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UM ESTILO DE VIDA Nº 9 - Julho / 2012 Conferência Johvem 2012

Revista johvem 2012

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UM ESTILO DE VIDANº 9 - Julho / 2012

Conferência Johvem 2012

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Johvem Julho de 2012 1

Editorial

A Revista Johvem chega à sua nona edição comemorando todas as conquistas que os jovens messiânicos vêm apresentan-do dentro dos programas de formação e atividades desenvolvidas nos últimos

anos. Isso é resultado da dedicação e do empenho incessante de cada um de vocês! Parabéns!

Esta publicação, produzida pela Secretaria Joh-vem, traz em detalhes tudo o que aconteceu na 8ª Conferência Nacional, realizada no dia 30 de abril de 2012, no Centro de Convenções do Hotel Transamé-rica, em São Paulo.

Aqui, você poderá ler na íntegra a palestra do pre-sidente mundial da Igreja Messiânica, Revmo. Te-tsuo Watanabe, que traz uma importante orientação: a prática da coluna da Agricultura Natural por meio da horta caseira e da alimentação saudável e o papel do jovem em difundir esta coluna de salvação em sua vida missionária.

Ser jovem é estar conectado às últimas tendên-cias, mostrar-se integrado à sociedade da qual faz parte, participando com entusiasmo e olhando, de frente, todas as transformações do mundo. A tec-nologia é uma das áreas dominadas por este grupo, que sabe como ninguém usufruir das mais diversas ferramentas de comunicação que a Internet tem a oferecer. Sabendo disso e seguindo a onda das redes

sociais, o Johvem lança este ano uma grande novi-dade: uma fan page oficial no Facebook. Uma forma dinâmica e interativa de estar por dentro das últimas novidades desenvolvidas pela Secretaria durante o ano e ter a possibilidade de conhecer outros jovens messiânicos, de diversas localidades, fortalecendo e integrando ainda mais nossa estrutura. O lançamen-to da página oficial no Facebook é um dos destaques que você encontra aqui!

E, por falar no significado de “ser jovem”, a Se-cretaria apresentou este ano um estudo inédito rea-lizado com jovens messiânicos e não messiânicos de todo o Brasil, que traçou o perfil destes missionários, com o objetivo de auxiliar a Secretaria a aprimorar seus programas de formação. Os resultados da pes-quisa podem ser conferidos nas próximas páginas, que trazem também os depoimentos emocionantes da atriz Elizabeth Savalla e da jovem japonesa Mami Asano, que expuseram os momentos mais marcan-tes de suas vidas como messiânicas. Estes relatos e a experiência de fé do jovem ministro Henrique de Castro Silva marcaram a Conferência, assim como as apresentações do instrumentista Corciolli e da banda cover Beatles 4Ever. Tudo isso e muito mais poderá ser visto aqui, na Revista Johvem 2012.

Razões não faltam para você aproveitar!Boa leitura!

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2 Johvem Julho de 2012

Índice

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Conferência Nacional chega

à 8ª edição

Salvaguardandoa humanidade

Senti que essa mudança seria muito importante na minha vida

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JohvemUM ESTILO DE VIDA

Nº 9 - Julho de 2012

Publicação da Igreja Messiânica Mundial

do BrasilDivisão de Expansão

Secretaria Johvem

Rua Morgado de Mateus, 776º andar - Vila Mariana

São Paulo - SP - Tel.: 11 5087-5162www.johvem.com.br

[email protected]

Elaboração: Divisão de Comunicação

da Igreja Messiânica Mundial do Brasil

Diretor responsável: Rev. Mitsuaki Manabe

Redação: Fernanda Silvestre - MTb 67543

Kelly Mello

Fotografia: Rodrigo Cardoso

Tony Tajima Sidnei Rodrigues

Edição de arte: Kioshi Hashimoto

Revisão: Ivna Fuchigami

21

26

Meishu-Sama realmente

modifica a vida de quem se torna membro da Igreja

Quem se fortalece, realiza

muito mais do que imagina

33Perfil do Jovem

é traçado em pesquisa realizada

pela Secretaria

34Johvem plugado nas redes sociais

34

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Conferência Nacional CONFERÊNCIA JOHVEM

Evento teve como destaques a prática da C e a integração do Johvem às

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chega à 8ª edição

CONFERÊNCIA JOHVEM

oluna da Agricultura Natural mídias sociais

No dia 30 de abril,

foi realizada em

São Paulo, no Hotel

Transamérica,

a 8ª Conferência

Nacional Johvem,

que reuniu a

liderança jovem e

ministros de todo

o País em um

evento que contou

com grandes

palestras e

apresentações

musicais.

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CONFERÊNCIA JOHVEM

Para abrir oficialmente a 8ª Conferência Nacio-nal, a Banda da Polícia Militar do Estado de São Paulo, regida pelo

segundo-tenente Feliciano Jassen, executou o Hino Nacional e rece-beu os participantes que chega-vam ao local com músicas popu-lares brasileiras e internacionais. Ainda na abertura, o secretário nacional de jovens, ministro Ed-son Matsui, deu as boas-vindas e apresentou as caravanas e convi-dados vindos de todas as regiões do Brasil, bem como as caravanas vindas do Japão, Angola, Portugal, Reino Unido, Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Costa Rica, Peru, Uruguai e Venezuela, os minis-tros responsáveis de áreas e Johrei Centers, coordenadores de jovens e os assistentes de formação.

As cerca de 1.400 pessoas que participaram este ano da Confe-rência puderam apreciar o reper-tório do instrumentista Corciolli, reconhecido internacionalmente. Ele trouxe ao palco a união dos elementos universais, comple-mentada por ritmos brasileiros e uma rica composição timbrística.

Com 17 anos de carreira, Corciolli continua inovando e transmitiu muita energia à platéia.

Os jovens hoje estão conec-tados a todas as novidades que a tecnologia pode oferecer. As redes sociais são a maior fonte de comu-nicação e relacionamento da atua-lidade e, por essa razão, a Confe-rência e os jovens ganharam um canal de comunicação com a Se-cretaria, por meio da rede social “Facebook”, lançada oficialmente no dia do evento. A fan page traz todos os detalhes da Conferência e passa a ser a página oficial do Johvem na rede. Toda a cobertura do evento e as atividades desen-volvidas durante o ano estarão disponíveis em tempo real aos in-ternautas.

O presidente da Igreja Messiâ-nica Mundial do Brasil, reveren-do Hidenari Hayashi, saudou os conferentes e declarou estar mui-to satisfeito com a forma como os jovens messiânicos vêm buscando praticar as orientações de Kyoshu-Sama e do reverendíssimo Tetsuo Watanabe em tornar-se o número 1 na felicidade do próximo. Um exemplo dessa prática é o jovem

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CONFERÊNCIA JOHVEM

ministro Henrique de Castro Sil-va, de 28 anos, da Área São Paulo Litoral, que relatou sua experiên-cia de fé na Conferência Johvem 2012. Henrique discorreu sobre sua trajetória, desde as graves purificações provocadas pela de-pressão e síndrome do pânico até sua chegada à Igreja Messiânica, e como se tornou ministro a partir de sua dedicação nas atividades e programas de formação Johvem. “Aprendi com tudo o que vivi que, sendo útil, qualquer pessoa pode ser salva”, relatou.

A abertura da atividade foi re-alizada pelo vice-presidente da IMMB, reverendo Mitsuake Ma-nabe, que agradeceu a todos o em-penho na expansão da Obra Divi-na preconizada por Meishu-Sama.

O Revmo. Tetsuo Watanabe, presidente mundial da Igreja Mes-siânica, destacou, em sua espe-rada palestra, a importância da prática da Coluna da Agricultura Natural.

Em relação à preservação da saú-de e à prática desta coluna de salva-ção, o presidente mundial orientou os jovens que se empenhassem em consumir produtos naturais, que

são mais nutritivos e ricos em mi-nerais, citando a expansão da Ko-rin, que comercializa produtos or-gânicos e tem como base a prática da Agricultura Natural. O reveren-díssimo também fez um apelo para que as pessoas a pratiquem por meio da horta caseira.

As diferenças entre habilitação e qualificação dos messiânicos com relação ao estudo religioso foram outros assuntos abordados pelo presidente mundial. “Quali-ficação só se adquire com a prá-tica”, relatou. Ele manifestou sua preocupação com a extinção da raça humana, em decorrência da agricultura convencional, da des-truição do meio ambiente e do aquecimento global.

“Esta orientação sobre a práti-ca da horta caseira me mostrou a importância de nos esforçarmos na consolidação desta coluna, começando em nossas casas. Tor-nando-nos exemplos, ganhamos experiência e criamos a convicção de que a Agricultura Natural sal-va não só o planeta, mas também o indivíduo”, relata André Luís Martinelli dos Santos, conferen-cista da Área Norte. Para a jovem

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CONFERÊNCIA JOHVEM

Raquel Baracho Rubet, a orienta-ção trouxe uma nova visão sobre o tema. “Sempre aprendemos que a Agricultura Natural é uma coluna de salvação assim como a Ikebana e o Johrei, mas quando o reveren-díssimo nos alerta que estamos ficando sem alimentos e que os alimentos que temos são em sua maioria tóxicos, ele nos apresenta a Agricultura Natural como a ma-neira mais eficaz de mudarmos esta realidade e salvarmos a hu-manidade”, relata.

Após a palestra, uma apresen-tação musical animou ainda mais a 8ª Conferência. Os jovens par-ticipantes da Conferência 2012 nem eram nascidos quando os quatro rapazes de Liverpool, John, Paul, Ringo e George se tornaram um fenômeno mundial da músi-ca. Entretanto, como música boa atravessa o tempo, nossos jovens souberam aproveitar, e muito, os grandes sucessos dos roqueiros, representados por uma das maio-res bandas cover da banda ingle-sa, a Beatles 4Ever, que se apre-sentou após a palestra. Ao som de hits como “I Wanna Hold your hand”, “She loves you”, “Mr. Post-

man” “Twist and Shout” e “Help”, os participantes cantaram, dança-ram e empolgaram todo o Centro de Convenções no Hotel Transa-mérica.

Com a mesma animação e sim-patia, a atriz Elizabeth Savalla contou sua experiência de fé como membro da Igreja Messiânica, destacando as transformações que ocorreram em sua vida após tor-nar-se membro e as experiências com os pioneiros que construíram os pilares da igreja. Savalla ain-da relatou a forma como o Johrei contribuiu para a concretização de seus sonhos, aconselhando os jovens a atuar na difusão da Igreja fazendo, cada vez mais, as pessoas verdadeiramente felizes. “Meishu-Sama modifica a vida de quem se torna membro desta Igreja”, disse a atriz, que foi muito aplaudida em diversos momentos. “Gostei de sua simplicidade, mas o que mais me toca é o fato de Elizabeth ser uma pessoa muito bem-sucedida, que busca o crescimento material, mas sabendo a grande importân-cia do crescimento espiritual, o que faz com que ela tenha sucesso não só na carreira, mas principal-

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CONFERÊNCIA JOHVEM

mente na sua missão. Estou me formando este ano e tenho o ob-jetivo de ser um exemplo assim”, enfatiza o jovem da Área Sul, Vic-tor Alves.

A Divisão de Expansão, por meio da Secretaria Johvem, apre-sentou o resultado de uma pes-quisa realizada no início deste ano com jovens messiânicos e não messiânicos de todo o Brasil. O ministro Gláucio Santos, da Se-cretaria de Planejamento, expli-cou detalhadamente os tópicos abordados pelo estudo, que abor-dou as preferências dos jovens em quesitos como emprego, vida afe-tiva, hábitos de leitura e cultura, objetivos de vida, religiosidade, entre outros.

Para encerrar as atividades da 8ª Conferência Johvem, o vice-presidente da Igreja Messiânica Mundial do Brasil, reverendo Mitsuaki Manabe, ministrou uma palestra agradecendo aos respon-sáveis de Johrei Center de todo o Brasil o desenvolvimento das atividades em sintonia com a Di-visão de Expansão da IMMB. A importância da qualificação dos jovens para atuação na sociedade

foi uma das observações feita pelo vice-presidente. Reverendo Ma-nabe ainda deixou algumas dicas para colocar em prática o sonho de Meishu-Sama, que é a salvação da humanidade por meio das três colunas: Johrei, Agricultura Na-tural e Belo. “Tudo começa com a vontade. Em seguida, precisamos ter coragem para apostar neste ca-minho”, ressaltou ele.

Com o princípio de que tudo na vida começa pelas pequenas coisas, o reverendo Manabe apre-sentou a experiência de fé da jo-vem japonesa Mami Asano, que está em aprimoramento no Brasil. Na oportunidade, Mami contou como conseguiu fundar uma orga-nização para ajudar outras pessoas por intermédio de pequenas ações altruístas aplicadas na instituição de ensino em que estudava. No tér-mino, o vice-presidente pediu que os jovens refletissem sobre o que podem realizar, dentro do alcance de cada um, para contribuir para a felicidade do próximo. A 8ª Confe-rência foi encerrada com um jantar especial e uma confraternização com muita música e diversão para todos os participantes.

