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REVISTA SP SINDLOC Em entrevista exclusiva, o jornalista José Nêumanne Pinto aponta soluções para a crise e valoriza a importância da união setorial Juntos na mesma rota! Nova lei estadual torna ainda mais difícil e burocrático o acesso a inadimplentes Confira o ranking dos carros que menos se desvalorizam após um ano de uso Ano XIX – Edição 174 - 2015 Sindicato das Empresas Locadoras de Veículos Automotores do Estado de São Paulo

REVISTA sindlocsp · desvalorizam após um ano de uso ... o 's' da crise nunca foi tão atual e é o motor que deve nos conduzir para o caminho de sucesso. A palavra crise, escrita

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REVISTA

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Em entrevista exclusiva, o jornalista José Nêumanne Pinto aponta soluções para a crise e valoriza a importância da união setorial

Juntos na mesma rota!

Nova lei estadual torna ainda mais difícil e burocrático o acesso a inadimplentes

Confira o ranking dos carros que menos se desvalorizam após um ano de uso

Ano XIX – Edição 174 - 2015Sindicato das Empresas Locadoras de Veículos Automotores do Estado de São Paulo

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Em meio à instabilidade política e econômica que vivemos, vamos chorar ou vender lenços? Contemplar a tempestade ou remar na direção contrária? Nosso setor já fez sua escolha. A despeito das desanimadoras notícias protagonizadas pelo poder público, o velho jargão tire

o 's' da crise nunca foi tão atual e é o motor que deve nos conduzir para o caminho de sucesso.A palavra crise, escrita no ideograma chinês, contém dois caracteres que significam perigo e

oportunidade. Nada mais emblemático. O cenário exige atenção redobrada, mas a rota que nós, empreendedores, temos de seguir é muito clara. Precisamos olhar ao redor e enxergar, antes de concorrentes, aliados estratégicos. Devemos compreender e colocar em prática a força do mercado automotivo e do nosso setor, capaz de gerar bons negócios mesmo em meio às difi-culdades conjunturais.

Juntos, podemos nos renovar. Afinal, as locadoras formam uma rede de distribuição sólida e que desperta cada vez mais a atenção das montadoras. As principais indústrias em atuação no país endossam a importância dessa parceria e reafirmam seus objetivos de investir na aproxi-mação com o mercado frotista e de locação.

O maior rigor na oferta de crédito, a retração nas vendas ao consumidor final e a alta produção automotiva são oportunidades para nosso segmento negociar revendas com as montadoras e obter mais vantagens na aquisição de veículos. Dessa forma, podemos ter uma atuação estra-tégica para assegurar mais equilíbrio ao mercado.

Nunca é demais lembrar que, para cada carro novo, outros três usados são vendidos no país. E a comercialização dessa categoria de veículos continua a ser uma possibilidade promissora para navegar com mais tranquilidade nesse mar turbulento.

Quando falamos do Sindloc-SP, não canso de repetir: somos uma grande locadora paulista e a maior do país, integrando mais de 2,3 mil empresas em todo o estado, administrando uma frota superior a 350 mil veículos e gerando negócios. Consciente dessa representatividade, a entidade segue em busca de novas oportunidades, para atrair novos parceiros, viabilizar bene-fícios para as associadas e defendê-las nas esferas jurídica, tributária e fiscal. Os eventos que organizamos são momentos ímpares para compartilhar ideias, tendências e conhecimentos.

A maré pode estar baixa para a economia, mas não temos tempo para apreciar a tormenta, que está longe de ser a primeira que enfrentamos. Profissionalismo, inovação e senso coletivo sempre nos levarão às vitórias.

Na maré baixa, vamos juntos mover esse barco

Eladio PaNiagua JuNiorPresidente do Sindloc-SP

EdIToRIAl

A Revista Sindloc SP é uma publicação mensal do Sindicato das Empresas Locadoras de Veículos Automotores do Estado de São Paulo, distribuída gratuitamente a empresas do setor, indústria automobilística, indústria do turismo, executivos financeiros e jornalistas.

Foto de capa: Istock

Presidente: Eladio Paniagua JuniorVice-presidente: Luiz Carlos de Carvalho Pinto LangDiretoria: Jeronimo Muzetti, José Mario de Souza, Luiz Cabral, Paulo Miguel - Flavio Gerdulo, Luis Godas, Marcelo Fernandes, Paulo Bonilha Jr e Paulo Gaba JrProdução Editorial: Scritta – www.scritta.com.brCoordenação: Leandro LuizeRevisão: Júlio YamamotoDiagramação: Graziele Tomé - Eco Soluções em Conteúdo - www.ecoeditorial.com.brJornalista Responsável: Paulo Piratininga - MTPS 17.095 - [email protected]

EXPEDIENTE Impressão: Gráfica RevelaçãoTiragem: 5 mil exemplaresCirculação: distribuição eletrônica para 7 mil leitores cadastradosEndereço: Praça Ramos de Azevedo, 209 – cj. 22 e 23Telefone: (11) 3123-3131E-mail: [email protected]

É permitida a reprodução total ou parcial das reportagens, desde que citada a fonte.

