que a gente leve para a pesquisa, a ne-cessidade das indústrias, dos cur-tumes. Isto faz com que as quatro vertentes caminhem e trabalhem juntas. A gente tem todo o res-paldo da informação, que acredito ser uma área fundamental.

Uma das coisas que faz com que os curtumes cresçam, é a gestão da informação. Não adian-ta a termos os meios adequados, o conhecimento adequado, se não soubermos, ter uma gestão adequada disso, é complicado. Então se trabalha nestas quatro vertentes.

Os nossos professores, a nos-sa equipe, trabalha na educação, e em pelo menos mais uma das outras áreas. Com isso, fazemos uma rotação, de maneira que se esse ano atuei na assessoria tec-nológica e na pesquisa, eu vou em algum semestre, seja através de um seminário, passar isso para a educação.

RC - O que possibilita para o aluno este trânsito dos professores nestas quatro ênfases?

Marina - Isso faz com que o aluno tenha uma visão já como educando como pesquisador também. Nós temos uma mos-tra tecnológica, que este ano já vai para a sua 37ª edição. A Fe-curt trabalha toda a questão da iniciação científica com o aluno e que eu particularmente acho fantástica. Quando um docen-te tem que orientar um aluno em uma pesquisa, ele vai ter um cunho acadêmico, mas também um cunho de pesquisa aplicada. Um grande diferencial do Senai

págInAs douRAdAs

em relação aos outros centros de tecnologia é a possibilida-de de você estar mais perto da indústria e fazer uma pesqui-sa mais aplicada. Então, o que a gente tem aqui, com doutoran-dos, mestres, e outros com uma formação mais técnica, acredito que propicia o desenvolvimento, o que fez com que a escola nes-tes anos tenha crescido. Quando a gente se refere como escola, não é um demérito, é mais um carinho porque começou com uma escola em 1965 e depois passou a ser centro tecnológi-co. Hoje, nós estamos buscando ser centro de excelência, o que pressupõe cada vez mais pesqui-sa e inovação.

RC - Para o aluno, a Fecurt acaba sendo um incentivo,

ao tempo em que ele apre-senta para os gestores da área, o trabalho que ele vem desempenhando no centro tecnológico. Como é isso?

Marina - Sem dúvida é muito importante, porque é uma for-ma do aluno já se relacionar com quem ele futuramente irá traba-lhar. E a Associação Brasileira dos Químicos e Técnicos da Indústria do Couro (ABQTIC) está com um programa bem interessante que é a de se aproximar do aluno. Acredito que no início ainda não saiu por uma inibição dos alunos, porque até a entidade colocou profissionais à disposição, mas às vezes existe uma certa timidez de quem está se formando para con-versar com quem já está no mer-cado há mais tempo. Então, talvez

essa aproximação tenha que ser mais no sentido inverso. Quem está se formando venha para o centro para que se possa promo-ver esse crescimento de ambos.

Estamos também com um pro-jeto bem diferente que é traba-lhar com pessoas com deficiência mental para prepará-los para atu-ar em curtumes. E não queremos fazer isso de forma segregada, a gente quer trabalhar aqui no CT Couro em um horário que nos-sos outros alunos estejam aqui, para que eles consigam, quando chegarem ao mercado de traba-lho, se sentirem incluídos, inclusi-ve, pelos nossos alunos que já vão ter convivido com eles.

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Revista do Couro | ABQTIC Revista do Couro | ABQTIC

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Revista do Couro | ABQTIC

noTíCIAsnoTíCIAs

Foi confirmada a data do World Leather Congress ou Congres-so Mundial do Couro. O evento, considerado um dos principais encontros do setor no mundo, ocorrerá no dia 9 de novembro no Hotel Sofitel - Copacabana, no Rio de Janeiro. Participarão do congresso especialistas da área de 14 países. Entre os assuntos a serem debatidos estão assuntos como materiais, ecologia, moda e gestão de processos e marcas.

Confirmado! Congresso Mundial do Couro ocorre em novembro no Rio

A Viposa, empresa que arrendou o curtume do frigorífico In-dependência, irá contratar aproximadamente 120 funcionários nos próximos dias em Nova Andradina (MS).

Cerca de 230 pessoas trabalham no curtume atualmente. De acordo com a empresa, com as contratações, o quadro de fun-cionários deverá ultrapassar a margem de 300 contratados.

A Viposa começou seus trabalhos em Nova Andradina nas primeiras semanas de 2011 fabricando cerca de 1.500 peças de couro Wet-Blue e 230 semi-acabados.

As vagas oferecidas são para as mais diversas áreas. Os in-teressados devem entregar os currículos na sede da empresa, localizada na saída para Ivinhema.

Mais informações podem ser obtidas através do telefone (67) 34410-2020.

(Nova News)

Curtume de Nova An-dradina - MS contratará funcionários

Couro é destaque na arquitetura de interiores

O couro foi um dos destaques da arquitetura de interio-res apresentada na Expo Revestir 2011, ocorrida entre os dias 22 e 25 de março, em São Paulo. A mostra é um dos principais encontros do calendário mundial dedicado aos lançamentos de produtos e serviços para revestimento de pisos e paredes.

O pavilhão italiano da feira trouxe empresas fabricantes de formas variadas de revestimentos. Entre elas, aplicações inusitadas de couro, tanto para pisos, quanto para paredes.

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sexta-feira, 8 de abril de 2011 09:36:26

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O Brasil importou mais de US$ 5,4 bilhões em produtos químicos no primeiro bimes-tre deste ano, valor 27,2% su-perior ao do mesmo período de 2010. As exportações, de US$ 2,2 bilhões, aumentaram 17,2%, na mesma comparação. O déficit acumulado nos dois primeiros meses deste ano, de US$ 3,2 bilhões, é 35% maior do que o apurado no primei-ro bimestre do ano passado. O preço médio das importações, de US$ 1.143,00 por tonela-da, manteve-se praticamente estável no período, mas o das exportações, de US$ 1.122,00 por tonelada, cresceu 13,2%.

Em fevereiro, especificamen-te, as compras externas de produtos químicos somaram US$ 2,7 bilhões, 2,2% mais do que em janeiro. As exporta-ções cresceram 4%, na mesma comparação, alcançando US$ 1,1 bilhão. Em relação a feve-reiro de 2010, as importações aumentaram 32,1% e as ex-portações tiveram incremento de 25,6%.

Os intermediários para fer-tilizantes, com compras de US$ 846 milhões no primeiro

Déficit em produtos quími-cos cresceu 35% no primeiro bimestre

bimestre, permanecem como o principal item da pauta de importações químicas do País. Mas os fertilizantes formula-dos apresentaram no período o maior crescimento relativo. O volume de importações desses produtos, de 293,8 mil toneladas, aumentou 412,2% em relação ao primeiro bi-mestre de 2010. O valor des-sas compras, de US$ 121 mi-lhões, deu um salto de 505,9%.

As resinas termoplásticas, com vendas de US$ 347,8 mi-lhões, foram os produtos quí-micos mais exportados pelo País no primeiro bimestre. Fo-ram embarcadas 223,2 mil to-neladas. Na comparação com igual período do ano passado, houve crescimento de 27,6% em valor e de 9,7% em volu-me. As importações de resinas somaram US$ 552 milhões, com crescimento de 26,2% na mesma comparação. O vo-lume de compras, de 310 mil toneladas, aumentou 11,6%.

SP, 16/03/11Luiz Carlos de Medeiros (MTb 12.293)Comunicação Abiquim

O Brasil é um dos principais for-necedores mundiais de tecnologia para a indústria coureiro-calçadista, e os principais lançamentos dos fa-bricantes brasileiros de máquinas e equipamentos destes setores são apresentados durante a Fimec em Novo Hamburgo. A Associação Bra-sileira das Indústrias de Máquinas e Equipamentos para os Setores do Couro, Calçados e Afins – Abra-meq – está preparando ações para potencializar esta participação nesta que é uma das três maiores do mun-do em produtos para a produção de couro e calçados. Marlos Schmidt, vice-presidente da entidade na área de Projetos e diretor da empresa Máquinas Erps, destacou que os vi-sitantes da Fimec deverão conhecer muitas novidades em termos de se-gurança em máquinas, tendo como um dos fatores de estímulo o traba-lho desenvolvido pela Abrameq, em parceria com a Abicalçados, que re-sultou na edição da Cartilha de Se-gurança em Máquinas para Calçados,

Máquinas vêem Fimec como vitrine de tecnologia

publicada no ano passado. Antecipa ainda que a sustentabilidade seguirá como uma tendência em inovação tecnológica, adicionando-se uma grande preocupação em adequar as máquinas e os equipamentos às ne-cessidades do clientes. “Estão sendo desenvolvidos produtos compactos, com todos os recursos necessários para as indústrias de couro e calça-dos, mas sem qualquer supérfluo”, afirma o empresário.

A entidade estima que mais de 50 empresas associadas sejam ex-positoras da edição deste ano da Fimec. E elas poderão se beneficiar do Projeto Comprador, uma inicia-tiva da Abrameq, em parceria com a Apex-Brasil, que traz para o Brasil possíveis clientes dos mercados com maior potencial de negócios para as empresas do setor. Deverão vir 13 compradores da Argentina, Bolívia, Colômbia, Equador, México e Peru, além da Índia.

A vinda de compradores da Índia está relacionada com ação de pros-

pecção de mercado desenvolvida pela Abrameq. O trabalho foi desen-volvido pelo consultor Paulo César de Almeida e o gestor de projetos da Abrameq, Daniel Steigleder. Es-tiveram na 22ª India International Leather Fair, em Chennai, de 31 de janeiro a 3 de fevereiro. Depois vi-sitaram curtumes e fábricas de cal-çados masculinos, femininos e de segurança nos polos de Chennai, Kampur e Agra. Viram bom poten-cial de negócios neste mercado, que em 2010 obteve US$ 7 bilhões na exportação de calçados, couro e ar-tefatos, observando que a meta dos indianos para 2013 é chegar a US$ 8,5 bilhões. Outra ação da Abrameq na Fimec, em parceria com a Apex--Brasil, será o Projeto Imagem, tra-zendo para a feira um jornalista da Argentina e outro da Índia. O obje-tivo é divulgar para estes mercados o elevado nível tecnológico do Brasil nos setores de couro e calçados

O Museu Nacional do Calçado, localizado no Campus I da Universi-dade Feevale (Av. Dr. Maurício Car-doso, 510, Novo Hamburgo), está com nova exposição em seu espaço destinado a mostras temporárias. A exposição Brasil pode ser conferida de segunda a sexta-feira, das 14 ho-ras às 18 horas e das 19 horas às 22 horas, e, aos sábados, das 8h30 às 12 horas. A visitação é gratuita.

Integram a mostra calçados cria-dos no projeto Referências Brasi-

Brasil é a inspiração da nova exposição do Museu do Calçado

leiras, realizado de 2002 a 2005 pela Associação Brasileira de Empresas de Componentes para Couro, Cal-çados e Artefatos (Assintecal) e, posteriormente, doados ao acervo do Museu Nacional do Calçado. O projeto estabeleceu relações iné-ditas entre a base etnográfica e a história do design, da arte e da ar-quitetura, por meio de coleções desenhadas por estilistas, tais como Fanny Littmann e Eduardo Motta, propondo novas alternativas de

pesquisa para o circuito da moda.Em suas edições, as culturas in-

dígena, a dos negros trazidos para o Brasil e a dos diversos imigran-tes que hoje fazem parte do povo brasileiro são relacionadas com va-riados movimentos artísticos como Art Déco, o Barroco o Neo Con-cretismo. Mais informações podem ser obtidas no site www.mncalca-do.br. Visitas podem ser agendas pelo telefone (51) 3584-7101.

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Revista do Couro | ABQTIC Revista do Couro | ABQTIC

mERCAdo mERCAdo

As exportações brasileiras de couros e peles registraram US$ 302,74 milhões no primeiro bi-mestre, crescimento de 29% em comparação a 2010 e 104% maior do que 2009, embora 16% abaixo do apurado em 2008, ano da crise internacional.

A receita obtida em fevereiro foi de US$ 161,6 milhões, au-mento de 15% em relação a ja-neiro, 23% superior ao mesmo mês do ano passado e 116% ante 2009. A indústria curtidora em-barcou 2,37 milhões de couros bovinos, volume 4% maior do que fevereiro de 2010 e elevação de 61% ante o segundo mês do ano anterior.

O cálculo é do Centro das In-dústrias de Curtumes do Brasil (CICB), com base no balanço da Secretaria de Comércio Ex-terior (Secex), do Ministério da Indústria, Desenvolvimento e Comércio Exterior.

De acordo com a análise men-sal da entidade, os preços mé-dios dos couros exportados em

Exportações de Couros Movimentaram US$ 302,74 Milhões até Fevereiro

fevereiro estão acima da média de 2010, mas, ainda, abaixo dos valores médios de 2008.

“O perfil da exportação brasi-leira em receita foi da ordem de 75% de produtos acabados, os de maior valor agregado, e 67% em volume de couros acabados e crust. Os principais importado-res do produto brasileiro foram a China e Hong Kong, seguidos pela Itália e Estados Unidos”, in-forma o Relatório do CICB.

Fonte: Secex/MDCI/CICB

China e Hong Kong, Itá-lia e Estados Unidos são os principais destinos do couro nacional; Brasil também au-menta embarques para In-donésia, Portugal, República Tcheca e Hungria

No primeiro bimestre, os prin-cipais mercados do couro bra-sileiro foram a China e Hong Kong, com US$ 94,94 milhões (31,4% de participação e cresci-mento de 21%); Itália, com US$

67,66 milhões (22,3% de parti-cipação e elevação de 16%); Es-tados Unidos, com US$ 36,43 milhões (12%, aumento de 56%); e Coréia do Sul, com US$ 11,55 milhões (3,8% e salto de 182%).

No acumulado de 2011, Méxi-co (US$ 9,88 milhões, aumento de 48%), Alemanha (US$ 9,37 milhões, incremento de 38%), Noruega (US$ 6,55 milhões, 136%), Taiwan (US$ 6,4 milhões, elevação de 86%), Indonésia (US$ 5,68 milhões, 14%) e Ho-landa (US$ 5 milhões, 13%) fo-ram outros importantes desti-nos das exportações brasileiras. Também elevaram as aquisições de couros Portugal (US$ 4,38 milhões), República Tcheca (US$ 4,1 milhões) e Hungria (US$ 3 milhões).

Entre outras nações que cres-ceram as compras do produto nacional, figuram o Uruguai (US$ 1,75 milhão), a Espanha (US$ 1,6 milhão) e a Turquia (US$ 1,15 milhão).

Fonte: Secex/MDCI/CICB

O balanço das vendas exter-nas de couros dos estados bra-sileiros no primeiro bimestre de 2011 ante o mesmo período do ano passado destaca a liderança de São Paulo como maior ex-portador nacional (US$ 72 mi-lhões), seguido pelo Rio Grande do Sul (US$ 69,33 milhões), Pa-raná (US$ 35,14 milhões, 11,6% e 60%) e Ceará (US$ 30,88 mi-lhões).

EXPORTAÇÕES DE COUROS MOVIMENTARAM US$ 302,74 MILHÕES ATÉ FEVEREIRO

As exportações brasileiras de couros e peles registraram US$ 302,74 milhões no primeiro bimestre, crescimento de 29% em comparação a 2010 e 104% maior do que 2009, embora 16% abaixo do apurado em 2008, ano da crise internacional. A receita obtida em fevereiro foi de US$ 161,6 milhões, aumento de 15% em relação a janeiro, 23% superior ao mesmo mês do ano passado e 116% ante 2009. A indústria curtidora embarcou 2,37 milhões de couros bovinos, volume 4% maior do que fevereiro de 2010 e elevação de 61% ante o segundo mês do ano anterior. O cálculo é do Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB), com base no balanço da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério da Indústria, Desenvolvimento e Comércio Exterior. “O perfil da exportação brasileira em receita foi da ordem de 75% de produtos acabados, os de maior valor agregado, e 67% em volume de couros acabados e crust. Os principais importadores do produto brasileiro foram a China e Hong Kong, seguidos pela Itália e Estados Unidos”, informa o Relatório do CICB.

EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS DE COUROS E PELES Valor FOB US$

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JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

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ANO 2009

ANO 2010

ANO 2011

Fonte: Secex/MDCI/CICB De acordo com a análise mensal da entidade, os preços médios dos couros exportados em fevereiro estão acima da média de 2010, mas, ainda, abaixo dos valores médios de 2008.

China e Hong Kong, Itália e Estados Unidos são os principais destinos do couro nacional; Brasil também aumenta embarques para Indonésia, Portugal, República Tcheca e Hungria No primeiro bimestre, os principais mercados do couro brasileiro foram a China e Hong Kong, com US$ 94,94 milhões (31,4% de participação e crescimento de 21%); Itália, com US$ 67,66 milhões (22,3% de participação e elevação de 16%); Estados Unidos, com US$ 36,43 milhões (12%, aumento de 56%); e Coréia do Sul, com US$ 11,55 milhões (3,8% e salto de 182%). No acumulado de 2011, México (US$ 9,88 milhões, aumento de 48%), Alemanha (US$ 9,37 milhões, incremento de 38%), Noruega (US$ 6,55 milhões, 136%), Taiwan (US$ 6,4 milhões, elevação de 86%), Indonésia (US$ 5,68 milhões, 14%) e Holanda (US$ 5 milhões, 13%) foram outros importantes destinos das exportações brasileiras. Também elevaram as aquisições de couros Portugal (US$ 4,38 milhões), República Tcheca (US$ 4,1 milhões) e Hungria (US$ 3 milhões). Entre outras nações que cresceram as compras do produto nacional, figuram o Uruguai (US$ 1,75 milhão), a Espanha (US$ 1,6 milhão) e a Turquia (US$ 1,15 milhão).

DESTINO DAS EXPORTAÇÕES DE COUROS E PELES POR PAÍS 2011

VALOR (US$)

31%

22%12%

35%

CHINA + HONG KONG

ITALIA

ESTADOS UNIDOS

OUTROS PAÍSES

Fonte: Secex/MDCI/CICB

Ranking dos estados exportadores no acumulado de 2011 O balanço das vendas externas de couros dos estados brasileiros no primeiro bimestre de 2011 ante o mesmo período do ano passado destaca a liderança de São Paulo como maior exportador nacional (US$ 72 milhões), seguido pelo Rio Grande do Sul (US$ 69,33 milhões), Paraná (US$ 35,14 milhões, 11,6% e 60%) e Ceará (US$ 30,88 milhões).

Os demais estados são Bahia (US$ 18,65 milhões), Minas Gerais (US$ 17,55 milhões), Goiás (US$ 15,8 milhões), Mato Grosso do Sul (US$ 12,35 milhões), Mato Grosso (US$ 12,2 milhões), Maranhão (US$ 6,26 milhões) e Pará (US$ 5,88 milhões).

EXPORTAÇÃO DE COUROS E PELES POR ESTADO 2009/2011VALOR FOB (US$)

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Estado Exportador

US$

Jan-Fev/2009

Jan-Fev/2010

Jan-Fev/2011

Fonte: Secex/MDCI/CICB Os demais estados são

Bahia (US$ 18,65 milhões), Minas Gerais (US$ 17,55 milhões), Goiás (US$ 15,8 milhões), Mato Grosso do Sul (US$ 12,35 milhões), Mato Grosso (US$ 12,2 mi-lhões), Maranhão (US$ 6,26 milhões) e Pará (US$ 5,88 milhões).

Fonte: Secex/MDCI/CICB

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Revista do Couro | ABQTIC Revista do Couro | ABQTIC

modAmodA

VIAGEM AO REDOR DO SOLUma vida simples

Ensolarado e consensual, o amarelo é o portador do otimismo. É um sujeito simples, modesto e divertido, sem rumo e despreocupado. Pessoa obsequiosa, gosta de estar ao ar livre, relaxando nas praias do Mediterrâneo e iluminando a decoração nórdica. Vívido e brilhan-te, ele adora clichês e adota um perfil baixo para tornar objetos comuns em incomuns.

Paris, 09 December 2010 PRESS RELEASE

LE CUIR A PARIS : Leather trends for summer 2012

Four opposing and inseparable triads, made up of “colour-yakusas” that are both simultaneously and alternately: primitive, worrying, innocent, reverential, artificial, natural, virtual. Materials and colours are linked: deep and sombre, milky and transparent, shimmering and bright, sandy and chalky.

Banded together like organised criminals, where it is best not to forget them, unconcerned about seasons and utterly unyielding, they demand recurrence and change.

Denying all dangers, a solar and candid traveller dares to defy them and make an elegy for simplicity.

Antagonistic and inseparable, the inspirations for summer 2012 will put our sense of adaptation to the test.

ASSOCIATION OF INNOCENTS Clouds and mystery Clouds break up and are iridescent with watercolour shades. The water-soaked brush washes the summer skies. Materials and colours are indistinct, loving, impossible to name.

DESERT AND SACRED

A desert hermit and a spaceman observe the movement of the stars, the traces of the moon at dawn, the mica stones in the sand, the light fl ight of silvery egrets. On the line of the horizon, turning gold under the burgeoning sky, a virtual mirage is taking shape. Archaeologists and monks of the future decipher the hieroglyphics inscribed on sacred stones.

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TENDêNCIAS DA MODA EM COURO PARA O vERãO 2012/13

ASSOCIAÇÕES vERãO 2012/13Quatro tríades opostas e insepará-

veis, compostas de quadrilhas de cores que, simultânea e alternativamente, são: primitivos, preocupantes, inocentes, re-verentes, artificiais, naturais, virtuais. Os materiais e as cores estão ligados: pro-fundos e escuros, leitosos e transparen-tes, tremeluzentes e brilhantes, areno-sos e esbranquiçados.

Agrupados como membros do crime organizado, pelo qual é melhor não es-quecê-los, indiferentes com as estações e nunca submissos, exigem repetição e mudanças.

Negando todos os perigos, um viajan-te solar e cândido se atreve a desafiá-los e faz uma elegia à simplicidade.

Antagônicas e inseparáveis, as inspira-ções para o verão 2012 testarão o nos-so senso de adaptação.

Paris, 09 December 2010 PRESS RELEASE

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Further information and visuals: Erica Caron [email protected] +33 (0)1 43 59 89 44

SIC SA, 105 rue du Fbg Saint Honoré 75373 Paris cedex 08 France

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ASSOCIATION OF THE UNTRAINED

Immersed in archaism and primitive brutality, alerted by the revolt of elements, we are obsessed by raw art and Palaeolithic. Doggedly searching for sources, obsessed by the animal that slumbers inside us, lulled by phantasmagoria, we build huts in the city, giant nests on the walls of buildings.

NATURE AND PRECIOSITY 21’st century Amazons and the heirs of baroque tradition seize on nature to gives rhythm to their eccentricities.Established as a demonstration of contemporary art, it is the pretext for installations and the site of their artistic performances. They outstrip each other in their exuberance and organise a new expressive and provocative dandy posture.

A SIMPLE LIFE Sunny and consensual, yellow is the bearer of optimism. It is a simple, modest and fun chap, guileless and easygoing. An accommodating person, he likes to be outside and indoors, lazing on Mediterranean beaches and brightening Nordic deco. Lively and bright, he enjoys clichés and adopts a low profi le to render ordinary objects offbeat.

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NATURE AND PRECIOSITY 21’st century Amazons and the heirs of baroque tradition seize on nature to gives rhythm to their eccentricities.Established as a demonstration of contemporary art, it is the pretext for installations and the site of their artistic performances. They outstrip each other in their exuberance and organise a new expressive and provocative dandy posture.

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SIC SA, 105 rue du Fbg Saint Honoré 75373 Paris cedex 08 France

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ASSOCIATION OF THE UNTRAINED

Immersed in archaism and primitive brutality, alerted by the revolt of elements, we are obsessed by raw art and Palaeolithic. Doggedly searching for sources, obsessed by the animal that slumbers inside us, lulled by phantasmagoria, we build huts in the city, giant nests on the walls of buildings.

NATURE AND PRECIOSITY 21’st century Amazons and the heirs of baroque tradition seize on nature to gives rhythm to their eccentricities.Established as a demonstration of contemporary art, it is the pretext for installations and the site of their artistic performances. They outstrip each other in their exuberance and organise a new expressive and provocative dandy posture.

A SIMPLE LIFE Sunny and consensual, yellow is the bearer of optimism. It is a simple, modest and fun chap, guileless and easygoing. An accommodating person, he likes to be outside and indoors, lazing on Mediterranean beaches and brightening Nordic deco. Lively and bright, he enjoys clichés and adopts a low profi le to render ordinary objects offbeat.

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ASSOCIAÇÃO DE INOCENTESNuvens e mistérioAs nuvens se quebram e se tor-

nam iridescentes com tons de aqua-rela. O pincel empapado em água lava os céus do verão. Os materiais e as cores são indistinguíveis, ado-ráveis, impossíveis de serem nome-ados.

ASSOCIAÇÃO DE ERMITÕES Um ermitão do deserto e um ho-

mem do espaço observam o mo-vimento das estrelas, os rastros da lua ao amanhecer, as pedras de mica na areia, o vôo das garças prateadas. Na linha do horizonte, tornando--se dourada sob o céu crescente, uma miragem virtual toma forma. Arqueólogos e monges do futuro decifram os hieróglifos inscritos nas pedras sagradas.

ASSOCIAÇÃO DE INDOMADOSAssociação dos InexperientesImersos no arcaísmo e na brutalida-

de primitiva, alertados pela revolta dos elementos, somos obcecados pela arte crua e o Paleolítico. Como sabujos pro-curando as origens, obcecados pelo animal adormecido no nosso interior, aquietados pela fantasmagoria, constru-ímos choças na cidade, ninhos gigantes nas paredes dos edifícios.

ASSOCIAÇÃO DE EXUBERANTESNatureza e preciosidadeO Amazonas do século 21 e os her-

deiros da tradição barroca se agarram na natureza para imprimir ritmo às suas excentricidades. Estabelecido como uma demonstração da arte contempo-rânea, é a desculpa para as instalações e o local de suas apresentações artísticas. Eles ultrapassam uns aos outros na sua exuberância e organizam uma expressi-va e provocativa postura de dândi.

A Cartela de Cores do Couro, exclusiva de Le Cuir à Paris, já está disponível para compra. designers, estilistas, curtidores, comprado-res... encontrarão todas as referências para as tendências em cores, tornando mais fácil o processo de criação das suas coleções.

Para obter maiores informações e elementos visuais, contatar:Erica Caron [email protected] +33 (0)1 43 59 89 44SIC AS, 105 rue Du fbg Saint Honoré 75373 Paris cedex 08 França

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Revista do Couro | ABQTIC Revista do Couro | ABQTIC

ABQTICABQTIC

A Associação Brasileira dos Químicos e Técnicos da Indús-tria do Couro (ABQTIC) segue organizando o XIX Encontro Nacional dos Químicos e Técni-cos da Indústria do Couro, que ocorrerá no Dan Inn Hotel, em Franca - SP, nos dias 07 e 08 de outubro de 2011, tendo como tema principal: Inovações no Processamento de Couros.

Encontro Nacional dos Químicos e Técnicos do Couro ocorre em outubro

Trabalhos técnicos podem ser submetidos ao evento. Estes tra-balhos poderão ser apresenta-dos no formato oral (paper) ou visual (poster, ou visual presen-tations). Os resumos (abstracts) deverão ser enviados até o dia 30 de abril de 2011 para [email protected], a/c da Comissão Científico-Técnica do XIX En-contro Nacional da ABQTIC.

Em 14/03 reuniram-se na sede da ABQTIC membros da Comis-são de Resíduos e Meio Ambien-te (COREMA), a fim de tratar do planejamento de ações para 2011.

