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ROTEIRO DE ESTUDOS 1.DIREITO CONSTITUCIONAL 2.DIREITO ADMINISTRATIVO 3.DIREITO DE EMPRESA 4.PORTUGUÊS 5.DIREITO PROCESSUAL CIVIL 6.PARA QUALQUER MATÉRIA 1.DIREITO CONSTITUCIONAL: 1.Leia (de ponta a ponta) o livro Direito constitucional, de Alexandre de Moraes (Ed. Atlas). Trata-se de livro de fácil compreensão. 2.Em seguida (opcional), leia o livro Curso de direito constitucional positivo, de José Afonso da Silva (Ed. Malheiros). 3.Leia semanalmente (fundamental!) o informativo de jurisprudência do STF: cadastre-se no sitema PUSH no www.stf.gov.br. 4.Para concursos mais difíceis (ex. Procurador da República, Consultor do Senado etc), leia o Curso de direito constitucional , de Paulo Bonavides (Ed. Malheiros) ou Direito constitucional e teoria da constituição, de J. J. Gomes Canotilho (Ed. Almedina). Eu acho esses livros muito chatos, mas conheço gente que adora... 5.Faça uma revisão com um dos livros mencionados nos itens 1 e 2. 2.DIREITO ADMINISTRATIVO: 1.Leia um resumo de direito administrativo dirigido para concursos públicos. Isso lhe dará uma visão global da matéria, indispensável para vôos mais altos. Sugestão: no menu à esquerda (www.concursos.brunosilva.adv.br ), clique em "direito administrativo para concursos", para ver o livro que, lançado e esgotado em 2005 (Ed. Fortium), foi relaçado em agosto de 2008, em versão revisada e atualizada pea Ed. Del Rey, com assertivas de questões de concurso ao longo e como parte do texto! 2.Após isso, leia DOIS dos seguintes livros (há divergências entre os autores!): - Direito administrativo brasileiro, de Hely Lopes Meirelles (Ed. Malheiros); - Curso de direito administrativo, de Celso Antônio Bandeira de Mello (Ed. Malheiros); - Manual de direito administrativo, de José dos Santos Carvalho Filho (Ed. Lumen Juris); - Direito administrativo, de Maria Sylvia Zanella di Pietro (Ed. Atlas).

Roteiro de Estudos

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ROTEIRO DE ESTUDOS

1.DIREITO CONSTITUCIONAL 2.DIREITO ADMINISTRATIVO3.DIREITO DE EMPRESA4.PORTUGUÊS5.DIREITO PROCESSUAL CIVIL6.PARA QUALQUER MATÉRIA

1.DIREITO CONSTITUCIONAL:

1.Leia (de ponta a ponta) o livro Direito constitucional, de Alexandre de Moraes (Ed. Atlas). Trata-se de livro de fácil compreensão.

2.Em seguida (opcional), leia o livro Curso de direito constitucional positivo, de José Afonso da Silva (Ed. Malheiros).

3.Leia semanalmente (fundamental!) o informativo de jurisprudência do STF: cadastre-se no sitema PUSH no www.stf.gov.br.

4.Para concursos mais difíceis (ex. Procurador da República, Consultor do Senado etc), leia o Curso de direito constitucional, de Paulo Bonavides (Ed. Malheiros) ou Direito constitucional e teoria da constituição, de J. J. Gomes Canotilho (Ed. Almedina). Eu acho esses livros muito chatos, mas conheço gente que adora...

5.Faça uma revisão com um dos livros mencionados nos itens 1 e 2.

2.DIREITO ADMINISTRATIVO:

1.Leia um resumo de direito administrativo dirigido para concursos públicos. Isso lhe dará uma visão global da matéria, indispensável para vôos mais altos.

Sugestão: no menu à esquerda (www.concursos.brunosilva.adv.br), clique em "direito administrativo para concursos", para ver o livro que, lançado e esgotado em 2005 (Ed. Fortium), foi relaçado em agosto de 2008, em versão revisada e atualizada pea Ed. Del Rey, com assertivas de questões de concurso ao longo e como parte do texto!

2.Após isso, leia DOIS dos seguintes livros (há divergências entre os autores!):

- Direito administrativo brasileiro, de Hely Lopes Meirelles (Ed. Malheiros);- Curso de direito administrativo, de Celso Antônio Bandeira de Mello (Ed. Malheiros);- Manual de direito administrativo, de José dos Santos Carvalho Filho (Ed. Lumen Juris);- Direito administrativo, de Maria Sylvia Zanella di Pietro (Ed. Atlas).

3.Leia novamente o resumo de direito administrativo dirigido para concursos públicos mencionado no item 1 (pode ser outro resumo: o objetivo é fazer uma revisão da matéria).

3.DIREITO DE EMPRESA

A sugestão é um livro que traz ao longo de seu texto inúmeras assertivas que foram questões de concurso (nova técnica de estudo).

Quer saber que pontos de direito de empresa costumam cair nas provas?

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Compre o livro e veja quais são os tópicos que têm essas assertivas de questões de concurso: os tópicos que não têm as assertivas de questões de concurso é porque não foram objeto de questões de concurso. Fácil, não é?

Aí vc. se concentra no estudo dos tópicos que têm as tais assertivas, porque são esses os tópicos com maior probalidade de ser objeto de prova. Depois vc. faz a prova e acerta muitas questões com relativamente pouco estudo. Fácil, fácil, extremamente fácil (ou quase...)

Qual o nome do livro e do autor?

DIREITO DE EMPRESA - Teoria da Empresa e Direito SocietárioBruno Mattos e SilvaEditora Atlas

Mais informações? Clique aqui.

4.PORTUGUÊS:

Com exercícios, a dica é a leitura da Gramática da ligua portuguesa para concursos, vestibulares, enem, colégios técnicos e militares..., de autoria de Nílson Teixeira de Almeida, Editora Saraiva.

5.DIREITO PROCESSUAL CIVIL:

1.Leia (de ponta a ponta) o Teoria Geral do Processo, de Antônio C. de Araújo Cintra, Ada Pellegrini Grinover e Cândido R. Dinamarco (Ed. Malheiros). Não se iluda: é obra teórica indispensável para que vc. entenda o que é um processo judicial. Em um país de forte tradição contenciosa, muitos pensam que conhecem processo civil, mas poucos realmente conhecem...

2.Leia (opcional) os três volumes do Direito processual civil brasileiro, de Vicente Greco Filho (Ed. Saraiva). Trata-se de livro de fácil e rápida leitura. Isso lhe dará base para estudo mais aprofundado.

3.Leia um dos seguintes livros:

- Curso de direito processual civil, de Humberto Theodoro Júnior (Ed. Forense);- Lições de direito processual civil, de Alexandre Freitas Câmara (Ed. Lumen Juris);

4.Estude a jurisprudência do STJ: há posições doutrinárias, antes acolhidas pelo STF, que não mais se sustentam (ex. irrelevância da boa-fé do adquirente na fraude à execução). Algumas das posições do STJ que discrepam da doutrina e jurisprudência tradicional estão sumuladas (ex. Súmula nº 84 do STJ, que prevalece em face da Súmula nº 621 do STF). DECORE todas as súmulas do STJ em matéria de direito processual civil.

5.Faça uma revisão com algum dos livros apontados nos itens 2 e 3.

OBSERVAÇÃO: Infelizmente não posso dar dicas para DIREITO PENAL e DIREITO PROCESSUAL PENAL. Não entendo nada dessas matérias.

Com relação a DIREITO CIVIL, em breve disponibilizarei dicas.

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6.PARA QUALQUER MATÉRIA:

1.Faça exercícios. Veja as provas de concursos anteriores e tente responder às questões.

2.Leia os informativos do STF e STJ.

3.Tenha o hábito de ler artigos jurídicos diversos (mas cuidado para não se dispersar!), especialmente no tocante a novidades legislativas ou jurisprudenciais.

4.Esteja atento às novidades.

5.Preste os concursos que versem sobre as matérias que vc. está estudando. Encare isso como um exercício e não como uma avaliação da sua inteligência. Lembre-se que o burro esforçado passa em concursos (ele decora a matéria e acerta as questões), mas o inteligente vagabundo não passa (para aprender, tem que estudar). Ignore as pessoas que torcem para que vc. não passe. Concurso não é competição para vem quem é mais bacana: é uma forma de avaliação de conhecimento acumulado

OBSERVAÇÃO: Infelizmente não posso dar dicas para DIREITO PENAL e DIREITO PROCESSUAL PENAL. Não entendo nada dessas matérias.

1.1.Identifique, inicialmente, qual o tipo de concurso você vai querer prestar: concurso exclusivo para as carreiras jurídicas (juiz, promotor, procurador federal, advogado da União, procurador do Estado etc) ou concursos que não são privativos de portadores de diploma de bacharel em direito (fiscal, auditor, analista do TCU etc). Observe que os programas de um e de outro grupo variam consideravelmente, razão pela qual você deve decidir previamente se vai investir em matérias não-jurídicas. Por exemplo, se você quer ser juiz, não estude matemática ou contabilidade (deixe para depois de passar no concurso).

1.2.Feita a escolha acima, será preciso afunilar um pouco mais. Isso não significa que você vai escolher um único concurso para prestar, ainda que seu sonho dourado seja ser, por exemplo, Promotor de Justiça em Santa Catarina. Pode ser (por qualquer razão) que você, por mais que tente, não venha a passar na prova escrita ou oral e aí vai se frustar. Mas é preciso concentar em um grupo específico de matérias. Por exemplo, se você quer ser Procurador da República, não deve se concentrar nas matérias de direito privado, mas sim nas de direito público. Se você quer ser Juiz de Direito, deverá estudar direito civil de forma aprofundada, mas não deverá estudar direito previdenciário. Se você quer ser Juiz Federal ou procurador federal, deverá estudar direito previdenciário etc.

1.3.Duas matérias são necessárias para qualquer concurso: DIREITO CONSTITUCIONAL e DIREITO ADMINISTRATIVO. Se você está em dúvidas sobre qual concurso prestará, comece estudando por elas! (veja o ROTEIRO DE ESTUDO que está no www.concursos.brunosilva.adv.br/, no menu à esquerda).

1.3.1.Estude português (ainda que vc. pense que saiba e que não precisa).

1.4.Escolha um concurso que você acha que REALMENTE tem chance. Se você não acreditar que tem reais de chances de estudar e passar na prova, pare por aqui: vá fazer outra coisa. É fundamental estar ABSOLUTAMENTE convencido de que você tem chances de estudar e passar. Se você for um sujeito inteligente, mas não estudar, certamente não irá passar; se você for medianamente burro e estudar arduamente, vai passar (não é demagogia: converse com algumas pessoas que já passaram e veja por si só). Agora, se você é burro demais, aí também não tem jeito (mas se você está lendo este texto, é porque tem um grau de esperteza suficiente: portanto, vá em frente!).

1.5.Identificado qual o concurso você quer (ex. Juiz Federal), estude primeiro o programa dos concursos

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anteriores. Veja quais são as matérias e pontos constantes dos programas dos concursos anteriores. Há alguma matéria que você simplesmente é péssimo? Muito bem, uma possível estratégia é começar estudando por essa matéria: aí vc. aprende e passa a confiar mais na sua capacidade de aprendizado. Você não precisa ser expert em todas as matérias, mas é preciso saber ao menos o básico em todas elas.

1.5.1.Além disso, a idéia é que vc. acerte ao menos as questões FÁCEIS nas matérias em que é pior. Todo concurso tem questões FÁCEIS, MÉDIAS e DIFÍCEIS. Para acertar questões FÁCEIS é preciso uma quantidade pequena de estudo (esforço). Já para acertar questões DIFÍCEIS, a quantidade de esforço é proporcionalmente muita maior. E é assim não porque as questões são, em si, mais difíceis, mas sobretudo porque quanto mais se aprofunda em uma matéria ou em um ponto da matéria, mais conteúdo há para ser estudado.

1.5.2.Portanto, a probabilidade de se cair algo básico e fácil de aprender em cada matéria é muito grande; já aquele ponto difícil, que vc. só achará em um livro de um autor estrangeiro, é proporcionalmente menor.

1.6.Agora que você já identificou o cargo que quer, já sabe quais são as matérias que deve estudar, o primeiro passo é verificar E FAZER as provas desses concursos anteriores. Veja o que caiu mais, o que vc. está acertando, o que está errando, o que precisa melhorar etc. Pode ser até que vc. conclua que está muito "verde" para esse concurso e decida, com uma dose de sensata humildade (grande e rara virtude) fazer um outro concurso.

1.7.E não se esqueça de ir fazendo as revisões. Imagine que o concurso tem, por exemplo, nove matérias. Divida essas matérias em, por exemplo, três grupos de três matérias cada. Comece assim (EXEMPLO):

Dia 1: primeiro ponto da primeira matéria do primeiro grupoDia 2: primeiro ponto da segunda matéria do primeiro grupoDia 3: primeiro ponto da terceira matéria do primeiro grupoDia 4: revisão dos três pontos estudadosDia 5: segundo ponto da primeira matéria do primeiro grupoDia 6: segundo ponto da segunda matéria do primeiro grupoDia 7: segundo ponto da terceira matéria do primeiro grupoDia 8: revisão dos seis (!) pontos estudadosDia 9: terceiro ponto da primeira matéria do primeiro grupoE assim por diante...

Evidentemente, você pode (e deve) alterar esse esquema, de acordo com suas necessidades, seu tempo, grau de dificuldade de cada matéria etc. O que importa é o princípio da coisa: ESTUDAR e REVISAR.

1.8.Pessoa mais velha, com filhos, trabalhando, consegue passar em concurso?

Tenho recebido muitos e-mails com essa pergunta. A resposta honesta é que é possível (conheço várias pessoas que na faixa de 50 ou 60 anos passaram em concursos difíceis), mas com as seguintes ressalvas, que vale para qualquer pessoa:

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- para passar é preciso tempo de estudo e dedicação. Se você não tem tempo ou não quer priorizar o tempo que tem para os estudos, não vá fazer concurso;- disciplina e método são fundamentais;- os concursos hoje estão mais concorridos do que no passado: é preciso estudar mais (infelizmente);

1.9.Alguns fatores que ajudam e alguns que atrapalham o estudo e a aprovação em um concurso:

1.9.1.Ajudam:

- gostar de estudar e ser disciplinado;- um bom método de estudo;- fazer um bom cursinho e revisar a matéria (para algumas pessoas);- almejar o exercício do cargo e não apenas as benesses do cargo;- ter tempo livre e vontade de dedicar esse tempo para estudar (gostando ou não de estudar), pois tempo é uma questão de prioridade;- necessidade de passar no concurso;- ambição (no bom sentido);- autoconfiança na dose correta.

1.9.2.Atrapalham:

- não gostar de estudar, ser disperso ou indisciplinado;- não ter um método;- precisar de um cursinho, mas não ter dinheiro para pagar, nem conseguir alguém que lhe proporcione um cursinho grátis;- querer apenas as beneses do cargo;- ter um trabalho cansativo, que suga todas as suas energias;- papaizinho bancando sua vida, resolvendo seus problemas, inclusive financeiros;- depressão (no sentido clínico) não tratada;- falta de ambição;- falta ou excesso de autoconfiança

1.9.3. IMPORTANTE: você pode ter na sua vida fatores que atrapalham o estudo, mas isso não significa que você não irá passar: apenas deverá trabalhar os fatores que ajudam e aumentar a dose de esforço.

1.10.É preciso sofrer para passar no cargo que quer?

Não! Se vc. tem tendência masoquista, acha que o sofrimento leva à salvação, pare de ler este texto agora. Vá para uma dessas igrejas com um código de conduta bem rígido, que não permite nada, exceto

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pagar o dízimo para o padre ou pastor, quero dizer, "para Jesus"... Porém, se o que vc. quer é passar no concurso, não é preciso nem pode existir sofrimento: é necessário ESFORÇO e RESULTADO.

