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úsica clássica mesclada a elemen- tos da cultura popular brasileira. MAssim configura-se a etapa 2010 do Sonora Brasil, projeto de circulação musical que levará a 90 cidades do nosso país a obra de dois importantes músicos e compositores brasileiros: Cláudio Santoro e Antonio Guerra- Peixe. Mas, o que isso tem haver com a Aldeia SESC Guerreiro das Alagoas? A resposta é simples, tudo. Esse ano o caldeirão cultural do SESC Alagoas terá como ingrediente, também, a música na apresentação de 30/08, no Teatro SESC Jofre Soares, com entrada franca. A mostra fica por conta do Conjunto GYN Câmera, de Brasília que foi formado especialmente para esta edição do Sonora e irá apresentar duetos, solos e obras para canto dos dois autores. O projeto Sonora Brasil agregou quatro grupos distintos que apresentarão a obra dos dois compositores em programas que buscam mostrar a evolução de suas músicas, confrontando o período em que se dedicaram ao dodecafonismo - sistema de organização de alturas musicas com 12 notas – com o período posterior, em que os músicos homenageados buscaram valorizar elementos da música genuinamente brasileira. Cumprindo sua missão de difundir o trabalho de artistas que se dedicam à construção de uma obra de fundamentação artística não-comercial, o Sonora Brasil con- solida-se como o maior projeto de circulação musical do Brasil. Em 2010 são 340 concertos, a maioria em cidades distantes dos grandes centros urbanos. Sobre os músicos Guerra Peixe procurou conciliar a música serial com elementos nacionais. Ao orientar- se para a música de caráter nacionalista fez em Pernambuco estudos aprofundados do folclore, que prosseguiu em São Paulo. Essas experiências se refletiram em Brasília, sinfonia com coros. Compôs ainda sonatas para piano e para violão, os Provérbios para baixo e piano, canções folclóricas e seriais. Cláudio Santoro, depois de sua primeira fase dodecafônica, compôs dentro da estética nacionalista, inserindo formas populares nas grandes estruturas clássicas. Por volta de 1960, abandonou o estilo nacionalista e novamente adotou a técnica dodecafônica. Entregou-se depois, em Mannheim, Alema- nha, a experiências musicais de vanguarda, que procuram estabelecer uma aliança entre música e pintura. Seus "quadros aleatórios" constam de uma parte auditiva, gravada em fita magnética, e de uma parte visual representada por um quadro. Hoje tem música? Tem sim senhor! Texto: Barbara Esteves | Fotos: Marco Monteiro rodapé Realização: domingo | 29 de agosto de 2010 | Ano 3 | nº 03 + O primeiro dia dos debatedores| p. 3 Cruzadinha | p. 4 Fica a Dica | p. 3 A oficina de Coco Maldonado | p. 3 Entrevista com Anderson Serpa | p. 2 Quinta edição da Aldeia SESC Guerreiro das Alagoas coloca o projeto musical Sonora Brasil entre suas ações artístico-culturais SESC guerreiro das alagoas Conjunto GYN Câmera, de Brasília, traz as obras de Cláudio Santoro e Guerra-Peixe

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Terceiro número do terceiro ano do jornal Rodapé, que tem como objetivo fazer a cobertura dos 9 dias do projeto Aldeia SESC Guerreiro das Alagoas.

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úsica clássica mesclada a elemen-tos da cultura popular brasileira. MAssim configura-se a etapa 2010

do Sonora Brasil, projeto de circulação musical que levará a 90 cidades do nosso país a obra de dois importantes músicos e compositores brasileiros: Cláudio Santoro e Antonio Guerra-Peixe. Mas, o que isso tem haver com a Aldeia SESC Guerreiro das Alagoas? A resposta é simples, tudo. Esse ano o caldeirão cultural do SESC Alagoas terá como ingrediente, também, a música na apresentação de 30/08, no Teatro SESC Jofre Soares, com entrada franca.

A mostra fica por conta do Conjunto GYN Câmera, de Brasília que foi formado especialmente para esta edição do Sonora e irá apresentar duetos, solos e obras para canto dos dois autores.