A COREMA é composta por Marcelo Zilles, Carlos Zimmer-mann, Antonio Mattiello, Lisiane Metz, Pedro Stumpf e Isabel Cla-as. Entre as metas estão a organi-zação do III Fórum Ambiental do Setor Couro, que ocorrerá em 08/06, palestras e painéis sobre a área ambiental para informar os associados, representação da Entidade nas discussões sobre este relevante tema e atuação conjunta com a Diretoria de Pu-blicações para buscar materiais e notícias a serem publicadas na Revista do Couro.

Reunião da Comissão de Resíduos e Meio Ambiente (COREMA)

Antonio Mattiello, Marcelo Zilles, Pedro Stumpf e Lisiane Metz

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Revista do Couro | ABQTIC Revista do Couro | ABQTIC

ABQTIC

minados produtos bem como sobre os principais institutos mundiais que elaboram as famo-sas listas de produtos de utiliza-ção restrita.

Com uma grande atenção e constante participação de téc-nicos e curtidores presentes foi abordado e comentado o fato de que nos dias atuais se faz necessária uma maior atenção da indústria e de seus profis-sionais para os acontecimentos no setor, tanto em âmbito local, nacional e até mesmo o que se passa em outros países, uma vez que em um mercado cada vez mais globalizado os clientes das empresas encontram-se muitas vezes em países espalhados por todo o mundo.

Ao final observou-se que o tema abordado foi de grande im-portância e interesse, e a troca de experiências e informações

vice Presidência do vale do Taquari Promove Reunião na Cidade de Colinas

sobre o assunto agradou a todos os participantes.

Após a palestra a empresa palestrante patrocinou um ex-celente almoço com um varia-do cardápio de carnes e peixes muito bem elaborados por cozi-nheiros da cidade, seguido de um variado Buffet de sobremesas.

Após o almoço, com os parti-cipantes do encontro sentindo--se muito a vontade houve uma demonstração de alguns talentos musicais que animaram os pre-sentes durante a tarde de sábado.

A vice presidência da ABQTIC do Vale do Taquari na pessoa do seu vice presidente Felipe Cris-tiano Magedanz gentilmente agradece a participação e o em-penho de todos para a realização de mais este evento de sucesso e continua no apelo no que diz respeito à todos estarem em dia com suas anuidades.

A Vice Presidência da ABQTIC do Vale do Taquari realizou no dia 12 de março seu primeiro encontro do ano de 2011.

O encontro teve como sede a bela cidade de Colinas e foi rea-lizado na cabana de festas da fa-mília Scheer, um belíssimo local em meio a natureza situado as margens do Rio Taquari.

O tema do encontro foi SUBSTÂNCIAS RESTRITAS EM COUROS, com palestra minis-trada pelo Sr Ricardo Perez da empresa Noko Química LTDA.

Durante a palestra foram abordados e debatidos temas referentes às diferentes substân-cias que vêm tendo sua utiliza-ção restringida para o emprego na indústria em geral com ênfase na indústria coureira. Também foram abordados e esclarecidos aspectos relacionados ao surgi-mento de restrições de deter-

Tensoativo altamente umectante para o processo de remolho.

Tensoativo biodegradável com excelente capacidade desengraxante.

Auxiliar de caleiro especial, livre de sulfetos e mercaptanos.

Desengraxante a base de solvente e emulgadores biodegradáveis.

Basificante para o curtimento ao cromo base óxido de magnésio.

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ABQTICABQTIC

Os associados da ABQTIC es-tiveram reunidos no auditório do CT Couro Senai em Estância Velha - RS, no último dia 14 de março, para a apresentação da palestra “ÚLTIMOS AVANÇOS NO CUR-TIMENTO DE COUROS SEM CROMO”. O tema foi abordado pelo profissional do Grupo CRO-MOGENIA UNITS S A, Enrique Comes.

Segundo Comes, o curtimento sem cromo segue sendo um dos principais objetivos das pesquisas realizadas pela empresa.

Para facilitar a apresentação para a ABQTIC, o tema de cunho tecnológico foi dividido em três partes: A primeira parte tratou da Otimização do processo de curti-mento composto por um produ-to orgânico etoxilado (abreviatu-ra RETANAL FWL-4), juntamente com um produto derivado de hi-droxidifenilsulfona (abreviatura RETANAL SUL). Foram valoriza-dos pontos como influência do pH nos seguintes parâmetros, temperatura de contração, distri-buição da anionização, solidez à luz e capacidade de reidratação.

A segunda parte da palestra destacou a Otimização do curti-mento com glutaraldeído (50%), juntamente com a hidroxidifenil-sulfona (abreviatura RETANAL SUL), medindo todos os parâme-tros mencionados no item ante-rior. Destacou neste ensaio a me-lhoria que fornece o RETANAL SUL ao curtimento somente com glutaraldeído, tanto na temperatu-ra de contração, anionização e es-pecialmente quanto à solidez à luz.

Por último, o palestrante apre-sentou um estudo comparativo entre ambos os processos, que compreendeu todas as avaliações anteriores bem como um couro dividido ao meio com avaliações de maciez, espessura, cor, resistên-cias físicas e organolépticas. Além disso, apresentou avaliação dos custos de ambos os processos.

Meio-ambienteAlém de promover a palestra

mensal, a ABQTIC também reu-niu na mesma data os membros da Comissão de Resíduos e Meio Ambiente – COREMA, para um primeiro encontro do ano. A CO-REMA é composta por Marcelo Zilles, Carlos Zimmermann, An-tonio Mattiello, Lisiane Metz, Pe-dro Stumpf e Isabel Claas. Além do planejamento das ações para 2011, a Comissão também tratou de detalhes da organização do III Fórum Ambiental do Setor Cou-ro, que ocorrerá em 8 de junho

próximo. No evento deste ano, estão previstas palestras e painéis com convidados sobre diferen-tes enfoques da área ambiental. O grupo também debateu sobre a representação da ABQTIC nas discussões sobre o tema, e atua-ção conjunta com a Diretoria de Publicações na pesquisa por mate-riais e notícias a serem publicadas na Revista do Couro.

Encontro de DiretoriaIntegrantes de diretoria da

ABQTIC também reuniram-se na sede da ABQTIC, anteriormente a palestra, para tratar das ações da entidade para 2011. Entre as prioridades se destacam a partici-pação da ABQTIC na Fimec 2011, encontro de vice-presidentes re-gionais que será realizado durante o evento, organização do XIX En-contro Nacional da ABQTIC em outubro em Franca – SP, e os 40 Anos da ABQTIC que serão co-memorados em novembro.

Na ABQTIC: Pesquisador apresentou inovações sobre o Curtimento de Couros sem Cromo

Palestrante da Units durante a reunião de março

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Revista do Couro | ABQTIC Revista do Couro | ABQTIC

EmpREsAsEmpREsAs

A Synbios, uma das maiores indústrias italianas de insumos químicos, ingressou no Brasil há cerca de um ano através da Cortume Carioca , e tem como objetivo participar do proces-so de acabamento de couros o qual requer constantemente o emprego de novas tecnologias. Estas tecnologias permitem aos curtumes fazer frente as novas demandas de mercado.

Recentemente o técnico da Synbios, Sr. Andréa Stefani, acom-panhado de Jayme Marder, do Cortume Carioca, esteve visitan-do os curtumes, realizando tra-balhos técnicos e verificando as necessidades dos clientes.

Andréa Stefani também nos re-latou que a empresa tem como foco no mercado brasileiro a in-serção da linha de produtos para acabamento , tendo como prio-ridade a linha de TopCoats , re-ticulantes, e produtos inovativos.

A linha de Topcoat é ofereci-da ao mercado na modalidade , “ pronta para uso “, ou seja , o técnico somente tem de ajustar a viscosidade e fazer a reticulação. São produtos dirigidos ao merca-do de estofamento, de altíssima qualidade nos testes físicos, sem repolimento, agregando ao cou-ro um toque sedoso e agradável. Estes produtos são apresentados sob a denominação de :

Proxy 2130 Opaco – extre-mamente fosco, sedoso e muito agradável, pronto para o uso.

Proxy 2145 Lucido – brilhoso com bom toque, pronto para o

Synbios atende novas demandas em tecnologias de acabamento

uso.Estes produtos podem ser mis-

turados , fazendo assim o ajuste de brilho , se necessário.

A linha de reticulantes consiste em dois produtos;

Proxy 2090 – produto a base de aziridine , tamponado , evitan-do problemas alérgicos.

Proxy 2060 – produto a base de Isocianato .

Full White System -Um novo conceito de acabamento branco é apresentado pela empresa Syn-bios através do produto chama-do Full White, sendo que o re-sultado é a obtenção de couros extremamente cobertos , com no máximo uma ou duas aplica-ções. Também pode-se produzir couros com tonalidades claras com este produto. O objetivo é produzir couro branco ( pastel ) com maior rapidez, e somen-te com um produto. Excelente

resistência a luz e ao envelheci-mento.

A empresa Synbios é uma das maiores produtoras de pigmen-tos para couro, destacando na sua gama :

Syn-Rex – pigmento de alta concentração.

Unicrom – pigmentos para cal-çados, livres de caseína.

C P M - pigmentos para calça-dos, estofamento, micro disper-sos.

Syn-Lak – pigmentos a base de solvente , não inflamável.

Syn-Lux – pigmentos finos, micro-dispersos com vivacidade e brilho como anilina . Boa resis-tência a luz.

Syn-Flu – pigmentos fluores-centes , micro dispersos .

DHL – corantes metal-com-plexos , solúveis em água e sol-vente.

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O surgimento de novas opções de fornecimento de insumos químicos para couros, permite maior flexibilidade e agilidade de produção para os curtumes bra-sileiros.

Através da Cortume Cario-ca Ltda, os curtumes dispõem do sulfato de cromo produzido pela Vishnu Chemicals da Índia. A empresa foi fundada em 1989 na cidade de Hyderabad para a pro-dução de dicromato de sódio.

Há quatro anos, ampliou seu leque de produtos e iniciou a produção de sulfato de cro-mo naquela unidade. O diretor comercial para as Américas da empresa, Lee Iwan, esteve re-centemente em visita ao Brasil. Informou que o país é o mais

Curtumes brasileiros dispõem de nova opção de fornecimento de sulfato de cromo

importante das Américas pela qualidade, tecnologia e matéria--prima que oferece aos clientes. “O Brasil é um país estratégico para a nossa empresa” destacou. Acrescentou que a Vishnu Che-micals está inserida nas exigên-cias de normas de produção do REACH, e comercializa sua pro-dução para 35 países.

A produção do sulfato de cro-mo está localizada na cidade de VISAKHAPATNAM (Vizag). Os clientes brasileiros podem dis-por de importação direta, assim como de compra local. Maiores informações podem ser solicita-das pelo fone 51 3563-6090 ou e-mail: [email protected]

MK recebe certificado de “Acidente Zero”No ano de 2010 a MK não re-

gistrou acidentes no transporte de produtos químicos envolven-do o meio ambiente. Este é o re-sultado do trabalho preventivo nas áreas de segurança, saúde, meio ambiente e qualidade, que a empresa desenvolve em parce-ria com a SOS COTEC, empresa especializada em atendimento de emergências ambientais cau-sadas por produtos químicos.

Segundo o Gerente da Quali-dade, Segurança e Transportes da MK, Vilson Paiva, “a empresa optou por ter a assistência da SOS COTEC em todo o terri-tório nacional para garantir uma segurança a mais ao nosso clien-te, pois em caso de qualquer in-cidente ou acidente envolvendo produtos da MK, haverá uma

equipe técnica qualificada para o pronto atendimento do sinistro.”

Em função de não haver regis-trado acidentes no ano passado a SOS COTEC conferiu o cer-tificado “Acidente Zero”. Este certificado é um reconhecimen-to de todos os esforços que a MK dedica à segurança no trans-porte de seus produtos, quer seja através da sua própria trans-portadora, quer seja através de transportadoras terceirizadas que passam por um rigoroso processo de qualificação.

No ano de 2010 foram atendi-dos pela SOS COTEC, em todo o Brasil, 4,7 acidentes/dia envol-vendo produtos químicos.

Fonte: Equipe de Marketing MK Química do Brasil

No final de 2010, a TFL do Brasil inaugurou as novas ins-talações dos Laboratórios de Controle de Qualidade e de Pesquisa & Desenvolvimento. Os responsáveis pelo projeto, Sueli Schallenberger e Jean Rochel, se empenharam em criar um am-biente amplo e de instalações modernas, que hoje facilitam o fluxo de trabalho e o dia-a-dia da equipe e, consequentemente, tornam mais ágil o atendimento aos clientes, funcionários e ter-ceiros envolvidos. Além de exe-

A TFL do Brasil inaugura novas instalaçõescutar atividades rotineiras, os la-boratórios são responsáveis pela análise de matérias-primas e de produtos acabados e pela análi-se química de couros, bem como pelo tratamento de efluentes e resíduos industriais.

A inauguração contou com a presença dos Srs. Eugen Kat-zenstein e Peter Amann, mem-bros do Conselho de Adminis-tração da TFL, e também do Sr. Roberto Italia, responsável por Vendas Sul.

EmpREsAs EmpREsAs

Investir em tecnologia e inova-ção para desenvolver soluções em poliuretano é o negócio da Inpol. Os setores coureiro-calça-dista, metal-mecânico, cerâmico, moveleiro, fumageiro, agrícola e têxtil, entre outros, são exemplos do alcance da marca, que a cada ano aumenta sua gama de produ-tos e os mercados atendidos.

O novo slogan da Inpol: Todo o Potencial do PU, afirma sua posição de destaque no setor onde sempre foi referência de qualidade.

Através das marcas Supertaco

Inpol, uma história produzida em PU.Inpol e Poliprene, a Inpol busca otimizar proces-sos para proporcionar maior durabilidade, me-nor necessidade de manutenção e maior produ-tividade à indústria. A história da Inpol conta a evolução do PU. Uma história de quem sempre pesquisou, descobriu e inovou. Vi-site o estande da empresa na 35ª Fimec: Pavilhão 5, Corredor P, Números 5059 e 5060. Para mais infor-mações acesse www.in-pol.com.br ou ligue 51 3587.4503.

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EmpREsAs

O Minerva S.A., um dos líde-res no Brasil na produção e co-mercialização de carne in natura, boi vivo e seus derivados e que atua também nos segmentos de processamento de carne bovina, suína e de aves inaugurou em dia 18 de março, sua primeira unida-de de produção de biodiesel. A planta está localizada na cidade de Palmeiras de Goiás/GO, jun-to a sua unidade frigorífica. A unidade produzirá inicialmente 45m3/dia de biodiesel e tem ca-pacidade para atingir até 100m3/dia.

A matéria prima utilizada para

Minerva inaugura primeira unidade de biodiesel

a transformação em biodiesel será o sebo bovino, subproduto das plantas frigoríficas do Mi-nerva no estado de Goiás (Pal-meiras de Goiás e Goianésia). “A unidade irá transformar sebo de suas fábricas ou de terceiros em produto de valor, além de ter a flexibilidade de poder usar outras matérias primas, como óleo de soja. O resultado é uma fonte renovável de energia, for-talecendo nosso compromisso com a sustentabilidade e com as questões ambientais e também agregando valor ao produto do Minerva.”, diz Fernando Galletti

de Queiroz, Presidente da Com-panhia.

Parte da produção de biodie-sel vai abastecer a frota de cami-nhões da Companhia e o restan-te será comercializado através de leilões para ANP. Além da unidade de Palmeiras de Goiás, o Minerva planeja colocar plan-tas de produção de biodiesel nas unidades de José Bonifácio/SP e Barretos/SP. O objetivo da companhia é ter uma planta de biodiesel em cada unidade frigo-rífica.

Fonte: Phábrica de Ideias

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EmpREsAs

Colour. Coat. Create.

The F i n i s h i n g Tou ch

O setor brasileiro de compo-nentes para calçados, couro e ar-tefatos comemora o bom índice de exportação já nos primeiros dois meses do ano. Segundo da-dos do Sistema de Informações da Assintecal (SISINFO), no pe-ríodo de janeiro a fevereiro as vendas de produtos da indústria de componentes para outros pa-íses somaram US$ 166.492.759, um crescimento de 13,13% em relação ao mesmo período de 2010. O resultado positivo já atingiu 6,6% a mais do projetado para o ano. Somente em feverei-ro o resultado das exportações rendeu aos fabricantes US$ US$ 82.185.853, um incremento de 3,42% nos embarques em relação ao mesmo mês do ano passado. Em relação ao mês de janeiro, o volume embarcado apresentou crescimento de 4,3%.

Os segmentos que apresenta-

Exportação de componentescomeça o ano em alta

ram maior participação nas ex-portações neste bimestre foram o de saltos e solados (19%), ca-bedal (15%) e produtos quími-cos para couro (14%). Em com-paração ao mesmo período do ano passado, os segmentos que registraram acréscimos foram palmilhas (61%), saltos e sola-dos (31%) e sintéticos (27%). Ao total, o Brasil exportou compo-nentes para 128 países.

DESTINOS - Entre os prin-cipais destinos do setor neste começo do ano estão a Argen-tina e Nicarágua. Na Argentina, as exportações brasileiras cres-ceram 21,43% em fevereiro, na comparação ao mesmo mês do ano passado. Pelo terceiro ano, o país vizinho sustenta a posição de maior parceiro comercial do setor de componentes brasileiro, respondendo por um montante de US$ 36.830.085 nas exporta-

ções nestes primeiros dois meses, o que representa 16% do acumu-lado em 2010. Entre as principais matérias primas exportadas para a Argentina em 2011 estão: saltos e solados (24%), produtos quí-micos para couro (16%) e ferra-mentaria (16%).

Já os negócios com a Nicará-gua vão de “vento em popa” em 2011. Somente de janeiro a fe-vereiro, as vendas com o país da América Central somaram US$ 2.428.598, o que representa 80% de todo acumulado em 2010, quando foram exportados US$ 3.039.435. Na lista de produtos exportados neste ano se desta-cam os saltos e solados (30%), ferramentaria (13%) e cabedal (11%). Atualmente, a Nicarágua ocupa a 19.ª posição na lista de países para onde o Brasil mais exportou componentes até fe-vereiro de 2011.

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gEsTãogEsTão

8º. CAPÍTULO: Inovações sim, mas com Futurização e Valor.

1-Onde está o poder das Ino-vações.

A medida que o tempo passa, as pessoas e organizações vão descobrindo pelo aprendizado, os imensos benefícios que a In-ternet lhes traz. Ela oferece a Instantaneidade, a Interatividade e a disponibilidade das informa-ções e do conhecimento como jamais aconteceu na história da humanidade.

Este poderoso benefício é vis-to e entendido pela maioria das pessoas como algo incomum. Ja-mais havia sido pensado que o rádio, os jornais e a própria te-levisão pudessem ser superados em rapidez, agilidade e tempora-lidade por algum outro meio de informação.

Enquanto a maioria das pes-soas assim pensava, outras iden-tificaram que era possível ser criada uma nova forma de co-municação, mais flexível, mais de-mocrática e mais ágil. Uma gran-de rede de informações surgiu, se aperfeiçoou e se consolidou e hoje temos a Internet.

A realidade nos mostra que este poderoso recurso desempenha um impressionante e até agora impensado papel, como pouquís-simas inovações fizeram ao longo de tantos séculos de vivência do ser humano sobre a terra.

A Simultaneidade de voz, texto e imagem no “tempo agora" de-monstra e comprova de modo prático e tangível uma caracte-rística do mundo que nos cerca, que é a Simultaneidade.

A Simultaneidade tem como instrumento de referência o Tempo, ou seja, quando ele pas-sa a ser ou assumir o ponto de referência e de convergência de ações e de processos.

Quando os processos conver-gem para “ocupar um mesmo tempo e espaço” de modo a eli-minar a variedade de tempos de referência, reduzindo-os a um único tempo como instrumento referencial da medida de desem-penho destes processos, estamos saindo de um comportamento de Sequencialidades para atingir a condição de Simultaneidades.

Fomos educados para dar continuidade e confirmar uma cultura onde tudo deve obe-decer ao Princípio da Sucessão. Dificilmente ou quase nunca se questiona se esta “verdade” é realmente “verdadeira” e prin-cipalmente se é válido continuar insistindo nela ela.

Exemplos de abandono de tecnologias tradicionais e até seculares baseadas na Sequen-cialidade pela adoção do princí-pio da Simultaneidade que levam setores econômicos ao sucesso espetacular, ainda nos passam

desapercebidos. Um deles é o da agricultura

brasileira, de sucesso internacio-nal e até bem pouco anos atrás classificada como “atividade eco-nômica tradicional”.

Esta, através de pesquisas e da inovação de procedimentos, desenvolveu os fundamentos do que passou a se chamar de “Plantio Direto”, tornando pos-sível a otimização dos seus pro-cessos produtivos, pelo desen-volvimento de tecnologias onde a Sequencialidade das operações de preparação do solo, adubação e sementização, puderam ser eli-minadas ou substituídas por uma única operação Simultânea, que foi chamada de “Plantio Direto”.

O Plantio Direto não exclui as exigências de preparação do solo, adubação e sementização. Ele simplesmente demonstrou que estas operações podem ser desenvolvidas ao mesmo tempo, Simultaneamente, ao contrário do pensamento e crença milenar, de que elas devam ser desenvol-vidas uma após a outra.

Por esta inovação o Brasil é re-conhecido internacionalmente pela pujança da sua agricultura, que hoje é baseada neste princípio desenvolvido e tornado realidade no município de Não Me Toque, do Estado do Rio Grande do Sul.

Por esta inovação, este muni-cípio ganhou a marca “Não me

Toque a cidade do Plantio Dire-to” e é conhecido mundialmente por ela.

Com base nas considerações feitas, a partir deste exemplo apresentado, todas as vezes que falamos de Inovações é de fun-damental importância termos uma adequada percepção dos fundamentos e princípios que as tornam efetivas, do impacto que elas causam e quanto e como elas se tornam em um instru-mento de mudanças nos am-bientes de sua aplicação, sem-pre, sob uma visão de curto e principalmente, e o que é o mais importante, de longo prazo.

É de fundamental importân-cia em todas as transformações propostas e implementadas por Inovações, saber-se e ter a ade-quada idéia do impacto que elas tem para as organizações e a so-ciedade, que é onde se refletirão os benefícios dos seus efeitos.

Sob o ponto de vista econô-mico-empresarial, onde se situa o Novo Curtume-NC, a aplica-ção do processo inovador é bem específica e mais rapidamente mensurável, pois não podemos deixar de considerar sempre, qual a repercussão sob o ponto de vista de criação de vantagens competitivas para esta organiza-ção e como e por quanto tem-po estes eventos impactantes e transformadores, influirão na sua Sustentabilidade Plena.

No caso anteriormente rela-tado, esta inovação repercutiu enormemente no desempenho setorial do País inteiro, elevan-do a produtividade da agricultu-ra brasileira à níveis de liderança mundial.

Este exemplo demonstra que a Inovação não tem preferências

quanto à modelos econômicos e dinamismo das atividades onde ela se desenvolverá. Ela estará presente, sempre que haja um ambiente que a incentive.

2-As inovações e o seu poder de transformar o Novo Curtu-me-NC em uma Organização de Movimento.

A condição de elevados níveis de competitividade que as orga-nizações hoje enfrentam, onde se situa o Novo Curtume-NC, é resultado principalmente do comportamento dos mercados onde estas atuam: eles são des-regulamentados e por isto são, o ambiente onde surgem novos modelos de negócios cada vez mais complexos e sofisticados impondo mudanças que vão, da Melhoria Contínua às mais Ra-dicais, as Inovações, tanto nas suas estruturas, como e princi-palmente na cultura das pessoas envolvidas.

Estes novos ambientes com-petitivos trazem consigo um comportamento empresarial e organizacional significativamente diferente das teorias tradicionais de gerenciamento hoje pratica-dos pelos dos curtumes.

Na medida em que estas mu-danças se manifestam, as pes-soas e as organizações, onde o Novo Curtume-NC também se situa, assumem um duplo papel que traz consigo intrinsecamen-te, uma boa dose de incertezas: devem gerenciar as instabilidades inerentes às transformações pro-postas e promover os avanços e as transformações planejadas.

Assim, as mudanças são ao mesmo tempo, fontes de insta-bilidade, e os sujeitos dos desen-volvimentos organizacionais do Novo Curtume-NC.

Os seus gestores, devem ter uma compreensão do dinamis-mo das transformações, que identificam o Novo Curtume--NC como uma “Organização Viva”. Esta percepção é impor-tante para projetar os processos de suas mudanças organizacio-nais, os quais procuram prorro-gar a sua vida, ou seja, que lhe possibilite uma contínua sobre-vivência e perenidade no am-biente onde atua.

Os mercados exigem que o Novo Curtume –NC assuma novas responsabilidades, de ou seja, conduzam os seus gestores e as pessoas que nele atuam a enfrentar desafios e desenvolver estratégias competitivas basea-das em propostas de Valor para os Clientes e o Mercado.

Os mercados devem estar per-manentemente em primeiro lu-gar para esta Organização e as relações por ela implementada, com aqueles, não podem base-ar-se numa visão de curto prazo. Elas devem ser sólidas e de pra-zos estendidos!

O Novo Curtume-NC deve ser percebido continuamente como o melhor ofertante, agora não mais de produtos e serviços, mas sim, de soluções duradouras para os mercados, desenvolvi-das para serem antecipações do atendimento das necessidades manifestas e latentes dos seus clientes e ainda não-clientes.

Estes atendimentos antecipados, devem ter o poder de demonstrar que esta Organização gerencia e tem o domínio do Tempo, por ser uma fonte permanente de oferta de Inovações e soluções em qual-quer situação que venha surgir na sua caminhada.

Esta condição privilegiada e

O Novo Curtume - NCTema Básico I -Avançando

no Conceito deCurtume“ Se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que a edificam”

Salmo 127:1Por fernAnDo Geib

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TECnologIAgEsTão

tão importante para a sua Sus-tentabilidade Plena, demonstra um dinamismo organizacional fundamentado em uma visão sistêmica, que propõe e realiza a progressiva substituição do prin-cípio da Seqüencialidade pela Simultaneidade dos seus proces-sos, qualificando o Novo Curtu-me-NC como uma Organização de Movimento.

Nesta condição de compor-tamento e desempenho organi-zacional o curtume e o Tempo avançam Simultaneamente.

A Futurização como funda-mento e estratégia de consoli-dar o Novo Curtume-NC como uma Organização de Movimento

Como manter, ou qual a estra-tégia organizacional para mo-bilizar o sistema de oferta de Produtos e Serviços capazes de antecipar o atendimento das ne-cessidades latentes reais e laten-tes dos Clientes atuais e Poten-ciais de uma Organização?

Para responder esta questão vamos nos valer do papel da Fu-turização.

A Futurização é o proces-so organizacional de identificar tendências, avanços e compor-tamentos tecnológicos, sociais, econômicos, políticos e eco--ambientais, tanto de pessoas/indivíduos, como coletivos e de organizações, para gerar produ-tos , serviços e relacionamentos inovadores que efetivamente tornem realidade este futuro pensado, sonhado ou desejado por estas partes interessadas.

A Futurização vai além da Qualidade, da Produtividade e dos Custos. Ela se fundamenta no Ineditismo, no conteúdo de Novidade e naquilo que é real-

mente inovador e inédito, para gerar o Valor aos Consumidores Reais e Potenciais.

Ela não pensa somente nos consumidores reais e potenciais. Ela cria novos consumidores em um espaço de tempo desejado pela Organização.

Ela é hoje, aquilo que os con-sumidores reais e potenciais e pessoas desejam ter amanhã ou em um futuro próximo.

Ao se adotar esta estratégia de pensar, e de conduzir a ges-tão do Novo Curtume-NC, há uma mudança significativa no comportamento organizacional desta empresa.

