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Revista Ano 1 Nº 5 Junho 2010 Edição mensal Revista Alex Atala D.O.M. The best Caviar de Rã Hotel Escola Senac Chá de pipoca Curso Ecole Lenôtre com Vincent Mary no Brasil Carlo Cracco Ele trocou a batina pela dólmã 4 Receitas tradicionais juninas 4 anos do Projeto Chefs Especiais

Revista Perfil Gastronômico

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Revista especializada em gastronomia

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Page 1: Revista Perfil Gastronômico

Rev

ista

Ano 1 Nº 5

Junho 2010

Edição mensalR

evis

taAlex Atala

D.O.M. The best

Caviar de Rã

Hotel Escola Senac

Chá de pipoca

Curso Ecole Lenôtre

com Vincent Mary

no Brasil

Carlo Cracco

Ele trocou a batina

pela dólmã

4 Receitas tradicionais

juninas

4 anos do Projeto

Chefs Especiais

Page 2: Revista Perfil Gastronômico

www.dragonetti.com.br

Page 3: Revista Perfil Gastronômico

www.grillhall.com.br Reservas: 5572-0018Rua Pedro de Toledo, nº 1361 - Vila Mariana

Page 4: Revista Perfil Gastronômico

Caro leitor,

Essa é uma edição especialíssima, não somente pela

presença do maravilhoso Alex Atala mas também porque

o projeto gastronômico Chefs Especiais, projeto social

gastronômico para pessoas com down, comemorou

nesse último dia 22, seu 4º ano de integração e muito

sucesso!

Teremos uma matéria especial e mostraremos fotos dos

nossos grandes Chefs. Habitualmente são 15 downs , 4

auxiliares e 1 Chef no comando, dessa vez,

excepcionalmente, foram 30 downs, 10 auxiliares, entre

eles, empresários que apoiam o Projeto e 10 Chefs que

prepararam 10 lanches típicos de 10 países. Cada Chef

comandou junto com 1 auxiliar um grupo de 3 downs. Um

dos grupos decorou um delicioso bolo comandado pela

Chef Confeiteira Adriana Carioba e, claro, todos

cantaram Parabéns!!!!

Esse projeto foi idealizado por Márcio Berti e eu e nos

realizamos ao ver a felicidade estampada em cada rosto

ao vencer seus próprios limites.

Quem quiser saber mais sobre o projeto, leia a matéria na

íntegra e visite o site www.chefsespeciais.org

Boa leitura!

Simone Berti

Carta ao Leitor

EditorialSimone Berti

Contato e [email protected]

www.perfilgastronomico.com.br

Revis

ta

Page 5: Revista Perfil Gastronômico

Sumário

20 36

4

3

D.O.M. de Alex Atala

Destaque

Chá de pipoca

Genmai Cha

4

12

Origem do microondas

5

Ecole Lenôtre

Com

Vincent Mary

História do macarrão8

Caviar de Rã

10

Projeto Chefs Especiais

4 anos de sucesso

25

Ele trocou a batina

Pela dólmã

26

Hotel Escola Senac

35

26

8

7

9

16

20

22

28

31

32

35

38

43

Receitas juninas

Aguardente

Capuchinho

Harmonização

Consultoria gastronômica

Marketing na cozinha

Grandes Chefs juntos

Hotel Escola Senac

Queijos e tipos de facas

Agenda de cursos

Page 6: Revista Perfil Gastronômico

GENMAI CHA

Todo amante de chá, precisa experimentar essa exótica e exclusiva receita

japonesa

Em se tratando de chá, pode-se

afirmar que seja um sabor diferente e

ao mesmo tempo com uma infinidade

de gostos, tudo numa xícara só.

Genmai Cha , vulgarmente conhecido

como chá de pipoca é uma receita

exótica japonesa que traz a tradicional

mistura de grãos de arroz torrado com

delicadas folhas de chá verde, com

corpo suave e aroma delicado.

Originou-se com os camponeses

japoneses como uma medida de

redução de custos. O Genmai Cha

hoje é igualmente popular entre os

habitantes urbanos modernos.

O arroz e a pipoca, adicionam uma

nota ligeiramente salgada e o chá

verde adiciona algumas nuances

smokey. Toda essa mistura resulta num

sabor muito interessante e uma história

não menos interessante por trás.

O chá era um produto de luxo.

Para os camponeses japoneses era

difícil pagar muito por ele e se

misturassem com o arroz torrado,

que era abundante e barato, eles

seriam capazes de produzir mais

xícaras com a mesma quantidade

de folhas.

A receita nasceu da pobreza.

Genmai Cha já tinha status no

subúrbio chique. Este chá tinha

superado sua origem humilde para

se tornar o favorito de muitos

habitantes das cidades no Japão e

no Ocidente, hoje ele é popular

internacionalmente.

Foto: Stephanie - Dutchbaby

CHÁ DE PIPOCA

4

Page 7: Revista Perfil Gastronômico

Usados para aquecer os alimentos por

meio da agitação das moléculas, os

fornos microondas surgiram de forma

ocasional. Percy Spener era um

americano que trabalhava na empresa

Raytheon, a qual produzia magnétons

para serem utilizados em radares.

Certa vez, quando estava trabalhando

em um radar ativo, Spener sentiu algo

estranho e percebeu que sua barra de

chocolate havia se derretido em seu

bolso. Como Spener era um especialista

no assunto, logo percebeu o que havia

ocorrido e concluiu: através de ondas,

era possível agitar moléculas e

conseqüentemente, aumentar a

temperatura dos alimentos.

Em 1946, a empresa em que Spener

trabalhava, Raytheon, patenteou o

processo, e em 1947, construiu o

primeiro forno microondas da história.

Tal forno pesava 340 kg, tinha quase

1,70m de altura e produzia uma enorme

radiação, quase três vezes maior do

que a radiação normal de um forno

microondas moderno. A pipoca foi o

primeiro alimento feito em um forno

microondas.Fonte: google

Eis que surge o forno de microondas

Links Interessantes

5

Page 8: Revista Perfil Gastronômico

Viennoiserie Francesa sobre técnicas de preparo e fermentação de pães folhados,

amanteigados, brioches e receitas tradicionais

é o primeiro resultado da parceria entre as instituições

O Centro Universitário Senac – Campus

Santo Amaro, na capital, promove o curso

de extensão universitária Viennoiserie

Francesa, de 7 a 11 de junho, como passo

inicial da aliança firmada com a escola de

pâtisserie. Ministrado por Vincent Mary,

docente da Ecole Lenôtre, primeira escola

de gastronomia da França, o foco está no

desenvolvimento de técnicas de preparo e

fermentação de pães folhados,

amanteigados, brioches e receitas

tradicionais francesas. O acordo

institucional também contempla

intercâmbio para alunos do Senac São

Paulo, workshops e certificação

internacional da Ecole Lenôtre.

Já em 2010, o Senac oferecerá três títulos

de extensão universitária, preparados pela

instituição exclusivamente para o mercado

brasileiro e voltados para

estudantes de gastronomia e

profissionais da área.

O curso Viennoiserie Francesa será

intensivo, com duração de cinco

dias, em 40 horas de aulas

demonstrativas e práticas, ministradas

pelo professor da escola francesa,

assistido por docentes do Senac. Os

participantes terão a oportunidade

de obter a certificação internacional

Lenôtre sem a necessidade de

deslocamento até a França, com um

investimento menor e conteúdo de

alta qualidade.

“A Lenôtre é uma das principais

escolas de pâtisserie do mundo. A

parceria reforça os objetivos do

Senac de proporcionar aos alunos a

internacionalização do

SENAC OFERECE CURSO DE CONFEITARIA CERTIFICADO PELA ECOLE LENÔTRE

6

Page 9: Revista Perfil Gastronômico

Vincent Mary

Iniciou carreira no Grands Moulins

de Paris. Ainda nesta cidade,

atuou ao lado de grandes nomes

como Joël Robuchon e Alain

Ducasse. Estes anos com os chefs

da alta gastronomia lhe

permitiram adquirir domínio de

aspectos tanto tecnológicos

quanto artísticos da boulangerie e

da pâtisserie. Ingressou na Ecole

Lenôtre em 1998 e leciona cursos

de pâtisserie, boulangerie e

viennoiserie. Criativo, apaixonado

e com vontade de transmitir seu

conhecimento, Vincent é autor de

Petits Gâteaux na Hora do Chá,

livro da Ecole Lenôtre e da série

Les Petites Toques, do quarto

volume Les Petites Toques da

Padaria.

conhecimento e a vivência de tendências e

técnicas avançadas em gastronomia com

especialistas renomados”, explica Gisela

Brandão, coordenadora de

desenvolvimento de cursos da área de

gastronomia do Senac São Paulo.

Croissants, pains au chocolat, brioche soleil

orange, gâteau weekend são algumas das

receitas que serão desenvolvidas e

degustadas nas aulas, para 16 alunos, na

confeitaria do centro de gastronomia do

Centro Universitário SENAC.

