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VENDA PROIBIDA Conto popular adaptado por Sandra Aymone Ilustrações de Karen Elis As As As Estradas Estradas Estradas de de de Couro Couro Couro Uma história sobre simplicidade Uma história sobre simplicidade

As Estradas de Couro

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Carlinhos Terceiro era rei no reino de Tudobem. Naquele tempo, não havia nenhum meio de transporte e o jeito era andar a pé. Para piorar, os sapatos ainda não tinham sido inventados! Carlinhos era mandão e egoísta, e por isso não tinha amigos. Ele achava que, por ser rei, podia mandar em tudo e em todos, e inventava as leis mais absurdas! Mas um dia ele teve de aprender que a sair do seu egoísmo e a olhar em volta. Autora: Sandra Aymone Ilustração: Karen Ilis

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Conto popular adaptado por

Sandra AymoneIlustrações deKaren Elis

Leon Tolstói

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Conto popular adaptado porSandra Ay�oneCoordenação editorialSílnia N. Mar�ins PradoRevisão de tex�oKatia RossiniIlust�açõesKaren ElisProjeto g�áfi co e diag�amaçãoFoco EditorialRealizaçãoFundação Educar DPaschoalwww.educardpaschoal.org.brFone 19

Sobre a Fundação Educar DPaschoal

/ Juliana Furlanetti

Criada em 1989 para a promoção da educação cidadã como est�atégia de t�ansfor�ação social, desenvolveu inicialmente a “Academia Educar”, que promove a for�ação de núcleos de lideranças juvenis em escolas públicas, criando opor��nidades para que o jovem descubra seu potencial, tor�ando-se capaz de t�ansfor�ar sua realidade, a de sua escola e da comunidade.

Em 1999, criou o “Prêmio Trote da Cidadania”, que estimula o empreendedorismo universitário como for�a de propagar práticas sustentáveis e a participação cidadã no meio acadêmico.

Em 2000, iniciou o projeto “Leia Comigo!”, que produz e dist�ibui g�at�itamente livros infanto-juvenis que incentivam o gosto pela leit�ra, facilitam o aprendizado na escola e o pleno desenvolvimento da criança e do jovem. São histórias que cont�ibuem para a const��ção de cidadãos e uma visão mais humanista.

A DPaschoal acredita que incentivar a leit�ra e o debate crítico é o melhor caminho em direção ao verdadeiro desenvolvimento do país e da sociedade.

Esta obra foi impressa na Gráfi ca Santa Edwiges Artes Gráficas, em papel cartão (capa) e papel couché (miolo). Esta é a 1ª edição, agem de 13.000 exemplares.

3728-8085

6ª reimpressão, datada de 2014, com tir

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Conto popular adaptado por

Sandra AymoneIlustraçõesKaren Elis

Asde CouroEstradasAsde CouroEstradas

Uma h i s t ó r i a s o b r e s imp l i c i d ad eUma h i s t ó r i a s o b r e s imp l i c i d ad eUma h i s t ó r i a s o b r e s imp l i c i d ad e

Asde CouroEstradas

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ra uma vez um lugar muito distante, chamado Reino de Tudobem. Seu rei era Carlinhos

Terceiro.

Ele era um menino muito mimado e egoísta. Vivia tendo ideias, mas elas só

serviam para satisfazer suas vontades:

— De hoje em diante, o prato principal do almoço vai ser sorvete!

— A partir de hoje, os fins de semana vão ter cinco dias! As

escolas só podem abrir nos outros dois dias!

Já pensou?

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omo você deve imaginar, ele não tinha amigos. Quando queria jogar xadrez, chamava Juventino, o funcionário do

palácio que cuidava de sua educação. Que trabalho duro! Era muito difícil educar aquele reizinho...

— Você pode jogar comigo? — perguntava Carlinhos a Juventino. — Mas quem ganha sempre sou eu!

Deste jeito, no reino de Tudobem, acabava ficando tudo mal... Até as crianças, que, no começo, tinham gostado de tomar sorvete todo dia no almoço, já estavam ficando enjoadas e até doentes. E, com aquela história de ter aulas só em dois dias da semana, iam ficar mais de quarenta anos na escola!

