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Seu cachorro realmente AMBIENTE revista do meio Rebia Rede Brasileira de Informação Ambiental Acesse: www.revistadomeioambiente.org.br ano VIII • fevereiro 2014 68 9772236101004 ISSN 2236-1014 Brasil: apenas 13 alimentos tem fiscalização de agrotóxicos Estado do Mundo: a sustentabilidade ainda é possível Brasil é o 77º em ranking de desempenho ambiental te ama Como fazer captação de água de chuva

Revista do Meio Ambiente 68

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Seu cachorro realmente

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Acesse: www.revistadomeioambiente.org.br

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Brasil: apenas 13 alimentos tem fi scalização de agrotóxicos

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18 capa Seu cachorro realmente te ama, descobrem cientistas por Jéssica Maes

13 download Estado do Mundo: a sustentabilidade ainda é possível

19 sustentabilidade Brasil é o 77º em ranking de desempenho ambiental por Fabiano Ávila

22 água Como fazer captação de água de chuva

30 saúde & meio ambiente Brasil: apenas 13 alimentos tem fi scalização de agrotóxicos por Andrea Freitas, Clarice Spitz e Eliane Oliveira

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Sede e Redação Tv. Gonçalo Ferreira, 777 - Jurujuba (Cascarejo, Ponta da Ilha) - Niterói, RJ - 24370-290 • Telfax: (21) 2610-2272 • [email protected] • CNPJ 05.291.019/0001-58

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nesta edição

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Os artigos, ensaios, análises e reportagens assinadas veiculados através dos veículos de comunicação da Rebia expressam a opinião de seus autores, não representando, necessariamente, o ponto de vista das organizações parceiras e da Rebia.

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• Boas notícias ambientais, porque mudanças requerem esperança• Alterações climáticas fazem mudar a economia global • Efeito de calor extremo, mancha escura de 800 km cobre litoral do RJ até SC• Lovelock: “Aquecimento global é inevitável e 6 bi morrerão” • Com sucessivos recordes de consumo, a energia solar mostra seu potencial • Este avião vai mudar o mundo dos negócios• Plantas raras do Brasil• Indique um Campeão da Terra• 10 coisas incríveis que você não sabia sobre os animais• Incinerando poluentes da água – com água• Reservatórios de Centro-Oeste e Sudeste têm em média 40% da capacidade • Conheça alguns plásticos e os processos de reciclagem aplicados a eles• Reciclagem de entulho é um empreendimento viável• Shell não vai explorar Ártico este ano• O que acontece no Ártico não fi ca só no Ártico• Agrotóxico pode causar câncer e alterações na puberdade• 8% dos mais ricos do mundo concentram metade da renda global• Vovó Julieta e a educação ambiental no Brasil• Sai Minc, entra Índio da Costa• Índio da Costa anuncia nova presidente do Inea• Guia do Meio Ambiente

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requerem esperançaQue o meio ambiente e o Planeta estão Passando Por uma crise ambiental sem Precedentes, todo mundo sabe.

Que o principal responsável por esta crise é nossa própria espécie, também.

Não é preciso muito esforço para identifi-car problemas ambientais aqui e ali. Isso, a mídia de uma maneira geral faz com certa competência e honestidade. Assim como a divulgação dos problemas cumpre um im-portante papel – ao fazer avançar a consci-ência ambiental da sociedade, que, por sua vez passa a exigir mais e mais de empresas e autoridades – a divulgação das boas prá-ticas transmite esperança e motivação para as mudanças que a sociedade quer e precisa fazer no rumo da sustentabilidade.

Também queremos divulgar o que está dan-do certo, o que está sendo feito efetivamente por governantes, empresários, comunidades, para solucionar problemas socioambientais e para isso precisamos e pedimos a ajuda de quem acredita que também é importante dar divulgação às boas práticas como estratégia para motivar a sociedade no rumo das mu-danças para a sustentabilidade.

Entretanto, devemos demonstrar as evi-dências dessas mudanças, o antes e o de-pois. Os sonhos são importantes, pois boas práticas costumam ser antecedidas por boas ideias, entretanto, sonhar apenas não é suficiente para mudar a realidade. E entre o ideal e o possível, quase sempre, é preci-so abrir mão de sonhos, ajustar percepções, dialogar com os diferentes, nunca uma ta-refa fácil, mas absolutamente necessária numa democracia.

Dificuldades todos têm, mas onde alguns se contentam com desculpas para não fazer, outros arranjam um jeito de fazer. Graças a eles, a crise ambiental não está pior e talvez tenhamos evitado o colapso, até aqui. * Vilmar é escritor e jornalista, fundou a Rebia - Rede Brasileira de Informação Ambiental (rebia.org.br), e edita deste janeiro de 1996 a Revista do Meio Ambiente (que substituiu o Jornal do Meio Ambiente), e o Portal do Meio Ambiente (portaldomeioambiente.org.br). Em 1999, recebeu no Japão o Prêmio Global 500 da ONU para o Meio Ambiente e, em 2003, o Prêmio Verde das Américas

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em meio às presentes anomalias naturais em algumas outras partes do mundo, a mídia internacional voltou a explorar novamente o tema das consequências da mudança climática enfrentada pela civilização humana

alterações climáticas

os esPecialistas mostram-se bastante alarmados: as al-terações climáticas ultraPassaram o âmbito da ciência, chegando a ser uma Questão de imPortância nacional. elas Podem ser consideradas como um novo fator estru-tural da economia mundial. Ao mesmo tempo, os especialistas alertam contra as tentativas de caracterizar as mudanças climáticas glo-bais como apenas aquecimento. Mesmo se for assim, o processo que se dá na realidade é muito mais complicado. Ele passa por alternação de períodos de aquecimento e esfriamento, mantendo em geral uma tendência de lon-go prazo à elevação das temperaturas.

É mais justo dizer que estamos presenciando hoje uma mudança climá-tica global caracterizada pelo aumento, por um lado, da intensidade dos extremos meteorológicos e, por outro, a repetitividade mais frequente dos fenômenos naturais perigosos e anomalias climáticas. O que os es-pecialistas denominam de “crescimento da conflituosidade na natureza”.

O problema já não se reduz apenas ao dilema sobre se o aquecimento está ocorrendo ou o esfriamento, nem tampouco tem a ver com o grau de culpa da humanidade. A discussão mudou-se para o plano de interesses objeti-vos, a teoria cedeu lugar à prática, a escolha tática relegou para segundo plano a estratégia. E verificou-se que o impacto do clima sobre a economia real é ambíguo. Pois, de tudo se pode tirar proveito, segundo acredita Kons-tantin Simonov, presidente do Fundo de Segurança Energética Nacional:

“Não é um fato consumado que é o aquecimento global que acontece. Eu falaria mais bem nas mudanças do clima e anomalias naturais, o que esta-mos presenciando na realidade. É uma evidência dos problemas ambientais globais, mas não do aquecimento global. A julgar pelo estado do tempo, de-vemos tratar do esfriamento global. Contudo, não existem quaisquer esta-tísticas exatas que permitam tirar uma conclusão expressamente unívoca. No que respeita ao impacto das anomalias na economia, é igualmente am-bíguo. Com certeza, os desastres naturais paralisam a atividade econômica.

Mas há sempre alguns pontos positivos. Quan-do a Europa assolada por frios consome mais energia, os preços do gás natural sobem. E quem se beneficia com isso? São os produtores e vendedores, ou seja, a Rússia, entre outros.”

De acordo com especialistas, o mundo do ne-gócio deve considerar as mudanças do clima como fator da luta competitiva. Porque estes processos levarão a uma redistribuição em grande escala dos mercados, na qual serão en-volvidos todos os setores sem exceção: agricul-tura, seguros, transportes, construção, indús-tria do lazer, ramo imobiliário, geologia econô-mica, produção de alimentos, saúde pública, mineração e até finanças. Eis um comentário a respeito do economista Alexander Abramov:

“Os primeiros a ganhar com isso serão os setores relacionados com o desenvolvimento das fontes alternativas de energia, de gerado-res eólicos a reatores termonucleares. Entre os setores potencialmente mais afetados po-derão constar a produção de carvão e a de pe-tróleo. A produção de gás, pelo contrário, po-derá passar a ocupar uma posição privilegia-da. Serão afetadas as produções classificadas como poluentes. Por exemplo, grandes usinas siderúrgicas de baixa tecnologia, todas as empresas que expelem à atmosfera elevadas quantidades de dióxido de carbono e ainda aquelas que sejam incapazes de passar a im-plementar a nova tecnologia.”

As alterações climáticas globais já estão afetando a economia mundial. Se a tendên-cia negativa se preservar, é de esperar no fu-turo os choques mais sensíveis. No entanto, acredita-se que tal instabilidade promove o progresso científico e tecnológico, “desperta a humanidade da hibernação”. Mas devemos começar a nos preparar para o novo desde já, com antecipação, para que as novidades não nos peguem de surpresa. FontE: VozdARússIA

fazem mudar a economia global

Foto do satélite noAA’s GoEs-East da nasa, em 11 de fevereiro, mostra uma grande tempestade de inverno que levou neve, granizo, gelo e temperaturas frias a uma parte dos Estados Unidos que não costuma ver muito disso: texas oriental às Carolinas

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muito acima do normal, temperatura do oceano contribui para a “floração” da Myrionecta rubra

mancha escura de 800 km cobre litoral do rJ até sc

o satélite aQua, da nasa, não deixou Passar: tem uma man-cha escura gigantesca, de cerca de 800 km de extensão, ron-dando uma faixa litorânea Que desce do rio de Janeiro até santa catarina. A imagem, capturada no dia 19 de janeiro deste ano, mostra um aglomerado de microorganismos provavelmente da espécie Myrionecta rubra, um protista ciliado que vive de fotossíntese, depois de sequestrar cloroplastos de algas.

“Esse fenômeno já foi registrado em São Paulo no final dos anos 1990. Ele só acontece quando a temperatura da água está alta e o ar está cal-mo, com pouco vento. Assim, a espécie consegue se reproduzir e se acu-mular”, explica Paulo Cesar Abreu, professor do Instituto de Oceanogra-fia da Universidade Federal do Rio Grande (Furg).

De acordo com Abreu, pesquisadores de São Paulo estão coletando amos-tras para confirmar se o fenômeno é causado, de fato, pelos pequenos Myrio-necta rubra, que não representam – até onde se sabe – perigo para animais marinhos nem humanos. Ainda assim, Abreu lembra que as mesmas condi-ções que favorecem o aparecimento desses animais também podem trazer um vilão conhecido dos gaúchos: a cianobactéria, que produz toxinas.

“A temperatura do Atlântico Sul está muito acima do normal (chegan-do agora aos 30°C, número extremo para a época do ano), e isso pode levar à formação dessa mancha. Esses aumentos acontecem em todo

efeito de calor extremo,

o mundo e têm sido registrados principal-mente na última década”, alerta o profes-sor, apontando para a relação direta entre a temperatura e o efeito estufa.

“Os efeitos não são apenas o aumento da temperatura. Invernos intensos são registra-dos agora no hemisfério norte, o que tam-bém faz parte dos modelos: o efeito estufa desequilibra todo o sistema, e acho que não há mais dúvidas de que existe influência humana sobre a temperatura dos oceanos”, afirma, amparado pelas conclusões do Pai-nel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), da ONU, que aponta que as chances de o homem ter influência so-bre o aquecimento global são de 95% e que esse aquecimento migrou recentemente dos continentes para as águas oceânicas.

De acordo com o oceanógrafo, os ciclones extratropicais nos litorais gaúcho e catari-nense podem ser consequências que acom-panham essas mudanças climáticas.

“Os registros que temos são bastante re-centes, então esses fenômenos podem ter ocorrido outras vezes na história. Mas, no caso da temperatura, há dados que mostram recordes na última década, e não há dúvida de que isso está relacionado à emissão de gases do efeito estufa”, diz Abreu.

O professor considera a possibilidade de a mancha “descer” para as praias do Rio Gran-de do Sul, mas destaca que as condições cli-máticas são diferentes.

“Não observamos formações com essa densidade, nunca vimos uma concentração como a que tem ali. Pode descer, até porque a corrente vem de norte para sul, mas essa mancha pode se desmanchar de uma hora para outra e, mais importante, ainda não confirmamos a espécie. Se for mesmo o que imaginamos, mesmo que venha para cá, não causará problema nenhum”, indica.

Visto de perto, um aglomerado de Myrio-necta rubra tem coloração vermelha, mas aparece escuro na imagem de satélite devi-do à absorção de luz por parte do oceano (es-sas pequenas criaturas costumam nadar um metro ou dois abaixo da superfície). FontE: oBRAs sUstEntáVEIs / zERo HoRA

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James lovelock, renomado cientista, diz que o aquecimento global é irreversível – e que mais de 6 bilhões de pessoas vão morrer neste século

morrerão”aos 88 anos, dePois de Quatro filhos e uma carreira longa e resPeitada como um dos cientistas mais influentes do século 20, James lovelock chegou a uma conclusão desconcertante: a raça humana está condenada. “Gostaria de ser mais esperançoso”, ele me diz em uma manhã enso-larada enquanto caminhamos em um parque em Oslo (Noruega), onde o estudioso fará uma palestra em uma universidade. Lovelock é bai-xinho, invariavelmente educado, com cabelo branco e óculos redondos que lhe dão ares de coruja. Seus passos são gingados; sua mente, vívida; seus modos, tudo menos pessimistas. Aliás, a chegada dos Quatro Cavaleiros do Apo-calipse –guerra, fome, pestilência e morte – pa-rece deixá-lo animado. “Será uma época som-bria”, reconhece. “Mas, para quem sobreviver, desconfio que vá ser bem emocionante.”