Informações

www.sp.senac.br/gastronomia

7

Page 10: Revista Perfil Gastronômico

Como boa descendente de italiano,

espanhol e japonês..... (só isso...) posso

afirmar que, com toda certeza, o sangue

italiano corre mais forte nas veias, pelo

menos no que diz respeito à predileção

gastronômica. Costumo dizer que poderia

viver de macarronada e pizza, todos os

dias, dia e noite! Hummmm....

Então, para desvendar a curiosidade de

muitos, vamos falar sobre a história do

meu queridíssimo “macarrão”.

A palavra "macarrão" vem do grego

makària (caldo de carne enriquecido por

pelotinhas de farinha de trigo e por

cereais). A palavra pasta (massa dos

italianos) vem do grego pastillos .

Textos antigos relatam que os assírios e

babilônios, por volta de 2.500 a.C., já

conheciam uma pasta cozida à base de

cereais e água, que pode ser considerado

o avô do nosso atual macarrão.

A primeira referência e mais próxima ao

Ocidente do macarrão cozido está no

Talmud de Jerusalém, o livro que trazas leis judaicas, do século V a.C. O

itriyah dos antigos hebreus era uma

espécie de massa chata usada em

cerimônias religiosas.

Na Roma antiga, século VII a.C.,

comia-se uma papa de farinha cozida

em água, chamada pultes. Com

legumes e carne eram chamadas de

puls púnica. Com queijo fresco e mel,

puls Julia.

Finalmente, os latinos contemporâneos

de Cristo já se deliciavam com um

prato batizado de macco (caldo de

favas e massas de trigo e água).

Entretanto, na Itália, já em 1279, 16

anos antes do retorno de Marco Pólo

foi registrada uma cesta de massas no

inventário de bens de um soldado

genovês. A palavra maccaronis,

usada no inventário, seria derivada de

maccari, de um antigo dialeto da

Sicília, que significa achatar ou

esmagar com força, que vem do

grego makar, que quer dizer sagrado.

Por Andréa Lozano

A ORIGEM DO MACARRÃO

8

Page 11: Revista Perfil Gastronômico

Receitas juninas “pro arraiá isquentá”

Pé de Moleque

1 lata de leite condensado

500 gr de amendoim torrado

quanto baste de manteiga

quanto baste de farinha de mandioca

torrada para polvilhar

500 gr de rapadura

Quebre a rapadura o máximo possível.

Coloque no refratário, cubra e leve ao

microondas por 5 minutos.

Adicione o leite condensado e leve ao

microondas por mais 5 minutos.

Adicione 400g de amendoim moído.

Bata bem a massa com uma colher até

senti-la pesada e perder o brilho.

Despeje numa forma untada e

polvilhada com farinha de mandioca.

Espalhe o amendoim inteiro apertando

com a espátula. Deixe esfriar para

cortar.Quentão de Morango

3 litros de água

2kg de açúcar

2kg de morangos

150g de gengibre

50g de cravo e canela misturados

1 1/2 litro de aguardente

Num caldeirão, coloque a água e a

gengibre. Leve ao fogo.

Quando começar a fervura, adicione

os morangos inteiros, o açúcar, o

cravo, a canela e deixe ferver por

aproximadamente 20 minutos. Em

seguida, adicione a aguardente

e deixe ferver por mais 5 minutos.

Paçoca tradicional

1/2 kg de amendoim torrado sem

casca e sem pele

2 xícaras (chá) de açúcar

1 xícara (chá) de farinha de milho - ou

farinha de Mandioca torrada

1 colher (café) de sal

Numa tigela, misture todos os

ingredientes e passe no processador,

aos poucos, em quatro partes.

Depois, misture tudo e passe

novamente no processador até que se

torne um pó fino. Coloque em

forminhas para moldar ou em

canudinhos de papel

Doce de Leite de Cortar

1 lata de leite condensado

200 gr de açúcar

1 colher (sopa) de manteiga

Numa panela coloque o leite

condensado, o açúcar,

a manteiga e faça um brigadeiro.

Quando estiver dando ponto, retire da

panela e espalhe numa superfície lisa,

deixe esfriar e corte em pedaços.

9

Page 12: Revista Perfil Gastronômico

As ovas de rã são conhecidas pelo seu

alto valor nutritivo, sendo utilizadas,

principalmente, por povos do oriente,

como complementos de alimentos

funcionais. Atualmente, seu uso é

limitado à composições funcionais,

aproveitando somente seu valor

nutricional.

O brilhante Chef Tião conseguiu

desenvolver um método que confere às

ovas de rã, um excelente paladar,

caracterizando-as como caviar.

Além de ser uma iguaria gastronômica, o

caviar de rã também garante benefícios

à saúde por ser hiperproteico, rico em

Ômega 3, 6 e 9 e pouquíssimo calórico,

além de ter o mesmo sabor do caviar

tradicional.

Caviar de Rã

Adicionalmente, o caviar de rã possui

todos os aminoácidos essenciais não

produzidos pelo organismo humano,

índices irrisórios de gordura e colesterol.

É também o único caviar a conservar

suas propriedades nutritivas, de textura

e sabor, mesmo após ser congelado e

descongelado repetidas vezes.

O ESTABELECIMENTO PRODUTOR DAS

RÃS

A empresa Rei das Rãs, sediada no

município de Silva Jardim, foi fundada

em 2004 com o objetivo específico de

abater, processar, industrializar e

comercializar Rãs Touro, cujo nome

científico é Ranna Catesbeiana Shaw.

10

Page 13: Revista Perfil Gastronômico

Contando com a produção de rãs do

ranário Lagoa Azul, que faz parte do

grupo Rei das Rãs, o abatedouro,

frigorífico e entrepostos de pescados Rei

das Rãs, produz carne de rãs dentro dos

mais elevados padrões de qualidade.

OBTENÇÃO DAS OVAS

Para se obter um caviar de qualidade,

foi desenvolvida uma ração especial

para as rãs, acelerando seu processo de

crescimento, deixando-as mais fortes,

saudáveis e saborosas.

Esta ração especial confere às rãs uma

maior capacidade de regeneração,

tendo como resultado a preservação da

vida das mesmas, uma vez que ao

extrair as ovas, as rãs regeneram os

ovários, transformando-se assim em

verdadeiras fábricas de caviar. Para o

controle do crescimento e

desenvolvimento, um chip é

implantado em cada rã, permitindo o

acompanhamento de todas as suas

funções, entre elas, a ovulação,

indicando o ponto ideal de coleta

das ovas.

11

Page 14: Revista Perfil Gastronômico

D.O

.M.

de

A

LEX

A

TALA

ALEX ATALA

Merecidamente um colecionador de prêmios

Criativo e irrequieto, Alex Atala é

reconhecido, no Brasil e no

exterior, por explorar, a partir de

bases clássicas e técnicas atuais,

as possibilidades gastronômicas

dos ingredientes nacionais.

Chef e proprietário do premiado

restaurante D.O.M. - acrônimo

de Deo Optimo Maximo, que

significa "Deus é ótimo e

máximo" - Atala é também o

mais premiado chef brasileiro.

Em seus dez anos de vida, o

D.O.M. ganhou várias vezes o

primeiro prêmio de publicações

especializadas, nacionais e

internacionais, e cativou uma

clientela fiel que lota o

restaurante todos os dias.

Na incansável busca de

promover a gastronomia

nacional, o chef Alex Atala

participa frequentemente de

eventos internacionais e ministra

aulas ao redor do mundo, como

Cook It Raw (Itália), Madrid

Fusión (Espanha), Identitá Golose

– Congresso Italiano Di Cucina

D’autore (Itália), Melbourne

Food and Wine Festival

(Austrália) e Bon Appètit (Estados

Unidos).

Atala também é um estudioso e

constantemente convidado

para assinar colunas e artigos

em revistas sobre gastronomia.

Entre julho de 2004 e o primeiro

semestre de 2006, o chef foi o

apresentador do programa12

Page 15: Revista Perfil Gastronômico

Perfil Destaque

“Mesa pra Dois”, do canal

de TV a cabo GNT.

Atualmente Atala é titular

de uma coluna mensal na

revista “Prazeres da Mesa”,

da editora 4Capas, de São

Paulo e comanda o

programa boletim Tira

Gosto Eldorado, na Rádio

Eldorado.

O Chef divide todas essas

experiências em seus livros:

“Alex Atala - Por uma

Gastronomia Brasileira” ,

“Escoffianas Brasileiras”,

escrito com a jornalista

Carolina Chagas e “Com

Unhas, Dentes e Cuca –

Prática Culinária e Papo-

Cabeça ao Alcance de

Todos” .