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18 appSistemas de reservas pela internet garantem impulso à venda sem custos exorbitantes

A Kia Motors destaca planos para incrementar parceria com locadoras e aprimorar o atendimento às empresas

10 LINHa DE MONTaGEM

Pagar as multas somente no licenciamento é prejuízo quase certo

06 aLERTa

Nova lei estadual torna mais moroso o processo de negativação e pode estimular aumento da inadimplência

12 BUROCRaCIa

Nível elevado de detalhamento exige cuidado redobrado na preparação do balanço fiscal do ano

14 GESTÃO

Em tempos de insegurança econômica, contratos bem amarrados podem ser a chave para manter a competitividade

16 ESpECIaLISTa

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19 CaRROO novo Palio 1.0 entra em 2016 com mais beleza, praticidade e economia

Saiba quais são os veículos que menos se depreciam em um ano e bons negócios

15 MERCaDO

José Nêumanne Pinto afirma que as saídas para o Brasil não estão fora das instituições e prega a união de esforços do setor

pINGUE- pONGUE08

SumáRIo

Luiz Marins convida à reflexão sobre as vantagens comparativas do Brasil em meio à crise

20 aRTIGOProfessor da USP traz dicas para racionalizar custos no fim do ano

ORIENTaÇÃO EMpRESaRIaL22

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Sinal vermelho para as locadoras que planejam recorrer a crédito bancário. O número de financiamentos de veículos entre janeiro e setembro caiu 13,2%, abrangendo 4,03 milhões de unidades contra 4,65 milhões do mesmo período de 2014. Os dados são da Cetip, empresa que opera o Sistema Nacional de Gravames (SNG). Nos nove primeiros meses de 2015, essas operações representaram somente 28,5% dos cerca de 7,85 milhões de veículos usados co-mercializados no ano. Embora o CDC continue a ser a modalidade preferida, com mais de 3,26 milhões de automóveis financiados, o índice foi 14,9% menor. O leasing registrou redução de 20,6%.

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crédito mais rigoroso

O próximo ano promete gratas novidades para o mercado frotista e de locação. A Citroën deu início à pré-venda do novo C4 Picasso, totalmente reformulado e com motor 1.6 turbo de 165 cv. As primeiras entregas serão feitas a partir de novembro, e o modelo tem duas versões de acabamen-to – o Seduction e o Intensive. A Chevrolet também inovou com o anúncio da tecnologia Onstar, que visa a mudar a re-lação entre motorista e veículo. O sistema consiste em um serviço de bordo ligado a uma central de atendimento via 3G, operada pela Claro, que pode acionar a ambulância em caso de acidentes, chamar a seguradora se e até reservar uma mesa no restaurante, entre outras funcionalidades. Para completar, a Fiat vai relançar o nome Tipo em seu novo sedã global, que será disponibilizado a 40 países. O Brasil deve figurar nessa lista.

citroëN

ofertas mais geNerosas

Está suspensa pelo Conselho Nacional de Trânsi-to (Contran) a obrigatoriedade do chip rastreador e do bloqueador para veículos, sob a alegação de que apresentam risco à privacidade. A decisão foi publi-cada no fim de outubro no Diário Oficial da União. É a segunda exigência cancelada no ano pelo órgão, de-pois da polêmica em torno da implantação dos novos modelos de extintores. O objetivo do governo fede-ral era implementá-la a partir de 1º de janeiro pró-ximo, criando uma espécie de placa eletrônica com informações sobre chassis, ano e modelo, acionada quando o automóvel passa por antenas instaladas nas vias. No entanto, à exceção de Roraima, nenhum estado abriu licitação para os equipamentos.

legislação

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rem recebidas, que, dependendo do comportamento dos clientes, podem ocorrer diariamente;

As desvantagens dessa prática cau-sam impacto direto na saúde financei-ra da locadora. “É uma ilusão imaginar que se está ganhando seis meses ao prorrogar o prazo de vencimento, pra-zo médio para recolher as multas no momento do licenciamento, pois, além de perder o desconto de 20% conce-dido quando se efetua o pagamento até o vencimento, a taxa média de juro anual é de 40%”, explica Lang.

Outro agravante é que muitos clien-tes de frota terceirizada, sobretudo os de grande porte, exigem ressarcir ape-nas as multas pagas com os 20% de desconto, independentemente de a lo-

Inadvertidamente, algumas locado-ras optam por adiar o pagamento das multas de trânsito para o ato do licen-

ciamento. “Pagar após o vencimento é um equívoco e compromete seriamente o caixa da empresa”, adverte Luiz Carlos Lang, vice-presidente do Sindloc-SP.

Segundo o empresário, o erro se dá, em geral, por três motivos:

1) problemas de fluxo de caixa.

2) porque a empresa não recebeu a notificação da infração ou a multa;

3) por problema de gestão, para não ter de pagar um profissional para a tarefa ou destacar um funcionário unicamente para se encarregar do pagamento das multas conforme fo-

cUidado ao QuItar as muLtas!

AlERTA

Acumular o pagamento de multas no ato do licenciamento pode comprometer a saúde financeira da locadora

cadora ter usufruído do benefício. Mais: somente com a apresentação do com-provante de pagamento da infração. Ou seja, se a locadora perder o desconto e cobrar do cliente o valor da multa com o desconto, é prejuízo na certa.

Em algumas praças, como São Paulo, a locadora que não honra o débito no prazo de vencimento pode ser inserida no Cadastro Informati-vo de Créditos não Quitados do Se-tor Público (Cadin) da Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz). Isso a impede de negociar com órgãos do governo, além de a empresa estar sujeita à execução fiscal, o que sig-nifica despesas extras e dores de cabeça elevadas com contratação de advogados.

Há que considerar, também, que, para vender o veículo, as multas de-vem ser quitadas de imediato. Assim, caso o prazo de pagamento esteja vencido, devem ser quitadas sem des-conto; e, segundo Lang, raramente a venda ocorre no mês do licenciamento.

SiStEma dE gEStãoLang ainda orienta pagar e co-

brar do cliente sempre que receber a notificação. “Assim que chegar a notificação, calcule o valor da multa no sistema de gestão da locadora, emita o boleto de cobrança, acresci-do da taxa de administração da em-presa, e envie ao cliente por e-mail. Na data do vencimento, a locadora já terá em caixa o dinheiro do cliente para pagar a multa”, explica.