Na visão de Lovelock, até 2020, secas e ou-tros extremos climáticos serão lugar-comum. Até 2040, o Saara vai invadir a Europa, e Berlim será tão quente quanto Bagdá. Atlanta acabará se transformando em uma selva de trepadeiras kudzu. Phoenix se tornará um lugar inabitável, assim como partes de Beijing (deserto), Miami (elevação do nível do mar) e Londres (enchen-tes). A falta de alimentos fará com que milhões de pessoas se dirijam para o norte, elevando as tensões políticas. “Os chineses não terão para onde ir além da Sibéria”, sentencia Lovelock. “O que os russos vão achar disso? Sinto que uma guerra entre a Rússia e a China seja ine-vitável.” Com as dificuldades de sobrevivência e as migrações em massa, virão as epidemias. Até 2100, a população da Terra encolherá dos atuais 6,6 bilhões de habitantes para cerca de 500 milhões, sendo que a maior parte dos so-breviventes habitará altas latitudes – Canadá, Islândia, Escandinávia, Bacia Ártica.

Até o final do século, segundo o cientista, o aquecimento global fará com que zonas de temperatura como a América do Norte e a Eu-ropa se aqueçam quase 8 graus Celsius – qua-se o dobro das previsões mais prováveis do re-latório mais recente do Painel Intergoverna-mental sobre a Mudança Climática, a organi-

zação sancionada pela ONU que inclui os principais cientistas do mundo. “Nosso futuro”, Lovelock escreveu, “é como o dos passageiros em um bar-quinho de passeio navegando tranquilamente sobre as cataratas do Niaga-ra, sem saber que os motores em breve sofrerão pane”. E trocar as lâmpadas de casa por aquelas que economizam energia não vai nos salvar. Para Love-lock, diminuir a poluição dos gases responsáveis pelo efeito estufa não vai fazer muita diferença a esta altura, e boa parte do que é considerado desen-volvimento sustentável não passa de um truque para tirar proveito do de-sastre. “Verde”, ele me diz, só meio de piada, “é a cor do mofo e da corrupção.”

Se tais previsões saíssem da boca de qualquer outra pessoa, daria para rir delas como se fossem devaneios. Mas não é tão fácil assim descartar as ideias de Lovelock. Na posição de inventor, ele criou um aparelho que aju-dou a detectar o buraco crescente na camada de ozônio e que deu início ao movimento ambientalista da década de 1970. E, na posição de cientista, apresentou a teoria revolucionária conhecida como Gaia - a ideia de que nosso planeta é um superorganismo que, de certa maneira, está “vivo”. Essa visão hoje serve como base a praticamente toda a ciência climática. Lynn Margulis, bióloga pioneira na Universidade de Massachusetts (Estados Uni-dos), diz que ele é “uma das mentes científicas mais inovadoras e rebeldes da atualidade”. Richard Branson, empresário britânico, afirma que Lovelock o inspirou a gastar bilhões de dólares para lutar contra o aquecimento glo-bal. “Jim é um cientista brilhante que já esteve certo a respeito de muitas coisas no passado”, diz Branson. E completa: “Se ele se sente pessimista a respeito do futuro, é importante para a humanidade prestar atenção.”

Lovelock sabe que prever o fim da civilização não é uma ciência exata. “Posso estar errado a respeito de tudo isso”, ele admite. “O problema é que todos os cientistas bem intencionados que argumentam que não estamos sujeitos a nenhum perigo iminente baseiam suas previsões em modelos de computador. Eu me baseio no que realmente está acontecendo.”

Quando você se aproxima da casa de Lovelock em Devon, uma área rural no sudoeste da Inglaterra, a placa no portão de metal diz, claramente: “ Estação Experimental de Coombe Mill. Local de um novo habitat. Por favor, não entre nem incomode”.

Depois de percorrer algumas centenas de metros em uma alameda estrei-ta, ao lado de um moinho antigo, fica uma casinha branca com telhado de ardósia onde Lovelock mora com a segunda mulher, Sandy, uma norte-ame-ricana, e seu filho mais novo, John, de 51 anos e que tem incapacidade leve. É um cenário digno de conto de fadas, cercado de 14 hectares de bosques, sem hortas nem jardins com planejamento paisagístico. Parcialmente escondida no bosque fica uma estátua em tamanho natural de Gaia, a deusa grega da Terra, em homenagem à qual James Lovelock batizou sua teoria inovadora.

A maior parte dos cientistas trabalha às margens do conhecimento hu-mano, adicionando, aos poucos, nova informações para a nossa compreen-são do mundo. Lovelock é um dos poucos cujas ideias fomentaram, além da revolução científica, também a espiritual. “Os futuros historiadores da ciên-cia considerarão Lovelock como o homem que inspirou uma mudança dig-na de Copérnico na maneira como nos enxergamos no mundo”, prevê Tim Lenton, pesquisador de clima na Universidade de East Anglia, na Inglaterra. Antes de Lovelock aparecer, a Terra era considerada pouco mais do que um pedaço de pedra aconchegante que dava voltas em torno do Sol. De acordo

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Leia e entrevista completa em: http://bit.ly/1m1LgKU

com a sabedoria em voga, a vida evoluiu aqui porque as condições eram adequadas: não muito quente nem muito frio, muita água. De algum modo, as bactérias se transformaram em organismos multicelulares, os peixes sa-íram do mar e, pouco tempo depois, surgiu Britney Spears.

Na década de 1970, Lovelock virou essa ideia de cabeça para baixo com uma simples pergunta: Por que a Terra é diferente de Marte e de Vênus, onde a atmosfera é tóxica para a vida? Em um arroubo de inspiração, ele compre-endeu que nossa atmosfera não foi criada por eventos geológicos aleatórios, mas sim devido à efusão de tudo que já respirou, cresceu e apodreceu. Nos-so ar “não é meramente um produto biológico”, James Lovelock escreveu. “É mais provável que seja uma construção biológica: uma extensão de um sis-tema vivo feito para manter um ambiente específi co.” De acordo com a teo-ria de Gaia, a vida é participante ativa que ajuda a criar exatamente as con-dições que a sustentam. É uma bela ideia: a vida que sustenta a vida. Tam-bém estava bem em sintonia com o tom pós-hippie dos anos 70. Lovelock foi rapidamente adotado como guru espiritual, o homem que matou Deus e co-locou o planeta no centro da experiência religiosa da Nova Era. O maior erro de sua carreira, aliás, não foi afi rmar que o céu estava caindo, mas deixar de perceber que estava. Em 1973, depois de ser o primeiro a descobrir que os clo-rofl uocarbonetos (CFCs), um produto químico industrial, tinham poluído a atmosfera, Lovelock declarou que a acumulação de CFCs “não apresentava perigo concebível”. De fato, os CFCs não eram tóxicos para a respiração, mas estavam abrindo um buraco na camada de ozônio. Lovelock rapidamente revisou sua opinião, chamando aquilo de “uma das minhas maiores bolas fora”, mas o erro pode ter lhe custado um prêmio Nobel.

No início, ele também não considerou o aquecimento global como uma ameaça urgente ao planeta. “Gaia é uma vagabunda durona”, ele explica com frequência, tomando emprestada uma frase cunhada por um colega. Mas, há alguns anos, preocupado com o derretimento acelerado do gelo no Ártico e com outras mudanças relacionadas ao clima, ele se convenceu de que o sistema de piloto automático de Gaia está seriamente desregulado,

tirado dos trilhos pela poluição e pelo desma-tamento. Lovelock acredita que o planeta vai recuperar seu equilíbrio sozinho, mesmo que demore milhões de anos. Mas o que realmen-te está em risco é a civilização. “É bem possível considerar seriamente as mudanças climáticas como uma resposta do sistema que tem como objetivo se livrar de uma espécie irritante: nós, os seres humanos”, Lovelock me diz no peque-no escritório que montou em sua casa. “Ou pelo menos fazer com que diminua de tamanho.”

Se você digitar “gaia” e “religion” no Google, vai obter 2,36 milhões de páginas – praticantes de wicca, viajantes espirituais, massagistas e curandeiros sexuais, todos inspirados pela vi-são de Lovelock a respeito do planeta. Mas se você perguntar a ele sobre cultos pagãos, ele responde com uma careta: não tem interesse na espiritualidade desmiolada nem na religião organizada, principalmente quando coloca a existência humana acima de tudo o mais. Em Oxford, certa vez ele se levantou e repreendeu Madre Teresa por pedir à plateia que cuidasse dos pobres e “deixasse que Deus tomasse con-ta da Terra”. Como Lovelock explicou a ela, “se nós, as pessoas, não respeitarmos a Terra e não tomarmos conta dela, podemos ter certeza de que ela, no papel de Gaia, vai tomar conta de nós e, se necessário for, vai nos eliminar”.

Gaia oferece uma visão cheia de esperança a respeito de como o mundo funciona. Afi nal de contas, se a Terra é mais do que uma simples pe-dra que gira ao redor do sol, se é um superorga-nismo que pode evoluir, isso signifi ca que existe certa quantidade de perdão embutida em nosso mundo – e essa é uma conclusão que vai irritar profundamente estudiosos de biologia e neoda-rwinistas de absolutamente todas as origens.

Para Lovelock, essa é uma ideia reconfortan-te. Considere a pequena propriedade que ele tem em Devon. Quando ele comprou o terre-no, há 30 anos, era rodeada por campos apa-rados por mil anos de ovelhas pastando. E ele se empenhou em devolver a seus 14 hectares um caráter mais próximo do natural. Depois de consultar um engenheiro fl orestal, plan-tou 20 mil árvores – amieiros, carvalhos, pi-nheiros. Infelizmente, plantou muitas delas próximas demais, e em fi leiras. Agora, as ár-vores estão com cerca de 12 metros de altura, mas em vez de ter ar “natural”, partes do ter-reno dele parecem simplesmente um projeto de refl orestamento mal executado. “Meti os pés pelas mãos”, Lovelock diz com um sorriso enquanto caminhamos no bosque. “Mas, com o passar dos anos, Gaia vai dar um jeito.” FontE: RoLLInGstonEs BRAsIL

É bem possível considerar seriamente as mudanças climáticas como uma resposta do sistema que tem como objetivo se livrar de uma espécie irritante: nós, os seres humanos. Ou pelo menos fazer com que diminua de tamanho.(James Lovelock)

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mostra seu potencialcom sucessivos recordes de consumo, a energia solar

no mês de Janeiro, o sol brasileiro mostrou toda sua força, castigando as regiões sul e sudeste com calor. a PoPulação se Preserva ligando siste-mas de ar condicionado, Que se tor-naram um eletrodoméstico acessível às grandes massas. O Sistema Interliga-do Nacional, responsável por fornecer nossa energia elétrica, percebe um aumento de con-sumo – o Operador Nacional do Sistema Elé-trico ONS relata novos recordes a cada três ou quatro dias, que têm ocorrido na parte da tarde, entre 14h15 e 15h30.

Com sol em excesso, faltou chuva nas mes-mas regiões, sul e sudeste. O nível dos reser-vatórios caiu a níveis muito baixos, gerando preocupação pelo segundo ano consecutivo. No setor elétrico, a preocupação é medida pelo preço da energia de curto prazo, chamado PLD, que alcançou o teto pela primeira vez. A so-lução para garantir o suprimento da energia, dentro da matriz energética atual, é ligar ter-melétricas. Estas, porém, produzem a custos que podem superar R$ 1.000 por MWh, colo-cando em risco a competitividade da indústria brasileira e comprometendo a modicidade da tarifa, pauta governamental.

A solução mais sensata, no entanto, deveria ser outra: aproveitar a energia solar para ge-rar eletricidade. O sistema instalado na sede da empresa Solarize mostra o potencial: em janei-ro, ele gerou 308 kWh, 38% a mais do que a mé-

dia dos meses anteriores. E ele gera mais ener-gia exatamente no horário de pico da demanda, a um custo muito inferior ao das termelétricas. E ainda sem qualquer poluição atmosférica.

Com isso, a energia solar mostra que é o com-plemento perfeito da energia hídrica. Afi nal, ela produz mais quando está chovendo me-nos. Ela é mais garantida, pois a irradiação va-ria muito pouco entre um ano e outro. Conse-gue, portanto, estabilizar a matriz energéti-ca, o fator mais importante para a indústria. A (micro) usina pode ainda ser construída no local do consumo, reduzindo a dependência de linhas de transmissão, outro calcanhar de Aquiles do sistema brasileiro.

E o custo da energia solar? A energia mais cara é aquela que falta. Energia hidrelétrica barata é hipotética enquanto não chove. A ter-melétrica varia conforme o dólar e o petróleo. Solar e eólica são calculáveis, porque não pre-cisam de combustível depois de serem cons-truídas. A solução é um mix de energias e o cálculo do custo deve levar em consideração a segurança no longo prazo.