1.10.1.Esforço e sofrimento não são, necessariamente, expressões sinônimas. Tem gente que adora estudar (não é o meu caso, infelizmente): para essas pessoas, estudar é um prazer. Normalmente são essas pessoas que, quando inteligentes e ambiciosas, obtêm os primeiros lugares nos concursos. Ou seja, quem passa nos primeiros lugares não são, necessariamente, os mais inteligentes, mas aqueles que, com grau razoável de inteligência, gostam de estudar. Isso não significa que pessoas como eu e você, que só estudam porque precisam, não irão passar no concurso: vão sofrer um pouco, mas só o necessário para passar no concurso!

1.10.2.Identifique a forma que você rende mais: se é grifando o texto, se é fazendo resumos etc. Não se esqueça de estar SEMPRE fazendo revisões. Se você passar uns dez dias sem revisar o que estudou, vai esquecer. Não perca muito tempo em cada ponto, não aprofunde demasiadamente. Com o tempo, você saberá o quanto deve gastar com cada ponto e o quanto de tempo deve usar em revisões.

1.10.3.Vai fazer a monografia de fim de curso? Escolha um tema amplo, que servirá como base para os concursos que deseja. Se vc. pegar um tema muito específico ou, pior, que não cai em concurso, estará gastando energia com algo que não irá lhe beneficiar muito (ou nada) nos concursos. Escolha um orientador que oriente (sei que é difícil...), optando pelo que dará menos ênfase nas "normas" da ABNT e mais ênfase no conteúdo (concursável!) da sua monografia. Normalmente, um professor com perfil mais "acadêmico", sem outra atividade profissional, dará mais ênfase nas normas da ABNT e em outras "regras" formais na elaboração da sua monografia; já um professor que tem outras atividades além de ser professor, provavelmente dará mais ênfase no contéudo. Desculpem-me, mas até hoje não saquei o que é "Marco Teórico" (será que é o primo do Marco Polo?) e meu "projeto de pesquisa" se limita à análise do que o Mercado quer que eu publique. Se é necessário gastar tempo com o primo do Marco Polo para que a banca aprove sua monografia, que seja com o menor gasto de tempo e energia possível. Enfim, decida se vc. quer gastar seu tempo com estudo para concurso ou com estudo para outras coisas que não são concursáveis. Você tem de saber o que quer da vida: estudar para concurso ou fazer carreira acadêmica em universidade pública?

1.10.4.Ou seja, tenha sempre em mente que vc. precisa direcionar seus esforços para um fim pré-determinado. E mais: você quer UM MÁXIMO DE RESULTADO com UM MÍNIMO DE ESFORÇO.

1.10.5.O cara mais inteligente consegue mais resultado com menos esforço. Mas se ele não estudar muito, o resultado será pequeno em valor absoluto. Já o burrão consegue pouco resultado com muito esforço. Mas se ele estudar muito, mas muito mesmo, seu resultado será grande em valor absoluto.

1.10.6.Se vc. não é um dos mais inteligentes, nem um dos mais estudiosos, precisa ser um dos mais espertos: precisa saber onde irá canalizar suas energias, para obter o melhor resultado. Isso significa escolher bem qual o concurso irá fazer e o que irá estudar. Ler este texto já é um bom começo, mas se vc. não aplicar o que leu não adianta nada.

1.11. Caso vc. veja que está indo bem no estudo do concurso que escolheu, vem a pergunta: devo fazer outros concursos? Sim, desde que o conteúdo das provas seja similar. Por exemplo, se você quer ser Juiz de Direito, não se inscreva para Procurador da República. Se você quer ser Juiz Federal no Rio de Janeiro, poderá prestar o concurso em São Paulo ou mesmo fazer o concurso de procurador federal.

1.11.1. Ou seja, é vantagem fazer um concurso "trampolim"? Imaginemos que você quer ser Juiz Federal, deve fazer o concurso de procurador federal? Depende. Se você está trabalhando em uma área cujo conteúdo está fora do programa do concurso de Juiz Federal, é evidente que é vantagem ser procurador federal, pois provavelmente irá trabalhar com matérias que lhe ajudarão no concurso. (Uma vez eu fui na posse de um amigo que passou no concurso de Juiz Federal e uns 40% dos aprovados eram

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ou tinham sido procuradores do INSS: depois de ficar craque em previdenciário, tributário e processo civil não falta mais muita coisa...)

1.11.2. Mas se você está em casa só estudando em um ritmo legal, ir correr atrás de processo no fórum não é, evidentemente, uma boa idéia, salvo, é claro, se você precisar do dinheiro para se sustentar. Fazer a prova é sempre um excelente exercício, mas tomar posse em um determinado cargo que não é o desejado exige alguma meditação.

1.12.Passou e assumiu em um cargo que não é o do sonhos? Continue estudando e não tenha a pretensão de ser um ótimo funcionário no cargo em que estiver. Tenho visto muitas pessoas que são péssimas no trabalho sendo aprovadas para cargos melhores. Será que são ruins e "fraudam" os concursos? Não, estão apenas canalizando seus melhores esforços para seus estudos e não para o trabalho. Isso pode até não ser moralmente legitimo, mas também não chega a ser desonesto e é a regra do jogo: quem quer passar tem que estudar. Mas também não precisa ser vagabundo no trabalho, dose corretamente a necessidade do seu estudo com a necessidade do seu trabalho. Não seja ingênuo ou otário, mas tenha caráter. Lembre-se que o povo brasileiro é quem paga o seu salário e precisa do seu trabalho.

1.13.Leve uma vida normal: vá para as baladas, encha a cara, tenha namorada(o) (se você tiver um noivo, não deixe de casar!!! Isso está mais difícil do que concurso!!!), faça viagens, tenha hobby etc. A jornada pode ser mais longa do que você pensa!

1.13.1.Mas tenha sempre em mente que existem dois tipos de seres humanos: os que ESTÃO ESTUDANDO PARA CONCURSO e os que NÃO ESTÃO ESTUDANDO PARA CONCURSOS. Se você pensar que pode ser um meio termo, desista agora, vá curtir a vida que tem hoje. Não é incompatível ter uma vida normal e estudar para concurso: apenas saiba que sua prioridade são os estudos. Finalmente, não desista no meio do caminho: a volta será mais árdua. Os concursos estão cada vez mais difícieis, as pessoas estão estudando cada vez mais (isso tem me impressionado muito).

1.14.Ainda que vc. não acredite, siga a seguinte SIMPATIA para passar em concurso: reze um pai-nosso e estude a matéria toda treze vezes! É infalível!

1.15.Não leve à sério as pessoas que dizem que concurso público é 100% mutretado (quem diz isso é gente que não passou). Que há trambique, há. Mas isso não lhe impedirá de passar e assumir um cargo público. Também não leve a sério gente que passou e depois diz que é fácil passar, que estudou pouco etc. Meu amigo, contar vantagem é muito fácil e eu lhe digo: ninguém ganha de mim em matéria de contar vantagem (frase por si só incontestável). Agora, para passar em concurso tem que estudar - e muito. E digo mais: está cada vez mais difícil, embora os salários estejam menores que na década de 90...

1.15.1.Só existe um concurso que normalmente é 100% mutretado. Eu não vou dizer qual é (!), nem divulgarei nesta página quando abrir! Você descobrirá que concurso é esse, porque inclusive saberá quem será o aprovado na época em que esse concurso abrir. Isto é, caso saiba que o concurso vai abrir... A cara de pau e a certeza da impunidade às vezes é tão grande que eles não divulgam antes e chegam ao extremo de colocar apenas um ou dois dias de prazo para inscrição... Quando vc. tem a notícia, o prazo já se foi (sorte sua, porque não embarcou na canoa furada).

História fictícia (ou que talvez não seja fictícia...): "Há pouco tempo abriu um desses, mas eu não me inscrevi, pois sabia quem seria a pessoa aprovada. Um amigo, com grau de preparo superior ao meu, fez a inscrição. Ou seja, se eu estivesse errado e o concurso fosse sério, meu amigo obteria colocação melhor do que a minha; se eu estivesse certo, a tal pessoa seria aprovada. Meu amigo não foi aprovado. A tal pessoa "passou" e hoje ocupa o cargo. " (Lembro que esta história é fictícia!.. Não leve a sério essa piada...)

1.15.2.Ou seja, tirando esses concursos picaretas, sem a devida divulgação e com "prazo" de inscrição

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de um ou dois dias, assim como certos "processos de seleção" de determinados organismos internacionais, OS CONCURSOS NÃO SÃO 100% MUTRETADOS, o que significa que uma pessoa como você, que não é filho de ninguém importante, poderá passar e obter um bom cargo público.

1.15.3.E isto eu digo com gosto: para o TERROR DAS OLIGARQUIAS ATRASADAS, os filhos da classe média (e às vezes até da classe baixa) podem ocupar bons cargos públicos. (Claro que a aristocracia esperta continua mandando, mas a oligarquia burra tem que engolir o Prof. Concursos e o Sapo Barbudo... Já é alguma coisa...)

1.16.Não gaste tempo com leituras que não sejam "concursáveis". É claro que vc. pode ler jornal ou livros, mas muito moderadamente: a capacidade de utilização do olho é limitada (muita leitura em determinado espaço de tempo deixa o órgão cansado e pode até dar dor de cabeça). Além disso, a capacidade de guardar informações também é limitada: selecione bem suas leituras. Portanto, não acesse o Blog do Bruno, ainda que vc. goste de artigos políticos com uma visão jurídica ou de artigos jurídicos com uma visão mais crítica ou política.

1.17.Vale a pena fazer um concurso e assumir um cargo com salário baixo?

Depende. Os concursos relativos aos cargos com maior remuneração são mais concorridos, portanto, mais difíceis de passar e de ser convocado. Demandam, portanto, maior estudo. Já para ser aprovado em concursos com salários mais baixos, embora também seja necessário estudar para passar, o nível de esforço é proporcionalmente menor. Parece óbvio, não é?

O que nem sempre as pessoas percebem é que o valor real das remunerações dos cargos públicos (assim como preço de commodities, imóveis, ações etc) também varia ao longo do tempo. Essa variação não é linear nem volátil. Mas se você observar o valor real do salários de alguns cargos durante um período maior de tempo, perceberá significativa variação.

Quer um exemplo? O cargo de procurador federal/advogado da União/procurador da Fazenda Nacional. Hoje o salário está muito bom, não é? Está em alta. Mas na época do Governo FHC as remunerações eram ruins e metade dos nomeados ficavam menos de dois anos no cargo e depos migravam para outras carreiras em razão da aprovação em outros concursos. Para ter uma idéia disso, veja o relato que está no http://www.blog.brunosilva.adv.br/?p=26 e tire suas conclusões.

Hoje é diferente. O Governo Lula optou por privilegiar essas carreiras (assim como outras carreiras estratégicas para o Estado) e aumentou de forma significativa as remunerações. Esse concurso, portanto, está em alta: se você quiser passar e obter o cargo de procurador federal/advogado da União/procurador da Fazenda Nacional vai ter que estudar muito mais do que precisaria há alguns anos.

1.17.1.Portanto, uma boa estratégia para quem não tem condições de estudar muito é apostar (sim, é aposta) em um cargo que hoje não está com um salário tão bom, mas é um cargo estratégico. Sabe como é: um dia esse cargo poderá ser valorizado e receber a remuneração que merece. Quem tiver feito o concurso quando o salário estava ruim, vai ter "comprado na baixa". É como na bolsa de valores!

1.17.2.Mas ressalto: como quase tudo na vida para quem não é fidalgo, trata-se uma aposta, que você pode ganhar ou perder (ou empatar). Pense, reflita e tome a decisão. Não seja imediatista, mas saiba que, "a longo prazo, todos estaremos mortos". Pondere e decida para qual tipo de concurso você irá concentrar suas energias.

1.18.Aliás, pondere tudo que eu escrevi, porque não há verdade absoluta nas ciências humanas. Tire suas conclusões e veja o que é melhor para você.

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2.QUANDO ESTIVER INSCRITO NO CONCURSO.

2.1.Se você se inscreveu só para testar, pode continuar saindo com os amigos e enchendo a cara. Se você estiver fazendo o concurso a sério, aí não pode viajar e não pode tomar álcool nos três dias anteriores à prova. Quando você faz a inscrição no concurso, deve considerar-se na reta final. Não precisa brigar com o noivo, mas a prioridade passa a ser, de forma radical, os estudos. Se não for assim, suas chances reduzem consideravelmente. É claro que chega uma hora que você está tão bom que pode se dar ao luxo de levar uma vida normal antes da prova... Mas é difícil saber esse ponto. Aliás, é difícil saber o nível em que se está antes de ter feito o mesmo concurso em anos anteriores. Eu achei que não tinha muitas chances no concurso de Consultor do Senado e nos quinze dias anteriores à prova estava em Barbados tomando sol e mergulhando: fiquei em quarto lugar no concurso e só fui chamado no penúltimo dia de validade do concurso (eu poderia ter rodado!)... Os caras que ficaram depois de mim não foram chamados. Portanto, leve este conselho a sério!

2.2.Estude de forma detalhada o edital do concurso. Leia e releia o edital. Estude, antes de mais nada, o programa do concurso. Trace a sua estratégia de estudo.

2.3.No dia em que o estudo não estiver rendendo, vá caminhar no parque. Mantenha sua rotina de exercícios físicos mesmo na reta final do concurso, embora naturalmente você irá reduzi-los (especialmente se você for como eu e não gostar de ir para a academia). Durma normalmente, não tome remédios para ficar acordado. Uma boa noite de sono é fundamental para a memorização.

2.4.Se a prova for sem consulta à legislação, considere o estudo da lei seca. Provavelmente muitas questões serão a mais pura decoreba. De qualquer modo, estude sempre a boa doutrina (ex. para juiz de direito ou registrador/notário, uma boa sugestão é o Compra de imóveis, de Bruno Mattos e Silva, ed. Atlas - veja qual é a última edição, pois esse livro vende muito e sempre tem uma nova edição no mercado).

2.5.SE VOCÊ JÁ ESTÁ EM NÍVEL AVANÇADO DE ESTUDO E É DISCIPLINADO (ao contrário de mim, que sou disperso, indisciplinado, alcóolatra, comunista e vagabundo...), A RECEITA INFALÍVEL para passar no concurso é a seguinte:

- Leia o programa do concurso. Divida o programa em tópicos e faça a programação do que vc. vai estudar a cada dia, de modo estudar todo os tópicos em 75% do tempo que falta para a prova. É preciso, a cada dia, estudar os pontos que vc. planejou previamente. Não se iluda achando que no dia seguinte vc. vai "compensar" o estudo do dia anterior! Por isso disse que o cara tem que ser disciplinado para isso dar certo! Os 25% dos dias restantes é para revisar o que tiver estudado (ou seja, todo o programa).

2.5.1.PERAÍ!!! Se o Prof. Concursos é vagabundo, comunista, alcóolatra, indisciplinado etc como é que ele passou nas provas? Ora, esse não é o único método: é infalível para quem é disciplinado, mas os porra-louca também têm seu lugar ao sol... Tudo é uma questão de ver qual é o método adequado para você!

2.6.No dia da prova, leia as instruções da prova. Você não gastará mais de cinco minutos. Não entre em pânico. Leia TOTALMENTE o enunciado de cada uma das questões antes de respondê-las. Parece óbvio, mas muita gente perde pontos de forma tola por não ler atentamente o enunciado. Acha que é fácil, faz rápido e erra...

