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JULHO 2010 SOLUÇÕES TECNOLÓGICAS PARA AR, ÁGUA, SOLO E TRATAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS Sistemas de Osmose Direta Pág. 15 Análise de Ecoeficiência Pág. 22 Destinação dos Resíduos Sólidos Urbanos no RS Pág. 25 Dragagem Hidráulica x Escavação Convencional Pág. 30 www.revistaPE.com.br www.pollutionengineering.com Chumbo: Novos Métodos de Amostragem

Revista_PE

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Revista de meio ambiente

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Page 1: Revista_PE

JULHO 2010

SOLUÇÕES TECNOLÓGICAS PARA AR, ÁGUA, SOLO E TRATAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS

Sistemas de Osmose Direta Pág. 15

Análise de Ecoeficiência Pág. 22

Destinação dos Resíduos Sólidos Urbanos no RS Pág. 25

Dragagem Hidráulica x Escavação Convencional Pág. 30

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Chumbo: Novos Métodos de Amostragem

Page 2: Revista_PE
Page 3: Revista_PE

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em monitoramento ambiental

Soluções

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LÍDER MUNDIAL EMMONITORAMENTO

ambiental

Page 4: Revista_PE

32

ARTIGOS

J U L H O 2 0 1 0 N Ú M E R O 6

CONTEÚDOCOLUNASEditoriais

Por Roy Bigham (EUA) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 05Por Udo Fiorini (Brasil) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 06

Ambiente Gerencial . . . . . . . . . . . . . . . . 08Por Georges Kaskantzis Neto

Panorama Legal. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11Por Renata Franco de Paula Gonçalves Moreno

Visão Regional. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34

Cadastre-se e receba nosso newsletter .

Economia Direta . . . . . . . . . . . . . . . . . . .15Sistemas de Osmose Direta energeticamente eficientes possibilitam re-

ciclar milhões de litros de água utilizadas diariamente em processos de

extração de óleo e gases, sem muita pressão .

Novos Exigências Novos Métodos de Amostragem . . . . . .18Novos padrões para chumbo irão requerer novos métodos de amostra-

gem . Felizmente, os mais recentes amostradores estão permitindo que

estes requerimentos sejam mais facilmente atingidos .

Análise de Ecoeficiência . . . . . . . . . . . . .22Neste artigo mostraremos a Ecoeficiência como um sistema de gestão

estratégico, para os negócios e para o meio ambiente .

Resíduos Sólidos Urbanos . . . . . . . . . . .25Apresentamos um diagnóstico da destinação final dos RSU gerados nos

municípios gaúchos, considerando a disposição em aterros sanitários,

aterros controlados e lixões .

Dragagem Hidráulica . . . . . . . . . . . . . . .30Um estudo de caso explora detalhes da dragagem hidráulica versus a

escavação convencional .

DEPARTAMENTOSExpediente PE. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 05

Índice de Anunciantes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 06

EnviroNews . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12

Eventos PE . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13

NA INTERNETEncontre informações e conteúdo da Pollution Engineering em nosso sitewww .revistaPE .com .br

Pág.28

Pág.28

Dragagem Hidráulica

Economia Direta

Pág. 30

Pág. 15

Page 5: Revista_PE

JULHO2010 www.revistaPE.com.br 5

EDITORIAL

E m 1980, eu fui promovido de analista de laboratório III para eletroquímico da fábrica. Fui avisado que tam-bém seria responsável pelas atividades ambientais e

teria que me capacitar para operar o sistema de tratamento de efluentes da planta. Disseram-me que meus deveres ambien-tais exigiriam apenas 10 por cento do meu tempo.

Estudei as legislações necessárias e, primeiramente, foi fácil manter meus deveres como responsável ambiental do local. Mas conforme as exigências foram aumentando, o engenhei-ro metalúrgico da empresa foi escolhido para me ajudar nas tarefas. Então a matriz da companhia formou uma equipe para tratar dos assuntos relacionados ao meio ambiente.

Casualmente, eu fui promovido para uma posição de gerenciamento mediana, onde supervisionava as atividades ambientais de 10 fábricas da empresa. Conforme o licen-ciamento das atividades tornou-se mais complexo, a matriz designou um de seus advogados para auxiliar o departamen-to de meio ambiente quando necessário. Interessantemente, eles disseram ao advogado que esse novo dever não exigiria mais que 10 por cento de seu tempo.

Logo, o advogado percebeu que a maior parte do seu tempo era gasto lendo leis comigo e discutindo os impactos potenciais para a companhia.

Os desafios ambientais continuaram a crescer, e até a flores-cer – não somente nos Estados Unidos, mas também ao redor do mundo. Outros países ficaram ansiosos em trabalhar com a Agência Ambiental Americana, a EPA, a aprender mais e a impor os seus próprios padrões de qualidade ambiental.

Repentinamente eu estava na Itália, compartilhando minhas experiências e ajudando parceiros a implementar seus próprios

meios de controle ambiental. Antes de voltar para casa, ofereci a eles um conselho: Manter-se atualizado com as mudanças nessa área exigirá 110 por cento do seu tempo.

A legislação ambiental americana evoluiu constante-mente, e os profissionais ficaram atentos para se manterem atualizados. A tecnologia mudou e aprendemos a tratar contaminantes em níveis desconhecidos 30 ou 50 anos atrás.

A justiça também evoluiu para se tornar parte integral do processo regulatório. Conforme leis e normas fluíam das canetas nas agências ambientais, o poder judiciário era forçado a fornecer interpretações para as novas exigências.

Atualmente, alguns tribunais são especializados para discutir complexas questões ambientais. De acordo com uma reporta-gem do World Resources Institute intitulada: "A Justiça verde: Criando e especializando os tribunais ambientais", há 350 tribunais específicos para a temática ambiental em 41 países.

Não há sinais que esse crescimento irá terminar e minhas expectativas são que muitas demandas ambientais ainda estão por vir. PE

Roy Bigham Editor da PE nos EUA .Ele pode ser contatado através deroy@pollutionengineering .com

110 porcentoUm panorama da evolução da indústria ambiental nos últimos 30 anos .

EQUIPE DE EDIÇÃO BRASILEIRAS+F Editora (19) 3288 - 0437 www.sfeditora.com.br

Udo Fiorini - [email protected] | (19) 9205-5789

Sunniva [email protected] | (19) 9229-2137

Fabrício Braga - Tradução e Revisão de [email protected]

ESCRITÓRIO CORPORATIVO NOS EUA2401 West Big Beaver, Ste. 700, Troy, Michigan 48084 | Fone: +1 (248) 362-3700 | www.pollutionengineering.com

Doug Glenn | Diretor de Núcleo+1 412-306-4351 | [email protected]

Roy Bigham | Editor+1 248-244-6252 | [email protected]

Seth Fisher | Managing Editor/Associate Publisher+1 248-244-6248 | [email protected]

Tammie Gizicki | Diretora de [email protected]

John Talan |Gerente de Produção+1 248-244-8253 | [email protected]

REPRESENTANTES DE PUBLICIDADE NOS EUA

Steve Roth | Gerente de Vendas Centro Oeste/Costa Leste EUA+1 847-256-3040 | [email protected]

Lori Koning | Venda Costa Leste EUA+1 814-833-9303 | [email protected]

Lydia Stewart | Gerente Classificados Vendas Internas EUA+1 248-758-0137 | [email protected]

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Timothy A. Fausch - Edição

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Rita M. Foumia – Estratégia Corporativa

Scott Kesler – Tecnologia da Informação

Vince M. Miconi – Produção

Lisa L. Paulus – Finanças

Michael T. Powell – Criação

Douglas B. Siwek – Marketing

Nikki Smith - Guias

Marlene J. Witthoft - Recursos Humanos

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John E. Thomas – Clear Seas Research

Pollution Engineering EXPEDIENTE

www.revistaPE.com.brFiliado à

Page 6: Revista_PE

6 Pollution Engineering JULHO2010

EDITORIAL

C om este número a revista PE completa o seu primeiro aniversário no Brasil. Ela foi lançada em língua portu-guesa com a edição de Julho de 2009. Ao longo deste pri-

meiro ano, pudemos acompanhar em suas páginas, entre outros artigos, muitas matérias apresentando técnicas e soluções para a gestão de resíduos tóxicos e o controle da poluição do solo, do ar e da água, seu foco principal.

Relendo aquela edição, encontro meu primeiro editorial, intitulado Eco-grato. Naquela época eu procurava expressar meu desagrado com a quantidade de embalagens usadas descar-tadas displicentemente pelas pessoas na natureza. Analisando a atualidade do artigo, constato tristemente que a única coisa que mudou de lá para cá foi com a quantidade dos resíduos, que cresceu de maneira espantosa. Se naquela ocasião eu levava em minhas caminhadas um saco de supermercado para reco-lher eventuais embalagens vazias que encontrava nas minhas caminhadas, hoje posso escolher as embalagens mais limpas para levar para reciclar, deixando inúmeras para trás. É visível o aumento da quantidade.

Fico imaginando que as pessoas que agem deste modo no seu lazer, devem também agir da mesma forma nos seus escritórios, nas fábricas, nos seus lugares de trabalho, nas escolas, na sua vida, enfim. O meu singelo indicador do aumento da poluição ambiental me faz crer no pior. O que está levando a isto? Como podemos colaborar para reduzir, e não aumentar a poluição? Creio que a palavra de ordem é a educação ambiental, e procuro por ela na ação oficial.

Nesta edição, na sua coluna Panorama Legal, Renata Franco de Paula Gonçalves Moreno traz o interessante artigo “Reflexões sobre o Ordenamento Jurídico Brasileiro Ambiental”. Ali ela apresenta a estrutura do poder público responsável pela defesa

e proteção do meio ambiente, logicamente contando com a co-responsabilidade do cidadão brasileiro. Para ficar somente no âmbito da União Federal, começando pelo Ministério do Meio Ambiente, passando pelo CONAMA, e apresentando o SISNAMA, Sistema Nacional do Meio Ambiente. A legislação brasileira faz com que as medidas decididas pelo SISNAMA, sejam regionalizadas em suas normas complementares pelos Estados e pelos os Municípios Brasileiros.