O projeto Sonora Brasil agregou quatro grupos distintos que apresentarão a obra dos dois compositores em programas que buscam mostrar a evolução de suas músicas, confrontando o período em que se dedicaram ao dodecafonismo - sistema de organização de alturas musicas com 12 notas – com o período posterior, em que os músicos homenageados buscaram valorizar elementos da música genuinamente brasileira.

Cumprindo sua missão de difundir o trabalho de artistas que se dedicam à construção de uma obra de fundamentação

artística não-comercial, o Sonora Brasil con-solida-se como o maior projeto de circulação musical do Brasil. Em 2010 são 340 concertos, a maioria em cidades distantes dos grandes centros urbanos.

Sobre os músicos

Guerra Peixe procurou conciliar a música serial com elementos nacionais. Ao orientar-se para a música de caráter nacionalista fez em Pernambuco estudos aprofundados do folclore, que prosseguiu em São Paulo. Essas experiências se refletiram em Brasília, sinfonia com coros. Compôs ainda sonatas para piano e para violão, os Provérbios para baixo e piano, canções folclóricas e seriais.

Cláudio Santoro, depois de sua primeira fase dodecafônica, compôs dentro da estética nacionalista, inserindo formas populares nas grandes estruturas clássicas. Por volta de 1960, abandonou o estilo nacionalista e novamente adotou a técnica dodecafônica. Entregou-se depois, em Mannheim, Alema-nha, a experiências musicais de vanguarda, que procuram estabelecer uma aliança entre música e pintura. Seus "quadros aleatórios" constam de uma parte auditiva, gravada em fita magnética, e de uma parte visual representada por um quadro.

Hoje tem música? Tem sim senhor!

Texto: Barbara Esteves | Fotos: Marco Monteiro

roda

Realização:

domingo | 29 de agosto de 2010 | Ano 3 | nº 03

+ O primeiro dia dos

debatedores| p. 3

Cruzadinha | p. 4

Fica a Dica | p. 3

A oficina de CocoMaldonado | p. 3

Entrevista comAnderson Serpa | p. 2

Quinta edição da Aldeia SESC Guerreiro das Alagoas coloca o projeto musical Sonora Brasil entre suas ações artístico-culturais

SESC guerreiro das alagoas

Conjunto GYN Câmera, de Brasília, traz as obras de Cláudio Santoro e Guerra-Peixe

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entrevista

Anderson Serpa

Texto: Joelle Malta | Foto: Arquivo pessoal

Rodapé: Como foi o processo de criação de ‘Minha Camisa de Forca’?

Anderson Serpa: O espetáculo surge de perguntas sobre as reações humanas a partir de traumas. O processo criativo começou com a leitura dos livros de Freud, quando foram desenvolvidos exercícios para passar aos atores o universo que o espetáculo propor-ciona, entre leituras, debates e visitas a mani-cômios. Conseguimos estabelecer uma base psicocriativa e o que chamamos de criação natural do ser humano. Na criação não força-mos aos atores um personagem, eles desco-briram em seu universo íntimo.

R: Por quanto tempo duraram os ensaios?

AS: Passamos quatro meses no processo de leitura, visitas, debates e alguns exercícios. Seis meses para fazer a criação corporal e acreditamos ter construído uma dramaturgia corporal cabível a proposta.

R: Como foi a experiência de ser selecionado e apresentar o espetáculo no Festival de

Teatro de Curitiba/PR, considerado um dos melhores festivais do país?

AS: O festival de Curitiba tem caráter de mostra, mas saber que nosso trabalho estava nos palcos do sul do país foi importante.

Melhor foi a aceitação do espetáculo por parte de professores, alunos e psicólogos das universidades de lá.

R: Como você avalia o cenário das artes cênicas em Alagoas?

AS: Cada mês que passa, conseguimos ganhar força no âmbito da arte numa visão geral. Os grandes nomes das artes cênicas em Alagoas têm o prazer de ver meninos com talentos maravilhosos e munidos de uma vontade enorme de fazer. Precisamos agora de um pouco mais de organização de nossa parte para deixarmos as sementes crescerem.

R: O que você pensa do projeto Aldeia SESC Guerreiro das Alagoas?

