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Saúde Faculdade Santa Emília de Rodat ANO I - Nº 2 - FEVEREIRO/2010 ISSN 0000000000000000

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Sum

ário Informe 01

SACAROSE EM MEDICAMENTO PEDIÁTRICO

DE ADMINISTRAÇÃO ORAL – INFLUÊNCIA

NO DIABETES E NA CÁRIE DENTÁRIA

PAG. 04

Informe 02TH9: UM NOVO FOCO PARA A DOENÇA

ALÉRGICA.

PAG. 07

Artigo 01PATOLOGIAS SISTÊMICAS RELACIONADAS

A AFECÇÕES BUCAIS

PAG. 12

Artigo 02COMPARAÇÃO DA REESTENOSEINTRA-STENT ENTRE STENTSCONVENCIONAIS E FARMACOLÓGICOSPAG. 17

Artigo 03

ERITROBLASTOSE FETAL COMOHIPERSENSIBILIDADE TIPO IIPAG. 24

Artigo 04

FACETAMENTO DENTAL: PROCEDIMENTOVERSÁTIL NA ODONTOLOGIA ATUALPAG. 29

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A atividade multidisciplinar é fundamental

na atual conjuntura dos fatos. Em

nenhuma área da saúde um profissional

tem condições de realizar todas as atividades

necessárias a solucionar um problema

apresentado por um cliente. Assim a In Saúde é

uma revista aberta a todas as áreas da saúde, no

intuito de estimular a interdisciplinaridade que

deve existir para a prevenção e cura das mais

diversas patologias.

Prof Ms Pedro Marcos Carneiro da Cunha Filho

EditorialDireção AdministrativaProf Maria da Glória Uchôa dos Santos

Prof Ana Cristina de Oliveira Borba Paulino

Prof Maria Zilene Mendonça do Prado

a

a

a

EnfermagemMestra em Administração Sanitária eHospitalar (Suficiência Investigatória - UNEXEspanha)

AdministraçãoMestra em Administração Sanitária eHospitalar (Suficiência Investigatória - UNEXEspanha)

EnfermagemMestra em Enfermagem – UFRJ

Coordenação TécnicaProf Pedro Marcos Carneiro da Cunha Filhoo

Zootecnia – Mestre

Corpo EditorialAna Flávia de Oliveira Borba CoutinhoCíntia Bezerra AlmeidaElry Medeiros Vieira NetoFernandes Antônio Brasileiro RodriguesGlaydes Nely Sousa da SilvaGustavo Gomes AgripinoIdeltônio José Feitosa BarbosaIsabela Albuquerque PassosJaqueline Oliveira de Paiva FerreiraJosé Carlos da SilvaLuciana Teles CarneiroMaria Carmen de Araújo Melo JardimMaria Clemilde de SousaMaria de Fátima Gabino SiqueiraMaria de Fátima de Oliveira CoutinhoMaria do Carmo Braga AlvarizaMaria Eliane de Araújo MoreiraMarinei GrottaRovênia Maria de Oliveira ToscanoWilma Dias Fontes

Projeto GráficoGleryston Farias

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03

Informe 01

04 ANO I - Nº 2 - FEVEREIRO/2010

SACAROSE EM MEDICAMENTO PEDIÁTRICO DE ADMINISTRAÇÃOORAL – INFLUÊNCIA NO DIABETES E NA CÁRIE DENTÁRIA

Isabela Albuquerque Passos

Mestre, Professora do curso de Odontologia da UFPB e do UNIPÊ

E-mail:

Os medicamentos pediátricos fazem parte da rotina diária de crianças, do Brasil e do mundo. É observadoum aumento da prevalência de prescrições de drogas terapêuticas para tratamento de condições sistêmicas crônicasnos Estados Unidos, bem como na América latina.

Os medicamentos infantis, em geral, possuem sua composição incrementada por componentes inativosque tornam a terapia menos desagradável para o paciente infantil. Como exemplo, pode-se citar os aromatizantes e osadoçantes, também denominados edulcorantes.

Dentre os adoçantes, destaca-se a sacarose com finalidade o medicamento com sabor mais agradável,mascarando o amargo característico de alguns fármacos. Vale salientar que a sacarose possui outras propriedades,como conservante, oxidante, solvente, confere viscosidade ao medicamento e é o menos oneroso dos conservantes;influenciando diretamente no valor final do produto.

Como o medicamento com sacarose tende a ser menos oneroso, pode acontecer do medicamentoprescrito pelo médico/ cirurgião-dentista não apresentar sacarose na composição, mas ser substituído, nas farmácias,por um com sacarose, como observado no estudo orientado pelo professor Milton Silva em Maceió. Nesse trabalho, foiconstatado que as prescrições de medicamentos sem sacarose eram substituídas nas farmácias por medicamentos comsacarose, o que representa um perigo para saúde do ponto de vista da cárie dentária e do diabetes mellitus.

A sacarose do medicamento tem atuação local no desencadeamento da lesão de cárie (cavidade ou manchabranca). Essa é um sintoma/sinal da doença cárie originada da perda de tecido mineralizado por ação de ácidosproduzidos pela microbiota do biofilme dentário ou placa bacteriana, onde o pH está em torno de 5,5 (pH crítico). Após aformação da mancha branca, se o pH continuar frequentemente ácido, o processo de desmineralização tende a sersuperior ao de remineralização, resultando no colapso do esmalte e formação da cavidade.

A sacarose participa no processo da cárie dentária como agente desencadeador por servir de substrato paramicrobiota cariogênica. O Steptococcus mutans é uma bactéria acidogênica e acidúrica sendo capaz de quebrar aligação ozídica da sacrarose em glicose e frutose, utilizando a energia desprendida para produção de ácidos.

De maneira sistêmica, a sacarose do medicamento pediátrico pode representar um fator de risco para odiabetes mellitus. Já que essa doença é caracterizada pelo paciente apresentar distúrbio crônico metabólico doscarboidratos, lipídeos e proteínas. Instiga-se a importância de afastar os fatores de risco do diabetes por tratar-se deuma doença de alta prevalência na população em geral, confirmado pela estimativa do um aumento de mais de 100%

Sucrose in Oral Liquid pediatric medicines – diabetes and dental cariesinfluence

[email protected]

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sobre a prevalência de diabetes mellitus em nosso país para o ano 2025.

A concentração de sacarose muitas vezes é omitida na bula dos medicamentos, provavelmente, pelaausência de exigência dessa informação uma vez que a divulgação da quantidade dos ingredientes inativos não temcaráter obrigatório por lei1. Entretanto, vale salientar que os produtos contendo sacarose ou outros sacarídeos devemapresentar na embalagem uma das seguintes advertências: “Atenção diabéticos: contém açúcar" e "Atenção: Estemedicamento contém Açúcar, portanto, deve ser usado com cautela em portadores de Diabetes."

Essas metas fazem parte do “protocolo” para êxito na terapêutica do diabetes mellitus, onde é necessárioseguir uma adequada dieta alimentar, prática de exercícios físicos e cuidado na administração de fármacos. A educaçãoé parte fundamental no controle da doença e requer mudanças de atitudes e hábitos de vida.

Antes de serem apresentados ao cirurgião-dentista, os pacientes infantis têm o contato com pediatra eenfermeiros, assim a equipe deve estar bem informado sobre hábitos de higiene e saúde bucal. Entretanto, a literaturarevela esses profissionais apresentam deficiências no conhecimento sobre saúde bucal. O que é ressaltado pelo fato daliteratura médica pediátrica dedicar pouco espaço aos conteúdos ligados à saúde bucal2.

Evidencia-se a importância do conhecimento dos profissionais da área de saúde sobre a presença desacarose nos medicamentos pediátricos quanto ao alerta a ser um agente desencadeante da cárie dentária e um fatorde risco para diabetes mellitus.

Em 2007, Passos3 observou que dentre 103 medicamentos pediátricos orais de uso prolongadocomercializados na cidade de João Pessoa, 65 % apresentavam sacarose em sua composição, variando de 2 a 65 %.

O primeiro estudo epidemiológico para tentar estabelecer relação entre medicamento e cárie dentária foirealizado por Roberts e Roberts em 19794. Foram examinadas 44 crianças que tomavam medicação líquida comsacarose na composição, diariamente, por pelo menos 6 meses. As doenças sistêmicas diagnosticadas nas criançasforam grupo experimental foram as do sistema nervoso, sistema respiratório, infecção do trato urinário, entre outros.Os autores concluíram que a administração crônica de medicamentos com sacarose aumenta a incidência de cáriedentária em crianças.

Nesse sentido evidencia-se que a frase “meu filho tem os dentes estragados porque tomou muitoantibiótico quando era pequeno”? possui evidências científicas, mas não é dada a real importância pelos profissionaisda área de saúde5. Nesse sentido, a interação multidisciplinar instiga os cirurgiões-dentistas que trabalham emhospitais devem ser instigados a sugerir medicamentos livre de sacarose ou glicose.

Considerando a necessária restrição a sacarose para pacientes com risco de diabetes e de cárie dentária,torna-se importante a implantação de políticas públicas no sentido de controlar quantidade de açúcar nosmedicamentos ou estimular as indústrias investirem na substituição da sacarose por adoçantes alternativos, a exemploda sacarina e do sorbitol, sem que isso represente um aumento no custo final do medicamento.

Literatura recomendada

1. BRASIL. Ministério da Saúde. Agência de Vigilância Sanitária. Resolução RDC nº 140 de 29/05/2003, 2003. Disponível em:<http//e-legis.bvs.br/leisref/public/showAct.php?id=6311>. Acesso em: 05 jan. 2007.

05

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2. ARAÚJO, M.V.F.; PAIVA, S.M. Abordagem sobre saúde bucal pelo material bibliográfico da área médica. JBP, v. 8, n.42, p. 143-149,2005.

3. PASSOS, I.A. Estudo in vitro do potencial cariogênico e erosivo dos medicamentos pediátricos líquidos de uso prolongado. 100 f.Dissertação (Mestrado em Odontologia), João Pessoa, 2007.

4. ROBERTS, I.F.; ROBERTS, G.J. Relation between medicines sweetened with sucrose and dental disease. Br. Med. J. 1979; 2:14-16.

5. PASSOS, I.A.; FREITAS, C.H.S.M.; SAMPAIO, F.C. Potencial cariogênico de medicamentos pediátricos: papel na etiologia da cáriedentária. Revista do Instituto de Ciências da Saúde (UNIP), v. 26, p. 125-129, 2008.

6. BRASIL. MS/OPAS. Avaliação do Plano da Atenção à Hipertensão Arterial e ao Diabetes Mellitus no Brasil. Brasília, DF, 2004. 64 p.

7. CAVAZOLLA, A.S.; BUSATO, C.A.; FRANCISCHETTO, M.F.M.; MACHADO, M.A.A.M. Nível de conhecimento de pediatras em relaçãoà saúde bucal de crianças de 0 a 4 anos. Rev da Aboprev, v.6, n.2, p. 42-50, 2003.

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11. MISTRO, F.Z. et al.. Diabetes mellitus: revisão e considerações no tratamento odontológico. Rev. Paul. Odontol., v. 25, n. 6, p. 15-18, nov./dez. 2003.