E são nestes órgãos que o cidadão à procura por informa-ções pode encontrar a sua resposta. É ali que ele consegue, mesmo minimamente que seja, participar de ações constru-tivas pelo futuro do meio ambiente. No site www.mma.gov.br, do Ministério do Meio Ambiente, na página dedicada ao CONAMA, é possível inscrever-se no E-CONAMA, e escolher em que Grupo de Trabalho ou Câmara Técnica você quer participar com listas de discussão ou receber mala direta infor-mativa. São várias as possibilidades oferecidas, inclusive a da Educação Ambiental, que eu estava procurando.

Tenha uma boa leitura deste seu número da PE!

Udo Fiorini Editor da PE no Brasil .Ele pode ser contatado através deudo@sfeditora .com .br

Cuidando do nosso futuro

Índice Anunciantes

Caixa Econômica Federal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3ª Capawww.caixa.gov.br

Carus . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20www.caruscorporation.com

CentroProjekt do Brasil . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 09www.centroprojekt-brasil.com.br

EcoBusiness . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33www.ecobusiness.net.br

EarthSoft . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4ª Capawww.earthsoft.com

Ecotech . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 03www.ecotech.com

Febramec . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10www.febramec.com.br

Greenbuilding . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .17www.expogbcbrasil.org.br

Kingsfield . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 07www.kingsfieldinc.com

Neptune . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21

www.neptune1.com

Planeta Expo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14www.feiraplanetaexpo.com.br

Solutec . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29www.rioindustrial.com.br

Tratamento de Água . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .13www.tratamentodeagua.com.br

Zurs . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16www.zurs.com.br

Anunciante Pág . Anunciante Pág .

São nos órgãos ambientais que o cidadão à procura por informações pode encontrar a sua resposta e consegue, mesmo minimamente que seja, participar de ações cons-trutivas pelo futuro do meio ambiente .

Page 7: Revista_PE

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Page 8: Revista_PE

Por Georges Kaskantzis NetoAMBIENTEGERENCIAL

8 Pollution Engineering JULHO2010

Desde a sua descoberta o petróleo é o recurso natural mais desejado por todas as nações. Esse recurso é sinônimo de riqueza e fornece uma fonte de receita quase que inexorável. Pode ser

comercializado a qualquer momento seja para o consumo ou como investimento, garantindo dessa maneira o cres-cimento econômico e social das nações. Os acidentes com petróleo são cada vez menos frequentes porque os vaza-mentos ocorridos no passado possibilitaram às companhias ganhar experiência e desenvolver sistemas de segurança, visando à minimização da ocorrência e severidade dos aci-dentes dessa natureza.

Apesar de aprender a lição e fazer a “tarefa de casa”, os vazamentos de petróleo continuam aconte-cendo e acarretam significativos prejuízos econômicos e ambientais. Na maioria dos acidentes as companhias recuperam uma parcela do petróleo derramado reduzindo dessa forma o prejuízo financeiro; porém o meio ambiente afetado requer tempo e aplicações, imediata e contínua, de significa-tivos recursos financei-ros para ser restituído. Infelizmente isso não acontece para maioria dos desastres com petróleo, fincando para a sociedade o prejuízo do dano ambiental e para os culpados o prêmio do investimento assegurado.

Dependendo da origem e composição do petróleo o horizonte de ocorrência dos efeitos oriundos dos impac-tos pode se estender por décadas, diminuindo dessa forma à oferta das funções e serviços ambientais providos pelos recursos naturais. Quando o derrame de óleo ocorre nos ecossistemas marinhos, por mais eficientes que sejam as ações de emergência realizadas, os componentes tóxicos do óleo, como, por exemplo, o benzeno, o tolueno e os xilenos causam a morte imediata da ictiofauna, nas pri-meiras 96h depois do acidente. Em seguida, as frações intermediárias do petróleo, tais como: os hidrocarbonetos policíclicos aromáticos aderem nos tecidos gordurosos da ictiofauna causando a interrupção definitiva da vida. Os compostos pesados, por sua vez, como, por exemplo,

as resinas e asfaltenos, inicialmente formam placas que sedimentam e, posteriormente voltam à superfície do mar para se aderir sobre os organismos, interferindo no seu crescimento e reprodução.

No ambiente terrestre, o petróleo derramado no solo causa dano imediato na microfauna, afetando bactérias, fungos e vermes; além disso, cobre as raízes das plantas o que dificulta a absorção da água e dos alimentos do solo, provocando a limoctonia da cobertura vegetal. O óleo verti-do no terreno infiltra na direção do freático até contaminá-lo e nesse percurso adsorve nos sedimentos, originando uma fonte de poluição contínua que somente termina no momento em que a contaminação é removida.

Por razões econômicas a indústria do petróleo pro-cessa grandes quantidades de matérias primas e insu-mos estabelecendo dessa maneira um cenário latente de

alto risco que pode criar situações incontroláveis e danos descomunais; a explosão da platafor-ma Deepwater Horizon da British Petroleum que aconteceu na costa da Luisiana dos Estados Unidos da América do Norte, em 20 de abril do presente, é um exemplo desse caso. Considerando a repercussão mundial

desse evento e visando à contextualização dos conteúdos descritos, a seguir, serão apresentados os resultados da análise de um cenário hipotético desenvolvido a partir das informações do acidente da plataforma Deepwater Horizon disponibilizadas na internet pela British Petroleum e Agencia Americana de Proteção Ambiental – EPA.

Para esmiuçar o prejuízo que o acidente americano está causando a natureza, inicialmente as informações referen-tes ao petróleo derramado e as condições meteorológicas regionais foram coletadas na rede mundial de computado-res e, posteriormente usadas no programa de computador ADIOS 2.0.1 (http://response.restoration.noaa.gov/adios) elaborado pela NOAA–National Oceanic and Atmospheric Administration. Para contornar a complexidade do cenário foram adotadas hipóteses simplificadoras: a duração do derrame é quatro dias; as velocidades do vento e correntes

Potencial agressivo e letal do recurso natural mais desejado pelas nações

“ “ ””

Petróleo: potencial agressivo e letal do recurso natural mais desejado pelas naçõesO meio ambiente afetado pelos derrames de petróleo requer tempo e aplicações de significativos recursos financeiros .

Dependendo da origem e

composição do petróleo,

o horizonte de ocorrência dos

efeitos oriundos dos impactos

pode estender-se por décadas

Page 9: Revista_PE

Por Georges Kaskantzis NetoAMBIENTEGERENCIAL

JULHO2010 www.revistaPE.com.br 9

são 4,0 e 1,0m/s, respectivamente; a temperatura e a densi-dade da água são constantes (17°C; 952,4Kg/m3). A vazão do derrame do petróleo no mar foi obtida a partir da massa de óleo derramado e o tempo decorrido depois o evento.

Prejuízos AmbientaisDecorridos 84 dias da explosão da plataforma, as autorida-des estimam que até o momento tenham sido derramados oitenta milhões de litros de petróleo (Mississippi Canyon Block), o que representa uma vazão média é 952,4m3/d. Então, a massa de óleo derramada nas primeiras 96h é 3615t. Desse total, os resultados do ADIOS indicam que 1.131t de óleo evaporam (31%), 219t dispersam na água (6%) e 2664t (63%) permanecem no mar. Nas primeiras 96h a concentração do benzeno na atmosfera sobre a man-cha de 125km2 varia na faixa de 6,0 a 0,1ppm e na película de óleo na água varia de 8,5E+04 até 0,195mg/L. Segundo a literatura, o TLV do benzeno é 0,5ppm, o IDLH é 500ppm e o DL50 é 36mg/L (96h - peixe). Comparando os valores calculados pelo ADIOS com os padrões de referência de exposição a compostos químicos (TVL), dose letal (DL50) e da concentração perigosa à saúde (IDLH), pode-se consta-tar os prejuízos que os vazamentos letíferos dessa natureza provocam ao meio ambiente.

È importante observar que os demais compostos químicos dos petróleos não são tóxicos; porém, na sua grande maioria, têm comportamento semelhante ao do benzeno e, devido ao grande quantidade de produto envolvido nos vazamentos acidentais de petróleos, esses compostos também prejudi-cam os componentes ambientais. Os conceitos apresentados no início do texto foram corroborados com os resultados do caso hipotético investigado com o ADIOS e, dessa maneira, foi possível concluir a respeito do potencial agressivo e letal do recurso natural mais desejado pelas nações. PE

Georges Kaskantzis Neto Doutor e Mestre na área de Engenharia Química

pela UNICAMP . Engenheiro Químico pela UFPR .

Coordenador Gestão Ambiental pela Deutsche

Gesellschaft für Qualität na Alemanha . Coordenador

Especialização Gerenciamento Ambiental

na Indústria, Gestão e Engenharia Ambiental .

Presidente Comitê de Pesquisa UFPR . Coordenador

Curso de Engenharia de Bioprocessos e Biotecnologia . Consultor do INEP -

MEC, Secretaria de Educação do Paraná, Fundação Araucária, FAPESC,

FAPEMIG, Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Betim, Secretaria de

Estado de Meio Ambiente do Paraná . Professor Associado da UFPR .

Page 10: Revista_PE
Page 11: Revista_PE

Por Renata Franco de Paula Gonçalves MorenoPANORAMALEGAL

JULHO2010 www.revistaPE.com.br 11

Com o advento da Constituição Federal de 1988, promul-gada em 05 de outubro, a proteção conferida ao meio ambiente foi bastante ampliada. Principalmente por

equiparar o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibra-do ao direito a vida e por conferir tripla reação do direito face ao dano ambiental. Neste sentido, pelo menos em tese, há a possibi-lidade de responsabilidade das pessoas física e jurídica, tanto de direito publico como privado, nas esferas: civil, administrativa e penal quando do cometimento de dano ambiental. Estabeleceu ainda, uma série de obrigações às autoridades públicas e deter-minou como direito de todos o meio ambiente ecologicamente equilibrado, impondo a co-responsabilidade do cidadão e do poder público pela sua defesa e proteção. De forma explícita, esta-beleceu ao Poder Público – através de seus Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário e os três níveis da Federação brasileira fede-ral, estadual/distrital e municipal - o dever de assegurar, através dos instrumentos adequados, a efetividade desse direito.

