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 FUNDAÇÃO ARMANDO ALV ARES PENTE ADO FACULDADE DE ARTES PLÁSTICAS DESENHO INDUSTRIAL FÍSICA NO DESIGN Prof. Luciano Fratin ROTEIRO DE AULA: VISÃO Objetivos da aula: Abordar o fator! !n"o#"ido na $!rc!$%&o "iua#' font! d! #u() int!ra%&o da #u( co* o *!io *at!ria# ! fiio#o+ia da "i&o. Caract!ri(ar a !trutura do o#,o co*$oto. Caract!ri(ar a !trutura do o#,o ,u*ano. Fatoes !ue deve" se #o$sideados %aa !ue se %ossa #o"%ee$de a %e#e%&'o visual( S&o tr- o fator! u! d!"!* !r conid!rado uando ! $!na na $!rc!$%&o da #u( $!#o o#,o d! u* ani*a# ou $!#o o#,o ,u*ano. S&o !#!' a )o$te de lu*+ a i$tea&'o e$te a lu* e o "eio "ateial e a )isiolo,ia da vis'o. Fi,ua -( Eu!*ati(a%&o do fator! !n"o#"ido na $!rc!$%&o da #u(. /

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FUNDAO ARMANDO ALVARES PENTEADOFACULDADE DE ENGENHARIA ENGENHARIA MECNICA Prof. Luciano Fratin

ROTEIRO DE AULA: VISO

Objetivos da aula:

Abordar os fatores envolvidos na percepo visual: fonte de luz, interao da luz com o meio material e fisiologia da viso. Caracterizar as estruturas do olho composto. Caracterizar as estruturas do olho humano.

Fatores que devem ser considerados para que se possa compreender a percepo visual.

So trs os fatores que devem ser considerados quando se pensa na percepo da luz pelo olho de um animal ou pelo olho humano. So eles: a fonte de luz, a interao entre a luz e o meio material e a fisiologia da viso.

Figura 1. Esquematizao dos fatores envolvidos na percepo da luz.

O que a luz?

a radiao luminosa (radiao eletromagntica) emitida por um corpo quando eltrons das camadas mais externas de seus tomos mudam de nvel de energia. O olho humano e animal so sensveis a parte desta radiao. A gama de freqncias, ou comprimentos de onda que sensibilizam nossos olhos constitui o chamado espectro visvel, que para o olho humano estende-se do vermelho ao violeta e que para os insetos alcana o ultravioleta. No vcuo a velocidade de propagao da luz, c, aproximadamente 300.000 km/s e num meio material sua velocidade sempre menor ou igual a esse valor. O comprimento de onda, , ou a correspondente freqncia, f, so os parmetros utilizados para se referir luz. Eles so relacionados pela expresso = c/f.

Figura 2. Representao de uma onda eletromagntica.

A figura 3 a seguir expe o espectro eletromagntico caracterizado pelo comprimento de onda da radiao. Nele est discriminada a regio visvel, que sensibiliza o olho humano e regio do ultravioleta para a qual alguns olhos do mundo animal tm sensibilidade.

Figura 3. Representao do espectro da radiao eletromagntica em funo do comprimento de onda da radiao, 1 = 10-10 m.

Todas as formas de vida do planeta evoluram sob a luz solar e os olhos na natureza so estruturas que alojam clulas que so estimuladas pela radiao (fotossensveis) com comprimentos de onda que se estendem de aproximadamente 700 nm a 400 nm para o olho humano ou comprimentos de onda ainda menores (ultravioleta) para alguns animais.

Figura 4. Flor iluminada pelo sol e sua percepo por um olho humano, esquerda, e por um olho de inseto, direita.

A energia da radiao que causa percepo visual nos animais corresponde s transies eletrnicas entre os nveis de energia mais externos dos eltrons dos tomos e ocorrem a todo momento com conseqncia da interao da luz presente no meio (luz solar em particular) com a matria. Assim, a evoluo da vida no planeta propiciou aos animais um sensor maravilhoso que permite perceber o mundo ao seu redor, o olho. A figura 5 abaixo mostra a disperso da luz branca quando ela atravessa um prisma triangular transparente. Tal disperso tambm pode ser observada pela difrao da luz branca numa rede de difrao. A luz branca que percebemos na verdade a superposio da radiao luminosa correspondente ao espectro contnuo da luz visvel, tabela1.