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13. PIERRO, V.C.; ABDELNUR, J.P.; MAIA, L.C.; TRUGO, L.C. Free sugar concentration and pH of paediatric medicines in Brazil.Community Dent Health, v. 22, n.3, p. 180-183, 2005.

06 ANO I - Nº 2 - FEVEREIRO/2010

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Informe 02

07

TH9: UM NOVO FOCO PARA A DOENÇA ALÉRGICA.Th9: a new focus for allergic disease.

Luciana Teles Carneiro

Fisioterapeuta, Mestranda no Programa de Produtos Naturais eSintéticos Biotativos – UFPB - CCS – LTF e Professora dasDisciplinas Anatomia Humana e ProcedimentosRadiológicos em Pediatria da FASER.

Email para contato: [email protected]

O número de indivíduos acometidos por doenças alérgicas tem crescido significativamente nos últimos

anos. A isto se associa o aumento dos níveis de estresse no dia-a-dia, com conseqüente redução da qualidade de vida, as

modificações climáticas, a exemplo das variações de temperatura, e também as alterações de respostas imunológicas.

O sistema imunológico, caracterizado prioritariamente como sistema de defesa tem papel essencial na

manutenção da homeostase do organismo, e o faz através de interações celulares e moleculares cada vez mais

reconhecidas como complexas, envolvendo um número cada vez maior de elementos identificados.

A resposta imune a um agente estranho ou patógeno é baseada em uma sequência de eventos inter-

relacionados e se dá, prioritariamente, em dois momentos classificados em imunidade inata, onde há uma resposta

inespecífica e precoce, e em imunidade adaptativa, caracterizada por respostas mais específicas e tardias.

A resposta imune adaptativa tem como tipo celular central o linfócito, que pode ser classificado em

linfócito B, responsável pela produção de anticorpos (imunoglobulinas) e linfócito T, que produz citocinas (proteínas

que modulam a resposta inflamatória e dos linfócitos B).

Linfócitos T e as respostas alérgicas

As respostas alérgicas estão enquadradas na respostas imunes adaptativas, onde é necessário um antígeno

específico para desencadear a resposta imunológica. Esta resposta é atribuída à subpopulação de linfócitos T CD4,

conhecidos como linfócitos T auxiliares ou Th (do inglês T helper). Destas células são originadas citocinas ( proteínas

envolvidas em processos de crescimento, diferenciação e ativação celular), que orquestram toda a cascata de respostas

adaptativas.

As subclasses de células Th são determinadas com base no repertório de suas citocinas (Quadro 1). Em

humanos, células Th1, responsáveis pelas respostas imunes mediadas por células, predominantemente produzem IFN-

ão IL-4 e IL-5. Ao passo que as células Th2, produzem IL-4, IL-5, IL-9 e IL-13. As células Th17 têm expressiva

produção de IL-17 e são associadas às doenças autoimunes.

γ

e TNF-β, mas n

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08 ANO I - Nº 2 - FEVEREIRO/2010

Quadro 1. Subclasse das células Th

Fonte: Modificado de Commins, Borish e Steinke, In Press, 2009

Dentre as células Th, a Th tipo 2, ou Th2, tem sido associada a respostas imunes alérgicas e antiparasitárias,tanto em estudos com amostra de pacientes quanto em modelos animais. E a partir destas células, uma das citocinasassociadas seria a IL-9. No entanto, estudos propõem o envolvimento de um novo subtipo de células Th na produçãodesta citocina, as células Th9.

Th9, um novo subtipo de células T auxiliares

Recentes estudos têm demonstrado que a ativação do TGF- na presença de IL-4 reprograma adiferenciação das células Th2, originando células Th9, que por sua vez são responsáveis pela produção de IL-9 e IL-10, eestão envolvidas no desencadeamento e na manutenção das respostas alérgicas (Fig.1).

β

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09

Fig. 1 Diferenciação do perfil Th2 em Th9. Durante a inflamação aguda (A), o perfil Th2 promove a ativação de Linfócitos B, amaturação de eosinófilos, e a ativação e o recrutamento de macrófagos, associados à formação de muco. Na inflamação crônica (B), por meio domuco produzido e de eosinófilos há a expressão do TGF- ça de IL-4, desencadeia a diferenciação de células Th2 emTh9, com conseqüente produção de IL-9 e IL-10. Modificado de SOROOSH e DOHERTY, 2009.

β, e este por sua vez, na presen

O papel mod ção das células Th9. Háhipóteses sugerindo que este fator de crescimento inibe o fator de transcrição GATA3 e as citocinas do perfil Th2, o fatorde transcrição T-bet e as citocinas do perfil Th1, promovendo, desta forma, a expressão de IL-9 e IL-10 (perfil Th9).

As células Th9 não têm revelado características anérgicas e supressivas, bem como não têm ainda um fatorde transcrição em células T determinado, apesar de em mastócitos, ter sido identificado o GATA 1 como fator detranscrição. A produção de IL-9 por pelo linfócito T tem sido associada a um sinergismo entre células Th0, TGF- IL-4.

Em estudos que associavam a IL-9 à asma, identificou-se que em humanos, o gene da IL-9 encontra-se nocromossomo 5q (5q31-35), que é responsável por quadros de altos níveis de IgE e hiper-reatividade brônquica. Já emcamundongos, o gene da IL-9, foi associado ao cromossomo 13, que por sua vez, relaciona-se também com essaexacerbada resposta dos brônquios.

Além destes relatos, há pesquisas que determinam que a IL-9, além de estar envolvida nodesencadeamento da cascata de eventos da resposta alérgica, também está associada à manutenção desta resposta.Estudos demonstram que esta citocina está associada ao remodelamento das vias aéreas, à indução da produção demuco e ao aumento da fibrose brônquica, por meio do recrutamento de neutrófilos e eosinófilos.

Em modelos animais, utilizando camundongos transgênicos com super-expressão de IL-9, observou-seaumento da resposta de vias aéreas, dos níveis de IgE e de eosinofilia, após desafio antigênico inflamatório, bem como

ulador do TGF- β tem sido descrito como determinante na diferencia

β e

A B

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10 ANO I - Nº 2 - FEVEREIRO/2010

inflamação peribronquiolar e acúmulo de mastócitos, após desafio com a proteína CC10.

Além disso, em modelos animais com camundongos deficientes de IL-9, identificou-se diminuição daprodução de muco e da degranulação de mastócitos, por meio de estímulo inflamatório via perfil Th2, e ausência naresposta de vias aéreas e celularidade em modelos de asma induzidos por ovalbumina, bem como atenuação daanafilaxia.

Outro fator que corrobora a hipótese do surgimento de um novo subtipo de células T auxiliares é o fato deque a produção de IL-9 dá-se de maneira diferente dos perfis apresentados pelos linfócitos Th1 (resposta imunológicacelular, caracterizada por um infiltrado de neutrófilos), Th17 (relacionados com respostas auto-imunes ) e Treg(associados à manutenção da homeostase das respostas imunes, ou seja, o equilíbrio entre imunidade e tolerância).

Perspectivas clínicas

O surgimento da hipótese de um subtipo específico de células T associado às respostas alérgicas conduz aum novo horizonte de estudos e pesquisas, que direcionem a uma terapêutica imunológica específica, de modo aminimizar interações celulares, com efeitos adversos indesejáveis ao paciente, proporcionando, desta forma, umaatuação clínica mais segura e capaz de identificar padrões fisiopatológicos associados a perturbações do equilíbriohomeostático do sistema imune.

MCMILLAN, S.J.; BISHOP, B.; TOWNSEND, M.J.; MCKENZIE, A.N.; LLOYD,

C.M. The absence of interleukin 9 does not affect the development of allergen-induced pulmonary inflammation norairway hyperreactivity. J Exp Med; 195:51–7, 2002.

MURDOCH,J.R; LLOYD, C. M.; Chronic inflammation and asthma. Mutation Research/Fundamental and MolecularMechanisms of Mutagenesis In press, 2009.

Literatura Recomendada

AKDIS, M. Immune tolerance in allergy. Current Opinion in Immunology 21:700–707, 2009.

COMMINS, S. P.; BORISH, L.; STEINKE, J. W. Immunologic messenger molecules: Cytokines, interferons, and chemokines. J AllergyClin Immunol In Press, 2009.

DARDALHON, V.; AWASTHI, A.; KWON, H. et al. IL-4 inhibits TGF-beta induced Foxp3+ T cells and, together with TGF-beta,generatesIL-9+ IL-10+ Foxp3- effector T cells. Nat Immunol 9: 1347–55, 2008.

ERPENBECK, V.J.; HOHLFELD, J. M.; VOLKMANN, B. et al. Segmental allergen challenge in patients with atopic asthma leads toincreased IL-9 expression in bronchoalveolar lavage fluid lymphocytes. J Allergy Clin Immunol 111: 1319–27, 2003.

FORBES, E.E.; GROSCHWITZ, K.; ABONIA, J.P. et al. IL-9- and mast cell mediated intestinal permeability predisposes to oral antigenhypersensitivity. J Exp Med 205:897–913, 2008.

MCLANE, M.P.; HACZKU, A,; VAN DE RIJN, M et al. Interleukin-9 promotes

allergen-induced eosinophilic inflammation and airway hyperresponsiveness in transgenic mice. Am J Respir Cell Mol Biol19:713–20, 1998.

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RUMJANEK, V. M.; PIUVEZAM, M. R.; MASCARENHAS, S. R. O Sistema Neuroendócrino: Um Novo Alvo paraIntervenções Farmacológicas In: ALMEIDA, R. N. Psicofarmacologia – Fundamentos Práticos. Rio de Janeiro: GuanabaraKoogan, 2006. Cap. 26, p. 322-344.

SOROOSH, P.; DOHERTY, T. A. Th9 and allergic disease. Journal Cell, Molecules, Systems and Technologies - Immunology127: 450-458, 2009.

TEMANN, U.A.; GEBA G.P.; RANKIN, J.A.; FLAVEL, R.A. Expression of

interleukin 9 in the lungs of transgenic mice causes airway inflammation, mast cell hyperplasia, and bronchialhyperresponsiveness J Exp Med 188:1307–20, 1998.

TOWNSEND, J.M.; FALLON, G.P.; MATTHEW, J.D. et al. IL-9-deficient mice establish fundamental roles for IL-9 inpulmonary mastocytosis and goblet cell hyperplasia but not T cell development. Immunity 13:573–83, 2000.

VELDHOEN, M.; UYTTENHOVE, C.; VAN SNICK, J. et al. Transforming growth factor-beta 'reprograms' the differentiationof T helper 2 cells and promotes an interleukin 9-producing subset. Nat Immunol 9: 1341–6, 2008.