Sua mais recente

contribuição ao universo

gastronômico é o

restaurante Dalva e Dito,

inaugurado em 2009, em

São Paulo. Com o Dalva e

Dito, Alex reforça a crença

na gastronomia brasileira.

O cardápio da casa é

100% nacional e se

aproveita das técnicas de

alta gastronomia para

tornar os pratos do nosso

dia a dia ainda mais

apetitosos.

Sobre o D.O.M. Restaurante

Aberto no final de 1999,

com o intuito de resgatar

sabores da cozinha

brasileira sob um olhar13

Page 16: Revista Perfil Gastronômico

contemporâneo, o D.O.M., para

celebrar sua trajetória, passou por

uma repaginada radical e apresentou

mudanças no serviço e no cardápio

para oferecer um patamar ainda mais

alto de excelência.

Segundo José Roberto Moreira do

Valle, decorador responsável pela

nova ambientação, o restaurante

ficou mais privativo e ganhou uma

atmosfera mais clean e sóbria. Sem

perder, no entanto, o ar descontraído,

arrojado, características marcantes do

Chef.

Para revisitar sucessos do passado,

Atala transformou seu cardápio em

um registro de sua história. O menu-

degustação passa a vislumbrar o

futuro, com criações do chef. Já o

cardápio fixo volta seu olhar para o

passado, para clássicos que

marcaram a gastronomia do país.

Alguns destaques reeditados são

fettuccine de palmito à carbonara

(2004) e raia na manteiga de garrafa

com tomilho limão, mandioquinha

defumada, brócolis e espuma de

amendoim (2007).

O D.O.M., foi eleito recentemente o

18º melhor restaurante do mundo pelo

S. Pellegrino World’s 50 Best

Restaurants, promovido pela

tradicional revista inglesa “Restaurant”,

que todos os anos consagra e premia

os 50 melhores restaurantes do

planeta. O restaurante do Chef Alex

Atala, único da América do Sul a

entrar no ranking, subiu seis posições

de 2009 para 2010 e é o único

brasileiro no ranking mundial da revista

inglesa. O restaurante paulistano

aparece na lista pelo quinto ano

consecutivo. Em 2006, o D.O.M. ficou

em 50ª; em 2007, em 38º lugar; em

2008, obteve a 40ª posição; e em

2009, ficou com o 24º lugar. O grande

premiado foi o moderno restaurante

dinamarquês Noma, comandado

pelo Chef René Redzepi em

Copenhagen, que foi eleito o melhor

restaurante do planeta, ocupando o

lugar do aclamado El Bulli, do catalão

Ferran Adrià, eleito Chef da década,

que ficou em segundo lugar.

14

Page 17: Revista Perfil Gastronômico

Como é feita a eleição

Para a compilação da lista, o mundo foi

dividido em 27 regiões, cada uma com

uma cadeira regional que preside a um

painel de juízes, que, juntos, formam a

Nespresso World's 50 Best Academy.

Cada membro pode dar cinco votos,

dos quais o máximo de três para

restaurantes de sua própria região.

Qualquer restaurante votado deve ter

sido visitado nos últimos 18 meses, e

ninguém tem permissão para votar em

seu próprio restaurante.

A lista completa está disponível no site

www.theworlds50best.com

D.O.M

Rua Barão de Capanema, 549, Jardins, São Paulo.

Tel.: (55) (11) 3062-3634

Confira a lista dos 20 melhores

dentre os 50

1. Noma Denmark – Dinamarca

2. El Bulli – Espanha

3. The Fat Duck – Reino Unido

4. El Celler de Can Roca – Espanha

5. Mugaritz – Espanha

6. Osteria Francescana – Itália

7. Alinea – Estados Unidos

8. Daniel – Estados Unidos

9. Arzak – Espanha

10. Per Se – Estados Unidos

11. Le Chateaubriand – França

12. La Colombe – África do Sul

13. Pierre Gagnaire – França

14. Hotel de Ville – Suíça

15. Le Bernardin – Estados Unidos

16. L’Astrance – França

17. Hof van Cleve – Bélgica

18. D.O.M. – Brasil

19. Oud Sluis – Holanda

20. Le Calandre – Itália

15

Page 18: Revista Perfil Gastronômico

Por: Romaine Carelli

“Minha terra tem palmeiras?

Não, minha terra tem

engenhocas

de rapaduras e cachaça (...)

Tem cana caiana e cana crioula.

Cana-pitu, cana rajada, cana-

do-governo

E muitas outras canas de garapa

(...)”

Carlos Drumond de Andrade

Aguardente

A cana-de-açúcar, elemento básico para

a obtenção, através da fermentação, de

vários tipos de álcool, entre eles o etílico. É

uma planta pertencente à família das

gramíneas (Saccharum officinarum)

originária da Ásia, onde teve registrado seu

cultivo desde os tempos mais remotos da

História.

Os gregos registram o processo de

obtenção da ácqua ardens. A Água que

pega fogo - água ardente (Al Kuhu). A

água ardente vai para as mãos dos

Alquimistas que atribuem a ela

propriedades místico-medicinais.

Transforma-se em água da vida. A Eau de

Vie é receitada como elixir da longevidade.

A aguardente então vai da Europa para o

Oriente Médio, pela força da expansão do

Império Romano. São os árabes que

descobrem os equipamentos para a

destilação, semelhantes aos que

conhecemos hoje. Eles não usam a

palavra Al kuhu e sim Al raga,

originando o nome da mais popular

aguardente da Península Sul da Ásia:

Arak. Uma aguardente misturada

com licores de anis e degustada com

água. A tecnologia de produção

espalha-se pelo velho e novo mundo.

Na Itália, o destilado de uva fica

conhecido como Grappa. Em terras

Germânicas, se destila a partir da

cereja, o kirsch. Na Escócia fica

popular o Whisky, destilado da

cevada sacarificada. No extremo

Oriente, a aguardente serve para

esquentar o frio das populações que

não fabricam o Vinho de Uva. Na

Rússia a Vodka, de centeio. Na China

e Japão, o Sakê, de arroz. Portugal

também absorve a tecnologia dos

árabes e destila a partir do bagaço

de uva, a Bagaceira.

Os portugueses, motivados pelas16

Page 19: Revista Perfil Gastronômico

conquistas espanholas no Novo Mundo,

lançam-se ao mar. Na vontade da

exploração e na tentativa de tomar

posse das terras

descobertas no lado oeste

do Tratado de Tordesilhas,

Portugal traz ao Brasil

a Cana de Açúcar, vindas

do sul da Ásia. Assim

surgem na nova colônia

portuguesa, os primeiros

núcleos de povoamento e

agricultura. Os primeiros

colonizadores que vieram

para o Brasil, apreciavam

a Bagaceira Portuguesa e o Vinho

d'Oporto. Assim como a alimentação,

toda a bebida era trazida da Corte.

Num engenho da Capitania de São

Vicente, entre 1532 e 1548, descobrem o

vinho de cana de açúcar - Garapa

Azeda, que fica ao relento em cochos

de madeiras para os animais, vinda dos

tachos de rapadura. É uma bebida

limpa, em comparação com o Cauim

vinho produzido pelos índios,

no qual todos cospem

num enorme caldeirão de

Barro para ajudar na

Fermentação do milho,

acredita-se. Os Senhores

de Engenho passam a servir

o tal caldo, denominado

Cagaça, para os escravos.

Daí é um pulo para destilar

a Cagaça, nascendo aí a

Cachaça.

Dos meados do Século XVI

até metade do Século XVII

as "casas de cozer méis",

como está registrado, se multiplicam nos

engenhos. A Cachaça torna-se moeda

corrente para compra de escravos na

África. Alguns engenhos passam a dividir

a atenção entre o açúcar e a cachaça.

A descoberta de ouro nas Minas Gerais

traz uma grande população, vinda de

comercialização e até o consumo da

cachaça. Sem resultados, a

Metrópole portuguesa resolve taxar o

destilado. Em 1756 a aguardente de

cana de açúcar foi um dos gêneros

que mais contribuíram com impostos

voltados para a reconstrução de

Lisboa, abatida por um grande

terremoto em 1755.

todos os cantos do país, que constrói

cidades sobre as montanhas frias da

Serra do Espinhaço. A Cachaça

ameniza a

temperatura.

Incomodada com a

queda do comércio

da Bag Bagaceira e

do vinho portugueses

na colônia e

alegando que a

bebida brasileira

prejudica a retirada

do ouro das minas, a

Corte proíbe várias

vezes a produção,

Como símbolo dos Ideais

de Liberdade, a

cachaça percorre as

bocas dos inconfidentes

e da população que

apóia a Conjuração

Mineira. A Aguardente

da Terra se transforma no

símbolo de resistência à

dominação portuguesa.