Todos ganham com esse procedi-mento, inclusive o cliente, que pode avaliar o comportamento do condu-tor, saber se ele respeita o rodízio e os limites de velocidade, por onde trafega e se utiliza o veículo apenas durante o expediente. Ele também pode se precaver e cobrar a multa do funcionário antes que ele se des-ligue da empresa. l

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Qual é a Sua iNtErPrEtação a rESPEito da rEalidadE do PaíS?

Nunca presenciei nada parecido. O governo, mais especificamente de Dilma Rousseff, vem protagonizando uma conjunção de desastres em todas as esferas, o que dificulta enxergar perspectivas de melhora. Por isso, a única saída parece ser mesmo o impeachment.

maS Não SE trata dE uma ruPtura dráStiCa?

O título acima foi a resposta dada pelo jornalista e escritor José Nêumanne Pinto quando questionado sobre o futuro político e econômico do país. Com presença marcante em artigos no jornal O Estado de S. Paulo, em comentários na Rádio Jovem Pan e na TV Gazeta, o crítico ácido da atual presidente defende o impeachment como primeira saída para atenuar o cenário de crise, tachando como falsas as teorias de golpe. Apesar de considerar a atual turbulência a pior já vista em quase 50 anos de carreira, ele apontou um caminho para as empresas enfrentarem esta realidade, em entrevista especial à revista Sindloc-SP: a união e o engajamento setorial.

a solUção para o brasil não está fora das InstItuIções

Tal medida está longe de representar um golpe ou ruptura institucional. Como escrevi em recente editorial, intitulado "A falsidade como meio de vida, não como método", nossa presidente parece padecer de uma compulsão à mentira – o que se observou em desculpas evasivas sobre a falsificação de seu Curr iculum Lates e nas promessas para conquistar a reeleição, prontamente esquecidas após sua vitória. Além disso, investigações

PInGuE-PonGuE

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a solUção para o brasil não está fora das InstItuIções

sérias em curso, aparentemente, reforçam a cumplicidade deste governo com a corrupção. E, com a economia retraída, não há nada que justifique a permanência da presidente no cargo.

o PaíS Não PodEria Cair Em dESCrédito Com ESSa mEdida?

Não, pois o descrédito já está aí. O brechó político que o Poder Executivo se acostumou a promover passou a ser, nesta gestão, uma autêntica

banca de camelôs, onde se vende até o que não se tem e onde a chefe do Executivo negocia com o do Legislativo para assegurar impunidade a ambos. Mas há expedientes legais que podem abrir caminho para seu afastamento, sem comprometer a imagem do Brasil. Pelo contrário, pode ser uma janela de oportunidades.

Como ENCoNtrar NovaS oPortuNidadES Com ESSa altErNativa ExtrEma?

Acompanhei atentamente o processo que demoveu Fernando Collor da Presidência, conduzido sempre com base

na legalidade e sem traumas. O então vice-presidente Itamar Franco assumiu o poder e deu início a uma coalizão que viabilizou a maior reforma social que este Brasil já experimentou. O Plano Real, desenvolvido por uma equipe altamente técnica e capitaneada por Fernando Henrique Cardoso, garantiu ao país subsídios para combater nosso principal mal: a inflação, que compromete a renda da população e desestimula o consumo. Não temos hoje um vice do quilate de Itamar, mas acredito na coalizão como o caminho possível.

Já PaSSamoS Por outraS CriSES E a SuPEramoS. ESta máxima é aProPriada Para o atual momENto?

De fato, não convivemos com uma crise passageira. No pior cenário, a presidente ficará no poder por mais três anos e meio. Mas uma articulação política ampla e inteligente apaziguará os ânimos do mercado, tranquilizará a sociedade e dará ao país respaldo

para restabelecer os pilares da economia e colocar em prática as prioridades do Brasil real, não do Brasil oficial. O Brasil oficial tenta vender uma inclusão social que não existe. No real, o impulso não está no assistencialismo raso e falso, e sim no combate à inflação, que corrói o poder de compra e prejudica o desempenho das empresas.

dE QuE maNEira aS EmPrESaS PodEm aJudar NESSE CamiNho dE Coalizão?

Segmentos como o automotivo têm força suficiente para combater a crise.

É a iniciativa privada que gera ideias, negócios e empregos, além de assumir a conta da elevada carga tributária e do peso excessivo do Estado. Ela tem poder institucional e econômico para cobrar mudanças. Mas, para isso, é essencial que cada empreendedor olhe para o lado e enxergue, em vez de um concorrente, um aliado. O estímulo à união setorial nunca foi tão necessário para se obter conquistas, reduzir injustiças e retomar a trilha de crescimento.

há utoPia NESSE CamiNho?Nenhuma. A presidente Dilma tem

consciência de que o bode está na sala e é preciso retirá-lo. Só não sabe ainda que o bode é ela. Mas, apesar disso, reitero minha crença nas instituições. Lembro que já tivemos uma revolução social neste país. O engajamento das empresas, aliado à democracia, representa o melhor investimento para o Brasil. l

“A presidente Dilma tem consciência de que o bode está na sala e é preciso retirá-lo. Só não sabe ainda que o bode é ela”

QUem: José Nêumanne Pinto - jornalista, poeta e escritoridade: 64 anosdestaQUe: Editorialista e articulista de O Estado de S. Paulo, comentarista político na Rádio Jovem Pan e na TV Gazeta. Membro da Academia Paraibana de Letras, já publicou 12 livros, incluindo os premiados o Silêncio do delator e o que Sei de lula

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Desde 1992, a Kia Motors do Brasil detém a exclusividade na distribuição de veículos da

sul-coreana Kia Motors Corporation. A montadora iniciou suas atividades em 1962 com foco total na fabricação de bicicletas. Em poucos anos, ela diversifi-cou seu portfólio e consolidou-se como a oitava maior marca do mundo, com produção e comercialização superiores a 3 milhões de unidades ao ano. Mas, se considerar o ranking por grupos au-tomotivos, a empresa figura na quarta posição por pertencer ao conglomerado Hyundai/Kia, atrás somente de Toyota, Volkswagen e General Motors.

