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Sobrevivência vem do lixo História de um solitário catador. Pág. 12 Execução do saneamento básico Municípios cansados de promessas da Funasa. Pág. 15 Abate de javalis Única maneira de conter o crescimento descontrolado da espécie. Pág. 10 e 11 R$ 8,90 A REVISTA “Adotando o meio ambiente por inteiro” 9 anos C O M V O C Ê E O M E I O A M B I E N T E Mundo se volta para a preservação ambiental. Pág. 4 e 5 mês do meio ambiente Junho:

Revista Vida e Natureza

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Edição 164

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Page 1: Revista Vida e Natureza

Sobrevivência vem do lixoHistória de um solitário catador. Pág. 12

Execução do saneamento básico Municípios cansados de promessas da Funasa. Pág. 15

Abate de javalisÚnica maneira de conter o crescimento descontrolado da espécie. Pág. 10 e 11

R$ 8,90

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“Adotando o meio ambiente por inteiro”

9anos

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Mundo se volta para a preservação ambiental. Pág. 4 e 5

mês do meio ambiente

Junho:

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ContatoRua: Presidente Roosevelt, 344Centro – CEP: 88.504 – 020Lages – Santa CatarinaFone: (49) 9148-4045E-mail: [email protected]

Diretor GeralPaulo Chagas Vargas

Consultoria AmbientalBióloga Ana Clarice Granzotto O. Vargas

Jornalista ResponsávelBetina Pinto - Reg. SC 01940 - JP

Diagramação e Projeto GráficoRevista Vida & Natureza - Caroline Colombo A. Costa

Tiragem e Impressão2.000 exemplaresGráfica Tipotil

6 E 7 | PROGRAMA LIXO ORGÂNICO ZEROFase inicial da implantação está terminada

4 - 5 | MÊS DE MEIO AMBIENTEMês de junho dedicado à natureza

17 | EXPOSIÇÃO EM PET SHOPSHora de fiscalizar a venda de animais domésticos

“A Revista Vida & Natureza circula onde você nem imagina. Mas o importante é que ela sempre está onde o Meio Ambiente mais precisa: em suas mãos”.

Índice

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EDIÇÃO 164 | ANO 09 LAGES, SANTA CATARINA - BRASIL CRÉDITO FOTO CAPA: PAULO CHAGAS

12 | HISTÓRIA DE UM CATADORA difícil vida de um catador de reciclados

Expediente

Visão“Ser um meio de comunicação referencial seguindo princípios e valores éticos, alcançando assim, a consciência na preservação da Natureza”.

Missão“Fazer com que todos tenham oportunidade de obter informações envolvendo o meio ambiente e atingir a consciência futura”.

15 | PRESSÃO À FUNASASaneamento em cheque nos municípios

9 | SOLO NA ESCOLA EM PRÁTICA Programa é desenvolvido pelo CAV/Udesc

18 | PLANO DE RESÍDUOS SÓLIDOSChapecó apresenta avanços em seu Plano

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O Planeta chega ao Dia Mundial do Meio Ambiente em momento crítico. É

preciso agir e agir agora, para minimizar os impactos da sociedade de hoje sobre as futuras gerações.

Num momento em que a Natureza se apresenta especialmente inquieta, com

manifestações causadas ou não pelo Homem – mas que cobram um preço alto em vidas –, tais como furacões furiosos, enchentes devastadoras, deslizamentos letais, invernos glaciais, chegamos ao Dia Mundial do Meio Ambiente chamando não somente à reflexão, mas, principalmente, à ação de todos em defesa da vida.

Todos temos como contribuir – direta ou indiretamente – para que as sociedades caminhem

rumo à sustentabilidade e para que a harmonia entre o desenvolvimento socioeconômico e a conservação da natureza deixe de ser mera utopia.

Atitudes individuais e coletivas, como o consumo consciente no dia a dia e a exigência,

pela população, do cumprimento das leis por órgãos governamentais em todos os níveis são fundamentais.

À iniciativa privada cabe não somente investir em conservação do meio

ambiente, mas, principalmente, assumir uma postura de responsabilidade socioambiental,

trabalhando de dentro para fora, com adequação de suas cadeias produtivas e meios de produção, distribuição etc.

À sociedade civil organizada, em especial às ONGs socioambientalistas, cabe

conceber e aplicar soluções, realizar campanhas, mobilizar e facilitar o engajamento de indivíduos, governos e iniciativa privada num esforço conjunto para o bem comum das gerações de agora e do futuro.

E tudo isto tem que ser feito agora. A Natureza já nos envia seus sinais de alerta.

