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ISSN 1676-3220 R$ 10,90 A MAIOR MÍDIA DA COMUNIDADE ÍTALO-BRASILEIRA Designers cariocas invadem Milão Itália desolada Terremoto faz vítimas e destrói patrimônio histórico em Abruzzo www.comunitaitaliana.com Rio de Janeiro, abril de 2009 Ano XVI – Nº 130

Rio de Janeiro, abril de 2009 Ano XVI – Nº 130 Itália desolada · Com a Comunità de abril, o leitor dará um giro pela Feira de Bolonha, um dos principais eventos literários

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N 1

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R$

10,9

0A m A i o r m í d i A d A c o m u n i d A d e í t A l o - b r A s i l e i r A

Designers cariocas invadem Milão

Itália desolada

TerremotoEutanásia

Terremoto faz vítimas e destrói patrimônio histórico em Abruzzo

www.comunitaitaliana.com

Rio de Janeiro, abril de 2009 Ano XVI – Nº 130

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CAPA Terremotos na região central da Itália arrasam 26 cidades e deixam 20 mil pessoas entre mortos e desabrigados. Milhares de prédios de grande valor histórico e cultural viraram pó

EditorialDesolação .....................................................................................06

Cose NostreMáquinas de fazer pizza em três minutos se tornaram a nova mania em algumas cidades da Itália. Desenvolvida pela Universidade de Bolonha, a engenhoca virou alvo de polêmica entre pizzaiolos .......07

EconomiaItália será o primeiro país da Europa a ter uma filial do “banco dos pobres” idealizado pelo prêmio Nobel da Paz Muhammad Yunus ....16

NegócioEmpresa italiana de peças íntimas, Yamamay celebra a boa relação com o Brasil e cria uma linha de cosméticos feita a partir de produtos extraídos da selva amazônica .........................................................17

PolíticaPara evitar fraude, Câmara italiana inaugura novo sistema de votação eletrônica que identifica o parlamentar pela impressão digital ........23

FilosofiaA passagem pelo Brasil de Giuseppe Vacca, um dos principais pensadores de esquerda da Itália, que veio ao país lançar um livro ........................44

AstronomiaAno Internacional da Astronomia celebra, com uma série de eventos, os 400 anos da primeira observação por telescópio feita pelo italiano Galileu Galilei ...............................................................................46

FotografiaColeção Pirelli/Masp apresenta o melhor da produção fotográfica brasileira contemporânea ..............................................................52

54 565036Atualidade Raffaele CantoneHá dez anos sob proteção policial, procurador anti-máfia lança livro sobre os bastidores do crime organizado e também se torna best-seller, na Itália

Literatura Feira de BolonhaA presença brasileira no evento que é um dos mais festejados do setor literário infanto-juvenil

Artes Alessandro RicciArtista florentino usa smog para pintar quadros em protesto contra a poluição da sua cidade italiana

Design Rio de JaneiroPela primeira vez, designers fluminenses realizam exposição durante o Salão Internacional do Móvel, em Milão

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entretenimento com cultura e informaçãoeditorial

FUNDADA EM MARÇO DE 1994

Julio Vanni

COSE NOSTRE

Div

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açã

o

O mundo inteiro acompanha consternado o drama das vítimas do terremoto que devastou Abruzzo, região central da Itália. Comunità não poderia ficar indiferen-te à tragédia. A revista já estava nas máquinas quando chegaram as primeiras no-

tícias. Mobilizamos nossa equipe e seguramos o fechamento da edição para levar aos nos-sos leitores o registro desse que é o pior terremoto dos últimos 30 anos em solo italiano.

As imagens e os relatos editados na nossa reportagem de capa dão conta da triste missão. Um desses relatos é do presidente da Federação das Associações dos Abruzzesi no Brasil, Franco Marchetti, que estava na sua terra natal quando a terra tremeu. Primeiro, a reportagem o localizou por telefone. Depois, a repórter Silvia Souza estava on-line com Marchetti quando um segundo grande abalo interrompeu a conversa. O contato foi retomado mais tarde para checar se ele e a família estavam a salvo. Estavam.

Agora a Itália e o mundo se mobilizam para prestar socorro às vítimas e reconstruir o patrimônio histórico de grande valor à humanidade. Em meio à tragédia, surgem polêmicas como a possibilidade de prever o terremoto, os gastos excessivos para a construção do hospital que ruiu, os saqueadores e aproveitadores de última hora, as declarações de Berlusconi. Nossa reportagem se ateve aos fatos e fotos que entrarão para a história como uma das maiores destruições provocadas pela força da natureza.

No mais, a edição registra a movimentação vivida pelo legislativo italiano. Na Câmara dos Deputados, foi implantado um novo sistema de votação eletrônico que identifica o parlamentar pela sua impressão digital. A novidade vem para evitar uma má prática entre políticos: o voto pianista, ou o voto de um deputado se fazendo passar por outro colega.

Já no Senado, a notícia é a aprovação do projeto de lei sobre testamento biológico, nosso assunto de capa da edição passada. O texto foi aprovado e, com isso, foi dado o primeiro passo para que se torne proibido, por lei, a prática da eutanásia, na Itália. A questão segue para a Câmara onde poderá (ou não) ser modificado.

A revista mostra também que, apesar da crise, as rodadas de negócio entre Brasil e Itália não param. Muito pelo contrário. Acompanhamos as várias comitivas formadas por empresários e autoridades italianas que vieram ao país em busca de novas oportunidades de negócios. Em destaque, o trabalho feito por representantes das regiões da Lombardia e da Toscana, além dos empresários da Yamamai. A rede italiana de peças íntimas e biquínis retomou uma antiga parceria com o Brasil e, agora, celebra as boas vendas com uma linha de cosméticos feita a partir de produtos extraídos da selva amazônica.

Um dos destaques da edição é uma matéria especial com o procurador Raffaele Cantone. Há dez anos, ele vive sob proteção policial por conta de seu trabalho contra a máfia italiana. Sua história não apenas lembra a do escritor Roberto Saviano como se cruzam. Foi Cantone quem descobriu, no ano passado, o plano da máfia de assassinar Saviano. O procurador também lançou um livro sobre o crime organizado e é o mais recente best-seller italiano.

Outras duas personalidades ilustres são temas de reportagens: o ítalo-brasileiro Dom Orani João Tempesta, que este mês assume a Arquidiocese do Rio de Janeiro; e Giuseppe Vacca, um dos principais pensadores de esquerda da Itália. Na reportagem, Vacca explica porque o papa Bento 16 é o único líder, atualmente, na Europa.

Com a Comunità de abril, o leitor dará um giro pela Feira de Bolonha, um dos principais eventos literários da Europa, voltado para o público infanto-juvenil. Além disso, vai conhecer uma nova técnica de se pintar quadros utilizando a poluição. Mais especificamente, a poluição de Florença. Também visitará a Coleção Pirelli/Masp de fotografia, em São Paulo, e ficará por dentro de toda a programação voltada para as comemorações dos 400 anos da invenção do telescópio pelo italiano Galileu Galilei.

Boa Leitura.

Pietro Petraglia Editor

DesolaçãoDIREtOR-PREsIDENtE / EDItOR:Pietro Domenico Petraglia

(RJ23820JP)

DIREtOR: Julio Cezar Vanni

PUblICAÇãO MENsAl E PRODUÇãO:Editora Comunità ltda.

tIRAgEM: 40.000 exemplares

EstA EDIÇãO FOI CONClUíDA EM:08/04/2009 às 17:30h

DIstRIbUIÇãO: brasil e Itália

REDAÇãO E ADMINIstRAÇãO:Rua Marquês de Caxias, 31, Niterói,

Centro, RJ CEP: 24030-050tel/Fax: (21) 2722-0181 / (21) 2722-2555

E-MAIl: [email protected]

sUbEDItORA: sônia Apoliná[email protected]

REDAÇãO: Daniele Mengacci; guilherme Aquino; Nayra garofle;

sarah Castro; sílvia souza; tatiana buff; Valquíria Rey; Janaína Cesar; lisomar silva

REVIsãO / tRADUÇãO: Cristiana Cocco

PROJEtO gRáFICO E DIAgRAMAÇãO:Alberto Carvalho

[email protected]

CAPA: Ansa

COlAbORADOREs: luana Dangelo; giorgio della seta; Pietro Polizzo; Venceslao soligo;

Marco lucchesi; Domenico De Masi; Franco Urani; Fernanda Maranesi; Adroaldo garani; beatriz Rassele; giordano Iapalucci; Cláudia Monteiro de Castro; Ezio Maranesi;

Fabio Porta; Fernanda Miranda

CORREsPONDENtEs: guilherme Aquino (Milão);Janaína Cesar (treviso);lisomar silva (Roma);

PUblICIDADE: Philippe Rosenthal

Rio de Janeiro - tel/Fax: (21) [email protected]

REPREsENtANtEs: brasília - Cláudia thereza

C3 Comunicação & Marketingtel: (61) 3347-5981 / (61) 8414-9346

[email protected]

Minas gerais - gC Comunicação & Marketing geraldo Cocolo Jr.

tel: (31) - 3317-7704 / (31) 9978-7636 [email protected]

ComunitàItaliana está aberta às contribuições e pesquisas de estudiosos brasileiros, italianos

e estrangeiros. Os artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores, sendo

assim, não refletem, necessariamente, as opiniões e conceitos da revista.

La rivista ComunitàItaliana è aperta ai contributi e alle ricerche di studiosi ed esperti brasiliani, italiani e estranieri. I collaboratori e sprimono, nella massima libertà, personali

opinioni che non riflettono necessariamente il pensiero della direzione.

IssN 1676-3220

Mais caroVencer um grande prê-

mio do campeonato mais caro do mundo, a Fór-mula-1, custa em média 135 milhões de euros. O núme-ro, calculado pela empresa italiana de pesquisa e con-sultoria stageUp, é quatro vezes maior do que o limite de orçamento, decidido pela Federação Internacional de Automobilismo (FIA), que se tornará obrigatório a partir de 2010. Ainda segundo a análise da empresa bolonhe-sa, a equipe mais eficien-te em termos de custos em 2008 foi a Ferrari, que gas-tou ‘módicos’ 41 milhões de euros por cada uma das oito vitórias obtidas.

ChocolateCom o objetivo de entrar para o Guin-

ness (livro dos recordes), o mestre chocolateiro italiano Mirco Della Vecchia fez uma escultura de chocolate de mais de 3.500 quilos. A “obra” representa os três picos de lavaredo, símbolo de Dolo-mitas, na província de belluno. Na con-fecção da escultura, no dia 15 de março, Mirco Della Vecchia precisou da ajuda de um caminhão betoneira.

ModaO rapper italiano gue Pequeno, do grupo

Club Dogo, lançou a primeira grife de-dicada ao hip hop na Itália. A Recession traz em sua primeira coleção peças que aludem à crise econômica. A marca usará a internet pa-ra comercializar quatro modelos de camiseta. Um deles levará a estampa de uma cédula de 500 euros.

Dá-lhe PequeriA pequena Pequeri, localizada na Zo-

na da Mata mineira, é mais uma ci-dade que investe na italianidade para conseguir atrair turismo e investimentos para região. O projeto Pequeri, tutti buo-na gente! tem como objetivo valorizar a cultura, a economia e o turismo da re-gião. Já neste ano, alunos da rede muni-cipal de ensino estão sendo estimulados a pesquisar sobre personagens e marcos da cultura italiana na cidade. Além disso, alunos de 5º ao 9º ano têm como opção de estudo a língua italiana. Como parte do projeto, a radio comunitária destinará um horário para a programação musical e divulgação de curiosidades italianas. Pequeri abrigou cerca de 630 famílias vindas da Itália. Elas se destacaram em atividades como agricultura, construção civil, comércio e indústria.

30% na salaO governo da Itália quer in-

troduzir um teto de 30% no número de alunos estrangeiros por sala de aula, na crença de que a medida ajudará as crianças imi-grantes a integrar-se aos colegas italianos. segundo a ministra da Educação, Mariastella gelmini, as crianças imigrantes aprenderão melhor o idioma italiano ao se misturassem mais com estudantes locais do que com compatriotas. As quotas são a mais recente de uma série de iniciativas destinadas a regular a situação dos imigran-tes no país. Agora, por exemplo, há uma lei que permite médicos denunciem imigrantes ilegais que procurem clínicas ou hospitais. As medidas impulsionaram a popula-ridade do primeiro-ministro silvio berlusconi, mas também lhe ren-deram acusações de racismo.

MoradiaO “Plano para a Moradia”, um programa destinado a impulsio-

nar o setor imobiliário foi assinado pelo governo italiano e autoridades regionais. O acordo firmado prevê que as famílias possam aumentar em 20% a área de suas moradias ou em 35% em caso de demolição e posterior reconstrução, desde que isso se faça com técnicas de bioconstrução. Os centros históricos e todas as áreas protegidas não serão atingidas pelo plano, em respeito aos programas de urbanização. segundo o ministro para os As-suntos Regionais, Raffaele Fitto, as regiões terão 90 dias para se adequar ao teor do decreto com as próprias leis regionais.

Rapidinhas● ítalo-brasileira, a esposa do atacan-te brasileiro Amauri, Cynthia Cosini Va-ladares, conseguiu a cidadania italiana. Quando ela receber o passaporte italiano, o jogador de futebol também poderá pe-dir dupla cidadania e representar a sele-ção da Itália. Amauri, que mora no país desde 2001, joga pelo Juventus.● Um jantar no Mercore Hotel, em belo Horizonte marcou a inauguração da As-sociação lucchesa e toscana no Mundo, presidida por Iara Notini. Contou com a participação do presidente internacional dos lucchesi, Alessandro Pesi. Para con-tato: [email protected]● O ator James Caviezel, que interpretou Jesus no filme A Paixão de Cristo (2004), foi o protagonista de um concerto na ba-sílica de santa Maria Maior de Roma, du-rante a celebração da Páscoa.

Reza fracaO tunisiano Chafik gharby foi condenado a dez anos de prisão por

um tribunal italiano sob a acusação de ter rezado. gharby esta-va no comando de uma aeronave que caiu no mar na costa da sicília, em agosto de 2005, matando 16 das 39 pessoas a bordo. segundo os promotores, quando os motores do avião começaram a falhar, o piloto entrou em pânico e “começou a rezar ao invés de tomar as medidas de emergência”. Depois da reza, ele teria optado por fazer um pouso forçado no Mar Mediterrâneo ao invés de tentar alcançar o aeroporto mais próximo. O co-piloto e o presidente da companhia aérea também foram condenados. todos poderão apelar das sentenças e permanece-rão em liberdade até que o processo termine.

Invenção que causou polêmica entre tradicionais pizzaiolos, as máquinas de fazer pizza já estão sendo distribuídas pela Itá-

lia. Automático, o equipamento, batizado de Let’s Pizza, usa raios infravermelho e tecnologia desenvolvida na Universidade de bo-lonha para misturar farinha e água na massa, espalhar molho de tomate, escolher a cobertura e cozinhar. O alimento fica pronto em três minutos, ao custo aproximado de 20 reais.

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opinião

Excepcionalmente este mês não publicaremos a coluna Roma

enquete

Não – 30,8%Não – 30% Não – 40%

Sim – 69,2%Sim – 70% Sim – 60%

Enquete apresentada no site www.comunitaitaliana.com entre os dias 24 a 27 de março.

Enquete apresentada no site www.comunitaitaliana.com entre os dias 17 a 20 de março.

Enquete apresentada no site www.comunitaitaliana.com entre os dias 20 a 24 de março.

Itália quer limitar a 30% número de alunos imigrantes por sala de aula.

Você concorda?

Até 200 mil italianas sofrem de distúrbio alimentar. Você conhece alguém com bulimia ou anorexia?

Para evitar desemprego, a associação italiana defende menos outlets. Você corre atrás de promoção?

frases

“Não tenho problemas em gravar cenas de sexo e também passei meses respondendo como foi o beijo com Scarlett Johansson em Vicky Cristina Barcelona. Mas por que falar só disso?”,

Penélope Cruz, atriz espanhola, em entrevista à revista italiana chi, na qual afirmou querer trabalhar com os diretores italianos Sergio Castellitto e Gabriele Muccino.

“Espero decisivamente a colaboração da Itália no esforço para o estreitamento das excelentes

relações entre os nossos países”,

Barack Obama, presidente dos Estados Unidos, em carta a Giorgio Napolitano.

“Sarà interessante valutare a fondo le possibilità di realizzare il GP a Roma”,

Luca Cordero di Montezemolo, presidente della Ferrari, nel mezzo delle voci su una possibile realizzazione di un

Grande Premio nella capitale italiana

“ Queste anticipazioni costituiscono un ennesimo tentativo di influenzare la

magistratura brasiliana, verso cui abbiamo sempre nutrito rispetto”,

Ignazio La Russa, ministro della Difesa dell’Italia, sulle dichiarazioni del ministro della Justiça, Tarso Genro, riguardo il caso Battisti.

“Si tratta di una campagna molto cara, ma sempre ambiziosa, il cui obiettivo principale è riposizionare questa bellissima regione, che

certamente non può più vivere di reddito”,

Claudio Martini, presidente regionale della Toscana, parlando della campagna milionaria per il turismo della regione.

3ª Fispizza & pasta (sp)A Feira Internacional da Indús-tria, suprimentos, tecnologias e serviços para Pizzarias apresen-tará, de 4 a 7 de maio, novidades e tendências dos segmentos de pizza e pasta - tecnologia, equi-

pamentos, produtos, ingredien-tes, entre outros. Os visitantes poderão participar de palestras e workshops, degustações, au-las e apresentações com os gran-des nomes do setor de alimentos e bebidas no segmento da pizza e da pasta. Local: Palácio de Convenções do Anhembi, Ave-nida Olavo Fontoura, 1209. Das 13h às 21h. Mais informações: www.fispizza.com.br e [email protected]

Expovinis (sp)O Expovinis brasil - 13º salão Internacional do Vinho, organi-zado pela Exponor brasil, conso-lida-se como o principal encon-tro do setor na América latina. A cada edição o evento se fir-ma como o elo entre produtores e seus canais de distribuição. Local: transamérica Expo Cen-ter - são Paulo transamérica Ex-

po Center. Horários: 05/05 - das 14h às 22h (dia exclusivo para visitação profissional); 06/05 e 07/05 - das 14h às 19h (somen-te profissionais), das 19h às 22h (profissionais e consumidores). Informações: www.exponorbra-sil.com.br/feiras

14º Encontro das tradiçõEs italianas (rs)Em sua 14ª edição, com o te-ma “Nosso povo, nossa riqueza”, o Entrai reunirá música, dança, gastronomia e artesanato típico italiano com a proposta de valo-rizar as manifestações culturais de Farroupilha. Organizado pelo Departamento de Cultura da se-cretaria Municipal da Educação, Cultura e Desportos, o evento ocorre de 8 a 17 de maio, no mu-nicípio conhecido como o ber-ço da imigração italiana no Rio grande do sul. No dia 3 de maio haverá desfile temático na rua Coronel Pena de Moraes, no cen-tro de Farroupilha, e, no dia 10 de maio, haverá desfile em Nova Milano. Local: Nova Milano – 4º distrito de Farroupilha. Informa-ções: (54) 3261-6942 ou [email protected]

xviii Magnar di polEnta (rs)A Festa é realizada no dia 17 de maio, em Mato Perso, distrito de Flores da Cunha, município dis-

tante 150 km de Porto Alegre. Colonizado a partir de 1877 por imigrantes italianos vindos das regiões de Vêneto, Piemonte e treviso, o local preserva a tra-dição culinária da Itália. O Mag-nar di Polenta é um evento gas-tronômico calcado nessas bases. Local: salão da Comunidade do Distrito de Mato Perso. Informa-ções: (54) 3026-6822 ou [email protected]

na estante

agenda

serviço

click do leitor

“Em dezembro e janeiro passados estive de férias em Ceretto lo-

mellina, em Pavia. Foi uma experiência incrível e muito emocionante. Ver a ne-ve pela primeira vez foi surpreendente e uma emoção inexplicável.

MaRíLIa FéLIx, RJ – por e-mail.

Mande sua foto comentada para esta coluna pelo e-mail: [email protected]

Arq

uiv

o p

ess

oal

cartas“Caro editore, con il “caso battisti”, ComunitàItaliana ha

dato un esempio di come debba essere la vera informa-zione: una rigorosa, documentatissima ricostruzione dei fatti, dell’ambiente e dei personaggi, i punti di vista dell’Italia e del bra-sile, ogni possibile dichiarazione, e – chiarissimo – il tuo editoriale, con una netta presa di posizione.

Io seguo sempre con enorme interesse, in Italia e in brasile, pur fra moltissimi impegni, la tua rivista, e questa volta mi sem-bra doveroso scrivere: pochissimi giornali (perfino in Italia, dove la vicenda è seguintissima) sono stati cosi precisi e scrupolosi. Per tuoi tantissimi lettori un servizio prezioso: complimenti di cuore.Un abbraccio,

UgO gUadaLaxaRa – Bologna – Italia – via posta

A Itália de Jamie. Apaixonado pela Itália, pela culi-nária, pelo prazer de comer e de cozinhar dos italia-nos, o pop chef inglês Jamie Oliver traz receitas que pesquisou e descobriu durante sua viagem pelas re-giões do país. também apresenta suas impressões e experiências que vivenciou enquanto preparava pra-tos locais e apurava o paladar nas cidades e fazendas por onde passou. Antipasti, primi, secondi e dolci (an-tepasto, entrada, prato principal e sobremesa): nada escapa do autor, que dedica um capítulo para cada momento da refeição, com lista de ingredientes, modo de preparo e dicas valiosas que garantem o sucesso do prato. De quebra, um pouco da história dos lugares ou de personagens relacionados às receitas. Editora glo-bo, 71 reais, 322 páginas.

Sexo & poder em Roma. Retrato vívido dos prazeres e ví-cios do Império Romano, o livro de Paul Veyne analisa as relações de poder e sexualidade entre os romanos. A obra traça um panorama da cidade que então dominava o mundo até o que dela sobrou. Além de abordar os deuses da época e o paganismo, o livro fala também da política e corrupção nas relações de poder, dos gladiadores e da morte como es-petáculo. Com pedagogia e clareza sem iguais, o historiador nos revela as sutilezas morais, indispensável para entender as estruturas dessa República hoje. Editora Civilização bra-sileira, 384 páginas, 30 reais.

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Franco Urani

OpiNiONEEzio Maranesi

[email protected]

Ipotesi sul come uscire dalla crisi

Nell’articolo del dicembre scorso, auspicavo che la grave crisi economica, finanziaria e sociale che

sta imperversando dal settembre scorso avrebbe potuto trovare una graduale soluzione nella coscien-tizzazione da parte dell’umanità degli autentici valori esistenzia-li, quali: importanza di preservare l´ambiente, armoniosa conviven-za in giustizia sociale, limitare i consumi ed eliminare gli spre-chi, aumentare le conoscenze e la qualità etica della vita.

la sensazione – dopo 6 mesi di crisi – è di una sua globali-tà e gravità che va al di là delle previsioni e, al tempo stesso, di una generale confortante assun-zione di responsabilità e di ricer-ca di nuove soluzioni innovatrici da parte dei vari Paesi ed in mo-do particolare dal nuovo governo UsA di Obama. In questa sede, posso solo limitarmi ad alcune considerazioni :

Non verranno più tollera-ti paradisi fiscali, operazioni fi-nanziarie spregiudicate da par-te delle banche e scoperte in generale, indebitamenti con insufficienti garanzie;

gli apparati governativi dovranno essere ridimen-sionati e razionalizzati, per ottenere rapidità de-cisionale, maggiore effi-cienza, riduzione delle spe-se pubbliche di gestione;

Inasprimento della lotta contro l’evasione fiscale e le attività illegali, specie droga;

Riduzione delle spese mi-litari e belliche, mediante po-litiche di conciliazione che ten-dano a svuotare i fondamentali-

smi religiosi e le velleità nazio-nalistiche;

Deciso intervento degli stati per sostenere le aziende in dif-ficoltà, sempre che queste dia-no garanzie di adeguare le loro gestioni e produzioni alle nuove esigenze (e cioé banche oculate nelle loro applicazioni; industrie automobilistiche decisamente impostate verso modelli ibridi, elettrici, ad idrogeno; genera-zione elettrica indirizzata verso soluzioni alternative al petrolio, specie solare e nucleare, ecc.);

Rapido avvio da parte degli stati di piani ad opere di infra-struttura ed ecologiche di com-provata necessità, dato l’inevi-tabile aumento della disoccu-pazione, quali ad esempio le opere del PAC in

brasile (ferrovie rapide e per tra-sporto merci, strade, idrovie, mi-glioramento dei porti, silos, pre-servazione dell’Amazonia, siste-mazione delle favelas, case po-polari, ecc.);

Ampio ricorso degli stati agli ammortizzatori sociali per soste-nere i milioni di disoccupati e so-prattutto i precari, anche al fine di evitare eccessive tensioni sociali;

Aumento delle imposizioni fi-scali sugli stipendi elevati e gua-dagni di capitale, nonché emis-sione di buoni del tesoro nella minima misura possibile per con-tenere l’aumento degli indebita-menti pubblici, anche conside-rando gli attuali tassi minimi (1% all’anno in Europa) e la grande ac-

cettazione di questi titoli per motivi di sicurezza,

Sentiamo un gran bisogno di cose semplici, pulite, vere e sincere

Non mancano speranze e concrete possibilità

ARISA, ci sei o ci fai?Ho visto il festival di san-

remo. Non tutto: non dobbiamo prenderci trop-po sul serio ma anche la

futilitá ha i suoi limiti. Ero co-munque davanti al televisore quando bonolis ha annunciato, tra le nuove proposte canore, Arisa con la canzone “sincerità”. Dalle scale Arisa ha iniziato la discesa. giovane donna, pantalo-ni larghi e neri a mezzo polpac-cio, calze bianche da calciatore, tunica nera informe, frangia nera che copriva tutta la fronte, oc-chiali a grossa montatura nera, bocca troppo rossa, naso e men-to befana-style accentuati dal look del viso. Ricordava un poco Calimero, il personaggio piccolo e nero del “Carosello” degli an-ni ’60. scendeva con difficoltà, quasi avesse problemi di loco-mozione. Mi si è stretto il cuo-re, e non mi è sembrato giusto

che sanremo esibisse una perso-na che, probabilmente, aveva dei problemi. Arisa ha cominciato a cantare: una canzoncina garbata, orecchiabile, accattivante. Mi ha ricordato le canzoni del quartet-to Cetra. Rigida, Arisa non sape-va dove mettere le mani. le ha nascoste, l’una stretta all’altra, dietro la schiena. Con grande co-raggio le ha portate poi in grem-bo, sempre strette fra di loro. Ha cantato la sua storiella-mes-saggio con voce gradevole, in-tonata, azzardando alcuni timidi cambi di tonalità ben preparati. Ha terminato ed è fuggita; sem-brava terrorizzata dalla possibili-tà di dover dire qualcosa. l’aria indifesa e la facile canzoncina hanno commosso e conquistato tutti. Arisa ha recitato con pe-rizia il suo personaggio nei gior-ni successivi, con pochissime va-rianti. Ha facilmente trionfato.

la vittoria le ha dato fama e visibilità, e mi sono incuriosito di sapere chi fosse, da dove venisse, che problemi avesse, come fosse arrivata a sanremo. Ho cercato e ho letto biografia e informazioni e ne sono rimasto sorpreso. Arisa si chiama Rosalba, viene da Po-tenza, 26 anni, bella e sana fa-miglia del sud, canta da vari an-ni. Ha vinto una gara canora di una certa importanza, è stata se-lezionata con successo da sanre-molab. Una sua foto, scattata ad un concorso canoro, mostra una bella ragazza, vestita in modo forse tradizionale ma al passo coi tempi, pudicamente scollata. Una giovane donna come tante. A Fe-stival terminato, le varie intervi-ste e dichiarazioni ci hanno dato il quadro di una ragazza sponta-nea, intelligente, sensibile e le-gata ai valori tradizionali. Ha di-chiarato che preferiva somigliare a Calimero piuttosto che a Nao-mi. Ad una domanda indiscreta si è tradita con un “stasera faccio finta che non lo so...”. Alla sim-patica emozione suscitata dal suo bizzarro e maldestro personaggio televisivo si sovrapponeva ora il ritratto di una sana e concre-ta ragazza di provincia. Ma i due personaggi non combinavano, e allora ho letto che l’Arisa sanre-mese, abiti, capelli, occhialoni, aria goffa, insomma l’Arisa Cali-mero è stata creata a tavolino. si è voluto dare vita a un personag-gio di forte impatto in linea con la melodia e le parole della sua ingenua canzoncina. sono rima-sto di sasso: ma come Arisa, tu ci canti “sincerità” e ti travesti

per ingannare i giurati? siamo in pieno dramma pirandelliano: ci sei o ci fai? Che tradotto dal vernacolo romanesco vuol dire: sei veramente quella che abbia-mo visto o ci stai prendendo per il fondo schiena?

Non c’è indignazione; al con-trario, la storia è divertente. sappiamo tutti perfettamente che oggi il valore della apparen-za supera assai quello della so-stanza. Mi congratulo, anzi, con chi ha creato il personaggio. si-curamente ha capito che la gen-te ha le tasche piene dei presun-tuosi messaggi di varia natura che i canzonettari ci rifilano con la loro aria drammatica e i loro gesti scontati. Non ci emoziona la storia di luca che era gay e ora felice etero e probabilmen-te bisex. Né la Zanicchi che bra-ma copulare, anche senza amore. Né le grida o i sussurri a conte-nuto drammatico-etico-politico-esistenziale che i nostri sgarrup-pati canterini ci infliggono nei tre minuti della loro esibizione. Il creatore della bizzarra Arisa ha capito che oggi la gente, cosí amara nella sua intima protesta su come va il mondo, ha bisogno di sentir parlare di sentimenti semplici, tranquilli, puliti, genu-ini, sinceri. Per questo ci delude sapere che la “sincerità” di Ari-sa è un grande bluff. teniamo-ci stretta “Acqua azzurra, acqua chiara” del battisti anni ‘70. Non sappiamo con certezza quan-to chiara e quanto azzurra fos-se quell’acqua, ma nessuno per ora l’ha inquinata raccondandoci una verità nascosta.

cercando comunque di contenere i successivi effetti inflazionari;

Adozione, da parte delle aziende, di criteri di economia, razionalizzando prodotti e distri-buzione. Pare probabile che, al-meno inizialmente, i lavoratori dei Paesi sviluppati guadagne-ranno meno e che il precaria-to sarà sempre più diffuso, con necessità degli addetti di impe-gnarsi al massimo aggiornando continuamente la loro profes-sionalità per non venire esclusi dal mercato. Fenomeni di ineffi-cienza e di assenteismo verranno sempre meno tollerati;

Contenimento delle immigra-zioni incontrollate che avvengo-no specie in Europa e negli UsA mediante efficaci programmi di pianificazione famigliare nei pa-esi d’origine e creando là le at-tività necessarie al loro sviluppo (la Cina sta agendo massiccia-mente in tal senso);

Fermo restando il libero commercio, non dovrebbero più essere tollerate politiche com-

merciali falsate da cambi ar-tificiali, da scorretezze indu-striali, dallo sfruttamento della mano d’opera e dal deterioramento dell’am-biente, politica questa che era stata applicata

su vasta scala soprat-tutto dalla Cina.

In conclusione, con buona volontà,

molto lavoro e illumi-nato dirigismo politico, si

può intravedere la nascita di un mondo più serio, giusto

e razionale, che potrà negli an-ni progredire verso nuove impor-tanti mete.

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Fabio Porta

[email protected]

L’Italia degli “anni di piombo” non era un paese dittatoriale; e anche oggi, ci piaccia o no, in Italia vige la democrazia. Perché allora concedere lo status di “rifugiato politico” a Cesare Battisti?

La grande ripercussione avuta dal “caso battisti” sui mezzi di informazio-ne italiani e brasiliani non

ha contribuito a fare chiarezza sull’intera vicenda, incentivan-do semmai interpretazioni errate e spesso radicali (in un senso o in un altro) che hanno sposta-to nelle ultime settimane l’at-tenzione dell’opinione pubblica dall’oggetto della questione ad altri fattori.

Nel corso della mia recente visita a brasilia insieme al Vi-ce Presidente della Camera dei Deputati italiana Maurizio lu-pi, ho avuto modo di spiegare al Presidente del Congresso Mi-chel temer e ai colleghi depu-tati la posizione del Parlamen-to italiano, che all’unanimità lo scorso 26 febbraio ha approva-to una mozione proprio su que-sto tema.

In tutti i nostri incontri ab-biamo ribadito il nostro pieno e grande rispetto per le istituzio-ni brasiliane, dissociandoci da quanti in Italia hanno utilizza-to impropriamente e inopportu-namente questa delicata vicen-da per riproporre vecchi e of-fensivi stereotipi sul brasile.

la nostra visita è anche ser-vita a confermare l’importanza dello storico legame tra i due Paesi, che dovrebbe semmai es-sere rafforzato e valorizzato a tutti i livelli. Una riprova di tut-to ciò sono due importanti deci-sioni appena prese dal Presiden-te della Camera gianfranco Fini: l’istituzione anche in questa le-gislatura del gruppo interparla-mentare Italia-brasile e l’invito

Rifugiato politico o assassino comune?

