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revista O Meio por Inteiro

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O Meio por Inteiro 4a Edição

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Caminho é longo para empresesas se tornarem verdes

Cidades Verdes

Embalagens ecológicas

Ações Sustentáveis

Liderança socioeconomica-ambiental é novo papel das

empresas

Crescimento Ameaçado?

Negócios sustentáveis no mundo digital

Entrevista

Artigos

Notas

Dicas de livros

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A Revista O Meio por Inteiro é uma publicação, a princípio trimestral, que faz parte de mais

um projeto concretizado pela Elus Ambiental, tornando-se uma importante ferramenta de

informação e orientação para empresas, bem como para gestores ambientais - Rua dos

Periquitos, 182 – CEP: 13186-032. Hortolândia - São Paulo - Brasil / Telefones +55 (19)

3809.3885 www.omeioporinteiro.com.br –Email: [email protected],

[email protected] Conselho Editorial: Júlio César de Moraes, Irineu

Bottoni, Kleber Santos, Edvânia Eldevik. Conteúdo Jornalístico: Content News

Enterprise www.newsbrev.com.br – Jornalista Responsável: Edvania Eldevik, MTB:

46.219. Textos: Henrique Franco, Milena Parente. - Revisão: Julia de Almeida. Projeto

Grá� co, Diagramação e Arte Final: Marka Criativa – Marketing e Novos Negócios

www.markacriativa.com.br. Direção: Aline Santos. Designer Grá� co Responsável:

Hélio Baracioli. Email: [email protected]. Relações Públicas:

Júlio César de Moraes. Email: [email protected]. Departamento

Comercial: [email protected] – Telefone: +55 19 3384 9336/

3809.3885

A cada edição, a revista O Meio por Inteiro vem se � rmando como a publicação mais respeitada pelos setores empresariais e sociais comprometidos com a questão do meio ambiente e da sustentabilidade na RMC e no País. A cada número, sentimos que o nosso objetivo principal está sendo cumprido de maneira gradual dentro dos princípios Éticos que a matéria Meio Ambiente e Sustentabilidade apresenta. Nosso objetivo, quando idealizamos a revista, era trazer a questão da teoria para uma prática da conscientização e de ações por parte de toda a sociedade, envolvendo empresários, especialistas, estudiosos, poderes públicos e educadores, considerando que educação ambiental começa no berço, parafraseando o velho dito popular, ou seja, estamos no limiar do desenvolvimento de uma “Cultura” de um comportamento responsável pelas ciências e tecnologias de produção de bens e consumo que não comprometa as gerações futuras a ponto de tornar o planeta em que vivemos um lugar inóspito. Esta edição já é um marco do processo de mudança da revista. Impressa em papel couchê, o visual é mais “clean” e agrega valor ao projeto grá� co e conceitual da revista. O conceito sustentabilidade é um dos itens principais em nossa cadeia de valores, e a grá� ca Modelo foi a escolhida, uma vez que aderiu a certi� cação FSC (Forest Steward Counsil) e utiliza, em todos os processos, materiais recicláveis, e todos os resíduos de produção são coletados e processados, conforme as diretrizes ambientais, por empresas homologadas. Nossa proposta, evidentemente, é que a sociedade disponha de um canal no qual possa discutir e implementar toda uma mudança de hábito de mercado e de consumo que, por longos anos, logrou ser irresponsável com relação ao meio em que vivemos. É importante destacar o engajamento cada vez maior de empresários e agentes sociais preocupados em orientar seus parceiros na prática da produção e do consumo consciente. A sociedade cada vez mais tem se mobilizado para cobrar mudanças nas técnicas de produção das empresas, as universidades estão preparando os pro� ssionais da nova geração, que deve estar preparada para construir uma economia menos impactante no que tange o meio ambiente. De maneira mais frequente, a questão do crédito de carbono está no centro das discussões quando o assunto é a redução da emissão de gases e o efeito estufa. As empresas estão cada vez mais preocupadas com o efeito que suas atividades causam no equilíbrio do planeta. Estamos saindo do “modismo” da mídia irresponsável para ações mais concretas. É grande o numero de empresas que estão criando departamentos de responsabilidade socioambiental. Existe luz no � nal do túnel, e nós brasileiros temos papel importante nesse quesito, uma vez que o Brasil é o protagonista no processo de educação ambiental, como é de conhecimento de todos. Já estão sendo discutidas ao redor do mundo novas legislações que contenham regras mais de� nidas de produção e consumo para buscar um equilíbrio entre o processo de produção das empresas e o meio ambiente. Este é o mister da revista O Meio por Inteiro, provocar discussões, promover a crítica construtiva, acatar sugestões, discutir a sustentabilidade dentro de um princípio Ético e contribuir para implementação da “cultura” da educação e da consciência ecológica. Entendemos que todos somos responsáveis pelo bem estar do Planeta, desde o papelzinho de bala que, às vezes, inadvertidamente, atiramos na rua, até toneladas de produtos destinados ao consumo.

Boa Leitura,

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UNIVERSIDADE DO MEIO AMBIENTE É REALIDADE EM JAGUARIÚNA

Jaguariúna é a primeira cidade do Estado de São Paulo e uma das únicas do Brasil a ter uma universidade pública voltada para o estudo e a defesa do meio ambiente. Um grande passo para a consolidação deste projeto foi dado no início de março, quando uma assembléia aprovou o estatuto da Universidade do Meio Ambiente e Bem-Estar de Jaguariúna (UniAngatu).

Agricultura sustentável, alimentação saudável, animais domésticos e silvestres, artes, direito e educação ambiental, ecologia, diversidade e consumo consciente são apenas alguns dos temas que estão sendo incluídos nas atividades da Universidade, que buscará identificar e acolher saberes locais e regionais a serem estudados e disseminados.

Aberta a participação de todas as pessoas, a UniAngatu é um espaço de educação, formação e troca de informações e práticas sócio-ambientais, que tem como meta contribuir efetivamente com a ampliação da consciência sobre cidadania e sustentabilidade.

Criada por iniciativa do governo municipal de Jaguariúna, a UniAngatu promove valores como a paz e a ética, além do cuidado com o planeta e o ser humano.

UniAngatu – respeito ao meio ambiente e valorização do ser humano!

SECRETARIA DE GESTÃO AMBIENTAL

www.jaguariuna.sp.gov.br

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UNIVERSIDADE DO MEIO AMBIENTE É REALIDADE EM JAGUARIÚNA

Jaguariúna é a primeira cidade do Estado de São Paulo e uma das únicas do Brasil a ter uma universidade pública voltada para o estudo e a defesa do meio ambiente. Um grande passo para a consolidação deste projeto foi dado no início de março, quando uma assembléia aprovou o estatuto da Universidade do Meio Ambiente e Bem-Estar de Jaguariúna (UniAngatu).

Agricultura sustentável, alimentação saudável, animais domésticos e silvestres, artes, direito e educação ambiental, ecologia, diversidade e consumo consciente são apenas alguns dos temas que estão sendo incluídos nas atividades da Universidade, que buscará identificar e acolher saberes locais e regionais a serem estudados e disseminados.

Aberta a participação de todas as pessoas, a UniAngatu é um espaço de educação, formação e troca de informações e práticas sócio-ambientais, que tem como meta contribuir efetivamente com a ampliação da consciência sobre cidadania e sustentabilidade.

Criada por iniciativa do governo municipal de Jaguariúna, a UniAngatu promove valores como a paz e a ética, além do cuidado com o planeta e o ser humano.

UniAngatu – respeito ao meio ambiente e valorização do ser humano!

SECRETARIA DE GESTÃO AMBIENTAL

www.jaguariuna.sp.gov.br

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Empresas encontram-se em diferentes níveis na busca pela sustentabilidade

A busca pela sustentabilidade é um caminho sem volta e cada vez mais urgente. Mas as empresas nacionais ainda precisam percorrem um longo caminho até se encontrarem nos níveis ideais. Atualmente, elas se apresentam em diferentes patamares, sendo que algumas já estão em condições muito boas e outras, porém, ainda carecem de grandes mudanças em seu modo de gestão.

Os meios para se atingir a sustentabilidade são diversos. “Sempre descobriremos novas e melhores formas de trabalhos sob os aspectos ecológicos, o caminho é longo e exige esforço contínuo, mas o que é certo é que essa é uma nova maneira de pensar negócios ou qualquer atividade”, afi rma a VP de relações institucionais da AMPRO, Flávia Goldenberg.

A gestão que visa, hoje, a

sustentabilidade de uma empresa, seja em projetos, produtos ou serviços, possui mais chances de uma vida longa. Por isso, qualquer atividade a ser desenvolvida merece grande atenção, mas precisa ser bem pensada estrategicamente e planejada sob a ótica das questões ecológicas, o que signifi ca evitar impactos, compensações ambientais e sociais e, consequentemente, atingir também os resultados fi nanceiros desejados.