Os argumentos aqui apresentados não são novos. Mas eles agora são comprovados por fatos. É óbvio que um sistema do tamanho da-quele instalado na sede da Solarize, com po-tência de 2kWp, não consegue salvar a matriz energética do Brasil. Aí entra outra vantagem desta tecnologia: ela é a única que permite instalar signifi cativas capacidades em poucos meses, seja em sistemas distribuídos pelos te-lhados brasileiros, seja em usinas grandes.

O que falta para estabilizar e baratear a matriz energética do Brasil? Repensar conceitos que se mostraram arriscados e incluir uma fonte de energia que está provando seus benefícios. In-centivar geração distribuída de pequeno por-te, desonerando, simplifi cando e fi nanciando a instalação. E promover leilões para usinas de grande porte que permitam o desenvolvimento da cadeia de fornecimento. Em paralelo, é pre-ciso capacitar a grande quantidade de mão de obra necessária para esta transformação. *Hans Rauschmayer é sócio-gerente da solarize serviços em tecnologia Ambiental.FontE: RIoCApItALdAEnERGIA.RJ.GoV.BR

saiba mais. Faça contato: solarize serviços em tecnologia Ambiental Ltda.www.solarize.com.br / (21) 2148-0973 / (21) 9 9615-9812 / skype: hrauschmayer

os dados do sistema fotovoltaico mencionado estão disponíveis para acesso público online pelo sitesolarize.com.br

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dos negóciosa agricultura vem liderando a adoção dos drones no brasil. estima-se que pelo menos 200 deles estejam sobrevoando as plantações

de projetos que devem começar a sair do papel a partir de agora. Mais: lembram que esses dados não levam em conta a inexistência, ainda, de regulamentação dessa atividade, o que se constitui numa barreira para uma expansão maior (de forma resumida, é preciso definir o espectro de frequências para operar essas máquinas voadoras e estabelecer regras de ocupação do espaço aéreo). Só no mercado americano, por exemplo, há um potencial anual de US$ 10 bilhões adicionais, caso haja uma legislação de uso para os drones civis, de acordo com a Auvsi, associação americana que representa os fabricantes desses aviões.

Nada disso, no entanto, parece arrefecer o apetite das empresas. As-sim como a Eldorado, muitas delas já estão usando drones em suas ope-rações ou trabalham com projetos-pilotos inovadores, que prometem transformar para sempre as paisagens das grandes cidades e das áreas rurais. É o caso da companhia de geração de energia AES Tietê, de São Paulo, que usa o mesmo drone da Eldorado para monitorar suas redes de transmissão. “Antes, um relatório de ocupação irregular demorava uma semana para ser concluído”, diz Ítalo Freitas Filho, diretor-geral de gera-ção da AES Tietê, que investiu R$ 200 mil em um drone e planeja com-prar mais um. “Agora bastam dois dias.”

A agricultura vem liderando a adoção dos drones no Brasil. Estima-se que pelo menos 200 deles estejam sobrevoando as plantações. “Os drones são os olhos dos agricultores na lavoura”, afirma Lúcio André de Castro Jorge, pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Em-brapa), de São Carlos, no interior paulista.”Eles são uma ferramenta es-sencial para a agricultura de precisão.” O caso da Eldorado é mais uma vez ilustrativo. A empresa utiliza as fotografias feitas pela eBee para fazer uma avaliação do plantio. “Dá para comparar as imagens captadas em di-ferentes períodos e acompanhar o desenvolvimento da floresta”, afirma Carlos Justo, gerente de planejamento da Eldorado.

Mundialmente, os projetos com drones são mais ousados, como se tives-sem saído de livros de ficção científica. O empresário americano Jeff Bezos está na linha de frente dessa área, para variar. Bezos já revolucionou o

ele é Parecido com um morcego, embo-ra seu nome oficial seJa ebee (de abe-lha eletrônica, em inglês). Pesa menos de um Quilo, voa a uma velocidade de 45 Quilômetros Por horas, tem uma câmera acoPlada de 16 megaPixels e autonomia de 45 minutos. Os funcioná-rios da fabricante de celulose Eldorado, em Três Lagoas, em Mato Grosso do Sul, no entanto, o apelidaram de “dedo-duro”. A alcunha faz sen-tido. Esse pequeno robô voador, fabricado pela suíça senseFly, sobrevoa as plantações de euca-liptos da companhia da holding J&F, da família Batista, dona também do frigorífico JBS.

Sua missão: encontrar mudas que não foram plantadas da forma correta. Se localizadas a tempo, dá tempo de replantá-las e evitar a per-da. Daí o apelido. Com mais de 160 mil hectares de área plantada de eucaliptos, matéria-prima para fazer a celulose, os drones são a melhor for-ma para monitorar essa gigantesca área, que equivale a 160 mil campos de futebol. “Os drones são uma grande inovação que vai mudar o pa-norama dos negócios”, afirma José Carlos Grubi-sich, presidente da Eldorado, dono de três drones e com planos de adquirir mais três neste ano. É bom levar a sério as palavras de Grubisich.

Surgidos como poderosas e polêmicas ar-mas de guerra, esses veículos aéreos não tri-pulados estão invadindo o universo empresa-rial e vão influenciar diversos setores, do co-mércio global à logística, passando pela área de prestação de serviços. De uma forma ou de outra, todos eles vão ser inexoravelmente in-fluenciados pelos drones. As cifras movimen-tadas pelos drones civis já são bilionárias. No ano passado, foram US$ 5,2 bilhões em todo o mundo, segundo cálculos da consultoria ame-ricana Teal Group, especializada na indústria aeroespecial. Em dez anos, esse mercado deve mais do que dobrar, atingindo US$ 11,2 bilhões.

Muitos analistas acreditam que se trata de uma previsão conservadora, dado o número

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Para discutir a sustentabilidade do Pla-neta e tentar resPonder a essa Questão chave, o instituto akatu e WorldWatch institute brasil lançaram a edição bra-sileira do relatório ESTADO DO MUNDO 2013 – A SUSTENTABILIDADE AINDA É POSSÍVEL?

Helio Mattar, diretor-presidente do Instituto Aka-tu, acredita que a transição para a sustentabilidade depende de transformações profundas nos modos de produção e consumo. “As mudanças são urgen-tes e devem guiar a ação de empresas, governos e cidadãos, que preci-sam adotar o consumo consciente como uma prática cotidiana na socie-dade do bem-estar que devemos construir nos próximos anos. A edição brasileira do Estado do Mundo traz ótimas contribuições para as trans-formações de que precisamos”, indica Mattar. “Em apenas oito décadas adicionamos mais cinco bilhões de novos habitantes e consumidores ao planeta. Só entre a Eco 92 e a Rio+20, o PIB global cresceu 50 trilhões de dólares”, afi rma Eduardo Athayde diretor do Worldwatch Institute Brasil. “Precisamos, antes, defi nir métricas que nos orientem em direção a um futuro mais equilibrado, seguro e justo”, complementa.

Considerado pela imprensa internacional como a “bíblia da susten-tabilidade”, a publicação é formada por um conjunto de artigos or-ganizados em torno de três eixos principais: A Métrica da Sustenta-bilidade, Chegando à Verdadeira Sustentabilidade e Abra em Caso de Emergência. Os 17 capítulos do relatório oferecem ao leitor um verdadeiro panorama da situação atual do mundo e o que é preciso fazer imediatamente para reverter esta realidade.

O documento é aberto com uma advertência de Robert Engelman, pre-sidente do Wordwatch Institute, sobre os usos e abusos do conceito de sustentabilidade. Utilizada de maneira inadequada, de acordo com ele, a sustentabilidade como é aplicada hoje em nada contribui para a tomada de decisões e mudanças que precisam ser implantadas o quanto antes.

“A Métrica da Sustentabilidade”, primeira seção do relatório, traz um con-junto de métricas que podem ou deveriam ser utilizadas para avaliar em que patamar a humanidade se encontra, quais limites já foram ultrapas-sados e que direções devem ser seguidas para assegurar o futuro. A segun-da seção, “Chegando à Verdadeira Sustentabilidade”, explora que serão ne-cessárias ações, políticas, mudanças comportamentais e institucionais, além da redução na escala da atividade humana, para que a sociedade se torne verdadeiramente sustentável. Já a última parte, “Abra em Caso de Emergência”, destaca iniciativas e estratégias que precisam ser contem-pladas caso não seja possível fazer a transição a tempo. São elas: como lidar com migrações, fortalecer a resiliência das populações, ou mesmo, adotar soluções de geoengenharia para frear o aquecimento global. FontE: InstItUto AKAtU

com artigos organizados em torno de três temáticas principais, publicação apresenta a visão de pesquisadores e líderes sobre os rumos do planeta

ainda É possível?a sustentabilidade

Para discutir a sustentabilidade do Pla-neta e tentar resPonder a essa Questão chave, o instituto akatu e WorldWatch institute brasil lançaram a edição bra-

ESTADO DO MUNDO 2013

Helio Mattar, diretor-presidente do Instituto Aka-

com artigos organizados em torno de três temáticas principais, publicação

o relatório pode ser baixado em

http://bit.ly/1os2pzd

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este avião vai mudar o mundo comércio mundial com a Amazon.com, virou de cabeça para baixo o mercado de livros, com o seu e-book Kindle, e foi um dos primeiros a in-vestir em serviços de computação em nuvem. Agora, ele quer reinventar o setor de logística. Os drones são parte essencial de seu plano. No fi m do ano passado, Bezos revelou que poderia começar a entregar produtos de até 2,2 kg por meio de drones – peso de 86% das encomen-das da Amazon – a partir de 2015.

O serviço já tem até nome: Prime Air. O “car-teiro voador” proposto pelo lendário empre-sário transportaria mercadorias em até meia hora através de um quadricóptero que deixa os pacotes na porta das casas de forma segura e veloz. O projeto de Bezos está longe de pare-cer um delírio típico de um visionário – mui-tas de suas “alucinações” viraram negócios bi-lionários, como comprova a trajetória da em-presa de Seattle, que em apenas duas décadas se transformou na maior varejista virtual do mundo, com receita de US$ 61 bilhões. A área de logística, de fato, é uma das que mais de-vem se transformar com os drones.

A empresa alemã de entregas DHL, controla-da pelo Deutsche Post, o maior grupo de logísti-ca do planeta, também anunciou que pesquisa o uso de drones para entregas urgentes, como remédios para localidades distantes de centros urbanos. Um pequeno quadricóptero amare-lo entregou, no fi m do ano passado, um pacote com fármacos de um extremo ao outro da cida-de de Bonn, onde está localizada sua sede. A rede de pizzaria americana Domino’s testa também entrega de pizzas no Reino Unido. Chamado de Domicopter, o robô aéreo foi criado e ope-rado pela empresa AeroSight e age como um motoboy voador. Além de sua efi cácia nos ser-viços prestados, os drones estão se mostrando uma efi ciente ferramenta de marketing.

Quem descobriu isso foi a indústria imobili-ária americana, que passou a usar as aerona-ves não tripuladas para fazer imagens impos-síveis de serem registradas mesmo com he-licópteros. “Imóveis de vários milhões de dó-lares exigem táticas de marketing dignas da Avenida Madison”, afi rmou Matthew Leone, diretor de marketing da imobiliária Halstead Property, em entrevista ao jornal The New York Times, referindo à tradicional avenida que re-úne as principais agências de publicidade dos Estados Unidos, em Manhattan. A Halstead Property usou um drone para fi lmar uma casa avaliada em US$ 7,6 milhões, cujo vídeo já foi visto meio milhão de vezes no YouTube.

Leia a matéria completa em: www.portaldomeioambiente.org.br/noticias/ciencia/7786-este-aviao-vai-mudar-o-mundo-dos-negocios

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plantas rarasdo brasil

prêmio

um dos maiores desafi os deste século é desenvolver modelos de desenvolvimento social e econômico que tenham como sua base a conservação da biodiversidade. esses modelos são especialmente importantes em países como o brasil, detentores de grande parte das espécies existentes no planeta

o desenvolvimento sustentável de um País reQuer um Pla-neJamento sistemático de conservação, com metas de con-servação bem definidas e métodos consistentes de aná-lise. Para isso, informações precisas sobre a distribuição das espécies são fundamentais. Nesse processo, nem todas as espécies são iguais. As espécies com distribuição restrita têm muito mais possibilidades de serem extintas por um evento catastrófi co qualquer ou pela ocupação humana desordenada do que espécies amplamente distribuídas.

Por isso, elas devem receber maior atenção por parte de toda a socie-dade. O argumento é simples: se protegermos as áreas onde as espécies de distribuição restrita ocorrem, estaremos protegendo também po-pulações de outras espécies que possuem distribuições mais extensas. Dessa forma, usando o território de forma mais efi ciente.

A Universidade Estadual de Feira de Santana e a Conservação Interna-cional juntaram forças com 170 cientistas de 55 instituições para revelar o até então desconhecido mundo das plantas raras do Brasil. O Brasil possui entre 35 e 55 mil espécies de plantas. As espécies consideradas como raras são aquelas que possuem distribuição menor do que 10.000 km2. Foram reconhecidas 2.291 espécies de plantas raras brasileiras, muitas das quais se encontram à beira da extinção. As distribuições das espécies de plantas raras ajudam também a delimitar 752 áreas que são chave para garantir a conservação da diversidade de plantas brasilei-ras. Essas áreas devem ser reconhecidas por toda a sociedade brasileira como prioridades imediatas para um trabalho intenso de conservação.

