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Revista MundoGEO 70

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A NOVA Revista MundoGEO reflete as convergências de geotecnologias e as preferências de nossos leitores, pois mais de 80% já assinavam as revistas InfoGEO e InfoGNSS. Outra mudança é a periodicidade, que passará a ser bimestral para atender às mudanças cada vez mais rápidas do setor.

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Page 1: Revista MundoGEO 70
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MUNDO GEO CONECT 2013

PATROCÍNIO DIAMANTE PARCEIROS ESTRATÉGICOS

PATROCÍNIO PLATINA PATROCÍNIO OURO

DIVULGAÇÃO REALIZAÇÃO

PATROCÍNIO DA PREMIAÇÃO

APOIO

PATROCÍNIO PRATA

3#

31%Presidenteou diretor 40%

Setortécnico29%

Gerenteou coordenador

+ 3.350PARTICIPANTES

+ 70 MARCASGLOBAIS

FEIRA COM

+ 120PALESTRANTES

+ 27 PAÍSESPARTICIPANTES

Evento de 2012

Programação com seminários, mini-cursos, fóruns, workshops e encontros de usuários + de 90% de aprovação dos participantes da edição anterior

A premiação reconhecerá os melhores do setor.Aguarde os indicados e vote!

Prê m i o M u n d o G E O # Co n n e c t 2 0 1 3

A maior e mais importante Conferência e Feira de Geomática

e Soluções Geoespaciais da América Latina.

Saiba mais em mundogeoconnect.com

Acompanhe também pelas redes sociais!

3 0 %

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M e i o a m b i e n t e e r e c u r s o s n a t u r a i s

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Per�ldos Participantes

Novas ideias,grandes soluçõesCentro de Convenções Frei CanecaSão Paulo (SP) - Brasil

18 a 20de junho

2013

GARANTA

SUA

VAGA

Page 3: Revista MundoGEO 70

MUNDO GEO CONECT 2013

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DIVULGAÇÃO REALIZAÇÃO

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MUNDO GEO CONECT 2013 + 3.350PARTICIPANTES

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Economize fazendo sua inscrição antecipada pelo site www.mundogeoconnect.com

A visitação da feira é livre. Faça seu credenciamento pelo site do evento!Mais informações sobre estandes: (41) 3338 7789

Conferência e Feira de Geomáticae Soluções Geoespaciais

18 a 20 de junho de 2013

Centro de Convenções Frei Caneca • São Paulo (SP) • Brasil

FEIRASERVIÇOS & PRODUTOS

Seminário GeotendênciasCurso

Georreferenciamentode Imóveis Rurais

CursoGeo na Gestãode Municípios

Location IntelligenceConference Brazil

FórumGeointeligência paraDefesa e Segurança

Seminário Sistemade Informações

Geográ�cas

Seminário AutomaçãoTopográ�ca

SeminárioImagens

de Satélitee Aéreas

1º Encontrode Integração

Governo,Universidadee Empresas

GeoShort Talks

Seminário VANTs Seminário Gestores Públicosda Geoinformação

SeminárioOGC

Encontro Nacionalde Engenheiros Agrimensores

e Cartógrafos

CursoGeomarketing

na Prática

CursoGeo na Gestão

Ambiental

CursoInfraestrutura

de DadosEspaciais

(IDE)

A B C D E F G H I

Auditórios Centro de Convenções Frei Caneca

As palestras em inglês terão tradução simultânea para português e espanhol.

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3

EVENTOSESPECIAIS SEMINÁRIOS

•• •

• •Geotendências Veículos Aéreos Não Tripulados Automação TopográficaImagens de Satélite e Aéreas

GISGestores Públicos da GeoinformaçãoPadrões OGC de Dados

CURSOS• • •Geomarketing Geoprocessamento IDECadastro Ambiental Rural

•Location Intelligence Conference Brazil Geointeligência para Defesa e Segurança

GRATUITOS•Encontro Nacional de Engenheiros Agrimensores e Cartógrafos Geo Short Talks

1º Encontro de Integração Governo, Universidade e Empresas

18jun

19jun

20jun

Page 5: Revista MundoGEO 70

MUNDO GEO CONECT 2013 + 3.350PARTICIPANTES

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Conferência e Feira de Geomáticae Soluções Geoespaciais

18 a 20 de junho de 2013

Centro de Convenções Frei Caneca • São Paulo (SP) • Brasil

FEIRASERVIÇOS & PRODUTOS

Seminário GeotendênciasCurso

Georreferenciamentode Imóveis Rurais

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e Cartógrafos

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EVENTOSESPECIAIS SEMINÁRIOS

•• •

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GISGestores Públicos da GeoinformaçãoPadrões OGC de Dados

CURSOS• • •Geomarketing Geoprocessamento IDECadastro Ambiental Rural

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GRATUITOS•Encontro Nacional de Engenheiros Agrimensores e Cartógrafos Geo Short Talks

1º Encontro de Integração Governo, Universidade e Empresas

18jun

19jun

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Page 6: Revista MundoGEO 70

Entrevista Claudio Brunini, Presidente do Sirgas

10

Latitude Novidades do evento MundoGEO#Connect 2013

18

Lauc e Eu Esri Dois eventos reúnem a comunidade de usuários da Esri da América Latina

26

GeoQuality O uso da Gestão Territorial para o Agronegócio brasileiro

34

VANTs Multirotores ou asa fixa? Onde aplicá-los?

36

GeoIncra Nova Metodologia de Análise de Certificação pelo Incra

40

SUMÁRIO

Capa Seminário sobre VANTs reuniu mais de 400 pessoas. Evento recebeu especialistas e empresas do setor

30

Page 7: Revista MundoGEO 70

Autodesk University Brasil São Paulo recebe a 2ª edição do Autodesk University

46

Passo a Passo Por dentro do Google Earth – Parte 1

42 Alta Acurácia Cintilação Ionosférica: do Cigala ao Calibra

53

Estações Totais Estações servo na implantação de túnel no Projeto Integração do Rio São Francisco

54

Pesquisa Por dentro do mercado: Estações Totais

48

Laser Scanner 3D Técnicas de medição com LS3D Estático – Parte 1

56

Intergeo Evento reúne 16 mil profissionais em Hanover, na Alemanha

58

GeoDireito Teodoro, Rui, Mário e Milton: Quatro baianos e o Geodireito

60

Quem é Quem Conheça os profissionais de destaque na América Latina no setor de geo

64

Espaço Jr. Empresa Júnior de Engenharia Cartográfica – Unesp Presidente Prudente

66Onde estudar? Quarta matéria da série traz os cursos de geo no Nordeste

50

IDE#Connect Afinal, o que é uma Infraestrutura de Dados Espaciais?

61

Editorial

Web

Seção do Leitor

Navegando

Lançamentos

OnLine

Guia de Empresas

8121420246870

Colaboraram nesta edição:Arlete Meneguette, Brenno B. Queiroz, Claudio A. Spadotto, Eduardo Reginato Lavratti, Fabíola Andrade Souza, Fabricio Pereira Barbosa, Franco Ramos, João Francisco Galera Monico, Luiz Antonio Ugeda Sanches, Marcio Polanski, Paulo R. R. Martinho, Roberto Tadeu Teixeira, Rodrigo Balbueno, Rovane Marcos de França, Wilson Holler

Acesse artigos complementares na revista onlinewww.mundogeo.com

Modelagem 3D Nuvens de pontos por fotografias e modelos densos em 3D

44

Nova

seção!

Page 8: Revista MundoGEO 70

8 MundoGEO 70 | 2012

2012 já está ficando pra trás e, junto com as festas, vem a sensação de renovação, projetos e listas para o próximo ano. Em 2013 a MundoGEO completará 15 anos e várias ações estão sendo planejadas para come-morar esta data, mas antes gostaria de compartilhar algumas impressões sobre o ano que passou.

Para a revista que você está lendo agora, 2012 foi um ano de consolidação do novo conceito, de uma publicação unificada, produzida com mais agilidade, abrangendo todas as tecnologias e soluções na área de geotecnologia, desde a topografia até os VANTs, pas-sando pelo GNSS, GIS, imagens de satélites, etc.. Edita-da em português e espanhol, a revista MundoGEO é, hoje, a principal publicação no setor na América Latina.

O portal MundoGEO - em português, espanhol e in-glês - teve em 2012 um recorde histórico de visitação. O dia 16 de outubro foi de comemoração no MundoGEO, quando alcançamos o número inédito de mais de 7,9 mil visitas, o que mostra a confiança da comunidade no veículo, o crescente interesse nas geotecnologias e as variadas formas de acesso à informação, seja ele através da visita direta ao portal, assinatura do infor-mativo diário, RSS ou pelas redes sociais.

Por falar em redes sociais, em 2012 o MundoGEO se consolidou como líder global entre as empresas de mídia e comunicação no setor de geotecnologia, com mais de 30 mil pessoas conectadas entre os fãs

no Facebook, membros do Grupo no LinkedIn, segui-dores no Twitter, assinantes dos canais de vídeo no YouTube e Vimeo, participantes da rede social Geo--ConnectPeople, além dos que estão no Fórum de Discussão MundoGEO.

Quanto aos seminários online este ano também teve um recorde, com a realização de mais de 60 eventos, além de chegarmos ao número inédito de 2,8 mil inscritos e 1,5 mil participantes no webinar sobre o ArcGIS 10.1. Desde 2009 o MundoGEO tem realizado webinars, mas em 2012 esta ferramenta se consolidou e mostrou que é possível usá-la em outros formatos, como por exemplo eventos mis-tos (presenciais + online) e transmissões ao longo de todo um dia, com palestrantes, mediadores e participantes conectados a distância.

Para o MundoGEO#Connect LatinAmerica também foi um ano de consolidação como o maior e mais im-portante evento do setor de geotecnologia na Amé-rica Latina. A edição de 2012 reuniu 3.350 participan-tes de 27 países em São Paulo, no mês de maio, em um evento plural e aberto a toda a comunidade, que respeita as peculiaridades regionais, feito por quem conhece a realidade do Brasil e dos demais países da América Latina.

Que venha 2013!

UM ANO DE GrANDES rEALIzAçõES. rUMO A 2013 E AOS 15 ANOS DA MUNDOGEO!

EDITORIAL

EDUArDO FrEITASEngenheiro cartógrafo, técnico em edificações e mestrando em C&SIGEditor da revista [email protected]

revista MundoGEOPublicação bimestral - ano 14 - Nº 70

Diretor e Publisher | Emerson Zanon Granemann | [email protected] Editor | Eduardo Freitas | [email protected] Editorial | Alexandre Scussel | [email protected] Editorial | Elis Jacques | [email protected] Gerente de TI | Guilherme Vinícius Vieira | [email protected] | Jarbas Raichert Neto | [email protected] e assinaturas | Thalita Nishimura | [email protected] Administração | Eloísa Stoffel Eisfeld Rosa | [email protected] Gráfico e Editoração | O2 Design | [email protected] e Impressão | Gráfica Capital | www.graficacapital.com.brImagem da capa | XMobots

MundoGEOwww.mundogeo.com | Fone/Fax (41) 3338-7789Rua Doutor Nelson Lins d’Albuquerque, 110 - Bom RetiroCuritiba – PR – Brasil – 80520-430

Todas as edições da Revista MundoGEO estão online no Portal MundoGEO. O material publicado nesta revista só poderá ser reproduzido com autorização expressa dos autores e da MundoGEO Ltda. Todas as marcas citadas nesta publicação pertencem aos respectivos fabricantes. O conteúdo dos anúncios veiculados é de responsabilidade dos anunciantes. A editora não se responsabiliza pelo conteúdo dos artigos assinados. Edições avulsas da Revista MundoGEO estão disponíveis para compra no Portal MundoGEO.

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VANTs são (mais que) realidadeVeja na matéria de capa um extrato do que rolou no Seminá-rio VANTs, que reuniu a comunidade no fim de outubro em São Paulo

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MundoGEO 70 | 201210

CLAUDIO BrUNINIPresidente do Sistema de Referência Geocêntrico para as Américas (Sirgas)

ENTREVISTA

Licenciado e doutor em Astronomia, Professor Titular da Universidade Nacional de La Plata. Em 1998 criou

o grupo de trabalho Gesa, dedicado ao estudo da At-mosfera Superior e o meio Sol-Terra, além da tecnologia dos sistemas de navegação global baseados em satéli-tes. É membro da Associação Internacional de Geodésia, onde preside a Sub-Comissão Sistema Regional de Re-ferência para a América do Sul, onde integrou, durante oito anos, o Comitê Editorial do Jornal de Geodésia. É Presidente do Grupo de Trabalho Sistema de Referên-cia Geocêntrico para as Américas (Sirgas), do Instituto Panamericano de Geografia (IPGH) e História. Bolsista da Fundação Alexander von Humboldt, da Alemanha.

MundoGEO: Como é a estrutura do Sirgas e quais são os objetivos do Sistema para promover seu uso na América Latina e Caribe? Claudio Brunini: O Sirgas nasceu na Conferência Inter-nacional para a Definição de um Sistema de Referência Geocêntrico para a América do Sul, celebrada em 1993 em Assunción (Paraguai), com o objetivo de enfrentar a problemática que o nome da conferência enunciava e que gerou o acrônimo que identificou aquela inicia-tiva que foi acompanhada pela grande maioria dos países sulamericanos. Posteriormente, o significado das duas últimas siglas mudou de “América do Sul” a “Américas”, com a incorporação, em 2000, do México e dos países da América Central e Caribe, e a recomenda-ção da Organização das Nações Unidas, em sua Sétima Conferência Cartográfica das Américas (Nova York, de 22 a 26 de janeiro de 2001), acenando para a adoção do Sirgas como sistema de referência oficial em todos os países das Américas. O Sirgas conta com os patrocínios do IPGH, onde inte-gra um Grupo de Trabalho da Comissão de Cartografia, e da Associação Internacional de Geodésia (IAG), onde integra a Comissão I (Marcos de Referência). Seu funcio-namento se sustenta com recursos materiais e humanos aportados por mais de 50 entidades e com subsídios das instituições patrocinadoras. Sua vida institucional se rege por um estatuto, que atribui o governo a um Comitê Executivo que se renova a cada quatro anos. Com o apoio de um Conselho Científico, esse comitê cumpre a missão de executar as políticas que define o corpo principal da organização: um Conselho Diretivo formado por um representante de cada país membro (19 na atualidade) e um de cada entidade patrocinadora. A visão que rege o Sirgas é a consolidação, em todos

“A visão que rege o Sirgas é a

consolidação, em todos seus Estados

membros, de uma vanguarda

geodésica com nível científico internacional, articulada no

trabalho coletivo que contribua

a resolver os problemas sociais,

econômicos e ambientais da

região e melhorar a qualidade de

vida de seus habitantes”

seus Estados membros, de uma vanguarda geodésica com nível científico internacional, articulada no tra-balho coletivo que contribua a resolver os problemas sociais, econômicos e ambientais da região e melhorar a qualidade de vida de seus habitantes. Dessa visão emerge sua missão, orientada a gerar e por a disposi-ção das instituições da América Latina e Caribe, dados e produtos de origem geodésica que contribuam a compreender a relação complexa e mutante que existe entre o Homem e a Natureza. A partir disso, o principal de seus objetivos atuais: definir, materializar e manter o sistema de referência geocêntrico tridimensional das Américas (incluindo um sistema de referência vertical associado ao campo de gravidade terrestre) que pro-veja: i) a camada fundamental das Infraestruturas de Dados Espaciais (IDE) do continente; e ii) a plataforma para estudar os processos geodinâmicos e de mudança global que afetam o planeta.

MG: O que é a rede Sirgas-CON? Quais são seus objetivos? CB: O Sirgas está materializado por uma rede de esta-ções GNSS de funcionamento contínuo com coorde-nadas de alta precisão (associadas a uma época espe-cífica de referência) e suas mudanças através do tempo (velocidades das estações). A rede Sirgas de funcio-namento contínuo (Sirgas-CON) é composta, hoje, por mais de 250 estações, das quais 48 pertencem à rede global do Serviço Internacional de GNSS (IGS, na sigla em inglês). A operabilidade da Sirgas-CON se fundamenta na contribuição voluntária de mais de 50 entidades latinoamericanas, que têm instalado as es-tações e se ocupam de sua operação adequada para, posteriormente, por à disposição dos centros de aná-lise a informação observada. Esta rede é processada semanalmente mediante o trabalho coletivo de nove centros de análise: Centro de Processamento de dados GNSS do Equador, Instituto Geográfico Militar (Equa-dor), Centro de Processamento Engenharia – Men-doza - Argentina da Universidade Nacional de Cuyo (Argentina), Centro de Processamento e Análise GNSS Sirgas da Universidade de Zulia (Venezuela), Deutsches Geodätisches Forschungsinstitut, DGFI (Alemanha), Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (Brasil), Instituto Geográfico Agustín Codazzi (Colômbia), Ins-tituto Geográfico Militar (Chile), Instituto Geográfico Nacional (Argentina), Instituto Nacional de Estatística

Por Eduardo FrEitas

Page 11: Revista MundoGEO 70

11 MundoGEO 70 | 2012

“Qualquer instituição sem fins lucrativos pode participar do Sirgas através dos Grupos de Trabalho. Para isso, se requer a apresentação de um plano de trabalho inscrito dentro dos objetivos do Sirgas”

e Geografia (México), Serviço Geográfico Militar (Uru-guai). Estes Centros geram soluções semanais que são combinadas pelos escritórios do Brasil e da Alemanha.Da combinação surgem os produtos finais do Sirgas: soluções semanais semi-livres para a integração da Sirgas-CON no poliedro global do IGS, coordenadas semanais ajustadas ao Marco de Referência Terres-tre Internacional (ITRF, na sigla em inglês) - referidas à época de observação) para aplicações na América Latina e soluções multianuais (acumuladas) com co-ordenadas e velocidades para aplicações práticas e científicas que requeiram da variabilidade das posi-ções geodésicas com o tempo.

MG: Quais são os Grupos de Trabalho e suas fun-ções no Sirgas?CB: O Sirgas conta com três Grupos de Trabalho: i) Sistema de Referência; ii) Sirgas em Âmbito Nacio-nal; e iii) Datum Vertical. A missão destes grupos é o desenvolvimento permanente de uma multiplicida-de de atividades que englobam: i) a materialização de um sistema de referência vertical associado ao campo da gravidade terrestre, preciso e consisten-te na escala continental e global, o qual requer a análise das redes de nivelamento e gravidade de todos os países latinoamericanos, juntamente com observações maregráficas e de altimetria satelital oceânica; ii) o apoio ao estabelecimento de marcos de referência nacionais vinculados ao Sirgas nos países que ainda não o tenham feito (hoje, na Guia-na, Guatemala e Honduras) e para a implementa-ção de técnicas avançadas de posicionamento (por exemplo, as denominadas em “tempo real”); iii) a atualização permanente das convenções e mode-los utilizados para elaborar os produtos que o Sir-gas põe à disposição da comunidade; iv) estudos orientados à compreensão do câmbio global, tais como a produção de mapas de variáveis atmosfé-ricas e o monitoramento do nível do mar mediante marégrafos controlados com GNSS; v) a assistência técnica permanente a uma vasta comunidade re-lacionada ao Sirgas e à Organização dos Estados Americanos, através do IPGH, para a resolução de disputas limítrofes. Todas estas atividades são de grande valia e se desenvolvem de forma permanen-te sob a coordenação do Conselho Diretivo e com a participação, nos Grupos de Trabalho, de cientistas e técnicos, não só dos 19 países da América Latina

+INFOInformações mais completas e detalha-das sobre o Sirgas se encontram em www.sirgas.org

e Caribe que o formam, mas também de entidades transcontinentais como, por exemplo, o Deutches Geodätisches Forschungsinstitut, da Alemanha.

MG: Quando se realizará a próxima Reunião do Sirgas? Qual é a importância de tais encontros para o desenvolvimento do Sistema na região?CB: As reuniões Sirgas se realizam com periodicidade anual e seu objetivo é a avaliação dos avanços alcança-dos e a revisão dos planos de trabalho do Sirgas. O Sirgas acaba de celebrar sua Reunião de 2012, na cidade de Concepção (Chile), entre 29 e 31 de outubro. A mesma foi organizada pela Universidade de Concepção e pelo Instituto Geográfico Militar do Chile, com a participação de aproximadamente 150 pessoas provenientes de 15 países. A próxima Reunião Sirgas se celebrará durante o último trimestre de 2013 (a data exata ainda não foi definida), na Cidade do Panamá, com o apoio do Insti-tuto Geográfico Tommy Guardia desse país.

MG: Como pode uma Institução participar do Sirgas?CB: Qualquer instituição sem fins lucrativos pode par-ticipar do Sirgas através dos Grupos de Trabalho. Para isso, se requer a apresentação de um plano de trabalho inscrito dentro dos objetivos do Sirgas. O Comitê Exe-cutivo, com a assistência do Comitê Científico, revisa periodicamente o andamento dos planos de trabalho e eleva sua avaliação ao Comitê Executivo. Este decide, finalmente, sobre a continuidade ou não dos projetos específicos que se executam dentro do Sirgas.

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12 MundoGEO 70 | 2012

WEB

O MundoGEO alcançou o recorde histórico de 7.902 visitas no dia 16 de outubro de 2012, uma resposta positiva ao esforço da equipe na produção de conteúdo de qualidade e investimento nas redes sociais.

Lançado em 2001, o portal é um espaço para conexão da comunida-de de geotecnologia, com seções de notícias diárias, guia de empresas, agenda de cursos e eventos, revistas online, banco de vagas e fórum de discussão, tudo isso em português, espanhol e inglês. No fim de 2010, o portal passou por alterações e passou a utilizar o WordPress, a platafor-ma mais popular e eficiente do mundo para a criação e manutenção de sites de conteúdo.

A busca por informações sobre eventos que o MundoGEO reali-za, sejam eles presenciais ou online, também aumentou a frequên- cia de visitantes no por-tal. Somente neste ano já foram realizados mais de 60 webinars, com média de 650 participantes por sessão, além do evento MundoGEO#Connect Lati-nAmerica, que reuniu mais de 3,3 mil pessoas em São Paulo.

Alguns números do Portal MundoGEO

- Mais de 23 mil posts- Média de 140 mil visitas por mês- Informativos diários em português, espanhol e inglês- Mais de 120 empresas no Guia- Mais de 100 edições das revistas MundoGEO, InfoGEO, InfoGNSS e

Edições Especiais- Arquivos (pdf e vídeo) de mais de 100 webinars realizados desde 2009- 100 mil profissionais registrados - 6.000 fãs na página e 2.150 membros no grupo do Facebook, 7.900

seguidores no Twitter, 2.350 membros no grupo do LinkedIn, 4.500

POrTAL MUNDOGEO BATE rECOrDE hISTórICO DE VISITAçãO

+LidasNovembro

DNIT anuncia concurso com 1200 vagas em todo Brasil

IBGE disponibiliza mosaico de imagens de Goiás e DF

INCT lança a ferramenta Geometrópoles

OutubroIBGE lança novos mapas digitais de Estados brasileiros

Secretaria do Meio Ambiente da Bahia abre concurso

Embrapa lança ferramenta para monitorar agricultura

SetembroIBGE abre incrições para Especialização e Mestrado

Exército promove vários cursos de geotecnologias

Relatório de mudanças climáticas do Brasil está disponível

TV MUNDOGEOCPrMEntrevista exclusiva com Maria Angélica Barreto Ramos, especialista em Modelagem Espacial de Dados em Geociências do Serviço Geológico do Brasil (CPRM) :

http://youtu.be/cBq4LWwdpX0

IBGEEntrevista exclusiva com Moema José Carvalho Augusto, assistente da Diretoria de Geociências do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE):

EMBrAPAEntrevista exclusiva com Édson Luis Bolfe, Chefe-Adjunto de Pesquisa & Desenvolvimento da Embrapa Monitoramento por Satélite :

http://youtu.be/Cq3NVuv85_g

http://youtu.be/SNe9vZrCDvs

IGDEntrevista exclusiva com com Luiz Antonio Ugeda Sanches, Presidente do Instituto Geodireito :

http://youtu.be/pU7FRV4iNp8

membros na rede social GeoConnectPeople e mais de 10 mil participantes no Fórum de Discussão MundoGEO.

Até o início de 2013 o Portal MundoGEO passará por uma re--estruturação, com novo layout da home e do informativo, maior destaque para os seminários online, mais espaços para comentá-rios e interação dos usuários via Facebook, novo calendário para a seção de cursos e eventos, entre outras novidades.

Page 13: Revista MundoGEO 70

13

FAçA PArTE DA MAIOr rEDE SOCIAL DE GEO DO MUNDO!Conheça o GeoConnectPeople, a primeira e única rede social exclusiva do setor de geomática e soluções geoespaciais

Você sabia?+ 4.500 é o número de membros na rede+ 450 fotos já foram postadas pelos membros+ 230 tópicos estão em discussão no fórum+ 140 eventos já foram criados na rede+ 145 foram as postagens em blogs+ 95 é o número de grupos na rede

#facts• GeoConnectPeople é a rede social

global de pessoas envolvidas com soluções geoespaciais

• A plataforma é aberta a todos os usuários e produtores de geoinformação

• Os conteúdos são ligados às geotecnologias e suas diversas aplicações

• A rede está pautada pelo debate de ideias e a construção colaborativa de conteúdos

• O GeoConnectPeople é um projeto social sem fins lucrativos, criado e mantido pelo MundoGEO

QUEr PArTICIPAr?Você também pode fazer seu login através de sua conta do Facebook, Twitter, Google e LinkedIn.Acesse: geoconnectpeople.org

COMO POSSO MELhOrAr A rESOLUçãO DA IMAGEM LANDSAT 5?é o conteúdo com maior acesso nas últimas semanas

USE SEU DISTINTIVO!Você pode baixar e usar um badge (distintivo) da rede GeoConnectPeople em seu site, ou ainda divulgar no Facebook ou MySpace. Acesse: http://geoconnectpeople.org/main/embeddable/list, otimize tamanho, cores e divulgue!