AS: A Aldeia é mais uma vitoria da sociedade e dos artistas. Com projetos como esse, portas são abertas para novas pessoas, dispostas ao diálogo cultural. Acredito que a Aldeia seja a representação de como a sociedade alagoana vem mudando seu conceito de cultura, diversão e informação.

na boca de mateuFotos: Joelle Malta

A arte é muito subjetiva. Às vezes, os sentimentos, o que a gente quer passar acaba chegando ao público de formas diferentes. Diálogo após as obras possibilita a percepção de novos pontos de vista e interpretações.”

Como você percebe a atuação do SESC na área cultural?

TáciaAlbuquerque

AndréCavalcanti

Atriz Advogado e músico

Toda troca é válida, todo diálogo é interessante para que a gente possa se debruçar sobre o trabalho. A obra está sempre em constante criação. Então, é importante ter esse retorno para o amadurecimento da obra.

Sem dúvida enriquece se o grupo tiver maturidade para absorver. É importante para os artistas, desde que seja para acrescentar, críticas construtivas.

RaulSpinassé Estudante de jornalismo

Mateu (ou Mateus) é o cara pintada que anuncia as boas novas no Guerreiro.

A Aldeia SESC é mais uma vitória da

sociedade e dos artistas. Com projetos como esse, portas são abertas para novas pessoas. É a repre-sentação de como a sociedade alagoana vem mudando seu conceito de cultura.

Anderson SerpaDiretor da peça ‘Minha Camisa de Força’

nderson Serpa é diretor de teatro, integrante da Cia. Muro Imaginário e na entrevista abaixo ele conta sobre o processo criativo Ado espetáculo 'Minha Camisa de Força', que será apresentado hoje

(29), às 19h.

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este sábado (28), o Teatro Jofre Soares recebeu dois espetáculos que inauguraram a maratona de apresentações cênicas da Aldeia SESC NGuerreiro das Alagoas de 2010.

A presença dos debatedores no teatro para a análise das peças abordadas foi visto pelos participantes como uma oportunidade de espaço para a conversa entre os diretores, atores e o público em geral.

“Nós sentimos muito a falta de um diálogo como esse depois da apresentação, até mesmo para recebermos novas visões sobre nosso trabalho. Não só para criticar por criticar, mas também para dizer o que está bom ou ruim”, contou a atriz Juliana Teles, que teve seu espetáculo, 'Solteira Procura-se', comentado no período da tarde.

Um ponto em questão, levantado pelos debatedores, foi a utilização de objetos em cena. A maneira como se usam esses elementos e sua funcionalidade dentro da encenação.

O modo como o artista pensa a sua obra e o reflexo que ela possui na sua região foi outro assunto questionado.

Durante a noite, no espetáculo 'Os Fuzis', da Cia. Piloto de Teatro, os debatedores ressaltaram a importância de tratar temas como a fome, a pobreza e o derramamento de sangue, tendo em vista a realidade do Estado de Alagoas.

“O assunto é urgente e necessário para debate”, contou Henrique Fontes. “A proximidade em termos de pobreza é imensa entre as cidades do interior da Espanha e Alagoas”, afirmou Consuelo Maldonado.

Aberta a temporada de debates da AldeiaSESC 2010

A identidade e seus fragmentos ematividades formativas

e volta a Maceió para participar da 5ª edição da Mostra, Consuelo DMaldonado compartilhou com

atores e estudantes suas atuais investi-gações na área de construção cênica durante a prática da oficina ‘Pedaços de Mim’, ocorrida ontem (28), no Espaço Cultural da Ufal. Apresentado estímulos que geraram encenações partindo de referências pessoais e culturais. Durante a vivência, percebeu-se que o indivíduo não é negado, o texto não é visto como obra fechada. Livre de moldes ou fórmulas

prontas, a relação com a palavra foi além da fala, da verbalização, do pensar a pala-vra e seu corpo. da fala, da verbalização, do pensar a palavra e seu corpo.

Saindo da racionalização ou idealiza-ção para prática sem medo, pela impro-visação e o inesperado, é possível desco-brir a criação. Tensões e conexões que apresentam por si só uma lógica. Tudo isso sempre fazendo uso do imaginário, entendendo que o público também é um ser pensante e que o teatro depende desta relação para acontecer.

