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Sacolas Veja os danos que você causa quando as usa Conheça as novas, e exclusivas, mídias sociais para quem quer ficar por dentro das informações sobre meio ambiente Oportunidade Confira como está o mercado para quem quer se especializar na área ambiental Redes sociais ambientais revista_final3.indd Spread 1 of 20 - Pages(40, 1) revista_final3.indd Spread 1 of 20 - Pages(40, 1) 08/11/2010 23:33:27 08/11/2010 23:33:27

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Sacolas Veja os danos que você

causa quando as usa

Conheça as novas, e exclusivas, mídias sociais para quem quer ficar por dentro das informações sobre meio ambiente

OportunidadeConfira como está o mercado para quem

quer se especializar na área ambiental

Redes sociais ambientais

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ECO Magazine 39

A música de Beto Guedes com letra de Ronaldo Bas-tos - O sal da Terra -, pres-tes a completar 30 anos, tem uma proposta atual: a preservação da Terra, por

meio da união dos seres humanos.

Ronaldo Bastos, o letrista, fala o que mu-dou nessas quase três décadas em relação ao meio ambiente e faz uma crítica: “A questão ecológica só se agravou e não me parece que a humanidade esteja fazendo o que deveria ser feito. Não acredito que o pensamento te-nha evoluído. No tempo em que fizemos O Sal da Terra essa “questão” estava inserida numa proposta maior de mudança. Naquela época já existiam pensadores desse tema, mas, no nos-so caso, era apenas uma revolução que estava em curso e que parece ter sido fracassada por esse pensamento careta do mundo atual”.

Existe uma manifestação popular para que ela vire o Hino Nacional Ecológico. Quanto a isso, Bastos conta que fica feliz de poder con-tribuir para criar uma consciência ecológica, desde que isso signifique também mais sane-amento básico, saúde e educação pública. Ele libera os direitos autorais da música, sempre que pedem para incluí-la em alguma campa-nha ambiental.

O letrista afirma ter se inspirado na beleza do planeta em que vivemos, e tudo o que ele quis dizer está na letra desta canção:

“O Sal da Terra” (Beto Guedes e Ronal-do Bastos)

Anda, quero te dizer nenhum segredoFalo nesse chão da nossa casaVem que está na hora de arrumarTempo, quero viver mais duzentos anosQuero não ferir meu semelhanteNem por isso quero me ferirVamos precisar de todo mundoPra banir do mundo a opressãoPara construir a vida novaVamos precisar de muito amorA felicidade mora ao ladoE quem não é tolo pode verA paz na Terra, amorO pé na terraA paz na Terra, amorO sal da TerraÉs o mais bonito dos planetasTão te maltratando por dinheiroTu que és a nave nossa irmãCanta, leva tua vida em harmoniaE nos alimenta com teus frutosTu que és do homem a maçãVamos precisar de todo mundoUm mais um é sempre mais que doisPra melhor juntar as nossas forçasÉ só repartir melhor o pãoRecriar o paraíso agoraPara merecer quem vem depoisDeixa nascer o amorDeixa fluir o amorDeixa crescer o amorDeixa viver o amor

A união faz a força

Texto | Renata dos Santos

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Eco Cultura

Lixo vira peça de museu

Criado no ano 2000, o museu do lixo fi ca no Parque Ecológico da Guarapiranga e reúne as coisas mais curiosas que foram achadas na Represa em questão – que é a segunda maior fonte de água potável da metrópole paulista. O museu fi ca na Estrada da Riviera, 3.286 e abre de terça a domingo, das 8h às 17h. A entrada é gratuita.

Cultura ambiental ao seu alcance

A Sala Crisantempo reúne mostras, palestras, fi lmes e livros que falam sobre o meio ambiente. Quem faz uma visita ao espaço em dias de lançamentos de livros pode receber um exemplar, de graça! Para acompanhar a programação, basta fazer um cadastro no site. Assim, você recebe as novidades por e-mail.

Rua Fidalga, 521 – Vila MadalenaTelefone: 3814-2850Site: www.salacrisantempo.com.br/cadastro

Um passeio animal

Pra quem não está associando o nome à atração vale destacar que este é o antigo – e famoso – Simba Safári. Inaugurado em 2001, numa área de 80 mil metros quadrados, o Zoo Safari é parte de uma reserva da Mata Atlântica. Os animais abrigados no local fi cam soltos e é possível vê-los passeando pelo percurso, com seu próprio carro ou na van disponibilizada pelo zoológico. Dá até pra alimentar os animais, com uma comida específi ca vendida

no local.O valor dos ingressos variam de R$17 – para quem optar por utilizar a van, em que um instrutor dá informações sobre os animais – a R$15, para quem preferir por fazer o

passeio com o próprio carro.Horário: terça a domingo, das 9h às 17h. Abre às segundas, se a data coincidir com um feriado ou véspera de feriado.

Avenida Cursino, 6338 – Vila MoraesTelefones: 2336-2131/ 2336-2132

Site: www.zoologico.sp.gov.br/zoosafari

ECO Magazine 38

Foto: Lidiane Gom

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Foto: Divulgação

Foto: Divulgação

Nota | Renata dos Santos

Nota | Renata dos Santos

Nota | Renata dos Santos

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Eco Magazine:

Um meio de cuidar do ambiente

A Eco Magazine vem para informar, de modo simples e gratuita –

como toda informação deveria ser -, o cidadão da classe C paulistana

sobre um tema cada vez mais em evidência: o meio ambiente.

Este trabalho surgiu da necessidade de divulgar o tema focando

situações do dia a dia do leitor, explicar melhor os assuntos que estão

na grande mídia e mostrar que tudo isso não é coisa da “moda”, mas

sim um fato. A nossa função, como jornalistas, é despertar a

sociedade para ver o que está acontecendo ao seu redor. No

jornalismo, geralmente, o meio ambiente aparece na editoria de

Ciências, mas acreditamos que deveria ultrapassar essa classificação

e envolver todas as editorias.

Nesta edição, você descobrirá o que significa sustentabilidade, essa

palavra que tanto falam hoje em dia. Também irá ver como anda o

mercado de trabalho para quem quer fazer uma faculdade ou

pós-graduação que envolva uma relação direta com o ambiente, além

disso, encontrará uma entrevista especial com um cara que entende

tudo de meio ambiente - Fabio Feldmann -, e outras reportagens

interessantes. Depois de ler tantas informações, lá no final você

encontrará a editoria Eco Cultura, para descontrair um pouco.

Fazer uma revista é um desafio, pois para escolher as matérias, o

modo de escrever, definir as cores e tipos de letra etc., precisa ter

muita criatividade e vontade de fazer, porque dá um trabalhão. Poder

cursar e concluir a primeira faculdade, a primeira revista, as

primeiras matérias relevantes, a primeira verdadeira experiência

jornalística é um sonho realizado. O tema nos ajudou muito e

esperamos que também ajude o leitor a se conscientizar de que é

importante discuti-lo sempre. Pode parecer chato, mas não é.

“Vamos precisar de todo mundo, 1+1 é sempre mais que 2!”

Editora: Renata dos SantosTextos: Camila Carpinelli, Daffne Sena, Estéfani Lozano e Renata dos SantosFotos: Camila Carpinelli e Renata dos SantosDiagramação: Thiago Balero JoaquimRevisão de texto: Carina Eguía Cappucci CeschiniOrientadores: Dirceu Sousa, Flávia Serralvo e Josué MakotoImpressão: Inprima, Rua Santo Amaro, 245, São Paulo, Sp. Tel.: 3292 6500Trabalho de curso produzido por alunos da Universidade Cruzeiro do Sul(Campus São Miguel)

um acordo sólido e acharem uma solução pos-sível, existe a Conferência das Partes. A COP 15, realizada ano passado, não chegou a um consenso, por isso há uma grande expectativa para que a COP 16 – que será em Cancun, no México, entre os dias 29 de novembro e 10 de dezembro – venha com uma proposta viável para resolver o problema.

Mas, de acordo com o pro-fessor de meteorologia da USP, Ricardo de Camargo, não é o planeta como um todo que está esquentan-do: “Por incrível que pare-ça, tem locais do globo que apresentam tendência de resfriamento”. Ele também esclarece o que, de fato, pode causar o aumento do nível do mar. “Diferente-mente do que muitas pesso-as pensam, não é o gelo ma-rinho que já está na água (os icebergs) que será responsá-vel pela inundação das áreas costeiras.

Quando temos um copo com gelo, por exemplo, o gelo der-rete e o copo não transborda. O que vai fazer diferença é o gelo que está em cima das montanhas. É o descongela-mento desta água que não está no oceano que vai encher os oceanos”.

Engana-se quem pensa que ações individuais não farão diferença na busca pela mu-dança deste cenário. Existem práticas e atitudes simples que deveriam se tornar hábitos diários de todas as pessoas,

como escovar os dentes e comer. Algumas das maneiras de tentar equilibrar a temperatura e evitar uma tragédia maior ainda, são: usar ou-tro tipo de combustível nos veículos; investir em transporte público e energia limpa; evitar incêndios, queimadas de florestas e de carvão; e conservar as florestas, por exemplo.

Para mudar esse quadro é preciso mãos à obra! Antes tarde do que nunca.

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A fumaça que sai das chaminés sempre é lembrada como grande geradora de poluiçãoluição.