Figura 5. Disperso da luz branca.

Cores do espectro visvel ao olho humano

CorComprimento de onda (nm)Freqncia (1012Hz)

vermelho625-740 480-405

laranja 590-625 510-480

amarelo 565-590 530-510

verde500-565 600-530

ciano485-500 620-600

azul440-485 680-620

violeta380-440 790-680

Espectro contnuo em funo do comprimento de onda

Tabela 1 relaciona o espectro visvel com os respectivos comprimentos de onda e freqncias.

Olho composto ou facetado

O olho composto ou facetado, prprio dos insetos, formado por vrias facetas receptoras de luz chamadas omatdios. Seu nmero varivel. Uma liblula tem 28000 omatdios enquanto uma mosca domstica tem 4000.As figura 6 e 7 ilustram as estruturas de um olho composto de um inseto. Cada omatdio tem uma crnea seguida de um cone cristalino. A luz sofre refrao nesse conjunto, e convergem para o chamado rabdoma. Cada omatdio conjuga uma imagem de um pequeno campo visual que transmitida, via fibras nervosas, para o crebro do animal que percebe a imagem global como um mosaico das inmeras pequenas imagens conjugadas.

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Figura 6. Olho composto de um inseto e detalhe de um omatdio.

Figura 7. Detalhes de omatdios explicitando a crnea, o cone cristalino e a rabdoma.

A crnea uma lente biconvexa ou plana convexa, geralmente slida, com espessura de 50 m. O cone cristalino pode ser slido ou lquido com a base logo abaixo da crnea e pice em contato com as clulas fotossensveis.Os raios de curvatura das lentes dos olhos dos insetos so fixos, e, portanto, seu foco tambm fixo. Sendo assim, no h poder de acomodao. Em geral, insetos enxergam bem somente a distncias pequenas (da ordem de milmetros). O rabdoma, na sequncia do pice do cone cristalino, se estende ao longo do omatdio e mede de 100 a 600 m. Os pigmentos fotossensveis do rabdoma recebem a luz focalizada que o atravessa, servindo como guia da onda luminosa. A luz mantida na guia por reflexes internas em suas paredes.

Acuidade visual

A acuidade visual, ou poder de resoluo, a capacidade do olho em distinguir dois objetos prximos. A acuidade visual de uma abelha um centsimo da acuidade visual humana e a de uma mosca um milsimo.Num inseto essa acuidade funo do ngulo que o raio luminoso incidente faz com o eixo central do omatdio. Quanto menor esse ngulo maior a resoluo. O comprimento do omatdio ou a diminuio da faceta pode melhorar a acuidade visual, mas o aumento do omatdio ocuparia muito espao na cabea do inseto e a diminuio da faceta poderia levar difrao da luz e resultar em imagem borrada.Um critrio para quantificar o poder de resoluo de uma lente, proposto por Lord Rayleigh, corresponde separao angular entre dois pontos objetos, tal como a separao angular entre o mximo principal e o primeiro mnimo numa figura de difrao de uma fenda ou obstculo circular de dimetro b. Num inseto b representa o dimetro da sua crnea. No caso de um ser humano representa o dimetro da pupila. Quanto menor for maior ser a resoluo.

onde o comprimento de onda luz.Percepo da luz polarizada

Os insetos se orientam atravs da percepo de luz polarizada. Estudando a comunicao das abelhas observou-se que existncia de luz solar polarizada pelas molculas da atmosfera, mesmo que em baixa intensidade, era suficiente para a indicao dos locais de prospeco de nctar. Nos omatdios das abelhas, a luz que atravessa a crnea e o cone cristalino atingem o rabdoma, que formado por trs ou quatro pares de clulas chamadas rabdmeros (clulas retinulares da figura 7) diametralmente opostas. Em cada uma dessas clulas fotopigmentos so localizados em pequenos microtubos arranjados linearmente. Se a luz solar for polarizada s os pares sensibilizados transmitiro a luz e o crebro do inseto consegue perceber a intensidade e a direo da luz polarizada e com isso determinar a direo do Sol para se orientar. Diferentes insetos, artrpodes e crustceos percebem luz polarizada.