Page 14: Revista MundoGEO 70

14 MundoGEO 70 | 2012

WEBINArS

Gostaria de parabenizá-los pelo sucesso do we-binar sobre a Agência Nacional de Cartografia, e por estarem sendo protagonistas da história da Cartografia do Brasil.Antonio Carlos rodrigues | Fortaleza (CE)

Sou estudante de Geografia e adoro Cartografia. O seminário online sobre a Agência Nacional de Car-tografia foi espetacular, esclareceu todas as minhas dúvidas. Vocês estão de parabéns. Espero que os próximos sejam assim.Andréia Pereira | Cuiabá (MT)

Muy fructífero y provechoso el webinar de transmi-sión del Workshop Euroclima. Ha sido un día muy bien invertido en lo personal e institucional. Reci-ban felicitaciones y cordiales saludos de mi parte.Alfredo Derlys Collado | San Luis - Argentina

Quero agradecer o convite de participação do we-binar Primeira Jornada Inde Academia. As palestras foram excelentes, tanto as apresentações quanto seu conteúdo. Elas dissolveram muitas dúvidas so-bre diversos assuntos abordados. Antonio Guilherme Soares Campos | Belém (PA)

El seminario sobre Laser escaner móvel terrestre fue excelente. Es la primera vez que asisto a uno. Felicitaciones. Florencio Sanchez | Buenos Aires – Argentina

Os webinars são perfeitos para quem quer alguma informação rápida sobre as novas tecnologias e novas ferramentas disponíveis na área. Entretan-to, deparei com um pequeno problema de ordem prática: os links nâo funcionam para quem acessa com Linux, como é meu caso. José Tadeu Garcia Tommaselli | Presidente Prudente (SP)

José Tadeu,Infelizmente, esta é uma limitação da ferramenta que usamos (GoToWebinar), porém no momento é a única opção que nos atende com qualidade para a nossa de-manda, de até 1.000 participantes ao mesmo tempo. Estamos a disposição para testar ferramentas que sejam compatíveis com Linux.

rEVISTA MUNDOGEO

Primeiramente gostaria de parabenizar pelas edições da MundoGEO, sempre com conteú-do importante, útil e atual. Além das revistas, acompanho os seminários online, os quais têm contribuído para minha formação desde quan-do fui estagiária de geoprocessamento! Gos-

SEÇÃO DO LEITOR

Envie críticas, dúvidas e sugestões para [email protected]. Por uma questão de espaço, as mensagens poderão ser editadas.

taria de saber sobre as indicações ao prêmio MundoGEO#Connect 2013. Gostaria muito que meu professor de geoprocessamento concorres-se ao prêmio. Isto é possível? Vanessa Pugliero | Campinas (SP)

Vanessa,as indicações para o prêmio MundoGEO#Connect Latin America 2013 estarão abertas a partir de janeiro.

SEMINárIOS

Esperávamos que tivessem sido apresentadas, no seminário de VANTs, mais experiências e/ou estudos de caso para realmente avaliar a aplicabilidade dos VANTs, pois estamos operando o modelo MD4 1000 e passamos por uma série de adversidades, que teoricamente não seriam problemas. Dessa forma, fica difícil acreditar que os modelos apresentados não tenham passado por situações semelhantes, e estas situações não foram relatadas. Gostaríamos que nos próximos webinars fossem abordadas estas experiências e as respectivas soluções. Parabéns pela iniciativa!Antoninho João Pegoraro | Santa Maria (rS)

AntoninhoAgradecemos pelo seu feedback. Vamos acatar a su-gestão para a formatação de um próximo seminário sobre VANTs.

Nós da CPE Tecnologia agradecemos pelo convite e oportunidade de participar no seminário VANTs. Por favor, estenda este agradecimento a todos da sua equipe que participaram da organização des-te ótimo evento. Quero parabenizá-los também pelos excelentes serviços prestados a todos nós, profissionais da área de mapeamento, pois temos aprendido muito com os webinars e seminários organizados pelo MundoGEO. Pedro Donizete Parzzanini | Belo horizonte (MG)

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IMAGEM

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16 MundoGEO 70 | 2012

SEÇÃO DO LEITOR

TWITTEr

@FELIPEMUID | Felipe Muñoz @MundoGEO Descubriendo; Modelando el Mundo y su entorno a traves de SIG #GISDay. Feliz Gis Day, les deseo desde Colombia!

@Tati_Para | Tati Pará Muito bom o Webinar GIS Day: Conectados ao futuro através da Geocolaboração! @GoToMeeting e @MundoGEO sempre nos fazendo presentes (online).

@estePepin | Pepe Ancosmede Nuevo número de la revista #MundoGeo en español http://bit.ly/REHsTB publicada por @MundoGEO. Interesante, como habitualmente.

@robertovela2 | Robert @MundoGEO muy interesante el webinar! Bien!.

@miguelfebles | Miguel Febles Totalmente de acuerdo RT @MundoGEO Ismael: “um bom mapa é aquele que conta uma história”

FACEBOOkLuiz Carlos Sourient Junior Valeu participar presencialmente. Parabéns a todos da MundoGeo pelo evento e a todos os palestrantes. Seminários VANTs, cada vez melhor e com conteúdo. Obrigado e abraços!

Cassyo LimaRecebi ontem a Revista Mundogeo que ganhei em um sorteio que ocorreu aqui meses atrás. Ótima revista, ótimas abordagens sobre os mais variados assuntos. Parabéns para toda a equipe! Conceição do Araguaia -PA

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18 MundoGEO 70 | 2012

LATITUDE

EMErSON zANON GrANEMANN Engenheiro cartógrafo, diretor e publisher do [email protected]

+InfoPara mais informações, acesse www.mundogeoconnect.com ou no meu blog http://mundogeo.com/latitude

Nesta edição, gostaria de compartilhar alguns destaques da programação que estamos elaboran-do para o evento MundoGEO#Connect LatinAmerica 2013 – Conferência e Feira de Geomática e Soluções Geoespaciais, que será realizado entre os dias 18 e 20 de junho no Centro de Convenções Frei Caneca, em São Paulo (SP).

UNIr AGrIMENSOrES E CArTóGrAFOSEstá em pleno andamento um movimento de

união dos cursos e entidades representativas en-tre os engenheiros agrimensores e cartógrafos. As atribuições profissionais são praticamente as mes-mas e vários cursos já usam as duas denominações. Boa parte dos profissionais de ambos os lados está conversando, procurando deixar para trás eventu-ais diferenças no passado e construir um modelo associativo, renovado e alinhado às demandas do Século 21. Por hora, os debates sobre o tema estão acontecendo via redes sociais. Existe um grupo so-bre este assunto na rede GeoConnectPeople.org e irá acontecer o 1° Encontro Nacional de Enge-nheiros Agrimensores e Cartógrafos no dia 19 de junho de 2013, como uma das atividades paralelas ao MundoGEO#Connect LatinAmerica 2013.

APrOxIMAr UNIVErSIDADES, GO-VErNO E EMPrESAS DE GEO

Durante o MundoGEO#Connect Latin- America 2013 também vai acontecer o 1° En-contro de Integração Governo, Universidade e Empresas de Geomática, um evento que tem como proposta incentivar a conexão en-tre empresários e acadêmicos na geração de conhecimento e soluções inovadoras para as necessidades do governo e a sociedade em geral.

GEO ShOrT TALkS - PALESTrAS rELâMPAGO

Durante o evento haverá um espaço inédito de apresentações de alguns minu-tos, também chamadas de “Lightning talk”

NOVIDADES DO EVENTO MUNDOGEO#CONNECT 2013Conferência e Feira de Geomátia e Soluções Geoespaciais acontece de 18 a 20 de junho em São Paulo

ou “conversas curtas” (short talks). Estes espaços serão preenchidos por profissionais especialistas, usuários, acadêmicos ou estudantes que tenham seus resumos aprovados.

GESTOrES PúBLICOS DE GEOINFOrMAçãO SE OrGANIzAM

O Ministério e Planejamento e o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), através da Comissão Nacional de Cartografia (Concar), estão realizando eventos e ações relacionadas à disseminação da In-fraestrutura Nacional de Dados Espaciais (Inde) aos diversos órgãos governamentais federais e estaduais. Regularmente estão sendo realizados Fóruns Intergo-vernamentais de Gestores de Geoinformação, com o objetivo de promover a articulação entre institui-ções de governo que usam os dados geoespaciais no processo de planejamento, monitoramento de programas, projetos e políticas públicas. Algumas destas experiências serão compartilhadas no evento MundoGEO#Connect LatinAmerica 2013.

GEOExPOrTA MundoGEO está em contato com a Agência Bra-

sileira de Promoção de Exportação e Investimentos (Apex Brasil) visando a elaboração conjunta de um projeto de promoção internacional das empresas brasileiras que desejem exportar seus produtos e serviços diretamente ou através de parcerias com empresas de outros países. No início de 2013 será feita uma reunião em Brasília com os empresários interessados em participar de eventos, road sho-ws e rodadas de negócios no exterior. Este proje-to terá espaço especial de divulgação no evento MundoGEO#Connect LatinAmerica 2013.

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AMAzôNIA GANhA CUrSO DE ENGENhArIA CArTOGráFICA E DE AGrIMENSUrA

A Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA) contará, a partir de 2013, com a primeira turma do curso de graduação em Engenharia Cartográfica e de Agrimensura. Com 50 vagas no período diurno, este será o primeiro curso da modalidade da região Amazônica e, se-gundo levantamento feito recentemente pela revista MundoGEO, o curso será também o único nas regiões Norte e Centro-Oeste do país.

NAVEGANDO

A Lockheed Martin testou os primeiros quatro satélites da terceira geração do

GPS. Ao todo, a Força Aérea Americana vai adquirir 32 satélites GPS iii

A triMbLe anunciou alianças estratégicas com bentLey e aveva, aumentando

sua presença no setor de softwares para modelagem 3D e processamento

de dados laser

A bentLey adquiriu os softwares MicroProtoL e SPecWave,

aumentando seu portfólio de soluções para engenharia e infraestrutura

O aMazonia-1, primeiro satélite de observação terrestre desenvolvido

no Brasil, será lançado em 2013 e terá assessoria técnica da empresa aMS

kePLer, que já participa do programa Cbers

O conSórcio GeoeSPaciaL aberto (oGc) anunciou que deniSe

Mckenzie assumiu o cargo de Diretora Executiva de Marketing e Comunicações

A hiParc GeotecnoLoGia finalizou a aquisição dos ativos da infoStrata, empresa do grupo Vale, com foco em

sensoriamento remoto e desenvolvimento de sistemas

A autodeSk adquiriu o Qontext, software para colaboração social

desenvolvido pela Pramati Technologies, da Índia, para adicionar novos recursos à

plataforma autodeSk 360

A triMbLe braSiL doou 80 licenças dos softwares SketchuP e tekLa

para a Faculdade de Engenharia Civil da unicaMP, somando cerca de

2 milhões de reais

O Grupo hexaGon adquiriu parte das ações da companhia North WeSt GeoMaticS, provedora de dados de mapeamento aéreo e geoespaciais

MMA ADQUIrE IMAGENS DE SATéLITE PArA O CADASTrO AMBIENTAL

A partir de dezembro deste ano, as imagens captadas pela constelação de satélites Ra-pidEye vão apontar a situação nos 5,2 milhões de imóveis rurais que existem no país. Com as informações, será possível identificar as Áreas de Preservação Permanente (APP) e de Re-serva Legal (RL) em cada propriedade e acompanhar a recuperação da cobertura vegetal onde a Lei exigir.

O contrato foi assinado em novembro pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA) e pela Santiago & Cintra Consultoria, que irá entregar as imagens captadas ao longo de 2011. O acordo custou aos cofres do governo 28,9 milhões de reais.

Como a contratação do serviço prevê o compartilhamento das imagens com outros mi-nistérios e órgãos do governo federal, o material captado também poderá ser usado para o Censo Agropecuário, previsão de safra agrícola e para o acompanhamento de queimadas e desmatamento ilegal em unidades de conservação.

DECrETONovas regras de regularização ambiental foram publicadas pelo Decreto 7.830, de 17 de

outubro de 2012. A legislação dispõe sobre o Cadastro Ambiental Rural (CAR) e o Programa de Regularização Ambiental (PRA), estabelecendo as regras gerais e instrumentos de im-plantação e integração das informações, em âmbito nacional, de planejamento ambiental e econômico do uso do solo brasileiro.

ChINA LANçA NOVOS SATéLITESEm setembro a China lançou com sucesso dois novos satélites para compor seu próprio

sistema de navegação e posicionamento, chamado de Beidou ou Compass. O lançamento, feito no último dia 19 de setembro, enviou os satélites 14 e 15 em órbita, a partir do sudo-este da China, em um foguete March-3B. Em 2012 a China já lançou cinco satélites Beidou, incluindo os novos enviados na última semana.

SENSOrIAMENTO rEMOTOO país também enviou para sua órbita, em novembro, o terceiro satélite da constela-

ção Environment I, aumentando a capacidade do país para monitoramento ambiental e previsão de desastres. O satélite radar vai se juntar a outros dois satélites ópticos que estão em operação desde setembro de 2008.

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21

NOVOS SATéLITES GALILEO EM órBITAOs satélites três e quatro do sistema Galileo foram postos em órbita no dia 12 de

outubro, a partir da base de lançamentos da Guiana Francesa. Estes veículos juntaram--se ao primeiro par de satélites, lançado um ano antes, concluindo a Fase de Validação (IOV, na sigla em inglês) do programa Galileo. Agora, com quatro satélites idênticos em órbita, a Agência Espacial Europeia (ESA, na sigla em inglês) poderá demonstrar a capacidade completa do Galileo, antes da implantação dos satélites operacionais.

A fase de Capacidade Operacional Plena do Galileo (FOC, na sigla em inglês) terá 30 satélites, e estará completa até 2018.

NOVA FErrAMENTA PErMITE ANTECIPAr DESASTrES NATUrAIS

Uma nova ferramenta desenvolvida pelo Instituto Tecnológico Simepar, localizado em Curitiba (PR), vai melhorar o acompanhamento das chuvas que ocorrem no Paraná e regiões vizinhas. Depois de três anos de pesquisa, o Instituto lançou o Sistema Integrado de Estimativas de Chuva (Siprec), que associa a rede de estações pluviométricas a um satélite e dois radares, e permite apurar as chuvas ocorridas em áreas delimitadas.

De acordo com Leonardo Calvetti, meteorologista e pesquisador do Instituto, a principal mudança é que o Simepar não depende mais apenas da rede de pluviômetros, que estão instalados em mais de 50 cidades, nas estações meteorológicas e hidrológicas. “A identifica-ção das chuvas é feita por dois sistemas: o de pluviômetros, que faz a medição pontual, e o de sensoriamento remoto, que usa os radares e satélite e cobre as áreas que não possuem os pluviômetros”, explica.

COMPETIçãO PrEMIA MELhOrES PrOJETOS DE NAVEGAçãO POr SATéLITESA 9ª edição da Competição Europeia de Navegação por Satélites (ESNC, na sigla em inglês) anunciou em outubro a lista de ganhadores. Além do prêmio principal, chamado de “Galileo Master”, a competição entregou ainda 24 troféus para os projetos vencedores das etapas regionais e cinco prêmios especiais. Este ano, o projeto vencedor da competição veio de Portugal, da Universidade de Porto. O sistema apresentado é usado para navegação interna em smartphones.

BrASILO prêmio regional do Brasil em 2012 foi para Arlei Benedito Macedo e sua equipe do SIG-Ribeira, que apresentaram um sistema colaborativo de geoinformação, desenvolvido para o gerenciamento de emergências em computadores móveis. O Brasil, que conta como organizador regional oficial o MundoGEO, teve oito projetos cadastrados em 2012.

INFO www.galileo-masters.eu

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22 MundoGEO 70 | 2012

A revista MundoGEO traz as principais novidades em padrões e servi-ços disponibilizados pelo Consórcio Geoespacial Aberto (OGC, na sigla em inglês). O OGC é uma consórcio internacional que reúne mais de 450 companhias, agências governamentais e universidades com o objetivo comum de desenvolver padrões.

PADrõES PArA WEB E rEALIDADE AUMENTADAO OGC lançou os padrões SensorML 2.0 e Augmented Reality Markup

Language (ARML 2.0). O primeiro é uma linguagem legível por máquinas, para descrever sensores de localização e descrever processos de medi-ção. O SensorML é um componente chave da família Sensor Web Ena-blement (SWE), que integra informações da Web em diversas aplicações geoespaciais.

Já o Augmented Reality Markup Language fornece um formato de in-tercâmbio para aplicações de realidade aumentada para descrever e inte-ragir com objetos, com foco em computação móvel. O padrão descreve os objetos virtuais que são colocados no foco da realidade aumentada, bem como o registro dos objetos virtuais no mundo real, e permite a interação e a modificação dinâmica da cena da realidade aumentada.

OGCOGC

PArCErIA PrEVê MELhOrIAS NA CErTIFICAçãO DE IMóVEIS rUrAISOs presidentes do Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea) e do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), se reuniram recentemente para tratar da Certificação de imóveis rurais, com foco no Termo de Cooperação Técnica firmado entre o Instituto e o Exército Brasileiro em novembro de 2011. O documento prevê a análise de processos de Certificação de imóveis que tramitam nas superintendências regionais do Incra e que contam com o trabalho de técnicos e engenheiros contratados pelo Exército para agilizar o serviço, que abrange a apreciação de aproximadamente 19,5 mil processos. Entre outras ações, o plano prevê que o Confea contribua com a qualificação dos quase 6 mil profissionais de engenharia credenciados no Incra.

IBGE APrESENTA SEU ESPAçO DE INTEGrAçãO COM OS EDUCADOrESO Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apresentou o seu espaço de integração com os professores do Brasil, uma atualização do site Vamos Contar, que reúne informações sobre o país, orientações e propostas didáticas que ajudem a levar para a sala de aula a linguagem estatística e cartográfica.

O espaço, que em sua primeira versão, estava vinculado apenas ao Censo Demográfico, contempla agora uma ampla abrangência temática e o exercício didático sempre renovado em todas as disciplinas de educação infantil e fundamental. O site está aberto, também, à participação ativa dos professores para sugestões e relatos de experiências pedagógicas, através do Blog do Professor.

INFO vamoscontar.ibge.gov.br

SATéLITE MAPEIA A GrAVIDADE PArA FOrMAr NOVO GEóIDE DA TErrA

O satélite Goce, pertencente à Agência Espacial Europeia (ESA, na sigla em inglês), está em órbita desde março de 2009 para mapear a gravidade do planeta com preci-são. Embora a missão planejada já

tenha sido concluída, o consumo de combustível foi muito mais baixo do que o previsto pela ESA, devido à baixa atividade solar ao longo dos últimos dois anos, o que permitiu à Agência prolongar a vida do Goce, para melhorar a qualidade do modelo de gravidade.

O primeiro geóide produzido com base em medições de gravidade do Goce foi lan-çado em junho de 2010. O geóide é a superfície de um oceano global ideal, na ausência de marés e correntes, formado apenas por gravidade. O modelo é uma referência funda-mental para a realização de medições precisas da mudança de circulação dos oceanos, do nível do mar e das dinâmicas do gelo.

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24 MundoGEO 70 | 2012

LANÇAMENTOS

GEOMETRÓPOLESO Observatório das Metrópoles lançou, em novembro, a nova versão do sistema de informações geográficas GeoMetrópoles. A ferramenta foi desenvolvida com o propósito de reunir em um só plano de informação dados espaciais sobre os mais diversos temas (demográficos, sociais, econômicos, ambientais) relacionados às regiões metropolitanas do Brasil. O GeoMetrópoles é um sistema aberto e de atualização permanente a fim de possibilitar o acesso e a produção democrática de dados quantitativos e qualitativos referentes à temática urbana e metropolitana. Hoje, o sistema oferece uma organização das informações de maneira que sua apresentação facilite ao mesmo tempo a visualização dos elementos da dinâmica espacial metropolitana, a construção de mapas temáticos e a análise espacial através das diferentes ferramentas de geotecnologia, oferecendo maior autonomia na utilização por pesquisadores não especializados.

INFO http://geometropoles.net

MAPUBLISHER 9.1A Avenza Systems lançou o MAPublisher 9.1 para Adobe Illustrator, um software para criação de mapas a partir de dados GIS. Com a ferramenta, é possível utilizar as opções de design gráfico do Adobe Illustrator para manipular dados GIS e produzir mapas com alta acurácia. A versão 9.1 possui novas funções, como a possibilidade de exportar mapas em HTML 5 para web, compatíveis com aparelhos móveis como tablets e smartphones, e conta com melhorias na performance e na interface com o usuário.

INFO www.avenza.com/mapublisher

A Leica GeoSySteMS lançou a câmara de médio formato Leica

rcd30 obLíQua, projetada para aplicações de alta precisão

de mapeamento 3D urbano

A Pci GeoMaticS anunciou o lançamento de versões para Linux do GeoMatica 2013,

software para processamento de imagens

A venezueLa lançou seu segundo satélite de

observação da Terra, feito em cooperação com a china, com

um custo de 140 milhões de dólares

A eSri disponibilizou o visualizador Web cityenGine

para ArcGIS Online, permitindo que qualquer pessoa com um

navegador habilitado para WebGL navegue e explore

cidades e ambientes 3D criados no cityenGine 2012

A MicroSoft apresentou, durante o Intergeo, a nova

câmera aérea digital uLtracaM faLcon para fotogrametria

A MaPtek lançou o setembro o i-Site 8810, um laser scanner resistente, adequado para uso

em mineração

O LMS-Q780, novo laser scanner aéreo de longo

alcance da empresa rieGL, foi apresentado durante o

Intergeo

A SuPerGeo technoLoGieS lançou o MobiLe cadaStraL GiS 3.1, aplicativo móvel para sistema

Android que faz o cadastro de dados GIS em campo

SOMABRASILA Embrapa Monitoramento por Satélite apresentou o SomaBrasil, Sistema de Observação e Monitoramento da Agricultura no Brasil, uma ferramenta para monitoramento das atividades agropecuárias, que integra dados tabulares e informações geradas por satélites, capaz de fazer uma radiografia do Brasil. O sistema integra bases de dados de recursos naturais e agricultura provenientes de várias fontes num único ambiente. Disponível na forma de WebGIS, permite ao usuário não especializado interagir com essa base de dados por meio de consultas básicas e avançadas de forma dinâmica, podendo selecionar e cruzar informações e construir mapas de acordo com cada interesse.

INFO www.cnpm.embrapa.br/projetos/somabrasil

Page 25: Revista MundoGEO 70

25

MAPINFO PrOFESSIONAL 11.5A Pitney Bowes Software, fornecedora de serviços e soluções de comunicação, análise e dados de clientes, anuncia o lançamento do MapInfo Professional 11.5, uma versão mais aprimorada do produto para inteligência de localização. A nova versão possui melhorias no navegador e nas janelas de legenda, que melhoram a usabilidade e a eficiência. Além disso, os usuários do MapInfo Professional agora podem publicar mapas na nuvem, permitindo o compartilhamento e análise com colegas ou clientes, utilizando MapInfo Stratus, parte integrante da suíte MapInfo.

INFO www.pb.com/software

GVSIG DESkTOP 1.12A Associação gvSIG, desenvolvedora do projeto gvSIG, anuncia que a versão 1.12 do software de informação geográfica já está disponível. As principais novidades incluem melhorias gerais na usabilidade do software, tais como janela de visualização maximizada por padrão, cores aleatórias, tamanhos fixos nas camadas, abertura de arquivos de qualquer formato, zoom mais amigável e localizador de janelas; correções de erros no driver do PostGIS; traduções para os idiomas khmer e Persa; compatibilidade com dados de formatos WMS 1.3 e kML (última versão).

INFO www.gvsig.org

GEOTIFFO OGC lançou em outubro o GeoTIFF, uma extensão disponível para os padrões GML Coverages 1.0 (GMLCOV) e Web Coverage Service 2.0 (WCS). O padrão de codificação Geography Markup Language (GML) é uma ferramenta de XML muito utilizada para codificar dados geoespaciais de todos os tipos. Já o Coverages, que pode ser usado junto ao GML, associa posições dentro de um espaço limitado para apresentar valores de atributos. Exemplos destas coberturas geoespaciais incluem imagens da Terra, rasters georreferenciados e não georreferenciados, grades curvilíneas e nuvens de pontos.

A extensão GeoTIFF fornece uma maneira de codificar dados geoespaciais que estão representados em outros formatos de codificação que não sejam GML, como GeoTIFF por exemplo.