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CONFERÊNCIA JOHVEM

Ausentei-me durante meio ano. Não pude vir no mês de feve-reiro ao Brasil porque tive que visitar o Solo

Sagrado da Tailândia com Kyoshu-Sama. Era a primeira viagem mis-sionária dele que eu acompanhei. Agora há pouco, encontrei-me

com a famosa atriz Elizabeth Sa-valla, que estará presente hoje. Levante-se um pouquinho...

Continua jovem e bonita. Quando eu a conheci, ela tinha 19 anos. Era uma mocinha. Eu me lembro bem: quando ela teve o primeiro filho, eu fui o padrinho. Dei o nome de Thiago. Até saiu

na revista: “Teólogo e reverendo Tetsuo Wa-tanabe deu nome Thia-go a filho de Elizabeth Savalla”. Esta revista me atrapalhou. Nunca mais consegui fazer farrinha. Junto com ela, fizemos uma cam-panha para criar os filhos com leite mater-no. Até na televisão ela falou sobre a campa-nha. Matei a saudade. E agora, acabo de ou-vir a experiência de fé de Henrique de Castro

Silva Watanabe. Muito obrigado, Henrique. Agora, estou ganhando muitos filhos!

Semana passada, aconteceu a primeira formatura oficial da Fa-culdade Messiânica, que foi reco-nhecida pelo MEC. Eu tive a feli-cidade de entregar o certificado aos formandos e os cumprimentei: “Meus parabéns”. Nessa ocasião, eu falei sobre um episódio que ocorreu no Rio de Janeiro que hoje gostaria de contar a vocês.

No início da difusão no Rio de Janeiro, eu tinha ainda 25 anos. Havia a Casa de Johrei, na Rua Santa Luiza, no Maracanã. No início, só vinha um frequen-tador; depois dois, três... Mas o número de pessoas foi aumentan-do. Depois de meio ano, o lugar ficou cheio de frequentadores. Centenas de pessoas faziam fila em mais de um quarteirão, desde meia-noite à uma da madrugada para pegar a ficha no dia seguin-

Salvaguardando a humanidade

Reverendíssimo Tetsuo Watanabe e Elizabeth Savalla.

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CONFERÊNCIA JOHVEM

te de manhã para poder receber Johrei no outro dia.

Nessa ocasião, um ministro, meu colega de São Paulo, veio me visitar na Santa Luiza. “Minha Casa de Johrei tem poucos fre-quentadores. Por que a Casa de Joh rei do Watanabe no Rio tem tanta gente?” Ele veio para sondar. Não sei. Veio. Aí, me perguntou: “O que você fez para ter tanta gen-te?” “Não sei, não fiz nada diferen-te.” “Mas aqui também começou com poucos frequentadores, não foi?” “Sim.” “Nessa ocasião, o que você fazia?” Então, eu perguntei a ele antes de eu responder: “ O que você está fazendo na Casa de Difusão em São Paulo, a cada dia? O que faz?” Ele me contou: “Eu acordo cedo, faço a limpeza em primeiro lugar do altar, depois da sala. Tudo. Até jardim eu limpo direitinho. Depois, faço oração. Na parte da manhã, é hora de estudar ensinamentos de Meishu-Sama. Então, eu abro os livros. Começo a ler e reler ensinamentos. Quando alguém chega para receber Johrei, eu levanto e vou até ele. Quinze minutos de Johrei, pronto! “Ago-ra, você pode voltar amanhã, tá bom?” Aí, eu retorno a ler ensina-mento de Meishu-Sama. Estudar, estudar e estudar. Na parte da tarde, eu tiro hora para estudar português: leitura e gramática. Se chega alguém, eu levanto e aten-do. Quinze minutos de Johrei e “até amanhã”. Aí, volto. Assim, passo o dia inteiro. E ele me per-guntou: “Quando era pouca gente que frequentava, o que fazia?” Eu respondi: “Eu não lia ensinamen-tos”. Ele: “O quê? Você não estuda ensinamentos?” Eu: “Não estudo, nunca estudei ensinamentos as-sim. Estudo os ensinamentos des-de os 7 anos de idade. Nos cultos matinal e vesperal, meu pai sem-pre fazia leitura de um trecho de ensinamento. Quando tinha quin-

ze anos, já sabia tudo de cor. Na fase de juventude, queria fazer es-portes. Não podia praticar. O que Meishu-Sama nos ensinou? Está no ensinamento. Por isso, vim para o Brasil, não para estudar, mas para praticar o que eu apren-di. Nem trouxe ensinamento: dei-xei em São Paulo.” Ele perguntou: “E português, você não estudava?” Eu respondi: “Nunca estudei por-tuguês!” Só pratiquei português. Porque chega uma ou duas pesso-as: ouço seus problemas, reclama-ções, lamúrias, história de vida e até muitas fofoquinhas. Também

havia pessoa que chegava para contar anedota para mim. Tudo é treinamento. É prática de portu-guês. Nunca estudei.” Então, ele disse: “Poxa, você não estuda en-sinamento, não estuda português, só pratica. Vamos ver, né? Hoje, aqui está cheio. Vamos ver daqui a 10 anos como fica. Quem estu-da diariamente ou quem pratica. Quem dá mais resultado”. Eu fa-lei: “Vamos ver, né?!”

Passaram-se dez anos, eu me tornei presidente da Igreja Messi-ânica Mundial do Brasil. Ele não. Por isso, eu queria dizer àqueles que se formaram e que ganharam habilitação: a qualificação virá depois da prática daquilo que se aprendeu. A mesma coisa são os títulos de ministros. Quando ga-nha título de ministro assistente, adjunto, dirigente. Isto é habilita-ção. Mas a qualificação verdadeira virá depois da prática dos ensina-mentos. Não acham, não?! Vocês são qualificados já, não?! Porque usam muitas práticas. Desta vez, o ministro Matsui me convidou para fazer uma palestra. Perguntei o que eu precisava falar. E ele dis-se: “O senhor tem que falar o que prometeu no ano passado”. Pen-

POR ISSO, EU QUERIA DIZER ÀQUELES QUE

SE FORMARAM E QUE GANHARAM HABILITAÇÃO:

A QUALIFICAÇÃO VIRÁ DEPOIS DA PRÁTICA

DAQUILO QUE SE APRENDEU.

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CONFERÊNCIA JOHVEM

sei: “Eu prometi alguma coisa?!” E ele: “Sim, prometeu. Quando o senhor ia terminar a palestra, ia dizer alguma coisa.” Será que eu falei mesmo? Olha, esqueceram, hein? Ninguém lembra, hein. Mas ele lembrava. Então, essa é uma coisa nova.

Ainda está em estudo junto com os meus assessores, para po-der anunciar um assunto novo para a sociedade por meio de livro e vídeo. Hoje, especialmente para vocês, gostaria de falar como se fosse uma introdução do que vai ser objeto de nosso estudo. Pode ser? Trata-se da introdução de um grande projeto, isto é, de um pro-jeto de salvar a humanidade.

Outro dia, eu vi um documen-tário da NHK no Japão (veículo de comunicação do Japão) sobre um pássaro chamado “toki”. Ele pa-rece uma garça, mas tem um bico comprido, um pouco diferente. Havia muitos deles no Japão. Po-rém, o uso demasiado de adubo químico e agrotóxico nos campos e nos arrozais do Japão acabou com esses bichinhos. Agora, nos arrozais japoneses não existe nem sapinho. Nem enguia pequena, que esse pássaro gosta de comer. Como acabou a comida, o pássaro também acabou. Muitos voluntá-rios queriam a volta do “toki” ao Japão. Então, compraram vários casais no interior da China para procriação e retorno à natureza selvagem do “toki”. Porém, para fazer isso, eles levaram anos para praticar a agricultura orgânica, para fazer voltar esses bichichos e seu alimento. Fizeram um grande trabalho. Hoje, o “toki” está au-mentando, pouco a pouco. Atual-mente, muitos grupos de volun-tários se preocupam para vários animais não se extinguirem. Por exemplo, no Brasil, todos tiveram o cuidado para preservar o mico-leão-dourado. Não é? Sabem dis-

so? E muitos do mundo inteiro se preocupam com a extinção de várias raças de animais, pássaros e até mesmo peixes. Contudo, mi-nha preocupação é com a extin-ção da raça humana.

No mundo, realmente há mui-tos que se preocupam com o aque-cimento global e também com a destruição do meio ambiente e

ficam falando nisso e naquilo. E sobre a alimentação dos homens? Continuam fazendo a agricultura convencional. No Brasil, no Ja-pão, no mundo todo, uma pessoa que queira fazer agricultura faz empréstimo ao banco. Então, o banco diz: “Para tantos hectares? Quantos quilos de adubo químico e quantos litros de agrotóxicos?”

Para desenvolver a semente convencional, é preciso usar adu-bo químico. Se usar adubo quí-mico, vão ocorrer várias pragas. Então, tem que utilizar agrotóxico para matar. Na agricultura con-vencional, o solo se torna cada vez mais fraco e sujo. Por essa razão, o agricultor precisa reforçar o adu-bo químico e o agrotóxico. Isso se torna um círculo vicioso. O solo fica fraco e, depois de algumas safras, ele não produz mais nada. O monopólio das fábricas das se-mentes é um caso sério. A semente F1 produz uma safra apenas. Mas essa semente não produz quase nada. Por isso, quando o agricul-tor compra a semente transgênica no ano seguinte, tem que comprar de novo. Ele precisa comprar todo ano. Eu me lembro bem quando

Min. Paulo Oyama, responsável pelo SCEA - Sociedade Civil de Exploração Agrícola - Koorin.

A NATUREZA É TÃO SUBLIME, TÃO

GRANDIOSA. MAS A GENTE SE PREOCUPA, NÃO SE PREOCUPA?

COM A AGRICULTURA CONVENCIONAL,

COM A SEMENTE F1 TRANSGÊNICA, A SEMENTE

VERDADEIRA, NATURAL E PURA VAI ACABAR.

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Johvem Julho de 2012 13

CONFERÊNCIA JOHVEM

eu tinha uns quinze anos. Eu jan-tava com a minha avó, de 80 anos, e dizia: “Vovó, você tá com o dente forte ainda, não é?” A vovó: “Sim”. Eu: “Essa sardinha é boa para se comer com cabeça e espinha, para aumentar o cálcio”. Então, minha avó: “Ah, besteira”. Ela só comia carne. Ela: “Oh, filho...vaca come só capim verde, mas deixa nascer chifres. Ela não come sardinha.” É... lembrando bem o que minha avó disse, isso é correto. A vaca ti-nha que se alimentar de capim. O homem, para ganhar mais dinhei-ro, para deixar boi e vaca engor-dar mais, dar mais leite, começou a dar carcaça de animais. Foi daí que nasceu aquela doença famo-sa, a vaca louca. Agora, botando o gene de salmão no milho, gene de porco no salmão, vão surgir, mais tarde, salmão louco, soja louca, tudo louco. É para enlouquecer. Isso talvez ocorra daqui a algum tempo. Realmente, a agricultura convencional empobrece o solo e cada vez mais se usam produ-tos químicos e agrotóxicos, num círculo vicioso. Se continuarmos desta maneira, não vai mais haver sementes naturais puras que pos-

sam ser reproduzidas. Lá na fazenda da Korin, na

França, no ano passado, o minis-tro Paulo Oyama recebeu o título de Cavaleiro, no campo de agricul-tura, não foi? A fazenda da Korin na França é muito bonita. Depois que ele ganhou esse título, muitos engenheiros do governo visitaram a fazenda e eles fizeram análises. Análises dos pés de tomate, de vá-rias verduras e ficaram pensando: “Como é que pode esse terreno

tão alcalino produzir tomates tão bonitos? Por que? Não é possível fazer esse tomate”. Então, Paulo Oyama respondeu: “É lógico que pode! Porque a semente que eu uso não é a F1. É semente repro-duzida nessa fazenda. Por isso é que é possível. Vocês só estudam a condição do solo baseados na F1”. Isso me marcou muito. A na-tureza é tão sublime, tão grandio-sa. Mas a gente se preocupa, não se preocupa? Com a agricultura convencional, com a semente F1 transgênica, a semente verdadei-ra, natural e pura vai acabar. Hoje, vendo essa realidade, sinto como é o caso da usina nuclear. Cerca de 40, 35 anos atrás, no Japão, o governo, grandes cientistas, to-dos declararam que, se fizessem uma usina nuclear, economiza-riam dinheiro e seria bom para o meio ambiente porque não solta gás carbônico. Seguro e econômi-co. Assim, convenceram o povo a aceitar a instalação das 50 usinas nucleares no Japão, um lugar tão pequeno... Para dar mais luz, cla-ridade, rapidez. E hoje, depois do tsunami, Fukushima... só há uma usina nuclear. Não estourou tudo, hein! Só saiu um pouco dessas ra-diações atômicas. Contudo, essas radiações da usina de Fukushima são 130 vezes maiores do que a ra-diação com a bomba atômica em Hiroshima. Hoje, no Japão, o povo já não quer mais ser enganado pelo governo. Não quer mais usi-na nuclear. Manda acabar, manda fechar. Mas aí está o problema: como vão fechar? Sabem quanto tempo leva para desativar esse reator? É lógico que não se pode jogar o reator em qualquer lugar: ele precisa ser enterrado embaixo de uma rocha grande. Mas só que a radiação continua. Sabe quanto tempo leva? Alguém sabe? Hoje vai aprender grande coisa, viu?! Vai levar cem mil anos para um

É COMO MEISHU-SAMA NOS ENSINOU: NOSSO CORPO MATERIAL SE

ALIMENTA DO MATERIAL DO PRODUTO. MAS NOSSO

CORPO ESPIRITUAL SE ALIMENTA DA ESSÊNCIA

ESPIRITUAL DE CADA PRODUTO.

