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Salvador, BA tel.: (71) 3505-5000 · Itapuã. “Há dois pontos com infiltração”, falou. O novo mercado de Itapuã foi inaugurado em 2015, após dois anos fechado para obras

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Jornal da Metrópole, Salvador, 8 de junho de 20172

Publisher Editora KSZDiretor Executivo Chico KertészEditor Felipe ParanhosProjeto Gráfico Marcelo Kertész

Grupo Metrópole Rua Conde Pereira Carneiro, 226 Pernambués CEP 41100-010 Salvador, BA tel.: (71) 3505-5000

Editor de Arte Paulo BragaDiagramação Dimitri Argolo CerqueiraRedação Bárbara Silveira e Matheus MoraisRevisão Felipe Paranhos

Fotos Tácio MoreiraProdução Gráfica Evandro BrandãoComercial (71) 3505-5022 [email protected]

Jornal da

Boca quente

OBJETIVO...O presidente da Assembleia Legislativa da Bahia, Angelo Coronel (PSD), nascido na cidade de Coração de Maria, é o pró-ximo a virar cidadão de Salvador. O título foi proposto pelo vereador Duda Sanches (DEM), antigo correligionário e amigo da família de Coronel, principalmente de seu filho, Diego Coronel, pré-candidato a de-putado estadual, em substituição ao pai.

APRESSADINHOSTem gente comemorando resul-tado de pesquisa de um desco-nhecido instituto do Paraná, para governador da Bahia. Tanta coi-sa deve acontecer até 2018 que é besteira pura levar a sério o cená-rio hipotético de hoje.

RECURSOS QUE FALTAM Otto Alencar contou um engraçado episódio do Se-nado: “Chegaram Renan Calheiros e Romero Jucá. Fui logo perguntando a Renan se os recursos que o gover-no prometeu haviam chegado em Alagoas. Ele: ‘Não! Lá só chegou chuva e trovoada’. Aí retruquei: ‘Isso so confirma o slogan do governo Temer: Recursos não faltarão, mas também não chegarão’”.

E OS QUE CHEGAM Depois das cobranças públicas de Co-ronel, o governo vai pagar em julho as emendas impositivas que deve aos depu-tados. Coronel, que não perde a oportuni-dade de alfinetar Rui, mas também adora posar ao lado do governador, tratou logo de dizer: “Confio na palavra de Rui”.

Falando sobre o fechamento de comarcas no interior, na Assembleia Legislativa, o deputado de planície e ex-presidente da Casa, Marcelo Nilo (PSL), cometeu um ato falho: chamou a presidente do Tribunal de Justiça da Bahia, Maria do Socor-ro, de “deputada”. Para completar, trocou o nome do colega Luciano Ribeiro por Luciano Simões Filho, outro deputado.

Mas, pelo visto, os correligionários de Neto darão com os burros n’água. Otto disse à coluna que não conversou nem vai conversar com ACM Neto sobre política. Está fechado com Rui para 2018 e pronto. “Não tem essa comigo, não! Eles ficam me cercando, mandando recadinho. Me deixe no meu canto, quieto!”, afirmou. Para bom entendedor...

TROCANDO AS BOLAS

“MANDANDO RECADINHO”

...BEM CLAROO título proposto pelo vice-líder de Neto na Câmara é mais uma jogada para tentar amolecer o presidente do PSD na Bahia e senador Otto Alencar, no intuito de que ele deixe a base do governador Rui Costa (PT) e apoie uma possível candidatura do prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), ao go-verno do estado.

tácio moreira/metropress

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Jornal da Metrópole, Salvador, 8 de junho de 2017 3

A PREFEITURA ESTÁ LANÇANDO O MAIOR PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO DA HISTÓRIA DE SALVADOR.

Uma nova cidade merece uma nova perspectiva de desenvolvimento. Por isso, a Prefeitura está lançando

o Salvador 360, um grande programa, com 8 eixos e 360 medidas, para acelerar o crescimento econômico

e social de Salvador. São 3 bilhões de reais investidos na modernização da infraestrutura da cidade

e na requalificação do centro histórico. O programa conta também com uma série de ações para simplificar

a vida do cidadão, atrair empresas, gerar empregos e fortalecer a economia informal. Além disso,

Salvador vai ganhar um hub digital, novos investimentos em sustentabilidade e um polo de economia criativa.