Para o vice-presidente da Latina Eletrodomésticos, Paulo Coli, investir em uma gestão cada vez mais sustentável é importante e fundamental para que se possa pensar num futuro melhor. Para isso, é preciso produzir com baixa emissão de poluentes, ter produtos dentro de programas de baixo consumo de energia, como, por exemplo, o PROCEL (Programa Brasileiro de

Economia de Energia Elétrica), entre outras ações que indicam estratégias ecologicamente corretas.

Flávia ressalta que algumas empresas já se encontram muito além do estágio de conscientização ambiental, já vivenciam isso no seu cotidiano e implantaram diversas ações de responsabilidade socioambiental no dia a dia dos seus negócios, no entanto, existem outras em situação totalmente oposta e parecem esperar pelo inevitável – serem realmente obrigadas a tomar posturas sustentáveis.

Segundo Coli, essas que ainda não se mostram conscientes das suas obrigações ecológicas prevalecem. “Lamentavelmente, a maioria ainda tem o lucro a qualquer custo como modelo de negócio. Existem muitos empreendimentos e pessoas desalinhadas com as

Caminho é longo para empresas

se tornarem ‘verdes’

Por Henrique Franco

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necessidades de preservação do meio ambiente.”

Ao repensar a fi losofi a do negócio e refl etir em como caminhar para a sustentabilidade, a empresa descobrirá que existem diversas ações e estratégias possíveis para alavancar sua contribuição com o meio ambiente. Segundo a VP de relações institucionais da AMPRO, além disso, o clima interno da empresa renova-se, o que gera um maior orgulho por parte dos funcionários em fazer parte de determinada companhia, o que refl ete diretamente no rendimento.

Os consumidores também passam por esse processo de aprendizado e conscientização

e, cada vez mais, passam a fazer suas escolhas com base nos critérios de sustentabilidade. “O que me parece certo é que esse é um movimento sem volta e que só benefícios virão desta nova consciência”, diz Flávia.

“Importar-se com o meio ambiente deixou de ser apenas uma questão de comunicação e passou a ser importante para a sobrevivência das empresas, já que se tornou algo rentável e gratifi cante, pois os consumidores valorizam esse conceito e cobrarão essa atitude”, conclui Coli.

“Sempre descobriremos novas e melhores formas de trabalhos sob os aspectos ecológicos, o

caminho é longo e exige esforço contínuo, mas o que é certo é que essa é uma nova maneira

de pensar negócios ou qualquer atividade”

Flávia Goldenberg, VP de relações institucionais da AMPRO

“Importar-se com o meio ambiente deixou de ser apenas uma questão de comunicação e passou a ser importante para a sobrevivência das empresas, já que se tornou algo rentável e gratifi cante, pois os

consumidores valorizam esse conceito e cobrarão

essa atitude” Paulo Coli, vice-presidente da

Latina Eletrodomésticos

A ONG Greenpeace divulgou recentemente uma lista das empresas consideradas as mais ‘verdes’ do mundo, segundo a 15ª edição do Guide to Greener Eletronics, relatório trimestral que indica as companhias de eletrônicos mais corretas ecologicamente.

De acordo com a lista, a Nokia continua liderando o ranking de empresa mais ‘verde’ do mundo. Também foram avaliadas positivamente a Sony Ericsson, Philips e Motorola, segunda, terceira e quarta colocadas, respectivamente. Porém, do outro lado do ranking, fi caram a japonesa Nintendo, a chinesa Lenovo e a americana Microsoft. O relatório analisa as 18 maiores empresas do setor.

Greenpeace divulga lista das empresas mais verdes do mundo

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Esses três fatores bem executados são apontados como determinantes para a cidade de Curitiba, eleita a capital mais ‘verde’ da América Latina

Educação ambiental, legislação e� ciente e � scalização com incentivos

A cidade de Curitiba pode ser considerada um exemplo

para os demais municípios brasileiros. A capital do

Paraná foi eleita a mais ‘verde’ da América Latina.

No entanto, tal patamar não foi atingido por acaso,

a secretária municipal de meio ambiente de Curitiba,

Marilza Dias, diz que, para isso, foi feito um trabalho

de educação ambiental, legislação efi ciente, além de

uma fi scalização que oferece incentivos fi scais aos

proprietários de áreas verdes que preservarem seu

patrimônio ambiental e planejamento urbano para

criação de bosques e parques.

Desde 2006, a cidade conta com a lei de Reservas

Particulares do Patrimônio Natural Municipal, que cria

reservas particulares. Dessa forma, os proprietários

não perdem o direito sobre a propriedade ao

transformar a área em Reserva Municipal e ganham

da Prefeitura o direito à isenção do valor do terreno

do bosque no cálculo do Imposto Predial e Territorial

Urbano (IPTU). Outra medida é a permissão para

transferir 100% do potencial construtivo para outras

áreas da cidade que não tenham restrições ambientais

ou negociar com o mercado da construção civil.

Outra medida tomada pela cidade de Curitiba foi a

criação do Programa Biocidade que, desde 2007,

amplia os conceitos de gestão ambiental, com o intuito

de reduzir a perda da biodiversidade local mediante

ações específi cas, como a reintrodução de plantas

nativas, a erradicação de plantas exóticas invasoras e

educação ambiental.

Durante os últimos cinco anos, foram criados bosques

e parques, o que contribuiu para que a cidade

conseguisse preservar 431.333 metros quadrados de

áreas verdes. “Esse status de cidade mais verde da

América Latina é importante, eleva a autoestima do

cidadão, que passa a ser cada vez mais participativo

das ações propostas e dos serviços ambientais,

assumindo responsabilidades junto ao município na

tarefa de tornar a cidade cada vez mais sustentável”,

exalta a secretária municipal do meio ambiente de

Curitiba.

Para Roseli Ferreira Matos, a analista de qualidade

do Hospital Vitória, de Curitiba,a capital paranaense

tornou-se uma referência para os outros municípios

do Brasil e do mundo. “Ter o título de capital mais

verde da América Latina é um marco e fator de grande

orgulho para todos os seus habitantes.” Segundo ela,

Por Henrique Franco

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“Ter o título de capital mais verde da

América Latina é um marco e fator

de grande orgulho para todos os seus

habitantes” –

Roseli Ferreira Matos, analista de

qualidade do Hospital Vitória

tal patamar só foi atingido graças à visão estratégica a respeito de questões como manutenção de parques, coleta seletiva de resíduos, preservação de áreas naturais, além de campanhas na mídia, que trazem o envolvimento da população: “são ações estratégicas que devem perdurar por muito tempo”, completa.

Marilza diz que, para os próximos anos, a cidade pretende consolidar a política ambiental do município, fortalecendo uma cultura de sustentabilidade, na qual os cidadãos possam perceber a importância de uma gestão de corresponsabilidade entre o poder público e a população.

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Muitas vezes as companhias

realizam profundas mudanças

em suas estratégias e ações, mas

não sabem como comunicar isso

de forma efi ciente para os seus

consumidores. A solução pode ser

muito mais simples e econômica

do que a maioria imagina, pois não

é necessária nenhuma campanha

milionária de marketing. Utilizar

as próprias embalagens pode ser

um ótimo meio de ‘comunicação

verde’, além disso, seu custo já

está incluído no produto.

As embalagens podem se

tornar o principal instrumento

de divulgação da imagem da

empresa, pois são o vínculo

número um de identidade

estabelecido pelo consumidor

com o fabricante do produto.

Por meio dessa associação, é

possível que empresas agreguem

informações adicionais sobre

as suas ações ecologicamente

corretas, deixando claro para o

cliente a responsabilidade social

da marca.

Mas não basta se utilizar das

embalagens como mídia para

comunicar as ações e estratégias

ecológicas da empresa. É

primordial que sejam utilizados

materiais sustentáveis e que

se aproveite a oportunidade

para fazer um trabalho de

conscientização com os clientes

e até mesmo promoções sociais,

como, por exemplo, colaborar

com entidades ao comprar os

produtos da marca.

Para tornar as embalagens

ecologicamente corretas,

existem diversas alternativas.

Primeiramente, deve-se utilizar

materiais que podem ser

reciclados e cuja reciclagem

não apresente custo superior à

produção inicial da embalagem.

Dessa forma, o processo mantém-

se atrativo e naturalmente irá se

tornar corriqueiro.

Entre os exemplos, podem

ser citadas as embalagens de

aço, pois sua reciclagem está

praticamente garantida, devido

Produto ecologicamente correto pode se tornar o principal instrumento de identidade do consumidor com a marca

Por Henrique Franco

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ao fato de o seu material retornar ao ciclo de

produção como insumo de novos materiais. Outra

possibilidade é o papel cartão, que já é reciclado, e

esse processo pode ser realizado novamente.