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CONFERÊNCIA JOHVEM

reator atômico ser desativado após deixar de soltar radiação atômica. Cem mil anos, hein! Ninguém vai sobreviver a isso tudo. Mesmo que enterre em qualquer lugar, daqui a dez mil anos, quem sabe, não acaba! Onde estão jogando o lixo atômico? A França, que depende de usina nuclear, está jogando, no mar, uma parte. Outra está sendo levada até a Sibéria, na Rússia, pa-gando para guardar lá. Isso tam-bém eu assisti pelo documentário. Realmente, o homem criou usina nuclear, bomba atômica, mas não consegue controlá-las. Deu para entender? Hoje, falam que a agri-cultura convencional é mais se-gura, que a produção é maior, que fica mais barato. Entretanto, da-qui a 30 anos, se acontecer algu-ma coisa, se começarem a surgir problemas, já não se poderá voltar para trás. Será incontrolável. Isso me preocupa. Esta foi a preocupa-ção de Meishu-Sama.

Outro ponto de vista: 50 anos atrás uma cenoura, de cem gra-mas, tinha um miligrama de ferro; hoje, só tem um décimo. Espina-fre, em cem gramas, há cinquenta anos, tinha 13 mg de ferro; agora, só tem dois. Com os demais pro-dutos, é a mesma coisa. Os mine-rais foram diminuindo. O produto fica mais bonito, mais resistente, porém com menos minerais de que o homem necessita. Segundo pesquisa dos cientistas, os pro-dutos da agricultura orgânica são bem melhores nessa parte dos mi-nerais. É como Meishu-Sama nos ensinou: nosso corpo material se alimenta da matéria do produto. Nosso corpo espiritual se alimen-ta da essência espiritual de cada produto. Se essa essência dimi-nuir, é lógico que nosso corpo espiritual também decai. Como o teor desses minerais foi cain-do, surgiu a era dos suprimentos. Uma vez que os minerais foram

diminuindo no organismo, come-çam os problemas. Então, dizem: “Olha, esse comprimido é bom. Essa pílula representa 50 laranjas. Tem vitamina C aqui. Engolindo isso, equivale a comer 50 laran-jas. Se tomar esse comprimido, representará trinta sardinhas, que possuem ômega três. É bom.” E nós somos muito inteligentes, né? Acreditamos em tudo isso. É difí-cil comer 50 laranjas. “Ah, então eu vou tomar”. Experimenta con-sumir 50 laranjas por dia. Expe-rimenta comer 30 sardinhas por dia. Vai estragar todo o físico, viu? O corpo fica amarelo, não é não?! Essas pílulas não possuem a es-sência da laranja: elas foram feitas no laboratório. Basta ter a fórmula química para produzi-las. Se tiver fórmula igual, achará que é igual à natureza.

Esse é o grande erro do paradig-ma materialista e egoísta. O famo-so nutricionista americano, Roger Williams, falou sobre o equilíbrio de 46 minerais dentro do corpo humano. Todo mundo deve ter 46 minerais, fazendo uma corrente para equilibrar, harmonizar e sus-tentar a saúde. Se faltar um, essa

corrente se quebra. Por exemplo: está faltando vitamina C; se con-seguir reproduzi-la através da ali-mentação, ótimo. Contudo, dan-do suprimento demasiado, essa corrente, que cria a harmonia, pode ficar desequilibrada. Assim, Roger Williams alertou que não podemos tomar suprimentos em demasia. Meishu-Sama disse que, futuramente, poderemos prover muitas mesas de comida, mas não conseguiremos comê-la. Estão dizendo que é mais seguro, mais barato, mais resistente, porém é igual à usina nuclear. Um dia, vai estourar. Precisamos deixar o povo alimentar-se de produtos naturais e sadios. É por essa razão que a Igreja Messiânica Mundial criou a Korin, para poder fornecer comida natural. Não é mesmo? Conhecem os produtos Korin? O frango da Korin? Aliás, o jantar da conferência anterior foi com fran-go Korin. Eu só como frango se for da Korin. É mais gostoso. Mui-ta gente diz que é caro. Eu quero que abaixe esse preço, mas para que isso aconteça, é preciso que os senhores colaborem comendo mais frangos. Aí, pode diminuir.

Os suínos da Korin são criados livres de confinamento.

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CONFERÊNCIA JOHVEM

Estão prontos para comer fran-go? Sabe aquele logotipo? Ele foi escrito por mim, com pincel. Eu escrevi no Japão. Caprichei. Du-rante 17 anos, muitas pessoas que trabalharam na Korin sofreram, apanharam muito. Passaram por muitas dificuldades. Hoje, graças a Deus, a empresa não está dando nenhum prejuízo, pelo contrário, está tendo grande lucro. O produ-to Korin ficou famoso, uma marca de confiança e de honestidade que faz bem à saúde do homem. Então, muitas pessoas querem produzir coisas da Korin, que agora come-çou a vender carne suína, não foi?! Já comeu? Não? Estão perden-do! Um produtor de carne suína procurou a Korin pedindo: “Nós queremos produzir carne suína Korin. Quero que nos orientem. Ensinem-nos como fazer. Quero vender os produtos da Korin.” De-pois disso, apareceu um fazendei-ro, dono de quatro mil hectares de cafezal, que procurou a Korin: “A marca Korin é de confiança, segu-ra e boa para a saúde do homem. Então, gostaria de produzir café Korin. Quero que nos ensinem, nos supervisionem para fazermos a coisa certa.” Agora, fazendeiros que produzem carne bovina pro-curaram querendo fazer “vaca Korin”. Não é vaca louca, é a vaca Korin. Assim, como já ganhamos essa confiança que vai fazer os produtos da Korin crescer, quero que todos vocês procurem ensinar a importância de se comer pro-dutos naturais. Ensinar a comer produtos Korin, ok? O pessoal da Korin pode levantar a mão? Mi-nistro Morikawa, vocês precisam trabalhar em dobro senão vai fal-tar alimentos, viu? Mas hoje, não vim para fazer propaganda da Korin. E não é só consumir pro-dutos naturais, não. Hoje, quero fazer um pedido especial a todos vocês: que cada um faça a horta

caseira. Pode ser médico, advoga-do, professor. Qualquer um pode produzir produtos naturais com a horta caseira. Por quê? Para que cada um compreenda a lei da na-tureza. A natureza reage às coi-sas. É importante dar vida ao solo. Com amor, com fé, a produção muda significativamente. Quero que experimentem isso. Façam a horta caseira com a família. Pode ser no apartamento, em um ou dois vasos. Basta fazer o plantio. Pratiquem com os filhos, deixem-nos participar, plantando e vendo o brotinho nascer e crescer. Isso é uma verdadeira educação, impor-tante para o filho crescer dentro da lei da natureza. Até o ano re-trasado, minha esposa estava em São Paulo. Ela fazia horta caseira no apartamento: plantava ceboli-nha, salsinha e tomate pequeno. Um dia, havia muitas pragas, for-migas. Ela aprendeu no Japão que, para espantar formiga, tem que colocar pimenta seca. Aí, ela pe-gou a pimenta seca natural que eu tinha trazido do Japão, amassou e jogou por cima. Espantou as for-migas. Daqui um pouco, começou a brotar o pé de pimenta seca, que crescia e crescia. Quando chegou a esse tamanho, ela disse: “Vem ver essa pimenta!” Levei um sus-to: o pé de pimenta estava desse tamanho. Eu: “Olha, eu não vou comer tudo isso. O que acha de

levar para a África e entregar ao ministro Claudio?” Cadê o minis-tro Claudio? Hoje, ele é presidente da Igreja Messiânica Mundial na África. É sucessor do reverendo Chiquinho. Então, entregamos essa pimenta ao Claudio. Ele levou e entregou ao Bambi, que é res-ponsável pela agricultura natural na África e colocou essa semente no polo de agricultura natural. Quando estive lá, o campo esta-va cheio de pimentas. Kakuako, o futuro Solo Sagrado, está cheio de pé de pimenta. Sabe qual é o nome dessa pimenta? Pimenta Massako. É verdade. Por isso, minha esposa anda falando coisas ardidas esses dias. Nasceu o filho de Bambi, que me pediu: Reverendo, com sua permissão, dei o nome Mas-sako ao meu filho”. Eu falei: “Mas é um menino!” Ele: “Mas termina com “o”. Então, o filho dele é Mas-sako Bambi.

Oito anos atrás, estive em Angola e falei para todos os mi-nistros, missionários e membros sobre a importância de se desen-volver a horta caseira, pois a Áfri-ca come poucas verduras, que são muito caras. Então, vamos fazer a horta caseira. A própria sede central é uma horta caseira. Todo membro e frequentador chegam à sede central e aprendem a fazer horta caseira. Voltam para casa, levam semente e começam a plan-tar. Praticar o que aprendeu. Hoje, 36 escolas já estão praticando a horta caseira. Até nos hospitais, nos campos militares, está au-mentando cada vez mais a onda da horta caseira na África. Lá, hoje há 36.000 famílias que pra-ticam a horta caseira, fazendo a difusão da Igreja por meio dessa atividade. Antigamente, na Áfri-ca, levava-se shorinka e dizia-se: “Você não quer receber Johrei?” Foi através da shorinka que a difu-são se desenvolvia, não foi?! Hoje,

HOJE, QUERO FAZER UM PEDIDO ESPECIAL A TODOS

VOCÊS: QUE CADA UM FAÇA A HORTA CASEIRA.

PODE SER MÉDICO, ADVOGADO, PROFESSOR.

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CONFERÊNCIA JOHVEM

não. Nabos, cenouras, espinafre: “Experimenta esse. Gostoso, né?” “Como é isso aí?” Isso é natural e foi criado na minha casa, você não quer aprender? Bom você fa-zer também. Eu ensinarei”. Em primeiro lugar, a pessoa começa conhecendo a agricultura natural, por meio da prática da horta ca-seira. Depois, ela recebe o Ohikari para ministrar Johrei. Isso é o ca-minho da salvação da África, não é?! Todo trabalho pioneiro de sal-vação é com a horta caseira. Isso, eu soube pelo próprio Claudio, em Moçambique. Até saiu na televi-são: uma escola estava sofrendo com encosto espiritual entre os alunos. Os professores não conse-guiam mais dar aula. Então, houve o pai de um aluno que resolveu o problema espiritual por intermé-dio da horta caseira. Foi lá, con-versou com o diretor da escola e disse que era bom começar a fazer a horta caseira no local. “Isso vai resolver problemas espirituais”. O diretor: “Olha, nós vamos acei-tar então só a agricultura, a horta caseira. E não o lado religioso.” O vice-diretor era contra: “Para quê?! Vai resolver problema espi-ritual com horta caseira?” Mesmo assim, o diretor admitiu e todas as crianças começaram a fazer a hor-ta caseira. Os problemas espiritu-ais acabaram. O reino espiritual dessa escola clareou. Hoje, todos os alunos levam para casa o que aprenderam e começaram a fazer a horta em casa. O vice-diretor e os professores que não admitiam o Johrei, todos agora o recebem. Esse vice-diretor tornou-se dire-tor de uma nova escola de 600/700 alunos. Desde o início, esse di-retor, ao assumir a nova escola, pediu: “Por favor, ensine horta caseira na minha escola.” Esses dados foram tirados do DVD, que está sendo traduzido. Mais tar-de, eu quero mandar para todos

os Johrei Centers do Brasil intei-ro. Essas são as notícias recentes sobre a horta caseira na África. Quero que todo mundo aprecie essa energia dos africanos e le-vante uma das colunas de salva-ção de Meishu-Sama por meio da

agricultura natural. Na África, há três anos, um membro dedicado tornou-se governador. Então, ele, que é praticante da horta caseira, a primeira coisa que fez como go-vernador foi doar dois mil hecta-res à Igreja, para fazer agricultura natural na sua província. Nesse DVD, ele comenta: “Doar dois mil hectares não foi fácil, mas é im-portante realmente desenvolver a agricultura natural”.

Esses dois mil hectares, que nós ganhamos, já estão recebendo dezenas de dedicantes para de-senvolver a agricultura natural. Futuramente, pretendo oferecer a cada família dois hectares para morar e praticar a agricultura na-tural. Serão mil famílias. No total, quase seis mil habitantes. Não deixa de se uma pequena cidade. Uma cidade da Nova Era. Hoje, o mundo inteiro está praticando a agricultura convencional. E nós queremos mudar isto. Mudar a agricultura convencional para a agricultura natural. Praticando a agricultura natural, não há neces-sidade do uso demasiado do agro-

Área de cultivo de agricultura natural, no terreno da Sede Central da Igreja Messiânica, em Kakuako, Angola.

