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    Morrer se preciso for,matar nunca!

    Marechal Rondon

    15 PRMIO NACIONAL ASSIS CHATEAUBRIANDDE REDAO 2009 - PROJETO MEMRIA

    Tema

    Rondon: a luta pela integraonacional e a causa indgena

    AcervoMuseudond

    io/FUNAI,ndiosUrumi,FotoTiuba.

    Informativo sobre o Marechal Cndido Rondon

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    TEMA - Rondon: a luta pela integraonacional e a causa indgena

    15 PRMIO NACIONAL ASSIS CHATEAUBRIAND DE REDAO 2009 - PROJETO MEMRIA

    Pesquise e escreva sobre a vida do Marechal Rondon. Militar positivista, ele percorreu o sertodo pas com a finalidade de estender as linhas telegrficas e integrar as comunidades maisdistantes aos centros econmicos. Sertanista ousado, fez contato com diversos povos indgenasisolados, procurando respeitar seus costumes de forma pacfica e impedir seu extermnio, mantendosempre os mesmos ideais: igualdade e justia.

    Prmios:R$ 35.000,00e viagem

    a Braslia para a solenidadede entrega dos prmios.

    Participantes:Estudantes do ensino

    (1 a 5 e 6 a 9 srie), ensino mdio,e universitrio.

    fundamental

    Inscries:De 23 de maro a 30 de agostode 2009.

    Informaes e regulamento:(61) 3214 1508 ouhttp://fac.correioweb.com.br

    Acervo

    Museudondio/FUNAI,ndiosUrumi,FotoTiuba.

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    Cndido Mariano Da Silva Rondon

    Linha do Tempo

    Grosso, inicia a construo das linhas que ligariam acapital ao sul do Estado.

    1902 - Agraciado com a medalha militar de ouro por 20anos de bons servios prestados.

    1903 - Promovido ao posto de Major do Corpo de

    Engenheiros Militares, por merecimento.

    1904/06 - Inaugura as linhas telegrficas de Cuiab aCorumb e os ramais para Aquidauana e ForteCoimbra, sendo incumbido, a seguir, da construodas linhas que levam o telgrafo at s fronteiras comParaguai. No curso destes trabalhos coloca sob aproteo de sua tropa os ndios Borro, Terena eKadiwu, cujas terras faz demarcar para assegurar-lhes a posse.

    1907 - Nomeado Chefe da Comisso Construtora dalinha Telegrfica de Mato Grosso ao Amazonas, quedeveria ligar o Territrio do Acre ao circuito telegrficonacional, mais tarde conhecida como ComissoRondon. Inicia as grandes expedies atravs dasregies desconhecidas do Noroeste brasileiro, deCuiab ao rio Juruena (1907) da ao Gy-Paran (1908)e por fim Santo Antnio do Madeira (1909) revelandoao pas uma regio de 500.000km.

    1908 - Promovido, por merecimento, a Tenente-

    Coronel do Corpo de Engenharia do Exrcito.

    1909 - Atacado pelos ndios Nambikura, quandochefiava uma tropa que penetrava em seu territrio,retira-se sem permitir revide, enunciando, ento, aclebre diretiva: Morrer, se preciso for, matar nunca.

    1910 - A repercusso da obra indigenista realizada porRondon pe em evidncia a gravidade do problemaindgena brasileiro, dando lugar criao no Ministrioda Agricultura, do Servio de Proteo aos ndios e

    Localizao dos Trabalhadores Nacionais. A convite doMinistro Rodolfo Miranda, organiza e assume aDireo Geral do Servio de Proteo aos ndios - S.P.I.e Localizao de Trabalhadores Nacionais.

    1911 - O Posto de Pacificao do S.P.I. localizado norio Doce (pancas) entra em relaes pacficas com osndios Botocudos de Minas Gerais e do Esprito Santo.

    1912 - Promovido, por merecimento, a Coronel doCorpo de Engenharia do Exrcito. So pacificados pelo

    Servio de Proteo aos ndios, pela aplicao dosmtodos de Rondon, os ndios Kaingng de So Paulo.

    1913 - Confraternizam com a Comisso Rondon osndios Kepkiriwt e, em seguida, diversas tribos do rio

    Gy-Paran, Jacy-Paran e Jamary: Parnawt,Takuatep, Ipotewt, Urum, Arikme, Karitiana.Agraciado com a medalha de ouro por 30 anos de bonsservios. Nomeado pelo Governo Federal paracomandar a expedio que acompanharia ao Cel.Theodor Roosevelt ex-presidente do Estado Unidos daAmrica, traa-lhe o roteiro e a organiza, tendo emvista obter-se o mximo proveito cientfico napenetrao que se faria no interior do Brasil, do rioParaguai ao Amazonas.