INFO www.opengeospatial.org

FARO SCENE 5.1A Faro Technologies, desenvolvedora de tecnologias para medição em 3D, lançou o Faro Scene 5.1, nova versão do software para processamento de dados do Laser Scanner Focus 3D. Novos recursos disponíveis ajudam a simplificar processos e a reduzir o tempo de processamento em até 50%, através da seleção de partes mais relevantes para o projeto. A versão também permite que os usuários salvem seus escaneamentos como arquivos de fotos, em formato TIFF, para visualizar e compartilhar dados sem a necessidade de um software CAD que interprete nuvens de pontos.

INFO www.faro.com

ATLAS DO ESPAçO RURALO Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) lançou o Atlas do Espaço Rural Brasileiro, uma publicação que integra dados do Censo Agropecuário 2006 e das pesquisas populacionais, sociais, econômicas e ambientais do Instituto, oferecendo-lhes uma dimensão espacial, com o objetivo de retratar a complexa realidade territorial do campo brasileiro.

INFO www.ibge.gov.br

TrIMBLE NA INTErGEOA Trimble, desenvolvedora de soluções para posicionamento e localização, apresentou novos produtos e softwares durante as conferência Intergeo e Trimble Dimensions, realizadas recentemente na Alemanha e Estados Unidos, respectivamente.

Uma nova versão do software Inpho foi lançada, para produção de dados de fotogrametria aérea e escaneamento a laser. Com novos recursos, o Inpho 5.5 introduz ferramentas específicas para manusear imagens produzidas com Veículos Aéreos Não Tripulados (VANTs), sendo capaz de enfrentar desafios de calibração da câmera e qualidade de imagem. Ainda durante o Intergeo, foram anunciadas novas versões dos softwares eCognition para análise de imagens, e do Trident, trazendo novas ferramentas para análise geoespacial, com aplicações em sensoriamento remoto, mapeamento móvel e levantamentos.

Entre outros lançamentos, a Trimble apresentou também um aplicativo móvel para smartphones, para coletar dados utilizando GPS; e os aparelhos Geo 5 e Juno 5 para aplicações GIS no campo.

INFO www.trimble.com

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MundoGEO 70 | 201226

LAUC E EU ESrIDois eventos agitam o mercado de GIS e reúnem a comunidade de usuários da Esri na América Latina. O MundoGEO esteve lá e traz informações exclusivas

Por Eduardo FrEitas E EmErson GranEmann

ESRI

São Paulo e Buenos Aires foram palco de dois encon-tros nos quais a comunidade de usuários da Esri pode

estar em contato com as últimas novidades da compa-nhia. A presença de Jack Dangermond, no Brasil, e de Dean Angelides e Ismael Chivite, na Argentina, mostra a importância da América Latina para a Esri e ressalta o peso que a economia da região tem para a empresa.

A revista MundoGEO apoiou e esteve presente nos dois eventos, e traz informações exclusivas para seus leitores.

LAUCRealizada em conjunto com a empresa Aeroterra, a

Conferência Latino Americana de Usuários Esri (Lauc, na sigla em inglês) teve mais de mil participantes – se-

nas palestras, com muita descontração dos apresenta-dores, sem deixar de lado a objetividade em mostrar as novas funcionalidades do ArcGIS, que a cada dia fica mais simples e acessível, tanto aos especialistas como para o usuário comum.

A programação de dois dias da Conferência contem-plou uma Sessão Plenária com a destacada participação de Sergio Massa, prefeito do Município de Tigre, da pro-víncia de Buenos Aires; e apresentações de especialistas da indústria do GIS que expuseram sobre o presente e o futuro desta tecnologia.

Uma das principais apresentações, a palestra de Mas-sa teve como foco a implementação de uma plataforma tecnológica como base da gestão municipal em Tigre. “Não somos simplesmente usuários de uma imagem de satélite - há milhares de sistemas que nos permitem ver imagens de satélites -, mas nós somos usuários de um sistema que nos permite planejar melhor a vida de nossos cidadãos”, afirmou. “O governo que hoje não utiliza a tecnologia para colocá-la a serviço das pessoas, ou o Estado que não aproveita ao máximo os telefones inteligentes e a utilização de sistemas de geolocalização e serviços na web, são governos que condenam ao fracasso e ao passado a sua sociedade; se suicidam em termos de capacidade de prestação de serviços”, concluiu.

Na abertura da Lauc, o presidente da Aeroterra, Edu-ardo Viola, deu as boas vindas e mostrou a visão da empresa para o futuro do GIS. Em seguida falou Dean Angelides, diretor da Esri, propondo um novo olhar so-bre o geoprocessamento. Dean afirmou que “mapas na nuvem são o novo meio para o ArcGIS”.

Completando o time de experts da Esri, Ismael Chivi-te mostrou como o ArcGIS deve ser visto como uma pla-taforma para toda a corporação, enquanto Julie Powell, ken Gorton e Carlos Cardona fizeram demonstrações em tempo real de todas as funcionalidades do ArcGIS 10.1 e ArcGIS Online. Alguns dos especialistas em GIS da Aeroterra também participaram das demonstrações, como Tomás Donda e Omar Baleani. E, ao final da ses-são plenária foi a vez de Pedro Barbero, da Aeroterra Uruguai, mostrar como o GIS está evoluindo na região, através de alguns casos de sucesso.

A presença de Jack

Dangermond, no Brasil, e de

Dean Angelides e Ismael Chivite, na

Argentina, mostra a importância da

América Latina para a Esri e

ressalta o peso que a economia

da região tem para a empresa

gundo a organização - entre congressistas, expositores e colaboradores, nos dias 4 e 5 de outubro. O evento foi realizado no Centro de Convenções da Universida-de Católica Argentina, em Puerto Madero, uma região turística de Buenos Aires.

O ambiente acolhedor se fez presente nas confrater-nizações – com direito a “Empanada Party” - e também

EntrevistasConfira entrevistas

exclusivas em vídeo com Ismael Chivite

e Eduardo Viola, em www.youtube.com/

mundogeo

Divulgação

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27 MundoGEO 70 | 2012

“A nuvem vai quebrar todas as barreiras entre os fluxos de trabalho, disciplinas e culturas”Jack Dangermond

A apresentação de Chivite, aliás, foi um dos pontos altos do dia. Segundo ele, “o ArcGIS Online é o ponto nevrálgico da nova forma de se ver o ArcGIS. Os mapas são o centro de tudo!”. Para Chivite, “um bom mapa é aquele que conta uma história”.

No fechamento da plenária houve um momento de grande emoção, com a entrega do Prêmio Lasag para as empresas Sancor Seguros (Argentina), Esbio (Chile), AngloGold (Colômbia), Secretaria de Segurança Pública Federal (México) e MGap (Uruguai), e uma condecora-ção especial para o agrimensor José Maria Ciampagna, pelos vários anos de contribuição à difusão das geotec-nologias na Argentina.

Além da plenária, workshops e diferentes tracks apre-sentados pelos especialistas da Esri e da Aeroterra, em cinco salas simultaneamente, proveram toda a infor-mação de interesse da audiência entre os dois dias do evento. A participação de especialistas e profissionais relacionados ao GIS fez da Lauc um lugar para colaborar, conectar e inspirar o conhecimento dos participantes e suas habilidades em GIS.

EU ESrISão Paulo, por sua vez, contou com o Encontro de

Usuários da Esri Brasil (Eu Esri), com a presença de Jack Dangermond, presidente e fundador da companhia. Com o tema “Conectados ao mundo pela Geografia”, o evento foi uma excelente oportunidade para os pro-

- que puderam aproveitar a programação com mais de 80 apresentações entre casos de sucesso, demonstra-ções e palestras técnicas. Representantes de mais de 250 empresas e órgãos públicos nacionais puderam compartilhar experiências e melhores práticas do uso da tecnologia GIS, graças às trilhas de conteúdo focadas nos setores de agricultura, educação, energia, floresta, governo, meio ambiente, mineração, óleo e gás, sane-amento e telecomunicações.

Os participantes puderam ainda conversar com os especialistas da Esri que compartilharam as novidades e as tendências do GIS, além dos destaques trazidos diretamente da Conferência Mundial dos Usuários Esri 2012, que aconteceu em julho em San Diego, nos Esta-dos Unidos. Dentre eles, estavam: Bill Meehan, Diretor de Utilities; Adam Pittman, Estrategista de Engenharia de Soluções para Óleo & Gás; Julie Powell, Gerente Téc-nica do ArcGIS for Server; e Carlos Cardona, Arquiteto de Soluções da Esri.

Na abertura do Eu Esri 2012, o presidente da Ima-gem, Enéas Brum, fez uma apresentação inspirada sobre como chegamos até aqui e para onde vamos. Logo após, o índio kokoró Mekrãgnoti mostrou como as tecnolo-gias GPS e GIS são usadas na sua tribo para a preservação de áreas indígenas (ver box).

Na sequência, Enéas anunciou a presença do “caci-que” Jack Dangermond, que pisou no palco do Eu Esri para mostrar o posicionamento e as novidades da em-presa para sua imensa comunidade de usuários. Segun-do Dangermond, o GIS está cada vez mais se tornando uma infraestrutura social, já que a geoinformação não é algo independente, mas parte de algo maior. Para ele, o GIS – assim como a própria Esri – está em um ponto importante de inflexão, com mudanças substanciais previstas para os próximos cinco anos.

E o maior responsável por toda essa mudança é o GIS na nuvem, que permite a disponibilização de fer-ramentas geoespaciais para todos, já que integra todo tipo de informação, sejam elas geoespaciais ou não. “A nuvem vai quebrar todas as barreiras entre os fluxos de trabalho, disciplinas e culturas”, afirmou. Dangermond propõs, então, uma abordagem holística, introduzindo a ideia do uso da geografia como uma plataforma para toda a organização.

Quanto à interação com a comunidade, Danger-mond comentou sobre o time de desenvolvedores que trabalha na Califórnia recebendo feedback dos usuários e melhorando os sistemas a cada versão. Ele fez também um paralelo entre a aquisição de um iPhone e o aces-so ao iTunes. De acordo com Jack, quando adquire-se uma licença do ArcGIS, compra-se também o acesso a milhões de dólares em conteúdo geográfico, como por exemplo imagens de satélite.

fissionais de GIS estarem em contato com especialistas da Imagem e da Esri e se atualizarem sobre o que há de mais novo na tecnologia.

Em sua terceira edição, o evento contou com a pre-sença inédita de Jack Dangermond, reunindo público de mais de 750 participantes – segundo a organização

Rodrigo Prevatto

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Dangermond apresentou alguns números impres-sionantes sobre o mercado de GIS. Segundo ele, são gerados 100 mil mapas por dia no ArcGIS Online e a previsão é que este número passe de 1 bilhão no próxi-mo ano. Ele falou, ainda, sobre as novidades que estão por vir no ArcGIS, como o geoprocessamento online, aplicativos desconectados, 3D móvel, conteúdo adi-cional, mais templates, entre outras. Para finalizar, des-tacou que em um momento de recessão econômica, a geografia torna-se cada vez mais importante como linguagem universal.

Após a palavra do presidente, Sérgio Barbosa, da Agência Nacional de Águas (ANA), fez uma demonstra-ção do uso do ArcGIS Online como base para a publi-cação das informações sobre saneamento e deu como exemplo o Sistema Nacional de Informações sobre Re-cursos Hídricos (SNIRH), disponível em www.snirh.gov.br. O Eu Esri também entregou um prêmio ao Departa-mento Nacional de Produção Mineral (DNPM), represen-tado por Sandra Pedrosa, que falou sobre o Sigmine, um sistema online de referência na busca de informações atualizadas relativas às áreas dos processos minerários cadastrados no Departamento.

Além dos especialistas da Esri, os técnicos da Ima-gem fizeram várias demonstrações sobre o ArcGIS

10.1 e o ArcGIS Online, com foco no uso corporativo. Ao longo dos dois dias de evento, os participantes aproveitaram as ilhas de produto, nas quais experts do Centro de Suporte Técnico da Imagem estavam à disposição para auxiliá-los em dúvidas sobre o Arc- GIS. Além disso, o Eu Esri 2012 contou com o Espaço “Transforme seu Mapa”, no qual os profissionais pu-deram ter uma mini consultoria focada em apoiá-los quanto ao uso de dados geográficos.

COMUNIDADE CONECTADADe acordo com Richard Dalaqua, mediador da lis-

ta de discussão ArcGIS-Brasil, algumas das principais novidades do ArcGIS 10.1 e das próximas versões são as ferramentas para manipular dados Lidar, vídeos ge-orreferenciados em tempo real, melhorias contínuas nas funcionalidades 3D, servidores trabalhando com 64 Bits, ArcGIS para Mac, implementações no ArcGIS para Android e iOS, integração com dados de GPS e kML, entre outras.

Com uma comunidade de milhões de pessoas ao redor do mundo e o olho no futuro, a Esri se re-inventa e coloca a nuvem como ponto de convergência para suas soluções. Se o GIS está em um ponto de inflexão, o que diremos dele nos próximos cinco anos?

Ao contrário da grande maioria dos povos indíge-nas brasileiros, os kayapó viviam tradicionalmente longe dos grandes rios, onde a pesca abundante ga-rantia uma fonte segura de proteína. Esta distância fez com que a caça fosse sua principal fonte protéica, associada a uma lavoura de subsistência de relativa diversidade, em que a mandioca e as frutas tropicais têm papel fundamental.

Essas circunstâncias tornaram os kayapó mestres nas artes da caça, inicialmen-te com bordunas e flechas, e com armas de fogo tão logo tiveram acesso a elas. A ne-cessidade de grandes áreas para garantir seu modo de vida tradicional, altamente dependente dos recursos naturais de seus territórios, levou os kayapó a um per-manente estado de guerra

kAyAPó MEkrãGNOTIPés Na Terra, Olhos No Futuro

com seus vizinhos, em disputa territorial anterior à pró-pria chegada dos europeus.

Os primeiros registros do grupo relacionam os kaya-pó à bacia do Tocantins, mas o encontro com as primei-ras frentes de expansão no início do Século XIX e os resultados desastrosos desse verdadeiro confronto de civilizações determinou seu deslocamento para o oeste. Evitando esse contato enquanto possível, os primeiros grupos a estabelecerem alguma forma de intercâmbio com os estrangeiros de pele clara, fascinados pelos ob-jetos que esses dispunham, não sobreviveram para ver a chegada da segunda leva de pioneiros da sociedade brasileira, representados pelos soldados da borracha, nas primeiras décadas do século XX.

Esse movimento migratório fez com que os kaya-pó Mekrãgnoti passassem a ocupar as extensas áre-as de florestas tropicais no interflúvio Tapajós-Xingu, estabelecendo-se nas partes altas das bacias dos Iiri e Jamanxim, na vertente nordeste da Serra do Cachimbo. A partir dos anos 50, o governo brasileiro decidiu impor uma política de “pacificação” dos índios mais arredios do sertão. Em setembro de 1957, uma frente de atração da Fundação Nacional do Índio (Funai), chefiada pelo sertanista Francisco Meirelles, estabeleceu contato com o grupo que hoje ocupa as Terras Indígenas (TI) Baú e Menkragnoti, no sudoeste do Pará.

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O início da abertura da rodovia Cuiabá-Santarém (BR-163) em 1970, em tempos de “integrar para não en-tregar”, veio perturbar ainda mais a frágil estabilidade que marcava o domínio sobre o território tradicional das diferentes etnias que compartilhavam a região. A conclusão das obras da rodovia, em outubro de 1976, trouxe grandes modificações à região, atuando como vetor de um intenso fluxo migratório. A presença desses migrantes instados a remover a floresta para garantir a posse da terra, deu início a um ciclo de destruição que afetou de uma forma nunca vista a vida dos kayapó, com diversos episódios de conflitos violentos e uma postu-ra, incentivada por agentes econômicos e por setores do próprio governo, de tratar as populações indígenas como inimigos do desenvolvimento.

O fato de esse discurso ainda hoje encontrar eco na atuação do estado brasileiro quando se trata do desen-volvimento da Amazônia e do próprio país, depois de quase 30 anos desde o fim do ciclo militar, soa como uma amarga ironia para quem analisa a situação de longe. Para os kayapó, só reforça as dificuldades que enfrentam no seu relacionamento com a sociedade envolvente.

Os anos 80 e 90 foram marcados pela luta pela posse do território que hoje compreende as TIs Baú e Menkrag-noti, processo que de forma alguma foi tranquilo, cul-minando, em 2008, com a desafetação de mais de 340 mil hectares do extremo leste da região Baú, como al-ternativa para evitar um conflito armado entre índios e fazendeiros.

Em 2002, iniciaram-se os estudos para o licenciamen-to ambiental do projeto de pavimentação da BR-163, e a proximidade dessa rodovia com os limites das TIs fez com que os kayapó fossem incluídos no processo, haja vista a expectativa de novas pressões decorrentes do rearranjo da economia da região frente à perspectiva do asfaltamento da rodovia. Em função disso, o processo de licenciamento estabeleceu a necessidade de um Projeto Básico Ambiental (PBA) voltado especificamente para as TIs mais próximas da rodovia.

Em 2006 o PBA foi elaborado em conjunto com as comunidades indígenas envolvidas. Foi então estabele-cido convênio entre Funai e Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) e posteriormente, em 2010, firmado novo convênio entre Funai e Institu-to kabu, organização não governamental dos kayapó Mekrãgnoti com sede em Novo Progresso (PA), para execução do PBA especifico para os kayapó das TIs Baú e Menkragnoti.

O PBA apresenta um subprograma de proteção e fiscalização das TIs e um subprograma de coordena-ção e monitoramento, que inclui a implantação de um GIS capaz de não somente permitir uma autonomia na produção de mapas para as atividades rotineiras de fis-

calização, mas que também oferecesse uma ferramenta que contribuísse de maneira efetiva para uma melhor gestão dos recursos naturais das Tis.

A inclusão de um subprograma de monitoramento usando GIS é inovadora no âmbito desse tipo de proje-to. Para tanto, foi adquirido o ArcGIS 10 para o desen-volvimento do GIS e o TrackMaker Pro para a interface com as informações geradas a campo com a coleta de dados e uso de GPS.

Em junho de 2010 foi feita uma capacitação para o uso dos receptores GPS na aldeia Baú, congregando mais de 20 representantes das aldeias incluídas no PBA. Em outubro a Academia Imagem forneceu treinamen-to para a equipe técnica do Instituto kabu e indígenas, na sede da ONG.

Hoje, já existe uma rotina estabelecida para a pro-dução de mapas e incorporação de informações ao banco de dados, incluindo os resultados das ativida-des de rotina de fiscalização, como aspectos relacio-nados à gestão dos recursos naturais de suas terras e o desenvolvimento de análises espaciais para avaliar as pressões na região, como é o caso da avaliação dos resultados do Projeto Prodes no entorno das TIs, visan-do identificar os pontos mais vulneráveis a invasões, a partir dos dados de desmatamento mais recentes.

Em setembro de 2012 a equipe do Instituto kabu participou do Eu Esri e apresentou alguns resultados obtidos até o momento, tendo também uma participa-ção na plenária de abertura, quando o indígena kokoró Mekrãgnoti apresentou um pouco da luta de seu povo pela proteção de suas terras e da importância do uso das ferramentas de GIS.

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O ENCONTrO DE kOkOró E JACkkokoró Mekrãgnoti oferece a Jack Dangermond um presente em reconhecimento à ajuda das ferramentas Esri para a preservação ambiental da sua aldeiaAcesse o vídeo: http://youtu.be/tCVNyZZgws4

Os kayapó têm plena consciência do quanto será árdua a luta pela proteção de seu território e pela ma-nutenção de sua forma de vida tradicional. Sabem tam-bém que não podem evitar os estímulos da vida mo-derna sobre os jovens e o desejo de acesso a bens de consumo, como o restante da sociedade brasileira. O uso do GIS como ferramenta para a efetiva proteção de suas terras revela um pouco da sabedoria desse povo que, assim, se apropria do que há de mais moderno na sociedade tecnológica para garantir a perpetuação de sua cultura ancestral.

Com informações de Rodrigo Balbueno, biólogo com mestrado em ecologia pela UFRGS. Consultor do Instituto kabu.

+INFOhttp://kabu.org.br/2012www.mekragnoti.com.br

A inclusão de um subprograma de monitoramento usando GIS é inovadora no âmbito desse tipo de projeto

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VANTS Já SãO rEALIDADE NO BrASILSeminário sobre Veículos Aéreos Não Tripulados em São Paulo reuniu mais de 400 pessoas. Evento recebeu especialistas da Anac, USP e empresas do setor para debater o tema. Comunidade de geotecnologia busca clareza na regulamentação

Por alExandrE scussEl E Eduardo FrEitas

CAPA

Tema da matéria de capa da edição 60 da revista InfoGEO, quando ainda eram uma incógnita,

os Veículos Aéreos Não Tripulados (VANTs) já são uma realidade no setor de mapeamento, e agora o que se debate não são mais as possibilidades de aplicação, mas sim a qualidade dos produtos ge-rados, a automatização dos processos e a regula-mentação do setor.

Tecnologia que ganha cada vez mais usuários a cada dia, os VANTs podem ser usados para diversas aplicações, desde inteligência e defesa, até a produ-ção de mapas. Os modelos disponíveis atualmente - e também os em desenvolvimento - possuem dife-rentes características e sensores, e a melhor opção para cada uso ainda é desconhecida do público.

Para atender esta demanda do mercado, prin-cipalmente em relação às regras que regem o uso desta tecnologia, o MundoGEO - com o apoio de empresas e instituições do setor de geoinformação - realizou no dia 25 de outubro um seminário sobre VANTs para mapeamento. Com ampla participação da comunidade, o evento aconteceu no Bourbon Convention Ibirapuera, em São Paulo (SP).

Voltado para a geração de mapas, o encontro reuniu 412 participantes, sendo 120 presenciais e

120 pessoas estiveram presentes no Bourbon Convention Ibirapuera

292 online, com grande interação do público, que conheceu e discutiu temas relacionados à regula-mentação e oportunidades neste mercado, além das características e aplicações dos diversos tipos de VANTs com sensores para produção de informa-ções geoespaciais.

Além das apresentações sobre principais apli-cações e opções, entre VANTs de grande, médio e pequeno porte, o público pôde assistir uma apre-sentação feita por profissionais da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), que demonstraram como está a regulamentação brasileira. Lívia Camargos Rodrigues de Oliveira e Ailton José de Oliveira Jú-nior, especialistas em regulação de aviação civil da Anac, abordaram as normas vigentes para a opera-ção de sistemas de Aeronaves Remotamente Pilo-tadas (RPA, na sigla em inglês) no Brasil, incluindo quais tipos de operações podem ser autorizadas, o procedimento para tal e os rumos que a autorida-de pretende seguir com relação a este assunto, em curto, médio e longo prazo.

No Brasil, existem três documentos oficialmente emitidos que versam especificamente sobre VANTs. A Circular de Informações Aeronáuticas (AIC) N 21/10, de setembro de 2010, foi publicada pelo Departa-

No Brasil, existem três documentos oficialmente

emitidos que versam

especificamente sobre VANTs

Alexandre Scussel

Alexandre Scussel

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mento de Controle do Espaço Aéreo (Decea) e tem por finalidade apresentar as informações necessárias para o uso de VANTs no espaço aéreo brasileiro. Pode ser acessada em http://servicos.decea.gov.br/arquivos/publicacoes. Já a Decisão 127, de 29 de novembro de 2011, é uma autorização da Anac para operação aérea de RPA do Departamento de Polícia Federal: www2.anac.gov.br/biblioteca/decisoes/2011. Por sua vez, a Instrução Suplementar (IS) 21-002A, de outubro de 2012, orienta a aplicação da seção 21.191 do Regu-lamento Brasileiro de Aviação Civil (RBAC) 21 para emissão de Certificado de Autorização de Voo Experi-mental (Cave) para RPA de uso experimental (pesqui-sa e desenvolvimento, treinamento de tripulações e pesquisa de mercado). Estes documentos podem ser baixados em www2.anac.gov.br/biblioteca/IS/2012/IS%2021-002A.pdf e www2.anac.gov.br/biblioteca/resolucao/2011/RBAC21EMD01.pdf.

Na abertura do seminário, Onofre Trindade Junior, Pesquisador da Universidade de São Paulo (USP) mos-trou quais os tipos desenvolvidos atualmente, como esta nova tecnologia pode ser aplicada para cada tipo de uso, além de demonstrar os principais senso-res que podem ser embarcados. O público conheceu mais sobre como é feito o desenvolvimento de aero-naves, hardware e software com padrão aeronáutico, estações de controle e monitoramento, sistemas de comunicação, além de informações sobre a estrutura de aeronaves, novos conceitos do setor e principais projetos em desenvolvimento.

Segundo Onofre, há 15 anos o sonho era ver um avião voar sozinho, há 10 era que uma aeronave trou-xesse imagens de boa resolução e qualidade para solo e, hoje, o que se quer é que o avião entregue infor-mações prontas. Para ele, fazer uma classificação é difícil, pois as categorias de VANTs dependem de qual o ponto de vista. Por exemplo, sob o ponto de vista funcional, os VANTs poderiam ser classificados como alvo, reconhecimento, combate, logística, pesquisa, etc.. Já quanto ao alcance e altitude, podem ser clas-sificados segundo a tabela a seguir.