COM A AGRICULTURA NATURAL, NÓS

QUEREMOS ELABORAR UM DOCUMENTO

PARA MOSTRAR AO MUNDO O IDEAL DA

AGRICULTURA. SE NÃO CRIARMOS UM MODELO,

NÃO CONSEGUIREMOS CONVENCER MUITAS

PESSOAS.

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CONFERÊNCIA JOHVEM

tóxico, uma vez que a natureza controla e harmoniza.

Criando esses dois mil hectares na África, todos se tornarão au-tossuficientes, autossustentáveis, porque a agricultura não pode ser feita por uma pessoa, mas sim por uma família: avó, filhos, netos. Até os netos têm missão, podem ser úteis para colher, dar ração aos frangos, galinhas, criar suínos. To-dos precisam trabalhar e viver jun-tos. Desde criança é que se apren-de verdadeiramente a respeitar a natureza. A criança encontrará, através da natureza, o verdadeiro Deus, Criador do Universo. Para salvar a África da doença, miséria e conflitos, é preciso criar métodos de produzir a própria comida pela agricultura natural.

Com a agricultura natural, nós queremos elaborar um documen-to para mostrar ao mundo o ideal da agricultura. Se não criarmos um modelo, não conseguiremos convencer muitas pessoas. Assim, eu quero mostrar novos paradig-mas em todos os cantos sobre educação, sobre economia, sobre saúde, sobre arte, tudo. Depois, quero fazer um livro e vídeos para mostrar a criação da nova civili-zação, mostrando a mudança do paradigma baseado no materialis-mo e egoísmo para o paradigma do espiritualismo e do altruísmo. Agora, quero que vocês pensem junto comigo. Se o mundo conti-nuar como está, como será daqui a 30 anos? Será que ainda conse-guiremos beber uma pinguinha saudável no boteco? Daqui a 30 anos, talvez, chegue um garçon que nos oferecerá uma pílula. “Tá aqui! Isso é uma dose de Pitú.” Na hora de jantar, vamos a um res-taurante e o garçom diz: “O que o senhor prefere?” “Quero um bife e salada.” E vêm cinco com-primidos. Esse bife, essa salada: forma química, está tudo perfeito.

Vocês querem beber cachaça pela pílula? Vocês querem comer bife com pílula? Não mesmo? Olha, vai depender de todos vocês de hoje em diante. Vocês é que são responsáveis. Eu, não! Porque da-qui a 30 anos, eu vou estar na boa vida, lá no reino espiritual. Sal-var a humanidade é igual a salvar aquele pássaro “toki”. Temos que criar condições para a humani-dade sobreviver, para salvá-la da extinção. Isso é que é salvação da humanidade. Deu para entender? Isso é o desejo de Meishu-Sama. Vivendo junto com a lei da nature-za, com altruísmo e com espiritu-alismo, podemos realmente salvar a humanidade. Vinha falando há longo tempo sobre a criação da ci-dade da Nova Era.

Muita gente comenta: “Agora,

o presidente não fala mais sobre a cidade da Nova Era. Ele já esque-ceu e abandonou a ideia”. Não! Eu nunca abandono coisas boas. Eu insisto. Essa cidade da Nova Era, agora, será construída na África e no Brasil. Há vinte anos, eu pro-curava terreno grande para adqui-rir e construir a cidade, mas não era possível pela lei do Brasil. Por isso, aprendi que aqui se deve fa-zer o modelo da cidade da Nova Era. Por essa razão, atrás do Solo Sagrado de Guarapiranga, nós ad-quirimos um terreno dez vezes maior do que o Solo Sagrado, não foi? Lá será o modelo da cidade da Nova Era. Atrás do altar, aquele terreno da Boa Vista, tudo será o Solo Sagrado da agricultura na-tural do mundo. Quando tudo estiver preparado, eu gostaria que todos vocês unissem forças para levar e expandir este Solo Sagra-do da agricultura natural a todos os Estados do Brasil.

Eu quero construir escola técni-ca de agricultura natural em todo o País. Se Deus quiser, com o esfor-ço e sabedoria de vocês, em cada Estado, vamos criar uma fazenda que demonstrará o modelo, que produzirá sementes naturais para que, algum dia, possa contribuir para o mundo, como uma verda-deira “Arca de Noé” do século XXI.

Será que podem fazer isso? Eu gostaria de, junto com vocês, levantar a bandeira de Meishu-Sama. Assim, nós podemos sal-var a humanidade. Levantar a bandeira. Quem quiser colaborar com essa filosofia, reúna-se a nós. Vamos salvar a humanidade. Não querem levantar essa bandeira? Muito obrigado. Vocês vão topar? Ah, agora o mundo está salvo! Sempre peço a Meishu-Sama que ele realize suas ideias, seus dese-jos, dentro de cada um de vocês para podermos salvar a humani-dade. Boa missão a todos!

EU QUERO CONSTRUIR ESCOLA TÉCNICA DE

AGRICULTURA NATURAL EM TODO O PAÍS. SE DEUS

QUISER, COM O ESFORÇO E SABEDORIA DE VOCÊS,

EM CADA ESTADO, VAMOS CRIAR UMA FAZENDA QUE DEMONSTRARÁ O

MODELO, QUE PRODUZIRÁ SEMENTES NATURAIS

PARA QUE, ALGUM DIA, POSSA CONTRIBUIR PARA

O MUNDO, COMO UMA VERDADEIRA ‘ARCA DE NOÉ’ DO SÉCULO XXI.

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CONFERÊNCIA JOHVEM - EXPERIÊNCIA NA PRÁTICA DA FÉ

Sentia que essa mudança seria

Bom-dia a todos!

Meu nome é Hen-rique de Castro Silva, tenho 28 anos e hoje gostaria de dividir

com todos os senhores as maravi-lhosas mudanças ocorridas na mi-nha vida missionária e familiar.

Antes de me tornar messiâni-co, tinha uma maneira muito ra-cional de ver a vida. Não seguia nenhuma religião e muito rara-mente ia à igreja. Na época da fa-culdade de Bioquímica, com 20 anos de idade, comecei a passar por uma purificação terrível. Ape-sar de sentir sono, não conseguia dormir. Fiquei 30 noites em claro. Isso foi se agravando e passei a ter depressão e síndrome do pânico. Nesse período, busquei ajuda mé-dica e iniciei tratamento com o psiquiatra. Cheguei a tomar três medicamentos por dia e, assim, consegui dormir um pouco. Essa fase durou três meses.

Nessa época, conheci a Igreja

aulas de princípios messiânicos e, em outubro de 2003, recebi o Ohi-kari na cidade de Brasília, onde residia na época.

Assim que me tornei messiâ-nico, comecei a dedicar no coral e de imediato criei afinidade com a dedicação do grupo Johvem. Esforçava-me também para parti-cipar da Marcha de Johrei, dos en-contros regionais e dos aprimora-mentos. Superei completamente a depressão e a síndrome do pânico, formei-me na faculdade no ano de 2006 e comecei a estagiar na área.

Em março de 2007, fui indi-cado pela minha chefe para uma oportunidade profissional em São Paulo. O processo foi tão rápido e tudo se abriu tão facilmente, que logo me mudei. Assim que che-guei, fiquei pensando: por que será que Deus me trouxe para cá? Qual será minha missão? Sentia que essa mudança seria muito importante na minha vida e que influenciaria minhas escolhas e, consequentemente, meu destino.

Logo fui em busca do Johrei Center mais próximo de minha nova moradia. Fiquei muito feliz em descobrir que este ficava bem próximo. Assim, fazia tudo a pé. Ia para o trabalho e depois para a unidade.

A primeira pessoa que me aten-deu no Johrei Center foi a respon-sável de jovens. Criei uma grande afinidade com ela e já passei a de-dicar como monitor. Após um ano e meio nessa dedicação, em agosto de 2008, fui convidado pelo minis-tro para ser responsável de jovens do Johrei Center São Caetano. Fi-quei muito feliz com o convite e entusiasmado com a nova missão.

Passei a reunir os jovens men-

Messiânica por intermédio de uma amiga de minha mãe. Em fevereiro do ano de 2003, atendi seu telefone-ma e perguntei sobre sua religião. Queria buscar uma resposta para tudo o que eu vinha passando.

Ela então me convidou para conhecer e marcamos o dia para visitar o Johrei Center Asa Norte. Ao receber meu primeiro Johrei, senti imediatamente um alívio como nunca ocorrera comigo. Foi uma sensação maravilhosa como se um enorme peso tivesse sido ti-rado de minhas costas.

Apesar de ainda não ter con-vicção na fé, senti que ali estaria a minha cura. Como o Johrei Center ficava longe de minha casa, co-mecei a ir esporadicamente. En-tretanto, no terceiro Johrei, sem ninguém me dizer nada, tomei a decisão de parar com os medica-mentos, pois já estava me sentindo mais otimista e dormindo melhor.

Passei a ser mais assíduo, co-mecei a ler os ensinamentos, fiz as

Ministro Henrique de Castro Silva.

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CONFERÊNCIA JOHVEM - EXPERIÊNCIA NA PRÁTICA DA FÉ

muito importante na minha vidasalmente, motivando-os a par-ticipar dos aprimoramentos e programas de formação, minis-trando-lhes Johrei e sendo sempre prestativo.

Com o tempo, sentia que mi-nha segunda família eram os mes-siânicos, pois em São Paulo não havia ninguém de minha família. Então, me sentia acolhido dedi-cando e servindo à Obra Divina.

Em maio de 2009, num dos en-contros de jovens da área, ao pri-meiro olhar, fiquei apaixonado por uma jovem. A partir daí, fomos nos conhecendo melhor, saindo com os amigos em comum e, após cinco meses, iniciamos o namoro.

Em fevereiro de 2010, ficamos noivos e participamos da seleção da turma 6 do Programa de For-mação Johvem 3. Realizamos a prova, entrevista com os respon-sáveis e, para a nossa felicidade, fomos aprovados.

O Programa Johvem 3 foi um grande marco em nossas vidas, pois a cada encontro nós nos sentí-amos mais fortalecidos, renovando nossas expectativas para a próxi-ma reunião com alegria. As trans-formações eram visíveis. A troca de experiências era enriquecedora, e as graças foram acontecendo.

No primeiro ano do Johvem 3, exercendo a missão de responsá-vel de jovens, tive a oportunida-de de acumular a dedicação como assistente de ministro. Com esta dedicação, passei a cuidar de um setor com 60 pessoas e, com a equipe de expansão, pudemos acompanhar mais de 10 pessoas para receber o Ohikari. Foi muito gratificante ver a transformação na vida delas por meio da força de salvação de Meishu-Sama. Na

minha vida pessoal, também sen-ti grande felicidade ao ver essa dedicação refletir-se em minha família, pois meus pais e dois so-brinhos despertaram para servir à Obra Divina.

No campo profissional, tive a permissão de mudar para outro trabalho; meu salário mais que dobrou em relação ao anterior e meus horários passaram a ser mais flexíveis, o que facilitou ain-da mais minha dedicação. Assim, pude realizar o sonho de consti-tuir minha tão sonhada família e tive a permissão de me casar no mês de julho de 2010.

Nessa mesma época, recebi uma nova missão. Fui indicado para servir como assistente do co-ordenador de jovens da área ABC. Inicialmente, fiquei muito apre-ensivo, pois a abrangência da mis-são era bem maior. Iria ajudar a coordenar toda a estrutura jovem da área bem como os programas de formação.

O PROGRAMA JOHVEM 3 FOI UM GRANDE MARCO EM NOSSAS VIDAS, POIS A CADA ENCONTRO NÓS NOS SENTÍAMOS MAIS FORTALECIDOS, RENOVANDO NOSSAS EXPECTATIVAS PARA A PRÓXIMA REUNIÃO COM ALEGRIA. AS TRANSFORMAÇÕES ERAM VISÍVEIS. A TROCA DE EXPERIÊNCIAS ERA ENRIQUECEDORA, E AS GRAÇAS FORAM ACONTECENDO.

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CONFERÊNCIA JOHVEM - EXPERIÊNCIA NA PRÁTICA DA FÉ

Então, fiz oração pedindo para Meishu-Sama me dar força e sabe-doria para cumprir essa missão e aceitei o desafio. Comecei a nova dedicação, inicialmente entrevis-tando todos os responsáveis de jovens e auxiliares dos programas de formação. Aos poucos, após ou-vi-los, fomos desenvolvendo a de-dicação e estruturando toda a área.

Em menos de um ano, as uni-dades que não tinham respon-sáveis de jovens, passaram a ter dois. Foram aprovados mais de 50 jovens para os programas de for-mação e identificamos os monito-res de cada Johrei Center.

É importante salientar que, durante todo esse processo, fui acompanhado pelos ministros e procurei seguir todas as orienta-ções. Embora, em muitas situa-ções, não conseguisse entendê-las, procurava sempre ficar no estado de servir a Deus.

