4
. O Canib.lismo AÍnorcso - Alíonso Ronarc dc Sânt'Ann. . A Cidâdê das Let€s - Árgal Aâ.rá . A Históriá e o Concáto nô LiteÍâtuíô Modieval (rlâr.,i[ Holze.mav- Roseníield . Por quê Lima BâÍeto? - hul. Beiguelman . TêoÍia Poesiâ Concrcti - Augusto de Campos/Hetuldo de Campos / Décio Pígnatai Col.ção Pdm.i.o. P!§o. . O Cue á Lingúiíica - EniP. Odrndi . O quê á Literãturs - ,r€rit ltlo/o . O que ó S€mióticâ Lúciê San,,É/, o Roland Barthes RUMOR DA LÍNGUA Tradaçllo MaÍio Laranieira Leyla Perrooe-Moisés editora brasiliense 1988

ROLAND BARTHES - A Análise Retórica

  • Upload
    raisa

  • View
    59

  • Download
    6

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Capítulo de "O rumor da língua".

Citation preview

.OCanib.lismoAnorcso - AlonsoRonarcdc Snt'Ann..A CidddasLets - rgalA.r.A Histrie o ConctonLitetuModieval (rlr.,i[Holze.mav-Rosenield.Por quLimaBeto? - hul. Beiguelman.ToiadPoesiConcrcti - AugustodeCampos/Hetuldode Campos/ DcioPgnataiCol.oPdm.i.o. P!o..O Cue Lingiica - EniP.Odrndi.O qu Literturs - ,rritltlo/o.Oque Smitic LciSan,,/,oRolandBarthesRUMOR DA LNGUATradalloMaio LaranieiraLeylaPerrooe-Moisseditora brasiliense1988A anlise retricaA literturaapresentsea nscomo iiirtidae como obra.Comoinstitio,rcnetodososusose todasasprricas queegulm ocicuito d coisaescritaemdadasociedde:estatutosocite ideotgicodoescritor,modosddituso, condiesdeconsumo,sanesdactic.Comoobr, essercialmeDteconstituidaporumamensaSemverbal,escit,dedetemindo ripo. obob,etoqugostaiadmeater,suse-rindoquc nos interessssmosporum cmpo aind pouco exploradoemboJ prlvrseiamuiro ntigat.o da rctona. obralitriaomprcendeelementosqueno soespeciicosliieatura;citeipelo menosum,porque o desenvolvimetodascomunicaesdemassapemitehojeencortr-lodemaeiraincontestvelnosfilmes,nashistriasemquadinhose talvezmesmonsnoriciasde jor-nal,isto, emlugesquenosejamo romnce:anartiva,ahistria,o rgumento!aqu;loa que Souiau,a propsitodo filme,chanoudie-8ese. Existeumaformdiesticacomum a artesdifretes, fom quehoie secomea a analisasegundonovosmtodosinspiradosde propp.Entetnto,em{acedlementodefabuloquepatilhcomoutrascriaes, liteatur possuiumelementoque a deineespecificamente:asualingugem;esse elemeoto, escolafomaiistarussa j havibuscadoisolae tmtsobo nonedeteratufio , de ..1;teatuidde,,;JakobsoiJo ch?.made poicr !apdtica aanlisequepermite espondea estpesunta:o que que azde umamensagem vebalumaobrdearte? esseelementoespecicoque, da minha pre,ch?Lm?rieie et ANLI5E RETRICAica, demaneia ^ e\itar qulquerestiodpotica poesiae indicarbemquesetatadeum plno seral dlir8ua8em comuma todososgneros,tnto posquntoaoverso. GostrideperguntrseumconfoDtoenteasociedadee a retic possivel,e emque condies.Duate sculos,desdeaAntigidadeato seculoXIX,a retricarecebeuuma deinioaomesmo tempotuncional e tcnic: umarte,isto,umconjuntodenomsque pemiteseiaprsudir, sei,mistarde,exprimisebem.Essainalidade declaradaaz da retrica,eviden-temente,umaistituio sociale,paradoxalmente,o laoque une asorms de lingugem s sociedades muito mis imeditodoquea rela-opropimente