LeadershipRicerca realizzata il mese scorso dall’Istituto Datafolha indica che

il governatore di Rio de Janeiro, sérgio Cabral, è a capo nei son-daggi di voto per il 2010. Con il nome dei candidati presentati agli elettori, Cabral (PMDb) è al primo posto con il 26%; il senatore Mar-celo Crivella (PRb) sarebbe al secondo posto con il 16%, accanto al deputato Fernando gabeira (PV), con il 15%. Al quarto posto è il de-putato statale Wagner Montes (PDt), con l’11%, seguito dall’ex sin-daco Cesar Maia (DEM), con il 10%. Visto che il sondaggio ha un mar-gine di errore di quattro punti percentuali in più o in meno, di fatto c’è un pareggio tecnico tra i quattro candidati per il secondo posto.

AgroalimentareDue missioni di imprenditori brasiliani del settore agroalimen-

tare hanno visitato in marzo l’Umbria e la Calabria, in Italia. Accompagnati dall’Istituto Italiano per il Commercio Estero (ICE), miravano ad aumentare e diversificare le esportazioni di alimenti e bevande con il brasile. I brasiliani sono rimasti in Italia nove gior-ni. secondo il direttore dell’ICE, giovanni sacchi, l’Italia cerca sem-pre più all’estero l’espansione delle sue piccole e medie imprese:

— Mentre in altri paesi delle imprese investono in alta tecno-logia per offrire quantità a prezzi bassi, gli italiani provano che i loro prodotti come formaggi, vini, salami, oli, prosciutti e con-serve aggregano attributi della tradizione, esprimendo valori cul-turali specifici delle regioni di origine.

Massa è propagandaIl pilota brasiliano Felipe Massa è stato confermato come testi-

monial della Iveco per il 2009.

— Felipe Massa è giovane, competitivo, ha talento e la vittoria come meta. Queste sono qualità che lo identificano molto con la Iveco, che è la più giovane mar-ca di camion del brasile e cresce di più delle altre fabbriche nel mer-cato brasiliano — afferma Marco Mazzu, presidente della Iveco la-tin America, annunciando il rinno-vo del contratto iniziato nel 2008. l’anno scorso il pilota della Ferra-ri è stato la star di una campagna istituzionale della Iveco chiamata “Insieme nella stessa passio-ne”, che univa le qualità del pilota ai valori della marca Iveco: performance, impegno, spirito di équipe e affidamento.

È decollatoDopo quasi un mese di “guerra” con il governo federale, il gover-

natore di Rio de Janeiro, sérgio Cabral, è tornato sui suoi passi sul tema dell’apertura dell’aeroporto santos Dumont per i voli regio-nali. Agli inizi contrario all’apertura promossa dalla Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), il governo di Rio ci ha ripensato e ha perfi-no sospeso la multa di 1 milione di reais che voleva dare alla Infrae-ro (Empresa brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária, vincolata al ministério da Defesa) perché non seguiva le norme di licenziamento ambientale dell’aeroporto. Cabral avrebbe detto in confidenza a col-laboratori più vicini a lui che ha scelto di permettere i nuovi voli re-gionali nel santos Dumont perché il suo rifiuto a permetterli gli sta-rebbe causando un grande logorio politico. Cabral voleva lì solo voli del ponte aereo Rio-são Paulo per valorizzare il galeão, che sta rice-vendo i preparativi per i Mondiali di Calcio del 2014.

GasNel mese scorso il presidente luiz Inácio lula da silva è tor-

nato a Rio de Janeiro. stavolta per conoscere il terminal di rigassificazione di gas naturale liquefatto (gNl) che la Petrobras ha costruito nella baía de guanabara. Il governatore sérgio Cabral e il vice governatore e segretario di Obras, luiz Fernando Pezão, hanno accompagnato il presidente durante la visita. lula ha det-to che il terminal è “un altro passo verso l’indipendenza del paese per ciò che riguarda la bolivia”.

— Non dipenderemo dal buon umore di nessuno, ci arrangia-mo — ha dichiarato lula.

Gas 1Il terminal fa parte del Programa de Aceleração do Crescimento

(PAC). È il secondo terminal di rigassificazione di gNl del paese. Il primo, sempre della Petrobras, è nel Porto di Pecém, nel Ceará. I due terminal segnano l’entrata della Petrobras nel mercato internazionale di gNl, garantendo al brasile nuove fonti di rifornimento di gas na-turale e, di conseguenza, una maggiore sicurezza energetica. Iniziata nel dicembre 2007, la costruzione e l’allestimento del terminal nella baía de guanabara sono stati conclusi nel gennaio 2009. Ora i lavori sono in fase di preoperazione. gli investimenti nell’opera sono stati di 819 milioni di reali, dando origine a circa 1.700 impieghi diretti. Il terminal ha la capacità di rigassificare 14 milioni di metri cubici al giorno di gas naturale, il che corrisponde a quasi il consumo medio del mercato termico in tutto il paese per il 2008 (14.489 milioni di metri cubici al giorno). Il gas rigassificato nel terminal sarà erogato, come priorità, per le centrali termoelettriche della Regione sud-Est.

ConsorzioDice il motto che “il bisogno crea le opportunità”. Con la crisi

economica mondiale, amministratori di consorzi brasiliani han-no creato nuove nicchie di azione. Ora si può già entrare in un gruppo per fare chirurgie plastiche, corsi di specializzazione nella post laurea, feste di matrimonio o qualsiasi altro sogno di consumo che non costi più di 20mila reais. la Embracon è il primo amministratore a lanciare a são Paulo questo tipo di servizi. Altre due imprese già lo fanno a Mi-nas gerais e nel Paraná. Il programma offerto dall’impresa prevede of-ferte libere, sorteggi e proposte di fino al 25% del valore del credito.

TIML’imprenditore brasiliano Nelson tanure sarà il nuovo azioni-

sta della tIM brasil. tanure è proprietario dell’operatore di lunga distanza Intelig, che dovrà essere incorporata all’azienda italiana. secondo il giornale O globo, 40 avvocati si adoperano per realizzare l’operazione, che coinvolgerà uno scambio di azio-ni. le due aziende sono in trattative da quattro mesi.

notizie

al Presidente della Camera del brasile a partecipare al g14 dei parlamenti che si svolgerà a Ro-ma il prossimo settembre.

In questo contesto la richie-sta di estradizione di Cesare battisti, avanzata dal governo Prodi all’indomani dell’arresto del terrorista italiano a Rio de Janeiro nel 2007, deve essere considerata per i fatti specifi-ci ai quali si riferisce, ossia le quattro condanne all’ergastolo per le quali il terrorista è stato già condannato.

Come ha recentemente det-to nel corso di un’intervista a “Carta Capital” giancarlo Casel-li, uno dei più autorevoli ma-gistrati italiani nonché indi-scusso protagonista della lot-ta alla mafia e al terrorismo in Italia, numerose prove confer-mano le responsabilità perso-nali di battisti: testimonianze, perizie, documenti, armi e mu-nizioni sequestrate, nonché la ricostruzione di tutta la storia del PAC (Proletari Armati per il Comunismo). tutta la documen-tazione e i testi delle senten-ze sono pubblici, e si trovano anche pubblicati sul sito www.vittimeterrorismo.it ; da questa lettura è facile comprendere co-me battisti sia stato oggetto di un processo giusto nel pieno ri-spetto di tutte le regole dello stato di diritto.

Quello che forse non si trova in questa completa documenta-zione sono i precedenti di bat-tisti, già autore di diversi reati ben prima di fare parte di grup-pi terroristici: abuso sessuale di incapace, rapine a mano ar-

mata, gambizzazioni. Allo stes-so modo non è possibile “leg-gere” nelle sentenze il clima e la storia politica dell’Italia de-gli anni ’70; qualcuno ha anche provato a distorcere la realtà dei fatti, descrivendo il nostro come un Paese “non democrati-co” dominato da “leggi specia-li” e in mano a poteri occulti come “gladio” o la “loggia P2”. tutti fenomeni reali, ma che mai sono riusciti a compromet-tere la forza delle nostre istitu-zioni democratiche. l’Italia dei cosiddetti “anni di piombo” era invece uno stato dove vigeva una democrazia piena e ricca, anche se in un contesto storico complesso e drammatico: era il Paese di Moro e berlinguer e del compromesso storico, del pri-mo Presidente della Repubblica “partigiano” e socialista Perti-ni, dello statuto dei lavoratori e delle principali riforme dello stato sociale volute dai partiti di centro-sinistra.

A questa democrazia il terro-rismo si opponeva seminando il terrore e ricorrendo a mezzi sem-pre più violenti; una strategia che ha allontanato definitiva-mente questi movimenti da una base popolare che in realtà non hanno mai avuto e che mai si è riconosciuta nei loro metodi an-tidemocratici e feroci.

l’Italia ha saputo reagire con fermezza a questo attacco ai va-lori democratici, grazie all’unio-ne di tutte le forze politiche del Paese e alla mobilitazione della società civile organizzata.

Rispetto a questa lunga e difficile pagina della nostra sto-

ria, dove tra le centinaia di vit-time innocenti tanti sono stati i sindacalisti, giudici, giornali-sti e politici (soprattutto di si-nistra), il Parlamento italiano ha ribadito fermamente quello che già nelle scorse settimane il Pre-sidente della Repubblica giorgio Napolitano aveva chiesto in una sua lettera al Presidente lula, ossia il rispetto per una deci-sione della giustizia e quindi del popolo italiano.

Questa mozione è stata fir-mata, tra gli altri e significati-vamente, da tre miei colleghi di partito che voglio qui ricordare: sabina, figlia di guido Rossa, un operaio comunista assassinato dalle brigate Rosse; giovanni, anch’egli figlio di una vittima del terrorismo “di sinistra”, il Presidente dell’Azione Cattolica Vittorio bachelet; e Olga, mo-glie di un consulente del sinda-cato italiano, l’economista Mas-simo D’Antona.

Abbiamo chiesto al brasi-le l’estradizione di battisti ma anche alla Francia l’immediata estradizione della brigatista ros-sa Marina Petrella, pure lei con-dannata in Italia per aver com-messo crimini efferati negli anni del terrorismo.

Un’ultima domanda: né la Francia per Marina Petrella, né nessun’altra nazione per terrori-sti e latitanti italiani di destra e di sinistra ha mai concesso lo status di “rifugiato politico” a questi individui.

Perché lo ha fatto il brasile per Cesare battisti? Al stF (su-premo tribunal Federal), e non ai posteri, l’ardua sentenza….

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Michele Ferrero e família $9,2 82 anos. Vive em Mônaco. Dono da fábrica de chocolate Ferrero.

Eike Batista $7,552 anos. Dono do grupo EbX. No ano passado, era o terceiro mais rico do brasil.

Joseph Safra $7,070 anos. banqueiro, controlador do grupo safra. Em 2007, era o brasileiro mais rico da lista da Forbes.

Silvio Berlusconi e família $6,5 72 anos. Primeiro-ministro italiano, dono dos principais veículos de comunicação do país, além de bancos e do time de futebol Milan.

Leonardo Del Vecchio $6,373 anos. Fundador e presidente da luxottica.

Jorge Paulo Lemann $5,369 anos. banqueiro que com outros ex-banqueiros e também bilionários, Marcel telles e Carlos Alberto sicupira, dividem o controle de uma das maiores cervejarias do mundo, a Inbev, formada pela união da Ambev do brasil e da Interbrew da belgica. O trio também controla a varejista lojas Americanas.

Dorothea Steinbruch e família $3,0NR. Dona da maior empresa de aço do brasil, a Companhia siderurgica Nacional (CsN).

Antonio Ermirio de Moraes e família $2,880 anos. A família detém o grupo Votorantim, um conglomerado que

atua na indústria de metal, papel, produtos químicos e suco de laranja. No ano passado, era o brasileiro mais rico da

lista da Forbes.

Moise Safra $2,174 anos. Em 2006, sua fortuna somada com a de seu irmão os levaram à primeira posição do ranking brasileiro. Vendeu para o irmão Joseph metade das ações que detinha do grupo safra.

Carlos Alberto Sicupira $2,161 anos. Um dos integrantes do trio de bilionários magnatas da cerveja.

Stefano Pessina $1,667 anos. Vive em Mônaco. Presidente da Alliance boots, empresa do ramo farmacêutico que atua em toda a Europa.

Abílio dos Santos Diniz $1,572 anos. Controla a Companhia brasileira de Distribuição (grupo Pão de Açucar), de alimentos.

Mario Moretti Polegato $1,556 anos. Fundador da grife de calçados geox.

Antonio Luiz Seabra $1,266 anos. Vive no Reino Unido. Fundador da Natura Cosméticos.

Guilherme Peirao Leal $1,258 anos. Presidente- Executivo e um dos fundadores da Natura Cosméticos.

Ennio Doris e família $1,468 anos. Fundador e executivo-chefe da Mediolanum, de gestão dos fundos e companhias de seguros.

Julio Bozano $1,173 anos. Ex-banqueiro, em 2000 vendeu o banco bozano simonsen para o espanhol banco santander Central Hispano. seus 11% de ações da Embraer valem 825 milhões de dólares.

Francesco Gaetano Caltagirone $1,466 anos. Controla a holding Caltagirone que atua nos setores imobiliário e de construção, além de editoração.

Com uma fortuna pessoal de $1,5 bi, quatro integrantes da família Benetton dividem a mesma posição no ranking. Luciano, de 73 anos, é ex-senador e preside ao grupo desde a sua criação. Giuliana, 71, faz parte do conselho de administração da holding do grupo. Gilberto, 67, supervisiona todos os investimentos financeiros e imobiliários do grupo. Carlo, 65, está no comando da produção e da ligação entre a sede da benetton e suas unidades internacionais.

Marcel Herrmann Telles $2,459 anos. Um dos integrantes do trio de bilionários magnatas da cerveja.

Giorgio Armani $2,874 anos. Estilista.

Aloysio de Andrade Faria $3,188 anos. banqueiro. Fundou o banco Alfa, o 17º maior banco do brasil. também é dono da Agropalma, uma das maiores empresas produtoras de óleo de palma da América latina, que está se beneficiando da crescente demanda por biodiesel.

economia

Chocolate e mineração. Esses são os setores em que atuam o italiano e o brasileiro mais ricos do

mundo, respectivamente, Miche-le Ferrero e Eike batista. No mês passado, a revista norte-america-na Forbes divulgou seu tradicio-nal ranking de bilionários. Ferre-ro ocupa o 40º lugar na lista en-quanto batista é o 61º. No “due-lo” entre italianos e brasileiros, o primeiro-ministro da Itália ocupa

40º

61º62º

70º71º

92º196º

205º224º

224º285º

318º647º601º601º 522º522º 468º 468º 468º

450º 318º

Treze brasileiros e doze italianos integram o ranking da revista norte-americana Forbes que listou os homens mais ricos do mundo

Sônia apolinário

o 4º lugar. Antes dele, vem ou-tro brasileiro: o banqueiro Joseph safra, o 62º colocado na lista da Forbes. Na Itália, Ferrero assumiu o posto de homem mais rico do país no ano passado, rebaixando berlusconi para o segundo lugar. No ranking da revista, o primeiro-ministro está na 70ª posição.

Os três homens mais ricos do mundo são: o dono da Microsoft, bill gates; o investidor Warren bu-ffett e o empresário mexicano do

setor de telecomunicações Carlos slim, que no brasil controla as empresas de telefonia Embratel e Claro. suas respectivas fortunas são de 40 bilhões de dólares, 37 bilhões de dólares e 35 bilhões de dólares. Isso porque eles perderam com a crise 18 bilhões de dólares (gates) e 25 bilhões de dólares (buffett e slim) no último ano. A crise também varreu da lista 332 bilionários. Este ano, “somente” 793 pessoas foram incluídas.

Ao todo, 12 italianos e 13 brasileiros fazem parte da lista da Forbes. O empresário brasilei-ro Antonio Ermirio de Moraes e o estilista italiano giorgio Armani empataram na 224ª colocação. também empataram em 468º lu-gar o empresário brasileiro Abí-lio dos santos Diniz, membros da família italiana benetton e o empresário italiano Mario Moretti Polegato. Veja a lista ítalo-bra-sileira:

Eles são bilionários

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O grameen bank, ou banco do Vilarejo, criado pelo bengalês Muhammad Yu-nus, terá uma filial italia-

na. Foi o próprio Yunus, um eco-nomista de 68 anos, quem anun-ciou sua decisão de levar seu projeto para mais um membro do g8, depois dos Estados Unidos.

Ele apresentou seus planos para a Itália no mês passado, em uma coletiva de imprensa re-alizada na Fundação Cariplo, em Milão. A instituição é um dos principais braços sociais da Igre-ja Católica e doou 1 milhão de euros para o fundo tettamanzi de auxilio a famílias que perderam empregos recentemente.

A filial italiana do chamado banco dos Pobres está prevista para ser aberta na bolonha, no segundo semestre. No seu país natal, bangladesh, Yunus fundou o grameen bank em 1976. tor-nou-se mundialmente conhecido por levar oportunidades sociais e econômicas para os cidadãos de baixa renda através de pequenos empréstimos, o que ajudou a ti-rar milhões da pobreza extrema.

O “pioneiro do microcrédito” escolheu a Itália para instalar seu primeiro projeto na Europa por ser um país com um tecido econômi-co apoiado na pequena e média empresa. Porém, não só por isso. É um sinal da crise que está em-pobrecendo as nações mais ricas. O Produto Interno bruto da Itá-lia, em 2008, foi de -1,0%, o pior desde 1975. Para Yunus, o uso de dinheiro público para sanar a crise não é a solução.

— Isso é a manutenção de um motor que não funciona mais. Este sistema faliu. temos que recons-truir tijolo por tijolo, uma finança fundada em princípios que inclua a todos e que se ocupe dos proble-

mas não apenas quando eles cho-vem nas costas dos ricos — diz.

Na opinião de Yunus, a crise serviu para mostrar que os ricos, para um banco, “são menos con-fiáveis do que os pobres”. Ele pre-ga o “business social” como um instrumento pa-ra domesticar o capitalismo selvagem.

A idéia passa pela criação de um modelo empresarial sem a distri-buição de dividendos e sem per-das no negócio. Ele explica que os “investidores sociais” irão re-cuperar apenas o dinheiro que colocaram no projeto. O lucro se-rá reinvestido na empresa.

Já existem no mercado empre-sas com perfil não lucrativo. En-tretanto, a diferença é que estas, em sua grande maioria, vivem de doações para manter as ativida-des. No caso do “business social”, a empresa é auto-sustentável:

— A empresa social vai en-trar em um novo tipo e dedica-do mercado de capitais, para re-colher recursos. Depois, deve ser capaz de caminhar com as pró-prias pernas e de se expandir — afirma Yunus.

Ele acha que os países do terceiro mundo são um terre-no fértil para plantar esta nova iniciativa. Isso porque são paí-ses cujos governos não têm ca-pacidade de administrar de for-ma eficiente setores como saúde e educação. Como consequência, entregam estes serviços básicos para as empresas privadas.

— Esse setor privado visa apenas o lucro e exclui os pro-gramas a favor dos pobres, das mulheres e do ambiente. Eu de-fendo um setor privado que se nutre da energia da consciência social a partir de um empresaria-do social — explica Yunus.

O banqueiro de bangladesh diz que a crise não ameaça o seu grameen bank. Desde a sua fun-dação, a instituição empresta, sem pedir garantias, dinheiro pa-ra a construção da casa própria, estudos e criação de micro-em-presas de famílias pobres. Além disso, oferece produtos como poupança, seguros e fundos de pensão. Os clientes já somam 7,6 milhões de pessoas, sendo que 97% deste total são mulheres.

— Descobrimos que dar um empréstimo a uma mulher signi-ficava levar maiores benefícios para uma família — conta ele.

Exemplo italianoNa Itália, existem duas iniciati-vas próximas ao que Yunus prega, ambas criadas no ano passado. A primeira a surgir foi o Housing so-cial, da fundação Cariplo. No pro-jeto, empreiteiros sociais levan-tam casas para famílias sem-teto sem buscar os lucros do mercado imobiliário. A fórmula inclui a par-ticipação do poder público para viabilizar o projeto. Por exemplo, a cessão de terrenos da prefeitura para a construção dos imóveis.

No sul do país, a vinicultu-ra Donnafugata e seus parceiros criaram um projeto de microcré-dito. são empréstimos limitados entre 10 e 15 mil euros, com bai-xas taxas de juros e concedidos a pessoas que não conseguiriam manter aberta uma linha de fi-nanciamento num banco privado convencional. A empresa sicilia-na se apóia no voluntariado e em

Organizações Não governamen-tais para atuar.

País será o primeiro da Europa a receber o projeto que rendeu um prêmio Nobel da Paz ao seu criador

Banco dos pobres chega à Itália

Guilherme aquinoCorrespondente • Milão

economia

Sede do Grameen Bank

No alto, sede da Yamamay cujo presidente, Luciano Cimmino,

mostra carinho pelo Brasil

Muhammad Yunus

Depois de investir na rela-ção com o brasil para o desenvolvimento de sua marca de biquínis e peças

íntimas, a rede italiana Yamamay, com sede em Verese (lombardia), celebra as boas vendas com uma linha de cosméticos feita a par-tir de produtos extraídos da selva amazônica. Além disso, tentam resgatar uma parceria iniciada em 1983 e, quem sabe, ter pontos de venda aqui.

— Conheço o estado de santa Catarina, em especial a cidade de blumenau. Em junho de 1983, fiz meu primeiro negócio com o brasil. Na época, comprei 500 mil cami-setas da Hering e 200 mil toalhas de mão da Karsten. Depois expan-dimos pedidos para teka, sulfabril e Marisol. Eu trabalhava com uma outra marca, que vendi há sete anos. E então começamos a histó-ria da Carpisa, de bolsas e acessó-rios, e da Yamamay, com suas lin-geries e biquínis — explica o pre-sidente das empresas luciano Cim-mino, que acompanhou 16 repre-sentantes das suas marcas ao brasil e concedeu entrevista exclusiva à Comunità, no Rio de Janeiro.

Por conta do trabalho que desenvolveu entre Itália e brasil, Cimmino recebeu do então presi-dente José sarney a comanda da Ordem Rio branco. Agora, o re-gresso teve como meta a reali-zação de um catálogo de bolsas e valises inspirado na arquitetu-ra de Oscar Niemeyer em brasília. Para tanto, a equipe passou pela capital brasileira com o fotógra-fo Ruy teixeira. O grupo também

esteve em são Paulo, onde é pro-duzida a linha de cosméticos.

— Essa linha de beleza acon-teceu de uma parceria boa com o governo do Amazonas feita no ano passado. Naqueles dias em Manaus nasceu a Fundação Amazonas sus-tentável que, como o nome diz, protege e incentiva a preservação da biodiversidade local e, fora do contexto político, também promo-ve a economia sustentável. Fomos os primeiros a contribuir, com um depósito de 50 mil euros. Depois, compramos 200 mil bolsas produ-zidas na região que distribuímos promocionalmente com nossos produtos — recorda Cimmino.

segundo o empresário, a aproximação entre brasil e Itá-lia no setor têxtil poderia ser maior caso o país não estivesse fechado às importações. Ele diz que tem oferta de “produtos in-teressantes” ao mercado brasilei-ro. Ele observa, porém, que como “grande potência econômica”, o brasil “não pode pensar apenas em continuar exportando”. Para

Cimmino, a crise não afetou os negócios da Yamamay, muito pe-lo contrário:

— Como a classe média esta-va tendo acesso a artigos consi-derados de luxo e nossos produ-tos são para a classe média, re-cuperamos nosso público. traba-lhamos a relação preço-qualidade — enfatiza, apontando a grécia e a China como mercados impor-tantes para a marca no exterior.

A Yamamay soma uma rede com números expressivos: entre lojas e pontos de venda somente na Europa e na Itália são cerca de 530. A parceria com o brasil resulta, segundo Cimmino, por índices como a venda de 300 mil biquínis por ano e uma produ-ção que representa 15% do total de produtos comercializados pe-la empresa.

— Os preços brasileiros não são tão baixos e a falta de uma entidade que regule a pequena produção às vezes atrapalha o comércio. No sul, as coisas são mais profissionais, mas também compro de Fortaleza e salvador, onde não existe quem intermedie a exportação.

Freqüentador do são Paulo Fashion Week, uma das semanas de moda mais influente do país, Cimmino confessa gostar do tra-balho do estilista Alexandre Her-chcovitch. Para ele, o potencial a ser explorado aqui é a produ-ção para o verão, “sempre cria-tiva e colorida” porque os brasi-leiros “têm feeling para tudo que é ligado à praia”. Entre as nos-sas modelos, a que considera de beleza e profissionalismo “admi-ráveis”, com quem trabalhou, é Ana beatriz barros.

Interessado no desenvolvi-mento brasileiro desde suas pri-meiras vindas ao país, ele assi-nala que nos idos dos anos 1980, quando a Itália já tinha desen-volvido sua indústria têxtil, via para sua nação o crescimento dos setores aeronáutico, químico e de informática, nos quais hoje o brasil é quem tem destaque:

— Vejo com admiração os avi-ões brasileiros da Embraer, a quar-ta maior empresa do setor que já forneceu aeronaves para a Alita-lia. E também a indústria automo-tiva, com carros melhores que os europeus. somente a China conse-guiu se desenvolver mais durante o mesmo período. É por isso, que continuo a apostar no brasil.

Empresa italiana de peças íntimas e biquínis aposta em linha de cosméticos inspirada no Brasil

Cheiros da Amazônia

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Da reDação

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Il brasile, così come l’Italia, investe sempre di più nella realizzazione di fiere. E gli imprenditori italiani cono-

scono molto bene l’importanza di farsi presenti in questi eventi. In marzo rappresentanti dei settori di ceramica e calzature sono ve-nuti in brasile. Invece quelli che si occupano dell’area della dife-sa verranno qui questo mese per partecipare, dal 14 al 19 aprile, alla Feira latino-Americana Ae-roespacial e de Defesa (lAAD), a Rio de Janeiro. Per questo even-to è attesa la presenza del sot-tosegretario alla Difesa italiano, guido Crosetto.

Dodici imprese italiane par-tecipano alla lAAD grazie ad un’azione congiunta dell’Istituto Italiano per il Commercio Estero (ICE), della Federazione Aziende Italiane per l’Aerospazio, la Dife-sa e la sicurezza e della Direzione Nazionale degli Armamenti (DNA) del Ministero della Difesa.

Durante la lAAD, che ha luo-go ogni due anni, saranno pre-sentati 18 prototipi di un veicolo blindato per il trasporto di trup-pe. si tratta dell’Urutu 3, deriva-to dal Centauro. Ordinati dal Mi-nistério da Defesa brasiliano, so-no creazioni della Iveco, che ap-partiene al gruppo Fiat. la Iveco

in Italia presenta una divisione di veicoli propri per la difesa. Il Centauro è già stato testato, nel 2001, dal Centro de Avaliações do Exército brasileiro (CAEx), a Rio de Janeiro. Ci si aspetta che con i prototipi si dia inizio ad un ordinazione in serie.

Ricercatore dell’area milita-re da più di 30 anni, il professor Expedito Carlos stephani bastos, della Universidade Federal di Juiz de Fora, informa che il brasile avrebbe bisogno di un’armata di più di mille veicoli per rinnovar-si. Ma si specula che la partner-ship con la Iveco dovrà dare ori-gine ad un acquisto di 200 mez-

zi. Nel mercato internazionale un blindato come quello voluto dal brasile non costa meno di due milioni di dollari.

Invece la selex Communica-tions, società del gruppo Finmec-canica, torna in brasile un mese dopo aver realizzato un incontro di affari legato ad una gara che la Polícia Militar dello stato di Minas gerais sta preparando. la richie-sta si riferisce al rifornimento di un sistema di telecomunicazioni del costo di 80 milioni di dollari.

A sua volta la Finmeccanica, in collaborazione con la Fincan-tieri, si interessa soprattutto al settore navale. Ci sono opportu-nità di affari con la Marinha bra-sileira per la costruzione di fre-gate e navi pattuglia. Inoltre ci sono possibilità di partecipare ai programmi di produzione di nuo-ve navi cisterna messo in pratica dalla Petrobras.

secondo l’ICE, per corrispon-dere alla domanda del mercato internazionale l’industria italia-na ha concentrato le sue attività in aree tecnologiche specifiche, dando opportunità alle piccole, medie e grandi imprese per mi-gliorare le loro competenze, spe-cialmente nei settori di sottosi-stemi e macchinari. In questo caso sono da mettere in risalto le aree legate agli elicotteri e alla produzione di sistemi elettronici

di difesa e sicurezza (sistemi ra-dar, controllo dello spazio aereo e comunicazioni). Questo settore industriale italiano nel 2008 ha raggiunto un fatturato di 12 mi-liardi di euro e ha dato impiego a 64mila persone.

— le aziende italiane voglio-no trasformare il paese in una base di esportazione verso l’Ame-rica latina, e il brasile è un part-ner importante nell’area della co-operazione tecnica e scientifica — afferma il direttore dell’ICE, giovanni sacchi.

Ceramicatenendo d’occhio le migliori op-portunità di rivestimenti di am-bienti, dieci tra le più rappresen-tative imprese italiane nel setto-re hanno occupato un padiglione alla Feira Internacional de Reve-stimentos (Revestir 2009), che ha avuto luogo a são Paulo dal 24 al 27 marzo. Hanno presen-tato le loro novità in un’area di 395m², la più grande destinata ad un padiglione straniero, vin-colati all’Associazione Costrutto-ri italiani Macchine e Attrezzatu-re per Ceramica (Acimac). E han-no anche potuto divulgare la lo-ro ottima posizione nel mercato presentando il Fórum Internacio-nal tecnológico tecnargilla bra-sil, che ha questo nome in riferi-mento alla biennale di Rimini.

— la partecipazione della Acimac nella Revestir 2009 vuole mostrare l’eccellenza italiana in macchine e attrezzature per l’in-dustria ceramica e rafforzare i le-gami storici e di partnership tra i rifornitori italiani e gli imprendi-tori brasiliani — dichiara il pre-sidente dell’Associazione, Pietro Cassani — siamo i primi rifor-nitori del brasile nel settore di macchinari per la fabbricazione di prodotti in ceramica, con cir-ca il 24% delle importazioni che, nel 2008, hanno superato la cifra di 156 milioni di euro.

l’Italia è orgogliosa di esse-re il maggior paese fabbricante

di ceramiche nel mon-do e il primo mag-

gior produttore e esportatore di

attrezzature per il segmento. Questa industria ha avuto un fatturato, nel 2008, di 2 miliardi di euro, di cui il 71,5% in affari conclusi all’estero. l’Eu-ropa ne è il principale mercato acquirente con il 40%, seguita dall’Asia (31,8%) e dalle Ameri-che (17,2%).

Il Fórum tecnargilla ha dato agli italiani l’opportunità di pre-sentare i quattro segmenti che hanno avuto più enfasi nell’ultima edizione del tecnargilla di Rimini. sono stati affrontati temi come quello dell’arredamento, della so-stenibilità e del futuro dell’indu-stria ceramica, oltre a lavori digi-tali e all’uso del porcellanato.

— Vogliamo rafforzare la pre-senza delle imprese italiane nel mercato brasiliano con la me-ta di consolidare futuri accordi commerciali e joint-ventures — spiega sacchi.

Calzature e Cuoio Anche l’Associazione nazionale costruttori macchine ed acces-sori per calzature, pelletteria e conceria (Assomac) ha inviato, in marzo, una gruppo rappresen-tativo interessata ad espander-si in brasile. sette fabbricanti italiani (Nexus, s.C Meccaniche, Construzioni Meccaniche Persi-co, Equitan, geokem, sta/Polet-to e Vallero) hanno partecipato alla Feira Internacional de Cou-ros, Químicos, Componentes e Acessórios, Equipamentos e Máquinas para Calça-dos e Curtumes, a Novo Hamburgo, nel Rio gran-de do sul.

leader mondiale nel settore di macchinari per calzature, pro-dotti in cuoio e accessori, l’Italia fabbrica più del 50% del totale di macchinari del mondo e pre-senta circa 370 piccole e medie imprese. Principale rifornitore del brasile, l’Italia ha esportato nel nostro territorio l’equivalen-te a 19,8 milioni di dollari nel 2008. Ma i mercati principali per questa produzione includono an-che Cina, turchia, India, Roma-nia, spagna e tunisia.

la maggior parte delle azien-de produttrici di macchinari per calzature e prodotti in cuoio si trova in lombardia, specialmen-te a Vigevano, ma ci sono altri poli produttori in toscana. le

affari

aziende produttrici di macchi-nari e attrezzature per calzatu-re sportive si trovano nel Vene-to, nella provincia di Padova, e a Varese, in lombardia.

l’Italia è leader anche nel settore di macchinari per con-ceria, con più di due terzi del-la produzione mondiale Made in Italy. sono circa 80 aziende situate specialmente in tosca-na, Veneto, lombardia, Piemon-te e Campania. Questo settore esporta la maggior parte della sua produzione verso questi pa-esi: Cina, brasile, India, turchia e Argentina.

sicura del fatto che questo potenziale non può essere spre-cato, la Assomac già promuove in brasile workshop, conferen-ze tecniche e training, offren-do supporto e collaborando allo sviluppo del settore nel paese. Inoltre organizza in Italia vari eventi per ricevere i partner da tutto il mondo.