O gás carbônico, liberado pelo escapamentos dos veículos, é um dos gases que, em excesso, provoca a falta de equilíbrio do Efeito Estufa.

Foto: Renata dos Santos

Foto: Renata dos Santos

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Alguns gases, como o dióxido de carbono e o metano,- que podem ser encontrados na fuma-ça que sai do escapamento dos carros, motos, caminhões, ônibus; das chaminés das fábricas e das queimadas e dos incêndios – são cha-mados de estufa pois, quando se encontram acumulados em excesso, não liberam a saída de grande par-te desse calor pela atmosfe-ra, provocan-do a elevação da temperatu-ra no ambien-te. Entretanto, “a base funda-mental para que nós tenha-mos essas alterações climáticas, que hoje está se chamando de aquecimento global, tem a ver com a queima de combustíveis fósseis (carvão e os derivados do petróleo: gasolina e diesel)”, afirma o professor de geografia da Anglo de São Paulo, Axé Silva.

Com a descoberta do pré-sal no Brasil, a situ-ação pode ficar complicada se aumentarem a produção desses combustíveis e de outros de-

rivados do petróleo, como o plástico. Marcus Saussey, diretor da Energy Marcon, explica o lado ruim dessa descoberta: “Uma platafor-ma de petróleo pode utilizar seus queimado-res durante 24 horas por dia. Sem levar em conta os produtos químicos usados durante todo o processo de perfuração. Por isso este

ramo é consi-derado como sendo uma atividade po-tencialmente poluidora. E, com o pré-sal, espera-se que o fluxo de unidades em operação au-

mente consideravelmente”.Os especialistas no assunto são unânimes

em afirmar que o clima está mudando e que a quantidade de gases estufa está aumentando. Essa certeza levou a ONU (Organização das Nações Unidas) a criar o Protocolo de Quioto (ver box). Saussey não crê que o Protocolo seja a solução, “a menos que parássemos a produ-ção e emissão (de poluentes)”. Para firmarem

ECO Magazine 36

Segundo a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), na cidade de São Paulo cir-culam mais de 6 milhões de veículos.

Foto: Renata dos Santos

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“Por incrível que pareça, tem locais do globo que apresentam tendência de resfriamento”

(Ricardo de Camargo)

Eco Cidadão - 6Foto do mês - 7Eu faço minha parte, e você? - 8Consumo Consciente - 10

Ponto de vista - 16Curiosidades - 19

Matéria do meio - 21

Índice

27 - Oportunidades29 - Opinião30 - Mundo Sustentável32 - Problemas e soluções Lixo

35 - Fique por dentro38 - Eco Cultura

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Contamos com você na próxima edição.Deixe sua opinião, sugestão, crítica e elogio.

Entre em contato por meio de nossas redes.

@eco_magazine Revista Eco magazine Revista Eco magazine

Conversei sobre isto com uma instituição espírita da Zona Norte, que faz um trabalho assistencial com gestantes carentes, para que estes trabalhos artesanais possam melhorar a autoestima e se tornar fonte de renda destas pessoas”. Um gesto nobre, que deveria ser repetido.

Faça Eco!

Renata dos Santos, Jornalista, São Miguel

6 ECO Magazine

Fique por dentro

O aquecimento global tor-nou-se uma das grandes preocupações da huma-nidade. A expressão foi utilizada pela primeira vez pelo cientista ame-

ricano Wallace Broecker, em 1975, no artigo de sua autoria intitulado “Mudança climáti-ca: estamos à beira de um aquecimento global pronunciado?”.

Os cientistas do Painel Intergovernamen-tal de Mudanças Climáticas, mais conhecido como IPCC, têm previsões assustadoras das consequências que a elevação da temperatura pode provocar na Terra, prejudicando todos os seus habitantes: aumento do nível do mar, desaparecimento de ilhas e cidades costeiras e a extinção de animais que vivem em lugares frios, são alguns exemplos de desastres anun-ciados. O fato é que a elevação da temperatura em mais de 2 graus, provocará inúmeros fenô-

menos naturais, mudando a estrutura da vida no planeta.

Para entender melhor, é pre-ciso, primeiro, saber como fun-ciona o “efeito estufa”, o que são e de onde vêm os gases que provocam a estufa. Descoberto há 150 anos, esse efeito é um processo natural do nosso pla-neta e funciona da seguinte for-ma: os raios do sol passam pela atmosfera – camada que regu-

la a temperatura da Terra -, quando chegam até a superfície, uma quantidade do calor fica acumulada, deixando a temperatura na medi-da certa para a sobrevivência de todos os se-res. Uma parte deste calor é mandada de volta para a atmosfera, que libera a sobra. É como um bate e volta. Graças a este processo, o pla-neta não está completamente congelado.

O clima não anda bom...O aquecimento global é um dos assuntos mais comentados no planeta. E o homem tem culpa no cartório.

Matéria | Renata dos Santos

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O Protocolo de Quioto foi criado em 1997, na cidade de Quioto, no Japão, mas só começou a funcionar pra valer no ano de 2005. Trata-se de um acordo fi rmado entre diversos países, para diminuir a produção de po-luentes. De acordo com o documento, todos os partici-pantes devem reduzir em 5,2% a emissão de poluição no ar. O acordo acaba em 2012.

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O degelo pode elevar os oceanos em até 1 metro daqui há 100 anos, segundo cientistas doIPCC

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teriais que são recicláveis e outros que não po-dem ser colocados nesse tipo de lixeira. Coisas improváveis, como bituca de cigarro e exames de raio-x, antes considerados não-recicláveis, agora podem ser reaproveitados. Pneu velho vira sola de sapato ou asfalto e garrafas pet podem ser transformadas em telhas.

Telha Leve é o nome da empresa que faz e distribui esse tipo de produto. A iniciativa da família Miranda, de Manaus, no Amazo-nas, recicla aproximadamente 500 toneladas de pet para fabricar 200 mil m2 de telhas. O produto é vendido para todo o Brasil. Rafael Miranda, membro da família idealizadora do produto, revela como surgiu a ideia. “A famí-lia toda trabalha com reciclagem e, além das telhas, fabricamos tubos de esgoto. Já fabri-

cávamos telhas com o plástico tipo PP, que se degradava com o sol. Trabalhando em busca de um produto mais resistente, encontramos o PET, usado para fabricar várias outras coisas. Esta é uma matéria prima que aguenta as mu-danças de clima e é ecologicamente correto”.

Outra solução inovadora de aproveitar o lixo para criar algo útil foi criada pelo Instituto Papel Solidário, que recolhe bagaço de cana, casca de cebola, saco de cimento e o material mais inusitado, bituca de cigarro e transforma em papel. Dá para imprimir, escrever e pode servir de base para vários produtos. Leila No-vak, presidente do Instituto, conta que “para produzir uma folha de papel 66 cm por 96 cm, tamanho do de jornal, são necessárias 500 bi-tucas. Cada uma dessas folhas é equivalente a oito unidades de papel do tipo A4”. A téc-nica já era desenvolvida por eles tendo como base as outras matérias-primas, como a cana. O processo foi testado com as bitucas e deu certo.

Atualmente o lixo eletrônico, conhecido tam-bém como e-lixo – composto por peças de computador, celular e eletrodomésticos, por exemplo – está sendo reciclado. No ano pas-sado, a Lei 13.576 foi aprovada e instituiu que esse tipo de lixo fosse reciclado. A iniciativa é de grande importância, já que o Brasil está entre os países que mais produzem este tipo de resíduo.

Uma dica para ajudar a reduzir o volume de lixo tóxico que você produz, é optar pelo uso de pilhas recarregáveis. Assim, você não pre-cisará jogar fora e sempre terá o produto à disposição, não precisará comprar uma a cada vez que acaba.

Muitas coisas podem ser recicladas, só é pre-ciso saber como. A reciclagem reduz o volu-me de lixo que seria mandado para um lugar indevido, gera emprego e renda para muitas pessoas, além de ajudar a acabar com esse lixo de problema.

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Muita gente deixa lixo na rua. E isso, além de deixar a cidade feia, pode provocar enchentes, além da poluição de rios, lagos, córregos

Foto: Renata dos Santos

Foto do mês

Foto: Daniela GamaChapada Diamantina(BA)

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Nosso bom exemplo do mês se chama Roberta Carrano. Ela é uma bela mu-lher, de 26 anos, da Zona Norte da cida-

de. Formada em Rádio e TV – e desem-pregada, como 1,48 milhão de brasilei-ros, segundo dados do IBGE de setembro deste ano – ela aproveita o tempo livre, enquanto não encontra uma vaga em sua área de trabalho, para fazer artesanato com materiais recicláveis. É muito fácil achar a matéria-prima para o trabalho dela, eles estão disponíveis na lixeira de sua casa e da lanchonete de sua avó.

“Comecei a fazer esse tipo de trabalho há mais ou menos dois meses, foi quando comecei o curso de artesanato ‘Mãos que Criam’ (pro-jeto da Universidade São Judas). Percebi que muitas das coisas descartadas pela maioria das pessoas podem ser reaproveitadas e trans-formadas em objetos que estão muito longe de parecer lixo”. Além do curso, a moça expande seu conhecimento, fazendo da internet grande aliada na busca de novas técnicas.