De acordo com Onofre, o mais importante é o au-mento da faixa de configurações e aplicações em re-lação às aeronaves tripuladas decorrentes da retirada do ser humano de bordo. Somente isto já resulta em: redução do peso máximo de decolagem, de 80 quilos para poucas gramas; economia de espaço, peso e ener-gia pela não necessidade de sistemas e acessórios para preservação da vida humana; e operação em novos ambientes, hostis ao ser humano, como por exemplo em locais com altas doses de radiação. Para Onofre, a classificação mais importante é saber a necessidade do projeto, as características do equipamento e se ele vai cumprir sua missão.

Além dos representantes da USP e Anac, completa-ram o quadro de palestrantes: Luciano de Oliveira Ne-ris, Diretor de desenvolvimento da AGX; Renato Tovar, Diretor da Avibras; Gabriel Santiago de Melo, Diretor Comercial da Somenge; Wimerson Bazan, Consultor em Aerofotogrametria da Alezi Teodolini; Giovani Amianti, Diretor da XMobots; Luiz Dalbelo, Gerente de Vendas da Santiago & Cintra; Ulf Bogdawa, Diretor da Skydro-nes; Pedro Donizete Parzzanini, Gerente Comercial da CPE Tecnologia; e Floriano Peixoto, Pesquisador da Uni-santa/Albatroz.

Uma das apresentações de destaque foi a de Wi-merson, que mostrou detalhes sobre o processamen-to de um bloco de imagens tomadas por VANT com o software Inpho, da Trimble. No case apresentado, fo-ram aplicadas técnicas fotogramétricas para geração de produtos como, por exemplo, um modelo digital de terreno com alta precisão e acurácia.

Segundo Onofre, as tendências hoje são as Mis-sões Orientadas Sensor Array (Mosa) e Flight Awa-reness (IFA), recursos que vêm sendo desenvolvidos cujo objetivo é que o avião entregue informações prontas, incluindo a geração automática de mapas temáticos. Algumas missões em desenvolvimento, hoje, são um localizador de disparos, um mapeador temático de pragas e culturas e um de pássaros mi-gratórios, além de um inspetor automático de quali-dade de pulverização. Para breve estão previstos um

Tipo Altitude (metros) Alcance (quilômetros)

De mão 600 2

Curto alcance 1.500 10

Tipo Otan 3.000 50

Tático 5.500 160

Male (altitude média, alcance longo) 9.000 Acima de 200

Hale (altitude alta, alcance longo 9.100 Indefinido

Hipersônico (Mach 1-5) 15.200 Acima de 200

Orbital Baixa órbita Indefinido

Há 15 anos o sonho era ver um avião voar sozinho, há 10 era que uma aeronave trouxesse imagens de boa resolução e qualidade para solo e, hoje, o que se quer é que o avião entregue informações prontas

Classificação de VANTs segundo altitude e alcance (Fonte: Onofre Trindade Jr.)

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inspetor automático de áreas de preservação ambien-tal, um mapeador temático para condição de rodovias, entre outras novidades.

COMO PrOCEDEr?Os especialistas da Anac explicaram como deve

ser a liberação para o trabalho com VANTs no Brasil. O primeiro passo é entrar em contato com a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), solicitan-do por escrito uma autorização para exploração do

MOSTrA DE VANTS

Passos para autorização da Anatel, Anac e Decea (Fonte: Anac)

Exposição de VANTs, realizada em paralelo ao seminário, demonstrou alguns modelos disponíveis no mercado

O evento contou também com uma exposição de alguns modelos disponíveis no mercado. Além do mapeamento, os VANTs podem ser úteis para resposta a desastres naturais e acidentes, já que possibili-tam agilidade não encontrada em aviões e na programação de ima-geamento por satélites. Eles podem ser usados, ainda, para visualizar em tempo real de movimentação de pessoas em grandes eventos, acompanhar fluxos de veículos, monitorar acontecimentos em áre-as de difícil acesso de forma muito rápida, entrar em áreas de risco de favelas para registrar movimentação suspeita, tudo isso online.

Esse tipo de aparelho possui um grande campo de aplicação, podendo ser empregado na detecção de manchas de óleo no oceano, rastreamento e identificação das praias em risco, mo-nitoramento de deslizamentos de terra, mapeamento e estudo de florestas e regiões de interesse ecológico, levantamentos de áreas rurais de aspectos agropecuários, medição da composição do ar e de níveis de poluição, inspeção de grandes estruturas, levantamento de ocupação urbana e prospecção topográfica, mineral e arqueológica.

serviço de telecomunicações e de uso de radiofre-quências. Este pedido pode ocorrer em paralelo ao requerimento à Anac.

Para solicitar uma liberação de operação experi-mental, deve-se solicitar à Anac um Cave, conforme a IS 21-002A. A operação estará sujeita a limitações operacionais estabelecidas no Cave e no requisito 91.319 do RBHA 91 quanto ao propósito da operação. No caso de uso com fins lucrativos, deve-se solicitar à Agência uma autorização especial de voo e subme-ter requerimento detalhando as características da operação pretendida e do projeto do RPA, de modo a demonstrar que o nível de segurança do sistema é compatível com os riscos associados à operação. O requerimento será analisado caso a caso pela área técnica da Anac e será apreciado pela Diretoria Co-legiada, que deliberará pelo seu deferimento ou não. Por fim, de posse da autorização da Anac, deve-se en-trar em contato com o Decea e solicitar a autorização para uso do espaço aéreo.

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DO LIMãO UMA LIMONADA...A palestra da Anac no seminário demonstrou

que o trabalho no setor de VANTs requer mui-ta responsabilidade, devido ao risco de aciden-tes. Por outro lado, mostrou que a Agência está atenta aos anseios da comunidade e que está trabalhando para regulamentar este setor, que está em plena expansão no Brasil e no mundo.

Após o dia de intensos debates, pôde-se con-cluir que os VANTs não somente substituem, mas ampliam a faixa de aplicações e configurações das aeronaves tripuladas. Além disso, senso-res cada vez mais sofisticados devem fazer dos VANTs o principal meio de transporte para sen-soriamento e, em um futuro próximo, serão o tipo predominante de aeronaves. Mecanismos como o IFA devem levar a segurança de voo a níveis inimagináveis de qualidade.

Em breve, a regulamentação do setor tende a ser mais clara. Segundo a Anac, os próximos passos são:

• Curto prazo - divulgação de um road-map brasileiro de RPAs e criação de um fórum presencial

• Médio prazo - desenvolvimento de um regulamento para permitir operações de RPAs com fins lucrativos

• Longo prazo - estabelecimento de re-quisitos para Certificação de tipo, or-ganização de produção e operacional e habilitação de piloto de RPAs

Paulo Carvalho, que participou do seminá-rio, sugeriu lançar um evento somente sobre regulamentação de VANTs. Outro participante, que não se identificou na pesquisa de opinião, sugeriu convidar também a Anatel e o Decea, já que são organizações envolvidas com a regula-ção do setor.

MISSãO CUMPrIDA“O evento atingiu os objetivos de esclarecer

melhor à comunidade questões importantes so-bre a tecnologia envolvida nas operações com VANTs, como o aparelho em si, os sensores e os softwares”, declarou Emerson Zanon Gra-neman, diretor e publisher do MundoGEO. “Os destaques foram os esclarecimentos quanto a classificação dos aparelhos, a importância do

treinamento dos pilotos remotos e as aplicações dos dados coletados pelos VANTs, que vão muito além do mapeamento. Além disso, ficou clara a pressão que o mercado do setor está exercendo, junto às entidades reguladoras das atividades aéreas, para que tanto os aparelhos nacionais e importados, bem como suas operações para fins lucrativos, sejam completamente regulamenta-das o mais breve possível”, concluiu.

O segundo seminário sobre VANTs acontecerá em junho de 2013, no Centro de Convenções Frei Caneca, em São Paulo, dentro da programação do MundoGEO#Connect LatinAmerica 2013 – Conferência e Feira de Geomática e Soluções Geoespaciais.

De acordo com Lucio Figueiredo Matias, Di-retor de Operações da Novaterra, este tipo de evento serve para que as agências reguladoras possam dar uma resposta mais rápida para a sociedade. “A MundoGEO marcou um ‘pontaço’, pois mostrou a capacidade de juntar mais de 400 pessoas ao redor deste assunto, na maioria das vezes tratado entre fabricantes e prestadores de serviços em número bem mais reduzido de pessoas”. Como este é um assunto relativamen-te novo no Brasil e no mundo, reunir a comuni-dade para o debate foi essencial. “Este tema é novo e está sendo muito bem abordado. Não me lembro de outro evento deste tipo onde a Anac sentou ao lado de fornecedores e interessados pela tecnologia”, comemorou.

Dentre os desafios apresentados pela Anac no seminário para o setor de VANTs, pode-se destacar a divulgação efetiva da legislação vi-gente, as dificuldades na fiscalização, a falta de uma cultura aeronáutica nas empresas de mape-amento, a ausência de requisitos para certifica-ção, o atendimento às necessidades e interesses das empresas e, principalmente, a garantia da segurança de voo.

O objetivo final de todos os envolvidos no setor de VANTs é a integração total das aero-naves remotamente pilotadas ao espaço aéreo brasileiro, com segurança e em harmonia com as demais aeronaves tripuladas, gerando riquezas para toda a nação.

MundoGEO lança nova seção de VANTs no Guia de EmpresasO Portal MundoGEO acaba de lançar uma nova categoria do Guia de Empresas: a seção de VANTs, dedicada exclusivamente aos Veículos Aéreos Não Tripulados.Há mais de 10 anos apresentando ao mercado as melhores empresas de serviços e produtos de geotecnologia, o Guia MundoGEO conta com mais de 100 companhias do setor. Além do Brasil, também engloba empresas da Argentina, Chile, Colômbia, México e Peru.A criação da nova categoria de VANTs reflete a demanda e o interesse pelo assunto, que recentemente foi tema do seminário presencial e online em São Paulo.+Infowww.mundogeo.com/empresa

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ESCOAMENTO DA PrODUçãOO uso da Gestão Territorial para o Agronegócio brasileiro

WILSON ANDErSON hOLLEr Engenheiro cartógrafo, analista GIS, supervisor do Núcleo de Análises Técnicas da Embrapa Gestão Territorial [email protected]

PAULO r. r. MArTINhO Engenheiro Agrônomo, Msc.Analista GIS na Embrapa Gestão [email protected]

CLAUDIO A. SPADOTTOEngenheiro Agrônomo, Ph.D. | Gerente Geral da Embrapa Gestão [email protected]

BrENNO B. QUEIrOzGraduando em Administração com ênfase em Comércio Exterior pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas | Estagiário na Embrapa Gestão [email protected]

O território rural é alterado por expansão, concentração, intensificação, diversificação e substituição de atividades que ocorrem, ao lon-go do tempo, em diferentes regiões do País. A infraestrutura, a urbanização e as ações regula-tórias e normativas transformam os territórios rurais e afetam a competitividade e a sustenta-bilidade do agronegócio.

Diante da dinâmica da agricultura no espa-ço geográfico, a gestão territorial insere-se no planejamento, implantação e acompanhamento das políticas públicas e dos setores privados. O uso de geotecnologias, convertidas em ferra-mentas de sistematização de informações e co-nhecimento, auxilia e aumenta a eficiência da gestão territorial.

Atualmente um dos projetos da Embrapa Ges-tão Territorial é justamente prover informações so-bre como o Plano Nacional de Logística Integrada (PNLI), anunciado pelo governo federal no final de agosto, irá contribuir para o agronegócio brasileiro.

O objetivo é identificar e analisar conjunta-mente as principais regiões de produção de soja no país e os meios de transporte para escoa-mento dessa produção. A partir das malhas fer-roviária e rodoviária federais atuais agregou-se o PNLI, juntamente com o Programa de Acele-ração do Crescimento (PAC). O PNLI - Rodovias e Ferrovias, apelidado de “PAC das Concessões” prevê a concessão à iniciativa privada de rodo-vias (totalizando 7,5 mil quilômetros) e ferrovias federais (totalizando 10 mil quilômetros).

GEOQUALITY

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INVESTIMENTOO plano pretende restabelecer a capacidade de planejamento integrado do

sistema de transportes, e prevê investimentos totais de 133 bilhões de reais ao longo dos próximos 25 anos, com objetivo de ampliar e modernizar parte da infraestrutura de transporte do país.

O trabalho da Embrapa aborda as microrregiões do Instituto Brasileiro de Geo- grafia e Estatística (IBGE) como unidade de referência geográfica. Cada micror-região agrega aproximadamente 10 municípios, totalizando 558 microrregiões em todo Brasil. Com essa organização, a produção de soja em 2009, segundo dados do IBGE, ocorreu em 247 microrregiões brasileiras.

A partir da distribuição da produção de soja em 2009, foi calculado o coefi-ciente de Gini. Este coeficiente é comumente utilizado para medir o grau de con-centração (distribuição) de renda em determinado grupo, mas pode ser usado para qualquer distribuição, como por exemplo, de produção. Numericamente, varia de 0 (zero) a 1 (um), onde 0 corresponde à completa igualdade na distri-buição e 1 corresponde à completa desigualdade, no qual uma microrregião é responsável por toda a produção. O valor do coeficiente de Gini obtido, por estudo da Embrapa, foi de 0,816, mostrando que há uma grande desigualdade na distribuição da produção de soja no Brasil.

CONCENTrAçãOA Embrapa organizou as 247 microrregiões em ordem crescente de produção e

classificou-as em quatro quartéis (entidades geográficas), onde cada quartel represen-ta 25% da produção total do Brasil. O primeiro quartel (Q1), com 201 microrregiões, o segundo (Q2) com 28 microrregiões, o terceiro (Q3) com 14 microrregiões e o quar-to (Q4) com quatro microrregiões. Em outras palavras, apenas quatro microrregiões (Q4) são responsáveis por 25% de toda produção de soja brasileira. Todas as quatro microrregiões do Q4 estão concentradas no Centro-Oeste.

Ao somarmos essas quatro microrregiões com as 14 do terceiro quartel (Q3), te-mos 18 microrregiões responsáveis por 50% da produção de soja em 2009, no Brasil.

ESCOAMENTOVerifica-se que os modais de transporte, contemplados no PNLI, poderão be-

neficiar o escoamento de grande parte da produção de soja do Centro-Oeste do país. Com melhorias das condições de trafegabilidade da BR-163, que corta a região Centro-Oeste de norte a sul, e a sua ligação com a BR-262 e a BR-267, além da ligação com as ferrovias Maracajú – Mafra, Lucas do Rio Verde – Uruaçu e Rio de Janeiro - Campos - Vitória, entre outras, contribuirá para o escoamento da produção através do estado de São Paulo, e portos de Santos (SP), Paranaguá (PR), Barra do Furado (RJ) e Vitória (ES).

Demandas de organizações privadas também são consideradas no estudo, como a do movimento Pró-Logística que partiu da iniciativa dos produtores de soja e milho do Mato Grosso (Aprosoja) e demanda junto ao governo estadual projetos de infraestrutura de transporte e logística.

O movimento Pró-Logística, contempla principalmente a inversão no caminho do escoamento da produção de soja, em direção aos portos da região Norte do país. Com a intenção de diminuir as viagens de transporte, torná-las mais rápidas e seguras, traduzindo em menor custo de frete até os portos, descongestionan-do, desta forma, os portos do Sul e Sudeste.

Entender estas relações é estratégico e ajuda nosso país a se consolidar como potência no agronegócio mundial.

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VANTS

Multirotores ou Asa Fixa? Onde aplicá-los?

Nos ramos florestais e cartográficos já não é mais novidade que o advento dos Veículos Aéreos Não Tri-pulados (VANTs), aliados ao avanço tecnológico das câmeras digitais de pequeno formato, representam uma grande revolução no mercado da geotecnologia. É fato que o setor de VANTs está em pleno crescimento no Brasil, pois inúmeras notícias são propagadas diaria-mente, principalmente no que concerne à utilização na área de defesa, segurança e meio ambiente. Segundo relatos da empresa americana TealGroup, que analisa o mercado aeroespacial, as despesas com aeronaves controladas remotamente deverão dobrar nessa pró-xima década, saltando de 5 bilhões de dólares para 11 bilhões em todo o mundo. Em 2020, cerca de 50 países, incluindo o Brasil, investirão juntos mais de 94 bilhões de dólares nessa tecnologia, estima o relatório.

O tipo de equipamento que se pretende desenvol-ver tem uma estreita correlação com as suas principais aplicações, onde os investimentos podem variar de 25 a 500 mil reais, até os VANTs de grande porte que pode chegar a milhões de reais. No desenvolvimento dessa tecnologia, é muito importante definir de forma clara os objetivos e finalidades do uso, focando em três pontos principais:

• Defesa e Segurança;• Inspeção e Monitoramento Aéreo; ou• Cartografia. Uma vez definida a área de atuação, os VANTs devem

ser estruturalmente construídos levando-se em con-sideração os tipos de equipamentos e componentes que serão embarcados para que possa atender as mais diversas situações ambientais a que serão submetidos. Por exemplo, o uso de VANTs multirotores esbarra mui-tas vezes na baixa autonomia das baterias e capacidade de carregamento de peso (payload) que o impede de atingir o recobrimento de grandes áreas. O uso mais adequado, nesse caso, deve ser voltado para o moni-toramento ambiental ou inspeções aéreas pontuais nas áreas de segurança ou geração de energia.

VANTS

pela empresa Softmapping, quando lançou em 2010 seu primeiro equipamento na Feira Top Innovation, promo-vida pela Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), denominado Hexacóptero HMP-I, composto por seis hélices, seis motores, GPS e câmera digital de 12 Mp. Esse equipamento foi concebido inicialmente para o mapeamento de grandes áreas florestais, entretanto, por conta da sua baixa autonomia, seu uso foi restrito ao monitoramento ambiental e inspeção aérea de pos-tes e torres de linhas de distribuição de energia, além de filmagens para grandes eventos no setor florestal.

Para restabelecer o conceito inicial na área de ma-peamento, foi desenvolvido um novo equipamento com dois metros de envergadura, com materiais que possuem dois componentes com propriedades físicas e químicas nitidamente distintas. Os materiais compósitos mantém suas características, porém quando mistura-dos eles formam um composto com propriedades im-possíveis de se obter com apenas um deles, a exemplo entre os metais e polímeros, utilizados na construção do SmartBird X-200 de propriedade da Softmapping. A aplicação desses materiais é uma realidade, hoje, nas indústrias de ponta, com destaque no segmento aero-náutico e aeroespacial. Diversos projetos já foram de-senvolvidos considerando-se suas propriedades, tais como: F-18 e F-22 no segmento militar; e Airbus 380 e Boeing 787 no segmento civil.

MArCIO POLANSkIEngenheiro Florestal formado pela Universidade Federal do Paraná - Especialista em Sensoriamento Remoto. Há 14 anos exerce o cargo de Diretor Geral da empresa Softmapping – Engenharia Ltda., que atualmente desenvolve VANTs para diversas aplicações na área de [email protected]

EDUArDO rEGINATO LAVrATTI Programador - Especialista em Micro Eletrônica de Sistemas Embarcados – UAV/VANT na Propeller Aerials Brasil. Há cinco anos exerce o cargo de Diretor Operacional da empresa que atualmente desenvolve VANTs para diversas aplicações na área de [email protected]

Por outro lado, os VANTs denominados de Asa Fixa possuem uma autonomia superior de voo e maior capa-cidade de carregamento de peso em virtude do seu ta-manho e conceito estrutural. As diferenças conceituais desses equipamentos puderam ser testadas na prática

MULTIrOTOr NO MONITOrAMENTO AMBIENTAL

A versatilidade do equipamento multirotor pôde ser comprovada no desastre ambiental ocorrido em 2010 nas cidades de Antonina, Morretes e Paranaguá, no estado do Paraná, causado pelas fortes chuvas no período, onde foram constatados diversos deslizamen-tos de encostas, principalmente na região urbana de Antonina. Naquele momento foram feitos vários vídeos e fotos aéreas utilizando um VANT multirotor nos locais mais críticos de difícil acesso e com perigo eminente de deslizamentos das encostas e desmoronamento de

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edificações. Todo o material foi disponibilizado para a Defesa Civil do Paraná, bem como para Mineropar, para estudos de fissuras no solo e avaliação das áreas de risco.

Naquela ocasião, o Hexacóptero HMP-I sobrevoou cerca de 20 locais atingidos pelas chuvas, com alturas que variaram entre 50 e 200 metros. As missões tinham duração de 15 minutos cada uma, sendo o equipamento embarcado com câmera de vídeo, GPS, sistema de vídeo em tempo real e demais sensores de alta tecnolo-gia. Em relação à segurança, os sobrevoos foram comandados via rádio controle e acompanhados por técnicos da Defesa Civil e da Mineropar, presentes no local.

Outro exemplo de aplicação dos VANTs multirotores pode ser o sobrevoo em áreas sujeitas a inundação. Hoje, as cidades vêm passando por sérios problemas relacionados às enchentes. Vários são os motivos, mas pode-se dizer que o princi-pal agente causador de uma cheia é o homem, através da ocupação indiscriminada das áreas de várzea. O mapeamento completo dessas áreas sujeitas a inundação é fundamental para que a Defesa Civil estadual possa, em conjunto com as Defesas Civis municipais, desenvolver plano emergencial para minimizar as consequências dos alagamentos que podem, na maioria das vezes, causar danos irreparáveis, com a perda de vidas humanas.

Dependendo do tipo de serviço a ser realizado, esse equipamento pode ser programado para decolar e pousar em locais de difícil acesso, pois é comandado por um moderno sistema de navegação via GPS, através da inserção e programa-ção de waypoints.

MULTIrOTOr NA INSPEçãO AérEAEste é mais um caso particular da aplicação dos VANTs multirotores. O setor de

geração de energia está buscando, no mercado, novas ferramentas para subsidiar a inspeção aérea, seja em postes de distribuição de energia ou torres de transmissão. Em 2011, a empresa Softmapping assinou um contrato com a Elektro, de São Paulo, para realização de um projeto piloto que tinha como principal objetivo a inspeção em 20 quilômetros de linha de distribuição de energia no município de Atibaia. Esse

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projeto fez parte da política de inovação tecnológica da empresa para garantir um padrão de excelência em seus processos gerenciais. Nesse mesmo ano, a Softmap-ping foi contratada pela Eletrosul para fiscalizar elementos estruturais em 70 torres de transmissão localizadas próximo a cidade de Joinville (SC). Em 2012, um novo pro-jeto piloto foi elaborado junto à empresa Ampla – Grupo Endessa Brasil, sediada em Niterói (RJ). Foram fiscalizados 146 postes a partir da tomada de imagens digitais em diversos ângulos de interesse da equipe de inspeção terrestre.

Possui uma autonomia de voo entre 40 e 50 minutos, dependendo das condições atmosféricas locais. Em função de sua área alar, permite maior estabilidade de voo, gerando imagens verticais de alta qualidade, necessárias para a construção de mosaicos ortorreti-ficados georreferenciados.

A operação do sistema tem início com a elabora-ção do plano de voo sobre a área de interesse. Em função da altura de voo, calcula-se a distância entre faixas, isto é, mantendo-se um recobrimento late-ral de 40% entre elas. O recobrimento longitudinal é calculado com base no tempo entre os disparos da câmera que normalmente gira em torno de 70 a 80% de recobrimento entre imagens. Uma vez che-cados todos os parâmetros de voo na estação em terra, dá-se início à decolagem que é feita a partir de um sistema denominado “bungee”, que permite ao VANT maior capacidade de empuxo na decola-gem. Ao atingir uma altura de aproximadamente 30 metros, o operador aciona o “piloto automático” e, a partir daí, toda missão é realizada de modo autôno-mo até o recobrimento total da área.

Exemplos de produtos finais são mosaicos ortor-retificados e georreferenciados, Modelos Digitais de Elevação (MDE) e mapas temáticos do uso da terra. No exemplo a seguir demonstra-se uma área de 16 quilô-metros quadrados, localizada em General Carneiro (PR), sobrevoada em duas missões de uma hora cada, com altura de 300 metros que resultou num produto com cinco centímetros de resolução geométrica e MDE com equidistância de cinco metros. Esse projeto faz parte de um contrato assinado entre as empresas Softmapping e VPC/Brasil, empresa contratada para realização do ma-peamento do uso do solo em diversos assentamentos do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) em todo o Brasil.

POr QUE UTILIzAr OS VANTS DE ASA FIxA?Com baterias de alta densidade de energia, que permitem longo alcance e

baixo consumo, micro dispositivos de rádio, fuselagens, motores e poderosos micro-processadores, os VANTs de Asa Fixa se tornaram aplicáveis em diversas circunstâncias na área do sensoriamento remoto, mapeamento, monitoramento de tráfego para fins de pesquisa, salvamento, etc.. Por serem equipamentos leves feitos de materiais compósitos, sua construção é complexa e de difícil operação. A maior parte deles pode ser operado por uma ou duas pessoas e até mesmo serem lançados por uma só pessoa. Entretanto, os VANTs de pequeno porte são projetados para voar em baixa altitude - normalmente menos de mil metros - para fornecer uma estreita observação dos objetos terrestres. Segundo estudos recentes, na prática, uma boa altura de voo para o uso de VANTs de pequeno porte deve ser de no máximo 500 metros.

O SmartBird X-200, projetado e construído pelo engenheiro Eduardo Lavratti, associado à empresa Softmapping, possui sistema de piloto automático, indispen-sável para executar com êxito tarefas com baixa altitude para fins de mapeamento cartográfico. Com dois metros de envergadura, o SmartBird X-200 foi construído com material compósito que permite maior resistência, leveza e durabilidade.