Com esses resultados, tive a permissão de ser indicado para prestar o exame sacerdotal para o grau de ministro assistente. Mais uma vez senti que Deus estava querendo algo a mais de mim e orava a Meishu-Sama que eu fosse

utilizado conforme sua vontade. Foi um período muito bom, pois estava no segundo ano do Johvem 3 e, graças às constantes orienta-ções e estudos, pude ir aprofun-dando meus conhecimentos nos ensinamentos. Em junho de 2011, prestei a prova.

Em novembro de 2011, me for-mei na turma 6 do Johvem 3 e, em dezembro fui comunicado que havia sido aprovado no exame sa-cerdotal, notícia que me deixou muito feliz.

Dias depois, soube que minha esposa estava grávida. Para nós, foi uma grande graça, pois de-sejávamos ter um filho, mas os médicos disseram que, devido à presença de cistos no ovário e à ausência de alguns hormônios, teríamos que aguardar um bom tempo. A probabilidade de ela en-gravidar era menor que 5%.

Fiquei imensamente grato pela notícia e percebi que a sincerida-de na dedicação tem o poder de transformar nossas vidas.

Quando vim para São Paulo, não imaginava o que estava re-servado para a minha vida, prin-cipalmente em relação à missão na Obra Divina. Hoje, minha fe-licidade é algo impossível de se mensurar.

Atualmente, estou servindo como responsável do Johrei Cen-ter Demarchi em São Bernardo do Campo, e meu compromisso é poder levar a todas as pessoas a certeza de que, servindo a Deus e sendo útil, qualquer vida pode ser transformada.

Agradeço a Deus, a Meishu-Sa-ma e aos meus antepassados por fazer parte dessa grandiosa Obra de Salvação, bem como a todos os meus superiores que cuidaram de mim com muito amor e carinho e à minha companheira, que sem-pre esteve do meu lado.

Muito obrigado.

QUANDO VIM PARA SÃO PAULO, NÃO

IMAGINAVA O QUE ESTAVA RESERVADO PARA A MINHA

VIDA, PRINCIPALMENTE EM RELAÇÃO À MISSÃO NA

OBRA DIVINA. HOJE, MINHA FELICIDADE

É ALGO IMPOSSÍVEL DE SE MENSURAR.

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Boa-tarde a todos!

Vocês ainda têm fôlego depois de dan-çarem tanto? Se vo-cês ministram Johrei

como dançam, Meishu-Sama está muito feliz.

Buenas tardes a todos el ami-gos de Sudamérica. Hay alguno? Sí?! Entonces, buenas tardes. Gra-cias por venir. Good afternoon to friends from England, and South Africa. E konnichiwa. Nós temos três membros vindos do Japão. Obrigada por terem vindo.

Eu estou com uma tarefa abso-lutamente inglória, que é falar de-pois do reverendíssimo Watanabe e depois do Beetles 4Eever. Não sobrou nada.

Eu quero dizer a vocês que é uma grande honra para mim ser membro da Igreja Messiânica Mundial. Acho que Meishu-Sama, acho não, tenho certeza, realmen-te modifica a vida de quem se tor-na membro dessa Igreja. Minha vida, como a de grande parte de vocês aqui, se transformou depois que me tornei membro da Igreja. É

como vocês sabem: eu me tornei membro há 38 anos. Saí da ma-ternidade e me tornei membro da Igreja. É verdade. (risos).

Na verdade, eu conheci a Igre-ja aos nove anos de idade. Minha mãe pediu para eu comprar leite. Sou de época em que a garrafa era de vidro. Vocês já devem ter visto em algum filme de época. Não?! Aí, lá fui eu. Ela falou: “Você não coloca esse tamanco, Beth!” É cla-ro que coloquei. Desci uma rua de paralelepípedo e caí com a mão em cima do litro de leite. Isso era um sábado. Na segunda-feira, eu ia começar a ter aulas de piano. Então, fiquei com o mesmo defeito de Meishu-Sama. Então, eu tenho algo parecido com Meishu-Sama. Meu dedo direito não dobra. Ele queria ser artista e também não conseguiu por causa daquele dedo. Eu sou mais teimosa que ele e acabei me tornando artista. Mas piano, eu nunca consegui tocar. Nada.

Nessa época, no bairro onde eu morava, havia um senhor japonês que veio à minha casa ministrar-

Meishu-Samarealmente

modifica a vida de quem se

torna membro da Igreja

me Johrei. Gostei muito. Achei ótimo. A gente recebe e dorme na hora. Vocês perceberam que o reverendíssimo entrou, vocês estavam na maior animação. Ele ministrou Johrei coletivo e ficou todo mundo calminho. Eu recebi Johrei, mas meus pais não foram mais à Igreja.

Quando completei 19 anos, co-nheci um rapaz. Ele era bonito, na época. Ele me convidou para sair, no Dia dos Namorados, 12 de ju-nho. Depois, ele disse que estava desmarcando o compromisso por-que ia no encontro de jovens da Igreja Messiânica. Pensei: “Que desculpa boa ele arranjou!” Com o passar do tempo, ele me falou so-bre a Igreja e me ministrou Johrei quando fui para o meu primeiro trabalho profissional. Eu disse que queria conhecer a Igreja. Não queria ir na mesma aonde ele ia, para não ficar influenciada. Fui a outra casa de difusão: a do Bu-tantã. Aliás, eu nasci no bairro do Butantã, mas não dentro do Insti-tuto, tá?! Muito perto, tá?

Quando cheguei à Igreja, vi

CONFERÊNCIA JOHVEM - EXPERIÊNCIA NA PRÁTICA DA FÉ

Elizabeth Savalla.

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a imagem de Meishu-Sama e na hora, veio a imagem que eu vira aos nove anos de idade. O reve-rendíssimo falou praticamente so-bre tudo o que eu ia falar. Então, já que estamos falando de época e ele falou sobre o futuro, vou falar do passado.

Quando vi a imagem de Meishu-Sama, decidi que eu que-ria ser membro da Igreja Messi-ânica. Na época, Itsuki Okada, a filha de Meishu-Sama, veio ao Brasil e eu fui uma das pessoas escolhidas para recepcioná-la. Olha que pessoa de sorte! Conhe-ci uma das pessoas mais simples, mais humildes e com uma aura mais fantástica: Kyoshu-Sama. O reverendo Watanabe, ele é re-

verendíssimo hoje, mas naquela época esse título era do pai dele. O reverendo Watanabe contou uma história que acho muito im-portante para vocês, para mostrar o espírito de Kyoshu-Sama. Quan-do havia reunião, eles iam a um restaurante, por exemplo. Contu-do, nem sempre a Igreja Messiâni-ca podia levar Kyoshu-Sama aos melhores restaurantes do Japão. Então, quando ela usava o banhei-ro, arrumava e limpava o banhei-ro para que as próximas pessoas que viessem encontrassem aquele banheiro limpo. Isso eu aprendi. Dedicação de banheiro é muito importante. Alguém já fez dedi-cação de banheiro? Muito bom. É importantíssimo. Isso mostra o caráter da nossa líder.

Vocês viram o reverendíssimo Watanabe?! Que homem, né? Vo-cês conhecem a esposa dele? A dona Massako? No Ocidente, di-zemos que por trás de um grande homem há uma grande mulher. É do lado. Dona Massako esteve junto com ele. Só tendo uma mu-lher como ela, que cuidou da casa e dos filhos, que deu tranquilida-de é que ele consegue desenvol-ver essa dedicação em tempo in-

tegral. Ela é um grande exemplo de mulher.

O reverendíssimo Watanabe contou coisas de quando a Igreja já estava com bastante gente. Eu vou aproveitar a ausência dele para contar algumas coisinhas que eu sei. Aliás, eu soube hoje pelo ministro Luciano que ele co-meçou na Igreja do Butantã com um grupo jovem. Quando eu me tornei membro em 1974 ou assim que nasci, como já contei, ele era líder dos jovens. A Igreja cresceu muito daquela época para cá. Mas cresceu graças a esse trabalho que foi desenvolvido. Quando ele chegou na Santa Luiza, não havia tantos membros. E ele foi para lá sem dinheiro. Vocês sabem que casar com ministro é a maior rou-bada. Eles ganham muito pouco. Não façam disso reivindicação salarial, hein, ministros! E ele, coitado, cada vez que ia ministrar Johrei, a pessoa morria. Era um Joh rei fatal. Diziam que ele era o filho mais problemático. Então, o pai falou: “Vai para o Brasil.” E mandou-o para cá, para purificar. Chegou aqui e foi para o Rio de Janeiro. Achou tudo muito bonito. Foi dormir em praça pública. Dis-seram que ele dormiu muitas noi-tes. Eu não sei quantas. Ele arran-java uma pessoa para ajudar com a dedicação, ia ministrar Johrei, e uma família lhe dava um prato de comida. Ele ministrava Johrei e a pessoa morria. Foi duro. Ele mi-nistrava em pé porque não havia um banquinho.

Um dia, uma pessoa levou um banco porque estava com proble-ma nas pernas. No outro dia, le-vou outro de presente. E assim co-meçou. Mas ele ministrou muito Johrei em pé. Eu estou contando isso porque vocês pegaram a Igre-ja pronta. Hoje, está mais fácil. Foi difícil esse trabalho pioneiro do reverendo Manabe, Hayashi, e

QUANDO VI A IMAGEM DE MEISHU-SAMA,

DECIDI QUE EU QUERIA SER MEMBRO DA IGREJA

MESSIÂNICA.

““

CONFERÊNCIA JOHVEM - EXPERIÊNCIA NA PRÁTICA DA FÉ

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outros. Conheci-os todos jovens: também saíram da maternidade e vieram para o Brasil. Sem falar português. Vocês já tentaram falar japonês? É muito difícil. Eles che-garam aqui com a cara, a coragem e a fé em Meishu-Sama e transfor-maram essa Igreja nesse tamanho. E eu acho que devemos formar muito mais membros do que eles. Porque se eles, falando japonês formaram, imagine a gente falan-do português?! É o mínimo que cada um de nós deve fazer. Quem já teve o Johrei na sua vida como milagre? Por que não dá para fa-zer um único testemunho de fé? Eu, com meus 38 anos de mem-bro, tenho pelo menos 365 mila-gres por ano. Todo dia acontece algo de bom. De ruim também, mas aí é aprimoramento. Meishu-Sama disse que ele estava mon-tando uma empresa construtora do novo mundo, e quando eu dou entrevista, eu não falo na Messiâ-nica como religião. A religião hoje em dia está meio mal vista. Fala a verdade. Muita gente fazendo coisas que não são tão adequadas ao nome “religião”. Vocês sabem o que significa religião? Significa religar o homem a Deus. E houve momentos em que precisávamos de uma religião. Meishu-Sama, como ele sabia muito mais do que todos nós juntos, já criou naque-la época a construtora para fazer um novo mundo. Um novo ser. É o que nós devemos ser. A cada dia, tentar ter um equilíbrio maior, ter um sonen cada vez mais forte, fa-zer as coisas com kokoro. Vocês sabem o que é kokoro, né? Kokoro é com o coração e sentimento.

Quando ingressei na Igreja, o reverendo Watanabe tinha cria-do uma equipe muito boa depois que se tornou presidente. Quanto maior a missão, maior a purifica-ção. Então, ele formou, no Rio de Janeiro, três grandes ministros:

Iara, Honório Shirasawa e Ventu-ra. Esses três ministros vinham para reuniões na Sede Central, e eu estava grávida do Thiago. Esses ministro vieram a falecer. Pouco depois, o filho mais velho do Ho-nório morreu. Mas o reverendo foi criando mais membros para a estrutura da Igreja: Julio Barbieri, Eduardo Inoue, Rev. Franscisco. O ministro Milton Ventura era meu orientador e dizia: “Não dirija grá-vida!” Eu tinha duas coisas que eu queria muito. Uma delas era ser mãe, e eu não podia. Uma coisa é não querer, a outra é não poder. Quando você não pode, você quer. Com 12 anos, descobri que eu ti-nha toxoplasmose, uma doença seríssima. Tomei tanto remédio, que quase morri. Curei-me com o Johrei. E tive quatro filhos. Ima-gina se eu pudesse ter! Os mais novinhos vieram gêmeos, logo de vez; como eu já não podia mais ter, vieram logo dois. Oh, mundo espiritual! Quatro homens! A ou-tra coisa era ser atriz. Hoje em dia, todo mundo quer ser artista ou quer ser jogador de futebol. Acha que é fácil. Todo mundo acha que pode virar o Neymar. Pode não. Só quem nasce com essa missão. E meu pai me proibiu: “Imagina, mulher artista. Mulher da vida. Não pode.” Estas eram as duas coi-sas que eu queria muito que acon-tecessem na minha vida. Com o Johrei, eu conheci meu ex-marido e, em seis meses, nos casamos. Al-guns meses depois, eu estava grá-vida. Foi quando eu me lembrei: “Meu Deus, a toxoplasmose!” Fui fazer o exame e tive a sorte de ir a um médico no Rio de Janeiro, que também era messiânico. Ele acompanhou toda a minha gravi-dez e eu não tinha mais toxoplas-mose. Além disso, com o fato de eu me tornar membro da Igreja Messiânica, veio um convite para fazer uma novela no Rio de Janei-

ro. Eu fazia escola de arte dramá-tica da USP e passei num teste de uma novela que será refeita agora, Gabriela – Cravo e Canela. Eu fiz um personagem bastante rebelde. Só fiz esse parênteses para poder contar a história do ministro Mil-ton Ventura. Quando fui à Igreja, no bairro da Urca, que era o pri-meiro Johrei Center, cheguei, fui cumprimentá-lo e ele disse: “Você não está de carro, né?” Eu falei: “Não!” Mas eu estava. Quando

QUEM JÁ TEVE O JOHREI NA SUA VIDA COMO MILAGRE? POR QUE NÃO DÁ PARA FAZER UM ÚNICO TESTEMUNHO DE FÉ? EU, COM MEUS 38 ANOS DE MEMBRO, TENHO 365 MILAGRES POR ANO. TODO DIA ACONTECE ALGO DE BOM.

