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Sua fonte de informaoEm revista - Ano 1 - N 1 - Janeiro/2007

Entrevista: Kurumin 7

LINUXEspecial: usando o terminal Gerenciamento de energia Recuperando parties deletadas Usando o NTFS 3G

HISTRIA DA INFORMTICADas vlvulas aos dias de hoje

SONYGN-TX670P

Anlise completa

EDITORIALSua fonte de informaoEm revista - Ano 1 - N 1 - Janeiro/2007

ColaboradoresCarlos Eduardo Morimoto, editor do site http://www.guiadohardware.net, autor de mais de 10 livros sobre Linux, Hardware e Redes, entre eles os ttulos: Linux: Ferramentas Tcnicas, Entendendo e Dominando o Linux", Kurumin, desvendando seus segredos", Hardware, Manual Completo", "Dicionrio de termos tcnicos de informtica" e Linux: Entendendo o Sistema". Desde 2003 desenvolve o Kurumin Linux, uma das distribuies Linux mais usadas no pas. Pedro Axelrud, blogueiro e trabalha para o site guiadohardware.net. J foi editor de uma revista eletrnica especializada em casemod. Entusiasta de hardware, usurio de Linux / MacOS X e f da Apple, pretende fazer faculdade de Engenharia da Computao. Augusto Campos, atua na comunidade livre brasileira desde 1996, ano em que fundou o BR-Linux.org. Administrador de TI, acredita no mtodo cientfico e na busca de solues racionais para resolver situaes que o vis ideolgico no soluciona. Catarinense, encara o mundo a partir da perspectiva privilegiada que s quem v o mar diariamente em Florianpolis pode ter. Vnia Mller faz projetos grficos de livros, revistas e todo o tipo de material de divulgao. Para este espao, est ainda caminhando para a soluo que definir a cara do Guia do Hardware em revista. Ouve uma opinio aqui, outra ali, e no decorrer dos nmeros vai apresentar a melhor forma do GDH se comunicar visualmente.

O Guia do Hardware existe desde 1999, o que o torna um dos sites tcnicos mais antigos aqui no Brasil. Como um presente de natal a voc que vem nos acompanhando ao longo de todos estes anos, decidimos tentar algo novo. A revista Guia do Hardware.net uma proposta inovadora. Uma revista digital, produzida com o mesmo cuidado e qualidade de uma revista impressa, contendo artigos e tutoriais aprofundados sobre hardware, redes e Linux, porm distribuda gratuitamente :). s acessar o http://guiadohardware.net/revista e baixar a sua todos os meses. No existem condies nem limitaes. Voc pode baixar, indicar para seus amigos, imprimir as matrias que mais gostar e assim por diante. A longo prazo a meta equilibrar os custos da revista com anncios, mas, por enquanto, ningum est preocupado com isso, estamos trabalhando no que gostamos e fazendo algo novo. Divulgue a revista para seus amigos, poste a notcia no seu blog, ou site de notcias favorito. Estaremos acompanhando o contador de downloads e comemorando a cada acesso :). Com sua ajuda, faremos no apenas a melhor, mas tambm a mais lida revista tcnica do pas. A partir da prxima edio teremos uma rea com respostas para dvidas e tambm a tradicional rea com e-mails dos leitores. Depois de terminar de ler a revista, no deixe de nos escrever, contando suas impresses: [email protected]

Contato ComercialPara anunciar no Guia do Hardware em revista mande seu e-mail para:

[email protected] Participe do Frum http://guiadohardware.net/comunidade/

Sua fonte de informaoEm revista - Ano 1 - N 1 - Janeiro/2007

TUTORIAL: Usando o VMware server pgina 72

Entrevista com Carlos Morimoto: Kurumin 7 pgina 4

LINUX: gerenciamento de energia pgina 79

SONYAnlise completa por Carlos E. Morimoto e Pedro Axelrud pgina 10

LINUX: escrevendo em parties NTFS com o NTFS-3g pgina 84

LINUX: Usando o terminal pgina 20

RESUMO DO MS - Notcias que foram destaque pgina 90

Recuperando parties deletadas e corrigindo sistemas de arquivos corrompidos pgina 94

ESPECIAL: A evoluo dos COMPUTADORES pgina 44

Notcias pgina 101

Carlos MorimotoEasyLinux: Conte-nos um pouco de sua trajetria e envolvimento com a informtica. Como foram seus primeiros passos? C.M.: Como quase todo mundo, eu comecei fuando, estudando os livros e revistas que encontrava pela frente. Comecei com uns 7 anos, escrevendo programinhas em Basic num CP400, depois estudei o MSDOS, estudei programao, manuteno de micros, etc. Com 17 comecei a escrever livros sobre hardware, um pouco depois comecei a trabalhar no guiadohardware.net e a desenvolver o Kurumin. Hoje em dia divido o tempo entre o site, os livros que escrevo, cursos e o desenvolvimento do Kurumin e outros projetos. EasyLinux: Voc foi o criador e ainda mantm um dos maiores portais de informtica do Brasil, o Guia do Hardware. Como nasceu essa idia? C.M.: O GDH foi inaugurado em 1999. Na poca existiam poucos sites de informtica especializados, principalmente em Portugus. Como na poca estava escrevendo meus primeiros livros, acabou servindo para juntar o til ao agradvel :) Como o nome sugere, no incio o guiadohardware.net falava apenas sobre hardware e manuteno de micros, mas com o passar do tempo passei a dar um bom destaque

Agora em Janeiro teremos o lanamento do Kurumin 7. A revista EasyLinux preparou um especial sobre o sistema, incluindo uma entrevista comigo, que reproduzo na ntegra:

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para Linux, redes e at um pouco de programao. De certa forma, o site seguiu a trajetria comum entre os profissionais da rea de informtica: comeam com manuteno de micros e depois se especializam em redes, linux ou programao. A diferena que no caso do GDH tudo passou a ser abordado simultaneamente. EasyLinux: Como foi o primeiro contato com Linux? C.M.: Me lembro de ler um artigo sobre servidores web com Linux ainda em 96, ainda no comecinho da internet comercial aqui no Brasil. Mas, a primeira distribuio que peguei para usar foi o Conectiva Marombi, logo que ele saiu, em 98. importante notar que na poca j se falava bastante em Linux dentro dos crculos tcnicos, mas quase ningum usava fora dos servidores. Faltavam aplicativos, a compatibilidade de hardware era limitada e o sistema era bastante complicado de usar, bem diferente do que

temos hoje em dia. A evoluo do Linux nos ltimos anos foi realmente notvel. EasyLinux: Vamos falar sobre a distribuio que voc criou, o Kurumin Linux. Porqu criar uma distribuio? Voc estava insatisfeito com as distribuies disponveis na poca? C.M.: Na verdade, o objetivo inicial do Kurumin era ser uma distribuio Linux compacta, que rodasse do CD e fosse muito intuitivo e fcil de usar para incluir num CD-ROM com artigos e tutoriais que vendamos atravs do site na poca. A idia era que voc pudesse acessar o contedo do CD para pesquisar mesmo quando estivesse com problemas no micro. Justamente por rodar a partir do CD, ser intuitivo e fcil de usar, o Kurumin acabou conquistando rapidamente um grande nmero de usurios. Durante algum tempo trabalhei quase em tempo integral no sistema, por isso ele evoluiu rapidamente nas primei-

ras verses. Depois passei a dedicar menos horas, mas como a experincia acaba fazendo voc ficar mais produtivo, o desenvolvimento continua num bom ritmo. EasyLinux: Porqu a escolha do Knoppix como ponto de partida? C.M.: O Knoppix foi um grande marco na histria do Linux, pois serviu como ponto de partida para a grande maioria das distribuies live, que por sua vez passaram a influenciar at mesmo as grandes. At mesmo o Ubuntu comeou com um instalador tradicional, mas depois passou a ser distribudo com um live-CD. Mesmo no final de 2002 (quando comecei a trabalhar no Kurumin), o Knoppix j possua diversas ferramentas e scripts, sem falar no fato de ser baseado no Debian, o que facilita enormemente a manuteno e atualizao do sistema. justamente graas a esta slida base (Debian e Knoppix) que foi possvel desenvolver o Kurumin. As peas j estavam prontas, faltava apenas montar.

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EasyLinux: Seja quando escolhe os programas que vo entrar, cria ferramentas ou quando define o visual do sistema, qual sua filosofia ao desenvolver o Kurumin? Ela ainda a mesma das primeiras verses? C.M.: Um texto que sempre me inspirou bastante foi o "hacker howto" do Eric Raymond. Tem uma passagem que fala sobre evitar o trabalho repetitivo, automatizando o que for possvel. Um bom administrador de sistemas no passa a vida executando a mesma lista de comandos cada vez que precisa fazer backup, ou perde dois dias cada vez que precisa reinstalar o sistema. Ele faz manualmente da primeira vez e depois automatiza. Escreve um script, ou cria um pequeno programa que faz a tarefa automaticamente e depois passa para a prxima. No caso do Kurumin, sempre que escrevo um artigo ou tutorial para o site, falando sobre algum novo programa, ou configurao, me acostumei a escrever um script

automatizando a tarefa para adicionar ao sistema. Com o tempo surgiu a idia dos "cones mgicos", que depois se transformaram no painel de controle do Kurumin. Ele consiste num conjunto de painis, desenvolvidos no Kommander, que disparam uns 500 scripts diferentes, cada um encarregado de uma funo. Ou seja, para a maioria das coisas que normalmente voc precisaria pesquisar e fazer manualmente, no Kurumin voc encontra alguma opo dentro do painel que faz automaticamente pra voc. Isso faz com que o Kurumin acabe fazendo sucesso entre duas categorias bem distintas de usurios. A primeira so os iniciantes, que obviamente gostam da facilidade e conseguem fazer muitas coisas que no conseguem fazer em outras distribuies. A segunda, por incrvel que possa parecer, so os usurios avanados, que gostam de estudar e modificar o scripts, justamente por que eles automatizam muitas tarefas que eles precisariam fazer manualmente em outras distribuies. Estudando e

escrevendo novos scripts eles aprendem mais sobre o sistema e muitos deles contribuiem de volta, com dicas e melhorias. Existe uma determinada classe de usurios que acha que o Linux precisa ser difcil, que tudo precisa ser feito manualmente, etc. Esta mentalidade antiquada, pois automatizar tarefas permite que voc faa mais, e no menos. EasyLinux: Voc faz tudo sozinho ou h uma equipe de pessoas trabalhando no sistema? um desenvolvimento de tempo integral ou trabalha no Kurumin no seu tempo livre? C.M.: Alm de mim, tem o Luciano Loureno, que faz as artes, o Jlio Csar, que est mantendo parte dos scripts, o Zack que ajuda com vrias dicas e vrios outros que ajudam a testar o sistema, contribuem com algum pacote ou script, ajudam no frum ou contribuem com uma coisa ou outra. Como dizem, o mais importante no a quantidade, mas sim a qualidade ;).