(colaboração WWF)

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O MOMENTO É DE

AÇÃO

PALAVRA DO EDITOR

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Dia 05 de junho

Dia Mundial do Meio Ambiente

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FOTO DIVULGAÇÃO

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Em 1972, durante a Confe-rência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Hu-

mano, em Estocolmo, a Organização das Nações Unidas (ONU) instituiu o Dia Mundial do Meio Ambiente, que passou a ser comemorado todo dia 05 de junho. Essa data, que foi escolhida para coincidir com a data de realização dessa conferência, tem como objetivo principal chamar a atenção de todas as esferas da população para os proble-mas ambientais e para a importância da preservação dos recursos naturais, que até então eram considerados, por muitos, inesgotáveis.

Nessa Conferência, que ficou conhecida como Conferên-cia de Estocolmo, iniciou-se

uma mudança no modo de ver e tratar as questões ambientais ao redor do mundo, além de serem estabeleci-dos princípios para orientar a política ambiental em todo o planeta. Apesar do grande avanço que a Conferência representou, não podemos afirmar, no entanto, que todos os problemas foram resolvidos a partir daí.

Atualmente existe uma gran-de preocupação em torno do meio ambiente e dos im-

pactos negativos da ação do homem sobre ele. A destruição constante de habitat e a poluição de grandes áreas, por exemplo, são alguns dos pontos que exercem maior influência na so-brevivência de diversas espécies.

Tendo em vista o acentuado crescimento dos problemas ambientais, muitos pontos

merecem ser revistos tanto pelos go-vernantes quanto pela população para que os impactos sejam diminuídos. Se nada for feito, o consumo exagerado

dos recursos e a perda constante de biodiversidade poderão alterar consi-deravelmente o modo como vivemos atualmente, comprometendo, inclusi-ve, nossa sobrevivência.

Agressão ao meio ambiente

Dentre os principais proble-mas que afetam o meio am-biente, podemos destacar o

descarte inadequado de lixo, a falta de coleta seletiva e de projetos de recicla-gem, consumo exagerado de recursos naturais, desmatamento, inserção de espécies exóticas, uso de combus-tíveis fósseis, desperdício de água e esgotamento do solo. Esses proble-mas e outros poderiam ser evitados se os governantes e a população se conscientizassem da importância do uso correto e moderado dos nossos recursos naturais.

Em razão da importância da conscientização e da dimensão do impacto ge-

rado pelo homem, o Dia Mundial do Meio Ambiente é uma data que me-rece bastante destaque no calendário mundial. Entretanto, não basta ape-nas plantar uma árvore ou separar o lixo nesse dia, é necessário que sejam feitas campanhas de grande impacto que mostrem a necessidade de mudanças imediatas nos nossos hábitos de vida diários.

Apesar de muitos acredita-rem que a mudança deve acontecer em escala mun-

dial e que apenas uma pessoa não consegue mudar o mundo, é funda-mental que cada um faça a sua parte

e que toda a sociedade reivindique o cumprimento das leis ambientais. Todos devemos assumir uma pos-tura de responsabilidade ambiental, pois só assim conseguiremos mudar o quadro atual.

“A proteção e o melhoramento do meio ambiente humano é uma questão fundamental que

afeta o bem-estar dos povos e o de-senvolvimento econômico do mundo inteiro, um desejo urgente dos povos de todo o mundo e um dever de todos os governos.”

(Declaração de Estocolmo sobre o ambien-te humano - 1972)

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A partir de agora, a comunida-de terá que seguir evoluin-do sem a mesma participa-

ção dos grupos de apoio, ou seja, dos principais criadores e estimuladores da ideia da mini compostagem como solução para o lixo orgânico no Muni-cípio de Lages. O projeto tem como ideia central, diminuir a quantidade de lixo orgânico que vai para o depó-sito do aterro sanitário. Um relatório do que foi feito desde a implantação

do programa, em setembro de 2012, está sendo redigido. Porém, uma pré-via dos resultados foi apresentada durante reunião do Grupo de Apoio à Implementação da Gestão Integrada dos Resíduos Sólidos – Garis, do dia 20 de maio, último.

A conclusão é de que, qua-se 1/3 da cidade de Lages aderiu ao programa. Dá

também para contabilizar em 35%, mas, com a intenção de que possa

chegar a 50%, até o grande objeti-vo, os 100%, que colocaria Lages no patamar almejado do envio zero de lixo orgânico ao aterro. Entre os que aderiram, vale dizer que estão 87% das escolas. Muitas tiveram acesso direto, e outras, pelo menos, experi-mentaram o processo. Além disso, a consolidação do programa se deu às mais de 150 palestras e oficinas, não somente em Lages, mas também em outros municípios da Região.

• Escolas, secretarias municipais, instituições e grupos de trabalho tiveram forte participação para impulsionar o programa no Município de Lages (SC)

O programa “Lixo Orgânico Zero”

chegou à fase final deimplantação

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Outra conclusão é de que a mini compostagem

é uma técnica fácil de ser implantada e muito barata, com custo em

praticamente zero.

