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Edição: Maio/Junho Publicação Bimestral | 0001 - ano 01 - 2016 www.eshoje.com.br MODA Androgenia é uma tendência mega atual Inglês não é mais um diferencial EDUCAÇÃO ENTREVISTA EXCLUSIVA Renato Casagrande Quatro anos se passaram... Às vésperas da eleição veja o que fizeram os atuais prefeitos da Grande Vitória. DO LITORAL AO CAIPIRA / POTENCIALIDADES TURÍSTICAS DA SERRA

Revista ESHOJE_002

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A edição da revista ESHOJE traz uma matéria muito bacana sobre o turismo no ES, na cidade da Serra. Tem também, um editorial de Moda super conceitual. E, muito mais... Leia, comente e compartilhe

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Edição: Maio/JunhoPublicação Bimestral | 0001 - ano 01 - 2016www.eshoje.com.br

MODAAndrogenia é uma

tendência mega atualInglês não é mais

um diferencial

EDUCAÇÃO

ENTREVISTAEXCLUSIVA

RenatoCasagrande Quatro anos

se passaram...Às vésperas da eleição veja o que fizeram os atuais prefeitos da Grande Vitória.

DO LITORAL AO CAIPIRA / POTENCIALIDADES TURÍSTICAS DA SERRA

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A Revista ESHOJE é uma publicação bimestralcom abrangência estadual e mailing dirigido.

Conteúdo variado: Economia, Saúde, Política, Entretenimento/ Cultura/Moda/ Social/ Gastronomia/ Turismo, Lifestyle, Entrevistas exclusivas, Indicador de Saúde

Revista ESHOJE é uma publicação da BDC Comunicações.Rua Paschoal Delmaestro, 260 - Ed. Vila da raia, Sl.5 e 6 Jardim Camburi - Vitória - Espírito Santo. Cep. 29.090-460Tel. 27 3395-1800/3395-1803www.eshoje.jor.brredaçã[email protected]

Diretor GeralCarlos Roberto [email protected]

Diretora Administrativa e ComercialBianca [email protected]

Diretora de Redação/editoraDanieleh Coutinho - MTB/ES [email protected]

Projeto GráficoRomis Carmo

FotografiasJeferson Louis / [email protected]

Diagramação Jeferson Louis - MTB/ES 3605/ES

RedaçãoGustavo Gouvêa, Laurren Bessa, Pedro Permuy

ColaboradoresPedro Valls Feu Rosa, Maria Borgo, João Fernando Costa Júnior

04 TurismoDelicias para ver, Viver...Do litoral ao cheiro de mato

07 ArtigoA importância do ESEstado capixaba é rico para o país

08 Educação Comunicação UniversalInglês é fundamental

14 EleiçãoJá poder cobrar O que foi prometido? E feito?

22 Entrevista“Vou defender o meu legado”Casagrande continua vigilante

26 ModaAndroginiaRoupa que não tem sexo

34 EconomiaCrise x PlanejamentoNegócios com sucesso

36 ArtigoEmpreenderAtitudes e seus resultados

37 SaúdeNatural x ArtificialOs benefícios do botox

38 ComportamentoMeu corpo, minhas escolhasTransformações completas

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HOJETURISMO

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DELÍCIAS PARA VER, VIVER E SABOREAR

Locais bucólicos, belas praias e delícias gastronômicas estão entre os atrativos que o município da Serra oferece para quem passa pela cidade. Localizado a 23 quilômetros de Vitória, ca-pital do Espírito Santo, a cidade é muito procurado por turitas.

Repleta de belezas naturais, pessoas de diversas par-tes do País e do interior do Estado encantam-se com as cinco praias da Serra e seus ícones culturas, como a tra-dicional Igreja e Residência Reis Magos, construída em 1580, tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) e localizada em Nova Almeida.

Já quem procura por contato com a natureza, boa comida ca-seira e diversão em família, não pode deixar de visitar os cinco circuitos de agroturismo.

QUILÔMETROS DE BELAS PRAIASCinco dos mais belos balneários do Estado estão localiza-dos na Serra. São 23 quilômetros de extensão litorânea no município. O mais famoso é Jacaraípe. Localizado em uma área com infraestrutura urbana, a praia é um dos re-dutos de surfistas e palco de diversas competições.

Já Nova Almeida possui águas rasas e quentes, pequenos recifes e piscinas naturais. E quem passar por lá ainda tem a chance de experimentar quindins e os picolés caseiros.

Bem próximo está Manguinhos, famosa pela gastronomia e por manter ares de vila de pescadores. Além disso, é muito procurada durante seus festivais de jazz e gourmet, e o tradi-cional Banho de Mar à Fantasia, realizado no Carnaval. Ainda na cidade está Bicanga, que também preserva o

aspecto de vila de pescadores, possui águas quentes e abriga um berçário de guaiamuns (espécie de carangue-jo). Outro destaque é Carapebus, que está inserido numa Área de Proteção Ambiental (APA) e abriga a Lagoa de Ca-rapebus. O balneário é local de desova de tartarugas e da prática do surfe.

ÁREAS VERDES PARA CONTEMPLAR E SE EXERCITARA Serra também reserva encantos para quem faz questão de estar perto da natureza. Um dos locais a ser explora-do é o Parque da Cidade, entre os bairros Laranjeiras e Valparaíso. Com uma área superior a 115 mil m², conta com espaços esportivos, culturais, de lazer e de educação ambiental. Entre as atrações estão o Espaço Botânico e o Quiosque do Artesanato.

Outro destaque é o Jardim Botânico, na região de Serra Sede e que apresenta grande beleza cênica, além de la-goa, nascentes e considerável área verde. A estrutura con-ta com praça saudável, playground e área para a prática de exercícios físicos. Nele são produzidas as mudas para arborização do município.

A Serra ainda conta com a sede da APA da Lagoa Jacuném, no bairro Barcelona, que conta com sala com animais taxi-dermizados (termo grego que significa “dar forma à pele”) e deck de contemplação para a lagoa. Já o Centro de Educação Ambiental (CEA) Jacuhy, próximo à Rodovia do Contorno de Carapina, conta com bastante espaço para a prática de trilha ecológica, além de sala de arqueologia e espaço para exposições.

Divulg

ação

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HOJETURISMO

Agroturismo: redutos gastronômicos e de lazerLazer, comida saborosa e contato com a natureza estão entre os atra-tivos que os Circutos de Agroturismo proporcionam a quem mora ou pas-seia pelo município: Muribeca, Gua-ranhuns, Pitanga, Juara e Chapada Grande compreendem 12 empreen-dimentos.A Casa do Mestre também é um destaque, que comercializa pro-dutos caseiros, frescos e de qualidade produzidos no município. Os produtos podem ser encontrados na sede, loca-lizada na Praça Ponto de Encontro, em Serra Sede, ou em eventos que acon-tecem pela cidade.

Guaranhaus

Recanto Morro do CéuÉ possível comprar mudas de bro-mélias e queijos. Os turistas podem fazer passeios de carro de boi ou de charrete e tomar um delicioso café da roça. Sítio Vovó Hilda BorgesPossui lago, pedalinhos, pesca re-creativa, piscina natural, salão de jogos e churrasqueiras. Recanto Mestre ÁlvaroRestaurante especializado em comida feita no fogão à lenha. Entre as igua-rias está o carneiro ao molho de ervas. O local conta com piscinas, tirolesa e passeio a cavalo e de charrete.

Fazendinha do Mini CowboyPossui miniaturas de pônei, tartaru-ga, boi, coelho, esquilo, marreco, ga-linha, cabrito, entre outros. Oferece passeios de pônei, charrete e trenzi-nho. Para a alimentação estão dis-poníveis churrasco, filé com fritas e galinha com polenta de milho verde.

Pitanga Sítio Ouro VelhoLocal especializado em comida ca-seira, feita no fogão à lenha.

Muribeca Sítio CataventoPossui área de eventos, piscinas, churrasqueiras e quadra gramada. Rancho AlegrePossui piscina, bica de água da nas-cente, trilhas ecológicas na mata,

pescarias, campo de futebol e hos-pedagem. Sítio Vida NovaPossui área de eventos, piscinas e churrasqueiras.

Chapada Grande

Sítio Santo AntônioCultivo de plantas ornamentais. Dis-põe de espaço para realização de eventos e lazer, com churrasqueira e piscina. Sítio ÉdemOferece pesque e pague, salão de jogos, campo de futebol, quadra de vôlei e piscina. Sítio Canto de YayáPossui área de camping, campo de futebol, quadra de vôlei, piscina, churrasqueira, sauna, represa e hos-pedagem.

Restaurantes funcionam com fogão

à lenha

Divulg

ação

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O Governo Federal deu uma ajuda ao Espírito Santo da or-dem de uns 9 bilhões de Cruzeiros. No entanto, só de Im-posto de Renda se arrecadou nele quantia superior a 8 bi-lhões de Cruzeiros, sem se falar no Imposto sobre Produtos Industrializados, Imposto de Exportação, Imposto de Impor-tação. Além de outras taxas e tributos de todos os nomes, títulos ou rótulos, que enchem os compêndios de qualquer contabilista ou curioso de Direito Fiscal.

Vemos que o Governo Federal arrecadou no Espírito Santo para mais de 30 bilhões. Logo, não houve ajuda de espécie alguma. Ao contrário, o dinheiro saiu do pequenino, desam-parado, marginalizado e esquecido Estado para sustentar despesas extraordinárias por este País afora, inclusive para substituir os gramados de Brasília e redondezas, onde, dia-riamente, são plantados e replantados, quadras destruídas e recompostas, asfaltamento desmanchado e reconstruído.

Já está exuberantemente provado, pela algidez dos núme-ros, pela frieza dos algarismos, que o ES tem muito mais contribuído para as arcas federais do que recebido de lá alguma coisa. Fomos o 14º Estado em contribuição para o Governo Federal, através de impostos e taxas de todos os títulos e rótulos. Entretanto, consoante os algarismos forne-cidos pelo Ministério da Fazenda, o Espírito Santo está em 21º lugar no recebimento de ajuda federal, só se encontran-do depois de nós o Estado de Mato Grosso.

Isto vem provar, mais uma vez, como se outras tantas não bastassem, que estamos sendo descapitalizados em bene-fício de outras unidades federativas. O nosso Estado, mer-gulhado nas profundas de sua pobreza franciscana, ainda manda recursos para outras regiões nacionais. Em vez de ser ajudado, ajuda.

Tudo isso sem tomar em consideração os 600 e tantos mi-lhões de dólares com que aumentamos as divisas cambiais do país nos últimos cinco anos, e que devem ter servido bastante para financiar viagens, festas nas Embaixadas e legações no Exterior, importações de uísque, caviar e patê estrangeiros para as grandes recepções e festividades des-ta impagável República.

Mas não param aí os disparates e absurdos. Fomos buscar, ainda, nas fontes oficiais, a relação das ajudas do Governo Federal a todos os Estados brasileiros. E que encontramos? Em primeiro lugar está o poderoso Estado de Minas Gerais. Em segundo lugar acha-se o Rio Grande do Sul. Em terceiro lugar encontramos a Bahia, seguido, numa posição privile-

A importância do Espírito Santo para o Brasil

PEDRO VALLS FEU ROSA

HOJEARTIGO

giada também, a Guanabara. O nosso pequenino Espírito Santo, desprovido de influência política e com uma Polícia Militar desarmada, ficou lá no fundo, junto com o Mato Grosso, provando, pela frieza dos números, que o critério nacional consiste em ajudar estados mais ricos e menos necessitados, espoliando os pobres e fracos.