ideolgica;nGrciantiga,aetricansceuprecismente ds demndasde proprieddeque decorreramdsexaesdosTianosna Sicilido sculoV; n sociedadebuguesa,a artedefalarsegundocertsnomas ,o mesmotempo,um sinldopodersocileum instrumnto dessepoder;o ato de a classeque coroaos estudossecundriosdo jovem brsschmar-seclssedeetica no insigni8cante.Entretnto,nossaelo imediata(e rapidmenteesgo-td,lis)que vmosnos te, pois,comosbemos, se a necessidadesocialgeraceflsuns,umr ve/posrasemmovimenro,ou. como sediz.der?minadas, "ssa\ unesadquiremuma uronomiimprevieoferecem-sea novssignifices.Substituireiento, hoje, a definiotuncionaldretricporumdefinioimanente,estrutural, ou, p.rse n is prcciso:iflormacianal.Sabe-seque todmensagem(e obliterri umdels)compeendepelomenosumplanodaexpresso,ouplaflodossignificaotes, eumplnodoconredo,ou planodossignificdos; juno dessesdoisplanosormao sisno (ouo conjuntodossisnos).Entretarto,ummen-sgemconstituidaseSundoessaordemelementarpode,porumaopera'ode desengate oudeampliicao,toma'seo simplesplaaodeexpres'sodeumsegundamesagemque lhe assimexLensjvr;emsums,osignoda pimeiramensagem pssaa sro si8nificante dasesund.Es-tamos,ento!na pesendedoissistemassemiticosimbricdosumnooutrodemodoegula;Hielnslevdeuao segundosistemaassimconstitnidoo nornede semiticacorotatir(poorr.kometalinsuagememqueo siSnodapimeiramensgempssaser o significadoe noo signi'ficante dasegundamensgem).Ora, comolinguagen,a literatur,comtodaevidncia, umsemiticconottiva;numtextoliterio,umprimeiosistemdesignificao,quealingua(poexemplo,o ancs),servdesimplessigniicante paraumasegundanensaSemcujosiSnifi'IIA ANALISERETRIC l]rORUIORDALINGUAcdo dientedossigniicados& lin8ua;selci:Faamauatarasonadidadesda contenaao,pecebouma rnerlsgemderotdaque aodem desetrzers poltooas, masprceborambmumamensagemconotada,cuio significadoaquio .,peciosismo " . Emtermosinorma-cionais,defini-s a literturacomoumduplosistemidenotadocono-tadoi nesseduplosisrema,o plano maoiesroe espcifico,que o dossignificnrsdo segundosistema,constiruia Retrica;os significntesretricosseoosconoradores.Deinidaemtermosinfomacionais,a mensaSemlireripode edevesersubmetidaauma erploosistemrica,semaquatnuncaseriapossivelconfrontlacoma Histiaqueaproduz, vistqueo serhist-icodessamensgem no somnteaquiloque diz,mastambma ma.neiracomofbricda.Certamente,a lin8isticadconotao,quenose podeconlundircom rnri8aestiltsrica,poisesr,esrudrdoos meiosdeexpresso.ficavnoplano da Flavra. aopssoqueaqueta.estudandooscdigos,coloc'senoplnodalin8u,esralinSisti.aaindno estconstituidaimascefisindicaesdoslioSisras contemponeospemi-tem proporanlisreticapelomenosduasdirees. pimeirIoi esbodapor Jakobson,, quedistinaueemtodmensaSemsisfatores:umemitenre,umdstiratio,um contertoouefente,um conrtotumcdigoe,inalmeDte, prpiamensa8em;a cada um dessesftoes correspondeumafunodlinguagem;rododiscusomistua maiori dessasfuDes,mas ecebea suamarcadadominnciadessaoudaquelatunosobeasdemis;porexemplo, seanse postnapessoa emissora,a funoexprcssivaouemotivado-mina; sepostanodestinatio,afunoconativa(exortativa ousupli,cativa);se o eerenterccebeo destaque,o