O tradicional comportamento de esperar os movimentos dos mercados ou de eventualmente fazer tentativas de identificá-los, é substituída por ações sistematiza-das de atuar proativamente para identificar quais os Comporta-mentos de Valor destes, e a partir desta conclusões, gerar Produtos e Serviços perfeitamente alinha-dos com estas definições.

A Futurização é uma ação es-truturada, sistêmica e gerenciada por indicadores e obedece ou se orienta pelo princípio da Melho-ria Contínua, ou seja, o amanhã da Futurização deve ser melhor que o hoje da Futurização e as-sim continuamente.

A Futurização não é uma no-vidade, ela já é uma prática ado-tada por Organizações que per-seguem tenazmente e desejam tornar realidade a sua Sustenta-bilidade sob uma visão de ampla e de plenitude.

O perseguir permanente da condição acima referidas identi-fica o que se denomina de Orga-nizações de Movimento.

Qual a diferença entre Futuri-zação e Inovação ?

A Futurização é o processo e a Inovação é o resultado!

A Futurização tem como pro-pósito assegurar que a Inovação seja efetivamente algo inédito e alinhado com o futuro e sonha-do tanto pelas pessoas como pelas as organizações.

Perguntarão então os mais pessimistas: como adivinhar o futuro?

A Futurização não é adivinha-ção do futuro. Futurização e um processos organizado e de ca-racterísticas sistêmicas de tor-nar o futuro em realidade, tangí-vel e utilizável.

A Futurização apóia-se no desenho de cenários prospecti-vos, os quais preocupam-se em trazer para o Hoje, fatores ou tendências com alta condição de se tornarem realidade em fu-turo previamente definido pela Organização.

Estas tendências identificam--se por seu poder real de gerar mudanças, sejam elas, políticas, econômicas, sociais, tecnológicas ou eco-ambiental.

ConcluindoEstas considerações, desenham

o Novo Curtume –NC como uma instituição dotada de uma dinâmica organizacional voltada para a busca contínua de Valor, em tudo o que faz,e realiza, en-tendido como principal fator do desenvolvimento contínuo de sua Sustentabilidade Plena, a par-tir da sua condição de Organiza-ção de Movimento.

Quem viver verá!

Nos últimos anos chegaram na SSIP inúmeras requisições de análise para determinação de metais. A partir destas análises verificou-se que, mesmo peles não curtidas ao cromo conti-nham outros metais curtentes como alumínio e titânio e, por-tanto, não poderiam ser conside-radas metal-free. Na maioria dos casos as peles examinadas eram, fundamentalmente, tratadas com produtos curtentes como sais de fosfônio, taninos sintéticos e parafinas sulfocloradas.

Neste trabalho estão descri-tos, em linhas gerais, estes siste-mas de curtimento alternativos ao cromo com as respectivas ca-racterísticas físico-químicas obti-das nos couros acabados.

Ao mesmo tempo reporta-se também o significado prático dos termos wet-white, chrome--free e metal-free destas peles comercializadas como ecológi-cas.

Finalmente, o trabalho mos-tra também a problemática da metodologia do ciclo de vida de um produto como instrumento necessário para se poder con-

Sistemas de Curtimento Alternativos ao CromoCHROME-FREE E METAL-FREE

b. nAviGlio*, G. cAlvAnese*, r. AvetA*, D. cArAcciolo*, v. GirArDi*, M. scotti*, G. tortorA*, roMAGnolo M.

stAzione sPeriMentAle Per l’inDustriA Delle Pelli e Delle MAterie conciAnti (ssiP) – náPoles

*DePArtAMento Dos estuDos, DAs instituições e Dos sisteMAs territoriAis – universiDADe Dos estuDos De náPoles “PAthenoPe”

frontar os diversos sistemas de curtimento.

INTRODUÇÃO

A questão ambiental não é so-mente um lugar comum, mas in-fluencia cada vez mais a vida de todos nós. De fato, ultimamente, diversos estudos evidenciaram como o modelo comportamental dos consumidores vem se mo-dificando gradualmente: lado a lado com os critérios de escolha consolidados, ligados à qualidade e ao custo dos produtos, vislum-bra-se sempre mais o aspecto da sustentabilidade. O aumento da sensibilidade dos cidadãos/consumidores frente à sustenta-bilidade dos próprios consumos está direcionando sempre mais as empresas a introduzir novos requisitos e novas estratégias visando o posicionamento de produtos e serviços. Na prática, o produto/serviço vencedor é aquele que considera prioritário o relacionamento positivo com o eco-sistema. Tornam-se competi-tivos aqueles produtos e serviços que garantem um baixo impacto

ambiental ao longo de todas as fases de seu ciclo de vida.

Portanto, a “green economy” (economia verde), entendida como um modelo de negócios fundamentado em critérios de eco-sustentabilidade, pode tor-na-se um fator de crescimento, pois o investimento no meio--ambiente pode criar mercados e garantir retorno econômico. Por outro lado, também o presi-dente dos Estados Unidos sina-lizou a “green economy” como a saída para a crise econômica, enfatizando a necessidade de po-líticas qualitativas que garantam, ao mesmo tempo, crescimento e sustentabilidade. Também a Itália está tomando o curso da econo-mia verde e, particularmente a “green economy” made in Italy segue duas diretrizes principais: o desenvolvimento de alguns seto-res inovadores, energias alterna-tivas in primis e a transformação em ferramenta eco-sustentável de setores tradicionais ligados aos manufaturados. No que diz respeito a uma pesquisa recente referente à conversão verde do made in Italy, o elo curtidor é ci-

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TECnologIA TECnologIA

tado, entre outras coisas, como: “setor onde está se difundindo uma nova sensibilidade ecológica que está mudando, pouco a pou-co, a maneira de trabalhar as pe-les. Hoje, a verdadeira novidade é a retomada do natural, elimi-nando produtos químicos e adi-tivos: peles trabalhadas segundo os antigos métodos de curtimen-to vegetal, coisa que vem sendo adotada por grandes marcas vi-sando artigos mais eco-compatí-veis. O produto final é um couro completamente biodegradável e adaptado a pessoas alérgicas aos metais, produzido com pleno res-peito ao meio-ambiente, somen-te com a utilização de substâncias naturais, os taninos, presentes no tronco e na casca das árvores, tais quais o quebracho, a casta-nheira e a acácia”.

Portanto, no contexto ge-ral da demanda crescente por bens sustentáveis e compatíveis com o ambiente e em coerência com a ética ecológica do con-sumo, enquadra-se a difusão no mercado de peles curtidas com sistemas alternativos ao cromo e comercializadas sob denomi-nações como: “chrome free”, “metal free”’”wet white”, “cur-timento orgânico” e assim por diante. Os couros, resultado do trabalho das peles isentas de cromo, são anunciados como: “couro ecológico”, “couro na-tural”, “biocouro”, “bioleather”, “green leather”, etc. Tais termos não possuem, evidentemente, nenhum significado científico ou técnico enquanto não exista, até o momento, nenhuma definição que estabeleça as característi-cas analíticas às quais devam sa-tisfazer. Devem ser entendidos como uma simples descrição de um couro que não contem subs-

tâncias proibidas ou perigosas e, que ao final de seu ciclo de vida pode ser reciclado ou trans-formado e, por isso, não repre-sentar nenhuma dificuldade de disposição e poderia até ser in-cinerado. No que concerne aos termos relativos aos sistemas de curtimento (wet white, chrome free, etc.), a seguir explanar-se--ão as problemáticas relativas às várias tecnologias.

Wet White: Trata-se de um produto intermediário obtido da pele descalcinada ou da pele piclada, sem a utilização de cro-mo, mas com características de consistência e resistência (tam-bém térmica) suficientes para que possa ser submetido às ope-rações mecânicas de divisão e rebaixe. Desta forma obtém-se resíduos sólidos (farelo, retalhos, resíduos de divisão) isentos de cromo, portanto, com maior fa-cilidade de tratamento quando se queira obter adubos, hidro-lisados proteicos e assim por diante. Em seguida às operações mecânicas o wet white é subme-tido ao curtimento que pode ser ao cromo, vegetal ou outro.

Um wet white aceitável tec-nologicamente é aquele que não confere às peles características irreversíveis, isto é, permita que as características definitivas se-jam conferidas pelo curtimento sucessivo, escolhido este em fun-ção do produto final desejado.

O wet white pode ser obtido por diversas maneiras; inicial-mente utilizava-se um curtimen-to leve ao alumínio que, devido a sua baixa estabilidade podia, em seguida, ser eliminado qua-se totalmente com uma simples lavagem com água acidulada. Sucessivamente foram desen-

volvidos diversos sistemas com o emprego de aldeídos, particu-larmente o glutaraldeido, tani-nos sintéticos, aluminossilicatos (zeolites) ou com silicatos de sódio(wasserglass). Mais recen-temente foram desenvolvidos sistemas de curtimento para a produção de wet white median-te o emprego de produtos or-gânicos quais sejam, as oxazolidi-nas e os sais de fosfônio.

Portanto, o termo wet whi-te aplicas-se às peles isentas de cromo, mas que podem ter sido tratadas com outros metais cur-tentes como, por exemplo, o alu-mínio, o titânio e o zircônio.

Chrome Free: Este termo, que indica um couro isento de cro-mo, mesmo definindo a ausência do cromo como curtente, não especifica de modo claro e defi-nitivo a classe química dos agen-tes curtentes empregados nos sistemas de curtimento.

Metal Free: Este termo, subs-tancialmente, indica um couro isento de metais curtentes (cro-mo, alumínio, titânio e zircônio) curtido por um sistema de cur-timento orgânico (taninos natu-rais e sintéticos, aldeídos, resinas, etc.). Naturalmente, também ou-tros metais pesados como chum-bo, cádmio, níquel, etc. devem es-tar ausentes ou aparecerem em quantidades insignificantes.

IMPACTO AMBIENTAL DO CROMO

A principal razão do cresci-mento dos curtimentos alterna-tivos é a imagem denegrida do cromo e, consequentemente, das peles tratadas com este me-tal. Mesmo que frequentemente

negado, uma das maiores causas da poluição dos curtumes é o emprego de produtos à base de cromo no curtimento. Na prá-tica, a presença de cromo nas águas residuais e, portanto, nos lodos e em alguns resíduos só-lidos é um dos pontos mais fre-quentemente citados por quem acusa a indústria curtidora como fonte de poluição grave. Isto de-ve-se também ao fato que, talvez, quando se afirma que a indústria curtidora usa cromo tende-se a pensar que se trate de cromo hexavalente, que é, notoriamen-te, tóxico e cancerígeno.

Todavia, também o cromo tri-valente utilizado nos processos do curtume, na forma de sulfato básico de cromo, é um metal pe-sado e, como tal, sujeito a limi-tações nas águas residuais e nos

resíduos, embora, por tudo o que é conhecido, não apresente problemas particulares no âm-bito sanitário e nem mesmo no ambiental (é facilmente transfor-mado em hidróxido em pH 4,5 aproximadamente, e o hidróxido é praticamente inerte em condi-ções normais).

De qualquer forma, não obs-tante isto, é evidente que o termo “chrome free” indica necessaria-mente que existe um problema básico acerca do emprego do cromo trivalente na produção do couro. Este conceito tem sua origem no alegado impacto am-biental do cromo (III) nas “emis-sões dos curtumes” (descargas hídricas, resíduos sólidos, etc.) e na sua potencial mobilidade e transformação nos resíduos sólidos curtidos e nos lodos.

Também a potencial oxidação nos couros acabados, de cromo trivalente a cromo hexavalente está, ultimamente, gerando pre-ocupação no que diz respeito ao couro ao cromo. Além disso, ou-tro inconveniente resultante do curtimento ao cromo é a dispo-sição dos descartes de produção, quais sejam, o farelo do rebaixe, o pó do lixamento e os recor-tes dos couros. Na realidade, sua eventual incineração pode provocar a oxidação do Cromo III em Cromo VI, enquanto que a disposição de tais resíduos em aterros sanitários ou sua reuti-lização implica no conceito de reciclabilidade e biodegradabili-dade. A este respeito, é notório que um couro com curtimento orgânico e isento de metais pe-sados é mais facilmente degra-

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TECnologIATECnologIA

dável no confronto com aquele contendo cromo, além de ser mais analérgico. Esta última ca-racterística torna mais favorável o uso de tal tipo de couro por pessoas predispostas às alergias e às irritações cutâneas.

CURTIMENTOS ALTERNATI-VOS

O curtimento ao cromo soli-dificou-se nos curtumes de todo o mundo por uma série de moti-vos, entre os quais reporta-se: a praticidade de execução, o custo competitivo, a qualidade dos ar-tigos produzidos (seja em nível mercadológico, seja no tocante aos requisitos físico-mecânicos), a elevada temperatura de re-tração conferida ao colágeno, a sua extrema versatilidade na produção de toda uma gama de artigos, do vestuário ao calçado, estofamento e peleteria.

Muitas propostas foram apre-sentadas para conseguir-se um curtimento sem emprego do cromo mas que conferisse ao couro produzido, características análogas às conferidas por ele. A este respeito, a pesquisa testou, nestes últimos anos, várias alter-nativas que podem, substancial-mente, ser esquematizadas desta forma:

Curtimento Mineral: curti-mentos com sais minerais cur-tentes à base de alumínio(III), titânio(IV) e zircônio(IV). Com a utilização destes metais curten-tes o couro torna-se mais cati-ônico criando, em consequência, problemas de aplicação de rea-gentes aniônicos. Por este moti-vo, nestes curtimentos requer-se um mascaramento mais apurado a fim de prevenir também a pre-

cipitação dos hidróxidos metáli-cos. Resumindo, com estes cur-timentos consegue-se couros com características mercadoló-gicas como, por exemplo, a ma-ciez e o enchimento, inferiores às obtidas com o curtimento ao cromo. A temperatura de retra-ção também mostra-se inferior àquela que se obtém com a utili-zação do cromo(III).

Outros curtentes inorgânicos: nos últimos anos foram desen-volvidos sistemas de pré-curti-mento para o “wet white” aptos para estabilizar a pele com o em-prego de reagentes inorgânicos como, por exemplo, os silicatos de sódio solúveis (wasserglass) e os aluminossilicatos (zeolites).

Curtimentos Combinados/mis-tos: curtimentos com o emprego sinérgico de taninos vegetais e sais de alumínio. As peles curti-das ao vegetal e recurtidas com sais de alumínio apresentam uma

temperatura de retração bastan-te elevada (comparável à obtida pelo curtimento ao cromo) por causa da formação de ligações transversais entre o complexo Al-tanino e os grupos reativos do colágeno. Os couros produzidos com este sistema combinado (ve-getal-Al), entretanto, apresentam um forte caráter “vegetalizado” o que limita sua versatilidade, o que seria um elemento fundamental de um curtimento alternativo ao cromo.

Curtimentos Orgânicos: curti-mentos com o emprego exclusi-vo de substâncias orgânicas, seja de origem natural (taninos vege-tais), que de origem sintética (ta-ninos sintéticos, aldeídos, oxazo-lidinas, sais de fosfônio, parafinas sulfocloradas, etc.).

Este tipo de abordagem é, se-guramente, a tendência mais moderna na pesquisa de curti-mentos alternativos ao cromo, especialmente no que diz respei-

to ao problema da disposição e da reciclabilidade dos resíduos sólidos e dos produtos finais a serem descartados.

Como é sabido, os taninos na-turais vem sendo usados a mi-lênios enquanto que os taninos sintéticos e os aldeídos, há algu-mas décadas. Nos últimos anos, particularmente, desenvolveu-se uma pequena produção de cou-ros “metal free” para a produção de estofamento automotivo e para alguns nichos de mercado, utilizando o glutaraldeido como agente pré-curtente e a tara como curtente natural. Levando em conta também o problema da periculosidade do glutaral-deido, mais recentemente foram desenvolvidos outros sistemas de curtimento com produtos orgânicos de síntese, quais se-jam: as oxazolidinas, os sais de fosfônio, as parafinas sulfoclora-das, os taninos sintéticos à base de hidro-difenilsulfonato.

CURTIMENTO COM SAIS DE FOSFÔNIO

São compostos, de recente in-trodução no setor curtidor, que contêm em sua molécula um átomo de fósforo quaternário com carga positiva. O sulfato de tetra-hidroxi-meta-fosfônio (THPS), que representa o com-posto mais conhecido desta

Sono composti, si recente introduzione nel settore conciario, che contengono nella loro molecola un atomo di fosforo quaternario a carica positiva. Il solfato di tetraidrossimetifosfonio (THPS), che rappresenta il più noto composto di questa classe, ha la formula qui di seguito riportata(fig.1):

Figura 1 – Solfato di tetraidrossimetilfosfonio (THPS) Figure 1 – Tetrakis(hydroxymethyl)phosphonium sulphate (THPS)

P+

CH2OH

CH2OH

CH2OHHOH2C

2

S OO

O-

O-

S

O

O

O OP P

CH2OHHOH2C

HOH2CCH2OH

CH2OH

CH2OH

CH2OHCH2OH

I composti di questa famiglia chimica possono essere impiegati come preconcianti nella produzione di pelli metal free e sono particolarmente adatti per la lavorazione di cuoio bianco. Il THPS si presenta sottoforma di un liquido incolre,solubile in acqua, al 75% di sostanza attiva e con un pH di circa 4. Le pelli trattate con questa sostanza raggiungono una temperatura di contrazione di circa 75°C. Il cuoio conciato con THPS presenta un adeguato grado di bianco, un’ottima solidità del colore alla luce e alla perspirazione. Il THPS è stabile al di sotto di pH 6; infatti per pH superiori e/o leggermente alcalino esso si trasforma lentamente in ossido di triidrossimetilfosfina (THPO) con formazione di formaldeide (fig.2):

Figura 2 – Trasformazione THPS in THPO (triidrossimetilfosfina ossido) Figure 2 – THPS conversion to tris(hydroxymethyl)phosphine oxide (THPO)

P+

CH2OH

CH2OH

CH2OH

HOH2C

2

S OO

O-

O-

+ 2NaOH P

CH2OH

CH2OHHOH2C

O

2

+ 2 CH2O + 2H2 + Na2SO4

Sono composti, si recente introduzione nel settore conciario, che contengono nella loro molecola un atomo di fosforo quaternario a carica positiva. Il solfato di tetraidrossimetifosfonio (THPS), che rappresenta il più noto composto di questa classe, ha la formula qui di seguito riportata(fig.1):

Figura 1 – Solfato di tetraidrossimetilfosfonio (THPS) Figure 1 – Tetrakis(hydroxymethyl)phosphonium sulphate (THPS)

P+

CH2OH

CH2OH

CH2OHHOH2C

2

S OO

O-

O-

S

O

O

O OP P

CH2OHHOH2C

HOH2CCH2OH

CH2OH

CH2OH

CH2OHCH2OH

I composti di questa famiglia chimica possono essere impiegati come preconcianti nella produzione di pelli metal free e sono particolarmente adatti per la lavorazione di cuoio bianco. Il THPS si presenta sottoforma di un liquido incolre,solubile in acqua, al 75% di sostanza attiva e con un pH di circa 4. Le pelli trattate con questa sostanza raggiungono una temperatura di contrazione di circa 75°C. Il cuoio conciato con THPS presenta un adeguato grado di bianco, un’ottima solidità del colore alla luce e alla perspirazione. Il THPS è stabile al di sotto di pH 6; infatti per pH superiori e/o leggermente alcalino esso si trasforma lentamente in ossido di triidrossimetilfosfina (THPO) con formazione di formaldeide (fig.2):

Figura 2 – Trasformazione THPS in THPO (triidrossimetilfosfina ossido) Figure 2 – THPS conversion to tris(hydroxymethyl)phosphine oxide (THPO)

P+

CH2OH

CH2OH

CH2OH

HOH2C

2

S OO

O-

O-

+ 2NaOH P

CH2OH

CH2OHHOH2C

O

2

+ 2 CH2O + 2H2 + Na2SO4

Figura 1 – Sulfato de tetra-hidroxi-meta-fosfônio (THPS)

Figura 2 – Transformação do THPS em THPO (óxido de tri-hidroxi-metil-fosfina)

Figura 3 – Mecanismo de reação dos sais de fosfônio com o colágeno

Pertanto nel corso del processo di concia che prevede l’impiego di THPS viene raccomandato di agire in una zona di pH compresa tra 3 e 6. Nella prima fase della concia l’agente conciante a base di THPS, in ambiente acido (pH circa 3,0), sottoforma di sale di fosfonio cationico,presenta una scarsa reattività nei confronti del substrato e quindi penetra nella sezione della pelle con facilità. A penetrazione ultimata, il conciante viene riattivato, in situ, mediante l’innalzamento graduale del pH. La basificazione determina la formazione di un composto trisostituito, il triidrossimetilfosfina (THP) che costituisce il composto in grado di instaurare legami trasversali con il collagene (fig. 3).

Figura 3 – Meccanismo di reazione dei sali di fosfonio con il collagene Figure 3 – Reaction mechanism of phosphonium salts with collagen

P+

CH2OH

CH2OH

CH2OH

HOH2CColl-NH2

P+

CH2OH

Coll-NHCH2

CH2OH

Coll-NHCH2

P+

Coll-NHCH2Coll-NHCH2

O

[O]

Il pH a fine basificazione non deve superare il valore di 6 unità. Il meccanismo è simile a quello della concia alla formaldeide , differendo comunque da quest’ultima per la dimensione maggiore delle molecole reticolanti e per il valore di pH necessario per la fissazione. I sali di fosfonio possono reagire facilmente con i composti dello zolfo dando luogo alla formazione di odori sgradevoli. Per tale motivo le pelli sia prima che dopo l’uso del sale di fosfonio vengono trattate con energici ossidanti come ad esempio l’acqua ossigenata; in particolare il lavaggio ossidativo con H2O2, dopo l’uso del sale di fosfonio, consente di stabilizzare meglio la concia trasformando il THP (prodotto più reattivo) in THPO (prodotto più stabile) eliminando così le eventuali ulteriori fonti di generazione di odori molesti. In linea generale il processo può essere schematizzato nel modo seguente (fig. 4):

classe, tem a seguinte fórmula (Fig.1):

Os compostos desta família química podem ser empregados como pré-curtentes na produção de peles “metal free” e são par-ticularmente aptos para couros brancos.

O THPS apresenta-se sob a for-ma de um líquido incolor, solúvel em água, com 75% de Substância Ativa e com um pH em torno de 4. As peles tratadas com esta substância atingem a uma tem-peratura de retração ao redor de 75°C. O couro curtido com THPS apresenta um ótimo alve-jamento, ótima solidez à luz e ao suor. O THPS é estável abaixo de

pH 6; na realidade em pH supe-rior e/ou ligeiramente alcalino, transforma-se em óxido de tri-hi-droxi-metil-fosfina (THPO), com formação de formaldeído (Fig. 2):

Portanto, no transcorrer do processo de curtimento com THPS recomenda-se trabalhar em uma zona de pH entre 3 e 6. Na primeira fase do curtimen-to, o agente curtente à base de THPS, em ambiente ácido (pH ao redor de 3,0), sob a forma de sal de fosfônio catiônico, apresenta uma fraca reatividade frente ao substrato e, portanto, penetra na seção da pele com facilidade. Com a penetração finalizada, o curtente é reativado, “in situ”,

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TECnologIATECnologIA

mediante a elevação gradual do pH. A basificação determina a formação do composto tri-hi-droxi-metil-fosfina (THP) que é o composto capaz de instaurar ligações transversais com o colá-geno (Fig. 3).

O pH, ao final da basificação não deve ultrapassar a 6. O me-canismo é similar ao do curti-mento com formaldeído diferin-do, entretanto, deste último, em relação ao tamanho maior das moléculas de reticulação e ao valor do pH necessário para a fixação.

Os sais de fosfônio podem rea-gir facilmente com os compostos de enxofre dando lugar a odores desagradáveis, por isso as pe-les, antes e depois do uso do sal de fosfônio, devem ser tratadas com oxidantes fortes como, por exemplo, a água oxigenada; parti-cularmente, a lavagem oxidativa com H²O² após a utilização do sal de fosfônio permite a melhor es-tabilização do curtimento, trans-formando a THP (produto mais reativo) em THPO (produto mais estável) eliminando, desta forma, eventuais fontes de odores desa-gradáveis.

Em linhas gerais, o processo pode ser esquematizado da se-guinte forma (Fig 4):

A caracterização físico-química das peles obtidas por esse pro-cesso é mostrada nas Tabelas 1a e 1b. Os resultados analíticos en-contrados confirmam a ausência ou a presença insignificante de metais curtentes e de metais pe-sados extraíveis por suor (Cd, Ni, Pb, Cu, Co, Zn). Igualmente, o for-maldeído livre encontra-se dentro dos limites previstos pelas normas vigentes.

Relativamente aos testes físi-cos, os valores obtidos eviden-

ciam uma resistência ao rasga-mento e à tração adequados. A temperatura de retração, em torno de 70°C, é comparável à obtida pelo curtimento vegetal.

CURTIMENTO COM TANI-NOS SINTÉTICOS

Alguns taninos sintéticos, entre outros atributos, possuem a ca-racterística peculiar de produzir um couro de cor branca que é uma das propriedades interes-santes para produzir “wet whi-te” isento de metais. Particular-mente, os taninos sintéticos que contêm núcleos fenólicos com pontes sulfônicas (SO²) ou sul-fonamídicas (SO²NH) conjunta-mente com pontes metilênicas, apresentam uma boa solidez à luz. Por esta razão os taninos sin-téticos de substituição à base de di-hidroxi-difenilsulfone (Fig. 5), onde a reatividade das funções hidroxílicas é realçada pela pre-sença de pontes sulfônicas entre os núcleos fenólicos são muito utilizados na produção de couros brancos sólidos à luz.

A ação curtente dos taninos sintéticos de substituição dá--se pela formação de pontes de hidrogênio devido à presença dos grupos OH fenólicos. Nes-tas ligações o hidrogênio faz pa-pel de ponte entro o átomo de oxigênio da oxidrila ligada ao anel aromático e o oxigênio e/ou nitrogênio do grupo peptídi-co. Por outra parte, os taninos sintéticos de substituição ligam--se ao colágeno por interações dipolo-dipolo; desta forma se exerce uma atração entre as car-gas dos dipolos presentes nos anéis aromáticos das moléculas dos taninos e aquelas presentes no grupo peptídico, assim como

Figura 4 – Processo di concia con sali di fosfonio Figure 4 – Phosphonium salts tanning process

La caratterizzazione chimico-fisica delle pelli ottenute con questo processo è riportata nelle tabelle 1a e 1b. I risultati analitici riscontrati confermano l’assenza e/o la trascurabile presenza dei metalli concianti e dei metalli pesanti estraibili con sudore (Cd, Ni, Pb, Cu, Co, Zn); anche la formaldeide libera rientra nei limiti previsti dalle normative vigenti. Per quanto concerne le prove fisiche i valori ottenuti evidenziano una adeguata resistenza allo strappo e allo scoppio. La temperatura di contrazione pari a 70 °C è paragonabile a quella che si ottiene con la concia al vegetale.