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EasyLinux: Qual parte do desenvolvimento mais toma seu tempo? E qual mais gosta de se dedicar? C.M.: Sem dvida a maior parte do trabalho so os scripts, j que eles so muitos e precisam ser atualizados acompanhando a evoluo do sistema. Esta provavelmente tambm a rea que mais gosto. EasyLinux: Depois do Kurumin, qual sua distribuio favorita? C.M.: Antes era o Mandrake, que eu usava antes de comear a desenvolver o Kurumin. Depois passou a ser o Debian, j que ele a base do sistema. Atualmente tenho tambm acompanhado o Ubuntu (que afinal tambm derivado do Debian ;). Se tudo der certo, ano que vem vou at lanar um livro sobre ele. EasyLinux: O Kurumin tem como uma de suas principais caractersticas trazer consigo codecs proprietrios e drivers para softmodems. O que voc pensa das distribuies que tm como

princpio carregar apenas programas de cdigo aberto, como o Ubuntu? C.M.: Na verdade, com relao distribuio de drivers, o Ubuntu est atualmente seguindo uma filosofia muito similar do Kurumin. Desde as primeiras verses, ele inclui firmwares proprietrios para algumas placas Wireless (como as Intel ipw2100 e ipw2200, usadas nos notebooks Centrino). O Edgy inclui alguns drivers para softmodems e recentemente foi anunciado que a prxima verso trar tambm drivers proprietrios para as placas nVidia e Ati. A meu ver isto muito bom, pois esto priorizando os usurios ao invs da filosofia. Existe muita coisa a ser discutida com relao aos drivers proprietrios (seria muito melhor se eles no fossem proprietrios em primeiro lugar), mas acredito que a grande maioria prefere ter sua placa wireless ou modem funcionando. Radicalismo s atrapalha o trabalho dos desenvolvedores e deteriora a relao com os fabricantes.

EasyLinux: Quais so os nmeros sobre a utilizao do Kurumin? Voc tem idia de quantas pessoas utilizam o sistema? Qual o perfil desses usurios? C.M.: No existem estatsticas de uso, pois para contabilizar o nmero de usurios do sistema, seria necessrio incluir algum tipo de spyware que enviasse um pacote com informaes cada vez que o sistema usado, o que naturalmente no tico nem correto. Entretanto, alguns sites contabilizam os downloads, o que permite ter uma idia. No superdownloads, por exemplo, o Kurumin tem mais de 500.000 downloads, no Gratis tem mais 350.000 e assim por diante. Se voc comear a somar todos estes sites de downloads e tentar chutar um multiplicador para chegar ao nmero total, vai chegar a um nmero na casa dos milhes. EasyLinux: Na sua opinio, qual a maior virtude do Kurumin e o que ainda est longe do ideal?

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C.M.: A maior virtude o sistema ser desenvolvido com base na idia de ser um sistema democrtico e fcil de usar, com foco no pblico Brasileiro. Esta tambm a principal limitao, pois muitos querem um sistema com melhor suporte a internacionalizao, ou que seja menos automatizado. Mas, no este o principal motivo de existirem tantas distribuies diferentes em primeiro lugar? :) EasyLinux: Distribuies que antes usavam o KDE esto mudando para ou ao menos dando a opo de utilizar o GNOME. Existe alguma chance do Kurumin tambm seguir esse caminho? C.M.: No bem assim. Grandes empresas como a Red Hat e a Novell preferem utilizar a biblioteca GTK por que ela no impe restries ao desenvolvimento de softwares proprietrios, enquanto o QT livre para o desenvolvimento de aplicativos opensource (voc precisa pagar uma licena para usar a biblioteca em aplicativos de cdigo fechado).

Isto naturalmente faz com que o Gnome seja preferido dentro das corporaes ao invs do KDE. Muitas pessoas tm a falsa noo de que o GTK livre, enquanto o QT "proprietrio", mas a amarga re a l i d a d e j u s t a m e n t e o contrrio. Ambos so livres, mas a licena do QT incentiva o desenvolvimento de aplicativos open-source. Com relao s distribuies, sempre acaba acontecendo de um dos dois ambientes ser usado por padro e quase todo o desenvolvimento girar em torno dele. Isso normal, pois os dois ambientes so muito diferentes e quase impossvel duplicar todas as funes e interface do sistema em ambos. Isso s funciona em distribuies que usam uma configurao muito prxima do padro. A partir do ponto em que voc tem duas equipes, uma trabalhando no KDE e outra trabalhando no Gnome, voc acaba tendo na verdade duas distribuies diferentes, que compartilham o mesmo repositrio de pacotes, como no caso do Ubuntu e Kubuntu.

Com relao ao Kurumin, voc pode perfeitamente instalar o Gnome atravs do apt-get, mas no existem planos de uma verso que o utilize por padro, justamente devido ao trabalho de personalizao que seria necessrio e perda de identidade. EasyLinux: Finalizando, o que podemos esperar do Kurumin, a curto e a longo prazo? C.M.: A curto prazo temos o Kurumin 7, que tem como nfase a estabilidade. O sistema cresceu e dia 14/01/2007 j est chegando ao seu quarto aniversrio. Daqui pra frente, entramos no trabalho incremental, de manter tudo o que j funciona, adicionar novas funes e manter o sistema atualizado. Um nmero assustadoramente grande de pessoas utiliza o Kurumin como sistema operacional padro e por isso precisam de um sistema estvel e confivel. A palavra de ordem "evoluo" e no "revoluo".

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Anncio

ANLISE

Sony Vaio GN-TX670PO Vaio GN-TX670P um dos menores e mais caros notebooks do mercado. Ele um ultra porttil com uma tela wide de 11.1", que pesa apenas 1.26 Kg (incluindo a bateria). Entre outros recursos, ele oferece a possibilidade de ficar continuamente conectado web atravs de uma interface WAN. Leia a anlise completa. O ano de 2006 no foi exatamente um bom ano para a Sony. Primeiro tivemos o escndalo dos CDs de msica que instalavam um rootkit quando tocados em mquinas Windows, abrindo os PCs para invases externas. Depois, tivemos o recall das baterias liIon com clulas produzidas pela Sony, que obrigou a empresa a recolher e destruir milhes de baterias, num prejuzo monumental. um notebook ultra porttil, que tivemos a oportunidade de testar ao longo desta semana. Ele nos foi cedido para review pela Hardstore Informtica http://www.hardstore.com.br/ que, em Julho, j havia nos emprestado o Acer 2423WXCi. A primeira coisa que chama a ateno neste modelo o preo. Ele vendido por US$ 2300 nos EUA e aproximadamente R$ 9.000 no Brasil, o que o coloca entre os notebooks mais caros do mercado.

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Anlise: Sony Vaio GN-TX670P

Mas, apesar das tempestades, a Sony tambm lanou diversos produtos interessantes. A configurao a seguinte: Um deles o Vaio VGN-TX670P, Processor: Pentium M ULV, 1.2 GHz, 2 MB de cache Memria: 1 GB pr instalados, DDR2, 400 MHz (mximo: 1.5 GB) Chipset: Intel 915GMS Express Vdeo: Onboard, Intel GMA900 com memria compartilhada udio: Onboard, Intel 82801FB (ICH6) Rede: Intel Pro/100 Wireless: Intel 2200BG Modem: Intel Ac97 Tela: 11.1", Wide (16:9) 1366x768 com XBRITE Drive: DVD+-RW Dual Layer (gravador) HD: 60 GB, Fujitsu 1.8" com 2 MB de cache de dados 2 portas USB (2.0) e 1 porta firewire; Leitor de cartes SD e Memory Stick PRO Bluetooth; 1 slot PCMCIA; Bateria de 58 mWh, at 7 horas

As duas portas USB esto posicionadas do lado esquerdo do note

Comparativo entre o Sony Vayo e um Acer 5043WLMI, com tela de 15.4

A principal caracterstica do TX670P o tamanho. Ele um ultra porttil com uma tela wide de 11.1", que pesa apenas 1.26 Kg (incluindo a bateria). Fizemos uma comparao entre ele e um Acer 5043WLMI, com tela de 15.4". As duas portas USB esto posicionadas do lado esquerdo do note, uma delas (junto com o conector do modem) escondida sob um protetor plstico. Do lado direito temos o DVD, a sada de vdeo e a antena da interface WAN (mais detalhes sobre ela a seguir). O conector da fonte vai na parte de trs, junto com a bateria, o conector da placa de rede e a porta firewire. Esta po-

sio para a bateria est se tornando a preferida pelos projetistas, pois reduz o aquecimento da bateria, prevenindo possveis problemas com as baterias li-ion. Na parte frontal temos os conectores de udio, a chave liga/desliga do transmissor wireless, os botes de volume do audio e o leitor de cartes. A Sony incluiu um leitor de cartes SD, complementando o leitor de memory sticks. Isto digno de nota, pois tradicionalmente os produtos da Sony incluem apenas suporte ao seu prprio formato. Embora o controlador seja um s, optaram por um design incomum, usando conectores separados para cada um dos dois formatos. Do lado direito temos o DVD, a sada de vdeo e a antena de interface WAN

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O conector da fonte vai na parte de trs, junto com a bateria, o conector da placa de rede e a porta firewire.

Parte frontal: conectores de udio, chave liga/desliga do transmissor wireless, botes de volume do udio e leitor de cartes. uma no topo e outra na base da tela). Existe tambm um pequeno ganho na nitidez das cores, pois a luz dos LEDs consegue ser quase que perfeitamente branca, ao contrrio das lmpadas de catodo frio, que tendem ao azul. A tecnologia XBrite melhora a fidelidade das cores, dando uma aparncia mais viva s imagens. O problema que o XBrite tambm torna a tela muito reflexiva, o que acaba sendo uma faca de dois gumes. Para minimizar a parte negativa, a Sony desenvolveu um tratamento anti-reflexivo. Ele realmente reduz o reflexo em relao s telas CrystalBrite usadas nos Acer, por exemplo, mas no capaz de resolver completamente o problema. De qualquer forma, com reflexos e tudo, uma tela XBrite realmente bem superior a um LCD tradicional. De uma forma geral, este LCD do TX670P realmente um dos melhores do mercado. Entretanto, um pequeno defeito, que incomoda algumas pessoas, um pequeno vazamento de luz na base da tela. Olhando do ngulo certo, voc pode ver nitidamente os feixes de luz. Espessura de tela Feixes de luz

Assim como nos modelos mais caros da Asus, o gabinete feito de fibra de carbono, um material ao mesmo tempo mais leve e mais resistente que o plstico usado nos modelos mais baratos. O uso da fibra de carbono tambm torna o notebook mais resistente a impactos, o que importante num ultra porttil que vai ser carregado de um lado para o outro. Outro ponto positivo que o acabamento no se desgasta com o tempo, como na maioria dos notebooks e mouses prateados. Entretanto, apesar de ser bastante resistente, a fibra de carbono no um material especialmente duro. Segurando o note fechado pelo lado do CD, ou torcendo levemente a tela, voc tem a impresso de que o notebook mais frgil do que realmente . Outro diferencial a tela. Ao invs de um LCD tradicional, iluminado por lmpadas de ca-

todo frio, a Sony optou por usar um sistema de iluminao atravs de LEDs. Embora encarea bastante a tela, o uso de LEDs trouxe vrias vantagens. A primeira delas que a tela bem mais fina que um LCD tradicional, com apenas 4 milmetros de espessura. Os LEDs trabalham com uma corrente de 5 volts, ao invs de usarem alta tenso, como as lmpadas de um LCD tradicional. Isso eliminou o FL-Inverter, o que reduziu o consumo e o aquecimento da tela, alm de torn-la mais durvel, j que o FLInverter a fonte mais comum de defeitos em telas de LCD. Ao lado temos a comparao entre a espessura da tela do Vaio e do Acer, que usa um LCD tradicional. A iluminao da tela tambm mais uniforme do que nos monitores de LCD, pois os LEDs so distribudos de forma mais uniforme (num LCD tradicional temos apenas duas lmpadas,