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gente. Cada bronca que eu recebia dos ministros, dos reverendos... mas no sentido de me fazer cres-cer, ficar forte. Um dia, o ministro me disse: “Você está precisando de fermento!” Eu disse: “Quanto? Uma colher ou duas?” Ele: “Não! Está precisando crescer!” Eu fi-quei muito revoltada com a morte do ministro Milton Ventura por-que quem ia me orientar agora? Até que um dia, sonhei com o mi-nistro. Ele estava comigo na sala, com o terno que sempre usava. Sabe que o ministro ganha mui-to, né?! Devem ter uns dois ou três ternos. E varia, a calça com a blu-sa e a blusa com a calça. Eles vão me matar quando eu sair daqui. Não tem nem Meishu-Sama aqui atrás para me defender. Meishu-Sama, por favor. Ele estava com aquele terno marrom ou caramelo, sei lá, e na casa de difusão de meu sonho, meu ex-marido estava sen-tado ao lado. Uma moça chegou e disse a ele: “Eu quero que você seja padrinho do meu casamen-to!” Meu ex-marido disse: “Claro!” E eu fiquei louca. “Ministro, olha que falta de respeito! Como ela o convida para ser padrinho de ca-samento e ela nem cumprimentou o senhor! Nem falou comigo! Que

falta de educação!” O ministro virou-se para mim e disse: “Pois é, né?! Parece até que ela não viu a gente! Você está me vendo, não está?! Eu disse: “Estou! Ela não viu!” Ele: “Sabe, não é pelo fato de ela não nos ter visto que não estejamos aqui! Agora, eu preciso de mais tempo para me deslocar para trabalhar na Obra Divina. Eu não podia ficar só nessa sala. Ago-ra, Meishu-Sama precisa de mim. Você entendeu?” Eu disse: “Enten-di!” É isso! Eles estão com a gente o tempo todo. O Julinho Barbieri, o Chiquinho, estão lá no mundo espiritual, o Eduardo, o Honorio, a Ieda... eu vou esquecer um mon-te de gente que foi tão importante para a Igreja Messiânica, tão im-portante para nossa formação. Eles continuam aqui. Há alguns que vão se aposentar, não sei quando, não é, reverendo Hayashi! É uma pena para a Igreja. Todas deixa-ram grande participação na nossa história, na nossa alma, no nos-so espírito. Eu queria que vocês, junto comigo, agradecêssemos, com uma salva de palmas, a todos esses ministros que formaram os pilares desta Igreja. Tenho certe-za que estejam onde estiverem, eles estarão muito agradecidos a vocês. Mas cobrando, né? Porque vocês sabem que ministros co-bram. Como eles só têm o espírito agora para trabalhar, nós precisa-mos trabalhar com o nosso corpo. Precisamos fazer a difusão. Pre-cisamos fazer o que o reverendís-simo Watanabe disse hoje. Fazer com que as pessoas sejam cada vez mais felizes. Cada um de nós sabe o quanto o Johrei transforma cada momento de nossa vida. Nos momentos de purificação, é quan-do mais nos lembramos. Ou nos momentos de felicidade, que nem sempre são muitos. Mas são muito importantes. Eu queria dizer a vo-cês que, através de cada profissão,

PRECISAMOS FAZER O QUE O REVERENDÍSSIMO

WATANABE DISSE HOJE. FAZER COM QUE AS

PESSOAS SEJAM CADA VEZ MAIS FELIZES.

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cheguei num cruzamento, vi um ônibus que veio não sei de onde e nisso veio um carro atrás de mim. A minha barriga não foi para o volante porque Meishu-Sama tem pena da minha pessoa, que é lou-ca. E não aconteceu nada. Pensei: “Meu Deus, o ministro Milton vai me matar!” Fui para casa. De ma-drugada, ligaram para contar que ele tinha falecido. Então, ele nun-ca soube. Pelo menos, material-mente. Fiquei muito revoltada com Meishu-Sama e com Deus, porque eu estava sozinha no Rio de Janei-ro, e ele era meu orientador. Sabe, no meu tempo, não sei como os ministros estão agora, mas acho que estão mais liberais. Naque-la época, eles davam bronca na

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seja ela qual for, podemos dedicar. Nem sempre conseguimos chegar na Igreja para dedicar. Não preci-samos estar dentro da Igreja para dedicar. Pode ser por meio do nosso trabalho, com as pessoas que estão do nosso lado. Cada vez que entro em cena, peço a Meishu-Sama para que eu possa ser útil de alguma for-ma para a Obra Divina. Não impor-ta qual seja o personagem. O que realmente importa é o sentimento, e que os nossos antepassados es-tão conosco. E cada vez que con-seguimos fazer alguma coisa para alguém, nossos antepassados se elevam espiritualmente. É graças a eles que estamos aqui. Há colega de trabalho chato para caramba. Ele é nosso polimento. Mas esquecemos isso. Eu também esqueço, no dia a dia, que estamos sofrendo com as dificuldades. E cada vez mais há uma competição, um mundo onde cada um quer matar o outro. Essa não é a arma do messiânico. A arma do messiânico é a mão. Quan-do não conseguimos ministrar Jo-hrei de uma forma, ministramos de outra, com o olho. Eu acho que é isso. Lá em casa, colocamos uma jabuticabeira na caixa de amianto, para resolver o problema que o re-verendíssimo Watanabe falou. Te-mos um vaso de pimenta enorme.

Ser membro antigo tem as suas vantagens. Caravana de jovens para o Japão: ficávamos por volta de 30 dias. A viagem custava 600 dólares. Tempo bom! Eu fiquei impressionada quando fui ao Ja-pão. Fui duas vezes. A comida é boa, somos muito bem recebidos. Ficamos em casa de membro, aprendemos bastante. E lá não há terra suficiente. O país é muito pequeno. Passaram por guerra, furação, tsunami, e outros. E vi alguns vasinhos lá com berinjela, alface. Às vezes, há um vaso com um pé de alface, na janela. Acho que o reverendíssimo tem toda

razão, gente. Eu vi lá no Japão um “mandiocão” cultivado pela agricultura natural. É impressio-nante o que se pode fazer com a agricultura natural. Eu estou fa-lando tudo isso porque Meishu-Sama, em 1920, já falava do agro-tóxico. Ele já falava de tudo isso que está acontecendo agora. E as pessoas não estão acordando. Não é possível que não acordemos. Hoje, depois da palestra do reve-rendíssimo Watanabe, eu fui co-mer num restaurante aqui atrás, e quando vi o alface pensei: “Meu Deus! Preciso comer muito mais esse alface. Há 50 anos, tinha não sei quanto, agora tem 10%.” Eu vou virar um cabrito. A gente tem que mudar isso. Ainda bem que existem os produtos da Korin pelo Brasil todo. Só vou comprar a al-face da Korin agora. Meishu-Sama também falava sobre verdade, vir-tude e beleza, agricultura natural e arte, formas de elevar o homem espiritualmente, fora o Johrei e os ensinamentos, evidentemente. Quantos de vocês vão ao museu ou se interessam por uma peça de teatro? Isso precisa estar no cader-no de vocês. É muito caro ir ao te-atro, ainda mais com esses musi-cais. Aos musicais, não precisam

ir porque são muito caros. Mas há muita peça sendo feita por aí. Es-tou com um projeto que se chama “Teatro de graça na praça”. Meishu-Sama me deu a possibilidade de conseguir fazer isso. Ir para pra-ça pública fazer teatro para quem nunca viu. De vez em quando, co-loco algo messiânico. Na peça, há um momento que descubro logo quando há messiânico na praça. Eu digo: “E é quando eu entro em contato com minha luz interior e agradeço a Deus, a Kardec, a Buda, a Jesus Crito, Krishna e Meishuu-Samaaaa.” E o pessoal: “Heeeee” Eu digo: “Tem messiânico!” Aliás, Meishu-Sama deve estar muito da-nado comigo: eu devo falar o nome dele umas 40 vezes por dia. Ele e o nosso Ohikari transformam a nos-sa vida. Eu gostaria muito de pedir a Deus e a Meishu-Sama que vocês tivessem a permissão para cumprir suas missões e, por favor, façam o possível e o impossível, não só para transformar a vida de vocês mas também a das pessoas que es-tiveram à sua volta. Isso será muito bom para vocês, para o espírito de vocês e para seus antepassados. Fi-quem com Deus e Meishu-Sama, e até uma próxima. Se Deus quiser.

Obrigada!

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Quem se fortalece, realiza muito mais do

que imagina

Quero mais uma vez agradecer o empe-nho de todos. Em especial, o secretário dos jovens, ministro Matsui, os assis-tentes de formação e todo o staff de jo-vens e dedicantes que, para realizar

esse evento, estão dedicando ocultamen-te. Graças a Deus, estamos chegando ao final da nos-sa Conferência. Vocês não estão cansados? Que bom! Isso é ser jovem! Cheio de energia. Quando somos jo-vens, temos muita energia, mas falta um pouquinho de sabedoria. Quando envelhecemos, ganhamos a sabedoria, mas começa a falta energia. Deus, na ver-dade, em cada época, dá aquilo que é necessário para o aprimoramento e o aperfeiçoamento da alma hu-mana. Elizabeth Savalla disse: “Falar alguma coisa

depois do presidente mundial!” Eu pensei: “E eu?!” Assim que ela terminou, disse a ela: “Foi ótimo!” Na verdade, o horário em que a Elizabeth estava falando sobre sua experiência de vida, é o momento em que temos mais sono, que é depois do almoço. Porém, suas palavras espantaram o sono de todos. Também quero agradecer a todos os responsáveis pelos Johrei Centers pois, na Conferência anterior, foi solicitado aos responsáveis de jovens que permanecessem pelo menos três anos para poderem desenvolver seu tra-balho. Soube, através da secretaria, que eles tiveram muito apoio e peço para que os responsáveis pelos Joh rei Centers continuem dando esse apoio e que cada jovem possa desenvolver as atividades em sintonia com a expansão. Esse é o grande segredo e também

Reverendo Mitsuaki Manabe.

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o início para criarmos base para aquilo que o presidente mundial colocou para nós. Assisti à pales-tra do presidente e admirei a co-ragem de vocês. Vocês são muito corajosos, pelo compromisso que todos criaram. Vocês sabem qual foi o compromisso que criaram? Levantar a bandeira do sonho de Meishu-Sama, que é salvar a hu-manidade. Não foi isso que foi fei-to? Prometer alguma coisa ainda dá, mas cumprir a promessa! Eu acredito que vocês não se compro-meteram apenas com o presidente mundial, o reverendíssimo Wata-nabe, mas com Meishu-Sama, no sentido de realizar o seu sonho. Por essa razão, acredito que pre-cisamos nos preparar. Na verda-de, todo processo de preparação será um grande desafio. Eu sei que o aumento da luz irá contri-buir para o processo dessa gran-de transição porque, no fundo, a transição que precisa ser feita, de uma cultura materialista egoísta para uma cultura espiritualista e altruísta, se resume nesses pon-tos. Assim, precisamos entender que nós podemos fazer essa tran-sição, mas precisamos nos prepa-rar. E essa preparação é que será um grande desafio para todos nós. Tudo na vida começa pequeno. Até mesmo vírus ou bactéria vão se multiplicando, mas começam por um. Nossa missão é exata-mente conseguir criar o pequeno modelo para que possa se expan-dir cada vez mais. Só assim, nós poderemos levantar a bandeira. Porque certas coisas, na prática da vida, sem uma base sólida, sem uma preparação, serão esmagadas no primeiro momento. Sabemos, sim, a consequência da agricultu-ra convencional. Nós acreditamos que a agricultura natural é ideal, mas o que predomina no mundo? Precisamos saber isso; por isso, a horta caseira está sendo uma ati-

vidade da expansão com o apoio técnico da Secretaria de Agricul-tura Natural. A horta caseira, no início, é apenas para começar a sensibilizar. Porque Meishu-Sa-ma, em seus ensinamentos, diz que o homem vem se afastando cada vez mais da natureza, mas que nós não temos consciência do quanto estamos afastados dela. O pior é que achamos que estamos de acordo com as leis naturais. Se formos analisar, veremos que es-tamos distantes da natureza, ao praticarmos a horta caseira. Por-que no início, ocorrerão coisas engraçadas. Mesmo querendo co-locar em prática, não terão os re-sultados que desejam. Porém, em cima disso, irá gerar muito apren-dizado. Por que não está dando certo? O que está faltando? A hor-ta caseira traz o equilíbrio e a har-monia das três energias: do Sol, da Lua (que representa a água) e do Solo. Essas três energias, em har-monia, produzem vida. Quando falta uma dessas energias, a plan-ta morre. Ela não se desenvolve. Então, se nós aprendermos, obser-vando a natureza, e percebermos o que está faltando, aprenderemos a cuidar de uma planta ou de um

vegetal, seja verdura, legume ou planta ornamental. Tenho certeza que isso gerará um carinho espe-cial, pois depois de alguns anos, você passa a se afeiçoar à plan-ta. O cuidado torna-se uma coisa prazerosa. Se, através da horta caseira, aprendermos essas coi-sas, vamos entender e conseguir até mesmo agradecer os produtos. Porque vocês verão que, para ter um bom resultado, quanto traba-lho é preciso. E vão aprender a li-dar com a vida. Se conseguirmos

VOCÊS SÃO MUITO CORAJOSOS, PELO COMPROMISSO QUE TODOS CRIARAM. VOCÊS SABEM QUAL FOI O COMPROMISSO QUE CRIARAM? LEVANTAR A BANDEIRA DO SONHO DE MEISHU-SAMA, QUE É SALVAR A HUMANIDADE.