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Artigo 01

12 ANO I - Nº 2 - FEVEREIRO/2010

PATOLOGIAS SISTÊMICAS RELACIONADAS A AFECÇÕES BUCAIS

Related systemic pathologies buccal afecções

MENESES, I.H.C. , SIQUEIRA, M.F.G. , CUNHA FILHO, P.M.C.C.1. Docente de Epidemiologia para curso de Odontologia2. Discente do curso de Odontologia

As afecções bucais como cárie, gengivite, periodontite, maloclusão, tumores, entre outras, causam extremodesconforto e dor nos pacientes. Estas afecções podem favorecer o surgimento de problemas sistêmicos. Com basenisso, este trabalho teve por objetivo, identificar, na literatura, algumas patologias sistêmicas relacionadas às afecçõesbucais. Tratou-se de uma pesquisa bibliográfica desenvolvida através de referencial teórico obtido nas bibliotecas daFASER, UNIPÊ e UFPB, da cidade de João Pessoa na Paraíba, bem como através do acesso on-line de bibliotecas virtuais. Aliteratura aborda o fato de que disfunções mandibulares ocasionam sobrecarga da articulação temporomandibular(ATM), causando fadiga muscular, além de causar grandes impactos ao disco articular, gerando dores intensas queprojetam-se na face e progride até a nuca, gerando a cefaléia crônica. Com a presença de problemas periodontais, existea colonização da mucosa bucal com bactérias patogênicas que, podem migrar para os seios nasais ocasionandosinusites. Ainda em casos de doenças periodontais pode ocorrer a colonização pela bactéria Helicobacter pylori, quedeglutida fixa-se no estômago ocasionando gastrite. Assim, podemos concluir, que existe estreita relação entre asafecções bucais e algumas patologias sistêmicas que acometem um indivíduo

Descritores:

The oral diseases as caries, gingivitis, periodontitis, malocclusion, tumors, and others oral diseases can cause discomfortand pain in patients. These conditions may favor the emergence of systemic diseases. Based on this problem, this studyaimed to identify, in the literature, some systemic pathologies related to oral diseases. It was literature developmentobtained in the libraries of FASER, UNIPÊ UFPB at the city of Joao Pessoa in Paraiba, and through online access to virtuallibraries. The literature discusses the fact that mandibular dysfunction cause overload of the temporomandibular joint(TMJ), causing muscle fatigue, and cause major impacts to the articular disc, causing severe pain protruding from theface and progresses to the neck, leading to chronic headache . With the presence of periodontal problems, there is thecolonization of the oral mucosa with bacterial pathogens that may migrate to the sinuses causing sinusitis. Even in casesof periodontal disease can occur at colonization by the bacterium Helicobacter pylori, which swallowed down in thestomach causing gastritis. Then, we conclude that there is close relationship between oral diseases and certain systemicdiseases that affect an individual.

Keywords:

2 1 2

Resumo

Patologias bucais, Afecções sistêmicas

Abstract

oral diseases, systemic diseases

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13

Introdução

Metodologia

Discussão

As patologias sistêmicas estão entre as mais abrangentes na atualidade, sendo as principais causas de internamento nasmais diversas especialidades da saúde. Estas patologias também são caracterizadas entre as de maior risco aos clientes,devido a seu elevado índice de morbimortalidade. Dentre estas podemos citar a endocardite, gastrites, úlceras,aterosclerose, diabetes Mellitus, entre outras.

Uma grande variedade destas patologias, apesar de serem caracterizadas como sistêmicas, tem como fatores deinfluência as afecções bucais, como cárie, gengivite, periodontite, maloclusão, tumores, entre outras, estando algumas,inclusive, intimamente ligadas a estes fatores.

Dessa forma nos últimos anos vem crescendo o número de pesquisas acerca da influência das afecções bucais naprevenção de patologias sistêmicas, seja no seu gatilho ou agravo, de modo a elucidar a forma de desenvolvimentodessas patologias e, conseqüentemente, desenvolver metodologias eficazes em sua prevenção.

Assim este trabalho teve por fim identificar, na literatura, algumas patologias sistêmicas relacionadas às afecções bucais.

Tratou-se de uma pesquisa bibliográfica que buscou informações através de referencial teórico obtido nasbibliotecas da Faculdade Santa Emília de Rodat (FASER), Centro Universitário de João Pessoa (UNIPÊ) e UniversidadeFederal da Paraíba (UFPB), da cidade de João Pessoa na Paraíba, bem como através do acesso on-line de periódicos,anais, dissertações e teses nas bibliotecas virtuais.

A necessidade de controle de infecções locais nas áreas de saúde, principalmente no que se refere amanifestações sistêmicas, gerou inúmeros estudos com o objetivo de melhor esclarecer os mecanismos depatogenicidade e apontar alternativas mais eficazes no controle dos microrganismos. Na Odontologia, esses estudosestão bem evidentes, principalmente os relacionados à doença periodontal como agente etiopatogênico de mani-festações sistêmicas .

Todo o processo de destruição periodontal que evolui para as infecções sistêmicas iniciam-se com um desequilíbrioentre bactérias e defesas do hospedeiro que pode levar a alterações vasculares e à formação de exsudado inflamatório.É bem característico nesta fase a alteração da cor da gengiva, hemorragia e edema, caracterizando uma situaçãoreversível se a causa for eliminada. Esta situação, definida como Gengivite, promove a fragilização das estruturas, o quepossibilita um maior acesso dos agentes bacterianos agressores e/ou seus produtos às áreas subjacentes, podendoresultar na formação de bolsas periodontais, com perda óssea e uma contínua migração apical do epitélio (epitélio longode união). Este tipo de epitélio oferece menos resistência aos agentes agressores fazendo com que ocorra a progressãodo processo inflamatório até a total destruição do periodonto, caracterizando a periodontite .

1

1,2

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A Periodontite é caracterizada por uma inflamação que culmina com a destruição do periodonto e ocorrendo quando asalterações patológicas verificadas na gengivite evoluem, ocasionando a destruição do ligamento periodontal econseqüente migração apical do epitélio de união. Existe uma acumulação de placa bacteriana, nos tecidos maisprofundos, causando uma perda de inserção por destruição do tecido conjuntivo e por reabsorção do osso alveolar .

Uma das principais associações observadas nesse contexto é a ligação existente entre o estado de saúde oral e odiabetes Mellitus, principalmente o tipo 1, insulino-dependente. A doença periodontal é considerada a sextacomplicação da diabetes e estando bem documentado na literatura que indivíduos com diabetes Mellitus têm umamaior prevalência da doença periodontal, bem como a sua progressão e severidade é mais rápida e agressiva .

A insulina promove a utilização da glicose, a síntese das proteínas e a formação e o armazenamento de lipídeos neutros,agindo como catalisador da biossíntese de ácido hialurônico, glicoproteína sintetizada pelos fibroblastos e osteoblastos,previamente ao colágeno de fundamental importância para o processo de regeneração. Quando a quantidade deinsulina é pequena, como ocorre nos pacientes diabéticos não-compensados, a reparação dos tecidos lesados é maislenta. A mobilidade dos tecidos na cavidade bucal é naturalmente acentuada devido à fonação e, especialmente, àmastigação dos alimentos, gerando uma necessidade desses tecidos serem resistentes a tração mecânica. Entretantoesta resistência está diretamente relacionada à quantidade de colágeno que é sintetizada nas células. No pacientediabético não compensado, a síntese de colágeno é mais lenta, causando retardo da reparação .

A aterosclerose é uma doença progressiva caracterizada pelo acúmulo de lípides e componente fibroso em grandesartérias, sendo a principal causa de doença arterial coronária (DAC) e acidente vascular cerebral (AVC), sendoresponsável por aproximadamente 50% das mortes em países ocidentais. Por este motivo, há grande interesse naelucidação da etiopatogenia da aterosclerose .

Muitos trabalhos na literatura evidenciam a relação existente entre infecções orais e infarto do miocárdio,demonstrando que pacientes com menor grau de saúde bucal são mais suscetíveis a ter infarto do miocárdio comparadoaos indivíduos com boa saúde bucal. A associação foi considerada válida a partir da interrelação dos fatores de risco paraas doenças cardiovasculares como idade, colesterol total, triglicerídeos, hipertensão, diabetes e fumo. A condição bucalfoi pior em pessoas com infartamento cerebral quando se avaliou a relação entre infecção dental ou periodontal einfarto isquêmico cerebral, sendo observado na literatura uma alta prevalência de infecções bucais em homens comderrame .

Nas infecções bucais que atingem o tecido ósseo os microrganismos envolvidos tem acesso a corrente sanguínea, esedimentam-se nos depósitos de gordura de alguns vasos, contribuindo para a formação do ateroma (placa de gorduraque obstrui a passagem do sangue nos vasos), podendo originar infartos, trombos ou AVC (caso os coágulos atinjam osvasos cerebrais .

A Sinusite maxilar crônica de origem dentária é uma doença cuja prevalência é muitas vezes subestimada, sendo maisfreqüente em adultos do que em crianças. Apesar de presente ao nascimento, o seio maxilar não atinge o tamanhoadulto antes dos 8 ou 9 anos. Após essa idade, a cavidade se expande com o crescimento, permanecendo no terço médioda face .

A causa mais comum é o granuloma apical , especialmente do primeiro molar, mas periodontite avançada deve ser

considerada como fator etiológico. Infecções dentárias apicais podem desenvolver sinusopatias. A relação entre o dente

2,3,4

2,5

5,6

7

1,8

2,8,9

10

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e o seio maxilar é favorecido pelo grande número de pequenos vasos situados entre a mucosa antral e o tecido

periodontal. Uma boca saudável apresenta em cada grama de placa bacteriana cerca de 200 milhões de

microrganismos. Quando não há cuidado esse número pode passar de um bilhão. Quando ocorre um déficit

imunológico, seja patológico ou terapêutico, essas bactérias podem migrar para os seios nasais ocasionando infecções

na mucosa .

A endocardite é um processo infeccioso na superfície do endocárdio envolvendo as válvulas cardíacas. Os principais

fatores de risco desta patologia são lesões no endocárdio provocadas por doenças congênitas ou adquiridas. A pré-

existência dos defeitos cardíacos leva os pacientes que as possuem serem considerados de risco, para desenvolver

endocardite quando da ocorrência de bacteremias. É uma infecção incomum, doença potencialmente fatal com taxa de

mortalidade de 27% .

Durante a infecção periodontal o processo inflamatório ocasiona uma grande vasodilatação no periodonto, facilitando a

passagem de patógenos para a corrente sanguínea. Uma vez na corrente sanguínea algumas bactérias podem chegar ao

endocárdio (tecido de revestimento das cavidades do coração), alojando-se em uma válvula cardíaca defeituosa,

gerando uma infecção caracterizada por placas em forma de couve-flor. Essa infecção ativa a resposta imunológica do

indivíduo, gerando um processo inflamatório localizado que pode culminar na insuficiência cardíaca .

A infecção por Helicobacter pylori é a mais comum doença infecciosa crônica gástrica em humanos provocada por

bactérias sendo a principal causa de gastrite crônica, úlcera péptica, carcinoma e linfoma gástricos, bem como, possíveis

manifestações extraintestinais .

Em casos de doença periodontal, os microrganismos agem diretamente na gengiva, progredindo até a estrutura óssea

do dente, ocasionando degeneração progressiva e até mesmo a perda do dente . Entre os microrganismos observados

nessas infecções estão as bactérias do gênero Helicobacter pylori, bactéria que ataca a mucosa estomacal, ocasionando

desde gastrite até úlceras e câncer estomacal. Essa bactérias possui a capacidade de resistir a acidez gástrica, podendo

multiplicar-se livremente neste local. Ela coloniza primeiramente a boca, ocasionando grandes danos, e depois migra

para o estômago. Cerca de 90% das bactérias estomacais são eliminadas pelos antibióticos utilizados no combate a ela,

entretanto apenas 33% delas são atingidas quando estão na cavidade oral. Assim, apenas a eliminação dessas bactérias

estomacais não soluciona o problema .