Das magrelas a veículos robustos e dotados de alta tecnologia, a Kia Mo-tors incorporou a diversificação ao seu

A montadora planeja incrementar o atendimento e a linha de veículos para o segmento frotista

DNA. É essa característica que estimu-la a montadora a manter suas fichas no mercado brasileiro, onde ocupa a 18ª posição em vendas mesmo sem contar com um parque fabril. “O Brasil continua a ser um dos maiores merca-dos mundiais e, mesmo no contexto de crise, deve absorver em torno de 2,5 milhões de veículos, o que não é pou-co”, ressalta Ary Jorge Cosendey Ribei-ro, diretor nacional de vendas. “Mas, para satisfazer o exigente consumidor do país, temos de levar em conta um produto que apresente design, quali-dade e preço competitivo”, pondera.

Esse trinômio será a base do plano de incrementar a parceria com o segmen-to de locação. “Apesar de termos uma rede de 130 concessionárias, as vendas

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Locadoras no radar da Kia

Ary Jorge Cosendey Ribeiro, diretor nacional de vendas da Kia

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veículos comercializados em 2011. No entanto, foi afetada pelo aumento de 30 pontos percentuais no IPI. “Neste momento, estamos limitados a vender volume até a cota de 4.800 unidades/ano sem pagamento dos 30% de im-posto, de acordo com o que estabelece o programa Inovar-Auto. Assim, fomos obrigados a reduzir margens, melhorar o portfólio e acelerar o plano de lança-mento de produtos”, avalia. O início da produção na planta do México, com o qual o Brasil mantém acordo bilate-ral, também é aguardado com muita ansiedade, pois permitirá à montado-ra trazer um volume de veículos com isenção no imposto de importação.

A projeção é encerrar o ano com 17 mil automóveis comercializados. “Diante da carga tributária e da desva-lorização do real diante do dólar, temos de trabalhar intensamente para buscar o cliente onde ele estiver, oferecendo o maior pacote de benefícios possível. Seguramente, o setor de locação será um meio estratégico para atingir esse objetivo”, endossa. l

para as locadoras, em particular, ainda são incipientes. Porém, estamos nos preparando para atendê-las melhor e com mais competitividade”, observa Ri-beiro. Essa estratégia está pautada nos resultados substanciais obtidos com o segmento frotista, majoritariamente no estado de São Paulo – a região con-centra 40% das transações para esse mercado, em relação a 28% no cômputo geral de vendas.

A linha de automóveis fleet, com maior valor agregado, é a mais requisi-tada atualmente por clientes da marca, em especial executivos de empresas. O campeão de comercialização entre as locadoras é o Sportage, seguido por Sorento e Cerato. Em comum, esses carros satisfazem ao perfil do consumi-dor que procura um modelo completo, econômico e robusto. A Kia ainda dispõe de um variado mix que se inicia com o Picanto, um compacto, passa pelo Soul, um veículo-design, por quatro sedãs (Cerato, Optima, Cadenza e Quoris), três SUVs (Sportage, Sorento e Mohave), um CUV (Grand Carnival) e um comercial leve, o Bongo.

Em 2015, as novidades sob medida para locação foram o SUV médio Kia So-rento e o CUV Kia Carnival. E, para 2016, a montadora promete os lançamentos do New Cerato, do Rio e de versões re-novadas do Sportage e do Optima. “São modelos que vão ao encontro da deman-da desse mercado por uma prestação de

serviços mais qualificada. Além disso, ampliamos a carga de treinamento das nossas equipes, de modo a dinamizar a relação com as locadoras”, relata.

Futuro do E No BraSilEmbora julgue precipitada qualquer

nova previsão acerca da atual instabi-lidade política e econômica do Brasil, Ribeiro deposita no país a confian-ça que a Kia sustentou em janeiro de 1993, quando efetivamente deu início às atividades de distribuição em solo nacional. “A decisão estava atrelada ao potencial futuro do mercado brasileiro e à inserção de poucas marcas à épo-ca. A abertura aos importados mostrou que estávamos no caminho certo”, co-menta o executivo.

Maior importadora sem fábrica no país, a Kia alcançou o recorde de 77 mil

3 milhões de unidades produzidas e comercializadas por ano, no mundo

roNaldo martiNSgerente nacional de vendasE-mail: [email protected].: (11) 4024-8016

QUem é QUemPara facilitar seu acesso aos produtos e serviços que a importadora disponibiliza especialmente para locadoras, apresentamos os contatos de vendas diretas da KIA:

ary JorgEdiretor nacional de vendasE-mail: [email protected]

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ção tende a cair ainda mais, desestimulando o devedor a quitar suas pendências e ampliando os riscos especialmente para as locadoras de pequeno porte, nas quais são comuns as tran-sações com o uso de cheques”, explica Rodrigo Albino, gerente comercial da MVR Soluções, consultoria parceira do Sindloc-SP que custo-miza ferramentas de análise de crédito para o mercado de locação de veículos.

Segundo estudo da Boa Vista SCPC, divulga-do por meio de nota oficial da Federação das Associações Comerciais de São Paulo (Facesp), bancos e financeiras deverão aprovar apenas 20% dos créditos que liberam atualmente se continuarem a aceitar a taxa de inadimplência com que convivem hoje. Mas, se mantiverem a taxa de aprovação, a inadimplência vai triplicar, supondo que 20% dos ARs retornem. Diante desse risco ampliado, que afeta todo o merca-do, essas instituições também devem fechar as torneiras aos próprios credores.

loCadoraS No ESCuroUma das primeiras implicações negativas da

nova lei foi a suspensão, por parte da Serasa Experian, da divulgação dos tradicionais indi-cadores de inadimplência do consumidor e de empresas. A alegação é que “o fato distorce a realidade da inadimplência no Brasil, compro-metendo os índices e as pesquisas da Serasa Experian à sociedade e as colocando em risco o mercado de crédito, pois impede a atuação dos órgãos de proteção ao crédito e estimula o pro-testo em cartório”.

