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RESPONSABILIDADE

Revista paper 60 final

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Edição dedicada ao valor responsabilidade

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Responsabilidade

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um valor intrínseco da iPResponsabilidade

editorial

Exercitado diariamente por nossa equipe, o valor responsabilida-de é um compromisso vivo na International Paper. Está materiali-zado na preocupação com a seguran-ça e a sustentabilidade do processo

produtivo e no respeito a normas e legislações. Tam-bém se faz presente na conformidade com as dire-trizes que nos conferem importantes selos e certi-ficações e no estabelecimento de laços de respeito e confiança com clientes e profissionais.

A responsabilidade, no entanto, se mostra ainda mais importante ao refletirmos sobre nossa principal atividade: fabricar, usando recursos renováveis, pro-dutos dos quais milhões de pessoas dependem diaria-mente. Por esse motivo a presente edição – a 60ª da Paper – é inteiramente dedicada a esse assunto.

Esperamos que a leitura traga conhecimento e entretenimento aos nossos leitores. Aproveitem!

Equipe da Revista Paper

P a P e r | r e s P o n s a b i l i d a d e | 3

Direção Do Projeto | Gisele Gaspar – gerente de ComunicaçãoGerência Do Projeto | Tayla Monteiro – coordenadora de Comunicação Institucional e de ProdutocoorDenação Do Projeto | Marina Rodriguez – analista de Marketing e Comunicação InstitucionalcoLaBoração no Projeto | Catherine Barros – estagiária de Marketing Institucional e Assessoria de Imprensa

criação e ProDução | Agência IdealcoorDenação eDitoriaL | Luana DalmolinreDação | Luisa Migueres e Thadeu Melorevisão | Bárbara PelissaroProjeto Gráfico | Maurício FogaçaDesiGn | Bruno Thofer e Cleiton BarcelosjornaLista resPonsáveL | Ricardo Cesar – MTB 33669imPressão | Ogra Oficina GráficasuGestões e corresPonDências | Av. Paulista, 37 | 14º andar | 01311-000 | São Paulo/SP

aGraDecimentos | Adriano Almeida, Alessandra França, Aluizio Sales, Armando Santiago, Assessoria de Imprensa AFRAS,Cláudio Tieghi, Eduardo Fonseca, Fabio Teramoto, Fernanda Paes, João Nogueira, Lizzi Colla, Lúcia Nunes, Marcio Bertoldo,Miguel Magela, Marisa Coutinho, Paulo Mendes, Reinaldo Bulgarelli, Robson Laprovitera, Suzana Kaneco, Talita Roza, Vanessa Moura, Wanderlei Peron e Xuxa Meneghel.outubro2013

edição60

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Responsab ilidadeAssim caminha a

Do a s s i s t e n -c i a l i s m o à competivida-de sustentável, passando pela filantropia e pela responsa-bilidade social corporativa, o

papel das empresas na sociedade evo-luiu significativamente nos últimos anos.

“Houve o que se pretendia, que é a inter-nalização da sustentabilidade dentro dos processos de gestão”, comenta Reinaldo Bulgarelli, consultor e professor da Fun-dação Getúlio Vargas de São Paulo.

Mesmo considerando otimista sua vi-são, o professor baseia-se em mais de 30 anos de estudos e atuação no setor para avaliar o cenário atual como positivo e animador, indicando o papel crescente das empresas na busca por soluções a diversas demandas sociais e ambientais.

“Hoje, as saídas envolvem fortemente os negócios, que ganharam uma projeção gigantesca no mundo, com representa-tividade mais expressiva do que alguns países”, destaca.

É justamente sua relevância e poder de influência que faz das corporações agentes fundamentais do processo de amadure-cimento de um novo modo de progredir, crescer, produzir e também de viver.

Fundado há cinco anos com a missão de conduzir projetos ambientais e edu-cacionais para crianças e adolescentes, o Instituto International Paper (IIP) é hoje o braço social da IP na América La-

tina. “Conseguimos alguns ganhos bas-tante positivos ao centralizar todas as ações complementares da IP no institu-to, aumentando a quantidade de projetos e o público atendido”, explica Lizzi Colla, gerente de Responsabilidade Social e Sustentabilidade da empresa e diretora executiva do instituto.

É de Lizzi e sua equipe a tarefa de conduzir de forma independente, mas integrada, as ações da IP na área e os projetos do instituto, a partir do conhe-cimento acumulado e das tendências do setor. Além de ter promovido a integra-ção cultural da questão da responsabili-dade nas diversas unidades e plantas da empresa, o IIP é um agente ativo nas re-giões onde se concentram as operações industriais e florestais da companhia.

Atualmente, 14 projetos, como o “Guardiões da Biosfera” e o “Cidade do Livro Itinerante”, atendem cerca de 26 mil jovens a cada ano, fortalecendo o ambiente, a educação e a cultura local.

“Queremos fazer a diferença nas cidades onde estamos, engajando os profissio-nais da organização e usando a nossa ex-pertise”, resume.

Vivendo e empreendendoA evolução da mentalidade empresarial associada à responsabilidade socioam-

biental e à sustentabilidade partiu de um cenário em que as empresas se en-volviam muito pouco além do seu negó-cio principal.

De ações assistencialistas, como doa-ções pontuais para funcionários e comu-nidade, realizadas há 50 anos, passou-se às ações de filantropia que, além do re-passe de recursos ou equipamentos, já motivava a dedicação de algum tempo por parte de dirigentes e funcionários mais interessados em certas demandas sociais. Mas, ainda assim, não havia im-pacto direto nas estratégias de negócio.

O cenário começou a mudar na década de 70, quando a ideia dominante de que o meio ambiente era fonte inesgotável de recursos caiu por terra. Isso levou países, instituições, empresas e indivíduos a as-sumirem responsabilidades mais con-cretas no que diz respeito a questões am-bientais e aspectos de direitos humanos.

Iniciou-se aí um grande processo glo-bal de mobilização social que resultou no fortalecimento de acordos e legisla-

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com novas Práticas, o setor Privado é cada vez mais imPortante Para o meio ambiente, a sociedade e a sustentabilidade global

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Responsab ilidadeções nacionais e internacionais. Nascia o conceito de sustentabilidade, visando ga-rantir que as futuras gerações pudessem usufruir de um ambiente saudável, social-mente justo e economicamente viável.

A participação das empresas na im-plantação de uma nova agenda de desen-volvimento seguiu tímida ao longo da dé-cada de 80. Foi apenas a partir de meados da década de 90, após a realização da Rio-92, Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, que o setor privado entrou de vez nos es-forços pela sustentabilidade. “O desafio era trazer uma agenda que colocasse as

empresas em contato com as demandas da sociedade”, relembra Reinaldo, en-quanto resume o processo de evolução da responsabilidade social corporativa.