Este projeto está apenas em sua primeira fase. A publicação do livro Plantas Raras do Brasil e a construção desta página são os primeiros re-sultados do projeto. A meta em longo prazo é a publicação de atualiza-ções anuais do livro, contendo tanto correções e atualizações dos dados apresentados como novas informações sobre espécies e famílias que não foram analisadas nesta primeira fase.

O projeto foi realizado com apoio da Gordon and Betty Moore Foundation e de André Esteves (membro do Conselho Deliberativo da Conservação In-ternacional). A Fundação Instituto para o Desenvolvimento da Amazônia (Fidesa) gerenciou os recursos e as bolsas oferecidas aos pesquisadores. FontE: EdUCAÇÃo do CAMpo / pLAntAs RARAs do BRAsIL

Plantas Raras do Brasil

Livro pode ser baixado em http://bit.ly/1dplgHx

um campeão da terra

o Programa das nações unidas Para o meio ambiente (Pnuma) recebe indica-ções Para a edição 2014 do camPeões da terra. O prêmio, principal reconhecimento da ONU na área de meio ambiente, homenageia anualmente visionários da sustentabilidade e que inspiram ações transformadoras.

O prêmio é distribuído em quatro categorias: Política e Liderança, Ciência e Inovação, Visão Empreendedora e Inspiração e Ação. Para 2014, o PNUMA incentiva a indicação de pessoas que deram uma contribuição substancial no campo das mudanças climáticas, na expectativa da de-fi nição de um novo acordo global em 2015, para ser adotado em 2020. A candidatura de mulhe-res e jovens também é encorajada.

Para fazer a sua indicação de um Campeão da Terra, preencha os dados, em inglês, na página www.unep.org/champions/nomination. As su-gestões podem ser feitas até o dia 14 de março.

O Campeões da Terra chega em 2014 na sua décima edição, e já reconheceu o trabalho de chefes de estados, empresas, ativistas, músi-cos e muitos outros em cerimônias realizadas em cidades como Cingapura, Paris, Seul, Nova York e Rio de Janeiro. Seus vencedores se des-tacaram no manejo de recursos ambientais, inovaram em maneiras de enfrentar mudan-ças climáticas e o desperdício de alimentos, to-maram decisões de negócio baseadas na sus-tentabilidade e trabalharam na conscientiza-ção de desafi os para o meio ambiente.

Os premiados de 2013 incluem Izabella Tei-xeira, Ministra do Meio Ambiente do Brasil; o Google Earth; e Carlo Petrino, fundador do movimento Slow Food, entre outros.

Os vencedores de 2014 serão revelados em um evento de gala no fi m do ano. A Guang-dong Wealth apoiou o prêmio em 2013 e esten-deu o apoio para este ano. Mais informações sobre o Campeões da Terra estão disponíveis em www.unep.org/champions. FontE: AsCoM pnUMA

indiquePnuma abre indicações para o prêmio campeões da terra 2014. sugestões de pessoas e entidades que se destacaram na atuação contra as mudanças climáticas são incentivadas

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10 coisas incríveismitos e mistérios tornam alguns animais ainda mais fascinantes. vamos explorar algumas descobertas recentes, erros comuns e adaptações incríveis

10) Elefantes são esquecidos, mas não burrosOs elefantes têm o maior cérebro – uma média de cinco quilogramas –

entre todos os mamíferos que já andaram na Terra. Mas eles usam a mas-sa cinzenta ao máximo? A inteligência é difícil de ser quantificada tanto em humanos quanto em animais, mas o quociente de encefalização (QE), uma média entre o tamanho do cérebro de um animal e o esperado para esse tamanho dependendo da massa dele, têm uma boa relação com a ha-bilidade de passar obstáculos e desafios. A média de QE do elefante é 1.88 (os humanos têm entre 7.33 e 7.69, os chimpanzés 2.45 e os porcos 0.27). Inteligência e memória geralmente caminham juntas, o que sugere que a memória do elefante, mesmo que não seja infalível, é muito boa.

9) Por causa do tamanho, as girafas têm circulação sanguínea únicaA gigante girafa, que tem a cabeça geralmente a uns cinco metros de al-

tura, desenvolveu essa adaptação para conseguir alcançar os alimentos mais distantes. A vantagem é óbvia, mas algumas dificuldades surgem daí. O coração precisa bombear quase o dobro do que o de uma vaca para que o sangue não pare de subir antes de chegar à cabeça. E lá embaixo, a pele das pernas precisa ser muito resistente.

8) Papagaios não são apenas gravadoresA fala dos papagaios é geralmente lembrada como um gravador de pe-

nas. Mas estudos que vem sendo feitos há 30 anos continuam a mostrar que esses pássaros fazem muito mais do que apenas uma imitação. Nossos amigos conseguem resolver tarefas linguísticas para crianças de 4 a 6 anos. Os papagaios parecem compreender conceitos como “igual” e “diferente”, “maior” e “menor”, “nenhum” e números. E o mais interessante é que eles combinam falas e frases, como em um a novela. Um estudo de 2007 sugere o uso de padrões na fala dos papagaios para desenvolver a fala em robôs.

7) Muitos peixes mudam os órgãos sexuaisCom tantas criaturas andando por aí, é fá-

cil esquecer que algumas das mais esquisi-tas estão no fundo do oceano. A estranha prática do hermafroditismo é mais comum entre peixes do que em qualquer grupo de vertebrados. Algumas dessas mudanças, nos peixes, são respostas para um ciclo hormonal ou mudanças ambientais. Outros possuem órgãos femininos e masculinos.

6) Pintinhos fraternosÉ um erro pensar que a evolução está pro-duzindo apenas animais preocupados com si próprios. Laços de altruísmo existem para ajudar a sobrevivência daqueles carregan-do material genético parecido. Os pintinhos praticam uma seleção de parentesco fazen-do um pio especial enquanto comem. Esse chamado anuncia para todos os animais próximos que foi encontrada comida. A cha-

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que você não sabia sobre os animaisve da seleção natural não é a sobrevivência do animal mais preparado, mas do melhor material genético, então um pouco de fra-ternidade ajuda a todos.

5) Os ratos toupeira não são cegosCom seus fracos olhos e estilo de vida dife-

rente, os ratos toupeira africanos estão entre os roedores mais estranhos. Eles detectam um pouco de luz, e já foi sugerido que usam os olhos mais para sentir as mudanças do ar do que para enxergar. E de acordo com um es-tudo de 2006, eles não gostam do que veem. Luz indica que talvez um predador tenha en-trado no túnel.

4) Para os castores, os dias são longos no inverno

Os castores praticamente se escondem du-rante o inverno, vivendo de comida armaze-nada ou dos depósitos de gordura em seus rabos. Eles conservam energia evitando en-trar em contato com o frio, preferindo ficar nas escuras pilhas de madeira e lama. Como resultado, esses roedores, que geralmente saem no pôr do Sol e retornam ao nascer, perdem a noção do sono. O relógio biológico muda, passando a funcionar em um ritmo diário de 29 horas.

3) Pássaros usam pontos de referência em longas viagensVocê consegue imaginar uma viagem de carro sem placas, indicações,

GPS ou mapas? Claro que não, e por isso você não é um pássaro. Pombos podem voar milhares de quilômetros para encontrar o mesmo local, sem dificuldades. Algumas espécies de pássaros fazem um viagem de ida e volta de mais de 30 mil quilômetros todos os anos. Algumas usam imãs naturais para se orientar com o campo magnético da Terra. Um estudo de 2006 sugere que os pombos usam pontos familiares no chão para achar o caminho de casa.

2) Leite de baleia não é dietéticoCuidar de um recém-nascido não é fácil para uma baleia. Após a ges-

tação de 10 a 12 meses, o bebê nasce com quase um terço do compri-mento da mãe – o que significa uma criança de quase 10 metros, para a baleia Azul. A baleia espirra o leite na boca do filho através de mús-culos ao redor da glândula mamaria, enquanto a criança se mantém firme no mamilo (sim, baleias têm mamilos). Com quase 50% de gor-dura, o leite de baleia têm cerca de 10 vezes mais gordura do que o humano, o que permite à criança ganhar bastante peso – quase 100 quilogramas por dia.

1) Crocodilos engolem pedras para nadarO estômago de um crocodilo é um tanto rochoso, por algumas razões.

Para começar, o sistema digestivo do animal têm de tudo, incluindo tar-tarugas, peixes e pássaros, até girafas, búfalos, leões e (quando acontece uma briga territorial) crocodilos. Em adição a esse ecossistema, existem pedras também. Eles engolem grandes pedras que ficam permanente-mente em suas barrigas. Dizem que elas são úteis para mergulhar. FontE: HypEsCIEnCE / LIVEsCIEnCE

Créditos das fotos, a partir da página anterior, da esq. para a dir.: 10 - Hislightrq (SXC); 9 - Ross Coundon (Fotolia); 8 - George Rybin (SXC); 6 - Sunimo1 (SXC); 4 - Michelle Kwajafa (SXC); 3- Michelle Kwajafa (SXC); 2 - Bschwehn (SXC); 1 - Tamar Assaf (Wikimedia Commons)

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durante anos, os cientistas têm nos dito Que a ligação entre um animal de estimação e seu dono não vai mais longe do Que a sua necessidade de alimento e segurança. Porém, uma nova pesquisa sugere o que os donos de cães sa-biam o tempo todo – estes animais, de fato, ex-perimentam sentimentos de amor e carinho.

Cientistas da Universidade de Emory, em Atlanta, no estado norte-americano da Geórgia, descobriram que uma parte do cérebro asso-ciada a emoções positivas é semelhante em cães e seres humanos.

A equipe treinou mais de uma dúzia de cães para lidar com os scanners da barulhenta res-sonância magnética, o que lhes permitiu fi-car parados dentro de um scanner para obter imagens nítidas de seus cérebros sem seda-tivos. Gregory Berns, um neurocientista que inicialmente trabalhou com um treinador de cães para ensinar Callie, um cão de resgate de nove meses de idade, e McKenzie, uma collie de três anos de idade, a se deitar em um apa-relho de ressonância magnética, conversou com o jornal Daily Mail. “Nós podemos real-mente começar a entender o que um cão está pensando, em vez de inferir conclusões a par-tir de seu comportamento”, explica.

“Eu pensei que se os cães militares podem ser treinados para saltar de helicópteros, en-tão certamente poderíamos treiná-los para ficarem parados dentro de um aparelho de ressonância magnética”, conta o pesquisador.

Usando sinais feitos com a mão para indicar que os cães estavam prestes a receber um bis-coitinho, Berns e sua equipe mostraram que o núcleo caudado, uma parte do cérebro asso-ciada com emoções positivas, é semelhante em cães e seres humanos.

Na próxima parte de sua pesquisa, eles vão analisar imagens do cérebro de cães quando guloseimas forem oferecidas por estranhos e máquinas. “Se, como muitos cientistas ar-gumentavam no passado, para os cães tudo não passa da necessidade por comida, então a reação em seus cérebros seria a mesma,

Seu cachorrorealmente te ama, descobrem cientistas

não importa quem ou o que está lhes oferecendo a comida”, disse Berns. “Esperamos mostrar que eles nos amam por coisas muito além de comi-da, basicamente as mesmas coisas pelas quais os seres humanos amam, como conforto social e laços sociais”.

Seus resultados iniciais foram publicados no ano passado, em um livro chamado How Dogs Love Us: A Neuroscientist and His Adopted Dog Deco-de the Canine Brain (em tradução livre, “Como os Cachorros Nos Amam: Um Neurocientista e seu Cão Adotado Decodificam o Cérebro Canino”). Nela, o estudioso usa suas descobertas para argumentar que os cães, de fato, têm empatia com as emoções humanas e experienciam as amiza-des de forma semelhante aos seres humanos.

Curiosamente, embora a humanidade e os animais sempre tenham vi-vido lado a lado, em muitos casos em grande proximidade, muito pouco se sabe realmente sobre animais domésticos e suas interações com a gente. Os animais selvagens e de laboratório têm sido objeto de estudos muito mais minuciosos. Agora, o campo relativamente novo da antrozo-ologia procura mudar isso. FontE: HypEsCIEnCE

cientistas da universidade de emory, em atlanta, no estado norte-americano da geórgia, descobriram que os cães, de fato, têm empatia com as emoções humanas e experienciam as amizades de forma semelhante aos seres humanos

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desempenho ambiental

PesQuisadores das universidades de Yale e columbia, ambas nos estados unidos, em Parceria com o fórum eco-nômico mundial, divulgaram nes-ta semana o environmental Perfor-mance index 2014 (ePi), classificando 178 Países de acordo com dois grandes temas: Proteção da saúde humana das amea-ças da natureza, que inclui questões como sa-neamento básico e impactos da poluição do ar e da água; e Vitalidade dos ecossistemas, que engloba, entre outros fatores, leis de proteção da biodiversidade e impactos da matriz ener-gética no meio ambiente.