    1914 - Alcana Belm do Par, dando por finda aExpedio Roosevelt-Rondon que colocara nos mapasum rio at ento desconhecido (rio da Dvida, depoisrio Roosevelt) e devassara mais de mil quilmetros dematas nunca antes percorridas. So pacificados porEduardo de Lima e Silva Hoerhern, do S.P.I., atravsdos mtodos persuasrios institudos por Rondon, osndios Xokleng de Santa Catarina cujos conflitossangrentos com os colonizadores alemes do Itajaconvulsionavam uma vasta regio. A Sociedade de

    Geografia de New York faz fundir em ouro o nome deRondon para inscrev-lo junto ao de Amundsen(descobridor do Plo Sul), Pearry (descobridor doPlo Norte), Charcot (explorador que mais devassouterras ticas), Byrd (explorador que mais devassouterras antrticas), na qualidade de explorador que maisse avantajou em terras tropicais.

    1915 - Inaugura a Linha Telegrfica de Cuiab a SantosAntnio do Madeira (1.497,5 km) e os ramais deParecis a Barra dos Bugres (113 km), Santo Antnio do

    Madeira a Guaraj-Mirim (355,9 km) e de Cceres acidade de Mato Grosso (30,9 km) perfazendo no total1.997,4 km de linhas telegrficas e estradas atravs donoroeste brasileiro.

    1917 - O Diretor do Museu Nacional, Dr. EdgarRoquette Pinto na obra intitulada Rondnia, prope adesignao de Rondnia para a regio do Noroeste doBrasil limitada pelos meridianos 54 e 65 OesteGreenwich e entre os paralelos 8 e 15 ao sul doEquador, como homenagem quele que no somente a

    palmilhou pela primeira vez, mas que fez realizarestudos cientficos que a entregaram entre as reasmelhor caracterizadas do ponto de vista geolgico,fitogrfico, zoolgico e etnolgico do pas.

    1918 - Os ndios Umotina dos rios Sepotuba eParaguai so pacificados pelo S.P.I.

    1919 - Promovido a General de Brigada e nomeadoDiretor de Engenharia do Exrcito. Agraciado com amedalha de bronze do The Explorer's Club of New York,

    em ateno s suas exploraes na Amrica do Sul.

    1921 - Agraciado com a Ordem de Leopoldo (LaCouronne) da Blgica pelo rei Alberto I, por ocasio desua visita ao Brasil, em reconhecimento aos serviosprestados Humanidade.

    1922 - Agraciado com a mais alta honraria daSociedade Geogrfica de Washington, o diploma descio honorrio, em reconhecimento s contribuiespara a Geografia, atravs da explorao dos sertes do

    Brasil e como tributo aos servios civilizao eproteo aos aborgenes. So pacificados por CurtNimuendaj, ento funcionrio do Servio de Proteoaos ndios os Parintintin que constituam a tribo maisaguerrida do mdio rio Madeira.

    1865 - Nasce a 5 de maio, na Sesmaria do MorroRedondo, nos campos de Mimoso, em Mato Grosso.

    1881- Licencia-se como professor primrio pelo LiceuCuiabano. Assenta praa no Exrcito com o propsitode inscrever-se na Escola Militar da Corte. designadopara servir como amanuense no Quartel General do

    Exrcito, no Rio de Janeiro.

    1883 - Presta exames e obtm matrcula na EscolaMilitar da Praia Vermelha, Rio de Janeiro.

    1886 - Alcanando vrias distines nos exames, nomeado alferes-aluno e encaminhado EscolaSuperior de Guerra.

    1888 - Assume papel ativo no movimento para aproclamao da Repblica, como um dos repblicos

    da rua Duque de Saxe.

    1889 - Nomeado ajudante da Comisso de Construodas Linhas Telegrficas de Cuiab a Registro doAraguaia, parte para trabalhar com Gomes Carneiro.

    1890 - Presta exames vagos e graduado Bacharel emMatemtica e Cincias Fsicas e Naturais. Promovido a2 e 1 tenente e nomeado Lente-substituto daCadeira de Astronomia e Mecnica, a convite deBenjamin Constant Botelho de Magalhes, o fundador

    da Repblica Brasileira.

    1891 - Assume o cargo de professor-substituto naEscola Militar da Praia Vermelha.

    1892 - Solicita exonerao da funo de professor porjulgar que sua posio doutrinria de positivista eraincompatvel com exerccio do magistrio. Nomeadochefe do distrito telegrfico de Mato Grosso porindicao de Gomes Carneiro, realiza notvel trabalhode melhoramento das instalaes da linha Cuiab a

    Registro do Araguaia, estabelecendo relaespacficas com os Borro de Garas. Agraciado com amedalha militar de prata por dez anos de bons serviosprestados. Promovido, por merecimento, a capito docorpo de Engenheiros Militares.

    1893 - Encarregado da construo de uma estradaestratgica ligando Cuiab ao Araguaia, inicia ostrabalhos pela construo de pontes e outras obras.

    1894/97 - Nomeado chefe da Comisso encarregada

    da construo da linha telegrfica de Cuiab aoRegistro do Araguaia.

    1900 - Nomeado chefe da Comisso Encarregada daConstruo das Linhas telegrficas do Estado de Mato

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    1923 - A Sociedade Geogrfica de Munich confere aRondon o diploma de scio-honorrio, em atenoaos grandes mritos nas pesquisas sistemticas,geogrficas e etnogrficas, a que procedeu no BrasilCentral, suas numerosas e importantes publicaes,inclusive a confeco de Cartas Geogrficas; e seuseficientes mtodos de pacificao dos ndios.Promovido a General de Diviso.