Setores econômicos começaram a se articular para dar respostas, investindo em iniciativas como projetos socioambientais, ações educativas, voluntariado, proteção de áreas verdes nativas, entre outras. Ao mesmo tempo, as empresas buscavam se adequar internamente para solucionar problemas diretamente relacionados às suas operações, como emissões gasosas e efluentes, por meio da substituição de equipamentos e processos superados por outros de menor impacto.

É nessa etapa evolutiva que se en-contra atualmente a maior parte das organizações empresariais que desejam manter sua relevância econômica e so-

cial. Essa responsabilidade empresarial, batizada por alguns de cidadania cor-porativa, envolve tanto a adequação das operações quanto o investimento social privado adicional.

Nosso futuro comum“Dentro de todo esse processo, o Brasil sempre se destacou pela participação ativa e pela busca de soluções sustentá-veis”, comenta Reinaldo. Tanto o com-prometimento da sociedade, quanto a postura dos governos e a disposição da iniciativa privada foram fundamentais para o país se tornar uma referência, ex-portando soluções e profissionais para as principais companhias da Europa e dos Estados Unidos.

Ditando algumas tendências, o país já vê surgirem experiências ainda mais profundas no âmbito da competitivida-de sustentável, na qual a adaptação de processos, produtos e serviços se tornam uma alavanca para os negócios. De acor-do com Lizzi Colla, a integração de seto-res que se desenvolvem a partir dos resí-duos ou rejeitos de outras indústrias, ou mesmo o estabelecimento de parcerias estratégicas entre empresas concorren-tes, que podem se complementar para reduzir impactos de processos, é outra prática que tende a crescer.

E é assim, aprofundando cada vez mais seu envolvimento na agenda co-mum global, de forma responsável e in-tegrada, que o setor privado se torna um parceiro indispensável do meio ambien-te, da sociedade e das futuras gerações.

As corporações são fundamentais no processo de amadurecimento de um novo modo de progredir, crescer, produzir e também de viver”

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paRceRiaEvoluindo em

manter um relacionamento Próximo e transParente com os clientes é imPortante Para que a iP atinja um de seus maiores objetivos: o

comPromisso com a resPonsabilidade em todos os seus Processos

Estabelecer uma relação de parceria e confiança com quem se negocia está entre os princípios de uma or-ganização que preza pela eficiência e sustentabilidade de seus negócios. Afinal, o trabalho realizado em conjunto e a transparência não apenas fortalecem os laços como garantem que as relações sejam sólidas e duradouras. A International Paper segue à risca essas premissas, e apos-ta em um tratamento personalizado para seus clientes.Um exemplo de como isso acontece na companhia é o

projeto CVM (Customer Value Management, em português, Geração de Valor para o Cliente), criado e implantado em 2010 pelo ex-presidente da IP América Latina, Jean-Michel Ribiéras, para atender às necessidades dos clientes de modo detalhado. Como define Fábio Teramoto, gerente geral de Vendas da organização, o CVM é um projeto que dá origem a um processo contínuo de melhorias. “Atu-amos como uma consultoria empresarial e não só como uma empresa que co-mercializa papel”, explica. A missão da IP, portanto, é gerar confiança e manter a

abertura na interlocução para receber inputs importantes do ponto de vista do negócio do cliente, construindo um ambiente de discussão confortável e produtivo. Segundo Fábio, se o clien-te não tem liberdade para expor suas verdadeiras preocupações, o processo já nasce deficiente.

Por meio de ações estratégicas, a IP quer mostrar que não deseja ape-nas constituir uma equipe comercial tradicional, e sim um time que toma para si o desafio constante de agregar valor ao negócio, guiado pela serie-dade da companhia. É fundamental que esse processo vise agregar resul-tados, em sua grande maioria quanti-tativos, de forma a estreitar a relação da IP com seus clientes e a assumir o compromisso com geração de metas, resultados objetivos e competitivi-dade. Para que o CVM seja colocado em prática, é preciso uma imersão nos interesses e processos internos

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do cliente a fim de que sejam identificadas as suas reais necessidades. A partir daí, são criados planos de desenvolvimento e pro-postas pragmáticas que atendam melhor essas demandas, estabelecendo metas, pra-zos e indicadores para que as ações sejam monitoradas de maneira eficiente.

Ao colocar em prática os processos de melhoria identificados como prioridades para o cliente, a equipe de CVM da IP pro-cura deixar sempre claro quais são as metas de cada etapa. Conforme as duas partes ob-servam o sucesso dos procedimentos, é fei-to um trabalho de gestão da rotina do que foi realizado e o desenvol-v i m e n t o d e novas ações dentro da me-todologia do projeto. Por-tanto, o CVM tem data de i n í c i o, m a s não tem fim determinado. Por isso, é uma iniciativa considerada muito mais do que um projeto: trata-se de um modelo de relacionamento com os clientes.

O projeto foi introduzido na cultura da empresa e, apesar de relativamente recen-te, seu conceito já é bem consolidado na corporação. Além de deixar claro o funcio-namento do CVM internamente, a IP tam-bém ressalta a relação direta entre as ações realizadas com os clientes e os valores da empresa. A responsabilidade dos dois lados deve ser clara: gerar valor para o negócio. Segundo Fábio, os resultados são visíveis e

servem para mostrar o potencial do projeto a longo prazo, tanto para os clientes quanto para a IP. Hoje, são 30 clientes que fazem uso do projeto, todos eles referências no mercado, tanto no que diz respeito ao negócio de papéis para imprimir e escrever, quanto na venda de bobinas e folhas para impressão e conversão industrial.

“Trabalhamos para suplantar a esfera de um fornecedor de pa-pel tradicional, para nos tornarmos fornecedores de soluções para o cliente, que é chave para a companhia”, observa Fábio. A relação próxima com os clientes também é importante para que a IP atinja um de seus maiores objetivos: o compromisso com a responsabili-dade de todos os seus processos. Isso significa certificar-se também de que toda a cadeia de suprimento – produção, venda e distribuição

– seja realizada de maneira responsável, segura e sustentável.

