15

Revista Estudo do meio

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Trabalho do Colégio São Luis, nono ano. Alunos: Alice Laurindo, Giovanna Mason, Giulia Favalli, Jade Astur, João Pedro F. Costa

Citation preview

 

 

Autores:

Alice Laurindo – número um

Giovanna Mason – número doze

Giulia Favalli – número quatorze

Jade Astur- número dezessete

João Pedro F. Costa – número dezoito

 

Ao leitor, Há certos assuntos polêmicos que todos gostam de comentar. Entretanto,

nem sempre todos os que discutem um assunto entendem o tema em questão. Essa revista lhe dará o poder de ter uma opinião com base em gatos reais quanto ao seguinte tópico: Energia Nuclear.

Como uma Usina Nuclear funciona? Deveríamos manter as usinas de Angra I e II? Deveríamos construir a terceira? Quais são os perigos dessa fonte de energia? Quais as ações provocadas no meio ambiente?

Por falar nisso, essa revista também discutirá sobre a natureza de Paraty. A fauna, a flora e as alterações que o tempo, as usinas e a modernização trouxe. Nesse caso, devemos falar sobre a parte histórica da cidade. O que a tornou importante, o que a manteve conservada e perdida no tempo.

Contudo, por mais que alguns fatos, lembranças ou até mesmo algumas construções fiquem imortalizadas, tudo passa. Assim como Paraty passou pelo ciclo do café e pelo ciclo do Ouro, o ciclo da 92 passará nas nossas vidas e novas pessoas terão nosso convívio direto. Desejamos, assim, que além de lhe intruir e até quem sabe divertir, que essa revista sirva de memória dessa classe.

Os autores

 

Um saco de Cultura

O saco do Mamanguá, localizado no município de Paraty, está no único fiorde da América Latina, que se difere dos outros por não ser gelado.

A população local é pequena e humilde, vivendo basicamente de pesca, do artesanato e do turismo. Antigamente, era possível sobreviver apenas com a pesca, mas como grandes pescadores de outros lugares começaram a buscar peixes nesse local, eles se tornaram mais raros e foi necessário buscar outras formas de arranjar dinheiro. Assim, funcionam hoje quase como guias, explicando para os visitantes como é a vida local.

Uma parcela da Mata Atlântica sobrevivente está no deveras bonito Saco do Mamanguá. Há uma “vegetação de transição” entre mar e Mata Atlântica, com animais certamente únicos, como cracas, taíses e lígias (baratas do mar). Para os fãs da Saga Crepúsculo, poderá interessar que a Lua de Mel de Bella e Edward foi filmada em uma casa no Saco do Mamanguá.

 

Entrevista – Saco do Mamanguá

Nerildo de Santana, aos 45 anos, conta que frequentou a escola até a 4ª série. Embora as diferenças encontradas, se harmoniza com Paraty pelo fato de ser católico e da cidade possuir grandes quantidade de igrejas e fiéis.

CSL: No caso dos moradores da cidade ou região, como sobrevivem economicamente? Sua profissão está relacionada direta ou indiretamente ao turismo?

Nerildo: Normalmente trabalhamos com a pesca. Metade vai para minha família e a outra parte eu tento vender. Trabalho também com turismo, levando os turistas para conhecer praias próximas.

CSL: Quais são as principais dificuldades vividas pela população local?

Nerildo: Aqui a população sofre muito com a falta de energia, principalmente no verão com alta quantidade de chuva.

CSL: Já pensaram em ir “tentar a sorte” em outra cidade? Por quê?

Nerildo: Apesar das dificuldades encontradas, gostamos muito daqui porque é um lugar muito sossegado. Aqui a gente não precisa se preocupar com os mesmo motivos que uma pessoa da cidade grande se preocupa.

CSL: O meio ambiente local é preservado? Você observa alguma ação do governo para garantir essa preservação?

Nerildo: Percebemos que há ação do governo em relação à preservação do meio ambiente. Mas achamos que essa ação deveria ser maior.

CSL: O que você pensa sobre viver tão perto de uma usina nuclear? Cite vantagens e desvantagens.

Nerildo: Não acho ruim morar perto de uma usina nuclear, isso torna nossa cidade famosa, além de toda hora ter alguém fiscalização tudo aqui para ver se a radiação esta sendo corretamente controlada. O lado ruim é que ás vezes tem muito tráfego na cidade, o que dificultam um pouco a locomoção.

 

A história de Paraty: muitos anos em poucas palavras

Não se sabe exatamente em que ano Paraty foi descoberta, mas o que se sabe é que nos primórdios do século XVII os índios guaianases já não estavam sozinhos na região.