Considerando todos os critérios, a Suíça apare-ce como o líder do ranking, seguida por Luxem-burgo, Austrália, Singapura e República Tcheca.

“Muitos dos países que figuram no topo neste ano são os mesmos de edições passa-das. Isso demonstra como um bom desempe-nho ambiental está relacionado com políti-cas de longo prazo que priorizem a proteção dos ecossistemas e que comprometam inves-timentos neste sentido”, afirmou Angel Hsu, principal autor do índice.

índice avaliou 178 países em diversas categorias, sendo que o brasil se destaca negativamente principalmente na questão do saneamento básico, no desmatamento e na tendência de aumento da intensidade de carbono na economia

brasil aparece em 77º em ranking de

Entre as grandes potências, a Alemanha é a melhor classificada, em sex-to lugar. O Reino Unido está em 12º, o Japão, em 26º, a França, em 27º, e os Estados Unidos, em 33º. Já os países emergentes apresentaram modestas melhoras no ranking, mas ainda ocupam baixas posições, devido princi-palmente à sua urbanização desordenada, crescimento acelerado – movido muitas vezes pela destruição de ecossistemas – e pela ausência de leis de proteção ambiental. A África do Sul está em 72º, a Rússia, em 73º, o Brasil, em 77º, a China, em 118º e a Índia aparece bem ao fim da lista, em 155º.

A posição ruim do Brasil se justifica pelo seu péssimo desempenho em al-guns dos critérios. Em mortalidade infantil, por exemplo, apesar dos avan-ços dos últimos anos, o país ainda é o 95º no ranking. Em acesso a sane-amento básico, que também resulta na alta mortalidade infantil, é o 98º.

Em “tendência para o aumento de intensidade de carbono”, o Brasil está em 93º, um sinal de que a economia e o setor de energia estão seguindo um caminho de mais emissões de gases do efeito estufa, algo que é facil-mente constatado pelo maior uso de termoelétricas e pelas promessas do governo de mais investimentos em carvão.

Mas a pior classificação do país é em “mudança de cobertura florestal”, 105º, destacando o aumento do desmatamento no ano passado, que pode estar relacionado com o enfraquecimento do Código Florestal, alterado em 2012.

No entanto, nem tudo é ruim para o Brasil; aparecemos em primeiro no item “poluição do ar – exposição a particulados (PM 2,5)”. Isso se deve ao grande número de habitantes do país que não vive metrópoles, e que, portanto, não está exposto a tanta poluição de automóveis e fábricas. A nossa atual matriz energética baseada em hidroeletricidade também explica o bom resultado.

Todas as cinco piores nações do ranking, Somália, Mali, Haiti, Lesoto e Afeganistão, estão envolvidas em conflitos civis ou em caos social devi-do a catástrofes naturais. É o caso do Haiti, que ainda está buscando se recuperar do terremoto de 2010, um reflexo de que, sem estabilidade política e institucional, não há proteção do meio ambiente, afirma o EPI.

“O nosso índice pode ajudar a direcionar os esforços internacionais na busca por cumprir as Metas de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas. Porém, ainda vemos que existe uma falta de estrutura política para que se acelere a transformação necessária para um modelo econô-mico e social realmente sustentável”, concluiu Hsu. FontE: IHU / Mst / CARBonoBRAsIL

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no critério acesso a saneamento básico, o país está ainda pior no ranking: 98ª posição

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com águao obJetivo é usar a água suPercríti-

ca Para virtualmente incinerar resí-duos orgânicos indeseJados – ou seJa, Poluentes – como aQueles gerados Pelo esgoto doméstico, Por exemPlo.

Tão importante nas estações espaciais, as-tronaves, navios e submarinos, quanto em nossa nave mãe – o planeta Terra – a inci-neração de rejeitos sem gerar mais lixo é a grande questão do futuro, pois existem muitos materiais cujos processos de recicla-gem ainda não saíram do papel e outros que talvez nunca saiam.

Para realizar uma incineração eficiente, que libere apenas gás carbônico e vapor de água, sem produzir todos aqueles gases tóxi-cos indesejáveis, os pesquisadores do Centro de Pesquisa Glenn da NASA sob a liderança de Mike Hicks estão, desde julho de 2013, pes-quisando a utilização da água supercrítica.

Água supercrítica? O que vem a ser isso?Ao submetermos uma amostra de água à

elevação simultânea de pressão e temperatu-ra aos valores de 217 atmosferas e 373ºC esta-mos alterando seu estado de agitação mole-cular a ponto de torná-la supercrítica, ou seja, estamos ultrapassando sua mera classifica-ção de estado gasoso, líquido ou sólido.

Teríamos sob estas condições tão extremas uma amostra que seria algo como um líqui-do de comportamento gasoso. Bizarro, não?

Nas palavras de Mike Hicks: “Quando a água supercrítica é misturada com matéria orgânica (leia aqui poluentes) uma reação química de oxidação ocorre. E todo o rejeito orgânico queima sem formar chamas”.

Assim, muitos materiais tóxicos, contami-nantes e/ou fedorentos (como aqueles pre-sentes nos esgotos) podem ser reduzidos a gás carbônico e água – sem a liberação de outros contaminantes, ou mesmo sem ocor-rer abertura de chamas.

“Quando submetemos descartes aquosos acima do ponto crítico, a água supercrítica rompe as ligações dos hidrocarbonetos, fazen-do com que tanto o hidrogênio quanto o car-bono reajam com o oxigênio. Em outras pala-

é exatamente isso que os cientistas da nasa estão fazendo na estação espacial internacional (iss)

incinerando poluentes da água –

vras, o material se inflama sem produzir ne-nhum dos produtos tóxicos do fogo comum”.

A Estação Espacial Internacional forne-ce um laboratório de microgravidade único e ideal para se estudar as propriedades da água supercrítica sem os inconvenientes da gravidade comum.

Problemas a bordoUm dos problemas com água supercrítica

tem a ver com o sal. Acima do ponto crítico, os sais dissolvidos na água precipitam ra-pidamente. Se isso acontecer dentro de um reator, a corrosão do material metálico tor-na-se inevitável.

“Em todo o efluente real existem sais dis-solvidos e esse detalhe é ainda um grande obstáculo tecnológico”.

Lidar com o sal é o objetivo final do expe-rimento “Water Super Critical” num esforço conjunto entre a NASA e CNES, a agência es-pacial francesa.

“Ao estudar água supercrítica sem os efei-tos complicadores da gravidade, podemos aprender como os sais precipitantes se com-portam em um nível muito fundamental”, diz Hicks.

“Podemos até ser capazes de descobrir como manter o sal afastado dos componentes sen-síveis à corrosão”.

O experimento que usa hardware de fabrica-ção francesa (Declic), e as instalações de pes-quisa do Módulo Experimental Japonês (JEM), valendo-se de biotecnologia norte americana, está demonstrando na prática como o esforço transnacional, que é o coração da ISS, poderá beneficiar ainda toda a humanidade.

Os resultados parecem promissoresA Marinha dos EUA já começou a utilizar a

tecnologias da água supercrítica para purifi-car os efluentes do esgoto de alguns de seus navios, enquanto a cidade de Orlando (USA) está em vias de instalar uma estação de tra-tamento de esgoto doméstico com o uso des-sa tecnologia. Mas com diz Hicks, “estamos apenas começando”. FontE: HypEsCIEnCE / nAsA

Quando submetemos descartes aquosos acima do ponto crítico, a água supercrítica rompe as ligações dos hidrocarbonetos, fazendo com que tanto o hidrogênio quanto o carbono reajam com o oxigênio. Em outras palavras, o material se inflama sem produzir nenhum dos produtos tóxicos do fogo comum.(Mike Hicks, líder dos pesquisadores do Centro de Pesquisa Glenn da NASA)

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existem duas maneiras conhecidas de se caPtar: a Primeira é aProveitando o teto da casa, e o segundo é revestindo o subso-lo de uma área de encosta com Plástico e canalizando a água, Pré-filtrada Pelo solo, até uma caixa ou reservatório.

A sua armazenagem poderá ser feita em uma caixa separada ou dire-tamente na cisterna, caixa central do seu estabelecimento (Lares na ci-dade, fazenda, sítios, chácaras etc.) ou ainda em cisternas secas e aban-donadas, reaproveitando-as.

Dimensionamento da caixa de captaçãoO dimensionamento da caixa de captação, vai depender de sua utilização.

Se o objetivo for o abastecimento em água potável durante, por exemplo, o período de seca, o volume da caixa a ser construída deverá ser determinada em função de alguns fatores:2) O consumo necessário de água para abastecer uma família durante o ano ou num período curto (dias, semanas ou meses), na medida que podem exis-tir no local, outras fontes de água (cisterna, mina ou nascente etc.);2) A quantidade de água de chuva que a cisterna pode captar e armaze-nar, durante este mesmo período. A quantidade de água de chuva captada vai depender:

2.1) A quantidade de chuva da região (regime pluviométrico);2.2) A área disponível para a captação, que por sua vez dependerá:

2.2.1) Do tipo de material. Se é telha ou plástico.2.2.2) e da superfície em que é captada, que pode ocorrer perdas.

Podemos usar este volume de água em potencial que temos em nossa região como fator limitante do dimensionamento da caixa de captação,

a captação da água de chuva é uma maneira rápida de se obter um grande volume de água em um período de tempo bastante reduzido, e de razoável qualidade

água de chuvacomo fazer captação de

água

ou não, tudo dependerá de seu objetivo em captar este tipo de água, e das condições financeiras disponíveis para realiza-lo.

A escolha do lugar para a caixaA escolha do local para a construção da caixa

ou reservatório de captação deverá atender aos seguintes requisitos:1) A caixa deve ser montada no lugar mais bai-xo, podendo receber por gravidade á água esco-ada de todos os lados do telhado. No caso de se usar o plástico enterrado, a água que escorrera por toda a extensão do mesmo, também deverá estar acima da caixa;2) Procure solos de preferência arenosos ou sem pedras grandes. O tipo do terreno estabelece a profundidade possível para a escavação, que pode levar a caixa a ter um volume reduzido. Por outro lado, a presença de material duro no fundo da caixa a ser construída, torna-a mais segura;3) Deve-se procurar um local afastado de ár-vores ou arbustos cujas raízes possam provo-car rachaduras e consequente vazamento na parede da caixa;4) Para prevenir o perigo de contaminação da água armazenada, a caixa deve ser implanta-da a pelo menos, 10 a 15 metros de distância de fossas, latrinas, currais e depósitos de lixo;5) A caixa de captação ou armazenamento quando for usada como uma cisterna, ou seja usando balde para retirar a água, ela poderá ser construída próxima da cozinha para facilitar o acesso à água pela dona de casa.

Conservação e tratamento da águaA água armazenada na caixa pode sofrer con-

taminação de duas maneiras:1) Água muito tempo armazenada sem cloração;2) Água que entra no reservatório já com con-taminação, proveniente da sua passagem pelo telhado da casa. É fato que o telhado recebe vários tipos de depósitos trazidos pelo ven-to, como folhas, papel, lixo etc, além da poeira. É também o lugar de passagem de animais como ratos, pássaros e insetos.

Assim sendo, para conservarmos a água de boa qualidade, devemos realizar uma limpeza, pelo menos, uma vez por ano dentro da caixa, nas tubulações ou bicas de condução, além de manter o balde sempre limpo e longe de chão.

Esquema geral da caixa ou reservatório para água de chuva com escada de acesso para limpeza em vergalhões, chumbada na parede interna. detalhe do “suporte” para o balde, evitando do mesmo entrar em contato com o chão

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Uma inspeção interna e externa na caixa é sempre bom para verificar da existência de trincas ou rachaduras evitando a perda de água ou a infiltração de impurezas.

Para evitar a contaminação que vem do telha-do é aconselhado evitar a entrada das primei-ras águas escoadas do telhado na caixa, des-viando a(s) bica(s) ou tubos de condução para fora do orifício de entrada do reservatório.

O tempo de “lavagem” do telhado vai depen-der da intensidade da chuva; pode ser de 1 hora no caso de chuva forte, ou até um ou dois dias no caso de uma chuva fina e constante.

Mesmo realizando a “lavagem” antes de cap-tar a água, os ventos costumam trazer folhas e sujeiras mais grossas para dentro da caixa, assim para se resolver este problema coloca-se um filtro ou coador na boca de entrada do reservatório, ou seja, entre a bica de condução da água e o reservatório.

Um coador feito em chapa galvanizada com furos feitos com prego ou broca para ferro de 1/8” funciona satisfatoriamente. O seu tama-nho e a quantidade de furos ideais vão depen-der da vazão de entrada e do volume de impu-rezas retidas. É bom dimensionar o coador para receber a água de uma chuva forte e impurezas menores que 2 mm, considerando-se que tenha feito a pré-lavagem do telhado citado acima.

O tanque de decantação permite a separação daquelas impurezas residuais que tenham fi-cado no telhado mesmo depois da pré-lava-gem, da água de entrada. Pode ser construído dentro do próprio reservatório ou fora deste, em volume ou capacidade de 50 a 200 litros, onde a água ficará um certo tempo, durante a qual os resíduos vegetais mais grossos pode-rão ser depositados. Esta caixa deverá ser lim-pa regularmente. Funciona bem, sobretudo quando as chuvas não são muito fortes, caso contrário, uma vazão alta na chegada da água dificultara a decantação.