Tabella 1a – Pelle conciata con sali di fosfonio – caratteristiche chimiche Table 1a – Leather tanned with phosphonium salts – chemical characteristics

Metalli concianti Metodo Crust Bianco (mg/Kg)

Alluminio (Al) UNI 10887 49,0

Cromo (Cr) UNI 10887 11,0

Titanio (Ti) UNI 10887 n.r. Zirconio (Zr) UNI 10887 n.r Metalli Pesanti Metodo Crust Bianco (mg/Kg) Cadmio (Cd) UNI 10887 n.r Cobalto (Co) UNI 10887 n.r Nichel (Ni) UNI 10887 n.r Piombo (Pb) UNI 10887 n.r Rame (Cu) UNI 10887 n.r Zinco (Zn) UNI 10887 n.r Formaldeide UNI CEN ISO / TS 17226-2 <75

Concia con Sali di fosfonio

Lavaggio ossidativo

Riconcia Ingrasso

Crust

Pelli piclate

Depiclaggio Sgrassaggio

Lavaggio ossidativo

Basificazione

Figura 4 – Processo de curtimento com sais de fosfônioTabela 1a – Couro curtido com sais de fosfônio – caracte-

rísticas químicas

Metais Curtentes Método Crust Branco (mg/Kg)Alumínio (Al) uni 10887 49,00

Cromo (Cr) uni 10887 11,00Titânio (Ti) uni 10887 n.d

Zircônio (Zr) uni 10887 n.dMetais Pesados Método Crust Branco (mg/Kg)

Cádmio (Cd) uni 10887 n.dCobalto (Co) uni 10887 n.dníquel (ni) uni 10887 n.d

Chumbo (Pb) uni 10887 n.dCobre (Cu) uni 10887 n.dZinco (Zn) uni 10887 n.d

Formaldeído uni CEn isO/Ts17226-2 <75

Parâmetro Método Crust BrancoEspessura (mm) uni En isO 2589 0,95

Resistência à tração (n/cm²)Alongamento (%) uni En isO 3376 /

Resistência ao rasgamento (n) uni En isO 3377-2 75Distensão ao trincamento da flor

(mm) uni 11308 9,5Temperatura de Retração (°C) uni En isO 3380 70

Tabela 1b – Couro curtido com sais de fosfônio – caracte-rísticas físicas

Tabella 1b – Pelle conciata con sali di fosfonio – caratteristiche fisiche

Table 1b – Leather tanned with phosphonium salts – Physical characteristics Parametro Metodo Crust Bianco

Spessore (mm) UNI EN ISO 2589 0,95 Trazione (N/cm2) Allungamento (%) UNI EN ISO 3376 /

Strappo su due bordi (N) UNI EN ISO 3377-2 75 Distensione alla Screpolatura del Fiore (mm) UNI 11308 9,5

Temperatura di Contrazione (°C) UNI EN ISO 3380 70 CONCIA CON TANNINI SINTETICI Alcuni tannini sintetici possiedono,tra l’altro, la peculiare caratteristica di produrre un cuoio di colore bianco, che è una delle proprietà maggiormente apprezzate per la realizzazione di pelli wet-white esenti da metalli. In particolare i tannini sintetici contenenti nuclei fenolici con ponti solfonici (SO2) o solfonammidici (SO2NH) insieme a ponti metilenici, presentano una buona resistenza all’azione della luce. E’ per questo motivo che i tannini sintetici di sostituzione a base di diidrossidifenilsulfone (fig. 5), nei quali la reattività delle funzioni idrossiliche viene esaltata dalla presenza di ponti sulfoni tra nuclei fenolici, vengono usati per la produzione di cuoi bianchi solidi alla luce.

Figura 5 - Struttura del 4,4’-diidrossidifenilsulfone (DDS) Fig.5 – 4,4’-dihydrodiphenyl sulfone (DDS) chemical structure

S

O

O

OHOH

L’azione conciante dei tannini sintetici di sostituzione si esplica attraverso la formazione dei ponti idrogeno grazie alla presenza dei gruppi OH fenolici. In questi legami l’idrogeno funge da ponte tra l’atomo di ossigeno dell’ossidrile legato all’anello aromatico e l’ossigeno/e/o l’azoto del gruppo peptidico. Inoltre i tannini sintetici di sostituzione si legano al collagene mediante interazioni dipolo-dipolo; in tal modo si esercita un’attrazione tra le cariche dei dipoli presenti sugli anelli aromatici delle molecole dei tannini e quelle indotte sul gruppo peptidico, similmente a quanto si verifica per i coloranti e i tannini naturali.(fig. 6)

Figura 5 – Estrutura do 4,4’- di-hidroxi-difenilsulfone (DDS)

Figura 6 - legami tannino sintetico-collagene Fig.6 – Syntan-collagen interactions

R

NH

R

O

R

NH

R

O HO+

- +

-

La caratterizzazione di alcune pelli trattate con tannini sintetici a base di idrossidifenilsulfone è riportata nelle tabelle 2a e 2b.

Tabella 2a - Pelli conciate con tannini sintetici (DDS) – caratteristiche chimiche Table 2a – Leather tanned with DDS syntans – chemical characteristics

Metalli Concianti Metodo Crust bianco (mg/kg)

Crust tinto (mg/Kg)

Pelle Finita (mg/Kg)

Alluminio (Al) UNI 10887 35,0 198,0 170,0 Cromo (Cr) UNI 10887 36,0 36,0 45,0 Titanio (Ti) UNI 10887 n.r. 7203,0 14,0 Zirconio (Zr) UNI 10887 n.r. 24,0 11,0

Metalli Pesanti Metodo Crust bianco(mg/kg) Crust tinto (mg/kg) Pelle Finita

(mg/kg) Cadmio (Cd) UNI 10887 n.r. n.r. n.r. Cobalto (Co) UNI 10887 n.r. n.r. n.r. Nichel (Ni) UNI 10887 n.r. n.r. n.r. Piombo (Pb) UNI 10887 n.r. n.r. n.r Rame (Cu) UNI 10887 n.r. 10,0 9,0 Zinco (Zn) UNI 10887 n.r. n.r. 56,0

Formaldeide UNI CEN ISO / TS 17226-2 n.r. / 10,0

Figura 6 – Ligações tanino sintético-colágeno

Metais Curtentes MétodoCrus Branco

(mg/Kg)Crust Tingido

(mg/Kg)Couro Acabado

(mg/Kg)Alumínio (Al) uni 10887 35,00 198,00 170,00

Cromo (Cr) uni 10887 36,00 36,00 45,00Titânio (Ti) uni 10887 n.d 7203,00 14,00

Zircônio (Zr) uni 10887 n.d 24,00 11,00

Metais Pesados MétodoCrus Branco

(mg/Kg)Crust Tingido

(mg/Kg)Couro Acabado

(mg/Kg)Cádmio (Cd) uni 10887 n.d n.d n.dCobalto (Co) uni 10887 n.d n.d n.dníquel (ni) uni 10887 n.d n.d n.d

Chumbo (Pb) uni 10887 n.d n.d n.dCobre (Cu) uni 10887 n.d 10,00 9,00Zinco (Zn) uni 10887 n.d n.d 56,00

Formaldeídouni CEn isO /Ts 17226-2 n.d / 10,00

Tabela 2a – Couros curtidos com taninos sintéticos (DDS) – características químicas

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TECnologIATECnologIA

acontece com os corantes e os taninos naturais (Fig. 6).

A caracterização de alguns cou-ros tratados com taninos sintéti-cos à base de di-hidroxi-difenil-sulfone é mostrada nas tabelas 2a e 2b.

Os resultados analíticos eviden-ciam que a temperatura de retra-ção, no contexto, é mais elevada com referência aos couros tra-tados com sais de fosfônio; toda-via, o valor de 80°C, visto acima, deriva também da presença do titânio (7203 mg/Kg). Neste caso específico, portanto, o couro não

Além disso as parafinas sulfo-cloradas podem reagir com os grupos amídicos da pele pela se-guinte reação (Fig. 9):

A reação entre as parafinas sul-focloradas e os grupos amínicos/amídicos do colágeno é uma rea-ção de condensação que produz Hcl; portanto, o equilíbrio desta reação pode ser deslocado para a direita acrescentando uma base como, por exemplo, carbonato ou bicarbonato de sódio, que tem a finalidade de neutralizar o ácido que se forma. Por este motivo o processo de curtimento é execu-tado com a presença de compos-tos (álcalis) a fim de neutralizar o ácido clorídrico que se forma. Este processo é, normalmente, realiza-do a uma temperatura de 35-40°C, efetuando um pré-curtimento com glutaraldeido, o que favorece sen-sivelmente a difusão do produto através da estrutura da pele.

Este tipo de curtimento re-sulta num couro branco, macio, estável aos álcalis e lavável com solventes e sabões.

O tratamento sucessivo de re-curtimento e engraxe prevê o emprego de taninos sintéticos à base de di-hidroxi-difenilsulfonas e de engraxantes sintéticos. O couro produzido desta forma evidencia uma temperatura de retração de 72°C e resistên-cias ao rasgamento e elongação adequadas (Tab. 3b). Além disso, as análises químicas mostraram a presença insignificante dos metais curtentes (Al, Cr, Ti, Zr) determinando que o couro pro-duzido pode ser definido como “metal free” (Tabela 3a).

AVALIAÇÃO DO CICLO DE VIDA

Não é simples e tampouco fácil fazer-se uma avaliação objetiva das

Parâmetro MétodoCrus Branco

(mg/Kg)Crust Tingido

(mg/Kg)Couro Acabado

(mg/Kg)

Espessura (mm)uni En isO

2589 0,98 0,45 0,75Resistência à tração (n/cm²)

Alongamento (%)uni En isO

337625,968

10,039

24,742

Resistência ao rasgamento (n)uni En isO

3377-2 88,00 8,00 46,00Distensão ao trincamento da

flor (mm) uni 11308 9,20 7,50 9,00

Temperatura de Retração (°C)uni En isO

3380 75 80 76

Tabela 2b – Couros curtidos com taninos sintéticos (DDS) – características físicas

Figura 7 – Sulfocloração dos hidrocarbonetos

Tabella 2b - Pelli conciate con tannini sintetici (DDS) – caratteristiche fisiche Table 2b – Leather tanned with DDS syntans – physical characteristics

Parametro Metodo Crust bianco Crust tinto Pelle Rifinita Spessore (mm) UNI EN ISO 2589 0,98 0,45 0,75 Trazione (N/cm2) Allungamento (%) UNI EN ISO 3376 25,9

68 10,0 39

24,7 42

Strappo su due bordi (N) UNI EN ISO 3377-2 88,0 8,0 46,0

Distensione alla Screpolatura del Fiore (mm) UNI 11308 9,2 7,5 9,0

Temperatura di Contrazione (°C) UNI EN ISO 3380 75 80 76 I risultati analitici evidenziano che la temperatura di contrazione risulta essere nel complesso più elevata rispetto alle pelli trattate con sali di fosfonio; tuttavia il valore di 80°C verosimilmente deriva anche dalla presenza del titanio (7203 mg/kg); nel caso specifico, quindi, la pelle non può essere definita metal free anche se gli altri metalli concianti risultano essere presenti in quantità trascurabile. Negli altri casi invece le pelli esaminate possono essere considerate come esenti da metalli concianti e da altri metalli pesanti; infatti anche il valore dell’alluminio può essere considerato poco significativo ai fini della sua capacità conciante. Per quanto concerne le prove fisiche, nel complesso , non si evidenziano particolari anomalie; solo per un campione (crust tinto) le resistenze meccaniche risultano piuttosto limitate, verosimilmente ciò è legato anche allo spessore della pelle che è pari a 0,45 mm. Per le altre pelli esaminate le proprietà meccaniche prese in considerazione risultano essere più che adeguate. CONCIA CON SOLFOCLORURI Un altro metodo di concia che fornisce cuoi bianchi solidi alla luce che è stato di recente riproposto per articoli metal free, con destinazione abbigliamento, pelletteria, è quello che prevede l’impiego dei solfocloruri in qualità di concianti. Il primo conciante a base di solfocloruri fu preparato in Germania negli anni ’50 e denominato Immergan; i solfocloruri si ottengono da reazioni radicaliche tra paraffine, cloro e biossido di zolfo: (fig. 7)

Figura 7 - Solfoclorazione degli idrocarburi Figure 7 – Sulphochlorination of paraffins

R CH3 + SO2 + Cl2h R CH2SO2Cl + HCl

Su una stessa catena paraffinica si possono legare più gruppi solfocloruro, che possono reagire coi gruppi amminici della pelle, dando reticolazione tra catene collageniche. Ad esempio con un derivato avente due gruppi solfocloruro si può avere un tipo di reazione evidenziata in fig. 8.

pode ser considerado “metal free”, mesmo que os outros me-tais curtentes estejam presentes em quantidades insignificantes.

Nos outros casos, ao invés, os couros examinados podem ser considerados como isentos de metais curtentes e de outros metais pesados; mesmo o valor do alumínio pode ser considera-do pouco significativo, tendo em vista sua capacidade curtente.

No que concerne aos testes físicos, no contexto, não se evi-denciam anomalias particulares; somente em uma amostra (crust tingido), as resistências mecâni-cas são bastante limitadas. Isto pode estar ligado à espessura do couro que é de 0,45 mm. Para os outros couros examinados, as propriedades mecânicas levadas em consideração demonstram estar mais que conformes.

CURTIMENTO COM PARAFI-NAS SULFOCLORADAS

Figura 8 - Solfocloroparaffine: reazione di reticolazione con gruppi amminici del collagene Fig. 8 – Sulphochloroparaffins: crosslinking with amminic groups of collagen

R

R

NH

H

R

R

NH

H

ClO2S R SO2Cl

R

R

NH S R

O

O

SO

O

R

R

NH + 2HCl

Inoltre le paraffine solfoclorurate possono reagire con i gruppi ammidici della pelle attraverso la seguente reazione (fig. 9):

Figura 9 - Reazione di condensazione : produzione di HCl Fig. 9: Condensation reaction: HCl loss

R

CH

R

SO2Cl

R

NH

R

O

R

N

R

O

SO2

CH3

CH

CH3

+ + HCl

La reazione fra i solfocloruri e i gruppi amminici/ammidici del collagene è una reazione di condensazione che produce HCl; pertanto l’equilibrio della reazione può essere spostato verso destra aggiungendo una base, ad esempio carbonato o bicarbonato di sodio, che ha lo scopo di neutralizzare l’acido che si è formato. Per questo motivo il processo di concia si esegue in presenza di composti (alcali) in grado di neutralizzare l’acido cloridrico formatosi. Tale

Figura 8 - Solfocloroparaffine: reazione di reticolazione con gruppi amminici del collagene Fig. 8 – Sulphochloroparaffins: crosslinking with amminic groups of collagen

R

R

NH

H

R

R

NH

H

ClO2S R SO2Cl

R

R

NH S R

O

O

SO

O

R

R

NH + 2HCl

Inoltre le paraffine solfoclorurate possono reagire con i gruppi ammidici della pelle attraverso la seguente reazione (fig. 9):

Figura 9 - Reazione di condensazione : produzione di HCl Fig. 9: Condensation reaction: HCl loss

R

CH

R

SO2Cl

R

NH

R

O

R

N

R

O

SO2

CH3

CH

CH3

+ + HCl

La reazione fra i solfocloruri e i gruppi amminici/ammidici del collagene è una reazione di condensazione che produce HCl; pertanto l’equilibrio della reazione può essere spostato verso destra aggiungendo una base, ad esempio carbonato o bicarbonato di sodio, che ha lo scopo di neutralizzare l’acido che si è formato. Per questo motivo il processo di concia si esegue in presenza di composti (alcali) in grado di neutralizzare l’acido cloridrico formatosi. Tale

Figura 8 – Parafinas sulfocloradas: reação de reticulação com grupos amínicos do colágeno

Um outro método de curti-mento, que resulta em couros brancos sólidos à luz foi, recen-temente, reintroduzido para ar-tigos “metal free” destinados ao

vestuário e peleteria. Trata-se do emprego das parafinas sulfoclo-radas como curtentes.

O primeiro curtente à base de parafinas sulfocloradas foi

Figura 9 – Reação de condensação: produção de Hcl

Tabela 3a – Couro curtido com parafinas sulfocloradas – características químicas

Metais Curtentes Método Crust Branco (mg/Kg)Alumínio (Al) uni 10887 73,00

Cromo (Cr) uni 10887 29,00Titânio (Ti) uni 10887 23,00

Zircônio (Zr) uni 10887 n.dMetais Pesados Método Crust Branco (mg/Kg)

Cádmio (Cd) uni 10887 n.dCobalto (Co) uni 10887 n.dníquel (ni) uni 10887 n.d

Chumbo (Pb) uni 10887 n.dCobre (Cu) uni 10887 n.dZinco (Zn) uni 10887 n.d

Parâmetro Método Crust BrancoEspessura (mm) uni En isO 2589 0,52

Resistência à tração (n/cm²)Alongamento (%) uni En isO 3376

11,243

Resistência ao rasgamento (n) uni En isO 3377-2 52,8Distensão ao trincamento da flor(mm) uni 11308 8,9

Temperatura de Retração (°C) uni En isO 3380 72

Tabela 3b – Couro curtido com parafinas sulfocloradas- características físicas

desenvolvido na Alemanha nos anos 50 e denominado Immer-gan. As parafinas sulfocloradas são obtidas através de reações radicais entre parafinas, cloro e dióxido de enxofre (Fig. 7).

Em uma única cadeia parafínica podem ser ligados mais grupos

sulfoclorados que podem reagir com os grupos amínicos da pele, reticulando entre as cadeias co-lagênicas. Por exemplo, tendo-se um derivado contendo dois gru-pos sulfoclorados pode-se con-seguir um tipo de reação como a demonstrada na Fig. 8.

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TECnologIATECnologIA

vantagens produtivas e ambientais advindas do emprego de curti-mentos alternativos ao cromo.

No plano produtivo poder-se--ia dizer que as desvantagens são maiores que as vantagens. A limi-tação do destino destes couros em relação àqueles ao cromo, os processos produtivos relativa-mente mais complexos e longos, a necessidade do emprego de um maior número de produtos quími-cos para compensar alguns incon-venientes, tornam estes sistemas menos flexíveis e mais onerosos.

No âmbito ambiental a polui-ção global produzida por estes sistemas de curtimento “chrome free” e/ou “metal free” é, pro-vavelmente, maior, pela necessi-dade da utilização de produtos mais dificilmente elimináveis das águas. A este respeito, há alguns anos, um estudo conduzido por alemães, onde são confrontados quatro tipos de curtimento (cur-timento convencional ao cromo, curtimento wet white com glu-taraldeido e taninos sintéticos, curtimento combinado gluta-raldeido e cromo e curtimento vegetal com mimosa) com a apli-cação da metodologia LCA (Life Cycle Assesment) somente no processo de curtimento, eviden-cia que o curtimento ao cromo deveria ser preferido, considera-dos todos os aspectos.

Com efeito, o estudo demons-tra que as fases que mais contri-buem para a poluição/toxicidade das águas, são aquelas sucessivas ao curtimento (recurtimento, engraxe, tingimento, etc.) e re-sultou muito maior para os curti-mentos alternativos examinados. Na prática, a única desvantagem do curtimento convencional ao cromo foi, como era de se espe-rar, a presença do cromo nos lo-

dos de depuração com a conse-quente dificuldade de disposição.

O curtimento pior, dentro des-ta avaliação geral, foi o curtimen-to com tanino vegetal (mimosa) que tem somente a vantagem da ausência de metais curtentes e/ou pesados no produto e nos lodos.

De qualquer forma, os resul-tados deste estudo são parciais, enquanto não foram levados em consideração os outros critérios ambientais previstos pela meto-dologia LCA. De fato, este mé-todo baseia-se numa abordagem sistemática definida “from cradle to grave”, isto é “do berço à sepul-tura”: o produto, processo ou ser-viço são analisados em cada fase de sua vida, da extração e trans-formação das matérias-primas através da produção, o transporte e utilização até a reciclagem e dis-posição final. Por meio de um es-tudo LCA torna-se possível, por-tanto, individualizar as fases onde se concentram as maiores critici-dades ambientais e as informações necessárias para corrigi-las.

Levando em conta que os pontos fortes dos curtimentos alternativos ao cromo, particu-larmente o curtimento “metal free”, estão ligados ao uso e ao descarte do produto acabado em termos de compatibilidade da pele humana com o couro (alergia aos metais) e de reci-clabilidade e biodegradabilidade do manufaturado a ser descar-tado, seria oportuno aplicar a metodologia LCA a estes curti-mentos alternativos emergentes, estendendo, porém, o campo de aplicação não somente ao pro-cesso produtivo mas também aos outros critérios ambientais previstos pela normas, ao ciclo de vida do produto.

No que diz respeito à compati-

bilidade do couro “chrome free” com a pele humana, um estudo recente evidenciou que este tipo de couro, testado em um grupo de 20 pessoas com problemas de alergia e irritação da pele, não demonstrou fenômenos signifi-cativos de sensibilização.

Relativamente ao problema do descarte seria oportuno estabe-lecer-se a efetiva biodegradabili-dade dos couros curtido ao cro-mo no confronto com os obtidos pelos sistemas alternativos (chro-me free e metal free) para que se pudesse demonstrar, quantitati-vamente, com o auxílio de méto-dos estandardizados, as eventuais diferenças de tal característica entre couros obtidos com diver-sos processos de curtimento. Na literatura encontram-se poucos dados experimentais acerca da biodegradabilidade de couros, os quais, além de raros são, na maio-ria dos casos, divergentes.

Neste particular, um estudo da SSIP publicado no início dos anos 90, a respeito da biodegra-dabilidade dos artigos de cou-ro, avaliada através da perda de peso de amostras enterradas em um solo argiloso retirado de um aterro sanitário (SOIL BURIAL TEST), evidenciou que após dois meses de enterramento os cou-ros ao vegetal apresentavam um substrato mais apto à hidrólise enzimática comparativamente àqueles curtidos ao cromo.

Vice-versa, um estudo mais re-cente (início dos anos 2000), ain-da referente à biodegradabilidade dos resíduos de couro, mensura-da através da produção de biogás (mistura de metano e dióxido de carbono) resultante da decom-posição anaeróbica deste resídu-os, demonstrou que o colágeno curtido com Cromo (III) ou ex-

trato de mimosa é totalmente resistente à degradação anaeró-bica. Por sua vez, os resíduos de colágeno não curtido podem ser rapidamente degradados e repre-sentam uma boa fonte de produ-ção de biogás.

Por outro lado, a definição de curtimento pode ser entendida como uma resistência à biode-gradabilidade de um material proteico (colágeno), antes pu-trescível: “O curtimento é um processo de conversão de um material orgânico putrescível em um material estável que resiste à putrefação causada pelos micro--organismos”.

Esta definição, substancialmen-te, contrasta com aquela relativa à biodegradabilidade de um ma-terial polimérico: “A biodegra-dabilidade é a característica das substâncias e dos materiais de serem assimilados pelos micro--organismos e serem novamente alçados aos ciclos naturais”. Na prática, a biodegradabilidade é a tendência de um material a ser convertido em CO² graças aos micro-organismos.

Do ponto de vista científico, entende-se “última biodegrada-bilidade” como a completa de-gradação de um composto orgâ-nico em compostos inorgânicos (mineralização) por obra dos mi-cro-organismos; se o processo ocorrer na presença de oxigênio (aeróbico) haverá a completa transformação do composto or-gânico em dióxido de carbono e água.

CONCLUSÕES

Os curtimentos alternativos, sem a utilização dos sais de cro-

mo e/ou de outros metais cur-tentes, são viáveis e já estão sen-do utilizados em nível industrial. Sua utilização, entretanto, está li-mitada a alguns tipos de couro e, muitas vezes, exige modificações mais ou menos importantes nas fases de trabalho sucessivas.

Além da ausência dos metais pesados, critério ambiental par-ticularmente importante para fins da segurança de utilização do produto acabado, estes sistemas de curtimento alternativos deve-riam ser avaliados e confronta-dos com o curtimento ao cromo, através da metodologia LCA, para determinar o impacto ambiental como um todo, ao longo do ciclo de vida do produto e verificar se, efetivamente, as inovações intro-duzidas acrescentam os benefí-cios ambientais esperados.

Ainda, a este respeito, faz-se necessário desenvolver métodos analíticos específicos para avaliar a biodegradabilidade dos artigos de couro e demonstrar, de ma-neira objetiva, uma maior facili-dade de disposição/reciclabilida-de dos couros “chrome free” e/ou “metal free”.

BIBLIOGRAFIA

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CPMC, 85, 5, 307-317, 2009Sammarco U., Tecnologia concia-ria, EditmaManzo G., Chimica e tecnologia del cuoio, Media Service EdizioniCovington A.D., Tanning Chemis-try – The Science of Leather, RSC Publishing 2009Covington A.D., The next 100 ye-ars of leather processing, World Leather, Dezembro 2009Ting A.Y., Chuan W.X., Chinese developments in Chrome free and low-chrome tanning mate-rials, JSLTC, 91, 246-251Wolf G., Breth M., Carle J. Igl G., New developments in wet white tanning technology. JALCA, 96, 111-119, 2001Sammarco U., Conce organi-che nella produzione di pelli per carrozzeria: limiti e prospetive, CPMC, 81, 4, 247-268, 2005Trommer B., Kellert H.J., Compa-rison of tanning methods from an ecological viewpoint, Leather, De-zembro 1999De Simone G., Ummarino G., Russo A., Matto D., Valutazione della biodegradabilità dei mate-riali cuoiosi, CPMC, 70, 4, 167-174, 9994Covington A.D., Paul R.G., Yagoub S., Biodegradazione dei residui di cuoio, CPMC, 79, 4, 187-195, 2003Tommaselli M., Romagnuolo M., Naviglio B., Confronto fra diversi sistemi di concia delle pelli: aspet-ti ambientali e produttivi, CPMC, 76,3, 191-198.

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TECnologIATECnologIA

RESUMOProcessamento de peles ecolo-

gicamente correto, curtida com tanino vegetal de Cinnamomum, extraído da casca da caneleira. O processo de curtimento foi realizado com tanino, extraído da casca da canela. Ao concluir o processo evidenciamos que o couro, apresenta as seguintes ca-racterísticas: boa resistência, flor firme, boa compactação de fibras, bom poder de queima, toque e cheiro agradável, com uma boa resistência ao ataque de fungos. Com este trabalho evidenciamos a possibilidade de realizar curti-mento e recurtimento com um novo agente vegetal, que não agri-de o meio ambiente e originados de uma fonte renovável.

Palavras-chave: Curtimento Ve-getal, Canela - Fonte renovável, Ecologicamente Correto.

INTRODUÇÃOA indústria curtidora mundial

faz uso com freqüência de extra-tos vegetais de vários tipos. Seja para processamento de couro pleno vegetal ou combinando-os com curtentes minerais ou sinté-ticos.

Estando em constante busca, por insumos que não agridam o meio ambiente e que beneficie

CINNAMOMUM Uma Nova Alternativa de Curtimento vegetalJéssica Taís Leidecker Kroetz, aluna do Curso Técnico em Curtimento do Centro Tecnológico do

Couro SENAI – Estância Velha, RS, Brasil. [email protected] Janete Schneider e Antônio Perderzolli, docentes do Curso Técnico em Curtimento do Centro Tec-

nológico do Couro SENAI – Estância Velha, RS, [email protected], [email protected]

couros ecologicamente corretos com características semelhantes ou até melhor do que já se estava produzindo, destaca-se a vasta va-riedade de opções disponíveis.

Com este projeto verificamos a possibilidade da utilização do ex-trato extraído da casca da cane-la como um produto alternativo para os processos de curtimento e recurtimento.

A casca de canela ou canela em pó, utilizada no dia-a-dia com finali-dades medicinais, culinárias e tam-bém na fabricação de essências, ao ser consumida, apresentou elevada adstringência o que nos levou a pesquisar. Sendo assim preparamos em uma lixívia de canela e goteja-mos o indicador cloreto férrico (FeCl3) que em contato com a ca-nela apresentou cor preta indican-do a presença de fenóis.

Extraímos o tanino da casca da caneleira, colocada em equipamen-tos que fazem circular o extrato aquecido em contracorrente com o material extraível estacionário, pois o principio é semelhante ao proces-so industrial.

O processo de curtimento foi realizado em uma pele piquelada.