“Tradicionalmente, as locadoras acompanha-vam essas pesquisas para obter informações que as auxiliavam a identificar mais facilmente as probabilidades de inadimplência e garantir segurança às suas operações. Agora, passam a tatear no escuro”, critica Rodrigo Albino. “Para enfrentar essa realidade, as plataformas de análise de crédito ajudam o empreendedor a fugir da inadimplência. Mas, se ela aparecer e se houver uma mínima hipótese de diálogo, um dos caminhos pode ser o da negociação direta com o devedor”, conclui. l

Além do já dificultado acesso a créditos bancários e da curva de aumento na inadimplência, eis que uma nova decisão do gover-no estadual pode oferecer novos obstáculos ao pequeno e mé-

dio empresário. A Lei nº 15.659, sancionada em outubro, determina que o devedor seja notificado de sua inclusão no cadastro de inadimplentes somente por meio de carta com Aviso de Recebimento (AR), que subs-titui os comunicados simples e de baixo custo utilizados há mais de 20 anos. Resultado: mais ônus para o consumidor e mais morosidade na resolução da dívida.

Um AR deve ser entregue pelos Correios em mãos. Só essa exigência aumenta sete vezes o custo da notificação. Caso o contribuinte se ne-gue a assiná-lo, só poderá ser oficializado como inadimplente se o credor protestar a dívida em cartório. E, para retirar a negativação, ele precisará assumir encargos em torno de 10% da dívida, que por sua vez terá de ser paga integralmente, sem nenhuma possibilidade de renegociação.

“Hoje, as empresas de cobrança só conseguem reaver 30% do valor to-tal de uma carteira de dívida. Com essa nova burocracia, essa recupera-

sInaL verde para a iNadimplêNcia

BuRoCRACIA

Nova lei estadual torna o processo de negativação ainda mais lento e oneroso

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Nível de detalhamento das informações requer cuidado redobrado das locadoras para evitar pesadas multas

alerta máximo! É hora de entregar o baLanço fIscaL

A preocupação das locadoras em ser conservadoras nos gastos pode sucumbir por um simples

detalhe: a entrega do balanço fiscal do ano-exercício de 2015. Com o advento dos sistemas de escrituração digital, o nível de cruzamento das informações pela Receita Federal chegou a tal ponto que todo detalhe diário das atividades da empresa deve ser minuciosamente descrito. As multas para quem não apre-sentar devidamente a movimentação financeira e contábil podem atingir três dígitos. O diretor da Audit Consult, Paulo Henrique, indica as obrigações de acordo com cada regime tributário. Confira:

SimPlES NaCioNal4 NF-e: entrega on-line no momento da emissão das notas fiscais. Por enquanto, as locadoras não estão obrigadas a emitir suas faturas/avisos/recibos por meios eletrônicos... por enquanto.4 declaração mensal do Simples Nacio-nal: declaração mensal na qual se apuram os impostos e de imediato vai para sua conta corrente fiscal4 dEFiS: declaração anual na qual seu fa-turamento e impostos são confirmados e também a distribuição de lucros aos sócios4 dES/giS&outros: declarações mensais enviadas à prefeitura, com informações de todas as NFs de compra de serviços4 dirF: declaração anual na qual se informam as retenções de imposto de renda na fonte4 e-Social: declaração mensal com todas as movimentações/informações de sua folha de pagamento

GESTão

Istoc

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luCro PrESumido4 NF-e 4 EFd-Contribuições: declaração mensal com detalhamento nota a nota de todo o seu faturamento e compras de mercado-rias e serviços que geraram créditos em sua atividade. Esta declaração é cruzada com as NFs-e emitidas.4 ECd: declaração anual obrigatória para quem distribui lucros, em formato de arqui-vo texto “.txt”4 ECF: declaração anual que substituiu a DIPJ4 dCtF: já antiga e conhecida, esta declara-ção informa ao Fisco todos os seus impostos apurados. Ela é cruzada com a DIRF-anual e com outras declarações

n Entrega espontâneaa) R$ 500 por mês para a pessoa jurídica em início de atividade, tributadas pelo lucro presumido e optantes pelo Simples Nacional;B) R$ 1.500 por mês para as demais empresas.

n As multas acima serão reduzidas pela metade – ou seja, em 50%– quando a entrega da declaração for feita espontaneamente, sem a intimação por parte da Receita Federal.

n No caso de informações omitidas ou prestadas na declaração de forma incompleta

n A multa será de 3% do valor das transações comerciais ou das operações fi-nanceiras, próprias da pessoa jurídica ou relativas a terceiros em relação à res-ponsabilidade pelo recolhimento dos tributos. Essa multa não poderá ser infe-rior a R$ 100. Quando a pessoa jurídica for intimada a prestar esclarecimentos à Receita Federal e não cumprir esta exigência, a multa será de R$ 500 por mês.

multaS Por FalhaS Na ENtrEga do BalaNço FiSCal

4 dirF4 e-Social

luCro rEal4 NF-e 4 EFd-Contribuições4 ECd4 ECF4 dCtF4 dirF4 e-Social4 e-lalur: declaração que substituiu o anti-go livro, entregue em formato digital, que será cruzada com outras declarações. Esta nova declaração faz parte da ECF e detalha a apu-ração mensal, trimestral e anual do Lucro Real

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Ranking da agência AutoInforme pode servir de norte para as locadoras dispostas a renovar a frota

bém, pela ordem, Hyundai HB20, Ford Fiesta, Renault Sandero e Volkswagen Up!. Confira na tabela ao lado as posi-ções e os indicadores dos 20 automó-veis que por mais tempo preservam seu valor de revenda.