Um outro dispositivo para purificação é o filtro de areia, que é composto por sucessivas cama-das de brita, areia grossa, areia fina e carvão, dis-postas em uma caixa simples de fibrocimento ou de alvenaria isolado, instalado numa posição acima da tampa de entrada da caixa de capta-ção. Segundo BERNAT & COURCIER, este sistema apresenta limitações, devido aos problemas fre-quentes de entupimento que reduzem bastan-te a eficiência desse tratamento, além de tornar difícil e complicado a sua manutenção.

Para garantir uma água de qualidade para o consumo humano, evitando a contaminação pelo armazenamento é aconselhado a coloca-ção de um clorador por difusão. FontE: RECRIAR.CoM.VoCê / IG / MEt@LICA

40% da capacidade

o nível dos reservatórios de hidrelétricas das regiões su-deste e centro-oeste, Que são resPonsáveis Por cerca de 70% de toda a energia Produzida no País, chegou ao final de Janeiro com média de 40,57% de armazenamento de água, informa o oPerador nacional do sistema elétrico (ons).

Essa marca, verificada no dia 30 de janeiro, é a 4ª mais baixa para meses de janeiro desde 2000 nas represas dessas duas regiões que, para o ONS, formam uma única bacia. E ela está bem próxima do nível do final de ja-neiro de 2013, que foi de 37,46%, quando havia preocupação quanto ao ris-co de racionamento de energia – que foi sempre descartado pelo governo.

Porém, a situação atual dos reservatórios do Sudeste e Centro-Oeste é bem melhor do que em janeiro de 2000 (29%) e 2001 (31,41%), respecti-vamente o 1º e 2º piores resultados históricos para o mês. Em junho de 2001 o governo decretou racionamento de energia.

Chuvas fracasMais uma vez, o baixo nível dos reservatórios nas principais regiões pro-

dutoras de energia é resultado da chuva abaixo do esperado e insuficiente para levar a uma recuperação dessas represas, que já haviam sofrido com a falta de água durante o último verão.“A situação do mês de janeiro é des-favorável e não prevista. Na última quinzena de dezembro de 2013, choveu muito bem e os reservatórios estavam em recuperação. Já em janeiro, o re-gime de chuvas não foi tão bom quanto estava desenhado”, disse o diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Romeu Rufino.

Ele apontou, porém, que só vai ser possível fazer uma avaliação da situação dos reservatórios quando terminar o período chuvoso, ao final de abril. Até lá, a expectativa é que as chuvas voltem a ocorrer com mais frequência na bacia Sudeste/Centro-Oeste.

TermelétricasO problema é que, assim como no ano passado, houve nas últimas se-

manas aumento da produção de energia por meio das usinas termelé-tricas, para poupar água dos reservatórios. A previsão do ONS para esta semana era a geração de cerca de 13 mil megawatts-médios por meio dessas usinas, valor bem próximo do verificado nesta mesma época do ano passado. Além da queda no nível dos reservatórios, contribui para a necessidade do uso de térmicas a alta do consumo de energia no país devido ao calor, que vem batendo recordes nas últimas semanas.

problema com o uso das usinas termelétricas é que a energia gera-da por elas é mais cara que a das hidrelétricas. Então, quando elas são ligadas, a conta de luz tende a aumentar. Em novembro, o G1 mostrou que a conta a ser paga pelos consumidores devido ao uso das térmicas já era, até agosto de 2013, de R$ 8,6 bilhões, valor suficiente para uma alta média de 8% nas tarifas de energia. FontE: G1 EConoMIA

com chuvas fracas, nível das reservas é 4º mais baixo desde 2000. acionamento de termelétricas deve levar a encarecimento da conta de luz

reservatórios de centro-oeste e sudeste têm em média

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lixo & reciclagem

a reciclagem de Plástico começou a ser realizada Pelas PróPrias indústrias, Para o reaProveitamento de suas Per-das de Produção.

Quando o material passou a ser recuperado em maior quantidade, sepa-rado do lixo, formou-se um novo mercado, absorvendo modernas tecno- logias para possibilitar a produção de artigos com percentual cada vez maior de plástico reciclado. Conheça alguns plásticos e os processos de reciclagem aplicados a eles.

Plástico filmePlástico filme é uma película plástica normalmente usada como saco-

las de supermercados, sacos de lixo, saquinhos de leite, lonas agrícolas e proteção de alimentos na geladeira ou micro-ondas.

• Processo: Após ser separado dos outros resíduos, o plástico filme é en-fardado para a reciclagem. Na recicladora, o material passa pelo agluti-nador, uma espécie de batedeira de bolo grande que aquece o plástico pela fricção de suas hélices, transformando-o em uma espécie de fari-nha. Em seguida, é aplicada água para provocar um resfriamento repen-tino que resulta na aglutinação: as moléculas dos polímeros se contra-em, aumentando sua densidade, transformando o plástico em grãos.

Assim, ele passa a ter peso e densidade suficientes para descer no funil da extrusora, a máquina que funde o material e o transforma em tiras (spaghetti). Na última etapa, elas passam por um banho de resfriamen-to e são picotadas em grãos, que são ensacados e vendidos para fábricas de artefatos plásticos.

existem sete diferentes famílias de plásticos, que muitas vezes não são compatíveis quimicamente entre si. ou seja, a mistura de alguns tipos pode resultar em materiais defeituosos, de baixa qualidade, sem as especificações técnicas necessárias para retornar à produção como matéria-prima

conheça alguns plásticose os processos de reciclagem aplicados a eles

Plástico rígidoLeve, resistente e prático, o plástico rígido

é o material que compõe boa parte das em-balagens plásticas no Brasil, como garrafas de refrigerantes, recipientes para produtos de limpeza e higiene e potes de alimentos. É também matéria-prima básica de bombo-nas, fibras têxteis, tubos e conexões, calça-dos, eletrodomésticos, além de baldes, uten-sílios domésticos e outros produtos.

Existem sete diferentes famílias de plásticos, que muitas vezes não são compatíveis quimi-camente entre si. Ou seja, a mistura de alguns tipos pode resultar em materiais defeituosos, de baixa qualidade, sem as especificações técni-cas necessárias para retornar à produção como matéria-prima. São os seguintes os plásticos rí-gidos mais comuns no mercado brasileiro:• Polietileno Tereftalato (PET), conhecido pe-las garrafas de refrigerante;• Polietileno de Alta Densidade (PEAD), con-sumido por fabricantes de engradados de bebidas, baldes, tambores, autopeças e ou-tros produtos;• Cloreto de Polivinila (PVC), comum em tu-bos e conexões, garrafas para água mineral e detergentes líquidos;• Polipropileno (PP), que compõe embala-gens de massas e biscoitos, potes de mar-garina, seringas descartáveis, utilidades do-mésticas, entre outros;• Poliestireno (PS), utilizado na fabricação de eletrodomésticos e copos descartáveis.

• Processo: Depois de separado, enfardado e estocado, o plástico é moído por um moinho de facas e lavado para voltar ao processa-mento industrial. Após secagem, o material é transferido para o aglutinador e extrusora, em processo semelhante ao descrito acima, ge-rando grãos, que são vendidos para fábricas de artefatos plásticos, que podem misturar o ma-terial reciclado com resina virgem para pro-duzir novas embalagens, peças e utensílios. É possível usar 100% de material reciclado. FontE: sEtoRRECICLAGEM

Embalagens plásticas e garoto no Lixão da Vila Estrutural, Brasília (dF)

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as cidades brasileiras Podem forne-cer brita e areia recicladas Para a in-dústria da construção civil de forma comPlementar aos agregados natu-rais a Partir de resíduos de constru-ção e demolição (rcds), aPonta PesQui-sa da escola Politénica (Poli) da usP. A viabilidade da reciclagem por meio da mi-neração urbana foi verificada a partir de uma modelagem teórica baseada na análise do conteúdo e da destinação dos resíduos nas ci-dades de Macaé (Rio de Janeiro), Maceió (Ala-goas) e São Paulo. O trabalho do engenheiro Francisco Mariano Souza Lima teve orientação do professor Arthur Pinto Chaves, do Departa-mento de Engnharia de Minas da Poli.

De acordo com o engenheiro, o gerenciamen-to dos resíduos é afetado por dois aspectos da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), instituída pela lei federal 12.305, de 2 de agosto de 2010. “São os princípios do poluidor paga-dor e do protetor-recebedor, além da respon-sabilidade compartilhada pelo ciclo de vida do produto”, aponta. “As empresas da cadeia da indústria da construção civil tornam-se res-ponsáveis pelos custos do gerenciamento dos RCDs desde a geração até o descarte final ou a reciclagem. A lei incentiva a criação de meca-nismo de mercado para o gerenciamento des-tes resíduos.” A supervisão do serviço é feita pelos municípios e a reciclagem pode ser rea-lizada por empresas privadas.

O manejo dos resíduos é muito diferencia-do nos municípios brasileiros, destaca Souza Lima. “Considerando o total de 5564 municí-pios, 3639 realizam pelo menos a coleta destes resíduos. No entanto, entre as cidades que fa-zem o manejo de RCDs, somente 79 possuem alguma forma de reaproveitamento”, ressalta. Os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) são de 2008 e são expos-tos no Plano Nacional de Saneamento Básico. “Estima-se que a geração de entulho no Brasil é da ordem de 100 milhões de toneladas por ano (tons/ano). A estimativa baseia-se na ge-ração por habitante de 0,5 tons/ano, compro-vada pela pesquisa na cidade de Macaé.”

estima-se que a geração de entulho no brasil é da ordem de 100 milhões de toneladas por ano

reciclagem de entulhoé um empreendimento viável

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Sentido econômicoO engenheiro afirma que o sentido econômico de minerar é conferir va-

lor a um minério que está misturado em geral a outros. “Fisicamente ocor-re a separação deste mineral ou conjunto destes minerais dos demais que não tem valor econômico”, conta. “Da mesma forma, os RCDs ganham va-lor quando são tratados por técnicas de separação mineral e a fração mi-neral que nos interessa nos entulhos volta como mercadoria no mercado de agregados. A industrialização e a própria urbanização alocou este pro-cesso de valorização nas cidades.”

A pesquisa fez a modelagem dinâmica no período de 20 anos para as três cidades abarcando todo o processo, desde a geração até o descarte ou a reci-clagem dos resíduos tendo em vista os diferentes conteúdos destes resíduos amostrados. “Os resultados mostram a heterogeneidade das cidades amos-tradas no tocante a qualidade do RCD originários de distintos processos de urbanização”, relata Souza Lima. “O modelo de custo-benefício mostra que os benefícios superam os custos na seguinte ordem: São Paulo, Macaé e Maceió.”

Segundo o pesquisador, as plantas móveis de reciclagem são mais viá-veis do que as fixas na cidade de Macaé. A região de São Paulo, devido ao maior volume de resíduos e maiores estímulos à reciclagem, é a única en-tre as três que não precisa de subsídios para implantar o sistema. “O mo-delo de viabilidade mostra que a qualidade do resíduo tem considerável influência na viabilidade das empresas de reciclagem”, afirma. “Os fatores mais sensíveis ao modelo de viabilidade são, pela ordem, o valor cobrado pelo terreno, a taxa cobrada na entrada dos RCDs na planta de reciclagem, os custos de operação da planta e os impostos em vigor.”

Souza Lima afirma que o modelo testado pode ser replicado para qual-quer cidade brasileira e propõe o conceito de “industria recicladora emergente”. “Seu processo de implantação está em marcha e em alguns lugares consolidados como na região metropolitana de São Paulo, com um grande número de empresas recicladoras privadas que constituíram a Associação Brasileira para Reciclagem dos Resíduos de Construção e Demolição (Abrecon), fundada em 2011”, conclui. FontE: ECo LóGICA / AGênCIA Usp.

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um dos diretores executivos da shell, ben van beurden, anun-ciou em amsterdã, Que a comPanhia vai susPender os Planos de exPlorar Petróleo no ártico em 2014, na região do alasca. A de-cisão veio após grupos de indígenas e ambientalistas terem entrado com ação na Justiça americana, que decidiu exigir mais informações sobre os projetos.

Somente no último mês de dezembro, mais de 150 mil pessoas envia-ram mensagens a Ben van Beurden pedindo que ele cancelasse os pla-nos de perfuração da Shell no Ártico, e admitisse que não há tecnologia segura o suficiente para se explorar aquela região.

“A escolha da Shell de se aproximar do Ártico foi um erro de grandes pro-porções. A empresa gastou uma montanha de dinheiro e tempo em um projeto que não lhes trouxe nada além da má reputação e fama de incom-petência”, afirmou o coordenador da campanha do Ártico no Greenpeace Internacional, Charlie Kronick. “A única decisão sensata neste momento é dar um ponto final nos planos de explorar a região no futuro”.

“A desistência da Shell de explorar o Ártico está sendo acompanhada por outras petrolíferas, que devem concluir que a região é muito remota, hos-til e icônica para ser explorada economicamente”, disse Kronick. “Milhões de pessoas ao redor do mundo ajudaram a jogar luz sobre a exploração do Ártico, e isso começou a arranhar a imagem da Shell. Vamos continuar fa-zendo pressão enquanto a empresa não desistir definitivamente dos seus planos para aquela área”.