Com base no que foi abordado neste trabalho, podemos evidenciar a intima relação existente entre as afecções bucais e

algumas patologias sistêmicas que podem acometer os indivíduos, acarretando danos graves e, por vezes, fatais. O

conhecimento desta inter-relação é fundamental para um melhor direcionamento terapêutico e preventivo destas

patologias, bem como uma melhoria na qualidade de vida destes pacientes.

2,3,10

2,11,12

2,3,8

13

1,2

13,14

Conclusão

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Referências

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13. MOURA, S.A.B.; GERBI, M.; MEDEIROS, A.M.C.; SOUTO, M.F.; EMILIANO, G.B.G.; SOUSA, J.M.A. Identificação deHelicobacter pylori na saliva e biofilme dental. International Journal of dentistry. Recife. v 3, p. 349-352. 2004.

14. LUZZA, F.; ODERDA, GIUSEPPINA, M.M.; IMENEO, M.; MESURACA, L.; CHIOBOLI, E.; LERRO, P.; GUANDALINI; S.;PALLONE, F. Salivary Immunoglobulin G Assay To Diagnose Helicobacterpylori Infection in Children. Journal of clinicalmicrobiology. p. 3358–3360. 1997.

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Artigo 02

COMPARAÇÃO DA REESTENOSE INTRA-STENT ENTRE STENTSCONVENCIONAIS E FARMACOLÓGICOS

Comparison of reestenosis between conventional and pharmacologicalstents

ALBUQUERQUE, P. B. S. ; FIGUEIRÊDO, M. M. P. 2; PAZ, A. M. R.1: Professora de Patologia Básica e Clínica da Faculdade Santa Emília de Rodat([email protected]).2: Discentes do curso de Biomedicina da Faculdade Santa Emília de Rodat([email protected]; [email protected]).

Stents convencionais são dispositivos coronários percutâneos feitos de endopróteses metálicas expansíveis

responsáveis por eliminar o recolhimento elástico imediato e o remodelamento negativo, fenômenos físicos

responsáveis por grande parte da perda da luz coronariana. Stents farmacológicos, por sua vez, são a associação do

suporte mecânico fornecido pelo implante do stent com a liberação local e controlada de medicamentos com uma ação

antiproliferativa. Desenvolvemos este trabalho com o objetivo de analisar a maior eficiência de stents farmacológicos

em casos de reestenose intra-stent, comparado a stents convencionais. Para a realização do estudo foi realizado um

levantamento bibliográfico na biblioteca da FASER e artigos obtidos nas bases de dados MEDLINE, SCIELO e LILACS,

disponíveis na internet, no período de 7 a 20 de setembro de 2008. Observou-se que com a evidência dos benefícios dos

stents convencionais, os stents coronarianos foram incorporados como a técnica preferida para a efetivação da

revascularização coronariana percutânea. Desde sua aprovação para uso clínico, em 1994, o índice de sua utilização

cresceu em todos os países, até atingir a marca de 85% a 90%. A resposta vascular ao trauma decorrente da liberação do

stent e a sua presença permanente resultam em proliferação intimal de grau variado, que, quando se apresenta

exagerada, resulta em importante redução da luz coronariana. A experiência clínica com os stents permitiu identificar os

principais fatores preditores deste fenômeno, denominado de reestenose intra-stent: diabete melito, diâmetro variado

da luz coronariana e estenose residual. Os stents farmacológicos entram com maior eficiência nesses casos pois

utilizam-se de fármacos antiproliferativos (com mecanismo citostático ou citotóxico) eficazes e com mínima ou

nenhuma toxicidade, através de um sistema de liberação previsível e programável (polímeros), com uma baixa

trombogenicidade. Após o estudo concluiu-se que os stents farmacológicos foram concebidos para reduzir a reestenose

intra-stent, procedimento executado com mais eficiência do que por stents convencionais, não contribuindo,

entretanto, para modificar eventos maiores, como infarto ou morte, que estão relacionados com a história natural da

aterosclerose coronariana. Segundo estudos, o controle da reestenose intra-stent promove melhora na qualidade de

vida, pela redução relativa de 70% do risco de realizar novos procedimentos de revascularização.

Palavras-chave:

2 1

Resumo

stent convencional, stent farmacológico, reestenose intra-stent

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18 ANO I - Nº 2 - FEVEREIRO/2010

Abstract

standard stent, stent drug, in-stent restenosis

Introdução

Stents conventional percutaneous coronary devices are made of expandable metal stents responsible for eliminating

the immediate elastic recoil and negative remodeling, physical phenomena responsible for much of the loss of coronary

lumen. Drug-eluting stents, in turn, are the combination of mechanical support provided by the implantation with the

local and controlled release of drugs with antiproliferative action. Develop this work in order to analyze the efficiency of

drug-eluting stents in cases of in-stent restenosis, compared to conventional stents. To perform the study was based on a

literature in the library of FASER and papers through the MEDLINE, SciELO and Lilacs, available on the Internet, from 7 to

20 September 2008. It was observed that with the evidence of the benefits of stents, coronary stents were incorporated

as the preferred technique for effecting percutaneous coronary revascularization. Since its approval for clinical use in

1994, the rate of use increased in all countries to reach the mark of 85% to 90%. Vascular responses to trauma resulting

from stent deployment and their permanent presence results in intimal proliferation of varying degree, that, when

presented exaggerated, resulting in significant reduction in coronary lumen. Clinical experience with stents allowed

identifying the main predictors of this phenomenon, called in-stent restenosis: diabetes mellitus, various diameters of

the coronary lumen and residual stenosis. Drug-eluting stents come with greater efficiency in these cases because they

use is antiproliferative drugs (with cytotoxic or cytostatic mechanism) and effective with minimal or no toxicity through a

delivery system predictable and programmable (polymers), and a low thrombogenicity. After the study concluded that

drug-eluting stents are designed to reduce in-stent restenosis, a procedure performed more efficiently than by

conventional stents do not contribute, however, to modify major events such as heart attack or death, that are related to

the natural history of coronary atherosclerosis. According to studies, the control of in-stent restenosis promotes

improved quality of life, the relative reduction of 70% of the risk for new revascularization procedures.

Keywords:

Stents são dispositivos coronários percutâneos feitos de endopróteses metálicas expansíveis responsáveis poreliminar os fenômenos físicos responsáveis pela perda da luz coronariana(1) (FIGURA 1).

Figura 1 - Modelo de um stent de aço inoxidável (2)

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Stents farmacológicos, por sua vez, são a associação do suporte mecânico fornecido pelo implante do stent coma liberação local e controlada de medicamentos com uma ação antiproliferativa.(3) A angioplastia transluminalcoronária (ATC) com a utilização de stent é, atualmente, um dos métodos mais importantes para o tratamento das lesõesobstrutivas coronárias, uma das principais causas de óbito em ambos os sexos em nações industrializadas (2).A ATC, no entanto, enfrenta um paradoxo: por um lado, o campo de aplicação do método vem se ampliandoconstantemente: pacientes com múltiplos vasos lesados, disfunção ventricular importante, choque cardiogênico,infarto agudo e artérias coronárias ocluídas vêm sendo tratados com freqüência crescente; por outro, as complicaçõesdecorrentes do método, agudas e crônicas, continuam no mesmo patamar. Por sua freqüência, em 30% a 50% dos casos,implicações clínicas e custos, a reestenose é o principal problema que limita o sucesso terapêutico. (4)

O processo de reestenose consiste numa remodelação arterial, resultante das alterações estruturais da parededo vaso após os procedimentos de ATC. Essa remodelação é avaliada pelas mudanças na área total do vaso ou na áreacircunscrita pela lâmina elástica interna e, em alguns casos, talvez seja o principal fator envolvido na reestenose;alternativamente, vasoconstrição crônica associada a pouca formação de neo-íntima pode contribuir decisivamentepara reestenose. Por outro lado, um alargamento compensatório do vaso chega a acomodar uma quantidadesignificativa de neo-íntima, preservando a área luminal.(5)

Desenvolvemos este trabalho com o objetivo de analisar a maior eficiência de stents farmacológicos em casosde reestenose intra-stent, comparado a stents convencionais.

A metodologia utilizada para a realização do estudo partiu de um levantamento bibliográfico realizado nabiblioteca da FASER e artigos obtidos nas bases de dados MEDLINE, SCIELO e LILACS, disponíveis na internet, no períodode 7 a 20 de setembro de 2008.

Stents são malhas metálicas tubulares e fenestradas, introduzidas através de cateter, com vários tipos deconfigurações possíveis, que exerce uma força radial adequada com função de amenizar a retração aguda ou crônica daparede do vaso, dinamizando o fluxo sangüíneo(2) (FIGURA 2).

Objetivo

Metodologia

Discussão

A. Balão com cateter stent montadoB. Stent expandido pelo balãoC. Stent impantado na artéria

Figura 2 – Introdução e ação do stent (6)

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Com a evidência de seus benefícios, os stents coronarianos foram incorporados como a técnica preferida para aefetivação da revascularização coronariana percutânea. Desde sua aprovação para uso clínico, em 1994, o índice de suautilização cresceu em todos os países, até atingir a marca de 85% a 90% (3).

A resposta vascular ao trauma decorrente da liberação do stent e a sua presença permanente resultam emproliferação intimal de grau variado, que, quando se apresenta exagerada, resulta em importante redução da luzcoronariana. A experiência clínica com os stents permitiu identificar os principais fatores preditores deste fenômeno,chamada de reestenose intra-stent: os fatores clínicos caracterizam-se por sexo masculino, presença de angina instável,diabetes e tabagismo; os fatores intrínsecos da lesão, por sua vez, associam-se à presença de estenoses mais graves nascoronárias (também conhecido como tipo rosário), doença multiarterial, lesões de óstio, lesões localizadas nosegmento proximal arterial, presença de vasos de menor calibre e por último, pacientes que já sofreram mais de umareestenose; os fatores técnicos caracterizam-se por presença de resultado subótimo da dilatação e a presença dedissecção angiograficamente visível que demonstra existir um importante descolamento da placa de ateroma, o que iráfacilitar a formação de coágulos e futura deposição de plaquetas no local (2) (FIGURA 3).

