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Rio de Janeiro, quinta-feira, 16 de abril de 2020 www.jornalcorreiodamanha.com.br Presidente: Cláudio Magnavita Ano CXVIII Nº 23.480 Fundado em 15 de junho de 1901 Fundador: Edmundo Bittencourt EDIÇÃO EXPRESSA Edição Finalizada: 22h30 Ministro do Rio Nelson Teich, novo titular da Saúde, resolve a crise Marcello Casal Jr/Agência Brasil Agência Brasil Reprodução Wagner Moura vive nas telas o diplomata Vieira de Mello PÁGINA 10 CORONAVÍRUS NO BRASIL CONFIRMADOS 30,4 1,9 MORTOS MIL MIL Guedes usa fake news, reclama Rodrigo Maia Ensino digital, fonte de desigualdade Bolsonaro lidera visibilidade na internet Japão amplia estado de emergência PÁGINA 12 PÁGINA 8 PÁGINA 11 EDITORIAL E PÁGINAS 4 E 5 PÁGINA 9 Bolsonaro, em pronunciamento sereno, anuncia Nelson Teich como o novo ministro da Saúde COLUNA MAGNAVITA - PÁGINA 3 HORA É DE UNIÃO E DE LUTA POR SUPRIMENTOS BRASIL PRECISA DE PAZ

Rio de Janeiro, quinta-feira, 16 de abril de 2020 www ......Rio de Janeiro, quinta-feira, 16 de abril de 2020 Presidente: Cláudio Magnavita Ano CXVIII Nº 23.480 Fundado em 15 de

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  • Rio de Janeiro, quinta-feira, 16 de abril de 2020 www.jornalcorreiodamanha.com.br Presidente: Cláudio Magnavita Ano CXVIII Nº 23.480

    Fundado em15 de junho de 1901

    Fundador:Edmundo Bittencourt

    E D I Ç Ã O E X P R E S S A

    Edição Finalizada:

    22h30

    Ministro do RioNelson Teich, novo titular da Saúde, resolve a crise

    Marcello Casal Jr/Agência Brasil

    Agência Brasil

    Reprodução

    Wagner Moura vive nas telas o diplomata Vieira de Mello

    PÁGINA 10

    CORONAVÍRUS NO BRASIL

    CONFIRMADOS

    30,4 1,9MORTOS

    MIL MIL

    Guedes usa fake news, reclama Rodrigo Maia

    Ensino digital, fonte de desigualdade

    Bolsonaro lidera visibilidade na internet

    Japão amplia estado de emergência

    PÁGINA 12PÁGINA 8

    PÁGINA 11EDITORIAL E PÁGINAS 4 E 5PÁGINA 9

    Bolsonaro, em pronunciamento sereno, anuncia Nelson Teich como o novo ministro da Saúde

    COLUNA MAGNAVITA - PÁGINA 3

    HORA É DE UNIÃO E DE LUTA POR SUPRIMENTOSBRASIL PRECISA DE PAZ

  • 2 Quinta-feira, 16 de abril de 2020OPINIÃO

    Cariocas ilustres EDITORIAL

    A falta de bairrismo do Rio é um pecado grave. Não nos damos conta das oportunidades que temos e das chances que o destino nos oferece.

    O novo ministro da Saúde, Nel-son Teich, é carioquíssimo, apai-xonado pela cidade, com amplo relacionamento social e no meio médico. Ponto para a cidade!

    O Paulo Guedes é carioca da gema, apaixonado pelo Rio, curte a nossa orla de corpo e alma. Ponto para cidade!

    O Ministro Tarcísio Gomes é carioca, apaixonado pelo espirito carioca de ser, engenheiro e com carreira militar toda aqui. Ponto para a cidade!

    O Presidente da República fez toda a sua carreira politica aqui, vereador, deputado e agora manda-tário maior da nação, morador da Barra e mais carioca do que muitos cariocas. Ponto para a cidade!

    O presidente da Câmara, Ro-

    drigo Maia nasceu em Santiago, mas é carioca de corpo e alma, filho de ex-prefeito e com toda a carreira feita aqui. Ponto para a cidade!

    O 01, nascido no Rio, filho do Presidente, senador da República, Flávio Bolsonaro, com toda a sua carreira feita aqui. Um dos senado-res mais influentes da República. Ponto para a cidade!

    Até quando vamos desperdiçar esta conjunção de alinhamento de forças? Sabe qual é a sensação? Não tiramos nenhuma vantagem disso, exatamente por não sermos bairris-tas, não valorizamos nossos ilustres conterrâneos e achamos que tudo isso é direito divino.

    É hora de pedir união destes ca-riocas ilustres em favor da nossa ci-dade. O Rio tem que desejar votos de sucesso ao Nelson Teich, um ministro do Rio, ou como diz Caetano, um menino do Rio... Mais um conterrâ-neo para orgulhar o Rio de Janeiro!

    NANI

    Já que faz os exames e não mos-tra os resultados, toda suposição é válida. Eis uma. O teste de Jair Bolsonaro para a Covid-19 deu re-sultado positivo no dia 12 de março. Positivo, mas assintomático. Signifi-ca que ele pegou o coronavírus, mas este não o afetou e, 15 dias depois, estava teoricamente imunizado. Os outros dois exames a que se subme-teu confirmaram o resultado.

    Isso explicaria que Bolsonaro possa saracotear à vontade, tirar ouro do nariz e despejar perdigotos em sua claque –sabe que não conta-minará nem será contaminado. Pas-sa por valente e mostra que "tinha razão". O fato de que seu exemplo

    O que faz da política e da histó-ria temas sempre fascinantes é que, como dizia D. Berenice Magalhães Pinto, mulher do grande governa-dor de Minas, chanceler, presiden-te do Senado Magalhães Pinto, são como uma nuvem: cada vez que você olha, tem formato diferente.

    O presidente Bolsonaro foi eleito em fenômeno eleitoral inédito na his-tória republicana. Não tinha estrutura partidária, recursos financeiros, viajou pouco na campanha, interrompida pela facada que levou, e deu de lava-da no poder econômico do PT e em estruturas partidárias poderosas. Seus 57 milhões de votos não vieram só de sua militância. Agregou a revolta po-pular com a corrupção, com o toma lá, dá cá, com presidentes ideológicos, demagógicos de esquerda. Foi mais do que um voto, foi um grito e a ma-nifestação do desejo de uma nova era.

    O inexperiente Jair Bolsonaro surpreendeu formando uma excep-cional equipe, com base no mérito e na vida ilibada. Ditou ainda uma

    pode levar a milhares de mortes longe dali não lhe diz nada. "Terão mortes", ele já admitiu, esfaqueando a língua. "Paciência", resignou-se. Veremos o que dirá quando essas mortes começarem a se dar em mas-sa entre seus eleitores –será como se os tivesse contaminado um a um.

    Mas esqueça o Contaminador nº 1, que estimula o povo a apostar a vida enquanto a dele está garantida pela imunidade física e presidencial. Pense nos que, por arrogância ou ingenuidade, estão desprezando o confinamento. Ao sair para passear, comprar cerveja ou bater papo com a turma na esquina estão esbofetean-do um profissional da saúde –que,

    orientação sábia na abertura econô-mica com vistas à arrumação das con-tas públicas e à retomada do cresci-mento econômico. Sua contribuição para assegurar continuidade no com-bate à corrupção esbarrou no Con-gresso e no próprio Judiciário. Mas vem atendendo à nação com meses de governo sem a mácula da corrupção.

    Os problemas surgiram da falta de habilidade para administrar con-flitos internos no governo, o que o levou a várias substituições, com na-turais desgastes. E a presença muito ostensiva dos filhos nos rumos do governo. Não teve a sensibilidade de ceder ou de atender a pondera-ções de leais auxiliares na questão da indicação do filho para embaixador nos EUA. Deixou transparecer cer-to ciúme da popularidade do minis-tro da Justiça e, agora, do da Saúde, esquecido que ele foi o responsável pela montagem de equipe que vem agradando a sociedade. E não con-segue controlar a belicosidade de suas declarações e dos filhos, crian-

    neste exato momento, trabalha nas mais dramáticas condições e arrisca sua vida por eles. O mesmo sujeito leviano e insensível que se julga in-vulnerável pode vir a lamentar a falta de médicos –que também se conta-minam– no posto a que precisará recorrer quando chegar a sua vez.

    É duro saber que o vírus de que tais idiotas serão portadores atingirá médi-cos, assistentes, enfermeiros, anestesis-tas, faxineiros e até motoristas de ambu-lância, por mais protegidos que estejam.

    Não será preciso esperar o fim do pesadelo para que os profissio-nais da saúde sejam alçados, sem discussão, à única categoria a lhes fazer justiça – a de santos modernos.

    do desgastes desnecessários. No dia da reunião com os govenadores, ho-ras antes, fez críticas públicas a dois deles, de importantes estados. Não faz sentido este comportamento em presidente da República.