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TOPOCArD

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GEOINCRA

NOrMA DE ExECUçãO 105/2012 Nova Metodologia de Análise de Certificação pelo Incra

O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) emitiu, no dia 26 de novembro, uma impor-

tante Norma de Execução, a NE105/2012, que altera radi-calmente os procedimentos de análise dos processos de certificações já protocolados como também para os novos.

Com esta nova Norma de Execução, fica revogada Nor-ma de Execução NE 96/2010.

As mudanças são bastante significativas tanto na aná-lise cadastral quanto na análise cartográfica, as quais co-mentaremos a seguir:

Capítulo Ido cadastro do imóvEl

“O servidor responsável pela análise conferirá so-mente se o código do imóvel informado no memorial descritivo consta da base de dados do Sistema Nacio-nal de Cadastro Rural (SNCR). Se o código não estiver na base do SNCR, o requerimento será indeferido.

Nos casos de desmembramento ou remembramen-to de imóvel rural, se o código não estiver presente no memorial descritivo, o servidor responsável pela análise deverá promover a sua inclusão no SNCR, des-de que a documentação contida no processo admita essa possibilidade. Caso não haja a possibilidade de inclusão, o requerimento” será indeferido.

Comentário: Isso significa que, se o proprietário infor-mou ao profissional o código errado e este mencionou nas peças técnicas este código, o que é muito comum aconte-cer, pois o profissional não tem o devido cuidado de checar se o código está correto, se consta na base de dados do SNCR, se pertence realmente ao imóvel objeto da certifi-cação, e constatado pelo analista qualquer irregularidade no código o processo será indeferido.

No caso de desmembramentos, remembramentos, onde o imóvel não tem código, o profissional deverá in-questionavelmente anexar ao processo os documentos necessários (matrículas, escritura de compra e venda, etc.) para que o Incra proceda a devida inclusão cadastral e atribua um código ao imóvel. Se estes documentos não estiverem no processo, o requerimento será indeferido.

Capítulo IIda análisE cartoGráFica

“A análise cartográfica restringir-se-á ao atendimen-to do § 5°do art. 176 da Lei nº 6.015, de 31 de dezembro de 1973, ou seja, será verificado se a poligonal objeto do memorial descritivo não se sobrepõe a nenhuma

rOBErTO TADEU TEIxEIrA Engenheiro Agrimensor - Incra , Especialista em Georreferenciamento de Imóveis Rurais, formado pela FEAP-SP, Professor do Curso de Pós Graduação em Georreferenciamento de Imóveis Rurais – disciplina de Normas e Legislação aplicada ao Georrreferenciamento de Imóveis: Universidade Regional de Blumenau; Fundação Educacional de Fernandópolis; e União Educacional do Norte – Rio Branco. Professor do Curso Legeo- Legsilação e Georreferenciamento da Universidade Santiago & Cintra (www.unisantiagoecintra.com.br). Integrante da equipe técnica que elaborou a Norma de Georreferenciamento de Imóveis Rurais do Incrarobertotadeuteixeira@ gmail.com

outra constante do cadastro georreferenciado do In-cra e que o memorial atende às exigências técnicas.

Somente serão utilizados na análise os seguintes documentos, dispensando-se os demais constantes do processo:

a) O memorial descritivo em meio analógico devida-mente assinado por profissional habilitado; e

b) O arquivo digital que contenha o polígono que represente os limites do imóvel rural, doravante de-nominado “perímetro limpo”.

Comentário: Cabe esclarecer que toda a documen-tação técnica e legal, que deve constar no processo, não sofreu qualquer alteração. São exatamente as mesmas exigidas na Norma Técnica para Georreferenciamento de Imóveis Rurais (NTGIR) do Incra, em vigor.

A mudança imposta pela NE 105 está apenas no pro-cedimento de análise dos processos pelo Incra, como por exemplo as análises de confrontações da planta para veri-ficar se o profissional respeitou o conceito de imóvel rural estabelecido no Estatuto da Terra, Lei 4504/64 e a Lei Agrá-ria Nacional, Lei 8629/93; a precisão obtida no transporte de coordenadas, que antes eram conferidas através do Posicionamento por Ponto Preciso (PPP), disponibilizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), não será mais conferido pelo Incra, a elaboração da planta e memorial descritivo, se atende ao estabelecido na NTGIR, etc., ou seja, a responsabilidade pelo fiel cumprimento da Norma Técnica é totalmente do credenciado.

Também não será mais observada a questão do limite de excesso de 10% da área medida em relação à registrada, ficando essa responsabilidade delegada aos profissionais e aos Cartórios de Registro de Imóveis.

1.SobreposiçãoO cadastro georreferenciado do Incra seguirá hierar-

quia quanto à precisão dos polígonos que o compõe, denominadas de classes, na seguinte forma:

a)Classe 1: composta pelos polígonos já certificados e presentes na base de dados do Incra; e

b)Classe 2: polígonos somente georreferenciados (Unidades de Conservação, Terras Indígenas, Assen-tamentos Rurais, Terras Públicas, Territórios Quilom-bolas, entre outros).

O servidor responsável pela análise verificará se o “perímetro limpo” coincide com o memorial descri-tivo, comparando o valor das coordenadas de três

+Info www.incra.gov.br

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vértices de escolha aleatória, e também o valor da área e do perímetro constante no “perímetro limpo” com aquele apresentado no memorial descritivo.

Caso o “perímetro limpo” não permita a análise do perímetro definido no memo-rial descritivo, deverá ser tentada uma das alternativas abaixo:

a) Exclusão de camada do arquivo que contenha a planta digital completa a fim de se obter o perímetro limpo; ou

b) A partir da planilha de cálculo analítico de área representar em formato vetorial a fim de se obter o perímetro limpo.

Caso as duas alternativas não sejam passíveis de aplicação, o requerimento será indeferido.

Comentário: Ë muito importante o profissional atentar para este item, elaborando a planta corre-tamente, apresentado o perímetro “limpo” devida-mente “fechado” e a planilha de cálculo analítico da área, sob pena de arquivamento do processo.

Capítulo IVda notiFicação

Nos casos de indeferimento do requeri-mento, o servidor responsável pela análi-se notificará o requerente e o profissional credenciado, uma única vez, informando todas as inconsistências encontradas.

A notificação será enviada por correio eletrônico e por carta registrada. O re-querente terá até 60 dias, a contar da data de recebimento da carta registrada, para manifestar-se, sob pena de arquivamento.

A manifestação deverá sanar todas as

inconsistências apontadas, sob pena de arquivamento.

Somente será admitida mais de uma noti-ficação quando houver falha administrativa na notificação anterior.

Comentário: É muito importante o profissio-nal atender plenamente a notificação do Incra. Não será emitida pelo Incra nova notificação. Caso o profissional não atenda todos os itens da primeira notificação, o processo será indeferido.

Capítulo VDisposições FinaisA certificação da poligonal objeto do me-

morial descritivo pelo Incra não implicará reconhecimento do domínio ou a exatidão dos limites e confrontações indicados pelo proprietário, bem como não dispensará a qualificação registral, atribuição exclusiva do oficial de registro de imóveis.

O requerente e o profissional credencia-do são responsáveis por todas as informa-ções prestadas, inclusive pelas inconsistên-cias que por acaso vierem a ser detectadas na poligonal certificada e por eventuais prejuízos causados a terceiros.

Comentário: É muito importante que o profissional tenha pleno conhecimento da Norma Técnica para Georreferenciamento do Incra e de toda a legislação afeta à Cer-tificação, pois com essa nova metodologia de análise pelo Incra, a responsabilidade do profissional ficou ainda maior, lembrando que o mesmo responde no âmbito adminis-trativo, civil e criminal pelo seu trabalho.

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Veja como tirar proveito das funcionalidades da opção gratuita do Google Earth

Nesta série de tutoriais você verá, na primeira parte, como tirar o máximo de proveito da ver-são gratuita do Google Earth. A segunda parte terá como tema o Google Earth Pro.

O Google Earth pode ser obtido gratuitamen-te em http://ning.it/QVWyVG. Dois formatos de arquivos são os mais utilizados para exibir dados geográficos no Google Earth: o kML e o kMZ. A diferença entre eles é que os arquivos kMZ são compactados, semelhantes aos arquivos ZIP.

COMO OBTEr ArQUIVOS kML E kMz?Para obter conteúdo oficial e confiável para

exibir no Google Ea rth, entre no site do Insti-tuto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em http://ning.it/TW1h6E, e escolha malhas_di-gitais->censo_2010-> setores_censitarios_kmz. A escala é compatível com 1:250.000 sem supres-são de pontos, estando em coordenadas geográ-ficas e referenciadas ao Sirgas2000, portanto, compatíveis com o Google Earth que adota o WGS84. Há arquivos para cada estado brasileiro e no caso do estado de São Paulo há um kMZ para a Capital e outros para as regiões do estado (Nor-te, Central, Sul, Leste e Oeste). Para exemplificar o procedimento, salve em seu computador o ar-quivo “35-SP_Regiao_Oeste.kmz”, que contém o município de Presidente Prudente.

COMO ExIBIr OS ArQUIVOS?No Google Earth, há duas opções associa-

das com “Lugares”, uma delas é “Meus lugares” e a outra é “Lugares temporários”. Clique com o botão direito do mouse em “Meus lugares”, note que será aberto um menu com opções. Clique em Adicionar->Pasta.

Na janela flutuante que se abre, digite o Nome da Pasta: “Arquivos kML e kMZ do IBGE”. Em Des-crição digite “Fonte: http://www.ibge.gov.br/home/download/geociencias.shtm”. Clique em Ok. Observe que, agora, abaixo de “Meus luga-res” aparece a pasta recém criada, embora no momento não haja conteúdo nessa pasta.

Clique em Arquivo->Abrir. Indique o cami-nho onde você salvou o arquivo kMZ obtido no site do IBGE. Clique sobre o nome do arquivo que deseja abrir (exemplo: “35-SP_Regiao_Oeste.kmz”). Os dados vetoriais serão exibidos sobre a imagem de satélite no visualizador 3D, sendo que os setores censitários são mostrados como

PASSO A PASSO

linhas amarelas. No painel à esquerda da tela, arraste o arquivo kMZ de “Lugares temporários” para “Meus lugares” na pasta “Arquivos kML e kMZ do IBGE”. Expanda a pasta contendo os mu-nicípios da região oeste do Estado de São Pau-lo. Observe que o nome de cada município está associado a uma subpasta.

COMO SALVAr NOS FOrMATOS kML OU kMz?Desabilite todas as subpastas de todos os mu-

nicípios e exiba somente a de Presidente Pru-dente. Vamos agora demonstrar como gerar um arquivo kML ou kMZ a partir dos dados já dis-poníveis em “Meus lugares”. Clique com o botão direito do mouse sobre o nome desse município na lista e escolha “Salvar lugar como”. Salve o arquivo como “Presidente_Prudente” e esco-lha o formato: kML ou kMZ. Outra maneira de compartilhar dados geográficos é clicando em “Enviar por email” (mas automaticamente será enviado um arquivo kMZ).

POr DENTrO DO GOOGLE EArTh – Parte 1

ArLETE APArECIDA COrrEIA MENEGUETTEEngenheira cartógrafa (Unesp), PhD em fotogrametria (University College London). Docente e pesquisadora do Departamento de Cartografia da Unesp - Campus de Presidente [email protected]

COMO rECUPErAr ATrIBUTOS?Exiba as subpastas de Presidente Prudente e

observe que há inúmeros polígonos associados aos setores censitários (urbanos e rurais). O geo- código do estado de São Paulo é 35 e o do mu-nicípio de Presidente Prudente é 3541406, sendo que esse município é dividido em distritos, um dos quais é denominado Presidente Prudente (sede do município).

Os setores censitários urbanos 354140605000093 e 354140605000094 estão as-sociados com a Unidade Espacial de Planejamento UEP2-S.3 e neles está inserido o campus da Unesp da Presidente Prudente. Para recuperar esses atri-

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butos no Google Earth basta clicar no visualizador 3D dentro do polígono do setor censitário, mas, para tanto, é preciso saber a localização do setor. Esta técnica é conhecida como consulta por apontamento, que pode ser feita também clicando no nome ou número do setor censitário no painel da esquerda. Para exemplificar, desabilite todos os polígonos, habilite somente a caixa de seleção corresponden-te ao setor censitário 354140605000094 e note que o polígono é exibido na tela. Agora, clique na imagem de satélite dentro do polígono do setor censitário e veja uma caixa contendo atributos alfanuméricos.

Por outro lado, quando não se sabe a localização do setor, mas se conhece o geocódigo, é possível usar o recurso “Localizar”, bastando informar o número do setor censitário (por exemplo: 354140605000094).

ALTErANDO PrOPrIEDADES DOS DADOS VETOrIAISPara alterar a aparência do polígono, clique com o botão direito do mouse no

nome do setor censitário urbano 354140605000094 e escolha a opção Proprieda-des. Clique na aba Estilo/Cor e em Área altere o estilo para Sólido+circunscrito. Se desejar, altere também a cor de preenchimento do polígono e a porcentagem de opacidade. Clique em Ok.

Você poderá seguir o mesmo procedimento para qualquer outro município bra-sileiro que conste na listagem disponibilizada no site do IBGE.

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Nuvens de pontos por fotografias e modelos densos em 3D

Nos últimos anos, a inovação tecnológica tem sido um diferencial importante na vida das empresas e das pessoas. Esse avanço da tecno-logia, nas suas mais diferentes formas, dificil-mente seria imaginado há 10 ou 15 anos para o usuário comum. Uma das áreas beneficiadas por esse progresso é a de cartografia/mapea-mento/geomática, uma vez que a inovação tem sido um importante fator de alavancagem de novos negócios.

Entre as muitas técnicas inovadoras que sur-giram, destaca-se o levantamento por nuvens de pontos, as famosas point clouds, sendo a tec-nologia Lidar a mais conhecida e já consagrada como laser scanning.

Essa forma de levantamento, seja terrestre ou aéreo, tem sido amplamente utilizada nas mais diversas áreas da engenharia e a cada dia sur-gem abordagens inéditas. Contudo, há que se destacar que não são somente os laser scanners que produzem nuvens de pontos, e a geração por meio de fotografias está ganhando espaço de forma muito rápida.

A geração das nuvens de pontos é feita atra-vés da correlação de pixels nas imagens, utilizan-do técnicas avançadas de fotogrametria. Num primeiro momento, é produzida uma nuvem de pontos esparsa, usada para determinar os parâ-metros de orientação das fotos, ou seja, as coor-denadas XYZ e os ângulos de atitude ômega, phi e kappa. Soma-se a isso a informação da cor do ponto, formando, assim, uma nuvem de pontos em 4D. Além disso, a nuvem de pontos esparsa é usada para determinar e refinar os parâmetros de calibração das câmeras, cuja base será o con-junto de imagens.

Após esse processo, inicia-se a produção de um modelo denso, em que é criada uma malha (mesh), realizando a varredura pixel a pixel nas imagens, fazendo a renderização e, posterior-mente, criando texturas a partir das fotografias tiradas de diversos ângulos.

Tal técnica não tem sido ignorada pelos gi-gantes da tecnologia. A Intergeo 2012, realizada na Alemanha, apresentou os novos avanços da área e a oferta de produtos e serviços relacio-nados a ela se expandirá muito rapidamente, devido ao realismo apresentado. Nokia, Goo-gle, Apple, Microsoft e Autodesk são algumas das empresas que estão apostando muito alto nessa tecnologia como forma de inovação de produtos e serviços.

rEALISMO FANTáSTICO

FABrICIO PErEIrA BArBOSAEngenheiro Cartógrafo formado pela UFPR, MBA em Gestão de Negócios pela ESIC Business & Marketing School, Sócio-Diretor da Incarta Engenharia e Consultoria Ltda, Consultor em Geotecnologias e Professor de [email protected]

MODELAGEM 3D

A Nokia investiu pesado e saiu na frente, com o Nokia Maps 3D, cujo realismo das texturas das cidades apresenta detalhes impressionantes. Já a Google, em setembro, ampliou a disponibili-dade de imagens com vista lateral de 45° para mais locais, que formarão a nova base das ci-dades em 3D incluídas no Google Maps em um futuro próximo. A Microsoft, por sua vez, lançou através da sua subsidiária Vexcel a plataforma Geosynth, para formação de modelos 3D geor-referenciados, e deve anunciar, em breve, novos serviços usando essa tecnologia, enquanto a Ap-ple comprou a C3 Technologies, que detém essa tecnologia, e também disponibilizará modelos em 3D, tendo confirmado recentemente que tem enviado aviões para fotografar várias cidades usando a tecnologia “spy-on-the-sky”, com altís-sima resolução de imagens. A Autodesk não fica atrás e lançou recentemente a plataforma 123D Catch, focando basicamente na modelagem de pequenos objetos.

Com a popularização dos tablets e smartpho-nes, há certamente uma corrida para ver quem consegue oferecer os mapas mais realistas pos-síveis para uso com a realidade aumentada. Des-sa forma, amplia-se a possibilidade de novas abordagens de marketing com uso da realida-de virtual.

Isso se traduz em modelos digitais de eleva-ção altamente realistas, com um detalhamento que somente o laser scanner disponibilizava. Uma das vantagens disso é que em um mesmo sobrevoo é possível gerar o Modelo Digital de Elevação (MDE) e também as ortofotos, agregan-do valor ao produto/serviço prestado.

LONGE DO LUGAr COMUM...Um ponto importante é que a técnica de to-

mada de fotografias foge do formato clássico de fotogrametria pois, além das fotografias verti-cais, há a necessidade de fazer as fotografias in-clinadas, com maior sobreposição, voando mais baixo e mais lentamente, justamente para que a modelagem adquira o realismo necessário.

Além das fotografias aéreas, outro uso desta técnica que está aumentando imensamente é o das fotografias terrestres a curta distância e, neste caso, sem a necessidade de mais de uma câmera operando simultaneamente.

A técnica tem sido utilizada para registro de fachadas de edificações com fins históricos, de

Há que se destacar que não são

somente os laser scanners que

produzem nuvens de pontos, e a

geração por meio de fotografias está ganhando espaço

de forma muito rápida

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taludes de rodovias para visualização de desli-zamentos, de frentes de mineração para analisar o corte e a estrutura das rochas. Se um objeto pode ser fotografado de modo circular, com vi-sada em todos os lados, pode-se reconstruí-lo integralmente com altíssima resolução.

O comparativo com o laser scanner “tradicio-nal” revela que ambas as tecnologias têm vanta-gens e desvantagens. O laser scanner ainda é um pouco mais acurado, ao passo que as fotografias exigem cuidados técnicos específicos em sua to-mada, evitando ao máximo áreas de desfoque. Contudo, com o avanço da resolução das câme-ras DSLR, principalmente da Canon e da Nikon, que acaba de lançar a D800, com 36 megapixels efetivos, a tendência é que as fotografias igualem em precisão e acurácia o laser scanner.

O laser scanner tem a vantagem de penetrar em áreas com vegetação densa, enquanto as fo-tografias fazem a varredura do que é visto, ou seja, em cima das árvores. Em compensação, a utilização das fotografias produz o modelo den-so (dense mesh) com as cores dos pontos; outra vantagem diz respeito à utilização das texturas das fotografias, sendo esse um fator muito im-portante para a análise de estruturas e objetos.

Como demonstram as imagens ilustrativas desta matéria, esta tecnologia está disponível no Brasil, sendo ativamente usada pela Incarta Engenharia e Consultoria em projetos de mode-lagem em 3D e para mapeamento, seja aéreo ou terrestre. Um dos primeiros projetos para mape-amento feito pela empresa com esta técnica foi o levantamento da comunidade de Floresta, em Paranaguá, no litoral do Paraná, que no início do ano de 2011 foi vítima de um deslizamento em decorrência de fortes chuvas. As fotografias e o modelo digital de terreno em alta resolução foram usadas pela concessionária administrado-

ra da rodovia e também por órgãos ambientais para visualizar e analisar a extensão do desastre. Recentemente, foi feito o levantamento de uma indústria na região de Campinas, desta vez numa parceria entre a Incarta e a empresa Aerofoto que, ao longo do último ano, tem aperfeiçoado a técnica de tomada dessas fotografias utilizando um helicóptero em voos a 300 metros acima do solo. Outros projetos importantes da empresa incluem o registro de fachadas de prédios, es-tátuas e objetos históricos para arquivamento.

A tecnologia avança muito rapidamente, pro-porcionando novas formas de produzir dados, analisá-los e gerar informação, o que é, em es-sência, a função da cartografia. Quem ganha com as abordagens descobertas todos os dias é o consumidor final, que obtém dados com mais qualidade e agilidade.

A tecnologia avança muito rapidamente, proporcionando novas formas de produzir dados, analisá-los e gerar informação, o que é, em essência, a função da cartografia

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AU BRASIL

Brasil se consolida como ponto de encontro entre designers, engenheiros, arquitetos e projetistas, num evento que reúne as principais soluções para design e infraestrutura

Olhando cada vez mais para o potencial do mer-cado tecnológico da América Latina, a Auto-

desk realizou em São Paulo (SP), no dia 9 de outubro, o Autodesk University Brasil (AU Brasil 2012). O even-to, que existe há 19 anos nos Estados Unidos, passou a ser realizado no Brasil desde o ano passado por conta do bom momento do país no cenário global e pela demanda de capacitação tecnológica como impulso para tornar empresas mais competitivas.

Com o tema “Aprenda, Conecte-se, Explore”, o AU Brasil 2012 aconteceu durante todo o dia no She-raton WTC, e ofereceu treinamentos com os mais recentes softwares de design e projetos da compa-nhia - que neste ano completa 30 anos -, além de certificação gratuita e eventos sobre animação di-gital, infraestrutura, inovação e colaboração móvel, plantas industriais e programação e customização, para quase 2 mil designers, engenheiros, arquitetos, projetistas, estudantes e artistas digitais.

Segundo o Vice-Presidente Steve Blum, a mis-são da Autodesk é democratizar a tecnologia para design, fornecendo ferramentas para que os mais de 10 milhões de usuários possam solucionar gran-des desafios e problemas do mundo. Segundo o executivo, o momento tecnológico atual está pas-sando por uma grande mudança, sustentada por três pilares: “Cloud, Mobile and Social”. Ou seja, a computação passa cada vez mais a ser utilizada nas nuvens, em meios móveis e para fins sociais, com compartilhamento e conectividade.

SãO PAULO rECEBE A 2ª EDIçãO DO AUTODESk UNIVErSITy

Martín Moreno, Diretor para a América Latina, analisa o momento atual do Brasil e as possibili-dades geradas pelos mercados emergentes: “Os primeiros países escolhidos para a realização do evento da Autodesk, fora dos Estados Unidos, foram a China e o Brasil”. Segundo o executivo, o sucesso e o grande número de participantes estimulam a realização do evento em outros países. “Identifica-mos no Brasil grande potencial dentro da América Latina, assim também como o México, e estamos com planos de investir por três anos nestes países. Atualmente, vemos muitas companhias brasileiras indo para o exterior, e a Autodesk fornece as ferra-mentas para o desenvolvimento de novos projetos no Brasil e no mundo”.

Patrick Williams, Vice Presidente Sênior de Mer-cados Emergentes, destacou a importância dos mer-cados emergentes para a Autodesk. “Hoje, estes mercados representam 17% da receita total da com-panhia, e 37% das licenças adquiridas, e este núme-ro deve subir no próximo ano. Estamos investindo nesses mercados e nos estudantes que vêm desses locais”, afirmou. Em relação a este assunto, Blum afirmou que um dos objetivos atuais da Autodesk é introduzir a tecnologia de design e modelagem para estudantes. “Nossos planos de educação para o Brasil fazem parte da estratégia global da Auto-desk, fazendo com que estudantes tenham acesso a esta tecnologia o mais cedo possível”.

“O AU este ano foi formidável, pois consolidou a nossa expectativa em realizar um evento de qua-lidade no Brasil, onde pudéssemos nos encontrar com nossos clientes, desde usuários finais a gesto-res e diretores de pequenas, médias e grandes em-presas, a fim de conhecê-los melhor e oferecer um ambiente de aprendizado, troca de experiências, sessões e palestras técnicas, com casos concretos de aplicação de nossas tecnologias”, afirmou Fábio Gomes, Engenheiro da Autodesk Brasil.

GIS E PrOJETOS INTELIGENTESO setor geoespacial, há alguns anos, vem ob-

servando uma demanda cada vez maior por ferra-mentas e aplicações em três dimensões, para pro-Steve Blum, Vice-Presidente da Autodesk

Por alExandrE scussEl

O Brasil vive um momento de

retomada dos mega projetos de

engenharia, e o BIM pode trazer

benefícios já desde as fases iniciais

até a elaboração e comunicação dos

projetos conceituais

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mover a visualização e consequente gestão eficaz de recursos, permitindo a elaboração de projetos de forma mais rápida, econômica e com menor im-pacto ambiental, por exemplo. Visando atender este mercado, várias sessões do AUBrasil focaram na mobilidade, colaboração e nos conceitos de Big Data e Cloud Computing, estas que são as mais re-centes e fortes tendências motivadoras de mudan-ças tecnológicas atualmente. Nesta perspectiva, foi apresentado o Autodesk Infrastructure Modeler, ferramenta para visualizar sistemas de informações geográficas e dados de projeto.