Desde 2003, a Shell já desembolsou mais de US$ 5 bilhões em seu progra-ma no Alasca, e falhou nas tentativas de exploração após uma série de er-ros que poderiam ter resultado em grandes desastres nos últimos anos. FontE: GREEnpEACE

o ártico está derretendo Por cau-sa do uso de combustíveis fósseis e, em um futuro Próximo, Poderá ficar sem gelo Pela Primeira vez desde Que os humanos Pisaram na terra. Isso seria devastador não só para o ecossistema local, como ursos po-lares, narvais, morsas e outras espécies que vivem lá. Assine e #SalveoÁrtico: www.salveoartico.org.br

Salve o Ártico!• Ursos polares estão morrendo;• Mas as empresas e governos que-rem explorar petróleo onde o gelo está derretendo;• A queima do petróleo causa o derreti-mento do gelo;• Precisamos proteger as águas do Ártico da exploração de petróleo e da pesca in-dustrial predatória.

Assine a petição e peça o decreto de um santuário mundial na área do polo Norte. FontE: GREEnpEACE

campanha

empresa desiste dos planos de perfurar o alasca em 2014, sinalizando o alto risco que o projeto representa para a região

mudanças climáticas são problemas globais

ártico este ano no ártico

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esPecialistas em saúde aPontam uma correlação direta en-tre o acúmulo de agrotóxico no organismo e a ProPensão a desenvolver câncer de mama, de testículos e de fígado. No caso de crianças, com sistema imunológico menos desenvolvido, a contaminação pode ocorrer durante a gestação, ainda na placenta pelo leite materno. Os maiores riscos são de leucemia e linfoma.

“Pesquisas apontam que mulheres que apresentavam agrotóxico no organismo tinham o dobro da chance de desenvolver câncer de mama”, diz Fábio Gomes, nutricionista do Instituto Nacional de Câncer (Inca).

Alguns agrotóxicos podem agir desregulando os hormônios e aumen-tando distúrbios nos ciclos hormonais da mulher, o que poderia anteci-par a primeira menstruação. No caso de meninos, podem reduzir o ta-manho do pênis

Doses elevadas, geralmente encontradas em quem aplica os produtos e em moradores do campo, podem causar distúrbios neurológicos e mo-tores, além de irritação nos olhos e na pele.

“Existe uma falha de fiscalização. Há uma série de agrotóxicos que já deveriam ter sido descartados, mas que ainda são permitidos por inte-resses econômicos” afirma Gomes.

Antibióticos e obesidadeEfeitos crônicos podem ocorrer meses, anos ou até décadas após a ex-

posição, de acordo com a Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abras-co). Parte dos agrotóxicos tem a capacidade de se dispersar no ambiente. Outra parte pode se acumular no organismo humano.

“Há um risco em toda a cadeia produtiva: de produtos vencidos den-tro da fábrica, passando por fórmulas que dizem conter uma substância e contêm outra. Além disso, não há estrutura para fiscalizar seu uso, que é feito de qualquer maneira”, afirma Fernando Carneiro, professor do Departamento de Saúde Coletiva da UNB.

Especialistas alertam ainda que os antibióticos usados nos animais po-dem causar resistência no organismo humano quando forem necessá-rios. A professora do Instituto de Nutrição na Uerj Inês Rugani Ribeiro de Castroafirma que agrotóxicos, hormônios e antibióticos são suspeitos de contribuir para a disseminação de doenças crônicas.

“Há estudos ainda iniciais que mostram que a epidemia de obesidade vai além do excesso na ingestão de calorias e de pouca atividade física, podendo ter relação com uma flora intestinal alterada pela exposição a baixas doses de antibióticos via proteína animal” afirma. “Os controles são necessários em toda a cadeia”.

Os cuidados com a saúde• Lavar: A lavagem dos alimentos em água corrente reduz os resíduos de agrotóxico na superfície do alimento. Mas, segundo a Anvisa, diver-sos produtos aplicados em alimentos agrícolas e no solo têm a capaci-dade de penetrar no interior de folhas e polpas e a lavagem não é capaz de eliminá-los

contaminação de bebês pode ocorrer na placenta e por leite materno

e alterações na puberdadeagrotóxico pode causar câncer

• Da estação: Prefira produtos com a identi-ficação do produtor e da estação, a princípio, elas recebem carga menor de agrotóxicos

• Água sanitária: As soluções de hipoclorito de sódio (água sanitária) devem ser usadas na higienização de alimentos na proporção de uma colher de sopa para um litro de água para matar agentes microbiológicos. Mas a Anvisa alerta: não há evidências científicas que comprovem sua eficácia ou a do cloro na remoção de resíduos de agrotóxicos. FontE: JoRnAL o GLoBo

Mapa de feiras orgânicasCom o objetivo de tornar os produtos orgânicos mais acessíveis aos consumidores e fomentar uma alimentação saudável, o Idec realiza o Mapa de Feiras Orgânicas e Grupos de Consumo Responsável. Basta digitar um endereço para encontrar todas as feiras especializadas e grupos de consumo responsável mais próximos de você, bem como informações de horários de funcionamento e tipos de produtos encontrados nesses locais.Além disso, o mapa mostrará quais são as frutas, verduras e legumes da estação na sua região para que opte pelos produtos locais.Dica: Caso o mapa não mostre nenhuma feira próxima ao endereço buscado, clique em “diminuir o zoom” (sinal de menos na régua localizada no canto superior direito do mapa). Clique quantas vezes for necessário até aparecerem as indicações de localidade das feiras.

Veja o mapa em: www.idec.org.br/feirasorganicas

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num momento em Que se disseminam os benefícios de uma ali-mentação saudável, com frutas, verduras e legumes, esPecia-listas alertam Para os riscos dessa oPção. Isso porque o Brasil é o maior consumidor de agrotóxicos do mundo, mas a fiscalização é falha.

De 2002 a 2012, o mercado brasileiro de agrotóxicos cresceu 190%. O setor movimentou US$ 10,5 bilhões, em 2013, ano de ouro para a agropecuária, que teve supersafra e preços de commodities em alta. A análise dos alimentos que vão à mesa do consumidor, porém, é bem restrita. No último relatório da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), de 2012, foram anali-sadas 3.293 amostras de apenas 13 alimentos – 5% do que é avaliado por EUA e Europa. Desses, o resultado de apenas sete foram publicados até agora.

Nos EUA, a Food and Drug Administration (FDA), e na Europa, a European Food Safety Authority (EFSA), analisam cerca de 300 tipos de alimentos por ano, inclusive industrializados. No Brasil, produtos como carnes, leite, ovos e industrializados não são sequer pesquisados, apesar de especialistas aler-tarem que eles podem estar contaminados por agrotóxico.

A Anvisa confirmou que, em 2012, só 13 alimentos foram monitorados, mas informou que a tendência é de expansão do número de culturas. O en-foque do Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos, explicou, são os itens mais consumidos pela população e importantes na cesta básica. Segundo a Anvisa, o milho está sendo monitorado desde 2012 na forma de fubá, e o trigo passou a ser monitorado na forma de farinha desde 2013, mas o resultado ainda não foi divulgado.

Registro não tem prazo de validadeA falta de fiscalização de agrotóxicos faz parte da série “No país do faz de

conta”, iniciada no domingo pelo jornal O Globo. Hoje, 434 ingredientes ati-vos e 2.400 formulações de agrotóxicos estão registrados nos ministérios da Saúde, da Agricultura (Mapa) e do Meio Ambiente e são permitidos.

Dos 50 mais utilizados nas lavouras, 22 são proibidos na União Europeia. Mato Grosso é o maior consumidor, com quase 20%, segundo a Associa-ção Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco).

O contrabando, sobretudo via Paraguai e Uruguai, de produtos de ori-gem chinesa, sem controle dos aditivos, representa outro problema. E o uso ilegal de agrotóxicos preocupa. O DTT, proibido em todo o mundo, foi achado em 2013 na Amazônia, usado por empresas, segundo o Ibama, para acelerar a devastação de áreas.

Sobre os 22 defensivos proibidos, os técnicos da Anvisa explicam que, no país, o registro de agrotóxico não tem prazo de validade. Uma vez conce-dido, só pode ser retirado ou alterado após reavaliação que mostre mu-dança no perfil de segurança do produto. A agência iniciou processo de reavaliação em 2008 que resultou, até agora, no banimento de quatro pro-dutos e no reenquadramento de dois.

O custo dos agrotóxicos à saúde é grande. Segundo o professor Fernan-do Carneiro, da Universidade Brasília, a cada US$ 1 gasto em agrotóxico, há um custo de US$ 1,28 em atendimento ao intoxicado. “A intoxicação aguda afeta o trabalhador rural e o da fábrica. A crônica atinge o consu-

saúde e meio ambiente

midor, que fica mais exposto a doenças como câncer e alterações metabólicas. O Mapa e as secretarias de agricultura têm dinheiro para monitorar e vigiar gado por causa da expor-tação. Quando se fala em agrotóxicos, não há estrutura nem fiscais”, afirma o professor.

Para a professora Karen Friedrich, do Ins-tituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde, da Fiocruz, a fiscalização na car-ne que chega aos lares deveria ser iniciada o quanto antes: “A contaminação deve ocorrer em industrializados, como molho de tomate e suco em caixa”.

Karen diz que é preciso que os municípios e estados atuem onde ocorre a contamina-ção e que falta investimento para ampliar a análise, embora a Anvisa “faça milagre com o que dispõe”.

Para os trabalhadores rurais, o cenário de fiscalização também é de restrições. Cerca de um quarto das fazendas recenseadas no país

brasil fiscaliza agrotóxico só em 13 alimentos, enquanto eua e europa analisam 300

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em 2006, ou 1.376.217, declaravam usar agro-tóxicos. Segundo a Secretaria de Agricultura do Estado do Rio, no ano passado foram au-tuadas 420 das 680 propriedades rurais flu-minenses por irregularidades envolvendo agrotóxicos. Joel Naegele, vice-presidente da Sociedade Nacional de Agricultura, critica: “Num país onde o clima favorece parasitas e pragas danosas, não há fiscalização. Há 60 anos acompanho a agricultura e é tudo muito mal feito, papo-furado, ilusões. Se de-pendermos da ação do governo, estamos num mato sem cachorro.

Para governo, lei é rígida e modernaO coordenador geral de agrotóxicos e afins

do Mapa, Júlio Sérgio Brito, assegura que o sis-tema de controle é tão avançado quanto os dos principais países do mundo. Segundo Bri-to, a legislação é “rígida, moderna e profunda”. Para ser aprovado para uso agrícola, explica, o produto é avaliado sob os pontos de vista agronômico, de saúde e ambiental.

Eloisa Dutra Caldas, professora de Toxicologia da UnB, diz que o problema está no fato de ha-ver resíduos de agrotóxicos em produtos para os quais seu uso não está autorizado: “Cerca de 50% das mais de 14 mil amostras analisadas por Anvisa e Mapa até 2010 continham resídu-os de pesticidas. Este percentual não é muito di-ferente do encontrado no resto do mundo”.

Henrique Mazotini, presidente da Associa-ção dos Distribuidores de Insumos Agrope-cuários (Andav), no entanto, reconhece que há desvios: “Aqui falta gente e infraestrutura. Além disso, o Brasil sucateou sua extensão ru-ral e falta orientação técnica aos produtores”.

Frequentadores da feira livre da Praça Nossa Senhora da Paz, em Ipanema, se mostram pre-ocupados. O aposentado José Barbosa gostaria de saber quais agrotóxicos incidem sobre os alimentos: “Deveria haver mais informações sobre a produção. Principalmente no caso do morango, que é uma fruta mais sensível, com uma casquinha fina, que absorve muita coisa”.

A indústria de defensivos rebate o argu-mento de que há risco à saúde. O agrônomo Guilherme Guimarães, da Associação Nacio-nal de Defesa Vegetal, diz que a segurança alimentar do consumidor é testada pelos órgãos que liberam os produtos. Quanto ao fato de que o Brasil ainda tem agrotóxicos já banidos no exterior, ele diz que isso se deve ao clima e a adversidades.

O Ibama diz que aplicou R$ 14,5 milhões em multa em 2013, a maior parte na apreensão de produtos ilegais importados. FontE: JoRnAL o GLoBo / Mst

um relatório do Programa das nações unidas Para o de-senvolvimento, Pnud, revela Que os níveis de desigual-dade continuam altos nos Países em desenvolvimento.

O documento, lançado em Nova York, sugere uma série de políticas abrangentes para combater o problema.

ParadoxosSegundo o Pnud, 8% dos cidadãos mais ricos do mundo concen-

tram metade da renda global. Os restantes 92% têm que repartir a outra metade.

A chefe do Pnud, Helen Clark, afirmou que a desigualdade “gran-de e persistente” no meio de tanta riqueza é um dos paradoxos dos tempos atuais.

Ela lembrou que nas últimas décadas, os níveis de pobreza baixa-ram em várias regiões do mundo, e que mercados emergentes regis-traram um crescimento jamais visto.

