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Revista dos antigos alunos do Santo Inácio, edição de novembro de 2013
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Revista dos antigos alunos do Santo InácioN
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200 anos de caminhada
Companhia de Jesus comemora o segundo centenário de sua restauração
Sandálias usadas por Santo Inácio estão em museu, em Roma
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N°10 | novembro | 2013
Em artigo, o jesuíta André Luís de Araújo reflete sobre os 200 anos da restauração da Companhia de Jesus página 6
Matéria apresenta o novo responsável pela Formação Cristã do colégio e seus planos para a diretoria página 8
Pré-vestibular social criado por antigos alunos, Invest faz 15 anos e transforma a vida de muitas pessoas página 12
O padre Adroaldo Palaoro escreve sobre o Natal e disserta sobre a importância da data página 15
Saiba dos resultados e veja algumas das fotos do torneio de futebol dos antigos alunos do CSI página 18
Colabore com as obras sociais da
Revista dos antigos alunos do Santo Inácio
Índice
Conselho Editorial Pe. Luiz Antonio de Araújo Monnerat, SJ;
Izabela Fischer; Olga de Moura Mello e Maria José Bezerra
Jornalista Responsável Pedro Motta Lima (JP21570RJ)
Projeto Gráfico Ana Mansur ([email protected])
Diagramação Daniel Tiriba ([email protected])
Revisão André Motta Lima
Produção ML+ (Motta Lima Produções e Comunicação)
Tiragem 5 mil exemplares
Gráfica Walprint
Fale Conosco [email protected]
www.revistasino.com.br
Associação dos Antigos Alunos dos Padres Jesuítas - RJRua São Clemente, 216 - Botafogo - Rio de Janeiro - RJ
Tel: (21) 2527-3502 - [email protected]
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DespedidaForam dois anos e 10 revistas. Neste período mostramos as ob-ras sociais realizadas pela associa-ção de antigos alunos do colégio, levamos um pouco da nossa es-cola para as pessoas que estão há anos sem visitá-la, falamos sobre os 100 anos da Igreja de Santo Inácio, além de prestigiar os nos-sos colegas que hoje trabalham no colégio.Infelizmente faço esta retro-spectiva para anunciar que esta é uma edição de despedida. A Sino, apesar do excelente retorno entre os leitores, vai parar de circular. Agradecemos os comen-tários, feitos pessoalmente ou por emails. Foram muitos elogios, agradecimentos, incentivos e críticas, sempre construtivas, de pessoas que queriam uma revista ainda mais bacana. Todos foram importantes para nós.Entretanto, um dos nossos objetivos iniciais não foi alcan-çado: não gerar despesa para o colégio ou para a Asia e, se possível, contribuir financeira-mente com as obras sociais. O mercado editorial passa por uma fase complicada - o Grupo Abril, por exemplo, acabou com quatro revistas neste ano -, mas fazemos um mea culpa: não conseguimos fazer com que a Sino se tornasse autosustentável. Nesta área, falhamos.Esperamos que a iniciativa fique na memória de todos de uma forma positiva.Muito obrigado, feliz Natal para todos e divirtam-se com a última edição.
Pedro Motta Lima (94)[email protected]
Quantos rostos conhecidos, de
tantas manhãs e recreios. Gente
que não vemos há anos, mas ain-
da assim sabem tanto sobre nós,
que às vezes é mais do que somos
capazes de lembrar. Cada história
que alguém conta refaz as cenas
esmaecidas do que aparentava es-
tar perdido para sempre no buraco
negro das nossas memórias. Que
engraçado ter tanto carinho por
essas pessoas, só porque dividimos
momentos felizes.
Andando por ali redescubro
o quão bem me faz aquele lugar.
Mais uma vez recosto na arqui-
bancada do campão à sombra de
alguma árvore, deslizo as mãos pe-
los corrimões gastos de madeira.
Caminho devagar pelos corredores,
olhando as fotos em preto-e-bran-
co no alto das paredes, e lembro
de assim ter a esperança de a aula
acabar mais rápido. A mureta e o
sino, as vozes e as risadas ao fundo,
o batuque dos nossos passos nas
escadas para chegar logo no pátio,
recordações tão vivas que de algum
modo já fazem parte de nós. Sinto
saudades do que éramos e do que
então gostaríamos de ser.
Naquela época, embora cheios
de sonhos e expectativas, não tí-
nhamos ainda ideia do que a vida
nos reservava. Não imaginávamos
as tantas escolhas, as conquis-
tas, as perdas e os recomeços. O
curioso é que, se o mundo do lado
de fora não provoca mais tanto
medo, o de dentro ainda é mági-
co, e nos acolhe como se fôssemos
sempre as mesmas crianças.
Faz quinze anos. A sensação é
de que é tanto tempo, e na cor-
reria do nosso dia-a-dia está tudo
tão distante, que temo esquecer
de vez das coisas que vivemos.
Mas quando estamos ali, todos
reunidos, por alguns instantes pa-
rece que foi ontem...