I prossimi sono già organiz-zati: saranno la simac e la tan-ning tech, due fiere che hanno luogo in ottobre in simultanea con l’edizione autunnale della li-neapelle – mostra internazionale per produttori di pelle, accesso-ri e componenti, materiali sinte-tici, tessuti industriali e modelli di calzature – che avrà luogo nel bologna Fair-ground.

Autorità e imprenditori italiani si giovano delle fiere realizzate in Brasile per esporre prodotti e concludere affari. In aprile un evento rivolto al

settore della Difesa porta a Rio il sottosegretario Guido Crosetto

Invasione all’italiana

Sílvia Souza

Imprese italiane concludono affari con la Força Aérea Brasileira. La Avio Propulsione ha firmato un contratto per la manutenzione di motori di aerei modello AMX

Macchinari italiani per rivestimento: industria ha messo in movimento 2

miliardi di euro nel 2008

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Toscana manda in Brasile missione imprenditoriale interessata alle opportunità di affari con Rio de Janeiro

Comitiva lombarda do setor de feiras visita o Brasil

Chi semina raccoglieOportunidades em exposição

affarinegócios

Sílvia Souza

heDa Wenzel

Feiras de exposições pro-porcionam a grandes, pe-quenas e médias empresas um contato direto com seu

público alvo e a consolidação de vantajosos negócios. Neste seg-mento, a Itália é uma referência mundial. E, a região da lombar-dia, localizada ao norte do país, é o berço desta atividade. Isso se deve, entre outros fatores, por ela ser a mais industrializada, di-nâmica e competitiva. Já no bra-sil, a realização de feiras quadru-plicou nos últimos 16 anos.

Este cenário incentivou o governo da Regione lombardia, através de parceria com a Promos Milão, a visitar importantes cen-tros e colaboradores em potencial para promover o projeto showca-sing lombardia. A comitiva che-gou à cidade do Rio de Janeiro no último dia 23, onde se reuniu com empresários e visitou, entre outros locais, a Federação das Indústrias do Estado e a Câmara ítalo-brasileira de Comércio. À noite, eles se reuniram no hotel Copacabana Palace para divulgar a capacidade econômica da lom-bardia, a partir da realização de feiras em diversos setores. O foco

da missão é incentivar contatos entre profissionais de eventos e representantes institucionais lombardos, com brasileiros.

Durante o encontro, o diretor geral do Conselho Regional para Comércio, Feiras e Mercados, Fer-dinando Castaldo, explicou que a lombardia possui um sistema van-guardista. Nele, o governo susten-ta as feiras como forma de promo-ver a competitividade e a inovação e de melhorar os serviços.

— Nosso governo é conscien-te de que o sistema feirístico é a vitrine da produção. Os empresá-rios sabem disso e dedicam em média 30% do orçamento para feiras. Eles as consideram tão fundamentais que nem a crise mundial diminuiu esse percentu-al – afirma Cataldo.

À frente do grupo italiano, o secretário de Comércio, Feiras e Mercados da Região da lombar-dia, Franco Finato, destacou que a visita traz grandes possibilidades para a realização de negócios para a EXPO Mundial de 2015. O evento acontecerá em Milão, cidade que possui um dos maiores e mais mo-dernos centros de exposições, com uma área total de 500 mil metros

quadrados, e estará na agenda de empresários interessados nas ati-vidades mais importantes para a economia, o desenvolvimento e o futuro do planeta.

Mas o estreitamento entre as relações do Estado do Rio e a lombardia não começou agora. teve início em 2007, durante uma visita do governador sérgio Ca-bral a Roma, Milão e cidades lom-bardas. De acordo com o diretor superintendente do sebrae/RJ, sergio Malta, a viagem criou uma via de mão dupla entre ambos e abriu o mercado de importação e exportação de forma cooperada.

Para a subsecretária de Co-mércio e serviços do Rio, Dulce Ângela Procópio de Carvalho, a visita da comitiva italiana é a consolidação de uma relação ini-ciada pelo governador.

— Ele nos deu instruções para reforçar parcerias com a Promos, pela grande experiência deles com pequenas e médias em-presas, o que tem sido feito com bons resultados — anima-se Ân-gela. Ela destaca a parceria entre o Rio e a lombardia na participa-ção, de forma concomitante, do salão Internazionale del Móbile,

que será realizado entre os dias 22 e 27/04 em Milão, e da Rio + Design, liderada também pela Promos Milão e pelo sebrae/RJ.

O secretário Franco Finato anunciou que durante a visita à capital carioca foram firmados alguns contratos e acredita que isso vai ocorrer em maior escala.

— Rio e lombardia são regi-ões complementares. Possuímos tradição na realização de feiras, estamos bem localizados geogra-ficamente, somos famosos pelo design, pela produção de móveis, mármore e granito e considera-dos o coração da moda. Podemos ser a melhor opção para entrar no mercado europeu. Já no Rio, os empresários são jovens, dinâ-micos e criativos e a relação da cidade com a moda nos aproxima muito — afirma Finato.

Em relação à crise, Finato diz que ela surpreendeu pela impor-tância que adquiriu, mas também demonstrou o perigo de construir uma economia com base nas fi-nanças. Ele reforçou os aspectos positivos do momento vivido que quase nunca são explorados.

— A crise nos obriga a co-locar os pés no chão e a pensar no essencial. também nos mos-tra que o mercado não é a so-lução de todo o problema e que precisa ser controlado. Ela nos incentiva a amar o próprio tra-balho. Um trabalho que produz, traz resultados e não só finan-ceiro. De um lado existe o me-do e do outro, oportunidades de crescimento. Devemos agir. Acho que o brasil e a lombardia têm uma grande força para sair logo e melhor do que antes dessa cri-se — analisa antes de partir pa-ra são Paulo.

Ambrogio Brenna

La toscana e lo stato di Rio de Janeiro sono diventati praticamente amici d’infan-zia. Dalla visita di una dele-

gazione di quella regione italiana alla Città Meravigliosa potrebbe venire fuori perfino un gemellag-gio. Al centro di questo futuro trattato di fratellanza ci sono il porto toscano di livorno e i porti di Rio localizzati ad Açu e sepe-tiba. tutto questo grazie a ortag-gi e verdure prodotti nello stato fluminense, che sono importanti prodotti importati dalla toscana.

secondo il vice presidente della Câmara ítalo-brasileira do Rio, tarcisio Neviani, il gemel-laggio sarebbe “un importante legame per la distribuzione di frutta e verdura, oltre ai minerali e all’acciaio fluminensi”.

la missione toscana è arri-vata a Rio basandosi sui numeri. l’Italia è passata dal 10º (posi-zione nel 2007) al 9° posto nel-la lista di quelli che esportano a Rio, dove sono stati venduti più di 331,7 milioni di dollari di mer-ci. I dati sono dell’Istituto Italia-no per il Commercio Estero (ICE), che ha organizzato la venuta di cinque aziende e rappresentanti del governo toscano per la mis-sione di tre giorni nello stato di Rio. gli incontri affaristici han-no anche contato sull’appoggio della Federação das Indústrias do

Estado do Rio de Janeiro (Firjan) e della segreteria di stato di De-senvolvimento Econômico, Ener-gia, Indústria e serviços.

— I campi di cooperazione tra toscana e Rio sono molte-plici: turismo, sistemi di gestio-ne, agriturismi e manifatture. l’economia toscana è di trasfor-mazione, ha bisogno di materia prima e Rio potrebbe essere un buon rifornitore. Abbiamo anche una forte tradizione di sistemi meccanici, di moda e accessori. Così questa collaborazione può includere altri settori e, da un altro punto di vista, la trasmis-sione di saperi nell’industria del marmo, nelle attività di estra-zione. E poi vengono frutta e verdura, altrettanto importanti perché ne siamo grandi importa-tori, che arrivano al porto di li-vorno — dice Ambrogio brenna, assessore della presidenza della Regione toscana.

la sicurezza di far investire a Rio gli imprenditori italiani si è basata su statistiche commercia-li, come la crescita annuale del 5% del PIl brasiliano dal 2004 al 2008 e la creazione di 15 milioni di posti di lavoro. secondo il vice direttore dell’ICE, gianni loretti, il fatto che il brasile sia passato da debitore a creditore gli attri-buisce caratteristiche che attrag-gono gli sguardi internazionali:

— Malgrado l’annuncio della crisi il governo federale ha aumen-tato il PAC (Programa de Acele-ração do Crescimento), investen-do nei denominati ceti bassi, che con il maggiore potere d’acquisto costituiscono nuovi mercati. sen-za parlare del fatto che dobbiamo guardare al futuro e i Mondiali del 2014, che saranno realizzati qui, sicuramente daranno impulso ad un nuovo sviluppo.

le imprese toscane venute a Rio rappresentano l’area dei can-tieri navali sportivi; dell’industria di confezioni infantili femminili; di ingegneria e costruzione mira-te a complessi ospedalieri e stru-menti medici; dell’attività por-tuale e di floricultura. Quest’ulti-ma, secondo il sottosegretario di Desenvolvimento do Estado, Dul-ce Ângela de Carvalho, è un ramo in costante espansione.

— Abbiamo preso i primi contatti con la toscana durante la missione governativa del set-tembre 2007 e dopo siamo già stati a Roma per presentare le nostre pietre ornamentali. spe-ro molto che da questo incontro qui a Rio nasca un accordo con i produttori di fiori e siamo sulla strada giusta, che è quella di ri-unire e scommettere sui piccoli e medi imprenditori. Credo che da questo gruppo nascerà una rispo-sta alla crisi, visto che per loro importa di più lo sviluppo uma-no che il capitale finanziario — commenta il sottosegretario.

secondo Dulce Ângela de Car-valho altri prodotti che farebbero parte del pacchetto di intenzioni per accordi sono la rete ferrovia-ria, lo studio e l’applicazione di tecniche di sostenibilità e il tu-rismo. Anche se non c’è una sca-denza stipulata per la messa in pratica o la durata degli affari, la toscana manderà a Rio, entro la fine dell’anno, piccoli e medi im-prenditori per parlare con i colle-ghi dello stato brasiliano:

— È risaputo che nei gran-di centri questo tema è già sta-to risolto, ma quando parliamo dell’interno notiamo che sia noi che la regione italiana abbiamo le stesse difficoltà. Vogliamo fare un interscambio di esperienze e il sebrae farà questo ponte.

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Além de Battisti, Itália quer a extradição de outro italiano preso no Brasil

Câmara italiana inaugura novo sistema de votação para evitar fraudes entre deputados

Mais um

política política

nayra Garofle

O mês de março acabou e o “caso” Cesare battisti ainda não chegou ao fim, ainda à espera de uma

decisão do supremo tribunal Fe-deral. A novidade, agora, é que outro italiano preso no brasil e que a Itália também quer que se-ja extraditado, pode vir a rece-ber o mesmo benefício que bat-tisti. Quem antecipou essa pos-sível “sentença” foi outra vez o ministro da Justiça, tarso genro, que concedeu refúgio político a battisti e abriu uma crise diplo-mática entre brasil e Itália, no início do ano.

— se o caso de Pierluigi bra-gaglia chegar ao ministério da Justiça e as condições forem se-melhantes ao de battisti, conce-derei o refúgio. É uma postura de Estado — afirmou genro no iní-cio de março, durante uma audi-ência pública no senado, sobre o caso battisti.

Assim, o ministro “jogou aos leões” o romano bragaglia, de 49 anos, condenado a 12 anos de prisão na Itália por subversão, assalto, roubo a bancos e asso-ciação ao grupo fascista Núcleos Armados Revolucionários (NAR). Ele foi preso pela Polícia Fede-ral em julho do ano passado em Ilhabela (sP). graças a uma iden-tidade falsa, bragaglia vivia tran-quilamente no país, além de ser proprietário de uma pousada e uma distribuidora de bebidas na ilha onde morava.

Preso em uma cela na sede da Polícia Federal de são Paulo, bra-gaglia, agora, teme que o caso battisti influencie o seu proces-so. Imediatamente após a decla-ração do ministro, ele tratou de informar, por intermédio de seus advogados, que não pretende pedir asilo ao brasil. Isso porque sua estratégia de defesa é alegar que seus crimes já prescreveram.

O governo italiano solicitou a extradição de bragaglia com ba-se nos mesmos argumentos usa-dos para pedir a de battisti: que se trata de um criminoso políti-co, julgado e condenado em seu

país, que deve voltar para pagar sua pena. O NAR ao qual braga-glia integrou é o mais radical gru-po da extrema direita que atuou na Itália entre 1977 e 1981, ten-do como inspiração o criador do fascismo, benito Mussolini.

— Do ponto de vista técni-co, o refúgio não interessa. se eu pedir o refúgio, abro uma grande batalha com a opinião pública sobre o caso. Quero ape-nas que o caso seja tratado tec-nicamente pelo stF — explica o advogado do italiano, Antônio Roberto barbosa.

Coincidentemente, a defesa de battisti passou a defender também a tese da prescrição dos seus crimes. Como no brasil o prazo máximo para a prescrição de um crime é de 20 anos, luiz Eduardo greenhalgh, um dos ad-vogados de battisti, argumen-tou junto ao stF que os crimes de battisti prescreveram em 13 de dezembro de 2008, 20 anos após a primeira decisão judicial que condenou o italiano à pri-são perpétua.

Porém, o procurador-geral da República Antonio Fernando de souza e o advogado que defen-de o governo italiano, Nabor bu-lhões, rebateram essa tese. Para ambos, o prazo começa a contar a partir da data em que os pro-cessos foram julgados em última instância ou seja, 8 de abril de 1991 e 10 de abril de 1993. bat-tisti continua preso no Complexo Penitenciário da Papuda, em bra-sília, a espera do julgamento do stF. Para a agência italiana Ansa, o ministro das Relações Exterio-res da Itália, Franco Frattini, afir-mou que o stF tomará sua deci-são “antes do fim de abril”.

Pierluigi BragagliaO italiano de Roma nasceu rico. Muito jovem,

abraçou a militância política. Em seu inter-rogatório, o ex-militante neofascista confirmou a participação nos assaltos ao banco di Roma e à Em-baixada da Arábia saudita. Entretanto, negou que estivesse presente à ação que matou dois carabinie-ri em Roma, em 1981, conforme acusação da Inter-pol. Em 1982, fugiu para a Venezuela depois que o governo de seu país começou a ‘caçar’ terroristas. Ao descobrir que estava sendo monitorado pelo serviço secreto italiano, fugiu para o brasil. Desem-barcou em são Paulo sob a identidade de Paolo luigi Rossini lugo, um venezuelano. Por conta dis-so, o italiano responde a processo no brasil por falsidade ideológica e pode ser deportado. Porém, segundo o ministério da Justiça a deportação não é automática. Em fevereiro passado, o ministro do stF, Antonio Cezar Peluso, que também decidirá sobre o caso battisti, pediu mais informações sobre bragaglia ao governo da Itália.

Em época de crise econômi-ca o governo italiano inves-tiu 500 mil euros para tentar acabar com uma má prática

entre parlamentares. Há tempos, políticos são flagrados votando no lugar de algum colega, o que gerou a expressão “voto pianista”. O atu-al presidente da Câmara dos Depu-tados, gianfranco Fini, prometeu que acabaria com essa situação.

Assim, no mês passado, en-trou em funcionamento na Câmara um novo sistema de votação que, seria à prova de falsificações. Is-so porque, para funcionar, exige a identificação do parlamentar pela sua impressão digital.

Essas características pessoais e intransferíveis são inseridas no chip do cartão de identificação do parlamentar. Para votar, cada de-putado deverá introduzir o cartão e fazer o reconhecimento da im-pressão digital. A inauguração do novo sistema aconteceu dia 18, quando os deputados apreciaram uma moção de Matteo Mecacci (Pd) a respeito dos direitos hu-manos no tibete.

Fini, quando apresentou o novo método de voto, disse que “seria melhor se não existisse”, mas que para conter “o mau cos-tume de um comportamento que chegou ao extremo e gerou tanta polêmica”, era “justo” encontrar uma solução.

logo no primeiro momento, a maioria dos parlamentares tirou

a impressão digital, em clara de-monstração de adesão à novida-de. Para Marco Milanese (Pdl), o novo sistema é uma oportunida-de para os parlamentares “traba-lharem melhor”. seu colega Mas-simo Pompili (Pd) concorda. se-gundo ele, “o voto pianista sem-pre foi um problema”:

— O deputado deve ser o pri-meiro a dar o exemplo. Acho que esse é um sistema válido. Espe-ro que seja adotado também pelo senado.

Para os que reclamam dos gas-tos com a implantação do novo mé-todo de voto, o deputado Roberto Rosso (Pdl) é econômico. Diz que esse tipo de crítica é uma “estupi-

dez” porque, com o passar do tem-po, o montante investido é “amor-tizado” e se torna um ganho.

— Pense na velocidade de votação, no tempo que ganhare-mos e em quanto ganhará a so-ciedade — afirma Rosso.

Há, porém, um grupo de 19 deputados ainda contrários ao novo sistema como, por exemplo, Matteo brigandi e Matteo salvini, ambos da lega Nord; o secretário Francesco Nucara, do Partido Re-publicano Italiano e Elio belcas-tro, do Movimento pela Autono-mia, para citar parlamentares que fizeram questão de deixar essa opinião bem clara. Eles poderão votar utilizando o velho sistema,

mas terão seus nomes publicados nas atas. Michele Pisacane (Udc) até já tirou sua impressão digital para registrar no cartão, mas se posicionou contra o novo sistema de votação:

— Para mim é uma humilha-ção ter que tirar impressão digi-tal para votar. Quem tira impres-são é porque vai preso. É uma vergonha nos obrigar a fazer o mesmo — protesta.

O antigo sistema de voto ele-trônico entrou em vigor em 1988. Foi a partir de 1990 que a mídia começou a publicar notícias e a transmitir imagens de deputados que votavam no lugar de outros. Há “pianistas” de todas as colora-ções políticas. Paolo Corsini (Dc) e Dino sospiri (An) foram expul-sos de uma sessão quando o pre-sidente da câmera era luciano Vio-lante. Pier Ferdinando Casini, em seu turno na presidência, expulsou Denis Verdini, hoje coordenador de Força Itália. Na atual legislatura, antes da implementação do novo sistema, foram pegas em flagrante “tocando piano” as deputadas Ca-rolina lussana (lega), Alessandra Mussolini (An) e livia turco (Pd).

Já no terceiro dia de votação com o novo sistema, os deputa-dos guido Dussin (lega) e Carme-lo lomonte (Mpa) foram desco-bertos votando no lugar de seus respectivos colegas de grupo, Matteo salvini e Elio belcastro. Para eles, Fini mandou o seguin-te recado, via tV, ao participar de um dos programas líderes de au-diência do país, o Porta a Porta:

— Existem regras. Para os que se acham espertos, também existem punições.

Pianista, nãoJanaína CeSar

Correspondente • treviso

Flagrantes de “pianistas” em ação

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Studiare l’immigrazione ita-liana potrà diventare ob-bligatorio nelle scuole ita-liane. È ciò che prevede il

disegno di legge n. 2207 presen-tato al Parlamento dal deputato Fabio Porta (PD), rappresentante degli italiani residenti all’estero nella circoscrizione America lati-na. Intitolato “Norme per il so-stegno e la diffusione della me-moria dell’emigrazione italiana”, il disegno mira a salvaguardare la storia dell’immigrazione italiana.

— l’Italia di oggi corre il ri-schio di perdere la memoria di coloro che hanno rappresentato l’enorme flusso di italiani emigra-ti in tutti i continenti durante un secolo — afferma il deputato.

secondo Porta, durante il suo primo anno come parlamentare si è convinto di che parte dei proble-mi degli italiani deriva dalla scar-sità di conoscenze del fenomeno emigratorio. tanto è che l’obietti-vo del disegno di legge è quello di recuperare la storia che gli italia-ni non conoscono e, così, “aiutare l’Italia a valorizzare questo enor-me potenziale di relazioni sociali, culturali, istituzionali ed econo-miche ancora sottovalutate”.

— Nel caso del brasile que-sto è ancora più evidente. gli ita-liani non hanno la minima idea della grande penetrazione della comunità italiana in brasile, non solo nella storia, ma anche nei processi culturali ed economici. l’obiettivo del disegno di legge è maturare, per mezzo della scuola, questa sensibilità e anche aiuta-re l’Italia a recuperare una cultu-ra di accoglienza di tanti immi-granti stranieri partendo dal re-cupero della memoria storica del-la nostra emigrazione — spiega.

secondo il deputato il disegno di legge prevede un insegnamento di tipo multidisciplinare. Rimarrà a carico del ministero dell’Istruzione trasmettere alle istituzioni di inse-gnamento italiane le sue linee ge-nerali. È multidisciplinare, conti-nua, perché l’emigrazione coinvol-ge questioni legate non solo alla storia, ma anche a geografia, mu-sica, letteratura ed economia.

Nel testo del disegno di legge viene messa in risalto la parteci-pazione delle famiglie di studenti nelle attività scolastiche legate al tema. si mira a determinare il re-cupero della memoria degli eventi migratori e favorire la comprensio-ne obiettiva dei fenomeni di im-migrazione che negli ultimi anni si stanno sviluppando nel paese.

Come incentivo alle scuole il disegno prevede inoltre la cre-

azione di un premio nazionale chiamato “Migranti come noi”. sarà destinato alle istituzioni che hanno raggiunto buoni risul-tati nelle attività e si sono mes-se in risalto per ciò che riguar-da l’insegnamento e la ricerca sull’emigrazione italiana.

— Il premio servirà anche per stimolare lo studio comparativo tra le dinamiche delle emigrazio-ni italiane nel mondo e gli attua-li flussi immigratori in Italia. In-somma, potrà servire per realizza-re possibili agganci tra le inizia-tive analoghe realizzate e istitu-ti scolastici dei paesi di maggior presenza dell’emigrazione italiana come il brasile — dice Porta.

Il deputato mette in risal-to che il disegno di legge ha ri-svegliato rapidamente un grande interesse da parte di altri parla-mentari di diversi partiti. Porta dice che in breve porterà la pro-posta “ai colleghi della Commis-sione Cultura e Istruzione” per sollecitare l’inserimento della legge nel calendario di disegni di legge che dovranno es-sere esaminati.

— se il Parlamento italiano dimostrerà un grande interesse e se gli italiani nel mon-do mi appogge-ranno in questa battaglia sarà

possibile approvare il disegno di legge ancora in questa legislatu-ra — afferma.

Il disegno di legge viene giu-stificato dal fatto che l’emigrazio-ne, a partire dalla seconda metà del XIX secolo fino ad oggi, è stato la causa di profondi cambiamenti della società italiana e rappresen-ta “l’esperienza più intensa e diffu-sa internazionalmente che gli ita-liani hanno mai conosciuto”. Nel testo Porta dice che “la presenza di centinaia di giovani provenien-ti da diverse parti del mondo nella conferenza dei giovani italiani e di origine italiana, realizzate nel di-cembre 2008 a Roma, ha permes-so di verificare direttamente l’in-tensità e i valori di questa disponibilità per il recupero delle lontane radici e per una rinnovata fase di inter-locuzione”.

Parlamento italiano dibatte disegno di legge per rendere obbligatorio l’insegnamento che riguarda la presenza italiana nel mondo

Senado aprova projeto de lei que proíbe eutanásia na Itália

L’ABC dell’immigrazione

Primeiro round

politicapolítica

nayra Garofle

O senado italiano aprovou, mês passado, o projeto de lei do senador Raffaele Calabrò (Pdl) que define

regras sobre o testamento bio-lógico. Foram 150 votos a favor, 123 contra e 3 abstenções. Ago-ra, o texto segue para discussão na Câmara dos Deputados.

O projeto aprovado pelo se-nado proíbe “qualquer forma de eutanásia, de assistência e ajuda ao suicídio”. Além disso, define a alimentação artificial como “for-ma de sustento vital”. Na prática, isso impede a um paciente em estado vegetativo irreversível de

Em meio a protestos de vários se-nadores que se posicionaram con-tra o texto de Calabrò, causou sur-presa a manifestação do presiden-te da Câmara dos Deputados, gian-franco Fini. Ele “observou” que a lei aprovada pelo senado fazia par-te de um “Estado ético e não lai-co”. segundo Fini, “o Estado deve-ria garantir a separação da esfera institucional daquela religiosa”.

Muitos políticos interpreta-ram as declarações de Fini como uma sinalização de que o texto de Calabrò pode vir a ser alterado na Câmara, apesar do governo ter maioria na casa. Esse projeto de lei foi criado por vontade do pri-meiro-ministro silvio berlusconi, depois da morte de Eluana Englaro que ficou 17 anos em estado ve-getativo. Ela morreu no último dia 9 de fevereiro, após três dias sem receber comida e hidratação. A fa-mília da moça ganhara na Justiça o direito de deixá-la morrer.

Mais surpresa, ainda cau-sou uma entrevista dada ao jor-nal L’Unità pelo senador Marcello Pera, amigo do Papa bento 16. À publicação, disse que “após a votação, o senado estava em es-tado de choque porque muitos ti-nham a consciência de ter vota-do uma lei que não é boa”.

— Agora, temos que repen-sar com calma nas mudanças que poderão ser aprovadas. Acho que a Câmera fará uma profunda revi-são no texto — afirmou Pera na entrevista.

Para tentar barrar a lei apro-vada pelo senado, o partido Itá-

lia de Valor (Idv) de Antonio Di Pietro, começou uma mobiliza-ção para a realização de um re-ferendo. A própria vice-presi-dente do senado, Emma bonino (PD), já fala em desobediência civil. segundo uma pesquisa rea-lizada pelo jornal La Repubblica, 78% dos italianos são contrários ao projeto de Calabrò. A mesma pesquisa indica que os italianos defendem a votação de uma lei sobre testamento biológico, mas que permita a autodeterminação do individuo, isto é, que respeite a sua vontade mesmo encontran-do-se em estado vegetativo.

Para beppino Englaro, pai de Eluana, a lei aprovada “é um ato discriminatório, paradoxal e sem nenhum sentido”.

Em resposta às críticas, o se-nador Maurizio gasparri, disse que durante as discussões na Câ-mara será possível mudar um pa-rágrafo da lei, “mas sem alterar o seu princípio”. Ele acusa a es-querda de “querer abrir uma por-ta à eutanásia”.

Janaína CeSarCorrespondente • treviso

ter os aparelhos desligados, mes-mo que ele tenha declarado em vida ser contrário a algum tipo de tratamento artificial.

Um pouco antes da votação, o presidente do senado, Renato schifani, (Pdl), exaltou “a fran-queza e a coragem dos senadores em tratar temas sobre os quais o único guia foi, como deve ser, a consciência individual”. Na conclu-são dos votos, Maurizio gasparri, líder do Pdl no senado, disse que a casa “escolheu a vida, votando contra a morte e a eutanásia”.

O projeto foi aprovado, mas a polêmica está longe de terminar.

Raffaele Calabrò

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Dor e medocapa

Terremotos na região de Abruzzo arrasam 26 cidades italianas. Em uma primeira contagem, 20 mil pessoas estão entre mortos e desabrigados.

Milhares de prédios de grande valor histórico e cultural viraram pó

Terremoti in Abruzzo distruggono 26 città italiane. Secondo i primi calcoli 20mila persone tra morti e senza tetto. Migliaia di

edifici di grande valore storico e culturale ridotti in polvere

Dolore e paura

“Minha cidade vai recuperar pouco ou nada do que sobrou. Não sabe-

mos o que esperar. Esta manhã foram três abalos em intervalos de dez minutos. É um misto de pesar e medo.” O relato é do pre-sidente da Federação das Asso-ciações dos Abruzzesi no brasil, Franco Marchetti. Na Itália para passar a Páscoa com familiares, ele acabou testemunha do pior

terremoto que assolou o país, nos últimos 30 anos. Ele falou à Comunità por telefone, 24 horas após a catástrofe que consternou o mundo.

O relógio marcava 3h32 da madrugada do último dia 6 (22h32 de domingo, no horá-rio de brasília), quando milhares de pessoas foram acordadas pe-los tremores de móveis e lustres em suas residências. O epicentro do abalo: l’Aquila, cidade natal

“La mia città recupere-rà poco o niente di ciò che è rimasto. Non sappiamo cosa aspet-

tarci. stamattina ci sono state tre scosse in intervalli di die-ci minuti. È un misto di dolo-re e paura.” la testimonianza è del presidente della Federazione delle Associazioni Abruzzesi in brasile, Franco Marchetti. In Ita-lia per passare la Pasqua con la famiglia, ha testimoniato il peg-gior terremoto che ha colpito il paese negli ultimi 30 anni. Ha parlato con Comunità per telefo-no 24 ore dopo la catastrofe che ha angosciato il mondo.

l’orologio segnava le 3 e 32 di notte dello scorso giorno 6 (le 22.32 di domenica, orario di brasília), quando migliaia di per-sone sono state svegliate dai mo-bili e lampadari che tremavano nelle loro case. l’epicentro del si-sma: l’Aquila, città natale di Mar-chetti e capoluogo dell’Abruzzo, nell’Italia centrale – a 111 chi-

lometri da Roma. secondo l’Istituto di Ricerche geo-logiche degli stati Uniti, il terremoto ha raggiunto 6.3 gradi della scala Richter. Ma, visto che in Italia i calcoli vengono anche fatti secondo la scala Mercalli, l’Isti-tuto Nazionale di geofisica d’Ita-lia ha calcolato in 8-9 gradi l’in-tensità del sisma.

Ma era solo il primo. Con una durata di 30 se-condi, ha lasciato un sal-do di 235 morti, mille feriti e 17mila sfollati. Que-sti numeri si riferisco-no solo ai primi calco-li, fatti subito dopo il primo terremoto. Altre tre scosse hanno ridotto le spe-ranze degli abitanti delle aree colpite di vedere le loro vite di ritorno ad una rapida normalità. sono state distrutte circa 15mila costruzioni in 26 comuni intorno a l’Aquila. gran parte di queste costruzioni aveva grande valore

Da reDação

de Marchetti, e capital da região de Abruzzo, centro da Itália – a 111 quilômetros de Roma. Pelo Instituto de Pesquisa geológica dos Estados Unidos, o terremoto atingiu 5,8 graus na escala Ri-chter. Porém, como na Itália as medições são feitas pela escala Mercalli, o Instituto Nacional de geofísica da Itália cravou em 9 a intensidade do tremor.

seria apenas o primeiro. Com uma duração de 30 segundos, deixou um saldo de 260 mortos, mil feridos e 17 mil desabriga-dos. Esses números dão conta apenas da primeira contagem, feita logo após o primeiro terre-moto. Outros três abalos viriam a reduzir as esperanças dos mora-dores das áreas afetadas em ver suas vidas voltar ao normal rapi-damente. Foram destruídas apro-ximadamente 15 mil constru-ções em 26 municípios ao redor de l’Aquila. grande parte dessas construções tinha grande valor histórico e cultural. segundo o ministério das Relações Exterio-res do brasil, nenhum brasileiro estava entre as vítimas, até o fechamento desta edição.

storico e culturale. secono il mi-nistero delle Relações Exteriores del brasile nessun brasiliano si troverebbe tra le vittime, fino al-la chiusura di questa edizione.

Marchetti era ospite nella casa dei suoi figli nella città di Avezzano, distante 40 chilometri da l’Aquila. secondo lui dopo la prima scossa il clima era più che altro di insicurezza. sono stati chiusi banche, scuole e uffici pub-blici e autostrade. la mancanza di informazioni era generale.

— stanno portando le per-sone in ospedali campo e siste-mate in tende da campeggio. Il fatto di non sapere quante sono le persone colpite e per quanti giorni dure-

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Os principais danos em L’Aquila

Duomo de L’Aquila

Duomo di L’Aquila

Cupola della chiesa dello

Spirito Santo

Fortezza Spagnola

Campanile della chiesa di San Bernardino

Basilica de S. Maria di CollemaggioCupolino della chiesa

di Santo Agostino

Cúpula da Igreja do

Espírito Santo

Pequena cúpula da Igreja de Santo

Agostinho

Basílica de S. Maria di Collemaggio

Campanário da Igreja de San Bernardino

Castelo Espanhol

Marchetti estava hospedado na casa de seus filhos na cidade de Avezzano, distante 40 quilô-metros de l’Aquila. segundo ele, após o primeiro tremor, o clima era mais de insegurança. Rodo-vias foram interditadas, bancos, escolas e instituições públicas fechados. A falta de informação era generalizada.