2.7.Quanto a questões dissertativas, leia primeiro cada uma delas e medite por um ou dois minutos. Não responda nada: vá para as questões objetivas (se existirem), faça um rascunho ou anote à parte os pontos que vc. abordará, para ter certeza de que não vai esquecer durante a elaboração da resposta (e, é claro, siga o seu roteiro). Calcule o tempo que vc. gastará. Depois de responder as questões objetivas,

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faça as subjetivas (o seu subconciente trabalhou durante o tempo que vc. fez as questões objetivas). Depois revise as objetivas (se tiver tempo) e passe a limpo as questões subjetivas (se vc. fez rascunho).

2.8.Toda dissertação deve ser composta de INTRODUÇÃO, DESENVOLVIMENTO e CONCLUSÃO. Isso, inclusive, é avaliado como forma de se obter a nota do candidato. Normalmente, vc. usará um ou dois parágrafos para a introdução; quatro a oito para o desenvolvimento e um ou dois para a conclusão. Evidentemente, isso dependerá do tamanho da dissertação. Vc. pode usar esse modelo também para questões subjetivas, dependendo do caso.

2.9.Como são avaliadas as questões subjetivas ou dissertações? É importante saber isso, para saber como você deverá responder a questão ou elaborar sua dissertação.

2.9.1.Das vezes em que fui examinador de concurso (o trabalho é hercúleo mas a grana é boa), meus critérios de correção foram objetivos. Acho que por isso minhas correções SEMPRE tiveram um número de recursos muito baixo (ainda bem, porque responder recurso é um saco e quando ele não tem fundamento é moleza). Em linhas gerais, é o seguinte:

- Se para responder a questão for preciso abordar os aspectos X, Y e Z: não abordou nenhum deles, é nota zero. Falou de W, mas W não foi objeto da questão: parabéns por saber W, mas leva zero do mesmo jeito. Aprenda a ler o enunciado e não tente me enrolar porque não sou trouxa.

- Falou 50% de X, 50% de Y e 50% de Z. Leva metade dos pontos atribuídos a conteúdo.

- Falou só de X, com resposta completa. Leva 1/3 dos pontos atribuídos a conteúdo.

- Falou corretamente de X, mas fez uma afirmação errada: leva os pontos correspondentes a X, com o desconto proporcional ao erro cometido. E assim por diante...

-A resposta está estruturada com introdução, desenvolvimento e conclusão; o raciocínio é linear e claro; a linguagem é adequada (putz, este texto não receberia boa nota nesse aspecto!..): leva toda a pontuação referente a forma.

Às vezes as regras do edital estabelecem critérios diferentes - aí eu sigo esses critérios, mas sempre buscando padrões objetivos para corrigir as provas, procurando criar o menor número de injustiças possível. Acredite: corrigir prova subjetiva é uma arte!

2.9.2.Portanto, veja se o edital diz algo a respeito e no dia da prova tenha em mente essas regras - É MUITO IMPORTANTE. Não queira ser o bacana, não queira mostrar que sabe direito em geral: apenas escreva o que está sendo pedido, da forma mais clara e mais completa possível.

2.9.3.Se você não souber NADA do que a questão pede, aí escreva qualquer coisa que vc. achar que tem alguma pertinência: se eu não for o examinador, pode ser que vc. ganhe alguma coisa. NÃO DEIXE NENHUMA QUESTÃO EM BRANCO.

2.10.Na prova oral, comporte-se adequadamente. Use um terno azul escuro, cinza ou preto; se você for mulher, vista-se adequadamente para uma ocasião solene (prova oral não é para ir com vestido de festa). Não discuta com o examidor (ainda que ele saiba menos que você). Deixe o examidor pensar que você o admira. Não ache estranho se o examinador lhe fizer uma pergunta pessoal (ex. por que vc. quer fazer concurso aqui? Você é casado? Por que vc. não usa aliança?), pode ser que ele queira apenas quebrar o gelo. Há examidores que querem e examinadores que não querem te prejudicar. Se o examinador tentar te humilhar, não dê uma resposta grosseira, mas demonstre que vc. não se sentiu rebaixado. Quando lhe perguntarem algo que você sabe, aproveite, deite e role, dê respostas MUITO completas. Não dê uma resposta curta. Você pode tentar deixar algo propositalmente sem responder, para ver se eles perguntam exatamente isso em seguida... Pode dar certo. Use o seu sexto sentido. Se lhe perguntarem algo que você não sabe, dê a resposta genérica e exemplifique com algo que você sabe, mas sem ser completo. O examinador possivelmente irá perguntar em seguida sobre o exemplo: você responde e terá se saído bem em uma pergunta que não sabia a resposta! Assista às provas dos

Page 11: Roteiro de Estudos

outros para ver como age a banca. Leia os livros e textos dos componentes da banca.

2.11.Estude sempre e ajude as pessoas: fazendo isso vc. estará contribuindo para um mundo melhor (não é breguice), um país melhor e para o fim de toda a opressão que existe no mundo (sim, o conhecimento liberta! Algum dia a Idade Média só existirá nos livros). E, é claro, receberá o prêmio por seu esforço: um cargo legal, com um salário justo.

3.DEPOIS QUE VOCÊ PASSAR NO CONCURSO.

Regra única: se não for o concursos dos sonhos, continue estudando. Se for, não fique babaca, não fique se achando uma pessoa melhor só porque assumiu um cargo bacana. Você pode (e deve) sentir-se muito orgulhoso por ter passado na prova, mas não é (só) isso que lhe faz ser uma boa pessoa. Continue sendo gente. Não sofra mais do que precisa no exercício do cargo, mas também lembre-se que é o povo brasileiro quem paga o seu salário. Cumpra a sua função, faça a sua parte. Não seja canalha. Não seja corrupto. Não se iluda. Não humilhe as pessoas. Se achar que sabe muito, ajude os outros.

(E não se esqueça de me enviar um e-mail dizendo "Bruno, não concordei com quase nada do que vc. disse, mas passei no concurso tal e estou muito feliz!")

Escrito por: Luiz Flávio Gomes

Como citar este artigo: GOMES, Luiz Flávio. Dez dicas para concursandos (ou estudantes) de

sucesso. Disponível em: 18 dez. 2006.

DEZ DICAS PARA CONCURSANDOS (OU ESTUDANTES) DE SUCESSO

1. SONHE PRIMEIRO. Ninguém consegue nenhum sucesso sem antes sonhar com ele.

Descontando tudo quanto fazemos necessariamente na vida (dormir, trabalhar, comer etc.),

ainda sobra um terço do nosso tempo para sonhar. Não perca nunca sua capacidade de

sonhar com novos horizontes, novos conhecimentos e novos resultados. O concursando (ou

estudante) de sucesso só alcança o que ele visualiza antes. Não seja, entretanto, na sua vida,

só um sonhador. Transforme suas fantasias em realidade. Como? Lendo, lendo, lendo! Em

outras palavras, colocando a "&¨%$" no banco! O grande segredo do atleta é treinar, treinar,

treinar. Do concursando (ou estudante de sucesso) é ler, ler e ler. Porém, o quê? como?

quando? Vejamos:

2. ESTABELEÇA META CERTA. "Se uma embarcação não sabe aonde quer chegar, nenhum

vento poderá lhe ser favorável" (Sêneca). Tenha uma meta certa na vida (diga: eu vou ser tal

coisa. Idealize o seu objetivo). Serei médico, jornalista, juiz, promotor, advogado, professor,

defensor, delegado, procurador etc. Estabeleça sua meta e fixe prazo, meios e condições.

Faça planejamento do seu futuro, de qualquer modo, saiba que todo sucesso tem medida

certa e tempo certo. A improvisação não é boa companheira para se alcançar bom resultado!

Isso significa assumir uma parcela de stress como parte do sucesso? Sim. O stress controlado

faz parte de todo empreendimento bem sucedido.

3. COMPROMETA-SE COM SUA META. Quem quer vencer em dezembro a corrida de São

Silvestre deve, desde janeiro, começar a correr. Não existe sonho nem meta que se

concretize sem empenho, disciplina e muita dedicação. Na área dos concursos (das provas e

dos exames) recorde que não se compra conhecimento em supermercados. Conhecimento se

conquista, com muita luta e esforço. Mas vale a pena. Sua vida será outra! Engajamento

(envolvimento) com sua meta é absolutamente imprescindível (tengas ganas de vencer!).

Não tardará o dia do seu yes!

Page 12: Roteiro de Estudos

O café da manhã dos americanos é composto de ovos, mel e bacon. Diferentemente da

galinha e da abelha, o único comprometido com ele é o porco. Por quê? Porque parte dele é

que está em jogo. A galinha e a abelha contribuem, mas não se comprometem. O porco é

distinto, porque ele dá um pedaço de si.

4. BUSQUE A INFORMAÇÃO. "Não espere que te tragam flores; plante seu jardim"

(Shakespeare). Na era da agricultura mandava quem tinha terra. Na era da indústria

mandava quem tinha dinheiro ou capital. Na era da informação sobressai quem busca e

obtém a informação. Busque-a incansavelmente nos livros, nas aulas, na internet etc. Anote

adequadamente tudo (mais vale uma caneta na mão que mil "gigas" de memória humana).

Documente o que você alcançou em termos de conhecimento. E nunca perca sua curiosidade

por aprender mais coisas. Mas tenha sempre senso crítico. Há muita informação inútil que

não pode tomar seu tempo (que é sagrado).

Não se deixe levar pelo comodismo: "Sempre buscamos o conforto e, por causa disso,

acabamos deixando para amanhã o que deve ser feito hoje, o que nos leva a protelar e nos

acomodar no eternamente preguiçoso "depois" (GARCIA, Luiz Fernando, Pessoas de

resultado, São Paulo: Editora Gente, 2003, p. 31). Só cresce na vida quem se distancia do

comodismo. O desprazer também faz parte da caminhada para o sucesso.

Seja seletivo na busca da informação: não se perca no emaranhado de informações que o

mundo lhe oferece. Seja seletivo! Vá ao ponto certo! No século XVIII se uma pessoa

dedicasse oito horas por dia, cinco vezes por semana, em um ano saberia tudo sobre uma

determinada matéria. Qualquer pessoa hoje, com a mesma dedicação de quarenta horas por

semana, só consegue saber cerca de 6% do que se produz anualmente em sua área de

conhecimento. Vá, portanto, aos 6% que mais interessa! Se você tem dificuldade de

selecionar esses 6%, busque a ajuda de alguém que possa fazer isso por você.

5. FOCO E DETERMINAÇÃO. "Vim, vi e venci" (Júlio César). Tenha determinação e conquiste

disciplina nos seus horários de estudo, de aulas etc. Dormir é importante, mas não se pode

exagerar. O Direito não socorre os que dormem! A disciplina e a determinação te trazem

organização. Não seja protelatório, dispersivo, evasivo, ou seja, não perca o foco. Não fique

culpando o mundo inteiro pelo seu insucesso. Quem assim procede se transforma num

fracasso. O foco deve estar voltado para a solução (para o sucesso), não para o problema

que te impede de alcançá-lo.

Compute, entretanto, que tudo pode dar errado! O medo deve sempre fazer parte do

sucesso. É em razão do medo da derrota (da humilhação) que não perdemos a atenção, o

foco nem a determinação. Encare todas as provas (os concursos e os exames) como um

desafio a ser vencido. De qualquer maneira, perder uma batalha não significa perder a

guerra! Vencido um desafio, passa-se para o seguinte. Mate um leão a cada dia! Quem não

aceita desafios não chega nunca à conquista!

Determinação e coragem: Tarik ibn Zeyad, o famoso guerreiro árabe que invadiu a Península

ibérica, em 711, no momento em que alcançou o sul da Espanha (Estreito de Gibraltar, que

vem de Jebel-Tarik, ou seja, Montanha de Tarik), mandou queimar todos os navios da sua

armada para que não houvesse possibilidade de recuo, fuga, derrota, vacilações ou

retrocessos. Isso significa determinação! Dominaram a Península durante 700 anos e lá

deixaram marcas indeléveis da sua cultura (Palácio de Alambra, em Granada, v.g.).

6. SEJA PERSEVERANTE. "Caminante no hay camino, el camino se hace al andar" (Antonio

Machado). Não se estuda nem se faz um curso para passar, sim, até passar. Todo vencedor

sabe que a perseverança é fundamental. Thomaz Edison disse: "Qualquer homem pode

alcançar o êxito se dirigir os pensamentos numa direção e insistir neles até que faça alguma

coisa". Ele não teria nunca chegado à lâmpada se não tivesse tentado mil vezes alcançar seu

objetivo.

Não fique no meio do caminho. Quem joga a toalha perde o jogo. Quem sai do gramado

nunca marca gol. Ao contrário, vai para a arquibancada. De lá você só consegue aplaudir,

Page 13: Roteiro de Estudos

nunca vencer. Pedras no caminho? Construa com elas o seu castelo. Vencem os que chegam

no final dele! Os que não conseguem superar os obstáculos (que configuram verdadeiros

desafios) vão sendo derrotados. Os derrotados, de plano, são insucessos; às vezes chegam a

constituir verdadeiros fracassos.

Perseverança e motivação: a perseverança pressupõe motivação, que é inerente ao

concursando (ou estudante) empreendedor de sucesso. O que está detrás da motivação? A

motivação deriva de mil razões (conquistar um ideal, ganhar bom salário, mudar de vida,

superar obstáculo etc.). Uma delas consiste em evidenciar sua competência para exercer

determinada função. Muitos concursandos ou estudantes empreendedores alcançam enorme

sucesso logo depois de questionados (desafiados) em sua capacidade intelectual, física,

profissional etc. De qualquer maneira, o que não se deve nunca é perder a expectativa, o

propósito, a motivação. A perseverança é a melhor estratégia para conseguir o seu sonhado

yes!

7. "AGE QUOD AGIS". "O sucesso é composto de 1% de inspiração e 99% de transpiração"

(Thomaz Edison). Em razão disso, aplica-te completamente ao que estás fazendo. Mergulhe

profundamente no que você está fazendo. Não se distraia com outra coisa: aplica toda sua

atenção ao seu objetivo. Todo foco tem que ter alvo certo. Muitas vezes a questão não é ter

força, sim, jeito: o artilheiro sabe bem disso. Mesmo fatigado, faça sempre o máximo que for

possível. Mesmo errando, continue. Quando queremos, também aprendemos muito com

nossos erros. "Não importa quantas vezes nos levantamos. O que conta é que seja sempre

uma vez a mais do que aquelas em que caímos" (GARCIA, Luiz Fernando, Pessoas de

resultado, São Paulo: Editora Gente, 2003, p. 109).

8. REPETIÇÃO E REVISÃO PERMANENTES. Repetitio est mater studiorum. Nosso cérebro não é

computador, embora seja o único que pode construí-lo. Ninguém consegue assimilar todo

conhecimento no primeiro contato com um determinado tema. Revisar permanentemente o

que se aprendeu é fundamental. A fórmula, portanto, é a seguinte: A = E + M + SE, ou seja,

aprender = entender + memorizar + saber expressar. Nunca deixe de estudar uma

determinada disciplina por mais de quinze dias. Uma ou duas disciplinas todos os dias

otimiza seus estudos. Em fase de concursos ou de provas, não baixe sua biblioteca inteira

para estudar uma única disciplina. Apontamentos da aula e um ou dois livros em cada uma

delas bastam. Deixe para fazer depois teses de mestrado ou de doutoramento.

9. SAIBA SE COMUNICAR. A = E + M + SE (aprender = entender + memorizar + saber

expressar). Vivemos não só a era da informação senão também a da comunicação. Ter a

informação e não saber comunicá-la (expressá-la) é praticamente a mesma coisa que não tê-

la. Comunicação verbal e por escrito. Conquiste essas habilidades, treinando o quanto for

necessário. Construa sempre frases objetivas. Seja claro e objetivo nas suas exposições.

Sujeito, verbo e complemento, sem rodeios e tergiversações cansativas e prolixas.