Mesmo sem uma estatísti-ca oficial, calcula-se que mais de 5% do lixo orgâ-

nico produzido em Lages, já esteja sendo usado em compostagem. O resultado direto disso, tem reflexo no Aterro Sanitário, com a redução do depósito, em 40%. Até pouco tempo, Lages depositava, segundo avaliação técnica, 52%, ou seja, acima da média nacional, que é de 50%.

Financeiramente, o muni-cípio investe somente na manutenção dos serviços

com o lixo e o aterro, cerca de R$ 5 milhões por ano. Em menos de dois

anos de prática com o Programa Lixo Orgânico Zero, a estimativa é de que somente o Município de Lages está economizando no recolhimento, uma média de R$ 300 a 400 mil ao ano. Mesmo que este valor não possa ainda ser quantificado pelo peso, calcula-se, em média, uma tonela-da por mês, a menos, destinada ao Aterro Sanitário.

Sendo assim, é evidente que o programa estabe-lecido segue uma linha

correta de trabalho. Porém, somente com a participação da sociedade é possível resolver um problema cres-cente no mundo, o do lixo orgânico, mas que, se todos pegarem juntos podem fazer a diferença, propiciando excelentes resultados. O problema é com a continuidade da extensão do projeto que já chegou ao limite. Da-qui para frente, o Poder Executivo terá que ter maior participação, além de levar em conta campanhas de educação ambiental.

Espaços pequenos podem ser destinados a grandes quantidades de

resíduos orgânicos

Diante da tendência de o con-sumo esteja aumentando, o projeto precisa ter conti-

nuidade. E, para que Lages, um dia, quem sabe, não precise mais recolher o lixo orgânico das residências, vale dizer, que a experiência do Programa Lixo Orgânico Zero foi divulgada nacio-nalmente. No mundo é um dos proble-mas mais impactantes nos dias atuais.

E, Lages, na Serra Catari-nense é uma das primeiras cidades a adotar uma dinâ-

mica barata para o controle do lixo, e que apenas exige o esforço da difu-são, para que as pessoas saibam que a mini compostagem é possível fazer em qualquer lugar.

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Todo o dia é dia

O meio ambiente carrega inúmeras datas

comemorativas para que possa ser lembrado mais efetivamente. A do dia 5 de junho está entre as mais expressivas. O mundo inteiro se volta para ações que possam lembrar a verdadeira importância do planeta que vivemos e todas as diversidades naturais que nós, seres humanos degradamos e que precisamos nos conscientizar sobre a necessidade de preservar o que resta. Portanto, no meu entendimento, os cuidados com a natureza não precisam mais estar atreladas às datas comemorativas. Em qualquer mês, semana, dia, ou hora, poderemos fazer alguma ação voltada ao meio ambiente.

Visita francesa

Esteve em Santa Catarina uma equipe da Agência

Francesa de Desenvolvimento (AFD) para supervisionar a parceria mantida há cinco anos com a Casan. Recepcionados inicialmente na sede da empresa, em Florianópolis, se deslocaram para o Sul do Estado a fim de vistoriar obras de esgoto nos municípios de Braço do Norte e Garopaba. Desde 2010 a AFD se transformou numa das principais fontes de financiamento da Casan, num total de 100 milhões de euros de investimentos. Ao lado de recursos oriundos da Agência Japonesa – JICA - e do governo federal, a AFD tem permitido projetar um conjunto de obras que pretendem aumentar de 19% para 45% a cobertura de esgoto no Estado nos próximos três anos.

Desmatamentono Brasil

O desmatamento no Brasil é escandaloso. Com o

passar do tempo, a devastação pode ser vista e sentida. São muitos motivos que influenciam o desmatamento: urbanização descontrolada, agropecuária, crescimento industrial e comércio de madeira. Porém, as consequências da falta de planejamento sustentável podem custar caro. O Brasil é um país que possui muitas riquezas naturais; a biodiversidade que se encontra nos diferentes biomas pode trazer múltiplos benefícios para ciência e para sociedade como um todo. Porém, se toda essa riqueza continuar sendo explorada sem limites, seu fim será certo e o que sobrará serão malefícios, tais como desertificação, extinção de espécies, aceleração do aquecimento global, diminuição dos recursos hídricos, desfertilização dos solos e muitos outros.

DE OLHO NO AMBIENTE

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O mês de junho será todo voltado às causas ambientais, principalmente à preservação do solo, que é o tema central das programações

que envolverão toda a comunidade em diversos locais. A abertura oficial do Mês do Meio Ambiente ocorreu na segunda-feira (1), às 14h, no parque Jonas Ramos (Tanque). Na ocasião foi realizado o projeto Encontro Arte Vida Verde do Serviço Social do Comércio (Sesc), com participação dos protetores ambientais.

Cerca de 250 alunos de escolas estaduais, municipais e particulares estiveram envolvidos e, na oportunidade, deram um abraço simbólico no

Centro Ambiental Ida Schimdt. A programação foi elaborada pela Secretaria de Meio Ambiente e instituições parceiras. Ao longo do mês serão realizadas palestras, oficinas, seminários, mostra de trabalhos pedagógicos, saídas a campo, visitas no parque natural, entre outras, distribuídas em locais diferentes da cidade.