— As pessoas estão sendo le-vadas a hospitais de campanha e alocadas em tendas de acam-pamento. O fato de não saber-mos quantos são os prejudicados e por quantos dias isso perdura-rá é o que mais assusta. tudo o que parece ruim pode piorar. On-tem (segunda-feira, dia 6) ain-da consegui ir até meus parentes de l’Aquila. Deixei o carro em um ponto da estrada e cheguei a pé. Hoje cedo, uma prima de lá me disse por telefone que esse aces-so está sendo negado — explica Marchetti, um empresário de 64 anos que trabalha com importa-ção de materiais para construção civil e vinhos da sua região.

Ele mora em são Paulo e não sabia mais quando voltaria para casa. Com as informações desen-contradas dos órgãos públicos italianos, sua primeira iniciativa foi sair à procura de brasileiros nos locais mais afetados. Na Ca-sa dos Estudantes, foi informado que não tinha estrangeiros por lá no momento.

Pouco mais de 24 horas após o primeiro terremoto, Marchetti perdeu o contato com seus fami-liares em l’Aquila. Ele ainda pas-sava mais informações para a re-vista por e-mail quando teve que interromper a conversa:

— Não dá mais para conver-sar porque está acontecendo ou-tro tremor muito forte.

Antes dessa mensagem, no entanto, o empresário recordava outro abalo que, em 1915, sacu-diu a região de Abruzzo com epi-centro em Avezzano. Na ocasião, até o hospital da cidade havia si-do destruído e grande parte do dinheiro para sua reconstrução surgiu da solidariedade de italia-nos imigrantes em são Paulo:

— Precisaremos de novo da ajuda de todos. O hospital de l’Aquila desmoronou. Uma sa-la de cirurgia é o que restou em funcionamento sabe-se lá até quando. Quem conseguiu escapar dos escombros está necessitado de agasalhos e alimento. tudo fi-cou preso nas residências.

Fundada por Frederico II, no ano de 1230, l’Aquila, já passou por oito terremotos. Esse último deixou preocupado o ex-cônsul da Itália no Rio de Janeiro, Massimo bellelli, cuja mulher, Matilde, tem residência na loca-lidade atingida.

— Minha esposa tem uma ca-sa de veraneio Ovindoli, a 40 mi-nutos de l’Aquila, perto da mon-tanha. A cidade está sem água e sem luz. A síndica nos informou que as pessoas estão com medo, passando frio e dormindo dentro dos carros porque, a todo mo-mento, escutam barulhos como se fossem explosões. Nosso pré-dio está ameaçado — conta bel-lelli, por telefone, de Roma, onde atualmente reside.

Casada com um italilano e com um filho de oito anos, a pa-ranaense Evelina Di Colli, de 44 anos, mora há 15 anos em Roseto degli Abruzzi, cidade a uma hora de l’Aquila. Ela estava dormindo quando a cidade tremeu.

— Fui acordada pelo meu marido e só então reparei os lus-tres estavam tremendo. Quando dei por mim, já estava na esca-da, com meu marido e meu filho — conta ela.

Já a família Marchetti, depois de um dia inteiro de apreensão, decidiu dormir em automóveis:

— somos um grupo de dez pessoas. Eu moro no térreo com minha esposa e minha filha. No

segundo andar, moram meu filho e minha nora com meus dois ne-tos. Agora, os pais de minha nora vieram ficar conosco. Decidimos que, apesar do frio, o carro era o lugar mais seguro, num lugar perto da casa dos cachorros, por-que não tem nada em volta — comenta — A sensação é de que o perigo não passou.

Estado de emergênciaO primeiro-ministro da Itália, silvio berlusconi declarou estado de emergência nacional. De ime-diato, l’Aquila recebeu milhares de voluntários vindos de toda a Itália. Durante as primeiras horas de resgate, as equipes usavam as

di materiali per l’edilizia e vini dalla sua regione.

Marchetti abita a são Paulo e non sa più quando tornerà a casa. Con le confuse informazioni degli organi pubblici italiani, la sua pri-ma iniziativa è stata di andare in cerca di brasiliani nei luoghi più colpiti. Nella Casa dello studente gli è stato detto che non c’erano stranieri in quel momento.

Poco più di 24 ore dopo la pri-ma scossa Marchetti ha perso i con-tatti con i suoi familiari a l’Aquila. stava ancora dandoci altre informa-zioni via e-mail quando ha dovuto interrompere la comunicazione:

— Non posso più parlare per-ché è in atto un’altra scossa mol-to forte.

Comunque prima di questo messaggio l’imprenditore ricorda-va un altro sisma che, nel 1915, ha scosso l’Abruzzo con epicen-tro ad Avezzano. All’epoca perfi-no l’ospedale della città era stato distrutto e gran parte dei soldi per la sua ricostruzione erano ve-nuti dalla solidarietà di italiani immigranti a são Paulo:

— Abbiamo bisogno un’altra volta dell’aiuto di tutti. l’ospe-dale di l’Aquila è crollato. Una sala chirurgica è ciò che è ri-masto in funzione chissà fino a quando. Chi è riuscito a scappare dalle macerie ha bisogno di abiti pesanti e alimenti. È tutto rima-sto dentro le case.

Fondata da Federico II nel 1230, l’Aquila è già stata colpi-ta da otto terremoti. Quest’ulti-mo ha preoccupato l’ex console d’Italia a Rio de Janeiro, Massimo bellelli, la cui moglie, Matilde, ha familiari nella località colpita.

— Mia moglie ha una casa estiva a Ovindoli, a 40 minuti da l’Aquila, vicino alle montagne. la città è senza luce e acqua. l’am-ministratrice [del palazzo] ci ha detto che la gente ha paura, sen-te freddo e dorme in macchina perché sente tutti i momenti ru-mori come se fossero esplosioni. Il nostro palazzo minaccia di ca-dere — racconta bellelli, per te-lefono da Roma dove ora risiede.

sposata con un italiano e con un figlio di otto anni la parana-ense Evelina Di Colli, 44 anni, abita da 15 anni a Roseto degli Abruzzi, cittadina ad un’ora da l’Aquila. stava dormendo quando la città ha tremato.

— Mi ha svegliata mio mari-to e solo allora mi sono accorta che i lampadari stavano treman-do. Quando mi sono resa conto ero già per le scale con mio mari-to e mio figlio — racconta.

Invece la famiglia Marchetti, dopo un’intera giornata di an-sia, ha deciso di dormire in varie macchine:

— siamo un gruppo di dieci persone. Io abito al pianterreno com mia moglie e mia figlia. Al secondo piano abitano mio figlio e mia nuora con i miei due ni-poti. Ora i genitori di mia nuora sono venuti ad abitare con noi. Abbiamo deciso che, malgrado il freddo, la macchina era il posto

più sicuro, in un luogo vicino al-la cuccia dei cani, perché non c’è niente intorno — commenta — Abbiamo la sensazione che il pe-ricolo non sia passato.

Stato di emergenzaIl primo ministro italiano, silvio berlusconi, ha dichiarato stato di emergenza nazionale. subito l’Aquila ha ricevuto migliaia di volontari venuti da tutta l’Italia. Durante le prime ore delle opera-zioni di soccorso le équipe usava-no le proprie mani per rimuovere le macerie dei palazzi distrutti. le scosse di assestamento – che se-guono quella principale – hanno fatto tremare un’area a circa 100 chilometri ad est di Roma, nella regione montagnosa dell’Abruzzo.

Capi di nazioni, tra cui il bra-sile, hanno inviato messaggi di solidarietà e si sono messi a di-sposizione per aiutare l’Italia. Ma berlusconi ha rifiutato.

— siamo in grado di rispon-dere da soli alle necessità, siamo un popolo orgoglioso e che ha gli strumenti — ha detto in una con-ferenza stampa in cui ha annun-ciato un pacchetto di 30 milioni di euro in aiuto alle vittime.

CampagnaMalgrado il rifiuto di berlusconi di accettare aiuti dall’estero, la presidentessa del Comitato de-gli Italiani all’Estero, a são Pau-lo, Rita blasioli, ha iniziato una campagna per ricevere aiuti.

— Abbiamo aperto il conto della Federazione delle Associa-zioni Abruzzesi in brasile per ri-cevere aiuti. speriamo di poter contribuire alla ricostruzione delle città colpite, specialmente l’Aquila, i cui emigranti hanno messo radici in brasile, a Pedrin-ha Paulista, nell’interno di são Paulo, e a salvador, nella bahia — informa Rita.

Chi vuole collaborare alla cau-sa può fare un bonifico sul banco bradesco, a nome della Federazio-ne delle Associazioni Abruzzesi in brasile, agenzia: 3334-0; conto corrente: 2400-7. si può deposi-tare qualsiasi somma. Per identi-ficare il deposito dell’aiuto la Fe-derazione chiede che il valore pre-senti un centesimo alla fine.

Patrimonio distruttoDodici anni fa il mondo rimase angosciato dalla distruzione di parte della basilica di san Fran-

rà è ciò che ci spaventa di più. tutto quello che sembra brutto può peggiorare. Ieri (lunedì 6) sono ancora riuscito ad andare fino ai miei parenti di l’Aquila. Ho lasciato la macchina in un punto della strada e sono arriva-to a piedi. stamattina presto una cugina del luogo mi ha detto per telefono che ora questa entra-ta viene proibita — spiega Mar-chetti, un imprenditore di 64 an-ni che lavora con l’importazione

I principali danni a L’Aquila

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próprias mãos para remover es-combros de prédios destruídos. As réplicas - tremores que se se-guem ao abalo principal - estre-meceram uma área a cerca de 100 quilômetros a leste de Roma, na região montanhosa de Abruzzo.

Chefes de nações, brasil inclu-sive, enviaram mensagens de soli-dariedade e se colocaram à dispo-sição para ajudar a Itália. berlus-coni, porém, declinou da ajuda.

— temos condições de en-frentar sozinhos as necessidades, somos um povo orgulhoso e que tem os instrumentos — afirmou ele em uma entrevista coletiva em que anunciou um pacote de 30 milhões de euros para socor-rer as vítimas.

CampanhaApesar da recusa de berlusconi em aceitar ajuda vinda de fora, a presidente do Comitê dos Italia-nos no Exterior, em são Paulo, Ri-ta blasioli, iniciou uma campanha para recebimento dos donativos.

— Abrimos a conta da Fede-ração das Associações dos Abru-zzesi no brasil para recebimen-to de doações. Esperamos poder contribuir com a reconstrução das cidades atingidas, especial-mente l’Aquila, cujos imigrantes estabelecerem-se no brasil, em Pedrinhas Paulista, no interior de são Paulo, e em salvador, na bahia — informa Rita.

Quem desejar colaborar com a causa pode efetuar um depósi-to no banco bradesco, em nome da Federazione delle Associazio-ni Abruzzesi in Brasile, agência: 3334-0; conta corrente: 2400-7. Pode-se enviar qualquer quantia. Para identificar o propósito da doação, a Federação pede que o valor tenha final de um centavo.

Patrimônio destruídoHá 12 anos, o mundo ficou cons-ternado com a destruição de par-te da basílica de são Francisco em consequência de um terre-moto que abalou a cidade de As-sis. Pois os danos ao patrimônio, agora, são infinitamente maio-res. O terremoto castigou uma área repleta de construções dos períodos românico, gótico, re-nascentista e barroco.

Construída como uma fortale-za, l’Aquila é uma cidade medie-val. Muitos dos seus prédios, que resistiram a cercos e batalhas, agora, ruíram. O mais célebre de-

les é a basílica de santa Maria de Collemaggio, do século 13, que abriga o túmulo do papa Celes-tino V. O terremoto provocou o desabamento de grande parte da abóboda principal da igreja, jus-tamente onde está o túmulo des-te que foi o único a ter renuncia-do ao cargo em toda a história da igreja católica. A notória facha-da branca e vermelha da basílica só ficou em pé porque estava em restauração e foi protegida pela estrutura de suporte.

bastante destruída também fi-cou a basílica renascentista de san bernardino, de 1527. lá se encon-tra a tumba do santo que morreu em l’Aquila, em 1444. Já a cúpula da igreja de sant’Agostino desmo-ronou. Considerada um dos prin-cipais edifícios do barroco da re-gião, já havia sido destruída e re-construída após um terremoto em 1703. também desabou a cúpula da igreja do Espírito santo e foram danificadas a cúpula da Igreja das Almas santas e a fachada da igreja de santa Maria do sufrágio.

O Palácio da Prefeitura, uma construção barroca, ficou destru-ído. O arquivo histórico da cida-de, que ficava no prédio, pode ter sido perdido. A Porta de Nápoles, um arco do triunfo construído em 1548 para o imperador Carlos V, uma das construções mais anti-gas de l’Aquila virou pó.

A fortaleza espanhola, cons-truída em 1534, quando a região era dominada pela Espanha, ficou muito danificada. O local é a se-de do Museu Nacional de Abru-zzo e teve seu acesso bloqueado devido ao risco de desabamento. sua coleção reúne relíquias des-de a pré-história até o século 18, passando pelo Império Romano. Monumentos na Província de Pes-cara e nas cidades de Celano e santo stefano de sessanio tam-bém foram destruídos. A torre me-dieval Medicea, o altar da igreja santo Angelo e a torre da igreja de são Francisco caíram. Na cida-de de bussi, grande parte do cen-tro histórico foi danificado. Em Chieti, há igrejas interditadas.

O terremoto também causou estragos em Roma. Foram abala-das as estruturas das termas de Caracalla, os suntuosos banhos construídos no ano de 212. Esse complexo romano, formado por banhos, piscinas, bibliotecas e jar-dins, era um dos monumentos im-periais mais conservados do país.

O secretário-geral do Minis-tério da Cultura, giuseppe Proiet-ti, sabe que o terremoto provo-cou “danos significativos” aos monumentos da região, mas só terá condições de avaliar a real dimensão da destruição depois que os bombeiros acabarem os resgates. Até porque, os escritó-rios responsáveis pelo trabalho do patrimônio histórico-cultural da região ficam em Abruzzo. Mais precisamente, em prédios do sé-culo 16 que foram interditados.

Cenário de cinemal’Aquila (“a águia” em italiano) é a capital de Abruzzo, região da Itália central com cerca de 1,3 milhão de habitantes. É uma área montanhosa que abriga par-ques nacionais e cidadezinhas espalhadas pelos topos das mon-tanhas. É circundada de vários montes, entre eles, o gran sas-so, o pico mais alto do Apenino, com 2.913 metros de altura. lá é um dos lugares mais famosos da Itália para a prática de esqui. graças à sua natureza exuberan-te e sua arquitetura medieval, a cidade serviu de cenário para os filmes O Feitiço de Áquila e O No-me da Rosa, uma adaptação do best-seller de Umberto Eco.

Construída a 714 metros acima do nível do mar, l’Aquila , ao lon-go dos séculos, foi dominada por franceses, espanhóis e o próprio Estado Papal. Pesquisadores sus-tentam que o objetivo de Frederi-co, ao criá-la, era fundar uma no-va Jerusalém. A cidade chegou a ser a segunda do reino em potên-cia e riqueza. Porém, começou a decair no século 16, quando o vi-ce-rei espanhol Filiberto d’Orange, depois de devastá-la, introduziu um feudalismo espanhol, privan-do-a de sua autonomia.

PolêmicaCerca de um mês antes da tra-gédia, um especialista em física que mora em l’Aquila, alertara as autoridades locais sobre a possi-bilidade de Abruzzo ser abalada por um “terremoto desastroso”. giampaolo giuliani, técnico do laboratório Nacional de Física e Astrofísica gran sasso contou à imprensa italiana que o institu-to havia registrado cerca de 200 abalos sísmicos na cidade, nos úl-timos dois meses até que, no fi-nal de março, emitiu seu alerta às autoridades. Ele contou que não foi levado a sério. Ao contrário:

— Fui acusado de brincar com assuntos sérios e denunciado à polícia pela prefeitura de l’Aquila por alarmar a população.

Em resposta, o diretor do De-partamento de Proteção Civil do governo italiano, guido bertola-so, declarou que embora a região seja sujeita a abalos sísmicos, não era possível prever a catás-trofe. Ele chegou a chamar giulia-ni de “um imbecil que se diverte difundindo notícias falsas”.

L’Aquila arrasada pelo terremoto e antes, em seu esplendor.

Abaixo, Franco MarchettiL’Aquila distrutta dal terremoto e

prima, nel suo splendore. Sotto, Franco Marchetti

cesco dovuta ad un terremoto che colpì Assisi. Ma stavolta i danni al patrimonio sono infinitamente maggiori. Il terremoto ha casti-gato un’area piena di costruzioni dei periodi romanico, gotico, ri-nascimentale e barocco.

Costruita come una fortezza, l’Aquila è una città medievale. Molti dei suoi edifici che hanno resistito ad assedi e battaglie ora sono crollati. Il più famoso è la basilica di santa Maria di Colle-maggio, del XIII secolo, dov’è te-nuta la tomba di papa Celestino V. Il terremoto ha provocato il crol-lo dell’abside della chiesa, proprio dove c’è la tomba di questi che è stato l’unico ad aver rinunciato all’incarico in tutta la storia del-la chiesa cattolica. la nota fac-ciata bianca e rossa della basilica è rimasta in piedi solo perché era in fase di restauro ed era protetta dalla struttura di supporto.

Anche la basilica rinascimen-tale di san bernardino, del 1527, ha subìto gravi danni. là si trova la tomba del santo che è morto al l’Aquila nel 1444. Invece il cupo-lino della chiesa di sant’Agostino è crollata. Considerato uno dei principali edifici del barocco del-la regione, era già stata distrutta e ricostruita dopo un terremoto nel 1703. È anche crollata la cu-pola della chiesa di santo spiri-to e sono state danneggiate la cupola della chiesa delle Anime sante e la facciata della chiesa di santa Maria del suffragio.

Il Municipio, una costruzione barocca, è stato distrutto. l’ar-chivio storico della città, tenu-to nel palazzo, potrebbe essere andato perso. la Porta di Napoli, un arco di trionfo costruito nel 1548 dall’imperatore Carlo V, una delle più antiche costruzioni di l’Aquila, si è ridotta in polvere.

la fortezza spagnola, costru-ita nel 1534 quando la regione era dominata dalla spagna, ha subìto gravi danni. Il luogo è se-de del Museo Nazionale d’Abruzzo ed è proibita l’entrata dovuto al rischio di crollo. la sua collezio-ne dispone di pezzi dalla preisto-ria fino al XVIII secolo, passando attraverso l’Impero Romano.

Monumenti nella provincia di Pescara e anche le città Celano e santo stefano di sessanio sono stati distrutti. la torre medievale Medicea, l’altare della chiesa san-to Angelo e la torre della chiesa di san Francesco sono crollati. A bussi gran parte del centro storico è rimasto danneggiato. A Chieti le chiese sono state chiuse.

Il terremoto ha causato danni anche a Roma. sono state colpite le strutture delle terme di Cara-calla, i sontuosi bagni costruiti nel 212. Questo complesso roma-nico, formato da bagni, piscine, biblioteche e giardini, era uno dei monumenti imperiali di mi-glior conservazione del paese.

Il segretario generale del Mini-stero della Cultura, giuseppe Proiet-ti, sa che il terremoto ha provocato “danni significativi” ai monumenti della regione, ma sarà in grado di valutare la reale dimensione del-la distruzione dopo che i pompie-ri termineranno i soccorsi. Anche perché gli uffici responsabili del la-voro del patrimonio storico-cultu-rale della regione sono in Abruzzo. Più precisamente in palazzi del XVI secolo che sono stati chiusi.

Scenario da cinemal’Aquila è il capolugo dell’Abruz-zo, regione dell’Italia centrale con circa 1,3 milione di abitanti. È un’area montagnosa che ospita un parco nazionale e cittadine spar-pagliate sulle montagne. È circon-

data da vari massicci, tra cui quel-lo del gran sasso, la vetta più alta degli Appennini, con 2.913 metri di altezza. È uno dei luoghi più fa-mosi d’Italia per sciare. grazie alla sua natura esuberante e alla sua architettura medievale, la città è stata lo scenario di film come “la-dyhawke” e “Il Nome della Rosa”, un adattamento dal best-seller di Umberto Eco.

Costruita a 714 metri sopra al livello del mare, l’Aquila durante i secoli è stata dominata da fran-cesi, spagnoli e dallo stato Pon-tificio. Ricercatori sostengono che l’obiettivo di Federico II era di costruirla perché fosse una nuo-va gerusalemme. la città è stata addirittura la seconda del regno in potenza e ricchezza. Ma cominciò a decadere nel XVI secolo, quando il viceré spagnolo Filiberto d’Oran-ge, dopo averla devastata, vi in-trodusse il feudalesimo spagnolo, privandola della sua autonomia.

PolemicaCirca un mese prima della trage-dia uno specialista in fisica che

abita a l’Aquila aveva avvisato le autorità locali della possibi-lità che ci fosse in Abruzzo un “terremoto disastroso”. giam-paolo giuliani, tecnico del la-boratorio Nazionale di Fisica e Astrofisica gran sasso ha rac-contato alla stampa italiana che l’istituto aveva registrato circa 200 scosse nella città ne-gli ultimi mesi fino a quando, a marzo, aveva avvisato le au-torità. Ha raccontato che non è stato preso sul serio. Al con-trario:

— sono stato accusato di giocare con cose serie e denun-ciato alla polizia del comune di l’Aquila perché avevo allarmato la popolazione.

Come risposta, il direttore del Dipartimento di Protezione Civile del governo italiano, gui-do bertolaso, ha dichiarato che anche se la regione è soggetta a sismi, non era possibile pre-vedere la catastrofe. E ha addi-rittura chiamato giuliani “imbe-cille che si diverte a diffondere false notizie”.

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Lo sapete da dove vengono i vostri ve-stiti? O meglio: vi siete già fermati a pensare con quale materiale sono fatti i capi che usate? bene, l’Organizzazio-

ne delle Nazioni Unite per l’Alimentazione e l’Agricoltura (FAO) se ne preoccupa e per sti-molare l’uso di prodotti fatti di cotone, fibra di agave, seta o cachemire, tra gli altri, ha proclamato il 2009 come l’Anno Internazio-nale delle Fibre Naturali. la meta è dare mag-gior visibilità alla produzione e promuovere l’efficacia e la sostenibilità delle industrie di queste fibre. Questo si deve al fatto che, fin dagli anni ’60, le “naturali” perdono terreno per le “sintetiche”, malgrado non usino deri-vati del petrolio e siano biodegradabili.

secondo la FAO, nel mondo si producono annualmente circa 30 milioni di fibre natu-rali. Destinate ad abbigliamento, tappezzeria e altri tessili di consumo, combinate ad al-tri materiali, esse servono anche all’industria per involucri, fabbriche di carta e perfino nel settore automobilistico. secondo l’istituzione lo stimolo e la visibilità che si vuole dare alle fibre, che possono essere vegetali o anima-li, si deve anche al fatto che in molti paesi in via di sviluppo il prodotto della vendita e dell’esportazione significa sicurezza alimen-tare di agricoltori e lavoratori poveri.

la FAO lavora con 15 fibre. Il gruppo ve-getale è composto da fibre di abacà, cocco, cotone, lino, canapa, iuta, ramia e agave. Nel gruppo animale ci sono alpaca, angora, cam-mello, cachemire, mohair, seta e lana.

secondo il presidente del sindicato das Indústrias de Fibras Vegetais della bahia (sindifibras) Wilson Andrade, la scelta della FAO significa un “ombrello di protezione” per il gruppo che lavora con fibre dure (di cocco, iuta e agave, ad esempio). la bahia, così co-me l’Italia, più precisamente Milano, ospite-ranno eventi legati alla produzione di fibre.

— Avremo un seminario internazionale in settembre. Il brasile è il maggior produttore mondiale di fibra di agave. sono circa 120 tonnellate all’anno — informa Andrade.

l’incentivo al consumo di fibre naturali nasce nel mezzo degli appoggi al consumo di fibre alternative, come quella ottenuta dal-le bottiglie PEt, significative per la preoc-cupazione con la conservazione dell’am-biente. E una cosa non impedisce la fattibilità dell’altra, secondo il presi-dente della sindifibras:

— È chiaro, si sa che i prodotti natu-rali fanno meglio all’organismo in gene-rale, visto che nelle tappe della loro pro-duzione danno origine a meno inquinanti se li paragoniamo ai sintetici. siamo anche coinvol-ti con acquisizioni tecnologiche che hanno per-messo all’agave, ad esempio, di essere usata per fare cisterne e tegole corrugate come sostituti dell’amianto, materiale estremamente dannoso.

sempre secondo Andrade, la fibra di aga-ve, già usata nella produzione di sedie a sdraio, sostituisce con successo le fibre di vetro usate nella produzione di plastica. Ora, oltre a essere in studio un composto che unirebbe l’agave alle alghe marine, la fibra ottiene un posto di rilievo nel settore automobilistico. Installata a bahia (che detiene l’80% della produzione nazionale di fibra di agave) la Ford, dopo quattro anni di ricerche, ha immesso nel mercato alla fine del 2008 modelli che, internamente, usano l’agave. gli adattamenti sono arrivati ai pannelli laterali e al rivestimento del tettuccio e compongono fi-no al 30% dei pezzi iniettati, il che rende possi-bile ridurre del 10% del peso degli autoveicoli.

— Quanto più leggera la macchina, quan-to più economica — mette in risalto Celso Duarte, supervisore di sviluppo di prodotti della fabbrica.

PETtessuto morbido e gradevole al contatto che si sta usando molto per fare magliette, cap-pellini con visiera e abiti in generale, il polie-

ONU festeggia anno delle fibre naturali e stimola uso di prodotti di fibre di cotone e agave. Nel frattempo in Brasile fibre alternative come i tessuti di PET diventano famose e sono un’opzione per chi si preoccupa dell’ambiente

ambiente

meabilizzante e la sua presenza nelle discariche impedisce la circolazione di gas e liquidi. E inol-tre ha il vantaggio di richiedere in media solo il 30% dell’energia necessaria per la trasformazione della materia prima. Ora 1,5 litro di contenitori PEt può essere fabbricato con soli 35 grammi di materiale vergine.

Il riciclaggio di bottiglie PEt e la loro tra-sformazione seguono processi come la sepa-

razione dei tappi e delle etichette, per pas-sare poi per un processo di essiccazione. Dopo il PEt viene tritato e decontaminato per essere trasformato in balle di fibre di poliestere. Viene anche fatta una fusione

ad una temperatura di 300°C, un filtraggio e la rimozione finale delle impurità. le fibre

passano per altri quattro processi di torsione e allungamento per diventare fili (stiraggio). Dopo essere messi in bobine, i fili vengono vaporizzati per recuperare l’umidità naturale che hanno per-so durante il processo.

Vilhena dice che in brasile il riciclaggio del PEt ha presentato un grande aumento negli ulti-mi cinque anni. Il valore della tonnellata di re-sina per riciclaggio, ad esempio, è aumentato da 400 a 1.200 reais dal 2001.

— In brasile il 21% della plastica è riciclata, il che equivale a circa 330mila tonnellate annue. In-vece le entità europee hanno festeggiato nel 2007 il tasso di 40% raggiunto nella regione del riciclag-gio del PEt prodotto. In 21 paesi, inclusa l’Italia, del totale dei 32 che compongono il gruppo, le cifre hanno superato il 22,5% previsto per il to-tale della plastica nel 2008 — informa.

Bambùsensualità, comodità e potere alle donne. È stato mescolando questi elementi che l’impresa paulista Universo íntimo (Un.i) dell’italobrasiliano gilberto Romanato ha lanciato l’anno scorso la collezione bam-boo. la linea ha puntato sulla sostenibi-lità e ha immesso nel mercato capi fatti di fibre di bambù che inoltre proteggo-no naturalmente anche dalle radiazioni (UVA/UVb) e hanno proprietà termodina-miche: i capi danno l’impressione di esse-

re freschi in estate e più caldi in inverno.— la linea è stata creata dalla stilista

sandra bento ed ha uno stile sportivo. È il nostro secondo segmento in termini di ven-

dita, malgrado sia la più recente. Ora bisogna aspettare che la valuta si stabilizzi per cercare

di esportare in Europa e stati Uniti, dove ab-biamo buoni contatti — indica Romanato, la cui famiglia è di Verona.

secondo l’imprenditore, che condivide la dire-zione della Un.i con gabriel Margulies dal 1999, la marca mantiene contatti con l’Italia, dove ha già spedito merci alla Yamamay, impresa italiana di biancheria intima, bikini e cosmetici:

— Abbiamo il certificato della Oekotex stan-dard 100, considerato la “etichetta verde euro-pea” (norma sviluppata da un gruppo di istituti tessili europei che regola la presenza di sostanze chimiche considerate tossiche), il che facilita la nostra presentazione — conclude.

Consumo

Sílvia Souza

stere fatto con bottiglie in PEt riciclate in qualità vale tanto quanto gli altri tessuti. Usu-fruendo della bandiera per la diminuzione dell’inquina-mento come alleata, questo tessuto alternativo sta con-quistando sempre più fan.

Per fare un capo si usa-no in media due bottiglie. Di solito questo lavoro vie-ne fatto da cooperative co-me la Agroindustrial de Ma-ringá (Cocamar), del Paraná. là vengono prodotte 71,5 ton-nellate di filati al mese. E oggi-giorno perfino i prezzi delle ma-gliette fatte di PEt sono competi-tivi. Costano dai 20 reais in su.

— Dal 35 al 40% della resina ri-ciclata vengono usati nella produzio-ne di tessuto — calcola André Vilhena, direttore esecutivo del Compromisso Em-presarial para Reciclagem (Cempre), un’asso-ciazione di são Paulo che promuove il rici-claggio in brasile.

Oltre a generare impiego e reddito, il ri-ciclaggio del PEt presenta altri benefici – tra cui la riduzione del volume di residui nelle discariche e un miglioramento nel processo di decomposizione delle materie organiche. Ciò si deve al fatto che la plastica è imper-

In quattro tempi: fibre di agave e cocco

trovano spazio nell’artigianato;

bottiglie PET in fiocchi

prima di essere trasformate

in fibra. La biancheria

intima della Un.I. è fatta di

bambu

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depoimentos / 15 anos

“A mídia direcionada à comunidade exerce um pa-pel importante na preservação e divulgação da cultura italiana. temas ligados à integração cultu-ral e econômica entre brasil e Itália intensificam a aproximação e a comunicação entre os povos dos dois países. Parabéns à Revista”.

giovanni Sacchi – diretor para o Brasil do Instituto Italiano para o Comércio Exterior – ICE

“Quero parabenizar a comunidade ítalo-brasileira pelos 15 anos da revista ComunitàItaliana, pois vem prestando um grande serviço a todos os ita-lianos que vivem no brasil e aos brasileiros, resi-dentes na Itália. Para mim tem sido uma grande satisfação poder dividir com a comunidade ítalo-brasileira todas as realizações de meu ministério episcopal, entre elas o trabalho de valorização da Universidade Católica de Petrópolis, como um centro de difusão da cultura, e o incentivo para que os fiéis promovam a Missão Popular, levando a mensagem de Cristo a todas as famílias”.

dom Filippo Santoro - Bispo de Petrópolis – RJ

“Pois é galera da comunidade italiana, tive o pra-zer de ser entrevistado pela revista e é, claro que enviei exemplar a todos os meus familiares para que soubessem e curtissem a matéria. Passado esse momento de gloria e destaque na comuni-dade, agora volto ao meu sonho pelo reconheci-mento da cidadania. Infelizmente por problemas de documentação enxergo cada vez mais distante a chance de ter a minha cidadania reconhecida e quem sabe um dia alimentar o sonho de viver na Itália”.

guto goffi – Músico

“É muito importante que um órgão de impren-sa tenha a sensibilidade de trazer aos irmãos italianos que hoje vivem no brasil as experi-ências trocadas pelos dois países. Enquanto ministro do trabalho e Emprego brasileiro, e cidadão italiano que sou, vejo que a Comu-nitàItaliana cumpre perfeitamente este papel, desempenhando um jornalismo sério e profis-sional. O trabalho desenvolvido hoje pela re-vista em muito contribui para que os povos ir-mãos caminhem sempre juntos, na busca por uma sociedade mais justa e fraterna. Parabéns por mais um aniversário”.

