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Revista Online

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Revista feita pelo grupo, Dyan, Diego, Lediane e Robson...

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Editorial

Nesta edição :

Danny Boyle //////////////////////////////////////// 4

Joss Stone //////////////////////////////////////////////// 8

ELVIS /////////////////////////////////////////// 10

Across the universe ///////////////////////////////// 1�

PONTO revista ousada, diferente, bonita e moderna (modesta? talvez...). Cada detalhe foi pensado para deixar a sua nova companheira mais interessante e agradavél. PONTO foi feita para pessoas modernar, com ousadia e principalmente com atitude.Não tenha receio de aproveitar cada página desta primeira edição , aproveite as matérias, entrevistas e imagens.

Leia.curta.ame.ouça.dançe. ponto . ATITUDE de bolso

A redação

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unem para tentar destruir os “infectados” vagando através das ruas desertas de Londres e pelas estradas em torno de Manchester. Os efeitos especiais aqui não são aqueles de um grande blockbuster de verão; Boyle diz que filmou no “estilo guerrilha” com um orçamento em torno de $10 milhões. Funcionou: Extermínio” foi filmado com muito estilo (em DV) que até mesmo os snobs amantes do filme de arte vão querer dar uma olhada nessas criaturas infectadas. E Boyle nos dá um par de personagens

Danny Boyle Nesta entrevista, o dire or inglês fala sobre “Extermínio” (�8 Days Later), seu último filme que traz uma história de zumbis e foi rodado em DV nas ruas de Londres e Manchester. Boyle conta também sobre o seu trabalho com atores e seus novos projetos, inclusive sobre a seqüência do seu maior sucesso “Trainspotting”.

É preciso um diretor de peso para fazer um filme de zumbis

ter uma cara normal. Para o diretor Danny Boyle de “Trainspotting”, seu thriller apocalíptico “Extermínio” (�8 Days Later) realmente é um filme esperto que não tende a incorporar nenhuma ironia pós-moderna. O filme, um grande sucesso na Inglaterra, é sobre um vírus psicológico que ataca a Inglaterra, transformando pessoas comuns em zumbis que vomitam sangue e atacam pessoas inocentes. Os poucos sobreviventes se

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determinados (interpretados por novatos incluindo Cillian Murphy e Naomie Harris) que merecem nossa atenção. Nesta entrevista Danny Boyle fala sobre isso, e também sobre a possibilidade de uma continuação de “Trainspotting”. Rev >> Como foi o início de “Extermínio”? Alex Garland já veio com o roteiro? Danny Boyle>> Alex e Andrew tinham trabalhado na idéia. Alex escreveu um esboço dele. Era uma idéia muito genérica, e então começamos a trabalhar nela juntos, como sempre. Gastamos muitos meses trabalhando de forma muito intensa nesta idéia. Quando eu li o primeiro esboço que Alex escreveu lá estava esta idéia fantástica - o clichê de um vírus que escapa de um laboratório – mas era um vírus psicológico. O filme também fala da raiva social como um fenômeno, principalmente na Grã Bretanha. Isso aconteceu na época da febre aftosa, que não afetava seres humanos, mas conduziu a estas imagens bíblicas com as vacas e os animais domésticos sendo sacrificados aos milhões. Naquela época se viram imagens apocalípticas na zona rural britânica. Foram muitos meses de ausência de todos os animais domésticos no campo. Se você fizesse

uma viagem de trem, tudo era parado e imóvel fora do trem ou na parte externa do seu carro enquanto você dirigia.Rev >> Você ficou preocupado em alimentar a histeria das pessoas? Este filme parece mais relevanteagora com a SARS e os sustos do anthrax - do que ele poderia ser tido há alguns anos. Boyle>> Você não pode reivindicar a responsabilidade deliberadamente. Mas a escuridão é o que é sempre fascinante. Quando você detecta a escuridão em larga escala num país, então você sente que quer fazer um filme sobre ela de alguma maneira. Certamente isso foi o que nós fizemos. Nós fizemos o filme baseado nisso, e naturalmente enquanto fazíamos o filme, aconteceu o 11 de setembro. As pessoas vêem coisas novas no filme, e isso é um fenômeno realmente interessante. Agora, naturalmente http://www.museu.ufrgs.br/admin/programacao/arqu ivos/t ra inspot t ing_renton .g i f você tem a SARS, e depois vamos ter alguma coisa mais. Então é realmente extraordinário. Isto se refere a um tipo de ansiedade pública que nós temos, que nós somos responsáveis por. Nós sempre tentamos