Com o passar dos

tempos melhoram-se as

técnicas de produção. A

cachaça é apreciada

por todos. É consumida em banquetes

palacianos e misturada ao gengibre e

outros ingredientes, nas festas religiosas

portuguesas - o famoso Quentão. No

século passado instala-se, com a

economia cafeeira, a abolição da

escravatura e o início da república, um17

Page 20: Revista Perfil Gastronômico

grande e largo preconceito a tudo que

fosse relativo ao Brasil. A moda é européia

e a cachaça é deixada um pouco de

lado.Em 1922, a Semana da Arte

Moderna, vem resgatar a

brasilidade. No decorrer do

nosso século, o samba é

resgatado. Vira o carnaval.

Nestas últimas décadas a

feijoada é valorizada como

comida brasileira especial e a

cachaça ainda tenta desfazer

preconceitos e continuar no

caminho da apuração de sua

qualidade. Hoje, várias marcas de alta

qualidade figuram no comércio nacional

e internacional e estão presentes nos

melhores restaurantes e adegas

residenciais pelo Brasil e pelo mundo.

Linguagem da Cachaça

Antes do termo cachaça firmar-se, no

Brasil, definitivamente como

a aguardente

derivada da

fermentação e

destilação do caldo

ou do melaço da

cana- de- açúcar,

convém registrar um

nome que prevaleceu

pelos séculos XVI e

XVII. Era também

muito popular jeribita

e suas variações: jiribita, jurubita, geribita,

giribita, geriba, piripita. Ainda hoje, em

alguns locais do Brasil, fala-se uma dessas

formas. Os dicionários da época registram

todas elas como sinônimo de cachaça e

de aguardente.

Porém, Câmara Cascudo (1991)

alerta que muitas vezes a fala

popular e os documentos literários e

estatais (legais e de fisco)

indicam que são líquidos

diferentes. Ao mesmo

tempo, documentos

comerciais gravam

eufemismos como

aguardente da terra,

vinho da terra e vinho de

mel que, na verdade, são

cachaças, para

diferenciar de geribita de

fora, aguardente (solitariamente

para designar bagaceira),

aguardente do reino ou ainda

bagaceira. A cachaça azeda ou

garapa azeda, registrada no final do

século XVII, é o caldo fermentado,

sem destilação, que também, em

excesso, embriaga. É como a garapa

doida, que encontramos no início

deste século no Acre, onde

não havia alambiques,

somente engenhocas para

moer a cana. O

nome pinga só veio

depois, no Rio de

Janeiro, São Paulo e

Minas Gerais,

segundo Câmara

Cascudo (1991), no

final do século XIX.

Era a destilação,

depois da fervura e evaporação do

caldo fermentado, que "pingava" na

bica do alambique.

Foto: Paulo Salerno

18

Page 21: Revista Perfil Gastronômico

R. Tuim, 653

Moema

11- 5532 0183

Page 22: Revista Perfil Gastronômico

Texto: Flavia Celidonio

Perfil Café

Capuchinho na caneca

Reza a lenda que a origem do

cappuccino data do século XVII, mais

especificamente em Viena, na Itália, e

que seu nome foi uma homenagem a

um certo frade capuchinho, Marco

D’Aviano.

Além de pertencer à Ordem dos Frades

Capuchinhos, criada a partir de uma

dissidência dos franciscanos, Marco era

também um grande estrategista militar,

a tal ponto que, na segunda metade do

século XVII, a pedido do Papa Inocente

XI, o frade foi enviado à capital do

império dos Habsburgos para incitar a

população a enfrentar o exército turco,

que tentava invadir a cidade. Após

algumas batalhas o inimigo foi derrotado

e, ao partir, deixou para trás inúmeras

sacas de café, recolhidas em seguida

pelos tais frades.

Naquela época o café já era uma

bebida bastante apreciada e

difundida nas principais cidades da

Europa, e muitos governantes já

vislumbravam os lucros que teriam

caso conseguissem que suas colônias

cultivassem café em seus solos. Dizem

até que a primeira estufa construída

na Europa foi feita com o intuito de

abrigar e estudar mudas de café. Mas

os capuchinhos, mais preocupados

com outros assuntos, como o avanço

islâmico sobre a Europa por exemplo,

enquanto pensavam e bebiam café,

feito a partir das sacas deixadas para

trás pelos turcos após a batalha de

Viena, perceberam que faltava algo

naquela bebida, um tanto amarga

para seu doces paladares. Decidiram

então adicionar um pouco de mel e

20

Page 23: Revista Perfil Gastronômico

Flavia Celidonio Pogliani é barista, formada em Economia com

especialização em Gestão de Negócios. Atua como consultora da

Cafea Consultoria em Cafés, prestando serviços para cafeterias,

franquias, patisseries, torrefações e fazendas cafeeiras.

www.cafea.com.br

[email protected]

leite ao café, nascendo assim o

cappuccino (capuchinho em português),

nome dado, dizem, em homenagem ao

frade guerreiro Marco D’Aviano.

Mas ninguém sabe ao certo até que

ponto tal história é verdadeira. Inegável é

o fato de que foi o advento da máquina

de expresso que realmente definiu o

cappuccino como é conhecido hoje nas

cafeterias que seguem o padrão italiano:

um terço de café, um terço de leite e o

último terço de espuma.

Já no Brasil, o cappuccino representaFoto: mountain coffee house

uma bebida completamente

diferente. Além do café e do leite,

também preparado de outra maneira,

aqui ainda se acrescenta chocolate

em pó e canela, tornando o simples

ato de tomar cappuccino em um

presente, em uma desculpa para

juntar amigos, para congelar o tempo

durante uma tarde de trabalho, como

recompensa pelo dia-a-dia nos

grandes centros urbanos brasileiros.

Não me surpreenderia se um dia visse

escrito em alguma cafeteria de São

Paulo “temos caputino”.

Casa & Cozinha

Qualidade, beleza e

elegância

Moema: Av. Sabia, 617

Morumbi: R. José Janarelli, 557

Page 24: Revista Perfil Gastronômico

Por Álvaro Cezar Galvão

Perfil Harmonização

HARMONIZAR, CONGRAÇAR

Escrever sobre as sensações que temos

não é fácil, pois as temos muito próprias,

quase individualizadas, e passá-las para

os outros requer jogo de cintura, aliás,

com estes anos na enogastronomia,

minha cintura só aumentou, e hoje tenho

jogo de cinturas...

HARMONIZAÇÃO- Harmonizar, tornar

harmônico, conciliar, congraçar.

Esta definição serve para o que fazemos

em enogastronomia também, mas todo o

conjunto deve ser e estar harmônico.Que

conjunto? Bem, as pessoas que estão à

mesa, por exemplo, para esta experiência,

a gastronomia, o vinho, enfim, já pensou

em harmonia quando o ambiente com as

pessoas, ou outros fatores estão

irremediavelmente descontrolados?

Fácil harmonizar um vinho com a

gastronomia, independente de não

serem as mais adequadas, quando as

pessoas estão harmônicas, pense num

casal de namorados, quando o

enlevo do amor, os leva à uma praia

deserta com um belo espumante

e com um sanduíche de mortadela,

o que acontece? Está tudo bem, há

harmonia por causa dos fatores

subjetivos. Agora nesta mesma praia,

os mesmos sanduíche e espumante, e

o casal acabou de ter uma briga

daquelas.......

Isto posto, tivemos eu, e alguns

amigos dos bons, aqueles que estão

conosco nas experiências mais

difíceis, pois as fáceis, já se

encontram descritas, uma aventura,

que esperamos seja a primeira de

muitas.

A linda Cris Couto faz uns dias, tomou

a iniciativa, estudiosa da gastronomia

que é, de fazermos algo mais dirigido

para o fora do convencional, inédito,

e convidou-me, para em companhia

do Ivo Ribeiro do Restaurante22

Page 25: Revista Perfil Gastronômico

Tordesilhas, e de mais alguns convidados,

todos amigos, harmonizarmos os vinhos,

de preferência Brasileiros, com a

gastronomia típica do litoral Paranaense,

mais especificamente de Morretes, o

famoso BARREADO.

Prato demorado, de origens ancestrais,

que leva de 12 a 24 horas em fogo muito

lento (o original é enterrado, com a

panela tampada e vedada com barro)

hoje, devido à impossibilidade de

espaços, a tampa é fechada com uma

mistura de farinha, que acaba virando

um “cimentinho”com a ação do fogo e

feita em cima de chapas de ferro para a

ação indireta do fogo e difusão da

caloria. É um cozido, onde a carne e

muitos temperos, que após a ação do

fogo se desmancham e concentram seus

sucos próprios. Come-se com farinha de

mandioca e banana da terra.

Harmonização para livro nenhum, botar

defeito certo? Aliás, livro nenhum tem

esta e outras tantas harmonizações, pois

todas as já descritas tendem para os

pratos da gastronomia do velho mundo,

onde o vinho desde sempre acompanha

a comida e é considerado alimento.

Quem faz o Barreado no Tordesilhas? A

eficiente e linda Chef Mara Sales, precisa

mais?