Abraço simbólico

Parque Jonas Ramos (Tanque)

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PAULO CHAGAS

• O programa está sendo desenvolvido em parceria entre o CAV/Udesc e as escolas da rede pública municipal

Como se sabe, o solo é um componente fundamento do ecossistema terres-

tre, pois, além de ser utilizado pelas plantas e seu crescimento, fornecen-do água, ar e nutrientes, entre ou-tras inúmeras funções. E, como tal, é passível de ser degradado pelas ações inadequadas do homem. O grande problema, pouca gente se dá conta da sua importância. Além dis-so, quase não tem espaço em forma de conteúdo no ensino fundamental e médio, tanto na área urbana como rural. O problema é ainda mais grave quando a própria população em ge-ral também desconhece sobre a rele-vância do solo, o que contribui ainda mais para ampliar o seu processo de alteração e degradação.

Visando minimizar o des-conhecimento, em Lages, um projeto que já tem

consistência em outras regiões do

País, mas, inédito em Santa Cata-rina está ganhando forma, através do Programa Solo na Escola/Udesc. A ideia, elaborada pela professora Letícia Sequinatto, que coordena o Departamento de Solos e Recur-sos Naturais do Centro de Ciências Agroveterinárias, em Lages, em conjunto com o professor e cola-borador Jaime Barros dos Santos será implantado, na prática, a partir do próximo mês de agosto, junto às escolas municipais, dando às crian-ças, através de atividades presen-ciais, a oportunidade de reverter a carência didática sobre o solo.

A experiência já está sendo repassada aos professo-res que vão atuar

embasados em novos conhecimen-tos como verdadeiros multiplica-dores, levando em consideração a necessidade da conservação do solo e da água. Para que tudo aconteça,

a sustentação do programa tem três projetos vinculados: a) Criação e ex-pansão do museu de solos de Santa Catarina; b) Cursos de capacitação para professores da rede pública, e c) Visitação de Alunos de escolas da rede pública ao Museu, e às ativida-des didáticas do solo.

O Museu de Solos está praticamente pronto. Em poucos dias, os alunos

terão oportunidade de viver a expe-riência visual, e, na prática, desen-volver concepções de feições mor-fológicas, ou seja, todos os fatores e processos de formação do solo, entre outras características.

O Programa Solo na Escola e o Museu de Solos são

idealizados pelos professores Letícia Sequinatto e Jaime

Barros dos Santos

EXEMPLO AMBIENTAL

Programa sobre o solo trabalhado de forma inédita

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Caça como única alternativa de controle

• Sem predador natural, os animais se reproduzem rapidamente e chegam a pesar 250 quilos. Assim como no Brasil, países de vários continentes controlam a população de javalis por meio da caça, evitando danos para a economia, sanidade e meio ambiente

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A enorme incidência do java-li, um animal exótico, e de fácil proliferação em várias

regiões de Santa Catarina, motivou a realização de uma audiência públi-ca, em Lages, numa proposição do deputado estadual Gabriel Ribeiro. O objetivo é encontrar formas de conter o avanço do animal que tem tirado o sono de produtores rurais, e que, em alguns casos, têm perdi-do mais de 40% de suas lavouras de grãos. Pequenos municípios da Serra Catarinense, especialmente os localizados na Região dos Lagos como Capão Alto, Campo Belo do Sul, Cerro Negro e Anita Garibaldi, são os que mais têm sentido os pre-juízos com a presença dos javalis. “Estamos cansados da burocracia. Enquanto isso nossos municípios seguem tendo prejuízos nas lavou-ras. E pior, tem produtores desis-tindo de plantar e deixando suas terras”, salientou o prefeito Edilson Souza, de Campo Belo do Sul.

A ocorrência do javali aumenta a possibilidade da existência da peste

suína, o que pode comprometer seriamente a economia catarinense.

O problema é também sa-nitário, o que mexe com o aspecto econômico. A

Secretaria da Agricultura e da Pes-ca, Companhia Integrada de De-senvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc) já vem trabalhan-do na questão de 2012, juntamente com organismos do Paraná e Rio Grande do Sul, além da Embrapa e o Ibama. Pelo que consta, já há o compromisso de tornar a estraté-gia de controle mais eficaz. Porém, com pouco avança na solução. Não há sequer um balanço mais exato da quantidade de javalis ou java porcos, que são o resultado da cru-za com os porcos comuns. A esti-mativa, um tanto vaga é de devam existir no Estado, em torno de 30 a 35 mil animais. Um panorama de-sanimador, uma vez que o javali é um animal onívoro generalista, ou seja, se alimenta de vegetais e de outros seres vivos. Trata-se de um

grande predador. Há relatos de ata-ques a bezerros recém-nascidos. A plasticidade adaptativa é grande. O não controle é uma ameaça real à sanidade dos rebanhos de gado e até mesmo na criação de porcos. Ambos no Estado de Santa Catarina estão certificados e livres da aftosa sem vacinação.