Foi em 1640 que o atual centro histórico foi de fato povoado, já que essas terras foram doadas por Maria Jácome de Mello, na condição de que fosse construída uma Igreja para sua padroeira, Nossa Senhora dos Remédios e que os índios guaianases não corressem perigo. Lamentavelmente, apenas uma parte do acordo foi comprida e a igreja ainda faz parte do centro histórico.

Já em 1660 esse recém povoado rebela-se, desejando a separação de Angra dos Reis e o posto de Vila. Nasce assim a Villa de Nossa Senhora dos Remédios de Parati.

É interessante citar que todo o desenvolvimento de Paraty se deve à sua posição privilegiada. O primeiro fato que trouxe atenção para a região foi a formação do “Caminho do Ouro da Piedade”, que passava por Paraty. Contudo, quando houve a decadência do ouro, a cidade também ficou em baixa. Os dias de glória voltaram, ainda que mais passageiros, com o ciclo do café.

Outro fato prejudicial para o desenvolvimento da cidade foi a Abolição em 1888, já que essa sucedeu um êxodo que deixou Paraty praticamente despovoada.

O irônico, é que esse esquecimento foi o que trouxe a atual glória à cidade. Ela continuou do jeito que estava, quase como presa no tempo e, por isso, recebe atualmente a visita de muitos turistas interessados em saber mais de como era a vida naquela época.

Atualmente, ela é Patrimônio Estadual e Monumento Nacional.

 

A Presença da Maçonaria na Arquitetura e na Sociedade

Em nossa viagem à Paraty vimos que a cidade recebeu bastantes influências maçônicas. A construção de ruas, praças e casas esta ligada a seita maçônica.

Com base em nossas observações durante a viagem, falaremos um pouco mais sobre a presença dos maçons na cidade de Paraty:

Paraty foi fundada em 1667 entorno à Igreja de Nossa Senhora dos Remédios. A cidade teve grande importância econômica devido ao cultivo de cana-de-açúcar. Durante o século18, obteve destaque como importante porto por onde passavam o ouro e as pedras preciosas vindas de Minas Gerais, com destino a Portugal. Devido à ameaça de piratas, a rota do ouro mudou causando uma decadência econômica. Em 1800 o ciclo do Ouro Verde traz nova vida a cidade. Começa-se a exportar café e o dinheiro volta a circular. Quando tudo voltava as estabelecer, uma ferrovia ligando São Paulo a Rio de Janeiro é construída, prejudicando novamente Paraty. Em 1950, constrói-se “Paraty-Cunha”. Os moradores começam a restaurar as construções e a cidade passa a viver do turismo, tornando-se um pólo de turismo nacional e internacional.

Perseguidos na Europa, os maçons começaram a chegar ao Brasil no século 18. Muitos se estabeleceram em Paraty, que na época era o ponto intermediário entre a capital e as minas. Em 1833 fundaram na cidade a loja maçônica “União e Beleza” e muito influenciaram na arquitetura da cidade.

A influência maçônica pode ser notada em vários detalhes da arquitetura da cidade. O centro histórico de Paraty foi construído com 33 quarteirões, na época cada quarteirão tinha um guarda. As plantas das casas foram feitas na escala de 1:33:33. E se na Europa os símbolos maçons deviam ser discretos por causa

das frequentes perseguições, o mesmo não acontecia em Paraty: os sobrados cujos proprietários eram maçons possuem faixas repletas de desenhos

geométricos de linguagem maçônica, que serviam para os membros da maçonaria se identificassem.

 

 

Paraty e os números

Já falamos sobre a história de Paraty e até mesmo da ligação da cidade com a Maçonaria. Além disso, você certamente sabe da importância dos números na sociedade atual. Entretanto, o que você talvez não saiba, e nós ainda não escrevos sobre foi a ligação de números com Paraty. Em breve, o filme sairá nos cinemas, mas enquanto isso confira uma imagem exclusiva!

Sim, nossas fontes confirmam que Pitágoras fará participação especial nesse filme!

 

Paraty’s postcard!

Entre tantos outros, um dos maravilhosos hábitos que nossa sociedade vem perdendo foi o de escrever cartões postais. Podemos dizer cartas em geral, mas na minha opinião, o fato de termos parado de mandar cartões postais é ainda mais alarmante, dado que são muito práticos. Por tanto, o projeto de Inglês foi mandar um a nossos pais contando como estava a viagem. Assim, ao menos podemos vivenciar o ato de mandar um cartão postal.

 

Paraty sob os olhares Impressionistas

A partir dos conceitos impressionistas aprendidos em aulas teóricas, onde observamos os trabalhos de grandes artistas como Degas, Monet, Manet e Renoir, elaboramos composições impressionistas de paisagens fotografas em Paraty.

 

O outro lado de Paraty 

Surpresa por ser parada na rua, Maria Carolina Araújo, no auge de seus vinte e cinco anos, nos concedeu um pouco de seu tempo para responder a algumas perguntas. A solteira, que agora trabalha na prefeitura tem o grau superior completo, expressou suas opiniões em relação ao bairro em que vive, Bairro das Cobras 

CSL: Quais as principais dificuldades vividas pela população local? 