    As forças vivas da sociedade pre-cisam conviver com este comporta-mento, que não é o ideal, mas o pre-sidente poderia colaborar ouvindo seus auxiliares mais independentes, atento à opinião pública em seus seg-mentos mais esclarecidos e olhar o que se passa no mundo desenvolvido.

    É preciso alterar a agenda pre-sidencial. O Brasil precisa de boas notícias, obras a serem retomadas. E deixar a resposta aos ataques nem sempre leais aos políticos e jornalis-tas de bem. Este governo tem de dar certo. O Brasil não pode esperar nem correr o risco da volta dos malfeitos.

    A conversa do Presidente com o ministro Mandetta seguido do pro-nunciamento de quarta-feira foram do Bolsonaro estadista. Que não te-nha uma recaída!

    Ruy Castro

    Aristóteles Drummond

    Bolsonaro positivo

    Bolsonaro como ele é

    Direção Executiva: Cláudio Magnavita (Editor Chefe) Fernando Vale Nogueira (Editor Executivo) [email protected]ção Edição Expressa: José Aparecido Miguel Redação: Affonso Nunes, Gabriel Moses, Guilherme Cosenza, Ive Ribeiro, Marcelo Perillier, Marcio Corrêa e Pedro Sobreiro. Estagiários: João Victor Ferreira e Willian Cobian. Serviço noticioso: Folhapress e Agência BrasilOperações: Bruno Portella. Projeto Gráfico e Arte: Leo Delfino (Designer)

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    Fundado em 15 de junho de 1901

    Edmundo Bittencourt (1901-1929)Paulo Bittencourt (1929-1963)Niomar Moniz Sodré Bittencourt (1963-1969)

    Os artigos publicados são de exclusiva responsabilidade dos autores e não necessariamente refletem a opinião da direção do jornal.

  • Quinta-feira, 16 de abril de 2020 3OPINIÃO

    [email protected]

    Por Cláudio Magnavita*

    Ninguém é insubstituível. A solução do médico cario-ca Nelson Teich tranquiliza uma pasta que atravessa uma turbulência política na hora mais inadequada do país. Não há derrotados e vitoriosos. Houve uma mudança de co-mando que atendeu todos os pré-requisitos de currículo e subordinação à Saúde. O novo ministro carrega bagagem téc-nica, reconhecida internacio-nalmente, em uma das áreas mais sensíveis da medicina, a oncologia.

    Página virada. Agora é hora de pacificar e unir, sobre-tudo estabelecer um momen-to no qual os protagonistas sejam exclusivamente o país e o seu povo. Sem curtos-circui-tos, é hora de seguirmos em frente.

    O governador de São Pau-lo, João Dória Jr. deu o primei-ro passo e, nas redes sociais, parabenizou o novo ministro. É hora de arrancar os retrovi-sores e seguirmos em frente por que estamos com inimi-gos demais externos e, entre eles, o fatal coronavirus, para perdemos tempo com lutas na própria trincheira.

    O presidente Jair Bolsona-ro escolheu um novo técnico e com um currículo médico que foi fruto de longos anos de estudos e especialização, in-clusive no exterior. Bagagem internacional capaz de resta-belecer, no cenário internacio-nal, um bom relacionamento

    com a Organização Mundial de Saúde e demonstrar que prevaleceu a ordem unida e a hierarquia. Foi restabelecido o diálogo, e não a imposição de pontos de vista.

    Esta guerra tem um fa-tor para qual todos devemos voltar nossas atenções, a dos suprimentos e dos equipa-mentos necessários, para não colapsar o nosso sistema de saúde.

    A imprensa, agora sem car-niça para atrair os abutres do conflito político, deve come-çar a focar nestes suprimentos de guerra. Na cidade do Rio, assistimos ontem o desem-barque de equipamentos que foram adquiridos no ano pas-sado em quantidade pela Pre-feitura e que agora começam a chegar. O nosso hospital de campanha no Riocentro terá até tomógrafo, que foi desem-barcado esta semana. Aviões da FAB estão se deslocando até a China em uma operação militar para garantir que 806 respiradores e 400 máquinas de anestesia (que podem ser

    no stress de uma quarentena sem fim.

    O mundo real é a guerra por suprimentos. Temos fábri-cas. Em Santa Catarina, uma das maiores confecções, não pode fazer máscaras e roupas de proteção porque o governa-dor não permite. No Amazo-nas, um hospital desenvolveu com canos de PVC e plásticos cápsulas que garantem uma melhor oxigenação dos pa-cientes. Quem tem comparti-lhado estas melhores práticas? Quem na União coordena este compartilhamento com os Es-tados e municípios e financia?

    Hoje todos dependem da União. Só o Governo Federal possui a Casa da Moeda. A agenda de votações está che-gando ao fim. Debates, barga-nhas, disse-me-disse não tem mais espaço.

    Pagina virada na saúde! Nova equipe, pessoas mais descansadas e com perspectiva de quem não estava no olho do furacão. Nos hospitais e até em longas cirurgias, é salutar a troca de turno. O medo e a incerteza assustam e desgas-tam. São todos humanos. Não temos robôs na gestão pública da saúde. Temos uma equipe zerada para dar continuidade ao trabalho de guerra.

    Sem ser o arauto do apoca-lipse, o que está ocorrendo no Equador pode ocorrer aqui. Temos milhões de pessoas vi-vendo em comunidades com condições sub-humanas. A elite encastelada no conforto de suas casas não percebe que,

    usados como respiradores), que foram comprados em um período de normalidade, co-mecem a chegar.

    O curioso e sem querer ser místico, as supercompras de saúde realizadas em 2019 pelo prefeito Marcelo Cri-vella, para serem pagas em até cinco anos, lembram muito ao personagem bíblico Noé, que montava a sua arca, sendo ri-dicularizado por muitos, antes mesmo das chuvas do diluvio. Toda a compra milionária da Prefeitura, que se fosse hoje, custaria o dobro e dificilmen-te se acharia no mercado, se encaixa perfeitamente nas ne-cessidades de hoje. Como ele é bispo, talvez tenha recebi-do um sinal que nenhum dos mortais soube. É o nosso Noé carioca pronto para colocar na sua arca milhares de necessita-dos.

    Para buscar os equipamen-tos já necessitamos de aviões militares. Este é o mundo real e não o disse-me-disse que tanto vem irritando a popu-lação, trancafiada em casa e já

    se forem confirmadas as piores previsões, não adiantará ter os melhores planos de saúde, que eles não irão funcionar. Não haverá equipamento dispo-nível e nem vagas. O esforço agora é de guerra, sem siglas partidárias, sem regionalis-mos, sem partidarismo. Todos nós dependemos do Governo Federal. Caberá à União ser o trator da retomada e agora ser o comandante supremo desta guerra.

    O ministro Paulo Guedes está tendo de reaprender. A sua turma liberal sabe como fazer a locomotiva correr nos trilhos, porém se ela desencar-rila, cabe ao estado paterna-lista colocar os equipamentos e levantar a locomotiva e va-gões, colocar o trem nos tri-lhos novamente.

    Precisamos de paz e união para enfrentar o inimigo coro-navírus e a paralisia econômi-ca. Precisamos confiar no go-verno e nos dirigentes eleitos e escolhidos para ganharmos esta guerra. A nossa luta agora é por suprimentos, não ape-nas para nos proteger na saú-de pessoal e das empresas. Só unidos, serenos e em paz ven-ceremos esta guerra. O câncer da discórdia, que tomou conta da nação, tem agora um onco-logista para extirpá-lo. Será uma missão para entrar na história e justificar toda uma existência.

    *Cláudio Magnavita é diretor de Redação do

    Correio da Manhã

    Temos que acabar com o câncer da discórdia que está matando o BrasilA grande luta é todos compreendermos que estamos em guerra e só venceremos focando em suprimentos

    Agência Brasil

  • 4 Quinta-feira, 16 de abril de 2020

    CORREIO NACIONALUm ministro com fama de exímio

    negociador e com embasamento científico

    Teich - I

    Teich-III

    Teich-II

    Teich-IV

    O novo ministro da Saúde, Nelson Teich, disse na tarde desta quinta-feira (16) que está alinhado ao presidente Jair Bolsonaro e que não haverá nenhu-ma definição brusca so-bre isolamento social em meio à pandemia do novo coronavírus, que já matou 1.924 pessoas no Brasil.

    "Não vai haver qual-quer definição brusca ou radical do que vai aconte-cer ", disse o substituto de Luiz Henrique Mandetta, demitido pouco antes de

    Em seu pronuncia-mento, Teich defendeu pesquisa para que se disponibilize remédios ou vacinas para a Covid-19. "Você vai disponibilizar o que existe hoje em termos de vacina ou em termos de medicamento dentro, essencialmente, o ideal, dentro de coisas que fun-cionem como projeto de pesquisa", disse.