A caça tem sido a principal alternativa até então. Po-rém, a Legislação também

trava as ações. Somente caçadores profissionais e com armas de gros-so calibre estão podendo agir. Uma das possibilidades seria aumentar a oferta de caçadores legalizados. Mas enquanto isso não acontece, e nenhuma alternativa é apontada, a proliferação descontrolada dos java-lis por todo o Estado, só aumenta. O que se quer é um meio para conter o avanço do problema. Por hora, o que se pensa é criar uma Comissão de Agricultura na Assembleia Legis-lativa para estudar novas normati-vas para tentar resolver o impasse burocrático para a caça, dentro das prerrogativas legais. Santa Catarina é o maior produtor do Brasil, com 25% da capacidade nacional, e, o javali é considerado um dos maiores potenciais de condução de doenças.

Drama dentro de casa

Os produtores pedem so-corro. Pois, anualmente, os valores do plantio das

lavouras praticamente dobram, e,

além disso, com os ataques desses animais, muitos optam em deixar de produzir alegando de que não vale mais a pena. – Vivemos o drama dentro de casa. Chegou a hora de uma resposta concreta para o pro-blema. E só o produtor arca com o prejuízo. O Governo deveria inde-nizar. Por outro lado, há o reconhe-cimento de que o homem é igual-mente culpado, pois, a água das barragens invadiu o habitat deles e fizerem com que subissem a Serra em busca de alimentos.

A constatação é de que são vários os impactos. A pró-pria Polícia Ambiental é a

favor da retirada da espécie do am-biente, mas não pode fugir às regras da lei. Os caçadores profissionais que também estavam representa-dos na audiência pública cumprem um papel fundamental na ocorrên-cia dos javalis. Por semana, num grupo de quatro caçadores chegam a abater uma média de 30 animais. Conforme explicou Giovane Zanella, o sucesso da caça pode estar no equilíbrio entre o caçador e a arma de fogo utilizada.

A caça ao javali é permitida em todo o país, em qual-quer quantidade, mas exis-

te a exigência de cadastro do caçador como agente de manejo de espécies invasoras, além do registro da arma. Em SC, a Secretaria da Agricultura e da Pesca, Companhia Integrada de Desenvolvimento Desde 2011, a Polícia Militar Ambiental emitiu 349 autorizações de caça de javali em propriedades da região e registrou o abate de 3.099 animais.

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Um cidadão, anônimo, entre tantos que vivem na extre-ma pobreza em uma cidade

como Lages, com cerca de 160 mil ha-bitantes, na Serra Catarinense, é mais um a dedicar horas e horas do dia na coleta de lixo reciclável. O trabalho é na verdade, a única opção que restou ao seu Dario Lopes de Barros, de 53 anos, para sustentar a esposa e três filhos pequenos. Ao ser abordado pela reportagem da Revista Vida e Natu-reza, contou que só faz isso por não ter alternativa. Uma cirurgia lhe tolheu a possibilidade de voltar a ter carteira assinada, um benefício que teve por 23 anos, segundo contou. “Não estou encostado e nem aposentado, e não tenho como pagar a Previdência para conseguir algum benefício”, lamenta.

Ao lado de um carrinho, re-pleto de material que en-contra o aceite dos recicla-

dores, como papelão, ferro, garrafas pet, entre outros, seguiu a conversa sem deixar de dobrar e ensacar os restos de uma velha antena parabó-lica encontrada na rua. Em meio aos questionamentos, disse que começou a catar lixo reciclável recentemente, em 2012. Relutou e não disse quanto consegue arrecadar em dinheiro. Re-latou apenas que dá para sobreviver, contando ainda com ajuda de alguns poucos que lhe doam cestas básicas.

Não fosse isso a situação se-ria ainda mais séria, pois, além da cirurgia de retirada

de uma hérnia, teve todos os dedos da mãos quebrados, ou seja, mais um

problema para exercer qualquer ati-vidade braçal. Ainda contando sobre sua vida pessoal, disse que reside na localidade de Preá, no Bairro Santa Catarina. Mora em uma pequena casa, e com a permissão da proprietária não paga aluguel, apenas a luz e a água.

Por fim, admitiu que sabe o quanto contribui para o meio ambiente com seu

trabalho, mas, que para ele não im-porta muito, pois, a sobrevivência da família é a única coisa que conta. Com tristeza, lamentou o fato de es-tar quase sozinho na difícil luta para sobreviver. A mulher e as três crian-ças são tudo o que tem. Em segui-da agradeceu, talvez pela conversa, e seguiu seu caminho em busca de novas coletas recicláveis.