Levamos estes vinhos:

Barbera d’Asti 2006 do Michele Chiarlo.-

Piemonte Itália- Merlot Reserva 2005

Pizzato-Serra Gaúcha Dom Laurindo Estilo

-corte de Cab Sauvig; Merlot e Tannat-

Serra Gaúcha.

Villagio Grando Além Mar Cab Sauv –

Santa Catarina, ainda não engarrafado

e um Muros de Melgaço Alvarinho-

Portugal, só para tirar uma dúvida.

Pinot Noir Dádivas Lídio Carraro-

Encruzilhada .

Pazzo de Podal Albariño 2004-Espanha-

e Vallontano Tannat-Serra Gaúcha e

um Terranoble Pinot Noir-Chile-também

para tirar uma dúvida.

Domínio Vicari Riesling Itálico 2008-Praia

do Rosa-Santa Catarina Também

levaram um espumante da Vinícola

Aurora o Brazilian Soul Demi-Sec, para

“preparar” a boca, e um Utopia

Glamour Chardonnay da Quinta de

Santa Maria- São Joaquim-Santa

Catarina.

Todos a seus postos, começamos a

batalha!

Como entrada uns pasteizinhos de

carne e queijo, onde tivemos a primeira

constatação: o Utopia Chardonnay

saiu-se muito bem com os de carne,

pois a fritura, a massa e o recheio,

davam estrutura para o vinho, sem

madeira e sem malolática

(fermentação que transforma o ácido

málico, indesejável, em lácteo).

Fomos dos tintos aos brancos, dos

brancos aos tintos, sem preocupação

de qualquer natureza, pois o que nos

interessava era descobrirmos a melhor

harmonia com o Barreado.

Claro que por todas as regras rígidas da

enogastronomia o tinto seria mais

indicado, mas como eu e mais alguns

gostamos de quebrar alguns

paradigmas nesta área, acreditávamos

nos brancos que levamos, pois

devemos ter em mente que estas

regras são mutáveis, como o são os

vinhos, com somos nós, e como o é a

gastronomia ao longo dos tempos.

23

Page 26: Revista Perfil Gastronômico

“O engenheiro que virou vinho”

http://divinoguia.blogspot.com

Foto: Renato Rocha

Os vinhos estavam todos ótimos, quando

degustados em vôo solo, mas a

conclusão que o grupo chegou por

consenso de anotações, foi que o que

mais se harmonizou com a gastronomia

proposta foi o vinho verde, pena que

não foi um Brasileiro, como gostaríamos,

mas enfim, temos menos estória nos

vinhos que o velho mundo certo?

Seguem os três primeiros, só para não

ficar cansativo, pois cada um dos

participantes com certeza ao seu modo,

fará matéria sobre o evento.

1º Muros de Melgaço Alvarinho-Vinho

Verde Português, que pela sua

pungência e frescor, com acidez

pronunciada, suportou bem a farinha,

que, diga-se de passagem, não era

torrada, pois ai sim, quem sabe,

tivéssemos um complicador para este

vinho.

Também foi um dos poucos que levou

bem o cominho, tempero que se

sobressai no prato.

2º Terranoble Pinot Noir, uva menos

encorpada que os Cabernet e Merlot

propostos, mas por ser Chileno, vigoroso

e estruturado.

3ºAlém Mar Cab Sauvignon.- Bom

representante de nossas vinícolas.

Conclusão, que para mim é óbvia e

na qual tenho falado bastante:

Regra para harmonização é não

seguir regra muito rígida, seguir sim

parâmetros, mas o que vale é a

litragem de cada degustador, e a

ousadia, que nos alfarrábios, não as

há!

De gustibus non disputandum est

(gosto não se discute)...

Até o próximo brinde!

Álvaro Cézar Galvão

http://divinoguia.blogspot.com

[email protected]

11 9136-2953

Foto: Lidio Carraro

24

Page 27: Revista Perfil Gastronômico

Projeto social gastronômico para downs

completou 04 anos no ultimo dia 27 e

para comemorar mais um aniversário, a

Phorbis Comunicação e a Revista Perfil

Gastronômico, mantenedores do

projeto, conseguiram reunir 10 Chefs de

cozinha que auxiliados por 30

alunos downs prepararam 10 lanches

típicos de 10 países. A seleção de Chefs

foi composta por Alex Caputo, Marcio

Lopes, Patricia Galvão, Adriana Carioba,

Gustavo Iglesias, Paulo Pecora, Ronaldo

Rossi , Beth Kovesi, Otavio Felix e

Luciana Komita.

Foram preparados por volta de 300

lanches, do delicioso e tradicional hot

dog, passando pelo bauru, o taco

e o croque monsier entre outros.

A porção de dedicação por parte dos

Chefs, auxiliares e alunos downs

era mais que satisfatória. Grandes

pitadas de animação e uma dose, na

medida certa, de criatividade e

espontaneidade durante as quase 03

horas de aula, foram o toque final para

o sucesso dos pratos. Um

publico médio de 70 pessoas

aproximadamente se revezavam no

espaço gourmet do Mercado

Municipal, todos que por ali

passavam paravam para assistir a aula

e invariavelmente saiam emocionados.

Bárbaro ver a concentração de cada

aluno down no preparo de seu lanche

como se fosse uma obra de arte. Cada

um na sua limitação e todos superando

seus limites.

Mais emocionante ainda é a vibração

da conquista do certificado. É a

consagração da vitória dos limites,

parece final de copa quando o Brasil

marca o gol da vitória no último minuto

do jogo, uma vibração que chega a

levantar os pelinhos do braço. Por fim, é

bom ver que ainda existem muitas

pessoas que torcem de verdade pelo

sucesso dos outros e tantas outras, chefs

e auxiliares, que ainda creem que

podem, cada qual com sua parcela,

melhorar esse mundo.

Kilos e kilos de saúde e felicidades aos

idealizadores do projeto, Chefs,

auxiliares e downs, que nesse momento

em particular agradeço por esse

projeto mais que especial.

www.chefsespeciais.org

Projeto Chefs Especiais comemora 4º ano

Por César Albuquerque

25

Page 28: Revista Perfil Gastronômico

Carlo Gracco trocou a batina pela dólmã eintegra o ranking de cozinhas mais famosos da Itália

Decidido a iniciar a carreira religiosa,

Carlo Gracco, foi convencido por seus

pais a repensar o assunto e o

convenceram a mudar de idéia.

Para aplausos do mundo gourmand,

Carlo optou por um curso de cozinha,

aprimorou-se na França e depois

retornou à Itália preparado para criar

uma cozinha autoral. “A experiência na

França foi vital para minha carreira,

voltei de cabeça aberta”, afirma

Cracco.

A cozinha e a Igreja tem algumas

famosas histórias em comum. Dom

Camillo, o padre comilão dos contos de

Giovanni Guareschi, virou símbolo

icônico entre os amantes da cozinha

italiana, Joël Robuchon queria ser

religioso mas por problemas financeiros

optou pela cozinha.Recentemente um

padre comandou um programa de

culinária na TV americana.

O Chef tem um currículo de importantes

restaurantes na Itália e França e

durante a sua carreira marcou três

estrelas Michelin.

Depois de alguns anos, aceitou o

convite da família Stoppani, proprietário

do Milan a deli mais famoso em 1883,

para a abertura do restaurante Cracco

Peck, Cracco hoje, onde trabalhou

como Chef Executivo, ganhando duas

estrelas Michelin, 18,5 / 20 Espresso e três

garfos para Red Lobster. Desde 2007,

está entre os 50 melhores restaurantes

do mundo.

Desde julho de 2007 , Cracco é o único

proprietário. O suntuoso restaurante fica

no coração da cidade, nas

proximidades da catedral Duomo.

Atualmente, Carlo forma com Massimo

Bottura, Massimiliano Alajmo e Moreno

Cedroni o quarteto de cozinha autoral e26

Page 29: Revista Perfil Gastronômico

requinte da cozinha, também são

amplificados por uma vinícola única, o

resultado de cuidadosa seleção, que

oferece aos clientes cerca de 2.000

rótulos selecionados entre os melhores

vinhos no mercado global.

Estudioso, interessado e sem limites, Carlo

Cracco, tornou o ovo uma de suas

marcas registradas. Simples e

indispensável na cozinha, o ingrediente

mostra em suas mãos facetas

inesperadas, seja como o espaguete, feito

com gemas e sem farinha de trigo, seja

com sua famosa gema marinada, seja

servido ralado. Carlo torna possível o

impossível. Ele quer que o comensal reflita

sobre o segredo poético do alimento e

sobre a desmistificação do “óbvio”.

Sua cozinha ocupa uma parte central

no conflito moderno e antigo. Não

despreza a tradição, mas a atualiza.

“Meu trabalho agrada a muitos e

desagrada a outros, para os que

querem viver emoções e ser

surpreendidos”, afirma o Chef.