Saiba mais em 360.salvador.ba.gov.br e conheça mais sobre todas as etapas do Salvador 360.

Projeto BRT

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Jornal da Metrópole, Salvador, 8 de junho de 20174

Na crise, ajuda federal é fundamentalA SJDHDS informou que o estado, na situação de crise que vive atualmente, não tem como manter o projeto sozinho, sem o governo federal, mas destacou o esforço para buscar outras maneiras de financiar projetos de acolhimento.

Inviável para o estadoDe acordo com a Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Desenvol-vimento Social (SJDHDS), o corte feito pelo governo federal tornou o financiamento dos Pontos de Cidadania “inviável para o estado”.

Cidade

O FIM DA CIDADANIACorte em repasse do governo federal fecha Ponto de Cidadania, iniciativa que dava dignidade a pessoas de rua

O fechamento dos Pontos de Cidadania, equipamentos que da-vam dignidade e humanidade à população em situação de rua em Salvador, causou indignação na comunidade especializada. O pro-jeto, que foi idealizado em 2012 e ganhou nova roupagem em 2014, teve seu encerramento anunciado da noite para o dia, surpreenden-do as equipes que trabalhavam com usuários de drogas e pessoas que viviam na região da Praça da Mão, no Comércio, e nas Sete Por-tas — onde ficavam as equipes e os contêineres com um chuveiro, um sanitário e uma pequena sala,

nos quais eram feitos alguns dos atendimentos.

O fundador do Centro de Estudos e Terapia de Abuso de Drogas da Universidade Federal da Bahia (Cetad-Ufba) e uma das maiores autoridades do país no assunto, Antônio Nery, lamen-tou a medida. “Levamos dezenas de pessoas ao hospital para ci-rurgias, para fazer tratamento de câncer — e eu estou falando de pessoas de rua, pessoas com ab-soluta desvalia. Nós vimos estas pessoas, nos aproximamos delas, levamos aos hoteis sociais, mas o governo da Bahia não recebeu o milhão e pouco que deveria da Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas”, explicou. Contêiner do Ponto de Cidadania era único resquício de dignidade para a população de rua da região do Pela Porco/Sete Portas

Fotos Tácio MoreiraTexto Felipe [email protected]

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Jornal da Metrópole, Salvador, 8 de junho de 2017 5

“Falta de humanidade”“Ninguém vive naquelas condições por escolha. Ali tem homens violentados aos 5 anos de idade, mulheres estupradas 4, 5, 10 vezes por pais, tios e irmãos, pessoas com transtorno mental, que não conseguiram outro lugar no mundo...”

SP: “Coisa mais horrorosa que já vi”Segundo Nery, as recentes ações da Prefeitura de São Paulo, que resultaram inclusive em inter-nações forçadas, são “uma das coisas mais horrorosas que já presenciei em 47 anos de medici-na, 35 de psiquiatria e 32 trabalhando com usuários de álcool e outras drogas”.

Cidade

Nery afirmou que, com a saída das equipes das duas regiões, a criminalidade deve crescer. “Vai haver o aumen-to do tráfico, vamos ter mais assaltos, vão aumentar as mortes naquela região, por-que teremos uma reação de uma população que estava sendo acolhida e chegando

àquilo que queríamos”, dis-se, referindo-se à dignidade da população de rua.

O Jornal da Metrópole esteve nas Sete Portas esta semana e já sentiu uma di-ferença — pra pior — em re-lação à última vez em que tratamos do assunto, em 30 de maio de 2016.

“AUMENTO DE CRIMES E MORTES”“A MESMA CRISE DE SÃO PAULO, MAS EM SILÊNCIO”De acordo com Nery, a

situação de São Paulo, com internações forçadas na Cra-colândia, assemelha-se à que se vive aqui, “mas em silên-cio”. “Simplesmente as duas equipes foram avisadas que não poderiam mais trabalhar. Estou capitaneando uma de-sobediência civil. Vamos tra-

balhar na praça com essas pessoas por uma questão éti-ca, porque essas pessoas não podem ser abandonadas da noite pro dia. Tivemos qua-tro anos fazendo uma relação afetiva, amorosa, com essas pessoas. É duro de entender, mas não tem como enten-der”, lamenta.