    1924 - A Academia Brasileira de Cincias rendeexcepcional homenagem a Rondon por suas notriascontribuies ao progresso das cincias, declarando-omembro efetivo.

    1925 - Exonera-se, a pedido, do cargo de Diretor deEngenharia do Exrcito, sendo louvado pelo Ministrode Estado pela capacidade e eficincia durante o seuexerccio, honrando a cultura tcnica do Exrcito.

    1927 - criada a Inspeo de Fronteiras e entregue aRondon sua organizao e chefia com o objetivo de

    realizar o estudo das condies de povoamento esegurana das lindes brasileiras. Organizado seuEstado-Maior, parte para a Amaznia a fim deinspecionar pessoalmente as fronteiras com asGuianas Francesa e Inglesa, Venezuela e Colmbia,realizando uma viagem de 17.316 quilmetros em queutiliza todos os meios de transporte.

    1928 - Realiza nova expedio de inspeo defronteiras, atingindo, agora, as lindes brasileiras com aGuiana Holandesa e depois com o Peru e a Bolvia. So

    atrados ao convvio pacfico com o posto PedroDantas do S.P.I., dirigido por Benedito Arajo, osndios Urubus-Kaapor que dominavam extensa regionas fronteiras do Par com o Maranho.

    1929 - Prossegue inspecionando pessoalmente asfronteiras com o Peru, a Bolvia e o Paraguai. Quandodevia atingir a Argentina impedido pelo irrompimentode um movimento revolucionrio, no podendoconcluir o circuito das lindes brasileiras.

    1930 - Solicita sua passagem para a reserva deprimeira classe do Exrcito, por contar mais de 25 anosde servios. Na realidade contava, ento, com 47 anosde servios ininterruptos ao Exrcito e ao pas, massuas convices positivistas o incompatibilizavamcom o governo revolucionrio. Telesforo MartinsFontes, inspetor do S.P.I., pacifica os ndios Patax-Hahahi da zona de Ilhus, no sul da Bahia.

    1934/38 - O Congresso Internacional de Histria dasCincias, reunido em Portugal, denomina Meridiano

    Rondon a linha fluvial ininterrupta que vai da foz do rioEssequibo, na costa da Guiana Inglesa at a foz do rioda Prata, determinado pelo Gal. Jaguaribe Gomes deMatos. Rondon nomeado pelo Presidente daRepblica para presidir a Comisso MistaInternacional Peru-Colmbia criada de acordo com aLiga das Naes para velar pela execuo do protocolode 24 de maio de 1934 do Ministrio das RelaesExteriores do Brasil que tinha em vista encaminhar pacificao aqueles dois pases em dissdio pela posseda regio de Letcia. Instalada a Comisso em Letcia,

    em julho de 1934, ali permanece Rondon na direodos trabalhos at a completa confraternizao dos doispases, retirando-se em julho de 1938. Estapermanncia de quatro anos ininterruptos naquela

    regio carecente de quaisquer recursos, custou-lhe aperda de uma vista tomada por um glaucoma.

    1938 - agraciado pelo Governo Peruano com amedalha de Grande Oficial da Ordem El Sol De Peru.

    1939 - Condecorado com o diploma e medalha deGrande Oficial da Ordem de Boyac pelo governo daRepblica da Colmbia. O XXVII CongressoInternacional de Americanistas reunido em Lima, Peru,depois de apreciar uma exposio sobre a obra deRondon, decide, em carter excepcional, aprovar umvoto de louvor por suas atividades em favor dos ndios.

    1940 - Nomeado Presidente do Conselho Nacional deProteo aos ndios, criado para prestar orientao efiscalizar a ao assis tencial do S.P.I.

    1941 - Realiza dmarches junto Presidncia daRepblica no sentido de obter o cancelamento da

    dvida de guerra do Paraguai para com o Brasil, comocontribuio paz e fraternidade entre os povos daAmrica do Sul.

    1942 - Recomenda e obtm dos poderes pblicos acriao, junto ao Servio de Proteo aos ndios, deuma seo especializada destinada a documentar pelafotografia, pelo cinema e atravs de gravaes sonorastodos os aspectos da vida tribal, suscetveis deste tipode registro, e realizar pesquisas etnolgicas compropsito cientfico e, tambm, com o objetivo de

    contribuir para o aprimoramento dos mtodos deassistncia aos ndios.

    1946 - O Inspetor do Servio de Proteo aos ndios,Francisco Meireles, sucessor de Pimentel Barbosa quefora morto pelos ndios Xavante quando procuravapacific-los, consegue estabelecer os primeiroscontatos pacficos com aqueles ndios e, em seguida,confraternizar com toda a tribo.

    1948 - Constri, s suas expensas e pe em

    funcionamento, no povoado em que nasceu, asEscolas Reunidas Santa Claudina, destinadas educao elementar e prtico-rural.