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ter sucesso com isso, levarmos esse sentimento até mesmo para cuidar do ser humano. Desse modo, pode-remos fazer com que todos possam cumprir verdadeiramente suas missões.

Gostaria de deixar algumas dicas para podermos preparar e levantar essa bandeira. Os se-nhores sabem que qualquer coisa na vida começa no sentimento, pensamento e vontade. Por terem vontade é que as pessoas buscam

habilitação. Depois que recebe-mos a habilitação, devemos nos qualificar para conseguirmos re-alizar aquilo que era o nosso de-sejo e vontade. Então, dentro da-quilo que foi colocado como uma promessa, nós precisamos buscar como nos habilitar, nos qualificar. Além disso, se nós não nos com-prometermos com isso e não de-safiar a nós mesmos para termos coragem para arriscar e apostar, não conseguiremos fazer algo. E com toda essa vontade, mesmo buscando essas coisas, colocando nosso empenho, às vezes, o resul-tado final não era bem aquilo que esperávamos. É normal na vida ocorrer alguns fracassos e erros porque não somos perfeitos. Mas quando nos deparamos com de-terminado fracasso ou erro (este é o ponto mais importante), “afun-damos”, crescemos, fortalecemos e conseguimos realizar muito mais do que imaginávamos. Isso depende da maneira como vemos a situação: como aprendizado, e não nos tornando escravos do erro e do fracasso.

Pessoas chegavam até mim e diziam: “Eu estou quebrado”, e eu sempre dizia: “A empresa pode

quebrar, mas cuidado para o ser humano não quebrar junto com a empresa. Porque ela quebran-do, você pode construir outra, mas se você quebrar junto, nunca mais vai se levantar” E acrescen-tava: “Você reparou numa coisa? Grandes empresas que, em uma geração ou duas conseguiram construir um império, geralmen-te, na terceira geração, caem.” Se observamos bem, a primeira gera-ção não estava tão preparada em termos intelectuais e culturais. Porém, a garra e o desejo constru-íram todo aquele império. O nível escolar, intelectual, cultural e so-cial da segunda geração é outro. E quando chega a terceira, é mais elevado ainda. E, mesmo assim, a empresa quebra, porque não conseguiu passar o espírito, que é uma energia e uma forma que muda tudo. Observem o próprio ser humano. Quando as pessoas dizem que estão exaustas, mui-to cansadas, acima do normal, é porque estão mergulhadas em um problema e podem até estar fazendo coisas contra sua própria vontade Portanto, elas cansam. É o estado do espírito que se reflete no corpo. Por outro lado, quan-do alguém tem aquele espírito de querer fazer as coisas, sempre tem disposição. E esta é muito grande. Por esse motivo, precisamos dessa linha de raciocínio, para extrair esse espírito. Uma vez isso acon-tecendo, vamos aprender a ade-quar esse espírito à realidade de cada um, para podermos alcançar o nosso ideal. Sempre, entre a re-alidade e o ideal, existe uma dis-tância. E essa distância precisa ser percorrida com nosso esforço. Precisamos ter amor dentro de nós. O amor é essencial para qual-quer coisa. Meishu-Sama deixou seus ensinamentos tendo como fundamento seu amor de querer salvar a humanidade. Por isso,

A VIDA É UMA CONQUISTA. SÓ TEMOS

AQUILO QUE CONSEGUIMOS CONQUISTAR. PARA

QUE ISSO ACONTEÇA, A BASE PRECISA ESTAR

FUNDAMENTADA NO AMOR, NO ALTRUÍSMO E

NA SINCERIDADE. SENÃO, NÃO DARÁ CERTO.

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o amor é uma energia que cons-trói e consegue dar continuidade; mesmo havendo obstáculos, tudo é superado. E para ultrapassá-los, precisamos ter esse amor. Igual ao de uma mãe: o filho se desvia do caminho da vida, mas essa mãe nunca perde a esperança de que ele possa retornar. Outro ponto é que, para poder realizar qual-quer coisa na vida, precisamos conquistar a confiança das pesso-as. Mesmo tendo a melhor ideia, se não tivermos a confiança dos outros, não teremos colaborado-res. Precisamos conquistar a con-fiança das pessoas. A vida é uma conquista. Só temos aquilo que conseguimos conquistar. Para que isso aconteça, a base precisa estar fundamentada no amor, no altru-ísmo e na sinceridade. Senão, não dará certo. No início, pode ser até que as pessoas acreditem. Contu-do, uma hora, elas vão perceber. Se o objetivo é realmente a atitude altruísta, que pensa na felicida-de de alguém ou da humanidade, ficará evidente. Além disso, pre-cisamos de simpatia e postura. O oposto, uma pessoa egoísta, se torna antipática, materialista e calculista. Dentro disso, precisa-mos discernir, porque nem tudo o que parece é verdade. Por exem-plo, existem pessoas que mostram simpatia, mas tudo por interesse. Como também existem aquelas que parecem antipáticas, mas que na verdade podem ser tímidas. Logo, precisamos perceber e criar um pequeno modelo.

Hoje, gostaria de colocar como nós podemos criar esse pequeno modelo. Eu estava ouvindo a ex-periência de uma jovem do Japão que está conosco aqui. Não vou contar a história, pois ela mesma pode fazer isso: para dar o exem-plo de como cada um pode envol-ver as pessoas com uma atitude simples. Quero pedir para que to-

dos ouçam por meio da tradução da ministra Geórgia.

Mami: Boa-tarde a todos. Meu nome é Mami Assano. Muito pra-zer. Eu sou estudante de relações internacionais. Gostaria de dizer que estou amando o Brasil, por-que vocês são muito bonitos e amorosos. Agora posso falar em japonês, por favor?

Geórgia: Antes de tomar a de-cisão de vir para o Brasil, eu tinha tomado outra muito importante lá no Japão: a de tornar-me uma pessoa mais amorosa e capaz de amar o próximo. Então, depois de chegar, tive a permissão de ir para o Rio de Janeiro. E lá, enquan-to eu recebia Johrei do ministro Daisuke, me deu uma emoção tão grande que não consegui conter minhas lágrimas. Eu chorava de tanta emoção. E por que será que eu me emocionei tanto? Eu queria compartilhar isso com vocês. Foi porque eu senti o amor de Meishu-Sama e a sua luz. Então, percebi que estar hoje aqui com vocês foi para ter a permissão de comparti-lhar esse amor que pude receber. Como eu disse agora há pouco, meu nome é Mami, que parece “mãe” também. Na verdade, esse

nome é o tesouro da minha vida, porque eu o recebi de meu pai. E por que isso é tão importante? Por-que quando eu estava na barriga da minha mãe, ela estava grávida de três meses, meu pai faleceu em um acidente durante um mergu-lho. Eu tento me colocar no lugar da minha mãe naquele momen-to, o quanto deve ter sido difícil

A PRIMEIRA VEZ QUE LI SOZINHA OS ENSINAMENTOS DE MEISHU-SAMA, EU TINHA 11 ANOS. ERAM ENSINAMENTOS PARA CRIANÇAS. NO LIVRO, MEISHU-SAMA DIZIA QUE, SE FIZERMOS OS OUTROS FELIZES, NÓS NOS TORNAREMOS FELIZES TAMBÉM.

“Mami Assano.

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estar naquela situação. Ela deve ter ficado mal. Mesmo em meio a tanta tristeza e dor, ela não desis-tiu de me dar a vida. Graças a isso é que estou aqui hoje. É engraça-do. Desde pequenina, eu gostava muito de fazer as pessoas rirem e de dar alegria ao próximo. Eu sou a quarta geração de messiâni-cos da minha família. A primeira vez que li sozinha os ensinamen-tos de Meishu-Sama, eu tinha 11 anos. Eram ensinamentos para crianças. No livro, Meishu-Sama dizia que, se fizermos os outros felizes, nós nos tornaremos feli-zes também. Naquele momento, eu pensei: “É isso que eu vou le-var para minha vida toda. Fazer

as pessoas felizes.” A partir de então, eu procurava ler aquele en-sinamento todos os dias. E come-cei a tomar nota: “Hoje, eu quero fazer tal coisa para aquela pessoa ficar feliz.” E quando eu deixava alguém triste, eu também ano-tava: “Hoje, aquela pessoa ficou triste comigo. Meishu-Sama, me perdoa, por favor.” Era um diário com diálogos com Meishu-Sama. Pouco a pouco, eu já estava con-seguindo praticar aquele ensina-mento, o que foi acontecendo na-turalmente. Percebi que a vida era muito boa e que se tornara algo muito prazeroso e divertido. Ao meu redor, não faltam risos e ale-gria. Minha mãe olhava para mim e dizia: “Olha, Mami, você é seu pai puro. É seu pai escrito.” Meu pai era bombeiro e, nessa profis-são, ele estava sempre preocupado em ajudar e salvar as pessoas. Já que tive a permissão de ganhar essa vida, eu sabia que tinha que viver a minha e a de meu pai tam-bém. Viver por ele. Quando eu tinha 15 anos, eu li um livro que foi muito importante para minha vida. Era um livro que contava a história de um jovem afegão que foi ao Japão, para fugir da guerra

e da miséria em seu país. Até eu ler esse livro, sempre que ouvia a palavra “refugiado” ou algo seme-lhante, eu imaginava que isso não existia no Japão. Com a história, eu percebi que no meu país tam-bém havia muita gente sofrendo. A partir desse momento, senti que precisava fazer alguma coisa por essas pessoas. Afinal, precisamos começar por aquelas que estão mais próximas da gente. Quando eu estava no colegial, tive a opor-tunidade de ir para a Austrália fa-zer intercâmbio. E, por meio dessa experiência, pude viver o quanto é difícil viver em outro país, sem se comunicar bem e compreender a cultura. Senti na pele o que isso significa. Enquanto eu estava lá, naturalmente tive a oportunidade de fazer amigos e fui percebendo que as dificuldades e as diferen-ças existem; elas podem parecer intransponíveis, porém, é possí-vel superar tudo isso. Depois que voltei ao Japão, tomei a decisão de fazer algo na prática: criar algum movimento para ajudar os estran-geiros em condições difíceis que estavam no Japão de forma ilegal. Eu soube que, perto da minha Fa-culdade, existia um abrigo que recebia e dava suporte e apoio a essas pessoas.

Geórgia explicando: Mami descobriu o abrigo perto da Uni-versidade, antes de estudar lá. A instituição é federal e muito difí-cil de entrar e tem um índice de concorrência muito alto. Como ela queria ficar perto daquelas pesso-as para ajudar, tomou a decisão de entrar na faculdade. Quando ela conversou com professor, ele dis-se: “Ah, essa aí não dá! Você não vai conseguir entrar.”

Mami: Eu não desisti, eu queria muito. E, graças a Deus, consegui entrar. Como eu disse, estou es-tudando Relações Internacionais. Como nós vamos conhecendo os

PERCEBI QUE A VIDA ERA MUITO BOA E QUE SE

TORNARA ALGO MUITO PRAZEROSO E DIVERTIDO.

AO MEU REDOR, NÃO FALTAM RISOS E ALEGRIA.