Dos 26 Estados mais o Distrito Federal, 11 são pagadores de impostos federais: pagam muito mais do que recebem. Enquanto outros 15 recebem mais recursos federais do que enviaram em impostos para a União. Os recebedores chegam a receber quase 400% mais recursos do Governo Federal do que pagaram em impostos ao mesmo.

O Espírito Santo é um Estado pagador. Enviou para a União R$ 14.269.217.683,04, mas só recebeu de volta R$ 4.938.898.241,29, ou seja, R$ 9.330.319.441,75. O Acre é um Estado recebedor. Enviou para a União R$ 385.309.711,57, e recebeu R$ 2.399.341.296,95 - ou seja, precisos R$ 2.014.031.585,38 a mais. O Alagoas também é um Estado recebedor: enriqueceu os cofres fe-derais em R$ 1.598.183.597,17 - porém, dele recebeu R$ 5.536.263.353,60, ou seja, R$ 3.938.079.756,43 a mais.

Apesar de ser o segundo maior produtor de petróleo do País e ter destaque na produção de ovos e café, no ranking da captação de recursos federais o Espírito Santo é o 3º pior, ficando à frente apenas dos estados de Rondônia e Amapá.

Os dados, registrados entre janeiro de 1996 e abril de 2015, são da Controladoria Geral da União (CGU), órgão ligado ao governo federal.

As palavras acima não são de minha autoria. Os oito primei-ros parágrafos foram pronunciados por meu saudoso geni-tor, Antônio José Miguel Feu Rosa, da tribuna da Câmara dos Deputados, em Brasília, no mês de março de 1968 - ou seja, há uns bons 48 anos. Quase meio século! O nono e o décimo retirei de uma notícia publicada nos idos de 2013 - 45 anos depois. Finalmente, o 11º e o 12º parágrafos foram publicados em um jornal local, aos 10 de maio de 2015.

Está aí, sem retoques, a importância do Espírito Santo para o Brasil - tema sobre o qual fui convidado a escrever algu-mas linhas, na qualidade de capixaba idealista!

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Pedro Valls Feu Rosa é desembargador. Como juiz de Direito instalou o primeiro “Juizado de Pequenas Causas” do Espírito Santo e é membro fundador da Escola de Direito Comunitário do Mercosul.

Tem formação em Direito Comunitário pela Escola Nacional de Magistratura da França e idealizou os projetos “Justiça Volante” e “Justiça Sobre Rodas”. Toda repercussão de seu trabalho já lhe

rendeu a Medalha Mérito Legislativo, concedida pela Câmara dos Deputados.

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HOJEEDUCAÇÃO

Em tempos de crise, a palavra de ordem é “corte”. De custos, sobretudo! A redução de gastos casada a “prio-ridades” têm sido os principais fatores no que se refere à investimentos. Entre as otimizações de recursos feitas pelas famílias, os custeios nas áreas de lazer, esportes e cursinhos extras têm sido os que mais perderam for-ças. Primordial tem disso a continuidade da formação acadêmica e especializações.

Visando o futuro do filho, o comerciante Auro Cezar Mo-reira, optou por colocar Arthur (oito anos) em um curso de língua inglesa. “Hoje em dia todo o mundo está co-nectado e uma das línguas mais utilizadas é o inglês. Sei que preparando o Arthur, ele terá mais chances de garantir um bom emprego. Hoje não é mais uma vanta-gem, se tornou uma necessidade com o mundo globali-zado. Sem o inglês, as áreas educacional e profissional do meu filho seriam prejudicadas”, declarou.

Já o engenheiro civil, Diogenes Barcellos, colocou toda família para estudar. Ele, a esposa e os dois filhos cur-sam inglês, buscando potencializar as oportunidades futuras. “Apesar de eu e minha esposa estarmos estu-dando agora, os meus filhos estarão à frente quando chegarem na juventude. Quem não se especializar e melhorar o currículo, será quase impossível crescer pro-fissionalmente”.

Empresas de recrutamento e seleção têm notado que faltam profissionais mais preparados e qualificados para suprir as específicas demandas do mercado de trabalho. Apesar de ser considerado essencial requisito, a escas-

sez de candidatos com fluência na língua inglesa tem fei-to com que diversas vagas permaneçam em aberto.

“É pela falta de pessoal qualificado que o conhecimen-to na língua inglesa ainda é vista como um diferencial. Mas na realidade, a fluência em inglês já é considerada como uma necessidade e requisito, principalmente para vagas de nível superior. Com a habilidade na língua es-trangeira, o profissional terá mais chances e oportuni-dades de se manter na empresa e crescer nela, criando carreira”, explicou Maria Teresa Cardoso, diretora de empresa de recrutamento.

As vagas que mais cobram a língua inglesa como requi-sito para contratação são de nível trainee e superior, como Engenharias, Analistas, Comunicação, Gestores e Gerências. Além disso, áreas de hotelaria e eventos também têm sentido a falta de pessoal. “Ter fluência em língua inglesa e até um intercâmbio ainda é uma vantagem, principalmente em empresas de grande por-te, multinacionais, empresas de exportação e importa-ção, além de eventos”, declarou Sharla Bitencourt, só-cia de agência de emprego.

“Para as melhores vagas de trabalho o inglês é obrigató-rio. Além disso, deve-se investir em cursos de especiali-zações, pós, MBAs, cursos práticos, de extensão e curta duração, todos direcionados a própria área de atuação. Aprender atividades específicas lhe dá melhores resul-tados e desenvolvimento profissional”, disse o gerente da Unidade de Inteligência e Novos Negócios do Institu-to Euvaldo Lodi (IEL-ES), Marcel Cristo.

LAUREEN BESSA

Comunicaçãouniversal

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HOJEEDUCAÇÃO

Qualificação profissional

Já houve um tempo em que a gradu-ação universitária e um curso de idio-ma eram para poucos. Com o avanço da globalização e do mundo tecnoló-gico, as possibilidades de incremen-tar o currículo acadêmico aumenta-ram e se democratizaram. Quem não entende isso sai perdendo. O enfer-meiro, Lourenzo Ayres, percebeu isso perdendo duas oportunidades por não falar inglês.

Como enfermeiro marítimo, formado na Marinha Mercante, ele recebeu

duas propostas para trabalhar embar-cado - uma vez em navio americano (2014) e outra em britânico (2015). Sem o inglês ficou sem os dois. “Ape-sar de eu ter sido selecionado pelo meu currículo, quando chegou a hora de fazer o teste de conversação, aca-bei perdendo a oportunidade. Tive que correr atrás e, se fosse hoje, eu conseguiria”, relembra.

O contrário fez o estudante universi-tário Cleidiomar Dalmasio, que con-seguiu seu emprego de recepcionis-ta em hotel na primeira entrevista. “Consegui apenas por ser fluente na língua inglesa. No hotel tem muita gente formada em turismo e adminis-tração, mas são poucos que falam o inglês”, destacou.

Cleidiomar conta que sua ousadia o fez ser um diferencial. Ao invés de estudar a línguas em sua cidade, Colatina, preferiu aceitar o convite e ir morar em Londres, onde estudou, por nove meses, três horas por dia.

De acordo com a gerente de Desen-

volvimento e Remuneração da Arcelor-Mittal, Juliana Oliveira Almeida, encon-trar pessoas com níveis intermediários e avançados da língua inglesa ainda é uma grande dificuldade. “Para as va-gas de ensino superior é pré-requisito, porque a Arcelor é uma multinacional e a língua oficial é o inglês. Cerca de 50% a 60% dos engenheiros metalúr-gicos não têm o inglês fluente, mas para promoções internas e criação de carreira, a empresa exige o idioma, profissionais mais capacitados estão mais alinhados com os objetivos e metas da empresa”, afirmou Almeida.

Dada a importância, e o déficit de profissionais mais preparados, a si-derúrgica criou um Centro de Línguas e uma universidade interna para os funcionários potencializarem suas habilidades. “Os cursos são forne-cidos em modalidades presenciais e online. São cerca de 400 funcio-nários realizando os cursos de ca-pacitação. Devido essa dificuldade, a empresa decidiu investir mais na capacitação e profissionalização de seus funcionários”.

Para as melhores vagas o inglês é

obrigatório

Fotos: Grazieli Espoti

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HOJEEDUCAÇÃO

Escolas sem ensino suficienteHá vinte anos “língua estrangeira” passou a integrar a grade curricular regular das escolas nas redes públicas e particulares. O intuito sempre foi preparar as crianças para um mundo mais conectado. O tópico em debate virou normativa, que pode ser encontrada em artigos da Lei Federal nº 9.394/96, que trata das Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB).

Passadas duas décadas desde a publicação da LDB, o país vivenciou diversas mudanças culturais e tecnológi-cas, mas a língua inglesa ofertada nas escolas ainda é insuficiente. Tanto é que os que entendem a importân-cia buscam escolas especializadas ou aulas particula-res.

O diretor pedagógico da Wizard, Sandro Souza, afirma que na rede a procura pelos cursos de idiomas só cresce. “A procura está variando entre 15% e 20% a mais, sendo que a efetivação de matrícula chega a 8%. Temos ciência do esforço que as pessoas estão fazendo para manter o curso de língua estrangeira como prioridade. Mas a ver-dade é essa, quem tem fluência tem portas abertas para o futuro acadêmico e profissional”, explicou.

Para diretora da UpTime Vitória, Dilsa Terra, o mercado

tem mostrado a necessidade de profissionais fluentes em na língua inglesa, com isso, muitos adultos estão voltando às salas de aulas. “Grandes empresas têm imposto como requisito a fluência na língua inglesa”, afirmou.

No campus da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) de Goiabeiras, o Centro de Línguas utiliza moda-lidades diferenciadas das dos cursos livres de idiomas. Entre eles, o número de vagas, horários e dias das au-las, além da forma de pagamento ser semestral.

A assessora de língua inglesa e professora do Centro de Línguas, Leni Puppin, recordou que já houve uma época em que estudar o inglês era o diferencial, entretanto, o inglês se tornou premissa e agora, o que tem feito a diferença é na verdade o estudo em um terceiro idioma.

“O inglês é praticamente obrigatório para quem pensa em ter ascensão profissional. Devido ao crescimento na procura e intenção de ser aprender um novo idioma, em 2016 tivemos que ampliar o número de vagas em 10%. Isso é muito bom, é notável o anseio e desejo de se aprender novos idiomas tanto nos mais velhos, quan-tos nos jovens. Dessa forma, acredito que estamos re-almente seguindo o caminho dos cidadãos do mundo”, destacou a assessora.

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HOJEEDUCAÇÃO

Centro de Idiomas estadualPara ampliar o aprendizado da língua estrangeira dos estu-dantes do ensino médio, a Secretaria Estadual de Educação (Sedu), criou em 2009, o Centro de Idiomas, onde alunos da rede do 1º e 2º ano podem participar do programa de extensão de língua inglesa e espanhola.

De acordo com a coordenadora do Centro Estadual de Idio-mas, Gizelle Zucolotto, cerca de 80 mil estudantes no Espí-rito Santo estão habilitados a tentar uma vaga nos cursos de idiomas, no entanto, somente 4,2 mil oportunidades foram abertas em 2016.

“Entre 2010 a 2015 ofertamos 5.300 vagas anualmente, mas com a crise, tivemos que reduzir custos e o novo con-trato nos permitiu ofertar apenas 4.260 vagas, nas seis uni-dades capixabas. Ao todo, 110 escolas são contempladas com o Centro de Idiomas, os cursos são gratuitos e distribuí-dos pelos níveis iniciante, básico, intermediário e avançado. Queremos proporcionar aos alunos da rede pública o seu desenvolvimento acadêmico, fomentando e potencializando o aprofundamento na língua estrangeira. Dessa forma, facili-tando a comunicação com o mundo conectado e tecnológico, principalmente com o globalizado e internacional”, salientou.