No processo da reestenose existe uma seqüência de eventos celulares que ocorrem em conexão, e nãoindividualizados. Num primeiro momento, que dura de minutos a horas, a lesão vascular causa denudação endotelial,rompimento da neo-íntima, rotura da lâmina elástica interna, lesão das células musculares lisas da camada média efratura e compressão da placa. Pela progressão do estiramento, pode ocorrer dissecção da camada média e dilatação damédia e adventícia. Há interação de plaquetas e trombina com a parede lesada e liberação de substâncias vasoativas,tais como tromboxano e serotonina; são liberados, também, fatores de crescimento derivados de plaquetas (FCDP),fator de crescimento epidérmico (FCE), fator de crescimento fibroblástico (FCF) e fator transformador beta (FTB). (4)

Após dias ou semanas, há ativação e replicação das células musculares lisas e sua migração da camada médiapara a íntima. Ocorre, então, auto-replicação das células musculares lisas agora presentes na camada interna, as quaissofrem uma mudança fenotípica e passam de células contráteis para células sintéticas. Quando essas células perdem acapacidade de se replicar, passam a produzir proteoglicanos, sulfato de condroitina, dermatan-sulfato e heparan-sulfato, e há a modulação da matriz extracelular e remodelação do vaso. Acontece formação de colágeno oriundo defibroblastos e células musculares lisas, e de fibras de elastina.(8)

Os stents farmacológicos entram com maior eficiência na terapêutica da reestenose pois utilizam-se de

FIGURA 2 – Redução do lúmen arterial (7)

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fármacos antiproliferativos (com mecanismo citostático ou citotóxico) eficazes e com mínima ou nenhuma toxicidade,através de um sistema de liberação previsível e programável (polímeros), com uma baixa trombogenicidade. (3)

Possuem como mecanismo básico a inibição da migração e proliferação de células musculares lisas, envolvidasna gênese da reestenose. Esse efeito benéfico, entretanto, ocorre concomitante ao efeito inibitório na reendotelizaçãodas hastes do stent e de um atraso na cicatrização arterial do segmento tratado. Além da migração de células endoteliaislocais, a captação de células progenitoras provenientes da medula óssea pode ser um dos fatores-chave no processo dereendotelização. (1)

Para melhor entendimento, apresentamos alguns exemplos de reestudos de seis meses pós-implante de stentsfarmacológicos por tomografia coerência óptica (TCO) – figuras 3, 4 e 5.

Figura 5 – hastes não reendotelizadas (1)

Figura 3 – Proliferação neointimal mínimacom reendotelização das hastes (1)

Figura 4 – Reendotelizaçãoincompleta do stent farmacológico (1)

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The New England Journal of Medicine em junho de 2002, sugeriu que stents implantados nas artérias coronáriaspodem ser 100% livres de reestenose, mantendo os vasos abertos, desde que revestidos com uma droga chama desirolimus (rapamicina). Neste estudo mundial publicado, chamado de Ravel, e que teve parte dele desenvolvida noBrasil, nenhum dos pacientes tratados com os stents revestidos desenvolveu a reestenose seis meses após seu implante,comparado com 25% dos pacientes tratados com os stents não revestidos com a droga. (9)

A Rapamicina é um efetivo e potente imunossupressor macrolídeo que também atua na inibição da proliferaçãode células linfóides e não linfóides. Estudos in vitro mostraram que a rapamicina suprime a proliferação de fibroblastos,células endoteliais, mastócitos e células miogênicas, assim como os linfócitos. Possui característica de ser um agentehidrofóbico com baixa solubilidade em soluções aquosas, e com isto ser um ótimo candidato a obter efeitos locaissustentados. (2)

A rapamicina inibe a proliferação das células musculares lisas da íntima, bloqueando a progressão do ciclocelular na transição G1/S, (portanto, ele é um agente citostático, e não citotóxico). Esta inibição ocorre devido à ligaçãoda rapamicina a um receptor intracelular (FKBP12). Através de uma via desconhecida, os níveis da proteína p27kip1 sãoaumentados e a fosforilação da proteína retinoblastoma (pRb) é inibida, levando à interrupção do ciclo celular na faseG1/S. (2)

Um estudo randomizado e duplo-cego da Rapamicina (Sirolimus) – RAVEL20, relatou que a taxa de reestenoseem stents cobertos com esse fármaco foi de 0% em relação aos 26% no grupo controle, cujos stents eramdescobertos.(2) (FIGURA 6).

Figura 6 - Resultados do uso da Rapamicina – Pré intervenção (fotos da esquerda) e um mês pós Rapamicina (fotos da direita). (2)

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Conclusão

Referências

Os estudos dirigidos para a prevenção da reestenose após angioplastia têm objetivado interferir na cadeiacomplexa de eventos que levam à recidiva da lesão, e não procuraram intervir no processo de remodelação. Talvez sejaessa a principal explicação para o fato de todas as intervenções farmacológicas realizadas até o momento não terem sidoperfeitamente sucedidas.

Alguns estudos demonstram que o controle da reestenose intra-stent, por sua vez, promove melhora naqualidade de vida pela redução relativa de mais da metade do risco de realizar novos procedimentos derevascularização. Diante deste fato, os stents farmacológicos concebem a redução da reestenose intra-stent com maiseficiência do que os stents convencionais, não contribuindo, entretanto, para modificar eventos maiores, como infartoou morte.

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ERITROBLASTOSE FETAL COMO HIPERSENSIBILIDADE TIPO IIEritroblastosis fetal as hipersensibility type II

Cunha Filho, P.M.C.¹; Santos, L. L. A. S. ².

1. Mestre, Docente titular da disciplina de Microbiologia e Imunologia doscursos de Enfermagem e Biomedicina da FASER.Email: [email protected]. Discente de Enfermagem- FSM - 7º período.Email: [email protected]

O presente trabalho trata-se de uma pesquisa bibliográfica realizada na biblioteca da FASER-PB, e acervos virtuais dainternet, no período de 05 de agosto a 20 de setembro de 2007, e revisado de 15 a 30 de agosto de 2009 nos acervos daFSM-PE, de caráter descritivo, com o objetivo de caracterizar a eritroblastose fetal como uma hipersensibilidade do tipoII. A eritroblastose fetal é ocasionada pela aglutinação progressiva e fagocitose imediata das hemácias, que atinge fetose recém-nascidos, sendo caracterizada como uma hipersensibilidade tipo II por envolver uma reação entre IgG contra oantígeno aderido à célula. A maior parte dos casos de eritroblastose fetal se dá através da incompatibilidade do fator Rhda mãe com o do filho, aonde a mãe irá apresenta fator Rh negativo e o bebê fator Rh positivo, este herdado do pai. Destemodo a mãe irá desenvolver aglutinas anti-Rh, que irá propagar-se através da placenta para o feto, causando neste aaglutinação das hemácias. Entretanto esse processo não tem efeito durante a primeira gravidez de um feto Rh positivo,pois a sensibilização raramente ocorre antes do início do trabalho de parto, isto em condições normais.

Unitermos:

This work is a literature survey held in the FASER-PB library, and virtual libraries on the Internet in the period fromAugust 5th to September 20th 2007, and revised from August 15th to August 30th 2009 in the collections FSM-EP, inorder to characterize fetal erythroblastosis as a type II hypersensitivity. The fetal erythroblastosis is caused byprogressive aggregation and phagocytosis of red blood cells immediately, which affects fetuses and newborns and ischaracterized as a hypersensitive type II involves a reaction between antibodies against the antigen attached to the cell.Most cases of fetal erythroblastosis is by the Rh factor incompatibility of mother and son, where the mother has anegative Rh factor and the baby has a positive Rh, inherited from the father. Thus the mother will develop agglutinatinganti-Rh, which will spread through the placenta to the fetus, resulting in the agglutination of red blood cells. However,this process has no effect during the first pregnancy of an Rh positive fetus, because the awareness rarely occurs beforethe onset of labor, that under normal conditions.

Keywords:

Resumo

Eritroblastose fetal; hipersensibilidade tipo II; incompatibilidade sangüínea.

Abstract

Fetal erythroblastosis, erythroblastosis fetalis, type II hypersensitivity, blood group incompatibility.

Artigo 03

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Introdução

Objetivo

Metodologia

Discussão

A doença hemolítica do RN ou eritroblastose fetal como também é conhecida, é um distúrbio sanguíneo da vidafetal avançada ou do início da vida neonatal que pode ocorrer quando existe uma incompatibilidade de grupo sanguíneoentre mãe e filho, onde este último herda o grupo sanguíneo do pai .

O sinal e sintoma mais precoce da incompatibilidade sanguínea é a hiperbilirrubinemia, que ocorre dentro dasprimeiras 24 horas de vida do RN, devido ao alto índice de destruição das hemácias, que estimula a produção de novashemácias, o que, por sua vez, oferece um número crescente de células para hemólise .

Caracterizar, segundo a literatura, a eritroblastose fetal como uma hipersensibilidade do tipo II.

Trata-se de uma pesquisa bibliográfica, realizada com acervos da biblioteca da FASER-PB e acervos virtuais comoa internet, no período de 10 de agosto a 20 de setembro de 2007. E revisado no período de 15 a 30 de agosto de 2009,nos acervos da FSM-PE.

A gravidez ou gestação ocorre com a fertilização do óvulo, mas antes de o óvulo ser liberado do folículo, cada umdos 23 pares de cromossomos perde um de seus componentes, de modo que 23 cromossomos não pareadospermanecem no óvulo maduro, assim ocorre à ovulação e, logo depois, em geral após o óvulo ter passado à extremidadeda tuba uterina, ocorre à fertilização, realizada pelos espermatozóides que dirige a zona pelúcida e a corona radiada doovócito secundário para completar o processo de fertilização e a formação do zigoto .

O transporte do ovo pela tuba é um pouco demorado, permitindo assim que ele passe por várias etapas dedivisão (mórula e blastocistos) para poder chegar ao útero. Durante esse período, é formada uma grande quantidade desecreções, pelas células secretoras que revestem a trompa uterina, para nutrir o ovo em desenvolvimento .

Durante a implantação, as células do trofoblastos secretam gonadotrofinas coriônicas humanas (hcg) queimpedem a queda do endométrio e a menstruação. A secreção de hcg declina pela 10º semana quando a placentadesenvolvida secreta esteróides que preserva o endométrio .

De acordo com a literatura consultada após a implantação do ovo, as células trofoblásticas e as célulasblastocísticas juntam-se com células do endométrio materno para formar a placenta e as diversas membranas própriasda gravidez. Onde a placenta tem a função de nutrir o embrião através do sangue, isto ocorre devido à estrutura daplacenta que apresenta o sangue do feto fluido pelas duas artérias umbilicais até os capilares das vilosidades e, daí, devolta ao feto pela veia umbilical, que é a única. O sangue materno por sua vez, flui das artérias uterinas para os grandesseios sanguíneos que circundam as vilosidades e, daí, de volta para as veias uterinas da mãe. Possibilitando a difusão desubstâncias alimentares do sangue da mãe para o feto e a difusão dos produtos de excreção do feto para a mãe .

A literatura também cita que durante a gestação, a placenta sintetiza grandes quantidades de progesterona,estradiol, estrona e estriol. Estes esteróides são produzidos tanto no compartimento materno quanto fetal. A evoluçãonormal da gestação está na dependência desses hormônios, que agem sobre o trato genital materno e os sistemasmetabólicos. Os esteróides placentários que passam para o compartimento fetal são completamente metabolizados e

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conjugados .O funcionamento da placenta não é totalmente autônomo e os esteróides que ela produz são derivados de

precursores fornecidos ou pela mãe ou pelo feto. O colesterol parece ser o precursor exclusivo da progesteronaproduzido pela placenta, sendo que a importância se deve ao de origem materna. A progesterona é responsável pelainibição das contrações miometriais e intervém na proteção imunológica da gravidez e junto com os estrogênios inibe alactação até o nascimento .