As peças que Roberta elabora são muito cria-tivas, interessantes e diferentes. Para se ter uma noção, a radialista já produziu um mosai-co com vinil e embalagem de xampu, sacola de presente com caixa de cereal e papel de pão, flor com rolo de papel higiênico, borboletas para decoração e imã de geladeira com gar-rafa pet, porta-joias com caixa de leite e, até, um castelo, feito de papelão e caixas de leite

e cereal. Agora, ela está produzindo uma pe-tisqueira, com papelão. Sua motivação é, além do baixo custo, “ver uma embalagem vazia se transformando em objetos de decoração, ou em peças muito úteis”. A moça revela que se conscientizou a respeito do bem que esse tipo de atividade traz para o meio ambiente, quan-do começou o curso e por meio da mídia, que divulga a necessidade de preservar os recursos da natureza.

Ela usa seu blog – www.seulixonoluxo.blogs-pot.com – para divulgar os trabalhos e ajudar as pessoas a “desenvolver uma consciência ambiental, além de demonstrar alternativas viáveis para melhorar a renda familiar”, conta.

A jovem diz ter intenção de passar seu co-nhecimento adiante: “Tenho planos de ensi-nar as técnicas para outras pessoas. Conver-sei sobre isto com uma instituição espírita da

Foto: Arquivo pessoal

Texto | Renata dos Santos

8 ECO Magazine

Roberta e seu criativo mosaico feito com embalagem de xampu

ele, “no lixo caseiro tóxico há o mercúrio das lâmpadas fluorescentes - que é cancerígeno e afeta o sistema nervoso - e os metais pesados, como chumbo, níquel, cádmio e outros, que po-demos encontrar no lixo tecnológico, composto por peças de computa-dor, por exemplo. Em-balagens de inseticidas jogadas no lixo também são muito nocivas”. Nas ruas é comum ver, em cada canto, um papelzi-nho ou uma embalagem. Isso acaba entupindo bueiros, enchendo rios e córregos, provocando alagamentos, caos e prejuízos.

De acordo com o relatório GEO Cidade de São Paulo, de 2004 (Panorama do Meio Am-biente Urbano), 90% do lixo é coletado na

capital paulista e a maior quantida-de está no centro. Mas o que adian-ta recolher se não der a destinação correta? Existem soluções para me-lhorar essa situ-ação e uma delas você verá agora.

SOLUÇÃO - RECICLAGEM

Uma das soluções para reduzir todo esse lixo que toma conta da cidade é a reciclagem. O que é isso? É um modo

de reaproveitar materiais que já foram usa-dos – e que alguns chamam de lixo. Mas es-tes itens podem trazer oportunidades. Aquele copo de requeijão que alguns guardam para

usar no dia a dia é uma forma prática e simples de reciclar. Até a novela Passione tem abordado esta temática. O perso-nagem Olavo (Francisco Cuoco) é dono de uma empresa de reciclagem e é conhecido como o “rei do lixo”. Um exemplo de que o tema é atual e im-portante, afinal toda no-vela mostra a realidade de um tempo.

Você já deve ter notado aquelas lixeiras coloridas em alguma parte da cidade, e sabe que aquilo serve para coletar lixo reciclável: metal, papel, vidro, plástico e orgânico (restos de comida). Mas existem ma-

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ECO Magazine 33

Foto: Renata do S

antos

Nem tudo pode ser reciclado. Estas lixeiras do Sesc Pinheiros mostram quais mate-riais usados no local, geralmente, podem ou não ser reaproveitados.

Foto: Ilustração

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Problemas e soluções - Lixo

A Pesquisa Nacional de Sa-neamento Básico, feita pelo IBGE em 2008, mos-tra que o Brasil produz 183.488 toneladas de lixo, por dia. Isso quer dizer

que o cidadão brasileiro joga fora 66.973.120 toneladas de lixo, por ano. Um porcalhão! Na cidade de São Paulo esse número chega a mais de 11 mil toneladas diárias. De acordo com o Panorama do Meio Ambiente Urbano

da Cidade de São Paulo 2004, em 2001, o lixo coletado em São Paulo chegava a 10.433 to-neladas por dia e a geração por pessoa era de 1,043 quilos diariamente.

Diante dessa montanha de sujeira também existe um monte de problemas. Dados de 2001, do Departamento de Controle da Qualidade Ambiental (Decont), apontam que o maior impacto negativo do lixo colocado em lugar inadequado é a poluição do solo e das águas, seguido de impactos à paisagem. Além disso, o acúmulo de resíduos sólidos traz, além do mau cheiro, doenças como cólera, disenteria, febre tifoide, leishmaniose, leptospirose e toxoplas-mose, por exemplo. Se não fosse o bastante, traz animais que transmitem enfermidades, como ratos, baratas e moscas; sem falar que

produz gás metano e dióxido de carbono, que ajudam a intensi-ficar os efeitos do aquecimento global.

Existem vários tipos de lixo: o doméstico (produzido em casa), o de varredura (aquele que se encontra nas ruas, parques), hospitalar, industrial e atômi-co. É importante destacar que não só as fábricas descartam re-

síduos nocivos ao meio ambiente. Alguns dos restos que você costuma jogar na lixeira con-têm substâncias tóxicas, como enfatiza o en-genheiro agrônomo José Luiz Couto. Segundo

Um lixo de problemaUsar e jogar fora. Esse é o destino da maioria dos produtos que já foram usados e, aparentemente, não servem mais. Mas há um jeito de mudar essa realidade.

Matéria | Renata dos Santos

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O que não se pode reciclar

Infelizmente, nem tudo pode ser reciclado. Para alguns materiais ainda não foram descobertas maneiras de re-aproveitar. Papel carbono, higiênico, fotografi a, lâm-pada, cerâmica, adesivo, espelho etc, são alguns dos materiais que não podem ser reciclados.

ECO Magazine 32

Zona Norte, que faz um trabalho assisten-cial com gestantes carentes, para que estes trabalhos artesanais possam melhorar a autoestima e se tornar fonte de renda des-tas pessoas”. Um gesto nobre, que deveria ser repetido.

“Acredito que, para o mundo, a recicla-gem é muito importante. Infelizmente, as pessoas não tomaram consciência disso, utilizando recursos, como madeira e água, pensando que são inesgotáveis. Creio que falta divulgar meios acessíveis para a popu-lação colaborar na reciclagem de materiais, começando pela coleta seletiva”, opina.

Para você, que não tem emprego, aí está uma boa opção para melhorar economica-mente e, de quebra, ajudar a diminuir o vo-lume de todo esse lixo.

Foto: Arquivo pessoal

Foto: Arquivo pessoal

Foto: Arquivo pessoal

Foto: Arquivo pessoal

Foto: Arqquiv

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Foto: Arqquiv

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Com apenas uma garrafa pet Roberta pode fazer belas borboletas como esta.

As criativas sacolas para presente foram feitas com caixa de cereal e aquele papel do saco onde colocam o pão da padaria.

O Bonito porta-joias personalizado confeccionado com caixa de leite.

O porta-canetas e moedas de papelão e enfeitado com embalagem de xampu.

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Sabe aquela velha sacola de feira? Ela é a sacola re-tornável que tanto falam hoje em dia. Segundo o geógra-

fo Francisco Scarlato e o químico Joel Pontin, foi a partir da década de 1960, que houve o aumento do uso de materiais plásticos.

A utilização de sacolas plásticas hoje, mais do que nunca, vem causando grandes trans-tornos ao meio ambiente, segundo pesquisas do site Saco é um Saco, cerca de 1,5 milhão de sacolinhas são distribuídas, por hora, no Bra-sil. Apesar de serem práticos, os sacos plásti-cos trazem grande preocupação, pois o índice de destruição à natureza e de prejuízos à flora e à fauna – incluindo os seres humanos, torna--se cada vez mais presente. Por conta de sua lenta decomposição, o plástico passou de alia-do à vilão, principalmente por conta do des-carte incorreto feito pela população, fator que contribui com o aumento da poluição, entu-pimentos de bueiros e que podem até ir parar nos rios e mares, os animais marinhos comem

os objetos jogados, por acharem que é alimen-to, e acabam morrendo. A receita está em no-vos hábitos, onde a palavra chave é recusar as sacolas plásticas em momentos em que ela não se faz tão necessária, afinal, se você pode levar dentro da bolsa, porque levar na sacola?

O hipermercado Carrefour dá o exemplo. De acordo com a gerente de comunicação da em-presa, Daniela Alves Viana, fica claro o inte-resse do mercado em abolir o uso das sacolas plásticas em suas lojas. A primeira iniciati-va foi em março de 2010, quando a empresa

eliminou o uso das sacolas plásticas na loja de Pira-cicaba (SP), e depois Jun-diaí também optou por este método e fez parceria com outros varejistas da cidade. “Falta pouco, São Vicen-te anunciou que irá abolir também”, avisa Daniela. As conhecidas sacolas retorná-veis são uma proposta para acabar com o excesso de plástico. O Carrefour, em uma de suas campanhas, vendeu mais de 400 mil unidades. Você pode levar

Saca só o estrago!!!

Matéria | Estéfani Lozano

As terríveis sacolas plásticas estão cada vez mais perdendo espaço para as ecológicas

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10 ECO Magazine

Parte do lixo vai parar nos rios e até nos oceanos. Sacolas são ingeridas pelos ani-mais marinhos, podendo provocar sua morte.

Foto: reciclocidade.wordpress.com

sas roupas são feitas de algodão. Notou como o ser humano é dependente de tudo o que vem da natureza? Mas todos os materiais extraídos não são infinitos, por isso a preocupação em renovar e preservar. Os produtos que usamos são jogados fora mais rápido do que o tempo que a natureza leva para renovar a “matéria--prima” do produto.