    "O Nelson é dos principais oncologistas do país e é um grande empresário, empreende-dor e gestor de saúde. Seu momento atual é de dedicação a causas públicas", diz Angélica Nogueira, diretora da So-ciedade Brasileira de On-cologia Clínica (SBOC).

    O novo ministro falou de saúde e economia. "Essas coisas não com-petem entre si. Elas são completamente comple-mentares. Quando você polariza uma coisa des-sas, você começa a tratar como se fosse pessoas versus dinheiro, o bem versus o mal, empregos versus pessoas doentes. E não é nada disso."

    A médica enfatiza que ele é muito político, téc-nico, científico e um exí-mio negociador. "Numa eventual transição, sua chegada pode ser posi-tiva, por ser tratar de um profissional tecnicamente preparado e que poderá promover uma boa comu-nicação entre o Planalto e o Ministério da Saúde", acrescenta.

    Teich ser anunciado.Em pronunciamento

    feito ao lado de Bolsona-ro, o novo titular da Saú-de afirmou que é preciso haver informação para a tomada de qualquer deci-são. "O que é fundamental é que a gente consiga en-xergar aquela informação que a gente tem até on-tem, decidir qual a melhor ação, entender o momen-to e seguir neste caminho de definir qual a melhor forma de isolamento, dis-tanciamento."

    O presidente Jair Bolsonaro anunciou, na tarde desta  quin-ta-feira (16), o médico Nelson Teich como novo ministro da Saúde, no lugar de  Luiz Henri-que Mandetta, que ficou pouco mais de 16 meses no cargo. Tei-ch assume o cargo em meio à pandemia do novo coronavírus, que já infectou mais de 30 mil pessoas no país, levando cerca de 1,9 mil pacientes a óbito. Em um pronunciamento no Palácio do Planalto, ao lado do novo au-xiliar, Bolsonaro ressaltou que é preciso combinar o combate à doença com a recuperação eco-nômica e garantia de empregos, e defendeu uma  descontuidade gradativa do isolamento social em vigor em todo o país. 

    "O que eu conversei com o doutor Nelson é que gradati-vamente nós temos que abrir o emprego no Brasil. Essa gran-de massa de humildes não tem como ficar presa dentro de casa, e o que é pior, quando voltar, não  ter  emprego. E o governo não tem como manter esse au-xílio emergencial e outras ações por muito tempo", afirmou. 

    De acordo com Bolsonaro, houve um "divórcio consensual" entre ele e Mandetta, e destacou que o ex-ministro "se prontificou a participar de uma transição a mais tranquila possível, com a maior riqueza de detalhes que se possa oferecer". 

    Em seu discurso após o pre-sidente, Nelson Teich disse que não haverá uma definição "brus-ca ou radical" sobre a questão das diretrizes para o isolamento social, mas enfatizou que a pas-ta deve tomar decisões com base em informações mais detalhadas sobre o avanço da pandemia no país. Nesse contexto, ele defen-deu um amplo programa de tes-tagem para a covid-19 e ressaltou que está completamente alinha-do ao presidente Jair Bolsonaro, na perspectiva de retomar a nor-

    Teich foi uma escolha técnicaUm ministro capaz de trazer harmonia à gestão da saúde

    Marcello Casal Jr/Agência Brasil

    Bolsonaro acompanha a primeira fala de Teich após o anúncio do novo ministro

    NACIONAL

    malidade do país o mais breve possível.  

    "Existe um alinhamento completo aqui, entre mim e o presidente, e todo o grupo do ministério, e que realmente o que a gente está aqui fazendo é trabalhar para que a sociedade retome cada vez mais rápido uma vida normal", disse. 

    PERFIL O novo ministro da Saúde é

    médico oncologista e empresá-rio do setor. É natural do Rio de Janeiro, formado pela Universi-dade Estadual do Rio  de Janei-ro  (UERJ), com especialização em oncologia no Instituto Na-cional de Câncer (Inca). Tam-bém é sócio da Teich Health Care, uma consultoria de servi-ços médicos.

    Após demitir Mandetta, Bol-sonaro agradece ex-ministro e volta a criticar excessos de gover-nadores

    Ao lado do oncologista Nel-son Teich, indicado como novo ministro da Saúde, o presidente Jair Bolsonaro agradeceu Luiz Henrique Mandetta por seu tra-balho à frente da pasta e voltou a criticar medidas restritivas de governadores.

    O presidente anunciou ofi-cialmente Teich como novo ministro e comparou a saída de Mandetta da pasta a um "divór-cio consensual".

    "Foi realmente um divórcio consensual. Acima de mim como presidente e dele [Mandetta] como ainda ministro está a saú-de do povo brasileiro. A vida para todos nós está em primeira lugar", declarou Bolsonaro.

    Ele se referiu ainda à con-versa que teve com Mandetta na tarde desta quinta no Palácio do Planalto, quando demitiu o ministro. Segundo Bolsonaro, Mandetta aceitou participar de uma transição no ministério com a equipe do novo ministro.

    Em seu discurso, o presiden-te voltou a criticar governadores e prefeitos pelo o que considera excessos nas ações de isolamento social, entre elas o fechamento de comércios.

    Para o presidente, essas ações prejudicam a economia e podem gerar danos tão graves quanto a ameaça à saúde representada pela Covid-19.

    "Quem tem o poder de decre-tar estado de sitio é o presidente, e não governador e prefeito", de-clarou. "O remédio não pode ter efeito mais danoso que a própria doença".

    "Devemos tomar medidas sim para evitar a proliferação ou expansão do vírus, mas pelo convencimento e com medidas que não atinjam a liberdade e as garantias individuais de qual-quer cidadão", acrescentou o pre-sidente.

  • Quinta-feira, 16 de abril de 2020 5

    Por Igor Gielow (Folha Press)

    O novo ministro da Saúde, o oncologista Nelson Teich, é um velho conhecido do bolsonarismo que apoia medidas de isolamento social como forma de combater o contágio do novo coronavírus.

    Em um artigo de 2 de abril, postado na rede Linkedin, ele ponderava que o isolamento seria a melhor maneira de lidar com o problema neste momento, mas sem criticar a defesa do presi-dente Jair Bolsonaro da ideia de relaxar as restrições em nome da economia.

    Em outro texto, de 24 de mar-ço, ele abordava o tema, defenden-do um tratamento holístico à crise na saúde e seus impactos na eco-nomia. Essa fala tem sido usada por seus apoiadores para dizer que ele poderia ultrapassar o impasse estabelecido entre Bolsonaro e o ex-ministro em atividade Luiz Henrique Mandetta.

    "Essa abordagem dividida, antagônica e talvez radical não é aquela que mais vai ajudar a socie-dade a passar por esse problema", escreveu. Ele também insistiu na testagem em massa como tática para atacar o Sars-CoV-2.

    Em novembro de 2018, ele já havia sido cotado para a pasta, ten-do deixado com Bolsonaro já elei-to um programa para reformular processos na Saúde. Nesta quinta, esteve com o presidente e foi son-dado oficialmente para o cargo.

    O foco de Bolsonaro é evitar divergências públicas com o novo ministro, ainda que eles mante-nham visões diferentes.

    Teich atuou informalmente como consultor na campanha pre-sidencial de Bolsonaro. Ele tinha trânsito no chamado grupo dos generais, chefiado pelo hoje titular do Gabinete de Segurança Institu-cional, Augusto Heleno, e com o economista Paulo Guedes.

    Também tinha o apoio de em-presários da comunidade judaica

    paulistana que haviam aderido a Bolsonaro, como Meyer Nigri (Tecnisa) e o hoje chefe da Secre-taria de Comunicação, Fábio Wa-jngarten -é conhecido do pai do último, o cardiologista Maurício, do Hospital Albert Einstein. Am-bos apoiaram seu nome agora, que conta com a simpatia dos fardados no Planalto.

    Carioca, Teich não é um ges-tor público, mas é considerado hábil politicamente. Construiu sua carreira em inovação na área da saúde privada. Fundou e presi-diu o grupo Clínicas Oncológicas Integradas de 1990 a 2018 -o con-trole do centro já havia sido passa-do à Amil em 2015.

    Na sequência, o médico abriu uma consultoria de gestão de saú-de com ênfase em tecnologia, a Teich Heath Care. Manteve con-tato com o governo Bolsonaro, dando consultoria ao secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos do Ministério da Saúde, Denizar Vianna, seu ex-sócio.

    Para seus defensores, essa qua-lificação pode ajudar a resolver gargalos práticos para avaliar polí-ticas de quarentena, por exemplo. A ideia é aplicar soluções tecno-lógicas sobre riscos da Covid-19 por regiões, não nacionalmente, embora isso possa esbarrar na re-

    sistência de Bolsonaro ao uso de recursos como geolocalização por celulares.

    Outros candidatos foram son-dados por pessoas do governo ou ligadas a Bolsonaro nos últimos dias. O oftamologista Cláudio Lottenberg, presidente do Conse-lho de Administração do Einstein, perdeu força como favorito devi-do à sua ligação com o governador de São Paulo, João Doria (PSDB).