A medição desses índices está atrela-da a variados fatores, como o porte e a categoria do carro, a inserção da monta-dora no mercado, a rede de distribuição e, claro, a aceitação pelos consumidores.

A premiação está na segunda edição, apesar de o estudo ser conduzido há 11 anos pela agência. “Essa mensura-ção é determinante não só como cri-tério de revenda, mas também para quem deseja ou necessita valorizar e otimizar a utilização de sua frota. Uma decisão acertada pode represen-tar um diferencial competitivo para as locadoras”, ressalta o presidente do Sindloc-SP, Eladio Paniagua Junior. l

Mais do que nunca, controlar custos e investimentos na ponta do lápis tornou-se

essencial para dar sobrevida aos ne-gócios. E o mais recente Prêmio Maior Valor de Revenda 2015, anunciado pela agência AutoInforme, pode ajudar as locadoras nessa missão. O levanta-mento apontou os veículos que menos se desvalorizam após um ano.

A pesquisa abrangeu os 140 modelos mais comercializados no mercado bra-sileiro entre agosto de 2014 e agosto de 2015, analisando a depreciação com base na comparação do preço médio para venda no período inicial e depois de 12 meses. Os valores foram extraídos da tabela Molicar.

Assim como no ano passado, o Che-vrolet Onix figurou na primeira posição, com depreciação de apenas 7,6% ao ano. A lista dos top 5 contempla tam-

os carros Que menos sedesvalorizam No brasil

mERCAdo

QuEm EStá loNgE da rota da dEPrECiação?

1º Chevrolet Onix -7,6%

2º Hyundai HB20 -8,0%

3º Ford Fiesta -8,1%

4º Renault Sandero -8,2%

5º Volkswagen Up! -8,3%

6º Fiat Punto -8,4%

7º Toyota Etios -8,5%

8º Volkswagen Fox -8,8%

9º Ford Ka -8,9%

10º Volkswagen GOL -9,0%

11º Hyundai HB20S -9,1%

12º Peugeot 208 -9,4%

13º Fiat Uno -9,5%

14º Fiat Strada -9,6%

15º Citroën C3 -9,7%

16º Ford Ka+ -9,9%

17º Volkswagen Golf -10,0%

18º Chevrolet Prisma -10,2%

19º Toyota Etios Sedã -10,2%

20º Volkswagen Saveiro -10,3%

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Pequenos detalhes podem resguardar empresários contra multas ou rescisões

de oLhos bem abertos Nos coNtratos

ESPECIAlISTA

Se notícias sobre quebras de contrato já são indesejáveis para qualquer empresário na

fase de bonança, imagine no cená-rio de crise. Mais do que nunca, as locadoras precisam estar atentas a eventuais brechas que deem, fa-cilmente, margem a multas e res-cisões unilaterais.

Quase sempre os contratos, tanto com fornecedores como clientes, deixam ambas as partes satisfeitas no ato da assinatura. Entretanto, no surgimento do primeiro problema ou divergência, o litígio torna-se quase inevitável. Mas a briga judicial pode ser impedida à custa de uma boa negociação e transparência. O advogado Mauro Scheer Luís, que milita há cerca de 15 anos no direito empresarial, apresenta algumas di-cas preciosas para resguardar o em-preendedor em novas negociações ou nas tentativas de renovação.

mauro SChEEr luíS é sócio-fundador do Scheer & Advogados Associados, escritório especializado em direito empresarial, e já foi membro da comissão de cooperativismo da OAB-SP

01 Analise em que condições é possível abandonar a relação. Os riscos são os mesmos, independentemente da posição em que estiver o empre-sário. “Na condição de contratante, ele pode pagar caro e se vê obrigado a conviver com um fornecedor de má qualidade por medo do rombo. Se loca veículos para uma pessoa física ou terceiriza sua frota impondo elevadas multas, o que parece ser uma proteção pode levar a uma ação na Justiça por enriquecimento ilícito”, ressalta.

02 Em tempos de insegurança inflacionária, situação que o Brasil não experi-mentava havia alguns anos, cláusulas que possibilitam reajustes no valor mensal do contrato em períodos inferiores a um ano são um tiro no pé do empreendedor. “A inflação está voltando a rondar a casa dos dois dígitos. É preciso ser conservador nesse momento. O contratante pode dar sucessi-vas demonstrações de satisfação com a locadora, até o momento em que a conta apertar e ele sugerir uma 'adequação', valendo-se justamente des-sa relação de confiança para solicitar uma redução”, adverte.

03 Nada de cláusulas miudinhas para, por exemplo, estabelecer uma diária ex-tra de R$ 100 se o usuário não fizer o pagamento no prazo devido. “Existe uma indústria da indenização cada vez mais ávida por levar o prestador de serviço à esfera judicial, sob o pretexto de defender os interesses do con-sumidor. Um item escondido no contrato pode fazer com que o empresário seja acusado de tentar ludibriar o cliente”, relata. Esse desgaste pode ser evitado com letras garrafais, redigidas em caixa alta.

04 Com um vocabulário tão rico como o português, por que não inserir in-formações mais bem discriminadas nos contratos? Um prazo de paga-mento em até dez dias úteis soa genérico e pode gerar interpretações, exceto se o contrato embutir até mesmo informações sobre dia e horário limites. “Isso é o que chamamos de cláusula ostensiva, que não dá vazão a dúvidas nem a questionamentos”, afirma.

05 Cauteloso e flexível em alguns momentos, mas duro na queda quando o assunto são as multas por atraso na entrega do veículo. Mais do que a sim-ples diária extra, a cobrança de uma multa de 10% a 20% não é incabível. É uma medida razoável se pensarmos no universo de empresas com frotas enxutas, que podem perder clientes por falta de disponibilidade de veículos.