Chegada à hora do parto o útero fica progressivamente mais excitável, até exibir, contrações rítmicas detamanha intensidade que expelem o bebê. Essas contrações são causadas pelas alterações hormonais progressivas quecausam maior excitabilidade da musculatura uterina e alterações mecânicas progressivas causadas pelo aumento dobebê .

No entanto podem surgir problemas na gravidez ou mesmo depois do nascimento do bebê. Podemos assimcitar a eritroblastose fetal que é uma doença de fetos e de recém-nascidos, caracterizadas por aglutinação progressiva efagocitose subsequente das hemácias .

A doença hemolítica do recém-nascido (DHRN) se deve, principalmente, à sensibilização pelo fator Rh ou pelosistema ABO, podendo raramente, ser causada por incompatibilidade a outros grupos sanguíneos menores, tais comoKell, Duffy, Lewis, Kidd e outros. Do ponto de vista laboratorial o diagnóstico das isoimunizações é realizado pela análisedo grupo sanguíneo e pesquisa de fator Rh em amostras de sangue materno e de neonatos, associada ao teste deCoombs direto positivo nas hemácias do recém-nascido .

Na maioria dos casos de eritroblastose, a mãe é Rh negativa e o pai Rh positivo. O bebê herda o antígeno Rhpositivo do pai e a mãe vem a desenvolver aglutininas anti-Rh, que se difundem através da placenta para o feto,causando neste a aglutinação das hemácias. Caracterizando-se como hipersensibilidade tipo II, devido às hemáciasaglutinadas sofrerem hemólise, liberando hemoglobina no sangue. E os macrófagos então convertem essahemoglobina em bilirrubina, que deixa a pele amarelada (icterícia), os anticorpos também podem atacar e lesaralgumas outras células do corpo .

Embora as circulações da mãe e do feto sejam separadas, algumas vezes as hemácias fetais (com antígenosestranhos à mãe) ganham acesso à circulação da mãe através de diminutas entradas nos vasos placentários, assim omecanismo natural de defesa da mãe responderá a essas células alienígenas produzindo anticorpos Rh .

Em condições normais, esse processo de isoimunização não tem efeito sobre o feto durante a primeira gravidezcom um feto Rh positivo, porque a sensibilização inicial aos antígenos Rh raramente ocorre antes do início do trabalho departo. Contudo, à medida que quantidades maiores de sangue fetal são transferidas para a circulação materna durante aseparação placentária, é estimulada a produção materna de anticorpos. Logo, durante uma gravidez subseqüente comum feto Rh positivo, esses anticorpos maternos previamente elaborados para células sanguíneas Rh positivas penetramna circulação fetal através da qual atacam e destroem os eritrócitos fetais. Como a doença começa in útero, o feto tentacompensar a hemólise progressiva acelerando o ritmo da eritropoese, e em decorrência disso, hemácias imaturas(eritroblastos) surgem na circulação fetal .

Ou seja, a doença hemolítica do recém-nascido é decorrente da presença de anticorpos maternos da classe IgGque reagem contra os eritrócitos da criança in útero, isto por causa do livre acesso da IgG pela placenta .

Do ponto de vista clínico, a isoimunização Rh pode produzir diferentes manifestações variando desde anemia ehiperbilirrubina discreta até hidropnia e morte fetal .

A grave anemia da eritroblastose fetal geralmente constitui causa de morte, e muitas crianças que conseguemsobreviver a ela apresentam distúrbios mentais permanentes ou danos nas áreas motoras do cérebro, em virtude daprecipitação de bilirrubina nas células neurais, o que causa sua destruição .

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Na forma mais grave de eritroblastose fetal, a hidropnia fetal, a hemólise progressiva causa hipoxia fetal,insuficiência cardíaca, edema generalizado (anasarca) e derrames nos espaços pericárdicos, pleura e peritoneal, o fetopode, ainda, nascer morto ou em grave angústia respiratória .

O tratamento habitual da eritroblastose fetal consiste em substituir o sangue do recém-nascido por sangue Rhnegativo, processo chamado de exsanguíneotransfusão, onde aproximadamente 400 ml de sangue Rh negativo sãoinfundidos ao longo de um período de 1, 5 ou mais horas, enquanto o sangue Rh positivo do recém-nascido é retirado.Esse procedimento pode ser repetido várias vezes durante as primeiras semanas de vida, principalmente para manterbaixo o nível de bilirrubina e assim impedir as lesões cerebrais. À época em que as hemácias Rh negativas transfundidastiverem sido substituídas pelas hemácias Rh positivas do próprio recém-nascido (processo que requer seis semanas, oumais), as aglutininas anti-Rh provenientes da mãe já terão sido destruídas .

O diagnóstico de isoimunização antes do parto pode ser feito através de aminiocentese e análise dos níveis debilirrubina no líquido aminiótico. Níveis crescentes de bilirrubina indicam hemólise fetal progressiva e podem indicar anecessidade de transfusão intra-uterina ou interrupção imediata da gravidez. Um novo método usando a reação emcadeia de polimerase determina o genótipo RhD das células amnióticas. Se for evidenciado que o fator é Rh negativo, édesnecessário qualquer outro teste. A eritroblastose fetal causada por incompatibilidade Rh também pode ser estimadaatravés da avaliação dos títulos de anticorpos anti-Rh em elevação na circulação materna (teste de Coombs indireto) oupor teste da densidade óptica do líquido aminiótico (teste delta 00450), pois bilirrubina altera a cor do líquido .

Há uma ampla variabilidade no desenvolvimento de sensibilização materna aos antígenos Rh positivos. Asensibilização pode ocorrer durante a primeira gravidez se a mulher previamente já tiver recebido transfusão de sangueRh positivo. Poderá não ocorrer sensibilização em situações nas quais uma forte barreira placentária impeça atransferência de sangue fetal para a circulação materna. Em cerca de 10 a 15% das mães sensibilizadas, não ocorrereação hemolítica no recém-nascido .

A doença no recém-nascido é suspeitada com base na ocasião do surgimento da icterícia e pode ser confirmadano período pós-natal pela detecção de anticorpos ligados aos eritrócitos circulantes do bebê afetado (teste de Coobsdireto). O teste de Coobs é rotineiramente feito em amostras de sangue do cordão umbilical de recém-nascido de mãesRh negativas .

Na atualidade, é possível evitar o surgimento dessa doença hemolítica, prevenindo-se a sensibilização maternacom o uso de anticorpos anti-Rh, chamada de RhoGam(6). Pois quando os anticorpos anti-Rh (anti-D) são ministradosimediatamente no pós-parto, ocorre a neutralização dos eritrócitos Rh positivos, impedindo a sensibilização da mulherRh negativa .

E a utilização dos anticorpos anti-Rh deve ser administrado em todas as gestantes Rh negativas não-sensibilizadas até 72 horas pós-parto de RN com Rh positivo; após abortamento ou prenhez ectópica; óbito intra-uterino, natimorto; após procedimentos invasivos como biópsia de vilo coriônico e aminiocentese, no dia doprocedimento e repetir de 12 em 12 semanas até o parto; nas síndromes hemorrágicas durante a gestação; traumatismoabdominal; versão externa do feto; e após transfusão de sangue incompatível .

Além disso, devem ser detectadas as gestantes já sensibilizadas, as quais devem ser acompanhadas durante agestação pela realização seriada de teste de Coobs indireto, no intuito de tratar precocemente formas graves da doença.No entanto, em nosso meio, ainda se observam neonatos isoimunizados devido à falta de acompanhamento adequadodas gestantes . E para esses neonatos além da exsanguíneotransfusão, temos também a fototerapia e tratamentomedicamentoso e plasmaferese, onde cada procedimento desses dependerá do nível do estado da doença.

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Conclusão

Referências

Dessa forma a eritroblastose fetal é na verdade uma caracterização da reação imunológica malignacaracterizada como reação de hipersensibilidade tipo II.

Com base no estudo podemos considerar que um pré-natal realizado de forma eficaz pode evitar aeritroblastose fetal, por isso que é de suma importância abordar a gestante de forma simples, para que está compreendaas informações oferecidas e ao mesmo tempo nos forneça as informações necessárias para evitar a incompatibilidadesanguínea. Além de fazer com que a gestante seja assídua ao calendário pré-natal, realizando todos os exames eimunizações previstas no calendário gestacional.

Percebemos também que é de grande importância a presença e atenção da equipe de enfermagem, pois é elaque estará mais próxima da gestante em todos os momentos desde o pré-natal até o puerpério, devendo então saberreconhecer os sinais e sintomas da eritroblastose fetal, mesmo antes do seu desenvolvimento.

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Artigo 04

FACETAMENTO DENTAL: PROCEDIMENTO VERSÁTIL NA ODONTOLOGIA ATUALDental venneers: versatile procedure in the current dental

TRIGUEIRO, M , MANGUEIRA, D,F,B , VIEIRA NETO, E,M , LIRA, G,K,M,S1 Cirurgiã Dentista, Professora Ms. de Desenho e Escultura Dental do UNIPÊ([email protected])2 Cirurgiã Dentista, Professora do Departamento de OdontologiaRestauradora – UFPB. Professora do UNIPÊ ([email protected])3Cirurgião dentista, Professor do Centro Universitário de João Pessoa –UNIPÊ ([email protected])4 Acadêmica de Odontologia do Centro Universitário de João Pessoa – UNIPÊ([email protected])

Os problemas estéticos podem ser resolvidos por várias alternativas restauradoras. Dentre essas, a faceta laminada éconsiderada opção bastante versátil na odontologia atual justamente pelo fato de aliar estética e prevenção. A facetaconsiste no recobrimento da face vestibular do elemento dental indicado, permitindo um sorriso mais agradável epreservando o máximo de estrutura dental sadia. Este trabalho visou apresentar as técnicas de facetamento dental,assim como suas indicações, vantagens, limitações, critérios para diagnóstico e seleção dos materiais. Através da revisãode literatura, foram expostos alguns trabalhos que facilitarão o acesso dos clínicos e estudantes de Odontologia a estetipo de procedimento que tem resultados clínicos e estéticos comprovados.

Descritores:

Dental veneers, considered very versatile option in the Current Dental, are wafer-thin, custom-made shells of toothmaterials designed to cover the front surface of teeth. This paper aims to present the techniques of Dental veneers, itsindications, advantages, limitations, criteria for diagnosis and selection of materials. This review of literature willfacilitate the access of dentists and dental students from this type of procedure that has proven clinical and aestheticresults.

Key words:

Devido ao crescimento da economia mundial e o desenvolvimento de todos os setores, a beleza deixou deser apenas vaidade e se tornou necessidade para alguns, já que a competitividade da sociedade moderna impõeparâmetros ditos ideais, com relação à aparência . A preocupação com a estética está muito explícita, tornando-se até

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Resumo

Facetas Dentárias, Estética Dentária, Materiais Dentários

Abstract

Dental Veneers , Esthetics, Dental, Dental Materials

Introdução

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referencial de saúde. Os pacientes não vão mais aos consultórios odontológicos apenas para alívio da dor e para tratardoenças relacionadas à cárie dentária e lesões periodontais. Está ocorrendo uma solicitação cada vez maior porrestaurações do ponto de vista estético, principalmente em dentes anteriores, além de procedimentos restauradoresmenos invasivos.