OportunidadesClark afirmou que em muitos países, a riqueza e as desigualdades

de renda atingiram novos picos impedindo a realização dos esforços para aumentar oportunidades a todos.

A subida dessas desigualdades também diminui a chance dos ci-dadãos de terem influência sobre decisões políticas. Para a chefe do Pnud, não é uma surpresa que em muitas partes do mundo, as pessoas estejam saindo às ruas para exigir mudanças.

Helen Clark lembrou que o aumento da desigualdade atrapalha o crescimento econômico, especialmente aquele que ajuda a reduzir a pobreza e a promover mobilidade social.

TensõesUma outra consequência da desigualdade são as tensões sociais

e políticas que podem resultar em conflito e instabilidade.Para o Pnud, os países precisam gerar crescimento inclusivo com

o objetivo de combater a desigualdade.Além disso, os governos têm que tomar providências contra me-

didas que resultam de preconceitos e discriminações, que segundo Clark perpetuam a exclusão social.

Helen Clark encerrou o prefácio do relatório afirmando que o obje-tivo do levantamento é ajudar cidadãos, legisladores e agentes do desenvolvimento a iniciar os debates em seus países sobre as causas da desigualdade e como o problema pode ser reduzido. FontE: MERCAdo ÉtICo

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8% dos mais ricos do mundo concentram metade da

o aumento da desigualdade atrapalha o crescimento econômico, especialmente aquele que ajuda a reduzir a pobreza e a promover mobilidade social.

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educação ambiental

a democratização da educação am-biental no brasil é um dos grandes desafios a serem enfrentados Pe-los governantes Que coordenam as Políticas Públicas voltadas Para a Preservação do meio ambiente. Vilmar Berna aborda as dificuldades para se reconhecer a mídia ambiental como ins-trumento indispensável para polemizar questões ambientais/ Leia: http://jorna-lismoambiental.org.br/1161/democratiza-cao-da-informacao-ambiental-e-funda-mental.html. Portanto ressalto a ineficiên-cia dos serviços prestados que deixam de atender ao cidadão, por meio de uma ges-tão integrada, a qual gerencia propostas, trabalhos e projetos educativos que viabili-zem a economia de água, energia,o reapro-veitamento de resíduos sólidos (plástico, papel, vidro, etc.) para trazer qualidade de vida para nossas cidades.

Como educadora e proponente de um novo repensar político e pedagógico, convidei minha avó Julieta, uma mulher guerreira, mineira, cidadã de 87 anos, contribuinte, que teve a honra de aprender a ler e a escre-ver em apenas 47 dias de aulas numa fazen-da localizada em Santa Maria/MG. Toda essa trajetória de vida foi motivo de curiosida-de para dialogarmos sobre os problemas so-cioambientais que assolam o planeta Terra. Esse diálogo familiar foi bastante produtivo e ajudou-me a perceber a relevância da educa-ção ambiental que deve ser ensinada para as pessoas que não tiveram e continuam sem acesso ao ensino formal como deveria; sa-liento também que essa perspectiva educa-cional foi e é assegurada pela Constituição Federal e pela Legislação Ambiental no Brasil.

Iniciamos o bate-papo sobre as questões ambientais que afetam o homem, e a vovó, ao ser questionada, de fato, reconheceu a po-breza e a violência social como sendo um dos maiores vilões do planeta Terra, e claro, o ho-mem é e faz parte do meio ambiente, por isso, tornando-se um dos reféns desses aconteci-mentos; E, nesse sentido, ela destacou tam-bém as enchentes de Minas Gerais e do Rio Grande do Sul, como sendo um dos desastres ecológicos que mais ferem os direitos huma-nos e os direitos da Terra.

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Conversamos sobre o consumo desenfrea-do, desencadeado pelos dias atuais, e a vovó verificou a gravidade do acúmulo de resíduos sólidos descartados de qualquer forma nas ci-dades brasileiras,constatando o conforto ma-terial referente às máquinas de lavar roupa, carros bonitos, etc. que utilizamos para o nosso dia-a-dia, como sendo uma agravante que pro-picia a despreocupação, a falta de zelo e a igno-rância frente aos problemas (desmatamentos, poluição do ar, da água, etc.) que ocorrem no meio ambiente por falta de justiça ambiental.

Apesar das dificuldades e barreiras que comprometem a comunicação ambiental para os cidadãos brasileiros, como, por exem-plo, ter acesso às visitas dos agentes ambien-tais para receber os folhetos, os jornais, e in-formativos apropriados para tratar de temas como a Política Nacional dos Resíduos Sólidos, a economia de água, a economia de energia, etc. a vovó Julieta sente-se motivada e feliz em doar, há mais de 40 anos, seus restos de papéis, suas garrafas de plásticos, suas caixas de papelão para os catadores que sobrevivem dessa atividade como meio de vida social; in-clusive, foi gratificante reconhecer esse traba-lho de formiguinha que pode e deve ser feito por todo cidadão brasileiro.

A diálogo com a vovó Julieta teve o propósi-to de gerar conhecimentos pedagógicos para área de educação ambiental,a qual deve ser discutida e implementada junto às univer-sidades e faculdades brasileiras; entretanto considero sua vasta experiência um caso polí-tico a ser estudado e ouvido pelo órgão gestor da educação ambiental (Ministério do Meio Ambiente e o Ministério da Educação) e por todas as instituições que prestam serviços so-ciais e ambientais para cidadão brasileiro.

Meditando nessa missão de contrariar o ca-pitalismo perverso, confio no potencial dos órgãos públicos e de suas pesquisas que ates-tam o valor da educação ambiental para o campo acadêmico e para o cidadão brasileiro, por isso desejo que os profissionais diversos e os governantes reúnam recursos financeiros e os compromissos de trabalhos para dar con-tinuidade ao fortalecimento das políticas que carecem ser apercebidas, criticadas, comparti-lhadas e construídas por todos nós. FontE: JoRnAL MEIo AMBIEntE

há mais de 40 anos, vovó Julieta destina seus restos de papéis, suas garrafas de plásticos, suas caixas de papelão para os catadores que sobrevivem dessa atividade como meio de vida social; um trabalho de formiguinha que pode e deve ser feito por todo cidadão brasileiro

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o Presidente estadual do Psd, in-dio da costa, é o novo de secretá-rio do ambiente do estado do rio de Janeiro. o novo secretário as-sume o lugar ocuPado Por carlos minc, Que estava na secretaria desde 2011. A aliança PT-PMDB, que go-vernou o Estado por 7 anos, chegou ao fim após o PT lançar candidato próprio para as eleições para governador este ano.

O PMDB do Rio demostra sua insatisfa-ção com PT – que mantém Lindberg Fa-rias como candidato à vice-governador – ao reforçar a aliança com o PSD, agora no comando de 3 pastas no estado.

Após ser vereador e deputado fede-ral, além de exercer cargos na prefeitu-ra do Rio, Índio da Costa foi candidato a vice-presidência na chapa de José Serra (PSDB) em 2010, e deve apoiar o tucano Aécio Neves a presidência.

Até o momento, não foram divulgados os nomes que integrarão a equipe na Se-cretaria do Ambiente (SEA) do estado.

AntecessorO deputado estadual Carlos Minc assu-

miu o cargo de secretário de Ambiente pela primeira vez em 2007. Em maio de 2008, ele aceitou o convite do então pre-sidente Luiz Inácio Lula da Silva para co-mandar o Ministério do Meio Ambiente. Em janeiro de 2011, Minc retornou para o posto de secretário do ambiente do Rio, onde ficou até a semana passada. FontE: o ECo

durante o anúncio feito ontem à tarde Para os funcio-nários do inea, o secretário estadual do ambiente, indio da costa, garantiu Que a troca na liderança do inea não significa mudanças estruturais no instituto. Ele salientou também que espera transparência no trabalho dos servidores para a po-pulação do Estado do Rio de Janeiro. “O INEA é um órgão técnico e assim deve permanecer”, afirmou o secretário.

Indio afirmou que o foco da nova gestão será na melhoria dos pro-cessos internos, na otimização dos serviços para a sociedade com cria-tividade dentro das regras legais. “Esse distanciamento entre o que o mundo moderno já nos oferece, com baixo custo, e o que o Poder Públi-co nos oferece, a um altíssimo custo, está deixando a população irrita-da”, frisou o secretário. “Minha função é otimizar processos e facilitar o trabalho”, afirmou o secretário.

Nos próximos dias, Indio da Costa se dedicará a conhecer os projetos, obras e serviços que vêm sendo desenvolvidos tanto na Secretaria do Ambiente quanto no Inea.

Isaura Fraga, ex-Feema, assume a presidência do IneaIsaura Fraga, presidente da extinta Feema durante o governo de Rosi-

nha Garotinho (de 2004 a 2006), foi a escolhida pelo secretário estadu-al do Ambiente, Indio da Costa, para assumir a presidência do Instituto Estadual do Ambiente (Inea). Ela entra no lugar de Marilene Ramos, que é filiada ao PT. Em 2007, no início do primeiro governo Cabral, Isaura foi diretora da Central de Abastecimento do Rio de Janeiro (Ceasa). FontE: o ECo

indio da costa

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secretaria de ambiente do rJ: sai minc, entra indio da costa

foi nomeada em 12 de fevereiro, no diário oficial do estado do rio de Janeiro, a nova presidente do inea, isaura fraga

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Cultura e comunicação para a sustentabilidade

EsCritor vilmar bErnao escritor e jornalista vilmar berna está à disposição para contratação para palestras e consultorias, organização de eventos e projetos de comunicação e educação ambiental. Conheça e adote os livros do autor, na Paulus e Paulinas, e seus cursos à distância na UFF.

Vilmar foi reconhecido, em 1999, pelas Organizações das Nações Unidas com o Prêmio Global 500 da onU para o meio ambiente e, em 2003, recebeu o Prêmio verde das américas. É fundador da rebia (rede brasileira de informação ambiental) e editor (voluntário) da revista do meio ambiente.

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Construção da Pessoa, Ética e Felicidade

Educação e Cidadania socioambiental

meio ambiente e sustentabilidade

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O programa Reclamar Adianta é transmitido durante a semana das 10 horas ao meio dia através da Rádio Bandeirantes AM 1360 (RJ), podendo também ser acessado pela internet: www.reclamaradianta.com.br Se desejar, envie a sugestão de um tema para ser abordado. Aqui os ouvintes participam de verdade. Abraços,Equipe do programa Reclamar Adianta

PROGRAMA RECLAMAR ADIANTARÁDIO BANDEIRANTES AM 1360 (RJ)

Jaime Quitério, Átila Alexandre Nunes, Renata Maia e Átila Nunes Ao lado do deputado está o fi lho dele, Átila Alexandre Nunes

COM ÁTILA NUNES E ÁTILA ALEXANDRE NUNES

PROGRAMA RECLAMAR ADIANTARÁDIO BANDEIRANTES AM 1360 (RJ)

De 2ª à 6ª feira, entre 10h e meio dia. Com Átila Nunes e Átila Alexandre NunesOuça também pela internet:www.reclamaradianta.com.br

Central telefônica 24h: (021) 3282-5588twitter: @defesaconsumowww.emdefesadoconsumidor.com.br (serviço 100% gratuito)[email protected]@emdefesadoconsumidor.com.br

PROGRAMA PAPO MADURORÁDIO BANDEIRANTES AM 1360 (RJ)

De 2ª à 6ª feira, ao meio dia. Ouça pela internet: www.papomaduro.com.br

Central telefônica 24h: (021) 3282-5144E-mail: [email protected]

Page 36: Revista do Meio Ambiente 68

guia do meio ambiente aqui o seu anúncio é visto por quem se importa com o meio ambiente

A Revista do Meio Ambiente (revistadomeioambiente.org.br) é elaborada a partir das colaborações da Rede Rebia de Colaboradores e Jornalistas Ambientais Voluntários (RebiaJA – rebia.org.br/rebiaja) e é distribuída de forma dirigida e gratuita, em âmbito nacional, em duas versões: 1) versão impressa – distribuída em locais estratégicos e durante eventos ambientais importantes que reúnam formadores e multiplicadores de opinião em meio ambiente e demais públicos interessados na área socioambiental (stakeholders) diretamente em stands, durante palestras, ou através de nossas organizações parceiras, empresas patrocinadoras, etc.; 2) versão digital – disponível para download gratuito no site da Revista bastando ao interessado:

a) estar cadastrado na Rede Brasileira de Informação Ambiental (Rebia) – rebia.org.br (cadastro e associação gratuitas); b) estar logado no momento do download; c) preencher o campo do formulário com o comentário sobre o porque precisa da Revista do Meio Ambiente.

Quem patrocina a gratuidade? A gratuidade deste trabalho só é possível graças às empresas patrocinadoras e anunciantes, às organizações parceiras e à equipe de voluntários que doam seu esforço, talento, recursos materiais e financeiros para contribuir com a formação e o fortalecimento da cidadania ambiental planetária, no rumo de uma sociedade sustentável.

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Revista do Meio AmbienteRedação: Trav. Gonçalo

Ferreira, 777 Casarão da Ponta da Ilha,

Jurujuba, Niterói, RJCEP 24370-290

Telefax: (21) 2610-2272ano VIII • ed 68 • fevereiro 2014 ISSN 2236-1014

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