Para divulgar a mensagem desejada, não existem

grandes segredos, mas é fundamental que o produto

a ser atrelado possua um aspecto sustentável e

politicamente correto. “Deve-se adotar princípios

e ações que sejam verdadeiramente vinculados à

cultura da empresa e enraizados à sua ideologia,

o processo de divulgação é como qualquer ação

de marketing para as atividades comerciais do

negócio”, explica o diretor da Trivisan, empresa que

fabrica latas de tinta sustentáveis feitas de aço,

Clésio Woehl.

“Deve-se adotar princípios e ações que sejam

verdadeiramente vinculados à cultura da empresa e

enraizados à sua ideologia, o processo de divulgação é como

qualquer ação de marketing para as atividades comerciais

do negócio” Clésio Woehl, diretor da Trivisan

“Temos que pensar em todas as características do produto. Não se pode indicar produtos

que tenham uma reação à embalagem ou não tenham

aspectos sustentáveis para esse tipo de ação. É preciso ser

transparente com o consumidor fi nal”

Carlos Camargo, diretor da i10as

Como evitar o greenwashing

Ao divulgar a marca, as empresas devem

tomar cuidado para que suas ações não sejam

confundidas com greenwashing, termo utilizado

para se referir àquelas empresas que possuem

desempenho ambiental fraco e tentam mascarar

isso com falsas ações.

“Temos que pensar em todas as características

do produto. Não se pode indicar produtos que

tenham uma reação à embalagem ou não tenham

aspectos sustentáveis para esse tipo de ação.

É preciso ser transparente com o consumidor

fi nal”, afi rma o diretor da empresa i10as, Carlos

Camargo. “Para isso, é sempre necessário que

se crie uma cultura, pois muitos pensam na

economia da embalagem e perdem muito no

restante do processo. A sustentabilidade também

é a redução de desperdício e perdas”, completa.

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Maria Luiza Gomes de Souza Passos, consultora em gerenciamento de projetos

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Uma boa gestão ambiental

minimiza desperdícios, antecipa

riscos, engaja os empregados para

uma atitude mais responsável,

protege a reputação e agrega valor

à marca. Esses são alguns dos

benefícios que uma empresa pode

ter ao implantar ações sustentáveis

em seu cotidiano. Além disso, este

é um atributo que é cada vez mais

valorizado pela opinião pública

e até mesmo por analistas de

investimentos, que recomendam

a compra de ações de uma

companhia baseada também no

seu desempenho socioambiental.

“Conforme cada vez mais

empresas investem numa gestão

ambiental para os seus processos,

evidentemente, ganha a sociedade,

o consumidor e o mercado como

um todo. É importante até para o

poder público, na medida em que

impactos ambientais são evitados

e minimizados, possibilitando,

Ter uma política de gestão ecologicamente correta mostra-se cada vez mais importante e traz mais benefícios para as empresas

Ações sustentáveis trazem ganhos para

sociedade, consumidor e mercado

por vezes, que isso se converta

em passivos ambientais”, pontua

a coordenadora da ESPM social,

Bernadete Almeida.

Para o gerente geral do Hotel

Arena, Douglas Viegas, todos

devem praticar ações sustentáveis,

empresas ou a sociedade em geral,

como forma de contribuir para

evitar o esgotamento dos recursos

naturais. Entre os atos que podem

ser praticados por todos, ele cita

a reciclagem, a reutilização e o

reaproveitamento como práticas

importantes. Além disso, a iniciativa

traz, consequentemente, ganhos

para a imagem da marca, que se

mostra em consonância com as

tendências mundiais.

As empresas nacionais ainda

se encontram longe do ideal,

no entanto, é possível perceber

movimentos rumo a gestões

ambientalmente corretas, inclusive

nas empresas de pequeno e médio

porte. Isso se deve muito ao fato

de os consumidores e clientes se

mostrarem mais sensíveis e atentos

às ações sustentáveis praticadas

pelas companhias.

“O Brasil tem empresas de vários

segmentos que têm trabalhado a

sustentabilidade como atributo da

marca e revisto alguns dos seus

processos em prol de uma gestão

mais sustentável, até mesmo

porque o consumidor está cada

vez mais atento, inclusive com uma

visão crítica, confrontando aquilo

que as empresas projetam no

discurso com o que de fato fazem”,

diz Bernadete.

Segundo Viegas, as empresas

brasileiras estão aprimorando

a consciência ecológica e

procurando desenvolver ações

mais sustentáveis. “Prestar

serviços de qualidade para clientes

cada vez mais exigentes, num

ambiente competitivo, tem levado

muitos empreendimentos a adotar

modelos inovadores de gestão de

pessoas, tecnologia e de respeito à

natureza”, afi rma.

No entanto, ainda é mais comum

encontrar as boas ideias e práticas

bem intencionadas de modos

pontuais, sem que haja uma

conexão maior com a estratégia da

empresa e sua visão de futuro.

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“Prestar serviços de qualidade para clientes cada vez mais exigentes, num ambiente competitivo, tem levado muitos

empreendimentos a adotar modelos inovadores de gestão de pessoas, tecnologia e de respeito à natureza”Douglas Viegas, gerente geral do Hotel Arena

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“Praticamente não temos gastos. É uma questão de organização e vontade de fazer algo pelo bem do planeta. Educamos nossos

funcionários, que separam corretamente o lixo, e organizamos o restaurante para essas ações.”

Ricardo Stern - Restaurante ViaSete

“Conforme cada vez mais empresas investem numa gestão ambiental para os seus processos, evidentemente, ganha a

sociedade, o consumidor e o mercado como um todo”

Bernadete Almeida, coordenadora da ESPM

social

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Em uma época em que empresas que se mostram engajadas em contribuir com o desenvolvimento sustentável são cada vez mais valorizadas, a tendência será voltada para criação de programas que promovam a educação com a conservação do meio ambiente. As corporações devem assumir papéis de liderança da dinâmica social, econômica e ambiental.

Na vanguarda dos acontecimentos e comprometida com a sociedade, a Natura, que há 15 anos criou e mantém o programa ‘Crer para Ver’, é um exemplo de que iniciativas privadas podem contribuir com a educação brasileira e impulsioná-la. Por meio dele, cerca de três milhões de alunos, professores, coordenadores, orientadores pedagógicos e diretores de escolas públicas já foram benefi ciados.

Já foram investidos mais de R$ 29 milhões no programa “Crer para Ver”, o que possibilitou o

desenvolvimento de mais de 175 iniciativas voltadas para a educação infantil, o ensino fundamental e a educação de jovens e adultos de escolas públicas por todo o Brasil”, explica a diretora de unidade de negócios da Natura, Denise Figueiredo.

Para a professora da faculdade de engenharia civil da Unicamp, Emilia Rutkowski, a importância de se criar esse tipo de projeto é total. Segundo ela, além de programas ecologicamente corretos na área da educação, as empresas devem atuar de forma ecológica também no seu cotidiano.

A diretora de unidade de negócios da Natura defi ne a importância do programa ‘Crer para Ver’ como um chamado coletivo para abraçar a causa

da educação, o que vai de encontro ao pensamento da professora da Unicamp. “As pessoas devem caminhar juntas, no mesmo sentido, numa perspectiva solidaria e coletiva, e não como vemos

Liderança socioeconomica-ambiental é novo papel das empresas

Programas ecologicamente corretos impulsionam transformações e ajudam na construção e formação da sociedade

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atualmente, muito mais na base da individualidade. O tema sustentabilidade é uma questão que faz parte do processo de civilização”, critica Rutkowski

A professora ressalta que, embora o Brasil não apresente bons indicadores nas questões referentes à educação, é possível perceber esforços para alterar esse quadro. Ela cita as universidades públicas e privadas como exemplo, uma vez que existem vários projetos para aprimorar o ensino dentro das escolas.

“Não resta dúvida de que é com a educação que podemos fazer a diferença. Projetos que atuam diretamente nos espaços escolares formais são uma boa forma de se contribuir com o ensino, mas acredito que as empresas também devam capacitar, aprimorar e qualifi car melhor seus funcionários, dar mais condições para que os trabalhadores possam se envolver mais com a formação dos seus fi lhos”, afi rma Rutkowski.

Como surgiuA diretora de unidade de negócios explica que o programa ‘Crer para Ver’, criado em 1995, surgiu devido à Natura acreditar que, para se ter uma sociedade mais justa, é preciso ter uma educação de qualidade. O tema central do projeto é a leitura: “é por meio dela é que nos conectamos com o universo que nos cerca, compreendemos melhor os fatos e desenvolvemos nosso lado crítico”, explica Denise Figueiredo.

As ações desenvolvidas são fi nanciadas pelos recursos arrecadados com a venda dos produtos do próprio programa, que é feita voluntariamente pelos consultores da empresa. O valor arrecadado é revertido em iniciativas que visam melhorar a qualidade da educação pública do país.