Na Odontologia, há certo tempo, eram utilizadas técnicas que comprometiam consideravelmente a

estrutura dental sadia. O fortalecimento dos conceitos de prevenção, associado à evolução dos sistemas adesivos e das

resinas compostas propiciaram o desenvolvimento de diversas técnicas restauradoras adesivas estéticas, menos

invasivas, com o objetivo de reparar alterações de cor, forma ou posição dental que prejudicam o equilíbrio estético e/ou

funciona . Dentre essas alternativas, está à confecção de facetas laminadas que podem ser confeccionadas direta ou

indiretamente na boca, utilizando diversos tipos de materiais disponíveis no mercado. Por exigirem menor desgaste, as

facetas requerem apenas leve redução do esmalte vestibular ou em muitos casos, até, nenhum desgaste, preservando

maior quantidade de estrutura dental sadia e a saúde pulpar e periodontal .A faceta direta de resina composta consiste na aplicação e escultura de uma ou mais camadas desse

material sobre a superfície do dente para favorecer, principalmente, melhor resultado estético. Para a confecção de

facetas indiretas, a porcelana é o material mais utilizado e viável, fazendo das facetas em cerâmica uma opção muito

conservadora e com resultados estéticos satisfatórios .As facetas estéticas podem ser indicadas genericamente para corrigir alterações de cor, forma ou posição

na face vestibular de qualquer dente, no entanto, por se tratar de um método restaurador essencialmente vinculado a

uma indicação estética, é geralmente realizado em dentes anteriores .Levando em consideração o fator funcional e também os conceitos básicos da estética na Odontologia,

entre os quais se enquadram a forma, tamanho, textura e cor, sendo esta última um dos principais motivos de

insatisfação estética, este trabalho teve como objetivo mostrar as técnicas de facetamento dos dentes, suas indicações,

contra-indicações, vantagens e desvantagens. Através da revisão de literatura, foram expostos alguns trabalhos que

facilitarão o acesso dos clínicos e estudantes de Odontologia a este tipo de procedimento que tem resultados clínicos e

estéticos comprovados.

A estética na Odontologia sempre foi fator determinante para o desenvolvimento de novos materiais e

técnicas. A concorrência no mercado de trabalho, o aumento da exigência dos pacientes, a evolução dos materiais

odontológicos e o aperfeiçoamento das técnicas têm levado os Cirurgiões-Dentistas a buscarem soluções estéticas

altamente satisfatórias . Então, a evolução continuada de técnicas adesivas avançadas e formulações poliméricas e

cerâmicas garantem ao clínico e ao paciente a oportunidade de alcançarem resultados funcionais e estéticos a longo

prazo .O desenvolvimento dos procedimentos de confecção de facetas com o intuito de recobrimento da face

vestibular dos dentes teve início relatado na literatura a partir do século XX com o Dr. Charles Pincus em 1947 que foi

considerado o precursor das facetas laminadas. Ele realizava o facetamento das superfícies vestibulares esteticamente

desfavoráveis através da fixação de dentes de acrílico ou porcelana com pó adesivo sem qualquer desgaste dos dentes, o

que era considerado, portanto procedimento provisório.Com o advento da técnica de condicionamento ácido do esmalte, desenvolvido por Buonocore ¹¹, em

1955, e o desenvolvimento das resinas compostas por Bowen , em 1968, iniciou-se uma nova era na Odontologia

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Desenvolvimento

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Restauradora.O fortalecimento dos conceitos de prevenção e conservadorismo, associados ao surgimento do

condicionamento ácido do esmalte, resinas composta por BIS_GMA, a melhora das propriedades ópticas, mecânicas e

químicas da porcelana, o surgimento dos agentes cimentantes resinosos capazes de realizar união química e mecânica

entre restauração e estrutura dental, viabilizaram soluções estéticas conservadoras e reversíveis .Assim, o entrelaçamento dos conceitos de tecnologia, estética, prevenção e conservadorismo tornou a

utilização das facetas laminadas opção bastante satisfatória, tanto funcionalmente quanto em termos de estética,

quando corretamente indicada, permitindo assim um tratamento rápido e eficaz . As facetas laminadas consistem no

recobrimento da face vestibular do elemento dental indicado por material considerado estético. Esse recobrimento

pode ser realizado pela técnica direta ou indireta.

As facetas laminadas podem ser classificadas em diretas e indiretas. As diretas são feitas pelo próprioprofissional, utilizando resina composta, resina acrílica (dente de estoque) ou a partir de um dente natural extraído,enquanto as indiretas são produzidas por laboratório dental sobre o modelo de trabalho ou industrialmente, podendoser confeccionadas em resina composta, resina acrílica, porcelana ou hidroxiapatita fundida . Garone Netto et al. ,acrescentam mais uma classificação para as técnicas as facetas: trata-se da técnica direta-indireta. Na técnica direta-indireta, o modelo de trabalho é o próprio dente preparado, sobre a qual a resina vai ser aplicada e fotoativada. Quandoa faceta estiver esculpida e polida, é destacada do dente e cimentada, por procedimentos adesivos. Há também aindicação dos cerômeros (compostos de resina composta reforçada de partículas de vidro) , cerâmicas feldspáticas ecerâmicas reforçadas com óxido de alumínio 23 como materiais para confecção de facetas indiretas. No entanto, asfacetas estéticas indiretas de porcelana são as mais divulgadas e utilizadas pelos profissionais, sendo considerada opçãoética para restaurações estéticas .

É importante ressaltar que o profissional deverá esgotar, antes da confecção de facetas, todas aspossibilidades mais conservadoras para recuperar a estética e função nos dentes anteriores dos seus pacientes. Assim,deve priorizar o clareamento dental como primeira alternativa de tratamento. Se não der resultados desejáveis,confecciona-se a faceta, tentando, ao máximo, não desgastar a face vestibular. Quando não for possível tal feito,desgastar o mínimo possível .

Em função da grande divulgação nos meios de comunicação sobre as possibilidades de tratamentosestéticos e da crescente solicitação por parte dos pacientes por tais procedimentos, é importante que o Cirurgião-Dentista esclareça para o paciente a técnica restauradora a ser utilizada e a expectativa do resultado final . Portanto, opaciente deve ficar ciente das vantagens e desvantagens do procedimento 6, através da execução da faceta dediagnóstico, em casos de fechamento de diastemas e alterações de forma, para melhor visualização e aprovação dotratamento .

As facetas são indicadas nos seguintes casos: estética , manchas de fluorose , escurecimento portetraciclina , dentes com má formação dental como dentes conoídes , dentes anteriores hipoplásicos ,amelogênese imperfeita e Incisivos de Hutchinson . Dentes que não respondem ao clareamento , fechamento dediastemas , perda de estrutura dental , restabelecimento das guias incisais , dentes com alteração deposicionamento no arco , dentes com múltiplas restaurações e necessidade de modificações morfológicas

.Porém, os pacientes selecionados para facetas devem ter boa higiene oral, tecido gengival saudável e nenhuma

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Facetas diretas e indiretas

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desarmonia oclusal .Contra-indicação muito importante é a existência de esmalte insuficientemente sadio , hábitos

parafuncionais, como bruxismo e hábitos mecânicos nocivos que causam forças oclusais excessivos, severoapinhamento ou giroversão, estrutura coronária reduzida . Porém, Baratieri et al. , indicam o uso de faceta empacientes portadores de bruxismo, protegendo-a com placas oclusais.

Deverá ser considerado o envolvimento dos contatos oclusais sempre que for indicar o tratamento; se afaceta não tiver envolvimento oclusal, fatores como estética e o custo sobressaem na hora da seleção do material.Porém, quando porções da faceta ficam expostas diretamente às forças oclusais, analisa-se a compatibilidade domaterial selecionado para a faceta com o dente antagonista, evitando-se discrepâncias de desgaste .

Nas facetas diretas, o uso da resina composta consiste na aplicação e escultura de uma ou mais camadasdesse material sobre a superfície do dente. Permite ao profissional controlar e avaliar a restauração desde a seleção dacor até o restabelecimento da morfologia final . Portanto, são unicamente dependentes da habilidade do operador ,exigindo uma grande experiência clínica, principalmente quando opacificadores e tinturas são necessárias . OCirurgião-Dentista deve entender os princípios básicos dos sistemas adesivos e das resinas compostas, diagnosticar ocaso clínico com uma visão multidisciplinar e observar os fundamentos da estética dental para tentar reproduzi-la . Afaceta direta é muito utilizada devido ao seu menor custo e tempo clínico reduzido, pois esse tipo de restauração podeser confeccionada em apenas uma sessão , apesar dessa sessão ser relativamente longa . Outras vantagens dasfacetas diretas são: possibilidade de reparo , apresentam preparo conservador e têm uma expectativa delongevidade clínica em torno de 8 a 10 anos .

Já alguns autores mostram que, apesar da faceta direta ser ainda muito utilizada, possui algumaslimitações com relação à contração de polimerização, menor durabilidade e deficiência na estabilidade de cor , alémde serem inadequadas para dentes muito escurecidos, especialmente por tetraciclina 6.

Uma das grandes dificuldades encontradas na utilização das resinas compostas na confecção de facetasdiretas está na obtenção da cor original dos dentes. O dente possui diversas cores de esmalte e dentina e diferentesespessuras dessas estruturas ao longo da coroa dental, proporcionando, dessa forma, aparência policromática aoelemento dental. Portanto, o operador deve se dispor de várias cores na escala para reproduzir fielmente todo dente 2.Para favorecer o resultado estético das facetas diretas, é necessário construir a restauração em diferentes camadas como objetivo de reproduzir a área de dentina e esmalte.

Duas categorias de resinas compostas são utilizadas: as micro-híbridas e as microparticuladas . Porterem maior resistência mecânica, as resinas micro-híbridas devem ter utilizadas por palatino ou quando oalongamento coronário e recobrimento incisal foram indicados . As resinas microparticuladas devem recriar a texturacorreta e as características anatômicas da superfície do esmalte . O grau de alteração de cor do dente a ser restauradoexerce influência sobre a profundidade do preparo e sobre o espaço disponível para colocação das camadas de resinacomposta . Se não houver necessidade de recuperação de cor, em algumas situações o preparo dentário serádispensado. Será suficiente o uso somente de resinas translúcidas, desde que não se altere o comprimento do dente. Seesta alteração for necessária, usam-se resinas híbridas com características transparente-esbranquiçadas, na região deborda incisal. Para dentes com manchamento suave, o preparo será suave, e um exemplo de técnica restauradora seria ouso, como primeira camada, de resinas microparticuladas opacas e, como última camada, micropartículasconvencionais. Outra alternativa seria o uso de resinas híbridas como camada inicial e micropartícula convencional mais

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Facetas diretas

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superficialmente. Na existência de manchamentos mais severos, o preparo é usualmente mais agressivo. A primeiracamada utilizada deve ter o objetivo fundamental de bloqueio do escurecimento do preparo, sendo então utilizada umaresina altamente opaca e esbranquiçada em uma espessura relativamente fina. Na segunda camada, usa-se corantesopacificadores esquentando, saturando a cor e opacificando mais a faceta. Como última camada, utiliza-se, enfim, umaresina com grande quantidade de translucidez, oferecendo profundidade e vitalidade à faceta 18.