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Por meio de etapas criadas pela equipe de CVM, a IP consegue encontrar as melhores oportunidades para implantar o projeto em determinados clientes. O primeiro passo consiste em identificar aqueles com os quais a empresa tem abertura, levando em conta seu potencial de crescimento. Em seguida, são iniciados os encontros do time multidisciplinar de CVM (das áreas de Vendas, Marketing, Estratégia, Financeira, Logística, Produção, Comunicação, RH, TI etc.) com o cliente, para mapear as necessidades que deverão ser supridas. Depois que as soluções são debatidas internamente, elas são apresentadas ao cliente, que reconhece as oportunidades de geração de valor. A partir daí, tudo o que foi discutido é colocado em prática e a IP parte para o monitoramento dos resultados e a manutenção do projeto. Fábio Teramoto ressalta um ponto importante: “Buscamos sempre quantificar os indicadores. Se um cliente promove uma alteração no processo produtivo ou operacional dentro das sugestões do CVM, esse é um resultado extremamente significativo e precisa ser quantificado, pois está diretamente ligado à geração de valor, à eficiência operacional e ao consequente ganho de competitividade de nossos clientes”.

as etapas do projeto

A IP deseja constituir um time que toma para si o desafio constante de agregar valor ao negócio dos clientes”

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O poder da transformação está presente em cada um de nós. A partir do momento em que reconhece-mos isso não apenas enquanto indivíduos, mas como grupo capaz de unir forças, competências e habilida-des em prol do coletivo, compartilhando responsabi-lidades, somos capazes de mudar a realidade.

São inúmeros os exemplos de projetos e modelos de negócios transformadores, que foram concebidos a partir dessa constatação. A criação do Banco Pé-

rola é um deles. Inspirada pela ideia do vencedor do Prêmio Nobel da Paz, o bengali Muhammad Yunus, que criou um sistema de microcrédito para be-neficiar famílias sem recursos em Bangladesh, Alessandra França deu início ao Banco Pérola, que desde 2009 ajuda milhares de pessoas a desenvolver

Responsabilidade

Corrente de

conheça iniciativas que firmaram comPromisso

com a transformação social e entenda como

elas atuam

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alessandra França é a

idealizadora do banco pérola, que

usa o microcrédito para ajudar novos

empreendedores em sorocaba (sp)

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pequenos negócios por meio de linhas de crédito na região de Sorocaba, interior de São Paulo. Foi assim que surgiu uma série de novos empreendedores.

“O dinheiro é uma ferramenta, mas quem procura o nosso ban-co não só recebe recursos, como também tem acompanhamento do negócio e pessoal”, diz Alessandra, que busca atender quem, segundo ela mesma, não seria incentivado em outro contexto. Para a desenvolvedora do projeto, o principal objetivo é apoiar o so-nho de jovens com disposição de sobra para a criação de negócios. “A mudança começa com uma pessoa, que influen-cia sua família, que in-fluencia sua comunidade, e isso acaba virando uma corrente”, reforça.

A primeira organiza-ção a enxergar o poten-cial do Banco Pérola foi a Artemísia, entidade pioneira em negócios sociais no Brasil, além de especialista em po-tencializar e capacitar talentos e empreende-dores para a geração de negócios de alto im-pacto social. Ela não só aprovou a ideia de Ales-sandra, como se tornou parceira tecnológica e primeira financiadora do banco. Até janeiro de 2013, o Pérola já somava 341 negócios apoiados e emprestava valor supe-rior a R$ 1 milhão de re-ais, com inadimplência inexpressiva. O sucesso do projeto foi reconhecido por seis prêmios: Artemísia, Institu-to Redecard, Citi Foundation, The Green Pitch, Flextronics e J.P. Morgan, todos envolvendo novos empreendedores.

Na capital paulista, outro projeto, de natureza distinta, tam-bém se mostra preocupado com o desenvolvimento de jovens de áreas carentes. Há 18 anos, a professora de inglês Isabel Gia-notti e seu aluno e executivo Cassio Cassab davam os primeiros passos na criação do Instituto Reciclar, que hoje promove a in-serção social de jovens por meio de uma oficina de produção de artigos de papelaria. Ali, eles desempenham diversas funções: desde a separação do papel, passando pelo “liquidificador”, pe-

las bandejas, prensa, até a finalização dos produtos. “A oficina é um instrumento educacional, por meio do qual os jovens viven-ciam o trabalho em grupo, aprendem a lidar com responsabili-dade, disciplina, compromisso, pontualidade e hierarquia, além de desenvolverem e reconhecerem suas habilidades e talentos”, explica João Nogueira, presidente do instituto.

O projeto conta com a parceria da Escola Deputado Augusto Amaral. Lá, os alunos passam por um processo de seleção ri-goroso baseado no desempenho escolar e, depois, por avalia-

ções contínuas durante sua per-manência no projeto. “O que

procuramos fazer, no nosso microcosmo, é oferecer a oportunidade, exigindo reciprocidade em termos de compromisso e per-formance. Os resultados e os exemplos dos jovens que já passaram por aqui servem de incentivo”, observa João. Ele se re-fere ao índice de ado-lescentes que continu-am empregados depois de passar pelo instituto (cerca de 75%), muitos deles com grande suces-so profissional.

Hoje, são mais de 150 jovens atendidos pelo Reciclar. De acordo com João, o diferencial do projeto é estimular a percepção de que o tra-balho é um elemento transformador. “Afinal, trata-se de preparar o jo-vem para a vida prática, fazê-lo perceber seu real valor e o valor de suas

conquistas. Isso certamente transforma a visão de vida e de si próprio”, ressalta. É por isso que é importante que esses jovens participem de toda a cadeia produtiva, percebendo o resulta-do positivo de um trabalho bem feito. “Isso faz parte da nossa abordagem educacional”.

Além do público-alvo em comum, as duas iniciativas com-partilham alguns pontos determinantes para a transformação de realidades locais: foram criadas por um ou mais indivíduos que conseguiriam impactar a vida de um grupo de pessoas, a partir do trabalho em rede, de corresponsabilidade.

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Até janeiro de 2013, o Banco Pérola

já somava 341 negócios apoiados e emprestava

valor superior a R$ 1 milhão de reais, com inadimplência

inexpressiva”

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além de ser uma das maiores celebridades brasileiras, xuxa meneghel tem um comPromisso com a defesa dos direitos e a caPacitação de jovens, Por meio de reconhecidos Projetos sociais. sua atitude mostra como a fama Pode alavancar causas nobres e urgentes da sociedade

“baixinhos”Em defesa dos

Há mais de 25 anos na televisão brasileira, Xuxa Meneghel é uma das maiores figuras públicas do país. Seu trabalho como apre-sentadora marcou a infância de milhões de brasileiros, mas esse

está longe de ser seu papel principal. Desde o início de sua carreira na TV, Xuxa entrou em contato com a dura realidade de quem não tem acesso ao básico para viver com dignidade: saúde, educação, cultu-ra e oportunidades de emprego. E como defensora dos “baixinhos”, ela decidiu dedicar parte de seu tempo e usar sua influência para criar projetos so-ciais e impulsionar programas de defesa dos direi-tos de crianças e adolescentes, como o Carinho de verdade e o Não bata, eduque. Em entrevista à Pa-per, Xuxa explica como essas iniciativas integram sua lista de prioridades e como é a satisfação de ver o impacto de seu trabalho na vida das pessoas.