“o clichê de um vírus que escapa de um laboratório”

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externalizar a ameaça, e a transformamos nos bandidos mas o problema realmente somos nós. Eu penso, num nível profundo, que nós sabemos disso, nós somos sempre o próprio problema. Rev >> Por que você achou de que o DV era ideal para “Extermínio”, com exceção das razões orçamentárias? Boyle>> Eu só fiz alguns filmes em DV, e a única maneira de filmar em Londres com o nosso orçamento seria

usando a tecnologia

de DV. A

tecnologia de DV se ajustou perfeitamente ao aspecto apocalíptico. Há também uma razão muito pretensiosa: esta história também se encaixa no filme como uma circunstância em que uma câmera como esta funcionaria. Se você encontrasse baterias elas iriam funcionar. Num ponto do filme (o personagem de Jim) encontra uma câmera e vê o que tinha sido gravado. Ele tinha encontrado a câmera na rua. Nós acabamos não usando esta cena. Mas isso pareceu muito apropriado, realmente. Além do quê, a história é muito urbana, e nossas cidades estão cheias destas câmeras. E eu acho que o DV é extraordinário para histórias urbanas,

e s p e c i a l m e n t e porque a mídia está melhorando tecnicamente. A tecnologia está progredindo o tempo inteiro. Eu acho mais e mais que filmes urbanos serão feitos em DV. Não acho que o DV seja bom para todos os filmes. Rev >> Como você filmou a seqüência de Londres? Eles deixaram você

bloquear as ruas?

Boyle>> É possível de se fazer, geralmente nas grandes produções de Hollywood, como “10� Dálmatas” pode-se fechar a ponte de Westminster por uma manhã de domingo. Com filmes grandes pode acontecer. Com um filme desta escala, você não pode fazer isso, e certamente você não consegue a permissão para o trabalho. Assim nós dissemos às autoridades, “nós gostaríamos de filmar em seis ou sete manhãs e nós vamos pedir para o tráfego parar” e como nós tínhamos as câmeras de DV, pudemos ajustar de seis a dez câmeras vendo uma parte muito particular de Londres e nós pedimos apenas o tráfego para parar e tentar filmar por um minuto ou 10 minutos. Funcionou. Nós mesmos não podíamos acreditar.Rev >> Você se inspirou em filmes clássicos de horror? Boyle>> Alex Garland, que o escreveu, é um grande fã do gênero, particularmente de filmes de zumbis. É um verdadeiro aficionado. Eu pensei, “bem, não vou me basear demasiadamente neles, assim haverá um contrapeso bom entre nós.” Assim eu tendi a não me influenciar muito.Rev>> Você teve que trabalhar muito com o elenco para conseguir que eles entrassem nos personagens, que estavam atravessando

“É. Nós estamos apenas no começo. É duro porque “Trainspotting” é um filme que muitas pessoas adoram.”

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este tipo de crise? Boyle>> É duro, para todo ator, interpretar os últimos habitantes da Terra. Ninguém pode saber como é isso. É um grande salto imaginativo. Nós não queríamos colocar grandes estrelas no filme. Nós quisemos gente como Cillian [ Murphy ] que,ww wde estar junto em um espaço público e de prestar atenção a algo junto. Foi selvagem. Rev>> Qual é o filme que você está fazendo agora?Boyle>> Se chama “Millions.” É bonito. É muito, muito diferente. Se passa na época em que o euro substitui as libras na Inglaterra. É sobre dois meninos que, que por causa de um roubo, acabam com ���.000 libras. O menino mais velho quer gastá-lo. O menino mais novo é um bocado mais espiritual; quer distribuo o aos pobres. O filme fala sobre como é impossível para qualquer um deles fazer qualquer uma daquelas coisas num mundo moderno. É bonito e muito afetivo, muito diferente do que “�8 Days Later.” Rev>> Você acha de que os seus próximos projetos, aqueles que você está escolhendo, estão indo em uma direção mais leve?Boyle>> É legal mudar. É apavorante também porque você não pode usar seus velhos truques do thriller.