Muitas empresas divulgam e praticam a sus-tentabilidade. O Banco Santander criou o pri-meiro prédio com construção sustentável da América Latina, na Granja Viana, em Cotia. A agência, inaugurada em 2006, obteve o certi-ficado do LEED (Leadership in energy and en-vironmental design), que em português signi-fica Liderança na energia e design ambiental – um certificado para edifícios sustentáveis, conhecido como Selo Verde. Todos os detalhes da obra, os materiais utilizados e as alternati-vas consideradas na construção do espaço fo-ram detalhadamente testados, para que todo o impacto negativo no meio ambiente fosse re-duzido. Maria Fernanda Pereira, responsável pelas relações institucionais da empresa, diz que é necessário o estímulo dos funcionários para preservação e a conscientização: ”Cada ato, mesmo que pequeno, trará uma grande

contribuição futuramente. E, se cada um de nós pensasse assim, o caos que vivemos atualmente seria evitado”.

Em São Paulo, será realizada a pri-meira Virada Sustentável, nos dias 19 e 20 de março de 2011. Criado pelo jor-nalista André Palhano, o evento terá mais de 180 atrações que, segundo a produtora da virada, Mariana Amaral, envolverá atrações como teatro, musi-ca, instalações e esportes. A sustenta-bilidade será discutida de uma forma lúdica, descontraída. Outro evento

com o objetivo de espalhar esse conceito foi o SWU (Starts With You) – realizado entre os dias 9 e 12 de outubro desse ano. Cerca de 164 mil pessoas participaram, comprovando que a sociedade está preocupada com este proble-ma. As atrações somaram 74 shows, além de 29 palestras, tudo envolvendo a temática. Foi o jeito encontrado para informar e incentivar as pessoas para a sustentabilidade.

Eventos como o SWU e a Virada Sustentá-vel são criados para conscientizar as pessoas sobre a importância de se sustentar um modo de viver menos consumista e de cuidar mais do nosso planeta a partir de agora, para que todos sejam beneficia-dos no futuro.

Você também pode fazer a sua parte, reutilizan-do, reciclando, não desperdi-çando e diminuindo o consumo. Coisas sim-ples, mas que fazem toda a diferença.

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Agência do Banco Real na Granja Viana: a primeira construção totalmente susten-tável da América Latina.

Em São Paulo, acontecerá a primeira Virada Sustentavel, nos dias 19 e 20 de março de 2011

Foto: Divulgação

Foto: Divulgação

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Sustentabilidade isso; sus-tentabilidade aquilo. Nunca antes na história deste país, ou melhor, deste planeta, falou-se tanto esta palavra. Mas o leitor sabe o que real-

mente significa sustentabilidade? O termo é “um conceito que permite o atendimento das necessidades das atuais gerações, sem com-prometer o atendimento das necessidades das futuras gerações, levando em consideração o e q u i l í b r i o a m b i e n t a l , a justiça so-cial e o bom desempenho econômico”, esclarece a coordenado-ra adjunta do Centro de Estudos em Sustentabilidade da Fundação Getúlio Vargas de São Paulo, Rachel Biderman. É um modo de desenvolvimento que envolve cultura, eco-nomia, política, sociedade e meio ambiente. Todos esses elementos devem estar em equi-líbrio, um fator não deve afetar o outro.

O conceito de sustentabilidade surgiu em

1987, com a criação do Relatório Brundtland na Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento da Organização das Na-ções Unidas (ONU).

Banhos de meia hora depois de um dia can-sativo, outra meia hora secando o cabelo para ir a uma festa, o carro que o leva até o local desejado, muitas luzes, muito som... Tudo isso parece bom e cômodo, mas não é sustentável.

Tudo, tudo mesmo, o que o ser humano usa e precisa para ter uma vida melhor é extraí-

do da natureza, por exemplo, para tomar ba-nho, matar a sede, fazer co-mida, lavar as mãos, dar des-carga, lavar a louça e a rou-pa, usa-se água doce. Agora,

um dado alarmante: na Terra, há apenas 1% de água doce própria para consumo, o restan-te está congelada e a outra parte, a maior, é salgada. A água que usamos vem dos rios, la-gos, poços. Uma alternativa sustentável para o consumo de água? Usar menos, economizar.

Outros exemplos: mesas, papéis, portas, vá-rias outras coisas, são feitas de madeira. Nos-

Depende de nós

Matéria | Estéfani Lozano

Um mundo melhor hoje e amanhã. É isso o que busca a sustentabilidade.

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Sustentabilidade é “um conceito que permite o atendimento das necessidades das atuais gerações, sem comprometer o atendimento das necessidades das futuras gerações.” (rachel Biderman)

a sacola retornável para onde quiser e, tudo o que for comprar, ao invés de levar “rios de sacolas”, pode ser depositado dentro dela.

A empresa Sacolas Retornáveis, que tem como representante Vanessa dos Santos Ri-beiro, alega que a produção cresce cada dia mais: “As pessoas querem contribuir cada vez mais com o natureza, nos últimos 5 anos hou-ve um salto imenso em nossa produção e isso, sem dúvida, deixa o meio ambiente feliz”.

O mundo se transforma constantemente, e com tantas alterações climáticas, catástrofes, como deslizamentos, enchentes, aquecimen-to global, entre outros, torna-se necessário procurar meios estratégicos para que os seres vivos consigam sobreviver de forma com que não prejudique seu meio e sua vida. Grandes empresas que fabricam produtos com plástico terão de se acostumar e se adaptar para dimi-nuir os impactos que estão causando ao meio ambiente. A funcionária da empresa Center-plast, Magali de Oliveira, diz que a cada dia se faz necessário a contribuição e até mesmo reorganização, para que a empresa se flexibi-

lize e ande junto com as necessidades atuais: “Vemos a urgência do problema e a única al-ternativa é a mudança“.

Basta lembrar que o maior passo deve ser dado pelo consumidor, o poder de escolha está na mão de cada um. Reutilizar, recusar e re-duzir a favor da renovação de uma estrutura frágil que nos encontramos hoje só depende de você.

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As pessoas estão cada vez mais aderindo às sacolas retornaveis

Nos acostumamos a usar sacola em diversas situações, uma delas é depositar lixo. Este hábito deve ser mudado.

Foto: Renata dos Santos

Foto: Renata dos Santos

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Foto: Renata dos Santos

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Já dizia a sua avó: “Jogar co-mida fora é pecado!”. Os núme-

ros entregam que o bra-sileiro não anda seguindo esse aviso. Uma pesquisa do Instituto Akatu afirma que o Brasil desperdiça cerca de 26,3 milhões de toneladas de ali-mento por ano, comida que poderia alimen-tar 35 milhões de brasileiros por mês. Mais uma vez, este país em que muitos passam fome, demonstra sua desigualdade em todos os âmbitos, porém em relação à alimenta-ção, o esbanjamento e a falta de cuidado são os maiores causadores da perda. O consumo, tanto de alimentos, quanto de outros produ-tos, deve ser pensado. “A informação correta é o primeiro passo para a conscientização de qualquer consumidor. Uma vez que ele esteja

esclarecido em relação ao produto ou servi-ço que quer obter, poderá optar por adquirir, ciente de que a compra deve ser realizada de acordo com sua necessidade e não por impul-sividade”, comenta Roulien Vieira, consultor e mestre em Economia Ambiental.

De acordo com o Coordenador de Relações Internacionais e Sustentabilidade da Ceagesp, Sérgio Aparecido Rodrigues Pereira, o desper-dício na CEAGESP é de 1% dos itens comercia-lizados, mas os dados sobre desperdício de ali-mentos no Brasil, considerando toda a cadeia

Jogar comida fora é pecado!Na feira, no supermercado ou em casa, sempre tem comida no meio do lixo. A quantidade de alimentos jogados fora daria para sustentar mais de 30 milhões de pessoas.

Texto | Daffne Sena

Cada cidadão paulistano produz um quilo de lixo por dia, de acordo com pesquisa do IBGE 2008.

O Alimente-se B em é d isseminado a partir de cursos gratuitos, o ferecidos nas c ozinhas didáticas do SESI-SP. No curso são passadas informações s obre os a limentos e c omo preparar p ratos que u sam o alimento por completo, sem desperdício.

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Foto: Renata dos Santos

Foto: Renata

doos Santos

Opinião

O quati é um animal sil-vestre, curioso e inquie-to. Há diversas histórias curiosas sobre ele, como a de um caçador que viu em uma árvore um gran-

de bando de quatis, atirou com sua espingar-da e viu todos caírem no chão. Quando che-gou ao local, percebeu que não havia nenhum animal. Dizem que, ao ouvirem um grande estampido, os quatis se jogam no chão, inde-pendente de terem sido atingidos ou não.

O animal é alvo de caça por sua pelagem, carne e em razão dos prejuízos que causam às lavouras, principalmente as de milho. Quan-do está próximo da área urbana, invade casas para xeretar. Esses pequenos animais se ali-mentam de minhocas, caranguejos, aranhas, rãs, pererecas, ovos, filhotes de aves, cobras, mel, frutos, raízes, e o que mais encontrar em seu caminho.

