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Segunda-feira | 18 de agosto de 2008 | Ano 1 | nº 04 | Tiragem: 200 | Por Fabrício Alex O QUE TEM AS DEZ MAIS? Realização: E mais: Entrevista | p. 02 O que é arte? | p. 02 Teatro em Viçosa | p. 03 Marcos Filipe Sousa Hoje, dia 18 de agosto, às 19h30, o teatro Jofre Soares tem o prazer de apresentar As dez mais do córtex cerebral. Não se sabe definir precisamente como o texto de Cyrano Rosalém, que reside no Rio de Janeiro, chegou aos grupos de teatro alagoanos. O fato é que na capital este texto já agradou e passou por vários grupos. Isso por trazer um humor leve? Talvez pelo diálogo ser distribuído apenas entre dois personagens: a enfermeira e o paciente. Podemos pensar como atrativo também o caso de estar associado a músicas de sucesso da velha guarda. O fato é que mesmo atraindo tantos grupos e companhias da cidade de Maceió, a primeira montagem do Estado vem de uma cidade de Palmeira dos Índios, que fica à 136km da capital. O que vem causando diversas reações desde que saiu o resultado dos espetáculos selecionados. Com direção de Alex Ricardo, a Companhia Teatral Mestres da Graça apresenta a história de Alfredo, que chega na recepção de um hospital psiquiátrico solicitando sua internação e encontra do outro lado do balcão uma enfermeira que prontamente nega sua internação. Esse é começo para percorrer as dez músicas mais tocadas, no contexto de Alfredo. Segundo o ator Julian Neves (Alfredo), a Companhia Mestres da Graça encontrou a dramaturgia de Cyrano Rosalém na Internet e por meio dela entraram em contato com o autor. Barbara Esteves Alice!? | p. 04 O ator Julian Neves, da peça As dez mais do córtex cerebral

Rodapé | 04 | 2008

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Quarto número do primeiro ano do jornal Rodapé, que tem como objetivo fazer a cobertura dos 9 dias do projeto Aldeia SESC Guerreiro das Alagoas.

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Page 1: Rodapé | 04 | 2008

Segunda-feira | 18 de agosto de 2008 | Ano 1 | nº 04 | Tiragem: 200

| Por Fabrício Alex

O QUE TEM AS DEZ MAIS?

Realização:

E mais:

Entrevista | p

. 02

O que é arte? | p

. 02

Teatro em Viçosa | p

. 03

Marcos Filipe Sousa

Hoje, dia 18 de agosto, às 19h30, o teatro Jofre Soares

tem o prazer de apresentar As dez mais do córtex cerebral. Não se sabe definir precisamente como o texto de Cyrano Rosalém, que reside no Rio de Janeiro, chegou aos grupos de teatro alagoanos. O fato é que na capital este texto já agradou e passou por vários grupos.

Isso por trazer um humor leve? Talvez pelo diálogo ser distribuído apenas entre dois personagens: a enfermeira e o paciente. Podemos pensar como atrativo também o caso de estar associado a músicas de sucesso da velha guarda.

O fato é que mesmo atraindo tantos grupos e companhias da cidade de Maceió, a primeira montagem do Estado vem de uma cidade de Palmeira dos Índios, que fica à 136km da capital. O que vem causando diversas reações desde que saiu o resultado dos espetáculos selecionados.

Com direção de Alex Ricardo, a Companhia Teatral Mestres da Graça apresenta a história de Alfredo, que chega na recepção de um hospital psiquiátrico solicitando sua internação e encontra do outro lado do balcão uma enfermeira que prontamente nega sua internação. Esse é começo para percorrer as dez músicas mais tocadas, no contexto de Alfredo.

Segundo o ator Julian Neves (Alfredo), a Companhia Mestres da Graça encontrou a dramaturgia de Cyrano Rosalém na Internet e por meio dela entraram em contato com o autor.

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O ator Julian Neves, da peça As dez mais do córtex cerebral

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A entrevista de hoje é com Fernando

Mesquita, o fotógrafo da exposição Rodapé, nome que escolhemos para o nosso jornal. Quando perguntamos o que achou da homenagem, o paraense formado em arquitetura pela Universidade Federal do Pará diz ter gostado da brincadeira. O artista está em Alagoas desde 2006, fazendo mestrado em Arquitetura na Universidade Federal de Alagoas.