Você tem que encarar um drama humano um pouco morno. É uma boa disciplina para qualquer um. Estamos trabalhando também numa seqüência de “Trainspotting” ao mesmo tempo, o que é muito pesado. Assim eu espero que eu volte para o lado mais leve depois. Rev>> Esse seqüência de “Trainspotting” seria baseado em “Porno” (continuação da novela de Irvine Welsh)?Boyle>> É. Nós estamos apenas no começo. É duro

porque “Trainspotting” é um filme que muitas pessoas adoram. É uma grande responsabilidade porque embora as pessoas desejem uma seqüência eles também podem te crucificar por fazê-la ao mesmo tempo. A única maneira que nós temos para conseguir ter o elenco original de volta é seduzi-los pela chance de interpretar os mesmos personagens, porém 10 anos mais velhos. Pode ser interessante.

“Eu penso, num nível profundo, que nós sabemos disso, nós somos sempre o próprio problema”

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Joss Stone volta muito mais Sexy

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Do lado de fora da Bowery Ballroom, em Nova York, o termômetro bate na casa dos 10 graus negativos. Trata-se de um dos invernos mais rigorosos dos últimos tempos. Do lado de dentro o clima é quente, com a pista de dança fervendo ao ritmo de Lauryn Hill, Stevie Wonder e outros nomes do soul e R&B. Com meia hora de atraso, às dez da noite a cantora e compositora inglesa Joss Stone sobe ao palco da tradicional casa de espetáculos para uma concorrida apresentação de seu terceiro álbum, Introducing Joss Stone, que tem lançamento previsto para �0 de março. Apenas �00 pessoas têm a chance de conferir nove das catorze melodias que integram o novo CD.

Outros mil sortudos viram o mesmo show uma semana antes, em �1 de janeiro, em Los Angeles. A Joss de hoje é produzidíssima, bem diferente da loirinha hippie chique, cabelos repartidos no meio e rosto quase sem maquiagem de quatro anos atrás. Aparenta muito mais do que seus 1� anos (ela completa �0 no dia 11 de abril). “Mas continuo solteira. Meu namoro agora é com a música”, avisa, numa daquelas frases planejadas que poderiam ter saído da boca de qualquer estrela. Ela veste minissaia branca com corações da mesma cor bordados no bumbum, meia-calça marrom clara até o joelho. E a maquiagem carregada, os brincões, as pulseiras e os anéis só não chamam mais atenção por causa do cabelo vermelho encrespado. Debaixo da blusinha de alça com lantejoulas prateadas, um sutiã vermelho vez ou outra dá o ar da graça. Da antiga Joss Stone, aquela que vendeu mais de � milhões de cópias de seu disco de estréia, The Soul Sessions, de �00�, restam apenas a voz poderosa, que muitas vezes remete ao trinados de Aretha Franklin, o piercing em forma de argola na narina esquerda e a mania de cantar descalça - mesmo que esteja vestindo uma meia-calça. E isso basta.Três backing vocals, dois teclados, duas guitarras, sopros mais bateria e baixo acompanham Joss enquanto ela começa com a dançante “Girls, They Wont Believe It”.

E eis aí que reside a principal novidade: boa parte das músicas estão mais sacolejantes, cheias de groove, com uma linha de baixo bem marcada e influência mais forte do hip-hop e R&B. “Considero esse o meu primeiro disco de verdade, aquele que expressa realmente o que sinto e como vejo a música”, diz, em uma outra dessas frases planejadas. E se há um culpado para essa transformação, ele está ali no palco, tocando uma das guitarras. Ex-líder do trio de dance music Toni! Tony! Toné! (quem lembra?) e ex-produtor de Macy Gray, D’Angelo, Snoop Dogg e do grupo Lucy Pearl, o californiano Raphael Saadiq é o responsável pelo novo CD de Joss, gravado durante uma temporada de dois meses nas Bahamas. Em um set que dura pouco mais de uma hora, Joss mescla inéditas de sua própria autoria (“Put Your Hands On Me”, “Tell Me What We’re Gona Do Now”, “Head-Turner”, “Music”, “Arms of My Baby”, “What Were We Thinking” e “Tell Me ‘Bout It”) com faixas de seus outros dois discos, a exemplo do imbatível hit “Super Duper Love (Are You Digin’ On Me?”). Boa hora para ela voltar à ribalta. Considerada uma das novas divas brancas da música negra, Joss reaparece num momento em que a soul music ganha novo fôlego. Auxiliado pelo sucesso do filme Dreamgirls e na esteira da morte de James Brown, artistas de sucesso nos anos 1��0 e esquecidos há muito tempo, a exemplo de Solomon Burke e Irma Thomas, gravaram novos discos e chegaram a concorrer com as suas músicas na última edição do Grammy. Iss o sem contra estrelas em ascensão com Corinne Bailey Rae e John Legend, que também bebem na fonte da soul music. E se o novo disco de Joss Stone não chega a mudar os rumos do música pop, ele pelo menos coloca a cantora e compositora inglesa um passo à frente da turma branca que se esforça para cantar como os negros americanos.