    1950 - A Sociedade de Americanistas da Sua conferea Rondon o ttulo de membre d'honneur, por suaabnegao causa humanitria que o fez merecedordo ttulo de Protetor dos ndios.

    1952 - Encaminha ao Presidente da Repblica oprojeto de lei de criao do Parque Indgena do Xingu

    dest inado a preservar da destru io oudescaracterizao uma parcela pondervel doterritrio nacional representativa dos principais tiposde flora e fauna brasileiras, assegurando o usufruto darea aos ndios que nela vivem. Ao comemorar-se ocentenrio da introduo do telgrafo no Brasil, alvode especial homenagem como o construtor de 5.500quilmetros de linhas telegrficas no interior do pas e,exatamente nas reas mais inspitas, grande partedelas registradas nos mapas como regiesdesconhecidas e s habitadas por tribos hostis. O

    nome de Rondon apresentado apreciao doComit Nobel do Parlamento Noruegus, por diversasinstituies e personalidades de renome mundialcomo candidato ao Prmio Nobel da Paz. O InspetorCcero Cavalcanti do Servio de Proteo aos ndios

    estabelece relaes pacficas e visita uma aldeiaKaiap - Kubn-krankegn, do sul do Estado do Par.

    1953 - Inaugura o Museu do ndio organizado com acolees etnogrficas e a documentao foto-cinematogrfica e sonogrfica reunidas pela Seo deEstudos do S.P.I. e a Biblioteca General Rondon,especializada em Etnologia e Lingstica IndgenaBrasileira. Turmas de pacificao do Servio de

    Proteo aos ndios chamam paz os ndiosParakanan e Asurin, do sul do Estado do Par.

    1954 - Rene-se na cidade de So Paulo, o XXXICongresso Internacional de Americanistas sob aPresidncia de Honra de Cndido Mariano Rondon.

    1955 - Conclui a publicao de sua obra em trstomos, fartamente ilustrada: - ndios do Brasil. ACmara dos Deputados e o Senado Federal, em sessoconjunta, conferem a Rondon a patente de Marechal do

    Exrcito Brasileiro, como a maior horria que lhepodiam tributar. Em comemorao ao seu 90aniversrio, o Museu do ndio inaugura a 19 de abril,dia do ndio Americano, a exposio Rondon,Civilizador do Serto em que apresentada sua obra deg e g r a f o q u e m a i s c o n t r i b u i u p a r a oautoconhecimento do Brasil, de incentivador depesquisas cientficas, responsvel pela publicao demais de uma centena de obras, de construtor daslinhas telegrficas e, sobretudo, de instituidor de umapoltica indigenista que abriu novas perspectivas de

    sobrevivncia para os povos tribais de todo o mundo.Por ato do Congresso Nacional dado o nome deTerritrio de Rondnia a uma das unidades dafederao, o antigo Territrio de Guapor, com cercade 250.000 quilmetros quadrados, devassado eintegrado na vida do pas, atravs das expediesrealizadas por Rondon.

    1956 - Por motivo da homenagem que lhe foi prestadapelo Presidente da Repblica na inaugurao do XVIICongresso Internacional de Geografia, dirige-se

    quela autoridade apelando para que use dos poderesde que est investindo para salvar o melhor fruto dosesforos de minha longa vida, o Servio de Proteoaos ndios da desmoralizao e descaracterizao queo ameaam, em virtude da interveno de interessespoltico-partidrios naquele rgo. O Compte-renduprovisoire da 39 Conferncia Internacional doTrabalho, reunida em Genebra, noticia a aprovao deuma Recomendao aos pases membros, sobre ascondies de vida e de trabalho das populaesindgenas que codifica os princpios bsicos da

    proteo aos ndios. Esses mesmos princpios, desde1910 esto consubstanciados na legislao brasileira,por inspirao de Rondon.

    1957 - No Brasil e em outros pases tem incio um novomovimento no sentido de apresentar-se a candidaturade Rondon ao Prmio Nobel da Paz para 1957.

    1958 - Morre a 19 de janeiro na cidade do Rio deJaneiro e sepultado com honras de Chefe de Estadono Cemitrio de So Joo Batista.

    Do livro O Indigenista Rondonde Darcy Ribeiro (1958)

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    RONDONO marechal da pazRONDONO marechal da pazDo que so feitos os heris? Para o imaginrio fantstico elestm super poderes, vm de outro planeta e so quase imortais,

    so os super-heris. Mas os heris de verdade existem,aqueles de carne e osso, aqueles que olham para o lado eenxergam o que justo, aqueles que no ferem ningum eestendem a mo a quem precisa. Um heri assim, comoCndido Rondon, o homem que apresentou o Brasil ao Brasil.