06 Ninguém quer o caminho judicial, mas é uma alternativa que deve cons-tar em contrato não só para os casos de rescisão. O empresário pode solicitar ao seu advogado a inclusão de um artigo que permita a redis-cussão judicial caso ele entenda que há abertura para um reequilíbrio contratual. O diálogo e a negociação são sempre as melhores vias, e é uma medida de segurança que deve constar do acordo. l

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APP

locação on-line em tempo real. Entre as funcionalidades estão controle das tarifas, início e fim de vigência de tabelas de preços e descontos máximos por perfil de usuário, re-latórios de indicadores de vendas, com dados sobre a origem da reser-va, serviços adicionais mais requisi-tados, proteções mais contratadas, produtividade dos atendentes e gru-pos mais alugados.

Outras vantagens incluem a im-pressão de reservas e contratos, controle de disponibilidade, mapa de

Basta ter um site para trans-formar a loja física em uma locadora virtual e oferecer

aos clientes mais um serviço dife-renciado: a agilidade e comodidade de fazer a reserva on-line. Em vez de gastarem com a contratação de uma desenvolvedora de software para adquirir produtos exclusivos, as empresas de pequeno e médio porte já encontram alternativas acessíveis no mercado.

Os sistemas possibilitam geren-ciar as reservas e os contratos de

reservas on-LIne ao seU alcaNceSistemas acessíveis de e-rental para locadoras de veículos agilizam o processo e otimizam o negócio

reservas, vendas de itens adicionais (cadeiras de bebê e GPS, por exem-plo), vendas de proteções obrigató-rias e opcionais, confirmação e envio de voucher por e-mail.

Os programas também propor-cionam um controle mais efetivo de substituição de carros, inclusive da-queles que são sublocados.

A renovação de todos os contra-tos de um cliente também pode ser efetuada em lote, com apenas um clique. Além disso, as ferramentas contribuem para minimizar even-tuais fraudes, já que armazenam o histórico de reservas e contratos, contemplando detalhes de quem, quando e o que fez, bem como ca-dastros das lojas e dos veículos, com foto, horário e dias de funcio-namento. O cliente pode finalizar a operação até mesmo por meio de um aplicativo, adaptado a telefones celulares e smartphones.

Existem no mercado empresas que mantêm módulos de reservas on-line com pacotes mensais customizados ao tamanho da frota. Locadoras com até 15 veículos podem desembolsar a partir de R$ 220, tendo suporte e assessoria incluídos.

Em tempos de concorrência acir-rada, um custo que pode ser rapi-damente revertido em boas vendas, novos clientes e, especialmente, na fidelização dos já existentes. l

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carro

Mais recente versão do Palio 1.0 mantém praticidade e economia, mas com muitos quês a mais

tradicioNal, mas novo em foLha

A expressão mais do mesmo, definitivamente, não se aplica à nova versão do Palio Fire 1.0 2016. O modelo recém-apresentado pela Fiat continua a esbanjar robus-tez e economia, mas agrega funcionalidades que o tornam ainda mais requintado.

A renovação começa no design. A grade frontal, agora, exibe a mesma cor do veículo, conferindo uma estética mais homogênea. O painel de instrumentos foi modificado e apresenta um visual bicolor, enquanto o quadro de instrumentos passa a contar com serigrafia ilustrativa. Os faróis biparábola também chamam atenção, graças a uma pin-tura 100% metalizada.

O Palio Fire não poderia deixar de proporcionar novidades para quem busca uma dire-ção mais segura e aprazível, com direito a airbag duplo e freios ABS de série. O volante pesado está com os dias contados, já que o modelo dispõe de alternativa de direção hidráulica. Os frotistas podem ainda equipar o automóvel com vidros e travas elétricas, além de dotá-lo com motor 8v Flex, sob medida para clientes que precisam cumprir longas distâncias.

A economia não se restringe a um slogan. O modelo ganhou nota A no Programa Brasi-leiro de Etiquetagem Veicular do Inmetro, por se enquadrar entre os veículos com menor gasto de combustível no país. Para completar, o motorista terá acesso ao inovador Eco-nômetro, que indica o consumo de acordo com a aceleração e o modo de condução. Basta o usuário manter o ponteiro na faixa verde para poupar alguns litros de etanol ou gasolina.

uPgradE Para ENFrENtar a EStradaJá a versão Fire Way chega com a promessa de oferecer ainda mais conforto e estabi-

lidade em estradas de terrenos variados – uma escolha promissora para indústrias que demandam frotas terceirizadas para seus projetos fabris. Uma nova suspensão elevada, pneus maiores, 165/75 R14, calotas com pintura exclusiva e novas rodas de liga leve aro 14” estão entre as credenciais. Quem não dispensa o estilo tende a se impressionar com faixas exclusivas nas portas, faróis de máscara negra e um bordado especial nos bancos. Outro diferencial é a presença do conta-giros no painel de instrumentos. l

motor: 4 cc em linha

PotêNCia: 73 cv (gasolina) e 75 cv (etanol) - 6.250 rpm

torQuE: 9,5 kgfm (gasolina) e 9,9 kgfm (etanol) - 4.500 rpm

SuSPENSão: Mcpherson (dianteira e traseira)

FrEioS: disco ventilado (dianteiros), tambor (traseiros) e hidráulico com comando a pedal (de serviço)

dirEção: mecânica (com opcional hidráulica), com pinhão e cremalheira

dimENSõES: 3,827 m de comprimento; 1,634 m de largura; 1,433 m de altura; 2,373 m de entre-eixos

raio x

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tem problemas de fronteira; é uma democra-cia constitucional consolidada; tem um setor agropecuário e do agronegócio considerado dos melhores do mundo, com terra, sol e água em abundância para produzir alimentos, sem cataclismas naturais, como terremotos, vulcões etc.; tem um mercado interno pronto para consumir assim que as pessoas obti-verem recursos; fala um único idioma. Isso, para citar apenas algumas dessas vantagens estratégicas”, completaram.