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Outro detalhe pouco usual do display a resoluo. Ao invs dos 1280x800 usados na maioria das telas wide, a Sony optou por uma tela mais retangular, com 1366x768. A maior resoluo horizontal corresponde perfeitamente ao aumento na largura da tela, de forma que no causa distoro na imagem. Este "super-wide" um formato bom para assistir DVDs, pois faz com que o filme ocupe toda a rea til da tela. Como a tela muito pequena para a resoluo, algumas pessoas tm dificuldade em ler textos e clicar em cones pequenos. Para amenizar isso, existe uma tecla de atalho com uma funo de "zoom". Ao pressionar Fn+F10 (funciona

apenas no Windows), a resoluo instantaneamente reduzida para 1064x600. Por no ser a resoluo nativa do LCD, a qualidade da imagem fica longe do ideal, mas no deixa de ser uma funo interessante. Um brinde o instant mode, que permite assistir DVDs, tocar CDs de msica e visualizar fotos armazenadas no carto de memria, sem precisar carregar o sistema operacional. Voc tem acesso ao sistema pressionando o boto "AV" na base da tela, com o note desligado. A Sony no se preocupou em ir muito alm do arroz com feijo, tornando o recurso bastante limitado. No possvel acessar qualquer arquivo do

HD (mesmo as fotos so abertas apenas a partir do carto de memria), no possvel assistir filmes em Divx (ou outros formatos fora o DVD regular) e no possvel ouvir msicas em MP3 ou WMA, mesmo que gravadas num CD. O software tambm se recusa a exibir DVDs de regio diferente da definida no firmware do leitor. Assim como nos outros ultra-compactos, o teclado do TX670P menor que o padro, com cerca de 90% do tamanho de um teclado regular. As teclas so um pouco menores, assim como o espaamento entre elas. Quem usa apenas teclados "full size", precisa de alguns dias para se acostumar. Mas, dentro das limitaes fsicas, o teclado confortvel de usar. Ele um pouco maior que o teclado do Averatec 1000, que seria um dos concorrentes diretos. O touchpad tem boas dimenses e boa sensibilidade, mas o tamanho e a disposio dos botes o tornam um pouco desconfortvel de usar. Como os speakers esto posicionados junto ao teclado, o touchpad fica "prensado" na extremidade, de forma que os botes ficaram posicionados muito prximos base. mais uma coisa com a qual voc se acostuma depois de alguns dias, mas no comeo esta disposio incomoda um pouco.

Instant mode - permite assistir DVDs, tocar Cds de msica e visualizar fotos

Tecla de atalho, com funo de zoom

Teclado: menor que o padro. Para quem usa teclado full size, precisa de alguns dias para se acostumar

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Para construir um notebook to pequeno, a Sony precisou fazer algumas concesses. A principal delas o processador. Nada de um processador dual core e nada de uma alta freqncia de clock. O TX670P equipado com um Pentium M 753 ULV (ultra low voltage), de apenas 1.2 GHz. Para quem anda acompanhando os lanamentos da Intel, este chip faz parte da plataforma Sonoma, anterior plataforma Core. A linha ULV da Intel consiste em processadores de baixo consumo, destinados a notebooks ultra compactos. Enquanto um Celeron M de 1.4 GHz consome 22 watts, o Pentium M ULV que equipa o Vaio usa tenso de apenas 0.924V e consome apenas 5 watts! Alm de aumentar brutalmente a autonomia das baterias, isso ajuda bastante na questo do aquecimento. Embora seja muito compacto e silencioso (voc precisa literalmente colar o ouvido no note pra ouvir o rudo do cooler), a temperatura do processador fica, na maior parte do tempo entre 51 e 53 graus. Para economizar energia, o cooler ativado apenas quando a temperatura do processa-

dor ultrapassa os 50 graus. Por isso, a menos que use o notebook num local muito frio, nunca cair abaixo disso. O mximo que consegui atingir, ao assistir um DVD com as entradas de ar parcialmente bloqueadas, foram 65 graus. Esta uma marca bem tranqila, pois, segundo as especificaes, o Pentium M ULV suporta at 100 graus. A temperatura externa do gabinete fica em torno dos 40 graus na maior parte do tempo. O notebook nunca chega a ficar muito quente, apenas "morno". O projeto usa 3 entradas de ar separadas, que ajudam a ventilar outros componentes e reduzem a possibilidade de que todas as entradas sejam bloqueadas simultaneamente ao usar o notebook sobre o colo. O fato do cooler ficar a maior parte do tempo desligado tambm um fator que reduz a necessidade de manuteno, j que o dissipador acumula menos sujeira. Graas aos 2 MB de cache, o desempenho do processador no to ruim quanto parece primeira vista, mas ainda assim estamos falando de um dos processadores mais lentos do mercado, desenvolvido com o objetivo de ser econmico e no o de ser um campeo de desempenho. A performance mais do que adequada para navegar, assistir DVDs e rodar aplicativos de escritrio, porm deixa a desejar se voc pretende jogar ou rodar aplicativos mais pesados, incluindo o VMware. Mais um componente que deu sua cota de contribuio na miniaturizao foi o HD. Ao invs de utilizar um HD de 2.5" tradicional, o TX670P usa um Fujitsu MK6006GAH de 1.8", que possui cerca de 2/3 do tamanho e quase metade da espessura. Alm de menor, este HD consome quase 40% menos energia que um HD de 2.5" tradicional. HD miniaturizado

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Anlise: Sony Vaio GN-TX670P

O problema que este HD tambm sensivelmente mais lento que a mdia. Como o objetivo consumir pouca energia, ele trabalha a apenas 4200 RPM o que, combinado com o menor dimetro dos discos, resulta numa desvantagem considervel. O cache de dados de apenas 2 MB tambm no ajuda, j que caches de 8 MB j so o padro na maioria dos modelos atuais. Apenas para efeito de comparao, o FUJITSU MHV2040BH de 5200 RPM usado no HP NX6310 que analisei em agosto, mantm 33 MB/s de taxa de transferncia no teste do hdparm (hdparm -t), enquanto o HD do TX670P mantm apenas 21 MB/s no mesmo teste, uma desvantagem de mais de 35%. Outro problema que o HD no facilmente substituvel. No existe acesso a ele pela parte externa do gabinete. Para chegar at ele, voc precisa desmontar o notebook. Um ponto positivo, que minimiza a questo do desempenho do HD que este modelo j vem com 1 GB de RAM de fbrica. Mais memria significa que o sistema usar menos memria swap e ter mais

espao para fazer cache de disco, reduzindo o nmero de acessos ao HD. O TX vem com 512 MB de memria soldados diretamente placa me e o nico slot de expanso populado por um pente de 512 MB. A nica possibilidade de upgrade substituir o pente por um de 1 GB, ficando com 1.5 GB no total. Os engenheiros da Sony se empolgaram um pouco com a questo da miniatualizao ao projetar o drive de DVD. Ele um drive bastante compacto, o que permitiu manter a espessura original sem precisar remover o drive, como no Toshiba Portege R200, por exemplo. Melhor ainda, apesar da miniaturizao, temos um gravador de DVD, com suporte a mdias dual-layer. O drive l CDs a 24x, DVDs a 10x, grava mdias CDR a 24x e grava mdias DVD+R a 4x. O problema que o boto para abrir a bandeja do drive realmente minsculo, provavelmente o menor da histria da informtica :-P. Voc precisa usar a ponta da unha para conseguir pression-lo: Ao usar o Windows, o drive pode ser usado tambm pressionando o boto ao lado do Com o Windows, pode-se pressionar o boto ao lado do liga/desliga

O boto para abrir a bandeja do drive minsculo

boto liga/desliga. Este mesmo boto tambm reativa o drive caso voc o tenha desligado dentro das opes de economia de energia. Combinando a tela, o HD de 1.8", o processador e um sistema bastante agressivo de gerenciamento de energia, a Sony conseguiu chegar a um dos notebooks mais econmicos em termos de consumo eltrico do mercado. Reduzindo um pouco o brilho da tela, desligando o transmissor wireless e ativando o gerenciamento de energia para o processador, o consumo eltrico total do notebook oscila entre apenas 8 e 9 watts! S para efeito de comparao, um monitor de LCD de 15", para desktops consome sozinho cerca de 35 watts, 4 vezes mais do que o notebook inteiro.

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No Linux, possvel acompanhar o consumo atravs do comando "cat /proc/acpi/battery/BAT1/state". Aqui vai um screenshot para voc no dizer que histria de pescador :)

Nos meus testes, consegui 3:45 horas assistindo um DVD (na verdade quase dois ;) e 6:15 navegando atravs da rede wireless e lendo textos em PDF. Deixando o notebook ocioso, com a tela ligada, consegui atingir 6:50 horas, uma marca impressionante. Existe ainda a opo de usar a bateria extendida vendida pela Sony. Esta uma bateria de 10 clulas, com 96 mWh, que oferece uma autonomia pouco mais de 50% maior que a da bateria padro. Ou seja, com ela seria possvel, em teoria, superar a marca das 10 horas de autonomia, suficiente para usar o note durante todo um dia de trabalho, sem descanso. Esta bateria custa US$ 230 nos EUA, mas um tem difcil de encontrar aqui no Brasil:

No momento do screenshot, o notebook estava consumindo 8623 miliwatts, ou seja, apenas 8.6 watts de energia, menos que uma lmpada fluorescente. Apesar do tamanho reduzido do laptop, a Sony optou por usar usar uma bateria de 6 clulas (similar s encontradas em notebooks maiores), construda com clulas de alta capaci-dade. Graas isso, a bateria possui uma capacidade total de 58 mWh (7.8 Ah a 7.4V), que, segundo a Sony, resulta numa autonomia de at 7 horas. Lembre-se de que a capacidade da bateria obtida multipli-

cando a capacidade em Ah pela tenso usada. A maioria das baterias de notebook tem 4.4 ou 4.8 Ah, porm usando tenso de 10.8V. Fazendo as contas, voc v que a capacidade real praticamente a mesma. Esta bateria da Sony equivale em capacidade a uma bateria de 5.2 Ah a 10.8V.

Ao contrrio do que pode parecer primeira vista, a anteninha do lado direito no usada pela rede wireless (cuja antena est escondida na parte superior da tela), mas sim uma antena de celular. A antena flexvel, por isso no existe a preocupao de quebr-la durante o uso:

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Anlise: Sony Vaio GN-TX670P

Este o recurso mais extico TX760P e seu principal diferencial em relao a outros notebooks ultra-portteis. O transmissor serve como uma interface WAN, que permite navegar via GPRS/EDGE quando estiver fora do alcance de sua rede wireless. A idia que ao invs de carregar um palmtop, voc tenha um notebook completo sempre mo, sempre conectado web, independentemente de onde estiver. A Sony fez um acordo com a Cingular (uma operadora de telefonia americana), que disponibilizou um plano de dados ilimitado para os usurios do Vaio por US$ 80 mensais. Foi includo at mesmo um software de comunicao da Cingular, com a conexo pr-configurada. Naturalmente, isto no de muita ajuda para quem vive no Brasil. Mas, felizmente possvel substituir o chip pelo de uma operadora GSM nacional. O compartimento do chip fica escondido atrs da bateria. Basta remov-la para ter acesso a ele: O programinha de conexo da Singular no funciona ao utilizar um chip de outra opera-

dora, por isso voc precisar criar a conexo manualmente. Acesse o Painel de Controle > Conexes de rede > Criar nova conexo e siga os passos, como se estivesse criando uma conexo via modem discado. Na hora de escolher qual modem usar, escolha o "Sony Ericsson EGPRS Modem". Na tela seguinte, use *99***1# como nmero de discagem. At onde sei, ele o nmero de conexo usado em todas as operadoras nacionais, mas no custa confirmar com uma pesquisa rpida no Google se ele se aplica tambm ao seu caso. Operadoras de outros pases podem usar outros nmeros, como "*98*2#", "*99***10#", "*99***2#", ou mesmo "#777". Muitos tutoriais ensinam a conectar usando o nome da operadora como login e senha (tim/tim, claro/claro, etc), mas na verdade isso no necessrio, pois quem faz a autenticao o prprio aparelho, usando os cdigos includos no chip. Seu micro apenas usa a conexo estabelecida por ele. Voc pode usar qualquer coisa, como "vaio/vaio", por exemplo.