A oficina propõe um modo mais humano de

encontrar a dramaturgia e a ação do ator e põe a

vivência pessoal como sendo um objeto de

investigação.

seu jofre falou fica a dica

Mostra Dança em FocoFestival Internacional de Videodança Dança em Foco/RJ

Exibição de vídeos do Festival Internacional de Videodança Dança em Foco, do Rio de Janeiro. Na programação, estarão curta-metragens como: Vôo Contemporâneo, Get Closer, Bus, Together, En quatro partes, Of the heart, 40, The greater the weight, Y, Movind Stillness e Auto Retrato.

O que é?

O

mostras, festivais e editais voltados para esse formato do audiovisual. Na programação do festival são encontradas performances, oficinas, instalações e espetáculos multimídias.

Festival Internacional de Videodança é um dos mais relevantes da área e surgiu na mesma época de outras

Por que assistir?

O projeto Dança em Foco surgiu em 2003 com uma programação voltada exclusiva-mente à videodança, linguagem artística consolidada no ano 2000. O festival se estabeleceu no meio artístico como uma das mais importantes vitrines da video-dança para o mundo.

O Projeto

Dias 30, 31/08 e 01 e 02/09 | 17h

Teatro SESC Jofre Soares

Rua Barão de Alagoas, 229, Centro

Entrada franca

Quando e onde?

Texto: Fabrício Alex Barros

Jorge SchutzePerformer

Texto e Fotos: Barbara Esteves

Recortes dos espetáculos ‘Solteira, Procura-se’ e ‘Os Fuzis’, respectivamente

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Informativo produzido pelo Serviço Social do Comércio de Alagoas - SESC para o projeto Aldeia SESC Guerreiro das Alagoas 2010

Coordenador Artístico-Cultural: Guilherme RamosTécnico de Teatro: Thiago SampaioTécnico Assistente: Fabrício Alex BarrosEstagiário de Teatro: Gustavo FélixPlanejamento Gráfico e Diagramação: Renato MedeirosTextos:Barbara Esteves | Fabrício Alex Barros | Gustavo Félix | Jacqueline Pinto | Joelle Malta | Morena Melo | Renato Medeiros | Thiago Sampaio

Os textos assinados são de responsabilidade dos autores e não refletem, neces-sariamente, a opinião do SESC Alagoas.

Oficina A Voz, Uma Sonoridade Viva, por Mérida Urquía (Cuba). Das 8h às 11h e de 12h às 15h, no Espaço Cultural da Ufal. Inscrições: 1kg de alimento, no SESC Centro. 10 vagas por dia.

Espetáculo Maria e Suas Tantas, do Grupo de Teatro da 3ª Idade do SESC/AL . Às 16h30, na Praça Marechal Deodoro, Centro. Aberto ao público.

Espetáculo As Muitas Últimas Coisas, da Cia. Cia. Ganymedes. Às 19h, no Teatro de Arena Sérgio Cardoso, Centro. Entrada: R$ 2,00 + 1kg de alimento ou R$ 4,00.

Sonora Brasil: A obra de Cláudio Santoro e Guerra-Peixe, do Conjunto Gyn Câmera (GO). Às 20h, no Teatro SESC Jofre Soares, SESC Centro. Aberto ao público.

Dança em Foco: Festival Internacional de Vídeodança. Às 17h, no Teatro SESC Jofre Soares, SESC Centro. Aberto ao público.

cruzadinha

rodapéexpediente amanhã

galeria

1. Surgiu em 1611 como Vila Madalena. Depois, teve o nome de Santa Maria Madalena da Lagoa do Sul.

2. Dança cortejo de caráter religioso afro-brasileiro que faz louvação a São Benedito e Nossa Senhora do Rosário, padroeira dos pretos.

3. Segundo maior rio do Brasil. Passa por Alagoas.4. Folclorista que foi um dos fundadores da Associação de

Folguedos Populares de Alagoas (Asfopal). Faleceu em 2006.5. Escritor natural de Quebrangulo que já foi prefeito de Palmeira

dos Indios.6. Lugar onde foi construído a primeira hidrelétrica do mundo.7. É o mais popular folguedo natalino. Participam apenas moças,

divididas em dois cordões, o azul e o encarnado.

Abaixo a solução da cruzadinha do segundo

número do Rodapé 2010:

Confira a solução da cruzadinha desta edição amanhã, no quarto número do Rodapé 2010.

Fotos: Barbara Esteves, Fabrício Alex Barros e Joelle Malta

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