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As opiniões sobre o “Rei do Rock” são distintas: enquan-to alguns o vêem como um “pobre garoto sulista burro com um empresário paizão” (segundo Lester Bangs), há quem o achasse tão ca-rismático quanto Rodolfo Valentino. Sua morte, em 1� de agosto de 1���, só evi-denciou o culto à sua figura, mesmo ele tendo vivido uma fase decadente nos últimos anos de vida.Foi na esteira desse “aniver-sário” que uma penca de DVDs chegou ao mercado nacional ano passado, entre inéditos em vídeo e novas versões “reembaladas”. Elvis fez �� filmes durante a vida, um recorde para quem a crí-tica dizia não saber atuar. Seus longas arrecadaram centenas de milhões em bi-lheteria e nem podia ser di-ferente – ele é o artista que mais vendeu discos até hoje, com mais de um bilhão de álbuns comercializados. Caris-ma pouco é bobagem.Ninguém discute que Elvis é o cara mais importante da mú-sica pop, quiçá do “universo pop” tal qual o conhecemos hoje. Além de cantar pra burro, tinha o rebolado certo na hora certa e foi o grande

responsável pela principal revolução musical e ado-lescente no século XX. Sem ele, e isso é um clichê, mas é pura verdade, nada do que veio depois, seja punk, pop, metal ,etc teria visto a luz do sol. Não existia antes e nem surgiu depois quem desper-tasse tanto a imaginação e a libido em corações e mentes juvenis.Bem produzidas ou não, suas obras cinematográficas tinham tudo o que um garo-to adora ver: o herói cercado por garotas lindas e gosto-sas, vivendo aventuras radi-cais e andando em carrões. Dessa batelada de DVDs, alguns merecem destaque especial.Para começar, chega o fil-me que melhor captura a energia do jovem Elvis, O Prisioneiro do Rock (1���). Favorito dos fãs, integra a chamada “trilogia rebelde” dos anos �0, que retrata o cantor como transgressor e incompreendido, na linha de “Juventude Transviada” – que ele idolatrava.Em O Prisioneiro do Rock, o astro vive um jovem que, após ser enviado à prisão por ter matado acidental-mente um homem, decide

As opiniões sobre o “Rei do Rock” são distintas: enquan-As opiniões sobre o “Rei do Rock” são distintas: enquan-As opiniões sobre o “Rei do

to alguns o vêem como um Rock” são distintas: enquan-to alguns o vêem como um Rock” são distintas: enquan-

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Valentino. Sua morte, em 1� rismático quanto Rodolfo Valentino. Sua morte, em 1� rismático quanto Rodolfo

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inéditos em vídeo e novas nacional ano passado, entre inéditos em vídeo e novas nacional ano passado, entre

versões “reembaladas”. Elvis fez �� filmes durante a vida, um recorde para quem a crí-tica dizia não saber atuar. um recorde para quem a crí-tica dizia não saber atuar. um recorde para quem a crí-

Seus longas arrecadaram centenas de milhões em bi-Seus longas arrecadaram centenas de milhões em bi-Seus longas arrecadaram

lheteria e nem podia ser di-ferente – ele é o artista que lheteria e nem podia ser di-ferente – ele é o artista que lheteria e nem podia ser di-

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álbuns comercializados. Caris-ma pouco é bobagem.Ninguém discute que Elvis é o ma pouco é bobagem.Ninguém discute que Elvis é o ma pouco é bobagem.