Segundo Antônio Nery, tendência da região das Sete Portas é haver um crescimento na criminalidade, como reação à falta dos Pontos

Pessoas de todas as idades vivem na região: mesmo idosos podem ser vistos em companhia de usuários de drogas — e até fazendo uso delas

Pessoas em situação de rua agora perderam o acolhimento de uma iniciativa rara no país

3 ANOS

é o tempo desde quando existiam, nos atuais moldes, os Pontos de Cidadania

OS MELHORES PROFISSIONAIS EM TODAS AS ÁREAS

AV. ANITA GARIBALDI, 1133, CENTRO ODONTOMÉDICO SALA 1208 TEL. 71 3052-1880

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Fotos Tácio MoreiraTexto Bárbara [email protected]

Cidade

FRACASSO E DESCASOMetrópole acompanha situação de mais um dos mercados inaugurados com pompa pela Prefeitura: é a vez de Itapuã

Desde que os mercados mu-nicipais começaram a ser imple-mentados, no primeiro mandato do prefeito ACM Neto (DEM), comerciantes ouvidos pelo Jor-nal da Metrópole reclamavam de uma mesma coisa: a ‘cara’ de shopping dos equipamentos — que diverge das características populares das feiras livres.

Organização é sempre bom, ninguém discorda. Mas, segundo os comerciantes, a descaracteri-zação dos mercados e erros na construção impactaram direta-

mente nas vendas. Essa é a opi-nião do feirante Antônio Bispo, que atua no Mercado de Itapuã e rejeita o novo espaço, inau-gurado em dezembro de 2015. “O mercado foi feito errado. Era para colocar de frente para a rua, não aqui para dentro”, reclama.

Os mercados do Dois de Ju-lho estão na mesma situação. O comerciante Rosalvo Barreto também reclama da queda das vendas e falta de atenção do Mu-nicípio. “Melhorou a visibilidade, mas se tornou desorganizado. A Prefeitura queria fazer uma coi-sa melhor para os feirantes, mas acabou abandonando, deixando à mercê. Ao invés de melhorar as vendas, está piorando”, reclama.

NÃO É SÓ LÁSECRETÁRIO EVITA CRITICAR

“ENCHE DE ÁGUA QUANDO CHOVE”

Secretário de Ordem Pú-blica, Marcos Vinícius Passos assumiu a pasta em dezem-bro de 2016, após a contur-bada gestão de Rosemma Maluf — quando foram cons-truídos os mercados.

Questionado sobre a ina-dequação dos equipamen-tos, o secretário preferiu não criticar. “Não cabe a mim julgar. Eu não partici-

pei dos projetos da gestão passada. Houve uma reu-nião com os permissionários e [o projeto] foi aprovado. A Prefeitura de Salvador não iria gastar aquele valor ex-pressivo sem ter feito uma consulta antes”, disse. Pas-sos, porém, confirmou os alagamentos no Mercado de Itapuã. “Há dois pontos com infiltração”, falou.

O novo mercado de Itapuã foi inaugurado em 2015, após dois anos fechado para obras. O equipamento custou R$ 5 mi-lhões aos cofres públicos, mas, segundo comerciantes, não tem atraído consumidores. “Esse mercado enche de água quando

chove. O comércio está devagar também. As vendas caíram 60%, fraco mesmo”, lamenta Bispo.