Percepo de cores

Quando se diz que um animal distingue cores, isso significa que o olho desse animal sensibilizado diferentemente por cada radiao de distinto comprimento de onda. A faixa do espectro eletromagntico percebido pelos insetos deslocada em relao aos seres humanos. Em geral os insetos no percebem o vermelho, com exceo das borboletas, e o menor comprimento de onda percebido 300 nm, na regio do ultravioleta.As flores vermelhas em geral no so visitadas pelos insetos e quando isso acontece porque refletem radiao ultravioleta tambm. Para os insetos polinizadores as flores coloridas contrastam com o fundo uniforme das folhas verdes e so facilmente distinguidas.

O olho humano

A formao e a evoluo dos olhos e a acuidade visual dos diferentes seres vivos decorrem da seleo natural e da adaptao destes ao meio ambiente. O olho humano evoluiu sob luz solar. A parte da frente do olho, a crnea, transparente e convexa, com uma espessura de 0.5 mm, atrs dela se acha a cmara anterior, separada da cmara posterior por uma lente convergente, o cristalino. frente do cristalino encontra-se a ris, estrutura dotada de um orifcio, a pupila, capaz de se dilatar e contrair, limitando, assim, a intensidade da luz que penetra no olho. O dimetro da pupila pode variar de 1,5 mm a 8,0 mm. No fundo do olho a luz incide numa membrana fotossensvel, a retina com espessura aproximada de 0,5 mm. A viso o resultado da transmisso de sinais ao crebro por clulas presentes na retina. A parte central da retina, a fvea retiniana, com dimetro da ordem de 0,3 mm, formada por cerca de 7 milhes de clulas, os cones. Existem trs tipos de cones e so eles que cones detectam as cores, atravs da substncia foto-sensvel rodopsina (molculas de protenas contendo cerca de 350 aminocidos). A viso colorida, devido aos cones, chamada de "fotpica". Envolvendo a fvea, existem aproximadamente 100 milhes de outras clulas fotossensveis, os bastonetes, que no distinguem cor e que so ativos diante de uma luz fraca, uma sala escurecida, por exemplo. Esses elementos so responsveis pela viso conhecida como "escotpica". A figura 8 abaixo mostra sua estrutura bsica do olho, a tabela 2 mostra os ndices de refrao das partes transparentes do olho e a figura 9 representa a retina.

Figura 8. Estrutura bsica de um olho humano.

Parte do olhondice de refrao

crnea1,37 -1,38

Humor aquoso1,33

cristalino1,38 a 1,41

Humor vtreo1,33

Tabela 2. ndices de refrao das partes transparentes do olho humano.

Figura 9. Representao da retina onde: 1 bastonetes; 2 clulas horizontais; 3 clulas bipolares; 4 clulas amcrinas; 5 clulas ganglionares; 6 direo da luz incidente; 7 clulas de suporte; 8 cones.

Cada tipo de cone tem sensibilidade distinta ao espectro visvel da luz e a estmulo simultneo de cada um deles, juntos com os bastonetes, nos d a percepo visual humana. A figura 10 mostra a curva de sensibilidade luminosa relativa de cada tipo de cone e a figura 11 mostra a curva da sensibilidade luminosa relativa do olho humano padro. Diferentes comprimentos de onda (diferentes cores) produzem diversas sensaes de luminosidade. O olho humano no igualmente sensvel a todas as cores do espectro. Na luz do dia (viso fotpica) nossa maior sensibilidade encontra-se nos 555 nm (amarelo esverdeado). Na noite (viso escotpica) h um deslocamento para a esquerda nessa curva (no mostrado na figura) e a maior sensibilidade de nossos olhos encontra-se nos 508 nm (verde).

Figura 10. Curva de sensibilidade luminosa relativa de cada tipo de cone presente na retina, de acordo com a Comisso Internacional de Iluminao (International Commission on Illumination, CIE).

Figura 11. Curva internacional de luminosidade espectral relativa para o olho humano padro.

O efeito da superposio dos estmulos produzidos pela radiao luminosa correspondente ao espectro contnuo da luz visvel nas clulas fotossensveis de nossos olhos nos d a sensao da luz branca. A superposio das cores luz nos d a percepo das cores no denominado processo aditivo de composio de cores. Como conseqncia dos trs tipos de cones e suas respectivas sensibilidades, as cores luz azul, vermelha e verde so consideradas cores luz primrias, figura 12.

Figura 12. Core luz primria e sua composio.