Um ano após a implantação do Centro Estadual de Idio-mas, o Estado começou a mandar os alunos com mais destaque para participar de intercâmbios em países par-ceiros como: Estados Unidos (EUA), Canadá, Nova Zelân-dia, Irlanda, África do Sul e Inglaterra – para o curso da língua inglesa –. Já para o curso de espanhol, o país a receber intercambistas do Espírito Santo é a Argentina.

De 2010 a 2016, 273 estudantes participaram das mo-dalidades High School e curso livre (intensivo) em outros países. As estadias variam de três a seis meses. No pro-grama, os alunos intercambistas têm todas as despesas custeadas pelo Estado.

Além disso, o programa estadual ganhou outro segmento: em 2014, uma parceria com o Conselho Britânico fornece formação continuada com professores da rede de tutores visando aperfeiçoamento profissional.

Segundo os artigos 26 e 36 da LDB, a língua estrangeira é obrigatória a partir da quinta série (sexto ano) e em todo o ensino médio. Além disso, as escolas com turmas do 2° grau devem oferecer uma segunda língua estrangeira em caráter optativo. Coordenadores e gestores das pastas de educação dos municípios da Grande Vitória e do Estado garantem que a lei é cumprida, no entanto, a carga horária é insuficiente para aprofundar o aprendizado no idioma. Na região metro-politana capixaba, a cidade que mais oferece inglês na rede pública é a Serra, com 65 escolas. O município é sequido por Vitória (48), Vila Velha (34), Cariacica (28) e Viana (19).

“Tentamos fornecer aos alunos uma grade curricular continuada. Desde o 1° ano eles já tem acesso à língua inglesa, assim, quando entram no ensino médio, eles já têm base. Mas é apenas uma aula por semana e sabe-

mos que não é suficiente. Estamos visando o crescimen-to educacional”, informou a subsecretária pedagógica de Educação da Serra, Lêda Calente.

Na capitão do Espírito Santo a gerente do ensino fundamen-tal da Secretaria Municipal de Educação de Vitória, Angela Fiorio, destaca que, apesar de não ser obrigatório, a se-cretaria iniciou o fundamental I no aprendizado do idioma, potencializando o desenvolvimento. “A média é de duas a três aulas por semana. Temos 92 professores efetivos e três contratados, todos para atender os três turnos do ensino fundamental, incluindo a modalidade EJA (Ensino de Jovens e Adultos). Acreditamos na importância e apostamos na lín-gua inglesa”, afirmou a gerente educacional.

Buscando outros meiosCientes do déficit no ensino da língua inglesa na grade regular, as escolas particulares buscaram outros meios de ampliar a educação da língua estrangeira. Além de cumprirem da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Na-cional, as escolas privadas ofertam grade extracurricular para incentivar e melhorar o aprendizado dos alunos.

Segundo a gerente de educação básica do Sesi-ES, Josefina Prezentino, a carga horária regular permite duas aulas semanais, o que não é suficiente. Por notar a necessidade do ensino na língua inglesa foi criado o programa “Conexão Mundo”. “Estamos focando na me-lhoria do currículo acadêmico e preparando para o mer-cado de trabalho. O Conexão Mundo é para os alunos do ensino médio, é como um intensivo na língua inglesa. O programa é opcional, com limitado número de vagas e há seleção”, afirmou Prezentino.

Ao final do curso os alunos têm contato com tutores americanos durante 20 dias, fazendo um intensivo da língua. Os melhores são selecionados para um entre-vista e podem fazer um intercâmbio de 15 dias em uma escola no Colorado (EUA).

Já na escola de ensino integral e bilíngue Primeiro Mun-do, a coordenadora de línguas, Beatriz Pereira, explica que a unidade modificou totalmente a grade curricular. “Hoje não é mais um diferencial falar o inglês, é uma obrigação com o mundo globalizado e conectado. Es-tamos preparando os alunos para as suas conquistas internacionais. Aqui os alunos saem fluentes. Eles têm a mesma carga horária de inglês e português, desde a educação infantil (dois anos) a conclusão do ensino médio”, destacou.

Preparamos os alunos

para vitórias

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HOJEELEIÇÃO

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Estão preparados para os sorrisos pidões, tapinha nas costas, dividir um cafezinho no copo de requeijão e aquele cumprimento caloroso só sentido há quatro anos? A tempo-rada eleitoral nos municípios está aí, e logo estas situações serão tão comuns, que as feiras livres, pracinhas de bair-ros e igrejas – seja de qual denominação for – se tornarão “campo minado” para quem pretende fugir dos candidatos.

Estratégia de fuga: pergunte a quem quer seu voto o que fez, como fez e a quem beneficiou. Se o candidato estiver buscando a reeleição fica mais fácil ainda. A reportagem de ESHOJE visitou as cidades que compõem a Região Metropolitana da Grande Vitória e – o que não chega a ser novidade, infelizmente! – viu de perto que muitas promes-sas não viraram realidade.

Os compromissos dos prefeitos de Vitória, Vila Velha, Caria-cica, Viana e Serra não estão plenamente cumpridos. Algu-mas administrações não fizeram a metade do que promete-ram em seus projetos de governo para a gestão 2013-2016, que estão disponíveis para quem quiser conferir no Tribunal Regional Eleitoral do Espírito Santo (TRE-ES).

Metade das promessas não cumpridas em CariacicaDentre os 32 pontos elucidados no projeto de governo da campanha “Mudando Pra Valer” do prefeito Geraldo Luzia de Oliveira Júnior, o Juninho, de Cariacica, pelo menos 15 não foram cumpridos. Dentre eles, a construção do pri-meiro Ginásio Poliesportivo de Cariacica e a reforma no Código Tributário Municipal, além da revisão do plano de cargos e salários dos servidores.

Quanto ao ginásio, a prefeitura diz que está adequando o projeto a pedido da Caixa Econômica Federal, “que não li-berou os recursos desde a assinatura da Ordem de Serviço, realizada em dezembro de 2014”. O órgão diz ainda que não houve a reforma estabelecida no programa de governo

GUSTAVO GOUVÊA

Já pode cobrarreferente ao código tributário municipal, mas que trabalha com outras ferramentas para aumentar a arrecadação, como o investimento em “infraestrutura que atraia novos investimentos para a cidade”. Já a prometida revisão no pla-no de cargos e salários está em elaboração, “obedecendo a capacidade financeira atual”, segundo o município.

As promessas de criação das regionais de serviços urba-nos, a criação de policlínicas com atendimento em horário estendido e a criação da UTIN (Unidade de Terapia Inten-siva Neonatal) na maternidade municipal também não se concretizaram em Cariacica. A administração alega que diante da crise a queda de receita levou a administração a mudar a estratégia e unificar as secretarias de Serviços e Obras, criando a secretaria de Infraestrutura.

A prefeitura de Cariacica informou que apesar dos horá-rios dos atendimentos nos Pronto Atendimentos (PA) muni-cipais não terem sido estendidos, houve a inauguração do

Ginásio de Cariacica só tem a placa desde 2014

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ELEIÇÃO

PA do Trevo, em Alto Lage, o que aumentou a capacidade de atendimentos no município. Quanto à UTIN municipal, a administração afirma que, para não deixar os muníci-pes sem o serviço - diante da crise e da queda de arreca-dação - a saída foi que a UTIN funcione no Hospital Geral de Cariacica, que também faz parte das promessas de campanha de Juninho. Nenhum dos dois saiu do papel.

O prefeito prometeu viabilizar a construção do Hospital Geral de Cariacica, por meio de parceria junto com o Go-verno do Estado. Em maio deste ano a prefeitura entre-gou a escritura de um terreno - no loteamento do Parque Leste-oeste, com 35 mil m² - ao Governo do Estado. A obra ficou para começar em 2017.

Tempo integral e regularização fundiária

O Programa de Educação em Tempo Integral acontece a partir do Programa Mais Educação, do Governo Fede-ral. Segundo a Prefeitura, 27 escolas municipais contam com acompanhamento pedagógico, esporte, educação ambiental e artes em suas grades estendidas. A prome-tida regularização fundiária aconteceu de forma tímida nos bairros Castelo Branco, Bela Vista e Bela Aurora, feita com base na Lei Federal nº 11.977/2009. Existe um projeto sobre o tema que ainda tramita na Câmara de Cariacica.

A área de eventos municipal não foi criada. A prefeitura informou que a efetivação da Arena Alto Lage, a entrega do estádio Kléber Andrade e a reforma da Arena Sicoob Unimed “minimizaram a necessidade de outra praça de eventos na cidade”.

Foi criada a Lei Horácio Carlos Rosa nº 5.297/14, de incentivo ao esporte, que beneficia 30 atletas e 18 pro-jetos sociais em Cariacica com bolsas, segundo a Pre-feitura. O primeiro concurso na gestão de Juninho, que era promessa de governo, com 886 vagas para cargos de ensino fundamental, médio e superior, aconteceu no fim de março.

Vitória: nada de tarifa de ônibus reduzida e nem marina pública

O prefeito de Vitória, Luciano Rezende, garantiu que nos quatro anos de sua gestão cumpriu 90% do que foi pro-metido em seu programa de governo, no qual garantia o famoso “gesto da mudança”. Ao comparar o projeto com o que foi realmente concretizado, constata-se que a maioria de seu programa, que conta com 110 metas, foi mesmo realizado.

Algumas ações chamam atenção por serem simples, e, mesmo assim, não foram cumpridas. Como a construção de uma marina pública, projeto voltado ao turismo da Ca-pital. O projeto de lei para a obra só foi encaminhado à Câmara Municipal no fim de março deste ano, e ainda aguarda aprovação.

Com relação à mobilidade urbana na Capital, o prefeito Luciano Rezende prometeu implantar a tarifa reduzida de transporte público municipal aos domingos e feriados e melhorar as condições dos abrigos de ônibus com maior proteção contra chuva e sol. Nada de tarifa reduzida e o valor da passagem ainda aumentou R$ 0,30 em janeiro. Os abrigos chegaram a passar por reformas, mas nada que aumentasse a proteção contra chuva e sol.

Na área da saúde, foi ampliado o horário de atendimento nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) e foi estruturado um serviço móvel para usuários de crack: o Consultório da Rua. A cobertura dos programas de Saúde da Família e dos Agentes Comunitários de Saúde foi ampliada, como prometido. Entretanto não foi criado um serviço integra-do específico voltado para a assistência da saúde da mu-lher. A promessa de garantir a entrega de medicamentos em domicílio a pacientes com doenças crônicas, acama-dos e deficientes não avançou.

Analfabetismo de adultos não erradicado

O Programa Educação Ampliada, cuja meta é oferecer acesso à arte, cultura e esportes aos alunos da rede municipal de en-sino foi implantada em três escolas da Capital, no modelo de

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ensino fundamental em tempo integral. A proposta de garantir o ensino da cultura afrobrasileira e das culturas indígenas na rede municipal de ensino ainda está cami-nhando. Segundo a prefeitura, a Comissão de Estudos Afrobrasileiros procura participar das formações planeja-das pelas unidades de ensino, sugerindo materiais didá-ticos e literatura, de acordo com o nível e a modalidade de ensino.

A Secretaria Municipal de Educação (Seme) possui dois projetos voltados para a proposta que é a Educação de Jo-vens e Adultos (EJA) e o programa Vitória Alfabetizada, que visam atender moradores com idade entre 15 e 59 anos. Além disso, a pasta informa que o município se preparou para atender 100% deste público por meio de uma grande convocação à sociedade com a mobilização de lideranças de diversos segmentos.

“Responderam a este convite, desde 2013, 1.976 alunos na perspectiva da alfabetização, que correspondem a cer-ca de 50% da meta pretendida pela administração para erradicação do analfabetismo na capital”, informa nota enviada pela secretaria.