dis.urodenottivo( o casocorrente);se o contato(entro emissoe o destinatio),a funo-ticameteatodosossignosdestinadosamanreracomunicaoente osinterlocutores; funometalioSuistic,oude elucido, acentuaorecuso aocdigo; finalInenre,quandoapprimensagem, ucoi8urao, o ldoplpvel dosses signosque soressahados,o discuso potico,nosntidomplodorermo: evidenremnteo casodalirea,tur;podeiamos dizquea litertua(obaoutrto) specificamenteum mensagemquepeanfasesobesi mesm. Essadefiniopermite,sem dvida,entendecomoaconteceque funocomunicativano( E$atud"stiqtecnl,1,, p..is, Ed, dMinnii,191,ap_XLessotaobra literia,masesta, resistindosdefiniespuamenteun-cionais,psenta-ssempredecertamaneiracomo uma tautologia,postoque astunes intrmundanasdamensa8em acbamicandosub-metida sufunoestutual.Entetanto, coeso a declaraodau.o poeticapodemvariacoma Histria;e, pooutolado,sicroni-camcnre,essamesmaunopode s "comid"por ourfasunes,emenoquediminuide alSummodoa tara de espcificidadeIiteriadoba. deiniode Jllobson compoa.pois,uma pspecrivsocio.Igic, i quepemit valiar umas vezo devir d linsua8emliteriaesusituoemrlaoslinSusensnoliterias.OutrexploaodalinSua8emliteia possivel,agoadetipodistibucionI.Sabe-seque umaboa prte dalinSistiahoi ocupa-seemdeifliraspalavrasmenos pelo sentidodoque pelasassociassin-tagmticasemquepdemterlu8r; Srosseirmente alando,aspalavrasssocim-seentesi seSundodeteminadaescaladepobabilidade:doassocia se facilmentecom /r'rrr.ms diicilmentecom/I,irr,emborasin-tticmentnadapoibaa associode mverboe de umsuiito;d-ss vezesaesse' 'preenchimento'' sitagmticodo sigoo nomede.all/ire.O,a catliserem elaoestreitacoma especialidadedalinSua'gemlitei;dentrodecroslimites,quedevmprecisamenlesestu-dados,quantomaisabeante a catlise,maispatente literatura.Ntulmente.senos ativermossunidadesliterais. a literatuanoabsolutameteincompatvel comumacatlisenomli emt o cusltlazul cornoanalaftja, nenhumaassociaoliteral desviante;mas senoseeimos umnvelsupeiodeunidades,que precisamenteo dosconotadoesr encont'sesem diiculdade perturbocatalltica,poisestatisticamente aberrantessociao se do azui oser dalanj. mensagemliteriapod,eteo,srdeiida comoumdsviode asso-ciodossisnos(P.Gui.aud)iopecionlment,po exemplo,diantedastarefasnormativasdatraduoutomtica,r liter.turapodeia d-finir-secomoo conjunlodoscasosinsolveisoeecidos mquina.Diemos,deoutomodo,quealiteratua essencialmenre\m sistema dis-pendiotode irrlornado.Noentanto,sa liteatua unifomernenteluruosa,hvriascconomias de luroqupodevaia comas pocaseas sociedades;nliteturclssic,pelo menos naquelaque tence geaoantipeciosar asassociaessintaSmticaspermanecemdentrodasmargensdenormaliddea niveldadenotao,e explicitamenteonivelretricoquesuportao custoelevadodainormao;ao contrrio,na poesiasurrealista (paatomrosdoisextremos),asassociaesslloIIt12 ORUMORDLiNGUberrantese informodispendiosaa nivelmesmodasuniddesele-mentres.Pode-se esperazoavelmenteque,qui tmbm, definiodistibucionalda mensa8em literriaaaaparececetasrelesentrecdasociedadee a economideinormaoque eladesisna litertura.Assim, a prpiafomada mensagem literia estemcertrela-o