    A histria desse heri brasileiro comea na Sesmaria do MorroRedondo, em Mimoso, cidade do Mato Grosso. Foi no dia 5 de maio, de1865, que nasceu o filho de Cndido Mariano da Silva, descendente dehispano/portugueses, e de Claudina de Freitas Evangelista, que tinha naorigem o sangue e os traos indgenas da tribo Bororo. Cndido Rondon,que s veio ganhar este sobrenome anos depois, no conheceu o pai,morto meses antes do seu nascimento. Aos dois anos perdeu tambm ame. Foi criado pelo seu av materno entre os meninos da regio, todospredestinados ao trabalho com o gado e a terra. Foi uma infncia feliz,apesar do infortnio da orfandade. Os dias eram preenchidos porbrincadeiras nos pastos, rios e riachos, nas matas fechadas, no lombodos bezerros e cavalos, nas lagoas do pantanal. Mas aos sete anos,

    cumprindo um desejo de seu pai/av, o jovem Cndido Mariano levadopara a cidade grande, onde receberia estudo e ficaria aos cuidados do seutio Manoel Rodrigues da Silva Rondon.

    Naquele incio de 1873, quando Cndido Mariano chegou a Cuiab, asmatrculas das escolas pblicas j haviam se encerrado. Mesmo j tendosido alfabetizado em Mimoso, no havia tempo a perder e seu tio omatriculou na escola do Mestre Cruz. No ano seguinte entrou na escolapblica. Ali ele no s descobriu as maravilhas do aprendizado, comotambm deu a mo palmatria do temido Mestre Joo.

    Em 1879 entra para o Liceu Cuiabano. Quatro anos depois, comdezesseis anos de idade, diplomou-se. Conquistava assim o direito delecionar para o curso primrio. Desde cedo, j manifestava espritoirrequieto, como se mesmo inconsciente estivesse buscando algo maiorpara sua vida. A carreira militar parecia-lhe um bom caminho a seguir eassim alistou-se no Exrcito. Desta forma seria possvel pleitear matrculana Academia Militar no Rio de Janeiro. Pouco tempo depois, antes departir para a capital do pas, como forma de homenagem e agradecimentoao seu tio Manoel Rodrigues da Silva Rondon, adotou o sobrenome

    Rondon, que se tornaria sua marca na histria do Brasil. E assim, nossoheri alou mais um voo.

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    MANDE NOTCIASDO MUNDO DE L

    Rondon abre os caminhos para o telgrafo integrar o pas

    Em 1890 Rondon foi indicado como ajudante do majorAntnio Ernesto Gomes Carneiro para levar as linhas detelgrafo ao interior do Brasil. O objetivo era ligar a Capital daRepblica a Cuiab, a capital mais distante do lado ocidental dopas. Por ser da regio, por apresentar um currculo impecvel epor todo o preparo e determinao, Rondon seguiu viagem. Alicomeava a despontar o desbravador Rondon. A cada investida,aprendia novas verdades sobre o Brasil e seus ndios. Segundoo prprio Rondon diria mais tarde, Gomes Carneiro foi o mestree amigo que o ensinou a amar o ndio, a entrar em contato comele e a penetrar pacificamente nos sertes.

    Em 1892 Rondon se casa. Nesta poca j havia se desligadoda Escola Superior com o ttulo de Engenheiro Militar e diplomade Bacharel em Cincias Fsicas e Naturais. Sua patente militaragora era de segundo-tenente do Estado Maior de 1 Classe.

    Quando foi iniciada nova fase na instalao de linhastelegrficas, Rondon novamente foi convocado, desta vez a

    pedido do prprio Gomes Carneiro, para adentrar em terrasindgenas e realizar o trabalho sem conflitos com os diversospovos que habitavam a regio. Para eles estava claro quem era odono das terras e quem era intruso. Se houvesse sinais dehostilidade, os militares levantariam acampamento e seretirariam pacificamente. Graas habilidade de GomesCarneiro e Rondon, a empreitada seguiu em frente. Acapacidade de abrandar conflitos contagiava tambm o

    contingente de que acompanhava os desbravadores. Os ndiospercebiam que ali havia pessoas dispostas a cumprir uma metasem que esta interferisse em suas vidas. E assim, sem maioresincidentes, foi aberto o caminho para as novas comunicaesterrestres com a ligao das linhas telegrficas. O Brasil estavase interligando. Nesta poca, o lado humanista de Rondon jestava lapidado e o grande indigenista brasileiro crescia comfora e determinao.

    O AMOR COMO PRINCPIO,A ORDEM COMO BASEE O PROGRESSO COMO FIM

    Em dezembro 1881,Cndido Rondon chega aoRio de Janeiro. L setorna soldado do 3Regimento de Artilhariaa Cavalo. Seu objetivo seguir o pensamento dopai e preparar-se paramelhor servir ptria. Tem asorte de ser recruta do capitoHermes da Fonseca que enxerga nojovem um excepcional preparo fsicoe instruo educacional. Assim destacado como amanuense nasecretaria do regimento. Com opequeno salrio que recebe aluga um

    quarto para morar. poca dainscrio na Academia Militar,descobre que os registros do LiceuCuiabano no servem para ingressar na Academia. Rondon se abate, mas no desiste e continua no Rio deJaneiro. Presta exames para ingressar numa instituiopblica, pois isso lhe daria direito de entrar para a AcademiaMilitar. Da para a frente, o jovem Rondon destaca-se comoexemplar aluno, que no mede esforos para ingressar

    rapidamente no ensino superior e avanar na hierarquiamilitar. O agora homem do Rio mantm-se distante dassedues da cidade grande e mergulha no isolamento paraem pensamentos voltar sua amada Mimoso.