Importante citar ainda, a Lei nº 6.938 de 31 de agosto de 2006, que (i) define os princípios e objetivos da Política Nacional de Meio Ambiente (o que deve ser buscado); (ii) estabelece os meca-nismos de aplicação e penalidades (como deve ser implementa-do) e (iii) cria o Sistema Nacional de Meio Ambiente - SISNAMA (quem deve implementar).

O SISNAMA é formado por: (i) Órgão Superior - Conselho do Governo; (ii) Órgão consultivo e deliberativo – Conama; (iii) Órgão Central – Ministério do Meio Ambiente (MMA); (iv) Órgão Executor – IBAMA; (v) Órgãos Seccionais – órgãos ou entidades estaduais responsáveis pela execução de programas, projetos e pelo controle e fiscalização de atividades capazes de provocar a degrada-ção ambiental; (vi) Órgãos Locais – órgãos ou entidades municipais, responsáveis pelo controle e fiscalização dessas atividades, nas suas respectivas jurisdições.

Assim, o Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA) é constituído pelos Órgãos e Entidades da União, dos Estados do Distrito Federal, dos Territórios, dos Municípios e Fundações instituídas pelo Poder Público, responsáveis pela proteção e melhoria da qualidade ambiental.

A atuação do SISNAMA ocorre mediante articulação coor-denada dos Órgãos e entidades que o constituem. Cabendo aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios a regionalização das medidas emanadas do SISNAMA, elaborando normas e padrões supletivos e complementares. Os Órgãos Seccionais prestarão informações sobre os seus planos de ação e progra-mas em execução, consubstanciadas em relatórios anuais, que serão consolidados pelo Ministério do Meio Ambiente, em um relatório anual sobre a situação do meio ambiente no País, a ser

publicado e submetido à consideração do CONAMA, em sua segunda reunião do ano subsequente.

Verifica-se assim, que a tutela ambiental, em regra, é com-partilhada entre os níveis federativos através do sistema de competência legislativa concorrente e do sistema de competência administrativa comum, com pequeno espaço para a competência privativa. Cabe à União Federal a edição de normas gerais; aos Estados e ao Distrito Federal é atribuída a competência de suple-mentar a legislação federal, através do detalhamento da norma geral federal para atender às suas peculiaridades; e, por sua vez, os Municípios podem suplementar a legislação federal e a estadual, no que couber, com base no interesse local.

Tal sistema tem a vantagem de propiciar uma tutela ambien-tal compartilhada, mais abrangente. Entretanto, se torna fonte de conflito normativo, resultando, muitas vezes em políticas, planos, programas e projetos descoordenados e a atos de polícia superpostos, ocasionando prejuízo a eficiência, economicidade e agilidade da tutela ambiental.

Decerto, os avanços foram muitos, mas há muito no que progredir, principalmente quanto aos conflitos de competên-cia e, sobretudo quanto à efetividade da responsabilidade nas três esferas do direito. PE

Renata Franco de Paula Gonçalves Moreno É formada em Direito pela Universidade São

Francisco e em Ciências Sociais pela UNICAMP,

com extensão em Direito Ambiental pelo Instituto

Brasileiro de Advocacia Pública - IBAP e Direito

Internacional Público pela Academia de Direito

Internacional da Haia (Holanda) . É mestre pela

Université de Metz (França) e doutoranda em Ciências Sociais na

UNICAMP . Associada do escritório Emerenciano, Baggio e Associados

Advogados, responsável pelo Departamento de Direito Ambiental .

Reflexões sobre o ordenamento jurídico brasileiro ambientalA regulamentação ambiental progrediu, mas o serviço de fiscalização deve evoluir .

“ “ “ “ Foram estabelecidos

obrigações às autoridades

públicas e o direito de todos

terem o meio ambiente

ecologicamente equilibrado

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12 Pollution Engineering JULHO2010

ENVIRONEWSE V E N TO S l N E G Ó C I O S l P E S S OA S

ENVIRONEWSSustentabilidade chega à classe média brasileira

A Casa AQUA idealizada pela Inovatech Engenharia, com projeto do arquiteto Rodrigo Mindlin Loeb e apoio institucional da Fundação Vanzolini, apresenta de forma

inédita no Brasil, possibilidades de soluções que atendam aos critérios do Referencial Técnico de Certificação da Construção Sustentável - Processo Aqua. A ideia surgiu a partir da necessi-dade de se demonstrar na prática a viabilidade de uma casa efe-tivamente sustentável de 40 metros quadrados, totalmente ade-quada aos padrões climáticos, econômicos e culturais do Brasil, baseando-se no Processo AQUA, único referencial de certificação para construções sustentáveis adaptado à realidade brasileira.

Para que a Casa AQUA pudesse ser materializada, a Inovatech convidou patrocinadores que têm em sua missão os conceitos de construção sustentável, como Leroy Merlin, Onduline, Pial Legrand, Lafarge e HPPisos. O arquiteto Rodrigo Mindlin Loeb trouxe contribuições enormes para o projeto, com conceitos de arquitetura bioclimática, estratégias passivas e ativas de redução de impactos ambientais da construção.

As estratégias passivas de construção sustentável são aquelas que não dependem de equipamentos específicos para minimi-zar o impacto ambiental da construção, e podem ser emprega-das sem custo adicional, com resultados enormes na redução de consumo de água e energia, como por exemplo, a cobertura destacada do forro da casa, grandes vãos para ventilação natu-ral, sombreamento de fachadas e utilização de vegetação para moderação climática.

A cobertura destacada do forro da casa permite a criação de um “colchão de ar” entre o telhado e a laje, proporcionan-do um excelente conforto térmico, dispensando muitas vezes a necessidade de ventiladores e aparelhos de ar-condiciona-do. Além disso, a cobertura da Casa AQUA considera a cen-tralização da captação de águas de chuva em um único ponto, facilitando seu armazenamento e reduzindo custos opera-cionais. Já o sombreamento de fachadas está diretamente relacionado à localização da Casa AQUA e ao caminho que o sol percorre ao longo do dia, propiciando um isolamento de fachadas mais expostas ao sol, melhorando as condições de conforto térmico da Casa AQUA.

Outra estratégia de arquitetura passiva bastante utilizada na Casa AQUA é a utilização de vegetação para sombreamento de fachadas, que permite uma moderação climática através do conceito de resfriamento evaporativo, onde as gotículas de água da vegetação retiram calor do ambiente e aumentam a umidade, exatamente como ocorre nas florestas tropicais, onde o clima dentro da floresta é sempre mais fresco do que fora.

A Casa AQUA também conta com estratégias ativas de cons-

trução sustentável, como a utilização de materiais de construção de baixíssimo impacto ambiental e a aplicação do conceito de construção seca, com utilização de painéis rígidos de fechamento de paredes, que permitem bom desempenho térmico e acústico favorecendo radicalmente a manutenção da Casa AQUA, além de ser um sistema que por seu baixo peso minimiza emissões de carbono durante o transporte. Além disso, a Casa AQUA utiliza painéis termo-solares para aquecimento de água, dispositivos economizadores de água como válvulas de descarga de duplo fluxo (3 e 6 litros), dispositivos arejadores nas torneiras e chuvei-ros, reuso de água de chuva, entre outros.

Enfim, o conceito da Casa AQUA é o conceito inovador que pode ser construída com materiais de construção encontra-dos nos grandes “home centers”e gera baixo impacto ao meio ambiente durante a sua fase de construção, consome poucos recursos naturais, gera poucos resíduos e além de tudo tem con-forto térmico, acústico, visual e olfativo.

Artigo desenvolvido por Luiz Henrique Ferreira, diretor da Inovatech

Engenharia, primeira empresa de consultoria da certificação AQUA

Mais informações:

Anna Karina Spedanieri

Ateliê de Textos

Tel . (11) 3675-0809

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Modelo da Casa Áqua apresentado na AmbientalExpo2010

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PEEVENTOSE V E N TO S l N E G Ó C I O S l P E S S OA S

Acesse o calendário de eventos no site www .revistaPE .com .br

AGOSTO04-07 Solutec 2010 Rio Centro, RJ / www.feirasolutec.com.br

10-12 Fenasan (Feira Nacional de Saneamento e Meio Ambiente )São Paulo, SP / www.fenasan.com.br

31 de Agosto a 02 de Setembro EcoBusiness 2010 Feira e Congresso Internacional de Econegócios e SustentabilidadeSão Paulo, SP / www.ecobusiness.net.br

31 de Agosto a 03 de Setembro XVI Congresso Brasileiro de Águas SubterrâneasSão Luís, MA / www.abas.org/xvicongresso

SETEMBRO01-03 Greenbuilding BrasilSão Paulo, SP / www.expogbcbrasil.org.br

26 de Setembro a 01 de Outubro45º Congresso Brasileiro de Geologia Belém, PA / www.45cbg.com.br

OUTUBRO06-08 Feira Planeta Expo - Feira de Tecnologias e Ações para a Preservação da VidaSão Paulo - SP / www.feiraplanetaexpo.com.br

28-30 ExpoSucataSão Paulo, SP / www.exposucata.com.br

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Por WALTER L . SCHULTZ, CEO da Hydration Technology Innovations

Economia

Sistemas de Osmose Direta energeticamente eficientes possibilitam reciclar milhões de litros de água utilizadas diariamente em processos de extração de óleo e gases, com pouca pressão .

Osmose Reversa (OR) revolucionou o tra-tamento de água, mas não é o único proces-so osmótico disponível.

Pesquisas em Osmose Direta (OD), que separa a água do efluente, com resultados promissores e aplicações práticas.