Espectro de emisso de uma lmpada

As vrias cores (distintas freqncias ou distintos comprimentos de onda) que compem a luz emitida por uma fonte luminosa constitui seu espectro de emisso. O Sol e as lmpadas incandescentes produzem um espectro contnuo, j os espectros das lmpadas de descarga gasosa so descontinuos. O Olho humano sensvel somente a parte do espectro emitido (espectro visvel) que situado desde o violeta ao vermelho, ou seja, entre os 400 nm, e 700 nm, de comprimento de onda.

Temperatura da cor:

a temperatura em Kelvin (K) na qual um corpo negro deve estar para que emita luz estvel com comprimento de onda mximo numa determinada cor. A luz amarela (dita quente) tem uma temperatura de cor de aproximadamente 3000 K. A luz azul (dita fria) tem uma temperatura de cor em torno de 10000 K. Nas lmpadas quanto maior for a temperatura, mais fria a cor da lmpada. Uma lmpada de temperatura de cor de 2700K tem tonalidade quente, uma de 7000K tem tonalidade muito fria. O ideal numa residncia variar entre 2700K e 5000K. A luz do Sol tem uma temperatura de cor de 5000 K, e uns 2000 K quando est no horizonte. Conhecendo a temperatura da cor de uma luz podemos adequar seu uso.Nesse contexto, quando falamos em luz quente ou fria, no estamos nos referindo ao calor fsico da lmpada, e sim ao tom de cor que ela d ao ambiente. Voltando natureza, vamos observar o Sol, nossa maior fonte de luz, e que vai nos servir de parmetro para vrios conceitos Ao acordarmos o Sol est mais vermelho, sua luz tem um tom mais quente, a medida que o dia avana e nossas atividades aumentam, a luz do sol vai ficando mais fria. Em um dia nublado, a luz fica com um tom quase azulado e quando desenvolvemos com muito mais vigor nossas atividades. No final da tarde quando pensamos em relaxar, a luz volta a ficar mais quente. Perceberam? Luz mais quente maior aconchego e relaxamento, luz mais fria maior atividade.Hoje esto disponveis no mercado lmpadas fluorescentes que apresentam vrias temperaturas de cor. Como estas lmpadas emitem menos calor, so erroneamente chamadas de lmpadas frias. As fluorescentes compactas esto disponveis em temperatura de cor fria (6.500K) e tambm em cor quente (2.700K), semelhante s lmpadas incandescentes.

ndice de Reproduo Cromtica (ICR)

Refere-se capacidade que tem a fonte luminosa de reproduzir as distintas cores do objeto iluminado tendo por referncia a percepo com a luz solar. uma escala que vai de 0 a 100. O valor mximo, ICR 100 dado luz solar s 12:00 horas sem nuvens. Quanto mais prximo este ndice for ao IRC 100, mais fielmente as cores sero reproduzidas. Os pigmentos contidos nos objetos interagem com luz ambiente e tm a capacidade de absorver determinadas cores e refletir outras. Portanto, o espectro de emisso da lmpada determina a qualidade de reproduo das cores do objeto iluminado pela lmpada utilizada influindo diretamente na nossa percepo das mesmas. Devemos utilizar lmpadas com boa reproduo de cores (IRC acima de 80). As lmpadas fluorescentes compactas economizam energia e tm IRC 82, considerado muito bom. As lmpadas fluorescentes so adequadas para vrias aplicaes, possuindo IRC 85. As lmpadas halgenas do mais brilho e destaque com tima reproduo de cores (IRC 100). As incandescentes tm o IRC 100 e podem ser usadas em todos os ambientes com a potncia adequada.

Cor-luz e cor-pigmento

A percepo da luz solar ou da luz branca das lmpadas devida superposio dos estmulos produzidos pela recepo das cores luz que corresponde ao espectro visvel (do vermelho ao violeta). Essa composio caracteriza o que se chama de processo aditivo de cores luz. Nesse processo existem trs cores luz (cores primrias) que adicionadas adequadamente levam percepo de qualquer cor e inclusive a branca. So elas: vermelha, verde e azul.

verde + vermelha = amarelaverde + azul = cianoazul + vermelha = magentavermelha + verde + azul = branca

A luz ambiente interage com os eltrons dos tomos dos pigmentos que constitui o meio material. Eles absorvem parte do espectro de luz incidente, aquela que corresponde s energias necessrias para que ocorram transies eletrnicas. A luz no absorvida volta ( refletida) para o ambiente e nos causa a percepo de cor dos objetos. So trs os pigmentos primrios: o amarelo, o ciano e o magenta.