    Os anos de Academia Militar so intensamentedesafiadores. A determinao de Rondon em tornar-se omelhor aluno quase o levam ao esgotamento. Mas o esforodo jovem observado por seus superiores e, quando foiinaugurada a Escola Superior de Guerra, Rondon foi um dos

    alferes-alunos transferidos. Nesse tempo, Rondon j haviadespertado para a defesa de questes sociais que mais tardeo situariam como referncia de defesa dos povos indgenas.Antes de carregar a bandeira indgena, as atenes do pasestavam voltadas para o abolicionismo, idia a qual nossoheri era amplamente favorvel. J despertava em Rondonum grande humanista.

    O jovem tmido do interior agora era um homem deconvices poltico-filosficas que teve participao diretanos movimentos que desencadearam em dois grandesacontecimentos da nossa histria: a Lei urea e aProclamao da Repblica.

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    Foram muitos os caminhos trilhados por Rondon aps suaprimeira experincia de instalao das linhas telegrficas. Em 1891assumiu o cargo de professor da Escola Militar. Apesar de gostar dapacata vida de casado que estava levando, o esprito desbravador,aventureiro e humanista comeava a se inquietar fazendo-o lembrar

    do lema bem servir humanidade, servindo ptria. E, novamentea convite de Gomes Carneiro, partiu em direo a terras inexploradaspara instalar, trocar ou recuperar as linhas telegrficas. Nestasinvestidas pelo serto, Rondon aproximava-se cada vez mais darealidade indgena. Tinha plena conscincia de que estavaadentrando no s na mata, mas na vida do ndio. Percebeu que notinha o direito de violar sua cultura, suas terras, suas crenas. Faria otrabalho a ele destinado, desde que fosse possvel respeitar os

    verdadeiros donos das terras em que se embrenhava. Da surgiuaquele que seria o seu princpio bsico para com os ndios: Morrer,se preciso for, matar nunca..

    Mesmo ao se deparar com as tribos mais aguerridas, desconfiadas

    de que todos os de pele branca estavam dispostos a dizimar seu povo,Rondon seguiu o princpio pacifista. Nestas tribos concentrava todoseu teor humanista e mesmo sofrendo as mais severas ameaas,provocaes, ferimentos e hostilidades, jamais entrou em confronto.Sua extrema habilidade em relacionar-se com as tribos ia aos poucosmodificando a forma dos ndios enxergarem aqueles desbravadores.Rondon realmente amava os ndios e passou a se tornar embaixadorem defesa dos povos indgenas. Talvez por sua origem indgena,talvez por sua trajetria de vida, ou simplesmente por ser uma pessoa

    predestinada a levar palavras e aes de paz a todos, sem distino deraa, cor ou credo.

    Junto ao lema morrer, se preciso for, matar nunca, Rondon senorteava por outros trs princpios: respeitar as tribos indgenascomo povos independentes; garantir aos ndios a posse das terrasque habitavam e que eram necessrias sua sobrevivncia; eassegurar aos ndios a proteo direta do Estado. Este ltimo

    princpio comeou a tomar forma quando, em 1910, foi criado oServio de Proteo aos ndios - S.P.I., ao qual Rondon dedicaria, compaixo, 47 anos de sua vida.

    RONDONO INDIGENISTA

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    Em suas andanas pelos sertes, Rondon deparou com os maisdiversos povos indgenas. Aprendeu a conviver pacificamente com todos.Desde os primeiros contatos, Rondon os coloca sob sua proteo. Sua

    patente e tambm o prestgio conquistado junto aos superiorescredenciavam-no para o compromisso de manter a paz entre ostrabalhadores e os ndios e cumprir as metas do governo. Foi ele queconseguiu pacificar os Bororos de Garas, que impunham grandesobstculos s linhas de comunicao entre Mato Grosso e Gois.

    Os ndios encontravam-se cada vez mais acuados em suas terras. Umproblema comum entre as tribos Guan, dos ndios Cavaleiros, Ofai eParesi. A soluo encontrada foi a demarcao das terras dessas tribos.Embora Rondon sustentasse o princpio de que os ndios deveriam viver de

    acordo com suas tradies, no era possvel que isso viesse a acontecer, jque a aproximao do homem branco era inevitvel. Rondon passou ainserir a mo de obra indgena na construo das linhas telegrficas.Tambm lhes deu instruo bsica e amparo para que pudessem viverintegrados aos outros grupos.

    Os trabalhos de instalao de linhas telegrficas eram interminveis.Logo que um trecho era concludo, outro comeava a ser desbravado. Aesta altura Rondon j se tornara um indigenista respeitado e uma de suasexigncias para aceitar uma nova empreitada para instalao da linha entre

    Cuiab e o Acre, cortando a floresta amaznica de que todas as tribosindgenas encontradas no caminho ficariam sob sua proteo. S assimele conseguiria evitar os conflitos que, certamente, terminariam com adestruio e quase extermnio dos ndios. Essa misso fecharia o circuitotelegrfico nacional e mais tarde ficou conhecida como Comisso Rondon.