2. LEVANTAMENTO BIBLIO-GRÁFICO

2.1 Histórico da Canela

Um dos mais antigos alimentos conhecidos e considerado símbo-lo da sabedoria na Antiguidade, a canela já foi muito procurada na Europa, período que gerou mui-tos lucros a seus comerciantes. Entre os séculos XVI e XVIII, a especiaria teve sua venda disputa-da por portugueses, holandeses e ingleses. Os três povos europeus ocuparam, sucessivamente, a ilha asiática de Sri Lanka (ex-Ceilão), apontada, junto com Mianmar (ex-Birmânia) e Índia, como berço de origem da planta.

Os jesuítas foram os responsá-veis pela introdução da canela no Brasil, onde as condições do solo favoreceram sua adaptação.

A caneleira conhecida como Cinnamomum zeylanicum per-tence à familia Lauraceae, é uma árvore de ciclo perene, que chega a atingir 9 metros de altura e seu tronco alcança até 35 cm de diâ-metro.

A caneleira é uma árvore culti-vada em clima tropical quente e úmido, que requer cerca de 1.300 mm de chuva por ano e tempera-tura média anual superior a 21°C. A casca dos ramos é comercializa-da em rama (pau), raspas e pó. As colheitas da casca da canela po-dem ser feitas de 3 a 5 anos após o plantio, quando ela naturalmen-

te se solta do tronco, geralmente no outono.

A canela é extraída do caule da caneleira, possui um aroma forte, doce e é ligeiramente amarga. As folhas são coriáceas, lanceoladas, com nervuras na base, brilhantes e lisas na parte superior e verde-

Figura 2 - Cinnamomum (Fonte a autora)

-claras e finamente reticuladas na parte inferior. As flores são de co-loração amarela ou esverdeada, numerosas e bem pequenas, agru-padas em cachos ramificados.

É composta por sacarose, tanino, vanilina, açucares e seu principal constituinte é o aldeído cinâmi-

Extraímos o tanino da casca da caneleira, colocada em equipamentos que fazem circular o extrato aquecido em contracorrente com o material extraível estacionário, pois o principio é semelhante ao processo industrial.

O processo de curtimento foi realizado em uma pele piquelada.

2. LEVANTAMENTO BIBLIOGRÁFICO

2.1 Histórico da Canela

Um dos mais antigos alimentos conhecidos e considerado símbolo da sabedoria na Antiguidade, a canela já foi muito procurada na Europa, período que gerou muitos lucros a seus comerciantes. Entre os séculos XVI e XVIII, a especiaria teve sua venda disputada por portugueses, holandeses e ingleses. Os três povos europeus ocuparam, sucessivamente, a ilha asiática de Sri Lanka (ex-Ceilão), apontada, junto com Mianmar (ex-Birmânia) e Índia, como berço de origem da planta.

Os jesuítas foram os responsáveis pela introdução da canela no Brasil, onde as condições do solo favoreceram sua adaptação.

A caneleira conhecida como Cinnamomum zeylanicum pertence à familia Lauraceae, é uma árvore de ciclo perene, que chega a atingir 9 metros de altura e seu tronco alcança até 35 cm de diâmetro.

A caneleira é uma árvore cultivada em clima tropical quente e úmido, que requer cerca de 1.300 mm de chuva por ano e temperatura média anual superior a 21°C. A casca dos ramos é comercializada em rama (pau), raspas e pó. As colheitas da casca da canela podem ser feitas de 3 a 5 anos após o plantio, quando ela naturalmente se solta do tronco, geralmente no outono.

A canela é extraída do caule da caneleira, possui um aroma forte, doce e é ligeiramente amarga. As folhas são coriáceas, lanceoladas, com nervuras na base, brilhantes e lisas na parte superior e verde-claras e finamente reticuladas na parte inferior. As flores são de coloração amarela ou esverdeada, numerosas e bem pequenas, agrupadas em cachos ramificados.

Figura 2 - Cinnamomum (Fonte a autora)

É composta por sacarose, tanino, vanilina, açucares e seu principal constituinte é o aldeído cinâmico (cerca de 80%). O cinamaldeído (também denominado aldeído cinâmico) é o principal ativo do óleo essencial presente na canela , responsável pelo sabor e aroma intensos

Fórmula do aldeído cinâmico:

Fórmula do aldeído cinâmico:

Extraímos o tanino da casca da caneleira, colocada em equipamentos que fazem circular o extrato aquecido em contracorrente com o material extraível estacionário, pois o principio é semelhante ao processo industrial.

O processo de curtimento foi realizado em uma pele piquelada.

2. LEVANTAMENTO BIBLIOGRÁFICO

2.1 Histórico da Canela

Um dos mais antigos alimentos conhecidos e considerado símbolo da sabedoria na Antiguidade, a canela já foi muito procurada na Europa, período que gerou muitos lucros a seus comerciantes. Entre os séculos XVI e XVIII, a especiaria teve sua venda disputada por portugueses, holandeses e ingleses. Os três povos europeus ocuparam, sucessivamente, a ilha asiática de Sri Lanka (ex-Ceilão), apontada, junto com Mianmar (ex-Birmânia) e Índia, como berço de origem da planta.

Os jesuítas foram os responsáveis pela introdução da canela no Brasil, onde as condições do solo favoreceram sua adaptação.

A caneleira conhecida como Cinnamomum zeylanicum pertence à familia Lauraceae, é uma árvore de ciclo perene, que chega a atingir 9 metros de altura e seu tronco alcança até 35 cm de diâmetro.

A caneleira é uma árvore cultivada em clima tropical quente e úmido, que requer cerca de 1.300 mm de chuva por ano e temperatura média anual superior a 21°C. A casca dos ramos é comercializada em rama (pau), raspas e pó. As colheitas da casca da canela podem ser feitas de 3 a 5 anos após o plantio, quando ela naturalmente se solta do tronco, geralmente no outono.

A canela é extraída do caule da caneleira, possui um aroma forte, doce e é ligeiramente amarga. As folhas são coriáceas, lanceoladas, com nervuras na base, brilhantes e lisas na parte superior e verde-claras e finamente reticuladas na parte inferior. As flores são de coloração amarela ou esverdeada, numerosas e bem pequenas, agrupadas em cachos ramificados.

Figura 2 - Cinnamomum (Fonte a autora)

É composta por sacarose, tanino, vanilina, açucares e seu principal constituinte é o aldeído cinâmico (cerca de 80%). O cinamaldeído (também denominado aldeído cinâmico) é o principal ativo do óleo essencial presente na canela , responsável pelo sabor e aroma intensos

Fórmula do aldeído cinâmico:

co (cerca de 80%). O cinamalde-ído (também denominado aldeído cinâmico) é o principal ativo do óleo essencial presente na canela, responsável pelo sabor e aroma intensos

A canela é normalmente utiliza-da como tempero na culinária, nas bebidas, na cosmética, perfumes e sabonetes. Na medicina é conhe-cida por suas funções terapêuti-cas, por reduzir significativamente o açúcar no sangue, melhorar a taxa de colesterol (LDL e trigli-cerídeos) e também o chá é indi-cado para diabéticos (Segundo a Associação de Medicamentos dos Estados Unidos - USDA).

2.2 TaninosSão misturas de derivados de

ácidos poli-hidróxi benzóicos.O tanino é uma substancia com-

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plexa, solúvel em água e adstringen-te, contida em certos vegetais que se caracteriza pela propriedade de coagular albuminas e transformar a pele em couro.

O curtimento vegetal vem sen-do utilizado pelo homem desde a pré-história para preservar as peles e transformá-las em couro. Isto era feito em fossas ou tan-ques escavados no solo onde era adicionado um pouco de água e material tanante junto às peles.

Nos últimos anos o curtimento vegetal tornou-se uma alternativa mais viável em relação aos aspec-tos econômicos, sociais e ambien-tais, devido à legislação ambiental mais rígida, despertando o interes-se da indústria coureira de forma a realizar processos com menor dano possível ao meio ambiente.

Os taninos são polifenois de alto peso molecular entre 500 e 3000 g/Mol, sendo que sua ação curtente depende da sua massa molecular e do numero de Gru-pos Fenólicos. O tanino reage com o colágeno através de liga-ções hidrogeniônicas, onde o pH de curtimento varia de 4,2 a 5,2.

Uma vez que os taninos difundi-ram para dentro das micro fibrilas da pele, vai ocorrer a reação de-les com o colágeno. Na verdade, a reação se dá através de pontes de hidrogênio entre as hidroxilas fenólicas do tanino e o oxigênio dos grupos carboamídicos do co-lágeno. Mesmo que ligações por pontes de hidrogênio não sejam fortes, o grande número delas é que proporciona a estabilização da estrutura do colágeno.

2.2.1 Taninos Hidrolisáveis ou Pirogálicos

São ésteres formados por fenóis e/ou ácidos fenóis-carboxilicos.

Subdividem-se em dois grupos: Taninos Gálicos (Liberam Ácido

Tanino de Cinnamomum (extrato líquido) Base úmida Base seca

Tanantes 0,28% 56%

não Tanantes 0,12% 24%

sólidos solúveis 0,4% 80%

sólidos insolúveis 0,1% -

ph do líquido tanante 5,0 -

Matéria-prima: Pele piquelada Espessura: integralPeso: 8Kg Artigo: napa Bolsa

Kg ou l Produtos °C min ph Observações270g Auxiliar de dispersão para vegetal1,5l Tanino de Cinnamomum 60

1l Tanino de Cinnamomum100g Tanino de Cinnamomum em pó16g seqüestrante de Ferro 40

100g Tanino de Cinnamomum em pó120g Auxiliar de dispersão para vegetal80g Óleo animal sulfitado 60

1,5l Tanino de Cinnamomum300g Auxiliar de dispersão para vegetal 120

16g seqüestrante de Ferro1l Tanino de Cinnamomum

120g Auxiliar de dispersão para vegetal80g Óleo animal sulfitado16g Fungicida 120 3,8 Bé 6

Teste de retração a 65°C

lavar/Esgotar/Cavaletar1,5l Tanino de Cinnamomum

Auxiliar de Atravessamento e fixação 60Esgotar/lavar/Cavaletar/Estirar e Enxugar/

Rebaixar

A canela é normalmente utilizada como tempero na culinária, nas bebidas, na cosmética, perfumes e sabonetes. Na medicina é conhecida por suas funções terapêuticas, por reduzir significativamente o açúcar no sangue, melhorar a taxa de colesterol (LDL e triglicerídeos) e também o chá é indicado para diabéticos (Segundo a Associação de Medicamentos dos Estados Unidos - USDA).

2.2 Taninos

São misturas de derivados de ácidos poli-hidróxi benzóicos.

O tanino é uma substancia complexa, solúvel em água e adstringente, contida em certos vegetais que se caracteriza pela propriedade de coagular albuminas e transformar a pele em couro.

O curtimento vegetal vem sendo utilizado pelo homem desde a pré-história para preservar as peles e transformá-las em couro. Isto era feito em fossas ou tanques escavados no solo onde era adicionado um pouco de água e material tanante junto às peles.

Nos últimos anos o curtimento vegetal tornou-se uma alternativa mais viável em relação aos aspectos econômicos, sociais e ambientais, devido à legislação ambiental mais rígida, despertando o interesse da indústria coureira de forma a realizar processos com menor dano possível ao meio ambiente.

Os taninos são polifenois de alto peso molecular entre 500 e 3000 g/Mol, sendo que sua ação curtente depende da sua massa molecular e do numero de Grupos Fenólicos. O tanino reage com o colágeno através de ligações hidrogeniônicas, onde o pH de curtimento varia de 4,2 a 5,2.

Uma vez que os taninos difundiram para dentro das micro fibrilas da pele, vai ocorrer a reação deles com o colágeno. Na verdade, a reação se dá através de pontes de hidrogênio entre as hidroxilas fenólicas do tanino e o oxigênio dos grupos carboamídicos do colágeno. Mesmo que ligações por pontes de hidrogênio não sejam fortes, o grande número delas é que proporciona a estabilização da estrutura do colágeno.

2.2.1 Taninos Hidrolisáveis ou Pirogálicos

São ésteres formados por fenóis e/ou ácidos fenóis-carboxilicos.

Subdividem-se em dois grupos: Taninos Gálicos (Liberam Ácido Gálico na hidrolise) e Taninos Elágicos (Liberam Ácido Elágico na hidrolise).

Principais características dos Taninos Hidrolisáveis:

Apresentam altas concentrações de ácidos, penetração lenta no couro, coloração que varia de marrom amarelado até marrom, boa solidez a luz, baixa estabilidade aos microorganismos.

2.2.2Taninos Condensados ou Catequínicos

São compostos Flavanóides e apresentam composição química complexa; estrutura básica dos taninos condensáveis é o Flavan – 3 – ol. Taninos Catequínicos são taninos polimerizados.

Principais características dos Taninos Condensados ou Catequínicos:

Apresentam estabilidade elevada a hidrólises de microorganismos, baixa concentração de ácidos, deposição de flobafenos, elevada velocidade de penetração, coloração que varia de róseo até marrom avermelhado e uma menos solidez a luz.

3. Metodologia

O experimento foi conduzido no Centro Tecnológico do Couro - SENAI, localizado na cidade de Estância Velha, estado do Rio Grande do Sul, Brasil. No período de maio a setembro de 2010.

3.1 Extração do Tanino

Para a realização da extração do tanino de canela (Cinnamomum), foi utilizado um sistema similar ao utilizado nas indústrias de tanino, ou seja, este foi obtido pela lixiviação aquosa das porções de canela moída (vegetal tanífero), colocada em equipamentos que fazem circular o extrato aquecido em contracorrente com o material extraível estacionário.

3.1.1 Ensaios químicos

Subdividem-se em dois grupos: Taninos Gálicos (Liberam Ácido Gálico na hidrolise) e Taninos Elágicos (Liberam Ácido Elágico na hidrolise).

Principais características dos Taninos Hidrolisáveis:

Apresentam altas concentrações de ácidos, penetração lenta no couro, coloração que varia de marrom amarelado até marrom, boa solidez a luz, baixa estabilidade aos microorganismos.

2.2.2Taninos Condensados ou Catequínicos

São compostos Flavanóides e apresentam composição química complexa; estrutura básica dos taninos condensáveis é o Flavan – 3 – ol. Taninos Catequínicos são taninos polimerizados.

Principais características dos Taninos Condensados ou Catequínicos:

Apresentam estabilidade elevada a hidrólises de microorganismos, baixa concentração de ácidos, deposição de flobafenos, elevada velocidade de penetração, coloração que varia de róseo até marrom avermelhado e uma menos solidez a luz.

3. Metodologia

O experimento foi conduzido no Centro Tecnológico do Couro - SENAI, localizado na cidade de Estância Velha, estado do Rio Grande do Sul, Brasil. No período de maio a setembro de 2010.

3.1 Extração do Tanino

Para a realização da extração do tanino de canela (Cinnamomum), foi utilizado um sistema similar ao utilizado nas indústrias de tanino, ou seja, este foi obtido pela lixiviação aquosa das porções de canela moída (vegetal tanífero), colocada em equipamentos que fazem circular o extrato aquecido em contracorrente com o material extraível estacionário.

3.1.1 Ensaios químicos

de aos microorganismos. 2.2.2Taninos Condensados ou

Catequínicos São compostos Flavanóides e

apresentam composição química complexa; estrutura básica dos taninos condensáveis é o Flavan – 3 – ol. Taninos Catequínicos são taninos polimerizados.

Principais características dos Tani-nos Condensados ou Catequínicos:

Apresentam estabilidade ele-vada a hidrólises de microorga-nismos, baixa concentração de ácidos, deposição de flobafenos, elevada velocidade de penetração, coloração que varia de róseo até marrom avermelhado e uma me-nos solidez a luz.

3. MetodologiaO experimento foi conduzido

no Centro Tecnológico do Cou-ro - SENAI, localizado na cidade

de Estância Velha, estado do Rio Grande do Sul, Brasil. No período de maio a setembro de 2010.

3.1 Extração do TaninoPara a realização da extração do

tanino de canela (Cinnamomum), foi utilizado um sistema similar ao utilizado nas indústrias de tanino, ou seja, este foi obtido pela lixivia-ção aquosa das porções de canela moída (vegetal tanífero), coloca-da em equipamentos que fazem circular o extrato aquecido em contracorrente com o material extraível estacionário.

3.1.1 Ensaios químicos A partir dos resultados analíti-

cos, comprovamos a possibilidade de realizar o curtimento vegetal com Tanino de Cinnamomum, ex-traído da casca da caneleira.

3.2 Curtimento com Tanino de Cinnamomum (extrato líquido).

O processo de curtimento foi realizado em um meio de pele piquelada de espessura integral, seguido pelas etapas de descan-so, enxugamento, rebaixamento, acabamento molhado, pré-acaba-mento e acabamento, conforme formulação abaixo.

Depois de rebaixado, o couro foi recurtido, somente com tanino de Cinnamomum líquido e um au-xiliar de atravessamento e fixação.

O couro atanado produzido foi estirado e colocado para secar du-rante 24 horas no túnel de secagem. Após, aplicada uma fina camada de caseína na superfície do couro e óleo no carnal, para proporcionar um toque mais agradável ao artigo. O mesmo foi disposto por um mi-nuto no vácuo seco, amaciado e em seguida, utilizou-se a chapa lisa para evidenciar o brilho que o curtimen-to vegetal proporciona.

3.3 Ensaio Físico-mecânicoRealizou-se o teste de solidez

a luz conforme EN ISO 105-B02

TECnologIATECnologIA

Gálico na hidrolise) e Taninos Elá-gicos (Liberam Ácido Elágico na hidrolise).

Principais características dos Ta-ninos Hidrolisáveis:

Apresentam altas concentra-ções de ácidos, penetração lenta no couro, coloração que varia de marrom amarelado até marrom, boa solidez a luz, baixa estabilida-

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/ 2002. Apresentando resultado grau 3 na escala de Cinzas.

4. Resultados e discussão: Ao término do processamento

do couro o mesmo apresentou, co-loração clara, toque agradável, bom enchimento, boa gravabilidade, boa compactação de fibras, resultando em um couro de flor firme.

Observou-se também que o couro produzido com tanino de Cinnamomum tem certa resistên-cia ao ataque fúngico, pois o mes-mo estava disposto com outros couros contaminados com fungos e não apresentou evidência de ataque fúngico. A partir deste fato iniciou-se uma pesquisa sobre o poder fungicida da Canela.

Segundo ANGLE et al., 1982; DHINGRA; COELHO NETO, 1998, a canela possui ação medi-cinal fungicida, por possuir em sua casca um óleo que inibe o ataque de alguns fungos dos gêneros As-pergillus, Fusarium e Penicillium. Sendo este fato um diferencial inovador em relação aos demais curtentes vegetais.

Portanto verificou-se a possibi-lidade do curtimento de couros com extrato vegetal de canela, sendo que este proporcionou ao couro características positivas e se assemelha ao curtimento com ou-tros tipos de taninos já existentes.

5. Considerações FinaisVisto que taninos vegetais são

materiais biodegradáveis, que não agridem o meio ambiente, couros curtidos com agentes vegetais apresentam características mais absorventes e mais transpiráveis que couros curtidos com metais.

O projeto viabiliza a possibi-lidade de realizar o processo de curtimento e recurtimento de couros, com menor impacto am-biental tendo como matéria prima

um vegetal tanífero originado de uma fonte renovável.

O trabalho terá continuidade neste ano de 2011, com enfoque nas áreas de processo (poder fun-gicida), moda e marketing sensorial.

6. Referências VIEGAS, E.C.; SOARES, A.; CAR-

MO, M.G.F.; ROSSETTO, C.A.V. Toxicidade de óleos essenciais de alho e casca de canela contra fun-gos do grupo

Aspergillus flavus. Horticultura Brasileira, Brasília, v.23, n.4, p.915-919, out-dez 2005.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Canela Disponível em 12/09/10,

Auxiliar de Atravessamento e fixação 60 Esgotar/Lavar/Cavaletar/Estirar e

Enxugar/Rebaixar

Depois de rebaixado, o couro foi recurtido, somente com tanino de Cinnamomum líquido e um auxiliar de atravessamento e fixação.

Figura 3 - Couro Recurtido (Fonte a autora)

O couro atanado produzido foi estirado e colocado para secar durante 24 horas no túnel de secagem. Após, aplicada uma fina camada de caseína na superfície do couro e óleo no carnal, para proporcionar um toque mais agradável ao artigo. O mesmo foi disposto por um minuto no vácuo seco, amaciado e em seguida, utilizou-se a chapa lisa para evidenciar o brilho que o curtimento vegetal proporciona.

Figura 4 - Couro Acabado (Fonte a autora)

3.3 Ensaio Físico-mecânico Realizou-se o teste de solidez a luz conforme EN ISO 105-B02 / 2002. Apresentando resultado

grau 3 na escala de Cinzas.

4. Resultados e discussão:

Ao término do processamento do couro o mesmo apresentou, coloração clara, toque agradável, bom enchimento, boa gravabilidade, boa compactação de fibras, resultando em um couro de flor firme.

Observou-se também que o couro produzido com tanino de Cinnamomum tem certa

resistência ao ataque fúngico, pois o mesmo estava disposto com outros couros contaminados com

Auxiliar de Atravessamento e fixação 60 Esgotar/Lavar/Cavaletar/Estirar e

Enxugar/Rebaixar

Depois de rebaixado, o couro foi recurtido, somente com tanino de Cinnamomum líquido e um auxiliar de atravessamento e fixação.

Figura 3 - Couro Recurtido (Fonte a autora)

O couro atanado produzido foi estirado e colocado para secar durante 24 horas no túnel de secagem. Após, aplicada uma fina camada de caseína na superfície do couro e óleo no carnal, para proporcionar um toque mais agradável ao artigo. O mesmo foi disposto por um minuto no vácuo seco, amaciado e em seguida, utilizou-se a chapa lisa para evidenciar o brilho que o curtimento vegetal proporciona.

Figura 4 - Couro Acabado (Fonte a autora)

3.3 Ensaio Físico-mecânico Realizou-se o teste de solidez a luz conforme EN ISO 105-B02 / 2002. Apresentando resultado

grau 3 na escala de Cinzas.

4. Resultados e discussão:

Ao término do processamento do couro o mesmo apresentou, coloração clara, toque agradável, bom enchimento, boa gravabilidade, boa compactação de fibras, resultando em um couro de flor firme.

Observou-se também que o couro produzido com tanino de Cinnamomum tem certa

resistência ao ataque fúngico, pois o mesmo estava disposto com outros couros contaminados com

Figura 3 - Couro Recurtido (Fonte a autora)

Figura 4 - Couro Acabado (Fonte a autora)

acessado as 18hs00min.http://www.portalsaofrancisco.

com.br/alfa/canela/canela.php Dis-ponível em 12/09/2010, acessado as 18hs40min.

http://www.sensibilidadeesabor.com.br/canela.html Disponível em12/09/2010, acessado as 19hs-15min.

http://revistagloborural.glo-bo.com/GloboRural/0,6993,EEC1702239-4529,00.html Dispo-nível em 12/09/2010, acessado as 20hs30min.

TECnologIA TECnologIA

RESUMONeste estudo observou-se a

capacidade de atravessamento e fixação do sal de cromo na pele, a partir das quantidades de dois sais mascarantes, formiato e ftalato de sódio num processo de curtimento mascarado sem a realização de píquel tradicio-nal, cujo objetivo foi determinar para cada tipo de sal mascarante utilizado, a quantidade a ser apli-cada, para que se obtenha a má-xima fixação dos sais de cromo na pele, reduzindo, assim, a possi-bilidade de geração de cromo VI e a quantidade de contaminantes nos banhos residuais de curti-mento. Realizaram-se três testes de aplicação em fulão, utilizando--se como sal mascarante o for-miato de sódio, nas quantidades estequiométricas de 0,50, 0,75 e 1 mol de mascarante por mol de Cr2O3 ofertado e outros três utilizando-se como sal masca-rante o ftalato de sódio, também nas quantidades de 0,50, 0,75 e 1 mol de mascarante por mol de Cr2O3. Os melhores resultados foram obtidos nos testes com 0,50 mol de mascarante / mol de Cr2O3, onde o teor de Cr2O3 to-tal com formiato de sódio ficou em 4,40% e com ftalato de sódio em 4,56%, o teor de Cr2O3 so-

lúvel, com formiato de só-dio ficou em 0,42% e com ftalato de sódio em 0,38%, o teor de Cr2O3 fixado, de-terminado por diferença entre o total e o solúvel, com formiato de sódio fi-cou em 3,98% e com fta-lato de sódio em 4,18%, apresentando uma eficiên-cia de fixação de Cr2O3 da ordem de 90%.

Palavras-Chave: Curti-mento Mascarado, Cromo VI, Cr2O3 fixado, Cr2O3 so-lúvel.

1 INTRODUÇÃOUma das etapas mais im-

portantes na transforma-ção das peles em couros é a etapa de curtimento. No processo de curtimento, os produtos curtentes mais utilizados são os sais de cromo, cuja função é tor-nar a pele imputrescível e aumentar sua estabilidade hidrotérmica.

Da oferta total de sal de cromo, em um processo de curtimento, uma parte se fixa nas fibras da pele e ou-tra parte fica residual nos banhos de curtimento e depositada entre as fibras,

Influência de Agentes Mascarantes Orgânicos no

Processo de Curtimento com Sais de Cromo

Neimar Barronio e Marina Vergílio MoreiraCentro Tecnológico do Couro SENAI RS – Estância Velha,

Rio Grande do Sul, Brasil.

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gerando uma redução na eficiên-cia do processo de curtimento, um grande impacto ambiental pela geração de efluentes líqui-dos com elevada concentração de poluentes e um risco de oxi-dação do cromo III não fixado a cromo VI, durante as etapas que se sucedem. A quantidade de sal de cromo residual varia de acor-do com as condições e com o tipo de processo empregado.

Para favorecer a absor-ção dos sais de cromo pela pele pode-se utilizar o processo de curtimento mascarado, através do qual se realiza a adição de sais mascarantes juntamente com os sais de cromo, os quais alteram a reatividade dos sais de cromo frente à pele.

A quantidade de sal mascaran-te a ser utilizada está diretamen-te relacionada à quantidade de sal de cromo ofertada e a mesma pode ser determinada através de cálculos estequiométricos.

O uso de sais mascarantes em excesso, por sua vez, pode dificul-tar a fixação dos sais de cromo nas fibras da pele e, conforme visto anteriormente, os sais de cromo não fixados podem sofrer oxidação nas etapas de acaba-mento molhado proporcionando a geração de cromo VI nos cou-ros, que é bastante nocivo à saú-de e constitui-se uma das subs-tâncias restritas em couro.

Durante o estudo observou--se a capacidade de atravessa-mento e fixação do sal de cro-mo na pele, a partir do tipo e das quantidades de sais masca-rantes ofertadas, num processo de curtimento mascarado sem a realização de píquel tradicio-nal, cujo objetivo foi determinar para cada tipo de sal mascarante utilizado no estudo, a quantidade

que deve ser aplicada, para que se obtenha a máxima fixação dos sais de cromo na pele, reduzindo, assim, a possibilidade de geração de cromo VI nas etapas que se sucedem e a quantidade de con-taminantes nos banhos residuais de curtimento.

2 REvISãO BIBLIOGRÁ-FICA

2.1 Reação dos Sais de Cromo com o Colagênio

A reatividade do cromo com a pele é afetada pelo pH da pele e pela basicidade do curtente. Estes aspectos devem ser con-trolados durante o processo, que ocorre em duas etapas. Ini-cialmente ocorre a difusão do sal de cromo para o interior da fibra e posteriormente a fixação do mesmo.

Durante o curtimento o com-plexo de cromo sofre modifica-ções em sua estrutura. Inicial-mente o sal de cromo não tem reatividade com a pele, possuin-do maior velocidade de difusão. Após a penetração em toda a espessura da pele, inicia-se o au-mento da alcalinidade (pH) e da temperatura, fazendo com que o complexo de cromo reaja com a estrutura protéica, promoven-do o curtimento (FLÔRES et al., 1997).