Fernanda Medina Pantoja (98) advogada e professora na PUC-Rio
a n t i g o s a l u n o s
“Sábado a família inaciana perdeu mais um de seus membros:
Waldir Juruena, colega e amigo de mais de 60 anos. Vera e Waldir
moravam na Urca, em frente ao mar. Nos separava a enseada de Bo-
tafogo, eu na Rui Barbosa e ele do outro lado brincávamos de fazer
sinal morse de lanterna de uma janela para a outra - farra de senhores
sexagenários. Uma lanterna se apagou. A outra, pelo tempo, fica cada
vez mais bruxuleante e, um dia, também vai se apagar.”
Fernando Magalhães (54)
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Sebo Solidário de outubro arrecada mais de R$ 2,5 mil
Antiga aluna lança livro
O segundo Sebo Solidário de 2013
voltou a superar a venda de livros
dos últimos dez anos. Na última
semana de outubro foram vendidos
1.290 títulos - todos doados
por alunos e pela Comunidade
Educativa -, com uma arrecadação
de R$ 2.580,00. Toda a renda será
destinada à campanha Ignacianos
por Haití, que reúne fundos para a
construção de escolas no país.
João Iorio, da turma 12, foi um dos
que contribuiu, adquirindo livros
didáticos para este ano e o próximo,
quando estará na 2 EM. “Além
desses eu também costumo comprar
livros de literatura”. Segundo Alda
Maria, a Bia, bibliotecária do CSI,
literatura estrangeira e os livros
didáticos são os campeões de venda.
“Principalmente os alunos do Ensino
Médio e do Curso Noturno compram
muitas obras”.
Os colaboradores do CSI também
participaram. Enquanto se dirigia
a um dos corredores da escola,
o auxiliar de coordenação Paulo
Mariano escolhia seus títulos. “Toda
vez que passo dou uma olhadinha
rápida, até escolher algum,
geralmente uma história de ficção”,
comentou Paulo Mariano.
Em junho, o Sebo Solidário já tinha
arrecadado R$ 2,574, até então,
a maior quantia dos últimos dez
anos do evento. O valor foi doado
a projetos sociais apoiados pela
escola. (fonte CSI)
Formada no Colégio Santo Inácio em
1994, Paula Abreu lança no dia 5 de
dezembro, uma quinta-feira, às 19h,
na livraria Argumento do Leblon, o
livro Escolha Sua Vida. Apartir de uma
experiência pessoal, de abandonar
carreira bem-sucedida na área de
direito e alterar seu estilo de viver, Paula
estimula as pessoas a seguirem seus
desejos. “Todos os dias, a vida nos
dá uma nova chance de recomeçar.
Mas em geral o medo, a insegurança
e a falta de tempo nos impedem de
aproveitar essa oportunidade. Ao ler
este livro, você vai descobrir como
se abrir para essas mudanças, sair da
inércia e começar a viver a vida segundo
as suas próprias regras”, argumenta.
Este é o 4 livro de Paula.
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es
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tas
Portadora de um vasto legado, ao
longo de seus quase 500 anos de
história, a Companhia de Jesus nasce
com Santo Inácio de Loyola e seus primei-
ros companheiros e se desenvolve, através
dos séculos, em diferentes lugares e áreas
de missão. O notável trabalho apostólico
e de renovação espiritual empreendido
pelos jesuítas se diversifica e cresce, mes-
mo em face das dificuldades e conflitos
enfrentados ou da necessidade e diversi-
dade das circunstâncias sociais, políticas,
geográficas e culturais dos locais em que
se inserem ou onde são chamados a estar.
No entanto, se um dos traços mar-
cantes e distintivos da ação apostólica da
Companhia de Jesus sempre foi o de en-
sinar a pensar, colaborando na análise crí-
tica da realidade e da história dos lugares
onde se faz presente, o que muita gente
não sabe – a despeito da obscuridade dos
fatos ocorridos à época – é que a Ordem
foi supressa pelo Papa Clemente XIV, em
1773, e posteriormente restaurada, em
1814, pelo Papa Pio VII.
Por outro lado, apesar desse perío-
do de aproximadamente quarenta anos
de quase completa extinção no mundo
(a Companhia sobreviveu na Rússia e na
Prússia), o que se faz notar é que um mes-
mo Espírito vem conduzindo essa história
e redimindo-a por inteiro.
Neste sentido, as comemorações do
Bicentenário de Restauração da Compa-
nhia de Jesus, iniciado em agosto deste
ano, vem nos ajudar a fazer uma memó-
ria agradecida do passado, projetando os
passos rumo ao futuro. Pois, conforme
consta nas Constituições da Companhia:
o fim desta Companhia não é somente
ocupar-se, com a graça divina, da salva-
ção e perfeição das almas próprias, mas,
com esta mesma graça, esforçar-se inten-
samente por ajudar a salvação e perfeição
das do próximo.
Assim, fiel a essa Missão, a Compa-
nhia de Jesus, imersa no mundo, não se
isentou de atritos com colonizadores e
autoridades, mas vem buscando estar
atenta à resposta que Deus pretende dar
à situação histórica do mundo, como se
pode ver na Contemplação da Encarna-
ção [EE 101-109] – conforme destacou
o Padre Carlos Contieri, Coordenador da
Comissão do Bicentenário de Restauração
da Companhia de Jesus no Brasil, em sua
Conferência, aqui no Colégio Santo Iná-
cio, durante o MAG+S Brasil e a JMJ, em
julho deste ano.