• O anônimo e solitário catador de lixo reciclável sabe da sua contribuição com a sociedade e com a natureza, mas não se importa, pois, quer apenas sobreviver

Lixo reciclável como alternativa de sobrevivência

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Seu Dario sustenta a

esposa e três filhos

com a venda de lixo

reciclável

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Resíduos de fundição poderão ser reaproveitados

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No último dia 20 de maio, a Assembleia Legislativa aprovou o projeto de lei

que autoriza a reutilização da areia gerada no processo de fundição industrial. A partir de agora, as em-presas catarinenses poderão usar o resíduo na fabricação de telhas, tijolos, concreto e asfalto.O depu-tado Gabriel Ribeiro foi o relator do projeto, votado durante a reunião da comissão de Turismo e Meio Am-biente. “Até então, o material era

depositado nos aterros industriais, afetando o ecossistema. Agora, ele passará a gerar renda para o esta-do”, diz o Gabriel Ribeiro.

O projeto viabilizará o rea-proveitamento de milhões de toneladas de areia de

fundição, reduzindo os impactos cau-sados pela extração de areia virgem dos rios de Santa Catarina.

Deputado Gabriel Ribeiro foi o relator do projeto, votado pela comissão de Turismo e Meio Ambiente

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• Um dos eventos mais aguardados é o seminário Educação para Conservação do Solo, no dia 17, na Câmara de Vereadores, das 13h às 21h. O acesso é gratuito.

Durante todo o mês de junho Lages contará com uma vasta programação em

comemoração ao Mês do Meio Am-biente. Um cronograma especial que envolverá grupos estudantis de esco-las e universidades, profissionais da área, e a comunidade em geral está sendo preparado pela Secretaria de Meio Ambiente e Serviços Públicos e demais parceiros, instituições e em-presas da iniciativa privada. A abertu-ra oficial ocorreu no dia 1°, no parque Jonas Ramos (Tanque). Nesse dia foi realizado o Encontro Vida Verde, um projeto do Serviço Social do Comér-cio (Sesc), com a participação dos Protetores Ambientais e da Polícia Militar Ambiental.

De resto, todos os dias haverá alguma atividade voltada ao tema. Ao longo

do mês serão realizadas palestras, oficinas, seminários, mostra de tra-balhos pedagógicos, saídas a cam-po, visitas ao Parque Natural, entre outras. As escolas interessadas em levar seus alunos para as visitações e demais atividades deverão se cadastrar no Centro Ambiental Ida Schimdt, no Tanque, ou através do telefone (49) 3224-3142.

Seminários envolvem profissionais da área

Um dos eventos mais aguardados será o se-minário Educação para

Conservação do Solo, no dia 17, na Câmara de Vereadores, das 13h às 21h, com intervalos. O seminário tem como público-alvo profissionais

como engenheiros agrônomos e ambientalistas, estudantes da área e pessoas outras interessadas. O acesso é gratuito e as inscrições precisam ser feitas no endereço www.eventioz.com.br/seminario-solo. Além desse, o Seminário Re-gional do Meio Ambiente promete reunir muitas autoridades e profis-sionais da área com participação de representantes de toda a região.

Serão cadastradas as 18 cidades da Associação de Municípios da Região

Serrana (Amures). Será no Centro de Ciências Jurídicas (CCJ) da Uni-versidade do Planalto Catarinense (Uniplac), a partir das 9h. “Uma das pautas são os planos de gestão dos resíduos sólidos”, destaca a bióloga da Secretaria de Meio Ambiente, Mi-chelle Pelozato.

COMDEMA

Programação diversificada para o Mês do Meio Ambiente

PROGRAMAÇÃO COMPLETA:

1º/06 – Abertura oficialHorário: 14hLocal: Parque Jonas Ramos – TanqueEncontro Arte Vida Verde e Protetores Ambientais

9 a 10/06 – Visitas guiadas no Parque Natural com a Polícia Militar Ambiental

11 e 12/06 – Oficina para professores da rede estadual e municipalMatutino: Oficina sobre solos com o Instituto ÇarakuraVespertino: Saída a campo nos pontos de recarga do Aquífero Guarani com professor Tassio Rech

13/06 – Sesc ExperimentaHorário: 9h às 13hLocal: Praça João Costa

15 a 19/06 – Visita do Eco-ônibus da Fatma nas escolas municipais e estaduais

17/06 – Seminário “Educação para Conservação do Solo”Horário: Das 13h30 às 17h30 e das 19h às 21h30Local: Câmara de Vereadores

23/06 – Mostra de trabalhos das escolasHorário: Das 8h30 às 11h30 e das 13h30 às 16h30Local: Ginásio do Samt

28/06 – Pedalada EcológicaHorário: 9hSaída: Praça Joca NevesChegada: Sede nova do Parque Natural

29/06 – Seminário Regional do Meio AmbienteHorário: 9hLocal: CCJ – Uniplac

Durante todo o mês de junho, Mostra Sesc de Ciência Bichos do SulLocais: Biblioteca Pública, Centro Ambiental Ida Schmidt (Tanque) e CAV/Udesc

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Municípios pressionam Funasa e querem solução

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Cansados de tantas pro-messas da Fundação Na-cional de Saúde (Funasa),

de que os projetos de saneamento básico da Região Serrana serão in-cluídos nas prioridades dos planos de execução, os prefeitos da Amures foram à Florianópolis na sexta-feira (22) e deram um ultimato à equipe técnica da Funasa. Prazos foram definidos e cada um dos municípios terá revisado o andamento do proje-to, seja na Funasa ou na Casan.