OD é acionada por um gradiente de pres-são osmótica, em oposição à pressão hidráu-lica da OR. O gradiente dilui a solução de maior concentração. Aplicações potenciais incluem a dessalinização, purificação da água, tratamento de água e processamento de alimentos. As unidades de OD servem como filtros secundários em conjunto com

sistemas de OR em aplicações como o tra-tamento do lixiviado de aterros sanitários.

Reuso da Água de PerfuraçãoOutra aplicação prática para a OD é a recu-peração de água. Uma empresa de Louisiana nos EUA utiliza um sistema de OD portátil para recuperar o efluente de um campo de extração de óleo. Companhias de extração utilizam o sistema para reduzir drastica-mente os danos ambientais e os custos com transporte de efluentes associados com a exploração de gás natural.

O processo de recuperação emprega uma solução concentrada de sal que é normal-

mente utilizada em poços de extração. Essa solução concentrada combinada com água limpa é utilizada no processo de perfuração hidráulica de poços. O sistema, desenvol-vido em uma joint venture entre a Bear Creek Services e a Hydration Technology Innovations, filtra e recicla o efluente resul-tando em um fluído descontaminado. Esse processo, realizado em uma única etapa, consome uma quantidade surpreendente-mente pequena de energia.

Um desses sistemas em escala comercial é capaz de reciclar até quatro barris por minuto, o que equivale a 634 litros por minuto ou 916.000 litros por dia de efluen-te reciclado. A unidade inteira é energizada por um gerador de 25 kW, que consome menos de 100 litros de combustível por dia. Em cada poço, mais de 80% do efluente da escavação poderá ser reciclado para forne-cer aproximadamente 20% da água neces-sária para a perfuração hidráulica.

Esse sistema de reciclagem dos efluentes da perfuração além de diminuir a neces-sidade de água limpa, reduz também o tráfego de caminhões necessários para transportar o efluente e a água limpa den-tro da área de exploração.

Essa máquina de reciclar efluentes está em operação comercial em uma área de exploração de gás natural no estado de Louisiana nos EUA. Esse siste-ma proporcionou na maioria dos casos uma redução nos custos de operação,

Direta

A

Diagrama do fluxo do sistema de tratamento de efluentes

Torre de perfuração

do poçoPoço de armazenamento do efluente da perfuração

Retorno do concentrado

Alimentação

Solução salina concentrada

Água limpa

Bombas Tanques de água

Água para per-furação/ Fluído

recuperado

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16 Pollution Engineering JULHO2010

EconomiaDireta

baseados em resultados experimentais comparados com relatórios de custos estruturais de empresas localizadas na mesma região. Essa economia se deve à redução de despesas com transporte, disposição e tratamento dos resíduos.

Características do SistemaO Sistema de OD, entre as várias tecno-logias de recuperação de efluentes, tem características únicas que proporcionam a sua utilização para diferentes aplica-ções. Por exemplo, a água produzida pelo sistema tem alta qualidade. A mem-brana retira 100% dos vírus, bactérias e sólidos, 90% de solutos indesejáveis como o ferro, cálcio, bário, etc. Em cada poço, mais de 80% do resíduo da perfu-ração pode ser reciclado para fornecer aproximadamente 20% da água necessá-ria para a perfuração hidráulica.

O processo de recuperação primária do processo é impulsionado por energia alternativa utilizando uma unidade de gradiente osmótico. Dessa forma, viabili-za a implantação desse sistema em espa-ços relativamente pequenos, o que torna o sistema portátil e modular, dimensio-nado para o tamanho do projeto.

A OD é muito segura: se algo der errado, não há elementos dos sistema que pode-riam representar perigo para os operadores ou qualquer um que esteja por perto. Além de tudo é energeticamente eficiente: uma

unidade inteira funciona com uma pressão menor que 10 psi, não há partes móveis, a não ser pelas bombas de baixa pressão que fazem a circulação da água, assim, funcio-nando com pouca eletricidade.

O sistema opera com relativamente

baixa pegada de carbono (carbon foot-print). Essa pequena pegada é eliminada quando se compara o esse sistema com o processo normal de transporte e desti-nação de efluentes.

Expansão FuturaAs empresas envolvidas reservam capital adicional para expansão. Com três sistemas operando atualmente e com outras unidades em produção, a empresa planeja construir de 12 a 15 mais unidades no próximo ano.

“Agrada-nos muito o rumo que a indústria está tomando atualmente. As empresas estão receptivas para as tecno-logias como as nossas, que preservam o meio ambiente e proporcionam econo-mia,” disse Natham Hutchings, Ph.D. e presidente da Bear Creek Services. PE

Para mais informações, contate Walter L .

Schultz, Presidente Executivo da Hydra-

tion Technology Innovations em wschultz@

htiwater .com .

A Osmose Direta requer pouca eletricidade e não há partes móveis, dessa forma o sistema possui uma pequena pegada de carbono (carbon footprint)enquanto fornece grande quantidade de água limpa .

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Você tem muitos motivos para participar da Conferência Internacional Green Building Brasil

1ª edição brasileira do tradicional evento sobre construção sustentável consagrado no exterior, com a presença de alguns dos maiores especialistas nacionais e internacionais do setor.

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• Case Empire State Building NY - EUAClay G. Nesler, Vice-President, Global Energy and Sustainability, Johnson Controls - EUA

• Case: Copa 2014 – A oportunidade Green BuildingAnderson Benite, Diretor de Consultoria de Sustentabilidade, CTE - Centro de Tecnologia de Edificações

• Case: Hospitais Sustentáveis com foco em LEED for HealthcareArthur Brito, Diretor de Projetos, Kahn do Brasil

• Case: Gestão Sustentável de Resíduos para MIS-RioAndré Sosti Perini, Engenheiro, Caenge

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Dia 1/09Apresentação de tendências, inovações e práticasdo que acontece em termos de construção sustentável no mundo. Dia 2/09Palestras com enfoque técnico e apresentação de casos práticos específicos, subdivididas em 4 sessões denominadas:• Site - Espaço Sustentável• Eficiência Energética• Qualidade Ambiental do Ar• Uso Racional da Água / Selos e Certificações

Dias 1 e 2/09Exposição de produtos e serviços voltados para construção sustentável.

Dia 3/09Visita guiada* a empreendimentos verdes:• Restaurante do McDonald’s - Bertioga (SP)• Hospital Albert Einstein - São Paulo (SP)

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Agenda resumida do evento:

Data:Dias 1 e 2/09: Conferência e ExposiçãoDia 3/09: Visitas guiadas

Local:FecomercioRua Dr. Plínio Barreto, 285 Bela Vista - São Paulo (SP)

Horários:Dias 1 e 2: das 9 às 19 horas Dia 3: das 8 às 16 horas

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a década de 1970 o chumbo foi iden-tificado como uma substância perigosa à saúde pública, ligado

a distúrbios neurológicos em crianças e efeitos cardiovasculares em adultos. Descobriu-se que lactantes e crianças eram especialmente sensíveis à baixas concentrações de chumbo, causando problemas neurológicos, deficiência no aprendizado e baixo QI. Com o estabelecimento de normas para con-trolar a qualidade do ar, o limite para o chumbo na atmosfera foi definido em 1,5 µg/m3.

O governo federal dos EUA e sua agência ambiental tomaram medidas para regular a propagação desse con-taminante. O chumbo foi retirado da composição da gasolina e foram cria-dos padrões para a presença do conta-minante em tintas, água para consumo e resíduos sólidos.

Desde então, o níveis de chumbo no ambiente decresceram 94% e a concentração de chumbo no sangue de crianças caiu para um décimo do que era encontrado na década de 1970.

Entretanto, estima-se que 1.300 toneladas de chumbo por ano (tpa) ainda são emitidas para o ar, por apro-

ximadamente 16 mil fontes, entre elas combustível de avião, indústrias meta-lúrgicas e incineradores.

RegulamentaçõesDurante as recentes revisões dessas nor-mas, contando com novas informações da comunidade de profissionais da saúde, o padrão de emissão de chumbo no ar atmosférico foi reduzido para 0,15 µg/m3, um décimo do padrão anterior, calculado com a média das Partículas Totais em Suspensão (PTS) de três meses consecutivos. Essa norma primária será utilizada com o objetivo de definir limites para proteger a saúde pública dos efei-tos nocivos do chumbo presente no ar, enquanto o padrão secundário irá definir limites para proteger o bem-estar público, como plantações, animais e edifícios.

A regra de 2008 também requer que os estados monitorem os locais próximos à fontes locais que emitem 1,0 tpa ou mais, assim como as áreas metropoli-tanas com mais de 500 mil habitantes. Uma fonte de emissão localizada é con-siderada como uma única e identificada fonte de emissão de chumbo. A agência de proteção ambiental americana (EPA) estima que para cumprir com as novas regras serão necessários 236 pontos de monitoração, em funcionamento até o

NPor MICHAEL THOMPSON, especialista em instrumentação ambiental . American Ecotech

Figura 1: Amostradores de grande

volume são normalmente colocados

em plataformas elevadas .

Novos Métodos de Amostragem

Novas Exigências

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Novas Exigências Novos Métodos de Amostragem

Por MICHAEL THOMPSON, especialista em instrumentação ambiental . American Ecotech

1º de Janeiro de 2011. Esses pontos adi-cionais irão auxiliar na identificação de fontes desconhecidas que violarem esses limites mais baixos.

Em Dezembro de 2009, a EPA também propôs outras alterações às regras de monitoramento da qualidade do ar:

1- Reduzir o limite mínimo de moni-toramento para emissões industriais localizadas de 5,0 tpa para 0,5 tpa. Essa medida se baseia nas estimativas de que 1.300 fontes emitem, ao menos, 0,1 tonelada de chumbo por ano, totalizan-do 1.058 toneladas anuais de chumbo, 94% do total emitido, de acordo com o Inventário Nacional de Emissões.