Segundo ele, Deus aproxima-se da
humanidade, e a Encarnação do Verbo
nos faz compreender que nenhuma de
nossas aflições, nenhum grito da huma-
nidade cai no vazio, pois Deus se inclinou
e se rebaixou para aproximar-se de nossa
humanidade. Deus fez Sua a causa da hu-
manidade e, portanto, de Sua vida divina,
nossa salvação.
A encarnação do Verbo de Deus é o
fundamento do humanismo cristão, que
inspira, também, as ações da Companhia
de Jesus que está, como sempre esteve,
a serviço das pessoas. De tal forma que
ajudar não é um assunto a mais entre ou-
tros, senão a razão de ser de sua Missão. E
os jesuítas sempre estiveram prontos para
adaptar a doutrina às circunstâncias de
tempo e lugar.
Então, para esta comemoração do Bi-
centenário de Restauração, o Padre Adol-
fo Nicolás, Geral da Companhia de Jesus,
BIcentenáRIo De ReStauRação Da companhIa De JeSuS:
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BIcentenáRIo De ReStauRação Da companhIa De JeSuS:
motiva-nos a que possamos pensar
como celebrar em cada Província
estes duzentos anos de história,
dado que é a oportunidade que
temos de agir com uma profundi-
dade sempre maior e um renovado
vigor espiritual, além de uma ousa-
dia inspiradora e criativa, a serviço
do Evangelho de Jesus Cristo.
Em vista disso, essas festivida-
des exigirão de nós um empenho
para difundir o conhecimento da
História da Companhia, sobre-
tudo no período imediatamente
anterior a sua Supressão e um
pouco depois de sua Restaura-
ção, sendo necessário aprofun-
dar, por meio de várias iniciativas
e em diferentes âmbitos – em
nossas diferentes obras, colégios,
promovendo simpósios e grupos
de estudo –, nossa compreensão
desse momento da história, com
um olhar iluminado pelo Espírito
que nos ajuda a “tirar proveito”
do vivido, numa reflexão sempre
mais orante.
Consequentemente, celebrar
esta Restauração é a ocasião es-
pecial para, como afirma o Padre
Adolfo Nicolás, “aprender do
passado, pois essa aprendizagem
é uma forma de reconhecermos
nosso lugar na história da salva-
ção, como companheiros de Jesus,
quem redime por completo a his-
tória humana”. E, além disso, com-
preender nossa missão, pois que a
muitos portos chegam, todos os
dias, destemidos missionários que
partem ao encontro das “nações”
que por nós esperam: comunida-
des de pobres, oprimidos, desloca-
dos, solitários... tais “nações” cla-
mam por um pouco de esperança,
de luz e de sentido. Afinal, não é
com elas que queremos partilhar a
vida, no serviço da fé e da promo-
ção da justiça?
André Luís de Araújo, SJ Estudante jesuíta, no Magistério, em São Paulo, no Anchietanum, e membro da Comissão das Comemorações do Bicentenário de Restauração da Companhia de Jesus no Brasil
Saiba mais sobre o tema: http://www.bicentenariosj.com.br”
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uma nova formação cristã
padre edison em Roma, no início do ministério petrino do papa Francisco
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Ressaltando sua missão. “Embora
esta seja minha primeira missão
num colégio, acredito que a For-
mação Cristã não deve ser considerada
como um setor a parte da escola, mas
estar inserida e participar efetivamente
da missão de educar, que é responsabi-
lidade de toda comunidade educativa.
Somos professores de ensino religioso,
agentes de formação, secretária, coor-
denação de ação social, voluntariado…
e esta equipe, junto com o acadêmico-
-pedagógico, deve cumprir a função
de educar”, afirmou, lembrando que a
ideia é crescer em diálogo e colaboração
com a vida escolar. “Esta é uma orienta-
ção da Companhia de Jesus”.
Esta é a primeira passagem de padre
Edison por um colégio da Companhia de
Jesus. Mas não foi a primeira vez que a
instituição o enviou para uma missão li-
gada à formação dos jovens. Em 2006
ele se tornou diretor do Anchietanum
(Centro de Juventude e Vocações) , em
São Paulo, setor responsável por vasta
programação de retiros e atividades,
sempre tendo a juventude como pú-
blico alvo. “Fazíamos a articulação dos
trabalhos com jovens de toda a provín-
cia. Foi uma experiência de reconstrução
do modo como os jesuítas gostariam de
estar com e para a juventude. A nova
equipe constituída no Anchietanum era
formada por funcionários jovens e um
bom números de jovens colaboradores
e religiosas”, relembra, destacando que
trabalhará para que a equipe da forma-
ção cristã possa se apoderar cada vez
mais da missão de educadores. “A partir
do momento que todos se sentem parti-
cipantes ativos do processo, temos mais
comprometimento e responsabilidade, e
isto é muito bom”, acredita.
O contato com esta faixa etária, no
entanto, não era novidade em sua vida.
Durante sua formação como membro
da Companhia de Jesus, padre Edison,
desde a etapa de formação, trabalhou
na pastoral vocacional dos jesuítas e no
pré-noviciado, ajudando aqueles que
iniciavam sua trajetória de entrada na
Companhia de Jesus.