A reunião colegiada foi pro-posta com apoio da deputa-da federal Carmen Zanotto

respaldada pelo Fórum Parlamentar Catarinense. O superintendente da Funasa Adenor Piovesan não compa-receu ao encontro e foi representado

pelo chefe da Divisão de Engenharia de Saúde Pública Igor Sana. Junto com a equipe técnica da Funasa, fo-ram revisados todos os contratos e convênios desde 2010 firmados atra-vés do Consórcio Serra Catarinense (Cisama) ou direto com as prefeituras.

Demora na execução

A deputada Carmen Zanot-to disse ser inconcebível demorar tanto tempo e os

projetos não terem sido executados ou como alguns casos que se per-deram os recursos. “Os primeiros projetos não deram certo. Depois foram recontratados houve pro-blemas de engenharia. Mas afinal,

onde não deram certo, onde está nossa incompetência coletiva”, de-sabafou a deputada.

No mesmo tom de cobran-ça, o presidente do Cisa-ma, prefeito de Campo

Belo do Sul Edilson José de Souza disse que os projetos retornam vá-rias vezes para a Funasa e nunca são aprovados. “Estamos sendo desrespeitados, porque dizem que tem recursos e quando chegamos aqui para aprovar os projetos nunca conseguimos por burocracia técni-ca”, desabafou Edilson de Souza. Os prefeitos enfileiraram reclama-ções à equipe da Funasa e firmaram um compromisso com cronograma de devoluções e respostas a cada um dos contratos de saneamento.

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SANEAMENTO BÁSICO

• O assunto agora será levado ao comando nacional da Funasa, em Brasília. Os prefeitos querem resolver definitivamente os impasses

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O Governo do Estado está definindo critérios para im-plantação do Programa de

Regularização Ambiental (PRA) em Santa Catarina. Em reunião realizada na Secretaria da Casa Civil recente-

Programa de Regularização Ambiental em SC

A Lei 12.651/2012, conhecida como o novo Código Flores-tal Brasileiro, completou três

anos de vigência neste mês de maio. Foram mais de 10 anos de trabalho dedicados à atualização de uma lei criada em 1965 e esforços sem medi-da para trazê-la à realidade de um país tão grande e diverso como o Brasil.

Por inúmeras razões, o Có-digo Florestal Brasileiro é o maior programa ambiental

e de reflorestamento do mundo, pois garante a Reserva Legal para áreas acima de quatro módulos fiscais, pre-

serva 20% das florestas na região Sul, 35% no Centro Oeste e 80% na Amazônia. Além disso, todos os cur-sos de água têm Área de Proteção Permanente (APP), regeneração ou replantio e mantém a mata ciliar de 30 a 500 metros, conforme a largura do rio em áreas não consolidadas.

Para as áreas consolidadas, para qualquer curso de água por propriedade ou

matricula terá de mata ciliar: até 1 módulo fiscal 5 metros, 1 até 2 módu-los fiscais 8 metros, 2 até 4 módulos fiscais 15 metros, acima de 4 módu-

los fiscais 20 a 100 metros conforme definição do PRA.

Com a aprovação da Lei 12.651 em 25 de maio de 2012, o próximo passo foi

iniciar o Cadastro Ambiental Rural (CAR) para reconhecer todos os imó-veis rurais no país. O CAR, regula-mentado pelo Decreto nº 7830/2012, é feito por meio eletrônico e é con-siderado um raio-X da propriedade. Com ele traça-se um mapa digital onde se registra a ocupação territorial da propriedade para regularização ambiental, quando necessário.

Os três anos deCódigo Florestal

Secretário de Estado da Casa Civi - Nelson Serpa

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COM mente com representantes do Go-

verno do Estado e de federações da agricultura discutiram a forma de regu-lamentação e implementação, em âm-bito estadual, do programa instituído pelo governo federal para regulariza-ção de áreas de preservação perma-nente, reserva legal e de uso restrito.

De acordo com o secretário da Casa Civil, Nelson Ser-pa, o primeiro passo para

a regularização foi a declaração feita pelos proprietários de imóveis rurais no Cadastro Ambiental Rural (CAR). Quem já fez a declaração e reconheceu ter algum passivo am-biental na propriedade deverá ade-rir ao PRA e fazer a regularização ambiental para evitar penalidades. O Governo de Santa Catarina está definindo os requisitos para regula-mentação, por meio de decreto, do programa em âmbito estadual.