2- Exigir o monitoramento da concen-tração de chumbo em todas as estações meteorológicas a partir de 01 de Janeiro de 2011. Um total de 80 equipamentos já fornecem dados de vários poluentes além de dados climáticos. Esses dados pro-porcionaram informações para melhor entender a interação de poluentes, as con-dições da qualidade do ar e possibilitarão

a formulação de modelos de poluição.3- Realizar o monitoramento de chum-

bo em aeroportos que acomodam aero-naves movidas por pistões. Tais aeropor-tos foram considerados fontes localizadas de emissões pois o combustível utilizado nos aviões à pistão ainda possui 0,56 gra-mas de chumbo por litro em sua fórmula, um total de 623 toneladas anuais.

Técnicas de MonitoramentoPara avaliar corretamente as fontes e o risco potencial do chumbo disperso no ar, vários fatores devem ser considerados, entre eles a proximidade do amostra-dor em relação às fontes de emissão e da população, condições meteorológicas atuais e possíveis fatores de interferência.

A tecnologia atual não é capaz de realizar o monitoramento dos níveis de chumbo em tempo real, portanto, tradicionais amostradores de alto volu-me devem ser usados. Muitas melhorias foram feitas desde o início do programa

de controle do chumbo no ar atmosfé-rico, na década de 1970. Amostradores típicos coletavam as PTS em um filtro apropriado de 20 por 25 centímetros.

Normalmente, esses amostradores realizam a amostragem em um perí-odo de 24 horas a cada seis dias, mas em alguns casos, poderiam ser neces-sárias amostragens a cada três dias. Orifícios de coleta menores e de menor volume também estão disponíveis para os amostradores, como aqueles que medem PM10 e PM2,5. Porém esses modelos não são recomendados para o monitoramento de chumbo, pois, partículas maiores presentes em poeiras fugitivas de instalações de manuseio de materiais, trituradores, armazéns, etc, não serão coletadas. Amostradores de baixo volume e realizam a amostragem através de um filtro de 47 mm com vazão de 1 m3/h. Contudo, os métodos padrão estão baseados em amostrado-res de grande volume.

A concentração de chumbo é determi-nada pela massa dos particulados coleta-dos no filtro, o volume de ar amostrado e o tempo de duração da amostragem. Amostradores de grande volume sugam o ar ambiente através do filtro à vazões que varia de 70 a 100 m3/h, entretanto, equi-pamentos mais antigos não são capazes de controlar o fluxo de amostragem e, por consequência, como o filtro se torna cada vez mais carregado de partículas, a taxa de fluxo pode diminuir. Uma redução significativa no fluxo pode afetar o cál-culo da concentração do chumbo, onde se assume uma vazão constante durante a amostragem. Utilizar um equipamento com controle volumétrico ativo do fluxo de ar no amostrador pode corrigir essa falha. Esses amostradores aumentam o fluxo de amostragem conforme a filtro fica carregado. Utilizar dados de tempe-ratura ambiente e pressão para ajustar a vazão é outro benefício de tais amostra-dores. Isso é especialmente importante quando a amostragem é realizada em áreas de elevada altitude e em tempera-turas extremas, assim como em áreas que sofrem com bruscas variações no clima.

Um cuidado especial deve ser tomado para manusear o filtro, seja na retirada

Figura 2: Novos amostradores de grande volume, como esse da American

Ecotech, podem ajustar o fluxo automaticamente para corrigir a obstrução do filtro

e até fatores climáticos .

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Novas Exigências Novos Métodos de Amostragem

do amostrador, evitando a perda de par-tículas, ou na instalação do filtro no equi-pamento, evitando a inserção de partícu-las alheias ao objetivo do procedimento. Os amostradores de PST permitem que partículas muito grandes cheguem até o filtro, e geralmente alguns dias se passam no intervalo entre o fim do período da amostragem e a coleta do filtro, e nesse intervalo de tempo, ventos fortes podem carregar materiais até o filtro, ou até retirar particulados dele. Por isso, alguns amostradores são equipados com escu-dos automáticos que protegem o filtro de partículas coletadas fora do período determinado para a amostragem.

Uma vez coletada a amostra, o filtro retorna para o laboratório onde é pesado e a concentração de chumbo é analisada. Existem muitos métodos para a análise de chumbo, incluindo Fluorescência por Raios-X (FRX), Absorção atômica (AA) e espectroscopia de massas acoplada a plasma induzido (ICPMS).

Outros benefícios dos amostradores

modernos, além do controle volumétri-co do fluxo e correção de temperatura e pressão, incluem o registro de dados automático de fluxo, temperatura e pres-são, além da capacidade de se conecta-rem com instrumentos meteorológicos externos como sensores de velocidade e direção do vento. Amostradores que podem ser acionados externamente atra-vés desses equipamentos, possibilitando a amostragem do ar de direções especí-ficas, ou somente em condições de baixa umidade relativa. Partículas estranhas podem afetar os sensores, portanto man-ter os sensores de temperatura e pressão apropriadamente calibrados também é necessário para assegurar fluxos de ar precisos. Para amostradores com controle de fluxo de ar ativo, a vazão deve ser audi-tada periodicamente, e calibrada quando necessário. Uma rotina de manutenção preventiva pode manter o seu equipa-mento funcionando sem falhas por anos. Esperar que alguma falha aconteça para, só então realizar a manutenção corretiva,

provocará perdas maiores de tempo e dinheiro à longo prazo.

ConclusãoAs recentes mudanças nas normas fede-rais dos EUA impactarão muitos esta-dos e indústrias, e futuramente outros países, como o Brasil. Dessa forma, exigindo que as empresas reavaliem os seus programas de monitoramento para garantir a adequação à legislação. Assim, o planejamento e pesquisa cui-dadosos produzirão resultados válidos e incontestáveis. A tecnologia melho-rou os amostradores. Equipamentos modernos podem economizar tempo e dinheiro, fornecendo dados úteis que auxiliarão a reduzir nossa exposição à poluentes perigosos e garantir um ar mais limpo para o nosso futuro. PE

Para mais informações, contate Michael

Thompson, especialista em instrumenta-

ção ambiental da American Ecotech, em

mthompson@americanecotech .com .

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22 Pollution Engineering JULHO2010

iversas ondas já atin-giram os processos de produção empre-sariais, desde o con-ceito de qualidade

total até a série ISO. Esses sistemas já se tornaram parte integrada de grandes empresas e hoje, além de obter bens e serviços com menor custo e melhor qua-lidade, exigir de fornecedores a gestão ambiental e da qualidade, pesquisa-se uma forma de avaliar o melhor custo--benefício não somente para a empresa, mas também para o ambiente.

O desenvolvimento sustentável tem colocado, debruçados sobre fluxogra-mas operacionais, desde executivos até operadores, buscando formas de ade-quar a empresa a essa crescente deman-da, dessa forma, era necessária uma forma de avaliar o impacto de bens ou serviços no ambiente. A análise de

ecoeficiência pode ser uma maneira comprovada de realizar essa tarefa. Esse estudo utiliza o sistema de Avaliação do Ciclo de Vida (ACV), metodologia desenvolvida na década de 1990 que analisa o impacto de produtos, pro-cessos, sistemas ou serviços diversos,

ao longo de todo o seu ciclo de vida. Essa ACV é realizada e comparada com outros bens ou serviços alternativos que tenham basicamente a mesma fun-ção. Será mais ecoeficiente a alterna-tiva que satisfazer as necessidades do cliente, causando menor impacto, no ambiente e nos custos.

A avaliação de ecoeficiência é realizada pela Fundação Espaço Eco, uma ONG da BASF S/A, cuja missão é promover o desenvolvimento sustentável na socie-dade transferindo conhecimento e tec-nologia, especialmente pela aplicação de soluções em ecoeficiência, mas também em projetos de educação ambiental e reflorestamento. Segundo Sonia Karin Chapman, diretora presidente do Espaço Eco, o intuito da fundação é auxiliar o desenvolvimento de seus contratantes. “A análise de ecoeficiência é uma ferramenta de melhoria contínua” cita.

DPor FABRÍCIO BRAGA, fabricio@revistaPE .com .br

EcoeficiênciaAnálise de

Neste artigo mostraremos a Ecoeficiência como um sistema de gestão estratégico, para os negócios e para o meio ambiente .

Quando você consegue mensurar

suas atitudes, o gerenciamento fica

mais fácilSônia Chapman,

diretora presidente do Espaço Eco

””“ “

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Análise de Ecoeficiência

Por FABRÍCIO BRAGA, fabricio@revistaPE .com .br

Conceito de EcoeficiênciaConceitualmente, a ecoeficiência consiste em utilizar melhor os recursos naturais e energéticos disponíveis, poluir menos, causar menor impacto negativo à saúde e trazer mais qualidade de vida para as pessoas. Portanto, significa melhorar o desenvolvimento humano, mantendo ainda a saúde financeira dos empreen-dimentos e atividades econômicas, que mantêm a sociedade em contínuo desen-volvimento. “A análise de ecoeficiência é uma ferramenta desenvolvida para tra-duzir esse conceito em prática” menciona Sueli Aparecida de Oliveira, especialista em ecoeficiência do Espaço Eco.

O estudo de ecoeficiência é baseado na ACV, que compreende a análise dos possíveis impactos ambientais do obje-to de estudo, desde o recurso primário da natureza utilizado na matéria prima, ou como matéria prima, passando por todas as etapas de transformação, o uso e a disposição final. Antigamente podia se referir a essa etapa como avaliação do berço ao túmulo. Contudo, atualmente utiliza-se a expressão do berço ao berço, pois o resíduo final de um produto pode ser a matéria prima de outro material. Dessa forma, o uso de recursos naturais é otimizado, pois toda a água e energia proveniente de outro processo são incor-poradas na produção de um novo item.

IndicadoresDurante a ACV são mensurados seis prin-cipais indicadores: Consumo de energia, consumo de recursos naturais, uso da terra, potencial de risco, toxicidade potencial das substâncias utilizadas e emissões, efluentes e resíduos gerados. Esses indicadores for-mam uma pegada ecológica que reflete a situação de cada processo avaliado e indica oportunidades de melhoria em cada um.