A bronca do pó preto

“Mapear cientificamente os pontos de emissão de partícu-las no ar, identificando as fontes geradoras e estabelecer cronograma de redução, monitorando-os sistematicamen-te”. Essa era uma das propostas voltadas para o meio am-biente e que não foi cumprida.

Precisou a Polícia Federal agir para que a Prefeitura come-

çasse uma ação mais enérgica contra as poluidoras e que ainda não teve resultados concretos.

Segundo a Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semman) um plano de redução da poluição foi elaborado pela pasta e “parte dele foi implementado em ações como: intensificação das inspeções ao Complexo de Tubarão, cri-térios mais rigorosos no licenciamento ambiental de em-preendimentos poluidores, rigor na aplicação de sanções como multas e etc”. A nota da Semman ainda informa que “parte do plano depende do inventário de fontes e da am-pliação da rede de monitoramento para ajustar as ações à realidade e podermos verificar a sua efetividade”.

Restaurar o Palácio Domingos Martins para a implantação da Biblioteca Municipal foi promessa de campanha do pre-feito, mas também não foi realizada.

“O Palácio Domingos Martins pertence ao Governo do Es-tado, que em anos anteriores havia se comprometido a fazer a cessão do prédio, para que a Biblioteca fosse ins-talada. Contudo, a promessa de cessão não foi consolida-da e no momento o espaço passa por uma reforma para abrigar a sede da Orquestra Filarmônica do Espírito San-to. A Biblioteca Pública Municipal Adelpho Poli Monjardim será transferida para o Casarão Cerqueira Lima, na Cidade Alta”, informou a pasta.

Havia promessa de tornar o Mercado da Vila Rubim o Mer-cado Municipal de Vitória, revitalizando a região, o que não foi cumprido. O Centro Esportivo de Goiabeiras, cobrança da comunidade e compromisso de campanha também não foi concretizado.

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Vila Velha em campanha contra os desastres naturais

Rodney Miranda foi um dos prefeitos que mais enfrentou adversidades durante a gestão 2013-2016 na Grande Vi-tória. As chuvas que castigaram o Espírito Santo logo no final do primeiro ano da gestão dos prefeitos saíram mais caras para o prefeito canela-verde, já que sua imagem na opinião pública ficou prejudicada em virtude de uma via-gem ao exterior em momento crítico de destruição causa-da pela chuva.

Por isso, as obras de macrodrenagem, que estavam nos planos de governo de Rodney, tomaram proporções maio-res do que as inicialmente planejadas, o que, juntando à crise econômica e à queda de arrecadação, forçou a admi-nistração a priorizar determinadas ações - algumas nem previstas no plano de governo - em detrimento de outras.

Dentre as principais iniciativas na macrodrenagem estão a construção da primeira estação de bombeamento Emlo Dallorto, no Canal Guaranhuns; construção da 2ª estação e início da obra na 3ª estação, no Canal da Costa e Sítio Batalha, respectivamente; macrodrenagem no Canal do Congo; desmonte e retirada de 2 mil toneladas de rochas e inauguração da ponte sobre o Canal Guaranhuns. Rodney garante que entre obras de macrodrenagem, drenagem, alargamento e derrocagens foram gastos mais de R$ 100 milhões.

Em virtude da ação enérgica na contenção dos alagamen-tos, com relação ao tópico “desenvolvimento urbano e in-fraestrutura” ficaram de lado projetos como a união dos “vetores” (porto, zona rural, zona pobre e zona rica) e a meta de erradicar os valões de Vila Velha. O projeto de revitalização do Centro da cidade, da orla de Itapoã/Ita-parica e da Praia da Costa, previsto no projeto de governo, aconteceu parcialmente, em pontos destacados da orla do município. Foram feitos reparos no calçadão e ciclovias, instalação de nova iluminação, criação de binários e reali-zação do projeto Orla de Lazer.

Outro serviço de infraestrutura que foi priorizado na ges-tão, mas que não passava de um ponto tímido no programa de governo foi a limpeza pública. O descarte irregular de lixo fez o município gastar cerca de R$ 12 milhões por ano. Segundo a prefeitura, foram extintos 11 pontos viciados de lixo e o serviço de cata-móveis teve 2 mil solicitações e 150 famílias foram atendidas. Também foi instituída a Lei nº 5.617/2015, que responsabiliza grandes geradores de resíduos e altera os valores de multas relacionadas ao descarte irregular.

Mobilidade Urbana

A mobilidade urbana da cidade canela verde ficou con-centrada na construção de novas ciclovias e de binários. Foram construídos cerca de 34 km de ciclovias, com des-taque para a interligação da orla de Vila Velha ao Centro da cidade, passando pelas avenidas Darly Santos e Carlos

Lindenberg. Também foram implantados 23 novos biná-rios, com destaque pata Boa Vista, Soteco, Itapuã, Terra Vermelha, Aribiri e Coqueiral de Itaparica.

Ficaram de lado projetos que visavam conectar o muni-cípio com BR e aeroportos no objetivo de dar vazão aos portos da cidade. Também não houve investimentos con-sideráveis em transporte público de massa, como propos-to; não houve investimento em um modal marítimo e não foram implantados corredores expressos exclusivos para ônibus, como planejado no programa.

Sem Cras e qualificação profissional

No programa de governo de Rodney Miranda não existia um ponto específico que tratava do lazer. Entretanto foram reformadas seis praças e outras quatro foram construídas, o que estava previsto no tópico “pobreza, desigualdade e inclusão social” como “melhora da qualidade de vida da população em áreas de risco social”. As novas praças são localizadas em Ilha dos Bentos, Ilha das Flores, Santa Pau-la I e Pontal das Garças.

Também foram reformadas 11 academias dos idosos e outras cinco foram inauguradas em Parque das Gaivotas, Cobilândia, Ilha dos Bentos, Itaparica e Praia das Gaivotas. O que foi prometido e não cumprido foi aumentar o núme-ros de Centros de Referência de Assistência Social (Cras). Desenvolver programas de qualificação profissional e de geração de renda para a população residente nos bairros carentes, também não esteve nos destaques da adminis-tração.

O número de creches foi ampliado e o acesso ao ensino médio do município foi aumentado, como no projeto. Fo-ram seis novas creches inauguradas na gestão com au-mento de 2.520 vagas (25,3%), totalizando 12.361. A educação integral, que não estava prevista no projeto de governo, foi contemplada em quatro escolas municipais de ensino fundamental, beneficiando 1.200 alunos.

Nada de leitos hospitalares

Na gestão Rodney Miranda houve a entrega de duas novas unidades de saúde, nos bairros Jardim Colorado e Jaburu-na, e reforma completa em outra 17 unidades, segundo a prefeitura. Entretanto, a promessa do aumento de leitos hospitalares não foi cumprida na cidade.

Um dos pontos mais fortes da gestão de Rodney, que foi o combate à criminalidade, se deu sobretudo com ações voltadas para o quantitativo e qualitativo operacional. A Guarda Municipal Armada conta com 180 agentes atuan-do no município e a promessa é que 300 guardas arma-dos estejam ativos até o final da gestão em cinco bases operacionais.

Ficou em segundo plano, no âmbito da segurança pública, a oferta de ações sociais e culturais nas áreas de maior risco, atuando assim de forma preventiva, fator que estava previsto no projeto governamental.

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‘Obromêtro’ vianense mostra que meta de 400 obras foi batida; mas não é o que Tribunal de Contas dizO carro-chefe da gestão do prefeito vianense Gilson Daniel (PV) durante a corrida eleitoral de 2012 foi o PMO 400, Pro-grama Municipal de Obras que previa a realização de 400 obras em quatro anos. Segundo mostra o site da Prefeitura Municipal de Viana, já são 443 obras já realizadas ou em andamento. Porém, o portal Geo-Obras, do Tribunal de Con-tas do Espírito Santo (TCE-ES), responsável por fiscalizar as obras do município, mostra apenas 114 obras relacionadas à prefeitura vianense, sendo que 88 delas estão com o pra-zo vencido ou não concluídas.

Inclusive algumas obras até estão cadastradas no portal, como é o caso da reforma da Escola Municipal de Ensi-no Fundamental (Emef) Tancredo de Almeida Neves. No site da transparência do PMO 400, a obra, no bairro Nova Bethânia, é considerada já realizada, enquanto no Geo Obras, nem foi iniciada.

Falando em educação, algumas promessas emblemáticas na pasta não foram cumpridas pelo prefeito Gilson Daniel. É o caso da construção de cinco escolas em tempo integral e da criação do projeto Escola Padrão, que previa estrutura moderna, com laboratório de informática e pesquisa, biblio-teca, quadra coberta, auditórios e piscinas, inclusive em no-vas unidades construídas.

Apesar da reforma em algumas creches municipais, a cons-trução de novas unidades, que também era promessa de governo ficou apenas na fase de terraplanagem. Ainda as-sim, entraram na contagem do PMO 400.

Foram reformados 12 aparelhos de saúde, entre postos, unidades e pronto atendimentos e foram construídos outros três na cidade de Viana. Entretanto, não houve melhora sa-larial para médicos, enfermeiros e técnicos, como prome-

tido no programa “Surge um novo nome, nasce uma nova esperança”. Também não foi colocado em prática o atendi-mento domiciliar do “Programa Saúde da Família” - promes-sa de Gilson Daniel - de acordo com relação de projetos na área da saúde implantados pela Prefeitura.

Havia também a proposta de criação de uma secretaria para assuntos religiosos, cujas intenções eram apoiar pro-jetos desenvolvidos por entidades religiosas nas áreas de assistência social, de combate às drogas e criminalidade. A secretaria também atuaria realizando projetos de aten-ção à família, campanhas contra racismo e discriminação, contribuindo na formação do cidadão, dentre outros. A se-cretaria, entretanto, não saiu do papel.

Segurança

No âmbito da segurança pública, as promessas mais notórias foram a instalação de um sistema de videomonitoramento nos seis principais bairros da cidade, a criação de uma rede assis-tencial de apoio à mulher - que oferecesse meios seguros de efetuar denúncias e acompanhamento psicológico às vítimas - e a criação de uma subsecretaria de combate às drogas.

A prefeitura não informou sobre a quantidade de câmeras instaladas. Mas foi criado um departamento de Videomoni-toramento e Tecnologia da Informação na secretaria de De-fesa Social no município. Na mesma secretaria, foi criado o departamento de Políticas Públicas para Mulheres, Crianças, Jovens, Idosos e outros Grupos Vulneráveis, mas a forma de trabalho da secretaria também não foi informada pela pre-feitura. A subsecretaria de combate às drogas não foi criada.

PMO: maioria é drenagem

]Atualmente, o “obrômetro” vianense conta 443 obras, sendo 354 realizadas e 89 em andamento. A iniciativa de instalar no município outdoors que deixam o cidadão a par do número de obras realizadas no PMO 400 deu prestígio ao prefeito, ao mostrar o cumprimento do seu principal projeto de governo. Já o instrumento que o cidadão tem para acompanhar a real situação das obras, o Geo Obras, do TCE-ES, não é atualizado pela Prefeitura.

O que puxou o PMO 400 nos números, foram obras nas ruas da cidade. Dentre as promessas do programa, estava o calça-mento de todas as ruas do município que possuam trânsito de veículos e pessoas e a drenagem das ruas que foram pa-vimentadas no passado e não tiveram este serviço realizado. Também estavam no projeto o asfaltamento e recapeamento de todas as vias principais dos bairros de Viana. Entre drena-gem, pavimentação e calçamento, foram 158 obras em ruas da cidade, além de outras 19 de asfaltamento, segundo a transparência do Portal da Prefeitura.