A cozinha é ultra organizada, com

um profissionalismo à toda prova e

impecavelmente limpa. Mas passado

o acesso ao salão, o ar é de

restaurante estrelado mesmo. Carlo

cumprimenta seus clientes à mesa

com uma tranquilidade que

impressiona! O Chef garante que seus

pratos levem sua assinatura e seu

toque de mestre, e que os

funcionários trabalhem em harmonia

falando baixo, sem a agitação típica

de outros restaurantes.

“Minha cozinha é basicamente

italiana, porém modernizada. Gosto

de dar meu toque único aos pratos.

Mas na hora de modernizar um prato

clássico é necessário que a alma seja

mantida.”

Ristorante Cracco ostenta duas

estrelas Michelin e está entre as 50

melhores restaurantes do mundo.

de vanguarda mais

famoso da Itália.

A cozinha de

Cracco, retoma a

tradicional cozinha

milanesa, e não

apenas propor um

toque

contemporâneo,

combinando os

sabores e jogar em

contrastes. A

imaginação e

27

Page 30: Revista Perfil Gastronômico

Perfil Consultoria

O TAMANHO DE UM SONHO

O tamanho de um projeto de uma nova

casa é sempre proporcional ao sonho

de quem o sonhou. Parece lógico isso,

mas nem sempre é.

Iniciar um restaurante ou outro projeto

de alimentação requer uma série de

contas, ticket médio, faturamento

médio, custos fixos, custos variáveis,

payback, mas a mais importante delas é

o valor total do investimento.

O tamanho de uma nova casa, seja em

relação à estrutura, seja pela

suntuosidade da decoração, vai

depender diretamente do valor

investido no projeto. Falar assim parece

simples e obvio, mas normalmente essa

conta não fecha.

Qualquer pessoa que já iniciou um

projeto, e isso pode ser sentido desde

uma reforma em casa, sabe que as

estimativas sempre são superadas, os

imprevistos costumam aparecer de

onde não esperamos (ou não seriam

imprevistos) e aumentar o custo do

projeto.

Tive um caso de um cliente que tinha

um valor não muito alto pra investir e ele

não entendia quando eu falava,

repetidas vezes, que o projeto que ele

imaginava seria impossível. Levei-o

passear em uma loja de móveis do

padrão que ele me passava,

conclusão: o que ele queria de

cadeiras e mesas para o salão custaria

60 % de todo o montante que ele

imaginava investir.

Dois outros detalhes que não podem

ser esquecidos antes de uma abertura

são a primeira compra e o capital de

giro.

Vale lembrar que boa parte dos

pagamentos recebidos são feitos via

cartão de crédito, e a casa não

receberá nenhum centavo dessa fonte

antes de 40 dias, portanto a provisão

deve ser para um período até um

pouco maior do que esse.

E a primeira compra, vale aqui lembrar

mais um caso. Tive um cliente que

gostaria de uma carta de vinhos vasta,

realmente muito maior do que eu

indicaria, mas na hora de comprar

tudo o que tinha imaginado, recebeu

um primeiro orçamento que foi

acompanhado de um susto. Ele teve

então a idéia de comprar somente

uma garrafa de cada para poder

manter uma grande carta, nesse

ponto eu perguntei pra ele o que ele

faria quando o segundo cliente

quisesse o mesmo vinho, logo no

segundo dia da casa aberta? Falar

que acabou seria uma coisa muito

28

Page 31: Revista Perfil Gastronômico

Ronaldo Rossi é Chef de cozinha e consultor na área de

gastronomia

Foto: Jéssica Luchesi

www.ronaldorossi.com.br

http://twitter.com/ronaldorossi

feia. Ele gaguejou um pouco e começou

a concordar comigo, diminuímos a

carta, e compramos o suficiente para

uns 30 dias e com o giro da casa

conseguimos aumentar a carta aos

poucos.

Às vezes é fundamental diminuirmos o

projeto para torná-lo viável e mais do

que isso, para que ele possa ser

executado, podemos ampliar o

projeto, aumentar a carta de vinhos e

promover outras melhorias aos poucos,

os pés no chão são fundamentais

para o

sucesso de uma casa, iniciar o projeto

já endividado é o primeiro passo para

a falência.

DOURAL TRAZ MAIS UM PRODUTO

DA JOSEPH JOSEPH TÁBUA COM

FACA ACOMPLADA SLICE&STORE

A marca inglesa sempre busca surpreender com seus produtos através da união

do design diferenciado, praticidade, beleza e modernidade em seus utensílios. A

Doural traz mais esse produto Joseph Joseph para a loja, oferecendo a seus

clientes mais um produto com intuito de facilitar o dia a dia na cozinha.

A faça acoplada com a tábua para corte é fabricada com alta qualidade, a

lâmina de aço inoxidável é perfeita para picar e cortar diversos tipos de alimento

e se encaixa facilmente no compartimento que fica no corpo da placa, além de

preservá-la, diminui o risco de acidentes doméstico, já que a faca fica guardada.

pode ser encontrada na cor cinza e custa R$ 79,90.

Vendas on-line: www.doural.com.br

29

Page 32: Revista Perfil Gastronômico

Calendário Gastronômico 2010 em Campos do Jordão

01/06 a 08/08

Festival de Inverno

Fondues e Chocolates

21/09 a 24/10

Festival de Primavera

Trutas

12/12 a 06/01/201

Frutas vermelhas e

Castanha portuguesa

da Mantiqueira

Informações:

www.cozinhadamontanha.com.br

A Escola de Cozinha e Gastronomia

tem seus cursos direcionados a todos

aqueles que de alguma forma se

interessam pela cozinha, leigos,

iniciantes, gourmets e profissionais.

R. Cristiano Viana, 224 – São Paulo

11- 3082-9151

www.wkcozinha.com.br

Page 33: Revista Perfil Gastronômico

O Marketing vem de dentro da cozinha

É fundamental para um restaurante

proporcionar aos clientes o bem estar

durante suas refeições. Antes mesmo do

cliente entrar em seu restaurante sua

opção de escolha está associada às

ferramentas de marketing que seu

estabelecimento utiliza para atrair o

cliente. Seja uma bela placa de

publicidade, seja com promoções

especiais ou divulgação por toda a

região. Mas é possível realizar o

marketing para seu cliente mesmo ele

já estando dentro do seu restaurante.

Como? Um bom atendimento,

refeições servidas em tempo hábil com

boa apresentação e temperatura,

música agradável, limpeza do

ambiente e várias outras características

como essas encantam o cliente e

provavelmente ele passará esta

experiência adiante.

Muitos clientes já devem ter se

perguntado como é a cozinha do

restaurante que ele costuma

freqüentar. Por mais reservada que a

cozinha possa estar em um restaurante

ela deve estar preparada para a visita

de um cliente, afinal, ele tem o direito

de conhecer o local onde são

produzidos os pratos que lhe

proporcionam tanto prazer. E porque

não encantar o cliente com

uma cozinha aberta ao público

mostrando toda sua equipe produzindo

fervorosamente ?

Foi pensando nisso que muitos

restaurantes resolveram se antecipar

aos desejos dos clientes e expor sua

cozinha para eles. É um desafio muito

grande para os restaurantes

mostrarem para seus clientes todo o

processo de produção, mas a ousadia

pode lhe custar caro se o seu

estabelecimento não estiver

preparado para isto. Portanto seguem

dicas valiosas para você não errar

nesta escolha. – Não basta colocar

uma linda vitrine na sua cozinha para

que os clientes observem o trabalho.

Mantenha o vidro impecavelmente

limpo e principalmente sem manchas

de gordura - Todas as cozinhas tem

lixeiras para armazenar o lixo, a sua

não será diferente, mas evite que as

lixeiras estejam visíveis para o cliente.

- Limpeza é essencial. realize limpezas

periódicas durante a operação. O

piso, fogão e bancadas devem ser

sempre limpos após cada atividade.

– Panelas devem estar sempre limpas,

sem acumulo de resíduos de gordura

deixando os cantos e suporte escuros.

- Sua equipe deve estar preparada

para o público. Uniformes limpos e

cuidados pessoais como barbas,

unhas, toucas no cabelo são

obrigação independente de sua

cozinha ser aberta ou fechada.

-Posicione a vitrine próximo à bancada

de finalização dos pratos. Assim os

clientes verão a arte final sendo

realizada.

Boa sorte e que comece o

espetáculo!!!

Fonte: Gestão de Restaurante

31

Page 34: Revista Perfil Gastronômico

3ª. Rota Gastronômica conta comAlex Atala, Emmanuel Bassoleil, Luigi Tartari, Fabrice Lenud,

Claude Troisgros e Olivier Anquier.