A conversão desses indicadores em números comparáveis fornece dados para tomada de decisões estratégicas, possibi-litando o desenvolvimento de produtos e processos. Sonia Chapman complementa: “Quando você consegue mensurar suas atitudes, o gerenciamento fica mais fácil”.

AplicaçãoApós a etapa de identificação e quanti-

ficação dos indicadores, esses resultados são colocados em uma matriz cuja abs-cissa é o impacto ambiental negativo e a coordenada é relacionada a um fator eco-nômico, por exemplo, o custo de produ-ção de cada alternativa em comparação.

CasesUma análise de ecoeficiência foi rea-lizada comparando quatro recipientes diversos de água mineral verificando qual seria a melhor alternativa para o consumo de 1000 litros. As alternativas analisadas foram: Dois recipientes de 5 litros cada (descartável), 6 de 1,5 litros cada (descartável), 12 de 0,7 litro (reuti-lizável) e 12 de 1 litro (descartável). Na figura 1 está o resultado da análise do ciclo de vida de cada tipo de recipiente, através da figura nota-se as diferenças

de impacto ambiental entre eles. A ava-liação foi realizada considerando que o consumidor estivesse 300 km distante do local onde a água foi engarrafada.

Somente através da avaliação do ciclo de vida, não é possível verificar exatamente qual alternativa é melhor. Contudo, após a inserção dos resultados da ACV na matriz de ecoeficiência, Figura 2, nota-se um posi-cionamento melhor entre as alternativas.

O resultado da garrafa de 0,7 litro é o mais baixo, o conjunto de 12 reci-pientes de 1 litro tem o maior custo. Os recipientes de 1,5 litros e de 5 litros tem o menor impacto ambiental, contudo o recipiente de 5 litros possui os menores custos, sendo assim, o mais ecoeficiente.

A análise de ecoeficiência pode ser rea-lizada em diversos produtos, processos ou serviços. Outro exemplo envolve a

Figura 2: Gráfico resultante da avaliação do ciclo de vida de cada recipiente .

Figura 1: Matriz de ecoeficiência .

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24 Pollution Engineering JULHO2010

Análise de Ecoeficiência

astaxantina, um carotenoide responsável pela característica coloração rosada do salmão. Na natureza, os salmões obtém esse elemento através da cadeia alimentar, contudo, em criações confinadas esse ele-mento deve ser fornecido juntamente com a ração. O estudo de ecoeficiência demons-trou que a produção de astaxantina por síntese química é claramente mais ecoe-ficiente que a produção por fermentação de microrganismos ou o cultivo por algas.

Ferramenta para a gestãoA avaliação de ecoeficiência pode ser utilizada para como uma ferramenta de gestão, identificando oportunidades de melhoria em processos. Comparar diferentes produtos que satisfazem as mesmas necessidades, demonstrando a ecoeficiência de diversas alternativas. Pode ainda comparar diferentes gera-ções do mesmo produto para demons-trar a evolução ambiental e econômica e as vantagens resultantes para o con-sumidor final.

Lugares distintos, impactos diversosA análise de ecoeficiência é uma meto-dologia variável, ou seja, uma avaliação feita na Alemanha poderá indicar um produto como o mais ecoeficiente, con-tudo, uma análise realizada no Brasil, sob parâmetros equivalentes, poderá indicar outro. Isso ocorre porque a aná-lise é regional, ou seja, fatores externos às características pertencentes ao pro-duto como a matriz energética, meios de transporte, ou a capacidade de reci-clagem de materiais da região poderão interferir nos resultados.

SustentabilidadePortanto, a avaliação de ecoeficiência é uma ferramenta quantitativa que auxilia na mensuração da sustentabilidade. É um instrumento estratégico para tomada de decisões, pois são avaliados fatores que asseguram o equilíbrio entre a economia e o ambiente, dois dos pilares do desen-volvimento sustentável. PE

Para mais informações contate Sonia Chap-

man, diretora presidente e Sueli Aparecida

de Oliveira, especialista em ecoeficiência,

ambas da Fundação Espaço Eco da BASF,

através do e-mail comunicação .social@

basf .com .

Sonia Chapman, Fundação Espaço Eco

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Disposição Final de Resíduos Sólidos Urbanos

té o final da década de 80, grande parte dos resíduos sólidos urba-nos (RSU) era dispos-ta em locais inade-

quados e de forma irregular. Atualizações na legislação ambiental, alterações nos ambientes naturais e o aumento da fis-calização sobre as ações e passivos dos municípios, aliados à crescente consci-ência ecológica, fizeram com que muitos municípios procurassem regularizar a disposição final de seus RSU.

Neste sentido, um aspecto importante a ressaltar é a implantação da coleta sele-tiva dos resíduos recicláveis em muitos municípios. A atividade é responsável por reduzir a quantidade de resíduos a serem encaminhados para uma dispo-sição final, além de proporcionar fonte de renda para um segmento carente da sociedade, na medida em que os resíduos recicláveis são comercializados. Salienta-se a importância das unida-des de triagem, operando em muitos

municípios, nas quais são separados os resíduos recicláveis dos orgânicos, con-tribuindo, também, para minimizar a quantidade de RSU a ser encaminhada para disposição final e propiciando a produção de húmus, quando há associa-ção com a atividade de compostagem.

O aterro sanitário é uma técnica de dis-posição de RSU no solo sem causar danos à saúde pública e à segurança da popula-ção, minimizando os impactos ambien-tais, e consiste em um método que utiliza princípios de engenharia para confinar os resíduos sólidos à menor área possível e reduzi-los ao menor volume permis-sível, cobrindo-os com uma camada de terra na conclusão de cada jornada de trabalho, ou a intervalos menores, se for necessário (ABNT, 1984).

Outra forma de disposição final é o aterro controlado onde os RSU são dispostos no solo sem a utilização de métodos de controle que minimizem os impactos ambientais (ABNT, 1985). Atualmente a Fundação Estadual de

Proteção Ambiental (FEPAM) não licen-cia a operação de aterros controlados, pois essa técnica não garante um controle ambiental seguro, considerando que estes não dispõem de impermeabilização de base, sistema de tratamento de lixiviado ou de drenagem dos gases gerados.

A situação de disposição irregular de RSU existente são os lixões, ou seja, locais onde os resíduos são depositados sobre o solo, sem medidas de proteção ao meio ambiente ou à saúde pública.

O elevado custo de implantação e operação dos aterros sanitários torna-os inviáveis para muitos municípios. A des-tinação dos RSU para aterros sanitários particulares, denominados Centrais de Recebimento de RSU, tem sido a opção de muitos municípios, principalmente para aqueles localizados nas proximida-des destes empreendimentos. Outra solu-ção foi o estabelecimento de aterros de RSU intermunicipais, muitas vezes admi-nistrados através de consórcios entre os municípios participantes, podendo ser

Gerados no Rio Grande do Sul

Resíduos Sólidos Urbanos

A

Apresentamos um diagnóstico da destinação final dos RSU gerados nos municípios gaúchos, considerando a disposição em aterros sanitários, aterros controlados e lixões .

Por DAIENE DA SILVA GOMES, Chefe do Serviço de Resíduos; RAFAEL VOLQUIND, Chefe da Divisão do Saneamento Ambiental; CLÁUDIA M . P . LAYDNER, Arquiteta e CÉSAR A . P . LEÃO, Graduando em Engenharia Química da Universidade Federal do Rio Grande do Sul . Fundação Estadual de Proteção Ambiental (FEPAM)

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26 Pollution Engineering JULHO2010

Disposição Final de Resíduos Sólidos Urbanos

operados pela iniciativa privada.O presente trabalho teve por objetivo

apresentar um diagnóstico sobre a desti-nação final dos RSU gerados nos muni-cípios gaúchos por regiões hidrográficas, considerando a disposição em lixões, aterros controlados e aterros sanitários.

Resultados e DiscussãoO estado do Rio Grande do Sul tem 496 municípios e uma população de 10.582.887 habitantes (IBGE, 2007). A tabela 1 mostra a distribuição dos muni-cípios e da população do Estado confor-me o porte e a região hidrográfica.

Os dados levantados mostraram que, dos dezoito municípios de grande porte, três destinam seus RSU a lixões (571.358 habitantes), um deposita seus RSU em aterro controlado (339.934 habitantes) e

quatorze em aterros sanitários (4.085.830 habitantes). Dos quarenta e sete municí-pios de médio porte, sete depositam seus RSU em lixões (380.738 habitantes), sete em aterros controlados (365.539 habitan-tes) e trinta e três em aterros sanitários (1.717.358 habitantes). A maior parte dos municípios do estado do Rio Grande do Sul é de pequeno porte e destes, dezesseis depositam seus RSU em lixões (150.014 habitantes), noventa e sete em aterros controlados (628.007 habitantes) e tre-zentos e dezoito em aterros sanitários (2.336.549 habitantes).

Em relação às regiões hidrográficas do Estado, tem-se que quinze municípios da Região Hidrográfica do Uruguai deposi-tam seus RSU em lixões (451.008 habi-tantes), sessenta e oito em aterros contro-lados (579.173 habitantes) e cento e vinte

e dois em aterros sanitários (1.137.130 habitantes). Dos municípios da Região Hidrográfica do Litoral, seis depositam seus RSU em lixões (333.001 habitantes), onze em aterros controlados (492.735 habitantes) e trinta e seis em aterros sani-tários (439.427 habitantes). Dos municí-pios da Região Hidrográfica do Guaíba, cinco depositam seus RSU em lixões (318.101 habitantes), vinte e seis em aterros controlados (263.079 habitantes) e duzentos e sete em aterros sanitários (6.442.569 habitantes).

As Figuras 1 e 2 ilustram a disposição final dos RSU, considerando o porte dos municípios do Estado e a Região Hidrográfica, respectivamente.