comaHistriaecom sociedde,msessarlao partiulae nocobrenecessrimetrtea hist.i, e a sociologiadoscontedos.Oscono-tadores formamoselementosdeum cdiso,e a validadedessecdigopodesermais ou menoslong;o cdi8oclssico(nosentido lato)duousculosno Ocidente,poisqueamesmareticaqueanimumdiscusodeCicro ouumsemodeBossueti mas provvelque essecdigotenhsofidoprofundamutaonasegundametdedo sculoXIX,em-bo,indahoie,escitas tradicioflais lheestejamsubmisss.Essmuta"o est semdvjdaelaciondacoma crisedconscinciaburguesa;o problem,entretnto,no saberseumaeflete aalogicnenteaoutra,nasse, diantedecerta odem defenmenos,a histriaintrvmapenspara,decertomdo,mudarodtmode suadicroni;comefeito,desdequeseest lidandocomomas(e,evidentemente,o casodocdigo etrico), os processosdemudanasomaisdaordemdatns-lodoqued evoluo;dealsummodoh esgotmnto sucessivodsmutaespossveis, e a Histia chamadaa modificro ritmodessasmutaes,nosprpis fomas;tlvezhai ceto devindgenodaestrutur dmensagem literria, anlogoaoqueregulaasmudanasdeH umaoutamaneia deapreciar elaoentea reticae asociedde;, se ssimspodedize, avalia o graude "fnquez"docdiaoretrico. certoquea mensagmliteida pocaclssicala'deavadeliberadamerteasuacootao,vistoasfigus constitulremumcdi8otrasmissivelpopendizado(dondos Dumeosostatdosdpoca)enose podefomrumamensasemconhecidasenovalendo-sedessecdigo.Hoje,comosesabe,essaretricaesboroou-se;mas,precisamentemedinteo estudo deseusescombos,substitutose lacu-nas,podemossedvidanosdacot d multipliciddedasescriturase reencontra,para cadaumadelas,a siSniicaoque detmna nossasociedde.Pode-se-iatambmboda demaneirapecisao problemaep3frioenlJe ^ botliterat&ru easotutaslite^turas,cuiaimportn-cisocil considervel,principalmeotenumasociedadede massa.Entretnto,indaqui,nosedeveesperum relaoanalgica eotte umgrupodeusuiose suetrica;a trefconsistentesemreconstituirumsistem aeal desubcdi8os,cadaum dosquissedefineemcertoestadode sociedade porsuasdiferenas,suasdistncise susidentida-destaceaseusvizinhos: litertradeelite eculturdemassa,vanguardae tradio,constituemomalmentecdigosdeeentescolocado nummesmo momento, segundoaexpeso de Merleau_Ponty, em"modulodecoexistnci";esse.oniuntodecdigossimultneos'cuiplu_liddeoi econhecidapor Jkobsn,? que pecisoestudarie comoum cdigono maisdo quedeteminadamneirdedistribuirumcoleotechada desi8nos,a alis retricadeverialigrsdiretamenteno socioloSiapopiamentedita,mas antes essasciol8ic,ousociologiadasomasdeclassificao,quepostrllavo j DurkheimeTis sao,apesentdaspidae bstratamente'sperspectivs 8e'raisdaanliseretrica.umanlisecuioproietonaonovo' masqueosdesenvolvimentosrecentesdlinSistictruturale dateoriadin_otnaodorenovadaspossibilidadesde exploao; mas, Pincipl-metrte! elreque dens umatitude metdolsicatalveznova, poisanatuezformldoobjetoque petendeetudar (amensagemliterria)obigadesceverdemaneiraimaneteeexustivocdiSoetrico (ouosc&igos reticos)afltsdepr emconfontoesteou estescdigoscomasociedadee aHistriquospoduzemeo consomem.ColquioGoldmann,1966.F.x.toeLittrutteeSoc;.O Ed.do Instituto deSociologiadaIlnive.sidadeLivredBruxelas.1967. NLISERETRIC1tl(2) Ot.it.,p.211-