“Fiz o meu pré-noviciado em 1993,
em Juiz de Fora. Nos dois anos seguintes
fui para Campinas fazer o noviciado. O
meu mestre de noviços foi o padre Mon-
nerat”, contou ele, referindo-se ao reitor
do Colégio Santo Inácio, Luiz Antonio
Monnerat. Após o noviciado a primeira
missão que recebeu, por parte dos je-
suítas, foi em 1996, quando embarcou
para João Pessoa, na Paraíba, fazer o Ju-
niorado (tempo de estudo de humanida-
des e inserção pastoral). “Foi a primeira
inserção social como membro da Com-
panhia”, disse, antes de lembrar-se do
desconhecimento sobre a ordem religio-
sa dos jesuítas antes de se tornar mem-
bro da mesma. “Durante minha infância
e juventude eu participava de uma paró-
quia Franciscana. Sempre participei dos
grupos de jovens e da igreja, mas não
conhecia os jesuítas”.
O primeiro contato aconteceu du-
rante um retiro espiritual. “Foi uma
experiência muito forte e resolvi que
queria conhecer a Companhia”, conta.
Mas entre a participação na paróquia
Franciscana e o retiro, Edison se formou
em Ciências Contábeis e trabalhou em
dois locais, ambos no período em que
uma nova formação cristã
Depois de 20 anos, o colégio Santo Inácio tem um novo diretor de Formação cristã. o escolhido para a tarefa de renovar a equipe e integrá-la ainda mais no projeto pedagógico da escola é o padre edison de Lima. Vindo de Roma, este paranaense, de 43 anos, criado em Sorocaba, no interior de São paulo, já iniciou sua tarefa. “por enquanto tenho escutado muito. estou no processo de conhecimento do colégio. tenho que saber aquilo que já foi realizado pela formação cristã e analisar de forma crítica. contudo, reconheço que muita coisa boa tem sido realizada e o setor contribui efetivamente para a formação de nossos alunos não só em excelência acadêmica, mas também em excelência de vida ”
Festa de nossa Senhora de Guadalupe, em oxaca, no méxico
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estudava: uma empresa alemã de produ-
ção de peças automobilísticas e na Alpar-
gatas, sempre no setor de planejamento
de produção. “Quando me formei resolvi
parar por um ano meus estudos e pen-
sar no que fazer da vida. Sempre gostei
da ideia de ser missionário, mas tinha o
trabalho, as obrigações familiares. Preci-
sava pensar e por isso busquei o retiro e
o acompanhamento espiritual com o pa-
dre Herreros, no Anchietanum”, contou.
Ao conhecer melhor a missão da
Companhia veio a vontade de se tor-
nar jesuíta, consagrando-se a Deus e à
missão da Companhia. “Venho de uma
família de oito irmãos e perdemos nosso
pai muito cedo. Eu tinha 10 anos. Então
havia um compromisso de ajudar minha
mãe até que o irmão mais jovem pudes-
se assumir a tarefa. Sou o segundo mais
novo. Depois que cumpri minha obriga-
ção e passei a bola pude fazer a opção
pela vida religiosa”, contou.
Já dentro da Companhia, Edison teve
sua primeira experiência com escolas em
1997, em Belo Horizonte. Durante os
três anos que passou na capital mineira
estudando Filosofia trabalhou na Pas-
toral da Educação, em escolas públicas.
Em seguida veio o magistério, em Juiz de
Fora, entre 2000 e 2001, e o início na
Pastoral Vocacional da Companhia, onde
permaneceu atuando até 2009. De 2002
a 2005 cursou Teologia e foi ordenado
padre em Sorocaba. Com a ordenação,
em 2005, veio também a coordenação
da Pastoral Vocacional e, no ano seguin-
te, assumiu a direção do Anchietanum.
A primeira missão fora do Brasil
aconteceu em 2009, quando foi para
o México fazer a Terceira Provação da
Companhia. “A 1ª é quando você en-
tra no noviciado, a 2ª acontece durante
todo o processo de formação, até ser en-
viado para a 3ª formação”, explica. “Fo-
ram seis meses em Guadalajara fazendo
o que chamamos de Escola do Afeto.
Neste período retomamos o processo vi-
vido na Companhia de Jesus, refazendo
os exercícios espirituais de 30 dias, estu-
Foto acima, padre edison está com companheiros jesuítas, em Roma, ao lado, bem mais jovem, durante o Serviço militar, em 1988
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dando a autobiografia, as cartas e diário
espiritual de Santo Inácio. Também nos
dedicamos ao estudo das constituições
e outros documentos da Companhia.
Foi um período de vida em comum com
jesuítas de várias partes do mundo”,
conta, relembrando das experiências
apostólicas realizadas com indígenas e
num hospital de doentes crônicos aban-
donados por suas famílias.
No ano seguinte, foi enviado para
Roma, onde estudou Ciências da Edu-
cação com especialização em Cateque-
se e Juventude. “Estudei na Pontifica
Universidade Salesiana, o que foi muito
interessante, pois eles são muito aco-
lhedores e precisos nas orientações da
universidade, além de possuírem uma
longa experiência no estudo e pesquisa
em educação, juventude e catequese. A
participação dos salesianos com os seus
alunos é intensa e isso nos faz sentirmos
como membros de uma mesma família.