Carlos Lupi – ministro do Trabalho

“I media diretti alla comunità svolgono un ruolo importante per la conservazione e divulgazione della cultura italiana. temi legati all’integrazione culturale ed economica tra brasile e Italia inten-sificano la prossimità e la comunicazione tra i po-poli dei due paesi. Auguri alla rivista”.

giovanni Sacchi – direttore in Brasile dell’Istituto Italiano per il Commercio Estero – ICE

“Voglio fare gli auguri alla comunità italo-brasi-liana per i 15 anni della rivista ComunitàItalia-na, visto che rende un grande servizio a tutti gli italiani che vivono in brasile e ai brasiliani residenti in Italia. Per me è sempre una grande soddisfazione poter condividere con la comunità italo-brasiliana tutte le realizzazioni dei miei mi-nisteri episcopali, tra cui il lavoro di valorizzazio-ne dell’Universidade Católica di Petrópolis come centro diffusore di cultura e l’incentivo affinché i fedeli promuovano la Missione Popolare, portando il messaggio di Cristo a tutte le famiglie”.

dom Filippo Santoro – Vescovo di Petrópolis – RJ

“beh, ragazzi della comunità italiana, ho avuto il piacere di essere intervistato dalla rivista e, è chiaro, ne ho mandate delle copie a tutti i miei familiari perché conoscessero e potessero legge-re il servizio. Passato questo momento di gloria e enfasi nella comunità, ora ritorno al mio sogno di ottenere il riconoscimento della cittadinanza. Purtroppo per problemi di documentazione vedo sempre più lontana la possibilità di ottenere il ri-conoscimento della cittadinanza e chissà nutrire il sogno di vivere in Italia”.

guto goffi – Musicista

“È molto importante che un organo della stam-pa abbia la sensibilità di portare ai fratelli ita-liani che oggi vivono in brasile le esperienze scambiate tra i due paesi. Come ministro do trabalho e Emprego brasiliano e cittadino ita-liano che sono, vedo che la rivista Comuni-tàItaliana eserce perfettamente questo ruolo, mettendo in pratica un giornalismo serio e pro-fessionale. Il lavoro realizzato oggi dalla rivis-ta contribuisce molto affinché i popoli fratelli camminino sempre insieme, alla ricerca di una società più giusta e fraterna. Auguri per questo ulteriore anniversario”.

Carlos Lupi – ministro del Lavoro

Robert

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rindade

Mais depoimentos em homenagem aos 15 anos da Comunità chegaram à Redação. Publicaremos todos ao longo do ano. grazie a tutti!

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de reciclagem e refúgio dos clãs, se tornou uma nova colônia da Camorra casertana e napolitana, “fato comprovado pelo aumento do número de extorsões”, como Cantone diz.

seguindo os passos de Go-morra, Solo per giustizia já está entre os livros mais vendidos no país. O sucesso editorial colocou Cantone sob os holofotes e “lem-brou” a todos a forma como vive há tanto tempo.

Com o objetivo de se tornar um advogado penalista, Cantone se formou em Direito aos 22 anos. Com a prática da profissão, perce-beu que a investigação o atraía. Assim, aos 24 anos, após ter pres-tado concurso público, começou a trabalhar na procuradoria distrital de Nápoles. Em 1999, aos 36 anos, entrou como procurador público na Direção Distritual Antimáfia (Dda), posto que ocupou por qua-se dez anos - até 16 de outubro de 2007 - e que mudou drasticamen-te sua vida. Foi justamente no seu último dia na Dda que nasceu a idéia de escrever um livro.

SpartacusNa Dda, não demorou muito pa-ra que Cantone se tornasse o ini-migo número 1 da máfia. Já du-rante as primeiras investigações, descobre que se transformou em um incômodo personagem para a Camorra e recebe as primeiras ameaças de morte. sua família e ele entram imediatamente no programa de proteção policial. suas investigações permitem dar continuidade a spartacus, famo-so processo contra os Casalesi. trata-se do resultado de uma in-vestigação conduzida entre 1993 e 1998, ano que a Corte d’Assise do tribunal de santa Maria Ca-pua Vetere ouviu a primeira au-diência. Em 2005, o resultado: 95 condenados, sendo 21 a pri-

são perpétua. Em 19 de junho de 2008, a Corte de Apelo confirma a condenação à prisão perpétua de 16 chefões da máfia, entre eles, Francesco schiavone, Fran-cesco bidognetti, Michele Zaga-ria e Antonio Iovine.

Atualmente, Cantone trabalha no Massimario della Cassazione, última instância de recursos ju-diciais na Itália, e continua rece-bendo ameaças. Ano passado, du-rante uma das últimas audiências de spartacus, um dos advogados dos Casalesi leu uma carta em que o clã acusava – com evidente intenção de intimidar – o escri-tor Roberto saviano, a jornalista Rosaria Capacchione e o próprio Cantone de terem “exercido uma pressão negativa nos jurados”.

Após quase dez anos de luta contra as famílias mais potentes da Camorra casertana, Cantone diz não se arrepender de nada. Com uma voz calma e tranquila, concedeu uma entrevista exclusi-va à Comunità, por telefone.

ComunitàItaliana - Como che-gou a procuradoria da Direção Distritual Antimáfia?Roberto Cantone - Um pouco por acaso. Após ter passado no exa-me público, pensei que a minha colocação ideal fosse a de pro-curador ministerial. Essa é uma função particularmente ativa e estimulante que te faz entender o que realmente está por trás do que foi encontrado. CI - Dr. Cantone, quem o detesta?RC - Essa é uma pergunta a qual não sei responder. Espero que nin-guém me deteste. Na minha vida e no meu trabalho só fiz o dever de fazer respeitar as leis e as regras. CI - Quantas ameaças recebeu ao longo da sua carreira?RC - Em várias ocasiões durante as investigações, alguns sujeitos da Camorra casertana tiveram a intenção de atentar contra a mi-nha vida. graças ao conhecimen-to do território da parte das for-ças da ordem, essas ameaças não se concretizaram. CI - O senhor tem medo?RC - Não muito, mas também pro-curo não pensar no assunto.CI - Se sente de fato seguro com a escolta policial?RC - Os policiais da minha escol-ta são muito profissionais e me deixam seguro. Eles procuram in-vadir o menos possível a minha privacidade.

CI - Porque optou por escrever um livro? RC - Porque acredito que seja útil conhecer a experiência de um procurador e a dificuldade de le-var uma vida normal. O livro tam-bém foi escrito para mim mesmo. Foi uma excelente ocasião de re-flexão sobre um período muito intenso da minha vida.CI - Solo per giustizia está entre os livros mais vendidos na Itália, como o de Roberto Saviano. Por que este interesse da sociedade em conhecer o mundo da crimi-nalidade organizada?RC - O meu livro está longe do sucesso excepcional de Gomorra. Foi justamente o livro de saviano que abriu a estrada para este in-teresse. Agora, é bem mais claro a todos que a Camorra é um peri-go não só para a região da Cam-pânia, mas para toda a Itália. CI - O que significou para o se-nhor fazer parte de Spartacus?RC - spartacus é um processo que teve início ainda nos anos 80 con-tra os Casalesi. Participei da spar-tacus 2, sua continuação. Ambos foram estruturados antes que co-meçasse a me ocupar da Camor-ra. Em spartacus 2 trabalhei junto com o procurador Raffaello Falco-ne (apesar do nome, não é paren-te do promotor giovanni Falcone, morto há dez anos pela Máfia) CI - O clã dos Casalesi estava en-volvido na emergência do lixo?RC - Acredito que não seja exage-rado dizer que os Casalesi, antes de todos, perceberam o lucro que dá o negócio do lixo. Eles estão envolvidos com o sistema de li-xo ilegal e tóxico, mas algumas investigações apontam que tam-

Recentemente, o mundo inteiro tomou conhecimento do “sufoco” que é a vida do escritor Roberto saviano, o autor do best-seller Gomorra. Por conta do seu livro, ele foi jurado de morte pela máfia italiana e vive sob proteção policial. Ele, porém, não é a única pessoa, na Itália,

nessa situação. De uma maneira mais discreta, o procurador Raffaele Can-tone, um napolitano de 46 anos, vive, há dez anos, também sob proteção policial. E não somente ele, mas sua mulher e os dois filhos também.

Catone se tornou o inimigo número 1 do clã dos Casalesi, um dos braços fortes da Camorra, em consequência de suas in-

vestigações sobre ações mafiosas no país. Além de parecidas, as vidas do procurador e do escritor se

cruzaram, há pouco tempo. Foi o próprio Can-tone quem descobriu, no ano passado,

o plano dos mesmos Casalesi

Há dez anos sob proteção policial, procurador anti-máfia conta muito do que sabe em livro que se torna best-seller, na Itália

No alvo damáfia

atualidade

Janaína CéSarCorrespondente • treviso

para assassinar saviano. A partir daí, nasceu uma grande ami-zade entre os dois.

Antes, porém, outra semelhança. Em outubro do ano passado, Cantone lançou o livro Solo per giustizia, edita-do pela Mondadori. Nele, o procurador relata o confronto, dia após dia, com a Camorra; fala sobre as pessoas honestas e desonestas que conheceu; os riscos e o poder da máfia. Cantone desenhou um quadro muito particular da Campânia, definido por ele como “anômalo do ponto de vista da criminalida-de organizada”. Na sua avaliação, a região até então, destinada a ser um lugar

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bém estão envolvidos na coleta de lixo urbano. CI - Quais as principais diferen-ças entre os Casalesi e os padri-nhos napolitanos?RC - A Camorra em Nápoles reúne grupos autônomos que, em gêne-ro, se ocupam de negócios ilíci-tos em um determinado bairro. Já os Casalesi têm grande voca-ção empresarial, grande controle do território e utilização cons-tante da violência com destino certo, ou seja, eles estabelecem um alvo, seja uma pessoa ou uma empresa, e agem. CI - No livro o senhor escreveu: “A Camorra continuará invencível até quando existirem homens corruptos”. Como vê a aproxima-ção da Camorra com a política? RC - A Camorra, para sobreviver, precisa ter o consentimento dos lugares onde predomina. E o tem porque se ocupa das atividades econômicas e fornece às pesso-as diferentes possibilidades de trabalho. Este consentimento se traduz também em votos e no controle de alguns políticos. CI - Para o senhor, os partidos são demagógicos quando falam de luta contra a Camorra? RC - É determinante que a políti-ca faça a sua parte na luta contra a Camorra. somente a repressão não bastará. As coisas devem re-almente mudar. CI - O senhor sabe quantificar o que o governo já seqüestrou da máfia até hoje?RC - Não sei dizer ao certo, mas, com certeza, vários milhões de euros.CI - Como viveu o final de Spar-tacus? RC - spartacus foi uma etapa mui-to importante sob o aspecto mi-diático porque permitiu a todos saberem quem eram os Casalesi. CI - Os crimes cometidos pelos Casalesi reportados em Sparta-cus são de vinte anos atrás. Co-mo estão hoje os Casalesi, exis-te uma nova hierarquia?RC – Há tempo o clã mudou, não é mais aquele retratado em sparta-

cus. Hoje existe uma nova leva, a segunda geração de familiares. Pa-ra evitar colaborações perigosas, o clã é muito mais atento e fechado. CI - Hoje o senhor ocupa um ou-tro cargo e mesmo assim ainda sofre ameaças da Camorra?RC - Espero muito que daqui a pouco eles se esqueçam de mim para que eu possa iniciar uma vi-da normal. CI - Os jovens que trabalham para a Camorra são um pouco como os que trabalham para o tráfico de

drogas nas favelas do Brasil, ou seja, não têm perspectiva de um futuro melhor? Podemos dizer que o interesse deles pela criminalida-de é de alguma forma culpa do Es-tado, ou melhor, da ausência dele?RC - Certamente quem escolhe o caminho da delinqüência o faz porque é marginalizado, mas não sempre. A Camorra também fun-ciona como um aparelho de res-gate social e renda. Aparente-mente, é mais simples obter di-nheiro e poder com eles.

Também no mundo virtualÉ alta a popularidade de

chefes mafiosos sicilianos no site de relacionamentos Fa-cebook. O espaço mantém per-fis de chefes mafiosos como salvatore (totó) Riina e ber-nardo Provenzano, com milha-res de relatos de pessoas que os consideram “mitos” e defendem até suas “beatificações”. Alguns acreditam que os perfis sejam uma estratégia de comunicação da máfia siciliana para promo-ver o nome dos mafiosos entre os jovens.

bernardo Provenzano tem uma comunidade de fãs com mais de 200 inscritos, número semelhante dos que defendem a sua santificação. Outros três perfis aparecem em seu nome, um deles fundado por alguém que diz chamar-se Paolo Pro-venzano. As mensagens são de apoio, otimistas e positivas, que enaltecem os feitos do mafioso, tido como “um grande homem” ou “o melhor dos padrinhos”.

O chefe fugitivo Matteo Messina Denaro também tem seu perfil no Facebook. Porém, quem mais aparece no site de relacionamentos é salvatore Ri-ina, de 78 anos. Ele tem uma dezena de perfis e mais de 2 mil fãs inscritos. Entre eles, há o grupo “totó Riina livre”, que pede a liberação daquele que é considerado um dos mais cruéis líderes da Cosa Nostra.

Muitas mensagens ten-tam colocar em discussão sen-tenças já passadas. A polícia já sabe que, há anos, os ‘pa-drinhos’ tentam obter a revi-são dos processos. Há uma su-speita que essa “popularidade” no Facebook faça parte de uma nova e moderna estratégia dos mafiosos para alcançar esse objetivo. Até porque, muitos comentários mostram que o autor está bem informado a re-speito dos processos judiciais, principalmente, quando se tra-ta de Riina.

Dessa forma, a luta contra a máfia italiana ganhou o terreno virtual. Mais de 100 mil pesso-as participaram de um abaixo-assinado, pedindo ao Facebook para apagar os perfis dos apo-iadores dos chefes de Corleone, na sicília. Outros 50 mil já assi-nalaram que “a máfia dá nojo”. será que por lá, quem luta con-tra a máfia consegue se manter no anonimato e livre de ame-aças de morte?

CI - Quais são as alternativas pa-ra esses jovens?RC - As alternativas são criadas oferecendo além de um trabalho, uma nova perspectiva cultural, explicando que a Camorra reser-va para o futuro somente morte e prisão. CI - O senhor já se sentiu sozinho na luta contra a Camorra?RC - Às vezes sim. Porém, o pro-curador, quando toma uma deci-são, está sempre sozinho. CI - O que faz quando não está no trabalho?RC - Procuro manter uma vida pri-vada, muito limitada. Frequento os amigos de sempre, tenho pou-quíssima vida pública e nada de festa e badalação.CI - Foi difícil conciliar a família com sua paixão pelo trabalho, pela Justiça?RC - Muito, mas com grande satis-fação. Apesar de tudo, minha fa-mília sempre entendeu meu traba-lho e sempre ficou ao meu lado.CI - Valeu a pena sacrificar a sua liberdade em nome da luta anti-Camorra?RC - A resposta é sem dúvida sim.

atualidade

Livro de Raffaele Cantone já é best-seller

Lixo na Campânia

Foram nove toneladas de co-caína pura apreendidas em águas internacionais, em pleno Oceano Atlântico,

por policiais da Itália e da Espa-nha. A operação conjunta, cha-mada de Albatroz 2008, ocorreu em duas fases: uma no começo de janeiro, na costa da galícia; outra no dia 26 de fevereiro, a mil e duzentas milhas das ilhas Canárias. segundo o procurador anti-máfia da Itália, Piero gras-so, a quantidade é um recorde. Como resultado, 16 pessoas fo-ram presas, sendo 11 espanholas e cinco colombianas.

A droga vinha da Colômbia e era destinada ao mercado europeu. As autoridades avaliaram a carga em 720 milhões de euros. Ela ren-deria quatro vezes mais depois de ser transformada em 30 milhões de doses para a venda no varejo. A investigação começou um ano e meio atrás. A polícia italiana foi advertida pelos colegas espanhóis

sobre a presença de suspeitos na cidade de gênova. Durante todo este período, essas pessoas foram seguidas pela polícia região da li-gúria e da toscana.

As interceptações telefônicas confirmaram as atividades de tra-ficantes da quadrilha de José Ma-nuel Vila sieiram, um dos maiores narcotraficantes do mundo e líder da organização na galícia (Espa-nha). Os agentes do distrito geno-vês anti-máfia descobriram as co-ordenadas geográficas para a en-trega da droga. O ponto de encon-tro era em águas internacionais, no meio do oceano Atlântico.

Na primeira operação, no co-meço do ano, os policiais rastre-aram uma frota de pequenos avi-ões que decolava da Venezuela, na América do sul. Os pilotos lan-çavam a droga dentro de pacotes flutuantes, em alto mar. A carga era recuperada por um navio e de-pois descarregada em outras em-barcações menores e mais velozes.

Estima-se que a quantidade joga-da pela frota aérea fosse de 20 to-neladas. Porém, os policiais espa-nhóis, a bordo de um helicóptero, prenderam os dois tripulantes e recuperaram apenas 3,5 toneladas estocadas em uma lancha. O resto já tinha sido distribuído. Deste to-tal, duas toneladas eram destina-das ao mercado italiano.

Na segunda fase, o barco pesqueiro Dona Fortuna, com bandeira venezuelana, foi sur-preendido pelos agentes com a droga no porão. A embarcação já tinha sido abastecida por um na-vio-mãe que zarpou de um porto na costa da guiné, país africano usado na armazenagem da coca-ína colombiana. Cinco membros da tripulação, todos da Colôm-bia, foram presos e outros nove espanhóis detidos em terra firme. Os traficantes traziam 5,5 tone-ladas de cocaína, sendo 700 qui-los para o mercado italiano.

A operação Albatroz se alinha com as diretrizes do presidente da República Italiana, giorgio Napoli-tano. Recentemente, ele solicitou às instituições públicas o “refor-ço dos instrumentos de prevenção e de controle contra o fenômeno alarmante da difusão da droga, principalmente entre os jovens”. Para ele, não existem mais bar-

reiras geográficas para o tráfico de drogas “que permeia todas as classes sociais do país e atinge os menores de idade cada vez mais cedo”. O pensamento do presiden-te foi expresso durante a V Con-ferencia Nacional sobre as Drogas, em trieste. O congresso foi promo-vido pelo Departamento das Polí-ticas Anti-drogas da Presidência do Conselho dos Ministros.

No evento, constatou-se que uma ação enérgica do estado de-ve ser acompanhada do apoio das famílias e do terceiro setor, “pa-ra dar esperança de recuperação ao tóxico dependente através do suporte da educação”. Durante o evento, o governo declarou “guer-ra total e tolerância zero” ao trá-fico de drogas e apoiou a criação e manutenção das casas de cura para recuperar os viciados.

No ano passado, a Itá-lia apreendeu 42,1 mil quilos de drogas, 32% a mais que em 2007. só de maconha foram 36,4 mil quilos, 48,42% a mais que no ano anterior. Em compen-sação, foram apreendidas 30% menos de heroína e 85,43% me-nos drogas sintéticas.

Polícia intercepta carregamento recorde de cocaína no Oceano Atlântico. Operação coincide com a V Conferência Nacional sobre as Drogas, organizada pelo governo italiano, em Trieste

Drogas ao mar

Guilherme aquinoCorrespondente • Milão

atualidade

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religião

ComunitàItaliana - Como o senhor recebeu a no-tícia da nomeação para a Arquidiocese do Rio

de Janeiro?Dom Orani - Com surpresa e, ao mesmo tempo, muito respeito e responsabilidade pela missão que Deus, através das mediações da Igreja, me confia. Conheço o Rio de Janeiro como todas as pessoas do brasil conhecem, po-rém pretendo conhecer agora em profundidade e, principalmente, a Igreja do Rio de Janeiro, sua missão e sua história.CI - Que problemas acredita que serão os mais desafiantes no Rio?DO – só mesmo conhecendo pro-fundamente. A imprensa des-tacou muito, em perguntas, a questão da violência, que não é exclusividade do Rio. Creio que encontrarei tudo o que existe no brasil, pois acredito que o Rio seja um resumo do brasil.CI - Problemas como a falta de segurança e garantia de direitos básicos dos cidadãos resulta-ram em diversas manifestações na gestão Dom Eusébio. O senhor acredita que a Igreja possa se aproximar da política sem que haja um conflito?DO - A Igreja tem suas próprias convicções e liberdade de pensa-mento e de direcionamento. Po-rém, no trabalho social, temos consciência de que são necessá-rias parcerias e um trabalho com todos, inclusive com os gover-nantes, e também outras igrejas, religiões, associações, para um trabalho mais eficaz.CI - O que o fez seguir a vida re-ligiosa? DO - A vocação é, e sempre será, um mistério. Porém, posso ver os sinais desde o início na família. Depois, na participação na paró-quia de são Roque, em são José do Rio Pardo. Mais tarde, o dom que o senhor colocou no profun-do do coração para deixar tudo e segui-lo no serviço aos irmãos e irmãs. A decisão definitiva des-se passo foi dada quando estava cursando o atual ensino médio, na época, curso colegial.CI - Recentemente a Igreja foi muito criticada pela atuação no caso da menina de 9 anos víti-ma de abuso pelo padrasto no Recife. O senhor acredita que a postura da Igreja diante dos pro-blemas do século 21 deva sofrer mudanças?

DO - A Igreja tem uma responsabi-lidade que não depende da vota-ção da maioria e sim de princípios que marcam a sua vida. É por is-so que ela é defensora da vida em todas as etapas e situações. Como tem a missão de evangelizar, sabe que o mundo futuro depende mui-to das posições que hoje tomamos. Acredito que neste caso a pergun-ta mais importante e que não foi feita é: porque esses fatos ocorrem e porque estão aumentando?CI - Depois do fenômeno Padre Marcelo Rossi, tornou-se públi-ca a existência de outras corren-tes de evangelização na Igreja. Atualmente, o sucesso do Padre Fábio de Melo tem sido apontado como canal para aproximação com os jovens. Como o senhor avalia a influência e os avanços desses movimentos na consti-tuição da assembléia hoje?DO - Cada pessoa tem seu caris-ma e é muito bom ver as pesso-as convictas e coerentes serem canais de graça de Deus e con-seguirem levar Jesus Cristo a to-dos, em especial à juventude. to-dos esses irmãos necessitam de um acompanhamento próximo para que, na unidade da Igreja, sirvam com alegria e disponibili-dade ao povo de Deus.CI - O senhor concorda que a Igreja passa por um momento de crise nas vocações? DO - Na minha experiência acho que sucede exatamente o contrá-rio. Apesar de toda propaganda contra a Igreja Católica e apesar da divulgação de fatos isolados como se fossem comuns e uma regra, vejo muitos jovens pedi-rem o ingresso na vida consagra-da e sacerdotal. O que é necessá-rio é um acompanhamento per-sonalizado, pois hoje o jovem ao entrar traz consigo muito mais questionamentos que no passa-do. Hoje, existem outros tipos de pessoas consagradas que estão assumindo um belo trabalho na Igreja enquanto que as antigas formas de consagração passam por um amadurecimento e redes-coberta do carisma.CI - “Para que todos sejam um” é o lema de seu episcopado. O que o senhor acredita que seja ne-cessário para que essa seja uma máxima entre os católicos?DO - É para todos os cristãos, pois é uma palavra exigente de Jesus no Evangelho. Para que o mun-do creia. Ele nos pede a unidade,

que não significa uniformidade, mas unidade na diversidade, no respeito às diferenças, mas aco-lhendo-nos e aceitando-nos uns aos outros.CI - O senhor preside a Comissão Episcopal para a Cultura, Educa-ção e Comunicação Social. Que trabalhos foram realizados com êxito até aqui e quais os planos da comissão para os próximos anos?DO - Esta é uma resposta que exi-giria muitas páginas, pois somos cinco bispos dessa comissão que realiza uma diversidade de traba-lho tanto aqui no brasil como nos seus relacionamentos com o CE-lAM (América latina) e com os Pontifícios Conselhos. É uma co-missão de fronteira e de diálogo com a sociedade, além do trabalho com os grupos e meios da igreja católica. Acredito que são muitos os êxitos e o plano bienal da CNbb aponta ainda mais trabalhos para os últimos dois anos que ainda nos restam para essa missão.CI - O senhor esteve em Roma pa-ra um seminário sobre Comuni-cação no mês passado e, no iní-cio do ano, a Igreja lançou seu canal no Youtube. Como a Igreja percebe as novas tecnologias e de que forma sua passagem pe-lo Rio de Janeiro pretende privi-legiar essa área?DO - O encontro em Roma foi para os bispos responsáveis pe-lo setor comuni-cação das confe-rências episcopais e estivemos em quase 90 confe-rências representadas dos cinco continentes. A presença da Igre-ja não se resume nos meios de

comunicação, mas é uma preocu-pação de trabalhar o processo de comunicação do ser humano que é muito mais amplo. A presença no Youtube demonstra a presen-ça em todos os novos e modernos meios. É impossível trabalhar ho-je na evangelização sem utilizar a mídia e, em especial, as assim chamadas novas mídias.CI - Além desse compromisso, a passagem por Roma teve algum envolvimento com sua posse?DO - Esse encontro do Pontifício Conselho de Comunicações já es-tava agendado desde o ano pas-sado, por isso nada teve a ver com a minha nomeação. Porém, aproveitamos para conversar com alguns amigos em Roma so-bre a minha missão.CI - O senhor tem ascendência italiana? DO - Meu pai veio da Itália com meus avós e seus irmãos, quando tinha 5 anos. Na Itália temos mui-tos familiares, porém distantes, pois meus avós vieram ao brasil com toda a família. Eles são da Região de Abruzzo, entre l’Aquila e Rieti. Algumas vezes encontrei familiares na Itália e até celebrei em um encontro da família, num desses anos. Normalmente, quan-do vou à Itália, a visita é mais a Roma onde tenho as reuniões e os trabalhos. Porém, é um país que sempre nos reserva belos lo-cais para visitar e nunca termina-mos de admirar as suas belezas.CI – Como percebe a participa-ção da comunidade italiana na igreja do Brasil? DO - A Igreja do brasil deve mui-tas características aos imigran-tes italianos que, vindo para cá, trouxeram a sua religiosidade e seu entusiasmo católico. No pas-sado, os italianos foram presen-ças marcantes nesse trabalho. Hoje, muitos dos seus descen-dentes estão presentes na Igreja e trazem no coração o exemplo de seus antepassados. Muitas devoções e santos e muitas ma-neiras de celebrar se deve a co-munidade italiana.

Sílvia Souza

O ítalo-brasileiro Dom Orani João Tempesta assume, no dia 19 de abril, a Arquidiocese do Rio de Janeiro defendendo a “unidade

na diversidade”. É dessa forma que acredita ser possível combater as divisões existentes na Igreja Católica diante do enfrentamento de

problemas sociais como o recente abuso sexual seguido do aborto de uma menina de 9 anos, em Pernambuco.

Aos 58 anos, ele chega à capital fluminense vindo da Arquidiocese de Belém, no Pará. O bispo nascido em São José do Rio Pardo, interior paulista, é presidente da Comissão Episcopal para a Cultura, Educação e Comunicação Social da Confederação Nacional dos

Bispos do Brasi (CNBB). Para ele, a evangelização deve penetrar diferentes

mídias, como o Youtube, canal em que o Vaticano se lançou no início deste ano.

De Roma, onde participava de um seminário sobre Comunicação, Dom Orani concedeu uma

entrevista exclusiva à Comunità, por e-mail:— É impossível trabalhar hoje na

evangelização sem utilizar a mídia e, em especial, as assim chamadas novas mídias — afirma.

O Dom da comunicação

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SaúdeSaluteSaúdeSaluteSaúdeSaluteSaúdeSaluteSaúdeSaluteSaúdeSaluteSa

Melhor emagrecerHomens obesos que passam pela cirur-

gia de redução de estômago não apenas perdem peso como melhoram sua vida sexual, segundo estudo da Universidade de Utah, nos Estados Unidos. Para os autores, a obesidade está associada à insatisfação na vida sexual. Os pesquisadores avaliaram 22 homens que fo-ram submetidos à cirurgia bariátrica e 42 obe-sos que não passaram pelo procedimento. A média de peso no início era de quase 150 kg . As análises mostraram que quanto mais pesado era o homem, menores níveis de testosterona ele tinha e pior era sua vida sexual. Dois anos depois, os homens que haviam passado pela cirurgia reduziram em 17 pontos seu índice de massa corporal, apresentaram menores níveis de estrogênio e maior quantidade de testoste-rona. Essas mudanças ajudaram a melhorar os fatores da qualidade de vida sexual, melhoran-do o desejo, o desempenho e a satisfação.

Dor de cabeçaMulheres que sofrem frequentes en-

xaquecas têm maior risco de sofrer derrames durante a gravidez, assim como doença cardíaca, pressão alta e formação de coágulos, segundo estudo da Universi-dade Wake Forest, nos Estados Unidos. A pesquisa avaliou um banco de dados na-cional com mais de 18 milhões de regis-tros hospitalares entre os anos de 2000 e 2003, incluindo quase 34 mil casos de enxaqueca durante a gravidez. segundo o estudo, mulheres que sofrem enxaquecas na gestação tinham 15 vezes mais risco de sofrer um derrames, três vezes maior risco de formação de coágulos e duas ve-zes mais chances de ter doença cardíaca.

ExcessoNo brasil, o consumo diário de só-

dio está duas vezes e meia acima do limite estabelecido pela Organização Mundial da saúde. A culpa não é dos ali-mentos industrializados, mas do tempero adicionado à comida. Isso inclui o sal e os condimentos feitos à base de sal, que correspondem a 76% de todo o sódio con-sumido. Os dados são de uma pesquisa da Faculdade de saúde Pública da Universi-dade de são Paulo. A quantidade diária de sódio disponível para consumo é de 4,5 g por pessoa, sendo que a ingestão máxima recomendada pela OMs é de 2 g. O exces-so pode aumentar pressão arterial e levar a doenças cardiovascular e renal.

Comida caseiraA revista Food & Wine afirma que cozinhar

em casa é a tendência gastronômica do momento, pois assim a refeição é mais sau-dável que as elaboradas em restaurantes. Isso, porém, depende de quem “pilota o fogão”. Estudos mostram que a maior influ-ência nos hábitos alimentares familiares é a pessoa responsável por comprar e preparar a comida. Esses “guardiões nutricionais,” como são chamados pelos pesquisadores, influenciam mais de 70% dos alimentos ingeridos por nós, se-gundo um relatório publicado, em 2006, no the Jour-nal of the American Dietetic Association.

Todos à mesaA melhor maneira de ensinar bons hábitos

alimentares aos jovens é fazer as refei-ções com eles. Pelo menos é o que indicam os pesquisadores da Filadélfia, nos Estados Uni-dos. Por cinco anos, eles acompanharam um grupo de 600 crianças com 12 anos: as que faziam cinco ou mais refeições com a família, por semana, não só adquiriam melhores hábi-tos alimentares como os mantinham por mais tempo. Além das refeições mais frequentes, esses jovens se acostumaram a ter uma dieta mais rica. Consumiam mais frutas e vegetais, além de fibras, cálcio e sais minerais.

Antidepressivo naturalPesquisadores da Universidade de Iowa

sugerem que o sal de cozinha pode ser um antidepressivo natural. Em estudo feito com ratos, eles concluíram que aqueles que tinham deficiência de sal paravam de realizar atividades prazerosas. Eles acreditam que o déficit de sal pode estar associado à perda de prazer e à depressão.

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do “a faca e o queijo na mão” de mostrar a que veio, durante o processo de unificação do con-tinente. Vacca lembra que entre 1990 e 1996, a social democracia tomou à frente desse processo. O auge se deu em 1998, quando 13 dos 15 países europeus eram so-ciais democratas.

— O grande problema acon-teceu quando, ao formar o gover-no comunitário, decidiram que a política econômica seria nacional e foi perdida a chance de se fazer uma renacionalização. Explodiu o processo migratório e, com a cri-se da globalização, foi aberto o caminho para a direita de (geor-ge W. bush) — explica Vacca, na sua entrevista. — Em oito anos, a direita americana fechou o pro-cesso europeu, dividiu a Europa e ainda criou a guerra do Iraque para bloquear o Mediterrâneo. A integração européia significava uma projeção em direção ao Me-diterrâneo que tinha voltado a

ser o centro comercial do mundo. Era o começo da “eurolândia”.

Na sua avaliação, a Itália, jun-to com a grécia, são os países mais frágeis da Europa. No caso italiano, isso vale tanto em termos econômicos quanto de estrutura política. Ele informa que seu pa-ís tem a “maior dívida do mundo”, que representa 112% do PIb. Para ele, é muito fácil entender o suces-so de silvio berlusconi, constante-mente sendo eleito e reeleito para o cargo de primeiro-ministro:

— Em 15 anos, a direita tra-balhou para construir uma força política enraizada e unitária. A esquerda, não.

segundo Vacca, também é fácil entender porque os jovens, de uma maneira geral, e os euro-peus, em particular, estão apáti-cos e pouco participativos. Afi-nal, “o problema do jovem é das gerações antigas”, como diz. se-gundo ele, a questão está justa-mente na falta de líderes.

— Nenhuma geração é filha de si mesma. É preciso líderes em quem se espelhar. No momento, há falta de líderes intelectuais, morais e éticos — sentencia Vacca.

O livroPor um novo reformismo é o pri-meiro título de uma série que pre-tende resgatar, no brasil, idéias de pensadores políticos italia-nos. Quem informa é o ensaísta e tradutor luiz sérgio Henriques, organizador do livro de Vacca e da série. Editor do site gramsci e o brasil, ele também é um dos organizadores das obras de An-tonio gramsci em português, es-pecialmente a nova edição das Cartas do Cárcere, sua obra mais ilustre. gramsci foi o fundador do Partido Comunista da Itália e ainda é uma das maiores referên-cias da esquerda mundial.