    Ele preside o Lide Saúde, en-tidade do grupo que pertence à família de Doria -o governador é o maior antípoda de Bolsonaro na condução da crise do coronavírus. Pesa também contra ele sua pas-sagem relâmpago pela Secretaria de Saúde da cidade de São Paulo, em 2005, no governo José Serra (PSDB).

    Não só pela associação com os tucanos, mas também porque nos cinco meses em que ficou no cargo recebeu uma saraivada de críticas dos gestores da área e de colegas de secretariado. Um deles disse que ele "não tinha apetite" para a gestão pública, embora tivesse am-bições políticas.

    Foi cotado como candidato a vice de políticos tucanos, o mais recente deles o prefeito paulis-tano, Bruno Covas (PSDB). Fi-liou-se recentemente ao DEM,

    mesmo partido de Mandetta, que em São Paulo joga em dobradinha com Doria tendo Rodrigo Garcia como vice-governador.

    Isso, somado à defesa mais enfática do isolamento social, tes-tagem e uso de rastreamento de doentes, atrapalhou as chances de Lottenberg.

    Grupos bolsonaristas também colocaram no radar a médica Lu-dhmila Hajjar, diretora na Socie-dade Brasileira de Cardiologia, que tem feito a defesa de uma maior flexibilização das quarente-nas, adotando critérios técnicos.

    Ela teve o nome defendido por pessoas consultadas por Bolsona-ro, assim como o médico Marcelo Queiroga, também da sociedade dos cardiologistas, que é próximo da família presidencial.

    Em comum a todos os can-didatos ventilados está a posição mais técnica e com menos possibi-lidade de atrito com a comunida-de médica.

    O temor da área militar do governo e de consultores mais moderados de Bolsonaro era que ele decidisse por um nome mais alinhado com suas convicções pessoais na crise, de menosprezo aos riscos à saúde pública -o que poderia gerar uma crise política ainda maior.

    Nome que agrada ao bolsonarismoAntes da nomeação, o oncologista Nelson Teich já defendia a flexibilização do isolamento

    Marcello Casal Jr/Agência Brasil

    Teich garante alinhamento com o presidente e demais ministros

    Por Daniel Mariani, Fábio Takahashi E

    Diana Yukari São Paulo, Sp (Folhapress)

    Dois dos três tuítes que mais circularam entre os usu-ários de direita do Twitter no dia 24 de março enalteciam que o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, havia dispensando seus motoristas. Era época de apoio irrestrito dos apoiadores do presiden-te Jair Bolsonaro ao ministro -demitido nesta quinta (16).

    "Ministro @lhmandetta se supera. Dessa vez ele dispensou os motoristas do ministério. A maio-ria tem mais de 60 anos e faz parte do grupo de risco. Só de pensar que nós já tivemos Humberto Costa na Saúde, fico eternamente grato ao presidente Bolsonaro pelo timaço que escolheu", escreveu à época o usuário Carmelo Neto.

    Naquele momento, o nome de Mandetta era ligado aos ter-mos "qualificado" e "técnico", mostra levantamento da Folha de S.Paulo dos quase um mi-lhão de tuítes, dos usuários de direita, que continham o nome do ministro desde 17 de março.

    No dia 20, o tuíte mais popular na direita chamava o ministro de "grande exemplo". Por ironia, era uma mensagem do embaixador da China no Brasil; o país asiático havia sido criticado pelo deputado Edu-ardo Bolsonaro, um dia antes.

    Nos bastidores, já se sabia desde março que o clima não era bom entre Bolsonaro e Mandetta. O primeiro defen-dia um isolamento brando da população e queria força extra para o uso da cloroquina como combate à doença.

    Mandetta foi de 'grande exemplo' a 'traidor' para a direita no Twitter

  • 6 Quinta-feira, 16 de abril de 2020

    CORREIO CARIOCA

    Disque Cidadania explica o que fazer para receber auxílio e cestas básicas

    Socorro aéreo

    Pesquisa

    Carioca

    A partir desta quinta--feira (16/04), a popula-ção do Estado do Rio de Janeiro poderá tirar suas dúvidas sobre o Cadas-tro Único para Programas Sociais ligando para o Dis-que Cidadania e Direitos Humanos (0800 0234567). O serviço gratuito, criado pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento So-cial e Direitos Humanos (SEDSODH-RJ), funciona

    O Governo do Estado realizou, na quarta-feira (15/04), o primeiro transpor-te aéreo inter-hospitalar de uma vítima com suspeita de Covid-19. O paciente viajou de helicóptero de São José do Vale do Rio Preto para Miguel Pereira em uma maca bolha, cápsula her-meticamente isolada.

    A Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Rio de Janeiro (Faperj) financiará com R$ 421 mil reais pesquisa da

    Policlínica Piquet Carneiro e do Hospital Universitário Pedro Ernesto, ambos da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj).

    O Campeonato Cario-ca, a princípio, está para-lisado até o fim deste mês. Na quarta-feira (15), Ferj e clubes concluíram o pro-tocolo "Jogo Seguro", que segue os conceitos dos órgãos de saúde em rela-ção aos cuidados com o coronavírus e servirá como diretriz a todos os clubes.

    24 horas por dia. Famílias de baixa ren-

    da ou nas faixas de po-breza e extrema pobreza que estiverem no CadÚni-co terão direito às cestas básicas que o Governo do Estado passará a distribuir dentro do Mutirão Huma-nitário, como parte das ações para enfrentamento dos impactos sociais cau-sados pela pandemia do novo coronavírus.

    Reprodução

    PCRJ/Divulgação

    O serviço de teleatendimento funciona 24 horas por diaImagem do primeiro lote de equipamentos

    RIO

    O prefeito do Rio de Janei-ro, Marcelo Crivella, apresentou nesta quinta-feira (16/04) equi-pamentos médicos do hospital de campanha no Riocentro, destina-do a pacientes com a Covid-19. Entre o material procedente da China, está um tomógrafo de 128 canais, com imagem de alta defi-nição, que vai ampliar a precisão do diagnóstico da doença. Além disso, já chegaram ao hospital duas autoclaves, com capacidade para esterilização de 100 litros de instrumentos médicos, e duas ter-modesinfectadoras – para esterili-zação de materiais hospitalares.

    – A aquisição dos novos equi-pamentos, no fim do ano passa-do, é agora fundamental neste momento de desafios trazidos pelo coronavírus. Vale lembrar que compramos esse material por um bom preço e para pagamento

    Saúde Municipal equipadaEquipamentos começam a chegar ao hospital de campanha no Riocentro

    em cinco anos – disse Crivella, que acompanhou o início do de-sembarque dos equipamentos no hospital de campanha na noite da última quarta-feira (15/04).

    Informou que dez tomógrafos, que estão sendo transportados de navio da China, chegarão entre os dias 22 e 27 deste mês. Tam-

    bém na China, a Prefeitura do Rio ainda irá buscar, com a ajuda dos aviões da Força Aérea Brasi-leira (FAB), 806 respiradores, 3 milhões de máscaras, óculos, além de cerca de 400 carrinhos de anes-tesia (que podem ser usados como respiradores), raios X digitais, aparelhos de ultrassonografia e de eletrocardiograma. Os voos serão nos dias 27 de abril e 27 de maio.

    O prefeito disse que pediu ao governo federal a devolução de cem respiradores mecânicos que foram cedidos ao Ministério da Saúde no início da pandemia, e que agora se tornam necessários no combate ao novo coronavírus no Rio de Janeiro: “Na verdade, esses equipamentos foram arresta-dos. Optamos por não recorrer à Justiça porque na época não preci-sávamos. Seria bom que uma parte voltasse agora ao Rio.”

    Encarar o período de crise sanitária e financeira provocado pela pandemia do Covid-19 como oportunidade para repensar a economia do Rio de Janeiro. Esta foi uma das sugestões levantadas durante audiência realizada pela Comissão de Economia, Indústria e Comércio da Assembleia Legis-lativo do Rio de Janeiro (Alerj), realizada de forma virtual nesta quinta-feira (16/04). O encontro teve como objetivo discutir o  im-pacto das medidas de isolamento social  na indústria fluminense e as ações para recuperação produti-va e econômica do estado.

    O deputado Renan Ferreiri-nha (PSB), que preside a comis-são, ressaltou a importância do diálogo durante o período de cri-se causado pela pandemia da Co-vid-19 e da atuação em conjunto entre os setores interessados.

    A Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) aprovou, nesta quinta-feira (16/04), em sessão de votação por vídeoconferência, o Projeto de Decreto Legislativo (PDL) 33/20, que reconhece os decretos de ca-lamidade na saúde pública de 66 municípios do Estado do Rio. A medida não precisa da sanção do governador e será promulgada pelo presidente da Casa, deputado An-dré Ceciliano (PT), e publicada no Diário Oficial do Legislativo nos próximos dias.