Software de comunicao da Singular

O compartimento do chip fica escondido atrs da bateria

Saiba como criar a conexo manualmente

Use o *99***1# como nmero de discagemGuia do Hardware.net

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Nas propriedades do modem, no se esquea de aumentar a velocidade da porta para 230400 bps (ou mais). importante tambm desativar as extenses , caso contrrio a conexo encerrada a cada dois minutos.

O acesso via celular no exclusividade do Vaio. Voc pode acessar usando qualquer notebook, usando um celular com bluetooth. Veja mais detalhes no meu tutorial: Acessando via GPRS/EDGE/CDMA atravs do celular: http://www.guiadohardware.net/tutoriais/gprs/ possvel usar o transmissor celular no Linux, mas um pouco trabalhoso. E preciso instalar um patch no Kernel, utilizar o spicctrl para ativar o transmissor e carregar o mdulo usbserial passando um conjunto de parmetros. A partir da, voc consegue discar atravs do kppp, seguindo os passos do tutorial acima. Veja os passos necessrios para ativar o transmissor no Linux (s para usurios avanados) aqui: http://sergio.spb.ru/vaio/sonypi.xhtml http://sergio.spb.ru/vaio/egprs_modem.xhtml Todas as distribuies que testei conseguem configurar o vdeo, porm no detectam corretamente a resoluo da tela. O vdeo funciona, mas fica a 1024x768, sem usar toda a rea da tela. Para configurar corretamente a resoluo de vdeo, necessrio utilizar o "915resolution", um pequeno programa que ajusta as configuraes no BIOS do chipset de vdeo, de forma que ele reporte corretamente as resolues suportadas para o sistema. A tela do Vaio TX760P usa resoluo de 1368x768. O comando para ajustar o vdeo fica: # 915resolution 5c 1368 768 Este comando precisa ser executado a cada boot. Use os comandos abaixo para criar um script de inicializao que se encarregar de fazer isso para voc # echo "915resolution 5c 1368 768" >> /etc/rcS.d/ S39915resolution # chmod +x /etc/rcS.d/S39915resolution Isto encerra a parte complicada. Falta agora apenas verificar o arquivo de configurao do vdeo. Abra (como root) o arquivo "/etc/X11/xorg.conf" e verifique as seguintes configuraes:

Embora pouco divulgado, a Claro oferece um plano de dados ilimitado por R$ 140 mensais (ou R$ 100 para empresas), que vem a calhar neste caso. A Vivo possui um plano de 1 GB de transferncia no Zap 3G, mas ela no uma opo neste caso, pois o Vaio suporta apenas GSM. Ao escolher uma operadora, importante procurar por um plano ilimitado, ou com uma quota de trfego generosa, pois navegar via GPRS/EDGE pode sair muito caro. Nos planos "normais" so cobrados R$ 5 ou 6 por MB transferido. O transmissor de celular uma faca de dois gumes, pois encarece bastante o produto. Alm do custo dos componentes adicionais, torna necessrio que ele seja certificado pelos rgos de telecomunicao, assim como os celulares, o que retarda e encarece o desenvolvimento. Uma fatia considervel do preo do TX760P/W corresponde justamente ao transmissor celular e o overhead relacionado a ele. Por isso, se voc no pretende usar este recurso, seria mais interessante procurar por um modelo mais simples.

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Procure pela linha "Driver", que especifica o driver de vdeo que ser usado. Ela deve ficar assim: Driver "i810 No final do arquivo, voc encontra a seo "Screen", que especifica a resoluo e profundidade de cor que ser usada. Ela deve ficar assim: Section "Screen" Identifier "Screen0" Device "Card0" Monitor "Monitor0" DefaultDepth 24 SubSection "Display" Depth 24 Modes "1368x768" EndSubSection EndSection Depois de verificar tudo, salve o arquivo e reinicie o vdeo pressionando Ctrl+Alt+Backspace para testar a configurao. O arquivo de configurao do vdeo relativamente grande, mas voc s precisa se preocupar com estas linhas. As teclas de atalho para ajustar o brilho da tela (Fn+F5, Fn+F6) funcionam no Linux, mas preciso que os mdulos "sony_acpi" e "sonypi" estejam carregados. Caso necessrio, carregue-os usando o modprobe: # modprobe sony_apci # modprobe sony_pi

notebooks no mercado. O problema est mais com o excesso de recursos utilizados pelos efeitos 3D do Vista que com os equipamentos. Entretanto, no Linux a histria um pouco diferente. O Vaio precisa de um conjunto de patches para funcionar corretamente no sistema. O maior obstculo um bug no driver IDE, corrigido apenas no Kernel 2.6.18, que faz com que o sistema corrompa dados ao acessar o HD. O problema afeta a maioria das distribuies atuais, incluindo o Ubuntu 6.10 e o Kurumin 6.1. Ambos rodam bem a partir do CD, mas ao tentar instalar voc comea a enfrentar problemas crnicos causados pelo corrompimento dos dados no HD. O mais comum que a instalao seja abortada num ponto aleatrio, quando o sistema no consegue copiar ou modificar um arquivo. No caso do Ubuntu 6.10, uma das tentativas parou nos 66% e outra nos 78%, ambas com um erro avisando que o HD possivelmente estava com badblocks.

Naturalmente, todo o hardware foi rechecado e o HD estava perfeito. A falha na instalao se deve mesmo ao bug no driver IDE e no a qualquer problema com a mquina. Nos testes, utilizei o Kanotix 2006 RC1, que j usa o Kernel 2.6.18-1 e graas a isso instala e roda sem maiores percalos. Alguns dos recursos, como a tecla de atalho para alterar a resoluo no funcionam e necessrio instalar os patches para ativar a interface WAN, mas fora isso o sistema funciona sem grandes limitaes. Tambm usei o Kurumin 6.10, atualizando o Kernel para a mesma verso utilizada no Kanotix 2006, com os mesmos resultados. Com um pouco de esforo, possvel ativar todos os recursos do Vaio no Linux, incluindo o Wireless e a interface WAN. Porm, isto demanda uma boa dose de trabalho e pesquisa. Este modelo no uma boa opo para quem quer um notebook que funcione out of the box no Linux.

CONCLUSONo Windows, o TX670P uma boa mquina. Todos os recursos de gerenciamento, teclas de atalho e a interface WAN funcionam dentro do esperado. Ele cumpre o que promete, fazendo bem seu papel de ultra-porttil. Por causa do fraco desempenho do vdeo onboard, voc ter dificuldades para rodar o Vista usando o Aero e todos os efeitos 3D, mas este um problema que afeta a maioria dos

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COMANDOS

LINUX: usando o terminal LINUX: terminalNo incio, todos os sistemas operacionais usavam apenas interfaces de modo texto. Antes do Windows, existiu o DOS e, antes do KDE, Gnome e todas as outras interfaces que temos atualmente, o Linux tinha tambm apenas uma interface de modo texto.A diferena que no Linux a interface de modo texto evoluiu junto com o restante do sistema e se integrou de uma forma bastante consistente com os aplicativos grficos. Quanto mais voc aprende, mais tempo voc acaba passando no terminal; no por masoquismo, mas porque ele realmente mais prtico para fazer muitas coisas. Voc pode chamar qualquer aplicativo grfico a partir do terminal; na maioria dos casos o comando o prprio nome do programa, como "konqueror" ou "firefox". Os atalhos para abrir os programas, itens nos menus, etc., podem mudar de lugar, mas os comandos de texto so algo mais ou menos universal, mudam pouco mesmo entre diferentes distribuies. Por exemplo, para descompactar um arquivo com a extenso.tar.gz, pelo terminal, voc usaria o comando: $ tar -zxvf arquivo.tar.gz Aqui o "tar" o comando e o "zxvf" so parmetros passados para ele. O tar permite tanto compactar quanto descompactar arquivos e pode trabalhar com muitos formatos de arquivos diferentes, por isso necessrio especificar que ele deve descompactar o arquivo (-x) e que o arquivo est comprimido no formato gzip (z). O "v" na verdade opcional, ele ativa o modo verbose, onde ele lista na tela os arquivos extrados e para onde foram. Se voc tivesse em mos um arquivo .tar.bz2 (que usa o bzip2, um formato de compactao diferente do gzip),

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mudaria a primeira letra dos parmetros, que passaria a ser "j", indicando o formato, como em: $ tar -jxvf arquivo.tar.bz2 Voc poderia tambm descompactar o arquivo clicando com o boto direito sobre ele numa janela do Konqueror e usando a opo "Extrair > Extrair aqui". Para quem escreve, normalmente mais fcil e direto incluir o comando de texto, mas voc pode escolher a maneira mais prtica na hora de fazer. Existe um nmero muito grande de pequenos aplicativos de modo texto, cada um deles suportando muitos parmetros diferentes, por isso quase impossvel conhecer todos. Aprender a usar o modo texto parecido com aprender uma segunda lngua, um processo gradual e constante, onde voc sempre est aprendendo comandos, parmetros e truques novos. uma rea em que ningum pode dizer que sabe tudo. Existem duas formas de usar o terminal. Voc pode acessar um terminal "puro" pressionando as teclas "Ctrl+Alt+F1", mudar entre os terminais virtuais pressionando "Alt+F2", "Alt+F3", etc. e depois voltar ao modo grfico pressionando "Alt+F7", "Alt+F5" ou mesmo "Alt+F3", dependendo do nmero de terminais de texto usados na distribuio em uso. Estes terminais so s vezes necessrios para manuteno do sistema, em casos em que o modo grfico deixa de abrir, mas no dia-a-dia no prtico us-los, pois sempre existe uma pequena demora ao mudar para o texto e voltar para o ambiente grfico, e, principalmente, estes terminais no permitem usar aplicativos grficos. Na maior parte do tempo, usamos a segunda forma, que usar um "emulador de terminal", um terminal grfico que permite rodar tanto os aplicativos de texto, quanto os grficos. No KDE, procure o atalho para abrir o Konsole. Ele possui vrias opes de configurao (fontes, cores, mltiplas

janelas, etc.). Se voc preferir uma alternativa mais simples, procure pelo Xterm. O Xterm o mais simples, que abre quase instantaneamente. O Konsole por sua vez bem mais pesado, mas oferece mais recursos, como abrir vrios terminais dentro da mesma janela, fundo transparente, etc. D uma olhada rpida em cada um e veja qual lhe agrada mais. Alm destes dois, existem vrios outros, como o Gnome Terminal, Rxvt e Eterm, includos ou no de acordo com a distribuio. Na maioria dos casos, ao chamar um programa grfico atravs do terminal, voc pode passar parmetros para ele, fazendo com que ele abra diretamente algum arquivo ou pasta. Por exemplo, para abrir o arquivo "/etc/fstab" no Kedit, use: $ kedit /etc/fstab Para abrir o arquivo "imagem.png" no Gimp, use: $ gimp imagem.png No comeo, faz realmente pouco sentido ficar tentando se lembrar do comando para chamar um determinado aplicativo ao invs de simplesmente clicar de uma vez no

cone do menu. Mas, depois de algum tempo, voc vai perceber que muitas tarefas so realmente mais prticas de fazer via terminal. mais rpido digitar "kedit /etc/ fstab" do que abrir o kedit pelo menu, clicar no "Arquivo > Abrir" e ir at o arquivo usando o menu. uma questo de costume e gosto. O importante que voc veja o terminal como mais uma opo, que pode ser utilizada quando conveniente, e no como algo intimidador.