Cor-pigmento

Cor-luz absorvidaCor-luz refletida

amarelo

azul e violetaamarela, verde e vermelha

Ciano

amarela, vermelha e violetaverde e azul

magenta

amarela, verde e violetavermelha e azul

Sob luz branca observa-se a seguinte composio de cores-pigmento: amarelo + ciano = verdeciano + magenta = azulmagenta + amarelo = vermelhoamarelo + ciano + magenta = preto

A cor preta resultante da mistura das trs cores-pigmento primrias implica na absoro de toda a luz incidente. O processo envolvido na composio de cor-pigmento recebe a denominao de processo subtrativo.

Formao de imagem

O olho humano pode ser considerado uma cmara escura de dimetro aproximado de 2,0 cm e o cristalino uma lente convergente que conjuga uma imagem sobre a retina para a viso normal. O comportamento tico das lentes funo dos ndices de refrao do meio externo e do material da lente. A convergncia de uma lente permite identificar dois pontos focais para os raios luminosos, situados no eixo principal de uma lente (reta perpendicular ao vrtice da lente). So denominados de foco principal objeto, F, e foco principal imagem, F. Eles so simtricos em relao lente. A distncia desses focos ao centro tico da lente denomina-se distncia focal, f, medida em metros. Nas lentes convergentes os focos so reais, pois os raios luminosos passam de fato por ele e atribumos um sinal positivo para denot-los.O inverso da distncia focal caracteriza a lente e recebe o nome de vergncia ou convergncia, C. Quanto maior a vergncia, menor a distncia focal. Sua unidade o inverso de metro e recebe o nome de dioptria, smbolo di, sendo positiva para lentes convergente e negativa para lentes divergentes.

A justaposio de lentes gera um sistema tico com vergncia equivalente dada pela soma algbrica das vergncias das lentes justapostas. Para o caso de duas lentes C = C1 + C2. Essas consideraes so importantes no caso da necessidade de lentes corretoras.Para a construo de imagens com lentes esfricas sero utilizados os comportamentos de alguns raios luminosos:

(1) O raio luminoso que incide paralelamente ao eixo principal, emerge da lente tendo direo do foco;(2) O raio luminoso que passa pelo centro tico da lente no sofre desvio ao atravess-la; (3) O raio luminoso que tem direo do foco emerge da lente paralelamente ao eixo principal da mesma. A figura 13 ilustra a formao de imagem em uma lente esfrica convergente. No olho humano as lentes convergentes conjugam imagens reais no eixo principal.

Figura 13. Formao de imagem em lente convergente Para a construo da imagem i conjugada ao objeto o ilustram-se os raios luminosos com incidncia paralela ao eixo principal da lente, e incidncia que passa pelo foco. O estudo analtico das lentes permite a descrio matemtica da formao de imagens. A equao das lentes esfricas relaciona a distncia do objeto ao vrtice da lente, p, a distncia da imagem ao vrtice, p`, e a distncia focal da lente, f, que devem obedecer uma conveno de sinais associada natureza da imagem e do espelho. O aumento linear transversal a dado por:

onde i o tamanho da imagem e o o tamanho do objeto.Considera-se a seguinte conveno de sinais algbricos: p positivo, pois o objeto real; p` positivo para imagem real e negativo para imagem virtual; f positivo para lentes convergentes e negativo para lentes divergentes; i positivo para imagem direita e negativo para imagem invertida; o positivoLentes corretorasA equao das lentes para um olho humano normal tem viso ntida para objetos prximos dos olhos, distncia de 25 cm (p = 25 cm) e para pontos distantes com paisagens (p = ). Isso exige um poder de acomodao do cristalino que deve mudar sua distncia focal. Considerando que o globo ocular tenha 2,0 cm utiliza-se p = 0,02 m e obtm-se para o ponto prximo uma vergncia de 54 di e para o ponto distante uma vergncia de 50 di. Isso indica que o cristalino tem um poder de acomodao de 4 di.A indicao de lentes corretoras se d quando se altera o ponto prximo da viso (hipermetropia) ou quando se altera o ponto distante (miopia). A vergncia das lentes corretoras deve ser tal que somadas vergncia do olho defeituoso leva condio de normalidade. A miopia requer lentes divergentes (vergncias negativas) e a hipermetropia requer lentes convergentes (vergncias positivas). Com o passar do tempo (aproximadamente aos 40 anos) o cristalino perde poder de acomodao e ponto prximo aumenta. Trata-se da presbiopia e a correo se faz com o uso de lentes convergentes. Existe um defeito associado a alteraes na crnea, o astigmatismo, que corrigido com o uso de lentes cilndricas.