    Como explicou o deputado André Ceciliano (PT), o reconhe-cimento do estado de calamidade permite que as prefeituras agili-zem procedimentos sem cumprir, temporariamente, determinações da Lei de Responsabilidade Fiscal, como por exemplo limite de des-pesas com pessoal

    Painel desenvolvido pela Pre-feitura do Rio, por meio do Cen-tro de Operações Rio, mostra que-da de até 87% de frequência nos meios de transporte da cidade, des-de 16 de março. De acordo com a ferramenta, o VLT foi o meio de transporte com maior redução de uso, com 87% a menos de usuá-rios. O metrô, 83%, e o BRT, 73%, aparecem em seguida. As barcas apresentaram queda de 71% de circulação, enquanto os ônibus de linha registraram redução de 67%.

    O número de acidentes nas vias da capital também caiu. Até o dia 14 de abril, a redução era de 85%. Poucos carros nas ruas sig-nificam também menos trânsito. Antes do início da quarentena, em dias de semana, o pico de conges-tionamento no horário de rush podia chegar a 149 km, em toda a cidade.

    Empresários pedem retomada econômica

    Alerj reconhece calamidade na saúde de 66 municípios

    Rio registraredução nostransportes

  • 8 Quinta-feira, 16 de abril de 2020ECONOMIA

    CORREIO ECONÔMICO

    O governo costura com bancos privados, fundos de investimento e o BNDES (Banco Nacional de Desenvol-vimento Econômico e Social) um plano de socorro de ao menos R$ 48 bilhões a gran-des empresas atingidas pela crise do coronavírus. Devem ser contempladas companhias aéreas, empresas de energia e grandes varejistas.

    Pelo plano em discussão, serão oferecidos a empresas que têm ações negociadas na Bolsa instrumentos de dívidas conversíveis em ações.

    Ou seja, os bancos pode-riam ficar com uma fatia da companhia caso ela não tenha condições de pagar o emprésti-mo ao fim do prazo acordado.

    Somente na cadeia de ener-gia (geradoras, transmissoras e distribuidoras), o montante necessário já é de R$ 40 bi-lhões, segundo representantes de cada segmento.

    Em razão da pandemia do novo coronavírus, o Banco Cen-tral ampliou, nesta quinta-feira (16), o prazo máximo entre a contratação e a liquidação de contratos de câmbio de exporta-ção, que agora poderá ser de até 1.500 dias.

    O prazo anterior era de 750 dias, e o exportador tinha 360 dias para embarcar a mercado-ria ou prestar o serviço. Com a mudança, ele pode despachar o produto dentro dos 1.500 dias.

    Segundo o BC, a medida permite que o exportador tenha mais tempo para produzir e pro-videnciar o embarque da merca-doria ou para prestar o serviço, além de trazer maior flexibili-dade para renegociar e estender a data em que receberá o paga-mento do importador.

    A nova regra vale para os contratos de câmbio vigentes ou firmados a partir de 20 de março, data do decreto de calamidade pública.

    O governador de Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), anunciou na tarde desta quinta--feira (16) que flexibilizou o co-mércio nas cidades da Serra Gaú-cha.

    Na quarta-feira (15), Leite havia afirmado que o comércio seria flexibilizado apenas em áreas pouco afetadas pelo novo corona-vírus, o que não incluiria a região serrana. As restrições seguiriam até o final do mês apenas na Serra Gaúcha (14 cidades) e na região metropolitana de Porto Alegre (34 cidades).

    A mudança ocorreu menos de 24 horas depois do primeiro anún-cio, feito após a divulgação de um estudo que apontou que o número de contaminados pelo novo coro-navírus é 15 vezes maior que a es-tatística oficial. O estudo da Ufpel (Universidade Federal de Pelotas) concluiu que, em 1º de abril, o es-tado já tinha 5.650 pessoas com o vírus -a estatística oficial era, en-tão, de 384 casos confirmados.

    Socorro de R$ 48 bi paraaéreas e varejistas

    BC amplia prazo decontratos de câmbio

    Liberado comérciotambém naSerra Gaúcha

    O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), acu-sou a equipe do ministro Paulo Guedes (Economia) de usar fake news para desqualificar o proje-to de socorro a estados aprovado pelos deputados na última se-gunda-feira (13).

    Maia afirmou ainda que a contraproposta apresentada pelo governo, de um socorro de R$ 77,4 bilhões, inviabilizaria "qua-se todos os estados num prazo de 45, 60 dias".

    As declarações foram fei-tas na tarde desta quinta-feira (16), antes da votação do auxí-lio emergencial complementar aprovado pelo Senado há duas semanas.

    Ajuda a estados sob ataqueMaia diz que equipe de Guedes usa fake news contra socorro a estados

    "A proposta do governo são R$ 22 bilhões para estados e mu-nicípios. Do meu ponto de vista, isso inviabiliza quase todos os es-tados num prazo de 45, 60 dias", afirmou. "O governo não pode querer, usando número, enganar a sociedade".

    Para ele, o interesse do gover-no é fomentar uma disputa com a federação. "Eu não vou entrar nesse jogo de números, nessa fake news da equipe econômica, usando números para tentar en-ganar a sociedade e a imprensa", criticou.

    O relator do texto, deputado Pedro Paulo (DEM-RJ), calcula que a proposta de ajuda da Câ-mara teria impacto de R$ 89,6

    bilhões. Segundo Maia, em um dos cenários traçados, a equipe de Guedes estimou que o custo do projeto aprovado pela Câma-ra chegaria a R$ 285 bilhões.

    "Aí, quando eu fui olhar, é porque eles estavam trabalhando com a hipótese de a arrecadação ser zero. De ISS [imposto muni-cipal] e ICMS [estadual]. Se isso for um dado, a crise é mais pro-funda do que eles estão projetan-do para a gente", rebateu.

    Maia, contudo, descartou qualquer tipo de retaliação con-tra o governo, como a aprovação de pautas-bombas para aumen-tar o rombo fiscal. "Então eu acho que não vou entrar nessa disputa", disse.

    Novo iPhone 'popular' da Apple com preço inicial de R$ 3.700

    Vida que segue...

    SindHotéis

    Emirates

    Pestana

    A Apple lançou nesta quarta-feira (15) a segun-da geração do iPhone SE, considerado o aparelho de melhor custo-benefício pela empresa.

    Com preço inicial de R$ 3.700 (pouco mais que a metade do valor do iPho-ne 11 Pro) e ainda sem data de estreia no Brasil, o smartphone ressuscita o botão físico para desblo-queio e traz uma tela me-nor do que a habitual em seus novos celulares.

    A empresa diz que o smartphone estará dispo-nível no Brasil "em breve". A pré-venda nos Estados Unidos inicia nesta sexta--feira (17).

    A primeira linha do SE

    A Volkswagen mantém o plano de lançar o Nivus ainda no primeiro semestre, apesar da paralisação das atividades fabris devido à pandemia.A montadora se-gue o cronograma de apre-sentações, que estão sendo adaptadas para o mundo virtual.O carro deve chegar ao mercado em junho.

    O Sindicato dos Meios de Hospedagem do Rio de Janeiro – SindHotéis Rio realizou, na quarta--feira (15), uma reunião do Fórum Comercial com a presença do Secretários de Turismo, Otávio Leite e Paulo Jobim. O encontro, virtual, discutiu a retomada a partir do mês de junho. 

    A  Emirates, com a co-ordenação da Dubai Heal-th Authority (DHA), adotou precauções adicionais re-lacionadas à COVID-19. A  Emirates  é a primeira companhia aérea a realizar testes rápidos em passa-geiros no aeroporto. A ten-dência é que outras com-panhias sigam o exemplo.

    Devido a crise mundial desencadeada pelo novo Coronavírus (COVID-19), o Pestana Hotel Group comunica que encerrou as operações do Pestana Convento do Carmo, em Salvador ontem, 15 de abril de 2020. O PHG de-sembarcou em Salvador há mais de 15 anos.

    foi lançada em 2016. O lançamento de aparelhos mais baratos é parte da estratégia da gigante de tecnologia para diminuir o custo e crescer a base de clientes.

    Apple/Divulgação

  • Quinta-feira, 16 de abril de 2020 9

    No mesmo dia em que anunciou um relaxamento da quarentena na Alemanha, a chanceler Angela Merkel ex-plicou, de forma clara e didá-tica, como um aumento míni-mo no número de novos casos de coronavírus pode afetar o sistema de saúde alemão.

    Em entrevista coletiva nesta quarta (15), a líder alemã usou a expressão "gelo fino", ou seja, por um fio, para mostrar como a situação da pandemia é "frágil, em que a cautela é a ordem do dia, e não o excesso de confiança".

    Segundo Merkel, a Ale-manha criou modelos de observação que permitiram constatar que o país tem hoje um "fator de reprodução 1", o que significa que cada doente contamina, em média, mais uma pessoa.