Segundo o engenheiro James Wedding, em entre-vista exclusiva à revista MundoGEO, as informações geográficas vêm sendo cada vez mais acessadas por pessoas de vários setores. “Dados GIS de várias esca-las vêm sendo amplamente utilizados, e todos estes ‘terabytes’ de informações necessitam de grande es-forço para serem aplicados e visualizados de manei-ra eficaz. O Infrastructure Modeler é uma forma de apresentar dados GIS, classificando e mostrando os dados aos cidadãos de forma inteligível. Isto facilita o entendimento das pessoas e mostra, em forma de mapas e vídeos por exemplo, a melhor maneira de investir em infraestrutura, para todos entenderem o mundo como ele é realmente”.

Gomes afirma, ainda, que o conceito do GIS 3D não é uma novidade já há um bom tempo, e que sua maior inovação está na capacidade de permitir que projetos de engenharia sejam elaborados de forma georrefenciada desde sua concepção e analisados no contexto onde serão construídos, através do uso de produtos obtidos das geotecnologias, desde as mais tradicionais como as já mantidas nos GIS, até as mais recentes como nuvem de pontos. “É neste am-biente convergente, que é ao mesmo tempo CAD e GIS, onde as decisões e informações do projeto são transmitidas, amparadas ou não por um processo que chamamos de Building Information Modeling (BIM), a todos os demais atores do empreendimento para que possam avaliá-lo, aprová-lo e conhecê-lo, ou seja, possam interagir e tomar decisões”.

Segundo ele, o Brasil vive um momento de re-tomada dos mega projetos de engenharia, e o BIM pode trazer benefícios já desde as fases iniciais até a elaboração e comunicação dos projetos conceituais. Recentemente, o Departamento Nacional de Infraes-trutura de Transportes (Dnit) adotou o conceito para

trazer mais transparência às contratações de empre-sas, que deverão entregar os projetos de engenharia adaptados ao BIM.

PArCErIA E WEBINArSO MundoGEO realizou em 2012, em parceria com a

Autodesk, três seminários online que demonstraram as novas maneiras de gerenciamento e elaboração de projetos inteligentes. Em agosto, a comunidade geo-espacial pôde conhecer o conceito e a diferença entre BIM e GIS, em um webinar que demonstrou para qua-se 900 pessoas o real potencial de implementação das soluções BIM, aliado à informações GIS, para elaborar e analisar projetos de forma inteligível.

Em setembro, o seminário “Planejamento e Projeto Conceitual com BIM e GIS” apresentou como os dados das soluções em CAD, GIS, BIM e Raster podem ser in-tegrados para criar rapidamente modelos que retratam de forma mais realista o ambiente local, com auxílio da solução Infrastructure Modeler, contribuindo para a to-mada de decisão. O terceiro webinar da série abordou, em outubro, os desafios de implementar soluções para cadastro e gerenciamento de redes de infraestrutura, em uma solução que traz modelos pré-definidos de rede elétrica, água, esgoto e gás, podendo ser custo-mizada para qualquer outro tipo de rede ou entidades.

Ao todo, nos três seminários online, foram 4278 ins-critos e 1915 participantes de várias partes da América Latina, além de Espanha e Portugal. Segundo Fábio Gomes, apresentador de dois dos seminários online, “é muito importante a parceria com a MundoGEO, pois nos ajuda a ajustar nossa linguagem para comunidade de geoprocessamento e geomensura. Além disso, nos aju-da a transmitir o quanto estamos engajados em oferecer ferramentas e processos que têm transformado, para melhor, o modo como os empreendimentos de enge-nharia, dos mais diversos setores, têm sido realizados”.

Márcio Pinto, Gerente de Marketing da Autodesk no Brasil, ressalta que a tecnologia da informação como um todo, e os sistemas geograficamente inteligentes, estão permeando a vida das empresas e das pessoas nos mais diversos setores e aplicações. “Neste aspecto, a MundoGEO tem sido uma grande parceira da Autodesk no Brasil e na América Latina, para disseminar as pos-sibilidades das nossas tecnologias dentro do universo de aplicações da geoinformação”, afirmou.

PDF e VídeoOs materiais dos webinars (PDFs e vídeos) podem ser acessados em mundogeo.com/webinar

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MundoGEO 70 | 201248

POr DENTrO DO MErCADO DE ESTAçõES TOTAISMundoGEO continua a série de pesquisas sobre o mercado de geotecnologia. O uso de estação total é o tema desta edição

Em março deste ano a revista MundoGEO iniciou uma série de pesquisas com o objetivo de esqua-

drinhar o mercado de geomática e soluções geoespa-ciais na América Latina. Já foram abordados o senso-riamento remoto, Sistemas Globais de Navegação por Satélite (GNSS) e Sistemas de Informação Geográfica (GIS). A pesquisa atual, sobre estações totais, contou com aproximadamente 500 participantes em apenas dois dias. Veja nos gráficos um extrato dos resultados!

PrECISãO E ALCANCEA pesquisa também tinha o ob-

jetivo de avaliar as características mais comuns dos equipamentos que são utilizados pelos profissio-nais (valores apresentados somente das opções com mais votos). Quan-to à precisão angular, 39,3% usam estações entre 1” e 3”, enquanto 35,1% entre 3” e 5”. Para a precisão linear, 42,6% usam equipamentos de 1mm a 2mmm, e 31,3% entre 2mm e 3mm. Quanto ao alcan-ce usando prisma, 31,7% medem menos de 2 mil metros, enquanto 35,2% ficam entre 2 e 3 mil metros.

Para finalizar a pesquisa, foi per-guntado se o profissional sente-se

tranquilo quanto aos avanços tecnológicos que vêm surgindo nos equipamentos topográficos. Apesar de 64,2% dizerem-se plenamente tranqui-los, é preocupante a taxa dos que estão inseguros (4,8%) ou então razoavelmente seguros (31,1%), o que demonstra que as informações sobre novida-des devem ser cada vez mais explicitadas.

Dentre os comentários dos participantes da pes-quisa, destaca-se o de Fabio de Novaes Filho: “Na questão sobre pensar em substituir a estação por GNSS RTk, só se aplica para algumas situações. Por-tanto, acho que a questão deveria ser: em situações onde é possível substituir a estação por GNSS RTk você já pensou em fazê-lo?”.

Outro participante, que não se identificou, res-saltou as vantagens de se trabalhar com estação total. “Para quem já trabalhou com Teodolito e mira/trena, a ET é uma benção! Facilita bastante, tanto em precisão quanto em produtividade. O RTk pode ser muito bom, mas acredito que ainda não substituirá por completo a ET, principalmente comparando os preços”, conclui.

A próxima pesquisa terá como tema a aerofo-togrametria e os Veículos Aéreos Não Tripulados (VANTs). Participe e conte-nos sua experiência! Os resultados serão compartilhados com a comunidade, pelo portal e revista MundoGEO.

64,2% Obras

44,7% Georreferenciamento de imóveis

20,2% Outra

13,0% Florestal

15,8% Mineração

20,6% Agricultura

31,9% Meio ambiente

Em que atividade(s) você faz uso de Estação Total?

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76,8% Precisão/acurácia 63,8% Facilidade de uso 59,5% Autonomia em campo

43,5% Robustez

48,5% Suporte

49,0% Qualidade da ótica

53,0% Preço

5,5% Outro

24,8% Tempo no mercado

35,3% Alcance

38,3% Medição sem prisma

39,0% Garantia

Que atributos são mais importantes para a escolha?

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44,9% Operador em campo 25,7% Usuário de dados em escritório

6,0% Avaliador/comprador 5,4% Vendedor0,4% Fabricante

17,5% Outro

Qual sua relação com Estações Totais?

33,5% Cabo USB 17,0% Pendrive 15,8% Cartão de Memória 10,3% Porta USB

9,3% Cabo Serial 8,8% Bluetooth

3,5% Wireless 2,5% Outra

Que tecnologia para transferência de dados é mais importante?

61,0% Laser 22,7% Óptico 12,6% Indiferente

3,8% Não sei

Qual sua preferência quanto ao prumo?

51,1% Sim 38,3% Não

2,0% Ainda não uso estação 8,5% Não sei

Já pensou em substituir a Estação por GNSS RTK?

PESQUISA

Junte-se a nós!www.opengeospatial.org

Pessoas trabalhando juntaspara resolver problemas sobre

onde.

• Padrões abertos• Livre participação• América Latina e o mundo

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MundoGEO 70 | 201250

SAIBA ONDE ESTUDAr GEO NO BrASILQuarta matéria da série lista os principais cursos técnicos e graduações da região Nordeste

Em 2012, a revista MundoGEO iniciou uma série de matérias sobre os principais cursos de geo do Brasil.

Com o objetivo de ser uma referência para estudantes e demais interessados em atuar na área de geoinformação, a série trouxe tabelas e dados sobre os cursos técnicos e graduações do país, além de depoimentos e análises da educação e do mercado de trabalho para os futuros profissionais do setor.

A série de matérias começou na revista MundoGEO 67. Nas edições anteriores, foram apresentadas tabelas e dados sobre as regiões Sul, Sudeste, Norte e Centro- Oeste. Acompanhe agora a quarta parte com a região Nordeste, completando este “guia” nacional com os prin-cipais cursos de graduação e técnicos de geo do país.

PErFIL rEGIONALO Nordeste apresenta o maior número de unidades

da federação, sendo nove no total. A região é a terceira maior em relação à extensão territorial, e a que possui o menor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do país. Segundo levantamento da revista MundoGEO, exis-tem na região 48 instituições que oferecem cursos técni-cos e de graduação regulares na área de geotecnologia, com predominância para a graduação em Geografia, na modalidade Licenciatura. Pernambuco e Bahia são os estados com mais instituições, com 12 e 11 respectiva-mente, números que estão bem acima dos constatados nos outros estados.

Na Bahia, a área de agrimensura é muito explorada, onde há três instituições que possuem os cursos técni-cos e as engenharias. Já os cursos de Geografia, tanto Bacharelado quanto Licenciatura, estão presentes em mais de dez cidades do estado, o que demonstra que, além das graduações e cursos técnicos, há um mercado aquecido que busca a profissionalização dos estudantes através de diversos cursos de pós-graduação, mestrado e doutorado.

Sergipe, o menor estado do país, possui três institui-ções que disponibilizam cursos de geo em cinco cidades distintas, mas concedem algumas opções de ensino a distância. Somente na Universidade Federal do Sergipe (UFS), a modalidade a distância de Licenciatura em Geo- grafia contabiliza 13 cidades. Para cada polo são ofere-cidas 50 vagas, mas a habilitação para bacharelado está disponível somente para o curso presencial.

Segundo informações concedidas por Paulo José de Oliveira, engenheiro cartógrafo, mestre em Geografia e professor do departamento de Geografia da UFS, o mer-

CURSOS

Por alExandrE scussEl E Elis JacquEs

Colabore!A próxima edição da Revista MundoGEO vai trazer os principais cursos de pós-graduação do país. Se você é aluno, docente ou profissional na área da geoinformação, ajude-nos a mapear os cursos de geo no Brasil. Envie suas dúvidas, comentários e sugestões para [email protected] e/ou [email protected]

cado de Geografia no estado tem seu maior potencial ligado à Licenciatura, na função de professor do ensino fundamental, médio ou superior, seja no próprio estado ou nos vizinhos. “Os governos estadual e municipais têm feito com relativa frequência, de forma proporcional ao aumento populacional, concursos para contratação de professores, uma vez que Geografia é uma das discipli-nas obrigatórias nas escolas, sejam elas públicas ou par-ticulares. O ensino de Geografia à distância na UFS tem absorvido também muitos professores recém-formados no curso presencial da própria universidade ou da Uni-versidade Tiradentes (Unit). Em breve, este mercado tam-bém estará aberto para os próprios formandos do ensino a distância”, afirma.

Em Sergipe, o Bacharelado em Geografia existe so-mente na UFS e, segundo o professor, a absorção do profissional no mercado não é tão fácil. “Mesmo com a quantidade de vagas ofertadas para Bacharelado ser bem inferior à da Licenciatura, o bacharel encontra trabalho como geógrafo basicamente nos órgãos públicos estadu-ais ou municipais, mas em cargos de confiança. Em nível estadual, não há concurso público específico para este profissional há cerca de 30 anos. As prefeituras não têm geógrafos contratados por concurso, inclusive a maior de-las, Aracaju. No entanto, um fator positivo é que a quase totalidade dos bacharéis são da área de geotecnologias”, afirma. O professor também esclarece sobre a absorção do geógrafo pelo mercado, no Nordeste e em Sergipe: “Um fato interessante, é que o geógrafo bacharel, além de concorrer no mercado com outros profissionais de áreas afins, concorre com seus próprios colegas de licen-ciatura, uma vez que, não havendo concursos públicos, os licenciados são contratados como assessores, aprendem internamente algumas atividades e executam funções de geógrafo, ocupando o espaço que deveria ser preenchido com concurso público. Em empresas privadas da área em Sergipe, o geógrafo é empregado esporadicamente, e se dedica à formação de equipes para elaboração de plano diretor ou estudos de impacto ambiental”.

No Rio Grande do Norte foram encontradas três insti-tuições, sendo que a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) oferta graduação em Geofísica e Geolo-gia, este que é um curso pouco comum nas instituições de ensino superior brasileiras e, na região Nordeste, é ofe-recido também pelas Universidades Federais de Sergipe, Bahia e Pernambuco. Segundo informações da UFRN,

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historicamente, a maior parte dos geólogos formados pela instituição têm se especializado em mapeamento geológico. De acordo com a estrutura curricular atual do curso, o estudante tem os últimos quatro períodos para se especializar em pelo menos uma dentre as seguintes áreas de ênfase: Geologia de Terrenos Cristalinos, Geologia de Terrenos Sedimentares, Geologia e Geofísica do Petróleo, Recursos Minerais, Geo- logia Ambiental e Hidrogeologia. Em agosto deste ano, o Bacharelado em Geofísica da UFRN recebeu a sua primeira avaliação pelo Ministério da Educação o curso foi reconhecido com nota máxima. A UFRN oferece, ainda, o curso de Licenciatura em Geografia à Distância, que objetiva qualificar professores da rede pública de ensino que estão atuando sem a formação na área. No Rio Grande do Norte, o curso está vinculado aos polos das cidades de Caicó, Nova Cruz e Macau.

Pernambuco é o estado que, segundo este levantamento, apresen-ta o maior número de instituições com cursos de geo do Nordeste do Brasil. As únicas opções diferentes de Geografia são da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), que oferta as graduações em Geologia e Engenharia de Agrimensura e Cartográfica, além de Bacharelado em Oceanografia. Com 40 vagas anuais na modalidade de Licenciatura e 100 no Bacharelado, o curso de Geografia da UFPE qualifica o profissional para atuar em quadros técnicos de planejamento nos diferentes níveis (nacional, regional e local), elaborar pesquisas, prestar consultorias e desenvolver técnicas especializadas na área de geografia, sociedade e meio ambiente. Já o curso de Licenciatura prepara o estudante para o exercício profissional, habilitando-o para atuar como professor, capacita-dor, coordenador ou consultor na área de ensino fundamental e médio. Com 40 vagas anuais, o curso de Geologia da UFPE tem por objetivo formar profissionais para atuar em mapeamento geológico, visando identificar áreas de geração e armazenamento de recursos minerais indispensáveis (petróleo, água, metais), áreas favoráveis à construção de represas ou outras obras de grande porte ou ainda áreas com risco de deslizamento. O mercado de trabalho para o geólogo inclui as em-presas federais, estaduais, de capital misto e privadas, ligadas direta ou indiretamente com as Ciências da Terra, destacando-se a Petrobras, Departamento Nacional de Produção Mineral, Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais, empresas privadas que lidam com a exploração de água subsuperficial, mineradoras e que exploram rochas para o re-vestimento interno e externo. Já o curso de graduação em Engenharia de Agrimensura e Cartográfica possui 30 vagas anuais e tem como

objetivo formar profissionais para atuar em medições e análise do es-paço geográfico, objetivando a organização territorial. Os engenheiros agrimensores e cartógrafos também produzem mapas para caracteri-zar um instrumento de descoberta e comunicação a serviço de outras atividades profissionais, na implementação de suas respectivas ações.

Em Piauí existem poucas instituições com cursos de geo, e todas são públicas. Uma opção encontrada no estado é o curso superior de Tecnologia em Geoprocessamento, ofertado pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia em Teresina. Com duração de três anos e meio, o curso utiliza sistemas computacionais voltados à aquisição, ar-mazenamento, processamento, análise e apresentação de informações sobre o meio físico, referenciadas espacialmente. A atuação do profis-sional pode ser feita em instituições públicas e privadas que trabalhem com monitoramento do meio ambiente, reconhecimento dos recursos naturais da terra e sua utilização, uso e ocupação do solo, atualização de mapas, planejamento urbano e rural.

No estado de Alagoas, os cursos de geo estão restritos às universida-des federal e estadual. A Universidade Federal de Alagoas (UFA) conta com o curso de Engenharia de Agrimensura e Cartográfica que, em toda região Nordeste, a graduação foi encontrada somente de Bahia, Pernambuco e Piauí. O curso da UFA oferece 30 vagas anuais, somen-te em Maceió. A instituição conta também com Bacharelado e Licen-ciatura em Geografia, ambas com 60 vagas cada, e ainda Geografia à distância, com 200 vagas.

No Maranhão, assim como em outros estados da região, notou-se a carência de graduações e demais cursos na área de geoinformação. Este pode ser o fato que explica uma concorrência tão grande no curso de Geografia da Universidade Federal do Maranhão (Ufam). Com 52 vagas anuais, a concorrência foi de 35,54 alunos por vaga no último processo seletivo. A única opção diferente de Geografia encontrada no Maranhão foi o curso de Tecnologia em Geoprocessamento, do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia (IFMA), ofertado no campus Impe-ratriz. Segundo a Pró-Reitoria de Pesquisa, Pós-Graduação e Inovação do IFMA, o curso tem duração prevista de 12 meses e contribui na qua-lificação de profissionais de Tecnologia da Informação, com destaque para o ensino de Geoprocessamento, abordando campos do saber como Topografia, Geodésia, Fotogrametria, Sensoriamento Remoto, Cartografia, Posicionamento por Satélite, entre outros.

CIDADE INSTITUIçãO GrADUAçãO / TéCNICOS

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ItabaIana, São CrIStóvão, LaranjEIraS

UnIvErSIdadE FEdEraL do SErgIpE - UFS arqUEoLogIa | gEograFIa prESEnCIaL (baCharELado E LICEnCIatUra) E Ead (LICEnCIatUra) | gEoLogIa

Lagarto FaCULdadE joSé aUgUSto vIEIra - Fjav gEograFIa (LICEnCIatUra)araCajU UnIvErSIdadE tIradEntES - UnIt gEograFIa prESEnCIaL E Ead (LICEnCIatUra)

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patoS FaCULdadES IntEgradaS dE patoS - FIp gEograFIa (LICEnCIatUra)gUarabIra UnIvErSIdadE EStadUaL da paraíba - UEpb gEograFIa prESEnCIaL E Ead (LICEnCIatUra)joão pESSoa UnIvErSIdadE FEdEraL da paraíba - UFpb gEoCIênCIaS

CajazEIraS UnIvErSIdadE FEdEraL dE CampIna grandE - UFCg gEograFIa (LICEnCIatUra) | mEtEoroLogIa

joão pESSoa InSt. FEdEraL dE EdUCação, CIênCIa E tECnoLogIa da paraíba - IFpb tECnoLogIa Em gEoproCESSamEnto

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MundoGEO 70 | 201252

CIDADE INSTITUIçãO GrADUAçãO / TéCNICOS

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ItabaIana, São CrIStóvão, LaranjEIraS

UnIvErSIdadE FEdEraL do SErgIpE - UFS arqUEoLogIa | gEograFIa prESEnCIaL (baCharELado E LICEnCIatUra) E Ead (LICEnCIatUra), gEoLogIa

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joão pESSoa InSt. FEdEraL dE EdUCação, CIênCIa E tECnoLogIa da paraíba - IFpb tECnoLogIa Em gEoproCESSamEnto

CIDADE INSTITUIçãO GrADUAçãO / TéCNICOS

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SaLvador UnIvErSIdadE FEdEraL da bahIa - UFba EngEnharIa dE agrImEnSUra E CartográFICa | gEoFíSICa | gEograFIa (LICEnCIatUra E baCharELado) | gEoLogIa | oCEanograFIa

govErnador mangabEIra FaCULdadE marIa mILza - Famam gEograFIa (LICEnCIatUra)tEIxEIra dE FrEItaS FaCULdadE pItágoraS dE tEIxEIra dE FrEItaS gEograFIa (LICEnCIatUra)CatU, UrUçUCa, Santa InêS InSt. FEdEraL dE EdUCação, CIênCIa E tECnoLogIa baIano - IF baIano gEograFIa (LICEnCIatUra), téCnICo Em agrImEnSUra

SaLvador InSt. FEdEraL dE EdUC., CIênCIa E tECnoLogIa da bahIa - IFba gEograFIa (LICEnCIatUra)SaLvador UnIvErSIdadE CatóLICa do SaLvador - UCSaL gEograFIa (baCharELado E LICEnCIatUra)jaCobIna UnIvErSIdadE do EStado da bahIa - UnEb gEograFIa (LICEnCIatUra)ILhéUS UnIvErSIdadE EStadUaL dE Santa CrUz - UESC gEograFIa (baCharELado E LICEnCIatUra)vItórIa da ConqUISta UnIvErSIdadE EStadUaL do SUdoEStE da bahIa - UESb gEograFIa (LICEnCIatUra)SaLvador UnIvErSIdadE SaLgado dE oLIvEIra - UnIvErSo gEograFIa (LICEnCIatUra)

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aSSU, moSSoró, paU doS FErroS UnIvErSIdadE do EStado do rIo grandE do nortE - UErn gEograFIa (LICEnCIatUra)

nataL UnIvErSIdadE FEdEraL do rIo grandE do nortE - UFrn gEoFíSICa (baCharELado) | gEoLogIa | gEograFIa ( baCharELado E LICEnCIatUra) | gEograFIa Ead

nataLInStItUto FEdEraL dE EdUCação, CIênCIa E tECnoLogIa do rIo grandE do nortE

gEograFIa (LICEnCIatUra) | téCnICo Em mInEração | tECnoLogIa Em gEStão ambIEntaL

CE

FortaLEza, LImoEIro do nortE UnIvErSIdadE EStadUaL do CEará - UECE gEograFIa (LICEnCIatUra)SobraL UnIvErSIdadE EStadUaL do vaLE do aCaraú - Uva gEograFIa (LICEnCIatUra)FortaLEza UnIvErSIdadE FEdEraL do CEará - UFC gEograFIa (baCharELado E LICEnCIatUra) | gEoLogIa

Crato UnIvErSIdadE rEgIonaL do CarIrI - UrCa gEograFIa (LICEnCIatUra)

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garanhUnS, mata nortE UnIvErSIdadE dE pErnambUCo - UpE gEograFIa (LICEnCIatUra)

rECIFE UnIvErSIdadE FEdEraL dE pErnambUCo - UFpE gEograFIa (baCharELado E LICEnCIatUra) | gEoLogIa | EngEnharIa CartográFICa | oCEanograFIa

ararIpIna FaCULdadE dE Formação dE proFESSorES dE ararIpIna gEograFIa (LICEnCIatUra)arCovErdE CEntro dE EnSIno SUpErIor dE arCovErdE gEograFIa (LICEnCIatUra)SaLgUEIro FaCULdadE dE CIênCIaS hUmanaS do SErtão CEntraL gEograFIa (LICEnCIatUra)paLmarES FaCUL dE Formação dE proFESSorES da mata SUL - FamaSUL gEograFIa (LICEnCIatUra)bELo jardIm FaCULdadE dE Formação dE proFESSorES dE bELo jardIm gEograFIa (LICEnCIatUra)bELém dE São FranCISCo CEntro dE EnSIno SUpErIor do vaLE do São FranCISCo gEograFIa (LICEnCIatUra)SErtânIa, ágUaS bELaS, CarpIna, paLmarES, gravatá

InStItUto FEdEraL dE EdUCação, CIênCIa E tECnoLogIa dE pErnambUCogEograFIa (LICEnCIatUra) | tECnoLogIa Em gEStão ambIEntaL

vItórIa dE Santo antão FaCULdadES IntEgradaS da vItórIa dE Santo antão gEograFIa (LICEnCIatUra)goIana FaCULdadE dE CIênCIaS E tECnoLogIa proFESSor dIrSon maCIEL dE

barroSgEograFIa (LICEnCIatUra)

oLInda FaCULdadE dE oLInda - FoCCa gEograFIa (LICEnCIatUra)

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tErESIna UnIvErSIdadE FEdEraL do pIaUí - UFpI EngEnharIa dE agrImEnSUra E CartográFICa | gEograFIa (LICEnCIatUra) São raImUndo nonato, tErESIna UnIvErSIdadE EStadUaL do pIaUí - UESpI gEograFIa (LICEnCIatUra)tErESIna InStItUto FEdEraL dE EdUCação, CIênCIa E tECnoLogIa do pIaUí t. Em gEoproCESSamEnto | gEStão ambIEntaL | t. Em mInEração

aL

maCEIó, dELmIro goUvEIa UnIvErSIdadE FEdEraL dE aLagoaS - UFaLgEograFIa prESEnCIaL (baCharELado E LICEnCIatUra) E Ead (LICEnCIatUra) | EngEnharIa dE agrImEnSUra | mEtEoroLogIa

aLto CrUzEIro arapIraCa UnIvErSIdadE EStadUaL dE aLagoaS gEograFIa (LICEnCIatUra)

ma

São LUíS UnIvErSIdadE FEdEraL do maranhão - UFma gEograFIa (baCharELado E LICEnCIatUra)São LUíS FaCULdadE Santa Fé gEograFIa (LICEnCIatUra)São LUíS, CaxIaS, ImpEratrIz UnIvErSIdadE EStadUaL do maranhão - UEma gEograFIa (baCharELado E LICEnCIatUra)pEdrEIraS FaCULdadE dE EdUCação São FranCISCo gEograFIa (LICEnCIatUra)ImpEratrIz InStItUto FEdEraL dE EdUCação, CIênCIa E tECnoLogIa do maranhão tECnoLogIa dE gEoproCESSamEnto

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53

ALTA ACURÁCIA

CINTILAçãO IONOSFérICADo Cigala ao Calibra

JOãO FrANCISCO GALErA MONICOÉ graduado em engenharia cartográfica pela Universidade Estadual Paulista, com mestrado em ciências geodésicas pela Universidade Federal do Paraná e doutorado em engenharia de levantamentos e geodésia espacial pela Universidade de Nottingham. Professor e líder do Grupo de Estudo em Geodésia Espacial da Unesp. Autor do livro Posicionamento pelo GNSS [email protected]

Detalhes do projeto Concept for Ionospheric Scintillation Mitigation for Professional GNSS

in Latin America (Cigala), encerrado em fevereiro de 2012, já foram abordados nesta coluna. Os resul-tados alcançados durante o seu desenvolvimento foram bastante satisfatórios, estando dentre eles um aplicativo de consultas sobre a ocorrência de cintilação ionosférica no Brasil, o qual também foi apresentado nesta coluna. O aplicativo pode ser acessado em http://is-cigala-calibra.fct.unesp.br.