10. "CARPE DIEM". Aproveite o dia (da melhor maneira possível). Distribua suas tarefas

diárias. Priorize o seu sucesso, dedique-se a ele, mas não se esqueça que você precisa

também comer saudavelmente, exercitar-se regularmente etc. Mens sana in corpore sano!

Angústias e ansiedades integram naturalmente o dia-a-dia do concursando e do estudante.

Também por essa razão é que você deve desfrutar profundamente dos momentos de prazer.

Veja os conselhos de quem passou em primeiro lugar em concursos

Motivação

Todo projeto de longo prazo terá momentos de ânimo e vontade de desistir. Procure se

preparar para os dias de baixa: eles virão e você vai precisar aprender a lidar com eles. A

Page 14: Roteiro de Estudos

motivação deve ser trabalhada diariamente. Todos os dias você pode e deve lembrar os

motivos que o estão fazendo estudar, ter planos, persistir.

Lazer e o estudo

Com organização, disciplina e força de vontade, é possível conciliar um estudo eficiente com

uma vida onde haja espaço para lazer. A qualidade de vida associada às técnicas de estudo

são muito mais produtivas do que a tradicional imagem da pessoa trancafiada estudando 14

horas por dia.

Administração do tempo

Faça um quadro horário, colocando nele todas as tarefas a serem realizadas, o que vai levá-

lo a estabelecer prioridades. Também é recomendável que você separe tempo suficiente

para dormir, fazer algum exercício físico e dar atenção à família ou relacionamento.

Humildade

Não queira parecer mais inteligente que o examinador ou criticá-lo. Preste atenção mesmo

às questões fáceis ou aparentemente simples. Ao fazer uma prova, nunca perca de vista o

objetivo: passar. O objetivo não é ser o primeiro colocado, e sim acertar as questões, tentar

fazer o máximo de pontos, mas ficar feliz se acertar o mínimo para passar.

Provas

Em provas objetivas, seja metódico ao responder. Nas dissertativas, seja objetivo e mostre

seus conhecimentos. O início e o final das dissertativas devem ser breves; o desenvolvimento

(miolo) serve para demonstrar seus conhecimentos sobre o tema. Nessa parte, anote tudo o

que você se recordar sobre o assunto e estabeleça relações. Se não tiver certeza a respeito

de um comentário, adendo ou exemplo, elimine-o.

Simulados

Para os simulados, resolva questões e provas da matéria que estudou, como forma de fixar o

conteúdo. Periodicamente, faça um concurso simulado, observando o tempo real da prova e

o uso apenas do material permitido pelo processo seletivo. Outra dica boa é fazer os

simulados oferecidos pelos cursos preparatórios.

Mudança de paradigma

Se você está acostumado a pensar numa prova apenas como aluno, aprenda a vê-la com os

olhos do examinador. Em duplas ou grupos, passe a fazer provas e trocá-las para correção.

Corrija-as como se fosse o próprio examinador. Você aprenderá a ver a prova com outros

olhos e isto facilitará seu desempenho quando reassumir o papel de aluno. Treine para fazer

provas orais reparando a postura e respostas do colega como se você fosse da banca.

Cores

O uso de mais de uma cor nas anotações estimula mais a atenção e o lado direito do cérebro.

Pode-se correlacionar cores com assuntos ou com referências. Por exemplo, o que está em

vermelho são os assuntos mais “quentes” para cair, o que está em azul são as exceções, os

princípios podem ficar na cor verde, e assim por diante.

Leitura

Na primeira leitura, procure apenas a idéia principal, conteúdos importantes que sejam

rapidamente captados. Essa primeira leitura é rápida, descompromissada, sem a

preocupação com a compreensão total. Na segunda leitura faça uma análise melhor, comece

a tirar conclusões pessoais, a criticar, concordar, anotar, sublinhar. Na terceira leitura, você

já pode sintetizar, resumir. Ao final dela você já deverá sentir-se apto a fazer um texto sobre

o tema.

Escrita

Comece a redigir todos os dias ou, pelo menos, toda semana. Separe horários específicos

apenas para isso. Experimente começar a escrever um diário, poesias, contos, fazer

descrições de objetos, narrar fatos ou problemas, dissertações sobre assuntos em geral e

assuntos da matéria da prova, resumos de livros e filmes.

Page 15: Roteiro de Estudos

Fonte: William Douglas, autor do livro "Como passar em provas e concursos", da

Campus/Elsevier

KAFKA.

é o seguinte. não sei se vc trabalha, só estuda, se advoga e em que área. tudo isso é

importante e influência o estudo.

por exemplo. não gostei das aulas de processo penal do cursinho. quem dá é o Hidejalma

Muci. horrível. mas como eu gosto da matéria e advogo, inclusive na área criminal, isso não

me prejudicou, pois estudo sozinho.

olha. as aulas de civil, processo civil, penal, constitucional e administrativo são boas e são

sim atualizadas.

a Flávio Monteiro tem a coleção completa de civil. as aulas dele são boas

a parte de obrig e contratos quem dá é o flávio tartuce que é super atualizado

a parte de penal geral do flávio monteiro é melhor que o livro do Rogério Greco. e olha que o

greco é bom.

acho sinceramente que algumas matérias dá para estudar sozinho. no meu caso CPP. mas

outras ter uma ajuda faz toda a diferença.

o cursinho vende as matérias isoladas se vc quiser. por exemplo. pode comprar só civil, etc.

vc pode comprar um módulo e desistir se não gostar.

mas IMPORTANTE, realmente tem que anotar tudo da aula. uma aula de 40 min. eu levo uns

90 min para assistir. anoto até exemplo.

faz toda a diferença. afirmo sem medo de errar. com as anotações de aula e a lei seca. só

com elas. vc começa a passar das primeiras fases.

veja meu caso. fiquei por 04 pontos na defensoria e estou na segunda fase da magistratura.

estudei caderno e lei seca. na prova de penal errei uma questão besta que cobrava a

revogação da contravenção de mendicância. a questão que derrubou muita gente sobre resp

penal objetiva no caso de embriaguês e rixa qualificada estava no meu caderno.

resumo da ópera. nos dois concursos que fiz, nas matérias que assisti aula e apliquei o

método de estudo sugerido pelo FMB tive aproveitamento superior a 70%. fui mal nas

matérias que ainda não estudei. na defensoria cai em direitos humanos. na magistratura fui

mal em consumidor, eca, tributário e comercial. const. e penal, por exemplo,a acertei 8 em

9, estudando da forma acima sugerida. compre algumas aulas e tente assistir, anotando.

creio que vc vai gostar.

bons estudos

Page 16: Roteiro de Estudos

Galera, em minha opinião, não existe "receita de bolo" para se passar em concursos pra

magistratura, nem pra qq outro concurso.

Cada um tem q primeiramente se conhecer: saber quais são seus pontos fortes e quais são

os seus pontos fracos e - com base nesse conhecimento - condicionar-se para tentar explorar

bem estes pontos fortes e suprimir os indesejáveis pontos fracos.

Acabar com esse dogma de qto mais horas estudadas melhor para o concursando...

Besteira, cada um tem q saber o seu limite...

Tem gente q consegue estudar umas 8 horas por dia e outras conseguem estudar apenas 2,

4 horas por dia.

Estude de acordo com as suas possibilidades...

Eu, por exemplo, qdo ultrapassava determinadas horas de estudos (o meu limite mental) não

conseguia mais auferir nenhum conhecimento, nenhuma informação...minha mente

simplesmente não aguentava mais.

Um erro q vejo frequentemente é o concursando mensurar seus estudos de forma bem

genérica, sem contextualizar a dificuldade maior ou menor q cada livro/matéria necessita.

Por exemplo: "tenho q ler todo o dia 100 páginas do livro q esteja lendo...".

Pera aí, vc acha q ler 100 páginas de Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo demandará a

mesma carga mental q se precisa para ler 100 páginas de Marinoni?

Obviamente q não...cada livro é cada livro, cada matéria é cada matéria.

Quem tem como meta ler 100 páginas de Marinoni por dia, se estiver na parte das tutelas, p.

ex., se ficar com essa necessidade de ler as 100 páginas, acaba passando a vista no assunto

ao invés de lê-lo/entendê-lo.

Devemos LER os livros e não passar a vista...

Ler os livros implica dizer q o q está passando pelo nossos olhos está entrando na nossa

mente.

O q entendemos fica na mente, o q passamos a vista/decoramos esquecemos na semana

seguinte.

Leu algo q não entendeu? Volta... não entendeu de novo? Volta novamente...nada ainda?

Volta de novo, até entender...

Eu, por exemplo, qdo achava um assunto mto difícil ou qdo esse assunto era mto cobrado em

concursos públicos, tinha como meta exatamente saber tudo o q se discutia sobre aquele

assunto...qdo lia o assunto na doutrina, ia depois ler a legislação seca sobre o assunto e tb

fazia uma pesquisa jurisprudêncial (STJ e STF) sobre esse assunto q havia acabado de ler a

doutrina e a legislação.

Page 17: Roteiro de Estudos

Resultado: acaba sabendo tudo sobre o assunto e qdo ia treinar nas questões tinha um

desempenho mto bom... sem contar q este assunto ficava em minha cabeça por um bom

tempo: anos e anos...

É isso, guerreiros concursandos, esse meu "post" não é pra dizer q o melhor método de

estudos é o meu, pois o q deu certo para mim pode não dar certo para vc e o q não deu certo

para mim pode dar certo pra vc...

Esse meu "post" é mais pra tentar mostrar q cada cabeça é um mundo e q não existe receita

de bolo genérica pra se passar em concursos, existe sim necessidades individuais q podem

ou não ser similares entre os concursandos.

Pra mim só há 3 segredos: i) se conheça (saiba suas virtudes e fraquezas em matéria de

estudo), ii) leia e não passe a vista (conceitos distintos conforme o "post" acima) e iii) seja

persistente (persistência é a alma dos concurseiros).

É isso, galera, espero de alguma forma ter ajudado...

Conforme já dito acima não existe receita de bolo pra passar.

alguns conseguem esgotar uma matéria.

eu estudo priorizando as anotações de aula. a partir delas é que eu consulto doutrina. pra primeira fase tem que saber lei seca e é importante acompanhar a jurisprudência dos tribunais superiores.

intercalar acho melhor. mas veja. melhor um passo reto do que uma corrida torta. assim, o fundamental é a revisão. funciona assim. por exemplo. uma das primeiras aulas do tartuce em contratos (no livro tbém esta no começo) ele fala da escada ponteana (plano de existência, validade e eficácia dos atos jurídicos). Um dia fui Caminhar e fiquei repassando a escada ponteana. então se vc estuda hoje regime de bens do casamento. amanhã tem que tentar repassar o que estudou. o que vc esqueceu volta e reve.

e assim vai. importante fazer provas. ajuda fixar.

Colegas, eu estou nessa luta tb. Já postei esse email em outro tópico (tjmg). Essa é a

experiência de um juiz que passou aqui há pouco tempo. Talvez possa ajudar...

_________

Como eu te falei pessoalmente eu não proponho método, fórmula mágica, esquema

motivacional, pirâmide, como emagrecer comendo, mestre em kung-fu em 10 dias, essas

coisas, muito pelo contrário, apenas a única experiência que sei sobre concursos, qual seja, a

minha. Isso mesmo, é só uma experiência e a forma como eu passei, nada mais.

Quando eu estava na luta, emails assim sempre me fizeram bem. Não sei explicar, mas

parece que davam um norte.. Ou às vezes eram tão absurdos que me mostravam o que não

fazer… Variava um bocado. De qualquer forma, não custa nada sentar um pouco, aproveitar

que estou de férias e escrever sobre como foi.

A minha faculdade de direito foi ruim (ufsc). Não que o curso tenha sido, eu não aproveitei

em razão de trabalho. Na época pouco se falava em concurso na minha sala, ninguém

Page 18: Roteiro de Estudos

demonstrava que queria, de verdade, fazer magistratura ou Ministério Público, talvez por

vergonha, não sei, só posso dizer que não estudei nada na faculdade. A partir do 8˚ período

eu pouco ia à aula, nunca me importei com notas, fiz monografia final sobre a palestina e

israel!!

Quando me formei acabei trabalhando em um local que já trabalhava como estagiário. Era

iniciativa privada de verdade, assim, muito trabalho e pouca diversão. No final de 2003

resolvi que queria mesmo era carreira pública. Como eu não me achava na menor condição

de estudar para juiz ou promotor, acabei optando por um sonho de infância e fui para a

marinha do brasil. O concurso lá tem umas peculiaridades, mas não é tão difícil como virar

juiz ou promotor de justiça. Sentei, estudei e acabei passando. Entrei na marinha e vi que

apesar do amor que tinha pela casa e principalmente pelos amigos que fiz não dava para

mim. Em 2005 decidi que teria que tentar magistratura. Nunca pensei nisso, de verdade. Na

faculdade era algo tão distante que eu nunca sequer imaginava que um dia poderia estar de

toga.. mas então… No ano-novo de 2005 para 2006 eu fiz uma promessa para mim mesmo

que iria estudar.

Para não ficar muito chato e principalmente para ler aos poucos, vou imitar o Sean Penn aqui

e usar os capítulos do “Into The Wild” para explicar o que fiz para passar.

INFÂNCIA

Na infância vc se descobre como pessoa. Nasce a sua identidade, a forma como vc vê o

mundo, como ele o vê, como vc se expressa etc. Tudo de forma pouco articulada,

considerando que o domínio da linguagem e a sua capacidade de transformar a abastração

que é o mundo em um discurso coerente ainda é bem limitada.

Em janeiro de 2006 eu não sabia bem o que fazer. Queria virar juiz, mas não sabia como. Não

estudei na faculdade, para a marinha foi um estudo bem direcionado, só estudei para a prova

da Marinha do Brasil, Quadro Técnico mesmo, nada mais… Ainda, desde outubro de 2004

(quando foi a prova oral da marinha) eu não estudei mais nada. Não tinha bibliografia, com

exceção de uma sinopse da saraiva de penal de 2002, vigiar e punir, o 3˚ volume do ovídio

(tutelas de urgência) e alguns livros de penal militar. O estudo para a marinha foi por

apostilas, resumos impressos e lei seca. Janeiro foi assim, só pensando como seria o futuro.

Não via uma luz, nada nada… Cheguei a pegar uma sinopse para não consegui ler. Foi

quando decidi entrar em um curso preparatório. O único disponível à época era para juiz

federal, então eu fui na festa. Eu trabalhava todos os dias, dava serviço várias sextas-feiras e

ia para a aula no sábado. Não adiantou muito não. O curso se arrastou. Confesso que

algumas matérias eu até gostei, mas eu nunca fui de aula, sempre preferi aprender sozinho,

salvo um professor muito bom, muito mesmo. Acabei abandonando o curso por cansaço e

desmotivação mesmo. O que eu aprendi foi convivendo com pessoas que já estavam na luta

há anos, anos mesmo. Tinha gente com 5 ou até 7 anos de carreira de concurso. E o povo

não desistia, ficava lá indo para a aula, gastando o pouco que tinha, para tentar chegar lá.

Com eles eu aprendi mais do que com o curso em si. Com alguns eu confesso que não

aprendi muito não. Tem concurseiro que gosta de te jogar para baixo, te humilhar... Tente

não dar ouvidos para essas pessoas drepressivas não...