Quando e como surgiu a primeira ideia de criar programas sociais como a Fundação Xuxa Meneghel?A minha Fundação é um grande sonho realizado. Fui fazer uma gravação no subúrbio do Rio, quando eu tinha 22 anos, e lá conheci uma senhora que sem a ajuda de ninguém abrigava e cuidava de muitas crianças. Pensei: “Se ela pode, eu também posso e devo fazer alguma coisa”. Quando inauguramos a Fundação, atendíamos 180 crianças. Hoje, 24 anos depois, mais de 2 mil pessoas são atendidas diariamente. Aprendemos que as necessidades crescem a cada dia, que eles precisam de apoio escolar, esporte, alimentação, cuidados médicos e, ao crescerem um pouco mais, de cursos profissionalizantes para estarem preparados para o mercado de trabalho. Além disso, atuamos também no apoio às famílias.

Como é o seu envolvimento com cada um desses projetos (Fundação Xuxa Meneghel, não bata, eduque e Carinho de verdade)? Você tem uma rotina de trabalho? Diariamente. Aproveito todas as oportunidades para divulgar os projetos. Cada um deles tem um propósito diferente, mas são complementares. A rede Não bata, eduque defende a educação sem violência. Bater em nome da educação só ensina que as crianças terão que usar a violência para resolver seus problemas, seus conflitos. Quero que no futuro, assim como hoje, que temos vergonha da escravidão, os pais tenham vergonha de um dia terem pensado em bater nos filhos. Por isso defendo a aprovação da lei contra os castigos físicos em crianças. É uma mudança de comportamento que dá trabalho, mas é preciso. Já a campanha Carinho de verdade é contra a exploração sexual infantil. Um dos projetos dessa campanha é o ViraVida, que dá oportunidade a jovens que vivem nas ruas se drogando ou se prostituindo terem escolaridade, um curso profissionalizante e depois um emprego. Quando digo que essas campanhas se completam, é porque, segundo pesquisas, 80% dos jovens e crianças que estão nas ruas sofreram algum tipo de violência ou abuso dentro de suas casas e por isso fugiram de lá.

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a fundação que leva o nome da apresentadora oferece oportunidades educacionais para crianças e adolescentes, além de apoio às famílias.

Qual é a importância de uma pessoa famosa se envolver com projetos sociais? É mais do que importante, deveria ser uma obrigação!

Como esses projetos impactaram no seu modo de ser? Gosto de fazer o bem sem me importar com quem. Sinto-me especial cada dia que vejo o crescimento da minha Fundação e todas as conquistas das campanhas e projetos sociais que me envolvo.

Você é constantemente questionada a respeito de sua vida pessoal, sobre seu namorado, filha etc. o fato de isso ficar acima de assuntos como o seu trabalho social te incomoda? Faz parte, é a curiosidade das pessoas, mas é claro que não falar desses trabalhos que são tão importantes para outras vidas é no mínimo desrespeitoso.

Qual é o maior desafio e a maior satisfação de manter programas sociais como esses?Precisamos de parceiros para mantê-los. A maior satisfação é o resultado, as mudanças nas vidas das pessoas envolvidas.

Você acha que as empresas atualmente sabem da importância da responsabilidade social corporativa (manter um programa social, ambiental etc.)?Sabem sim. É moda ser do bem... Hoje é.

Como é possível medir o sucesso desses projetos sociais?Percebendo o resultado positivo em cada pessoa.

Conheça os projetosFundação XuXa Meneghel Fundada em 1989, atende mais de 1.500 crianças e adolescentes. Elas contam com um espaço onde participam de atividades nas áreas de Educação e Cidadania, Saúde, Nutrição e Agroecologia, Arte e Cultura, Redes e Campanhas, Família e Comunidade e Esporte e Lazer, além de projetos para aumento de escolaridade, capacitação profissional, geração de renda e inclusão digital.

Carinho de Verdade Campanha criada em 2011, que busca conscientizar a população brasileira a respeito da exploração sexual de crianças e adolescentes e estimular iniciativas de combate ao problema. Dentro dela, está o Projeto ViraVida, que conta com a participação dos parceiros do Sistema S (Senai, Senac, Sesc, Sebrae e Sescoop) para desenvolver trabalhos de mobilização, articulação, prevenção e atendimento de jovens explorados.

não bata, eduque Campanha que chama a atenção para um problema de extrema importância para Xuxa, a violência física contra crianças, usada com um suposto “fim pedagógico”. Sua origem foi em 2005, com o apoio da Promundo, Fundação Abrinq – Save the children, Fundação Xuxa Meneghel, Frente Parlamentar Mista de Direitos Humanos de Crianças e Adolescentes e agência Comunicarte.

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compRomissos que saem do papel

PrincíPios e valores resPonsáveis levaram a iP à liderança de um setor

comPrometido com a sustentabilidade É m u i t o g r a n d e a responsabilidade de um agente econômi-co global. A enorme escala dos negócios e a ampla presença nos territórios e na socie-dade exigem compro-missos rigorosos e

esforços vultosos para garantir a excelência e a sustentabilidade das operações de uma mul-tinacional como a International Paper.

A consciência de sua relevância local e in-ternacional é que motiva o senso de responsa-bilidade e as boas práticas, que levam a maior fabricante mundial de papel e sua equipe a se destacarem pelo “Jeito IP” de fazer negócios.

“A noção de responsabilidade de uma pessoa enquanto corporação não pode diferir da res-ponsabilidade da pessoa enquanto cidadã”, sintetiza o diretor Florestal e de Suprimentos da IP, Armando Santiago.

Principal responsável pela produção de matéria-prima para as fábricas de papel da companhia no país, Armando viu de perto a evolução do pensamento e da postura corpo-rativa nas últimas décadas. Alinhado com o Jeito IP de atuar, Santiago compartilha com outros executivos da companhia, como o di-retor Industrial, Márcio Bertoldo, a liderança latino-americana na geração de resultados com responsabilidade.

Há mais de duas décadas na IP, ambos dis-seminam em suas equipes os valores que per-meiam toda a cadeia produtiva da empresa,

desde a produção das mudas de eucalipto, passando pelo plantio e pela colheita, até a fabricação da celulose e do papel que é utili-zado por milhões de pessoas ao redor do planeta.

“A empresa é a sociedade, ela é feita para a sociedade e pela so-ciedade. Nós, enquanto empresa e cidadãos, temos que ter a noção de que somos a mesma coisa e que devemos preservar os bens ma-teriais e, principalmente, os imateriais”, destaca Bertoldo, princi-pal responsável pela operação das plantas industriais da IP.