Além disso, Roma foi um intensivo de
Companhia de Jesus. Fiz parte da resi-
dência São Roberto Bellarmino. Éramos
65 jesuítas de 30 países diferentes. Era,
então, possível experimentar a rique-
za cultural e a dimensão apostólica da
Companhia de Jesus. Sem falar que foi
muito interessante morar ao lado do
Colégio Romano, um dos primeiros da
Companhia, e estar próximo da Cúria
Geral. Foi uma experiência de vida mui-
to boa”.
Além disso, padre Edison estava em
Roma durante a renúncia do Papa Bento
XVI e da eleição do Papa Francisco. “Foi
uma oportunidade para viver momentos
de profunda vida eclesial e intensa união
com a Igreja de Roma que preside na
unidade as Igrejas de todo o mundo”,
relata.
Toda a vivência e aprendizado pro-
porcionados pela Companhia de Jesus
estão, desde o dia 1º de agosto, a ser-
viço do Colégio Santo Inácio. “Tenho
consciência de que a primeira função de
um colégio é ser colégio, e que a escola
é, no fim das contas, aluno, professor e
conteúdo, mas me inserindo na aventu-
ra da educação e junto aos diversos ato-
res da comunidade educativa é possível
contribuir numa educação de crianças e
jovens que não seja apenas português,
matemática e as outras disciplinas. A
excelência acadêmica e de vida que a
Companhia propõe para seus alunos
deve contemplar a formação de líderes
que possam viver os valores do Evange-
lho, comprometidos com os desfavoreci-
dos, com a excelência e, sobretudo, com
o bem e o amor”.
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transformando vidas há 15 anosum filho aos 16 anos de idade fez com que ele largasse a escola e buscasse o mercado de trabalho. esta não era a vontade, mas não havia opção. a volta aos bancos escolares aconteceu anos depois, no horário noturno para não comprometer o orçamento familiar, reforçado com o salário de office boy. ensino médio completo, veio a vontade
de cursar uma faculdade. e com ela a dificuldade de entrar. Foi quando ouviu falar de um curso de pré-vestibular social que acontecia dentro do colégio Santo Inácio. Fez a matrícula. e por lá ficou por três anos - tempo que precisou para aprender tudo aquilo que todas as pessoas com diploma de nível médio deveriam saber.
Passou para Ciências Sociais na Pon-
tifícia Universidade Católica (PUC),
onde conseguiu bolsa de estudos
e cursou também o seu mestrado. Hoje
Getúlio Fidelis é coordenador do pré-
-vestibular que, segundo o próprio, mu-
dou sua vida. E esta história passou a ser
fonte de estímulo para outros cariocas
vencerem pela educação. “No Invest eu
aprendi muito, tanto no sentido acadê-
mico quanto para a vida, conheci minha
atual esposa, meus amigos e é onde sou
feliz”, conta o mestre.
Getúlio e sua história simbolizam os
15 anos do curso criado por meia dúzia
de antigos alunos do CSI, em 1998. “Tí-
nhamos saídos do colégio, onde partici-
pávamos ativamente do Movimento de
Ação Inaciana pela Solidariedade, o Mais.
Ficamos órfãos de repente. Nos organi-
zamos e batemos na porta da Pastoral
e da Reitoria pedindo para fazer algo.
O Santo Inácio colocou uma pessoa ao
nosso lado para nos ajudar a definirmos
o que poderíamos fazer. Nossa ideia era
trabalhar com alfabetização de adultos.
Rapidamente vimos que não tínhamos
competência para isso. Os pré-vestibula-
res sociais estavam começando a surgir e
era uma área bastante familiar para nós,
pois tínhamos acabado de passar por
todo este processo”, conta Fábio Cam-
pos (96), um dos fundadores do Invest e,
até hoje, professor voluntário.
Definido o objetivo, o colégio passou
a prestar uma assessoria pedagógica,
apresentando a filosofia da educação
jesuíta e orientando na formulação do
material que seria usado. “Os professo-
res nos ajudaram demais”, lembra Cam-
pos. O projeto saiu do papel no dia 18
de maio de 1998, com 11 voluntários e
funcionando no mesmo prédio que abri-
gou a PUC em seus primeiros anos de
existência - em frente ao estacionamento
do colégio, na Rua São Clemente. Hoje
em dia, o Invest funciona em quatro salas
no prédio recentemente construído atrás
do campão. O Santo Inácio continua ce-
dendo o espaço e toda a estrutura para
Rafael Frota, Rita Jobim e Fábio campos: antigos alunos ainda atuantes
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uma das salas de aula do Invest, que fica no prédio novo do colégio, atrás do campão
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que o curso continue fazendo a diferen-
ça na vida das pessoas. Falando nisso, o
projeto ganhou, em 2012, o prêmio Faz
Diferença, na categoria País, dado pelo
jornal O Globo para pessoas, empresas
ou projetos capazes de, como diz o pró-
prio nome, gerar mudanças positivas no
Brasil.