Também foi prometido, no que tange à infraestrutura via-nense, a ampliação da rede de iluminação pública. Este as-pecto teve forte relevância também nos números do PMO 400, já que foram 42 obras de iluminação realizadas, de acordo com a Prefeitura. Alguns projetos pontuados em 2012 na campanha de Gil-

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Entre drenagem,

pavimentação e asfaltamento,

foram 158 obras em Viana

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son Daniel eram a Casa Ecológica (260 moradias a partir de tijolos ecológicos feitos de restos de construções retirado da cidade, reduzindo a zero o déficit habitacional de Viana); a Casa para Comunidade Quilombola (moradias ecológicas na comunidade de Araçatiba para as famílias integrantes de comunidades quilombolas) e a Casa do Servidor (moradias ecológicas para servidores públicos efetivos com ganho in-ferior a dois salários mínimos e que não possuem moradia própria). Nenhuma delas saiu do papel.

Sem cemitério ou estádio

O programa “Surge um novo nome, Nasce uma nova espe-rança”, do prefeito Gilson Daniel prometia alguns outros projetos que não foram cumpridos, como é o caso da cons-trução do Cemitério Municipal conforme o modelo do Cemi-tério Parque da Paz e a construção de um estádio municipal para a prática de esportes.

Outras promessas audaciosas, como é o caso da construção de uma Vila Olímpica no bairro Marcílio de Noronha, da cons-trução de um ginásio poliesportivo em Vila Bethânia, além da promessa de gramar, alambrar e construir vestiários em todos os campos do município de Viana, ficaram no papel.

Também havia na promessa a construção de praças nas co-munidades de Viana com quadra, pista de skate, área de con-vivência e parquinho infantil, além da criação de academias populares com acesso livre a todos os públicos e equipamen-tos específicos pra idosos e deficientes físicos. De acordo com o portal da transparência do PMO 400, foram construídas seis praças e revitalizadas outras cinco. Também foram construí-das seis academias saudáveis. O projeto também previa a con-clusão de pontes e foram 12 construídas no município.

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Quanto às outras obras do Programa Municipal de Obras, o destaque são para as obras de esgotamento sanitário na ci-dade, que contabilizaram 40; a reforma de 18 escadarias; a construção de 16 abrigos de ônibus; e a construção de 11 mu-ros de arrimo. Os dados foram fornecidos pelo portal da trans-parência do PMO 400, mas não são confirmados pelo portal Geo Obras, do TCE-ES.

O TCE-ES informou que a obrigatoriedade de alimentação do sistema Geo-Obras (único mecanismo público pelo qual a po-pulação pode acompanhar o andamento das obras) é do órgão responsável por realizar a obra ou serviço de engenharia. “A fal-ta de atualização pode ensejar em multa pelo Tribunal de Con-tas. A Corte realizou um levantamento ano passado para identi-ficar eventuais equívocos e notificou os gestores para a devida correção. Esse acompanhamento segue sendo feito”, diz nota.

Sonhos altos com verba reduzida na Serra

A Serra seguiu a regra geral das gestões brasileiras entre os anos de 2013 e 2016. Em seu segundo mandato no municí-pio, o prefeito Audifax Barcelos, que já trabalhava com menor arrecadação desde o fim do Fundo de Desenvolvimento das Atividades Portuárias (Fundap), também sentiu o baque da crise político-econômica brasileira, que fez com que alguns so-nhos estabelecidos no plano de governo da atual gestão, não saíssem do papel.

O prefeito afirma que a Serra operou com a mesma receita do ano de 2008 e com uma população e meia do município de Viana a mais nestes últimos oito anos.

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Ele afirma que a marca da sua gestão é a habitação, com a entrega de mais de mil moradias populares nos bairros Novo Horizonte, Costa Dourada e Vila Nova de Colares até o fim do primeiro semestre de 2016. Ele afirma ainda que no que tange à regularização fundiá-ria, até o fim de 2016, serão 15 mil imóveis com o título de propriedade.

Ainda assim, alguns projetos emblemáticos e de grande relevância para o município serrano não andaram. É o caso do Hospital Materno Infantil, em parceira com o Governo Federal, que durante a gestão teve a obra ini-ciada, paralisada e reiniciada, mas continua andando a passos lentos. No âmbito da saúde, a gestão ainda ficou devendo a construção do espaço físico da Farmácia Ci-dadã e a construção do Centro de Referência do Idoso.

A meta era ampliar a estratégia de Saúde da Família em 65%. De acordo com a prefeitura, a equipe da Saúde da Família foi ampliada e agora conta com 112 médicos, aumentando em 50% o número de consultas realiza-das. O Centro de Especialidades Odontológicas (CEO) foi implantado no bairro Boa Vista, com o atendimento de mil pacientes por mês. A rede física da saúde também foi expandida com a inauguração de duas novas Unida-des de Saúde - em Nova Carapina II e São Marcos - e a construção de uma UPA em Portal de Jacaraípe.

Mesmo devendo a realização de outras promessas na

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área da saúde, como a implantação da academia do idoso, a administração serrana conseguiu indicadores favoráveis, como a redução da taxa de mortalidade in-fantil de 11,85 mortes para cada grupo de 100 mil habi-tantes, para taxa de 9,3, em 2015, uma queda de 20% segundo dados do Ministério da Saúde.

Acesso universal à creche e jornada ampliada

Na educação, as promessas foram audaciosas, como a de garantir o acesso universal à creche e à pré-escola para as crianças do município; criar jornada ampliada para crianças nas escolas - com musicalização, bandas marciais, atividades esportivas e culturais - e fortalecer o uso da tecnologia da informação nos processos edu-cacionais, além de expandir a rede física.

Até o momento, duas novas creches e uma nova escola de ensino fundamental estão em funcionamento. Ou-tras duas creches já estão concluídas, e o prefeito Audi-fax prometeu entregar outras 10 unidades de educação infantil e três novas escolas de ensino fundamental até o fim de 2016. A criação da jornada ampliada e o forta-lecimento do uso da tecnologia da informação não tive-ram destaques na administração serrana.

O Programa Adolescente Cidadão (PAC), que leva ati-vidades dinâmicas em educação e saúde a alunos da rede pública municipal foi retomado, como previsto no

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programa de governo, atendendo de 20 mil jovens entre 10 e 19 anos, do 6º ao 9º ano.

Homicídios na casa dos 300

Apesar de a gestão ter devido a realização de ações no âmbito da defesa social, houve a redução de homicídios na Serra, que até 2015 era considerada a cidade mais vio-lenta do sudeste brasileiro. A prefeitura informou que, em 2015, a cidade registrou a menor marca em homicídios desde o ano de 2001. Foram 320, no ano passado, contra 334 há 15 anos, uma queda de 7%. As estatísticas foram compiladas pelo Observatório de Segurança Pública, da Secretaria de Defesa Social da Serra (Sedes).

A reestruturação da guarda municipal era uma meta da gestão de Audifax, que acabou criando a Guarda Municipal Armada.

Não foi criada a delegacia de Proteção à Criança e ao Ado-lescente na Serra e nem o Programa Comunitário Esporte à Meia Noite, no intuito de prevenir a criminalidade juvenil através de ações esportivas, de qualificação profissional e de lazer nos bairros mais violentos da Serra.

O sistema de videomonitoramento foi ampliado, contando atualmente com 159 câmeras, e, de acordo com a prefei-tura, durante o ano de 2015, 133 imagens foram encami-nhadas às delegacias para auxílio em investigações.

Mestre Álvaro sendo contornado

As obras do contorno do Mestre Álvaro trariam maior de-senvolvimento econômico à região e aliviariam 30% do trânsito pesado da região de Carapina e Laranjeiras. O projeto, entretanto, em parceria com o Governo do Esta-do ainda está no papel.

O prefeito deu vida à Avenida que leva seu nome, Audifax Barcelos Neves, que liga Serra a Jacaraípe e também ilu-minou o trecho. A prefeitura informou ainda, que foram mais de R$ 10 milhões na conclusão da obra de drena-gem e urbanização do Rio Jacaraípe. Na infraestrutura da cidade, também já foram instalados 300 novos abrigos de ônibus e outros 131 foram reformados.

Ficou para trás o sonho da construção do Estádio Muni-cipal da Serra. Já os artistas serranos, apesar de terem feito muito barulho na cidade durante os quatro anos da gestão exigindo a construção do Teatro Municipal - uma obra que já era para ter sido iniciada desde o ano de 1996, em contrapartida ao terreno cedido para a Dadal-to e o antigo Estoque Supermercados, na avenida Eudes Scherrer de Souza, em Laranjeiras - vão finalizar a ges-tão frustrados. A prefeitura não realizará a obra com re-cursos próprios e chegou até a propor a cessão de um terreno para a construção de um teatro pelo Sesi, com contrapartidas para os munícipes, mas o projeto não pas-sou na Câmara.

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Casagrande: “Vou defender meu legado”

ENTREVISTA EXCLUSIVA

DANIELEH COUTINHO

Entrar e sair de cena na hora certa é uma das gran-des virtudes da arte e da vida. E com este conceito, sempre ressaltando uma vigilância permanente, o ex-governador do Espírito Santo, Renato Casagran-

de, tem levado sua vida desde que deixou o Palácio An-chieta. Dentro da política, como líder natural, secretário-geral do PSB e presidente da Fundação João Mangabeira, o socialista diz que seu comportamento, desde que deixou o governo – quando foi derrotado pelo atual governador,

Paulo Hartung, nas eleições de 2014 – tem sido de vigi-lância.Nesta entrevista ele define o que chama de “nova política” e diz que se sente mais valorizado e prestigiado pela popu-lação. Casagrande não poupa críticas ao atual governador – nome que sequer menciona – e diz que ele não merece confiança. Sobre a atual política nacional e eleições 2016, faz avaliações afirmando que a Operação Lava Jato será um marco na história do Brasil.

Por onde o senhor anda?Muito pelo Brasil a fora, fazendo um trabalho à fren-te da Fundação João Mangabeira. À frente do PSB, como secretário-geral do partido, tenho per-manecido uma parte da semana em Brasília e em junho começarei a circular peloo Espírito Santo. As minhas tare-fas nacionais são mui-tas, porque sou deman-dado para ir a todos os estados do país para organizar palestras, dar palestras, participar de debates e tenho traba-lhado alguns dias da semana em Brasília na discussão da estraté-gia partidária e política nacional. Também ti-nha tomado a decisão de passar mais de ano sem circular o estado, porque acredito que o governador que termina seu mandato tem que se afastar um pouco fi-sicamente sem, contudo, me afastar da política.

O senhor disse que estaria vigilante...Não me afastei da política porque o atual governador e atual governo não me esqueceram, e tive que me mani-festar, seja por rede social ou imprensa, para rebater as mentiras sobre os resultados do meu governo. Sempre fiz a defesa do nosso trabalho, mas deixei de percorrer o Espírito Santo. Retomo agora, porque julgo que depois desse tempo já é possível que a população tenha feito as comparações do meu governo com o atual. Eu tam-bém não quero ser acusado de tentar atrapalhar a atual gestão.

Existiu a necessidade da vigilância permanente?

A necessidade foi para de-fender o legado do meu governo. Modéstia à parte, terminei meu governo com quase 80% de aprovação e tenho o respeito dos ca-pixabas, independente de terem votado ou não em mim, todos me respeitam e conhecem tudo o que fiz na minha gestão. Hoje sinto que a população reconhece ainda mais meu trabalho, porque ficou explicito devi-do ao embate que o atual governo nos levou, fez com que as pessoas vissem ain-da mais todos os projetos, todas as obras que nós executamos. Fiquei vigilan-te e defendendo o meu le-gando. Tanto é que nós ga-nhamos essa “disputa” na sociedade e as pessoas se dirigem à minha pessoa fa-lando que é uma pena ver

que tantas obras e tantos serviços foram paralisados. Não vou deixar que ninguém, por interesse mesquinho, possa destruir um trabalho que fiz com orgulho. É preciso fazer justiça com os quatro anos de trabalho.