Sintonizadas, todas as áreas da IP conseguem traduzir os concei-tos e a responsabilidade em ações concretas, comprovadas por fatos e números atestados por auditorias e certificações independentes.

Nos últimos anos, diversos investimentos ajudaram a elevar os índices de sustentabilidade da empresa no Brasil a partir da implantação de sistemas de reaproveitamento de insumos, da destinação adequada e otimizada de resíduos, da mitigação de emissões atmosféricas e do engajamento com as comunidades do entorno das fábricas. Muitas dessas ações, além de agregarem valor e responsabilidade às operações da empresa, também aca-bam gerando economia no processo produtivo.

Jeito certoA fórmula para se produzir papel de maneira responsável e corre-ta é bem simples: produza a maior quantidade possível do papel desejado, a partir do volume adequado de celulose, extraída do

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comPromissos que saem do PaPel

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menor volume possível de madeira, consumindo a menor quantidade possível de recursos como água, energia, químicos e nutrientes, gerando efeitos socioambien-tais positivos, da forma mais saudável e segura possível.

Se a equação pode ser expressa em poucas linhas, sua realização, no entanto, se mostra bastante complexa.Totalmente dedicada a desenvolver, sistematizar e aplicar as melhores práticas disponíveis no processo de transformação que realiza, a IP em-prega atenção especial às dimensões social, ambiental, de segurança e saúde, e tem entre seus valores o compromisso com as pessoas e com a excelência operacional.

dos resíduos gerados no processo industrial são transformados em

fertilizantes para as próprias áreas florestais da companhia no Brasil

90Para ilustrar como a empresa lida com todas

as dimensões do negócio no Brasil, a Paper pediu que os responsáveis pelas duas maiores áreas da companhia destacassem as práticas que já fazem a diferença em matéria de responsabilidade, reu-nindo junto a eles e suas equipes informações que compõem o infográfico das páginas centrais desta edição. A maior parte dessas ações se destaca por-que supera as exigências das legislações vigentes ou porque é voluntária, ainda que requisitada e monitorada por organismos certificadores.

“Não é a própria IP que afirma estar praticando determinadas ações. Essas práticas estão sendo atestadas por entidades que têm credibilidade”, ex-plica o diretor Florestal, resumindo o valor das cer-tificações que a companhia possui, principalmente para clientes e consumidores.

As operações da empresa no Brasil são certifica-das nos aspectos de gestão da qualidade (ISO 9001), gestão ambiental (ISO 14001), gestão de saúde e se-gurança (OHSAS 18001) e manejo florestal e cadeia de custódia (FSC, Cerflor) e Ecolabel Flower. Mais detalhes sobre a importância desses selos podem ser encontrados na página 18.

Melhoria contínuaA partir do momento que cumpre todas as leis exigi-das e as principais normas e regulamentos comple-mentares disponíveis para o setor de papel e celulo-se, a IP passa a olhar para o futuro, mirando ampliar a sustentabilidade e perenidade de suas operações.

Foi assim que, em 2011, a companhia lançou suas metas globais para 2020, estabelecendo 12 metas voluntárias que aprofundam e ampliam os compromissos da empresa com o planeta e as pes-soas. A iniciativa veio também reforçar e ilustrar a missão de melhorar o mundo, usando recursos renováveis e fabricando produtos em que todos possam confiar.

Por sua experiência bem sucedida na redução de resíduos sólidos das plantas brasileiras, Bertol-do foi designado responsável por uma das metas globais: reduzir a geração e disposição de resíduos sólidos em todos os países onde a IP opera.

“A indústria de celulose e papel do Brasil está na frente das demais por um fato bastante posi-tivo, que é a nossa legislação mais restritiva, que fez as indústrias desenvolverem técnicas como a compostagem”, comenta Bertoldo. Sob sua lide-rança, a empresa vê hoje mais de 90% dos resídu-os sólidos gerados no processo industrial serem transformados em fertilizantes para as próprias áreas florestais da companhia, atribuindo susten-tabilidade prática e concreta às operações.

Mais de

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Enquanto o mundo inteiro pode absorver essa experiência do setor de papel e celulose com o reaproveitamento dos resíduos sólidos no Brasil, o país ainda pode evoluir em outros aspectos que se tornarão críticos em um futuro bem próximo.

Entre as principais oportunidades de melhoria do setor estão o reapro-veitamento de água e a redução do volume captado do sistema. Atualmente, cerca de 80% dos recursos hídricos utilizados no processo industrial de extra-ção de celulose já são reciclados constantemente nas próprias fábricas, e todo volume a ser descartado como efluente recebe tratamento rigoroso.

Já quanto à eficiência energética, os ganhos da empresa são bem expres-sivos. Embora ainda exista oportunidade de melhoria, o uso da caldeira de biomassa proporcionou à planta da IP em Mogi Guaçu, por exemplo, a subs-tituição do emprego de combustíveis fósseis por combustível renovável pro-veniente do cultivo de eucalipto para gerar energia elétrica. A técnica reduz a demanda por energia do sistema nacional e ainda contribui para a redução de impactos no meio ambiente.

A formação de mão de obra é mais uma oportunidade que o setor como um todo poderá aproveitar para se desenvolver nos próximos anos. Ciente de que a capacitação e o treinamento de pessoal especializado são fundamentais para as empresas e a sociedade, o Instituto International Paper apoia, entre outras inciativas, o Projeto Formare, que viabiliza a preparação de jovens de 16 a 18 anos de idade para o mercado de trabalho.

Para manter a dianteira em nível global, além de preparar os trabalhado-res do futuro, a IP Brasil também acredita que o setor florestal brasileiro deve continuar investindo em ciclos de desenvolvimento integrado.

Pouco mais de cinco décadas de pesquisa leva-ram as florestas plantadas no Brasil a se tornarem as mais produtivas do planeta. Para o diretor Florestal, a explicação para isso é também o melhor formato a ser seguido. “No Brasil, a gente tenta manter o inter-câmbio entre todas as empresas do setor, trocando informações e comparando dados, porque meio am-biente é um tema tão sensível que não dá para você achar alguma coisa nova, fazer e não divulgar”, re-vela. “Eu acho isso fantástico, é um diferencial com-petitivo que leva todo mundo ao mesmo patamar”, complementa Santiago.

É falando sobre suas iniciativas e as vantagens da atuação responsável e integrada que a empresa enxerga uma oportunidade para estimular cada vez mais fornecedores e prestadores de serviços a reali-zar práticas sustentáveis. Disseminar essas práticas entre os produtores rurais que fornecem madeira para as atividades da companhia, por exemplo, é um objetivo que já é perseguido.