cara mais importante da mú-Ninguém discute que Elvis é o cara mais importante da mú-Ninguém discute que Elvis é o

sica pop, quiçá do “universo cara mais importante da mú-sica pop, quiçá do “universo cara mais importante da mú-

pop” tal qual o conhecemos sica pop, quiçá do “universo pop” tal qual o conhecemos sica pop, quiçá do “universo

hoje. Além de cantar pra pop” tal qual o conhecemos hoje. Além de cantar pra pop” tal qual o conhecemos

burro, tinha o rebolado certo hoje. Além de cantar pra burro, tinha o rebolado certo hoje. Além de cantar pra

na hora certa e foi o grande

“Ninguém discute que Elvis é o cara mais importante da música pop”

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cantar atrás das grades. Mas as coisas se agitam quando uma bela caçadora de ta-lentos surge pelo caminho. Destaque para a antológica cena da canção ‘’Jailhouse Rock’’, que foi coreografada pelo próprio Elvis. Reprisada várias vezes na TV, ao longo dos anos, acabou virando um dos primeiros videoclipes. Tornou-se tão popular que em pelo menos duas opor-tunidades foi homenageada no cinema: em The Blues Bro-thers (1�80), com John Belushi e Dan Aykroyd, onde a can-ção “Jailhouse Rock” também é executada em uma prisão, e no divertidíssimo Cry Baby (1��0), com Johnny Depp bancando o roqueiro de to-petão, novamente no interior de um presídio. Em �004, O Prisioneiro do Rock entrou para o “Registro Nacional de Filmes” (United States Na-tional Film Registry) dos EUA, consolidando sua importân-cia histórica.Entre 1��8 e 1��0, o roqueiro esteve no exército, período no qual conheceu sua futura esposa Priscilla. Quando re-tornou do serviço militar, subs-tituiu a imagem de rebelde pela de bom moço, passan-do a exe-cutar um repertório

“mais calmo”, canções de inspi-ração gospel e bala-das românticas como ‘’Are You Lonesome Tonight?’’ e ‘’Can’t Help Falling in Love’’.Entre os lançamentos em DVD da década de �0, chama atenção o famoso Amor a Toda Velocidade (1��4), em que o ídolo con-tracena com Ann-Margret e canta a clássica ‘’Viva Las Vegas’’. A imprensa chegou a anunciar que os dois iam casar. De fato, a química do casal quase incendeia a tela e levou o empresá-rio “paizão” Coronel Tom Parker a brigar com o dire-tor, o experiente George Sidney.Outra curiosidade, Viva um Pouquinho, Ame um Pouqui-nho (1��8) chama atenção por suas “ousadias”. A últi-ma parceria entre Elvis e o diretor Norman Taurog, res-ponsável por uma dúzia de comédias leves do artista, é o único de seus filmes a re-almente lidar com a trilogia sexo, drogas e rock’n’roll e inclui uma trilha diferenciada, com incursão ao rock psicodé-lico, bossa nova do brasileiro Luis Bonfá e o single “A Little Less Conversation”, que na época foi o menos vendido

da carreira de Elvis, mas virou um fenômeno e número 1 em vários pa-íses no século �1.

Os filmes de Elvis vira-ram “um gênero pró-prio”, inspirando as produções da “Turma da Praia”. Eram diver-tidos, mas Elvis concor-dava com a crítica, que os achava descartá-veis. “Obrigado” pelo Coronel Parker a largar os dramas por comé-dias musicais, o roquei-ro caiu em depressão e nas drogas. Além de uma saúde debilitada

(fato evidenciado pelo ganho de peso), houve o estouro dos Beatles – segundo o próprio John Lennon, o quarteto não teria existido sem Presley –, que começou a lhe roubar o Mas Elvis nunca desapareceu por completo. Após a morte, o cantor continuou nas telas, em inúmeras homenagens e documentários, como “Elvis – O Ídolo Imortal”, que traz, in-clusive, cenas de seu funeral. Sua morte paralisou os EUA. Mas �0 anos depois é como se ele continuasse em plena atividade. O relançamento de seus hits ainda chega ao primeiro lugar de diversas paradas internacionais e, este ano, Elvis até voltou a apare-cer na TV “ao vivo”, num dueto do além (na verdade, via ro-togravura) com Celine Dion no programa de maior audiên-cia dos EUA, “American Idol”. Elvis morreu, mas não saiu de cena. público.