Viso binocular e efeito de paralaxe

O homem e outros animais tm dois olhos voltados para a, frente garantindo-lhes a chamada viso binocular. Essa posio dos olhos permite ao crebro desses animais terem noo de profundidade e avaliar distncias.As imagens formadas na crnea de um olho no permitem perceber profundidade. Isso demonstrado de maneira simples. Segure um lpis ou caneta em cada mo, feche um dos olhos e tente fazer com que as pontas se toquem. O que acontece?Para se compreender como se d a percepo de profundidade necessrio abordar o efeito de paralaxe. Uma demonstrao da paralaxe conseguida tambm de maneira simples. Segure um lpis sua frente e a uma distncia de um brao, feche um olho e olhe com o outro apenas. Sem mover a cabea nem o lpis troque de olho para visualizar o lpis. Observe que o lpis parece mover-se com relao ao plano de fundo. Essa mudana aparente de posio em relao ao fundo o chamado efeito paralaxe, figura 14.

Figura 14. Efeito de paralaxe quando se utiliza um olho de cada vez para visualizar um objeto com relao ao plano de fundo.

O efeito de paralaxe (ngulo de paralaxe) diminui medida que o objeto visualizado se distncia. Uma pequena paralaxe indica que o objeto est distante, uma grande, que o objeto est prximo. A configurao da cabea do ser humano, e dos animais binoculares, com uma determinada distncia entre os dois olhos (linha de base) que determina a noo de profundidade processada pelo crebro em funo do efeito de paralaxe.

EXERCCIOS PROPOSTOS

Exerccio 1. O ndice de refrao do rabdoma de um omatdio de uma mosca do gnero Calliphora 1,365 e o ndice de refrao do meio que o rodeia 1,339. Determine:

A) O ngulo crtico para que acontea reflexo interna total no rabdoma.B) O ngulo mximo de entrada no rabdoma para que acontea a reflexo interna total.

Dado: lei de Snell-Descartes para a refrao n1.sen(i) = n2.sen(r)

i o ngulo de incidncia e r o ngulo de refrao, ambos medidos com relao reta normal interface de separao entre os meios considerados.

Exerccio 2 O dimetro da crnea de um omatdio de abelha domstica de cerca de 30 m. Calcule o poder de resoluo de um omatdio, para a luz verde ( = 500 nm).

Exerccio 3 . Uma abelha domstica, em vo a 2 m do cho, pode enxergar uma flor de cerca de 1 cm, no cho?

Exerccio 4. O dimetro da pupila de uma guia mede 4 mm. A 1 km do cho uma guia em vo enxerga um rato de 4 cm de comprimento? Considere ( = 550 nm.

Exerccio 5. Qual a distncia mnima entre dois pontos que podem ser resolvidos pelo olho humano quando estiverem a 25 cm dos olhos se o poder de resoluo vale 1,3.10-4 rad?

Exerccio 6. Determine a cor percebida para a combinao dos seguintes pigmentos em trs situaes de iluminao:

a) iluminao com luz branca;b) iluminao com luz monocromtica vermelha;c) iluminao com duas fontes monocromticas: uma verde e outra vermelha.

combinao de pigmentoscor observada

situao a)situao b)situao c)

amarelo + ciano

ciano + magenta

magenta + amarela

amarelo + ciano + magenta

Exerccio 7. As bandeiras abaixo esto expostas numa sala que iluminada com lmpadas incandescente (espectro de emisso equivalente da luz solar). Determine as cores percebidas em cada bandeira para a as duas situaes de iluminao da sala descritas abaixo:A) Iluminao com todas as lmpadas da sala cobertas com um filtro verde.B) Iluminao com todas as lmpadas da sala cobertas com um filtro ciano.FUNDAO ARMANDO ALVARES PENTEADOFACULDADE DE ARTES PLSTICASDESENHO INDUSTRIAL FSICA NO DESIGN Prof. Luciano FratinFUNDAO ARMANDO ALVARES PENTEADOFACULDADE DE ARTES PLSTICAS FSICA NO DESIGN Prof. Luciano Fratin