2.2 Processos de Curti-mento com Alto Nível de Esgotamento

Num processo de curtimento tradicional a quantidade de cur-tente fixado ao couro é parcial em relação ao total ofertado. O cromo não fixado permanece no banho residual, o que aumenta ainda mais o impacto ambiental e econômico desta etapa. Com o

intuito de se reduzir esses efeitos utilizam-se processos denomina-dos de alto nível de esgotamento que permitem maior fixação do cromo no couro, reduzindo as-sim sua concentração no banho residual.

A proposta do processo de alto esgotamento consiste, basi-camente, na utilização de com-postos que modifiquem a estru-tura protéica ou que alterem a reatividade do curtente (PA-CHECO, 2005).

2.2.1 Curtimento Mascarado

A proposta de alto esgotamen-to do cromo baseada no empre-go de compostos que alteram a reatividade do curtente é deno-minada de mascaramento.

O mascaramento dos sais de cromo consiste na substituição parcial dos grupos aquosos des-se sal por grupos ácidos, que têm maior tendência a formar com-plexo.

Os agentes mascarantes podem ser orgânicos, tais como o for-miato de sódio, acetato de sódio, ftalato de sódio, oxalato de sódio ou inorgânicos tais como, sulfito de sódio, silicatos e polifosfatos de sódio.

O complexo mascarado tem sua reatividade frente ao colagê-nio diminuída, favorecendo a di-fusão e a distribuição do mesmo no interior da pele (HOINACKI et al., 1994).

3 METODOLOGIAO estudo desenvolvido foi do

tipo experimental, segundo o qual se determinou como objeto de estudo a capacidade de atra-vessamento e fixação dos sais de cromo no curtimento mas-carado sem píquel tradicional,

selecionando-se como variáveis capazes de influenciá-lo o tipo e as quantidades de sais mascaran-tes ofertadas e definindo como formas de controle e observa-ção o teor de Cr

2O3 nos banhos residuais de curtimento e a Cifra Diferencial, o teor de Cr2O3 to-tal e o teor de Cr2O3 solúvel nos couros wet-blue produzidos.

Para o desenvolvimento do estudo foram realizados testes de aplicação em fulão e análi-ses químicas dos banhos residu-ais de curtimento e dos couros wet-blue no Laboratório de Pes-quisa do Centro Tecnológico do Couro SENAI RS.

3.1 Procedimento Experi-mental

Segundo Hoinacki (1989), os sais mascarantes são utilizados na proporção de 0,5 a 1 mol de mascarante para cada mol de Cr2O3 ofertado. Com o objeti-vo de se estudar esta indicação, foram realizados três testes de aplicação em fulão, utilizando-se como sal mascarante o formiato de sódio, nas quantidades este-quiométricas de 0,50, 0,75 e 1 mol de mascarante por mol de Cr2O3 ofertado e outros três testes de aplicação utilizando-se como sal mascarante o ftalato de sódio, também nas quantida-des estequiométricas de 0,50, 0,75 e 1 mol de mascarante por mol de Cr2O3 ofertado.

Cada teste de aplicação foi re-

Figura 3.1: Fluxograma dos testes de aplicação.Fonte: O autor.

A figura 3.1 apresenta o fluxograma seguido nos testes de aplicação.

Peles Caleiradas(espessura integral)

DesencalagemQuímica

Purga

Lavagens da Purga

Condicionamento

Curtimento aoCromo Mascarado

comFormiato de Sódio

Couros Wet-Blue(espessura integral)

Lavagem

Água

Tensoativo

Sulfato de Amônio

Enzima Pancreática

Água

Água (2 x)

ÁguaCloreto de Sódio

AlvejanteÁcido Fórmico

Curtimento aoCromo Mascarado

comFtalato de Sódio

Couros Wet-Blue(espessura integral)

Ácido Lático

ÁguaTensoativo

Sulfato de AmônioCloreto de Sódio

Fungicida

Formiato de SódioSal de Cromo

Basificante (MgO)Água

Fungicida

Ftalato de SódioSal de Cromo

Basificante (MgO)Água

Figura 3.1: Fluxograma dos testes de aplicação.

Fonte: O autor.

Para a determinação da oferta percentual dos sais mascarantes foram feitos cálculos estequiométricos sobre a oferta de sal de cromo e os resultados obtidos encontram-se na tabela 3.1. Tabela 3.1: Porcentagem de sal mascarante ofertada em cada experimento

Experimentos % de Sal Mascarante % de Formiato de Sódio % de Ftalato de Sódio

1 mol de mascarante – 1 mol de Cr2O3 0,70 2,16 0,75 mol de mascarante – 1 mol de Cr2O3 0,52 1,62 0,50 mol de mascarante – 1 mol de Cr2O3 0,35 1,08

Fonte: O autor. 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO 4.1 Monitoramento do pH do banho durante os testes de aplicação A tabela 4.1 apresenta os resultados de monitoramento do pH do banho, a partir da etapa de condicionamento, a fim de se ter uma melhor avaliação da atuação dos sais mascarantes durante os testes de aplicação.

A figura 3.1 apresenta o fluxograma seguido nos testes de aplicação.

Peles Caleiradas(espessura integral)

DesencalagemQuímica

Purga

Lavagens da Purga

Condicionamento

Curtimento aoCromo Mascarado

comFormiato de Sódio

Couros Wet-Blue(espessura integral)

Lavagem

Água

Tensoativo

Sulfato de Amônio

Enzima Pancreática

Água

Água (2 x)

ÁguaCloreto de Sódio

AlvejanteÁcido Fórmico

Curtimento aoCromo Mascarado

comFtalato de Sódio

Couros Wet-Blue(espessura integral)

Ácido Lático

ÁguaTensoativo

Sulfato de AmônioCloreto de Sódio

Fungicida

Formiato de SódioSal de Cromo

Basificante (MgO)Água

Fungicida

Ftalato de SódioSal de Cromo

Basificante (MgO)Água

Figura 3.1: Fluxograma dos testes de aplicação.

Fonte: O autor.

Para a determinação da oferta percentual dos sais mascarantes foram feitos cálculos estequiométricos sobre a oferta de sal de cromo e os resultados obtidos encontram-se na tabela 3.1. Tabela 3.1: Porcentagem de sal mascarante ofertada em cada experimento

Experimentos % de Sal Mascarante % de Formiato de Sódio % de Ftalato de Sódio

1 mol de mascarante – 1 mol de Cr2O3 0,70 2,16 0,75 mol de mascarante – 1 mol de Cr2O3 0,52 1,62 0,50 mol de mascarante – 1 mol de Cr2O3 0,35 1,08

Fonte: O autor. 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO 4.1 Monitoramento do pH do banho durante os testes de aplicação A tabela 4.1 apresenta os resultados de monitoramento do pH do banho, a partir da etapa de condicionamento, a fim de se ter uma melhor avaliação da atuação dos sais mascarantes durante os testes de aplicação.

alizado sobre um meio caleirado com espessura integral, utilizan-do-se ainda como base para a realização dos testes de aplica-ção a técnica de meios gêmeos, isto é, meios de uma mesma pele.

O processo aplicado sobre

cada meio foi desenvolvido de forma a eliminar o processo de píquel tradicional, o qual faz uso de ácido sulfúrico, substituindo--se por uma etapa denominada de condicionamento ácido da pele, cujo objetivo é diminuir a

Tabela 3.1: Porcentagem de sal mascarante ofertada em cada experimento

Fonte: O autor.

TECnologIATECnologIA

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resistência externa da pele à pe-netração do sal de cromo mas-carado.

Dessa forma os testes de apli-cação foram compostos pelas seguintes etapas: Desencalagem, Purga, Condicionamento e Cur-timento Mascarado, sendo que as diferenças no processamento foram introduzidas somente na etapa de curtimento mascarado, onde sobre os meios esquerdos foi aplicado o formiato de sódio como agente mascarante e sobre

Tabela 4.1: pH do banho ao longo dos testes de aplicaçãoFonte: O autor.

Tabela 4.2: Resultados obtidos para a cifra diferencial

Fonte: O autor.

Fonte: O autor.

Tabela 4.1: pH do banho ao longo dos testes de aplicação

Testes de Aplicação Etapas

1 – Após Condicionamento

2 – Após Atravessamento do Cromo 3 – Final

1 mol de formiato de sódio / mol de Cr2O3 3,13 2,98 4,02 1 mol de ftalato de sódio / mol de Cr2O3 3,16 2,00 3,49

0,75 mol de formiato de sódio / mol de Cr2O3 3,06 3,23 3,57 0,75 mol de ftalato de sódio / mol de Cr2O3 3,09 2,38 3,11 0,50 mol de formiato de sódio / mol de Cr2O3 3,16 3,01 3,52 0,50 mol de ftalato de sódio / mol de Cr2O3 3,15 2,38 3,19

Fonte: O autor. A partir da análise dos resultados obtidos no monitoramento do pH do banho durante os testes de aplicação, observa-se, de uma forma geral, que o pH do banho após a etapa de condicionamento situa-se entre 3,06 e 3,16, em todos os testes realizados. Esses valores são considerados adequados para o início da etapa de atravessamento do cromo, uma vez que os processos utilizados fazem uso de dois agentes mascarantes, formiato de sódio e ftalato de sódio, os quais diminuem a reatividade do sal de cromo com a pele, permitindo assim a sua difusão até o interior da mesma. Após a adição do agente mascarante e atravessamento do cromo observa-se uma redução no pH dos banhos em todos os testes, sendo que naqueles onde se utilizou o ftalato de sódio como agente mascarante esta redução foi maior, consequentemente no final do curtimento, em todos os testes com a utilização do ftalato de sódio o pH final do processo de curtimento foi mais baixo. A partir desta observação acredita-se que nos processos onde ocorre a aplicação de ftalato de sódio como agente mascarante, pode-se trabalhar com um pH um pouco mais elevado, após a etapa de condicionamento. 4.2 Resultados das Análises Físico-Químicas dos Testes de Aplicação 4.2.1 Cifra Diferencial Os resultados obtidos para a cifra diferencial estão apresentados na tabela 4.2. Tabela 4.2: Resultados obtidos para a cifra diferencial

Testes de Aplicação Cifra Diferencial (CD) 1 mol de formiato de sódio / mol de Cr2O3 0,44 1 mol de ftalato de sódio / mol de Cr2O3 0,47

0,75 mol de formiato de sódio / mol de Cr2O3 0,47 0,75 mol de ftalato de sódio / mol de Cr2O3 0,57 0,50 mol de formiato de sódio / mol de Cr2O3 0,47 0,50 mol de ftalato de sódio / mol de Cr2O3 0,58

Fonte: O autor. O gráfico 4.1 estabelece uma comparação entre as ofertas dos sais mascarantes, em cada

teste de aplicação, no que diz respeito à cifra diferencial dos couros.

1 2 30

0,2

0,4

0,6

0,8

1

Testes de Aplicação

Cifr

a D

ifere

ncia

l

1 mol de formiato de sódio / mol de Cr2O3 1 mol de ftalato de sódio / mol de Cr2O30,75 mol de formiato de sódio / mol de Cr2O3 0,75 mol de ftalato de sódio / mol Cr2O30,50 mol de formiato de sódio / mol de Cr2O3 0,50 mol de ftalato de sódio / mol de Cr2O3

Gráfico 4.1: Cifra Diferencial dos couros, conforme tipo e quantidade de sal mascarante ofertada. Fonte: O autor.

Tabela 4.1: pH do banho ao longo dos testes de aplicação

Testes de Aplicação Etapas

1 – Após Condicionamento

2 – Após Atravessamento do Cromo 3 – Final

1 mol de formiato de sódio / mol de Cr2O3 3,13 2,98 4,02 1 mol de ftalato de sódio / mol de Cr2O3 3,16 2,00 3,49

0,75 mol de formiato de sódio / mol de Cr2O3 3,06 3,23 3,57 0,75 mol de ftalato de sódio / mol de Cr2O3 3,09 2,38 3,11 0,50 mol de formiato de sódio / mol de Cr2O3 3,16 3,01 3,52 0,50 mol de ftalato de sódio / mol de Cr2O3 3,15 2,38 3,19

Fonte: O autor. A partir da análise dos resultados obtidos no monitoramento do pH do banho durante os testes de aplicação, observa-se, de uma forma geral, que o pH do banho após a etapa de condicionamento situa-se entre 3,06 e 3,16, em todos os testes realizados. Esses valores são considerados adequados para o início da etapa de atravessamento do cromo, uma vez que os processos utilizados fazem uso de dois agentes mascarantes, formiato de sódio e ftalato de sódio, os quais diminuem a reatividade do sal de cromo com a pele, permitindo assim a sua difusão até o interior da mesma. Após a adição do agente mascarante e atravessamento do cromo observa-se uma redução no pH dos banhos em todos os testes, sendo que naqueles onde se utilizou o ftalato de sódio como agente mascarante esta redução foi maior, consequentemente no final do curtimento, em todos os testes com a utilização do ftalato de sódio o pH final do processo de curtimento foi mais baixo. A partir desta observação acredita-se que nos processos onde ocorre a aplicação de ftalato de sódio como agente mascarante, pode-se trabalhar com um pH um pouco mais elevado, após a etapa de condicionamento. 4.2 Resultados das Análises Físico-Químicas dos Testes de Aplicação 4.2.1 Cifra Diferencial Os resultados obtidos para a cifra diferencial estão apresentados na tabela 4.2. Tabela 4.2: Resultados obtidos para a cifra diferencial

Testes de Aplicação Cifra Diferencial (CD) 1 mol de formiato de sódio / mol de Cr2O3 0,44 1 mol de ftalato de sódio / mol de Cr2O3 0,47

0,75 mol de formiato de sódio / mol de Cr2O3 0,47 0,75 mol de ftalato de sódio / mol de Cr2O3 0,57 0,50 mol de formiato de sódio / mol de Cr2O3 0,47 0,50 mol de ftalato de sódio / mol de Cr2O3 0,58

Fonte: O autor. O gráfico 4.1 estabelece uma comparação entre as ofertas dos sais mascarantes, em cada

teste de aplicação, no que diz respeito à cifra diferencial dos couros.

1 2 30

0,2

0,4

0,6

0,8

1

Testes de Aplicação

Cifr

a D

ifere

ncia

l

1 mol de formiato de sódio / mol de Cr2O3 1 mol de ftalato de sódio / mol de Cr2O30,75 mol de formiato de sódio / mol de Cr2O3 0,75 mol de ftalato de sódio / mol Cr2O30,50 mol de formiato de sódio / mol de Cr2O3 0,50 mol de ftalato de sódio / mol de Cr2O3

Gráfico 4.1: Cifra Diferencial dos couros, conforme tipo e quantidade de sal mascarante ofertada. Fonte: O autor.

Tabela 4.1: pH do banho ao longo dos testes de aplicação

Testes de Aplicação Etapas

1 – Após Condicionamento

2 – Após Atravessamento do Cromo 3 – Final

1 mol de formiato de sódio / mol de Cr2O3 3,13 2,98 4,02 1 mol de ftalato de sódio / mol de Cr2O3 3,16 2,00 3,49

0,75 mol de formiato de sódio / mol de Cr2O3 3,06 3,23 3,57 0,75 mol de ftalato de sódio / mol de Cr2O3 3,09 2,38 3,11 0,50 mol de formiato de sódio / mol de Cr2O3 3,16 3,01 3,52 0,50 mol de ftalato de sódio / mol de Cr2O3 3,15 2,38 3,19

Fonte: O autor. A partir da análise dos resultados obtidos no monitoramento do pH do banho durante os testes de aplicação, observa-se, de uma forma geral, que o pH do banho após a etapa de condicionamento situa-se entre 3,06 e 3,16, em todos os testes realizados. Esses valores são considerados adequados para o início da etapa de atravessamento do cromo, uma vez que os processos utilizados fazem uso de dois agentes mascarantes, formiato de sódio e ftalato de sódio, os quais diminuem a reatividade do sal de cromo com a pele, permitindo assim a sua difusão até o interior da mesma. Após a adição do agente mascarante e atravessamento do cromo observa-se uma redução no pH dos banhos em todos os testes, sendo que naqueles onde se utilizou o ftalato de sódio como agente mascarante esta redução foi maior, consequentemente no final do curtimento, em todos os testes com a utilização do ftalato de sódio o pH final do processo de curtimento foi mais baixo. A partir desta observação acredita-se que nos processos onde ocorre a aplicação de ftalato de sódio como agente mascarante, pode-se trabalhar com um pH um pouco mais elevado, após a etapa de condicionamento. 4.2 Resultados das Análises Físico-Químicas dos Testes de Aplicação 4.2.1 Cifra Diferencial Os resultados obtidos para a cifra diferencial estão apresentados na tabela 4.2. Tabela 4.2: Resultados obtidos para a cifra diferencial

Testes de Aplicação Cifra Diferencial (CD) 1 mol de formiato de sódio / mol de Cr2O3 0,44 1 mol de ftalato de sódio / mol de Cr2O3 0,47

0,75 mol de formiato de sódio / mol de Cr2O3 0,47 0,75 mol de ftalato de sódio / mol de Cr2O3 0,57 0,50 mol de formiato de sódio / mol de Cr2O3 0,47 0,50 mol de ftalato de sódio / mol de Cr2O3 0,58

Fonte: O autor. O gráfico 4.1 estabelece uma comparação entre as ofertas dos sais mascarantes, em cada

teste de aplicação, no que diz respeito à cifra diferencial dos couros.

1 2 30

0,2

0,4

0,6

0,8

1

Testes de Aplicação

Cifr

a D

ifere

ncia

l

1 mol de formiato de sódio / mol de Cr2O3 1 mol de ftalato de sódio / mol de Cr2O30,75 mol de formiato de sódio / mol de Cr2O3 0,75 mol de ftalato de sódio / mol Cr2O30,50 mol de formiato de sódio / mol de Cr2O3 0,50 mol de ftalato de sódio / mol de Cr2O3

Gráfico 4.1: Cifra Diferencial dos couros, conforme tipo e quantidade de sal mascarante ofertada. Fonte: O autor.

os meios direitos o ftalato de só-dio.

A figura 3.1 apresenta o flu-xograma seguido nos testes de aplicação.

Para a determinação da oferta percentual dos sais mascarantes foram feitos cálculos estequio-métricos sobre a oferta de sal de cromo e os resultados obti-dos encontram-se na tabela 3.1.

4 RESULTADOS E DIS-CUSSãO

Gráfico 4.1: Cifra Diferencial dos couros, conforme tipo e quantidade de sal mascarante ofertada.

4.1 Monitoramento do pH do banho durante os testes de aplicação

A tabela 4.1 apresenta os re-sultados de monitoramento do pH do banho, a partir da etapa de condicionamento, a fim de se ter uma melhor avaliação da atu-ação dos sais mascarantes du-rante os testes de aplicação.

A partir da análise dos resul-tados obtidos no monitoramen-

to do pH do banho durante os testes de aplicação, observa-se, de uma forma geral, que o pH do banho após a etapa de con-dicionamento situa-se entre 3,06 e 3,16, em todos os testes rea-lizados. Esses valores são consi-derados adequados para o início da etapa de atravessamento do cromo, uma vez que os proces-sos utilizados fazem uso de dois agentes mascarantes, formiato de sódio e ftalato de sódio, os quais diminuem a reatividade do sal de cromo com a pele, permi-tindo assim a sua difusão até o interior da mesma.

Após a adição do agente masca-rante e atravessamento do cro-

mo observa-se uma redução no pH dos banhos em todos os tes-tes, sendo que naqueles onde se utilizou o ftalato de sódio como agente mascarante esta redução foi maior, consequentemente no final do curtimento, em todos os testes com a utilização do ftalato de sódio o pH final do processo de curtimento foi mais baixo. A partir desta observação acredi-ta-se que nos processos onde ocorre a aplicação de ftalato de sódio como agente mascarante, pode-se trabalhar com um pH um pouco mais elevado, após a etapa de condicionamento.

4.2 Resultados das Análises

Físico-Químicas dos Testes de Aplicação

4.2.1 Cifra Diferencial

Os resultados obtidos para a cifra diferencial estão apresenta-dos na tabela 4.2.

O gráfico 4.1 estabelece uma comparação entre as ofertas dos sais mascarantes, em cada teste de aplicação, no que diz respeito à cifra diferencial dos couros.

Analisando-se os resultados obtidos para a cifra diferencial dos couros observa-se que os mesmos situam-se entre 0,44 e 0,58 e todos os resultados são aceitáveis, pois segundo a NBR 13525:05 a cifra diferencial

Analisando-se os resultados obtidos para a cifra diferencial dos couros observa-se que os mesmos situam-se entre 0,44 e 0,58 e todos os resultados são aceitáveis, pois segundo a NBR 13525:05 a cifra diferencial deve ser inferior a 0,7, mas ao comparar os dois mascarantes verifica-se que, nos testes onde foi aplicado o formiato de sódio os resultados foram melhores. Isso está de acordo com o esperado, pois conforme pode ser observado na tabela 4.1, após a adição do agente mascarante e atravessamento do sal de cromo, em todos os testes onde foi aplicado o ftalato de sódio como sal mascarante, a redução do pH do banho foi maior, consequentemente os couros apresentaram uma cifra diferencial maior. De um modo geral, os resultados obtidos nos testes de aplicação com 1 mol de mascarante / mol de Cr2O3 ofertado, tanto para o formiato de sódio como para o ftalato de sódio, foram os melhores.

4.2.2 Teor de Óxido Crômico (Cr2O3) Total Os resultados obtidos para o teor de Cr2O3 total presente nos couros estão apresentados na tabela 4.3. Tabela 4.3: Resultados obtidos para o teor de Cr2O3 total

Testes de Aplicação % Cr2O3 total 1 mol de formiato de sódio / mol de Cr2O3 4,74 1 mol de ftalato de sódio / mol de Cr2O3 5,10

0,75 mol de formiato de sódio / mol de Cr2O3 4,55 0,75 mol de ftalato de sódio / mol de Cr2O3 4,65 0,50 mol de formiato de sódio / mol de Cr2O3 4,40 0,50 mol de ftalato de sódio / mol de Cr2O3 4,56

Fonte: O autor. O gráfico 4.2 estabelece uma comparação entre as ofertas dos sais mascarantes, em cada

teste de aplicação, no que diz respeito ao teor de Cr2O3 total presente nos couros.

1 2 30,000,501,001,502,002,503,003,504,004,505,005,50

1

Testes de Aplicação

% d

e C

r2O

3 to

tal

1 mol de formiato de sódio / mol de Cr2O3 1 mol de ftalato de sódio / mol de Cr2O30,75 mol de formiato de sódio / mol de Cr2O3 0,75 mol de ftalato de sódio / mol Cr2O30,50 mol de formiato de sódio / mol de Cr2O3 0,50 mol de ftalato de sódio / mol de Cr2O3

Gráfico 4.2: Teor de Cr2O3 total presente nos couros, conforme tipo e quantidade de sal mascarante ofertada. Fonte: O autor.

Analisando-se os resultados obtidos para o teor de Cr2O3 total presente nos couros observa-se que os mesmos situam-se entre 4,40 % e 5,10 % de Cr2O3, em base seca (b.s.). De acordo com a NBR 13525:05 o teor de Cr2O3 total deve ser de no mínimo 3,50 %, logo todos os resultados são aceitáveis, mas ao comparar os dois mascarantes verifica-se que, nos testes onde foi aplicado o ftalato de sódio os resultados foram melhores e ainda quanto maiores foram as ofertas de sal mascarante, maiores foram os teores de Cr2O3 total obtidos.

Analisando-se os resultados obtidos para a cifra diferencial dos couros observa-se que os mesmos situam-se entre 0,44 e 0,58 e todos os resultados são aceitáveis, pois segundo a NBR 13525:05 a cifra diferencial deve ser inferior a 0,7, mas ao comparar os dois mascarantes verifica-se que, nos testes onde foi aplicado o formiato de sódio os resultados foram melhores. Isso está de acordo com o esperado, pois conforme pode ser observado na tabela 4.1, após a adição do agente mascarante e atravessamento do sal de cromo, em todos os testes onde foi aplicado o ftalato de sódio como sal mascarante, a redução do pH do banho foi maior, consequentemente os couros apresentaram uma cifra diferencial maior. De um modo geral, os resultados obtidos nos testes de aplicação com 1 mol de mascarante / mol de Cr2O3 ofertado, tanto para o formiato de sódio como para o ftalato de sódio, foram os melhores.

4.2.2 Teor de Óxido Crômico (Cr2O3) Total Os resultados obtidos para o teor de Cr2O3 total presente nos couros estão apresentados na tabela 4.3. Tabela 4.3: Resultados obtidos para o teor de Cr2O3 total

Testes de Aplicação % Cr2O3 total 1 mol de formiato de sódio / mol de Cr2O3 4,74 1 mol de ftalato de sódio / mol de Cr2O3 5,10

0,75 mol de formiato de sódio / mol de Cr2O3 4,55 0,75 mol de ftalato de sódio / mol de Cr2O3 4,65 0,50 mol de formiato de sódio / mol de Cr2O3 4,40 0,50 mol de ftalato de sódio / mol de Cr2O3 4,56

Fonte: O autor. O gráfico 4.2 estabelece uma comparação entre as ofertas dos sais mascarantes, em cada

teste de aplicação, no que diz respeito ao teor de Cr2O3 total presente nos couros.

1 2 30,000,501,001,502,002,503,003,504,004,505,005,50

1

Testes de Aplicação

% d

e C

r2O

3 to

tal

1 mol de formiato de sódio / mol de Cr2O3 1 mol de ftalato de sódio / mol de Cr2O30,75 mol de formiato de sódio / mol de Cr2O3 0,75 mol de ftalato de sódio / mol Cr2O30,50 mol de formiato de sódio / mol de Cr2O3 0,50 mol de ftalato de sódio / mol de Cr2O3

Gráfico 4.2: Teor de Cr2O3 total presente nos couros, conforme tipo e quantidade de sal mascarante ofertada. Fonte: O autor.

Analisando-se os resultados obtidos para o teor de Cr2O3 total presente nos couros observa-se que os mesmos situam-se entre 4,40 % e 5,10 % de Cr2O3, em base seca (b.s.). De acordo com a NBR 13525:05 o teor de Cr2O3 total deve ser de no mínimo 3,50 %, logo todos os resultados são aceitáveis, mas ao comparar os dois mascarantes verifica-se que, nos testes onde foi aplicado o ftalato de sódio os resultados foram melhores e ainda quanto maiores foram as ofertas de sal mascarante, maiores foram os teores de Cr2O3 total obtidos.

Gráfico 4.2: Teor de Cr2O3 total presente nos couros, conforme tipo e quantidade de sal mascarante ofertada.

Fonte: O autor.

Gráfico 4.3: Teor de Cr2O3 solúvel, conforme tipo e quantidade de sal mascarante ofertada.

Fonte: O autor.

TECnologIATECnologIA

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Revista do Couro | ABQTIC Revista do Couro | ABQTIC

Fonte: O autor.

Gráfico 4.3: Teor de Cr2O3 solúvel, conforme tipo e quantidade de sal mascarante ofertada.

Tabela 4.4: Resultados obtidos para o teor de Cr2O3 solúvelFonte: O autor.

4.2.3 Teor de Óxido Crômico (Cr2O3) Solúvel Os resultados obtidos para o teor de Cr2O3 não ligado nos couros estão apresentados na tabela 4.4. Tabela 4.4: Resultados obtidos para o teor de Cr2O3 solúvel

Testes de Aplicação % Cr2O3 solúvel 1 mol de formiato de sódio / mol de Cr2O3 0,55 1 mol de ftalato de sódio / mol de Cr2O3 0,54

0,75 mol de formiato de sódio / mol de Cr2O3 0,51 0,75 mol de ftalato de sódio / mol de Cr2O3 0,52 0,50 mol de formiato de sódio / mol de Cr2O3 0,42 0,50 mol de ftalato de sódio / mol de Cr2O3 0,38

Fonte: O autor.