Retomando suas andanças, o que vê?Vejo, com tristeza, a quantidade de obras paradas, progra-mas paralisados ou que mudaram o nome. Vi uma farsa, que perdurou e permanece até agora e acho que perma-necerá, da busca de carimbar o meu governo como “inefi-ciente”. Esta farsa foi desmontada e as pessoas não acre-ditam mais nisso. Foi desmontada por diversos órgãos técnicos, como Tribunal de Contas da União, o Centro de

Divulgação

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ENTREVISTA EXCLUSIVA

Liderança Pública (CLP de São Paulo) que publicou um ranking que aponta que o ES é o 5º mais competitivo e o mais eficiente da gestão pública, o 2º mais sustentável na área fiscal. Então conseguimos, com legitimidade e respeito às pessoas, mostrar isso. Numa hora em que o governo deveria estar agradecendo por ter recebido um Estado organizado, talvez o mais organizado do Brasil, tomou a decisão de praticar a velha política.

Seria diferente, se as eleições fossem hoje?Não posso dizer isso, mas sei hoje que boa parte das pessoas que não votaram em mim não é porque desa-provavam meu governo ou não gostavam de mim. Mas acharam que, como o atual governador já tinha sido go-vernador e saído com imagem muito boa, mesmo me res-peitando, acharam que ele poderia fazer muito mais do que eu estava fazendo. Só que, agora as pessoas estão vendo que ele tem a prática de uma política atrasada e equivocada e paralisou todas as obras. As pessoas co-meçaram a reconhecer todo o trabalho que fiz em quatro anos, que foi inédito no Espírito Santo. Nenhuma gestão fez mais ações, investimentos, projetos e obras neste tempo, como a minha administração.

Acha que as obras de seu governo se perderão?O atual governador não vai fazer nenhuma obra nova. Ele vai retomar, gradativamente, as obras do meu governo. Paralisou como estratégia, mas as pessoas estão perce-bendo isso.

O senhor tem falado muito em velha e nova política. Como define cada uma delas?A velha política é esta praticada pelo atual governo, da descontinuidade de obra, da mentira, do autoritarismo, da falta de diálogo, da arrogância e prepotência, da ten-tativa de se manter como única e exclusiva força política, que não aceita contraditório,. Isso só prejudica a popu-lação capixaba. A nova política é feita com diálogo, sa-bendo ser leal, fraterno, com modernidade, em sintonia com o protagonismo das pessoas. De forma horizontal, ou seja, de igual para igual com o cidadão.

Como avalia, dois anos depois, a dipu-ta Casagrande X Hartung?A lição é que na vida, e na política, não se pode confiar em quem não merece confiança, para não ser apunhala-do na hora decisiva. Não se pode acreditar que quem não merece confiança vai mudar seu comportamento. Eu já disse isso, mas repito: meu erro foi em 2010, na hora em que aceitei um acordo com aquele governador. Eu tinha que ter disputado as eleições em 2010 sozinho, ganhan-do ou perdendo, mas sem acordo politico. Na hora que eu aceitei um grande acordo, aceitei compartilhar o go-verno. Daí, parte dos que estavam comigo não suaram a camisa, não defenderam o time. O erro, lá atrás, acabou causando prejuízo nas eleições de 2014. O entendimen-to era que o atual governador seria candidato a senador, de compartilharmos o governo. Isso foi desfeito em 2014,

tanto é que a cunhada dele (Angela Silvares) foi minha secretária até três meses antes das eleições.

Eleições de 2016: terá candidatos em todo ES?Não creio que, numa eleição tão curta, eu tenha tempo de marcar presença em todos os municípios, mas estarei presente em boa parte e nas cidades mais importantes. Onde nós tivermos candidatura própria, de partidos alia-dos ou pessoas aliadas – porque as vezes o partido não é aliado no resto do Brasil, mas o candidato é, e pratica a nova política – eu participarei. Nós estamos vivendo um embate no Estado da nova com a velha política.

Na Grande Vitória quais são seus can-didatos?Por hora, Luciano Rezende, em Vitória; Bruno Lamas, na Serra; Gilson Daniel, em Viana, Gedson Merízio, em Guarapari; Adilson Avelina, em Cariacica, e Junior Bola, em Vila Velha. Esses são os pré-candidatos, mas alguns nomes do PSB podem discutir composição de alianças.

O PT será aliado do seu partido nestas eleições?O PSB não tem veto às coligações. O PSB demorou a to-mar decisão de apoiar o processo do impeachment, uma vez que nós participamos do Governo Lula e uma parte do primeiro Governo Dilma. Em 2012, Eduardo Campos disse à presidente que ela estava tomando o caminho errado. Ela não considerou e em setembro de 2013 saí-mos. Mas, assim mesmo, gostaríamos que a gestão Dil-ma reagisse e retomasse a capacidade econômica do país. Como ficou provado que ela não teria esta condi-ção, o partido, majoritariamente votou pelo processo do afastamento.

O PSB apoia Michel Temer?Na verdade ficamos muito reticentes, porque PT e PMDB são irmãos siameses na política nacional. Como Temer foi vice nos dois mandatos, como ele teria legitimidade para governar? Mas a gravidade da situação era tama-nha, que nós decidimos analisar a hipótese do vice as-sumir e nós ajudarmos. Estamos colaborando, mas não indicamos ninguém para os ministérios. Quem está lá, Fernando Coelho Filho (ministério de Minas e Energia), foi escolhido por ele, sem indicação partidária. Nós dis-cordamos de política de coalisão em que os partidos in-dicam e o presidente perde sua liberdade. Esse tipo leva fisiologismo à presidência e ao patrimonialismo, então estamos colaborando para que dê certo, mas o risco dele é o mesmo de Dilma.

Como avalia a Operação Lava Jato?A presidente Dilma foi atropelada pela operação e o go-verno interino pode ser atropelado da mesma maneira. Se pessoas perto de Temer estiverem envolvidas e forem alcançadas pela Lava Jato, pode ser que ele não consi-ga estabilizar a economia. O importante para recuperar a economia é a estabilidade política. A Lava Jato é uma variável que ninguém controla. E é bom mesmo que seja assim, porque quem tiver que pagar, que pague.

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Ele e ela! Ela e ele!

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que, ainda naquela época, as mulheres eram impedidas de frequentarem muitos hotéis e restaurantes, vestidas com calças. A criação antológica faz parte desde então, de todas as coleções da marca.

Atualmente, a macrotendência andrógina, inunda o uni-verso fashion através das semanas de moda, campanhas publicitárias e dos modelos ambíguos como a precursora desse movimento, a bósnia Andreja Pejic e a brasileira, Lea T. Ambas figuraram ações de grande expressão no mundo da moda.

Lea T foi capa da revista britânica Love em Janeiro de 2011, na qual aparece beijando a modelo Kate Moss. An-dreja Pejic e sua beleza andrógina, criaram um híbrido en-tre o masculino e feminino tão instigante, quanto deslum-brante no desfile da Auslander, no Fashion Rio Verão/12.

Ainda no cenário da moda nacional é imprescindível pon-tuar expressões andróginas pelo olhar do estilista Ronal-do Fraga e da grife Amapô, ambos no SPFW Inverno/16. Logo na abertura do desfile, Fraga deixa evidente esse desejo de transpor o conceito da roupa atrelada ao sexo, quando um garoto e uma garota vão até o fim da passare-la e trocam de roupa em pleno desfile, saindo um com a peça do outro. Já as estilistas Carolina Gold e Pitty Talia-ni, chocam o público, quando um modelo barbado, entra à passarela com um vestido preto, curto e brilhante e,

Há algum tempo o termo androginia é usado para dar nome a uma tendência desfilada nas passarelas mundo a fora. Porém, o movimento andrógino vai muito além disso: está intimamente ligado à historia da moda que, por sua vez, se funde aos movimentos políticos, sociais e econômicos vividos pelo homem ao longo do seu curso.

Essas mudanças forçaram a mulher a inserir em seu guar-da roupa, peças masculinas, já que o dress code adotado na época era pouco funcional para a prática das ativida-des conquistadas. Peças como bermudas, calças compri-das e macacões, antes exclusividade de guarda roupas masculinos, começam a ser adotados, pelas mulheres.

No período entre guerras, Coco Chanel destaca-se como grande expoente do Modernismo na moda e utiliza-se de seu próprio estilo, para suas criações. Reconhecida por transformar a maneira de vestir, ao usar calças com-pridas, o que não era comum entre as mulheres do seu tempo, misturar jóias e bijuterias além de, tornar a pele bronzeada, um item da moda.

Como dizia Pierre Bergé, cofundador da gripe Yves Sanit Laurent: “Chanel deu liberdade às mulheres. Yves Saint Laurent lhes deu poder”. A frase é resultado do lança-mento do smoking feminino pelo estilista, em 1966. Cha-mada de “Le smoking”, a peça representou uma revolu-ção na moda e mais uma expressão da androginia, visto

MARIA BORGO

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À DIREITA: l Macacão, Marcelo Zantti, - Scarpin, Ana Merottol Gargantilha, Ane Zorzanelli

Já nas primeiras décadas do século XX, quando as mulheres conquista-ram seu lugar nas universidades e lutavam pelo direito ao voto, havia, consciente ou inconscientemente, a vontade de romper a barreira en-tre os sexos. A sociedade extrema-mente machista dava espaço para a inserção da mulher, que se inten-sificou com a eclosão da Primeira Guerra.

A mistura é histórica

conhecida popularmente pelo ape-lido de Twiggy. Pequena, muito ma-gra, quase anoréxica, cabelos loiros e muitos curtinhos, olhos expressi-vos e parecida com um menininho. Essa andrógina que é considerada uma das primeiras supermodelos, tornou-se ícone da moda e influen-ciou toda uma geração.

A década de 70, foi marcada por umas das figuras mais expressivas dentro do conceito de androginia. O cantor, compositor e musico inglês, David Bowie, que se tornou ícone do excêntrico movimento Glam Rock, marcando a década e servindo de influência por anos. A ousadia era marca registrada do inglês, que ao lançar um disco chamado Ziggy Stardust, ele criou um personagem, que era um ET roqueiro, que se ves-tia de um jeito estranho e virava es-trela na Terra. O figurino dessa fase da carreira de Bowie foi marcado pela pegada andrógina das peças e não se sabia, se ele era homem ou mulher.

À ESQUERDA: l Smoking, Roberto Cavalli (acervo), - Camisa e calça, A.brandl Gravata (acervo), - Scarpin, Santa Lolla, - Brin-cos, Ane Zorzanelli

como se não bastasse, meia calça de teia de aranha, para arrematar a produção.

A androginia cada vez mais recor-rente na sociedade é capaz de que-brar paradigmas e de gerar discus-sões de temas, que vão muito além pura e simplesmente de debates sobre gênero, e naturalmente, vere-mos cada vez mais expressões des-se movimento refletindo na moda e nas ruas.

A partir de então, há uma mudança drástica no papel da mulher dentro da sociedade de fato e de direito, marcado em sua plenitude, pelo su-frágio universal. Algumas foram para o front de batalha e assumiram po-sições como: médicas, enfermeiras, motoristas ou membros das forças auxiliares, outras, substituíram os homens na indústria ou no campo.