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vários problemas que existem no mundo, a situação daqueles estrangeiros me deixou incomo-dada. Pensei de que forma podia mudar aquela situação. E foi nesse momento de sofrimento que tive a oportunidade me encontrar com o reverendíssimo Watanabe. Abri meu coração e disse: “Reverendís-simo Watanabe, estou aflita e não sei o que fazer. Eu preciso de um caminho. Estou pensando em ir para a África fazer algum trabalho voluntário lá. E ele disse: “Você vai para lá para ajudar, mas será que você também não está na mes-ma situação que eles por também estar sofrendo desse jeito? Então, antes de pensar em fazer isso so-zinha, procure reunir pelo menos 100 pessoas que tenham o mesmo sentimento que o seu.” Vocês não imaginam a alegria que senti ao ouvir essas palavras, porque ele me orientou que, materialmente, nós temos essas pessoas que estão nessa situação e também temos as que estão nesse estado espiritual-mente. Então, precisamos salvar a todos eles. Eu comecei com a prática de pequenas ações altruís-tas na minha Faculdade: passei a limpar o pátio da instituição. Eu morava no alojamento, que tinha quatro andares. Depois que todo mundo dormia, eu limpava os andares, os banheiros. Procurava fazer tudo quietinha, mas natu-ralmente, aos poucos, os colegas começaram a perceber. Eles viam e perguntavam o que eu estava fa-zendo e se colocavam à disposição para me ajudar. E assim começou uma onda: outros colegas também passaram a me ajudar com essas coisas. Então, eu conversava com eles sobre o que podíamos fazer para ajudar as pessoas que esta-vam passando por dificuldades. Então, tive a ideia de fazer um grupo de estudos para poder dis-cutir os problemas desses estran-

geiros não legalizados no Japão e em sofrimento também. Preparei um panfleto e distribuí por toda a Faculdade. Para minha surpresa, na primeira reunião, comparece-ram 50 pessoas. Durante o encon-tro, repassei uma enquete sobre quem gostaria de colaborar para ajudar as pessoas que estavam em sofrimento. Todos responde-ram que sim. Com isso, fundei uma ONG voltada para apoiar e ajudar essas pessoas. O nome da ONG, eu coloquei em inglês, se chama “clover”. Essa palavra em inglês significa trevo. Sabemos que o trevo traz sorte, mas tam-bém simboliza amor e cuidado. O “c” de care (de cuidado), o “love” (de amor) e o “refugee” (cuidado e amor para com os refugiados). Nessa reunião mesmo, eu recebi essa inspiração e coloquei essa simbologia e significado. Quan-do chegaram as 50 pessoas, não tinham passado nem seis meses que havia conversado com o re-verendíssimo. E, a partir daí, veio uma pessoa atrás da outra; o gru-po foi aumentando e, em menos de um ano, nós já tínhamos 120 voluntários. Meishu-Sama nos en-sina que tudo começa pelo sonen;

na verdade, quando comecei, eu não sabia o que ia fazer, mas tudo o que eu tinha era o sentimento, a vontade e o desejo de ajudar aquelas pessoas que sofriam tan-to. Começamos a descobrir, atra-vés dessa dedicação, quais eram as necessidades daquelas pesso-as. Elas precisavam melhorar e aprender a língua japonesa, ter acesso à tradução de documentos e outras coisas para poderem so-

MEISHU-SAMA NOS ENSINA QUE TUDO COMEÇA PELO SONEN: NA VERDADE, QUANDO COMECEI, EU NÃO SABIA O QUE IA FAZER, MAS TUDO O QUE EU TINHA ERA O SENTIMENTO, A VONTADE E O DESEJO DE AJUDAR AQUELAS PESSOAS QUE SOFRIAM TANTO.

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breviver no Japão. E nossa equipe, na medida do possível, começou a oferecer esses serviços. E acon-teceu algo impressionante. Pas-samos a receber centenas de car-tas dessas pessoas. Nelas, ficou expressa a gratidão pelo trabalho que estávamos desenvolvendo e o quanto estava sendo importan-te para elas. Foi como se tivésse-mos recebendo uma luz que nos trouxe uma alegria muito grande. O que estamos fazendo é muito pouco e pequeno; mesmo assim, a felicidade de quantas pessoas não está acontecendo? Por isso, tenho certeza que somos capazes de nos tornarmos pioneiros na fé, conforme o reverendíssimo Wa-tanabe nos vem ensinando. Um pouco antes de vir para o Brasil, tive uma inflamação na garganta muito forte. As amígdalas ficaram muito inchadas e eu não conse-guia engolir. Vocês se lembram que, no ano passado, no dia 11 de março, o Japão sofreu um grande choque, um grande abalo com o terremoto e tsunami, não foi? Este ano, perto do dia em que comple-taria um ano, eu tinha me progra-mado para ir à cidade de Miyagi, que fica naquela região, para uma ação voluntária. Eu precisaria ir à noite para Fukushima, onde ocor-reu o problema com a usina nucle-ar, mas eu me sentia muito mal. Decidi, então, descansar um pou-quinho. Adormeci e sonhei com meu pai. Foi a primeira vez na mi-nha vida em que sonhei com ele. Aquele pai que eu só conhecia de fotos e vídeos, estava conversando comigo. Falei: “Pai, estou ajudan-do as pessoas que estão com difi-culdades.” Ele disse: “Eu sei, você está ajudando muito e está indo muito bem, minha filha.” Conti-nuei conversando com ele e vi o quanto ele era amoroso. Fiquei en-cantada e apaixonada. No sonho, eu disse a ele: “Pai, eu te amo.” E

meu pai sorriu, feliz da vida. Pude sentir que meu pai está vivo dentro mim. E isso é graça que recebi de Meishu-Sama. Ao ouvir a orientação do reverendíssimo Watanabe, fiquei arrepiada. Precisamos salvar a humanidade, preci-samos fazer isso. Precisamos amar as pessoas que estão ao nosso redor. Temos que co-meçar a amar as pessoas que estão mais próximas de nós. Afinal, recebemos a partícula divina. Todos nós somos mui-to importantes por isso. Pre-cisamos conseguir nos amar desta maneira. Vamos fazer isso, vamos? Porque não te-nho dúvidas, essa é a vontade de Meishu-Sama. Então, estar aqui com vocês hoje é uma alegria imensa para mim. Es-tou muito feliz.

Reverendo Manabe: Gos-taram da experiência? Olha, ela não foi preparada. É uma coisa de última hora. Eu até pedi para encaixar na programa-ção. Pensei: vamos começar por uma coisa pequena. Em menos de um ano, ela está com mais de 100 pessoas que fazem parte de um grupo de voluntários, fazendo as pessoas felizes. Sabem quan-tos anos ela tem? 22. Vejam, tudo nasceu da vontade e do desejo de fazer alguma coisa. O que ela colocou no final, eu achei muito importante. Ela pensou no que podia fazer dentro do seu alcance. Mesmo estando na Universidade, teve uma atitude espontânea e conseguiu atrair outras pessoas. Este é um grande exemplo de que, quando nós queremos fazer algu-ma coisa, é possível. Nós temos o Johrei, que atua no espírito e dá força para as pessoas enfrenta-rem e superarem suas dificulda-des. Temos a agricultura natural, a alimentação saudável, e o Belo,

formando as três colunas de sal-vação deixadas por Meishu-Sama. Nós é que vamos viabilizar essas colunas, criando as bases e gosta-ria que vocês procurassem fazer feliz quem está mais próximo. Não comece pelas pessoas distan-tes, mas por quem está mais per-to. Se tiverem problemas, gosta-riam que os superassem com esse amor e postura. Tenho certeza de que no dia em que conseguirmos fazer isso, fortaleceremos as ba-ses, pois, através de vocês, have-rá centenas de pessoas em busca do mesmo ideal. Assim, poderão levantar a bandeira com força para essa grande mudança. Quero agradecer todo o esforço e que, a cada dia do ano, recebamos forças para realizarmos o grande objeti-vo do Messias Meishu-Sama, que é a salvação da humanidade.

Muito obrigado.

CONFERÊNCIA JOHVEM

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CONFERÊNCIA JOHVEM - PESQUISA

A Divisão de Expansão, por intermédio da Se-cretaria Johvem, rea-lizou, no início deste ano, uma pesquisa

com jovens messiânicos e não mes-siânicos de todo o Brasil. Ao todo, foram 1.631 jovens pesquisados, sendo 821 pertencentes à Igreja Messiânica, na maioria do sexo fe-minino (63%).

O ministro Gláucio Santos, da Secretaria de Planejamento, explicou os tópicos tratados pela pesquisa durante a Conferência. O questionário abordou as pre-ferências dos jovens em quesitos como emprego (73% estão empre-gados), vida afetiva (maioria dos jovens pesquisados são solteiros), hábitos de leitura e cultura (1.189 têm o hábito de ler e a preferência é a leitura de romances e ensina-

mentos), objetivos de vida, religio-sidade, uso de redes sociais (80% dos entrevistados acessam o Face-book), entre outros.

Quando se trata das expectati-vas em relação à religião, os jovens responderam que sua maior busca é por paz. Em seguida, esperam felicidade e aprofundamento nos ensinamentos de Meishu-Sama para evoluírem espiritualmente. Já em relação aos sonhos pessoais, os entrevistados relataram buscar, em primeiro lugar, sucesso profis-sional. Em segundo lugar, ficou a formação da família.

Em relação ao sentimento dos jovens referente aos grupos de convivência aos quais pertencem, um dado se destaca: poucos jo-vens se declararam indiferentes ou infelizes em seus ciclos so-ciais, como igreja, trabalho, esco-

Perfil do Jovemé traçado em pesquisa

realizada pela Secretaria

la e família. Em contrapartida, a maioria declarou-se feliz ou mui-to feliz, principalmente dentro da Igreja e da família.

A enquete tem o objetivo de ser-vir como material de estudo para mostrar as necessidades dos jo-vens messiânicos, tanto dentro dos programas de formação, quanto no dia a dia desses missionários nas unidades religiosas, permitindo à Secretaria Johvem desenvolver e aprimorar suas atividades.

Ministro Gláucio Santos.

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torna esta conexão virtualmente possível: a internet.

A informação instantânea e integrada é atualmente impres-cindível para qualquer indivíduo manifestar-se e comunicar-se. As informações chegam rapidamente a um número cada vez mais ex-pressivo de pessoas e esta ação facilita e acelera a comunicação interpessoal e o acesso ao conhe-cimento.

Os brasileiros, por sua vez, es-tão entre os que mais se conectam à rede mundial de computadores. De acordo com dados do IBOPE NETRAITINGS*, já são, em 2012,

Johvem plugado nas redes sociais

79,9 milhões de brasileiros conec-tados à internet. Só no site de re-lacionamentos Facebook, o Brasil registrou, em 2011, 35,1 milhões de usuários, assumindo a quarta colocação no ranking mundial, atrás apenas dos Estados Unidos (157 milhões), Indonésia (41,7 mi-lhões) e Índia (41,3 milhões).

Com a facilidade e abrangência desta ferramenta, a Secretaria Joh-vem decidiu apostar na Internet e nas redes sociais, considerando-as excelentes canais de comunicação entre a Igreja e os jovens messiâni-cos brasileiros. A possibilidade de compartilhar as atividades desen-

CONFERÊNCIA JOHVEM - REDES SOCIAIS

Como seria viver em um mundo onde pu-déssemos atravessar continentes em ques-tão de segundos e o

conhecimento não tivesse barrei-ras nem fronteiras? Este cenário, tão explorado pela literatura e pelo cinema, já não está tão dis-tante de nossa realidade, graças a uma ferramenta fundamental que

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CONFERÊNCIA JOHVEM - REDES SOCIAIS

volvidas durante o ano, permitin-do aos jovens trocar informações e realizar uma colaboração mútua de transmissão de conteúdo, de maneira fácil e rápida, foi o grande motivo para que a Secretaria Joh-vem lançasse, durante a 8ª Confe-rência Nacional, a página oficial do Johvem no Facebook.

A fan page traz todos os de-talhes da última edição da Con-ferência e, a partir do dia 30 de abril, passou a ser a página oficial do Johvem na rede. A cobertura

*http://info.abril.com.br/noticias/internet/brasil-fecha-2011-com-79-9-mi-de-internautas-10042012-29.shlhttp://veja.abril.com.br/noticia/vida-digital/numero-de-brasileiros-no-facebook-cresceu-298-em-2011

completa do evento, além das ati-vidades desenvolvidas nos pro-gramas de formação e nas unida-des religiosas, estão disponíveis aos internautas.

Na Conferência, a página foi apresentada de forma descontra-ída e muito divertida. Nela foi feita uma “redublagem” do filme Matrix, na famosa cena em que o personagem de Keanu Reaves (Neo) decide, ao escolher a pílula vermelha (do conhecimento), dei-xar o mundo de Matrix, um sis-

tema de inteligência artificial que manipula a mente humana e cria nelas a ilusão de viverem em um mundo real. No caso da paródia, a pílula é a porta de entrada para o mundo da era digital, mais preci-samente para a página do Johvem no Facebook.

Os participantes puderam apre-ciar a página da Conferência no próprio Centro de Convenções. Para demonstrar como é fácil, o se-cretário nacional Johvem, ministro Edson Matsui, acessou a fan page do Johvem no Facebook e viu o per-fil no momento da apresentação. Segundo uma das participantes do evento, Cristiane Rocha Organizer, a ferramenta é mais uma forma de aproximar e integrar os jovens messiânicos. “Hoje, os jovens bus-cam se relacionar por intermédio das redes sociais; então, para nós, essas ferramentas são mais uma forma de estarmos próximos dos jovens de todas as regiões do País que não estão presentes em nosso dia a dia. O Facebook é bastante utilizado e acredito que terá muito sucesso”, declarou a jovem da Re-gião Nordeste.

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