Na Figura 3 são identificados os municípios do estado do Rio Grande do Sul de acordo com a forma de dispo-

Porte Região Hidrográfica

Pequeno Médio Grande Guaíba Litoral Uruguai

Nº Municípios 431 47 18 238 53 205

% Municípios do Estado 87% 9% 4% 48% 11% 41%

População 3 .114 .570 2 .463 .635 4 .997 .122 7 .023 .749 1 .265 .163 2 .167 .311

% População do Estado 30% 23% 47% 67% 12% 21%

Tabela 1: Distribuição dos municípios e da população conforme o porte e a região hidrográfica do Estado

Figura 1: Disposição final de RSU conforme o porte dos

municípios do Estado .

Figura 2: Disposição final de RSU conforme a Região

Hidrográfica do Estado .

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Disposição Final de Resíduos Sólidos Urbanos

sição final dos RSU em: aterros sanitários, contemplando os aterros sanitários individuais (que recebem resíduos de apenas um município) e centrais de recebimento de RSU (aterros sanitários que recebem RSU de mais de um município), lixões, aterros controlados municipais e intermunicipais, bem como os municípios que encaminham os RSU para Santa Catarina. Estão destacados no mapa os municípios sede de aterro sani-tário, aterro controlado ou lixão, existindo no Estado um total de cinquenta e cinco aterros sanitários, sessenta e sete aterros controlados e vinte e um lixões.

As centrais de recebimento de RSU podem ser gerencia-das pelo poder público ou por entidades privadas. Com base nos dados levantados é possível observar a tendência dos municípios de encaminhar seus resíduos para Centrais de Recebimento de RSU, o que é facilitado quando há proximida-de geográfica do município com a Central, mas que não impe-de o encaminhamento de resíduos de municípios mais afasta-dos. Este fato pode ser explicado pelo alto custo de implantar, gerenciar e operar um aterro sanitário, observando o atendi-mento às Normas da ABNT e à legislação ambiental, como por exemplo, a Resolução Nº 128/2006, do Conselho Estadual de Meio Ambiente do Rio Grande do Sul (CONSEMA, 2006), relativamente ao atendimento de padrões de emissão para lançamento do lixiviado em corpos receptores.

No estado do Rio Grande do Sul existem dezenove aterros sanitários coletivos (centrais particulares ou consórcios de

municípios), distribuídos estrategicamente em diferentes pontos do Estado e que recebem, predominantemente, os RSU de municípios próximos, os quais atendem 69% da população do Estado.

A Figura 4 mostra o destino dos RSU no estado do Rio Grande do Sul, onde se pode observar que dos 496 municípios, trezentos e cinquenta e oito dispõem seus resíduos em aterros sanitários (8.081.600 habitantes), cento e cinco em aterros controlados (1.333.480 habitantes) e vinte e seis em lixões (1.102.110 habitantes). Os sete municípios restantes dispõem seus RSU em Santa Catarina.

ConclusãoO diagnóstico permitiu concluir que, embora ainda persistam situações irregulares, os aterros sanitários constituem a forma de disposição final mais utilizada no Rio Grande do Sul, rece-bendo os RSU de 358 do total de 496 municípios do Estado, os quais representam aproximadamente 76% da população gaúcha (8.081.600 habitantes). De fato, esta é a única atividade de des-tinação final de RSU atualmente licenciada pela FEPAM, pois é uma técnica de disposição no solo que não causa danos à saúde pública e que minimiza os impactos ambientais.

Os dados apresentados neste diagnóstico certamente apre-sentam alguma margem de erro, pois foi observado que muitos municípios alteram, com frequência, a destinação final de seus RSU, principalmente, no que se refere aos aterros coletivos, fazendo com que as informações disponíveis na FEPAM nem sempre representem a realidade atual. Outra fragilidade dos dados se refere à necessidade de recursos permanentes de pesso-al, equipamentos e infraestrutura para a operação de um aterro sanitário, os quais, frequentemente, não estão disponíveis. Neste sentido, um empreendimento que em um determinado momento opera como um aterro sanitário pode, em um segun-do momento, não operar como tal.

Não existem informações referentes ao recebimento de resí-Figura 3: Mapa da distribuição espacial da destinação de

RSU no estado do Rio Grande do Sul .

Figura 4: Disposição final de RSU no estado do Rio Grande do Sul

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28 Pollution Engineering JULHO2010

Disposição Final de Resíduos Sólidos Urbanos

duos oriundos de outros estados da Federação.Considerando que a FEPAM não está mais licenciando a

operação de aterros controlados, os municípios que utilizam esta forma de destinação de RSU deverão readequar seus procedimentos. Os municípios que têm lixões estão sendo acionados para recuperar as áreas degradadas e apresentar alternativas de disposição final.

AgradecimentosOs autores agradecem à colega Geógrafa Lilian Waquil Ferraro, do Serviço de Geoprocessamento – Departamento de Qualidade Ambiental da Fepam, pelo apoio técnico na elaboração do mapa.

Mais informações: Daiene da Silva Gomes, Engenheira Química, En-

genheira da Fundação Estadual de Proteção Ambiental – FEPAM –

do estado do Rio Grande do Sul, Brasil, Chefe do Serviço de Resíduo

Urbano . E-mail: daienesg@fepam .rs .gov .br

Referências BibliográficasAssociação Brasileira de Normas Técnicas . NBR 8419: apresentação

de projetos de aterros sanitários de resíduos sólidos urbanos . Rio de

Janeiro: ABNT, 1984 .

Associação Brasileira de Normas Técnicas . NBR 8849: apresentação

de projetos de aterros controlados de resíduos sólidos urbanos . Rio

de Janeiro, 1985 .

Conselho Estadual de Meio Ambiente do Rio Grande do Sul . Re-

solução Nº . 128/2006 – Dispõe sobre a fixação de padrões de

emissão de efluentes líquidos para fontes de emissão que lancem

seus efluentes em águas superficiais no estado do Rio Grande do

Sul . Porto Alegre, Brasil .

Conselho Nacional do Meio Ambiente . Resolução Nº . 404/2008 –

Estabelece critérios e diretrizes para o licenciamento ambiental de

aterro sanitário de pequeno porte de resíduos sólidos urbanos .

Fundação Estadual De Proteção Ambiental Henrique Luiz Roessler .

Sistema Integrado de Informações Institucionais – S3I . Banco de da-

dos da FEPAM com acesso restrito .

Fundação Estadual De Proteção Ambiental Henrique Luiz Roessler .

Portaria Nº . 12/1995 – SSMA: Aprova a Norma Técnica Nº 03/95 – FE-

PAM, que dispõe sobre a classificação dos empreendimentos de

processamento e disposição final no solo, de resíduos sólidos urba-

nos, quanto à exigibilidade de estudo de impacto ambiental e rela-

tório de impacto ambiental (EIA/RIMA) no licenciamento ambiental

no estado do Rio Grande do Sul . Porto Alegre, Brasil .

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística . Contagem da Popula-

ção 2007 . Disponível em: < http://www .ibge .gov .br/home/estatisti-

ca/populacao/contagem2007/contagem_final/tabela1_1_23 .pdf> .

Acesso em: 09 dez . 2009

Sistema Nacional de Informações Sobre Saneamento (Brasil): Diagnós-

tico do manejo de resíduos sólidos urbanos – 2007 . Brasília: Ministério das

Cidades . Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental, 2009 .

Page 29: Revista_PE
Page 30: Revista_PE

30 Pollution Engineering JULHO2010

Por STEPHEN N . ZELLER, Project Manager e ARCHIS AMBULKAR, Environmental Engineer, EIT da Brinjac Engineering Inc .

ragagem é o processo de remoção de sedimentos do leito dos rios. Alguns métodos comuns de remoção de sedimentos dos lagos incluem dre-

nagem e escavação do lago, dragagem mecânica e hidráulica.

O processo de dragagem hidráulica envolve a remoção e transporte do mate-rial através do lodo. Esse processo não requer o escoamento da lagoa, pois os equipamentos de dragagem flutuam na superfície da água e sugam o sedimento e o lodo do lago, utilizando bombas centrífugas, transportando esse material para outro local. O processo envolve principalmente um barco, uma unidade de dragagem, bombas e tubulação de transporte. A remoção dos sedimentos pode ser realizada em um lago inteiro ou em locais específicos.

Trabalho de campoO Camping Yolijwa é um acampamen-to de verão cujas principais atividades estão centradas no lago Henrietta, EUA. Entretanto, sedimentos orgânicos carre-gados pelo rio que alimenta o lago, esta-

vam impedindo que os turistas aprovei-tassem as atividades aquáticas do local.

Um projeto de remoção dos sedimen-tos foi realizado em uma área escolhida do lago. Como a água seria o meio

de transporte dos sedimentos durante o processo de dragagem, seria necessá-rio separá-la dos sedimentos em outro local, antes da destinação do lodo. Os vários métodos considerados para essa

DragagemHidráulicaUm estudo de caso explora detalhes da dragagem hidráulica versus a escavação convencional .

D

Figura 1: A dragagem hidráulica na foto acima foi utilizada para limpar o lago .

Nota-se o acumulo de material orgânico que precisa ser removido .

Page 31: Revista_PE

JULHO2010 www.revistaPE.com.br 31

Dragagem Hidráulica

Por STEPHEN N . ZELLER, Project Manager e ARCHIS AMBULKAR, Environmental Engineer, EIT da Brinjac Engineering Inc .

separação incluíram o uso de bacias de decantação, filtros bag, tubos geotêxteis e remoção mecânica da água.

A opção do material geotêxtil ou os filtros bag era aceitável para aplicações com área limitada para a separação e deposição dos sedimentos. Para esse projeto foram utilizadas filtros bags de propileno para separar os sedimentos da água. O lodo foi bombeado para os bags, onde o sedimento ficou retido e a água escoou através do material de propileno. O sedimento dragado foi desaguado e destinado para um local fora da área.

Proposta do ProjetoO lago de 1,6 hectares serve para passeio de bote e outras atividades recreativas, incluindo a pesca. O lago fica a jusante de um parque estadual, que tem o seu próprio lago. O governo local limpa esse lago a cada dois ou três anos para manter viabilidade de recreação no local. Esse foi um indicador da quantidade de material dos arredores depositado na área. O sedi-mento era primariamente constituído de folhas e material arenoso resultante da erosão da geologia local.