O gráfico 4.3 estabelece uma comparação entre as ofertas dos sais mascarantes, em cada teste de aplicação, no que diz respeito ao teor de Cr2O3 não ligado nos couros.

1 2 30,00

0,10

0,20

0,30

0,40

0,50

0,60

1

Testes de Aplicação

% d

e C

r2O

3 so

lúve

l

1 mol de formiato de sódio / mol de Cr2O3 1 mol de ftalato de sódio / mol de Cr2O30,75 mol de formiato de sódio / mol de Cr2O3 0,75 mol de ftalato de sódio / mol Cr2O30,50 mol de formiato de sódio / mol de Cr2O3 0,50 mol de ftalato de sódio / mol de Cr2O3

Gráfico 4.3: Teor de Cr2O3 solúvel, conforme tipo e quantidade de sal mascarante ofertada. Fonte: O autor.

Analisando-se os resultados obtidos para o teor de Cr2O3 não ligado nos couros observa-se que os mesmos situam-se entre 0,38 % e 0,55 % de Cr2O3, em base seca (b.s.), espera-se nesse procedimento de ensaio que os resultados sejam os menores possíveis, uma vez que se busca ao longo do processo de curtimento a maior fixação possível do Cr2O3 ofertado nos couros, sendo assim, ao comparar os dois mascarantes, verifica-se que nos testes onde foi aplicado o ftalato de sódio os resultados foram melhores e ainda quanto menores foram as ofertas de mascarante, menores foram os teores de Cr2O3 não ligado nos couros.

Segundo Hoinacki et al. (1994) o complexo de cromo mascarado, tem sua reatividade frente ao colagênio diminuída, desta forma acredita-se que quanto maiores forem as ofertas de sal mascarante, maiores serão os teores de Cr2O3 não ligado nos couros.

4.2.4 Teor de Óxido Crômico (Cr2O3) Fixado Os resultados obtidos para o teor de Cr2O3 fixado nos couros estão apresentados na tabela 4.5. Estes foram determinados pela diferença existente entre o teor de Cr2O3 total e o teor de Cr2O3 solúvel nos couros.

4.2.3 Teor de Óxido Crômico (Cr2O3) Solúvel Os resultados obtidos para o teor de Cr2O3 não ligado nos couros estão apresentados na tabela 4.4. Tabela 4.4: Resultados obtidos para o teor de Cr2O3 solúvel

Testes de Aplicação % Cr2O3 solúvel 1 mol de formiato de sódio / mol de Cr2O3 0,55 1 mol de ftalato de sódio / mol de Cr2O3 0,54

0,75 mol de formiato de sódio / mol de Cr2O3 0,51 0,75 mol de ftalato de sódio / mol de Cr2O3 0,52 0,50 mol de formiato de sódio / mol de Cr2O3 0,42 0,50 mol de ftalato de sódio / mol de Cr2O3 0,38

Fonte: O autor.

O gráfico 4.3 estabelece uma comparação entre as ofertas dos sais mascarantes, em cada teste de aplicação, no que diz respeito ao teor de Cr2O3 não ligado nos couros.

1 2 30,00

0,10

0,20

0,30

0,40

0,50

0,60

1

Testes de Aplicação

% d

e C

r2O

3 so

lúve

l

1 mol de formiato de sódio / mol de Cr2O3 1 mol de ftalato de sódio / mol de Cr2O30,75 mol de formiato de sódio / mol de Cr2O3 0,75 mol de ftalato de sódio / mol Cr2O30,50 mol de formiato de sódio / mol de Cr2O3 0,50 mol de ftalato de sódio / mol de Cr2O3

Gráfico 4.3: Teor de Cr2O3 solúvel, conforme tipo e quantidade de sal mascarante ofertada. Fonte: O autor.

Analisando-se os resultados obtidos para o teor de Cr2O3 não ligado nos couros observa-se que os mesmos situam-se entre 0,38 % e 0,55 % de Cr2O3, em base seca (b.s.), espera-se nesse procedimento de ensaio que os resultados sejam os menores possíveis, uma vez que se busca ao longo do processo de curtimento a maior fixação possível do Cr2O3 ofertado nos couros, sendo assim, ao comparar os dois mascarantes, verifica-se que nos testes onde foi aplicado o ftalato de sódio os resultados foram melhores e ainda quanto menores foram as ofertas de mascarante, menores foram os teores de Cr2O3 não ligado nos couros.

Segundo Hoinacki et al. (1994) o complexo de cromo mascarado, tem sua reatividade frente ao colagênio diminuída, desta forma acredita-se que quanto maiores forem as ofertas de sal mascarante, maiores serão os teores de Cr2O3 não ligado nos couros.

4.2.4 Teor de Óxido Crômico (Cr2O3) Fixado Os resultados obtidos para o teor de Cr2O3 fixado nos couros estão apresentados na tabela 4.5. Estes foram determinados pela diferença existente entre o teor de Cr2O3 total e o teor de Cr2O3 solúvel nos couros.

deve ser inferior a 0,7, mas ao comparar os dois mascarantes verifica-se que, nos testes onde foi aplicado o formiato de sódio os resultados foram melhores. Isso está de acordo com o es-perado, pois conforme pode ser observado na tabela 4.1, após a adição do agente mascarante e atravessamento do sal de cromo, em todos os testes onde foi apli-cado o ftalato de sódio como sal mascarante, a redução do pH do banho foi maior, consequente-mente os couros apresentaram uma cifra diferencial maior.

De um modo geral, os resulta-dos obtidos nos testes de apli-cação com 1 mol de mascarante / mol de Cr2O3 ofertado, tanto para o formiato de sódio como

para o ftalato de sódio, foram os melhores.

4.2.2 Teor de Óxido Crô-mico (Cr2O3) Total

Os resultados obtidos para o teor de Cr2O3 total presente nos couros estão apresentados na tabela 4.3.

O gráfico 4.2 estabelece uma comparação entre as ofertas dos sais mascarantes, em cada teste de aplicação, no que diz respeito ao teor de Cr2O3 total presente nos couros.

Analisando-se os resultados obtidos para o teor de Cr2O3 to-tal presente nos couros obser-va-se que os mesmos situam-se entre 4,40 % e 5,10 % de Cr2O3,

em base seca (b.s.). De acordo com a NBR 13525:05 o teor de Cr2O3 total deve ser de no mí-nimo 3,50 %, logo todos os re-sultados são aceitáveis, mas ao comparar os dois mascarantes verifica-se que, nos testes onde foi aplicado o ftalato de sódio os resultados foram melhores e ainda quanto maiores foram as ofertas de sal mascarante, maio-res foram os teores de Cr2O3 total obtidos.

4.2.3 Teor de Óxido Crô-mico (Cr2O3) Solúvel

Os resultados obtidos para o teor de Cr2O3 não ligado nos couros estão apresentados na

tabela 4.4.O gráfico 4.3 estabelece uma

comparação entre as ofertas dos sais mascarantes, em cada teste de aplicação, no que diz respeito ao teor de Cr2O3 não ligado nos couros.

Analisando-se os resultados obtidos para o teor de Cr2O3 não ligado nos couros observa--se que os mesmos situam-se entre 0,38 % e 0,55 % de Cr2O3, em base seca (b.s.), espera-se nesse procedimento de ensaio que os resultados sejam os me-nores possíveis, uma vez que se busca ao longo do processo de curtimento a maior fixação pos-sível do Cr2O3 ofertado nos cou-

Tabela 4.5: Resultados obtidos para o teor de Cr2O3 fixado Testes de Aplicação % Cr2O3 fixado

1 mol de formiato de sódio / mol de Cr2O3 4,19 1 mol de ftalato de sódio / mol de Cr2O3 4,56

0,75 mol de formiato de sódio / mol de Cr2O3 4,04 0,75 mol de ftalato de sódio / mol de Cr2O3 4,13 0,50 mol de formiato de sódio / mol de Cr2O3 3,98 0,50 mol de ftalato de sódio / mol de Cr2O3 4,18

Fonte: O autor. O gráfico 4.4 estabelece uma comparação entre as ofertas dos sais mascarantes, em cada

teste de aplicação, no que diz respeito ao teor de Cr2O3 fixado nos couros.

1 2 30,000,400,801,201,602,002,402,803,203,604,004,404,80

1

Testes de Aplicação

% d

e C

r2O

3 fix

ado

1 mol de formiato de sódio / mol de Cr2O3 1 mol de ftalato de sódio / mol de Cr2O30,75 mol de formiato de sódio / mol de Cr2O3 0,75 mol de ftalato de sódio / mol Cr2O30,50 mol de formiato de sódio / mol de Cr2O3 0,50 mol de ftalato de sódio / mol de Cr2O3

Gráfico 4.4: Teor de Cr2O3 fixado nos couros, conforme tipo e quantidade de sal mascarante ofertada. Fonte: O autor.

Analisando-se os resultados obtidos para o teor de Cr2O3 fixado nos couros observa-se que os mesmos situam-se entre 3,98 % e 4,56 % de Cr2O3, em base seca (b.s.), espera-se para este requisito que os resultados sejam os maiores possíveis, uma vez que este demonstra a eficiência do processo de curtimento, sendo assim, ao comparar os dois mascarantes, verifica-se que nos testes onde foi aplicado o ftalato de sódio os resultados foram melhores e ainda quanto maiores foram as ofertas de sal mascarante, maiores foram os teores de Cr2O3 fixado nos couros.

Porém, como pode ser observado nos resultados anteriores do teor de Cr2O3 não ligado nos couros, quanto maiores foram as ofertas de sal mascarante maiores foram os teores de Cr2O3 não ligado nos couros e como este estudo tem por objetivo avaliar a oferta de sal mascarante que garante a melhor fixação de Cr2O3 nos couros, mas com uma baixa geração de Cr2O3 não ligado, reduzindo-se assim a possibilidade de oxidação deste Cr (III) livre para Cr (VI) nas etapas que se sucedem, acredita-se que os melhores resultados para o requisito Cr2O3 fixado nos couros foram obtidos nos testes onde foram aplicadas as quantidades estequiométricas de 0,50 mol de mascarante / mol de Cr2O3, pois se obteve teores de Cr2O3 fixado muito semelhantes aos testes onde foram aplicadas as quantidades de 0,75 mol de mascarante / mol de Cr2O3, porém com uma geração menor de Cr2O3 não ligado nos couros. De posse dos resultados do teor de Cr2O3 fixado e total pode-se calcular a eficiência de fixação de Cr2O3 nos couros, cujos resultados encontram-se na tabela 4.6.

Tabela 4.5: Resultados obtidos para o teor de Cr2O3 fixado Testes de Aplicação % Cr2O3 fixado

1 mol de formiato de sódio / mol de Cr2O3 4,19 1 mol de ftalato de sódio / mol de Cr2O3 4,56

0,75 mol de formiato de sódio / mol de Cr2O3 4,04 0,75 mol de ftalato de sódio / mol de Cr2O3 4,13 0,50 mol de formiato de sódio / mol de Cr2O3 3,98 0,50 mol de ftalato de sódio / mol de Cr2O3 4,18

Fonte: O autor. O gráfico 4.4 estabelece uma comparação entre as ofertas dos sais mascarantes, em cada

teste de aplicação, no que diz respeito ao teor de Cr2O3 fixado nos couros.

1 2 30,000,400,801,201,602,002,402,803,203,604,004,404,80

1

Testes de Aplicação

% d

e C

r2O

3 fix

ado

1 mol de formiato de sódio / mol de Cr2O3 1 mol de ftalato de sódio / mol de Cr2O30,75 mol de formiato de sódio / mol de Cr2O3 0,75 mol de ftalato de sódio / mol Cr2O30,50 mol de formiato de sódio / mol de Cr2O3 0,50 mol de ftalato de sódio / mol de Cr2O3

Gráfico 4.4: Teor de Cr2O3 fixado nos couros, conforme tipo e quantidade de sal mascarante ofertada. Fonte: O autor.

Analisando-se os resultados obtidos para o teor de Cr2O3 fixado nos couros observa-se que os mesmos situam-se entre 3,98 % e 4,56 % de Cr2O3, em base seca (b.s.), espera-se para este requisito que os resultados sejam os maiores possíveis, uma vez que este demonstra a eficiência do processo de curtimento, sendo assim, ao comparar os dois mascarantes, verifica-se que nos testes onde foi aplicado o ftalato de sódio os resultados foram melhores e ainda quanto maiores foram as ofertas de sal mascarante, maiores foram os teores de Cr2O3 fixado nos couros.

Porém, como pode ser observado nos resultados anteriores do teor de Cr2O3 não ligado nos couros, quanto maiores foram as ofertas de sal mascarante maiores foram os teores de Cr2O3 não ligado nos couros e como este estudo tem por objetivo avaliar a oferta de sal mascarante que garante a melhor fixação de Cr2O3 nos couros, mas com uma baixa geração de Cr2O3 não ligado, reduzindo-se assim a possibilidade de oxidação deste Cr (III) livre para Cr (VI) nas etapas que se sucedem, acredita-se que os melhores resultados para o requisito Cr2O3 fixado nos couros foram obtidos nos testes onde foram aplicadas as quantidades estequiométricas de 0,50 mol de mascarante / mol de Cr2O3, pois se obteve teores de Cr2O3 fixado muito semelhantes aos testes onde foram aplicadas as quantidades de 0,75 mol de mascarante / mol de Cr2O3, porém com uma geração menor de Cr2O3 não ligado nos couros. De posse dos resultados do teor de Cr2O3 fixado e total pode-se calcular a eficiência de fixação de Cr2O3 nos couros, cujos resultados encontram-se na tabela 4.6.

Tabela 4.5: Resultados obtidos para o teor de Cr2O3 fixadoFonte: O autor.

Gráfico 4.4: Teor de Cr2O3 fixado nos couros, conforme tipo e quantidade de sal mascarante ofertada.

ros, sendo assim, ao comparar os dois mascarantes, verifica-se que nos testes onde foi aplicado o ftalato de sódio os resultados foram melhores e ainda quanto menores foram as ofertas de mascarante, menores foram os teores de Cr2O3 não ligado nos couros.

Segundo Hoinacki et al. (1994) o complexo de cromo mascara-do, tem sua reatividade frente ao colagênio diminuída, desta forma acredita-se que quanto maiores forem as ofertas de sal masca-rante, maiores serão os teores de Cr2O3 não ligado nos couros.

4.2.4 Teor de Óxido Crômico

(Cr2O3) Fixado

Os resultados obtidos para o teor de Cr2O3 fixado nos couros estão apresentados na tabela 4.5.

Estes foram determinados pela diferença existente entre o teor de Cr2O3 total e o teor de Cr2O3 solúvel nos couros.

O gráfico 4.4 estabelece uma comparação entre as ofertas dos sais mascarantes, em cada teste de aplicação, no que diz respei-to ao teor de Cr2O3 fixado nos couros.

Analisando-se os resultados obtidos para o teor de Cr2O3

TECnologIATECnologIA

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Revista do Couro | ABQTIC Revista do Couro | ABQTIC

Tabela 4.6: Resultados obtidos para a eficiência de fixação do Cr2O3 nos couros. Testes de Aplicação Eficiência (%)

1 mol de formiato de sódio / mol de Cr2O3 88 1 mol de ftalato de sódio / mol de Cr2O3 89

0,75 mol de formiato de sódio / mol de Cr2O3 89 0,75 mol de ftalato de sódio / mol de Cr2O3 89 0,50 mol de formiato de sódio / mol de Cr2O3 90 0,50 mol de ftalato de sódio / mol de Cr2O3 92

Fonte: O autor.

O gráfico 4.5 estabelece uma comparação entre as ofertas dos sais mascarantes, em cada teste de aplicação, no que diz respeito à eficiência de fixação do Cr2O3 nos couros.

1 2 30

20

40

60

80

100

1

Testes de Aplicação

% E

ficiê

ncia

1 mol de formiato de sódio / mol de Cr2O3 1 mol de ftalato de sódio / mol de Cr2O30,75 mol de formiato de sódio / mol de Cr2O3 0,75 mol de ftalato de sódio / mol Cr2O30,50 mol de formiato de sódio / mol de Cr2O3 0,50 mol de ftalato de sódio / mol de Cr2O3

Gráfico 4.5: Eficiência de fixação do Cr2O3 nos couros, conforme tipo e quantidade de sal mascarante ofertada. Fonte: O autor.

A análise dos resultados obtidos para a eficiência de fixação do Cr2O3 nos couros reforça a afirmação feita anteriormente de que os melhores resultados para o requisito Cr2O3 fixado nos couros foram obtidos nos testes onde se aplicou as quantidades estequiométricas de 0,50 mol de mascarante / mol de Cr2O3, pois, conforme pode ser visto no gráfico 4.5, obteve-se as maiores eficiências de fixação, com valores de 90 % de eficiência na aplicação de formiato de sódio como agente mascarante e de 92 % no teste com ftalato de sódio.

4.2.5 Teor de Óxido Crômico (Cr2O3) no Banho Residual Os resultados obtidos para o teor de Cr2O3 nos banhos residuais de curtimento estão apresentados na tabela 4.7. Tabela 4.7: Resultados obtidos para o teor de Cr2O3 nos banhos residuais de curtimento.

Testes de Aplicação g/L Cr2O3 no banho 1 mol de formiato de sódio / mol de Cr2O3 3,33 1 mol de ftalato de sódio / mol de Cr2O3 1,54

0,75 mol de formiato de sódio / mol de Cr2O3 1,33 0,75 mol de ftalato de sódio / mol de Cr2O3 1,35 0,50 mol de formiato de sódio / mol de Cr2O3 2,38 0,50 mol de ftalato de sódio / mol de Cr2O3 2,32

Fonte: O autor.

Tabela 4.6: Resultados obtidos para a eficiência de fixação do Cr2O3 nos couros. Testes de Aplicação Eficiência (%)

1 mol de formiato de sódio / mol de Cr2O3 88 1 mol de ftalato de sódio / mol de Cr2O3 89

0,75 mol de formiato de sódio / mol de Cr2O3 89 0,75 mol de ftalato de sódio / mol de Cr2O3 89 0,50 mol de formiato de sódio / mol de Cr2O3 90 0,50 mol de ftalato de sódio / mol de Cr2O3 92

Fonte: O autor.

O gráfico 4.5 estabelece uma comparação entre as ofertas dos sais mascarantes, em cada teste de aplicação, no que diz respeito à eficiência de fixação do Cr2O3 nos couros.

1 2 30

20

40

60

80

100

1

Testes de Aplicação

% E

ficiê

ncia

1 mol de formiato de sódio / mol de Cr2O3 1 mol de ftalato de sódio / mol de Cr2O30,75 mol de formiato de sódio / mol de Cr2O3 0,75 mol de ftalato de sódio / mol Cr2O30,50 mol de formiato de sódio / mol de Cr2O3 0,50 mol de ftalato de sódio / mol de Cr2O3

Gráfico 4.5: Eficiência de fixação do Cr2O3 nos couros, conforme tipo e quantidade de sal mascarante ofertada. Fonte: O autor.

A análise dos resultados obtidos para a eficiência de fixação do Cr2O3 nos couros reforça a afirmação feita anteriormente de que os melhores resultados para o requisito Cr2O3 fixado nos couros foram obtidos nos testes onde se aplicou as quantidades estequiométricas de 0,50 mol de mascarante / mol de Cr2O3, pois, conforme pode ser visto no gráfico 4.5, obteve-se as maiores eficiências de fixação, com valores de 90 % de eficiência na aplicação de formiato de sódio como agente mascarante e de 92 % no teste com ftalato de sódio.

4.2.5 Teor de Óxido Crômico (Cr2O3) no Banho Residual Os resultados obtidos para o teor de Cr2O3 nos banhos residuais de curtimento estão apresentados na tabela 4.7. Tabela 4.7: Resultados obtidos para o teor de Cr2O3 nos banhos residuais de curtimento.

Testes de Aplicação g/L Cr2O3 no banho 1 mol de formiato de sódio / mol de Cr2O3 3,33 1 mol de ftalato de sódio / mol de Cr2O3 1,54

0,75 mol de formiato de sódio / mol de Cr2O3 1,33 0,75 mol de ftalato de sódio / mol de Cr2O3 1,35 0,50 mol de formiato de sódio / mol de Cr2O3 2,38 0,50 mol de ftalato de sódio / mol de Cr2O3 2,32

Fonte: O autor.

fixado nos couros observa-se que os mesmos situam-se entre 3,98 % e 4,56 % de Cr2O3, em base seca (b.s.), espera-se para este requisito que os resultados sejam os maiores possíveis, uma vez que este demonstra a efici-ência do processo de curtimen-to, sendo assim, ao comparar os dois mascarantes, verifica-se que nos testes onde foi aplicado o ftalato de sódio os resultados foram melhores e ainda quanto maiores foram as ofertas de sal mascarante, maiores foram os teores de Cr2O3 fixado nos cou-ros.

Porém, como pode ser obser-vado nos resultados anteriores do teor de Cr2O3 não ligado nos couros, quanto maiores foram as

Tabela 4.6: Resultados obtidos para a eficiência de fixação do Cr2O3 nos couros.

Gráfico 4.5: Eficiência de fixação do Cr2O3 nos couros, conforme tipo e quantidade de sal mascarante ofertada.

Fonte: O autor.

ofertas de sal mascarante maio-res foram os teores de Cr2O3 não ligado nos couros e como este estudo tem por objetivo avaliar a oferta de sal mascarante que garante a melhor fixação de Cr2O3 nos couros, mas com uma baixa geração de Cr2O3 não liga-do, reduzindo-se assim a possibi-lidade de oxidação deste Cr (III) livre para Cr (VI) nas etapas que se sucedem, acredita-se que os melhores resultados para o re-quisito Cr2O3 fixado nos couros foram obtidos nos testes onde foram aplicadas as quantidades estequiométricas de 0,50 mol de mascarante / mol de Cr2O3, pois se obteve teores de Cr2O3 fixa-do muito semelhantes aos testes onde foram aplicadas as quanti-

dades de 0,75 mol de mascaran-te / mol de Cr2O3, porém com uma geração menor de Cr2O3 não ligado nos couros.

De posse dos resultados do teor de Cr2O3 fixado e total pode-se calcular a eficiência de fixação de Cr2O3 nos couros, cujos resultados encontram-se na tabela 4.6.

O gráfico 4.5 estabelece uma comparação entre as ofertas dos sais mascarantes, em cada teste de aplicação, no que diz respeito à eficiência de fixação do Cr2O3 nos couros.

A análise dos resultados obti-dos para a eficiência de fixação do Cr2O3 nos couros reforça a afirmação feita anteriormente de que os melhores resultados

para o requisito Cr2O3 fixado nos couros foram obtidos nos testes onde se aplicou as quanti-dades estequiométricas de 0,50 mol de mascarante / mol de Cr2O3, pois, conforme pode ser visto no gráfico 4.5, obteve-se as maiores eficiências de fixação, com valores de 90 % de eficiên-cia na aplicação de formiato de sódio como agente mascarante e de 92 % no teste com ftalato de sódio.

4.2.5 Teor de Óxido Crômico (Cr2O3) no Banho Residual

Os resultados obtidos para o teor de Cr2O3 nos banhos resi-duais de curtimento estão apre-sentados na tabela 4.7.

O gráfico 4.6 estabelece uma comparação entre as ofertas dos sais mascarantes, em cada teste de aplicação, no que diz respeito ao teor de Cr2O3 presente nos banhos residuais de curtimento.

Analisando-se os resultados obtidos para o teor de Cr2O3 nos banhos residuais de curti-mento, observa-se que os mes-mos situam-se entre 1,33 e 3,33 g/L de Cr2O3 no banho. Espera--se para este requisito que os re-sultados obtidos sejam os meno-

res possíveis, uma vez que este demonstra uma perda no pro-cesso de curtimento, gerando ainda uma carga poluidora maior para a Estação de Tratamento de Efluentes (ETE). Sendo assim, ao comparar os dois mascarantes, verifica-se que nos testes onde foi aplicado o ftalato de sódio os resultados foram melhores.

Segundo a IUE 6 (2008) cur-tumes que trabalham com pro-cessos que utilizam boas práticas ambientais apresentam valores em torno de 2 g/L de Cr2O3 nos banhos residuais de curtimento, sendo assim, ao serem analisados os resultados obtidos, segundo

O gráfico 4.6 estabelece uma comparação entre as ofertas dos sais mascarantes, em cada teste de aplicação, no que diz respeito ao teor de Cr2O3 presente nos banhos residuais de curtimento.

1 2 30,00

0,50

1,00

1,50

2,00

2,50

3,00

3,50

1

Testes de Aplicação

g / L

de

Cr2

O3

no b

anho

1 mol de formiato de sódio / mol de Cr2O3 1 mol de ftalato de sódio / mol de Cr2O3

0,75 mol de formiato de sódio / mol de Cr2O3 0,75 mol de ftalato de sódio / mol Cr2O3

0,50 mol de formiato de sódio / mol de Cr2O3 0,50 mol de ftalato de sódio / mol de Cr2O3

Gráfico 4.6: Teor de Cr2O3 nos banhos residuais de curtimento, conforme tipo e quantidade de sal mascarante ofertada. Fonte: O autor.

Analisando-se os resultados obtidos para o teor de Cr2O3 nos banhos residuais de curtimento, observa-se que os mesmos situam-se entre 1,33 e 3,33 g/L de Cr2O3 no banho. Espera-se para este requisito que os resultados obtidos sejam os menores possíveis, uma vez que este demonstra uma perda no processo de curtimento, gerando ainda uma carga poluidora maior para a Estação de Tratamento de Efluentes (ETE). Sendo assim, ao comparar os dois mascarantes, verifica-se que nos testes onde foi aplicado o ftalato de sódio os resultados foram melhores.

Segundo a IUE 6 (2008) curtumes que trabalham com processos que utilizam boas práticas ambientais apresentam valores em torno de 2 g/L de Cr2O3 nos banhos residuais de curtimento, sendo assim, ao serem analisados os resultados obtidos, segundo as quantidades de sal mascarante ofertadas, observa-se que nos testes onde foram aplicadas as quantidades estequiométricas de 0,75 mol de mascarante / mol de Cr2O3 obteve-se os melhores resultados, com valores de 1,33 g/L de Cr2O3 no banho, na aplicação de formiato de sódio como agente mascarante e de 1,35 g/L no teste com ftalato de sódio. 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A partir da análise dos resultados obtidos nos testes de aplicação e nas análises físico-químicas realizadas, com o objetivo de avaliar a capacidade de atravessamento e fixação dos sais de cromo no curtimento mascarado sem píquel tradicional, afirma-se que:

A realização de estudos deste tipo é de grande importância para a verificação da eficiência dos processos e da carga poluidora dos efluentes gerados, a fim de promover a tomada de decisão quanto a alterações na formulação ou nos parâmetros operacionais do processo.

Em todos os testes com o ftalato de sódio, os resultados obtidos mostram uma redução maior do pH do banho após a adição do agente mascarante, o que conduziu a resultados mais elevados de cifra diferencial nos couros. Apesar disso, os resultados são aceitáveis, pois segundo a NBR 13525:05 a cifra diferencial deve ser inferior a 0,7. Observa-se, também, que nos testes onde foi aplicado o formiato de sódio os resultados foram melhores.

Uma característica positiva do processo aplicado é que o mesmo transcorre sem a adição de ácido sulfúrico, ácido inorgânico forte, de reconhecido impacto ambiental, tóxico no seu manuseio e aplicação e que tem seu uso controlado pelo exército.