O movimento andrógino, fica evi-denciado com o estilo à la garçon-ne dos anos 20, onde houve um achatamento dos bustos, pernas à mostra, as cinturas esculpidas com espartilhos muito arrochados, afrouxaram-se e a silhueta tubular, ganha força em substituição a am-pulheta. Com o início da Segunda Guerra Mundial, as mulheres vol-tam a usar uniformes, em função dos cargos no front de guerra, re-forçando a influencia masculina no seu cotidiano.

A década de 60 foi marcada pela in-fluencia da britânica Lesley Lawson,

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Seguido do movimento Glam Rock, ocorreu na década de 80, ainda em Londres, o movimento artístico so-cial pós punk, New Romantic. O mo-vimento consistia em diferenciar as celebridades de todos os réles mor-tais, por meio de roupas e maquia-gens extravagantes, muito glamour, muita ostentação, hedonismo, liber-dade sexual e ambiguidade.

O representante mais conhecido desse movimento foi o cantor, com-positor e DJ britânico Boy George que na época, estava à frente do gru-po Culture Club. Sempre maquiado e vestido de forma nada ortodoxa, Ge-orge causou frisson ao aparecer na mídia. Os críticos da época, viram no vocalista uma nova forma de sexua-lidade, que denominam de figura an-drógina, já que ele misturava carac-terísticas femininas e masculinas.

Na mesma época, enquanto o sexo masculino utilizavam-se de adereços femininos também, o sexo feminino utilizavam-se de adereços masculi-nos uma vez que, na década de 80 o feminismo espraiou-se por todas as classes sociais, deixando de ser “coisa de gueto” e lógico, influenciou na maneira de vestir-se das mulhe-res. Há quem interprete a utilização de terninhos com ombros estrutura-dos, como um sinal de que, a par-tir daquele momento, as mulheres estariam preparadas para assumir cargos no mercado de trabalho, an-tes só assumidos por figuras mascu-linas.

Esse movimento social confirma-se a cada dia, onde é possível identificar facilmente mudanças de papéis na sociedade contemporânea, quando mulheres tornam-se chefes de famí-lia, lideram grandes empresas, co-mandam tropas e até presidem um país inteiro. Ao mesmo passo, ho-mens assumem funções outrora, de exclusividade feminina como, cuidar dos filhos, assumir a administração do lar, participar das atividades es-colares.

A inversão de papéis é responsável

O rock é andrógino, bebê

l Macacão, Marcelo Zantti

l Scarpin, Ana Merotto

l Gargantilha, Ane Zorzanelli

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l Camisa, A.brandl Trench coat, Tommy Hilfigerl Maleta, Bagaggiol Open boot, Melissal Calça, Iódice

l Camisa, Tommy Hilfiger

l Bolsa, Capodarte

l Bota, Melissa

pela quebra de diversos tabus, in-clusive do machismo arraigado por gerações anteriores. Diante desse cenário, o homem moderno sen-te-se mais a vontade para incorpo-rar elementos femininos não só na indumentária, como os profundos decotes ‘'v'' nas camisetas ou mes-mo a utilização das calças skinnies, mas de comportamento, com o sur-gimento do final dos anos 90 dos metrossexuais.

Impossível falar de androginia, sem falar do movimento neutral gender (gênero neutro ou agenero), que é a moda criada para uma pessoa, seja mulher ou homem. É um segmento fashion unissex, criado a partir de roupas neutras, cortes retos e con-fortáveis. A coleção é composta por peças, que são muito conhecidas dos dois universos como, camisas, tshirts, suéteres, calças de corte retos, formando uma silhueta slim, mas não justa ao corpo. Nos pés, sa-patos pesados, tênis flat e oxford.

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l Smoking, A.brand

l Saia, Olympiah para Duett

l Slipper, Melissa

l Bolsa, Chanel (acervo)

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l Maxi colete, Marcelo Zantti

l Calça, Maria Filó

l Cinto, Iódice

l Anéis, Ane Zorzanelli

l Camisa e calça,Talie NK para Duett

l Colete, Maria Filó

l Brincos, Ane Zorzanelli

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l Camisa, A.brand

l Maleta, Bagaggio

l Calça, Iódice

l Trench coat, Tommy Hilfiger

l Open boot, Melissa

l Camisa, A.brand

l Trench coat, Tommy Hilfiger

l Maleta, Bagaggio

l Open boot, Melissa

l Calça, Iódice

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l Regata gola alta,Olympiah para Duett

l Tricot, Scala

l Saia, Marcelo Zantti

l Bolsa, Uncle K

l Bota, Capodarte

l Anéis, Ane Zorzanelli

l Moletom, Scala

l Calça, Talie NK para Duett

l Bolsa, Uncle k

l Oxford, Ana Me-rotto

Produção executiva: Maria BorgoCabelo e maquiagem: Gilbert MoraesFotografo: Thiago BrunoTratamento de imagem: Tales Henn e Guilherme Nocera

Stylist: Glauro Simões (Copa Moda&Consultoria) e Aline Monteiro (Copa Moda&Consultoria) Modelos: Victoria Mariani e Laiany Nunes (Ragazzo Model) Agradecimentos: Studio Imagem Fotografia

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HOJEECONOMIA

Alta dos juros e tributos, desemprego, queda de cresci-mento e dificuldades financeiras são algumas das con-sequências da tão falada crise. No entanto, apesar dos índices e pesquisas mais recentes apontarem a conti-nuidade da turbulência econômica no país, muitos estão transformando a mudança do cenário socioeconômico em oportunidades. Para isso, o planejamento de negó-cios foi discriminado como primordial para alcança r re-sultados positivos.

De acordo com o analista do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Estado (Sebrae-ES), Marcondes Caldeira Júnior, o setor industrial é um dos mercados que mais vem sofrendo com a crise. Dados recentes da Produção Industrial Mensal Produção Física Brasil (PIM-PF) divulgados pelo Instituto Brasileiro de Ge-ografia e Estatística (IBGE) no início de abril, o parque fabril do país passou a acumular uma retração de 11,8% nos dois primeiros meses de 2016.

Esse resultado foi decorrente da redução de fevereiro, que na série livre de influências sazonais, a produção in-dustrial brasileira caiu 2,5%. Já a taxa anualizada, o indi-cador acumulado nos últimos 12 meses, fechou fevereiro com uma queda de 9%, a mais intensa desde os 9,4% de novembro de 2009.

“Nos setores macro, o agronegócio tem marcado menos perdas e as indústrias mais, devido à desaceleração in-dustrial. Mas os micro e pequenos negócios nos setores de alimentação, saúde, bem estar e serviços de manu-tenção e reformas estão se mantendo positivos no mer-cado em meio à crise”, afirmou Caldeira.

Segundo o analista, o sucesso do negócio depende de variados fatores, mas principalmente, dos estudos ope-racionais, mercadológico e financeiro. “Para se iniciar um negócio é extremamente necessário verificar a viabilida-de operacional, a demanda com análise de mercado e as condições financeiras para manter o negócio. Isso tudo é planejamento e muitas das vezes, é preciso buscar auxílio e ajuda para dar prosseguimento na inserção do mercado”.

Voltado para o apoio aos micro e pequenos empresários, o Sebrae-ES oferta semanalmente palestras e cursos di-recionados para entrada e expansão no mercado, como “Gestão Financeira” e “Plano de Negócios”. Caldeira res-saltou ainda que além dos cursos, o Sebrae-ES também possui consultores, que fornecem suporte aos micro e pequenos empresários na evoluçã’o do negócio..

Crise X PlanejamentoLAUREEN BESSA

MEIComo forma de fugir da crise e da falta de renda, o nú-mero de microempreendedores individuais (MEIs) está em constante crescimento no Espírito Santo. Em 2014, eram 121,8 mil MEIs. No ano seguinte, esse número subiu para 148,7 mil. Até fevereiro deste ano, o Sebrae-ES registraou 151,1 mil microempreendedores.

“É um número considerável, em um cálculo básico e rápi-do, esse dado representa cerca de 3% da população capi-xaba. E pelo andamento da atual conjuntura econômica, a expectativa é de contínuo crescimento nos próximos anos. Não há fórmula mágica para os negócios, para gerir um negócio o empreendedor precisa se capacitar para o mer-cado e trabalhar para isso. É o empreendedor que tem que fazer acontecer, o Sebrae-ES é um suporte para que ele atinja os seus objetivos”, declarou o analista.

A figura do Microempreendedor Individual (MEI) foi criada pela Lei Complementar 128/2008 e entrou em vigor em julho de 2009. Entretanto, para se caracterizar um micro-empresário, a Lei Complementar 139/2011 foi implemen-

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tada. Dentre os requisitos para ser registrado como MEI, a pessoa deve ter um ganho de receita bruta anual de no máximo até R$ 60 mil.

Para Caldeira, o aumento de MEIs tem se mostrado positi-vo para o mercado, que possuía uma demanda reprimida por causa dos diversos estabelecimentos que preferiam fi-car na clandestinidade para evitar as altas cargas de tribu-tárias. Com o MEI muitos microempresários conseguiram acesso à regularização e entrar no Simples Nacional, que proporciona redução e cortes de impostos.

Inserção no mercadoOlhando para o futuro, muitos estão se arriscando como novos empreendedores. Alguns buscam a complementa-ção de renda, outros a solução para a falta de trabalho. Uns visam a expansão do negócio e há quem invista para colher os frutos mais à frente. Como é o caso da adminis-tradora, Jéssika Tristão, que lançou um startup em março, com mais quatro sócios.

O “House Mate” é um site de cadastro e oferta de quartos em casas e apartamentos, para quem quer compartilhar a residência com outras pessoas. Inicialmente a utilização do site é totalmente gratuita, mas há intenção de se criar pacotes de cobrança no futuro.

“A ideia surgiu há um ano e meio atrás. Não sou daqui, e quando eu vim para o Estado eu morei em repúblicas e vi que, se tivesse um meio de eu conhecer a pessoa antes, com certeza teria sido mais fácil. Eu fiz o plano de negócio

HOJEECONOMIA

como TCC da minha pós-graduação e depois foi mais um pouco mais fácil para implantar. Não temos expectativa de retorno agora, até porque queremos ganhar espaço e credibilidade no mercado. Mas para o futuro, estaremos ofertando pacotes de utilização”, contou a administradora.

Jéssika revelou ainda que o investimento inicial do negó-cio chegou a R$ 8 mil. Já a empresária Danielle Pezzin, que era franqueada à uma estética especializada em foto-depilação, decidiu expandir e abrir o seu próprio negócio, também na área da estética. Pezzin contou que o seu in-vestimento será de quase R$ 25 mil.

“Estávamos planejando isso há muito tempo, ficamos cin-co anos como franqueadas e agora em março, abrimos o nosso próprio espaço. Fizemos cursos no Sebrae, ficamos mais ou menos um ano se preparando para essa mudan-ça. Nos especializamos em gestão empresaria, de pesso-as e planejamento estratégico. Queríamos que essa mu-dança fosse tranquila e está sendo”.

Pezzin destacou que a crise não provocou receio, já que estava vindo em uma onda de crescimento, tanto de nú-mero de clientes, quanto de lucro. “Nosso planejamento foi muito grande e muito consciente. Queríamos inovar e dar mais conforto aos clientes. Além da fotodepilação, agora oferecemos tratamentos faciais e corporais. No pri-meiro trimestre já identificamos um crescimento de 20% e a nossa expectativa é que em no máximo seis meses, teremos o retorno do nosso investimento”, explicou.

Doce caminho

A nutricionista, Renata Ramos, abriu uma doceria juntamente com o marido. Ela contou a ideia surgiu depois que o esposo foi demitido da empresa me que trabalhou por mais de 20 anos. “Em abril do ano passado ele foi demitido e ficamos sem o que fazer. Ele trabalhava com gerencia e eu só sei mexer com comida. Aí vimos que aqui em Jardim Camburi já tinha muita coisa de comida salgada e decidimos pelo doce. Em julho, procuramos uma consulta com um analista do Se-brae só para verificar todo o nosso planejamento. Em dezem-bro, nós abrimos a nossa loja”.