Mas até colher os louros, foi necessá-
rio muito trabalho. Todo voluntário, diga-
-se de passagem. O primeiro profissional
contratado pelo Invest foi Getúlio, no ano
passado. Este ano, outro antigo aluno foi
contratado. “Temos um metodologia
de funcionamento. Nos organizamos
por equipes de disciplina, para que não
fique pesado para ninguém e para ter-
mos opções de substituição”, conta Ra-
fael Frota (XX), que, junto com Campos
e Rita Jobim (96), faz parte do Conselho
de Administração do projeto. O corpo de
professores, além de ter antigos alunos
do CSI, é composto por ex-participantes
do Invest, como Getúlio. “E isso é muito
legal. A pessoa passar por aqui e voltar
como voluntária é um sinal de que esta-
mos conseguindo passar, além da ques-
tão acadêmica, o espírito da Companhia
de Jesus, que recebemos enquanto alu-
nos do Santo Inácio”, acredita Campos.
Mas para ser professor do Invest não
basta apenas se apresentar para o tra-
balho. Uma entrevista seleciona aqueles
que reúnem as condições para manter
a excelência educacional. “Temos que
manter um bom nível para que os alu-
nos tenham sucesso em suas provas de
seleção. Sendo assim, além da entrevista,
o candidato a voluntário faz uma prova
de aula”, explica Frota. “Não queremos
parecer arrogantes, mas isso pode evitar
uma série de problemas. Não só para os
alunos e os organizadores, mas para o
próprio voluntário”, acredita, ressaltando
que o comprometimento é fundamental.
E isto sobra entre os ex-alunos do Invest,
como o estudante de Biologia André
Mendes, recentemente contratado para
ajudar Getúlio na administração do pré-
-vestibular. “Também coordeno a equipe
de Biologia e dou aulas”, conta.
André, assim como Getúlio, teve toda
a sua formação em escolas públicas e es-
tudou por três anos no Invest antes de
passar para a Universidade do Estado do
Rio de Janeiro (Uerj). “Precisei dos três
anos por uma questão de base. No Invest
eu estudei matéria que sequer tomei co-
nhecimento na rede pública”, lamenta
André. Este problema, por sinal, foi diag-
nosticado pelos voluntários do curso pou-
co depois da sua criação. “Percebemos
que faltava base para as pessoas. Por isso,
em 2002, decidimos que o curso teria dois
anos. É claro que as pessoas podem fa-
zer o vestibular no fim do primeiro ano, e
nós incentivamos que façam, pois, se não
passarem, ao menos terão a experiência”,
contra Campos. Foi o que fez André.
E o Invest, após ter ajudado André
a entrar para uma faculdade, continua
mudando a vida do estudante. “Sem-
Getúlio Fidelis foi antigo aluno do Invest e hoje, já com mestrado concluído, coordena o projeto
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pre quis fazer Biologia, desde pequeno.
Minha mãe falava que eu ficava horas
em frente aos posters que detalhavam o
corpo humano. Mas sempre pensei em
atuar na área de pesquisa. Depois que
comecei a ser monitor e, depois, a dar
aulas, como voluntário, aqui no Invest
resolvi que posso fazer as duas coisas.
É muito bacana ajudar as pessoas”, diz
ele, que defende a monografia em fe-
vereiro e já pensa em entrar direto para
o mestrado. O pai, que é porteiro, e a
mãe, babá, são puro orgulho do filho.
Orgulho que é compartilhado com
toda a equipe de voluntários quando,
anualmente, são divulgados os aprova-
dos para ingressar no ensino superior.
A vitória, por sinal, já começa lá atrás,
quando os estudantes passam por um
processo de seleção para entrar no curso.
“A cada ano abrimos umas 100 vagas,
pois temos o pessoal que fica mais de
dois anos. E temos, em média, umas 200
pessoas querendo entrar, que passam
por provas de português, matemática e
redação”, conta Frota, lembrando que
o curso começou com apenas 40 vagas.
“O engraçado é que o número de can-
didatos é mais ou menos o mesmo des-
de o início. Aumentamos as vagas, mas
os interessados estão sempre nas duas
centenas. Acho que tem a ver com o au-
mento de oferta de vestibulares sociais.
Volta e meia recebemos pessoas aqui no
Invest para conhecerem o nosso projeto.
O pessoal do Santo Augustinho, da Es-
cola Parque e da comunidade judaica,
por exemplo, já estiveram aqui”, comple-
menta Campos.