Em meados de fevereiro saiu um edital para a AGU. Eu fui lá e me inscrevi, mesmo estando

bem atrás de tudo e de todos. Mas essa foi uma característica que eu levei sempre comigo:

nunca tive medo de prova. Fazia mesmo. Gastava o que tinha para fazer, ia de ônibus para

outros estados, dividia quarto com outros concurseiros, economizava o que podia mas não

Page 19: Roteiro de Estudos

deixava de fazer provas. O papo de que se sei que não vou passar para quê fazer nunca

colou comigo. Isso é medo de não passar, algo muito perigoso para quem faz concurso.. Ou o

pior de tudo: vergonha dos demais, vergonha de dizer que queria muito algo e não

conseguiu. É preciso trabalhar bem isso dentro de cada um. Eu pensava tb que meu nome

não sairia e que fulano e ciclano sabiam que eu estava fazendo a prova.. E daí!!??

Geralmente eles não passavam tb… E mesmo se passassem vc compete com vc mesmo e

pronto. mas se a questão realmente for um orçamento muito reduzido, escolha algumas para

fazer em locais de fácil acesso, com SP e BSB, que dá para ir de excursão, ônibus etc.

A AGU não foi o desastre como estava escrito nas estrelas. Fiz uma boa prova. Entenda que

boa prova para mim não é gabaritar não, é ter um desempenho razoável para o pouco tempo

de estudo disponível. Ao invés de deprimir por não ter passado foi o que me fez crescer e

determinar ainda mais.

ADOLESCÊNCIA

O gabarito da AGU saiu numa terça-feira pela manhã. Quando eu vi o resultado pude

observar que com quase nenhum estudo, mas com muita determinação… Quase deu certo…

Naquele mesmo dia 7/3/2006, pela manhã, comprei os seguintes livros, sem pensar,

simplesmente comprei Di Pietro, coleção completa de direito civil do Carlos Roberto

Gonçalves (não sinopse, a coleção), os 3 volumes do Alexandre Câmara, Alexandre de

Moraes, Paulo Rangel de CPP, coleção completa do Rogério Greco e mais outros livros. gastei

uma fortuna, divido tudo em algumas prestações e não quis nem saber.. Os livros chegaram

no meio do expediente e ninguém entendeu nada. naquela noite eu comecei, de verdade, a

minha jornada. Descolei um papelão gigante e montei um calendário, que ia daquele dia

7/3/2006 até 15/12/2007 (não foi adiante por falta de espaço). Foi o start. O início, o

nascimento, o começo de tudo mesmo. Foi ali que me descobri enquanto pessoa naquela

fase de vida, mesmo já tendo os meus bem vividos 30 anos. Vc na verdade está sempre se

descobrindo… Basta permitir.

Essa primeira tentativa eu segui um caminho que acabei abandonando meses depois. Eu

comecei a resumir todos os livros que falei acima. Dedicava uma semana para cada um e ia

resumindo… Primeiro lia umas pgs por dia e depois digitava o resumo. Fiz isso todos os dias,

com exceção de sábado a tarde e domingos. Esse esquema logo cansou e vi que não dava

certo. Perto da copa eu imprimi tudo e passei a ler os resumos. Senti que estava crescendo

pouco, o aprendizado era difícil.. Nem sempre o resumo realmente extrai tudo o que vc

precisa saber. Ainda, tem o problema da atualização, que na nossa área é bem

comprometedor.

Eu detesto futebol. Sempre detestei. Assim, não tive problema de estudar perfeitamente

durante a copa. Não aconselho ninguém, ninguém a deixar de assistir 90 de entretenimento

de um evento que ocorre a cada 4 anos para estudar. Eu fiz porque não gosto, só por isso.

Tenho outras formas de diversão.

Passando a copa eu vi que lendo resumos não iria adiante não. Foi quando… Não sei como

(de verdade), adotei o método que acabei levando até o fim. Eu olhei para um dos livros todo

sublinhado e questionei: porque não estudar direto da fonte!!?? Porque perder tempo

resumindo se posso somente sublinhar o que é importante, colorir todo o livro, grampear

ementas, pequenos resumos de capítulos etc? era um universo de possibilidades que se

abria para mim. Depois descobri que muita gente faz isso, eu só descobri naquela ocasião.

Page 20: Roteiro de Estudos

Assim, acabei tendo que adotar um livro de cada matéria para ser o meu “livro base”, aquele

que seria a compilação de tudo relacionado com a matéria. Como escolher o livro é um

assunto delicado. Tem muita gente que impõe certa bibliografia, dizendo que se não for por

ele vc não passa etc. Temo não concordar com essa postura. Livro bom é livro não lido, mas

entendido. Não adiante desfilar no cursinho com a literatura mais especializada se ela não

está servindo para vc. Ninguém aprende dormindo com livro não, é preciso ler e

principalmente, ENTENDER e conseguir, numa prova, demonstrar que vc sabe o que leu. Por

isso, não aconselho bibliografia, só digo o que eu usei, com base no que disse anteriormente.

Muitos vão achar que ela é ridícula (já me disseram), mas foi o que deu certo para mim.

Administrativo: josé dos santos carvalho filho. Simples, fácil de entender e direcionado para

concurso. Mas pouco profundo em várias matérias. Eu sempre estudei com o site do STJ

aberto, bem como com o bom e velho guerreiro google. Assim, fui complementando o livro e

no final ele ficou bom. Tinha a di Pietro e o Celso Antônio tb, mas não usava, só para consulta

sobre posicionamento.

Penal: ele mesmo. Isso, o capez. Para muitos um livro de estudante de 1ª fase de direito.. Eu

nunca soube penal. Em 2006 eu não diferenciava concurso material de formal. Sério, eu

nunca admiti penal na minha cabeça, achava inútil porque eu não trabalhava com isso e não

pensava em concurso… Bem, a hora da verdade chegou e eu precisava aprender. Eu comprei

o Capez vol 1 e vol 4 para leis especiais. A parte especial do Código Penal li no NUCCI,

Guilherme de Souza. Leis Penais e Processuais Comentadas. 3. ed. São Paulo: RT, 2008, p.

comentado. Foi suficiente para mim, considerando que ele aborda grande parte das questões

controvertidas da parte especial. Ainda, li muito sobre as teorias de direito do inimigo,

imputabilidade objetiva etc, em livretos ou no google mesmo. O suficiente para não ficar

calado numa eventual oral ou escrever algo em 2ª fase.

Processo Penal: o rangel foi bom. Introduziu bem uma matéria completamente estranha para

mim. Nunca tinha assistido uma audiência penal. Nunca tinha manipulado autos de uma ação

penal. Não sabia o que era alegação final, mal sabia o que seria uma denúncia formalmente.

Bem, o rangel ajudou muito, mas eu queria ir além.. Fui no PACELLI e gostei demais da conta.

Comecei a usá-lo juntamente com o Código de Processo Penal do NUCCI comentado, sempre

complementando com juris. O PACELLI é mais aprofundado, vai um pouco além, te faz pensar

traz uma visão constitucionalista da matéria. Valeu a pena. De um tabu passou a ser uma

das matérias mais fáceis e consequentemente uma das preferidas (tudo que é fácil é

melhor).

Constitucional: terrível matéria para se escolher bibliografia. Talvez a pior de todas. O

Alexandre de Moraes não vinga para concurso, é letra da CF explicada de outra forma. Fui no

Lenza e não melhorou muito. Mais voltado para concurso, mais esquematizado, mas tb fraco

em vários aspectos. Acabei ficando com ele pensando numa objetiva. Mas depois resolvi

comprar tudo que o barroso escreveu e daí a coisa foi aprofundando mais. Aconselho a

perder um pouco de tempo nessa matéria, leia bem e entenda controle de

constitucionalidade, interpretação constitucional e direitos fundamentais. Isso quase sempre

cai. Se não cair diretamente, cai indiretamente.

Tributário: não caía no TJMG, mas como eu estudava para tudo, li pelo Luciano Amaro e pelo

Hugo de Brito, este um pouco fraquinho… Depois acabei mesmo estudando pelo Amaro e

pelo Marcelo Alexandrino, aquele específico para concursos. Essa matéria não é complexa

em se tratando do nível de um concurso estadual.. MAs precisa estudar sim.

Page 21: Roteiro de Estudos

Processo civil: aqui me permita dar o único conselho: o didier seria uma boa opção. Ele não

esgota não, mas traz quase tudo, explica bem e principalmente, direciona para provas. Como

muitos compraram muitos acabaram falando dele, que seria plágio etc. Mas se vc está no

concurso o que faz diferença um plágio para vc? O importante é que o livro é bom mesmo.

Eu tinha o bom e velho HTJ ao lado para complementação e a minha grande paixão: ovídio

batista. Mas em resumo, estudava com o didier e com o marinoni (manual do processo de

conhecimento) como livros base.

Civil: O maior programa de todos. Aqui complica pela extensão da matéria. Eu não consegui

estudar nesse esquema pelo carlos roberto gonçalves (coleção). Descobri o tartuce e nele

fiquei, com exceção de sucessões que peguei o venosa (à época o tartuce não tinha lançado

ainda). O tartuce não é doutrina, pode tb ser fraco em alguns aspectos. Mas como o

programa é gigante, vc não vai conseguir estudar tudo muito bem não.

Empresarial: o ulhôa foi quase que opção obrigatória para mim, era um dos únicos que eu

conhecia mesmo. Mas ele é fraco, não esgota o tema e acaba por deixar a desejar em muita

coisa. Eu estudei títulos de crédito pelo Luiz Emidyo (algo assim, esqueci), um livrão gigante

só sobre título, mas vale a pena ler pelo menos a parte geral dele. Depois foi o ulhôa mesmo,

o própria na lei de falências comentada e umas apostilas de aulas transcritas de um

professor do rio (cláudio calo). o curso desse cara é excepcional e as aulas excelentes, acho

que ainda tenho e vou te mandar por email.

Após a escolha da bibliografia foi hora de começar com esse novo “método”. Ele é bem

simples na verdade, basicamente vc faz uma primeira leitura de todo o livro, sublinhando,

grifando mesmo, marcando da forma que vc quiser e que venha a te ajudar melhor no futuro.

Lembre-se que memória gráfica é um conceito importante para nós concurseiros e uma cor

pode fazer alguma diferença, mesmo que sutil. Eu tb marcava as páginas com julgados

quando achava interessante, quando o tema era de grande divergência (alimentos após o

divórcio, arrombamento de vidro para furta um rádio qualifica o furto? e assim por diante).

Imprimia de uma forma bem entendível e ao final ainda fazia um mínimo resumo sobre o

tema. Fiz isso centenas de vezes. Ainda, quando via uma questão de concurso sobre o tema,

marcava tb, imprimia em um pequeno frame do word e grampeava no livro. os livros foram

ficando bons e totalmente voltados para concurso. Como eu tinha muita bibliografia, eu tb

anotava o posicionamento de outros autores sobre o tema, quando possível. Veja bem que

esse método não é fácil. Demora para caramba à beça um bocado demais da conta. A

primeira leitura é difícil e vc terá que perder algum tempo com isso. depois de alguns meses

vc vai ver que valerá a pena. Material é quase tudo nos estudos. O negócio não é só estudar,

mas estudar de forma correta e direcionada. Isso é estudo direcionado, focado.

Vc tb pode complementar esses livros com apostilas de transcrição de aulas. Eu vou te

mandar algumas, mas podem estar desatualizadas. São dicas de concursos, uma aula um

pouco mais relaxada, tranquila, muito legal, um momento mais relax, sem muito

compromisso.

AMADURECIMENTO

A partir dessas leituras eu vi que estava caminhando para o que poderia chamar de rota

segura. Comecei a ver que a compreensão da matéria já não era algo tão distante da minha

realidade. Como o foco era ser juiz e penal seria o meu calcanhar de aquiles, acabei me

inscrevendo num curso rápido de dosimetria. Esse curso foi fantástico, foram 2 meses, toda

segunda-feira, ele passou prescrição e dosimetria, eu amei de verdade, levei muito a sério,

Page 22: Roteiro de Estudos

não faltei uma aula sequer, fazia todos os exercícios. Na primeira aula eu não conseguia

dosar a pena de um homicídio, depois já fazia qualquer coisa, 3, 4 agentes com 2 ou 3 crimes

cada, sem problemas.

Então comecei a rodar o brasil pelas provas, fazia prova de todo o tipo o tempo inteiro. Usava

o meu salário de tenente da marinha para pagar as despesas. Muitos, mas muitos mesmos

falavam para não fazer, que eu estava despreparado etc. Mas eu não dava bola. Um dia um

maluco me falou na 2ª fase de tocantins: quando vc passar um ou no máximo dois salários

pagam tudo que vc gastou… É verdade, pagam mesmo. Não pense em economizar em vc.

Sonho não tem preço. Se é o que vc quer vá atrás e lute por isso, não se preocupe com mais

nada, é vc com vc mesmo.

A primeira prova foi horrível. Juiz federal do trf1, nem perto de passar.. A segunda foi

procurador federal. Na primeira fase fui muito bem, mas fiquei por décimos na segunda.

A minha rotina era estudo diário. Nunca me importei com tempo de estudo mas com

qualidade de estudo. 2 horas podem significar muito mais do que 4 ou 5 horas mal

estudadas. Quando estava cansado eu dormia. Quando estava de saco cheio dava uma

parada. Eu nunca estudava full time o tempo inteiro, isso simplesmente não é saudável, não

é bom para vc ou para ninguém. Começava e depois de 40 ou 50 minutos parava. Sempre foi

assim, mesmo quando eu via que ainda dava para ir adiante… Eu parava por alguns minutos.

Depois reiniciava os estudos com a mente tranquila.

Eu dividia as matérias em grupos, tipo A era penal e processo penal, B civil e processo civil e

assim por diante. Uma semana para cada grupo. Dividia os dias para cada matéria dentro

dos grupos. Fazia isso em razão do tempo reduzido que eu tinha para estudar e

principalmente dos meus três princípios de estudo:

1) LER A MESMA COISA VÁRIAS VEZES

2) REDUZIR O INTERVALO ENTRE A LEITURA DE UM PONTO E A SUA RELEITURA

3) LER O MÁXIMO POSSÍVEL ANTES DA PROVA

O aprendizado passa por fases. No início vc entende, é um estudo de compreensão e

introdução. Depois vc passa a tentar realmente fixar o que aprendeu. para isso é

imprescindível que vc estude a mesma coisa mais de uma vez. Esqueça a lenda de que lendo

uma vez já é suficiente, Isso não é verdade. Vc precisa ler e reler a mesma coisa para poder

entender realmente o que está acontecendo. Só depois de algumas leituras é que vc irá

solidificar o suficiente para reproduzir o que sabe com perfeição perante uma banca de

concurso.

Eu segui o meu cronograma (o quadro que falei anteriormente) por meses… Sempre o segui

na verdade. Mas quando chegava uma prova objetiva eu parava tudo. 2 semanas antes eu lia

lei seca, informativos de jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça/Supremo Tribunal

Federal, súmulas e fazia provas. Só isso e nada mais. Parava com o cronograma mesmo,

colocava “GT 1ª fase TJMG", gt era uma linguagem da marinha (Grupo tarefa). Eu tinha uma

relação das principais leis que caem em concurso e só lia isso, sem parar. Repetia o CC 2x, o

Código Penal 2x, CPC e assim por diante. o mais importante é que eu lia as leis de

empresarial, O que cai nessas provas é basicamente lei seca e lendo isso vc já mata grande

Page 23: Roteiro de Estudos

parte do problema. Nos códigos voltados para a prova objetiva eu fazia o mesmo: estudava

sublinhando, riscando, colorindo o coitado do livro. Fazia esquemas e grampeava no código

(eu lembro que o quorum de votação da ltda eu só decorei assim). Eu tb imprimi todas as

provas possíveis de juiz estadual e fazia todas elas. COm isso comecei a me dar bem em

primeira fase. Não tem mistério, porque as provas são feitas para evitar recursos e a única

forma de possibilitar isso é fazendo provas com a letra da lei. Não existe forma mais

estúpida. Mas eu concordo com eles.. Se não fosse assim nenhum concurso encerraria,

seriam milhares de MS questionando tudo e todos.