Costa Esmeralda terá 3ª edição de evento dedicado à Gastronomia

De 24 a 31 de julho será dedicada ao

prazer da boa mesa na Costa

Esmeralda. Combinar temperos,

conhecer sabores, sentir aromas,

deliciar-se. O melhor da cozinha

internacional vai marcar presença nas

praias do litoral norte-catarinense. Pelo

terceiro ano consecutivo, a região

formada pelos municípios de Itapema,

Porto Belo e Bombinhas será palco da

Semana Internacional de Gastronomia

da Costa Esmeralda, um ousado projeto

encabeçado pelo Costa Esmeralda

Convention & Visitors Bureau.

O presidente da entidade, Luiz Otávio

Lustosa, explica que o maior objetivo é

fortalecer o segmento de gastronomia

da Costa Esmeralda. “As duas primeiras

edições já mostraram que a região

possui a qualidade necessária para atrair

fluxo de turistas fora da temporada de

verão”, defende Luiz Otávio.

A equipe da entidade está agora

trabalhando na elaboração da

programação. Em 2009, participaram

da Semana Internacional de

Gastronomia, entre outros, Mônica

Rangel, Heiko Grabolle, Morena Leite e

Laurent Suaudeau.

A 3ª edição já tem alguns nomes de

grandes Chefs confirmados. Renata

aponta que passarão pela Costa

Esmeralda nada menos do que Alex

Atala, Emmanuel Bassoleil, Luigi Tartari,

Fabrice Lenud, Claude Troisgros e

Olivier Anquier. Estas referências da

área se apresentarão em aulas shows,

que devem ter as datas e horários

confirmados nos próximos dias.

As aulas shows e workshops realizados

na 2ª edição da Semana de

Gastronomia tiveram a participação

de mais de 2 mil pessoas. “A

expectativa é de que o público seja

32

Page 35: Revista Perfil Gastronômico

maior neste ano”, diz Renata. Para isso,

o Convention também ampliou as

parcerias com renomadas instituições

de ensino para a realização dos

workshops. Univali, Uniasselvi, Senac e

Centro Europeu serão responsáveis por

estas aulas, que abordam os mais

variados temas.

Neste ano, a exemplo do que ocorreu

nas edições anteriores, o Convention

organizará também aulas abertas à

comunidade. “É uma forma de

envolver toda a população das três

cidades neste evento que vem se

firmando como um dos mais

importantes do Estado na área de

gastronomia”, aponta o presidente Luiz

Otávio.

Rota Gastronômica

Um mês com os melhores restaurantes

da região da Costa Esmeralda

preparando receitas especiais para

moradores e turistas. Esta é a proposta

da Rota Gastronômica, um festival que

vai acontecer, assim como em anos

anteriores, durante todo o mês de

julho. A Rota Gastronômica faz parte

da programação da Semana

Internacional de Gastronomia da

Costa Esmeralda e tem um cardápio

com diferentes influências e preços

variados.

Os moradores de Itapema, Porto Belo

e Bombinhas, assim como turistas,

terão acesso a um material

desenvolvido especificamente para a

Rota Gastronômica, que vai conter

todas as informações sobre os

restaurantes participantes e o prato

desenvolvido especialmente para o

festival gastronômico.

Programação e inscrições

A programação completa da 3ª

Semana Internacional de

Gastronomia deve ser divulgada nos

próximos dias. Todas as informações

sobre as aulas shows, workshops e a

Rota Gastronômica estarão

disponíveis no site do evento

www.semanadegastronomia.com.br

Foto: divulgação

33

Page 36: Revista Perfil Gastronômico

P

Panela em Cobre com cabos em bronze, fabricada com ferro

fundido, cobre e aço inoxidável

www.doural.com.br

Doural traz com exclusividade para você!

Page 37: Revista Perfil Gastronômico

Hotel-escola SENAC

O Grande Hotel São Pedro foi

construído em 1940 e conserva o estilo

refinado da arquitetura art déco,

conduzindo o hóspede a uma viagem

no tempo. Na entrada principal, a

porta giratória de madeira maciça

preserva a forma, cor e o acabamento

famosos nos anos 30. O piso de granilite

preto e branco, em formato de grandes

quadros, envolve o balcão de madeira

lustrosa da recepção, iluminado por um

típico lustre de alabastro da época.

Linhas retas, volumes densos e uma

grande escadaria, com longos degraus

de mármore, reforçam o principal

conceito do estilo art déco.

Como uma exposição permanente, a

trajetória do Grande Hotel São Pedro é

contada por meio de fotos e relíquias

que resgatam o Brasil de meados do

século passado, remetendo o hóspede

ao glamour da época de hotel-cassino.

A história do hotel começou no final da

década de 20, com a busca de jazidas

de petróleo em terras brasileiras. Águas

de São Pedro entrou na lista de cidades

potenciais por ter um local conhecido

como Bairro do Querosene – por seu

cheiro característico. Na ansiedade de

encontrar o “ouro negro”, o Serviço

Geológico do Estado de São Paulo

começou a perfurar o local. Em vez de

petróleo, descobriram fontes de águas

termais que, após anos de estudo,

tiveram suas propriedades medicinais

reconhecidas mundialmente.

Um dos donos das terras, Dr.

Octávio Moura Andrade, vislumbrou a

potencialidade turística local e decidiu

construir um hotel e balneário de luxo: o

Grande Hotel São Pedro, que abriu suas

portas para hóspedes e clientes com

um cassino, a principal atração.

Em 1946, com a proibição do

funcionamento de cassinos no país, o

proprietário do hotel passou por um

grande período de dificuldades

financeiras, até que, em 1969, foi

firmado um tratado de comodato entre

o Governo do Estado e o Senac São

Paulo, o local passou a ser um hotel-

escola com a condição que a

instituição oferecesse cursos35

Page 38: Revista Perfil Gastronômico

profissionalizantes gratuitos. Hoje, o

Grande Hotel São Pedro é referência

internacional pelo requinte e pela

qualidade no atendimento, bem como

pelos serviços de educação

profissionalizante que oferece. Foi o

primeiro hotel-escola da América Latina.

Os hotéis-escola são exemplos concretos

do modelo educacional do Senac São

Paulo e pertencem a um projeto que

surgiu no final dos anos 60 e hoje integra o

Grande Hotel São Pedro, em Águas de

São Pedro, e o Grande Hotel Campos do

Jordão, na cidade de mesmo nome,

ambos no interior do Estado. Funcionam

como empreendimentos famosos pelo

requinte e pela qualidade de

atendimento, bem como pelos serviços

diferenciados que oferecem. A isso aliam

sua função pedagógica, colocando

estudantes em situações reais de trabalho

para propiciar a formação de

profissionais que vão manejar a teoria e a

prática com pleno equilíbrio.

Os estudantes se integram à equipe do

hotel, tornando-se estagiários que são

orientados e supervisionados

atentamente por profissionais, uma regra

seguida com rigor, para

que a qualidade dos serviços

prestados jamais seja posta em

dúvida. Todos os funcionários dos

hotéis são treinados para aliar as suas

funções do dia a dia ao

comprometimento pedagógico com

os futuros profissionais. Muitos desses

alunos, após terminarem o curso, são

contratados efetivamente nos

empreendimentos. Hoje, 80% do

corpo gerencial dos dois hotéis é

formado por ex-alunos.

Os hóspedes também têm papel

fundamental, pois permitem o

treinamento dos estudantes,

enquanto eles têm a recompensa de

aprender na

prática, junto a profissionais

experientes e hóspedes exigentes. Um

começo que se refletirá na futura

carreira de cada um deles.

Os hotéis-escola Senac formam um

complexo educacional de nível

técnico e superior e são considerados

os mais bem equipados e importantes

centro de formação hoteleira e

gastronômica da América Latina.

Grande Hotel São Pedro

Hotel-Escola SenacParque Dr. Otávio de Moura Andrade, s/n

Águas de São Pedro - SP

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Page 39: Revista Perfil Gastronômico

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Page 40: Revista Perfil Gastronômico

Em inglês cheese. Em espanhol queso.

Em alemão käse. Em francês fromage.

Em italiano formaggio. E no bom

português queijo. Existem tipos para

todos os gostos. Os sabores variam do

suave, sem sal, até o mais forte, picante

e agudo. A aparência e textura

também são variadas. Desde os queijos

duros, redondos e pesados, até os tão

macios que podem ser esparramados

por cima de bolachas, pães e frutas. Os

queijos podem acompanhar quase

tudo: frutas, verduras, cereais e são

amigos inseparáveis das massas. Podem

ainda ser servidos com comidas

salgadas ou doces, e as vezes, são o

prato principal como o Fondue ou até

sorvete. Ralado ou em pedaços, os

queijos são bem admirados em

qualquer mesa. O queijo é um dos

alimentos mais antigos, populares e

importantes do mundo, especialmente

por ser de fácil transporte, ter longa

durabilidade e alto teor de gordura,

proteína, cálcio e fósforo. Hoje em dia,

existem milhares de tipos de queijos que

são fabricados no mundo todo (apenas

na França existem mais de 400 tipos).