Entre os feitos já atingidos pelo ‘Crer para Ver’, Denise cita o Projeto Trilhas, que atende 4.378 escolas municipais, envolve um grupo de 15 mil professores e benefi cia 309 mil alunos de 310 municípios. Outro exemplo é a iniciativa desenvolvida em conjunto com a Comunidade Educativa CEDAC, onde, durante dois anos, foi desenvolvido um material específi co

para diretores e professores, que instrumentaliza o trabalho de leitura com crianças. A Natura fornece toda a infraestrutura pedagógica, o que inclui livros de literatura, jogos, entre outros materiais. Para 2011, a perspectiva é benefi ciar cerca de 400 mil pessoas, entre diretores, professores e crianças.

“As pessoas devem caminhar juntas, no mesmo sentido, numa perspectiva solidaria e coletiva, e não como vemos atualmente, muito mais na base

da individualidade. O tema sustentabilidade é uma questão que faz parte do processo de civilização”

Emilia Rutkowski, professora da faculdade de engenharia civil da Unicamp

dois anos, foi desenvolvido um material específi co para diretores e professores, que instrumentaliza o trabalho de leitura com crianças. A Natura fornece toda a infraestrutura pedagógica, o que inclui livros de literatura, jogos, entre outros materiais. Para 2011, a perspectiva é benefi ciar cerca de 400 mil pessoas, entre diretores, professores e crianças.

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2010 © PRAC - Programa de Responsabilidade Ambiental Compartilhada

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A Região Metropolitana de Campinas, grande polo econômico do estado de São Paulo, é uma região de grande interesse de muitas empresas, seja por sua localização estratégica, próxima à cidade de São Paulo, ou por sua disponibilidade para a instalação de pequenas, médias e grandes empresas. Grandes investimentos foram anunciados na região e, entre eles, podemos citar a ampliação do Aeroporto Internacional de Viracopos e a chegada do Trem de Alta Velocidade (TAV), que ligará Campinas (e toda a RMC, por consequência) às cidades de São Paulo e Rio de Janeiro. Esses investimentos atraem cada vez mais novas empresas que, entre tantos recursos necessários para o início de suas atividades, precisam de água para sua produção. E aí entra a questão da disponibilidade hídrica da RMC. Qual é a realidade atual?

O consultor operacional sênior da Sanasa, Paulo Roberto S. Tinel, exempli� ca: se hoje uma empresa que utilize 500l de água por segundo quiser se instalar na região de Campinas, não tem água. Essa empresa não conseguirá outorga do Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE). Para comparação: Hoje, a Petrobras, instalada na região, utiliza 147l por segundo.“A falta de água é tão grande que somos a única região da bacia que monitora a disponibilidade on-line de água nos rios, através de uma rede telemétrica na nossa bacia. Isso porque os nossos índices de disponibilidade hídrica por habitante são comparáveis ao Oriente Médio”, relata Tinel. A rede telemétrica tem os dados atualizados diariamente e pode ser conferido no site:http://www2.sabesp.com.br/mananciais/divulgacaopcj.aspx

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A RMC está situada nas Bacias Hidrográfi cas dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ). Dentro da área das Bacias PCJ, é formado o Sistema Cantareira(1) por meio da intersecção dos rios Jaguari e Atibainha e contribuição de outros rios secundários. O Sistema Cantareira é responsável por mais de 70% do abastecimento das Bacias PCJ e pelo abastecimento de 50% da Região Metropolitana de São Paulo (RMSP).

No ano de 2014, a Agência Nacional da Água (ANA), agência reguladora dos rios, fará nova outorga à Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) e Sociedade

discutidas em 2004, as preocupações voltavam-se de tal forma para a falta de água, que não imaginavam que esse sistema transbordaria um dia, fato que aconteceu em 2010.

Com o banco de águas “zerado”, restou ao Consórcio PCJ, organização não governamental que congrega várias cidades das Bacias PCJ, negociar uma cota adicional à ANA, com o intuito de permitir a continuação das atividades da região. “Frente a essa nova realidade, o Consórcio está pleiteando para as Bacias do PCJ uma maior vazão de água, sendo uma antecipação da negociação das regras”, explica

de Abastecimento de Água e Saneamento (Sanasa) para a distribuição da vazão do Sistema Cantareira, com duração de mais dez anos. A defi nição da vazão atual teve início em 2004 e defi niu regras, tais como: do total da vazão do Sistema Cantareira, no mínimo 5m3/s é de direito do PCJ; durante as cheias, não seria necessário abrir as comportas, economizando a água das represas e formando assim o chamado “banco de águas”, para ser utilizado no período de estiagem; e, caso o Sistema Cantareira transbordasse, seria “zerado” esse banco de águas.

Quando essas regras foram

(1) Exceto a represa Paiva Castro, que não está localizada na área das Bacias PCJ e destina-se ao abastecimento da grande São Paulo.

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Paulo Roberto S. Tinel, consultor operacional sênior da Sanasa.

Porém, a região abastecida pelo Sistema do Cantareira precisa de novas ideias e alternativas para aumentar a disponibilidade de água na região. Essas ideias precisam ser estudadas e apresentadas para a ANA, para haver a possibilidade de fazerem parte da nova outorga em 2014. De acordo com o consultor da Sanasa, “a preocupação da outorga é assegurar crescimento e desenvolvimento sustentável para essa bacia, benefi ciando todas as regiões envolvidas”.

Alternativas são estudadas para reverter esse quadro

Para ser possível propor uma nova realidade na vazão de água destinada para a macrorregião de Campinas para 2014, começou uma série de análises sobre as alternativas que podem ser implantadas e auxiliar tanto a região de Campinas quanto São Paulo e RMSP.

O Consórcio PCJ irá coordenar uma série de discussões sobre o tema, com o intuito de pensar em alternativas que melhor atendam a região e a situação atual. Para isso, um grupo será montado com integrantes do Consórcio PCJ, Sanasa, associados do consórcio, entre outros, com a fi nalidade de começar a discutir os eventos para a formação da outorga de 2014. “A proposta é que sejam

criadas regras sazonais, ou seja, regras para o período de estiagem e regras para os períodos úmidos, com a grande difi culdade de fazer a interação, para assegurar uma vazão contínua ao longo do ano”, defende o consultor da Sanasa. Outra proposta é que o banco de águas vigente na outorga de 2004 a 2014 seja reformulado.

Uma opção com alto investimento e em médio e longo prazo é enviar água de outras localidades para abastecer São Paulo e a RMSP. Uma das alternativas estudadas pela Sabesp é trazer água de Barra Bonita e despejar nas Bacias PCJ ou, então, no Sistema Cantareira. Outra solução é tirar água do rio do Ribeira de Iguape. O problema nesses dois casos é que, além de um gasto de bilhões de dólares, há uma demora de dez anos para conclusão da obra. Outras instituições também estão preocupadas com o crescimento e desenvolvimento da região. O Instituto Sustentar, organização não governamental, organizará neste ano o evento “Sustentar 2011”(veja box) e, durante o Fórum Brasil 2020, “A água e seus caminhos” colocará em pauta toda essa questão que envolve a RMC. De acordo com o presidente do instituto, Luiz Fernando Faria, a ideia é participar juntamente com o grupo formado pelo Consórcio PCJ e buscar soluções para a região. “Nós discutiremos esse assunto no evento Sustentar 2011 e também pretendemos realizar seminários até 2014,

“A proposta é que sejam criadas regras

sazonais, ou seja, regras para o período

de estiagem e regras para os períodos

úmidos, com a grande di� culdade de

fazer a interação, para assegurar uma

vazão contínua ao longo do ano”,

Paulo Roberto S. Tinel, consultor

operacional sênior da Sanasa.

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para que cada grupo fi que responsável por trazer uma ideia, uma solução, para que possamos apresentar para a nova outorga”, explica o presidente.

As universidades também farão parte dessa discussão, utilizando os conhecimentos do tripé “pesquisa, ensino e extensão” e compartilhando com os demais membros do grupo, buscando um equilíbrio, algo que seja bom para a sociedade como um todo. Para o prof. Dr. Mohamed Ezz El Din Mostafa Habib, Pró-Reitor de Extensão e Assuntos Comunitários da Universidade Estadual de Campinas, a academia tem o papel de “alertar, não apenas a sociedade civil, como todos os setores e governo sobre a situação crítica pela qual a região está passando. Temos que tomar muito cuidado, rever as políticas de consumismo, olhar o país como um todo, e não apenas regionalmente”, explica.

EPAR – Solução para as indústrias e ajuda para a região

A partir do mês de junho, a Sanasa irá disponibilizar para empresas da região água de reúso, medida que auxiliará no aumento da disponibilidade hídrica potável para a macrorregião de Campinas. A Estação Produtora de Água de Reúso (EPAR), será a primeira em Campinas a fazer o tratamento terciário do esgoto e a primeira da América Latina a tratar os efl uentes com o uso de membranas fi ltrantes – fi lamentos que se parecem com espaguetes, com poros muito pequenos, por onde o esgoto passa em alta pressão.