    Um dos grandes trabalhos de Rondon foi a organizao da expedioque acompanharia o ex-presidente dos Estados Unidos, TheodoreRoosevelt, atravs dos sertes do Brasil, do rio Paran ao Amazonas. Paraacompanh-los convocou uma equipe de expedio queinclua cientistas e gegrafos para fazerem um levantamentogeogrfico de toda a regio. Por mais de um ano Rondonconduziu a expedio e mapeou rios, demarcou fronteiras,catalogou tribos, corrigiu erros de demarcaes e atdescobriu um rio ao qual deu o nome de Roosevelt.

    Foram muitas as contribuies de Rondon parao conhecimento etnogrfico, linguistico,geolgico, zoolgico e botnico do interior doBrasil. Em dez anos de expedies percorreu maisde 50.000 quilmetros lineares de terra e gua.Mas, de todos os seus imensurveis feitos, o amor ededicao pelos povos indgenas foi o que odestacou como um grande humanista.

    O respeito que demonstrava pelos ndios foifundamental para que se formasse um lao deamizade com as tribos arredias, marcadas por umhistrico de cruis confrontos com oscolonizadores que deixaram traumas e cicatrizesprofundas em povos como os Nambikura,

    Kepkiriwt, Parnawt, Urum, Arikn e Umotina.

    Minha vida andar por esse pas

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    RONDON,o humanista

    O HOMEM SEM FRONTEIRASOs feitos de Rondon em defesa dos povos indgenas eram

    celebrados por todos e isso despertou uma nova conscinciasocial. Era preciso respeitar as tribos e, principalmente, integr-los aos novos tempos. Leis foram criadas, terras demarcadas,expedies formadas para atuar junto s aldeias. Podemos dizerque graas s iniciativas de Rondon que algumas tribossobrevivem at os dias de hoje.

    Os anos passaram e muitas regies do pas foram visitadaspelas expedies de Rondon. Tambm em causas internacionais afigura do nosso Marechal da Paz foi essencial para acabar comconflitos, como a pacificao de Letcia, na qual atuou comodelegado brasileiro e presidente da Comisso Mista criada pela

    Liga das Naes. O conflito pela posse da regio de Letciaenvolvia o Peru e a Colmbia, e s mesmo com a habilidadepacifista de Rondon foi possvel acabar com o conflito. Este feitoresultou no Pacto da Amizade e Cooperao.

    O reconhecimento mundial da grandeza da vida e da obra deRondon o levou a ser indicado por duas vezes ao Prmio Nobel dasPaz. Incansvel, ainda foi responsvel pela criao do Parque

    Indgena do Xingu. Nem mesmo a cegueira provocada peloglaucoma, nem mesmo o tempo implacvel foi capaz de pararaquele que trilhou os caminhos do Brasil para fazer do pas umlugar melhor e mais justo para todos. Em sua homenagem, oantigo territrio de Guapor passa a se chamar Rondnia. Mas oque inevitvel um dia acontece e, aos 19 de janeiro de 1958, nacidade do Rio de Janeiro, o ento Marechal Cndido da SilvaRondon deixa esta vida. Mas os seus feitos, seu amor e respeito spessoas ficaram e permanecero para sempre. Afinal, os herisso mesmo imortais.

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    Que sabe o brasileiro em geral de Rondon?Que era de origem ndia e dedicou sua vida reabilitao

    e dignidade do silvcola. Que hoje est velho e cegoe que no corao de nossa floresta ocidental

    h um imenso trato de terra batizado por Rondnia,em homenagem a Rondon. Quem foi esse homem,

    como viveu nos anos que lhe preparam a grandeza,qual o tecido de fatos, heranas e influncias, responsvelpela trama integral daquela personalidade de eleio?

    Raquel de QueirzEscritora

    Comandas. E no olhar tens um tal magnetismoE tanto em ti confia a grei que te acompanha

    Que, s cegas, desceria ao mais profundo abismo,Galgaria, ao teu mando, a mais alta montanha.

    Darcy RibeiroAntroplogo

    RONDONE OS PENSADORES

    Por tudo o que fez em vida e pela obra que deixou para a posteridade, porunir os povos, por pregar a paz, por ser um grande humanitrio, por ser avoz dos esquecidos, por ser um visionrio, por ser um heri brasileiro, o

    Marechal Cndido Rondon conquistou a admirao de grandes pensadorese intelectuais do sculo XX. Seus feitos renderam sinceras homenagensdaqueles que tambm fizeram parte da nossa histria.