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eXAGERO DAS CORES Across the Universe

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Poucas trajetórias musicais são tão coesas e falam tan-to sobre a época em que foram criadas quanto a dos fab four de Liverpool. De um lado a Guerra do Vietnã, a segregação racial e o mo-ralismo, do outro a eferve-cência artística, a liberação sexual e muitas viagens psi-codélicas. Across the Universe (�00�), filme de Julie Taymor, consagrada diretora de es-petáculos teatrais e também responsável pelo filme Frida (�00�), junta num só filme, �4 músicas dos Beatles que se transformam no roteiro da história de amor entre um jo-vem artísta da plebe britâni-ca, Jude (Jim Sturgess) e uma garotinha rica do “American dream” Lucy (Evan Rachel Wood). Os dois se conhecem pelo intermédio de Max (Joe Anderson), irmão de Lucy, ele resolve largar a faculdade e assim os três se mudam para Nova York onde vão viver as dores e as delícias de uma das épocas mais complexas da história e cultura america-nas.

Essa é a receita “anti-crítica” da diretora Julie Taymor em seu mais novo filme. A histó-ria tem tudo para ser pie-gas, (afinal de contas, amor adolescente nem sempre dar samba, aliás rock) mas apesar disso, o talento dos jovens atores que cantam com vozes cativantes e hu-manizam cada detalhe das letras das canções dos be-atles, conseguem nos levar um pouco além desse pano de fundo inicial, inserindo o espectador na mentalidade de uma época.Com um orçamento confortá-vel, a diretora Julie Taymor pode criar para cada música um universo todo particular. São tantos cenários, másca-ras, fantasias, grafismos, fo-tografias, cores e efeitos de pós-produção que acaba ficando entre esses aspectos o melhor e o pior do filme. O melhor, é que é possível ver a trajétória de uma estudiosa das artes plásticas com muita influência da cultura oriental. Também é possível eviden-ciar no longa uma cineasta

que transporta para a tela uma experiência adquirida como diretora de teatro na ambientação, ce-nografia e direção de arte, sem descuidar dos aspectos cinematográficos, resultando em trechos com a dose certa de humanidade e plasticida-de.Mas os exageros também ficam a cargo dos aspectos estéticos, que as vezes pa-recem ser mais importantes que a história contada. O resultado é certa descontex-tualização, num filme em que quase o tempo todo as mú-sicas são cantadas por seus protagonistas, contando suas próprias histórias.Torna-se meio incomodo tre-chos como o da interpretação de “Being For The Benefit of Mr. Kite”, interpretado pelo comediante inglês Eddie Izzard. Nesse momento, a história dá lugar a uma lona de circo, a fantoches e seres azuis gigantes multiplicados em animação, espécie de exagero pop sem muita jus-tifictiva narrativa, a não ser

Trajétória musical dos Beatles narra história de amor nos conturbados finais dos anos �0

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a de inserir na história uma versão de um videoclipe da diretora para mais uma das originais músicas dos Bea-tles. O que não é o caso da participação do cantor Bono Vox, que interpreta “I am the Walrus”, na pele do Dr. Ro-bert, um hippie doidão que enbarca Jude, Lucy e seus amigos numa viagem rega-da a muito ácido, traduzida em cores quentes e psicodéli-cas por Julie Taymor.

Across the Universe é um filme de uma plasticidade impecá-vel, entretenimento completo, é como juntar num só filme grandes videoclipes e dar a eles uma ordem narrativa e personagens que teêm suas histórias contadas no decor-rer dessas sequências. Com todos os igredientes de um filme pop, mas com uma com-plexidade visual que exige um pouco mais do especta-dor comum. Nisso, a diretora logrou resultados compara-dos aos de Tim Burton em suas obras, especialmente em O Peixe Grande (�00�), em que as histórias de um homem são o mote para a criação de cenários fantásti-cos, mas como também acon-tece nesse filme, tanta gran-diosidade deixam um pouco em segundo plano o fator humano de seus enredos.Em Across the Universe , as ve-zes o ditado “menos é mais” foi esquecido e as imagens associadas às letras das mú-sicas acabam desviando a atenção de suas próprias le-tras, por si só belas poesias. Mas a humanidade do filme volta com força em momentos como o a capela em que Jude declara seu amor com “All you need is love”. Pop, ousado, as vezes piegas, as vezes inovador, sempre bom, esses são os Beatles e nesse mesmo caminho segue Across the Universe.

“Filme é como um videoclipe que encontrou o rumo”

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