Ren

ato M

edei

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| Por Jacqueline Pinto

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pensava que era só apontar e pronto.

Depois que fiz cursos na área percebi que

não era só isso e me apaixonei, passei a

enxergar tudo enquadrado com olhar de

composição. A fotografia na minha vida foi

algo que fui construindo. Quando me

formei, trabalhei com fotografia no IPHAN

(Instituto do Patrimônio Histórico

Nac iona l ) , f azendo reg is tro dos

patrimônios em restauração. A partir de

então fui comprando câmeras e todo

material que precisava para aprimorar na

prática meus conhecimentos.

R: Sua exposição Rodapé abre hoje.

Como surgiu a idéia desta exposição?

O que ela retrata?

FM: A exposição foi um convite e surgiu

como uma tentativa de trazer registros de

atividades culturais do interior, como se

fossem várias aldeias para fazer parte de

uma só. Essa exposição é um registro

mesmo e todo o processo de resgate de

imagem era bastante interessante porque

tinha uma grande interação. As pessoas

sempre me perguntavam se haviam sido

selecionados, estou muito feliz com esta

experiência, este espaço cedido.

R: Nosso jornal leva o nome da sua

exposição, o que você acha disso?

Gostou da homenagem?

FM: Eu achei ótimo (risos). Estava bastante

O QUE É ARTE? Eu não gosto muito de

definir o que é arte, porque acho que cada um tem a sua fo rma de ana l i s a r e , principalmente, de fazer arte. Pra mim hoje, arte é fazer

teatro, fazer musica, fazer pintura. Mas isso de uma forma que leve o público a pensar e não somente de analisar da forma com que o autor quer que ele analise, mas sim que deixe as portas abertas para que o público venha descobrir que arte é aquela.

Roberta AurelianoFormada em Artes Cênicas e atriz da peça A Criação do Mundo

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É a forma de

c o n c re t i z a r o s abstratos. A gente tem as idéias e através do teatro,

por exemplo, a gente concretiza essas idéias. Mas a arte é a beleza de viver, é a beleza de estar presente no universo com harmonia. Quando você está em harmonia com o universo tudo é arte.

Roberto AurelianoAutor, diretor e ator da peça A Criação do Mundo

Arte pra mim

é uma coisa boa, não sei nem explicar. É uma brincadeira, é v o c ê s e fantasiar e se diver t ir. Eu

acho isso.

Ana LúciaAtriz da peça A Criação do Mundo

temeroso com o desafio da exposição

porque eu sabia que iria ter muitas fotos e

ia exigir bastante de mim. Quando vi o

jornal fiquei bastante feliz porque faz uma

ligação com a exposição, e para mim, serviu

como um resultado positivo, mostrando

que a idéia deu certo. Então é uma honra

pra mim.

R: Você já realizou outras exposições

fotográficas?

FM: Em Belém participei de algumas. Aqui

em Maceió participei de uma durante um

encontro de Ciências Sociais, foi um

trabalho simples, não exigiu muito. O

Rodapé está sendo a minha primeira grande

exposição na verdade, pela quantidade de

fotos, pelo trabalho de registros e também

por ter o SESC como referência.

R: Este ano o projeto Aldeia Sesc

Guerreiro das Alagoas está inovando

reunindo as linguagens culturais. o

que você está achando desta mistura?

FM: Acho muito importante este projeto,

esta mistura, desde o início vimos esta

mistura com o vídeo do Canel e as

apresentações. Ano passado participei do

Overdoze e vi uma mistura bem

interessante, tinha gente cuspindo fogo,

t i n h a i n t e r ve n ç õ e s n o t é r re o ,

apresentações no teatro, foi muito

interessante. O legal é isso, mostrar a arte

com esta grande mistura.

Rodapé: Quando você percebeu que

tinha o dom de fotografar? Foi algo

espontâneo? Você fez algum curso

para aprimorar?

Fernando Mesquita: Penso que todo

mundo fotografa, e com cursos podemos

aprimorar. Eu comecei na verdade com

serigrafia. Aos 13 anos fiz alguns cursos na

área em Belém e a partir daí tive o

conhecimento com artes plásticas. Na

época tinha até preconceito sobre

fotografia porque achava muito fácil,

Renato Medeiros

Ren

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Como sabemos a comédia é o uso de

humor nas artes cênicas. Também pode significar um espetáculo que recorre intensivamente ao humor. De forma geral, "comédia" é o que é engraçado, que faz rir. É a partir desses conceitos que se fundamenta a montagem cênica "A CRIAÇÃO DO MUNDO".