Acho que já está bom agora. Mas foi isso. Depois veio a segunda fase do TJMG, que eu

mantive o esquema de estudo por grupos, mas fui intensificando… Veio a 2ª fase do TJTO,

que eu tb fiz isso. Mas nessa época me pegaram na marinha, um comandante lá não gostou

do meu avanço e tentou me quebrar. Comecei a estudar nas madrugadas e não desanimei

nem um pouco. Para a 2ª fase do tjto, que era sentença, eu fiz cerca de 47 sentença a

mão!!!! Usando o mesmo modelo de prova da CESPE, mesmo papel pautado, tudo igual,

reproduzindo o dia da prova. Fiquei muito bem colocado para a oral. Mas então o tjmg ficou

doido e resolveu me passar…

o estudo para uma oral não muda. É a mesma coisa, só que o seu nível de estresse aumenta

exponencialmente. Vc fica meio taquicárdico o tempo inteiro, não dorme muito bem, pensa

nisso o dia todo, fica fazendo contas de que alguns não vão passar e que isso pode acontecer

com vc. Pense assim: vc chegou lá. eram 5.000 ou mais e vc chegou… Vc sabe a matéria,

agora é só manter a calma, comprar uma roupa adequada, investir um pouco na oratória e

pronto. Eu falei com alguns colegas que tinham passado sobre a roupa. Para homem não tem

mistério, é só evitar a gravata do mickey, rosa etc. Terno preto, camisa branca, gravata sem

muita cor e pronto. Mulher seria um pouco mais delicado. Em SP elas brincam que tem meio

que um uniforme, brinco bem pequeno tipo pérola, terninho escuro, cabelo preso, algo assim.

Cuidado ao abrir a boca, fale com calma, mas firme. Evite o “eu acho”, “talvez”,

“hummmm”… Vc será juiz. Vai ter que decidir em audiência um bocado de coisa importante,

tem que julgar procedente ou improcedente a pretensão. Vc até pode julgar parcialmente,

mas vai ter que decidir. Na oral mostre que vc sabe o que é decidir, julgar, se posicionar. No

TJMG tem a entrevista, algo importantíssimo. Nós assinamos a posse numa mesa com mais

de 200 anos de idade. MG não é um estado qualquer, é MG. é tradição, cultura, as pessoas

aqui ainda têm valores bem conservadores, tome cuidado com o que vc fala para eles na

entrevista. Não é para mentir, mas se vc acha que casar joão com pedro não tem problema…

Guarde para vc… Vitalicie e então homolgue o pedido deles… Mas não fale isso na

entrevista! Infelizmente vc tem que se manter um pouco dentro do padrão para passar. Tb

não vá defender a pena de morte para ateus, esqueça os extremos.

Família. converse com eles. O papel deles será fundamental nessa sua jornada. Eu tenho

poucos familiares, mas tinha uma namorada, que virou noiva e agora é esposa. Ela esteve ao

meu lado a cada momento, a cada minuto. Segurou a barra, deixou de sair a noite, deixou de

ir para a praia, para sempre estar ao meu lado e é para ela que eu dedico toda a minha

aprovação, somente para ela e mais ninguém. A família dela esteve sempre comigo tb, me

ajudaram o tempo inteiro. Tente passar para eles que o seu momento de vida mudou. Que

aquele almoço de domingo das 11 às 16h não será mais possível. Que infelizmente vc não

poderá visitar a sua tia no sábado, que hj à noite vc irá estudar e não assistir novela com a

sua mãe. o seu namorado, noivo, marido tb precisa entender que vc irá mudar. Pode-se dizer

Page 24: Roteiro de Estudos

que é uma TPM quase constante para mulher, vc fica nervosa, tensa. O homem fica irritado,

chateado, descrente… mas depois vc passa e a sua vida muda da água para o vinho. Quando

vc assina uma primeira sentença de verdade vc vê que agora vc tem um emprego, que vc

faz a diferença, que tem uma posição social muito importante. Semana passada eu almocei

na casa de um velhinho que vive na porta do fórum. Para ele foi uma honra, mas para mim

foi uma honra ainda maior. As pessoas te reconhecem pelo cargo e vc precisa levar isso em

consideração. No interior é assim, o “Brasil de dentro” é diferente da capital, os valores são

outros, vc pode deixar a sua carteira aberta com dinheiro na mesa da padaria que vão lhe

devolver depois. Não ria não que vão sim, o povo é bom, trabalhador, tem *&¨%$ tb, mas é

exceção.

Acredite em vc. Acredite que será possível, que vc conseguirá e não importe o tempo. lembra

que eu falei do meu quadro? Bem, ele terminava em 15/12/2007. Eu montei esse quadro em

2006, à época eu nem pensava em fazer tjmg quanto menos passar.. Bem, o resultado do

concurso saiu em 15/12/2007. parece que o quadro montado há mais de um ano já estava

preparado para terminar ali mesmo. Foi muito emocionante quando eu realizei isso. Fiquei

olhando para o quadro e fiquei pensando sobre tudo que aconteceu.

Não esqueça da sua qualidade de vida. Tenha tempo para vc, principalmente as mulheres

tendem a ficar muito depressivas se param de se cuidar etc. Eu corria quase todos os dias,

era uma forma de manter a sanidade física e mental. Eu costumava gravar a minha própria

voz para ouvir em .mp3, isso me ajudou muito nos engarrafamentos do rj e nas corridas.

Bem, essa é a história. Vc tem o meu email e por favor, escreva sempre, sempre que vc

quiser. Qualquer dúvida, questão, qualquer coisa pode me ligar, mandar email que eu

sempre responderei.

Bons estudos!!

DEPOIMENTO ESCRITO NO CORREIOWEB, DEPOIS DA APROVAÇÃO NO TRF DA 1ª REGIÃO

(abril/2007):

Pessoal,

Estou escrevendo no CorreioWeb talvez pela última vez. Por isso, a extensão desse

depoimento – gigantesco mesmo! Na verdade, depois de mais de um ano “ligadão” em

concursos, preciso desligar um pouco. E uma das maneiras de fazer isso é diminuir a

quantidade de acessos a esse vício que todos nós concurseiros temos, o CorreioWeb. Por

isso, um desabafo final sobre essa longa jornada.

Gostaria de transmitir o que eu vivi e senti desde que resolvi estudar para valer, lá por

fevereiro ou março do ano passado.

Em 2003, eu fui aprovado para a PFN, mas confesso que foi muito mais por conta do

excelente conhecimento que eu tinha das matérias de Direito Público, especialmente

Tributário, do que qualquer outra coisa. Aliás, fiquei por um ponto na primeira fase e só

avancei no concurso porque anularam algumas questões. Foi um período complicado, um

concurso difícil, porque eu acabei indo para a segunda fase, tive as provas abertas corrigidas

e passei, mas ainda não tinha me formado. Aí, foi uma batalha para conseguir a abreviação

de curso (para quem não sabe, há uma previsão legal na Lei de Diretrizes e Bases da

Page 25: Roteiro de Estudos

Educação), mas consegui e tomei posse. Foi tanta luta que só Deus mesmo para me dar

força. Passar no concurso foi o menos complicado, confesso, perto do esforço para me formar

e para superar o indeferimento da inscrição. Tudo deu certo e o meu mandado de segurança,

graças a Deus, já transitou em julgado, se bem que agora isso não importa muito.

Em 2004, comecei a estudar para o MPF. Foram cinco meses de esforço, algo como umas

três horas por dia. Não passei nem na primeira fase. Fiz o mínimo nos grupos, mas fiquei na

média. Para ser bem honesto, hoje eu agradeço por não ter passado. Primeiro, porque

também tive que ajuizar um mandado de segurança e só fiz a prova com uma liminar. Não

agüentaria passar novamente por toda a angústia que vivi na PFN. Além disso, eu aprendi ao

longo dos anos que todos nós temos um perfil. Naquele ano mesmo de 2004, percebi que o

meu perfil não era para o Ministério Público. É uma carreira muito bonita, mas seria quase

como me colocar para trabalhar em um pronto socorro. Por mais que o trabalho seja

abençoado ali, não é a minha área. E a gente não dá o melhor de si quando está fora do

próprio contexto.

Mas, a lição mais importante daquele concurso foi ver que eu tinha estudado errado. Fiquei

lendo grandes livros de doutrina, tentando captar o pensamento dos mestres e dos

renomados escritores. Quando chegou na hora da prova, muita coisa eu não tinha visto.

Parei de estudar, porque veio a questão dos três anos e eu tinha prometido para mim mesmo

que nunca mais faria um concurso com base em uma liminar. Além disso, percebi que de vez

em quando a gente precisa dar um passo atrás para seguir em diante – com o perdão da

frase batida. Concentrei-me mais no trabalho, no casamento e esqueci os livros.

No final de 2005, eu já sabia que o meu destino era novamente encarar os estudos, porque

eu tinha uma meta a atingir. Estranho que, quando eu era pequeno, repudiava a

possibilidade de ser funcionário público. Mas, sempre dizia que se um dia eu fosse um, seria

um juiz. Só fui me lembrar disso muitos anos depois... Bem, mas eu virei um funcionário

público com 19 anos, nunca trabalhei na iniciativa privada e ainda não tinha conseguido

chegar aonde eu previra quando adolescente.

Entrei em 2006 decidido a estudar. Deixei minhas aulas no cursinho, meu xodó que eram as

aulas na especialização, racionalizei meu trabalho, deixei de auxiliar em um setor na PFN que

era uma maravilha de local para trabalhar e fiquei apenas com as minhas comarcas e varas

federais. Minha esposa entendeu que era hora e me deu muito apoio, o que foi fundamental.

No final de fevereiro do ano passado, comecei a estudar, mas só engrenei mesmo em

meados de março de 2006.

Eu sempre gosto de tirar lição das coisas. E a lição que eu tirei do concurso de 2004 do MPF

foi que eu tinha estudado errado. Minha maneira de aprender não era lendo aqueles livrões.

Lembrei-me do vestibular na USP, como eu tinha me preparado: começando pelo básico de

cada uma das matérias, concentrando-me nas aulas desde o primeiro dia e, principalmente,

fazendo muitos exercícios.

Mais do que isso, lembrei-me do Robson, professor do IBET que um dia falou uma obviedade

nunca antes por mim percebida. É possível ser médico sem analisar diretamente um corpo

humano? Aprende-se medicina sem dissecar diretamente o objeto de estudo da área, ou

seja, o corpo humano? Não! Então, como aprender direito sem tomar contato direto com as

leis? Ler livros e mais livros doutrinários sem nunca ter lido completamente o Código Civil?

Aprender pelo que os outros dizem das leis, sem raciocinar diretamente sobre elas?

Enfim, formulei um sistema inicial de estudo baseado na leitura da legislação seca. Chato,

cansativo, mas a gente se acostuma. E vai percebendo que pode formular idéias próprias

sobre Direito Civil, Constitucional, etc. Não precisa ficar só nessa de “tal autor disse isso”,

aquele disse aquilo... Não, se você lê a lei, aprende a analisá-la diretamente. Também

comecei a fazer exercícios fechados, provas objetivas. Ora, se eu não tinha passado nem na

primeira fase do MPF, era porque eu não sabia lidar direito com aquelas provas.

Li toda a legislação seca. Fiz muitas e muitas questões fechadas. Pegava as provas nos sites

Page 26: Roteiro de Estudos

da OAB, que são uma excelente fonte. Todo ano, há três exames da OAB. E há OAB em todos

os Estados, quase todas fazendo provas diferentes. Assim, eu tinha um sem número de

provas atualizadíssimas para fazer. Procurei também em sites de concursos, fiz provas

fechadas do MP, da PFN, AGU e muitas da magistratura, especialmente da federal. Percebi

que as questões se repetem. Há assuntos que estão mais na moda e acabam caindo na

maioria das provas.

Não esperei estar bom de matéria para fazer as questões. Fazia uma prova hoje, não sabia

tudo, mas aquela questão que eu tinha errado piscava na memória quando eu lia a lei seca

sobre o assunto, ou então resumos.

Isso, resumos. Tem gente que torce o nariz para eles. Mas são importantes, porque dão uma

idéia geral sobre a matéria, dão noção de conjunto. Quem pode conhecer tudo sobre os

dedos da mão se não tem idéia de que o corpo humano é feito de cabeça, tronco, dois braços

e duas pernas? Tem gente que sabe detalhes sobre cada um dos ossos da mão, mas não

sabe que na cabeça tem cabelo. Enfim, resumo é muito importante para dar uma idéia geral.

Assim, terceiro ponto do estudo: resumos. Quais? De colegas que chegaram às provas orais,

sinopses, etc. Há resumos para todos os tipos e gostos.

Quarto ponto: eu tinha sentido uma tremenda falta de conhecer a jurisprudência, isso na

prova do MPF. Mas não era aquele julgamento recente do STF que só quem lê diariamente as

notícias de lá sabe. Falo de súmulas mesmo. 50% da jurisprudência cobrada em provas sai

das súmulas do STJ e do STF. Então, eu li as súmulas do STJ e do STF. Li uma vez. Li duas. Li

três. Por fim, estava quase decorando.

E aqui vai outra dica, dada pelo meu professor Aguinaldo Allemar, de Direito Internacional: se

você for ler uma lei ou algo similar para concurso, leia sempre na mesma fonte. Se estiver

lendo as súmulas do STJ, leia sempre do mesmo livro ou impresso, porque a memória da

gente funciona de forma fotográfica. Às vezes, o conteúdo não está tão claro, mas você

resgata a imagem daquele escrito e o conteúdo aparece.

Até agora, nada de doutrina. Mas, eu sentia falta de algumas coisas muito teóricas. Por isso,

rendi-me e peguei um livro de doutrina: Direito Penal – Parte Geral. Autor: Fernando Capez.

“Ah, mas esse livro não presta, tem tal autor muito melhor, tem aquele outro... “ – muita

gente poderia dizer. Mas, para concurso é melhor você pegar um autor que dá uma boa

repassada no geral, com linguagem fácil, que expõe as idéias dos outros autores, do que um

doutrinador puro, que traz idéias novas. Estes são essenciais para o Direito, são eles que

renovam essa ciência tão bonita, mas não são tão eficientes para concurso. Li Capez mesmo,

só a parte geral. Uma vez, duas vezes. Algumas partes, três vezes, até eu entender que *&¨

%$ era aquela de teoria do crime, o que era uma concausa superveniente relativamente

independente. Enfim, esses “entes” da vida que não entram na cabeça da gente.

Li também o livro do Alexandre Moraes, de Constitucional. Dane-se se outros autores são

melhores, eu queria ler aquele e pronto. Livro não é só o melhor que a gente tem que ler,

mas o que tem a linguagem mais digerível para cada um.

Processo Penal? Não lembro de ter lido nenhum doutrinador. Fiquei com o livro do Pacelli na

minha mão e não consegui abri-lo até agora. Depois da maratona de concursos, talvez eu o

abra para o exercício da minha profissão. Mas não dava tempo.

Direito Civil? Sim, eu fui à doutrina, apesar de sempre entender que Direito Civil se aprende

lendo o código. Li Fiúza, aquele resumão. Sim, todo o Direito Civil em menos de 1000

páginas! Fazer o quê? Não dá para ler Caio Mário, o tempo é curto. Pensei: no dia em que eu

precisar no meu trabalho, vou aos grandes nomes da doutrina, para consultar assuntos

específicos. Mas agora não tenho tempo.

Processo Civil? Li o Curso Didático de Processo Civil, do Elpídio Donizetti. Todo o Processo

Civil em menos de 1000 páginas. O Elpídio é um craque dos concursos e o livro dele não traz

nada de doutrinador, mas tem cada esquema gráfico! Tem cada síntese! A maioria o jogaria

no lixo, de forma preconceituosa, mas eu li o livro dele. E gostei. Consegui ter uma noção

Page 27: Roteiro de Estudos

geral do que é o Processo Civil.