    O Reino Unido passou dos 100 mil casos registrados do novo coronavírus. É a sexta na-ção no mundo a superar a marca, depois de EUA, Espanha, Itália, França e Alemanha.

    Nesta quinta (16), 4.618 novos casos da doença foram confirmados, elevando o total para 103.093, segundo última atualização do órgão oficial de saúde britânico. De acordo com a plataforma de monitoramento do coronavírus da universidade Johns Hopkins, nos EUA, o nú-mero já passa de 104 mil.

    O primeiro-ministro Boris Johnson faz parte das estatís-ticas. Ele já recebeu alta, mas ainda se recupera. Para conter o avanço do vírus, o governo britânico anunciou nesta quin-ta que vai estender a por mais três semanas. O Reino Unido é o quinto em número de mortes, atrás dos EUA, Espanha, Itália e França.

    O governador de Nova York, Andrew Cuomo, estendeu o fe-chamento de estabelecimentos comerciais e escolas no estado até o dia 15 de maio.

    A medida foi tomada em co-ordenação com os governadores de Connecticut, Delaware, Massa-chusetts, Nova Jersey, Pensilvânia e Rhode Island, que estão localizados na mesma região de Nova York.

    "Um mês é bastante tempo. Depois disso, veremos o que as es-tatísticas vão dizer", disse Cuomo em entrevista coletiva.

    Nesta quinta-feira (16), Nova York atingiu o menor número de hospitalizações e mortes por Co-vid-19 em mais de uma semana.

    Segundo Cuomo, a melhora nas estatísticas indica que as medi-das de distanciamento social têm surtido efeito no controle do novo coronavírus no estado.

    Entretanto, ressaltou o gover-nador, os números continuam em níveis trágicos.

    Merkel compara pandemia a gelo fino

    Reino Unido é osexto país a ter100 mil casos

    Nova York amplia quarentena até 15 de maio

    CORREIO NO MUNDO

    INTERNACIONAL

    Covid-19 deverá matar 300 mil na África e empobrecer 27 milhões

    Amazon

    G7 e OMS

    Rússia

    Balanço

    A Comissão Econó-mica das Nações Unidas para África (UNECA) dis-se nesta quinta,16, que a pandemia provocada pelo novo coronavírus poderá provocar a morte de mais de 300 mil africanos, en-quanto 27 milhões pode-rão ser “empurrados para a pobreza extrema”.

    Num relatório que será divulgado amanhã, 17, denominado “Covid-19: Protegendo as Vidas e as

    A empresa de co-mércio eletrônico nor-te-americana Amazon anunciou hoje que vai fazes testes à doença covid-19 em todos os funcionários, a nível mundial, após ter sido criticado de não fazer o suficiente pela se-gurança dos trabalha-dores. Os testes serão realizados em funcio-nários que trabalham em armazéns e na dis-tribuição.

    Os Estados Unidos anunciaram hoje que os líderes dos sete países mais ricos do mundo (G7) reconhecem a necessi-dade “de uma avaliação e reforma abrangente” da Organização Mundial da Saúde (OMS), entidade que tem sido criticada por Washington.

    O Presidente russo, Vladimir Putin, clas-sificou hoje como “contraproducen-tes” as suspeitas de ocultação de informação que re-caem sobre a Chi-na em relação ao novo coronavírus e elogiou as ações do país asiático na contenção da pan-demia. Putin falou ao telefone com Xi Jinping.

    Itália registou 525 mor-tes com covid-19 nas últi-mas 24 horas, um número ligeiramente inferior ao de quarta-feira (578), que confirma a tendência de estabilização da situação nos últimos dias. Foram registados 3.786 novos casos de infetados pelo novo coronavírus em Itália.

    Economias Africanas”, a UNECA considera que os frágeis sistemas de saúde africanos poderão ter cus-tos adicionais impostos pela crescente pandemia de covid-19. Alerta para as consequências de fe-nómenos como a redu-ção do preço do petróleo, responsável por 40% das exportações africanas, e do turismo, que em certos países representa 38% do Produto Interno Bruto.

    O primeiro-ministro japo-nês, Shinzo Abe, aumentou nesta quinta,16, o estado de emergência ao conjunto do arquipélago nipónico para combater de forma mais eficaz a propagação do novo corona-vírus.

    “As zonas onde o estado de emergência deve ser aplicado serão alargadas das atuais sete prefeituras [regiões adminis-trativas] à totalidade das pre-feituras”, disse Shinzo Abe ao início da noite durante uma reunião de especialistas médi-cos consagrada à pandemia da covid-19.

    Na semana passada, Abe tinha declarado o estado de emergência até 06 de maio para

    Japão em estado de emergênciaMedida, diz premiê, não implica em confinamento obrigatório

    sete das 47 regiões do país, in-cluindo Tóquio e a sua grande cintura metropolitana e na re-gião de Osaka, a grande cidade do oeste do país.

    Este dispositivo, com du-ração prevista de um mês, não implica o confinamento obrigatório, mas permite que as autoridades regionais reco-mendem aos habitantes que restrinjam as suas deslocações ao máximo e sugiram o encer-ramento temporário de diver-sas atividades comerciais.

    Não está prevista qualquer sanção para os recalcitrantes.

    Outras prefeituras do país, incluindo Aichi (centro), e Kyoto (oeste) tinham, entre-tanto, solicitado a sua inclusão

    no dispositivo do estado de emergência.

    Algumas adotaram as medi-das previamente, ao porem em prática medidas análogas, mas sem fundamento jurídico.

    “Se limitarmos as zonas [sob estado de emergência], as pessoas vão deslocar-se para re-giões vizinhas”, explicou hoje o porta-voz do executivo nipóni-co, Yoshihide Suga, ao confir-mar a reunião de especialistas.

    Até ao momento, o Japão foi relativamente poupado pela pandemia, mas o número de casos aumentou sensivelmente desde finais de março, com o risco de agravar a situação nos hospitais, impelindo o Gover-no a adotar novas medidas.

  • 10 Quinta-feira, 16 de abril de 2020

    CORREIO CULTURAL

    Por Affonso Nunes

    Embalada por picos de au-diência durante a pandemia, a Netflix tem numa personalidade brasileira sua grande aposta para o mês de Brasil. Estreia nesta sexta-feira (17) o longa “Sergio”, que mostra os períodos mais marcantes da trajetória do di-plomata Sergio Vieira de Mello, morto em atentado no Iraque, em 2003, durante um perío-do de tensão diplomática entre aquele país e os Estados Uni-dos. Primeiro drama biográfico da carreira do documentarista americano Greg Barker, “Sergio” é estrelado magistralmente pelo brasileiro Wagner Moura, que também é um dos produtores do filme.

    - É um herói nacional, mas acho que as pessoas no Brasil deveriam saber mais sobre quem foi Sergio, e acho que esse filme pode ajudar nisso – destacou Moura em entrevista durante o Festival de Sundance, meca do cinema independente, onde o filme foi lançado.

    Muito se sabe da carreira me-teórica de Vieira de Mello como funcionário da Organização das Nações Unidas. Talentoso na solução de conflitos, chegou ao Alto Comissariado da ONU

    Um herói nacionalDrama sobre o diplomata Sergio Vieira de Mello estreia nesta sexta

    Netflix/Divulgação

    Em grande atuação, Wagner Moura realça o lado humanitário e empático do diplomata brasileiro

    para os Direitos Humanos. Mas o longa lança um olhar sobre a vida íntima do diplomata dan-do ênfase ao seu relacionamen-to com a economista argentina Carolina Larriera, ex-funcioná-ria da ONU. Para este papel foi escalada a bela atriz cubana Ana de Armas.

    - Para nós, foi realmente di-fícil equilibrar o aspecto político de Sergio com sua parte mais íntima. Acho que a presença de Ana é muito forte. Ela brilha de uma maneira muito bonita. É uma atriz extraordinária – elo-giou Moura, cujo filme de estreia como diretor (“Marighella”) tem seu lançamento no Brasil previs-to para o segundo semestre.

    “Sergio” tem uma narrativa não linear. Com a linguagem se-melhante a um seriado, vai e vol-ta no tempo alternando a missão do diplomata no Iraque com ou-tras em países como Timor Les-te e Camboja. O entrelace com momentos importantes da vida pessoal e afetiva do personagem sugere um conflito interno entre o amor e o seu trabalho que não sabemos, ao certo, se o reservado Vieira de Mello viveu.

    - A vida dele foi uma aventu-ra, embora não tenha sido uma aventura tipo James Bond. Ele estava em campo o tempo todo.

    O negócio dele era ir a cada lugar e olhar as pessoas como pessoas, não como estatísticas ou núme-ros – explicou.

    Na avaliação do ator e produ-tor, Vieira de Mello mudou mui-to ao longo da trajetória, desde os anos quase "revolucionários" como estudante em Paris duran-te maio de 68 até chegar à ONU.