Completando com a tecla TabUm dos recursos que torna o terminal um ambiente dinmico a possibilidade de completar comandos e nomes de arquivos usando a tecla Tab do teclado. Por exemplo, imagine o comando: $ md5sum kurumin.iso Um pouco desconfortvel de digitar no mesmo? Nem tanto. Com a ajuda da tecla tab, voc pode digit-lo com apenas 8 toques: md5 kur. Prontinho, fica faltando s dar o enter :-).Guia do Hardware.net

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Se por acaso houver outro comando comeado com "md5" ou outro arquivo na mesma pasta comeado com "kur", ento o Tab completar at o ponto em que as opes forem iguais e exibir uma lista com as possibilidades para que voc termine de completar o comando. Por exemplo, se tivesse os arquivos kurumin5.1.iso e kurumin-6.0alpha1. iso na mesma pasta, ele completaria at o "md5sum kurumin-", onde os nomes diferem e deixaria que completasse o comando. Pressionando duas vezes, ele exibe uma lista das opes disponveis. Por exemplo, digitando: apt-get re m o v e < t a b > < t a b > , e l e pergunta: Display all 826 possibilities? (y or n) Continuando, ele exibe uma lista de todos os pacotes (atualmente instalados), que poderiam ser removidos usando o comando. O autocompletar bem inteligente, entendendo a sintaxe dos comandos usados e exibindo apenas as possibilidades que se aplicam a eles.

Comandos do promptApesar da interface grfica ser muito mais fcil de usar, bom voc ter pelo menos uma boa noo de como as coisas funcionam pelo prompt de comando, isso vai lhe dar um domnio muito maior sobre o sistema. Ao pesquisar em livros, tutoriais e outros tipos de documentao sobre Linux, voc ver receitas com longas listas de comandos que devem ser dados para configurar ou alterar algo. Na grande maioria dos casos, existe algum utilitrio grfico que permite fazer o mesmo, mas os autores geralmente preferem dar a receita de como fazer via linha de comando, pois nem todo mundo ter os utilitrios mo e muitas vezes existem diferenas entre as opes disponveis nas diferentes distribuies. Dar simplesmente uma lista de comandos torna a dica utilizvel para um nmero maior de pessoas. Outro ponto que muitas vezes re a l m e n t e m a i s f c i l simplesmente dar um comando para abrir um arquivo e descomentar algumas linhas do que abrir um utilitrio que demora 10 segundos para carre-

gar, navegar por um monte de menus diferentes e marcar algumas opes escondidas. Uma coisa interessante no Linux que voc no precisa realmente digitar os comandos, basta selecionar a linha e usar o boto do meio do mouse para col-la na janela do prompt. O modo de comando uma forma de "conversar" com o sistema, com mais opes do que seria possvel atravs de um utilitrio grfico e obtendo respostas mais rpidas. claro que o modo de comando pode assustar no incio, mas um pouco de insistncia vai facilitar bastante sua vida daqui em diante. No seja apressado, o legal justamente ir aprendendo comandos novos conforme os problemas forem aparecendo. Aqui esto alguns comandos bsicos: cd: Serve para navegar entre os diretrios. Ao abrir o terminal, voc comea dentro do seu diretrio home (como "/home/kurumin"). Para acessar um diretrio especfico, especifique-o como parmetro, como em "cd /etc". Para subir um diretrio use "cd .." e, para voltar ao home, digite simplesmente "cd", sem parmetro algum. Sempre que quiser confirmar em qual diretrio est, use o comando "pwd". Se voc estiver dentro da pasta "/home/kurumin/ arquivos/", por exemplo, e quiser ir para a pasta "/usr/local", no preciso usar o "cd .." at voltar ao diretrio raiz, para s depois abrir a pasta, basta dar o comando "cd /usr/local", de qualquer lugar, para ir diretamente pasta desejada. Se, por outro lado, voc quiser acessar a pasta "trabalho", dentro da pasta atual, digite apenas "cd trabalho". ls: Serve para listar os arquivos e diretrios dentro da pasta atual. Na maioria das distribuies, a listagem aparece colorida, permitindo diferenciar as pastas e os diferentes tipos de arquivos. As pastas aparecem em azul, os links em azul claro, os arquivos compactados em vermelho, as imagens em rosa, os executveis em verde e os arquivos de texto e outros formatos em preto.

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possuem mais parmetros do que possvel memorizar (pelo menos para uma pessoa normal ;), de forma que o man acaba servindo como um guia de consulta rpida. Mas, devido quantidade de parmetros disponveis, os manuais de muitos programas so muito longos e c o m p l i c a d o s . Po r i s s o , muitos suportam o parmetro "--help", que exibe uma ajuda resumida, contendo apenas os parmetros mais usados. Experimente, por exemplo, o "ls --help". Se voc quiser apenas uma descrio rpida do que um determinado comando faz, experimente o comando "whatis" (o que ), como em: "whatis ls". Mais uma variante do man o comando "info", que contm manuais alternativos para muitos comandos. Enquanto os manuais do man so tcnicos, desenvolvidos para serem manuais de referncia, os do info normalmente utilizam uma linguagem mais simples, abordando apenas as opes mais comuns. Nem

todos os comandos possuem uma pgina info, mas o nmero vem crescendo. Para us-lo, basta digitar "info comando", como em "info lsmod". cp: Este o comando usado para copiar arquivos de uma pasta a outra. Inclua o nome do arquivo e a pasta para onde ele vai, como em "cp arquivo.tar.gz /mnt/sda1". Se voc quiser copiar um arquivo que est em outra pasta para o diretrio atual, inclua a localizao completa do arquivo e em seguida o "./" (que representa o diretrio atual), como em "cp /mnt/cdrom/video.avi ./". O cp por padro um comando bastante chato e difcil de entender. Se voc quer copiar uma pasta do CD para o diretrio atual, o mais lgico seria digitar "cp /mnt/cdrom/ musicas ./", no ?. Mas, se voc fizer isso, ele responde: " c p : o m i t i n d o d i re t r i o '/mnt/cdrom/musicas' ". Para copiar toda a pasta, voc precisaria incluir o comando "-r", que explica que ele deve copiar recursivamente, incluindo todos os arquivos e subdiretrios.Guia do Hardware.net

Para incluir os arquivos ocultos (que no Linux comeam com "."), use "ls -a". Para ver mais detalhes sobre cada arquivo, incluindo o tamanho, permisses de acesso e dono, use "ls -lh". Para incluir os ocultos, adicione o "a", como em "ls -lha". A ordem dos parmetros no altera o resultado do comando. Tanto faz digitar "tar -zxvf arquivo.tar.gz", quando "tar -xzfv arquivo.tar.gz". Acostume-se a sempre usar a tecla Tab para completar os comandos (principalmente os nomes de arquivos), assim, alm de digitar mais rpido, voc diminui a possibilidade de erros. man: Como disse, ningum pode dizer que sabe tudo sobre todos os comandos do terminal. Para facilitar as coisas, cada comando possui um manual, onde so citados todos os parmetros e vrios exemplos. Todos estes manuais so acessados atravs de um comando nico, o "man". Para ver as (muitas) opes do "ls", por exemplo, use "man ls". Use as setas para rolar a tela e, para sair do manual, pressione a tecla "q". O man acaba sendo um componente essencial para quem usa muito a linha de comando, pois mesmo comandos simples, como o ls, cat, grep, tail, usados no dia-a-dia

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Um parmetro bastante til o "-a", que faz com que o cp sempre copie recursivamente, mantenha as permisses do arquivo original e preserve os links simblicos que encontrar pelo caminho. Em resumo, faz o cp se comportar de uma forma mais simples e lgica. Para copiar a pasta do exemplo original, experimente usar "cp -a /mnt/cdrom/musicas ./". Voc pode ainda usar o "*" e a "?" como curingas quando quiser copiar vrios arquivos. Para copiar todos os arquivos da pasta atual para a pasta "/mnt/hda6", por exemplo, use "cp * /mnt/hda6". A "?" por sua vez mais contida, substituindo um nico caractere. Por exemplo, "cp arquivo?.txt /mnt/hda6", c o p i a o " a rq u i v o 1 . t x t " , "arquivo2.txt" e o "arquivo3.txt", mas no o "arquivo21.txt". Lembre-se da diferena entre usar a barra ou no no incio do arquivo. Uma barra especifica que voc est dando o caminho completo a partir do diretrio raiz, como

em "/mnt/cdrom/musicas", por exemplo. Ao dar o nome de uma pasta ou arquivo, sem a barra, o sistema entende que ele est dentro do diretrio atual. Por exemplo, se voc est no diretrio /home e quer acessar a pasta "/home/kurumin/arquivos", voc precisaria digitar apenas "cd kurumin/arquivos". Outra dica que existem no shell algumas variveis de ambiente que podem ser usadas para abreviar comandos. Por exemplo, o caractere "~" representa seu diretrio home (como "/home/ kurumin"). Voc pode us-lo para abreviar comandos: para copiar a pasta "/mnt/ c d ro m / m u s i c a s " p a r a o home, voc pode usar "cp -a /mnt/cdrom/musicas ~", ao invs de digitar "cp -a /mnt/cdrom/musicas/home/ kurumin", por exemplo. mv: O mv serve tanto para mover arquivos de um lugar para o outro quanto para copiar arquivos. Para mover o arquivo foto.png para a pasta "/mnt/hda6/", o comando seria "mv foto.png /mnt/hda6". Voc pode usar o

mv tambm para mover e renomear pastas. A diferena entre o mv e o cp que, ao mover, o arquivo original deixa de existir. rm: O rm serve para remover tanto arquivos quanto diretrios, de acordo com os parmetros usados. Para remover um arquivo simples, basta us-lo diretamente, como em "rm arquivo". Para que ele remova sem pedir a confirmao, adicione o parmetro "-f", como em "rm -f arquivo". Para remover uma pasta e todos os arquivos e diretrios dentro dela, adicione o parmetro "-r", como em "rm -rf arquivos/". Tome cuidado ao usar o "-rf", pois ele no pede confirmao, deleta os arquivos diretamente, sem escalas. Respire fundo e verifique se realmente est deletando a pasta certa antes de pressionar Enter. possvel tambm usar caracteres curingas na hora de remover arquivos. Para remover todos que possurem a extenso ".jpg", use "rm -f *.jpg". Para remover todos os arquivos que comearem com "img", use "rm -f img*". Lembre-se de que voc pode usar tambm o "?" quando quiser usar o curinga para apenas um caractere especfico. Se voc quiser remover os arquivos "doc1.txt", "doc2.txt" e "doc3.txt", mas sem remover o "doc10.txt" e o "doc11.txt", voc poderia usar o comando "rm -f doc?.txt". mkdir: Este serve para criar novos diretrios, como em "mkdir /mnt/hda6/arquivos". possvel tambm criar pastas recursivamente, criando se necessrio todas as pastas necessrias at chegar a que voc pediu, adicionando o parmetro "-p" como em "mkdir -p /mnt/hda6/arquivos/novos/2006". Mesmo que a pasta "novos" no exista, ela ser criada. rmdir: Esta uma variao do mkdir, que permite remover diretrios. A diferena entre ele e o "rm -rf" que o rmdir s