Ambiental? Não li nenhum livro, só resumos.

Previdenciário? Depois de algum tempo, fui ler o livro do Marcelo Leonardo Tavares, porque

eu era muito fraco na parte de benefícios. Como ele é juiz federal, escreve o que vive na

prática. Ideal para a prova de sentença. Mas só li depois da primeira fase.

Tributário? Não li nada. Depois de oito anos da Receita Federal, três na PFN, aulas em

cursinhos, aulas na pós-graduação, especialização na matéria, em ao menos uma eu tinha

que me dar o luxo de não estudar. Mas li o CTN seco, só por garantia.

Administrativo: só resumos. Eu li algumas partes do livro do Celso Antônio Bandeira de Mello,

mas pequenas. Ele é fantástico, um autor maravilhoso. Mas, sinceramente, eu também não

tinha tempo para uma obra de tal porte. Tinha no armário também o Carvalho Filho, talvez a

melhor para concursos, mas novamente a falta de tempo não me permitiu.

A vida é assim mesmo. Eu tinha que trabalhar na PFN, levar o serviço com responsabilidade e

também tinha um lar para dar atenção. Então, tive que fazer uma escolha. E a minha escolha

foi deixar a leitura de grandes obras de lado, exceto o que eu falei acima.

No começo do ano passado, quando tinha iniciado os estudos, apareceu o concurso para a

magistratura do Estado de Goiás. Resolvi fazer, porque a gente só se sente estimulado para

os estudos se tiver uma meta em vista. Pensei: se o concurso andar muito rápido e eu tiver a

felicidade de avançar, talvez não tenha os três anos na inscrição definitiva. Mas, e daí? Eu

terei pegado o ritmo das provas objetivas, das abertas e das sentenças. Fiz a inscrição.

Levei o estudo com lei seca, súmulas, alguns informativos de jurisprudência, alguns resumos

e um zilhão de questões fechadas até fazer a primeira fase em Goiás, no começo de junho.

Três meses de estudo intensivo, adotando esse novo método. Ao sair da prova, percebi que

meu estudo tinha funcionado. Muita coisa era lei seca, súmulas.

Na semana seguinte à prova em Goiás, mudei a forma de estudar. Eu já tinha lido toda a

legislação e estava cansado das súmulas. Quanto aos resumos, estava levando bem. Então,

pensei: o que eu vou fazer na segunda fase? Responder questões abertas. Ora, façamos

questões abertas!

Foi a minha salvação. Tudo o que eu não tinha visto na doutrina, consegui assimilar fazendo

as questões abertas. Bem, tudo não. Mas quase tudo.

“Quais os princípios contratuais do novo Código Civil e qual a mudança de paradigma em

relação ao Código de 1916?”

Isso não estava nos códigos e nas leis secas. Também não estava nas súmulas. Talvez

estivesse no livro do Fiúza, mas não memorizei. Então, eu olhava uma questão como essa,

abria um livro de doutrina e lia rapidamente sobre o tema. Ou simplesmente digitava alguns

termos no Google e ia direto para um artigo doutrinário sobre aquilo.

Onde eu pegava as questões? Principalmente nos sites de tribunais. E, como a minha meta

era a magistratura federal, decidi resolver tudo quanto era questão de prova aberta dos

concursos para juiz federal. Assim fiz. Mais do que isso, concentrei-me na doutrina do tribunal

para o qual eu queria prestar definitivamente: o TRF da 1ª Região. “O juiz pode dar uma

liminar para uma empresa de ônibus continuar atuando, até que seja feita a licitação?” –

perguntava o TRF da 4ª Região em algum concurso. “Deixa eu ver o que o TRF da 1ª Região

pensa sobre isso” – eu pensava.

Fiz isso em junho e até meados de julho. No final desse mês, eu teria a primeira fase do TRF

da 5ª Região e precisava voltar aos estudos para a 1ª fase. Retornei então e reli algumas

partes mais importantes da lei seca, reli as súmulas e fiz mais uma batelada de questões

fechadas. O interessante é que a prova do TRF da 5ª Região, na primeira fase, cobrou muita

lei seca e jurisprudência, várias sumuladas. Eu sabia exatamente onde estava cada coisa na

legislação e, diante da possibilidade de consulta, não perdia tempo: ia diretamente ao ponto.

Senti um pouco de dificuldade porque não tinha lido todos os informativos do STF e do STJ e

isso me causou algum prejuízo. Mas nada para me tirar dos aprovados para a segunda fase.

Page 28: Roteiro de Estudos

É, mas nesse meio tinha justamente a segunda fase de Goiás, em meados de setembro, se a

minha memória não falha.

Outra coisa: logo que eu acabasse a prova no TRF da 5ª Região, no final de julho, iria viajar

com um amigo para os Andes, mas a Varig quebrou uma semana antes e a viagem foi

cancelada... Ah, se eu soubesse que aquele cancelamento de viagem seria crucial para a

minha aprovação no TRF 5ª, por me dar mais alguns dias de estudo... Coisas de Deus, que a

gente só percebe com o tempo. Ele age de determinada forma que às vezes condenamos,

até entendermos que tudo tem suas razões.

Enfim, comecei agosto sem viajar. E, com duas segundas fases em vista: Goiás e TRF 5ª. Este

último, com sentenças e questões abertas. Em Goiás, só questões abertas. Pois bem, eu já

tinha feito muitos exercícios, mas poucas sentenças. Aliás, quase nenhuma. Comprei então

dois livros: 1) Sentença Criminal, de Adauto Dias Tristão; 2) Redigindo a Sentença, do mineiro

Elpídio Donizetti (eu tinha que prestigiar o conterrâneo do meu pai, triangulino como eu).

Livros de sentença são importantes para você perceber detalhes. Condenação em custas,

estrutura da sentença, relatório, etc. Quem é analista ou juiz não precisa disso. Mas, para

quem nunca redigiu uma sentença, é fundamental. Gostei dos dois livros. Quem ensina a

fazer sentença é a prática, mas eles dão um caminho.

Pois bem, se é a prática, então vamos às sentenças! Passei agosto fazendo sentenças de

concursos para juiz federal, especialmente da 1ª, 4ª e 5ª regiões. Fiz quase todas desses

concursos que encontrei. Sempre me baseando na jurisprudência do TRF 1ª, STJ e STF. Em

agosto, também fiz mais umas questões abertas.

Nesse meio tempo, vi novamente que Deus faz as coisas de um gente muito especial. Em

julho, eu estava atolado de trabalho, na chefia da Seccional da PFN da minha cidade, mas

uma colega entrou na minha sala desesperada com a quantidade de processos que ela tinha.

Ela estava maluca mesmo! Disse que daria o aumento que teríamos na PFN para quem a

ajudasse. Eu sorri, pensando comigo mesmo: caramba, era só o que me faltava! Atolado de

trabalho, estudando para concurso e ainda tendo que ajudar...

Aí eu pensei que eu estava errado. Ajudá-la ia me custar muito pouco tempo, porque eram

processos de execução fiscal que eu conhecia bem. E ela era muito bacana, uma pessoa nota

dez... Peguei uma pilha de processos e a ajudei. Duas semanas depois, ela me chamou à sala

dela. Queria me pagar pela ajuda, queria me dar o aumento dela. Aquilo me assustou de um

tanto que ninguém imagina! Nunca mais duvidaria de nada que ela falasse... Mas, não

poderia aceitar o pagamento. Eu tinha ajudado porque quis ajudar. Só isso. Para ser sincero,

nem tinha imaginado que ela estava falando sério quando disse que daria seu aumento para

quem ajudasse...

Recusei, educadamente.

Uma semana antes da segunda fase do TRF da 5ª Região, cheguei ao trabalho e encontrei

um livro sobre a minha mesa. Tinha um recado da minha amiga, algo como “para não dizer

que não te agradeci de alguma forma, um livro para você”. Era um livro sobre as recentes

alterações do Processo Civil, do Carreira Alvim (sim, dele!). “Bem, acho que não é demais

aceitar esse livro como agradecimento” – pensei. Pena que o concurso estava tão perto...

Peguei o ônibus para Brasília, já que o avião para Recife sairia de lá. Na viagem, resolvi ler o

livro ganhado. Li muitas páginas, mas não todas. Parei logo depois de um tema interessante,

sobre julgamentos colegiados. Eu já tinha atuado junto ao Conselho de Contribuintes, mas

nunca tinha pensando em como se resolveria um caso quando os julgadores divergissem,

indo cada um para um lado. E o livro trazia os métodos e técnicas de desempate em

julgamentos colegiados, reproduzindo lição de Barbosa Moreira. Cheguei a Brasília e

comentei com o meu pai sobre aquilo, perguntando se no trabalho dele aplicavam algum dos

métodos.

Fui para Recife. Primeira prova: uma dissertação valendo 60% e quatro questões valendo os

outros 40% da prova. Tema da dissertação: voto médio e técnicas e métodos de desempate

Page 29: Roteiro de Estudos

em julgamentos colegiados.

Deus colocou aquele livro na minha mão. Deus me fez parar a leitura apenas quando cheguei

à parte que falava sobre o tema. Mais do que isso, algo que eu só descobri mais tarde: eu

tinha parado de ler os informativos do STF em uma edição não tão recente. E a penúltima

decisão do último informativo do STF que eu li falava justamente do tema cobrado em uma

das questões abertas. Em resumo, Deus pegou na minha mão e disse: meu filho, faz essa

prova aí direito que eu estou do seu lado!

No dia seguinte, no TRF 5ª, prova de sentença. Uma de previdenciário (como cai) e outra de

penal. Na de previdenciário, adotei uma linha diferente de praticamente todo mundo. Se não

fosse a estrutura boa, além de todo o resto, teria dançado. Aliás, tirei uma nota baixa, mas

suficiente para, juntando com a nota da sentença de penal, chegar às provas orais.

Aí, percebi algo de provas de sentença. Aliás, algumas coisas: 1) o treinamento de sentenças

funciona; 2) saiba jurisprudência federal, se quiser fazer para juiz federal; 3) seja conciso,

claro, sem enrolação; 4) acima de tudo, seja rápido e termine a sentença. Rascunho não dá

para fazer.

Bem, setembro chegou e tinha a primeira fase do TRF da 1ª Região, meu tão sonhado

concurso. Antes, fiz as provas abertas de Goiás. Foram quatro dias. Na manhã de cada uma,

relia as questões abertas que eu tinha respondido. Das 20 questões cobradas nos quatro

dias, acho que 40% eu reli em cada manhã. Estavam nos meus impressos, nas questões

abertas que eu mesmo respondera, e aquilo ajudou muito na hora da resolução.

Primeira fase do TRF 1ª... Lição vital para concursos: durma bem na véspera. Dúvida cruel da

minha vida: qual a razão dos pernilongos existirem nesse mundo? Não polinizam nada, não

servem para nada. E ainda atrapalham a gente a dormir na véspera do concurso.

Mas, eu estava preparado...

Abri a prova e tomei um susto. Nessa hora, senti falta da doutrina, porque a prova foi

absurdamente doutrinária em algumas matérias. Resultado: não fiz o mínimo. Pior de tudo:

fiquei por uma questão. Tragédia maior: a questão que faltou foi uma que eu errei ao marcar

o gabarito, talvez a mais fácil da prova. Enfim, por errar a marcação do gabarito em um

questão, eu tinha dançado.

Deixei de lado o TRF 1ª Região. Nem o livro do Desembargador João Batista, que eu tinha

comprado em julho, li. Nem para a primeira fase e muito menos agora, que eu tinha dançado.

Nesse meio tempo, fui aprovado na segunda fase em Goiás e fiz as provas de sentença.

Concurso bom, honesto, sem pegadinhas. Sentenças boas, casos práticos, completas, mas

sem surpresas.

Falando em surpresa, pouco antes da data marcada para a segunda fase do TRF da 1ª

Região, divulgam o resultado dos recursos. Anularam questões e eu tinha ido para a segunda

fase...

Eu tinha uma semana para fazer duas coisas: preparar-me para as orais de Goiás, que seriam

no dia seguinte ao TRF da 1ª Região, ou me preparar para a segunda fase do TRF 1ª Região.

Como o meu sonho era este último, resolvi arriscar. Mas, eu tinha apenas uma semana...

Dediquei-me então naqueles dias a analisar as decisões dos três desembargadores da banca

relativas aos últimos 12 meses. Fiz um dossiê sobre o pensamento de cada um. Vi um caso

complicado que o Desemb. Tourinho tinha decidido, um acórdão de mais de 80 páginas que

me chamou a atenção. Dediquei-me ao Desemb. Tolentino também. Eu tinha feito uma

análise de todos os concursos do TRF da 1ª Região, do que tinham cobrado nas sentenças

cíveis de cada um. Eu sabia que a chance era muito grande da sentença não ser de

Administrativo, pois já tinham caído muitas sentenças dessa matéria. Então sobrava o

Desemb. Tolentino. Ele decidia basicamente questões de tributário e previdenciário. Mas

tributário já tinha caído. Faltava custeio previdenciário. Apostei cegamente que cairia

custeio, vi decisões do examinador nessa matéria.

Page 30: Roteiro de Estudos

Segunda fase do TRF 1ª, sentença cível. Tema: custeio previdenciário. Fiz a prova com

tranqüilidade.

Segunda fase do TRF 2ª: sentença penal. Tema: crimes federais, em um longo e extenso caso

parecido com... o acórdão de mais de 80 páginas que o Desemb. Tourinho tinha redigido e eu

tinha lido com atenção. Uma sentença extensa, muito bem criada, com temas novos e

interessantes. Não foi porque eu tinha lido sobre o assunto, mas confesso que foi realmente

uma proposição de sentença digna de um concurso para juiz federal. Criativa, completa,

atual.

Só as questões é que me pegaram pelo pé. Eu não tinha lido o livro do Desemb. João Batista,

apesar de estar com ele desde julho! Mas, eu sabia as linhas gerais das idéias do

Desembargador. Não que ele tenha exigido o pensamento dele, porque em uma questão eu

dissenti quase que totalmente e não saí mal. Resumindo: não é porque eu passei, mas a

banca, na minha opinião, foi muito honesta e correta.

Início de novembro. Saí correndo (literalmente) do TRF 1ª e fui fazer as orais em Goiás.

Nunca tinha feito uma prova dessas. Respirei fundo e pensei: o maior inimigo meu aqui sou

eu mesmo e meu descontrole. Então, é só manter a calma.

Mantive. Passei. Graças a Deus!

Daí para frente, foi só estudo para as provas orais, porque eu fiz TRF 5ª e TRF 1ª. Aprendi

que prova oral depende do seu conhecimento, mas o essencial é manter a calma. Sem ela,

você impede a sua memória de funcionar. E, acredite em mim, a memória não te deixa só

nessas horas. O que você estudou vem à mente, é só ter calma.

Meu estudo para a prova oral se resumiu basicamente à leitura dos resumos que as turmas

(também ajudei) prepararam para as orais. Tais resumos são como ouro. Lê-los consome um

tempão, mas dá uma base boa para as orais. Em algumas matérias, especialmente na

véspera, dei uma olhada também na lei seca. Civil e Comercial costumam cobrar muito lei

seca. Constitucional, dependendo da parte que for sorteada no ponto, também cai.

Estressei-me muito com o estudo para as orais. No TRF 5ª, eu estava no meu limite. Graças a

Deus, consegui seguir adiante e fazer uma prova com calma.