    - Acho que é algo que acon-tece com todos nós em certo ponto: a quantidade de idealis-mo muda, e ele se tornou mais pragmático. Acredito que ele sabia que a ONU muitas vezes não tem o poder. É uma grande organização que às vezes não se mexe tão rápido como deveria para solucionar problemas e que depende muito dos países ricos. Mas, ainda assim, é uma orga-nização de direitos humanos que se esforça para garantir que as pessoas sejam tratadas com igualdade.

    Diante de uma liderança que defendia o diálogo, a empatia e a serenidade, Moura não vê para-lelos entre o diplomata brasilei-ro e os protagonistas da política que se faz hoje no mundo.

    - Meu Deus! É bem difícil compará-lo com (Donald) Trump ou (Jair) Bolsonaro. Ele foi um tipo de líder que não vejo mais hoje em dia, nem sequer na ONU.

    Leila Pinheiro é destaque no festival #ZiriguidumEmCasa

    Fala grosso

    Luto nas letras

    Fala Grosso 2

    Luto no jazz

    Com um total de 143 lives, o festival online #Zi-riguidumEmCasa chega neste fim de semana à sua quinta edição. O projeto segue até o fim do perío-do de isolamento. A nova rodada tem, entre as atra-ções, as cantoras Leila Pi-nheiro e Jane Duboc, além de nomes como George Israel, Nelson Faria e Nina Wirtti. O duo brasileiro ra-

    Ney Matogrosso afirmou que nenhum Estado, igreja ou pessoa definirá o que ele pode ou não fazer. Em entrevista ao canal Papo de Música, o cantor afirma que a ministra Damares Alves (Mulher, Família e Direitos Humanos) não deveria se preocupar tanto com a vida sexual das pessoas.

    Internado desde o ano passado, depois de sofrer um AVC, o psicanalista e escritor Luiz Alfredo Gar-cia-Roza, um dos mais celebrados autores poli-ciais do país, morreu nesta quinta-feira (16).

    "Jamais me submeterei a algum Estado ou igreja que venha decidir a mi-nha vida. Ele pode decidir leis para o trânsito, mas a minha vida, como eu vivo, é minha e ninguém pode determinar como eu devo ser”, disse na entrevista que vai ao ar na próxima terça-feira via YouTube.

    O saxofonista Lee Ko-nitz morreu quarta-feira (15), aos 92 anos, em de-corrência de uma pneu-monia causada pelo Co-vid-19. O jazzista era um dos grandes virtuoses em seu instrumento.

    dicado em Lisboa Couple Cofee fará um repertório apresentando composito-res da cena portuguesa.

    Desde a semana pas-sada, o festival disponibi-lizou uma conta para con-tribuições voluntárias do público que assiste. Todo o valor arrecadado será di-vidido de forma igual entre os produtores envolvidos e os artistas participantes.

    Divulgação

    Leila Pinheiro vai cantar de casa nesta sexta-feira (17), a partir das21h

    CULTURA

  • Quinta-feira, 16 de abril de 2020 11COMPORTAMENTO

    ‘Quanto mais for possível manter a rotina, melhor’Por Angela Pinho (Folhapress)

    Ele começou com lições em vídeo para ajudar uma prima em dificuldade na escola e hoje comanda uma das maiores pla-taformas de educação online do mundo, com conteúdo em mais de 30 línguas diferentes, inclu-sive o português. Engana-se, porém, quem pensa que o mate-mático americano Salman Kahn tira de letra aquilo que muitos pais têm se desdobrado para fa-zer em tempos de pandemia: dar conta da educação das crianças em meio à rotina de trabalho e de atividades domésticas.

    Com três filhos em idade es-colar, Khan conta que enfrenta dificuldades como qualquer um, mas que sua experiência no ensi-no digital lhe permite comparti-lhar conselhos para famílias, alu-nos e professores sobre o que tem dado certo. Para ele, as crianças têm muito a perder com escolas fechadas, da socialização ao pró-prio conhecimento, no caso das mais pobres. Mas podem sair com algo a mais disso tudo: au-tonomia para aprender.

    Com a pandemia, famílias do mundo todo refletem sobre te-mas com os quais você trabalha há anos, como ensino a distância. Como tem sido sua experiência pessoal em conciliar o seu traba-lho e a educação dos seus filhos?

    Salman Kahn - São três, de 5, 8 e 11 anos. Não é fácil, especial-mente no caso do menor, mas sou relativamente sortudo. Além de mim e da minha mulher, minha sogra também vive com a gente, e temos um jardim. A ironia é que meu trabalho ficou muito mais atribulado nesse período em ra-zão do fechamento de escolas.

    E na Khan Academy, o que mu-dou? O que vocês podem ofe-

    recer neste momento além do que já faziam?

    Há mais de dez anos atua-mos para que crianças e jovens aprendam no seu próprio ritmo e damos aos professores infor-mação sobre os pontos em que seus alunos precisam de ajuda. Agora, elaboramos agendas para estruturar o dia dos estudantes, prevendo atividades acadêmicas, intervalos e atividade física. Elas foram traduzidas inclusive para o português. À medida que fica claro que o fechamento de esco-las pode se prolongar, começa-mos a pensar em como podemos ajudar escolas, estados e países em planos de aprendizagem.

    Alunos pobres têm muito me-nos acesso a recursos digitais que os demais. Como assegurar que a desigualdade educacional não aumente neste contexto?

    Temo que, no curto prazo, o acesso desigual ao ensino digital será uma fonte de desigualdade. Mas o ensino online é melhor do que não fazer nada. Se não hou-vesse recursos gratuitos como a Khan Academy, as famílias de mais alta renda encontrariam re-cursos pelos quais podem pagar, e uma grande proporção da po-pulação ficaria sem nada.

    De uma hora para a outra, pro-fessores tiveram que virar es-pecialistas em ensino virtual. Muitos, porém, não têm trei-namento para isso. Que conse-lhos daria a eles?

    Como se diz, a necessidade é a mãe das invenções. Crianças po-dem aprender com vídeos no seu próprio ritmo, mas também ficam presas em alguns pontos, precisam de apoio e motivação do professor. Eu diria: não planeje em excesso e torne tudo o mais interativo pos-sível. Se você tiver só uma caneta e um papel, pode escrever um

    E os pais, que habilidades de-vem desenvolver para auxiliar seus filhos?

    Pais se preocupam que o tempo das crianças em casa seja produtivo. Mas, considerando--se o estresse em razão do vírus, a primeira coisa importante é eles cuidarem da sua saúde mental, até porque, se ficarem muito estressados, isso refletirá nas crianças. O segundo passo é focar nas coisas mais simples. Se o seu filho consegue ter 40 minutos de matemática e 40 mi-nutos de leitura por dia, e talvez também um tempo de escrever alguma coisa, é o suficiente, por-que esses são os fundamentos de aprendizagem. E não se frustre se as coisas não funcionarem perfeitamente na primeira ou na segunda semana. Tivemos alguma dificuldade com meu fi-lho menor, mas agora ele pegou um ritmo.

    Como deve ser a rotina dos alu-nos nesse período de escolas fechadas? Eles devem acordar no horário em que já estavam acostumados?

    problema, mostrá-lo pela câmera do seu telefone ou computador e resolver junto com os alunos. Cer-tifique-se de que haja tempo para as perguntas deles.

    Na sala de aula é fácil para o professor ver que o estudante não está prestando atenção ou não está fazendo uma tarefa. No mundo online, como ga-rantir o engajamento?

    É mais difícil. Em algumas plataformas de videoconferên-cia, é possível ver todos os estu-dantes ao mesmo tempo e obser-var o quão engajados eles estão, mas a própria natureza do que está acontecendo agora põe mui-to mais pressão sobre os alunos e os pais. Isso porque as video-conferências não duram cinco horas, como um dia normal de aula, mas às vezes só uma hora por dia. No resto do tempo, os estudantes têm que fazer as suas tarefas por conta própria. O lado positivo é que essa habilidade de ter mais autonomia pode ser desenvolvida. É uma habilidade importantíssima, e irá ajudar os estudantes ao longo da vida.

    Quanto mais for possível manter a rotina, melhor: acordar na hora que costuma acordar, tomar café da manhã, se vestir, tomar um banho. É bom ter um espaço pré-determinado na casa onde eles irão estudar, fazer o que têm de fazer e, a partir de um certo horário, como o almoço, não devem mais se preocupar com as tarefas da escola. É im-portante que tenham momentos para o lazer.

    Crianças menores têm menos autonomia para aprender sem um professor por perto. Como pai de uma criança de cinco anos, que dicas poderia dar aos pais com filhos dessa idade?

    Eu seria hipócrita se dissesse que já sei tudo sobre isso. Mas faço um paralelo com crianças ainda menores. Todos temos que fazer nossos filhos dormi-rem a noite toda. É difícil, por-que eles choram e temos que ser consistentes para construir um padrão, mas eles aprendem. O mesmo vale para uma crian-ças de três a seis anos: dê a ela um padrão. Sente-se com ela e pergunte: qual atividade da es-cola você quer completar? Elas já têm idade para ter uma opi-nião, e adoram completar um objetivo.