— As idéias italianas tive-ram um grande impacto na cul-tura política brasileira. Entre as várias razões pelas quais não en-trei para a luta armada estavam os escritos de gramsci. Ele nos ajudou a apostar no reformismo. Com isso, nós, no brasil, passa-mos a ser chamados de reformis-tas, mas com desdém, de forma pejorativa. seja como for, grams-ci foi uma grande novidade para nós — afirma Henriques.

O livro de Vacca é, na verdade, um “mix” de três livros do pen-sador italiano acrescido de dois

ensaios inéditos feitos para a pu-blicação. Por um novo reformismo é formado por dez capítulos. três deles (1, 6 e 7) foram extraídos de Riformismo vecchio e nuovo (turim: Einaudi, 2001); Os de nú-mero 2, 3, 4 e 5 vem de Vent’anni dopo. La sinistra fra mutamenti e revisioni (turim: Einaudi, 1997); o capítulo 8 provém de Il riformis-mo italiano. Dalla fine della guer-ra fredda alle sfide future (Roma: Fazi, 2006); os capítulos 9 e 10 são inéditos e foram redigidos em 2008. segundo Henriques, a sele-ção e a disposição dos textos fo-ram aprovadas pelo autor.

— A Fundação (Astrojildo Pe-reira) inventou um livro meu que eu não tinha pensado — brinca Vacca. — se a escolha será útil, não sou eu quem deve dizer. É aqui no brasil que o livro precisa ser útil. Pode ser um ponto de partida para repensar a historia e procurar inovações.

luiz sérgio Henriques infor-ma que as próximas publicações a serem lançadas no brasil serão com textos de Massimo D’Alema e Enrico berlinguer.

— Queremos que as princi-pais idéias do pensamento políti-co italiano circulem no brasil. são idéias que defendem que os socia-listas jamais podem abandonar a democracia porque esse é o terre-no mais adequado para a inclusão social — afirma Henriques.

Nascido em Roma em 1949, Massimo D’Alema foi militante do PCI desde sua juventude e acom-panhou esse partido em sua me-tamorfose social-democrata e neo-liberal. Foi primeiro-minis-tro da Itália de 1998 a 2000. Foi também ministro dos Negócios

Estrangeiros do governo de Ro-mano Prodi entre 2006 e 2008.

Nascido na sardenha, Enrico berlinguer (1922 -1984) foi se-cretário-geral do PCI de 1972 a 1984. Ele foi um dos principais líderes políticos da sua geração. seu pai foi um senador socialis-ta. seu avô, também chamado

Enrico berlinguer, foi amigo pes-soal de giuseppe garibaldi e giu-seppe Mazzini, notáveis figuras da unificação italiana. também era primo de Francesco Cossiga e de Antonio segni, ambos líde-res da Democracia Cristã Italiana, que se tornaram presidentes da República do país.

Um dos principais pensadores políticos da Itália, Giuseppe Vacca lança livro no Brasil e afirma que a esquerda perdeu o trem da história

Antigos ideais

filosofia

Quem foi GramsciNascido na sardenha, Antonio gramsci

(1891-1937) trabalhava como jornalista quando fundou o Partido Comunista Italiano em 1921. Ele viria a ser um dos líderes do par-tido desde sua fundação. Em 1924, foi eleito deputado pelo Veneto. Nessa época, começa a organizar o lançamento do jornal oficial do PCI, denominado L’Unità. Em 8 de novembro de 1926, é preso pela polícia fascista, apesar de ter imunidade parlamentar. Foi condenado a vinte anos de prisão. Morreu aos 46 anos, pouco tempo depois de ter sido libertado. A in-fluência póstuma de gramsci encontra-se associada principalmente aos mais de trinta cadernos de análise histórica e filosófica que es-creveu durante o período em que esteve na prisão. Estes trabalhos, conhecidos como Cadernos do Cárcere, contêm o pensamento madu-ro de gramsci sobre a história da Itália e nacionalismo.

por conta do seu recente processo político. Um panorama bem dife-rente do europeu e que, não por acaso, encontra-se sem líderes.

segundo Vacca, na Europa, a esquerda falhou, apesar de ter ti-

da silva, tivesse ido ao seu en-contro. Em entrevista exclusiva à Comunità, ele não escondeu sua admiração por lula. Uma admi-ração que data desde o primeiro momento em que se conheceram, em 1991, no brasil e reforçada com um segundo encontro, na mesma época, na Itália.

— É uma pena que lu-la não possa se candidatar outras vezes à presidência porque a lei não permite. Eu o admiro muito. Ele tem grande capacida-de de liderança e de-monstrou isso na for-ma como vem guian-do o brasil, país que é um dos protago-nistas na nova orga-nização da economia mundial — diz Vacca.

Aos 70 anos, ele percebe não apenas o brasil, mas a América latina como um todo, como um foco de novi-dades para ser analisada

“Nesse momento, a Europa só tem um grande líder: o Papa bento 16”. A frase,

dita sem exaltação, provocou um contido “zunzunzum” na platéia. Quem a proferiu foi o pensador italiano giuseppe Vacca, “um ve-lho comunista italiano” como ele mesmo se definira um pouco an-tes. Os ouvintes sabiam bem dis-so. Afinal, eles mesmos estavam ali para homenagear Vacca por-que, de alguma forma, a ideolo-gia comunista fazia parte de suas vidas. Não foi, porém, contesta-do. O respeito calou a surpresa e a palestra prosseguiu, como se nada tivesse acontecido, na sala Itália do Instituto Italiano de Cultura do Rio de Janeiro, em uma chuvosa noite de março.

O “velho comunista” veio ao brasil para lançar seu livro Por um novo reformismo. trata-se de uma publicação conjunta da Fun-dação Astrojildo Pereira e da Edi-tora Contraponto. A apresentação é Armênio guedes e Alfredo Rei-chlin, respectivamente, dirigen-tes históricos dos antigos Parti-do Comunista brasileiro e Parti-do Comunista Italiano. O projeto contou com o apoio da Associa-ção Anita e giuseppe garibaldi.

Além do Rio, Vacca - que fun-dou em 1975 o Instituto grams-ci, em Roma, instituição que ain-da preside - esteve em Campinas e em são Paulo, onde se encon-trou com o ex-presidente Fernan-do Henrique Cardoso.

talvez o pensador italiano ti-vesse ficado ainda mais satis-feito se o atual presidente brasileiro, luiz Inácio lula

Sônia apolinário

Vacca debate suas idéias no Rio de Janeiro

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início do mês, eventos como o “100 horas de observação” reu-niram um milhão de pessoas, ao redor do mundo, para observar o céu — explica a astrônoma do Planetário da gávea.

As tais 100 horas de obser-vação, às quais Flavia se refere, fazem parte da programação fes-tiva que credita a galilei o título de fundador da ciência moderna. Durante quatro dias, pesquisado-res, teóricos e pessoas comuns puderam, em diversos pontos do mundo, observar o céu e, em es-pecial, as crateras da lua e os anéis de saturno. No brasil, foi possível analisar esses e outros elementos em lugares como be-lo Horizonte (Mg), brasília (DF), brusque (sC), Juazeiro do Norte (CE), Maceió (Al), Nova Friburgo (RJ), Paulínia (sP), Ponta grossa (PR), Porto Alegre (Rs) e salva-dor (bA).

Além disso, em julho, Manaus sedia a 61ª Reunião Anual da so-ciedade brasileira para o Progres-so da Ciência, onde a astronomia

terá especial atenção. Já dos dias 3 a 14 de agosto, se-

rá a vez do Rio de Janeiro receber a Assembléia ge-ral da União Astronômica Internacional. Vale des-tacar que, em uma reu-

nião semelhante na Re-pública tcheca, em 2006,

os astrônomos rebaixaram Plutão à categoria de planeta-anão. Flávia observa que, em

eventos desse tipo, são sempre levantadas questões polêmicas, “o que prova que a ciência não é estática”.

— O brasil, junto com a Itá-lia e a França, esteve na lideran-ça da ação que levou a Unesco a apoiar a União Astronômica Internacional pela proclamação deste Ano Internacional da As-tronomia — informa o coordena-dor do Ano da Astronomia no bra-sil e professor da Universidade de são Paulo, Augusto Damineli — Diversos astrônomos brasileiros desenvolvem estudos conjuntos com italianos. Na verdade, nu-merosos astrônomos de origem ou descendência italiana estão espalhados pelo mundo, mas é uma pena que a Itália, com tan-ta capacidade humana, não este-ja investindo em pesquisa como

deveria. Na esfera governamen-tal, existem poucos projetos bra-sil/Itália, se compararmos com a França, por exemplo.

Programação IntensaEm Florença, os 400 anos do pri-meiro uso do telescópio por gali-lei será celebrado pela exposição Galileu: Imagens do Universo, da Antiguidade até o telescópio, no Palácio strozi, até 30 de agosto.

— O único protagonista é o céu, visto não só como o firma-mento repleto de estrelas, mas também como depositário das expectativas e inquietações hu-manas e religiosas — explica Pa-olo galluzzi, diretor do Instituto e Museu das Ciências florentino, curador da mostra.

são 250 objetos e obras que incluem desde aparelhos para medir e observar a abóbada ce-leste, até as cosmogonias e cria-turas divinas que as habitavam - criadas por distintas mitologias e religiões, ao longo de 4.600 anos de história e de relação humana com o que se pode chamar de “teto do mundo”.

Restos arqueológicos, afres-cos pompeianos, atlas e esferas celestes, esculturas, pinturas, códigos iluminados, maquetes cosmológicas e binóculos se su-cedem nas várias salas do edifí-cio. Há também o Atlas Farnese do século 2 a.C., trazido de Ná-poles e instrumentos utilizados por babilônios e egípcios para medir as horas do dia e a suces-são das estações.

As comemorações fizeram com que, pela primeira vez, fos-

se celebrada em Roma uma missa em memória ao astrônomo. Foi em fevereiro na basílica romana de santa Maria degli Angeli pe-lo monsenhor gianfranco Ravasi, presidente do Pontifício Conse-lho para a Cultura. O curioso é que a Igreja perseguiu galilei por conta de suas descobertas.

— galileu foi o primeiro ho-mem que olhou com um telescó-pio para o céu. Abriu para a hu-manidade um mundo até então pouco conhecido, ampliando os confins de nosso conhecimento e obrigando a reler o livro da natu-reza com um novo olhar. A Igreja deseja honrar a figura de galileu, genial inovador e filho da Igreja — salienta o arcebispo.

De 26 a 30 de maio, ocorre-rá também em Florença, o semi-nário internacional de estudos “O caso galileu. Uma releitura histórica, filosófica, teológica”, organizado pelo Instituto sten-sen dos Jesuítas. Em Roma, de 21 a 26 de junho, haverá um curso de estudos organiza-do pela specola Vaticana (Ob-servatório Vaticano) e durante todo o mês de outubro estará aberta na santa sé a exposição Galileu 2009, Fascinação e Fa-diga de um novo olhar sobre o mundo. A 400 anos da primeira observação com telescópio.

Ainda em Roma, de 15 de outubro a 5 de janeiro de 2010 será exibida nos Museus Vatica-nos a exposição Astrum 2009: o patrimônio histórico da astrono-mia italiana de Galileu até ho-je, que incluirá livros, arquivos e instrumentos procedentes da specola Vaticana e dos Museus Vaticanos. A exposição inclui-rá ainda o manuscrito Sidereus Nuncius, de galileu, conservado na biblioteca Nacional Central de Florença.

Quem foi Galileigalileo galilei nasceu em 15 de fevereiro de 1564, em Pisa, filho de Vincenzo galilei, um músico alaudista conhecido por seus es-tudos sobre a teoria da música, e giulia Ammannati de Pescia. Além de ter estudado medicina na Universidade de Pisa, foi pro-fessor de matemática na mesma universidade e ainda na Universi-dade de Pádua.

É deste período que, entre seus inventos, destacam-se uma balança hidrostática para a de-

terminação do peso específico dos corpos (1586), uma máqui-na para elevar água – espécie de bomba movimentada por cava-los (1593) e uma régua de cál-culo (1597).

Em maio de 1609, galilei ou-viu falar de um instrumento de olhar à distância, construído pelo holandês Hans lipperhey. Mesmo sem nunca ter visto o aparelho, ele construiu sua primeira luneta em junho, com um aumento de 3 vezes. Até dezembro do mesmo ano, ele construiu vários outros objetos (o mais potente capaz de aumentar 30 vezes), e faz uma série de observações sobre a lua.

Os satélites de Júpiter, ele descobriu entre os dias 7 e 15 de janeiro de 1610. Desta fase astronômica, é famoso o Side-rius Nuncius (Mensagem Celeste) publicando em latim, em 12 de março de 1610.

galilei trocou cartas com Jo-hannes Kepler (astrônomo que formulou as leis da mecânica ce-leste), que com outros matemá-ticos do Colégio Romano eram re-conhecidos como as autoridades científicas da época. O Colégio Romano foi fundado pelo Papa gregório XIII, que estabeleceu o calendário gregoriano.

Debruçando-se cada vez mais no sistema solar, galilei verifi-cou que Vênus apresenta fases como a lua e reuniu evidências em favor da teoria heliocêntrica. Ele escrevia em italiano para di-fundir ao público a teoria de Co-pérnico. O fato chamava atenção da Inquisição que abriu processo contra o astrônomo.

Depois de proibições e jul-gamentos que tentaram impedir a propagação de suas pesquisas e textos, galilei morreu em 8 de janeiro de 1642 em Arcetri, per-to de Florença. Está enterrado na Igreja da santa Cruz, em Floren-ça. sobre a relação da astrono-mia com a Igreja, data de 1822 a retirada das obras de Copér-nico, Kepler e galilei do índice de livros proibidos. E em 1980, o Papa João Paulo II ordenou um re-exame do processo contra galilei. No dia 31 de outubro de 1992, aos 350 anos de sua mor-te, o mesmo Papa o reabilitou so-lenemente e criticou os erros dos teólogos da época que deram fé a tal condenação, sem desqualifi-car expressamente o tribunal que o sentenciou.

astronomia

No brasil, esse italiano nas-cido em Pisa, em 1564, deve ga-nhar, até o final do segundo se-mestre, uma estátua em frente ao Planetário da gávea, no Rio de Janeiro. A primeira em terras tupiniquins, segundo a astrôno-ma Flavia Pedrosa.

— Estamos em busca de es-cultores e patrocínio, mas esse ano já será de grandes feitos. No

O ditado diz que ninguém é profeta na sua própria terra. E com ele não foi diferente: galileo gali-

lei exerceu carreira como ma-temático, físico e filósofo, mas foi como astrônomo, revelando descobertas so-bre o céu, diferentes das atestadas como verda-

deiras no pensamento me-dieval, que despertou a ira dos pensadores geocentristas. Per-seguido e considerado herege, 400 anos após suas primeiras observações noturnas com o telescópio, o italiano é festejado com o Ano Internacional da As-tronomia (AIA), ini-ciativa da Unesco ce-lebrada em pelo me-nos 130 países.

Ano Internacional da Astronomia celebra os 400 anos da primeira observação por telescópio feita pelo então renegado Galileo Galilei

Sílvia Souza

Um olhar para o céu

O astrônomo Augusto Damineli

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Guilherme Aquino

MilãO

Novo tamanhoO norte da Itália pode ficar maior ou

menor, na altura da fronteira com a suíça. Os limites devem ser revistos em decorrência do derretimento das gelei-ras. O ministro das Relações Exteriores, Franco Frattini, planeja criar uma equipe formada por pesquisadores, cartógrafos, geógrafos e militares para, junto com as autoridades helvéticas, rever a frontei-ra. As geleiras no platô Rosa do Monte Cervino, no Monte Rosa e no Pizzo ber-nina, retrocederam muito nas últimas décadas. A última revisão foi nos anos 60, durante a construção da auto-estra-da Como-lugano. Na ocasião, a modifi-cação atingiu o vale de brogeda.

Elas estão de voltaÉ o primeiro indício que a primavera se

aproxima. As andorinhas começam a re-tornar da áfrica. Depois de dez mil quilômetros de vôo, as aves voltam a pousar nos prados e nas árvores do norte da Itália. Pavia, Cesa-no Maderno oferecem excelentes plataformas e programas de observação, o chamado bir-dwatching. “springalive” é o projeto europeu que coleta dados sobre a presença dos pássa-ros na região e todos podem participar. Para isso, basta inserir no banco de informações a data, o lugar e a espécie observada durante o birdwatching. Assim, os ambientalistas podem monitorar e estudar o comportamento das aves diante das mudanças climáticas em curso.

Para cachorroMilão já tem a sua creche para cachor-

ros. Isso mesmo. O serviço normal-mente oferecido aos filhos de pais que tra-balham fora e não têm com quem deixar as crianças ganha uma versão para quatro pa-tas. A creche tem área de jogos, zona dor-mitório, setor de relaxamento com massa-gem e até mesmo “salão” para comemoração de aniversários. A good Dog ocupa uma loja com 200 metros quadrados e recebe de 15 a 20 cães por dia, no máximo. seis “educa-dores”, no caso, adestradores, cuidam dos animais de segunda a sexta-feira, das 8 ho-ras da manha às sete da noite, ao custo de 8 euros por hora ou mensalidades entre 215 e 275 euros.

Design históricoO Museu Internacional do Design abre as

portas com uma nova coleção, depois de quinze meses da inauguração. Série fora de Série propõe colocar em evidência as re-lações cruzadas entre a cultura do projeto e a cultura empresarial que estão na base do tecido industrial italiano. A história dos ob-jetos é passada a limpo na mostra realizada na triennale de Milão. Alguns deles são uma lancha de Riva sebino, serviço de chá e ca-fé de Alessi, o mini-carro Volpe ou a poltro-na sacco. A exposição permite uma viagem no tempo através de produtos que modifica-ram padrões estéticos e propuseram o futuro quando o presente ainda era o passado.

O maior encontro de designers e fabricantes de móveis do planeta será realizado en-tre 22 e 27 de abril. Nessa época, Milão se transforma na capital mundial do dese-nho industrial, com centenas de eventos paralelos à exibição dos lançamentos, na

feira de Rho. No ano passado, a mega exposição deu um destaque especial para a cozinha. Neste ano, o foco é na iluminação e, como sempre, é cada vez maior a preocupação com a economia do consumo de energia elétrica. são esperadas lâmpadas eficientes e “verdes”.

Salão Internacional do Móvel

Negli ultimi dieci anni la letteratura italiana ha subìto un “buon rinno-vamento” e molto di ciò

si deve alla letteratura migrante. Una vera e propria lezione sul te-ma è stata data, in brasile, dalle professoresse Elisabetta santoro (Universidade de são Paulo), Va-lentina Russi e lucia strappini, (Università per stranieri di sie-na), che hanno partecipato alla conferenza “la Narrativa Italia-na dal 1900 al 2008”, presso gli Istituti Italiani di Cultura di são Paulo e di Rio de Janeiro.

— la letteratura italiana, in particolare la narrativa, ha subìto negli ultimi nove, dieci anni un buon rinnovamento. sono sorti vari scrittori e, soprattutto, nuo-ve scrittrici – osserva il Professo-re Ordinario di letteratura Italia-na, delegato alle Relazioni Inter-nazionali dell’Università per stra-nieri di siena, lucia strappini.

secondo lei anche nel decen-nio anteriore si è pubblicato molto

ma, per lei, le proposte recenti so-no “più interessanti”. Uno dei mo-tivi concerne il fatto che è aumen-tata molto la presenza di scrittori nati all’estero e quindi parlanti di lingua straniera che “hanno scelto di creare romanzi e poesie diretta-mente in italiano, abbandonando la lingua materna”.

Questi sono gli autori della “letteratura migrante”. scrittori delle più svariate origini, hanno arricchito i temi intrapresi e han-no lanciato un nuovo punto di vi-sta sull’Italia attuale. secondo la professoressa Elisabetta santoro, del corso di lingua e letteratura Italiana del Departamento de le-tras Modernas della UsP, i risul-tati linguistici di questo movi-mento sono molto peculiari “vi-sto che si rompono le barriere tra le lingue e che, nella scrittura, la lingua materna e l’italiano si mescolano, dando vita a pagine di grande effetto”.

secondo lucia strappini le opere degli autori migranti che

hanno dato respiro alle tematiche letterarie italiane sono spesso di tipo autobiografico. Due brasilia-ni si distinguono in questo gruppo, secondo Elisabetta santoro. sono Christiana de Caldas brito, filosofa e psicologa nata a Rio de Janeiro, con opere premiate in Italia, tra cui il libro di racconti “Amanda, Olin-da, Azzurra e le altre” e Julio Mon-teiro Martins, avvocato e professo-re universitario di Niterói, autore, tra altri libri, di “l’amore scritto”, pubblicato nello stivale nel 2007 e tema di un servizio dell’ultima edi-zione di gennaio di Comunità.

Durante la conferenza è sta-ta presentata l’antologia “Il sen-so narrante”, coordinata da lucia strappini e organizzata da Fran-cesca Romana Andreotti e Va-lentina Russi (Collana linguaggi e Culture, Ed. guerra, 2008). Il libro riunisce opere dell’irania-no bijan Zarmandili, residente in Italia da quasi 50 anni; del-la polacca Helga schneider, e di

Cristina Ali Farah, figlia di madre italiana e padre somalo.

— Un’antologia come que-sta ci dà una visione panoramica della letteratura italiana contem-poranea e ci orienta sulle tante pubblicazioni che appaiono tutti i giorni sugli scaffali delle librerie — afferma Elisabetta santoro.

Savianogli sguardi del mondo si rivolgo-no con più attenzione – anche con l’aiuto dei media – alla produzio-ne delle case editrici italiane fin dall’esplosione commerciale e cri-tica di “gomorra”, di Roberto sa-viano, pubblicato nel 2006 in Ita-lia. Il best seller, tradotto in 50 paesi, ha venduto più di 1,8 milio-ni di copie nella penisola ed è sta-to trasformato da Matteo garrone in un film di enorme successo.

Con saviano, l’onda della “ri-nascita” italiana ha invaso anche le librerie internazionali ma, se-condo la professoressa Elisabetta santoro, si tratta di una questio-ne diversa rispetto a quella della letteratura migrante.

— C’è un fenomeno di altro tipo nato a partire da gomorra. Il romanzo non-fiction di Roberto saviano e il film di garrone han-no avuto un enorme successo, ma il valore dell’operazione non è tanto quello letterario o artisti-co, quanto quello della denuncia e del coraggio di parlare della Ca-morra, la mafia napoletana, che praticamente tutti pensavano di conoscere già, ma che invece na-sconde aspetti meno noti e più vicini a noi di quanto credessimo — osserva.

Conferenza mette in risalto l’importanza della letteratura migrante nel rinnovamento delle lettere italiane

Nuove scritture

TaTiana BuffCorrispondente • são paulo

letteratura

Elisabetta Santoro

Lucia Strappini

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Que ninguém se deixe en-ganar pelos títulos em exibição. A Feira do livro Infanto-Juvenil, de bo-

lonha, não é só um espaço des-tinado às crianças, onde os pais possam levar os filhos para se di-vertirem no fim de semana. tra-ta-se de um verdadeiro mercado de direitos de títulos, negociados entre editores do mundo inteiro.

A feira, realizada entre 23 e 26 de março, conta sempre com um centro para os tradutores e outro destinado aos agentes literários, uma mostra dos trabalhos de ilus-tradores e um espaço que promo-ve a interseção do livro com as produções televisivas e cinema-tográficas, o TV/Film & Licensing Rights Centre. Nesse centro, uma das principais atividades é a ne-gociação entre criadores e edito-res de novos personagens para as histórias. A editora brasileira Me-

zadores da Feira do livro Infan-to-Juvenil de bolonha. Para a es-critora Ana Maria Machado, que participa do evento há 31 anos, o ponto forte da participação do Brasil não é o projeto gráfico ou as ilustrações, mas os textos.

— Os prêmios que o brasil já recebeu aqui em bolonha foram sempre pelo texto e tiveram um re-flexo internacional muito bom. Fi-ca evidente que existe literatura de qualidade sendo produzida no bra-sil. A feira é uma vitrine importan-te, um ótimo momento para trocar ideias, ver que tipo de catálogo ca-da editor tem, que afinidade existe entre o autor e o editor — explica Ana Maria Machado que recebeu, em 2000, o prêmio Hans Christian Andersen, considerado o prêmio Nobel da literatura infantil.

O escritor Yves Hublet, brasi-leiro descendente de italianos, par-ticipou da feira pela primeira vez, concretizando um projeto pessoal de 25 anos. Ele propõe assuntos universais e instrutivos em suas narrativas em forma de fábulas.

— Nos meus livros procuro abordar temas importantes, on-de a criança vai lendo e apren-

dendo sem sentir – acres-centa Hublet, que mo-ra na bélgica há dois anos e meio.

Em outro pavi-lhão, em um estan-de todo dedicado à turma da Mônica, Mauricio de sou-za e sua equipe todos os anos

fecham importantes negociações que vão desde a publicação das histórias em quadrinhos - tradu-zidas em mais de 22 idiomas - até o contrato com redes televisivas. Durante vários meses do ano os personagens de Mauricio de souza podem ser vistos na Rai 2, impor-tante canal italiano, semanalmen-te, às 7 horas da manhã.

— Para nós não existe crise – afirma o criador da famosa turma de personagens de história em quadrinhos.

Um dos eventos mais festejados do setor literário, a Feira de Bolonha é o principal balcão de negócios de títulos infanto-juvenil da Europa

Asas à imaginação

TaTiana riBeiroespeCial de Bolonha

lhoramentos é uma das exposito-ras mais antigas no evento.

— Expomos aqui há 30 anos, um tempo que coincide com a história da feira. Nós somos uma das editoras brasileiras que mais faz negócios aqui. Dessa vez, fe-chamos mais um título do Ziral-do para o Japão. Para nós, a fei-ra é um fórum muito importan-

te — afirma o editor breno lerner.

Por se tratar de um ramo onde as ilustrações são de extrema importân-cia, o tema das ar-tes gráficas recebe uma atenção es-pecial dos organi-

literatura

Espaço brasileiro na Feira de Bolonha

Il ragazzo è impegnato a crescere (Edizioni Topipittori)Autor: Roberto Denti - O que acontece quando seu pai é o diretor da escola e sua mãe uma professora? E quando sua avó não é uma simples e doce velhinha, mas um ver-dadeiro general com um tem-peramento nada fácil? E, co-mo se não bastasse, seu ir-mão é o mais bonito e inteli-gente da turma? É óbvio: vo-cê sonha com a fuga. E talvez você não fique só no sonho, mas tente realmente embar-car numa nave de piratas, co-mo acontece nos livros.

O papagaio que não gostava de mentiras e outras fábulas africanas (Pallas Editora)Autor: Adilson Martins – A obra apresenta uma coleção de fábulas africanas. Uma ótima forma de educar as crianças e fazer com que os adultos reflitam mais sobre a sua conduta, numa inteli-gente crítica social.

Tatia

na R

ibeiro

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A ideia de ver o mundo atra-vés dos olhos de outrem pode soar como fantasia realizada ao visitante da

17ª edição da Coleção Pirelli/MAsP de Fotografia, em cartaz até 3 de maio no Museu de Ar-te de são Paulo Assis Chateau-briand. Uma pausa para conhecer a exposição, na eufórica Avenida Paulista, centro financeiro da ca-pital, tende a significar uma via-gem no tempo e no espaço.

Este ano, a seleção de 80 obras de 24 fotógrafos brasilei-ros e estrangeiros residentes no país traz registros históricos e, muitas vezes, distantes dos cen-tros urbanos.

— A coleção Pirelli é reco-nhecida no âmbito da fotografia.

É um dos trabalhos mais duradou-ros deste tipo no brasil, talvez o único, e isto a um certo ponto se transforma em uma grande força — diz a coordenadora do proje-to desde 1991, Anna Carboncini, italiana radicada no país há cerca de 30 anos.

Em relação às edições anterio-res, além de a mostra atual acres-centar 20 fotos em comemoração aos 80 anos da Pirelli no brasil, a comissão organizadora convidou, no ano passado, quatro consulto-res para colaborar na seleção. In-tegraram as consultorias regionais a galerista Márcia Mello, do Rio de Janeiro e os fotógrafos Orlando Azevedo, de Curitiba; Pedro David, de Minas gerais e tiago santana, de Fortaleza. O grupo sugeriu ar-tistas das respectivas regiões, com o objetivo de “enriquecer a cole-

ção e aprofundar a pesquisa”, co-mo explica Anna Carboncini.

Os artistastrês gerações de fotógrafos com-põem o panorama imagético da

17ª edição da Coleção Pirelli/MAsP. são artistas nascidos en-tre 1910 e 1920, nos anos 1940 a 1950 e de 1960 a 1980. No fio cronológico, Voltaire Fraga (1911-2006), de salvador, capta em preto e branco um modus vivendi intei-ramente alheio aos bruscos modos sociais modernos. Como se fosse possível tocar certa fábula de deli-cadeza, consumada no banal coti-diano por ele retratado, sem pren-der-se aos limites não menos para-disíacos do cenário, a bahia.

Da mesma geração, os ins-tantâneos de Helmuth Wagner (1924-1988) exploram geome-trias estruturais e remetem ao efeito obtido pelo singular M.C. Escher (1898-1972), artista grá-fico holandês. Em vertente di-versa, o parisiense Milan Alram (1926), residente no Rio, traba-lhou para as principais agências publicitárias das décadas de 1940 a 1970, documentando os “anos dourados” e o charme da bossa nova na Cidade Maravilhosa.

A moda e o fotojornalismo assinalam sua relevância históri-ca e artística com registros per-sonalíssimos, de técnica apurada. são nomes reconhecidos interna-cionalmente como gui Pagani-ni, Jacques Dequeker, Nani gois, barbara Wagner – com a fogosa série Brasília Teimosa, realizada no bairro de mesmo nome em Re-cife -, Ricardo labastier, Ander-son schneider e o mestre mineiro Rui Cezar dos santos.

Ao longo da exposição, obras de fotógrafos de apelo mais in-

timista operam como veículo de expressão de interiores

ora luminosos, ora diver-tidos, bucólicos ou dramá-

ticos. O mineiro José Faria, autodidata que opta pelo ex-

perimentalismo, faz fusões e sobreposições e cria imagens

poéticas e oníricas. Rogério ghomes e Felipe Hell-

meister, ambos de gerações mais

recentes, se apresentam com composições instigantes. Diante delas, é preciso parar e olhar com atenção para perceber o subli-me do exato instante congelado. ghomes teve seu triplo quadro in-titulado Olhaí, justamente tradu-zido para o inglês como Consider. A série de fotos de Hellmeister, chamada É doce Morrer no Mar, parece reverenciar os pintores Francis bacon (1909-1992) e lu-cien Freud (1922), tal a energia expressiva da deformação.

Contemporâneos, Zé Frota e Rodrigo Zeferino incluem a distor-ção como ferramenta em seus tra-balhos, com resultados diversos. Neles, o foco é a realidade jorna-lística das periferias. De efeito ci-nematográfico, utilizando lentes especiais, os registros de Fausto Chermont, de são Paulo, passeiam por paisagens gráficas exuberan-tes, a fixar o olhar do observador em alegorias imagéticas.

A exploração fotográfica da abstração geométrica, inédita na Coleção Pirelli/MAsP, cabe a Ana Vitória Mussi, cuja obra represen-ta “a mais significativa ruptura estética desta edição”, segundo os organizadores. A fotógrafa, ca-

tarinense de laguna, estudou se-rigrafia nos fim dos anos 1980 na Escola de Artes Visuais do Parque lage, no Rio de Janeiro. Costuma expor no brasil e no exterior.

Outro marco deste ano é a “exposição dentro da exposição” de André François, paulistano de 44 anos, que realiza documentá-rios na área da saúde desde 2005. Os 20 registros estão em uma área especial, criada pelo Con-selho Curador. O fotógrafo abor-da a questão da humanização da medicina e a busca dos cidadãos de regiões ainda remotas, como a Amazônia, por tratamento médi-co. Entre o choque e o afeto, os instantâneos pronunciam o que há por fazer nessa área.

François, autor dos livros Cui-dar, Um Documentário sobre a Medicina Humanizada no Brasil e A Curva e o Caminho, Acesso à Saúde no Brasil, recebeu o apoio da Organização das Nações Uni-das (ONU) para levar seu projeto a outros países.

Mundo à parteZig Koch, arquiteto curitibano que mergulhou na fotografia desde a adolescência, extrai da natureza

imagens literalmente mágicas, empregando recursos aparente-mente simples, mas raros, como a paciência. Na foto de um macaco, por exemplo, a impressão primei-ra é a de um desenho magnífico que quase leva à suspeita de que o primata “quis” posar.

Koch trabalha para grandes publicações nacionais e interna-cionais especializadas e atua nas organizações não-governamen-tais WWF e sOs Mata Atlântica, entre outras.