O teatro Jofre Soares no dia 17 de agosto de 2008, precisamente das 19h40 às 20h40 esteve repleto de risos e graças oportunizados ao público presente pelo Grupo de Teatro Riacho do Meio, residente na cidade de Viçosa-Alagoas.

Hoje a comédia encontra grande espaço e importância enquanto forma de manifestação crítica em qualquer esfera: política, social, econômica. Encontra forte apoio no consumo de massa e é extremamente apreciada por grande parte do público consumidor da indústria do entretenimento.

Ironizar, espetar, ridicularizar, alfinetar, avacalhar, gozar, satirizar, gargalhar, alegrar, "humorar" e criticar são verbos que descrevem com bastante cuidado e apreço a montagem cênica "A Criação do Mundo".

O "fragmento" e o "excesso" são postos em cena como forma de anunciar, comunicar, manifestar e revelar os problemas enfrentados pelo homem e pela mulher desde sua criação, em uma eterna guerra dos sexos. Tais como: hierarquia, machismo, preconceitos etc...

Uma montagem cênica que apesar de apresentar no palco dramas e mazelas da sociedade moderna, faz o espectador envolver-se a ponto de exteriorizar seus sentimentos com gargalhadas altas e abstratas. Uma verdadeira prova de que a "catástase" foi cooptada e assumida por aqueles que numa noite de domingo decidiram por prestigiar o trabalho de um grupo que usa sua arte como ferramenta de transformação social.

"A arte é a ideia da obra, a ideia que existe sem matéria".( Aristóteles ).

* Ator-dançarino e estudante do grupo de Crítica em Artes Cênicas, pela Universidade Federal de Alagoas

DEU A LUCCA

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O teatro está vivo em Viçosa| Por Renato Medeiros

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bara

Est

eves

Por Reginaldo Oliveira*

SEU JOFRE FALOUseu jofre falou

O Grupo Teatral Riacho do Meio deu

provas ontem de que a arte teatral também pulsa no interior de Alagoas. Formado há 12 anos, esse grupo já anuncia no próprio nome o lugar de onde veio, afinal, Riacho do Meio foi o primeiro nome da cidade de Viçosa-AL.

O grupo levou a platéia do teatro Jofre Soares às gargalhadas com a peça A Criação do Mundo, da autoria de Ronaldo Aureliano, que também é o diretor do espetáculo e o membro mais antigo. Essa é a primeira comédia do grupo, que põe em evidência a relação de poder entre homens e mulheres.

Esse tema é discutido em cenas como a da dona de casa que queria mandar; a de Maria Bonita, que era independente, mas queria mesmo era cuidar de uma casa; a da drag queen, que faz uma interação entre os estereótipos do masculino e do feminino; e, claro, não podia deixar de ter uma cena com Adão e Eva, considerados precursores dessa relação. Mas acima de tudo, a intenção do grupo é fazer a platéia

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Enquete:A pergunta foi feita ontem (17/08/08) para 70 pessoas que estavam prestigiando as apresentações no Teatro SESC Jofre Soares. Entre as respostas obtivemos os seguintes resultados:

Valor – 41%Chuva – 14%Ultimo capítulo da novela – 3% Show – 3%Cinema – 0%Outros – 39%

Por qual motivo você deixaria de ir ao teatro?

se questionar, mostrando que cada um cria seu próprio mundo e o vive à sua maneira, de forma particular.

Segundo Ronaldo Aureliano, mesmo tendo 12 anos de existência, o grupo ainda está dando seus primeiros passos. Admite que ainda precisa aprender muito para melhorar seus espetáculos, que ele considera amadores. De todos os membros, apenas Roberta Aureliano, filha de Ronaldo, é profissional, licenciada pela Universidade Federal de Alagoas.

Mas Ronaldo não deixa dúvidas sobre a importância do grupo para o desenvolvimento do teatro em Viçosa. Conta que mais duas companhias nasceram na cidade depois do “Riacho do Meio». Desde então o grupo está sempre incentivando essas iniciativas.