Outro comerciante questio-na a vontade da Prefeitura de cuidar do local. “Fiscalização aqui só tem para permissioná-rio”, falou. Mercado de Itapuã foi inaugurado com atraso e, quando foi aberto à população, mostrou-se um enorme fracasso. Boxes fechados provam isso

Pouco movimento é a regra do Mercado de Itapuã, segundo comerciantes do local

60%é o prejuízo médio dos comerciantes do Mercado de Itapuã

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AVISO DE LICITAÇÃO DE OBRAS E SERVIÇOS DE ENGENHARIA

A FUNDAÇÃO HABITACIONAL DO EXÉRCITO – FHE, em observância ao disposto na Lei nº 6.855/1980 e na Lei nº 8.666/1993, torna público que fará realizar LICITAÇÃO NA MODALIDADE TOMADA DE PREÇOS – TIPO MENOR PREÇO, sob o regime de EMPREITADA POR PREÇO GLOBAL, nos seguintes termos:Objeto: contratação de empresa de engenharia, sob regime de empreitada global, para a execução das obras implantação do Escritório provisório, com área de 71,44 m² e reforma do Escritório de Atendimento da FHE – ESCBA, com área de 148,88 m², localizado na Rua Território do Amapá, nº 455, Bairro: Pituba - Salvador/BA, conforme condições e critérios constantes do EDITAL DE LICITAÇÃO Nº 4/2017. Validade da Proposta: 60 (sessenta) diasSessão de Habilitação e Entrega das Propostas de Preço: 6/7/2017 às 9hLocal: Sala de Licitação (sala de reuniões nº 107 – 1º andar) do edifício-sede da FHE, situado na Avenida Duque de Caxias s/nº, Setor Militar Urbano - SMU, em Brasília/DF.Informações: Comissão Permanente de Licitação, telefone (61) 3314-9344 ou fax (61) 3314-7620, das 9h às 12h e das 14h às 17h, de segunda a sexta-feira, e-mail [email protected] edital encontra-se disponível na página eletrônica www.fhe.org.br, menu “Editais – Licitações 2017”.

Brasília-DF, 5 de junho de 2017ELÓI LÁZARO DE PAULA

Presidente da Comissão Permanente de LicitaçãoAVISO DE ABERTURA DE PRAZO

PARA CADASTRAMENTOA FUNDAÇÃO HABITACIONAL DO EXÉRCITO – FHE, em observância ao disposto na Lei nº 8.666/1993, torna público que encontra-se aberto o prazo para cadastramento de empresas de engenharia interessadas em participar de licitação, na modalidade tomada de preços.Informações: Telefone (61) 3314-9344 ou fax (61) 3314-7620, das 9h às 12h e das 14h às 17h, de segunda a sexta-feira, e-mail [email protected] relação de documentos necessários ao cadastramento encontra-se disponível na página eletrônica www.fhe.org.br, menu “Editais – Licitações 2017”. O prazo para entrega dos documentos das empresas interessadas em participar da Licitação nº 4/2017 encerrar-se-á no dia 29/6/2017.

FUNDAÇÃO HABITACIONAL DO EXÉRCITO

O MISTÉRIO DO CABPrefeitura não prova pedido oficial do governo por retirada de ônibus do CAB, mas mostra que informou mudança 2 meses antes

A grande polêmica da semana passada em Salvador foi a retirada dos ônibus de dentro do Centro Administrativo da Bahia (CAB). A medida foi posta em prática logo após a inauguração das quatro es-tações do metrô na Av. Luiz Via-na Filho e deixou 40 mil pessoas sem saber como voltar para casa. Diante das reclamações do gover-no do estado, que insinuou que a Prefeitura prejudicou o povo com uma picuinha política, o Muni-cípio se apressou em dizer que a retirada dos ônibus foi uma soli-citação do governo.

Atendendo a um questiona-mento da Metrópole, a Secreta-ria de Mobilidade (Semob) mos-trou que, mesmo que não tenha havido pedido por parte do esta-do, a Secretaria Estadual de De-senvolvimento Urbano (Sedur) já sabia da retirada dos ônibus do CAB desde o início de abril.

O secretário de Mobili-dade, Fábio Mota, mudou de versão sobre o imbróglio com o governo. Se, na semana pas-sada, o titular da pasta falou que o governo “pediu” a reti-rada dos ônibus, agora alega que o assunto “foi discutido e combinado” com o estado.