    O que acha que as crianças mais vão perder e mais vão ga-nhar nesse período?

    Há muitos pontos nega-tivos: as crianças estão com saudades de seus amigos, e não poder sair de casa é uma grande perda. O que pode ser positivo é se construirmos hábitos de aprendizagem em casa. Se to-das desenvolverem autonomia e construírem hábitos para seguir aprendendo por conta própria, isso terá efeito quando as esco-las reabrirem.

    Divulgação

    ENTREVISTA / SALMAN KHAN, MATEMÁTICO

    Temo que, no curto prazo, o acesso desigual ao ensino digital será uma fonte de desigualdade

  • 12 Quinta-feira, 16 de abril de 2020

    1- Bancos sufocam os próprios clientes. Resultado da equação é a falência. Bancos são como o escorpião que pica o sapo (que o transportava) e morre afogado, opina Milton Rego. Os bancos preferem preservar seus ativos mesmo que isso signifique sufo-car os seus parceiros de jornada, os clientes, negando-lhes crédi-to, elevando o risco de a econo-mia entrar em colapso. É da sua natureza. (...) (Poder360)

    2- Presidente do Banco Cen-tral diz que reduzir mortes por coronavírus é pior para a eco-nomia, reporta Amanda Audi. “Esse é um gráfico que muita gente tem comunicado em pala-vras, que é a troca entre o tama-nho da recessão e o achatamen-to da curva [de contaminação] que você quer atingir. Mostra que, quando você tem um acha-tamento maior, você tem uma recessão maior e vice-versa”, teo-rizou Campos Neto, em evento promovido pela XP Investimen-tos. (...) (Intercept)

    3- Bancos preparam pacote de socorro de R$ 50 bilhões a setores afetados pela crise. Em-presas de energia, aéreas e a ca-deia automotiva receberão ajuda por meio de um consórcio de instituições financeiras, capi-taneadas pelo BNDES, repor-tam Aline Bronzati e Fernanda Guimarães. (...) (O Estado de S. Paulo)

    4- Líderes da América Latina alertam o FMI que a pandemia de Covid-19 pede “ação rápida e decisiva”, informa Míriam Lei-tão. O texto da carta é assinado pelos ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso, Ricardo Lagos, Juan Manuel Santos, Ernesto Zedilho, por vários ex-

    -ministros e por ex-presidentes dos bancos centrais, como Ilan Goldfajn. “A crise não pode ser-vir de motivo para o enfraque-cimento de nossas democracias tão duramente conquistadas”. (...) (O Globo)

    5- O presidente dos EUA, Do-nald Trump, ameaçou fechar o Congresso dos EUA, usando uma cláusula da Constituição que jamais foi usada na história. Irritado, usou como desculpa o fato de o Congresso estar demo-rando para aprovar indicações de juízes e outros quadros da ad-ministração, que ele considera fundamentais para sua campa-nha eleitoral. (Brasil247)

    6- O porta-voz da chancelaria da China, Zhao Lijian, disse aos repórteres durante em Pequim que as autoridades da OMS “disseram diversas vezes que não há prova de que o novo corona-vírus foi criado em um laborató-rio”. (...) (Terra)

    7- Perto de 350 profissionais de jornais e revistas de São Pau-lo rejeitaram por unanimidade a suspensão temporária de con-tratos de trabalho e a redução de até 70% no salário por causa do impacto do novo coronavírus. (...) (Portal dos Jornalistas/Jor-nalistas & Cia.)

    8- Epidemia da fome - A “Pa-nela do Bem” substituiu a tradi-cional sopa servida aos morado-res de rua do Rio por lanches, reportam Breno Souza, Gabrie-le Roza e Samantha Reis (Data Labe). No entanto, não foi o suficiente para saciar a fome aguda dos atendidos. Então, decidiu-se voltar a servir sopa, mas manter o distanciamento. (...) (UOL)

    9- Mandetta joga a toalha e diz: já chega, né? O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandet-ta, afirmou que ficará no cargo apenas até Jair Bolsonaro en-contrar um substituto. Mandet-ta disse não saber se Bolsonaro vai alterar a política de enfrenta-mento ao coronavírus, que tem o isolamento social como um dos nortes. (...) (Brasil247) l

    10- Planalto investiga secreta-mente assessores de Mandetta e prepara dossiê. Agentes da Abin e oficiais do Exército apuram irregularidades em contratos no Ministro da Saúde, escreve Thiago Bronzatto. Os alvos da investigação, em princípio, são dois ex-deputados do DEM, que centralizariam informalmen-te todas as grandes compras da Pasta. (...) (Veja)

    11- A mudança no Ministé-rio da Saúde, consumada nesta quinta-feira, é avaliada por alia-dos mais moderados do presi-dente Jair Bolsonaro, relata Igor Gielow. Para um deles, a crise do coronavírus pode ser uma oportunidade. Sobre isolamen-to social, a solução seria vender a ideia de que o governo quer uma “saída controlada” das quarente-nas. (...) (Folha de S. Paulo)a12- Nem as polêmicas dos últimos dias foram capazes de abalar a influência de políticos bolsonaristas nas redes sociais, comenta Tales Faria. Em feve-reiro, a deputada Carla Zam-belli (PSL-SP) figurou como a mais influente. Agora em mar-ço, ela foi ultrapassada por um integrante do mesmo partido ainda mais radicalmente con-trário à política de isolamento social. (...) (UOL)13- Ninguém faz frente a Bol-

    sonaro nas redes, escreve Thais Oyama.O presidente tem 36 milhões de seguidores nas redes, 6,8 milhões mais interações que Lula e 6,4 milhões mais que Ha-ddad. Espremendo os números, a conclusão é de que, ao menos nas redes, ninguém está pron-to para bater Bolsonaro. (...) (UOL)

    14- Facebook está investindo US$ 100 milhões para ajudar 30 mil pequenos negócios em mais de 30 países, escreve João José Oliveira. Maren Lau, que mora no Brasil, é a primeira mulher a assumir o comando do Face-book na América Latina. Disse que um dos maiores desafios é a garantia da privacidade e da se-gurança das pessoas. Isso inclui o cuidado com a procedência e a veracidade das informações. Prioridade do Facebook é remo-ver notícia falsa (...) (Folha de S. Paulo)

    15- O governador do Mara-nhão, Flávio Dino (PCdoB) fez uma verdadeira operação de guerra para comprar equipa-mentos médicos na China: 107 respiradores e 200 mil máscaras. Em março, o governador re-servou a compra de um lote de respiradores de uma fábrica de Santa Catarina, mas a transação foi bloqueada pelo governo de Jair Bolsonaro. Houve negocia-ção direta com a província de Guangzhou, que enviou os res-piradores para a Etiópia, com o objetivo de escapar da intercep-tação por países europeus e pe-los EUA. (Brasil247)

    16- Em defesa do SUS - Sem ele, o País estaria em situação muitíssimo pior no enfrenta-mento da emergência sanitá-ria. O Sistema Único de Saúde

    (SUS) é reconhecido pela Or-ganização Mundial da Saúde (OMS) como o maior sistema de saúde universal e gratuito do mundo. Há mais de 30 anos, o SUS é o único refúgio para 8 em cada 10 brasileiros que precisam de atendimento médico-hospi-talar. (...) (Editorial-O Estado de S. Paulo)

    17- “Não existe dúvida que o isolamento social é a única ma-neira de amenizarmos o tsunami de casos de covid-19 que está as-solando a humanidade. A ques-tão é como sair do isolamento sem que a pandemia volte com força total. A mais palpável é afrouxar o isolamento e admi-nistrar o número de novos casos, deixando crescer lentamente a chamada imunidade de reba-nho”, opina Fernando Reinach. (...) (O Estado de S. Paulo)

    18- Após a mídia corporativa espalhar a respeito de Marisa Letícia, dizendo que ela deixou um patrimônio de 256 milhões (o correto é R$ 26 mil) em seu inventário, o advogado de Lula Cristiano Zanin informa que todos os canais responsáveis por disparar fake news contra a ex--primeira dama ficarão sujeitos a responderem judicialmente pelo crime. (...) (Brasil247)

    A natureza dos bancos é a do escorpião da fábula

    (*) José Aparecido Miguel, jornalista, diretor da Mais

    Comunicação-SP (http://www.maiscom.com), trabalhou

    em todos os grandes jornais brasileiro - e em todas as mídias. Foi editor-executivo do Jornal do

    Brasil, no Rio, de 2007 a 2009. (http://www.outraspaginas.com.

    br) E-mail - [email protected]

    OUTRAS PÁGINAS NO BRASIL E NO MUNDOJOSÉ APARECIDO MIGUEL (*)

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