Mas manter o projeto por 15 anos
não é uma tarefa das mais simples. Além
da grande ajuda dada pelo CSI, os par-
ticipantes pagam uma mensalidade de
R$ 35. “É claro que ninguém deixa de
estudar se não puder pagar, mas usamos
este dinheiro para pagar os dois funcio-
nários e para o material, que é rodado
a preço de custo dentro do colégio. De
fato, sem o Santo Inácio o Invest não
existiria”, conta Campos. Além disso, o
Invest paga a inscrição no vestibular para
os alunos que não tiverem como pagar
e não conseguirem a isenção. “Existem
doações eventuais que nos ajudam bas-
tante”, ressalta Fábio. Recentemente,
Arthur Pinheiro Machado, ex-sócio da
Ágora Corretora e hoje um dos principais
executivos da Americas Trading Group
(ATG), firmou parceria com o curso que
foi fundamental para cobrir gastos com
taxas de inscrição, mensalidades de quem
não pode pagar e material didático (veja
em www.cursoinvest.com.br)
As pessoas que desejarem ajudar o
Invest, seja com doações ou dando au-
las voluntariamente, devem entrar em
contato através do email curso.invest@
yahoo.com.br.
contatos
facebook.com/cursoinvest
twiter @cursoinvest
www.cursoinvest.com.br
FUnDaDoREsMarcio Lobianco (97)
Rita Jobim (96)
Fabio campos (96)
Pedro Genescá (97)
Paulo césar tavares (97)
alvaro souza Lima (96)
PRIMEIRa EQUIPE InVEst (1998)
Luísa Aguiar (Biologia), Álvaro Souza Lima (Matemática I), Henrique Contreiras (Matemática II), Fabio Campos (Português), Maria Rita Jobim (Literatura Brasileira), Paulo Cesar Tavares (Química), Rodrigo Frota (Espanhol), Fernanda Moura (Inglês), Ana Paula Oliveira (Geografia), Luíza Gazola (Física) e Marcio Lobianco (Coordenador).
andré mendes estudou no Invest e hoje é professor voluntário, além de contratado para ajudar o coordenador
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O palácio e a manjedoura, o impera-
dor e a criança, Augusto e Cristo,
Herodes e os pastores... esses são
os pontos mais distantes entre si, os pó-
los extremos de toda a história humana.
Esse abismo nos ajuda a compreender o
modo de agir de Deus. Ele não irrompe
na história pelo lado mais alto e forte;
prefere revelar sua presença pelo lado
mais baixo e fraco. Para encontrar Deus
temos de empreender o caminho de
“descida”, dirigir o olhar e o coração
para o mundo da exclusão.
Não é a grandeza e o poder, segundo
os critérios humanos, que são decisivos
para Deus.
Lá em “cima” não há lugar para a Ma-
ria pobre, nem para o José sem recursos,
nem para a criança sem títulos. O Filho de
Deus apareceu nos grotões da humanida-
de, justamente lá onde ferve a luta pela so-
brevivência, onde se acotovelam os esque-
cidos e os náufragos da vida... Deus se faz
“clandestino” entre os clandestinos desta
terra de exclusão.
Com a ação ousada e surpreendente
de Deus, a periferia se põe em eferves-
cência, os pobres e excluídos se agitam,
uma alegria contagia a todos. Uma no-
vidade foi introduzida por Deus na his-
tória da humanidade: chegou a vez do
protagonismo dos últimos, dos peque-
nos, da “massa sobrante”...
Esta é a maneira que Deus escolheu
para aproximar-se de nós, para percorrer
os estreitos e poeirentos caminhos de nossa
existência. Sua “entrada” no mundo deu-
-se à margem da história oficial, fora da ci-
dade, numa noite silenciosa de Belém, no
coração da terra, numa gruta de animais.
Quase ninguém o percebeu. Outras “pre-
ocupações” dominavam o coração dos ho-
mens.
o que o
“...encontrareis um recém-nascido envolvido em faixas e deitado numa manjedoura” (Lc. 2,12)
natalesconde...e ReVeLa
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O fato de que Deus tenha decidido
salvar-nos a partir de uma gruta que re-
colhia animais é, sem dúvida alguma, a re-
velação mais desconcertante d’Ele. Nosso
Deus é certamente contracultural, inespe-
rado, surpreendente, não corresponde às
idéias que forjamos d’Ele, é diferente...
No Natal dá-se um paradoxo: a gran-
deza de Deus encarnada na pequenez de
um menino.
Em Belém somos pacificados de nos-
sas ansiedades e pressas de fazer mais e
de conseguir mais, de nossa sede de poder
e de acumular mais; e se permanecemos
em silêncio ali, diante do menino deitado
no presépio, brotará em nós um dese-
jo profundo de sermos mais humanos;
ao mesmo tempo, brotará um desejo de
venerar cada ser humano, de contemplá-
-lo em seu interior, esse lugar ainda não
profanado em cada pessoa, o lugar de sua
infância e de sua paz.
É preciso estarmos abertos para as sur-
presas de Deus!
Entremos, pois, na gruta, mas não de
qualquer maneira. Estamos frente a
um mistério santo: Deus se fez um de
nós, assumiu tudo o que é radicalmen-
te humano e nos engrandeceu. Os
sinais são mínimos, cotidianos, dema-
siado simples.
Há muito que ver em Belém, mas
nem todos os olhares poderão acolher o
que ali acontece. Há olhares opacos que
não se alegrarão, olhares desconfiados
que não o entenderão, olhares frios que
não vibrarão com a novidade da gruta...
Somente os olhares dos pobres e peque-
nos se admirarão, e a paz do coração será
sua recompensa.
Quem contempla, longa e amorosa-
mente, a Jesus na manjedoura experimen-
ta que algo o move a mudar dentro de
si: uma mudança de sonhos e esperan-
ças, uma mudança no modo
de situar-se no mundo, de
relacionar-se com os outros,
consigo mesmo e com Deus.