Outro detalhe importante é o uso de opacificantes que se faz necessário para disfarçar um grau deescurecimento maior. Um ou mais corantes podem ser aplicados para “mascarar” o fundo do preparo. Esses materiaispodem ser aplicados em fina película, escondendo o fundo escuro do dente sem interferir na espessura da restauração.

Além de opacificar o fundo escuro do dente, Hirata , utiliza os corantes para reproduzir seus aspectosnaturais, para assim atingir a perfeição. Nos dentes anteriores, os corantes azul e cinza são usados nas áreas incisais paradar aspecto de translucidez. Violeta e cinza no terço médio dão efeito de vitalidade em cores e leve transparência.Vermelho ou pouco violeta na área cervical provocam efeito de reflexo contínuo gengival e aquece o croma nessa área.O autor ressalta que essas modificações com o uso de corantes devem ser sempre suaves e feitas com bastanteprudência.

Para facilitar a técnica de reprodução anatômica da última camada de resina que corresponde ao esmalte,alternativas clínicas foram propostas para facilitar a técnica de reprodução anatômica durante a confecção de umafaceta direta em resina composta. É o caso da matriz de acetato , da técnica de restauração com resina utilizando umamatriz de acrílico e da Matriz de Barricaid . Estes artifícios são confeccionados antes do preparo do dente, com oobjetivo de copiar a face vestibular dental, reproduzindo contorno, forma e textura da superfície, proporcionandoexcelente estética e economia de tempo. Estão indicados para dentes com superfície íntegra, bom alinhamento e formaaceitável que possa ser copiada e reproduzida no material restaurador.

As facetas indiretas de porcelana representam alternativa restauradora bastante interessante, devido aopequeno desgaste dental exigido e excelente resultado estético e funcional que possibilitam em razão dascaracterísticas inerentes da porcelana .

A utilização de cerâmicas em laminados na dentição anterior é um procedimento consolidado naliteratura científica, porém o correto e cuidadoso planejamento associado ao conhecimento dos materiais sãoimprescindíveis para o sucesso desta modalidade restauradora.

As facetas de porcelana apresentam algumas vantagens como excelente estética e preparo conservador,melhor intregridade marginal e compatibilidade com o periodonto , menor dependência das habilidades estéticas dodentista, maior durabilidade devido à resistência à abrasão, estabilidade de cor, boa resistência á compressão, tensão eforça de cisalhamento quando unidas ao esmalte . Porém, durante muitos anos, as coroas de jaqueta foram as únicasopções para restaurarmos dentes com anomalias de forma e cor , sendo utilizadas até hoje o que constitui técnicaradical com perda significativa de estrutura dental. . O custo pode ser considerado desvantagem quando comparadocom resinas, mas representa vantagem quando comparado com coroas totais. No entanto, fatores como longevidade esatisfação estética devem ser incorporados no fator custo.

Vale ressaltar que, apesar das vantagens que a porcelana apresenta sobre a resina composta, a confecçãodo laminado de porcelana exige do protético experiência, habilidade e conhecimento, além do cuidado na manipulaçãopor parte do profissional durante as etapas de prova e cimentação .

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Facetas indiretas

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Preparo dental

A técnica de faceta pode requerer preparo dental ou não. Vai depender do alinhamento e posição que odente ocupa no arco, tamanho, forma e grau de escurecimento apresentado pelo dente . A ausência de preparo épermitida quando não existem alterações de cor profundas ou quando os dentes apresentam posicionamento que nãoexija correção por meio de desgastes. Essa técnica representa a base do recontorno cosmético por aposição de resinascompostas. Quando há escurecimento razoável da cor ou vestibularização extrema do dente em relação ao arco, exige-se desgaste da superfície vestibular .

A profundidade do preparo visa a criação de um espaço para acomodação do material, sem criarsobrecontorno exagerado. A redução do elemento dental aumenta a retenção, proporciona linha definida deacabamento, além de oferecer controle do perfil dental promovendo boa saúde gengival . A profundidade do preparoestará vinculada principalmente ao grau de alteração de cor do dente. Quando houver moderada alteração cromática, odesgaste será apenas em esmalte. Entretanto, se houver acentuada alteração de cor, será necessário preparar esmalte edentina . A maioria dos pesquisadores orienta que o preparo ideal deve limitar-se apenas à espessura do esmalte paraobtenção de adaptação perfeita e adesão eficaz.

O preparo dos dentes tanto para técnica direta como para indireta são bastante semelhantes. O primeiropasso é confeccionar, com pontas esféricas 1011, 1012 ou 1014, uma canaleta de orientação na região cervicalsupragengival., realizando término em chanfro . A profundidade é equivalente à metade da espessura da pontaativa da ponta esférica selecionada . O limite cervical pode ser posicionado até 0,2mm subgengivalmente,dependendo da exigência estética do paciente, da altura da linha do sorriso e, principalmente em dente com acentuadaalteração cromática .

Para redução vestibular, pode-se fazer uma canaleta orientadora central no sentido cérvico-incisal ,três canaletas de orientação com broca cilíndrica de extremidade ogival ou três canaletas de orientaçãoconfeccionadas pela ponta de diamante autolimitante de haste anelada nº 4141 . A união das canaletas de orientação éfeita com broca tronco cônica de extremidade arredondada, regularizando toda superfície vestibular, podendo estenderalém do ângulo proximal do dente , mas aquém das áreas de contatos proximais , sem romper os pontos de contato .Deve-se sempre procurar manter a convexidade dental nos sentidos mésio-distal e cérvico-incisal, posicionando a pontadiamantada com diferentes inclinações das regiões cervical, média e incisal .

Para Conceição et al. , o desgaste é mais acentuado no terço médio e menor no incisal e cervical. Aprofundidade média da redução vestibular é de aproximadamente de 0,5 a 1mm em dentes com acentuada alteraçãoacentuada de cor; e de 0,4 a 0,7 mm em dentes com moderada alteração de cor tanto para facetas diretas comoindiretas. Para Baratieri et al. , a redução deve ser de 0,4mm na região cervical e 0,5 mm na região medial e incisal emdentes com discreta alteração de cor; nos dentes com severa alteração de cor, a redução é de 0,5mm na região cervical e0,7 mm no terço médio e incisal.

O recobrimento do bordo incisal está indicado em nos casos em que haja defeito na região incisal,comprometendo mecânico ou estético nessa área, e quando houver necessidade de alongamento dental ouobtenção de uma transparência mais natural da borda incisal . Para preparo incisal, deve-se confeccionar canaletasde orientação de aproximadamente 1,5 mm de profundidade com ponta diamantada 4138 . Após unir as canaletas,posicionar o limite incisal do preparo na face palatina em forma de chanfro

Para Hirata e Carniel , o preparo incisal deve apenas ser feito para facetas indiretas. Os autores fazem ascanaletas com profundidade de 1,0 mm, um desgaste palatino também de 1,0 mm.e um chanfrado palatino de 0,5mm.O acabamento do preparo é feito com tiras de lixa nas proximais e ponta de acabamento nº 2135 F, a fim de remover

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irregularidades .

Com base nos trabalhos, concluiu-se que:As facetas são restaurações que podem proporcionar ou devolver a harmonia do sorriso de forma

excepcional;Os preparos tanto para faceta direta quanto para indireta são conservadores;Dentre as indicações, estão as alterações de cor, de forma, dentes mal posicionados no arco, dentes com

alterações congênitas ou adquiridas, fechamento de diastemas e dentes com múltiplas restaurações;O limite de indicações das facetas diretas e indiretas será tênue e variável, de caso a caso;O conhecimento do detalhamento da técnica e dos materiais são extremamente importantes para o

sucesso do tratamento.

1- Antony MVS, Fernandes AFC, Oliveira LMS, Schnetzler AN. Facetas estéticas diretas em resina composta empregadasem paciente portador de Displasia Ectodérmica Hereditária. Rev Bras Odontol 1991; 48(2): 8-12.2- Arcari G, Gil AMD, Baratieri LN, Sousa CN, Chain MC. Facetas estéticas de resina composta. Rev Gaúcha Odont 1991;39(2): 103-8.3- Baratieri LN, Coral Neto AC, Monteiro Júnior S, Caldeira de Andrada MA, Cardoso Vieira LC. Sandwich tecnique, naalternative treatment for tetracycline – stained teeth: case report. Quintessence Int. 1991; 22(12):929-33.4- Baratieri LN, Monteiro JS, Arcari GM. Composite resin venner: a new tecnique. Quintessence Int, 1992; 23(4): 237-43.5- Baratieri LN et al. Dentística: procedimentos preventivos e restauradores. São Paulo: Santos, 1991.6- Baratieri LN et al. Dentística: procedimentos preventivos e restauradores. São Paulo: Santos, 1995.7- Baratieri LN et al. Estética - restaurações adesivas diretas em dentes anteriores fraturados. São Paulo: Santos, 1995.8- Basing RT, Carlini Júnior B, Serra MC, Pimenta LAF. Como os procedimentos restauradores diretos podem melhorar osorriso? Rev. Bras. Odont. 2000; 57(5): 297-99.9- Belser UC. Ceramic laminate veneers: continuous evolution of indications. J Esthet Dent, Hamilton 1997; 9(4): 197-207.10- Bowen RL. Properties of silica-reiforced polymer for dental restaurations. J. Am. Dent. Assoc. 1963; 66: 57-4.11- Buonocore MG. A simple method of increasing the adhesion of acrylic filling materials to enamel surfaces. J Dent Res1955; 34: 849-53.12- Conceição EN et al. Dentística: Saúde e Estética. 1.ed. Porto Alegre: Artmed, 2005.13- Dale BG, Ascheim KW. Esthetic dentistry: A clinical approach to techniques and materials. Malvern: Lea & Febiger,1993; 44.14- De Castro JCM. Facetas laminadas em porcelana: uma opção estética para o clínico geral. Rev Fac Odont Lins 2000;12(1).15- De Sá MPN, Pascotto RCR. Dental Press Estét 2004; 1(1):101-1116- Fontana RBTS. Facetas Laminadas em Porcelana. JBC J Bras Clin Estét Odontol 2001; 5(26): 128-32.17- Garone Netto N et al. Dentística Restauradora. Restaurações diretas. 1ed. São Paulo: Santos, 2003.18- Hirata R, Carniel CZ. Solucionando alguns problemas clínicos comuns com uso de facetamento direto e indireto: uma

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Conclusão

Referências

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visão ampla. JBC J Bras Clin Estét Odontol 1999; 3(15): 7-17.19- Hirata R. Uso de corantes em restaurações posteriores. JBC J Bras Clin Estét Odontol 1999; 3(16): 9.20- Ianni Filho D, Andrade MF, Mandarino F, Pinto AS. Restauração de dentes conóides com matriz de Barricaid. RevAssoc Paul Cir Dent 1995; 49(1): 33-6.