“Tanto que em 6 de abril perguntaram como seria e a gente respondeu como seria. Tanto eles sabiam que im-plantaram o circular gratui-to, que é o que tem lá hoje”, declarou ao Jornal da Me-trópole.

O QUE ERA “PEDIDO” VIROU “DISCUTIDO”

Os ônibus tradicionais ainda circulam no CAB, mas apenas fora do horário de pico

Cidade

Fotos Tácio MoreiraTexto Felipe Paranhos e Matheus [email protected]

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Jornal da Metrópole, Salvador, 8 de junho de 2017 9

A Metrópole teve acesso a uma troca de emails entre um diretor da Secretaria Municipal de Mobilidade e uma executiva da Sedur. Neste, não há nenhum pedido do governo para que os ônibus saiam do CAB. Há, no entanto, a clara comunicação da pretensão da Prefeitura de retirar os ônibus tradicionais de dentro do Centro Administrativo.

Os emails mostram que a Sedur pede informações sobre o “projeto de reestruturação” do Sistema de Transporte Com-plementar e recebe, entre ou-tras informações, a mensagem de que “os horários específicos feitos por linhas de bairros não mais deverão existir”.

Grace Gomes, superinten-dente de Mobilidade da Sedur, negou que tenha sido comu-nicada da retirada dos ônibus. “Não tem documento algum que tenhamos recebido sobre as linhas de horário. Quando inau-guramos [o metrô na Paralela], entramos com o circular do CAB gratuito. E meio-dia, houve uma ordem da Prefeitura de suspen-der as linhas [de bairro], porque de tarde os funcionários estavam nos seus pontos e os ônibus não passaram. Foi um desrespeito”,

declarou à Metrópole.Grace negou que os emails

sirvam de comunicação oficial. “Para que o governador tomasse a decisão de mandar fazer licitação, ele precisava de um documento oficial, não uma troca de emails. Nós, da Sedur, fizemos um ofí-cio, eles responderam, e foi esse documento que deu o start para a licitação. Só que só recebemos a resposta de Fábio Mota no dia 22, e no dia 23 o metrô começou a funcionar. Então tivemos de lici-tar emergencialmente”, falou.

EM VEZ DE OFÍCIO, COMUNICAÇÃO FOI POR EMAIL “NÃO TEM DOCUMENTO ALGUM QUE TENHAMOS RECEBIDO”

Mota também alegou que não houve desabastecimento de ônibus no CAB. “Não tira-mos linhas. Tiramos ônibus no horário. Por quê? Porque o es-tado implantou o circular gra-tuito, que pega no CAB e leva para as estações do metrô e para os pontos da Av. Paralela. Os ônibus que ficariam parados no horário de pico nós trouxe-mos para o ponto do Estádio de Pituaçu. Porque, com a chega-da do metrô, aquilo virou uma rodoviária. É uma multidão no

ponto de ônibus, porque todo mundo pega o metrô que vem da Lapa, de Pirajá, desce ali e dá sequência na viagem”, falou.

Segundo Mota, a atual situa-ção causa estranheza, mas ajuda o usuário do transporte público. “Para quem mora em Periperi, em Paripe, é muito melhor pe-gar o metrô em Pituaçu, descer pra Pirajá e de lá seguir para seu bairro. O cara que iria pra Barra pega o metrô ali, vai pra estação da Lapa, e chega na Barra muito mais rápido”, completou.

FÁBIO MOTA ELOGIA INTEGRAÇÃO COM METRÔ

Secretário disse que metrô está ajudando muito

Em 10 de abril, Sedur do governo foi informada da intenção da Prefeitura de retirar ônibus

Novos circulares do Centro Administrativo são administrados pelo governo do estado

Cidade

“Para que o governador tomasse a decisão de mandar fazer uma licitação, ele precisava de um documento oficial, que não fosse uma troca de emails”

Grace Gomes, superintendente de Mobilidade da Sedur

TROCA DE EMAILS INDICA QUE SEDUR FOI INFORMADA

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Jornal da Metrópole, Salvador, 8 de junho de 201710

Fotos Tácio MoreiraTexto Bárbara [email protected]

Empresários alegaram que licitação era “desfavorável”

Cidade

SALVADOR SEM FARDAPais reclamam da falta de fardamento nas escolas municipais de Salvador; licitação cancelada causou demora

Há mais de um ano o fi-lho da copeira Suely Leal não tem farda para ir à escola. Ele é aluno do 4º ano da Escola Municipal Hilberto Silva, na Baixa do Fiscal, e assim como os outros alunos da institui-ção, não recebe o fardamento. “Desde 2016 não tem farda. Ele usa roupa comum. Pro-curamos o diretor da escola e ele fala que não depende dele, que ele já falou com a Prefei-tura”, explica a copeira, que está desempregada.