Apesar de a maioria dos paulistanos jamais terem visto um quati bem de pertinho, a não ser no zoológico, esta não é a realidade de mui-tos moradores da Zona Leste, mais especifica-mente os que frequentam o Parque Ecológico do Tietê. Lá, os visitantes que passam os fi-nais de semana com a família, dividem o local com um grande número de quatis. Eles estão em busca de alimentos e acabam consumindo

os restos de comida que encontram. Flagrei e registrei em fotografias (essas da página) as cenas que devem ser muito mais frequentes do que se pensa. Achei um absurdo não ter nin-guém para impedir isso.

No local há vigilância e placas para que os animais não sejam alimentados, mas de nada adianta, este ato é praticado sem punição. Esta é uma forma de agredir o meio ambien-te, colaborando com o desequilíbrio da fauna do local, que deveria ser preservada por to-dos que vão ao parque. Afinal, é tão bacana quando a gente vai lá e vê um animal andan-do por perto, chama a atenção. Os animais já se adaptaram, se aproximam sem medo e, por parecem animais dóceis, acabam comovendo e “participando” dos piqueniques.

Acredito que seja necessário adotar medidas para conter o problema, tais como: conscien-tizar os visitantes do parque de que não há necessidade de se alimentar os animais, pois os alimentos que eles precisam podem ser en-contrados na própria mata; ter alguém moni-torando os espaços onde se pode fazer chur-rasco; adaptar as lixeiras para que os quatis não possam ter acesso aos restos de alimentos descartados; manter uma equipe de limpeza ativa sempre recolhendo os retos, principal-mente sábado, domingo e feriados. São peque-nas atitudes, mas que ajudariam os pequenos animais a terem uma vida saudável, de acor-do com sua natureza, até mesmo porque isso é comum em outros parques. Os pais sentem medo, pois as crianças querem brincar, chegar perto, dar alimentos e o quati não é igual ao cachorro. Ele pode se sentir ameaçado e ter alguma reação inesperada e, por ter garras afiadas, ocasionar algum ferimento.

Nós cidadãos temos que ter bom senso e sa-ber colaborar de forma correta com o meio ambiente e os animais. Se existem avisos, eles devem ser cumpridos.

VidaUrbanaArtigo e fotos | Camila Carpinelli

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zações são procurados por pessoas que querem juntar o prazer de cuidar do meio ambiente à satisfação pessoal no trabalho. É o que aconte-ce com o advogado Fabrício Soler, pós-gradu-ado em Gestão Ambiental. “O que me fascina é a transversalidade da questão ambiental e a

importância de tra-tar este tema de forma sistemática e interdisciplinar, en-volvendo as mais di-ferentes áreas do co-nhecimento, como o Direito, a Biologia, Ecologia, Geologia, Geografia, Enge-nharia, Economia, dentre outras”.

Estes cursos foram e são criados, tendo como base as necessida-des cotidianas, a obrigatoriedade da Educa-ção Ambiental para crianças e adolescentes, as ações e projetos apoiados pelo MEC e nas empresas, que já levam em conta a consciên-cia ambiental do funcionário na hora de con-tratar. Profissões como Gerente de Meio Am-biente ou de Sustentabilidade e Engenheiro Ambiental são algumas das provas de que ter alguém interessado em elaborar e lidar com projetos voltados para a questão ambiental é essencial para as empresas atualmente.

Um indício de que o número de pessoas que procuram cursos relacionados ao meio am-biente aumentou está no Plano Nacional de Pós-Graduação 2005-2010, que mostra que o volume de doutorados na área de conhecimen-to agrário, em 2003, era de 1.026. A meta para 2010 é de 2.220, um aumento de 116%. Outro dado interessante reflete a quantidade de cur-sos de mestrado na área de Ciências Exatas e da Terra, que, em 1996, eram 136 e, em 2004, aumentou para 212.

Mas, nem tudo é um mar de rosas nessa área:

“O mercado, na teoria, era para ser ótimo, por causa dessa onda verde e também pelo apoio que o governo fala em dar às profissões que visam preservar o meio ambiente, mas, na prática, não é assim”, afirma o estudante de Ecologia, Gerson Costa. O futuro ecólogo diz que alguns profissionais, como geólogos e en-genheiros, estão assumindo cargos ligados à área ambiental, mesmo sem possuir as quali-ficações necessárias para isto. Segundo ele, a saída para uma melhor oportunidade de em-prego são os concursos públicos, as pesquisas financiadas e as consultorias.

Já o biólogo do Instituto de Biologia Marinha e Meio Ambiente, Edris Queiroz, afirma que “a área do meio ambiente é muito promissora e está recebendo muitos investimentos, pois o Brasil, com a maior biodiversidade do plane-ta, tem muito trabalho pela frente e diversas oportunidades nesse segmento, por exemplo, a exploração do Eco Turismo”.

Uma coisa é certa, o mercado nesse segmen-to está próspero. O que é um bom sinal, pois além de criar oportunidades para empregar pessoas, as faz ter contato direto com a natu-reza, criando uma consciência ambiental apu-rada, podendo ser passada adiante.

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Foto:Arquivo Pessoal

Foto:Arquivo Pessoal

O biólogo Edris Queiroz diz que o número de alunos vem aumentando nos cursos voltados para o meio ambiente e percebe que é por uma causa social.

O advogado Fabricio Soler optou por fazer uma pós-graduação em gestão ambiental, pelo interesse pessoal pelo tema.

produtiva variam. O que os dados indicam, porém, é que a maior fonte de perdas de produtos ocorre em razão do transporte inadequado, pois os caminhões vêm muito cheios e acabam derrubando coisas pelo caminho.

O Banco Ceagesp de alimen-tos (BCA) é um programa de sustentabilidade na área so-cial e ambiental, por meio do qual as mercadorias que per-deram seu valor comercial, mas têm plenas condições de consumo humano, são retiradas d entidades cadas-tradas que atendem famílias que não tem condições de se alimentar adequadamente. Além de evitar o desperdício de mercadorias e atender pessoas carentes, a ação diminui a quantidade de descartes de resíduos da Com-panhia, evitando a deposição dos mesmos em aterros ou usinas e o consequente aumento do custo das operações. Nos varejões internos da CEAGESP, ou feiras de flores, 40% dos resí-duos são conduzidos para o aterro sanitário e 60% para produção de adubo orgânico. Vão para reciclagem as sobras de palha, madeira, ferro e côco verde. Os projetos sustentáveis melhoram o consumo de água e energia elé-trica.

De acordo com a Agência Nacional de Vigilân-cia Sanitária (Anvisa), as doações de alimen-tos podem ser realizadas, desde que sigam os procedimentos corretos. Conforme legislação, os alimentos pré-preparados ou pratos pron-tos não devem ser aproveitados ou doados.

Com base nesse cenário, a ONG Banco de Alimentos, responsável pela proposta de com-bater o desperdício levando aos mais neces-sitados o direito a uma alimentação básica

saudável, traz para si a responsabilidade em relação ao alimento doado, por meio de re-cibos de doação. Ao doarem os alimentos, já impressos no recibo, o receptor inspeciona todo o lote e atesta, por meio da assinatura do recibo, que o que estão recebendo está em condições perfeitas para o consumo. Com isto, demonstram, na prática, que este tipo de atu-ação é possível.

A criação de restaurantes preocupados com o desperdício tem sido cada vez maior, princi-palmente no que diz respeito aos que adotam o modelo self-service, ou de venda de refeições por quilo. “O cliente paga e come à vontade. A questão, agora é conscientizá-lo e evitar o des-perdício e não saber o que ele deixa de sobra para poder cobrar.”, afirma Claudemir Olivei-ra, gerente de um restaurante no Tatuapé.

Nas feiras sempre sobram restos de verduras, legumes, frutas. Esses restos são pisoteados, amassados e não po-dem ser aproveitados, por isso acabam indo para o lixo.

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Foto: Renata dos Santos

Confira os pratos que você pode fazer com as sobras na seção Receitas e dicas do www.bancodealimentos.org.br

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O consumidor é um dos grandes responsáveis pelo desperdício, porém existem maneiras de combatê-lo: saber escolher bem o alimento, além de conservá-lo, higienizá-lo e prepará-lo. Para alcançar uma alimentação saudável, pode-se aproveitar muitas partes, geralmente desprezadas pela população. Um dos exem-plos de responsabilidade social na área da ali-mentação foi dada pelo Sesi. Criado em 1999, o programa de educação nutricional Alimen-te-se Bem tem por objetivo difundir o concei-to do aproveitamento integral dos alimentos, a redução do desperdício e a utilização de ali-mentos in natura. O serviço já capacitou, gra-tuitamente, mais de 750 mil pessoas. Segundo a Supervisora de Comunicação Corporativa, Rosangela Gallardo, seu foco, portanto, não é a utilização de sobras (alimentos já processa-dos e que não foram consumidos), mas o uso de partes geralmente descartadas, como talos,

ramas, cascas e folhas encontradas em frutas, legumes e verduras.

É comum vermos, nas feiras muitas sobras que poderiam ser aproveitadas, mas são joga-das no lixo. Em parte, este tipo de desperdício se dá em razão das exigências de instituições que se propõem a receber estas sobras. O fei-rante estaria obrigado a, por exemplo, trans-portar os produtos ao local de doação. “Às ve-zes, este fator simples torna-se inviável, por não haver um local adequado para que o cami-nhão possa realizar a descarga dos produtos”, explica Silvia Satie, assistente contábil da As-sociação dos Feirantes. Além disso, segundo ela, a doação e lavagem dos produtos gera um grande gasto e, caso não haja uma seleção cui-dadosa, o feirante pode ser responsabilizado por problemas de saúde causados pelo con-sumo de comida estragada. Para facilitar este processo, tudo é recolhido pela prefeitura, um serviço custeado pelos próprios feirantes.