Com relação ao público, ele diz que a situação é semelhante à da capital, onde predomina peças com platéias pequenas, e que o fato de Viçosa ser interior agrava ainda mais essa situação. Acrescenta também que a média da platéia de teatro é apenas 0,5% da população de cada uma das cidades do Brasil.

Mas a estratégia que o grupo encontrou para divulgar seus espetáculos foi realizar uma estréia privada aos familiares, que se encarregam de fazer a propaganda boca a boca e só depois o grupo marca uma estréia oficial.

Na conversa que ocorreu depois da apresentação, a público do Jofre Soares elogiou bastante a persistência desse grupo que é um exemplo de esforço para manter o teatro vivo no interior de Alagoas.

Personagem da peça A Criação do Mundo

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Informativo produzido pelo Serviço Social do Comércio de Alagoas - SESC para o evento Aldeia SESC Guerreiro das Alagoas 2008

Coordenador Artístico-Cultural: Guilherme RamosTécnico de Teatro: Thiago SampaioEstagiário de Teatro: Reginaldo OliveiraJornalista Responsável: Barbara Esteves Mte 1081/ALPlanejamento Gráfico e Diagramação: Renato MedeirosColaboradores:Barbara EstevesFabrício Alex BarrosJacqueline PintoRenato Medeiros

O s t e x t o s a s s i n a d o s s ã o d e responsabilidade dos autores e não refletem, necessariamente, a opinião do SESC Alagoas.

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expediente

GALERIAGALERIA

Exibição de vídeos dançaAmanhã a parceria entre o SESC e o festival Dança em foco continua. As sessões vão até 23 de agosto.

Sessão às 12h30 e 17hs. Compareça!

*Técnica de Áudio Visual.

RECADO DA MANA*

Parceria:

Oficina de Dança Contemporânea, Lia Rodrigues (RJ) - das 14:00h às 18:00h - Fundação Municipal de Ação Cultural - 1Kg de alimento não perecível

A Importância do 1º Voto, Cia. Raízes da Terra - às 16:00h - Calçadão do Comércio - Entrada Franca

Toré – Kariri-Xocó (Porto Real do Colégio) - às 17:00h - Calçadão do Comércio - Entrada Franca

Quixotes, Associação Artística Saudáveis Subversivos - às 19:30 - Teatro SESC Jofre Soares - R$ 2,00 + 1 Kg de alimento ou R$ 4,00 s/ o alimento.

Senhor coelhoooooooo...| Por Jacqueline Pinto

O primeiro espetáculo da tarde de ontem, Alice!?, empolgou o

publico pela sua originalidade. Inspirado no clássico da literatura, a Cia. do Chapéu traz aos palcos uma releitura da obra Alice no País das Maravilhas, publicada em 1865 pelo inglês Lewis Carroll.

A obra instiga a todos os gostos, desde o infantil até o adulto, em uma aventura fascinante onde a fantasia se encontra num mundo do inusitado e o surrealismo anda junto com a realidade vivida pela protagonista.

Em 2005 o grupo iniciou um trabalho de pesquisa com intervenções artísticas em ônibus coletivos, mesclando elementos do teatro, da performance e das artes visuais. Aguçando assim a criatividade dos integrantes e resultando em um trabalho de inter-relação entre as l inguagens artísticas investigando-as, experimentando-as e tornando-as criações originais e instigantes para atrair o público.

Na entrevista publicada ontem no Rodapé, Tácia Albuquerque (Alice) declarou que um dos objetivos do projeto do espetáculo é fazer com que os atores façam a troca de personagens.

Se experimentação é um dos focos do trabalho do grupo, durante esta apresentação foram colocados à prova. O grupo foi surpreendido com a notícia de que uma das integrantes não iria se apresentar por estar gripada. A escolha então foi fazer um rodízio entre os atores, onde cada um representou vários personagens.

O espetáculo é surpreendente e retrata não só a história da curiosa menina, mas a realidade do teatro de forma dinâmica, utilizando a multilinguagem como forma de aguçar a criatividade dos integrantes.

Cena da peça Alice!?, da Cia. do Chapéu

Thalita C

hargel

BASTIDORES

Fabr

ício

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Fabrício A

lex

Fabrício Alex

Fabrício A

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Fabrício A

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Renato

Med

eiros

Renato Medeiros