Renata salientou ainda que negócio deu tão certo que ela acabou largando também o emprego, para focar mais na do-ceria. Além disso, já há a previsão de abertura de mais uma loja, agora em Vila Velha. “Foi investimento médio de R$ 50 mil, acreditamos que até o final deste ano teremos o retorno deste investimento. Para a gente foi uma surpresa o sucesso, nos finais de semana a gente chega a atender 500 pessoas por dia. Começamos com quatro pessoas e agora já somos em seis. E, pelo caminhar das coisas, vamos precisar contra-tar mais duas pessoas”, relatou.

A nutricionista revelou também que haverá novidades no es-tabelecimento, já que a demanda do público é por produtos mais específicos, como sem glúten, lactose e até veganismo. “Estamos acompanhando a demanda. Queremos nos ade-quar a necessidade dos nossos clientes e sei que isso será um grande diferencial”, afirmou Renata.

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HOJENEGÓCIOS

Sou empreendedor, administrador por formação e pro-fessor universitário. Atuo em diversas áreas relaciona-das a tecnologia, educação e gestão. Penso que ser empreendedor, no passado talvez até pudesse ser algo fácil, mas conforme o tempo passa, novas medidas pre-cisam ser tomadas, tornando a realização do sonho de ter seu próprio negócio cada vez mais desafiador. Não se trata de ser algo complexo, mas uma tarefa relacionada às batalhas diárias em um cenário regioinal, nacional e dependendo do público, mundial.

Comecemos pelo começo: o que é empreendedorismo? O que é ser empreendedor e quais as diferenças princi-pais do tradicional empresário? Empreendedorismo está relacionado com empreender, resolvendo um problema ou situação complicada. O termo é muito usado no âm-bito empresarial e quase sempre refere-se a criação de empresas ou produtos novos. Entende-se ainda que, em-preender é também agregar valor, saber identificar opor-tunidades e transformá-las em um negócio lucrativo.

O termo também está ligado a certa parcela de profis-sionais que simplesmente não conseguem se ver como empregados ou contratados, passando assim a correr atrás de um novo modelo de recolocação no mercado: através do seu próprio negócio.

Vale ressaltar, portanto, que o empreendedorismo está muito relacionado à inovação, com o objetivo de criar algo novo dentro de um setor, com a criação de um novo produto ou ainda uma adaptação de algo que já existe mas com melhorias significativas. O empreendedor tem portanto, como característica básica, um espírito criati-vo e pesquisador. É alguém que não está satisfeito como as coisas são e está disposto a mudá-las para torná-las melhor.

Desta forma, ele está constantemente buscando novos caminhos e novas soluções para os problemas cotidia-nos e principalmente aqueles que o cercam, sempre tendo em vista as necessidades das pessoas e da so-ciedade.

Talvez seja por isso, que seja bastante comum identifi-carmos empreendendores na área de tecnologia, pois esta é, certamente, uma área em constante mudança e de rápida assimilação pelas pessoas, por estar direta-mente ligada a cada uma delas diariamente, no seu bol-so em um smartphone ou na sua ferramenta de trabalho com um notebook. Mas está errado quem acha que os empreendedores estão apenas na área de tecnologia da

informação. Hoje em dia é possível ser empreendedor através de tarefas simples, seja como proprietário de algo novo ne-gócio ou ainda dentro de alguma empresa onde você já atua.

Mas não é de hoje que o assunto empreendedorismo é assunto de pauta. A temática começou a ser difundida a partir de 1945 com o economista e cientista político austríaco Joseph Schumpeter e nunca mais parou. Já a partir de 1970, Peter Drucker, introduz a ideia da neces-sidade de arriscar em algum negócio para montar uma organização. Em 1985, o empreendedor norteamerica-no Gifford Pinchot III, introduzido o conceito de intraem-preendedor, que refere-se a uma pessoa empreendedo-ra, mas que atua dentro de uma organização, como um funcionário, por exemplo.

Certamente, uma das definições mais aceitas hoje em dia, relacionada a palavra empreendedorismo é a for-necida pelo professor e estudioso Robert D. Hisrich, em seu livro “Empreendedorismo”. Hisrich afirma que o em-preendedorismo é o processo de criar algo diferente e com valor, dedicando tempo e o esforço necessários, assumindo os riscos financeiros, psicológicos e sociais correspondentes e recebendo as consequentes recom-pensas da satisfação econômica e pessoal.

É consenso que o empreendedorismo é um dos prin-cipais promotores de desenvolvimento econômico e social de um país. Quando enchergamos o Brasil, con-segue-se imaginar inúmeras possibilidades nas mais di-versas áreas. E o papel do empreendedor é exatamente este: identificar oportunidades, agarrá-las e buscar os recursos necessários para transformar estas oportuni-dades em um negócio lucrativo.

Enfim, o empreendedor é tipo de um indivíduo que não espera as coisas acontecerem. É uma pessoa pró-ati-va, e que está disposta a faz as coisas acontecerem. É alguém que acredita no seu potencial, é determinado, apresenta uma forte capacidade de liderança e conse-gue facilmente, quando necessário, trabalhar em equi-pe.

E você?! Conseguiu se ver nas definições comentadas no texto?

EmpreenderJOÃO FERNANDO COSTA JÚNIOR

João Fernando Costa Júnior é empreendedor, administrador, professor universitário, especialista em informática na Educação, Gestão de EAD e mestrando em Educação. CEO do Clube Experi-

ência Capixaba. É editor-chefe, idealizador, diagramador e responsável peça Revista Espírito Livre e da Rede Espírito Livre - entidade que atua na mobilização e organização de deviersos eventos

e projetos relacionados a tecnologia, inovação, código aberto e software livre, como Revista , TV e o Fórum Espírito Livre.

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HOJESAÚDE

Os lábios são um componente essencial da imagem atrati-va facial, portanto, não é à toa que muitas pessoas inves-tem no preenchimento para melhorar o contorno da boca e emoldurar o sorriso. Algumas celebridades como Lindsay Lohan, Kylie Jenner, Christina Aguilera e, recentemente, Anitta, servem como referência na escolha da boca ideal. A técnica é uma excelente opção para quem tem lábios finos ou sem contorno definido.

Para que os resultados sejam sempre positivos, é neces-sário alguns cuidados. Afinal, é importante respeitar as características individuais de cada um. A análise de cada paciente deve ser feita com senso crítico, considerando evitar exageros. Um bom preenchimento labial deve ter como critério a anatomia da boca a fim de manter a natu-ralidade e as proporções harmônicas.

Para realização do sonho de ficar com lábios mais carnu-dos e sensuais, a palavra-chave é prudência. Lembrando sempre que em se tratando de preenchimento, menos é mais!

O procedimento não chega a ser considerado uma cirurgia pois é realizado no próprio consultório, sem necessidade de internação hospitalar. O paciente pode retomar as suas atividades no mesmo dia. Os lábios dos pacientes podem ficar inchados até 48 horas após a realização do proce-dimento, e em poucos dias os resultados efetivos já são aparentes.

Natural X Artificial

Mais benefíciosMais do que estar com o rosto rejuvenescido, o uso de botox tem efeitos grandiosos no combate à enxaqueca. Pesquisas americanas comprovaram que, tratamento com toxina botulínica para cefaleia surte efeitos de leves a mo-derados em casos de enxaqueca crônica.

Em junho de 2011, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o uso do botox para o tratamento de enxa-queca crônica em adultos. O órgão considera pessoas com a doença aquelas que apresentam dores de cabeça mais do que 15 dias por mês e crises com duração média de quatro horas cada.

Dúvidas mais comuns:Qual o preenchedor ideal? O ácido hialurônico é mais seguro e proporciona um resul-tado natural.

Qual a quantidade do produto deve ser usada?A quantidade deve ser definida de acordo com análise de cada paciente, considerando grau de flacidez, tabagismo e antecedentes de herpes labial.

Quanto tempo dura os efeitos do botox na boca após primeiro preenchimento?A média é de um ano, mas nada impede que o paciente opte por aplicar mais preenchedor antes do prazo.

GLÁUCIA MARIA DUARTE, MÉDICA PÓS- GRADUADA EM DERMATOLOGIA

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Meu corpo, minhas escolhas

HOJECOMPORTAMENTO

Um rapaz não está satisfeito com seu corpo, mas não é por conta do peso, corte de cabelo ou cor de pele. Ele se sente uma menina que está no corpo errado. A partir desta cons-tatação inicia-se um longo processo de redescobertas.

Ser o que quer, ou transformar o corpo no que deseja, é um processo que necessita de acompanhamento psico-lógico, porque tem o autojulgamento e o preconceito da sociedade.

Essa é uma história que se repete todos os dias com vá-rias pessoas no mundo inteiro. E foi o que viveu a capi-xaba Thalita Campos Zampirolli, 26, dona de um corpo esculpido por mais de R$ 30 mil. Há oito anos ela re-solveu – definitivamente – que é uma mulher. “O meu tratamento hormonal começou quando eu tinha 15 anos, então eu desenvolvi bem o corpo feminino”, conta. Thali-ta se sente uma fênix, que renasceu cinzas após operar, e descreve o momento como “emocionante”. Para a mo-delo, o preconceito sempre vai existir. “Mas vale a pena lutar e vencê-lo”, garante. “Hoje sou respeitada e tenho orgulho de mim”.

Thalita Zampirolli sente prazer nas relações sexuais e sempre se sentiu feminina. Ela crê que as feições que possui sempre foram mais características de mulheres e que sua feminilidade está mais do que comprovada. As curvas que mantém encantam os brasileiros há anos como musa do Carnaval do Rio de Janeiro. Em 2016 ela foi, também, musa da escola de samba capixaba, Inde-pendentes de Boa Vista. Para Thalita, a folia de momo é uma oportunidade e “uma passarela da diversidade”, que ajuda na luta contra o preconceito. A transex se diz grata pelas portas que encontrou abertas. “O segredo do sucesso é sempre ter humildade”, diz.

PEDRO PERMUY

Transexualidade é um processo

A mudança de sexo ultrapassa a dicotomia “nascer” ou “tornar-se”. Não cabe classificar em nenhum enquadra-mento como “é uma mulher habitando o corpo de um homem”, ou “um homem que quer ter corpo de mulher”. Essas são explicações ultrapassadas, que vêm da psi-quiatria do século XIX, que menosprezava a construção cultural e social da sexualidade.

Essa é a ideia principal defendida pelos psicólogos Sara Louzada Casteluber e Jésio Zamboni. Eles dizem que a transexualidade é um processo por se tratar de uma ex-periência que contempla a própria diversidade da sexu-alidade humana além de ultrapassar os limites de um ponto imutável.

Na avaliação dos profissionais, o preconceito pode ser fruto da falta de interesse da sociedade, já que muitas pessoas não conhecem ou fazem questão de conhecer a experiência individual de um transexual. Os psicólogos dizem que é preciso compreender a pluralidade que é o ser humano e suas diversas multiplicidades. “As diversas instituições familiares e escolares podem ser lugares pri-vilegiados para que se promova essa cultura do respeito, diálogo e convívio com as diversidades”, comenta Sara Louzada.

Ambos defendem a ideia de que vale a pena lutar contra o preconceito e, que, cabe sim a luta coletiva em prol da garantia de direitos, visibilidade e integralidade. “No fundo, todos temos uma luta diária para ser quem somos e só podemos afirmar isso partindo desse entendimen-to de que estamos num movimento contínuo para nos tornarmos quem queremos ser”, finalizou Jésio Zamboni.

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Sullivan Silva

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