O problema enfrentado por Suely se repete em muitas es-colas municipais de Salvador e a solução depara com a bu-

rocracia. Isso porque a capital está há quase três anos sem uma licitação para escolher a empresa que fornece o farda-mento às escolas municipais. Em 2015, de acordo com a Secretaria Municipal de Edu-cação, foi aberto um processo licitatório para a compra do material, só que as empresas escolhidas desistiram do con-trato e pediram a impugnação da licitação. O argumento usa-do pelos empresários foi que a licitação era “desfavorável” do ponto de vista comercial. Des-de então, nenhum outro pro-cesso foi aberto. Mas, de acordo com a Secretaria de Educação, o material foi entregue em 2014 e 2015 e a situação tem prazo para ser resolvida.

ALUNOS EM SÃO CAETANO ESTÃO SEM FARDA HÁ 3 ANOS

Patrícia Silva procurou a Metrópole para denunciar si-tuação parecida na escola Mu-nicipal Cônego Emílio Lobo, em São Caetano. Segundo ela, as 160 crianças da instituição estão sem fardas há três anos. “Nós fizemos uma reunião com a direção da escola e, segundo ela, a Prefeitura disse que o far-damento está previsto para de-pois de agosto. As crianças es-

tudam sem farda há três anos”, reclama.

A Prefeitura de Salvador reconheceu a falta de farda-mento nas escolas municipais e prometeu, em breve, entre-gar aos alunos o kit que vai contar com “camiseta, ber-muda, meia, tênis e demais itens”. “É muito ruim para os alunos estudarem dessa for-ma”, completou Patrícia.

Sem fardamento adequado, alunos assistem às aulas com roupas comuns; pais e responsáveis cobram solução para a demora da prefeitura

Jornal da Metrópole visitou algumas escolas da periferia de Salvador e encontrou poucos alunos usando farda, que já estavam desgastadas

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Jornal da Metrópole, Salvador, 8 de junho de 2017 11

“Não tem nenhum impacto negativo na parte pedagógica”

Flávio Pimenta, diretor de Suporte

Cidade

PREFEITURA CONTESTA TEMPO E PROMETE FARDA

INSEGURANÇA MAIOR

A Secretaria de Educação afirma que um novo processo licitatório para aquisição das fardas escolares está em anda-mento. “Através de pregão ele-trônico pela modalidade Regis-tro de Preço. A expectativa é que os kits sejam distribuídos até agosto”, disse.

Contrariando pais de alu-

nos, segundo o diretor de Su-porte à Rede, Flávio Pimenta, apesar dos problemas com a licitação, houve entrega de far-damento em 2015. “Em 2014 e 2015 nós distribuímos farda-mento. Os alunos que ingres-sarem em 2016 não tiveram re-almente. Mas isso não tem um prejuízo pedagógico”, explicou.

A falta de fardamento in-fluencia até mesmo na segu-rança dos colégios munici-pais de Salvador. Diretor de uma escola cujo nome não vamos revelar para não com-prometer alunos e professo-res, Rodrigo* afirma que a ausência do fardamento au-menta o risco para os alunos. “Eles precisam ser identifi-cados. Aqui é uma área peri-gosa, comandada pelo tráfico de drogas, e as crianças e os adolescentes precisam estar identificados com a farda da escola”, reclamou ao Jornal da Metrópole.

Secretaria disse que a falta de farda não compromete o aprendizado, mas prometeu solução *Nome fictício

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Jornal da Metrópole, Salvador, 8 de junho de 201712