Vou tratar dos tipos mais populares no

mundo.

BRIE

É um queijo de massa macia e

quebradiça, maturado externamente

pelo fungo Penicillium Candidum, que

lhe confere sua característica casca

branca aveludada. Por isso também é

conhecido como queijo de mofo

branco. Em geral, produzidos em

processos manuais, a partir de

pequenas quantidades de leite. O

ponto ideal para ser consumido

apresenta-se entre 25 e 40 dias após

sua fabricação. Com essa maturação

terá adquirido sua massa cremosa e

seu característico sabor.

Consumidores que preferem um

queijo mais forte devem esperar até

60 dias de maturação, quando a

camada de mofo branco se torna

mais rala, a casca adquire tons

avermelhados e o odor intenso. O

queijo Brie tem propriedades

organolépticas. Para melhor ser

degustado, deve ser retirado da

refrigeração 30 minutos antes de ser

servido. Um bom vinho tinto é outra

boa dica de acompanhamento.

CAMEMBERT

Natural da Normandia possui um

sabor intenso (levemente picante),

mas ao mesmo tempo caracteriza-se

por uma suavidade inconfundível.

Pasta mole, casca aveludada

branca, fabricado com leite de vaca

e textura suave. Sua produção é feita

a partir de pequenos volumes de leite

com cuidados bastante artesanais.

Geralmente se apresentam em

formas cilíndricas pequenas. Depois

de colocados em formas, os queijos

são pulverizados externamente pelo

fungo Penicillium Candidum e são

QUEIJOS: O PONTO FORTE DO INVERNO

38

Page 41: Revista Perfil Gastronômico

mantidos em câmaras, sobre prateleiras

adequadas (com fios de aço inox ou

alumínio). Após 6 ou 7 dias começa a

aparecer uma fina camada de mofo

branco. Os queijos então são virados

cuidadosamente, para que o mofo

cresça homogêneo por toda a

superfície. Após 12 dias em média,

podem então ser embalados em papel

especial de alumínio, que mantêm

intacta sua aveludada superfície

branca.

Dicas para servir: puro, em tábuas de

queijo, saladas ou podem ser utilizados

quentes, em versões culinárias. Para a

adequada degustação deste queijo,

deve-se retirá-lo da geladeira com

antecedência de uma hora. Para

acompanhá-lo é sugerido vinhos tintos

leves, pouco tânicos (Côte du Rhône),

ou mais frutados (Bordeaux ou

Beaujolais).

ROQUEFORT

Originário da região de Rouergue,

localizada no sul da França, este tipo de

queijo é produzido com leite de ovelha

não-pasteurizado ao qual é adicionado

o fungo penicillium roqueforti. A

umidade e a quantidade de ar no local

de maturação, necessárias para que o

fungo se desenvolva no queijo, são

rigorosamente controladas. A casca é

úmida de cor marfim bem clara, a

textura é macia, com um aroma

característico, e o sabor forte que pode

ser picante de acordo com o grau de

maturação.

Dicas para servir: Esmigalhe em cima de

saladas, macarrões ou pão de focaccia.

È também delicioso se acompanhado

com pêra, figo, maçã e nozes. Vinhos

licorosos e tintos suaves também são

acompanhamentos perfeitos.

Um dos queijos macios preferidos

pelos franceses, ele foi inventado no

século 19 por Charles Gervais. São

feitos de leite de vaca pasteurizado,

se apresentando normalmente na

forma de pasta.

Dicas para servir: Por possuir uma

mistura de sabor, doce e salgado, é

indicado como deliciosas

combinações para frutas, mel e

cereais. É amplamente utilizado

também como base de diversas

sobremesas tradicionais de origem

francesa.

CHÉVRE

O tradicional queijo de leite de cabra

francês apresenta-se na forma de

pequenos rolos, com casca branca,

consistência macia e massa que se

esfarela. Tem um sabor ligeiramente

salgado. Na receita tradicional,

originária do Sul da França, esses

pequenos rolos são moldados a mão,

o que explica suas dimensões e

formato. Pode ser recoberto com

uma fina camada de carvão de

carvalho.

Dicas para servir: combina

perfeitamente com torradinhas,

sendo um ingrediente saboroso para

fazer canapés, além de frutas, em

cima de saladas e molhos. Sua

composição com outros queijos em

tábuas é muito apreciada. É um

ótimo acompanhamento para vinhos

rosé e espumantes.

CANTAL

Originário da região francesa de

Auvergne, este queijo de massa

compacta e semi-dura. Quando

jovem é bem suave e, já

amadurecido, traz sabor intenso. Feito

PETIT SUISSE

39

Page 42: Revista Perfil Gastronômico

com leite de vaca não-pasteurizado tem

formato de tambor. Com

aproximadamente 45% de gordura, o

cantal com affinage* (maturação) de 6

meses tem casca natural, amarelo escura,

manchas vermelhas e tons de laranja. O

queijo passa por uma sala fria, úmida e

escura; é virado e esfregado 2 vezes por

semana por pelo menos 30 dias após a

fabricação.

Este tipo de queijo, primeiramente

produzido por monges trapistas, sendo o

primeiro produzido com leite pasteurizado,

em torno de 1930, tem por características

a massa amarela, muito macia, untuosa e

fechada, de sabor suave e sem acidez.

Sua casca fina, amarelada, se forma com

tratamento com água, salmoura e

pequena dose de urucum.

MORBIER

Produzido originalmente na região

francesa de Comté, este queijo de massa

lavada, consistência macia, sabor suave e

textura fechada, apresenta em seu interior

uma linha formada de carvão vegetal,

produzida durante o processo de

enformação.

EMMENTAL

Originário do cantão de Berna, o

Emmental, Emmentaler ou

Emmenthal, é produzido com leite

de vaca, possui sabor suave,

levemente picante, casca escovada

e dura, e massa com grandes

buracos característicos, originados

pelo dióxido de carbono produzido

pela bactéria Propionibacter

shermani.

Dicas para servir: puro, em

sanduíches, tábuas de queijo e

gratinados. É o queijo ideal para a

preparação da Fondue, prato típico

suíço.

GRUYÉRE

SAINT PAULIN

BLEU VERCORSFabricado com leite de vaca, este queijo

de pasta semi-mole possui sabor leve e

aroma de amêndoas.

COTTIN CHAVIGNOL

Produzido a partir do leite cru da cabra de

raça alpina, este tipo de queijo deve ser

consumido fresco. Paladar amendoado,

acentuado, porém não picante, e pasta

quebradiça. Apresenta-se normalmente

coberto de ervas.

Originário da cidade de Gruyères é

fabricado com leite cru de vaca, ao

qual se adiciona um pouco de

açúcar. Uma das características

deste queijo é a de possuir buracos

embora estes sejam menores e em

menor quantidade do que no queijo

Emmenthal. A casca natural é dura,

seca e de cor castanho-ferrugem. A

textura do queijo é ligeiramente

granulosa, densa e compacta (mas,

ao mesmo tempo flexível). Esta

densidade é a responsável pela sua

excelente capacidade de derreter

ao gratinar. Este queijo apresenta um

sabor bem complexo: no primeiro

momento, frutado, mas em seguida

percebe-se um ligeiro sabor de

nozes. O Gruyère é copiado por todo

o mundo e por vezes é

comercializado sob a forma de

pasta fundida (esta sem os

característicos buracos).

Dicas para servir: É perfeito se

acompanhado de vinhos brancos

como Chardonnay e Sauvignon.

40

Page 43: Revista Perfil Gastronômico

GORGONZOLA

Originário da localidade de Gorgonzola,

nos arredores de Milão, este tipo de

queijo caracteriza-se pela maturação

feita com Penicillium roqueforti.

Apresenta massa úmida com veios azuis

esverdeados, textura macia, um pouco

pastosa e quebradiça. Tem sabor

pronunciado e característico,

ligeiramente salgado.

Dicas para servir: puro, em tábuas de

queijos e patês, como aperitivo ou em

aplicações culinárias como molhos ou

recheios. É também um excelente

acompanhamento para vinhos licorosos

como o Porto.

GOUDA

Produzido na região sul de Amsterdã,

este tipo de queijo possui massa firme e

prensada, textura lisa com pequenos

buracos e sabor de avelã.

Dicas para servir: acompanhamento

para vinhos tintos como Merlot e

Cabernet Sauvignon.

EDAM

Queijo de massa semi-dura, produzido

em várias regiões da Holanda a partir de

leite de vaca gordo ou semi-desnatado,

com formato esférico. A casca é pouco

percebida, coberta com uma cera

vermelha. O ideal é consumi-lo jovem

quando sua textura é ainda flexível. O

sabor adocicado e suave lembra nozes.

O edam revestido com cera preta

significa que foi maturado por pelo

menos 17 semanas.

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Page 46: Revista Perfil Gastronômico

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