O lixo chamado orgânico pode ser aproveitado para fazer adubo

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Foto: Renata dos Santos

Oportunidades

ADMITE-SEEspecialistas

em meio ambiente

Matéria | Daffne Sena

Empresas e pessoas estão cada vez mais interessadas pela questão ambiental. E isto tem aberto oportunidades de trabalho.

Especialistas afirmam que é preciso ter mais aten-ção com o planeta. Algu-mas pessoas acreditam que isto não passa de mais um exagero da imprensa sen-

sacionalista. O fato é que transformações estão acon-tecendo e as provas estão nas chuvas, cada vez mais irregulares; no ar, mais e mais poluído; e nas esta-ções, que já não possuem início e fim.

Campanhas de incentivo e projetos são postos em práti-ca, em empresas particulares e estatais, provando que muitos estão buscan-do fazer a sua parte no processo de conscienti-zação da humanidade. Mas, será que existe um

verdadeiro interesse na consequência gerada pelas ações destas companhias ao ambiente, ou esta é só uma forma de reverter uma situa-ção desfavorável, visando o marketing?

Muito se fala sobre sustentabilidade, Proto-

colo de Quioto, aquecimento global. O tema está em alta, o mercado cresce na área e cada vez mais cursos de ensino superior e especiali-

“A área do meio ambiente é muito promissora e está recebendo muitos investimentos, pois o Brasil, com a maior biodiversidade do planeta, tem muito trabalho pela frente...”(Edris Queiroz)

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Page 15: Revista_redes_sociais_ambientais

Matéria do meio

Gonçalves, professor de geografia de Ribeirão Preto, explica que o gelo glacial não irá causar estragos e arranca críticas dos pessimistas que acreditam no “fim”.

TwitterEsta é uma ferramenta bastante usada por

empresas e pessoas que tem uma queda pelo ambientalismo, utilizando o meio para esti-

mular e infor-mar os outros usuários sobre o tema meio ambiente. No perfil @sos-meioambiente, os conteúdos

mais interessantes são as #sosdicas - exem-plos de atitudes que todos podem praticar no dia a dia para ajudar a conservar o meio am-biente. Uma das dicas postadas foi: “evite ba-nhos demorados. Reduzindo 1 minuto do seu banho você pode economizar de 3 a 6 litros de água”. Já o perfil @pensamentoverde, resume a que veio em seu pequeno texto de descrição.

“Meio ambiente, tecnologias verdes, energias renováveis, sustentabilidade em geral, quali-dade de vida e muito mais. Pensamentos ver-des sempre!!!”.

mmuoapmoo

Como participar

Se você se interessou em participar

de uma, ou de todas, as redes citadas

na matéria, aí vão os endereços:

www.bigchain.org

www.cigno.com.br

www.conexaososmata.org.br

www.madeinforest.com

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O orkut é a primeira mídia social a fazer sucesso no Brasil.

Foto: Divulgação

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Fabio FeldmannFabio FeldmannO advogado e administrador, que virou ambientalista há aproximadamente 30 anos atrás tem muito o que contar e ensinar sobre o meio ambiente

Fabio Feldmann é formado em Direito pela Faculdade do

Largo de São Francisco e em Administração na Faculdade

Getulio Vargas, além disso atua na área de meio ambiente

e desenvolvimento sustentável desde os anos 70.

Feldmann foi o primeiro parlamentar brasileiro que

iniciou uma luta em defesa ao meio ambiente, sendo

o responsável pelo capítulo referente ao tema na

Constituição Federal de 1988. Recebeu o Prêmio Global

500 das Nações Unidas em 1990, foi um dos fundadores

do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), mas

atualmente está no Partido Verde (PV), e o primeiro

presidente da fundação SOS Mata Atlântica. Isso é uma

pequena parte da trajetória deste grande homem.

Como já deu para perceber, ele é um conhecedor do

assunto e por isso o escolhemos para ser nosso primeiro

entrevistado especial:

meio ambiente. A partir da década de 1970, também houve o surgimento de algumas ONGs importantes, o Greenpeace, por exemplo, que vai fazer 40 anos em 2011. Outras entidades não governamentais foram criadas a partir de então.

Eco - Na sua experiência como político, o que há de precário na luta em favor do meio am-biente? Quais as maiores deficiências da polí-tica ambiental?

Feldmann - Eu acredito que o tema ambien-tal, ou a sustentabilidade, ainda não entraram na agenda da política como deveriam ter en-trado e são tratados, ainda, muito periferica-mente. Há muita dificuldade de se demonstrar

Eco Magazine - Lemos que o senhor come-çou a se interessar pelo tema meio ambiente nos anos 1970. Como este assunto era tratado naquele tempo?

Fabio Feldmann - A partir dos anos 1970, o tema ambiental é inserido na agenda do pla-neta, mas de maneira periférica. Um evento importante desse período foi a Conferência de Estocolmo, em 1972, que discutiu a questão ambiental pela primeira vez, no mundo. Nes-sa época também houve o lançamento de um livro chamado Nítido Conhecimento, que foi uma espécie de alerta.

Eco - Como avalia a Conferência de Estocol-mo? Foi um divisor de águas para a questão ambiental?

Feldmann - Sem dúvida alguma. Acho que a Conferência de Estocolmo representou um marco, um divisor muito importante para o

16 ECO Magazine

Fabio Feldmann acompanha a questão ambiental desde os anos 1970

Foto: Edu M

orais

Texto | Daffne Sena e Estéfani Lozano

tema. Manuel Costa, oficial administrativo, de 37 anos, é autor de um dos tópicos mais co-mentados da Conexão, o A Mata Atlântica está

acabando. O rapaz tem esperanças de que sua participa-ção possa contri-buir decisivamente com o debate am-biental, no sentido de elevar o nível da discussão em torno

de assuntos-chave e acabar influenciando po-líticas públicas para o meio ambiente.

Made in Forest Pelo nome, parece ser coisa de gringo, mas

foi feito aqui, no Brasil, por Fábio Biolcati e Martin Mauro. Lançada em fevereiro deste ano, esta é considerada a primeira rede social ambiental brasileira, mas pode ser traduzida para 52 idiomas e pessoas de cerca de 60 paí-ses já visitam a página.

O objetivo do projeto é organizar e disponi-bilizar em um único lugar na internet inicia-tivas, projetos e ações que envolvam o meio ambiente, uma forma de vida mais sustentá-vel, divulgar e melhorar a comunicação entre ONGs ambientais, empresas e cidadãos que se preocupam com o planeta. “Este tema (meio ambiente) é de tanta importância para a socie-dade atual que as redes sociais são uma peque-na parcela de vários movimentos espalhados”, declara Biolcati. Promovendo esse encontro de movimentos, atualmente a rede reúne mais de 25 mil membros de várias partes do mun-do. Você pode escolher entre categorias de in-teresse: eco produtos, eco serviços, educação ambiental, ONGs, reciclagem, voluntariado e outros.

Em setembro, o site iniciou o Censo Verde, uma “ação voluntária para divulgar ONGs ambientais e suas ações, empresas que traba-

lham com produtos e serviços ligados ao meio ambiente, sustentabilidade, eco turismo e eco educação; e também identificar pontos de co-leta de materiais recicláveis em todas as cida-des do Brasil”, explica Biolcati.

Maria Paiva, 37 anos, é administradora de empresas e entrou na rede para trocar infor-mações e experiências com outros profissio-nais. Por meio dela ficou sabendo do Eco Busi-ness e lá conheceu os idealizadores do projeto. Maria comenta que a importância do site é a “disseminação do assunto de forma interativa e dinâmica. Algo que só as redes sociais per-mitem fazer”. O empresário João Resende, 54 anos, estava procurando no Google um meio para divulgar seu trabalho – o Planeta Biodie-sel, que fabrica mini-usinas de biodiesel –, e encontrou a rede. Resende declara: “Entre vá-rios lugares, a Made in Forest me passou uma seriedade na proposta e não um oportunismo sobre o assunto”. Gustavo Laurenti, aluno de economia, 25 anos, durante uma pesquisa sobre resíduos sólidos para sua monografia, deparou-se com o site. Ele faz uma sugestão: “Acredito que a iniciativa é boa, mas para ga-nhar força deveria realizar eventos, conforme o número de adeptos for aumentando”.

Todas essas alternativas, ainda desconheci-das por alguns, foram criadas este ano e têm diferentes modos de interação, mas o mesmo objetivo: promover o encontro de pessoas pre-ocupadas em fazer algo melhor pelo meio am-biente.

OrkutNo Orkut, a maior das co-

munidades que leva Meio Ambiente no nome tem mais de 200 mil membros. O tópico mais comentado, com mais de 600 partici-pações, é: “As geleiras gla-

ciais estão descongelando. É o fim?”. Herbis

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Foto: Divulgação

Foto: Divulgação

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Matéria do meio

tica de conhecimentos e gestão de comunida-

des – conseguiu-se realizar o projeto. Ana Li-gia Scachetti, diretora de comunicação da SOS Mata Atlântica, explica que “o objetivo é reu-nir nossos vários públicos de relacionamento - funcionários, voluntários e qualquer pessoa que se interesse por questões ambientais - em um espaço virtual que possa ser acessado de

qualquer ponto e promover a geração e troca de conhecimentos entre estas pessoas”.