Em linha semelhante, o enge-nheiro e fotojornalista Zé Paiva, de Porto Alegre, ganhou espaço na mostra com retratos da serra gaúcha, a um só tempo docu-mentais, encantadores e, por que não, vocativos de certo bucolis-mo. No mesmo espírito se enleva a fotografia autoral de André Pa-oliello, cujas obras selecionadas parecem deslizar ora sobre a né-voa, ora sob o céu e a vegetação sedutores dos litorais.

Ainda sob a égide da fantasia – agora humana, demasiado hu-mana – a presença da renomada

Exposição em São Paulo apresenta o melhor da produção fotográfica brasileira contemporânea

Visões de mundo

TaTiana BuffCorrespondente • são paulo

fotografia

Vânia toledo evoca o universo das celebridades, do erotismo e puro hedonismo. Um dos instantâneos traz uma das “tigresas” dos anos 1970/80, a cantora gal Costa, no ápice da glória e graça.

tão consolidado quanto Vâ-nia, bob Wolfenson aparece na seção final da mostra com o inu-sitado ensaio “A Caminho do Mar”, com registros metalizados e obscuros capturados desde a rodovia que passa por Cubatão, cidade uma vez considerada eco-logicamente morta.

SERVIÇO:Coleção Pirelli/MASP de FotogrAFiA – 17ª edição. Masp - MuSeu de Arte de São PAulo ASSiS ChAteAubriAnd - Av. PAuliStA, 1.578 - CerqueirA Cé-SAr - São PAulo – SP. Horário: terçA-FeirA A doMingo e FeriAdoS, dAS 11h àS 18h; quintA Até 20h. A bilheteriA Fe-ChA uMA horA AnteS. ingrEsso: r$ 15 (inteirA) e r$ 7 (eStudAnte), grAtuito àS terçAS-FeirAS e diAriAMente PArA Me-noreS de 10 AnoS e MAioreS de 60 AnoS. inForMaçõEs: (11) 3251-5644.

Um registro de Milon Alram

A partir da esquerda, imagens de Rui Cesar Santos, André François e Milon Alram. Abaixo, uma obra de José Faria

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Fenômeno que ocorre prin-cipalmente nas grandes cidades, o smog é uma mistura de gases, fumaça

e vapores de água que formam uma grande massa de ar carre-gada de poluição. Costuma irri-tar os olhos e adoecer os pul-mões. graças, porém, ao artista italiano Alessandro Ricci, o ma-léfico smog está virando sinôni-mo de arte.

É com essa sujeira do ar, res-pirada por ele e os habitantes de Florença, onde mora, que Ricci cria seus quadros. Neles, retrata paisagens e cenas urbanas que podem ser vistas na mostra em exposição no museu florentino ginger Zona di scandicci. O es-capamento de um carro em movi-mento, a chaminé das indústrias e das fábricas e a chuva ácida que mancham de negro os már-mores brancos dos monumentos espalhados pela cidade produ-zem os elementos fundamentais da pintura de Ricci.

O smog que provoca mal es-tar nas pessoas chega “plasma-do” na telas do artista. Formado em ciências naturais, Ricci deci-diu aplicar nas telas as partículas em suspensão depositadas em monumentos, persianas e facha-das dos prédios. Resumo da obra: ele pinta com o que se respira, expressa o que vê.

Para recolher a matéria-pri-ma básica dos seus quadros, o artista sai de casa com uma escada e sobe nas estátuas de mármore branco enegrecidas pe-la sujeira urbana.

— Eu passo um pano úmido nas superfícies que encontro pe-lo caminho e capturo o material que será usado como a base para a minha tinta — explica Ricci.

Ao longo da operação de co-leta, ele já sabe onde encon-trar as diferentes tonalidades do smog. Nas vias mais estrei-tas, engarrafadas, as partículas em suspensão são mais escuras. Já nas ruas com menos tráfico, a sujeira do ar é mais clara. Do preto escuro ao cinza claro é possível se obter, segundo ele, apenas na diferença de alguns quarteirões.

O artista começou a pintar com smog, por acaso, dois anos atrás. Ele realizava, para o labo-ratório da Universidade de Flo-rença, uma analise química de

amostras de aerosol pelas ruas da cidade. Durante o trabalho, Ricci sujou o braço de preto ao se esfregar numa fachada. Pintor amador, ele decidiu unir a técni-ca e a ciência ao protesto contra a poluição do ar.

No começo, o artista conse-guia as partículas junto ao Cen-tro Nacional de Pesquisa, em ses-to Fiorentino, órgão responsável pelo monitoramento das condi-ções atmosféricas da cidade. De-pois, o pintor começou a ir ele mesmo buscá-las nas ruas.

O atelier de Ricci é num cô-modo da casa onde vive. Nas horas vagas, ele separa as par-tículas escuras absorvidas pelos panos e cotonetes que deixa na mesa de jantar. O artista não usa pinceis e nem tintas coloridas. No lugar deles está um palito en-rolado com algodão e o smog. O artista “suja” a tela branca com a poeira e depois a limpa com algodão úmido criando os dese-nhos, delineando as formas e as imagens que irão compor o qua-dro. No final, Ricci usa um fixa-dor especial para colar as partí-culas no quadro.

As tonalidades vão do bran-co ao preto, passando por dife-rentes tons de cinza. A realidade, em preto e branco, surge nas for-mas de prédios, carros, condomí-nios de periferia, além de famo-sos cartões postais de Florença, como a catedral de santa Maria del Fiore, pontos de atrações tu-rísticas, manchados pelo ar polu-ído. Algumas imagens abstratas também são pintadas por Ricci. Por enquanto, ele só não ousou pintar os pulmões de quem res-pira o smog.

— Falta ainda retratar as conseqüências dessa poluição no nosso corpo — diz ele.

E se depender do andar da carruagem, o artista vai ter sem-pre à disposição as suas “tintas” gratuitas. Mesmo sendo consi-derada uma cidade de arte, Flo-rença sofre, e muito, os efeitos da poluição. segundo a legam-biente, importante ONg italiana, em 2008, os habitantes viveram 101 dias com o smog acima do limite máximo permitido pela lei: o valor PM10 por 35 dias ao ano. A mesma ONg alertou que, nos últimos três meses, a popu-lação florentina respirou, duran-te 27 dias, um ar que coloca em risco a saúde pública.

artes

Artista italiano usa smog para pintar quadros em protesto contra a poluição

Quando poluição vira arte

Guilherme aquinoCorrespondente • Milão

Quadro intitulado “Luna di Periferia”

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Cadeiras, luminá-rias, bolsas, jóias e me-

sas de escritório são algumas das peças que serão expostas na feira italiana. Muitas delas alu-dem diretamente à cidade do Rio de Janeiro.

Faz parte do grupo, por exem-plo o arquiteto guto índio da Cos-ta, responsável pelos quiosques que adornam a orla de Copacaba-na. tt leal é uma das fundadoras da Cooperativa de trabalho Arte-sanal e de Costura da Rocinha, a Coopa-Roca. O trabalho das cos-tureiras da Rocinha freqüenta muitas lojas elegantes de Ipane-ma. O designer gilson Martins é o autor das bolsas que reproduzem o Corcovado e o Pão de Açúcar, dois dos principais cartões-pos-tais do Rio de Janeiro.

Além deles, dividirão o espa-ço de mais de 100 metros reser-vados ao Rio de Janeiro, em Mi-

lão, artistas como sérgio Rodri-gues, Mendes Hirth, Fred gelly, Jaakko tamela, Claudia Moreira salles, taciana de Abreu e silva, Marcela Albuquerque, Carlos si-mas, Marcos Oliva, thiago Maia, Carlos Alcantarino, Fernando Ja-

eger, Angela Carvalho e Maria Helena torres.

De acordo com a sedeis, a se-leção dos designers e das peças que seguiriam para a Itália foi fei-

ta por membros do Conselho Con-sultivo de Design, que integra o programa Rio é Design, da secre-taria. As peças ficarão expostas no espaço Porticato, no Palazzo Affari ai giureconsulti, ao lado do Duomo, na Piazza Mercanti.

Considerado um dos eventos mais importantes do setor move-leiro mundial, o salão do Móvel de Milão chega a sua 48ª edição e reúne artistas de todas as par-tes do mundo. O objetivo é apre-sentar tecnologia, cultura, inova-ção e tendências do setor. Neste ano, uma mostra especial contará

a história do design italiano atra-vés da evolução dos móveis da antiguidade até os dias atuais.

Além da projeção no exterior, a intenção com a participação brasileira é promover a competiti-vidade de empresas nacionais que miram o mercado externo.

A capital mun-dial do Design e das inovações será palco da exposição Rio + Design

durante o maior evento do setor, o salão Internacional do Móvel 2009, que ocorre entre os dias 21 e 27 de abril, em Milão. graças a uma parceria entre a secreta-ria estadual de Desenvolvimento Econômico, Energia, Indústria e serviços do Rio de Janeiro (se-deis), sebrae/RJ, Câmara ítalo-brasileira de Comércio e Indús-tria e Agência de Promoção de Milão (Promos Milano), 18 desig-ners cariocas “invadirão” a ca-pital da lombardia para mostrar seus produtos.

Pela primeira vez, designers fluminenses realizam exposição durante o Salão Internacional do Móvel em Milão

Made in Rio

Sílvia Souza

design

Objetos de Carlos Cantarino e equipamentos de Índio da Costa

Completamente adattato in brasile dove vive da sei anni, l’attore Nicola siri, autentico genove-

se, ha avuto un’opportunità uni-ca l’anno scorso. scelto per in-terpretare l’avvocato Paulo nel-la nuova telenovela delle 22.00 della rete televisiva Record, siri è tornato in Italia. Era la prima volta che tornava nel suo paese per lavorare.

la produzione brasiliana l’ha portato in sicilia, dove sono sta-te girate le scene iniziali di Po-der Paralelo, storia di lauro Cé-sar Muniz creata dal libro Honra ou Vendetta, di silvio lancelotti, che presenta la mafia come pun-to di partenza della trama.

— Ero già stato in Italia per girare un corto. Ma tornare al la-voro in una telenovela è speciale perché il brasile è primo al mon-do nel genere. Per tre settimane, a Palermo, le giornate sono state intense. sono stato molto felice di poter aiutare la troupe con la lingua e nei problemi più sem-plici — commenta siri, 40 anni, che così come il suo personag-gio, ossia il braccio destro del

protagonista tony Castellamare (gabriel braga Nunes), ha segui-to i passi del regista Ignácio Co-queiro da vicino.

Prevista per andare in onda la terza settimana di aprile, Poder Paralelo comincia con un atten-tato. la vittima è tony, brasilia-no di origini italiane che vive a Palermo, sospetto di essere lega-to alla mafia. l’ordine di uccider-lo viene intercettato da un “dele-gado” della Polícia Federal brasi-liana, téo Meira (tuca Andrada), capo dell’operazione che indaga una potente rete del narcotraffi-co. Il “delegado” evita che tony muoia, ma non riesce a salvare sua moglie, Marina (Daniela gal-li) e le due figlie gemelle. tony scopre che il piano è partito dal brasile e ritorna alla sua terra natale disposto a vendicarsi.

— Non si sente il limite tra la storia di silvio e la mia. siamo stati molto attenti a fare questa fusione. le azioni del crimine or-ganizzato guidano la suspense sul coinvolgimento o no di tony in questo schema — spiega Muniz.

se subito agli inizi della tele-novela si vuole lasciare confusi i

telespettatori per ciò che riguar-da la personalità di tony, il per-sonaggio di siri riveste un ruolo importante in questo gioco:

— Il mio personaggio è un italiano sposato con una brasi-liana. Funziona come facilitatore e consigliere di tony e, come lui, sarà sotto tensione quando ci sarà il dubbio sul suo coinvolgimento con la mafia. È Paulo ad occuparsi degli affari di tony e quando que-sti decide di tornare in brasile, Paulo va con lui — spiega siri. — sono entusiasta perché la storia è un romanzo che parlerà del mio paese. Ma spero che non percorra gli stereotipi costruiti negli anni ’60. Questa è una chance di sfug-

gire dall’Italia che molti conosco-no in brasile, che è quella di Pep-pino di Capri. Il regista ha voluto che tutto rispecchiasse la realtà che gli italiani vivono oggi.

Il lavoro che ha avuto die-tro alle cineprese come una spe-cie di aiuto regista ha risvegliato nell’attore la voglia di provare al-tri lavori di questo tipo. Come re-gista, si capisce. Per siri, la sici-lia e la sardegna sono le regioni “più belle d’Italia”. Ma il gruppo non ha avuto molto tempo per andare in giro:

— Credo che tanto in sicilia come in sardegna la semplicità della vita e la valorizzazione del-le piccole cose di tutti i giorni siano più preservate che in al-tri luoghi in Italia, per questo ne sono rimasto affascinato. Ma l’unico posto dove ho potuto por-tare dei colleghi è stata la Valle dei templi, ad Agrigento. Oltre a questo, solo a ristoranti.

già in brasile la produzione ha scelto la città di serra Negra, nell’interno di são Paulo, come set che simula la continuazione dei fatti iniziati in Italia. secon-do il regista, degli angoli del luo-go sono propizi a dare immagini di montagne uguali a quelle vi-ste nello stivale. A Rio de Janei-ro, dove sono gli studi della tv, è stata messa in piedi una cit-tà scenografica per il resto della trama. Nella telenovela il princi-pale legame tra il brasile e l’Ita-lia sarà intrecciato grazie alla relazione tra la giornalista lídia (Mirian Freeland) e tony.

Telenovela della Record, che parla di mafia, riporta in Italia l’attore Nicola Siri

Di ritorno alle origini

televisione

Sílvia Souza

Nicola Siri (a destra) in scena come Paulo

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Giordano Iapalucci

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Vademecum per il turistaLa città di Firenze sta cercando di metter

mano alla sensibilizzazione e all’educa-zione verso quegli equilibri che intercorro-no tra i propri cittadini e i flussi turistici che nella città del rinascimento superano i 9 milioni l’anno. È stato così varato il deca-logo dell’eco-turista ed ho pensato di pro-porvelo per sapere cosa ne pensate ([email protected]): 1 - Informatevi sulle regole per un turi-smo migliore che salvaguardi la qualità ambientale;2 - Non sporcate la città e non danneggia-tela: niente scritte e chewing gum sui mu-ri, cartacce per terra, arrampicate su opere d’arte, bottigliette e carte lasciate a giro;3 - scegliete prodotti con confezioni ri-ciclabili e con poco imballaggio;4 - Non sprecate risorse come l’acqua, so-prattutto in estate, sia durante il soggiorno in albergo sia durante la visita alla città;5 - Utilizzate trasporti ecocompatibili, privilegiando soprattutto i mezzi pub-blici; ideali sono anche la bicicletta e i mezzi elettrici che possono essere noleg-giati in diversi luoghi della città;6 - Rispettate la cultura, la città, i suoi abi-tanti; ad esempio, assumete comportamen-ti consoni nelle chiese, che sono soprattut-to luoghi di culto e non fate confusione a giro per la città, specialmente di notte;7 - Preferite prodotti e ristoratori che propongono alimenti tipici o comunque coltivati con metodi biologici, a basso impatto ambientale; così avrete modo di comprendere meglio tutti gli aspetti della cultura toscana.8 - Informatevi sulle strutture pubbliche a vostra disposizione, come le piste ciclabi-li e le fontane dell’acqua potabile. In ac-cordo con gli albergatori aderenti a questo progetto, il CIAl (Consorzio Imballaggi Al-luminio) vi offre un’utile borraccia in allu-minio riciclato che potete riempire nelle fontane e riutilizzare ogni volta che volete.9 - Provate percorsi alternativi, in mo-do da alleggerire quelli più sfruttati e ri-cordate che Firenze è ricchissima di altri straordinari musei oltre agli Uffizi e all’Ac-cademia. se possibile, viaggiate fuori sta-gione per non contribuire alle congestioni e agli affollamenti: la scelta di un periodo diverso permette anche di apprezzare me-glio la città e le sue bellezze.10 - scegliete strutture ricettive impe-gnate nella salvaguardia dell’ambiente e garantite dalla certificazione dei Marchi di Qualità ecologica.

Il volto di MichelangeloCasa buonarroti, il 7 maggio prossimo,

inaugurerà una mostra dal titolo “Il volto di Michelangelo” sui ritratti e le raf-figurazioni fatti allo stesso genio che pro-prio perché non amava ritrarsi né farsi ri-trarre risulta essere molto originale. Durante l’esposizione, il visitatore, ne potrà vedere in forma originale addirittura quattro tra cui quelli di giuliano bugiardini e di Jacopino del Conte. Interessante anche la parte con-clusiva della mostra che mette in evidenza un ritratto interiore dell’artista attraverso descrizioni sotto forma di scritti e di rime. l’esposizione rimarrà aperta fino al 30 lu-glio. l’ingresso è di 6,50 euro con orario che va dalle 9.30 alle 16.00.

I profumi di BoboliArrivata alla sua terza edizione, la ras-

segna dal nome “I profumi di boboli”, propone prodotti di grande ricercatezza e risultati di antiche ricette messi in pratica da erboristi e da profumieri artigianali della regione. si potranno così incontra-re cosmetici preparati con ingredienti na-turali come frut-ta, fiori e olio di oliva. Di grande rilevanza anche la parte dedicata alle tisane, infu-si, saponi e oli es-senziali. Per i più giovani sono presenti percorsi olfattivi organizzati dal-la libreria Cappello di Merlino che si occupa proprio di ragazzi. Per chi, invece, ritiene di avere il pollice verde non deve perdere la di-mostrazione di decorazione floreale dove sa-rà possibile interagire e cimentarsi personal-mente con gli ornamenti. Dal 7 al 10 maggio. Ingresso gratuito.

Il 15 maggio prossimo sarà inaugurata la mostra sugli strumenti e macchine scientifiche delle collezioni della fami-

glia dei Medici presso il Museo degli Ar-genti (Palazzo Pitti). In particolare Cosimo I e Ferdinando II svolsero un ruolo molto importante nelle discipline fisico-matema-tiche. Non si limitarono alla sola attività

politica del granducato di toscana ma si resero conto dell’importanza che la cono-scenza scientifica rivolgeva nell’attività di controllo tecnologico e nella stessa solidi-tà che questa poteva portare nel prestigio del potere politico. Ingresso euro 12. Ora-rio di apertura dal martedì alla domenica dalle 8.15 - 18.50.

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Sapori d’Italia

Muzzarella de búfala é a base dos pratos de uma rede de restaurantes italianos que chega ao Brasil

Serviço: FrAtelli lA buFAlA – ruA generAl SAn MArtin, 1196leblon – rio de JAneiro – rJ tel: (21) 2512-7455

Rio de Janeiro - Depois de 80 unidades espalhadas pelo mun-do, o Fratelli la bufala chega ao Rio de Janeiro, mais precisa-mente ao leblon, um dos bairros mais charmosos da cidade.

A rede foi criada por três irmãos originários de salerno, província italiana da região da Campania. A história do Fratelli la bufa-la começa quando giuseppe, Antonio e gennaro dissolveram o negócio de família - produção de mozzarella de búfala - para tentar a sorte em outros ramos. giuseppe partiu para Nova Iorque, onde trabalhou como pizzaiolo até abrir sua própria casa italiana. Atestado o grande suces-so, os outros dois irmãos seguiram o caminho e se juntaram a ele na empreitada. E a matéria-prima do antigo negócio da família voltou a estar presente na vida dos irmãos la bufala, como são conhecidos. Na Itália não há uma cidade que não abrigue um Fratelli. O primeiro foi aberto em Nápoles, há três anos. Atravessando as fronteiras italianas é possível encontrar o restaurante na Inglaterra, Espanha, áustria, suíça, Alemanha e há projetos em andamento em Dubai, tóquio e Moscou.

seguindo o conceito da rede, a ideia inicial da franquia carioca era ser-vir apenas carne de búfalo e queijo de búfala. Porém, houve mudanças.

— Adaptamos nosso cardápio de acordo com o gosto do brasilei-ro e o carioca, em geral, come muita carne bovina — explica um dos sócios do negócio do Rio, Paolo Mantovano, natural de Napoli, de on-de já conhecia os irmãos la bufala e que teve a iniciativa de trazer a cadeia de restaurantes para cá. — temos fornecedores que importam os produtos que precisamos para garantir o autêntico sabor italiano. Quem comer aqui terá a mesma qualidade encontrada em todas as uni-dades do Fratelli pelo mundo.

Na cozinha, o chef italiano Enzo Rigo prepara delícias como Pros-ciutto Pata Negra ou san Daniele (com focaccia), mil folhas de peixe es-pada flambado com bresaola de búfala, rúcula, molho panna levemente picante e salsinha. são tantas opções que o próprio Mantovano fica na

Sucesso globalizado

dúvida para escolher seu prato preferido que acaba sendo o gnocchi de ricota de bufala com tomatinhos frescos, manjericão e mozzarella.

O restaurante carioca tem 90 metros quadrados e uma arquitetura que mistura aço, vidro, muita madeira de demolição e mármore. O projeto de Roberto tuorto segue o padrão internacional com pequenas adaptações para adequá-lo ao nosso clima tropical. Com um cardápio de dar água na boca e uma carta de vinhos selecionada, os 80 lugares oferecidos pelo restaurante estão sempre ocupados. O sucesso do Fratelli la bufala cario-ca empolga os donos a abrir mais restaurantes pelo brasil. Há planos para levar a rede a são Paulo, Curitiba, brasília e belo Horizonte.

nayra Garofle

O restaurante fica no Leblon, coração da zona sul carioca

Gnocchi la Búfala

Ingredientes: 1 kg batatas cozidas e amassadas; 300 g farinha de trigo; 1 ovo.

Ingredientes para o molho: 2 dentes de alho; 4 colheres (sopa) azeite extra-virgem de oliva; 1 caixa de molho de tomate fresco; 3 folhas de manjericão alfavaca (de folha grande); 150 g de mus-sarela de búfala fresca; 60 g de queijo parmesão ralado.

Modo de preparo: Refogar os dentes de alho com o azeite até fi-carem dourados, retirá-los e colocar o molho de tomate.

Cozinhar

por dois minutos, salgar e agregar a mussarela cortada em cubos, o queijo parmesão e as folhas de manjericão. Reservar. Cozinhar os gnocchi em água fervente previamente salgada até eles boiarem. Neste momento, os retiraremos da água com a ajuda de uma espu-madeira para junta-los ao molho reservado.

Colocar em recipientes

refratários e decorar com tomatinhos frescos e manjericão.

atualidadeil lettore racconta

Mande sua história com material fotográfico para: [email protected]

italiano, e um ano depois reali-zamos nosso sonho: conhecer a ci-dade onde meu avô nasceu. Duran-te o curso, e antes da viagem, meu tio mais velho, que é presidente de uma associação, me convidou para participar de conferência de jo-vens no Chile, já que sou formado em Design Gráfico e sempre trabalhei com comunicação.

Felizmente, a minha parti-cipação foi bem vista e eu gostei do ambiente, da amizade, do contato com outras culturas, e logo em se-guida surgiu um projeto que se en-caixaria no meu objetivo profissional daquele momento.

Infelizmente, no Brasil, a região de Abruzzo não tinha ne-nhuma atividade voltada para o jo-vem, e a experiência do encontro nos motivou a iniciar uma ativida-de. Junto com outros cinco colegas, organizei um grupo de jovens cha-mado Giovani Abruzzesi in Brasile, o GAB (www.abruzzo.org.br/gab). Para essa tarefa, tivemos ajuda da Fe-derazione delle Associazioni Abru-zzesi in Brasile (Feabra). E além da conferência em 2006, realiza-da no Chile, a associação levou jovens para outras duas conferências: em 2007, na Argentina e, em 2008, no Canadá.

Participar dessas atividades me abriu as portas para a comunidade italiana em geral. E uma das por-

tas abertas me levou aos pro-jetos e eventos realizados pelo Comitato degli Italia-ni all’estero (Comites). Fiz parte da comissão organi-zadora da conferência em São Paulo, junto com outros jovens, sendo convidado a participar da delegação brasileira que representa-ria o país em Roma.

A Conferência dos Jovens Ita-lianos no Mundo foi o maior e mais importante prova de que podemos participar dessas mudanças, reali-zada com o objetivo de ouvir os jovens. Essa conferência teve uma dimensão muito maior do que outros encontros que participei, a começar pela pre-paração feita antes da viagem. Os temas debatidos, o nível dos parti-cipantes e a política que envolve um evento como este, teriam me causado a mesma sensação do que se nunca tivesse participado de nenhum outro encontro. Foi um elo com meu passa-do definitivamente recuperado.

Foi sensacional ver a experiên-cia da delegação brasileira em com-partilhar, aprender quais são as re-alidades nas diversas regiões do país. Mesmo a delegação se encontrando pela primeira vez no aeroporto de São Paulo, pronta para o embarque rumo à terra de nossos antepassados, a sinergia foi instantânea.

Agora, com muito orgulho, pre-sido o Comitê da Associação dos Jo-vens Italianos no Mundo (AGIM). Em todo o globo são mais de 2300 inscritos e tenho a certeza de que no Brasil, através de transparen-tes atos que promovam a cultura, cada vez mais jovens descendentes vão se interessar por aprofundar suas relações com a Itália. Na mi-nha família, por enquanto, fora eu e meu tio, nenhum outro parente mergulhou nesse universo, mas sin-to que todos se sentem orgulhosos de ver que ainda lembramos de nossa origem e que trabalhamos para que não seja perdida.

Rafael Petrocco,Campinas - SP - 27 anos

Meu nome é Rafa-el Petrocco, tenho 27 anos e moro em Campinas, interior

de São Paulo. Meus avós vieram de Carpineto della Nora, Abruzzo, em 1952, trazendo seus 8 filhos. Desem-barcaram em Santos e foram para São José do Rio Pardo para traba-lhar na plantação de café. Depois, se mudaram definitivamente para Campinas. Aqui no Brasil nasceu o 9º filho - meu pai.

Apesar da proximidade da fa-mília, nós (filhos e netos) nunca ti-vemos muito contato com a cultura e com a língua italiana, já que foi necessário se adaptar ao Brasil para continuar a vida. Um tio, porém, reatou o contato com os irmãos de meu avô e, assim, aos poucos, fomos nos reaproximando. Alguns dos meus tios voltaram para rever os parentes e reviver a história, e alguns primos da Itália vieram nos visitar. Pri-meiro, a aproximação se deu entre os mais velhos, com encontros reali-zados na casa da nonna. Em 2006 vieram também os filhos dos primos, jovens com 17 e 16 anos. Foi nesse momento que percebemos que algu-ma coisa poderia acontecer.

Era a primeira vez que tínha-mos contato com a nova geração, e esse contato nutriu a vontade de um dia ir para a Itália. Eu e mais dois primos iniciamos um curso de

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Claudia Monteiro de Castro

la gENTE, il pOSTO

Golfo dos poetas

A costa da ligúria é uma das mais bo-nitas da Itália, com águas cristalinas, cidadezinhas pitorescas e colinas.

Um dos trechos da costa lígure é conhecido

como golfo dei Poeti, que vai da cidadezinha de lerici até Portovenere. Foi batizado assim pois era amada por escritores e poetas como shelley, lord byron, Petrarca e Montale.

lord byron, que além de poeta era exí-mio nadador, em 1822 realizou o feito de atravessar toda a baía a nado para encon-trar dois amigos escritores que moravam do outro lado, na Villa Magni: Percy e Mary shelley, ele poeta e ela, autora do famoso livro Frankenstein.

lerici, uma das cidades do golfo, é uma graça, com seu castelo genovês e seus pré-dios coloridos com fachadas pintadas com a técnica de trompe l’oeil, causando ilusão de ótica. No centro do golfo fica a cidade de la spezia, um porto comercial. Portovenere, do outro lado, é belíssima com sua esplêndida igreja de san Pietro. Ainda fazem parte do golfo dei Poeti os simpáticos vilarejos de tellaro e san terenzo e três ilhazinhas: Pal-maria, tino e tinetto.

A Itália é um pequeno mundo. Cada região tem a sua culiná-ria, a sua paisagem, o seu dialeto e seus habitantes com características peculiares. Estereótipos, é claro, mas às ve-

zes acabam sendo confirmados. Os romanos são famosos por serem extrovertidos e às vezes vulgares. Os napolitanos, malandros. Os si-cilianos, ciumentos.

Os genoveses, por sua vez, são famosos pela mão fechada - não a abrem nem para cumprimentar as pessoas. Em italia-no coloquial, avarento é tirchio. Dizem isso não só dos genoveses, mas dos lígures em geral, os habitantes da região de ligúria. A fama é esta, mas é difícil saber se é verdade ou não.

O lígure se defende dizendo que não é pão duro, que é oculato, ou seja, econômico, parcimonioso, que não gosta de desperdício. A explicação para isso é histórica, o fato da tradição de gênova ser uma ci-dade de mar. Os comerciantes eram habituados a avaliar com cuidado o valor da moeda.

Outra característica que dizem ter os genove-ses é que eles nem sempre são acolhedores, que são muito fechados. Coincidência ou não, pude ver isso num restaurante em Rapallo. Estava com uma amiga brasileira. Ela entrou no restaurante e perguntou em inglês se tinha lugar. Resposta negativa. Dois minutos depois, improvisei meu melhor sotaque genovês (o brasileiro falando italiano é ligeira-mente parecido) e eles conseguiram uma mesa pra mim. Minha amiga ficou furio-sa. Não se conformava que não tinham dado a mesa para ela, e para mim, falsa genovesa, sim.

Pedimos uma deliciosa massa ao pesto. Que em gênova é o melhor do mundo. E depois de saciadas, com overdose de pesto e vários copos de vinho branco, minha amiga relaxou. Pão duro ou não, pouco aco-lhedor ou não - estereótipos à parte, a verdade é que a ligúria é uma maravilha. E ainda para entrar no clima dos genoveses, pedimos até um desconto na hora da conta.

Os genoveses

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Como os ítalo-brasileiros podem dar prossegui-mento à cultura italia-na da família de forma

empreendedora? Foi pensando nisso que o paulista Alexan-dre scabin e os primos cariocas gianpietro bosco e Francesco Masello tiveram a mesma ideia: abrir um negócio autenticamen-te italiano.

As cidades são diferentes e do ponto de vista comercial isso favorece, já que os jovens em-presários decidiram trazer para o brasil o sabor do autêntico gela-to. Em são Paulo, scabin abriu a stuzzi gelato e Caffè utilizando as receitas de seu avô Vitorio.

— tínhamos muitas receitas guardadas e lembranças dos ge-latos do meu avô. stuzzi era o nome da gelateria que meu avô tinha no Vêneto, antes de vir para o brasil — conta scabin.

O jovem administrador, de 34 anos, revela que a sorvete-ria, ou melhor, gelateria como prefere chamar, é uma forma de manter viva a tradição italiana na família. Mais do que isso. Ele quer que as pessoas se sintam como se estivessem em um pe-dacinho da Itália, só que no co-ração da Vila Madalena.

É com este mesmo conceito que os primos bosco e Masello, de 32 e 28 anos, criaram a Ama-

rena, em Copacabana. Eles são a primeira geração ítalo-brasileira da família. Na década de 60, o local era o endereço da mercearia de seus pais.

— Com os supermercados a mercearia foi perdendo va-lor. Pensamos numa maneira de mudar de negócio. Fomos para a Itália aprender com a nossa família que já trabalhava com sorvetes em Fuscaldo, na Calá-bria — explica bosco que é ad-ministrador de empresas e mo-rou seis meses em Roma quando estudou na Universidade Italia-na la sapienza.

A empolgação estampada no seu rosto ao falar sobre a sor-veteria revela o orgulho de ter correndo nas veias o sangue ita-liano. tanto que os conterrâneos chegam na Amarena e são aten-didos no idioma de Dante para que se sintam em casa.

Ambas as casas oferecem sa-bores exóticos e adaptados ao gosto brasileiro. A stuzzi, por exemplo, oferece o sorvete de maçã assada com canela, finali-

zado com um toque de mel e mo-rango. são 16 sabores ao todo do quais fazem parte pêra com água de coco, amora e mirtilo, são op-ções sem lactose e com 0% de gordura. Na Amarena, além dos apetitosos sabores como tirami-su, prosecco e caipirinha, não poderia deixar de ter o gelato de amarena, um tipo de cereja existente na Itália, que aliás é o preferido do carioca. Um dos mais curiosos é o viagro, inspi-rado na famosa pílula azul com adição de ginseng. A “carta” é composta por 32 sabores.

Diferente da cultura italia-na, os brasileiros não costumam encarar os sorvetes no inverno. Porém, os empresários garantem que esse conceito já está mudan-do, mas desenvolvem soluções para atrair os clientes mesmo no frio. Na stuzzi, por exemplo, sca-bin desenvolveu um setor de ca-feteria, além de investir em so-bremesas “menos geladas”. Na Amarena, os primos asseguram que apesar do movimento cair até 40%, após o verão, as pes-soas que frequentam a casa du-rante o calor costumam voltar no inverno por terem a certeza que o sorvete não é tão gelado.