Em operação total, a EPAR produzirá 700l por segundo de água com elevado grau de pureza (99,5%), compatível com a qualidade necessária para uso industrial. Com esse volume, torna possível novos investimentos para a região, aliviando a situação crítica nas Bacias do PCJ. Enquanto esse volume não for vendido para as empresas, a água será despejada no rio Capivari, reduzindo a poluição desse rio, que, atualmente, só serve para navegação.

“Alertar, não apenas a sociedade civil, como todos

os setores e governo sobre a situação crítica que

a região está passando. Temos que tomar muito

cuidado, rever as políticas de consumismo, olhar o

país como um todo, e não apenas regionalmente”,

prof. Dr. Mohamed Ezz El Din Mostafa Habib,

Pró-Reitor de Extensão e Assuntos Comunitários da

Universidade Estadual de Campinas.

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Unir o mundo digital com as

questões da sustentabilidade

pode ser um negócio muito

rentável para as empresas. A

iniciativa ainda é pouco explorada

no Brasil, mas pode trazer

melhorias signifi cativas aos

empreendimentos. Investir em

negócios sustentáveis via web,

mais do que lucro fi nanceiro,

melhora a imagem social da

corporação junto aos seus

públicos de relacionamento.

Investir em um negócio

sustentável via web traz um

capital social mais efetivo,

pois mostra o engajamento da

marca com o meio ambiente.

Ao melhorar a reputação da

empresa, consequentemente, é

gerado também um aumento no

capital fi nanceiro. Porém, como

em todo projeto, existem riscos,

e, para minimizá-los, é preciso

muito planejamento.

“O lucro e o retorno não são tão

fáceis de serem mensurados,

se os critérios para avaliação

não estiverem bem defi nidos,

pode-se ter frustração”, alerta

o estrategista digital, Conrado

Adolpho. “É preciso obter um

profundo entendimento de como

funciona o mundo digital e suas

interações. Sem isso, o projeto

corre o risco de não ser bem

compreendido pelo mercado e

pelos stekeholders”, completa.

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Como alavancar este novo modelo de negócio

As empresas nacionais ainda engatinham na questão de projetos que unam sustentabilidade e o mundo digital – principalmente se for analisado o que as companhias têm feito em termos ecológicos, fora da internet, e o que tem sido feito em marketing digital. Adolpho ressalta que existem apenas algumas iniciativas privadas de grupos isolados, mas ainda muito longe de se tornar algo generalizado.

Para o estrategista digital, em primeiro lugar, é preciso conseguir um patrocínio da diretoria da empresa, já que, enquanto a cultura não for mudada de cima para baixo, qualquer projeto sustentável na web será feito de maneira inefi ciente e, portanto, com grandes chances de não ser bem sucedido. Outro ponto importante é ter o objetivo bem defi nido, saber o que se deseja alcançar de maneira clara.

Além disso, é necessário ter profi ssionais gabaritados para tal serviço, algo que, segundo Adolpho, é difícil de encontrar. “A mão de obra especializada é escassa, e os poucos profi ssionais que existem já estão empregados”, diz o estrategista digital

As vantagens de ter um negócio digital

Familiaridade com o meio (67,5%), custo reduzido de investimento inicial (47,9%) e menor necessidade de infraestrutura (41,6%), essas são as três vantagens principais apontadas em uma enquete realizada pelo iMasters, em 2009. Segundo essa mesma pesquisa, o empreendedor digital brasileiro é homem (67%) e tem em média 26 anos.

Outro conceito investigado por essa enquete foi o de plano de negócios, documento que tem como objetivo agregar e sistematizar informação prática e atualizada, para estruturação das principais ideias e opções que o empreendedor deve levar em conta. A pesquisa mostrou que a maior parte dos empreendedores brasileiros não possui um plano de negócios (62,6%) e entre os que possuem, quase todos o mantêm desatualizado (85,8%).

O campo se mostra aberto e uma boa opção, principalmente se for aliado às questões sustentáveis, cada vez mais necessárias em qualquer setor. No entanto, é preciso profi ssionalização. Para a analista técnica do Sebrae, Viviane Vilela, a solução para alavancar novos modelos de negócios como este é investir em educação. “Quem tem uma boa ideia precisa estudar, pesquisar e ler sobre esse assunto e o mercado para saber formatar um plano de negócio. O modelo quem deve criar é o empreendedor”, conclui.

“É preciso obter um profundo

entendimento de como funciona o

mundo digital e suas interações. Sem

isso, o projeto corre o risco de não

ser bem compreendido pelo mercado

e pelos stekeholders”

Conrado Adolpho, estrategista digital

“Quem tem uma boa ideia precisa

estudar, pesquisar e ler sobre esse

assunto e o mercado para saber

formatar um plano de negócio.

O modelo quem deve criar é o

empreendedor”

Viviane Vilela,

analista técnica do Sebrae

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Em entrevista concedida à revista O Meio por Inteiro, o gerente técnico de grupo do mercado industrial e presidente do instituto 3M de Inovação Social, Marcelo Luiz Tambascia, abordou a cultura, as políticas de sustentabilidade da empresa e ações que já estão planejadas para o futuro.

A 3M é uma companhia multinacional de base fundamentalmente científi ca. Atenta aos assuntos de importância para a sociedade, a empresa possui um compromisso de responsabilidade corporativa que a leva a investir cada vez mais no desenvolvimento sustentável por meio de uma postura proativa à proteção ambiental e responsabilidade social, além do forte desenvolvimento econômico. Para isso, são desenvolvidos programas específi cos para cada um dos objetivos.

Entre essas iniciativas, está o Instituto 3M, tema da entrevista realizada nesta edição da revista O Meio por Inteiro. Fundado em 2006, seu foco é o incentivo ao desenvolvimento de projetos e de descobertas inovadoras na área de tecnologia social, com o objetivo de promover o desenvolvimento social das comunidades brasileiras nas áreas de saúde, educação e tecnologias sociais.

Revista O Meio por Inteiro: Como a 3M entende e pensa a questão da Sustentabilidade na organização?

Nossos valores corporativos formam a fundação de nossos princípios em sustentabilidade:

• Agir com honestidade e integridade infl exíveis em tudo o que fazemos• Satisfazer nossos clientes com tecnologias inovadoras e qualidade superior, valor e serviço.• Oferecer retorno atraente aos investidores por meio de crescimento sustentável e global.• Respeitar o ambiente

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físico e social no mundo todo.• Desenvolver e reconhecer a diversidade de talentos, iniciativas e a liderança de nossos funcionários.• Conquistar a admiração de todos os envolvidos com a 3M no mundo todo.

Revista O Meio por Inteiro: Quais as maiores difi culdades que as empresas encontram ao desenvolverem ações sustentáveis, já que, do ponto de vista cultural, há uma visão sobre felicidade e sucesso que ainda é predadora da vida no planeta e da qualidade das relações. É preciso rever valores?

As empresas precisam incorporar a responsabilidade social corporativa em seus negócios e encaixar em suas estratégias seus princípios de sustentabilidade para seguir indefi nidamente como uma empresa viável. Apenas por continuar a ser uma empresa viável e bem sucedida podemos continuar a ser um contribuinte positivo para o desenvolvimento sustentável. O assunto já faz parte das políticas e práticas

3M desde 1975, quando foi lançado o 3P (Prevenção à Poluição se Paga), um dos programas internos de maior reconhecimento na 3M. Trata-se do reconhecimento anual a projetos que minimizam os impactos ambientais em diferentes áreas da empresa. No Brasil, há 10 anos, o programa, que foi criado nos EUA em 1975, vem crescendo em número de projetos ano a ano. Existem critérios básicos de participação no 3P. O projeto deve trazer, ao longo de um ano, economia de pelo menos U$ 1 mil e reduzir mais de 500 kg de algum tipo de emissão, seja gasosa, líquida ou sólida, ou no uso de energia.

Revista O Meio por Inteiro: Quais os projetos na área ambiental e de responsabilidade social que já foram realizados ou estão em andamento? Quais incluem a cidade de Sumaré?

Alguns deles:

Projetos Ambientais e Sociais

3M Preserve o Meio por Inteiro Lançado em 1989, o programa dedica-se ao estímulo da

educação ambiental nas escolas públicas municipais e particulares, incentivando professores e alunos a estudarem temas relacionados ao meio ambiente, a sua importância e preservação. O estudo envolve o desenvolvimento de atividades criativas, dinâmicas e que promovam a integração entre professores, coordenadores, alunos e familiares.O programa, realizado em parceria com as secretarias de educação dos municípios e dirigentes de escolas particulares, é adaptado às realidades e necessidades de cada região. Durante o ano de 2010, foi desenvolvido nas cidades de Sumaré (SP) e Itapetininga (SP), localidades onde estão instaladas unidades da 3M.

Massa do Bem

A Massa do Bem é uma tecnologia social vencedora da primeira edição do Prêmio de Estudantes Universitários (2007) do Instituto 3M de Inovação Social, desenvolvida por alunos da universidade Metrocamp de Campinas (SP).