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remove diretrios vazios. Acostume-se a us-lo no lugar do "rm -rf" ao deletar uma pasta que acha que est vazia, assim voc evita acidentes. locate : Este um dos comandos mais teis na minha opinio; ele permite encontrar arquivos de forma instantnea. Assim como mecanismos de busca, como o Google, o locate no sai procurando em todo o HD at achar o arquivo que pediu. Ele procura apenas dentro de uma base de dados, que contm os nomes de todos os arquivos. Esta base gerada ao rodar o comando "updatedb", sua cara metade. A vantagem de usar a base de dados que as buscas so instantneas, a desvantagem que voc precisa rodar o updatedb (como root) de vez em quando, a fim de incluir as ltimas modificaes. Para procurar um arquivo, simplesmente use "locate arquivo". Se voc est procurando por um programa, experimente o comando "which", uma

variante do locate que mostra apenas executveis. find: O find tambm permite localizar arquivos, mas funciona da forma tradicional, realmente vasculhando os diretrios em busca dos arquivos, ao invs de usar uma base de dados, como o locate. Embora seja lento ao procurar em diretrios com muitos arquivos e subdiretrios, o find eficiente se voc souber previamente onde procurar. Por exemplo, o diretrio "/etc" concentra as configuraes do sistema. Se voc estiver procurando pelo arquivo "smb.conf" (onde armazenada a configurao do Samba), voc poderia ir direto fonte, usando o comando "find /etc -name smb.conf". Note que alm do diretrio onde ele vai procurar (/etc no exemplo), voc deve usar o parmetro "-name" antes de indicar o nome do arquivo que est procurando. Omitindo o diretrio, ele simplesmente procura dentro do diretrio atual. Voc pode tambm fazer buscas por todos os arquivos com uma

determinada extenso, como em "find /mnt/hda6 -name *.mp3". Uma forma mais amigvel de procurar arquivos usar o kfind, o "Procurar arquivos" do KDE, que serve como uma interface para o find. Atravs dele voc pode procurar pelo nome ou tipo de arquivo (voc pode fazer uma busca incluindo apenas arquivos de imagem, por exemplo), procurar dentro de pastas especficas ou localizar arquivos pertencentes a um determinado usurio ou grupo do sistema, ou at mesmo procurar por arquivos modificados recentemente.

su: No Linux, existe uma separao clara entre o root e os demais usurios do sistema. O root o nico que pode alterar a configurao do sistema e usar a maior parte das ferramentas de configurao. Os usurios normais, por sua vez, podem usar os programas instalados e modificar arquivos dentro do seu diretrio home. Esta organizao permite que vrias pessoas usem o mesmo micro (o que vital no caso dos servidores), sem que um possa alterar as configuraes do outro, nem muito menos mudar as configuraes do sistema. Tutorial - LINUX: usando o ter minalGuia do Hardware.net

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Por um lado, isso torna o sistema muito mais robusto, mas por outro faz com que algumas tarefas sejam mais complexas, pois voc precisar primeiro se logar como root, para depois executar o comando. O su permite que voc "vire" root a qualquer momento, passando a abrir os programas, modificar arquivos e usar todas as ferramentas sem limitaes. Digite "su" e fornea a senha de root. O "$" do terminal vira um "#", alertando que a partir da voc tem plenos poderes. Se ao tentar abrir arquivos grficos voc receber uma mensagem dizendo que no possvel se conectar ao X, experimente usar o comando "sux" no lugar do su. Ele configura as permisses corretamente. Algumas distribuies, como o Kurumin e o Ubuntu incluem uma variao dele, o "sudo", que permite executar comandos especficos como root. Para abrir o Konqueror (o gerenciador de arquivos), como root, de forma a conseguir alterar arquivos fora do seu home, digite "sudo konqueror". Dependendo da configurao, ele abre sem pedir senha, ou confirma sua senha de usurio, uma proteo contra a possibilidade de outra pessoa estar usando seu micro. cat: Serve para ver o contedo de um arquivo. Por exemplo, "cat carta" mostra o contedo do arquivo "carta". Este comando serve bem para ver o contedo de arquivos de texto pequenos, sem precisar abrir um editor mais sofisticado. Ele tambm pode ser combinado com outros comandos para realizar tarefas mais complexas. Por exemplo, se voc tem um arquivo "boot.img" com a imagem de um disquete de boot, no bastaria simplesmente copiar o arquivo para o disquete com o comando cp; voc precisaria fazer uma cpia bit a bit. Existem vrias formas de fazer isso, mas uma soluo simples seria usar o comando "cat boot.img > /dev/fd0".

Neste caso, ele lista o contedo do arquivo, mas ao invs de mostrar na tela ele o escreve no disquete (/dev/fd0). No shell existem alguns caracteres especiais, como o ">", ">>" e o "|", que permitem enviar informaes e o texto de resposta de comandos de um lugar para o outro. Voc ver muitos usos teis para estes recursos especiais ao estudar sobre shell script. clear: Limpa a tela, uma forma de colocar a ordem na casa antes de executar novos comandos. Ao invs de digitar, voc pode pressionar "Ctrl+L", que o atalho de teclado para ele. head: Este um dos primos do cat, ele permite ver apenas as primeiras linhas do arquivo, ao invs de exibir a coisa inteira. Basta especificar o nmero de linhas que devem ser exibidas, como por exemplo "head -20 texto.txt". Outro parente distante o tail (cauda), que mostra as ltimas linhas do arquivo. O uso o mesmo, basta indicar

o nmero de linhas que devem ser mostradas e o nome do arquivo, como "tail 12 meu_longo_texto.txt". Este comando muito usado por administradores de sistemas para acompanhar os arquivos de log de seus servidores. Como as novas entradas destes arquivos vo sendo inseridas no final do arquivo, o tail permite verificar rapidamente apenas as novas incluses, sem precisar perder tempo abrindo o arquivo inteiro. du: O du permite ver uma lista com o espao ocupado por cada pasta dentro do diretrio atual. uma forma rpida de encontrar grandes arquivos ou pastas que esto consumindo muito espao. Em geral usamos "du -h", onde o -h faz com que ele exiba o tamanho dos arquivos de forma "humana", escrevendo "2,8G" ao invs de "2876322", por exemplo. O Konqueror inclui um modo de visualizao que funciona de maneira similar, mostrando os arquivos e

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pastas na forma de blocos coloridos, classificados de acordo com o tamanho. Para ativar este modo, clique no ltimo boto da barra de funes:

mantendo a formatao e as quebras de linha. Aqui usamos o pipe para enviar a sada do man, que originalmente seria mostrada na tela, para ser reformatada pelo comando "col -b" e, a partir da, para o arquivo. O pipe um componente de muitos comandos. grep: O grep permite filtrar a sada de um determinado comando, de forma que ao invs de um monte de linhas, voc veja apenas a informao que est procurando. Ele freqentemente usado em conjunto com o pipe, sobretudo em scripts. Um exemplo simples: sua placa de rede no est funcionando e voc quer saber se o mdulo de kernel "sis900", que d suporte a ela, est carregado. Voc pode ver os mdulos que esto carregados usando o comando "lsmod", mas a lista um pouco longa. Voc poderia completar o lsmod com "| grep sis900", que vai filtrar usando o grep, mostrando na tela apenas as linhas contendo "sis900". O

comando ficaria ento "lsmod | grep sis900". Se no aparecer nada na tela, voc sabe de antemo que o mdulo no est ativo, Neste caso, voc poderia tentar carreg-lo manualmente usando o comando "modprobe sis900", como root. split: Esse comando serve para quebrar arquivos em vrios pedaos. Muito til quando voc precisa gravar arquivos grandes em vrios disquetes ou CDs, por exemplo. Imagine que voc queira quebrar um arquivo de 3 GB chamado "tenshi.avi" em vrios arquivos de 650 MB cada um, de forma a conseguir grav-lo em vrios CDs. Poderia usar o comando "split -b 650m tenshi.avi". O "650m" o tamanho de cada pedao, no caso 650 MB. Voc precisa apenas trocar o tamanho dos pedaos e o nome do arquivo. Esse comando vai gerar vrios arquivos: xaa, xab, xac, xad, etc. que podem ser transportados. Para junt-los depois, usamos o comando cat que vimos acima. Basta

| (pipe): Junto com as setas de redirecionamento (> e >>), o pipe ( | ) muito usado em scripts e comandos diversos. Ele permite fazer com que a sada de um comando seja enviada para outro ao invs de ser mostrada na tela. Parece uma coisa muito extica, mas acaba sendo incrivelmente til, pois permite "combinar" diversos comandos que originalmente no teriam nenhuma relao entre si, de forma que eles faam alguma coisa especfica. Por exemplo, imagine que voc quer imprimir o manual de algum dos comandos, ou mandar por e-mail para algum que no tem Lin ux instalado. Uma forma de fazer isso seria usar o comando "man comando | col -b > arquivo.txt", que copia toda a sada do comando man para o arquivo.txt,

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reunir todos na mesma pasta novamente e rodar o comando "cat x* > tenshi.avi". Isso junta todos os arquivos (na ordem) restaurando o arquivo original. Isso funciona porque os fragmentos de arquivo gerados pelo split sempre comeam com "x". Outro truque que voc pode usar o cat tambm para juntar diversos arquivos, formando um s. Isto funciona para msicas e vdeos, por exemplo. Para juntar vrios vdeos curtos, num nico maior, use "cat video1.avi video2.avi video3.avi > videozao.avi". &: Este um parmetro que permite rodar aplicativos mantendo o terminal livre. No Linux, todos os aplicativos, mesmo os grficos, podem ser chamados a partir de uma janela de terminal. O problema que, ao chamar algum aplicativo, o terminal ficar bloqueado at que o aplicativo seja finalizado, obrigando-lhe a abrir um para cada programa. Acrescentar o & no final do comando, como em