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MEUS PETS

Fiscalização aos estabelecimentos que

comercializam animais

A resolução 1069/2014 do Conselho Federal de Me-dicina Veterinária (CFMV)

determina que estabelecimentos como pet shops devam possuir um ambiente sem excesso de barulho, com luminosidade adequada, livre de poluição e protegido contra in-tempéries ou situações que causem estresse aos animais. O que signifi-ca que eles não poderão mais ficar em vitrines ou gaiolas na frente dos estabelecimentos, de forma des-

• Animais de estimação não podem mais ficar em situação desconfortável nas vitrines. A nova resolução deve ser cumprida

Vereador quer ver a fiscalização atuando na exposição e comércio de animais em Lages SC

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INE confortável, em pequeno espaço,

submetidos a estresse, com falta de alimentação e água ou higiene.

Com base nesta lei, o ve-reador Pastor Mendes (PROS), de Lages, co-

bra na moção legislativa 156/2015 uma fiscalização ostensiva dos ór-gãos competentes nos comércios que fazem exposição de animais. O documento é encaminhado ao prefeito Toni Duarte e ao secretá-rio municipal de Meio Ambiente, Hampel Vieira.

A partir de agora os esta-belecimentos comerciais devem estar devidamente

registrados no sistema do Conse-lho Federal e Regional da área e manter um médico veterinário como responsável técnico, com a respon-sabilidade de orientar e garantir que os estabelecimentos cumpram a lei.

“O que desejo é que a resolu-ção seja realmente colocada em prática em nosso municí-

pio. Ela já está normatizada em al-guns lugares, mas isso precisa ser universalizado para preservar os animais que muitas vezes ficam ex-postos em lugares impróprios, sem a iluminação adequada e alimentos, o que acaba por estressar os ani-mais”, explica Mendes.

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AÇÃO

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• Entre os assuntos do Seminário a necessidade de uma mudança na cultura do desperdício através de uma estratégia colaborativa entre os países

A Prefeitura de Chapecó realizou no início de maio uma apresentação das

atividades em execução do Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos de Chapecó. O trabalho foi coordenado pelo Vice-Prefeito, Lu-ciano Buligon, com o apoio de ser-vidores da Secretaria de Serviços Urbanos e Infraestrutura, Consórcio Iberê e voluntários que participaram da elaboração do documento. O encontro aconteceu no Auditório da Prefeitura e reuniu principalmente os integrantes do Fórum de Resídu-os Sólidos de Chapecó e de Asso-ciações de Recicladores.

Buligon falou sobre as dire-trizes do Plano e citou, por exemplo, a campanha edu-

cativa que está em elaboração e será

veiculada na mídia regional nos pró-ximos meses; além da disponibiliza-ção de três ficais do município para acompanhar a gestão do lixo em Chapecó. “Essas são algumas ações que já colocamos em prática e foram definidas com a participação popular durante a elaboração de Plano de Resíduos Sólidos de Chapecó”, des-tacou Buligon.

O trabalho de construção do Plano

Há cerca de um ano iniciaram os estu-dos, levantamento

de dados e diagnósticos – trabalho que contou com o envolvimento vo-luntário de uma série de profissionais, líderes comunitários, recicladores, ambientalistas, servidores públicos e entidades. O resultado foi apresenta-do em Audiência Pública no mês de setembro de 2014.

Foi diagnosticada a realidade dos diferentes tipos de lixos gerados no município. Se-

gundo o Prefeito, José Caramori, as estatísticas mostraram a ‘fotografia’ do Município quando o assunto é re-síduos sólidos. Depois disso, foi pos-sível planejar metas, definir as estra-tégias e as ações para garantir que as pessoas passem a gerar menos lixo e o descartem de forma correta.

As equipes focaram nos seguintes segmentos de resíduos, conforme a rea-

lidade do município:

• Limpeza urbana e óleos comestíveis;• Construção civil e mineração;• Industriais, comerciais e saneamento;• Transporte, pneus e óleos combustíveis;• Saúde;• Agrossilvipastoril;• Eletrônicos, pilhas e bateriais;

Com o resultado dos estu-dos foi possível construir o texto da Minuta do Pla-

no de Resíduos Sólidos de Chape-có, que está publicado no site da Prefeitura.

Chapecó atende à exigência nacional

A elaboração do Plano de Resíduos Sólidos de Cha-pecó atende a Política Na-

cional de Resíduos Sólidos, instituí-da pela Lei 12.305 de 02 de agosto de 2010, que destaca a responsabi-lidade compartilhada do poder públi-co e dos geradores de resíduos. O objetivo é que todos os Municípios tenham o seu Plano até o final de 2015 para instituir uma Lei Municipal e exigir as adequações necessárias para melhorar o bem estar social e a qualidade ambiental.

Texto Vanessa Hubner

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VISÃO SUSTENTÁVELLU

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Ações do Plano de Resíduos Sólidos de Chapecó

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