O projeto “Massa do Bem” propõe substituir vasilhas de

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isopor, plásticos ou outros materiais que acondicionam sopa, servidas para moradores de rua, por uma cumbuca feita de massa de pão. A pedido do Instituto 3M, a receita foi estudada pelo ITAL (Instituto de Tecnologia de Alimentos) e recebeu melhorias que a tornou mais nutritiva e saudável.

O Instituto 3M disponibilizou a receita para seus parceiros sociais e investiu na instalação de pequenas ofi cinas de panifi cação nestas instituições. Atualmente, a APAE Campinas prepara semanalmente cerca de 300 cumbucas da Massa do Bem e direciona para a Casa da Cidadania, que as utiliza na alimentação de moradores de rua, fazendo com que o projeto complete um ciclo de cidadania.

A Massa do Bem também está presente em Itapetininga, onde é elaborada pela Associação Nossa Senhora Rainha da Paz e servida pela entidade Toca de Assis para moradores de rua da mesma cidade. Em 2011, passa a ser produzida pela instituição “Obreiros do Bem”, de Ribeirão Preto (SP), que destinará as cumbucas para parceiros locais.

Escola de Funilaria 3M

Realizado em parceria com a instituição Cidade dos Meninos de Campinas (SP), o projeto propõe a inclusão social de adolescentes em situação de risco por meio do oferecimento de cursos semestrais e anuais de funilaria e pintura. Desde a fundação da escola, em 1995, a 3M contribui com produtos para reparação automotiva e com recursos fi nanceiros, contando com parcerias para a capacitação dos professores das ofi cinas de funilaria e para a estruturação dos cursos.

Além de promover a inclusão social, o projeto contribui para que a instituição cumpra os objetivos de acolher e abrigar estes adolescentes, oferecendo-lhes oportunidades para a formação pessoal e profi ssional e tornando-os capazes para ingressarem no mercado de trabalho. Dezenas de alunos formados por esse curso são contratados pelo mercado de trabalho, com o apoio da 3M, que atua neste mercado.

Formare - educação profi ssionalizante em Reparação Automotiva

Projeto da Fundação Iochpe que, a partir de parcerias com empresas de grande e médio porte, oferece cursos de educação profi ssional para jovens de famílias de baixa renda com idades entre 16 e 18 anos. Os cursos do Formare proporcionam a oportunidade de formação inicial para o mercado de trabalho e têm a duração de aproximadamente um ano. As aulas são ministradas pelos próprios funcionários voluntários, sob a coordenação do Formare, nas instalações das empresas participantes.

A parceria feita pela 3M com o Formare visa o desenvolvimento do curso de Reparação Automotiva para 20 alunos de Sumaré, contribuindo para o desenvolvimento pessoal e profi ssional destes jovens de baixa renda. Em Sumaré, o projeto terá início a partir do segundo semestre deste ano.

Vantagens de permanecer na escola - Junior Achievement

As “Vantagens de Permanecer na Escola” é uma iniciativa da AMCHAM Campinas (SP) desenvolvida pela Junior Achievement. O programa é

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destinado a alunos dos 8º e 9º

anos do Ensino Fundamental

e 1º a 3º anos do Ensino

Médio. No projeto “Vantagens

de Permanecer na Escola”,

funcionários voluntários da 3M

participam de atividades em

instituições públicas de ensino

para interação com alunos e

incentivo aos estudos.

O objetivo é conscientizar

os estudantes, por meio

de atividades lúdicas

(workshops), sobre a

importância da educação e

o combate à evasão escolar,

integrando o conceito de

empregabilidade aos conceitos

de educação e qualifi cação

profi ssional.

Revista O Meio por Inteiro: O que é o Instituto 3M de Inovação Social?

Fundado em 2006, o Instituto

3M de Inovação Social tem

como visão a promoção da

Inovação Social por meio de

programas que melhorem

a qualidade de vida desta e

das futuras gerações. Atua

no apoio ao desenvolvimento

de novas tecnologias sociais,

capacitação e disseminação de

conhecimentos; formulação

de estratégias para políticas

públicas, especialmente nas

comunidades onde a 3M do

Brasil mantém suas fábricas;

concursos e premiações de

estudantes e jornalistas; até a

formação de empreendedores

sociais, entre os funcionários

da 3M do Brasil e nas

comunidades.

Revista O Meio por Inteiro: De que forma a sustentabilidade agrega valor para o negócio? Essa é uma tendência que deve se acentuar?

Eu diria que a sociedade como um todo já reconhece como fornecedores principais aquelas empresas que tem programas sólidos de RSC e Sustentabilidade. Uma pesquisa recente do Conference Board, mostrou que, para 49% dos entrevistados, é o fator principal que infl uencia o público consumidor.

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In this interview to O Meio por Inteiro Magazine, the technical

manager of the industrial market group and President of the 3M

Institute of Social Innovation, Marcelo Luiz Tambascia, talked

about the company’s sustainability culture and policies, and the

actions planned to the future.

3M is fundamentally a scientifi c-based multinational company.

Aware of the important issues for society, the company has a

corporate responsibility commitment which leads it to more

investments in the sustainable development through a proactive

behavior for environmental protection and social responsibility,

besides the strong economical development. Therefore, specifi c

programs are developed aiming each one of the objectives.

Among these initiatives, there is the 3M Institute, the topic of

the interview in this edition of O Meio por Inteiro. Founded in

2006, its focus is to stimulate the development of projects and

innovative fi ndings in the social technology fi eld, with the objective

of promoting the social development of Brazilian communities in

the health, education and social technology areas.

O Meio por Inteiro Magazine:

What does 3M think about

the Sustainability issue

inside the company?

Our corporate values build the

foundation of our sustainability

principles:

• Acting with infl exible

honesty and integrity in all we

do

• Satisfying our

customers with innovative

and world-class technologies,

value, and service.

• Offering an attractive

return for investors through

global and sustainable growth.

• Respecting the physical

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and social environments

worldwide.

• Developing and

acknowledging our staff’s

talent diversity, initiatives,

and leadership.

• Conquering the

admiration of everybody

involved with 3M all over the

world.

O Meio por Inteiro Magazine:

Which main diffi culties

companies face when

developing sustainable

policies, since, from a

cultural point of view, there

is a concept of happiness and

success that is still predacious

to life in the planet and to

the relationships’ quality. Is

it necessary to rethink some

values?

Companies must add

corporate social responsibility

to their business, and fi t their

sustainability principles it into

their strategies in order to

move continuously as feasible

companies. Only by being

a feasible and successful

company we can continue to

be a positive contributor to

sustainable development. The

issue has been part of 3M’s

policies and practices since

1975, when the 3P program

(Prevenção à Poluição se

Paga – Pollution Prevention

is Contagious), one of the

most acknowledged internal

programs in 3M, was released.

It is about the annual

recognition of the projects that

mitigated the environmental

impacts in different areas of

the company. In Brazil, for 10

years, the program, which was

created in the USA in 1975,

has had an increasing number

of projects year after year.

There are basic criteria for

participating on the 3P project.

The project must generate,

over one year, savings of at

least US$ 1,000, and reduction

of more than 500 kg of some

sort of emission, whether it is

gas, liquid or solid, or in the

use of energy.

O Meio por Inteiro

Magazine: Which projects

in the environmental and

social responsibility areas

have been implemented

or are in progress? Which

of them include the city of

Sumaré?

Some of them:

Environmental and Social

Projects

3M Preserve o Meio por Inteiro

– 3M Preserve the Whole

Environment

Released in 1989, the program

is about stimulating the

environmental education at

public municipal and private

schools, encouraging teachers

and students to study topics

related to the environment,

such as its importance and

protection. The study involves

the development of creative

and dynamic activities which

promote the integration

among teachers, coordinators,

students and family members.

The program, a partnership

with the cities’ education

departments and private

school leaders, is adapted

to each region’s reality and

needs. During 2010, it was

developed in Sumaré (SP) and

Itapetininga (SP), cities where

the 3M units are settled.

Massa do Bem – Paste for Good

Massa do Bem (Paste for

Good) is a social technology

awarded on the fi rst edition

of the Prêmio de Estudantes

Universitários (University

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Students Award) (2007) of 3M

Institute of Social Innovation.

It was developed by students

of Metrocamp University in

Campinas (SP).

The “Massa do Bem” project

suggests the replacement of

cans made of polystyrene,

plastic or other material, used

for serving food to homeless

people, by a can made of

bread. Under request of 3M

Institute, the recipe has been

studied by ITAL (Instituto de

Tecnologia de Alimentos –

Food Technology Institute)

and improved to become

healthier and more nutritive.

3M Institute has made the

recipe available to its social

partners and has invested in

the implementation of small

bakery workshops in these

institutions. Nowadays, APAE

Campinas prepares about 300

bread cans a week, and sends

them to Casa da Cidadania,

institution that uses them for

feeding homeless people. By

doing so, the project completes

a full citizenship cycle.