Os resultados obtidos para o teor de Cr2O3 nos couros demonstraram que, quanto maiores as ofertas de sal mascarante, maiores foram os teores de Cr2O3 total. Porém os teores de Cr2O3 solúvel, ou seja, não ligado nos couros também foram maiores quanto maiores foram as ofertas de mascarante. Com isso, estabeleceu-se uma eficiência de fixação de Cr2O3, a qual considera o teor de Cr2O3 fixado nos couros, determinado por diferença entre o Cr2O3 total e o

Tabela 4.6: Resultados obtidos para a eficiência de fixação do Cr2O3 nos couros. Testes de Aplicação Eficiência (%)

1 mol de formiato de sódio / mol de Cr2O3 88 1 mol de ftalato de sódio / mol de Cr2O3 89

0,75 mol de formiato de sódio / mol de Cr2O3 89 0,75 mol de ftalato de sódio / mol de Cr2O3 89 0,50 mol de formiato de sódio / mol de Cr2O3 90 0,50 mol de ftalato de sódio / mol de Cr2O3 92

Fonte: O autor.

O gráfico 4.5 estabelece uma comparação entre as ofertas dos sais mascarantes, em cada teste de aplicação, no que diz respeito à eficiência de fixação do Cr2O3 nos couros.

1 2 30

20

40

60

80

100

1

Testes de Aplicação

% E

ficiê

ncia

1 mol de formiato de sódio / mol de Cr2O3 1 mol de ftalato de sódio / mol de Cr2O30,75 mol de formiato de sódio / mol de Cr2O3 0,75 mol de ftalato de sódio / mol Cr2O30,50 mol de formiato de sódio / mol de Cr2O3 0,50 mol de ftalato de sódio / mol de Cr2O3

Gráfico 4.5: Eficiência de fixação do Cr2O3 nos couros, conforme tipo e quantidade de sal mascarante ofertada. Fonte: O autor.

A análise dos resultados obtidos para a eficiência de fixação do Cr2O3 nos couros reforça a afirmação feita anteriormente de que os melhores resultados para o requisito Cr2O3 fixado nos couros foram obtidos nos testes onde se aplicou as quantidades estequiométricas de 0,50 mol de mascarante / mol de Cr2O3, pois, conforme pode ser visto no gráfico 4.5, obteve-se as maiores eficiências de fixação, com valores de 90 % de eficiência na aplicação de formiato de sódio como agente mascarante e de 92 % no teste com ftalato de sódio.

4.2.5 Teor de Óxido Crômico (Cr2O3) no Banho Residual Os resultados obtidos para o teor de Cr2O3 nos banhos residuais de curtimento estão apresentados na tabela 4.7. Tabela 4.7: Resultados obtidos para o teor de Cr2O3 nos banhos residuais de curtimento.

Testes de Aplicação g/L Cr2O3 no banho 1 mol de formiato de sódio / mol de Cr2O3 3,33 1 mol de ftalato de sódio / mol de Cr2O3 1,54

0,75 mol de formiato de sódio / mol de Cr2O3 1,33 0,75 mol de ftalato de sódio / mol de Cr2O3 1,35 0,50 mol de formiato de sódio / mol de Cr2O3 2,38 0,50 mol de ftalato de sódio / mol de Cr2O3 2,32

Fonte: O autor.

Gráfico 4.6: Teor de Cr2O3 nos banhos residuais de curtimento, conforme tipo e quanti-dade de sal mascarante ofertada.

Fonte: O autor.

Tabela 4.7: Resultados obtidos para o teor de Cr2O3 nos banhos residuais de curtimento.Fonte: O autor.

TECnologIATECnologIA

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Revista do Couro | ABQTIC Revista do Couro | ABQTIC

Com a pressão crescente so-bre a cadeia de suprimento do couro para que verifique as suas credenciais ecológicas, o termo ‘eco couro’ tornou-se uma frase muito utilizada para descrever couros que apresentam um me-lhor desempenho do ponto de vista ambiental, porém, de fato, do ponto de vista semântico o termo ‘eco couro’ não tem sig-nificado formal. Entretanto, am-bientalmente falando, existe um enorme interesse em couros que ofereçam um desempenho otimizado. Então, como interpre-tamos a situação atual e o que

podemos fazer para compreen-der as questões relativas ao in-teresse no ‘eco couro’?

De fato, a fabricação de cou-ro tem impacto ambiental, pois nem todos os insumos utiliza-dos no processo de produção se mantêm como parte integran-te do couro. Também, devemos lembrar que quando o couro é jogado fora, passa a ser um re-síduo. Ao que parece, o grau da qualidade de ser ‘eco’ que o couro possui é medido segundo a ausência de certos produtos químicos restritos, tais como os corantes azo, PCP, Cromo VI, for-

maldeídos e uma relação cres-cente de produtos especificados pelas marcas; ou pelo método de curtimento mais do que por qualquer consideração do ver-dadeiro impacto ambiental. Esta linha originou-se no setor auto-motivo (no qual a reciclagem é regulamentada na Alemanha) e mais recentemente na ação de grupos de ativistas, etiquetas eco e varejistas assim como aquelas pessoas que procuram obter vantagens competitivas através do posicionamento de produtos.

É importante julgar a real im-portância de todos os diferentes

O que é eco couro?Autor: centro tecnolóGico Do couro blc, inGlAterrA

LEATHER INTERNATIONAL OUTUBRO 2010

TECnologIATECnologIA

as quantidades de sal mascaran-te ofertadas, observa-se que nos testes onde foram aplicadas as quantidades estequiométricas de 0,75 mol de mascarante / mol de Cr2O3 obteve-se os melhores resultados, com valores de 1,33 g/L de Cr2O3 no banho, na aplica-ção de formiato de sódio como agente mascarante e de 1,35 g/L no teste com ftalato de sódio.

5 CONSIDERAÇÕES FI-NAIS

A partir da análise dos resulta-dos obtidos nos testes de aplica-ção e nas análises físico-químicas realizadas, com o objetivo de avaliar a capacidade de atraves-samento e fixação dos sais de cromo no curtimento mascara-do sem píquel tradicional, afir-ma-se que:

A realização de estudos des-te tipo é de grande importância para a verificação da eficiência dos processos e da carga po-luidora dos efluentes gerados, a fim de promover a tomada de decisão quanto a alterações na formulação ou nos parâmetros operacionais do processo.

Em todos os testes com o fta-lato de sódio, os resultados obti-dos mostram uma redução maior do pH do banho após a adição do agente mascarante, o que con-duziu a resultados mais elevados de cifra diferencial nos couros. Apesar disso, os resultados são aceitáveis, pois segundo a NBR 13525:05 a cifra diferencial deve ser inferior a 0,7. Observa-se, também, que nos testes onde foi aplicado o formiato de sódio os resultados foram melhores.

Uma característica positiva do processo aplicado é que o mes-mo transcorre sem a adição de

ácido sulfúrico, ácido inorgânico forte, de reconhecido impacto ambiental, tóxico no seu manu-seio e aplicação e que tem seu uso controlado pelo exército.

Os resultados obtidos para o teor de Cr2O3 nos couros de-monstraram que, quanto maio-res as ofertas de sal mascaran-te, maiores foram os teores de Cr2O3 total. Porém os teores de Cr2O3 solúvel, ou seja, não liga-do nos couros também foram maiores quanto maiores foram as ofertas de mascarante. Com isso, estabeleceu-se uma eficiên-cia de fixação de Cr2O3, a qual considera o teor de Cr2O3 fixa-do nos couros, determinado por diferença entre o Cr2O3 total e o solúvel, e o teor de Cr2O3 total, atingindo-se os melhores resultados, com uma eficiência de fixação em torno de 90%, nas menores ofertas de mascarante, ou seja, 0,50 mol de mascarante / mol de Cr2O3.

Quanto aos valores obtidos para o teor de Cr2O3 nos ba-nhos residuais, estes mostraram que os melhores resultados fo-ram atingidos quando aplicada a quantidade de 0,75 mol de mas-carante / mol de Cr2O3, obten-do-se valores que se aproximam de 1,33 g/L de Cr2O3 no banho.

6 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS

Avaliação do processo de cur-timento com a utilização de ou-tros agentes mascarantes.

Avaliação do processo de cur-timento com outras ofertas de agentes mascarantes.

Avaliação do impacto ambien-tal através dos parâmetros DQO, DBO e Teor de Nitrogênio dos banhos residuais de curtimento.

REFERêNCIAS

BENARDES, D. ; ORDAKO-WSKI, S. Determinação de Cro-mo Hexavalente em Couros. Revista do Couro, 2005.

FLÔRES, Álvaro; GONÇAL-VES, Edinea. Fundamentos do curtimento ao cromo e a utilização de licores reduzi-dos organicamente. Revista do Couro, Estância Velha v.23, n.123, Out./Nov. 1997.

HOINACKI, Eugênio. Peles e couros; origens, defeitos, indus-trialização. 2. ed. Porto Alegre: SENAI, 1989.

HOINACKI, E.; KIEFER, C.; MOREIRA, M. Manual básico de processamento do couro. Porto Alegre: SENAI, 1994.

IUE- 6: Pollution values from Tannery Processes under Conditions of Good Practice. Disponível em: http://www.iultcs.org/environment.asp. Acesso: 07 de dezembro de 2010 às 14:45.

PACHECO, J. W. F. Curtumes (Série P + L). São Paulo, CE-TESB, 2005, 76 p.

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TECnologIA

aspectos envolvidos para que os produtos possam ser seleciona-dos, de forma inteligente e bem informada, e para que as ques-tões pertinentes possam ser ex-plicadas para os clientes.

Curtimento - Avaliação do Ci-clo de Vida

Analisando a questão do curti-mento em primeiro lugar, através da análise do ciclo de vida reali-zado pelo Ecobilan* (Ref: Relató-rio 002 do BLC), podemos de-terminar que os três principais tipos de curtimento (cromo, ve-getal e aldeído) têm um impacto ambiental muito similar entre si, como mostra o parágrafo abaixo.

Principais descobertas do es-tudo:

Nenhuma das três tecnologias de curtimento estudadas ofe-rece uma grande vantagem do ponto de vista ambiental sobre as outras duas se considerarmos todos os critérios chave que ca-racterizam o impacto destas tec-nologias sobre o meio ambiente.’

Muitas pessoas acham que o curtimento vegetal tem um per-fil ambiental preferido, porém as evidências não dão sustentação a esta idéia. É preciso assinalar que a finalidade do curtimento é reticular a matriz de colágeno a fim de evitar a putrefação e, por-tanto a decomposição.

Por outro lado, freqüentemen-te, supõe-se que os couros cur-tidos ao cromo sejam menos de-sejáveis devido ao seu conteúdo de materiais minerais ou porque, erradamente, se pense que o couro esteja curtido com o sal

tóxico conhecido como Cromo VI. Hoje, o couro é curtido com Cromo III que é um material inerte e essencial ao metabolis-mo da glucose, das proteínas e da gordura e, portanto se trata de um elemento essencial na alimentação. Isto não quer di-zer que os couros curtidos ao cromo não apresentem proble-mas potencialmente maiores aos apresentados por curtimentos similares no fim da sua vida útil. O BLC está realizando mais es-tudos sobre este assunto a fim de poder compreender a bio-degradabilidade dos diferentes tipos de couros e as conseqüên-cias de seu impacto ambiental.

O couro curtido com aldeído satisfaz as necessidades do setor automotivo e parece atender um nicho no mercado de pro-dutos infantis segundo a norma EN71/3, mas pode apresentar problemas no manuseio e no tratamento de efluentes assim como causar um altíssimo con-sumo de energia elétrica.

Se pensarmos que os diferen-tes tipos de curtimento men-cionados acima têm impactos ambientais similares, devemos analisar a forma como o couro é fabricado. Baseados em am-plas pesquisas e o conhecimen-to da indústria, acreditamos que o couro preferido do ponto de vista ambiental pode ser defini-do por dois parâmetros chave:

A. A forma como o couro é manufaturado

B. Quais são os componentes empregados para manufaturá-lo

Pesquisas especializadas de-monstraram que grande parte do impacto ambiental do couro está nos processos de manu-fatura, da obtenção da pele ao couro acabado. Neste sentido, seria a prática de gerenciamen-to ambiental dos curtumes jun-to com a seleção dos produtos químicos utilizados que deveria determinar quão ecológico um couro realmente é. Se olharmos para o modelo adotado por al-gumas das marcas que lideram o mercado mundial do couro que têm trabalhado nestes assuntos durante os últimos dois anos, podemos determinar as áreas da manufatura do couro que tem maior impacto potencial.

- Gerenciamento de substân-cias restritas

- Consumo de energia- Emissões atmosféricas- Gerenciamento de resíduos

(perigosos e não perigosos)- Sistemas de gerenciamento

ambiental- Consumo de água- Tratamento de efluentes- Gerenciamento do cromo- Rastreabilidade dos materiais

Particularmente importante é o interesse atual das marcas na rastreabilidade da matéria prima, na tentativa de identificar um possível abastecimento do mer-cado com peles procedentes da Amazônia Brasileira.

Quanto à seleção dos compo-nentes utilizados no processo de manufatura, precisamos consi-derar o uso de certos materiais que poderiam dar um perfil eco-

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TECnologIA mEIo-AmBIEnTE

A situação do saneamento bra-sileiro é trágica. De acordo com o IBGE, somente 44% da popula-ção brasileira tem acesso à rede de esgotamento sanitário e 79% tem acesso a água tratada. Do to-tal de esgoto gerado, apenas 29% é tratado. Cento e sete milhões de brasileiros não têm acesso à rede de esgotamento sanitário, 134 milhões não têm os esgotos de suas casas tratados e 40 mi-

lhões não têm acesso a água tra-tada. Oito milhões não têm nem sequer banheiro. Como mudar este quadro? Como e quando será possível universalizar os serviços de saneamento?

A universalização do sanea-mento é um sonho possível, mas para o conjunto do país não é re-alizável da noite para o dia. Não é para a Copa de 2014, nem para as Olimpíadas de 2016. Mas dá para

fazer em menos de 15 anos. Isso representaria uma das maiores contribuições deste século para a saúde e para o meio ambiente.

Estimamos que o investimento total para a universalização seja da ordem de R$ 255 bilhões. Co-locamos quatro cenários para a universalização do saneamento no Brasil sob diferentes hipóteses.

Num primeiro cenário, a hipó-tese de manutenção do atual ní-

Um sonho possível: universalização do saneamento1

Gesner oliveirA, PresiDente DA sAbesP (coMPAnhiA De sAneAMento básico Do estADo De são PAulo), econoMistA e Professor DA fGv-sP

fernAnDo s. MArcAto, secretário-executivo De novos neGócios DA sAbesP, ADvoGADo PeDro scAzufcA, Assistente executivo DA PresiDênciA DA sAbesP, econoMistA

fonte www.intertox.coM.br1 Este artigo faz parte de trabalho inédito mais amplo apresentado no Encontro Nacional de Economia de 2010.

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zer que os couros curtidos ao cromo não apresentem proble-mas potencialmente maiores aos apresentados por curtimentos similares no fim da sua vida útil. O BLC está realizando mais es-tudos sobre este assunto a fim de poder compreender a bio-degradabilidade dos diferentes tipos de couros e as conseqüên-cias de seu impacto ambiental.

O couro curtido com aldeído satisfaz as necessidades do setor automotivo e parece atender um nicho no mercado de pro-dutos infantis segundo a norma EN71/3, mas pode apresentar problemas no manuseio e no tratamento de efluentes assim como causar um altíssimo con-sumo de energia elétrica.

Se pensarmos que os diferen-tes tipos de curtimento men-cionados acima têm impactos ambientais similares, devemos analisar a forma como o couro é fabricado. Baseados em am-plas pesquisas e o conhecimen-to da indústria, acreditamos que o couro preferido do ponto de vista ambiental pode ser defini-do por dois parâmetros chave:

A. A forma como o couro é manufaturado

B. Quais são os componentes empregados para manufaturá-lo

Pesquisas especializadas de-monstraram que grande parte do impacto ambiental do couro está nos processos de manu-fatura, da obtenção da pele ao couro acabado. Neste sentido,

seria a prática de gerenciamen-to ambiental dos curtumes jun-to com a seleção dos produtos químicos utilizados que deveria determinar quão ecológico um couro realmente é. Se olharmos para o modelo adotado por al-gumas das marcas que lideram o mercado mundial do couro que têm trabalhado nestes assuntos durante os últimos dois anos, podemos determinar as áreas da manufatura do couro que tem maior impacto potencial.

- Gerenciamento de substân-cias restritas

- Consumo de energia- Emissões atmosféricas- Gerenciamento de resíduos

(perigosos e não perigosos)- Sistemas de gerenciamento

ambiental- Consumo de água- Tratamento de efluentes- Gerenciamento do cromo- Rastreabilidade dos materiais

Particularmente importante é o interesse atual das marcas na

rastreabilidade da matéria prima, na tentativa de identificar um possível abastecimento do mer-cado com peles procedentes da Amazônia Brasileira.

Quanto à seleção dos compo-nentes utilizados no processo de manufatura, precisamos consi-derar o uso de certos materiais que poderiam dar um perfil eco-lógico ao couro. Trata-se de ele-mentos tais como:

- Agentes humectantes de re-molho biodegradáveis

- Processamento com baixo teor de sulfeto

- Sistemas de recurtimento não sintéticos ou poliméricos

- Corantes naturais- Engraxantes à base óleo ve-

getal- Sistemas otimizados de aca-

bamento para a redução de re-síduos tais como aplicação com HVLP ou máquinas de revesti-mento por rolos.

- Biodegradabilidade de 12 me-ses ou menos

CromoAldeídoVegetal

Figura 1: Resultados comparativos do impacto geral na Avaliação do Ciclo de Vida referente a cada tecnologia de

curtimento

EB (R*Y)-Depleção de fontes não renováveis

Água utilizada (total)

E energia não renovável

Resíduos (total)

IPCC - Efeito estufa (direto, 100 anos)

CML - Acidificação do ar

WMO - Formação de oxidante fotoquí-

mico (média)

CML - Eutroficação (água)

215.indd 56 29/03/2011 21:52:44

Nota da tradutora:

* EB - Ecobilan - Software utilizado na Avaliação do Ciclo de Vida** IPCC - Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas*** WMO - Organização Meteorológica Mundial

lógico ao couro. Trata-se de ele-mentos tais como:

- Agentes humectantes de re-molho biodegradáveis

- Processamento com baixo teor de sulfeto

- Sistemas de recurtimento não sintéticos ou poliméricos

- Corantes naturais- Engraxantes à base óleo ve-

getal- Sistemas otimizados de aca-

bamento para a redução de re-síduos tais como aplicação com HVLP ou máquinas de revesti-mento por rolos.

- Biodegradabilidade de 12 me-ses ou menos

Resumindo, embora não exista uma definição atual, estes são os

elementos chave que acredita-mos deveriam definir o que um couro ecológico é de fato:

- Controle dos processos de manufatura do couro

- Seleção de produtos quími-cos com tecnologia limpa para uso nos processos

- Gerenciamento efetivo das substâncias restritas no couro

- Medição do impacto ambien-tal após a vida útil do couro

Pontuação BLC para o couro ecológico

Há vários sistemas para medir o desempenho ambiental, co-nhecidos como ‘etiquetas eco’. O BLC lançou um sistema espe-cífico de pontuação para o ‘eco

couro’ sob a bandeira ‘ambien-talmente preferidos’. Os vare-jistas, as marcas e os curtidores que consigam cumprir as exigên-cias deste padrão poderão exibir a marca nos seus produtos.

Para obter maiores informa-ções, queira por gentileza con-tatar o BLC pelo e-mail [email protected] ou pelo tele-fone +44 (0)1604 679 999.

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mEIo-AmBIEnTE

vel de investimento. De acordo com dados oficiais, o investimen-to em saneamento caiu a partir de 1999 e se manteve entre R$ 4 bilhões e R$ 6 bilhões até 2008, último ano disponível da série.

Mantidos os atuais patamares de investimentos e de produti-vidade, a universalização da água ocorreria em 2039 e do esgoto (coleta e tratamento) apenas em 2060. É inaceitável esperar mais meio século para serviços bási-cos, disponíveis em vários países desenvolvidos desde meados do o século passado!

Num segundo cenário, supõe--se a duplicação do atual patamar de investimentos sem aumentar a produtividade. O horizonte de tempo para a universalização do saneamento ainda é muito dis-tante: 2031.

Numa terceira situação, tra-balha-se com a manutenção do investimento, mas introduz o aumento da produtividade. Isto é, o mesmo real passa a gerar mais ligações de água e esgoto mediante melhores projetos e técnicas. Estudos recentes suge-rem que um aumento de 30% na produtividade é ambicioso, po-rém factível. Mas só o aumento da produtividade ainda não per-mite obter prazo aceitável para a universalização. Neste cenário, a universalização de água se daria em 2028 e a de esgoto em 2042.

E uma última hipótese serve de referência para a formulação de metas de saneamento.

Para universalizar em um in-tervalo de tempo aceitável (até 2024) será preciso ambos:

mais investimento (duplicar os

valores atuais) e maior produti-vidade (30% a mais).

A universalização não ocorre-rá simultaneamente em todas as regiões do Brasil. A cobertura de saneamento varia muito confor-me nas unidades da federação. As únicas com mais da metade dos domicílios atendidos em coleta de esgotos são Distrito Federal

(86,3%), São Paulo (82,1%), e Minas Gerais (68,9%); as meno-res coberturas são

Amapá (3,5%), Pará (1,7%) e Rondônia (1,6%).

O último cenário citado só será possível com mudanças ma-cro e microeconômicas.

Do ponto de vista macro, destaquem-se três aspectos. Em primeiro lugar, é preciso reduzir a tributação. Os prestadores de serviços de água e esgoto pagam cerca de R$ 2 bilhões em PIS/PASEP-COFINS por ano, quase um terço do investimento do setor!

Essa situação foi agravada a partir de 2003 com a elevação do PIS/PASEP-COFINS. O proje-to original da Lei do Saneamen-to previa a isenção deste tributo para investimentos, mas o artigo foi vetado pelo Executivo.

Em segundo lugar, é preciso resgatar o planejamento do se-tor. A Lei do Saneamento obriga o Governo Federal a editar um Plano Nacional de Saneamento Básico. Passados quase quatro anos da aprovação da norma, tal plano ainda não existe.

Em terceiro lugar, é preciso estimular as parcerias, tanto as Parcerias Público-Privadas (PPP), como as Parcerias Público-Públi-

co e outras modalidades, como a locação de ativos.

O modelo de Parcerias Públi-co-Público vem sendo aplicado, por exemplo, em transferência de tecnologia e conhecimento na formatação de editais e mo-delagens contratuais entre em-presas estaduais de saneamento.

Do ponto de vista microeco-nômico, também três aspectos podem ser destacados. Em pri-meiro lugar, as empresas devem ter um planejamento voltado para a geração de valor.

Em segundo lugar, é indispen-sável reduzir as perdas de água. De acordo com o Ministério das Cidades, a perda média brasilei-ra é próxima a 40%. O comba-te às perdas de água posterga a necessidade de investimentos em novos sistemas e aumenta a receita das companhias. Além disso, reduz custos operacionais, uma vez que é possível atender a mesma quantidade de pessoas, sem ampliar a produção de água.

Em terceiro lugar, é importan-te melhorar a gestão de projetos de forma a reduzir o tempo e o custo dos empreendimentos.

Por fim, a pesquisa, o desenvol-vimento e a inovação devem ser incorporados tanto como estra-tégia empresarial, quanto como política pública no saneamento.

A universalização do sanea-mento constitui grande desafio. O binômio investimento e ino-vação pode torná-la realidade para a atual geração. Um sonho possível.

mEIo-AmBIEnTE

Nos próximos meses deverão retomar o processo de avaliação de projetos criados para aumen-tar a competitividade do setor coureiro-calçadista dentro das Agendas Tecnológicas Setoriais - ATS que está sob a coordena-ção do Ministério do Desenvol-vimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) e da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI).

A ATCA 11 que solicita um estudo definitivo sobre os resí-duos sólidos do setor e também a implementação de uma planta piloto incineradora com geração energética foi bem acolhida na última apresentação em Brasília no final do ano passado e segue com grande expectativa quanto a sua aprovação. Esta ATCA 11 está sob coordenação da ABI-QUIM e conta com o apoio da ASSINTECAL, CT Couro SE-NAI, ABQTIC, AICSUL e CICB. Todas as entidades envolvidas participaram na confecção e análise da proposta que também aponta e sugere outras possíveis alternativas para eliminação dos resíduos sólidos.

A proposta parte que a tec-nologia usada para solução dos resíduos sólidos deve obedecer algumas premissas básicas para atender ao seu propósito:

Ser capaz de eliminar o passi-vo ambiental: ou seja, não investir tempo ou recurso em nenhuma alternativa paliativa ou interme-diária, seja do ponto de vista fí-sico ou legal, o resíduo deve ter um fim de fato que obedeça toda legislação vigente, de natureza

Agendas Tecnológicas Setoriais – ABDI contribuição Do sr. GustAvo fink – Diretor técnico-científicP DA AbQtic

civil ou ambiental. ter capacidade de remediar

áreas afetadas: o dimensiona-mento da alternativa ou alterna-tivas propostas não pode con-siderar somente a geração dos resíduos atualmente, mas tam-bém a remediação de resíduos depositados em aterros sanitá-rios ou outros.

Compreender a distribuição e as diferenças geográficas destes resíduos no país: o mapa dos resí-duos apontará a necessidade exa-ta de cada região, pois o volume ou mix de resíduos será fator fun-damental para escolha da melhor solução, lembrando que transpor-te dos resíduos por si só pode in-viabilizar a alternativa proposta.

Viabilidade econômica: a tec-nologia não pode ser subsidiada nem agregar custos para a cadeia produtiva, deve ser auto-susten-tável do ponto de vista econô-mico. Um dos principais desafios do estudo é superar a inexistên-cia de comprovação econômico--financeira de algumas alternati-vas tecnológicas disponíveis e/ou já implementadas.

Ter a perspectiva de gerar maté-ria ou matérias-prima para novos segmentos de negócio: a escolha deverá primar por tecnologias que valorizem o resíduo como matéria nobre a outros proces-sos e segmentos. Este conceito deve prevalecer sobre a pura e simples eliminação do resíduo e será fundamental para dar a dese-jada viabilidade econômica.

O estudo deverá vencer alguns entraves como, por exemplo, a inexistência de um inventário

nacional que dê estatísticas con-fiáveis de volumes armazenados e gerados pela cadeia.

Paralelo ao estudo, que seria um trabalho conclusivo para a questão dentro do nosso seg-mento, haveria a implementação de uma planta piloto incinerado-ra para comprovar a viabilida-de da geração de energia. Este modelo aparece como alterna-tiva mais viável e eficiente em vários segmentos da indústria e no manejo de resíduos domés-ticos. Também destaca-se por poder processar com rapidez grandes volumes de resíduos, processar resíduos diversifica-dos, ser efetiva na eliminação do passivo e ter a característica de auto-sustentação econômica dada à produção energética pro-porcionada. Por estes motivos deve ser testada também para o setor coureiro-calçadista que possui grandes volumes e carac-terísticas especificas de resíduos, como diferentes classes de peri-culosidade e poder calorífico.

A aprovação da proposta na sua íntegra seria um marco para o setor, pois a solução do pas-sivo ambiental, além de trazer benefícios sociais para todo o país também elevaria o segmen-to a outro patamar dentro do cenário mundial: seria o primei-ro mercado a resolver a questão dos resíduos sólidos o que atrai-ria marcas e negócios que zelam pela sustentabilidade, podendo ainda, o tratamento dos resíduos por si só tornar-se um negocio tão atrativo e rentável quando os produtos finais da cadeia.

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