A boa notícia que se apresenta agora é que o pro-jeto terá continuidade, não só pela decisão da Univer-sidade Estadual Paulista (Unesp) em continuar com a coleta de dados pelas estações de monitoramento de cintilação ionosférica instaladas na vigência do Ciga-la, mas pela aprovação de outro projeto, novamen-te financiado pela Comunidade Europeia, também dentro do contexto do Quadro Programa 7 (FP7), a exemplo do que ocorreu com o Cigala.O novo projeto é denominado Countering GNSS high Accuracy applications Limitations due to Ionospheric disturbances in Brazil (Calibra) e terá duração de dois anos. Seu início ocorreu no dia 19 de novembro deste ano, e o lançamento ofi-cial foi no dia 23 do mesmo mês, na Universidade de Nottingham, no Reino Unido. A figura mostra o símbolo proposto para caracterizar o projeto, o qual, acreditamos, proporciona uma razoável indicação do propósito do mesmo. O título do projeto está fortemente relacionado com a de-nominação desta coluna, uma vez que se alme-

ja calibrar as medidas dos efeitos da cintilação ionosférica, de modo que esses e outros efeitos sistemáticos sejam eliminados ou reduzidos das medidas GNSS, situação em que a medida de pre-cisão se confunde com a de acurácia, podendo proporcionar Alta Acurácia.

Compõe a equipe do projeto a Universidade de Nottingham da Inglaterra, que lidera o projeto, a empresa Septentrio da Bélgica, o INGV de Roma e a Universidade de Nova Gorica, da Croácia; to-dos da Europa. Em termos de Brasil, participam a Unesp Campus de Presidente Prudente e a empre-sa Consulgel. O projeto ainda recebe o suporte da Petrobras, da Agro Pastoril Paschoal Campanelli e da Máquinas Agrícolas Jacto, além da empresa Veripos, via sua filial da América do Sul.

Um resultado bastante importante do proje-to Cigala foi o desenvolvimento de receptores capazes de assegurar o rastreamento dos sinais GNSS, mesmo durante a ocorrência de cintilação de nível moderado a forte. Além disto, uma pa-tente relacionada com o desenvolvimento de um modelo matemático para mitigação de efeitos da cintilação ionosférica ao nível de processamen-to dos dados foi depositada no Reino Unido e se encontra em análise. No entanto, apesar dos avanços, alguns erros ainda permanecem no Po-sicionamento por Ponto Preciso (PPP), juntamen-te com as dificuldades de solução do vetor das ambiguidades no Real Time kinematic (RTk), as-sociados com fortes ocorrências de cintilação. O principal objetivo do projeto Calibra é investigar esse problema, visando mitigá-los, além de am-pliar a rede Cigala de monitoramento da Ionos-fera, com a adição de mais cinco estações GNSS, duas delas advindas de um projeto temático fi-nanciado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).

Alunos de Mestrado e de Doutorado do Pro-grama de Pós-Graduação em Ciências Cartográfi-cas da FCT/Unesp poderão participar do projeto, o que lhes permitirá desenvolver atividades de pesquisa vinculadas com desenvolvimento e ino-vação tecnológica, uma ação muito importante no Brasil nos dias de hoje. FIgUra moStrando o SímboLo do projEto

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54 MundoGEO 70 | 2012

ESTAÇÕES TOTAIS

GrANDES OBrAS DE ENGENhArIA: TúNEL CUNCAS IUso de estações servo na implantação de túnel de 15 quilômetros no Projeto Integração do Rio São Francisco. Tecnologia autolock e busca automática do prisma reduzem erros e desgaste físico do topógrafo

Na cidade de São José de Piranhas (PB), divisa entre Paraíba e Ceará, o consórcio Construcap/

Ferreira Guedes/Toniolo Busnello está construindo o que muitos dizem ser “o maior túnel para trans-porte de águas da América Latina. A obra está sob fiscalização do consórcio Maubertec/Esteio/LBR e, neste artigo, daremos informações sobre caracte-rísticas da obra e metodologias adotadas.

O túnel Cuncas I, no lote 14 do Projeto de Integra-ção do Rio São Francisco com Bacias Hidrográficas do Nordeste Setentrional, do Ministério da Integra-ção Nacional, terá 15 quilômetros de comprimen-to e está sendo executado com seção transversal composta, retangular na parte inferior, com base de nove metros e paredes de sete metros de altura, e com teto em arco. O túnel ligará dois trechos em canal e tem fundo com caimento bastante leve, de 40 centímetros para cada quilômetro de extensão. A água fluirá em conduto livre, sem pressão, com seção molhada na parte retangular, que terá revesti-mento hidráulico, e seção livre no arco do teto, que terá revestimento de proteção superficial, pois não terá contato direto com a água.

O processo construtivo consiste na escavação do túnel principal e na abertura de uma janela de tra-balho descendente, para que a escavação do túnel principal possa seguir em quatro frentes distintas. Isto é, além das escavações que partem dos embo-ques Norte e Sul, um segundo túnel descendente foi escavado para atingir o ponto central do canal principal, de onde partiram outras duas frentes. Os maiores desafios para a topografia estão nesse túnel descendente, pois tem dois quilômetros de exten-são que se desenvolvem em curvas e rampas até o centro do túnel principal, trajeto este que é crítico para a descida das coordenadas.

O processo foi pensado da seguinte forma: do lado de fora do túnel descendente foram implanta-dos dois pontos de partida, a partir dos quais uma

poligonal desce até o túnel principal, onde foram determinados os dois pontos de onde partiram as duas frentes de escavação centrais, que vão ao en-contro das escavações que vêm dos emboques.

CONVENCIONAL x SErVOInicialmente foram utilizadas duas estações to-

tais convencionais, com precisões angulares de cin-co e dois segundos, respectivamente. O processo também foi convencional, onde o operador fazia a visada, gravava e calculava. As primeiras poligonais, feitas no mesmo processo convencional tanto por construtor quanto por fiscalizador, atingiram, na relação linear da estação, fechamentos de 1:13.000 e 1:15.000.

Mediante esses resultados, o consórcio constru-tor resolveu experimentar uma nova abordagem que, além de mais produtiva, proporcionasse tam-bém melhores resultados em precisão. Partiram então para a utilização de uma estação total servo motorizada Trimble S3 Autolock, que faz a busca automática do prisma. O equipamento foi fornecido

Enquanto a poligonal de nove

quilômetros foi feita com a estação servo

motorizada em 10 horas de trabalho,

no método convencional o

mesmo trabalho não levaria menos

de 16 horas

FrANCO rAMOSGerente de Contas Corporativas da Trimble Brasil para a Divisão de Topografia. Engenheiro Civil com conhecimento em infraestrutura de transportes, tendo atuado também nas empresas Santiago & Cintra, Centro Paula Souza, Engevix Engenharia e Instituto Croata de Engenharia [email protected]

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PROMOÇÃO DE VERÃOPROMOÇÃO DE VERÃO

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pela Schwab Soluções Topográficas, de Recife (PE), e a tecnologia está sendo utilizada pelo consórcio fiscalizador para garantir a qualidade das poligonais.

Já na primeira tentativa, foi obtido com a estação servo um fechamento de 1:64.400 numa poligonal de nove quilômetros de extensão, o que, segundo o técnico agrimensor Anderson Schwab, fornecedor da tecnologia, foi considerado um resultado excep-cional. Esse resultado foi obtido no trecho mais crí-tico, que é o túnel descendente.

Com esse novo enfoque, a obra segue, estando agora no seguinte ponto: a escavação do emboque Norte já atingiu três quilômetros de extensão e o setor Sul está no início. A janela de trabalho para o centro do túnel principal está aberta e tem dois quilômetros de extensão. A escavação a partir do ponto central já atinge dois quilômetros no sentido do emboque Norte e pouco mais que isso no sentido Sul. Sendo assim, podemos descrever a poligonal de nove quilômetros, mencionada acima, como a mais crítica até o momento, pela soma da extensão do túnel descendente com as escavações no senti-do Norte e Sul e com o retorno para fora da janela.

Partindo agora para o processo topográfico utili-zado, a proposição da Trimble S3 Autolock permitiu três a quatro vezes mais velocidade nas leituras, per-mitindo assim que sejam feitas mais leituras. Nessa metodologia, faz-se uma série de quatro leituras au-tomáticas por ponto, da seguinte forma: o operador dá a posição do prisma, a estação servo faz então a busca automática do prisma e realiza quatro leituras automáticas, direta e inversa, o que possibilita ex-purgar uma das leituras e trabalhar com uma média de três leituras por vértice.

Perguntado se o ganho obtido com a estação servo motorizada foi maior em produtividade ou em precisão, o técnico agrimensor Marcelo Correia, do consórcio Maubertec/Esteio/LBR, disse que am-bos os ganhos foram consideráveis. Segundo ele, enquanto a poligonal de nove quilômetros foi feita com a estação servo motorizada em 10 horas de tra-balho, no método convencional o mesmo trabalho não levaria menos de 16 horas trabalhadas (des-contadas em ambos os casos as horas de descanso e paralizações). Além disso, com a estação servo não há o desgaste físico de procurar a visada, pois

a estação faz a pontaria de forma auto-mática. Dessa forma, enquanto no mé-todo convencional faziam-se três leitu-ras por ponto (direta e inversa), com a estação servo agora são feitas quatro.

Atualmente, a fiscalização avança as poligonais de apoio utilizando a esta-ção total e mais quatro tripés, quatro bases nivelantes com prumo óptico e dois primas com suporte. A metodolo-gia de trabalho é a seguinte: utiliza-se um tripé com prisma para a ré, um para a estação, outro com prisma para a van-te e o último vai sendo instalado adian-te, sendo que este quarto tripé foi ado-tado para maior agilidade e aumento de produtividade, pois, ao longo do serviço, estação e prismas avançam a cada série de leituras, sendo colocados sobre as bases nivelantes seguintes.

No processo convencional, coloca-va-se a estação sobre um tripé, mas as visadas ré e vante eram feitas usando um úni-co prisma, sobre bastão com bipé. Toda vez que se movia a estação, movia-se também o tripé e o bastão do prisma era então colocado naquele mesmo ponto. Esses movimentos geravam erros que se acumulavam.

Agora, o suporte de prisma sobre a base nivelan-te coloca o centro do prisma exatamente no mesmo ponto em que ficava o centro da estação na visada anterior, sem movimento nenhum. As bases nive-lantes com prumo óptico usadas atualmente per-mitem que os tripés sejam instalados sem a estação total. Esse processo eliminou os erros cumulativos que ocorriam nos movimentos de reinstalação da base nivelante e de estacionamento do prisma.

O técnico agrimensor Marcelo Correia destaca, ainda, um ponto a melhorar com o tempo e a práti-ca na instalação do tripé que segue adiante. A tarefa de instalação do quarto tripé tem tomando muito tempo, o que, por vezes, resulta em que a estação total permaneça por algum tempo inoperante. Essa é uma questão de condicionamento e adaptação, pois é uma tarefa realizada em um ambiente escuro e com muita poeira.

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MAPA SPLASER SCANNER 3D

MéTODOS DE LEVANTAMENTOTécnicas de medição com LS3D Estático – Parte 1

O desenvolvimento dos equipamentos de Laser Scanner 3D (LS3D) Terrestres vem buscando

cada vez mais a produtividade. Quando falamos em produtividade não estamos apenas falando da quantidade de pontos por segundo ou do seu al-cance em metros. Estamos falando também do mé-todo de medição, que, dependendo da aplicação, passa a ser peça fundamental na produtividade por causa das limitações ou facilidades de cada campo de atuação.

Lembramos que nas edições anteriores vimos que o levantamento com LS3D Estático é composto por cenas e estas através de pontos em comum devem ser unidas para compor uma única nuvem de pontos, compondo o registro da cena.

Veremos então os métodos de levantamento que permitem registrar as cenas:

POLIGONAL SCANNErSimilar ao procedimento de poligonal com uma es-

tação total, o LS3D (Laser Scanner 3D) exige que ele esteja calado e centrado sobre um ponto coordenado e faça uma orientação a um ponto a ré, também coor-denado ou com um azimute conhecido.

A medição neste ponto à ré é feita utilizando um target. Desta forma, todos os pontos da nu-vem de pontos estarão sendo medidos no siste-ma de coordenadas especificado. Feita a medição da nuvem de pontos, parte-se para a medição de um ponto à vante, também utilizando um target. O ponto à vante deve ser devidamente materiali-zado que permita a futura ocupação do LS3D. O procedimento se repete com as cenas seguintes até que seja ocupado um ponto coordenado com o LS3D, realizando a visada à vante num outro ponto coordenado.

Em campo é realizado o processamento preli-minar em tempo real onde as nuvens de pontos

de cada cena estarão num mesmo sistema de coordenadas, sen-do possível até mesmo analisar a nuvem com-pleta. No escritório é realizado o registro das cenas onde o erro encontrado na poligo-nal é então ajustado e são recalculadas as co-ordenadas dos pontos que compõem a nu-vem de pontos, agora devidamente ajusta-dos à poligonal.

rOVANE MArCOS DE FrANçAProfessor de geodésia e georreferenciamento do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Santa Catarina (IFSC) e consultor da Vector Geo4D. Engenheiro civil, técnico em geomensura e Estradas. Experiência em levantamentos com laser scanner há três anos em várias aplicações, usando diversos softwares de processamento e modelagem de nuvem de [email protected]

É necessário que os targets e o próprio LS3D te-nham dispositivos que possibilitem a centragem sobre pontos materializados em campo, como base nivelante com prumo (ótico ou laser) ou bastões. Como estamos falando de dados 3D, obrigatoria-mente a altura do LS3D e dos dispositivos de visada devem ser medidos em campo.

Para que o LS3D permita este método, ele deve ser munido de compensador angular, pois ele terá apenas uma orientação para o ângulo de azimute.

Este método tem o inconveniente da obrigato-riedade de seguir uma sequência de cenas. É muito utilizado para levantamentos topográficos para in-fraestrutura, onde técnicos que já executam levan-tamentos com estações totais não terão dificuldades de adaptação à metodologia com LS3D.

SCANNEr LIVrEEste método permite que o LS3D seja colocado

em qualquer lugar sem a necessidade de ocupar com o LS3D os pontos coordenados, nem os pon-tos onde foram medidos pelos targets. Porém a visada em pelo menos dois pontos coordenados com targets é obrigatória para que a nuvem fique no mesmo sistema de coordenadas dos pontos de referência. As cenas não necessitam ser inter-visíveis, permitindo que sejam escaneados locais de difícil acesso ou confinados, reduzindo o nú-mero de cenas.

Este método permite também que o LS3D traba-lhe sem estar calado (sem compensador angular ou com ele desligado), sendo, neste caso, necessários três pontos coordenados e medidos com targets. Com o LS3D não calado, podemos colocá-lo em po-sição estratégica para escaneamento de locais de di-fícil acesso, como fossos, janelas, sacadas, passarelas, etc.. Uma boa distribuição geométrica dos targets é fundamental para a qualidade do registro.

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MundoGEO 70 | 201258

NOVIDADES DA GEOMáTICA APArECEM PrIMEIrO AQUIIntergeo reúne 16 mil profissionais em Hanover, na Alemanha. O MundoGEO esteve presente e traz informações exclusivas

O MundoGEO esteve presente na Intergeo, Con-ferência e Feira de Geodésia, Geoinformação e

Gestão Territorial que aconteceu de 11 a 13 de outubro em Hanover, na Alemanha. A edição de 2012 da maior conferência mundial do setor apresentou uma área de exposição de 28 mil metros quadrados e mais de 140 apresentações focadas no valor dos dados geográfi-cos e econômicos.

O Intergeo se tornou, ao longo de seus quase 20 anos, o maior evento global de geotecnologias, com mais de meio milhão de usuários no seu website, 500 empresas na exposição, 16 mil visitantes na feira, pro-venientes de 80 países. Em Hanover, cerca de 1.400 par-ticipantes da conferência foram envolvidos no diálogo interdisciplinar em 40 áreas temáticas da Convenção, com destaque para o escaneamento a laser, modela-gem 3D e otimização de processos.

Palestrantes de renome internacional estiveram no Intergeo 2012, como Cornelia Rogall-Grothe, secretária de estado do Ministério do Interior da Alemanha, que destacou o potencial da indústria de geoinformação, em um mercado anual com 40 bilhões de euros e 30 mil novos postos de trabalho nos próximos cinco anos.

O Conselho de Mapeamento Geodésico Europeu (CLGE, na sigla em inglês) organizou a 3ª Conferência Europeia de Agrimensores e seu encontro geral anual, como parte das atividades do Intergeo, com o tema “Proteção da Propriedade na Europa”, um tópico im-portante em época de crise econômica e financeira.

A primeira Conferência Nacional da Infraestrutu-ra Europeia de Dados Espaciais (Inspire), organizada pelo Ministério Federal do Interior e a Sociedade Alemã de Geodésia, Geoinformação e Gestão Ter-ritorial (DVW, na sigla em alemão), foi um dos even-tos de maior destaque do Intergeo. Este encontro também tratou de assuntos chave para a Europa, com menos foco na questão técnica e mais ênfase na dimensão política da Inspire e a infraestrutura de dados geoespaciais da Alemanha, com particular referência a dados abertos.

Estudantes da União Europeia foram convidados pelo CLGE e a DVW para o Encontro Europeu de Es-tudantes (ESM, na sigla em inglês), um espaço para a troca de experiências e geração de redes de contatos com possíveis empregadores.

INTERGEO

Por Eduardo FrEitas

Vídeo:Acesse www.youtube.

com/mundogeo e confira um vídeo exclusivo

do Intergeo, feito pela equipe MundoGEO

FEIrAA feira de produtos e serviços do Intergeo con-

tou com uma variedade de setores cobrindo todo o espectro das geotecnologias, desde mapea-mento, geoinformação, sensoriamento remoto e aerofotogrametria. Um destaque deste ano foi a integração dos tablets e smartphones à cadeia de produção.

Na área de modelagem de cidades, pesquisa-dores estão continuamente melhorando algoríti-mos para modelagem automática de edificações e, em particular, para geração foto-realística de fachadas. A integração de visualizadores em 3D na web com o GIS 2D era outro destaque na feira do Intergeo. Já o laser scanner oferece uma fonte de dados que, em sua essência, já é tridimensional. Podendo ser utilizado no modo estático ou móvel, o escaneamento a laser continua a ser uma ten-dência no setor de geomática para mapeamento de estradas, ferrovias, as-built, etc..

Uma tendência no Intergeo do ano passado, os Veículos Aéreos Não Tripulados (VANTs) che-garam em 2012 com toda a força, com mais de 15 diferentes modelos na feira, um aumento signifi-cativo em pouco tempo.

Este ano, a comunidade de software aberto teve seu próprio estande no Intergeo, com aproxima-damente 10 companhias e projetos, como o Open- StreetMap, MapGuide, Mapbender, QuantumGIS e outros, sob a coordenação da FossGIS.

ENCONTrO DE LIDErANçASNo segundo dia do evento, o destaque ficou por

conta de um encontro entre lideranças do setor, com a presença de karl Throne, presidente da DVW, Steve Berglund, presidente da empresa Trimble, Teo CheeHai, presidente da Federação Internacional de Agrimensores (FIG), Jean-Yves Pirlot, presidente do CLGE, Andreas Scheuer, representando o Ministério do Transporte, Construção e Desenvolvimento Ur-bano (BMVBS, na sigla em alemão), e Arnulf Christl, presidente da Fundação Geoespacial Livre (OSGeo).

Os números do Intergeo demonstram que o se-tor de geotecnologia tem força para crescer mesmo em tempos difíceis. Para Hagen Graeff , mediador

O Intergeo se tornou, ao longo

de seus quase 20 anos, o maior evento global de

geotecnologias

Divulgação

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do encontro, “mesmo em um momento de crise econômica, não há motivos para não continuarmos crescendo”. Andreas Scheuer expôs a posição do governo alemão, em apoiar eventos de tecnologia como o Intergeo, e comentou que é importante que a indústria de navegação tenha cada vez mais espaço em encontros como este.

Arnulf Christl, da OSGeo, bateu na tecla de que dados públicos devem ser abertos. “Mais impor-tante que falar de software livre é debater os dados livres”. Na sequência, Steve Berglund foi instigado pelo mediador a falar sobre a importância da qua-lidade de dados em processos críticos, como cons-trução e infraestrutura. “Não deve-se trabalhar com um padrão universal de qualidade, pois ela depende de cada tipo de aplicação”, comentou.

Teo CheeHai, representando a FIG, ressaltou o trabalho diário dos cartógrafos e agrimensores, mas fez uma provocação. “Somos bons na representação da realidade, porém mais do que ser um técnico de campo ou de escritório, é preciso transformar os dados em informação, e a informação em conheci-mento”. Jean-Yves Pirlot, da CLGE, falou sobre o uso do Galileo e Egnos em aplicações de alta precisão, e sobre o papel fundamental da Inspire na organi-zação da geoinformação na Europa.

karl Thone, representando a DVW, falou que pra-ticamente todos os setores da economia têm rela-ção com geo e com o Intergeo. “Aqui estão sendo debatidas as ‘mega-tendências’ da sociedade atual”. Para complementar, comentou que “estamos senta-dos sobre uma mina de ouro”, referindo-se aos da-dos geoespaciais que os órgãos públicos possuem e não disponibilizam à sociedade. “Temos que liberar este potencial”, concluiu.

2013 E ALéM...Olaf Freier, CEO da empresa Hinte, organizadora

do evento, avaliou positivamente o Intergeo 2012.

“O mercado de geoinformação é um dos setores mundiais de maior crescimento e o Intergeo vai continuar a aumentar o seu papel como um lugar de encontro para a indústria”, diz.

Durante o Intergeo 2012 houve o anúncio de uma parceria global com as empresas Trimble, Esri e He-xagon, que farão parte de um Conselho Consultivo para auxiliar nas decisões sobre os rumos do evento a partir do próximo ano.

Em 2014 o Intergeo irá pela primeira vez à Eurá-sia, mais precisamente para a cidade de Istambul, na Turquia, atendendo especificamente às neces-sidades dessa região. Segundo Olaf, “este passo é uma resposta à estratégia de internacionalização de inúmeros parceiros do Intergeo. O objetivo é esta-belecer um conceito voltado especificamente para as circunstâncias nessa área econômica”.

PArCErIA INTErGEO E MUNDOGEOA MundoGEO esteve pela primeira vez na Inter-

geo em 2011, em Nuremberg, quando foi firmada uma parceria de divulgação do evento global na América Latina. Em 2012, além de divulgar ainda com mais intensidade o evento, a MundoGEO ocu-pou um estande na feira. Neste ano foram debati-das, junto à organização do Intergeo, novas formas de ampliar ainda mais a parceria e de aproximar as comunidades da América Latina com o evento europeu.

Vários profissionais latino-americanos já visitam regularmente a Intergeo. Por outro lado, este ano o evento MundoGEO#Connect LatinAmerica teve participantes de mais de 27 países. “Comentamos com o Olaf da possibilidade de criar projetos que ampliem estes números nos dois eventos”, comen-tou Emerson Granemann, diretor e publisher da MundoGEO. “Uma ideia é ter uma ‘Ilha Brasil’ na feira do Intergeo 2013, que será realizada em Essen, na Alemanha. Para isso, a MundoGEO já está con-versando com algumas empresas brasileiras que desejem ampliar seus negócios”.