Outros temas relevantes para a sustentabilidade do planeta e do setor, compartilhados por todos os executivos da IP, se destacam na agenda permanente da companhia: preservar a qualidade ambiental das florestas nativas e promover a conservação da biodi-versidade, manter os laços com comunidades locais e as parcerias com institutos de pesquisa e manter a excelência das operações, o controle de qualidade, a saúde e a segurança dos profissionais.

Em todas essas frentes, o senso de responsabilida-de da IP Brasil segue aguçado e refletindo o compro-misso global da companhia com a sustentabilidade.

A companhia estabeleceu para 2020 as 12 metas voluntárias que aprofundam e ampliam os compromissos da empresa com o planeta e as pessoas”

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Contabilidade empresarialO princípio da contabilidade data de muito antes do século XX, porém, a moderna contabilidade empresarial foi desenvolvida por Pierre Du Pont ao perceber que sua empresa, a Du Pont uma gigante da área química, precisava gerir melhor o dinheiro que movimentava. Tudo começou com o afastamento de seu primo Coleman da companhia devido a uma doença, o que possibilitou que Pierre – que geria a companhia ao lado dele e do outro primo, Alfred – tomasse as rédeas. Mais tarde, Alfred o processou por quebra de confiança. Mesmo entre a discórdia, Pierre desenvolveu um sistema utilizado até hoje, por meio do qual é possível observar o desempenho de uma companhia com maior eficiência. A partir de 1903, a empresa passou a calcular o retorno sobre investimentos. Anos depois, concebeu um método padronizado para comparar o desempenho de seus vários departamentos. Essas e outras inovações ajudaram a DuPont a se tornar uma das grandes indústrias americanas e a se tornar referência mundial.

Fazendo o bem pelo mundoAlgumas organizações se tornam referência após um longo histórico de ajuda humanitária. A Cruz Vermelha Internacional, que oferece proteção e assistência às vítimas de guerra e de outras situações de violência ou desastres naturais, é uma delas. Fundada em 1863 pelo filantropo suíço Jean Henri Dunant, a CVI tem sede em Genebra, mas está em mais 80 países e conta com mais de 12 mil pessoas, entre profissionais da saúde, resgate e voluntários. A Cruz Vermelha garante que as normas do Direito Internacional Humanitário sejam cumpridas em situações de conflito ou catástrofe. Seu financiamento é essencialmente feito por contribuições voluntárias dos governos acordados nas Convenções de Genebra. No entanto, seu crescimento pelo mundo também trouxe uma série de problemas. Em alguns países, como Canadá e Estados Unidos, a organização foi acusada de desvio de verbas, o que ocasionou a renúncia da presidente norte-americana da CV, Bernadine Healy, em 2001.

conheça algumas descobertas revolucionárias que surgiram do comPromisso com a resPonsabilidade social e ambiental

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Transporte do futuroA partir de uma ideia revolucionária, o cientista sul-africano Elon Musk inventou o que pode ser o futuro dos trens. O conceito é ambicioso: construir um veículo subterrâneo que possa atingir até 1,2 mil km por hora, sem utilizar rodas ou trilhos, tendo como inspiração o sistema de funcionamento de aviões. Batizado de Hyperloop Alpha, o transporte consiste em “cápsulas”, espécie de vagões, que são disparadas por tubos de aço de baixa pressão e conseguem percorrer até 1,5 mil km, graças a um sistema de levitação. Isso possibilitaria que uma viagem do Rio de Janeiro a São Paulo, por exemplo, durasse apenas 30 minutos. Apesar de ainda não ter sido construído, o projeto teve seu potencial reconhecido por engenheiros. Por enquanto, ele está aberto na internet para quem quiser aperfeiçoá-lo e financiar sua criação.

O sol como fonte de energiaFoi Edmond Becquerel quem identificou, em 1839, que placas de material metálico quando expostas à luz solar geram energia. O físico francês observou que quando mergulhadas em um eletrólito – solução que permite a passagem de elétrons –, essas placas ( feitas de prata ou platina) produzem um movimento capaz de gerar energia. O inventor Charles Fritts, 45 anos depois, aprimorou a técnica utilizando selênio, elemento com maior potencial energético. Até Albert Einstein deu sua contribuição descobrindo a explicação para o efeito fotoelétrico – a emissão de elétrons por um material quando exposto à luz. A luz solar é reconhecidamente uma fonte de energia inesgotável, promissora e sustentável, mas pouco eficiente quando comparada à energia gerada por combustíveis fósseis (carvão, petróleo e gás) ou hidrelétricas, por isso seu uso ainda é limitado.

Um banco com foco socialO economista Muhammad Yunus ficou famoso por uma inciativa inovadora, concebida com o intuito de acabar com a pobreza em Bangladesh, seu país de origem. Depois de estudar e lecionar nos Estados Unidos, ele criou o que hoje conhecemos como microcrédito, um sistema específico de crédito com foco no viés social. O banco Grameen oferece microcrédito a milhares de famílias sem as exigências normalmente requeridas por bancos convencionais. Utilizado em grande parte por mulheres, os empréstimos revelaram uma taxa altíssima de recuperação, cerca de 99%. A iniciativa rendeu a Yunus o Prêmio Nobel da Paz em 2006. Mas nem tudo foi sucesso na história do banqueiro. Em 2011, ele renunciou à presidência do Banco Grameen, depois de ter sido acusado de cometer irregularidades. Yunus teria tirado dinheiro do Grameen para financiar outros negócios sociais, o que até hoje não foi comprovado.

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iP investe em certificações que atestam o comPromisso da emPresa com uma Produção resPonsável

ResponsabilidadeMarcas da

Uma pequena pegada animal, me-dida e fotografada por pesquisa-dores no cerrado do interior do estado de São Paulo. Poucos ve-rão essa marca na areia, mas ela é essencial para a saúde do ecossis-tema e também para a sustentabi-lidade de um negócio que serve a bilhões de seres humanos.

Um tamanduá-bandeira passou por aqui e sua presen-ça revela o grau de conservação do ambiente. Além disso, o monitoramento do mamífero é também um indicador da responsabilidade do negócio de papel e celulose. A espécie transita por florestas nativas e plantadas da IP, que investe no estudo de sua ecologia, complementando em nível local os esforços para sua preservação.

São ações voluntárias como essa que permitem à compa-nhia exibir em seus produtos alguns dos selos certificadores mais requisitados do mercado de papel e celulose, como o FSC e o Cerflor, que atestam que a empresa realiza manejo florestal responsável e controla a origem da madeira que adquire. Com uma política integrada de gestão, a IP detém também outros selos mais tradicionais, como os de gestão da qualidade (ISO 9001), do ambiente (ISO 14001) e da saúde e segurança (OHSAS 18001).

As certificações já conquistadas pela IP até o momento atestam o cumprimento das legislações vigentes, além da adoção de boas práticas, verificadas anualmente por audito-rias internas e externas.