Aqui está enraizada a convicção de que
Belém pode mudar nossa vida. O “misté-
rio” contemplado atinge as camadas mais
profundas do afeto e do coração, gerando
novidade em nossa vida cotidiana.
“Ver de novo”, ver outras coisas dife-
rentes daquilo que estamos acostumados
a ver é também “nascer de novo”. É pre-
ciso despertar o “pastor interior” que há
em nós, nossa capacidade de atenção à
vida, de buscar com outros, de deixar-nos
surpreender diante da presença despoja-
da de Deus.
No Natal, nossa fé nos possibilita afir-
mar que em Jesus “Deus se huma-
nizou” e que só podemos encontrar
Deus ativando o que há de mais hu-
mano em nós: nossa bondade, dig-
nidade, compaixão..., nossas possibi-
lidades criadoras, espirituais..., nossas
reservas de riquezas interiores...
No Nascimento de Jesus, Deus vem
nos revelar que o mais nobre que há
em nós é a nossa própria humani-
dade. Este é o Mistério escondido na
Gruta e que poucos ficam encantados
e assombrados diante dele; esta é a
enorme riqueza que mereceria ser re-
-descoberta e que permanece oculta
aos olhos daqueles que são incapazes
de uma atitude contemplativa.
A celebração do Natal deveria nos aju-
dar a criar em nossos ambientes “oásis de
humanidade”.
A espiritualidade natalina desperta
o “ser humano” que todos temos den-
tro e nos possibilita a aventura apaixonan-
te de viver a vida humanamente e vivê-la
com paixão. Ela nos desafia a assumir o
potencial humano criativo que está laten-
te em nosso interior.
Somente a experiência do Natal
interiorizada nos impulsiona construir
“comunidades de solidariedade”, ou
seja, tecidos sociais com um sentido mais
humanizante que o círculo fechado de pro-
dução-consumo.
Segundo Jacob Boehme, místico me-
dieval, Deus é uma Criança que brinca.
É nessa atmosfera “infantil” que Deus
se aproximou de nós. Ele mergulhou
na nossa fragilidade humana fazendo-
-se criança pobre, que nasce na peri-
feria, no meio de animais, envolvido
em faixas, deitado numa manjedoura...
para que ninguém se sentisse distante
d’Ele, para que todos pudessem expe-
rimentar o sentimento de ternura que
uma criança desperta e sobre quem
nos dobramos, maravilhados.
Ditosos somos nós se podemos sabo-
rear e abraçar a paz do coração que este
Menino traz e oferecê-la largamente para
que outros possam também receber seu
dom; sem defesas, sem preços, sem te-
mores.
A “memória agradecida” do tem-
po do Natal nos abre os olhos e todo o
nosso ser para o grande presépio que é
realidade, grávida de ricas possibilidades e
novidades, de sorte que nos associemos à
grande “descida” do Messias para comu-
nicar Vida em Plenitude.
Humanizando-se, Jesus desatou to-
das as possibilidades humanas presentes
em cada pessoa.
Que a celebração do Natal faça emer-
gir o que há de mais “humano” em cada
um de nós.
Um “humano Natal” a todos.
Pe. Adroaldo Palaoro sj
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No meses de setembro e outubro foi realizada a terceira
edição da Copa CSI de Antigos alunos, categoria master.
E pelo segundo ano consecutivo, a equipe vencedora foi
a composta pelos jogadores que se formaram em 1981. A final
foi contra o time de 1978 e o artilheiro foi César Mantrangelo,
atacante dos bicampeões, com quatro gols.
Este ano marcou a estreia do time de 1986 e também con-
tou com a participação de antigos alunos de 1976 e 1985, além
dos já citados. Todas as partidas foram realizadas no campo do
colégio, sendo que a final aconteceu no dia 6 de outubro. Como
sempre, a organização ficou por conta do inspetor do CSI, Du-
clerc Pinheiro. Vejam as fotos dos atletas.
equipe campeã - final (1981) em pé da esquerda para direita: Basbaum, Flávio, Jorginho, Lele, Bode, Bodin, trigo, Juan, Dedé e Ribeiro.agachados da esquerda para direita: pinheiro (organizador), Lico, caíca, Barata e césar
equipe de 1986equipe de 1985
torneio de futebol reúne antigos alunos
Foto
s de
Rob
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Gar
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(78)
equipe vice-campeã (1978) equipe campeã - fase classificatória (1981)
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Com apenas
projeto Imagem solidária
atendimento ambulatório
creche no Santa Marta
pré-escola
reforço escolar
confecção de enxovais
400 sócios:Junte-sea nós e ajude a construir muito maisNão é preciso ser antigo aluno do Santo Inácio para ajudar a manter esses projetos e melhorar o atendimento
+Associação dos Antigos Alunos dos Padres Jesuítas - RJRua São Clemente, 216 - BotafogoRio de Janeiro - RJTel: (21) [email protected] w w . a s i a r j . o r g . b r
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Seja Sócio da aSia e também participe deSte projeto
A Asia e a Petrobras estão juntos pela
educação das crianças do Santa Marta
PAtRoCínIo