Um dia, o reizinho ficou sabendo que a final do Campeonato de Futebol Entrerreinos ia acontecer em uma cidade vizinha. Ficou louco para assistir e decidiu fazer a viagem.

Mas, naquele reino, as pessoas só andavam a pé.

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omo não existiam sapatos, qualquer pedrinha no chão

machucava os pés de Carlinhos:

— Quem colocou estas pedras na estrada, Juventino? Descubra quem

foi e mande falar comigo!

— Não foi ninguém, Majestade! — tentou explicar Juventino. — Pedras existem em

todo lugar!

— Não gosto! — respondeu Carlinhos, com os pés mergulhados em uma bacia de água fria.

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le pensou, pensou, até ter mais uma de suas “grandes ideias”: ordenou que cobrissem todas as estradas do reino com

couro macio.

Todos se assustaram com a ideia, achando-a maluca e impossível de ser realizada. Como sempre, Carlinhos não quis ouvir ninguém:

— Se não tivermos bois e vacas suficientes para fornecer o couro, comprem os rebanhos dos reinos vizinhos!

Juventino sabia que aquela ordem era absurda.

— É melhor desistir desta ideia, Majestade! Seria muita crueldade sacrificar tantos animais. Além disso, o reino de Tudobem não tem dinheiro para uma obra como esta.

Quando viu que não ia ter jeito, Carlinhos Terceiro chorou, gritou, esperneou, jogou-se no chão... E nada disso adiantou.

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epois de uma semana sem sair do quarto, ele ouviu o barulho de

crianças brincando do lado de fora do palácio. Foi olhar pela janela e viu

um grupo de meninos que jogava futebol. Carlinhos reconheceu um deles: era Palito,

o filho de Juventino.

Bem naquela hora, por causa de um chute mal dado, outro menino tinha machucado o pé. Palito ajudou a cuidar do amigo e enrolou em seu pé um pedaço de pano.

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cena não saía da cabeça do reizinho. Pela primeira vez na vida, quis ter amigos e

admirou a atitude de Palito. Pensou, pensou e teve outra ideia. Só que, desta vez, era bem bacana.

Mandou chamar Juventino e disse:

— Traga aqui umas peças de couro e uma faca! Depressa!

O reizinho, então, separou dois pedaços de couro. Depois, cortou umas tiras e, com elas, envolveu os próprios pés. Estavam inventados os sapatos!

Carlinhos percebeu, então, que muito mais fácil que forrar as estradas, era forrar os próprios pés.

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arlinhos passou ainda alguns dias melhorando sua invenção, com a ajuda de costureiros e artesãos do reino... Inventou

até sapatos a partir de materiais reciclados!

Mas, antes de apresentar sua invenção ao reino, quis fazer outra coisa: reuniu um grupo composto por professores, filósofos e sábios, fazendo deles seus conselheiros. E parou de criar leis sem pé nem cabeça!

Os primeiros pares de sapatos que ficaram prontos Carlinhos Terceiro quis dar pessoalmente a Palito e seus amigos.

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uando os meninos viram o reizinho chegar com aqueles presentes, quase não

acreditaram:

— Que bacana! Isso... Isso é para nós?!

— É sim! — respondeu Carlinhos, se afastando um pouco do campo. — Posso assistir ao jogo de vocês? Queria ver se os sapatos funcionam!

— Ver? — Palito perguntou. — Você não quer jogar com a gente?

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E, desde aquele dia, no reino de Tudobem, tudo ficou melhor!

Afinal, muito melhor que mudar o mundo inteiro, é começar a mudança por nós mesmos.

Dica:Pense em algum espaço ou situação que possa ser melhorada em sua escola. Conte para seus colegas e professores e, junto com eles, discuta as ideias que surgirem e proponha mudanças.

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ISBN 978-85-7694-223-8

Todos pensam em mudar a humanidade, mas ninguém pensa em mudar a si mesmo.

Leon Tolstói

Agradecemos aos parceiros que investem em nosso projeto.Agradecemos aos parceiros que investem em nosso projeto.

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