Maria Carolina: Como este bairro é afastado do centro, sofremos muito preconceito. Somos julgados por morar em um bairro mais simples. As pessoas não nos olham com os mesmos olhos, não nos tratam com a mesma boa vontade. Não obstante a descriminação, somos prejudicados nas áreas do ensino e do saneamento básico. Além disso, por ficar distante de áreas mais fiscalizadas, esse bairro é agora alvo de muita violência por conta dos usuários de drogas. 

 

CSL: No caso dos moradores da cidade ou região, como sobrevivem economicamente? Sua profissão está relacionada direta ou indiretamente ao turismo? 

MC: Embora esse bairro não seja uma atração turística e é raramente mostrado aos turistas, a maioria dos habitantes têm sua profissão relacionada a isso, o que significa que trabalham numa área mais centralizada da cidade. Contudo, nem todos trabalham diretamente com turismo. Eu, por exemplo, trabalho na prefeitura, assim como muitos outros. 

 

CSL: O meio ambiente local é preservado? Você observa alguma ação do governo para garantir essa preservação? 

MC: Dizer que não há contribuição governamental seria mentira, dizer que ela é suficiente seria ingenuidade. 

 

CSL: O que você pensa sobre viver tão perto de uma usina nuclear? Cite vantagens e desvantagens. 

MC: Sou contra usinas nucleares em qualquer parte do mundo, mas o fato de ela estar perto de onde eu moro não me incomoda particularmente. Embora aumente o tráfego e nos exponhaa radiação, aumenta a quantidade de empregos e, desde que ela foi instalada, o governo criou convênios e melhorou os hospitais. Assim, concluo que embora o ideal seria que nenhuma usina nuclear existisse, o fato de ter uma perto de mim não é de todo o mal. Até porque, nunca penso no perigo. 

 

 

CSL: Já pensou em deixar a cidade para “tentar a sorte” em outro lugar? Por quê? 

MC: Ah, eu acho que essa ideia já passou pela cabeça de todos por aqui. Quase como um sonho, uma esperança de ter sorte em outro lugar. Mas pelo menos no meu caso, nunca se concretizou. Apesar de tudo, fui criada aqui, junto com meus familiares e amigos, e é meio difícil largar tudo isso. 

 

Simetria em Paraty

A partir de conceitos trabalhados em aula, foram elaborados projetos que contivessem dez fotos de simetria observadas em Paraty. Na nossa viagem, pudemos perceber no dia a dia simetrias de translação, rotação, entre outras.

Inspirados na espiral Pitagórica escolhemos uma grande espiral prata para fixar um móbile que contem as dez fotos penduradas.

 

O quanto vale uma vida?

Certamente você já ouviu falar das bombas de Hiroshima e Nagasaki e concorda quando é dito que elas são uma mancha na história mundial. A destruição proveniente de acidentes nucleares é tal que não sel deve correr o risco, ainda que essa fonte de energia pareça uma ótima opção atualmente.

O custo de uma Usina Nuclear é altíssimo. Mesmo países que possam arcar com essas despesas deveriam investir esse dinheiro em setores mais benéficos, como o da educação ou saúde. Além da construção da usina demandar altas quantias, o processo de enriquecimento do urânio, o depósito do lixo atômico e até mesmo a descontaminação e demolição de reatores velhos têm um custo considerável.

Embora seja considerada uma fonte de energia limpa, tendo em vista o processo tudo, produz bastante dióxido de carbono, seja na mineração, no enriquecimento de urânio ou até mesmo no transporte de materiais radioativos a longas distâncias. E tudo isso com que intuito, se há tantas outras fontes de se arrumar energia? Segundo Rebeca Leres, coordenadora da Campanha Energética do Greenpeace no Brasil, “Mudar o modelo baseado em combustíveis fósseis para um modelo nuclear é trocar um grande problema por outro grande problema. O movimento de retorno à energia nuclear vai na contramão da história, tanto no resto do mundo quanto, principalmente, no Brasil, que conta com muitas outras fontes alternativas limpas.”

Sempre é noticiado como as usinas nucleares estão cada vez mais seguras. Contudo, muitos acidentes em menor escala acontecem e nem sequer são noticiados. Além disso, algumas das consequências só serão notadas posteriormente. Como exemplo, podemos citar o aumento de casos de câncer, o que pesquisas dizem que ocorrerá.

Assim, é preciso ver suas prioridades. Para alguns, o fato de ser uma fonte de energia limpa e deveras produtiva justifica seu uso, entretanto, para muitos o fato de arriscar, ainda que uma vida, apaga todas as qualidades dessa fonte.