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Cores observadas, na mesma sequncia

situao A)

situao B)

Bandeira do Brasil

Bandeira Paulista

Exerccio 8 . Lentes bifocais vergncias +2,5 di e 3,0 di so prescritas a um paciente por um oftalmologista. Determine:

A) O tipo de defeito visual corrigido por cada uma das lentes.B) A localizao, na lente, de cada uma das vergncias.C) A distncia focal de cada uma das partes da lente bifocal.D) O ponto prximo e o ponto distante dos olhos, sem lentes corretoras, desse paciente.E) O poder de acomodao dos olhos desse paciente.

Exerccio 9. Uma pessoa tem diante de seus olhos objetos a vrias distncias. Leve em considerao os ngulos de paralaxe informados e determine as distncias existentes em cada caso. Considere que a linha de base (distncia entre os dois olhos de uma pessoa) seja 6,5 cm.

A) 200 B) 100C) 50 D) 2,50 E) 1,00 F) 0,50

Exerccio 10. Uma pessoa tem diante de seus olhos objetos a vrias distncias. Leve em considerao os as distncias informadas e determine o ngulo de paralaxe em cada caso. Considere que a linha de base (distncia entre os dois olhos de uma pessoa) seja 6,5 cm.

A) 25 cm B) 1 mC) 6,5 m D) 10 m E) 30 m F) 200 m

Exerccio 11. Considere suas respostas aos exerccios 9 e 10 e estime a maior distncia que podemos estimar por paralaxe.

Vdeos recomendados no YouTube:

http://www.youtube.com/watch?v=9Eskxmq6eBAhttp://www.youtube.com/watch?v=Dh-egH6Isskhttp://www.youtube.com/watch?v=WEoD3zAPMLk

http://www.youtube.com/watch?v=CCQ6sP5RR1khttp://www.youtube.com/watch?v=v9icGANv32Qhttp://www.youtube.com/watch?v=hA4GxyxuklQhttp://www.youtube.com/watch?v=gMFWrJgS2pQhttp://www.youtube.com/watch?v=yyj5hjBPlB4

Faa sua prpria procura pelos temas cor luz, cor pigmento e viso.

ANEXO: Daltonismo (texto e figuras)

O que daltonismo

O daltonismo a incapacidade de perceber diferenas entre algumas cores que outras pessoas podem distinguir. O daltonismo mais freqentemente uma falha gentica, mas tambm pode ocorrer por dano ao olhos, nervos ou crebro, ou exposio a certos qumicos. O nome daltonismo deriva do trabalho do qumico ingls John Dalton sobre essa condio mdica em 1798.

Causas do daltonismo

O daltonismo pode ser herdado geneticamente. Ele mais comumente herdado de mutaes no cromossomo X, porm foi demonstrado que h muitas mutaes em pelo menos 19 cromossomos diferentes que podem causar daltonismo. O daltonismo herdado pode ser congnito (desde o nascimento), ou pode comear na infncia ou vida adulta. Dependendo da mutao, o daltonismo pode ser estacionrio (permanece o mesmo por toda a vida) ou progressivo. O daltonismo progressivo envolve a deteriorao da retina e outras partes do olho, e pode progredir at a cegueira. Em torno de 8% dos homens, mas apenas 0,5% da mulheres, tem alguma forma de daltonismo. A razo da incidncia maior em homens que eles possuem somente um cromossomo X. J as mulheres possuem dois cromossomos X, e se um desses for normal ela no exibir a mutao que ocasiona daltonismo. Outras causas de daltonismo incluem dano ao crebro ou retina. Daltonismo tambm pode se apresentar no espectro de doenas degenerativas do olho.

Tratamento e controle do daltonismo

No h, de modo geral, nenhum tratamento que cure o daltonismo. Porm, certos tipos de lentes de contato podem ajudar a pessoa a distinguir melhor as cores. Pesquisas em aparelhos e terapia gnica esto sendo feitas com o objetivo de tornar possvel a pessoas com daltonismo distinguir cores.

171MC777 BIOMECNICA 1