A MundoGEO consultou o governo brasileiro, visando buscar recursos de apoio desta iniciativa de exportação de serviços para o mundo. Mais in-formações sobre este projeto podem ser obtidas pelo e-mail [email protected].

Outra opção é abrir oportunidades para que as empresas europeias, que participam da Integeo, possam atuar no mercado brasileiro em parceria com as empresas locais. Durante a visita aos estan-des na Intergeo, muitas demonstraram interesse em atuar na nossa região, tento em vista o bom momento econômico que estamos passando. Desta forma, a MundoGEO pode fortalecer esta ponte de ligação entre Europa e América Latina.

“O mercado de geoinformação é um dos setores mundiais de maior crescimento e o Intergeo vai continuar a aumentar o seu papel como um lugar de encontro para a indústria”Olaf Freier

Jean-Yves Pirlot, Teo CheeHai, Steve Berglund, Karl Throne, Hagen Graeff (mediador), Andreas Scheuer e Arnulf Christl

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LUIz ANTONIO UGEDA SANChESPresidente do Instituto Geodireito (IGD) e sócio do Demarest & Almeida Advogados [email protected]

GEODIREITO

TEODOrO, rUI, MárIO E MILTONQuatro baianos e o Geodireito

Como uma espécie de Monte Rushmore, em que fosse possível esculpir os intelectuais brasileiros

que pensaram aspectos geocientíficos e jurídicos em conjunto, certamente teríamos quatro baianos. No Monte Pascoal desta descoberta, cada qual com suas especificidades demonstraram que não adian-ta refletir aspectos geocientíficos sem uma política pública diretamente proporcional, que se viabilize por meio do Direito.

Teodoro Fernandes Sampaio, engenheiro geó- grafo, escritor e historiador do início da República, seria o primeiro a ser destacado. Antes de instruir Euclides da Cunha para que pudesse descrever so-bre os aspectos geográficos da Guerra de Canudos, Teodoro Sampaio havia participado do mapeamen-to geológico do Estado de São Paulo, em 1886. Além de ter sido o Engenheiro Chefe do Saneamento do Estado de São Paulo, bem como ter participado da fundação do que seria a Escola Politécnica da USP, Sampaio demonstrou que São Paulo apenas se tornou a grande potência econômica brasileira do século XX por conta dos investimentos maciços em Geociências.

rui Barbosa, advogado chamado por Joaquim Nabuco como a “mais poderosa máquina cerebral do nosso país”, dispensa maiores apresentações. Dentre seus inúmeros trabalhos, pode-se destacar a reorganização do Observatório do Rio de Janei-ro, que criou o Serviço Geográfico, em 1890, com o objetivo de satisfazer o anseio econômico e jurí-dico: constituir registros públicos, onde fosse fácil e expedita a demonstração da propriedade terri-torial, bem como a investigação dos direitos reais incidentes a propriedade imóvel, e reunir em um só os vários institutos de publicidade existentes entre nós, a saber: cadastro, registro, hipoteca e transcri-ções, de forma a organizar o crédito territorial. O georreferenciamento de imóveis rurais encontra ali sua gênese republicana.

Mário Augusto Teixeira de Freitas, estatístico e advogado, ao estruturar o plano de cooperação inter-administrativa entre a federação, os estados e

os municípios, criou em 1934 o Instituto Nacional de Estatística que, a partir de 1938, passou a denomi-nar-se Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A cooperação inter-administrativa, princi-pal tônica de Teixeira de Freitas, pregava principal-mente a reestruturação da administração brasileira, orientando o poder público rumo aos princípios de Direito Administrativo de racionalidade, propor-cionalidade, eficiência, legalidade, dentre outros.

Milton Almeida dos Santos, bacharel em Di-reito e Geógrafo, patrono da Geografia Brasileira, dentro de sua extensa obra entendia que o Estado deve ter papel central em tudo que se refere ao espaço, uma vez que é a única instância possível entre a produção em escala internacional e a so-ciedade nacional. Para Milton Santos, o Estado de Direito constitui o nível superior dos sistemas lo-cais, regionais, nacionais e internacionais e precisa ter seu papel aprofundado para a compreensão de sua dinâmica tecnológica e econômica.

INTErDISCIPLINArIDADEEm outras palavras, a interdisciplinaridade entre

Geociências e Direito, que chamamos de Geodireito, pode ser extraída das obras destes quatro baianos. Há a busca de se restabelecer uma ordem na qual os conhecimentos obtidos nas Geociências devem ser empregados enquanto políticas públicas, por meio de construções jurídicas.

O próximo ano pode reservar boas notícias para o setor Geocientífico do Brasil. Como as eleições apenas ocorrem nos anos pares, os ímpares são conhecidos como aqueles em que a pauta técnica se sobrepõe à política. O Poder Executivo, o Legis-lativo e o Judiciário, cada qual com suas compe-tências, invariavelmente têm se manifestado no sentido de aprimorar este sistema. Que o empre-endedorismo de Teodoro Sampaio, a erudição de Rui Barbosa, a organicidade de Teixeira de Freitas e a epistemologia de Milton Santos sejam conside-rados na construção que o Geodireito continuará a enfrentar em 2013.

Não adianta refletir aspectos

geocientíficos sem uma política

pública diretamente proporcional, que

se viabilize por meio do Direito

Page 61: Revista MundoGEO 70

| Infraestruturas de dados espacIaIs | GerencIamento da Informação GeoespacIal |

Ide#Connect

Afinal, o que é uma

Infraestrutura de Dados

Espaciais?Uma IDE se constitui

apenas por padronização e

tecnologia para publicação

de dados? O que realmente

deve ser considerado?

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MundoGEO 70 | 201262

SDI? IDE? INTErOPErABILIDADE?Afinal, o que é uma Infraestrutura de Dados Espaciais?

IDE#CONNECT

Nas últimas edições da revista MundoGEO fo-mos presenteados com diversas matérias e, a par-tir da edição 67, uma sessão exclusiva, tratando de Infraestruturas de Dados Espaciais (IDE) implan-tadas ou em processo de construção em diver-sos países e regiões. Neste contexto, muito tem se falado da importância do compartilhamento de bases de dados geográficos e da necessidade de padronização dos dados existentes, visando facilitar o acesso a informações disponíveis em múltiplos produtores e plataformas tecnológi-cas. Entretanto, uma IDE se constitui apenas por padronização e tecnologia para publicação de dados? O que realmente deve ser considerado?

Entendo que seu objetivo é tornar a informa-ção geográfica acessível ao público, garantindo melhoria na qualidade do que é publicado, atra-vés da padronização e produção única, reduzin-do os custos de acesso e de produção, e, conse-quentemente, ampliando os benefícios do uso da informação, tanto para os usuários quanto para aqueles afetados pelos projetos elaborados sob a utilização dos dados.

Diego Erba, do Lincoln Institute, apresenta uma visão simplificada de IDE composta por usuários que, através da internet, são capazes de acessar os dados geográficos existentes em vários bancos de dados de diversos produtores, a partir de uma interface única de acesso (como um geoportal); toda a estrutura de acesso é re-gida por um marco institucional, ou seja, uma política legal de ações, esta relacionada aos me-canismos de acesso, tanto tecnológicos quanto de padronização.

Nos Estados Unidos, o Federal Geographic Data Committee (FGDC) considera seis elementos na composição da National Spatial Data Infrastruc-ture (NSDI): metadados, clearinghouse/portal, pa-drões, framework, dados geoespaciais e parceiros. Por outro lado, a Infraestrutura Nacional de Dados Espaciais (Inde), no Brasil, está fundamentada em cinco componentes: pessoas, dados, institucional, tecnologia e normas e padrões.

MundoGEO 70 | 201262

Se analisarmos as diversas IDE em andamento, vamos perceber muitas diferenças, principalmente nos aspectos institucionais e econômicos, os quais estão relacionados à estrutura e cultura dos países de origem. Entretanto, também veremos muitos ele-mentos em comum, que constituem a base da con-ceituação, estruturação e uso de cada infraestrutura.

Particularmente, entendo uma IDE composta por cinco componentes básicos, inter-relacionados e essenciais para seu estabelecimento em qualquer nível: dados e metadados, normas e padrões, tec-nologia, política institucional e atores.

ComponEntES da nSdI – EUa

ComponEntES da IndE - braSIL

Clearinghouse/Portal

Metadata

Framework GEOdata

Standards

Partnerships

Pessoas (Atores)Usuários e provedores: compartilhamento, comunicação, P&D,

capacitação e cololaboração.

Dados (IG)de Referências e Temáticos

InstitucionalPolítica, legislação e

coordenação.

TecnologiaAcesso, distribuição e

armazenamento.

Normas e Padrões(descoberta, intercâmbio, integração e usabilidade da IG)

Modelos de dados, metadados e interoperabilidade.

Se analisarmos as diversas IDE

em andamento, vamos perceber

muitas diferenças, principalmente

nos aspectos institucionais

e econômicos, os quais estão relacionados à

estrutura e cultura dos países de

origem

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63 MundoGEO 70 | 2012

Operacionalmente, dados e metadados podem ser considerados os elementos principais, afinal, uma IDE deve proporcionar o acesso e a identificação dos dados disponíveis que estão dispersos em estruturas, instituições e locais distintos. A utilidade do dado de-pende da aplicação para a qual será destinado, mas a confiabilidade dos resultados obtidos com seu uso depende do conhecimento de suas peculiaridades, e são os metadados que permitem identificar estes dados, suas características e formas de acesso e uso.

Para garantir o acesso de forma centralizada e sem ônus de conversões e ajustes por parte do usu-ário, os dados e metadados devem seguir normas e padrões de armazenamento, estruturação e publi-cação, o que permite a interoperabilidade de acesso por diversas plataformas tecnológicas.

No caso dos dados, por exemplo, a Inde estabe-leceu como padrão para modelagem de dados veto-riais a Especificação Técnica para a Estruturação de Dados Geoespaciais Vetoriais (ET-EDGV). Para me-tadados existem vários padrões, como o ISO-19115; um padrão específico desenvolvido pelo FGDC nos Estados Unidos; e o Perfil de Metadados Geoespa-ciais do Brasil (Perfil MGB) da Inde. Enquanto os pa-drões para Web Services têm sido alavancados pelo Open Geospatial Consortium (OGC), onde pode-se citar o CSW, WCS, WFS, WMS, GML, kML, WPS, CTS, Gazetteer, entre outros.

A componente tecnologia pode ser considerada num sentido mais abrangente do que a simples in-fraestrutura física para instalação e uso da IDE, en-globando, portanto, toda a parte física de uma rede (hardware) e a parte lógica da solução (software), inclusive conceitos como Web Services, ontologias, geoportal, catálogos e framework (conjunto míni-mo de dados de interesse comum para publicação).

Os arranjos e definições de como estas relações devem acontecer, tanto em nível técnico quanto de gestão; de quais padrões devem ser utilizados; qual tecnologia é mais adequada; quais parcerias são importantes; quais informações serão publi-cadas e em que condições; entre outros aspectos, dependem da política institucional definida pelos participantes da IDE, sendo este um componente determinante. A política institucional de uma IDE depende do contexto político-administrativo no qual ela está inserida, independentemente de um modelo ser mais adequado ou não, pois as circuns-tâncias variam de um local para outro.

Em torno deste processo estão os diversos atores envolvidos que, ora atuam com um papel, ora com outro, a depender de sua relação com os demais elementos, podendo ser produtores, usuários, re-guladores, fornecedores, pesquisadores, dissemi-nadores, entre outros.

A implantação de uma IDE permite estabelecer parcerias entre instituições públicas, setor acadê-mico e privado, aumentando as opções de dados geográficos disponíveis. Seu sucesso está relaciona-do à criação destas parcerias, onde os participantes devem estar de comum acordo e todos devem co-laborar entre si, cooperando para atender ao obje-tivo comum: produção, divulgação e utilização das informações geográficas.

IDE é UMA rEDE DE rELACIONAMENTOSPara que a IDE atenda adequadamente seu público

alvo, as definições políticas e a mudança cultural das instituições produtoras, permitindo maior agilidade nos processos de produção, padronização e publicação dos dados e metadados, são essenciais. Estas mudanças não ocorrem da noite para o dia, já que a construção de uma IDE deve estar pautada em fases, permitindo a adesão dos atores de forma participativa e consciente. Contudo, deve ponderar também as necessidades dos usuários de acesso rápido e fácil à informação.

Os atores, considerando pessoas e instituições, e a rede de relacionamentos entre estes, são fator essencial de sucesso de uma IDE, uma vez que quando os rela-cionamentos são enfraquecidos e as ideias e interesses são divergentes, normas, padrões, tecnologia e políticas de gestão não serão capazes de operacionalizar este serviço e, com ele, a democratização das informações.

Com informações de Fabíola Andrade Souza, Ana-lista de Sistemas, Mestre em Engenharia Ambiental Urbana pela UFBA e Analista de geoprocessamento na Petrobras UO-BA

[email protected]

ComponEntES báSICoS dE Uma IdE

Atores

Tecnologia

Política

Institucional

Dados e

Metadados

Normas e

Padrões

Os atores, considerando pessoas e instituições, e a rede de relacionamentos entre estes, são fator essencial de sucesso de uma IDE

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QUEM é QUEM

A revista MundoGEO dá continuidade à série iniciada na edição 66 e mostra a você quem são os profissionais de destaque do setor de geotecnologia na América Latina.

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João Rocha Industry Sales Director – Geospatial & Transportation -

Bentley Systems.Formado e Mestre em Geociências, MBA pela FGV

e Universidade da Califórnia (Irvine).Já trabalhou na Sisgraph/Hexagon/Intergraph como Gerente para

a América Latina e o Caribe, e Head of Consulting (AEC) na Autodesk para a América Latina.

Page 65: Revista MundoGEO 70

65 MundoGEO 70 | 2012

TrIMBLE

65

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66 MundoGEO 70 | 2012

ESPAÇO JR

Empresa Júnior de Engenharia Cartográfica – Unesp Presidente Prudente

EJECArT

Nesta edição a revista MundoGEO lança uma nova seção, com um espaço excluviso para as Empresas Ju-niores no setor de geotecnologia.

Transformar teoria em prática: essa foi a grande ideia que fez, em 1967, jovens estudantes franceses criarem em sua faculdade, a L Ecole Supérieure des Sciences Eco-nomiques et Commerciales de Paris (Essec), a primeira Empresa Júnior do mundo, a qual tinha como objetivo principal despertar o espírito empreendedor nos es-tudantes, de forma a propiciar uma melhor formação acadêmica para os mesmos.

Desde então, o Movimento Empresa Júnior (MEJ) só fez crescer, de início nas grandes escolas francesas e, posteriormente, na maioria dos países. Em 1968 foi criada a Confederação das Empresas Juniores da França e, em 1982, o movimento tomou envergadura com a eclosão de várias Empresas Juniores em grandes escolas francesas, e com o surgimento de cerca de 70 associa-ções nos modelos de Empresa Júnior em países como Suíça, Bélgica e Itália.

Hoje, existem Empresas Juniores espalhadas por todo o mundo. A Europa conta com a Associação Eu-ropeia de Empresas Juniores (Jade, na sigla em inglês) e Confederações Nacionais em todos os países. No Brasil, a ideia foi introduzida pela Câmara de Comércio França--Brasil em 1988. As primeiras Empresas Juniores come-çaram a surgir no final daquele ano, com as Empresas Juniores da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e da Funda-ção Armando Álvares Penteado (Faap).

Fundada em 2003, a Confederação Brasileira das Em-presas Juniores do Brasil, também denominada “Brasil Júnior”, é uma pessoa jurídica de direito privado, uma associação civil sem fins lucrativos com duração e tem-po indeterminado. Trata-se da instância máxima do MEJ brasileiro e tem como principal objetivo desenvolver e representar as Empresas Juniores do Brasil de forma integrada com as Federações Estaduais e outras enti-dades nacionais e internacionais.

Uma Empresa Júnior é uma associação sem fins lucrativos, formada e gerida por acadêmicos de gra-duação de universidades, com o intuito de aplicação na prática dos ensinamentos teóricos aprendidos em sala de aula, antes mesmo de formados. Para alcance dos objetivos, as Empresas Juniores funcionam como empresas, prestando consultoria nas áreas do curso de graduação a qual estão ligadas.

A EJECart é a primeira empresa júnior na área de Engenharia Cartográfica do Brasil, tem por objetivo prestar serviços e dar consultoria em projetos carto-gráficos. A empresa cumpre sua função social, retor-nando à sociedade que a custeia serviços de quali-dade a custos operacionais.

A diretoria é composta exclusivamente por alunos do curso de graduação em Engenharia Cartográfica da Faculdade de Ciências e Tecnologia Unesp de Presidente Prudente. É organizada em três diretorias: Administra-tivo, Comercial e Projetos.

Deste modo, atua em diversas áreas relacionadas ao curso em questão, tais como georreferenciamento, levantamento planimétrico e altimétrico, medições e divisões de áreas, corte e aterro, guias e rotas, treina-mentos e consultorias.

A empresa cria continuamente campanhas sociais para incentivar os membros a atuarem sua cidadania, deste modo ajudando muitas entidades que necessi-tam da sua atenção. Está frequentemente atuando em parceria com as demais Empresas Juniores da Faculdade de Ciências e Tecnologia Unesp de Presidente Pruden-te, tanto na organização de projetos sociais quanto em diversos eventos ligados à universidade.

A EJECart é uma empresa sem fins lucrativos e toda a renda obtida é revertida em investimentos dentro da empresa e capacitação de seus membros, sempre orientando e atendendo as necessidades dos clientes e conquistando, deste modo, sua satisfação.

Com informações da EJECart.

+InfoEJECart - Empresa Júnior de Engenharia CartográficaRua Roberto Simonsen, 305, Centro Educacional Presidente Prudente | SP CEP 19060-900UNESP | Bloco Discente 1 Sala 16ATelefone: 3229-5411 ou (18) 9674-7372email: [email protected]: www.ejecart.com.br

Uma Empresa Júnior é uma

associação sem fins lucrativos,

formada e gerida por acadêmicos

de graduação de universidades,

com o intuito de aplicação

na prática dos ensinamentos

teóricos aprendidos em

sala de aula, antes mesmo de

formados

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EMBrATOP

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68 MundoGEO 70 | 2012

As seguintes empresas, presentes no Portal MundoGEO, convidam-no para visitar seus sites com informação atualizada sobre negócios, produtos e serviços.

Para participar desta seção, entre em contato pelo email [email protected] ou ligue +55 (41) 3338-7789

ONLINE

ÍNDICE DE ANuNCIANTES

Anunciante Página

AMS Kepler 19

CPE Tecnologia 17

DGI 72

Embratop 67

Furtado Schmidt 9

Garmin 69

Geoambiente 43

Hexagon 57 | 71

HXR 43

Imagem 15

OGC 49

Space Imaging 16

Techgeo 23

Topocart 39

Trimble 65

ALEzI TEODOLINI

www.cpetecnologia.com.br

CPE TECNOLOGIA

www.embratop.com.br

EMBrATOP

www.aleziteodolini.com

furtadonet.com/lojavirtual

FUrTADO, SChMIDT

www.geoposition.com.br

GEOPOSITION

www.geosoft.com

GEOSOFT

www.spaceimaging.com.br

SPACE IMAGING

www.img.com.br

IMAGEM

www.runco.com.ar

rUNCO SANTIAGO & CINTrACONSULTOrIA

ww.santiagoecintraconsultoria.com.br

www.sightgps.com.br

SIGhT GPS

www.santiagoecintra.com.br

SANTIAGO & CINTrAGEOTECNOLOGIAS TECNOSAT

www.tecnosatbr.com

Page 69: Revista MundoGEO 70

GAMIN

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70 MundoGEO 70 | 2012

GUIA DE EMPRESAS

EMPRESA SITE CIDADE SErVIçOS PrODUTOS

Mapeamento Georreferenciamento Outros Dados Equipamentos Softwares

Aerocarta S.A. www.aerocarta.com.br São Paulo (SP) • • •

Aerogeo www.aerogeo.com.br Porto Alegre (RS) • •

Aeromapa www.aeromapa.com.br Curitiba (PR) • • • •

Aerosat www.aerosat.com.br Curitiba (PR) • • •

Alezi Teodolini www.aleziteodolini.com.br São Paulo (SP) • • • • •

Allcomp www.allcompgps.com.br Porto Alegre (RS) • • •

AMS kepler www.amskepler.com Rio de Janeiro (RJ) • • • •

Autodesk www.autodesk.com.br São Paulo (SP) •

Base www.baseaerofoto.com.br São Paulo (SP) • • • • •

CPE Tecnologia www.cpeltda.com.br Belo Horizonte (MG) • • • •

Embratop www.embratop.com.br São Paulo (SP) • • •

Engefoto www.engefoto.com Curitiba (PR) • • • •

Engemap www.engemap.com.br Assis (SP) • • • •

Engesat www.engesat.com.br Curitiba (PR) • • • •

Fototerra www.fototerra.com.br São Paulo (SP) • • • • •

Funcate www.funcate.org.br São José dos Campos (SP) • •

Geoambiente www.geoambiente.com.br São José dos Campos (SP) • • • •

Geofusion www.geofusion.com.br São Paulo (SP) • • •

Geograph www.geograph.com.br São Paulo (SP) • • •

Geohorizonte www.geohorizonte.com.br Belo Horizonte (MG) • •

Geojá www.geoja.com.br São Paulo (SP) • • • •

Geomat www.geomat.com.br Belo Horizonte (MG) • • •

GeoPed www.geoped.com.br João Pessoa (PB) • • • • •

GlobalGeo www.globalgeo.com.br Rio de Janeiro (RJ) • • • •

HGt www.geoexpert.com.br Belo Horizonte (MG) • • • •

hiparc www.hiparc.com.br Belo Horizonte (MG) • • • • •

Hxr www.hxrtophid.com.br São Luís (MA) • •

IPNET Soluções www.ipnetsolucoes.com.br Rio de Janeiro (RJ) • • •

k2 Sistemas www.k2sistemas.com.br Rio de Janeiro (RJ) • • • • • •

Medral www.medral.com.br São Paulo (SP) • • • •

MemoCAD www.memocad.com.br Belo Horizonte (MG) • • • • •

NIP SA www.nipdobrasil.com.br Vitória (ES) • • •

NorteGeo nortegeo.net Castanhal (PA) • • • •

OpenGeo www.opengeo.com.br Rio de Janeiro (RJ) • • • •

Orbisat www.orbisat.com.br São José dos Campos (SP) • • • • •

rCr www.rcrequipamentos.com.br Ribeirão Preto (SP) • • •

Sisgraph www.sisgraph.com.br São Paulo (SP) • • • •

Softmapping www.softmapping.com.br Curitiba (PR) • • • • •

Solution Softwares www.solsoft.com.br Matão (SP) • • •

Space Imaging www.spaceimaging.com.br Rio de Janeiro (RJ) • • •

SPGEO Sistemas www.spgeosistemas.com.br São Carlos (SP) • • •

Telepazio Brasil www.telepazio.com.br Rio de Janeiro (RJ) • • •

Terravision www.terravisiongeo.com.br Nova Lima (MG) • • • • • •

Threetek www.threetek.com.br Rio de Janeiro (RJ) • • • •

Topocart www.topocart.com.br Brasilia (DF) • • •

Topomapa www.topomapa.com.br Ourinhos (SP) • • •

VirtualCAD www.virtualcad.com.br Belo Horizonte (MG) • • •

O Guia MundoGEO é a lista mais completa do Brasil de empresas do setor de geotecnologias, divididas em prestadoras de serviços e fornecedoras de produtos e equipamentos. Acesse www.mundogeo.com/empresa e saiba mais.

Inclua sua empresa no guia online do Portal MundoGEO e na tabela acimaInformações: (41) 3338 7789 | [email protected] | @mundogeo

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hExAGON 2/2

Page 72: Revista MundoGEO 70

DGI

Associate Sponsor:

Principal Sponsor: Sponsors

Putting GeoInt & Data Into The Hands of The Users

Vanessa Lawrence

CB Director General and Chief Executive,

Ordnance Survey

Jack Dangermond

Founder and President, Esri

Major General J.M.C.

Rousseau CMM, CD, Chief of

Defence Intelligence, National Defence & The

Canadian Forces

Brig Gen Roland Brunner

Director, Bundeswehr Geoinformation Office

(BGIO), Germany

Air Chief Marshal Sir

Stuart William Peach, KCB, CBE,

BA, MPhil, DTech, DLitt, FRAeS, RAF, Commander Joint

Forces Command, UK MOD

Pete Sinfield Assistant Secretary

Defence Geospatial-Intelligence, Defence

Imagery and Geospatial Organisation,

Intelligence and Security Group, Australian

Department of Defence

Big Data & The Cloud:Tackle the challenges of big

data storage, analysis and exploitation in intelligence and

defence operations

Interoperability & Collaboration:

Find out how users can access content and work across

different platforms

Lessons Learnt From Afghanistan:

Debate the experiences in Afghanistan, look at the future

of nation rebuilding and reconstructions

GeoInt in the Hands of The Users:

Meet every mission’s priority by putting GeoInt in the hands of the user – online, on-demand,

easily accessible

21-23 January 2013QEII Conference Centre, London

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