Massa do Bem is also in

Itapetininga, where it is made

by Nossa Senhora Rainha da

Paz Association, and served

by Toca de Assis entity for the

homeless people in the city. In

2011, it starts to be made by

“Obreiros do Bem” institution,

in Ribeirão Preto (SP), which

will send the cans to local

partners.

3M’s Tinsmith School

Made in a partnership with

Cidade dos Meninos Institution

in Campinas (SP), the project

aims the social inclusion of

teenagers in a risky situation

by offering semestral and

annual tinsmith and painting

courses. Since the school’s

foundation in 1995, 3M has

contributed with automotive

repair products and

fi nancial resources, creating

partnerships for improving the

qualifi cation of the tinsmith

workshop teachers and for

structuring the courses.

Besides promoting social

inclusion, the project also

helps the institute to reach its

objectives of sheltering those

teenagers, giving them the

opportunity of a personal and

professional development and

making them able of entering

the work market. Dozens of

students who completed this

course are hired, with the

support of 3M, which works in

this market segment.

Formare - professionalization

education in Automotive

Repair

It is a project of Iochpe

Foundation, which, from the

partnership with large and

mid-market companies, offers

a professional education

course for low-income young

people between 16 and 18

years old. Formare’s courses

offer the opportunity of an

initial qualifi cation to the

work market and have an

approximate duration of one

year. Classes are given by the

company’s own employees as

volunteers, under Formare’s

coordination, in the participant

company’s facilities.

The partnership between

3M and Formare aims the

development of the Automotive

Repair course for 20 students

in Sumaré, contributing to

the personal and professional

development of these low-

income young people. In

Sumaré, the project will start

in the second semester of

2011.

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Vantagens de permanecer

na escola (Advantages of

Staying at School) - Junior

Achievement

“Vantagens de Permanecer

na Escola” is an initiative

of AMCHAM Campinas

(SP) developed by Junior

Achievement. The program

is intended for students

in the 8th and 9th year of

Elementary School or 1st - 3rd

year of High School. In the

“Vantagens de Permanecer na

Escola” project, 3M employees

volunteer to participate on

activities in public educational

institutions for interacting with

students and encouraging

them to study.

By using playful activities, the

objective is to raise awareness

among students about the

importance of studying,

and to fi ght against school

evasion, while integrating the

employability concept to the

education and professional

qualifi cation concepts.

O Meio por Inteiro Magazine:

What is 3M Institute of

Social Innovation?

Founded in 2006, 3M Institute

of Social Innovation’s basis is

promoting Social Innovation

through programs for

improving life quality for this

and the next generations. It

supports the development

of new social technologies;

qualifi cation and dissemination

of knowledge; defi nition of

strategies for public policies,

especially in the communities

where 3M’s units are; contests

and awards for students and

journalists; and even the

qualifi cation of 3M employees

as social entrepreneurs in the

communities.

O Meio por Inteiro

Magazine: How does

sustainability aggregate

value to business? Is

this a trend that must be

accentuated?

I would say that

society as a whole already

recognizes the companies

which have solid RSC and

Sustainability programs as

their main providers. A recent

Conference Board research

showed that, for 49% of the

interviewed people, that is

the main infl uence factor for

consumers.

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“A indústria não pode responder plenamente às demandas socioambientais que se avolumam, muito menos substituir o papel do Estado, mas pode, a partir de suas unidades de produção, lançar as bases do desenvolvimento sustentável, cumprindo a função de amortecedor social, contribuindo para minimizar as desigualdades e para construir uma sociedade mais equilibrada e justa”.

Nas sociedades humanas, os confl itos e as diferentes formas de harmonizá-los dependem de mecanismos legais e da correta aplicação das leis e de um severo sistema de fi scalização. Ao longo de sua história, a humanidade buscou na ideia do Direito a razão para o estabelecimento desses mecanismos, mas onde está o Direito? A gestão responsável do meio ambiente inclui a responsabilidade compartilhada de todos os envolvidos e não só de a indústria responder às legislações e regras, mas fazer com que todos sigam as novas regras e leis, que devem ser aplicadas, se possível, mundialmente.

A construção de um planeta sustentável exige uma nova consciência de consumo, requer que a sociedade repense valores e mude comportamentos, devendo ajudar a desenvolver uma consciência ética, política, ambiental, social e econômica sobre todas as formas de vida

com as quais compartilhamos este planeta, respeitando seus ciclos vitais e impondo limites à exploração dos bens ambientais. Para ser sustentável, segundo Saraiva, uma empresa deve ser ambientalmente responsável, socialmente justa e economicamente viável (visão “triple botton line”), sendo estes os vetores básicos de sustentabilidade que lhe trarão a perenidade desejada. Diante do cenário exposto, no Brasil, nos deparamos de forma clara com outro Ator que rouba espaço gradativo da indústria brasileira, principalmente do setor elétrico e eletrônico, os “Produtos Chineses”. Saindo na Pró-atividade as empresas do setor têm atuado como interlocutoras entre diversos setores da sociedade, tais como: governo, universidades e ONGs propondo alternativas concretas de tratamento e redução no consumo destes produtos, pois após consumidos, de quem será a responsabilidade de tratar os mesmos?

Da industria local, do Poder Público ou de quem os escolheu?

Temos um grande imbróglio a resolver, pois investimos na organização da produção,

Artigos

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Economia Verde: da crise uma oportunidade.

Com a crise econômica de 2008, cujo gatilho foi o estouro da bolha do mercado imobiliário nos Estados Unidos e, então, a quebra de instituições fi nanceiras e a crise de confi ança que se sucedeu nos mercados, somados à crise mundial no preço de commodities agrícolas e de combustíveis, as principais economias do planeta entraram em recessão e milhões de empregos em dezenas de países foram perdidos. Segundo o Departamento do Trabalho dos Estados Unidos, o produto interno bruto norte-americano real sofreu queda de 5,4% no 4º trimestre/08, 6,4% no 1º trimestre/09 e nova queda de 1% no 2º trimestre/09, com a taxa de desemprego atingindo 9,7% em ago/09. Na União Europeia, a taxa de desemprego atingiu patamar semelhante em julho/09, com 9,5%, sendo que na Espanha foram registrados alarmantes 18,5%. Os níveis de investimento, a disponibilidade de crédito e a produção industrial também caíram no mundo inteiro e, por mais que as principais economias emergentes tenham sido menos afetadas, houve retração de diversos indicadores econômicos chave – no Brasil, por exemplo, apenas entre os meses de novembro/08 e março/09, foram perdidos 692 mil empregos formais, sendo 654 mil apenas em dezembro, muito embora o desempenho posterior deste e de outros indicadores apontem a retomada do crescimento e do emprego a partir de então.

Com este cenário, se apresentou a oportunidade de alavancar a economia com bases em novos valores priorizando requisitos socioambientais. Já que recursos passaram a ser mobilizados para recuperar as grandes economias, que então sejam priorizados investimentos que estejam alinhados com a proposta da Economia Verde.Da crise, uma oportunidade. É com esta visão que deve ser encarado o enfrentamento da ainda presente crise econômica de 2008, a da questão das mudanças climáticas e

dos problemas ambientais associados com a geração de empregos de qualidade.A Economia Verde apresenta-se como uma proposta de desenvolvimento que busca instituir novos vetores de crescimento econômico, novas fontes de empregabilidade e soluções consistentes para a melhoria da qualidade ambiental com base no reconhecimento de que o atual modelo de produção e consumo de bens e serviços é insustentável. O potencial de geração de empregos verdes no setor privado com estímulo pelo governo e com o desenvolvimento da sociedade é a fórmula para o sucesso.

Assim, pode-se defi nir a economia verde como universalizar a oferta de bens e serviços com vistas a melhorar os indicadores de qualidade de vida de toda a sociedade com os seguintes parâmetros:

• Uso efi ciente das matérias-primas, minimizando os recursos

licenciamos nossas atividades dentro dos padrões mais elevados, desenvolvemos e utilizamos tecnologias avançadas em nossos produtos, pagamos nossos impostos, e o consumidor dos mesmos produtos ou serviços, seja ele público ou privado, no ato de materializar o Desejo de consumo, leva em consideração como critério primordial o fator Preço, é o que consta como resultado na pesquisa encomendada pelo Ministério do Meio Ambiente e pela rede de supermercados Walmart: “Brasileiro diz que não paga mais por produto Verde”. Fonte: O Jornal O Estado de São Paulo (25.11.2010).