“Nós mantemos práticas sustentáveis que trazem resulta-dos positivos para a comunidade ao redor das fábricas, para a segurança dos trabalhadores, para o meio ambiente e para a qualidade do produto final. Tais práticas são economica-mente viáveis, visto que muitos dos clientes pedem esses se-los e atestados de certificações como requisito mínimo, o que ajuda a aumentar as vendas”, explica Aluizio Sales, gerente de Excelência de Manufatura e Melhoria de Processo da IP.

Responsável por garantir a conformidade das operações in-dustriais da companhia com as exigências de todas as certi-ficações, Sales dedica-se também a elevar continuamente os padrões de gestão, avaliando as possibilidades de melhoria em todas as etapas do processo industrial.

Já a adequação das operações florestais está a cargo de toda liderança da Unidade Florestal.O coordenador de Sistemas de Gestão Florestal da IP, Miguel Magela, destaca os avanços le-vados a campo. “Passamos a ter mais projetos de pesquisa em biodiversidade, aumento das práticas de engajamento junto às comunidades vizinhas e incremento em programas e in-dicadores de prevenção a acidentes, zelando pela melhoria contínua do ambiente de trabalho”, exemplifica.

Todo o processo de manejo florestal da empresa, desde o desenvolvimento de materiais genéticos mais produtivos, passando pelo plantio com adubação e espaçamento ade-quado ao tipo de solo, o manejo da paisagem até o planeja-mento socioambiental para a atividade de colheita, tudo isso faz com que a empresa atenda as exigências das normas de manejo. Essas certificações ajudaram a companhia a atingir níveis de excelência e controle operacional bastante elevado.

Firme no princípio de melhoria contínua dos padrões, a IP tem como organismo certificador o Bureau Veritas Certi-fication, responsável por avalizar a conquista e manutenção dos principais selos estampados pela companhia. “É uma grande responsabilidade, porque esses certificados têm mui-to valor para a sociedade”, comenta Lúcia Nunes, gerente Técnica de Certificação do organismo.

Sob o rigor do certificador, a empresa segue ampliando a certificação de suas plantas e atividades no Brasil, avaliando também a possibilidade de adotar novas normas de excelên-cia, como a de eficiência energética (ISO 50001). Ainda raro no Brasil, o selo já se consolida como tendência na Europa, exigindo o gerenciamento dos usos e consumos de energia nas organizações, para garantir que elas sejam cada vez mais eficientes e sigam incrementando seus índices de responsa-bilidade e sustentabilidade.

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Comprova a adoção voluntária de princípios sustentáveis de manejo florestal em aspectos sociais, econômicos e ambientais. Lançado em 2002, trouxe oficialmente para o país as normas internacionais do PEFC, programa

originado da Europa, que virou uma das referências globais para certificação

de florestas. Exige ações comprovadas para a conservação da biodiversidade, da água e do solo, assim como o respeito e o

relacionamento com comunidades.

Cerflor

Manejo florestal, cadeia de custódia da madeira e produção industrial

Manejo florestal, cadeia de custódia da madeira e produção industrial Manejo florestal

Confirma o compromisso com a qualidade do produto e a satisfação do cliente,

garantia de que atende efetivamente às suas necessidades, visando o progresso contínuo e a melhoria do desempenho do negócio de

papel. No setor florestal, o selo para manejo de florestas de eucalipto plantadas para

a produção de madeira também assegura o contínuo monitoramento da qualidade

das operações de produção de mudas, reflorestamento e colheita florestal.

ISO 9001

Gestão da qualidade Gestão ambiental Saúde e segurança

Como o Cerflor, também assegura que a madeira e o papel adquiridos são

produtos de manejo florestal responsável, seguindo princípios voluntários de

respeito ao ambiente, à sociedade e à economia. Criado em 1993, como um

organismo independente, o FSC possui um sistema de certificação considerado

representativo dos grupos ligados a povos tradicionais, ambientalistas e

empresários do setor.

FSC

Confirma a responsabilidade ambiental das operações florestais e industriais e o

compromisso com uma gestão ambiental cada vez mais eficaz. Exige a existência de

programas de objetivos e metas ambientais, acompanhamento e cumprimento da legislação

ambiental aplicável e controles operacionais para o gerenciamento de aspectos ambientais,

por meio do monitoramento do consumo de água, dos insumos agrícolas, das emissões atmosféricas

e dos efluentes líquidos, por exemplo.

ISO 14001

Atesta o cumprimento de requisitos para controle e conhecimento de todos os perigos relevantes resultantes de operações, sempre

com vistas à melhoria do desempenho. Demonstra o compromisso na proteção e a

valorização da segurança dos profissionais, requerendo o estabelecimento de programas de

conscientização e capacitação dos funcionários, assim como uma série de medidas essenciais a um ambiente de trabalho saudável e seguro, na

indústria e na floresta.

OHSAS 18001

Certificação europeia, tem o objetivo de incentivar a sustentabilidade de produtos e serviços. Garante

aos consumidores que o produto é fabricado de acordo com os princípios

de emissões atmosféricas, redução de emissões hídricas, redução de

consumo de energia e redução de riscos ambientais relacionados ao uso de

substâncias químicas perigosas, além da gestão de florestas sustentáveis.

EcoLabel Flower

os selos da Responsabilidade saiba mais sobre os compromissos já assumidos pela ip para

comprovar a responsabilidade de sua cadeia produtiva

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DESENVOLVIDA PELA IP para crianças do 1º ao 5º ano do Ensino Fundamental, a série “Guardiões da Bioesfera”, será distribuída para 3 mil escolas particulares e públicas. A expectativa é que mais de 10 milhões de crianças sejam atingidas pelo projeto. A saga acaba de ganhar seu quinto e último capítulo, que fala sobre a Floresta Amazônica. Cada episódio aborda um dos biomas existentes no Brasil, destacando suas características e apresentando as principais reservas nacionais. Os quatro primeiros abordam o Pantanal, a Mata Atlântica, o cerrado e a caatinga. Além do DVD com todos os episódios, as escolas receberão uma cartilha sobre como utilizar o material em sala de aula, com atividades educativas fáceis de serem executadas. A série também está disponível para download gratuitamente no site www.guardioesdabiosfera.com.br.