Em outubro, em 5 meses de existência, o site já continha 7.300 membros. “Qualquer pessoa é bem-vinda. Mesmo quem não sabe muito sobre meio ambiente e quer aprender, pode entrar. Há uma série de grupos abertos a to-dos, divididos por temas”, esclarece Ana. São 21 grupos ao todo. Eventos e entrevistas são transmitidos por vídeo e armazenados no site. Na rede foi realizado um concurso para ir ao SWU, o que acabou atraindo mais gente para a Conexão, principalmente jovens. Numa barra localizada no canto inferior direito se encon-tra um bate-papo onde você vê quem está on-line e pode conversar com os outros usuários que estiverem disponíveis.

Lemuel Santos, 31 anos, é funcionário da SOS Mata Atlântica e inevita-velmente ficou sabendo da existência do projeto. O educador ambiental diz que isso ajuda muito em seu trabalho pela troca de informações, experiên-cias e ideias. “Vejo muita coisa boa para acontecer, oportunidades, possibi-lidades, várias formas de aprender e ensinar, através desta rede”, pre-vê Santos. Já a advogada Carina Cancela, 25 anos, descobriu o site graças ao boletim Ecos da Mata,

produzido pela própria ONG. Ela enfatiza que a importância de uma rede social desenvolvi-da por entidades como a SOS Mata Atlântica é imensurável quanto à conscientização am-biental, e acredita ser necessário que pessoas atuantes nessa área utilizem este mecanismo para conquistar a atenção da massa para este

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Perfi l da revista no Conexão Mata Atlántica

Lemuel Santos é um dos usuários mais ativos da Conexão Mata Atlática

Foto: Arquivo pessoal

Foto: Dvulgação

que estes temas são cruciais para a sobrevi-vência da humanidade e para a própria eco-nomia. Resumindo, nós ainda temos que fazer um esforço muito grande para que os políticos percebam a importância que o tema ambiental tem. Gostaria de fazer uma menção ao proble-ma do aquecimento global, no sentido de que há urgência, mas nem sempre ela é compre-endida.

Eco - O senhor participou da elaboração do capítulo sobre meio ambiente na Constituição Brasileira de 1988 e fez leis ambientais que são um exemplo para todo o mundo, mas isto está sendo aplicado na prática realmente?

Feldmann - Eu creio que a legislação é mui-to importante, uma condição necessária, mas não é suficiente. Se a agenda do desenvolvimento no Brasil não for modificada, ainda encontraremos muita dificuldade na implementação da legislação brasileira. Eu acredito, inclusive, que nós estamos em uma nova fase, em que, além da legislação existente, temos que acoplar o que eu chamo de instrumentos econômicos para aplicar a lei. Por exemplo, se eu tenho uma lâmpada mais eficiente que uma lâmpada que desperdiça energia, eu tenho que fazer com que ela seja mais barata do que a outra. E, se eu estou fazendo compras, e se eu sou o gover-no, tenho que comprar adquirir um produto que dê condições ao consumidor. Então, eu acho que esta agenda ainda está se iniciando no Brasil. Seria muito importante que ela se unisse à legislação para que o país se tornasse, realmente, desenvolvido.

Eco - Conte-nos um pouco sobre a Agenda 21, criada pelo senhor.

Feldmann - Foi uma ideia de agenda com

temas ambientais, de 1993 até 2000, e tinha como objetivo direcionar o desenvolvimen-to para a sustentabilidade. Universalizou os temas dos capítulos da agenda, porém faltou implementação, ao invés de ser paralelo, de-veria ser unificado. Um exemplo disso é a lâm-pada que utilizamos em casa, o custo de uma sustentável sai mais caro do que uma normal, sendo que deveria ser o contrário.

Eco - O Protocolo de Quioto é eficaz contra a mudança climática?

Feldmann - No período em que foi criado era diferente. Foi impor-tante para aquela épo-ca, um momento em que, apesar da intensidade do problema, as pessoas não davam tanta importância ao tema. Hoje em dia, ele está ultrapassado. Temos

que colocar tudo em prática com grande ur-gência e sem perda de tempo.

Eco - O senhor participa de reuniões inter-nacionais sobre o tema e já ganhou prêmios lá fora por suas ações. Como avalia a questão ambiental no mundo? Esse assunto é mais va-lorizado em outros países? Pode dar um exem-plo?

Feldmann - A visão do mundo atual é igual à dos séculos 19 e 20, principalmente no Brasil e na China, onde ainda se estão elaborando pro-jetos sustentáveis. Em contrapartida, em al-guns países desenvolvidos já podemos observa as práticas exercidas. A humanidade precisa de um novo modelo de sustentabilidade.

Eco - O que falta para a população se cons-cientizar de que está fazendo mal ao lugar onde vive e que deve mudar seus hábitos?

Feldmann - Imprimir mais velocidade em relação à consciência, por exemplo, compran-do produtos com menor impacto ambiental e

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“A visão do mundo atual é igual à dos séculos 19 e 20 no Brasil e na China...”

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tendo seu preço viável. Porém há necessidade de se criar opções para a sociedade e para o individuo.

Eco - Biocombustível é a solução para di-minuir a poluição? Que impacto esse tipo de combustível pode trazer ao meio ambiente?

Feldmann - O Brasil deve abrir mão do pe-tróleo, criando mais alternativas de biocom-bustíveis, por exemplo, o etanol, aumentando a produtividade de cana por área, sem causar danos ao solo e evitando uma possível mono-cultura.

Eco - O senhor fazia parte do PSDB. Como o meio ambiente era tratado nesse partido?

Feldmann - Fui um dos sete fundadores do

PSDB, mas o partido não tinha os temas que eu defendia como bandeira principal, tratava o tema ambiental sem muita prio-ridade.

Eco - O senhor já afirmou que é a favor do transporte hidroviário solucionaria o problema da poluição e do trânsito em São Paulo. Mas esse tipo de transporte apre-sentaria algum impacto negativo para os rios?

Feldmann - Defendo a implantação de hi-drovias, pois no Rio Sena, na França, isto funciona adequadamente. Acredito que seja um problema cultural, que o país não bota fé que possa dar certo. Creio que não modificaria a qualidades dos rios em fun-ção disso.

Eco - O que o senhor acha da política am-biental no Brasil?

Feldmann - O Brasil fala muito em sus-tentabilidade, mas não coloca em prática o que é dito. Um exemplo é o grande risco que corre uma área preservada de Ilhéus,

conhecida como Lagoa Encantada de Itacaré, no litoral sul da Bahia, com um polêmico pro-jeto de construção de porto e ferrovia nesse espaço. Só nós podemos fazer algo para mudar e não deixar que nos tirem esses patrimônios.

Eco - A obrigação em ensinar a educação am-biental para crianças e jovens poderia criar um futuro mais consciente ambientalmente?

Feldmann - A questão da educação ambien-tal não é aplicada por conta das barreiras cul-turais. É necessário formar professores dire-cionados a essa área em todas as matérias. O educador deveria exemplificar, dentro de sua respectiva disciplina, os danos que são causa-dos ao meio ambiente. Na matéria de química e geografia, por exemplo, eles precisam enten-der que o tema meio ambiente deve colocado como uma questão ética.

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conccoO ambientalista criou algumas das leis ambientais que hoje são exemplo para todo o mundo

Foto: Edu M

orais

Lançada este ano, no Dia Mundial do Meio Ambiente, 5 de junho, a ideia era que ficas-se limitada à Unichapecó, instituição na qual Dallacorte estuda, mas acabou alcançan-do pessoas de fora, pois a internet, pela sua grande abrangência, permitiu que indivíduos de qualquer parte do país pudesse acessar e participar. O analista de sistemas explica que, “com base na análise da crescente dissemina-ção das redes sociais, bem como a importância que a preservação ambiental vem ganhando na mídia, surgiu a ideia do desenvolvimento da rede”, em setembro do ano passado.

Em outubro, com quatro meses de existên-cia, a rede contava com a participação de 278 pessoas e 11 empresas. No site é possível es-crever ações que você aplica no cotidiano e são ecologicamente corretas, postar vídeos e fotos com essa temática. Ela não tem comunidades, se resume a mandar mensagens para outros

membros e colocar suas ações. Marcio Dupont, 40 anos, designer de

produto sustentável, sempre está atrás de redes sociais desse tipo na internet e as-sim descobriu a Cigno. Ele crê que uma rede social online, possibilitando troca de informações, gera conscientização e só “assim há um envolvimento pessoal em diferentes causas, gerando novas dinâmi-cas de atitudes relacionadas ao consumo e descarte, permitindo ações voltadas ao voluntariado mobilizando muitas pesso-as”. Na opinião da fotógrafa, Sandra Pa-gano, 40 anos, o site tem uma boa pro-posta e completa dizendo que “contribuir com o planeta não depende somente das empresas e governos, depende também da ação de cada cidadão. Sozinho ninguém é coisa alguma, mas se cada um fizer a sua parte podemos minimizar o estrago causado”. A geógrafa, Daniela Gama, 31

anos, escreve várias ações que pratica a favor do meio ambiente e declara: “Tanto as minhas ações podem servir de exemplo como eu sem-pre fico sabendo de ações novas através dos meus contatos e isso me motiva a continuar na rede e a estar sempre convidando os amigos a participarem”. Todos estes membros não são da Unichapecó.