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    Chamar-te Maira Dyuna Criadorseria mentir

    pois os seres e as coisas respiravam antes de timas to desfolhados em seu abandonoque fora melhor no existissem.As naes erravam em fuga e terrorVieste e nos encontrasteEras calmo, pequeno, determinadoteu gesto paralisou o medotua voz nos consolou, era irm

    Protegidos de teu brao nos sentidosO akangatar mais prpura e sol te cingiramas quiseste apenas nossa fidelidadeEras um dos nossos voltando origeme trazias na mo o fio que falae o foste estendendo at o maior segredo da mataA piranha a febre a queixada a cobrano te travavam o passomilitar e suaveNossas brigas eram separadasnossos campos de mandioca marcadospelo sinal da pazE dos que se assustavam pendia o punhofascinado pela fora de teu bem-querer Rondon, trazias contigo o sentimento da terra

    Uma terra sempre furtada

    pelos que vm de longe e no sabempossu-laterra cada vez menoronde o cu se esvazia de caa e o rio memriade peixes espavoridos pela dinamiteterra molhada de sanguee de cinza estercada de lgrimas e luesem que o seringueiro o castanheiro o garimpeiro o

    [bugreiro colonial e moderno]celebram festins de extermnio

    PRANTO GERALDOS NDIOSCarlos Drummond de Andrade

    No nos deixastes ss quando te fsteFicou a lembrana, r pulando nguado rio da Dvida: voltarias?Os amigos que nos despachaste contavam de ti sem luz

    antigo, entre pressas e erros, guardandoem ti, no teu amor tornado velhoo que no pode o tempo esfarinhare quanto nossa pena te doa

    Afinal j regressas. janeiro,tempo de milho verde. uma andorinhaum broto de buritinos anunciam

    tua volta completa e sem palavraA coisa amargagirirebboy circula nosso peitoe karori a liblula pousandono silncio de velhos e de novos como o fim de todo movimento

    A manada dos rios se calaUm apagar de rastos um sossegode errantes falas saudosas pazcoroada de folhas nos roae te beijamoscomo se beija a nuvem na tardinhaque vai dormir no rio ensanguentado

    Agora dormesum dormir to sereno que dormimos

    Nas pregas de teu sonoOs que restam da glria velha feiticeirosoleiros cantores bailarinosextticos debruam em teu ombroron don ron donRepouso de felinos toque lentoDe sinos na cidade murmurandoRondon

    Amigo e pai sorrindo na amplido

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    RONDONUM CORDEL

    PARARONDON

    PARA CRIANASUM CORDEL

    PARARONDON

    Marco Miranda

    Vou contar uma histria de um heri do meu BrasilNo tem asas, no tem capa nem viso de raio-xMas soube como ningum fazer um povo feliz

    Seu poder vem das palavras e tambm do coraoFoi um cabra bem valente, mas tambm um homem bomDos ndios foi um amigo o seu nome era Rondon

    Nascido l no Mimoso, regio do Mato GrossoNo conheceu o seu pai que morreu ainda mooQuando completou dois anos sua me tambm se foiE ele ainda bem menino j cumpria o seu destino

    Foi criado na fazenda pelo pai da sua meCorrendo por campos verdes mergulhando em grandes riosAprendendo desde cedo a enfrentar os desafios.

    Aos sete anos de idade se mudou pra CuiabPara ter um bom futuro precisava estudarE aprendeu com o seu tio muito mais que o b-a-b

    E o menino ento crescido olhava para adianteCom os olhos radiantes para ver aonde chegarResolveu que seguiria a carreira militar

    Para o Rio de janeiro teria que se mudarE aquele jovem soldado tinha muito que estudarPra na Escola Militar garantir o seu lugar

    A sua dedicao foi logo recompensadaCom louvor fora aprovado e assim pegou a estradaLevando no corao sua terra to amada

    Trabalhou mesmo um bocado pra crescer na profissoAt que foi convidado para entrar pelo sertoPara em linhas telegrficas levar comunicao

    Cruzou rios e matas numa grande expedioEncontrou com muitos ndios, selvagens at ento.Por vezes foi atacado, at mesmo foi flechadoMas jurou que a sua paz no deixaria de lado.

    Preferia conversar a criar uma batalhaPois s tribos ele amava e a todas respeitavaPor isso a todo instante este lema entoava:_Morrer, se preciso for, matar nunca.

    Aos poucos foi conquistando a amizade das aldeiasPois o sangue de indgena corria em suas veiasE o seu lado humanitrio despertou suas idias

    Decidiu ser protetor dos ndios da regioPara evitar que as tribos chegassem extinoPois a guerra pela terra levou muitos ao cho.

    Por milhares de quilmetros pela mata adentrouE o pas de ponta a ponta um dia se interligouE ao Rondon indigenista todo mundo respeitou

    J era homem casado, mas nunca deixou de ladoOs irmos que pelas matas ele tinha conquistadoE para voltar aos campos era sempre convocado.

    Levou paz entre as tribos e tambm educaoEnsinou que o respeito a melhor munioE que o alvo mais certeiro mesmo a unio.

    Nambikura, Kepkriwt, Urum, Arikn, Umotna.Tribos de todo o Xingu e ainda os Bororo.Rondon uniu a todos entoando um canto s:

    Morrer, se preciso for, matar nunca.

    Por aqui eu me despeo, mas peo que no se esqueaQue devemos ter o bem no peito e na cabeaPra fazer com que a paz para sempre prevalea.

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