E vem exatamente daí a grande decep-ção: como um país com tantas vantagens pode errar tanto?

Depois de ouvir esses comentários todos, fiquei com a pergunta: “E nós, brasileiros, o que podemos fazer? Nós, povo, trabalhadores, empresários; nós, que não somos políticos, o que fazer?”.

Acredito que para nós, os simples mor-tais brasileiros, além do voto, que só po-demos exercer nas eleições, resta-nos o direito de protestar, espernear e fazer chegar nossa indignação àqueles em quem votamos e que devem nos representar. E, aos que ainda não perderam o emprego, resta trabalhar, trabalhar e trabalhar, para que, por meio do trabalho duro, competen-te e honesto, possam evitar que o desem-prego aumente, a economia piore e a crise se aprofunde ainda mais, transformando-se num caos total, o que, certamente, não interessará a ninguém.

Com tantas vantagens estratégicas comparativas, temos de acreditar que um dia ainda deixaremos de ser o país do fu-turo, para ter o presente que merecemos.

Pense nisso. Sucesso! l

Conversando com empresários, in-dustriais e investidores estrangei-ros que já tinham planos definidos

e aprovados para investimentos de longo prazo no Brasil, fiquei impressionado. De forma unânime, eles falaram da sua pro-funda decepção com o que vem aconte-cendo em nosso país – desarranjo total da economia, corrupção, desemprego, destruição do valor da Petrobras, cresci-mento negativo do PIB etc. –, afirmando que não veem outra alternativa senão buscar outro local para receber esses in-vestimentos diretos produtivos.

Todos reforçaram a palavra decepção, porque acreditavam que desta vez o Brasil iria marcar o tão esperado gol de se

transformar num país desenvol-vido, pois a bola estava na área.

Alguns se disseram surpre-sos ao ver a capacidade das autoridades brasileiras para cometer erros grosseiros na economia sem prever suas consequências. “Vamos ter de esperar mais para ver o que vai acontecer”, falou-me um investidor europeu, que sem-pre se disse fã de nosso país e o qualificava como a me-lhor opção de investimento do mundo de hoje.

É c l a ro , a f i r m a m e l e s , que o Brasil continua tendo

vantagens estratégicas comparativas muito grandes em relação aos nossos concorrentes emergentes: “Não tem pro-blemas étnicos nem religiosos sensíveis; não

a crise e as vaNtageNs comparatIvas do brasIL

luiz mariNS Antropólogo e escritor (www.marins.com.br)

ARTIGo

“...o Brasil continua tendo vantagens estratégicas comparativas muito grandes em relação aos nossos concorrentes emergentes”

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fuja de dÍvidas!

Claudio luCiNda, professor livre-docente da Universidade de São Paulo, FEA-RP

oRIEnTAÇão EmPRESARIAl

1iFim dE aNo é um PEríodo dE gaStoS ExCESSivoS, Com 13º, BriNdES Para For-

NECEdorES E FESta dE CoNFratErNização. SoBra muito PouCo ou QuaSE Nada Para Quitar CoNtaS ExtraS E triButoS dE iNíCio do aNo. o QuE é maiS vaNtaJoSo, Pagar oS imPoStoS à viSta ou ParCElá-loS?

Se você fez uma reserva ao longo do ano para esses tributos, geralmente a melhor saída é pagar antecipa-damente. Pensando nos impostos mais conhecidos, o IPTU e o IPVA, na maior parte do Brasil os descontos para pagamento à vista são maiores do que os ren-dimentos de quase todas as aplicações financeiras. Portanto, se você tiver em dezembro um valor aplicado e economizado durante o ano, financeiramente vale a pena quitar esses impostos e separar o montante que gastaria com a parcela mensal em uma aplicação, já se preparando para o próximo ano.

Contudo, se não há essa reserva acumulada, muito cuidado com a tentação de pegar dinheiro emprestado. Os descontos oferecidos nesses tributos costumam ser muito menores do que o custo das linhas de cré-dito empresariais. Em resumo, o melhor caminho é construir uma reserva durante todo o ano e utilizá-la para pagar os impostos. Caso isso não seja possível, aí sim, o parcelamento é melhor do que se endividar.

2iEm PEríodoS dE Baixa dEmaNda Como o Fim dE aNo, QuE ProCEdimENtoS

dEvo adotar Para maNtEr a rENtaBili-dadE da loCadora?

O principal ponto para manter a rentabilidade da locadora é a otimização nos custos. Eviden-temente, cada empresa tem suas peculiaridades, mas sempre existe espaço para melhora na eco-nomia de custos e eficiência operacional. Seguem algumas dicas:

Fazer caixa é melhor financeiramente do que recorrer a empréstimos e parcelamentos para honrar gastos extras

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1. O primeiro passo é pensar organizadamente sobre quais seriam as ações para a economia de custos.

2. Além disso, é necessário que a alta administração da empresa esteja comprometida com as ações planejadas.

3. Boa parte das oportunidades para economia está dentro da própria empresa.

4. Distanciamento na análise: muitas vezes, o gestor, por estar focado no dia a dia da empresa, pode não se dar conta de oportuni-dades de economia que são facilmente alcançáveis.

5. Gestão de caixa é algo que merece atenção. Quanto mais automa-tizada e inteligente ela for, menores os riscos de prejuízos e perdas. l

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Job: 2015-Fiat-Varejo-Junho -- Empresa: Leo Burnett -- Arquivo: 35487-006-Fiat-ADP-AnNovaStrada2016-Frente-Sindloc-21x28_pag001.pdfRegistro: 169953 -- Data: 09:56:17 30/06/2015