"konqueror /etc &" resolve este problema, mantendo o terminal livre. Se voc esquecer de acrescentar ao "&" ao abrir um programa, ainda pode "destravar" o terminal pressionando "Ctrl+Z" (que paralisa o programa e te devolve o controle do terminal) e depois "bg", que reinicia o programa em background. Note que alguns aplicativos exibem mensagens diversas e avisos depois de serem abertos, o que "suja" o terminal, mas sem comprometer o que voc est fazendo. Se isto te incomodar, voc pode adicionar um "&>/dev/null" ao comando, o que descarta todas as mensagens, como em "konqueror /etc & &>/dev/null". startx: Serve para abrir a interface grfica a partir do prompt, caso voc tenha escolhido inicializar o sistema em modo texto. Histrico: O terminal mantm um histrico dos ltimos 500 comandos digitados. Para repetir um comando recente, simplesmente pressione as

setas para cima ou para baixo at encontr-lo. Para fazer uma busca use o comando "history | grep comando" , como em "history | grep cp" para mostrar todas as entradas onde foi usado o comando "cp". Ponto e vrgula: Voc tambm pode executar uma fila de comandos de uma vez. Basta separ-los por ponto e vrgula, como em "ls; pwd" ou "cd /mnt/arquivos; ls" Lembre-se de que no Linux o terminal distingue entre letras maisculas e minsculas. "ls" diferente de "LS". Quando criar novos arquivos e pastas, prefira usar nomes em minsculas, assim voc evita confuso. Desligando: Assim como no Windows, voc precisa desligar o sistema corretamente para evitar perda de arquivos e corrompimentos diversos na estrutura da partio. Alm das opes nos menus do KDE ou Gnome, voc pode desligar via terminal, usando os comandos abaixo. No se esquea que todos eles precisam ser executados como root. Use primeiro o comando su ou o sudo: reboot: Reinicia o micro. halt: Desliga o micro. shutdown -h now: Tambm serve para desligar o sistema, mas permite que voc especifique um horrio. muito til se voc deixar o micro ligado noite fazendo alguma coisa ou baixando um arquivo, mas quiser que ele desligue sozinho depois de um certo tempo. Substitua now (agora) por um tempo em minutos que o sistema esperar antes de desligar, usando o parmetro "+" como em shutdown h +60. Voc pode ainda especificar um horrio, no formato hh:mm como em shutdown -h +06:00 (para desligar s 6:00 da manh). Ctrl+Alt+Del: Este um atalho de teclado que, dado no terminal de texto, serve para reiniciar o micro. No tem tanta utilidade quanto no Windows, mas mais rpido que

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fazer o login e rodar o comando "reboot" ;).

Editando os arquivos de configuraoComplementando os comandos de terminal, existem os arquivos de configurao. Ao contrrio do Windows, onde as configuraes so salvas numa caixa preta, o registro, difcil de entender e ainda mais de editar, no Linux as configuraes so salvas sempre dentro de arquivos de texto, na maior parte das vezes legveis, que voc pode editar manualmente quando necessrio. Na verdade, a maioria dos programas de configurao nada mais so do que assistentes que facilitam a configurao destes arquivos. O programa lhe mostra as opes de uma forma amigvel, mas na hora de salvlas eles simplesmente reescrevem os arquivos correspondentes. Eu tenho uma certa experincia no desenvolvimento destes utilitrios, pois ao longo dos anos

desenvolvi muitos deles para incluir no Kurumin, mas, para no alongar muito, vou me limitar a dar uma viso geral sobre os principais arquivos de configurao do sistema. No realmente necessrio que voc estude cada um destes arquivos (a menos que voc esteja estudando para alguma prova de certificao), mas importante ter pelo menos uma idia geral sobre a funo de cada um, pois ao pesquisar sobre instalao de drivers e programas, pesquisar solues para problemas diversos, ou mesmo receber ajuda de algum atravs dos fruns, voc vai ver muitas referncias a arquivos de configurao diversos. Eles so o denominador comum entre as diversas distribuies, por isso a nica forma de escrever algum artigo ou howto explicando sobre como instalar um driver de um modem ou placa wireless, por exemplo, em diversas distribuies diferentes, explicar o caminho das pedras atravs dos arquivos de configurao, que

justamente a abordagem que a maioria dos autores acaba adotando. Ou seja, gostando ou no, muitas vezes voc precisar editar algum arquivo de configurao, ou talvez prefira fazer isso algumas vezes para ganhar tempo ou para ter acesso a opes que no estejam disponveis nos utilitrios de configurao. Para editar os arquivos, voc precisar apenas de um editor de textos. Existem vrios exemplos: voc pode por exemplo usar o kedit ou o kwrite no KDE, o gedit no Gnome, ou o mcedit, joe, nano ou mesmo o antigo e pouco amigvel vi, caso esteja em modo texto. Lembre-se de que em qualquer um deles voc pode abrir o editor diretamente no arquivo que quiser editar, como em "mcedit /etc/fstab". Tanto o kedit quanto o gedit so editores relativamente simples, que lembram at certo ponto o notepad do Windows. O kwrite j um editor mais avanado, voltado para quem escreve scripts ou mesmo programa em linguagens diversas. Ele capaz de realar a sintaxe de vrias linguagens, diferenciando os comandos, condicionais, comentrios, etc., atravs de cores. Isso ajuda muito a entender o cdigo e permite identificar erros muito mais rpido. Nos editores de modo texto as coisas so um pouco mais complicadas, j que eles so controlados atravs de atalhos de teclado, mas voc acaba precisando deles para resolver problemas em situaes onde o modo grfico no est mais abrindo, ou ao usar outras mquinas remotamente, via SSH. O mais simples o mcedit. Ele faz parte do pacote "mc", que encontrado em todas as distribuies. Se ele no estiver instalado, voc resolve o problema instalando o Tutorial - LINUX: usando o ter minalGuia do Hardware.net

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pacote. Nele, as funes so acessadas usando as teclas F1 a F10, com uma legenda mostrada na parte inferior da tela. Para salvar voc pressiona F2 e para sair, F10.

maisculos) para salvar o arquivo e sair. Para sair sem salvar pressione Esc e digite ":q!" (exatamente como aqui, dois pontos, qu, exclamao, seguido de Enter). Uma segunda opo para salvar e sair pressionar Esc seguido de ":wq". Para apenas salvar, sem sair, pressione Esc seguido de ":w" e para sair sem salvar use o Esc seguido de ":q!". Resumindo, o Esc faz com que o vi volte ao modo de comando, o ":" nos coloca no modo ex, onde podemos salvar e fechar, entre outras funes. O "q" fecha o programa, o "w" salva o arquivo e o "!" uma confirmao. Embora no seja exatamente pequeno (se comparado a editores mais simples, como o joe ou o nano), muito menos fcil de usar, o vi praticamente o nico editor que pode ser encontrado em qualquer distribuio. Em muitos casos usado o elvis, uma verso simplificada, mas que funciona mais ou menos da mesma forma. O pequeno grupo de usurios forma um bando bem organizado, que

urra, balana os galhos das rvores e atira cocos nas cabeas dos desenvolvedores, sempre que uma distribuio se atreve a remov-lo :-P. Ao sair do editor, volta para o terminal. Voc pode verificar se o arquivo realmente foi salvo corretamente usando o cat, como em "cat /etc/fstab". No caso de arquivos longos, acrescente "| more", que permite ler uma pgina de cada vez, como em "cat /var/log/syslog | more". Alguns arquivos particularmente importantes so: /etc/fstab: Aqui vai uma lista das parties que so acessadas pelo sistema, onde cada uma montada e quais delas so montadas automaticamente na hora do boot. Alm das parties, o fstab pode ser usado tambm para incluir CD-ROMs e at mesmo compartilhamentos de rede. /etc/modules: Neste arquivo vo mdulos que so carregados durante o boot. Em geral, usamos este arquivo para ativar o

O joe um meio termo. Ele muito parecido com o antigo Wordstar do DOS e usa as mesmas teclas de atalho que ele. Para salvar o arquivo e sair, voc pressiona Ctrl+K e depois X. Para salvar e sair no nano, pressione Ctrl+X, depois S e Enter. Finalmente, temos o vi, que por algum motivo conquistou um grupo de usurios fiis ao longo de seus quase 30 anos de vida e, graas eles, continua vivo at hoje, muito embora seja um dos editores menos amigveis. O vi tem trs modos de operao: comando, edio e o modo ex. Ao abrir o programa, voc estar em modo de comando; para comear a editar o texto, pressione a tecla "i". A partir da, ele funciona como um editor de textos normal, onde o Enter insere uma nova linha, as setas movem o cursor, etc. Quando terminar de editar o arquivo, pressione Esc para voltar ao modo de comando e em seguida "ZZ" (dois Z

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carregamento de mdulos para placas wireless, modems e placas de som que no foram instalados manualmente, ou que no foram detectados automaticamente durante a instalao. Voc vai ver muitas referncias a este arquivo em tutoriais falando sobre a instalao de drivers diversos. /etc/lilo.conf: O lilo o gerenciador de boot, responsvel por carregar o sistema. O lilo pode ser configurado para carregar diversos sistemas operacionais diferentes, onde voc escolhe qual usar na hora do boot. Voc pode fazer dual-boot entre Linux e Windows, ou at mesmo instalar diversas distribuies diferentes no mesmo HD. Sempre que fizer alteraes no arquivo, rode o comando "lilo" (como root) para salvar as alteraes. /boot/grub/menu.lst: Muitas distribuies adotam o grub como gerenciador de boot ao invs de usar o lilo. No caso do grub, as alteraes no arquivo so aplicadas automaticamente.

/etc/X11/xorg.conf: Este o arquivo onde vai a configurao do vdeo, que inclui o driver usado, resoluo, taxa de atualizao e configurao de cores do monitor, alm da configurao do mouse. Hoje em dia, praticamente todas as distribuies (com exceo do Slackware) so capazes de configurar o vdeo corretamente durante a instalao, mas voc pode manter uma cpia do arquivo mo para poder restaurar a configurao do vdeo em caso de problemas. Voc pode tambm usar o arquivo gerado em outras distribuies. O xorg.conf usado pelo X.org, que a verso atual do servidor grfico. Distribuies antigas usam o Xfree, que armazena as configuraes num arquivo diferente, o "/etc/X11/XF86Config-4". /etc/passwd, /etc/shadow e /etc/group: Estes arquivos armazenam a base de dados dos usurios, senhas e grupos do sistema. Naturalmente, voc no precisa se preocupar em alter-los, pois eles so modificados automaticamente pelo adduser,

users-admin e outras ferramentas, mas interessante saber que eles existem. Voc pode ver o contedo dos trs apenas como root. O "/etc/passwd" guarda os logins e outras informaes sobre ou usurios. Voc notar que alm do root e dos usurios que adicionou, existem vrios usurios de sistema, como o cupsys, proxy, sys, etc. Estes usurios so usados internamente pelos programas, voc no pode fazer login atravs dele. Esta prtica de ter usurios separados para cada programa aumenta bastante a segurana do sistema. Apesar do nome, o "/etc/passwd" no armazena as senhas, elas vo no arquivo "/etc/shadow" num formato encriptado.