Animação “Guardiões da Bioesfera” será distribuída para 3 mil escolas

“É MELHOR PôR NO CHAMEX” é o novo conceito da marca de papéis para imprimir e escrever da International Paper. Desenvolvido a partir de pesquisas de percepção com consumidores, o slogan é uma derivação do posicionamento anterior, “Expresse o seu melhor”, conforme explica Nilson Cardoso, diretor Comercial. “Acreditamos que para expressar o seu melhor é importante se organizar, planejar e pôr tudo isso no Chamex.” A ideia é ressaltar as qualidades dos produtos da marca, que podem ser facilmente encontrados pelo público e utilizados em diversas situações. “É um papel que está com o consumidor onde ele estiver, por isso ele pode confiar”, ressalta Cardoso.Assinada pela agência Sabbre, a campanha contará com peças de comunicação que retratam situações corporativas e residenciais, a serem divulgadas em revistas, emissoras de rádio, pontos de vendas, mídias de elevador, portais, outdoors, cinemas e nas redes sociais.

Chamex ganha novo posicionamento

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EM AGOSTO, A COMPANHIA marcou presença nas feiras educacionais Talento, da Unicamp, e Mercado, da USP São Carlos. O objetivo era divulgar o Jovens Talentos, programa de estágios e trainees da IP, que seleciona e recruta estudantes criativos e empreendedores para iniciarem suas carreiras na companhia. No total, a IP abriu mais de 100 oportunidades para as fábricas da companhia localizadas em Mogi Guaçu (SP), Luiz Antônio (SP) e Três Lagoas (MS), e para o escritório em São Paulo (SP). Os candidatos podem se inscrever pelo site www.jovenstalentosip.com.br.

IP participa das feiras Talento e Mercado

A International Paper lançou seu terceiro relatório de sustentabilidade, produzido de acordo com as diretrizes estabelecidas pela Global Reporting Initiative (GRI), entidade reconhecida mundialmente por estabelecer princípios e indicadores de desempenho econômico, ambiental e social que orientam as empresas na mensuração e no reporte da sustentabilidade. O documento será publicado em português, inglês e espanhol e serão disponibilizadas versões on-line e em PDF do conteúdo.

PELA NONA VEz, a International Paper aparece no guia “Melhores Empresas Para Você Trabalhar”, organizado pelas revistas Exame e Você S/A, como a primeira colocada do setor de papel e celulose. A organização se destacou pelos programas de relacionamento e desenvolvimento de carreira One on One (conversa face a face entre líder e profissional) e Plano de Desenvolvimento e Performance (PDP), no qual cada profissional alinha com o gestor seus objetivos para o ano.Outros pontos positivos foram as ações voltadas para a qualidade de vida, como o grupo de corrida e a coleta anual de exames de colesterol, triglicérides e glicemia.

IP é eleita a melhor companhia do setor de papel e celulose para se trabalhar

Divulgada a 3ª edição do relatório de sustentabilidade GRI

COM O OBJETIVO DE fortalecer a marca de papéis off-white da IP, Chambril Avena, foi realizada uma ação em parceria com editorias da IP durante a Bienal do Rio de Janeiro, entre os dias 29 de agosto e 8 de setembro. Foram distribuídos marcadores de páginas de Chambril Avena com a amostra do produto e do blog Adoro Papel, além de sacolas de papel com o tema da marca. Houve também a divulgação do livro vencedor do prêmio Benvirá de Literatura da Saraiva, impresso em Chambril Avena.

Chambril Avena marcou presença na Bienal do Livro do RJ

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artigo

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Contribuir para a implementação de gestão socialmente responsável em marcas do sistema de franquias, visando o desenvolvimento susten-tável da sociedade: esse é o objetivo da AFRAS (Associação Franquia Sus-tentável), braço de responsabilidade social da ABF (Associação Brasileira de Franchising). Mas afinal, o que po-

demos chamar de “franquia sustentável” e por que podemos considerar esse mercado promissor?

Em 2012, o faturamento total do setor ficou na casa dos R$ 103 bilhões, registrando crescimento 16,2% superior ao de 2011. São mais de 2,4 mil marcas e 104,5 mil unidades em todo o Brasil. Para 2013, a expectativa é crescer 14% em faturamento, 10% em novas redes, 10% em novas unidades e 11% em geração de emprego.

Considerando esse cenário, definimos a nossa missão ini-cial, que era oferecer um espaço para que as marcas associa-

o legado da aFRas

sistema de franquias adere a modelo eficiente de resPonsabilidade social corPorativa com metas claras e monitoramento constante. “inovação Para a sustentabilidade” é o foco atual

POR cL auDio tieGhi

PRESIDENTE DA AFR AS (ASSOCIAç ãO FR ANquIA SuSTENTáVEL)

das pudessem apresentar seus projetos e iniciativas sociais. Mais tarde, criamos, em parceria com o Instituto Ethos, os Indicado-res Setoriais ETHOS-ABF-AFRAS de Responsabilidade Social do setor de franquias. A iniciativa reuniu 13 empresas pioneiras, stakeholders específicos do segmento e de setores representa-tivos da sociedade, como ONGs e consultores. Com o tempo, a AFRAS ganhou mais credibilidade e levou seus associados a as-sumirem novos desafios.

A redução da emissão de carbono foi um deles, com a criação do “Programa Franchising”, em 2011. As lojas tornaram-se mais ecoefi-cientes, reduzindo os impactos ambientais e desperdícios. No mes-mo ano, voltamos nossa atenção para o tema “Educação para a Sus-tentabilidade”, a partir do qual desenvolvemos projetos que tratam de forma ainda mais intensa a formação dos executivos, franqueado-res e franqueados do setor. A ABF inseriu a sustentabilidade como disciplina em seus principais cursos, entre eles, um MBA desenvol-vido em parceria com a FIA (Fundação Instituto de Administração). As iniciativas contribuíram para que a sustentabilidade entrasse na pauta dos negócios desenvolvidos pelas franquias.

Por meio do trabalho da AFRAS, tive a oportunidade de con-ceituar a “sexta geração do franchising”, com base em práticas já vivenciadas no Brasil. As franquias de sexta geração utilizam in-dicadores de responsabilidade social em seus modelos de gestão, estabelecem compromissos com o desenvolvimento sustentável da sociedade, desenvolvem projetos sociais e ambientais em parce-ria com franqueadas e instituições reconhecidas do terceiro setor, criam espaços para que seus franqueados desenvolvam seus pró-prios projetos e revisitam e atualizam seus conceitos de missão, vi-são e valores frente às demandas sociais, ambientais e econômicas.

A nova geração do franchising inspira a condução dos negócios no setor e traz novos desafios. Por isso, as diretrizes do planeja-mento estratégico 2013/2014 da AFRAS estão focadas no tema

“Inovação para a Sustentabilidade”, que será tratado em nosso simpósio em outubro. Em resumo, o dinamismo aliado à susten-tabilidade é a nova marca do franchising.

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Esta publicação foi impressa em papel certificado pelo programa brasileiro de certificação florestal

Promovendo o manejo florestal sustentávelwww.inmetro.gov.br/qualidade/cerflor.asp

Esta é uma publicação trimestral da

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