O projeto proposto envolveu a remo-ção do material sedimentado na parte superior e ao longo na porção oeste do lago. Os prós e os contras de não se tomar nenhuma ação foram analisados. Estimou-se que se nenhuma ação fosse tomada haveria uma deposição adicional de 30 a 40% a cada 10 anos. Essa depo-sição continuada de sedimentos e folhas tornaria metade do lago inadequada para navegação com botes e pesca. Além de odores provocados por esses sedimentos. Assim, optou-se pela remoção dos sedi-mentos.

Análises iniciais antes da execução do projeto envolveram a medição da profundidade dos sedimentos, o volume aproximado a ser escavado e a área do lago que precisaria ser limpa. As análises indicaram deposição de sedimentos em profundidade de 0,45 m a 1,5 m. O volu-me de material a ser retirado também foi estimado. A área do lago foi calculada através de dados topográficos do local.

Os sedimentos poderiam causar pro-blemas aos campistas e aos funcio-

nários do camping, a deposição de material forneceria um habitat para a reprodução de mosquitos e outros veto-res. Além disso, se revolvido o material geraria fortes odores desagradáveis.

Contexto do ProjetoEm novembro de 2002, a Brinjac Engineering Inc, iniciou o projeto com a medição da profundidade dos sedimentos e a coleta dos sedimentos para análise. Os resultados indicaram que o material pos-suía alto teor de matéria orgânica, como folhas, e baixo nível material inorgâni-co, areia, (veja Figura 1). Os resultados

da amostra forneceram o conhecimento básico para avaliar e estimar o volume do material a ser escavado para retornar o lago ao seu contorno original e desen-volver o escopo do serviço de dragagem.

Baseado nas medições, calculou-se que mais de 7 mil metros cúbicos de sedi-mentos teriam que ser removidos do lago para retorná-lo ao seu contorno original. A equipe responsável pela dragagem indicou que o material sedimentado com menos de 0,45 m de espessura não justificaria os custos necessários para remoção. Portanto, a remoção de sedi-mentos mais espessos que essa quantia resultariam em aproximadamente 5 mil metros cúbicos de sedimentos. Esse volume inclui a ilha que se formou próximo à montante do lago.

Escolha do Método de Dragagem

A escolha do método de dragagem focou no fator custo-benefício das alter-nativas que causariam o menor impacto ambiental. Como esse curso d’água tinha alta qualidade, com a presença de ani-mais sensíveis à poluição como as trutas, minimizar o impacto ambiental era um requisito crítico. Durante a revisão do projeto, os métodos de dragagem hidráu-lica e remoção por escavação com trator foram comparados. O custo da draga-

Figura 2: O material dragado foi bombeado para bags de polietileno porosos

que filtram o material . A água retornava então para o lago .

“ “ Mais de 7 mil

metros cúbicos de

sedimentos teriam

que ser removidos do

lago para retorná-

lo ao seu conteúdo

original ””

Page 32: Revista_PE

32 Pollution Engineering JULHO2010

Dragagem Hidráulica

gem hidráulica foi estimado em $117 mil, o que incluiu os bags, equipamento de bombeamento, equipe de trabalho e equipamentos para dragagem. Esse custo foi comparado com a dragagem conven-cional, com equipamentos para escava-ção e caminhões, estimados em $180 mil. Sem incluir custos com o Plano de controle de erosão e sedimentação, que adicionariam de $100 a $300 mil.

Além disso, a escavação convencional criaria algumas lagoas de 1,5 a 2,1 m de profundidade com os lodos da dragagem do lago, que levariam meses ou anos para desaguar por evaporação, criando um passivo para o camping. Outro fator seria o tempo necessário para derrubar árvores e construir áreas de retenção e estradas para a passagem dos caminhões e trato-res transportarem o lodo até a área onde seriam deixados para evaporação.

Vantagens regulatórias também indica-ram a dragagem hidráulica como melhor opção, dentre elas estão a maior agilidade e menor custo para obter a licença para execução do trabalho. Dessa forma foi proposta a dragagem hidráulica com o objetivo de retornar o lago ao mais pró-ximo de suas condições e contornos ori-ginais. A dragagem hidráulica não exigiu que o nível do lago fosse rebaixado e a tecnologia empregada causou mínimos impactos à fauna aquática. Um plano de

controle de erosão e sedimentação foi elaborado, detalhando a localização dos bags. Fiscais da agência ambiental local visitaram a obra e aprovaram o plano rapidamente, já que os filtros não per-mitem que os sedimentos se espalhem e retornem para o rio, protegendo os peixes.

O Processo de Dragagem HidráulicaAproximadamente 5 mil metros cúbi-cos de material dragado foi removido do rio, iniciando da montante para a jusante do rio, passando pela porção oeste do lago. A técnica de dragagem hidráulica bombeia os sedimentos para os filtros de mais de 9 m de diâmetro e 30 m de comprimento (veja Figura 2). Os sólidos permanecem no filtro enquanto a água é filtrada sob pressão.

Os filtros eram feitos de polipropileno e geralmente colocados em um local onde possam permanecer até serem esvaziados. Normalmente em uma semana ou duas, o material dentro dos bags fica com a textura comparável a um solo molhado e foi movido por uma retroescavadeira e caminhão. O desenho do projeto permi-tiu que a água drenada retornasse ao lago após filtrada (veja Figura 3).

O material dragado deveria reduzir à metade do volume original. A equipe de dragagem poderia bombear o mate-

rial sedimentado para qualquer local com elevação de até 7,5 m de altura vertical sem nenhum custo adicional. A localização dos bags foi baseada na recomendação da equipe de dragagem e do engenheiro consultor.

ConclusãoA seleção de um sistema apropriado de remoção de sedimentos para cursos d’água é específico para cada proje-to, dependendo de vários fatores como custos, exigências de órgãos ambientais, duração do projeto, etc. A adequação de qualquer alternativa varia de acordo com o tipo de aplicação. Considerando as restrições e requisitos para a remoção de sedimentos no Lago de Henrietta, a dragagem hidráulica serviu como uma opção de bom custo-benefício com o mínimo impacto ambiental. Além disso, em comparação com processos con-vencionais, a dragagem hidráulica não requer o rebaixamento do nível de água, têm menores requisitos para obtenção da licença, foi menos one-rosa e mais eficiente para remoção de sedimentos e recuperação da área. O tempo total para a dragagem hidráuli-ca foi de três semanas. PE

Stephen N . Zeller é gerente de projetos e Ar-

chis Ambulkar é engenheiro ambiental da

Brinjac Engineering Inc . Contate o Sr . Zeller em

szeller@brinjac ou ligue +001 (717) 233-4502 .

Figura 3: A água filtrada foi direcionada dos filtros de volta para o lago . Esse

processo auxiliou a proteger a flora e fauna existente .

””

“ “ A dragagem

hidráulica serviu

como uma opção

de bom custo-

benefício com o

mínimo impacto

ambiental

Page 33: Revista_PE
Page 34: Revista_PE

34 Pollution Engineering JULHO2010

Nacional - Política Nacional de Resíduos Sólidos 1

O Ministério do Meio Ambiente

abrirá consulta pública em agosto

para o Plano Nacional de Produção e

Consumo Sustentável . Por meio da in-

ternet, os cidadãos brasileiros poderão

fazer sugestões, críticas e comentários

que vão orientar a implementação da

iniciativa .

Em Setembro, o Conselho Nacional

de Meio Ambiente, CONAMA, deverá

reunir-se para chegar a um consenso a

repeito da coleta e destinação de ele-

troeletrônicos prevista na Política Na-

cional de Resíduos Sólidos, sancionada

no dia 02/08 . Após a reunião, o tema irá

para as câmaras técnicas e então para

o plenário . As reuniões terão a partici-

pação do Ministério do Meio Ambiente,

da cadeia produtiva e de representan-

tes de estados e municípios .

Nacional - Política Nacional de Resíduos Sólidos 2

O país tem dois anos para criar o Pla-

no Nacional de Resíduos Sólidos, que

vai aprofundar as diretrizes gerais que fo-

ram desenhadas pela PNRS . Por sua vez, os

planos municipais e locais vão detalhar o

seu modo de execução . A Política Nacional

aprovada pelo Senado valoriza as iniciati-

vas de gestão compartilhada das soluções

para o lixo e estimula a cooperação téc-

nico-financeira entre os poderes federal,

estadual e municipal .

Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Alagoas e Sergipe : Bacia do São Francisco

Terá Cobrança pelo uso da água:A partir do mês de Julho, os usuários

que utilizam a água da bacia do Rio

São Francisco terão que pagar pelo uso

da água . Serão cobrados dos empreen-

dimentos que captam a água dos rios da

bacia ou dos aquíferos da região ou lan-

çam efluentes nesses corpos d’água . O rio

São Francisco é de domínio da União, pois

abrange mais que um estado, na verdade,

cinco: Minas Gerais, Bahia, Pernambuco,

Alagoas e Sergipe, abrangendo mais de

500 municípios . A cobrança tem o objetivo

de buscar alternativas para o desperdício

e foi uma demanda dos próprios usuários .

Rio de Janeiro – Sem sacolasO governador do Estado do Rio assi-

nou decreto no dia 16 de julho que

proibiu a distribuição de sacolas plásticas

em supermercados . De acordo com a nova

legislação, os itens comprados em super-

mercados não poderão ser embalados em

sacolas feitas de plástico . O intuito da me-

dida é diminuir o impacto ambiental causa-

do pelas sacolas .

A Lei 5 .502/2009 dispõe sobre a substituição

e o recolhimento de sacolas plásticas em

estabelecimentos comerciais localizados

em todo o Estado do Rio, como forma de

colocá-las à disposição do ciclo de recicla-

gem e proteção ao meio ambiente . Segun-

do a lei, o prazo para a substituição destas

sacolas é de dois a três anos para microem-

presas e empresas de pequeno porte . Para

as empresas de médio e grande portes, o

prazo é de um ano .

1

2

3

4

VisãoRegional

Page 35: Revista_PE

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