Conexão SOS Mata Atlântica A rede social criada pela ONG SOS Mata

Atlântica foi criada em maio deste ano e di-vulgada no Viva a Mata - evento anual realizado pela ONG - que

este ano foi no Parque Ibirapuera. A ideia foi sugerida pelo vice-presidente da organização, Pedro Passos, no final do ano passado. Em parceria com a Educartis – empresa de logís-

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ECO Magazine 23

Foto: Divulgação

Marcio Dupont é membro da Cigno e criador de um blog onde se pode encontrar outras dicas de redes.

Foto: Arquivo pessoal

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Matéria do meio

o que demonstra o grande interesse das pesso-as pelo tema.

Qualquer um pode criar comunidades, assim como no Orkut. Em relação à internet, a orga-nização acredita que o engajamento em ações sociais, culturais e ambientais pode ser poten-cializado utilizando a rede como forma de unir e estimular pessoas em torno de objetivos co-muns e com efeito multiplicador. Thiago Can-cela, vice-presidente da rede, aponta as dife-renças entre as redes: “Enquanto no LinkedIn as pessoas se conhecem pelo histórico profis-sional e no Orkut mantêm contato através de fotos e mensagens genéricas, no BigChain elas se conhecem melhor por meio de suas atitudes sociais, tornando-se referência umas para as outras”.

O usuário Rodrigo Fontes, 28 anos, que gos-ta e participa de várias redes sociais, conhe-ceu o site por meio de uma publicação interna da empresa onde trabalha. Ele escreveu uma história chamada “Menos um carro”, na qual, resumindo, relata que vendeu seu carro e comprou uma bicicleta para se deslocar e que isso ajudou sua saúde e o meio ambiente. A página é a mais acessada entre os membros.

“Espero que meu ato sirva de influência para várias pessoas”, conta. O biólogo Ramon Garcia, 29 anos, e ficou saben-do da rede em um con-gresso de educação. Ele criou a comunidade “Tá com pressa? Não vá de carro!”, e diz que a fez, pois chegou à conclusão de que “a vantagem do carro sobre o coletivo é apenas o conforto e para usar em situações espe-cíficas. Por outro lado, tem desvantagens, como

o isolamento social, custos maiores de com-bustível e manutenção, estresse com assalto em semáforos, motoristas imprudentes etc”. João do Nascimento, técnico em meio am-biente e gestão ambiental, é um dos membros mais novos, com 19 anos. Ele criou a comuni-dade “Reciclagem” e diz que a categoria meio ambiente o atrai mais porque “esta temática é muito evidenciada atualmente, há um apelo pessoal para dinamizar essa de área, pois mui-tas pessoas são conscientes que não devem degradar o meio ambiente, mas infelizmente isto não é colocado em prática”.

Cigno Começou como um trabalho de conclusão

de curso do aluno de Sistemas de Infor-mação André Luiz Dallacorte, e virou

uma rede permanente. Seu objetivo, segundo o texto que se encontra em sua página inicial é “ajudar na preservação ambiental, oferecendo aos usuários um espaço onde possam contri-buir, compartilhar e aprender sobre as mais diversas formas de proteger o nosso planeta”.

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Cada membro pode contar uma história ou criar uma comunidade para discutir um assunto específi co

Foto: Divulgação

Foto: Divulgação

Curiosidades

Um dia para lembrar do meio ambiente Em 5 de junho se comemora o Dia Mundial do Meio

Ambiente, uma data criada em 1972, como resultado de

um encontro realizado na ONU para discutir a situação

do nosso planeta. A data, simbólica, propõe que todos

parem e pensem no que estão fazendo de bom e de ruim

para a nossa Terra. Você joga lixo na rua? Anda de carro

todo santo dia? Toma banhos de meia hora? Pois, então,

já passou da hora de mudar seus hábitos, porque isso fará

bem para você, para a cidade e para o planeta.

Papel sementeCriado pelo Instituto Papel Solidário, em 2008, o novo

produto pode ser utilizado como outro qualquer, em que

se pode imprimir e escrever. Mas, depois disso, quando

se pensa que ele não serve pra mais nada... você pode

plantar o papel, ao invés de jogá-lo no lixo! A novidade

já está sendo utilizada como “brinde”, por algumas

empresas. Para adquirir o produto escreva para sergio@

papelsolidario.org.br. Peça o seu.

Proibido trânsito de veículos automotores22 de setembro é o Dia Mundial Sem Carro.

Como o próprio nome diz, é uma data em que todas as pessoas

que possuem veículos próprios devem evitar sair de casa com

seu carro – seja para trabalhar, ou para passear. Este é um

modo de propor às pessoas reflexão e conscientização sobre

o lado ruim do uso de automóveis em excesso, o que pode ser

prejudicial para o ar que respiramos, para a saúde do planeta

e para a paciência também, já que o trânsito de São Paulo está

cada vez pior! Este ano o dia não causou impacto. À tarde

a lentidão foi acima da média. Manifestações de ciclistas,

vaqueiros marcaram o data.

Faça sua parte: use metrô, trem, bicicleta ou ônibus e só tire

o carro da garagem para urgências. Além disso, no dia a dia

combine de pegar ou oferecer carona para alguém e utilize

etanol no seu veículo.

O planeta agradece.

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Nota | Renata dos Santos

Nota | Renata dos Santos

Nota | Renata dos Santos

Foto: Divulgação

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Curiosidades

Um clique, uma árvoreUm site de pesquisas – como o Google - chamado Eco

4 Planet tem uma iniciativa que ajuda o meio ambiente:

a cada 50 mil acessos, uma arvore é plantada. Ajude a

brotar essa idéia, acesse:

www.eco4planet.com

Empolgação produz energia elétricaOs japoneses não perdem tempo. O estádio de futebol

Misaki Park Stadium, da cidade de Kobe, encontrou uma

maneira de aproveitar a empolgação das torcidas para

gerar a energia elétrica consumida no local. Desenvolvido

por cientistas daquele país, o equipamento, obtêm a

vibração dos torcedores por meio de placas, que captam

os movimentos feitos em cima delas e a transforma em

energia. Isto serve, também, para saber se o público está

gostando do jogo ou não.

Economizando água de um jeito inusitado A campanha “Xixi no Banho” tem como objetivo

conscientizar a população sobre a necessidade de reduzir

o desperdício de água, de uma forma bem humorada.

Pesquisas feitas pela SOS Mata Atlântica mostraram que

a cidade de São Paulo economizaria 1.500 litros de água,

por segundo, se cada habitante urinasse durante o banho.

Após grande repercussão, a campanha produzida pela F/

Nazca Saatchi & Saatchi, ganhou, neste ano, prêmios em

Cannes – a maior premiação de publicidade. A modelo

Gisele Bündchen também participa da iniciativa. Para

saber mais sobre o assunto, acesse:

www.xixinobanho.org.br

Nota | Estéfani Lozano

Nota | Estéfani Lozano

Nota | Estéfani Lozano

20 ECO Magazine

Foto: Divulgação

Foto: Divulgação

Foto: http://blogs.forumpcs.com

.br

Matéria do meio

Pesquisa da In Press Porter Novelli em parceria com a E.life mostra que a maioria dos brasileiros são membros do Orkut, mas costumam fi-car mais tempo navegando

no Twitter. No Brasil, o número de pessoas que entram nas redes sociais aumenta cada vez mais. De 2009 para 2010 a quantidade de gente nas redes aumentou 50%, divulgou es-tudo da comScore publicado neste ano.

Orkut, Twitter, Facebook, Myspace, Youtube, entre outros, são mídias sociais que permitem às pessoas se relacionarem virtualmente, em tempo real. Por meio destes canais de relacio-namento é possível mandar mensagens para os amigos, trocar ideias e ficar sabendo das novidades sobre variados temas, projetos e pessoas.

As redes sociais digitais têm papel impor-tante na manifestação universal a favor do meio ambiente, como conta o jornalista Sér-gio Abranches: “2009 foi o ano da explosão

do Twitter e foi, também, a ocasião em que o movimento ambientalista mundial mostrou maior vigor e maturidade como parte da so-ciedade civil organizada globalmente. Essa so-ciedade só é possível por causa da existência das redes e mídias sociais, particularmente o Twitter e o Facebook”.

Existem mídias criadas exclusivamente com o objetivo de juntar pessoas que querem aju-dar o planeta: BigChain, Cigno, Conexão Mata Atlântica e Made in Forest.

BigChain “Sua história é uma ação social” é seu slogan.

Com nome estrangeiro, para atrair pessoas do mundo todo, a rede foi criada no Brasil há apenas 5 meses. Pode ser traduzida para 34

línguas e con-siste em reunir histórias de

ações de cidadania e meio ambiente, em 16 categorias. Uma delas é Natureza/Meio Am-biente, a mais acessada e com mais conteúdo,

O #meio@mbiente

está na rede

Matéria | Camila Carpinelli, Daffne Sena, Estéfani Lozano e Renata dos Santos

Redes sociais digitais juntam pessoas de todos os tipos e lugares, com interesses em comum. Um deles é ajudar a preservar a natureza.

Serviços

Para colaborar com o Censo Verde basta enviar um e-mail para

[email protected]

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Foto: Divulgação

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