A cultura da reciclagem torna-se necessária neste processo, pois o conceito abrange diversos aspectos técnicos, econômicos e sociais da relação do ser humano com o meio ambiente. Surge no cenário a logí stica reversa como um instrumento de desenvolvimento econômico e social, caracterizada por um conjunto de ações, procedimentos

e meios, destinados a facilitar a coleta e a restituição dos resí duos só lidos aos seus geradores, para que sejam tratados ou reaproveitados em novos produtos, na forma de novos insumos, em seu ciclo ou em outros ciclos produtivos, visando a não geração de resíduos. Isso posto, surge neste momento em que tudo já está acontecendo de forma proativa, o Decreto da PNRS que prevê capítulos polêmicos para a indústria, principalmente no que tange a Responsabilidade Compartilhada no Pós-Consumo, Logística Reversa com a integração das Cooperativas e Catadores, Instrumentos de Gestão Pública a serem implementados e como tratar os possíveis instrumentos econômicos.

Para que isso não se torne um obstáculo empresarial, precisamos discutir a parcela de responsabilidade da sociedade civil e do governo de forma compulsória e não facultativa, para que haja uma proteção aos produtos e serviços brasileiros

e para que haja também uma efetiva destinação adequada dos resíduos sólidos, ou seja, o retorno das embalagens/produtos para possibilitar o “reverse supply chain”, pois o resultado desejado dependerá do esforço entre todos estes atores: sociedade civil, governo e universidades (inovação tecnológica), e não só da indústria. Haverá principalmente a necessidade de regulamentar o artigo da PNRS que enfatiza que o Poder Pú blico e a coletividade sã o responsá veis pela efetividade das açõ es que envolvam os resí duos só lidos gerados.

Nosso objetivo é analisar criticamente o Decreto da PNRS de forma construtiva, com o intuito de torná-lo exequível. Para tanto, necessitamos de grupos multidisciplinares e interdisciplinares para alcançarmos um objetivo comum de preservação, conservação e recuperação do meio ambiente. A responsabilidade é de todos, porém cada qual é responsável por um momento do processo.

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fi nitos e maximizando os renováveis nos processos e produtos, com prolongamento estratégico das fontes fi nitas.• Efi ciência energética, melhorando os rendimentos nos processos e o desempenho na operação dos produtos.• Redução dos subprodutos dos processos produtivos, a saber: emissões (sejam elas de efeito estufa e/ou poluentes), efl uentes líquidos e resíduos sólidos.E tudo isto com consequente expectativa de incremento do valor adicionado em cada setor da economia, qualifi cação dos empregos nestes setores, melhoria na massa salarial e distribuição de renda.

Esta equação traduz a compatibilidade entre a expectativa de ganhos reais nas atividades econômicas e qualidade ambiental. O que de fato este novo paradigma busca fi rmar é que tais condições de contorno não são impeditivo para o desenvolvimento econômico, e sim compõem a qualifi cação dos negócios em bases sustentáveis, para que os futuros brasileiros tenham qualidade de vida, com um meio ambiente preservado, e acionistas satisfeitos com seus investimentos.

Mas o que motivou a qualifi cação deste conceito de economia? Após a publicação do relatório do IPCC (Intergovernamental Panel on Climate Change) em 2007, a mídia, a opinião pública e os tomadores de decisão passaram a dar mais peso para o tema como a proposição de políticas públicas, fi nanciamento de pesquisas, posicionamento estratégico em alguns mercados, novos negócios entre outros.

Assim, com o estabelecimento da meta de 20% de redução das emissões de gases de efeito estufa (GEE) até 2020, com base nas emissões de 2005, pela Política Estadual de Mudanças Climáticas, em São Paulo, a migração do modelo de desenvolvimento para uma economia de baixo carbono se tornou fundamental como estratégia para o futuro. Na sequência, o governo federal estabeleceu também parâmetros para redução de GEE, ambos os processos se destacando na COP 15 (Conferência das Partes) em Copenhagen no fi m de 2009.

Mas o fenômeno das mudanças climáticas não é o único a motivar tais ações do poder público, havendo outras questões como o uso não planejado de fontes fi nitas de recursos naturais e o respeito à capacidade de suporte dos ecossistemas. Pode-se exemplifi car com o caso da indústria de cimento, um dos insumos básicos para este bem é o calcário que, no caso de São Paulo, está presente em áreas sensíveis adjacentes às unidades de proteção integral como os parques estaduais Intervales e Carlos Botelho.

Dos transportes sustentáveis às iniciativas de apoio a novos setores industriais verdes e cadeias de reciclagem, do pagamento por serviços ambientais à questão da renovabilidade da matriz energética, passando pela busca por alternativas sustentáveis para o setor de turismo, pela construção civil sustentável e pela estruturação de um sistema tributário que infl uencie positivamente nas preferências expressas pelo setor privado, as propostas trazidas pela Economia Verde criam interessantes interfaces de cooperação interinstitucional. De caráter notadamente multissetorial e multidisciplinar, a agenda da Economia Verde inclui temas inovadores cujo processamento

não pode prescindir de ampla cooperação entre atores de diferentes naturezas.

Para que este novo modelo de desenvolvimento seja uma realidade, é imprescindível a atuação conjunta do governo, setor privado e da sociedade. O primeiro, como regulador, por meio de edição de marcos legais, incentivos fi scais e creditícios, e estabelecimento de critérios nas contratações públicas dos parâmetros aqui já mencionados. Além disso, o comprometimento do setor privado, por meio dos líderes de mercado, na defi nição de padrões de qualidade convergindo para certifi cações voluntárias, fomentando o mesmo comportamento na cadeia produtiva tanto upstream, nos fornecedores, nos contratos de serviços e nas aquisições de insumos e produtos, como downstream, nos clientes, por meio da educação do consumidor esclarecendo as vantagens dos bens e serviços deste modelo de produção, como economia de energia e água, durabilidade, qualidade no uso e destinação correta no fi m do período de vida. E, por último, a sociedade civil na promoção do consumo sustentável e na transparência das políticas empresariais reconhecendo e evidenciando as melhores práticas de mercado.

Além destas ações sincronizadas, os avanços tecnológicos e o capital humano intelectual são essenciais para o bom desempenho da Economia Verde, assim os investimentos tanto públicos como privados em linhas de pesquisa que colaborem com desenvolvimento e inovação que tenha como requisitos tal equação criarão condição no médio e longo prazo para atingir a qualidade ambiental e valor adicionado à economia.

Agora, da ideia à prática. Cada profi ssional, empresário, propositor de políticas públicas, grande ou pequeno consumidor deverá assumir um papel neste palco econômico, e tais mudanças começam individualmente. É evidente o convite a todos para que analisem qual o nível de mudanças que cada um pode promover no seu ambiente corporativo para que tais princípios sejam estabelecidos desde a fase de projeto até a implantação e, por fi m, na operação.

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O livro ‘Ação Civil Pública e Meio Ambiente’ é um

tratado da ação civil pública em matéria ambiental. A

obra inicia-se pela análise dos institutos que integram a

teoria geral do processo coletivo, aborda o exame das

diversas espécies de tutela jurisdicional que pode ser

prestada na demanda e, por fi m, culmina com o estudo

de peculiaridades que cercam a fase de cumprimento da

sentença ou da decisão antecipatória da tutela.

Ação Civil Pública e Meio Ambiente

Autores: Marcelo Buzaglo Dantas

Editora: Saraiva

Páginas: 438

Ano e número da edição: 2009 / 1ª edição

Para quem pretende ir viajar, ‘Como viajar sem prejudicar o meio ambiente’ vem

bem a calhar. O livro traz 50 alternativas para que as pessoas possam curtir o seu

destino sem causar dano ao meio ambiente. Altamente

recomendável para quem vai sair de férias ou até mesmo

fazer uma viagem de fi m de semana, a obra permite que

o leitor escolha alternativas mais econômicas de passeio,

que além de gastar menos tempo e dinheiro, emitirão

menos monóxido de carbono na atmosfera. O livro traz

ainda sugestões de como comprar um carro ou utilizar um

transporte público menos poluente.

Meio Ambiente e Comércio Internacional

Autores: Fabio Albergaria de Queiroz

Editora: Juruá Editora

Páginas: 196

Ano e número da edição: 2010 / 1ª edição

O livro conta o projeto de que participaram Larissa,

Norio, Diego e Luana em defesa do meio ambiente. A

obra mostra as opiniões e propostas de ação de cada

um. Por meio desses relatos, eles irão mostrar que, para

realmente transformar o lugar onde se vive, é preciso

aprender que a ação individual é importante, mas nem

tudo pode ser feito por uma pessoa só, em muitos

casos a união é fundamental para fazer os sonhos se

tornarem realidade.

Onde fi ca o Meio Ambiente

Autores: Shirley Souza

Editora: Paulus Editora

Páginas: 126

Ano e número da edição: 2010 / 1ª edição

Como viajar sem prejudicar o meio ambiente

Autores: Sian Berry

Editora: Publifolha Editora

Páginas: 128

Ano e número da edição: 2009 / 1ª edição

A obra fala sobre a existência de uma relação causal

entre o aumento dos fl uxos comerciais decorrentes

do processo de abertura econômica e maiores níveis

de degradação ambiental. O livro pretende, ainda,

identifi car possíveis externalidades que são causadas

pela expansão da produção de soja sobre o cerrado.

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