Criando linksO comando ln permite criar links. Existem dois tipos de links suportados pelo Linux, os hard links e os links simblicos. Os links simblicos tm uma funo parecida com os atalhos do Windows: eles apontam para um arquivo, mas se o arquivo movido para outro diretrio, o link fica quebrado. Os hard links por sua vez so semelhantes aos atalhos do OS/2 da IBM, eles so mais intimamente ligados ao arquivo e so alterados junto com ele. Se o arquivo muda de lugar, o link automaticamente atualizado. Isto possvel porque nos sistemas de arquivos usados pelo Linux cada arquivo possui um cdigo de identificao (chamado de inode), que nunca muda. O sistema sabe que o arquivo renomeado o mesmo do atalho simplesmente procurando-o pelo inode ao invs do nome. O comando ln dado sem argumentos cria um hard link, como em: $ ln /home/morimoto/arquivo.txt arquivo Tutorial - LINUX: usando o ter minalGuia do Hardware.net

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Onde ser criado um link chamado "arquivo" no diretrio corrente, que apontar para o arquivo.txt dentro do diretrio /home/morimoto. Para criar um link simblico, acrescente o argumento "-s", como em: $ ln -s /home/morimoto/ arquivo.txt arquivo Voc pode criar tanto links apontando para arquivos, quanto links apontando para diretrios. Por exemplo, se voc acha muito trabalhoso acessar o CD-ROM atravs do diretrio /mnt/cdrom, voc pode simplesmente criar um link para ele dentro do seu diretrio de usurio, ou onde voc quiser. Ao clicar sobre o link no gerenciador de arquivos, voc acessar o CD-ROM. Para criar um link chamado "CD" dentro do seu diretrio de usurio apontando para o CD-ROM, o comando seria: $ ln -s /mnt/cdrom ~/CD O interpretador de comandos se encarregar de substituir automaticamente o "~" pela

localizao correta da sua pasta de usurio, no importa qual seja. Voc pode ainda criar links que funcionaro em qualquer p a r t e d o s i s t e m a . Po r exemplo, imagine que voc armazene seus arquivos de trabalho na pasta /home/ seu_nome/trabalho/arquivos. Ao invs de digitar o caminho completo, voc poderia criar um link simblico "arquivos" que poderia ser acessado a partir de qualquer pasta do sistema. Para isto, basta acessar o diretrio "/usr/bin" e criar o link por l, usando os comandos: $ cd /usr/bin $ ln -s /home/ seu_nome/ trabalho/ arquivos arquivos Voc ver muitos links espalhados pela estrutura de diretrios do Linux, um recurso muito usado quando os arquivos de sistemas mudam de lugar numa nova verso. Mantendo um link na localizao antiga, todos os programas antigos continuam funcionando sem problemas.

Fechando programas travadosApesar do Kernel do Linux ser extremamente estvel, quase impossvel de travar, os programas nem sempre so. Para complicar, o rpido desenvolvimento do sistema e a necessidade por novos aplicativos acabam fazendo com que muitas vezes as distribuies tragam programas ainda em estgio beta, ou mesmo alpha, que ainda no esto completamente estveis. Isto acaba muitas vezes resultando em travamentos. A vantagem do Linux neste ponto que voc quase nunca precisar reiniciar todo o sistema, basta matar o aplicativo problemtico, ou, no pior dos casos, reiniciar o ambiente grfico. A forma mais prtica de finalizar aplicativos usar o xkill. Ao clicar sobre o cone do programa, ou cham-lo pelo terminal (digitando xkill), o cursor do mouse vira um cone de caveira e basta clicar sobre o programa travado para mat-lo sem d. Voc pode tambm chamar o xkill usando o atalho "Ctrl+Alt+ESC.

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Se a coisa for sria e o mouse parar de responder, voc pode reiniciar o X, o que reabre toda a parte grfica, pressionando "Ctrl+Alt+Backspace". Embora voc possa perder arquivos no salvos, esta uma soluo muito menos radical (e mais rpida) do que reiniciar o micro no boto. Embora mais trabalhoso, voc pode tambm finalizar os programas atravs do terminal, usando os comandos kill e killall. O killall pode ser usado sempre que voc souber o comando que inicializa o programa a ser fechado. Por exemplo, para fechar o xmms, o mesmo do screenshot acima, bastaria escrever "killall xmms"; para finalizar o konqueror o comando seria "killall konqueror", e assim por diante. O problema com o killall que em muitos casos o comando para fechar o programa no o mesmo que seu nome. Para fechar o Firefox, por exemplo, voc teria que digitar "killall firefox-bin" e no apenas "killall firefox", que seria o mais lgico. Para os casos onde voc no souber o nome do programa, existe o comando "ps" que mostra todos os processos abertos. Existem vrias opes para este comando. A que costumo usar mais freqentemente "ps -x | more", que mostra todos os processos iniciados por voc, sempre dando uma pausa quando esta encher a tela:

Na coluna direita da lista voc ver os nomes dos aplicativos. Veja que em muitos casos o mesmo programa aparece vrias vezes, seja porque voc abriu vrias instncias do programa, seja por ele realmente ser dividido em vrios processos diferentes, mas o killall se encarrega de acabar com todos os vestgios. Na coluna da esquerda est o PID de cada processo, um nmero de identificao que pode ser usado em conjunto com o comando kill para matar um processo especfico, como e m " k i l l 4060". Alm do ps -x, voc pode tentar o "ps -aux", que inclui todos os processos ativos. A lista sempre longa, pois inclui todos os servios e componentes do sistema que so carregados automaticamente durante o boot.

Outro programa de texto com a mesma funo o pstree. Ele mostra os processos na f o rm a d e u m a r v o re , permitindo que voc veja como eles se relacionam. Se voc estiver no KDE, pode gerenciar os processos de uma forma muito mais amigvel usando o Ksysguard. Basta procurar por ele no iniciar ou pressionar "Ctrl+Esc" para abri-lo:

Montando e desmontandoEmbora cada vez mais as distribuies detectem as parties, CD-ROMs, pendrives e outros dispositivosGuia do Hardware.net

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automaticamente, criando cones no desktop ou algo similar, por baixo dos panos sempre necessrio montar os dispositivos antes de acess-los. Isto feito automaticamente quando voc clica no cone do CD-ROM no desktop, por exemplo, mas, dependendo da distribuio que resolver usar, voc acabar precisando fazer isso manualmente em muitos casos. Vamos ento entender como esse processo funciona. Cada dispositivo ou partio acessado pelo sistema atravs de um device, um arquivo especial criado dentro do diretrio "/dev". Para entender a ordem usada para nomear estes dispositivos preciso usar algumas noes de hardware. Na placa-me voc encontra duas portas IDE (primria e secundria), que so usadas para instalar o HD e CD-ROM. Cada uma das duas permite conectar dois dispositivos, de forma que podemos instalar um total de 4 HDs ou CDROMs na mesma placa. Os drives IDE "tradicionais", que usam os cabos de 40 ou 80 vias so chamados de "PATA", de "parallel ATA".

Cada par de drives instalado na mesma porta. Para diferenciar os dois usado um jumper, que permite configurar cada drive como master (mestre) ou slave. O mais comum usarmos apenas um HD e mais um CDROM ou DVD, cada um instalado em sua prpria porta e ambos configurados como master. Ao adicionar um segundo HD, voc poderia escolher entre instalar na primeira ou segunda porta IDE, mas de qualquer forma precisaria configur-lo como slave, mudando a posio do jumper. Independentemente de ser um HD, CD-ROM ou qualquer outro tipo de dispositivo, os drives so detectados pelo sistema da seguinte forma: IDE primria, master: /dev/hda IDE primria, slave: /dev/hdb IDE secundria, master: /dev/hdc IDE secundria, slave: /dev/hdd Os HDs Serial ATA (SATA) so vistos pelo sistema da

mesma forma que HDs SCSI. Isso tambm se aplica a pendrives e outros dispositivos USB. Aqui entra uma histria interessante: como o cdigo aberto, muito comum que novos mdulos sejam baseados ou utilizem cdigo de outros mdulos j existentes. O suporte a drives SCSI no Kernel to bom que ele passou a ser usado (com pequenas adaptaes) para dar suporte a outros tipos de dispositivos. Na poca do Kernel 2.4, at os gravadores de CD eram vistos pelo sistema como drives SCSI. O primeiro dispositivo SCSI detectado como "/dev/sda", o segundo como "/dev/sdb" e assim por diante. Se voc tiver um HD SATA ou pendrive, o drive visto como "/dev/sda" e no como "/dev/hda", como seria se fosse um drive IDE. Se voc tiver um HD SATA e um pendrive, instalados na mesma mquina, ento o HD ser visto como "/dev/sda" (pois inicializado primeiro, logo no incio do boot) e o pendrive como "/dev/sdb". Se voc plugar um segundo pendrive, ele ser visto como

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"/dev/sdc", e assim por diante. Ao contrrio dos dispositivos IDE, os devices so definidos seqencialmente, conforme o sistema vai detectando os dispositivos. Quem chega primeiro leva. Se voc tiver um HD IDE e um pendrive, ento o HD ser visto como "/dev/hda" e o pendrive como "/dev/sda". Uma observao que voc quase sempre encontrar uma opo dentro do Setup que permite colocar as portas SATA em modo de compatibilidade (Legacy Mode ou Compatibility Mode, dependendo da placa). Ao ativar esta opo, seu HD SATA passar a ser visto pelo sistema como " /dev/hda', como se fosse um HD IDE normal. Esta opo til ao instalar distribuies antigas, que ainda no oferecem um bom suporte a HDs SATA.

Em seguida vem a questo das parties. Ao invs de ser um espao nico e indivisvel, um HD como uma grande sala comercial, que pode ser dividida em vrios escritrios e ambientes diferentes. Ao instalar o sistema operacional, voc tem a chance de particionar o HD, onde feita esta diviso. sempre recomendvel usar pelo menos duas parties separadas, uma para o sistema e outra para seus arquivos. Isto permite reinstalar o sistema sempre que necessrio, sem perder seus arquivos e configuraes. No Linux existe ainda a necessidade de criar uma partio separada para a memria swap. Esta partio utiliza uma organizao prpria, otimizada para a tarefa. Embora um pouco mais complicada, esta abordagem faz com que o acesso seja mais rpido que no Windows, onde o swap feito dentro de um arquivo, criado na partio de instalao de sistema.

Existem diversos programas de particionamento, os mais usados no Linux so o cfdisk, gparted e o qtparted. Muitas distribuies incluem particionadores prprios, o Mandriva por exemplo inclui o diskdrake.

Acima temos um screenshot do Gparted. Como pode ver, cada partio recebe um nmero e vista pelo sistema como um dispositivo diferente. A primeira partio do "/dev/hda" vista como "/dev/hda1" e assim por diante. O mesmo acontece com os pendrives, que do ponto de vista do sistema operacional so uma espcie de HD em miniatura. O sistema nunca acessa os dados dentro da partio diretamente. Ao invs disso, ele permite que voc "monte" a partio numa determinada pasta e acesse os arquivos dentro da partio atravs dela, o que feito usando o comando "mount". A sintaxe bsica inclui o dispositivo e a pasta onde ele ser acessado, como em: # mount /dev/hda2 /mnt/hda2 O mais comum que as parties "extras" sejam montadas dentro da pasta "/mnt", que prpria para a Tutorial - LINUX: usando o ter minalGuia do Hardware.net

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tarefa, mas isso no uma regra; voc pode montar as parties em qualquer pasta vazia. No se esquea de criar a pasta desejada, se necessrio, usando o comando "mkdir". No caso do CD-ROM, citamos apenas o dispositivo, sem incluir a partio (j que um CD-ROM no pode ser particionado, como um HD). Voc pode tanto usar o dispositivo correto, como "/dev/hdc" ou "/dev/hdd", quanto usar o "/dev/cdrom", um link que criado durante a instalao: # mount /dev/cdrom /mnt/cdrom Se quiser trocar o CD que est na bandeja, voc deve primeiro "desmontar" o CDROM, com o comando "umount /mnt/cdrom". O mesmo se aplica a pendrives e HDs externos: sempre necessrio desmontar antes de desplug-los. No caso dos pendrives e HDs, desmontar fundamental, pois