— O gelato italiano é cremo-so, consistente e, por conta dos ingredientes, não é supergelado. As pessoas percebem que podem tomar e não sentirão frio — con-ta bosco que pretende futura-mente, “espalhar” pelas cidades outras filiais.

Nova geração de ítalo-brasileiros garantem, no Rio e em São Paulo, o sabor e a tradição do autêntico gelato

Futura promessa del Vasco, Philipe Coutinho è già stato venduto all’Inter di

Milano e parte per l’Italia l’anno prossimo?

nayra Garofle

nayra Garofle

Como nonno fazia

Cannoniere?Gambe d’oro?

Os primos Francesco Masello e Gianpietro Bosco na carioca Amarena. Ao lado, a paulista Stuzzi da família ScabinVolor se consequipit la conulpute dit wisit, vullan hendignisi.

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Un ragazzo di 16 anni, carioca, a cui pia-ce il mare, è del Vasco e ama gio-

care a calcio. Qualcosa fuori dal normale? No, se questo ragazzo non aves-se come destino un futuro brillante sui campi italiani dal secondo semestre dell’anno pros-simo, quando diventerà maggio-renne. Philipe Coutinho, che si allena nel Clube de Regatas Va-sco da gama, è già stato vendu-to all’Internazionale di Milano a circa 10 milioni di reais. Nel frat-tempo sogna di giocare una par-tita al Maracanã con la squadra principale del suo club. In fondo il suo tesserino è stato venduto senza che prima avesse giocato nessuna partita con la squadra professionista di são Januário.

A casa è chiamato Philipin-ho. sui campi, dove è pratica-mente una mascotte, Coutinho. Oggi il giovane calciatore è una delle maggiori promesse del Va-sco. Infatti partecipa agli allena-menti della squadra principale e il tecnico in persona, Dorival Jú-nior, dice che giocherà presto.

— Dobbiamo stare attenti con un atleta come lui, cercare di metterlo in campo nel miglior mo-mento possibile affinché la squa-dra possa dargli tutto l’appoggio necessario — afferma Dorival Jú-nior parlando dell’attesa “prima” dell’adolescente tra i “grandi”.

timido, senza sapere cosa di-re, Coutinho sembra non avere an-

cora coscienza del futuro pro-mettente che circonda i suoi scar-pini. Per ora trasmette una grande tranquillità, tipica di chi sta sem-pre con la famiglia accanto.

— Dovunque io vada, mio pa-dre viene con me. la mia famiglia si sta preparando per abitare con me in Italia e accompagnare da vi-cino l’Inter. Non la vedo come una cosa negativa, al contrario, voglio proprio che rimangano vicini a me — rivela l’adolescente che si è già allenato con il suo nuovo club in Italia tre volte per ambientarsi.

E non sono solo i genitori a partecipare attivamente alla routi-ne del calciatore. Coutinho è il più piccolo di tre fratelli, e ci sono 19 anni di differenza tra lui e il più grande, Cristiano. Quando può, Cri-stiano si prende sempre la respon-sabilità di accompagnare il fratello più piccolo agli allenamenti. I due, i genitori e il fratello di mezzo, le-andro, 31, studiano italiano insie-me due volte alla settimana.

tra gli idoli di Coutinho, Kaká è il primo della lista. Ma il sogno di giocare accanto a lui dovrà es-sere rimandato visto che l’Inter è una delle maggiori squadre rivali del Milan.

— Non c’è problema. Il mio sogno, quello vero, è giocare con

lui nella nazionale brasiliana. Non dovrei fare grandi cose. Io gli pas-serei solo il pallone e lui farebbe il resto — dice con un tono da fan, senza rendersi conto che lui stes-so potrà diventare un idolo inter-nazionale in pochissimo tempo.

A sei anni Coutinho già gio-cava nel campetto del condomi-nio dove abitava, nel Rocha, zona nord di Rio. È stato il nonno di un amico ad avvisare i genitori che quel ragazzino sembrava un can-noniere. Così Coutinho è andato ad una scuola di calcio nel Clube dos sargentos e poi è entrato nel-la squadra della Mangueira.

— A sette anni mi hanno dato il tesserino per giocare nella liga de Futsal dello stato — racconta il giovane che, essendo stato can-noniere della stagione, è stato in-vitato a giocare nel Vasco.

Nella categoria Fraldinha [Pannolino], nel 2000, Coutin-ho ha conquistato il bicampiona-to della liga de Futsal [Calcet-to] con il Vasco. Ha cominciato a giocare sui campi d’erba e ha

conquistato un titolo dietro l’al-tro. È stato campione carioca nel 2004 nella categoria under 12, nel 2005 per quella under 13 e nel 2006 con la under 14. senza contare la conquista della 1ª Co-pa do brasil nella categoria un-der 17, realizzata nel 2008.

Dovuto ad una decisione della commissione tecnica, nel 2006 ha cominciato a giocare come cen-trocampista. Da quel momento ha cominciato a diventare più intimo della maglietta 10 e sono iniziate a piovere le prime convocazioni per difendere la Nazionale brasi-liana e così sono arrivati altri ti-toli: nel torneo Internazionale in spagna per la categoria under 14; nel sudamericano under 15 e, nel 2008, già come giovanile, nel tor-neo Internazionale della spagna. l’invito per allenarsi accanto ai professionisti è arrivato nel set-tembre dell’anno scorso.

— Per ora voglio solo pensare a quello che posso fare per il Vasco. Non vedo l’ora di poter giocare tra i professionisti — dice Coutinho.

atualidadeesporte

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Desligar ou não?

Projeto de lei de autoria conjunta de vários parlamentares, tenta trazer “talentos” de volta para a Itália em busca de um novo

florescimento econômico e cultural

Tornando a casa

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Disegno di legge firmato da vari parlamentari cerca di

riportare “talenti” in Italia in cerca di una nuova rinascita

economica e culturale

Janaína CeSarCorrespondente • treviso

Nos últimos dez anos, a Itália perdeu muitos dos seus jovens. Não se trata de guerra ou

epidemia. Essa “tropa” deixou o país em busca de melhores oportunidades profissionais. segundo dados da Aire (Ana-grafe italiani all’estero, órgão do ministério do Exterior), ho-je vivem cerca de 3,7 milhões de italianos fora da Itália. Des-se total, 54% têm menos de 35 anos. Com eles, foram-se talentos, profissionais de ex-celência nas respectivas áreas de atuação que poderiam estar contribuindo para o desenvol-vimento cultural e econômico da Itália.

Para tentar reverter es-se êxodo moderno, parlamen-tares fizeram algo inédito: se uniram para criar um projeto de lei conjunto. No caso, essa união foi entre os dois maiores partidos de governo e oposi-ção, respectivamente, Povo da liberdade e Partido Democráti-co, notórios rivais.

O resultado chama-se Con-troesodo, apresentado mês passado no plenário da Câmara dos Deputados.

Na prática, o que o proje-to de lei propõe é a criação de um sistema de descontos fiscais para atrair de volta ao país pesquisadores e professo-res ligados ao mundo acadê-mico, profissionais autônomos e artesãos. Eles podem optar tanto por trabalhar sob con-trato, quanto por iniciar um projeto empresarial nos mais diversos setores.

Os pré-requisitos estabe-lecidos pelo projeto de lei são simples: ter menos de 40 anos e ter morado e trabalhado no exterior pelo menos por dois anos. O texto prevê uma isen-ção fiscal trienal de 25 mil eu-ros para quem optar por retor-nar para o norte ou para o cen-tro do país. Quem preferir to-mar o caminho do sul, terá di-reito a isenções de até 50 mil euros em impostos a pagar.

— Controesodo parte do princípio de que quem deixa a própria terra leva consigo o desejo de contribuir, como protagonista, do crescimento e desenvolvimento do próprio país — explica o deputado gu-glielmo Vaccaro (Pd), um dos 15 signatários do projeto.

N egli ultimi dieci anni l’Italia ha perso molti dei suoi giovani. Non si tratta di una guer-

ra o di un’epidemia. Questa “truppa” ha lasciato il paese alla ricerca di migliori oppor-tunità professionali. secondo dati dell’AIRE (Anagrafe Ita-liani all’Estero, organo del mi-nistero degli Esteri) oggigior-no circa 3,7 milioni di italia-ni vivono fuori dall’Italia. Di questi, il 54% ha meno di 35 anni. Con loro, se ne sono an-dati talenti, professionisti di eccellenza nelle rispettive aree d’azione che potevano invece contribuire allo sviluppo cultu-rale ed economico dell’Italia.

Per cercare di ribaltare que-sto esodo moderno, parlamen-tari hanno fatto qualcosa di

inedito: si sono uniti per cre-are un disegno di legge bipar-tisan tra i due maggiori partiti di governo e di opposizione, il Popolo della libertà e il Partito Democratico, noti rivali.

Il risultato si chiama Con-troesodo, presentato il mese scorso nell’aula del Parlamento.

In pratica, ciò che viene proposto nel disegno di legge è la creazione di un sistema di sgravi fiscali per riportare in Italia ricercatori e professori legati al mondo accademico, professionisti autonomi e arti-giani. Questi possono scegliere tanto di lavorare a contratto, quando cominciare un proget-to imprenditoriale nei più sva-riati settori.

I prerequisiti stabiliti dal disegno di legge sono sem-

De volta pra casa

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Controesodo é dividido em quatro sub-projetos: “Proteção fiscal para a reentrada de talen-tos”, único até agora apresen-tado à Câmera dos Deputados; “Learn and Back”, um crédito de imposto para quem investe em formação qualificada no exterior e depois volta para trabalhar (uma versão nacional do já exis-tente desconto fiscal para faci-litar a volta dos jovens do sul que emigraram ao norte da Itá-lia); e um pacote de incentivos fiscais para os italianos que de-senvolverem ou financiarem uma nova atividade no país. A ideia central de Controesodo é trans-formar o vínculo social da emi-gração em uma oportunidade de desenvolvimento.

— O projeto é fruto de uma avaliação concreta, após per-ceber que muitas pessoas deci-dem partir em busca de melhores oportunidades de trabalho ou pa-ra escapar de uma situação de de-grado social. Os números não en-ganam: nos últimos cinco anos, cerca 800 mil pessoas deixaram o país. A maior parte delas é do sul da Itália. Por isso pensamos em dar um maior incentivo para os que retornam para uma dessas regiões — explica Vaccaro.

segundo a Fundação Migran-tes, ONg ligada à igreja católi-ca, em uma pesquisa realizada em 2008, para cada 5 italianos com menos de 35 anos que vivem no exterior, 2 têm entre 18 e 24 anos – o que representa 860 mil – e cerca de 547 mil têm de 24 a 34 anos.

Uma outra pesquisa, realiza-da pela Manpower, empresa nor-te-americana líder mundial em recrutamento, detectou que a Itália é o primeiro país da Euro-pa em porcentagem onde quem oferece emprego se mostra pre-ocupado com o empobrecimen-to do capital humano. O estudo indicou que o problema é uma consequência da fuga em direção ao exterior de tantos italianos. A pesquisa detectou ainda que es-se “fenômeno” é causado princi-palmente pela emigração de jo-vens universitários dispostos a viajar quilômetros de distância em busca de melhores oportuni-dades profissionais.

Foi com base nesses dados que o projeto estabeleceu o limi-te de idade de 40 anos para quem quiser aderir ao “chamado de re-

torno”. Na opinião do deputado stefano saglia (Pdl), um dos co-autores do projeto de lei, as es-tatísticas mostraram que quem emigra exerce as mais diferentes profissões. Por isso, explica, a proposta apresentada “é aberta a todos os talentos”, ou seja, “foi pensada para quem trabalha com restauro, comércio, saúde, para os pequenos e médios artesãos, empresários e autônomos”.

Crise econômicaDados da última pesquisa reali-zada pela Confederação Geral Ita-liana do Trabalho (CgIl) e pelo Instituto de Pesquisa Econômica e social (Ires) estimam um au-mento da desocupação em 2009 em 9,3%. Para 2010, o índice chegará a 10%. Isso significa um milhão de desocupados a mais em relação ao dias de hoje.

Porém, segundo a deputada laura garavini (Pd), co-autora do projeto, a crise deve ser vista com uma “oportunidade de des-

coberta”. Vaccaro concorda com a colega. Na sua opinião, o re-torno de italianos ajudará a mo-vimentar a economia.

— Nos três primeiros anos, quem voltar terá isenção fiscal. Porém, essas pessoas comprarão e produzirão, sendo que, após três anos, começarão a pagar os impostos normalmente. Podemos dizer que se trata de um inves-timento da parte do governo — afirma Vaccaro.

Na opinião do sociológo Do-menico De Masi, o projeto de lei é “interessante” porque pro-cura dar um incentivo não só aos docentes ou pesquisadores, “mas ao mundo do trabalho co-mo um todo”:

— Qualquer trabalhador que retorne é sempre uma rique-za para o país. Uma das causas da crise que estamos vivendo ho-je é a fuga em massa de jovens que vão atrás de oportunidades que aqui na Itália não encon-tram. O possível retorno desses italianos com certeza ajudará a evitar outras crises futuras.

Turista do welfareApesar de ser um projeto de lei que uniu os dois principais parti-dos da Itália, há quem seja con-trário à iniciativa. Para Antonio borghesi, vice-líder dos depu-tados do partido Itália de Valor (Idv), e não signatário de Contro-esodo, existem “algumas discre-pâncias” no projeto de lei.

— O texto fala do retorno de talentos. Uma coisa é incentivar o retorno de cientistas e pes-quisadores que, estes sim, po-dem dar uma contribuição para o país. Outra coisa é incentivar o retorno de operários, padeiros e artesãos. Para o Idv parece ser uma coisa absurda, ainda mais em uma época de recessão e cri-se pela qual estamos passando. Precisamos entender, primeiro, se o país tem realmente neces-sidade de trazer gente de fora. Já enfrentamos uma enorme di-ficuldade com a questão dos ex-tra-comunitários. É claro que se me perguntarem se prefiro que na Itália entrem outros extra-comu-nitários ou retornem italianos, vou escolher a segunda opção. Porém, também duvido muito que os italianos que moram no exterior retornem para ocupar postos de trabalho que hoje são ocupados pelos extra-comunitá-rios, trabalho braçal, na maioria — afirma borghesi.

Na opinião do sociólogo Kha-lid Rhazzali, da Universidade de Pádua, essa idéia de retorno dos italianos no exterior “não é uma coisa nova”. Ele lembra que al-gumas tentativas já foram feitas, voltadas para quem trabalha no mundo acadêmico. Para o soció-logo, o projeto é “superficial”:

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No alto, Gugliemo Vaccaro e Laura Garavini, dois co-autores de Controesodo. O deputado Antonio Borghesi (abaixo) vê “discrepâncias” no projeto

In alto, Guglielmo Vaccaro e Laura Garavini, due coautori di Controesodo. Il deputato Antonio Borghesi (sotto) vede “discrepanze” nel disegno di legge

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plici: avere meno di 40 anni e aver abitato e lavorato all’estero perlomeno per due anni. Il testo prevede sconti fiscali triennali di 25 mila euro per chi sceglie di ritornare al nord o al centro del paese. Chi preferisce prendere la strada del sud, avrà diritto a van-taggi fiscali di perfino 50 mila euro sulle imposte da pagare.

— Controesodo parte dal principio secondo il quale chi lascia la propria terra porta con sé il desiderio di contribuire, come protagonista, alla crescita e allo sviluppo del proprio paese — spiega il deputato guglielmo Vaccaro (PD), uno dei 15 firmata-ri del disegno di legge.

Controesodo è diviso in quat-tro progetti di legge: “scudo fiscale per il rientro di talenti”, unico finora ad essere presentato alla Camera dei Deputati; “learn and back”, un credito di impo-sta per chi investe in formazione qualificata all’estero e dopo ri-torna per lavorare (una versione nazionale del già esistente sgra-vo fiscale per facilitare il rientro dei giovani meridionali emigrati verso il nord d’Italia); e un pac-chetto di benefici fiscali per gli italiani che realizzeranno o fi-nanzieranno una nuova attività nel paese. l’idea centrale di Con-troesodo è quella di trasformare il vincolo sociale dell’emigrazione in un’opportunità di sviluppo.

— Il progetto è frutto di una valutazione concreta, dopo aver capito che molti decidono di partire in cerca di migliori op-

portunità di lavoro o per fuggi-re da una situazione di degrado sociale. I numeri non ingannano: negli ultimi cinque anni circa 800mila persone hanno lasciato l’Italia. la maggior parte è del sud. Per questo abbiamo pensato di dare maggiori benefici a colo-ro che ritornano in una di queste regioni — spiega Vaccaro.

secondo la Fondazione Migran-ti, ONg legata alla chiesa cattoli-ca, in un sondaggio realizzato nel 2008 su 5 italiani con meno di 35 anni che vivono all’estero 2 hanno tra 18 e 24 anni – il che rappre-senta 860mila persone – e circa 547mila hanno tra 24 e 34 anni.

Un’altra ricerca realizzata dalla Manpower, impresa norda-mericana leader mondiale di ri-sorse umane, ha individuato che l’Italia è, in percentuale, il primo paese in Europa tra quelli che quando offrono impiego lo fanno preoccupati con l’impoverimento del capitale umano. lo studio ha indicato che il problema è una conseguenza della fuga verso l’estero di tanti italiani. la ricer-ca ha inoltre scoperto che questo “fenomeno” è causato special-mente dall’emigrazione di giova-ni universitari disposti a viaggia-re chilometri in cerca di migliori opportunità professionali.

Proprio sulla base di questi dati il progetto ha stabilito il limite di età di 40 anni per chi vuole aderire alla “chiamata di ritorno”. secondo il deputato ste-fano saglia (Pdl), uno dei coau-tori del disegno di legge, le sta-tistiche hanno dimostrato che gli emigranti rappresentano una va-sta gamma di professioni. Perciò, spiega, la proposta presentata “è aperta a tutti i talenti”, ossia “è stata pensata per chi lavora con restauro, commercio, sanità, per i piccoli e medi artigiani, impren-ditori e liberi professionisti”.

Crisi economicaDati dell’ultimo sondaggio realiz-zato dalla Confederazione gene-rale Italiana del lavoro (CgIl) e dall’Istituto di Ricerca Economica e sociale (Ires) stimano un au-mento della disoccupazione nel 2009 del 9,3%. Nel 2010 l’indice arriverà al 10%. Questo significa un milione di disoccupati in più in confronto ai giorni d’oggi.

Però secondo la deputata laura garavini (PD), coautrice del progetto, la crisi dev’essere

vista come una “opportunità di scoperta”. Vaccaro è d’accordo con la collega. secondo lui il ritorno degli italiani aiuterà la ripresa dell’economia.

— Nei primi tre anni chi tor-nerà riceverà sgravi fiscali. Ma queste persone compreranno e produrranno, e dopo tre anni co-minceranno a pagare normalmen-te le imposte. Possiamo dire che si tratta di un investimento da parte del governo — afferma Vaccaro.

Un discorso simile lo fa an-che il deputato Aldo Di biagio (Pdl), anche lui coautore. se-condo lui il rientro dei talenti in Italia non dev’essere considerato come un onore per lo stato, ma come un valore acquisito. E lui è sicuro che aiutare il rientro di un italiano che oggi lavora, per esempio, negli stati Uniti nei settori di ricerca o biotecnologia rappresenterà una “evoluzione sociale e culturale” per il paese. Questo rientro, osserva, entrerà in futuro “nella crescita del PIl e incrementa il capitale sociale”.

Turista del welfareMalgrado sia un disegno di leg-ge bipartisan, c’è chi è contrario all’iniziativa. secondo Antonio borghesi, vice leader dei depu-tati del partito Italia dei Valori (Idv), e non firmatario di Contro-esodo, ci sono “delle discrepan-ze” nel disegno di legge.

— Il testo parla del rientro di talenti. Una cosa è incentivare il ri-

torno di scienziati e ricercatori che, questi sì, possono dare un contri-buto al paese. Diverso è incentiva-re il ritorno di operai, panettieri e artigiani. A noi dell’Idv sembra sia un assurdo, ancor più in un’epoca di recessione e crisi per la quale stiamo passando. Dobbiamo prima capire se il paese è veramente in condizioni di far rientrare gente da fuori. Affrontiamo già enormi dif-ficoltà con la questione degli ex-tracomunitari. È chiaro che se mi domandassero se preferisco che in Italia entrino altri extracomunitari o ritornino italiani, sceglierei la seconda alternativa. Ma nutro seri dubbi che gli italiani che abitano all’estero ritornino per occupare posti di lavoro che oggi sono oc-cupati dagli extracomunitari, nella maggior parte braccianti — affer-ma borghesi.

secondo il sociologo Kha-lid Rhazzali, dell’Università di Padova, questa idea del rientro degli italiani dall’estero “non è una novità”. E ricorda che qual-che tentativo è già stato fatto, rivolto a chi lavora nel mondo accademico. Per il sociologo il disegno è “superficiale”:

— Credo che questa legge sarà usata specialmente dagli italiani che si trovano in un pae-se della comunità europea. Ma si può aprire una breccia per la cre-azione di una nuova categoria: il turista del welfare. Questo perché un italiano può ritornare, rimane-re i tre anni, usufruire dei bene-

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— Acho que essa lei se-rá usada, principalmente, por italianos que encontram-se em um país da comunidade euro-péia. Porém, pode-se abrir uma brecha para a criação de uma nova categoria: o turista do welfare. Isso porque um italia-no pode voltar para cá, perma-necer os três anos, usufruir dos benefícios da lei e depois dei-xar o país novamente. Esse pro-jeto de lei é superficial porque não dá uma resposta efetiva ao problema da emigração. Ao invés de trabalhar para trazer quem está fora, seria melhor criar políticas para prevenir novas partidas — diz Rhazzali.

A ideia de que é preciso, pri-meiro arrumar a casa, para de-pois convidar “parentes” para se instalar no lugar está presente na crítica que vários parlamenta-res fazem ao projeto de lei. Pa-ra o deputado Fabio Porta (PD), representante dos italianos resi-dentes no exterior, na circunscri-ção América latina, “a intenção” da iniciativa é “boa”. Ele obser-va, porém, que “o projeto não é tão simples quanto parece ser”:

— Pego como exemplo os grandes estudiosos que se en-contram, hoje, fora da Itália. Antes de convidá-los para re-tornar, é preciso poder oferecer toda uma estrutura nas univer-sidades. A Itália precisa melho-rar muito seus centros de estu-dos e suas universidades para que essas pessoas possam voltar e encontrar a mesma estrutura

de que dispõem fora do país — afirma Porta.

Nessa “arrumação da casa”, o trabalho iria mais além do que uma simples tirada de pó dos cô-modos ou uma pinturinha. Há quem perceba a necessidade de obras na própria fundação do “prédio”. signatário do projeto de lei, o deputado stefano saglia (Pdl) chama a atenção para o fa-to de que “a questão do mérito realmente é um problema”:

— todos sabemos que o mun-do acadêmico, da pesquisa, fun-ciona na base do ‘quem indica’. O mesmo vale para o mundo político e praticamente todos os setores. Os jovens sabem que para conse-guir um emprego ou uma bolsa de estudos por mérito devem recorrer às estruturas privadas porque ali o que vale é a lei do capitalismo, ou seja, entra quem é bom. Mui-tos deixaram o país porque eram conscientes desse câncer que en-trou nas estruturas públicas e que é muito difícil destruir.

Uma das co-autoras do pro-jeto de lei, a deputada Alessia Mosca (Pd) concorda com o co-lega saglia de que muitos dos problemas enfrentados pela Itá-lia decorrem da dificuldade de se conseguir “qualquer coisa no pa-ís sem ter um parente importan-te”. Na sua opinião, o Controeso-do é também uma tentativa de se resolver esse problema.

— Quem retornar poderá co-meçar uma atividade e as chan-ces de dar um posto de traba-lho para quem realmente merece

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Autores do projeto de lei Autori del disegno di leggeAssinada inicialmente pelos deputados Enrico letta (Pd) e

stefano saglia (Pdl), presidente da Comissão de trabalho da Câmera, o projeto de lei logo ganhou as adesões e respectivas as-sinaturas dos parlamentares Maurizio lupi (Pdl), vice-presidente da Câmera, laura garavini (Pd), Aldo Di biagio (Pdl), Maurizio Del tenno (Pdl), Francesco saverio garofani (Pd), beatrice lorenzin (Pdl), Federica Mogherini (Pd), barbara Mannucci (Pdl), Alessia Mosca (Pd), barbara saltamartini (Pdl), Alessandra siragusa (Pd), salvatore Vassallo (Pd) e guglielmo Vaccaro (Pd).

F irmata agli inizi dai deputati Enrico Letta (PD) e Stefano Sa-glia (Pdl), presidente della Commissione del Lavoro della Ca-

mera, il disegno di legge ha subito ricevuto le adesioni e rispetti-ve firme dei parlamentari Maurizio Lupi (Pdl), vice-presidente da Câmera, Laura Garavini (PD), Aldo Di Biagio (Pdl), Maurizio Del Tenno (Pdl), Francesco Saverio Garofani (PD), Beatrice Lorenzin (Pdl), Federica Mogherini (PD), Barbara Mannucci (Pdl), Alessia Mosca (PD), Barbara Saltamartini (Pdl), Alessandra Siragusa (PD), Salvatore Vassallo (PD) e Guglielmo Vaccaro (PD).

é grande. Quem vive fora volta com uma bagagem cultural enor-me, conhecendo outras línguas e outros sistemas de trabalho.

ComunicaçãoPara chegar ao público jovem, os deputados se preocuparam em acertar o alvo da comunicação. Quase tudo é feito pela internet através do site www.controeso-do.it. Eles também lançaram mão de ferramentas como Facebook e os blogs dos próprios parlamen-tares, além de transmissões de encontros em web tvs, como a do jornal Corriere della Sera, que transmitiu ao vivo uma apresen-tação pública do projeto, feita em Milão, dia 23 de março.

— Escolhemos o uso da re-de porque acreditamos seja muito eficaz. Usando da maneira corre-ta, conseguimos atingir um públi-co grande. Por exemplo, no dia da transmissão pela web tv do corrie-re, recebemos mais de 600 e-mails. Muitos nos parabenizam pela ação, mas muitos também foram duros na crítica — conta saglia.

Um exemplo dessa crítica foi enviada para o site de Ales-sia Mosca por uma pessoa que se identificou apenas como Anto-nio. Ele diz que esta é “só mais uma lei demagógica”. Antonio diz fazer parte de uma empresa que está trocando a Itália pelo brasil e que “daqui a alguns anos provavelmente” poderá ser bene-ficiado pela lei. Na sua opinião, os parlamentares deveriam “pre-venir a fuga” das pessoas do país e “procurar sanar o mal” que dei-xa a Itália, atualmente, “em es-tado terminal.”

O internauta Filippo Addari é outro que não segurou a lín-gua, ou melhor, o dedo porque também participou de um fórum sobre o assunto (www.cervelliin-fuga.com). Ele diz que o projeto de lei é um “típico erro italiano”.

segundo Addari, “acredita-se que se possa resolver um problema social com uma lei ou incentivo, quando o que tem que ser muda-da é a cultura do país”. Ele apro-veita para anunciar que não tem “a menor intenção” de voltar pa-ra a Itália, mas não informa onde vive atualmente.

Próxima etapaAgora que lançaram o projeto de lei, os parlamentares preparam a realização de um tour. Eles pre-tendem viajar pela Itália e tam-bém pelas principais capitais eu-ropéias para divulgar a iniciati-va e debatê-la com profissionais, associações de categoria e estu-dantes. O brasil, por enquanto, não está incluído no roteiro. sor-rindo, o deputado stefano saglia diz que acha “difícil” que um ita-liano que more no brasil, retorne. segundo ele “não dá para con-correr com um lugar onde tem sol e mar o ano inteiro”.

Colaborou Nayra garofle

Stefano Saglia, Alessia Mosca e Aldo di Biagio (abaixo): projeto de lei como antídoto para o “pistolão”

Stefano Saglia, Alessia Mosca e Aldo di Biagio (sotto): disegno di legge come antidoto alle “raccomandazioni”

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fici della legge e dopo lasciare di nuovo il paese. Questo disegno di legge è superficiale perché non dà una risposta effettiva ai pro-blemi dell’emigrazione. Invece di lavorare per riportare qui chi è fuori, sarebbe meglio creare poli-tiche per prevenire nuove parten-ze — dice Rhazzali.

l’idea che sia necessario pri-ma mettere a posto la propria casa per poi invitare “parenti” perché vi si installino è presente nella critica che vari parlamentari fanno al disegno di legge. secon-do il deputato Fabio Porta (PD), rappresentante degli italiani re-sidenti all’estero per la circoscri-zione America latina, “l’intenzio-ne” dell’iniziativa è “buona”. Ma osserva che “il disegno non è così semplice quanto sembri”:

— Ad esempio prendiamo i grandi studiosi che oggi si trova-no fuori dall’Italia. Prima di invi-tarli a rientrare, bisogna offrigli tutta una struttura nelle uni-versità. l’Italia deve migliorare molto i suoi centri studi e le sue università affinché queste perso-ne possano ritornare e trovare la stessa struttura di cui dispongo-no all’estero — afferma Porta.

In questo “mettere a posto la casa” il lavoro andrebbe ben oltre ad una semplice spolvera-ta delle stanze o una rinfrescata alle pareti. C’è chi percepisce il bisogno di lavori nelle proprie fondamenta del “palazzo”. Fir-matario del disegno di legge, il deputato stefano saglia (Pdl) ri-chiama l’attenzione al fatto che “la questione del merito è vera-mente un problema”:

— sappiamo tutti che il mondo accademico, della ricer-

ca, funziona sulla base del “chi raccomanda”. lo stesso vale per il mondo politico e praticamente per tutti i settori. I giovani san-no che per ottenere un impiego o una borsa di studi per merito devono ricorrere alle strutture private perché lì ciò che vale è la legge del capitalismo, ossia, entra chi è bravo. Molti hanno lasciato il paese perché erano consapevo-li di questo cancro che è entrato nelle strutture pubbliche e che è molto difficile da distruggere.

Una delle coautrici del dise-gno di legge, la deputata Alessia Mosca (PD) è d’accordo con il collega saglia sul fatto che molti dei problemi affrontati dall’Italia vengono dalla difficoltà di otte-nere “qualsiasi cosa in Italia senza avere un parente importan-te”. secondo lei il Controesodo è anche un tentativo di risolvere questo problema.

— Chi torna potrà comin-ciare un’attività e le possibilità di dare un posto di lavoro a chi veramente lo merita sono grandi. Chi vive all’estero ritorna con un bagaglio culturale enorme, cono-scendo altre lingue e altri siste-mi di lavoro.

ComunicazionePer attingere il pubblico giovane, i deputati si sono preoccupati di raggiungere la meta della comu-nicazione. Quasi tutto viene fatto attraverso il sito internet www.controesodo.it. E stanno anche usando strumenti come Facebook e i blog degli stessi parlamentari, oltre alle trasmissioni di incontri tra tV web, come quella del quo-tidiano Corriere della sera, che ha trasmesso dal vivo una pre-

sentazione pubblica del proget-to, fatta a Milano il 23 marzo.

— Abbiamo scelto l’uso della rete perché crediamo sia molto efficace. Usandola nel modo giu-sto siamo riusciti a raggiungere un grande pubblico. Per esem-pio, il giorno della trasmissione via tV web del Corriere, abbiamo ricevuto più di 600 e-mail. Molti ci fanno i complimenti per l’azio-

ne ma molti ci hanno mosso dure critiche — racconta saglia.

Un esempio di queste critiche è stato inviato al sito di Alessia Mosca da una persona che si è identificata solo come Antonio. lui ha detto che questa è “solo un’altra legge demagogica”. An-tonio dice che lavora in un’impre-sa che si sta spostando dall’Italia in brasile e che “probabilmente fra qualche anno” potrà ricevere i benefici della legge. secondo lui i parlamentari dovrebbero “pre-venire la fuga” delle persone dal paese e “cercare di curare il male” che lascia l’Italia, in questo mo-mento, “in stato terminale”.

l’internauta Filippo Addari è un altro che non ha frenato la lin-gua, o meglio, il dito perché ha anche partecipato ad un forum sul tema (www.cervelliinfuga.com). E dice che il disegno di legge è un “tipico errore italiano”. secondo Addari “si crede che si possa rivol-vere un problema sociale con una legge o beneficio, quando quello che si deve cambiare è la cultura del paese”. E approfitta per annun-ciare che non ha “la minima inten-zione” di tornare in Italia, ma non dice dove vive attualmente.

Prossima tappaAdesso che hanno inoltrato il di-segno di legge i parlamentari pre-parano la realizzazione di un tour. Vogliono viaggiare per l’Italia e anche per le principali capitali europee per divulgare l’iniziativa e dibatterla con professionisti, associazioni di categoria e stu-denti. Il brasile, per ora, non è in-cluso nell’itinerario. sorridendo, il deputato stefano saglia dice che crede sia “difficile” che un italia-no che abita in brasile ritorni. se-condo lui “non si può fare concor-renza ad un posto dove ci sono sole e mare tutto l’anno”.

Ha collaborato Nayra garofle

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