Aliás, dois pontos importantes. Pensando em como estudar para as provas orais, vi que tinha

que praticar. Mas como? Como eu faria isso? Minha esposa não era formada na área, não

teria como. Pensei então em aproveitar a tecnologia disponível. Sim, o Skype! Convidei

colegas e montamos um grupo de sabatinas semanais, três vezes, um sabatinando o outro,

ao vivo, pelo Skype. O Marcos Garapa, anjo de todos os que fizeram a oral do TRF 1ª Região,

foi um dos colegas. Ajudou-me bastante, com sua experiência em provas orais. Vários outros

participaram, pessoas com quem fiz bons contatos e amizades. Treinar pelo Skype foi uma

saída muito produtiva.

Último ponto: para o TRF 1ª, finalmente li o livro do Desemb. João Batista. Ao contrário do

que alguns disseram, é um livro muito bom, inovador. Gostei, sem “puxa-saquismo”. É bom

ver idéias novas.

Fiz as provas do TRF 5ª e TRF 1ª e passei.

Foi isso. Todo mundo me pergunta como é que eu fiz para passar em um concurso para juiz

estadual e dois para juiz federal, em um ano de estudo. A resposta está aí acima. Escrever

tudo isso foi até um desabafo, a última cena do último ato dessa peça chamada concurso.

Resumindo meu estudo, ele se baseou na resolução de questões fechadas, abertas e

sentenças. Não fiz cursinho, não li grandes obras de doutrinadores famosos. Não foi por

desprezo. Foi por falta de tempo, foi porque não consigo absorver muito lendo um livrão.

Agora, vou recorrer aos grandes nomes para lidar com os casos práticos da magistratura

federal.

Esse método de estudo funcionou muito bem para mim. Tenho colegas, porém, como o

Eduardo Nunes, que se concentraram na leitura de obras doutrinárias e foram até melhor do

que eu.

Page 31: Roteiro de Estudos

O que eu quero dizer, por fim, é que cada um tem que achar o seu próprio método de estudo.

Se de um jeito não está dando certo, como ocorreu comigo em 2004, tente outro método.

Mas não desista. Siga em frente. Há um certo momento na vida de cada concurseiro que diz

se ele vai passar ou não. É aquele momento em que dá vontade de largar tudo, de queimar

os livros, de chutar o balde. Quem atravessa esse momento, está destinado a passar, mais

dia, menos dia. Nossa mente cansa antes do corpo – li isso uma vez. Se você dominar a

mente, seu corpo consegue ir além nos estudos.

É isso. Um abraço a todos. Depois desse relato, que talvez seja o maior já escrito aqui no

CorreioWeb, encerro a minha participação. Peço desculpas pelos eventuais erros de

português, é que escrevi de uma vez, um desabafo, sem corrigir. Para quem quiser trocar

alguma idéia, mantenho meu e-mail: “[email protected]”. E também

mantenho o meu caderno de questões abertas na internet: “http://www.dedodeprosa.com”

Um abraço a todos e muito obrigado por esse tempo de convivência. Fiz muitos amigos nessa

jornada de estudos, amigos que não esquecerei jamais.

Triangulino

(sim, é porque eu sou do Triângulo Mineiro)

Fonte:

Texto da despedida

Oi colegas!

Pensei muito sobre escrever ou não. Na verdade quando li o tópico, pensei: uma boa dica é

não esquecer de colocar que julga antecipadamente a lide!

vocês não devem ter entendido nada, mas eu explico!

apesar de algumas pessoas pensarem que "como" livros, comecei, mesmo, estudando em

2006. no fundo meu sonho era a magistratura estadual, mas nem ousava dizer! então fui

fazendo trf's, tre's da vida...

sempre me dava mal em matérias não jurídicas.

então no início de 2007 teve um concurso pra magistratura estadual num estado vizinho ao

meu, minha santa mãe me pediu pra fazer, e eu cá comigo pensei: não passo nem pra

analista (entendam que não estou desmerecendo nenhuma profissão, Deus sabe como eu

queria ter sido chamada em algum deles!). Continuando... diante da insistência de minha

família e já no último dia, fiz a dita inscrição. passei na 1ª fase com a 5ª maior nota. reprovei

na 2ª pois não soube controlar meu nervosismo, nem administrar o tempo que tinha (algo

como 5h para 25 questões).

parei por quase um ano até que pensei: mas poxa, eu posso!

voltei com tudo em 2008. comecei a ser aprovada nas provas mais difíceis da área estadual,

provas do CESPE que nem o número mínimo de vagas pra outra fase preenchia!

foi quando cheguei na última fase de um concurso. este concurso ficou parado por muito

tempo, e só veio terminar agora.

fiz a última prova (cespe), de sentença. passei na penal e na cível reprovei mesmo porque

não coloquei "Verifico que o feito não demanda maior produção de provas, comportando

julgamento imediato, conforme artigo 330, I, CPC". Ao invés disso, após o relatório coloquei:

"tudo visto e ponderado, passo a decidir". Essa pequena frase me faria estar no curso de

formação!

me desestabilizei totalmente. minha família também. sinto que vou recomeçar tudo! e ainda

sinto que não sei se consigo de novo!

Page 32: Roteiro de Estudos

então, ao ver vcs postando, pensei que pelo menos esse meu fato poderia um dia salvar

alguém! eu achava que era óbvio que tava julgando antecipado! não sabia que poderia

custar os 1,25 que me reprovaram!

não quero desanimar ninguém, não mesmo! por mim todos os vocacionados conseguiriam

seus objetivos, e acho que Deus proverá nesse sentido. Só queria dizer o que comecei

dizendo, num eufemismo!

bem, desculpem o relatório. espero que persistam e sejam logo juízes, se for para o bem de

cada um. Aprendi a repetir "Jesus, eu confio em ti". e agora aguardo o resultado de um

recomeço.

ao colega que tá na 2ª fase, não sei qual é a banca, mas trabalhe bem o tempo com as

questões! e normalmente assuntos polêmicos caem mais! você conseguirá! não dê ouvidos a

quem diz o contrário! aprendi que só a árvore que produz frutos se vê apedrejada!

à colega que perguntou como ler jurisprudência eu diria que, simplesmente, leia! no início a

pessoa não entende nada mesmo! aliás, eu hoje não entendo algumas partes que não me

interessam, como previdenciário! até pulo! então leia, leia e vá lendo. se cadastre no STJ e

no STF pra receber os informativos toda semana, vc se acostuma. logo entenderá, e qualquer

coisa, vá marcando porque aí vc revisa depois no todo, e como o colega falou, ter uma noção

da matéria ajuda!

Ufa! to esgotada. não gosto de falar sobre isso, mas senti que aqui deveria.

espero que para alguém, em algum lugar, eu tenha sido útil! se tivesse lido em algum

espelho que vc deve dizer que tá julgando antecipado! então pelo menos agora vocẽs

sabem!

não vim me lamentar!

e saibam também que de tudo eu aprendi que a gente tá exatamente onde deveria. por

alguma razão isso me ocorreu!

abçs, e fiquem com Deus, sempre.

William Douglas

William Douglas é juiz federal com mestrado em Direito e pós-graduação em Políticas Públicas e Governo. Atua também como professor em cursos de extensão em Direito e preparatórios para concursos. É autor de vários livros com dicas para passar em concursos públicos.

ÁGUIA OU GALINHA. QUE TIPO DE CONCURSEIRO É VOCÊ?

Prezado amigos,

É com grande alegria que trago boas novas: Na quarta-feira, dia 12/03/2008, foi aprovado o Orçamento Geral da União para o ano de 2008. Com isto, a União está autorizada a contratar, ao longo deste ano, até 56.348 funcionários. São 40.032 vagas no Poder Executivo, 12.604 no Judiciário, 2.295 no Ministério Público e 1.417 no Legislativo.

Certamente, este era o pontapé inicial que faltava para que novos concursos em âmbito nacional começassem a surgir, o que, efetivamente, já aconteceu no dia seguinte à aprovação. Sem dúvida, o ano de 2008 promete ser muito promissor, por isto, vale a dica: comece a se preparar a partir de já!

Dois grandes teólogos escreveram livros com o tema a águia e a galinha, cada qual com lições distintas e muito interessantes: Frei Leonardo Boff (Ed. Vozes) e o pastor Jorge MLinhares (Ed. Getsêmani). Vou me valer de textos do segundo (LINHARES, Jorge. Águia ou Galinha? 27ª Ed. Belo Horizonte: Editora Getsêmani, Ltda. 2005. pp. 38-52), e em seguida comparar suas lições com o concurso público, convidando o leitor a descobrir-se "águia" ou "galinha"...

"Galinha é caça. Águia é caçadora." Você olha a matéria, os livros, as provas como alguém

Page 33: Roteiro de Estudos

que vai lhe destruir... ou como algo que você vai caçar e vencer? "Galinha tem olhos laterais. A águia, não. Seus olhos são frontais." Animais que caçam (ao invés de serem caçados) olham para frente, para focar o que desejam.

Concursandos que ficam olhando demais para os lados, para os prazeres excessivos, para os problemas... não focam. Águias e ocomiseração não combina bem com a águia." E você, amigo, está esperando piedade alheia ou prefere reunir suas forçar para ir em busca do sonho?

"Galinha se alimenta de milho e restos. A águia, do alto, seleciona a presa, e desce como uma flecha sobre ela." Aqui vale o cuidado com a qualidade dos cursos que faz e dos livros ou apostilas que lê. Não se "alimente" de coisa ruim, pois faz mal! Isto também vale para suas conversas e companhias, para os programas de TV que assiste e tudo o mais que influencie sua mente e sua preparação. O lazer é essencial, mas um bom lazer.

Se você se negar a ter uma visão e um comportamento limitados como os de uma galinha, pode ter certeza que terá o melhor desta terra. Mas ainda há mais: "O ninho de galinha é feito de pena e capim. Da águia também. Mas sob o capim e as penas, retiradas do próprio peito, a águia coloca uma camada de espinhos."

Às vezes é preciso ter, ou ao menos se lembrar, dos "espinhos" para que não nos acomodemos e para que levantemos vôo. São os espinhos da vida, as necessidades, as contas, que algumas vezes nos impulsionam para a vitória. Não é raro ver pessoas com tudo a favor não passarem... talvez por falta de espinhos no ninho, e pessoas com "espinhos" conseguirem passar nos concursos. Não sei se os espinhos são as contas, doença, separação ou o que for, mas espinhos não são limitadores para as águias.

A galinha aceita ficar presa, a águia não. Algumas pessoas aceitam uma situação de "prisão", limitadora, enquanto outras ousam melhorar de vida. A galinha faz seu ninho ao nível do chão, sem pensar alto, coisa que uma águia não imagina. Ela voa, pensa e aninhase no alto, que é para onde se dirige sempre.

Enquanto há várias espécies de galinha, temos na águia uma espécie rara. Concursandos organizados, estudiosos e que fazem o que é o certo, são raros... e são os que passam, mais cedo ou mais tarde.

A diferença não é o que acontece com a águia ou com a galinha, mas como essas duas aves reagem ao que acontece com elas, como elas encaram sua existência e como lidam com ninhos, espinhos, alimentação, desafios etc. Por isso elas são tão diferentes.

O livro de Obadias, na Bíblia, diz "Se te remontares como a águia, e puseres o teu ninho entre as estrelas..." (Capítulo 1, verso 4.). Este é o desafio: não importa como você foi até hoje, mas sim que se "remonte" como águia, que é o que você já é ou pode vir a ser. Para ser um concurseiro-águia, basta pensar e agir como um, pois "somos o que pensamos e fazemos".

Ponha seu "ninho" entre as estrelas: você merece.

também prefiro o Damásio mil vezes.

Conheço um juiz que passou fazendo o anual do Damásio, por duas vezes seguidas.

Conheço uma promotora que passou com o cursinho do LFG, a principal ferramenta dela eram os cadernos, vários cadernos, anotava tudo.

Mas conheço uma outra promotora que passou pelo cursinho do Damásio.

Então vai de gosto. Os dois são bons. Eu já assisti aula nos dois.

Acho o LFG pouco profissional, bagunçado, professores suando dando aula.

Os professores do Damásio adoro, dão aula de terno, são mais sérios. Fazem quase nenhuma piadinha. Falam mesmo é da matéria.

Eu gosto da postura mais séria. E no Damásio tem curso específico para magistratura

Page 34: Roteiro de Estudos

estadual, no LFG não tem, só tem o geral.

E aqui na minha cidade Damásio é mais barato que LFG.

Mas LFG está na moda, as salas estão superlotadas em todas as franquias.

Não suporto o prof. Luiz Flávio Gomes, acho-o muito metido. E sem muita didática.

Já o prof. Damásio admiro.

Então vai de cada um. Gosto.

Assista uma semana de aula grátis em cada, e veja o que te agrada mais!

Vou te contar apenas experiências pessoais. Eu comprei o curso por DVD do Flávio Monteiro em 2008. em 2008 eu estava empolgado pra estudar mas não tinha pegado muito o jeito. Assisti poucas aulas, minha mulher ficou 03 meses fora fazendo um curso e eu fiquei com minha filha. Enfim, não deu pra estudar direito. Mas eu assisti algumas aulas e entrei 2009 com vontade de passar. Em janeiro nasceu meu segundo filho. Foi então que aconteceu algo que me animou muito. Peguei 02 provas Ministério Público/AC e MAG/SP. Tinha acabado de estudar as alterações que ocorreram no CPP. Peguei a prova do Ministério Público/AC e....surpresa. praticamente gabaritei a prova de processo penal. A prova de proc civil da MAG de SP caiu o que eu gostava e certamente teria me dado bem em processo. Foi então que eu percebi que fazer provas não é o fim do mundo. Desandei a assistir aulas pois já tinha pago os DVDS. Não assisti todas as aulas. Assisti praticamente metade das aulas todas do cursinho.

Até agora assisti as seguintes aulas. Constitucional, penal geral, civil (assisti contratos, obrigações, responsab. Civil, família, sucessões assisti 04 aulas, idem para civil geral. Direito das coisas fui assistir depois de ter passado pra segunda fase). O curso não tem consumidor, ambiental e eleitoral, eca eu assisti 04 aulas e vou desistir do resto porque mudou muito. Não assistirei proc penal pois o professor é horrível. Assisti a parte geral de processo civil, não assisti execução e cautelar. Tributário e comercial eu assisti 04 aulas de cada módulo.

No mês de junho de 2009 eu mudei de cidade e fiz um planejamento de até dezembro ver todas as aulas, mas.........., saiu edital da defensoria, delegado e magistratura de MT. Estou a 200 km de Cuiabá. Falei to dentro. Vou fazer os três e vamos ver o que acontece. Mas é lógico que eu queria e quero passar. Então vi que precisava parar de assistir aula e estudar o que já tinha, pelo menos.

Apliquei quase na integra o ensinamento do Flávio monteiro. Lia o caderno. Depois lia lei seca. As vezes fico repassando o caderno. Agente lembra.

Prova de defensoria. Considerando os problemas fui bem. Fiz 67. a nota de corte foi 71. fui eliminado em direitos humanos, português. As matérias de direito fui bem. Entre a defensoria e magistratura tinha 30 dias e eu precisava estudar ambiental, eleitoral, consumidor, eca, tributário, comercial. Não deu pra chegar em todas. Mas ao final fiz 65 e a nota de corte foi 62. foi maravilhoso. Não estou escrevendo isso para me vangloriar. Longe disso. O que quero te mostrar que para a primeira fase não precisa de conhecimento profundo. Com caderno e lei seca passa sim senhora. Outra coisa. Tem que fazer prova antes. Vai fazer concurso da FCC faça umas 10 provas deles antes. Isso ajuda. Vai pegar o estilo. Descobre que eles gostam de letra da lei etc.

Não desespere. Estuda com método. Com reflexão. Leia 5 páginas do caderno e tenta lembrar. Se não lembra volta e por ai vai.

Não de ouvidos aos urubus. Vc vive a sua vida e não a dos outros. Um abraço e bons estudos.